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1 2 3 Autoria: O Professor Igor de Andrade Ximenes é Enfermeiro pela Faculdade LS; Pedagogo pela Faculdade da terra de Brasília; Especialista em urgência e emergência, saúde mental e psiquiatria e saúde coletiva com ênfase em vigilância sanitária pela Faculdade Faveni; Especialista em UTI pela FACULDADE SENAC Especialista em docência do ensino superior pela faculdade IESA, Mestre em Ciências da Educação pela Universidade Gama Filho – UGF. No âmbito da docência, tem experiência como preceptor e orientador de estágio, professor de graduação e pós-graduação; na área clínica, atua nas áreas de Unidade de Terapia intensiva e Urgência e Emergência. O primeiro projeto de pesquisa que participou, na graduação, foi de depressão na terceira idade e o processo de resiliência e desde aquela época, mantêm o interesse no estudo do comportamento humano e seus sistemas. 4 Sumário INTRODUÇÃO À BIOSSEGURANÇA 6 NORMAS DE BIOSSEGURANÇA 7 SEIS METAS INTERNACIONAIS DE SEGURANÇA DO PACIENTE 8 Meta 1 – Identificação Correta dos Pacientes 8 Meta 2 – Comunicação Efetiva 8 Meta 3 - Melhorar a Segurança dos Medicamentos de Alta Vigilância 8 Meta 4 – Cirurgia Segura 8 Meta 5 - Redução do risco de infecções associadas aos cuidados em saúde 9 Meta 6 – Prevenção de danos decorrentes de quedas 9 CIPA – NR05 10 ENFERMAGEM DO TRABALHO 11 Enfermeiro do Trabalho 11 Técnico de Enfermagem do Trabalho 12 Ações do Técnico de Enfermagem do Trabalho: 12 EPI- NR06 13 O QUE É? 13 ERGONOMIA – NR17 15 DIAGNÓSTICO DA LER/DORT 15 TRATAMENTO DA LER/DORT 16 PREVENÇÃO DA LER/DORT 16 LOMBALGIA 17 VARIZES 17 HIGIENE OCUPACIONAL 18 COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE DE TRABALHO 18 CAT com Perfuro-cortantes: 18 NOTIFICAÇÃO DAS DOENÇAS DO TRABALHO 19 Condições Inseguras 19 5 Atos Inseguros 19 Prevenção da falha humana: 20 Prevenção 20 Prevenção primária – 21 Prevenção secundária 21 Prevenção terciária 21 Saúde mental do trabalhador 21 INFECÇÃO 21 Infecção do RN: 21 Infecção Cruzada: 22 Métodos de controle da Infecção Hospitalar: 22 ASSEPSIA E ANTISSEPSIA 22 Assepsia 22 Antissepsia 22 IRAS 23 COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (CCIH) 25 Quais as principais atribuições da CCIH? 25 HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS 26 Preparação Alcoólica 27 Contato com a pele 27 TIPOS DE PRECAUÇÃO 27 PRECAUÇÃO PADRÃO 28 HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS 28 LUVAS 28 AVENTAL 29 MÁSCARA, ÓCULOS, PROTETOR FACIAL 29 PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM PERFUROCORTANTES 29 Padrão de resistência de micro-organismos a serem mantidos em precaução de contato Bactéria Padrão: _ 30 Transporte do Paciente 31 PRECAUÇÕES RESPIRATÓRIAS 31 PRECAUÇÕES RESPIRATÓRIAS PARA GOTÍCULAS - PG 32 QUARTO PRIVATIVO 32 MÁSCARA 33 TRANSPORTE DO PACIENTE 33 6 PRECAUÇÃO PARA AEROSSÓIS 34 QUARTO PRIVATIVO 35 MÁSCARA 35 TRANSPORTE DO PACIENTE 35 Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde 35 Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde 35 Gerenciamento Interno: 36 Condutas importantes a serem adotadas na coleta e transporte internos 37 Tratamento de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde 38 Cuidados necessários ao manusear os resíduos infectantes - grupo "A" 38 Disposição final dos resíduos produzidos em serviços de saúde 39 7 CONCEITO DE HIGIENE Higiene é Conjunto de técnicas e conhecimentos utilizados para evitar doenças e prolongar a vida. Todo profissional de enfermagem deve ter como responsabilidade promover a higiene de seus pacientes, promoverem também a adoção nas suas diferentes fases da vida (recém-nascido, pré-escolar, adolescência, adulto e terceira idade), incentivando sempre ao auto-cuidado, respeitando a privacidade e a vontade do paciente para que não cause constrangimento e desrespeite a vontade do cliente. Higiene Oral: Promoção e manutenção da higiene da boca e dos dentes são fundamentais para a saúde e conforto do seu paciente. Certas condições patológicas provocam irritação e lesões da mucosa oral, estes casos requerem uma maior freqüência da higiene oral, esta compreende: Limpeza dos dentes, gengivas, bochechas, língua e lábios. Higiene Corporal: Chamada também como higiene individual, conjunto de técnicas e conhecimentos utilizados para evitar doenças e realizar a manutenção do cuidado corpóreo do indivíduo. Higiene Coletiva: Conjunto de técnicas e conhecimentos utilizados por uma coletividade a fim de evitar doenças e prolongar a vida de todos em comum. CONCEITO DE PROFILAXIA Profilaxia é Conjunto de medidas que têm por finalidade prevenir ou atenuar as doenças, suas complicações e conseqüências. São medidas diversas que incluem desde procedimento simples como lavar as mãos até mais complexos ou que incluem usos de antibióticos e medicamentos, variando de acordo com a doença a se prevenir. CONCEITO DE SAÚDE X DOENÇA Segundo a OMS - Organização Mundial da Saúde, saúde é um estado completo de bem estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças. E doença é a falta ou perturbação da saúde, levando a um distúrbio funcional, um desequilíbrio do organismo. EXPOSIÇÃO AO RISCO As atividades em estabelecimentos de saúde expõem os trabalhadores não só aos riscos comuns a outros grupos profissionais, como também a riscos específicos da sua atividade. Segundo a Portaria do Ministério do Trabalho nº 3214 de 08/06/1978, o agente de risco consiste em “qualquer componente de natureza física, química, 8 biológica que possa comprometer a saúde do Homem, dos animais, do ambiente ou qualidade dos trabalhos desenvolvidos”. O risco elevado proporciona a possibilidade de acidentes além de funcionar como limitador da saúde dos usuários, contribuindo, ainda que indiretamente, para o surgimento de doenças (CARDOSO, 2005). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), risco é considerado “Um acontecimento fortuito, independente da vontade humana, provocada por uma força externa agindo rapidamente, manifestando-se por um dano corporal ou mental”. Os riscos são classificados em cinco principais grupos, são eles: Riscos físicos: relacionado às diversas formas de energia, como ruídos, vibrações, radiações ionizantes e não ionizantes, frio, calor, pressões anormais e umidade. Riscos biológicos: associado ao manuseio ou contato com materiais biológicos e/ou animais infectados com patógenos capazes de produzir efeitos nocivos sobre seres humanos, animais e meio ambiente. Exemplo: vírus, bactérias, parasitas, rickettsias, fungos e bacilos. Frente ao grande risco à saúde que os agentes biológicos conferem ao homem, animais e plantas, o Ministério da Saúde, por meio da Comissão de Biossegurança em Saúde (CBS), classificou tais agentes em classes de 1 a 4, incluindo a classe de risco especial. Os critérios de classificação têm como base aspectos, tais como: virulência, modo de transmissão, estabilidade do agente, concentração e volume, origem do material potencialmente infeccioso, disponibilidade de medidas profiláticas eficazes, disponibilidade tratamento eficaz, dose infectante, tipo de ensaio e fatores referentes ao trabalhador (BRASIL, 2006a). As diferentes classes são, a saber: Classe de risco 1 (baixo risco individual e para a coletividade): inclui os agentes biológicos conhecidos por não causarem doenças em pessoas ou animais adultos sadios. Exemplo: Lactobacillus sp. • Classe de risco 2 (moderado risco individual e limitado risco para a comunidade): inclui os agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos animais, cujo potencial de propagação na comunidade e de disseminação no meio ambiente é limitado, e para os quais existem medidas terapêuticas e profiláticas eficazes. Exemplo: Schistosoma mansoni. Classe deé uma medida muito importante para prevenção das infecções hospitalares e não-hospitalares. Considerando as recomendações da higienização das mãos, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta. I. Após contato com sangue ou secreções. II. Entre um procedimento e outro em pacientes diferentes. Entretanto, não há necessidade quando sítios diferentes no mesmo paciente. III. Antes e após comer, beber, fumar, preparar comidas ou lidar com cosméticos ou usar o sanitário. IV. Antes da colocação de luvas, sendo dispensada após retirada das mesmas. a) Apenas as afirmativas I e III estão corretas b) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas c) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas d) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas 52 e) Apenas as afirmativas III está correta 3. Considerando a higienização das mãos, leia as frases abaixo e a seguir assinale a alternativa correta. I. É a medida individual mais simples e menos dispendiosa para prevenir a propagação das infecções relacionadas à assistência à saúde. II. A Duração do Procedimento deve ser de 10 a 20 segundos. III. A preparação alcoólica para as mãos deve ser utilizada como complemento para a higienização das mãos. IV. A utilização de preparação alcoólica apropriada para as mãos (sob as formas gel, solução e outras) pode substituir a higienização com água e sabonete quando as mãos não estiverem visivelmente sujas. a) As frases I, II, III e IV estão corretas. b) As frases I e IV estão corretas. c) Apenas a frase I está correta. d) As frases I e III estão corretas. 4. A respeito do recipiente coletor de material perfurocortante na sala de vacina, é correto afirmar: a) Quando atingir o limite de 2/3 de sua capacidade total, deve ter o saco plástico interno substituído por outro vazio, manualmente. b) Na ausência de suporte próprio na parede, deve ficar deixado no piso lavável da sala de procedimentos. c) Quando o nível de preenchimento atingir 3/4 (três quartos) da capacidade, deve ser vedado com tampa resistente à punctura, ruptura ou vazamentos e encaminhado ao destino final. d) Todos os recipientes coletores devem ser identificados com o símbolo padronizado e subscrito com o alerta “INFLAMÁVEL” antes da sua destinação final. e) Deve receber para descarte apenas as agulhas desconectadas das seringas, após o reencape manual ou por outra tecnologia apropriada 5. Os Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) classificados como Grupo A são: a) Rejeitos radioativos b) Substâncias químicas c) Riscos biológicos 53 d) Rejeitos comuns e) Materiais perfurocortantes 6. Assinale a alternativa que contemple o grupo ao qual pertencem os resíduos potencialmente infectados. a) D b) A c) C d) B e) E 7. O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) a ser elaborado nas diversas instâncias deverá ter como base os resíduos gerados em suas centrais. Sobre os resíduos resultantes de atividade de vacinação, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta. I. Os resíduos classificados no Grupo D são aqueles resultantes da administração de imunobiológicos que contêm, na formulação, resíduos com micro-organismos vivos atenuados, incluindo frascos de imunobiológicos com expiração do prazo de validade, frascos vazios com restos do produto ou conteúdo inutilizado. II. Os resíduos provenientes de campanhas e de vacinação extramuros ou intensificações, quando não puderem ser submetidos ao tratamento nos locais de geração, devem ser recolhidos e devolvidos às secretarias de Saúde competentes, em recipientes rígidos, resistentes à punctura, ruptura, vazamento com tampa e, devidamente identificados, de forma a garantir o transporte seguro até a unidade de tratamento. III. Os resíduos gerados a partir de atividades da Rede de Frio, como as caixas de poliuretano e/ou poliestireno expandido (isopor), as bobinas reutilizáveis, os papéis e derivados, são classificados no Grupo A1 e devem ser submetidos a tratamento antes da disposição final. Estão corretas as afirmativas. a) II, apenas b) I e II, apenas c) II e III, apenas d) I e III, apenas e) I, II e III 8. De acordo com a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), os materiais perfurocortantes e escarificantes (resíduos do Grupo E) devem ser descartados adequadamente de 54 forma a evitar ferimentos físicos e/ou possível contaminação por agentes patogênicos a seus manipuladores. Sobre o descarte correto dos perfurocortantes está CORRETO o que se afirma em: a) Antes do procedimento de descarte, as agulhas descartáveis devem ser reencapadas manualmente e descartadas juntamente com as seringas. b) As agulhas e seringas resultantes de atividades de vacinação com microrganismos vivos ou atenuados não necessitam ser submetidas a tratamento específico antes da disposição final. c) Os materiais perfurocortantes devem ser descartados separadamente no local de sua geração, imediatamente após o uso ou necessidade de descarte, em recipientes, rígidos, resistentes à punctura, ruptura e vazamento, com tampa e devidamente identificados, sendo expressamente proibido o esvaziamento desses recipientes para o seu reaproveitamento. d) Os recipientes destinados para o descarte de resíduos perfurocortantes devem ser obrigatoriamente descartados somente após terem seu volume totalmente preenchido, não devendo haver espaços vazios em seu interior. 9. As precauções universais, atualmente denominadas precauções básicas, são medidas de prevenção que devem ser utilizadas na assistência a todos os pacientes, independentemente do diagnóstico definido ou presumido de doença infecciosa. a) Certo b) Errado 10. As precauções básicas compreendem equipamentos de proteção coletiva e equipamentos de proteção individual — apetrechos que têm o objetivo de proteger a integridade física dos trabalhadores e pacientes. a) Certo b) Errado 11. A recusa ao uso do equipamento de proteção individual é considerada infração que, na forma da legislação, pode ser punida até mesmo com a dispensa, por justa causa, do trabalhador faltoso. a) Certo b) Errado 12. O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) a ser elaborado nas diversas instâncias deverá ter como base os resíduos gerados em suas centrais. Sobre os 55 resíduos resultantes de atividade de vacinação, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta. I. Os resíduos classificados no Grupo D são aqueles resultantes da administração de imunobiológicos que contêm, na formulação, resíduos com micro-organismos vivos atenuados, incluindo frascos de imunobiológicos com expiração do prazo de validade, frascos vazios com restos do produto ou conteúdo inutilizado. II. Os resíduos provenientes de campanhas e de vacinação extramuros ou intensificações, quando não puderem ser submetidos ao tratamento nos locais de geração, devem ser recolhidos e devolvidos às secretarias de Saúde competentes, em recipientes rígidos, resistentes à punctura, ruptura, vazamento com tampa e, devidamente identificados, de forma a garantir o transporte seguro até a unidade de tratamento. III. Os resíduos gerados a partir de atividades da Rede de Frio, como as caixas de poliuretano e/ou poliestireno expandido (isopor), as bobinas reutilizáveis, os papéis e derivados, são classificados no Grupo A1 e devem ser submetidos a tratamento antes da disposição final. Estão corretas as afirmativas. a) II, apenas b) I e II, apenas c) II e III, apenas d) I e III, apenas e) I, II e III 13. Em relação à Classificação dos Resíduos de Serviços de Saúde estabelecidos pelo Programa de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), assinale a alternativacorreta. a) Grupo A: são medicamentos apreendidos, reagentes de laboratório, resíduos contendo metais pesados. b) Grupo C: são placas e lâminas de laboratório, carcaças, peças anatômicas (membros), tecidos, bolsas transfusionais contendo sangue. c) Grupo D: são sobras de alimentos e do preparo de alimentos, resíduos das áreas administrativas. d) Grupo E: são materiais resultantes de atividades humanas em serviços de medicina nuclear e radioterapia. e) Grupo B: são lâminas de barbear, agulhas, ampolas de vidro, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas, espátulas. 56 14. Sobre o gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde, leia as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta. I. Grupo A: São os materiais perfurocortantes ou escarificantes (seringas, agulhas, bisturis) e todos os utensílios de vidro quebrados. II. Grupo B: São os resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente. III. Grupo C: Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). IV. Grupo E: São os resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção. Estão corretas as afirmativas: a) II e III, apenas. b) I, II, III e IV. c) I e IV, apenas. d) I, II e III, apenas. e) III e IV, apenas. 15. Sobre a coleta e transporte dos Resíduos de Serviços de Saúde, assinale a alternativa correta. a) os recipientes de acondicionamento existentes nas salas de cirurgia e nas salas de parto não necessitam de tampa para vedação. b) para armazenamento temporário é permitida a disposição direta dos sacos sobre o piso ou sobrepiso. c) A coleta deve ser feita separadamente, de acordo com o grupo de resíduos e em recipientes específicos a cada grupo de resíduos. d) O veículo coletor deve sofrer limpeza e desinfecção simultânea em postos de abastecimento comuns, ao fim de cada turno de trabalho. e) é vedado, em quaisquer circunstâncias, o encaminhamento direto ao armazenamento para coleta externa, dispensando assim o armazenamento temporário. 16. Sobre termos e definições utilizados no manejo dos resíduos sólidos de saúde, assinale a opção incorreta. a) A segregação consiste na operação de separação dos resíduos dos serviços de saúde, no 57 momento de sua geração e de acordo com a sua classificação. b) O acondicionamento refere-se ao ato de embalar ou acomodar os resíduos em sacos plásticos, de acordo com a sua classificação e finalidade de protegê-los e facilitar o trans- porte. c) O armazenamento interno consiste na guarda temporária, dentro da própria unidade geradora, dos resíduos acondicionados em sacos plásticos reutilizáveis que deverão sofrer processo de desinfecção, após serem esvaziados. d) O manuseio consiste na operação de identificação e fechamento de sacos plásticos. e) O abrigo de resíduos refere-se ao local destinado ao armazenamento temporário dos resíduos no aguardo da coleta externa 17. Após a coleta de resíduos acondicionados nas lixeiras (fixas) da unidade geradora de resíduos, estes são encaminhados para um local adequado, determinado pelo PGRSS onde será aguardada a coleta externa. Este local, denominado armazenamento temporário ou sala de utilidade é conhecido como: a) Sala de Resíduos. b) Área de Insumos. c) Sala de Coleta. d) Expurgo. 18. A legislação brasileira de segurança do trabalho considera agentes físicos, químicos e biológicos como riscos ambientais. Para que sejam considerados fatores de riscos ambientais, capazes de causar danos à saúde e à integridade física do trabalhador, estes agentes precisam estar presentes no ambiente de trabalho em determinadas concentrações ou intensidade, suscetibilidade e o tempo máximo de exposição do trabalhador a eles é determinado por limites pré- estabelecidos. São exemplos de agentes físicos e químicos, respectivamente, a) Vibrações e calor. b) Poeiras vegetais e ruído. c) Poeiras alcalinas e névoas. d) Umidade e fumos metálicos. e) Sílica e radiações ionizantes. 19. Biossegurança é uma área que impõe desafios não somente à equipe de saúde, mas também no que se refere ao investimento em pesquisa. O ambiente de trabalho hospitalar tem sido considerado insalubre além de oferecer riscos de acidentes e doenças para os profissionais da saúde. Na prática, nem todos os profissionais de saúde que atuam em ambientes semicríticos ou 58 críticos adotam as medidas de biossegurança necessárias à sua proteção durante a assistência que realizam, o que pode ocasionar agravos à sua saúde e à do cliente sob seus cuidados (CORREA; DONATO, 2007, p.198). Sobre as normas de biossegurança em emergências, analise as assertivas e identifique com V as verdadeiras e com F as falsas. ( ) O risco de acidentes ocupacionais depende, exclusivamente, do tipo de atividade desenvolvida. ( ) O profissional de saúde precisa adotar uma conduta ética à medida que o seu comportamento coloca em situação de risco aquele que é seu objeto do cuidado. ( ) Acidentes com materiais perfurocortantes são os mais frequentes e medidas preventivas para devem ser estendidas a todos os trabalhadores da área da saúde. A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a) F F V b) F V V c) V V V d) V F V e) V V F 20. Julgue o item a seguir, referente a infecção hospitalar. O programa de controle de infecção hospitalar compreende um conjunto de ações desenvolvidas com o objetivo de reduzir ao máximo possível a incidência de infecções hospitalares. a) Certo b) Errado 21. Julgue o item a seguir, referente a infecção hospitalar. Em ambiente hospitalar, o uso de solução alcoólica para a higienização das mãos (álcool em gel) pode substituir o uso de lavatórios ou pias com água corrente em dias de racionamento no fornecimento de água público. a) Certo b) Errado 22. Julgue o item a seguir, referente a infecção hospitalar. Durante a higienização das mãos, é importante que o visitante mantenha adornos como anéis e alianças nos dedos, para garantir que tanto a pele quanto os acessórios estarão livres de contaminantes após o contato com a água ou com o álcool. 59 a) Certo b) Errado 23. As infecções hospitalares são todas as infecções adquiridas durante a internação hospitalar ou então relacionadas a algum procedimento realizado no hospital, podendo inclusive se manifestar após a alta. Essas infecções aumentam a morbidade, o tempo de internação e os custos. Leia as afirmativas a seguir. I. Atualmente o termo infecção hospitalar está sendo substituído por Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS). II. Essa mudança abrange não só a infecção adquirida no hospital, mas também aquela relacio- nada a procedimentos feitos em ambulatórios, durante os cuidados domiciliares e à infecção ocupacional adquirida por profissionais da saúde. III. A ocorrência de infecção não depende das condições clínicas do paciente, da virulência e inoculo dos microorganismos e de fatores relacionados à internação. Assinale a alternativa correta: a) as afirmativas I, II e III estão corretas b) apenas a afirmativa I está correta c) as afirmativas I e II estão corretas d) apenas a afirmativa III está correta e) as afirmativas I e III estão corretas 24. A infecção hospitalar, principalmente a causada por bactérias multirresistentes, é um problema que vem crescendo diariamente. Sua prevenção e controle exigem um Sistema de Controle de Infecção Hospitalar equipado, atuante e competente, capaz de planejar e implantar as medidas adequadas a cada situação. Quanto às precauções e medidas de isolamento, assinale aalternativa correta: 60 a) Precauções Padrão – Devem ser estendidas a todos os pacientes internados, independente do diagnóstico. b) Precauções Contato - Indicadas para doenças transmitidas por partículas 5μ) expelidos na tosse, conversa, espirros, etc, sendo alguns exemplos os casos de meningite, coqueluche e rubeola. e) Precauções Expandidas – Devem ser estendidas a todos os pacientes internados, indepen- dente do diagnóstico, substituindo as precauções-padrão.risco 3 (alto risco individual e moderado risco para a comunidade): inclui os agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão por via 9 respiratória e que causam patologias humanas ou animais, potencialmente letais, para as quais existem usualmente medidas de tratamento e/ou de prevenção. Representam risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de pessoa a pessoa. Exemplo: Bacillus anthracis. Classe de risco 4 (alto risco individual e para a comunidade): inclui os agentes biológicos com grande poder de transmissibilidade por via respiratória ou de transmissão desconhecida. Até o momento não há nenhuma medida profilática ou terapêutica eficaz contra infecções ocasionadas por estes. Causam doenças humanas e animais de alta gravidade, com alta capacidade de disseminação na comunidade e no meio ambiente. Esta classe inclui principalmente os vírus. Exemplo: Vírus Ebola. Classe de risco especial (alto risco de causar doença animal grave e de disseminação no meio ambiente): inclui agentes biológicos de doença animal não existentes no País e que, embora não sejam obrigatoriamente patógenos de importância para o homem, podem gerar graves perdas econômicas e/ou na produção de alimentos. MAPA DE RISCO O mapa de risco consiste em uma representação gráfica dos fatores existentes no local de trabalho, capazes de interferir na saúde do trabalhador, como os acidentes e doenças de trabalho. A partir de uma planta baixa do local de trabalho, são levantados todos os tipos de riscos, simbolizados por círculos de tamanhos diferentes, de acordo como grau de perigo: pequeno (diâmetro de 2,5cm); médio (diâmetro de 5cm); e grande (diâmetro de 10cm) e agrupados por cores correspondentes ao tipo de agente químico (figura 1). O mapa deve ser colocado em um local visível para alertar aos trabalhadores sobre os perigos existentes na área e, quando no mesmo local houver incidência de mais de um risco de igual gravidade, deve-se utilizar o mesmo circulo, dividindo-o em partes, pintando-as com cor correspondente ao risco. 10 Figura 1 Cores usadas no Mapa de Risco e Tabela de Gravidade. Fonte: www.google.com.br Como elaborar um Mapa de Risco: As etapas da Elaboração do Mapa de risco são: 1. Conhecer os setores/seções da empresa (o que é e como produz. Para quem e quanto produz?); 2. Fazer fluxograma (desenho de todos os setores da empresa e das etapas de produção); 3. Listar todas as matérias-primas e os demais insumos (equipamentos, tipo de alimentação das máquinas etc) envolvidos no processo produtivo; 4. Listar todos os riscos existentes, setor por setor, etapa por etapa (se forem muitos, priorizarem aqueles de que os trabalhadores mais se queixam e que geram doenças ocupacionais ou do trabalho, comprovadas ou não). Riscos ergonômicos: qualquer fator que possa interferir nas características psicológicas e fisiológicas do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde. Exemplo: monotonia, posturas incorretas, ritmo de trabalho intenso, fadiga, preocupação, trabalhos físicos pesados e repetitivos. Riscos de acidentes / mecânicos: risco de ocorrência de um caso negativo do qual resulta uma lesão pessoal ou dano material. Os acidentes mais comuns são as queimaduras cortes e perfurações. Exemplo: arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos sem proteção, ferramentas inadequadas ou defeituosas, iluminação inadequada, eletricidade, probabilidade de incêndio ou explosão, armazenamento inadequado, animais peçonhentos e ausência de sinalização. http://www.google.com.br/ 11 Riscos químicos: exposição de agentes ou substâncias químicas na forma líquida, gasosa ou particulada, presentes nos ambientes ou processos de trabalho, que consigam atingir o organismo através via respiratória, por contato ou absorção da pele ou ingestão. Exemplo: poeiras minerais, poeiras vegetais, poeiras alcalinas, fumos metálicos, névoas, neblinas, gases, vapores e produtos químicos diversos. Os rótulos devem conter informações necessárias para que o produto seja manuseado com toda a segurança possível, conforme descrito no Quadro 1. Não se recomenda a reutilização de frasco de um produto para guardar algum outro diferente, ou até mesmo colocar outra etiqueta sobre a original, podendo causar algum tipo de acidente. Como os profissionais da saúde manipulam várias substâncias e compostos químicos, os efeitos tóxicos, carcinogênicos, teratogênicos e mutagênicos devem ser sempre cuidadosamente calculados e evitados. Tais atitudes impedem a maioria dos acidentes decorrentes de descuido, descaso, pressa e condições precárias de trabalho. Quadro 1 Símbolos de Risco e suas respectivas definições. Fonte: www.google.com.br http://www.google.com.br/ 12 INTRODUÇÃO À BIOSSEGURANÇA A Biossegurança consiste no conjunto de ações de prevenção, diminuição ou eliminação de riscos que possam comprometer a saúde das pessoas, do ambiente ou da qualidade do trabalho desenvolvido (HINRICHSEN, 2009). Trata-se de um processo funcional e operacional de grande importância na saúde, pois aborda não só medidas de Controle de Infecções para proteção da equipe de assistência a usuários em saúde, como também possui papel consiste na promoção da consciência sanitária e preservação do meio ambiente no que diz respeito à manipulação e descarte de resíduos químicos tóxicos e infectantes, reduzindo os riscos à saúde e acidentes ocupacionais. O interesse pela área é observado pelo crescente número de regulamentações nacionais e internacionais para controle dos procedimentos de biotecnologia. Diversas normas já foram implementadas, preconizando a diminuição da exposição de trabalhadores a riscos e a prevenção de contaminação ambiental, melhorando significativamente a segurança em ambientes laboratoriais e principalmente o manuseio de materiais microbiológicos (HAMBLETON et al., 1992) Em 2002, foi criada a comissão de Biossegurança em Saúde (CBS) no âmbito do Ministério da Saúde, com o objetivo de definir estratégias de atuação, avaliação e acompanhamento das ações de Biossegurança, procurando sempre o melhor entendimento entre o Ministério da Saúde e as instituições que lidam com o tema (BRASIL, 2006b). Embora haja um trabalho consistente para a prática da Biossegurança e também uma legislação que a regulariza e dá diretrizes, as infecções frequentemente ocorrem sugerindo que as regras de Biossegurança nem sempre eficientes ou aplicadas corretamente. Há necessidade, portanto, de são um maior número de trabalhos informativos acerca do tema (KIMMAN et al., 2008). 13 NORMAS DE BIOSSEGURANÇA Algumas regras e procedimentos de segurança são fundamentais para eliminar ou minimizar os acidentes relacionados aos serviços de saúde. A prevenção é o melhor caminho para evitar a contaminação e deve servir não só para o profissional, mas também para o paciente, o pessoal auxiliar e o local de trabalho. A contaminação e infecção cruzada são riscos constantes e todo profissional precisa estar atentos aos perigos, observando a necessidade de institucionalização de protocolos específicos, relativos à biossegurança (CONRADO, 2008; KIMMAN et al., 2008). A execução constate de determinadas regras é capaz de garantir uma boa segurança e diminuir os possíveis riscos. Assim, para desempenhar suas funções de forma tranqüila, recomenda-se adotar as seguidas regras: Não estando em uso, manter todos os frascos com material infectante fechados; Não se deve colocar materiais contaminados na superfície do balcão de trabalho, nemdescartá-los na pia; Não produzir aerossol desnecessariamente; Não pipetar com a boca; Não comer, beber ou fumar no ambiente de trabalho, assim como não estocar comidabebida nos refrigeradores ou locais de área técnica; Não levar luvas para fora da área de trabalho,e lavar as mãos antes de sair da unidadede trabalho; Vestir jalecos no local de trabalho e trocá-los antes de sair; Desinfetar os balcões ao final do dia; Cobrir cortes principalmente das mãos; Evitar perfurações com agulhas e outros objetos pontiagudos, principalmente os sujoscom sangue; Não sobrecarregar fichários, nem deixar gavetas abertas em área de circulação; Não abrir portas ou pegar em objetos com a mão enluvada utilizada no paciente. 14 SEIS METAS INTERNACIONAIS DE SEGURANÇA DO PACIENTE O CETEP adota as 6 Metas Internacionais de Segurança do Paciente, estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e preconizadas pela Joint Commisssion International (JCI). Meta 1 – Identificação Correta dos Pacientes Identificar corretamente cada paciente atendido no hospital é o primeiro passo para uma assistência segura. Utilizamos dois identificadores: nome completo e data de nascimento. A identificação correta do paciente é um dos primeiros cuidados para uma assistência segura. Essa ação é o ponto de partida para a correta execução das diversas etapas de segurança em nossa instituição. Meta 2 – Comunicação Efetiva Uma assistência segura depende de uma comunicação eficaz entre os profissionais de saúde e entre setores, garantindo de forma oportuna, completa e clara, a transmissão de informações que irão favorecer a continuidade do cuidado. Meta 3 - Melhorar a Segurança dos Medicamentos de Alta Vigilância Erros de medicação representam uma ameaça à segurança dos pacientes. Medicações de Alta Vigilância são assim consideradas por representarem um risco ainda maior se administradas de forma equivocada. Estes medicamentos precisam ser gerenciados de maneira diferenciada dos demais, contemplando o processo de armazenamento, prescrição, dispensação, administração e monitoramento dos efeitos após administração. Os 9 “certos” para a administração de medicações: • Paciente Certo • Medicamento certo • Dose Certa • Via Certa 15 • Horário certo • Registro certo • Ação certa • Forma farmacêutica certa • Monitoramento certo Meta 4 – Cirurgia Segura A Organização Mundial da Saúde estabeleceu diretrizes para promover a segurança durante procedimentos cirúrgicos, definindo etapas e responsabilidades para toda equipe multiprofissional. Para tanto, há um conjunto de ações realizadas, desde o agendamento cirúrgico até o período pós- operatório. O objetivo é garantir que o procedimento seja realizado conforme o planejado, atendendo aos cinco certos: Paciente. Procedimento. Lateralidade (lado a ser operado, quando aplicável). Posicionamento. Equipamentos. Meta 5 - Redução do risco de infecções associadas aos cuidados em saúde A prevenção e o controle de infecções são grandes desafios na maioria das instituições de saúde. A principal atividade para a prevenção e eliminação de infecções é a higiene adequada das mãos. As diretrizes de higiene das mãos baseadas em evidências estão disponíveis na Organização Mundial da Saúde (OMS), nos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) e em várias outras organizações nacionais e internacionais. 16 O CETEP adere aos 5 momentos para higiene das mãos: Meta 6 – Prevenção de danos decorrentes de quedas Quedas em ambientes hospitalares podem causar danos aos pacientes. O Instituto avalia individualmente todos os pacientes e identifica aqueles que apresentam uma propensão maior a sofrerem quedas, em função das condições clínicas atuais ou de fatores predisponentes. Diante do risco identificado, os profissionais adotam medidas preventivas e orientam pacientes e acompanhantes. Além disso, a Instituição conta com um ambiente hospitalar que visa minimizar os riscos, disponibilizando mobiliários adequados e estrutura física planejada. 17 CIPA – NR05 Tem como objetivo principal a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanente o trabalho com a preservação da vida e a promoção de saúde do trabalhador. Obrigatória em empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas e outras que admitam trabalhadores como empregados. É composta de representantes do empregador e dos empregados, escolhidos pelos funcionários por eleição direta por meio de filiação sindical de empregados interessados no cargo. O mandato tem duração de 1 ano, sendo permitida a reeleição. O empregador delegará o representante da empresa para ser o presidente da CIPA e os funcionários escolhem o vice- presidente entre os titulares. A CIPA tem por atribuições: Identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de riscos. Elaborar o plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança de saúde no trabalho. Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho. Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando a identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores. Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho. Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras. Promover anualmente em conjunto com o SESMT a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT. Participar anualmente em conjunto com a empresa de campanhas de Prevenção da AIDS. Promover reuniões mensais, durante o expediente e em local apropriado. Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas se houver a denúncia de situação de risco grave e iminente, na presença de acidentes de trabalho graves ou fatais. 18 A empresa deve promover treinamentos para os membros da CIPA, titulares e suplentesantes da posse. ENFERMAGEM DO TRABALHO A equipe de enfermagem do trabalho é composta por técnico de enfermagem, enfermeiro do trabalho e médico do trabalho. Está intimamente ligado ao serviço de ambulatório da empresa. Enfermeiro do Trabalho Tem as seguintes funções: assistencial, administrativas e educativas. Assistencial: Conjunto de atividades que visam atender as necessidades de promoção, prevenção e recuperação da saúde do trabalhador. Coordenar, avaliar e executar atividades de enfermagem nas avaliações de saúde, nasurgências e em procedimentos diversos. Prescrever na ausência do médico, os medicamentos autorizados pelo ServiçoEspecializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT). Elaborar e executar planos e ações relativas à prevenção. Realizar consultas de enfermagem. Identificar os trabalhos de alto risco e prestar a assistência adequada. Aplicar a vigilância epidemiológica. Organizar e fiscalizar o programa de imunização da empresa. Supervisionar todos os trabalhos de assistência de enfermagem. Prevenção de IST’s. Planejamento familiar. Supervisionar o uso de EPI’s. Administrativas: São as tarefas relativas à previsão, organização, direção e controle das atividades da área. Elaborar projetos de reformas no serviço de saúde. Planejar, participar e implantar o serviço de saúde ocupacional. Elaborar fluxograma para atendimento dos trabalhadores. Dirigir os serviços de enfermagem do trabalho. 19 Elaborar normas e rotinas. Dimensionar recursos humanos. Organizar programas de educação continuada. Realizar reuniões periódicas com a equipe. Solicitar e controlar o estoque dos recursos materiais. Educativas: Atividades relacionadas com a educação dos trabalhadores relativas à promoção, manutenção e recuperação dos trabalhadores. Treinaros trabalhadores para os primeiros socorros. Participar de atividades educativas em toxicologia para os trabalhadores. Adolescente um trabalho educativo e preventivo nas comissões internas de prevençãode acidentes. Técnico de Enfermagem do Trabalho Após realizar o curso de técnico, devidamente registrado no COREN há uma especialização de Técnico de Enfermagem do Trabalho, segundo a NR – 3 do Ministério do Trabalho que informa que estão devidamente aptos a exercer a função. Nas empresas tem aspecto preventivo e nas atividades de urgência e emergência. O mesmo deve conhecer a empresa e os riscos laborais a qual estão expostos, buscando informações de como atuar na promoção de educação e orientação no trabalho. Ações do Técnico de Enfermagem do Trabalho: Executar as atividades de nível médio atribuídas a ele, sob orientação e supervisão doEnfermeiro. Observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas do estado de saúde dos trabalhadores, ao nível de sua competência. Preparar o ambiente de trabalho, verificando se estão em ordem os materiais eequipamentos para a realização das atividades da equipe de saúde. Manter em ordem os materiais e equipamentos usados. Auxiliar o Enfermeiro nos exames diagnósticos. Preparar o cliente para consultas e exames. 20 Executar tratamentos prescritos ou de rotina, administrar medicamentos, realizar curativos, oxigenoterapia, nebulização, aplicação de calor ou frio, aplicação de vacinas, colher materiais para exames, além de outras atribuições. Cuidados de higiene e conforto. Aconselhamento em matérias de saúde. Prestar atendimentos de primeiros socorros. Manter em ordem arquivos e prontuários. Participar de programas de prevenção de acidentes, motivando o trabalhador a sempreter segurança em seu ambiente de trabalho. Fazer visitas domiciliares ou hospitalares em casos de acidentes de trabalho. EPI- NR06 O QUE É? A Norma Regulamentadora 06 (Equipamento de Proteção Individual) estabelece várias obrigações — tanto para o empregador quanto para o empregado — todas com a finalidade de preservar a segurança e o conforto em todos os postos de trabalho. Ela foi aprovada junto a outras NRs em 8 de junho de 1978, figurando, assim, entre algumas das várias diretrizes da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e incluindo diversos pontos que serão explicados a seguir. Independentemente do tipo de risco ao qual o colaborador esteja exposto, segundo essa norma, é obrigatório para a empresa fornecer todos os equipamentos de proteção individual para seus trabalhadores. Vale destacar, também, que esse fornecimento deve ocorrer de forma totalmente gratuita, ou seja, é proibido descontar o salário do empregado sob a justificativa de disponibilização de EPIs. Alguns exemplos de EPIs incluem: 21 DISPOSIÇÕES GERAIS 22 ERGONOMIA – NR17 Esta norma visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. Cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho. A ergonomia adota critérios de avaliação, quantificação, e condutas necessárias, abordando aspectos como risco biomecânico, risco patológico, risco psicológico, conforto térmico, conforto acústico, conforto visual, organização do trabalho, dentre outros necessários a demanda ergonômica. O programa de ergonomia visa proporcionar ao trabalhador ambientes de trabalho com conforto e segurança à integridade física, conseqüentemente aumento de produtividade, redução do número de acidentes e afastamentos, redução do número de faltas ao serviço, além da valorização profissional dos trabalhadores. LER - Lesões por Esforços Repetitivos e DORT - Distúrbios Osteo-musculares Relacionados ao Trabalho, sendo doenças caracterizadas pelo desgaste de estruturas do sistema músculo-esquelético que atingem várias categorias profissionais. Os principais sintomas são: Dor localizada, irradiada ou generalizada, Desconforto, Fadiga, Sensação de peso, Formigamento, Dormência, Sensação de diminuição de força, Inchaço, Enrijecimento muscular, Choques nos membros e Falta de firmeza nas mãos. Nos casos mais crônicos e graves, pode ocorrer: Sudorese excessiva nas mãos e Alodínea (sensação de dor como resposta a estímulos não nocivos em pele normal). 23 DIAGNÓSTICO DA LER/DORT Exames complementares podem ser solicitados para esclarecer o diagnóstico, incluindo: Radiografias, Ecografias, Eletroneuromiografia, Ressonância magnética, Exames laboratoriais para condições reumáticas, dentre outros. TRATAMENTO DA LER/DORT Medidas ergonômicas visam à melhoria do espaço físico e dinâmico de trabalho que não induzam ao desenvolvimento do LER – DORT. Por vezes, pequenas adaptações fazem grandes diferenças. As pausas programadas podem ser consideradas atitudes ergonômicasbenéficas. Exercícios físicos são benéficos e incluem tanto exercícios aeróbicos, como exercícios de alongamento. Fisioterapia é muitas vezes empregada na redução da dor e na recuperação da função e dos movimentos do membro afetado pelo LER – DORT. Medicamentos antiinflamatórios e analgésicos são utilizados para alívio da dor aguda e crônica da LER - DORT. Devem ser utilizados com cautela e recomendação médica. Medicamentos corticóides são antiinflamatórios mais potentes, porém com mais efeitos colaterais, merecendo atenção médica redobrada. Medicamentos antidepressivos e outros agentes com ação no sistema nervoso central são utilizados em quadros de dores crônicas provocadas pela LER – DORT ou quando associadas aos sintomas de humor e/ou ansiedade. Intervenção cirúrgica é indicada para casos associados a más formações e deformidades osteomusculares irreversíveis ao tratamento medicamentoso. PREVENÇÃO DA LER/DORT ● Identifique tarefas, ferramentas ou situações que causam dor ou desconforto e conversesobre elas com os profissionais da Comissão de Saúde Ocupacional e com sua chefia. Faça revezamento nas tarefas. Procure aprender outras tarefas que exijam outros tipos de movimento. 24 Faça pausas obrigatórias de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados, evitandoultrapassar 6 horas de trabalho diário de digitação. Auxilie na identificação das posições incorretas e forçadas no trabalho. Ao mesmotempo, procure dar sugestões sobre o que fazer. Informe claramente à sua chefia quando o tempo determinado para realizar uma tarefafor reduzido. Diante dos sintomas de dor ou formigamento nos membros superiores, procure ummédico. Procure conhecer os recursos de conforto do seu posto de trabalho. Procure adotar as posturas corretas. Levante-se de tempos em tempos, ande um pouco, espreguice-se, faça movimentoscontrários àqueles da tarefa. LOMBALGIA Dor que acomete a região lombar inferior, lombossacrais ou sacroilíacas da coluna lombar, pode se irradiar para uma ou ambas as nádegas ou para as pernas na distribuição do nervo ciático (dor ciática). VARIZES Degeneração que ao longo do tempo as paredes das veias perdem a elasticidade e firmeza dando origem às varizes. HIGIENE OCUPACIONAL Conhecida como a higiene do trabalho ou industrial, tem como objetivo proporcionar melhor condição de trabalho em ambientes insalubres, proteger e promover a saúde do trabalhador, proteger o meio ambiente. Fases da Higiene Ocupacional: Antecipação de riscos: é a fase onde é realizada a avaliação dos riscos potenciais e estabelecido medidas preventivas antes que ocorra algum risco. Reconhecimento dos riscos: identificação de agentes lesivos existentes. Avaliaçãode riscos: avaliação quantitativa dos agentes reconhecidos no ambiente de trabalho. Controle de riscos: eliminação ou redução de riscos potenciais, avaliados e reconhecidos 25 no ambiente de trabalho. COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE DE TRABALHO Deve ser comunicado a empresa imediatamente, quando possível pelo acidentado ou pelo chefe direto, comunicar ao INSS dentro de 24hs sob pena de multa da previdência social com informações do tipo de acidente, local, hora do acidente, testemunhas, material que infectou. CAT com Perfuro-cortantes: Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL 1996), as quimioprofilaxias contra HBV e HIV devem ser iniciadas até duas horas após o acidente. Em casos extremos, pode ser realizada até 24 a 36 horas depois. Lave exaustivamente com água e sabão o ferimento ou a pele exposta ao sangue ou líquido orgânico. Lave as mucosas com soro fisiológico ou água em abundância; não provoque maior sangramento do local ferido e não aumente a área lesada, a fim de minimizar a exposiçãoao material infectante. O uso de antissépticos tópicos do tipo PVPI ou álcool 70% pode ser adotado. Não é recomendada a utilização de agentes cáusticos ou injeção de antissépticos. Dirija-se imediatamente ao Centro de Referência no atendimento de acidentes ocupacionais com material biológico de sua região. Nesse local, deverá ser comunicado o fato ao Técnico de Segurança do Trabalho, preenchido o inquérito de notificação e emitida a Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT. O ideal é que o acidentado e as condições doacidente sejam avaliados por uma equipe multiprofissional. Leve sua carteira de vacinação ou informe sobre seu estado vacinal e dados recentes desua saúde, sorologias anteriores. Obtenha o maior número possível de informações sobre o paciente fonte, juntamentecom a anamnese. Coleta de sangue do paciente fonte para análise. O profissional acidentado, em uso de quimioprofilaxia antiretroviral. Realizar sorologias no momento da contaminação (ELISA – exame convencional deteste rápido), três meses depois e seis meses após o acidente. NOTIFICAÇÃO DAS DOENÇAS DO TRABALHO Acidentes de trabalho: conforme o Artigo 19 da Lei 8213/91, Decreto 3048/99 é considerado como acidente de trabalho o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da 26 empresa, com o segurado empregado, que provoca lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Condições Inseguras – são condições que são ligadas ao objeto com os quais lidamos ou dos quais dependemos para o desenvolvimento das atividades laborais. Ex.: Iluminação inadequada; Deficientes condições sanitárias; Máquinas em condições ruins; Matéria prima inadequada; Falta de qualificação profissional; EPI inadequado; Carga horária; Falhas administrativas; Falhas no treinamento. Atos Inseguros – é todo ato capaz de provocar algum dano ao trabalhador, a terceiros ou a maquinas e utensílios. Ex.: Trabalhador embriagado; Usar equipamentos defeituosos; Lentidão; Sono, fadiga; Ganhar tempo; Manipulação indevida de máquinas e equipamentos; Não usar EPI ou usar inadequadamente; Brincadeiras ou exibicionismo; Distração; Repetitividade; Negligência; Imperícia; Autoconfiança; Desmotivação. Prevenção da falha humana: Treinamento adequado; Demonstração do funcionamento dos equipamentos; 27 Seleção adequada dos funcionários para diversas funções; Reciclagem; Reuniões periódicas com os funcionários; Checagem dos funcionários em treinamento e reciclagem; Acompanhamento dos funcionários novos; Remanejamento dos funcionários descontentes; Controle dos fatores estressantes; Supervisão de todos os funcionários; Fixação de cartazes com orientações do dia a dia. Prevenção Prevenção primária – Ensino e orientação de grupos de trabalhadores, em relação à alimentação, hidratação, repouso, exercícios, postura, funcionamento de órgãos e sistemas, vida sexual, recreação, higiene e profilaxia, distribuição de materiais educativos. Todas as ações voltadas para a prevenção de qualquer dano a saúde do trabalhador (Vacinação). Prevenção secundária – Consulta e atendimento de enfermagem relacionados aos agravos da saúde, prestação e cuidados de enfermagem nas emergências e nos problemas graves, encaminhando o profissional à um atendimento mais apropriado quando necessário. Ações que visam evitar uma seqüela irreversível e a recuperação o mais rápido possível do profissional (Controle de Pressão Arterial). Prevenção terciária – Assistência aos portadores de seqüelas, produzidas pelas condições de trabalho, reintegração física, mental e social do trabalhador ao seu ambiente ocupacional. Ações voltadas para a reabilitação (Fisioterapia). Saúde mental do trabalhador Tanto o estresse como a depressão estão relacionados com a saúde mental do trabalhador. Vivemos numa sociedade capitalista e que sem o nosso trabalho não podemos ter o que almejamos, o trabalho é cada vez mais indispensável ao trabalhador. Ambientes agitados com alto grau de competitividade acabam levando o trabalhador a um sofrimento que irá desencadear mais cedo ou mais tarde em alguma patologia. Faz-se necessário que o empregador tenha a preocupação com a saúde mental do trabalhador, garantindo assim, uma maior produtividade. 28 INFECÇÃO Resposta inflamatória provocada pela invasão ou presença de microrganismos em tecidos orgânicos. Infecção Comunitária: Constatada ou incubada no ato da admissão hospitalar do paciente, desde que não seja relacionada com a internação anterior. Pode ser também as complicações ou a extensão da infecção já presente na admissão hospitalar. Infecção do RN: por aquisição transplacentária ou via vertical descoberta logo após o nascimento Ex.: Herpes simples, Toxoplasmose, rubéola, sífilis e AIDS. Infecção Cruzada: é a infecção ocasionada pela transmissão de um microorganismo de um paciente para o outro, geralmente pelo pessoal, ambiente ou instrumento contaminado. Métodos de controle da Infecção Hospitalar: Evitar jóias, cabelos soltos, manter jaleco sempre abotoado, unhas sempre curtas. Lavagem correta das mãos a cada procedimento. Uso correto de EPI’s equipamentos de proteção individual: luvas, óculos de acrílico, máscara facial, avental impermeável, gorro, propé. Precauções, são aquelas usadas quando houver contato direto ou indireto com uma situação de risco de contaminação, existem três precauções: precaução padrão, de contato e respiratória. ASSEPSIA E ANTISSEPSIA Muitas vezes, temos a impressão de que determinadas palavras, embora tenham grafias parecidas, possuem o mesmo significado. Baseado nessa premissa, às vezes ficamos em dúvida se podemos usar os termos assepsia ou antissepsia indiscriminadamente. Não se engane com as grafias semelhantes, pois existe uma diferença tênue entre as palavras citadas. Elas têm tudo a ver com limpeza, mas o que diferencia uma da outra é o momento em que essa limpeza é realizada. Assepsia Significa método, ou o conjunto de métodos, utilizados para impedir a invasão de germes patogênicos no organismo, visando-se prevenir infecções. Podemos perceber que a assepsia é a limpeza que ocorre preventivamente. Trata-se de uma 29 higienização prévia, cujo objetivo é evitar a entrada de organismos ou elementos que possam prejudicar determinado organismo ou ambiente. É importante sabermos que a palavra em análise também pode ser usada em sentido figurado. Veremos isso em um dos exemplos abaixo. Antissepsia Significa método, ou conjunto de métodos e processos, utilizado para desinfectar um local ou organismo que já foi infectado. Perceba que a antissepsia é um processo delimpeza de um local ou organismo que já foi invadido por organismos indesejados, tais como fungos, vírus, bactérias, outros agentes etiológicos. A antissepsia é feita principalmente através do uso substâncias químicas, tais como fungicidas e microbicidas, as quais visam a eliminar ou diminuir a proliferação dos agentes invasores. Mas a eliminação das infecções também pode ocorrer por meio de esterilização. Neste caso, usam-se processos físicos tais como pressão e temperatura. Um importante equipamento usado em laboratórios é a autoclave. IRAS O Ministério da Saúde em 1983 reconheceu os problemas da infecção hospitalar e suas consequências, foi elaborado uma portaria de n° 196 de 24 de junho, que constavam os critérios para identificação e diagnóstico da infecção hospitalar. É qualquer infecção adquirida após a internação do paciente que se manifesta durante a internação, ou quando após a alta possa ser relacionada a internação/ procedimentos hospitalares. 0 Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH) é um conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das infecções hospitalares. Para a adequada execução do PCIH os hospitais deverão constituir Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), órgão de assessoria à autoridade máxima da instituição e de execução das ações de controle de infecção hospitalar. 30 31 COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (CCIH) Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, órgão que atua dentro da unidade hospitalar com autoridade máxima na instituição para a execução das ações de controle de IH. A portaria do Ministério da Saúde, nº 2616, de 12 de maio de 1998, exige a criação de uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) para que os hospitais coloquem em prática as ações do PCIH. Somente profissionais da saúde com nível superior podem ser integrantes da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. A CCIH deve ser composta por membros consultores e executores. Na categoria consultores, os integrantes representam e coordenam os métodos de prevenção de controle de infecção hospitalar dos serviços médicos, de enfermagem, de farmácia, de administração e laboratório de microbiologia. Já os executores da CCIH realizam as ações do PCIH. É importante que um dos membros executores seja um enfermeiro. Quais as principais atribuições da CCIH? Elaborar, planejar, executar, manter e avaliar o Programa de Controle de Infecção Hospitalar, por meio das seguintes ações: Obedecer todas as normas estabelecidas pela ANVISA; Implantar um Sistema de Vigilância Epidemiológica das Infecções Hospitalares; Criar um manual de normas e condutas que devem ser implantadas e seguidas por todaequipe hospitalar; Supervisionar as rotinas operacionais; Promover constantemente treinamento, capacitação e ações de orientação da equipemédico-hospitalar sobre prevenção e controle das infecções hospitalares; Usar adequadamente antimicrobianos, germicidas e qualquer outro produto químico; Avaliar e supervisionar as ações realizadas pelos membros executores; Divulgar para toda a instituição hospitalar as ações e normas para controle e prevençãodas infecções hospitalares; Estabelecer um plano de contingência em caso de infecção detectada. 32 O Programa de Controle de Infecção Hospitalar deve ser contemplado com diversas ações e rotinas de prevenção, como exemplo, a higienização correta das mãos. PROTEÇÃO E DESCONTAMINAÇÃO: BARREIRAS DE PROTEÇÃO Todo local de trabalho, inclusive o laboratório e unidades hospitalares, deve apresentar barreiras de contenção de danos e um programa de segurança a fim de resguardas a integridade do profissional, proteger o meio ambiente de resíduos tóxicos e garantir o controle de qualidade do trabalho executado (SILVA, 1996). As barreiras de proteção são dividas em: Barreiras primárias: consistem nos equipamentos de segurança e equipamentos de proteção individual e coletiva. Barreiras secundárias: estão relacionados à construção do laboratório, localização e instalação físicas com a finalidade de gerar uma barreira de proteção para as pessoas dentro e fora do local de trabalho. Os tipos de barreiras secundárias dependem do risco de transmissão dos agentes específicos manipulados que podem ser exemplificados como: a localização distante do acesso público, a presença de sistemas de ventilação, especializados em assegurar o fluxo de ar unidirecionado e sistemas de tratamento de ar para a descontaminação ou remoção do ar liberado (BRASIL, 2006c). HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS “Termo geral que se refere a qualquer ação de limpeza das mãos. Envolve a fricção das mãos com preparação alcoólica ou higiene das mãos com água e sabonete (líquido ou espuma) para reduzir ou inibir o crescimento de microorganismos nas mãos.” Manual de Referencia Técnica – ANVISA, 2018 33 Entre as medidas de segurança adotadas em um ambiente de promoção e cuidado da saúde, a higienização das mãos é uma das principais estratégias para a prevenção das infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS). Com o intuito de orientar gestores, profissionais que atuam nos serviços de saúde e no Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), a Anvisa lançou a Nota Técnica 01/2018 sobre os requisitos básicos e necessários para a seleção de produtos para higienização das mãos sem serviços de saúde. O termo higienização das mãos engloba a higiene simples, a higiene antisséptica e a antissepsia cirúrgica ou preparo pré-operatório das mãos. Esse tipo de serviço de saúde tem sido foco de especial atenção para a prevenção da disseminação de micro-organismos, especialmente os multirresistentes, muitas vezes veiculados pelas mãos dos profissionais de saúde. Vale lembrar que, em hospitais, unidades de saúde ou clínicas, o manejo das pessoas que sofrem 34 com infecções é constante e, consequentemente, os cuidados devem ser dobrados. A nota técnica elaborada pela a Anvisa tem o foco na implementação de melhorias em suas unidades como parte das diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS). 35 36 Preparação Alcoólica A maneira mais eficaz de garantir uma ótima higiene das mãos é utilizar a preparação alcoólica para as mãos. A concentração final da preparação alcoólica para fricção antisséptica das mãos a ser utilizada em serviços de saúde deve cumprir com o estabelecido na RDC 42/2010, ou seja, entre 60% e 80% no caso de preparações sob a forma líquida, e concentração final mínima de 70% no caso de preparações sob as formas gel, espuma e outras. Contato com a pele Quanto ao tempo de contato com a pele das mãos, recomenda-se que a higienização das mãos com preparações alcoólicas nos serviços de saúde seja feita por 20 a 30 segundos, friccionando- se as mãos em todas as suas superfícies. TIPOS DE PRECAUÇÃO A prevenção da disseminação de patógenos no ambiente hospitalar exige a necessidade de instituir e manter medidas de controle durante o período de transmissibilidade para cada doença em particular. Devem ser aplicadas em todas as situações de atendimento a pacientes, 37 independentes de suspeita de doença transmissível. Visam prevenir a transmissão hospitalar de microorganismos, inclusive quando a fonte é desconhecida. PRECAUÇÃO PADRÃO Aplicar em todas as situações de atendimento apacientes, independente de suspeita de doença transmissível, para prevenir a transmissão de micro-organismos inclusive quando a fonte é desconhecida. Protegem o profissional, e também previnem a transmissão cruzada entre pacientes. HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS Com água e sabão (sempre que a mão apresentar sujidade) ou álcool para as mãos (quando não apresentar sujidade visível nas mãos), após contato com fluidos corpóreos, após manipular materiais e equipamentos contaminados, após retirar luvas, antes e após contato com qualquer paciente. LUVAS Se houver risco de contato com sangue ou outros fluidos corpóreos. Trocar as luvas entre procedimentos no mesmo paciente se houver contato com secreções contaminantes. Calçar 38 luvas limpas antes de manipular mucosas ou pele não íntegra. Não tocar superfícies com as luvas (ex: telefone, maçaneta). Retirar as luvas imediatamente após o uso e higienizar as mãos. AVENTAL Se houver risco de respingo ou contato da pele ou roupas do profissional com fluidos, secreções ou excreções do paciente (ex: dar banho, aspirar secreção, realizar procedimentos invasivos). Dispensar no “hamper” após o uso. Não usar o mesmo avental para cuidados a pacientes diferentes. MÁSCARA, ÓCULOS, PROTETOR FACIAL Sempre que houver exposição da face do profissional a respingos de sangue, saliva, escarro ou outros fluídos e secreções de pacientes. O profissional que apresentar infecção das vias aéreas (ex: gripe, resfriado), deve utilizar máscara cirúrgica até a remissão dos sintomas. PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM PERFUROCORTANTES Não reencapar a agulha. Não desconectar a agulha da seringa antes do descarte. Disponibilizar caixas de descarte em locais de fácil acesso. 39 Padrão de resistência de micro-organismos a serem mantidos em precaução de contato Bactéria Padrão: • Realizar a higienização das mãos com água e sabão ou álcool para as mãos antes e após o contato com o paciente. • Manter um metro de distância entre o leito do isolamento e outros leitos. • Usar luvas não estéreis e avental para realizar procedimentos que facilitem o contato com os líquidos corporais do paciente. • Manter o paciente em quarto privativo, quando possível, principalmente quando houver secreção de difícil controle, como traqueostomia ou diarreia. • Equipamentos como Estetoscópios, Termômetros, Esfigmomanômetro e outros devem ser de uso exclusivo do paciente e higienizados após o uso. • Fazer o descarte dos EPIs (luvas, aventais, máscaras) próximo ao leito do paciente e higienizar as mãos após o uso. • Não deixar caixa de material (luva, máscara) ao lado do paciente. • Proceder a limpeza e desinfecção de equipamentos como monitores, bombas e painel de respirador com Espuma Detergente (Surfa’Safe / Optigerm) ao final de cada plantão. • Evitar levar os prontuários ao lado do paciente, especialmente apoiar no mobiliário, pelo risco de contaminação. • Orientar os acompanhantes quanto à higienização, restringindo deambulação entre leitos. • Se o paciente for transferido da UTI para a enfermaria: manter rigorosamente a precaução de contato e todas as recomendações pertinentes para o manejo do paciente dentro do hospital. A identificação de isolamento de contato deve estar no prontuário. • Após a alta, óbito ou transferência do paciente, realizar limpeza terminal rigorosa e minuciosa das superfícies fixas, equipamentos, e saída de gases da unidade. Dar atenção especial à inspeção dos colchões, com substituição daqueles que apresentarem capas com solução de continuidade. 40 Transporte do Paciente Deverá ser evitado. Quando necessário o material infectante deverá estar contido, (com curativo, avental ou lençol), para evitar contaminação de superfícies; - Se paciente realizar exame e/ou procedimento fazer a desinfecção com álcool 70º da maca ou cadeira de transporte, e proteger com lençol e desprezá-lo logo em seguida; - Avisar o local de realização de exame que o paciente está em isolamento de contato. PRECAUÇÕES RESPIRATÓRIAS As infecções de transmissão respiratória podem exigir precauções com gotículas ou com aerossóis, a depender da doença. 41 PRECAUÇÕES RESPIRATÓRIAS PARA GOTÍCULAS - PG A transmissão por gotículas ocorre por meio do contato próximo com o paciente. Gotículas de tamanho considerado grande (>5 micras) são eliminadas durante a fala, respiração, tosse, e procedimentos como aspiração. Atingem até um metro de distância, e rapidamente se depositam no chão, cessando a transmissão. Portanto, a transmissão não ocorre em distâncias maiores, nem por períodos prolongados. Exemplos de doenças transmitidas por gotículas: Doença Meningocócica, Rubéola, H1N1 em situação de cuidados de rotina como: sinais vitais, aplicações de medicações, acessos, cuidados gerais. QUARTO PRIVATIVO Obrigatório. Pode ser compartilhado entre portadores do mesmo micro-organismo. MÁSCARA Usar máscara cirúrgica ao entrar no quarto. A máscara deve ser desprezada na saída do quarto. TRANSPORTE DO PACIENTE Evitar. Quando for necessário sair do quarto, o paciente deverá usar máscara cirúrgica. Informar o diagnóstico do paciente à área para onde será transportado. PRECAUÇÃO PARA AEROSSÓIS 42 A transmissão por aerossóis é diferente da transmissão por gotículas. Algumas partículas eliminadas durante a respiração, fala ou tosse se ressecam e ficam suspensas no ar, permanecendo durante horas e atingindo ambientes diferentes, inclusive quartos adjacentes, pois são carreadas por correntes de ar. Destinam-se às situações de suspeita ou confirmação de: • Tuberculose pulmonar ou laríngea; • Sarampo; • Varicela; • Herpes zoster disseminado ou em imunossuprimido; • Situações especiais como influenza aviária ou influenza A H1N1 nos casos de procedimentos que geram aerossóis (ex: intubação, aspiração e nebulização). QUARTO PRIVATIVO Obrigatório, com porta fechada e ventilação externa. Preferencialmente deve dispor de sistema de ventilação com pressão negativa e filtro de alta eficácia (no momento não disponíveis no HRLB). MÁSCARA É obrigatório o uso de máscara cirúrgica ao entrar no quarto. Deve ser colocada antes de entrar no quarto e retirada somente após a saída, e utilizar a máscara N95 somente o profissional que for aspirar este paciente, a mesma deverá ser descartada no final de cada turno de trabalho. TRANSPORTE DO PACIENTE Evitar: Quando for necessário sair do quarto, o paciente deverá usar máscara cirúrgica. Informar o diagnóstico do paciente à área para onde será transportado. ocular e facial. Fonte: www.google.com.br PROTETOR RESPIRATÓRIO Trata-se de um dispositivo com sistema de filtro a ser utilizado em áreas de alta contaminação com aerossóis de material biológico e manipulação de substâncias http://www.google.com.br/ 43 RETIRADA DOS EP químicas com alto teor de evaporação, promovendo a integridade do aparelho respiratório. Esse equipamento é indicado ao entrar em quarto de isolamento de pacientes com tuberculose pulmonar, sarampo ou varicela, e outras doenças transmitidas por via aérea. O protetor respiratório é de uso individual, intrasferível e reutilizável, com vida útil variável de acordo com o tipo de contaminante, concentração, freqüência respiratória do usuário e umidade do ambiente. I’S Máscara Respiratória Para 2 Filtros Máscara Descartável N95 Máscara Cirúrgica Descartável Máscara Descartável PFF2 Máscara Descartável PFF1 44 Para uma maior segurança, a vestimenta e retirada dos equipamentos descritos anteriormente, devem seguir uma ordem correta. Esse procedimento evita não só a autocontaminação com também a disseminação por toda a vestimenta. Quadro 3 Sequência de Vestimenta e Retirada de EPI's. Sequência de Vestimenta de EPI’s Sequênciade Retirada de EPI’s 1ª Vestir o Jaleco 2ª Máscara ou respirador 3ª óculos de segurança ou Protetor Facial 4ª Luvas 1ª Retirar as luvas 2ª Óculos de segurança ou protetor facial 3ª Jaleco 4ª Máscara ou Respirador EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPCS) Os equipamentos de proteção coletivo (EPCs) são destinados à proteção do trabalhador, dos companheiros e técnicos de setores próximos, do meio ambiente e do produto ou pesquisa desenvolvida com a finalidade de minimizar a exposição dos trabalhadores aos riscos e, em casos de acidentes, reduzir suas conseqüências (TEIXEIRA, 1996). Entre os equipamentos de proteção coletiva estão (figura 10): Chuveiro de emergência: chuveiro para banhos em caso de acidentes com produtos químicos e fogo. Deve ser colocado em local de fácil acesso e é acionado por alavancas de mãos cotovelos ou joelhos. Lava-olhos: utilizado para lavação dos olhos em casos de respingos ou salpicos acidentais. Cabines de segurança biológica – CSB: equipamentos projetados com sistemas de filtração de ar para que se possa ter uma área de trabalho segura para os diversos tipos de ensaios desenvolvidos no laboratório. P 45 A limpeza do hospital começou a ser realizada a partir da relação de sujeira X infecção, os processos infecciosos se dão pela má ou a ausência de limpeza nos hospitais. A limpeza hospitalar é considerada como a limpeza de superfícies fixas e equipamentos permanentes das diversas áreas hospitalares o que inclui pisos, paredes, janelas, mobiliários, equipamentos, instalações sanitárias, ar condicionado e caixas d’água. São realizados 3 tipos de limpeza dentro de uma unidade hospitalar: Diária: realizada diariamente com água e sabão com fricção mecânica após retirada total do lixo. Concorrente: é aquela realizada nas dependências do paciente, onde se retira papéis, arruma a mesinha, recolhe a roupa suja, utiliza-se pano seco ou pano úmido com sabão e posteriormente álcool 70% em todos o mobiliário do paciente. Terminal: realizada após a alta do paciente ou óbito, utiliza-se água, sabão e desinfetante em chão, paredes e mobiliário. As soluções usadas para essa desinfecção são o álcool a 70% (friccionado pelo menos 3 vezes) e hipoclorito de sódio (água sanitária) que deverá agir por pelo menos 10 minutos sobre a superfície ou equipamento. ÁREAS HOSPITALARES Área crítica: Aquela que possui maior risco de infecção pelas atividades desenvolvidas e pela presença de pacientes graves, ex: Centro cirúrgico, UTI. Área semi-critica: São ocupadas por pacientes com doenças infecciosas de baixa transmissibilidade e doenças não-infecciosas com enfermarias e ambulatórios oferecem menor risco de contaminação para o cliente. Área não critica: Áreas onde não são ocupadas por pacientes e não realizam procedimentos como as áreas administrativas e de circulação estas, não oferecem risco nenhum de contaminação. Substâncias de desinfecção e esterilização Esterilização - Destruição total de agentes infecciosos, microorganismos e esporos. Líquidos – Artigos termossensíveis são imersos na solução em recipientes de plástico ou vidro colocando uma compressa no fundo para não haver contato com outros artigos, garantir a ventilação do local (para não haver intoxicação), respeitar o tempo de imersão segundo as informações dos fabricantes mantendo o recipiente fechado enxaguar abundantemente com água esterilizada de acordo com a técnica asséptica, secar com compressa estéril, acondicionar o artigo em invólucro adequado. 46 Glutaraldeído a 2% para artigos como enxertos de acrílico, cateteres, drenos, tubos de polietileno, nylon, tubos de silicone, PVC, metálicos (10hs para esterilização). Formaldeído a 8% ou 10% mesmos artigos do glutaraldeído (18hs para esterilização). Gasosos – Realizado com gases altamente tóxicos em ambientes especializados. Óxido de etileno EtO indicado para esterilização de marca-passos, próteses e instrumentos de hemodinâmica, acessório de respiradores, materiais com fibra ótica de laparoscopia, astroscopia, ventriculoscopia e coledoscopia. Desinfecção – Processo de destruição de microrganismo em sua forma vegetativa, mediante a aplicação de agentes físicos e químicos em materiais inanimados. Usado na presença de material orgânico e contaminação. Tipos de artigos: Críticos: São aqueles que penetram através da pele e mucosas atingindo os tecidos subepiteliais e o sistema vascular. Ex.: Instrumentos de corte ou de ponta, pinças, afastadores, próteses ou fios, cateteres venosos, drenos, roupas utilizadas em atos cirúrgicos. Semi-críticos: São aqueles que entram em contato com somente com a pele não íntegra ou com mucosas íntegras. Ex.: Equipamentos de anestesia e assistência ventilatória, cateteres vesicais, traquéias e sondas gástricas, endoscópios medicamentos orais e inaláveis pratos, talheres e alimentos. Não-críticos: São os que entram em contato com a pele íntegra e ainda os que não entram em contato direto com o paciente. Ex.: termômetros, mesas e aparelhos de Raio X, incubadoras, microscópios cirúrgicos, telefones e mobiliário geral, artigos de higiene do paciente. LIXO HOSPITALAR A Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) estabelece regras nacionais sobre o acondicionamento e tratamento do lixo hospitalar gerado de acordo com a classificação do lixo (RDC 33/03). Essa classificação é a seguinte: Grupo A: São aqueles lixos potencialmente infectantes. Ex.: bolsa de sangue. Grupo B: Lixo químico, aqueles que contenham substâncias químicas capazes de causar dano à saúde. Ex.: medicamentos para câncer, reagentes para laboratórios. Grupo C: São os artigos radioativos, materiais que contenham radioatividade acima do padrão. Ex.: césio 137. Grupo D: Resíduos comuns, qualquer lixo que não tenha sido contaminado. Ex.: gesso, luvas, gazes, papel. 47 Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde São resíduos gerados por prestadores de assistência médica, odontológica, laboratorial, farmacêutica e instituições de ensino e pesquisa médica relacionados tanto à população humana quanto à veterinária, os quais possuindo potencial de risco, em função da presença de materiais biológicos capazes de causar infecção, objetos perfurantes-cortantes potencial ou efetivamente contaminados, produtos químicos perigosos, e mesmo rejeitos radioativos, requerem cuidados específicos de acondicionamento, transporte, armazenamento, coleta, tratamento e disposição final. A Resolução no 05 - 5/08/93, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), classifica os resíduos sólidos em Grupos como abaixo descritos: Grupo A: resíduos com a presença de agentes biológicos e objetos perfurocortantes Grupo B: resíduos de natureza química. Grupo C: rejeitos radioativos. Grupo D: resíduos comuns e todos os demais que não se enquadram nos grupos anteriores. Grupo E: Perfurocortantes. Gerenciamento Interno: Segregação - é a separação dos resíduos no momento e local da sua geração. Acondicionamento - deverá ser ato contínuo à sua geração, em recipientes que não possibilitem rupturas e vazamentos. a) para os resíduos não infectantes poderão ser utilizados sacos plásticos de qualquer cor, exceto branca. b) para resíduos infectantes ou para totalidade dos resíduos gerados, quando não for segura a separação por grupos, serão utilizados sacos plásticos de cor branca-leitosa; 48 c) observar que o preenchimento dos sacos alcance somente 2/3 de sua capacidade; d) Resíduos químicos: deverão ser acondicionados em embalagens compatíveis, com a sua capacidade e com a sua natureza química, do produto a ser contido. É indispensável rotulagem contendo: nome, simbologia (inclusive a de risco), volume e data. É importante ressaltar, que devemanter-se um menor estoque possível de produtos químicos e que a prática de reaproveitamento, é de grande importância para o gerenciamento desses produtos. É importante consultar o órgão competente de controle ambiental, antes do descarte de produtos químicos classificados como perigosos. Para os resíduos farmacêuticos do tipo B2 (NBR 12.808 - ABNT), categoria que abrange os medicamentos vencidos, contaminados, interditados ou não-utilizados, recomenda-se a embalagem em sacos plásticos de cor branca-leitosa e encaminhamento à coleta e tratamento, verificando-se, no entanto, a compatibilidade entre sua natureza química e o processo de tratamento. O retorno aos laboratórios produtores é uma possibilidade a ser levada em conta, considerando-se que alguns possuem plantas de tratamento, para esse tipo de resíduos. e) para rejeitos radioativos líquidos, a eliminação na rede poderá ser feita, desde que seja observada a Resolução da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) NE 6.05. Para o descarte de excretas de pacientes submetidos à radioterapia e radiodiagnósticos é necessário consultar as normas específicas da Comissão Nacional de Energia Nuclear. Identificação - os resíduos, após ser acondicionados, deverão ser identificados com a expressão e símbolo, específico para cada grupo. Coleta e Transporte - é a retirada dos sacos plásticos contendo resíduos, desde o ponto de geração até o seu armazenamento. Nessa atividade são utilizados veículos adequados e exclusivos a esse fim. Condutas importantes a serem adotadas na coleta e transporte internos a) nunca despejar o conteúdo da lixeira em outro recipiente, ou seja, o saco deverá ser lacrado, ainda dentro da lixeira, e depois de retirá-lo, observar a existência de vazamentos, caso haja, está lixeira deverá ser retirada deste ambiente, e ser encaminhada à sala ou abrigo de resíduo, onde será lavada e desinfeccionada, após todos esses procedimentos colocar-se-á um novo saco plástico e ela retornará ao seu lugar de origem. b) em função do volume de resíduos gerados, deverão ocorrer alguns procedimentos 49 padronizados como: fluxos bem definidos para o seu transporte, que deverão manter constância de horário, sentido único e fixo, evitando assim cruzamento com outros (como roupas limpas, distribuição de alimento, visitas, administração de medicamentos etc). c) A coleta e transporte deverão ser realizados por equipe própria do serviço, devidamente treinada e paramentada com os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) necessários. d) os procedimentos têm que ser realizados de forma a evitar o rompimento dos recipientes. No caso de acidente ou derramamento, deve-se imediatamente realizar a limpeza e desinfecção simultânea do local e notificar a chefia da unidade. e) os carros de coleta interna jamais deverão ser deixados em corredores ou áreas de acesso de público ou de pacientes. Estes carros ficarão, quando fora da unidade, na área de lavagem / higienização, e quando dentro da unidade, permanecerão na sala de material sujo. Tratamento de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde A Resolução no 05, de 5/08/93, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) estatui, que para os resíduos sólidos do grupo A (infectantes), não poderão ser dispostos no meio ambiente sem tratamento prévio que assegure: - A eliminação das características de periculosidade do resíduo; a preservação dos recursos naturais e o atendimento aos padrões de qualidade ambiental e de saúde pública. Tendo-se em vista que pela sua própria natureza, os resíduos sólidos, enquanto matéria, resultará sempre em um rejeito para disposição final no solo e portanto, seja qual for o processo de tratamento adotado, deverão ser dispostos em aterro sanitário. Este aterro deverá ser adequadamente projetado, operado e monitorado tanto para disposição das cinzas ou escória provenientes de incineração, como para a carga esterilizada em autoclaves ou para os rejeitos produzidos por outra tecnologia. Incineração - é um processo de combustão controlada, em presença de oxigênio, resultando cinzas, resíduos que são combustíveis e gases. Esterilização - por processos físicos, que podem ser por calor úmido (autoclave) ou calor seco (estufa). Cuidados necessários ao manusear os resíduos infectantes - grupo "A" 50 a) a manipulação destes resíduos deverá ser a mínima possível; b) manter os sacos contendo resíduos infectantes em local seguro, previamente a seu manejo para descarte; c) nunca abrir os sacos contendo estes resíduos com vistas a inspecionar seu conteúdo; d) adotar procedimentos de manuseio que preservem a integridade dos sacos plásticos contendo resíduos. No caso de rompimento com espalhamento de seu conteúdo, devem-se rever os procedimentos de manuseio. O uso de sacos duplos, sacos mais resistentes, dispondo-os em "containers" rígidos, mesmo que de papelão, é prática que pode ser adotada. Contactar a administração da unidade prestadora de serviços de saúde, se houver, continuamente, problemas com a integridade dos sacos plásticos; e) instituir o uso, pelo pessoal, de Equipamentos de Proteção Individual para o manuseio, o trânsito e durante todo o tratamento dos Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde. Disposição final dos resíduos produzidos em serviços de saúde É o conjunto de elementos, processos e procedimentos, que visa à disposição dos resíduos no solo e assegurando a proteção da saúde pública e a qualidade do meio ambiente, obedecendo às normas do órgão ambiental competente. Os resíduos pertencentes ao grupo A (resíduos biológicos) quando tratados por processo que conserve as suas características físicas ou não tratados, deverão ser encaminhados para disposição final em vala séptica ou em célula especial de aterro sanitário, devidamente licenciado em órgão ambiental competente. Os resíduos do grupo B (natureza química), embora tratados por processo que desativem a sua constituição tóxica e/ou perigosa, e que descaracterize a sua composição físico-química, seja por queima ou outros processos licenciados por órgão ambiental competente, só podem ser encaminhados para aterro sanitário de resíduos urbanos (resíduos comuns), se o seu produto final for liberado por órgão ambiental competente. Os resíduos de serviços de saúde classificados como do grupo D (resíduos comuns), são passíveis de reciclagem, as cinzas provenientes de incineradores e outros resíduos sólidos inofensivos, oriundos 51 de processos de equipamento de tratamento de resíduos comuns, devem ser encaminhados para aterro sanitário de resíduos urbanos (resíduos comuns). Esse aterro, devidamente licenciado pelo órgão ambiental competente. Questões 1. É correto afirmar que, a fricção antisséptica das mãos, com preparações alcoólicas, tem a finalidade de: a) Eliminar a microbiota transitória da pele e reduzir a microbiota residente, além de proporcionar efeito residual na pele do profssional. Utiliza-se escova com cerdas macias e descartáveis, impregnadas ou não com antisséptico e de uso exclusivo em leito ungueal e subungueal no preparo cirúrgico das mãos. b) Remover os microrganismos que colonizam as camadas superficiais da pele, assim como o suor, a oleosidade e as células mortas, retirando a sujidade propícia à permanência e à proliferação de microrganismos. c) Promover a remoção de sujidades e de microrganismos, reduzindo a carga microbiana das mãos, com auxílio de um antisséptico. d) Promover a remoção de sujidades e de microrganismos, sendo que a técnica é igual àquela utilizada para higienização simples das mãos, substituindo-se o sabão por um antisséptico. e) Reduzir a carga microbiana das mãos, sem remoção de sujidades. Pode substituir a higienização com água e sabão quando as mãos não estiverem visivelmente sujas. 2. A higienização das mãos