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<p>Apesar de crises energéticas e desafios internacionais, o mundo ainda tem como alcançar a neutralidade em carbono se tomar as providências certas.</p><p>O relatório indica que para alcançar a neutralidade será preciso:</p><p>· Diversificar o fornecimento de energia primária e final com todas as tecnologias de baixo e zero carbono.</p><p>· Acelerar a eliminação gradual de combustíveis fósseis.</p><p>· Aumentar a eletrificação de todos os setores com foco na energia renovável e na energia nuclear. Novas formas de armazenamento de energia (elétrico, mecânico, térmico e químico) precisarão de ser desenvolvidas para reduzir a necessidade de backup energético.</p><p>· Construir a capacidade para apoiar a inovação generalizada de tecnologias de baixo e zero carbono incluindo sequestro de carbono, uso e armazenamento, Ccus, hidrogênio e energia nuclear avançada.</p><p>Ainda que as abordagens sejam diferentes no nível sub-regional na Europa, o relatório aponta políticas específicas para os governos. O documento também pede o aumento da transferência de tecnologia e a mobilização da capacidade institucional para planejar de dirigir sistemas de energia transformadores. Essas ações podem apoiar a adoção dessas medidas por todos os interessados para formar sistemas seguros e acessíveis neutros em carbono.</p><p>Os países devem também levar em conta o impacto comparativo das tecnologias. O relatório lembra que uma cooperação internacional coordenada é essencial para alcançar a neutralidade em carbono. A agência da ONU fornece uma plataforma para esses novos padrões regras e normas de um estilo de vida que integre essas mudanças em parcerias público-privadas.</p><p>Qual é o caminho para zerar as emissões de carbono?</p><p>Com enchentes e incêndios graves ocorrendo com frequência alarmante, conheça as medidas do setor de projeto e construção para zerar as emissões de carbono.</p><p>Por que a emissão zero de carbono é importante?</p><p>A emissão zero de carbono é importante porque as mudanças climáticas são um problema generalizado que se agrava a cada dia (PDF, pág. 8), e os especialistas concordam que a melhor forma de enfrentá-lo é reduzir o aquecimento global.</p><p>Em 2015, o Acordo de Paris estabeleceu um sistema de referência internacional para limitar a elevação das temperaturas no mundo todo a menos de 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré‑industriais, o que reduziria de forma significativa o impacto das mudanças climáticas. Para que se alcance essa meta, a maioria dos especialistas acredita que as emissões globais de carbono precisam chegar a zero até 2050. Quase 200 países concordaram em tomar as providências devidas e alguns – como a França, Nova Zelândia e Suécia – determinaram a emissão zero por lei.</p><p>Trabalhadores da construção civil instalam painéis solares em um canteiro de obras em San Antonio para um edifício que terá sistemas de energia geotérmica e solar, além de um sistema de captação de água da chuva e condensação em larga escala. Cortesia da Glumac e da Joeris.</p><p>Para que se alcancem as metas de emissão zero até meados do século, é preciso reduzir drasticamente as emissões hoje. As providências tomadas na próxima década serão decisivas. “Não vai ser fácil, porque já estamos 1 grau Celsius acima das temperaturas pré‑industriais”, reconhece o arquiteto e educador Ed Mazria, fundador da Architecture 2030, que pretende transformar as áreas edificadas, que são hoje o principal emissor de gases de efeito estufa, em uma solução importante para a emergência climática. A exemplo dos muitos líderes da ala progressista do movimento, Mazria acredita que 2050 será tarde demais: “Para que os níveis se mantenham abaixo de 1,5 grau, precisamos reduzir radicalmente as emissões até 2030 e, depois, eliminá-las progressivamente até 2040.” Segundo Mazria, para garantir uma boa probabilidade (67%) de realização dessa meta de 2040, é preciso que as emissões globais de carbono caiam para 50% até 2030 e cheguem a zero até 2040.</p><p>Como a emissão zero se aplica ao setor de projeto e construção?</p><p>As emissões de carbono são associadas a todas as estruturas construídas, tanto durante o processo de construção como na fase de operação. Um edifício de energia zero equilibra as emissões de gases de efeito estufa da energia tradicional por meio da redução do consumo, para minimizar as emissões de carbono, usando energias renováveis, como a eólica e a solar, ou adquirindo compensações de carbono para alcançar um ponto de equilíbrio.</p><p>As metas de energia zero da construção civil são, no mínimo, ambiciosas. “Até 2030, as áreas edificadas deverão reduzir à metade suas emissões e 100% dos novos edifícios deverão ter emissão zero de carbono na fase de operação. Além disso, o retrofit de eficiência energética dos ativos já existentes deverá estar a todo vapor”, sugere Victoria Burrows, diretora do programa Advancing Net Zero do World Green Building Council. “É necessário reduzir o carbono incorporado em pelo menos 40%, com os principais projetos alcançando no mínimo 50% de redução. Até no máximo 2050, todos os ativos novos e já existentes deverão ter emissão zero em todo o ciclo de vida, e isso inclui as emissões operacionais e incorporadas.”</p><p>Compensações de carbono</p><p>As compensações de carbono ajudam as empresas a atingir as metas de sustentabilidade por meio da neutralização de suas emissões de carbono, viabilizada por investimentos em projetos que evitam ou reduzem o consumo de carbono. Essas compensações assumem, às vezes, a forma de créditos de carbono, em que um crédito corresponde à remoção de 1 tonelada métrica de dióxido de carbono da atmosfera ou à não produção desse volume de dióxido de carbono.</p><p>Os construtores podem investir em projetos de compensação de terceiros ou iniciar seus próprios programas, como plantio de árvores, parques eólicos, centrais elétricas geotérmicas e projetos de energia solar.</p><p>Remoção de carbono</p><p>As estratégias de redução das emissões, apesar de serem uma etapa essencial do caminho para a emissão zero, não são suficientes. Para alcançar essa meta, é preciso adotar estratégias efetivas de remoção do carbono da atmosfera.</p><p>Os métodos de remoção de carbono abrangem estratégias naturais, como a restauração florestal e a gestão do solo, estratégias de alta tecnologia, como a captura direta do ar e a mineralização avançada, e estratégias híbridas, como a remoção de carbono pelos oceanos.</p><p>Nas áreas edificadas, as iniciativas de remoção de carbono incluem a captura do carbono lançado pelas chaminés, a transformação das emissões industriais em materiais de construção e o armazenamento de carbono em materiais como o concreto.</p><p>“Os empreendimentos mais interessantes são aqueles que possibilitam uma grande redução da pegada de carbono do concreto ou que até mesmo produzem um tipo de concreto com pegada de carbono negativa, que constitui, portanto, um sumidouro de carbono“, observa a Dra. Claire White, professora adjunta de engenharia civil e ambiental da Universidade de Princeton. “Existem tipos alternativos de cimento com, no mínimo, 70% a menos de emissões de CO2 do que o cimento portland. Precisamos desses materiais se quisermos baixar de forma significativa a pegada de carbono do concreto e fazer a transição para um setor com emissão zero de carbono.”</p><p>Exemplos de projetos com meta de emissão zero de carbono</p><p>No mundo todo, é possível encontrar inspiração tanto em projetos grandes como pequenos que apontam a direção no caminho para a emissão zero.</p><p>· A Build Change está construindo e reforçando residências em países propensos a terremotos e vendavais, usando materiais disponíveis na região e adaptados às condições climáticas locais.</p><p>· O edifício Unisphere da United Therapeutics, situado nos arredores de Washington, D.C. (EUA), é um dos maiores edifícios de energia zero do mundo, com mais de 12 mil metros quadrados.</p><p>· A equipe de projeto da Skanska responsável pelo Kendeda Building for Innovative Sustainable Design, do Instituto de Tecnologia da Geórgia, está conseguindo cumprir os requisitos de desempenho do Living Building Challenge, em parte devido à utilização de materiais recuperados,</p><p>como caibros de cenários desmontados de filmes.</p><p>· A BamCore criou um sistema voltado para o projeto e fabricação de painéis híbridos de bambu que oferece mais materiais renováveis para prédios comerciais baixos e residências.</p><p>· Quando a BuildX Studio construiu o Sachibondu Rural Health Centre na Zâmbia, a empresa adquiriu ou produziu localmente mais de 80% dos materiais de construção, como madeira recuperada e blocos reguladores de temperatura feitos de terra compactada.</p><p>Qual é o futuro da emissão zero de carbono?</p><p>É possível alcançar emissão zero, mas as metas estabelecidas para meados do século requerem um esforço colaborativo de todas as partes interessadas e uma diretriz. No entanto, segundo Nesler, o setor privado também precisa ser proativo. “Nem todas as autoridades que estabelecem as diretrizes têm experiência em construção de edifícios e economia de energia”, observa. “O setor privado pode trazer credibilidade e praticabilidade para as discussões.”</p><p>Com os países avançando rumo à emissão zero, é fundamental desenvolver a resiliência nas comunidades vulneráveis do mundo que menos contribuem para as emissões de carbono, mas que sofrem alguns dos maiores impactos na saúde e economia. “As comunidades carentes são as mais afetadas pelas mudanças climáticas, mas também são as que mais se beneficiam de construções mais eficientes e mais sustentáveis, porque as intervenções que fazemos nos edifícios para zerar suas emissões de carbono também os tornam mais confortáveis e saudáveis”, explica Nesler.</p><p>“O complicado é encontrar meios de pagar esse custo inicial dos edifícios de melhor desempenho ou arcar com o custo de uma grande reforma e pagar por ela com o tempo”, acrescenta. “Existem vários modelos de negócio criativos voltados para o setor privado que talvez ofereçam uma solução para essas comunidades.”</p><p>É justamente nisso que o setor de arquitetura, engenharia e construção (AEC), mais do que qualquer outro, pode ser o principal agente de mudança. “Quando a comunidade de arquitetura aceitou o fato de que contribuiu para as mudanças climáticas, eles aderiram ao movimento porque, como projetistas, são ensinados a tornar o mundo um lugar melhor”, comenta Mazria. “É o dever da profissão.”</p><p>Zerar as emissões líquidas</p><p>Trabalhar com nossos clientes e através de todos os setores, acelerar a transição para emissão líquida zero</p><p>Combater as mudanças climáticas é um desafio urgente. Vamos contribuir para um mundo de emissão líquida zero, onde a sociedade pare de aumentar a emissão total de gases de efeito estufa na atmosfera.</p><p>É por isso que definimos uma meta de nos tornarmos uma empresa de energia com emissão líquida zero até 2050, junto com a sociedade e clientes. Isso apoia a meta desejada para combater as mudanças climáticas estabelecida pela ONU no Acordo de Paris, que é limitar o aumento da média da temperatura global em 1,5 ° Celsius.</p><p>Nos tornarmos uma empresa de energia com emissão líquida zero significa que estamos reduzindo as emissões das nossas operações, dos combustíveis e de outros produtos de energia que vendemos para nossos clientes. Isso também significa capturar e armazenar as emissões remanescentes usando tecnologia ou compensá-las.</p><p>Estamos transformando nossa empresa e encontrando novas oportunidades quando oferecemos mais energia com baixas emissões de carbono, como biocombustíveis, hidrogênio, recarga para veículos elétricos e eletricidade gerada por energia solar e eólica.</p><p>· Em outubro de 2021, estabelecemos uma meta de reduzir emissões absolutas em 50% até 2030, comparado aos níveis líquidos de 2016. Isso abrange todas as emissões no Escopo 1, as quais provêm diretamente de nossas operações, e no Escopo 2, provindas da energia que compramos para executar nossas operações dentro no nosso controle operacional.</p><p>· Tal fato complementa nossas metas de reduzir a intensidade de carbono (Pegada de Carbono Líquida) dos produtos energéticos que vendemos, junto com a sociedade. Isso inclui metas de curto prazo de 2-3% em 2021, 3-4% em 2022 e 6-8% em 2023 (em comparação com 2016). Isso também inclui metas de médio e longo prazo de 20% em 2030, 45% em 2035 e 100% em 2050 (em comparação com 2016).</p><p>· Nós vinculamos o pagamento de mais de 16.500 funcionários à nossa meta de redução de intensidade de carbono dos nossos produtos energéticos em 6-8% em 2023, em comparação com 2016.</p><p>· Acreditamos que nossa produção de petróleo anual chegou ao seu máximo em 2019, e esperamos que nossa produção total de petróleo caia 1-2% por ano até 2030.</p><p>· Estamos investindo cerca de $1 bilhão todo ano em energia com baixa emissão em carbono, tal como carga para veículos elétricos, hidrogênio, biocombustíveis, energia eólica e solar. Planejamos um crescimento de aproximadamente $2 bilhões, desde que possamos encontrar as oportunidades comerciais certas.</p><p>· Buscamos ter acesso a mais 25 milhões de toneladas por ano de carbono capturado e armazenado até 2035, o equivalente a 25 instalações de CCS (carbon capture and storage) do tamanho da nossa unidade em Quest, no Canadá.</p><p>· Até 2025 pretendemos acabar com o uso geral de chama de gás que gera emissões de carbono, pelos bens de produção que operamos.</p><p>· Até 2025, esperamos manter a intensidade de emissão de metano dos ativos operados pela Shell abaixo de 0,2%.</p>