Prévia do material em texto
DESAFIO Análise de risco em decisões de investimento II Desafio Quando uma empresa, ou uma pessoa física, avalia se vai investir ou não em determinado ativo, é sempre necessário verificar se o retorno do investimento está ajustado ao risco. Só se investe em algo com mais risco se o retorno for maior. Vejamos um exemplo simples: imagine duas empresas quaisquer, denominadas de “X” e “Y”. A empresa “X”, há décadas no mercado, produz e vende seus produtos há muitos anos para os Estados Unidos e Europa. A empresa “Y”, recém-fundada, decidiu produzir produtos de luxo para o mercado Norte Coreano (é um exemplo). Se a empresa “X” oferece 10% de retorno anual a seus investidores, alguém investirá na empresa “Y” pelos mesmos 10%? É claro que não, pois seu mercado é muito mais arriscado que o da empresa “X”, assim, para atrair investidores, a empresa “Y” acaba sendo forçada a oferecer um retorno maior, por exemplo, 12 ou 15%. O problema deste exemplo é que ele trata situações simples de avaliar, pois uma é recém-fundada e a outra já é tradicional, e o mercado de cada empresa é bem diferente. Agora, como fazer para calcular o custo de capital para investimento em empresas multidivisionais (aquelas que possuem diversas divisões, ou que operam em diversos setores) ou para considerar a inflação em seu cálculo e, para finalizar, como utilizar opções reais para gerenciar o risco? Pois bem, este é o desafio desta unidade. Pesquise e responda às três perguntas acima. A resposta será avaliada conforme os seguintes critérios: • Se for necessário realizar alguma operação matemática, deve ser apresentado o raciocínio completo, e não apenas o resultado final. Padrão de resposta esperado Para calcular o custo de capital para investimento em empresas multidivisionais (aquelas que possuem diversas divisões, ou que operam em diversos setores) o melhor caminho é dividir as empresas em tantos setores quantos os que a empresa opera. Uma empresa que opera, por exemplo, em dois setores como energia elétrica e transporte, deveria ser “dividida” em duas e cada parte desta empresa analisada comparativamente a uma empresa ”pura”, uma só de energia elétrica e outra só de transporte. Para considerar a inflação em seu cálculo, é preciso “descontá-la” da taxa de retorno efetivamente esperada. Um exemplo que deixa bem claro como isso funciona é imaginar que um determinado investimento apresenta taxa de retorno de 10% ao ano, em um determinado país que tem inflação anual de 2%. Só com estas informações é possível entender que a taxa de retorno real (descontada a inflação) será de aproximadamente 8% (10% - 2%). O cálculo exato é obtido dividindo os fatores (1,10/1,02 = 1,0784 ou 7,84%). Por fim, a utilização de opções reais para gerenciar o risco do investimento vai depender do tipo de investimento escolhido. Se for a compra de ações, por exemplo, não é necessário nenhuma formalização especial, basta escolher uma empresa cujas ações possuem liquidez (são fáceis de comprar ou vender a qualquer momento). Assim, se passado algum tempo você identificar que o retorno daquelas ações está acima do que se esperava, basta você comprar mais. Ou, se apenas manter o investimento, se o resultado estiver como previsto ou, vender as ações rapidamente, se perceber que o resultado está ruim. Por outro lado, alguns tipos de investimentos não possuem estas características, e outros ainda dependem de contratos devidamente formalizados para permitir tais práticas (investir mais ou menos). Em outras palavras “opções reais” são investimentos nos quais é possível investir mais, ficar como está ou investir menos, a qualquer momento.