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GABARITO | Avaliação Final (Objetiva) - Individual
(Cod.:745396)
Peso da Avaliação 3,00
Prova 51141303
Qtd. de Questões 12
Acertos/Erros 12/0
Nota 10,00
A sociolinguística é o estudo descritivo do efeito de qualquer e todos os aspectos da sociedade,
incluindo as normas culturais, expectativas e contexto, na maneira como a linguagem é usada, e os
efeitos do uso da linguagem na sociedade. A sociolinguística tem uma maneira particular de debater o
uso do termo dialeto. Com base no exposto, assinale a alternativa CORRETA que apresenta o
conceito de dialeto:
A São línguas secundárias procedentes da mistura de muitas outras línguas.
B São línguas menores, mais simples e que não respeitam as normas gramaticais.
C São línguas que não atingiram a autonomia na imaginação popular.
D São línguas menos importantes se comparadas às línguas oficiais.
A língua portuguesa, bem como sabemos, é língua oficial no Brasil. Isso não quer dizer, no
entanto, que ela seja homogênea. Pelo contrário, há várias formas assumidas pelos brasileiros como
língua portuguesa. Leia o texto, excerto de uma música tradicional do Sul do Brasil, e analise as
sentenças a seguir:
Bombachudo,
Tradicionalismo Gaúcho
Bombachudo vá chegando é dia de marcação
Solte o pingo lá no pasto vê se chegue pro galpão
Aqui tem cachaça buena tem churrasco e chimarrão
Boa prosa e cordeona e violão
I- Podemos dizer que a música apresenta uma variedade do Sul do Brasil como reflexo da cultura e
história de uma comunidade de fala.
II- Na música, podemos encontrar a representação de língua nacional brasileira na forma legitimada
como padrão.
III- A partir da música "Bombachudo", podemos analisar aspectos da variação diatópica, relacionada
com as diferenças linguísticas por região.
IV- Diferentemente da língua, o dialeto não é constituído por uma gramática, apenas por um léxico,
logo, a música precisa ser escrita em língua portuguesa.
Assinale a alternativa CORRETA:
FONTE: https://www.letras.com.br/grupo-rodeio/bombachudo. Acesso em: 13 jan. 2020.
A As sentenças I, III e IV estão corretas.
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B As sentenças II e III estão corretas.
C As sentenças I e III estão corretas.
D Somente a sentença I está correta.
Chamamos de sociolinguística o ramo da linguística responsável por estudar a relação entre a
língua e a sociedade. Essa área nada mais é do que o estudo descritivo de todos os aspectos da
sociedade e seus efeitos, inclusive envolvendo as normas culturais, contexto e expectativas, na
linguagem e na maneira como é usada na sociedade. As variedades linguísticas podem ser
classificadas tendo de um lado as variedades de prestígio e de outro as estigmatizadas. Sobre o
exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) As variedades de prestígio são geralmente associadas à renda e escolaridade maiores.
( ) A partir da valoração imposta às variedades linguísticas nasce a noção de erro linguístico.
( ) É possível afirmar que as variedades linguísticas utilizadas pelas classes menos favorecidas
social e economicamente são justamente as mais estigmatizadas.
( ) Fatores sociais não são levados em conta ao analisar as variedades linguísticas, uma vez que
somente a língua padrão tem elementos que permitem algum tipo de discussão.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
A V - F - F - V.
B V - V - V - F.
C F - V - F - F.
D F - F - V - V.
A sociolinguística é um campo de conhecimento da linguística importante para os avanços
científicos acerca da linguagem e na prática pedagógica de profissionais de Letras. Considerando a
constituição da sociolinguística como uma escola de pensamento da linguística, classifique V para as
sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) As contribuições de Saussure servem de importante fundamento para a formação do campo de
estudos sociolinguísticos nos Estados Unidos, utilizadas nas ideias de William Labov.
( ) A sociolinguística pressupõe que, se não quisermos privar a língua de sua realidade, a variação
linguística não pode ser separada das condições externas de que ela depende.
( ) O estudo estruturalista impulsiona a sociolinguística variacionista laboviana, na ancoragem de
uma abordagem associal e abstrata à língua.
( ) As metodologias de pesquisa na sociolinguística variacionista, que apresentaram fenômenos da
variação e da mudança linguísticas, inovaram os estudos sobre as línguas.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
A F - V - F - V.
B F - V - V - V.
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C V - F - F - V.
D V - V - V - F.
Na pesquisa em sociolinguística variacionista, o pesquisador identifica fatores que implicam no
fenômeno variável, que são os condicionantes sociais e linguísticos. Nas duas tabelas a seguir, Lopes
(2013) demonstra a probabilidade da ocorrência das vogais abertas em Sergipe para duas faixas
etárias (I: 18-30 anos; II 50-65 anos). Com base nas tabelas, classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:
( ) A variável faixa etária mostra que são os falantes mais velhos que conservam as variantes abertas
na fala.
( ) O condicionante para a variação das vogais em ambas as tabelas é linguístico e não social, uma
vez que demostra a variação de elementos dentro da palavra.
( ) A partir da leitura da tabela, é possível constatar maior probabilidade de pessoas mais velhas, em
comparação aos mais novos, pronunciarem m[e]lado para a palavra melado.
( ) As tabelas demonstram a realização da variação de determinadas vogais sob análise da idade
como condicionante social.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
FONTE: LOPES, Paulo Henrique. Pretônicas na língua falada em Sergipe: dados do Projeto ALiB.
103 f. 2013. Monografia (Graduação) - Instituto de Letras, Universidade Federal da Bahia, Salvador,
2013. p. 75.
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A F - V - V - F.
B V - F - V - V.
C F - F - V - V.
D V - F - F - V.
O dialeto, no estudo das variedades linguísticas, é uma variedade de dada comunidade. Com
relação ao dialeto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) Para a sociolinguística, somente as variações regionais são dialetos.
( ) Os estudiosos da sociolinguística consideram o dialeto uma língua de menor prestígio.
( ) Para a sociolinguística, a língua ou dialeto não têm distinção de grau de importância.
( ) Os dialetos são idênticos às línguas do ponto de vista sociolinguístico, mas não têm tudo que as
línguas têm.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
A F - F - V - F.
B F - F - F - V.
C V - V - F - F.
D F - V - V - V.
O livro didático adotado pelo MEC para turmas do Ensino de Jovens e Adultos (EJA), "Por uma
vida melhor", da coleção "Viver, aprender", gerou diversas polêmicas na mídia acerca de trechos que
contém variedades estigmatizadas da língua. Em contrapartida, professores se posicionaram no
assunto para contextualizar o livro nos estudos sociolinguísticos. Tendo isto em vista, leia o trecho do
texto apresentado a seguir:
"[...] os autores mostram que não há problema em se falar "nós pega o peixe" ou "os menino pega o
peixe". Ao defender o uso da linguagem popular, os autores afirmam que as regras da norma padrão
não levam em consideração a chamada língua viva.
Segundo os autores, o estudante pode correr o risco "de ser vítima de preconceito linguístico" caso
não use a norma culta. O livro da editora Global foi aprovado pelo MEC por meio do Programa
Nacional do Livro Didático."
FONTE: Adaptado de: http://novohamburgo.org/site/noticias/educacao/2011/05/12/livro-didatico-
aprovado-pelo-mec-aceita-erros-de-concordancia/. Acesso em 20 nov. 18.
Sobre as questões levantadas acerca do livro didático, classifique V para as sentençasverdadeiras e F
para as falsas:
( ) Por meio do relato apresentado, o livro parece trabalhar com o aspecto de que o português
brasileiro apresenta um alto grau de diversidade e de variabilidade.
( ) Os exemplos apresentados no texto acima ("nós pega o peixe" ou "os menino pega o peixe")
normalmente sofrem preconceito linguístico por estarem associados às diferenças sociais do país.
( ) A variedade apresentada no texto acima ("nós pega o peixe" ou "os menino pega o peixe") pode
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ser característica de adultos não escolarizados e, por isso, o livro precisa mostrá-las como erro para
que os alunos do EJA aprendam o português correto.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
A F - V - F.
B V - V - F.
C V - F - V.
D V - V - V.
Estudos voltados à diversidade linguística brasileira costumam chamar a atenção não apenas de
pesquisadores e acadêmicos dos cursos de Letras, mas também da mídia televisiva, que, não raro,
realiza reportagens divulgando Atlas Linguísticos. Chama a atenção o uso do pronome "tu" (no Sul do
Brasil), a forma como o mineiro encurta as palavras, as diferenças lexicais entre as regiões, como
pernilongo ou muriçoca, pão francês ou cacetinho, caracterizando fenômenos de variação linguística.
Sobre o fenômeno da variação, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) Cada pessoa fala conforme a região onde vive ou nasceu, o que caracteriza o fenômeno da
variação diatópica.
( ) Quando você repara nas diferenças de falar a língua portuguesa por questões sociais, como de
idade ou sexo, você está analisando a variação diafásica.
( ) Também falamos conforme a data em que nascemos, isto é, conforme nosso momento histórico,
o que se caracteriza como variação diamésica.
( ) Quando falamos sobre gírias, podemos tratar de variação linguística diatópica, diastrática,
diafásica e diacrônica, pois analisamos as situações informais de uso, os aspectos sociais, culturais e
históricos.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
A F - F - V - F.
B F - V - F - F.
C F - V - V - V.
D V - F - F - V.
A linguagem apresenta algumas variações, características essenciais da relação entre língua e
sociedade, que podem ocorrer na prática de sua modalidade oral. Quanto à variação no nível fonético-
fonológico, temos o exemplo: BLOCO - BROCO. Sobre o tipo de variação que pertence esse
exemplo, assinale a alternativa CORRETA:
A Redução de ditongo.
B Rotacismo do L nos encontros consonantais.
C Contração das proparoxítonas em paroxítonas.
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D Redução de E e O átonos pretônicos.
Quando estudamos a língua oral, podemos observar suas particularidades com relação à língua
escrita. No que tange ao nível da variação linguística fonético-fonológica, muitas são as mudanças
que podem ocorrer. Sobre o exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) No nível de variação fonético-fonológica, pode ocorrer variação do L nos encontros
consonantais, isto é, o som de L pode ser pronunciado como um R (exemplo: flauta - frauta).
( ) No nível de variação morfofonológica, pode ocorrer o apagamento do som do R em final de
palavra (exemplo: mulher - mulhé).
( ) No nível de variação fonético-fonológica, analisa-se o fato de uma comunidade falar boniteza
enquanto outra fala beleza, duas pronúncias para um só termo.
Assinale alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
A V - V - F.
B F - F - V.
C V - F - V.
D F - V - F.
(ENADE, 2021)
– Que falta fazem aqueles dois troca-línguas. Não pensei que fosse sentir tanto.
– Deveras? Isso mostra que tinham prestança.
– Exato. Mas saírem assim. De sopetão, como negros fugidos.
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– Ficaram devendo? Carregaram petrechos alheios?
– Que eu saiba, não.
– Então qual é a queixa? O mundo é grande e formoso, e a vida da gente é curta. Quem finca os pés
num lugar e não arreda mais, acaba virando estaca. O senhor não acha?
– Eu? Não acho nem desacho, pesar de ter zanzado muito eu mesmo.
– Ele pensou, olhando para dentro do forno do cachimbo, parece que procurando inspiração para nova
investida. E voltou à carga. – Então a senhora não sente a falta deles.
– Olha, seu Joaquim. Falta de alguém eu já senti muito, porém foi de minha mãe. Mas faz tanto tempo
que perdi ela, que já me acostumei. Hoje em dia só sinto falta é de um fuminho cheiroso quando não
tenho, de um pedaço de toicinho pra temperar um feijão, de um punhadinho de açúcar pra temperar
um café, essas coisas miúdas que a gente aprende a apreciar e cujas aprende também a abrir mão
quando vasqueiam. Agora me diga uma coisa, seu Joaquim. Em que parte a falta daqueles dois está
fazendo pisadura no senhor?
– Em parte nenhuma, ora essa. É que a gente já tinha se acostumado com eles, e achei esquisito eles
terem ido embora sem dizer até-um-dia.
FONTE: VEIGA, J. J. A casca da serpente. 7. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003, p. 128.
Considerando a linguagem singular representada na fala dos personagens do texto e característica da
variedade regional do português do Sertão do Nordeste, avalie as afirmações a seguir.
I- Prestança, no segundo parágrafo, e fazendo pisadura, no oitavo parágrafo, são ocorrências de léxico
característico da variedade regional empregada pelos personagens desse texto.
II- A construção sintática perdiela, no oitavo parágrafo, em que o pronome ela exerce função de
objeto direto, é marca específica dessa variedade diatópica.
III- A aférese, metaplasmo que provocou a queda do fonema inicial da locução conjuntiva “apesar de”
(pesar de), no sétimo parágrafo, é um processo fonológico sistemático na fala dos sertanejos.
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IV- O emprego do pronome cujas, no oitavo parágrafo, é um exemplo de uso, pela personagem, da
norma padrão da língua.
É correto apenas o que se afirma em:
A IV.
B I e III.
C I.
D II e III.
(ENADE, 2021)
Capim sabe ler? Escrever? Já viu cachorro letrado, científico? Já viu juízo de valor? Em quê? Não
quero aprender, dispenso. Deixa pra gente que é moço. Gente que tem ainda vontade de doutorar. De
falar bonito. De salvar vida de pobre. O pobre só precisa ser pobre. E mais nada precisa. Deixa eu,
aqui no meu canto. Na boca do fogão é que fico. Tô bem.
O que eu vou fazer com essa cartilha? Número?
Só para o prefeito dizer que valeu a pena o esforço? Tem esforço mais esforço que o meu esforço?
Todo dia, há tanto tempo, nesse esquecimento. Acordando com o sol. Tem melhor bê-á-bá? Assoletrar
se a chuva vem? Se não vem? Morrer, já sei. Comer, também. De vez em quando, ir atrás de preá,
caruá. Roer osso de tatu. Adivinhar quando a coceira é só uma coceira, não uma doença. Tenha santa
paciência!
Será que eu preciso mesmo garranchear meu nome? Desenhar só pra mocinha aí ficar contente? Dona
professora, que valia tem o meu nome numa folha de papel, me diga honestamente? Coisa mais sem
vida é um nome assim, sem gente. Quem está atrás do nome não conta? No papel, sou menos
ninguém do que aqui, no Vale do Jequitinhonha. Pelo menos aqui todo mundo me conhece. Grita,
apelida. Vem me chamar de Totonha. Quase não mudo de roupa, quase não mudo de lugar. Sou
sempre a mesma pessoa. Que voa.
Para mim, a melhor sabedoria é olhar na cara da pessoa. No focinho de quem for. Não tenho medo de
linguagem superior. Deus que me ensinou. Só quero que me deixem sozinha. Eu e minha língua, sim,
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que só passarinho entende, entende? Não preciso ler, moça. A mocinha que aprenda. O doutor. O
presidente é que precisa saber o que assinou. Eu é que não vou baixar minha cabeça para escrever.
Ah, não vou.
Tendo em vista que a escrita performática pode ser entendidacomo uma espécie de encenação, avalie
as afirmações a seguir.
I- Há nesse excerto de conto uma dicção própria de narrativas orais, construída pelo uso de frases
curtas e de perguntas retóricas que instaura um suposto interlocutor.
II- Constata-se no texto um discurso que desconstrói certas ideias prontas no que toca à aquisição do
código formal da língua como meio de reduzir as desigualdades sociais.
III- Identifica-se nesse texto um investimento perceptivo e sensorial na sua escritura, cuja leitura
mobiliza o visual e o auditivo.
IV- Verifica-se na narrativa a perpetuação das hierarquias do regime da linguagem, em que a variante
oral é especificidade de grupos sociais marginalizados.
É correto apenas o que se afirma em:
FONTE: FREIRE, M. Totonha. In: FREIRE, M. Contos negreiros. Rio de Janeiro: Record, 2005. p.
79-81.
A II e IV.
B I, II e III.
C II e III.
D I e IV.
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