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COMPORTAMENTO VERBAL Profª Lara Naíne Rodrigues Curso Análise do comportamento aplicada (ABA) para o transtorno do Espectro Autista (TEA) AVALIAÇÃO DE FUNÇÕES E HABILIDADES COMUNICATIVAS NA CRIANÇA SEM ORALIDADE UNIDADE 1 HABILIDADES COMUNICATIVAS As habilidades comunicativas referem-se à capacidade do indivíduo em participar de uma sequência interativa de atos de fala, tendo como objetivo a comunicação. Elas podem ser divididas em habilidades de conversação (sendo assim interativas) e habilidades comunicativas não interativas. HABILIDADES COMUNICATIVAS Algumas habilidades comunicativas bastante importantes para o desenvolvimento da comunicação e que podem e devem ser estimuladas: Intenção comunicativa: é a utilização da linguagem como meio de interação social, de se dirigir ao outro. Nomeação: são os atos ou emissões utilizados para focalizar sua própria atenção em um objeto ou ação. Podemos conversar com a criança na hora das refeições, nomeando as comidas e as cores, por exemplo. HABILIDADES COMUNICATIVAS Jogo Compartilhado: é a habilidade de brincar com o outro por meio do compartilhamento de experiências. Devemos sempre estimular a brincadeira compartilhada através de jogos e atividades das quais a criança gosta e priorizando os jogos e atividades que tenham troca de turno (um de cada vez). Comentário: se refere à habilidade de identificar ou descrever um objeto ou ação, podendo ser gestual,(apontando, mostrando), vocal ou verbal, sempre com a intenção de expor a informação ao outro. HABILIDADES COMUNICATIVAS O Transtorno do Espectro do Autista (TEA) traz consigo sintomas diversos em pessoas que convivem com esta condição. Uma delas é o comportamento verbal, muitas vezes prejudicado em decorrência do autismo. O motivo desse déficit na linguagem é multifatorial e começa a se manifestar logo na primeira infância. A partir do 18º mês de vida, o bebê pode demonstrar sinais de que sua comunicação está abaixo do que é considerado normal. HABILIDADES COMUNICATIVAS O porquê disso é explicado na constatação de que uma criança na idade de 18 meses de vida adquire nove palavras novas por dia. Aos 3 anos, o conjunto léxico do pequeno já conta com uma média de 5 mil vocábulos. COMO PODEMOS AVALIAR AS HABILIDADES COMUNICATIVAS DAS CRIANÇAS? AVALIAÇÃO DE FUNÇÕES E HABILIDADES COMUNICATIVAS NA CRIANÇA SEM ORALIDADE OBSERVAÇÃO COMPORTAMENTAL A observação comportamental é um procedimento em que se analisa o comportamento geral da criança, incluindo os comunicativos, em contextos naturais e não-estruturados. É o procedimento que melhor detecta as funções comunicativas da linguagem, sendo extremamente útil para entender a natureza complexa dos processos de aquisição de linguagem (Pérez, 1995) AVALIAÇÃO DE FUNÇÕES E HABILIDADES COMUNICATIVAS NA CRIANÇA SEM ORALIDADE Na avaliação através de observação comportamental não é possível padronizar “o que é solicitado x o que é esperado”. Na verdade, quanto mais natural e contextualizada for a interação, mais confiáveis serão os dados obtidos. A observação comportamental pode deter-se em dois aspectos do desenvolvimento infantil, a atividade comunicativa e a atividade lúdica: AVALIAÇÃO DE FUNÇÕES E HABILIDADES COMUNICATIVAS NA CRIANÇA SEM ORALIDADE ATIVIDADE COMUNICATIVA A avaliação da atividade comunicativa pode envolver os seguintes critérios de análise: intencionalidade, funcionalidade, participação em atividade dialógica, meios de comunicação, habilidades praxias articulatórias e buco-faciais, nível de compreensão e postura comunicativa dos pais. AVALIAÇÃO DE FUNÇÕES E HABILIDADES COMUNICATIVAS NA CRIANÇA SEM ORALIDADE ATIVIDADE LÚDICA Esse tipo de avaliação auxilia consideravelmente no diagnóstico diferencial de crianças com Atraso no Desenvolvimento da Linguagem daquelas com Atraso de Linguagem como parte de um déficit mais global do desenvolvimento. Quando a criança manipula os objetos é possível observar o tipo e frequência da ação sobre o brinquedo: se as ações estão restritas a uma manipulação sensório-motora ou se o brincar já atingiu algum nível simbólico, ou seja, se a criança dá funcionalidade aos brinquedos, se imita ações que ocorrem no seu dia-dia, se coordena sequências de ações. AVALIAÇÃO DE FUNÇÕES E HABILIDADES COMUNICATIVAS NA CRIANÇA SEM ORALIDADE ATIVIDADE LÚDICA É importante verificar também quais as ações que predominam na atividade infantil: se as sensórios-motoras ou as simbólicas. Um outro critério de análise é a forma de manipulação sobre os brinquedos: se ela é rápida e desinteressada, ou ainda, se a exploração já atingiu um nível de maior atenção sobre os objetos. AVALIAÇÃO DE FUNÇÕES E HABILIDADES COMUNICATIVAS NA CRIANÇA SEM ORALIDADE ESCALAS DE DESENVOLVIMENTO As escalas de desenvolvimento refletem os principais ganhos ao longo do desenvolvimento e tem o objetivo de determinar o nível evolutivo específico da criança. O nível de evolução da criança é obtido através de dados relatados sobre o desenvolvimento da criança (normalmente os pais) que, posteriormente, são comparados com uma escala. AVALIAÇÃO DE FUNÇÕES E HABILIDADES COMUNICATIVAS NA CRIANÇA SEM ORALIDADE ESCALAS DE DESENVOLVIMENTO As escalas de desenvolvimento refletem os principais ganhos ao longo do desenvolvimento e tem o objetivo de determinar o nível evolutivo específico da criança. Os dados também podem ser obtidos a partir da observação direta sobre o comportamento da criança quando solicitada a realizar determinadas tarefas que reflitam as condutas específicas que se mostram na escala. AVALIAÇÃO DE FUNÇÕES E HABILIDADES COMUNICATIVAS NA CRIANÇA SEM ORALIDADE ESCALAS DE DESENVOLVIMENTO As escalas são frequentemente utilizadas na avaliação de crianças com menos de três anos com o intuito de detectar, precocemente, alterações no desenvolvimento da linguagem, principalmente quando se tem dúvidas sobre a evolução desse desenvolvimento. AVALIAÇÃO DE FUNÇÕES E HABILIDADES COMUNICATIVAS NA CRIANÇA SEM ORALIDADE ESCALAS DE DESENVOLVIMENTO Podem-se citar algumas delas: ELM - Early Language Milestone Scale, Coplan (1982); BSID-II- Bayley Scale Infant Development, revisada, Bayley, 1993). Existem ainda algumas escalas que podem ser utilizadas com crianças maiores de três anos. AVALIAÇÃO DE FUNÇÕES E HABILIDADES COMUNICATIVAS NA CRIANÇA SEM ORALIDADE ESCALAS DE DESENVOLVIMENTO Uma das escalas, bastante utilizada para detecção precoce de transtornos do desenvolvimento, incluindo alterações do desenvolvimento da linguagem, é o DDST - Denver Developmental Screening Test. (Frankenburg e Dodds, 1967). Abrange a faixa etária de 0 a 6 anos de idade. É de fácil aplicação e pode ser usado por profissionais da área da saúde e/ou da educação. AVALIAÇÃO DE FUNÇÕES E HABILIDADES COMUNICATIVAS NA CRIANÇA SEM ORALIDADE ESCALAS DE DESENVOLVIMENTO Uma escala semelhante é a de Gesell e Amatruda (1989), abrange também a faixa etária de 0 a 6 anos e pode ser aplicada pelos diversos profissionais da área da saúde, incluindo o fonoaudiólogo. As áreas avaliadas são: comportamento adaptativo (ajustes viso-motores para solução de problemas); comportamento pessoal-social (reações pessoais à cultura social); comportamento motor grosseiro (postura, equilíbrio, marcha); comportamento motor delicado (preensão e manipulação dos objetos) e comportamento de linguagem. AVALIAÇÃO DE FUNÇÕES E HABILIDADES COMUNICATIVAS NA CRIANÇA SEM ORALIDADE As teorias pragmáticas consideram o contexto extremamente importante para a comunicação. Isso desde o período pré-verbal; ou seja, antes mesmo de emitir as primeiras palavras, a criança é capaz de responder às iniciativas sociais. Uma avaliação da comunicação deve ter como objetivo analisar os aspectos funcionais da comunicação, ou seja, analisar o uso da linguagem nos contextos em que ela acontece. AVALIAÇÃO DE FUNÇÕES E HABILIDADES COMUNICATIVAS NA CRIANÇA SEM ORALIDADE Com essa avaliação do ensino de habilidades comunicativas, conseguimos avaliar a maneira que uma pessoa se comunica, levandoem consideração os meios comunicativos verbal, vocal e gestual, as funções comunicativas utilizadas e qual a frequência em que elas aparecem. AVALIAÇÃO DE FUNÇÕES E HABILIDADES COMUNICATIVAS NA CRIANÇA SEM ORALIDADE Em relação à análise dos resultados, os dados obtidos nos testes nos permitem entender o espaço comunicativo ocupado pela criança numa situação interativa e dos recursos/meios comunicativos utilizados por ela. Nos possibilitando determinar objetivos terapêuticos focados em comunicação, fala e linguagem. É importante enfatizarmos que a comunicação é multimodal, ou seja, podemos nos comunicar de diferentes maneiras. AVALIAÇÃO DE FUNÇÕES E HABILIDADES COMUNICATIVAS NA CRIANÇA SEM ORALIDADE Além disso, ao entendermos que todo comportamento (mesmo quando não dirigido a um interlocutor) tem uma função e nos comunica algo, nos torna parceiros de comunicação mais assertivos. Desta forma validamos os atos comunicativos emitidos por nossas crianças e quando necessário ensinamos formas mais funcionais de comunicação a elas, como, por exemplo, por meio de um recurso de comunicação alternativa e aumentativa (CAA). COMO A AVALIAÇÃO DAS HABILIDADES COMUNICATIVAS PODE AUXILIAR NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA? PERFIL DE DESENVOLVIMENTO SÓCIO COMUNICATIVO UNIDADE 2 PERFIL DE DESENVOLVIMENTO SÓCIO COMUNICATIVO Geralmente, os primeiros sinais comunicativos incluem o olhar, o chorar, o vocalizar e o sorrir, bem como movimentos da face, dos lábios e do corpo em resposta à estimulação tátil, vocal ou verbal do cuidador (Seild-de-Moura & Ribas, 2004). Essas interações diádicas possibilitam trocas denominadas face a face, caracterizadas especialmente pelo contato visual mútuo e pela ocorrência de turnos com sequências comportamentais nas quais o cuidador espera a reação da criança para então responder (Keller, 2007). PERFIL DE DESENVOLVIMENTO SÓCIO COMUNICATIVO A partir dos seis meses, com o aprimoramento das capacidades sensoriais, perceptivas, motoras e sociais, a criança passa a interagir com objetos, agarrando e manipulando-os, e com pessoas, configurando interações denominadas triádicas (criança-objeto-adulto) que se alternam com as diádicas (criança-adulto ou criança-objeto) (Adamson & Bakeman, 2006). Nesse contexto triádico podem ser observados comportamentos que respondem às tentativas do adulto para iniciar atividades (seguir o apontar e/ou olhar do parceiro social), e, posteriormente, comportamentos que iniciam tais atividades porque direcionam a atenção do adulto para si ou para eventos externos (apontar, mostrar, alternar o olhar entre objeto e adulto) (Oliveira, Zaparolli, Assis, & Pinheiro, 2013). PERFIL DE DESENVOLVIMENTO SÓCIO COMUNICATIVO A partir dos seis meses, com o aprimoramento das capacidades sensoriais, perceptivas, motoras e sociais, a criança passa a interagir com objetos, agarrando e manipulando-os, e com pessoas, configurando interações denominadas triádicas (criança-objeto-adulto) que se alternam com as diádicas (criança-adulto ou criança-objeto) (Adamson & Bakeman, 2006). Nesse contexto triádico podem ser observados comportamentos que respondem às tentativas do adulto para iniciar atividades (seguir o apontar e/ou olhar do parceiro social), e, posteriormente, comportamentos que iniciam tais atividades porque direcionam a atenção do adulto para si ou para eventos externos (apontar, mostrar, alternar o olhar entre objeto e adulto) (Oliveira, Zaparolli, Assis, & Pinheiro, 2013). PERFIL DE DESENVOLVIMENTO SÓCIO COMUNICATIVO O desenvolvimento neuropsicobiológico é influenciado pelo quanto os pais estão dispostos a investir na criança (Keller, 2007), a qualidade da prestação de cuidados precoce parece desempenhar um papel importante na trajetória do desenvolvimento das habilidades sócio comunicativas de neonatos, incluindo os prematuros (Seild-de Moura et al., 2004; Seidl-de-Moura, Bandeira, Campos, da Cruz, Amaral, & de Marca, 2009). Por sua vez, esse investimento parental está condicionado a fontes ecológicas e sociais disponíveis para os pais (nível socioeconômico, instrução formal, idade dos pais ou cuidadores, presença de irmãos e suporte social) e a fatores ligados à criança (saúde, idade, sexo) (Seidl-de-Moura et al., 2009). PERFIL DE DESENVOLVIMENTO SÓCIO COMUNICATIVO Com relação às características sócio demográficas da família, como renda, escolaridade e idade materna (Bandeira & Seidl-de-Moura, 2012; Ribas, Seidl-de-Moura, & Bornstein, 2003), essas são consideradas como riscos para o desenvolvimento sócio comunicativo. Quando comparadas às mães de baixa renda e pouca escolaridade, mães de classe média e com maior nível educacional detém mais informações sobre o desenvolvimento infantil (Seidl-de-Moura et al., 2009) respondem mais rapidamente às vocalizações da criança (Herman, 2002) e apresentam maior frequência de contato face a face e estimulação por objeto (Keller, 2007). PERFIL DE DESENVOLVIMENTO SÓCIO COMUNICATIVO Além disso, mães urbanas pertencentes à classe média são caracterizadas tanto por terem menos filhos e mais idade à época do primeiro filho; fatores que propiciam maior investimento no desenvolvimento neuropsicobiológico da prole. Esse investimento parental é refletido na disponibilidade de tempo e atenção exclusiva dedicada à criança (Keller, 2007). A atenção disponibilizada para um único filho apresenta impacto positivo no desenvolvimento, pois o foco não é dividido com os demais filhos (Bandeira et al., 2012). PERFIL DE DESENVOLVIMENTO SÓCIO COMUNICATIVO Em RNs com desenvolvimento típico, a evolução sócio comunicativa no primeiro ano de vida é dividida em três etapas: Habilidades envolvendo pessoa (HPs): marcadas inicialmente pela fase diádica, que corresponde à interação entre o cuidador e o RN, em especial, nas interações face a face. Habilidades envolvendo objeto (HOs): a partir dos 6 meses, à medida que o RN desenvolve uma nova capacidade sensorial, perceptiva e motora, as interações com seus pares passam a incorporar objetos. PERFIL DE DESENVOLVIMENTO SÓCIO COMUNICATIVO Habilidades envolvendo objeto e pessoa (HOPs): se desenvolvem entre 9 e 12 meses, quando começam a aparecer novos comportamentos, os triádicos, resultando em um triângulo referencial composto pelo lactente, pelo adulto e pelo objeto ou evento ao qual dão atenção. A expressão atenção conjunta ou coordenada (AC) costuma ser usada para caracterizar esse complexo de habilidades e de interações sociais. PERFIL DE DESENVOLVIMENTO SÓCIO COMUNICATIVO PERFIL DE DESENVOLVIMENTO SÓCIO COMUNICATIVO DE QUE FORMA O PERFIL SÓCIO COMUNICATIVO É INFLUENCIADO PELO AMBIENTE EM QUE A CRIANÇA ESTÁ INSERIDA? PERFIL DE DESENVOLVIMENTO SÓCIO COMUNICATIVO A AC consiste em uma expressão da capacidade humana perfeitamente afinada para coordenar a atenção com um parceiro social, que é fundamental para a aprendizagem, para a linguagem e para as competências sociais ao longo da vida. Um estudo aponta que a AC está relacionada não somente com o desenvolvimento da linguagem, mas, também, com o afeto positivo, com a imitação e com outras habilidades sociais. PERFIL DE DESENVOLVIMENTO SÓCIO COMUNICATIVO Os comportamentos de AC na infância se dividem em duas categorias: Responder à AC (RAC) — quando a criança apresenta a capacidade de seguir a direção do olhar e dos gestos de outras pessoas com o intuito de compartilhar um ponto de referência comum; Iniciar a AC (IAC) — quando envolve o olhar, o apontar e o mostrar da criança para direcionar a atenção dos outros para objetos, para eventos e para si. A função do IAC consiste em mostrar ou compartilhar, de forma espontânea, interesses ou experiências agradáveis com os outros. PERFIL DE DESENVOLVIMENTO SÓCIO COMUNICATIVO A AC humana é resultado da interação de dois sistemas de atenção-regulação que foram registrados por meio de dados eletroencefalográficos e de imagens cerebrais: Sistema de atenção perceptual e orientação posterior — desempenha um papel primordial no desenvolvimento do RAC na infância. Esse sistema, relativamenteinvoluntário, começa a se desenvolver nos primeiros meses de vida e prioriza a orientação em direção aos estímulos biologicamente significativos. É representado pelo córtex parietal e pelo temporal superior, os quais estão relacionados com os aspectos do desenvolvimento da representação, da imitação, da percepção do olhar e da orientação da cabeça dos outros, bem como da percepção das relações espaciais entre si, dos outros e do ambiente. Os substratos neurais e funcionais desse sistema são comuns em muitos primatas. PERFIL DE DESENVOLVIMENTO SÓCIO COMUNICATIVO Sistema de atenção anterior — responsável pelo IAC e pelo seu desenvolvimento, ocorre após o RAC. Esse sistema controla a direção da atenção, que é limitada nessa idade, por estar relacionada com a auto avaliação do comportamento. Trata-se de uma rede neural mais complexa, que inclui os campos visuais frontais (áreas corticais frontais associadas ao controle de olho intencional), o córtex pré-frontal de associação, o córtex frontal orbital e o cingulado anterior. HABILIDADES COMUNICATIVAS NÃO-VERBAIS A comunicação começa na interação adulto-criança e as habilidades comunicativas são divididas em: verbais, vocais e gestuais (movimentos do corpo e do rosto). A ausência da comunicação verbal é uma das características do autismo, o que afeta a interação social e a aprendizagem. HABILIDADES COMUNICATIVAS NÃO-VERBAIS Crianças com desenvolvimento típico conseguem aprender simultaneamente várias habilidades de comunicação e o desenvolvimento das habilidades comunicativas não-verbais é evidente aos 9/12 meses, o que não acontece nas crianças com TEA. As crianças com autismo precisam desenvolver essas habilidades, sendo muito comum que elas comuniquem melhor suas intenções com movimentos corporais para compensar suas dificuldades em outras formas de comunicação, como contato visual e gestos. HABILIDADES COMUNICATIVAS NÃO-VERBAIS As habilidades comunicativas não verbais devem ser estimuladas em crianças com TEA, para que elas possam atingir seu potencial em relação às habilidades de interação social. Isso porque elas apresentam níveis mais baixos de comunicação intencional (como gestos e olhares) em comparação aos seus pares de idade (crianças com desenvolvimento típico). HABILIDADES COMUNICATIVAS NÃO-VERBAIS As crianças com autismo tem mais dificuldades para fazer expressões não verbais como imitações, posturas, gestos, expressões faciais e contato visual, assim como em usar as habilidades não-verbais para se comunicar, como apontar para mostrar algo ou interagir com alguém. Muitos pais de crianças com TEA conseguem perceber esses sintomas desde o primeiro ano, como a falta de expressões faciais e contato visual. A comunicação intencional em crianças com autismo é prejudicada, quando comparamos com o desenvolvimento típico. HABILIDADES COMUNICATIVAS NÃO-VERBAIS As crianças com TEA usam a comunicação não verbal de uma forma específica e apresentam dificuldades na imitação, comunicação visual, atenção compartilhada e compreensão das expressões faciais. No entanto, é preciso saber interpretar as formas de comunicação que as crianças com autismo utilizam, como recurso único de expressão. Pais, professores e profissionais que atendem crianças com TEA precisam valorizar a sua linguagem, dando sentido e significado a forma como ela se comunica, (comunicação verbal e não verbal). HABILIDADES COMUNICATIVAS NÃO-VERBAIS Isso é mais importante do que se preocupar com a fala, pois quando a criança com autismo usa gestos para se comunicar, são estes que devem ser interpretados e ressignificados. Ainda que os gestos raramente sejam usados com finalidade de se comunicar, isso acontece. As crianças com autismo podem usar gestos para comunicar suas intenções, ainda que sua interpretação não seja óbvia. Da mesma forma, a ecolalia, por exemplo, muito comum no autismo, pode ter um sentido de comunicação. HABILIDADES COMUNICATIVAS NÃO-VERBAIS Estudos revelam que as habilidades comunicativas não verbais, como os gestos, aparecem com mais frequência no autismo, do que as habilidades vocais e verbais. Os gestos são uma forma de comunicação não verbal e servem para expressar as intenções, mesmo no autismo. HABILIDADES COMUNICATIVAS NÃO-VERBAIS Visto que as crianças com autismo, em sua maioria, apresentam dificuldades com as habilidades verbais, é importante entender como elas se expressam usando as habilidades comunicativas não-verbais. Na escola, por exemplo, muitos professores de crianças com autismo relatam que o desenho pode ser uma ótima ferramenta para facilitar a comunicação entre eles. A criança com TEA pode ser capaz de expressar muito melhor o que sente ou deseja através de desenhos, do que pela fala. HABILIDADES COMUNICATIVAS NÃO-VERBAIS A comunicação só é eficaz se for transmitida de forma inequívoca e clara, e se o receptor entende o que é transmitido pelo outro. Ou seja, a comunicação pode ser considerada bem-sucedida quando uma pessoa entende a mensagem enviada por outra pessoa em uma conversa. Um ponto interessante é que as palavras constituem apenas 45% da comunicação e a linguagem corporal representa 55%. Dessa forma, a importância da comunicação não-verbal não pode ser subestimada. POR QUE O ESTÍMULO DE HABILIDADES COMUNICATIVAS NÃO-VERBAIS SÃO IMPORTANTES PARA CRIANÇAS AUTISTAS? REFERÊNCIAS Bandeira, T. T. A., & Seild de Moura, M. L. (2012). Crenças de pais e mães sobre investimento parental. Paidéia, 22(53),355-363. [ Links ] Bakeman, R., & Adamson, L. B. (1984). Coordinating attention to people and objects in mother-infant and peer-infant interation. Child Development, 55(4),1278-1289. [ Links ] Brasil (2012). Manual AIDPI neonatal (3a ed). Brasília: Ministério da Saúde. (Série Normas e Manuais Técnicos). [ Links ] Dodds. L., Fell, D. B., Shea, S., Armson, B. A., Allen, A. C., & Bryson, S. (2011). The role of prenatal, obstetric and neonatal factors in the development of autism. Journal of Autism and Developmental Disorders, 41(7),891-902. [ Links ] Garner, P. 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Detecção precoce de riscos e prevenção em transtornos do espectro do autismo (pp.51-66). Belém: EDUEPA. [ Links ] REFERÊNCIAS Herman, R. (2002). Characteristic developmental patterns of language and communication in hearing and deaf babies 0-2 years. Department of Language and Communication Science, 16(4),56-63. [ Links ] Johnson, S., Hollis, C., Kochhar, P., Hennessy, E., Wolke, D., & Marlow, N. (2010). Autism spectrum disorders in extremely preterm children. The Journal of Pediatrics, 156(4),525-531. [ Links ] Keller, H. (2007). Cultures of infancy. Mahwah: Lawrence Erlbaum. [ Links ] Larsson, H. J., Eaton, W. W., Madsen, K. M., Vestergaard, M., Olesen, A. V., Agerbo, E., Schendel, D., Thorsen, P., & Bo Mortensen, P. (2005). Risk factors for autism: perinatal factors, parental psychiatric history, and socioeconomic status. Am J Epidemio, 161(10),916-925. [ Links ] Moore, C., & Dunham, P. J. (1995). Joint Attention. Its origins and role in development. In Landry, S. H. (Ed.). 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