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Hidrologia e Drenagem Introdução Água: recurso natural, finito e renovável pelos processos do ciclo hidrológico Diferentes condições geomorfológicas e climatológicas: variações sazonais, interanuais e espaciais das vazões de um curso d'água recursos hídricos são móveis, pois escoam pelos rios e aquíferos, e de natureza aleatória. Introdução Intervenções do homem (transferência no tempo e no espaço): alterações do regime hidrológico (regularização de vazões → reservatórios) desvio do escoamento (canais de transposição de águas e irrigação) sistemas de captação e distribuição de águas superficiais e subterrâneas afastamento e diluição de esgotos e efluentes (poluição) manejo do solo (erosão hídrica→perda de solos férteis→assoreamento) Dublin (1992) → amplo acesso à água em quantidade e qualidade suficientes (compreender+monitorar+analisar+modelar+gerir) HIDROLOGIA Definições Hidrologia é a geociência que estuda especificamente os seguintes aspectosda circulação da água (NRC, 1991): os processos físicos, químicos e biológicos relacionados à circulação das águas continentais, e o balanço hídrico global. Hidrologia Aplicada à Engenharia conjuga os conhecimentos da mecânica dos fluidos, hidráulica, meteorologia, estatística, matemática e hidrologia, para estabelecer as relações que determinam as variabilidades espacial e temporal dos recursos hídricos, visando conceber, planejar, projetar, construir e operar meios para controle, utilização racional e conservação das águas. Gestão de Recursos Hídricos tem como objetivo principal a tomada de decisões concernentes à melhor utilização dos recursos hídricos regionais ou nacionais, à luz de um arcabouço legal adequado e de políticas públicas condizentes com o desenvolvimento sócio-econômico sustentável. Definições Gestão de Recursos Hídricos (tomada de decisões) Hidrologia → compreensão dos processos Hidrologia Aplicada à Engenharia → previsão de cenários Gestão de Recursos Hídricos → tomada de decisões Agricultura Economia Eng. Florestal Direito C. Políticas .... Hidrologia Aplicada à Engenharia (previsão) Mec. Fluidos Hidráulica Meteorologia Estatística .... Hidrologia (compreensão) Ciências Atmosféricas Geoquímica Geologia Geomorfologia Biologia Vegetal Pedologia .... Hidrologia e Engenharia Os estudos hidrológicos realizados para empreendimentos de engenharia de recursos hídricos fornecem respostas a questões típicas como: trata-se de um planejamento viável técnica, social e economicamente? qual é o volume de água necessário? qual é a disponibilidade de água? quais são os usos prioritários da água? o projeto é viável sob os aspectos técnicos e econômicos? as estruturas de controle de cheias estão dimensionadas de forma a minimizar os riscos de catástrofes associadas a enchentes? qual é a melhor regra operacional para as estruturas hidráulicas existentes? A água é um mineral presente em toda a Natureza, nos estados sólido, líquido e gasoso. É um recurso natural peculiar, pois se renova pelos processos físicos do ciclo hidrológico Ciclo hidrológico Sucessão de fases nas quais a água passa da atmosfera para a terra e retorna a atmosfera. Evaporação (E) : Emissão de Vapor por uma superfície de água líquida a uma temperatura inferior ao ponto de ebulição. Transpiração (T) : Processo pelo qual a água líquida é transferida para a atmosfera sob a forma de vapor. Evapotranspiração (ET): Quantidade de água transferida do solo para atmosfera por evaporação e transpiração dos vegetais. Precipitação (P): Todas as águas meteóricas que caem sobre a superfície terrestre, tanto na forma líquida como sólida. Ciclo hidrológico Intercepção: Fração da precipitação que é retida (ou é absorvida) pela vegetação e que eventualmente retorna à atmosfera por evaporação. Infiltração (I): Movimento da água penetrando em um meio poroso pela ação da gravidade e os efeitos de pressão Percolação: Movimento das águas em um meio poroso. Representa o movimento da água infiltrada no solo em direção aos aqüíferos. Ciclo hidrológico Escoamento Superficial (ES): Movimento das águas sobre a superfície. Escoamento subsuperficial (ESS): Movimento das águas nos primeiros horizontes do solo. Representa a parcela infiltrada da precipitação que não alcançará os aqüíferos, mas que voltará a superfície. Fluxo de água proveniente de zonas de saturação temporárias, que circula nos estratos superiores a uma velocidade superior à velocidade do escoamento subterrâneo. Escoamento Subterrâneo (ESub): Qualquer escoamento que ocorre abaixo da superfície do solo e que pode contribuir para o escoamento em profundidade, escoamento de base ou percolação profunda. Água Salgada 97,3 % Distribuição da Água Doce Água Doce 2,7 % Geleiras 78,1 % Águas Subterrâneas 21,5 % Lagos 0,333 % Rios 0,032 % Atmosfera 0,035 % Reservas Hídricas Dados Hidrológicos Para que seja possível a quantificação das diversas fases do ciclo hidrológico, suas respectivas variabilidades e suas inter-relações, é necessário que se realize a coleta sistemática dos dados básicos ao longo do tempo. ➢Climatológicos, pluviométricos, fluviométricos, evaporimétricos, sedimentométricos. (ANA/CPRM, INMET, COPASA/IGAM, CEMIG/IGAM) ➢hidroweb.ana.gov.br Variáveis hidrológicas (Características e Unidades) Variável Característica Unidade Precipitação Altura Duração Intensidade mm h mm/h Evaporação /ETP Intensidade Total mm/dia, mm/mês mm, cm Infiltração Intensidade Altura mm/h mm, cm Escoamento Superficial Vazão Volume Altura equivalente (Deflúvio) l/s, m3/s, 106 m3 mm ou cm sobre uma área Escoamento Subterrâneo Vazão Volume l/h, m³/h, m3/dia m3, 106 m3 Escalas espaciais: globo, continental, regional e bacia hidrográfica (101a 106 km2) Escalas temporais: hora até vários anos. Representação Gráfica de Variáveis Hidrológicas Hidrograma Hietograma Hidrograma+Hietograma Armazenamentos Superfície: volumes armazenados no rios, canais, lagos, reservatórios edepressões. Subsolo: umidade do solo e o volume armazenado nos aquíferos. Acima da Superfície VS, variação do armazenamento superficial P, precipitação EscSup, Escoamento superficial ES , Evaporação superficial. TS , Transpiração ETS = ES + TS Evapotranspiração superficial I , infiltração Es P Q2 Ts G1 G2 rocha Eg Tg Rg VB Vs QQ11 VS = P − EscSup− ES −TS − I VS = P − EscSup− ETS − I Abaixo da Superfície EscB, Escoamento subterrâneo EB, Evaporação do “reservatório” subterrâneo. TB, Transpiração do “reservatório” subterrâneo. B B BET = E + T , Evapotranspiração subterrâneo I, infiltração Es P Q2 Ts G1 G2 rocha Eg Tg Rg VB Vs QQ11 VB = I − EscB− EB −TB VB = I − EscB −ETB VB, variação doarmazenamento subterrâneo. Simplificações para: Duração =Ano; Evento Isolado Chuva-Vazão Balanço anual da Bacia Hidrográfica: Entrada: Precipitação (P) Saídas: Escoamento (Q) Evapotranspiração (E) P = Q + E Atenção: Não estamos considerando o armazenamento!!!! Região Área Chuva Vazão Evapo Chuva Vazão Evapo Vazão Vazão transp. transp. % % km2 m3/s m3/s m3/s mm mm mm Chuva Brasil Amazonas - Total 6112000 493491 202000 291491 2546 1042 1504 41 Amazonas- Brasil 3884191 277000 128900 139640 2249 1047 1134 47 72 Tocantins 757000 42387 11300 31087 1766 471 1295 27 6 Atlântico Norte 242000 16388 6000 10388 2136 782 1354 37 3 Atlântico Nordeste 787000 27981 3130 24851 1121 125 996 11 2 São Francisco 634000 19829 3040 16789 986 151 835 15 2 Atlântico Leste (1) 242000 7784 670 7114 1014 87 927 9 0 Atlântico Leste (2) 303000 11791 3710 8081 1227 386 841 31 2 Paraná 877000 39935 11200 28735 1436 403 1033 28 6 Paraguai 368000 16326 1340 14986 1399 115 1284 8 1 Uruguai 178000 9589 4040 5549 1699 716 983 42 2 Atlântico - Sul 224000 10519 45705949 1481 643 838 43 3 Brasil - Amazonas Total 10724000 696020 251000 445020 2047 738 1309 36 Brasil - Amazonas Parcial 8496191 479529 177900 293169 1780 660 1088 37 100 (1) Do Japaratuba (SE) ao Pardo (BA) (2) Do Jequitinhonha (MG/BA) ao Paraíba do Sul ( SP/MG/RJ) Balanço hídrico de regiões hidrográficas BRASIL nal da Água)(segundo definição da ANA –Agencia Nacio Balanço hídrico de regiões hidrográficas do BRASIL (segundo definição da ANA – Agencia Nacional da Água) Referências • CD da publicação Decifrando a Terra / TEIXEIRA, TOLEDO, FAIRCHILD e TAIOLI - São Paulo: Oficina de Textos, 2000. • Notas de aula e apresentações do prof. Éber José de Andrade Pinto • Notas de aula e apresentações do prof. Mauro Naghettini. • Notas de aula e apresentações do prof. Rubem La Laina Porto • Notas de aula e apresentações do prof. Daniel Miranda • Notas de aula e apresentações do prof. Walter Collischonn • Disponível em: http://professor.ufrgs.br/collischonn/classes http://professor.ufrgs.br/collischonn/classes Exercícios 1) Em uma bacia hidrográfica de área igual a 1,0 km2, o total precipitado em um dado ano foi de 1.326 mm. Avalie a evapotranspiração total neste ano na bacia, considerando que a vazão média anual na sua seção de saída foi de 14,3 l/s. 2) Em um certo trecho de rio, que drena uma área de 5,0 km2, a vazão média de entrada, na seção de montante, foi de 50,0 l/s em março de 1980. A precipitação no mês foi de 60 mm e as perdas por evaporação e transpiração totalizaram 135 mm. Sabendo que o fluxo básico é constante ao longo do trecho, e que a variação do armazenamento superficial não foi alterada, calcular a vazão média mensal na seção de saída do trecho, considerando ainda que o armazenamento subterrâneo teve um decréscimo de 80 mm. Exercícios 4) Para uma determinada bacia hidrográfica com área de drenagem igual a 5 km2, a precipitação média anual é igual a 1500 mm enquanto as perdas por evapotranspiração são de 900 mm. Admitindo-se que na bacia será implantado um reservatório ocupando 20 % da área total com evaporação direta igual a 1050 mm por ano, pede-se determinar as vazões média anual para antes e depois da implantação do reservatório. Considere as mesmas condições de precipitação e evapotranspiração (fora do lago) para ambas as situações. Exercícios 5) Durante o mês de julho de 1981, a afluência média a um reservatório formado por um barramento, foi de 4,3 l/s. No mesmo período a concessionária de geração de energia operou o reservatório liberando para jusante uma vazão de 2,5 l/s para atendimento de navegação, sendo que a geração de energia elétrica consumiu uma vazão adicional de 5,0 l/s. A precipitação média mensal na região foi de apenas 5 mm, enquanto a média histórica de evaporação da superfície do lago vale 110 mm. Sabendo-se que no início do mês o NA do reservatório se encontrava na cota 678,03 m, determine o NA no final do mês, desprezando as perdas por infiltração. Exercícios 665 670 675 680 685 690 0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50 4.00 Volume (106 m3) C o t a ( m ) 0.05 -0.10 Curva Cota x Área x Volume Área (km2) 0.40 0.35 0.30 0.25 0.20 695 Vol. Acumulado Áreas 678,03 0,14 0.15 Slide 1 Slide 2: Introdução Slide 3: Introdução Slide 4: Definições Slide 5: Definições Slide 6: Hidrologia e Engenharia Slide 7 Slide 8 Slide 9: Ciclo hidrológico Slide 10: Ciclo hidrológico Slide 11: Ciclo hidrológico Slide 12 Slide 13: Reservas Hídricas Slide 14: Dados Hidrológicos Slide 15: Variáveis hidrológicas (Características e Unidades) Slide 16: Representação Gráfica de Variáveis Hidrológicas Slide 17: Armazenamentos Slide 18: Acima da Superfície Slide 19: Abaixo da Superfície Slide 20: Simplificações para: Slide 21: Balanço anual da Bacia Hidrográfica: Slide 22: Balanço hídrico de regiões hidrogr Slide 23: Referências Slide 24: Exercícios Slide 25: Exercícios Slide 26: Exercícios Slide 27: Exercícios