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Projeto de Graduação 
em Engenharia Elétrica: 
Desenvolvimento
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Brena Bezerra Silva
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Conceitos de Pesquisa Científica
• Introdução à Pesquisa Científica;
• Concepções Metodológicas;
• Projeto de Pesquisa.
· Compreender a definição de Ciência em contraste ao senso comum;
· Preparar-se para a elaboração de um projeto científico de pesquisa.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Conceitos de Pesquisa Científi ca
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Conceitos de Pesquisa Científica
Contextualização
Nesta Unidade serão apresentadas as definições de pesquisa científica, o que é 
e como fazer um projeto científico. Começaremos relembrando algumas pesquisas 
científicas brasileiras mais importantes no mundo.
Que o soro antiofídico foi criado em 1894 pelo francês Albert Calmett para tratar picadas de 
cobras venenosas? Acreditava-se que atuava de forma universal a partir do veneno de uma 
única espécie, a naja. Porém, o médico imunologista, Vital Brazil acreditava que cada tipo de 
veneno de cobra deveria ser tratado de forma específica. Para isso, produziu antídotos dis-
tintos para a mordida de cascavel e jararaca. Além disso, inventou o soro polivalente – que é 
eficaz para um grupo de cobras (e não para somente uma) (SAIONETI, 2017).
Em 1909, o médico sanitarista Carlos Chagas estudou a doença de Chagas. Nunca antes na 
história da Medicina o ciclo completo de uma doença fora identificado. Chagas traçou todo 
o caminho: vetor – besouro barbeiro –, agente causador – protozoário Trypanosoma cruzi 
–, reservatório doméstico – gato –, características e complicações e meios de combate. 
A descoberta veio enquanto combatia a malária em Minas Gerais. Chagas foi reconhecido 
internacionalmente, batizou a doença e virou um importante nome no combate a moléstias 
tropicais (SAIONETI, 2017).
Ex
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or
Tais pesquisas são exemplos de descobertas importantes realizadas por meio de 
metodologia científica. Mas o que isso quer dizer? Por que Ciência é diferente do 
senso comum ou ditado popular? Nesta Unidade aprenderemos sobre Ciência e 
como fazê-la.
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Introdução à Pesquisa Científi ca
Ao mencionar conhecimento científico, o primeiro passo consiste em diferen-
ciá-lo do saber popular ou senso comum.
Para tanto, imaginemos a seguinte situação: entramos em um ônibus com pou-
cas pessoas, veículo que possui alguns lugares ocupados na janela e outros assentos 
vazios. Onde devemos sentar? Embora não existam regras para que sentemos em 
lugares totalmente vazios e ocupemos o lado da janela, é comum preferimos os 
bancos vazios nesses lados. Por que fazemos isso? Existe uma regra para sentar-
mos em um lugar específico de ônibus? Não, não há regras. Poderíamos sentar 
junto a outras pessoas, mas não fazemos isso. Trata-se de senso comum.
Alguém já mencionou que se você quiser que o cabelo cresça mais rápido, de-
verá cortá-lo na Lua Crescente? Você acreditou? Algumas pessoas sim! As quais 
cortam os seus cabelos quando a Lua é favorável, embora nunca tenham pesqui-
sado sobre a cientificidade desse fato. Se alguém lhes disse, então acreditaram. 
Comumente se trata de conhecimento popular, inclusive, de transmissão familiar.
Citamos dois exemplos de conhecimento popular. Poderíamos dizer que não 
são verdadeiros? A resposta é não. O saber popular pode não possuir críticas ou 
pesquisas metódicas, mas isso não quer dizer que não são verdades.
Segundo Marconi e Lakatos (2003), o conhecimento popular, às vezes deno-
minado senso comum, não se distingue do conhecimento científico nem pela ve-
racidade ou pela natureza do objeto conhecido: o que os diferencia é a forma, o 
modo ou método e os instrumentos do “conhecer”. Saber que determinada planta 
necessita de uma quantidade X de água e que, se não a receber de forma “natural”, 
deve ser irrigada, pode ser um conhecimento verdadeiro e comprovável, mas, nem 
por isso científico. Para que isso ocorra, torna-se necessário ir além: conhecer a 
natureza dos vegetais, a sua composição, o seu ciclo de desenvolvimento e as par-
ticularidades que distinguem uma espécie das demais.
Dessa forma, podemos chegar a duas conclusões:
1. A Ciência não é o único caminho de acesso ao conhecimento e à verdade; e
2. Um mesmo objeto ou fenômeno – uma planta, um mineral, uma comu-
nidade ou as relações entre chefes e subordinados – pode ser matéria de 
observação tanto ao cientista quanto ao homem comum. O que leva um 
ao conhecimento científi co e outro ao popular é a forma de observação.
Assim, a Ciência se distingue do conhecimento popular devido ao planejamen-
to, à crítica e, principalmente, ao método seguido. Não encontramos resultados 
científicos com base na “sorte” – e sim com base em uma estrutura rigorosamente 
pré-definida.
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UNIDADE Conceitos de Pesquisa Científica
Miguel (2012) complementa essa diferenciação entre Ciência e senso comum 
por meio da relação entre os quais: a Ciência se desenvolve a partir do senso co-
mum e depende deste para continuar se desenvolvendo. Um exemplo disso é que 
os problemas escolhidos pela Ciência como relevantes muitas vezes têm as suas 
origens no senso comum – a Figura 1 apresenta essa relação:
Teorias Cientí�cas
Senso Comum, Valorações,
Crenças Religiosas e
Políticas
Novas Teorias
Cientí�cas
Senso Comum Modi�cado
Modi�cações
Desenvolvimento
Cientí�co
Figura 1 – Relação entre Ciência e senso comum
Apesar das diferenças existentes entre a Ciência e o conhecimento popular em 
numerosos aspectos, principalmente no que se refere ao método, não podemos 
ignorar algumas semelhanças em outras características. Pode-se citar que ambos 
são críticos e aspiram a coerência entre o determinado acontecimento e as suas 
causas. Além disso, ambos procuram adaptar-se aos fatos, em vez de fazer espe-
culações sem controle. Entretanto, na Ciência, os fatos verificados e a compreen-
são do acontecimento são realizados por meio de uma sistematização coerente de 
enunciados fundamentados e passíveis de verificação, obtidos por intermédio de 
teorias que constituem o núcleo da Ciência. No conhecimento comum, os fatos 
verificados e a compreensão do acontecimentosão entendidos como acumulação 
de partes ou “peças” advindas de experiências particulares ou ensinamentos passa-
dos de geração a geração, com informações frouxamente vinculadas (MARCONI; 
LAKATOS, 2003).
Nesse sentido, as investigações realizadas no mundo acadêmico, tais como pro-
jetos de pesquisa, artigos e trabalhos de conclusão de curso são resultados de uma 
pesquisa científica, o que torna necessária uma sistematização coerente com a de-
terminação de um tema, objetivo de pesquisa, teoria que fundamente a pesquisa, 
método e conclusões baseadas em fatos e dados.
De acordo com Gil (2002), pode-se definir pesquisa como:
O procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcio-
nar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é requerida 
quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao proble-
ma, ou então quando a informação disponível se encontra em tal estado 
de desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao problema.
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A pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos conhecimentos disponíveis 
e a utilização cuidadosa de métodos, técnicas e outros procedimentos científicos. 
Nesse contexto, precisamos aprender quais são esses métodos que devem ser 
seguidos e como podemos sistematizar nossa pesquisa. Para tanto, nas próximas 
seções, veremos como elaborar uma pesquisa e um projeto científico.
Concepções Metodológicas
Trata-se do primeiro passo para que o pesquisador faça o planejamento de sua 
pesquisa e elabore o cronograma do projeto que será desenvolvido. Isso porque 
a escolha da concepção metodológica determinará a forma com que o estudioso 
usará a teoria para apoiar e interpretar os resultados de sua investigação.
A escolha da concepção metodológica permite que o investigador desenvol-
va uma pesquisa de modo coerente em relação à construção do problema de 
pesquisa e das hipóteses, escolha do método a ser seguido e apresentação dos 
resultados. Segundo Martins (2012), o termo concepção metodológica se refere 
ao posicionamento do pesquisador em relação à condução de sua pesquisa para 
atingir o resultado.
As concepções metodológicas podem ser as seguintes: indutivismo, falsificacio-
nismo, paradigmas de pesquisa e programas de pesquisa.
O indutivismo é a concepção que utiliza a Ciência como processo metodológico 
para confirmar resultados a partir de grande número de observações. Segundo 
Chalmers (1995), a partir de leis e teorias universais, o cientista pode derivar con-
sequências que lhe permitirão elaborar explicações e previsões. Assim, em um 
conjunto particular de observações rigorosas e variadas, é possível estabelecer uma 
afirmação universal na forma de lei ou teoria – desde que nenhuma observação 
entre em conflito com a indução realizada.
O falsificacionismo é a concepção que utiliza a Ciência como processo me-
todológico para buscar evidências que contrariam a teoria, isto é, casos que 
comprovam que aquela teoria pode ser negada ou falsificada. Segundo Martins 
(2012), o intento do falsificacionismo não é refutar, mas propor teorias que resis-
tam à refutação. Se a hipótese for refutada, falhar, então uma nova teoria deverá 
ser proposta a fim de reiniciar o processo; caso não fracasse, significa que não 
falhará da próxima vez. Assim, a teoria será válida até ser refutada – por isso o 
teste crucial precisa ser realizado.
Os paradigmas de pesquisa são interessantes ao cientista que utiliza processos 
metodológicos para gerar Ciência. Assim, por meio de progressos na Ciência, 
uma teoria deverá ser desenvolvida. Segundo Martins (2012), nos paradigmas de 
pesquisa chamamos de Ciência um processo que se compõe da tradição de formu-
lar problemas, de resolver problemas dentro de uma mesma teoria e mecanismos 
específicos de treinamento de novos cientistas, empregando métodos e instrumen-
tos consagrados pela comunidade científica, ou grupos dentro dessa. A tudo isso 
damos o nome de paradigma.
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UNIDADE Conceitos de Pesquisa Científica
Por fim, a concepção de programas de pesquisa é aquela na qual o pesquisador 
utiliza a teoria existente como base para acrescentar novas descobertas. Isto é, 
existe uma base científica na qual o pesquisador não objetiva induzir ou refutar a 
teoria, mas acrescentar um novo conhecimento. Um programa de pesquisa é uma 
estrutura que fornece orientação para a pesquisa futura de uma forma tanto nega-
tiva quanto positiva (CHALMERS, 1995). Nos programas de pesquisa, o desen-
volvimento do programa se dá pela expansão e modificação do cinturão protetor 
com a adição e articulação de várias hipóteses, de modo a oferecer oportunidade 
de inéditos testes e a possibilidade de descobertas.
Por que devemos entender os diferentes tipos de concepções metodológicas? 
Precisamos compreendê-las porque não existe somente um caminho para a cons-
trução da Ciência. A comparação entre a teoria e os fatos poderá ser feita de 
diferentes formas e todas, se realizadas por meio de processos sistemáticos e 
metodológicos, podem ser consideradas Ciência. Assim, por meio da definição 
da concepção metodológica que seguiremos, poderemos desenvolver o projeto 
de pesquisa.
Por exemplo, um projeto de pesquisa com as concepções metodológicas induti-
vismo e falsificacionismo será aquele que planejará uma coleta de dados com gran-
de número de amostras; de modo que o objetivo do falsificacionismo será refutar a 
teoria. Já a abordagem em paradigmas de pesquisa será planejada a partir de uma 
teoria que esteja com problemas ou sob “crises”, carecendo de resoluções ao seu 
desenvolvimento. Por fim, um projeto fundamentado em programas de pesquisa 
poderá ser desenvolvido com base em uma teoria existente, procurando acrescen-
tar novos saberes a essa teoria – porém, nos programas de pesquisa não nos preo-
cupamos com grandes quantidades de amostra, pois aqui o objetivo é desenvolver 
a teoria (e não generalizar os resultados para determinada população).
Projeto de Pesquisa
Segundo Motta-Roth e Hendges (2010), qualquer atividade humana pode ser 
vista como uma conjugação de ações organizadas em torno de um objetivo, 
dependendo de uma série de passos a serem desenvolvidos em uma ordem pre-
ferível, envolvendo determinados objetos e pessoas. Pesquisa é uma das ativida-
des humanas que mais dependem de planejamento prévio para que os objetivos 
projetados sejam alcançados. Comumente, o planejamento de uma pesquisa é 
chamado de projeto.
O planejamento da pesquisa concretiza-se mediante a elaboração de um proje-
to, que é o documento explicitador das ações a serem desenvolvidas ao longo do 
processo de pesquisa. O projeto deve, portanto, especificar os objetivos da pesqui-
sa, apresentar a justificativa de sua realização, definir a modalidade de pesquisa e 
determinar os procedimentos de coleta e análise de dados. Deve, ainda, esclarecer 
acerca do cronograma a ser seguido no desenvolvimento da pesquisa e proporcionar 
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a indicação dos recursos humanos, financeiros e materiais necessários para assegurar 
o êxito da pesquisa (GIL, 2002).
Há muitos motivos que determinam a realização de uma pesquisa, podendo 
ser classificados em dois grandes grupos: razões de ordem intelectual e prática. 
As primeiras decorrem do desejo de conhecer pela própria satisfação de saber; 
as últimas de conhecer com vistas a fazer algo de maneira mais eficiente ou eficaz 
(GIL, 2002).
Como toda atividade racional e sistemática, a pesquisa exige que as ações desen-
volvidas ao longo de seu processo sejam efetivamente planejadas. De modo geral, 
concebe-se o planejamento como a primeira fase da pesquisa, que envolve a for-
mulação do problema, a especificação de seus objetivos, a construção de hipóteses 
e a operacionalização dos conceitos (GIL, 2002).
Como Elaborar um Projeto de Pesquisa
Segundo Gerhardt e Silveira (2009), inicia-se uma pesquisa apenas se existir 
uma pergunta, uma dúvida para qual se quer buscar uma resposta. Pesquisar é, 
portanto, buscar resposta para alguma coisa.
Ademais, para a execuçãode uma pesquisa científica não basta o desejo do 
pesquisador em realizá-la; é fundamental ter o conhecimento do assunto a ser 
investigado, além de recursos humanos, materiais e financeiros. É irreal a visão ro-
mântica de que o pesquisador é aquele que inventa e promove descobertas por ser 
genial. Claro que há de se considerar as qualidades pessoais do investigador, pois 
não se atreveria a iniciar um estudo se seus dados teóricos estivessem escritos em 
uma língua que desconhece. Mas, por outro lado, ninguém duvida que a probabili-
dade de uma pesquisa ser bem-sucedida quando existem amplos recursos materiais 
e financeiros – para pagar um tradutor, por exemplo – é muito maior do que outra 
com recursos deficientes (GERHARDT; SILVEIRA, 2009).
Traçar objetivos, prever os passos necessários à realização das ações que nos 
levarão a alcançar os objetivos, decidir a ordem preferível em que esses passos de-
vem ser desenvolvidos e identificar as pessoas e os objetos necessários à realização 
das ações são elementos de um bom planejamento.
Assim, quando formos elaborar um projeto de pesquisa, devemos levar em con-
sideração, inicialmente, os nossos próprios limites. Nisso não se inclui o fato de 
não sabermos ler em determinado idioma, pois se o trabalho for importante e 
estiver escrito em russo, por exemplo, devemos encaminhá-lo à tradução de uma 
pessoa habilitada (GERHARDT; SILVEIRA, 2009).
Os elementos habitualmente requeridos em uma pesquisa científica são os 
seguintes, segundo Gil (2002), Marconi e Lakatos (2003):
· Escolha do tema de pesquisa;
· Formulação do problema;
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UNIDADE Conceitos de Pesquisa Científica
 · Construção de hipóteses ou especificação dos objetivos;
 · Revisão teórica preliminar;
 · Identificação do tipo de pesquisa;
 · Escolha da abordagem de pesquisa;
 · Escolha e elaboração do método de pesquisa;
 · Cronograma da execução da pesquisa.
Vejamos cada item de forma pormenorizada:
Escolha do tema de pesquisa:
A escolha do tema é o assunto que se deseja provar ou desenvolver. Optar por 
um tema significa levar em consideração fatores internos e externos.
Os internos consistem em:
 · Selecionar um assunto de acordo com as inclinações, as aptidões e as ten-
dências de quem se propõe a elaborar um trabalho científico;
 · Optar por um assunto compatível com as qualificações pessoais, em ter-
mos de background da formação universitária e pós-graduada;
 · Encontrar um objeto que mereça ser investigado cientificamente e tenha 
condições de ser formulado e delimitado em função da pesquisa.
Os externos requerem a:
 · Disponibilidade do tempo para realizar uma pesquisa completa e aprofundada;
 · Existência de obras pertinentes ao assunto em número suficiente para o 
estudo global do tema;
 · Possibilidade de consultar especialistas da área, para uma orientação tanto 
na escolha quanto na análise e interpretação da documentação específica.
Não há necessidade de duplicação de estudos, uma vez que há uma vasta gama 
de temas a serem pesquisados. Deve-se evitar assuntos sobre os quais recentemente 
foram realizadas investigações, o que torna difícil uma nova abordagem.
Ressaltemos um passo importante na formulação de um projeto de investiga-
ção: conhecer as práticas de pesquisa da área de conhecimento em questão e refle-
tir sobre como um texto pode reconstruir essas práticas é fundamental para propor 
um estudo inovador. Primeiramente, devemos agir como um pesquisador investi-
gando a própria área, na procura de problemas e temas relevantes (GERHARDT; 
SILVEIRA, 2009).
Embora a escolha do tema possa ser determinada ou sugerida pelo professor 
ou orientador, quando se trata de um principiante, o mais frequente é a opção 
livre. As fontes para a escolha do assunto podem originar-se da experiência pes-
soal ou profissional, de estudos e leituras, da observação, descoberta de discre-
pâncias entre trabalhos ou analogia com temas de estudo de outras disciplinas ou 
áreas científicas.
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Após a escolha do assunto, o passo seguinte é a sua delimitação. É necessário 
evitar a eleição de temas muito amplos que ou são inviáveis como objeto de pesqui-
sa aprofundada, ou conduzem a divagações, discussões intermináveis, repetições 
de lugares comuns ou “descobertas” já superadas. Para tanto, recomenda-se este 
princípio fundamental: quanto mais se restringe o campo, melhor e com maior 
segurança se trabalha.
Em Engenharia de Produção pode-se escolher o tema de pesquisa nas seguintes áreas 
subdivididas pela Associação Brasileira de Engenharia de Produção (Abepro):
• Engenharia de operações e processos da produção; 
• Logística;
• Pesquisa operacional; 
• Engenharia da qualidade; 
• Engenharia do produto; 
• Engenharia organizacional; 
• Engenharia econômica; 
• Engenharia do trabalho; 
• Engenharia da sustentabilidade.
Ex
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Definição do problema de pesquisa:
Segundo Gil (2002), um problema pode ser definido como:
· Uma questão matemática proposta para que se lhe dê a solução;
· Uma questão não resolvida e que é objeto de discussão, em qualquer do-
mínio do conhecimento;
· Uma proposta duvidosa que pode ter numerosas soluções; ou
· Qualquer questão que dá margem à hesitação ou perplexidade, por ser 
difícil de explicar ou resolver.
Um problema pode ser entendido como uma questão ou proposta na qual são 
necessárias respostas – soluções – ou explicações sobre a ocorrência do fato. As-
sim, um problema de pesquisa é aquele que o investigador busca responder ou 
solucionar com base na execução metódica das etapas do projeto de pesquisa e 
conclusão – solução – baseada em dados e fatos.
Para tanto, na Ciência é preciso determinar quais são as variáveis que guiarão a 
coleta de dados e apoiarão a conclusão dos fatos. O conceito de variável refere-se 
a tudo aquilo que pode assumir diferentes valores ou aspectos, segundo os casos 
particulares ou as circunstâncias. Por exemplo, idade é uma variável porque pode 
abranger diferentes valores – da mesma forma ocorre com estatura, peso, tempe-
ratura etc. (classe social também é uma variável, pois embora esse conceito não 
possa assumir valores numéricos, pode abranger categorias diversas, tais como 
alta, média e baixa).
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UNIDADE Conceitos de Pesquisa Científica
Gerhardt e Silveira (2009) acrescentam que algumas perguntas servem de pon-
tos de partida, vejamos:
 · O que a literatura da área aponta como problemas, metodologias e pers-
pectivas de pesquisa?
 · Quais pesquisas estão em andamento nos grupos significativos na área?
 · Quais são os conceitos em voga da área de conhecimento em que desejo 
propor a pesquisa?
 · Quais são os temas relevantes para uma pesquisa?
 · Quais problemas de pesquisa são atuais?
 · Quais leituras preliminares são aconselhadas?
 · Qual abordagem sobre o problema é mais interessante?
 · Quais são as metodologias de pesquisa em uso nessa área?
Com base nessas considerações, pode-se dizer que um problema é de natureza 
científica quando envolve variáveis que podem ser tidas como testáveis, por exem-
plo: Em que medida a escolaridade determina a preferência político-partidária? 
A desnutrição determina o rebaixamento intelectual? Note que esses problemas 
envolvem variáveis suscetíveis de observação ou manipulação. É perfeitamente 
possível, voltando ao primeiro exemplo, verificar a preferência político-partidária 
de determinado grupo, bem como o seu nível de escolaridade, para depois deter-
minar em que medida essas variáveis estão relacionadas entre si.
Construção de hipóteses ou determinação dos objetivos:
Uma vez definido o problema de pesquisa, o passo seguinte consiste em ofere-
cer uma solução possível, mediante uma proposição, ou seja, uma expressão verbal 
suscetível de ser declarada verdadeira ou falsa – a essa proposição dá-se o nome 
de hipótese. Assim, a hipótese é a proposição testável que pode vir a ser a solução 
do problema.
O processo de elaboração de hipótese é de natureza criativa. Todavia, em boa 
parte dos casos a qualidade mais requeridado pesquisador é a experiência na área. 
Não é possível, no entanto, determinar regras para a elaboração de hipóteses.
A análise da literatura referente à descoberta científica mostra que as hipóteses 
surgem de diversas fontes. Serão consideradas aqui as principais, a saber:
 · Observação: este é o procedimento fundamental na construção de hipó-
teses. O estabelecimento assistemático de relações entre os fatos no dia a 
dia é que fornece os indícios para a solução dos problemas propostos pela 
Ciência. Alguns estudos valem-se exclusivamente de hipóteses desta origem;
 · Resultados de outra pesquisa: as hipóteses elaboradas com base nos 
resultados de outras investigações geralmente conduzem a conhecimentos 
mais amplos que aquelas decorrentes da simples observação. À medida 
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que uma hipótese se baseia em investigações anteriores e o estudo em que 
se insere a confi rma, o resultado auxilia na demonstração de que a relação 
se repete regularmente;
· Teorias: as hipóteses derivadas de teorias são as mais interessantes no 
sentido de que proporcionam ligação clara com o conjunto mais amplo de 
conhecimentos das Ciências. Todavia, nem sempre isso se torna possível, 
visto muitos campos da Ciência carecerem de teorias sufi cientemente es-
clarecedoras da realidade; e
· Intuição: igualmente, há hipóteses derivadas de simples palpites ou de 
intuições. A história da Ciência registra vários casos de hipóteses desse 
tipo que conduziram a importantes descobertas. Como, porém, as in-
tuições, por sua própria natureza, não deixam claras as razões que as 
determinaram, torna-se difícil avaliar a priori a qualidade de hipóteses 
dessa procedência.
Rigorosamente, todo procedimento de coleta de dados depende da formulação 
prévia de uma hipótese. Ocorre que em muitas pesquisas as hipóteses não são 
explícitas. Todavia, nesses casos é possível determinar as hipóteses e subjacentes, 
mediante a análise dos instrumentos adotados para a coleta dos dados. Assim, 
determinar explicitamente uma ou mais de uma hipótese não é obrigatório em 
textos científicos.
O desenvolvimento é a fundamentação lógica do trabalho, cuja finalidade é ex-
por e demonstrar as suas principais ideias, constituindo-se em três fases:
1. Explicação: apresentar o sentido de um tema; trata-se de analisar e com-
preender, procurando suprimir o ambíguo ou obscuro;
2. Discussão: é o exame, a argumentação e explicação do tema – explica, 
discute, fundamenta e enuncia as proposições; e
3. Demonstração: corresponde à dedução lógica do trabalho, implicando o 
exercício do raciocínio.
O desenvolvimento do tema exige a divisão do mesmo em tópicos logicamente 
correlacionados. As partes do trabalho não podem ter uma organização arbitrária, 
mas baseada na estrutura real ou lógica do tema, sendo que as partes devem estar sis-
tematicamente vinculadas entre si e ordenadas em função da unidade de conjun-
to. Para tal, é necessário saber distinguir o fundamental do secundário, o principal do 
subordinado e distribuir equitativa e gradualmente as partes segundo este critério.
Ademais, pode-se dividir o desenvolvimento em revisão teórica sobre o tema de 
pesquisa, método de pesquisa, tipo de pesquisa e cronograma.
Revisão teórica preliminar:
Logo após a escolha do tema, o que se sugere é um levantamento preliminar da 
teoria que facilite a formulação do problema. Esse levantamento preliminar pode 
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UNIDADE Conceitos de Pesquisa Científica
ser entendido como um estudo exploratório, dado que tem a finalidade de propor-
cionar a familiaridade do aluno com a área de estudo na qual está interessado, bem 
como a sua delimitação. Tal familiaridade é essencial para que o problema seja for-
mulado de maneira clara e precisa. Uma vez realizado o levantamento preliminar 
da teoria e melhor definido o problema e objetivo da pesquisa, torna-se necessária 
uma revisão teórica acerca do tema de pesquisa.
A revisão teórica preliminar pode ajudar o pesquisador no desenvolvimento do 
projeto. Porém, quando esse pesquisador estiver desenvolvendo, de fato, a sua 
investigação, deverá providenciar uma revisão teórica completa – esta que será 
melhor explicada na Unidade anterior.
Identificação do tipo de pesquisa:
Com relação às pesquisas, é usual a classificação com base em seus objetivos 
gerais, de modo que é possível elencá-las em três grandes grupos:
1. Pesquisas exploratórias: têm como objetivo proporcionar maior familia-
ridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir 
hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o 
aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento 
é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos 
mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Na maioria dos casos, 
tais pesquisas envolvem: i) levantamento bibliográfico; ii) entrevistas com 
pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e 
iii) análise de exemplos que “estimulem a compreensão”;
2. Pesquisas descritivas: têm como objetivo primordial a descrição das ca-
racterísticas de determinada população, fenômeno ou, então, o estabele-
cimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem 
ser classificados sob este título e uma de suas características mais signi-
ficativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, 
tais como o questionário e a observação sistemática. Entre as pesquisas 
descritivas, salientam-se aquelas que têm por objetivo estudar as caracte-
rísticas de um grupo: sua distribuição por idade, sexo, procedência, nível 
de escolaridade, estado de saúde física e mental etc. Outras abordagens 
deste tipo são as que se propõem a analisar o nível de atendimento dos 
órgãos públicos de uma comunidade, as condições de habitação, o índice 
de criminalidade que aí se registra etc. São incluídas neste grupo ainda as 
pesquisas que têm por objetivo levantar as opiniões, atitudes e crenças 
de uma população. São também pesquisas descritivas aquelas que visam 
descobrir a existência de associações entre variáveis como, por exemplo, 
as pesquisas eleitorais que indicam a relação entre preferência político-
-partidária e nível de rendimentos ou escolaridade;
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3. Pesquisas explicativas: têm como preocupação central identifi car os 
fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenô-
menos. Esse é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da 
realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas. Por isso mesmo, 
é o tipo mais complexo e delicado, já que o risco de cometer erros au-
menta consideravelmente.
Escolha da abordagem de pesquisa:
A escolha da abordagem de pesquisa deverá ser entre as possibilidades quanti-
tativa e qualitativa.
A abordagem quantitativa é aquela na qual o pesquisador determina, por meio 
da teoria, quais são as variáveis do estudo, manipulando-as de forma objetiva.
Ou seja, leva em consideração os resultados dos dados com base no teste de mo-
delos, ferramentas estatísticas e/ou medições, de modo que a interpretação dos 
dados ignora o contexto individual do objeto de estudo, sopesando a operacionali-
zação das variáveis. De acordo com Bryman (1989), as principais preocupações da 
abordagem quantitativa são as seguintes:
· Mensurabilidade: é a medição das variáveis defi nidas nos constructos 
para a realização do teste das hipóteses. Pode ser chamada também de 
operacionalização das variáveis;
· Causalidade: corresponde à relação de causa e efeito entre a variável de-
pendente – efeito – e as variáveis independentes – causas; 
· Generalização: trata da possibilidade de o pesquisador generalizar os seus 
resultados para além dos limites da pesquisa, isto é, reconhecer que os resulta-
dos aplicados na amostra da pesquisa valem também para toda a população;
· Replicação: refere-se à capacidade de um pesquisador repetir a investiga-
ção e encontrar os mesmos resultados.
Segundo Miguel (2012), os métodos de pesquisa mais apropriadosao uso da 
abordagem quantitativa são modelagem, simulação, survey e experimento.
Já a abordagem qualitativa é aquela na qual o pesquisador determina as variá-
veis, igualmente por meio da teoria; porém, a interpretação dos dados é feita de 
forma subjetiva. Isto é, o pesquisador leva em consideração o contexto individual 
do objeto de estudo, acrescentando e modificando a teoria conforme os resultados 
encontrados na coleta de dados.
Assim, segundo Bryman (1989), a característica distintiva entre as abordagens 
quantitativa e qualitativa é a ênfase na perspectiva do indivíduo estudado. A preo-
cupação é obter informações sobre a perspectiva dos indivíduos, bem como inter-
pretar o ambiente em que a problemática acontece – isto implica que o ambiente 
natural dos indivíduos é o da pesquisa.
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UNIDADE Conceitos de Pesquisa Científica
Dessa forma, ainda de acordo com Bryman (1989), as características da pesquisa 
qualitativa são as seguintes:
 · Ênfase na interpretação subjetiva dos indivíduos;
 · Delineamento do contexto do ambiente da pesquisa;
 · Abordagem não muito estruturada;
 · Múltiplas fontes de evidências;
 · Importância da concepção da realidade organizacional;
 · Proximidade com o fenômeno estudado.
Segundo Miguel (2012), os métodos de pesquisa, na área da Engenharia de 
Produção, mais apropriados ao uso da abordagem qualitativa são o estudo de caso 
e a pesquisa-ação.
A escolha da abordagem compreende como o pesquisador trabalhará a análise 
dos dados, que poderá ser por dois meios principais: considerando ou ignorando 
a perspectiva do indivíduo.
Escolha do método de pesquisa:
A escolha do método é importante para garantir a cientificidade da pesquisa. 
Lembre-se sobre a definição de Ciência fornecida no início desta Unidade, afinal, 
de acordo com Marconi e Lakatos (2003), “[...] não há Ciência sem o emprego de 
métodos científicos”.
O método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior 
segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e ver-
dadeiros –, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando nas 
decisões do cientista.
Os métodos de pesquisa que apresentam o passo a passo dessa são os de pro-
cedimentos que, no geral, evidenciarão como o pesquisador definiu:
 · A construção de um modelo teórico;
 · O desenvolvimento do instrumento de coleta de dados;
 · A determinação da população;
 · A escolha sobre a coleta de dados; e
 · A seleção dos métodos de análise dos dados.
Na área de Engenharia de Produção existem diferentes métodos de pesquisa, 
tais como o estudo de caso, a pesquisa-ação, survey, experimento, modelagem e 
simulação; de modo que para cada um dos quais há particularidades quanto aos pro-
cedimentos de pesquisa – esses métodos serão detalhados nas próximas unidades.
Elaboração do plano de trabalho e cronograma da execução da pesquisa:
A elaboração do plano de trabalho compreende o planejamento das etapas do 
projeto de pesquisa. Na elaboração do plano deve-se observar a estrutura de todo o 
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trabalho científico, ou seja, introdução, desenvolvimento e conclusão (MARCONI, 
LAKATOS, 2003).
O cronograma apresenta os prazos estimados para o cumprimento de cada uma 
das fases do projeto de pesquisa; assim, o pesquisador consegue ter uma previsão 
do término e da conclusão.
Na fase do projeto de pesquisa não apresentamos a conclusão, pois se trata de um 
planejamento da pesquisa, de modo que ainda não a concluímos. Logo, é comum 
apresentarmos resultados esperados ou ainda que o projeto não foi concluído.
Um método para auxiliar na elaboração de projetos de pesquisa é a leitura de 
textos científicos e identificação dos elementos de um projeto apropriado. Dessa 
forma, poderemos melhor estruturar o que nos propomos a elaborar. Nesse con-
texto, pratiquemos a identificação dos elementos de um projeto de pesquisa:
Quadro 1
VAMOS EXERCITAR! Leia o trecho abaixo e identifi que o tema de pesquisa,
o problema da pesquisa, o objetico e a justifi cativa.
O aumento da concorrência e a globalização dos mercados têm impulsionado as empresas a 
buscar o desenvolvimento tecnológico e uma ampla oferta de produtos e serviços para atender 
as necessidades de seus clientes. A colaboração entre empresas (concorrentes, fornecedores e 
distribuidores) tem sido uma alternativa para as empresas e suas cadeias de suprimentos (supply 
chain – SC) se mantenham competitivas no mercado. Dessa forma, as SC que alcançarem uma 
estruturação, coordenação e gerência das atividades realizadas com seus parceiros podem obter 
melhores retornos em relação às SC concorrentes. Neste sentido, a gestão colaborativa em SC 
pode ser compreendida como um conjunto de ações emtre duas ou mais empresas que planejam 
e executam operações de maneira mais ágil e eficaz em comparação ao que realizariam (COX, 
2004). Desse modo, o onjetivo desta pesquisa é analisar a produção acadêmica internacional 
envolvendo o tema “práticas e iniciativas colaborativas em cadeias de suprimentos“, delimitando 
como escopo as principais práticas e iniciativas para o planejamento e gestão colaborativa na SC 
(EDI, VMI, CR, ECR, CPFR) nos últimos des anos. Partindo-se de questões ligadas às referências 
bibliográficas utilizadas nos estudos das prráticas e iniciativas colaborativas em SC, tem-se 
como questionamento principal: “como se apresenta a pesquisa acadêmica internacional sobre 
as principais práticas e iniciaticas colaborativas em caideas de suprimentos nos últimos dez 
anos?”. Nos últimos anos, têm sido divulgadas diversas pesquisas bibliométricas sobre o tema, 
mas não há um consenso sobre o seu resultado. Assim, essa pesquisa irá apresentar o panorama 
atual sobre as práticas e iniciativas para o planejamento de gestão colaborativa.
Fonte: Adaptado de Vitorino Filho; et al., 2017
Resposta:
O tema de pesquisa é coordenação e práticas colaborativas na cadeia de 
suprimentos.
O problema é “[...] como se apresenta a pesquisa acadêmica internacional sobre 
as principais práticas e iniciativas colaborativas em cadeias de suprimentos?”
O objetivo é analisar a produção acadêmica internacional envolvendo o tema 
práticas e iniciativas colaborativas na cadeia de suprimentos.
A justificativa é que não existe um consenso sobre o seu resultado e essa pesqui-
sa apresentará o panorama atual sobre as práticas e iniciativas ao planejamento da 
gestão colaborativa.
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UNIDADE Conceitos de Pesquisa Científica
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Filosofia da Ciência: Introdução ao Jogo e suas Regras
ALVES, R. Filosofia da Ciência: introdução ao jogo e suas regras. 21. ed. São Paulo: 
Brasilense, 1995.
Projeto de Pesquisa: Entenda e Faça
COSTA, M. A. Projeto de pesquisa: entenda e faça. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.
Minidicionário Acadêmico de Engenharia de Produção
JABBOUR, A. B. L. S.; PEREIRA, D. G.; LIMA, J. V. P. Minidicionário acadêmico 
de Engenharia de Produção. São Paulo: Alta Books, 2015.
Guia para Elaboração de Monografia e TCC em Engenharia de Produção
MARTINS, R. A.; MELLO, C. H. P.; TURRIONI, J. B. Guia para elaboração de 
monografia e TCC em Engenharia de Produção. São Paulo: Atlas, 2014.
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Referências
BRYMAN, A. Quantity and quality in social research. London: Unwin Hy-
man, 1989.
CARVALHO, M. C. M. (Org.). Construindo o saber. 2. ed. Campinas, SP: Papi-
rus, 2000.
CHALMERS, A. F. O que é Ciência, afinal? São Paulo: Brasiliense, 1995.
GERHARDT, T. E.; SILVEIRA, D. T. (Org.). Métodos de pesquisa. Porto Alegre, 
RS: UFRGS, 2009.
GIL, A. C. Como elaborar um projeto de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científi-
ca. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MARTINS, R. A. Princípios da pesquisa científica. In: MIGUEL, P. A. C. (Org.). 
Metodologia de pesquisa em Engenharia de Produção e Gestão de Opera-
ções. 2. edição. Rio de Janeiro: Elsevier; Abepro, 2012. p. 7-31.
MIGUEL, P.A. C. (Org.). Metodologia de pesquisa em Engenharia de Produ-
ção e Gestão de Operações. 2. edição. Rio de Janeiro: Elsevier; Abepro, 2012.
MOTTA-ROTH, D.; HENDGES, G. H. Produção textual na universidade. São 
Paulo: Parábola Editorial, 2010.
SAIONETI, L. Quais foram as maiores descobertas científicas brasileiras? 2017. 
Disponível em: . Acesso em: 1 jun. 2018.
VITORINO FILHO, V. A. et al. A produção acadêmica internacional em práticas e 
iniciativas na gestão colaborativa em cadeias de suprimentos: um estudo bibliomé-
trico. Revista Produção Online, v. 17, n. 2, p. 567-591, 2017.
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