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TUTORIA UCI. História da Medicina A História da Medicina é o estudo da evolução do conhecimento médico ao longo do tempo, desde as práticas curativas primitivas até a medicina moderna baseada em evidências. Ela envolve a análise de como diferentes civilizações desenvolveram conceitos de saúde, doença e tratamento, influenciados por fatores culturais, filosóficos, religiosos e científicos. Principais Fases da História da Medicina ❖ Medicina Primitiva: Baseada em crenças espirituais, xamanismo e o uso de ervas medicinais. Doenças eram vistas como punições divinas ou influências espirituais. ❖ Medicina Antiga: ✓ Egípcia: Desenvolvimento de papiros médicos, como o Papiro de Edwin Smith, descrevendo tratamentos cirúrgicos. ✓ Mesopotâmica: Uso de magia e remédios naturais registrados em tábuas de argila. ✓ Grega: Hipócrates (pai da medicina) desenvolveu a teoria dos humores (sangue, fleuma, bile amarela e bile negra) e a ética médica. ✓ Romana: Galeno ampliou os conhecimentos anatômicos e fisiológicos. ❖ Medicina Medieval: Forte influência religiosa, com tratamentos baseados na fé e no equilíbrio dos humores. Escolas médicas islâmicas (Avicena) preservaram e expandiram o conhecimento médico. ❖ Renascimento e Revolução Científica: Redescoberta da anatomia por André Vesálio, descoberta da circulação sanguínea por William Harvey e início da medicina baseada em observação e experimentação. ❖ Séculos XVIII e XIX: Avanços como a vacinação (Edward Jenner), desenvolvimento da microbiologia (Louis Pasteur e Robert Koch) e cirurgia asséptica (Joseph Lister). ❖ Século XX e Atualidade: Desenvolvimento da medicina baseada em evidências, biotecnologia, antibióticos, genética, imunologia e avanços em cirurgia minimamente invasiva, inteligência artificial e telemedicina. Medicina na antiguidade Acreditava-se que a medicina era algo espiritual, e que as doenças existiam através de manifestações e castigos divinos. Medicina Baseada em Misticismo e Religião Xamanismo e Curandeirismo: Práticas espirituais usadas para curar doenças, incluindo rituais, danças e invocações de espíritos. Amuletos e Talismãs: Objetos considerados protetores contra doenças. Orações e Sacrifícios: Muitas culturas, como os egípcios e mesopotâmicos, realizavam rituais para apaziguar os deuses e curar doenças. Métodos Diagnósticos • Teoria dos Humores (Hipócrates e Galeno): Diagnóstico baseado no equilíbrio dos quatro humores (sangue, fleuma, bile amarela e bile negra). • Anamnese e Observação: Hipócrates defendia a observação cuidadosa dos sintomas e hábitos dos pacientes. • Palpação e Inspeção: Exame físico para detectar inchaços, febre e outras alterações corporais. • Exame de Urina: Utilizado por egípcios e gregos para avaliar a cor e o cheiro da urina como indicativo de doenças. Métodos Terapêuticos • Fitoterapia: Uso de plantas medicinais, como: o Aloe vera (cicatrizante), o Mirra (antisséptico), o Ópio (analgésico na Mesopotâmia e no Egito). • Sangria e Ventosas: Remoção de sangue para "reequilibrar os humores", prática comum na Grécia e Roma. • Cataplasmas e Unguentos: Misturas de ervas aplicadas sobre feridas e infecções. • Banhos Terapêuticos: Egípcios e romanos utilizavam banhos com óleos e ervas para tratar doenças da pele e relaxamento muscular. Métodos Cirúrgicos • Trepanação: Perfuração do crânio para tratar dores de cabeça, convulsões e distúrbios mentais. • Cirurgia de Ferimentos: Egípcios e romanos realizavam suturas e drenagem de abscessos. • Uso de Fogo e Ferro Quente: Cauterização para evitar infecções em feridas abertas. • Próteses e Órteses: No Egito, foram encontradas próteses rudimentares feitas de madeira e couro. Métodos de Prevenção • Higiene e Saneamento: Romanos desenvolveram aquedutos, banhos públicos e sistemas de esgoto para evitar epidemias. • Vacinação Primitiva: Chineses praticavam a variolização, esfregando crostas de varíola em cortes para imunizar contra a doença. • Dietas Terapêuticas: Hipócrates recomendava mudanças na alimentação para tratar doenças. Principais marcos da Medicina Medicina Primitiva e Antiga (antes de 500 d.C.) • ≈ 3000 a.C. | Medicina Egípcia: Uso de papiros médicos, como o Papiro de Edwin Smith, que descreve tratamentos cirúrgicos, e o Papiro de Ebers, que contém receitas de ervas medicinais. • ≈ 2600 a.C. | Medicina Chinesa: Desenvolvimento da Acupuntura e do conceito de Qi (energia vital). • ≈ 1500 a.C. | Medicina Hindu (Ayurveda): Primeiros registros de cirurgia plástica reconstrutiva e o uso de ervas para cura. • ≈ 460-370 a.C. | Hipócrates e a Teoria dos Humores: Hipócrates estabelece princípios da medicina ocidental, enfatizando a observação clínica e a ética médica. • ≈ 129-216 d.C. | Galeno e a Medicina Romana: Expansão da teoria humoral e experimentos anatômicos em animais, influenciando a medicina por séculos. (PRINCIPAIS) Idade Média e Renascimento (500-1600) • 1025 | "O Cânone da Medicina" de Avicena: Importante tratado médico árabe que unificou conhecimentos da medicina grega, romana e islâmica. • 1347-1351 | Peste Negra: Epidemia que devastou a Europa, levando a mudanças na higiene e quarentena. • 1543 | "De Humani Corporis Fabrica" de Vesálio: Primeira grande obra de anatomia baseada em dissecações humanas, desafiando as ideias de Galeno. • 1590 | Invenção do Microscópio: Zacharias Janssen e Anton van Leeuwenhoek aprimoram a óptica, possibilitando o estudo de microrganismos. Revolução Científica e Medicina Moderna (1600- 1900) • 1628 | Descoberta da Circulação Sanguínea: William Harvey demonstra que o sangue circula pelo corpo bombeado pelo coração. • 1796 | Primeira Vacina (Varíola): Edward Jenner desenvolve a primeira vacina, usando o vírus da varíola bovina. • 1847 | Higiene Hospitalar e Lavagem das Mãos: Ignaz Semmelweis descobre que lavar as mãos reduz infecções hospitalares. • 1865 | Pasteurização e Teoria Germinal: Louis Pasteur prova que microrganismos causam doenças, revolucionando a microbiologia. • 1895 | Descoberta dos Raios-X: Wilhelm Roentgen cria um dos primeiros métodos de diagnóstico por imagem. Século XX e Atualidade (1900-presente) • 1928 | Descoberta da Penicilina: Alexander Fleming inicia a era dos antibióticos. • 1953 | Estrutura do DNA: Watson e Crick identificam a estrutura de dupla hélice do DNA. • 1967 | Primeiro Transplante de Coração: Cirurgia bem-sucedida realizada por Christiaan Barnard. • 1978 | Primeiro Bebê de Fertilização in Vitro: Nascimento de Louise Brown, a primeira bebê de proveta. • 1990-2003 | Projeto Genoma Humano: Sequenciamento completo do DNA humano. • 2020 | Desenvolvimento de Vacinas de mRNA: Uso de RNA mensageiro em vacinas contra a COVID-19, acelerando a imunização global. Normas Operacionais Básicas (NOB) São quem define as estratégias e movimentos táticos operacionais que orientam a operacionalidade do sistema, a partir de avaliação periódica de implementação e desempenho do sus. Código de Ética Médica Abrange os direitos e deveres dos médicos e pacientes, além de ensinos, pesquisas e administrações dos serviços de saúde. Está dividido em: O código de ética médica abrange os direitos e deveres dos médicos e pacientes, além de ensinos, pesquisas e administrações e administração dos serviços de saúde. Está dividido em: ● Princípios fundamentais. ● Direito dos médicos. ● Responsabilidade profissional. ● Direitos Humanos. ● Relação com pacientes e familiares. ● Doação e transplante de órgãos e tecidos. ● Relação entre médicos. ● Remuneração profissional. ● Sigilo Profissional. ● Documentos Médicos. ● Ensino e Pesquisa médica. ● Publicidade Médica. ● Disposições Gerais. O código de ética do estudante não está incluso no mesmo, é próprio. Dividido em: ● Princípios Fundamentais. ● Direito dos estudantes. ● Deveres e Proibições.● Relação com paciente. ● Sigilo em Medicina. ● Ensino e Pesquisa. ● Relação com instituições, profissionais de saúde, colegas, professores e orientadores. ● Internato. ● Juramento de Hipócrates. Conselhos de Medicina Conselho Regional de Medicina: São supervisores da ética profissional, julgadores e disciplinadores da classe médica., fiscalizam o exercício médico. Responsável por inscrições e o cancelamento no quadro do conselho, e é composto por: ✓ 21 conselheiros. Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP): Fiscaliza o exercício médico no estado de SP, e é COMPOSTO por: ✓ 42 conselheiros com mandatos de 5 anos de representação. Conselho Federal de Medicina (CFM): é o órgão que possui atribuições constitucionais de fiscalização e normatização da prática médica. sendo COMPOSTO por: ✓ 28 conselheiros, onde é disposto um de cada estado. Associação Paulista de Medicina (APM): é uma entidade que cuida dos interesses médicos, contribuindo com a elaboração das políticas de saúde e qualificação da assistência médica. Valoriza os médicos em âmbitos públicos e privados. Erros Médicos Os erros médicos são falhas na assistência à saúde que resultam em dano ao paciente ou aumentam o risco de prejuízo. Essas falhas podem ocorrer por erro humano, falhas no sistema de saúde, problemas de comunicação ou falta de protocolos adequados. Sendo divididos em 3: Imprudência: Agir com descuido ou sem cautela, causando um dano que poderia ter sido previsto e evitado, mas assumiu o risco de praticá-lo mesmo assim. Imperícia: Falta de qualificação ou técnica, teórica ou prática, não tendo conhecimento ou preparo para realizar determinado procedimento. (Ex: Clínico geral realizar cirurgia plástica) Negligência: Não apresenta a conduta esperada para determinada situação, sabe da obrigação, mas não as faz causando prejuízo ao paciente. (Ex: Não receitar antibiótico após cirurgia sabendo que é necessário) Protocolo de Más notícias. O protocolo SPIKES é um método estruturado para a comunicação de más notícias na área da saúde. Ele foi desenvolvido para ajudar profissionais de saúde a transmitir informações difíceis de maneira empática e ética, reduzindo o impacto emocional no paciente e familiares. S – Setting (Preparação do ambiente): Escolher um local privado, silencioso e confortável. Garantir que não haja interrupções. Estar sentado e em contato visual com o paciente/familiares. P – Percepção do paciente: Explorar o que o paciente já sabe sobre sua condição. Perguntar: "O que você entende sobre sua situação?" I – Informação (Convite para Informar): Perguntar se o paciente deseja saber todos os detalhes ou se prefere informações graduais. Respeitar o desejo do paciente em relação ao nível de informação. K – Conhecimento (Transmissão da notícia): Dar a notícia de forma clara e objetiva, evitando termos técnicos excessivos. Fazer pausas e permitir que o paciente processe a informação. E – Empatia e Resposta emocional: Reconhecer as emoções do paciente e validar seus sentimentos. Frases como: "Eu entendo que isso deve ser muito difícil para você." S – Estratégia e Plano: Oferecer suporte e discutir os próximos passos. Garantir que o paciente compreenda o que pode ser feito e quem pode ajudá-lo. Implementação do SUS A Saúde no Brasil Antes do SUS 🏥🇧🇷 Antes da criação do Sistema Único de Saúde (SUS) em 1988, o acesso à saúde no Brasil era desigual e excludente, privilegiando quem tinha vínculo empregatício e deixando grande parte da população sem atendimento adequado. Período Colonial e Imperial (1500 – 1889) • Assistência baseada na caridade e filantropia, oferecida por ordens religiosas e Santas Casas de Misericórdia. • Ausência de políticas públicas de saúde; epidemias como varíola e febre amarela eram comuns. • Criação das primeiras Faculdades de Medicina (Bahia - 1808 e Rio de Janeiro - 1809). República Velha (1889 – 1930) • A assistência médica era privada e elitista, acessível apenas às classes mais ricas. • Criadas as primeiras ações sanitárias para combater epidemias, lideradas por Oswaldo Cruz, como a campanha da vacina contra a varíola. • Trabalhadores não tinham direitos à saúde pública. Era Vargas e Consolidação das Leis Trabalhistas (1930 – 1964) • Surgimento dos primeiros sistemas de saúde para trabalhadores urbanos, chamados Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAPs). • Em 1960, as CAPs foram unificadas no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), mas somente trabalhadores com carteira assinada tinham acesso aos serviços. Ditadura Militar e Crise do INPS (1964 – 1985) • O INPS se torna o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), mas o foco ainda era a saúde dos trabalhadores formais. • A população rural e trabalhadores informais não tinham direito à assistência médica gratuita. • A saúde pública era centralizada e marcada pela corrupção e ineficiência, com grande dependência do setor privado. Movimento da Reforma Sanitária e Criação do SUS (1988) • Durante a redemocratização, a pressão social e o Movimento da Reforma Sanitária defenderam a criação de um sistema público universal. • A Constituição de 1988 garantiu que a saúde é um direito de todos e dever do Estado, dando origem ao SUS. 📌 Conclusão Antes do SUS, o acesso à saúde era restrito a quem possuía emprego formal e contribuía para a Previdência Social. Com a criação do SUS, o Brasil passou a ter um sistema público e universal, garantindo assistência médica para toda a população, independentemente de condição financeira. Criação do SUS A criação do Sistema Único de Saúde (SUS) foi um marco na história da saúde pública brasileira, garantindo acesso universal e gratuito à população. A implementação do SUS ocorreu gradualmente a partir da Constituição de 1988, com diversas etapas fundamentais. A 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986, foi o evento mais importante para a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa conferência foi um marco na luta pelo direito universal à saúde no Brasil, influenciando diretamente a Constituição de 1988. ✓ Lei 8080/90 regulamentou o SUS deixando de ser SUDS. Constituição de 1988 – O Direito à Saúde 📜 A Constituição Federal estabeleceu que a saúde é um direito de todos e dever do Estado, rompendo com o modelo anterior, em que apenas trabalhadores formais tinham assistência. Foi criado um modelo descentralizado e participativo, permitindo que estados e municípios tivessem autonomia na gestão da saúde. ✓ Lei 8142/90 → Define a participação popular no SUS, garantindo a criação de conselhos e conferências de saúde. Conselhos são formados por: ✓ 50% usuários. ✓ 25% trabalhadores. ✓ 25% prestadores de serviço.. Princípios Doutrinários do SUS Universalidade – A saúde é um direito de todos, independente de sexo, raça, ocupação ou qualquer característica social ou pessoal. Equidade – Diminuir a desigualdade, tratar de forma desigualmente os desiguais, investindo onde a carência é maio.r. Integralidade – Considerar as pessoas como um todo e atender todas elas, sendo importante toda integração de ações, incluindo a promoção a saúde, prevenção de doenças, tratamento e reabilitação. Princípios Organizativos ou Diretrizes. Regionalização e Hierarquização – Organizados em níveis crescentes de complexidade, limitando determinada área geográfica, planejada a partir das necessidades da população a ser atendida. Regionalização é unificar os serviços que já existem e a Hierarquização é a divisão dos níveis de atenção e garantir formas de acesso a serviços que façam parte da complexidade requerida. Descentralização e Comando único – Redistribuir poder e responsabilidade entre as três esferas do governo. Mandato único onde cada esfera do governo é soberana e autônoma nas suas decisões, respeitandoos princípios gerais e participação da sociedade. Participação Social – A sociedade deve participar no dia a dia do sistema. Para isso criam os conselhos e as conferencias de saúde, que formulam estratégias, controlam e avaliam a execução de politicas de saúde. Conferência de Saúde x Conselho de Saúde A Conferência de Saúde e o Conselho de Saúde são instâncias de participação social no Sistema Único de Saúde (SUS), mas possuem papéis e características distintas. Conferência de Saúde • O que é? Evento amplo e periódico que reúne representantes do governo e da sociedade para debater e definir diretrizes para a política de saúde. • Objetivo: Avaliar a situação da saúde, propor diretrizes para as políticas públicas e fortalecer a participação social. • Periodicidade: Acontece a cada quatro anos, nos níveis municipal, estadual e federal. • Participantes: Usuários do SUS, profissionais de saúde, gestores e prestadores de serviços. • Resultado: Gera um relatório com propostas para o planejamento das políticas de saúde nos diferentes níveis de governo. As decisões são homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo. Conselho de Saúde • O que é? Órgão colegiado permanente de caráter deliberativo e fiscalizador, vinculado às esferas municipal, estadual e federal. • Objetivo: Monitorar a execução das políticas de saúde, acompanhar a aplicação de recursos e garantir a participação da sociedade na gestão do SUS. • Composição: Formado por representantes de usuários, trabalhadores da saúde, gestores e prestadores de serviço, garantindo paridade entre os segmentos. • Funcionamento: Se reúne regularmente para discutir, propor e fiscalizar ações de saúde, podendo tomar decisões e recomendar ajustes nas políticas públicas. Diferença Principal • A Conferência de Saúde é um evento de debate e formulação de diretrizes, enquanto o Conselho de Saúde é um órgão permanente que acompanha e fiscaliza a execução dessas diretrizes no dia a dia da gestão pública. Essas instâncias garantem a participação social na gestão do SUS, promovendo o controle social e a democratização das decisões em saúde. Tipos de Planos de Saúde Saúde Complementar – É quando o setor público esta escasso de tal serviço necessário (não tem disponível no sus) e é necessário recorrer ao serviço privado para ser realizado porém quem paga as despesas é o governo. Preferencialmente é utilizado instituições filantrópicas sem fins lucrativos, mediante convênios de contrato. Saúde Suplementar – Compreende os planos de saúde, seguros e serviços de saúde privado. Cooperativas – Sociedade de pessoas sem fins lucrativos, formada por associação autônoma de pelo menos 20 pessoas. Pode comercializar planos físicos ou jurídicos, com rede própria ou terceirizada. Seguradoras – Não possuem rede própria, referenciam para uma rede de serviço e pagam diretamente os prestadores de serviço, livre escolha, reembolso em 30 dias. Plano de Saúde – Oferece serviços, profissionais e estabelecimentos pré-determinados. A mensalidade cobre os atendimentos necessários. Seguro Saúde – O segurado escolhe os médicos, hospitais e laboratórios de sua preferência. O segurado paga e o seguro reembolsa. Financiamento da Distribuição de Verbas do SUS São financiados pelas 3 esferas do governo, sendo distribuídas em: ✓ Estadual – mínimo de 12% da arrecadação dos impostos anualmente. ✓ Municipal – mínimo de 15% ✓ Federal - Principal financiador, repassa recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS). A distribuição é feita de acordo com os serviços prestados em hospitais e ambulatórios credenciados pelo SUS. Cartão do SUS É um documento de identificação do SUS, contendo informações unificadas e pessoais, possibilitando o acesso ao histórico do paciente no CNS, tais como: • Atenção básica. • Sistema hospitalar. • Dispensação de medicamentos. Esferas de Saúde. Ministério da Saúde – Normatiza, formula, monitora e avalia políticas e ações em articulação com o conselho nacional de saúde. Secretária Estadual de Saúde – Participa da formulação de políticas e ações de saúde, presta apoio aos municípios em articulação com o conselho estadual. Participa da comissão bipartite (duas partes) para aproveitar e implementar o plano estadual de saúde. Secretária Municipal de Saúde – Planeja, organiza e executa ações e serviços de saúde do município. Níveis de Atenção à Saúde. Nível de Atenção Primária – São a porta de entrada no sistema de saúde, onde se inicia os atendimentos de menor complexidade, sendo elas as unidades básicas de saúde (UBS), ESF e Postos de Saúde. Nível de Atenção Secundária – São os serviços e procedimentos de áreas especializadas, sendo elas: AME, Pronto socorro, Pronto Atendimento. Atendimento de média complexidade. Nível de Atenção Terciária – São os procedimentos e terapias especializadas de alta tecnologia ou alto custo. Tais como, hospital do câncer, Cardiologia, Oftalmologia, Diálise, Transplantes e Santa Casa que realiza procedimentos cirúrgicos. Referência e Contrarreferência. São mecanismos de trocas de informações na rede de atenção, o trânsito do usuário no sistema. Referência – É a indicação de um nível de menor complexidade para um nível de maior complexidade. (Ex: UBS encaminhar o Paciente para o AME) Contrarreferência – É a indicação de um nível de maior complexidade para um nível de menor complexidade. (Ex: Paciente fez cirurgia e foi indicado a ESF para realização de curativo). Diferença entre os serviços de atendimento. Os atendimentos de saúde são divididos em Ponto atendimento, Pronto socorro e Hospitais. PAM (Pronto Atendimento Municipal) – Unidades não vinculadas a hospitais necessariamente, atendem casos agudos, porém de menor gravidade, tais como: ✓ Diarreia. ✓ Pequenos Cortes. ✓ Dor de Cabeça. ✓ Dor de Ouvido. ✓ Garganta Inflamada. ✓ Raio X ✓ Exames de Sangue. ▪ Geralmente funcionam dentro de um horário pré-estabelecido. Pronto Socorro – Presta assistência a doentes com ou sem risco de vida, cujo agravos a saúde necessitam de atendimento imediato. Funcionam 24 horas por dia e dispõe de leitos de observação, atendem ocorrências tais como: ✓ Hemorragia. ✓ Infarto. ✓ Acidentes de Trabalho. ✓ Fratura. ✓ Convulsões. ✓ Desmaios ✓ Dores súbitas ou intensas. Hospitais – Situação de atendimento de alta complexidade e internações, e são divididos em: Pequeno Porte: Até 50 leitos. Médio Porte: De 51 a 150 leitos. Grande Porte: Acima de 150 leitos. Atendimento e Classificação de Risco. Atendimento: Refere-se a todo o processo de recepção e cuidado ao paciente. Isso começa com o registro inicial, seguido pela avaliação clínica e pelo encaminhamento para o setor apropriado, seja para exames, procedimentos ou internação. Classificação de Risco (Triagem): É o procedimento pelo qual a equipe de saúde, normalmente composta por enfermeiros capacitados, avalia rapidamente os sinais vitais, sintomas e a condição clínica do paciente. O objetivo é identificar aqueles que necessitam de intervenção imediata e priorizar o atendimento com base na gravidade apresentada. São utilizados protocolos padronizados para classificar os pacientes em categorias de risco. Embora os nomes e cores possam variar, um utilizado mais comum é o protocolo de Manchester. ❖ Vermelho (Emergência): Tempo: Imediato Exemplos: Parada cardiorrespiratória, choque anafilático ❖ Laranja (Muito Urgente): Tempo: Até 10 minutos Exemplos: Infarto agudo, dificuldade respiratória grave ❖ Amarelo (Urgente): Tempo: Até 60 minutos Exemplos: Crise asmática moderada, dor abdominal intensa ❖ Verde (Pouco Urgente): Tempo: Até 120 minutos Exemplos: Traumas leves, cortes, fraturas simples ❖ Azul (Não Urgente): Tempo: Até 240 minutos Exemplos: Condições não emergenciais, sintomas crônicosestáveis Ética e Moral na Saúde Ética • Definição: A ética é o estudo dos valores e dos princípios que orientam o comportamento humano. Na área da saúde, ela busca estabelecer normas e condutas que promovam o respeito, a dignidade e os direitos dos pacientes, guiando tanto a prática profissional quanto a organização dos serviços. Moral • Definição: A moral refere-se ao conjunto de normas, valores e crenças compartilhadas por uma sociedade ou indivíduo, que define o que é considerado certo ou errado. No contexto da saúde, a moral influencia as atitudes e comportamentos dos profissionais e das instituições, moldando a forma como os cuidados são prestados e como as relações interpessoais se desenvolvem. Bioética • Definição: A bioética é um campo interdisciplinar que analisa as implicações éticas, sociais, legais e científicas das práticas relacionadas à vida, à saúde e à biologia. Ela se torna fundamental frente aos avanços tecnológicos e às novas práticas médicas, ajudando a refletir sobre os limites e as responsabilidades dos profissionais e das instituições de saúde. Princípios da Bioética Os principais princípios que orientam a bioética são: • Autonomia: Respeito à capacidade do paciente de tomar decisões informadas sobre seu tratamento. • Beneficência: Compromisso de agir em favor do bem, promovendo o melhor interesse do paciente. • Não Maleficência: Princípio de “não causar dano”, enfatizando a necessidade de evitar práticas que possam prejudicar o paciente. • Justiça: Busca pela equidade no acesso e na distribuição dos recursos de saúde, garantindo tratamento justo a todos. Política Nacional de Humanização (PNH) Conceito A Política Nacional de Humanização (PNH) é uma diretriz do Ministério da Saúde no Brasil que visa promover a humanização das relações e dos processos nos serviços de saúde. Ela procura garantir um atendimento mais qualificado, humanizado e centrado nas necessidades dos usuários e dos profissionais. Diretrizes da PNH Entre as principais diretrizes da PNH, destacam-se: • Valorização dos Profissionais: Incentivar o protagonismo e a capacitação dos trabalhadores da saúde, reconhecendo a importância de seu papel no cuidado aos pacientes. • Acolhimento e Escuta Qualificada: Garantir um atendimento que valorize a comunicação e o relacionamento entre profissionais e usuários, proporcionando um ambiente de confiança e respeito. • Participação Social: Promover a participação ativa dos usuários e da comunidade na gestão dos serviços de saúde, reforçando o controle social e a transparência. • Melhoria dos Processos: Incentivar a revisão e aprimoramento contínuo dos processos administrativos e assistenciais, visando a eficiência e a qualidade do atendimento. Objetivo da PNH Os principais objetivos da Política Nacional de Humanização são: • Humanização do Atendimento: Proporcionar um ambiente acolhedor e respeitoso, onde os pacientes se sintam ouvidos e valorizados. • Qualidade e Integralidade: Garantir um atendimento de saúde que seja não apenas técnico, mas também humanizado, considerando as dimensões emocionais, sociais e culturais dos usuários. • Fortalecimento dos Vínculos: Melhorar a relação entre os profissionais de saúde e os usuários, construindo uma rede de cuidado baseada na confiança e na colaboração mútua. • Participação e Controle Social: Estimular a participação dos cidadãos na construção e na avaliação dos serviços de saúde, fortalecendo a transparência e a responsabilidade do sistema. Este conjunto de conceitos e diretrizes forma a base para a prática de uma saúde mais ética, justa e humanizada, onde o respeito à individualidade do paciente e o compromisso com o bem coletivo são fundamentais para a qualidade dos serviços prestados. Modelos de Relações Médico Paciente. 1. Modelo Sacerdotal • Conceito: Também conhecido como modelo paternalista, nesse arranjo o médico assume uma posição de autoridade quase “sagrada”, semelhante à de um sacerdote. Ele detém o conhecimento e a sabedoria para conduzir o tratamento, e o paciente, por sua vez, espera orientações e confia integralmente nas decisões do profissional. • Características: o Centralidade do Médico: O profissional é visto como a figura que sabe o que é melhor para o paciente. o Postura Passiva do Paciente: O paciente adota uma postura de submissão, depositando confiança total nas decisões do médico. o Tom Moral e Autoritário: A relação assume um caráter normativo, onde os valores e a autoridade do médico são preponderantes. ✓ PODER DE DECISÃO TOTAL DO MÉDICO. 2. Modelo Engenheiro • Conceito: Neste modelo, o médico é comparado a um engenheiro, focando na resolução de problemas de forma técnica e sistemática. O tratamento é planejado e executado com precisão, enfatizando a dimensão técnica e o domínio da ciência médica. • Características: o Abordagem Técnica: O foco está na identificação e correção dos “defeitos” do corpo, com ênfase em diagnósticos e tratamentos baseados em evidências científicas. o Processo Metódico: O médico atua de maneira estruturada, similar a um engenheiro que segue um projeto para solucionar problemas específicos. o Redução do Componente Emocional: Embora a empatia seja importante, a interação tende a ser mais objetiva e centrada nos aspectos fisiológicos. ✓ PODER DE DECISÃO TOTAL DO PACIENTE. 3. Modelo Colegial • Conceito: No modelo colegial, a relação é construída sobre a ideia de parceria entre médico e paciente. Ambos são considerados participantes ativos no processo de cuidado, contribuindo com seus conhecimentos e experiências. • Características: o Diálogo e Cooperação: A decisão sobre o tratamento é tomada de forma conjunta, com o médico compartilhando informações e o paciente contribuindo com suas preferências e valores. o Igualdade Relacional: O médico atua mais como um consultor ou colega, reduzindo hierarquias e promovendo um ambiente de respeito mútuo. o Empoderamento do Paciente: Estimula- se a autonomia do paciente, que se torna protagonista em seu próprio cuidado. ✓ PODER IGUALITÁRIO ENTRE AMBOS, NÃO EXISTE AUTORIDADE DO MÉDICO COMO PROFISSIONAL. 4. Modelo Contratualista. ✓ Conceito: Esse modelo enxerga a relação médico-paciente como uma espécie de contrato, onde os papéis, responsabilidades e expectativas são estabelecidos de forma explícita. Ambos os lados têm direitos e deveres bem definidos. ✓ Características: o Negociação e Acordo: A relação é pautada por um entendimento mútuo, onde o consentimento informado e o respeito às escolhas do paciente são fundamentais. o Transparência: Há uma clara comunicação sobre os limites, benefícios e riscos dos procedimentos, reforçando o compromisso ético e legal de ambas as partes. o Responsabilidade Mútua: Tanto o médico quanto o paciente assumem responsabilidades, contribuindo para um cuidado mais consciente e compartilhado. ✓ MÉDICO PRESERVA SUA AUTORIDADE. E ASSUME A RESPONSÁBILIDADE POR SUAS DECISÕES, PORÉM PACIENTE TAMBÉM PARTICIPA NA TOMADA DE DECISÕES. (METÓDO RECOMENDADO A SER UTILIZADO ATUALMENTE) Considerações Finais Cada um desses modelos reflete diferentes tradições, valores e expectativas na prática médica. Enquanto o modelo sacerdotal enfatiza a autoridade do médico e a passividade do paciente, o engenheiro valoriza a precisão técnica. Em contrapartida, o modelo colegial promove uma relação mais horizontal e colaborativa, e o contratualista estabelece uma base de compromisso e negociação clara. A escolha ou a predominância de um modelo pode variar de acordo com o contexto clínico, a cultura organizacional e as necessidades individuais dos pacientes e profissionais. O eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA) é um dos principais sistemas de regulação neuroendócrina docorpo, responsável por mediar a resposta ao estresse e regular diversas funções fisiológicas, como o metabolismo, a imunidade e o humor. Eixo Hipotálamo-hipófise- adrenal. Hipotálamo: • Função: O hipotálamo é uma região do cérebro que atua como um integrador de estímulos internos e externos. • Hormônio liberador: Quando detecta estresse ou outros estímulos, o hipotálamo secreta o hormônio liberador de corticotropina (CRH). Hipófise (Glândula Pituitária): • Função: Situada na base do cérebro, a hipófise responde ao CRH. • Hormônio produzido: Em resposta ao CRH, a hipófise anterior libera o hormônio adrenocorticotrópico (ACTH). Glândulas Adrenais: • Função: Localizadas acima dos rins, as glândulas adrenais são estimuladas pelo ACTH. • Hormônios produzidos: A principal resposta é a produção de glicocorticoides, como o cortisol, que tem funções importantes na regulação do metabolismo, na modulação do sistema imunológico e na resposta ao estresse. Divisões e funções de cada região. Adeno Hipofise - está intimamente ligada ao hipotálamo, que regula sua atividade por meio de hormônios liberadores e inibidores. É quem PRODUZ hormônios, sendo eles: ✓ TSH (Hormônio Tireoestimulante) ✓ LH (Hormônio Luteinizante) ✓ FSH (Hormônio Folículo Estimulante) ✓ Prolactina ✓ GHRH (Crescimento) ✓ ACTH (Cortisol, Androgênio e Córtex Adrenal) Neuro Hipófise – Recebe hormônio do hipotálamo e secreta para corrente sanguínea, sendo eles: ✓ Ocitocina ✓ ADH (Hormônio Antidiurético) Feedback Negativo – Inibe a produção de hormônios. O cortisol, uma vez liberado, exerce um feedback negativo sobre o hipotálamo e a hipófise. Isso significa que, quando os níveis de cortisol aumentam, a produção de CRH e ACTH é inibida, ajudando a manter o equilíbrio hormonal e evitar a hiperatividade do sistema. Feedback Positivo – Estimula a produção de hormônios. Glândula Tireoide. É uma glândula que produz os hormônios T3 e T4, regulando a homeostase termogênica e metabólica. Homeostase - A homeostase refere-se à capacidade do organismo em manter condições internas estáveis e adequadas para o funcionamento ótimo das células e sistemas. (mantém o corpo em equilíbrio) Homeostase térmica - É o processo pelo qual o corpo regula sua temperatura interna, mantendo-a dentro de uma faixa estreita (geralmente em torno de 36,5°C a 37,5°C) apesar das variações do ambiente externo. O hipotálamo é a principal estrutura cerebral responsável por monitorar e regular a temperatura do corpo. Homeostase metabólica - regulação dos processos metabólicos que garantem a produção, armazenamento e utilização de energia, mantendo o equilíbrio de nutrientes e a estabilidade das concentrações de glicose, lipídeos, aminoácidos e outros metabólitos no sangue. Hipotiroidismo x Hipertireoidismo. Hipotiroidismo – O hipotireoidismo é uma condição em que a glândula tireoide produz hormônios tireoidianos em quantidade insuficiente, resultando na desaceleração do metabolismo corporal. Hormônio T3 e T4 Hormônio TSH Principais Causas: • Tireoidite de Hashimoto: Doença autoimune que leva à destruição progressiva do tecido tireoidiano. • Deficiência de Iodo: Em regiões com baixa ingestão de iodo, pode ocorrer diminuição na produção de hormônios tireoidianos. • Outras Causas: Cirurgias ou tratamentos com radiação na região da tireoide, certas medicações e condições congênitas. Sintomas Comuns: • Fadiga e cansaço excessivo • Sensação de frio e intolerância ao frio • Ganho de peso • Constipação • Pele seca e cabelos quebradiços • Lentidão mental e depressão • Bradicardia (ritmo cardíaco lento) Diagnóstico e Tratamento: • Diagnóstico: Realizado por meio de exames laboratoriais que geralmente mostram níveis elevados de TSH e níveis reduzidos de T3 e T4. • Tratamento: Geralmente envolve a reposição hormonal com levotiroxina, ajustada conforme a resposta do paciente. Hipertiroidismo - O hipertireoidismo é a condição em que a glândula tireoide produz hormônios em excesso, acelerando diversas funções metabólicas do organismo. Hormônio T3 e T4. Hormônio TSH. Principais Causas: • Doença de Graves: Distúrbio autoimune que estimula a tireoide a produzir mais hormônios. • Bócio Multinodular Tóxico: Crescimento nodular da tireoide que pode resultar na produção excessiva de hormônios. • Adenoma Tóxico: Nódulo único que secreta hormônios de forma autônoma.. Sintomas Comuns: • Perda de peso inexplicada • Aumento da frequência cardíaca (taquicardia) e palpitações • Intolerância ao calor e sudorese excessiva • Tremores nas mãos • Ansiedade e irritabilidade • Olhos saltados (exoftalmia), especialmente na doença de Graves • Diarreia e fadiga muscular Diagnóstico e Tratamento: • Diagnóstico: Os exames laboratoriais costumam revelar níveis baixos de TSH e níveis elevados de T3 e T4. • Tratamento: Pode incluir o uso de medicamentos antitireoidianos (como metimazol ou propiltiouracil), terapia com iodo radioativo ou, em alguns casos, intervenção cirúrgica. ❖ EM AMBOS O HIPOTÁLAMO É QUEM AUMENTA OU DIMINUI A PRODUÇÃO. Sistema Nervoso O sistema nervoso é uma rede complexa e altamente especializada responsável pela coordenação, integração e controle de todas as funções do organismo. Ele permite que o corpo receba estímulos, processe informações e responda de maneira adequada ao ambiente. Divisão do Sistema Nervoso Sistema Nervoso Central (SNC) • Componentes: o Encéfalo: Inclui o cérebro, cerebelo e tronco encefálico. o Medula Espinhal: Responsável pela transmissão dos sinais entre o cérebro e o resto do corpo. • Função: Processamento e integração de informações, coordenação de atividades e controle das funções corporais. Sistema Nervoso Periférico (SNP) • Componentes: o Nervos Cranianos e Espinhais: Conectam o SNC aos órgãos e tecidos. o Gânglios Nervosos: Conjuntos de corpos celulares fora do SNC. • Subdivisões: o Sistema Nervoso Somático: Controla movimentos voluntários e a transmissão de informações sensoriais. o Sistema Nervoso Autônomo: Regula funções involuntárias, como batimentos cardíacos, digestão e respiração e se divide em: ▪ Simpático: Prepara o corpo para situações de “luta ou fuga”. ▪ Parassimpático: Promove o repouso e a recuperação. Principais Funções • Recepção de Estímulos: Captura de informações sensoriais (visão, audição, tato, etc.) do ambiente. • Processamento e Integração: Análise dos dados recebidos para gerar respostas adequadas. • Coordenação Motora: Controle dos movimentos voluntários e automáticos (involuntários). • Regulação de Funções Vitais: Manutenção de funções essenciais como a respiração, a circulação e o metabolismo. • Aprendizado e Memória: Armazenamento e recuperação de informações, fundamentais para a aprendizagem e adaptação. Sistema Límbico O sistema límbico é um conjunto de estruturas interconectadas localizadas na parte medial do cérebro, responsáveis por regular emoções, memória, motivação e diversos aspectos do comportamento. Ele desempenha um papel fundamental na integração das respostas emocionais com as funções cognitivas e autonômicas. Principais Componentes do Sistema Límbico • Hipocampo: o Fundamental para a formação, organização e consolidação de novas memórias, além de estar envolvido na navegação espacial. • Amígdala: o Essencial no processamento de emoções, especialmente o medo e a agressividade, e na avaliação emocional de estímulos. • Giro do Cíngulo: o Participa na modulação da emoção e na formação de respostas comportamentais, funcionando como uma ponte entre as emoções e a tomada de decisões. • Hipotálamo: o Regula funções autonômicas e endócrinas, integrando aspectos emocionais e fisiológicos, como a resposta ao estresse e o controle da fome e da sede. • Corpo Mamilar e Outros Componentes:o Contribuem para a memória e a integração de informações, colaborando com a função dos demais componentes do sistema. Funções do Sistema Límbico • Regulação Emocional: Processa e modula as emoções, influenciando como reagimos a diferentes estímulos ambientais. • Memória: Participa na formação e consolidação de memórias, especialmente as ligadas a experiências emocionais. • Motivação e Comportamento: Está envolvido na motivação, no estabelecimento de comportamentos adaptativos e na tomada de decisões baseadas em experiências passadas. • Integração de Funções Fisiológicas: Coordena respostas autonômicas, integrando emoções com reações fisiológicas, como a resposta ao estresse. Estruturas Corticais Situadas na superfície externa do cérebro, correspondem à camada do córtex cerebral. Divisão Funcional: • Córtex Orbito frontal – Cheiro e Memória. • Córtex Insular – Desejos. • Hipocampo – Memória a longo prazo. • Giro de Ângulo – Percepção neuropática • Giro Parahipocampal – Comunicação. Funções Principais: o Processamento Sensorial e Percepção: Recebe e interpreta informações dos sentidos (visão, audição, tato, olfato, paladar). o Funções Cognitivas: Envolvido no pensamento, na linguagem, na memória, na resolução de problemas e na tomada de decisões. o Controle Motor Voluntário: Regula a execução de movimentos complexos. Estruturas Subcorticais. Estão situadas abaixo do córtex cerebral e incluem diversas estruturas profundas do cérebro. Principais Componentes: • Tálamo: Atua como uma central de retransmissão sensorial, direcionando informações para as áreas corticais. • Hipotálamo: Regula funções autonômicas e endócrinas, controlando aspectos como temperatura corporal, fome, sede e resposta ao estresse. (Saida de informações) • Núcleos da Base (ou Gânglios da Base): Envolvidos no controle motor, na aprendizagem de hábitos e na regulação de movimentos. • Sistema Límbico (incluindo amígdala e hipocampo): Fundamental para o processamento das emoções, memória e motivação. ✓ Amigdalas – Medo e Ansiedade ✓ Bulbo Olfatório – Noções olfatórias. Funções Principais: • Integração e Modulação: Coordenam e modulam as funções executadas pelo córtex, contribuindo para a execução de movimentos, regulação emocional e comportamental. • Controle Autônomo e Endócrino: Garantem a manutenção da homeostase corporal e a resposta adaptativa a estímulos internos e externos. ANAMNESE Componentes essenciais para uma anamnese são: 1. Identificação (ID) • Objetivo: Coletar dados básicos do paciente, como nome, idade, sexo, estado civil, profissão e endereço. • Importância: Fornece informações que podem influenciar a interpretação dos dados clínicos e ajuda na personalização do atendimento. 2. Queixa Principal (QP) • Objetivo: Registrar o motivo pelo qual o paciente procurou atendimento. • Exemplo: "Dor no peito há duas horas" ou "febre alta e tosse persistente". • Importância: Direciona a investigação diagnóstica e terapêutica. 3. História da Doença Atual (HDA) • Objetivo: Detalhar a evolução da queixa principal, com informações sobre início, duração, intensidade, fatores de melhora ou piora, e tratamentos já realizados. • Exemplo: "A dor começou de forma súbita, irradiou para o braço esquerdo e piora com o esforço". • Importância: Auxilia na formulação de hipóteses diagnósticas e na escolha de exames complementares. 4. História Médica Pregressa (HPMA) • Objetivo: Levantar informações sobre doenças anteriores, hospitalizações, cirurgias e tratamentos prévios. • Exemplo: Diagnóstico de hipertensão, diabetes ou episódios anteriores de infarto. • Importância: Contribui para identificar fatores de risco e comorbidades que podem influenciar a condição atual. 5. Antecedentes Familiar (AF) • Objetivo: Investigar doenças hereditárias ou condições frequentes na família. • Exemplo: Histórico de câncer, doenças cardíacas ou diabetes na família. • Importância: Pode indicar predisposição a certas patologias e orientar a prevenção. 6. Antecedentes pessoais (AP) • Objetivo: fundamentais para compreender o histórico de saúde do paciente e sua relação com o quadro atual. • Exemplo: Histórico de doenças previas, cirurgias e hospitalização ou uso de medicamentos. • Importância: Ajudam a identificar fatores de risco e a elaborar estratégias de prevenção e tratamento adequadas. 7. Investigação Sobre Diversos Aparelhos (ISDA) A investigação sobre diversos aparelhos refere-se à Revisão de Sistemas, uma etapa essencial da anamnese clínica em que o profissional de saúde avalia o funcionamento dos diferentes sistemas do corpo humano. Esse processo ajuda a identificar sintomas que podem não ter sido mencionados pelo paciente na história da doença atual (HDA). Síndrome de Burnout A Síndrome de Burnout (ou Síndrome do Esgotamento Profissional) é um distúrbio psicológico resultante de estresse ocupacional crônico, caracterizado por exaustão extrema, despersonalização e redução da realização pessoal no trabalho. Foi reconhecida oficialmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um fenômeno ocupacional que afeta a saúde mental dos trabalhadores. Causas e Fatores de Risco A Síndrome de Burnout é causada pela exposição prolongada ao estresse no ambiente de trabalho, especialmente em profissões de alta demanda emocional e física. Entre os principais fatores de risco estão: • Carga de trabalho excessiva • Falta de reconhecimento profissional • Excesso de responsabilidades • Ambiente de trabalho hostil ou tóxico • Pressão por metas e resultados irreais • Falta de autonomia no trabalho • Desequilíbrio entre vida pessoal e profissional Profissões mais afetadas: • Profissionais da saúde (médicos, enfermeiros, psicólogos) • Professores e educadores • Policiais e bombeiros • Executivos e trabalhadores de grandes corporações • Profissionais da tecnologia e atendimento ao cliente Sintomas da Síndrome de Burnout A Síndrome de Burnout se manifesta em três dimensões principais: 1. Exaustão emocional e física: • Sensação de cansaço extremo, mesmo após o descanso • Falta de energia para realizar atividades diárias • Insônia e dificuldade de concentração 2. Despersonalização e cinismo: • Atitude negativa e distanciamento emocional do trabalho • Irritabilidade e impaciência excessiva com colegas e clientes • Sentimentos de frustração, desmotivação e falta de propósito 3. Redução da realização profissional: • Sensação de incompetência e baixa autoestima • Falta de prazer e satisfação no trabalho • Pensamentos de desistência e desejo de abandonar a profissão Outros sintomas físicos e psicológicos incluem: ✅ Dores de cabeça frequentes ✅ Problemas gastrointestinais ✅ Alterações no apetite ✅ Ansiedade e depressão ✅ Batimentos cardíacos acelerados ✅ Queda da imunidade Diagnóstico O diagnóstico é clínico e deve ser realizado por um profissional de saúde mental (psicólogo ou psiquiatra), baseado na avaliação dos sintomas e do histórico profissional do paciente. Questionários e escalas de Burnout, como o Maslach Burnout Inventory (MBI), podem ser utilizados para quantificar a gravidade da síndrome. Tratamento e Manejo O tratamento da Síndrome de Burnout envolve uma abordagem multidisciplinar, com ações voltadas para o alívio dos sintomas e mudanças no ambiente de trabalho: 1. Intervenção psicológica: • Terapia cognitivo-comportamental (TCC) para reestruturação de padrões de pensamento • Técnicas de relaxamento, mindfulness e gerenciamento de estresse 2. Mudanças no ambiente de trabalho: • Redução da carga horária ou readequação de funções • Comunicação aberta com gestores sobre a situação • Melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional 3. Cuidados com o estilo de vida: • Exercícios físicos regulares • Alimentação equilibrada• Sono adequado e períodos de descanso • Atividades de lazer e hobbies 4. Uso de medicações (casos graves): • Antidepressivos ou ansiolíticos podem ser prescritos por um psiquiatra quando há sintomas de depressão e ansiedade associadas. Prevenção da Síndrome de Burnout ✅ Estabelecer limites entre trabalho e vida pessoal ✅ Delegar tarefas e evitar sobrecarga ✅ Aprender a dizer não para demandas excessivas ✅ Buscar apoio profissional sempre que necessário ✅ Criar uma rotina equilibrada com momentos de descanso Conclusão A Síndrome de Burnout é um problema de saúde mental relacionado ao esgotamento profissional, podendo levar a graves consequências emocionais e físicas. O reconhecimento precoce dos sintomas, aliado a estratégias eficazes de manejo do estresse e mudanças no ambiente de trabalho, é essencial para evitar complicações e melhorar a qualidade de vida do trabalhador. Se os sintomas persistirem, buscar ajuda profissional é fundamental para restaurar o bem-estar e o equilíbrio mental. Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), popularmente conhecido como ataque cardíaco, ocorre quando há interrupção súbita do fluxo sanguíneo para uma parte do coração, resultando na morte das células do músculo cardíaco (miocárdio) devido à falta de oxigênio. O IAM é uma emergência médica que requer tratamento imediato para evitar complicações fatais. Causas e Fatores de Risco O infarto geralmente é causado pela obstrução de uma ou mais artérias coronárias, que fornecem sangue ao coração. Essa obstrução ocorre devido a: • Aterosclerose: Acúmulo de placas de gordura e colesterol nas artérias. • Trombose coronariana: Formação de coágulo sobre uma placa aterosclerótica rompida. • Estenose coronariana: Redução do diâmetro das artérias devido ao estreitamento progressivo. Fatores de Risco: 🔺 Não Modificáveis: • Idade avançada (acima de 45 anos para homens e 55 anos para mulheres). • Histórico familiar de doenças cardíacas. 🔺 Modificáveis: • Hipertensão arterial. • Diabetes Mellitus. • Colesterol elevado (dislipidemia). • Tabagismo. • Obesidade e sedentarismo. • Consumo excessivo de álcool e estresse. Sintomas do Infarto O IAM pode apresentar sintomas típicos e atípicos, variando de acordo com o paciente. Sintomas Típicos (mais comuns): ✔ Dor torácica intensa (pressão ou aperto no peito, irradiando para o braço esquerdo, mandíbula, costas ou pescoço). ✔ Falta de ar (dispneia). ✔ Suor excessivo (sudorese fria). ✔ Náusea e vômitos. ✔ Tontura e desmaio. Sintomas Atípicos (mais comuns em idosos, mulheres e diabéticos): ⚠ Falta de ar sem dor no peito. ⚠ Fadiga extrema. ⚠ Desconforto abdominal ou indigestão. Diagnóstico O diagnóstico do IAM deve ser feito rapidamente para iniciar o tratamento adequado. Principais Exames: • Eletrocardiograma (ECG): Detecta alterações características do infarto (elevação do segmento ST ou outras anormalidades). • Marcadores cardíacos (Troponina e CK-MB): Indicadores de lesão no miocárdio. • Ecocardiograma: Avalia a função do coração e o impacto do infarto. • Angiografia Coronária: Exame invasivo que identifica a artéria obstruída. Tratamento O tratamento do IAM tem como objetivo restaurar rapidamente o fluxo sanguíneo, minimizar danos ao coração e prevenir complicações. 1. Medidas Emergenciais (Primeiras Horas) 📍 AAS (Ácido Acetilsalicílico) – Antiplaquetário que reduz a formação de coágulos. 📍 Nitroglicerina – Alivia a dor torácica e melhora o fluxo sanguíneo. 📍 Oxigênio – Para pacientes com hipoxemia. 📍 Morfina – Para alívio da dor intensa. 📍 Betabloqueadores – Reduzem a frequência cardíaca e a demanda de oxigênio. 2. Reperfusão da Artéria Obstruída • Terapia Trombolítica: Medicamentos que dissolvem o coágulo. • Angioplastia com Stent: Procedimento que desobstrui a artéria e mantém o fluxo sanguíneo. • Cirurgia de Revascularização (Ponte de Safena ou Mamária): Para casos graves de obstrução. 3. Controle e Prevenção Secundária • Uso de estatinas para controle do colesterol. • Controle da pressão arterial e diabetes. • Mudanças no estilo de vida (exercício, alimentação saudável e cessação do tabagismo). Complicações do Infarto Caso não tratado rapidamente, o IAM pode levar a complicações graves, como: 🚨 Arritmias cardíacas fatais (ex.: fibrilação ventricular). 🚨 Insuficiência cardíaca (coração enfraquecido). 🚨 Ruptura do miocárdio (perfuração da parede do coração). 🚨 Choque cardiogênico (falência da bomba cardíaca). Prevenção do Infarto ✅ Manter uma alimentação equilibrada e rica em fibras. ✅ Praticar atividades físicas regularmente. ✅ Controlar fatores de risco como pressão alta, colesterol e diabetes. ✅ Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool. ✅ Gerenciar o estresse e a ansiedade. Conclusão O Infarto Agudo do Miocárdio é uma condição grave e potencialmente fatal, mas pode ser prevenido com hábitos saudáveis e acompanhamento médico regular. O reconhecimento rápido dos sintomas e a busca por atendimento imediato aumentam significativamente as chances de recuperação e minimizam complicações.