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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ ALEXANDRA MARIA STEIN HAYASHI VESTIDOS CONFECCIONADOS PARA DIFERENTES TIPOS DE CORPOS COM A TÉCNICA DE MODELAGEM/MOULAGE SHINGO SATO Relatório técnico científico apresentado ao Curso de Design de Moda da Faculdade de Ciências Exatas e de Tecnologia da Universidade Tuiuti do Paraná como requisito para obtenção do grau bacharel em Design de Moda. Orientadora: Prof. Ms. Eunice Lopez Valente CURITIBA 2019 Para André Hayashi, a luz que ilumina meu caminho. E para meus filhos, Luis e Tammy, pelo amor incondicional. Agradeço ao amor da minha existência André Hayashi por sempre acreditar em mim e caminhar ao meu lado. Você é a força invisível que me faz acreditar na vida, mesmo nos momentos em que eu duvido de tudo. Aos meus filhos, Luis e Tammy, por sempre me apoiarem e retribuírem todo o amor. Vocês me inspiram. Aos meus pais e irmã, que são um porto seguro, sempre. À minha orientadora e amiga Eunice Lopez Valente, pela paciência, incentivo, sabedoria e carinho sempre. Aos professores, pelo conhecimento compartilhado. A minha amiga Paôla Legnani por estar sempre ao meu lado. À Maria Teresa Zanco, por compartilhar seu tempo e me ajudar na construção deste projeto. E gratidão a todos as outras pessoas que me ajudaram ao longo desse percurso. “O que você tem, todo mundo pode ter, mas o que você é, ninguém pode ser.” Constanza Pascolato RESUMO O vestido fez parte do vestuário feminino ao longo de toda a história da moda e se tornou um ícone do estilo. A partir do estudo e da percepção de diferentes biotipos e da imagem projetada por eles, este projeto consiste na busca pelo desenvolvimento de uma coleção de vestidos no estilo cocktail dress, com inspiração nas pedras preciosas e na modelagem/moulage tridimensional do designer japonês Shingo Sato. O projeto apresenta os resultados de um estudo quantitativo aplicado a 257 mulheres com a faixa etária a partir de 25 anos, na cidade de Curitiba, no estado do Paraná. Com o objetivo de valorizar o corpo feminino nos seus diferentes tipos físicos, a coleção conta com o desenvolvimento de cinco roupas criadas para os corpos ampulheta, retângulo, triângulo, triângulo invertido e oval. As pedras inspiradoras foram a ametista, a esmeralda, o topázio amarelo, o diamante e o rubi em lapidações semelhantes aos biotipos que representam, assim como a cartela de cores que as definem. Para a compreensão e fundamentação deste projeto, foram utilizados Baxter (2011), Treptow (2013), Aguiar (2011) e Pazmino (2015). Palavras-chave: Vestido; Gemas; Biotipos; Moulage; Shingo Sato. ABSTRACT The dress has been part of the female clothing during the history of fashion and became a style icon. From the study and perception of different biotypes and the image projected by them, this project is the development of a cocktail dress style collection, with the inspiration of gemstones and the tridimensional molding/moulage from the Japanese designer Shingo Sato. The project presents the results of a quantitative analysis applied on 257 women from the age of 25 in the city of Curitiba in the state of Paraná. The collection presents five clothes created for the hourglass, rectangle, inverted triangle and oval body shapes with the aim of appreciating the female bodies in its different body types. The gemstones used were the amethyst, the emerald, the yellow topaz, the diamond and the ruby with similar shapes of the body types and also the color pallet that define them. For the comprehension and foundation of this project, Baxter (2011), Treptow (2013), Aguiar (2011) e Pazmino (2015) were used. Palavras-chave: Dress; Gemstones; Biotypes; Moulage; Shingo Sato. LISTA DE FIGURAS FIGURA 01 – FOTO DO PRODUTO.................................................................15 FIGURA 02 – YOHJI YAMAMOTO.................................................................... 17 FIGURA 03 – INDUMENTÁRIA DE YOHJI YAMAMOTO..................................17 FIGURA 04 – REI KAWAKUBO......................................................................... 18 FIGURA 05 – INDUMENTÁRIA DE REI KAWAKUBO I ................................... 19 FIGURA 06 - INDUMENTÁRIA DE REI KAWAKUBO II ................................... 19 FIGURA 07 – ISSEY MIYAKE .......................................................................... 20 FIGURA 08 – COLEÇÃO PLEATS PLEASE......................................................21 FIGURA 09 – ORIGAMI DE ISSEY MIYAKE..................................................... 21 FIGURA 10 – JUNYA WATANABE .................................................................. 22 FIGURA 11 – INDUMENTÁRIA DE JUNYA WATANABE................................. 23 FIGURA 12 – HIROAKI OHYA.......................................................................... 24 FIGURA 13 – INDUMENTÁRIA DE HIROAKI OHYA........................................ 24 FIGURA 14 – KOJI TATSUNO.......................................................................... 25 FIGURA 15 – INDUMENTÁRIA DE KOJI TATSUNO........................................ 25 FIGURA 16 – JUN TAKAHASHI ....................................................................... 26 FIGURA 17 - INDUMENTÁRIA DE JUN TAKAHASHI...................................... 26 FIGURA 18 – TIPOS DE CORPOS .................................................................. 28 FIGURA 19 –SHINGO SATO............................................................................ 31 FIGURA 20 – TÉCNICAS DA TR SCHOOL – SHINGO SATO......................... 32 FIGURA 21 – AMETISTA.................................................................................. 55 FIGURA 22 – ESMERALDA.............................................................................. 56 FIGURA 23 – DIAMANTE ................................................................................. 57 FIGURA 24 – RUBI............................................................................................ 57 FIGURA 25 – TOPÁZIO AMARELO ................................................................. 58 FIGURA 26 – FOTO VESTIDO AMETISTA........................................................86 FIGURA 27 – FOTO VESTIDO ESMERALDA....................................................87 FIGURA 28 – FOTO VESTIDO DIAMANTE.......................................................88 FIGURA 29 – FOTO VESTIDO RUBI.................................................................89 FIGURA 30 – FOTO VESTIDO TOPÁZIO AMARELO........................................90 LISTA DE QUADROS QUADRO 01 – AS PEDRAS PRECIOSAS........................................................ 29 QUADRO 02 – ANÁLISE DIACRÔNICA ............................................................34 QUADRO 03 – ANÁLISE SINCRÔNICA ............................................................38 QUADRO 04 – PAINEL DE PÚBLICO-ALVO ....................................................43 QUADRO 05 – ANÁLISE ESTRUTURAL VESTIDO AMETISTA ......................47 QUADRO 06 – ANÁLISE ESTRUTURAL VESTIDO ESMERALDA...................48 QUADRO 07 – ANÁLISE ESTRUTURAL VESTIDO DIAMANTE.......................49 QUADRO 08 – ANÁLISE ESTRUTURAL VESTIDO RUBI................................49 QUADRO 09 – ANÁLISE ESTRUTURAL VESTIDO TOPÁZIO AMARELO I......50 QUADRO 10 – ANÁLISE ESTRUTURAL VESTIDPO TOPÁZIO AMARELO II..51 QUADRO 11 – ETIQUETA.................................................................................53 QUADRO 12 – TAG...........................................................................................54não surge do nada, ela vem do repertório acumulado pelo individuo e um esforço consciente em busca de uma solução. “Portanto, não ocorre aleatoriamente a qualquer pessoa, mas somente aquelas que se preparam para recebê-lo” (BAXTER, 2011, p.87). As gemas não possuem uma definição única, mas têm um denominador comum. Todas possuem algo especial ou uma beleza em torno delas. Algumas delas são extremamente raras e consideradas belas por sua cor, outras por sua resistência ou inclusões exclusivas. (SCHUMANN, 2006). Existem centenas de espécies e materiais preciosos na natureza. A cor é uma das características mais importantes destas pedras. Neste projeto, a forma da lapidação delas ou sua configuração no estado bruto irão ajudar a fundamentar a inspiração. A lapidação de uma gema não segue uma regra geral, mas está ligada a princípios químicos e físicos de resistência de materiais e refração da luz. Baseado nesta impressão ótica das rochas lapidadas, elas costumam ser divididas em facetas, lisas ou mista. (SCHUMANN, 2006) Serão utilizadas como jóias inspiradoras: a ametista, a esmeralda, o diamante, o rubi e o topázio imperial. Cada uma das pedras possui características de lapidação que serão as referências para a criação do vestido e associadas a um biotipo na coleção. As pedras podem ser observadas nas figuras 21,22, 23 24 e 25 juntamente com a lapidação escolhida para a inspiração. FIGURA 21 – AMETISTA FONTE: https://st3.depositphotos.com/4875319/14627/i/1600/depositphotos_146270051-stock-photo- macro-mineral-stone-amethyst-on.jpg 56 A ametista é uma pedra encontrada no Brasil e ela possui uma cor que varia do roxo ao violeta-claro. Sua aparência é de cristais pontiagudos e transparentes. Pode ser um geodo, um aglomerado ou uma ponta de cristal. É encontrada em vários tamanhos. É um dos cristais mais comuns que existem e uma das pedras mais apreciadas do grupo dos quartzos. (HALL, 2008). A ametista é uma pedra associada as forças sobrenaturais (HALL,2008). No projeto, a lapidação escolhida para este cristal, é o seu estado natural na natureza e esta pedra irá inspirar o vestido para o biotipo ampulheta. FIGURA 22 – ESMERALDA FONTE: https://ae01.alicdn.com/kf/HTB1gXhiIFXXXXaHXXXXq6xXFXXXA/Ret-ngulo-esmeralda- criado-gemstone-beads-elegante-pedra-pedras-preciosas-flawless-verde-belo-lustre-raridade- esmeralda.jpg A esmeralda é uma pedra Brasileira, mas também é encontrada na Índia, Zimbábue, Tanzânia, Egito e Áustria. Sua aparência é de uma gema pequena e brilhante ou a de cristais grandes e anuviados. É uma pedra rara, e as que possuem qualidade de gemas e podem, se lapidadas, serem muito caras, as esmeraldas no estado bruto tem preços mais praticáveis. A lapidação mais comum utilizada para esta pedra é em camadas, porém pode ser observada a lapidação brilhante. Sua cor é verde (HALL, 2008). A esmeralda será utilizada na lapidação em facetas oito por oito, conforme figura 22 e servirá de inspiração para o corpo de forma retangular. 57 FIGURA 23 – DIAMANTE FONTE: https://http2.mlstatic.com/joia-foto-unha-diamante-pedra-pedraria-cristal-swarovski- D_NQ_NP_654974-MLB26936454773_032018-F.jpg O diamante é uma gema preciosa encontrada no Brasil. Pequena, transparente e sem manchas quando lapidada e polida. Pode ser encontrada nas cores branco, amarelo, azul, marrom e cor de rosa. É uma pedra com alto valor comercial (HALL,2008). O diamante recebeu esse nome devido a sua dureza, pois não existe nada comparável a ele. Sua resistência a lapidação é 140 vezes superior a pedras como o rubi e safiras. Seu brilho é muito intenso e o distingue de falsificações (SCHUMANN, 2006). O corpo de forma triângulo invertido terá esta pedra como inspiração e a lapidação escolhida é a brilhante completa, conforme figura 23. FIGURA 24 – RUBI FONTE: https://http2.mlstatic.com Esta pedra vermelha, conhecida como rubi, possui aparência brilhante e transparente quando está na sua forma polida. Quando ainda está no estado bruto, 58 possui uma cor opaca. O cristal lapidado é pequeno e como é uma pedra rara, tem um custo elevado. É encontrado em vários lugares do mundo (HALL, 2008). O rubi deve seu nome à sua cor vermelha, do latim, rubeus. É o mineral com o maior índice de dureza depois do diamante, possui frequentemente inclusões, o que não desmerece a pedra. Elas são consideradas as gemas mais caras, pois são muito raras de serem encontradas em pedras grandes (SCHUMANN, 2006). O rubi inspira o vestido desenvolvido para o biótipo oval e a lapidação escolhida para esta gema é a lapidação brilhante completa, conforme figura 24. FIGURA 25 – TOPÁZIO AMARELO FONTE: https://http2.mlstatic.com/1108ct-maravilhoso-topazio-imperial-natural-D_NQ_NP_851025- MLB25361744908_022017-F.jpg O topázio amarelo é um cristal transparente e pontudo, muitas vezes pequenos e facetados ou encontrado em grandes pedaços. É uma pedra comum e fácil de ser encontrado em joalherias e lojas especializadas em gemas. É encontrado em vários países (HALL, 2008). Esta gema em uma lapidação mista, em forma de gota, servirá como inspiração do vestido confeccionado para o biótipo de triângulo, conforme figura 25. A partir da escolha das pedras que inspiram o projeto e utilizando o estudo da semiótica de Peirce, estudado por Santaella, será realizada a análise referente a inspiração deste trabalho da seguinte maneira. Pierce definiu a existência de “três e não mais que três, elementos formais e universais em todos os fenômenos que se apresentam a percepção e a mente”. (SANTAELLA, 2016, p.7) “Num nível de generalização máxima, esses elementos foram chamados de primeiridade, secundidade e terceiridade. A primeiridade aparece em tudo que estiver relacionado com o acaso, possibilidade, qualidade, sentimento, 59 originalidade, liberdade, mônada. A secundidade está ligada às ideias de dependência, determinação, dualidade, ação e reação, aqui e agora, conflito, surpresa, dúvida. A terceiridade diz respeito a generalidade, continuidade, crescimento, inteligência. A forma mais simples da terceiridade, segundo Peirce, manifesta-se no signo, visto que o signo é um primeiro (algo que se apresenta à mente), ligando um segundo (aquilo que o signo indica, se refere ou representa) a um terceiro (o efeito que o signo irá provocar em um possível interprete) “ (SANTAELLA, 2016, p.7). Compreendendo os requisitos para a análise dos signos que a inspiração representa será necessária a análise de primeiridade, secundidade e terceiridade de cada uma das gemas da inspiração, conforme disposto nos quadros 13, 14, 15 16, e 17. FONTE: https://st3.depositphotos.com/4875319/14627/i/1600/depositphotos_146270051- stock-photo-macro-mineral-stone-amethyst-on.jpg AMETISTA Primeiridade/ Ícone Gema Secundidade/ Índice Lapidação Bruta Terceiridade/ Símbolo Misticismo QUADRO 13 – ANÁLISE SEMIÓTICA I FONTE: a própria autora A ametista é uma pedra do grupo dos quartzos. Um cristal de cor que varia entre o violeta e vermelho- violeta pálido. O significado do nome é de origem grega e quer dizer “não ébrio” não embriagado (Schumann, 2006). Seu formato é de cristais que crescem sob um substrato. Possuem pirâmides prismáticas que são símbolo de ascensão e desenvolvimento espiritual (Dicionário dos símbolos, 2005). Na maior parte desta pedra, as linhas são retas, porém inclinadas e se encontram nas pontas formando as pirâmides. As linhas inclinadas nos dois sentidos criam uma compensação e equilíbrio visual, além de manter movimento. 60 A cor violeta é associada ao misticismo e tem um profundo efeito sobre a mente e são utilizadas pelos psiquiatras para acalmar os pacientes que sofrem problemas mentais e nervosos, é uma cor que equilibra a mente e ajuda a transformar as obsessões e os medos. Essa cor também promoveuma conexão com a música e a arte, o mistério a sensibilidade e a beleza (SIGNIFICADO DAS CORES, 2019). Mediante o estudo desta pedra, percebe-se que a sua associação mais comum é a de misticismo, que junto a cor violeta servirão de inspiração para este projeto. FONTE: https://ae01.alicdn.com/kf/HTB1gXhiIFXXXXaHXXXXq6xXFXXXA/Ret-ngulo- esmeralda-criado-gemstone-beads-elegante-pedra-pedras-preciosas-flawless-verde-belo- lustre-raridade-esmeralda.jpg ESMERALDA Primeiridade/ Ícone Gema Secundidade/ Índice Lapidação em facetas oito por oito Terceiridade/ Símbolo Equilíbrio QUADRO 14 – ANÁLISE SEMIÓTICA II FONTE: a própria autora A palavra esmeralda tem origem grega “smaragdos” e significa “pedra verde”, que varia entre os tons de verde esmeralda, verde-claro, verde-amarelo e verde- escuro. Pertence ao grupo dos berilos e é considerada a mais nobre das pedras deste grupo. Nestas pedras, é comum encontrar inclusões chamadas “jardim”. A lapidação mais indicada para este mineral é em camadas ou degraus. (SCHUMANN, 2006). Ao observar a imagem, possui linhas retas que estão associadas a estabilidade e perfeição (DICIONÁRIO DOS SÍMBOLOS, 2005). A cor verde pode ser associada ao equilíbrio e significa liberdade, esperança, natureza, dinheiro e juventude. Esta coloração acalma e traz equilíbrio ao corpo e ao espirito. (SIGNIFICADO DAS CORES, 2019). 61 É possível constatar que a esmeralda é associada ao equilíbrio e sua forma e cor servirão na inspiração deste projeto. FONTE: https://http2.mlstatic.com/joia-foto-unha-diamante-pedra-pedraria-cristal-swarovski- D_NQ_NP_654974-MLB26936454773_032018-F.jpg DIAMANTE Primeiridade/ Ícone Gema Secundidade/ Índice Lapidação brilhante completa Terceiridade/ Símbolo Pureza QUADRO 15 – ANÁLISE SEMIÓTICA III FONTE: a própria autora O diamante é uma pedra de grande dureza e resistência e a origem do seu nome vem do grego e quer dizer inconquistável, indomável. É uma gema que tem as seguintes cores: incolor, amarelo, castanha, verde, azul, avermelhada e negra. A cor mais comum é a transparente. Possui um brilho intenso e é muito resistente. A lapidação mais indicada para essa pedra é a facetada brilhante, para melhor aproveitamento do seu brilho e perfeição com o número perfeito de 32 facetas (SCHUMANN, 2006). Esta gema está associada a pureza, por isso é usada em pedidos de noivado como símbolo de amor eterno e fidelidade do casal (HALL, 2008). Devido a esta simbologia, o diamante servirá como inspiração a coleção com sua cor e forma. 62 FONTE: https://http2.mlstatic.com RUBI Primeiridade/ Ícone Gema Secundidade/ Índice Lapidação brilhante completa Terceiridade/ Símbolo Paixão QUADRO 16 – ANÁLISE SEMIÓTICA IV FONTE: a própria autora O rubi é uma pedra que pertence ao grupo dos córidons. Ela é resistente e com a cor predominante vermelho. Essa cor tem origem no latim “rubeus” e significa vermelho. Esta cor é associada ao símbolo de princípio da vida, com sua força e brilho, ela também é associada a sedução (DICIONÁRIO DE SIMBOLOS, 2005). Sua lapidação pode ser realizada de várias maneiras, porém a mais comum é a lapidação facetada (SCHUMANN, 2006). Para este projeto foi utilizada como inspiração a gema com lapidação em faces. Suas linhas curvas, são traços que reforçam a forma feminina e corpo da mulher. Estas formas arredondadas também transmitem a ideia de plenitude, eternidade, perfeição e de algo sem início e sem fim. Esta gema está associada devido à sua cor a paixão e servirá como inspiração a coleção por meio de sua forma. 63 FONTE: https://http2.mlstatic.com/1108ct-maravilhoso-topazio-imperial-natural- D_NQ_NP_851025-MLB25361744908_022017-F.jpg TOPÁZIO AMARELO Primeiridade/ Ícone Gema Secundidade/ Índice Lapidação mista em forma de gota Terceiridade/ Símbolo Empatia QUADRO 17 – ANÁLISE SEMIÓTICA V FONTE: a própria autora Este cristal tem a cor amarela e lapidação mista, unindo linhas retas e curvas que já foram anteriormente justificadas nas pedras anteriores. Esta gema está associada a empatia, pois suaviza, cura, estimula e alinha os meridianos do corpo. Sua cor amarela significa brilho, vida e esclarecimento (HALL, 2008). A forma desta pedra é mista, ela possui linhas retas que proporcionam a sensação de equilíbrio e as curvas que lembram movimento. A análise desta rocha remete a inspiração do vestido que será desenvolvido para o corpo com biotipo triângulo invertido. 3.8.1 Painel de inspiração O painel de inspiração é uma das técnicas que ajudam a conceber de forma clara a visualização das principais características do projeto e consequente no desenvolvimento da geração de alternativas (PAZMINO, 2015). O painel de inspiração deste projeto pode ser observado no quadro 18. 64 QUADRO 18 – PAINEL DE INSPIRAÇÃO FONTE: a própria autora A pedra ametista está relacionada com o corpo em forma de ampulheta. Esta silhueta permite que a mulher utilize qualquer tipo de roupa, pois é o corpo com maior equilíbrio entre os biotipos. A relação entre ombros, cintura e quadril é bem evidenciada e assim como a pedra da inspiração, a mulher com está forma pode ousar em modelagens. Na esmeralda esta relação de proporção pode também ser observada, porém, existe uma pequena diferença entre as medidas de cintura, ombros e quadril. Esta forma da pedra inspirou a cor e o biotipo analisado, assim como a técnica utilizada na modelagem que possuem degraus como na lapidação da mesma. O diamante representa a mulher com o biotipo de triangulo invertido, quando observado em sua vista lateral, o diamante possui esse formato que pode ser associado ao corpo analisado pois a proporção entre ombros e quadril, assemelha-se com a forma da pedra lapidada. A modelagem nesse caso é posicionada na frente da saia e representa a lapidação facetada do diamante em sua vista superior. O topázio amarelo representa o biotipo triângulo. Esse corpo assim como a pedra lapidada na forma de gota possuem a parte inferior maior do que a superior, 65 para criar equilíbrio na modelagem foram utilizadas técnicas que valorizassem a parte superior do torso. Para a pedra rubi com lapidação redonda foi associado o biotipo oval pois ambos possuem linhas curvas. Para valorizar esse corpo e a pedra da inspiração, foi desenvolvida uma modelagem com repetição de linhas nas laterais do vestido por meio da técnica de origami. 3.9 CONCEITO O conceito é a essência comum aos produtos. Segundo Pires apud Sanches (2008, p. 292), a função do conceito é estabelecer “parâmetros comunicativos e de uso prático mais adequado ao universo consumidor”. “o Conceito Gerador será traduzido em referências de linguagem visual, captadas a partir daquilo que o estilismo, normalmente denomina como tema, o qual servirá como fio condutor de integração e harmonia do conjunto de produtos que são lançados simultaneamente. Neste contexto, muitas vezes é empregada a elaboração de painéis de imagens que expressam estes referenciais estético-formais” (SANCHES apud PIRES, 2008, p.292). A lapidação dá forma à pedra e ressalta a beleza da sua cor, lapidando o corpo pela dimensão estética de uma gema, transformando o primitivo, ressaltando o belo e valorizando a beleza das curvas da mulher. 3.10 AMBIÊNCIA A ambiência ajuda na definição e visualização do conceito do produto de maneira a simplificar o significado deste. O painel deve ser claro e representar o público ao qual se destina. (PAZMINO, 2015) Segundo Baxter (2011), o painel de conceito ou da expressão do produto representa o seu significado, a emoção que deve transmitir ao primeiro olhar. 3.10.1 Painel de Ambiência A ambiência deste projeto pode ser observada no quadro 19. Ele revela imagens que representam o conceito desta coleção.As imagens que compõem este painel foram manipuladas para melhor expressar o conceito da coleção, a repetição 66 das pedras selecionadas para o desenvolvimento do projeto, é relacionada oa ao procedimento de lapidação, onde a pedra passa por etapas de transformação para chegar ao ápice de sua beleza, este conceito de beleza é definido por Shumann (2006, p. 66) e baseia-se na impressão óptica das gemas e não segue um juízo de valor pessoal, conforme mostra o quadro 11. As cores das pedras estão em evidência no painel e fazem parte da cartela de cores que inspira o projeto assim como as suas formas. QUADRO 19 – PAINEL DE AMBIÊNCIA FONTE: a própria autora Este painel pretende reforçar a ideia do conceito gerador, subdividido em pedras, biotipos e cores, expressam a visualmente a proposta desta coleção de vestidos para mulheres reais. 3.11 PROCEDIMENTOS UTILIZADOS NO PROCESSO DO PRODUTO Durante o desenvolvimento dos moldes, foram utilizadas técnicas mistas de modelagem e moulage. Baseado no estudo de Shingo Sato e suas técnicas iniciou- se o desenvolvimento da peça piloto. Cada produto desenvolvido utilizará uma técnica que mais esteja mais adequada ao croqui desenhado, conforme propõe as técnicas do estilista. 67 3.11.1 DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO As etapas da evolução do projeto estarão dispostas e explicadas nos quadros 20, 21, 22, 23 e 24 ilustrando algumas as etapas de modelagem e moulage dos vestidos desenvolvidos. Cada vestido foi desenvolvido sob medida para as modelos com o corpo com o biotipo relacionado com as pedras da inspiração. Construção do molde de vestido básico. Montagem do vestido no papel craft. Montagem do primeiro molde em algodão cru. Vestido em algodão cru preparado para testes. inserção das formas geométricas da inspiração. teste de posicionamento. vista lateral do modelo teste. Estudo para construção dos moldes em 2D. recorte do molde para planificação. 68 inserção de triângulo para o desenvolvimento da modelagem de Shingo Sato. Vista superior do vestido planificado. teste de costura para verificação de posicionamento das formas. teste de montagem do protótipo. primeiro protótipo para ajustes e prova (vista frontal). primeiro protótipo para ajustes e prova (vista lateral/costas). inicio dos testes no tecidoescolhido para o vestido desenvolvido testes com entretela rígida para valorização das formas teste para colocaçao de entretela na parte inferior 69 deformação ocorrida na parte inferior. Retirada da entretela e aprimoramento da modelagem protótipo finalizado para a prova na modelo e ajustes finais QUADRO 20 – PROCESSO DE MODELAGEM/MOULAGE I FONTE: a própria autora A partir dos testes realizados nas etapas descritas no quadro 20, entre elas a construção do molde plano em papel craft, testes de modelagem no manequim de moulage, desenvolvimento de formas e posicionamento no manequim com algodão cru e inserção de técnicas de design de Shingo Sato, chega-se no protótipo do vestido que será desenvolvido. O período de desenvolvimento e de testes do protótipo durou 10 dias distribuídos em 1 mês e 10 dias de estudo, sendo necessário ajustes e testes para aperfeiçoamento do vestido. Testes com entretela foram realizados, mas não geraram bons resultados, pois alteram a forma original na moulage da parte inferior do vestido. O vestuário foi finalizado após quatro tentativas. A parte superior foi entretelada, não sendo necessário o uso de corset para a sustentação. Já na parte da saia, foi realizada a execução da peça no tecido e com forro para aprimorar o acabamento. 70 Desenvolvimento do toile no tamanho da modelo. Corte de triângulos para inserir as nesgas no vestido. Preparação para a costura das nesgas. Estudo para inserção das curvas da técnica de Shingo Sato. (vista frontal). Estudo para inserção das curvas da técnica de Shingo Sato. (vista frontal). Estudo para a planificação do molde do vestido. Molde do vestido planificado Posicionamento do molde para o corte no tecido. Montagem do vestido 71 Prova do vestido na modelo para ajustes. Prova do vestido na modelo para ajustes. Prova do vestido na modelo para ajustes. QUADRO 21 – PROCESSO DE MODELAGEM/MOULAGE II FONTE: a própria autora As etapas desenvolvidas para a construção do vestido inspirado no topázio amarelo, quadro 21, iniciaram com o desenvolvimento do molde em papel craft, depois de montado em algodão cru e ajustado ao tamanho da modelo, foi realizado o estudo de aplicação das curvas para a manipulação para a execução da técnica de Shingo Sato. Os pontos são posicionados em pontos críticos da modelagem para melhor desenvolvimento da curvatura e costura posterior. O período de desenvolvimento e de testes do protótipo durou 4 dias, sendo necessário ajustes e testes para aperfeiçoamento do vestido. O vestuário foi finalizado após 3 provas na modelo. A parte superior do vestido foi desenvolvida para criar a proporção desejada, não sendo necessário o uso de corset para a sustentação. Já na parte da saia, foi realizada a execução da peça no tecido e com forro para aprimorar o acabamento. 72 Desenvolvimento de molde para o vestido. Prova do molde no manequim de moulage. Corte das partes do molde para costura. Corte do molde planificado. Montagem da lateral do vestido (parte interna). Montagem da lateral do vestido (parte externa). Prova do vestido na modelo para ajustes. Vestido com ajustes. Vestido com ajustes (vista lateral). QUADRO 22 – PROCESSO DE MODELAGEM/MOULAGE III FONTE: a própria autora 73 O vestido inspirado na pedra rubi, quadro 22, foi desenvolvido para a mulher de biotipo oval. A modelagem foi realizada sob medida a partir das medidas retiradas da modelo. O recorte em U foi utilizado para valorizar o corpo da mesma, e o posicionamento da técnica foi nas laterais para valorizar a cintura que deveria estar em destaque. O desenvolvimento da modelagem lateral do vestido foi criado seguindo as técnicas de origami em forma de espiral do designer Shingo Sato. Desenvolvimento da modelagem plana do vestido. Desenvolvimento da técnica de origami de Shingo Sato no vestido. Resultado do origami no tecido. Montagem do vestido Montagem do vestido e posicionamento dos recortes. Posicionamento do forro. 74 Acabamento interno do vestido. Prova do vestido na modelo. QUADRO 23 – PROCESSO DE MODELAGEM/MOULAGE IV FONTE: a própria autora Esta modelagem observada no quadro 23, segue os princípios adotados nos vestidos anteriores, inspirado na pedra esmeralda e desenvolvido para o corpo retângulo, utiliza-se a técnica de origami bamboo para desenvolvimento da lateral. O vestido foi feito sob medida para a modelo, possui barbatanas na parte superior dispensando o uso de entretela de sustentação. O forro é costurado na parte interna para acabamento aprimorado. Desenvolvimento de modelagem plana. Peça cortada para costura. Molde da saia do vestido com técnica Shingo Sato. 75 Posicionamento do molde da saia para corte. Entretela cavalinha alinhavada no tecido para costura. Montagem da parte superior para teste. Montagem da parte inferior do vestido. Vestido montado no toile. Ajuste da barra e forro do vestido. QUADRO 24 – PROCESSO DE MODELAGEM/MOULAGEV FONTE: a própria autora O último vestido modelo, quadro 24, foi desenvolvido para o corpo triângulo invertido e tem como inspiração o diamante. Para esse vestido foi utilizada as medidas da modelo como biotipo triângulo invertido, descrito anteriormente. Alguns problemas foram diagnosticados ao longo do desenvolvimento da peça. Primeiro a qualidade do linho, foi utilizada uma fibra mista que ao ser entretelada encolheu, não havia mais tecido disponível para a compra e substituição do mesmo, sendo necessária a alteração do tecido da parte superior. Outra questão relevante na modelagem do protótipo foi a questão de a modelo estar amamentando. Durante o período da amamentação existe uma variação no tamanho da medida do seio da modelo, o q dificulta a prova e execução da peça sob medida. A modelagem da saia foi realizando utilizando a técnica do designer Shingo Sato. 76 3.12 CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE ALTERNATIVAS Segundo Pazmino (2015, p.224), “Inicialmente, são eliminadas as soluções absolutamente inadequadas (impraticáveis fisicamente). As alternativas devem passar por um “funil” em que as melhores soluções passam a ser avaliadas de forma mais criteriosa e outras soluções ficam para trás”. As seleções de alternativas deste projeto devem seguir o planejamento de atender os requisitos da inspiração (forma e cor das gemas) e a construção de vestidos com característica de cocktail dress, para este será mantida a cintura marcada que é uma das características deste tipo de vestuário. Será respeitada a idade do público alvo (acima de 25 anos) e os tipos físicos que inspiram o desenvolvimento deste. Além destes requisitos estéticos, foi necessário avaliar o resultado com melhor vestibilidade e possibilidade de desenvolvimento com a moulage e as técnicas de Shingo Sato. 3.13 REQUISITOS PARA O NOVO PRODUTO O desenvolvimento de novos produtos, deve-se observar as necessidades de clientes por meio de registros. Esses documentos são chamados de especificação do projeto e auxiliam a equipe de desenvolvimento a não esquecer nenhum detalhe durante o desenvolvimento deste. Estes requisitos devem ser possíveis de serem descritos como especificações técnicas. (PAZMINO, 2015). “É um conjunto de informações completas, ou seja, requisitos de um projeto com um valor meta atribuído. Para a preparação do documento devem ser levadas em consideração que revejam e finalizem os objetivos comerciais do produto, a partir da especificação da oportunidade e levantamento de informações internas e externas da empresa. Deve-se elaborar uma versão preliminar da especificação do projeto para depois submete-la às pessoas chave que fornecem as informações iniciais, para finalmente elaborar a versão final da especificação” (PAZMINO, 2015, p.28). A criação de uma coleção de vestidos inspirados em pedras preciosas, foram avaliados como requisitos os seguintes descritos abaixo. O principal elemento presente na coleção é a inspiração. As pedras preciosas são agentes que norteiam todo o processo de criação do produto. Por meio dele foi possível estabelecer os tipos de corpos e modelagem/moulage que deveria ser aplicado a cada uma das peças desenvolvidas. 77 Encantar o consumidor pelo design e modelagem inovadora das peças também deve ser considerado como uma das especificações deste registro. As cores escolhidas para cada vestido, sustentam o embasamento na inspiração, e, portanto, devem ser considerados para o desdobramento do projeto. Além destas especificações, o projeto deve contar com peças que possuam praticidade durante o uso, respeitando a ergonomia, beleza e conforto retratando de forma coerente a mulher que é objeto da coleção, 78 4 RESULTADOS A coleção de vestidos, inspirados em pedras preciosas e com valorização do corpo feminino, visa como resultado construir peças distintas e inovadoras. A modelagem dos vestidos é construída com as técnicas do modelista Shingo Sato e pretende-se criar o efeito tridimensional em peças de vestuário respeitando as formas das gemas preciosas selecionadas e o biotipo das mulheres. 4.1 SELEÇÃO DE ALTERNATIVAS A seleção de alternativas foi desenvolvida para cumprir o propósito de desenvolvimento deste projeto. A partir da inspiração foram desenhados vestidos para as cinco gemas e cinco biotipos, conforme citados anteriormente. O processo de criação respeitou cada um dos requisitos da inspiração como linhas e formas, além da modelagem/moulage que incentiva esta proposta, conforme apresentado nos quadros 25, 26, 27, 28 e 29 dispostos a seguir. 79 QUADRO 25 – SELEÇÃO DE ALTERNATIVA 1 – (CONFECCIONADA) FONTE: a própria autora 80 QUADRO 26 – SELEÇÃO DE ALTERNATIVA 2 – (CONFECCIONADA) FONTE: a própria autora 81 QUADRO 27 – SELEÇÃO DE ALTERNATIVA 3 – (CONFECCIONADA) FONTE: a própria autora 82 QUADRO 28 – SELEÇÃO DE ALTERNATIVA 4 – (CONFECCIONADA) FONTE: a própria autora 83 QUADRO 29 – SELEÇÃO DE ALTERNATIVA 5 – (CONFECCIONADA) FONTE: a própria autora 84 4. 2 CARTELAS As cartelas dispostas na sequência deste projeto, tem como finalidade facilitar as etapas de produção. As cartelas estão dispostas em quadros para visualização e tratam das cores dos tecidos, os aviamentos e materiais utilizados, assim como dos tecidos. 4.2.1 Cartela de Cores As cores selecionadas para o desenvolvimento das cartelas são as cores das gemas que inspiram o projeto. São elas o roxo, verde, branco, vermelho e amarelo e estão dispostas na cartela de cores, no quadro 30. QUADRO 30 – CARTELA DE CORES FONTE: a própria autora 4.2.2 Cartela de Materiais e Aviamentos Segundo Treptow (2013, p. 122): “os aviamentos são os materiais utilizados para a confecção de uma roupa além do tecido base”. Os materiais utilizados na coleção são o zíper, nas cores dos vestidos respectivos, barbatanas para estruturação dos vestidos, linha para a costura e entretela. A cartela de materiais e aviamentos está disposta no quadro 31. 85 QUADRO 31 – CARTELA DE MATERIAIS E AVIAMENTOS FONTE: a própria autora 4.2.3 Cartela de Tecidos A cartela de tecidos visa demonstrar os materiais utilizados na coleção. (TREPTOW, 2013) O tecido selecionado para a produção dos vestidos da coleção é o linho, que é uma fibra natural e foi aprovado pelo público consumidor da pesquisa de público alvo. O forro utilizado em alguns dos vestidos é de cetim e auxilia no acabamento das peças, conforme quadro 32. QUADRO 32 – CARTELA DE TECIDOS FONTE: a própria autora. 86 4.3 PRODUÇÃO FOTOGRÁFICA FIGURA 26 – VESTIDO AMETISTA FONTE: Paulo Cibin 87 FIGURA 27 – VESTIDO ESMERALDA FONTE: Paulo Cibin 88 FIGURA 28 – VESTIDO DIAMANTE FONTE: Paulo Cibin 89 FIGURA 29 – VESTIDO RUBI FONTE: Paulo Cibin 90 FIGURA 30 – VESTIDO TOPÁZIO AMARELO FONTE: Paulo Cibin 91 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este projeto surgiu da necessidade de desenvolver vestidos com modelagem/moulage diferenciada para mulheres com biotipos distintos. Partindo dessa percepção, eclode o resultado deste estudo, que se constitui de uma coleção de vestidos sob medida, com inspiração em pedras preciosas para corpos femininos com modelagem tridimensional. O público-alvo foi definido com a utilização de um questionário de interesse aplicado nas mídias sociais e com o auxílio das respostas coletadas foi possível direcionar o desenvolvimento do projeto. A inspiração nas pedras preciosas e suas lapidações surgiram como aliadas na criação das formas dos vestidos e também na escolha das cores. As peças confeccionadas neste objetoseguiram os pré-requisitos de design propostos para o seu desenvolvimento, assim como todas as etapas de projeto e construção deste vestuário foram documentadas e dispostas na etapa de processos de produto. A modelagem/ moulage do designer e modelista Shingo Sato foram referência para a construção dos vestidos. Cada um deles foi criado com uma técnica distinta e com alta complexidade para a execução. O estilo cocktail dress – vestido de cocktail representado pela cintura marcada proporcionou unidade a coleção e valorizou cada um dos biotipos estudados. Os vestidos seguiram um padrão de acabamento e execução, proporcionando beleza as peças, mesmo sendo peças classificadas como pilotos. Devido a complexidade de execução, os vestidos podem ser produzidos sob medida, não sendo possível a produção em larga escala. A iniciativa aqui desenvolvida poderá ser continuada, por meio de novos estudos de outras técnicas do estilista, além da utilização de novas inspirações. 92 REFERÊNCIAS ALDRICH, Winifred. Modelagem plana para moda feminina. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014. ABLING, Bina; MAGGIO, Katheleen. Moulage, modelagem e desenho: prática integrada. Porto Alegre: Bookman, 2014. AMBROSE, G.; Harris, P. Dicionário Ilustrado da moda. Barcelona: Gustavo Gili, 2012. BAXTER, Mike. Projeto de produto – Guia prático para o design de novos produtos. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 2011. BERLIM, Lilian. Moda e Sustentabilidade: uma reflexão necessária. São Paulo: Estação das Letras, 2015. DUARTE, Sônia. 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Curitiba: UTP, 2012. 95 APÊNDICE APÊNDICE A - GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS QUADRO 33 – GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS I - AMETISTA FONTE: a própria autora 96 QUADRO 34 – GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS II- ESMERALDA FONTE: a própria autora 97 QUADRO 35 – GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS III - DIAMANTE FONTE: a própria autora 98 QUADRO 36 – GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS IV - RUBI FONTE: a própria autora 99 QUADRO 37 – GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS V - TOPÁZIO AMARELO FONTE: a própria autora 100 APÊNDICE B - GRÁFICOS DE PÚBLICO ALVO GRÁFICO 01 – IDADE FONTE: google docs GRÁFICO 02 – PESO FONTE: google docs 101 GRÁFICO 03 – FORMA DO CORPO FONTE: google docs GRÁFICO 04 – MODELAGEM FONTE: google docs 102 GRÁFICO 05 – ALTURA FONTE: google docs GRÁFICO 06 – ESTILO FONTE: google docs 103 GRÁFICO 07 –RENDA MENSAL FONTE: google docs GRÁFICO 08 – ESCOLARIDADE FONTE: google docs 104 GRÁFICO 09 – ESTADO CIVIL FONTE: google docs GRÁFICO 10 – LAZER FONTE: google docs 105 GRÁFICO 11 – COMPRAS FONTE: google docs GRÁFICO 12 – FREQUENCIA DE COMPRA FONTE: google docs 106 GRÁFICO 13 – PRINCIPAIS PROBLEMAS FONTE: google docs GRÁFICO 14 – COMPRIMENTO DE VESTIDOS FONTE: google docs 107 GRÁFICO 15 – VESTIDOS COM MODELAGEM OU RECORTES DIFERENTES FONTE: google docs GRÁFICO 16 – INSPIRAÇÃO FONTE: google docs 108 GRÁFICO 17 – CORES FONTE: google docs GRÁFICO 18 –TECIDOS FONTE: google docs 109 APÊNDICE C - FICHA TÉCNICA QUADRO 38 – FICHA TÉCNICA VESTIDO AMETISTA I FONTE: a própria autora 110 QUADRO 39 – FICHA TÉCNICA VESTIDO AMETISTA II FONTE: a própria autora 111 QUADRO 40 – FICHA TÉCNICA VESTIDO ESMERALDA FONTE: a própria autora 14 6 8 11 14 13 15 39 23 11 0 78 69 5 VESTIDO ESMERALDA VE01CV02 VESTIDO ORIGAMI ESMERALDA BIOTIPO RETÂNGULO TCC202019/01 SOB MEDIDA Linho Lullitex Têxtil 1,80m 2m R$80,90 Cetim Lulitex têxtil 1,50m 1,20m R$29,90 Linha de costura Sancris - 1 retrós R$5,90 zíper invisível YKK 0,60cm 1 unidade R$7,90 Barbatana Flexível AVM 0,25cm 8 unidades R$0,20 Facção Maria Teresa - - R$500,00R$ 713,08 O vestido será desenvolvido em técnica mista de moulage e modelagem. As medidas laterais podem variar devido a técnica de origami utili- zada. 29 05 19 Alexandra Maria Stein Hayashi cm 112 QUADRO 41 – FICHA TÉCNICA VESTIDO DIAMANTE FONTE: a própria autora 16 46 64 11 0 4 80 VESTIDO DIAMANTE VD01CV02 VESTIDO ORIGAMI DIAMANTE BIOTIPO TRIÂNGULO INVERTIDO TCC202019/01 SOB MEDIDA 29 05 19 Alexandra Maria Stein Hayashi cm Linho Lullitex Têxtil 1,80m 2m R$80,90 Cetim Lulitex têxtil 1,50m 1,20m R$29,90 Linha de costura Sancris - 1 retrós R$5,90 zíper invisível YKK 0,60cm 1 unidade R$7,90 Facção Maria Teresa - - R$500,00 R$ 711,48 O vestido será desenvolvido em técnica mista de moulage e modelagem. Na frente do vestido será utilizada a técnica de origami circular para a moulage. As medidas podem variar, não sendo possivel estabelecer uma medida padrão. 113 QUADRO 42 – FICHA TÉCNICA VESTIDO RUBI FONTE: a própria autora Linho Lullitex Têxtil 1,80m 2m R$80,90 Cetim Lulitex têxtil 1,50m 1,20m R$29,90 Linha de costura Sancris - 1 retrós R$5,90 zíper invisível YKK 0,60cm 1 unidade R$7,90 Facção Maria Teresa - - R$500,00 R$ 711,48 O vestido será desenvolvido em técnica mista de moulage e modelagem. A medida das dobras laterais é realizado em moulage e não é possivel fornecer com precisão as medidas. Alexandra Maria Stein Hayashi cm29 05 19 42 71 4 28 61 113 VESTIDO RUBI VR01CV03 VESTIDO ORIGAMI RUBI BIOTIPO OVAL TCC202019/01 SOB MEDIDA 114 QUADRO 43 – FICHA TÉCNICA VESTIDO TOPÁZIO AMARELO I FONTE: a própria autora 29 05 19 Alexandra Maria Stein Hayashi cm Linho Lullitex Têxtil 1,80m 2m R$80,90 Cetim Lulitex têxtil 1,50m 1,20m R$29,90 Linha de costura Sancris - 1 retrós R$5,90 zíper invisível YKK 0,60cm 1 unidade R$7,90 Facção Maria Teresa - - R$500,00 O vestido será desenvolvido em técnica mista de moulage e modelagem. Os recortes devem ser realizados em moulage, com a técnica de manipula- ção de pontos de Shingo Sato, não sendo possivel estabelecer medidas precisas no desenho técnico. VESTIDO TOPÁZIO AMARELO VTA01CV02 VESTIDO DART MANIPULATION TOPÁZIO AMARELO BIOTIPO TRIÂNGULO TCC202019/01 SOB MEDIDA 711,48 99 24 36 4 120 115 QUADRO 44 – FICHA TÉCNICA VESTIDO TOPÁZIO AMARELO II FONTE: a própria autora 37 16 21 41 VESTIDO TOPÁZIO AMARELO (continuação) VTA01CV02 VESTIDO DART MANIPULATION TOPÁZIO AMARELO BIOTIPO TRIÂNGULO TCC202019/01 SOB MEDIDA 29 05 19 Alexandra Maria Stein Hayashi cm CONTINUAÇÃO DA FICHA ANTERIOR Detalhe da manga desenvolvido em moulage conforme técnica de TR balloon technique de Shingo Sato. 116 APÊNDICE D - QUADRO DE CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE ALTERNATIVAS O quadro 30, 31, 32, 33 e 34, foram utilizados como critérios para a escolha das alternativas selecionadas em cada um dos vestidos de acordo com a pedra da inspiração. As alternativas marcadas com um X são as selecionadas. ASPECTOS CRITÉRIOS GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS AMETISTA 1 2 3 4 5 FUNÇÃO PRÁTICA FECHAMENTO 0 0 X 0 0 VERSATILIDADE 0 0 0 X X ATEMPORALIDADE 0 0 X 0 0 FUNÇÃO ESTÉTICA COR DA GEMA X X X X X ELEMENTOS DA INSPIRAÇÃO 0 0 X 0 0 FORMA DA GEMA X 0 X 0 X ASSIMETRIA 0 0 X 0 0 FUNÇÃO SIMBÓLICA COR X X X X X CONFIGURAÇÃO MODELAGEM 0 0 X 0 X MOULAGEM 0 0 X 0 0 RECORTES 0 0 0 X X VOLUMETRIA 0 0 X 0 0 QUADRO 45 – QUADRO DE CRITÉRIOS AMETISTA FONTE: a própria autora ASPECTOS CRITÉRIOS GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS ESMERALDA 1 2 3 4 5 FUNÇÃO PRÁTICA FECHAMENTO X 0 0 0 0 VERSATILIDADE X 0 0 0 0 ATEMPORALIDADE X 0 0 0 0 COR DA GEMA X X X X X 117 FUNÇÃO ESTÉTICA ELEMENTOS DA INSPIRAÇÃO X 0 0 X 0 FORMA DA GEMA X 0 0 0 0 ASSIMETRIA 0 0 X 0 0 FUNÇÃO SIMBÓLICA COR X X X X X CONFIGURAÇÃO MODELAGEM X 0 X 0 X MOULAGEM X 0 X 0 0 RECORTES 0 0 0 0 0 VOLUMETRIA X 0 0 0 0 QUADRO 46 – QUADRO DE CRITÉRIOS ESMERALDA FONTE: a própria autora ASPECTOS CRITÉRIOS GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS DIAMANTE 1 2 3 4 FUNÇÃO PRÁTICA FECHAMENTO 0 0 X X VERSATILIDADE 0 0 0 X ATEMPORALIDADE 0 0 X X FUNÇÃO ESTÉTICA COR DA GEMA X X X X ELEMENTOS DA INSPIRAÇÃO 0 0 X X FORMA DA GEMA X 0 X X ASSIMETRIA X 0 0 X FUNÇÃO SIMBÓLICA COR X X X X CONFIGURAÇÃO MODELAGEM 0 0 X X MOULAGEM 0 0 X X RECORTES 0 0 0 0 VOLUMETRIA 0 0 0 X QUADRO 47 – QUADRO DE CRITÉRIOS DIAMANTE FONTE: a própria autora 118 ASPECTOS CRITÉRIOS GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS RUBI 1 2 3 4 5 FUNÇÃO PRÁTICA FECHAMENTO X 0 0 0 0 VERSATILIDADE X 0 0 X X ATEMPORALIDADE X 0 X 0 0 FUNÇÃO ESTÉTICA COR DA GEMA X X X X X ELEMENTOS DA INSPIRAÇÃO X 0 X 0 0 FORMA DA GEMA X 0 X 0 X ASSIMETRIA 0 0 0 X 0 FUNÇÃO SIMBÓLICA COR X X X X X CONFIGURAÇÃO MODELAGEM X 0 X 0 X MOULAGEM X 0 X 0 0 RECORTES 0 0 0 X X VOLUMETRIA X 0 0 0 0 QUADRO 48 – QUADRO DE CRITÉRIOS RUBI FONTE: a própria autora ASPECTOS CRITÉRIOS GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS 1 2 3 4 5 FUNÇÃO PRÁTICA FECHAMENTO 0 0 X 0 X VERSATILIDADE 0 0 0 X X ATEMPORALIDADE 0 0 0 0 X FUNÇÃO ESTÉTICA COR DA GEMA X X X X X ELEMENTOS DA INSPIRAÇÃO 0 0 X 0 X FORMA DA GEMA X 0 X 0 X ASSIMETRIA 0 0 X 0 X FUNÇÃO SIMBÓLICA COR X X X X X CONFIGURAÇÃO MODELAGEM 0 0 X 0 X 119 MOULAGEM 0 0 X 0 X RECORTES 0 0 0 X X VOLUMETRIA 0 0 0 0 X QUADRO 49 – QUADRO DE CRITÉRIOS TOPÁZIO AMARELO FONTE: a própria autoraQUADRO 13 – ANÁLISE SEMIÓTICA I............................................................. 59 QUADRO 14 - ANÁLISE SEMIÓTICA II ............................................................ 60 QUADRO 15 - ANÁLISE SEMIÓTICA III........................................................... 61 QUADRO 16 - ANÁLISE SEMIÓTICA IV.......................................................... 62 QUADRO 17 - ANÁLISE SEMIÓTICA V .......................................................... 63 QUADRO 18 – PAINEL DE INSPIRAÇÃO ....................................................... 63 QUADRO 19 – PAINEL DE AMBIÊNCIA .......................................................... 66 QUADRO 20 – PROCESSOS DE MODELAGEM/MOULAGE I ....................... 69 QUADRO 21 - PROCESSOS DE MODELAGEM/MOULAGE II ....................... 71 QUADRO 22 - PROCESSOS DE MODELAGEM/MOULAGE III .......................72 QUADRO 23 - PROCESSOS DE MODELAGEM/MOULAGE IV .......................74 QUADRO 24 - PROCESSOS DE MODELAGEM/MOULAGE V ........................75 QUADRO 25 – SELEÇÃO DE ALTERNATIVA 1 – CONFECCIONADA............ 79 QUADRO 26 - SELEÇÃO DE ALTERNATIVA 2 – CONFECCIONADA............. 80 QUADRO 27 - SELEÇÃO DE ALTERNATIVA 3 – CONFECCIONADA............. 81 QUADRO 28 - SELEÇÃO DE ALTERNATIVA 4 – CONFECCIONADA..............82 QUADRO 29 - SELEÇÃO DE ALTERNATIVA 5 – CONFECCIONADA..............83 QUADRO 30 – CARTELA DE CORES...............................................................84 QUADRO 31 – CARTELA DE MATERIAIS E AVIAMENTOS.............................85 QUADRO 32 – CARTELA DE TECIDOS............................................................85 QUADRO 33 – GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS I – AMETISTA........................95 QUADRO 34 – GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS II – ESMERALDA...................96 QUADRO 35 – GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS III – DIAMANTE......................97 QUADRO 36 – GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS IV – RUBI ..............................98 QUADRO 37 – GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS V – TOPÁZIO AMARELO…...99 QUADRO 38 – FICHA TÉCNICA VESTIDO AMETISTA I...............................109 QUADRO 39 – FICHA TÉCNICA VESTIDO AMETISTA II..............................110 QUADRO 40 – FICHA TÉCNICA VESTIDO ESMERALDA.............................111 QUADRO 41 – FICHA TÉCNICA VESTIDO DIAMANTE................................112 QUADRO 42 – FICHA TÉCNICA VESTIDO RUBI..........................................113 QUADRO 43 – FICHA TÉCNICA VESTIDO TOPÁZIO AMARELO I..............114 QUADRO 44 – FICHA TÉCNICA VESTIDO TOPÁZIO AMARELO II.............115 QUADRO 45 – QUADRO DE CRITÉRIOS AMETISTA...................................116 QUADRO 46 – QUADRO DE CRITÉRIOS ESMERALDA...............................116 QUADRO 47 – QUADRO DE CRITÉRIOS DIAMANETE................................117 QUADRO 48 – QUADRO DE CRITÉRIOS RUBI............................................118 QUADRO 49 – QUADRO DE CRITÉRIOS TOPÁZIO AMARELO..................119 LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 – IDADE.......................................................................................100 GRÁFICO 2 – PESO ......................................................................................100 GRÁFICO 3 – FORMA DO CORPO ................................................................101 GRÁFICO 4 – MODELAGEM..........................................................................101 GRÁFICO 5 –ALTURA ...................................................................................102 GRÁFICO 6 – ESTILO ...................................................................................102 GRÁFICO 7 – RENDA MENSAL ....................................................................103 GRÁFICO 8 – ESCOLARIDADE .....................................................................103 GRÁFICO 9 – ESTADO CIVIL........................................................................ 104 GRÁFICO 10 – LAZER ....................................................................................104 GRÁFICO 11 – COMPRAS..............................................................................105 GRÁFICO 12 – ONDE REALIZA COMPRAS...................................................105 GRÁFICO 13 – PRINCIPAIS PROBLEMAS.....................................................106 GRÁFICO 14 – COMPRIMENTO DE VESTIDOS............................................106 GRÁFICO 15 – VESTIDOS COM MODELAGEM OU RECORTES DIFERENTES..................................................................................................107 GRÁFICO 16 – INSPIRAÇÃO..........................................................................107 GRÁFICO 17 – CORES...................................................................................108 GRÁFICO 18 – TECIDOS................................................................................108 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................................13 1.1 FOTO DO PRODUTO..................................................................................15 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................16 2.1 ESTILISTAS JAPONESES..........................................................................16 2.2 O CORPO FEMININO E SEUS BIOTIPOS.................................................27 2.3 AS PEDRAS PRECIOSAS......................................................................... 29 2.4 MODELAGEM............................................................................................ 30 2.5 MOULAGE E TÉCNICAS........................................................................... 30 3 MATERIAIS E MÉTODOS DE PESQUISA .................................................. 33 3.1 ANÁLISE DIACRÔNICA .............................................................................33 3.2 ANÁLISE SINCRÔNICA ............................................................................ 38 3.3 PÚBLICO ALVO ..........................................................................................41 3.3.1 Painel de público alvo ..............................................................................43 3.4 FUNÇÕES DO PRODUTO .........................................................................43 3.4.1 Função Prática .........................................................................................43 3.4.2 Função Estética .......................................................................................44 3.4.3 Função Simbólica ....................................................................................45 3.5 ANÁLISE MORFOLÓGICA .........................................................................46 3.6 ANÁLISE ESTRUTURAL. ...........................................................................46 3.7 ANÁLISE ERGONÔMICA ...........................................................................52 3.7.1 Etiqueta ....................................................................................................53 3.7.2 Tag ...........................................................................................................54 3.8 INSPIRAÇÃO ..............................................................................................55 3.8.1 Painel de inspiração .................................................................................63 3.9 CONCEITO .................................................................................................65 3.10 AMBIÊNCIA ..............................................................................................65 3.10.1 Painel de Ambiência ..............................................................................66 3.11 PROCEDIMENTOS UTILIZADOS NO PROCESSO DO PRODUTO........66 3.11.1 DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO...................................................673.12 CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE ALTERNATIVAS ................................76 3.13 REQUISITOS PARA O NOVO PRODUTO ...............................................76 4 RESULTADOS...............................................................................................78 4.1 SELEÇÃO DE ALTERNATIVAS..................................................................78 4.2 CARTELAS ...............................................................................................84 4.2.1 Cartela de Cores ......................................................................................84 4.2.2 Cartela de Materiais e Aviamentos ..........................................................84 4.2.3 Cartela de Tecidos ...................................................................................85 4.3 PRODUÇÃO FOTOGRÁFICA ....................................................................86 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..........................................................................91 REFERÊNCIAS.................................................................................................92 APÊNDICE .......................................................................................................95 APÊNDICE A - GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS .............................................95 APÊNDICE B - GRÁFICOS DE PÚBLICO ALVO ...........................................100 APÊNDICE C - FICHA TÉCNICA ...................................................................109 APÊNDICE D - QUADRO DE CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE ALTERNATIVAS. .............................................................................................116 13 1 INTRODUÇÃO O vestuário e a moda evoluíram com o passar do tempo. O homem tornou-se um ser social e desenvolveu habilidades para conviver em sociedade. A mulher passou de figurante à protagonista e sua narrativa pode ser contada por meio do vestido e da moda. Para Palomino: “Tratar de moda implica em lidar com elementos os mais complexos, especialmente quando combinados. Entrando nesse assunto tangemos valores como imagem, auto-imagem, auto-estima, política, sexo, gender- bending,(troca de sexos, ou o bom e velho masculino e feminino), estética, padrões de beleza e inovações tecnológicas, além de um caleidoscópio de outros temas: desde condições climáticas, bailes, festas, restaurantes ou uniformes até cores ( e a ausência delas), modelos, top models, supermodels ou gente “normal”, mídia, fotografia de moda, moda de rua tribos ( e a ausência delas); música e diversão, mas também crise e recessão, criatividade e talento. Dinheiro também. E vaidade, competitividade, ego, modismos, atemporalidades, história e futuro, excessos, radicalismos e básicos. Não necessariamente nessa ordem” (PALOMINO, 2002, p.8). Profissionais da moda entendem que o corpo vestido não é apenas um corpo com uma roupa, pois utilizam-se de mecanismos para valorizar o torso e obter, com isso, o máximo de suas possibilidades enquanto agente de transformação. (AGUIAR, 2015) Levando em conta essas considerações e abordando a valorização do corpo feminino, a proposta deste projeto é criar uma coleção de vestidos, no estilo cocktail dress1 seguindo uma abordagem mais atual, com design inspirado nas pedras preciosas e nas técnicas de modelagem/moulage do designer japonês Shingo Sato. Sua técnica é conhecida como TR cutting e a escola do designer é conhecida por desenvolver a Transformational Reconstruction – reconstrução na transformação, que apresenta criações em três dimensões para a moda. A técnica TR é um processo de design orgânico mais intuitivo do que os sistemas de corte padrão baseados em matemática +1 / -1 convencionais aos quais estamos habituados permitindo, por meio de tentativa e erro, a descoberta de novas possibilidades, como a combinação de 1 Cocktail dress: segundo Christian Dior, os vestidos para coquetéis são especialmente elaborados, de alcinhas ou com o design bastante decotado, com um pequeno bolero por cima (DIOR, 2009). “São vestidos usados em festas e ocasiões formais ou semi-formais, com cintura marcada e com comprimento variando até cerca de 5cm acima dos tornozelos, o chamado longuete. Um vestido de coquetel pode ser simples ou ricamente decorado e confeccionados com tecidos finos como a seda, o cetim e o chiffon”. (AMBROSE, 2012, p. 264) 14 design complicado e soluções criativas imprevistas ou até mesmo a mais Avant Garde - vanguardista do que o previsto originalmente em projetos de modelagem (SATO, 2014). Unindo esta técnica de design ao estudo de biotipos, a coleção reforça a ideia de criar vestidos que valorizem o corpo feminino em suas diferenças. Como objeto de união destas propostas aparecem as pedras preciosas que mostram as formas de corpos e surgem como inspiração. Este projeto divide-se em cinco partes, são elas: Introdução, fundamentação teórica, materiais e métodos de pesquisa, resultados e considerações finais. Como metodologia, são utilizados os autores Baxter (2011) e Pazmino (2015). No capítulo de fundamentação teórica, são apresentados a história do vestido, o corpo feminino e os biotipos, as pedras preciosas, o estudo da modelagem e da moulage. Os principais autores que delineiam o estudo são Treptow (2013), Fogg (2015), Taylor (2014), Fischer (2010) e Aguiar (2015). Dando prosseguimento ao programa, parte-se para os materiais e métodos, que tem como objetivo mostrar a metodologia de pesquisa e o desenvolvimento aplicados neste estudo. Entre eles estão as análises sincrônicas, diacrônicas, estrutural e ergonômica. Também são apresentados o público alvo, as funções do produto, testes e requisitos para um novo produto. Na penúltima etapa, são apresentados os resultados da seleção de alternativas, as cartelas de cores, materiais, aviamentos e a cartela de tecidos, juntamente à produção fotográfica. Como resultante final deste projeto, apresenta-se uma coleção de vestidos inspirados nas pedras preciosas, com modelagem tridimensional e respeito aos corpos femininos. 15 1.1 FOTO DO PRODUTO FIGURA 01 – FOTO DO PRODUTO FONTE: Paulo Cibin 16 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Nesta etapa do desenvolvimento do projeto serão analisados: o percurso dos estilistas japoneses na moda, a inspiração nas pedras preciosas, o estudo dos corpos femininos e seus tipos e a modelagem/moulage tridimensional de Shingo Sato. Este capítulo servirá como fundamentação para o desenvolvimento desta coleção de vestidos. Os principais autores que norteiam a pesquisa são: Treptow (2013), Fogg (2015), Taylor (2014), Fischer (2010) e Aguiar (2015). 2.1 DESIGNERS JAPONESES Durante a década de 1980 surgiu um movimento de invasão japonesa na França. O cenário da moda entrou em contato com estilistas de vanguarda que alteraram os padrões de silhuetas marcadas e cores exageradas definidos pelo ocidente. Distorcendo as formas dos corpos e criando um novo padrão de beleza a partir de modelagem diferente da tradicional praticada naquele período. (PALOMO-LOVINSKI, 2010). Yohji Yamamoto é um estilista japonês nascido em 1943 na cidade de Tóquio. Sua mãe era costureira e seu pai morreu durante a segunda guerra mundial. Graduou-se em direito pela Universidade de Keio, em Tóquio e somente em 1969 formou-se na escola de moda Bunka. Em 1972, abriu sua própria empresa de moda, realizando, em 1977, sua primeira coleção no Japão. Em 1981 estreou na moda em Paris, na França. (PALOMO-LOVINSKI, 2010). Yamamoto, junto a outros estilistas japoneses, ajudou a redefinir o vestuário e o uso de cores, formas e modelos e sua relação com o corpo feminino, indagando os ideais e estereótipos de beleza ocidental, questionando o que significa ser mulher na sociedade atual,estabelecendo no seu vestuário o sentido de nobreza e inteligência (PALOMO-LOVINSKI, 2010). Utilizando-se de uma cartela de cores muito minimalista, de pregas e moulage, que são características marcantes do seu estilo, o designer cria peças com atributos atemporais e com influência da cultura japonesa. Yamamoto trata a moda como arte, distanciando-se das tendências e do consumo desenfreado da atualidade. Apresenta- se o estilista na figura 02 e uma amostra do seu trabalho na figura 03. 17 FIGURA 02 – YOHJI YAMAMOTO FONTE: https://format-com-cld-res.cloudinary.com/image/private FIGURA 03 – INDUMENTÁRIA DE YOHJI YAMAMOTO FONTE: https://cdn.taschen.com/media/images/1640 Estilista japonesa, nascida em 1942 em Tóquio, formada na Universidade de Keio em Filosofia, literatura e belas artes, Rei Kawakubo, figura 04, ajudou a introduzir a filosofia desconstrutiva no cenário fashion, é considerada uma visionária, mesmo sem nunca ter frequentado uma escola de moda. Em 1969, criou sua marca sob o nome 18 de Comme des Garçons, que significa, “como garotos”. Em 1981, apresentou sua coleção junto de Yohji Yamammoto (PALOMO-LOVINSKI, 2010). Segundo Palomo-Lovinski (2010, p. 166), “Rei Kawakubo influenciou radicalmente a perspectiva ocidental sobre adornos corporais e o significado da roupa, bem como a percepção japonesa do que significa ser mulher em uma sociedade machista. Kawakubo ajudou a estimular o intelectualismo na moda e sua influência pode ser vista em coleções de diversos estilistas”. Seu vestuário seguia o conceito japonês de wabi-sabi2, a maneira oriental de se vestir e as tradições da cultura japonesa presentes em seus desfiles com a marca Comme des Garçons, deixaram clara estas associações, conforme a figura 05. Kawakubo explora a tradição artesanal japonesa para experimentar a forma do tecido e do drapeado através da construção e desconstrução. Resultando em distorções e aparência exageradas, conforme figura 06 (PALOMO-LOVINSKI, 2010). FIGURA 04 – REI KAWAKUBO FONTE:https://static1.squarespace.com/static/5a8e33abcd39c3de866b7211/t/5a91c93ec830257a 34472da2/1519503689036/theBrillianceofReiKawakuboCW.jpg 2 Wabi-sabi: aceitação da transitoriedade da imperfeição, no transitório, no provisório e no incompleto e a identificação da beleza presente nisso (PALOMO-LOVINSKI, 2010). 19 FIGURA 05 – INDUMENTÁRIA REI KAWAKUBO I FONTE:https://alaintruong2014.files.wordpress.com/2014/11/kawakuborei_springsummer2007_ky otocostumeinstitute_ac011636_001.jpg?w=529&h=657 FIGURA 06 – INDUMENTÁRIA REI KAWAKUBO II FONTE: https://i.pinimg.com/originals/39/ee/af/39eeaf1ca3ffe19fa864d8ead37ad062.jpg Issey Miyake é um estilista japonês nascido em Hiroshima no ano de 1938, figura 07. Graduado em design gráfico na Universidade Tama de arte em Tóquio, perdeu sua família no ataque americano com a bomba atômica. Em 1965, Miyake abandonou o Japão para estudar alfaiataria e costura e tornou-se aprendiz de Guy Laroche. Virou assistente de Givenchy, e depois mudou-se para Nova York para trabalhar com 20 Geofrey Beene. Em 1970, retornou ao Japão e abriu o Miyake Design Studio (PALOMO-LOVINSKI, 2010). Miyake criou roupas usáveis, confortáveis, práticas e com um conceito inovador; sendo, desse modo, consideradas por seus clientes tão universais quanto o jeans. O estilista, apesar do aprendizado das técnicas francesas, valorizava os procedimentos artesanais e a estética japonesa, desenvolvendo diversas habilidades de produção eficientes, o que permitiu solucionar problemas inerentes aos processos artesanais (PALOMO-LOVINSKI, 2010). Suas roupas possuem como característica muita suavidade, ao contrário de rei Kawakubo e Yohji Yamamoto. Miyake desenvolveu um plissado, chamado Pleats, que utilizava uma técnica de produção única, com tecnologia de ponta, na qual a roupa é primeiro cortada e depois pregueada, como é possível de ser observado na figura 08. Ele também desenvolveu origamis vestíveis nas suas modelagens, conforme imagem da figura 09 (PALOMO-LOVINSKI, 2010). Segundo o próprio estilista “ a curiosidade e a felicidade são a base do meu trabalho. O desenho nunca é algo de estático; aliás, só é materializável depois de um intercâmbio de ideias, de estética e sensibilidade”. (TIPÓGRAFOS.net, 2019). FIGURA 07 – ISSEY MIYAKE FONTE: http://tipografos.net/design/ied.jpg 21 FIGURA 08 – COLEÇÃO PLEATS PLEASE FONTE: https://www.prlog.org/11721307-pleats-please-issey-miyake-stylert-5.jpg FIGURA 09 – ORIGAMI DE ISSEY MIYAKE FONTE: http://2.bp.blogspot.com/_JgFsFQu2kbc/TLcmtvjG- VI/AAAAAAAACzM/765zTrsccpo/s1600/dzn_1325_by_ISSEY_MIYAKE01.jpg Atualmente, entre os principais designers japoneses que figuram no cenário da moda estão: Junya Watanabe, estilista da Comme des garçons, Hiroaki Ohya, cujo trabalho pode ser observado na marca Ohya, Koji Tatsuno, da marca homônima, e Jun Takahashi, da Undercover (NEW YORK TIMES MAGAZINE, 2019). 22 Junya Watanabe, figura 10, é um designer japonês, nascido em Fukushima em 1961. É um discípulo de Rei Kawakubo, formado na escola de moda Bunka, em Tókio, e iniciou na Comme des Garçons como modelista. Em 1987 foi promovido a responsável pela linha de malhas e depois para a linha casa. Em 1992, desenvolveu sua própria marca na própria Comme des garçons. Watanabe, assim como sua mentora, é um renomado designer de roupas inovadoras, com tecidos sintéticos e tecnologicamente avançados. Ele é considerado um “techno couture” – alta costura techno. Criando roupas estruturadas com materiais tecnológicos (NEW YORK TIMES MAGAZINE, 2019). As roupas de Watanabe são a manifestação de uma dualidade, uma luta entre simplicidade e complexidade, roupas com hiper construções, conforme pode ser observado na figura 11. FIGURA 10 - JUNYA WATANABE https://process.fs.grailed.com/AJdAgnqCST4iPtnUxiGtTz/cache=expiry:max/rotate=deg:exif/resize =width:2400,fit:crop/output=quality:70/compress/https://process.fs.grailed.com/NDjZL3T5QuWJ6FmfS 6SL 23 FIGURA 11 – INDUMENTÁRIA DE JUNYA WATANABE FONTE: https://static01.nyt.com/images/2016/10/17/t-magazine/watanabe-slide-PYUU/watanabe- slide-PYUU-superJumbo.jpg?quality=90&auto=webp Hiroaki Ohya, figura 12, é o criador da marca OHYA. Nascido em Kumamoto em 1970, estudou na escola de moda Bunka em 1992. Apresentou sua primeira coleção da marca Ohya em Paris em 1996, após se formar na academia e logo em seguida começou a trabalhar com Issey Miyake, o que auxiliou na sua evolução como designer. Seu trabalho se tornou conhecido devido a sua experimentação e inovação em trabalhos futuristas, conforme pode ser observado na figura 13. É muito conceitual e nem sempre vestível, considerado como arte (FASHION MODEL DIRECTORY, 2019). 24 FIGURA 12 - HIROAKI OHYA FONTE: https://images.fashionmodeldirectory.com/images/designers/hiroaki-ohya_956-profile.jpg FIGURA 13 – INDUMENTÁRIA DE HIROAKI OHYA FONTE: https://alaintruong2014.files.wordpress.com/2014/11/923.jpg Koji Tatsuno, figura 14, nasceu em Tóquio no ano de 1964. Ele era autodidata, não frequentou as escolas tradicionais de moda. Em 1982, chegou em Londres e trabalhou como antiquário, como negociante de arte e chamou a atenção com suas camisetas feitas de quimonos (FASHION MODEL DIRECTORY, 2019). Financiado por Yohji Yamamoto, abriu sua própria marca em 1987. Tatsuno utiliza o conceito de designer de arquitetura na moda, suas criações possuem 25 tridimensionalidade aliada a materiais simples, como pode ser observado na figura 15. Traduz o extraordinário no comum. (FASHION MODEL DIRECTORY, 2019). FIGURA 14 – KOJI TATSUNO FONTE: http://lounge.obviousmag.org/alpendre/koji6.jpg FIGURA 15 – INDUMENTÁRIA DE KOJI TATSUNO FONTE: https://alaintruong2014.files.wordpress.com/2014/11/1115.jpgJun Takahashi, figura 16, é o criador da marca japonesa chamada Undercover. Nascido em Kiryu, frequentou a escola de moda Bunka. Takahashi também foi vocalista da banda cover “Tokyo Sex Pistols”, e sua ídola era Vivienne Westwood. Após lançar sua marca, participou da semana de moda do Japão em 1995. Rei Kawakubo, da Comme des Garçons, tornou-se sua mentora e o trouxe para Paris. Em 26 2002, a marca do estilista estreia seu desfile em Paris. Atualmente a estética das roupas desenvolvidas por Takahashi continua subversiva, desafiando as regras, porém com mais técnica, como pode ser visto na figura 17 (WIKIPEDIA, 2019). FIGURA 16 – JUN TAKAHASHI FONTE: https://artforum.com/uploads/upload.002/id00514/toptenbio_1064x.jpg FIGURA 17 – INDUMENTÁRIA DE JUN TAKAHASHI FONTE: https://alaintruong2014.files.wordpress.com/2014/11/1213.jpg 27 2.2 O CORPO FEMININO E SEUS BIOTIPOS Após apresentar os principais estilistas e designers orientais que revolucionaram a moda e as principais referências deste estilo, constata-se que esta visão de moda e a relação do corpo não tradicional deram inicio a um novo movimento de vanguarda, revolucionando a moda indicada pelas grandes maisons de luxo francesas que, mesmo sem o conhecimento técnico de consultoria de moda, começaram a usar o que lhes agradava mais (AGUIAR, 2011). Nos dias de hoje, a aparência social dos indivíduos é observada como um dos objetos de distinção social pela imagem que é projetada aos outros (AGUIAR, 2011). “a imagem visual que você transmite nos primeiros dez segundos a uma pessoa que o vê pela primeira vez é o suficiente para que ela tire todas as impressões sobre você baseada em sua aparência pessoal. Estudos indicam que 55% da primeira impressão que as pessoas têm de você é baseada em sua aparência, 38% no seu tom de voz e 7% no que você diz, demonstrando que somos criaturas visuais. Nos primeiros dez segundos você estará sendo julgado quanto à classe social, à situação financeira, à personalidade ao nível de sucesso. Essas impressões ditam como será a integração com a pessoa julgada: se positiva, aceitamo-la, mas se negativa, a tendência é fechar a porta para ela” (AGUIAR, 2011, p.25) Com o auxílio do estudo dos tipos físicos, pode-se estabelecer algumas relações entre os corpos e de forma mais ativa utilizar alguns recursos de estilo para valorizar o torso e o que se possui de melhor (AGUIAR, 2011). Como os corpos das pessoas são muito diferentes, como pode ser observado na figura 18, a análise dos biotipos é fundamental para entender como cada corpo funciona e, desta forma, criar uma ilusão de um corpo mais proporcional (AGUIAR, 2011). Aguiar (2011) define cinco padrões mais comuns para o torso feminino. São eles: ampulheta, triângulo invertido, triângulo, retângulo e oval. O corpo ampulheta tem como características de silhueta os ombros e quadril da mesma largura com uma cintura bem definida, costas largas e coxa volumosa. O triângulo invertido possui muito busto, ombros largos, quadril estreito e pernas finas. A mulher triângulo já possui quadril e coxas mais acentuadas do que os ombros, os ombros são estreitos, quadril largo e coxas volumosas. Retângulo é o biótipo que representa as mulheres com corpos com a cintura não definida, existe a harmonia entre as medidas de ombro e do quadril, porém os braços e pernas são finos em relação ao corpo além de possuir 28 poucas curvas. O corpo oval possui uma silhueta arredondada com volume nos quadris, cintura e busto, mas com barriga mais proeminente (AGUIAR, 2011). FIGURA 18 – TIPOS DE CORPOS FONTE: https://areademulher.r7.com/wp-content/uploads/2018/11/descubra-os-5-tipos-de- corpo-e-qual-deles-e-o-seu-6.jpg A partir da constatação destes modelos de referência, pode-se propor soluções para criar corpos mais proporcionais, seguindo a análise detalhada do biotipo estudado e a utilização de roupas apropriados para cada corpo. No caso do torso ampulheta essa solução é pela utilização de roupas que valorizem a cintura. O biotipo triângulo invertido pode ser valorizado com o balanceamento entre o volume de ombros e quadril com roupas que possuam cava americana, decotes, saias com volume na parte inferior e vestidos com pences. Para o corpo em forma de triângulo, o objetivo passa a ser esconder o quadril largo e aumentar a largura dos ombros, chamando a atenção para a parte superior e chegar a um equilíbrio visual pela utilização de volumes nas mangas, vestidos e saias evasês. A silhueta retângulo pode ser valorizada pela utilização de roupas com pences que acinturem o corpo, detalhes verticais que criem uma linha para a cintura assim como vestidos com recortes que afinem a silhueta. No caso do corpo oval a objetivo passa a ser alongar o corpo, pelo uso de decotes, roupas no tamanho apropriado, alças mais largas e saias retas o ligeiramente evasê. Neste projeto será desenvolvida uma minicoleção de vestidos que valorize esses corpos. O objetivo é criar uma silhueta harmônica para cada um desses tipos com inspiração em pedras preciosas e por meio da modelagem e moulage avançada do designer japonês Shingo Sato (AGUIAR, 2011). 29 2.3 AS PEDRAS PRECIOSAS As pedras preciosas fazem parte da vida humana e despertam atração nas pessoas. Elas integram os registros históricos do planeta e da humanidade e contam a nossa história paralelamente com a do vestuário. Desde a antiguidade, elas representavam poder, proteção, cura e misticismo (HALL, 2008). “as pedras preciosas e semipreciosas só eram usadas por reis e sacerdotes. O sumo sacerdote do judaísmo usava um peitoral cravejado de pedras preciosas que muito mais do que uma insígnia de um cargo honorífico, era um objeto que transmitia poder a quem usasse”. (HALL, 2008, p.18) Os cristais podem ser utilizados como adorno e neste projeto serão utilizados como inspiração. A partir da análise da forma da esmeralda, rubi, topázio, diamante e ametista lapidados ou em seu estado bruto, conforme apresentados no QUADRO 01, será construída a base do estudo para cada um dos tipos físicos descritos anteriormente. Suas cores e formas farão parte deste projeto, inspirando os vestidos desenvolvidos. QUADRO 01 - AS PEDRAS PRECIOSAS FONTE: a própria autora. 30 2.4 MODELAGEM Para Treptow (2013, p.151), “a modelagem está para o design assim como a engenharia está para a arquitetura”. A modelagem pode ser realizada de duas formas: pela técnica de modelagem plana ou pela moulage. Na modelagem plana os moldes são traçados no papel, seguindo uma tabela de medidas e alguns cálculos geométricos. As medidas utilizadas nesta tabela representam o corpo a ser vestido. “A tabela de medidas representa a circunferência de busto ou tórax, cintura e quadril, medidas com a fita métrica rente ao corpo. Outras medidas como distância entre seios, largura das costas e diversas medidas de altura, também se fazem importantes na elaboração das bases” (TREPTOW, 2011, p.151). Este método de modelagem plana traduz para duas dimensões o corpo humano e deve ser o mais correto possível para evitar gastos e falhas na cadeia produtiva. No Brasil, devido a diversidade de biotipos e etnias, não existe uma tabela de medidas única, não sendo possível unificar as medidas entre as confecções que acabam escolhendo seus próprios corpos de prova para execução de moldes, de acordo com seu respectivo público alvo (TREPTOW, 2011). Outra forma de construção da modelagem plana são os softwares. Alguns programas como CAD/CAM e Lectra, possibilitam a construção de moldes com a inserção das corretas medidas no programa. Também podem ser utilizados moldes desenvolvidos à mão e depois digitalizados conforme instruções do software. (TREPTOW, 2011). 2.5 MOULAGE E TÉCNICAS A definição de moulage, segundo Duburg, (2012, p. 9)é: o termo francês “moulage” vem de moule, molde, e originalmente significa “dar forma a um objeto com o auxílio de um molde”. Ou, de modo geral, moldar algo. Moulage significa, portanto, modelagem”. Esta é uma técnica artesanal de modelagem tridimensional para o desenvolvimento de peça de vestuário. É confeccionada sobre um manequim apropriado, possibilitando a criação do design e modelagem simultaneamente. É uma técnica mais livre, pois as únicas limitações são o corpo e o material a ser utilizado, 31 que é chamado de toile3. Quando ele é finalizado, retira-se do manequim e ele é desmontado. Cada peça vai dar origem ao molde final da peça desenvolvida. Uma das vantagens dessa técnica é a possibilidade de visualização imediata do resultado (DUBURG, 2012). A moulage é utilizada na alta costura pois confere individualidade e exclusividade, além de ser um trabalho que necessita muita precisão e extrema habilidade do executor. A utilização dessa metodologia está diretamente ligada à qualidade e exclusividade do produto final (DUBURG, 2012). Para o desenvolvimento da moulage deste projeto será utilizada a técnica da TR Cutting School, que é a escola do modelistas japonês Shingo Sato que desenvolve modelagens tridimensionais complexas, conforme figura 19 e 20. FIGURA 19 – SHINGO SATO FONTE:https://www.ferrarifashionschool.it/wp-content/uploads/2018/09/ Masterclass-Shingo-Sato-avanzados.jpg 3 Toile: é uma expressão francesa que se refere a uma versão do vestuário feito pelo estilista para testar sua modelagem. Geralmente o toile é feito em tecido barato, pois vários toiles podem ser produzidos durante o processo de aperfeiçoamento da peça. Diferencia-se do protótipo ou da amostra, porque já é feito com o tecido escolhido e os adornos. 32 FIGURA 20 – TÉCNICAS DA TR SCHOOL - SHINGO SATO FONTE: https://yt3.ggpht.com/a- /AAuE7mCeaJHx99q_uIyh_Xq78O_ikFuqPv7o_3qGPA=s900-mo-c-c0xffffffff-rj-k-no As principais técnicas desenvolvidas neste projeto estão na figura 20 deste projeto e são chamadas de box integration advanced-integração avançada de caixas (A) no vestido inspirado na ametista para o biotipo ampulheta, dart manipulation – manipulação de pontos (B) com a trompe l’oeil techinique- técnica de manipulação visual (D), podem ser observadas no vestido topázio amarelo para o corpo triângulo, já a técnica de origami bamboo – origami de bambo (C) está nos vestidos esmeralda, rubi e diamante. Todos os estudos de modelagem podem ser observados nos livros do autor criador e professor das técnicas, Shingo Sato. 33 3 MATERIAIS E MÉTODOS DE PESQUISA Para dar continuidade ao desenvolvimento deste projeto de vestidos, é necessário definir alguns objetivos. A metodologia utilizada nessa pesquisa será a de Mike Baxter (2011). Nesse capítulo, serão apresentadas as etapas fundamentais para o desenvolvimento da coleção de vestidos. São elas: analise diacrônica, sincrônica, morfológica, estrutural e ergonômica; a elaboração do publico alvo; as funções do produto; a inspiração e conceito do projeto; os procedimentos usados no processo; critérios para seleção de alternativas e os requisitos de um novo produto. 3.1 ANÁLISE DIACRÔNICA A análise diacrônica é uma ferramenta de avaliação referente à evolução de um produto. Neste caso, será ilustrado o referencial teórico que mostra a os principais estilistas japoneses e suas criações, configurando, assim, as principais variações dessa peça do vestuário que se assemelham as peças desenvolvidas neste projeto. Segundo Pazmino (2015, p.78) “é um levantamento das características do produto a ser desenvolvido ou da necessidade a ser satisfeita mostrando as mudanças ao longo do tempo“. Segundo Lorgus (2011, p.58): “trata da coleta de material histórico que demonstre as transformações ocorridas em determinado produto no transcurso do tempo”. A divisão desta análise será com um recorte a partir da participação destes designers nas semanas de moda francesa e suas principais criações com modelagem/moulage, conforme exposto no quadro 02. A fundamentação teórica da parte histórica está em Taylor (2014), Fogg (2015), Palomino (2002). 34 FONTE:https://collectionapi.metmuseum.org/ api/collection/v1/iiif/137302/250009/restricted YOJI YAMAMOTO Em 1981, Yoji Yamamoto desfila sua primeira coleção na França. Essa coleção surpreendeu a moda com silhuetas não tracionais em roupas desestruturadas, soltas e volumosas (COLLON, 2007). Na imagem, observa-se um exemplar original da coleção desfilada na França, está peça está no Metropolitan museum of art. FONTE:http://images.metmuseum.org/CRD Images/ci/mobile-large/2010.303_F.jpg REI KAWAKUBO Vestidos da coleção outono /Inverno de 1984, da Comme des garçons, da estilista Rei Kawakubo. O vestido mostra a silhueta desconstruída, que propunham reconstruir a imagem do vestuário feminino (COLLON, 2007). Na imagem, observa-se exemplares originais da coleção, está peça está no Metropolitan museum of art. FONTE: https://www.metmuseum.org/toah/images/hb/ hb_2003.79.16.jpg ISSEY MIYAKE Vestido criado por Issey Miyake, em 1985 com shape inspirado na arquitetura. O casaco "Seashell" é uma de suas criações mais celebradas e independentes, com um pós- processamento que coincide com as faixas de cor no design inicial de tricô (METMUSEUM, 2019). 35 FONTE:http://images.metmuseum.org/CRD Images/ci/mobile-large/DT1686.jpg ISSEY MIYAKE Vestido da coleção pleats please, de 1994, com as pregas criadas por Issey Miyake. O vestido é parte do acervo do Metropolitan museum of art. FONTE:http://images.metmuseum.org/CRDImages /ci/mobile-large/DP-12623-001.jpg COMME DES GARÇONS Vestuário da coleção de Primavera/verão de 2015 da marca Comme des Garçons. Este exemplar encontr-se no Metropolitan museum of art. Confeccionado em lã, nylon, algodão e poliuretano, ele mostra a modelagem ousada da marca. FONTE:http://images.metmuseum.org/CRD Images/ci/mobile-large/DP-14989-042.jpg COMME DES GARÇONS Na coleção de 2017 de outono/inverno da Comme des garçons, pode ser observada as formas e modelagem características da marca. Desenvolvidos em lã, algodão, nylon e poliuretano, as pecas estão expostas no mesmo museu. 36 FONTE:https://collectionapi.metmuseum.org/api/ collection/v1/iiif/746842/1754100/restricted COMME DES GARÇONS A modelagem avançada da comme des garçon na coleção de primavera/verão de 2017. FONTE: https://www.vogue.com/fashion- shows/spring-2017-ready-to-wear/junya-watanabe JUNYA WATANABE Coleção de primavera/verão, 2017 de Junya Watanabe. O estilista que sofreu grande influência de Rei Kawabuco, utiliza de modelagem tridimensional para construção das roupas de sua coleção. FONTE: https://alaintruong2014.files.wordpress.com HIROAKI OHYA Hiroaki Ohya criou roupas abstratas inspiradas em origamis. Alinhado com as tradições japonesas o estilista utiliza técnicas tridimensionais para a construção de vestuário. 37 FONTE: https://i1.wp.com/artcentron.com/wp- content/uploads/2014/11/Koji-Tatsuno-Autumn- Winter-1993.jpg?resize=770%2C592 KOJI TATSUNO Amostra do trabalho desenvolvido pelo designer Koji Tatsuno para a coleção de Outono /Inverno de 1993- 94 de sua marca. O trabalho de volumetria pode ser observado na sua indumentária. FONTE:https://alaintruong2014.files. wordpress.com JUN TAKAHASHI Criador da marca Undercover, o estilista Jun Takahashi, é conhecido pelo trabalho com modelagem e moulage no estilo japonês.pode ser observado um pouco da sua técnica nas imagens de suas coleções QUADRO 02 – ANÁLISE DIACRÔNICA FONTE: a própria autora Adesconstrução do vestuário feminino proposta no inicio da década de 1980 pelos designers japoneses foi fundamental para uma nova abordagem na moda da época. Estes estilistas buscavam com seu trabalho um novo olhar para o feminino. É possível perceber a estética desconstruída e a modelagem/ moulage trabalhada pelas marcas, por meio de seus trajes rasgados e amassados, formas geometrizadas, cores sóbrias e muitas vezes pela imagem assexuada que é traduzida nos conceitos das marcas atuais. 38 3.2 ANÁLISE SINCRÔNICA Para Pazmino (2015), a análise sincrônica é uma comparação crítica dos produtos já́ existentes no mercado ou de concorrentes, levando em consideração que similares são produtos que atendem as mesmas funções. “É aquela que reconhece o “universo” do produto analisado para evitar reinvenções” (BONSIEPE 1984, p38), onde uma comparação crítica é realizada. Com fundamento em critérios comuns” (LORGUS, 2011 p.58). Esta análise é fundamental para avaliar e compreender os produtos que já estão no mercado da moda, além de auxiliar na geração de alternativas e na tomada de decisões para o desenvolvimento deste projeto. “Também se deve decidir sobre as características dos produtos concorrentes que interessam ser analisadas. Isso dependerá de como você vê os produtos concorrentes” (BAXTER, 2011, p.180). Neste projeto será realizada a análise de similares de vestidos que possuem modelagem/moulage, composição e preços existentes no mercado e será apresentada no quadro 03 disposto a seguir. FONTE:https://cdn.shoppingscanner.com/co m/farfetch/12433540_mini.jpg Descrição: vestido de laço com bordados. Marca: DELPOZO Composição: Algodão Preço: $2.292,00 FONTE::https://i.stylebop.com/product Descrição: vestido sem alças. Marca: DELPOZO Composição: cotton/ algodão Preço: U$D 610,00 39 FONTE:https://assetsprx.matchesfa- shion.com/img/product/1385/1209231_1.jpg Descrição: vestido de lã de um ombro só. Marca:VALENTINO Composição: Lã Preço: $5.400,00 FONTE:https://assetsprx.matchesfashion.co m/img/product/1385/1215916_5.jpg Descrição: vestido Aylin com manga de sino. Marca: ROKSANDA Composição: 97% poliéster 3% elastano detalhes em 100% seda. Preço: $1.500,00 FONTE: https://cdn-images.farfetch- contents.com/13/45/73/39/13457339_155618 16_480.jpg Descrição: mini vestido com detalhe na gola Marca: ROTATE Composição: 64% seda sintética, 31% nylon, 5% elastano. Preço: R$1.534,00 FONTE: https://zacposen.com Descrição: vestido de alças com detalhe frontal e zíper invisível. Marca: ZAC POSEN Composição: Triacetato e Poliester. Preço: $950,00 40 FONTE: https://cdn-images.farfetch- contents.com/13/02/68/09/13026809_137992 65_480.jpg Descrição: vestido midi com cinto Marca: TUFI DUEK Composição: 51% algodão, 46%poliester, 3% elastano. Preço: R$ 1.490,00 FONTE:http://www.azziandosta.com/sites/def ault/files/WEB-13B.jpg Descrição: vestido de alta costura Marca: Azzi e Osta Composição: sem descrição Preço: sem descrição FONTE:https://assetsprx.matchesfashion.co m/img/product/1385/outfit_1268829_1.jpg Descrição: vestido plissado de seda. Marca: GIVENCHY Composição: seda Preço: $7.395,00 FONTE:https://assetsprx.matchesfashion.co m/img/product/1385/1267536_5.jpg Descrição: vestido de tafetá de seda Marca: CALVIN KLEIN Composição: tafetá de seda Preço: $5.900,00 QUADRO 03 – ANÁLISE DE SIMILARES FONTE: elaborado pela autora 41 Os vestidos analisados no quadro 03 podem ser considerados como possíveis similares aos vestidos no estilo cocktail dress, propostos nesse projeto, pois possuem como características comuns a modelagem/moulage no desenvolvimento do produto de moda. Entretanto, observa-se que estes detêm um custo muito elevado, o que dificulta o acesso a esses produtos de design similares ao sugerido por esse projeto. Os tecidos dos similares são na maioria tecidos nobres e com fibras têxteis variadas. 3.3 PÚBLICO ALVO Para definir o melhor público alvo para este projeto e certificar-se de que o produto desenvolvido está de acordo com o consumidor projetado foi realizada pesquisa baseada em um questionário disposto na internet e no Facebook. Segundo Pazmino (2015, p.104): “para a definição de público alvo é preciso então conhecer os seguintes aspectos: Quem é ou seriam seus usuários? Qual a sua faixa etária? Qual a sua classe social? Quais são os hábitos de compra? Qual o tipo de moradia? Qual o tipo de trabalho? O que faz nas horas de lazer? Quais os produtos que usa? Que lugares frequentam? Que estilos e comportamentos possuem?”. Para este estudo, foram entrevistadas 257 mulheres no período de 3 dias, com diferentes níveis culturais e sociais, escolaridade, e estilo de vida, resultando no perfil de público descrito abaixo. Das mulheres entrevistadas, 44,1 % estão entre 25 e 30 anos, 16% estão entre 31 e 35 anos, 19,5 % entre 36 e 40 anos e 20,3 % 40 anos ou mais. O peso destas mulheres é 5,1% entre 40 a 49 quilos, 34,4% de 50 a 59 quilos, 31,6% tem entre 60 a 69 quilos e 28,9% possuem mais de 70 quilos. Das 257 mulheres entrevistadas, 53,5% possuem o corpo com biotipo ampulheta, 16,1% retângulo, 10,6% oval, 11,4% triângulo e 8,3% triângulo invertido. Destas mulheres, 98,4% avaliam que é importante usar modelagens que valorizem seu corpo e apenas 1,6% acreditam que não é necessário. Sobre seu estilo, as mulheres entrevistadas responderam que 55,3% conhecem seu estilo, 16,5% não conhecem e 28,3% talvez conheçam. O grau de escolaridade das mulheres que responderam o questionário apresenta-se da seguinte forma: 23,4% superior incompleto, 24,6% superior completo, 39,1% pós-graduação, % mestrado e % doutorado. O estado civil delas está 42 dividido em 50,6% casadas, 45,1% solteiras e 4,3% dividem-se entre viúvas e divorciadas. Como atividade para o lazer, 64,8% preferem viajar, 12,9% sair à noite, 9,4% cinema e 12,9% dividem-se entre praticar esportes e passear no parque. A maioria das entrevistadas, 57,4%, realizam compras em lojas de shopping, 25% em lojas de rua, 11,3% em e-commerce e 6,3% em brechós. Elas percebem que o principal problema relacionado a compra de vestidos está em tecidos ou modelagens que não vestem bem, o que corresponde a 48,8% de mulheres, 29,3% avaliam a necessidade de ajuste e 21,9% modelos ou cores que não agradam. Um total de 66,8% das mulheres, conforme analisado, usariam vestidos com modelagens ou recortes diferentes, 32% talvez usaria e 1,2% não usaria. Quando questionadas sobre a inspiração em pedras preciosas, 73,8% responderam que usariam uma coleção com este tema, 25,4% talvez usariam e apenas 0,8% não usariam. Com relação as cores, 81,7% usariam as cores das pedras preciosas nos vestidos, 15,2% talvez usaria e 3,1% não usariam. Quando questionadas sobre os tecidos, 86,8% responderam que usariam tecidos como algodão, linho ou rami, 11,3% talvez usariam e 1,9% não usariam. Após a pesquisa de público alvo foi possível constatar que existe um grupo de mulheres com mais de 25 anos que possuem interesse em consumir vestidos feitos sob medida, para diferentes biotipos e com modelagem diferenciada. A relação entre elementos e materiais de inspiração assim como suas cores também foram validadas durante este processo. 3.3.1 Painel de público alvo 43 QUADRO 04 – PAINEL DE PÚBLICO ALVO FONTE: elaborado pela autora 3.4 FUNÇÕES DO PRODUTO As funções do produto correspondem a etapa de avaliação do produto desenvolvido em um projeto de design. Para Löbach (2001, p.59): “as funções são todas as relações entre um produto e seu usuário. No processo de uso se satisfazem as necessidades do usuário por meio das funções de produto”.Estas funções são classificadas em: função prática, função estética e função simbólica. 3.4.1 Função Prática A função prática corresponde aos aspectos de um produto em atender a necessidade de uso. Segundo Löbach (2001, p.58): “são todas as relações entre um produto e seus usuários que se situam no nível orgânico- corporal, isto é, fisiológicas”. Seguindo esse conceito e facilitando o uso, os vestidos são confeccionados utilizando o linho, que é uma fibra natural com propriedades que permitem que a pele respire, o que é prático em climas quentes e fácil lavagem (UDALE, 2009, p.43). As peças possuem fechamento em zíper e foram desenvolvidas para uso em diversas ocasiões dependendo do estilo pessoal da usuária. Como é uma peça única e não 44 precisa combinação com outras peças, o vestido proporciona uma solução rápida na escolha do que vestir. 3.4.2 Função Estética De acordo com Löbach (2001, p.59): “a função estética é a relação entre um produto e um usuário no nível dos processos sensoriais. Ela diz respeito a capacidade do produto em sensibilizar ao menos um dos sentidos humanos. A coleção de moda foi inspirada em pedras preciosas e suas formas. Pode-se observar unidade de coleção e valorização estética dos corpos das usuárias, pela análise de biotipos e construção dos shapes - formas dos vestidos para cada um dos tipos de corpos. A análise de corpos, segue o guia de personal stylist - estilo pessoal, de Aguiar (2011), ela define os cinco biotipos femininos como ampulheta, triângulo invertido, triângulo, retângulo e oval. Com uma análise detalhada de cada um deles, é sugerido algumas roupas, formas ou recortes para valorização de cada um destes corpos. As principais ideias sugeridas serão descritas na sequência. Para o corpo em forma de ampulheta, cuja silhueta possui ombros e quadril na mesma largura e cintura bem definida, o objetivo é a valorização da cintura, pois a mulher com este corpo pode usar quase todos os tipos de roupa, caso seja esbelta. No corpo em forma de triângulo invertido cujo corpo é caracterizado por uma silhueta com muito busto, ombros largos, quadril estreito e pernas finas, o objetivo é balancear o volume entre os ombros e quadril utilizando-se da cava americana ou manga raglã, saia evasê rodada ou reta, camisas mais decotadas e com linhas simples, além de vestidos acinturados com pences. No caso da silhueta em triângulo, cujo quadril e coxas são mais acentuados que os ombros que por sua vez são mais estreitos, o objetivo é esconder o quadril largo e a coxa volumosa e aumentar a largura do ombro, chamando a atenção para a parte superior do corpo, obtendo assim mais equilíbrio visual. Para tanto é necessário utilizar volume nos ombros, ombreiras discretas, mangas com volumes saias e vestidos evasê e vestidos com largura média que marcam a cintura. O corpo com silhueta retângulo possui cintura discreta, harmonia entre as medidas do ombro e do quadril, braços e pernas finas em relação ao corpo e poucas curvas. Para a valorização deste corpo o objetivo é criar uma falsa cintura através de looks acromáticos, pences, detalhes verticais e recortes que afinem a silhueta. 45 No caso do biotipo oval a silhueta possui formas arredondadas, com volume no quadril, cintura e busto e com barriga proeminente. Neste caso o objetivo é criar uma linha que alongue este corpo chamando a atenção para rosto e ombros com a utilização de decotes em forma de V ou U, blusas com alças mais largas, recortes, pences e saias retas ou ligeiramente evasê. Os tecidos selecionados para a confecção dos mesmos foram escolhidos não apenas pela sua qualidade, mas também por serem tecidos nobres e a modelagem /moulage, assim como as cores, seguem a estética proposta pela inspiração da coleção. 3.4.3 Função Simbólica Esta função diz respeito ao significado cultural expresso pelo produto e identificado pelo usuário. “A função simbólica de produtos industriais só será efetivada se for baseada na aparência percebida sensorialmente e na capacidade mental da associação de ideias” (Lobach, 2001, p. 64-65) O simbolismo encontrado nos produtos desenvolvidos está diretamente ligado a inspiração e ao conceito do projeto. As pedras preciosas são objeto de desejo de várias mulheres ao longo da história humana, pois representam poder e suas cores e formas criam vontade de possuí-las. Suas cores representam características próprias. O diamante é símbolo de pureza e riqueza, é considerado uma pedra que confere qualidades como destemor, invencibilidade e pureza e foi associado ao biotipo do triângulo invertido, não apenas pela forma, mas também pela mulher desse biotipo passar uma imagem de muita força, devido a sua estrutura física, no primeiro contato. O rubi e a cor vermelha estão associadas a energia, vigor e equilíbrio. É uma pedra associada ao coração. A lapidação escolhida para esta pedra, seguiu a forma do corpo que a representa no projeto. A esmeralda é considerada uma fonte de inspiração e infinita paciência. É considerada a pedra do amor bem-sucedido, é fonte de força de caráter e regeneração e representa o corpo retangular, que também é a sua lapidação mais comum. O topázio amarelo é por tradição conhecido como fonte do amor e da sorte e ajuda a descobrir a riqueza interior. Sua forma lapidada em gota, foi escolhida para representar o corpo feminino de triângulo invertido. O biotipo ampulheta foi representado pela pedra ametista, que possui uma variação de cor do roxo ao violeta 46 claro, ela é considerada a pedra espiritual. Sua forma de inspiração é no estado bruto e representa a mulher que pode usar tudo (HALL, 2008). 3.5 ANÁLISE MORFOLÓGICA Também conhecida como matriz morfológica, a análise morfológica consiste em uma “ferramenta criativa que busca criar um grande número de possíveis soluções, por meio da combinação de alternativas de componentes, formas, cores funções, etc. que permitam encontrar algo novo” (PAZMINO, 2015, p. 210). A coleção utiliza como cores da sua cartela roxo, branco, amarelo, vermelho e verde, cada uma seguindo a pedras preciosa que a inspira. As formas de construção deste vestuário são inspiradas em gemas preciosas e possuem modelagem/moulage tridimensional. Cada uma das peças desenvolvidas tem características particulares, possuindo linhas verticais e horizontais, quando seguem a influência das gemas com lapidação em camadas, linhas curvas representando as rochas com lapidação arredondada e as formas pontiagudas representando a rocha bruta. A textura do tecido que compõe os vestidos é natural, de uma fibra nobre, lisa e ecológica. A parte interna da peça possui forro e acabamento que proporcionam conforto durante o seu uso. Os aviamentos utilizados para o desenvolvimento da coleção seguem as cores da inspiração e tem como objetivo facilitar seu uso. 3.6 ANÁLISE ESTRUTURAL Segundo Pazmino (2015, p. 140), a análise estrutural “é uma ferramenta que serve para reconhecer e compreender tipos e números de componentes, subsistemas, princípios de montagem, e tipos de conexões de um produto”. Os quadros 05, 06, 07, 08, 09 e 10 dispostos abaixo mostram a análise estrutural de cada um dos vestidos confeccionados. 47 Nº QUANT. COMPONENTES MATERIAL 1 1 Triângulo de origami (entretelado) 100% Linho 2 1 Parte superior do vestido (entretelado) 100% linho 3 2 Fita cabide 100% Poliéster 4 1 Pence - 5 1 Triângulo altura aproximada 7cm - 6 1 Triângulo altura aproximada 13cm - 7 1 Triângulo altura aproximada 26cm - 8 1 Triângulo altura aproximada 30cm - 9 1 Triângulo altura aproximada 35cm - 10 1 Triângulo altura aproximada 26cm - 11 1 Zíper de 60cm 100% Poliester 12 1 Recorte - QUADRO 05 – ANÁLISE ESTRUTURAL VESTIDO AMETISTA FONTE: a própria autora48 Nº QUANT. COMPONENTES MATERIAL 1 1 Barbatana 100% Silicone 2 1 Barbatana 100% Silicone 3 1 Barbatana 100% Silicone 4 1 Barbatana 100% Silicone 5 2 Fita cabide 100% Poliéster 6 14 Origami bamboo technique 100% Linho 7 1 Barbatana 100% Silicone 8 1 Barbatana 100% Silicone 9 1 Zíper de 60 cm 100% Poliéster QUADRO 06 – ANÁLISE ESTRUTURAL VESTIDO ESMERALDA FONTE: a própria autora 1 2 3 4 5 6 7 8 9 49 Nº QUANT. COMPONENTES MATERIAL 1 2 Pence lateral 100% Linho 2 1 Origami bamboo circular technique 100% Linho 3 2 Pence das costas 100% Linho 4 1 Zíper de 60 cm 100% Poliéster QUADRO 07 – ANÁLISE ESTRUTURAL VESTIDO DIAMANTE FONTE: a própria autora Nº QUANT. COMPONENTES MATERIAL 1 2 3 4 1 2 3 4 50 1 2 Pence lateral 100% Linho 2 2 Pence das costas 100% Linho 3 2 Origami bamboo technique 100% Linho 4 1 Zíper de 60 cm 100% Poliéster QUADRO 08 – ANÁLISE ESTRUTURAL VESTIDO RUBI FONTE: a própria autora Nº QUANT. COMPONENTES MATERIAL 1 1 Recorte da gola em U 100% Linho 2 2 Pence lateral 100% Linho 3 Decidida em moulage Recorte com a técnica de manipulação de pontos, com pesponto na mesma cor do tecido. 100% Linho 4 4 Pence das costas 100% Linho 5 1 Zíper de 60 cm 100% Poliéster QUADRO 09 – ANÁLISE ESTRUTURAL VESTIDO TOPÁZIO AMARELO I FONTE: a própria autora 1 2 3 4 5 51 Nº QUANT. COMPONENTES MATERIAL 1 2 TR balloon technique 100% Linho 2 2 Pence frontal 100% Linho 3 2 Curva no desenho da silhueta do corpo 100% Linho 4 2 Pence das costas 100% Linho QUADRO 10 – ANÁLISE ESTRUTURAL VESTIDO TOPÁZIO AMARELO II FONTE: a própria autora A coleção contém elementos da inspiração nas pedras preciosas e as técnicas do designer que norteiam a criação deste projeto. As cores e formas são as principais características retiradas dos mesmos. As peças são confeccionadas sob medida, em máquina caseira, respeitando o processo que proporciona exclusividade as peças. O vestido ametista possui entretela na parte superior para garantir sustentação aos sólidos geométricos ali inseridos. O vestido inspirado no topázio amarelo, possui pesponto para valorizar as curvas da técnica de trompe l’oeil com dart manipulation, no casaco que é parte desse vestido também foi utilizada a técnica de TR Balloon. Foi utilizada a técnica de origami nos vestidos que representam o rubi, a esmeralda e o diamante, cada um deles observando os elementos de inspiração para representar as formas das pedras da inspiração. Todos os vestidos possuem forro no acabamento da peça, assim como etiqueta de composição e tag acompanhando o vestido. 1 2 3 4 52 3.7 ANÁLISE ERGONÔMICA Para Iida (2005, p.02): “a ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem”. Desta forma, pode ser compreendida como o estudo das pessoas e suas relações com as atividades por elas desempenhadas, além do ambiente físico e organizacional que o cercam. A ergonomia tem uma visão ampla, abrangendo atividades de planejamento e projeto, que ocorrem antes do trabalho ser executado, mas também se preocupa com o que ocorre durante e após esse trabalho, para que sejam alcançados os objetivos do trabalho desenvolvido. Durante o desenvolvimento deste projeto, foi utilizado um tecido de fibra natural na parte exterior do vestido e na parte interna da peça, utilizou-se um tecido de poliéster, esta fibra possui um toque suave para conforto da usuária e maior agilidade ao vestir a peça pois ela desliza sobre o corpo. Todas as costuras foram realizadas em máquina caseira e à mão, com fechamento no interior da peça de forma a não tocar o corpo da usuária, evitando assim qualquer desconforto durante o uso ou marcas posteriores ao mesmo. A construção deste projeto foi realizada em técnica mista de modelagem e moulage para corpos específicos, respeitando diferentes biotipos, ou seja, sob medida. Iida (2005, p.140) classifica esse tipo de projeto como adaptado aos indivíduos, “produtos projetados especificamente para um indivíduo. São os casos de aparelhos ortopédicos, roupas feitas sob medida pelo alfaiate”. Este tipo de construção proporciona melhor adaptação entre o produto e seu usuário, porém é mais oneroso, não sendo muito viável do ponto de vista industrial. A utilização da técnica de moulage também possibilitou que costuras desnecessárias fossem descartadas, e pences e recortes que valorizassem o biotipo da modelo fossem inseridas dependendo de cada caso. Para a confecção dos produtos não foi utilizada uma tabela de medida, pois os vestidos foram confeccionados sob medida para os corpos analisados. Como fechamento foi utilizado zíper invisível, de metal. O zíper possui a medida de 60 centímetros, de poliéster, facilitando a abertura e consequentemente o vestir. Iida (2005) também aborda a questão do controle, ou seja, qualquer movimento executado pelo homem, através das mãos e dos pés, em que transmita uma energia à uma determinada máquina. Os controles são classificados em discreto ou contínuo. 53 No caso do zíper utilizado nesse projeto, o controle é contínuo, assim como o ato de vestir os vestidos da coleção. Outra forma de controle, segundo Iida (2005) é o manejo, ele é o domínio com as mãos de pegar, prender ou manipular objetos e se divide em fino e grosseiro. Junto ao manejo podem ser observadas as pegas, divididas em geométricas e antromorfa. Utilizando-se destas análises de manejo e pegas os vestidos da coleção possuem manejo fino ao pegar e vestir as peças, assim como ao colocar as alças sobre os ombros e ao abrir e fechar os zíperes e em relação as pegas podem ser classificadas como geométrica, realizada no momento de manuseio dos zíperes. 3.7.1 Etiqueta A etiqueta tem como objetivo informar o consumidor sobre o produto. Segundo a normatização da ABNT as etiquetas devem conter a razão social ou marca do fabricante ou importador, CNPJ, país de origem, composição do tecido têxtil, tamanho da peça e simbologia. Neste projeto a etiqueta foi desenvolvida atendendo todos os requisitos acima, impressa em tamanho 3X7cm, conforme mostra o quadro 11. QUADRO 11 – ETIQUETA FONTE: a própria autora .AHAYASHI. SOB MEDIDA PARA VOCÊ FEITO NO BRASIL .H AY AS HI I ND ÚS TR IA T ÊX TI L S. A. 00 .00 0.0 00 /00 00 -0 0 TE CI DO 1 00 % LI NH O FO RR O 10 0% P OL IÉ ST ER.AHAYASHI. SOB MEDIDA PARA VOCÊ FEITO NO BRASIL .H AY AS HI I ND ÚS TR IA T ÊX TI L S. A. 00 .00 0.0 00 /00 00 -0 0 TE CI DO 1 00 % LI NH O FO RR O 10 0% P OL IÉ ST ER 54 As etiquetas não seguem a tabela de medidas tradicional, pois foram desenvolvidos sob medida para cada um dos corpos analisados neste projeto. Desta forma a etiqueta de composição contém a informação de que a peça foi desenvolvida sob medida para a cliente. 3.7.2 Tag O tag deste projeto foi desenvolvida para traduzir o conceito de exclusividade do produto sob medida. Segundo Carlota (2002), os tags são recursos para valorizar a coleção, assim como as embalagens, eles podem ser pendurados ou aplicados na peça e constituem uma forma de destacar ou segmentar uma linha de produtos. Para esta coleção foi criado um carimbo de madeira, no tamanho 2,6x0,5 cm, que é aplicado sobre resíduos do tecido de algodão cru que foram utilizados para a confecção da moulage da peça. O tag é fixado a peça com um alfinete de segurança apropriado e pode ser observada no quadro 12 . QUADRO 12 – TAG FONTE: a própria autora 55 3.8 INSPIRAÇÃO A inspiração deste projeto surgiu nas pedras preciosas. Segundo Baxter, (2011, p.87): “A inspiração é o primeiro sinal que surge na mente, para uma descoberta criativa”. A criatividade geralmente surge de associações, combinações, sob uma nova visão do que já existe. Uma grande ideia