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LEI MARIA DA PENHA – CEFC
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LEI MARIA DA PENHA – CEFC
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AUTORIDADES
Governador do Estado do Rio de Janeiro
Exmº Sr Cláudio Bomfim de Castro e Silva
Secretário de Estado de Polícia Militar
Exmº Sr Coronel PM Marcelo de Menezes Nogueira
Subsecretário de Estado de Polícia Militar
Ilmº Sr Coronel PM Luciano Carvalho de Souza
Diretor-Geral de Ensino e Instrução
Ilmº Sr Coronel PM Max William Coelho Moreira de Oliveira
Comandante do CFAP 31 de Voluntários
Ilmº Sr Coronel PM Alex Marchito Soliva
Comandante do Centro de Educação a Distância da Polícia Militar
Ilmº Sr Tenente-Coronel PM Alexandre Moreira Soares
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APRESENTAÇÃO
Prezados alunos, o Curso Especial de Formação de Cabos - CEFC é o primeiro curso de
qualif icação prof issional do Praça Policial Militar após seu curso de ingresso na instituição – Curso de
Formação de Soldados (CFSd).
Deste modo, ao longo dos primeiros seis anos da atuação policial que se dá como Soldado PM
(primeiro posto enquanto elemento de execução) o Policial Militar ascende ao posto de Cabo PM.
Nesse período, muitos dos saberes construídos no CFSd foram postos em prática nas mais diversas
funções que um soldado PM pode exercer na Instituição Polícia Militar.
Nesta direção, sendo o Soldado PM elemento fundamental na execução da política de
segurança pública do nosso Estado, o CEFC apresenta-se como um momento interessante para a
retomada da sua qualif icação, agora podendo compartilhar e aperfeiçoar sua experiência prof issional.
Não obstante, sendo o CEFC na modalidade de ensino a distância, o Cabo PM pode usufruir
da f lexibilidade oferecida por essa modalidade, podendo adequar sua rotina ao cronograma do curso.
Desta forma, o Curso Especial de Formação de Cabos visa atender as necessidades da
Corporação e busca o melhor rendimento do processo de ensino e aprendizagem dos Cabos Policiais
Militares, utilizando os recursos instrucionais que a PMERJ disponibiliza para qualif icar seu efetivo.
Para tal, com o suporte do Centro de Educação a Distância da Polícia Militar do Estado do Rio
de Janeiro, o CEFC será desenvolvido no ambiente virtual de aprendizagem, por intermédio de sua
Escola Virtual, inclusive, as avaliações das disciplinas correspondentes ao curso.
Assim, é fundamental o seu empenho, prezado aluno, pois na modalidade de ensino a distância
você terá autonomia para o período de estudos, mas também será necessário disciplina e dedicação
para o êxito dessa jornada, pois alcançar o sucesso depende do seu esforço individual.
Convém destacar que na era da informação e da tecnologia, é necessário aprimoramento
constante a f im de garantir uma tropa consciente, respeitosa, pautada em valores morais e
institucionais, permitindo assim o cumprimento de suas funções com dignidade e ex celência.
Esperamos que nossos policiais sejam cada vez mais qualif icados, bem treinados e
especializados, para cumprirmos nossa missão, buscando cada vez mais a excelência de nossas
ações.
Por f im, desejamos que você aproveite ao máximo os conhecimentos construídos ao longo do
curso e busque uma ref lexão acerca de suas funções diante da sociedade e seus companheiros de
prof issão. Que seja um momento de repensar as práticas e fortalecer seu v ínculo prof issional,
ampliando cada vez mais seus conhecimentos para lidar com as particularidades de ser um Policial
Militar no Estado do Rio de Janeiro.
Bons estudos!
Max William Coelho Moreira de Oliveira – Coronel PM
Diretor-Geral de Ensino e Instrução
Alex Marchito Soliva – Cononel PM
Comandante do CFAP
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DESENVOLVEDORES
CFAP
Supervisão e Coordenação Pedagógica
Cap PM Ped Priscila Medeiros Moura Lima
3º Sgt PM Juliana Pereira de Carvalho
Cb PM Cíntia Andrade de Araújo
Cb PM Danielle de Aquino Gomes
Cb PM Fernanda Belísio Oliveira dos Santos
Cb PM Layla Simões da Silva
Cb PM Eduarda Vasconcellos Dias de Oliveira
Conteudista
Cap PM Claúdio Cesar Peres Rodrigues Aguiar dos Santos
CEADPM
Supervisão Geral EAD
Ten Cel PM Rodrigo Fernandes Ferreira
Equipe Técnica
Subten PM Willian Jardim de Souza
1º Sgt PM Edson dos Santos Vasconcelos
Cb PM Lucas Almeida de Oliveira
Cb PM Diogo Ramalho Pereira
Diagramação
1º Sgt PM Alan dos Santos Oliveira
Sd PM Daniel Moreira de Azevedo Júnior
Sd PM Alexandre Leite da Silva
Sd PM David Wilson Côrtes da Silva
Design Instrucional
Cap PM Ped Vania Pereira Matos da Silva
Filmagem e Edição de Vídeo
3º Sgt PM Renan Campos Barbosa
Sd PM Alexandre dos Reis Bispo
Suporte ao Aluno
1º Sgt PM Anderson Inácio de Oliveira
3º Sgt PM Tainá Pereira de Pereira
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 5
PREVISÃO CONSTITUCIONAL 6
DIREITO DAS MULHERES 6
ÂMBITO DE INCIDÊNCIA 7
CONFIGURAÇÃO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER (ART. 5º) 8
FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR (Art. 7º) 9
CUSTOS PAGOS PELO AGRESSOR (ART. 9º) 10
ATENDIMENTO POLICIAL (ART. 10 ATÉ ART. 12 C) 11
MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA (ARTS. 18 AO 24): 14
MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA PARA A VÍTIMA (ART. 23): 15
CRIME DE DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA. (ART. 24 A) (INCLUÍDO PELA LEI Nº
13.641/2018) 16
DECRETAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA (ART. 20): 16
COMPETÊNCIA PARA PROCESSAR E JULGAR (art. 14): 17
QUESTÕES COMPLEMENTARES: 17
JURISPRUDÊNCIAS DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA SOBRE A LEI 11.340/2006. 18
CONCLUSÃO 20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 21
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INTRODUÇÃO
Inicialmente devemos entender que a “Lei Maria da Penha”, surge para garantia do disposto
no artigo 226, parágrafo 8º da CF e como sanção aplicada pela Comissão Interamericana de Direitos
Humanos ao Estado Brasileiro que foi Condenado, em razão da grave violação de direitos humanos da
Brasileira Cearense Maria da Penha Fernandes, biofarmacêutica, residente em Fortaleza que no ano
de 1983 foi vítima de tentativa de homicídio por duas vezes, primeira com um tiro e a segunda por
eletrocussão e afogamento, f icando paraplégica, sendo a violência provocada pelo seu marido, à
época, professor da Faculdade de Economia, Marco Antônio H. Ponto Viveiros , sendo o agressor
condenado em duas ocasiões, entretanto, não chegou a ser preso.
Logo após a vergonhosa condenação do Brasil em 2001, pela Organização dos Estados
Americanos (OEA), tornou-se o País, também, signatário da Convenção sobre a Eliminação de Todas
as Formas de Discriminação contra as Mulheres (Decreto n. 4.377/2002) e da Convenção
Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher (Convenção de Belém do
Pará – 1994 – Decreto n. 1.973/96).
Comumente renomada como “Lei Maria da Penha” a lei nº 11.340/2006 que de acordo com a
ONU, é uma das mais avançadas no mundo para a proteção da mulher, no Brasil, é a principal
ferramenta legislativa na luta contra a violência doméstica.
Possui caráter processual e em regra, não tipif ica condutas, com exceção do seu artigo 24 A,
incluído pela Lei 13641/18. Objetivo primacial é criar mecanismos para coibir a violência
doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da
Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre
a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo
Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências.
Saiba mais:
Quem é Maria da Penha?
Quem é Maria da Penha - Instituto Maria da Penha
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PREVISÃO CONSTITUCIONAL
Você sabia que a Lei Maria da Penha, em seu art. 1º, anuncia o seu fundamento
constitucional?Administrativa: servidor de cargo efetivo que tenha sido
designado para a função de Chefe, Comandante, Diretor ou Coordenador a quem cabe acompanhar
a fiscalização das atividades dos Agentes de Bens Móveis de sua Unidade Administrativa, sendo
também responsável pela gestão dos bens móveis e responderá interna e externamente
solidariamente perante o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro – TCE/RJ (público em
DOERJ);
IV - Agente de Bens Móveis das Unidades Administrativas: é um servidor subordinado ao Gestor
de Bem Móveis, indicado pelo Titular Responsável pela Unidade Administrativa e nomeado pelo
Titular da Unidade Gestora, a quem cabe realizar a gestão dos bens móveis permanentes
inventariados sob sua responsabilidade (público em DOERJ);
V – Almoxarife: é um servidor subordinado ao Gestor de Bens Móveis, indicado pelo Titular
Responsável pela Unidade Administrativa e nomeado pelo Titular da Unidade Gestora, a quem
cabe realizar a gestão de bens em almoxarifado (bens de consumo e sob sua responsabilidade
(público em DOERJ);
VI - Encarregados de Bens Móveis das Subunidades: qualquer policial militar investido dessa
função, cuja atribuição será a responsabilidade pelos bens móveis colocados sob a sua guarda
(público em DOERJ);
VII - Detentor da Carga: qualquer policial militar chefe de seção cuja atribuição será a
responsabilidade pelos bens móveis localizados em sua seção (público em Boletim Interno e
encaminhado à DPat via sistema SEI);
VIII - Usuário: qualquer servidor que utilize, efetivamente, o bem móvel para o desempenho de
suas atribuições e seja responsável pela sua guarda e adequada utilização.
Art. 36 - Compete ao Titular da Unidade Gestora ou autoridade por ele delegada, dentre outras
tarefas:
I - regulamentar e estabelecer as normas internas para a gestão dos bens móveis da unidade;
II - designar o Gestor de Bens Móveis da Unidade Gestora, os agentes das Unidades
Administrativas e os Encarregados das subunidades, em ato devidamente publicado no DOERJ;
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III - tomar as medidas cabíveis para o ressarcimento dos prejuízos causados ao Estado, quando
identificadas irregularidades na gestão, uso e guarda dos bens móveis na SEPM/PMERJ, na forma
prevista nas normas em vigor;
IV - responder pelo cumprimento dos prazos e formalidades para prestação de contas dos bens
móveis da Unidade Gestora.
Art. 37 - Compete ao Gestor de Bens Móveis da Unidade Gestora - Diretoria de Patrimônio da
SEPM/PMERJ:
I- assessorar o Titular da Unidade ou autoridade por ele delegada nos assuntos relativos à gestão
de bens móveis bem como na elaboração de normas internas relativas ao tema;
II - responder pelo registro patrimonial da gestão dos bens móveis da Unidade Gestora;
III - organizar os inventários relativos aos bens móveis existentes na Unidade Gestora;
IV – ratificar e homologar em DOERJ os processos de desfazimento dos bens móveis da Unidade
Gestora;
V - instruir os processos de prestações de contas dos bens móveis da Unidade Gestora, na forma
da legislação vigente;
VI- informar mensalmente a movimentação, inclusive a depreciação, e promover as consistências
dos saldos entre os registros efetuados e a existência física dos bens móveis à Coordenadoria
Setorial de Contabilidade ou setor equivalente na SEPM/PMERJ;
VII - orientar tecnicamente os agentes das Unidades Administrativas, os Encarregados das
Subunidades e os usuários;
VIII - manter em arquivo organizado todos os documentos relativos à gestão dos bens móveis, à
disposição dos órgãos de controle interno e externo;
IX - estabelecer cumprimento dos prazos e formalidades para prestação de contas dos bens
móveis da Unidade Gestora;
X - orientar, coordenar e supervisionar as atividades pertinentes à gestão de bens móveis no âmbito
da SEPM/PMERJ;
XI - coordenar e supervisionar o registro para controle do patrimônio móvel;
XII - respeitar as regras de contabilidade pública de forma a possibilitar a administração dos bens
permanentes durante toda sua vida útil;
XIII - instruir sobre processos de baixa, incorporação e desincorporação, dentre outros atinentes
à gestão de bens públicos no âmbito da SEPM/PMERJ.
Art. 38 - Compete ao Titular Responsável pela Unidade Administrativa:
I - indicar o Agente de Bens Móveis de Unidade Administrativa;
II - responder pelo cumprimento dos prazos e formalidades para prestação de contas dos bens
móveis junto à DPat;
III - assumir a responsabilidade pelos bens que estão destinados seu uso e/ou da subunidade que
está sob sua Chefia ou Direção;
IV - comunicar, imediatamente a Unidade Gestora, qualquer irregularidade com o bem sob sua
responsabilidade;
V – acompanhar e fiscalizar a elaboração dos processos de desfazimento, incorporação,
desincorporação e outros atinentes a bens móveis da respectiva Unidade Administrativa, sempre
informando a Diretoria de Patrimônio sobre tais atos;
VI - acompanhar e fiscalizar a elaboração dos processos de prestações de contas dos bens móveis
sob sua responsabilidade e enviar para o gestor de bens móveis da Unidade Gestora;
VII - fazer cumprir o prazo de transição entre Gestor substituto e substituído, que é de 30 (trinta)
dias úteis.
Art. 39 - Compete ao Agente de Bens Móveis da Unidade Administrativa/ Almoxarife as seguintes
tarefas:
I - assessorar o Titular da Unidade Administrativa ou autoridade por ele delegada nos assuntos
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relativos à gestão de bens móveis;
II - controlar e fornecer ao Gestor de Bens Móveis da Unidade informações sobre os bens móveis
sob sua responsabilidade;
III - organizar os inventários relativos aos bens móveis existentes na Unidade Administrativa;
IV - organizar e instruir os processos de prestações de contas dos bens móveis sob sua
responsabilidade e enviar para o Titular da Unidade Administrativa para encaminhamento ao
Gestor de Bens Móveis da Unidade Gestora;
V - informar mensalmente os saldos e a movimentação ao Gestor de Bens Móveis da Unidade
Gestora;
VI - orientar, tecnicamente, os Encarregados das Subunidades e os usuários, visando sempre seu
bom uso;
VII - responder pelo registro patrimonial da gestão dos bens móveis da Unidade Administrativa;
VIII - organizar os inventários relativos aos bens móveis existentes na Unidade Administrativa;
IX - manter em arquivo organizado todos os documentos relativos à gestão dos bens móveis, à
disposição dos órgãos de controle interno e externo;
X - providenciar meios para que o Agente de Bens Móveis de Unidade Administrativa/ Almoxarife
execute de forma satisfatória sua função;
XI - elaborar os processos de desfazimento, incorporação, desincorporação e outros atinentes a
bens móveis da respectiva Unidade Administrativa, sempre informando a Diretoria de Patrimônio
sobre tais atos;
XII - deverá realizar, quando de sua substituição, a transição em um prazo máximo de 30 (trinta)
dias úteis.
Art. 40 - Compete ao Encarregado da Subunidade:
I - a responsabilidade pelos bens móveis que estão destinados a sua Subunidade;
II - zelar pela conservação e correto manuseio dos bens móveis de sua Subunidade;
III - adotar e propor à chefia imediata providências que preservem a segurança e conservação dos
bens móveis existentes em sua Subunidade;
IV - comunicar, imediatamente, ao Gestor de Bens Móveis e ao agente da Unidade Administrativa
qualquer irregularidade ocorrida com o bem móvel sob a sua responsabilidade;
V - informar mensalmente os saldos e a movimentação ao agente de bens móveis de Unidade
Administrativa;
VI - apoiar a realização de levantamentos, inventários e prestação de contas;
VII - deverá realizar, quando de sua substituição, a transição em um prazo máximo de 30 (trinta)
dias úteis.
Art. 41 - Compete ao agente Detentor da Carga:
I - a responsabilidade pelos bens móveis que estão destinados a seção de sua chefia;
II - zelar pela conservação e correto manuseio dos bensmóveis da seção de sua chefia;
III - comunicar, imediatamente, ao Agente de Bens Móveis de Unidade Administrativa ou
Encarregado qualquer irregularidade ocorrida com o bem móvel sob a sua responsabilidade;
IV - informar imediatamente qualquer alteração, sinistro ou movimentação dos bens móveis de
sua seção ao Agente de Bens Móveis de Unidade Administrativa;
V- elaborar os inventários relativos à seção de sua chefia e encaminhá-los ao Agente de Bens
Móveis de Unidade Administrativa ou Encarregado.
Art. 42 - Compete ao Usuário zelar pelo uso adequado, guarda e conservação dos bens móveis
disponibilizados para o desempenho de suas atribuições, bem como informar ao Encarregado da
Subunidade, Agente da Unidade Administrativa ou ao Gestor de Bens Móveis da Unidade
qualquer ocorrência relativa a esses bens.
§ 1º - Qualquer usuário poderá responder pelo desaparecimento do bem móvel que lhe for
confiado, para guarda e uso, bem como pelo dano que, dolosa ou culposamente causar a qualquer
bem móvel que esteja ou não sob sua guarda.
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§ 2º - Quando o usuário solicitar o bem móvel para uso individual fora do local de trabalho deve
ser emitida a Cautela por meio de termo próprio, devidamente assinada pelo usuário, assim como
sua respectiva baixa.
§ 3º - Todos os contratados que detêm vínculo precário com a Administração Pública, tais como
estagiários, terceirizados e contratados temporários na forma do art. 37, inciso IX da Constituição
Federal, não poderão ter sob sua guarda bens móveis, salvo por motivo de força maior devidamente
justificado e apresentado ao Diretor de Patrimônio da SEPM/PMERJ.
§ 4º - Os bens móveis utilizados por contratados que detêm vínculo precário com a Administração
Pública serão de responsabilidade da chefia imediata a que estiverem subordinados, não estando
os mesmos isentos das responsabilidades sobre os referidos bens.
CAPÍTULO IV
Do Controle e Gestão dos Bens Patrimoniais
Art. 43 - São atividades da gestão de bens móveis:
I - ingresso;
II - recebimento, perícia e aceitação;
III - incorporação;
IV - movimentação;
V - inventário;
VI - desfazimento;
VII - depreciação, reavaliação e redução ao valor recuperável;
VIII - prestação de contas.
Seção I – Do Ingresso/ Entrada de Bens
Art. 44 - O ingresso de bens móveis decorrerá de:
I - compra;
II - convênio;
III - contrato;
IV - doação;
V - adjudicação;
VI - dação em pagamento;
VII - produção, fabricação própria e reaproveitamento;
VIII - procriação;
IX - permuta;
X- transferência;
XI - movimentação entre unidades administrativas;
XII - achados.
Art. 45 - O ingresso por compra é toda aquisição remunerada de bens móveis, nos termos da
legislação vigente.
Art. 46 - O ingresso de bens móveis adquiridos com recursos de convênios ou contratos que, por
disposição desses, tenham um período de carência, antes de serem incorporados ao patrimônio,
serão cadastrados e controlados separadamente, sendo que, encerrando-se o prazo de carência,
esses bens deverão ser incorporados, como se adquiridos nesta data.
Parágrafo Único - Os bens móveis, quando decorrentes de convênios ou contratos com prazo
superior a 01(um) ano, quando da incorporação, deverão ser reavaliados e ter estabelecida nova
vida útil.
Art. 47 - O ingresso por doação ocorre com a transferência da posse e propriedade de forma
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voluntária e gratuita do bem móvel (vide Resolução nº 696/2020 - DOERJ nº 145, de 10 de agosto
de 2020 – Poder Executivo, Bol PM nº 144, de 10/08/2020).
Art. 48 - O ingresso por adjudicação é a determinação dada por sentença judicial de entrega de
bem móvel de particular ao Estado para quitação de débito.
Art. 49 - O ingresso por dação em pagamento é a transferência definitiva de bens móveis pelo
devedor ao Erário para pagamento de débito financeiro.
Parágrafo Único - A formalização da dação em pagamento deve ser instruída com a especificação
do bem móvel, prazos de entrega, certificado de garantia, preços e demais documentos pertinentes,
obedecida a legislação específica.
Art. 50 - O ingresso por produção própria e reaproveitamento dão origem aos bens móveis criados,
elaborados ou reaproveitados com recursos disponibilizados para esse fim.
Parágrafo Único - Os bens móveis originados de produção própria e reaproveitados serão
valorados por Comissão específica para este fim através de termo no qual constem dados de custos,
descrição, quantidade, unidade de medida e valor justo do bem móvel com detalhamento dos
insumos necessários para sua fabricação.
Art. 51 - O ingresso por procriação é a modalidade de aquisição de semoventes nascidos de
matrizes já incorporadas ao patrimônio público.
§ 1º - Fica facultada a permissão de cruzamento de matrizes devidamente incorporadas ao
patrimônio público com animais particulares.
§ 2º - Em relação ao parágrafo anterior quando do cruzamento de matrizes devidamente
incorporadas ao patrimônio público com animais particulares, tal ato deverá ser documentado
previamente e arquivado na Unidade.
Art. 52 - O ingresso por permuta decorre de procedimento prévio de alienação de bem móvel, de
acordo com a legislação vigente.
Art. 53 - O ingresso por transferência é a movimentação de bem móvel, com repasse gratuito da
posse e troca de responsabilidade, de caráter definitivo, entre órgãos da administração direta do
Poder Executivo Estadual.
Art. 54 - Achados são os bens móveis localizados e ainda não incorporados, resultantes do
inventário no qual se faz a inspeção física dos bens da Unidade.
Parágrafo Único - Após o encerramento do inventário, os bens móveis achados, deverão ser
avaliados e incorporados,
por Comissão nomeada para este fim.
Subseção I - Da Documentação de Ingresso/Entrada
Art. 55 - Para registro cronológico dos ingressos/entradas, os Agentes de Bens Móveis de Unidade
Administrativa e Almoxarifes utilizarão os seguintes documentos, além de uma via do Termo de
Recebimento, Exame e Avaliação de Material:
I - nas aquisições (compras), convênio, contrato - documento da origem (onde deverá constar a
descrição quantitativa e qualitativa do material); cópia da Nota de Empenho (se houver), e
correspondentes vias autenticadas das Notas Fiscais;
II - nas movimentações de outras UAs – 02 (duas) vias do Termo de Movimentação de Material
emitido pela UA que cede os materiais: uma via para esta e a outra para a Unidade solicitante;
III - nas doações - vide Resolução SEPM nº 696 de 06 de agosto de 2020;
IV - nas transferências de outros órgãos - cópia do Termo de Transferência;
V - nas adjudicações, dações em pagamento, permuta - cópia do documento, decisão judicial,
acordo;
VI - na produção, fabricação própria - Termo elaborado por Comissão com todos os dados citados
no artigo 49, parágrafo único;
VII - na procriação – cópia do documento em que o médico veterinário ou técnico da área atestar
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a condição de sobrevivência, em Termo de Vida Útil;
VIII – Nos achados – uma via do Termo de Inspeção de Inventário assinado pela Comissão.
Seção II - Do Recebimento, Perícia e Aceitação de Material
Art. 56 - Todo material recebido, que der entrada na Unidade Administrativa e ou Subunidade
deverá ser examinado e avaliado.
Art. 57 - O material que der entrada na UA será recebido provisoriamente, pelo Oficial de Dia e
outro policial militar que esteja no momento, e a posterior deverá ser examinado por Comissão e
o recibo definitivo efetuado por dois servidores na Nota Fiscal será visado pelo Fiscal
Administrativo.
Art. 58 - O recibo provisório conterá a declaração: “Recebi os artigos constantes desta Nota, os
quais ficarão sujeitos a exame qualitativo posterior”, por meio de carimbo a ser confeccionado
conforme modelo abaixo:
Art. 59 - Será nomeada Comissão de Recebimento, Exame e Avaliação de Material pelo TitularResponsável da Unidade Administrativa em Boletim Interno, com no mínimo 03 (três) integrantes,
dos quais 01 (um) deve ser o Agente de Bens Móveis de Unidade Administrativa/Almoxarife da
UA e os outros 02 (dois) policiais militares da UA.
Art. 60 - Todo e qualquer material destinado à UA deverá ser entregue no Almoxarifado ou local
para isso destinado, acompanhado, conforme o caso, da Nota Fiscal ou documento equivalente, do
Termo de Distribuição (Anexo I desta Resolução) ou de Movimentação de Material (Anexo II
desta Resolução), conforme o caso,
cabendo aos Encarregados dessas dependências participar essa entrega, de imediato, ao Fiscal
Administrativo para os efeitos do artigo 55 desta norma.
Art. 61 - Quando houver conveniência para a UA, o recebimento e exame de material poderá ser
feito no próprio local de procedência, sendo feita a participação imediata ao Fiscal Administrativo.
Art. 62 - O recebimento do material será participado por meio de Ficha de Recebimento de
Material (Anexo IX desta Resolução).
Art. 63 - A Ficha de Recebimento de Material assinada pelo Fiscal Administrativo será levada a
despacho do Titular Responsável da Unidade Administrativa para inclusão em carga ou registro
do material, a mesma deverá ser anexada ao processo SEI de incorporação.
Art. 64 - O documento de que trata o artigo acima, fará referência ao Termo de Movimentação de
Material, Nota Fiscal, ou documento equivalente (número, data, origem, etc), que serão anexados
à mesma, não sendo necessária a transcrição de seu conteúdo.
Art. 65 - Quando se tratar de material fornecido pela DAbst e não for encontrada qualquer
irregularidade, os servidores que procederem ao recebimento e exame do material consignarão tal
fato em recibo passado no respectivo Termo de Distribuição e Entrega de Bens (Anexo I desta
Resolução).
Art. 66 - O Termo de Distribuição e Entrega de Bens (Anexo I desta Resolução) deverá ser
acostado ao processo SEI de incorporação do bem e ser encaminhado à DPat com a cópia do
Boletim Interno da incorporação, ou extrato do Bol PM da homologação (quando se tratar de
material de cunho reservado).
Art. 67 - As cópias das folhas do Boletim que publicar a ordem para inclusão em carga ou cópia
do registro no Livro de Controle do Almoxarifado (este devendo conter o número do Boletim),
SEPM XXXBPM
Recebi os artigos constantes desta Nota os
quais ficarão sujeitos a exame qualitativo
posterior.
Servidor 1 (ass e carimbo)
Servidor 2 Assinatura e Carimbo)
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devidamente visadas pelo Fiscal Administrativo e Titular Responsável da Unidade Administrativa
serão remetidas à DPat, juntamente com uma via da Termo de Movimentação de Material (quando
for o caso).
Parágrafo Único - A cópia do livro citado no caput somente substituirá a cópia do Boletim
Interno para a efetiva homologação da incorporação nos casos de força maior devidamente
justificada.
Art. 68 - Quando for encontrada qualquer irregularidade no recebimento do material adquirido
pela UA ou fornecido pela DAbst, o Fiscal Administrativo e o Almoxarife ou os membros da
Comissão, previstos respectivamente no artigo 64 e no artigo 58, lavrarão no Termo de
Recebimento, Exame e Avaliação de Material.
Art. 69 - Quando se tratar de material distribuído pela DAbst, os Termos serão enviados aos
seguintes destinos: fiscalização administrativa da UA e DPat.
Art. 70 - Os Termos mencionarão o estado dos materiais e eventuais irregularidades encontradas
bem como os artigos rejeitados, com declaração dos motivos da rejeição.
Art. 71 - A Comissão de Recebimento, Exame e Avaliação de Material poderá ser assessorada por
especialistas ou técnicos, julgados necessários.
Art. 72 - A Comissão terá o prazo de 08 (oito) dias para apresentar ao Fiscal Administrativo o
Termo de Recebimento, Exame e Avaliação de Material e Ficha de Recebimento de Material,
podendo este prazo ser prorrogado pelo Titular Responsável da Unidade Administrativa, mediante
solicitação fundamentada.
Art. 73 - Nos casos da Comissão, a designação poderá ser feita para cada recebimento específico,
ou poderá haver Comissão para os recebimentos num período determinado.
Seção III – Da Incorporação - Do Registro do Material na Carga
Art. 74 - Todo material que for incluído na carga deverá ser catalogado na planilha Mapa Carga e
será cadastrado de forma analítica, por meio do registro individualizado com as seguintes
informações:
I - número de inventário;
II – descrição com número de série e valor do bem móvel;
III - características físicas;
IV - características técnicas;
V - Termo de Garantia vinculado à emissão da Nota Fiscal, quando couber;
VI - informações da apólice de seguro, quando couber;
VII - dados da Nota Fiscal, Termo, Acordo, Convênio, Contrato e decisão judicial.
§ 1º - Não será permitido o cadastro por lotes, conjuntos ou assemelhados.
§ 2º - Tratando-se de semovente, será exigido ainda documento a ser emitido pelo setor
responsável pelo controle, justificando a incorporação.
Art. 75 - A escrituração do material deverá ser feita com o preço unitário, item a item e todas as
especificações que permitam sua fácil identificação.
Art. 76 - Na falta de preço unitário, este deverá ser arbitrado por Comissão de Inventário,
previamente nomeada em Boletim Interno para este fim, tomando por base o preço corrente de
bem similar (achados, semoventes oriundos de procriação, dentre outros).
Art. 77 - Deverá ser elaborada a Ficha Individual (Anexo VIII desta Resolução) do bem numerada,
com todo o histórico de origem, manutenção, movimentação e uso e uma cópia desta Ficha
acompanhará o bem nos casos de movimentação por remanejamento.
Art. 78 - Para todo bem de terceiros que der entrada na Unidade para utilização do mesmo, de
outrem ou para uso coletivo, o cedente deverá comunicar ao chefe de seção (Detentor da Carga)
que solicitará ao Agente de Bens Móveis a emissão do Termo de Declaração de Bens de Terceiros
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em Uso na Unidade (Anexo VI desta Resolução) e efetivará a publicação no Boletim Interno da
UA ou Subunidade realizando a devida identificação no bem.
Parágrafo Único - Na identificação do bem deverá constar identificação da Unidade, número e
data do Boletim Interno que publicou a autorização para o uso do bem na unidade e identificação
do proprietário (nome, RG).
Subseção I - Da Publicidade do Ato
Art. 79 - Deverá se tornar público em Boletim Interno ou Reservado (quando couber), o ato de
incorporação, e este se dará da forma abaixo descrita:
I - em relação ao Material Permanente, o Boletim publicará:
a) Número e data do Termo ou do documento;
b) Origem do material (nome e endereço do órgão provedor ou fornecedor);
c) Quantidade e descrição analítica do material (suas especificações de maneira a permitir sua fácil
identificação);
d) Preço unitário, em algarismos;
e) Número e data do documento de entrega (Nota Fiscal ou documento equivalente), e valor total
do material nele constante;
f ) Código conta contábil e;
g) Número de inventário atribuído.
II - quando se tratar de Material de Consumo, constarão do Boletim:
a) Número e data do Termo ou do documento;
b) Título por onde foi empenhada a despesa, e número do respectivo pedido-empenho, quando for
o caso;Origem do material (nome e endereço do órgão fornecedor ou provedor);
c) Número e data do documento de entrega (Nota Fiscal ou documento equivalente) e valor total
do material constante;
d) Código classificador de despesa e receita.
Subseção II - Da Identificação do Bem
Art. 80 - Cada bem incorporado como bem permanente deverá possuir identificação com número de
inventário e número de U.A., podendo esta ser por meio de plaqueta ou etiqueta, devendo conter as
seguintes informações: brasão da SEPM/PMERJ, número de U.A. e número de inventário, conforme
modelo abaixo, com exceção dos casos previstosno artigo 34.
Subseção III - Da Homologação da Incorporação
Art. 81 - Cada Unidade Administrativa deverá solicitar a homologação, remetendo a cópia de toda
documentação relativa à incorporação de acordo com a natureza do bem, consoante o disposto
abaixo:
I - Material Permanente de cunho reservado – Estado Maior Geral - EMG/PM4;
II - Material Permanente Comum - DPat;
III - Material de Consumo Comum – DAbst;
IV - Materiais Permanente e de Consumo de Informática – Coordenadoria Especializada de
Tecnologia da Informação e Comunicação - CETIC;
V - Material Permanente - Equipamentos de Saúde – Diretoria Geral de Saúde - DGS.
Art. 82 - A homologação da incorporação será publicada em Boletim da PM ostensivo ou
reservado até 20 (vinte) dias a partir do recebimento do bem e nela constará número do Boletim
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Interno da UA, o código de classificação, descrição, sua destinação e valor do bem.
Art. 83 - Após a homologação, as Unidades Administrativas deverão remeter à DPat, no prazo de
10 (dez) dias, os processos eletrônicos dos bens de qualquer natureza, a fim de centralizar todos os
processos de incorporação. Ato contínuo, a DPat realizará o registro contábil desse (s) bem (ns). Art.
84 - Os processos de incorporação somente poderão ser concluídos no sistema SEI pela DPat.
Seção IV - Da Movimentação de Bens Móveis
Art. 85 - Entende-se por movimentação o ato por meio do qual é efetuado o deslocamento de bens
móveis, internamente na SEPM/PMERJ, podendo ser por distribuição inicial, remanejamento entre
UAs, recolhimento e uso exclusivo.
Art. 86 A distribuição inicial realizada pela DAbst será por meio do Anexo I desta Resolução e ou
internamente na Unidade Administrativa realizada por meio do Anexo II desta Resolução (quando
esta realizar a compra do bem) e consiste no momento em que o bem móvel adquirido começa a
ser utilizado, deve ser incorporado e que se inicia a depreciação, carecendo ser documentada
através do Termo de Distribuição e Entrega de Bens.
§ 1º - Até ser distribuído inicialmente, o Diretor da DAbst e o Titular Responsável da Unidade
Administrativa são responsáveis pelos bens móveis.
§ 2º - O bem móvel adquirido não deve permanecer no almoxarifado de bens móveis das UAs e
da DAbst por um período superior a 60 (sessenta dias), sem a justificativa do Almoxarife.
Art. 87 - Entende-se por remanejamento entre UAs a movimentação física do bem móvel, entre
as Unidades Administrativas e/ou Subunidades.
Art. 88 - Ao fazer o remanejamento entre UAs, a Unidade cedente deverá emitir o Termo de
Movimentação de Bem Móvel (Anexo II desta Resolução).
Art. 89 - Poderá ser feito o remanejamento de bens móveis dentro das Unidades Administrativas
pelo Detentor da Carga por meio do Termo de Movimentação de Bem Móvel, desde que seja
autorizado pelo Agente de Bens Móveis da Unidade Administrativa ou Encarregado da
Subunidade.
Art. 90 - Para que seja feito o remanejamento de bens móveis entre Unidades Administrativas, se
faz necessário que tal procedimento seja feito em comum acordo entre os Titulares Responsáveis
das Unidades Administrativas e prévia autorização da DPat.
Art. 91 - No ato do recebimento dos bens movimentados, a Unidade receptora deverá verificar se
a descrição e quantidade dos materiais elencados no Termo de Movimentação (Anexo II desta
Resolução) conferem com o que efetivamente está sendo entregue.
Art. 92 - Deverá ser aberto pela Unidade que disponibiliza o bem, um processo administrativo
eletrônico nos casos de remanejamento entre Unidades Administrativas, devendo conter:
I – Correspondência Interna dirigida à DPat solicitando autorização para remanejamento, assinada
pelo Titular Responsável da Unidade Administrativa;
II – Termo de Movimentação de Bem (Anexo II desta Resolução) devidamente assinado por
ambas as Unidades;
III – Cópia da Ficha Individual do Bem (Anexo VIII desta Resolução).
Art. 93 - Após a publicação da movimentação por remanejamento do bem em Bol PM, o mesmo
deverá ser entregue fisicamente na nova Unidade Administrativa juntamente com a sua Ficha
Individual (Anexo VIII desta Resolução) no prazo de até 05 (cinco) dias.
Art. 94 - Entende-se por recolhimento a movimentação de bens móveis das Unidades
Administrativas e Subunidades nas seguintes situações: desuso/ocioso, período de garantia ou
manutenção, devendo ser elaborado o Termo de Movimentação de Bem Móvel (Anexo II desta
Resolução) e lançada a informação na Ficha Individual do Bem (Anexo VIII desta Resolução).
Art. 95 - O bem móvel recolhido ao retornar a UA ou Subunidade deverá ser redistribuído e deverá
ser elaborado o Anexo II desta Resolução e deverá ter a informação lançada na Ficha Individual
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do Bem (Anexo VIII desta Resolução).
Art. 96 - Bem móvel de Uso Exclusivo caracteriza-se por ser um bem cedido para uso individual
do servidor, em razão da necessidade de serviço, a exemplo de computadores portáteis, aparelhos
de telefonia celular, unidades portáteis de armazenamento de dados, armamentos, animais, entre
outros, neste caso deverão ser emitidos o Termo de Movimentação de Bem Móvel (Anexo II desta
Resolução) e o Termo de Bens Patrimoniais em Posse de Terceiros (Anexo IV desta Resolução),
sendo que estes deverão ser mantidos em arquivo nas UAs e Subunidades à disposição dos órgãos
de controle interno e externo.
Art. 97 - Quando o Usuário solicitar o bem móvel para uso individual fora do local de trabalho
deve ser emitida a cautela por meio do Termo de Bens Patrimoniais em Posse de Terceiros (Anexo
IV desta Resolução), devidamente assinado pelo Usuário, assim como seu respectivo registro na
planilha de controle Mapa Carga e informação na Ficha Individual do Bem (Anexo VIII desta
Resolução), devendo, ainda, uma cópia do Anexo IV desta Resolução ser entregue ao Usuário.
Art. 98 - Quando o Usuário devolver o bem sob sua responsabilidade deverá se emitido o Termo
de Devolução de Bens em Poder de Terceiros (Anexo V desta Resolução): uma cópia deve ser
entregue ao Usuário e uma deve ficar arquivada na UA/ Subunidade à disposição dos órgãos de
controle interno e externo.
Art. 99 - Todos os atos acima de movimentação de bens deverão ser públicos em Boletim Interno
e nos casos previstos homologados em Bol PM.
Art. 100 - O ingresso por transferência é a movimentação de bem móvel, com repasse gratuito da
posse e troca de responsabilidade, de caráter definitivo, entre órgãos da administração direta do
Poder Executivo Estadual.
§ 1º - A Unidade Administrativa que tiver intenção de receber bens por transferência deverá
encaminhar através de processo SEI a solicitação para autorização do recebimento à DPat, e as
Subunidades encaminharão para as UAs com vistas à DPat.
§ 2º - A incorporação por transferência do bem móvel será realizada por meio do Termo de
Transferência de Bens Móveis (Anexo X desta Resolução) oriundo do órgão cedente para a
SEPM/PMERJ, cuja Minuta deverá estar nos moldes fornecidos pela Procuradoria Geral do Estado
– PGE/RJ e será dirigida à DPat para apreciaçã técnica e esta encaminhará ao GCG com vistas à
ASSEJUR/SEPM visando análise jurídica.
§ 3º - O Termo de Transferência de Bens Móveis deverá ser assinado pelo Titular da
SEPM/PMERJ ou a quem ele delegar, com anuência do órgão cedente.
Art. 101 - Todas as formas de ingresso deverão ser formalizadas através de processo eletrônico
encaminhado à DPat com a documentação citada no artigo 54 e seus incisos bem como publicação
em Boletim Interno da Unidade Administrativa.
Seção V – Do Inventário
Art. 102 - O inventário é o instrumento periódico de controle que tem por finalidade confirmar a
existência física e a verificação dos bens móveis em uso na SEPM/PMERJ, de forma a possibilitar:
I - confrontar a existência física com o saldo contábil registrado;
II - a listagem atualizada da carga patrimonial do órgão;III - as condições físicas e funcionais dos bens móveis e consequentemente a necessidade de
manutenção, reparos ou reposições.
Art. 103 - Os tipos de inventários serão obrigatoriamente:
I - anual - destinado a comprovar a quantidade e o saldo dos bens móveis da unidade gestora, em
31 de dezembro de cada exercício, constituído do inventário anterior e das variações patrimoniais
ocorridas durante o exercício;
II - inicial - realizado quando da criação de uma Unidade Administrativa, para identificação e
registro dos bens móveis sob sua responsabilidade;
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III - de transferência de responsabilidade - realizado quando da mudança de
titularidade/responsabilidade de Unidade/Subunidade;
IV - de extinção - realizado quando da extinção da Unidade Gestora, da Unidade Administrativa
e da Subunidade;
V - eventual - realizado em qualquer época, por iniciativa do Titular da Unidade Gestora ou por
iniciativa dos órgãos de controle interno e externo.
Art. 104 - O inventário deverá conter, no mínimo, as seguintes informações:
I - nome da Unidade, Subunidade;
II - tipo de inventário;
III - data de emissão do inventário;
IV - número patrimonial do bem móvel;
V - data da aquisição do bem móvel;
VI - conta patrimonial do bem móvel;
VII - valor de entrada e valor contábil líquido do bem móvel (valor depreciado);
VIII - descrição padronizada do bem móvel;
IX- estado de conservação do bem móvel.
Parágrafo Único - O Inventário deverá ser ordenado por Unidades Administrativas e
Subunidades, com os respectivos subtotais, e ao final deverá constar um somatório geral efetuado
pela DPat.
Art. 105 - No inventário deverá constar o estado de conservação dos bens móveis, observando-se
a classificação abaixo:
I - excelente - qualidade do bem móvel adquirido há menos de 01 (um) ano e que ainda mantenha
as mesmas características e condições de uso de sua aquisição;
II - bom - qualidade do bem móvel que esteja em perfeitas condições de uso, mas com data de
aquisição superior a 01 (um) ano;
III - regular - qualidade do bem móvel que esteja em condições de uso, mas que apresenta avarias
que não impedem sua utilização;
IV - péssimo - qualidade do bem móvel que apresenta avarias que comprometem sua utilização,
embora seja viável sua reforma.
Art. 106 - Para a realização do inventário serão observadas as seguintes etapas:
I - criação e publicação em Boletim Interno da Comissão de Inventário, formada por pelo menos
03 (três) servidores, sendo que, neste caso, deverão fazer parte da Comissão de Inspeção de
Inventário, o Fiscal Administrativo,
o Agente de Bens Móveis de Unidade Administrativa/Almoxarife e um auxiliar do Almoxarifado,
podendo ser convidado para a inspeção de inventário profissional técnico especializado conforme
a necessidade;
II - levantamento dos bens móveis por localização dentro da Unidade Administrativa ou
Subunidade;
III - registro das características e das quantidades obtidas na etapa do levantamento;
IV - saldo contábil dos bens móveis registrados (lista de inventário constante na Unidade
Administrativa).
Parágrafo Único- As Comissões de Inspeção de Inventário poderão ser designadas em caráter
permanente ou temporário, a critério do Titular Responsável de Unidade Administrativa.
Art. 107 - As Subunidades remeterão para a Unidade Administrativa a que estiverem subordinadas
patrimonialmente seus inventários.
Art. 108 - O Agente de Bens Móveis de Unidade Administrativa consolidará o inventário de suas
Subunidades e remeterá à DPat.
Art. 109 - O Gestor de Bens Móveis da Unidade Gestora - Diretor de Patrimônio - deverá
consolidar os inventários enviados pelas Unidades Administrativas.
Art. 110 - Dos prazos para a remessa do inventário à DPat:
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I – inicial – 30 (trinta) dias a partir da publicação em DOERJ da designação do Agente de Bens
Móveis de Unidade Administrativa e ou Encarregado;
II - anual – juntamente com a prestação de contas por término do ano em exercício, no prazo de
30 (trinta) dias;
III - de transferência de responsabilidade - 30 (trinta) dias a partir da publicação em DOERJ da
troca de responsabilidade;
IV - da extinção de UA ou Subunidade - 30 (trinta) dias a partir da publicação em DOERJ;
V - eventual - realizado em qualquer época, por iniciativa do Titular da Unidade Gestora no qual
o prazo será estipulado em Boletim da PM.
Art. 111 - Os bens móveis não localizados no dia da verificação física, sem justificativa do seu
responsável, ou com justificativa não aceita pela Comissão De Inventário, serão considerados
extraviados e, nessa condição, deverá ser instaurado procedimento apuratório.
Parágrafo Único - Após o encerramento do inventário, os bens móveis achados, que após
pesquisas em todos os arquivos dos setores responsáveis a Comissão não conseguir encontrar
documentação e se manter a origem desconhecida, deverão ser avaliados e incorporados pela
Comissão de Inventário.
Art. 112 - Concluídas as etapas da realização do inventário, deverá ser emitido o Termo de
Inventário, contendo:
I - procedimento utilizado para a realização do inventário; o levantamento deverá ser realizado a
partir da identificação física dos bens, constando data-base de realização da inspeção, relação dos
bens móveis que deverá estar agrupada segundo as categorias patrimoniais constantes do Plano de
Contas Contábil, com os respectivos valores e conclusão;
II - relação dos bens móveis devendo ser, preferencialmente, ordenada por Unidades
Administrativas, Subunidades e Seções, com os respectivos subtotais, e ao final o somatório geral;
III - ocorrências e divergências verificadas na realização no inventário, devidamente registradas e
detalhadas.
Art. 113 - O Termo de Responsabilidade por Guarda de Bens Patrimoniais (Anexo III desta
Resolução) deverá ser elaborado a cada 03 (três) meses e por ocasião do inventário, a fim de se
manter atualizado o estado de conservação do acervo e facilitar a conferência da realização dos
demais inventários, sendo que este Termo deverá ser afixado em local visível da Seção.
Art. 114 - Os bens móveis de propriedade particular localizados durante o inventário deverão ser
controlados separadamente e confeccionado Termo de Declaração de Bens de Terceiros em Uso
na Unidade (Anexo VI desta Resolução) público no Boletim Interno da Unidade e arquivado o
respectivo documento que comprove a propriedade, que poderá ser uma Nota Fiscal ou uma
declaração de posse do momento da entrada do bem na SEPM/PMERJ.
Art. 115 - No último dia útil do ano em exercício, os Agentes de Bens Móveis de Unidade
Administrativa e os Encarregados, responsáveis pela gestão dos bens patrimoniais e
Almoxarifados efetuarão o inventário geral das existências físicas dos bens móveis e em
Almoxarifado para o encerramento do exercício.
Art. 116 - O inventário dos bens móveis permanentes deverá ser elaborado através de Relatório
da Comissão de Inventário no qual deverá constar o Anexo IV da IN AGE nº 41 contendo os dados
determinados no artigo 103, o estado de conservação e o valor do bem depreciado deverá constar
na observação.
Art. 117 - As alterações, os bens achados por questão da inspeção deverão ser relacionados no
relatório informando quais procedimentos foram tomados acerca dos óbices encontrados.
Art. 118 - O inventário dos bens em Almoxarifado deverá ser elaborado através de Relatório da
Comissão no qual deverá constar os Anexos II e III da IN AGE nº 42 que serão remetidos à DAbst
para consolidação e após isso envio à DPat através de processo SEI conforme prazos já estipulados
no artigo 109.
Art. 119 - A inventariação mencionada nos artigos anteriores escriturada nos anexos abaixo
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mencionados obedecerão, quanto aos valores apropriados, aos seguintes critérios:
I - para os materiais permanentes (Anexo IV da IN AGE nº 41): o preço de aquisição(Nota Fiscal,
Termo de Doação, Termo de Transferência, dentre outros), acompanhado do valor depreciado,
quando for o caso e;
II - para os materiais de consumo (Anexos II e III da IN AGE nº 42): o preço médio ponderado.
Art. 120 - O preço médio será apurado após cada lançamento na planilha de controle de
Almoxarifado, e ou através da aplicação da seguinte fórmula:
Pm = V1 + V2 onde:
Q1 + Q2
Pm - é o preço médio;
V1 - é o valor monetário das existências antes do lançamento de entrada;
V2 - é o valor monetário da aquisição ou entrada ocorrida;
Q1 - é a quantidade física existente antes do lançamento da entrada e;
Q2 - é a quantidade física adquirida.
Art. 121 - O preço médio apurado conforme artigo anterior, além de ser empregado para as baixas
e requisições verificadas, servirá para a elaboração dos inventários de encerramento do exercício.
Art. 122 - A DPat realizará inspeções, pelo menos 01 (uma) vez por ano, nas Unidades
Administrativa e Subunidades.
Seção VI - Do Desfazimento
Art. 123 - Considera-se desfazimento a disponibilidade e a destinação dos bens móveis
inservíveis, mediante transferência, alienação e baixa.
Art. 124 - O desfazimento do material é ordenado pelo Titular Responsável da Unidade
Administrativa, em face dos Termos das Comissões de Vistoria e Baixa de Vida Útil e relatórios
de sindicâncias e inquéritos.
Art. 125 - Os motivos gerais para desfazimento de material são:
a) inservibilidade para o fim a que se destina, não sendo suscetível de reparação ou recuperação;
b) perda ou extravio;
c) furto ou roubo e;
d) outros motivos (transferência, doação, alienação, etc.).
Art. 126 - Considera-se inservível o bem móvel que não possa mais ser utilizado para o fim a que
se destina e são classificados em:
I - desuso/ocioso - aqueles que, embora em perfeitas condições de uso, não estiverem sendo
aproveitados;
II- irrecuperáveis - aqueles que não mais puderem ser utilizados pelo órgão/entidade da
administração pública
para o fim a que se destinam devido à perda de suas características ou em razão da inviabilidade
econômica de sua recuperação, entendida esta quando o custo de recuperação for superior a 50%
(cinquenta por cento) de seu valor de mercado;
III - antieconômicos - aqueles cuja manutenção for demasiadamente onerosa ou esteja com seu
rendimento precário em função de uso prolongado ou desgaste prematuro;
IV - obsoletos - aqueles que, embora em condições de uso, não satisfaçam mais às exigências
técnicas do órgão/ entidade a que pertencem;
V - recuperáveis - aqueles cujo orçamento de recuperação seja equivalente a, no máximo, 50%
(cinquenta por cento) de seu valor de mercado.
Art. 127 - O desfazimento por transferência ocorre com troca de posse e responsabilidade, de
caráter permanente, entre órgãos da administração pública direta do Estado do Rio de Janeiro.
Art. 128 - O desfazimento por alienação decorre da transferência do direito de propriedade do bem
móvel, mediante venda, permuta, doação ou qualquer outra modalidade prevista em lei, estando
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condicionada à avaliação prévia e procedimentos licitatórios, na modalidade leilão, nos termos do
art. 22, § 5º da Lei nº 8.666/1993.
Art. 129 - A venda será permitida para o bem móvel inservível, após a colocação em
disponibilidade condicionada à verificação prévia da existência de interesse por parte dos órgãos
ou entidades do Poder Executivo do Estado do Rio de Janeiro e dependerá de licitação, nos termos
da legislação vigente.
Parágrafo Único - Qualquer que seja a natureza do bem móvel vendido, a renda auferida será
recolhida aos cofres públicos, depois de deduzidas as despesas necessárias à efetivação da
licitação, quando houver, nos termos da legislação vigente.
Art. 130 - A - doação é a transferência voluntária da posse e propriedade do bem móvel entre
órgãos da administração direta e indireta da União, Estados, Distrito Federal e Municípios mediante
a lavratura de Termo de Doação emitido pelo doador, apresentando todos os elementos
identificadores do bem móvel, tais como, descrição detalhada, valor da aquisição e/ou valor
contábil líquido e data de entrega.
§ 1º - Nos casos em que a SEPM/PMERJ figurar como doadora, a doação de bens móveis
dependerá de lei específica de iniciativa do Governador, prévia avaliação dos bens e justificativa
da oportunidade e da conveniência socioeconômica da doação relativamente à escolha de outra
forma de alienação, bem como laudo técnico, comprovando o real estado do bem em questão.
§ 2º - Fica dispensada de lei autorizativa a doação de bens móveis à pessoa jurídica de direito
público interno, hipótese em que exigir-se-á tão somente prévia avaliação dos bens e justificativa
da oportunidade e da conveniência socioeconômica da doação relativamente à escolha de outra
forma de alienação, além da autorização do Governador ou de autoridade administrativa a que seja
delegada tal competência.
§ 3º - Fica dispensada de lei autorizativa a doação de bens móveis a entidades da administração
pública indireta e fundacional do Estado do Rio de Janeiro, hipótese em que exigir-se-á tão
somente autorização do Governador ou de autoridade administrativa a que seja delegada tal
competência.
§ 4º - Também exclui-se da exigência de lei autorizativa a doação de bens móveis da
SEPM/PMERJ considerados, como em desuso, antieconômicos, obsoletos ou irrecuperáveis, que
poderão ser doados, com ou sem encargos, à pessoa jurídica de direito privado, reconhecidamente
de utilidade pública e cujo fim principal consista em atividade de relevante valor social, caso em
que bastará autorização do Governador ou de autoridade administrativa a que seja delegada tal
competência.
Art. 131 - O bem móvel classificado como recuperável, em desuso/ocioso ou obsoleto deverá ser
preferencialmente disponibilizado para os órgãos da administração direta e entidades da
administração indireta do Poder Executivo, através do site da Secretaria de Estado de Fazenda –
SEFAZ/RJ:
http://www.fazenda.rj.gov.br/sefaz/faces/oracle/webcenter/portalapp/pages/navigation-
renderer.spx?_afrLoop=26094422616774046&datasource=UCMServer%23dDocName%3AWC
C198420&_adf.ctrlstate= 5tldr7p1w_9.
Art. 132 Os semoventes, quando inaptos para o fim a que se destinam, deverão ser colocados em
disponibilidade para alienação gratuita ou onerosa.
Subseção I - Da Documentação do Desfazimento
Art. 133 - Os processos de desfazimento dos bens deverão ser realizados pelas Unidades
Administrativas e assim que finalizados remetidos à DPat.
Art. 134 - O desfazimento do material pelos motivos a que se referem os incisos do artigo 125
será solicitado pelo Detentor da Carga (chefe de seção), através de processo SEI ao Agente de
Bens Móveis de Unidade Administrativa ou Encarregado da Subunidade, com a justificativa de
que o bem não tem mais serventia para aquela seção.
http://www.fazenda.rj.gov.br/sefaz/faces/oracle/webcenter/portalapp/pages/navigation-renderer.spx?_afrLoop=26094422616774046&datasource=UCMServer%23dDocName%3AWCC198420&_adf.ctrlstate
http://www.fazenda.rj.gov.br/sefaz/faces/oracle/webcenter/portalapp/pages/navigation-renderer.spx?_afrLoop=26094422616774046&datasource=UCMServer%23dDocName%3AWCC198420&_adf.ctrlstate
http://www.fazenda.rj.gov.br/sefaz/faces/oracle/webcenter/portalapp/pages/navigation-renderer.spx?_afrLoop=26094422616774046&datasource=UCMServer%23dDocName%3AWCC198420&_adf.ctrlstate
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Art. 135 - O aludido Agente de Bens Móveis de Unidade Administrativa ou Encarregado verificará
quanto à necessidade das demais seções da UA e se há interesse no bem por parte destas a fim de
movimentar o bem internamente antes de iniciar o processo de desfazimento.
Parágrafo Único - Não havendo interessados na UA/Subunidade, o Agente de Bens Móveis de
Unidade Administrativa submeterá o processo ao Fiscal Administrativo, que a seu turno,
encaminharáa solicitação ao Titular Responsável da Unidade Administrativa. Os Encarregados
das Subunidades remeterão o processo ao Titular Responsável da Unidade Administrativa a fim
de que este encaminhe à Unidade Administrativa a qual estiver subordinada patrimonialmente para
ciência e proceder do Agente de Bens Móveis de Unidade Administrativa.
Art. 136 - O Titular Responsável da Unidade Administrativa após examinar o processo
determinará as providências constantes dos subitens deste artigo:
a) Nomeação de Comissão de Vistoria e Baixa de Vida Útil, na qual não poderão integrá-la o
Agente de Bens Móveis de Unidade Administrativa, o Encarregado das Subunidades, Fiscal
Administrativo e Titular Responsável da Unidade Administrativa;
b) A comissão deve ser composta por, no mínimo, 03 (três) servidores e terá as seguintes
atribuições:
I - avaliar o bem móvel que, eventualmente, seja posto em disponibilidade e estabelecer a sua
classificação definitiva dentre aquelas previstas no artigo 125 desta norma;
II - opinar de modo justificado, observando o disposto no Art. 130, pela forma de desfazimento
do artigo 122;
III - emitir relatório conclusivo sobre a vistoria realizada, neste deverá constar as informações
descritivas dos bens e do processo que originou a solicitação do procedimento, e ao final manifestar
“De Acordo” ou não, justificando detalhadamente os motivos;
IV - Na análise, a comissão verificará a causa dos estragos, dano, inutilização, dentre outros, a fim
de ser o prejuízo imputado aos detentores, usuários ou ao Estado, conforme o caso. Verificará
ainda se foi caso ou não de motivo de força maior.
Art. 137 - O prazo para a realização dos trabalhos da Comissão de Vistoria e Baixa de Vida Útil
será de 08 (oito) dias, podendo ser prorrogado uma única vez e por igual período pela autoridade
que a nomeou, mediante solicitação justificada.
Art. 138 - O Titular Responsável da Unidade Administrativa deverá apreciar o relatório conclusivo
elaborado pela Comissão e despachá-lo descrevendo se está “De Acordo” ou não, com a
determinação conforme o caso:
I - determinar que o Agente de Bens Móveis encaminhe o processo à DPat a fim de que esta torne
público em Bol PM que o(s) bem(ens) se encontra(m) à disposição de qualquer Unidade da
SEPM/PMERJ;
II – encaminhar à DPat para colocar o(s) bem(ens) em disponibilidade no site da SEFAZ/RJ pelo
período de 60 (sessenta) dias, para os bens considerados, em desuso/ocioso, antieconômicos,
obsoleto e, recuperáveis, e que ainda podem servir para uso em outros órgãos do Estado. Após
esse período, não havendo interessados, o Agente de Bens Móveis poderá prosseguir ao
desfazimento, considerando o prazo máximo citado no artigo 146.
Art. 139 - Para os bens que forem postos em disponibilidade os quais houver entes interessados,
o Agente de Bens Móveis de Unidade Administrativa deverá proceder ao desfazimento
conforme o caso:
– - Doação – Deverá ser elaborada e anexada ao processo de desfazimento Minuta padrão
fornecida pela PGERJ TERMO DE DOAÇÃO DE BEM MÓVEL (Anexo XI desta
Resolução), com todos os dados solicitados no documento:
https://pge.rj.gov.br/entendimentos/minutas-padrao/09-bens-publicos-contratos
I - Transferência - Deverá ser elaborada e anexada ao processo de desfazimento Minuta padrão
fornecida pela PGE-RJ – TERMO DE TRANSFERÊNCIA DE BEM MÓVEL (Anexo X desta
Resolução), com todos os dados solicitados no documento:
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
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https://pge.rj.gov.br/entendimentos/minutas-padrao/09-bens-publicos-contratos
Art. 140 - Nos casos de que trata os incisos I e II do artigo anterior deverão ser anexados os
documentos pelos quais os entes solicitantes informaram seu interesse;
Art. 141 - Os processos de desfazimento por doação e transferência deverão ser encaminhados à
DPat e esta após análise técnica encaminhará a ASSEJUR/SEPM para seu parecer a fim de
proceder o desfazimento em conformidade com as legislações em vigor.
Subseção II - Da Publicidade do Ato de Desfazimento
Art. 142 - O ato de desfazimento se tornará público em Boletim Interno ou Reservado (quando
couber) devendo conter os seguintes dados:
a) O número do processo de desfazimento iniciado pelo Detentor da Carga;
b) A quantidade, especificação, número de inventário e valor unitário de entrada do material e
valor depreciado até a data do desfazimento;
c) Código conta contábil;
d) A solução da sindicância ou do inquérito, quando for o caso;
e) O destino do bem e;
f ) A imputação do prejuízo.
Subseção III - Da Homologação do Desfazimento
Art. 143 - O processo deverá ser encaminhado para homologação e orientação quanto ao descarte
conforme especificidade do bem:
a) Material Permanente de cunho reservado – Deverão ser observadas, além desta, as demais
legislações de desfazimento de materiais de cunho reservado, devendo a Diretoria de Manutenção
e Suprimento de Armamento - DMSA orientar especialmente quanto ao procedimento de descarte
se for o caso e após isso, em não havendo óbices, o ato será homologado pelo EMG/PM4;
b) Material Permanente comum - a homologação e orientação quanto ao descarte será realizada
pela DPat;
c) Material Permanente de informática - Deverão ser observadas, além desta, as demais legislações
de desfazimento de materiais que em seu descarte podem causar impacto ambiental - a orientação
quanto ao descarte será realizada pelo CETIC e a homologação do desfazimento pela DPat;
d) Material Permanente de Equipamentos de Saúde - Deverão ser observadas, além desta, as
demais legislações de desfazimento de materiais que em seu descarte podem causar impacto
ambiental - a orientação quanto ao descarte será realizada pela DGS, e a homologação do
desfazimento pela DPat.
Art. 144 - A homologação do desfazimento será publicada em Boletim da PM ostensivo ou
reservado e constará número do Boletim Interno da UA, o código de classificação, descrição, sua
destinação, valor do bem e número do processo de desfazimento no sistema SEI.
Parágrafo Único - Após a homologação, as Unidades Administrativas deverão remeter à DPat, os
processos eletrônicos dos bens de qualquer natureza, a fim de centralizar todos os processos de
desfazimento. Ato contínuo, a DPat realizará o registro da baixa contábil desse (s) bem (ns) e
publicação em DOERJ.
Subseção IV - Do Descarte
Art. 145 - Considera-se descarte dos bens móveis quando da impossibilidade ou inconveniência
da transferência ou alienação e considerando sua consequente inutilização.
Art. 146 - Para realizar o descarte dos bens, o Agente de Bens Móveis de Unidade Administrativa
deverá atentar para as seguintes informações:
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I - a inutilização, sempre que necessário, será feita mediante presença dos setores especializados,
de forma a ter sua eficácia assegurada e;
II - os símbolos nacionais, armas, munições e bens móveis pirotécnicos serão inutilizados em
conformidade com a legislação específica.
Parágrafo Único- A inutilização de bem móvel será documentada mediante Termo de Inutilização
(Anexo XVII desta Resolução), no qual constará os dados da destinação final dos bens e integrará
o respectivo processo de desfazimento.
Art. 147 - Descarte deverá ser realizado em até 90 (noventa) dias, após esse prazo o processo de
desfazimento será interrompido e o bem móvel deverá ser reavaliado, dando início a novo processo
de desfazimento.
Art. 148 - Nos casos de desfazimento por perda ou extravio, além dos procedimentos previstos
nos artigos acima devem ser efetuadas, a depender da situação:
a) Instauração de Sindicância, sempre que houver indício de incúria e;
b) Instauração de Inquérito Policial-Militar (IPM), sempre que houver indício de crime.
Art. 149 - Quando o desfazimento resultar de Sindicância ou Inquérito, serão remetidas à DPat, as
folhas do Boletim Interno que publicar a solução dada em anexo ao processo do desfazimento.Art.
150 - Os processos de desfazimento somente poderão ser concluídos no sistema SEI pela DPat.
Art. 151 - São consideradas baixas patrimoniais:
a) consumo;
b) perda, extravio, furto, roubo, destruição ou perecimento, obsolescência ou imprestabilidade e
desuso;
c) doações;
d) alienações;
e) transferências a outros órgãos;
f ) outras (recolhimento, mortes de semoventes, dentre outros).
Art. 152 - A baixa decorrerá do processo de desfazimento.
Art. 153 - A respectiva baixa deverá ser efetivada nos referidos documentos de controle
patrimonial e se dará da seguinte forma:
I - atualizar a planilha Mapa Carga com os dados do desfazimento;
II - preencher o Termo de Baixa da IN AGE nº 41 e remeter à DPat anexo ao processo de
desfazimento após a homologação;
III - após homologação e preenchimento de Termo de Baixa deverá se atentar para a elaboração
do Anexo IV da IN AGE nº 41 quando da prestação de contas, retirando os bens descritos no
aludido Termo do supracitado Anexo.
Art. 154 - No momento da baixa do bem cessa sua depreciação.
Subseção V - Da Reinclusão em Carga
Art. 155 - A reinclusão se dará quando o material decorrente de extravio, furto ou roubo for
recuperado, devendo ocorrer novo processo de incorporação, sendo-lhe atribuído novo número de
inventário e elaborada nova Ficha Individual do Bem Móvel (Anexo VIII desta Resolução).
Art. 156 - Deverá constar no processo de incorporação acima citado, o Termo de Recebimento,
Exame e Avaliação de Bem com a declaração de recuperação do material.
Seção VII - Da Depreciação, Reavaliação e Redução ao Valor Recuperável
Art. 157 - A depreciação, a reavaliação e a redução ao valor recuperável são reguladas pelo órgão
central de contabilidade do Estado do Rio de Janeiro.
Art. 158 - Quanto aos procedimentos relativos ao Ajuste Inicial e a Depreciação dos bens móveis,
de acordo com o Decreto Estadual nº 44.489 de 2013 e Portaria CGE 179/2014 e suas alterações
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posteriores, entende-se por:
I – ajuste inicial: ajuste a valor justo no imobilizado ou intangível no momento da adoção das
novas normas contábeis, por não terem sido ajustados anteriormente às valorizações e
desvalorizações ocorridas no valor dos bens;
II - avaliação patrimonial: atribuição de valor monetário a itens do ativo e do passivo decorrentes
de julgamento fundamentado em consenso entre as partes e que traduza, com razoabilidade, a
evidenciação dos atos e dos fatos administrativos;
III - mensuração: a constatação de valor monetário para itens do ativo e do passivo decorrente da
aplicação de procedimentos técnicos suportados em análises qualitativas e quantitativas;
IV - valor de aquisição: soma do preço de compra de bem com os gastos suportados direta ou
indiretamente para colocá-lo em condição de uso;
V - depreciação: redução do valor dos bens tangíveis pelo desgaste ou perda de utilidade por uso,
ação da natureza ou obsolescência;
VI - valor depreciável: valor original de um ativo deduzido do seu valor residual;
VII - valor residual: montante líquido que a entidade espera, com razoável segurança, obter por
um ativo no fim de sua vida útil, deduzidos os gastos esperados para sua alienação;
VIII - vida útil:
a) o período de tempo durante o qual a entidade espera utilizar o ativo ou;
b) o número de unidades de produção ou de unidades semelhantes que a entidade espera obter pela
utilização do ativo.
IX - Laudo de Avaliação: documento hábil com as informações necessárias ao registro contábil;
X – Comissão de Inventário e Avaliação: comissão responsável pela realização do inventário e
avaliação dos bens móveis, com objetivo de realizar o ajuste inicial.
Art. 159 - Os bens móveis adquiridos, incorporados e/ou colocados em utilização a partir de 1º de
janeiro de 2014 serão depreciados de acordo com os prazos de vida útil e valor residual previstos
no Anexo I da Portaria CGE 179/2014 e suas alterações posteriores, não sendo necessário submetê-
los previamente ao procedimento de ajuste inicial.
§ 1º - A depreciação do bem móvel deve iniciar quando estiver em condições de uso, ou seja,
quando estiver no local e em condição de funcionamento na forma pretendida pela administração.
§ 2º - Em caráter excepcional, poderão ser utilizados parâmetros de vida útil e valor residual
diferenciados para bens singulares, que possuam características de uso peculiares, por meio de
fundamentação escrita, encaminhada pela Comissão de Reavaliação ao setor de Contabilidade da
DPat no qual será verificada a pertinência, podendo solicitar auxílio da Controladoria Interna da
SEPM/PMERJ.
§ 3º - Para uso nos procedimentos de ajuste inicial (reavaliação) e depreciação, a SEPM/PMERJ
utilizará as planilhas eletrônicas para cálculo da depreciação e reavaliação dos bens disponibilizada
no sítio da Contadoria Geral do Estado (www.fazenda.rj.gov.br), em Normas e Orientações.
Art. 160 - Para realização dos procedimentos de ajuste inicial poderão ser utilizados os valores de
mercado fundamentados por tabela FIPE ou de referência.
Art. 161 - Os bens móveis recebidos por doação, ou outras formas de direito, bem como os bens
encontrados por ocasião do inventário (bens não particulares, sem registro ou referência anterior,
a serem incorporados por verificação física, achados), serão avaliados e incorporados ao
patrimônio da SEPM/PMERJ, iniciando-se a depreciação a partir da data do Laudo de Avaliação.
Art. 162 - O Laudo de Avaliação será emitido utilizando o Anexo IV da Portaria nº 179/2014 e
suas alterações posteriores da Contadoria Geral do Estado e deverá conter pelo menos as seguintes
informações:
I – descrição detalhada de cada bem avaliado;
II – identificação contábil (código da conta, custo histórico, correção monetária se for o caso,
avaliações anteriores, depreciações quando houver);
III – critérios utilizados pela avaliação e sua respectiva fundamentação técnica;
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IV – data/período de referência da avaliação;
V – vida útil remanescente do bem;
VI – identificação do responsável pela avaliação.
Art. 163 - O Laudo de Avaliação deve ser elaborado com base nos parâmetros e índices solicitados
na Planilha Cálculo Fator Reavaliação, fornecida pela Contadoria Geral do Estado do Rio de
Janeiro e quaisquer informações que se julgar necessárias deverão ser relatadas no referido Laudo.
Art. 164 - A depreciação somente poderá ser iniciada nos bens móveis adquiridos após a data de
corte estabelecida de 01/01/2014 e para os bens que já passaram pelo ajuste inicial (reavaliação)
bens adquiridos até 31/12/2013 e que ainda estão sendo utilizados nas UAs.
Art. 165 - Deverá compor a prestação de contas de Ordenadores de Despesa, o Demonstrativo da
Mensuração de Bens Patrimoniais, conforme modelo constante do Anexo V da Portaria CGE
179/2014 e suas alterações posteriores, o qual tem o objetivo de auxiliar a referida prestação de
contas com informações detalhadas sobre a depreciação acumulada por conta contábil ocorrida no
período de apuração, demonstrando o valor líquido contábil dos bens quando do encerramento do
exercício.
Art. 166 - A DPat poderá a qualquer tempo, caso julgue necessário, solicitar a reavaliação dos
bens.
Art. 167 - A depreciação deverá ser realizada mensalmente através da planilha fornecida pelo
sítio eletrônico
da CGE e arquivada na Unidade devendo ser remetida à DPat através de processo SEI no 5º
(quinto) dia útil após o encerramento do exercício.
Art. 168 - Todo bem movimentado por remanejamento, deverá ser feito através do Termo de
Movimentação de Bem Móvel (Anexo II desta Resolução) no qual deverá constar o valor de
aquisição, reavaliado e depreciado na data da movimentação.
Art. 169 - A depreciação e reavaliação poderá ser solicitada a qualquer tempo pela DPat através
de publicação em Boletim da PM com as devidas orientações e informação quanto à necessidade.
Seção VIII- Das Prestações de Contas
Art. 170 - Prestará contas qualquer pessoa física ou entidade pública que utilize, arrecade, guarde,
gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos, ou pelos quais o Estado responda ou
que, em nome deste, assuma obrigações de natureza pecuniária. (Parágrafo Único do art. 122 da
Constituição do Estado do Rio de Janeiro).
Art. 171 - A prestação de contas se dará nos seguintes casos:
I - Prestação de Contas de Bens Mensais;
II - Prestação de Contas Anual de Bens por Término do Exercício;
III - Prestação de Contas por Término de Responsabilidade pela Guarda de Bens Móveis e em
Almoxarifado das Unidades Administrativas e Subunidades;
IV - Prestação de Contas por Término de Gestão do Titular da Unidade Gestora e do Gestor dos
Bens da Unidade Gestora;
V - Prestação de Contas por Término de Gestão por Extinção da Unidade.
Art. 172 - Os Anexos para a prestação de contas são os documentos das Instruções Normativas
AGE nº 41 e nº 42 ou legislação estadual vigente à época, além de outros regulados por esta
Resolução.
Subseção I - Da Prestação de Contas de Bens Mensais
Art. 173 - As prestações de contas mensais serão elaboradas para os bens móveis permanentes e
deverão ser remetidas à DPat da forma que segue:
I - as Prestações de Contas de Bens Móveis Mensais deverão ser elaboradas por parte das Unidades
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Administrativas pelo Agente de Bens Móveis de Unidade Administrativa e por parte das
Subunidades pelos Encarregados, no prazo máximo de 10 (dez) dias, contados a partir do término
do mês a que se refere à prestação de contas;
II - a Prestação de Contas de Bens Móveis Mensais se dará sob a forma do Demonstrativo da
Movimentação (Anexo I da IN AGE nº 41), sendo mencionado, em moeda corrente, o saldo
anterior, as entradas, as saídas, os ajustes e o saldo para o mês seguinte.
§ 1º - As Subunidades deverão encaminhar o Demonstrativo da Movimentação (Anexo I da IN
AGE nº 41) às Unidades Administrativas a que estiverem subordinadas patrimonialmente e estas
após consolidarem as informações encaminharão à DPat, através de Processo SEI, no qual será
anexado o referido Demonstrativo da UA e de cada Subunidade (quando houver) e o documento
denominado de Controle Mensal do Gestor de Bens Móveis da Unidade (Anexo II da IN AGE nº
41) para as Unidades Administrativas que façam a gestão de bens móveis de alguma Subunidade.
§ 2º - O Gestor de Bens Móveis manterá controle de modo a evidenciar se todas as Unidades
Administrativas e Subunidades efetuaram as prestações de contas mensais.
§ 3º - O documento denominado de Controle Mensal do Gestor de Bens Móveis da Unidade após
análise do contador lotado na DPat deverá ser submetido, mensalmente, à DGAF, visando à
atestação da paridade do montante registrado com o constante dos registros contábeis.
§ 4º - Na hipótese de não ocorrer paridade entre os saldos no período, o Gestor de Bens Móveis e
o Setor de Contabilidade da DPat deverão, conjuntamente, analisar as contas e proceder aos ajustes
necessários.
§ 5º - As Prestações de Contas de Bens Móveis Mensais servirão de base para a consolidação das
prestações de contas da Unidade, permanecendo sob a guarda do Gestor de Bens Móveis, à
disposição dos órgãos de controle.
Subseção II - Da Prestação de Contas Anual de Bens Móveis
Art. 174 - o Encarregado da Subunidade deverá providenciar anualmente os seguintes documentos
relativos aos bens móveis, sob sua guarda:
I – Cadastro do Responsável de todos os Encarregados no exercício (Anexo III da IN AGE nº 41
e Anexo I da IN AGE nº 42);
II - inventário das existências físicas das Subunidades (Anexo IV da IN AGE nº 41);
III - Demonstrativo da Movimentação dos Bens Móveis das Subunidades no exercício (Anexo I
da IN AGE nº 41 e Anexos II e III da IN AGE nº 42);
IV - Termo de Transferência de Responsabilidade, devidamente autenticado pelos Encarregados
substituto e substituído (Anexo V da IN AGE nº 41 e Anexo IV da IN AGE nº 42) e cópia da
publicação da Transferência de Responsabilidade, se for o caso;
V - Termo de Baixa Definitiva dos Bens Móveis Permanentes da Subunidade, no caso de
desincorporação (Anexo IX da IN AGE nº 41);
VI - Termo de Entrega de Bens e Valores, quando houver término de gestão decorrente da extinção
da Subunidade (Anexo X da IN AGE nº 41 e Anexo V da IN AGE nº 42);
VII - cópia da publicação do ato de extinção da Subunidade, quando ocorrer no exercício;
VIII - Termo de Inspeção realizada na Subunidade por Comissão de Vistoria e pelos órgãos de
controle, quando ocorrer.
§ 1º - O Titular Responsável da Subunidade na hipótese de no Termo de Transferência de
Responsabilidade não se verificar impropriedade ou irregularidade que comprometa a transferência
da responsabilidade dos bens emitirá Termo de “Nada Consta” para o Encarregado da Subunidade.
§ 2º - A documentação no artigo 173 será encaminhada, por meio de processo SEI ao Agente de
Bens Móveis da Unidade Administrativa que encaminhará à DPat após consolidar as informações
devendo ser mantida cópia na Subunidade e Unidade Administrativa, à disposição dos órgãos de
controle.
§ 3º - O Agente de Bens Móveis de Unidade Administrativa emitirá Termo de “Nada Consta” para
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o Encarregado da Subunidade, atestando a paridade nos saldos informados com o inventário físico,
o qual deverá manter o controle.
Art. 175 - A transferência da responsabilidade poderá ocorrer ainda que esteja configurado o
desaparecimento ou a não localização de bem, não recaindo para o substituto a responsabilidade
por impropriedades ou irregularidades ocorridas na gestão do substituído, desde que estas estejam
relatadas no Termo de Transferência de Responsabilidade.
Art. 176 - Caberá a apuração de responsabilidade, na forma da legislação vigente, se ficar
configurado no Termo de Transferência de Responsabilidade o desaparecimento ou não
localização de bem anteriormente arrolado na Subunidade.
Art. 177 - A data do período de responsabilidade pela guarda e conservação dos bens do servidor
substituído se inicia no dia subsequente ao da data do Termo de Transferência de Responsabilidade.
Art. 178 - O Agente de Bens Móveis de Unidade Administrativa/Almoxarife deverá providenciar
anualmente os seguintes documentos relativos aos bens móveis:
I – cadastro de todos os Responsáveis pela Unidade Administrativa no exercício (Anexo III da IN
AGE nº 41 e Anexo I da IN AGE nº 42);
II - inventário das existências físicas da Unidade Administrativa, consolidado quando houver
Subunidade (Anexo IV da IN AGE nº 41);
III - Demonstrativo da Movimentação dos Bens Móveis e em Almoxarifado da Unidade
Administrativa (consolidado quando houver Subunidade) no exercício (Anexo I da IN AGE nº 41
e Anexos II e III da IN AGE nº 42);
IV - Termo de Transferência de Responsabilidade, devidamente autenticado pelos Agentes de
Bens Móveis de Unidade Administrativa/Almoxarifes substituto e substituído e dos Encarregados
das Subunidades quando houver (Anexo V da IN AGE nº 41 e Anexo IV da IN AGE nº 42) e cópia
da publicação do Bol PM da Transferência de Responsabilidade;
V - Termo de Baixa Definitiva dos Bens Móveis Permanentes da Unidade Administrativa e das
Subunidades quando houver, no caso de desincorporação (Anexo IX da IN AGE nº 41);
VI - Termo de Entrega de Bens e Valores, quando houver término de gestão decorrente da extinção
da Unidade Administrativa e das Subunidades (estas quando houver) (Anexo X da IN AGE nº 41
e Anexo V da IN AGE nº 42);
VII - cópia da publicação em BOL PM do ato de extinção da Unidade Administrativa e das
Subunidades (caso haja), quando ocorrer no exercício;
VIII - Termo de Inspeção realizada na Unidade Administrativa e Subunidades por Comissão de
Vistoria e pelos órgãos de controle, quando ocorrer.
Parágrafo Único - A documentação relacionada nos incisos acima será encaminhada,através de
processo SEI, à DPat ou DAbst, da seguinte forma: documentos da IN AGE Nº 41 à DPat e
documentos da IN AGE nº42 à DAbst.
Art. 179 - O Gestor de Bens Móveis – Diretor De Patrimônio deverá providenciar anualmente os
seguintes documentos relativos aos bens móveis (IN AGE nº 41 - Bens Permanentes):
I – Cadastro do Responsável de todos os Titulares da Unidade e Gestores de Bens Móveis no
exercício (Anexo III da IN AGE nº41);
II - Inventário das existências físicas da Unidade, em 31 de dezembro de cada ano, discriminado
por Subunidades e Unidades Apoiadas, se houver (Anexo IV da IN AGE nº41);
III - Demonstrativo da Movimentação dos Bens Móveis da Unidade no exercício (Anexo I da IN
AGE nº41);
IV - Termo de Transferência de Responsabilidade Consolidado da Unidade (Anexo VII da IN
AGE nº41);
V - Termo de Baixa Definitiva dos Bens Móveis da Unidade, no caso de desincorporação, quando
não houver Subunidades ou Unidades Administrativas em sua estrutura (Anexo IX da IN AGE
nº41);
VI - Declaração do Titular da Unidade, quando ocorrer término de gestão durante o exercício
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(Anexo VIII da IN AGE nº41);
VII - Termo de Entrega de Bens e Valores, quando houver término de gestão decorrente da
extinção da Unidade (Anexo X da IN AGE nº41);
VIII - Cópia da publicação do ato de extinção da Unidade em DOERJ, quando ocorrer no
exercício;
IX - Termo de Inspeção realizada na Unidade por Comissões de Vistoria e pelos órgãos de
controle, quando ocorrer.
Art. 180 - O Gestor dos Bens Móveis consolidará, em até 90 (noventa) dias do exercício
subsequente ao exercício de competência, a documentação relativa aos bens móveis da Unidade
Gestora, a fim de retratar a composição do patrimônio da SEPM/PMERJ, que está sob a
responsabilidade de seu Titular.
Art. 181 - A consolidação da documentação relativa à gestão de bens móveis da Unidade
pressupõe o recebimento pelo Gestor de Bens Móveis de toda a documentação prevista nos artigos
173 e 177, contemplando assim todas as Subunidades e Unidades Administrativas do órgão e sua
juntada aos documentos do art. 178.
Art. 182 - Todos os documentos relacionados nos artigos 173, 177 e 178 deverão ser mantidos
arquivados na DPat, preferencialmente, em meio eletrônico, sob a guarda do Gestor de Bens
Móveis, ficando à disposição dos órgãos de controle interno e externo para fins de auditorias e
inspeções.
Art. 183 - O Diretor da Diretoria de Abastecimento deverá providenciar anualmente a
consolidação dos documentos relativos à gestão dos bens em Almoxarifado (IN AGE nº 42) e
Termo de Transferência de Responsabilidade consolidado com os dados dos Almoxarifes das
Unidades Administrativas (IN AGE nº 41), quais sejam:
I - cadastro de todos os responsáveis por bens em Almoxarifado no exercício (Anexo I da IN AGE
nº 42);
II - arrolamento das existências físicas, em 31 de dezembro (Anexo II da IN AGE nº 42);
III - Demonstrativo da Movimentação dos Bens em Almoxarifado no exercício, com controle
mensal (Anexo III da IN AGE nº 42);
IV - Termo de Transferência de Responsabilidade por Bens em Almoxarifado, sempre que ocorrer
a substituição do responsável (Anexo IV da IN AGE nº 42);
V - Termo de Transferência de Responsabilidade consolidado da Unidade (Anexo VII da IN AGE
Nº 41);
VI - Termo de Entrega de Bens e Valores, quando houver término de gestão decorrente da extinção
de órgão, entidade ou unidade (Anexo V da IN AGE nº 42);
VII - cópia da publicação do ato de extinção das Unidades Administrativas e Subunidades no
DOERJ quando ocorrido no exercício;
VIII - Termo de Inspeção realizada por Comissões de Vistoria e pelos órgãos de controle, quando
ocorrer.
Parágrafo Único - Após consolidação, o Diretor da DAbst encaminhará à DPat processo SEI com
a Prestação de Contas dos Bens em Almoxarifado devendo manter a cópia individualizada por
Unidade Administrativa em arquivo na DAbst, preferencialmente, em meio eletrônico, sob a
guarda do responsável, ficando à disposição dos órgãos de controle interno e externo para fins de
auditorias e inspeções. A documentação relacionada neste artigo deverá estar concluída em até 90
(noventa) dias do exercício subsequente ao exercício de competência.
Subseção III - Da Prestação de Contas por Término de Responsabilidade pela Guarda de
Bens Móveis das Unidades Administrativas e Subunidades
Art. 184 - A Prestação de Contas por Término de Responsabilidade pela guarda e conservação dos
bens será elaborada pelo Agente de Bens Móveis de Unidade Administrativa com o auxílio dos
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Encarregados de Subunidade, quando houver.
Art. 185 - A Prestação de Contas por Término de Responsabilidade será encaminhada à DPat em
até 30 (trinta) dias a partir da data do troca de responsabilidade comunicada por meio de processo
SEI. O não cumprimento deste prazo ensejará transgressão da disciplina.
Art. 186 - A Prestação de Contas por Término de Responsabilidade ficará sob a guarda do Gestor
de Bens Móveis, à disposição dos órgãos de controle.
Art. 187 - A Prestação de Contas por Término de Responsabilidade pela guarda dos bens será
composta pelos seguintes itens:
I - comunicação Interna (CI) de encaminhamento da prestação de contas, assinada pelo Titular
Responsável da Unidade Administrativa, conforme o caso;
II - cópia da publicação no DOERJ do ato de exoneração ou dispensa do responsável substituído,
bem como do ato de nomeação ou designação do substituto.
Art. 188 - Quando se tratar de bens móveis permanentes, além dos documentos do inciso I e II do
artigo anterior, será necessária a documentação listada abaixo:
I – Cadastro do Responsável pela guarda dos bens (Anexo III da IN AGE nº 41);
II - Inventário das Existências Físicas na data da substituição do responsável (Anexo IV da IN
AGE nº 41);
III - Demonstrativo da Movimentação no período a que se refere à prestação de contas, sendo
mencionado, em moeda corrente, o saldo anterior, as entradas, as saídas, os ajustes e o saldo para
o mês seguinte (Anexo I da IN AGE nº 41);
IV - Termo de Transferência de Responsabilidade, devidamente autenticado pelos servidores
substituto e substituído (Anexo V da IN AGE nº 41);
V - Termo de Inspeção, quando for o caso.
Art. 189 - Quando se tratar de bens móveis em Almoxarifado, além dos documentos dos incisos I
e II do artigo189, será necessária a documentação listada abaixo:
I - cadastro de todos os responsáveis por bens em Almoxarifado no exercício (Anexo I da IN AGE
nº 42);
II - arrolamento das existências físicas (Anexo II da IN AGE nº 42);
III - Demonstrativo da Movimentação dos Bens em Almoxarifado no exercício (Anexo III da IN
AGE nº 42);
IV - Termo de Transferência de Responsabilidade por bens em Almoxarifado, sempre que ocorrer
a substituição do responsável (Anexo IV da IN AGE nº 42);
V - Termo de Entrega de Bens e Valores, quando houver término de gestão decorrente da extinção
da Unidade (Anexo V da IN AGE nº 42).
Art. 190 - Na hipótese de no Termo de Transferência de Responsabilidade não se verificar
impropriedade ou irregularidade que comprometa a transferência da responsabilidade dos bens, o
Titular Responsável da Unidade Administrativa ou Subunidade emitirá Termo de “Nada Consta”
para o Encarregado da Subunidade. (Anexo XV desta Resolução).
Art. 191 - A transferência da responsabilidade poderá ocorrer ainda que esteja configurado o
desaparecimento ou a não localização de bem, não recaindo para o substituto a responsabilidade
por impropriedades ou irregularidades ocorridas na gestão do substituído, desde que estas estejam
relatadas no Termo de Transferência de Responsabilidade.
Art. 192 - Caberá a apuração de responsabilidade na forma da legislação em vigor, se ficar
configurado no Termo de Transferência de Responsabilidade o desaparecimento ou não
localização de bem anteriormente arrolado na Unidade Administrativa e ou Subunidade.
Art.“Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra
a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação
de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir
e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratif icados pela República
Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência
doméstica e familiar”.
“Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
[...]
§ “8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram,
criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações”.
Importante mencionar que a Lei Maria da Penha já teve sua constitucionalidade questionada
com base no art. 5º, I, da CF, que, no entanto, foi declarada constitucional pelo STF. Segundo o
Supremo Tribunal Federal, trata-se de hipótese de desigualdade positiva, devendo ser, inclusive,
incentivada no ordenamento jurídico.
DIREITO DAS MULHERES
“Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda,
cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana,
sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde
f ísica e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social”.
Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à
vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao
esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar
e comunitária”.
LEI MARIA DA PENHA – CEFC
7
ÂMBITO DE INCIDÊNCIA
◈ Sujeito ativo: Qualquer Pessoa de qualquer gênero.
◈ Sujeito passivo: Qualquer pessoa do gênero feminino que por este motivo, sofra violência no
ambiente doméstico, familiar ou afetiva.
Obviamente, a lei não se aplica quando a vítima for homem . Aplica-se quando a vítima for
mulher, quando a violência é praticada no ambiente doméstico, familiar ou afetiva. Mulher, para a lei,
como regra, é o ser humano do gênero feminino. Entretanto, algumas situações peculiares devem ser
destacadas:
a) Lésbica: tem a proteção da Lei;
b) Transexual: desde que operada, com alteração do nome para o feminino e com laudo
psicológico atestando a condição de pessoa transexual, é plenamente possível a proteção da Lei.
O Judiciário em todo o País tem enfrentado questões de transexuais
que não optaram pela cirurgia, e tampouco a alteração de nome, que
pretendem a aplicação da Lei Maria da Penha. A jurisprudência tem revelado
certa tendência de permitir a aplicação da Lei desde que, ainda que o sexo
seja masculino, o gênero, a forma de ser, o psicológico, seja feminino
(devidamente atestado por prof issional da psicologia idôneo);
Necessário transcrever a decisão do saudoso Doutor Desembargador George Lopes Leite do
TJDFT que enfrentou esta problemática, sendo o seu entendimento utilizado em situações
semelhantes: “O gênero feminino da vítima parte de sua liberdade de autodeterminação, sendo
apresentado socialmente pelo nome que adota pela forma que se veste e pela maneira como deseja
ser tratada em suas relações”. (...) A alteração do registro de identidade ou cirurgia de
transgenitalização são apenas opções postas à sua disposição para que exerça de forma plena e sem
constrangimentos sua liberdade de escolha, não se tratando de condicionantes para que seja
considerada mulher. “Além disso, uma vez que se apresenta dessa forma, a vítima também carrega
consigo todos os estereótipos de vulnerabilidade e sujeição voltados ao gênero feminino, combatidos
pela lei Maria da Penha” (TJDF. 1ª Turma, SER 2017 16 1007612-7, rel. Des George Lopes, j. 5-4-
2018).
c) Desnecessidade de demonstração da vulnerabilidade e hipossuf iciência da mulher: as duas
características são ínsitas ao gênero feminino, cabendo o ônus da prova ao suposto agressor no
sentido de que a vítima não seria mais f raca ou de que teria agido em legítima defesa.
LEI MARIA DA PENHA – CEFC
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CONFIGURAÇÃO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA
A MULHER (ART. 5º)
Conf igura-se violência doméstica e familiar, para
efeito de aplicação desta Lei, toda ação ou omissão, dolosa ou
culposa, sobre o gênero mulher, que tenha por resultado a
morte, lesão (independente da gravidade) ou sofrimento
(f ísico, psicológico, sexual, patrimonial ou moral) no ambiente:
I - Doméstico (espaço de convívio entre pessoas com
ou sem vínculo familiar, inclusive as agregadas).
⮚ Observação importante: Não exige vinculo familiar, então, por exemplo, empregada doméstica,
enteada, enfermeira, curatelada, tutelada, todas estas situações uma vez agredida por motivação
de gênero será alcançado pela Lei Maria da Penha.
II - Familiar (espaço de convívio de pessoas que estejam unidas por vínculo sanguíneo, por
af inidade ou por consideração – irmãos, cunhada, etc.);
⮚ Observação importante: Vulnerabilidade (questão de gênero); cunhado que agride a cunhada
(HC nº 172.634-DF - STJ); irmão que agride irmã (REsp 1.239.850-DF, Rel. Min. Laurita Vaz,
julgado em 16-2-2012); Nora que agride sogra.
III - Relação de afeto (namoro, noivado, ex-namorado). – Desde que a motivação esteja ligada
à relação, casamento, etc. Nesta modalidade, independe de coabitação. Além disso, é hipótese de
violação dos direitos humanos.
⮚ Observação importante: a partir de 2014, o STJ tem se manifestado no sentido de aplicar a Lei
Maria da Penha em situação de namoro.
2017 - Súmula 600 do STJ: “Para a configuração da violência doméstica e familiar prevista no artigo 5º
da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) não se exige a coabitação entre autor e vítima”.
No parágrafo único do artigo 5º da lei Maria da Penha preconiza que independe da orientação
sexual da vítima, sendo ela considerada do gênero feminino terá a proteção garantida pela lei.
§ único do artigo 5º “As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.”.
Você sabia que a Lei Maria da Penha atribuiu às uniões homoafetivas o caráter de
entidade familiar, ao prever, no seu artigo 5º, parágrafo único, que as relações
pessoais mencionadas naquele dispositivo independem de orientação sexual?
(REsp 1183378/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, Julgado em
25/10/2011,DJE 01/02/2012
Podemos concluir que sobre a competência e amplitude espacial da lei Maria da Penha é
necessário somar a violência que tem como base a questão de gênero + o contexto previsto na lei, mas
especif icamente no artigo 5º.
https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('RESP'.clas.+e+@num='1183378')+ou+('REsp'+adj+'1183378').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
LEI MARIA DA PENHA – CEFC
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FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR (Art. 7º)
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I - A violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde
corporal;
II - A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional
e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise
degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça,
constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz,
insulto, chantagem, ridicularizarão, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio
que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;
III - A violência sexual, entendida como qualquer conduta que193 - A data do período de responsabilidade pela guarda e conservação dos bens do servidor
substituído se inicia no dia subsequente ao da data da exoneração do substituto e deverá ser pública
em DOERJ.
Art. 194 - As Subunidades deverão remeter às UAs as quais estiverem subordinadas toda
documentação referente à Prestação de Contas por Término de Responsabilidade, por meio de
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
38
processo SEI. Por sua vez, as UAs deverão consolidar as informações e enviar à DPat nos casos
dos bens permanentes e à DAbst quanto aos bens em Almoxarifado.
Parágrafo Único - Toda vez que houver troca de responsabilidade, a DAbst deverá apurar se há
mais de uma Unidade nesta situação a fim de realizar uma única consolidação e, após isso,
encaminhar à DPat, via processo SEI com a Prestação de Contas dos Bens em Almoxarifado
devendo manter a cópia individualizada por Unidade
Administrativa em seus arquivos, preferencialmente, em meio eletrônico, sob a guarda do
responsável, ficando à disposição dos órgãos de controle interno e externo para fins de auditorias
e inspeções. A documentação relacionada neste artigo deverá estar concluída em até 30 (trinta)
dias da recepção dos processos SEIs.
Subseção IV - Da Prestação de Contas por Término de Gestão do Titular da Unidade
Art. 195 - A Prestação de Contas de Bens Móveis por Término de Gestão por encerramento de
gestão do Titular da Unidade será elaborada pelo Gestor de Bens Móveis e este solicitará as
Unidades Administrativas e Subunidades, os documentos necessários e sua remessa deverão
ocorrer no prazo 30 (trinta) dias, essa solicitação será através de publicação em Boletim Ostensivo
da PM.
Art. 196 - A Prestação de Contas de Bens Móveis por Término de Gestão do Titular da Unidade
será composta pelos seguintes elementos:
I - Comunicação Interna (CI) da DPat encaminhando a prestação de contas consolidada, assinada
pelo Gestor de Bens Móveis à DGAF que deverá proceder aos trâmites necessários para
prosseguimento;
II - cópia da publicação em DOERJ do ato de exoneração do responsável substituído e da
nomeação do substituto;
III - pronunciamento do Gestor de Bens Móveis quanto aos procedimentos adotados, no caso de
verificação de irregularidades (Anexo XVI desta Resolução);
IV - Termo de Inspeção, quando for o caso.
Art. 197 - Quando se tratar de bens móveis permanentes, além dos documentos do inciso I e II do
artigo anterior, será necessária a documentação listada abaixo:
I - Cadastro do Responsável dos Titulares da Unidade e do Gestor de Bens Móveis (Anexo III da
IN AGE nº 41);
II - Inventário Especial das Existências Físicas na data (Anexo IV da IN AGE nº 41);
III - Demonstrativo da Movimentação no período a que se refere a prestação de contas, sendo
mencionado, em moeda corrente, o saldo anterior, as entradas, as saídas, os ajustes e o saldo para
o mês seguinte (Anexo I da IN AGE nº 41);
IV - Termo de Transferência de Responsabilidade consolidado da Unidade (Anexo VII da IN AGE
nº 41);
V - declaração do Titular da Unidade (Anexo VIII da IN AGE nº 41).
Art. 198 - Quando se tratar de bens móveis em Almoxarifado, além dos documentos dos incisos I
e II do artigo 198, será necessária a documentação listada abaixo:
I – cadastro de todos os responsáveis por bens em Almoxarifado no exercício (Anexo I da IN AGE
nº 42);
II - arrolamento das existências físicas, em 31 de dezembro(Anexo II da IN AGE nº 42);
III - Demonstrativo da Movimentação dos Bens em Almoxarifado no exercício, com controle
mensal (Anexo III da IN AGE nº 42);
IV - Termo de Transferência de Responsabilidade por bens em Almoxarifado, sempre que ocorrer
a substituição do responsável (Anexo IV da IN AGE nº 42);
V - Termo de Transferência de Responsabilidade consolidado da Unidade (Anexo VII da IN AGE
nº 41);
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
39
VI - Termo de Entrega de Bens e Valores, quando houver término de gestão decorrente da extinção
de órgão,entidade ou unidade (Anexo V da IN AGE nº 42).
Art. 199 - O Diretor da Diretoria de Abastecimento deverá providenciar a consolidação dos
documentos relativos à gestão dos bens em Almoxarifado (Anexo da IN AGE nº 42) e Termo de
Transferência de Responsabilidade consolidado com os dados dos Almoxarifes das Unidades
Administrativas (Anexo da IN AGE nº 41).
Art. 200 - Fica dispensada a prestação de contas por término de gestão do titular quando a data do
término de gestão coincidir com a do término de exercício financeiro, devendo a Unidade juntar,
na Prestação de Contas Anual de Bens Móveis Consolidada, uma cópia da publicação do ato de
exoneração e da nomeação do substituto.
Subseção V - Da Prestação de Contas por Término de Gestão por Extinção da Unidade
Administrativa
Art. 201 - A Prestação de Contas de Bens Móveis por Término de Gestão por Extinção da UA
deverá ser elaborada pelo Agente de Bens Móveis de Unidade Administrativa/Almoxarife e
conferida pelo Gestor de Bens Móveis.
Art. 202 - A Prestação de Contas de Bens Móveis por Término de Gestão por Extinção da Unidade
será composta pelos seguintes itens:
I - Comunicação Interna (CI) de encaminhamento da prestação de contas elaborada e assinada pelo
Titular Responsável da Unidade Administrativa à DPat;
II - cópia da publicação do ato de extinção da unidade em DOERJ e Bol PM.
Art. 203 - Quando se tratar de bens móveis permanentes, além dos documentos dos incisos I e II
do artigo anterior, será necessária a documentação listada abaixo:
I - Cadastro do Responsável dos Titulares da Unidade e do Gestor de Bens Móveis (Anexo III da
IN AGE nº 41);
II - Inventário Especial das Existências Físicas na data (Anexo IV da IN AGE nº 41);
III - Demonstrativo da Movimentação no período a que se refere a prestação de contas, sendo
mencionado, em moeda corrente, o saldo anterior, as entradas, as saídas, os ajustes e o saldo para
o mês seguinte (Anexo I da IN AGE nº 41).
Art. 204 - Quando se tratar de bens móveis em Almoxarifado, além dos documentos dos incisos I
e II do artigo 204, será necessária a documentação listada abaixo:
I - cadastro de todos os Responsáveis por bens em Almoxarifado no exercício (Anexo I da IN
AGE nº 42);
II - arrolamento das existências físicas até a data da extinção (Anexo II da IN AGE nº 42);
III - Demonstrativo da Movimentação dos Bens em Almoxarifado no exercício (Anexo III da IN
AGE nº 42);
IV - Termo de Entrega de Bens e Valores (Anexo V da IN AGE nº 42);
V - pronunciamento do Gestor de Bens Móveis quanto aos procedimentos adotados, no caso de
verificação de irregularidades (Anexo VI desta Resolução);
VI - Termo de Inspeção, quando for o caso.
Parágrafo Único – No ato da extinção da UA deverá haver a transferência de todos os bens desta
Unidade por meio do Termo de Transferência de Bem Móvel (Anexo X desta Resolução)que será
pública no Bol PM pela DPat e anexada ao processo de Prestação de Contas.
Subseção VI – Da Desincorporação de Bens Móveis
Art. 205 - No caso de desincorporação de bem patrimonial, as seguintes peças deverão constar do
processo de prestação de contas de bens móveis:
I - Termo de Baixa Definitiva (Anexo IX da IN AGE nº 41);
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
40
II - Ficha Individual de Bem Patrimonial (Anexo VIII desta Resolução);
III – Cópia dos Termos de transferência e doação para outro órgão ou documento de alienação.
CAPÍTULO V
Da Transferência de Responsabilidade
Art. 206 - Transferência de Responsabilidade ocorre quando é realizada a substituição dos
responsáveis: Titular da Unidade Gestora - Secretário de Estado de Polícia Militar; Gestor de Bens
Móveis – Diretor de Patrimônio; Titular Responsável pela Unidade Administrativa; Agente de
Bens Móveis das Unidades Administrativas; Almoxarife; Encarregados de Bens Móveis das
Subunidades e Detentor da Carga.
Art. 207 - A designação e a substituição do Titular Responsável pela Unidade Administrativa,Agente de Bens Móveis das Unidades Administrativas, Almoxarife e Encarregados de Bens
Móveis das Subunidades deverão ser comunicadas à DPat, dentro de 10 (dez) dias subsequentes à
ocorrência, através de processo SEI no qual deverá constar os seguintes documentos:
I - quando se tratar da substituição do:
a) Agente de Bens Móveis das Unidades Administrativas/Almoxarife - Boletim Interno que
efetivou a substituição, cópia do Anexo III da IN AGE nº 41 e cópia do Anexo I da IN AGE nº 42
preenchidos;
O servidor que ocupar a função de Agente de Bens Móveis Das Unidades Administrativas
/Almoxarife nas Unidades da SEPM/PMERJ só pode ser substituído por motivo devidamente
justificado, devendo ser sua manutenção a regra, a fim de se evitar prejuízos à continuidade do
serviço.
b) Encarregados de Bens Móveis das Subunidades - Boletim Interno que efetivou a substituição,
e cópia do Anexo III da IN AGE nº 41 preenchido.
Art. 208 - A responsabilidade dos Agentes mencionados no artigo anterior se inaugura com a
entrega dos materiais, através da inventariação inicial ou por troca de responsabilidade.
Art. 209 - O Boletim Interno que publicar a troca deverá mencionar a data de designação em dia
subsequente à data da destituição.
Art. 210 - Nos casos de substituição do Agente de Bens Móveis das Unidades
Administrativas/Almoxarifes e Encarregados de Bens Móveis das Subunidades, haverá inventário
físico e emissão dos documentos conforme normas desta Resolução. Quando da troca de
responsabilidade do Agente de Bens Móveis das Unidades Administrativas/Almoxarife deve-se
atentar para o determinado no Capítulo Prestação de Contas com a respectiva elaboração dos
Demonstrativos das Operações realizadas até a data do seu levantamento, confrontando-se com a
escrituração contábil os valores constantes daqueles documentos.
Parágrafo Ùnico - O novo e o antigo responsáveis procederão, inicialmente, a conferência da
existência das Fichas Individuais dos Bens Móveis, dos documentos de controle mensal, do
controle mensal nas respectivas planilhas e documentos do Almoxarifado da Unidade
Administrativa e Subunidade, elaborando relatório de passagem de responsabilidade dos referidos
bens e saldos. O Fiscal Administrativo aporá seu “Conferido” no relatório e determinará a emissão
do seguinte Termo:
a) Deverá ser emitido o Termo de Transferência de Responsabilidade de Bens Móveis e em
Almoxarifado (Anexo V da IN AGE nº 41 e Anexo IV da IN AGE nº 42), quando da nomeação
ou substituição do Agente de Bens Móveis da Unidade Administrativa e do Encarregado da
Subunidade.
Art. 211 - Após a conferência do material que estiver sob a guarda direta do servidor substituído
e das listagens do que estiver distribuído ou emprestado a outras UAs, Subunidades e aos Usuários
(materiais sob cautela), o substituto participará ao Fiscal Administrativo o recebimento da carga
que deverá ser documentado através do Anexo IV da IN AGE nº 41.
Art. 212 - Toda vez que houver substituição de um Detentor da Carga, este antes de deixar a Seção
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
41
fará a relação do material (Anexo IV da IN AGE nº 41) sob sua guarda, e apresentará ao Agente
de Bens Móveis da Unidade e ou Encarregado de Subunidade que deverão dar o atesto no referido
documento e realizar a conferência dos materiais sob a guarda do mesmo.
Parágrafo Único - O substituto deverá dar continuidade à elaboração do Anexo III desta
Resolução enquanto figurar como Detentor da Carga.
Art. 213 - A comunicação quanto à alteração do detentor de carga deverá ser remetida através de
processo SEI ao Agente de Bens Móveis da Unidade ou Encarregado de Subunidade e a relação
com a carga deverá ser demonstrada no Anexo IV da IN AGE nº 41 que deverá ser anexada ao
processo. O prazo para efetivar a comunicação é de 02 (dois) dias subsequentes.
Art. 214 - O Agente de Bens Móveis da Unidade e ou Encarregado de Subunidade deverá fiscalizar
o ato acima e na ausência de elaboração dos documentos de que trata o artigo 211 e seu parágrafo
único, os supracitados responsáveis deverão elaborar os documentos e comunicar ao Fiscal
Administrativo.
Art. 215 - Em seguida, será procedida a conferência física do material, artigo por artigo. O novo
Detentor aporá sua rubrica na coluna “OBS”, do Anexo IV da IN AGE nº 41, imediatamente abaixo
do último registro, a partir da linha seguinte às assinaturas do Fiscal Administrativo, Agente de
Bens Móveis da Unidade Administrativa ou Encarregado de Subunidade e do novo Detentor.
Art. 216 - O Titular Responsável da UA deverá emitir Termo “Nada Consta” (Anexo XV desta
Resolução) quando da substituição do Agente de Bens Móveis da Unidade
Administrativa/Almoxarife ou Encarregado de Subunidade após conferência das documentações
determinadas nos artigos anteriores.
Art. 217 - A UA deverá indicar em Boletim Interno, Agente de Bens Móveis da Unidade
Administrativa/ Almoxarife substituto a fim de assumir a função no caso de qualquer impedimento
do agente titular em situação de até no máximo 03 (três) meses.
§ 1º - A cópia da publicação no Boletim Interno de que trata o caput será remetida à DPat por meio
de processo SEI.
§ 2º - Quando da assunção do substituto, este deverá realizar o preenchimento dos Anexos I e II
da IN AGE nº 41 e os Anexos II e III da IN AGE nº42 com a respectiva data que assumiu a gestão
dos bens móveis.
§ 3º - Quando o agente titular regressar, este deverá apor seu visto de recebimento nos documentos
descritos no parágrafo 2º.
Art. 218 - Procedimentos a serem executados quando da assunção de Comando das Unidades
Administrativa ou Subunidades:
I - O Titular Responsável da Unidade Administrativa ou de Subunidade, após assumir o comando,
pronunciarse- á mediante processo SEI enviado à Diretoria de Patrimônio, no prazo de até 10 (dez)
dias úteis, a contar da data de passagem de Comando juntando ao processo, o Anexo III da IN
AGE nº 41 devidamente preenchido e;
II - constará como informação no processo supracitado:
a) a cópia do Boletim Interno e Ostensivo da PM no qual consta data de sua nomeação como
Titular Responsável da Unidade Administrativa ou de Subunidade, publicação em Boletim Interno
da designação da Comissão de Vistoria juntamente com o nome, posto, RG e ID funcional de seus
integrantes, com o objetivo de verificar se os bens estão ou não de acordo com o arrolamento das
existências apresentadas pelo Agente de Bens Móveis de Unidade Administrativa e ou
Encarregado ou;
b) o “De Acordo” com o arrolamento das existências por parte do Titular Responsável da Unidade
Administrativa ou de Subunidade, caso não opte por delegar a uma Comissão de Vistoria a
confrontação física dos bens patrimoniais do arrolamento das existências apresentadas pelo Agente
de Bens Móveis de Unidade Administrativa e ou Encarregado.
Art. 219 - Após a publicação em Boletim Interno da Unidade ou Ostensivo, a Comissão de Vistoria
realizará o trabalho de confrontar a existência física dos bens patrimoniais com o arrolamento
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
42
apresentado pelo Agente de Bens Móveis de Unidade Administrativa e ou Encarregado, tendo um
prazo de 30 (trinta) dias a contar da publicação para emitir o relatório, no qual aquela informará se
há irregularidades ou não, salientando que ali deverá ser registrada a conclusão da vistoria.
Art. 220 - Em seguida, o Titular Responsável da Unidade Administrativa ou de Subunidade deverá
remeter à Diretoria de Patrimônio um processo SEI fazendo menção ao processo SEI do inciso I
do Art. 220, com o seu pronunciamento quanto à carga existente na Unidade Administrativa ou
Subunidade informando se assume esta com ou sem ressalvas quanto aos seus bens, juntamente
com o Relatório da Comissão de Vistoria.
Art. 221 - Os procedimentos a serem executados quando se tratar da troca de Comando do Titular
da Unidade Gestora e do Gestor de Bens Móveis da Unidade Gestora seguem abaixo:I - a DPat determinará através de publicação no Boletim Ostensivo da PM a apresentação da
documentação necessária referente à prestação de contas destes responsáveis, sendo seu prazo de
remessa a DPat de 30 (trinta) dias;
II - a documentação de que trata o artigo anterior será descrita no Boletim do inciso I e já estão
previstos os procedimentos de preenchimento e controle nesta Resolução.
CAPÍTULO VI
Das Tomadas de Contas dos Responsáveis
Art. 222 - Tomada de Contas é a ação desempenhada para apurar a responsabilidade dos
responsáveis que deixarem de prestar contas e dos que derem causa a perda, extravio ou outra
irregularidade de que resulte, ou possa resultar dano ao Erário, devidamente quantificado.
Art. 223 - A Tomada de Contas se dará de forma imediata (tão logo se tenha conhecimento), na
hipótese de desfalques, desvios ou quaisquer outras irregularidades de que resulte prejuízo para a
Fazenda Estadual.
Parágrafo Único - Consideram-se responsáveis as pessoas do artigo 34 às quais a obrigação de
ressarcir o dano ao Erário possa ser imputada.
Seção I - Medidas Administrativas Internas Anteriores à Instauração da Tomada de
Contas
Art. 224 - A Tomada de Contas é um rito de exceção e só deve ser instaurada depois de esgotadas
as medidas administrativas internas sem obtenção da prestação de contas ou do ressarcimento do
dano ao Erário.
§ 1º - São consideradas medidas administrativas internas: as diligências, as notificações, as
comunicações, as sindicâncias ou outros procedimentos, devidamente formalizados, destinados a
promover a prestação de contas ou o ressarcimento do dano ao erário.
§ 2º - As medidas administrativas internas por parte da DPat deverão ser concluídas em até 30
(trinta) dias, contados da data do evento, quando conhecido, ou da data da ciência do fato.
Art. 225 - A DPat deverá diligenciar as medidas administrativas de que trata este artigo e em não
sendo possível sua consecução deverá providenciar relatório patrimonial circunstanciado a fim de
demonstrar a apresentação da prestação de contas fazendo constar todas as Unidades
Administrativas e Subunidades que apresentaram suas contas e ou deixaram de apresentar e se
houve alguma minudência, sendo que o aludido relatório deverá ter seu prazo finalizado em 30
(trinta) dias a somar com o prazo do § 2º do artigo 226.
Art. 226 - O relatório terá por base os seguintes documentos:
I - o inventário da respectiva Unidade Gestora;
II - os Demonstrativos Mensais das Movimentações de Bens Móveis e em Almoxarifado;
III - todos os documentos referentes à incorporação e desfazimento dos bens móveis e requisição
e baixa dos bens em Almoxarifado e;
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
43
IV - os Termos das inspeções efetuadas, quando houver.
Art. 227 - Findo o prazo do relatório referido no artigo acima, este será encaminhado à DGAF
para apresentação da prestação de contas e ou dos procedimentos para apuração das causas da
perda, extravio ou outra irregularidade.
Art. 228 - Esgotadas as medidas administrativas internas sem que haja a finalização da prestação
de contas ou a reparação do dano ao Erário, o Ordenador de despesas deverá comunicar o fato, sob
pena de responsabilidade solidária, à Controladoria Interna da SEPM/PMERJ visando à
instauração do procedimento de Tomada de Contas.
Parágrafo Único - A comunicação do Ordenador de Despesas deverá estar acompanhada dos
documentos citados no § 1º do artigo 226 e artigo 229.
Seção II - Da Instauração
Art. 229 - A Tomada de Contas será instaurada pela Controladoria Interna da Unidade Gestora,
depois de exauridas as medidas administrativas internas previstas no § 1º do artigo 226, quando
caracterizado pelo menos um dos seguintes fatos:
I – omissão do dever de prestar contas;
II – impugnação total ou parcial da prestação de contas da aplicação de adiantamentos, da
execução de convênios e de contratos formais pelo Ordenador de Despesas, ou outros formalmente
indicados;
III – extravio, perda, subtração ou deterioração culposa ou dolosa de valores, bens ou materiais da
SEPM/PMERJ, ou pelos quais o responsável pela sua guarda responda;
IV – término de gestão, por falecimento, de tesoureiro, Almoxarife ou de responsável pela guarda
de bens patrimoniais;
V – outros previstos em lei ou regulamento.
Art. 230 - A Tomada de Contas não será instaurada, sem prejuízo das sanções administrativas e/ou
penais cabíveis, se for o caso, quando, na fase da adoção das medidas previstas no § 1º do artigo
226, ocorrer:
I – o recolhimento do dano ou a recomposição dos bens ou;
II – a apresentação da prestação de contas e a sua aprovação pela autoridade competente.
Art. 231 - É pressuposto para instauração de tomada de contas a existência de elementos fáticos e
jurídicos suficientes para:
I – comprovação da ocorrência de dano e;
II – identificação das pessoas que deram causa ou concorreram para a ocorrência de dano.
Parágrafo Único - A demonstração de que tratam os incisos I e II deste artigo abrange,
obrigatoriamente:
a) descrição detalhada da situação que deu origem ao dano, lastreada em documentos, narrativas
e outros elementos probatórios que ofereçam suporte à comprovação de sua ocorrência;
b) exame da suficiência e da adequação das informações, contidas em pareceres de agentes
públicos, quanto à identificação e quantificação do dano;
c) evidenciação do nexo causal entre a situação que deu origem ao dano e a conduta ilegal,
ilegítima ou antieconômica do responsável a quem se imputa a obrigação de ressarcir ao Erário,
por ter causado ou concorrido para a ocorrência de dano.
Art. 232 - A Tomada de Contas será realizada com independência e imparcialidade, cabendo ao
Controlador competente assegurar os meios necessários ao desenvolvimento dos trabalhos.
Seção III - Da Quantificação do Dano
Art. 233 - A quantificação do dano far-se-á mediante:
I – verificação, quando for possível quantificar com exatidão o real valor devido ou;
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
44
II – estimativa, quando, por meios confiáveis, apurar-se quantia que seguramente não exceda o
real valor devido.
Art. 234 - O dano será atualizado monetariamente pela UFIR-RJ, ou qualquer outro índice que
venha a substituí-lo, na forma da legislação aplicável aos débitos para com a Fazenda Pública,
desde a data da ocorrência do fato.
Parágrafo Único - Não se aplicam as regras do caput aos danos apurados em tomadas de contas
decorrentes da execução ou da ausência de prestação de contas de convênio, em que a atualização
monetária e os juros legais são regulados por meio do Decreto nº 41.528, de 31 de outubro de 2008
e suas alterações posteriores.
Art. 235 - Os processos de Tomada de Contas por omissão no dever de prestar contas deverão ser
instruídos com os documentos a serem juntados nas respectivas Prestações de Contas, no que
couber (Instruções Normativas nº 41 e 42 da AGE de 2017).
Art. 236 - Para os demais casos, relacionados nos incisos II a V do artigo 231 desta Resolução,
integrarão os processos de Tomada de Contas os seguintes documentos da Instrução Normativa nº
22 da AGE de 2013, que deverão ser numerados e juntados tempestivamente aos autos do processo
administrativo:
I – Termo de Instauração de Tomada de Contas preenchido (Anexo I da IN AGE nº 22 de 2013);
II – Ofício do Tribunal de Contas do Estado – TCE e respectivo voto do Conselheiro Relator,
quando a Tomada de Contas tenha sido por ele determinada para instauração no âmbito deste
órgão;
III – cópias das notificações de cobranças, comunicações, requerimentos, acompanhados de aviso
de recebimento ou de qualquer outra forma que assegure a ciência ao notificado da ausência das
prestações de contas, bem como os originais de suas manifestações, defesa ou dos documentos que
comprovem a reparação do dano ao Erário, quando houver, além de comprovantes de despesas,
quando for o caso;
IV – cópia do Registro de Ocorrênciana delegacia, quando for o caso;
V – cópias dos relatórios conclusivos de comissão de inquérito ou sindicância, de laudos periciais,
bem como de relatório final do inquérito policial militar, e de decisões em processos
administrativos e ações judiciais, se houver;
VI – identificação do(s) responsável(is) (Anexo II da IN AGE nº 22 de 2013);
VII – quantificação do dano atualizado monetariamente (Anexo III da IN AGE nº 22 de 2013);
VIII – cópia do documento de lançamento referente à inscrição do(s) responsável(eis) na conta
“Créditos por Danos ao Patrimônio”;
IX – pronunciamento do Ordenador de Despesas, no qual atestará haver tomado conhecimento dos
fatos apurados e indicará as medidas adotadas para o saneamento das deficiências e irregularidades
(Anexo IV da IN AGE nº 22 de 2013);
X – relatório do Tomador de Contas (Anexo V da IN AGE nº 22 de 2013), elaborado pela
Controladoria Interna da SEPM/PMERJ, que conterá manifestação acerca dos seguintes quesitos:
a) apuração dos fatos, indicando sua descrição cronológica, especificando o motivo determinante
da instauração, origem e data da ocorrência ou do conhecimento do fato, com a indicação das
normas e regulamentos eventualmente infringidos;
b) identificação do responsável, individual ou solidariamente, pelo ato de gestão inquinado de
vício, com elementos que permitam ajuizamento acerca da responsabilidade pelo dano ao Erário;
c) quantificação do dano atualizado, por responsável identificado, e das parcelas já recolhidas, se
for o caso;
d) descrição dos procedimentos que foram tomados visando ao ressarcimento do dano;
e) descrição dos procedimentos que foram adotados para impedir ou diminuir a ocorrência de fatos
semelhantes.
Art. 237 - O processo de Tomada de Contas por desvio de bens será constituído, além daqueles
indicados no artigo 238, dos seguintes elementos:
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45
I – cópia da Nota Patrimonial (NP) referente à baixa do bem;
II – cópia da Nota Fiscal de aquisição do bem ou respectiva Ficha Individual de Bem Patrimonial
ou Ficha de Movimentação de Material, a qual conterá, obrigatoriamente, a descrição do bem,
número de inventariação, data e valor da aquisição e sua localização;
III – Termo de Baixa Definitiva do Bem.
Art. 238 - A DPat procederá a baixa definitiva do bem quando constatado desvio, no processo de
baixa devendo constar todos os documentos decorrentes do procedimento instaurado bem como o
respectivo número e data da instauração.
Art. 239 - Os processos de Tomada de Contas instaurados por omissão quanto ao dever de prestar
contas, à falta de comprovação ou aplicação irregular dos recursos repassados mediante convênio,
deverão ser instruídos, com os seguintes documentos, além dos enumerados no artigo 238:
I – comprovação de retenção, pelo concedente, das parcelas vincendas, quando for o caso;
II – cópia do documento de lançamento referente à inscrição da inadimplência ou à impugnação
de todo ou parte da execução de convênio.
Seção IV - Do Prazo
Art. 240 - No prazo de 60 (sessenta) dias da instauração da Tomada de Contas, a Controladoria
Interna devolverá os autos para o Estado Maior Geral - EMG.
CAPÍTULO VII
Do Controle Contábil
Art. 241 - O controle contábil exercido sobre a gestão dos bens móveis e da gestão dos bens em
estoque nos Almoxarifados, através dos documentos que demonstram as entradas e saídas dos bens
e materiais é constituído dos seguintes elementos:
I - Registro analítico do Demonstrativo Mensal da Movimentação dos Bens Móveis (Anexo I da
IN AGE nº
41) e Demonstrativo Mensal da Movimentação dos Bens em Almoxarifado (Anexo III da IN AGE
nº 42);
II - Termos e relatórios de inspeções realizadas;
III - Inventariações;
IV - Prestação de Contas e;
V - Tomadas de Contas.
Art. 242 - No último dia de cada mês será levantado pelos Agentes de Bens Móveis de Unidade
Administrativa/ Almoxarifes o Demonstrativo Mensal da Movimentação dos Bens.
Art. 243 - O Demonstrativo Mensal da Movimentação dos Bens Móveis - Anexo I da IN AGE nº
41, será elaborado e deverá ser arquivado 01 (uma) via no Almoxarifado, e 01 (uma) via será
remetida à DPat até o 5º (quinto) dia útil do mês subsequente através de processo SEI no qual
deverá constar relacionados os processos que originaram as movimentações mencionadas, quando
houver, incorporação ou desfazimento de bens.
Art. 244 - O Demonstrativo Mensal da Movimentação dos Bens em Almoxarifado - Anexo III da
IN AGE nº 42, será elaborado e deverá ser arquivado 01 (uma) via no Almoxarifado, e 01 (uma)
via será remetida à DAbst até o 5º (quinto) dia útil do mês subsequente através de processo SEI no
qual deverá constar anexadas as respectivas cópias das Notas Fiscais (no caso de compra realizada
pela Unidade Administrativa).
Art. 245 - A DPat, de posse dos Demonstrativos Mensais da Movimentação dos Bens Móveis
(Anexo I da IN AGE nº 41), fará as verificações que julgar pertinentes para constatar a existência
física dos materiais, bem como a exatidão dos valores para os respectivos registros contábeis e
efetivar os lançamentos gerando as Notas Patrimoniais.
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
46
Art. 246- A consequente baixa contábil decorrente do processo de desfazimento será realizada
pela DPat até o último dia do encerramento do exercício financeiro.
Seção I - Da Contabilidade e Controle de Material nas UAs
Art. 247 - A contabilidade de material processa-se, de modo geral, na Fiscalização Administrativa
e no Almoxarifado (ou depósito equivalente), e de modo particular em todas as frações ou
dependências da Unidade Administrativa, ficando a cargo do Fiscal Administrativo, do Almoxarife
e dos demais agentes executores diretos e indiretos.
Art. 248 - A escrituração do material em Almoxarifado processar-se-á através da Planilha de
Controle de Almoxarifado (Anexo XII desta Resolução) e preenchimento dos Anexos II e III da
IN AGE nº 42 sob a responsabilidade do Agente de Bens Móveis de Unidade Administrativa com
supervisão do Fiscal Administrativo, esse controle destina-se à escrituração analítica e ao controle
de todo o material permanente da UA, em estoque.
Art. 249 - O material permanente será escriturado nos documentos de gestão dos bens móveis:
Mapa Carga (Anexo XIV desta Resolução), e preenchimento dos Anexos I, IV e IX da IN AGE nº
41, sob a responsabilidade do Agente de Bens Móveis de Unidade Administrativa com supervisão
do Fiscal Administrativo, esse controle destina-se à escrituração analítica e ao controle de todo o
material permanente da UA, em uso.
Art. 250 - Utilizar-se-á Ficha Individual de Material Permanente (Anexo VIII desta Resolução)
que é o documento de controle com todos dados do bem.
Art. 251 - As Fichas serão numeradas de forma sucessiva dentro do ano civil, seguido do número
de inventário e mantidas no fichário nessa ordem (ex: 01/2020/ Nº DE INVENTÁRIO)
Art. 252 - Qualquer publicação em Boletim, relativa à movimentação de carga, fará referência ao
número da Ficha correspondente ao bem existente.
Art. 253 - As Fichas serão abertas e encerradas pelo Agente de Bens Móveis de Unidade
Administrativa e deverão ser inspecionadas e assinadas pelo Fiscal Administrativo e pelo Titular
Responsável de Unidade Administrativa. As datas de abertura e de encerramento serão,
respectivamente, os referentes à 1ª inclusão do material na carga da Unidade e a última alteração
consignada no verso da Ficha.
Art. 254 - Todo bem móvel que der entrada na Unidade, e for disponibilizado imediatamente para
uso, deverá ser registrado no Livro Fichário de Material Permanente em uso, sob a
responsabilidade do Agente de Bens Móveis de Unidade Administrativa, este livro destina-se à
escrituração analítica e ao controle do material permanente em uso, em qualquer dependência ou
fração interna da UA e deverá ser revisado pelo Fiscal Administrativo.
Art. 255 - O Livro Fichário de Material Permanentedeverá registrar item a item com o respectivo
número de inventário, descrição analítica, data de entrada e Boletim Interno que publicou a
incorporação.
Art. 256 - No tocante aos bens do acervo patrimonial pertencentes ao Centro Cultural da Polícia
Militar do Estado do Rio de Janeiro – CCPMERJ (Museu), estes deverão ser catalogados com
número de inventário, data de entrada (em não podendo ser definida basta haver justificativa),
descrição minuciosa do bem, valor do bem de acordo com o valor de mercado cultural (se
necessário for, poderá ser feita consulta/ pesquisa/convênio com órgãos do Estado tais como
IPHAN, INEPAC e FUNARJ) em livro próprio para esta finalidade.
Art. 257 - Todo bem permanente ou de consumo que der entrada na Unidade/Subunidade sendo
entregue no Almoxarifado e lá permaneça em estoque deverá ser registrado no Livro Fichário de
Material em Almoxarifado, sob a responsabilidade do Almoxarife, destinando-se à escrituração e
ao controle do material e este deverá ser revisado pelo Fiscal Administrativo.
Parágrafo Único - Quanto aos materiais em estoque no Almoxarifado, o livro deverá registrar a
descrição do material, quantidade, data de entrada e dados do documento de origem (Nota Fiscal,
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47
Termo de Doação, Termo de Transferência, dentre outros).
CAPÍTULO VIII
Do Controle dos Bens em Almoxarifado
Seção I - Dos Conceitos
Art. 258 - Quanto à sua conceituação, o Material de Consumo é aquele que possui os seguintes
requisitos:
I - durabilidade, quando o bem móvel em uso normal perde ou tem reduzidas as suas condições de
funcionamento, no prazo máximo de 02 (dois) anos;
II - fragilidade, cuja estrutura esteja sujeita a modificação, por ser: quebradiço ou deformável,
caracterizandose pela irrecuperabilidade e/ou perda de sua identidade;
III - perecibilidade, quando sujeito a modificações (químicas ou físicas) ou que se deteriora ou
perde sua característica normal de uso;
IV - incorporabilidade, quando destinado à incorporação a outro bem móvel, não podendo ser
retirado sem prejuízo das características do principal;
V - transformabilidade, quando adquirido para fim de transformação.
Parágrafo Único - Sua aquisição é feita por meio de despesa de custeio e possui controle após a
sua distribuição aos usuários para fins de gestão de estoque, registrando a sua entrada e saída do
almoxarifado.
Art. 259 - O Material de Consumo armazenado em depósito na Diretoria de Abastecimento
(DAbst) e nos almoxarifados de todas as Unidades Administrativas da SEPM/PMERJ é
considerado como integrante do patrimônio do órgão.
Art. 260 - Para os fins dessa norma, considera-se:
I - Diretoria de Abastecimento (DAbst) – Unidade Administrativa vinculada à Diretoria Geral de
Apoio Logístico (DGAL), onde é feita a armazenagem e distribuição de todo material classificado
como de consumo e permanente de uso na SEPM/PMERJ, de natureza perecível e não perecível,
com ou sem data de validade;
a) Não se aplica ao item acima aqueles materiais de uso único e exclusivo da área de saúde da
SEPM/PMERJ, cuja atribuição é da Diretoria de Suprimentos de Saúde (DGS)
II - quando o material é entregue diretamente em outra Unidade Administrativa que não à DAbst,
caberá à Unidade beneficiada realizar os registros patrimoniais e encaminhar os documentos e as
devidas informações às Unidades especializadas da SEPM/PMERJ, conforme descrito nesta
Resolução no artigo 80;
III - Almoxarifado – seção da Unidade Administrativa, na qual é armazenado e distribuído todo o
material de consumo e ou permanente destinado para qualquer Unidade Administrativa, sendo o
Almoxarife responsável por:
a) receber e examinar, juntamente com o fiscal e mais um servidor indicado pelo Titular
Responsável da Unidade Administrativa, o material destinado à Unidade, assinando com os
mesmos o respectivo Termo de Recebimento, Exame e Avaliação de Material;
b) receber, firmando os recibos nos documentos que lhe forem apresentados, o material destinado
à Unidade cuja entrega lhe seja feita pelos órgãos provedores, diretamente, assumindo
individualmente toda a responsabilidade, quer sob o ponto de vista quantitativo, quer sob o aspecto
qualitativo;
c) possuir uma relação de todo o material distribuído contendo designação dos locais em que se
encontram, sendo o responsável direto e fixo (Anexo XII desta Resolução - Planilha de Controle);
d) garantir a existência, bom estado, asseio e conservação do material a seu cargo;
e) gestão e contabilidade do material a seu cargo, mantendo em ordem e em dia a respectiva
escrituração, de acordo com a legislação e modelos em vigor;
f ) não entregar artigo algum de sua carga sem pedido formalizado (Anexo XIII desta Resolução)
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48
ou ordem de autoridade competente;
g) levar imediatamente ao conhecimento do Fiscal Administrativo o dano causado em qualquer
artigo que estiver sob sua guarda, prestando os necessários esclarecimentos.
Art. 261 - Quanto à situação patrimonial, o material de consumo pode ser considerado como:
I - bom, quando estiver em plena condição de uso normal;
II - ocioso, quando, embora esteja em perfeitas condições de uso, não estiver sendo aproveitado;
III - obsoleto, quando em razão de sua natureza cair em desuso;
IV - inservível, quando se tornar impróprio para uso em razão da perda de sua validade ou
serventia, podendo ocasionar danos à máquinas, equipamentos, a pessoas, etc.
Seção II - Da Solicitação de Material
Art. 262 - O pedido de materiais destina-se à solicitação de bens de consumo e/ou permanentes à
DAbst, por meio eletrônico, visando suprir as Unidades Administrativas dos itens necessários para
o desenvolvimento de suas atividades funcionais:
I – a solicitação de materiais ao almoxarifado das próprias Unidades Administrativas deve ser
realizada por meio eletrônico e no impedimento deste, em casos excepcionais, por meio físico;
II – quaisquer movimentações de entrada e saída de material no Almoxarifado devem ser
realizadas através do modelo de documento conforme Anexo XII desta Resolução.
Art. 263 - A solicitação de materiais à DAbst deverá ser assinada pelo Titular Responsável da
Unidade Administrativa solicitante e deve obedecer ao princípio da eficiência e da economicidade.
Art. 264 - Caberá à DAbst, ou por ordem da DGAL, o atendimento integral ou parcial das
solicitações emanadas pelo Titular Responsável das Unidades Administrativas, tendo por critério
de análise os estudos técnicos realizados preliminarmente para a aquisição do material, a
disponibilidade do material em estoque, bem como a realidade situacional da Unidade solicitante,
de forma a equilibrar a distribuição do material junto às demais Unidades da SEPM/PMERJ.
Art. 265 - Os itens das solicitações de materiais que não forem atendidos por inexistência de
estoque, racionamento ou decisão administrativa devidamente comunicada, deverá constar em
estudos técnicos preliminares para futuras aquisições.
Art. 266 - É vedada a emissão de solicitação de material por uma Unidade para o fornecimento de
materiais destinados ao uso de outra Unidade.
Seção III - Da Aquisição
Art. 267 - Caberá aos órgãos listados no Bol da PM nº 085, de 15 de maio de 2020, a
responsabilidade de iniciar os Estudos Técnicos Preliminares (ETP) para a aquisição do material
de consumo, seja o órgão responsável instado pela unidade solicitante através de nota técnica
preliminar, seja através da observação de término de estoque ou de ordem direta da DGAL.
Devendo ser observados os seguintes critérios:
I - Consumo médio mensal - média aritmética do consumo nos últimos 12 (doze) meses;
II – tempo de aquisição - período decorrido entre a emissão do pedido de compra e o recebimento
efetivo do material no Almoxarifado;
III – intervalo de aquisição - período compreendido entre duas aquisições normais e sucessivas;
IV – estoque mínimoe de segurança é a menor quantidade de material a ser mantida como estoque
capaz de atender ao consumo da SEPM/PMERJ por período de demanda normal em resultado de
atraso no recebimento ou excesso eventual de consumo;
V – estoque máximo - maior quantidade de material admissível em estoque, observadas as
condições de estocagem, durabilidade (prazo de validade), consumo entre os períodos de aquisição
e economicidade;
VI – ponto de pedido - nível de estoque que, ao ser atingido, determina novo pedido de aquisição,
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visando o imediato ressuprimento;
VII - quantidade de aquisição - número de unidades de material a adquirir para recompor o estoque
suficiente para atendimento das demandas regulares da SEPM/PMERJ.
Art. 268 - Concluído o ETP, este será enviado pela Unidade responsável à DGAL para avaliação.
Sendo aprovado, o ETP será encaminhado para a Diretoria de Licitação e Projetos (DLP), que
procederá à pesquisa de preços e iniciará processo licitatório em conformidade com a
disponibilidade financeira e com a Lei nº 8.666/93, e suas alterações posteriores, que regem a
matéria.
Seção IV - Do Recebimento e da Aceitação
Art. 269 - Todo material será entregue ao depósito da DAbst, salvo aquele que por sua
característica condicional, física ou técnica necessite ser entregue em local diverso, situação que
deverá ser antecipada e devidamente justificada pelo requisitante ou pelo fornecedor, conforme o
caso, sujeito à autorização da DAbst.
Parágrafo Único - Quando o material for entregue diretamente nas UAs ou Subunidades, esta
entrega deverá ocorrer em seus setores de almoxarifado.
Art. 270 - O recebimento é o ato pelo qual o material de consumo ou permanente é entregue à
DAbst, ou local previamente estabelecido, conforme a sua procedência, seja por aquisição, doação,
permuta ou cessão, para a composição de estoques, no almoxarifado, não implicando
necessariamente em aceitação, procedimento esse que apenas transfere a responsabilidade pela
guarda e conservação do material do fornecedor para a SEPM/DAbst até a sua aceitação definitiva.
Art. 271 - A prova de recebimento na DAbst é constituída pela assinatura do responsável pelo
depósito da Divisão de Material de Consumo no documento fiscal de entrega e serve apenas para
comprovação da data de efetiva entrega do material.
Art. 272 - A aceitação é o ato segundo o qual se declara, na documentação fiscal ou afim, que o
material recebido satisfaz as especificações e condições contratadas. Nesse ato, deve a Comissão
(gestor ou fiscais) constituída para essa finalidade, afirmar haver:
I - recebido o material em perfeito estado;
II – ter submetido o mesmo à devida análise técnica, se for o caso;
III - conferido e atestado a quantidade e a qualidade do material em consonância com as
especificações estabelecidas no Edital, Pedido de Compra, Proposta Detalhe, Contrato de
aquisição ou outros instrumentos pactuados;
IV - identificado e classificado, segundo as normas contábeis.
Art. 273 - Ao dar entrada no Almoxarifado/Depósito DAbst, o material deverá estar acompanhado:
I - no caso de compra, de Nota Fiscal ou Nota Fiscal/Fatura correspondente;
II - no caso de cessão, convênio, comodato ou permuta, pelo Termo de Doação, Cessão, Permuta
ou ainda, de outro documento que oriente o registro do bem no controle de material;
III - no caso de permuta, deverá ser observada a equivalência de valores entre os materiais;
IV – no caso de material distribuído pela DAbst para o Almoxarifado das demais Unidades
Administrativas, o material deve ser acompanhado pelo documento listado no Anexo I desta
Resolução e deverá ser entregue diretamente no Almoxarifado devendo o mesmo fazer seu registro
imediato da entrada na Unidade através da Planilha de Controle (Anexo XII desta Resolução).
Art. 274 - Quando o material não corresponder com exatidão ao que foi pedido, ou ainda,
apresentar faltas ou defeitos, será feita a comunicação e o gestor do contrato providenciará junto
ao fornecedor a regularização da entrega para efeito de aceitação.
Art. 275 - Os prazos estabelecidos para regularização dos materiais de consumo ou permanentes
devem ser fiscalizados pelo Fiscal Administrativo.
Art. 276 - O não atendimento pelo fornecedor ao chamado para reposição ou correção dos
materiais entregues, assim como a desobediência aos prazos, serão comunicados à Diretoria Geral
de Administração e Logística para as devidas medidas punitivas, previstas nas normas vigentes.
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50
Art. 277 - Os materiais de consumo adquiridos em grandes quantidades, de tal forma que se torne
inviável sua conferência unitária, poderão ser conferidos pelos sistemas de amostragem aleatória,
a critério do Titular Responsável de Unidade Administrativa, que estabelecerá a metodologia a ser
seguida pelo Fiscal Administrativo e pelo Almoxarife.
Art. 278 - O responsável pelo recebimento do material no almoxarifado poderá solicitar apoio de
qualquer área técnica da SEPM/PMERJ, para auxiliar e orientar no recebimento de material de
consumo ou permanente com características especiais, com vistas a consolidar o aceite do bem.
Art. 279 - Após a verificação da qualidade e quantidade dos materiais recebidos, estando os
mesmos de acordo com as especificações exigidas, os fiscais, em caso de contrato firmado pela
SEPM/PMERJ, ou os servidores designados pelo Titular Responsável da Unidade Administrativa,
deverão apor carimbo no verso do documento
fiscal apresentado pelo fornecedor, com a sua assinatura e identificação, procedendo ao devido
atesto em consonância com o § 3º, do art. 90 da Lei Estadual nº 287, de 04 de dezembro de 1979.
Art. 280 - Não sendo possível ou oportuno o atesto dos fiscais do contrato no momento da entrega
do material, será confeccionado o recebimento provisório do objeto para posterior atesto definitivo
por parte dos fiscais.
Art. 281 - Deve o Chefe da Divisão de Material da DAbst correspondente, ou o Almoxarife,
cientificar o gestore os fiscais do contrato quanto ao recebimento de objeto contratado em depósito,
devendo atentar, ainda, quanto ao prazo estipulado em contrato para o aceite definitivo.
Art. 282 - Para fins de responsabilidade, não será exigido do servidor por receber provisoriamente
o material em depósito a observação de especificações profundamente técnicas ou não visíveis
superficialmente no objeto. Contudo, a quantidade do material recebido deverá estar em
conformidade com a Nota Fiscal apresentada.
Seção V - Do Controle do Material
Art. 283 - Antes da distribuição dos materiais recebidos, mediante qualquer processo de aquisição,
incluídos aqui também os bens adquiridos através de transferência/ adiantamento financeiro,
devem ser os mesmos avaliados e classificados quanto à sua natureza como material de consumo
ou permanente, situação em que serão registrados no Almoxarifado da Unidade Administrativa,
ou como ativo permanente, situação em que deverão ser devidamente tombados e incorporados ao
patrimônio da Unidade Administrativa, observadas as regras estabelecidas para administração dos
bens patrimoniais descritas nesta Resolução.
Parágrafo Único – As Notas Fiscais ou Faturas só serão pagas se observadas a segunda fase da
despesa pública, ou seja, se forem devidamente atestadas pelos fiscais do contrato ou pelos
servidores indicados pelo Titular Responsável da Unidade Administrativa.
Art. 284 - Compete ao responsável pelo Almoxarifado controlar o material de consumo lançando
na Planilha de Controle (Anexo XII desta Resolução) de acordo com as especificações contidas no
processo de aquisição, fazendo constar no campo “Observações”: dados da Nota de Empenho, da
Nota Fiscal, Valor Unitário do Bem, do Termo de Doação, Cessão, Guia de Produção Interna,
Termo de Permuta, dentre outros.
Parágrafo Único - No ato de lançamento do bem de consumo deverão ser criteriosamenteobservadas as definições já existentes correspondentes ao mesmo tipo de material, bem como a
descrição dos documentos, de modo a identificá-lo adequadamente, não deixando margem para
dúbias interpretações ou duplo cadastro.
Seção VI - Da Guarda e da Armazenagem
Art. 285 - Compete aos Chefes das Divisões de Material de Consumo, de Material Permanente e
de Material de Subsistência, na DAbst, e ao Almoxarife, na UA, a responsabilidade pela guarda,
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51
armazenagem, conservação e distribuição dos materiais de consumo ou permanentes existentes no
Almoxarifado.
Art. 286 - A armazenagem dos materiais compreende: a guarda, a localização, a segurança e a
preservação do material estocado nas dependências do depósito do Almoxarifado.
Art. 287 - Na armazenagem devem ser adotados os seguintes cuidados:
I - os materiais devem ser resguardados contra o furto ou roubo, protegidos contra a ação dos
perigos mecânicos e das ameaças climáticas, bem como de animais e insetos;
II - os materiais devem ser estocados de modo a possibilitar fácil acesso à sua localização, tanto
para fins de distribuição e guarda, como para fins de inventário, com identificação das prateleiras
que possibilitem o seu imediato confronto com o endereçamento dos itens;
III - os materiais que possuem grande movimentação física devem ser estocados em lugar próximo
das áreas de expedição;
IV - os materiais perecíveis jamais devem ser estocados em contato direto com o piso;
V - a arrumação dos materiais não deve prejudicar o acesso às áreas de emergência, aos extintores
de incêndio ou à circulação de pessoas;
VI - os materiais de mesma classe devem ser concentrados em locais adjacentes, a fim de facilitar
a sua movimentação e contagem quando da realização de inventários;
VII - os materiais pesados e/ou volumosos devem ser estocados nas partes inferiores das estantes
e estrados, procurando sempre que possível eliminar os riscos de acidentes ou avarias e facilitar a
sua movimentação;
VIII - os materiais devem ser conservados nas embalagens originais e somente abertos quando
houver necessidade de fornecimento parcelado ou por ocasião da utilização;
IX - a arrumação dos materiais deve ser feita de modo a manter voltada para o lado de acesso ao
local de armazenagem a face da embalagem ou etiqueta, contendo as informações que identifiquem
rapidamente o conteúdo do volume;
X- quando o material for identificado por códigos de barras ou outro de qualquer natureza, que
possa tornar a identificação do bem demorada, deverá ser colocada etiqueta identificadora na
estante ou prateleira para facilitar a sua pronta identificação;
XI - quando o material estocado tiver que ser empilhado, deve-se atentar para a segurança e altura
das pilhas, de modo a não afetar a sua qualidade pelo efeito da pressão decorrente, o arejamento,
obedecendo sempre as recomendações do fabricante.
Seção VII - Da Distribuição
Art. 288 - A distribuição é o processo pelo qual se faz chegar ao Usuário requisitante o material
solicitado.
Art. 289 - O Almoxarifado nas Unidades Administrativas, ou servidor designado pelo Titular
Responsável da Unidade Administrativa no caso das Unidades que não dispõem de um
Almoxarife, fornecerá o material de consumo ou permanente ao Usuário somente com o devido
preenchimento da Solicitação de Material (Anexo XIII desta Resolução), sendo a rotina de
distribuição dentro da Unidade Administrativa, um conjunto de normas gerais que além destas
poderão somar a ações específicas da própria Unidade que deverão ser estabelecidas pelo Titular
Responsável da Unidade Administrativa.
Art. 290 - Os Depósitos da DAbst fornecerão o material de consumo ou permanente somente
através da apresentação de cópia do documento autorizativo realizado através de processo SEI, ou
cópia da publicação de distribuição do material em Bol PM Ostensivo com o devido preenchimento
do documento do Anexo I desta Resolução, vedada qualquer outra forma de distribuição.
Art. 291 - O Diretor de Abastecimento poderá determinar o fornecimento de material de consumo
e/ou per manente pelo respectivo depósito, em caráter excepcional e/ou emergencial.
Parágrafo Único - Será fornecido ao solicitante do material cópia do documento do Anexo I desta
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
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Resolução e número do processo SEI para seu acompanhamento e controle.
Art. 292 - As Unidades deverão planejar seu consumo de material de forma a não haver sobras
que comprometam a integridade do mesmo pelo armazenamento inadequado, bem como de forma
a que se evite a sua perda por obsolescência ou vencimento de validade.
Art. 293 - Qualquer devolução de material de consumo ou permanente ao Depósito da DAbst
deverá ser acompanhada, obrigatoriamente, de processo SEI exarado pelo Titular Responsável da
Unidade Administrativa para a DAbst, com cópia para a Diretoria de Patrimônio.
Parágrafo Único - O Chefe da Divisão do Depósito correspondente, após a vistoria do material
devolvido e da comprovação de sua integridade, promoverá o seu retorno ao acervo onde ficará
disponível para o atendimento de nova distribuição.
Art. 294 - Os materiais de consumo ou permanente adquiridos para uso específico de uma Unidade
e recebidos pelo Almoxarifado deverão ser requisitados para o seu uso integral.
Art. 295 - Considera-se como carga, a efetiva responsabilidade do Usuário pela guarda e uso
adequado do material colocado à sua disposição.
Art. 296 - Todo e qualquer material de consumo ou permanente será considerado em carga do
Depósito (DAbst), Almoxarifado da UA ou Subunidade, e sob a responsabilidade destes, quando
do seu registro, após o cumprimento das formalidades de recebimento e aceitação.
Art. 297 - O Diretor da Diretoria de Abastecimento, eventualmente a pedido da Diretoria Geral de
Administração e Finanças, da Diretoria Geral de Apoio Logístico, bem como dos órgãos externos
da Administração Pública Estadual (AGE e TCE), e obrigatoriamente ao final de cada exercício
financeiro e de nova nomeação de Diretor da DAbst, coordenará Comissão formalmente designada
para levantamento físico/contábil dos materiais em estoque, elaborando a correspondente
prestação de contas de bens em almoxarifado, de acordo com a legislação vigente.
Seção VIII - Do Inventário do Almoxarifado
Art. 298 - O Inventário Físico é o instrumento de controle para a verificação dos saldos de estoque
no Almoxarifado, que permite, dentre outros, confirmar a atribuição da carga e localização dos
materiais, atualizar os registros, apurar ocorrência de dano, extravio ou qualquer outra
irregularidade, ajustar saldos escriturais e movimentações de estoque ao saldo real, e avaliar o
desempenho do responsável pelo almoxarifado, podendo ser:
I - anual: destinado a comprovar a quantidade e o valor dos materiais de consumo existentes no
Almoxarifado da SEPM/PMERJ em 31 de dezembro de cada exercício financeiro, indicando as
variações de entrada e saída ocorridas durante o período;
II - de transferência de responsabilidade: realizado quando da mudança do responsável pelo
Almoxarifado;
III - eventual: realizado em qualquer época e a qualquer tempo por iniciativa do responsável pelo
Almoxarifado, da Diretoria Geral de Administração e Finanças, da Diretoria Geral de Apoio
Logístico, da Diretoria de Patrimônio ou por solicitação de órgão fiscalizador competente.
Art. 299 - Mensalmente, o Diretor da DAbst, responsável pelo Almoxarifado da SEPM/PMERJ,
consolidará os dados preenchidos no Anexo XII desta Resolução por todas as Unidades
Administrativas da corporação e manterá em arquivo à disposição dos órgãos de controle interno
e externo.
Art. 300 - Nenhum material deve ser liberado aos usuários antes de cumpridas as formalidades de
recebimento, aceitação e registro no competente instrumento de controle pelo Almoxarifado, bem
como do devido preenchimento do documento do Anexo I desta Resolução.Art. 301 - Mensalmente, as UAs deverão através de processo SEI encaminhar à DAbst, o Anexo
II da IN AGE nº 42 a fim de que se faça a provisão e controle dos materiais em Almoxarifado,
devendo manter cópia em arquivo.
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
53
CAPÍTULO IX
Das Disposições Finais
Art. 302 - Qualquer prazo estabelecido para a realização de um ato ou fato administrativo comum
não deverá exceder de 08 (oito) dias, salvo em casos especiais ou mediante solicitação
fundamentada.
Art. 303 - Todo bem móvel distribuído às UAs e Subunidades deverá ser público em Bol PM no
qual constará obrigatoriamente todos os dados de origem com valor constante no documento, não
cabendo apor quantia simbólica. Não havendo documento que indique o valor do bem deverá
ocorrer nomeação de Comissão de Vistoria para avaliação do mesmo.
Art. 304 - No tocante à escrituração tanto na entrada quanto na saída dos bens, estas serão
efetuadas na planilha Mapa Carga imediatamente após a realização do evento que as originou.
Art. 305 - Cada Unidade da SEPM/PMERJ deve manter seu Mapa Carga atualizado com o número
de inventário novo correspondente.
Art. 306 - Deverá constar no Mapa Carga o valor depreciado dos bens a cada final de exercício,
para tanto, na planilha do referido Mapa haverá necessidade de inserção de coluna específica
nominada pelo número do ano.
Art. 307 - Cada Almoxarife deverá manter em sua Unidade, Livro de Controle de Material
Duradouro de Bens em Almoxarifado (exemplos: pendrives, talheres, grampeadores, etc) no qual
serão apostas as seguintes informações, contendo data do pedido e data da saída:
a) Descrição do bem;
b) Quantidade atendida;
c) Valor unitário.
Art. 308 - Os processos de incorporação e desfazimento só serão considerados encerrados após
cada Unidade responsável por sua homologação proceder à publicação em Bol PM. Após isso, tais
processos devem retornar à DPat para registro e arquivamento.
Art. 309 - Acerca dos bens permanentes que forem incorporados ao patrimônio da SEPM/PMERJ,
as Unidade que os receberem deverão emitir Relatórios de Acompanhamento seguindo o Modelo
do Anexo VII desta Resolução e remetê-los à DPat sempre que requeridos no prazo de 90 (noventa)
dias, podendo ser prorrogado mediante solicitação por mais 30 (trinta) dias desde que devidamente
justificado.
Art. 310 - Por conta de norma específica do Exército, o Sistema de Bens Móveis – SBM não
poderá ser preenchido no tocante a material bélico, sendo o controle analítico descritivo deste
efetuado pela Reserva Única de Material Bélico (RUMB) e esta, por sua vez, prestará as
informações à PM4, este setor, então, consolidará os dados e só enviará documento à DPat, via
processo SEI, com os valores contábeis.
Art. 311 - Para efeito de classificação contábil de material serão obedecidos os procedimentos
estabelecidos pela Contadoria Geral do Estado – CGE/RJ.
Art. 312 - Para fiel e uniforme aplicação das presentes normas, a DPat, atenderá a consultas,
expedirá recomendações, e atualizará, sempre que julgar conveniente, formulários e anexos que as
integram.
ANEXOS da IN AGE 41 (Modelos pelo link)
ANEXO I - BMoveis_Demonstr_da_Movimentação
ANEXO II - BMoveis_Controle_Mensal_Gestor
ANEXO III - BMoveis_Cadastro_dos_Responsaveis
ANEXO IV - BMoveis_Inventario
ANEXO V - BMoveis_Termo_de_Transf_de_Responsabilidade
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54
ANEXO VI - BMoveis_Nada_Consta
ANEXO VII - BMoveis_Transf_Respons_Consolidado
ANEXO VIII - BMoveis_Declaração_Titular_Unidade
ANEXO IX - BMoveis_Termo_de_Baixa_Definitiva
ANEXOS da IN AGE 42 (Modelos pelo link):
ANEXO I - Almoxarifado_Cadastro_dos_Responsaveis
ANEXO II - Almoxarifado_Arrolamento
ANEXO III - Almoxarifado_Demonstr_da_Movimentação
ANEXO IV - Almoxarifado_Termo_de_Transf_de_Responsabilidade
ANEXO V - Almoxarifado_Termo_de_Entrega_de_Bens_e_Valores
ANEXOS DA RESOLUÇÃO:
ANEXO I – Modelo de Termo de Distribuição e Entrega de Bens;
ANEXO II – Modelo de Termo de Movimentação de Bem Móvel;
ANEXO III – Modelo de Termo de Responsabilidade de Guarda de Bens;
ANEXO IV – Modelo de Termo de Responsabilidade Bens Patrimoniais em Posse de
Terceiros/Servidores;
ANEXO V – Modelo de Termo de Devolução de Bem Móvel em Posse de Terceiros;
ANEXO VI – Modelo de Termo de Responsabilidade - Bens de Terceiros em Uso na Unidade;
ANEXO VII – Modelo de Relatório de Acompanhamento de Bens Permanentes;
ANEXO VIII – Modelo de Ficha Individual de Material Permanente;
ANEXO IX – Modelo de Ficha de Recebimento de Material;
ANEXO X - Modelo de Termo de Transferência de Bem Móvel
(vide https://pge.rj.gov.br/entendimentos/minutas-padrao/09-bens-publicos-contratos);
ANEXO XI - Modelo de Termo de Doação de Bem Móvel
(vide https://pge.rj.gov.br/entendimentos/minutas-padrao/09-bens-publicos-contratos);
ANEXO XII – Planilha Controle de Estoque de Almoxarifado;
ANEXO XIII – Modelo de Solicitação de Material;
ANEXO XIV – Modelo de Planilha Mapa Carga – Controle Patrimonial Bens Permanentes;
ANEXO XV – Modelo de Termo Nada Consta – Transferência de Responsabilidade na UA;
ANEXO XVI – Modelo de Pronunciamento do Gestor – Prestação de Contas;
ANEXO XVII – Modelo de Termo de Inutilização.
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55
MATERIAL BÉLICO
Todo material utilizado em campanha ou em missões militares, compreendido os seguintes itens:
• Veículo;
• Radio;
• Armamento;
• Munições.
Livros da Reserva do Material Bélico
• Livro de estoque: nele serão feitos os lançamentos de entrada e saída do estoque existente;
• Livro de ocorrências: nele será registrada todas as ocorrências;
• Livro das condições meteorológicas: nele serão lançadas diariamente as temperaturas máxima e
mínima e as taxas de umidade lidas no interior do paiol da RMB.
Fichas Utilizadas na Reserva de Armamento
• Ficha de controle das munições
• Ficha individual do armamento
• Ficha de controle do material
• Ficha auxiliar de material permanente numerado
• Ficha de controle de armamento e instrumento
• Ficha de material permanente em uso
Boletim Reservado do Material Bélico Interno
Divide-se em 7 (sete) partes:
• Inclusão em carga.
• Homologação de carga.
• Transferência de carga.
• Recolhimento de carga
• Eliminação de carga
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56
• Descarga
• Assuntos diversos
1- Inclusão em carga: é todo material distribuído pela DGAL/4 e recebido através do CSM.
2- Homologação de carga: solicitação feita a DGAL/4 através de of icio e publicada em Bol Res Material
Bélico PM.
3- Transferência de carga: é feita através de Bol Res Material Bélico PM pela DGAL/4 de uma OPM para
outra.
4- Recolhimento de carga: é o que ocorre com todo material que não atende mais as f inalidades a que
se destina, obedecidas às normas técnicas concernente a cada material. O recolhimento de carga é
feito, tomando-se por base inquérito técnico, parecer técnico e descarga.
5- Eliminação de carga: é o que ocorre com todo material bélico, utilizado em instrução, doado,
transferido.
6- Descarga: é o que ocorre com todo material que incide nas condições do item 4, sendo que a descarga
funciona como pré-requisito que fundamenta o recolhimento de carga.
7- Assuntos diversos: é a parte destinada aos assuntos que não se enquadram nos itens anteriores.
Ex.: entrega de espadins.
Procedimento diário na RUMB
• Marcação da temperatura máxima e mínima e umidade relativa do ar.
• Relação das armas indisponíveis até o 5º dia útil do mês subsequente.
Mapa de munições
Inclusão em carga
Procedimento: Todo material bélico, imediatamente após o seu recebimento pela força auxiliar, deverá ser
incluído em carga, constituindo a publicação do ato administrativo correspondente em boletim reservado
sob a responsabilidade do ComandanteGeral.
Em qualquer caso, não poderá ser utilizado o material bélico
ainda não incluído em carga.
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
57
Descarga do material
Sempre que houver perda, extravio, roubo, mau estado, acidente ou incidente de tiro, imediatamente
após a conclusão do IT ou IPM e apuração das responsabilidades, se houver, deverá o material bélico ser
descarregado quando for o caso, mediante publicação do ato administrativo correspondente em bol
reservado.
A IGPM será informada sobre a descarga de qualquer material bélico através de of icio reservado
com o nº do Bol que publicou a descarga com cópia do IT ou IPM.
Guia de remessa (Mod DAM 07)
Policial, vamos atentar aos procedimentos quanto da ordem de transferência ou
recolhimento do material bélico:
1- Cumprir a ordem mais breve possível;
2- Preencher a respectiva guia de remessa/ recolhimento destacando e dando destino às vias da
seguinte forma:
• 1ª via (branca) - enviar a DGAL/4
• 2ª via ( azul) - seguira na parte externa do volume e será devolvida a OPM
expedidora, devidamente assinada.
• 3ª via (amarela) - seguirá no interior do volume e f icará com a OPM recebedora do MB
para inclusão.
• 4ª via (rosa) - f icará na OPM expedidora para descarga.
Munições e Explosivos
Vamos aprender sobre munições e explosivos?
Conceituação: Munições são corpos carregados com explosivos ou agentes químicos destinados a produzir
danos.
Munição química: É todo e qualquer engenho de guerra ou controle de distúrbio que contém agentes
químicos capazes de produzir efeito tóxico, fulmígeno ou incendiário.
Classif icação quanto às características:
• Munição para armamento leve: é utilizada em revólveres, pistolas, fuzis, carabinas, mosquetões,
metralhadoras e/ou fuzis metralhadoras.
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
58
• Munições para armamento pesado: Compreende a rojões, granadas de morteiros, e todos os tipos
de granadas utilizadas em canhões, obuseiros.
• Munição de arremesso: granadas de mão e de bocal.
• Munição tóxica: é toda munição que por sua ação toxica é empregada como antipessoal (lacrimogêneo)
• Munição fulmígena: é toda munição química destinada a produzir fumaça ou neblina.
• Munição incendiária; é toda munição química que contém agentes destinados a produzir incêndio.
Controle da temperatura
BOL RES MD PM nº 75 de 22 de maio de 1978.
Será considerada a temperatura máxima de 40 ̊ C para munições químicas e
instrumentos óticos. Os paióis deverão ser equipados com termômetros de máxima e
mínima colocados em nichos apropriados.
Sempre que for observado nas inspeções diárias que a temperatura do momento
é superior aos limites previstos, serão tomadas as providências relativas ao arejamento
e ignição.
O arejamento dos paióis de munição será feito abrindo as portas ou com auxílio de
sistema de exaustão. O arejamento dos paióis será feito obrigatoriamente de 3 em 3 meses.
Irrigação: Nos paióis será feita com aparelhagem própria, na falta desta com a de incêndio.
Para reduzir a umidade ambiente do paiol, poderá ser colocada no interior dos mesmos, subst âncias
higroscópicas tais como: cloreto de cálcio, sílica gel ou cal virgem.
Os aparelhos de controle da temperatura e umidade serão conferidos semestralmente ou em
qualquer época, quando houver suspeita de mau funcionamento (Bol Res PM nº 75 de 22/05/1978).
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
59
APROVISIONAMENTO
Você sabia que as questões alusivas ao aprovisionamento das unidades, as
determinações e orientações estão no ADITAMENTO AO BOL DA PM N.º 165 -
15 SET 10 ?
Finalidade
A presente norma tem por f inalidade instituir nas Organizações Policiais Militares da PMERJ as
orientações técnicas referentes às Boas Práticas na Fabricação de Alimentos conforme a legislação
vigente. Envolve a sistematização dos procedimentos executados na produção dos alimentos voltados
para o consumo do público interno da corporação e a adoção dos preceitos relativos à inocuidade dos
alimentos que visam a proteção da saúde e do potencial humano.
Da responsabilidade técnica do rancho de uma organização policial militar – OPM
Você sabia que todo rancho deverá ter um Oficial designado pelo Comandante da OPM,
que atuará como responsável técnico do rancho? E que este Oficial poderá ser o Oficial
Aprovisionador ou o Oficial Nutricionista, quando disponível na OPM?
O responsável técnico deve ser possuidor de conhecimento técnico e formação adequada sobre
as boas práticas na manipulação de alimentos, para poder zelar pelo cumprimento das normas
preconizadas, avaliando de forma contínua todo o f luxo de produção e intervindo de forma corretiva quando
necessário. São ainda atribuições do responsável técnico:
1. A implantação dos Procedimentos Operacionais Padronizados básicos;
2. A verif icação das condições de higiene no local de trabalho, incluindo instalações, equipamentos e
utensílios;
3. A verif icação das condições de higiene e a apresentação dos manipuladores;
4. A execução das medidas prof iláticas relacionadas ao controle da qualidade da água;
5. A execução das medidas de controle da saúde do pessoal de rancho;
6. A execução do controle integrado de pragas e vetores;
7. Notif icação à Diretoria Geral de Saúde no caso de ocorrência de algum surto suspeito de Doença
Transmitida por Alimento - DTA;
8. A confecção e o envio periódico à Diretoria Geral de Saúde de relatórios referentes às atividades de
controle sanitário, conforme solicitação específ ica.
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
60
Da capacitação e habilitação de pessoal
Todo Policial Militar destinado ao serviço no rancho, deverá obrigatoriamente ter formação básica
em “Higiene para manipuladores de alimentos” em Curso com a duração mínima de 8 horas. Para assumir
a função de Aprovisionador, os Of iciais indicados deverão ter curso de “Boas Práticas na Produção de
Alimentos” com a duração mínima de 40 (quarenta) horas.
Das funções previstas e as atribuições
As funções e as suas respectivas atribuições nos ranchos da PMERJ são descritas a f im de facilitar
a organização e a execução das atividades, conforme o que segue:
APROVISIONADOR
1. É o of icial responsável pela execução das atividades diárias relacionadas à
produção dos alimentos, bem como pela administração de todo o material sob
sua responsabilidade;
2. É encarregado do setor de aprovisionamento e responsável pela f iel
observância, por todos os seus subordinados, das normas de prevenção de
acidentes e pela verif icação das condições de segurança no aprovisionamento
e do uso correto de EPI e de dispositivos de segurança;
3. É o responsável por elaborar as escalas de serviço, a distribuição do pessoal
para os vários setores, assim como providenciar as eventuais substituições e
trocas necessárias e ainda;
4. Conferir a qualidade e quantidade dos gêneros alimentícios recebidos;
5. Prever gêneros e materiais para o abastecimento do serviço conforme a
previsão de cardápio;
6. Controlar os estoques de gêneros;
7. Providenciar a manutenção preventiva das instalações e equipamentos, fazendo as solicitações
necessárias aos escalões superiores para eventuais reparos, aquisição ou descarga de material
permanente;
8. Participar de programas de treinamento de pessoal;
9. Verif icar a perfeita higienização das instalações, equipamentos e utensílios;
10. Controlar a realização dos exames de saúde do pessoal.
OBS: Os graduados e outras praças em serviço no aprovisionamento são auxiliares diretos do
encarregado do setor, incumbindo-lhes o cumprimento das disposições regulamentares e as
determinações do encarregado do setor de aprovisionamento.
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
61
DESPENSEIRO OU ESTOQUISTA
1.Receber e conferir a entrega de gêneros alimentícios separando-os e estocando-os corretamente;
2. Entregar mediante requisição prévia do nutricionista e/ou aprovisionador os gêneros alimentícios
para a área de preparo e cocção;
3. Atender a requisições extras, autorizadas pelo nutricionista e/ou aprovisionador;
4. Registrar diariamente a entrada e a saída dos gêneros do estoque;
5. Executar a limpeza diária, das áreas e estocagens, zelando pela higiene do seu local de trabalho;
6. Efetuar periodicamente, em data pré-estabelecida o levantamento de todo o estoque existente;
7. Notif icar ao aprovisionador falhas e irregularidades que possam comprometer o desenvolvimento
de suas atividades.
COZINHEIRO
1. Orientar ao pessoal da cozinha sobre o preparo e a cocção dos gêneros;
2. Consultar o cardápio do dia, verif icar se os gêneros alimentícios necessários a sua confecção estão
devidamente separados e recebê-los do estoquista;
3. Supervisionar o preparo de carnes e vegetais, orientando o encarregado desta tarefa;
4. Supervisionar o andamento das preparações do cardápio;
5. Supervisionar e auxiliar a distribuição das preparações;
6. Informar a existência de sobras ou ocorrências inesperadas, relacionadas com a confecção e
distribuição do cardápio diário;
7. Encaminhar ao setor de produção a solicitação de gêneros alimentícios extras;
8. Fiscalizar o pessoal de seu setor específ ico e se obrigar a cumprir as etapas de serviço, no horário
previsto;
9. Fiscalizar a higienizaç ão e a conservaç ão das instalações , equipamentos e utensílios utilizados pelo
setor de produção;
10. Responder pela carga e informar sobre as condições de uso dos materiais, equipamentos e
utensílios, de forma a incluir as necessidades de manutenção e substituição.
AUXILIAR DE COZINHA
1. Realizar as tarefas de preparo dos alimentos executando operações de cocção mais simples, que
lhe forem atribuídas pelo cozinheiro, observando a higiene dos gêneros alimentícios;
2. Receber e conferir os gêneros alimentícios entregues pelo despenseiro, destinados à confecção do
cardápio do dia;
3. Distribuir as refeições nos refeitórios;
4. Proceder a higienização dos equipamentos e das instalações;
5. Notif icar ao cozinheiro a quebra ou dano de qualquer material;
6. Notif icar ao cozinheiro as falhas e irregularidades que prejudiquem o andamento do serviço.
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
62
AUXILIAR DE SERVIÇOS GERAIS DE COPA E COZINHA
1. Auxiliar na higienização de utensílios e equipamentos.
2. Higienizar toda a área do rancho e providenciar a remoção do lixo.
3. Auxiliar no transporte de gêneros e no que for necessário dentro das instalações do rancho.
4. Notif icar ao cozinheiro e/ou aprovisionador a quebra ou dano de qualquer material.
5. Notif icar ao aprovisionador falhas e irregularidades que prejudiquem o andamento do serviço.
Magarefe (corte de carnes)
1. Realizar as tarefas de pré-preparo das carnes (cortes) que
lhe forem atribuídas pelo nutricionista e/ou aprovisionador,
observando a higiene do alimento.
2. Receber e conferir quantitativamente e qualitativamente as
carnes entregues pelo despenseiro, destinados ao pré-
preparo (cortes) do cardápio.
3. Proceder a higienização dos equipamentos e das instalações.
4. Notif icar ao of icial aprovisionador qualquer dano eventual a equipamento ou material.
Gard Manger (confecção de saladas)
1. Realizar as tarefas de pré-preparo e preparo dos vegetais
que lhe forem atribuídas pelo cozinheiro, observando a
higiene dos alimentos.
2. Receber e conferir os gêneros entregues pelo despenseiro,
destinados à confecção do cardápio do dia.
3. Proceder a higienização dos equipamentos e das instalações.
4. Notif icar ao of icial aprovisionador a quebra ou dano de qualquer material.
Copeiro e/ou Garçom
1. Observar e cumprir rigorosamente o horário da distribuição de
refeições.
2. Separar os alimentos, aquecê-los ou resfriá-los até o momento da
distribuição.
3. Proceder a confecção de pequenas refeições intermediárias
(lanches), observando os critérios de higiene na manipulação dos
alimentos.
4. Proceder a montagem de bandejas.
5. Higienizar os utensílios e a área de distribuição.
6. Notif icar quebra ou dano de material ou equipamento, ao of icial aprovisionador.
7. Notif icar ao of icial aprovisionador, falhas ou irregularidades do serviço.
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
63
DO CONTROLE DA SAÚDE DOS MANIPULADORES
Cabo, você já ouviu falar do controle da saúde dos manipuladores? Sabe o que é?
Vamos aprender sobre isso?
Em razão do risco de transmissão de doenças infecciosas oriundas dos manipuladores através
dos alimentos, são preconizadas as seguintes ações que permitem a promoção da saúde e a prevenção
dos agravos à saúde dos policiais militares:
1. Realizar o acompanhamento periódico das condições de saúde pessoal do rancho,
militares e civis, através de exames clínicos semestrais e incluindo conforme
critério do médico examinador, exames complementares para detecção de
moléstias infectocontagiosas transmissíveis aos alimentos através do manipulador;
2. Não permitir a manipulação de alimentos pelo manipulador que se apresente ao
trabalho com sinais e sintomas sugestivos de processos infecciosos, tais como
vômitos, febre, diarréia, ou ainda, afecções buco-odontológicas, infecções
gastrintestinais, infecções do trato respiratório e cutâneas e dentro do possível,
deslocar o mesmo para atividades administrativas.
3. O manipulador que apresentar cortes ou lesões abertas na pele, não deve manipular alimentos ou
superf ícies que entrem em contato com os alimentos, a menos que as lesões estejam efetivamente
protegidas por uma cobertura à prova d'água, como a luva de borracha ou dedeira.
A partir do exame clínico, o exame de saúde poderá constar de hemograma, coproparasitológico,
coprocultura e outros que o médico examinador julgar necessários, caso haja suspeita de doença com
potencial risco de contaminação dos alimentos manipulados.
Os resultados dos atestados de saúde devem permanecer arquivados e à disposição para a
apresentação sempre que requisitados, devendo ser enviada uma cópia para a Diretoria Geral de Saúde.
DOS UNIFORMES E MATERIAIS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Para exercício de suas atividades no rancho, os
policiais militares e funcionários civis devem estar
devidamente uniformizados conforme a padronização
estabelecida.
Os uniformes devem ser preferencialmente de cor
clara, sem bolsos acima da cintura, complementados por
botas de borracha e proteção para os cabelos que pode ser
feita com gorro, touca ou rede própria.
Cada manipulador deverá possuir no mínimo três
mudas de uniforme em bom estado de limpeza e de conservação, sem rasgos ou furos, para uso exclusivo
nas dependências do rancho, uma vez que a troca do mesmo deve ser feita no vestiário do rancho, quando
existente.
É vedada a utilização de quaisquer adornos, tais como, colar, amuleto, pulseira, f ita, brinco, relógio,
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
64
anel, aliança, inclusive piercing, que possa representar risco de contaminação, assim como carregar no
uniforme, objetos estranhos à atividade tais como cigarro, isqueiro, telefone celular, espelho, dinheiro entre
outros.
O uso de materiais de proteção individual (EPI) é indicado conforme as necessidades de cada
rancho, sendo considerados para tal função:
1. Avental impermeável forrado para uso nas atividades onde haja grande quantidade de água;
2. Avental antichama para proximidade do fogão;
3. Casaco antitérmico para uso obrigatório na câmara f ria;
4. Luvas de borracha para a limpeza do ambiente;
5. Luvas térmicas para o manuseio sob calor.
6. Luvas de malha de aço para proteção das mãos durante o trabalho de cortea constranja a presenciar, a
manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso
da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça
de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à
prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício
de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV - A violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que conf igure retenção,
subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais,
bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas
necessidades;
V - A violência moral, entendida como qualquer conduta que conf igure calúnia, difamação ou
injúria.
LEI MARIA DA PENHA – CEFC
10
Os crimes podem estar previstos no Código Penal ou em leis
especiais. Em caso de violência doméstica contra a mulher, a tipificação
em si estará nestes dispositivos, mas aplicam-se os malefícios da Lei
Maria da Penha.
CONCEITO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER (ART.
5º +ART. 7º)
⮚ A) baseada em questão de gênero;
⮚ B) praticada contra mulher em contexto familiar, doméstico ou em razão de relação intima de
afeto;
⮚ C) que resulte, dentre outros, morte, lesão, sofrimento, f ísico ou psicológico e dano moral ou
patrimonial.
CUSTOS PAGOS PELO AGRESSOR (ART. 9º)
[...] § 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência f ísica, sexual ou psicológica
e dano moral ou patrimonial a mulher fica obrigado a ressarcir todos os danos causados, inclusive
ressarcir ao Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com a tabela SUS, os custos relativos
aos serviços de saúde prestados para o total tratamento das vítimas em situação de violência
doméstica e familiar, recolhidos os recursos assim arrecadados ao Fundo de Saúde do ente
federado responsável pelas unidades de saúde que prestarem os serviços.
§ 5º Os dispositivos de segurança destinados ao uso em caso de perigo iminente e
disponibilizados para o monitoramento das vítimas de violência doméstica ou familiar amparadas por
medidas protetivas terão seus custos ressarcidos pelo agressor.
§ 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e 5º deste artigo não poderá importar ônus de
qualquer natureza ao patrimônio da mulher e dos seus dependentes, nem conf igurar atenuante ou
ensejar possibilidade de substituição da pena aplicada.
§ 7º A mulher em situação de violência doméstica e familiar tem prioridade para
matricular seus dependentes em instituição de educação básica mais próxima de seu domicílio,
ou transferi-los para essa instituição, mediante a apresentação dos documentos comprobatórios do
registro da ocorrência policial ou do processo de violência doméstica e familiar em curso.
§ 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de seus dependentes matriculados ou transferidos
conforme o disposto no § 7º deste artigo, e o acesso às informações será reservado ao juiz, ao
Ministério Público e aos órgãos competentes do poder público”
LEI MARIA DA PENHA – CEFC
11
ATENDIMENTO POLICIAL (ART. 10 ATÉ ART. 12 C)
Cumpre destacar o recente art. 10-A acrescentado pela Lei nº 13.505/2017, com direitos da
mulher no momento do atendimento:
“Art. 10- A. É direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o
atendimento policial e pericial especializado, ininterrupto e prestado por servidores -
preferencialmente do sexo feminino - previamente capacitados”.
§ 1º A inquirição de mulher em situação de violência
doméstica e familiar ou de testemunha de violência
doméstica, quando se tratar de crime contra a mulher,
obedecerá às seguintes diretrizes:
I - Salvaguarda da integridade f ísica, psíquica e
emocional da depoente, considerada a sua condição peculiar
de pessoa em situação de violência doméstica e familiar;
II - Garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em situação de violência doméstica e
familiar, familiares e testemunhas terão contato direto com investigados ou suspeitos e pessoas a eles
relacionadas;
III - Não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquirições sobre o mesmo fato nos
âmbitos criminal, cível e administrativo, bem como questionamentos sobre a vida privada.
§ 2º Na inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de testemunha de delitos
de que trata esta Lei, adotar-se-á, preferencialmente, o seguinte procedimento:
I - A inquirição será feita em recinto especialmente projetado para esse f im, o qual conterá os
equipamentos próprios e adequados à idade da mulher em situação de violência doméstica e familiar
ou testemunha e ao tipo e à gravidade da violência sofrida;
II - Quando for o caso, a inquirição será intermediada por prof issional especializado em
violência doméstica e familiar designado pela autoridade judiciária ou policial;
III - O depoimento será registrado em meio eletrônico ou magnético, devendo a degravação e
a mídia integrar o inquérito.
A Lei apresenta as providências que deverão ser efetuadas pela autoridade policial (Delegado
de Polícia). O Delegado poderá adotar as medidas previstas no art. 11 na hipótese da iminência ou
prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, bem co mo no caso do suposto agressor
descumprir qualquer medida protetiva de urgência deferida pelo juiz.
Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a autoridade
policial deverá, entre outras providências:
I - Garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato ao Ministério
Público e ao Poder Judiciário;
II - Encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal; III -
fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver
risco de vida;
LEI MARIA DA PENHA – CEFC
12
IV - Se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus pertences do
local da ocorrência ou do domicílio familiar;
V - Informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis, inclusive
os de assistência judiciária para o eventual ajuizamento perante o juízo competente da ação de
separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união estável (Redação
dada pela Lei nº 13.894, de 2019).
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da
ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo
daqueles previstos no Código de Processo Penal:
I - Ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se
apresentada;
II - Colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e de suas circunstâncias;
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz com o pedido
da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência;
IV - Determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar outros
exames periciais necessários;
V - Ouvir o agressor e as testemunhas
VI - Ordenar a identif icação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes
criminais, indicando a existência de mandado de prisão ou registro de outras ocorrências policiais
contra ele;
VI - A - verif icar se o agressor possui registro de porte ou posse de arma de fogo e, na hipótese
de existência, juntar aos autos essa informação, bem como notif icar a ocorrência à instituição
responsável pela concessão do registro ou da emissão do porte, nos termos da Lei nº 10.826, de 22
de dezembro de 2003 (Estatuto do Desarmamento) - (Incluído pela Lei nº 13.880, de 2019);
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao Ministério Público.de carnes, legumes e
higienização de equipamentos e lâminas cortantes;
7. Magote de lona para a proteção dos braços ao efetuar serviços de f rituras;
8. Óculos de segurança transparentes para a proteção dos olhos ao efetuar serviços de f ritura, manuseio
de substâncias químicas ou corte de carnes.
DAS INSTALAÇÕES
Você sabia que as instalações devem ser projetadas de forma a facilitar
procedimentos operacionais de fluxo contínuo, sem cruzamento de etapas e
linhas do processo de produção, compreendendo desde o recebimento da
matéria-prima até o produto acabado ou a distribuição para o consumo?
A separação adequada das atividades deve estar garantida por meios f ísicos ou outras medidas
efetivas que permitam evitar a contaminação cruzada e facilitar as operações higiênicas, obedecidas às
exigências desta norma.
O dimensionamento das edif icações e das instalações deve ser compatível com todas as
operações realizadas e a quantidade de refeições produzidas. Os ranchos e refeitórios deverão estar
localizados em área livre de focos de insalubridade, ausência de lixo, objetos em desuso, animais, insetos
e roedores. Acesso direto e independente, não comum a outros usos.
As áreas circundantes não devem oferecer condições de proliferação de insetos e roedores. A
estética não deverá prevalecer sobre o objetivo primário de se manter as condições sanitárias para a
produção de alimentos seguros.
A estrutura f ísica necessária para a produção de alimentos em conformidade com a legislação
vigente de constar de:
OBS: Não é recomendado o uso de máscaras na manipulação dos alimentos como
mecanismo de prevenção de contaminação, uma vez que para o controle efetivo é
necessário que seja feita a troca a cada 30 minutos.
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
65
1. Vestiários para os manipuladores com instalações sanitárias: Os vestiários e banheiros deverão ser
separados para cada sexo, sendo que os vestiários devem possuir armários individuais, com paredes
e pisos de cores claras, de material liso, resistente e impermeável, portas com molas, ventilação
adequada e janelas teladas. Os banheiros (instalações sanitárias) devem estar em bom estado de
conservação e limpeza, sendo constituídos de vaso sanitário, pia e mictório para cada 20 funcionários,
dispostos de bacia com tampa, papel higiênico, lixeira com tampa acionada por pedal, mictórios com
descarga, pias para lavar as mãos, sabonete líquido ou sabão antisséptico, toalha de papel, de cor
clara, não reciclado;
2. Área de acesso para pessoal: Deve ser separada da área de recebimento de gêneros e
preferencialmente permitir o acesso direto aos vestiários;
3. Área para a administração (sala do aprovisionador e/ou nutricionista): Deve estar situada em local
estratégico, que facilite a supervisão das operações do processamento das refeições. O piso deve
estar localizado acima do piso da área total da cozinha, preferencialmente com visor que facilite a
visualização geral do ambiente e das operações de processamento;
4. Área de recebimento de gêneros: Deve ser área própria específ ica para a f inalidade e situada em
local de fácil acesso externo e próximo à estocagem. Deve ser provida de rampa e marquise para
proteção dos produtos na hora da entrega. Recomenda-se que esta área tenha uma pia para pré-
higiene dos vegetais e outros produtos;
5. Área de inspeção, pesagem e higiene de mercadorias: Pode estar junto da área de recebimento e
deve dispor de espaço suf iciente para acomodar a mercadoria no momento do controle e que seja
aparelhada com balança e calhas para pré-higiene das verduras e f rutas antes do seu
armazenamento. Nesse local os gêneros são retirados das embalagens de papelão e caixotes de
madeira utilizados no transporte para serem acondicionados em recipientes apropriados de forma a
evitar a contaminação ou a entrada de pragas ou vetores;
6. Área de armazenamento à temperatura ambiente: Destina-se ao armazenamento de alimentos não
perecíveis. Deve ter porta única, larga, alta, com dispositivo de fechamento automático e borracha de
vedação na parte inferior. O piso deve ser de material lavável e impermeável. Deve ter boa iluminação,
ventilação que permita ampla circulação de ar entre as mercadorias com janelas dotadas de telas
milimétricas, com temperatura não superior a 26°C. As prateleiras devem ser localizadas a 25 cm do
piso, com profundidade máxima de 45 cm e devem ser usados estrados para as sacarias. Os
alimentos devem ser separados por grupos, longe das paredes e entre pilhas de no mínimo 10 cm de
altura e distante do forro 60 cm. Nesta área não devem existir equipamentos como refrigerador,
f reezer, aquecedor, tubulações de água, vapor, entre outros que possam alterar as condições
térmicas ambientais ou a umidade relativa do ar que pode interferir na qualidade e nas condições
sensoriais dos alimentos. Não deve ter ralos nem entulhos ou material tóxico, sendo material de
limpeza armazenado separadamente dos alimentos. A mesa do estoquista pode permanecer nesta
área desde não interf ira no controle de qualidade dos alimentos e/ou no f luxo de armazenamento.
7. Área de armazenamento à temperatura controlada: Destina-se ao armazenamento de alimentos
perecíveis ou de rápida deterioração em temperatura ambiente. Deve ter equipamentos de
ref rigeração e congelamento de acordo com a necessidade e tipos de alimentos a serem produzidos
e armazenados. O ideal é que os gêneros sejam armazenados separadamente, mas no caso de
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
66
possuir apenas uma geladeira ou câmara, o equipamento deve estar regulado para o alimento com a
menor temperatura. Conforme a especif icação no quadro a seguir: Carnes ref rigeradas e alimentos
prontos até 4° C Sobremesas, massas, f rios e laticínios Até 8° C Hortif rutigranjeiros até 10° C.
8. Área de pré-preparo dos alimentos: É o local onde são
realizadas as operações preliminares de confecção,
podendo ser subdividida ou setorizada em: Área para
preparação de carnes vermelhas, aves e pescados: Esta
área deve dispor de utensílios e equipamentos adequados
e uma bancada com tampo de aço inox ou outro material
adequado. A bancada deve ser disposta de modo a impedir
o cruzamento das atividades. O ideal que seja climatizada
com temperatura entre 12°C a 18°C. Área para preparação de hortif rutigranjeiros: Esta área deve
dispor de bancada com tampo de inox ou outro material adequado, cubas de material liso, resistente
e de fácil higienização, suf icientes para a correta lavagem, desinfecção e enxágüe dos vegetais. Área
para preparo de massas e sobremesas: Esta área deve dispor de bancada com tampo de inox ou
outro material adequado, cubas de material liso, resistente e de fácil higienização. Mesa de apoio e
local para dispor os equipamentos. Área para outros preparos: Área destinada a preparo de lanches,
desjejum, café e dietas. Deve dispor de cubas, balcões e equipamentos adequados ao tipo de
produção, de modo que não ocorram cruzamentos das atividades.
9. Área de preparo ou de cocção: É situada entre as áreas de preparos prévios e a expedição. Deve
conter apenas os equipamentos destinados ao preparo de alimentos quentes e devem ser
organizados seguindo um f luxo ordenado. Não deve ter ref rigeradores ou congeladores, pois o calor
excessivo compromete o funcionamento de seus motores e a garantia da temperatura específ ica de
cada gênero. O ideal que disponha de pia com sistema completo para higiene das mãos.
10. Área de distribuição: Se o refeitório for adjacente à cozinha, as refeições podem sair da área de
cocção direto para o balcão térmico e/ou balcão ref rigerado na área de distribuição. Caso contrário
faz-se necessário a existência de uma área específ ica para expedição das preparações antes de
atingirem sua etapa f inal de distribuição local.
11. Refeitório:Deve ter as mesmas características das áreas de preparo dos alimentos, inclusive
lavatórios exclusivos para higiene das mãos com água corrente, torneiras acionadas por pedal ou
outro meio não manual, sabão líquido, antisséptico, toalha de papel não reciclado e cesto de lixo com
tampa acionada por pedal. O balcão térmico e/ou ref rigerado, ref resqueiras, utensílios de mesa e
geladeira para bebidas podem permanecer no refeitório. O balcão térmico deve estar limpo, com água
tratada e limpa, trocada diariamente e estar em temperatura entre 80°C a 90°C, já o balcão ref rigerado
deve manter temperatura de até 10ºC. Os ornamentos tais como plantas não devem ser adubados
com adubos orgânicos, não devem propiciar contaminação dos alimentos, não estar entre o f luxo de
ar e os alimentos, nem próximo a eles. É permitida a existência de ventiladores de teto ou de chão,
desde que o ar não incida diretamente sobre os ornamentos, plantas e alimentos.
12. Área para higiene/guarda dos utensílios de mesa: Esta área deve ser adjacente ao refeitório,
comunicando-se através de guichê para recepção de material usado. Os utensílios já higienizados
devem ter um local para serem guardados de modo que não entrem em contato com os utensílios
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
67
sujos e nem com os alimentos, ressaltando que o sistema de devolução de utensílios e o sistema de
distribuição não devem oferecer riscos de contaminação cruzada.
13. Área para depósito e higienização de material de limpeza: Materiais e objetos de limpeza, como:
vassouras, rodos, esfregões, pano de chão, baldes, entre outros, devem ser higienizados e guardados em
local próprio, de maneira que não provoquem a contaminação de alimentos, utensílios e
equipamentos, devendo ter tanque provido de água corrente quente e f ria.
14. Área para depósito de lixo: Deve f icar em local que facilite a remoção diária do lixo, deve ser fechada
e revestida de material de fácil limpeza e dotado de esguicho de pressão com água para lavagem dos
latões e do próprio local.
15. Área para a guarda de botijões de gás: Deve ser delimitada para assegurar exclusividade à área e
proteção aos elementos instalados. Deve ser cercada com tela e ter grades vazadas para evitar a
entrada de pessoas estranhas; e manter uma constante ventilação do local.
São indicadas ainda pela legislação sanitária as seguintes especif icações para as instalações
destinadas à manipulação de alimentos:
1. Piso: Material liso, resistente, impermeável, lavável, de cores claras e em bom estado de conservação,
antiderrapante, resistente ao ataque de substâncias corrosivas e que seja de fácil higienização (lavagem
e desinfecção), não permitindo o acúmulo de alimentos ou sujidades. Deve ter inclinação suf iciente em
direção aos ralos, não permitindo que a água f ique estagnada.
2. Ralos e Canaletas: Colocados em locais que facilitem o escoamento e a limpeza e possuir grelhas com
proteção telada ou dispositivos que permitam o seu fechamento.
3. Paredes: Devem ter acabamento liso, impermeável, lavável, de cores claras, isento de fungos (bolores)
e em bom estado de conservação. Se forem azulejadas devem respeitar a altura mínima de 2 metros
e ter ângulos arredondados no contato com o piso e o teto, além de estarem em bom estado de
conservação.
4. Forros e tetos: Acabamento liso, impermeável, lavável, de cores claras e em bom estado de
conservação. Devem ser isentos de goteiras, vazamentos, umidade, trincas, rachaduras, bolores e
descascamentos. Se houver necessidade de aberturas para ventilação, esta deve possuir tela com
espaçamento de 2 mm e removíveis para limpeza. O pé direito deve se possível, ter no mínimo de 3 m
se no andar térreo e 2,7m em andares superiores.
5. Portas: Devem ter superf ície lisa, cores claras, fácil limpeza, ajustadas aos batentes, de material não
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
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absorvente, com fechamento automático (mola ou similar), protetor no rodapé e estar ainda, em bom
estado de conservação, livre de defeitos, rachaduras, trincas, buracos e outros. As entradas principais
e os acessos às câmaras devem ter mecanismos de proteção contra insetos e roedores.
6. Janelas: Devem ter superf ície lisa, de fácil limpeza, ajustada aos batentes, sem falhas de revestimento
e f ixas, sendo dotadas de telas milimétricas de no máximo 2 mm e removíveis para facilitar a limpeza.
7. Lavatórios: Em todas as áreas de manipulação de alimentos devem existir lavatórios em perfeitas
condições de higiene, exclusivos para higienização das mãos, dotados de água corrente, sabonete
líquido antisséptico, papel toalha descartável, não reciclado e coletor de papel acionados sem contato
com as mãos. Tornei ras também devem ser dotadas de acionamento sem contato com as mãos (ped al ,
cotovelo ou célula fotoelétrica). Os lavatórios para higienização das mãos não devem ser utilizados
para higienização de alimentos
8. Iluminação: O ambiente deve ter iluminação uniforme, sem ofuscamentos, sem contrastes excessivos,
sombras e cantos escuros. As lâmpadas e luminárias devem estar limpas protegidas contraexplosão
ou quedas acidentais e em bom estado de conservação. A iluminação não deve alterar as
características sensoriais dos alimentos. Recomenda-se como padrões mínimos a intensidade de
iluminação de 1000 lux para as áreas de inspeção, 250 lux para as áreas de processamento e 150 lux
para outras áreas.
9. Ventilação: Deve garantir o conforto térmico, a renovação do ar e que o ambiente f ique livre de fungos,
gases, fumaça, gordura e condensação de vapores. A circulação de ar na cozinha deve ser feita com
o ar insuf lado e controlado através de f iltros ou através de exaustão com equipamentos devidamente
dimensionados. O f luxo de ar nas áreas de preparo dos alimentos deve ser direcionado da área limpa
para a suja. Não devem ser utilizados ventiladores nem aparelhos de ar condicionado nas áreas de
manipulação.
10. Sistema de exaustão\sucção: A coifa deve ser de material liso, resistente, de fácil limpeza, sem
gotejamento de gordura e instalada acima da fonte poluidora. Na saída da coifa é montado o mecanismo
corta fogo para controlar o fogo por abafamento no caso de incêndio no interior dos ductos. Os ductos
são fabricados em metal galvanizado com portas de visita para limpeza e manutenção.
11. Esgotamento sanitário: Deve ser ligado à rede de esgoto, ou quando necessário tratado
adequadamente para ser eliminado através de rios ou lagos. Não deverá existir dentro das áreas de
preparo de alimentos, caixa de gordura ou de esgoto.
DOS EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS
Os equipamentos devem ser construídos com material sanitário atóxico, de fácil limpeza, canto
arredondado, soldado com acabamento sanitário, com pintura clara, atóxica, livre de gotejamento de graxa,
com parafusos, porcas e arrebites ajustados.
Os equipamentos devem ser localizados no espaço de trabalho, de forma a obedecer ao f luxo
operacional e propiciar fácil acesso aos mesmos, com entorno livre, garantindo seu perfeito funcionamento,
a circulação de ar e dos operadores, a manutenção, a higienização e o controle de pragas.
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
69
Os equipamentos e utensílios de material poroso, madeira, vidro, material esmaltado, susceptível
à oxidação, não serão permitidos nas etapas de f racionamento, pré-preparo e preparo, e/ou manipulação.
As zonas de perigo das máquinas e equipamentos, partes móveis, zonas entrantes, de cisalhamento, de
corte, áreas de cilindro, serras e transmissões de força, devem possuir dispositivos de proteção ou avisos
que impeçam o acesso involuntário e acidental dos manipuladores.
As mesas, bancadas, prateleiras, pias, cubas, tanques, devem ser suf icientes para o volume de
refeições produzidas e feitas de material sanitário, liso, resistente e impermeáv el ede fácil limpeza. Dev em
ser mantidas em bom estado de conserv aç ão . O aço inoxidável é o materi al de escolha para tais estrutu ra s .
Os utensílios devem ser em quantidade suf iciente, construídos com material sanitário, devem ser mantidos
bem conservados, livres de pontos escuros, furos, amassamentos, e estar ainda, limpos,
protegidos de sujidades, de insetos e de pragas.
Não é permitida a utilização de equipamentos e utensílios de amianto, bem como a utilização de
termômetros de vidro. É permitida a utilização de caixa isotérmica, com tampa perfeitamente ajustada,
revestida, interna e externamente, de material liso, atóxico, resistente, impermeável e lavável.
DA HIGIENE NA PRODUÇÃO DOS ALIMENTOS
Da higiene ambiental
Cabo, você já ouviu falar em higiene ambiental? Que tal aprender sobre isso?
A higienização de instalações, equipamentos e utensílios é imprescindível para a diminuição dos
riscos de contaminação dos alimentos e suas ações devem estar
descritas na forma de Procedimentos Operacionais Padronizados,
af ixados em locais estratégicos e disponíveis para a autoridade sanitária,
devendo ser mencionado também a área ou equipamento a ser
higienizado, o método e sua f requência, o produto utilizado, a
concentração, a temperatura e o tempo de ação, a ação mecânica e o
responsável pela tarefa.
Fazem parte da rotina da higiene ambiental os seguintes
procedimentos:
1. Remoção diária do lixo, quantas vezes for necessário, em recipientes apropriados, devidamente
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
70
tampados e ensacados, tomando-se medidas ef icientes para evitar a penetração de insetos, roedores
e outros animais;
2. O controle da presença de animais domésticos no local de trabalho;
3. A adoção um programa de controle integrado de pragas e vetores.
São etapas obrigatórias nos procedimentos de higienização ambiental com produto desinfetante:
1. Limpeza para remoção de sujidades;
2. Lavagem com água e sabão ou detergente;
3. Enxágue;
4. Desinfecção química: deixar o desinfetante em contato com a
superf ície, conforme recomendação do fabricante.
5. Enxágue obrigatório para superf ícies que entram em contato
com alimentos.
1. O tempo de contato deve ser no mínimo de 15 minutos, com exceção do álcool 70%, ou de acordo com
recomendações constante do rótulo.
2. A desinfecção deve ser realizada somente após a lavagem.
3. Para a obtenção de álcool 70% deve-se misturar 250 ml de água (de preferência destilada) em 750 ml
de álcool 92,8 INPM ou 330 ml de água em 1 litro álcool.
4. Os demais produtos utilizados na desinfecção do ambiente devem ter o registro no Ministério da Saúde.
Não é aconselhável durante os procedimentos de higiene:
1. Varrer a seco nas áreas de manipulação;
2. Fazer uso de panos para secagem de utensílios e equipamentos;
3. Uso de escovas, esponjas ou similares de metal, lã, palha de aço, madeira, amianto e materiais
rugosos e porosos;
4. Reaproveitamento de embalagens de produtos de limpeza;
5. Usar nas áreas de manipulação, os mesmos utensílios e panos de limpeza utilizados em banheiros e
sanitários.
Os produtos aprovados pelo Ministério da Saúde para desinfecção ambiental e as
concentrações recomendadas são:
• Princípio Ativo Concentração: Hipoclorito de Sódio 100 – 250 ppm
• Cloro orgânico 100: 250 ppm;
• Quaternário de Amônio: 200 ppm Iodóforos 25 ppm;
• Álcool 70%
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
71
A periodicidade de limpeza deve ser adotada da seguinte forma:
1. Diária: Pisos, rodapés e ralos; todas as áreas de lavagem e de produção; maçanetas; lavatórios (pias);
sanitários; cadeiras e mesas (refeitório); monoblocos e recipientes de lixo;
2. Diária ou de acordo com o uso: Equipamentos, utensílios, bancadas, superf ícies de manipulação e
saboneteiras, borrifadores.
3. Semanal: Paredes ; portas e janelas; prateleiras (armários ); coifa; geladeiras ; câmaras e "freezers" .
4. Quinzenal: Estoque; estrados.
5. Mensal: Luminárias; interruptores; tomadas; telas.
6. Semestral: Reservatório de água. OBS: Teto ou forro; caixa de gordura e f iltro de ar condicionado
devem ser limpos de acordo com a necessidade ou regulamentação específ ica.
DA HIGIENE DOS MANIPULADORES
Todo o pessoal do efetivo do rancho deverá observar os seguintes
procedimentos de higiene pessoal:
1. Banho diário;
2. Cabelos protegidos;
3. Barba feita diariamente e bigode aparado;
4. Unhas curtas, limpas, sem esmalte ou base;
5. Uso de desodorante inodoro ou suave sem utilização de perfumes;
6. Maquiagem leve;
7. Não utilização de adornos (colares, amuletos, pulseiras ou f itas,
brincos, relógio e anéis, inclusive alianças).
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
72
Considerando a necessidade da higiene operacional dos manipuladores, é recomendado
que os mesmos devam evitar:
1. Falar, cantar, assobiar, tossir, espirrar, cuspir, fumar;
2. Mascar goma, palito, fósforo ou similares, chupar balas, comer;
3. Experimentar alimentos com as mãos;
4. Tocar o corpo;
5. Assoar o nariz, colocar o dedo no nariz ou ouvido, mexer no
cabelo ou pentear-se;
6. Enxugar o suor com as mãos, panos ou qualquer peça da
vestimenta;
7. Manipular dinheiro;
8. Fumar;
9. Tocar maçanetas com as mãos sujas;
10. Fazer uso de utensílios e equipamentos sujos;
11. Trabalhar diretamente com alimento quando apresentar problemas
de saúde, por exemplo, ferimentos e/ou infecção na pele, ou se
estiver resfriado ou com gastrenterites;
12. Circular sem uniforme nas áreas de serviço.
O manipulador de alimentos deverá lavar as mãos e antebraços sempre que:
1. Chegar ao trabalho;
2. Utilizar os sanitários;
3. Tossir, espirrar ou assoar o nariz;
4. Usar esfregões, panos ou materiais de limpeza;
5. Fumar;
6. Recolher lixo e outros resíduos;
7. Tocar em sacarias, caixas, garrafas e sapatos;
8. Manipular alimentos não higienizados ou crus;
9. Pegar em dinheiro;
10. Houver interrupção e reinício do serviço;
11. Iniciar um novo serviço;
12. Tocar em utensílios higienizados (antes de);
13. Colocar ou retirar luvas.
A técnica preconizada para a higienização das mãos e antebraços deve seguir as etapas
descritas abaixo:
1. Umedecer as mãos e antebraços com água;
2. Lavar com sabonete líquido, neutro, inodoro. Pode ser utilizado sabonete líquido antisséptico, neste
caso, massagear as mãos e antebraços por pelo menos 1 minuto;
3. Enxaguar bem as mãos e antebraços.
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
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4. Secar as mãos com papel toalha descartável e não reciclado, ar
quente ou qualquer outro procedimento apropriado;
5. Aplicar antisséptico, deixando secar naturalmente o ar, quando não
utilizado sabonete antisséptico;
6. Pode ser aplicado o antisséptico com as mãos úmidas. Parágrafo
único: Os antissépticos permitidos são o álcool 70%, as soluções
iodadas, os iodóforos, a clorexidina ou outros produtos aprovados
pelo Ministério da Saúde para esta f inalidade.
DA HIGIENE DOS ALIMENTOS
Você sabia que a higienização de hortifrutigranjeiros deve ser feita em água
potável e em local apropriado?
Para o preparo destes gêneros, deve ser realizada ainda a higienização completa que
compreende:
1. Lavagem criteriosa com água potável;
2. Desinfecção: imersão em solução clorada por 15 a 30
minutos;
3. Enxágue com água potável.
Não necessitam de desinfecção:
1. Frutas não manipuladas;
2. Frutas, cujas cascas não são consumidas, tais como: laranja, mexerica, banana e outras, exceto as
que serão utilizadas para suco;
3. Frutas, legumes e verduras que irão sofrer ação do calor, desde que a temperatura no interior atinja
no mínimo 74ºC;
4. Ovos inteiros, tendo em vista que devem ser consumidos após cocção atingindo 74º C no seuinterior.
Os produtos permitidos para desinfecção dos alimentos são o hipoclorito de sódio a 2,0-2,5%, o hipoclorito
de sódio a 1% e o cloro orgânico todos na concentração de 100 a 250 ppm.
OBS: A diluição para a obtenção das concentrações recomendadas
deve ser feita adicionando-se 10 ml (1 colher de sopa rasa) de água
sanitária para uso geral a 2,0 - 2,5% em 1 litro de água ou 20 ml (2
colheres de sopa rasas) de hipoclorito de sódio a 1% em 1 litro de água.
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
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DAS ETAPAS DO FLUXO DE PRODUÇÃO DOS ALIMENTOS
Do Recebimento Dos Gêneros
O Recebimento constitui a etapa onde se recebe o material
entregue por um fornecedor, avaliando-o qualitativa e
quantitativamente, segundo critérios pré-def inidos para cada produto.
O fornecedor deve ser selecionado através de auditoria e avaliação de
especif icação técnica e de sistema de qualidade, como subsídio para a
qualif icação, triagem e cadastramento, além de seguir eventuais
critérios complementares que estabelecidos.
Em relação ao fornecedor, devem ainda ser avaliados, no momento da entrega, as condições de
higiene dos veículos da empresa e a apresentação dos entregadores, incluindo as condições de higiene
pessoal e a adequação dos uniformes à atividade.
1. Cabe ao despenseiro ou estoquista, conferir as condições e a identificação dos gêneros recebidos
e os rótulos onde devem constar: O nome, a composição do produto e o lote;
2. O número de registro no Órgão of icial (quando aplicável);
3. O CNPJ, endereço e dados do fabricante e distribuidor;
4. A data de fabricação e o prazo de validade;
5. O peso ou o volume;
6. As condições de transporte e estocagem;
A avaliação dos gêneros recebidos deve ainda incluir:
1. Observação das condições das embalagens que devem estar limpas, íntegras e atenderem as
particularidades de cada alimento. Os alimentos não devem estar em contato com papel que ofereça
risco de contaminação (reciclado, jornais, revistas e similares), papelão ou plástico reciclado;
2. Avaliação sensorial (características organolépticas, cor, gosto, odor, aroma, aparência, textura, sabor
e cinestesia). Esta avaliação deve estar baseada nos critérios def inidos pela ABNT Associação
Brasileira de Normas Técnicas – ANÁLISE SENSORIAL DE ALIMENTOS E BEBIDAS – NBR 12806 –
02/93;
3. Sempre que possível, a avaliação das temperaturas, as quais devem estar
adequadas ao tipo de gênero. Parágrafo único: As informações obtidas
devem ser documentadas em livro de registro conforme padronização da
DGAL.
Os produtos perecíveis devem cumprir os seguintes critérios de
temperatura: se congelados deverão apresentar a temperatura de -18ºC (com
tolerância de até -12ºC), quando resfriados a temperatura deverá estar até 6o C
ou conforme especif icação do fabricante.
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
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DA ESTOCAGEM DOS ALIMENTOS
Você sabia que a estocagem correta dos alimentos é fundamental para
preservação da qualidade dos mesmos?
A estocagem ou armazenamento é uma das etapas do controle de qualidade de alimentação.
Nessa etapa, as matérias-primas precisam ser mantidas em condições que garantam:
1. A proteção contra a contaminação;
2. A redução ao mínimo, das perdas da qualidade nutricional;
3. A não deterioração do produto;
4. A diminuição das perdas econômicas com alimentos impróprios para o consumo.
Os critérios básicos recomendados nessa etapa e que visam a preservação da qualidade dos
alimentos, o controle da organização e da utilização das matérias-primas são:
1. Apoiar alimentos ou recipientes com alimentos sobre estrados ou em
prateleiras, não sendo permitido o contato direto com o piso;
2. Manter limpas as embalagens dos alimentos;
3. Não utilizar caixas de madeira ou papelão;
4. Não arrastar pelo piso monoblocos, caixas plásticas ou af ins, devendo- se
adotar os procedimentos de carregá-los à mão ou com o auxílio de carrinhos;
5. Dispor os alimentos em estrados, mantendo os gêneros afastados da parede entre si, de forma a
garantir a boa circulação de ar. É recomendado que os produtos nas prateleiras devam estar
afastados da parede em 35 cm, do teto ou forro em 60cm e entre si em 10cm;
6. Organizar os produtos de acordo com as características, considerando -se enlatados, farináceos,
grãos, garrafas, etc.
7. Dispor os produtos obedecendo a data de fabricação, sendo que os produtos com a data de
fabricação mais antiga, são aqueles que consumidos em primeiro lugar;
8. Todos os produtos devem estar adequadamente identif icados e protegidos contra a contaminação;
9. Alimentos não devem f icar armazenados junto a produtos de limpeza, químicos e de higiene;
10. Manter a higiene do local conforme a periodicidade preconizada pelo serviço e evitar a presença de
sucata ou materiais ou equipamentos em desuso;
11. Desprezar os alimentos com a data de validade vencida;
12. Alimentos que tiverem as suas embalagens abertas e não forem totalmente consumidos, deverão ser
acondicionados em recipientes descartáveis ou em contentores higienizados e confeccionados com
material atóxico, impermeável e lavável;
13. Quando houver necessidade de armazenar diferentes gêneros alimentícios em um mesmo
equipamento ref rigerador, deve-se respeitar: alimentos prontos para o consumo dispostos nas
prateleiras superiores; os semiprontos e/ou pré-preparados nas prateleiras do meio e os produtos crus
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
76
nas prateleiras inferiores, separados entre si e dos demais produtos.
14. As embalagens individuais de leite, ovo pasteurizado e similares, podem ser armazenadas em
geladeiras ou câmaras, devido seu acabamento ser liso, impermeável e lavável;
15. Podem ser armazenados no mesmo equipamento para congelamento (“f reezer”) tipos diferentes de
alimentos, desde que devidamente embalados e separados.
O armazenamento de gêneros pode ser feito sob as seguintes condições:
1. Armazenamento sob congelamento: etapa onde os
alimentos são armazenados à temperatura de 0°C ou menos,
de acordo com as recomendações dos fabricantes constantes
na rotulagem ou dos critérios de uso.
2. Armazenamento sob refrigeração: etapa onde os alimentos
são armazenados em temperatura de 0°C a 10°C, de acordo
com as recomendações dos fabricantes constantes na
rotulagem ou dos critérios de uso.
3. Estoque seco: etapa onde os alimentos são armazenados à
temperatura ambiente, segundo especif icações no próprio
produto e recomendações dos fabricantes constantes na
rotulagem.
No armazenamento sob refrigeração devem ser observadas as seguintes temperaturas e o
tempo máximo até a utilização da matéria-prima em
questão:
1. Pescados e seus produtos manipulados crus: até 4°C
por 24 horas;
2. Carne bovina, suína, aves e outras e seus produtos
manipulados crus: até 4°C por 72 horas
3. Hortifruti: até 10°C por 72 horas
4. Alimentos pós-cocção: até 4°C por 72 horas
5. Pescados pós-cocção: até 4°C por 24 horas
6. Sobremesas, frios e laticínios manipulados: até 8°C
por 24 horas, até 6°C por 48 horas ou até 4°C por 72
horas
7. Maionese e misturas de maionese com outros
alimentos: até 4°C por 48 horas ou até 6°C por 24 horas.
Quando houver a necessidade de armazenar
diferentes gêneros alimentícios em um mesmo
equipamento, os alimentos prontos para o consumo
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
77
devem estar dispostos nas prateleiras superiores, os
semiprontos ou pré-preparados nas prateleiras do meio
e os crus nas prateleiras inferiores.
No caso de possuir apenas uma prateleira ou
câmara, o equipamento deve ser regulado para o
alimento que necessitar de temperatura mais baixa. A
espessura do gelo formado nas paredes do f reezer ou
congelador não deve ultrapassar 1 cm, devendo ser
removido por meio de espátulas próprias.
Em relaçãoao tempo máximo para o armazenamento preconiza-se que para produtos
industrializados em suas embalagens originais devem ser observadas as informações do
fornecedor enquanto que para produtos manipulados e/ou embalagens de produtos
industrializados abertos, são adotados os seguintes critérios conforme a temperatura:
TEMPERATURA x TEMPO
máximo de armazenamento
DA MANIPULAÇÃO DOS ALIMENTOS
Durante a preparação dos alimentos, devem ser adotadas medidas a f im de minimizar o risco de
contaminação cruzada:
Deve-se evitar o contato direto ou indireto entre alimentos crus, semipreparados e prontos para o
consumo;
As matérias-primas e os ingredientes caracterizados como produtos perecíveis devem ser expostos
à temperatura ambiente somente pelo tempo mínimo necessário para a preparação do alimento, a f im de
não comprometer a sua qualidade higiênico-sanitária;
- Quando as matérias-primas e os ingredientes não forem utilizados em sua totalidade, devem ser
adequadamente acondicionados e identif icados com, no mínimo, as seguintes informações: designação
do produto, data de f racionamento e prazo de validade após a abertura ou retirada da embalagem origina;
- Para os alimentos congelados, antes do tratamento térmico, deve-se proceder o
descongelamento, a f im de garantir adequada penetração do calor. Excetuam-se os casos em que o
fabricante do alimento recomenda que o mesmo seja submetido ao tratamento térmico ainda congelado,
devendo ser seguidas as orientações constantes da rotulagem;
❖ 0 a - 5ºC 10 dias
❖ 5 a - 10ºC 20 dias
❖ 10 a - 18ºC 30 dias
❖ 18ºC - 90 dias
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78
- O descongelamento deve ser conduzido de forma a evitar que as áreas superf iciais dos
alimentos se mantenham em condições favoráveis à multiplicação microbiana . Deve ser efetuado em
condições de refrigeração à temperatura inferior a 5ºC ou em forno de micro-ondas quando o alimento
for submetido imediatamente à cocção.
- A etapa de dessalgue de carnes de bovinos, suínos ou pescados deve ocorrer em água potável
sob ref rigeração até 10ºC, através de fervura ou se utilizada água na temperatura de até 21ºC, esta deverá
ser trocada a cada 4 horas;
- O porcionamento ou f racionamento deve ocorrer em área própria. Os alimentos devem ser
porcionados com utensílios próprios, que devem ser removidos e lavados após a sua utilização. As
embalagens originais devem ser preferencialmente mantidas e fechadas adequadamente, quando se tratar
de produto industrializado.
- O tratamento térmico (cocção) deve garantir que todas as partes do alimento atinjam a
temperatura de, no mínimo, 74°C. Temperaturas inferiores
podem ser utilizadas no tratamento térmico desde que as
combinações de tempo e temperatura sejam suf icientes para
assegurar a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos ou seja,
5°C por 15 minutos ou 70°C por 2 minutos. A ef icácia do
tratamento térmico deve ser avaliada pela verif icação da temperatura e do tempo utilizados e, quando
aplicável, pelas mudanças na textura e cor na parte central do alimento.
- Para os alimentos que forem submetidos à f ritura, além dos controles estabelecidos para um
tratamento térmico, devem-se instituir medidas que garantam que o óleo e a gordura utilizados não
constituam uma fonte de contaminação química do alimento preparado.
- Os óleos e gorduras utilizados devem ser aquecidos a temperaturas não superiores a 180°C,
sendo substituídos imediatamente sempre que houver alteração evidente das características f ísico-
químicas ou sensoriais, tais como aroma e sabor, e formação intensa de espuma e fumaça.
- Após serem submetidos à cocção, os alimentos preparados devem ser mantidos em condições
Os alimentos submetidos ao descongelamento devem ser mantidos sob
refrigeração se não forem imediatamente utilizados, não devendo ser
recongelados.
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79
de tempo e de temperatura que não favoreçam a multiplicação microbiana.
- Para conservação a quente, os alimentos devem ser submetidos à temperatura superior a 60°C
por, no máximo, 6 (seis) horas;
- Para conservação sob ref rigeração ou congelamento, os alimentos devem ser previamente
submetidos ao processo de resfriamento.
O processo de resfriamento de um alimento preparado deve ser realizado de forma a minimizar o
risco de contaminação cruzada e a permanência do mesmo em temperaturas que favoreçam a
multiplicação microbiana.
A temperatura do alimento preparado deve ser reduzida de 60°C a 10°C em até duas horas através
do uso de f reezer (-18°C) ou de geladeira (2°C a 3°C). Em seguida, o mesmo deve ser conservado sob
ref rigeração a temperaturas inferiores a 5°C, ou congelado à temperatura igual ou inferior a -18°C. O prazo
máximo de consumo do alimento preparado e conservado sob ref rigeração a temperatura de 4°C, ou
inferior, deve ser de até 5 (cinco) dias. Quando aplicável, os alimentos a serem consumidos crus devem
ser submetidos a processo de higienização a f im de reduzir a contaminação superf icial.
- Os produtos utilizados na higienização dos alimentos devem estar regularizados no órgão
competente do Ministério da Saúde e serem aplicados de forma a evitar a presença de resíduos no
alimento preparado.
Uma vez que os ovos são comumente contaminados por
Salmonella, tanto na casca como na gema, existem medidas de controle
que devem ser realizadas.
A qualidade sanitária das preparações à base de ovos nas
empresas fornecedoras de alimentos pode ser garantida com os seguintes
procedimentos:
1. Verif icar se os ovos estão estocados em local arejado, limpo e f resco,
longe de fontes de calor;
2. Conferir o prazo de validade;
3. Armazenar os ovos de acordo com as instruções do fornecedor;
4. Não utilizar ovos com a casca rachada;
5. Evitar misturar a casca com o conteúdo do ovo;
6. Não reutilizar as embalagens de ovos, nem as utilizar para outras f inalidades.
Na preparação de alimentos à base de ovos, deverão ser observados os seguintes aspectos:
1. Não oferecer para consumo ovos crus;
Caso o alimento preparado seja armazenado sob refrigeração ou congelamento deve-se
por no invólucro do mesmo, no mínimo, as seguintes informações: designação, data de
preparo e prazo de validade. A temperatura de armazenamento deve ser regularmente
monitorada e registrada.
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80
2. Não oferecer para consumo alimentos preparados onde os ovos permaneçam crus;
3. Utilizar ovos pasteurizados, ovos desidratados e ovos cozidos;
4. Preparações quentes: ovos cozidos por 7 minutos em fervura, no mínimo ovos f ritos com a gema
dura;
5. As preparações tais como omeletes, empanados, milanesa, bolos, doces e etc., devem atingir 74°C
no centro geométrico no momento do preparo.
A distribuição é a etapa onde os alimentos estão expostos para o consumo imediato, sob controle
de tempo e temperatura para não ocorrer multiplicação microbiana e proteger de novas contaminações.
Os alimentos quentes podem f icar na distribuição ou espera a 65°C ou mais por no máximo 12h ou a 60°C
por no máximo 6h ou abaixo de 60°C por 3h, devendo ser desprezados aqueles que ultrapassarem os
prazos estipulados. Para a distribuição de alimentos f rios potencialmente perigosos e que favorecem uma
rápida multiplicação microbiana, devem ser seguidos os seguintes critérios:
➢ Devem ser distribuídos no máximo a 10°C por até 4 horas.
➢ Quando a temperatura estiver entre 10°C e 21°C, só podem permanecer na distribuição por
2 horas.
Alimentos frios que ultrapassarem os critérios de tempo e temperatura
estabelecidos devem ser desprezados.
As sobras constituem o excedente do alimento
industrializado in natura, alimentos pré-preparados ou dos
alimentos prontos, incluídos aqueles que nãoforam para a
distribuição e os que foram distribuídos , mas f icaram sob
controle em conformidade com os critérios das boas
práticas de fabricação.
Os restos constituem o excedente que não f icou
condições de segurança e ainda os alimentos servidos e
não consumidos. Os seguintes procedimentos são
indicados para reaproveitamento de sobras quentes:
1. Reaquecer a 74°C e manter a 65°C ou mais, para servir por no máximo 12 horas.
2. Reaquecer a 74°C e quando atingir 55°C na superf ície, resfriar a 21°C em 2 horas, devendo atingir
4°C em mais 6 horas, para reaproveitar no máximo em 24 horas;
3. Na conduta acima, após atingir 55°C, as sobras podem ser congeladas, devendo ser seguidos os
critérios de uso para congelamento;
4. Alimentos que sofreram tratamento térmico e que serão destinados à ref rigeração devem ser
armazenados em volumes ou utensílios com altura máxima de 10 cm, devendo ser cobertos quando
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81
atingirem a temperatura de 21°C ou menos.
As sobras de alimentos f rios que f icaram sob requisitos de segurança podem ser reaproveitadas
das seguintes formas:
1. Ser ref rigeradas de modo que a temperatura interna do
alimento atinja 4ºC em 4 horas, podendo ser utilizadas por
no máximo 24 horas;
2. Ser reaproveitados para pratos quentes, devendo ser
levados à cocção a 74°C e mantidos a 65°C para
distribuição por no máximo 12 horas;
3. Após atingirem 55°C ser resfriadas a 21°C em 2 horas e
atingirem 4°C em mais 6 horas, devendo ser mantidas
nesta temperatura para reaproveitamento como pratos quentes, por no máximo 24 horas;
4. No reaproveitamento citado anteriormente, as sobras também podem ser congeladas, segundo os
critérios de uso para congelamento, podendo ser reaproveitados para pratos quentes, devendo ser
levados à cocção a 74°C e mantidos a 65°C para distribuição por no máximo 12 horas.
DO TRANSPORTE DOS ALIMENTOS
São requisitos a serem observados para o transporte de alimentos:
1. O veículo de transporte de alimentos e água potável, ref rigerados
ou não, deve garantir a integridade e a qualidade do produto,
quando destinado ao consumo humano.
2. É proibido manter ou transportar, no mesmo compartimento de um
veículo, alimentos prontos para o consumo, outros alimentos ou
substâncias estranhas e produtos tóxicos que possam contaminá-
los.
3. Excetuam-se da exigência do item anterior, os alimentos
embalados em recipientes hermeticamente fechados, impermeáveis e resistentes, salvo com
produtos tóxicos.
4. É expressamente proibido o transporte de produtos perigosos em veículos que transportem alimentos
e água, mesmo que submetidos à lavagem e desinfecção.
5. Não é permitido transportar alimentos conjuntamente com pessoas e animais
6. A cabine do condutor deve ser isolada da parte que contém os alimentos, e esta deve ser revestida
de material liso, resistente, impermeável, atóxica e lavável.
7. Os métodos de higiene e desinfecção devem ser adequados às características dos produtos e dos
veículos de transportes
8. Quando a natureza do alimento assim o exigir deve ser colocado sobre prateleiras e estrados, quando
necessários removíveis, de forma a evitar danos e contaminação.
9. Os materiais utilizados para proteção e f ixação da carga (cordas, encerados, plásticos e outros) não
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
82
devem constituir fonte de contaminação ou dano para o produto, devendo os mesmos ser
desinfetados juntamente com o veículo de transporte.
10. A carga e/ou descarga não devem representar risco de contaminação, dano ou deterioração do
produto e/ou matéria-prima alimentar.
11. Nenhum alimento deve ser transportado em contato direto com o piso do veículo ou embalagens ou
recipientes abertos.
12. Os equipamento s de refrigeraç ão não devem apresentar risco de contaminaç ão para o produto e dev e
garantir, durante o transporte, temperatura adequada para o mesmo.
13. Os alimentos perecíveis crus ou prontos para o consumo devem ser transportados em veículo
fechado, dependendo da natureza sob ref rigeração ao redor de 4ºC, com tolerância até 7ºC; sob
resfriamento ao redor de 6ºC, não ultrapassando 10ºC ou conforme especif icação do fabricante
expressa na rotulagem; sob aquecimento com tolerância até 60ºC ou sob congelamento com
tolerância até -12ºC
14. Os veículos de transporte que necessitem controle de temperatura devem ser providos
permanentemente de termômetros calibrados e de fácil leitura.
DO CONTROLE DA QUALIDADE DA ÁGUA
Você sabia que a água utilizada para o preparo dos alimentos,
proveniente de sistema de abastecimento público ou de fonte
alternativa deve ser potável e filtrada?
Deve ainda ser límpida, transparente, insípida, inodora e adequada ao padrão de
potabilidade estabelecido pela legislação vigente. É obrigatória a existência de reservatório de água, que
deve apresentar as seguintes condições:
1. Superf ície lisa, resistente e impermeável;
2. Fácil acesso, para inspeção e higienização;
3. Isento de rachaduras e sempre tampado;
4. Provido de extravasor na sua parte superior;
5. Protegido contra inundações, inf iltrações;
6. Feito de material atóxico, inodoro e resistente aos
produtos e processos de higienização;
7. Limpo e desinfetado a cada 6 meses ou ainda quando for instalado ou na ocorrência de
acidentes que possam contaminar a água.
A limpeza de reservatórios de água deve ser realizada por empresa credenciada pela Feema, que
emitirá laudo da análise f ísico-química e de potabilidade microbiológica.
A água oriunda de solução alternativa ou mista deve ser tratada e a sua qualidade deve ser
controlada através de análises laboratoriais, com a periodicidade determinada pela legislação específ ica
vigente.
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
83
ci
A água utilizada para a fabricação de gelo ou a confecção de bebidas deve ser f iltrada,
sendo que o elemento f iltrante deve ser trocado periodicamente. Os laudos
referentes à limpeza dos reservatórios e da análise de potabilidade da água deverão
ser arquivados e ter cópias enviadas à DGS.
DO CONTROLE INTEGRADO DE PRAGAS E VETORES
O controle integrado de pragas e vetores constitui um conjunto de ações preventivas e corretivas
destinadas a impedir a atração, o abrigo, o acesso e ou a proliferação de vetores e pragas urbanas que
comprometam a qualidade higiênico-sanitária do alimento. São considerados pragas e vetores que
constituem potencial risco de transmissão de doenças aos seres humanos:
1. Roedores, sendo incluídos o rato de esgoto, a ratazana e o camundongo;
2. Baratas, sendo que as mais comuns são a Barata Americana ou voadora e a Francesinha;
3. Moscas, sendo a mosca doméstica a espécie mais f requente;
4. Formigas, sendo descritas cerca de 30 espécies que são consideradas pragas urbanas.
5. Pombos;
As medidas de caráter preventivo que contribuem para o controle de pragas e vetores e que devem ser
implantados na OPM são as seguintes:
1. Uso de protetores de borracha para a vedação de portas e janelas;
2. Uso de telas milimétricas em janelas e outras aberturas;
3. Uso de ralos sifonados;
4. Vedação de buracos, rachaduras e f restas na estrutura f ísica das instalações;
5. Inspeção cuidadosa durante o recebimento dos gêneros alimentícios;
6. Correto armazen amento de matéri as -p ri m as e produtos acabados;
7. Destinação e acondicionamento correto dos resíduos alimentares e do lixo;
8. Limpeza periódica de caixas de gordura e do sistema de esgoto.
9. Manutenção das áreas próximas ao rancho sempre limpas, livres de vegetação, entulho, materiais
em desuso ou resíduos;
10. Manutenção das paredes externas e o telhado, livres e sem contato com construções próximas ou
árvores.
11. Controle químico aplicado periodicamente conforme a indicação.As ações de desinsetização e desratização através do uso de
produtos químicos deverão ser realizadas por empresa habilitada e
credenciada pelos órgãos de vigilân a sanitária. As ações coordenadas
deverão seguir a orientação de um calendário prof ilático confeccionado
pela DGS e a documentação pertinente deverá ser devidamente arquivada
e ter cópia enviada também à DGS para o devido controle.
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
84
DOS PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRONIZADOS
Conforme preconizado pela Resolução RDC nº 216 de 15 de setembro de 2004, os serviços de
alimentação devem implementar Procedimentos Operacionais Padronizados (POP) que estabelecem as
instruções sequenciais para a realização de atividades de rotina e específ icas, em todas as etapas da
produção de alimentos assim como outras atividades complementares. Segundo a Resolução em ques tão ,
devem ser desenvolvidos, implementados e mantidos os procedimentos operacionais padronizados para
os seguintes itens:
1. Higienização de instalações, equipamentos, móveis e utensílios;
2. Higienização do reservatório da água;
3. Higiene e saúde dos manipuladores;
4. Controle integrado de vetores e pragas urbanas.
Os POP referentes às operações de higienização de instalações, equipamentos e móveis devem
conter as seguintes informações:
• Natureza da superf ície a ser higienizada;
• Método de higienização, princípio ativo selecionado e sua concentração;
• Tempo de contato dos agentes químicos e ou f ísicos utilizados na operação de higienização;
• Temperatura e outras informações que se f izerem necessárias.
Quando aplicável, os POP devem contemplar a operação de desmonte dos equipamentos. Os POP
relacionados ao controle integrado de vetores e pragas urbanas devem contemplar as medidas preventivas
e corretivas destinadas a impedir a atração, o abrigo, o acesso e ou a proliferação de vetores e pragas
urbanas. No caso da adoção de controle químico, o estabelecimento deve apresentar comprovante de
execução de serviço fornecido pela empresa especializada contratada, contendo as informações
estabelecidas em legislação sanitária específ ica.
Os POP relacionados à higiene e saúde dos manipuladores, devem contemplar as etapas, a
f requência e os princípios ativos usados na lavagem e antissepsia das mãos dos manipuladores, assim
como, as medidas adotadas nos casos em que os manipuladores apresentem lesão nas mãos, sintomas
de enfermidade ou suspeita de problema de saúde que possa comprometer a qualidade higiênico-sanitária
dos alimentos. Devem especif icar os exames aos quais os manipuladores de alimentos são submetidos,
bem como a periodicidade de sua execução. O programa de
capacitação dos manipuladores em higiene deve ser descrito, sendo
determinada a carga horária, o conteúdo programático e a f requência
de sua realização, mantendo-se em arquivo os registros da
participação nominal dos funcionários.
São considerados ainda itens cuja implementação de
POP deve ser considerada:
1. A seleção das matérias-primas, ingredientes e embalagens;
2. Pontos críticos em relação ao risco de contaminação dos alimentos durante os procedimentos de
recebimento, estocagem, preparo e distribuição dos alimentos.
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
85
3. Procedimentos em locais ou no uso de equipamentos que ofereçam riscos de acidentes.
4. A manutenção preventiva e calibração dos equipamentos;
5. O manejo dos resíduos;
6. O programa de recolhimento de alimentos.
É determinado que os Procedimentos Operacionais Padronizados devam:
• Conter as instruções sequenciais das operações e a f requência de execução, especif icando o nome, o
cargo ou a função dos responsáveis pelas atividades.
• Ser aprovados, datados e assinados pelo responsável técnico pelo estabelecimento.
• Quando aplicável, relacionar os materiais necessários para a realização das operações, assim como
os Equipamentos de Proteção Individual (EPI).
• Estar acessíveis a todos os manipuladores envolvidos e disponíveis para a autoridade sanitária quando
requeridos.
DL - Implantação do Novo Sistema de Controle de Estoque de Gêneros
Alimentícios – Determinação
1. Acesso ao sistema
Página de login e senha, o endereço eletrônico para acesso será o http://rancho.macxpc.com.br
• Tela de LOGIN do cadastro do usuário, os usuários cadastrados no programa SISNOTA terão
acesso imediato ao sistema de controle de gêneros alimentícios. Após a conf irmação dos dados,
o usuário será redirecionado para a página principal do sistema, local onde será permitido realizar
as alterações de seus dados e a senha.
• Na página principal, o usuário, de acordo com o seu nível de acesso, poderá cadastrar o
cronológico da sua Unidade, informar a movimentação diária dos gêneros alimentícios, selecionar
os cardápios existentes, efetuar os pedidos extras de acordo com os principais eventos na sua
área de policiamento e controlar o acesso ao rancho das Unidades através de dispositivo mobile.
2. Página principal: Funcionalidades disponíveis
• Na parte superior da página principal do Sistema de Controle de Estoque de gêneros alimentícios da
PMERJ, identif icamos a barra de menu com a possibilidade de acesso às páginas de
cadastramento do cronológico, de relação individual de gramagem, das informações sobre os
cardápios e sua movimentação diária, solicitação de pedidos extras, os relatórios de
movimentação de gêneros e a impressão ou geração de QRCODE para o usuário.
• Durante a execução de qualquer tarefa no sistema, f icarão registradas a identif icação do usuário
e da sua Unidade.
http://rancho.macxpc.com.br/
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
86
3. Do Cronológico de entregas de gêneros alimentícios
• Os usuários do Setor de Aprovisionamento, de acordo com o cardápio publicado para as
Unidades, deverão efetuar os pedidos de gêneros alimentícios através da análise da sua
capacidade de estoque dos itens solicitados, de acordo com as datas de entregas disponíveis.
• Após a def inição das quantidades referentes ao produto selecionado, o usuário será obrigado a
clicar no botão “INSERIR”. Automaticamente será iniciada uma relação de produtos solicitados
por esta OPM para o cronológico do mês subsequente.
• Após ter selecionados todos os produtos que serão necessários para a confecção do cardápio
publicado pela PMERJ na sua Unidade, o usuário f inalizará o cadastramento do pedido através
do clique no botão “ENVIAR MATERIAIS”, que representa o registro do cronológico no banco de
dados e possibilita que o Setor de Gêneros Alimentícios da Diretoria de Logística possa
estabelecer os quantitativos corretos nas Ordens de Fornecimento que serão enviadas para as
Empresas contratadas.
4. Da Entrada de Gêneros Alimentícios
• Os gêneros alimentícios adquiridos junto às fornecedoras serão
introduzidos no sistema através do lançamento diário das notas f iscais
pelo SISNOTA. No entanto, para o lançamento do estoque existente na
Despensa do Aprovisionamento no sistema atual, ou a inserção de
gêneros alimentícios adquirido por doação, será permitida a entrada de
gêneros alimentícios sem comprovação de notas f iscais, através da
página “ENTRADA DE ESTOQUE”.
5. Da Baixa de Gêneros Alimentícios do Estoque da OPM
• Os gêneros alimentícios existentes na Despensa da Unidade serão utilizados de acordo com a
previsão de refeições produzidas para a tropa. Desta forma, o principal forma de dar baixa no
Estoque da OPM será através da geração diária da montagem do cardápio.
• No entanto, pode ocorrer a necessidade de alimentar a tropa em horários e casos específ icos e
não habituais, sendo necessário o registro desta ação.
• Do exposto, será permitida a baixa de gêneros alimentícios para determinados setores, através da
página “BAIXA DE ESTOQUE”.
6. Da Elaboração do CardápioDiário
• O Despenseiro deverá utilizar-se da página “GERAR REFEIÇÕES DO DIA” para registrar o
quantitativo de PPMM que deverão fazer as refeições, conforme a previsão de Vale de Rancho de
cada OPM. Ele deverá selecionar o Tipo de Refeição (CAFÉ, ALMOÇO, JANTAR, CEIA) para,
após selecionar as diversas sugestões de cardápio disponíveis, conforme o previsto no cardápio
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
87
único da PMERJ.
• Ao f inal das indicações dos quantitativos, o Despenseiro deverá clicar no botão “ENVIAR
CARDÁPIO”. Com esta ação será gerada automaticamente a informação do relatório diário de
movimentação de gêneros alimentícios.
• Após clicar no botão “ENVIAR CARDÁPIO”, o Despenseiro receberá uma mensagem alerta para
que revise as suas informações porque as estas, quando enviadas, não poderão ser mais revistas.
Conf irmado o envio, o Sistema apresentará o Relatório do Movimento Diário de Gêneros
Alimentícios.
7. Pedidos Extras
• A Unidade, quando da ocorrência de algum evento na sua OPM, poderá solicitar o envio de
gêneros alimentícios indicando o quantitativo e a f inalidade deste, acessando a página “GERAR
PEDIDO” da Aba “PEDIDOS EXTRAS”.
• O Aprovisionador selecionará o Motivo, a Data e informará os produtos e quantidade que precisará
para cada evento. A cada produto que selecionar e indicar a quantidade o Aprovisionador deverá
clicar no botão “INSERIR”. Ao f inalizar a relação de produtos necessários, o Aprovisionador deverá
clicar no botão “ENVIAR MATERIAIS”.
• Os pedidos poderão ou não ser aprovados, pois dependerá de fatores inerentes a faculdade
decisória do Comando da Corporação.
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
88
CONCLUSÃO
Ao estudar a disciplina Administração Aplicada a PMERJ, o Policial Militar na graduação de Cabo,
pode compreender um pouco mais sobre o funcionamento da área 4 das unidades da Corporação,
municiando-se de registros do seu arcabouço legal, no intuito de ampliar sua qualif icação e aprimorar os
conhecimentos sobre pontos sensíveis da rotina administrativa, capacitando -se para o desempenho das
funções administrativas, caso necessário, no decorrer de sua carreira.
É fundamental que o graduado na condição de CB PM esteja apto para desempenhar suas
funções, quer sejam alusivas ao policiamento ostensivo ou a serviços administrativos, mantendo-se pronto,
sempre que necessário, reunindo técnica e conhecimentos tais como os aqui ministrados.
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
89
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PMERJ. Normatização sobre Almoxarifado, Aditamento BOL PM Nº 59 12 de junho de 1979.
Disponível em: https://sepm.rj.gov.br/
PMERJ. Normatização sobre Fardamento, Aditamento BOL PM Nº112 DE 19 de junho de 1979.
Disponível em: https://sepm.rj.gov.br/
PMERJ. Normatização sobre Material Bélico, BOL PM Nº18 de 27 de janeiro de 1983. Disponível em:
https://sepm.rj.gov.br/
PMERJ. Normatização sobre Controle da Temperatura, BOL RES MD PM nº 75 de 22 de maio de 1978.
Disponível em: https://sepm.rj.gov.br/
PMERJ.Normatização sobre Aprovisionamento - Regulamento Técnico para as atividades na produção de
alimentos no âmbito da PMERJ, ADIT BOL PM Nº: 165 de 15 de setembro de 2010. Disponível em:
https://sepm.rj.gov.br
https://sepm.rj.gov.br/
https://sepm.rj.gov.br/
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
1
AUTORIDADES
Governador do Estado do Rio de Janeiro
Exmº Sr Cláudio Bomfim de Castro e Silva
Secretário de Estado de Polícia Militar
Exmº Sr Coronel PM Marcelo de Menezes Nogueira
Subsecretário de Estado de Polícia Militar
Ilmº Sr Coronel PM Luciano Carvalho de Souza
Diretor-Geral de Ensino e Instrução
Ilmº Sr Coronel PM Max William Coelho Moreira de Oliveira
Comandante do CFAP 31 de Voluntários
Ilmº Sr Coronel PM Alex Marchito Soliva
Comandante do Centro de Educação a Distância da Polícia Militar
Ilmº Sr Tenente-Coronel PM Alexandre Moreira Soares
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
2
APRESENTAÇÃO
Prezados alunos, o Curso Especial de Formação de Cabos - CEFC é o primeiro curso de
qualif icação prof issional do Praça Policial Militar após seu curso de ingresso na instituição – Curso de
Formação de Soldados (CFSd).
Deste modo, ao longo dos primeiros seis anos da atuação policial que se dá como Soldado PM
(primeiro posto enquanto elemento de execução) o Policial Militar ascende ao posto de Cabo PM.
Nesse período, muitos dos saberes construídos no CFSd foram postos em prática nas mais diversas
funções que um soldado PM pode exercer na Instituição Polícia Militar.
Nesta direção, sendo o Soldado PM elemento fundamental na execução da política de
segurança pública do nosso Estado, o CEFC apresenta-se como um momento interessante para a
retomada da sua qualif icação, agora podendo compartilhar e aperfeiçoar sua experiência prof issional.
Não obstante, sendo o CEFC na modalidade de ensino a distância, o Cabo PM pode usufruir
da f lexibilidade oferecida por essa modalidade, podendo adequar sua rotina ao cronograma do curso.
Desta forma, o Curso Especial de Formação de Cabos visa atender as necessidades da
Corporação e busca o melhor rendimento do processo de ensino e aprendizagem dos Cabos Policiais
Militares, utilizando os recursos instrucionais que a PMERJ disponibiliza para qualif icar seu efetivo.
Para tal, com o suporte do Centro de Educação a Distância da Polícia Militar do Estado do Rio
de Janeiro, o CEFC será desenvolvido no ambiente virtual de aprendizagem, por intermédio de sua
Escola Virtual, inclusive, as avaliações das disciplinas correspondentes ao curso.
Assim, é fundamental o seu empenho, prezado aluno, pois na modalidade de ensino a distância
você terá autonomia para o período de estudos, mas também será necessário disciplina e dedicação
para o êxito dessa jornada, pois alcançar o sucesso depende do seu esforço individual.
Convém destacar que na era da informação e da tecnologia, é necessário aprimoramento
constante a f im de garantir uma tropa consciente, respeitosa, pautada em valores morais e
institucionais, permitindo assim o cumprimento de suas funções com dignidade e ex celência.
Esperamos que nossos policiais sejam cada vez mais qualif icados, bem treinados e
especializados, para cumprirmos nossa missão, buscando cada vez mais a excelência de nossas
ações.
Por f im, desejamos que você aproveite ao máximo os conhecimentos construídos ao longo do
curso e busque uma ref lexão acerca de suas funções diante da sociedade e seus companheiros de
prof issão. Que seja um momento de repensar as práticas e fortalecer seu v ínculo prof issional,
ampliando cada vez mais seus conhecimentos para lidar com as particularidades de ser um Policial
Militar no Estado do Rio de Janeiro.
Bons estudos!
Max William Coelho Moreira de Oliveira – Coronel PM
Diretor-Geral de Ensino e Instrução
Alex Marchito Soliva – Cononel PM
Comandante do CFAP
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
3
DESENVOLVEDORES
CFAP
Supervisão e Coordenação Pedagógica
Cap PM Ped Priscila Medeiros Moura Lima
3º Sgt PM Juliana Pereira de Carvalho
Cb PM Cíntia Andrade de Araújo
Cb PM Danielle de Aquino Gomes
Cb PM Fernanda Belísio Oliveira dos Santos
Cb PM Layla Simões da Silva
Cb PM Eduarda Vasconcellos Dias de Oliveira
Conteudista
Cb PM Leonardo dos Santos Ramos
CEADPM
Supervisão Geral EAD
Ten Cel PM Rodrigo Fernandes Ferreira
Equipe Técnica
Subten PM Willian Jardim de Souza
1º Sgt PM Edson dos Santos Vasconcelos
Cb PM Lucas Almeida de Oliveira
Cb PM Diogo Ramalho Pereira
Diagramação
1º Sgt PM Alan dos Santos Oliveira
Sd PM Daniel Moreira de Azevedo Júnior
Sd PM Alexandre Leite da Silva
Sd PM David Wilson Côrtes da Silva
Design Instrucional
Cap PM Ped Vania Pereira Matos da Silva
Filmagem e Edição de Vídeo
3º Sgt PM Renan Campos Barbosa
SdPM Alexandre dos Reis Bispo
Suporte ao Aluno
1º Sgt PM Anderson Inácio de Oliveira
3º Sgt PM Tainá Pereira de Pereira
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
4
SUMÁRIO
CARO ALUNO ..............................................................................................................................................................................5
INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................................................................6
E POR QUE TER ESSA DISCIPLINA NO CEFC? ...................................................................................................................... 6
FILOSOFIA MORAL .....................................................................................................................................................................7
ÉTICA DO GRUPO, ÉTICA PARTICULAR E ÉTICA PROFISSIONAL ...................................................................................... 8
ÉTICA PARTICULAR ................................................................................................................................................................... 8
ÉTICA DE GRUPO........................................................................................................................................................................ 8
ÉTICA PROFISSIONAL ................................................................................................................................................................ 9
ÉTICA, MORAL E POLÍCIA MILITAR........................................................................................................................................ 10
O CONTEXTO SÓCIO-POLÍTICO CONTEMPORÂNEO ..........................................................................................................11
POLICIAL MILITAR E FAMÍLIA ................................................................................................................................................. 13
DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR ........................................................................................................................................16
FUNDAMENTOS, SIGNIFICADO E INTERFACES ................................................................................................................... 16
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL PARA O POLICIAL MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ........................... 19
DA TÁBUA DE VALORES POLICIAIS MILITARES ................................................................................................................. 19
DOS DEVERES E PROIBIÇÕES ............................................................................................................................................... 20
DA GESTÃO DOS BENS E SERVIÇOS PÚBLICOS PELOS POLICIAIS MILITARES ........................................................... 21
DOS DEVERES ENTRE POLICIAIS MILITARES ..................................................................................................................... 21
DO USO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO....................................................................................................................... 21
PRINCÍPIOS CONSAGRADOS DE ÉTICA PROFISSIONAL PARA O POLICIAL MILITAR .................................................. 22
DA CONDUTA DOS POLICIAIS MILITARES NO EXERCÍCIO DO USO DA FORÇA E ARMAS DE F OGO ......................... 25
CONTRADIÇÕES MORAIS NO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO POLICIAL MILITAR..............................................................30
DESVIOS DE CONDUTA: TIPOS, CAUSAS E EFEITOS ......................................................................................................... 30
CAUSAS (PARA REFLEXÃO E ANÁLISE)............................................................................................................................... 31
EFEITOS (PARA REFLEXÃO E ANÁLISE) .............................................................................................................................. 31
BASE ÉTICO/LEGAL E MECANISMOS DE CONTROLE DOS DESVIOS DE CONDUTA DIPLOMAS ÉTICO/LEGAIS
UTILIZADOS PELA PMERJ.......................................................................................................................................................34
DO CONSELHO DE ÉTICA DA PMERJ E DAS OPM ............................................................................................................... 37
MARCAS DE QUALIDADE DA PMERJ .................................................................................................................................... 39
VALORES INSTITUCIONAIS / VIRTUDES MORAIS E ÉTICAS ..............................................................................................39
CONCLUSÃO..............................................................................................................................................................................41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................................................................................42
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
5
CARO ALUNO
Seja bem-vindo à nossa disciplina de “Ética e Deontologia Policial Militar”. Consideramos este
conhecimento uma importante ferramenta para orientação das ações policiais e escolhas cotidianas.
Aproveite a temática para desenvolver reflexões acerca da ética, em sua prática, indispensável quer
no serviço burocrático ou operacional.
Bons estudos!
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
6
INTRODUÇÃO
Vamos falar de Ética?
Onde surgiu essa palavra?
Qual é seu significado?
Os antigos gregos tinham inicialmente uma consciência mítica, cuja manifestação maior foram
os poemas de Homero e Hesíodo. Quando se deu a passagem do mundo mítico para a consciência
racional, apareceram os primeiros sábios, sophos, em grego. A Filosof ia não é o puro logos, pura razão:
ela é a procura amorosa da verdade. Para Kant , “não há Filosof ia que se possa aprender, só se pode
aprender a f ilosofar”. A Filosof ia é um conhecimento instituinte, no sentido de questionar o saber
instituído, eis aí um de seus grandes desaf ios. Para Platão, a primeira virtude do f ilósofo é “admirar-
se”.
Ramo da Filosof ia, a Ética se destina, grosso modo, a investigar a moral. É a ciência da moral
(metamoral), ou, segundo Miguel Reale Jr (1999), “a Ética é o estudo da atitude do homem perante o
homem e o mundo”. Quando a Ética desce da sua generalidade, fala-se de uma moral. Esta se prende
mais a determinados períodos e lugares, sendo conceituada como o conjunto de normas e regras
adquiridas por hábitos e costumes.
O termo Deontologia designa a ciência ou a teoria (logos) do que é preciso fazer (em grego,
deon). Essa palavra, criada por Jeremy Benthan e que signif icava “moral geral”, veio a assumir uma
acepção muito particular: a de um conjunto de regras e de deveres prof issionais. Daí, surgem os
códigos de conduta, os quais representam as regras e os deveres inerentes ao exercício das prof issões.
Estudar a Ética, em especial no tocante à Deontologia Policial Militar,
proporciona ao profissional de segurança pública instrumentos teóricos que
o farão refletir sobre certas decisões que precisará tomar no cotidiano de sua
função. São escolhas muitas vezes complexas, que exigirão do agente
responsabilidade pessoal e coerência com os valores compartilhados no
círculo profissional a que pertence. Eis, portanto, a importância da matéria em
questão.
E POR QUE TER ESSA DISCIPLINA NO CEFC?
No Curso Especial de Formação de Cabos (CEFC), a disciplina Ética
e Deontologia Policial Militar busca tratar de um estudo sistemático (crítico e
ref lexivo), que visa proporcionar ao aluno do CEFC umdelineamento ético da
prof issão por ele escolhida.
Acreditamos que cumpre à instituição Polícia Militar do Estado do Rio
de Janeiro (PMERJ), e a cada um de seus membros, a observância, a
promoção e zelo pela sua conduta, em prol do desenvolvimento e do
encorajamento do respeito aos direitos do homem e das liberdades
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Deontologia
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
7
fundamentais para todos, sem qualquer distinção, difundindo, em particular, os valores expressos nos
documentos fundamentais nacionais e internacionais.
Nesse sentido, a natureza das funções de aplicação da lei para defesa da ordem pública, e a
forma como essas funções são exercidas, têm uma incidência direta sobre a qualidade de vida dos
indivíduos e da sociedade no seu conjunto.
Agora que já vimos sobre a importância destes conceitos na vida do
profissional de segurança pública, que tal aprendermos um pouco mais
sobre a diferença entre ética e moral?
FILOSOFIA MORAL
Ética e Moral: Etimologia, características e diferenças
Etimologicamente, Ética origina-se da palavra grega
ethos, que signif ica modo de ser ou caráter. Principalmente para
os que têm formação cristã, o primeiro Código de Ética que se
tem notícias foram os Dez Mandamentos, da Lei de Moisés.
Em outras palavras, o termo Ética se refere à disciplina
que lida com o que é bom e mau, e com o dever moral e
obrigação; um conjunto de princípios morais ou valores; os
princípios de conduta que governam um indivíduo ou grupo
(prof issional); o estudo da natureza geral de moral e das escolhas
morais especif icas; as regras ou padrões que governam a conduta de membros de uma prof issão; a
qualidade moral de uma ação; propriedade.
Tentar estabelecer uma diferença entre ética e moral, com base na etimologia, não poderia nos
guiar em nada desta tarefa: ethos (def inido acima) e mores (em latim, hábitos) possuem signif icados
próximos; os termos ética e moral remetem a conteúdos vizinhos, à ideia de costumes, de hábitos, de
modos de agir determinados pelo uso.
Torna-se importante destacar que a ética consiste no pensamento e
reflexão, frente às ações humanas e seus fundamentos. A moral é um
conjunto de regras de condutas consideradas como válidas, quer de
modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupos ou pessoa
determinada. As principais diferenças entre os termos conceituados é que
na moral apenas nos habituamos a agir de acordo com um determinado
valor e não questionamos sobre eles, enquanto na ética temos
consciência de nossas ações (De Araújo, 2009).
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
8
ÉTICA DO GRUPO, ÉTICA PARTICULAR E ÉTICA PROFISSIONAL
A ética pode ser compreendida em três níveis diferentes, com consequências distintas:
ÉTICA PARTICULAR
A ética particular refere-se à moral, a valores e a crenças do indivíduo. Inicialmente, a ética
pessoal do cidadão/policial decide o tipo de ação a ser tomada, em uma dada situação.
Ética pessoal pode ser positiva ou negativamente influenciada por experiências,
educação e treinamento.
A pressão do grupo é outro instrumento de moldagem para a ética pessoal do cidadão/policial.
É importante entender que não basta esse indivíduo saber se sua ação deve ser legal e não arbitrária.
A ética pessoal (as crenças pessoais no bom e no mau, no certo e no errado), do cidadão/policial deve
estar de acordo com os quesitos legais, para a ação realizada estar correta.
O aconselhamento, acompanhamento e revisão de desempenho são instrumentos importantes
para esta f inalidade.
A realidade do serviço policial militar signif ica trabalhar em grupos, trabalhar com colega em
situações às vezes dif íceis e /ou perigosas, vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana.
Destes fatores pode surgir comportamento de grupo, padrões subculturais (isto é, linguagem
grupal, rituais, nós contra eles, etc.), e a consequente pressão sobre membros do grupo (especialmente
os novos), para que se conforme a cultura do grupo.
ÉTICA DE GRUPO
Atuando de acordo com sua ética pessoal, o
indivíduo/policial pode confrontar-se com uma ética de
grupo estabelecida e possivelmente conf litante, com a
pressão da escolha entre aceitá-la ou rejeitá-la. Deve f icar
claro que a ética do grupo não é necessariamente uma
qualidade moral melhor ou pior, em relação a ética
pessoal do indivíduo ou vice-versa. Sendo assim, os
gestores da PMERJ inevitavelmente monitorarão as
atitudes e comportamentos, em termos de ética pessoal e ética de grupo.
Em diferentes países, a história da aplicação da lei fornece uma variedade de exemplos , em
que éticas de grupo questionáveis levaram ao descrédito das instituições policiais.
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
9
Escândalos de corrupção endêmica, envolvimento em grande escala
com o crime organizado, racismo e discriminação estão f requentemente
abalando as fundações das instituições policiais , ao redor do mundo.
Estes exemplos podem ser usados para mostrar que estas
organizações devem almejar níveis de ética entre seus integrantes e,
efetivamente, erradicar esse tipo de comportamento indesejável.
ÉTICA PROFISSIONAL
Quando nos consultamos com um médico ou um advogado, por razões pessoais, geralmente
não passa por nossa cabeça que estamos agindo com grande conf iança. Acreditamos e esperamos no
respeito à nossa privacidade, e no trato conf idencial do caso. Na verdade, conf iamos é na existência e
no respeito de um código de ética prof issional, um conjunto de normas codif icadas do comportamento
dos praticantes de uma determinada prof issão. As profissões médicas e legais, como se sabe, possuem
tal código de ética prof issional com padrões relativamente parecidos , em todos os países do mundo.
Não se reconhece, ainda, a prof issão policial como tendo alcançado uma posição similar, em que exista
um conjunto de normas, claramente codif icadas e universalmente aceitas para a conduta dos policiais.
No entanto, junto ao sistema das Nações Unidas, bem como a do Conselho da Europa, desenvolveram-
se instrumentos internacionais que tratam das questões de conduta ética e legal no exercício da
prof issão policial.
Sendo uma disciplina prática, a Ética procura responder questões do tipo:
- O que devo fazer?
- Como devo ser?
- Como devo agir?
A ética é uma metamoral. Você sabe o que significa isso?
O que designa a ética? Não um conjunto de regras próprias de uma cultura, mas uma
metamoral, uma doutrina que se situa além da moral, uma teoria racionada sobre o bem e o mal, os
valores e os juízos morais.
Ao traçarmos uma análise de relação da ética com outras doutrinas e ciência, devemos
estabelecer que doutrina é o conjunto de princípios básicos, em que se fundamenta um sistema
religioso, f ilosófico ou político; enquanto ciência é um conjunto organizado de conhecimentos
comprovados.
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_de_%C3%A9tica
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
10
Então, por ser uma metamoral, à Ética cabe algumas ref lexões. Veja:
Moral: Regras, Costumes e tradições
Quando a ética desce de sua generalidade, fala-se de uma moral. Esta se prende mais a
determinados períodos e lugares, sendo conceituada como o conjunto de normas e regras adquiridas
por hábitos e costumes. A moral do início do século passado era bem diferente dos dias atuais.
A moral também pode ser conceituada como um estado de espírito. É muito
comum dizermos que o moral de uma instituição está baixo, diante de fatos que
causem descrédito para elas.
Apesar deste paradoxo que a análise etimológica nos assinala, há que operar uma distinção
entre ética e moral. A primeira é mais teórica, é ref lexão, é estudo sobre os fundamentos da segunda.
Assim, a ética se esforça por desconstruir as regras de conduta que formam§ 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial e deverá conter: I -
qualif icação da ofendida e do agressor;
II - Nome e idade dos dependentes;
III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela ofendida;
IV - Informação sobre a condição de a ofendida ser pessoa com def iciência e se da violência
sofrida resultou def iciência ou agravamento de def iciência preexistente (Incluído pela Lei nº 13.836, de
2019).
§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 1o o boletim de ocorrência
e cópia de todos os documentos disponíveis em posse da ofendida.
§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários médicos fornecidos por
hospitais e postos de saúde.
Observação importante: O art. 12 não autoriza o delegado a requerer medida protetiva de of ício,
mas apenas encaminhar a solicitação feita pela vítima. Ou seja, na fase policial, só a vítima pode
requerer ao juiz a aplicação de medidas protetivas de urgência. Já na fase judicial, o Ministério
Público também poderá requerer, não havendo previsão legal para que o juiz possa decidir de of ício,
LEI MARIA DA PENHA – CEFC
13
entretanto, a Lei nº 13.827/2019, trouxe possibilidade de o Delegado de Polícia (ou outro policial)
concretizar medida protetiva de urgência:
Art. 12-C. Verif icada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade f ísica ou
psicológica da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o
agressor será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida:
I - Pela autoridade judicial;
I - Pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca; ou
III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado disponível
no momento da denúncia.
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será comunicado no prazo
máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação
da medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público concomitantemente.
§ 2º Nos casos de risco à integridade f ísica da ofendida ou à efetividade da medida protetiva
de urgência, não será concedida liberdade provisória ao preso.
LEI MARIA DA PENHA – CEFC
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MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA (ARTS. 18 AO 24):
Ao receber o expediente com o pedido da vítima, caberá ao juiz, no prazo de 48 horas, conhecer
do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas de urgência; determinar o encaminhamento da
ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando for o caso, inclusive para o ajuizamento da ação
de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união estável perante
o juízo competente; comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis; e,
determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a posse do agressor.
Vale destacar que as medidas protetivas de urgência poderão ser
concedidas de imediato, independentemente de audiência das partes e de
manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente
comunicado. As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou
cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras de
maior ef icácia, sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem
ameaçados ou violados.
MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA QUE OBRIGAM O AGRESSOR (ART. 22):
Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei,
o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes medidas
protetivas de urgência, entre outras:
I - Suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão
competente, nos termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
II - Afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, f ixando o limite mínimo de
distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação;
c) f requentação de determinados lugares a f im de preservar a integridade f ísica e psicológica
da ofendida;
IV - Restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de
atendimento multidisciplinar ou serviço similar;
V - Prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
VI – Comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeducação; (Incluído pela
Lei nº 13.984, de 2020).
VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de atendimento individual e/ou em
grupo de apoio. (Incluído pela Lei nº 13.984, de 2020) Para garantir a efetividade das medidas protetivas
de urgência, poderá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da força policial.
LEI MARIA DA PENHA – CEFC
15
O rol não é taxativo (exemplif icativo), ou seja, nada impede de o
juiz adotar outras medidas que entender pertinentes no caso concreto.
MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA PARA A
VÍTIMA (ART. 23):
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:
I - Encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa of icial ou comunitário de proteção
ou de atendimento;
II - Determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio,
após afastamento do agressor;
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens,
guarda dos f ilhos e alimentos;
IV - Determinar a separação de corpos;
V - Determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de educação básica
mais próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para essa instituição, independentemente da
existência de vaga. (Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019).
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de
propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre
outras:
I - Restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;
II - Proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra venda e locação de
propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;
III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;
IV - Prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos materiais
decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida.
Parágrafo único. Deverá o juiz of iciar ao cartório competente para os f ins previstos nos incisos
II e III deste artigo.
Se o agressor não cumprir as medidas protetivas impostas?
Caberá a decretação de prisão preventiva? Poderá ser denunciado pelo
crime de resistência?
LEI MARIA DA PENHA – CEFC
16
CRIME DE DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS PROTETIVAS DE
URGÊNCIA. (ART. 24 A) (INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.641/2018)
“Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas
nesta Lei: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.
§ 1º A conf iguração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que deferiu as
medidas.
§ 2º Na hipótese de prisão em f lagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder f iança.
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis”
DECRETAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA (ART. 20):
“Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão
preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de of ício, a requerimento do Ministério Público ou mediante
representação da autoridade policial. Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no
curso do processo, verif icar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se
sobrevierema moral, os juízos de bem
e do mal que se reúnem no seio desta última.
Agora que já sabemos a diferença entre e ética e moral, que tal escrever em
seu caderno, com suas próprias palavras, o que você entendeu sobre isso?
Vamos lá?
ÉTICA, MORAL E POLÍCIA MILITAR
Como ocorrem em todas as prof issões exercidas por seres humanos, os princípios ético/morais
que lhes dão características próprias e apontam a conduta desejada nem sempre são cultivados ou
internalizados, ocorrendo contradições morais e os desvios de conduta.
No exercício de suas atividades, o policial militar também há que dispor de princípios que
formem a sua consciência prof issional e que represente imperativos de sua conduta, sendo relevante
destacar: proteção à sociedade e cumprimento de sua missão constitucional.
Conforme vimos anteriormente, a prof issão PM, por sua natureza e implicações sociais, atua
na estreita faixa que separa o bem do mal. Por isso, é repleta de tentações e desaf ios permanentes.
✓ Os VALORES DA VIDA (intelectual, prof issional, religiosa, afetiva e social). Todas elas
são importantes na vida do ser humano.
✓ AS VIRTUDES E OS VÍCIOS. Devemos evoluir diariamente, procurando aumentar as
virtudes e diminuir os vícios.
✓ OS DIREITOS E DEVERES. Antes de buscarmos os nossos direitos, devemos ref letir
bem se estamos cumprindo com os deveres.
✓ O BEM E O MAL. Usufruímos do livre arbítrio. Saibamos escolher o caminho do bem,
para nunca decepcionarmos àqueles que sempre conf iaram em nós. Entre as
alternativas (bem e mal; certos errado; lícito e ilícito), você escolhe a opção! A atividade
policial deve ser estritamente ética, não suscitando dúvidas em relação à conduta ética.
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
11
O CONTEXTO SÓCIO-POLÍTICO CONTEMPORÂNEO
Os dilemas e os desafios da modernidade: valores éticos e morais
Ao ref letimos sobre o atual cenário sócio-político do país, percebemos
uma crescente degeneração moral, ou seja, uma sociedade conturbada em
que vivemos e de onde saímos. E por prof issão, somos também responsáveis
pela garantia da paz, da liberdade e dos direitos fundamentais da pessoa
humana desta mesma sociedade. Ref litam!
No contexto da modernidade, a orientação da conduta se inspira nos
princípios da ética, da democracia, da justiça, da legalidade, da responsabilidade e da transparência,
razão pela qual a constatação das contradições morais existentes na prof issão PM aponta para um
desaf io que cabe a todos os integrantes da Corporação, no sentido de operarmos juntos uma formação
prof issional, uma educação moral continuada, uma f iscalização responsável e uma gestão/comando
marcados pela dignidade, pela competência e pelo exemplo edif icante. Excelência do serviço policial
militar! Eis o nosso desaf io!”
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
12
O policial militar não é um “cidadão do outro mundo”. Ele é oriundo
da sociedade, do mesmo contexto onde se observa a f ragilização de
valores éticos. Corrupção, deslealdade, discriminação social e étnica, a
popular “carteirada”, o desrespeito às regras sociais, dentre outras
práticas comumente naturalizadas pela sociedade brasileira, são um
desaf io para o policial militar. Isto, porque, na função de agente de
segurança pública, é demandado do policial responsabilização por todas as suas práticas enquanto tal.
Pois, sua ação, durante o policiamento, além de ser um ato público, está sujeita ao escrutínio da
sociedade civil.
O policial, desta feita, precisa atuar com prof issionalismo e responsabilidade. Deve observar a
ética e a lei. Ele precisa respeitar os valores democráticos, a dignidade da pessoa humana e as
garantias individuais, indiscriminadamente. Isto, a despeito de eventuais clamores populares por
justiçamento: uma armadilha nociva tanto para o agente quanto para a instituição policial militar.
Segundo reportagem do G1, de 02/11/2016, “Para 57% dos brasileiros, ‘bandido bom é bandido
morto’, diz Datafolha”1. Contudo, na mesma matéria, há também a porcentagem daqueles que
consideram que as polícias cometem excessos de violência no exercício da função: 70%! Uma
incoerência percentual que esconde uma representação social insidiosa sobre o papel da polícia: ora
se quer uma polícia violenta e parcial, ora esta mesma polícia é desprestigiada pelo ethos que lhe é
socialmente exigido.
Os princípios deontológicos descritos para o policial militar devem promover a qualidade do
serviço policial, reforçar o prestígio e a dignidade das forças de segurança, bem como contribuir para
a criação das condições objetivas e subjetivas que, no âmbito da ação policial, garantam o pleno
exercício dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos.
Vamos agora ilustrar a importância da família na vida do Policial Militar!!
1 (Fonte: https://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/11/para-57-dos-brasileiros-bandido-bom-e-bandido-morto-diz-datafolha.html)
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
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POLICIAL MILITAR E FAMÍLIA
O policial militar é produto de uma família. Ela contribui
com 90% da sua personalidade. A família precisa do policial
militar, e o policial militar de sua família. O lar do policial militar
contribui para construir seu conhecimento afetivo. O policial militar
deve valorizar, cultivar e construir sua família, pois quanto mais
desenvolvida a parte afetiva (emocional), menor será o estresse,
em situações hostis ou de crises. A família do policial militar é mais
que a célula da sociedade, é a base do equilíbrio emocional do policial militar.
A deontologia policial, as tensões próprias desta profissão, e o autocontrole: fatores
determinantes para a “ocorrência não evoluir”.
Nossas ações e reações são determinadas pelas nossas decisões em meio
às crises e tensões (interiores e exteriores): desânimo, intranquilidade, contato direto
com a violência e os dramas sociais, agressões verbais, dif iculdade econômicas,
problemas familiares, etc.
VAMOS AO CASO CONCRETO:
Em determinado município do estado do Rio de Janeiro, a maré local acionou uma guarnição
para atender uma ocorrência de “som alto”. Em resumo, um grupo de populares se reuniram no espaço
público para certa comemoração. Além de comida e bebida, da mala de um veículo saía um alto som
que animava o evento que, à exceção do incômodo aos vizinhos, não havia nenhum cometimento de
crime. Muito provavelmente uma adequada administração de conf litos resolveria este problema em dois
tempos...
Pois bem. Ao chegar no local, um dos componentes da guarnição desembarcou da viatura e
foi em direção do grupo que festejava. Um dos que ali estavam, com um copo de bebida à mão e
visivelmente ébrio se adiantou ao policial: “Meu chefe, aqui é todo mundo morador. Só estamos fazendo
um churrasquinho e tomando um gelo”, disse. Numa ação grosseira e irref letida, o policial disferiu um
tapa na mão do cidadão, em que estava o copo. O que fez com que o grupo, ao observar a atitude do
agente público, se insurgisse contra a dupla de militares, lançando contra os mesmos garrafas e demais
objetos que se encontravam à mão.
Perceberam como a falta de equilíbrio e bom senso podem fazer a “ocorrência evoluir”? E, sem
dúvida, isto ref lete negativamente na imagem pública tanto do agente quanto da instituição.
O policial militar precisa conhecer suas limitações e f raquezas. Também é necessário
autocontrole em momentos de tensão. Diante de determinada situação, suas reações são
determinadas pelo conhecimento sobre si próprio, devendo em situações hostis dominar
suas emoções, despir-se de preconceitos, agir com naturalidade, reagir com tranquilidade,
não reagindo a impulsos imediatos. Pensar rápido, duas ou mais vezes, buscando
interpretar corretamente os fatos, é uma exigência na natureza do serviço policial.
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
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A sociedade dosdesiguais, a cultura do “Você sabe com quem está falando” e a ética
policial: desafios para uma instituição que se pretende democrática e isonômica no
cumprimento do dever constitucional.
O antropólogo Roberto DaMatta (1997) ao analisar a sociedade brasileira, percebeu que o
modo pelo qual nós organizamos nossa sociedade, bem como orientamos nossas relações sociais, é
pautado pela lógica hierárquica. Isto é, enquanto em outros contextos sociais cuja formação histórica
se deu a partir do protagonismo de valores liberais burgueses, tais quais, o valor inato e incondicional
do indivíduo, a reaf irmação das garantias que compõem a dignidade da pessoa humana, e a
proeminência da governança social em detrimento ao arbítrio e controle monocrático do Estado, a
formação da sociedade brasileira, durante muitos séculos perpetuou um modelo hierárquico -
burocrático de patrimonialismo e controle social.
Como resultado deste contexto, surgiriam tradições culturais de resolução de conf litos no
espaço público orientados pela autoridade daquele que argumenta, não pelo argumento de autoridade,
representado pelo clichê “Você sabe com quem está falando?”
Nesta esteira, ser “autoridade” não faz remeter à ideia de alguém investido por uma autorização
pública, emanada da sociedade civil, como uma espécie de mandato para zelar e fazer cumprir as
regras previamente acordadas e explicitadas publicamente. Mas, sim, ser “autoridade” se torna uma
prerrogativa autônoma e desmedida para impor vontade, muitas vezes contra a lei, sobre aqueles que,
por ocuparem lugares material e simbolicamente menos prestigiados, não lhes resta outra coisa senão
ceder ao capricho de “doutores” e das “Excelências”.
Esta é uma realidade brasileira. Não se pode ignorar que este é um problema a ser combatido.
E o policial é um dos agentes que mais se depara com este fenômeno na cotidianidade. Ele, contudo,
precisa ser prof issional e garantir os direitos individuais de modo imparcial.
De acordo com Nalini (2001, p. 150), “a sociedade é uma união
moral estável de uma pluralidade de pessoas compostas ao
atendimento de finalidades comuns, mediante utilização de meios
próprios”. Mas para que as pessoas possam saber como agir para
satisfazer suas necessidades e desejos, sem com isso prejudicar
o modo de viver das demais pessoas que convivem numa mesma
sociedade, existem as leis. Sob esse prisma, a lei não deve ser
vista somente como um instrumento de punição do indivíduo que
comete uma infração perante as regras socialmente estabelecidas,
mas sim, como um instrumento que oriente os indivíduos sobre as
ações que são socialmente aceitas, e as devidas punições que
serão impostas aos que infringirem as regras vigentes, pois como
bem ressalta Beccaria (2002, p. 101)
É preferível prevenir os delitos a ter de puni-los; e todo legislador sábio deve antes procurar
impedir o mal a repará-lo, pois uma boa legislação não é mais que a arte de proporcionar aos homens
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
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a maior soma de bem-estar possível, e livrá-los de todos os pesares que se lhes possam causar,
conforme o cálculo dos bens e dos males desta existência.
O sistema econômico
“O lema da nossa bandeira é ORDEM E PROGRESSO.
Observa-se claramente que só acontecerá o segundo se houver
primeiro. Para que ocorra desenvolvimento num país, é primordial a
manutenção da ordem pública, advindo daí uma certa tranquilidade e
paz social, para que investimentos sejam feitos, indústrias e empresas
criadas, e empregos gerados, contribuindo assim com o progresso da
Nação.
Indiretamente, a Polícia Militar atua no desemprego (se ela diminuir, a violência urbana
contribuirá com a instalação de indústrias e empresas geradoras de postos de trabalho), e na má
distribuição de renda (ocasionada pelo desemprego).
Conduta do policial militar no contexto: desafios e reflexões face à realidade
sociocultural e a sua vocação
“Ao criar a Divisão Militar da Guarda Real de Polícia da Corte, em 13 de maio de 1809, o então
Príncipe Regente D. João argumenta sobre a absoluta necessidade de prover a segurança e
tranquilidade pública à cidade do Rio de Janeiro, sendo que nenhuma outra providência anterior havia
conseguido impedir os problemas havidos. Trata-se da nossa certidão de nascimento, onde claramente
se percebe a vocação histórica da Polícia Militar para servir e proteger a sociedade.
Recai, pois, sobre a polícia, como instituição que zela pelo cumprimento da lei, a obrigação de
obedecer à lei – incluindo as leis promulgadas para a promoção e a proteção dos Direitos Humanos.
Fazendo isto, os policiais estarão respeitando o princípio sob re o qual se baseia a lei: o princípio do
respeito à dignidade humana”.
"A vocação é a fonte de todas as virtudes militares".
O policial militar deve valorizar-se. O valor da vida está na resposta às perguntas:
1- Quem sou eu?
2- Para que existo?
3- Onde está o meu valor como pessoa?
Estas perguntas são respondidas pela def inição de nossa vocação. Um agente de Segurança
Pública, um instrumento da paz na cidade, o policial militar deve cultivar sua vocação, sabendo que o
valor do homem está naquilo que ele é e faz, e não tanto pelo que tem. O seu trabalho vale mais do
que ele tem, e sua vida vale mais do quanto ele ganha monetariamente. A prof issão policial militar é
uma das mais nobres do mundo. Precisamos dar mais valor aquilo que tem mais valor. O que nos
dá mais paz, alegria, força e prazer constante, é a consciência da vocação e o sentimento de realização
no homem.
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
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DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR
FUNDAMENTOS, SIGNIFICADO E INTERFACES
Você certamente já ouviu falar de Deontologia Policial Militar, mas sabe o
que significa? Vamos aprender sobre isso?
A origem da palavra deontologia está relacionada ao conjunto de deveres, princípios ou normas
adaptadas por um determinado grupo de prof issionais. Este conjunto de regras e princípios é a ciência
que trata dos deveres a que são submetidos os integrantes de uma prof issão, sendo utilizada para
designar ética prof issional ou a moral do exercício prof issional, resultado da ref lexão dos prof issionais
sobre sua prática.
A prof issão Policial Militar é um sacerdócio que exige:
➢ Disciplina
➢ Renúncia
➢ Persistência
➢ Liderança
➢ Profissionalismo
➢ Fé
A vocação do Policial Militar é nobre, seu objetivo é
Servir e Proteger. Ele é um peregrino da paz.
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
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Descreve Cardoso (2008), que:
A etimologia da palavra deontologia é grega, déontos, significa dever.
Um dever que remete a si próprio, isto é, ao próprio homem e logos
equivale a discurso. Um dos primeiros códigos de deontologia que se
impôs às profissões das armas foi o Código de Cavalaria
[...](CARDOSO, 2008).
A Deontologia Jurídica, como exemplo, é a ciência que cuida dos deveres e dos direitos dos
operadores do direito, são eles advogados, magistrados e promotores de justiça, bem como de seus
fundamentos éticos e legais. Etimologicamente, deontologia signif ica ciência dos deveres.
Na Justiça, a deontologia é um termo introduzido, em 1834, pelo f ilósofo inglês Jeremy
Bentham, para se referir ao ramo da ética cujo objeto de estudo são os fundamentos do dever e as
normas morais. É conhecida também sob o nome de “Teoria do Dever”. É um dos dois ramos principais
da Ética Normativa, juntamente com a Axiologia. A deontologia é própria do Código Deontológico, a
qual procura desvendar os pressupostos inseridos nas normas de conduta social dos indivíduos.
A deontologia profissional ou
deontologia aplicada ocorre quando
não se está diante de uma ética
normativa, mas sim descritiva e
inclusive prescritiva.
O conjunto de regras e de conduta, ou seja, os deveres também sereferem à deontologia,
quando inerentes a uma determinada prof issão. Profissionais como os advogados, médicos e policiais
estão sujeitos a uma deontologia própria a regular o exercício de suas respectivas atividades, com base
no Código de Ética de sua categoria. O código trata-se de um conjunto de obrigações impostas aos
prof issionais de uma determinada categoria, visando à correção de suas intenções e ações, em relação
a direitos, deveres ou princípios, nas relações entre a prof issão e a sociedade.
Immanuel Kant ou Emanuel Kant, f ilósofo prussiano, considerado como último grande f ilósofo
dos princípios da era moderna, indiscutivelmente um dos pensadores mais inf luentes, sustenta que agir
por dever é o modo de conferir à ação o valor moral, e que por sua vez a perfeição moral só pode ser
atingida por uma vontade livre.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jeremy_Bentham
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jeremy_Bentham
https://pt.wikipedia.org/wiki/Immanuel_Kant
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Devido às regras e princípios de Direito
Administrativo Disciplinar, no exercício das atividades
do policial militar, é plausível que a deontologia
prof issional adquira caráter de obrigação jurídica para
os seus agentes.
Cultura Policial Militar: memória: construção
de identidade da PMERJ, relações de poder:
hierarquia e disciplina, relações humanas e
profissionais
Segundo Grilo,
A Cultura Militar é um conjunto de valores, tradições, costumes e postura filosófica que,
ao longo do tempo, criou elos institucionais comuns. Desde sempre pode ser encontrada uma
matriz comum a todos os militares relacionada com expectativas comuns relativas a padrões de
comportamento, disciplina, trabalho de equipa, lealdade, dever e abnegação e, nos costumes
que apoiam esses valores.” (2003, p. 8).
A Cultura a que nos referimos tem uma relação
íntima com a especif icidade da prof issão militar, tendo
característica no plano f ísico, com o uso de uniformes e
conjunto de honras e deferências previstas em
regulamentos, mas também no âmbito moral, através da
disciplina, espírito de corpo e de sacrif ício ou da coragem
(Grilo, 2003, p. 9). É assim primordial referirmo-nos às
características específ icas da prof issão militar, que
segundo Samuel Huntington, são a elevada especialização
e a responsabilidade que todo militar partilha (Huntington, 1957 citado por Trainor, 2000, p. 3).
Segundo James Burk (1999, citado por Grilo, 2003, p. 10), e Don Snider (1999, citado por
Trainor, 2000, p. 10), a cultura militar sustenta-se em quatro princípios básicos: a disciplina, os valores,
a cerimônia e etiqueta, e a coesão e o espírito de corpo. Os Valores na Instituição Militar surgem de
duas fontes: da sua história, e da Constituição e Leis da República. Os relatos da história revelam que
muitos dos valores militares foram forjados em diversos campos de batalha, dos quais deram resultados
a valores que são hoje tidos como primordiais para a formação de um militar, e que já atrás foram
citados, nomeadamente a lealdade ou a coragem. Aliás, uma das especif icidades da cultura militar é a
valorização, o enaltecimento dos fundadores e dos valores que estes perpetravam. A outra fonte de
valores é a Constituição e Leis da República, dos quais provêm entre outras, a obediência à autoridade,
submissão à sociedade civil e lealdade e respeito para com os camaradas, a unidade e a nação (Grilo,
2003, p. 9).
A coesão e o espírito de corpo podem ser considerados como um instrumento de medida da
moral e bem-estar da instituição militar, em que representa o nível de satisfação sentido pelos militares
que a integram. Se por um lado, a coesão se revela na identidade que liga os militares aos seus
camaradas de armas, por outro, o espírito de corpo materializa o orgulho na sua Unidade. A coesão e
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
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o espírito de corpo mostram assim a “capacidade” de unir os militares nas situações mais adversas,
como no caso dos conf litos armados (Grilo, 2003, p. 11).
Com a cultura militar, constitui-se assim uma organização piramidal, cuja estrutura é fortemente
hierarquizada.
Você tem orgulho da cultura militar? Quais valores você percebe, em seu
dia a dia, que são importantes para propagação dessa cultura, de forma
positiva?
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL PARA O POLICIAL MILITAR DO ESTADO DO
RIO DE JANEIRO
Vamos conhecer o nosso Código de Ética? Ele foi publicado na Portaria PMERJ, nº 0597, de
07 de janeiro de 2015.
DA TÁBUA DE VALORES POLICIAIS MILITARES
Art. 2º. São manifestações essenciais da tábua de valores
policiais militares:
I – O respeito pela dignidade da pessoa humana, e sua
consequente defesa;
II – Portar-se como agente garantidor dos Direitos
Humanos;
III – A defesa dos ideais democráticos e constitucionais;
IV – O civismo e o culto das tradições históricas;
V – A crença na elevada missão constitucional da Polícia
Militar;
VI – O espírito de corpo, orgulho do policial militar pela organização onde serve;
VII – O amor à prof issão policial-militar e o entusiasmo com que é exercida;
VIII – O aprimoramento técnico-prof issional;
IX – Hierarquia e disciplina;
X – Respeito ao interesse público, ao policial e ao cidadão; e,
XI – Transparência.
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
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DOS DEVERES E PROIBIÇÕES
Art. 3º. Os deveres policiais militares emanam de um
conjunto de vínculos com a sociedade, sejam de ordem moral
ou material, e nascem de cláusulas gerais de boa conduta e
compreendem, essencialmente:
I – Obediência ao princípio da dignidade da pessoa
humana no exercício prof issional da atividade policial militar;
II – A dedicação integral ao serviço policial militar,
salvo as exceções previstas em Lei, a f idelidade à Pátria e à
Instituição a que pertence, não podendo se eximir do dever
de enfrentar o perigo;
III – O culto aos símbolos nacionais;
III – A probidade e a boa-fé objetiva em todas as
circunstâncias;
IV – A disciplina e o respeito à hierarquia;
V – O rigoroso cumprimento dos deveres e ordens
legais;
VI – Tratar a todos os militares, sejam superiores, pares e subordinados, condignamente e com
urbanidade; e,
VII – O f iel cumprimento das normas de trânsito, com o objetivo da segurança viária, exercida
para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias
públicas.
Art. 4º. No desempenho de suas funções, e em obediência à tábua de
valores, é proibido ao policial militar:
I – Solicitar ou receber, a qualquer título vantagens, em serviço, fora
do serviço em razão do serviço, ou da condição de Policial Militar;
II – Concorrer para a realização de ato contrário à disciplina, à
legislação;
III – Envolver o nome da Corporação com atitudes, gestos e palavras que são contrárias aos
princípios da doutrina policial militar;
IV – Exercer atividade ilícita ou ter o seu nome ligado a esta;
V – Emitir referência, parecer ou palavras que possam envolver o nome de superiores, iguais
ou subordinados;
VI – Publicar ou distribuir, em seu nome, trabalho técnico ou certif icado do qual não tenha
participado;
VII – Expender argumentos ou dar opiniões e convicções pessoais sobre os direitos de
quaisquer das partes envolvidas em ocorrência a qual estiver atendendo; e,
VIII – Emitir juízo de valor sem estar suf icientemente informado e munido de documentos.
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
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DA GESTÃO DOS BENS E SERVIÇOS PÚBLICOS PELOS POLICIAIS MILITARES
Art. 5º. Os bens e serviço públicos devem ser utilizados exclusivamente em prol da segurança
pública com propriedade, responsabilidade e probidade. São proibidos os usos de quaisquer bens e
serviços públicos para f ins particulares ou de terceiros.
DOS DEVERES ENTRE POLICIAIS MILITARES
Art. 6º. As condutas do Policial Militar em relaçãoaos
companheiros devem ser pautadas nos princípios da ética
(consideração, respeito, apreço e solidariedade), em todos os
níveis da hierarquia, com os seguintes comportamentos
indicativos:
I – Abster-se de fazer referências prejudiciais ou de
qualquer modo desabonadoras aos colegas de prof issão;
II – Evitar desentendimentos com os companheiros de
prof issão;
III – Praticar a camaradagem e desenvolver, permanentemente, o espírito de cooperação;
IV – Ser justo e impessoal nos julgamentos dos atos e na apreciação do mérito dos
subordinados;
Parágrafo único. A solidariedade entre policiais militares, sejam de quaisquer graduações ou
postos, não induz, nem justif ica, a participação ou convivência com o erro ou com os atos inf ringentes
a normas éticas e legais.
DO USO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Art. 7º. A disciplina do uso da internet na Polícia do
Estado do Rio de Janeiro tem os seguintes princípios:
I - Garantia da liberdade de expressão, comunicação e
manifestação de pensamento, nos termos da Constituição
Federal;
II - Proteção da privacidade;
III - Proteção dos dados pessoais, na forma da lei;
IV -Preservação E garantia da neutralidade de rede;
V - Preservação da estabilidade, segurança e funcionalidade da rede, por meio de medidas
técnicas compatíveis com os padrões internacionais e pelo estímulo ao uso de boas práticas;
VI - Responsabilização dos agentes de acordo com suas atividades, nos termos da lei;
VII - Preservação da natureza participativa da rede; e,
VIII - Liberdade dos modelos de negócios promovidos na internet, desde que não conf litem com
os demais princípios estabelecidos nesta Lei.
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
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Parágrafo único. Os princípios expressos neste Código não excluem outros previstos no
ordenamento jurídico pátrio relacionados à matéria ou nos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.
PRINCÍPIOS CONSAGRADOS DE ÉTICA PROFISSIONAL PARA O POLICIAL
MILITAR
Art. 8º. Princípios Consagrados:
I – Responsabilidade primordial no trabalho.
a) A principal responsabilidade do serviço policial militar é a proteção e socorro à comunidade
mediante a defesa de suas leis, a principal entre estas é a Constituição Federal.
b) O policial militar representa sempre toda a comunidade e sua vontade legalmente
expressada e nunca será instrumento de um partido político ou um grupo determinado.
II – Limitação da autoridade.
a) O primeiro dever de um policial militar como defensor da lei é
conhecer os limites que esta determina para o exercício de suas funções.
Devido o que representa a vontade legal da comunidade, o policial militar
deve estar consciente das suas limitações e proibições que lhe são
impostas por meio das leis e regulamentos.
b) Deverá reconhecer o princípio democrático do sistema de
governo brasileiro, que não confere a nenhum homem, grupos ou
instituições, um poder absoluto deve assegurar-se de que, como defensor primordial da Segurança
Pública, não pode abusar de autoridade.
III – Responsabilidades inerentes a si mesmo e com os outros.
Parágrafo único. O Policial Militar deve dedicar-se assiduamente ao estudo dos princípios das
leis que jurou defender; assegurar-se de quais sejam suas responsabilidades nos detalhes de sua
aplicação, podendo ajudar seus superiores em questão técnicas ou de princípios e regulamentos;
deverá esforçar-se, em especial por compreender, com amplitude, seu relacionamento com os outros
funcionários públicos, com a comunidade e, sobretudo em matérias de policiamento ostensivo de
trânsito, para a manifestação da ordem pública.
IV – Utilização de meios adequados, e legais, para alcançar os fins apropriados e de
direito.
a) O Policial Militar deve ter sempre presente a responsabilidade de prestar a atenção estrita
na seleção dos meios que empenhar para cumprir com os deveres de sua prof issão. A violação às leis
ou a negligência para salvaguardar a seguridade e proteger os bens públicos, por parte de um
funcionário Policial Militar são intrinsecamente malévolas, provocam uma disposição semelhante e de
repúdio na mentalidade do público e resultam na perda de qualidade dos serviços prestados.
b) A utilização de meios ilegais, por mais valiosos que possam ser para os f ins perseguidos,
ocasionam, por força ilegal e violência arbitrária, uma falta de respeito às leis e às autoridades
encarregadas de aplicá-las.
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
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c) Para que as leis sejam respeitadas, deve-se primeiro ter respeito àqueles a quem ela é
aplicada.
V –Cooperação com funcionários públicos em cumprimento aos deveres autorizados.
a) O Policial Militar deve colaborar plenamente com outros funcionários públicos para o
cumprimento de deveres, dentro do prazo razoável da demanda.
b) Sem embargo, deve assegurar-se conscientemente de fazer o correto conforme a lei e deve
evitar que se utilize de seu cargo público, seja consciente ou inconsciente, para qualquer ato incorreto
ou ilegal.
Em qualquer situação sujeita a discussão, o Policial Militar deve solicitar autorização de seus
superiores e fazer um relatório completo do serviço, do fato, de como ocorreram e suas considerações.
VI – Comportamento privado.
a) O Policial Militar deve ter em conta a identif icação especial que o público faz dele como
representante da lei. A relação da conduta ou modos em sua vida privada, a expressão de uma falta
de respeito às leis ou o intuito de obter privilégios especiais só o desprestigia.
b) A comunidade e os serviços requerem que os Policiais Militares encarregados de prevenirem
a ordem pública levem uma vida de homens decentes e honestos.
c) O Policial Militar que ref lete sobre esta tradição não desagradará, pelo contrário, se
comportará em sua vida privada de tal forma que o público haverá de considerá-lo um exemplo de
estabilidade, f idelidade e moralidade.
VII - Comportamento em público.
a) O Policial Militar, ao ter em conta sua
responsabilidade para com a comunidade, deve tratar seus
integrantes de maneira urbana, correta e cidadã, para incutir-
lhe respeito às leis e às instituições.
b) O Policial Militar prestará serviço onde for
necessário e exigirá respeito às leis. Não fará isto por
preferência ou prejuízo pessoal, mas sim como representante
da lei devidamente designado, que cumpre com o juramento.
VIII – Comportamento com detidos e o tratamento com infratores da lei.
a) O Policial Militar deve exercer sua autoridade para realizar
uma detenção de forma tal que seja em acordo estrito com a lei e com
o respeito que se deve ter com os direitos humanos do suposto
delinquente.
b) O Poder de Polícia não lhe confere o direito para ajuizar
aos violadores da lei uma apreciação clara de suas responsabilidades
e limitações relativas à detenção destes transgressores, e sua conduta será tal, que se reduza ao
mínimo a necessidade do uso da força. Para este f im, deve o Policial Militar cultivar a dedicação ao
serviço público e defender equitativamente as leis, tanto aos culpados que as violam, como ao tratar
com aqueles que as defendem.
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
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IX – Denotativos e favores.
Parágrafo único. O Policial Militar, como indivíduo que representa de forma mais tangível a
Lei, tem a grande responsabilidade de manter um alto grau de probidade em sua conduta, a f im de
honrar a imagem e a integridade de toda a Instituição. Portanto, evitará colocar-se em situações em
que o público poderá ter motivos para suspeitar de sua conduta prof issional. Deverá, portanto, rechaçar
f irmemente as regalias e favores, as recompensas grandes ou pequenas que, na opinião pública,
possam ser interpretadas como capazes de inf luir em seu próprio juízo de valor na medida do
desempenho de seus deveres.
X – Apresentação de meio das provas.
a) O Policial Militardeve preocupar-se tanto em perseguir os delinquentes, como defender os
inocentes. Deve dar conta dos fatos que constituem as provas e apresentá-las de forma imparcial e
sem malícia. Passará por alto as distinções sociais, políticas e de outra índole, que existam entre as
pessoas envolvidas. Assim, poderá fortalecer a tradição de conf iança e a integridade da palavra de um
Policial Militar.
b) O Policial Militar deve fazer um esforço especial para aumentar sua percepção e sua
capacidade de observação e ter sempre em conta que em muitas situações será o único testemunho
imparcial de fatos ocorridos em um caso.
XI – atitudes que fazem a profissão.
Parágrafo único. O Policial Militar deve considerar o cumprimento de seus deveres como algo
que lhe foi conf iado pela comunidade e reconhecer sua responsabilidade como servidor público. Por
meio de estudo diligente e dedicação, o Policial Militar deve esforçar-se em aplicar a ciência, da melhor
maneira possível na resolução de delitos e campo das relações humanas, sobretudo em assuntos
atinentes à Ordem e à Segurança Pública. Deve apreciar a importância e a responsabilidade de sua
prof issão e entender que o trabalho de polícia ostensiva é uma prof issão honrada, que presta valioso
serviço à sua comunidade e ao seu país.
XII – responsabilidade educacional, categorizada em:
a) bem estar biopsicossocial do aluno;
b) o aluno como sujeito e promotor da cidadania e dos
direitos humanos;
c) incolumidade f ísica e moral dos alunos;
d) instrumentalidade da cadeia hierárquica;
e) adequação ao local da instrução;
f ) assistência aos serviços de saúde; e,
g) acompanhamento por prof issional habilitado para a instrução.
Da conduta dos policiais militares no exercício da aplicação da lei
Art. 9º. Todos os policiais militares no exercício legal e funcional da aplicação da lei devem
cumprir, a todo o momento, o dever que a lei lhes impõe, servindo a comunidade e protegendo todas
as pessoas contra atos ilegais, em conformidade com o elevado grau de responsabilidade que a sua
prof issão requer.
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
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Art. 10. No cumprimento do seu dever, os policiais militares no exercício legal e funcional da
aplicação da lei devem respeitar e proteger a dignidade humana, manter e apoiar os direitos
fundamentais de todas as pessoas.
Art. 11. Os policiais militares no exercício legal e funcional
da aplicação da lei só podem empregar a força quando tal se af igure
estritamente necessário e na medida exigida para o cumprimento do
seu dever.
Art. 12. As informações de natureza conf idencial em poder
dos policiais militares no exercício legal e funcional da aplicação da
lei devem ser mantidas em segredo, a não ser que o cumprimento do dever ou as necessidades da
justiça estritamente exijam outro comportamento.
Art. 13. Nenhum policial militar no exercício legal e funcional da aplicação da lei pode inf ligir,
instigar ou tolerar qualquer ato de tortura ou qualquer outra pena ou tratamento cruel, desumano ou
degradante, nem invocar ordens superiores ou circunstanciais excepcionais, tais como o estado de
guerra ou uma ameaça à segurança nacional, instabilidade política interna ou qualquer outra
emergência pública como justif icação para torturas ou outras penas ou tratamentos cruéis, desumanos
ou degradantes.
Art. 14. Os policiais militares no exercício legal e funcional da aplicação da lei devem assegurar
a proteção da saúde das pessoas à sua guarda e, em especial, devem tomar medidas imediatas para
assegurar a prestação de cuidados médicos sempre que tal seja necessário.
Art. 15. Os policiais militares no exercício legal e funcional da aplicação da lei não devem
cometer qualquer ato de corrupção. Devem, igualmente, opor-se rigorosamente e combater todos os
atos desta índole.
Art. 16. Os policiais militares no exercício legal e funcional da aplicação da lei devem respeitar
a lei e devem também comunicar quaisquer violações da lei aos seus superiores e, se necessário, a
outras autoridades com poderes de controle e correição.
Art. 17. Os policiais militares no exercício legal e funcional da aplicação da lei devem dar
ostensividade às suas identif icações funcionais, exceto nas atividades em que o sigilo seja previsto em
norma.
DA CONDUTA DOS POLICIAIS MILITARES NO EXERCÍCIO DO USO DA FORÇA
E ARMAS DE FOGO
Art. 18. Os policiais militares no exercício legal e funcional da aplicação da lei devem, na
medida do possível, recorrer a meios não violentos antes de utilizarem a força ou armas de fogo. Só
poderão recorrer à força ou a armas de fogo se outros meios se mostrarem inef icazes ou não permitirem
alcançar o resultado desejado.
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
26
Art. 19. Sempre que o uso legítimo da força ou de armas de fogo
seja indispensável, os policiais militares no exercício legal e funcional
devem:
a) Utilizá-las com moderação e a sua ação deve ser proporcional
à gravidade da inf ração e ao objetivo legítimo a alcançar e sempre que
o f izer informar o fato por meio dos canais institucionais a seu escalão
superior e registrar por escrito a sua ocorrência, conforme menciona a
letra “e”, do Art. 29, do presente Código de Conduta Ética Prof issional;
b) esforçar-se por reduzirem ao mínimo os danos e lesões e
respeitarem e preservarem a vida humana;
c) assegurar a prestação de assistência e socorros médicos às pessoas feridas ou afetadas,
tão rapidamente quanto possível; e,
d) assegurar a comunicação da ocorrência à família ou pessoas próximas da pessoa ferida ou
afetada, tão rapidamente quanto possível.
Art. 20. Sempre que da utilização da força ou de armas de fogo
pelos policiais militares no exercício legal e funcional de suas atividades
resultem lesões ou a morte, os responsáveis farão um relatório
pormenorizado da ocorrência aos seus superiores, além do competente
Registro de Ocorrência em foro de polícia judiciária.
Art. 21. Os policiais militares no exercício legal e funcional de
suas atividades na condição de responsáveis pela aplicação da lei não
devem fazer uso de armas de fogo contra pessoas, salvo em caso de
legítima defesa, defesa de terceiros contra perigo iminente de morte ou
lesão grave, para prevenir um crime particularmente grave que ameace
vidas humanas, para proceder à detenção de pessoa que represente essa ameaça e que resista à
autoridade, ou impedir a sua fuga, e somente quando medidas menos extremas s e mostrem
insuf icientes para alcançarem aqueles objetivos. Em qualquer caso, só devem recorrer
intencionalmente à utilização letal de armas de fogo quando isso seja estritamente indispensáv el para
proteger vidas humanas.
Art. 22. Os policiais militares no exercício legal e funcional de suas atividades, na condição
especial de responsáveis pela aplicação da lei devem identif icar-se como tal e fazer uma advertência
clara da sua intenção de utilizarem armas de fogo, deixando um prazo suf iciente para que o aviso possa
ser respeitado, exceto se esse modo de proceder colocar indevidamente em risco a segurança
daqueles responsáveis, além de implicar um perigo de morte ou lesão grave para outras pessoas ou
se mostrar manifestamente inadequado ou inútil, tendo em conta as circunstâncias do caso.
Art. 23. Os policiais militares no exercício legal e funcional de suas atividades, na condição
especial de responsáveis pela aplicação da lei quando da utilização de armas de fogo deverão observar
e cumprir estritamente os protocolos e procedimentos operacionais padrões que:
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
27
a) especif iquem as circunstâncias nas quais os policiais militares no exercício legal e funcional
de suas atividades, na condição especial de responsáveis pela aplicação da lei sejam autorizados a
transportar armas de fogo e prescrevam os tipos de armas de fogo e munições autorizados;
b)garantam que as armas de fogo sejam utilizadas apenas nas circunstâncias adequadas e de
modo a reduzir ao mínimo o risco de danos inúteis;
c) proíbam a utilização de armas de fogo e de munições
que provoquem lesões desnecessárias ou representem um risco
injustif icado;
d) regulamentem o controle, armazenamento e
distribuição de armas de fogo e prevejam nomeadamente
procedimentos de acordo com os quais os policiais militares no
exercício legal e funcional de suas atividades, na condição
especial de responsáveis pela aplicação da lei devam prestar
contas de todas as armas e munições que lhes sejam distribuídas;
e) prevejam um sistema de relatórios de ocorrência, sempre que os policiais militares no
exercício legal e funcional de suas atividades, na condição especial de responsáveis pela aplicação da
lei, utilizem armas de fogo no exercício das suas funções.
Art. 24. Os policiais militares no exercício legal e funcional de suas atividades, na condição
especial de responsáveis pela aplicação da lei, dado que a todos é garantido o direito de participação
em reuniões lícitas e pacíf icas, devem reconhecer que a força e as armas de fogo só podem ser
utilizadas de acordo com os princípios enunciados neste Código de Conduta Ética Prof issional.
Art. 25. Os policiais militares no exercício legal e funcional de
suas atividades, na condição especial de responsáveis pela aplicação da
lei devem esforçar-se por dispersar as reuniões ilegais, porém não
violentas sem recurso à força e, quando isso não for possível, limitar a
utilização da força ao estritamente necessário.
Art. 26. Os policiais militares no exercício legal e funcional de
suas atividades, na condição especial de responsáveis pela aplicação da
lei só podem utilizar armas de fogo para dispersarem reuniões violentas
se não for possível recorrer a meios menos perigosos, e somente nos limites do estritamente
necessário. Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei não devem utilizar armas de fogo
nesses casos, salvo nas condições estipuladas neste Código de Conduta Ética Prof issional.
Art. 27. Os policiais militares no exercício legal e funcional de suas atividades, na condição
especial de responsáveis pela aplicação da lei não devem utilizar a força na relação com pessoas
detidas ou presas, exceto se isso for indispensável para a manutenção da segurança e da ordem nos
estabelecimentos penitenciários, ou quando a segurança das pessoas esteja ameaçada, inclusive a
segurança do indivíduo custodiado ou preso.
Art. 28. Os policiais militares no exercício legal e funcional de suas atividades, na condição
especial de responsáveis pela aplicação da lei não devem utilizar armas de fogo na relação com
pessoas detidas ou presas, exceto em caso de legítima defesa ou para defes a de terceiros contra
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
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perigo iminente de morte ou lesão grave, ou quando essa utilização for indispensável para impedir a
evasão de pessoa detida ou presa representando o risco referido neste Código de Conduta Ética
Prof issional.
Art. 29. Os policiais militares no exercício legal e funcional de suas atividades, na condição
especial de responsáveis pela aplicação da lei não poderão alegar nem tampouco invocar obediência
a ordens superiores como meio de defesa, especialmente se sabiam que a ordem de utilização da força
ou de armas de fogo de que resultaram a morte ou lesões graves era manifestamente ilegal e se tinham
uma possibilidade razoável de recusar cumpri-la. Em qualquer caso, também existe responsabilidade
da parte do superior que proferiu a ordem ilegal.
Art. 30. As condutas violadoras do presente serão avaliadas de acordo com a gravidade da
inf ração, na forma das leis específ icas.
Conscientização de servidor público: significado, abrangência, compromisso social,
compromisso policial militar, atividade fim e atividade meio policial militar.
Princípios deontológicos estão descritos nos regulamentos disciplinares das Polícias Militares.
A deontologia polícia militar é constituída pelos valores e deveres éticos, traduzido em normas de
conduta, que se impõem para que o exercício da prof issão policial militar atinja plenamente os ideais
de realização do bem comum, mediante a preservação da ordem pública. Aplicada aos componentes
da Polícia Militar, independente de posto ou graduação, a deontologia policial militar reúne valores úteis
e lógicos a valores espirituais superiores, destinados a elevar a prof issão policial militar à condição de
missão. O militar do Estado prestará compromisso de honra em caráter solene, af irmando a consciente
aceitação dos valores e deveres policiais militares, e a f irme disposição em bem cumpri-los.
Os deveres éticos emanados dos valores policiais militares, que conduzem a atividade
prof issional sob o signo da retidão moral, são os seguintes:
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
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A dedicação integral ao serviço policial militar, salvo as
exceções previstas em lei, a fidelidade à pátria e à instituição a
que pertence, mesmo com sacrifício da própria vida, o culto
aos símbolos nacionais, a probidade e a lealdade em todas as
circunstâncias, a disciplina e o respeito à hierarquia, o rigoroso
cumprimento das obrigações e ordens, e a obrigação de tratar
o subordinado dignamente e com urbanidade.
Reconhecimento e valoração de um comportamento policial militar exemplar: distintivo
lealdade e constância
Através da Portaria abaixo, nossa Corporação reconhece e valoriza o Policial Militar que se
portam com Lealdade Constância, no cumprimento do dever:
Portaria PMERJ, n°. 0369, de 30 de Maio de 2011.
Altera dispositivo da Portaria, n°.0161, de23 defevereirode1994, que criou os distintivos
LEALDADE E CONSTÂNCIA, CORAGEM E DESTEMOR e BRAVURA EM AÇÃO e dá outras
providências.
Art. 1° - Fica criado o distintivo LEALDADE E CONSTÂNCIA ,
destinado a premiar os policiais militares que se portarem por 10
(dez) anos consecutivos, com lealdade e constância no cumprimento
do dever, sem sofrer qualquer punição disciplinar, bem como estar
sendo submetido a Processo Administrativo Disciplinar (PAD).
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
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CONTRADIÇÕES MORAIS NO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO POLICIAL
MILITAR
Quantas vezes nos deparamos com questões e dilemas éticos que nos
absorvem em nossa profissão?
Como agir dentro da ética, em casos tão diversos?
E como não sofrer com os desvios de conduta?
DESVIOS DE CONDUTA: TIPOS, CAUSAS E EFEITOS
Nesta unidade, abordamos a conduta cometida por policiais militares, de forma contrária aos
valores éticos sociais. Atitudes delituosas existentes na corporação militar constituem mais um
problema que envolve a segurança pública, que dão legitimidade e reforça a imagem de forma negativa,
e gera incredulidade por parte da população. Independente do grau e intensidade, as transgressões
afetam os princípios que norteiam os direitos humanos, os valores éticos, disciplinares e morais que
fundamentam o Código de Ética da Polícia Militar(regulamento que rege as normas, os direitos, os
deveres e as responsabilidades dos agentes da Corporação), ferem, sobretudo, os princípios legais da
Constituição Brasileira. Como elemento conclusivo, coloca-se em tela que, diante a realidade ora
vivenciada, marcada pela má conduta dos agentes militares, é de extrema importância a busca de
instrumentos efetivos de coerção disciplinar, de responsabilização e de punição aos policiais
transgressores, como forma de reaf irmação do domínio da autoridade militar, de prevalência dos
valores éticos e de resgate da conf iabilidade e apreço da população.
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
31
CAUSAS (PARA REFLEXÃO E ANÁLISE)
EFEITOS (PARA REFLEXÃO E ANÁLISE)
✓ Falta de instrução, orientação e supervisão;
✓ A natureza do serviço (trabalho no limiteentre legalidade / ilegalidade; certo / errado);
✓ A imaturidade;
✓ A degeneração moral da sociedade (inversão de valores ético/morais);
✓ A certeza da impunidade;
✓ Os apelos sensacionalistas e consumistas veiculados pela mídia;
✓ As graves corrupções interna e externa;
✓ O sentimento de querer levar vantagem em tudo;
✓ Falhas no serviço de supervisão;
✓ Desequilíbrio familiar (policial militar com mais de uma família);
✓ Ausência de uma religião;
✓ Exemplos negativos (supervisores, pares e subordinados);
✓ Associação com maus companheiros;
✓ Baixos vencimentos;
✓ Formação inadequada ou def iciente;
✓ Falta de orientação por parte dos policiais mais antigos; e,
✓ Desassistência ao policial militar e aos seus familiares.
✓ Denigre o passado glorioso da PMERJ e sua função social, bem como a f igura do policial militar;
✓ Diminui a credibilidade da Instituição junto à população;
✓ Fortalece o crime organizado e este vitimará mais policiais e mais cidadãos, além de
potencializar a ousadia e a letalidade de tais marginais da lei;
✓ Colabora para o aumento da violência urbana que ceifa dia a dia, casa vez mais a vida de
pessoas inocentes, gerando sensação de insegurança, pânico social e desestabilização
econômica / produtiva; diminui o espírito de corpo dos policiais militares, ou seja, o orgulho em
pertencerem à instituição Polícia Militar (baixa estima);
✓ Sobrecarga dos serviços de inteligência / reservados, os quais passam, em conjunto com as
Corregedorias, a mapear, identif icar e responsabilizar os policiais envolvidos em ações
prof issionais ilegais/aéticas, prejudicando, desta forma, outras e mais especi f icas ou
importantes atividades dos serviços reservados / inteligência.
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
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Com objetivo de reduzir o número de policiais militares com desvio de
conduta, foi criado o Programa de prevenção ao desvio de conduta, público no
Boletim da PMERJ, nº 98, de 08/06/10. Vamos conhecer um pouco mais sobre o
Programa...
Objetivos específicos:
1. Contribuir para que o policial militar possa exercer sua função pautada na conduta ético
prof issional, necessária para o bom desempenho da Corporação;
2. Elevar o nível de comprometimento e motivação de Of iciais , para viabilizar a execução do
projeto;
3. Promover junto ao público alvo ref lexão sobre os prejuízos do desvio de conduta
(multifaceta da atividade prof issional policial militar), de forma a neutralizar e/ou inibir os
desvios de conduta, por parte do prof issional de segurança pública, junto à sociedade do
estado do Rio de Janeiro;
4. Resgatar a imagem positiva do policial militar, junto à sociedade, neutralizando as imagens
míticas negativas;
5. Contribuir com o Programa de Valoração do Policial Militar da PMERJ, no sentido de
neutralizar ou diminuir fatores de riscos que comprometam o bem estar psicossocial do
policial militar e de sua família, bem como de promover e estimular fatores de proteção,
viabilizando a eliminação, neutralização ou diminuição dos fatores de risco;
6. Preparar o policial militar para exercer o previsto no Código de Conduta para os
funcionários responsáveis pela aplicação da lei, em especial o artigo 1º que diz: “Os
funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem sempre cumprir o dever que a lei
lhes impõe, servindo a comunidade e protegendo todas as pessoas contra atos ilegais, em
conformidade com o elevado grau de responsabilidade que a sua prof issão requer. ”
(Adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia 17 de dezembro de 1979,
através da Resolução nº 34/169.);
7. Sensibilizar o policial militar, através de ações interativas lúdicas, depoimentos e palestras
com temas de prevenção ao desvio de condutas, vídeos e visitas à Unidade Prisional da
PMERJ; e,
8. Implementar, no âmbito da Corporação, a valoração do Policial Militar, enquanto
prof issional de Segurança Pública, de forma a neutralizar o surgimento de fatores de riscos
que comprometam o bem-estar do policial e sua atividade prof issional.
Criada pela Resolução SESEG, nº 12, de 15 de janeiro de 2007, a Coordenadoria de Assuntos
Estratégicos (CAEs), é o órgão da Polícia Militar subordinado diretamente ao Comandante Geral da
PMERJ, particularmente em assuntos especializados, planejamento estratégico e elaboração de
projetos, que escapam as atribuições normais específ icas dos órgãos de Direção Geral ou Superior,
bem como pelo fomento das mudanças organizacionais, na Corporação.
Desta forma, o Programa de Prevenção ao Desvio de Conduta Policial Militar visa à ação
de neutralizar/minimizar a influência negativa comportamental , que afeta o público interno da
Corporação, por conta dos desvios de conduta de alguns policiais militares. Em virtude destes
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
33
desvios, muitos são excluídos, no decorrer de suas vidas prof issionais, após a instauração do pertinente
processo legal. A busca da veracidade do fato apurado, e suas consequentes responsabilidades,
revestem-se da adoção de medidas legais cabíveis, culminando, inclusive, caso haja conf irmação de
autoria, na aplicação da pena de exclusão, ao prof issional que ali f igure como acusado.
Entretanto, alguns desses policiais militares, que foram excluídos através de feitos
investigatórios legalmente instaurados, retornam à Corporação , após análises jurídicas mais apuradas.
Aquele mesmo policial militar que fora acusado da prática de algum delito, e após passar por
determinado período afastado da Corporação, retorna por força de liminar concedida pela Justiça,
sendo reintegrado ao contingente empregado no serviço ativo, por vezes, voltando a delinquir.
Há exemplos de policiais militares reintegrados que, mesmo ao lado de companheiros de
prof issão de conduta prof issional irrepreensível, continuam com desvio de conduta, criando-se novos
e perigosos laços de cooperação, nos trabalhos desenvolvidos pelas equipes trabalho. Instala-se, no
seio da tropa, a pacíf ica harmonia advinda do convívio diário entre os limites legais da atuação do probo
policial militar e os delitos praticados, impunemente, por alguns “desviados coleg as de profissão”. Com
isso, o programa vislumbra que os policiais militares (prof issionais de Segurança Pública), desenvolvam
a autocrítica, com vistas ao seu comportamento individual e possam antes cometer algum desvio de
conduta, pensar se realmente vale a pena pôr em risco a sua carreira e permanência na Polícia Militar
do Estado do Rio de Janeiro, e fazer com que sua família vivencie um escândalo perante a sociedade,
onde em juramento, prometera defendê-la com o sacrif ício da própria vida. E com isso, criar um
mecanismo motivador de inibição ao desvio de conduta.
A f im de conter o aumento de policiais militares com desvio de conduta, o programa cria fatores
de proteção comportamental, dando ênfase à valorização dos recursos humanos policiais militares,
trabalhando a autoestima e outras necessidades críticas de interesse policial militar. Para isso utiliza
mecanismos, tais como:
1. Workshop: Coaching Empresarial “Instrumentação de Coaching - Consultoria de
Pessoas”, para os Subcomandantes e P/1 das Unidades Operacionais;
2. Sensibilização da tropa, através de ações interativo-lúdicas (teatro), instruções,
palestras, vídeos com ênfase na importância do comportamento policial militar e outros;
3. Planejar, implementar, monitorar e avaliar políticas que tenham por objetivo a
promoção da qualidade de vida dos servidores públicos do campo da segurança pública;
4. Produzir, gerenciar e difundir conhecimentos relativos à qualidade de vida destes
servidores;
5. Estabelecer parcerias com organizações da
sociedade civil, organismos internacionais e
governos estrangeiros, para a implementação de
políticas públicas atinentes ao programa;
6. Difundir ações meritórias de policiaismilitares
que sirvam como exemplo a ser seguido pelos
demais integrantes da Corporação, dentre
outras.
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
34
BASE ÉTICO/LEGAL E MECANISMOS DE CONTROLE DOS DESVIOS
DE CONDUTA DIPLOMAS ÉTICO/LEGAIS UTILIZADOS PELA PMERJ
Vamos aprender mais sobre os documentos / regulamentos e sistemas
que estabelecem as normas de conduta que regem a Polícia Militar do
Estado do Rio de Janeiro?
1. Estatuto dos Policiais Militares (Lei Estadual RJ, n° 443/81)
O Estatuto é a principal lei a reger os deveres, direitos e obrigações do policial militar,
acompanhando-o desde seu ingresso na Corporação, até sua vida ao longo da inatividade.
Nele encontrar-se-á um capitulo especif ico (Titulo II, Capítulo I, Seção II, Art. 27), ao tratar da
Ética Policial Militar.
Fica ali bem claro, ser dever do policial militar agir de forma ilibada, nas vidas pública e privada,
bem como a dedicação integral ao serviço policial militar, a f idelidade à Pátria e à Instituição a que
pertence, mesmo com o sacrif ício da própria vida”.
2. Regulamento Disciplinar da Polícia Militar – RDPM (Decreto-Lei Estadual RJ, n°
6579/83)
“Trata das premiações e punições administrativas (disciplinares), a serem aplicadas ao policial
militar.
No tocante às punições disciplinares, pode-se verif icar que nenhuma fere os mais basilares
princípios éticos, morais e da dignidade humana.
Antes de mais nada, a premiação e a punição devem ser vistas como princípio s educativos
àquele a quem é aplicada, diretamente, e indiretamente àquele que dela tomam conhecimento.
No RDPM, é nítida a valorização de um princípio que só ao ser humano é facultado: o livre
arbítrio. Só o homem, dentre todos os seres vivos deste imenso planeta, pode decidir que caminho
seguir: o do bem ou do mal, arcando conscientemente com todas as suas consequências! Ref lita!”
3. Código de Conduta para Funcionários Encarregados de Fazer Cumprir a Lei
(Resolução da ONU, de 17 dez. 79)
“Adotado por 185 (cento e oitenta e cinco) países membros, condena veementemente
quaisquer atos de corrupção, violência desnecessária e tortura. Busca ainda pautar as ações de tais
funcionários sob os paradigmas da dignidade humana e o correto exercício da atividade policial.”
4. Normas Reguladoras do Comportamento Ético-Profissional dos Policiais
Militares (Bol da PM, n°06 de 09 jan.92)
Nelas estão contidas dezesseis medidas que visam nortear
uma conduta ilibada, por parte de todos os integrantes da
Instituição, f icando claro que a responsabilidade pelo seu f iel
cumprimento é do Comandante, Chefe ou Diretor de OPM; dos
Comandantes, Chefes ou Diretores de Subunidades (Cias) e
http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/CONTLEI.NSF/bff0b82192929c2303256bc30052cb1c/b491b877b18a3c79032565a6005def48?OpenDocument
http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/CONTLEI.NSF/bff0b82192929c2303256bc30052cb1c/b491b877b18a3c79032565a6005def48?OpenDocument
http://www.camara.gov.br/sileg/integras/931761.pdf
http://www.camara.gov.br/sileg/integras/931761.pdf
http://www.camara.gov.br/sileg/integras/931761.pdf
http://www.camara.gov.br/sileg/integras/931761.pdf
https://drive.google.com/file/d/11Xy1MB7MtqR6IZAbH0zjDdbO-Fh7ktI8/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/11Xy1MB7MtqR6IZAbH0zjDdbO-Fh7ktI8/view?usp=sharing
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35
Seções, em relação aos seus comandos e dirigidos diretos; dos Of iciais de Dia e de Supervisão, dos
Sargentos, Sargenteantes e Supervisores Graduados.
5. Mecanismos de Controle, Prevenção e Responsabilização
“Dada a necessidade de controle absoluto sobre todas as ações de seus integrantes, que vão
estar sempre atreladas ao aspecto ético, diga-se de passagem, buscou a PMERJ desenvolver
mecanismos específ icos para o controle e responsabilização daqueles que por v entura pratiquem
desvios de conduta no curso de sua vida prof issional na Instituição. A inibição a todo e qualquer ato
praticado pelo policial militar, que afete o sentimento de dever, o pundonor e o decoro da classe,
exige ação imediata daqueles que dele tomarem conhecimento.” Tais mecanismos podem ser
subdivididos em 02 (duas) categorias:
1. Específicos:
Conselho de Ética da Polícia Militar e Comissões de Ética das Organizações Policiais Militares :
Portaria PMERJ, nº 0598, de 07 de janeiro de 2015.
2. Jurídicos/ Administrativos (Disciplinares):
Averiguação, Sindicância, Inquérito Policial Militar (IPM), Conselho Escolar de Disciplina (CED),
Comissão de Revisão Disciplinar (CRD), Conselho de Disciplina (CD) e Conselho de Justif icação (CJ).
Cabe ressaltar que os três últimos mecanismos, previstos no RDPM, são formas de punição a
que está sujeito o policial militar que cometa transgressão disciplinar grave."
Código de Ética Profissional para o Policial Militar do Estado do Rio de Janeiro (Portaria
PMERJ nº 0597, de 07 de janeiro de 2015)
Normas de Conduta Ética da PMERJ (Bol. da PM, n° 06, de 09 jan 92)
1. Fiscalização, identif icação e punição dos policiais militares que possuem arma de
procedência ignorada, adotando as providências subsequentes com relação as armas;
2. Controle do armamento particular dos policiais militares, de acordo com as normas da
Corporação e outras normas;
3. Controle de veículos particulares usados pelos policiais militares, como meio de transporte
a OPM;
4. Proibição de uso, pelos policiais militares, de veículos particulares para deslocamento aos
postos de serviço, exceto nos casos prévia e formalmente autorizados pelos
Comandantes;
5. Proibição de policiais militares, em serviço, fazerem refeição em estabelecimentos
comerciais, exceto nos casos prévia e formalmente autorizados pelos Comandantes;
6. Fiscalização de todo o policiamento quanto à identif icação nos uniformes, através de
tarjetas, plaquetas e insígnias;
7. Proibição de transporte nas viaturas operacionais de objetos, utensílios, instrumentos e
quaisquer materiais estranhos aos equipamentos previstos, nas normas da Corporação;
8. Proibição de transporte, nas viaturas operacionais, de pessoas estranhas ao serviço ou a
qualquer ocorrência policial, em andamento;
9. Acompanhamento de policiais militares (Of iciais e Praças), que ostentem bens materiais
desproporcional aos seus vencimentos, sem comprovação de fontes;
https://drive.google.com/file/d/11Xy1MB7MtqR6IZAbH0zjDdbO-Fh7ktI8/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/11Xy1MB7MtqR6IZAbH0zjDdbO-Fh7ktI8/view?usp=sharing
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10. Verif icação dos policiais militares que de folga, em gozo de férias e licenças, dão
demonstração de esbanjamento de dinheiro;
11. Acompanhamento restrito pela 1 EM/OPM, das escalas de serviço , da concessão de
dispensas e licenças médicas;
12. Acompanhamento das atividades dos policiais militares, que tentam burlar o Sistema de
Saúde da Corporação, empenhando-se em atividades conf litantes com sua condição de
licenciados ou dispensados
13. Acompanhamento das atividades estranhas exercidas pelos policiais militares, durante as
folgas, sobretudo em locais incompatíveis com sua condição;
14. Acompanhamento sistemático e contínuo, pelas respectivas salas de operações, das
ocorrências policiais que envolvam presos, os quais deverão ser encaminhados, de
imediato a DP Circunscricional.
15. Ressalta-se que o não cumprimento das determinações acima, será considerado falta
disciplinar de natureza grave.
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
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DO CONSELHO DE ÉTICA DA PMERJ E DAS OPM
Até aqui verif icamos regulamentos, normatizações e estatutos que estabelecem a conduta dos
prof issionais de segurança e, por consequência, dos policiais militares. Para além destes documentos,
ainda temos os Conselhos de Ética, na promoção de integração entre a Corporação e entidades
governamentais interessadas em segurança pública. Além disso , o Conselho coordenaa atuação das
comissões que, por sua vez, possibilitam o acesso de representantes civis para discussão dos
processos que englobam a segurança.
PORTARIA PMERJ, Nº 0598, DE 07 DE JANEIRO DE 2015.
Institui o Conselho de Ética da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, as Comissões
de Éticas das Organizações Policiais Militares (OPM). Autoriza a Articulação do Conselho e das
Comissões de Representantes da Sociedade Civil.
O COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, no
uso de suas atribuições legais.
Art. 1º - Ficam instituídos o Conselho de Ética da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro e
as Comissões de Ética das Organizações Policiais Militares (OPM).
Art. 2º - O Conselho de Ética da Corporação terá por atribuições:
I – Coordenar a atuação das Comissões de Ética;
II – Promover a articulação da Corporação com entidades governamentais interessadas na
Segurança Pública e na melhoria do desempenho dos Policiais Militares; e,
III – Incentivar a formação de Comissão de Representantes da Sociedade Civil para
funcionarem na condição de instância consultiva articuladamente com o Conselho de Ética da Polícia
Militar e com as Comissões de Ética das OPM, respectivamente.
Art. 3º - O Conselho de Ética da PMERJ será assim
constituído: Presidência: Chefe do Estado-Maior Geral.
Membros: Chefe de Gabinete do Comandante Geral,
Diretores Gerais e Coordenadores Setoriais.
Secretário: Chefe da Seção de Pessoal do EMG.
Art. 4º - O Conselho de Ética da PM reunir-se-á
ordinariamente ou extraordinariamente, a critério do
Comandante-Geral, devendo tal reunião ser pública em Boletim da PMERJ.
Art. 5º - As Comissões de Ética das Organizações Policiais Militares (OPM) terão por f inalidade:
I – Motivar o público interno para agir de acordo com os preceitos da Ética Policial Militar,
visando a neutralizar os desvios de conduta emergentes, ainda não caracterizados como crime,
contravenção ou transgressão disciplinar;
II – Canalizar esforços dos Policiais Militares contra práticas policiais desviantes, fazendo
prevalecer os valores sadios no seio da família policial militar;
III – Agir como organismo observador e orientador informal a partir de fatos e comportamentos
considerados como potencialmente nocivos ao decoro da classe e a imagem da Corporação;
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
38
IV – Atuar nos casos concretos levantados e apresentados a Comissão de Ética, quando
formalmente convocada pelo Comandante da OPM;
V – Atuar no estreito contato com as organizações e entidades governamentais e não
governamentais existentes na área de atuação da unidade operacional ou na cidade onde estiver
situada a OPM, nas questões relacionadas com a preservação dos valores éticos e de direitos
humanos; e,
VI – Disciplinar o uso incorreto e não prof issional do bem público.
Art. 6º - As Comissões de Ética serão assim constituídas:
II – De Praças:
Coordenador: Subcomandante, Subchefe ou Subdiretor ou Subcoordenador da OPM.
Membros: Quatro Subtenentes e Sargentos, quatro Cabos e Soldados, os quais serão
escolhidos e indicados anualmente pelos seus pares na OPM, dentre aqueles que estiverem no
excepcional comportamento e tenham no mínimo cinco anos de serviço prestado na Corpo ração,
podendo ser subdividida por graduações.
Secretário Executivo: Chefe da Seção de Pessoal (P/1) ou Secretário das OPM.
Art. 7º - As Comissões de Ética reunir-se-ão ordinariamente uma vez por mês, ou por
convocação do Comandante, Chefe ou Diretor da OPM, a qualquer tempo, quando for necess ário tratar
de casos concretos.
Art. 8º - Representantes de entidades governamentais e não governamentais serão convidados
pelos Comandantes, Chefes e Diretores de OPM para organizarem e constituírem comitês específ icos
para que, articuladamente, desenvolvam estudos e ações de promoção dos direitos humanos e do
exercício da cidadania e ainda formularem sugestões para melhoria dos serviços prestados, em estreita
ligação com as Comissões de Ética das OPM.
Art. 9º - Os contatos poderão ser feitos através dos correspondentes Conselhos Comunitários
de Segurança e também considerando as entidades existentes na área de Policiamento das Unidades
Operacionais / Especializadas, nas cidades ou bairros onde se localizam as OPM.
Art. 10 - Serão facultadas aos Comitês de Representantes as seguintes iniciativas:
I – Proteger e assegurar os direitos dos cidadãos de uma maneira geral.
II – Levar ao conhecimento das Comissões de Ética os anseios da comunidade quanto à
atuação dos Policiais Militares.
III – Ajudar as OPM na difusão para o público externo das ações positivas realizadas pelos
Policiais Militares.
Art. 11 - Serão fundamentais para os trabalhos do Conselho e das Comissões de Ética, dentre
outros, os preceitos estabelecidos no Estatuto dos Policias Militares, no código de conduta para
funcionários encarregados de fazer cumprir a Lei, da ONU e na declaração sobre Polícia (Resolução
nº 690/76. de 31º seção ordinária do Conselho da Europa).
Art. 12 - A articulação do Conselho de Ética com as organizações e entidades governamentais
ou não governamentais será coordenada pelo Gabinete do Comandante Geral da Polícia Militar.
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
39
Art. 13 - As Comissões de Ética programarão reuniões com comitês de representantes para
discussão de assuntos de interesse da coletividade, em que a OPM passa colaborar. Estas reuniões
poderão realizar-se na OPM ou fora dela.
MARCAS DE QUALIDADE DA PMERJ
Toda instituição possui valores intrínsecos ao seu funcionamento,
razão pela qual se estabelecem como pilares, em seu cotidiano de ações.
Vamos conhecer estes valores na PMERJ?
VALORES INSTITUCIONAIS / VIRTUDES MORAIS E ÉTICAS
Valores institucionais conf iguram a identidade organizacional da Corporação, e constituem o
conjunto de disposições a serem cumpridas pelos integrantes da Corporação , para a satisfação das
necessidades da sociedade e da segurança pública, em geral.
Nesse sentido, o Código de Conduta da Organização das Nações Unidas para os
Funcionários Encarregados de Fazer Cumprir a Lei estabelece dentre outros que a lei é o limite da
autoridade; servir é proteger a comunidade com respeito à dignidade e aos direitos humanos; a ação
policial deve primar pelo emprego seletivo e moderado do uso da força; intolerância total com atos de
tortura e intransigência com a corrupção; a observância destas e de outras disposições garante
proteção ao policial militar, que atua dentro da lei, e assegura a legitimidade consolidada, no apoio da
sociedade.
A observância estrita dos altos padrões de honra e de integridade, associada ao alto sentimento
do dever, ao pundonor policial militar e ao decoro da classe, deverão impor a cada um de nós,
integrantes da PMERJ.
Conduta moral e profissional irrepreensíveis, com observância aos
preceitos da ética policial militar.
“Valor moral e ético são fontes de respeito e credibilidade”.
Portaria PMERJ, nº 600, de 07 de janeiro de 2015.
Aprova a Diretrizes Gerais do Comandante-Geral e Marcas de
Qualidade da PMERJ
https://drive.google.com/file/d/1sm9tBoAeQxlsKesiSj7f-j85UDSp0UCe/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1sm9tBoAeQxlsKesiSj7f-j85UDSp0UCe/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1sm9tBoAeQxlsKesiSj7f-j85UDSp0UCe/view?usp=sharing
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
40
Os Capelães Militares, as atividades de Educação Moral e Religião
Nossa Corporação é dotada de um serviço de assistência religiosa, para os policiais militares,
funcionários civis e familiares, e tem como f inalidade também atender a encargos relacionados com as
atividades de educação moral, realizada na Instituição.
O SAR/PMERJ (Serviço de Assistência Religiosa da PMERJ), é constituído de Capelães
Militares (padres e pastores), em que contribuem para o bem-estarmoral e disciplinar da tropa, coopera
com o Comandante na recuperação de militares que se tenham desviado do cumprimento do dever e
da disciplina, dentre outros.
A religião é de suma importância para a vida do policial militar, principalmente para o seu
equilíbrio psicológico, moral e familiar.
“Quando na Corporação, o policial é um ser religioso, ele será um elemento fundante,
pessoa que irá influenciar o ambiente de trabalho com a sua pessoa e o seu agir moral.”
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
41
CONCLUSÃO
Prezado policial militar,
É fundamental que o Policial Militar em qualquer posto ou graduação tenha sua conduta
pautada na ética de sua prof issão, visando prestar a sociedade um atendimento digno resguardando o
bem-estar do outro e de si.
Toda prof issão tem uma conduta ética e no caso do policial militar essa conduta necessidade
ser ainda mais cautelosa, pois a mídia e a sociedade estão sempre atentas a conduta dos agentes de
Segurança Pública, os quais jamais podem esquecer que são representantes do Estado e todas as
suas ações ref letem diretamente na Imagem da Corporação.
ÉTICA E DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR - CEFC
42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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______. Portaria da PMERJ nº 600/ 15, pública em Boletim da PMERJ Nº 003 de 07/01/15.
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2013.
__________. Os valores como factor de coesão na Instituição Militar, Revista da Academia Militar, Jan
2005.
DIREITOS HUMANOS – CEFC
0
DIREITOS HUMANOS – CEFC
1
AUTORIDADES
Governador do Estado do Rio de Janeiro
Exmº Sr Cláudio Bomfim de Castro e Silva
Secretário de Estado de Polícia Militar
Exmº Sr Coronel PM Marcelo de Menezes Nogueira
Subsecretário de Estado de Polícia Militar
Ilmº Sr Coronel PM Luciano Carvalho de Souza
Diretor-Geral de Ensino e Instrução
Ilmº Sr Coronel PM Max William Coelho Moreira de Oliveira
Comandante do CFAP 31 de Voluntários
Ilmº Sr Coronel PM Alex Marchito Soliva
Comandante do Centro de Educação a Distância da Polícia Militar
Ilmº Sr Tenente-Coronel PM Alexandre Moreira Soares
DIREITOS HUMANOS – CEFC
2
APRESENTAÇÃO
Prezados alunos, o Curso Especial de Formação de Cabos - CEFC é o primeiro curso de
qualificação profissional do Praça Policial Militar após seu curso de ingresso na instituição – Curso de
Formação de Soldados (CFSd).
Deste modo, ao longo dos primeiros seis anos da atuação policial que se dá como Soldado PM
(primeiro posto enquanto elemento de execução) o Policial Militar ascende ao posto de Cabo PM.
Nesse período, muitos dos saberes construídos no CFSd foram postos em prática nas mais diversas
funções querazões que a justif iquem”.
LEI MARIA DA PENHA – CEFC
17
COMPETÊNCIA PARA PROCESSAR E JULGAR (art. 14):
“Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça
Ordinária com competência cível e criminal, poderão ser criados pela União, no Distrito Federal e nos
Territórios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da
prática de violência doméstica e familiar contra a mulher. Parágrafo único. Os atos processuais poderão
realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as normas de organização judiciária”.
“Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio ou de dissolução de união estável
no Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019.
§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher
a pretensão relacionada à partilha de bens. (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019.)
§ 2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar após o ajuizamento da ação de
divórcio ou de dissolução de união estável, a ação terá preferência no juízo onde estiver. (Incluído pela
Lei nº 13.894, de 2019)”.
QUESTÕES COMPLEMENTARES:
Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente
da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995 (JECRIM).
AÇÃO PENAL: nos crimes contra a mulher com violência doméstica e familiar, a lei Maria
da Penha silencia sobre a ação penal, valendo as regras gerais do Código Penal. Todavia,
importante destacar que para os crimes de lesão leve e culposa, a Lei nº 9.099/1995 def ine
se tratar de crimes perseguidos mediante ação penal pública condicionada à representação do
ofendido. Como a Lei Maria da Penha proíbe a aplicação da Lei nº 9.099/1995, logo, para os crimes
acima destacados teremos ação penal pública incondicionada quando a vítima for mulher no contexto
de violência doméstica e familiar.
RENÚNCIA À REPRESENTAÇÃO: Nas ações penais públicas condicionadas à
representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à
representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal f inalidade,
antes do recebimento da denúncia e ouvida o Ministério Público.
“Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata
esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente
designada com tal f inalidade, antes do recebimento da denúncia e ouv ido o Ministério Público.
“Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de
penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que
implique o pagamento isolado de multa”.
LEI MARIA DA PENHA – CEFC
18
JURISPRUDÊNCIAS DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA SOBRE
A LEI 11.340/2006.
Nos crimes praticados no âmbito doméstico e familiar, a palavra da vítima tem especial
relevância para fundamentar o recebimento da denúncia ou a condenação, pois normalmente
são cometidos sem testemunhas.
(HC 318976/RS, Rel. Ministro LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO (DESEMBARGADOR
CONVOCADO DO TJ/PE), QUINTA TURMA, Julgado em 06/08/2015, DJE 18/08/2015
A Lei n. 11.340/2006, denominada Lei Maria da Penha, objetiva proteger a mulher da violência
doméstica e familiar que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico, e dano
moral ou patrimonial, desde que o crime seja cometido no âmbito da unidade doméstica, da
família ou em qualquer relação íntima de afeto. (HC 310154/RS, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS
JÚNIOR, Julgado em 28/04/2015, DJE 13/05/2015)
A Lei Maria da Penha atribuiu às uniões homoafetivas o caráter de entidade familiar, ao prever,
no seu artigo 5º, parágrafo único, que as relações pessoais mencionadas naquele dispositivo
independem de orientação sexual.
(REsp 1183378/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, Julgado em 25/10/2011,
DJE 01/02/2012)
O sujeito passivo da violência doméstica objeto da Lei Maria da Penha é a mulher, já o sujeito
ativo pode ser tanto o homem quanto a mulher, desde que fique caracterizado o vínculo de
relação doméstica, familiar ou de afetividade, além da convivência, com ou sem coabitação. (HC
277561/AL, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA. Julgado em 06/11/2014, DJE 13/11/2014 )
A violência doméstica abrange qualquer relação íntima de afeto, dispensada a coabitação.
(HC 280082/RS, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA. Julgado em 12/02/2015, DJE
25/02/2015)
Para a aplicação da Lei n. 11.340/2006, há necessidade de demonstração da situação de
vulnerabilidade ou hipossuficiência da mulher, numa perspectiva de gênero.
AgRg no REsp 1430724/RJ, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Julgado em
17/03/2015,DJE 24/03/2015
A vulnerabilidade, hipossuficiência ou fragilidade da mulher têm-se como presumidas nas
circunstâncias descritas na Lei n. 11.340/2006.
(RHC 055030/RJ, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA. Julgado em
23/06/2015, DJE 29/06/2015)
A agressão do namorado contra a namorada, mesmo cessado o relacionamento, mas que ocorra
em decorrência dele, está inserida na hipótese do art. 5º, III, da Lei n. 11.340/06, caracterizando
a violência doméstica.
https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('HC'.clap.+e+@num='318976')+ou+('HC'+adj+'318976').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('HC'.clap.+e+@num='310154')+ou+('HC'+adj+'310154').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
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https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('HC'.clap.+e+@num='280082')+ou+('HC'+adj+'280082').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('AGRESP'.clas.+e+@num='1430724')+ou+('AgRg%20no%20REsp'+adj+'1430724').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('RHC'.clap.+e+@num='055030')+ou+('RHC'+adj+'055030').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
LEI MARIA DA PENHA – CEFC
19
(REsp 1416580/RJ, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA. Julgado em 01/04/2014, DJE
15/04/2014)
Maria da Penha Maia Fernandes
https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('RESP'.clas.+e+@num='1416580')+ou+('REsp'+adj+'1416580').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
LEI MARIA DA PENHA – CEFC
20
CONCLUSÃO
O Cabo da Policia Militar no seu of ício diário se depara inúmeras vezes com ocorrências que
versam sobre violência doméstica e familiar contra a mulher, portanto, é fundamental o pleno
conhecimento da lei nº 11.340/2006 de forma atualizada, sendo de extrema importância o contínuo
estudo sobre a matéria e a conscientização que fazemos parte de uma política pública nacional que
visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, estando inseridos no artigo 8º, inciso VII da
Lei.
Podemos concluir que é primacial que o policial militar em qualquer posto ou graduação tenha
conhecimento da Legislação que protege o gênero feminino e toda a sua complexidade processual de
modo a se resguardar objetivando agir sempre em conformidade com a lei e consiga efetuar com
ef iciência sua missão.
LEI MARIA DA PENHA – CEFC
21
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. 15. São Paulo: Saraiva, 2021.
BIANCHINI, Alice.um soldado PM pode exercer na Instituição Polícia Militar.
Nesta direção, sendo o Soldado PM elemento fundamental na execução da política de
segurança pública do nosso Estado, o CEFC apresenta-se como um momento interessante para a
retomada da sua qualificação, agora podendo compartilhar e aperfeiçoar sua experiência profissional.
Não obstante, sendo o CEFC na modalidade de ensino a distância, o Cabo PM pode usufruir
da flexibilidade oferecida por essa modalidade, podendo adequar sua rotina ao cronograma do curso.
Desta forma, o Curso Especial de Formação de Cabos visa atender as necessidades da
Corporação e busca o melhor rendimento do processo de ensino e aprendizagem dos Cabos Policiais
Militares, utilizando os recursos instrucionais que a PMERJ disponibiliza para qualificar seu efetivo.
Para tal, com o suporte do Centro de Educação a Distância da Polícia Militar do Estado do Rio
de Janeiro, o CEFC será desenvolvido no ambiente virtual de aprendizagem, por intermédio de sua
Escola Virtual, inclusive, as avaliações das disciplinas correspondentes ao curso.
Assim, é fundamental o seu empenho, prezado aluno, pois na modalidade de ensino a distância
você terá autonomia para o período de estudos, mas também será necessário disciplina e dedicação
para o êxito dessa jornada, pois alcançar o sucesso depende do seu esforço individual.
Convém destacar que na era da informação e da tecnologia, é necessário aprimoramento
constante a fim de garantir uma tropa consciente, respeitosa, pautada em valores morais e
institucionais, permitindo assim o cumprimento de suas funções com dignidade e excelência.
Esperamos que nossos policiais sejam cada vez mais qualificados, bem treinados e
especializados, para cumprirmos nossa missão, buscando cada vez mais a excelência de nossas
ações.
Por fim, desejamos que você aproveite ao máximo os conhecimentos construídos ao longo do
curso e busque uma reflexão acerca de suas funções diante da sociedade e seus companheiros de
profissão. Que seja um momento de repensar as práticas e fortalecer seu vínculo profissional,
ampliando cada vez mais seus conhecimentos para lidar com as particularidades de ser um Policial
Militar no Estado do Rio de Janeiro.
Bons estudos!
Max William Coelho Moreira de Oliveira – Coronel PM
Diretor-Geral de Ensino e Instrução
Alex Marchito Soliva – Cononel PM
Comandante do CFAP
DIREITOS HUMANOS – CEFC
3
DESENVOLVEDORES
CFAP
Supervisão e Coordenação Pedagógica
Cap PM Ped Priscila Medeiros Moura Lima
3º Sgt PM Juliana Pereira de Carvalho
Cb PM Cíntia Andrade de Araújo
Cb PM Danielle de Aquino Gomes
Cb PM Fernanda Belísio Oliveira dos Santos
Cb PM Layla Simões da Silva
Cb PM Eduarda Vasconcellos Dias de Oliveira
Conteudista
1º Sgt PM Perla Alves Bento de Oliveira Costa
CEADPM
Supervisão Geral EAD
Ten Cel PM Rodrigo Fernandes Ferreira
Equipe Técnica
Subten PM Willian Jardim de Souza
1º Sgt PM Edson dos Santos Vasconcelos
Cb PM Lucas Almeida de Oliveira
Cb PM Diogo Ramalho Pereira
Diagramação
1º Sgt PM Alan dos Santos Oliveira
Sd PM Daniel Moreira de Azevedo Júnior
Sd PM Alexandre Leite da Silva
Sd PM David Wilson Côrtes da Silva
Design Instrucional
Cap PM Ped Vania Pereira Matos da Silva
Filmagem e Edição de Vídeo
3º Sgt PM Renan Campos Barbosa
Sd PM Alexandre dos Reis Bispo
Suporte ao Aluno
1º Sgt PM Anderson Inácio de Oliveira
3º Sgt PM Tainá Pereira de Pereira
DIREITOS HUMANOS – CEFC
4
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................................... 5
UM POUCO DE HISTÓRIA ....................................................................................................................................................... 7
TRATADOS INTERNACIONAIS E LEIS INTERNAS .............................................................................................................. 13
CÓDIGO DE CONDUTA PARA OS ENCARREGADOS RESPONSÁVEIS PELA APLICAÇÃO DA LEI OU CÓDIGO DE
CONDUTA PARA OS FUNCIONÁRIOS RESPONSÁVEIS PELA APLICAÇÃO DA LEI ...................................................... 19
PRINCÍPIOS BÁSICOS SOBRE A UTILIZAÇÃO DA FORÇA E DE ARMAS DE FOGO PELOS FUNCIONÁRIOS
RESPONSÁVEIS PELA APLICAÇÃO DA LEI ....................................................................................................................... 25
VITIMIZAÇÃO POLICIAL ........................................................................................................................................................ 28
GRUPOS MINORITÁRIOS EM SITUAÇÃO DE RISCO PESSOAL E VULNERABILIDADE ................................................. 29
CONCLUSÃO .......................................................................................................................................................................... 34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................................................................ 35
DIREITOS HUMANOS – CEFC
5
INTRODUÇÃO
Policial, nos cursos de formação somos instruídos e forjados para agir diante de qualquer
intempérie. Temos muitas vezes frações de segundos para tomarmos uma decisão que pode marcar
definitivamente nossas vidas ou a vida de várias pessoas, simultaneamente. Somos muitas vezes
expostos às mazelas que nos fazem questionar a que ponto podem chegar o descaso, a
incompreensão e a crueldade humana.
E, diante deste cenário, faz-se necessário que o policial militar tenha a exata ciência dos seus
atos e do seu papel enquanto agente de segurança pública. Nós policiais somos agentes garantidores
dos Direitos Humanos. Somos os agentes que representam o Estado e devemos ter nossas atitudes
pautadas de forma a preservar e garantir a dignidade da pessoa humana, de todas as pessoas. Todos
os seres humanos são sujeitos de direitos humanos independentemente de cor, raça, sexo, opinião
política, opção sexual ou qualquer outro viés discriminatório e excludente.
Esta disciplina não tem a pretensão de passar a fórmula mágica do sucesso, todavia, tem por
objetivo despertar o seu senso crítico para que você proteja, da melhor forma possível, a sua vida e a
sua liberdade. Além de propor uma reflexão acerca do seu papel enquanto agente do Estado e como
o profissional que deve nortear suas ações com base no respeito da dignidade humana.
O estudo acerca dos Direitos Humanos ainda é objeto de resistência por diversos policiais e
isso reflete na dificuldade do país em honrar compromissos que foram assumidos junto a outros
Estados. Após a promulgação da Constituição Federal em 1988, o país deixou claro ser favorável à
medidas que objetivam a manutenção dos direitos humanos.
Observe o que o texto constitucional traz em seu artigo 5° o direito à vida, à privacidade, à
igualdade, à liberdade e outros importantes direitos, sejam eles individuais ou coletivos. Com o objetivo
de garantir a cidadania e a dignidade humana, a CF defende princípios como:
➢ Igualdade entre gêneros;
➢ Erradicação da pobreza;
➢ Promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, gênero, idade ou cor;
➢ Racismo como crime imprescritível, entre outros dispositivos.
O texto constitucional vai ao encontro da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que em seu
artigo 25, traz:
Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e
à sua família saúde, bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação,
cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis e direito à segurança
em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos
de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora do controle.
A maternidade E a infância têm direito a cuidados e assistência especiais.
Todas as crianças, nascidas dentroLei Maria da Penha. 4. São Paulo: Saraiva, 2018.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal, v. 2 parte especial: Arts. 121 a 154-B:
crimes contra a pessoa. 21. São Paulo: Saraiva Jur, 2021.
DIAS, Maria Berenice. A lei Maria da Penha na justiça: a efetividade da lei 11.340/2006 de combate
à violência doméstica contra a mulher. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007-2008.
CAPEZ, Fernando. Legislação Penal Especial- 17- Ed São Paulo: Saraiva 2022.
NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Comentadas- vol. 1 e 2. 14 ed. Revista
atualizada e reformulada - Rio de Janeiro: Forense, 2019.
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
0
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
1
AUTORIDADES
Governador do Estado do Rio de Janeiro
Exmº Sr Cláudio Bomfim de Castro e Silva
Secretário de Estado de Polícia Militar
Exmº Sr Coronel PM Marcelo de Menezes Nogueira
Subsecretário de Estado de Polícia Militar
Ilmº Sr Coronel PM Luciano Carvalho de Souza
Diretor-Geral de Ensino e Instrução
Ilmº Sr Coronel PM Max William Coelho Moreira de Oliveira
Comandante do CFAP 31 de Voluntários
Ilmº Sr Coronel PM Alex Marchito Soliva
Comandante do Centro de Educação a Distância da Polícia Militar
Ilmº Sr Tenente-Coronel PM Alexandre Moreira Soares
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
2
APRESENTAÇÃO
Prezados alunos, o Curso Especial de Formação de Cabos - CEFC é o primeiro curso de qualif icação
prof issional do Praça Policial Militar após seu curso de ingresso na instituição – Curso de Formação de
Soldados (CFSd).
Deste modo, ao longo dos primeiros seis anos da atuação policial que se dá como Soldado PM
(primeiro posto enquanto elemento de execução) o Policial Militar ascende ao posto de Cabo PM. Nesse
período, muitos dos saberes construídos no CFSd foram postos em prática nas mais diversas funções que
um soldado PM pode exercer na Instituição Polícia Militar.
Nesta direção, sendo o Soldado PM elemento fundamental na execução da política de segurança
pública do nosso Estado, o CEFC apresenta-se como um momento interessante para a retomada da sua
qualif icação, agora podendo compartilhar e aperfeiçoar sua experiência prof issional.
Não obstante, sendo o CEFC na modalidade de ensino a distância, o Cabo PM pode usufruir da
f lexibilidade oferecida por essa modalidade, podendo adequar sua rotina ao cronograma do curso.
Desta forma, o Curso Especial de Formação de Cabos visa atender as necessidades da Corporação
e busca o melhor rendimento do processo de ensino e aprendizagem dos Cabos Policiais Militares, utilizando
os recursos instrucionais que a PMERJ disponibiliza para qualif icar seu efetivo.
Para tal, com o suporte do Centro de Educação a Distância da Polícia Militar do Estado do Rio de
Janeiro, o CEFC será desenvolvido no ambiente virtual de aprendizagem, por intermédio de sua Escola
Virtual, inclusive, as avaliações das disciplinas correspondentes ao curso.
Assim, é fundamental o seu empenho, prezado aluno, pois na modalidade de ensino a distância você
terá autonomia para o período de estudos, mas também será necessário disciplina e dedicação para o êxito
dessa jornada, pois alcançar o sucesso depende do seu esforço individual.
Convém destacar que na era da informação e da tecnologia, é necessário aprimoramento constante
a f im de garantir uma tropa consciente, respeitosa, pautada em valores morais e institucionais, permitindo
assim o cumprimento de suas funções com dignidade e excelência.
Esperamos que nossos policiais sejam cada vez mais qualif icados, bem treinados e especializados,
para cumprirmos nossa missão, buscando cada vez mais a excelência de nossas ações.
Por f im, desejamos que você aproveite ao máximo os conhecimentos construídos ao longo do curso
e busque uma ref lexão acerca de suas funções diante da sociedade e seus companheiros de prof issão. Que
seja um momento de repensar as práticas e fortalecer seu v ínculo prof issional, ampliando cada vez mais
seus conhecimentos para lidar com as particularidades de ser um Policial Militar no Estado do Rio de Janeiro.
Bons estudos!
Max William Coelho Moreira de Oliveira – Coronel PM
Diretor-Geral de Ensino e Instrução
Alex Marchito Soliva – Cononel PM
Comandante do CFAP
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
3
DESENVOLVEDORES
CFAP
Supervisão e Coordenação Pedagógica
Cap PM Ped Priscila Medeiros Moura Lima
3º Sgt PM Juliana Pereira de Carvalho
Cb PM Cíntia Andrade de Araújo
Cb PM Danielle de Aquino Gomes
Cb PM Fernanda Belísio Oliveira dos Santos
Cb PM Layla Simões da Silva
Cb PM Eduarda Vasconcellos Dias de Oliveira
Conteudista
3º Sgt PM Ariane Abreu
CEADPM
Supervisão Geral EAD
Ten Cel PM Rodrigo Fernandes Ferreira
Equipe Técnica
Subten PM Willian Jardim de Souza
1º Sgt PM Edson dos Santos Vasconcelos
Cb PM Lucas Almeida de Oliveira
Cb PM Diogo Ramalho Pereira
Diagramação
1º Sgt PM Alan dos Santos Oliveira
Sd PM Daniel Moreira de Azevedo Júnior
Sd PM Alexandre Leite da Silva
Sd PM David Wilson Côrtes da Silva
Design Instrucional
Cap PM Ped Vania Pereira Matos da Silva
Filmagem e Edição de Vídeo
3º Sgt PM Renan Campos Barbosa
Sd PM Alexandre dos Reis Bispo
Suporte ao Aluno
1º Sgt PM Anderson Inácio de Oliveira
3º Sgt PM Tainá Pereira de Pereira
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
4
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................................................................................5
ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL- P/1.....................................................................................................................................................6
SECRETARIA ...........................................................................................................................................................................................8
LOGÍSTICA - P/4 ....................................................................................................................................................................................12
MATERIAL BÉLICO................................................................................................................................................................................55
APROVISIONAMENTO ..........................................................................................................................................................................59
APROVISIONADOR ...............................................................................................................................................................................60
DESPENSEIRO OU ESTOQUISTA ........................................................................................................................................................61
COZINHEIRO ..........................................................................................................................................................................................61
AUXILIAR DE COZINHA.........................................................................................................................................................................61
AUXILIAR DE SERVIÇOS GERAIS DE COPA E COZINHA..................................................................................................................62
DO CONTROLE DA SAÚDE DOS MANIPULADORES .........................................................................................................................63
DOS UNIFORMES E MATERIAIS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL..........................................................................................................63
DAS INSTALAÇÕES...............................................................................................................................................................................64DOS EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS .................................................................................................................................................68
DA HIGIENE NA PRODUÇÃO DOS ALIMENTOS .................................................................................................................................69
DA HIGIENE DOS MANIPULADORES ..................................................................................................................................................71
DA HIGIENE DOS ALIMENTOS .............................................................................................................................................................73
DAS ETAPAS DO FLUXO DE PRODUÇÃO DOS ALIMENTOS ...........................................................................................................74
DA ESTOCAGEM DOS ALIMENTOS.....................................................................................................................................................75
DA MANIPULAÇÃO DOS ALIMENTOS.................................................................................................................................................77
DO TRANSPORTE DOS ALIMENTOS...................................................................................................................................................81
DO CONTROLE DA QUALIDADE DA ÁGUA ........................................................................................................................................82
DO CONTROLE INTEGRADO DE PRAGAS E VETORES ....................................................................................................................83
DOS PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRONIZADOS .............................................................................................................84
CONCLUSÃO..........................................................................................................................................................................................88
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................................................................89
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
5
INTRODUÇÃO
Em Administração Aplicada à PMERJ, estudaremos um pouco mais das práticas e
rotinas referentes às seções administrativas de uma Unidade da Polícia Militar do Estado do
Rio de Janeiro.
As novas responsabilidades e o aprimoramento se faz primordial para o bom
desempenho das atividades. O Policial Militar deve estar preparado tanto para o cumprimento
da atividade-f im (Policiamento Ostensivo), quanto para o desempenho da atividade-meio
(Serviço Administrativo) que venham a ser demandados durante a carreira policial.
Este material busca trazer um panorama teórico-prático das questões pertinentes a
Administração Aplicada a PMERJ, de modo a elucidar questões inerentes à prática
administrativa cotidiana da Corporação.
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
6
ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL- P/1
A Seção de Pessoal P/1 é responsável pelo controle de efetivo, escalas, controle de férias e licença
das praças, bem como todos os assuntos pertinentes.
Os principais documentos utilizados pela Seção de Pessoal P/1, são os abaixo relacionados:
• Livro de índice nominal
• Livro Leme
• Livro de controle de escala
• Alarde CABOS e SOLDADOS
• Mapas operacionais
• Quadro
• Plano de chamada
• Plano de Avaliação de condicionamento f ísico TAM/TAF
• Relação do Pessoal em diversos destinos
• Calendário de férias e Licença Especial
• Livro de controle de Apresentação
• Tabelas e gráf icos
Elaborados Nas Subunidades
• Quadro fotográf ico
• Escalas de serviço
• Pernoites
• Livro Índice Nominal: De uso permanente destinado a relacionar o pessoal pertencente ou que
pertenceu a OPM, bem como sua classif icação, conforme exemplo abaixo:
Nome
Grau
hierárquico
RG
Apresentação
Procedência
Classif
Deslig
Destino
João
Pedro
SD
100.000
03/01/19
CFAP
1ª Cia
08/01/19
APM
• Livro Leme: De uso permanente para controle da distribuição funcional dos PMs. O posto será
transcrito a lápis, para os Of iciais, Subten e Sgt serão identif icados com o nome de Escala e os
CABOS e SOLDADOS com RG. (Pouco utilizado atualmente, porém importante).
• Livro de controle de escalas: Do uso permanente, destina-se a transcrição das escalas de serviços
elaboradas pelas companhias.
• Alarde: consta nas alterações do policial.
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
7
Ex.: Mês de maio, o SD PM João RG 20.000: Baixou extraordinariamente ao HCPM, no dia 10.
Atividade f im: Policiamento
Atividade meio: Atividade interna na OPM.
Plano de chamada
• Durante o expediente: Responsabilidade da P/1.
• Depois do expediente: Responsabilidade do Of icial de Dia.
• Os meios utilizados: Rádio, telefone, mensageiro.
• OPM acionadora: A que pertence o policial.
• Acionada: É aquela área que cobre o endereço do policial.
As faltas ao serviço serão lançadas a letra F, para dispensa a
letra D.
Bol da PM nº48, de 23 de abril de 1981.
A f icha do TAF será arquivada juntamente com as que constituem o alarde do PM.
Se a OPM tiver gabinete dentário as f ichas do TAM f icarão arquivadas.
Relações de Pessoal
A seção de pessoal deverá organizar relações dos integrantes da OPM referentes aos afastamentos
temporários.
1- Baixados ao HCPM;
2- A disposição da justiça civil ou criminal;
3- Fazendo cursos;
4- Situação de férias para of iciais e são confeccionados pela Secretaria;
5- Para as Praças e confeccionada pela P/1.
Livro de apresentação
De uso permanente, para controle dos PPMM que deverão depor na Justiça, IPM, Sindicância.
Escalas de Serviço
As escalas de serviço serão confeccionadas nas companhias com letras de forma e a tinta azul ou
preta, observando-se as def inições contidas na DGO (Bol Res da PM nº74, de 05 de nov 82). A alteração
será anotada a tinta vermelha. As companhias, dos órgãos de execução remeterão a 1ª seção diariamente,
e no dia anterior.
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
8
Controle de Férias
As férias poderão ter início de janeiro a 31 de março do ano seguinte. O calendário de férias será
elaborado anualmente, até 15 de outubro e publicado em boletim interno, devendo ser encaminhado a
DGP.
Você sabia que as férias têm duração de 30 (trinta) dias ?
O Policial Militar que por necessidade do serviço deixar de entrar de férias no mês
publicado, será incluído em outro mês devendo essa alteração ser publicada.
Licença Especial
O número de policiais militares em gozo de Licença especial, em cada OPM, não poderá
ultrapassar a 5% do efetivo pronto, computados separadamente em grupos de:
▪ Of iciais
▪ Subtenentes e Sargentos
▪ Cabos e Soldados
A Licença Especial poderá ser gozada do seguinte modo:
• Integral: 6 (seis) meses
• Parcelada: em dois períodos de 3 (três) meses ou três períodos de 2 (dois) meses.
SECRETARIA
A secretaria é o local onde tramitam os documentos que entram e saem da unidade. A escrituração
dos livros exigidos é regida pela NI nº 02/82 – EM – PM/1.(Bol PM nº 44 de 06 Mar 96). O controle dos
documentos será feito através dos seguintes documentos:
• Protocolo;
• Boletim Interno;
• Arquivo;
• Sistema Eletrônico de Informação (SEI).
O Sistema Eletrônico de Informações (SEI) foi desenvolvido pelo Tribunal Regional Federal da 4ª
Tipos de Licença
LE= licença Especial
LTIP= Licença para Tratamento Interesse particular.
LTS= Licença para Tratamento de saúde.
LTSF= Licença para tratamento dasaúde de pessoa da família.
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
9
Região (TRF-4) e é regulamentado pela Resolução SEFAZ Nº 222 de 16 de fevereiro de 2018, sendo
adotado pelo Governo do Rio de Janeiro como sistema of icial para tramitação de documentos por meio
eletrôn ico, substituindo a tramitação de documentos em forma f ísica entre os órgãos do Estado e utilizado
pela PMERJ desde 01 de novembro de 2018, conforme orientação do Boletim PMERJ nº 106 de 21 de
agosto de 2018. Dentre os processos/documentos utilizados pelo sistema estão:
a- CI Eletrônica;
b- Of ício Eletrônico;
c - Nomeação e exoneração de cargo em comissão;
d- Nomeação e exoneração de cargo efetivo;
e- Passagens e diárias;
f- Normativos inf ralegais;
g- Cessão de imóveis;
h- Gerir combustíveis;
i- Licença prêmio;
j- Auxílio funeral.
Os documentos f ísicos utilizados serão arquivados segundo a norma da ABNT NBR 9578:1986,
visando a utilidade que poderão oferecer futuramente.
• Por órgão;
• Por tipo de documento dentro do órgão de origem;
• Por ordem sequêncial de numeração ou cronológica (datas);
• Por assunto.
Encaminhamento de expediente
Você sabia que em todos os níveis de Encaminham ento de expedien t e
serão obedecidos os prazos de:
- 24 horas para simples encaminhamento;
- 2 dias para a remessa para outra unidade;
E que são 8 dias para informação e 30 dias para emissão de parecer
e prorrogação para decisões?
Boletim PM
Os boletins das OPM Interno e Reservado são elaborados e
impressos pela Ajudância Geral da PMERJ.
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
10
Boletim interno das OPM
Os boletins das OPM Interno e Reservado serão impressos pela P/1 e pela P/2 setor de assuntos
sigilosos.
O Boletim Interno divide – se em 5 partes:
1ª - Serviço Diário
2ª - Operação e Instrução
3ª - Assuntos Gerais e Administrativos
4ª- Justiça e Disciplina
5ª- Comunicação social (destinado fatos e cultura da PMERJ participação de aniversariantes do mês).
Alarde
É o registro de todas as alterações do policial militar, a partir de sua incorporação nos quadros da
corporação.
O alarde é constituído de três partes:
• Ficha de identidade;
• Folhas de alterações;
• Ficha Disciplinar.
Ficha de Identidade: destina-se a identif icação do Policial Militar contendo todos os seus dados pessoais.
Preenchimento a caneta: unidade, nome, RG, data de praça, CPF, f iliação, data de nascimento,
naturalidade, cútis, olhos, altura, religião, PASEP, pratica de esporte, nome dos f ilhos, unidade anterior,
cursos, promoções, medalhas e tipo sanguíneo.
Preenchimento a lápis: companhia, graduação, bigode, grau de instrução, motorista, motociclista, estado
civil, nome da esposa, residência.
Folha de alterações: destina-se ao registro de todas as alterações do Policial Militar, com exceção dos
corretivos. São exemplos de alterações:
• Promoções;
• Licenças (LE, LTIP, LTSP, LTSPF) e férias;
• Afastamento (qualquer tipo);
• Movimentações.
Escalas de serviço
O serviço de escala é todo serviço não atribuído permanentemente à mesma pessoa e não importa
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
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em delegação pessoal ou escolha, devendo obedecer às seguintes regras (art 152 do RIS6):
Para se confeccionar uma escala de serviço podem ser usados dois tipos:
• Escala corrida: É a escala que é feita de 2ª feira a domingo.
• Escala paralela: É a escala que é feita usando o seguinte critério:
* Preta - é realizada de 2ª a sexta.
* Vermelha - é realizada aos sábados e domingos e feriados.
Correspondência militar
São of ícios, memorandos requerimento, guia de remessa partes e cópias autenticadas,
correspondências internas, devendo todos os documentos estar de acordo com o manual de redação de
documentos of iciais da PMERJ
São classif icadas em:
1- Ultra-secreta;
2- Secreta;
3- Conf idencial;
4- Reservada.
Quanto à tramitação:
• Normal: prazo é de 8 dias;
• Urgente: prazo é de 48 horas;
• Urgentíssima: tramitação deverá ser imediata.
BOL PM nº 18, de 27 de janeiro de 1983
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
12
LOGÍSTICA - P/4
Gestão de Bens Móveis (Almoxarifado)
Legislação:
Normas para Escrituração, Controle e Contabilidade de Material. Que Coordena os procedimentos
administrativos a serem seguidos, objetivando a necessária uniformidade na aplicação da legislação em
vigor, no que se relaciona a administração do material.
Deliberação 278 de 24 de agosto de 2017, que dispõe sobre a apresentação da Prestação de Contas
Anual de Gestão, no âmbito da Administração Estadual, e dá outras providências.
Instrução Normativa AGE nº 41 de 26 de Dezembro de 2017, que estabelece Normas de organização
da documentação relativa a gestão dos bens móveis dos órgãos e entidades da Administração Pública
Estadual.
Instrução Normativa AGE nº 42 de 26 de Dezembro de 2017, que estabelece Normas de organização
da documentação relativa a gestão dos bens móveis dos órgãos e entidades da Administração Pública
Estadual.
Decreto Nº 46.223 de 24 de Janeiro de 2018, Regulamenta a gestão de bens móveis, no âmbito
do poder executivo do Estado do Rio de Janeiro.
E a RESOLUÇÃO SEPM Nº 1162 DE 19 DE MARÇO DE 2021 publicada no Bol PM 070 de 19Abril2021,
que veio normatizar o uso de todas as legislações acima mencionadas:
RESOLUÇÃO SEPM Nº 1162 DE 19 DE MARÇO DE 2021
DISPÕE SOBRE AS NORMAS NO ÂMBITO DA SECRETARIA
DE ESTADO DE POLÍCIA MILITAR DO RIO DE JANEIRO,
NO QUE COMPETE À GESTÃO DE BENS MÓVEIS.
O SECRETÁRIO DE ESTADO DE POLÍCIA MILITAR , no uso de suas atribuições legais e
com base no disposto no Decreto Estadual nº 46.223, de 24 de janeiro de 2018, nas Instruções
Normativas da Auditoria Geral do Estado nº 41 e nº 42, de 26 de dezembro de 2017, no Decreto
nº 45, de 20 de dezembro de 2018, no Decreto nº 44.489, de 25 de novembro de 2013, na Portaria
CGE nº 179, de 27 de março de 2014, no Decreto nº 431, de 19 agosto de 1965 (RAPM), e o Processo
nº SEI-350104/000155/2021, bem como;
CONSIDERANDO
- A necessidade de padronizar e aprimorar as rotinas de trabalho relativas à área de gestão de bens
móveis e;
- A importância de uma estrutura organizacional fundamentada em técnicas administrativas que
viabilizem o desenvolvimento de diretrizes básicas nas atividades de fiscalização, conservação,
RAPM – Decreto 431 de 19 de Agosto de 1965, que Regulamenta a Administração da
Polícia Militar (RAPM) estabelece regras para a vida econômico-financeira das
Unidades Administrativas, regula as atribuições dos administradores e define as
responsabilidades consequentes das funções de cada agente da Administração na esfera
de suas posições na escala hierárquica, e bem assim as responsabilidades de
todos os detentores de material, valores ou dinheiro do Estado a cargo da Corporação.
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
13
avaliação, programação de uso, controle e desfazimento dos bens móveis;
RESOLVE:
Art. 1º - Regulamentar no âmbito da SEPM/PMERJ, na forma abaixo, as normas gerais no que
tange à gestão de patrimônio dos bens móveis;
CAPÍTULO I
Das Conceituações Básicas
Art. 2º - Material Permanente: é o material que, em razão do seu uso corrente, não perde
normalmente sua identidade física e/ou sua durabilidade é superior a 02 (dois) anos.
Art. 3º - Material de Consumo: é o material que, em razão do uso corrente e da definição da Lei
nº 4.320/1964, perde normalmente sua identidade física e/ou tem sua durabilidade limitada à 02
(dois) anos.
Art. 4º - Bem Móvel: São bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia,
sem alteração da substância ou da destinação econômica e social.
Art. 5º - Bem Móvel Cultural: é o bem de interesse para a preservação da memóriae referencial
coletivo, tais como: fotografias, livros, acervos, mobiliário, utensílios, obras de arte, entre outros.
Art. 6º - Incorporação de Bens Patrimoniais: processo que inclui o cadastro e identificação de bens
móveis no acervo patrimonial da SEPM/PMERJ, bem como o seu registro patrimonial (número de
inventário) e valor.
Art. 7º - Carga: lista de bens com responsabilidade atribuída a um titular de cargo ou função, pela
existência e conservação do material permanente.
Art. 8º - Desfazimento de Bens Patrimoniais: processo que exclui do inventário, bens do acervo
patrimonial da SEPM/PMERJ, baixa de um material permanente verificada em decorrência de
haver incidido nas seguintes condições: inservibilidade (não sendo suscetível de reparação ou
recuperação); perda ou extravio; furto ou roubo; movimentação entre UAs e transferências entre a
SEPM/PMERJ e outros órgãos do Estado e /ou alienação.
Art. 9º - Baixa Definitiva: ocasião em que bens móveis são classificados como inservíveis e/ou
irrecuperáveis.
Art. 10 - Material em Desuso: é todo aquele que não tenha mais utilidade para a SEPM/PMERJ,
devendo por isso ser remanejado, na forma da legislação pertinente, devendo ser colocado em
disponibilidade conforme art. 60, do Decreto nº 46.223/2018.
Art. 11 - Material Obsoleto: é o que, embora em condições de uso, não satisfaz mais às exigências
técnicas do órgão a que pertence, sendo passível, portanto, do mesmo tratamento previsto no artigo
anterior, devendo ser colocado em disponibilidade conforme art. 60, do Decreto nº 46.223/2018.
Art. 12 - Material Imprestável: é aquele sem condições de uso, dadas as alterações em suas
características físicas, cuja reparação ou recuperação sejam consideradas tecnicamente
impraticáveis e/ou antieconômicas, devendo por isso, ser descarregado e alienada a matéria-prima
não aproveitável.
Art. 13 - Inventário Físico: constatação das existências físicas, no que couber, de bens móveis
próprios ou de terceiros, sob a responsabilidade das Unidades Administrativas, para fins de
controle físico.
Art. 14 - Controle: ato ou efeito de acompanhar a execução das atividades relativas às
organizações, de modo a não permitir desvios dos propósitos que lhe forem estabelecidos pela
legislação pertinente.
Art. 15 - Valor Contábil Líquido: é o valor pelo qual um bem móvel é contabilizado após a
dedução da depreciação e das perdas acumuladas por redução ao valor recuperável.
Art. 16 - Valor Justo: o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela
transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado na data
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
14
de mensuração;
Art. 17 - Termo de Recebimento e Exame de Material (TREM): documento que atesta o
recebimento do material e sua conformidade com as características técnicas especificadas na sua
aquisição.
Art. 18 - Cessão de Uso de Bens Móveis: transferência de posse e troca de responsabilidade,
gratuita ou onerosa, de caráter temporário, limitado a vida útil do bem móvel, entre órgãos da
administração direta ou entidades da administração indireta do Poder Executivo Estadual, ou entre
estes e órgãos de quaisquer dos Poderes,do Ministério Público, do Tribunal de Contas ou de outra
esfera da federação.
Art. 19 - Permissão de Uso: ato administrativo unilateral, discricionário e precário, gratuito ou
oneroso, pelo qual a administração pública faculta a utilização privada de bens móveis públicos,
para fins de interesse público, observados os procedimentos licitatórios, nos termos da legislação
em vigor.
Art. 20 - Prestação de Contas: ato pelo qual o agente responsável, em face de dispositivo legal,
tem a iniciativa de relatar os fatos ocorridos em relação à sua gestão, ao órgão ou a pessoa a quem
de direito é competente para apreciá-los.
Art. 21 - Tomada de Contas: ato pelo qual a pessoa ou órgão, que de direito e competente para
executá-la, realiza quando o agente responsável por bens deixa de cumprir em prazo legal sua
obrigação de apresentar a Prestação de Contas.
Art. 22 - Órgão: é a unidade de atuação integrante da estrutura da administração direta e da
estrutura interna da administração indireta.
Art. 23 - Unidade Gestora: é a unidade orçamentária ou administrativa que realiza atos de gestão
orçamentária, financeira e/ou patrimonial.
Art. 24 - Unidade Administrativa: é a unidade que não dispõe de recursos próprios para gerir suas
atividades e não possuem autonomia para realizar o registro contábil de seu patrimônio, tais como
Escolas e Batalhões de Polícia Militar, por exemplo.
Art. 25 - Subunidade: é a área física da unidade que pode agregar uma ou mais localizações.
CAPÍTULO II
Das Generalidades
Art. 26 - A contabilidade patrimonial do material compreende todo o movimento de entrada e
saída do material diretamente gerido pela Unidade Gestora, e elaborado pelas Unidades
Administrativas (UAs).
Art. 27 - Os registros contábeis far-se-ão em ordem cronológica obedecendo à ordem natural dos
dias do calendário, e sistemática, de forma demonstrativa do que entra e do que sai, de modo que
fique estabelecido o respectivo confronto em função de determinado título, determinadas pessoas
ou relações de direito.
Art. 28 - A escrituração obedecerá ao disposto nestas normas considerando-se, para o material
bélico: os carros de combates, as viaturas, as aeronaves, as embarcações, os bens culturais (obras
de arte e peças de museu), os instrumentos musicais e os aparelhos médicos, hospitalares e odonto-
hospitalares. Além do contido nessa Resolução, devem ser obedecidas as legislações e instruções
peculiares quanto à identificação do bem (etiqueta, placa ou similar com número de inventário),
incorporação (em caso de armamento) e forma de desfazimento.
Art. 29 - Todas as entradas ou saídas de material serão sempre registradas à luz das publicações
em Boletim Interno da Unidade Administrativa e deverão ser homologadas em Boletim da PM de
acordo com o art. 25 e pela Diretoria de Abastecimento - DAbst nos casos de material cujo o
controle dá-se pelo Almoxarifado.
Art. 30 - Caberá à DAbst/Depósito elaborar planilha de controle de distribuição dos bens contendo
dados do documento de aquisição, nota fiscal, dados do fornecedor (exceto em caso de doação,
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC
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aqui bastando completar com os dados do doador), valor do bem (vide Art. 36, do Decreto nº
46.223/2018), data da entrada na DAbst, data da distribuição para as Unidades Administrativas,
quantidade distribuída e as siglas das Unidades que receberam. A referida planilha deverá ser
preenchida regularmente a cada entrada e saída (distribuição) do bem.
Art. 31 - Deverá ser publicada em Bol PM a distribuição do(s) bem(ns) com todos os dados da
planilha (artigo anterior).
Art. 32 - Nenhum registro contábil poderá ser efetuado sem que tenha por base documento hábil.
Art. 33 - Na classificação dos materiais serão observadas as normas estabelecidas pela Diretoria
de Patrimônio - DPat, distinguindo-se, para efeito contábil, o material permanente e o de consumo.
CAPÍTULO III
Das Atribuições e Competências
Art. 34 - A estrutura patrimonial para a gestão dos bens móveis é constituída da seguinte forma:
I - Unidade Gestora SEPM/PMERJ – DPat;
II - Unidades Administrativas e;
III - Subunidades.
Art. 35 - São responsáveis pela gestão dos bens móveis:
I - Titular da Unidade Gestora - Secretário de Estado de Polícia Militar: é o responsável pela gestão
dos bens móveis e responderá perante aos órgãos de controle interno e externo do Estado do Rio
de Janeiro ou autoridade por ele delegada (público em DOERJ);
II - Gestor de Bens Móveis – Diretor de Patrimônio: é um servidor subordinado ao titular da
Unidade Gestora, na condição de corresponsável, a quem cabe realizar a gestão dos bens móveis
(público em DOERJ);
III - Titular Responsável pela Unidade