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FEBRE HEMORRÁGICA 
É uma síndrome multissistêmica grave que tem alto 
risco de vida, levando a danos: 
 Vascular. 
 Seguindo para hemorragia disseminada. 
 Choque. 
Causada por vírus de RNA envelopado, o humano 
como hospedeiro acidental. 
 Arenavírus - febres hemorrágicas dos vírus 
Junin, Machupo, Guanarito e Sabiá na América 
do Sul e do vírus lassa na África 
 Filovírus - febres hemorrágicas dos vírus 
Marburg e Ebola. 
 Bunyavírus - febre hemorrágica do Congo e 
da Criméia, febre do vale Rift, febre 
hemorrágica com síndrome renal, síndrome 
pulmonar e cardiovascular por hantavírus. 
 Flavivírus – febre amarela, dengue 
hemorrágica, febre hemorrágica de Omsk e 
febre da floresta de Kyasanur. 
Podem ser transmitidos por mosquitos, carrapatos e 
roedores (hantavirose). 
Sem terapia específicas para essa doença. 
 
 
 
 
 
 
 
DENGUE 
Flavivírus transmitido por Aedes em regiões tropicais 
e subtropicais. Transmitidos por picadas da fêmeas 
do mosquito. 
 Fisiopatologia 
4 sorotipos – fita única de RNA. 
Início com inoculação do vírus (picada) → fagocitados 
por células dendríticas → linfonodos regionais = 1° 
replicação. 
Tem tropismo por células fagocitarias. 
Se replica no citoplasma celular após um período de 
latência de 12/16 horas. 
˃ Proliferação de organelas no reticulo 
endoplasmático. 
˃ Entram por meio de endocitose – mediado 
por receptores de membranas 
˃ Entrou = desnudamento 
˃ RNA viral se replica em áreas focais 
perinucleares. 
˃ Após a tradução e síntese ribossômica de 
proteínas não estruturais. 
˃ Maturação dos vírions ocorre em membranas 
intracelulares. 
˃ Proteína E localiza-se na espícula do envelope 
– serve para ligação viral ao receptor de 
membrana 
- E para indução da imunidade contra o vírus 
˃ NS1 serve para maturação viral e encontrada 
na membrana da cel. Infectada 
- Alvo dos anticorpos (fixação do sistema 
complemento) 
Infecção primaria 
Mediada por resposta inata e celular que levam a 
estimulação e produção de IgM – detectável ~4 dia 
após início de sintomas e começa elevar no 7/8 dia e 
declina lentamente. O IgG em baixos níveis na 1° 
semana do início dos sintomas e depois aumentam. 
Hemorrágica 
Normalmente por uma reinfecção do sorotipo 2 
(anteriormente infectado por 1/3/4) – com anticorpos 
pré-existentes não respondendo a esse segundo vírus 
infectante de sorotipo diferente. 
˃ Podem amplificar a infecção, por facilidade 
de penetração em MØ → utilizando receptor 
de membrana Fcg = incapacidade de 
neutralização 
˃ Virus entra por tropismo normal + o Fcg das 
imunoglobulinas 
˃ CD4+ libera IFN-y pode agravar o quadro po 
aumentar os receptores de membranas dos 
MØ. 
Por aumento de IFN-y levando a liberação de 
citocinas → Levando o aumento de permeabilidade 
dos vasos - contribui para o extravasamento de 
líquido, queda da pressão arterial e outras 
manifestações graves da doença. 
˃ A presença de antígenos de dengue, 
expressos na membrana MØ, induz fenômenos 
de eliminação imune por linfócitos T CD4+ e 
CD8+ citotóxicos 
˃ MØ ativados/ lisados por cel. Citotóxica → 
Liberam tromboplastina = coagulação e 
proteases que ativem o S.complemento 
levando a lise celular e choque 
Com liberação do TNF-α = afeta cel. Inflamatórias e 
endoteliais que podem contribuir para 
trombocitopenia e induz IL-8 
˃ Liberação de histamina e aumento de 
permeabilidade vascular. 
 
Todos esses fatores contribuiriam, então, em maior 
ou menor grau, para o agravamento da doença. 
A base fisiopatológica resposta imune 
anômala por aumento da permeabilidade por 
má função vascular endotelial sem a 
destruição do endotélio 
Sintomas 
Principais sinais clínicos dengue clássica: 
Variáveis á tipos e intensidades, tem início abrupto. 
Febre com cefaleia (por ações de TNF-α, IL-6 
e IFN-y) – passam em até 6 dias. 
Mialgia intensas (a multiplicação viral 
ocorrendo no tecido muscular) 
Artralgias 
Vômitos e anorexia 
Exantema ~3/4 dia aparece 
fenômenos hemorrágicos discretos (epistaxe, 
petéquias, gengivorragias sem ser caso de dengue 
hemorrágica. 
Quando é dengue hemorrágica: 
Similar a forma clássica, porém os fenômenos 
hemorrágicos aparecem entre 2/3 dia da doença 
Petéquias na face, véu palatino, axila e 
extremidades. 
Podem ocorrer púrpuras e grandes 
equimoses na pele, epistaxes, gengivorragias, 
metrorragias e hemorragias digestivas 
moderadas. 
Complicações: 
Insuficiência hepática – podendo levas a uma 
necrose hepática com infiltrados 
mononucleares. 
Redução do nível de consciência 
Falência de órgãos 
Extravasamento de plasma 
Espessamento septal e formação de 
membranas hialinas no pulmão. 
 
Febre amarela 
Doença infecciosa aguda, em sua maioria ocorre de 
forma subclínica e leve, porém, em formas graves 
leva a tríade: 
 Icterícia 
 Hemorragia 
 Insuficiência renal aguda 
Seu agente etiológico é um vírus transmitido por 
artrópode (arbovírus) e pertence ao gênero Flavivirus 
da família Flaviviridae. 
 Clico silvestre – primatas como reservatórios 
e o mosquito Haemagogus como vetor 
 Ciclo urbano – Homem como reservatório e 
Aedes aegypti como vetor. 
Etiologia 
Esféricos e envelopados, de RNA 
˃ Entram nas cel. Pós ligação da proteína E 
viral a um receptor de membrana 
˃ Partícula englobada por pinocitose – vírus 
dentro do endossoma. 
˃ Envelope funde com a membrana do 
endossoma e o capsídeo viral é liberado no 
citoplasma. 
˃ Ocorre o desnudamento e leva início a 
replicação viral. 
- NS3 e NS5 são proteínas que são 
responsáveis por parte viral e replicação do 
RNA. 
˃ Síntese ribossômica - As proteínas recém-
formadas envolvem o genoma viral, e a 
partícula brota para dentro de uma vesícula 
do retículo endoplasmático 
Produzem 2 tipos de partículas virais 
1° - Associados a célula – proteína grande 
relacionado a Pré-M que é clivada após a 
liberação do vírus nas células infectadas. 
2° - Partículas virais extracelulares – 2 proteínas 
envelopes E/M e a associada ao RNA C. 
- Prot.E é fundamental para a ligação viral ao 
receptor de membrana. 
Período de incubação 
 Ciclo Intrínseco: Ocorre no hospedeiro 
(humanos ou macacos). Começa quando o 
vírus é transmitido pela picada de um 
mosquito infectado e dura até o início dos 
sintomas. No homem, a incubação geralmente 
é de 3 a 6 dias, podendo, em casos raros, 
chegar a 15 dias. 
 ciclo Extrínseco: Acontece no vetor 
(mosquitos). Após picar um hospedeiro 
virêmico (com o vírus na corrente sanguínea), 
o vírus se replica nas glândulas salivares do 
mosquito. Esse período de replicação é de 8 a 
12 dias. Após isso, as fêmeas de mosquito 
permanecem infectantes e podem transmitir 
o vírus durante toda a vida, que dura de 6 a 8 
semanas. 
Patologia 
Infecção viral sistêmica que causa danos 
significativos a diversos órgãos, com o fígado e os 
rins sendo especialmente afetados: 
 Propagação e Infecção Sistêmica: O vírus se 
replica inicialmente, dissemina-se pelo 
sistema linfático e sanguíneo (causando 
viremia) e, em seguida, infecta órgãos como o 
fígado, coração, timo e rins. 
 Danos Hepáticos: No fígado, o vírus infecta 
hepatócitos, células de Kupffer e 
macrófagos, causando apoptose ou necrose. 
 
> O fígado geralmente apresenta tamanho 
normal ou levemente aumentado, com áreas 
de hemorragia e tecido amolecido. 
Microscopia revela necrose no lóbulo 
hepático, especialmente na região 
mediozonal. 
> Também ocorre degeneração eosinofílica 
nos hepatócitos, resultando em estruturas 
características como corpúsculos de 
Councilman/Rocha Lima e de Torres. 
Hepatócitos frequentemente sofrem 
degeneração gordurosa, especialmente em 
fases tardias da doença. 
 Rins: O vírus causa pouca alteração 
glomerular, mas provoca necrose tubular 
aguda e degeneração gordurosa nos túbulos, 
principalmente nos túbulos proximais. Nos 
casos graves, há necrose porcoagulação, 
edema e hemorragia nos túbulos, deixando os 
rins maiores, com córtex amarelo-pálido e 
aparência gordurosa. 
Outros Órgãos: No coração, as fibras miocárdicas 
apresentam edema, degeneração e infiltração 
gordurosa. O cérebro pode ter edema e hemorragia 
petequial. O baço e os linfonodos apresentam 
depleção de linfócitos e acúmulo de histiócitos. 
Risco da Biópsia Hepática: Devido ao alto risco de 
sangramento, a biópsia hepática é contraindicada na 
fase aguda da doença. 
Esses danos caracterizam a severidade da febre 
amarela, com necrose e degeneração gordurosa 
sendo comuns em órgãos afetados, e uma resposta 
inflamatória moderada ou ausente em alguns casos. 
Nos casos fatais, a necrose hepática é extensa. 
 
 
Fisiopatologia 
Inoculação → replicação nos linfonodos locais e 
células dendríticas, musculares estriadas, lisas e 
fibroblastos. 
˃ Início da disseminação por todo o corpo. 
˃ Fígado, baço medula óssea e músculos 
cardíacos esqueléticos. 
˃ Parênquima hepático é o principal órgão alvo 
– aparentemente tem tropismo por 
hepatócito 
˃ Danos ao vaso que produz hipoxia tecidual 
˃ A síntese diminuída de fatores de coagulação 
dependentes de vitamina K 
Em casos graves, lesão celular, dano endotelial, 
micro trombose, coagulação intravascular 
disseminada (CIVD), anóxia tecidual, oligúria e choque 
relacionam-se ao desbalanço nos teores de citocinas. 
 
 
 
 
 
 
 
Sintomas 
Período de infecção - dura cerca de 3-6 dias; tem 
início súbito e sintomas inespecíficos, como febre, 
calafrios, cefaleia, lombalgia, mialgias generalizadas, 
prostração, mal-estar, tonturas, náuseas e vômitos, 
pode ocorrer infecção conjuntiva! e bradicardia. 
Período de remissão - ocorre declínio da temperatura 
e diminuição da intensidade dos sintomas, 
provocando sensação de melhora no paciente. Dura 
de poucas horas até no máximo, dois dias. 
 
Período toxêmico - caracterizado por resposta 
inflamatória exacerbada associada a colapso 
hemodinâmico. Reaparece a febre, a diarreia e os 
vômitos têm aspecto de borra de café, também pode 
ocorrer dor abdominal intensa. Instala-se quadro de 
insuficiência hepato renal caracterizado por icterícia, 
oligúria, anuria e Albuminuria, acompanhado de 
manifestações hemorrágicas: gengivorragias, 
epistaxe, otorragia, hematêmese, melena, hematúria, 
petéquias, equimoses, hematomas, hemorragia 
conjuntival, hemoptise, hemoperitônio, sangramentos 
em locais de punção venosa e prostração intensa, 
além 
de comprometimento do sensório, com obnubilação 
mental e torpor, havendo evolução para coma e 
morte. O pulso torna-se mais lento, apesar da 
temperatura elevada. 
 dissociação pulso-temperatura é conhecida 
como sinal de Faget. 
 
 
 
Quadro clínico 
A febre amarela apresenta um período de incubação 
entre 3 e 6 dias. A infecção tem um espectro clínico 
variável, tipos de Infecção: 
 Assintomáticos: Em cerca de 50% dos 
infectados, sem sintomas. 
 Formas leves/moderadas: 30% dos casos, 
com febre ou icterícia. 
 Formas graves: Cerca de 20%, com icterícia e 
risco de disfunção orgânica. 
 Formas malignas: Com icterícia, falência de 
múltiplos órgãos e sangramentos; 5 a 10% de 
mortalidade. 
Progressão da Doença: 
 Início Abrupto: Febre, calafrios, dor 
lombossacral, mialgia generalizada, anorexia, 
náuseas e vômitos, além de hemorragias 
gengivais de pequena intensidade ou epistaxe 
e febre alta, pode haver bradicardia relativa 
temperatura (sinal de Faget). 
 Período de Infecção: Dura 3 dias; o vírus 
circula no sangue. 
 Remissão e Intoxicação: Após melhora 
temporária, pode haver recaída com 
sintomas mais graves, incluindo vômitos, 
icterícia, e sangramentos intensos. Esta fase 
é marcada pela ausência do vírus no sangue e 
surgimento de anticorpos. 
Complicações Graves - Hemorragias (hematêmese, 
petéquias), disfunção renal (albuminúria, diminuição 
do débito urinário) e, em casos graves, hipotermia, 
coma, levando ao óbito entre o sétimo e décimo dia 
em 20 a 50% dos casos. 
 
Diagnóstico Diferencial 
Deve ser diferenciada de doenças como hepatite 
viral, malária, leptospirose, e outras febres 
hemorrágicas, especialmente em casos graves com 
icterícia. 
 
Laboratório 
Leucopenia, albuminúria, bilirrubina elevada, 
trombocitopenia, alteração de transaminases e 
eletrocardiograma anormal são comuns.

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