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CHOQUE Thaise Loyanne Felix Dias Também denominado de falência circulatória aguda; Condição potencialmente fatal (progressão não linear ou previsível); É uma síndrome clínica caracterizada pela perfusão tissular inadequada. Definição Há desequilíbrio entre a relação de oferta e demanda de oxigênio e de nutrientes necessários para o funcionamento normal celular. (Brunner e Suddarth, 2019; Temponi et al. 2023; Sociedade Beneficente Israelita Brasileira, 2024). Causas do Choque: 1) Redução da oferta de oxigênio; 2) Aumento do consumo de oxigênio; 3) Utilização inadequada de oxigênio pela célula.  Fluxo sanguíneo inadequado  Células privadas de oxigênio e nutrientes  Necessidade de produzir energia pelo metabolismo anaeróbico Baixa produção de energia e produção de ácido láctico O ambiente intracelular fica ácido e isto faz com que a celular fique túrgida, a membrana celular torne-se mais permeável, o que compromete a bomba de sódio e potássio. Além disso, ocorre lesão na mitocôndria e isto resulta na morte celular. Fisiopatologia do Choque (Brunner e Suddarth, 2019). Baixa Produção de Energia (metabolismo anaeróbico) Fisiopatologia do Choque (Brunner e Suddarth, 2019). Liberação de catecolaminas, cortisol, glucagon, citocinas inflamatórias Estados de Estresse Gliconeogênese (Quebra de glicose a partir do glicogênio armazenado no fígado) Hiperglicemia Resistência à insulina Depleção do estoque de glicogênio Aumento da proteólise Falência dos órgãos Acúmulo de produtos finais metabólicos Morte celular Processo inflamatório Ativação da cascata de coagulação Pequenos coágulos se alojam na microcirculação, o que impede ainda mais a perfusão tecidual (feedback positivo do choque)  A perfusão tissular e a perfusão dos órgãos dependem da pressão arterial média (PAM).  A PA é regulada por meio de uma interação complexa de sistemas de feedback neural, químico e hormonal que afetam o débito cardíaco e a resistência periférica. Fisiopatologia do Choque (Brunner e Suddarth, 2019). PAM = Pressão Sistólica (PAS) + 2 x Pressão Diastólica (PAD)/3 A PAM deve exceder 65 mmHg para que as células recebam o oxigênio e os nutrientes necessários para metabolizar a energia suficiente para manter a vida. PA = Débito Cardíaco x Resistência Periférica DC = Volume Sistólico x Frequência Cardíaca  Regulação da pressão arterial: 1. Barorreceptores; 2. Quimiorreceptores; Fisiopatologia do Choque (Brunner e Suddarth, 2019).  Regulação da pressão arterial: 3. Sistema renina angiotensina aldosterona. (Brunner e Suddarth, 2019). Fisiopatologia do Choque (Brunner e Suddarth, 2019). Fisiopatologia do Choque Achados Clínicos (Sociedade Beneficente Israelita Brasileira, 2024). HIPOTENSÃO ARTERIAL* PAS 3 segudos. • Cianose. Renal • Oligúria (diurese 6 Lactato sérico também é um importante preditor prognóstico no choque. Estágios do Choque 1. Estágio Compensatório • PA normal 2. Estágio Progressivo • PA não compensada 3. Estágio Irreversível • Não responsiva a tratamento (Brunner e Suddarth, 2019). Tratamento: Correção da causa do choque e iniciar reposição de líquidos e terapia medicamentosa. Tratamento: suporte do sistema respiratório, otimização do volume intravascular, suporte da ação de bombeamento do coração e melhora da competência do sistema vascular. Tratamento = Manejo do estágio progressivo. O intervalo de oportunidades que aumenta a probabilidade de sobrevida do cliente ocorre quando a terapia agressiva tem início em até 6 h da identificação de um estado de choque, especialmente de choque séptico. Estágios do Choque (Brunner e Suddarth, 2019). Solicitar exames para todos os pacientes: •Lactato venoso; •Gasometria (venosa ou arterial conforme o caso); •Hemograma e exames de bioquímica (PCR, ureia, creatinina , sódio, potássio, bilirrubinas, cálcio, cálcio iônico, magnésio); •Marcador cardíaco (Troponina); •Coagulograma, dímero-D, fibrinogênio; •ECG, RX tórax, Ecocardiograma. Manejo geral do Choque (Brunner e Suddarth, 2019). 1. Suporte do sistema respiratório com suplementação de oxigênio e/ou ventilação mecânica para fornecer a oxigenação ideal; 2. Reposição de líquido para restaurar o volume intravascular: - Soluções cristaloides (soluções eletrolíticas que se movimentam livremente entre o compartimento intravascular e os espaços intersticiais): Cloreto de sódio a 0,9% e Ringer com lactato. - Coloides (soluções intravenosas com moléculas grandes): Albumina. - Hemoderivados (concentrado de hemácias, plasma fresco congelado e plaquetas) Manejo geral do Choque (Brunner e Suddarth, 2019). Deve ser monitorizado o paciente na terapia de reposição de líquidos para evitar sobrecarga cardíaca e edema pulmonar. Pode-se instalar um acesso de pressão venosa central para tal finalidade, sendo o ideal a PVC de 8 a 12 mmHg. 3. Medicamentos vasoativos para restaurar o tônus vasomotor e melhorar a função cardíaca: 4. Suporte Nutricional Manejo geral do Choque (Brunner e Suddarth, 2019). 1. Choque hipovolêmico; 2. Choque cardiogênico; 3. Choque obstrutivo; 4. Choque distributivo. Tipos de Choque: Choques do tipo hipodinâmicos (frios) Apresentam baixo débito cardíaco e alta resistência vascular Choques do tipo hiperdinâmicos (quente) Apresentam alto débito cardíaco e baixa resistência vascular (Temponi et al. 2023; Sociedade Beneficiente Israleista Brasileira, 2024).  Tipo mais comum;  Caracterizado pela diminuição do volume intravascular (nos vasos sanguíneos) secundário à perda de sangue, fluídos e/ou eletrólitos;  Há redução no volume intravascular de 15 a 30%, que representa uma perda de 750 a 1.500 mℓ de sangue em uma pessoa de 70 kg.  Causas: 1. Externas (perdas de líquidos): Trauma, cirurgia, vômito, diarreia, diurese, diabetes insípido; 2. Internas (desvio de líquido): Hemorragia, queimaduras, ascite, peritonite e desidratação. Choque Hipovolêmico: (Brunner e Suddarth, 2019). Tipos: 1. Hemorrágico: É relacionada ao trauma, em que há hipovolemia devida a perda de sangue e destruição tecidual ou pode não esta relacionada ao trauma, como ocorre no sangramento espontaneo por coagulopatia ou iatrogenio hemoptise maciça. Causas: Trauma, sangramento do TGI, sangramento perioperatório, sangramento retroperitoneal, sangramento relacionado a procedimentos invasivos, sangramento periparto e outros. 2. Não hemorrágico: Ocorre perda de volume, podendo ser gastrointestinais (vômitos e diarreias), renais, para 3º espaço: pós – operatório, trauma, obstrução intestinal; cutâneas (queimaduras) e outras causas. Choque Hipovolêmico: (Brunner e Suddarth, 2019).  Para recuperar a perfusão tecidual há uma resposta compensatória: 1. Contração das arteríolas: aumenta a resistência vascular periférica; 2. Contração das veias: aumento do retorno venoso e da pré-carga; 3. Aumento da frequência cardíaca e da força de contração. 4. Compensação renal (pode gerar sobrecarga renal). Choque Hipovolêmico: Estimulação do sistema nervoso simpático leva a uma sobrecarga cardíaca e pode levar à insuficiência cardíaca. (Brunner e Suddarth, 2019). Choque Hipovolêmico: (AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS;2018).  Sinais e Sintomas: -Taquicardia; -Pele fria eúmida; -Sede excessiva; -Palidez cutânea; -Cianose; -Taquipneia/Dispneia; -Letargia/Obnubilação; - Náuseas e vômitos; - Oligúria e/ou anúria; - Falência renal; - Coma. Choque Hipovolêmico: (Brunner e Suddarth, 2019).  Manejo: 1. Controlar causa adjacente (controle de hemorragias – compressão direta ou torniquete; intervenção cirúrgica; controle de náuseas e vômitos). Choque Hipovolêmico: Torniquete tem sido controverso na indicação na literatura, sendo último recurso indicado. (Brunner e Suddarth, 2019).  Manejo: 2. Reposição de Fluidos: -Abordagem inicial: nova recomendação é de utilizar 1.000mL de cristaloides, pois uma reposição volêmica agressiva foi associada com maior mortalidade; -Paciente irresponsivo à reposição volêmica inicial: indicada a infusão de hemoderivados precoce; -Classe III e IV: indicada a transfusão de sangue, podendo ser necessário realizar transfusão massiva – a qual é definida por mais de 10 bolsas de sangue em menos de 24 horas, ou 4 bolsas de sangue em uma hora. Choque Hipovolêmico: (Brunner e Suddarth, 2019; AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS;2018).  Manejo: 3. Terapia medicamentosa: - Ácido tranexâmico: indicado no controle de hemorragia em pacientes de trauma, sendo recomendado uma dose de ataque de 1g IV aplicada em 10 min. dentro das primeiras 3 horas, e depois a administração de 1g ao longo das próximas 8 horas. -Drogas Vasoativas (auxilia a evitar insuficiência cardíaca); -Insulina (casos de desidratação secundário à hiperglicemia); -Desmopressina (casos de diabetes insípidus) -Agentes antidiarreicos e antieméticos. 4) Posicionamento (Trendelemburg) Choque Hipovolêmico: (Brunner e Suddarth, 2019; AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS;2018).  Ocorre quando a capacidade do coração de contrair e bombear o sangue está comprometida, consequentemente o suprimento de oxigênio é inadequado para o coração e os tecidos.  Causas: Choque Cardiogênico (Brunner e Suddarth, 2019). 1. Coronarianas: Ocorre em situações em que há bloqueio da artéria coronariana, tais como no infarto agudo de miocárdio e casos de isquemia crônica. 2. Não coronarianas: Situações em que há um estresse do miocárdio, tais como na: hipoxemia grave, acidose, hipoglicemia, hipocalcemia e na pneumotórax de tensão, bem como com condições que resultam em função miocárdica ineficaz (p. ex., miocardiopatias, lesão valvar, tamponamento cardíaco, arritmias).  A causa mais comum é o infarto agudo do miocárdio (IAM), em que há falência da bomba cardíaca ocasionada pela necrose de parede ventricular produzida pelo infarto. Choque Cardiogênico (Brunner e Suddarth, 2019).  Com a diminuição do volume sistólico o débito cardíaco diminuirá e consequentemente a pressão arterial e assim reduzindo a perfusão tissular sistêmica. A incapacidade do coração de ejetar totalmente seu volume de sangue durante a sístole gera acúmulo de líquido no pulmão. Choque Cardiogênico (Brunner e Suddarth, 2019). PA = Débito Cardíaco x Resistência Periférica DC = Volume Sistólico x Frequência Cardíaca  Quadro Clínico: -Hipotensão; -Taquicardia; -Palidez cutânea, enchimento capilar lento e pulsos finos; -Sudorese fria; -Taquipneia e insuficiência respiratória; -Sinais de Congestão Pulmonar -Estertores pulmonares; -Turgência jugular; -Alterações do estado de consciência: agitação, confusão, sonolência ou coma -Sintomas de IAM: dor (angina), fadiga e sensação de morte; -Arritmias; Choque Cardiogênico (Brunner e Suddarth, 2019). Característica do Choque Cardiogênico PAS Distensão de jugular;  Enfisema subcutâneo;  Desvio da traqueia. (Brunner e Suddarth, 2019; Mourao-Junior e Souza, 2014.). Choque Obstrutivo Tratamento do Pneumotórax hipertensivo: •Curativo de 3 pontas (trauma); •Toracocentese (punção de alívio); •Toracostomia (drenagem torácica). (Brunner e Suddarth, 2019; Mourao-Junior e Souza, 2014.). Choque Obstrutivo 2. Tamponamento cardíaco Definição: É o acúmulo de líquido dentro do espaço pericárdico que ocasiona uma elevação da pressão intrapericárdica, restringindo o enchimento cardíaco e reduzindo o débito cardíaco. Causas: Inflamações pericárdicas agudas, hemorragias na cavidade pericárdica resultantes de um infarto agudo do miocárdio ou uma ruptura ou dissecção de parede de aorta proximal. (Brunner e Suddarth, 2019; Mourao-Junior e Souza, 2014.). Choque Obstrutivo Tamponamento Cardíaco: O acúmulo de líquido no espaço pericárdico aumenta a pressão sobre o coração A pressão impede que o coração se expanda completamente e com isto não consegue preencher de sangue até seu limite Diminui volume diastólico final Diminui débito sistólico final e débito cardíaco Diminuição da perfusão tissular sistêmica (choque) (Brunner e Suddarth, 2019; Mourao-Junior e Souza, 2014.). Choque Obstrutivo 2. Tamponamento cardíaco Sinais e sintomas: -Taquicardia; -Hipotensão; -Estase jugular; -Pulso paradoxal; -Abafamento de bulhas cardíacas. Tratamento: Pericardiocentese. (Brunner e Suddarth, 2019; Mourao-Junior e Souza, 2014.). Choque Obstrutivo 3. Tromboembolismo pulmonar (TEP). Definição: Obstrução parcial ou total da artéria pulmonar ou de seus ramos. Causas: O TEP é causado pela migração de trombos (coágulos) que migram a partir da circulação venosa profunda, especialmente dos membros inferiores. Estes que em atrito com o fluxo sanguíneo deslocam-se (êmbolos) para os capilares pulmonares que possuem pequeno calibre e acaba que estes fiquem estacionados – formando microtrombos. (Brunner e Suddarth, 2019; Mourao-Junior e Souza, 2014.). Choque Obstrutivo Tromboembolismo pulmonar: Obstrução dos capilares pulmonares Diminui retorno venoso ao coração (pouco sangue chega ao átrio esquerdo e conseguinte ao ventrículo esquerdo) Diminui volume diastólico final Diminui débito cardíaco Diminuição da perfusão tissular sistêmica (choque) (Brunner e Suddarth, 2019; Mourao-Junior e Souza, 2014.). Choque Obstrutivo 3. Tromboembolismo pulmonar. Sinais e sintomas: -Dispneia; -Dor retroesternal; -Tosse; -Cianose; -Síncope ou parada cardiorrespiratória. Tratamento: Anticoagulantes. (Brunner e Suddarth, 2019; Mourao-Junior e Souza, 2014.).  Ocorre quando o volume intravascular fica represado nos vasos sanguíneos periféricos devido a uma vasodilatação periférica global. Este deslocamento gera uma hipovolemia relativa que leva à perfusão tissular inadequada. Subtipos: 1) Choque Séptico; 2) Choque Anafilático; e 3) Choque Neurogênico. Choque Distributivo (Mourao-Junior e Souza, 2014; Brunner e Suddarth, 2019 ). ≠ dos outros choques é a vasodilatação (choques hiperdinâmicos tem vasoconstrição como resposta compensatória) Choque Distributivo Choque hiperdinâmicos (cardiogênico, hipovolêmico e obstrutivo) Choque hipodinâmicos (distributivo) Pele Fria Quente Tempo de enchimento capilar >3 segundos 65 anos); -Desnutrição; -Doenças crônicas; -Procedimentos invasivos; -Cirurgias de urgência e emergência. Choque Séptico (Brunner e Suddarth, 2019).  Definição de choque séptico: Sepse acompanhada por graves anormalidades circulatórias e celulares/metabólicas capazes de aumentar substancialmente a mortalidade. Diagnóstico: •Há necessidade de vasopressor para PAM ≥ 65mmHg; •Lactato > 2mmol/L (18mg/dL); •Mesmo após adequada reposição volêmica. Choque Séptico (Singer M, Deutschman CS, Seymour CW, et al. 2016; Silva AGS, Melo CV., 2023). Principal causa de choque séptico: bactérias gram negativas Choque Séptico Infecção Resposta imunológica (ativação de citocinas e mediadores bioquímicos) primária Resposta imunológica secundária (imunidade celular e tumoral) Aumento da permeabilidade capilar (vasodilatação) Diminui retorno venoso e volume sistólico final Diminui DC (Singer M, Deutschman CS, Seymour CW, et al. 2016; Silva AGS, Melo CV., 2023). Perfusão tissular diminuída Sistema de coagulação  Sinais e sintomas: Choque Séptico Estágio inicial Estágio progressivo Pressão arterial Normal ou baixa (responsiva à ressuscitação volêmica) Baixa e não responsiva Frequência cardíaca Alta Alta Pele Pele quente e ruborizada Hipertermia Fria e pálida Temperatura normal ou baixa Frequência respiratória Elevada Alta Débito urinário Normal ou baixo Anuria Metabolismo Aumento da glicose e resistência à insulina - SNC Alteração do estado mental – confusão ou agitação Rebaixamento de nível de consciência Lactato Elevado Elevado Marcadores inflamatórios Elevados Elevado (Brunner e Suddarth, 2019).  Manejo clínico do choque séptico: • Iniciar protocolo sepse • Conferir a coleta de exames pacote sepse • Administrar antibiótico apropriado na 1ª hora • Pacientes com hipotensão arterial ou hipoperfusão tecidual (lactato sérico maior ou igual 36mg//dL) devem receber expansão volêmica inicial com no mínimo 1000 ml em 1hora, preferencialmente com soro ringer lactato Choque Séptico (Singer M, Deutschman CS, Seymour CW, et al. 2016; Silva AGS, Melo CV., 2023). Protocolo Sepse: Choque Séptico (Sociedade Beneficente Israelita Brasileira, 2024). Protocolo Sepse: Vasopressor de escolha: NA Choque Séptico (Sociedade Beneficente Israelita Brasileira, 2024). Causado por uma reação alérgica grave e também é resultado de uma vasodilatação generalizada. Choque Anafilático Produção de anticorpos contra substância estranha (antígeno) em pacientes já sensibilizados Reação antígeno-anticorpo sistêmica (resposta mediada por IgE) Liberação de histamina e bradicinina pelos mastócitos Ativação das citocinas inflamatórioas Propagação da vasodilatação Diminuição do retorno venoso, DC e perfusão tissular Reaçãoantígeno-anticorpo sistêmica (resposta mediada por IgE) (Brunner e Suddarth, 2019). Anafilaxia: -Causas: alimentos, medicamentos e insetos; -Características de definição: 1. Início agudo dos sintomas (5 a 30 minutos após a exposição); 2. Dois ou mais sintomas, que incluem comprometimento respiratório, redução da PA, desconforto GI e irritação de tecido cutâneo ou mucoso; 3. Comprometimento cardiovascular desde minutos até horas após a exposição ao antígeno. Choque Anafilático (Brunner e Suddarth, 2019).  Manejo Clínico: -Remoção do agente causador; -Administração de medicamentos que restauram o tônus vascular. Exemplos: Adrenalina (IM); -Medicamento para reveter efeito da histamina (difenidramina); - Medicamentos nebulizados (ex: albuterol) para reverter o broncospasmo induzido pela histamina; -Oxigenoterapia e em casos graves a IOT (edema de glote). Choque Anafilático (Brunner e Suddarth, 2019).  Ocorre uma perda súbita do tônus vascular (estado de ligeira contração mantido nos vasos sanguíneos pelo sistema nervoso autônomo), sendo isto crucial para manter a pressão arterial. A perda deste tônus leva à uma dilatação das arteríolas e com isto diminui retorno venoso, o que leva a diminuição da perfusão tissular. Causas: lesão raquimedular, anestesia espinal, lesão cerebral, ação depressora de medicamentos ou da ausência de glicose (p. ex., reação à insulina). Evolução: curta (desmaio ou síncope) ou prolongada (lesão raquimedular) Choque Neurogênico (Brunner e Suddarth, 2019). Manifestação clínica (decorre da ação parassimpática): -Pele seca e quente (acima da lesão); -Pele fria (abaixo da lesão); -Hipotensão; -Bradicardia; -Hipotermia; -Consciente  Manejo Clínico: -Restauração do tônus vascular; -Estabilização da lesão raquimedular; -Adequado posicionamento (cabeceira elevada em 30º em pacientes que recebem anestesia espinal); -Prevenção de TEV; -Infusão de cristaloides Choque Neurogênico (Brunner e Suddarth, 2019). Tipos de Choque (Brunner e Suddarth, 2019). • Volume intravascular diminuído Choque Hipovolêmico • Capacidade de bombeamento cardíaco prejudicada Choque Cardiogênico • Oclusão de grandes vasos sanguíneos Choque Obstrutivo • Causado por uma infecção generalizada grave Choque Séptico • Causado por uma reação alérgica grave Choque Anafilático • Causado pela perda súbita do tônus vascular (desequilíbrio entre sistema simpático e parassimpático) Choque Obstrutivo Tipos de Choque (Brunner e Suddarth, 2019). • Hipotensão, taquicardia, palidez cutânea, cianose, diminuição do enchimento capilar, oligúria Choque Hipovolêmico • Vasoconstrição periférica, turgência jugular, congestão pulmonar, taquipneia e oligúria Choque Cardiogênico • Estase jugular, hipotensão, pulso paradoxal Choque Obstrutivo • Sinais de sepse: hipertermia, taquicardia, taquipneia e alteração de nível de consciência Choque Séptico • Sinais de anafilaxia: Dificuldade em respirar, taquicardia, eritema generalizado, edema de glote Choque Anafilático • Bradicardia, hipotensão, pele seca e quente acima da lesão e fria abaixo da lesão Choque Neurogênico  SMELTZER SC, BARE BG. Brunner & Suddarth: Manual de Enfermagem Médico Cirúrgica. 14 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. Sociedade Beneficiente Israelista Brasileira. Manejo Inicial do Paciente Adulto com Choque. Disponível em: https://medicalsuite.einstein.br/pratica-medica/Pathways/manejo-inicial-do-paciente-adulto-com-choque.pdf. Acesso em: 12 de agosto de 2024. AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. Advanced Trauma Life Support (ATLS) Student Manual. 10th ed. Chicago: American College of Surgeons; 2018. MOURAO-JUNIOR CA, SOUZA LS. Fisiopatologia do Choque. HU Revista, Juiz de Fora, v. 40, n. 1 e 2, p. 75- 80, jan./jun. 2014. TEMPONI MS, et al. A importância fisiopatológica para o diagnóstico do choque circulatório: Uma revisão narrativa. Research, Society and Development, v. 12, n. 6, e10612641811, 2023. Singer M, Deutschman CS, Seymour CW, et al. The Third International Consensus Definitions for Sepsis and Septic Shock (Sepsis-3). JAMA. 2016;315(8):801–810. doi:10.1001/jama.2016.028 Silva AGS, Melo CV. Sepse. In: Pereira, Gerson Odilon Urgências e emergências médicas / Gerson Odilon Pereira ; organização Tauani Belvis Garcez, Maria Luiza da Silva Veloso Amaro, Sandrele Carla dos Santos. -- 1. ed. -- São Paulo : Sarvier Editora, 2023. Referências: https://medicalsuite.einstein.br/pratica-medica/Pathways/manejo-inicial-do-paciente-adulto-com-choque.pdf