Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

06/03/2017 Como identificar a veracidade de uma informação e não espalhar boatos ­ Nexo Jornal
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/10/11/Como­identificar­a­veracidade­de­uma­informa%C3%A7%C3%A3o­e­n%C3%A3o­espalhar­boatos 1/5
EXPRESSO
Ana Freitas 11 Out 2016 (atualizado 21/Out 14h17)
Notícias falsas têm potencial devastador. Há algumas técnicas para tentar evitá­las. Aqui
estão elas
Como identificar a veracidade de uma informação e
não espalhar boatos
 
O serralheiro carioca Carlos Luiz Batista, de 39 anos, viu sua vida virar de cabeça para baixo em poucos
dias em razão de um boato compartilhado nas redes sociais. Uma mensagem, acompanhada de sua foto,
dizia que o serralheiro era “estuprador e sequestrador de crianças”.
Batista, que começou a receber ameaças, agora tem medo de sair de casa. Não é o primeiro caso do
tipo: em 2014, uma mulher foi espancada até a morte no Guarujá, litoral paulista, depois de ser acusada,
em boatos em redes sociais, de que estuprava e sequestrava crianças. No entanto, nem sequer existiam
denúncias do tipo na região.
Esses casos demonstram o que acontece a indivíduos, em casos extremos, quando o compartilhamento
de informações mentirosas sai do controle. Essa prática, comum em um mundo no qual todos são
consumidores e produtores de conteúdo, também pode ter impactos políticos e sociais ­ na medida em
que informações falsas ajudam as pessoas a construir opiniões.
FOTO: YUKIKO MATSUOKA/FLICKR/ALGUNS DIREITOS RESERVADOS
 'NA DÚVIDA, ACHEI MELHOR COMPARTILHAR': SERÁ QUE ESSA É A MELHOR
ABORDAGEM?
https://www.nexojornal.com.br/expresso/
http://extra.globo.com/casos-de-policia/vitima-de-boato-em-redes-sociais-homem-tem-medo-de-sair-de-casa-rv1-1-20227314.html
http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2014/05/mulher-espancada-apos-boatos-em-rede-social-morre-em-guaruja-sp.html
06/03/2017 Como identificar a veracidade de uma informação e não espalhar boatos ­ Nexo Jornal
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/10/11/Como­identificar­a­veracidade­de­uma­informa%C3%A7%C3%A3o­e­n%C3%A3o­espalhar­boatos 2/5
Nos últimos anos, a crise política escancarou esse cenário no Brasil. De acordo com
um levantamento do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas de Acesso a Informação da USP, na
semana em que a Câmara autorizou a abertura do impeachment da ex­presidente Dilma Roussef, em
abril, três das cinco matérias mais compartilhadas no Facebook no Brasil eram falsas.
“A dinâmica [de compartilhamento de boatos] é um efeito da polarização do debate político, mas também
é muito marcada pelo viés de confirmação”, disse ao Nexo Marcio M. Ribeiro, professor da USP e
pesquisador do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas de Acesso a Informação da universidade.
O viés de confirmação é uma tendência cognitiva que faz com que nós tenhamos mais propensão de
lembrar, pesquisar informações ou interpretar fatos de maneira que eles confirmem nossas crenças ou
hipóteses.
Na dinâmica da comunicação digital e dos algoritmos que mostram apenas aquilo que queremos ver, o
viés de confirmação cria uma “bolha” de visão de mundo que exclui aqueles que pensam diferente ­ o
chamado “filtro bolha”.
Quando recebemos, por meio das redes sociais, o link de uma matéria que confirma nossa visão de
mundo, temos mais chances de ignorar possíveis evidências de que ela seja falsa.
“Na dinâmica das redes sociais, as pessoas têm tanta ou mais responsabilidade que os veículos em
determinar qual conteúdo terá mais ou menos visibilidade por meio do compartilhamento”, diz Ribeiro. Por
isso, cabe também aos usuários garantir que a informação compartilhada seja verdadeira.
Abaixo, o Nexo reuniu um conjunto de boas práticas que podem ser aplicadas de maneira rápida, no dia a
dia, por qualquer pessoa. Geralmente, o ideal é usar mais de uma técnica ­ e, se tiver tempo, todas elas.
É simples: basta jogar as informações­chave relacionadas à
notícia em questão no Google e verificar se outros veículos
também falaram dela, e em quais termos. Caso você encontre
apenas uma fonte para aquela informação, vale desconfiar.
Se encontrar várias fontes, mas todas elas forem cópias de
apenas um veículo, também é razoável considerar a matéria
com cautela.
Por que as pessoas compartilham informações sem checá­las
Como identificar notícias falsas e matérias inverídicas
10 boas práticas para o consumo de informações
na web
CRUZAMENTO DE FONTES
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/04/1761990-na-semana-do-impeachment-3-das-5-noticias-mais-compartilhadas-no-facebook-sao-falsas.shtml
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/03/18/O-que-acontece-quando-voc%C3%AA-s%C3%B3-v%C3%AA-opini%C3%B5es-parecidas-com-as-suas
06/03/2017 Como identificar a veracidade de uma informação e não espalhar boatos ­ Nexo Jornal
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/10/11/Como­identificar­a­veracidade­de­uma­informa%C3%A7%C3%A3o­e­n%C3%A3o­espalhar­boatos 3/5
Uma notícia ou print mostra que uma figura pública disse ou
fez alguma coisa. Confira nos canais oficiais daquela pessoa
se o print é verdadeiro, ou se há uma entrevista original,
publicada em um veículo de confiança, que exiba a
declaração em questão. Também é importante ficar atento a
perfis falsos ­ muitas vezes, prints de declarações polêmicas
têm origens em perfis não­oficiais, às vezes criados com
propósitos humorísticos, outras para difamar alguma figura
pública.
Verifique o histórico do veículo que publicou a informação.
Redações com jornalistas profissionais, sejam de veículos
tradicionais ou novos, mantêm critérios de checagem em
suas reportagens. E quando há erro, essas redações
costumam corrigi­los. Isso não quer dizer que sites e blogs
pequenos, além de posts no Facebook ou em outras redes
sociais, não tragam bons conteúdos. Basta que você
conheça o histórico desses canais.
O excesso de adjetivos para difamar ou exaltar alguém ou
algo, ou seja, um viés muito claro de acusação ou defesa no
texto, também merecem sinal amarelo (especialmente em
textos noticiosos).
Muitas fotos que circulam nas redes sociais são montagens.
Antes de compartilhar a suposta foto da capa da revista
“Time” que mostra uma reportagem bombástica sobre o
Brasil, confira no próprio site do veículo ­ ou faça uma busca
reversa, que procura a imagem no Google e encontra outros
lugares em que ela (ou versões parecidas) foram publicadas.
Para fazer isso, basta acessar a busca de imagens do
Google. Então, clique no ícone de câmera dentro do campo
de busca e transfira a imagem que gostaria de pesquisar.
Para qualquer tipo de informação recebida via Whatsapp e
Facebook, há sites dedicados exclusivamente a pesquisar e
confirmar (ou não) os boatos espalhados nas redes. Dois dos
mais famosos são o E­Farsas e o Boatos.org. Uma visita
rápida pode evitar o compartilhamento de uma informação
falsa.
BUSCAR A FONTE ORIGINAL
CREDIBILIDADE DE QUEM PUBLICA
ADJETIVOS DEMAIS SÃO SUSPEITOS
FAÇA UMA BUSCA REVERSA DA IMAGEM
HÁ GENTE QUE SE DEDICA A ACHAR BOATOS
http://www.e-farsas.com/
http://www.boatos.org/
06/03/2017 Como identificar a veracidade de uma informação e não espalhar boatos ­ Nexo Jornal
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/10/11/Como­identificar­a­veracidade­de­uma­informa%C3%A7%C3%A3o­e­n%C3%A3o­espalhar­boatos 4/5
Em um contexto e data diferente, uma notícia antiga pode
servir a uma narrativa atual completamente diferente daquela
em que ela estava inserida no passado. Por isso, é comum
que links antigos ganhem novas ondas de compartilhamento
anos depois de publicados. Para evitar que uma informação
fora de contexto contamine seu julgamento, adquira o hábito
de checar a data de publicação de uma matéria antes de
compartilhá­la. Geralmente, essa informação se encontra
embaixo do título.
É relativamente comum o compartilhamento de informações
por Whatsapp e Facebook apenas com base no título do link.
O título, no entanto, pode ser modificado: além de o Facebook
permitir isso na publicação do conteúdo, também é possível
usar ferramentas que mudem o título exibido quando o linké
compartilhado. Por isso, evite compartilhar material sem ler o
conteúdo completo.
Em muitos casos, textos ou vídeos compartilhados por
mensagens do Whatsapp vêm sem uma fonte ­ ou, então,
mencionam fonte sem um link para ela. Cheque sempre,
usando o Google, se a informação é verdadeira e está
mesmo disponível na fonte mencionada. Se o conteúdo vier
sem fonte, é muito improvável que seja real. Além disso, ligue
o radar diante de vídeos ou áudios gravados por completos
desconhecidos. Qualquer um pode fazer um vídeo ou áudio
de Whatsapp e dizer o que quiser, e já temos provas
suficientes de que muita gente inventa informações falsas
para compartilhar nessas redes.
“Na dúvida, achei melhor compartilhar.” Você já deve ter lido a
frase por aí. No entanto, embora a abordagem seja muitas
vezes bem intencionada, ela pode ter efeitos trágicos ­ como
aqueles mencionados nos primeiros parágrafos deste texto.
Caso não consiga obter confirmação de uma informação que
consumiu na internet, recomendamos que considere não
compartilhá­la.
VERIFIQUE A DATA DA PUBLICAÇÃO
VÁ ALÉM DO TÍTULO
SEM FONTE, NÃO CONFIE
NA DÚVIDA, PENSE DUAS VEZES
INTERATIVO Quiz: você sabe dizer o que é mentira entre as notícias de política?
https://www.nexojornal.com.br/interativo/
https://www.nexojornal.com.br/interativo/2016/04/01/Quiz-voc%C3%AA-sabe-dizer-o-que-%C3%A9-mentira-entre-as-not%C3%ADcias-de-pol%C3%ADtica
06/03/2017 Como identificar a veracidade de uma informação e não espalhar boatos ­ Nexo Jornal
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/10/11/Como­identificar­a­veracidade­de­uma­informa%C3%A7%C3%A3o­e­n%C3%A3o­espalhar­boatos 5/5
 
ESTAVA ERRADO: A versão inicial deste texto sugeria ser necessário usar o navegador Google
Chrome para executar uma busca reversa de imagens, quando na verdade isso pode ser feito de outras
maneiras. A informação foi corrigida às 18h17 do dia 13 de outubro de 2016.

Mais conteúdos dessa disciplina