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Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 1 | Direito Penal Aplicação da Lei Penal no Tempo - II Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 2 | 1 Apresentação Sejam bem-vindos à mais uma aula de direito penal! Hoje, damos mais um passo em direção à tão sonhada aprovação e com este objetivo em mente passaremos a estudar mais um tópico da aplicação da lei penal no tempo, que, me permitam dizer, é um assunto que tem se demonstrado bastante recorrente em provas de concurso. 2 Roteiro do PDF FOCADO Bom, feita esta análise geral, você já deve ter percebido que estamos no caminho certo. Preciso que você, futuro aprovado(a), juntamente com este professor que passa a ser o seu maior torcedor, organize seus estudos da seguinte forma: Estrutura do PDF FOCADO: • Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das videoaulas. Este material pode conter informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas, claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com a profundidade necessária – nem mais, nem menos.); • Questões Comentadas (são questões extras/bônus, para fixar o conteúdo durante a parte teórica. Essas questões fazem parte apenas do material em PDF, logo não são resolvidas em videoaulas); • Anotações de Aulas (slide das videoaulas) • Mapas de Conteúdos: mapas mentais, mnemônicos, dicas e macetes para gabaritar no dia de sua prova Você pode usar as videoaulas para entender a matéria como um todo e usar os PDFs para complementar e aprofundar ainda mais sobre os temas! E como eu disse, sem enrolação, vamos direto ao conteúdo para o seu concurso. VAMOS NESSA! Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 3 | 3 Conteúdo Programático 1 Apresentação ........................................................................................................................ 2 2 Roteiro do PDF FOCADO ........................................................................................................ 2 4 Abolitio criminis” (abolição do crime) .................................................................................... 4 4.1 Crime de posse ilegal de arma de fogo ......................................................................................... 4 5 Novatio Legis in Mellius ......................................................................................................... 5 6 Anotações de Aula (Slide) ...................................................................................................... 8 7 Mapa de Conteúdos .............................................................................................................. 9 Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 4 | 4 Abolitio criminis” (abolição do crime) A legislação penal brasileira prevê expressamente a hipótese de uma conduta deixar de ser enquadrada como crime devido à edição de norma revogadora superveniente. De acordo com o caput do artigo 2º do Código Penal (CP), Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). Nesse caso, deve haver a cessação da execução e dos efeitos de eventual sentença condenatória. Entre os exemplos mais mencionados de delitos alcançados pela chamada abolitio criminis no Brasil estão o adultério e a sedução de mulher virgem entre 14 e 18 anos de idade – ambos os tipos penais foram revogados pela Lei 11.106/2005. Ao longo de sua história, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) vem sendo provocado, em várias ocasiões, a se manifestar sobre a aplicação do instituto da abolitio criminis. Esta reportagem especial apresenta as principais decisões do STJ em matéria de abolitio criminis, compiladas pela corte nas publicações Jurisprudência em Teses e Pesquisa Pronta. 4.1 Crime de posse ilegal de arma de fogo No âmbito da revogação de norma penal, o questionamento mais comumente feito ao Tribunal da Cidadania diz respeito ao termo final da abolitio criminis temporária instituída pelo Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/2003) para que os possuidores e proprietários de armas de fogo em situação irregular providenciassem o seu registro. A Súmula 513 consolidou na corte superior o entendimento de que, mesmo após a alteração promovida no Estatuto do Desarmamento por meio da Lei 11.706/2008, permanece válida até 23 de outubro de 2005 a suspensão da vigência da norma http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11106.htm https://scon.stj.jus.br/SCON/jt/ https://scon.stj.jus.br/SCON/jt/ https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisa_pronta/tabs.jsp http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.826.htm https://scon.stj.jus.br/SCON/SearchBRS?b=SUMU&livre=%40NUM=513 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11706.htm Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 5 | incriminadora da conduta de possuir arma de fogo de uso permitido com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado. O lapso temporal da abolitio criminis para quem detém armamento de uso restrito, proibido ou com identificação numérica prejudicada encerrou-se em 23 de outubro de 2005, termo final da prorrogação dos prazos elencados na redação original dos artigos 30 e 32 do Estatuto do Desarmamento. Enunciado da Súmula 513 STJ: "A abolitio criminis temporária prevista na Lei n. 10.826/2003 aplica-se ao crime de posse de arma de fogo de uso permitido com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado, praticado somente até 23/10/2005." A abolitio criminis temporária se aplica em crimes entre 23/12/2013 a 23/10/2005. Ela abrangia os crimes de posse de arma de uso permitido e de posse de arma de uso restrito e as condutas equiparadas. Porém, a partir de 23/10/2005 a 31/12/2009, passou a incidir somente sobre a conduta de posse de uso permitido. 5 Novatio Legis in Mellius No caso de Novatio Legis in Mellius, o fato não deixa de existir. Entretanto, vai “melhorar”, e se ocorre essa melhora, poderá ser aplicada para o sujeito. Porém, se já transitou em julgado, aí já não há mais como se falar em qualquer benefício, porque no Novatio Legis in Mellius o fato não deixa de existir, ele simplesmente “melhora” a imputação ou “melhora” a punição desse sujeito. Previsão da “ NOVATIO LEGIS IN MELLIUS” está no artigo 2ª, § único do C.P, conforme abaixo: 2ª, § único do C.P Art.2º, Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 6 | aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).” Professor, para beneficiar o réu, admite-se combinação de leis? Atualmente, o Supremo Tribunal Federal não admite a combinação de leis penais. O Superior Tribunal de Justiça, de seu turno, editou a Súmula 501, igualmente contrária à combinação de leis penais: “É cabível a aplicação retroativa da Lei 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis” A lei intermediária, que é aquela que não era vigente quando da prática do crime e no momento da prolação da sentença. Se a lei intermediária “B” for a mais favorável de todas, ela será retroativa em relação ao fato delituoso e ultrativa quanto ao tempo da sentença Momento daprática do crime Momento da prolação da Sentença Lei A Lei B Lei C Lei D Considera o fato típico atribuindo-lhe uma pena de 04 (quatro) a 08 (oito) anos de reclusão Considera o fato típico atribuindo-lhe uma pena de 02 (dois) a 06 (seis) anos de reclusão Considera o fato típico atribuindo-lhe uma pena de 06 (seis) a 08 (oito) anos de reclusão Considera o fato típico atribuindo-lhe uma pena de 04 (quatro) a 10 (dez) anos de reclusão Como a Lei B é mais benéfica do que a Lei A, ela produz efeitos retroativos atingindo o fato que foi praticado sob o império daquela primeira norma (Lei A) Por ser mais gravosa, a Lei C não produz efeitos retroativos e com isso a Lei B se torna ultra-ativa, ou seja, ela continua sendo aplicada mesmo após ter sido revogada pela Lei C Neste momento se deve comparar a Lei “B” (que ainda está sendo aplicada ao caso por ser mais benéfica) com a Lei D (última norma em vigor). Assim, pelo fato de a norma “D” ser mais gravosa que a norma “B”, é esta última que será utilizada na prolação da sentença. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art2 Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 7 | QUESTÃO 01 - A novatio legis in mellius só poderá ser aplicada ao réu condenado antes do trânsito em julgado da sentença, pois somente o juiz ou tribunal processante poderá reconhecê-la e aplicá-la. ( ) CERTO ( ) ERRADO Comentário: Esta proposição deve ser considerada errada pelo fato de contrariar a regra constante no art. 2º, parágrafo único, do Código Penal, segundo o qual: “A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado”. Vale lembrar que se a sentença condenatória transitou em julgado, a princípio, o Juiz da Execução Penal é quem deterá legitimidade para aplicar a lei nova que, de alguma forma, vier a favorecer o réu.. Gabarito Errado Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 8 | 6 Anotações de Aula (Slide) Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 9 | 7 Mapa de Conteúdos Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 10 |