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PINTURA APRESENTAÇÃO A princípio, esse tema - a pintura - pode parecer puramente estético. Mas a pintura possui, principalmente, o caráter de proteção do substrato, ou seja, a camada exposta da construção. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai entender que sem a tinta, a alvenaria, o metal e/ou a madeira estariam muito mais expostos às intempéries, à umidade e a tantos outros agressores. A qualidade da pintura aplicada reflete o cuidado e o capricho que o profissional teve na obra como um todo. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: · Reconhecer os sistemas de pintura. · Identificar os principais tipos de tinta e acabamentos. · Analisar a aplicação das tintas nos principais materiais utilizados na construção. INFOGRÁFICO No Infográfico estão resumidos os tipos de tinta e suas aplicações e o esquema básico de pintura: primer, 1ª demão e 2ª demão. Cabe salientar que o emprego do primer varia de acordo com a superfície e o acabamento desejado, e que o primer pode ser uma massa niveladora, um selador, entre outros. INTRODUÇÃO Neste capítulo será abordado um tema que, a princípio, parece puramente estético: a pintura. Além da estética, a pintura possui, principalmente, o caráter de proteção do substrato, ou seja, a camada exposta da construção. Sem a tinta, a alvenaria, o metal e/ou a madeira estariam muito mais expostos às intempéries, umidade e tantos outros agressores. A qualidade da pintura aplicada reflete o cuidado e capricho que o profissional teve na obra como um todo. Para conhecer o sistema de pintura, primeiramente deve-se saber que pintura é uma camada de recobrimento de uma superfície (veja a Figura 1), com funções protetora e decorativa, obtida pela aplicação de tintas e vernizes, através de técnicas específicas. Deste modo, a pintura faz a edificação adquirir maior durabilidade (BRITZ, 2007). As tintas são constituídas basicamente de pigmentos, resinas, solventes e aditivos (CORAL, [2010?]), e podem ser classificadas em: · seladores/ fundos preparadores; · massas; · primers; · esmaltes; · tintas de acabamento; · vernizes; · e silicone. SISTEMAS DE PINTURA A degradação dos revestimentos de parede, mesmo quando superficial, afeta a aparência dos edifícios (VEIGA, 2002), contudo, é importante considerar sua função tanto no aspecto decorativo como no aspecto de proteção e observando este contexto torna-se relevante considerar sua característica psicológica, pois influencia no comportamento humano e no conforto do ambiente, daí a necessidade de critérios bem definidos na escolha de cores e do tipo de tinta utilizada nos sistemas de pintura. (FREIRE, 2006). Os sistemas de pintura podem ser classificados como (AZEREDO JR., 2004): Pintura arquitetônica: tem a função decorativa, embora também protetora e deve ser considerada no processo de planejamento da edificação, levando em consideração suas características e especificações. Pintura de manutenção: são aquelas aplicadas primeiramente para proteção e incluem uma série de recobrimentos aplicados sobre metais, concreto, etc. Pintura de comunicação visual: sua finalidade é a de identificação, advertência e delimitação de áreas. Os principais sistemas de pintura empregados na construção imobiliária são baseados nas resinas PVAs, acrílicas e alquídicas, e na construção industrial empregam-se sistemas de pintura formulados a partir de diversas resinas como de epóxi, de poliéster e de borracha clorada. Os constituintes dos sistemas de pintura são: Tinta de fundo (primer): substância líquida, constituída por resinas, solventes (ou água), pigmentos e aditivos, inicialmente aplicado sobre um substrato, com a função de preparar a base para receber a massa e ou a tinta de acabamento. Massa de nivelamento: substância pastosa, constituída por resinas solventes (ou água) e cargas inertes, aplicado sobre a superfície já preparada com o fundo, com a função de corrigir irregularidades e proporcionar superfície com textura lisa. Tinta de acabamento: substância líquida, constituída de resinas, solventes (ou água), pigmentos e aditivos, a qual, depois de ser aplicada e secar, converte-se em película sólida, aderente e flexível, com a função de acabamento final da pintura. Verniz: substância líquida, constituída por resinas, solventes e aditivos, depois da aplicação, sofre um processo de cura, converte-se em uma película transparente, aderente e flexível com a função de beleza e proteção. O aparecimento de manchas de mofo, são características de um grupo de seres vivos que se proliferam em condições de clima favorável, como em ambientes úmidos, mal ventilados ou mal iluminados. Nestes casos, recomenda-se lavar toda a área afetada com escova de nylon ou pano e uma solução de água e hipoclorito de sódio (cloro). Tipos de tintas e acabamento Os principais tipos de tintas e acabamentos são especificados abaixo: · Látex (PVA): é uma tinta à base de água, não lavável, de secagem rápida e média cobertura. · Acrílica: tinta à base d’água, com excelente lavabilidade e cobertura. · Esmaltes sintéticos: ótimo acabamento, resistência a intempéries; boa espalhabilidade e ótima resistência ao mofo. · Texturas: tinta à base d’água, com efeito de textura em alto relevo. · Tinta à óleo: possui ótima resistência a intempéries; é de fácil aplicação, e possui boa cobertura e flexibilidade. · À base de cal: é mais econômica, possui superfície fosca e lisa, e mistura-se à água. · À base de epóxi: possui alta resistência à abrasão e a agentes químicos e é sensível a raios UV. Aplicação da tinta e de materiais utilizados na construção Em alvenaria, concreto, argamassa e gesso são utilizadas pinturas permeáveis ao vapor d’agua, como emulsões à base de resinas PVA, acrílicas ou estireno-acrílicas, tintas à base de cimento ou de cal (caiação). Também podem ser utilizadas tintas impermeáveis ao vapor d’agua como alquídicas (esmaltes sintéticos), epóxi, borracha clorada e vernizes alquídicos, acrílicos ou poliuretânicos. Já em pinturas em madeira utiliza-se tintas alquídicas (esmalte a óleo, esmalte sintético), esmaltes acrílicos (base d’água) e vernizes (alquídicos, poliuretânicos). A madeira deve ser limpa, aparelhada, seca e isenta de óleos, graxas, sujeiras ou outros contaminantes e também receber tratamento bactericida e fungicida (fundo preservativo). Madeiras resinosas ou áreas que contenham “nós” devem ser seladas com verniz. É importante selar a parte traseira e os cantos da madeira antes de instalá-la, para evitar a penetração de umidade por esse lado. O cuidado com a vedação de furos, frestas, junções é necessária para prevenir infiltrações de água da chuva. Para pintura de metais, aplica-se tintas alquídicas (esmaltes sintéticos) e epoxidícas (de borracha clorada, de poliester). Este tipo de material é muito vulnerável à corrosão. O processo de preparo depende do tipo e concentração dos contaminantes e as exigências específicas de cada tipo de tinta. Alguns tipos de tinta têm uma boa aderência somente quando a superfície é preparada com jateamento abrasivo, que produz um perfil rugoso adequado para a perfeita ancoragem do revestimento (FREIRE, 2006). As superfícies galvanizadas que receberam um tratamento químico através da aplicação de uma camada de zinco eletrodepositada, necessita de um fundo aderente (primer para galvanizados ou wash primer). Pinturas e acabamentos texturizados, devem possuir uma espessuraé importante para não danificar o fundo nivelador, os quais dependem do tipo de superfície a ser pintada. Em seguida, deve ser aplicado um selador tipo incolor, (selador PVA, selador acrílico) que penetrará e selará a massa. Acabamentos à base de água devem ser diluídos, como regra, de 50 a 100% por volume. Acabamentos à óleo ou sintéticos devem ser diluídos na condição máxima recomendada, conforme o método de aplicação e solvente (FREIRE, 2006). NA PRÁTICA Há um ditado que diz: "não se começa uma casa pelo telhado". Por isso, também a pintura necessita de cuidados anteriores. A superfície a ser pintada deve ter o acabamento condizente com a técnica de pintura a ser aplicada, bem como não deve apresentar umidade, infiltrações, corrosão (em caso de metais) ou apodrecimento (em caso de madeiras). O engenheiro, muitas vezes, atua supervisionando os estágios da construção. Cabe a ele saber identificar e, se necessário, indicar a correção das superfícies. Página | 226 image3.png image4.jpeg image1.jpeg image2.jpeg