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PROBLEMA 1 – PARTE 1 DIAGNÓSTICO DA GRAVIDEZ sinais da gravidez CADERNO 32 DO MINISTÉRIO DA SAÚDE ROTINAS EM OBSTETRÍCIA, FREITAS OBSTETRÍCIA FUNDAMENTAL, REZENDE Sinais e sintomas de presunção de gravidez - Amenorreia: atraso menstrual -> sinal mais precoce (4sem); - Náuseas, vômitos e tonturas (1°trim): sintomas comuns do início da gestação que podem melhorar com mudanças alimentares e remédios, mais de 50% das mulheres sentem náusea no começo da gestação, geralmente matinais. A êmese gravídica caracteriza-se por vômitos simples do início da gravidez; Cuidado! Hiperêmese gravídica: condição patológica caracterizada por vômitos contínuos, incoercíveis e intensos que impedem a alimentação da gestante, ocasiona desidratação, oligúria, perda de peso e transtornos metabólicos, com alcalose. Aspectos emocionais e alterações hormonais (estrog, progest e HCG) são apontados como causadores do transtorno que pode estar associado a outras condições. A ingestão de bebidas geladas melhora os sintomas e deve-se evitar bebidas gasosas e cafeinadas. - Mudança de apetite: desejos alimentares; - Alterações das mamas: mastalgia (dor nas mamas), aumento do volume mamário, hipersensibilidade nos mamilos, tubérculos de Montgomery, saída do colostro pelo mamilo, sinal de Hunter (perda da definição areolar/aréola secundária), rede venosa de Haller (maior vascularização); - Queixas urinárias: o aumento do número de micções (polaciúria) é comum no início e no final da gestação (aumento do útero e compressão da bexiga) e leva a uma maior ingestão hídrica, nictúria; - Sonolência; - Sialorreia: salivação excessiva; - Coloração violácea da vulva; - Cianose vaginal e cervical, alteração do muco cervical; - Fadiga, dispneia, congestão nasal, cãibras, lombalgia; - Aumento do volume abdominal: distensão abdominal e constipação; - Alterações cutâneas: estrias, cloasma e linha nigra. Sinais de probabilidade de gravidez - Amolecimento da cérvice uterina (regra de Godel), com aumento do volume seu volume e vascularização -> sinal de Kluge (maior vascularização da vagina e do cérvix); - Alterações em formato e consistência do útero: flexão do corpo sobre o colo uterino no toque bimanual (sinal de Hegar -> amolecimento do istmo cervical) e sinal de Nobile- Budin (preenchimento do fundo de saco vaginal pelo útero percebido ao toque vaginal), sinal de Piskacek (crescimento assimétrico do útero); - Aumento das paredes vaginais e de sua vascularização (observa-se a pulsação da artéria vaginal nos fundos de sacos laterais) -> sinal de Osiander; - Sinal de Jacquemier: hipervascularização da vulva (coloração violácea vulvar); - Positividade da fração do βHCG no soro materno a partir do 8° ou 9° dia após a fertilização. Sinais de certeza de gravidez - Presença de batimentos cardíacos fetais (BCF) auscultados por ultrassonografia (US) transvaginal a partir de 6 semanas ou detectados pelo sonar Doppler a partir da 10ª semana e pelo estetoscópio de Pinard a partir de 18 a 20 semanas; - Percepção dos movimentos fetais (de 18 a 20 semanas); - Ultrassonografia: observação do saco gestacional via transvaginal com apenas 4 a 5 semanas gestacionais e atividade cardíaca é a 1ª manifestação do embrião com 6 semanas; - Sinal de Puzos: rechaço fetal intrauterino ao toque; - Percepção de movimentos e partes fetais pelo examinador. Outros sintomas da gravidez - Fraquezas e desmaios: costumam ocorrer quando a gestante realiza mudanças bruscas de posição e podem melhorar com uma dieta e posições adequadas; - Dor abdominal, cólicas, flatulência e obstipação intestinal: podem ser contrações uterinas, mas se forem fisiológicas, podem melhorar com uso de cintas em conjunto com uma dieta adequada e exercícios físicos apropriados, progest; - Hemorroidas; - Corrimento vaginal (leucorreia): fluxo aumentado na gestação; - Falta de ar e dificuldades para respirar: sintomas frequentes na gestação devido ao aumento do volume do útero por compressão pulmonar (dispneia); - Cefaleia (dor de cabeça), sangramento nas gengivas, varizes, câimbras, pirose (azia), estrias; - Cloasma gravídico (manchas escuras no rosto): ocorrência comum na gravidez que costuma diminuir ou desaparecer após o parto, não expor o rosto diretamente ao sol. DIAGNÓSTICO Da GRAVIDEZ CADERNO 32 DO MINISTÉRIO DA SAÚDE ROTINAS EM OBSTETRÍCIA, FREITAS OBSTETRÍCIA FUNDAMENTAL, REZENDE - O diagnóstico de gestação é feito com base em dados clínicos (história e exame físico) e testes subsidiários; Diagnóstico clínico - A avaliação clínica de sinais e sintomas (de presunção, de probabilidade e de certeza) fornece dados iniciais a respeito do grau de probabilidade de tratar-se realmente de gestação ou sobre a necessidade de buscar diagnósticos alternativos; - Exame clínico: pode ser usado para diagnosticar uma gestação quando o atraso menstrual é superior a 12 semanas. Esse diagnóstico pode ser efetuado em 90% das pacientes com gestação mais avançada por intermédio dos sinais clínicos, dos sintomas e do exame físico; - Percepção de movimentos fetais (de 18 a 20 semanas). Diagnóstico hormonal - O diagnóstico hormonal constitui hoje o melhor parâmetro para o diagnóstico da gravidez incipiente -> imunológico, radioimunológico (RIA) e enzima-imunoensaio (ELISA); - Teste rápido de gravidez: incluído pelo Ministério da Saúde para ampliar a captação precoce de gestante e introduzi-las na rotina do pré-natal. Esse teste pode ser realizado na própria UBS (Rede Cegonha). O teste Imunológico de Gravidez (TIG) deve ser realizado por toda mulher com atraso menstrual de mais de 15 dias deverá ser orientada pela equipe de saúde a realizar esse teste, que embora caro, é o mais sensível e confiável (alguns testes urinários têm baixa taxa de falsos+, mas elevada frequência de falsos-, atrasando o pré-natal, ademais, os testes urinários são menos sensíveis que os séricos). A dosagem de gonadotrofina coriônica humana (βHCG) é a utilizada para confirmação da gravidez e esse hormônio pode ser encontrado no sangue periférico (sérico) da mulher grávida entre 8 e 11 dias após a concepção, a maioria dos testes tem sensibilidade para detecção de gravidez entre 25 a 30mUI/ml, resultados falsos positivos ocorrem na faixa entre 2 a 25mUI/ml, do ponto de vista prático, níveis menores que 5mUI/ml são considerados negativos e acima de 25mUI/ml são considerados positivos; - Testes imunológicos: prova de inibição da aglutinação do látex (teste de lâmina, duvidoso) ou prova de inibição da hemaglutinação (teste de tubo); - Testes radioimunológicos: dosagem de HCG por método RIA com base na competição do hormônio com traçador adequado, conforme quantidade fixa do antissoro; - Teste ELISA: tem a mesma base teórica do RIA, porém substitui o hormônio marcado com radioisótopo por enzima, capaz de atuar sobre um substrato incolor e originar produto colorido, a intensidade de cor obtida é proporcional à quantidade de hormônio. Diagnóstico ultrassonográfico - Ultrassonografia (US) obstétrica: o saco gestacional é visível precocemente com o ultrassom transvaginal (4-5 semanas de atraso menstrual). A partir de 6 semanas é possível detectar BCF pelo US, assim como a vesícula vitelina. Atualmente a ultrassonografia transvaginal é obrigatória no 1°trim da gestação; - Ausculta dos batimentos cardiofetais: realizado com sonar após as 12 semanas de gestação ou com Pinard após 20 semanas. Idade gestacional (IG) e DPP CADERNO 32 DO MINISTÉRIO DA SAÚDE ROTINAS EM OBSTETRÍCIA, FREITAS OBSTETRÍCIA FUNDAMENTAL, REZENDE Data da última menstruação - De 11% a 42% das idades gestacionais estimadas pela DUM são incorretas; - DUM conhecida e certa: método usado para calcular a idade gestacional em mulheres com ciclos menstruais regulares e sem uso de métodos contraceptivos hormonais. 1. Calendário: somar o número de dias do intervalo entre a DUM e a data da consultae dividir o total por 7 (resultado em semanas); 2. Disco (gestograma): colocar a seta sobre o dia e o mês correspondentes ao 1° dia e mês do último ciclo menstrual e observar o número de semanas indicado no dia e mês da consulta atual. - DUM desconhecida, mas com período do mês em que ela ocorreu conhecido: se o período foi no início, meio ou fim do mês, considere como data da última menstruação os dias 5, 15 e 25, respectivamente, proceder, então, à utilização de um dos métodos descritos; - DUM e período desconhecidos: a idade gestacional e a data provável do parto serão, inicialmente, determinadas por aproximação, basicamente pela medida da altura do fundo do útero e pelo toque vaginal, além da informação sobre a data de início dos movimentos fetais, que habitualmente ocorrem entre 18 e 20 semanas. Pode-se utilizar a altura uterina e o toque vaginal, considerando-se os seguintes parâmetros: ▪ Até a 6ª semana, não ocorre alteração do tamanho uterino; ▪ Na 8ª semana, o útero corresponde ao dobro do tamanho normal; ▪ Na 10ª semana, o útero corresponde a três vezes o tamanho habitual; ▪ Na 12ª semana, o útero enche a pelve, de modo que é palpável na sínfise púbica; ▪ Na 16ª semana, o fundo uterino encontra-se entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical; ▪ Na 20ª semana, o fundo do útero encontra-se na altura da cicatriz umbilical; ▪ A partir da 20ª semana, existe relação direta entre as semanas da gestação e a medida da altura uterina. Porém, este parâmetro torna-se menos fiel a partir da 30ª semana de idade gestacional. - Quando não for possível determinar clinicamente a idade gestacional, solicitar o mais precocemente possível a ultrassonografia obstétrica. Ultrassonografia obstétrica - Método de maior acurácia, idealmente deve ser realizado no 1°trim por via transvaginal para determinar a idade gestacional a partir do comprimento cabeça-nádega CCN), a partir da 14ª-15ª o cálculo será feito pela medida do diâmetro biparietal (DBP); - No período entre 7 e 10 semanas gestacionais, a medidas da CNN associa-se a um erro no cálculo da IG de +- 3 dias, entre 10 e 14 semanas o erro é de +- 5 dias, aumentando progressivamente com a evolução da gestação; - Das 14 as 20 semanas a US é capaz de determinar a IG com erro de +- 7 dias, chegando ao erro de +- 3 a 4 semanas a partir da metade do 3°trim; - Em gestações avançadas com DUM desconhecida é possível tentar estimar a IG utilizando a avaliação de sinas ultrassonográficos de maturidade fetal, a ossificação da epífise femoral distal sugere IG de pelo menos 32sem e a ossificação da tíbia proximal e epífises umerais sugerem IG de pelo menos 35sem. Lembrete! É considerado embrião até a 8ª semana gestacional, a partir desse período, o bebê passa a ser considerado um feto (FEBRASGO). DPP (data provável do parto) - Regra de Naegele: subtrair 3 meses e adicionar 7 dias à data da última DUM, o resultado é de aproximadamente 280 dias (40sem) após o último período menstrual. alterações fisiológicas da gravidez ROTINAS EM OBSTETRÍCIA, FREITAS TRATADO DE FISIOLOGIA MÉDICA, GUYTON E HALL OBSTETRÍCIA FUNDAMENTAL, REZENDE Aparelho genital e mamas - Útero: tem seu volume aumentado de 500 a 1000x no final da gestação, no início da gravidez a parede uterina torna-se mais espessa e com o desenvolvimento da gestação ela sofre um afinamento progressivo, esse aumento uterino não é simétrico e é mais pronunciado na região fúndica do órgão e onde a placenta se desenvolve. Antes da gestação o útero é intrapélvico e piriforme, na 12ª semana vai para o abdome e é palpado acima da sínfise púbica, entre a 18ª e a 20ª semana é globoso, após a 20ª semana torna-se ovoide e é palpado próxima ao umbigo, na gravidez a termo (37 semanas+) tangencia o processo xifoide (do esterno) o que o rota discretamente para a direita; - Colo uterino: ocorrem hiperplasia e hipertrofia das glândulas cervicais que ocasionam a eversão do epitélio colunar que se torna friável e sangrante ao menor traumatismo (ectopia fisiológica da gestação), a maior vascularização provoca edema e torna o colo mais amolecido (consistência de nariz a lábio), o muco cervical fica mais espesso e viscoso, o canal cervical é obstruído por tampão mucoso que é expelido nos dias que antecedem o parto pois o colo afina e encurta; - Tubas: aumento da vascularização e hipertrofia de suas camadas musculares, deslocam-se em direção à cavidade abdominal, redução da motilidade (progesterona); - Ovários: a maturação de novos folículos cessa, o corpo lúteo mantem-se funcionante pela ação do HCG (sinciciotrofoblasto produz), nas primeiras 6 ou 7 semanas de gravidez produz muita progesterona; - Vagina: aumenta seu comprimento e largura, secreção vaginal (leucorreia) aumentada devido à maior vascularização e atividade glandular, apresenta aspecto leitoso, o pH torna-se mais ácido (muita glicose disponível = fermentação), com a evolução da gestação surgem células da camada intermediaria (naviculares) e os núcleos desprovidos de citoplasma (núcleos desnudos); - Vulva: coloração violácea, os grandes e pequenos lábios e o meato uretral se hipertrofiam, as ninfas ficam turgidas e proeminentes, tegumento perineal com intensa pigmentação -> sinal de Jacquemier; - Mamas: a partir de 5 a 6 semanas aumentam de volume e tornam-se dolorosas e túrgidas (mastalgia) devido à hiperplasia dos elementos glandulares com proliferação dos canais galactóforos e ramificação dos dutos mamários, surgem veias logo abaixo da pele (rede de Haller) e aumento da pigmentação dos mamilos. No 2° trimestre os alvéolos se expandem (progest, estrog, prolact), a aréola primaria é hiperpigmentada e aparece uma secundária (sinal de Hunter), as glândulas sebáceas periareolares se hipertrofiam (tubérculos de Montgomery). Formação de colostro e surgimento de estrias gravídicas. Componentes hematológicos - Volume plasmático: cresce marcadamente no início do 1° trimestre e se acentua ao longo do 2° atingindo valores máximos em torno de 30 a 34 semanas. Essa hipervolemia é causada pela aldosterona e por outros hormônios que também diminuem a viscosidade sanguínea; - Hemácias: aumento de 20 a 30% no volume total devido ao aumento da demanda de oxigênio materno-fetal, no entanto, devido à desproporcional subida do volume plasmático quando comparado com a massa das hemácias o hematócrito cai 1 ou 2 pontos constituindo um quadro de anemia fisiológica da gestação. Durante a gestação há a necessidade da reposição de ferro. Se o volume sanguíneo tiver subido de forma adequada durante a gestação, podem ser toleradas perdas durante o parto de até 1000mL; - Leucócitos: observa-se leucocitose, principalmente no 2° e 3° semestre, após as 38 semanas a quantidade de leucócitos decresce. Ocorre uma diminuição da função quimiotáxica e de aderência dos leucócitos após o 2° trimestre, reduzindo a imunidade humoral e celular; - Plaquetas: contagem relativamente inalterada, podendo ocorrer trombocitopenia; - Coagulação: aumento acentuado de alguns fatores de coagulação (principalmente VII, VIII, IX e o fator de Von Willebrand), de fibrinogênio e dos agentes pró-coagulantes, há redução da resistência dos anticoagulantes endógenos e diminuição da proteína S e do cofator de proteína C. A atividade fibrinolítica do plasma permanece baixa -> hipercoagulabilidade. Fatores hemodinâmicos - A síndrome hipercinética caracteriza o sistema circulatório da gravida; - Coração: a FC aumenta em 10 a 15 bpm para a manutenção do DC (débito cardíaco), o diafragma se eleva e desloca o coração para esquerda e para cima. Sopros sistólicos (redução da viscosidade sanguínea) são frequentes, assim como extrassístoles e desdobramento de bulha; - Débito cardíaco: há a diminuição da PA e da resistência vascular periférica, bem como o aumento da volemia, do peso e do metabolismo basal, logo, após 10 a 12 semanas gestacionais o DC aumenta(maior ejeção), mantendo-se constante a partir de 20 a 24 semanas. Com a paciente em decúbito lateral esquerdo o DC aumenta ainda mais, uma vez que em posição supina, o útero comprime a VCI e dificulta o retorno venoso. O DC também é maior no trabalho de parto; - Resistência vascular periférica: a RVS diminui consideravelmente, principalmente no início da gestação. O nível mínimo é atingido até a 20ª semana, com retorno gradual até o termo, mas permanece 20% com relação ao nível pré-gravídico; - Pressão arterial: PA = DC x RVP, logo a PA materna decresce no 1° e 2° semestre (P sistólica decai menos que a P diastólica); - Pressão venosa: o útero comprime as veias pélvicas e a VCI, dificultando o retorno venoso e aumentando a PV em cerca de 3x nos membros inferiores, varicosidades vulvares e hemorroidas; - Hipotensão supina: na 2ª metade da gravidez o útero comprime a VCI quando a grávida fica em decúbito dorsal, após 4 a 5 minutos nessa posição ocorre bradicardia (sinal que indica reflexo vagal). A bradicardia associada com hipotensão reduz em até 50% o DC e resulta em lipotimias. Todos esses acontecimentos formam a síndrome da hipotensão supina, corrigida quando a gestante se posiciona em decúbito lateral esquerdo, liberando o fluxo sanguíneo na VCI; - Outros parâmetros hemodinâmicos: resistência vascular pulmonar reduz em 34%, a pressão capilar da artéria pulmonar diminui em 28%, a pressão venosa central não se altera. Sistema gastrointestinal (TG) - Boca: a gengivite gravídica (edema e sangramento da gengiva) ocorre devido a saturação gestacional por estrog, progest e HCG sobre o tecido conectivo, o ptialismo (produção excessiva de saliva -> sialorreia) ocorre por causa da hipertonia vagal, fatores psíquicos e estímulos do 2° e 3° ramos do nervo trigêmeo; - Estômago e esôfago: o estômago é deslocado pelo crescimento uterino, o aumento da progest e redução da motilina retarda o esvaziamento gástrico, aumentando a pirose e o refluxo gastresofágico (esfíncter esofágico é relaxado), assim como hérnia de hiato; - Intestinos delgado e grosso: progest provoca hipotonia da musculatura lisa do TG, retardando o trânsito intestinal. Há o ressecamento das fezes podendo ocorrer constipação intestinal. Hemorroidas são comuns. Intestinos deslocados para esquerda e apêndice e ceco para o flanco direito; - Fígado: sem alterações significativas; - Vesícula biliar: esvaziamento lento por hipotonia muscular, causando estase biliar e favorecendo a formação de cálculos de colesterol, pois o estrog e a progest saturam a bile com colesterol e diminuem a síntese de ácidos biliares; - Pâncreas: sofre hiperplasia das células β das ilhotas de Langerhans e aumento da insulina plasmática livre, facilita as maiores necessidades fetais de carboidratos; - Náuseas e vômitos: ocorrem predominante no 1° trimestre. Algumas gestantes desenvolvem hiperêmese gravídica devido ao estrog, progest e HCG. Sistema urinário - Rins: incremento do volume do rim em cerca de 30% em seu peso, assim como aumento da vascularização e diminuição da resistência vascular, aumentando o fluxo sanguíneo renal de 60 a 80% e um aumento de 40 a 50% na FG, podendo ocorrer glicosúria, proteinúria, hipercalciúria, perda de nutrientes e aumento da depuração de creatinina. O sistema coletor sofre dilatação em até 80%; - Ureteres: o relaxamento da musculatura do trato urinário devido a progest causa hipotonia uretral -> urectasia; - Bexiga: altera sua posição com o crescimento uterino, deixando de ser um órgão exclusivamente pélvico, o que reduz sua capacidade residual e provoca polaciúria na gestante. Ocorre elevação do trígono vesical, diminuição do tônus e espessamento da musculatura. Metabolismo - Ganho ponderal: a grávida deve seguir as recomendações para o ganho ponderal conforme seu IMC no início da gestação. Esse aumento é devido ao útero e seu conteúdo, crescimento das mamas, volume sanguíneo e líquido extravascular. Em média, a gestante engorda cerca de 11 a 15kg durante a gravidez, sem o controle pré-natal adequado o ganho de peso da mulher pode ser tão grande quanto 34kg; - Metabolismo hídrico: a retenção de água é uma alteração fisiológica da gestação devido à queda da osmolaridade plasmática. Os fatores responsáveis pela retenção de líquido são: retenção de sódio, novo nível da osmolaridade, diminuição do limiar de sede e redução da pressão oncótica. As consequências da retenção de líquido são: redução na concentração da Hb, redução do hematócrito, diminuição da concentração de albumina, aumento do DC, elevação do fluxo plasmático renal e edema periférico; - Metabolismo proteico: na gravidez as necessidades proteicas aumentam, logo, os aminoácidos são reduzidos e as proteínas totais aumentam. A concentração de albumina circulante sofre redução, ao passo que é menor a queda das γ-globulinas. Os teores de α e β-globulinas e os de fibrinogênio ascendem. Para manter o balanço nitrogenado positivo, a gestante necessita de 25% de proteínas do total dos nutrientes por ela ingeridos durante o dia; - Metabolismo glicídico: A gravidez é um estado potencialmente diabetogênico e é considerada um teste para o adequado funcionamento do pâncreas materno. A gestação normal se caracteriza por resistência à insulina, leve hiperinsulinemia, hipoglicemia de jejum e hiperglicemia pós-prandial. No início, o estrog e progest alteram o metabolismo da glicose na gestante, na segunda metade da gestação, os hormônios contrainsulinares (hPL e cortisol) aumentam os ácidos graxos livres (incentivam a lipólise e poupam glicose), a resposta ao glucagon também é suprimida. O feto extrai glicose e aa da gestante (difusão facilitada), estando ela em jejum ou pós-prandial, em quantidades iguais nos dois períodos (parasitismo verdadeiro); - Metabolismo lipídico: As concentrações de lipoproteínas, de apolipoproteínas e de lipídeos totais aumentam no plasma materno durante a gravidez. O colesterol pode crescer 50%, e os triglicerídeos podem triplicar, o LDL atinge seu máximo por volta de 36 semanas (progest e estrog atuam no fígado) e o HDL alcança seu máximo por volta de 25 semanas. A placenta é praticamente impermeável aos lipídios, exceto aos AGL e aos corpos cetônicos. Conclui-se que o feto se beneficia dos produtos finais do metabolismo decorrente da atividade lipolítica do tecido adiposo materno. Os corpos cetônicos cruzam livremente a placenta e podem ser utilizados como combustível fetal ou mesmo como substratos para a síntese de lipídios no cérebro. - Metabolismo eletrolítico: ▪ Sódio: a excreção pode aumentar devido do aumento da FG (progest vasodilata as arteríolas renais e facilita a natriurese); ▪ Cálcio e magnésio: os níveis plasmáticos diminuem, sua absorção intestinal dobra e sua excreção renal também aumenta, eliminando o excesso de cálcio sérico. Na gravidez grande quantidade de Ca é transferida contra o gradiente de concentração da mãe para o feto, para isso, a absorção de Ca no intestino dobra na gestação (repor vit D); ▪ Iodo: os níveis plasmáticos diminuem devido ao aumento da filtração renal e da maior demanda fetal, a tireoide da grávida depura duas vezes o volume sanguíneo habitual para manter a captação normal adequada; ▪ Ferro: elemento essencial para a gestante a para o feto por causa do incremento da massa de hemácias da grávida, podendo a mãe desenvolver anemia. - Metabolismo das vitaminas: em geral, todas as vitaminas diminuem (exceto E e K). A deficiência de certas vitaminas pode causar anomalias congênitas (A, ácido fólico, C, D); - Equilíbrio acidobásico: na gravidez ocorre uma alcalose por hiperventilação, diminuindo a pCO2 no sangue materno, logo, o rim aumenta a excreção de bicarbonato diminuindo seus níveis plasmáticos e provoca uma pequena queda do pH que provoca o efeito Bohr. Sistema respiratório - A progest age na via aérea superior aumentando suassecreções e edemas dos seus tecidos, podendo provocar congestão nasal. A progest também age no centro respiratório aumentando a FR e o volume corrente, causando alcalose respiratória que é compensada pelo aumento da excreção renal de bicarbonato; - Os estrog alteram a mucosa nasal e estimulam os brônquios; - O trabalho mecânico dos músculos respiratórios é mais intenso devido ao aumento da pressão intra-abdominal (útero gravídico); - O volume de reserva expiratória (VRE) e o volume residual (VR) diminuem; - Ocorrem modificações na caixa torácica para contrabalancear a diminuição da capacidade residual funcional. Sistema endócrino - Hipófise: a adeno-hipófise (AH) aumenta em 2 a 3x o seu tamanho devido a hiperplasia das células produtoras de prolactina. Os níveis de LH, FSH e GH se mostram muito baixos. Após o trabalho de parto (TP) os níveis de prolactina reduzem e ela passa a ser liberada em pulsos correspondentes ao estímulo de sucção mamilar (amamentação). Na gestação, a prolact estimula a síntese de DNA e a multiplicação de células glandulares e alveolares da mama; - Tireoide: exibe moderado aumento com hiperplasia do tecido glandular e incremento da vascularização (redução do iodo plasmático). Os estrog aumentam os níveis de TGB (globulina de ligação de tireoxina) que reduz os hormônios livres da tireoide e estimula o eixo hipotálamo-hipófise- tireoide. No início da gestação o TSH está diminuído (pois é semelhando ao HCG); - Paratireoide: ocorre uma discreta redução do paratormônio plasmático no 1° trimestre e a calcitonina aumenta seus níveis plasmáticos durante a gravidez; - Suprarrenais: ▪ Cortisol: não aumenta sua produção e sua depuração renal diminui, logo, aumenta na concentração plasmática. O ACTH aumenta com o progresso da gestação; ▪ Aldosterona: a partir de 16 semanas de gestação há aumento de sua secreção; ▪ Desoxicorticosterona: ocorre aumento acentuado na gestação. Sistema articular - Ocorre relaxamento dos ligamentos, frouxidão das articulações (principalmente as pélvicas e na sínfise púbica); - O estrog aumenta a vascularização e hidratação dos tecidos conectivos dos ligamentos articulares e a progest e a relaxina atuam diminuindo o tônus da musculatura responsável pela estabilização dessas articulações; - Postura e marcha: devido ao aumento do peso o equilíbrio materno desloca seu centro de gravidade para a frente levando a grávida a alterar sua postura para corrigir seu eixo corporal e a realizar a marcha anserina (passos oscilantes e mais curtos). Pele e cabelo - Acne e queda do cabelo: hipersecreção das glândulas sebáceas (progest) torna a pele mais oleosa e facilita a queda capilar e surgimento de acne; - Alterações pigmentares: o estrog e a progest hipertrofiam o lobo intermediário da hipófise resultando na liberação de α-melanotropina que estimula os melanócitos; - Linha nigra: pigmentação de cor preto-acastanhada na linha média do abdome devido ao estímulo dos melanócitos; - Cloasma ou melasma gravídico: mancha acastanhada na face consequente à estimulação dos melanócitos, não é exclusivo da gestação. Alterações atróficas - Estrias gravídicas: ocorrem por estiramento das fibras colágenas principalmente no abdome, glúteos, mamas e coxas; - Alterações vasculares: consequências da vasodilatação imposta pelo perfil hormonal da gestação; - Telangiectasia (angioma, aranhas vasculares): surgem em toda a superfície palmar como uma vermelhidão difusa; - Eritema palmar: diminutos vasos que se ramificam de um corpo central, pequenas elevações vermelhas na pele (face, pescoço, tórax superior e braços); - Varizes: surgem varicosidades em membros inferiores e regiao perineal. Sentidos - Visão: a acuidade visual pode ser comprometida por edema ou opacificação pigmentar da córnea e a pressão ocular pode estar diminuída; - Olfato: epistaxe é frequente assim como a rinite vasomotora com obstrução nasal acompanhada de hiposmia (baixa sensibilidade olfativa) e anosmia (diminuição ou perda do olfato); - Audição: pode ocorrer zumbidos e vertigens, assim como diminuição da acuidade auditiva; - Tato: parestesias das extremidades são comuns; - Paladar: alterações do apetite, como perversão, mudanças qualitativas e baixa sensibilidade gustativa são comuns. Gestantes preferem degustar alimentos de sabor marcante (mais doces, salgados, ácidos ou amargos). fatores hormonais na GRAVIDEZ ROTINAS EM OBSTETRÍCIA, FREITAS TRATADO DE FISIOLOGIA MÉDICA, GUYNTON E HALL OBSTETRÍCIA FUNDAMENTAL, REZENDE - Na gravidez a placenta forma quantidades grandes de HCG, estrogênios, progesterona e somatomamotropina coriônica humana; - Divide-se a endocrinologia da gravidez em duas fases: ▪ Ovariana: corresponde às primeiras 8-9 semanas da gravidez, quando o corpo lúteo gravídico, estimulado pelo HCG, é o principal responsável pela secreção de esteroides; ▪ Placentária: a partir de 8-9 semanas, quando a placenta se incube da produção de esteroides em quantidades crescentes. Gonadotrofina Coriônica Humana (HCG) - Glicoproteína composta por 2 subunidades: α (semelhante às subunidades do LH, do TSH e FSH) e β (detectada nos testes de gestação, confere ao HCG suas propriedades biológicas e imunológicas); - A βHCG é produzida pelo sinciciotrofoblasto e aparece na circulação materna pouco após a nidação trofoblástica, sendo detectável no plasma ou na urina em 8 a 9 dias após a ovulação; - Os níveis de βHCG crescem exponencialmente nas primeiras semanas, atingindo um pico de até 150.000 mUI/mL em torno de 8 a 10 semanas. Entre a 10ª e a 20ª semana os níveis tendem a cair e mantêm-se estáveis a partir da 20ª semana; - O HCG é, na verdade, 4 moléculas independentes produzidas por células distintas e cada uma delas com função própria: ▪ HCG regular: produzido pelo sinciciotrofoblasto; ▪ HCG-hiperglicosilado (HCG-H): produzido pelo citotrofoblasto -> promove a implantação normal pelo citotrofoblasto e o crescimento e a invasão das células do coriocarcinoma; ▪ HCG-β-livre: produzido por múltiplos tumores malignos não trofoblásticos -> a sua detecção em nível elevado é considerada sinal de mau prognóstico (homens com teste de gravidez+); ▪ HCG hipofisário: produzido pelas células gonadotróficas da AH -> variante do HCG placentário, produzido em baixos níveis no ciclo menstrual, mimetiza a ação do LH estimulando o corpo lúteo. - O HCG evita a descamação do endométrio uterino caso haja a fertilização de um óvulo, evitando o aborto; - A sua função mais importante é evitar a involução do corpo lúteo no final do ciclo sexual feminino mensal, fazendo com que ele secrete quantidades ainda maiores de seus hormônios sexuais (progest e estrog) pelos próximos meses. Esses hormônios impedem a menstruaçao e fazem com que o endométrio continue a crescer e armazenar grandes quantidades de nutrientes (as células semelhantes às deciduais tornam-se células deciduais verdadeiras: inchadas e nutritivas). O HCG faz com que o corpo lúteo no ovário materno cresça para cerca de 2x seu tamanho inicial, por volta de 1 mês depois da gravidez. Se o corpo lúteo for removido antes das 12 semanas gestacionais, quase sempre ocorrerá aborto espontâneo, depois desse período, a placenta secreta quantidades suficientes de progest e estrog para manter a gravidez. Depois da 13ª-17ª semana o corpo lúteo involui; - O HCG estimula a produção de testosterona pelos testículos fetais do macho, ao estimular suas células intersticiais. Essa pequena secreção de test faz com que os órgãos sexuais masculinos cresçam no feto em vez de órgãos sexuais femininos, e no fim da gestação, faz com que os testículos desçam para o saco escrotal. Estrogênios - Tanto a placenta (sinciciotrofoblasto) quanto o corpo lúteo secretam estrogênios e progesterona; - Perto do fim da gestação a produção diária de estrogênios placentários aumenta em cerca de 30x o nível de produçãomaterno normal; - Os estrogênios placentários são secretados bem diferentemente dos estrogênios secretados pelos ovários. Os placentários são formados quase inteiramente dos compostos esteroides androgênicos (desidroepiandrosterona e 16- hidroxidesidroepiandrosterona), formados nas adrenais maternas e fetais. Esses fracos androgênios são convertidos pela placenta em estradiol, estrona e estriol (maior em quantidade produzida). Já os estrogênios secretados pelos ovários são sintetizados a partir de substratos básicos; - Na gravidez os estrogênios causam: ▪ Aumento do útero materno; ▪ Aumento das mamas maternas e crescimento da estrutura dos ductos da mama, e junto com a progest promovem o desenvolvimento do tecido glandular; ▪ Aumento da genitália externa feminina da mãe; ▪ Relaxam os ligamentos pélvicos da mãe, assim como tornam as articulações sacroilíacas mais maleáveis e a sínfise púbica elástica; ▪ Induzem uma vasodilatação do leito vascular uterino materno -> desempenham papel relevante na implantação da placenta. Progesterona - Além de ser secretada em quantidade moderada pelo corpo lúteo no início da gravidez, é secretada posteriormente em quantidades enormes pela placenta; - Na gravidez a progesterona causa: ▪ Faz com que as células deciduais (nutrição inicial do embrião) se desenvolvam no endométrio; ▪ Diminui a contratilidade do útero gravídico, evitando, um aborto espontâneo; ▪ Contribui para o desenvolvimento do concepto mesmo antes da implantação, pois aumenta as secreções das trompas e do útero, nutrindo da mórula ao blastocisto, também afeta a clivagem celular no embrião em desenvolvimento inicial; ▪ Ajuda o estrogênio a preparar as mamas da mãe para a lactação. Somatomamotropina coriônica humana (HPL) - Hormônio proteico que começa a ser secretado pela placenta (sinciciotrofoblasto) em torno da 5ªsem de gestação. Essa secreção aumenta progressivamente durante todo o restante da gravidez (em proporção direta ao peso da placenta); - É secretada em quantidades muitas vezes maior do que todos os outros hormônios da gravidez combinados; - Quando administrada em animais, causa pelo menos o desenvolvimento parcial das mamas e, em alguns casos, causa lactação (já foi chamado de hormônio lactogênico placentário humano), no entanto, não se conseguiu promover a lactação em humanos de maneira bem- sucedida; - Tem fracas ações semelhantes às do GH; - Diminui a sensibilidade à insulina e a utilização de glicose pela mãe, disponibilizando maiores quantidades de glicose ao feto; - Promove a liberação de ácidos graxos livres de reservas de gordura da mãe (alternativa de energia para a mãe); - Parece que esse hormônio tem função metabólica geral, com implicações nutricionais à mãe e ao feto. Outros fatores hormonais na gravidez - Hipófise: a AH aumenta de tamanho e aumenta a produção de corticotropina, tireotropina e prolact. Já a secreção de LH e FSH é quase toda suprimida; - Corticosteroide: a secreção adrenocortical de glicocorticoide fica elevada. Há um aumento de cerca de 2x na secreção de aldosterona; - Tireoide: essa glândula aumenta e eleva sua produção de tiroxina; - Paratireoide: essas glândulas aumentam de tamanho causando absorção de cálcio dos ossos maternos, equilibrando a concentração desse íon no líquido extracelular materno (o feto o remove para ossificar seus próprios ossos); - Relaxina: secretada pelos ovários, pela placenta e pelo corpo lúteo. É um polipeptídeo que causa relaxamento dos ligamentos da sínfise púbica. Também amolece o colo uterino no momento do TP e atua como vasodilatador para aumentar o fluxo sanguíneo em vários tecidos, como os rins, aumentando o retorno venoso e o DC na gravidez. Ademais, juntamente com a progest, inibe a contratilidade espontânea do útero, o que é útil para a manutenção inicial da gravidez; - Ativina e inibina: glicoproteínas, existem duas formas de inibina (A- αβA e B- αβB) e três formas de Ativina (A, B e AB). Ambos os hormônios são sintetizados pela placenta. O citotrofoblasto sintetiza a subunidade α e o sincício a subunidade βB, enquanto a subunidade βA é sintetizada tanto pelo cito quanto sinciciotrofoblasto. Exercem a função no início da parturição humana por estimulação da produção de prostaglandinas pelas membranas fetais, também exercem funções parácrinas na placenta. Enquanto a inibina susta a estimulação do GnRH no sinciciotrofoblasto para a produção de HCG, a Ativina potencializa a secreção de HCG GnRH-estimulada; - HPGH (hormônio do crescimento placentário humano): produzido no 1°trim pelo trofoblasto e estimula de forma autócrina a invasão da placenta, no 2°trim, ele é secretado de forma contínua pelo sinciciotrofoblasto, ao contrário do GH hipofisário, secretado de forma pulsátil. Parece que o HPGH tem como função estimular a produção de fator de crescimento insulina-like 1 (IGF-1), que, por sua vez, suprime o GH hipofisário na 2ª metade da gravidez. - GnRH (hormônio liberador da gonadotrofina): secretado pelo citotrofoblasto, estimula o sincício a produzir HCG e esteroides que inibem a sua produção por feedback-; - CRH (hormônio liberador de corticotrofina): neurormônio hipotalâmico que modula a função hipofisária e suprarrenal e é produzido pela placenta. Acredita-se que ele pode estar envolvido no determinismo do parto e que o “relógio placentário” controla a duração da gravidez humana.