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CIÊNCIA E TECNOLOGIA DOS
MATERIAIS
Me. Luiz A. Grell de Moraes
Ciência e engenharia de materiais: uma introdução
CALLISTER JR, William D.
Estrutura de Sólidos Cristalinos
Ciência e engenharia de materiais:
uma introdução
CALLISTER JR, William D.
Profa. Liliane de Souza - 2010 4
Universidade Paulista – UNIP recordando... e
Ligações Químicas e propriedades dos materiais
1. Os elétrons não são apenas
partículas que se movem em
um orbital discreto mas, pelo
seu caráter ondulatório, sua
posição é dada por uma
distribuição de probabilidade
em nuvem eletrônica .
Böhr imaginava que o elétron era apenas partícula, mas ele é
partícula e onda (Natureza Dual) daí o Modelo Orbital.
Hoje o elétron é uma partícula-onda com trajetória desconhecida
(nuvem eletrônica), mas ocupando uma região orbital, onde
existe a máxima probabilidade de ser encontrado.
O modelo de Bohr foi refinado pela mecânica ondulatória,
dando origem a subcamadas eletrônicas (subníveis da
eletrosfera).
Tamanhos
relativos do átomo
e de seu núcleo
composto de
prótons e nêutrons.
M O D E L O Q U Â N T I C O
Existem 3 estruturas cristalinas usuais dos materiais:
monocristalinas, policristalinas e não-cristalinas.
Materiais sólidos podem ser classificados de acordo
com a regularidade dos arranjados de seus átomos.
Um material cristalino é aquele em que os átomos
estão distribuídos em um arranjo tridimensional repetitivo longo.
Para aqueles que não cristalizam, essa ordem atômica de longo
alcance está ausente, são os materiais não-cristalinos ou amorfos.
Algumas propriedades dos materiais cristalinos dependem da sua
estrutura cristalina (como estão arranjados espacialmente).
Existe grande nº de estruturas cristalinas diferentes (desde simples =
metais, até complexas = materiais cerâmicos).
Estruturas cristalinas seguem o modelo da esfera rígida atômica
(esferas que representam átomos vizinhos que se tocam entre si).
ESTRUTURAS CRISTALINAS
Cúbica de faces centradas
(metais dúcteis: Cu, Au).
Cúbica corpos centrados
(metais duros: Fe, Al)
Ilustração esquemática de um reticulado
cristalino com o destaque para a célula unitária.
X
Hexagonal
CCC
CFC
O retículo é uma representação tridimensional
da estrutura cristalina com pontos que indicam
as posições dos átomos (centros das esferas).
CÉLULAS UNITÁRIAS- para a maioria das estruturas cristalinas
são paralelepípedos ou prismas (o cubo dentro do agregado de
esferas/átomos é exemplo) .
A célula unitária é a unidade básica (ou bloco de construção
básico) da estrutura cristalina, na sua geometria e nas posições
dos átomos (vértices do cubo devem coincidir com os centros dos
átomos representados por esferas rígidas).
Três estruturas cristalinas relativamente simples são encontradas
para a maioria dos metais mais comuns, elas são: cúbica de faces
centradas, cúbica de corpo centrado, e hexagonal compacta.
ESTRUTURAS CRISTALINAS
Em meados do século XX, o cientista frânces Auguste Bravais
propôs a utilização de 7 sistemas cristalinos básicos, p/ o estudo
das estruturas cristalinas: cúbico, tetragonal, ortorrômbico,
monoclínico, triclínico, romboédrico ou trigonal, e hexagonal.
Com esses sistemas, ele verificou 14 maneiras de distribuir pontos
no espaço, são os Retículos de Bravais ou células convencionais.
Quatro maneiras de replicar a base dos sistemas cristalinos:
Cúbico P: Conhecido como sc (simple cubic).
Cúbico I: Conhecido como bcc (body-centered cubic).
Cúbico F: Conhecido como fcc (face-centered cubic).
Com esses 7 sistemas
cristalinos básicos: cúbico,
tetragonal, ortorrômbico,
trigonal, hexagonal,
monoclinico ou
triclínico, Bravais
verificou 14 distribuições
de pontos: os Retículos
de Bravais ou células
convencionais. ou trigonal
FC
CC
As 14 MANEIRAS DE DISTRIBUIR pontos no espaço, são os Retículos de Bravais
Dos 7 sistemas
cristalinos podemos
identificar 14 tipos
diferentes de células
unitárias, conhecidas
com redes de Bravais.
Cada uma destas
células unitárias tem
certas características
que ajudam a
diferenciá-las das outras
células unitárias. Além
do mais, estas
características também
auxiliam na definição
das propriedades de um
material particular.
Dos 7 sistemas
cristalinos podemos
identificar 14 tipos
diferentes de células
unitárias, conhecidas
com redes de Bravais.
Cada uma destas
células unitárias tem
certas características
que ajudam a
diferenciá-las das outras
células unitárias. Além
do mais, estas
características também
auxiliam na definição
das propriedades de um
material particular.
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SISTEMA CÚBICO SIMPLES
Apenas 1/8 de cada átomo cai
dentro da célula unitária, ou
seja, a célula unitária contém
apenas 1 átomo (8 x 1/8).
Célula unitária: o menor grupo
de átomos que forma1 padrão
repetitivo representativo da
estrutura cristalina.
No sistema cúbico simples os
átomos se tocam na face (é o
empacotamento).
> relação entre raio atômico (r)
e parâmetro de rede (a)
a
a = 2 r
a
I
I a
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Célula unitária: o menor grupo
de átomos que forma1 padrão
repetitivo representativo da
estrutura cristalina.
Número de coordenação: Nº
de vizinhos mais próximos,
em contato, realizando
ligações químicas entre eles.
Fator de empacotamento atômico: É o volume dos
átomos dividido pelo volume da célula unitária
Fator de empacotamento do SCS = >>> 4R3/3
SISTEMA CÚBICO SIMPLES
NC = 6
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FATOR DE EMPACOTAMENTO ATÔMICO
PARA Sistema Cúbico Simples - SCS
Fator de empacotamento= Nº de átomos x Volume do átomo
Volume da célula unitária
Vol. dos átomos = nº de átomos x Vol. Esfera = 8.1/8 x 4r3/3
Vol. da célula = Vol. Cubo = a3
Fator de empacotamento = 4r3/3 = 3,1416
(2r) 3 6
Fator de Empacotamento p/ SCS é 0,52
a
r
26
FATOR DE EMPACOTAMENTO ATÔMICO
Estrutura Cúbico Faces Centradas - CFC
a
r
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FATOR DE EMPACOTAMENTO ATÔMICO
Estrutura Cúbico Faces Centradas - CFC
a
r
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FATOR DE EMPACOTAMENTO ATÔMICO
Estrutura Cúbico Faces Centradas - CFC
Fator de empacotamento= Nº de átomos x Volume do átomo
Volume da célula unitária
Vol. dos átomos = [(6 x ½) + (8.1/8)] x 4r3/3 = 16r3/3
(Pitagoras) a² + a² = (4r)² > a= (2^½). 2r = 2,828r
Vol. da célula = Vol. Cubo = a3 = [ 2r x ]³
Fator de empacotamento = 16r3/3 = 16,755r3
(2,828r)3 22,63r3
r
Fator de Empacotamento p/ CFC é 0,74
a
r
Sistema
CCC – Cubico
de Corpo
Centrado
FE “CCC” = 0,68
a = 2 r
a
c
12x1/6 + 2x1/2 +3 = 6 átomos
c
a
Vc= (6a2 √3/4)c = 33,94 r3
HS 3 2R 0,60
CS 1 2R 0,52
34
Nº de vizinhos mais próximos, em contato, realizando
ligações químicas entre eles.
Número de Coordenação
SCS
N= 6
CCC
N=8
CFC
N=12
HC
N=12
HC
N=8 CCC- Cr, Fe, Mo, Nb, W, V
CFC- Al, Cu, Au, Pb, Ni, Ag
HC- Be, Cd, Co, Mg, Ti, Zn
Características do sistema
hexagonal compacto
• Seis átomos por célula unitária =
• = 3 + 2 . ½ + 12 . 1/6 = 6
• Número de coordenação=
• = 3 + 6 + 3 = 12
• Fator de empacotamento=0,74
• Zn, Mg, Ti, Co, Cd, Be, Zr
EXERCÍCIOS
1. Quantos são os sistemas cristalinos de Bravais e quantos tipos
diferentesde células unitárias ele estudou?
Dos 7 sistemas cristalinos podemos identificar 14 tipos diferentes de
células unitárias, conhecidas com redes de Bravais.
2. Quais são as estruturas cristalinas metálicas mais comuns ? Liste
alguns metais que apresentam estas estruturas.
90% das estruturas cristalinas dos metais são CFC, CCC ou HC como
Al, Cu, Au, Pb, Ni, Pt, Ag.
3. O que é número de coordenação dos átomos de uma estrutura e
qual é o NC dos sistemas CS e CCC ?
Número de coordenação é o Nº de vizinhos mais próximos de um
átomo em contato, realizando ligações químicas entre eles. Para CS o
NC=6 e p/ CCC o NC=8.
4. Qual é a relação entre tamanho da aresta "a" da célula CS e seu raio
atômico ? (a=2r)
5. Relacione o FE (fator de empacotamento) com a densidade
percentual da célula unitária se FE= 0,74.
74% do volume da célula esta ocupada por átomos, cabendo 26% ao
volume dos interstícios.
EXERCÍCIOS
6. Quantos átomos por célula existem na estrutura 1. HC ? 2. CCC?
3. CFC? 4. HS? E 5. CS?
( 1 ) N= 6; ( 1 ) N= 2; ( 3 ) N=4 ; ( 2 ) N= 2 e ( 4 ) N= 3.
7. A Figura ilustra três padrões diferentes de se arrumar o mesmo
volume de esferas rígidas em um recipiente (A, B e C). Qual o padrão
que apresenta maior densidade e qual a forma mais comum de arranjo
dos átomos metálicos.
8. Para os arranjos cristalinos cúbico simples, cúbico de corpo centrado
e estrutura cúbica de face centrada responda:
a) Nº de átomos por célula unitária
b) Coloque o Fator de Empacotamento atômico em ordem crescente e
comente a compacidade.
c) Desenhe o reticulo da célula primitiva
R: padrão B pois
ocupa menos espaço
no recipiente que é
mais comum nos
arranjos metalicos.
38
POLIMORFISMO OU ALOTROPIA
Alguns materiais podem ter mais de uma estrutura cristalina
dependendo da temperatura e pressão, é o poliformismo, c/
mudanças na densidade e outras propriedades físicas.
Alotropia ou Polimorfismo do Fe .
ccc
cfc
ccc
- Hexagonal compacta (mole)
– CCC (dura)
Tetragonal de
corpo centrado
9. O chumbo exibe estrutura CFC. Qualquer quantidade de Pb sólido é
constituída por pequenos cubos imaginários (células unitárias), c/
arestas medindo 0,495x10-9 m. A partir dessas informações, calcule o
número de cubos existentes em 1 cm3 (1x10-6 m3) de Pb.
O número de células unitárias é obtido pela divisão do volume total pelo
volume de uma célula. Volume célula =(0,495x10-9 m)3 =1,2x10-28 m3
Nº de células unitárias=1x10-6 m3/1,2x10-28 m3=8,2x1021 células
(cubos).
10. Calcule o tamanho dos interstícios nos reticulado CCC, CFC e HS
em função do raio atômico c/ FEs = 0,68; 0,74 e 0,6 respectivamente.
Respectivamente 32%; 26% e 40%.
11. Quais as principais diferenças entre materiais amorfos e cristalinos?
Um material cristalino é aquele em que os átomos estão distribuídos em
um arranjo tridimensional repetitivo longo. P/ os que não cristalizam, a
ordem atômica longa está ausente, são os não-cristalinos ou amorfos.
12. O que significa alotropia ?
Alguns materiais podem ter mais de 1 estrutura cristalina dependendo
da temperatura, é o poliformismo, c/ mudanças na densidade.
41
RAIO ATÔMICO E ESTRUTURA
CRISTALINA DE ALGUNS METAIS
Pb
1×10−9 m = 1 nm = 10 Aº
C/ a identificação de posições/direções/planos em um
cristal de metal pode-se verificar suas propriedades.
Por exemplo, durante a deformação elástica seguida da
deformação plástica (plano de escorregamento).
A localização de posições atômicas em uma célula
unitária de um SCS é obtida pelo uso de um sistema de
eixos cartesianos.
44
DIREÇÕES PARA O SISTEMA CÚBICO
p/ as arestas (SCS)
diagonais das faces (CFC)
diagonal do cubo (CCC)
a= 2r
45
DIREÇÕES PARA O SISTEMA CÚBICO
• As direções formam uma
família de direções:
• p/ as arestas (SCS)
• p/as diagonais
das faces (CFC)
• p/ a diagonal do
cubo ( CCC)
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DIREÇÕES PARA O SISTEMA CÚBICO
• As direções formam uma
família de direções:
• p/ as arestas (SCS)
• p/as diagonais das
faces (CFC)
• p/ a diagonal
do cubo ( CCC)
H G
F E
D C
B A
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PLANOS CRISTALINOS
• Similar às direções, os Planos Paralelos têm
equivalencias e mesmos índices:
Planos de Faces – cortam um eixo
• São paralelos a 2 eixos e
cortam o terceiro
• Plano (010) - paralelo
a x e z, cortando y
SCS – Sistema Cubico Simples
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Planos (111)
• Cortam os 3 eixos
cristalográficos (111)
CCC
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PLANOS CRISTALINOS
Planos (110)
São paralelos ao eixo
(z) cortando x e y (110)
CFC
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PLANOS CRISTALINOS
Planos (110)
São paralelos ao eixo (z)
cortando x e y (110)
Planos (111)
• Cortam os 3 eixos
cristalográficos (111)
CFC
CCC
Plano (010)
São paralelos a x e z,
cortando y
SCS
52
FAMÍLIA DE PLANOS {110}
Paralelo à um eixo (cortando 2), caracterizam
sistemas de escorregamento/deslizamento
(110)
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(110)
FAMÍLIA DE PLANOS {110}
Paralelo à um eixo (cortando 2), caracterizam sistemas
de escorregamento/deslizamento
54
FAMÍLIA DE PLANOS {111}
Intercepta os 3 eixos, caracterizam os
sistemas de escorregamento/deslizamento.
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Deformação em
metais envolve
deslizamento de
planos atômicos.
Empilhamento envolve
planos atômicos.
58
PLANOS CRISTALINOS…são importantes?
-Métodos de difração (com raio X) por difratômetros podem:
-Determinar a estrutura cristalina- pelas distâncias entre planos
paralelos do reticulado cristalino e seus ângulos
-.
· Determinar a deformação plástica- que ocorre pelo deslizamento
dos átomos, uns sobre os outros no cristal do meta (no forjamento).
· Permitir percepção dos movimentos dos elétrons- em
determinados planos a estrutura atômica acelera ou reduz a
velocidade dos elétrons conforme a posição do plano.
análogo à difração
de ondas na água.
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DETERMINAÇÃO DA ESTRUTURA
CRISTALINA POR DIFRAÇÃO DE RAIO X
Quando um feixe de raios-X incide num cristal, ele é
espalhado (difração) pela nuvem eletrônica dos
átomos como se fosse um grande número de planos
imaginários que cortam o cristal.
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DIFRAÇÃO DE RAIOS X
LEI DE BRAGG
é o comprimento de onda
d é a distância interplanar
ângulo de incidência
N é um número inteiro de ondas
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Detector
Fonte
Amostra
• T= fonte de raio X
• S= amostra
• C= detector
• O= eixo no qual a amostra e o detector giram
DIFRATOMÊTRO
DE RAIOS X
Quando um feixe de Raios-X é dirigido a um material cristalino, esses
raios são difratados pelos planos dos átomos dentro do cristal e a
medida dos ângulos de difração dos raios emergentes podem determinar
a distância dos átomos no cristal e conseqüente/e a estrutura cristalina.
DIFRATOMÊTRO DE RAIOS X
ARRANJO CRISTALINO
Cristais são sólidos c/ arranjos
de átomos que podem ser descritos
por funções matemáticas e representados por figuras
geométricas com distribuição de densidade (reticulados
tridimensionais que representam as células unitárias).