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LICENCIAMENTO AMBIENTAL Ronei Stein Procedimentos para obtenção de licenças ambientais Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Descrever os principais procedimentos para obter o licenciamento ambiental. � Identificar os diferentes profissionais envolvidos no licenciamento ambiental. � Discutir o processo de avaliação do projeto ambiental pelo órgão ambiental competente. Introdução Dependendo do tipo de licenciamento necessário (principalmente na licença prévia — LP), uma equipe multidisciplinar pode estar envolvida, como engenheiros, biólogos, geólogos, topógrafos, entre outros. Cada um realizará laudos correspondentes à sua área, que serão reunidos para que possam ser analisados os reais impactos ambientais que determinado empreendimento ou atividade pode ocasionar. É recomendável procurar o órgão ambiental antes de iniciar um projeto ambiental, pois ele deve fornecer formulários em que constam os documentos necessários e os estudos que devem ser anexados. Após a entrega do projeto ambiental, caso o órgão ambiental tiver dúvidas, pode solicitar estudos ou documentos adicionais. Realizada a vistoria, será dado um parecer favorável ou não, dependendo dos tipos de impactos ambientais que constam nos laudos. Neste capítulo, você descobrirá quais são os profissionais envolvidos no licenciamento ambiental e quais são os procedimentos necessários para a obtenção do licenciamento ambiental. Ainda, verá como ocorrem a análise e os tramites junto ao órgão ambiental. Procedimentos para obter o licenciamento ambiental Existem diferentes esferas dos órgãos ambientais — podem ser federais, estaduais ou municipais. Cada estado e município pode exigir documentos e estudos separadamente, assim como os trâmites legais para protocolar o projeto podem variar. O procedimento para obter o licenciamento ambiental descrito neste ca- pítulo tem a intenção de servir como um molde, ou seja, não deve ser usado para todos os tipos de órgãos ambientais. Indicamos que, antes de iniciar um projeto ambiental, o órgão ambiental competente seja consultado para saber exatamente quais são os documentos e estudos que devem ser providenciados, a fim de evitar surpresas no andamento do processo. As solicitações de documentos licenciatórios, como licenças, declarações, autoriza- ções, certificados, entre outros, somente serão protocolados com a apresentação da documentação necessária e completa. Para facilitar o entendimento de como deverá ocorrer o encaminhamento do licenciamento ambiental (LP, licença de instalação [LI] e licença de operação [LO]) em relação ao Estudo de Impacto Ambiental (EIA), bem como a análise do projeto pelo órgão ambiental, o Tribunal de Contas da União (BRASIL, 2004) apresenta 14 (quatorze) procedimentos básicos: � Procedimento 1 — o empreendedor protocoliza no órgão ambien- tal o seu pedido de LP, acompanhado do esboço do projeto do seu empreendimento. Procedimentos para obtenção de licenças ambientais2 � Procedimento 2 — o órgão ambiental avalia os projetos, realiza vistoria no local e, com base nisso, elabora os termos de referências dos estudos ambientais e efetua o registro do empreendimento em cadastro próprio. � Procedimento 3 — o empreendedor entrega ao órgão ambiental cópia dos estudos ambientais, realizados de acordo com os termos de referência elaborados pelo próprio órgão de meio ambiente. � Procedimento 4 — o órgão ambiental verifica se os estudos foram re- alizados de forma satisfatória; em caso negativo, são devolvidos para complementação. O prazo total para a análise é de 1 ano (Resolução Con- selho Nacional do Meio Ambiente [CONAMA] nº. 237) (BRASIL, 1997). � Procedimento 5 — o órgão ambiental emite parecer favorável ou não à implementação do empreendimento, fixando o valor da compensação ambiental. Emite a LP, estabelecendo condicionantes que, se cumpridas, habilitam o empreendedor a adquirir a LI. � Procedimento 6 — o empreendedor retira, no órgão ambiental, a LP, à qual dá publicidade. Obtida a licença, elabora o projeto básico do empreendimento. � Procedimento 7 — o empreendedor detalha os programas ambientais e apresenta-os ao órgão ambiental, junto com o pedido de LI. � Procedimento 8 — o órgão ambiental avalia se houve o cumprimento das condicionantes da LP. Em caso positivo, emite a LI, com condicio- nantes que, se implementadas, habilitam o empreendedor a obter a LO. � Procedimento 9 — o empreendedor retira, no órgão ambiental, a LI, à qual dá publicidade. � Procedimento 10 — o órgão ambiental monitora, durante a vigência da LI, a implementação das condicionantes da LI e, constatando que está satisfatória, a pedido do empreendedor, emite a LO. � Procedimento 11 — o empreendedor retira, no órgão ambiental, a LO, à qual dá publicidade. � Procedimento 12 — o órgão ambiental realiza o monitoramento das condicionantes e dos impactos ambientais do empreendimento durante o tempo em que existir a atividade ou o empreendimento licenciado. � Procedimento 13 — o empreendedor apresenta requerimento solici- tando a renovação da LO, acompanhado da documentação exigida, com antecedência mínima de 120 da expiração do prazo de validade da licença anterior. � Procedimento 14 — o órgão ambiental, com base nas informações geradas pelo monitoramento das condicionantes, pronuncia-se sobre 3Procedimentos para obtenção de licenças ambientais a renovação da licença no prazo de 120 dias, sob pena de a LO ser prorrogada por decurso de prazo. O licenciamento envolve as seguintes despesas, todas a cargo do empre- endedor ou proprietário da área (BRASIL, 2004): � contratação da elaboração dos estudos ambientais (EIA, Relatório de Impacto Ambiental [RIMA], entre outros); � contratação, se necessário, de empresa de consultoria, para interagir com o órgão ambiental (acompanhamento a tramitação do processo de licencia- mento), podendo ou não ser a mesma empresa que elaborou o EIA/RIMA; � despesas relativas à realização de reuniões de atos relacionados com o processo de licenciamento; � pagamento de compensação ambiental; � pagamento das taxas (emissão das licenças e da análise dos estudos e projetos) cobradas pelo órgão licenciador; � despesas relativas à implementação dos programas ambientais (medidas mitigadoras). O custo da análise dos documentos necessários para a obtenção da licença ambiental (art. 13 da Resolução CONAMA 237/1997) inclui as despesas com viagens para fins de vistoria do empreendimento (diárias e passagens) e os custos da análise propriamente dita, que considera os salários e respectivos encargos da equipe do órgão responsável, no período em que durar a análise dos estudos ambientais (BRASIL, 1997). Licenciamento ambiental e profissionais envolvidos É fundamental frisar que, antes de iniciar um projeto de licenciamento am- biental, você deve procurar o órgão ambiental competente para saber quais estudos ambientais devem ser apresentados. Existem questões financeiras e prazos envolvidos, e, dependendo do tipo de estudo, levará determinado prazo para esses estudos ficarem prontos. Imagine que você quer instalar uma padaria, por exemplo, e que um enge- nheiro ambiental montou todo o projeto. Após a análise inicial desse projeto, o órgão ambiental solicitou um laudo geológico, que pode ser realizado apenas por geólogos ou engenheiros de minas. Dessa forma, o projeto ficará parado Procedimentos para obtenção de licenças ambientais4 no órgão ambiental, esperando as complementações serem entregues. Sem contar que os custos para o empreendedor serão maiores e, dependendo do tipo de contrato firmado entre as partes, poderá haver divergências. O licenciamento ambiental pode envolver diferentes profissionais, de acordo com o tipo de licença requerida, o grau poluidor, o porte do em- preendimento, a localização e as exigências dos órgãos ambientais. Aqui, vamos focar nos profissionais que podem estarenvolvidos em um EIA, por se tratar de um estudo com maior complexibilidade, envolvendo profissionais de áreas distintas. O EIA, normalmente acompanhado do RIMA, é um estudo prévio que serve de ins- trumento de planejamento e subsídio à tomada de decisões na implantação da obra referente a um projeto específico. Apesar de o art. 2º da Resolução CONAMA nº. 001, de 23 de janeiro de 1986, listar, a título exemplificativo, os casos de empreendimentos ou atividades sujeitas ao EIA e ao Rima, caberá ao órgão ambiental competente identificar as atividades e os empre- endimentos causadores de “impactos significativos” (BRASIL, 2007). As normativas de um licenciamento ambiental são realizadas pelos órgãos ambientais, em suas distintas esferas, municipal, estadual e federal e, portanto, não pertencem a nenhuma outra autarquia profissional ou conselho federal. Em termos práticos, não é o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), o Conselho Regional de Biologia (CRBio), o Conselho Regional de Química (CRQ) nem qualquer outro órgão federal ou regional que regulamenta a prática do licenciamento ambiental. Os profissionais que realizam atividades para licenciamento podem ser egressos de diversas áreas de formação, pois o ato de licenciar, efetiva- mente, não é feito por nenhum profissional específico, mas pelo próprio órgão, cabendo aos profissionais apenas ter o domínio na elaboração dos levantamentos e na formulação dos textos. Após isso, o estudo é entregue ao órgão ambiental competente, que, a partir do que recebe, licencia (ou não) o projeto em questão. Porém, antes de iniciarmos a discussão a respeito dos profissionais e das suas respectivas funções, é importante diferenciar alguns conceitos referentes às equipes que podem estar envolvidas em um EIA/RIMA: 5Procedimentos para obtenção de licenças ambientais � equipe multidisciplinar — conjunto de várias disciplinas dentro de uma mesma área do conhecimento; � equipe interdisciplinar — conjunto das diferentes contribuições das várias ciências no sentido de encontrar uma explicação e um entendi- mento de determinado assunto; nesse caso, o impacto ambiental, social e econômico causado pela implantação de determinado empreendimento, em determinado local. É importante frisar, que, no estudo, deverá constar a Anotação de Res- ponsabilidade Técnica (ART) de cada profissional. A responsabilidade de cada membro da equipe multidisciplinar ou a equipe como um todo depende da prova de culpa. A conduta dolosa dos membros da equipe multidisciplinar poderá configurar o crime de falsidade ideológica, estando os profissionais sujeitos às penas previstas em lei. Para compreender melhor quais os profissionais que podem estar envolvidos no licenciamento ambiental (LP, LI e LO), veja o Quadro 1. Profissional envolvido Atividade(s) desenvolvida(s) Engenheiro (químico, ambiental, florestal, civil, etc.) Análise físico-química e microbiológica da água, do esgoto ou efluente; responsável pela estação de tratamento de efluentes/esgoto e pelo PGRS; descrição e elaboração de medidas mitigadoras e compensatórias; gestão correta dos resíduos; reposição florestal obrigatória; práticas de manejo adequado do solo, etc. Engenheiro civil/ arquiteto Confecção de plantas baixas; acompanhamento da edificação; entre outros. Biólogo Elaboração do laudo de cobertura vegetal, descrição da fauna associada (aves, peixes, mamíferos, répteis, anfíbios, insetos), etc. Geólogo/ engenheiro de minas Elaboração do laudo geológico, morfológico, geotécnica, geomorfológica, etc. Topógrafo Elaboração do laudo topográfico. Quadro 1. Exemplo de uma equipe técnica visando à elaboração de EIA/RIMA. (Continua) Procedimentos para obtenção de licenças ambientais6 Não quer dizer que apenas os profissionais apresentados no Quadro 1 constituem o corpo técnico dos estudos ambientais e que estão aptos a trabalhar com licenciamento ambiental. Diversos outros profissionais podem estar envolvidos, dependendo do empreendimento a ser instalado. Além disso, em alguns casos, é necessária a presença de profissionais com conhe- cimentos específicos, como, por exemplo, na análise de peixes (ictiofauna), anfíbios e répteis (herpetofauna), conjunto de mamíferos (mastofauna), entre outros. Em cada equipe, é indicado que haja um profissional responsável pela coordenação geral, o qual deverá ter experiência tanto na área ambiental quanto em liderança. Além disso, no projeto ambiental final, devem constar o nome completo, o CPF, a qualificação profissional, o número do conselho de classe e região, o endereço completo, a declaração dos profissionais, sob as penas da lei, de que as informações prestadas são verdadeiras, local e data, assinatura de cada responsável técnico e o número da ART ou AFT (Anotação de Função Técnica) e data de expedição. Fonte: O autor. Profissional envolvido Atividade(s) desenvolvida(s) Sociólogo Análise dos impactos da obra na sociedade. Arqueólogo Análise dos fragmentos históricos. Advogado Prestar assistência profissional em assunto jurídico. Hidrólogo Estudo dos recursos hídricos (superficiais e subterrâneos). Geógrafo Realização de estudos ambientais, planejamento regional, mapeamentos, etc. Economista Análise da viabilidade financeira do empreendimento ou da atividade. Quadro 1. Exemplo de uma equipe técnica visando à elaboração de EIA/RIMA. (Continuação) 7Procedimentos para obtenção de licenças ambientais Nos processos de licenciamento ambiental conduzidos por órgão ambiental federal, estadual ou municipal, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) deve ser consultado preventivamente. A manifestação do Instituto é imprescindível para que um empreendimento ou atividade em processo de licenciamento não venha a impactar ou destruir os bens culturais considerados patrimônio dos brasileiros, protegidos por tombamento. Análise do projeto ambiental pelo órgão ambiental Para o encaminhamento da documentação e do projeto, os órgãos ambien- tais somente os aceitam após estarem devidamente preenchidos e na ordem descrita no formulário e nos termos de referência. A documentação recebida passará por uma triagem, sendo encaminhada para a abertura de processo administrativo quando estiver completa. Caso seja considerada incompleta, será devolvida ao requerente. Quando ocorrer a devolução, o requerente receberá um formulário com a indicação exata dos itens faltantes, acompanhado dos modelos de documentação a serem apresentados. O órgão ambiental possui formulários padronizados e termos de referência para a elaboração dos documentos técnicos exigidos nas três fases do licen- ciamento ambiental (LP, LI e LO). É fundamental que a documentação seja preparada pelo solicitante seguindo esses padrões. Dessa forma, o processo de licenciamento somente é protocolado e formalizado se todos os documentos solicitados forem apresentados. Entre os documentos mais comumente solicitados, podemos citar: Requerimento ambiental — para protocolar qualquer solicitação de docu- mento licenciatórios, é necessária a apresentação do requerimento. É importante ressaltar que, normalmente, encontram-se disponíveis formulários específicos para autorização, certificado, declaração, alteração, licença e registro. Registro pessoa física ou jurídica (cópia do CPF ou cartão CNPJ) — o cartão do CNPJ (em caso de pessoa jurídica) pode ser obtido da internet, na página da Receita Federal (BRASIL, 2017). Caso a empresa ainda não possua o cartão CNPJ, deverá encaminhar cópia ou carimbo do CNPJ ou CPF/CIC do empreendedor responsável. Procedimentos para obtenção de licenças ambientais8 Na abertura de processos de LO, LP de ampliação e LI de ampliação, é necessário que, no cartão do CNPJ, na descrição da atividade principal ou secundária, conste o ramo, ou a atividade, para o qual está sendo solicitado o licenciamento, que deverá corresponder ao que está sendo pedido ao órgão ambiental. Porexemplo, caso esteja escrito conserto veicular no cartão CNPJ, a licença não pode ser solicitada para outra atividade, como panificação. Cópia da última licença ambiental — somente se houver, principalmente se tratando de uma renovação da LO. Além disso, deve-se encaminhar toda a documentação descrita na licença antiga, normalmente com título “com vistas à obtenção/renovação da licença, o empreendedor deverá apresentar [...]”. Formulário específico — este é um dos principais itens do projeto ambiental. Esse formulário (disponível normalmente no site do órgão ambiental) deve ser apresentado de acordo com as normas, os roteiros, os termos de referência ou as instruções técnicas, acompanhado da documentação nestes solicitada. Toda a documentação, incluindo o formulário específico de licenciamento ambiental, termo de referência, EIA/RIMA, plantas baixas, etc., deverá ser anexada ao respectivo processo administrativo do licenciamento. Os formulários variam de acordo com a atividade ou o empreendimento. São identi- ficados segundo código específico, que deve ser verificado com o órgão ambiental competente. O formulário deve ser assinado pelo responsável pelo empreendimento na úl- tima folha, e as demais devem ser rubricadas. Caso haja uma procuração (terceiros representam a empresa), deverá ser apresentada com o documento assinado pelo responsável da empresa. Comprovante de pagamento da taxa de licenciamento ambiental — para cada tipo de documento solicitado, haverá cobrança de taxas pelo órgão ambiental. Esses valores apresentam grandes variações, e normalmente os 9Procedimentos para obtenção de licenças ambientais órgãos municipais apresentam valores menores em comparação aos órgãos estaduais e federais, porque os municípios licenciam atividades com porte/ grau poluidor menor, além de estarem mais próximos do estabelecimento ou da atividade. Sempre que for protocolado informações adicionais, no requerimento de apresentação deverá constar obrigatoriamente o número do processo administrativo no qual a informação deve ser anexada. Após verificado que a documentação está completa, é gerado um proto- colo da documentação, o qual permite verificar o andamento do processo. Normalmente, no próprio site do órgão, é possível analisar o andamento, ou se pode ligar para o órgão, mas é fundamental ter em mãos o número do protocolo. Caso sejam necessários esclarecimentos adicionais a consultas técnicas, podem ser obtidos mediante prévio agendamento (normalmente a partir de 10 dias úteis), a contar da data de protocolo, com os setores competentes. Após concluída a tramitação do processo, os documentos licenciatórios serão disponibilizados no site do órgão, certificados digitalmente e com data de validade jurídica. Parecer técnico O parecer técnico é realizado a partir da análise técnica das informações no processo: � apresentados pelo requerente/empreendedor; � constatadas em vistoria. De acordo com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (2004), durante o processo de avaliação, o empreendimento ou a atividade vão receber a visita dos técnicos do órgão ambiental, que verificarão as condições em que se encontra a área. Essa vistoria avalia se realmente o projeto ambiental Procedimentos para obtenção de licenças ambientais10 descreve todos os impactos ambientais existentes e se as medidas apresentadas realmente são suficientes para a recuperação da área. O parecer técnico considera principalmente: � a legislação ambiental vigente e pertinente à atividade; � a caracterização do empreendimento (tipo de atividade, tecnologia empregada, tecnologias de controle e poluição disponíveis) e a situação ambiental do entorno; � possíveis impactos da atividade no entorno; � possibilidades de minimização do impacto da atividade no entorno; � eficácia da recuperação da área por meio das metodologias empregadas. Não existe como prever quanto tempo o órgão ambiental leva para analisar o projeto e fazer a vistoria técnica. De acordo com o art. 14 da Resolução CONAMA 237/1997 (BRASIL, 1997): O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de análise di- ferenciados para cada modalidade de licença (LP, LI e LO), em função das peculiaridades da atividade ou empreendimento, bem como para a formulação de exigências complementares, desde que observado o prazo máximo de 6 (seis) meses a contar do ato de protocolar o requerimento até seu deferimento ou indeferimento, ressalvados os casos em que houver EIA/ RIMA e/ou audiência pública, quando o prazo será de até 12 (doze) meses. Dessa forma, é fundamental o cronograma do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) prever o tempo máximo necessário pelo órgão ambiental para dar uma resposta. A morosidade dos órgãos públicos em licenciar empreendimentos em todo o Brasil tem impactado diretamente o desenvolvimento econômico e sustentável em diversas áreas do País. Devido à falta de agilidade nesses processos, muitos enxergam o licenciamento como um fluxograma burocrático a ser preenchido por papéis (OLIVEIRA; HENKES, 2016). Falta de recursos financeiros e escassez de profissionais técnicos nesses órgãos faz com que o processo de análise e aprovação seja extremamente lento no território nacional. 11Procedimentos para obtenção de licenças ambientais BRASIL. Ministério da Fazenda. Receita Federal. 2017. Disponível em: . Acesso em: 22 nov. 2017. BRASIL. Tribunal de Contas da União. Cartilha de licenciamento ambiental. 2. ed. Bra- sília: TCU, 2007. BRASIL. Tribunal de Contas da União. Cartilha de licenciamento ambiental. Brasília: TCU, 2004. Disponível em: . Acesso em: 22 nov. 2017. BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº. 237, de 19 de dezembro de 1997. 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Procedimentos para obtenção de licenças ambientais12 http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/cart_sebrae.pdf http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/cart_sebrae.pdf