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Materiais de Construção Mecânica II Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Esp. Leila da Silva Moura Ribeiro Revisão Textual: Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos Diagramas de Fases • Diagramas de Fases. • Apresentar ao aluno uma breve introdução ao estudo dos diagramas de fase de ligas metálicas e suas aplicações. OBJETIVO DE APRENDIZADO Diagramas de Fases Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Diagramas de Fases Diagramas de Fases Para entendermos como será o estudo dos diagramas de fase, vamos primeira- mente definir o conceito de fase de uma substância. • Fase de uma substância consiste em uma porção dessa substância em que as características químicas e físicas são uniformes. Quando temos um material puro, dizemos que ele possui uma única fase. Essa fase pode ser sólida, líquida ou gasosa. Um exemplo bem comum para se exemplificar o conceito de fase é uma porção de água pura líquida contida em um copo. Podemos afirmar que essa água possui uma única fase. Na figura 1, é possível visualizar-se um copo com água líquida. A água, nesse caso, apresenta-se em uma única fase, que nesse caso é uma fase líquida. Caso adicionemos pedras de gelo (água no estado sólido) nesse copo de água líquida, teremos dentro do copo ainda água pura, porém apresentando-se em 2 fases, ou seja, fase sólida (gelo) e fase líquida, conforme ilustrado na figura 2. Figura 1 – Exemplo de porção de água pura na fase líquida Fonte: Getty Images Figura 2 – Exemplo de porção de água pura que apresenta 2 fases: sólida (gelo) e líquida Fonte: Getty Images Outra possibilidade seria adicionar açúcar em um copo de água pura e todo o açúcar adicionado se dissolver na água. Nesse caso, também é possível afirmar que a mistura de água com açúcar forma uma única fase. Porém, caso se adicione mais açúcar nessa mistura, até que a água não tenha capacidade de dissolver totalmente esse açúcar adicionado, ocorrerá um acúmulo de açúcar no estado sólido no fundo do copo. Nesse caso, é possível afirmar-se que a mistura de água com açúcar possui 2 fases (sólida e líquida). Na figura 3, é possível visualizar um diagrama que mostra a solubilidade do açú- car na água. 8 9 100 200 150 100 Te m pe ra tu ra (° F) Te m pe ra tu ra (° C) 50 80 60 40 20 Limite de solubilidade Solução líquida (xarope) 0 0 100 Açúcar Água 20 80 40 60 80 60 Composição (%p) 40 20 100 0 Solução líquida + açúcar sólido Figura 3 – Diagrama de solubilidade do açúcar na água O que é o limite de solubilidade material? Ex pl or Limite de solubilidade é a porcentagem máxima que um material consegue dissolver um outro material, que, nesse caso, é chamado de soluto. Caso se tente dissolver um soluto em uma porcentagem acima desse limite, sempre haverá a for- mação de 2 fases, pois o excesso de soluto irá se precipitar na mistura. Ao se analisar o diagrama da figura 3, é possível observar uma linha vermelha, que representa o limite de solubilidade do açúcar na água. Observe que esse limite varia de acordo com a temperatura, ou seja, quanto maior a temperatura, maior será a solubilidade. Na parte inferior do diagrama, é possível visualizar os percen- tuais de açúcar, que variam de 0 a 100% da esquerda para a direita, e o percentual de água, que varia 0% a 100% da direita para a esquerda. Em outras palavras, à esquerda do diagrama da figura 3 tem-se água pura (100% de água) e 0% de açúcar. Por outro lado, à direita do diagrama, tem-se 100% de açúcar e 0% de água. Finalmente, ainda no diagrama da figura 3, à esquerda da linha vermelha (Limite de solubilidade do açúcar na água) tem-se uma única fase formada por água pura ou água com açúcar dissolvido. À direita da linha vermelha (Limite de solubilidade do açúcar na água) tem-se a formação de 2 fases: uma fase líquida, formada pela mistura de água com açúcar, e uma fase sólida, formada por açúcar acumulado que não foi dissolvido na água. Porém, deve-se considerar ainda que os materiais podem apresentar mais do que essas 3 fases comuns (sólida, líquida ou gasosa), dependendo da temperatura e da microestrutura do material. O ferro puro, por exemplo, apresenta 5 fases diferentes: • 3 fases sólidas (Fe-α, Fe-β, Fe-δ); • 1 fase líquida, chamada de Ferro líquido, que ocorre com temperaturas acima de 1536°C; • 1 fase gasosa, chamada de Ferro gasoso, que ocorre com temperaturas acima de 2875°C. 9 UNIDADE Diagramas de Fases Se o ferro estiver misturado com o carbono, como nos aços e ferros fundidos, essas fases vão sofrer variações, de acordo com o percentual de carbono adiciona- do à liga. Essas variações podem ser demonstradas através de um Diagrama de Fases, também chamado de Diagrama de Equilíbrio. O equilíbrio de um material é uma condição de estabilidade do material em que o mesmo não sofre alterações espontâneas em sua estrutura e composição química ao longo do tempo. Para o estudo do diagrama de fases, devemos conhecer também o conceito de Microestrutura. O que é a microestrutura do material? Ex pl or Microestrutura é a característica de um material ao ser observado em um mi- croscópio. É composta pelas fases presentes no material e como elas estão distri- buídas ao longo dele. Em uma amostra de aço, por exemplo, é possível encontrar em algumas situações, ao mesmo tempo, as estruturas cristalinas dos tipos CCC (Cúbica de Corpo de Centrado) e CFC (Cúbica de Face Centrada). É possível afir- mar, então, que essa amostra de aço apresenta 2 fases, porém, para se caracterizar a microestrutura, deve-se adicionar a essa análise a morfologia, ou seja, a aparência do material visto ao microscópio. A microestrutura do material ainda pode ser influenciada pela velocidade de aquecimento, velocidade de resfriamento, tratamentos térmicos, entre outros fato- res que podem causar alteração na microestrutura de um material. Existem diversos livros que apresentam fotos de microestruturas em determina- das escalas de ampliação, que podem ser utilizadas como comparação para se iden- tificar a microestrutura de um material que está sendo analisado no microscópio. Os desenhos dessas microestruturas costumam ser chamados de micrografias. A análise demicroestruturas de materiais metálicos ao microscópio é chamada de Análise Metalográfica. A seguir estudaremos os diagramas de fase dos materiais e suas aplicações. Diagramas de fases de substâncias puras O Diagrama de Fase de uma Substância Pura é o diagrama mais fácil de entender. Esse diagrama representa as fases de uma substância pura de composição quí- mica constante, em função da variação da temperatura e pressão aos quais esta substância está submetida. Na figura 4, é possível visualizar um exemplo de diagrama de fases de uma subs- tância pura. Trata-se do diagrama de fases da água pura. 10 11 Pr es sã o ( at m ) 1.000 100 10 1.0 0.1 0.01 0.001 –20 0 20 40 60 80 100 120 Temperatura (°C) Líquido (Água) Gasoso (Vapor) Sólido (Gelo) 2 b c a O 3 Figura 4 – Exemplo de diagrama de fase de uma substância pura – água No diagrama da figura 4, a composição química da água é constante. No eixo horizontal, na parte inferior, é possível visualizar a variação da temperatura (-20°C a 120°C) e no eixo vertical à esquerda, é possível visualizar a variação da pressão (0,001 atm a 1000 atm). Nesse diagrama, é possível ainda visualizar 3 linhas vermelhas que separam as fases sólida, líquida e vapor da água. Por exemplo, se em um determinado local houver água com uma pressão de 1 atm e temperatura de 110°C, a fase da água será o estado de vapor (fase gasosa), conforme ilustrado na figura 5. Pr es sã o ( at m ) 1.000 100 10 1.0 0.1 0.01 0.001 –20 0 20 40 60 80 100 120 Temperatura (°C) Líquido (Água) Gasoso (Vapor) Fase Gasosa Sólido (Gelo) 2 b c a O 3 Figura 5 – Exemplo de utilização do diagrama de fase de uma substância pura – água Diagramas de fases binários O Diagrama de Fase Binário representa as fases existentes em uma liga formada por 2 componentes químicos. Esse diagrama representa as fases de uma liga em função da variação da tempe- ratura e da porcentagem dos elementos que formam a liga. Nesse tipo de diagrama, no eixo horizontal é possível visualizar a variação da porcentagem do elemento de liga e no eixo vertical é possível visualizar a variação da temperatura. 11 UNIDADE Diagramas de Fases Em ligas metálicas, as possíveis fases sólidas são representadas pelas letras gre- gas: α, β e γ. O Diagrama de Fases Binário mais comum é o Diagrama de Fases Isomorfo. Como funciona o Diagrama de Fases Isomorfo? Ex pl or Diagramas de fases isomorfos O Diagrama de Fases Isomorfo é um diagrama que representa uma liga formada por 2 componentes químicos que apresentam total solubilidade um no outro. Essa solubilidade ocorre tanto na fase sólida quanto na fase líquida. Na figura 6, é possível visualizar um exemplo de diagrama de fases isomorfo para uma liga metálica formada por Cobre (Cu) e Níquel (Ni). Te m pe ra tu ra (° C) Te m pe ra tu ra (° F) Composição (%a Ni)Composição (%a Ni) (Cu) Composição (%p Ni) (Ni) 0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100 1.500 1.600 1.400 1.300 1.200 2.000 Líquido 1.453 °C A α 1.085 °C 2.200 2.400 2.600 2.800 1.100 1.000 B Linha solidusLinha liquidus α + L Figura 6 – Exemplo de diagrama de fase isomorfo – liga metálica formada por Cobre (Cu) e Níquel (Ni) Ao analisar-se o diagrama da figura 6, é possível visualizar 3 regiões: • Região α: representa a região do diagrama onde a liga está em fase sólida; • Região α+L: representa a região do diagrama onde a liga apresenta 2 fases (sólida e líquida); • Região L: representa a região do diagrama onde a liga está em fase líquida. Nesse diagrama, ainda é possível visualizar 2 linhas vermelhas separando essas fases. A linha vermelha inferior separa as fases α e α+L e é chamada de Solidus. Da mesma forma, a linha vermelha superior separa as fases α+L e L e é cha- mada de Liquidus. 12 13 Na parte inferior do diagrama da figura 6, é possível visualizar os percentuais de Cobre, que variam de 0 a 100% da esquerda para a direita, e o percentual de Níquel, que varia de 0% a 100% da direita para a esquerda. Em outras palavras, à esquerda do diagrama da figura 6 tem-se Cobre puro (100% de cobre) e 0% de Níquel. Por outro lado, à direita do diagrama tem-se 100% de Níquel e 0% de Cobre. O cruzamento das linhas Solidus e Liquidus na extremidade esquerda do dia- grama representa a temperatura de Fusão do Cobre Puro (1085°C). Por outro lado, o cruzamento das linhas Solidus e Liquidus na extremidade direita do diagrama representa a temperatura de Fusão do Níquel Puro (1453°C). Observe agora a figura 7. Para uma concentração, por exemplo, de 50% de Cobre e 50% de Níquel, traçou-se uma linha vertical que cruza as linhas Solidus e Liquidus. Em seguida, a partir do ponto onde houve o cruzamento com a linha Solidus, traçou-se uma linha horizontal que cruza o eixo das temperaturas, indicando a tem- peratura de 1275°C. Abaixo dessa temperatura, essa liga irá apresentar apenas a fase sólida (Fase α). Da mesma forma, a partir do ponto onde houve o cruzamento com a linha Liquidus , traçou-se uma linha horizontal que cruza o eixo das temperaturas, indi- cando a temperatura de 1325°C. Acima dessa temperatura, essa liga irá apresen- tar apenas a fase líquida (Fase L). Finalmente, entre as temperaturas de 1275°C e 1325°C haverá a presença de 2 fases, ou seja, a fase sólida (Fase α) e a fase líquida (Fase L). Te m pe ra tu ra (° C) Te m pe ra tu ra (° F) Composição (%a Ni) (Cu) Composição (%p Ni) (Ni) 0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100 1.500 1.600 1.400 1.300 1.200 1275 °C 50% 1325 °C 2.000 Líquido 1.453 °C A α 1.085 °C 2.200 2.400 2.600 2.800 1.100 1.000 B Linha solidusLinha liquidus α + L Figura 7 – Mudanças de fase – Liga com 50% de Cobre (Cu) e 50% de Níquel (Ni) Abaixo da linha Solidus (Fase α), a fase sólida será formada por 50% de Cobre e 50% de Níquel. Da mesma forma, acima da linha Liquidus (Fase L), a fase líquida será formada por 50% de Cobre e 50% de Níquel. 13 UNIDADE Diagramas de Fases Porém, na região entre as linhas Solidus e Liquidus (Fases α+L), a concentração dos componentes da liga entre as fases sólida (α) e líquida (L) não seguirá exatamen- te a proporção de 50% para cada elemento de liga. Vamos citar como exemplo, novamente, a liga formada por 50% de Cobre e 50% de Níquel, porém a uma temperatura de 1300°C. Como essa temperatura se encontra entre 1275°C e 1325°C, é possível concluir que, para essa liga, nessa temperatura, teremos a presença das fases sólida e líquida (α+L) nessa condição. Para determinar a proporção das fases sólida e líquida de cada componente da liga para essa temperatura, devemos proceder da seguinte forma. 1. Traçar uma linha vertical a partir do valor de 50% na parte inferior do diagrama, que representa 50% de Cobre e 50% de Níquel; 2. Traçar uma linha horizontal a partir da temperatura de 1300°C, de tal for- ma que essa linha cruze a linha vertical traçada anteriormente e as linhas solidus e liquidus; 3. A partir do ponto onde ocorre o cruzamento da linha de temperatura (horizontal) e a linha liquidus, traçar uma linha vertical para baixo, até que cruze o eixo das porcentagens de Níquel. A porcentagem indicada será a porcentagem de Níquel líquido na temperatura de 1300°C; 4. A partir do ponto onde ocorre o cruzamento da linha de temperatura (horizontal) e a linha solidus, traçar uma linha vertical para baixo, até que cruze o eixo das porcentagens de Níquel. A porcentagem indicada será a porcentagem de Níquel sólido na temperatura de 1300°C. Esses passos estão ilustrados no diagrama da figura 8. Te m pe ra tu ra (° C) Te m pe ra tu ra (° F) Composição (%a Ni) (Cu) Composição (%p Ni) (Ni) 0 20 40 46% 57% 80 100 0 20 40 60 80 100 1.500 1.600 1.300 1.200 50% 1325 °C 2.000 Líquido 1.453 °C A α 1.085 °C 2.200 2.400 2.600 2.800 1.100 1.000 B Linha solidusLinha liquidus α + L 60 Figura 8 – Percentual das fases sólida e líquida do Níquel para 1300°C 14 15 Ao analisar-se o diagrama da figura 8,é possível observar que, na temperatura de 1300°C, a fase líquida é composta por aproximadamente 46% de Níquel (Ni). Sendo assim, o percentual da fase líquida de Cobre (Cu) é obtido subtraindo-se 100% do percentual de Níquel, da seguinte forma: %Cu = 100% – %Ni %Cu = 100% – 46% %Cu=54% Da mesma forma, ao analisar-se o diagrama da figura 8 é possível observar que, na temperatura de 1300°C, a fase sólida é composta por 57% de Níquel (Ni). Sendo assim, o percentual da fase sólida de Cobre é obtido subtraindo-se 100% do percentual de Níquel, da seguinte forma: %Cu = 100% – %Ni %Cu = 100% – 57% %Cu = 43% Diagramas de fases eutéticos Como funciona um Diagrama de Fases Eutético? Ex pl or O Diagrama de Fases Eutético é um diagrama que representa uma liga formada por 2 componentes químicos que não apresentam solubilidade um no outro ou, ainda, essa solubilidade é insignificante. Sendo assim, para uma liga formada por 2 componentes A e B, esse tipo de diagrama apresenta as seguintes regiões. • Uma região com 2 fases sólidas A e B (Região A+B) que fica abaixo de uma linha horizontal chamada de Solidus. A temperatura da linha Solidus é chama- da de Temperatura Eutética; • Apresenta uma região com duas fases, uma sólida e outra líquida, sendo uma delas composta pelo componente A no estado sólido (Fase A) e o componente A no estado líquido (Fase L). No diagrama, essa é a região A+L; • Apresenta uma região com duas fases, uma sólida e outra líquida, sendo uma delas composta pelo componente B no estado sólido (Fase B) e o componente B no estado líquido (Fase L). No diagrama, essa é a região B+L; • Apresenta uma região acima das 2 linhas Liquidus, que representa a região L no diagrama, que consiste em uma única fase líquida. 15 UNIDADE Diagramas de Fases Na figura 9, é possível observar a representação de um diagrama eutético para uma liga binária onde os 2 componentes não apresentam solubilidade um no outro, ou seja, sem uma solução sólida. Liquidus L + B A + B A + L L Composição eutética A B Temperatura eutética Te m pe ra tu ra Composição Solidus Figura 9 – Representação de um diagrama eutético sem solubilidade dos componentes Caso os 2 componentes A e B de uma liga binária sejam parcialmente solúveis entre si, o diagrama eutético irá apresentar regiões intermediárias. • Nas regiões próximas às bordas, haverá 2 regiões sólidas onde ocorre a solubi- lidade dos componentes. Essas são as regiões α (Fase sólida α) e β (Fase sólida β) do diagrama da figura 10. • Na região central, abaixo da linha Solidus, haverá a presença de uma região sólida composta por 2 fases sólidas (α + β); • Apresenta uma região com duas fases, uma sólida e outra líquida, sendo uma delas composta pelo componente A no estado sólido (Fase α) e o componente A no estado líquido (Fase L). No diagrama, essa é a região α+L; • Apresenta uma região com duas fases, uma sólida e outra líquida, sendo uma delas composta pelo componente B no estado sólido (Fase β) e o componente B no estado líquido (Fase L). No diagrama, essa é a região β+L; • Apresenta uma região acima das 2 linhas Liquidus, que representa a região L no diagrama, que consiste em uma única fase líquida. Na figura 10, é possível observar um diagrama eutético para uma liga binária onde os 2 componentes apresentam solubilidade parcial um no outro. 16 17 L + β α + β α α + L L A B Te m pe ra tu ra Composição β Figura 10 – Representação de um diagrama eutético com solubilidade parcial dos componentes 17 UNIDADE Diagramas de Fases Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Ciência e Tecnologia dos Materiais – Capítulo 2 (p. 47-54) PAVANATI, H. C. Ciência e tecnologia dos materiais. São Paulo: Ed. Pearson Education do Brasil, 2015. Ciência dos Materiais – Capítulo 9 (p. 195-224) SHACKELFORD, J. F. Ciência dos materiais. 6ª edição. São Paulo: Ed. Pearson Prentice Hall, 2008. Vídeos Físico-Química I – Aula 17 – Equilíbrio de fases em sistema de um componente https://youtu.be/x9An4YSB8xA Mudança de estado e diagrama de fase – Terminologia – Aula 9 – Prof. Boaro Nesse endereço eletrônico, também está disponível um vídeo que trata do equilíbrio de fases de um componente. https://youtu.be/5ZVRNmXV8M8 18 19 Referências ASKELAND, D. R.; WRIGHT, W. J. Ciência e engenharia dos materiais. 3ª edição. São Paulo: Ed. Cengage Learning, 2014. CALLISTER JR., W. D.; RETHVISCH, D. G. Ciência e engenharia de materiais: uma introdução. 9ª edição. Rio de Janeiro: Ed. LTC, 2018. LESKO, J. Design industrial: materiais e processos de fabricação. 1ª edição. São Paulo: Ed. Blucher, 2004. PAVANATI, H. C. Ciência e tecnologia dos materiais. São Paulo: Ed. Pearson Education do Brasil, 2015. SHACKELFORD, J. F. Ciência dos materiais. 6ª edição. São Paulo: Ed. Pearson Prentice Hall, 2008. SMITH, W. F.; HASHEMI, J. Fundamentos de engenharia e ciência dos mate- riais. 5ª edição. Porto Alegre: Ed. AMGH, 2012. 19