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Procedimento Sumaríssimo O procedimento sumaríssimo da CLT foi instituído pela Reforma Trabalhista de 2017 com o objetivo de promover a celeridade e a eficiência no processamento das ações trabalhistas de menor complexidade, ou seja, em dissídios individuais cujo valor não ultrapasse 40 vezes o salário-mínimo vigente no momento da propositura da ação. Esse rito busca simplificar os atos processuais e garantir que as demandas de baixo valor sejam solucionadas de forma rápida, com a minimização da burocracia. No entanto, sua aplicação é obrigatória nas hipóteses que preveem seu uso, não permitindo escolha das partes sobre o rito a ser seguido. A primeira característica que se destaca no procedimento sumaríssimo é a ênfase na oralidade e na celeridade processual. O processo deve se desenrolar com rapidez, o que inclui a realização de audiências em até 15 dias após o ajuizamento da reclamação. Em caso de interrupção da audiência, o prazo para a solução da demanda é de até 30 dias a partir do ajuizamento da ação, salvo justificativa de motivo relevante apresentada nos autos. Essa abordagem busca minimizar o tempo de tramitação das ações, uma das principais críticas que se faziam ao antigo modelo processual trabalhista, caracterizado por sua morosidade. Outro ponto relevante é a simplificação dos atos processuais, que reflete diretamente na atuação do juiz. O juiz no procedimento sumaríssimo tem maior liberdade para dirigir o processo, com o intuito de evitar delongas e garantir que a solução do conflito se dê de maneira eficiente e justa. O art. 852-D da CLT estabelece que o juiz pode limitar ou excluir provas excessivas ou irrelevantes, e deve decidir de forma ágil sobre os incidentes processuais, o que reforça a ideia de que a solução rápida é um dos principais objetivos dessa modalidade processual. Em relação ao registro de atos processuais, a ata da audiência deve conter os atos essenciais, como as afirmações das partes e a prova testemunhal relevante para a solução da lide, conforme o art. 852-F da CLT. A gravação detalhada dos atos praticados em audiência é fundamental para garantir o direito das partes à ampla defesa e ao contraditório, além de assegurar que o juiz possa tomar decisões bem fundamentadas, respeitando as regras do devido processo legal. O arquivamento de processos é outra consequência importante do procedimento sumaríssimo. Se o reclamante não comparecer à audiência, o processo será arquivado. Similarmente, caso a petição inicial não contenha todos os requisitos, como a indicação correta do nome e endereço do reclamado, o juiz poderá arquivar a reclamação, embora este arquivamento só ocorra após a concessão de prazo para correção da inicial ou conversão do rito. Esse rigor, visando a otimização do processo, tem como objetivo garantir que apenas as demandas que atendem aos requisitos mínimos sigam para análise e julgamento. Adicionalmente, no que tange à instrução processual, todas as provas devem ser produzidas em audiência, com exceção da prova pericial. A quantidade de testemunhas é limitada a duas por parte, de modo a agilizar o procedimento e evitar a sobrecarga de provas desnecessárias. A intimação de testemunhas também segue uma lógica de simplificação, em que se exige prova do convite para evitar adiamentos e garantir que as audiências ocorram de maneira eficaz. Por fim, o juiz, ao proferir a sentença no procedimento sumaríssimo, não precisa elaborar um relatório detalhado, como no procedimento ordinário. O art. 852-I da CLT estabelece que a sentença deve apenas resumir os fatos relevantes e expor os fundamentos e a conclusão, o que contribui para maior rapidez na decisão. A sentença, como previsto no §1º do mesmo artigo, deve ser justa, equânime e atender aos fins sociais da lei, assegurando que a celeridade não prejudique o direito à ampla defesa e ao contraditório. Em síntese, o procedimento sumaríssimo foi criado para proporcionar uma solução mais ágil para demandas trabalhistas simples, respeitando as necessidades de celeridade e oralidade, sem perder de vista a necessidade de garantir direitos fundamentais das partes envolvidas. Embora sua simplificação tenha sido uma medida positiva para a efetividade da justiça trabalhista, é fundamental que os direitos constitucionais dos litigantes sejam preservados, mesmo em processos mais rápidos e simplificados. Processo ordinário A obra em análise aborda aspectos centrais do processo trabalhista, com ênfase nas etapas iniciais do litígio, a partir da petição inicial até a resposta do reclamado e as implicações da revelia, oferecendo uma visão crítica e detalhada das normas da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e do Código de Processo Civil (CPC), com ênfase nas reformas introduzidas pela Lei nº 13.467/17 (Reforma Trabalhista). Petição Inicial: Requisitos e Consequências do Indeferimento O estudo detalha a importância da petição inicial como ponto de partida do processo trabalhista. De acordo com o art. 840 da CLT, a reclamação pode ser formalizada por escrito ou verbalmente, com a opção de ser reduzida a termo pelo auxiliar da justiça, o atermador. Essa flexibilidade busca assegurar o acesso à justiça ao trabalhador, ainda que este não tenha total domínio sobre o processo formal. O autor descreve minuciosamente os requisitos exigidos pela CLT, como a designação do juízo, a qualificação das partes, a exposição dos fatos e o pedido claro e determinado, elementos essenciais para que o juiz possa dar seguimento à ação. Além disso, são analisadas as consequências do não atendimento dos requisitos formais, que podem resultar no indeferimento da petição inicial. O juiz, ao perceber falhas na petição, pode conceder um prazo para correções antes de tomar uma decisão definitiva. A análise do art. 330 do CPC, que também se aplica ao processo trabalhista, é central, pois prevê situações em que a petição inicial pode ser considerada inepta, como a ausência de pedido ou causa de pedir. Resposta do Reclamado: Contestação, Exceções e Reconvenção A resposta do reclamado à reclamação trabalhista é um outro ponto crítico abordado. O autor explora as possibilidades legais para a defesa, incluindo a contestação, a exceção e a reconvenção, com destaque para os aspectos estruturais e temporais da contestação. A CLT e o CPC permitem que a contestação seja apresentada tanto de forma oral (em audiência) quanto escrita, seguindo o princípio da concentração e da eventualidade. Este último implica que o réu deve apresentar todas as suas defesas de uma vez, sob pena de preclusão. O autor também discute a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo reclamante quando não forem especificamente impugnados, conforme o art. 341 do CPC. Essa regra de impugnação especificada visa evitar alegações genéricas e assegurar que o réu analise de forma minuciosa todos os pontos levantados pelo autor, garantindo um contraditório efetivo. No entanto, a análise não se limita ao âmbito das alegações de defesa, pois o autor menciona as exceções, como a exceção de incompetência territorial, que deve ser apresentada de forma objetiva dentro do prazo legal de cinco dias após a notificação. A falta de manifestação nesse sentido pode resultar na prorrogação da competência do juízo, conforme o art. 800 da CLT, com a reforma trabalhista. Revelia e Confissão: Implicações Processuais Outro ponto fundamental é o impacto da revelia e da confissão, especialmente quando o reclamado não comparece à audiência ou não apresenta contestação no prazo estabelecido. A CLT, no art. 844, dispõe que a revelia resulta em confissão quanto à matéria de fato, ou seja, os fatos alegados pelo autor são presumidos como verdadeiros, salvo nas hipóteses em que a lei dispensa a confissão ou quando a prova contrária se mostrar mais robusta. A obra aborda detalhadamente as exceções à revelia, como a possibilidade de o réu ser considerado presente pela presença de seu advogado, conforme a reformade 2017. A análise crítica do impacto da ausência do reclamado, mesmo com a presença do advogado, demonstra a tensão entre garantir o direito de defesa e a celeridade processual. O estudo também discute a relevância de o reclamado estar representado por preposto, abordando a exigência do conhecimento dos fatos por parte deste, conforme o art. 843 da CLT. Conclusão A obra faz um exame detalhado das etapas iniciais do processo trabalhista, esclarecendo tanto os direitos dos trabalhadores quanto os dos empregadores, e demonstrando como as modificações legislativas influenciam a prática processual. O autor expõe com clareza a interação entre os dispositivos da CLT e do CPC, salientando a importância do cumprimento rigoroso dos requisitos formais e das etapas processuais para garantir a eficácia da justiça do trabalho. O texto também destaca a mudança de paradigma com a reforma trabalhista, que trouxe ajustes no trato das respostas do réu e na formalização de defesas, como a contestação, e no tratamento da revelia, enfatizando o impacto das novas normas na celeridade e no acesso à justiça. Assim, a obra é uma leitura essencial para estudantes, advogados e profissionais do direito interessados em compreender as dinâmicas do processo trabalhista e as suas interações com o direito processual civil, contribuindo para um entendimento mais profundo das regras que regem a Justiça do Trabalho. Petição Inicial: Requisitos e Consequências do Ind Resposta do Reclamado: Contestação, Exceções e Rec Revelia e Confissão: Implicações Processuais Conclusão