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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO
NACIONAL
CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é um
conselho, criado pela Lei nº 4.595, de 31 de
dezembro de 1964 como poder deliberativo
máximo do sistema financeiro do Brasil, sendo
responsável por expedir normas e diretrizes
gerais para seu bom funcionamento. O CMN
supervisiona as políticas monetária, de crédito,
orçamentária, fiscal e da dívida pública do Brasil.
Assim, nos termos da Lei nº 4.595/64, conhecida
como Lei da Reforma Bancária, compete ao CMN
regulamentar as operações de crédito das
instituições financeiras brasileiras, regular a
moeda do país, supervisionar suas reservas em
ouro e cambiais, determinar suas políticas de
poupança e investimento e regulamentar os
mercados de capitais brasileiros. Nesse âmbito,
o CMN também supervisiona as atividades do
Banco Central do Brasil e da CVM.
Objetivos
De acordo com o artigo terceiro da Lei n°4.595,1
o Conselho Monetário Nacional tem como
objetivos:
Adaptar o volume dos meios de pagamento às
reais necessidades da economia nacional e seu
processo de desenvolvimento
Regular o valor interno da moeda, para tanto
prevenindo ou corrigindo os surtos inflacionários
ou deflacionários de origem interna ou externa,
as depressões econômicas e outros
desequilíbrios oriundos de fenômenos
conjunturais
Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio
no balanço de pagamento do País, tendo em
vista a melhor utilização dos recursos em moeda
estrangeira
Orientar a aplicação dos recursos das
instituições financeiras, quer públicas, quer
privadas, tendo em vista propiciar, nas diferentes
regiões do País, condições favoráveis ao
desenvolvimento harmônico da economia
nacional
Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e
dos instrumentos financeiros, com vistas à maior
eficiência do sistema de pagamentos e de
mobilização de recursos
Zelar pela liquidez e solvência das instituições
financeiras
Coordenar as políticas monetária, creditícia,
orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e
externa
Autorizar emissões de papel moeda
Aprovar orçamentos monetários preparados
pelo Banco Central do Brasil
Competências
Segundo o artigo 4º da Lei n°4595,1 as principais
atribuições do Conselho Monetário Nacional são:
Aprovar os orçamentos monetários,
preparados pelo Banco Central do Brasil, por
meio dos quais se estimarão as necessidades
globais de moeda e crédito;
Fixar as diretrizes e normas da política cambial,
inclusive quanto à compra e venda de ouro e
quaisquer operações em Direitos Especiais de
Saque e em moeda estrangeira;
Disciplinar o crédito em todas as suas
modalidades e as operações creditícias em todas
as suas formas, inclusive aceites, avais e
prestações de quaisquer garantias por parte das
instituições financeiras;
Coordenar sua própria política com a política de
investimentos do Governo Federal;
Regular a constituição, funcionamento e
fiscalização das atividades de instituições
monetárias, bancárias e creditícias, bem como a
aplicação das penalidades previstas;
Limitar, sempre que necessário, as taxas de
juros, descontos, comissões e qualquer outra
forma de remuneração de operações e serviços
bancários ou financeiros, inclusive os prestados
pelo Banco Central do Brasil, assegurando taxas
favorecidas aos financiamentos que se destinem
a promover atividades rurais;
Disciplinar os instrumentos de política
monetária e cambial.
Composição
São membros do Conselho Monetário Nacional:
Ministro de Estado da Fazenda (presidente do
conselho)
Ministra de Estado do Planejamento,
Orçamento e Gestão
Presidente do Banco Central
O Banco Central do Brasil funciona como
secretaria-executiva do Conselho. Há também
várias comissões consultivas suportam o CMN e
são subordinados a ele. São as seguintes:
I - de Normas e Organização do Sistema
Financeiro
II - de Mercado de Valores Mobiliários e de
Futuros
III - de Crédito Rural
IV - de Crédito Industrial
V - de Crédito Habitacional, e para Saneamento
e Infraestrutura Urbana
VI - de Endividamento Público
VII - de Política Monetária e Cambial
Além dessas comissões consultivas, o CMN
conta, ainda, com a Comissão Técnica da Moeda
e do Crédito, coordenada pelo Presidente do
Banco Central do Brasil e composta dos
seguintes membros:
Presidente e quatro Diretores do Banco Central
do Brasil, indicados pelo seu presidente;
Presidente da Comissão de Valores
Mobiliários;
Secretário-Executivo do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão
Secretário-Executivo e Secretários do Tesouro
Nacional e de Política Econômica do Ministério
da Fazenda
A Comissão Técnica da Moeda e do Crédito
(Comoc) foi criada para regulamentar a medida
provisória 542, de 30 de junho de 1994, que
depois seria convertida na Lei n° 9.069/95 - a lei
que instituiu o Plano Real. Nos termos do artigo
10 da referida lei, compete à Comissão Técnica
da Moeda e do Crédito:
I - propor a regulamentação das matérias
tratadas na presente Lei, de competência do
Conselho Monetário Nacional;
II - manifestar-se, na forma prevista em seu
regimento interno, previamente, sobre as
matérias de competência do Conselho Monetário
Nacional, especialmente aquelas constantes da
Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964;
III - outras atribuições que lhe forem cometidas
pelo Conselho Monetário Nacional.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Conselho_Monet%C3%A1rio_Nacio
nal
COPOM – COMITÊ DE POLITICA MONETÁRIA
O Comitê de Política Monetária (Copom) é um
órgão constituído no âmbito do Banco Central do
Brasil em 20 de junho de 1996, por meio da
circular n° 2.698, (revogada a partir de 2 de
janeiro de 1998, pela Circular nº 2.780, de 12 de
novembro de 1997) com as finalidades de
estabelecer as diretrizes da política monetária e
definir a taxa básica de juros. Tem, ainda, a
competência específica de regular a liquidez da
economia, por meio dos instrumentos de política
monetária.
Composição
Membros
São membros do Copom o Presidente do Banco
Central do Brasil (que também preside o Comitê
e tem o voto de qualidade) e os membros da
Diretoria Colegiada do Banco, a saber:
Diretor de Administração - Dirad
Diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão
de Riscos Corporativos - Direx
Diretor de Fiscalização - Difis
Diretor de Organização do Sistema Financeiro
e Controle de Operações do Crédito Rural - Diorf
Diretor de Política Econômica - Dipec
Diretor de Política Monetária - Dipom
Diretor de Regulação - Dinor
Diretor de Relacionamento Institucional e
Cidadania - Direc
Outros participantes
Além dos membros, também participam das
reuniões ordinárias do Comitê os seguintes
chefes de departamento do BC :
I - Departamento de Operações Bancárias e de
Sistema de Pagamentos (Deban);
II - Departamento de Operações do Mercado
Aberto (Demab);
III - Departamento Econômico (Depec);
IV - Departamento de Estudos e Pesquisas
(Depep);
V - Departamento das Reservas Internacionais
(Depin);
VI - Departamento de Assuntos Internacionais
(Derin);
VII - Departamento de Relacionamento com
Investidores e Estudos Especiais (Gerin)
Também tomam parte das discussões
consultores, o secretário-executivo da diretoria, o
coordenador do grupo de comunicação
institucional e o assessor de imprensa da
presidência do BC.
Definição e histórico
O Copom foi criado em 20 de junho de 1996, com
o objetivo de estabelecer as diretrizes da política
monetária e de definir a taxa básica de juros Nota
1 da economia. A criação do Comitê buscou
proporcionar maior transparência e ritual
adequado ao processo decisório, a exemplo do
que já era adotado pelo Federal Open Market
Committee (FOMC) do Federal Reserve System
(Fed) dos Estados Unidos, e pelo Zentralbankrat,os títulos de
capitalização possuem outras utilizações.
Essa modalidade securitária foi típica do primeiro
sistema de previdência aplicada no Brasil, que
não garantia o retorno atuarial do valor
depositado compulsoriamente (chamadas de
quotas previdenciárias) pelos segurados. É
conhecido como regime de capitalização
previdenciária.
Visando atrair um maior número de pessoas para
esse produto, empresas de capitalização têm
buscado inovar com a criação de títulos que
garantem a quitação de empréstimos ou que
sirvam como garantia de aluguel.
Desvantagens para o consumidor
Título de Capitalização é um produto altamente
desvantajoso para o cliente além de altamente
lucrativo para a instituição financeira. Os bancos
visam principalmente pessoas que são atraídas
pelos sorteios e geralmente não tem muito
conhecimento sobre o valor do dinheiro e
aplicações financeiras. Abaixo, a lista das razões
que este produto levam o consumidor ao
prejuízo.
- Título de capitalização não é investimento é um
jogo: É mais barato apostar na loteira que
comprar este produto.
- O rendimento é inferior ao da poupança: A
maior parte de dos bancos corrigem o valor
aplicado a uma taxa diminuta (TR). Além disto,
cobram taxas como de carregamento,
administração e cota para sorteio reduzindo
ainda mais a rentabilidade.
- O dinheiro do cliente fica “preso”: Os bancos
estabelecem um prazo de carência aonde o
cliente não pode retirar o dinheiro antes de um
prazo. Se o cliente deseja retirar antes é cobrado
uma multa.
Em suma, os bancos têm um grande lucro com
esse tipo de produto em cima dos seus
correntistas. Conseguem recursos a taxas
extremamente baixas e somente repassam uma
diminuta correção aos seus clientes. Por este
motivo, tentam empurrar a todo momento este
produto para os seus correntistas.
Comercialização
No Brasil, para trabalhar com capitalização, a
empresa deve ter registro na Susep, órgão que
normatiza e fiscaliza o setor.
Há duas formas de comercialização desses
títulos, de pagamentos periódicos ou único. No
Brasil são chamados de PM (Pagamento Mensal)
e o PU (Pagamento Único).
O PM é um plano em que os pagamentos dos
prêmios são periódicos, geralmente mensais. É
possível que após o último pagamento o plano
ainda mantenha-se em vigor, pois seu prazo de
vigência pode ser diferente do que seu prazo de
pagamento. Os planos PU são aqueles em que o
pagamento é único e sua vigência fica estipulada
na proposta.
As empresas responsáveis por essa
comercialização estão reunidas na Fenacap -
Federação Nacional de Capitalização.
http://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%ADtulo_de_capitaliza%C3%
A7%C3%A3o
PREVIDÊNCIA (PRIVADA)
A previdência privada é uma aposentadoria que
não está ligada ao sistema do Instituto Nacional
do Seguro Social (INSS). Ela é complementar à
previdência pública. Todo setor de previdência
privada é fiscalizado pela Superintendência de
Seguros Privados (Susep), órgão do governo
federal.
Qual a diferença em relação à Previdência
Social?
Nos planos de previdência privada, é possível
escolher o valor da contribuição e a periodicidade
em que ela será feita. Uma pessoa pode
contribuir com R$ 100 uma vez por ano, por
exemplo. É claro que o valor que receberá
quando começar a fazer uso dessa previdência
será proporcional ao que contribuiu.
Além disso, o valor investido em um plano de
previdência privada pode ser resgatado pela
pessoa se ela desistir do plano.
No momento em que é escolhido um plano, é
importante estar atento à forma de cobrança de
impostos. Independentemente do plano, existe a
opção por duas formas de tributação.
Uma delas é a tabela regressiva, que favorece o
resgate do dinheiro de uma só vez.
A outra forma é a tabela de impostos progressiva,
mais vantajosa para aquelas pessoas que
querem receber a quantia investida em forma de
parcelas mensais e não resgatar o dinheiro todo
numa só parcela.
A simulação a seguir, feita pela Brasilprev, ajuda
a entender: uma pessoa de 22 anos que vá se
aposentar aos 52 anos, ou seja, 30 anos depois,
e faz um investimento único de R$ 30 mil.
Caso retire o dinheiro com um saque único aos
52 anos:
Valor bruto: R$ 285.632,61
Valor líquido com tributação progressiva: R$
219.749,94
Valor líquido com tributação regressiva: R$
258.953,95
Caso faça a opção por renda temporária de 20
anos:
Valor bruto: R$ 1.266,86 por mês
Valor líquido com progressiva: R$ 1.266,86
Valor líquido com regressiva: R$ 1.152,62
Contrato
O regime tributário usado deve estar no contrato.
Além disso, antes da assinatura do documento, a
entidade que oferece o plano deve informar o
cliente sobre essas opções.
Quais são os tipos de previdência privada que
existem?
Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) - É
recomendado para pessoas com renda mais alta,
pois o valor pago ao plano pode ser abatido no
Imposto de Renda (desde que esse valor
represente até 12% de sua renda bruta anual).
Porém, quando o dinheiro é sacado, o imposto
pago é referente ao total que havia no fundo. Por
exemplo, se esse valor for de R$ 500 mil, o
imposto será cobrado sobre ele.
Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) - Sua
diferença para o PGBL é que ele não pode ser
abatido no Imposto de Renda. Porém, quando o
dinheiro é sacado, o imposto cobrado é referente
ao que o dinheiro investido rendeu.
Por exemplo, se a quantia que há é de R$ 500
mil, mas o rendimento que houve ao longo do
plano foi de R$ 200 mil, o imposto cobrado será
referente a este último valor. Esse plano é
indicado para pessoas que têm renda menor e
que, por isso, declaram imposto nos formulários
simplificados ou nem declaram imposto.
Nos planos de previdência privada, é possível
escolher se a renda recebida será por um
determinado período ou se ela será vitalícia.
Quem faz o plano também pode determinar que
os filhos e a mulher continuem recebendo a
renda se ele morrer.
Quando uma pessoa inicia um PGBL ou VGBL
pode atrelar a seu plano um pecúlio por morte ou
invalidez. Essas opções funcionam como um
seguro. No primeiro caso, quando a pessoa que
paga morre, o dinheiro acumulado é dado à
família. No segundo caso, se a pessoa que paga
perde suas condições de trabalho, o dinheiro é
entregue a ela mesma.
Como encontrar as entidades que oferecem
planos de previdência privada?
No site da Susep, é possível encontrar todas as
entidades credenciadas a realizar planos de
previdência privada. Na página, também há como
simular quanto será o benefício recebido de
acordo com entidade e plano de previdência
escolhidos. As informações estão separadas
em VGBL e PGBL.
Quais são os requisitos necessários para
iniciar um plano de previdência privada?
Não há idade mínima nem necessidade de
comprovação de renda. Qualquer um pode iniciar
um plano. Por exemplo, um bebê pode ter uma
previdência privada iniciada pelos pais. Antes de
começar, é importante saber que esse é um
investimento de longo prazo.
Taxas cobradas
As empresas de previdência complementar
costumam cobrar três tipos de taxas dos
participantes: carregamento (sobre cada
contribuição), gestão (anual) e saída (no
momento do resgate).
Hoje, o mercado trabalha com taxas de
carregamento sobre o valor de cada contribuição
(aporte). Portanto, dependendo da instituição,
um cliente que aplique mensalmente R$ 1.000 na
previdência complementar acumulará no final de
um ano (sem considerar os rendimentos dos
fundos) entre R$ 12 mil (taxa de 0%) e R$ 11.400
(taxa de 5%, média do mercado).
Também incide sobre a reserva acumulada a
taxa de gestão. Ela varia no mercado nacional de
0,5% a 4% ao ano e incide sobre o patrimônio
acumulado no fundo. Um custo que não pode
deixar de ser considerado na hora da escolha do
produto.
As taxas de saída são de 0,38% em relação ao
valoracumulado. Algumas empresas optam por
não cobrar a taxa de saída sobre o resgate das
aplicações.
http://economia.uol.com.br/financas-pessoais/guias-
financeiros/guia-entenda-o-que-e-a-previdencia-privada.htm
INVESTIMENTO FINANCEIRO
Os investimentos financeiros são alternativas
para aqueles que desejam guardar algum
dinheiro e realizar poupança para a
aposentadoria, uso futuro em caso de
necessidades, entre outros. O hábito de investir
não é tão grande no Brasil, geralmente temos
hábitos de fazer empréstimos e financiamento e
não o contrário. Mas há inúmeras opções de
investimentos financeiros com bons resultados e
para todos os perfis, seja ele moderado,
conservador ou agressivo. As principais
modalidades de investimentos são os fundos de
investimentos, a caderneta de poupança, ações,
ouro, títulos da dívida pública, entre outros.
Conheça abaixo cada um deles:
Fundo de investimento
Também pode ser denominado por comunhão de
recursos financeiros, isto é, todo o valor investido
é utilizado na compra de bens, seja mobiliário ou
títulos, que são todos passados ao investidor. Por
tanto, o fundo de investimento é uma poupança
aplicada, em que qualquer pessoa, física ou
jurídica pode realizar, porém sempre por
intermédio do banco ou gestora de fundos de
investimentos.
Os fundos de investimentos são classificados de
acordo com o tipo de investimento, normalmente
usa os termos conservador, moderado ou ousado
para identificar o perfil do investidor e assim
escolher o fundo mais adequado.
Principais características:
Um fundo é compartilhado, isto é, sua
composição é feito com recursos de
diversos investidores
O objetivo é tentar maximizar os lucros
(retorno) com menor risco
Geralmente os fundos exigem um
investimento mínimo, cujo valor
dependerá da instituição e das
características do fundo
Eles podem ser classificados em:
Renda fixa, renda variável,
Multimercado e outros
Em uma classificação mais específica
eles podem ser destinados a
investimentos em: ações, câmbio,
imóveis, ouro, títulos do governo, entre
outros.
Caderneta de poupança
Classificado por conservador, a caderneta de
poupança é muito conhecida, principalmente por
poder ser feita por qualquer cidadão,
necessitando apenas ir a um banco juntamente
com seu CPF, RG, Holerite ou qualquer
comprovante de renda e um comprovante de
residência atual. A poupança é um investimento
muito tradicional e conservador, paga juros bem
baixos mais é seguro. Geralmente a taxa de juros
da poupança gira em torno de 0,5% (meio por
cento).
Principais características:
Rendimento: TR + 0,5%
Isenção de imposto de renda
Não há limite mínimo para aplicação ou
quando há é apenas simbólico
Menores de idade poderão ter
Caderneta de Poupança
Câmbio
Investir em câmbio significa comprar moedas
estrangeiras, como o Dólar, Euro ou Libra, por
exemplo. Na compra de uma moeda o investidor
espera que esta tenha uma valorização em
relação à moeda corrente, o Real, e assim vendê-
la por um valor acima do valor de compra. Mas a
compra de moeda também poderá ter outras
finalidades, como viagens para o exterior onde a
mesma será usada ou para investimento de
longo prazo.
No caso do Dólar as cotações em relação ao
Real podem ser classificadas em:
Comercial: é a cotação oficial usada
nas operações comerciais e nas
remessas de moeda de empresas com
sede no exterior.
Turismo ou Flutuante: é usado como
referência para compra de moeda
estrangeira para viagem, tanto em
espécie quanto em travellers.
Paralelo: Não é reconhecido pelo
mercado, mas é usado em operações
do chamado mercado negro,
geralmente pelos conhecidos “doleiros”.
Ouro
O ouro é um investimento reconhecidamente
como seguro e pode ser feito através dos bancos.
As barras de ouro compradas podem ficar com o
comprador ou ele poderá contratar um serviço de
custódia ou guarda nos bancos. Diariamente são
informados os valores do grama do ouro para
compra e venda.
CDB e RDB
O CDB-Certificado de Depósitos Bancários, é o
mesmo que financiar um valor para o banco, em
que ao final do prazo estabelecido o banco
pagará o valor que foi emprestado acrescido de
juros, ou seja receberá o dinheiro investido mais
um lucro do tempo passado. Uma das vantagens
do CDB, é que o investidor poderá realizar outra
proposta antes do fim do prazo, porém isso
implicará ou poderá implicar na perda de parte do
que foi emprestado. E o RDB-Recibo de
Depósitos Bancários funciona da mesma forma,
a diferença é que não há a opção de negociar
após ter fechado o acordo, entretanto, no CDB e
no RDB, o risco de prejuízo é mínimo, a menos
que o banco quebre, pois ai não receberá seu
dinheiro de volta e muito menos os juros
combinados.
Títulos os Públicos
Este tipo de investimento criado pelo governo
federal com o intuito de financiar as atividades do
governo. Por outro lado é uma opção de
investimento. A venda de títulos públicos
geralmente é feita por leilão ou diretamente no
Tesouro Nacional.
Clubes de Investimentos
Geralmente são investimentos realizados em
comunhão de recursos por um grupo que não
ultrapassa 150 pessoas com a finalidade de
realizar investimentos no mercado financeiro, os
clubes de investimentos sempre estão em
conformidade com as normas da CVM, da
Bovespa e ainda possuem um Estatuto Social,
que abriga as diretrizes de funcionamento
referentes aos investimentos e a companhia. Os
clubes de investimentos são pessoas jurídicas e
tem um gestor responsável pelo clube e a
administração dos recursos do mesmo.
Ações
Ações são ativos de empresas com capital aberto
ou S.A Sociedade Anônima, que são negociados
em bolsas de valores, em outras palavras
podemos dizer que ações são pedaços ou partes
das empresas que são vendidas na bolsa de
valores. Quando uma pessoa compra um grupo
de ações de uma empresa, significa que ela
estará se tornando sócia daquela empresa, cuja
participação dependerá da quantidade de ações
compradas.
As ações não são vendidas diretamente na bolsa,
mas através das corretoras de valores mobiliários
que são empresas credenciadas a operar no
mercado de ações. Essas corretas fazem a
intermediação entre o investidor e a bolsa.
As ações podem der ordinárias ON ou
preferenciais PN.
ON: As ações ordinárias dão o direito a
participação nos lucros da empresa e
ainda confere o direito a voto nas
assembleias da empresa.
PN: As ações preferenciais também
permitem a participação nos lucros,
porém, sem direito a voto.
http://www.educacao.cc/financeira/o-que-sao-investimentos-
financeiros-e-os-tipos-de-investimentos/
SEGUROS
Dá-se o nome de seguro (do latim "securu") a
todo contrato pelo qual uma das partes,
segurador, se obriga a indenizar a outra,
segurado, em caso da ocorrência de determinado
sinistro, em troca do recebimento de um prêmio
de seguro.
História do seguro
O homem sempre esteve preocupado com a
estabilidade de sua existência. Por sofrer as
consequências das variações climáticas e dos
perigos da vida, desde a antiguidade procurava
se organizar em grupos para ter mais força e
garantir o sustento e a segurança. Com o tempo,
a evolução das atividades comerciais mostrou a
necessidade de proteção também contra os
prejuízos financeiros. E foi dessa forma,
justamente buscando garantir as finanças e
diminuir a insegurança nas atividades cotidianas,
que surgiu o seguro. O seguro nasceu da
necessidade do homem em controlar o risco.
Existem indícios que já na Babilônia, 23 séculos
antes de cristo, caravanas de cameleiros que
cruzavam o deserto mutualizavam entre si os
prejuízos com morte de animais. Na China antiga
e no Império Romano também havia seguros
rudimentares, através de associações que
http://www.educacao.cc/financeira/o-que-sao-investimentos-financeiros-e-os-tipos-de-investimentos/http://www.educacao.cc/financeira/o-que-sao-investimentos-financeiros-e-os-tipos-de-investimentos/
visavam ressarcir membros que tivessem algum
tipo de prejuízo.
Os comerciantes chineses que se aventuravam a
transportar as suas mercadorias instalando-as
em débeis embarcações que desciam pelas
correntezas dos grandes rios continentais e que,
para evitar a ruína de alguns deles, distribuíam-
nas de modo a que cada barco contivesse uma
parte de cada comerciante, estavam aplicando o
princípio básico do seguro. Se uma embarcação
naufragava, a perda correspondia a uma
pequena parte dos bens de cada um. O mesmo
se pode dizer dos comerciantes árabes, que para
cruzar os desertos e lugares inóspitos distribuíam
os seus bens entre várias caravanas e, dentro da
mesma caravana, entre diversos camelos.
LARRAMENDI (1997, p. 2)
Com o Renascimento e a expansão marítima da
época Mercantilismo a cobertura aos riscos
ganhou nova importância. Tornaram-se comuns
operações chamadas de Contrato de Dinheiro e
Risco Marítimo que consistia num empréstimo
dado a um navegador, e que previa uma
cobrança maior no caso de sucesso da viagem e
o perdão da dívida se a embarcação e a carga
fossem perdidas. Foi em virtude dos seguros
marítimos que se desenvolveu a gestão de risco
na maior parte do mundo.
Essas formas pitorescas foram de extrema
importância para garantir a segurança das
mercadorias que circulavam por vias terrestres e
marítimas. Nessa época o seguro ainda inspirava
dúvidas com relação à integridade das
“seguradoras” – que na verdade eram pessoas
que assumiam os riscos.
Mas, o seguro foi criando força e conquistando
credibilidade, e foi em Gênova, por volta de 1347,
que o primeiro contrato de seguros foi escrito.
Nele continha inúmeras cláusulas que garantiam
ou isentavam os seguradores de pagarem as
indenizações. As primeiras apólices são datadas
de 11/07/1385 (Pisa/ Itália) e 10/07/1397
(Florença/ Itália). As apólices tornavam-se
comuns no final do século XIV.
No século XVII, o mercado securitário se
expandiu e ganhou novos produtos de cobertura
terrestre, especialmente em decorrência do
Grande Incêndio de Londres de 1666, que
destruiu cerca de 25% da cidade.
Com a Revolução Industrial, o seguro acabou se
tornando um item praticamente obrigatório em
todas as áreas da atividade humana, afinal, os
avanços tecnológicos, as atividades de alto risco
e os novos meios de transportes podem causar
prejuízos de proporções incalculáveis.
Todo esse crescimento da indústria, do comércio
e dos meios de transporte, fez com que as
empresas seguradoras também evoluíssem para
acompanhar a demanda do mercado. Hoje
existem seguradoras que controlam vultosos
valores, contribuindo com a sociedade, na
geração de empregos e com projetos de
responsabilidade social.
LARRAMENDI, I.H. de; PARDO, J.A. e CASTELO, J. Manual
Básico de Seguros. Brasil: FUNENSEG, Gráfica Vitória Ltda,
1997.189p.
Seguros no Brasil
O seguro no Brasil desenvolveu-se com a vinda
da Família Real Portuguesa e a abertura dos
portos, em 1808, que intensificaram a
navegação. A primeira empresa seguradora do
país, a Companhia de Seguros Boa-Fé, surgiu no
mesmo ano, com objetivo operar no seguro
marítimo.
Neste período, a atividade seguradora era
regulada pelas leis portuguesas. Somente em
1850, com a promulgação do "Código Comercial
Brasileiro" (Lei n° 556, de 25 de junho de 1850) é
que o seguro marítimo foi pela primeira vez
estudado e regulado em todos os seus aspectos.
O advento do "Código Comercial Brasileiro" foi de
fundamental importância para o desenvolvimento
do seguro no Brasil, incentivando o aparecimento
de inúmeras seguradoras, que passaram a
operar não só com o seguro marítimo,
expressamente previsto na legislação, mas,
também, com o seguro terrestre. Até mesmo a
exploração do seguro de vida, proibido
expressamente pelo Código Comercial, foi
autorizada em 1855, sob o fundamento de que o
Código Comercial só proibia o seguro de vida
quando feito juntamente com o seguro marítimo.
Com a expansão do setor, as empresas de
seguros estrangeiras começaram a se interessar
pelo mercado brasileiro, surgindo, por volta de
1862, as primeiras sucursais de seguradoras
sediadas no exterior.
Estas sucursais transferiam para suas matrizes
os recursos financeiros obtidos pelos prêmios
cobrados, provocando uma significativa evasão
de divisas. Assim, visando proteger os interesses
econômicos do País, foi promulgada, em 5 de
setembro de 1895, a Lei n° 294, dispondo
exclusivamente sobre as companhias
estrangeiras de seguros de vida, determinando
que suas reservas técnicas fossem constituídas
e tivessem seus recursos aplicados no Brasil,
para fazer frente aos riscos aqui assumidos.
Algumas empresas estrangeiras mostraram-se
discordantes das disposições contidas no
referido diploma legal e fecharam suas sucursais.
O mercado segurador brasileiro já havia
alcançado desenvolvimento satisfatório no final
do século XIX. Concorreram para isso, em
primeiro lugar, o Código Comercial,
estabelecendo as regras necessárias sobre
seguros marítimos, aplicadas também para os
seguros terrestres e, em segundo lugar, a
instalação no Brasil de seguradoras estrangeiras,
com vasta experiência em seguros terrestres.
Em 1939, foi criado pelo governo Vargas o
Instituto de Resseguro do Brasil (Atual, IRB Brasil
Re), com a atribuição de exercer o monopólio,
quebrado em 2007, do resseguro no país. Em
1966 surgiu a Superintendência de Seguros
Privados (SUSEP), para substituir Departamento
Nacional de Seguros Privados e Capitalização
como órgão oficial fiscalizador das operações de
seguro, estabelecendo-se assim o Sistema
Nacional de Seguros Privados.
Classificação dos seguros
Os seguros são divididos em três categorias:
Seguros de Pessoas (vida, acidentes pessoais,
saúde), de Bens (incêndio, vidros, cascos,
transportes, automóvel, roubo, lucros cessantes),
e de Responsabilidade (crédito, fidelidade,
responsabilidade civil).
No Brasil, a SUSEP - SUPERINTENDÊNCIA DE
SEGUROS PRIVADOS - definiu em 2003 nove
grupos nos quais dividiu e classificou os ramos
de seguro.
Para a contratação de um seguro é necessário
que o negócio seja intermediado pelo Corretor de
Seguros, devidamente habilitado, Para isso
pergunte sempre o número da SUSEP de seu
corretor de seguros. O Corretor de seguros é o
responsável legal e lhe representa diante a
Seguradora, defendendo seus interesses.
Ramos de seguros
Os ramos de seguros se dividem basicamente
pelo tipo de item segurado. Alguns são
comumente contratados por pessoas físicas,
outros por pessoas jurídicas, mas esta não é uma
regra estrita.
Seguros comuns para pessoas físicas
Seguro de automóvel: Este seguro cobre
perdas e danos ocorridos aos veículos terrestres
automotores. Coberturas básicas: colisão,
incêndio e roubo que podem ser contratadas
separadamente ou agrupadas. Este seguro pode
cobrir também prejuízos causados a terceiros
(Responsabilidade Civil Facultativa de Veículos –
RCF.V), Acidentes pessoais de Passageiros,
Assistência 24 hs e reposição de veículo em caso
de acidente. Seu custo varia de acordo com as
características do carro. Atualmente existe uma
enorme discussão sobre a criação de
associações de proteção veicular que oferecem
serviços parecidos com seguros. A SUSEP
(Superintedência de Seguros Privados)
considera a atividade ilegal, pois não é
regulamentada; mas alguns doutrinadores
possuem posicionamento contrário, já que a
Constituição Federal, em seu artigo 5º, garante o
direito à livre associação. A questão ainda está
sendo analisada pela jurisprudência pátria.
Seguro obrigatório de automóveis (DPVAT):
Este seguro é um seguro de responsabilidade
civil obrigatório, pago anualmente pelo
proprietário de automóveljuntamente com o
IPVA. Este seguro visa indenizar vítimas de
veículos automotores de via terrestre, não
importando quantas estiverem envolvidas em um
mesmo acidente. Independente da apuração dos
culpados.
Seguro de bicicleta: Este seguro cobre furtos e
roubos de veículo a propulsão humana de duas
rodas.
Seguro de vida: Este seguro garante ao
beneficiário ou ao próprio segurado um capital ou
renda determinada no caso de morte, ou no caso
do segurado sobreviver em um prazo
convencionado. Mediante coberturas adicionais,
pode cobrir invalidez permanente. Este seguro
opera em duas modalidades: seguro de vida
individual e seguro de vida em grupo.
Seguro saúde: Objetiva garantir o reembolso
das despesas médico-hospitalares, dentro dos
limites estabelecidos na apólice, decorrentes de
acidentes ou doenças, efetuados pelo segurado
titular e respectivo dependentes. O segurado tem
livre escolha dos serviços médicos.
Seguro viagem: Tem por finalidade cobrir
custos relacionados a doenças ou acidentes
durante viagens. É válido durante um período
pré-determinado escolhido no momento da
compra do seguro e começa a vigorar a partir do
início da vigência desde que o assegurado esteja
no aeroporto ou pelo menos 100 km de distância
de sua residência. As coberturas variam de
acordo com a seguradora e o plano, a maioria
dos seguros oferecem cobertura em caso de
doença e acidentes, porém é muito comum os
planos oferecerem outras coberturas, como
bagagem, atraso de voo, concierge, fiança e
outros. Brasileiros viajando para Europa devem
contratar obrigatoriamente uma cobertura de no
mínimo 30 mil Euros de acordo com exigências
do tratado de Schengen, em caso de não
apresentação do voucher (comprovante do
seguro) a entrada pode ser negada.
Seguros comuns para pessoas jurídicas
Seguro incêndio: Este seguro oferece
cobertura para danos causados por incêndio,
queda de raios e explosão causada por gás.
Legalmente obrigatório para as pessoas
jurídicas.
Seguro de roubo: Este seguro tem por
finalidade básica garantir indenização por
prejuízos conseqüentes de roubo e/ou furto
qualificado.
Seguro de crédito: apólice de seguro
contratada principalmente por empresas com o
objetivo de assegurar o valor total ou parte das
negociações, contra o risco de inadimplência de
pagamentos.
Seguro agrícola: oferece cobertura contra
perdas físicas da lavoura, geralmente decorrente
de intempéries como chuva, seca, granizo etc.
Seguros pela Internet
Algumas seguradoras já disponibilizam sistemas
próprios para cálculo e contratação de seguros
pela Internet. Outras iniciativas partem de
grandes corretoras que também possuem
sistemas integrados às seguradoras para
contratação online. Nos EUA e Europa 7% dos
seguros são comercializados pela internet,
principalmente através de sites de brokers que
comparam os produtos de várias seguradoras. 9
Contratação de seguros
Para contratação de seguros no Brasil é exigida
a intermediação de um corretor de seguros
habilitado (espécie de advogado do segurado). A
necessidade do intermediário remete ao
problema de conflitos de interesse entre a
seguradora e o cliente (a seguradora é uma
instituição financeira que visa lucro, e portanto
pode não esclarecer pontos importantes para o
pagamento da indenização, por exemplo).
http://pt.wikipedia.org/wiki/Seguro
MERCADO DE CAPITAIS E DE CÂMBIO
A história do mercado de capitais
Antes da década de 60, os brasileiros investiam
principalmente em ativos reais (imóveis),
evitando aplicações em títulos públicos ou
privados. A um ambiente econômico de inflação
crescente – principalmente a partir do final da
década de 1950 – se somava uma legislação que
limitava em 12% ao ano a taxa máxima de juros,
a chamada Lei da Usura, também limitando o
desenvolvimento de um mercado de capitais
ativo.
Essa situação começa a se modificar quando o
Governo que assumiu o poder em abril de 1964
iniciou um programa de grandes reformas na
economia nacional, dentre as quais figurava a
reestruturação do mercado financeiro quando
diversas novas leis foram editadas.
Entre aquelas que tiveram maior importância
para o mercado de capitais podemos citar a Lei
nº 4.537/64, que instituiu a correção monetária,
através da criação das ORTN, a Lei nº 4.595/64,
denominada lei da reforma bancária, que
reformulou todo o sistema nacional de
intermediação financeira e criou o Conselho
Monetário Nacional e o Banco Central e,
principalmente, a Lei nº 4.728, de 14.04.65,
primeira Lei de Mercado de Capitais, que
disciplinou esse mercado e estabeleceu medidas
para seu desenvolvimento.
A introdução da legislação acima referida
resultou em diversas modificações no mercado
acionário, tais como: a reformulação da
legislação sobre Bolsa de Valores, a
transformação dos corretores de fundos públicos
em Sociedades Corretoras, forçando a sua
profissionalização, a criação dos Bancos de
Investimento, a quem foi atribuída a principal
tarefa de desenvolver a indústria de fundos de
investimento.
Com a finalidade específica de regulamentar e
fiscalizar o mercado de valores mobiliários, as
Bolsa de Valores, os intermediários financeiros e
as companhias de capital aberto, funções hoje
exercidas pela CVM, foi criada uma diretoria no
Banco Central - Diretoria de Mercado de Capitais.
Ao mesmo tempo, foram introduzidos alguns
incentivos para a aplicação no mercado
acionário, dentre as quais destacamos os Fundos
157, criados pelo Decreto Lei nº 157, de
10.02.1967. Estes fundos eram uma opção dada
aos contribuintes de utilizar parte do imposto
devido, quando da Declaração do Imposto de
Renda, em aquisição de quotas de fundos de
ações de companhias abertas administrados por
instituições financeiras de livre escolha do
aplicador.
Com o grande volume de recursos carreados
para o mercado acionário, principalmente em
decorrência dos incentivos fiscais criados pelo
Governo Federal, houve um rápido crescimento
da demanda por ações pelos investidores, sem
que houvesse aumento simultâneo de novas
emissões de ações pelas empresas. Isto
desencadeou o “boom” da Bolsa do Rio de
Janeiro quando, entre dezembro de 1970 e julho
de 1971, houve uma forte onda especulativa e as
cotações das ações não pararam de subir.
Após alcançar o seu ponto máximo em julho de
1971, iniciou-se um processo de realização de
lucros pelos investidores mais esclarecidos e
experientes que começaram a vender suas
posições. O quadro foi agravado
progressivamente quando novas emissões
começaram a chegar às bolsas, aumentando a
oferta de ações, em um momento em que muitos
investidores, assustados com a rapidez e a
magnitude do movimento de baixa, procuravam
vender seus títulos.
O movimento especulativo, conhecido como
“boom de 1971”, teve curta duração mas suas
consequências foram vários anos de mercado
deprimido, pois algumas ofertas de ações de
companhias extremamente frágeis e sem
qualquer compromisso com seus acionistas,
ocorridas no período, geraram grandes prejuízos
e mancharam de forma surpreendentemente
duradoura a reputação do mercado acionário.
Apesar disso, notou-se uma recuperação das
cotações, a partir de 1975, devido a novos
aportes de recursos (as reservas técnicas das
seguradoras, os recursos do Fundo PIS/PASEP,
adicionais do Fundo 157 e a criação das
Sociedades de Investimento – Decreto-Lei nº
1401 – para captar recursos externos e aplicar no
mercado de ações), além de maiores
investimentos por parte dos Fundos de Pensão.
Ao longo do tempo, vários outros incentivos
foram adotados visando incentivar o crescimento
do mercado, tais como: a isenção fiscal dos
ganhos obtidos em bolsa de valores, a
possibilidade de abatimento no imposto de renda
de parte dos valores aplicados na subscrição
pública de açõesdecorrentes de aumentos de
capital e programas de financiamento a juros
subsidiados efetuados pelo BNDES – Banco
Nacional do Desenvolvimento Econômico e
http://pt.wikipedia.org/wiki/Seguro
Social aos subscritores de ações distribuídas
publicamente.
Foi dentro desse quadro de estagnação e
tentativa de recuperação do mercado acionário
que, em 1976, foram introduzidas duas novas
normas legais, ainda em vigor: a Lei nº 6.404/76,
nova Lei das Sociedades Anônimas que visava
modernizar as regras que regiam as sociedades
anônimas, até então reguladas por um antigo
Decreto-Lei de 1940 e a Lei nº 6.385/76, segunda
Lei do Mercado de Capitais que, entre outras
inovações, que criou a CVM e introduziu no
mercado uma instituição governamental
destinada exclusivamente a regulamentar e
desenvolver o mercado de capitais, fiscalizar as
Bolsa de Valores e as companhias abertas.
Não obstante todos esses incentivos, o mercado
de capitais não teve o crescimento esperado,
ainda que em alguns momentos tenha havido um
aumento na quantidade de companhias abrindo
seu capital e um volume razoável de recursos
captados pelas empresas através de ofertas
públicas de ações tenha ocorrido durante a
década de 1980.
Apesar da experiência pioneira para atrair
capitais externos para aplicação no mercado de
capitais brasileiro, representada pelo Decreto-Lei
nº 1.401/76, o processo de internacionalização
do mercado chega ao país no final da década de
1980, sendo seu marco inicial a edição da
Resolução do CMN nº 1.289/87 e seus anexos.
A partir de meados da década de 1990, com a
aceleração do movimento de abertura da
economia brasileira, aumenta o volume de
investidores estrangeiros atuando no mercado de
capitais brasileiro. Além disso, algumas
empresas brasileiras começam a acessar o
mercado externo através da listagem de suas
ações em bolsas de valores estrangeiras,
principalmente a New York Stock Exchange, sob
a forma de ADR’-s – American Depositary
Reciepts -, com o objetivo de se capitalizar
através do lançamento de valores mobiliários no
exterior.
Ao listar suas ações nas bolsas americanas, as
companhias abertas brasileiras foram obrigadas
a seguir diversas regras impostas pela SEC –
Securities and Exchange Commission -, órgão
regulador do mercado de capitais norte-
americano, relacionadas a aspectos contábeis,
de transparência e divulgação de informações, os
chamados “princípios de governança
corporativa”.
A partir daí, as empresas brasileiras começam a
ter contato com acionistas mais exigentes e
sofisticados, acostumados a investir em
mercados com práticas de governança
corporativa mais avançadas que as aplicadas no
mercado brasileiro. Ao número crescente de
investidores estrangeiros soma-se uma maior
participação de investidores institucionais
brasileiros de grande porte e mais conscientes de
seus direitos.
Com o passar do tempo, o mercado de capitais
brasileiro passou a perder espaço para outros
mercados devido à falta de proteção ao acionista
minoritário e a incertezas em relação às
aplicações financeiras. A falta de transparência
na gestão e a ausência de instrumentos
adequados de supervisão das companhias
influenciavam a percepção de risco e,
consequentemente, aumentavam o custo de
capital das empresas.
Algumas iniciativas institucionais e
governamentais foram implementadas nos
últimos anos com o objetivo de assegurar
melhorias das práticas de governança
corporativa das empresas brasileiras, das quais
destacamos: a aprovação da Lei nº 10.303/01 e
a criação do Novo Mercado e dos Níveis 1 e 2 de
governança corporativa pela Bolsa de Valores de
São Paulo – Bovespa.
I - Novo Mercado
No final dos anos 90 era evidente a crise de
grandes proporções pela qual passava o
mercado de ações no país. A título de exemplo,
o número de companhias listadas na Bovespa
tinha caído de 550 em 1996 para 440 em 2001.
O volume negociado após atingir US$ 191
bilhões em 1997, recuara para US$ 101 bilhões
em 2000 e US$ 65 bilhões em 2001. Além disso,
muitas companhias fechavam o capital e poucas
abriam.
É nesse cenário que a Bovespa cria o Novo
Mercado como um segmento especial de
listagem de ações de companhias que se
comprometam voluntariamente a adotar as boas
práticas de governança corporativa. Numa
necessária adaptação à realidade do mercado de
ações brasileiro, são criados dois estágios
intermediários: Níveis I e II, que, juntos com o
Novo Mercado, estabelecem compromissos
crescentes de adoção de melhores práticas de
governança corporativa.
A ideia que norteou a criação do Novo Mercado
tem seu fundamento na constatação de que entre
os diversos fatores que contribuem para a
fragilidade do mercado de capitais brasileiro está
a falta de proteção aos acionistas minoritários.
Dessa forma, a valorização e a liquidez das
ações de um mercado são influenciadas
positivamente pelo grau de segurança que os
direitos concedidos aos acionistas oferecem e
pela qualidade das informações prestadas pelas
empresas.
A ausência de regras adequadas de defesa dos
interesses dos acionistas minoritários acarreta a
exigência por parte dos investidores de um
deságio sobre o preço da ação, causando uma
desvalorização no valor de mercado das
companhias. Dessa forma, é esperado que as
empresas cujas ações estejam listadas em algum
dos segmentos diferenciados de governança
corporativa, nas quais os riscos envolvidos são
minimizados, apresentem prêmios de risco
consideravelmente reduzidos, implicando
valorização do patrimônio de todos os acionistas.
II - Reforma da Lei das Sociedades Anônimas
As alterações da Lei Societária em vigor desde
1976 (Lei nº 6.404/76), com o objetivo de
aperfeiçoar e incrementar os direitos e a proteção
dos acionistas minoritários tornaram-se uma
reivindicação generalizada dos diversos
integrantes do mercado e tiveram como objetivo
o fortalecimento do mercado de capitais e o
estímulo à maior participação dos investidores.
Nas alterações realizadas, foram introduzidas
diversas regras de governança corporativa
nascidas de princípios de “disclousure”
(transparência), tratamento equitativo,
“compliance” e “accountability” (prestação de
contas), aperfeiçoados após a edição da Lei nº
6.404/76 e reintroduzidos alguns outros que
constavam desta última e foram casuisticamente
retirados, como é o caso do instituto do “tag
along” (direito de recesso), revogado pela Lei nº
9.457/97 com o objetivo único de facilitar o
processo de privatização e maximizar o valor
recebido pela União ao impedir a extensão aos
minoritários dos grandes ágios pagos nos leilões.
A partir de 2003, houve um reaquecimento do
mercado. Para se ter uma ideia da magnitude
dessa retomada, basta observar o salto na
quantidade de ofertas iniciais (IPOs) após 2003.
Em todo o período de 1996 a 2003 foram feitas
apenas quatro – menos de uma por ano –, ao
passo que entre 2003 e 2011 foram realizadas
mais de 100.
Em 2008, a Bolsa de Valores de São Paulo e a
Bolsa de Mercadorias & Futuros se integraram,
dando origem a BM&FBOVESPA. Atualmente, a
BM&FBOVESPA é a única bolsa que opera no
Brasil, além de ser líder na América Latina e uma
das maiores do mundo em valores de mercado.
Seus mercados abrangem ações, contratos
futuros, câmbio, operações, fundos e ETFs
(fundos de índices), crédito de carbono, leilões e
renda fixa pública e privada. No início de 2010, a
BM&FBOVESPA ampliou sua posição no quadro
acionário do CME Group, de 1,8% para 5%, o
que representa um investimento de US$ 620
milhões.
http://www.portaldoinvestidor.gov.br/menu/Menu_Academico/
O_Mercado_de_valores_mobiliarios_brasileiro/Historia_Merca
do-Capitais.html
O que é câmbio?
Câmbio é a operação de troca de moeda de um
país pela moeda de outro país. Por exemplo,
quando um turistabrasileiro vai viajar para o
exterior e precisa de moeda estrangeira, o agente
autorizado pelo Banco Central a operar no
mercado de câmbio recebe do turista brasileiro a
moeda nacional e lhe entrega (vende) a moeda
estrangeira. Já quando um turista estrangeiro
quer converter moeda estrangeira em reais, o
agente autorizado a operar no mercado de
câmbio compra a moeda estrangeira do turista
estrangeiro, entregando-lhe os reais
correspondentes.
O que é mercado de câmbio?
No Brasil, o mercado de câmbio é o ambiente
onde se realizam as operações de câmbio entre
os agentes autorizados pelo Banco Central e
entre estes e seus clientes, diretamente ou por
meio de seus correspondentes.
O mercado de câmbio é regulamentado e
fiscalizado pelo Banco Central e compreende as
operações de compra e de venda de moeda
estrangeira, as operações em moeda nacional
entre residentes, domiciliados ou com sede no
País e residentes, domiciliados ou com sede no
exterior e as operações com ouro-instrumento
cambial, realizadas por intermédio das
instituições autorizadas a operar no mercado de
câmbio pelo Banco Central, diretamente ou por
meio de seus correspondentes.
Incluem-se no mercado de câmbio brasileiro as
operações relativas aos recebimentos,
pagamentos e transferências do e para o exterior
mediante a utilização de cartões de uso
internacional, bem como as operações referentes
às transferências financeiras postais
internacionais, inclusive vales postais e
reembolsos postais internacionais.
À margem da lei, funciona um segmento
denominado mercado paralelo. São ilegais os
negócios realizados no mercado paralelo, bem
como a posse de moeda estrangeira oriunda de
atividades ilícitas.
Qualquer pessoa física ou jurídica pode
comprar e vender moeda estrangeira?
Sim, desde que a outra parte na operação de
câmbio seja agente autorizado pelo Banco
Central a operar no mercado de câmbio (ou seu
correspondente para tais operações) e que seja
observada a regulamentação em vigor, incluindo
a necessidade de identificação em todas as
operações. É dispensado o respaldo documental
das operações de valor até o equivalente a US$
3 mil, preservando-se, no entanto, a necessidade
de identificação do cliente.
Que instituições podem operar no mercado
de câmbio e que operações elas podem
realizar?
Podem ser autorizados pelo Banco Central a
operar no mercado de câmbio: bancos múltiplos;
bancos comerciais; caixas econômicas; bancos
de investimento; bancos de desenvolvimento;
bancos de câmbio; agências de fomento;
sociedades de crédito, financiamento e
investimento; sociedades corretoras de títulos e
valores mobiliários; sociedades distribuidoras de
títulos e valores mobiliários e sociedades
corretoras de câmbio.
Esses agentes podem realizar as seguintes
operações:
a) bancos, exceto de desenvolvimento, e a Caixa
Econômica Federal: todas as operações
previstas para o mercado de câmbio;
b) bancos de desenvolvimento; sociedades de
crédito, financiamento e investimento e agências
de fomento: operações específicas autorizadas
pelo Banco Central;
c) sociedades corretoras de títulos e valores
mobiliários; sociedades distribuidoras de títulos e
valores mobiliários e sociedades corretoras de
câmbio:
c1.) operações de câmbio com clientes para
liquidação pronta de até US$100 mil ou o seu
equivalente em outras moedas; e
c2.) operações no mercado interbancário,
arbitragens no País e, por meio de banco
autorizado a operar no mercado de câmbio,
arbitragem com o exterior.
Além desses agentes, o Banco Central também
concedia autorização para agências de turismo e
meios de hospedagem de turismo para operarem
no mercado de câmbio. Atualmente, não se
concede mais autorização para esses agentes,
permanecendo ainda apenas aquelas agências
de turismo cujos proprietários pediram ao Banco
Central autorização para constituir instituição
autorizada a operar em câmbio. Enquanto o
Banco Central está analisando tais pedidos, as
agências de turismo ainda autorizadas podem
continuar a realizar operações de compra e
venda de moeda estrangeira em espécie,
cheques e cheques de viagem, relativamente a
viagens internacionais.
As instituições financeiras autorizadas a operar
em câmbio podem contratar correspondentes
(pessoas jurídicas em geral) para a realização
das seguintes operações de câmbio:
a) execução ativa ou passiva de ordem de
pagamento relativa a transferência unilateral (ex:
manutenção de residentes, transferência de
patrimônio, prêmios em eventos culturais e
esportivos) do ou para o exterior, limitada ao
valor equivalente a US$ 3 mil dólares dos
Estados Unidos, por operação;
b) compra e venda de moeda estrangeira em
espécie, cheque ou cheque de viagem, bem
como carga de moeda estrangeira em cartão pré-
pago, limitada ao valor equivalente a US$ 3 mil
dólares dos Estados Unidos, por operação; e
c) recepção e encaminhamento de propostas de
operações de câmbio.
As operações realizadas pelos correspondentes
são de total responsabilidade da instituição
contratante.
A Empresa de Correios e Telégrafos (ECT)
também é autorizada pelo Banco Central a
realizar operações com vales postais
internacionais, emissivos e receptivos, para
liquidação pronta, não sujeitos ou vinculados a
registro no Banco Central do Brasil e de até o
equivalente a US$50 mil, por operação.
Que operações podem ser realizadas no
mercado de câmbio?
Quaisquer pagamentos ou recebimentos em
moeda estrangeira podem ser realizados no
mercado de câmbio, inclusive as transferências
para fins de constituição de disponibilidades no
exterior e seu retorno ao País e aplicações no
mercado financeiro. As pessoas físicas e as
pessoas jurídicas podem comprar e vender
moeda estrangeira ou realizar transferências
internacionais em reais, de qualquer natureza,
sem limitação de valor, observada a legalidade
da transação, tendo como base a fundamentação
econômica e as responsabilidades definidas na
respectiva documentação.
Embora do ponto de vista cambial não exista
restrição para a movimentação de recursos, os
agentes do mercado e seus clientes devem
observar eventuais restrições legais ou
regulamentares existentes para determinados
tipos de operação. Como exemplo, relativamente
à colocação de seguros no exterior, devem ser
observadas as disposições dos órgãos e
entidades responsáveis pela regulação do
segmento segurador.
Os bancos são obrigados a vender moeda em
espécie?
Não. Normalmente, os agentes autorizados a
operar em câmbio, por questão de administração
de caixa e estratégia operacional, procuram
operar com o mínimo possível de moeda em
espécie.
O que é mercado primário e mercado
secundário?
A operação de mercado primário implica o
recebimento ou a entrega de moeda estrangeira
por parte de clientes no País, correspondendo a
fluxo de entrada ou de saída da moeda
estrangeira do País. Esse é o caso das
operações realizadas com exportadores,
importadores, viajantes, etc. Já no mercado
secundário, também denominado mercado
interbancário quando os negócios são realizados
entre bancos, a moeda estrangeira é negociada
entre as instituições integrantes do sistema
financeiro e simplesmente migra do ativo de uma
instituição autorizada a operar no mercado de
câmbio para o de outra, igualmente autorizada,
não havendo fluxo de entrada ou de saída da
moeda estrangeira do País.
O que é posição de câmbio?
A posição de câmbio é representada pelo saldo
das operações de câmbio (compra e venda de
moeda estrangeira, de títulos e documentos que
as representem e de ouro-instrumento cambial)
prontas ou para liquidação futura, realizadas
pelas instituições autorizadas pelo Banco Central
do Brasil a operar no mercado de câmbio.
O que é posição de câmbio comprada?
A posição de câmbiocomprada é o saldo em
moeda estrangeira registrado em nome de uma
instituição autorizada que tenha efetuado
compras, prontas ou para liquidação futura, de
moeda estrangeira, de títulos e documentos que
as representem e de ouro-instrumento cambial,
em valores superiores às vendas.
O que é posição de câmbio vendida?
A posição de câmbio vendida é o saldo em
moeda estrangeira registrado em nome de uma
instituição autorizada que tenha efetuado
vendas, prontas ou para liquidação futura, de
moeda estrangeira, de títulos e documentos que
as representem e de ouro-instrumento cambial,
em valores superiores às compras.
O que é operação pronta?
A operação de câmbio (compra ou venda) pronta
é a operação a ser liquidada em até dois dias
úteis da data de contratação.
O que é operação para liquidação futura?
A operação de câmbio (compra ou venda) para
liquidação futura é a operação a ser liquidada em
prazo maior que dois dias.
O que é contrato de câmbio?
Contrato de câmbio é o documento que formaliza
a operação de compra ou de venda de moeda
estrangeira. Nele são estabelecidas as
características e as condições sob as quais se
realiza a operação de câmbio. Dele constam
informações relativas à moeda estrangeira que
um cliente está comprando ou vendendo, à taxa
contratada, ao valor correspondente em moeda
nacional e aos nomes do comprador e do
vendedor. Os contratos de câmbio devem ser
registrados no Sistema Câmbio pelo agente
autorizado a operar no mercado de câmbio.
Nas operações de compra ou de venda de
moeda estrangeira de até US$ 3 mil, ou seu
equivalente em outras moedas estrangeiras, não
é obrigatória a formalização do contrato de
câmbio, mas o agente do mercado de câmbio
deve identificar seu cliente e registrar a operação
no Sistema Câmbio.
O que é política cambial?
É o conjunto de ações governamentais
diretamente relacionadas ao comportamento do
mercado de câmbio, inclusive no que se refere à
estabilidade relativa das taxas de câmbio e do
equilíbrio no balanço de pagamentos.
Qual é o papel do Banco Central no mercado
de câmbio?
O Banco Central executa a política cambial
definida pelo Conselho Monetário Nacional. Para
tanto, regulamenta o mercado de câmbio e
autoriza as instituições que nele operam.
Também compete ao Banco Central fiscalizar o
referido mercado, podendo punir dirigentes e
instituições mediante multas, suspensões e
outras sanções previstas em lei. Além disso, o
Banco Central pode atuar diretamente no
mercado, comprando e vendendo moeda
estrangeira de forma ocasional e limitada, com o
objetivo de conter movimentos desordenados da
taxa de câmbio.
http://www.bcb.gov.br/?MERCCAMFAQ
GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO
NACIONAL
GARANTIAS PESSOAIS
Baseiam-se na confiança, isto é, se o devedor
não pagar, uma terceira pessoa (que prestou a
garantia pessoal) será obrigada a pagar no lugar
dele. Nesta modalidade de garantia temos o aval
e a fiança.
Aval
O aval é a garantia de pagamento formal e
solidária firmada por terceiro em um título de
crédito, onde os intervenientes são: o avalista
(aquele que presta o aval), o avalizado (aquele
que recebe o aval) e o credor. Para tanto, basta
que se lance o aval no próprio título ou na folha
de alongamento. A simples assinatura no
anverso do título é suficiente para configurar o
aval.
Considera-se não escrito o aval cancelado.
Tratando-se de garantia solidária, implica que o
avalista é coobrigado, isto é, é co-devedor
principal.
Fiança
Dá-se a fiança quando uma pessoa se obriga a
satisfazer determinada obrigação, caso o
respectivo devedor não a cumpra. A fiança é um
contrato acessório; pode ser gratuito ou oneroso.
Os intervenientes são: o devedor (afiançado), o
fiador (pessoa física ou pessoa jurídica) e o
credor. Caso o devedor principal não cumpra a
obrigação e o fiador venha a ser acionado para
responder pela dívida, sem que antes tenha sido
acionado aquele, poderá alegar o benefício de
ordem para que os bens do devedor sejam
excutidos em primeiro lugar, salvo se foi
estipulada solidariedade no contrato de fiança. O
fiador tem a prerrogativa de renunciar a este
direito.
A fiança só pode ser concedida pelo cônjuge
quando o outro der seu consentimento. A este
requisito se dá o nome de outorga uxória. A falta
da autorização torna o ato anulável.
Fiança bancária
É um compromisso contratual pelo qual uma
instituição financeira garante o cumprimento de
obrigações de seus clientes. O público alvo são
as pessoas físicas e jurídicas. A fiança bancária
é uma obrigação por escrito (carta de fiança)
assumida pelo banco, responsabilizando-se por
dívida total ou parcial de cliente que queira
assumir uma obrigação perante terceiros.
Regulamentação do CMN estipula o limite
máximo de exposição por cliente a ser observado
pelas instituições financeiras na prestação de
garantia de fiança bancária. A vantagem se
trabalhar com fiança bancária é que a garantia
oferecida pelos bancos goza de grande
respeitabilidade no mundo dos negócios. A fiança
bancária está sujeita a cobrança de tarifas, mas
não se sujeita a cobrança de IOF, por tratar-se de
um contrato.
GARANTIAS REAIS
Vinculam patrimônio ao cumprimento da
obrigação assumida pelo devedor. Recaem
sobre bens móveis ou imóveis do patrimônio do
devedor ou de terceiros; se ele não pagar, haverá
um processo de execução em que será requerida
a venda judicial do bem, pagando-se
preferencialmente o credor.
Penhor
É um direito real que consiste na tradição de
coisa móvel, suscetível de alienação, realizada
pelo devedor ou por terceiro ao credor, a fim de
garantir o pagamento do débito. Tem como
sujeitos o devedor pignoratício (pode ser tanto o
sujeito passivo da obrigação principal como
terceiro que ofereça o ônus real) e o credor
pignoratício (o que empresta o dinheiro).
Penhor mercantil
É caracterizando-se pela dispensa da tradição da
coisa onerada, ou seja, o devedor continua na
sua posse, equiparando-se ao depositário para
todos os efeitos. Visa garantir obrigação
comercial.
Penhor mercantil é a garantia na qual o bem
empenhado faz parte integrante do negócio
comercial. Pode abranger tanto estoque de
matérias-primas quanto estoques de produtos
acabados. Os estoques objeto de penhor
mercantil são confiados a fiel depositário, que se
torna responsável pela guarda, existência e
conservação dos bens dados em garantia.
Hipoteca
A hipoteca é um direito real sobre um bem imóvel
ou aos que forem a ele equiparados, que tem por
objetivo assegurar o pagamento de uma dívida.
A posse do bem gravado não se transfere ao
credor. A hipoteca abrange todas as acessões,
melhoramentos ou construções no imóvel e deve
ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis.
Podem ser objeto de hipoteca os imóveis, seus
acessórios, as estradas de ferro (linhas,
estações, locomotivas e vagões), as minas e
pedreiras, os navios e os aviões.
Alienação fiduciária
Pelo contrato de alienação fiduciária, o devedor
transfere ao credor a propriedade de uma coisa
móvel ou imóvel, até que a dívida daquele seja
inteiramente paga. O devedor é chamado
fiduciante e o credor denomina-se fiduciário. Uma
vez completado o pagamento, a propriedade do
bem alienada volta ao fiduciante.
A alienação fiduciária de coisas móveis rege-se
pelo Decreto-Lei 911/1969. Até a entrada em
vigor do novo Código Civil os contratos de
empréstimos com garantia de alienação
fiduciária de coisa móvel só podiam ser
pactuados entre instituições financeiras e o
financiado, pessoa física ou jurídica. A partir de
da entrada em vigor da Lei 9.514/97, passou a
existir também a alienação fiduciária da coisa
imóvel.
A mora ou o inadimplemento do fiduciante
possibilita ao fiduciário requerer em juízo a busca
eapreensão do bem móvel objeto do contrato,
para vendê-lo a terceiros e tornar efetiva a sua
garantia. Se o bem móvel não for encontrado na
posse do fiduciante, a busca e apreensão podem
transformar-se em ação de depósito; se ele não
entregar a coisa, poderá ser considerado
depositário infiel.
A lei faculta a venda da coisa independentemente
de leilão, avaliação prévia ou interpelação do
devedor. O credor deve aplicar o preço da venda
no pagamento de seu crédito e das despesas
decorrentes, entregando ao devedor o saldo
apurado, se houver.
Legislação sobre garantias do SFN
AVAL – CÓDIGO CIVIL (LEI 10.406/02): Art. 897
O pagamento de título de crédito, que contenha
obrigação de pagar soma determinada, pode ser
garantido por aval.
Parágrafo único. É vedado o aval parcial.
Art. 898 O aval deve ser dado no verso ou no
anverso do próprio título.
§ 1° Para a validade do aval, dado no anverso do
título, é suficiente a simples assinatura do
avalista.
§ 2° Considera-se não escrito o aval cancelado.
Art. 899 O avalista equipara-se àquele cujo nome
indicar; na falta de indicação, ao emitente ou
devedor final.
§ 1° Pagando o título, tem o avalista ação de
regresso contra o seu avalizado e demais
coobrigados anteriores.
§ 2° Subsiste a responsabilidade do avalista,
ainda que nula a obrigação daquele a quem se
equipara, a menos que a nulidade decorra de
vício de forma.
Art. 900 O aval posterior ao vencimento produz
os mesmos efeitos do anteriormente dado.
Art. 1.647..., nenhum dos cônjuges pode, sem
autorização do outro, exceto no regime da
separação absoluta:
...
III - prestar fiança ou aval.
FIANÇA – CÓDIGO CIVIL (LEI 10.406/02): Art.
818 Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante
satisfazer ao credor uma obrigação assumida
pelo devedor, caso este não a cumpra.
Art. 819 A fiança dar-se-á por escrito, e não
admite interpretação extensiva.
Art. 820 Pode-se estipular a fiança, ainda que
sem consentimento do devedor ou contra a sua
vontade.
Art. 821 As dívidas futuras podem ser objeto de
fiança; mas o fiador, neste caso, não será
demandado senão depois que se fizer certa e
líquida a obrigação do principal devedor.
Art. 822 Não sendo limitada, a fiança
compreenderá todos os acessórios da dívida
principal, inclusive as despesas judiciais, desde a
citação do fiador.
Art. 823 A fiança pode ser de valor inferior ao da
obrigação principal e contraída em condições
menos onerosas, e, quando exceder o valor da
dívida, ou for mais onerosa que ela, não valerá
senão até ao limite da obrigação afiançada.
Art. 824 As obrigações nulas não são suscetíveis
de fiança, exceto se a nulidade resultar apenas
de incapacidade pessoal do devedor.
Parágrafo único. A exceção estabelecida neste
artigo não abrange o caso de mútuo feito a
menor.
Art. 825 Quando alguém houver de oferecer
fiador, o credor não pode ser obrigado a aceitá-lo
se não for pessoa idônea, domiciliada no
município onde tenha de prestar a fiança, e não
possua bens suficientes para cumprir a
obrigação.
Art. 826 Se o fiador se tornar insolvente ou
incapaz, poderá o credor exigir que seja
substituído.
Art. 827 O fiador demandado pelo pagamento da
dívida tem direito a exigir, até a contestação da
lide, que sejam primeiro executados os bens do
devedor.
Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício
de ordem, a que se refere este artigo, deve
nomear bens do devedor, sitos no mesmo
município, livres e desembargados, quantos
bastem para solver o débito.
Art. 828 Não aproveita este benefício ao fiador:
I - se ele o renunciou expressamente;
II - se se obrigou como principal pagador, ou
devedor solidário;
III - se o devedor for insolvente, ou falido.
Art. 829 A fiança conjuntamente prestada a um
só débito por mais de uma pessoa importa o
compromisso de solidariedade entre elas, se
declaradamente não se reservarem o benefício
de divisão.
Parágrafo único. Estipulado este benefício, cada
fiador responde unicamente pela parte que, em
proporção, lhe couber no pagamento.
Art. 830 Cada fiador pode fixar no contrato a
parte da dívida que toma sob sua
responsabilidade, caso em que não será por mais
obrigado.
Art. 831 O fiador que pagar integralmente a
dívida fica sub-rogado nos direitos do credor;
mas só poderá demandar a cada um dos outros
fiadores pela respectiva quota.
Parágrafo único. A parte do fiador insolvente
distribuir-se-á pelos outros.
Art. 832 O devedor responde também perante o
fiador por todas as perdas e danos que este
pagar, e pelos que sofrer em razão da fiança.
Art. 833 O fiador tem direito aos juros do
desembolso pela taxa estipulada na obrigação
principal, e, não havendo taxa convencionada,
aos juros legais da mora.
Art. 834 Quando o credor, sem justa causa,
demorar a execução iniciada contra o devedor,
poderá o fiador promover-lhe o andamento.
Art. 835 O fiador poderá exonerar-se da fiança
que tiver assinado sem limitação de tempo,
sempre que lhe convier, ficando obrigado por
todos os efeitos da fiança, durante sessenta dias
após a notificação do credor.
Art. 836 A obrigação do fiador passa aos
herdeiros; mas a responsabilidade da fiança se
limita ao tempo decorrido até a morte do fiador, e
não pode ultrapassar as forças da herança.
Art. 837 O fiador pode opor ao credor as
exceções que lhe forem pessoais, e as extintivas
da obrigação que competem ao devedor
principal, se não provierem simplesmente de
incapacidade pessoal, salvo o caso do mútuo
feito a pessoa menor.
Art. 838 O fiador, ainda que solidário, ficará
desobrigado:
I - se, sem consentimento seu, o credor conceder
moratória ao devedor;
II - se, por fato do credor, for impossível a sub-
rogação nos seus direitos e preferências;
III - se o credor, em pagamento da dívida, aceitar
amigavelmente do devedor objeto diverso do que
este era obrigado a lhe dar, ainda que depois
venha a perdê-lo por evicção*.
Evicção: perda, parcial ou total, que sofre o
adquirente duma coisa em conseqüência da
reivindicação judicial promovida pelo verdadeiro
dono ou possuidor.
Art. 839 Se for invocado o benefício da excussão
e o devedor, retardando-se a execução, cair em
insolvência, ficará exonerado o fiador que o
invocou, se provar que os bens por ele indicados
eram, ao tempo da penhora, suficientes para a
solução da dívida afiançada.
Art. 1.647... , nenhum dos cônjuges pode, sem
autorização do outro, exceto no regime da
separação absoluta:
III - prestar fiança ou aval.
PENHOR – CÓDIGO CIVIL (LEI 10.406/02): Art.
1.431 Constitui-se o penhor pela transferência
efetiva da posse que, em garantia do débito ao
credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou
alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível
de alienação.
Parágrafo único. No penhor rural, industrial,
mercantil e de veículos, as coisas empenhadas
continuam em poder do devedor, que as deve
guardar e conservar.
Art. 1.432 O instrumento do penhor deverá ser
levado a registro, por qualquer dos contratantes;
o do penhor comum será registrado no Cartório
de Títulos e Documentos.
Art. 1.433 O credor pignoratício tem direito:
I - à posse da coisa empenhada;
II - à retenção dela, até que o indenizem das
despesas devidamente justificadas, que tiver
feito, não sendo ocasionadas por culpa sua;
III - ao ressarcimento do prejuízo que houver
sofrido por vício da coisa empenhada;
IV - a promover a execução judicial, ou a venda
amigável, se lhe permitir expressamente o
contrato, ou lhe autorizar o devedor mediante
procuração;
V - a apropriar-se dos frutos da coisa empenhada
que se encontra em seu poder;
VI - a promover a venda antecipada, mediante
prévia autorização judicial, sempre que haja
receio fundado de que a coisa empenhada se
perca ou deteriore, devendo o preço ser
depositado. O dono da coisa empenhadapode
impedir a venda antecipada, substituindo-a, ou
oferecendo outra garantia real idônea.
Art. 1.434 O credor não pode ser constrangido a
devolver a coisa empenhada, ou uma parte dela,
antes de ser integralmente pago, podendo o juiz,
a requerimento do proprietário, determinar que
seja vendida apenas uma das coisas, ou parte da
coisa empenhada, suficiente para o pagamento
do credor.
Art. 1.435 O credor pignoratício é obrigado:
I - à custódia da coisa, como depositário, e a
ressarcir ao dono a perda ou deterioração de que
for culpado, podendo ser compensada na dívida,
até a concorrente quantia, a importância da
responsabilidade;
II - à defesa da posse da coisa empenhada e a
dar ciência, ao dono dela, das circunstâncias que
tornarem necessário o exercício de ação
possessória;
III - a imputar o valor dos frutos, de que se
apropriar (art. 1.433, inciso V) nas despesas de
guarda e conservação, nos juros e no capital da
obrigação garantida, sucessivamente;
IV - a restituí-la, com os respectivos frutos e
acessões, uma vez paga a dívida;
V - a entregar o que sobeje do preço, quando a
dívida for paga, no caso do inciso IV do art. 1.433.
Art. 1.436 Extingue-se o penhor:
I - extinguindo-se a obrigação;
II - perecendo a coisa;
III - renunciando o credor;
IV - confundindo-se na mesma pessoa as
qualidades de credor e de dono da coisa;
V - dando-se a adjudicação judicial, a remissão
ou a venda da coisa empenhada, feita pelo
credor ou por ele autorizada.
§ 1o Presume-se a renúncia do credor quando
consentir na venda particular do penhor sem
reserva de preço, quando restituir a sua posse ao
devedor, ou quando anuir à sua substituição por
outra garantia.
§ 2o Operando-se a confusão tão-somente
quanto a parte da dívida pignoratícia, subsistirá
inteiro o penhor quanto ao resto.
Art. 1.437 Produz efeitos a extinção do penhor
depois de averbado o cancelamento do registro,
à vista da respectiva prova.
Art. 1.438 Constitui-se o penhor rural mediante
instrumento público ou particular, registrado no
Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição
em que estiverem situadas as coisas
empenhadas.
Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro
a dívida, que garante com penhor rural, o
devedor poderá emitir, em favor do credor,
cédula rural pignoratícia, na forma determinada
em lei especial.
Art. 1.439 O penhor agrícola e o penhor pecuário
somente podem ser convencionados,
respectivamente, pelos prazos máximos de três
e quatro anos, prorrogáveis, uma só vez, até o
limite de igual tempo.
§ 1o Embora vencidos os prazos, permanece a
garantia, enquanto subsistirem os bens que a
constituem.
§ 2o A prorrogação deve ser averbada à margem
do registro respectivo, mediante requerimento do
credor e do devedor.
Art. 1.440 Se o prédio estiver hipotecado, o
penhor rural poderá constituir-se
independentemente da anuência do credor
hipotecário, mas não lhe prejudica o direito de
preferência, nem restringe a extensão da
hipoteca, ao ser executada.
Art. 1.441 Tem o credor direito a verificar o
estado das coisas empenhadas, inspecionando-
as onde se acharem, por si ou por pessoa que
credenciar.
Art. 1.442 Podem ser objeto de penhor:
I - máquinas e instrumentos de agricultura;
II - colheitas pendentes, ou em via de formação;
III - frutos acondicionados ou armazenados;
IV - lenha cortada e carvão vegetal;
V - animais do serviço ordinário de
estabelecimento agrícola.
Art. 1.443 O penhor agrícola que recai sobre
colheita pendente, ou em via de formação,
abrange a imediatamente seguinte, no caso de
frustrar-se ou ser insuficiente a que se deu em
garantia.
Parágrafo único. Se o credor não financiar a nova
safra, poderá o devedor constituir com outrem
novo penhor, em quantia máxima equivalente à
do primeiro; o segundo penhor terá preferência
sobre o primeiro, abrangendo este apenas o
excesso apurado na colheita seguinte.
Art. 1.444 Podem ser objeto de penhor os
animais que integram a atividade pastoril,
agrícola ou de lacticínios.
Art. 1.445 O devedor não poderá alienar os
animais empenhados sem prévio consentimento,
por escrito, do credor.
Parágrafo único. Quando o devedor pretende
alienar o gado empenhado ou, por negligência,
ameace prejudicar o credor, poderá este requerer
se depositem os animais sob a guarda de
terceiro, ou exigir que se lhe pague a dívida de
imediato.
Art. 1.446 Os animais da mesma espécie,
comprados para substituir os mortos, ficam sub-
rogados no penhor.
Parágrafo único. Presume-se a substituição
prevista neste artigo, mas não terá eficácia contra
terceiros, se não constar de menção adicional ao
respectivo contrato, a qual deverá ser averbada.
Art. 1.447 Podem ser objeto de penhor máquinas,
aparelhos, materiais, instrumentos, instalados e
em funcionamento, com os acessórios ou sem
eles; animais, utilizados na indústria; sal e bens
destinados à exploração das salinas; produtos de
suinocultura, animais destinados à
industrialização de carnes e derivados; matérias-
primas e produtos industrializados.
Parágrafo único. Regula-se pelas disposições
relativas aos armazéns gerais o penhor das
mercadorias neles depositadas.
Art. 1.448 Constitui-se o penhor industrial, ou o
mercantil, mediante instrumento público ou
particular, registrado no Cartório de Registro de
Imóveis da circunscrição onde estiverem
situadas as coisas empenhadas.
Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro
a dívida, que garante com penhor industrial ou
mercantil, o devedor poderá emitir, em favor do
credor, cédula do respectivo crédito, na forma e
para os fins que a lei especial determinar.
Art. 1.449 O devedor não pode, sem o
consentimento por escrito do credor, alterar as
coisas empenhadas ou mudar-lhes a situação,
nem delas dispor. O devedor que, anuindo o
credor, alienar as coisas empenhadas, deverá
repor outros bens da mesma natureza, que
ficarão sub-rogados no penhor.
Art. 1.450 Tem o credor direito a verificar o
estado das coisas empenhadas, inspecionando-
as onde se acharem, por si ou por pessoa que
credenciar.
HIPOTECA – CÓDIGO CIVIL (LEI 10.406/02):
Art. 1.473 Podem ser objeto de hipoteca:
I - os imóveis e os acessórios dos imóveis
conjuntamente com eles;
II - o domínio direto (diz respeito ao direito de
dispor do imóvel);
III - o domínio útil (diz respeito ao direito de utilizar
ou usufruir do imóvel);
IV - as estradas de ferro;
V - os recursos naturais (as jazidas, minas e
demais recursos minerais) independentemente
do solo onde se acham;
VI - os navios;
VII - as aeronaves.
VIII - o direito de uso especial para fins de
moradia;
IX - o direito real de uso;
X - a propriedade superficiária (o domínio da
construção ou da plantação separado do solo).
Art. 1.474 A hipoteca abrange todas as acessões,
melhoramentos ou construções do imóvel.
Subsistem os ônus reais constituídos e
registrados, anteriormente à hipoteca, sobre o
mesmo imóvel.
Art. 1.475 É nula a cláusula que proíbe ao
proprietário alienar imóvel hipotecado.
Art. 1.476 O dono do imóvel hipotecado pode
constituir outra hipoteca sobre ele, mediante
novo título, em favor do mesmo ou de outro
credor.
Art. 1.477 Salvo o caso de insolvência do
devedor, o credor da segunda hipoteca, embora
vencida, não poderá executar o imóvel antes de
vencida a primeira.
Parágrafo único. Não se considera insolvente o
devedor por faltar ao pagamento das obrigações
garantidas por hipotecas posteriores à primeira.
Art. 1.479 O adquirente do imóvel hipotecado,
desde que não se tenha obrigado pessoalmente
a pagar as dívidas aos credores hipotecários,
poderá exonerar-se da hipoteca, abandonando-
lhes o imóvel.
Art. 1.485 Mediante simples averbação,
requerida por ambas as partes, poderá prorrogar-
se a hipoteca, até 30 (trinta) anos da data do
contrato.Desde que perfaça esse prazo, só
poderá subsistir o contrato de hipoteca
reconstituindo-se por novo título e novo registro;
e, nesse caso, lhe será mantida a precedência,
que então lhe competir.
Art. 1.486 Podem o credor e o devedor, no ato
constitutivo da hipoteca, autorizar a emissão da
correspondente cédula hipotecária, na forma e
para os fins previstos em lei especial.
Art. 1.487 A hipoteca pode ser constituída para
garantia de dívida futura ou condicionada, desde
que determinado o valor máximo do crédito a ser
garantido.
§ 1o Nos casos deste artigo, a execução da
hipoteca dependerá de prévia e expressa
concordância do devedor quanto à verificação da
condição, ou ao montante da dívida.
§ 2o Havendo divergência entre o credor e o
devedor, caberá àquele fazer prova de seu
crédito. Reconhecido este, o devedor
responderá, inclusive, por perdas e danos, em
razão da superveniente desvalorização do
imóvel.
Art. 1.492 As hipotecas serão registradas no
cartório do lugar do imóvel, ou no de cada um
deles, se o título se referir a mais de um.
Parágrafo único. Compete aos interessados,
exibido o título, requerer o registro da hipoteca.
Art. 1.493 Os registros e averbações seguirão a
ordem em que forem requeridas, verificando-se
ela pela da sua numeração sucessiva no
protocolo.
Parágrafo único. O número de ordem determina
a prioridade, e esta a preferência entre as
hipotecas.
Art. 1.494 Não se registrarão no mesmo dia duas
hipotecas, ou uma hipoteca e outro direito real,
sobre o mesmo imóvel, em favor de pessoas
diversas, salvo se as escrituras, do mesmo dia,
indicarem a hora em que foram lavradas.
Art. 1.495 Quando se apresentar ao oficial do
registro título de hipoteca que mencione a
constituição de anterior, não registrada,
sobrestará ele na inscrição da nova, depois de a
prenotar, até trinta dias, aguardando que o
interessado inscreva a precedente; esgotado o
prazo, sem que se requeira a inscrição desta, a
hipoteca ulterior será registrada e obterá
preferência.
Art. 1.497 As hipotecas legais, de qualquer
natureza, deverão ser registradas e
especializadas.
Art. 1.498 Vale o registro da hipoteca, enquanto
a obrigação perdurar; mas a especialização, em
completando vinte anos, deve ser renovada.
Art. 1.499 A hipoteca extingue-se:
I - pela extinção da obrigação principal;
II - pelo perecimento da coisa;
III - pela resolução da propriedade;
IV - pela renúncia do credor;
V - pela remição;
VI - pela arrematação ou adjudicação.
Art. 1.500 Extingue-se ainda a hipoteca com a
averbação, no Registro de Imóveis, do
cancelamento do registro, à vista da respectiva
prova.
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BENS MÓVEIS -
DECRETO-LEI 911/69: Art 1º A alienação
fiduciária em garantia transfere ao credor o
domínio resolúvel e a posse indireta da coisa
móvel alienada, independentemente da tradição
efetiva do bem, tornando-se o alienante ou
devedor em possuidor direto e depositário com
todas as responsabilidades e encargos que lhe
incumbem de acordo com a lei civil e penal.
§ 1º A alienação fiduciária somente se prova por
escrito e seu instrumento, público ou particular,
qualquer que seja o seu valor, será
obrigatoriamente arquivado, por cópia ou
microfilme, no Registro de Títulos e Documentos
do domicílio do credor, sob pena de não valer
contra terceiros, e conterá, além de outros dados,
os seguintes:
a) o total da divida ou sua estimativa;
b) o local e a data do pagamento;
c) a taxa de juros, as comissões cuja cobrança
for permitida e, eventualmente, a cláusula penal
e a estipulação de correção monetária, com
indicação dos índices aplicáveis;
d) a descrição do bem objeto da alienação
fiduciária e os elementos indispensáveis à sua
identificação.
§ 2º Se, na data do instrumento de alienação
fiduciária, o devedor ainda não for proprietário da
coisa objeto do contrato, o domínio fiduciário
desta se transferirá ao credor no momento da
aquisição da propriedade pelo devedor,
independentemente de qualquer formalidade
posterior.
§ 3º Se a coisa alienada em garantia não se
identifica por números, marcas e sinais indicados
no instrumento de alienação fiduciária, cabe ao
proprietário fiduciário o ônus da prova, contra
terceiros, da identidade dos bens do seu domínio
que se encontram em poder do devedor.
§ No caso de inadimplemento da obrigação
garantida, o proprietário fiduciário pode vender a
coisa a terceiros e aplicar preço da venda no
pagamento do seu crédito e das despesas
decorrentes da cobrança, entregando ao devedor
o saldo porventura apurado, se houver.
§ 5º Se o preço da venda da coisa não bastar
para pagar o crédito do proprietário fiduciário e
despesas, na forma do parágrafo anterior, o
devedor continuará pessoalmente obrigado a
pagar o saldo devedor apurado.
§ 6º É nula a cláusula que autoriza o proprietário
fiduciário a ficar com a coisa alienada em
garantia, se a dívida não for paga no seu
vencimento.
§ 8º O devedor que alienar, ou der em garantia a
terceiros, coisa que já alienara fiduciàriamente
em garantia, ficará sujeito à pena prevista no art.
171, § 2º, inciso I, do Código Penal.
§ 10. A alienação fiduciária em garantia do
veículo automotor deverá, para fins probatórios,
constar do certificado de Registro, a que se refere
o artigo 52 do Código Nacional de Trânsito.
Art. 2º No caso de inadimplemento ou mora nas
obrigações contratuais garantidas mediante
alienação fiduciária, o proprietário fiduciário ou
credor poderá vender a coisa a terceiros,
independentemente de leilão, hasta pública,
avaliação prévia ou qualquer outra medida
judicial ou extrajudicial, salvo disposição
expressa em contrário prevista no contrato,
devendo aplicar o preço da venda no pagamento
de seu crédito e das despesas decorrentes e
entregar ao devedor o saldo apurado, se houver.
§ 1º O crédito a que se refere o presente artigo
abrange o principal, juros e comissões, além das
taxas, cláusula penal e correção monetária,
quando expressamente convencionados pelas
partes.
§ 2º A mora decorrerá do simples vencimento do
prazo para pagamento e poderá ser comprovada
por carta registrada expedida por intermédio de
Cartório de Títulos e Documentos ou pelo
protesto do título, a critério do credor.
§ 3º A mora e o inadimplemento de obrigações
contratuais garantidas por alienação fiduciária,
ou a ocorrência legal ou convencional de algum
dos casos de antecipação de vencimento da
dívida facultarão ao credor considerar, de pleno
direito, vencidas todas as obrigações contratuais,
independentemente de aviso ou notificação
judicial ou extrajudicial.
Art. 3º O Proprietário Fiduciário ou credor poderá
requerer contra o devedor ou terceiro a busca e
apreensão do bem alienado fiduciàriamente, a
qual será concedida liminarmente, desde que
comprovada a mora ou o inadimplemento do
devedor.
§ 1o Cinco dias após executada a liminar
mencionada no caput, consolidar-se-ão a
propriedade e a posse plena e exclusiva do bem
no patrimônio do credor fiduciário, cabendo às
repartições competentes, quando for o caso,
expedir novo certificado de registro de
propriedade em nome do credor, ou de terceiro
por ele indicado, livre do ônus da propriedade
fiduciária.
§ 2o No prazo do § 1o, o devedor fiduciante
poderá pagar a integralidade da dívida pendente,
segundo os valores apresentados pelo credor
fiduciário na inicial, hipótese na qual o bem lhe
será restituído livre do ônus.
§ 3o O devedor fiduciante apresentará resposta
no prazo de quinze dias da execução da liminar.
§ 4o A resposta poderá ser apresentada ainda
que o devedor tenha se utilizado da faculdade do
§ 2o, caso entenda ter havido pagamento a maior
e desejar restituição.
§ 5o Da sentença cabe apelação apenas no
efeito devolutivo.
§ 6o Na sentençao conselho do Deutsche Bundesbank, que é o
banco central alemão. Em junho de 1998, o
Banco da Inglaterra também instituiu o seu
Monetary Policy Committee (MPC), assim como
o Banco Central Europeu, desde a criação da
moeda única, em janeiro de 1999. Atualmente,
uma vasta gama de autoridades monetárias em
todo o mundo adota prática semelhante.
Desde 1996, o Regulamento do Copom sofreu
uma série de alterações no que se refere ao seu
objetivo, à periodicidade das reuniões, à
composição, e às atribuições e competências de
seus integrantes. Essas alterações visaram não
apenas aperfeiçoar o processo decisório no
âmbito do Comitê, como também refletiram as
mudanças de regime monetário.
A partir da adoção, pelo Decreto n° 3.088, em 21
de junho de 1999, da sistemática de "metas para
a inflação" como diretriz de política monetária, as
decisões do Copom passaram a ter como
objetivo cumprir as metas para a inflação
definidas pelo Conselho Monetário Nacional.
Segundo o mesmo decreto, se as metas não
forem atingidas, cabe ao presidente do Banco
Central divulgar, em Carta Aberta ao Ministro da
Fazenda, os motivos do descumprimento, bem
como as providências a serem adotadas e o
prazo para o retorno da taxa de inflação aos
limites estabelecidos.
Formalmente, os objetivos do Copom são
"implementar a política monetária, definir a meta
da taxa Selic e seu eventual viés, e analisar o
Relatório de Inflação." A taxa de juros fixada na
reunião do Copom é a meta para a taxa Selic
(taxa média de juros dos financiamentos diários,
com lastro em títulos federais, apurados no
Sistema Especial de Liquidação e Custódia), a
qual vigora por todo o período entre reuniões
ordinárias do Comitê. Se for o caso, o Copom
também pode definir o viés, isto é, a tendência
(de elevação ou de queda) da taxa de juros. O
presidente do Banco Central pode, a qualquer
momento (entre as reuniões ordinárias), alterar a
meta para a taxa Selic, na direção do viés.
As reuniões ordinárias do Copom dividem-se em
duas sessões: a primeira sessão ocorre às
terças-feiras e a segunda, às quartas-feiras.
Essas reuniões eram mensais desde 2000. A
partir de 2006 foram reduzidas para oito ao ano,
sendo o calendário anual divulgado até o fim de
outubro do ano anterior.
Além dos membros da Diretoria Colegiada do
Banco Central (o Presidente e os demais os
diretores ) participam do primeiro dia da reunião
chefes de departamentos do BC, o titular da
Gerência-Executiva de Relacionamento com
Investidores (Gerin), três consultores e o
secretário-executivo da Diretoria, o assessor de
imprensa, o assessor especial e, eventualmente,
outros chefes de departamento, quando
convocados para discorrer sobre assuntos de
suas áreas.
No primeiro dia das reuniões, os chefes de
departamento e o gerente-executivo apresentam
uma análise da conjuntura doméstica
abrangendo inflação, nível de atividade, evolução
dos agregados monetários (M1, M2, M3 e M4),
finanças públicas, balanço de pagamentos,
economia internacional, mercado de câmbio,
reservas internacionais, mercado monetário,
operações de mercado aberto, avaliação
prospectiva das tendências da inflação e
expectativas gerais para variáveis
macroeconômicas tais como taxa de câmbio,
inflação, taxa de juros e dívida pública.
No segundo dia da reunião, do qual participam
apenas os membros do Comitê e, sem direito a
voto, o chefe do Departamento de Estudos e
Pesquisas (Depep, vinculado ao Diretor de
Política Econômica), os diretores de Política
Monetária e de Política Econômica, após análise
das projeções atualizadas para a inflação,
apresentam alternativas para a taxa de juros de
curto prazo e fazem recomendações acerca da
política monetária. Em seguida, os demais
membros do Copom fazem suas ponderações e
apresentam eventuais propostas alternativas. Ao
final, procede-se à votação das propostas,
buscando-se, sempre que possível, o consenso.
A decisão final sobre a meta para a taxa Selic e
o viés, se houver, é imediatamente divulgada à
imprensa ao mesmo tempo em que é expedido
comunicado através do Sistema de Informações
do Banco Central (Sisbacen).
As atas em português das reuniões do Copom
são divulgadas às 8h30' da quinta-feira da
semana posterior a cada reunião, dentro do
prazo regulamentar de seis dias úteis, sendo
publicadas no site do Banco Central na Internet
("Notas da Reunião do Copom") e para a
imprensa. A versão em inglês é divulgada com
uma pequena defasagem de cerca de 24 horas.
Ao final de cada trimestre civil (março, junho,
setembro e dezembro), o Copom publica, em
português e em inglês, o documento Relatório de
Inflação, que analisa detalhadamente a
conjuntura econômica e financeira do País, bem
como apresenta suas projeções para a taxa de
inflação.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Comit%C3%AA_de_Pol%C3%ADtic
a_Monet%C3%A1ria
BANCO CENTRAL DO BRASIL – BCB
O Banco Central do Brasil (BC, BACEN ou BCB)
é autarquia federal integrante do Sistema
Financeiro Nacional, sendo vinculado ao
Ministério da Fazenda do Brasil.
Criado em 31 de dezembro de 1964 pela da Lei
nº 4.595. Assim como os outros bancos centrais
do mundo, o brasileiro é uma das principais
autoridades monetárias do país, sendo a
principal o Conselho Monetário Nacional (CMN).
O BCB recebeu esta competência de três
instituições diferentes: a Superintendência da
Moeda e do Crédito (SUMOC), o Banco do Brasil
(BB) e o Tesouro Nacional.
História
Antes da criação do Banco Central, o papel de
autoridade monetária era desempenhado pela
Superintendência da Moeda e do Crédito
(SUMOC), pelo Banco do Brasil e pelo Tesouro
Nacional.
A SUMOC, criada em 1945, com a finalidade de
exercer o controle monetário e preparar a
organização de um banco central, tinha a
responsabilidade de fixar os percentuais de
reservas obrigatórias dos bancos comerciais, as
taxas do redesconto e da assistência financeira
de liquidez, bem como os juros sobre depósitos
bancários. Além disso, supervisionava a atuação
dos bancos comerciais, orientava a política
cambial e representava o país junto a organismos
internacionais.
O Banco do Brasil desempenhava as funções de
banco do governo, mediante o controle das
operações de comércio exterior, o recebimento
dos depósitos compulsórios e voluntários dos
bancos comerciais e a execução de operações
de câmbio em nome de empresas públicas e do
Tesouro Nacional, de acordo com as normas
estabelecidas pela SUMOC e pelo Banco de
Crédito Agrícola, Comercial e Industrial.
O Tesouro Nacional era o órgão emissor de
papel-moeda.
Após a criação do Banco Central buscou-se dotar
a instituição de mecanismos voltados para o
desempenho do papel de "banco dos bancos".
Em 1985, foi promovido o reordenamento
financeiro governamental com a separação das
contas e das funções do Banco Central, Banco
do Brasil e Tesouro Nacional. Em 1986, foi
extinta a conta movimento e o fornecimento de
recursos do Banco Central ao Banco do Brasil
passou a ser claramente identificado nos
orçamentos das duas instituições, eliminando-se
os suprimentos automáticos que prejudicavam a
atuação do Banco Central.
O processo de reordenamento financeiro
governamental se estendeu até 1988, quando as
funções de autoridade monetária foram
transferidas progressivamente do Banco do
Brasil para o Banco Central, enquanto as
atividades atípicas exercidas por esse último,
como as relacionadas ao desenvolvimento e à
administração da dívida pública federal, foram
transferidas para o Tesouro Nacional.
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu
dispositivos importantes para a atuação do
Banco Central, dentre os quais destacam-se o
exercício exclusivo da competência da União
para emitir moeda e a exigência de aprovação
prévia pelo Senado Federal, em votação secreta,
após arguiçãoque decretar a improcedência
da ação de busca e apreensão, o juiz condenará
o credor fiduciário ao pagamento de multa, em
favor do devedor fiduciante, equivalente a
cinqüenta por cento do valor originalmente
financiado, devidamente atualizado, caso o bem
já tenha sido alienado.
§ 7o A multa mencionada no § 6o não exclui a
responsabilidade do credor fiduciário por perdas
e danos.
§ 8o A busca e apreensão prevista no presente
artigo constitui processo autônomo e
independente de qualquer procedimento
posterior.
Art. 4º Se o bem alienado fiduciariamente não for
encontrado ou não se achar na posse do
devedor, o credor poderá requerer a conversão
do pedido de busca e apreensão, nos mesmos
autos, em ação de depósito, na forma prevista no
Capítulo II, do Título I, do Livro IV, do Código de
Processo Civil.
Art. 5º Se o credor preferir recorrer à ação
executiva ou, se for o caso ao executivo fiscal,
serão penhorados, a critério do autor da ação,
bens do devedor quantos bastem para assegurar
a execução.
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BENS IMÓVEIS -
LEI 9.514/97: Art. 23º Constitui-se a propriedade
fiduciária de coisa imóvel mediante registro, no
competente Registro de Imóveis, do contrato que
lhe serve de título.
Parágrafo único. Com a constituição da
propriedade fiduciária, dá-se o desdobramento
da posse, tornando-se o fiduciante possuidor
direto e o fiduciário possuidor indireto da coisa
imóvel.
Art. 24º O contrato que serve de título ao negócio
fiduciário conterá:
I - o valor do principal da dívida;
II - o prazo e as condições de reposição do
empréstimo ou do crédito do fiduciário;
III - a taxa de juros e os encargos incidentes;
IV - a cláusula de constituição da propriedade
fiduciária, com a descrição do imóvel objeto da
alienação fiduciária e a indicação do título e modo
de aquisição;
V - a cláusula assegurando ao fiduciante,
enquanto adimplente, a livre utilização, por sua
conta e risco, do imóvel objeto da alienação
fiduciária;
VI - a indicação, para efeito de venda em público
leilão, do valor do imóvel e dos critérios para a
respectiva revisão;
Art. 25º Com o pagamento da dívida e seus
encargos resolve-se, nos termos deste artigo, a
propriedade fiduciária do imóvel.
Art. 26º Vencida e não paga, no todo ou em parte,
a dívida e constituído em mora o fiduciante,
consolidar-se-á, nos termos deste artigo, a
propriedade do imóvel em nome do fiduciário.
Art. 27º Uma vez consolidada a propriedade em
seu nome, o fiduciário, no prazo de trinta dias,
contados da data do registro de que trata o § 7º
do artigo anterior, promoverá público leilão para
a alienação do imóvel.
§ 1º Se, no primeiro público leilão, o maior lance
oferecido for inferior ao valor do imóvel,
estipulado na forma do inciso VI do art. 24, será
realizado o segundo leilão, nos quinze dias
seguintes.
§ 2º No segundo leilão será aceito o maior lance
oferecido desde que igual ou superior ao valor da
dívida, das despesas, dos prêmios de seguro,
dos encargos legais, inclusive tributos, e das
contribuições condominiais.
Art. 31º O fiador ou terceiro interessado que
pagar a dívida ficará sub-rogado, de pleno direito,
no crédito e na propriedade fiduciária.
http://blogcasadoestudante.blogspot.com.br/p/garantias-do-
sistema-financeiro.html
FUNDO GARANTIDOR DE CREDITO (FGC)
O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é uma
entidade privada, sem fins lucrativos, que
administra um mecanismo de proteção aos
correntistas, poupadores e investidores, que
permite recuperar os depósitos ou créditos
mantidos em instituição financeira, até
determinado valor, em caso de intervenção, de
liquidação ou de falência.
Quais instituições financeiras são associadas
ao FGC?
São instituições associadas ao FGC a Caixa
Econômica Federal, os bancos múltiplos, os
bancos comerciais, os bancos de investimento,
os bancos de desenvolvimento, as sociedades de
crédito, financiamento e investimento, as
sociedades de crédito imobiliário, as companhias
hipotecárias e as associações de poupança e
empréstimo, em funcionamento no País, que:
recebam depósitos à vista, em contas de
poupança ou depósitos a prazo;
realizem aceite em letras de câmbio;
captem recursos mediante a emissão e a
colocação de letras imobiliárias, de letras
hipotecárias, de letras de crédito imobiliário ou de
letras de crédito do agronegócio; e
captem recursos por meio de operações
compromissadas tendo como objeto títulos
emitidos, após 08.03.2012, por empresa ligada.
As instituições associadas contribuem
mensalmente para a manutenção do FGC, com
uma porcentagem sobre os saldos das contas
correspondentes às obrigações objeto de
garantia.
Quais dos meus créditos são garantidos pelo
FGC?
São garantidos:
depósitos à vista ou sacáveis mediante aviso
prévio;
depósitos de poupança;
depósitos a prazo, com ou sem emissão de
certificado (CDB/RDB);
depósitos mantidos em contas não
movimentáveis por cheques, destinadas ao
registro e controle do fluxo de recursos referentes
à prestação de serviços de pagamento de
salários, vencimentos, aposentadorias, pensões
e similares;
letras de câmbio;
letras imobiliárias;
letras hipotecárias;
letras de crédito imobiliário;
letras de crédito do agronegócio;
operações compromissadas que têm como
objeto títulos emitidos após 08.03.2012 por
empresa ligada.
Qual o valor máximo garantido pelo FGC?
O total de créditos de cada pessoa contra a
mesma instituição associada, ou contra todas as
instituições associadas do mesmo conglomerado
financeiro, será garantido até o valor de R$
250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais).
Quando os titulares do crédito são cônjuges,
qual o valor a que cada um tem direito?
Nas contas conjuntas, o valor da garantia é
limitado a R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta
mil reais), ou ao saldo da conta, quando inferior
a esse limite, dividido pelo número de titulares,
sendo o crédito do valor garantido feito de forma
individual.
Por que o dinheiro que eu aplico em fundo de
investimento financeiro não tem garantia do
FGC?
Porque o patrimônio dos bancos não se confunde
com o patrimônio dos fundos de investimento
financeiro que eles administram. Quando um
banco enfrenta problemas, os cotistas do fundo
podem fazer assembleias e mudar a
administração do fundo para outra instituição.
Todo tipo de fundo de investimento é
acompanhado e fiscalizado pela Comissão de
Valores Mobiliários.
http://www.bcb.gov.br/?FAQFGC
CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO
Os primeiros países a criminalizarem a lavagem
de dinheiro foram a Itália e os Estados Unidos.
Sendo que foi nos Estados Unidos que a prática
da lavagem foi aprimorada e passou a ganhar
grandes dimensões.
De acordo com Raúl Cervini, a primeira
tipificação legal do crime de lavagem de dinheiro
aparece na Itália, a partir de 1978, nos “anos de
chumbo”. Na época, as Brigadas Vermelhas
(Brigate Rosse), o maior e mais importante grupo
armado italiano com ideologia ligada ao
marxismo-leninismo, praticaram uma série de
ações para desarticular o poder político estatal.
Em 16 de março de 1978, após uma onda de
sequestros realizados por grupos mafiosos com
finalidade econômica, as Brigadas Vermelhas
sequestraram o democrata cristão Aldo Moro,
político influente na época - considerado o
próximo presidente da Itália. Este fato tomou
repercussão internacional. Em maio do mesmo
ano, Moro foi assassinado e, em resposta à
comoção social gerada no país em razão deste e
outros sequestros, o governo italiano, que havia
editado o Decreto-lei nº 59 em 21 de março de
1978, introduzindo o art. 648 bis no Código Penal
Italiano, converteu o referido decreto na Lei nº
191 de 18 de maio de 1978, incriminando a
substituição de dinheiro ou de valores
provenientes deroubo qualificado, extorsão
qualificada ou extorsão mediante sequestro por
outros valores ou dinheiro.
Como bem aponta Fábian Caparrós:
“O art. 648-bis de 1978 não só foi o ponto de
partida para a política criminal a qual respondem
a maioria das reformas penais que, em matéria
de lavagem de dinheiro, se tem produzido em
diferentes sistemas jurídicos nacionais, como foi
também o antecedente jurídico sobre o qual,
consciente ou inconscientemente, têm sido
construídas muitas das normas repressivas da lei
de lavagem de dinheiro em direito comparado.”
Nos Estados Unidos, os motivos que levaram à
criminalização da lavagem remontam ao início do
século XX, quando as primeiras formas de
organizações criminosas começaram a
despontar no mundo, especialmente as máfias.
Isso se deu principalmente durante o período de
proibição em que vigorava no país a chamada
“Lei Seca”. Tal lei, ao passo que proibia a
fabricação e comercialização de bebidas
alcoólicas, gerava um mercado ilegal de
fornecimento destas que movimentava milhões
de dólares através da exploração de diversas
organizações criminosas.
http://www.bcb.gov.br/?FAQFGC
Nesta época, mais especificamente no final da
década de 1920, o famoso Al Capone assumiu o
controle do crime organizado na cidade de
Chicago e acumulou considerável fortuna com a
comercialização de bebidas ilegais. Contudo,
exatamente por não isolar os lucros do crime, em
1931, Alphonse Capone foi preso por sonegação
de tributos após grande mobilização das
autoridades americanas.
Entretanto, as organizações criminosas já se
haviam enraizado no país e tomado um caráter
multiétnico, seguindo uma tendência
generalizada das empresas americanas durante
a Grande Depressão. O “Sindicato Nacional do
Crime” (U.S. National Crime Sindicate – NCS) -
criado por Al Capone - grande e poderoso,
protegia seus líderes contra a competição de
conseguir fundos, a fim de obter a proteção
política e “tributar” os chefes regionais do crime,
de acordo com suas possibilidades de
pagamento.
Em 1933, com a revogação da Proibição, o crime
organizado se concentrou na exploração do jogo
e do tráfico de substâncias entorpecentes a fim
de buscar novas alternativas de negócio. Com o
franco crescimento da exploração dos jogos e do
tráfico de drogas, o uso de lavanderias ou
lavagem de automóveis – negócios baseados no
uso de dinheiro vivo (cash) - já não era suficiente
para circular o dinheiro ilícito ganho.
Então, Meyer Lansky, em parceria com Salvatore
Lucky Luciano - outros famosos mafiosos
americanos - descobriu que a melhor maneira de
ocultar ativos ilegais seria colocar o dinheiro fora
do alcance das autoridades do país, buscando
uma jurisdição que não cooperasse com os
Estados Unidos para o confisco e restituição, e a
Suíça foi um dos primeiros destinos escolhidos, o
que deu origem à invenção dos offshore.
Como visto, a Itália e os Estados Unidos foram os
primeiros países a criminalizar a prática da
lavagem de dinheiro, sendo configurada
internacionalmente apenas no final dos anos
1980, pela ONU, através da Convenção de Viena
de 1988 e, mais tarde, em 1989, pelo Grupo de
Ação Financeira – GAFI (ou Financial Action
Task Force – FATF), como coordenador que é da
política internacional nessa área específica,
relacionando a atividade com a
macrodelinquência econômica.
Victor Manuel Nando Lefort indica cinco fatores
como justificativas para o aparecimento e o
incremento da lavagem de dinheiro: o
narcotráfico, o surgimento dos bancos
internacionais, o crime organizado, a
globalização do mercado financeiro internacional
e o desenvolvimento tecnológico que possibilitou
a ampliação dos meios de comunicação. Sendo
que, Edson Pinto ainda acrescenta um sexto
elemento: os paraísos fiscais.
CONCEITO
A partir da análise da origem e evolução história
do delito de lavagem de dinheiro, retira-se o
conceito do mesmo.
Saliente-se que não há na doutrina um conceito
unívoco do crime de lavagem, contudo não
existem acepções distintas, as mesmas
convergem no sentido de que a lavagem é um
procedimento de caracterização lícita ao capital
de origem ilícita.
Tradicionalmente, define-se a lavagem de
dinheiro como um conjunto de operações por
meio das quais os bens, direitos e valores obtidos
com a prática de crimes são integrados ao
sistema econômico financeiro, com a aparência
de terem sido obtidos de maneira lícita. É uma
forma de mascaramento da obtenção ilícita de
capitais.
Segundo o GAFI, lavagem de dinheiro é o
processo que tem por objetivo disfarçar a origem
criminosa dos proveitos do crime. Como bem
aponta Carla Veríssimo de Carli, a importância da
lavagem é capital, porque permite ao delinquente
usufruir desses lucros sem pôr em perigo a sua
fonte (o delito antecedente), além de protegê-lo
contra o bloqueio e o confisco.
Ademais, é certo que o dinheiro em espécie é
difícil de ser guardado e manuseado, pois
apresenta grande risco de furto e roubo, além de
chamar a atenção em negócios de alto valor, de
forma que o criminoso, por tais motivos, tenta
desvincular o proveito obtido com o crime de sua
origem criminosa e dar-lhe aparência de ganho
lícito, ou seja, “lavando” o dinheiro.
Conforme prelecionam Marcia Monassi
Mougenot Bonfim e Edilson Mougenot Bonfim:
“Independentemente da definição adotada, a
doutrina aponta as seguintes características
comuns no processo de lavagem de dinheiro:
1) a lavagem é um processo em que somente a
partida é perfeitamente identificável, não o ponto
final;
2) a finalidade desse processo não é somente
ocultar ou dissimular a origem delitiva dos bens,
direitos e valores, mas igualmente conseguir que
eles, já lavados, possam ser utilizados na
economia legal.”
Importante destacar, finalmente, as
características da lavagem de dinheiro na
atualidade, apontadas por Blanco Cordero, quais
sejam:
1) A complexidade, como decorrência dos altos
lucros da criminalidade organizada e da
implantação de medidas de controle, os quais
levam à superação das formas mais
rudimentares de lavagem por outras mais
sofisticadas;
2) A profissionalização da atividade de lavagem,
seja pela separação entre as atividades
criminosas em sentido estrito e aquelas de
lavagem dentro da organização criminosa, seja
pela oferta de profissionais especializados em
lavagem de dinheiro, que prestam serviço a mais
de uma organização;
3) O caráter internacional, de modo a aproveitar-
se das notórias dificuldades da cooperação
judiciária internacional e dirigir a lavagem a
países com sistemas menos rígidos de controle.
Fases da lavagem de dinheiro
O dinheiro obtido de maneira ilícita - “dinheiro
sujo” - passa por um processo composto por
diversas fases tencionadas a disfarçar sua
origem ilícita sem comprometer os envolvidos, de
forma que seja considerado “limpo”.
Dos vários modelos de fases existentes, o de
aceitação mais ampla e adotado pela maioria da
doutrina especializada é o elaborado pelo GAFI,
composto por três fases: colocação, ocultação e
integração.
Colocação ou Placement
Esta fase consiste na introdução do dinheiro
ilícito no sistema financeiro, dificultando a
identificação da procedência dos valores. É a
fase mais arriscada para o “lavador” em razão da
sua proximidade com a origem ilícita. Walter
Fanganiello Maiorovitch diz que é o momento “de
apagar a mancha caracterizadora da origem
ilícita”.
Normalmente esses valores são introduzidos no
sistema financeiro em pequenas quantias, que,
individualmente, acabam não gerando maiores
suspeitas. A essa técnica é dado o nome
de smurfing. Daí por que existe uma
preocupação muito grande com os registros das
instituições financeiras. O Federal Reserve –
FED, Banco Central americano, se preocupa, há
algum tempo, em identificar o cliente de formatal
que ele não perceba que está sendo investigado.
Outra técnica de lavagem utilizada nesta fase é a
utilização de estabelecimentos comerciais que
trabalham com dinheiro em espécie, a princípio
insuspeitos, como cinemas, restaurantes, hotéis,
casas de bingo, entre outros.
Ainda podem ser referidas as práticas de
“cabodólar” e a utilização de “laranjas” ou testas-
de-ferro” nesta fase da lavagem de dinheiro. O
“cabodólar” consiste em uma rede de
transferência de valores à margem do sistema
financeiro oficial, isto é, doleiros e casas de
câmbio, que atuam como intermediários,
realizam a transferência de valores de um país
para outro sem tributação, declaração ou
autorização legal, o que, como destaca o juiz
federal José Paulo Baltazar Júnior, presta-se
também para a evasão de divisas e para a
sonegação fiscal. Já os “laranjas” são pessoas,
reais ou fictas, cujos nomes são utilizados, com
seu conhecimento ou não, para titularizarem
dinheiro ou bens do lavador.
Nota-se, assim, que a lavagem de dinheiro tanto
pode se dar mediante a utilização do sistema
financeiro, quanto mediante a utilização de outros
meios, como mercado imobiliário,
estabelecimentos comerciais, jogos legais e
ilegais e etc. Daí, destaca-se a classificação
doutrinária de lavagem financeira e lavagem não
financeira.
No Brasil, o “vídeobingo” era a técnica predileta
do narcotráfico. Em depoimento mencionado por
Juarez Cirino dos Santos, Lillo Lauricela, preso
pela Divisão Antimáfia da Itália, afirmou que a
abertura de bingos eletrônicos no Brasil,
despertou o interesse de empresários europeus
e da máfia italiana para a venda de máquinas e
para a lavagem do dinheiro advindo da
comercialização da cocaína.
Rogério Pacheco Jordão, ao comentar a gama de
opções de que o “lavador” pode se utilizar para a
colocação do capital ilícito, destaca:
“Dificilmente alguém poderá andar em linha reta
por mais de dois quilômetros dentro de
importantes cidades brasileiras como São Paulo
ou Rio de Janeiro sem se deparar, no caminho,
com estabelecimentos que estejam, direta ou
indiretamente, na rede de lavagem. São hotéis,
bares, restaurantes, bingos, casas de câmbio,
videolocadoras. Mas também imobiliárias,
construtoras, bancos.”
Fausto Martin de Sanctis conclui que é nessa
oportunidade, no momento da colocação, que se
exige maior intervenção do Estado, porque o
limite temporal entre a prática do crime original e
o início da lavagem é muito estreito.
Ocultação, Dissimulação, Transformação
ou Layering
Nessa fase ocorre a camuflagem das evidências,
com a utilização de uma série de negócios ou
movimentações financeiras, a fim de que seja
dificultado o rastreamento contábil dos lucros
ilícitos. É a fase da lavagem propriamente dita,
pois se dissimula a origem dos valores para que
sua procedência não seja identificada.
Cria-se um emaranhado de complexas
transações financeiras, em sua maioria
internacionais, sendo que é nesta fase que os
países e as jurisdições que não cooperam com
as investigações referentes à lavagem de
dinheiro têm papel fundamental. É a fase mais
complexa do processo e a que envolve maiores
riscos de vulnerabilidade aos sistemas
financeiros nacionais.
As transações realizadas anteriormente são
multiplicadas, muitas vezes com várias
transferências por cabo (wiretransfer) através de
muitas empresas e contas, de modo a que se
perca a trilha do dinheiro (paper trail). Há o saque
do dinheiro em espécie e o depósito do mesmo
em uma nova instituição ou mesmo destruição
dos registros de uma determinada operação em
conluio com a instituição financeira. Aliás, Fausto
Martin de Sanctis destaca que a realidade de
hoje é ainda mais complexa tendo em vista que
a criminalidade já está adquirindo bancos
internacionais, porque todos os registros dessas
instituições são manipulados, viabilizando ainda
mais o que já era facilitado pelos paraísos fiscais.
Segundo Marcia Monassi Mougenot Bonfim e
Edilson Mougenot Bonfim, um dos métodos de
ocultação mais avançados é a venda fictícia de
ações na bolsa de valores (o vendedor e o
comprador, previamente ajustados, fixam um
preço artificial para as ações de compra). É
comum nesta fase também a transformação das
quantias em bens imóveis ou móveis; quanto a
estes, costuma-se adquirir bens que possam ser
postos em circulação rápida em diferentes países
como ouro, joias e pedras preciosas
(commodities).
Integração ou Integration
É a fase final do processo, muitas vezes
interligada ou até mesmo sobreposta à etapa
anterior. Nessa fase, já com a aparência lícita, o
capital é formalmente incorporado ao sistema
econômico, geralmente por meio de
investimentos no mercado mobiliário e
imobiliário, e é assimilado com todos os outros
ativos existentes no sistema. A integração do
“dinheiro limpo” através das outras etapas faz
com que este dinheiro pareça ter sido ganho de
maneira lícita.
Entre as práticas realizadas nesta fase, estão o
empréstimo de regresso, a falsa especulação
imobiliária, a falsa especulação com obras de
arte ou pedras preciosas e a especulação
financeira cruzada, por exemplo.
O empréstimo de regresso nada mais é que a
simulação de empréstimos com dinheiro já
pertencente ao lavador de empresas, localizadas
no território nacional, para empresas de fachada,
localizadas em paraísos fiscais, com os mesmos
proprietários daquelas. A falsa especulação,
tanto de imóveis quanto de obras de arte ou
pedras preciosas, se dá através da simulação de
valores superiores aos reais. E, por fim, a
especulação financeira cruzada é a simulação de
lucros e prejuízos em operações casadas e de
sinal contrário em bolsas de valores ou mercado
de futuros, com os mesmos titulares ou com a
utilização de laranjas. Esses compram e vendem
os mesmos títulos, no mesmo dia, gerando
prejuízos para um, que pode diminuir o imposto
de renda devido, e lucros falsos para outro,
possibilitando a lavagem de dinheiro.
Alguns autores, como Carlos Márcio Rissi
Macedo, inclusive, destacam que não se pode
dizer que tecnicamente há “lavagem de dinheiro”
nesta fase, já que o dinheiro já possui uma
máscara de licitude.
Contudo, cabe esclarecer que a lavagem de
dinheiro nem sempre ocorre de acordo com as
fases supracitadas, bem como, não é necessária
a ocorrência dessas três fases para que o delito
esteja consumado, bastando a fase da
colocação, conforme posicionamento firmado
pelo Supremo Tribunal Federal. Entretanto, o
estudo das fases da lavagem de dinheiro é
importante, pois ajuda a compreender como a
mesma procede.
Além disso, salienta-se que todos os dias surgem
novas técnicas de lavagem de dinheiro,
diferenciando-se das já expostas, a par de que
são muito mais complexas, tornando-se
inabarcável a listagem de todas as formas de
referida prática delitiva. Aliás, nesse sentido,
como lembrou o Ministro do Superior Tribunal de
Justiça, Gilson Dipp, as técnicas de lavagem de
dinheiro mais eficazes são aquelas ainda não
conhecidas.
No presente trabalho, mostrou-se o crime de
lavagem de dinheiro, delito multifacetado, por
meio do qual é dada aparência lícita a bens,
direitos e valores obtidos ilicitamente, através de
um processo com diversas fases complexas, que
nem sempre ocorrem necessariamente.
Desde que surgiu, a lavagem de dinheiro vem
crescendo e tomando dimensões cada vez
maiores, especialmente em razão de novas
técnicas criminosas criadas para burlar o controle
e a punição deste crime.
Dessa forma, restou demonstrada a necessidade
tanto da cooperação internacional entre as
nações quanto do combate efetivo de cada país
no âmbito do seu território para a contenção da
lavagem de dinheiro.
http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista
_artigos_leitura&artigo_id=8425
PREVENÇÃO E COMBATEAO CRIME DE
LAVAGEM DE DINHEIRO
Dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou
ocultação de bens, direitos e valores; a
prevenção da utilização do sistema financeiro
para os ilícitos previstos nesta Lei; cria o
Conselho de Controle de Atividades Financeiras
- COAF, e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber
que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono
a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
Dos Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens,
Direitos e Valores
Art. 1o Ocultar ou dissimular a natureza, origem,
localização, disposição, movimentação ou
propriedade de bens, direitos ou valores
provenientes, direta ou indiretamente, de
infração penal. (Redação dada pela Lei nº
12.683, de 2012)
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683,
de 2012)
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº
12.683, de 2012)
III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº
12.683, de 2012)
IV - (revogado); (Redação dada pela Lei nº
12.683, de 2012)
V - (revogado); (Redação dada pela Lei nº
12.683, de 2012)
VI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº
12.683, de 2012)
VII - (revogado); (Redação dada pela Lei nº
12.683, de 2012)
VIII - (revogado). (Redação dada pela Lei nº
12.683, de 2012)
Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e
multa. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de
2012)
§ 1o Incorre na mesma pena quem, para ocultar
ou dissimular a utilização de bens, direitos ou
valores provenientes de infração penal:
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
I - os converte em ativos lícitos;
II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou
recebe em garantia, guarda, tem em depósito,
movimenta ou transfere;
III - importa ou exporta bens com valores não
correspondentes aos verdadeiros.
§ 2o Incorre, ainda, na mesma pena quem:
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
I - utiliza, na atividade econômica ou financeira,
bens, direitos ou valores provenientes de infração
penal; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de
2012)
II - participa de grupo, associação ou escritório
tendo conhecimento de que sua atividade
principal ou secundária é dirigida à prática de
crimes previstos nesta Lei.
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo
único do art. 14 do Código Penal.
§ 4o A pena será aumentada de um a dois
terços, se os crimes definidos nesta Lei forem
cometidos de forma reiterada ou por intermédio
de organização criminosa. (Redação dada pela
Lei nº 12.683, de 2012)
§ 5o A pena poderá ser reduzida de um a dois
terços e ser cumprida em regime aberto ou
semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de
aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por
pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou
partícipe colaborar espontaneamente com as
autoridades, prestando esclarecimentos que
conduzam à apuração das infrações penais, à
identificação dos autores, coautores e partícipes,
ou à localização dos bens, direitos ou valores
objeto do crime. (Redação dada pela Lei nº
12.683, de 2012)
CAPÍTULO II
Disposições Processuais Especiais
Art. 2º O processo e julgamento dos crimes
previstos nesta Lei:
I – obedecem às disposições relativas ao
procedimento comum dos crimes punidos com
reclusão, da competência do juiz singular;
II - independem do processo e julgamento das
infrações penais antecedentes, ainda que
praticados em outro país, cabendo ao juiz
competente para os crimes previstos nesta Lei a
decisão sobre a unidade de processo e
julgamento; (Redação dada pela Lei nº 12.683,
de 2012)
III - são da competência da Justiça Federal:
a) quando praticados contra o sistema financeiro
e a ordem econômico-financeira, ou em
detrimento de bens, serviços ou interesses da
União, ou de suas entidades autárquicas ou
empresas públicas;
b) quando a infração penal antecedente for de
competência da Justiça Federal. (Redação dada
pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 1o A denúncia será instruída com indícios
suficientes da existência da infração penal
antecedente, sendo puníveis os fatos previstos
nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de
pena o autor, ou extinta a punibilidade da infração
penal antecedente. (Redação dada pela Lei nº
12.683, de 2012)
§ 2o No processo por crime previsto nesta Lei,
não se aplica o disposto no art. 366 do Decreto-
Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de
Processo Penal), devendo o acusado que não
comparecer nem constituir advogado ser citado
por edital, prosseguindo o feito até o julgamento,
com a nomeação de defensor dativo. (Redação
dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 3º (Revogado pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 4o O juiz, de ofício, a requerimento do
Ministério Público ou mediante representação do
delegado de polícia, ouvido o Ministério Público
em 24 (vinte e quatro) horas, havendo indícios
suficientes de infração penal, poderá decretar
medidas assecuratórias de bens, direitos ou
valores do investigado ou acusado, ou existentes
em nome de interpostas pessoas, que sejam
instrumento, produto ou proveito dos crimes
previstos nesta Lei ou das infrações penais
antecedentes. (Redação dada pela Lei nº 12.683,
de 2012)
§ 1o Proceder-se-á à alienação antecipada para
preservação do valor dos bens sempre que
estiverem sujeitos a qualquer grau de
deterioração ou depreciação, ou quando houver
dificuldade para sua manutenção. (Redação
dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 2o O juiz determinará a liberação total ou
parcial dos bens, direitos e valores quando
comprovada a licitude de sua origem, mantendo-
se a constrição dos bens, direitos e valores
necessários e suficientes à reparação dos danos
e ao pagamento de prestações pecuniárias,
multas e custas decorrentes da infração penal.
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 3o Nenhum pedido de liberação será
conhecido sem o comparecimento pessoal do
acusado ou de interposta pessoa a que se refere
o caput deste artigo, podendo o juiz determinar a
prática de atos necessários à conservação de
bens, direitos ou valores, sem prejuízo do
disposto no § 1o. (Redação dada pela Lei nº
12.683, de 2012)
§ 4o Poderão ser decretadas medidas
assecuratórias sobre bens, direitos ou valores
para reparação do dano decorrente da infração
penal antecedente ou da prevista nesta Lei ou
para pagamento de prestação pecuniária, multa
e custas. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de
2012)
Art. 4o-A. A alienação antecipada para
preservação de valor de bens sob constrição será
decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do
Ministério Público ou por solicitação da parte
interessada, mediante petição autônoma, que
será autuada em apartado e cujos autos terão
tramitação em separado em relação ao processo
principal. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 1o O requerimento de alienação deverá conter
a relação de todos os demais bens, com a
descrição e a especificação de cada um deles, e
informações sobre quem os detém e local onde
se encontram. (Incluído pela Lei nº 12.683, de
2012)
§ 2o O juiz determinará a avaliação dos bens,
nos autos apartados, e intimará o Ministério
Público. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 3o Feita a avaliação e dirimidas eventuais
divergências sobre o respectivo laudo, o juiz, por
sentença, homologará o valor atribuído aos bens
e determinará sejam alienados em leilão ou
pregão, preferencialmente eletrônico, por valor
não inferior a 75% (setenta e cinco por cento) da
avaliação. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 4o Realizado o leilão, a quantia apurada será
depositada em conta judicial remunerada,
adotando-se a seguinte disciplina: (Incluído pela
Lei nº 12.683, de 2012)
I - nos processos de competência da Justiça
Federal e da Justiça do Distrito Federal: (Incluído
pela Lei nº 12.683, de 2012)
a) os depósitos serão efetuados na Caixa
Econômica Federal ou em instituiçãofinanceira
pública, mediante documento adequado para
essa finalidade; (Incluída pela Lei nº 12.683, de
2012)
b) os depósitos serão repassados pela Caixa
Econômica Federal ou por outra instituição
financeira pública para a Conta Única do Tesouro
Nacional, independentemente de qualquer
formalidade, no prazo de 24 (vinte e quatro)
horas; e (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
c) os valores devolvidos pela Caixa Econômica
Federal ou por instituição financeira pública serão
debitados à Conta Única do Tesouro Nacional,
em subconta de restituição; (Incluída pela Lei nº
12.683, de 2012)
II - nos processos de competência da Justiça dos
Estados: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
a) os depósitos serão efetuados em instituição
financeira designada em lei, preferencialmente
pública, de cada Estado ou, na sua ausência, em
instituição financeira pública da União; (Incluída
pela Lei nº 12.683, de 2012)
b) os depósitos serão repassados para a conta
única de cada Estado, na forma da respectiva
legislação. (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 5o Mediante ordem da autoridade judicial, o
valor do depósito, após o trânsito em julgado da
sentença proferida na ação penal, será: (Incluído
pela Lei nº 12.683, de 2012)
I - em caso de sentença condenatória, nos
processos de competência da Justiça Federal e
da Justiça do Distrito Federal, incorporado
definitivamente ao patrimônio da União, e, nos
processos de competência da Justiça Estadual,
incorporado ao patrimônio do Estado respectivo;
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - em caso de sentença absolutória extintiva de
punibilidade, colocado à disposição do réu pela
instituição financeira, acrescido da remuneração
da conta judicial. (Incluído pela Lei nº 12.683, de
2012)
§ 6o A instituição financeira depositária manterá
controle dos valores depositados ou devolvidos.
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 7o Serão deduzidos da quantia apurada no
leilão todos os tributos e multas incidentes sobre
o bem alienado, sem prejuízo de iniciativas que,
no âmbito da competência de cada ente da
Federação, venham a desonerar bens sob
constrição judicial daqueles ônus. (Incluído pela
Lei nº 12.683, de 2012)
§ 8o Feito o depósito a que se refere o § 4o deste
artigo, os autos da alienação serão apensados
aos do processo principal. (Incluído pela Lei nº
12.683, de 2012)
§ 9o Terão apenas efeito devolutivo os recursos
interpostos contra as decisões proferidas no
curso do procedimento previsto neste artigo.
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 10. Sobrevindo o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória, o juiz decretará,
em favor, conforme o caso, da União ou do
Estado: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
I - a perda dos valores depositados na conta
remunerada e da fiança; (Incluído pela Lei nº
12.683, de 2012)
II - a perda dos bens não alienados
antecipadamente e daqueles aos quais não foi
dada destinação prévia; e (Incluído pela Lei nº
12.683, de 2012)
III - a perda dos bens não reclamados no prazo
de 90 (noventa) dias após o trânsito em julgado
da sentença condenatória, ressalvado o direito
de lesado ou terceiro de boa-fé. (Incluído pela
Lei nº 12.683, de 2012)
§ 11. Os bens a que se referem os incisos II e III
do § 10 deste artigo serão adjudicados ou
levados a leilão, depositando-se o saldo na conta
única do respectivo ente. (Incluído pela Lei nº
12.683, de 2012)
§ 12. O juiz determinará ao registro público
competente que emita documento de habilitação
à circulação e utilização dos bens colocados sob
o uso e custódia das entidades a que se refere o
caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.683,
de 2012)
§ 13. Os recursos decorrentes da alienação
antecipada de bens, direitos e valores oriundos
do crime de tráfico ilícito de drogas e que tenham
sido objeto de dissimulação e ocultação nos
termos desta Lei permanecem submetidos à
disciplina definida em lei específica. (Incluído
pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 4o-B. A ordem de prisão de pessoas ou as
medidas assecuratórias de bens, direitos ou
valores poderão ser suspensas pelo juiz, ouvido
o Ministério Público, quando a sua execução
imediata puder comprometer as investigações.
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 5o Quando as circunstâncias o
aconselharem, o juiz, ouvido o Ministério Público,
nomeará pessoa física ou jurídica qualificada
para a administração dos bens, direitos ou
valores sujeitos a medidas assecuratórias,
mediante termo de compromisso. (Redação
dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 6o A pessoa responsável pela administração
dos bens: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de
2012)
I - fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz,
que será satisfeita com o produto dos bens objeto
da administração;
II - prestará, por determinação judicial,
informações periódicas da situação dos bens sob
sua administração, bem como explicações e
detalhamentos sobre investimentos e
reinvestimentos realizados.
Parágrafo único. Os atos relativos à
administração dos bens sujeitos a medidas
assecuratórias serão levados ao conhecimento
do Ministério Público, que requererá o que
entender cabível. (Redação dada pela Lei nº
12.683, de 2012)
CAPÍTULO III
Dos Efeitos da Condenação
Art. 7º São efeitos da condenação, além dos
previstos no Código Penal:
I - a perda, em favor da União - e dos Estados,
nos casos de competência da Justiça Estadual -,
de todos os bens, direitos e valores relacionados,
direta ou indiretamente, à prática dos crimes
previstos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados
para prestar a fiança, ressalvado o direito do
lesado ou de terceiro de boa-fé; (Redação dada
pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - a interdição do exercício de cargo ou função
pública de qualquer natureza e de diretor, de
membro de conselho de administração ou de
gerência das pessoas jurídicas referidas no art.
9º, pelo dobro do tempo da pena privativa de
liberdade aplicada.
§ 1o A União e os Estados, no âmbito de suas
competências, regulamentarão a forma de
destinação dos bens, direitos e valores cuja
perda houver sido declarada, assegurada,
quanto aos processos de competência da Justiça
Federal, a sua utilização pelos órgãos federais
encarregados da prevenção, do combate, da
ação penal e do julgamento dos crimes previstos
nesta Lei, e, quanto aos processos de
competência da Justiça Estadual, a preferência
dos órgãos locais com idêntica função. (Incluído
pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 2o Os instrumentos do crime sem valor
econômico cuja perda em favor da União ou do
Estado for decretada serão inutilizados ou
doados a museu criminal ou a entidade pública,
se houver interesse na sua conservação.
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
CAPÍTULO IV
Dos Bens, Direitos ou Valores Oriundos de
Crimes Praticados no Estrangeiro
Art. 8o O juiz determinará, na hipótese de
existência de tratado ou convenção internacional
e por solicitação de autoridade estrangeira
competente, medidas assecuratórias sobre bens,
direitos ou valores oriundos de crimes descritos
no art. 1o praticados no estrangeiro. (Redação
dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo,
independentemente de tratado ou convenção
internacional, quando o governo do país da
autoridade solicitante prometer reciprocidade ao
Brasil.
§ 2o Na falta de tratado ou convenção, os bens,
direitos ou valores privados sujeitos a medidas
assecuratórias por solicitação de autoridade
estrangeira competente ou os recursos
provenientes da sua alienação serão repartidos
entre o Estado requerente e o Brasil, na
proporção de metade, ressalvado o direito do
lesado ou de terceiro de boa-fé. (Redação dada
pela Lei nº 12.683, de 2012)
CAPÍTULO V
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)DAS PESSOAS SUJEITAS AO MECANISMO
DE CONTROLE
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 9o Sujeitam-se às obrigações referidas nos
arts. 10 e 11 as pessoas físicas e jurídicas que
tenham, em caráter permanente ou eventual,
como atividade principal ou acessória,
cumulativamente ou não: (Redação dada pela Lei
nº 12.683, de 2012)
I - a captação, intermediação e aplicação de
recursos financeiros de terceiros, em moeda
nacional ou estrangeira;
II – a compra e venda de moeda estrangeira ou
ouro como ativo financeiro ou instrumento
cambial;
III - a custódia, emissão, distribuição, liqüidação,
negociação, intermediação ou administração de
títulos ou valores mobiliários.
Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas
obrigações:
I – as bolsas de valores, as bolsas de
mercadorias ou futuros e os sistemas de
negociação do mercado de balcão organizado;
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - as seguradoras, as corretoras de seguros e as
entidades de previdência complementar ou de
capitalização;
III - as administradoras de cartões de
credenciamento ou cartões de crédito, bem como
as administradoras de consórcios para aquisição
de bens ou serviços;
IV - as administradoras ou empresas que se
utilizem de cartão ou qualquer outro meio
eletrônico, magnético ou equivalente, que
permita a transferência de fundos;
V - as empresas de arrendamento mercantil
(leasing) e as de fomento comercial (factoring);
VI - as sociedades que efetuem distribuição de
dinheiro ou quaisquer bens móveis, imóveis,
mercadorias, serviços, ou, ainda, concedam
descontos na sua aquisição, mediante sorteio ou
método assemelhado;
VII - as filiais ou representações de entes
estrangeiros que exerçam no Brasil qualquer das
atividades listadas neste artigo, ainda que de
forma eventual;
VIII - as demais entidades cujo funcionamento
dependa de autorização de órgão regulador dos
mercados financeiro, de câmbio, de capitais e de
seguros;
IX - as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou
estrangeiras, que operem no Brasil como
agentes, dirigentes, procuradoras,
comissionárias ou por qualquer forma
representem interesses de ente estrangeiro que
exerça qualquer das atividades referidas neste
artigo;
X - as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam
atividades de promoção imobiliária ou compra e
venda de imóveis; (Redação dada pela Lei nº
12.683, de 2012)
XI - as pessoas físicas ou jurídicas que
comercializem jóias, pedras e metais preciosos,
objetos de arte e antigüidades.
XII - as pessoas físicas ou jurídicas que
comercializem bens de luxo ou de alto valor,
intermedeiem a sua comercialização ou exerçam
atividades que envolvam grande volume de
recursos em espécie; (Redação dada pela Lei nº
12.683, de 2012)
XIII - as juntas comerciais e os registros públicos;
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
XIV - as pessoas físicas ou jurídicas que prestem,
mesmo que eventualmente, serviços de
assessoria, consultoria, contadoria, auditoria,
aconselhamento ou assistência, de qualquer
natureza, em operações: (Incluído pela Lei nº
12.683, de 2012)
a) de compra e venda de imóveis,
estabelecimentos comerciais ou industriais ou
participações societárias de qualquer natureza;
(Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou
outros ativos; (Incluída pela Lei nº 12.683, de
2012)
c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de
poupança, investimento ou de valores
mobiliários; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
d) de criação, exploração ou gestão de
sociedades de qualquer natureza, fundações,
fundos fiduciários ou estruturas análogas;
(Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
e) financeiras, societárias ou imobiliárias; e
(Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
f) de alienação ou aquisição de direitos sobre
contratos relacionados a atividades desportivas
ou artísticas profissionais; (Incluída pela Lei nº
12.683, de 2012)
XV - pessoas físicas ou jurídicas que atuem na
promoção, intermediação, comercialização,
agenciamento ou negociação de direitos de
transferência de atletas, artistas ou feiras,
exposições ou eventos similares; (Incluído pela
Lei nº 12.683, de 2012)
XVI - as empresas de transporte e guarda de
valores; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
XVII - as pessoas físicas ou jurídicas que
comercializem bens de alto valor de origem rural
ou animal ou intermedeiem a sua
comercialização; e (Incluído pela Lei nº 12.683,
de 2012)
XVIII - as dependências no exterior das entidades
mencionadas neste artigo, por meio de sua
matriz no Brasil, relativamente a residentes no
País. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
CAPÍTULO VI
Da Identificação dos Clientes e Manutenção de
Registros
Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º:
I - identificarão seus clientes e manterão cadastro
atualizado, nos termos de instruções emanadas
das autoridades competentes;
II - manterão registro de toda transação em
moeda nacional ou estrangeira, títulos e valores
mobiliários, títulos de crédito, metais, ou qualquer
ativo passível de ser convertido em dinheiro, que
ultrapassar limite fixado pela autoridade
competente e nos termos de instruções por esta
expedidas;
III - deverão adotar políticas, procedimentos e
controles internos, compatíveis com seu porte e
volume de operações, que lhes permitam atender
ao disposto neste artigo e no art. 11, na forma
disciplinada pelos órgãos competentes;
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
IV - deverão cadastrar-se e manter seu cadastro
atualizado no órgão regulador ou fiscalizador e,
na falta deste, no Conselho de Controle de
Atividades Financeiras (Coaf), na forma e
condições por eles estabelecidas; (Incluído pela
Lei nº 12.683, de 2012)
V - deverão atender às requisições formuladas
pelo Coaf na periodicidade, forma e condições
por ele estabelecidas, cabendo-lhe preservar,
nos termos da lei, o sigilo das informações
prestadas. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em
pessoa jurídica, a identificação referida no inciso
I deste artigo deverá abranger as pessoas físicas
autorizadas a representá-la, bem como seus
proprietários.
§ 2º Os cadastros e registros referidos nos
incisos I e II deste artigo deverão ser
conservados durante o período mínimo de cinco
anos a partir do encerramento da conta ou da
conclusão da transação, prazo este que poderá
ser ampliado pela autoridade competente.
§ 3º O registro referido no inciso II deste artigo
será efetuado também quando a pessoa física ou
jurídica, seus entes ligados, houver realizado, em
um mesmo mês-calendário, operações com uma
mesma pessoa, conglomerado ou grupo que, em
seu conjunto, ultrapassem o limite fixado pela
autoridade competente.
Art. 10A. O Banco Central manterá registro
centralizado formando o cadastro geral de
correntistas e clientes de instituições financeiras,
bem como de seus procuradores. (Incluído pela
Lei nº 10.701, de 2003)
CAPÍTULO VII
Da Comunicação de Operações Financeiras
Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º:
I - dispensarão especial atenção às operações
que, nos termos de instruções emanadas das
autoridades competentes, possam constituir-se
em sérios indícios dos crimes previstos nesta Lei,
ou com eles relacionar-se;
II - deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de
dar ciência de tal ato a qualquer pessoa, inclusive
àquela à qual se refira a informação, no prazo de
24 (vinte e quatro) horas, a proposta ou
realização: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de
2012)
a) de todas as transações referidas no inciso II do
art. 10, acompanhadas da identificação de que
trata o inciso I do mencionado artigo; e (Redação
dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
b) das operações referidas no inciso I; (Redação
dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
III -deverão comunicar ao órgão regulador ou
fiscalizador da sua atividade ou, na sua falta, ao
Coaf, na periodicidade, forma e condições por
eles estabelecidas, a não ocorrência de
propostas, transações ou operações passíveis
de serem comunicadas nos termos do inciso II.
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 1º As autoridades competentes, nas instruções
referidas no inciso I deste artigo, elaborarão
relação de operações que, por suas
características, no que se refere às partes
envolvidas, valores, forma de realização,
instrumentos utilizados, ou pela falta de
fundamento econômico ou legal, possam
configurar a hipótese nele prevista.
§ 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma
prevista neste artigo, não acarretarão
responsabilidade civil ou administrativa.
§ 3o O Coaf disponibilizará as comunicações
recebidas com base no inciso II do caput aos
respectivos órgãos responsáveis pela regulação
ou fiscalização das pessoas a que se refere o art.
9o. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 11-A. As transferências internacionais e os
saques em espécie deverão ser previamente
comunicados à instituição financeira, nos termos,
limites, prazos e condições fixados pelo Banco
Central do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.683, de
2012)
CAPÍTULO VIII
Da Responsabilidade Administrativa
Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem
como aos administradores das pessoas jurídicas,
que deixem de cumprir as obrigações previstas
nos arts. 10 e 11 serão aplicadas,
cumulativamente ou não, pelas autoridades
competentes, as seguintes sanções:
I - advertência;
II - multa pecuniária variável não superior:
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
a) ao dobro do valor da operação; (Incluída pela
Lei nº 12.683, de 2012)
b) ao dobro do lucro real obtido ou que
presumivelmente seria obtido pela realização da
operação; ou (Incluída pela Lei nº 12.683, de
2012)
c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de
reais); (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
III - inabilitação temporária, pelo prazo de até dez
anos, para o exercício do cargo de administrador
das pessoas jurídicas referidas no art. 9º;
IV - cassação ou suspensão da autorização para
o exercício de atividade, operação ou
funcionamento. (Redação dada pela Lei nº
12.683, de 2012)
§ 1º A pena de advertência será aplicada por
irregularidade no cumprimento das instruções
referidas nos incisos I e II do art. 10.
§ 2o A multa será aplicada sempre que as
pessoas referidas no art. 9o, por culpa ou dolo:
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
I – deixarem de sanar as irregularidades objeto
de advertência, no prazo assinalado pela
autoridade competente;
II - não cumprirem o disposto nos incisos I a IV
do art. 10; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de
2012)
III - deixarem de atender, no prazo estabelecido,
a requisição formulada nos termos do inciso V do
art. 10; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de
2012)
IV - descumprirem a vedação ou deixarem de
fazer a comunicação a que se refere o art. 11.
§ 3º A inabilitação temporária será aplicada
quando forem verificadas infrações graves
quanto ao cumprimento das obrigações
constantes desta Lei ou quando ocorrer
reincidência específica, devidamente
caracterizada em transgressões anteriormente
punidas com multa.
§ 4º A cassação da autorização será aplicada nos
casos de reincidência específica de infrações
anteriormente punidas com a pena prevista no
inciso III do caput deste artigo.
Art. 13. O procedimento para a aplicação das
sanções previstas neste Capítulo será regulado
por decreto, assegurados o contraditório e a
ampla defesa.
CAPÍTULO IX
Do Conselho de Controle de Atividades
Financeiras
Art. 14. É criado, no âmbito do Ministério da
Fazenda, o Conselho de Controle de Atividades
Financeiras - COAF, com a finalidade de
disciplinar, aplicar penas administrativas,
receber, examinar e identificar as ocorrências
suspeitas de atividades ilícitas previstas nesta
Lei, sem prejuízo da competência de outros
órgãos e entidades.
§ 1º As instruções referidas no art. 10 destinadas
às pessoas mencionadas no art. 9º, para as quais
não exista órgão próprio fiscalizador ou
regulador, serão expedidas pelo COAF,
competindo-lhe, para esses casos, a definição
das pessoas abrangidas e a aplicação das
sanções enumeradas no art. 12.
§ 2º O COAF deverá, ainda, coordenar e propor
mecanismos de cooperação e de troca de
informações que viabilizem ações rápidas e
eficientes no combate à ocultação ou
dissimulação de bens, direitos e valores.
§ 3o O COAF poderá requerer aos órgãos da
Administração Pública as informações cadastrais
bancárias e financeiras de pessoas envolvidas
em atividades suspeitas. (Incluído pela Lei nº
10.701, de 2003)
Art. 15. O COAF comunicará às autoridades
competentes para a instauração dos
procedimentos cabíveis, quando concluir pela
existência de crimes previstos nesta Lei, de
fundados indícios de sua prática, ou de qualquer
outro ilícito.
Art. 16. O Coaf será composto por servidores
públicos de reputação ilibada e reconhecida
competência, designados em ato do Ministro de
Estado da Fazenda, dentre os integrantes do
quadro de pessoal efetivo do Banco Central do
Brasil, da Comissão de Valores Mobiliários, da
Superintendência de Seguros Privados, da
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, da
Secretaria da Receita Federal do Brasil, da
Agência Brasileira de Inteligência, do Ministério
das Relações Exteriores, do Ministério da
Justiça, do Departamento de Polícia Federal, do
Ministério da Previdência Social e da
Controladoria-Geral da União, atendendo à
indicação dos respectivos Ministros de Estado.
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 1º O Presidente do Conselho será nomeado
pelo Presidente da República, por indicação do
Ministro de Estado da Fazenda.
§ 2º Das decisões do COAF relativas às
aplicações de penas administrativas caberá
recurso ao Ministro de Estado da Fazenda.
Art. 17. O COAF terá organização e
funcionamento definidos em estatuto aprovado
por decreto do Poder Executivo.
CAPÍTULO X
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
DISPOSIÇÕES GERAIS
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 17-A. Aplicam-se, subsidiariamente, as
disposições do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de
outubro de 1941 (Código de Processo Penal), no
que não forem incompatíveis com esta Lei.
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 17-B. A autoridade policial e o Ministério
Público terão acesso, exclusivamente, aos dados
cadastrais do investigado que informam
qualificação pessoal, filiação e endereço,
independentemente de autorização judicial,
mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas
telefônicas, pelas instituições financeiras, pelos
provedores de internet e pelas administradoras
de cartão de crédito. (Incluído pela Lei nº 12.683,
de 2012)
Art. 17-C. Os encaminhamentos das instituições
financeiras e tributárias em resposta às ordens
judiciais de quebra ou transferência de sigilo
deverão ser, sempre que determinado, em meio
informático, e apresentados em arquivos que
possibilitem a migração de informações para os
autos do processo sem redigitação. (Incluído pela
Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 17-D. Em caso de indiciamento de servidor
público, este será afastado, sem prejuízo de
remuneração e demais direitos previstos em lei,
até que o juiz competente autorize, em decisão
fundamentada, o seu retorno. (Incluído pela Lei
nº 12.683, de 2012)
Art. 17-E. A Secretaria da Receita Federal do
Brasil conservará os dados fiscais dos
contribuintes pelo prazo mínimo de 5 (cinco)
anos, contado a partir do início do exercício
seguinte ao da declaração de renda respectiva
ou ao do pagamento do tributo. (Incluído pela Lei
nº 12.683, de 2012)
Art. 18. Esta Lei entra em vigor na datade sua
publicação.
Brasília, 3 de março de 1998; 177º da
Independência e 110º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Iris Rezende
Luiz Felipe Lampreia
Pedro Malan
Este texto não substitui o publicado no DOU de
4.3.1998
CIRCULAR BACEN 3.461/2009
Consolida as regras sobre os procedimentos a
serem adotados na prevenção e combate às
atividades relacionadas com os crimes previstos
na Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998.
A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil,
em sessão realizada em 23 de julho de 2009,
com base no disposto nos arts. 10, inciso IX, e
11, inciso VII, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro
de 1964, 10 e 11 da Lei nº 9.613, de 3 de março
de 1998, e tendo em vista o disposto na
Convenção Internacional para Supressão do
Financiamento do Terrorismo, adotada pela
Assembléia-Geral das Nações Unidas em 9 de
dezembro de 1999, promulgada por meio do
Decreto nº 5.640, de 26 de dezembro de 2005,
D E C I D I U:
Art. 1º As instituições financeiras e demais
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco
Central do Brasil devem implementar políticas,
procedimentos e controles internos, de forma
compatível com seu porte e volume de
operações, destinados a prevenir sua utilização
na prática dos crimes de que trata a Lei nº 9.613,
de 3 de março de 1998. (Redação dada pela
Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
§ 1º As políticas de que trata o caput devem:
I - especificar, em documento interno, as
responsabilidades dos integrantes de cada nível
hierárquico da instituição;
II - contemplar a coleta e registro de
informações tempestivas sobre clientes, que
permitam a identificação dos riscos de ocorrência
da prática dos mencionados crimes;
III - definir os critérios e procedimentos
para seleção, treinamento e acompanhamento
da situação econômico-financeira dos
empregados da instituição;
IV - incluir a análise prévia de novos
produtos e serviços, sob a ótica da prevenção
dos mencionados crimes;
V - ser aprovadas pelo conselho de
administração ou, na sua ausência, pela diretoria
da instituição;
VI - receber ampla divulgação interna.
§ 2º Os procedimentos de que trata o caput
devem incluir medidas prévia e expressamente
estabelecidas, que permitam:
I - confirmar as informações cadastrais
dos clientes e identificar os beneficiários finais
das operações;
II - possibilitar a caracterização ou não de
clientes como pessoas politicamente expostas.
§ 3º Para os fins desta circular, considera-se
cliente eventual ou permanente qualquer pessoa
natural ou jurídica com a qual seja mantido,
respectivamente em caráter eventual ou
permanente, relacionamento destinado à
prestação de serviço financeiro ou à realização
de operação financeira.
§ 4º Os procedimentos de que trata o caput
devem ser reforçados para início de
relacionamento com:
I - instituições financeiras, representantes
ou correspondentes localizados no exterior,
especialmente em países, territórios e
dependências que não adotam procedimentos de
registro e controle similares aos definidos nesta
circular;
II - clientes cujo contato seja efetuado por
meio eletrônico, mediante correspondentes no
País ou por outros meios indiretos.
§ 5º As políticas e procedimentos internos de
controle de que trata o caput devem ser
implementados também pelas dependências e
subsidiárias situadas no exterior das instituições
financeiras e demais instituições autorizadas a
funcionar pelo Banco Central do Brasil. (Incluído
pela Circular nº 3.583, de 12/3/2012)
§ 6º O diretor responsável pela implementação e
cumprimento das medidas estabelecidas nesta
Circular, nos termos do art. 18, deve informar por
escrito ao Banco Central do Brasil sobre a
existência de legislação ou regulamentação que
impeça ou limite a aplicação do disposto no § 5º
a suas dependências e subsidiárias situadas no
exterior. (Incluído pela Circular nº 3.583, de
12/3/2012)
Manutenção de Informações Cadastrais
Atualizadas
Art. 2º As instituições mencionadas no art. 1º
devem coletar e manter atualizadas as
informações cadastrais de seus clientes
permanentes, incluindo, no mínimo:
I - qualificação do cliente:
a) pessoas naturais: nome completo,
filiação, nacionalidade, data e local do
nascimento, documento de identificação (tipo,
número, data de emissão e órgão expedidor) e
número de inscrição no Cadastro de Pessoas
Físicas (CPF); e
b) pessoas jurídicas: firma ou
denominação social, atividade principal, forma e
data de constituição, informações referidas na
alínea “a” que qualifiquem e autorizem os
administradores, mandatários ou prepostos,
número de inscrição no Cadastro Nacional da
Pessoa Jurídica (CNPJ) e dados dos atos
constitutivos devidamente registrados na forma
da lei;
(Inciso I com redação dada pela Circular nº 3.654,
de 27/3/2013.)
II - endereços residencial e comercial
completos; (Redação dada pela Circular nº
3.654, de 27/3/2013.)
III - número do telefone e código de
Discagem Direta a Distância (DDD); (Redação
dada pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
IV - valores de renda mensal e patrimônio,
no caso de pessoas naturais, e de faturamento
médio mensal referente aos doze meses
anteriores, no caso de pessoas jurídicas; e
(Incluído pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
V - declaração firmada sobre os
propósitos e a natureza da relação de negócio
com a instituição. (Incluído pela Circular nº 3.654,
de 27/3/2013.)
§ 1º As informações relativas a cliente pessoa
natural devem abranger as pessoas naturais
autorizadas a representá-la.
§ 2º As informações cadastrais relativas a cliente
pessoa jurídica devem abranger as pessoas
naturais autorizadas a representá-la, bem como
a cadeia de participação societária, até alcançar
a pessoa natural caracterizada como beneficiário
final.
§ 3º Excetuam-se do disposto no § 2º as pessoas
jurídicas constituídas sob a forma de companhia
aberta ou entidade sem fins lucrativos, para as
quais as informações cadastrais devem abranger
as pessoas naturais autorizadas a representá-
las, bem como seus controladores,
administradores e diretores, se houver.
§ 4º As informações cadastrais relativas a cliente
fundo de investimento devem incluir a respectiva
denominação, número de inscrição no CNPJ,
bem como as informações de que tratam os
incisos I a III relativas às pessoas responsáveis
por sua administração. (Redação dada pela
Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
§ 5º As instituições mencionadas no art. 1º
devem realizar testes de verificação, com
periodicidade máxima de um ano, que
assegurem a adequação dos dados cadastrais
de seus clientes.
Art. 3º As instituições mencionadas no art. 1º
devem obter as seguintes informações
cadastrais de seus clientes eventuais, do
proprietário e do destinatário dos recursos
envolvidos na operação ou serviço financeiro:
I - quando pessoa natural, o nome
completo e o número de inscrição no Cadastro de
Pessoas Físicas (CPF); e (Redação dada pela
Circular nº 3.517, de 7/12/2010.)
II - quando pessoa jurídica, a razão social
e número de inscrição no CNPJ.
Parágrafo único. Admite-se o desenvolvimento
de procedimento interno destinado à
identificação de operações ou serviços
financeiros eventuais que apresentem baixo risco
de utilização para lavagem de dinheiro ou de
financiamento ao terrorismo, para os quais é
dispensada a exigência de obtenção das
informações cadastrais de clientes, ressalvado o
cumprimento do disposto nos demais artigos
desta circular. (Redação dada pela Circular nº
3.517, de 7/12/2010.)
Pessoas Expostas Politicamente (PEP)
Art. 4º As instituições de que trata o art. 1º devem
obter de seus clientes permanentes informações
que permitam caracterizá-los ou não como
pessoas expostas politicamente (PEP) e
identificara origem dos fundos envolvidos nas
transações dos clientes assim caracterizados.
(Redação dada pela Circular nº 3.654, de
27/3/2013.)
§ 1º Consideram-se PEP os agentes públicos
que desempenham ou tenham desempenhado,
nos últimos cinco anos, no Brasil ou em países,
territórios e dependências estrangeiros, cargos,
empregos ou funções públicas relevantes, assim
como seus representantes, familiares e outras
pessoas de seu relacionamento próximo.
(Redação dada pela Circular nº 3.654, de
27/3/2013.)
§ 2º No caso de clientes brasileiros, devem ser
abrangidos:
I - os detentores de mandatos eletivos
dos Poderes Executivo e Legislativo da União;
II - os ocupantes de cargo, no Poder
Executivo da União:
a) de ministro de estado ou equiparado;
b) de natureza especial ou equivalente;
c) de presidente, vice-presidente e diretor,
ou equivalentes, de autarquias, fundações
públicas, empresas públicas ou sociedades de
economia mista;
d) do Grupo Direção e Assessoramento
Superiores (DAS), nível 6, ou equivalentes;
III - os membros do Conselho Nacional de
Justiça, do Supremo Tribunal Federal, dos
tribunais superiores, dos tribunais regionais
federais, do trabalho e eleitorais, do Conselho
Superior da Justiça do Trabalho e do Conselho
da Justiça Federal; (Redação dada pela Circular
nº 3.654, de 27/3/2013.)
IV - os membros do Conselho Nacional do
Ministério Público, o Procurador Geral da
República, o Vice-Procurador-Geral da
República, o Procurador-Geral do Trabalho, o
Procurador-Geral da Justiça Militar, os
Subprocuradores-Gerais da República e os
Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados e do
Distrito Federal;
V - os membros do Tribunal de Contas da
União e o Procurador-Geral do Ministério Público
junto ao Tribunal de Contas da União;
VI - os governadores de Estado e do
Distrito Federal, os presidentes de tribunal de
justiça, de assembleia e câmara legislativa, os
presidentes de tribunal de contas de Estado, do
Distrito Federal e de Município, e de conselho de
contas dos Municípios; (Redação dada pela
Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
VII - os prefeitos e presidentes de Câmara
Municipal de capitais de Estados.
§ 3º No caso de clientes estrangeiros, para fins
do disposto no caput, as instituições
mencionadas no art. 1º devem adotar pelo menos
uma das seguintes providências:
I - solicitar declaração expressa do
cliente a respeito da sua classificação;
II - recorrer a informações publicamente
disponíveis;
III - consultar bases de dados comerciais
sobre PEP; e (Redação dada pela Circular nº
3.654, de 27/3/2013.)
IV - considerar como PEP a pessoa que
exerce ou exerceu funções públicas
proeminentes em um país estrangeiro, tais como
chefes de estado ou de governo, políticos de alto
nível, altos servidores governamentais, judiciais,
do legislativo ou militares, dirigentes de
empresas públicas ou dirigentes de partidos
políticos. (Redação dada pela Circular nº 3.654,
de 27/3/2013.)
§ 4º O prazo de cinco anos referido no § 1º deve
ser contado, retroativamente, a partir da data de
início da relação de negócio ou da data em que o
cliente passou a se enquadrar como PEP.
(Redação dada pela Circular nº 3.654, de
27/3/2013.)
§ 5º Para efeito do § 1º são considerados
familiares os parentes, na linha reta, até o
primeiro grau, o cônjuge, o companheiro, a
companheira, o enteado e a enteada.
§ 6º No caso de relação de negócio com cliente
estrangeiro que também seja cliente de
instituição estrangeira fiscalizada por entidade
governamental assemelhada ao Banco Central
do Brasil, admite-se que as providências em
relação a PEP sejam adotadas pela instituição
estrangeira, desde que assegurado ao Banco
Central do Brasil o acesso aos respectivos dados
e procedimentos adotados. (Redação dada pela
Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
§ 7º As operações ou propostas de operações
que possuam PEP como parte envolvida serão
sempre consideradas como merecedoras de
especial atenção, conforme previsto no art. 10.
(Incluído pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
§ 8º O disposto neste artigo também se aplica a
pessoa que exerce ou exerceu função de alta
administração em uma organização internacional
de qualquer natureza, assim considerados
diretores, subdiretores, membros de conselho ou
funções equivalentes. (Incluído pela Circular nº
3.654, de 27/3/2013.)
Início ou Prosseguimento de Relação de Negócio
Art. 5º As instituições de que trata o art. 1º
somente devem iniciar qualquer relação de
negócio ou dar prosseguimento a relação já
existente com o cliente se observadas as
providências estabelecidas nos arts. 2º, 3º e 4º,
conforme o caso. (Redação dada pela Circular nº
3.583, de 12/3/2012.)
Registros de Serviços Financeiros e Operações
Financeiras
Art. 6º As instituições de que trata o art. 1º devem
manter registros de todos os serviços financeiros
prestados e de todas as operações financeiras
realizadas com os clientes ou em seu nome.
§ 1º No caso de movimentação de recursos por
clientes permanentes, os registros devem conter
informações consolidadas que permitam
verificar:
I - a compatibilidade entre a
movimentação de recursos e a atividade
econômica e capacidade financeira do cliente;
II - a origem dos recursos movimentados;
III - os beneficiários finais das
movimentações.
§ 2º O sistema de registro deve permitir a
identificação:
I - das operações que, realizadas com
uma mesma pessoa, conglomerado financeiro ou
grupo, em um mesmo mês calendário, superem,
por instituição ou entidade, em seu conjunto, o
valor de R$10.000,00 (dez mil reais);
II - das operações que, por sua
habitualidade, valor ou forma, configurem artifício
que objetive burlar os mecanismos de
identificação, controle e registro.
Registros de Depósitos em Cheque, Liquidação
de Cheques Depositados em Outra Instituição
Financeira e da Utilização de Instrumentos de
Transferência de Recursos
Art. 7º As instituições de que trata o art. 1º devem
manter registros específicos das operações de
transferência de recursos.
§ 1º O sistema de registro deve permitir a
identificação:
I - das operações referentes ao
acolhimento em depósitos de Transferência
Eletrônica Disponível (TED), de cheque, cheque
administrativo, cheque ordem de pagamento e
outros documentos compensáveis de mesma
natureza, e à liquidação de cheques depositados
em outra instituição financeira;
II - das emissões de cheque
administrativo, de cheque ordem de pagamento,
de ordem de pagamento, de Documento de
Crédito (DOC), de TED e de outros instrumentos
de transferência de recursos, quando de valor
superior a R$1.000,00 (mil reais).
§ 2º Os registros de que trata o inciso I do § 1º
efetuados por instituição depositária devem
conter, no mínimo, os dados relativos ao valor e
ao número do cheque depositado, o código de
compensação da instituição sacada, os números
da agência e da conta de depósitos sacadas.
(Redação dada pela Circular nº 3.517, de
7/12/2010.)
§ 3º Os registros de que trata o inciso I do § 1º
efetuados por instituição sacada devem conter,
no mínimo, os dados relativos ao valor e ao
número do cheque, o código de compensação da
instituição depositária, os números da agência e
da conta de depósitos depositárias, cabendo à
instituição depositária fornecer à instituição
sacada os dados relativos ao seu código de
compensação e aos números da agência e da
conta de depósitos depositárias (Redação dada
pela Circular nº 3.517, de 7/12/2010.)
§ 4º No caso de cheque utilizado em operação
simultânea de saque e depósito na própria
instituição sacada, com vistas à transferência de
recursos da conta de depósitos do emitente para
conta de depósitos de terceiros, os registros de
que trata o inciso I do § 1º devem conter,no
mínimo, os dados relativos ao valor e ao número
do cheque sacado, bem como aos números das
agências sacada e depositária e das respectivas
contas de depósitos.
§ 5º Os registros de que trata o inciso II do § 1º
devem conter, no mínimo, as seguintes
informações:
I - o tipo e o número do documento
emitido, a data da operação, o nome e o número
de inscrição do adquirente ou remetente no CPF
ou no CNPJ;
II - quando pagos em cheque, o código de
compensação da instituição, o número da
agência e da conta de depósitos sacadas
referentes ao cheque utilizado para o respectivo
pagamento, inclusive no caso de cheque sacado
contra a própria instituição emissora dos
instrumentos referidos neste artigo;
III - no caso de DOC, o código de
identificação da instituição destinatária no
sistema de liquidação de transferência de fundos
e os números da agência, da conta de depósitos
depositária e o número de inscrição no CPF ou
no CNPJ do respectivo titular;
IV - no caso de ordem de pagamento:
a) destinada a crédito em conta: os
números da agência destinatária e da conta de
depósitos depositária;
b) destinada a pagamento em espécie: os
números da agência destinatária e de inscrição
do beneficiário no CPF ou no CNPJ.
§ 6º Em se tratando de operações de
transferência de recursos envolvendo pessoa
física residente no exterior desobrigada de
inscrição no CPF, na forma definida pela
Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), a
identificação prevista no § 5º, incisos I e IV, alínea
"b", pode ser efetuada pelo número do respectivo
passaporte, complementada com a
nacionalidade da referida pessoa e, quando for o
caso, o organismo internacional de que seja
representante para o exercício de funções
específicas no País.
§ 7º A identificação prevista no § 5º, incisos I e
IV, alínea "b", não se aplica às operações de
transferência de recursos envolvendo pessoa
jurídica com domicílio ou sede no exterior
desobrigada de inscrição no CNPJ, na forma
definida pela RFB.
§ 8º A instituição sacada deve informar à
instituição depositária e a instituição depositária
deve informar à instituição sacada, quando
requeridas, no prazo máximo de 5 (cinco) dias
úteis contados a partir da data de solicitação, os
números de inscrição no CPF ou CNPJ dos
titulares da conta sacada e da conta depositária
referentes às operações de transferência de
valores efetuadas mediante cheque, cheque
administrativo, cheque ordem de pagamento e
outros documentos compensáveis de mesma
natureza, e à liquidação de cheques depositados
em outra instituição financeira. (Incluído pela
Circular nº 3.517, de 7/12/2010.)
Registros de Cartões Pré-Pagos
Art. 8º As instituições de que trata o art. 1º devem
manter registros específicos da emissão ou
recarga de valores em um ou mais cartões pré-
pagos.
§ 1º O sistema de registro deve permitir a
identificação da:
I - emissão ou recarga de valores em um
ou mais cartões pré-pagos, em montante
acumulado igual ou superior a R$100.000,00
(cem mil reais) ou o equivalente em moeda
estrangeira, no mês calendário;
II - emissão ou recarga de valores em
cartão pré-pago que apresente indícios de
ocultação ou dissimulação da natureza, da
origem, da localização, da disposição, da
movimentação ou da propriedade de bens,
direitos e valores.
§ 2º Para fins do disposto no caput, define-se
cartão pré-pago como o cartão apto a receber
carga ou recarga de valores em moeda nacional
ou estrangeira oriundos de pagamento em
espécie, de operação cambial ou de
transferência a débito de contas de depósito.
§ 3º Os registros das ocorrências de que tratam
os incisos I e II do § 1º devem conter as seguintes
informações:
I - o nome ou razão social e o respectivo
número de inscrição no CPF ou no CNPJ da
pessoa natural ou jurídica responsável pela
emissão ou recarga de valores em cartão pré-
pago, no caso de emissão ou recarga efetuada
por residente ou domiciliado no País;
II - o nome, o número do passaporte e o
respectivo país emissor, no caso de emissão ou
recarga de valores em cartão pré-pago efetuada
por pessoa natural não residente no País ou
domiciliada no exterior;
III - o nome e o respectivo número de
inscrição no CPF da pessoa natural a quem se
destina o cartão pré-pago;
IV - a identificação das instituições, das
agências e das contas de depósito ou de
poupança debitadas, os nomes dos titulares das
contas e respectivos números de inscrição no
CPF, no caso de emissão ou recarga de valores
em cartão pré-pago oriundos de transferências a
débito de contas de depósito ou de poupança
tituladas por pessoas naturais;
V - a identificação das instituições, das
agências e das contas de depósito ou de
poupança debitadas, os nomes dos titulares das
contas e respectivos números de inscrição no
CNPJ, bem como os nomes das pessoas
naturais autorizadas a movimentá-las e
respectivos números de inscrição no CPF, no
caso de emissão ou recarga de valores em cartão
pré-pago oriundos de transferências a débito de
contas de depósito ou de poupança tituladas por
pessoas jurídicas;
VI - a data e o valor de cada emissão ou
recarga de valores em cartão pré-pago;
VII - o propósito da emissão do cartão pré-
pago;
VIII - o nome e o respectivo número de
inscrição no CPF das pessoas naturais que
representem as pessoas jurídicas responsáveis
pela emissão ou recarga de valores em cartão
prépago.
Registros de Movimentação Superior a
R$100.000,00 em Espécie
Art. 9º Os bancos comerciais, a Caixa
Econômica Federal, os bancos múltiplos com
carteira comercial ou de crédito imobiliário, as
sociedades de crédito imobiliário, as sociedades
de poupança e empréstimo e as cooperativas de
crédito devem manter registros específicos das
operações de depósito em espécie, saque em
espécie, saque em espécie por meio de cartão
pré-pago ou pedido de provisionamento para
saque.
§ 1º O sistema de registro deve permitir a
identificação de:
I - depósito em espécie, saque em
espécie, saque em espécie por meio de cartão
pré-pago ou pedido de provisionamento para
saque, de valor igual ou superior a R$100.000,00
(cem mil reais);
II - depósito em espécie, saque em
espécie, saque em espécie por meio de cartão
pré-pago ou pedido de provisionamento para
saque, que apresente indícios de ocultação ou
dissimulação da natureza, da origem, da
localização, da disposição, da movimentação ou
da propriedade de bens, direitos e valores;
III - emissão de cheque administrativo,
TED ou de qualquer outro instrumento de
transferência de fundos contra pagamento em
espécie, de valor igual ou superior a
R$100.000,00 (cem mil reais).
§ 2º Os registros de que trata o caput devem
conter as informações abaixo indicadas:
I - o nome e o respectivo número de
inscrição no CPF ou no CNPJ, conforme o caso,
do proprietário ou beneficiário dos recursos e da
pessoa que efetuar o depósito, o saque em
espécie ou o pedido de provisionamento para
saque;
II - o tipo e o número do documento, o
número da instituição, da agência e da conta
corrente de depósitos à vista ou da conta de
poupança a que se destinam os valores ou de
onde o valor será sacado, conforme o caso;
III - o nome e o respectivo número de
inscrição no CPF ou no CNPJ, conforme o caso,
dos titulares das contas referidas no inciso II, se
na mesma instituição;
IV - o nome e o respectivo número de
inscrição no CPF, no caso de saque em espécie
por meio de cartão pré-pago cujo portador seja
residente ou domiciliado no País;
V - o nome e o número do passaporte e o
respectivo país emissor, no caso de saque em
espécie por meio de cartão pré-pago cujo
portador seja não residente no País ou
domiciliado no exterior;
VI - a data e o valor do depósito, do saque
em espécie, dopública, dos nomes indicados pelo
Presidente da República para os cargos de
presidente e diretores da instituição. Além disso,
vedou ao Banco Central a concessão direta ou
indireta de empréstimos ao Tesouro Nacional.
A Constituição de 1988 prevê ainda, em seu
artigo 192, a elaboração de Lei Complementar do
Sistema Financeiro Nacional, ainda não editada,
que deverá substituir a Lei 4.595/64 e redefinir as
atribuições e estrutura do Banco Central do
Brasil.
A instituição do Banco Central desempenha hoje
papel crucial na política econômica do país, e
portanto guarda relevante valor na organização
financeira do país, sendo assim toda sua
organização para o intuito de melhor
aplicabilidade das normas e funções
econômicas.
Competências
É de competência exclusiva do Banco Central do
Brasil:
Emitir a moeda (observação: a Casa da Moeda
- empresa pública - fabrica o papel moeda e
moeda metálica, mas o ato de emissão - colocar
em circulação - é responsabilidade do Banco
Central)
Executar serviços de meio circulante
Receber os recolhimentos compulsórios dos
bancos comerciais
Realizar operações de redesconto e
empréstimos de assistência à liquidez às
instituições financeiras
Regular a execução dos serviços de
compensação de cheques e outros papeis
Autorizar, normatizar, fiscalizar e intervir nas
instituições financeiras
Controlar o fluxo de capitais estrangeiros,
garantindo o correto funcionamento do mercado
cambial
Formas de ingresso
Concurso Público
A exceção da diretoria colegiada, a única forma
de ingresso no Bacen é mediante concurso de
provas e títulos. O aprovado pode ser lotado em
qualquer uma das 10 praças onde há
representações do Bacen.
Nomeação
A diretoria colegiada do Bacen, composta por
presidente e diretores, é de livre nomeação pelo
presidente da república, após aprovação do
Senado Federal. Os membros da Diretoria não
têm mandato por tempo fixo, como ocorre em
outros bancos centrais do mundo.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Banco_Central_do_Brasil
COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS –
CVM
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma
autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda do
Brasil, instituída pela Lei 6.385, de 7 de
dezembro de 1976,1 alterada pela Lei nº 6.422,
de 8 de junho de 1977, Lei nº 9.457, de 5 de maio
de 1997, Lei nº 10.303, de 31 de outubro de 2001,
Decreto nº 3.995, de 31 de outubro de 2001, Lei
nº 10.411, de 26 de fevereiro de 2002, na gestão
do presidente Fernando Henrique Cardoso, e
juntamente com a Lei das Sociedades por Ações
(Lei 6.404/76) disciplinaram o funcionamento do
mercado de valores mobiliários e a atuação de
seus protagonistas.
A CVM tem poderes para disciplinar, normalizar
e fiscalizar a atuação dos diversos integrantes do
mercado. Seu poder de normalizar abrange todas
as matérias referentes ao mercado de valores
mobiliários.
Responsabilidades
Cabe a CVM, entre outras, disciplinar as
seguintes matérias:
Registro de companhias abertas;
Registro de distribuições de valores mobiliários;
Credenciamento de auditores independentes e
administradores de carteiras de valores
mobiliários;
Organização, funcionamento e operações das
bolsas de valores;
Negociação e intermediação no mercado de
valores mobiliários;
Administração de carteiras e a custódia de
valores mobiliários;
Suspensão ou cancelamento de registros,
credenciamentos ou autorizações;
Suspensão de emissão, distribuição ou
negociação de determinado valor mobiliário ou
decretar recesso de bolsa de valores;
De acordo com a lei que a criou, a Comissão de
Valores Mobiliários exercerá suas funções, a fim
de:
assegurar o funcionamento eficiente e regular
dos mercados de bolsa e de balcão;
proteger os titulares de valores mobiliários
contra emissões irregulares e atos ilegais de
administradores e acionistas controladores de
companhias ou de administradores de carteira de
valores mobiliários;
evitar ou coibir modalidades de fraude ou
manipulação destinadas a criar condições
artificiais de demanda, oferta ou preço de valores
mobiliários negociados no mercado;
assegurar o acesso do público a informações
sobre valores mobiliários negociados e as
companhias que os tenham emitido;
assegurar a observância de práticas comerciais
eqüitativas no mercado de valores mobiliários;
estimular a formação de poupança e sua
aplicação em valores mobiliários;
promover a expansão e o funcionamento
eficiente e regular do mercado de ações
estimular as aplicações permanentes em ações
do capital social das companhias abertas.
A Lei também atribui à CVM competência para
apurar, julgar e punir irregularidades
eventualmente cometidas no mercado. Diante de
qualquer suspeita a CVM pode iniciar um
inquérito administrativo, através do qual, recolhe
informações, toma depoimentos e reúne provas
com vistas a identificar claramente o responsável
por práticas ilegais, oferecendo-lhe, a partir da
acusação, amplo direito de defesa.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Comiss%C3%A3o_de_Valores_Mo
bili%C3%A1rios
PRODUTOS BANCÁRIOS
CARTÃO DEBITO
Um cartão de débito ou cartão pré-pago é uma
forma de pagamento eletrônica que permite a
dedução do valor de uma compra diretamente na
conta corrente ou poupança do possuidor do
cartão.
Fisicamente o cartão de débito possui as
mesmas dimensões de um cartão de crédito, mas
quanto ao uso assemelha-se ao cheque, por
representar uma ordem de pagamento à vista
expedida sobre fundos da conta do cliente.
O cartão de débito é uma alternativa mais segura
e cômoda do que o cheque. Para a efetivação de
uma transação o cliente deve utilizar uma senha
para autorizar o acesso aos seus fundos
bancários. A transação é feita por um terminal
eletrônico chamado de POS (Point of Sale)
instalado no estabelecimento comercial e este
está conectado diretamente em rede bancária.
Um comprovante é emitido ao final da transação,
e todas as transações são listadas no extrato
mensal da conta do cliente.
Dentre as vantagens do cartão de débito em
relação ao cartão de crédito, destacam-se:
um maior controle dos gastos: as compras por
cartão de débito são limitadas aos fundos
existentes na conta do cliente no ato da compra,
enquanto com o cartão de crédito o cliente pode
realizar uma compra cujo valor ele não dispõe
para pagamento imediato, mas compromete-se a
pagar essa compra futuramente.
para adquirir um cartão de crédito o cliente
deve submeter-se a uma análise de crédito, e
certos tipos de cartões somente são fornecidos
para quem possuir determinada renda mensal; já
um cartão de débito não apresenta essas
restrições, sendo uma alternativa para os que
querem um cartão para pagamentos eletrônicos
mas não conseguem um cartão de crédito.
nas compras com cartão de débito não
incorrem encargos, enquanto no cartão de
crédito pode haver cobrança de juros caso a
dívida não seja paga integralmente na fatura
seguinte.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cart%C3%A3o_de_d%C3%A9bito
CARTÃO DE CRÉDITO
Cartão de crédito é uma forma de pagamento
eletrônica. É um cartão de plástico que pode
conter ou não um chip e apresenta na frente o
nome do portador, número do cartão e data de
validade (pelo menos) e, no verso, um campo
para assinatura do cliente, o número de
segurança (CVV2) e a tarja magnética
(geralmente preta). A maioria de cartões de
crédito tem forma e tamanho padronizados, como
especificado pelo padrão do ISO 7810.
O cartão de crédito pode ser usado como meio
de pagamento para comprar um bem ou contratar
um serviço. O titular recebe mensalmente no
endereço indicado a fatura para pagamento e
pode escolher pagar o total cobrado, somente o
mínimo ou algum valor intermediário,
postergando o pagamento do restante para o
mês seguinte mediante cobrança de juros.
Todasaque em espécie por meio de
cartão pré-pago ou do provisionamento para
saque.
§ 3º As instituições financeiras devem requerer
de seus clientes comunicação prévia, com, no
mínimo, um dia útil de antecedência, de saque
em espécie, de valor igual ou superior a
R$100.000,00 (cem mil reais). (Incluído pela
Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
§ 4º O atendimento ao disposto no § 3º deve ser
realizado sem prejuízo do previsto no art. 2º da
Resolução nº 3.695, de 26 de março de 2009.
(Incluído pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
Especial Atenção
Art. 10. As instituições de que trata o art. 1º
devem dispensar especial atenção a:
I - operações ou propostas cujas
características, no que se refere às partes
envolvidas, valores, formas de realização e
instrumentos utilizados, ou que, pela falta de
fundamento econômico ou legal, indiquem risco
de ocorrência dos crimes previstos na Lei nº
9.613, de 1998, ou com eles relacionados;
II - propostas de início de relacionamento
e operações com pessoas politicamente
expostas de nacionalidade brasileira e as
oriundas de países com os quais o Brasil possua
elevado número de transações financeiras e
comerciais, fronteiras comuns ou proximidade
étnica, linguística ou política;
III - indícios de burla aos procedimentos de
identificação e registro estabelecidos nesta
circular;
IV - clientes e operações em que não seja
possível identificar o beneficiário final;
V - operações oriundas ou destinadas a
países ou territórios que aplicam
insuficientemente as recomendações do Gafi,
conforme informações divulgadas pelo Banco
Central do Brasil; e (Redação dada pela Circular
nº 3.517, de 7/12/2010.)
VI - situações em que não seja possível
manter atualizadas as informações cadastrais de
seus clientes.
§ 1º A expressão “especial atenção” inclui os
seguintes procedimentos:
I - monitoramento contínuo reforçado,
mediante a adoção de procedimentos mais
rigorosos para a apuração de situações
suspeitas; (Redação dada pela Circular nº 3.654,
de 27/3/2013.)
II - análise com vistas à verificação da
necessidade das comunicações de que tratam os
arts. 12 e 13;
III - avaliação da alta gerência quanto ao
interesse no início ou manutenção do
relacionamento com o cliente.
§ 2º Considera-se alta gerência qualquer
detentor de cargo ou função de nível hierárquico
superior ao daquele ordinariamente responsável
pela autorização do relacionamento com o
cliente.
Manutenção de Informações e Registros
Art. 11. As informações e registros de que trata
esta circular devem ser mantidos e conservados
durante os seguintes períodos mínimos,
contados a partir do primeiro dia do ano seguinte
ao do término do relacionamento com o cliente
permanente ou da conclusão das operações:
I - 10 (dez) anos, para as informações e
registros de que trata o art. 7º;
II - 5 (cinco) anos, para as informações e
registros de que tratam os arts. 6º, 8º e 9º.
III - 5 (cinco) anos, para as informações
cadastrais definidas nos arts. 2º e 3º. (Incluído
pela Circular nº 3.517, de 7/12/2010.)
Parágrafo único. As informações de que trata o
art. 2º devem ser mantidas e conservadas
juntamente com o nome da pessoa incumbida da
atualização cadastral, o nome do gerente
responsável pela conferência e confirmação das
informações prestadas e a data de início do
relacionamento com o cliente permanente.
Comunicações ao Coaf
Art. 12. As instituições de que trata o art. 1º
devem comunicar ao Conselho de Controle de
Atividades Financeiras (Coaf), na forma
determinada pelo Banco Central do Brasil:
I - as ocorrências de que trata o art. 8º, §
1º, inciso I; e (Redação dada pela Circular nº
3.654, de 27/3/2013.)
II - as ocorrências de que trata o art. 9º, §
1º, incisos I e III. (Redação dada pela Circular nº
3.654, de 27/3/2013.)
§ 1º Devem também ser comunicadas ao Coaf
as propostas de realização das operações de que
tratam os incisos I e II do caput. (Renumerado e
com redação dada pela Circular nº 3.654, de
27/3/2013.)
§ 2º As comunicações das ocorrências
mencionadas no caput devem ser realizadas até
o dia útil seguinte àquele em que verificadas.
(Incluído pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
Art. 13. As instituições de que trata o art. 1º
devem comunicar ao Coaf, na forma determinada
pelo Banco Central do Brasil:
I - as operações realizadas ou serviços prestados
cujo valor seja igual ou superior a R$10.000,00
(dez mil reais) e que, considerando as partes
envolvidas, os valores, as formas de realização,
os instrumentos utilizados ou a falta de
fundamento econômico ou legal, possam
configurar a existência de indícios dos crimes
previstos na Lei nº 9.613, de 1998;
II - as operações realizadas ou serviços
prestados que, por sua habitualidade, valor ou
forma, configurem artifício que objetive burlar os
mecanismos de identificação, controle e registro;
III - as operações realizadas ou os serviços
prestados, qualquer que seja o valor, a pessoas
que reconhecidamente tenham perpetrado ou
intentado perpetrar atos terroristas ou neles
participado ou facilitado o seu cometimento, bem
como a existência de recursos pertencentes ou
por eles controlados direta ou indiretamente;
IV - os atos suspeitos de financiamento do
terrorismo.
§ 1º O disposto no inciso III aplica-se também às
entidades pertencentes ou controladas, direta ou
indiretamente, pelas pessoas ali mencionadas,
bem como por pessoas e entidades atuando em
seu nome ou sob seu comando.
§ 2º As comunicações das ocorrências de que
tratam os incisos I a IV do caput devem ser
realizadas até o dia útil seguinte àquele em que
forem verificadas. (Redação dada pela Circular
nº 3.654, de 27/3/2013.)
§ 3º Devem também ser comunicadas ao Coaf
as propostas de realização das operações e atos
descritos nos incisos I a IV.
Art. 14. As comunicações de que tratam os arts.
12 e 13 deverão ser efetuadas sem que seja
dada ciência aos envolvidos ou a terceiros.
(Redação dada pela Circular nº 3.654, de
27/3/2013.)
§ 1º As comunicações relativas a cliente
identificado como pessoa politicamente exposta
devem incluir especificamente essa informação.
§ 2º A alteração ou o cancelamento de
comunicação efetuados após o quinto dia útil
seguinte ao da sua inclusão devem ser
acompanhados de justificativa da ocorrência.
Art. 15. As comunicações de que tratam os arts.
12 e 13 relativas a instituições integrantes de
conglomerado financeiro e a instituições
associadas a sistemas cooperativos de crédito
podem ser efetuadas, respectivamente, pela
instituição líder do conglomerado econômico e
pela cooperativa central de crédito.
Art. 15-A. As instituições de que trata o art. 1º
que não tiverem efetuado comunicações nos
termos dos arts. 12 e 13 em cada ano civil
deverão prestar declaração, por meio do Sistema
de Controle de Atividades Financeiras (Siscoaf),
atestando a não ocorrência de transações
passíveis de comunicação conforme previsto
nesta Circular.
Parágrafo único. A declaração mencionada no
caput deve ser:
I - enviada em até dez dias úteis após o
encerramento do ano civil;
II - considerada para fins da verificação do
atendimento ao disposto no art. 11, inciso III, da
Lei nº 9.613, de 1998; e
III - fornecida, no que se refere ao art. 12,
apenas pelas instituições que mantêm os
registros mencionados nos arts. 8º e 9º desta
Circular.” (Artigo 15-A incluído pela Circular nº
3.654, de 27/3/2013.)
Art. 16. As instituições de que trata o art. 1º
devem manter, pelo prazo de 5 (cinco) anos, os
documentos relativos às análises de operações
ou propostas que fundamentaram a decisão de
efetuar ou não as comunicações de que tratam
os arts. 12 e 13.
Procedimentos Internos de Controle
Art. 17. O Banco Central do Brasilaplicará,
cumulativamente ou não, as sanções previstas
no art. 12 da Lei nº 9.613, de 1998, na forma
estabelecida pela legislação, às instituições
mencionadas no art. 1º desta Circular, bem como
aos seus administradores que deixarem de
cumprir as obrigações estabelecidas nesta
Circular. (Redação dada pela Circular nº 3.654,
de 27/3/2013.)
Art. 18. As instituições de que trata o art. 1º
devem indicar ao Banco Central do Brasil diretor
responsável pela implementação e cumprimento
das medidas estabelecidas nesta circular, bem
como pelas comunicações de que tratam os arts.
12 e 13.
§ 1º Para fins da responsabilidade de que trata o
caput, admite-se que o diretor indicado
desempenhe outras funções na instituição,
exceto a relativa à administração de recursos de
terceiros.
§ 2º No caso de conglomerados financeiros,
admite-se a indicação de um diretor responsável
pela implementação e cumprimento das medidas
estabelecidas nesta circular, bem como pelas
comunicações referentes às respectivas
instituições integrantes.
Art. 19. O Banco Central do Brasil divulgará:
I - os procedimentos para efetuar as
comunicações de que tratam os arts. 12 e 13;
II - operações e situações que podem
configurar indício de ocorrência dos crimes
previstos na Lei nº 9.613, de 1998;
III - situações exemplificativas de
relacionamento próximo, para fins do disposto no
art. 4º.
Art. 20. A atualização das informações
cadastrais relativas a clientes permanentes cujos
relacionamentos tenham sido iniciados antes da
entrada em vigor desta circular deve ser efetuada
em conformidade com os testes de verificação de
que trata o § 5º do art. 2º.
Art. 21. Esta circular entra em vigor na data de
sua publicação, surtindo efeitos 30 (trinta) dias
após a data de publicação para os
relacionamentos com clientes permanentes ou
eventuais estabelecidos a partir dessa data.
Art. 22. Ficam revogadas as Circulares ns.
2.852, de 3 de dezembro de 1998, 3.339, de 22
de dezembro de 2006, e 3.422, de 27 de
novembro de 2008, e os arts. 1º e 2º da Circular
nº 3.290, de 5 de setembro de 2005.
Brasília, 24 de julho de 2009.
Alexandre Antonio Tombini | Alvir Alberto
Hoffmann Diretor
Este texto não substitui o publicado no DOU e no
Sisbacen.
CARTA CIRCULAR BACEN 3.542/2012
Divulga relação de operações e situações que
podem configurar indícios de ocorrência dos
crimes previstos na Lei nº 9.613, de 3 de março
de 1998, passíveis de comunicação ao Conselho
de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Os Chefes dos Departamentos de Prevenção a
Ilícitos Financeiros e de Atendimento de
Demandas de Informações do Sistema
Financeiro (Decic), substituto, de Normas do
Sistema Financeiro (Denor) e da Gerência-
Executiva de Normatização de Câmbio e Capitais
Estrangeiros (Gence), no uso da atribuição que
confere o art. 22, inciso I, alínea "a", do
Regimento Interno do Banco Central do Brasil,
anexo à Portaria nº 29.971, de 4 de março de
2005, e tendo em vista esclarecer o disposto no
arts. 13 e 19, inciso II, da Circular nº 3.461, de 24
de julho de 2009,
R E S O L V E M :
Art. 1º As operações ou as situações descritas a
seguir, considerando as partes envolvidas, os
valores, a frequência, as formas de realização, os
instrumentos utilizados ou a falta de fundamento
econômico ou legal, podem configurar indícios de
ocorrência dos crimes previstos na Lei nº 9.613,
de 3 de março de 1998, passíveis de
comunicação ao Conselho de Controle de
Atividades Financeiras (Coaf):
I - situações relacionadas com operações em
espécie em moeda nacional:
a) realização de depósitos, saques,
pedidos de provisionamento para saque ou
qualquer outro instrumento de transferência de
recursos em espécie, que apresentem
atipicidade em relação à atividade econômica do
cliente ou incompatibilidade com a sua
capacidade econômico-financeira;
b) movimentações em espécie realizadas
por clientes cujas atividades possuam como
característica a utilização de outros instrumentos
de transferência de recursos, tais como cheques,
cartões de débito ou crédito;
c) aumentos substanciais no volume de
depósitos em espécie de qualquer pessoa natural
ou jurídica, sem causa aparente, nos casos em
que tais depósitos forem posteriormente
transferidos, dentro de curto período de tempo, a
destino não relacionado com o cliente;
d) fragmentação de depósitos, em
espécie, de forma a dissimular o valor total da
movimentação;
e) realização de depósitos de grandes
valores em espécie, de forma parcelada,
especialmente em regiões geográficas de maior
risco, principalmente nos mesmos caixas ou
terminais de autoatendimento próximos,
destinados a uma única conta ou a várias contas
em municípios ou agências distintas;
f) movimentação de recursos em espécie
em municípios localizados em regiões de
fronteira, que apresentem indícios de atipicidade
ou de incompatibilidade com a capacidade
econômico-financeira do cliente;
g) realização de depósitos em espécie em
contas de clientes que exerçam atividade
comercial relacionada com negociação de bens
de luxo ou de alto valor, tais como obras de arte,
imóveis, barcos, joias, automóveis ou aeronaves
executivas;
h) realização de saques em espécie de
conta que receba diversos depósitos por
transferência eletrônica de várias origens em
curto período de tempo;
i) realização de depósito em espécie com
cédulas úmidas, malcheirosas, mofadas, ou com
aspecto de que foram armazenadas em local
impróprio ou ainda que apresentem marcas,
símbolos ou selos desconhecidos, empacotadas
em maços desorganizados e não uniformes; e
j) realização de depósitos ou troca de
grandes quantidades de cédulas de pequeno
valor, realizados por pessoa natural ou jurídica,
cuja atividade ou negócio não tenha como
característica recebimentos de grandes quantias
de recursos em espécie;
II - situações relacionadas com operações em
espécie em moeda estrangeira e cheques de
viagem:
a) movimentação de recursos em espécie
em moeda estrangeira ou cheques de viagem,
que apresente atipicidade em relação à atividade
econômica do cliente ou incompatibilidade com a
sua capacidade econômico-financeira;
b) negociações de moeda estrangeira em
espécie, em municípios localizados em regiões
de fronteira, que não apresentem
compatibilidade com a natureza declarada da
operação;
c) negociações de moeda estrangeira em
espécie ou cheques de viagem denominados em
moeda estrangeira, que não apresentem
compatibilidade com a natureza declarada da
operação;
d) negociações de moeda estrangeira em
espécie ou cheques de viagem denominados em
moeda estrangeira, realizadas por diferentes
pessoas naturais, não relacionadas entre si, que
informem o mesmo endereço residencial; e
e) recebimentos de moeda estrangeira em
espécie, por pessoas naturais residentes no
exterior, transitoriamente no País, decorrentes de
ordens de pagamento a seu favor ou da utilização
de cartão de uso internacional, sem a evidência
de propósito claro;
III - situações relacionadas com dados cadastrais
de clientes:
a) resistência ao fornecimento de
informações necessárias para o início de
relacionamento ou para a atualização cadastral,
oferecimento de informação falsa ou prestação
de informação de difícil ou onerosa verificação;
b) abertura, movimentação de contas ou
realização de operações por detentor de
procuração ou de qualquer outro tipo de
mandato;
c) apresentação de irregularidades
relacionadas aos procedimentos de identificação
e registro das operações exigidos pela
regulamentação vigente, seguidas ou não do
encerramento do relacionamento comercial;
d) cadastramento de várias contas em
uma mesma data, ou em curto período, com
depósitos de valores idênticosou aproximados,
ou com outros elementos em comum, tais como
origem dos recursos, titulares, procuradores,
sócios, endereço, número de telefone, etc;
e) realização de operações em que não
seja possível identificar o beneficiário final,
observados os procedimentos definidos na
regulamentação vigente;
f) informação de mesmo endereço
comercial por diferentes pessoas jurídicas ou
organizações, sem justificativa razoável para tal
ocorrência;
g) representação de diferentes pessoas
jurídicas ou organizações pelos mesmos
procuradores ou representantes legais, sem
justificativa razoável para tal ocorrência;
h) informação de mesmo endereço
residencial ou comercial por pessoas naturais,
sem demonstração da existência de relação
familiar ou comercial; e
i) incompatibilidade da atividade
econômica ou faturamento informados com o
padrão apresentado por clientes com o mesmo
perfil;
IV - situações relacionadas com a movimentação
de contas:
a) movimentação de recursos incompatível com
o patrimônio, a atividade econômica ou a
ocupação profissional e a capacidade financeira
do cliente;
b) transferências de valores arredondados
na unidade de milhar ou que estejam um pouco
abaixo do limite para notificação de operações;
c) movimentação de recursos de alto valor,
de forma contumaz, em benefício de terceiros;
d) manutenção de numerosas contas
destinadas ao acolhimento de depósitos em
nome de um mesmo cliente, cujos valores,
somados, resultem em quantia significativa;
e) movimentação de quantia significativa
por meio de conta até então pouco movimentada
ou de conta que acolha depósito inusitado;
f) ausência repentina de movimentação
financeira em conta que anteriormente
apresentava grande movimentação;
g) utilização de cofres de aluguel de forma
atípica em relação ao perfil do cliente;
h) dispensa da faculdade de utilização de
prerrogativas como recebimento de crédito, de
juros remuneratórios para grandes saldos ou,
ainda, de outros serviços bancários especiais
que, em circunstâncias normais, sejam valiosas
para qualquer cliente;
i) mudança repentina e injustificada na
forma de movimentação de recursos ou nos tipos
de transação utilizados;
j) solicitação de não observância ou
atuação no sentido de induzir funcionários da
instituição a não seguirem os procedimentos
regulamentares ou formais para a realização de
uma operação;
k) recebimento de recursos com imediata
compra de instrumentos para a realização de
pagamentos ou de transferências a terceiros,
sem justificativa;
l) realização de operações que, por sua
habitualidade, valor e forma, configurem artifício
para burla da identificação da origem, do destino,
dos responsáveis ou dos beneficiários finais;
m) existência de contas que apresentem
créditos e débitos com a utilização de
instrumentos de transferência de recursos não
característicos para a ocupação ou o ramo de
atividade desenvolvida pelo cliente;
n) recebimento de depósitos provenientes
de diversas origens, sem fundamentação
econômico-financeira, especialmente
provenientes de regiões distantes do local de
atuação da pessoa jurídica ou distantes do
domicílio da pessoa natural;
o) pagamentos habituais a fornecedores
ou beneficiários que não apresentem ligação com
a atividade ou ramo de negócio da pessoa
jurídica;
p) pagamentos ou transferências por
pessoa jurídica para fornecedor distante de seu
local de atuação, sem fundamentação
econômico-financeira;
q) realização de depósitos de cheques
endossados totalizando valores significativos;
r) existência de conta de depósitos à vista
de organizações sem fins lucrativos cujos saldos
ou movimentações financeiras não apresentem
fundamentação econômica ou legal ou nas quais
pareça não haver vinculação entre a atividade
declarada da organização e as outras partes
envolvidas nas transações;
s) movimentação habitual de recursos
financeiros de ou para pessoas politicamente
expostas ou pessoas de relacionamento
próximo, não justificada por eventos econômicos;
t) existência de contas em nome de
menores ou incapazes, cujos representantes
realizem grande número de operações atípicas;
e
u) transações significativas e incomuns por
meio de contas de depósitos de investidores não
residentes constituídos sob a forma de trust;
V - situações relacionadas com operações
de investimento interno:
a) operações ou conjunto de operações de
compra ou de venda de títulos e valores
mobiliários a preços incompatíveis com os
praticados no mercado ou quando realizadas por
pessoa cuja atividade declarada e perfil não se
coadunem ao tipo de negociação realizada;
b) realização de operações atípicas que
resultem em elevados ganhos para os agentes
intermediários, em desproporção com a natureza
dos serviços efetivamente prestados;
c) investimentos significativos em produtos
de baixa rentabilidade e liquidez;
d) investimentos significativos não
proporcionais à capacidade econômico-
financeira do cliente, ou cuja origem não seja
claramente conhecida; e
e) resgates de investimentos no curtíssimo
prazo, independentemente do resultado auferido;
VI - situações relacionadas com cartões de
pagamento:
a) utilização, carga ou recarga de cartão
em valor não compatível com a capacidade
econômico-financeira, atividade ou perfil do
usuário;
b) realização de múltiplos saques com
cartão em terminais eletrônicos em localidades
diversas e distantes do local de contratação ou
recarga;
c) utilização do cartão de forma
incompatível com o perfil do cliente, incluindo
operações atípicas em outros países;
d) utilização de diversas fontes de
recursos para carga e recarga de cartões; e
e) realização de operações de carga e
recarga de cartões, seguidas imediatamente por
saques em caixas eletrônicos.
VII - situações relacionadas com operações
de crédito no País:
a) realização de operações de crédito no
País liquidadas com recursos aparentemente
incompatíveis com a situação econômico-
financeira do cliente;
b) solicitação de concessão de crédito no
País incompatível com a atividade econômica ou
com a capacidade financeira do cliente;
c) realização de operação de crédito no
País seguida de remessa de recursos ao exterior,
sem fundamento econômico ou legal, e sem
relacionamento com a operação de crédito;
d) realização de operações de crédito no
País, simultâneas ou consecutivas, liquidadas
antecipadamente ou em prazo muito curto;
e) liquidação de operações de crédito no
País por terceiros, sem justificativa aparente;
f) concessão de garantias de operações
de crédito no País por terceiros não relacionados
ao tomador;
g) realização de operação de crédito no
País com oferecimento de garantia no exterior
por cliente sem tradição de realização de
operações no exterior; e
h) aquisição de bens ou serviços
incompatíveis com o objeto da pessoa jurídica,
especialmente quando os recursos forem
originados de crédito no País;
VIII - situações relacionadas com a
movimentação de recursos oriundos de contratos
com o setor público:
a) movimentações atípicas de recursos por
agentes públicos, conforme definidos no art. 2º
da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992;
b) movimentações atípicas de recursos por
pessoa natural ou jurídica relacionados a
patrocínio, propaganda, marketing, consultorias,
assessorias e capacitação;
c) movimentações atípicas de recursos por
organizações sem fins lucrativos; e
d) movimentações atípicas de recursos por
pessoa natural ou jurídica relacionados a
licitações;
IX - situações relacionadas a consórcios:
a) existência de consorciados detentores
de elevado número de cotas, incompatível com
sua capacidade econômico-financeira ou com o
objetoda pessoa jurídica;
b) aumento expressivo do número de
cotas pertencentes a um mesmo consorciado;
c) oferecimento de lances incompatíveis
com a capacidade econômico-financeira do
consorciado;
d) oferecimento de lances muito próximos
ao valor do bem;
e) pagamento antecipado de quantidade
expressiva de prestações vincendas, não
condizente com a capacidade econômico-
financeira do consorciado;
f) aquisição de cotas previamente
contempladas, seguida de quitação das
prestações vincendas;
g) utilização de documentos falsificados na
adesão ou tentativa de adesão a grupo de
consórcio;
X - situações relacionadas a pessoas
suspeitas de envolvimento com atos terroristas:
a) movimentações financeiras envolvendo
pessoas relacionadas a atividades terroristas
listadas pelo Conselho de Segurança das
Nações Unidas;
b) realização de operações ou prestação
de serviços, qualquer que seja o valor, a pessoas
que reconhecidamente tenham cometido ou
intentado cometer atos terroristas, ou deles
participado ou facilitado o seu cometimento;
c) existência de recursos pertencentes ou
controlados, direta ou indiretamente, por pessoas
que reconhecidamente tenham cometido ou
intentado cometer atos terroristas, ou deles
participado ou facilitado o seu cometimento; e
d) movimentações com indícios de
financiamento do terrorismo;
XI - situações relacionadas com atividades
internacionais:
a) realização ou proposta de operação
com pessoas naturais ou jurídicas, inclusive
sociedades e instituições financeiras, situadas
em países que não apliquem ou apliquem
insuficientemente as recomendações do Grupo
de Ação contra a Lavagem de Dinheiro e o
Financiamento do Terrorismo (Gafi), ou que
tenham sede em países ou dependências com
tributação favorecida ou regimes fiscais
privilegiados ou em locais onde seja observada a
prática contumaz dos crimes previstos na Lei nº
9.613, de 3 de março de 1998, não claramente
caracterizadas em sua legalidade e
fundamentação econômica;
b) utilização de operações complexas e
com custos mais elevados que visem a dificultar
o rastreamento dos recursos ou a identificação
da natureza da operação;
c) realização de pagamentos de
importação e recebimentos de exportação,
antecipados ou não, por empresa sem tradição
ou cuja avaliação econômico-financeira seja
incompatível com o montante negociado;
d) realização de pagamentos a terceiros
não relacionados a operações de importação ou
de exportação;
e) realização de transferências unilaterais
que, pela habitualidade, valor ou forma, não se
justifiquem ou apresentem atipicidade;
f) realização de transferências
internacionais nas quais não se justifique a
origem dos fundos envolvidos ou que se mostrem
incompatíveis com a capacidade econômico-
financeira ou com o perfil do cliente;
g) realização de transferência de valores a
título de disponibilidade no exterior, incompatível
com a capacidade econômico-financeira do
cliente ou sem fundamentação econômica ou
legal;
h) realização de exportações ou
importações aparentemente fictícias ou com
indícios de superfaturamento ou subfaturamento;
i) existência de informações na carta de
crédito com discrepâncias em relação a outros
documentos da operação de comércio
internacional;
j) realização de pagamentos ao exterior
após créditos em reais efetuados nas contas de
depósitos dos titulares das operações de câmbio
por pessoas que não demonstrem a existência de
vínculo comercial ou econômico;
k) movimentações decorrentes de
programa de repatriação de recursos que
apresentem inconsistências relacionadas à
identificação do titular ou do beneficiário final,
bem como ausência de informações confiáveis
sobre a origem e a fundamentação econômica ou
legal; e
l) realização de frequentes pagamentos
antecipados ou à vista de importação em que não
seja possível obter informações sobre o
desembaraço aduaneiro das mercadorias;
XII - situações relacionadas com operações
de crédito contratadas no exterior:
a) contratação de operações de crédito no
exterior com cláusulas que estabeleçam
condições incompatíveis com as praticadas no
mercado, como juros destoantes da prática ou
prazo muito longo;
b) contratação, no exterior, de várias
operações de crédito consecutivas, sem que a
instituição tome conhecimento da quitação das
anteriores;
c) contratação, no exterior, de operações
de crédito que não sejam quitadas por intermédio
de operações na mesma instituição;
d) contratação, no exterior, de operações
de crédito, quitadas sem explicação aparente
para a origem dos recursos; e
e) contratação de empréstimos ou
financiamentos no exterior, oferecendo garantias
em valores ou formas incompatíveis com a
atividade ou capacidade econômico-financeira
do cliente ou em valores muito superiores ao
valor das operações contratadas ou cuja origem
não seja claramente conhecida;
XIII - situações relacionadas com operações
de investimento externo:
a) recebimento de investimento externo
direto, cujos recursos retornem imediatamente a
título de disponibilidade no exterior;
b) recebimento de investimento externo
direto, com realização quase imediata de
remessas de recursos para o exterior a título de
lucros e dividendos;
c) realização de remessas de lucros e
dividendos ao exterior em valores incompatíveis
com o valor investido;
d) realização de remessas ao exterior a
título de investimento em montantes
incompatíveis com a capacidade financeira do
cliente;
e) realização de remessas de recursos de
um mesmo investidor situado no exterior para
várias empresas no País;
f) realização de remessas de recursos de
vários investidores situados no exterior para uma
mesma empresa no País; e
g) recebimento de aporte de capital
desproporcional ao porte ou à natureza
empresarial do cliente, ou em valores
incompatíveis com a capacidade econômico-
financeira dos sócios; e
XIV - situações relacionadas com
empregados das instituições financeiras e seus
representantes:
a) alteração inusitada nos padrões de vida
e de comportamento do empregado ou do
representante, sem causa aparente;
b) modificação inusitada do resultado
operacional da pessoa jurídica do representante
ou do correspondente no País, sem causa
aparente;
c) realização de qualquer negócio de
modo diverso ao procedimento formal da
instituição por empregado, representante ou
correspondente no País; e
d) fornecimento de auxílio ou informações,
remunerados ou não, a cliente em prejuízo do
programa de prevenção à lavagem de dinheiro e
combate ao financiamento do terrorismo da
instituição, ou de auxílio para estruturar ou
fracionar operações, burlar limites
regulamentares ou operacionais.
Art. 2º As situações descritas nesta Carta
Circular, quando aplicáveis, podem indicar
parâmetros para a estruturação de sistemas de
controles internos, inclusive informatizados, para
prevenção de lavagem de dinheiro e combate ao
financiamento do terrorismo implantados pelas
instituições financeiras e demais instituições
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
Brasil.
Art. 3º A comunicação das situações
relacionadas nesta Carta Circular, bem como de
outras que, embora não mencionadas, possam
configurar indícios de ocorrência das práticas de
que trata o art. 13 da Circular nº 3.461, de 24 de
julho de 2009, deve ser efetuada por meio do
Sistema de Controle de Atividades Financeiras
(Siscoaf).
Art. 4º Esta Carta Circular entra em vigor em 14
de maio de 2012, quando fica revogada a Carta
Circular nº 2.826, de 4 de dezembro de 1998.
Nelson Rodrigues de Oliveira
Sergio Odilon Dos Anjos
Chefe do Departamento de Prevenção a
Chefe do Departamentode Normas do
Sistema
Ilícitos Financeiros e de Atendimento de
Financeiro
Demandas de Informações do Sistema
Financeiro, substituto
Geraldo Magela Siqueira
Chefe da Gerência-Executiva de Normatização
de Câmbio e Capitais Estrangeiros
Este texto não substitui o publicado no DOU de
14/3/2012, Seção 1, p. 14 a 16, e no Sisbacen.
EXERCÍCIOS
1. O Banco do Brasil durante muitos anos
funcionou como autoridade monetária graças à
Conta Movimento do Tesouro. Esta conta foi
encerrada em:
(A) 1984.
(B) 1985.
(C) 1986.
(D) 1987.
(E) 1988.
2. Dentre os instrumentos clássicos de Política
Monetária, assinale aquele que se destaca como
o mais ágil, para os objetivos do Banco Central,
de permanente regulagem da oferta monetária e
do custo primário do dinheiro.
(A) Operações no Mercado Aberto.
(B) Depósito Compulsório.
(C) Controle de Crédito.
(D) Empréstimo de Liquidez.
(E) Emissão de Moeda.
3. Sabemos que, para seu funcionamento, os
bancos comerciais e os bancos múltiplos com
carteira comercial são obrigados a manter, com
exclusividade, contas de depósito no Banco
Central - BC, por onde circulam suas reservas
bancárias. Tais bancos são debitados (perdem)
em suas reservas quando:
(A) recolhem tributos ao BC em volume
menor do que os depósitos efetuados em conta
corrente pelos clientes.
(B) recolhem tributos ao BC em volume
maior do que os depósitos efetuados em conta
corrente pelos clientes.
(C) arrecadam tributos em volume maior do
que os saques efetuados em conta corrente
pelos clientes.
(D) arrecadam tributos em volume menor do
que os depósitos efetuados em conta corrente
pelos clientes. (E) movimentam mais depósitos
do que saques dos clientes em conta corrente.
4. Podemos afirmar que os objetivos
básicos do PROER foram:
(A) assegurar a liquidez e solvência do
Sistema Financeiro Nacional e resguardar
os interesses de depositantes e investidores.
(B) salvar as instituições financeiras em
dificuldade e garantir o patrimônio dos
investidores em fundos de investimento.
(C) salvar as instituições financeiras em
dificuldade e garantir o patrimônio dos seus
administradores.
(D) melhorar a imagem do País no exterior
e adaptar o Sistema Financeiro Nacional ao
processo de globalização. (E) enquadrar o
Sistema Financeiro Nacional no Acordo de
Basiléia e garantir o futuro do Mercosul.
5. O Certificado de Depósito Bancário - CDB é
um dos títulos utilizados para captação de
depósitos a prazo fixo, por parte dos bancos
comerciais, bancos de investimento e bancos
múltiplos com uma destas carteiras. Os prazos
mínimos, em vigor em fevereiro de 98, entre suas
datas de emissão e de resgate nas modalidades
pré- e pós- fixadas são de: (A) 30 dias na pré- e
90 dias na pós-.
(B) 30 dias na pré- e 120 dias na pós-.
(C) 30 dias na pré- e 4 meses data a data
na pós-. (D) 60 dias na pré- e 120 dias na pós-.
(E) 60 dias na pré- e 4 meses data a data na pós-
.
6. Nas operações de Crédito Direto ao
Consumidor - CDC, as taxas de juros cobradas
pela Financeira e/ou Banco Múltiplo com esta
carteira são, via de regra, maiores que as taxas
de juros cobradas nas operações de Crédito
Direto ao Consumidor com Interveniência - CDCI.
Tal fato se deve à (ao):
(A) impacto nos Depósitos à vista.
(B) prática de mercado.
(C) maior complexidade operacional do
CDC.
(D) maior custo administrativo do CDC.
(E) menor risco de crédito inerente ao
CDCI.
7. Os bancos comerciais e múltiplos com carteira
comercial têm a obrigatoriedade de aplicar um
percentual dos saldos médios de seus depósitos
à vista em empréstimos ao setor primário da
economia, constituindo um dos pilares do assim
chamado crédito rural. O valor deste percentual,
em vigor em fevereiro de 98, era de:
(A) 30%
(B) 25%
(C) 22%
(D) 20%
(E) 15%
8. Nas operações de leasing financeiro, o
arrendatário (cliente) paga ao arrendador
(empresa de leasing) contraprestações
(aluguéis) durante a vigência do contrato, com a
opção de compra do bem ao final do contrato, por
um valor nele explicitado, usufruindo, assim, os
benefícios fiscais do leasing. Caso a opção de
compra seja exercida (paga) antes do final do
contrato...
(A) os benefícios se mantêm, e a operação
segue normalmente até seu final.
(B) renegocia-se uma nova operação de
leasing pelo valor restante a pagar, mas o
cliente perde os benefícios.
(C) renegocia-se uma nova operação de
leasing pelo valor restante a pagar,
mantendo-se os benefícios.
(D) a operação se encerra neste momento,
os benefícios se mantêm e há um acerto de
contas.
(E) a operação passa a se caracterizar
como uma operação de compra e venda a
prestações, e o cliente perde os benefícios.
9. Um banco, autorizado pelo Banco Central a
operar no mercado de câmbio, e que,
inicialmente, se mantinha numa posição
nivelada, vende US$ 100.000,00 no mercado
futuro ao mesmo tempo que compra US$
50.000,00 no spot (mercado à vista). A posição
atual deste banco passa a ser:
(A) comprada em US$ 150.000,00.
(B) comprada em USS 50.000,00.
(C) vendida em USS 100.000,00.
(D) vendida em USS 50.000,00.
(E) nivelada.
10. As operações de compra e venda de
"performance" de exportação ocorrem quando,
em resumo, um exportador que:
(A) não tomou um ACC, negocia seu
produto com outro exportador que tomou um
ACC, mas não tem mercadoria para
exportar.
(B) não tomou um ACC, negocia seu
produto com outro exportador que também
não tomou um ACC, mas tem mercadoria
para exportar.
(C) tomou um ACC, negocia seu produto
com outro exportador que também tomou um
ACC, mas não tem mercadoria para
exportar.
(D) tomou um ACC, mas não precisa mais
dos recursos, transfere para outro
exportador, assumindo o risco de crédito. (E)
tomou um ACC, mas desistiu de exportar a
mercadoria, devolve o dinheiro ao banco.
11. Em fevereiro de 98, os Fundos de
Investimento Financeiro - FIF sofriam a
incidência de diferentes percentuais de
recolhimento compulsório, de acordo com o
prazo de carência para o resgate dos recursos
aplicados. Assinale a opção que apresenta
corretamente esses percentuais.
Curto Prazo 30 dias 60 dias
(A) 40% 10% 5%
(B) 45% 5%
Zero
(C) 50% 10%
Zero
(D) 50% 10% 5%
(E) 50% 5%
Zero
12. A implantação, em outubro de 95, dos novos
fundos de renda fixa - os FIFs e os FACs - teve
como objetivos básicos o:
(A) alongamento do perfil das aplicações, a
liberalização das regras de aplicação do
patrimônio e a redução da competitividade
dos administradores na busca de resultados.
(B) alongamento do perfil das aplicações, á
liberalização das regras de aplicação do
patrimônio e o aumento da competitividade
dos administradores na busca de resultados.
(C) alongamento do perfil das aplicações, a
restrição das regras de aplicação do
patrimônio e o aumento da competitividade
dos administradores na busca de resultados.
(D) encurtamento do perfil das aplicações, a
liberalização das regras de aplicação do
patrimônio e o aumento da competitividade
dos administradores na busca de resultados.
(E) encurtamento do perfil das aplicações, a
restrição das regras de aplicação do
patrimônio e o aumento da competitividade
dos administradores na busca de resultados.
13. As debêntures são títulos (valores
mobiliários) emitidos por uma sociedade
anônima de capital aberto. Podem ser emitidas
nos tipos simples, conversível ou permutável. O
que caracteriza a debênture permutável é o fato
de poder ser:
(A) convertida em ações emitidas pela
empresa emissora da debênture a qualquer
tempo.
(B) convertida em ações emitidas pelaempresa emissora da debênture, conforme
regras do contrato de emissão da debênture.
(C) resgatada, conforme regras dó contrato
de emissão da debênture.
(D) trocada por ações de outra empresa,
existentes no patrimônio da empresa
emissora da debênture, conforme regras do
contrato de emissão da debênture
(E) trocada por bens da empresa emissora
da debênture, conforme regras do contrato
de emissão da debênture.
14. Os títulos emitidos no exterior para captação
de recursos embutem, muitas vezes, cláusulas
com opções especificas. Por exemplo, alguns
Eurobonus recentemente emitidos embutiam
uma cláusula com opção Call. Esta cláusula
permite a(o):
(A) diminuição do prazo do título por parte
do seu emissor.
(B) devolução do título pelo investidor antes
do prazo final.
(C) aumento do prazo do título por parte do
seu emissor.
(D) resgate antecipado do título pelo
emissor, logo antes do prazo final. (E) resgate
postecipado do título pelo emissor, logo após o
prazo final.
15. Uma operação à vista no mercado de ações
caracteriza a compra ou venda, em pregão, de
determinada quantidade de ações, para
liquidação imediata. O cliente que ordena a
operação pode utilizar diferentes tipos de ordem
de compra e venda. Quando o cliente especifica
à corretora apenas a quantidade e as
características das ações que deseja comprar ou
vender temos uma ordem:
(A) a mercado.
(B) de financiamento.
(C) de proteção.
(D) casada.
(E) limitada.
16. O titular de uma opção de compra de uma
ação, que carrega sua posição até a data de
vencimento da opção, só estará efetivamente
ganhando e, portanto, com justificativa para
exercê-la, quando o preço de mercado da ação,
no momento do exercício, for:
(A) inferior ao preço de exercício da opção.
(B) inferior ao preço de exercício da opção
acrescido do valor do prêmio pago, quando
da compra da opção.
(C) superior ao preço de exercício da opção
acrescido do valor do prêmio pago, quando
da compra da opção. (D) superior ao preço
de exercício da opção deduzido o valor do
prêmio pago, quando da compra da opção.
(E) superior ao preço de exercício da opção.
17. Suponha que um produtor de café acredite,
hoje, que, dentro de 3 meses, quando da colheita
e posterior venda de sua produção, os preços
terão caído e não cobrirão seus custos. Em
função desta expectativa e considerando que os
preços no mercado futuro de café, dentro de 3
meses, estarão altos, refletindo uma expectativa
oposta à sua, para se proteger, ele resolve:
(A) adquirir café no mercado à vista.
(B) não fazer nada e aguardar.
(C) comprar e vender estes contratos
futuros em igual volume.
(D) comprar estes contratos futuros no valor
de sua produção. (E) vender estes contratos
futuros no valor de sua produção.
18. Quando o Preço Unitário (PU) de um título de
renda fixa ou flutuante negociado no mercado
cai, podemos afirmar que a taxa de juro embutida
neste titulo:
(A) não se alterou.
(B) subiu.
(C) caiu.
(D) varia dependendo do valor do PU.
(E) varia a critério do emissor.
19. O Desconto de Títulos, principalmente de
duplicatas, notas promissórias e cheques, é um
dos principais produtos de empréstimo dos
bancos comerciais e múltiplos com esta carteira.
Supondo-se que um cliente desconte no banco
um título com valor nominal de R$ 100.000,00,
com data de vencimento em 30 dias, pagando ao
banco uma taxa de desconto de 3% ao mês e, ao
fisco, um IOF de 1,5% ao ano (0,0041 % ao dia),
assinale o valor, em reais, entregue ao cliente.
(A) 98.677,00. (B) 97.867,00
(C) 96.877,00
(D) 96.788,00
(E) 96.687,00
20. O Fundo Garantidor de Créditos - FGC
assegura o total de créditos de cada pessoa
dentro de uma mesma instituição financeira, ou
dentro de todas as instituições de um mesmo
conglomerado financeiro, até ó valor máximo, em
reais, de:
(A) 25.000,00
(B) 22 500,00
(C) 20.000,00
(D) 18.000,00
(E) 15.000,00
21. Quando concorrerem para a abertura de
conta ou movimentação de recursos sob nome
falso, respondem como coautores por crime de
falsidade, o
(A) beneficiário da conta, que
irregularmente a abriu.
(B) gerente e o administrador.
(C) gerente que irregularmente identificou o
correntista.
(D) funcionário que irregularmente
identificou o correntista.
(E) funcionário que irregularmente
identificou o correntista, o gerente e o
administrador.
22. A personalidade civil do homem, começa (A)
do nascimento com vida.
(B) aos 14 anos.
(C) aos 16 anos.
(D) aos 21 anos.
(E) aos 24 anos, quando universitário ou
cursando escola de 2° grau.
23. Os ausentes, para serem considerados
absolutamente incapazes de exercer
pessoalmente os atos da vida civil, devem (A)
encontrar-se em lugar incerto e não sabido.
(B) encontrar-se nessa situação por mais
de 12 meses.
(C) ser declarados como tais por ato do juiz.
(D) ser declarados como tais por autoridade
policial da jurisdição de seu domicílio.
(E) encontrar-se nessa situação por mais
de 24 meses.
24. Quando os estatutos das pessoas jurídicas
não o designarem, estas serão representadas,
ativa e passivamente nos atos judiciais e extra-
judiciais, pelos seus (A) executivos.
(B) diretores.
(C) executivos categorizados.
(D) administradores comerciais.
(E) gerentes administrativos.
25. Quando os estatutos de uma pessoa jurídica
de direito privado não elegerem domicilio
especial, pelo código civil, será considerado
como sendo o do local onde funcionarem as
respectivas (A) atividades fins.
(B) atividades industriais, se este for seu
objeto.
(C) atividades mercantis, se este for seu
objeto.
(D) diretorias e administrações.
(E) atividades de prestação de serviços, se
este for seu objeto.
26. Constitui título de crédito, a (A) nota fiscal de
venda.
(B) fatura.
(C) duplicata.
(D) nota fiscal de simples remessa.
(E) nota fiscal de serviços.
27. É ordem de pagamento (A) a ação ordinária.
(B) a fatura.
(C) a nota promissória.
(D) o warrant.
(E) a letra de câmbio.
28. Se o aval de um cheque não indicar o
avalizado, considera-se como tal o (A) emitente.
(B) sacado.
(C) endossante ou os endossantes.
(D) primeiro endossante.
(E) último endossante.
29. A "chave" utilizada para as "ordens de
pagamento", constitui medida de segurança (A)
da existência de fundos suficientes.
(B) na identificação do destinatário.
(C) da autenticidade da ordem de
pagamento.
(D) na identificação do remetente.
(E) da destinação da ordem de pagamento.
30. O modelo confeccionado e em uma única via
e a cor da impressão em papel branco, do
"Documento de Crédito, - DOC",
é (A) A, sépia.
(B) B, sépia.
(C) C, verde escuro.
(D) A, verde escuro.
(E) C, sépia.
31. É garantia real que pode ser transcrita ou
averbada no registro de imóveis, (A) a hipoteca
somente. (B) o penhor, somente
(C) a caução, somente.
(D) a alienação fiduciária, somente.
(E) a hipoteca, o penhor e a alienação
fiduciária.
32. A fiança diferencia-se do aval, por ser uma
(A) obrigação acessória.
(B) garantia cambial plena.
(C) garantia cambial autônoma.
(D) garantia cambial a obrigado.
(E) garantia cambial a coobrigado.
33. A sociedade comercial em que a
responsabilidade de todos os sócios é ilimitada é
a
(A) em comandita simples.
(B) anônima.
(C) em comandita por ações.
(D) em nome coletivo.
(E) de capital e indústria.
34. "Adaptar o volume dos meios de pagamento
às reais necessidades da economia nacional e
seu processo do desenvolvimento, constitui
política do:
(A) Conselho Monetário Nacional
(B) Sistema Financeiro Nacional
(C) Banco do Brasil
(D) Banco doEstado do S. Paulo
(E) Banco Central
35. Exercer a fiscalização das instituições
financeiras e aplicar as penalidades previstas é
competência: (A) do Banco do Brasil .
(B) do Conselho Monetário Nacional.
(C) do Banco central.
(D) da Caixa Econômica Federal
(E) do Ministério da Fazenda
36. Representam bens e direitos:
(A) Contas de Lucros e Perdas
(B) Contas do Patrimônio Líquido
(C) Contas do Passivo
(D) Contas do Capital Social
(E) Contas do Ativo
37. As instituições financeiras privadas fazem
parte do:
(A) Conselho Monetário Nacional
(B) Sistema Econômico Nacional
(C) Sistema Financeiro Nacional
(D) Ministério do Fazenda
(E) Sistema de Desenvolvimento
Econômico
38. O cheque com a cláusula "ou à sua ordem",
denomina-se:
(A) cheque visado
(B) cheque nominativo
(C) cheque ao portador
(D) cheque cruzado
(E) cheque especial
39. É documento representativo de parte do
capital de uma sociedade anônima:
(A) a quota
(B) a apólice
(C) o cheque
(D) a parcela
(E) a ação
40. O cheque é:
(A) uma promessa de pagamento a prazo
(B) uma ordem de pagamento à vista
(C) uma declaração de dívida
(D) uma certeza de pagamento
(E) a transferência de valores de um banco
para outro
41. "WARRANT" é usada para designar:
(A) uma ordem de pagamento interbancária
(B) um documento para exportação
(C) uma declaração de dívida para
pagamento posterior
(D) um título de crédito descontável em
bancos oficiais
(E) um título de penhor transferível e
negociável, representativo de mercadorias
depositadas em armazéns gerais
42. Entende-se por Letra de câmbio uma:
(A) ordem de pagamento emitida pelo
credor
(B) ordem de pagamento emitida pelo
devedor
(C) promessa de pagamento emitida pelo
devedor
(D) promessa de pagamento emitida pelo
credor
(E) ordem de pagamento emitida pelo
credor e devedor
43. A Letra de câmbio em moeda estrangeira ou
nacional denomina-se:
(A) Nota Promissória
(B) Cautela
(C) Cambial
(D) Debênture
(E) Câmbio Oficial
44. Dentre os requisitos apresentados, o que
NÃO se aplica à duplicata é:
(A) cláusula ao portador
(B) denominação duplicata
(C) assinatura do emitente
(D) número da fatura
(E) Praça do pagamento
45. A operação por meio da qual um banco obtém
um financiamento e o transfere aos seus clientes
denomina-se:
(A) título descontado
(B) repasse
(C) redesconto
(D) refinanciamento
(E) transferência de financiamento
46. Só pode ser pago a um determinado banco,
o cheque:
(A) cruzado normal
(B) ao portador
(C) nominal pessoa física
(D) nominal pessoa jurídica
47. Constitui documento de natureza comercial e
fiscal emitido em operações comerciais e
obrigado por lei: (A) a duplicata
(B) a fatura
(C) a nota fiscal
(D) o contrato legal
(E) o recibo
48. Conta movimentada nos empréstimos
garantidos equivale a:
(A) empréstimos em conta
(B) adiantamento à depositantes'
(C) títulos caucionados
(D) títulos descontados
(E) empréstimos garantidos
49. A operação garantida por jóias é:
(A) caução (B) penhor
(C) hipoteca (D) fiança
(E) aval
INSTRUÇÕES:
Para as questões de números 50 a 52 indique a
alternativa que contempla todas as operações de
um só tipo.
50. OPERAÇÕES ATIVAS:
(A) empréstimos em conta-cheque especial
- títulos descontados
(B) empréstimos em conta-adiantamento a
depositantes - depósitos à vista (C) cheque
especial - depósitos a prazo - títulos descontados
(D) adiantamentos a depositantes -
cheques de viagem - cheques especiais
(E) repasses - redescontos - ordem de
crédito
51. OPERAÇÕES PASSIVAS:
(A) depósitos à vista - depósitos a prazo - ordem
de pagamento (B) depósitos à vista - repasses -
ordem de pagamento
(C) depósitos à prazo - obrigações por
empréstimos - redescontos
(D) depósitos à prazo - ordem de
pagamento - cheque especial
(E) empréstimos em conta - depósitos -
cheque especial
52. OPERAÇÕES ACESSÓRIAS:
(A) ordem de pagamento - ordem de crédito
- redesconto
(B) ordem de pagamento - cheque de
viagem - depósitos
(C) garantias bancárias - títulos e valores
em custódia - cobrança
(D) depósitos à vista - títulos e valores em
custódia - redesconto
(E) empréstimo em conta - obrigações por
empréstimos - ordem de pagamento.
53. Número e valor da Fatura que lhe deu origem
são requisitos essenciais da:
(A) ordem do pagamento
(B) fatura
(C) nota fiscal
(D) duplicata
(E) ordem de crédito
54 Avalista é a pessoa que:
(A) deve pagar uma ordem de pagamento
(B) transfere seus direitos sobre um título
(C) garante o pagamento de um título caso
o devedor não o faça
(D) emite uma promissória
(E) abona um devedor
55 Cheques emitidos pelo próprio banco sacado
e vendido aos seus clientes para serem
descontados em outras praças ou até mesmo por
outros bancos são:
(A) cheques vinculados
(B) cheques nominativos
(C) cheques especiais
(D) cheques com cartão de crédito
(E) cheques de viagem
56 Cobrança caucionada é a cobrança de títulos:
(A) por conta dos clientes (duplicatas,
recibos, nota promissória)
(B) recebidos em garantia de empréstimos
(C) descontados pelo banco
(D) vinculados à operações de empréstimos
(sem caução)
(E) garantidos pelo banco
57 São títulos emitidos por empresas de capital
aberto representativos da dívida dessas
empresas: (A) ações
(B) warrants
(C) debêntures
(D) títulos cambiais
(E) duplicatas
58 Assinale a alternativa que completa
corretamente a seguinte frase: A Letra de
Câmbio é emitido pelo ....., o cheque pelo ..... e a
nota promissória pelo .....
(A) credor - sacador - devedor
(B) credor - devedor - sacador
(C) credor - sacado - devedor
(D) devedor - emitente - sacador
(E) devedor - sacador - emitente
59 Valores em garantia a Depositantes do
valores em garantia, representam:
(A) liquidação da garantia
(B) entrada da garantia
(C) baixa da garantia
(D) depósito em conta vinculada
(E) baixa do conta vinculada
60 Depósitos de Pessoas Jurídicas a Títulos
Descontados, corresponde a: (A) liquidação de
um empréstimo em conta
(B) título descontado não paga pela sacado
e lançado na conta do cliente
(C) título redescontado junto ao Banco
Central
(D) crédito do valor líquido do título
descontado
(E) pagamento do título descontado, pelo
sacado
GABARITO OFICIAL
1-c 11-e 21-b 31-e 41-e 51-c
2-a 12-b 22-a 32-a 42-a 52-c
3-b 13-d 23-c 33-d 43-c 53-d
4-a 14-d 24-b 34-a 44-a 54-c
5-c 15-a 25-d 35-c 45-b 55-e
6-e 16-c 26-c 36-e 46-d 56-b
7-b 17-e 27-e 37-c 47-c 57-c
8-e 18-b 28-a 38-c 48-a 58-a
9-d 19-c 29-c 39-e 49-b 59-b
l0-a 20-c 30-b 40-b 50-a 60-bconta de cartão de crédito possui um limite
de compras definido pelo banco emissor. As
compras efetuadas reduzem o limite disponível
até que, quando insuficiente, novas compras são
negadas. O pagamento da fatura libera o limite
para ser usado novamente.
História
O cartão de crédito surgiu na década de 1920,
nos Estados Unidos. Inicialmente, os cartões de
créditos eram dados somente aos clientes mais
fiéis, que o dono do estabelecimento acreditava
serem confiáveis por pagarem suas compras em
dia... Mas foi na década de 1950, quando Frank
MacNamara estava com executivos financeiros
em um restaurante na cidade de Nova York e
percebeu que tinha esquecido seu dinheiro e seu
talão de cheques para pagar a conta, que teve a
ideia de criar um cartão em que contivesse o
nome do dono, e que após um tempo, o dono do
cartão pudesse pagar a conta.
Então, naquele mesmo ano, ele criou o Diners
Club International que era feito de papel-cartão.
O cartão era aceito em apenas 27 restaurantes e
era usado apenas por pessoas importantes na
época (aproximadamente 200 pessoas que eram
amigos de Frank). Em 1952, o cartão começou a
ganhar milhares de adeptos e já era aceito por
vários estabelecimentos. E neste mesmo ano foi
criado o primeiro cartão de crédito internacional.
Em 1955, o cartão passou a ser feito de plástico.
Em 1958, foi a vez de a American Express criar
o seu cartão, mas foi em 1966 que o
BankAmerican Service Corporation, criou o
cartão BankAmericard com um sucesso, já que
era aceito em mais de 12 milhões de
estabelecimentos e, pouco tempo depois, o
cartão passou a se chamar a atual Visa. No
mesmo ano, foi criado o Master Charge que
originou a bandeira MasterCard. Em 1975, a
Diners, lançou o "Corporate Card", que se tratava
do primeiro cartão de crédito corporativo do
mundo, e em 1981 a Citicorp (atual Citibank)
comprou a Diners Club da Continental Insurance
Corporation.
No Brasil, o empresário tcheco Hanus Tauber
(precursor dos cartões no Brasil), em 1954,
comprou nos Estados Unidos uma franquia da
Diners, propondo sociedade no cartão com o
empresário Horácio Klabin. Em 1956, o Diners
chegou ao Brasil, sendo inicialmente um cartão
de compra e não um cartão de crédito. Em 1968,
foi lançado o primeiro cartão de crédito de banco,
o Credicard, e em 1971 foi fundada no Rio de
Janeiro a Associação Brasileira das Empresas de
Cartões de Crédito e Serviços - ABECS.
Posteriormente, em 1974, a sede da ABECS foi
transferida para São Paulo. Em 1984, a
Credicard comprou a Diners Club do Brasil, mas
foi na década de 1990 que ocorreu o lançamento
do cartão de crédito internacional e em 1994,
com a chegada do Plano Real, ele só faz
aumentar o crescimento do produto.
Características do cartão
Cartão da bandeira Visa.
O cartão de crédito oferece algumas vantagens
como:
Não é preciso ter dinheiro físico ou cheque na
hora da compra.
O cliente obtém um prazo a mais para pagar a
compra.
Dependendo do cartão, não é necessário pagar
anuidade.
Entre outras vantagens.
Funcionamento
As operações de cartões de crédito envolvem 5
participantes:
- Primeiros dígitos de um cartão de crédito
- Portador: Pessoa interessada em adquirir bens
ou contratar serviços pagando através do cartão
de crédito. Pode ser o titular da conta de cartão
de crédito (responsável pelo pagamento das
faturas) ou apenas portador do cartão adicional
(atrelado a conta de algum titular).
- Estabelecimento: Empresa interessada em
vender ou prestar serviço recebendo o
pagamento feito pelos seus clientes através do
cartão de crédito.
- Adquirente: Empresa responsável pela
comunicação da transação entre o
estabelecimento e a bandeira. Para isso, aluga e
mantém os equipamentos usados pelos
estabelecimentos como, por exemplo, o POS. As
maiores adquirentes no Brasil são Rede (antiga
Redecard), Cielo (antiga Visanet Brasil), Getnet
(do Banco Santander), Elavon (join de
subsidiárias do Citibank e do Citigroup) e
Banricompras (do Banco Banrisul). A Hipercard
não participa mais do mercado de adquirentes
desde a fusão das operações com a Rede, que
passou a aceitar transações da bandeira Hiper.
- Bandeira: Empresa responsável pela
comunicação da transação entre o adquirente e
o emissor do cartão de crédito. As maiores
bandeiras presentes no mercado brasileiro são
Visa, MasterCard, American Express, Diners,
Hiper, Elo e Aura. Para identificar qual é o
emissor do cartão, as bandeiras usam os 6
primeiros números do cartão, chamados de "bin-
number".
- Emissor: (também chamado de empresa
administradora do cartão) Instituição financeira,
principalmente bancos, que emitem o cartão de
crédito, definem limite de compras, decidem se
as transações são aprovadas, emitem fatura para
pagamento, cobram os titulares em caso de
inadimplência e oferecem produtos atrelados ao
cartão como seguro, cartões adicionais e plano
de recompensas.
Em uma transação, o estabelecimento passa o
cartão em um equipamento eletrônico que pode
ser um POS (comum em pequenas lojas,
restaurantes e postos de gasolina) ou um
equipamento integrado com o sistema do
estabelecimento (usado em supermercados e
lojas de departamentos). Nesse momento um
funcionário do estabelecimento digita a opção de
crédito ou débito, o número de parcelas e o tipo
de parcelamento (com ou sem juros). O portador
deve verificar os dados da transação e inserir a
senha, no caso de cartão com senha. Esse
aparelho se comunica com o adquirente, que
envia a transação para a bandeira, que, por sua
vez, direciona para o emissor. O emissor decide
se a transação será aprovada ou não e envia a
decisão de volta para a bandeira, que envia para
o adquirente e, então, para o equipamento do
estabelecimento. Em algumas situações, como
da bandeira Hiper, o adquirente, bandeira e
emissor são a mesma empresa, o que facilita
essa troca de informações.
No caso de transação aprovada, o equipamento
do estabelecimento emite duas vias de
comprovante. Uma delas fica com o portador e a
outra com o estabelecimento. Em geral, nos
casos de transação sem senha, é exigido do
portador que assine a via do estabelecimento.
Nesse caso, os estabelecimentos são instruídos
a verificar se a assinatura no comprovante
confere com a assinatura no verso do cartão ou
com algum documento de identidade do portador,
porém, pouquíssimos estabelecimentos adotam
essa prática no Brasil.
As transações com cartões que possuem chip
funcionam da mesma forma, mas com mais
segurança contra fraude porque dificultam o
processo de clonagem de cartão. A maioria dos
emissores brasileiros, ao implantarem os chips
nos cartões, também implantaram a necessidade
do portador digitar a senha. Por essa razão
algumas pessoas relacionam o chip com a
senha, mas podem ser funcionalidades
separadas.
A opção de parcelamento sem juros (ou
"parcelamento loja") significa que o valor da
transação é dividido pelo número de parcelas.
Nesse tipo de transação o estabelecimento
recebe o valor da venda de forma parcelada. A
opção de parcelamento com juros (ou
"parcelamento emissor") significa que o titular do
cartão pagará, além do valor combinado, uma
taxa de juros definida pelo emissor do cartão.
Nesse tipo de transação o estabelecimento
recebe o valor da venda de uma vez e o emissor
recebe os juros a serem pagos pelo titular.
Cartões de crédito no mundo
Os cartões de crédito de conceito moderno
nasceram nos EUA, na década de 1920, quando
empresas privadas (sobretudo redes de hotéis e
empresas petroleiras) começaram a emitir
cartões para permitir a seus clientes comprarem
a crédito nos próprios estabelecimentos.
A primeira ideia sobre cartão de crédito
"universal", ou seja, que pudesse ser utilizado em
vários estabelecimentos diferentes, surgiu a
partir de umacontecimento bastante peculiar,
nos anos de 1949. O executivo e criador do
Diners Club Card, Frank MacNamara, estava
com alguns convidados em um restaurante de
Nova York e, ao receber a conta de despesas,
descobrira que não poderia pagá-la porque havia
esquecido a sua carteira.
Uma conversa com o dono do local, permitiu-lhe
assinar uma conta de despesas, que poderia ser
paga em um outro dia. Frank MacNamara não só
gostou da ideia, como também, partindo desse
incidente, criou juntamente com o seu advogado,
Ralph Schneider, o Diners Club Card.
No primeiro ano de vida, em 1950, o cartão era
aceito em 27 restaurantes e com clientes
chegando a quase duzentas pessoas, na maioria
amigos pessoais e conhecidos do idealizador.
Com este sistema, a empresa de cartões de
crédito cobrava uma taxa anual e enviava contas
mensais ou anuais dos gastos efetuados.
Inicialmente o cartão era de papel. Somente em
1955, o Diners passou a usar o plástico.
Dois anos depois do lançamento do cartão, o seu
conceito adquiriu mais adeptos, ocorrendo à
emissão do primeiro cartão de validade
internacional. Sua rede afiliada já abrangia um
grande número de restaurantes, hotéis e diversos
estabelecimentos varejistas.
Em 1960, o Clube dos Diners abre franquias em
Hong-Kong, Japão, Malásia e Nova Zelândia.
Outros estabelecimentos de países como a
Bolívia, Equador, Iugoslávia, Ceilão, Tailândia,
Okinawa, Suriname e Zanzibar começam a
aceitar o cartão, além de algumas linhas aéreas.
No total, eram mais de 50 países em todos os
continentes.
Em 1966, um outro grupo de bancos, o
BankAmerican Service Corporation lançou com
êxito o BankAmericard, que mais tarde originou a
bandeira Visa. Na mesma época, a American
Express criou um cartão semelhante ao Diners
Club, com uso em hotéis e restaurantes.
No mesmo ano e seguindo os exemplos citados,
formou-se o Interbank Card Association (ICA),
que mais tarde passou a se chamar Master
Charge e finalmente virou Mastercard
International. O Bank of America começou a
emitir cartões em outros estados em parceria
com outros bancos. Em 1968 foi lançado no
Brasil o primeiro cartão de crédito de banco;
chamava-se ELO e foi criado pelo Banco
Bradesco.
No ano de 1975, o Diners Club introduziu o
primeiro "Corporate Card": nascia o cartão de
crédito empresarial. Em meados de 1981, o
CITICORP adquiriu o DINERS Club da
Continental Insurance Corporation.
Ao final de 2006, a situação dos principais
competidores do mercado de cartões de crédito
era a seguinte:
Visa: empresa atualmente de capital aberto com
mais de 13 mil instituições financeiras no mundo
todo que emitem o cartão com a bandeira Visa.
Existia ao final de 2006, 1,6 bilhão de cartões
Visa em circulação que eram aceitos em mais de
24 milhões de estabelecimentos em mais de 170
países. No ano de 2006, o volume de transações
gerado pelos cartões Visa foi de 4,6 trilhões de
dólares americanos.
Mastercard: empresa atualmente de capital
aberto com mais de 25 mil parceiros emissores
no mundo. Existiam ao final de 2006, cerca de
820 milhões de cartões Mastercard em circulação
no mundo, aceitos em 25 milhões de
estabelecimentos comerciais em mais de 210
países e territórios. No ano de 2006 o volume de
transações gerado por cartões da Mastercard foi
de aproximadamente 2 trilhões de dólares
americanos.
American Express: empresa de capital aberto,
fundada em 1850, mas que teve o seu primeiro
cartão emitido somente em 1958. Os cerca de 57
milhões de cartões American Express em
circulação em 2006 eram aceitos em mais de 200
países. No ano 2006, os cartões American
Express geraram cerca de 150 bilhões de dólares
americanos em transações.
Outras bandeiras de cartões difundidas no
mundo, com maior ou menor aceitação,
dependendo das regiões, são: Diners
(pertencente ao Citibank), JCB (Japanese Credit
Bureau) e Discover (pertencente ao Morgan
Stanley).
Nos dias de hoje, todas as bandeiras enfrentam
ameaças das organizações federais antitruste
dos países em que operam por acusações de
práticas monopolistas. As bandeiras que têm
como os seus maiores expoentes a Mastercard e
a Visa, estudam formas de frear a crescente
demanda por maior transparência e equidade em
suas próprias práticas comerciais.
Em 2006, a Mastercard tomou a liderança do
processo de prevenção contra leis antitruste e
deixou de ser uma associação comercial de
bancos passando a ser uma empresa aberta com
ações listadas na NYSE sob o código MA.
Cartões de crédito no Brasil
O primeiro plástico brasileiro teve a bandeira
Diners. Ele foi lançado em 1956 e só era aceito
em um grupo seleto de restaurantes. Isto
aconteceu seis anos após a sua utilização nos
EUA. Em 1954, o empresário tcheco Hanus
Tauber (precursor dos cartões no Brasil)
comprou nos Estados Unidos a franquia do
Diners Club, propondo sociedade no cartão com
o empresário Horácio Klabin. Logo, em 1956 é
lançado no Brasil o cartão Diners Club, sendo a
princípio um cartão de compra (requerendo
pagamento integral da fatura) e não um cartão de
crédito.
Em 1968, o Bradesco seria responsável pela
emissão do primeiro cartão de crédito brasileiro,
o Elo, que funcionava apenas como
representante da Visa no Brasil, atendendo aos
turistas estrangeiros portadores de cartões
BankAmericard que visitavam o país.
Durante os anos de 1.997 até 2.010 surgiram
mais de 70 bandeiras de cartões regionais que
foram responsáveis pelo aumento do comércio,
principalmente em regiões afastadas dos dois
maiores centros Rio-São Paulo e das capitais. As
marcas que mais se destacaram neste periodo
foram a Ticket, Hipercard, Sorocred e Gold Card.
Ao final de 2006, os cartões no Brasil
apresentavam uma ampla adoção por toda a
população bancarizada, existindo 80 milhões de
cartões de crédito e 190 milhões de cartões de
débito.
Em abril de 2011 o cartão Elo foi relançado pelos
bancos Bradesco, Brasil e Caixa Econômica
Federal, com a meta de ser a maior bandeira de
cartão nacional até 2014. Em agosto do mesmo
ano já haviam alcançado a marca de 1 milhão e
meio de plásticos emitidos.
Em 2012 a Justiça Brasileira condenou oito
empresas de cartões de crédito por cobranças
indevidas.
Cartões de crédito private label
Cartões private label ou cartões de crédito de loja
ou marca são cartões de crédito emitidos por um
varejista e usualmente válidos apenas para a
realização de compras com este varejista. São
diferentes dos cartões de crédito de uso
genérico, pois não têm uma bandeira de
aceitação universal em todo o comércio, tais
como as bandeiras Mastercard, Visa e American
Express.
Por terem uma aceitação limitada a uma única
cadeia de varejistas, são cartões direcionados a
um público alvo específico e que, na maioria das
vezes, já é cliente deste varejista. Seu
surgimento no Brasil remonta à década de 1970
com os extintos cartões Mappin e Mesbla,
precursores do conceito no Brasil.
De acordo com dados da ABECS (Associação
Brasileira de Empresas de Cartão de Crédito),
existiam em 2006, mais de 115 milhões de
cartões de loja Private Label, no Brasil.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cart%C3%A3o_de_cr%C3%A9dito
CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR
São financiamentos concedidos pelos Bancos,
ou pelas chamadas Financeiras, a pessoas
físicas ou jurídicas, para aquisição de bens ou
serviços. A quitação do financiamento é feita
normalmente em prestações mensais, iguais e
sucessivas. Além de juros, é cobrado IOF de
0,5% ao mês (limitado a um total de 6%) para
pessoas físicas e 1% ao mês (até o limite de
12%) para pessoas jurídicas.
Sua contratação é simples e rápida, bastando
que você escolha o bem de sua necessidade. O
CDC é uma alternativa de financiamento de
veículos leves e pesados, máquinas e
equipamentos médicos e odontológicos,
equipamentosde informática, serviços diversos,
entre outros. Os prazos variam entre 1 e 48
meses, de acordo com o bem financiado.
As taxas para o CDC são muito convidativas e
realmente diferenciadas no mercado. Confira!
Seja qual for o seu projeto de vida ou
necessidade, o CDC é uma boa opção para
concretizá-lo.
Geralmente são apresentadas as seguintes
condições:
Prazos
De 1 a 48 meses, dependendo do bem
financiado.
Entrada Mínima (sob consulta)
Varia em função do prazo da operação e do tipo
de bem ou serviço escolhido.
Tributação
IOF: Imposto sobre operações de crédito, câmbio
e seguro ou relativos a títulos e valores
imobiliários.
Importante: para os contratos de CDC, o seguro
é obrigatório.
EXEMPLO 1
1. O Sr. Geraldo obtém um financiamento no
valor de $ 1.600,00 para ser liquidado em cinco
prestações mensais iguais. Sabendo-se que o
Banco cobra uma taxa de juros de 9% ao mês
mais IOF de 0,5% ao mês , calcular o valor das
prestações e o valor líquido recebido pelo Sr.
Geraldo.
Solução
a. Valor das prestações
É obtido através da fórmula básica:
b. Valor líquido recebido pelo Sr. Geraldo
· Valor do IOF = 0,005 x 5 x 1.600,00 = 40,00
· Valor líquido = 1.600,00 – 40,00 = 1.560,00
2. Admitindo-se, no caso do primeiro exemplo,
que o Sr. Geraldo tivesse recebido $ 1.600,00
líquido, isto é, já deduzido o IOF, calcular o
valor efetivamente financiado, o valor do IOF e o
valor das prestações.
Solução
a. Cálculo do valor efetivamente financiado
Podemos resolver esse problema a partir da
seguinte equação:
1.600,00 = P – 0,005 x 5 x P = P (1 – 0,025) = P
x 0,975
P = (1600,00/0,975) = 1.641,03
Assim, para se obter o valor financiado a partir do
valor líquido recebido, basta fazer como segue:
em que n representa o prazo em número de
meses, limitado a 12, visto que a alíquota máxima
do IOC é de 0,06 ou 6%.
b. Valor do IOF
IOF = 1.641,03 – 1.600,00 = 41,03 ou
IOF = 0,005 x 5 x 1.641,03 = 41,03
c. Valor das prestações
As operações de Crédito Direto ao Consumidor,
com encargos pós-fixados, são normalmente
realizadas por prazos mais longos que aquelas
com encargos pré-fixados, podendo chegar a 36
meses. Atualmente, o indexador mais utilizado
para correção das prestações é a TR. O plano de
pagamento mais comum é o de prestações
iguais, mensais s sucessivas. As taxas de juros
variam dentro de um intervalo muito amplo,
oscilando entre 1% e 8% ao mês. O IOF é de
0,5% ao mês,calculado de forma idêntica ao
mostrado acima no caso do CDC pré-fixado.
EXEMPLO 2
2. O Sr. Ricardo comprou um veículo no valor $
53.500,00. Deu uma entrada correspondente a
20% desse valor e o restante foi financiado para
pagamento em 15 prestações mensais iguais. O
Banco que está financiando essa operação cobra
juros de 3,8% ao mês, mais IOF. Considerando
que do valor recebido pelo Sr. Ricardo já está
deduzido o IOF, que a TR da data do contrato é
de 2,81% e a do dia do vencimento da prestação
no mês seguinte de 2,73%, calcular o valor
efetivamente financiado pelo Banco e os valores
das duas primeiras prestações pagos nos
respectivos vencimentos.
Solução
a. Valor efetivamente financiado (contém o IOF)
Valor líquido recebido = valor do veículo –
entrada
Valor da entrada = 20% x 53.500,00 = 10.700,00
Valor líquido = 53.500,00 – 10.700,00 =
42.800,00
Como vimos acima, o valor financiado pode ser
facilmente determinado a partir do valor líquido,
como segue:
em que a expressão “ 0,05 x n” corresponde à
alíquota do IOF referente à operação. E como o
n está limitado a 12 meses, a alíquota do IOF
para prazos iguais ou superiores a 12 meses é
sempre de 6%. Portanto, tem-se que:
b. Valor do IOF
IOF = 45.531,91 – 42.800,00 = 2.731,91 ou
IOF = 6% x 45.531,91 = 2.731,91
c. Valor das prestações mensais
d. Valor das duas primeiras prestações nos
respectivos vencimentos (corrigidos pela TR)
Para se obter o valor a ser pago no vencimento,
basta corrigir o valor da primeira prestação pela
TR do dia do contrato e as demais pela TR
correspondentes ao dia do vencimento da
prestação imediatamente anterior. Assim, no
caso do nosso exemplo, temos:
Primeira prestação = 4.038,13 x 1,0281 =
4.151,60
Segunda prestação = 4.151,60 x 1,0273 =
4.264,94
http://www.bertolo.pro.br/AdminFin/HTML/CDC.htm
CRÉDITO RURAL
Institucionalizado em 1965, através da Lei nº
4.829, de 5 de novembro daquele ano, o Crédito
Rural é um importante instrumento de incentivo à
produção, investimento e comercialização
agropecuária e, consequentemente, à economia
nacional.
Historicamente, sempre foi reconhecida a
importância da agropecuária no cenário
econômico brasileiro, destacando-se os ciclos da
cana-de-açúcar, do algodão, do café, da
mandioca, do milho e da soja. Por esse motivo,
os governos sempre se preocuparam em traçar
estratégias para a produção agropecuária, os
chamados “planos de safra”, instituindo medidas
de incentivo à produção de certos produtos e o
volume de recursos direcionados para tanto,
incluindo o montante de crédito a juros reduzidos
a ser disponibilizado aos produtores rurais e a
suas cooperativas no ano safra, período
compreendido de julho do ano corrente a junho
do ano seguinte, montante esse sempre
dependente da disponibilidade orçamentária do
Tesouro Nacional.
http://www.bertolo.pro.br/AdminFin/HTML/IOF.htm
http://www.bertolo.pro.br/AdminFin/HTML/MAT_FIN.DOC#TR2
http://www.bertolo.pro.br/AdminFin/HTML/IOF.htm
Tal medida de concessão de subsídios à
produção agropecuária é praticada por governos
de diversos países, como política de incentivo,
sob o fundamento de que a dependência às
condições climáticas é um risco adicional
daquela atividade, se comparada à indústria ou
ao comércio.
Em outros países, inclusive nos mais ricos – que
pregam a não intervenção estatal na economia e
são os que mais investem em políticas de
proteção e subvenção do setor rural, o instituto
do crédito rural está presente, como por exemplo
a Política Agrícola Comum (PAC) da União
Européia, o Sistema de Crédito Rural
(Farm Credit Sistem) dos Estados Unidos, e
o Crédit Agricóle de France da França.
Dada a importância do crédito rural, sempre se
buscou sistematizá-lo dentro de um arcabouço
normativo forte o suficiente para garantir-lhe
executoriedade mas também flexível para
permitir sua adequação às políticas
governamentais e condições sazonais próprias
da atividade agropecuária.
Por esse motivo, o crédito rural é fundamentado
tanto em leis e decretos do Poder Executivo
quanto em resoluções do Conselho Monetário
Nacional e circulares e cartas-circulares do
Banco Central do Brasil.
Este artigo pretende descrever a breve evolução
histórica desse importante instituto de
desenvolvimento da economia nacional, bem
como destacar seus aspectos jurídicos e delinear
o papel do Conselho Monetário Nacional e do
Banco Central do Brasil no que se refere ao
crédito rural.
Evolução histórica
Ao longo de mais quarenta anos, apesar do
crédito rural ter mantido sua formatação básica,
diversos marcos podem ser entendidos como
evolução do instituto, dentre os quais podem ser
citados:
1964: criação do Sistema Nacional de Crédito
Rural, por meio da Lei nº 4.595, de 31 de
dezembro de 1964;
1965: institucionalização do Crédito Rural,
através da Lei nº 4.829, de 5 de novembro de
1965;
1966: edição do Decreto nº 58.380, que aprovou
o Regulamento do Crédito Rural;
1967: resolução do Conselho Monetário Nacional
tornou obrigatório o direcionamento de 10% dos
depósitos à vista no sistema bancário para a
concessão de crédito ao setor agrícola;
1967: o Decreto-Lei nº 167, de 14 de fevereiro de
1967 dispõe sobre os títulos de crédito rural;
1973: institucionalização do Programa de
Garantia da Atividade Agropecuária(Proagro),
por meio da Lei nº 5.969, de 11 de maio de 1973;
1986: extinção da conta-movimento, o que limitou
os recursos para o crédito rural à disponibilidade
da União;
1986: criação da poupança rural;
1991: aumento da participação do BNDES no
crédito rural através do Finame Rural e do
Programa de Operações Conjuntas e do
Programa de Operações Diretas;
1995: criação do Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf);
1996: criação do Programa de Securitização das
dívidas dos agricultores, que permitiu o
reescalonamento do vencimento das operações
a taxas de juros compatíveis com a atividade
agropecuária;
1998: criação do Programa de Revitalização das
Cooperativas Agropecuárias (Recoop).
Aspectos Jurídicos
Para a Lei nº 4.829, de 5 de novembro de 1965,
considera-se crédito rural o suprimento de
recursos financeiros por entidades públicas e
estabelecimentos de crédito particulares a
produtores rurais ou a suas associações, para
aplicação exclusiva em atividades que se
enquadrem nos objetivos indicados na legislação
em vigor, tendo como objetivos: estimular os
investimentos rurais, inclusive para
armazenamento, beneficiamento e
industrialização de produtos rurais, feitos pelos
produtores ou por suas associações; favorecer o
custeio oportuno e adequado da produção e
comercialização de produtos agropecuários;
fortalecer economicamente o setor rural, em
especial pequenos e médiod produtores; e
incentivas a introdução de métodos racionais de
produção, visando ao aumento da produtividade,
à melhoria do padrão de vida das populações
rurais e a adequada utilização dos recursos
naturais (artigos 2º e 3º da Lei nº 4.829, de 5 de
novembro de 1965).
O artigo 7º da Lei nº 4.829, de 5 de novembro de
1965, cria o Sistema Nacional de Crédito Rural
(SNCR), constituído pelo Banco Central do
Brasil, Banco do Brasil S/A, Banco da Amazônia
S/A e Banco do Nordeste S/A; tendo ainda como
órgãos vinculados o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),
banco privados e estaduais, caixas econômicas,
cooperativas de crédito rural e sociedades de
crédito, financiamento e investimentos; e como
instituições articuladas os órgãos oficiais de
valorização regional e de prestação de
assistência técnica.
Nesse sistema, há uma interação entre a esfera
pública, que direciona, determina, institui fontes
de recursos e fiscaliza, e a privada, que é a esfera
de contratação do empréstimo pelo produtor rural
junto à instituição financeira, ou seja, é no âmbito
desse sistema que os recursos para o crédito
rural são obtidos e aplicados, as normas sobre o
assunto editadas e o seu funcionamento
fiscalizado.
Fontes de custeio do crédito rural
Para operar, o crédito rural precisa de recursos,
que são obtidos através das fontes de custeio
previstas no artigo 15 da Lei nº 4.829, de 5 de
novembro de 1965. Essas fontes de custeio são
classificadas como internas e externas.
As internas são as dotações orçamentárias
atribuídas a órgãos que integrem o Sistema
Nacional de Crédito Rural (SNCR), com
destinação específica; os recursos próprios dos
órgãos que participem do Sistema Nacional de
Crédito Rural (SNCR); os recursos obrigatórios
decorrentes da exigibilidade de depósitos à vista;
o produto das multas recolhidas; o resultado das
operações de financiamento ou de
refinanciamento; os recursos nunca inferiores a
10% dos depósitos de qualquer natureza dos
bancos privados e sãs sociedades de crédito,
financiamento e investimento; e quaisquer outros
recursos atribuídos exclusivamente para
aplicação em crédito rural.
Já as fontes externas são os recursos
decorrentes de empréstimos ou acordos
reservados especialmente para crédito rural e os
produtos de acordos ou convênios celebrados
com entidades internacionais ou estrangeiras
conforme normas que Conselho Monetário
Nacional editar, desde que seja destinada ao
desenvolvimento das atividades rurais.
Quanto aos chamados recursos obrigatórios
decorrentes de depósitos à vista, importante
notar que na forma do art. 21 da Lei nº 4.829, de
5 de novembro de 1965, as instituições de crédito
e demais entidades financeiras que compõe o
Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR)
manterão aplicada em operações de crédito rural,
contratas diretamente com produtores rurais ou
suas associações, percentagem a ser fixada pelo
Conselho Monetário Nacional dos recursos com
que operarem. As entidades que assim não o
fizerem recolherão esse valor em depósito no
Banco Central, para aplicação no crédito rural,
sob pena de aplicação de multa sobre esses
valores não aplicados.
Funcionamento do Crédito Rural
Podem ser financiadas pelo crédito rural
atividades de custeio das despesas normais de
cada ciclo produtivo, de investimento em bens e
serviços cujo aproveitamento se estenda por
vários ciclos produtivos e de comercialização da
produção agropecuária. Nesse passo, classifica-
se o custeio como agrícola, pecuário e de
beneficiamento ou industrialização, quando
destinado, respectivamente, às despesas
relacionadas ao ciclo produtivo de lavouras
periódicas, de entressafra de lavouras
permanentes ou da extração de produtos
vegetais espontâneos, inclusive o
beneficiamento primário da produção obtida e
seu armazenamento no imóvel rural ou em
cooperativa; à exploração pecuária; e ao
beneficiamento ou industrialização de produtos
agropecuários (artigos 8º e 9º da Lei nº 4.829, de
5 de novembro de 1965).
O crédito rural pode ser utilizado pelo produtor
rural (pessoa física ou jurídica) e suas
associações, a cooperativa de produtores rurais
e a pessoa física ou jurídica que, mesmo não
sendo produtor rural, se dedique a uma das
seguintes atividades: pesquisa ou produção de
mudas ou sementes fiscalizadas ou certificadas;
pesquisa ou produção de sêmen para
inseminação artificial; prestação de serviços
mecanizados de natureza agropecuária, em
imóveis rurais, inclusive para a proteção do solo;
prestação de serviços de inseminação artificial,
em imóveis rurais; e exploração de pesca, com
fins comerciais.
Para a concessão do crédito rural, são exigidos a
apresentação de orçamento, plano ou projeto,
exceto em operações de desconto de nota
promissória rural ou de duplicata rural;
oportunidade, suficiência e adequação de
recursos; observância de cronograma de
utilização e de reembolso; fiscalização pelo
financiador; e idoneidade do tomador (art. 10 da
Lei nº 4.829, de 5 de novembro de 1965).
Também é necessária a apresentação de
garantias para a obtenção do financiamento,
sendo livremente pactuadas entre o financiado e
o financiador, que devem ajustá-las de acordo
com a natureza e o prazo do crédito, podendo ser
utilizado penhor agrícola, pecuário, mercantil,
industrial ou cedular; alienação fiduciária;
hipoteca comum ou cedular; aval ou fiança;
bilhete de mercadoria; warrants; caução; ou
outros que o Conselho Monetário Nacional
admitir (artigo 25 da Lei nº 4.829, de 5 de
novembro de 1965). Cabe ao produtor decidir a
necessidade de assistência técnica para
elaboração de projeto e orientação, salvo quando
considerados indispensáveis pelo financiador ou
quando exigidos em operações com recursos
oficiais.
O crédito rural está sujeito a despesas de
remuneração financeira, imposto sobre
operações de crédito, câmbio e seguro e sobre
operações relativas a títulos e valores mobiliários
(IOF), custo de prestação de serviços, adicional
do Programa de Garantia da Atividade
Agropecuária (Proagro), sanções pecuniárias e
prêmio do seguro rural, não sendo possível a
exigir-se nenhuma outra despesa do mutuário,
exceto o valor exato dos gastos efetuados à sua
conta pela instituição financeira ou decorrentes
de expressas disposições legais.
Os recursos do crédito rural classificam-seem
controlados, que são os recursos obrigatórios
decorrentes da exigibilidade de depósitos à vista,
os oriundos do Tesouro Nacional e os
subvencionados pela União sob a forma de
equalização de encargos (diferença de encargos
financeiros entre os custos de captação da
instituição financeira e os praticados nas
operações de financiamento rural, pagos pelo
Tesouro Nacional); oriundos de fundos e
programas, como por exemplo os do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), dos Fundos Constitucionais do
Centro-Oeste (FCO), do Nordeste (FNE) e do
Norte (FNO), e do Fundo de Defesa da Economia
Cafeeira (Funcafé); e não-controlados, que são
todos os demais. Para os recursos não-
controlados não existe limite de financiamento,
sendo pactuados livremente entre as partes. Já
para os recursos controlados existem limites, que
variam de acordo com o produto ou a região do
país, isto é, o montante de crédito de custeio para
cada tomador, não cumulativo, em cada safra e
em todo o Sistema Nacional de Crédito Rural,
deve limitar-se a valores previamente
estabelecidos (ex. para algodão, R$ 400.000,00;
para milho, R$ 250.000,00; quando destinado à
soja nas regiões Centro-Oeste e Norte e sul do
Maranhão, do Piauí e da Bahia, R$ 200.000,00).
Quanto aos recursos oriundos de fundos e
programas, os limites são previstos em cada um
deles.
Segundo a origem dos recursos aplicados, as
taxas de juros podem ser de 8,75% ao ano,
exceto para o Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf),
com relação aos recursos controlados;
livremente pactuadas entre as partes, no caso
dos recursos não-controlados; ou a serem
fixadas segundo a linha de crédito específica,
quando tratar-se de recursos das operações
oficiais de crédito destinadas a investimentos.
O crédito rural pode ser liberado de uma só vez
ou em parcelas, em dinheiro ou em conta de
depósito, de acordo com as necessidades do
empreendimento, devendo sua utilização
obedecer ao cronograma de aquisições e
serviços, e pode ser pago também de uma só vez
ou em parcelas, segundo os ciclos das
explorações financiadas, sendo o prazo e o
cronograma de reembolsos estabelecidos em
função da capacidade de pagamento do tomador,
de forma que os vencimentos coincidam com as
épocas normais de obtenção dos rendimentos da
atividade assistida.
A instituição financeira deve fiscalizar a aplicação
da quantia liberada, podendo realizar fiscalização
por amostragem em créditos de até determinado
valor. A fiscalização, com relação ao crédito de
custeio agrícola, deve ser feita pelo menos uma
vez no curso da operação antes da época
prevista para liberação da última parcela ou até
sessenta dias após a utilização do crédito, no
caso de liberação de parcela única; quando se
tratar de Empréstimo do Governo Federal (EGF),
segundo previsto no Manual de Operações de
Preços Mínimos; e nos demais financiamentos,
até sessenta dias após cada utilização, para
comprovar a realização das obras, serviços ou
aquisições, cabendo ao fiscal verificar a correta
aplicação dos recursos orçamentários, o
desenvolvimento das atividades financiadas e a
situação das garantias, se houver.
Para a formalização do crédito rural são
utilizados os seguintes títulos de crédito,
previstos no Decreto-Lei nº 167, de 14 de
fevereiro de 1967: cédula rural pignoratícia
(garantida através de penhor), cédula rural
hipotecária (garantida através de hipoteca),
cédula rural pignoratícia e hipotecária (garantida
através de penhor e hipoteca) e nota de crédito
rural (sem garantia real). O crédito rural também
pode ser formalizado por contrato, no caso de
peculiaridades insuscetíveis de adequação aos
títulos anteriormente elencados. A cédula rural
vale entre as partes desde a emissão, mas só
adquire eficácia contra terceiros depois de
registrada no Cartório de Registro de Imóveis.
Além das linhas de crédito tradicionais do crédito
rural (para custeio, investimento e
comercialização agropecuário), existem linhas de
crédito específicas, equalizados pelo Tesouro
Nacional, utilizados em diversos programas, tais
como Moderfrota (Programa de Modernização da
Frota de Tratores Agrícolas e Implementos
Associados e Colheitadeiras), Prosolo (Programa
de Incentivo ao Uso de Corretivos de Solos),
Propasto (Programa Nacional de Recuperação
de Pastagens Degradadas), Proleite (Programa
de Incentivo à Mecanização, ao Resfriamento e
ao Transporte Graneleiro da Produção de Leite),
Prodamel (Programa de Desenvolvimento da
Apicultura), Profruta (Programa de Apoio à
Fruticultura), Prodecap (Programa de
Desenvolvimento da Ovinocaprinocultura),
Procaju (Programa de Desenvolvimento da
Cajucultura), Sisvárzea (Programa de
Sistematização de Várzeas), Prodevinho
(Programa de Apoio ao Desenvolvimento da
Vitinicultura), Prodeflor (Programa de
Desenvolvimento Sustentável de Floricultura),
Proazem (Programa de Incentivo à Construção e
Modernização das Unidades Armazenadoras em
Propriedades Rurais), Proirriga (Programa de
Apoio à Agricultura Irrigada), Prodecoop
(Programa de Desenvolvimento Cooperativo
para Agregação de Valor à Produção
Agropecuária), Procacau (Programa de Apoio ao
Desenvolvimento da Cacauicultura), Propflora
(Programa de Plantio Comercial de Florestas),
Finame, dentre outros programas de
desenvolvimento rural (Pronaf, Pronatureza,
Proger, Moderinfra, Moderagro, Prodeagro etc),
operados por agentes financeiros credenciados
pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES).
Conselho Monetário Nacional e Banco Central
do Brasil
Na forma do artigo 4º da Lei nº 4.829, de 5 de
novembro de 1965, compete ao Conselho
Monetário Nacional disciplinar o crédito rural,
estabelecendo normas sobre os seguintes
assuntos: avaliação, origem e dotação dos
recursos a serem aplicados; diretrizes e
instruções relacionadas com sua aplicação e
controle; critérios seletivos e de prioridade para
sua distribuição; e fixação e ampliação dos
programas de crédito rural, abrangendo todas as
formas de suplementação de recursos, inclusive
refinanciamento.
Toda a política agrária no tocante ao crédito rural
é, portanto, implementada pelo Conselho
Monetário Nacional.
Já ao Banco Central compete dirigir, coordenar e
fiscalizar o crédito rural, sendo o órgão de
controle do Sistema Nacional de Crédito Rural
(SNCR). Dentre suas atribuições estão
sistematizar a ação dos órgãos financiadores e
promover a sua coordenação com os que
prestam assistência técnica e econômica ao
produtor rural; elaborar planos globais de
aplicação do crédito rural e conhecer sua
execução, tendo em vista a avaliação dos
resultados para introdução de correções quando
cabíveis; determinar os meios adequados de
seleção e prioridade na distribuição do crédito
rural e estabelecer medidas para o zoneamento
dentro do qual devem atuar os diversos órgãos
financiadores em função dos planos elaborados;
incentivar a expansão da rede distribuidora do
crédito rural, especialmente através de
cooperativas; e estimular a ampliação dos
programas de crédito rural, mediante
financiamento aos órgãos participantes da rede
distribuidora do crédito rural, especialmente aos
bancos com sede nas áreas de produção e que
destinem ao crédito rural mais de 50% de suas
aplicações (artigos 5º e 6º da Lei nº 4.829, de 5
de novembro de 1965).
O Conselho Monetário Nacional disciplina o
crédito rural através da edição de resoluções,
enquanto o Banco Central atua por meio de
circulares e cartas-circulares.
Os recursos destinados ao crédito rural ficam sob
o controle do Conselho Monetário Nacional, que
fixará anualmente as normas de distribuição aos
órgãos que participam do Sistema Nacional de
Crédito Rural (SNCR). O Conselho Monetário
Nacional também poderátomar medidas de
incentivo que visem ao aumento da participação
da rede bancária não-oficial na aplicação do
crédito rural (artigos 16, 18 e 20 da Lei nº 4.829,
de 5 de novembro de 1965), bem como
estabelecer os termos e condições em que
poderão ser contratados os seguros dos bens
vinculados aos instrumentos de crédito rural (art.
30 da Decreto-Lei nº 167, de 14 de fevereiro de
1967).
Além disso, é o Conselho Monetário Nacional
que determina o percentual que as instituições
financeiras devem recolher sobre os depósitos à
vista para serem aplicadas em crédito rural.
A atuação do Poder Legislativo, bem como do
Poder Executivo através de medidas provisórias,
vem sendo feita no sentido de permitir a
repactuação e o alongamento de dívidas
oriundas do crédito rural e a concessão de
subvenção econômica nas suas operações,
dentre elas equalização de preços, equalização
de taxas de juros e outros encargos e rebates nos
saldos devedores.
Observa-se, portanto, que o crédito rural tem
importante papel no desenvolvimento da
atividade agropecuária, tendo sido fundamental
nos últimos quarenta anos para permitir o
crescimento da economia nacional.
E isso só foi possível graças à confecção de
normas e a implementação de políticas públicas
que permitiram o livre desenvolvimento do
instituto, de forte atuação estatal e rígido controle
e direcionamento de seus recursos.
O papel do Conselho Monetário Nacional e do
Banco Central do Brasil é fundamental no correto
funcionamento do sistema, recolhimento,
administração e aplicação de seus recursos, bem
como na sua fiscalização.
O entendimento de instituto tão complexo e
importante, inclusive quanto aos seus aspectos
jurídicos, é essencial para compreender porque o
crédito rural é fundamental para o
desenvolvimento da economia brasileira.
http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista
_artigos_leitura&artigo_id=7156
CADERNETA DE POUPANÇA
No Brasil, pode-se dizer que a poupança foi
criada juntamente com a Caixa Econômica
Federal, através do Decreto 2.723, de 12-01-
1861. Tal dispositivo legal autorizou a “criação de
uma Caixa Econômica que tem por fim receber a
juro de 6% as pequenas economias das classes
menos abastadas, e de assegurar, sob garantia
do Governo Imperial, a fiel restituição do que
pertencer a cada contribuinte, quando este o
reclamar”.
Desde a criação dos depósitos de poupança,
vários foram os dispositivos legais que
promoveram algum tipo de mudança no sistema,
mas a alteração mais significativa foi introduzida
pela Lei 4.380, de 21-08-1964, que instituiu a
Correção Monetária para tais depósitos. Assim,
além da remuneração anual de 6%, os valores
depositados passaram a ser atualizados
mensalmente pela Correção Monetária conforme
índices definidos pelo Banco Central do Brasil.
A metodologia atual é de rendimento mensal de
0,5% mais a variação da Taxa Referencial, que é
uma taxa de juros básica calculada a partir do
rendimento mensal médio de aplicações em
CDBs e RDBs. Na prática, a caderneta de
poupança costuma oferecer rendimento menor
do que outras aplicações, mas é a aplicação mais
procurada pelo pequeno investidor porque exige
menor limite mínimo de depósito e oferece maior
segurança.
Atualmente, a caderneta de poupança utiliza uma
taxa de rendimentos específica para cada dia e
os depósitos são remunerados de acordo com o
dia de “aniversário” de cada saldo, mesmo que
estejam numa mesma conta. É como se fossem
várias contas numa conta só. Por exemplo: um
poupador pode ter feito depósitos nos dias 04, 17
e 22. Assim, nesses dias, terá crédito de
rendimentos de acordo com taxas específicas
para cada uma dessas datas-base e que incidirão
sobre os saldos que permaneceram na conta nos
últimos trinta dias, afinal o rendimento é mensal.
É possível realizar saques na conta de poupança
a qualquer momento, mas a taxa de rendimento
só incidirá sobre o saldo que, no dia de
“aniversário”, estiver na conta há pelo menos
trinta dias. Outro ponto positivo da caderneta de
poupança é que seus rendimentos são isentos de
Imposto de Renda.
Outras informações interessantes:
- O Decreto que criou a primeira Caixa
Econômica e regulamentou os depósitos de
poupança foi assinado pelo Imperador D. Pedro
II.
- Como o objetivo primeiro da Caixa Econômica
era captar depósitos de “economias das classes
menos abastadas”, era fornecido a essas
pessoas humildes uma caderneta para controle
de depósitos e retiradas, nos moldes das que
essa população possuía para compras a prazo
nos armazéns e vendas. Daí a origem do nome
Caderneta.
- Quando da regulamentação da poupança no
Brasil, foi estabelecido que “A quantia máxima
semanal que cada depositante poderia entregar
na Caixa era de 50$000 (cinqüenta mil réis)”.
Também foi estabelecido que “A quantia máxima
sobre a qual seria aplicada a remuneração era de
4:000$000 (quatro contos de réis)”. E ainda “O
depositante poderia retirar, a qualquer hora, toda
a quantia depositada bem como os juros já
vencidos, desde que prevenisse a Caixa com oito
dias de antecedência”.
- A primeira Caderneta de Poupança aberta na
Caixa Econômica da Corte foi em 22 de agosto
de 1861 e as cinqüenta primeiras pessoas que
abriram essas contas tinham, somando seus
depósitos, 1:436$000 (um conto e quatrocentos
e trinta e seis mil réis).
- A primeira Caixa Econômica tinha sede no Rio
de Janeiro e o Decreto 5.594, de 18 de abril de
1874, autorizou a criação de Caixas Econômicas
nas províncias do Império, além de determinar
que a taxa de juros seria fixada anualmente pelo
Governo, mas não seria superior a 6%.
- Em 1887 ficou definido que, para a capital do
Império e o município de Niterói, os juros seriam
de 4,25%. Nas províncias, o percentual seria de
5%.
- Em 1915 foi aberta a possibilidade de a mulher
casada instituir sua própria caderneta, salvo
expressa oposição do marido.
http://www.gazetadeitauna.com.br/cadernetas_de_poupanca1.
htm
TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO
Um título de capitalização é um título de crédito
comercializado por empresas de capitalização,
com o objetivo de formação de uma aplicação,
mas também com um caráter lotérico, de sorteio
de prêmios de capitalização.
Neste produto, o capitalizador concorre a
prêmios de sorteio, recebendo ao final da
aplicação seu dinheiro acrescido de reajustes e
subtraido taxas de administração e cota para
sorteio. Os títulos de capitalização são
desvantajosos em relação a rentabilidade de
outros investimentos, inclusive em relação à
poupança, porém com o diferencial de concorrer
a prêmios sorteados. A maiorias dos contratos
também estipula prazo de carência para resgate
e parte do valor capitalizado fica com o banco no
caso de resgate anterior ao prazo estipulado no
contrato.
Estrutura
Os valores aportados pelo capitalizador são
geralmente divididos entre a parte a ser
capitalizada, a parte de sorteio e a parte referente
a administração. Ao fim do plano, ou após o
período de carência, o capitalizador só terá
direito a resgatar a parte capitalizada. A parte de
sorteio é destinada ao pagamento dos prêmios
de sorteio e a taxa de administração é destinada
a remunerar a empresa que administra o título.
Em razão disso, a capitalização é visto por alguns
como uma operação desvantajoso ao cliente,
pois geralmente o valor do saque ao final do
plano é pouco ou nada maior que a soma de
todos os pagamentos feitos ao longo do tempo.
Em função disso os títulos de capitalização não
devem ser considerados como uma aplicação
financeira ou uma poupança, pois não se
enquadram nem como de renda fixa, já que
tendem a render quase nada, nem como de risco.
Utilizações
Além de ser uma forma de poupança forçada que
visa criar disciplina financeira e uma reserva
econômica ao capitalizador,