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<p>A	Deus,	ao	Todo	Poderoso,	criador	dos	céus	e	da	terra,	ao	Deus</p><p>de	Abraão,	ao	Deus	de	Jacó,	ao	Senhor	dos	Exércitos,	ao	Deus</p><p>do	impossível.	Àquele	que	conforme	sua	graça	nos	fornece</p><p>bençãos	e	segundo	sua	misericórdia	concede	o	perdão.</p><p>À	minha	mãe,	Maria	Sonha	de	Oliveira,	por	ter</p><p>nos	conduzido	pelos	trilhos	dos	estudos.</p><p>À	minha	amada	esposa,	Ativina	Ervelly	Ventura	de	Moura,	presente</p><p>de	Jesus	Cristo,	por	ter	me	ladeado	durante	todo	esse	tempo,	sempre</p><p>com	amor,	dedicação,	compromisso,	paciência	e	companheirismo.</p><p>Às	minhas	filhas,	Sofia	Ventura	de	Moura	Oliveira	e	Sara	Ventura</p><p>de	Moura	Oliveira,	por	tornar	nossos	dias	mais	leves.</p><p>Ao	meu	filho	Rodrigo	Cavalcante	de	Oliveira	Filho,	o	qual	está	porvir.</p><p>Ao	meu	saudoso	avô,	Antônio	da	Alcântara	Oliveira,	por	todos	os</p><p>ensinamentos	e,	sobretudo,	pela	honestidade,	simplicidade	e	alegria,</p><p>marcos	inesquecíveis	de	sua	trajetória.	Eternamente	em	nossos	corações.</p><p>À	Polícia	Militar	do	Estado	do	Ceará,	gloriosa	instituição</p><p>que	amo	e	zelo,	desempenhada	por	homens	e	mulheres</p><p>abnegados	e	corajosos,	verdadeiros	heróis.</p><p>LISTA	DE	SIGLAS</p><p>ADI	–	Ação	Direta	de	Inconstitucionalidade</p><p>APFDM	–	Auto	de	Prisão	em	Flagrante	Delito	Militar</p><p>APJM	–	Autoridade	de	Polícia	Judiciária	Militar</p><p>CBM	–	Corpo	de	Bombeiros	Militar</p><p>CF	–	Constituição	Federal</p><p>CFO	–	Curso	de	Formação	de	Oficiais</p><p>CP	–	Código	Penal</p><p>CPM	–	Código	Penal	Militar</p><p>CPP	–	Código	de	Processo	Penal</p><p>CPPM	–	Código	de	Processo	Penal	Militar</p><p>DF	–	Distrito	Federal</p><p>DH	–	Direitos	Humanos</p><p>EC	–	Emenda	Constitucional</p><p>EDD	–	Estado	Democrático	de	Direito</p><p>FFAA	–	Forças	Armadas</p><p>GLO	–	Garantia	da	Lei	e	da	Ordem</p><p>HC	–	Habeas	Corpus</p><p>IN	–	Instrução	Normativa</p><p>IP	–	Inquérito	Policial</p><p>IPD	–	Instrução	Provisória	de	Deserção</p><p>IPI	–	Instrução	Provisória	de	Insubmissão</p><p>IPM	–	Inquérito	Policial	Militar</p><p>JC	–	Justiça	Comum</p><p>JM	–	Justiça	Militar</p><p>JME	–	Justiça	Militar	Estadual</p><p>JMF	–	Justiça	Militar	Federal</p><p>JMU	–	Justiça	Militar	da	União</p><p>MP	–	Ministério	Público</p><p>MPDFT	–	Ministério	Público	do	Distrito	Federal	e	Territórios</p><p>MPF	–	Ministério	Público	Federal</p><p>MPM	–	Ministério	Público	Militar</p><p>MPT	–	Ministério	Público	do	Trabalho</p><p>MPU	–	Ministério	Público	da	União</p><p>OAB	–	Ordem	dos	Advogados	do	Brasil</p><p>PC	–	Polícia	Civil</p><p>PCCE	–	Polícia	Civil	do	Estado	do	Ceará</p><p>PF	–	Polícia	Federal</p><p>PGJ	–	Procurador-Geral	de	Justiça</p><p>PJC	–	Polícia	Judiciária	Comum</p><p>PJM	–	Polícia	Judiciária	Militar</p><p>PM	–	Polícia	Militar</p><p>PMCE	–	Polícia	Militar	do	Estado	do	Ceará</p><p>STF	–	Supremo	Tribunal	Federal</p><p>STJ	–	Superior	Tribunal	de	Justiça</p><p>STM	–	Superior	Tribunal	Militar</p><p>TCO	–	Termo	Circunstanciado	de	Ocorrência</p><p>TJ	–	Tribunal	de	Justiça</p><p>TJM	–	Tribunal	de	Justiça	Militar</p><p>UF	–	Unidade	Federativa</p><p>PREFÁCIO</p><p>“Não	sabendo	que	era	impossível,	foi	lá	e	fez”</p><p>Jean	Cocteau</p><p>Prefaciar	esta	obra	é	motivo	de	imenso	privilégio	e	orgulho.	O	autor,	amigo	e</p><p>oficial	da	Polícia	Militar	do	Ceará,	Capitão	Oliveira,	agrega	as	qualidades</p><p>operacionais,	teóricas,	morais	e	éticas	que	julgamos	fundamentais	ao	exercício</p><p>da	profissão	policial	militar	em	nível	de	excelência.	É	daqueles	que	chamamos</p><p>na	caserna	de	“coco	cheio”.	É,	sem	qualquer	dúvida,	um	oficial	completo.</p><p>Realizar	um	traço	inicial	em	breves	linhas	sobre	o	perfil	do	autor	é</p><p>imprescindível	para	que	o	leitor	tenha	a	plena	convicção	de	suas	bases	teóricas	e</p><p>práticas.	Na	perspectiva	da	prática	policial,	iniciou	a	carreira	militar	ocupando	o</p><p>cargo	de	Soldado	de	fileiras	da	PMCE,	quando	vivenciou	o	exercício	da</p><p>segurança	pública	na	“linha	de	frente”,	executando	a	árdua	e,	por	vezes,</p><p>incompreendida	missão	de	servir	e	proteger	as	pessoas,	seus	bens	e	direitos</p><p>como	o	primeiro	interventor	do	Estado,	agindo	no	calor	do	momento,	nas	frações</p><p>de	segundos	existentes	entre	a	tomada	da	decisão	e	suas	indissociáveis</p><p>consequências,	naquele	momento	que	pode	resultar	no	mero	reconhecimento	de</p><p>ter	procedido	não	mais	do	que	conforme	sua	obrigação	profissional	ou	na</p><p>execração	pública	por	errar	na	tentativa	de	acertar.</p><p>Inquieto,	tratou	de	ser	aprovado	no	concurso	para	a	carreira	de	Oficiais</p><p>combatentes	da	PMCE,	passando	ao	posto	de	1º	Tenente	no	ano	de	2016.	Como</p><p>oficial,	desde	os	primeiros	momentos	da	carreira	foi	designado	para	as	funções</p><p>de	Comandante	e	Subcomandante	de	importantes	Subunidades	da	Região	do</p><p>Cariri,	no	Sul	do	Estado	do	Ceará.	É	“cavalariano”	formado	no	14º	Curso	de</p><p>Policiamento	Montado	(CPMont)	e	“guerreiro	de	caatinga”,	forjado	no	7º	Curso</p><p>de	Operações	Táticas	Rurais	(COTAR),	uma	das	unidades	operacionais	com	a</p><p>“porta	mais	estreita”	da	Polícia	Militar	do	Ceará,	figurando	entre	as	mais</p><p>respeitadas	forças	de	segurança	pública	no	Brasil.</p><p>O	conhecimento	teórico	do	autor	tem	bases	compostas	por	elementos	colhidos</p><p>em	ecléticas	fontes	do	saber,	indo	do	conhecimento	na	área	da	saúde,	onde</p><p>possui	graduação	em	Enfermagem,	ao	conhecimento	jurídico	no	curso	de	Direito</p><p>da	Universidade	Regional	do	Cariri	–	URCA	e	na	sua	especialização	em</p><p>segurança	pública.</p><p>Desinquieto	com	a	constatação	da	necessidade	da	presença	dos	operadores	da</p><p>segurança	pública,	notadamente	de	Oficiais	da	polícia	militar,	no	ambiente</p><p>acadêmico	e	na	produção	de	conhecimento	teórico	e	científico,	abandonou	o</p><p>mero	discurso,	saiu	da	inércia,	venceu	o	estado	apático	que	a	rotina	operacional</p><p>tende	a	impor	e,	“não	sabendo	que	era	impossível,	foi	lá	e	fez.”</p><p>O	livro	traz	ao	leitor	conhecimento	de	temas	de	natureza	teórica	e	prática	com	o</p><p>emprego	da	necessária	linguagem	técnica,	porém	com	sucesso	na	tarefa	de	tornar</p><p>fácil	a	compreensão,	de	maneira	que	os	assuntos	versados	na	obra	condicionam</p><p>o	leitor	a	elaborar	um	inquérito	policial	militar	do	início	ao	fim,	disponibilizando</p><p>modelos	de	peças	usualmente	utilizadas	pelas	autoridades	de	polícia	judiciária</p><p>militar	no	curso	do	feito	inquisitorial,	como	portaria	de	instauração,	relatórios,</p><p>juntada,	certidões,	termos	de	compromisso,	despacho,	termos	de	oitivas	de</p><p>testemunhas,	ofendidos	ou	investigados,	entre	outros	modelos	básicos.	Vai	além,</p><p>aprofunda	o	tema	e	disponibiliza	peças	que	não	são	comumente	presentes	na</p><p>maioria	dos	inquéritos	policiais	militares,	mas	que	são	indispensáveis	no</p><p>repertório	de	conhecimento	das	autoridades	de	polícia	judiciária	militar,	tais</p><p>como	os	modelos	de	carta	precatória	com	a	apresentação	de	quesitos,	solicitação</p><p>de	exame	de	corpo	de	delito,	solicitação	de	assistência	de	membro	do	ministério</p><p>público,	representação	por	mandado	de	busca	e	apreensão,	termo	de	busca	e</p><p>apreensão,	termo	de	restituição	de	coisa	apreendida,	modelos	de	representação</p><p>pela	prisão	preventiva,	pela	quebra	do	sigilo	das	comunicações	telefônicas,	pela</p><p>condução	coercitiva	de	testemunha	ou	ofendido,	além	de	termos	de	acareação,</p><p>de	reconhecimento	de	coisa,	de	reconhecimento	fotográfico,	entre	tantos	outros</p><p>verdadeiramente	importantes	na	feitura	do	IPM.</p><p>Repleto	de	jurisprudência	atualizada,	aprecia	detidamente	a	doutrina	consolidada</p><p>e	contextualiza	os	assuntos	explorados	ao	exercício	prático	da	atividade	de</p><p>polícia	judiciária	militar,	com	enfoque	na	esfera	de	atuação	da	polícia	militar.</p><p>Define	detalhadamente	o	conceito	de	PJM,	estabelecendo	pormenorizadamente</p><p>as	atribuições	de	suas	autoridades.	Explora	ponto-a-ponto	as	características,</p><p>formas	de	instauração,	prazos,	atribuições	de	encarregado	e	escrivão,	bem	como</p><p>escrutina	temas	dispostos	no	CPPM	com	atenção	à	necessária	adequação	à</p><p>Constituição	Federal	de	1988.</p><p>Importa	observar	a	preocupação	do	literato	em	elevar	o	assunto	ao	nível	em	que</p><p>merece	ser	tratado	pelos	legisladores	e	pela	academia,	quando	constata	a</p><p>inegável	e	equivocada	ausência	nas	grades	curriculares	dos	cursos	de	Direito	no</p><p>Brasil,	assim	como	quando	observa	o	evidente	menosprezo	com	que	a	doutrina	e</p><p>jurisprudência	brasileira	tratam	o	inquérito,	quando	o	impõe	a	característica	de</p><p>“mero	procedimento	administrativo”.	Posicionamento	que	com	fervor</p><p>convergimos,	dado	que	é	muito	próximo	de	zero	o	número	de	denúncias</p><p>apresentadas	pelo	Ministério	Público	Militar	sem	se	fundamentar	em	elementos</p><p>colhidos	através	do	inquérito	policial	militar.</p><p>Não	menos	importante,	é	a	demonstração	da	preocupação</p><p>seja	elaborado	por	derradeiro.</p><p>O	comparecimento	do	ofendido	é	obrigatório,	podendo	haver	condução</p><p>coercitiva	determinada	pela	autoridade	judiciária.	Insta	comunicar	que	a	vítima</p><p>não	presta	o	compromisso	legal	de	falar	a	verdade.</p><p>As	testemunhas	e	os	acusados	deverão	ser	ouvidos,	exceto	em	caso	de	urgência,</p><p>constado	no	IPM,	durante	o	dia,	entre	as	sete	(7)	e	as	dezoito	(18)	horas,	sendo</p><p>que,	a	cada	4	(quatro)	horas	de	colheita	de	prova,	terão	30	(trinta)	minutos	de</p><p>descanso.	O	depoimento	que	não	for	concluso	até	as	dezoito	(18)	horas	será</p><p>encerrado,	reiniciando	noutro	dia.</p><p>A	testemunha	que,	devidamente	intimada,	não	comparece	para	depor,	só	comete</p><p>o	crime	de	desobediência	depois	de	esgotadas	outras	medidas,	como	a	condução</p><p>coercitiva	e	a	multa	(NEVES,	2018).</p><p>Algumas	testemunhas	estão	desobrigadas	a	depor,	por	exemplo,	as	que	tenham</p><p>grau	de	parentesco	ou	afetividade	com	o	indiciado	ou	em	razão	de	seu	mister,	de</p><p>acordo	com	os	arts.	354	e	355	do	CPPM	(BARBOSA,	2007).</p><p>O	indiciado	ou	investigado	não	presta	compromisso	legal	de	dizer	a	verdade,</p><p>podendo	invocar	seu	direito	ao	silêncio,	bem	como	o	de	mentir.	De	igual	modo,</p><p>estão	desobrigados	a	comparecer	ao	ato.</p><p>É	extremamente	importante	esclarecer	que	a	compreensão	do	direito	ao	silêncio</p><p>fora	recentemente	ampliada	pelo	STF,	devendo	ser	informado	e	garantido	não</p><p>apenas	no	interrogatório	formal,	mas	também	no	momento	da	abordagem</p><p>policial,	quando	do	recebimento	da	voz	de	prisão	no	contexto	de	flagrante	delito.</p><p>Analisemos:</p><p>Agravo	regimental	no	recurso	ordinário	em	habeas	corpus.	2.	Agravo	da</p><p>Procuradoria-Geral	da	República.	3.	Condenação	baseada	exclusivamente	em</p><p>supostas	declarações	firmadas	perante	policiais	militares	no	local	da	prisão.</p><p>Impossibilidade.	Direito	ao	silêncio	violado.	4.	Aviso	de	Miranda.	Direitos	e</p><p>garantias	fundamentais.	A	Constituição	Federal	impõe	ao	Estado	a	obrigação	de</p><p>informar	ao	preso	seu	direito	ao	silêncio	não	apenas	no	interrogatório	formal,</p><p>mas	logo	no	momento	da	abordagem,	quando	recebe	voz	de	prisão	por	policial,</p><p>em	situação	de	flagrante	delito.	Precedentes.	5.	Agravo	a	que	se	nega</p><p>provimento.</p><p>(STF	-	RHC:	170843	SP,	Relator:	GILMAR	MENDES,	Data	de	Julgamento:</p><p>04/05/2021,	Segunda	Turma,	Data	de	Publicação:	01/09/2021).</p><p>É	mister	comunicar	que	o	STF	reconheceu,	por	unanimidade,	que	a	celeuma</p><p>sobre	a	obrigatoriedade	de	os	policiais	informarem	ao	preso	do	direito	ao</p><p>silêncio	no	momento	da	abordagem	policial,	e	não	somente	no	interrogatório</p><p>formal,	é	tema	constitucional	digno	de	submissão	à	sistemática	da	repercussão</p><p>geral,	RE	1177984,	Tema	1185,	o	qual	encontra-se	em	andamento,	na	fase	de</p><p>conclusos	ao	Relator.</p><p>Não	permanece	em	vigor	a	necessidade	de	nomeação	de	curador	para</p><p>acompanhar	a	oitiva	do	indiciado	maior	de	18	e	menor	de	21	anos,	em	virtude	do</p><p>art.	5º	do	Código	Civil.</p><p>O	Pretório	Excelso	assegurou	a	impossibilidade	de	condução	coercitiva	do	réu</p><p>ou	investigado	para	interrogatório,	pois	representaria	restrição	à	liberdade	de</p><p>locomoção	e	violaria	a	presunção	de	não	culpabilidade,	sendo,	portanto,</p><p>incompatível	com	a	CF.	Entretanto,	poderá	ser	conduzido	para	outros	atos,	como</p><p>qualificação	e	reconhecimento	(BRASIL,	2018).	Não	há	sentido	em	se</p><p>constranger	a	liberdade	do	indiciado/acusado,	afetando	a	sua	dignidade	humana,</p><p>a	fim	de	que	compareça	a	um	interrogatório	em	que	poderá	permanecer	em</p><p>silêncio.	Observemos:</p><p>1.	Arguição	de	Descumprimento	de	Preceito	Fundamental.	Constitucional.</p><p>Processo	Penal.	Direito	à	não	autoincriminação.	Direito	ao	tempo	necessário	à</p><p>preparação	da	defesa.	Direito	à	liberdade	de	locomoção.	Direito	à	presunção	de</p><p>não	culpabilidade.	2.	Agravo	Regimental	contra	decisão	liminar.	Apresentação</p><p>da	decisão,	de	imediato,	para	referendo	pelo	Tribunal.	Cognição	completa	da</p><p>causa	com	a	inclusão	em	pauta.	Agravo	prejudicado.	3.	Cabimento	da	ADPF.</p><p>Objeto:	ato	normativo	pré-constitucional	e	conjunto	de	decisões	judiciais.</p><p>Princípio	da	subsidiariedade	(art.	4º,	§	1º,	da	Lei	nº	9.882/99):	ausência	de</p><p>instrumento	de	controle	objetivo	de	constitucionalidade	apto	a	tutelar	a	situação.</p><p>Alegação	de	falta	de	documento	indispensável	à	propositura	da	ação,	tendo	em</p><p>vista	que	a	petição	inicial	não	se	fez	acompanhar	de	cópia	do	dispositivo</p><p>impugnado	do	Código	de	Processo	Penal.	Art.	3º,	parágrafo	único,	da	Lei</p><p>9.882/99.	Precedentes	desta	Corte	no	sentido	de	dispensar	a	prova	do	direito,</p><p>quando	“transcrito	literalmente	o	texto	legal	impugnado”	e	não	houver	dúvida</p><p>relevante	quanto	ao	seu	teor	ou	vigência	–	ADI	1.991,	Rel.	Min.	Eros	Grau,</p><p>julgada	em	3.11.2004.	A	lei	da	ADPF	deve	ser	lida	em	conjunto	com	o	art.	376</p><p>do	CPC,	que	confere	ao	alegante	o	ônus	de	provar	o	direito	municipal,	estadual,</p><p>estrangeiro	ou	consuetudinário,	se	o	juiz	determinar.	Contrario	sensu,	se</p><p>impugnada	lei	federal,	a	prova	do	direito	é	desnecessária.	Preliminar	rejeitada.</p><p>Ação	conhecida.	4.	Presunção	de	não	culpabilidade.	A	condução	coercitiva</p><p>representa	restrição	temporária	da	liberdade	de	locomoção	mediante	condução</p><p>sob	custódia	por	forças	policiais,	em	vias	públicas,	não	sendo	tratamento</p><p>normalmente	aplicado	a	pessoas	inocentes.	Violação.	5.	Dignidade	da	pessoa</p><p>humana	(art.	1º,	III,	da	CF/88).	O	indivíduo	deve	ser	reconhecido	como	um</p><p>membro	da	sociedade	dotado	de	valor	intrínseco,	em	condições	de	igualdade	e</p><p>com	direitos	iguais.	Tornar	o	ser	humano	mero	objeto	no	Estado,</p><p>consequentemente,	contraria	a	dignidade	humana	(NETO,	João	Costa.	Dignidade</p><p>Humana:	São	Paulo,	Saraiva,	2014.	p.	84).	Na	condução	coercitiva,	resta</p><p>evidente	que	o	investigado	é	conduzido	para	demonstrar	sua	submissão	à	força,</p><p>o	que	desrespeita	a	dignidade	da	pessoa	humana.	6.	Liberdade	de	locomoção.	A</p><p>condução	coercitiva	representa	uma	supressão	absoluta,	ainda	que	temporária,	da</p><p>liberdade	de	locomoção.	Há	uma	clara	interferência	na	liberdade	de	locomoção,</p><p>ainda	que	por	período	breve.	7.	Potencial	violação	ao	direito	à	não</p><p>autoincriminação,	na	modalidade	direito	ao	silêncio.	Direito	consistente	na</p><p>prerrogativa	do	implicado	a	recursar-se	a	depor	em	investigações	ou	ações</p><p>penais	contra	si	movimentadas,	sem	que	o	silêncio	seja	interpretado	como</p><p>admissão	de	responsabilidade.	Art.	5º,	LXIII,	combinado	com	os	arts.	1º,	III;	5º,</p><p>LIV,	LV	e	LVII.	O	direito	ao	silêncio	e	o	direito	a	ser	advertido	quanto	ao	seu</p><p>exercício	são	previstos	na	legislação	e	aplicáveis	à	ação	penal	e	ao	interrogatório</p><p>policial,	tanto	ao	indivíduo	preso	quanto	ao	solto	–	art.	6º,	V,	e	art.	186	do	CPP.</p><p>O	conduzido	é	assistido	pelo	direito	ao	silêncio	e	pelo	direito	à	respectiva</p><p>advertência.	Também	é	assistido	pelo	direito	a	fazer-se	aconselhar	por	seu</p><p>advogado.	8.	Potencial	violação	à	presunção	de	não	culpabilidade.	Aspecto</p><p>relevante	ao	caso	é	a	vedação	de	tratar	pessoas	não	condenadas	como	culpadas	–</p><p>art.	5º,	LVII.	A	restrição	temporária	da	liberdade	e	a	condução	sob	custódia	por</p><p>forças	policiais	em	vias	públicas	não	são	tratamentos	que	normalmente	possam</p><p>ser	aplicados	a	pessoas	inocentes.	O	investigado	é	claramente	tratado	como</p><p>culpado.	9.	A	legislação	prevê	o	direito	de	ausência	do	investigado	ou	acusado</p><p>ao	interrogatório.	O	direito	de	ausência,	por	sua	vez,	afasta	a	possibilidade	de</p><p>condução	coercitiva.	10.	Arguição	julgada	procedente,	para	declarar	a</p><p>incompatibilidade	com	a	Constituição	Federal	da	condução	coercitiva	de</p><p>investigados	ou	de	réus	para	interrogatório,	tendo	em	vista	que	o	imputado	não	é</p><p>legalmente	obrigado	a	participar	do	ato,	e	pronunciar	a	não	recepção	da</p><p>expressão	“para	o	interrogatório”,	constante	do	art.	260	do	CPP.	(STF	-	ADPF:</p><p>444	DF,	Relator:	GILMAR	MENDES,	Data	de	Julgamento:	14/06/2018,</p><p>Tribunal	Pleno,	Data	de	Publicação:	22/05/2019).</p><p>Embora	a	decisão	supracitada	declare	a	não	recepção	da	expressão	“para</p><p>interrogatório”,	descrita	no	art.	260	do	CPP,	é	plenamente	aplicada	à	seara</p><p>militar.</p><p>Ademais,	no	curso	do	IPM	poderá	o	encarregado	requisitar	exame	de	corpo	de</p><p>delito	e	demais	exames	periciais,	determinar	a	avaliação	e	identificação	da	coisa</p><p>subtraída,	destruída	ou	danificada,	ou	da	qual	houve	indébita	apropriação,</p><p>proceder	a	buscas	e	apreensões,	nos	termos	dos	arts.	170	e	seguintes</p><p>do	CPPM,</p><p>tomar	medidas	necessárias	à	proteção	de	testemunhas,	peritos	ou	do	ofendido,</p><p>quando	coagidos	ou	ameaçados	de	coação	que	lhes	tolha	a	liberdade	de	depor	ou</p><p>a	independência	para	a	realização	de	perícias	e	exames	(NEVES,	2018).</p><p>Acerca	da	reprodução	simulada	dos	fatos,	é	permitida	desde	que	não	ofenda	a</p><p>moralidade	ou	a	ordem	pública,	nem	atente	contra	a	hierarquia	ou	a	disciplina</p><p>militar,	sendo	que	o	investigado/indiciado	não	está	obrigado	a	participar	da</p><p>reconstituição	do	crime.</p><p>3.9	Assistência	de	membro	do	Ministério	Público</p><p>As	funções	do	Parquet	não	se	limitam	apenas	à	de	fiscalização	ou	destinatário	do</p><p>IPM,	mas	também	pode	contribuir	com	o	encarregado	do	inquérito,	conforme	o</p><p>art.	14	do	CPPM.</p><p>Neves	(2018)	declara:</p><p>Embora	o	art.	14	do	CPPM	resuma	essa	possibilidade,	primeiro,	na	solicitação</p><p>do	encarregado,	e,	segundo,	aos	casos	de	excepcional	importância	ou	difícil</p><p>elucidação,	entendemos	que	esse	acompanhamento	pode	tomar	corpo	por	ato	de</p><p>ofício	do	Ministério	Público,	bem	como	em	outras	situações	que	não	as</p><p>enumeradas,	por	exemplo,	quando	haja	suspeita	de	não	ser	escorreita	a	condução</p><p>do	inquérito.	(NEVES,	2018,	p.	373).</p><p>O	Conselho	Superior	do	Ministério	Público	Militar,	através	da	Resolução</p><p>nº	69/2011,	considera	inaplicável	o	art.	14	do	CPPM	em	face	dos	artigos	7º,	I,	e</p><p>9º	da	Lei	Complementar	nº	75/93,	haja	vista	já	ser	da	incumbência	do	MPU	a</p><p>possibilidade	de	acompanhar	as	investigações,	mesmo	sem	solicitação	por	parte</p><p>da	autoridade	encarregada	da	investigação	(CSMPM,	2011).</p><p>A	Lei	Complementar	nº	75/93	minucia	que	é	franqueado	ao	MPU	acompanhar	as</p><p>diligências	investigatórias	e	a	instauração	dos	inquéritos,	inclusive	podendo</p><p>apresentar	provas	(BRASIL,	1993).</p><p>O	termo	“assistente”	não	pode	ser	confundido	com	a	atribuição	de	servir	de</p><p>assistente	do	encarregado	no	IPM,	no	sentido	de	auxiliar	ou	assessorar,	mas	sim</p><p>na	acepção	de	acompanhar,	fiscalizar,	examinar	e	supervisionar.</p><p>No	Estado	do	Ceará,	compete	ao	Procurador-Geral	de	Justiça	(PGJ)	a	tarefa	de</p><p>indicar	membro	do	MP	para	acompanhar	os	IPs	(CEARÁ,	2008).</p><p>3.10	Incomunicabilidade	do	indiciado</p><p>A	maior	parte	dos	estudiosos	concorda	em	afirmar	que	o	art.	17	do	CPPM	não</p><p>foi	recepcionado	pela	Carta	Magna.	Entre	eles,	podemos	citar	Nucci	(2019a),	o</p><p>qual	declara	que,	até	mesmo	durante	o	Estado	de	Defesa,	não	pode	o	preso	ficar</p><p>incomunicável	(art.	136,	§	3º,	IV,	CF),	quiçá	numa	situação	de	normalidade.</p><p>Mesmo	para	a	minoria	que	defende	a	incomunicabilidade,	é	unânime	o</p><p>posicionamento	de	que	ela	não	é	possível	em	relação	ao	advogado,	conforme	o</p><p>estatuto	da	advocacia.</p><p>3.11	Detenção	do	indiciado</p><p>A	CF	assegura	que	ninguém	será	preso	senão	em	flagrante	delito	ou	por	ordem</p><p>escrita	da	autoridade	judiciária	competente,	salvo	nos	casos	de	transgressão</p><p>militar	ou	crime	propriamente	militar	(grifo	nosso)	(BRASIL,	1988).</p><p>O	CPPM	dispõe:</p><p>Independentemente	de	flagrante	delito,	o	indiciado	poderá	ficar	detido,	durante</p><p>as	investigações	policiais,	até	trinta	dias,	comunicando-se	a	detenção	à</p><p>autoridade	judiciária	competente.	Êsse	prazo	poderá	ser	prorrogado,	por	mais</p><p>vinte	dias,	pelo	comandante	da	Região,	Distrito	Naval	ou	Zona	Aérea,	mediante</p><p>solicitação	fundamentada	do	encarregado	do	inquérito	e	por	via	hierárquica.</p><p>(BRASIL,	1969,	art.	18).</p><p>Ao	analisar	os	dois	institutos	citados,	conclui-se	que	o	investigado	pelo</p><p>cometimento	de	delito	pode	ser	detido,	independentemente	de	flagrante	delito	ou</p><p>ordem	judicial,	somente	no	caso	de	crime	militar	próprio.</p><p>O	encarregado	do	IPM	não	poderá	determinar	a	detenção	por	tempo	superior	ao</p><p>da	pena	cominada	em	abstrato	para	o	ilícito	ou	quando	a	pena	desse	crime	não</p><p>for	privativa	de	liberdade	(SARAIVA,	2017).</p><p>Também	não	será	permitida	a	detenção	nos	casos	cabíveis	de	liberdade</p><p>provisória,	segundo	o	art.	5º,	inciso	LXVI,	da	CF	(BARBOSA,	2007).</p><p>A	detenção	do	indiciado	só	ocorrerá	quando	for	indispensável	para	a</p><p>investigação	ou	para	garantir	a	ordem	militar	(SARAIVA,	2017).</p><p>A	decisão	da	APJM	que	determina	a	detenção	deverá	ser	fundamentada,</p><p>indicando	quais	circunstâncias	fixaram	tal	medida	e	informando	de	imediato	ao</p><p>Juiz	e	ao	Parquet,	que	passarão	a	se	manifestar	(BARBOSA,	2007).</p><p>A	autoridade	judiciária	não	deve	intervir	na	conveniência	da	detenção,	salvo	se</p><p>houver	afronta	à	CF,	como,	por	exemplo,	não	se	tratar	de	crime	militar	próprio</p><p>(Nucci,	2019a).</p><p>Todavia,	Gorrilhas	(2010)	expressa	que	não	existe	uma	lei	que	conceitue	o	que</p><p>vem	a	ser	crime	propriamente	militar,	e,	por	essa	razão,	a	dita	prisão	é</p><p>inconstitucional.	Ademais,	o	art.	18	do	CPPM	representa	um	retrocesso.</p><p>Por	outro	lado,	Alvarenga	(2013)	aponta	que,	embora	pouco	comum	a	utilização</p><p>da	detenção,	nada	impede	sua	aplicação,	e	que	não	há	vícios	de	recepção	ou	de</p><p>constitucionalidade	com	relação	ao	art.	18	do	CPPM,	podendo	ser	perfeitamente</p><p>usado	no	dia	a	dia	dos	encarregados	de	inquérito,	desde	que	respeitadas	as</p><p>demais	determinações	constitucionais	relacionadas	à	prisão.</p><p>Posicionamo-nos	conforme	o	entendimento	de	Gorrilhas,	ou	seja,	enquanto	não</p><p>vier	uma	lei	para	especificar	quais	são	os	crimes	propriamente	militares,	as</p><p>prisões	baseadas	nesse	instituto	são	ilegais.</p><p>3.12	Prisão	preventiva	e	menagem</p><p>O	Parágrafo	único	do	art.	18	do	CPPM	relata	que	o	encarregado	do	IPM	poderá</p><p>representar	perante	a	autoridade	judiciária	no	sentido	de	determinar	a	prisão</p><p>preventiva	ou	a	menagem	em	desfavor	do	indiciado	(BRASIL,	1969).</p><p>A	prisão	preventiva	é	uma	medida	cautelar	restritiva	de	liberdade	especificada</p><p>do	art.	254	ao	art.	261	do	CPPM.	E	a	menagem	é	um	instituto	descrito	do</p><p>art.	263	ao	art.	269	do	CPPM.</p><p>A	prisão	preventiva	pode	ser	decretada	pelo	Juiz	ou	pelo	Conselho	de	Justiça,	de</p><p>ofício	em	qualquer	fase	do	inquérito	ou	do	processo,	mediante	requerimento	do</p><p>MP	ou	através	de	representação	do	encarregado	do	IPM	(BRASIL,	1969).</p><p>A	Lei	13.964/2019	(conhecida	como	“Pacote	Anticrime”)	alterou	o	CPP	com	o</p><p>objetivo	de	vedar	a	decretação	de	prisão	preventiva	de	ofício	pelo	magistrado,</p><p>seja	na	fase	de	inquérito	policial	ou	da	instrução	criminal.	Apesar	de	o	legislador</p><p>não	ter	realizado	a	mesma	mudança	no	CPPM,	acreditamos	que	tal	proibição</p><p>será	estendida	à	área	castrense.</p><p>Deliberar	acerca	da	prisão	preventiva	é	atribuição	do	Juiz	Auditor	da	JMU,	do</p><p>Juiz	de	direito	da	JME	ou	do	Conselho	de	Justiça	dos	tribunais,	sendo,	neste</p><p>caso,	de	competência	do	relator	(NEVES,	2018).</p><p>Observa-se	que	a	APJM	competente	para	representar	pela	prisão	preventiva	é	o</p><p>encarregado	do	IPM,	e	não	a	APJM	originária.</p><p>Para	a	decretação	da	prisão	preventiva,	é	imprescindível	que	haja	prova	do	fato</p><p>delituoso	e	indícios	suficientes	de	autoria,	somados	a	algumas	das	situações</p><p>descritas	no	art.	255	do	CPPM,	a	saber:	garantia	da	ordem	pública,	conveniência</p><p>da	instrução	criminal,	periculosidade	do	indiciado,	segurança	da	aplicação	da	lei</p><p>penal	militar	e	exigência	de	manutenção	das	normas	ou	princípios	de	hierarquia</p><p>e	disciplina	militares.</p><p>É	pertinente	explanar	que,	após	a	conclusão	do	IPM	e	remessa	ao	Poder</p><p>Judiciário,	o	Parquet	pode	requerer	devolução	dos	autos	para	novas	diligências,</p><p>nesse	caso,	o	Juiz	não	poderá,	mesmo	diante	de	solicitação	do	encarregado	ou	do</p><p>próprio	MP,	decretar	a	prisão,	pois,	se	não	há	elementos	suficientes	para</p><p>propositura	da	ação	penal,	consequentemente,	também	não	há	fundamentos	para</p><p>emitir	o	mandado	de	prisão.	Consideremos	o	julgado:</p><p>HABEAS	CORPUS.	PRISÃO	PREVENTIVA.	DECRETAÇÃO.</p><p>FUNDAMENTAÇÃO	SUCINTA.	NULIDADE.	ARTIGO	93,	INCISO	IX,	DA</p><p>CONSTITUIÇÃO	FEDERAL.	REQUISITOS.	ARTS.	254	E	255	DO	CPPM.</p><p>DENÚNCIA	NÃO	OFERECIDA.	EXCESSO	DE	PRAZO.</p><p>CONSTRANGIMENTO	ILEGAL.	RELAXAMENTO.	HABEAS	CORPUS</p><p>CONCEDIDO.	UNANIMIDADE.	O	caráter	extraordinário	de	que	se	reveste	a</p><p>custódia	preventiva	exige,	para	a	sua	efetivação,	a	necessária	fundamentação,	a</p><p>qual	deve	apoiar-se	em	elementos	concretos	e	ajustados	aos	pressupostos</p><p>abstratos	definidos	pelos	arts.	254	e	255	do	CPPM,	sob	pena	de	violação	do</p><p>Princípio	da	Presunção	de	Inocência,	haja	vista	que	a	segregação	cautelar</p><p>presume	pena	não	personificada.	O	artigo	93,	inciso	IX,	da	Constituição	Federal,</p><p>exige	que	a	decisão	prolatada</p><p>pelo	Magistrado	seja	fundamentada,	ainda	que</p><p>sucintamente,	sem	determinar,	contudo,	o	exame	aprofundado	da	matéria</p><p>submetida	a	exame,	não	sendo	possível	declarar	a	nulidade	de	uma	decisão	com</p><p>fundamentação	concisa,	mas	sim	aquela	que	carece	da	devida	motivação.</p><p>Presentes	os	indícios	de	autoria	e	de	materialidade	delitivas	na	conduta	do</p><p>Paciente,	o	não	oferecimento	da	Denúncia,	passados	mais	de	7	(sete)	meses</p><p>desde	a	constrição	da	sua	liberdade,	constitui	constrangimento	ilegal	apto	a</p><p>justificar	a	concessão	da	ordem	de	habeas	corpus	para	o	relaxamento	da	custódia</p><p>cautelar.	Habeas	corpus	concedido.	Unanimidade.</p><p>(STM	-	HC:	70001937320187000000,	Relator:	Ministro	Cleonilson	Nicácio</p><p>Silva,	Data	de	Julgamento:	24/04/2018,	Data	de	Publicação:	14/05/2018).</p><p>A	menagem	é	um	instituto	próprio	do	Direito	Processual	Penal	Militar,	tendo</p><p>natureza	jurídica	híbrida,	eclética	ou	mista,	não	podendo	ser	classificada	nem</p><p>como	modalidade	de	prisão,	nem	liberdade	provisória,	nem	comparecimento</p><p>espontâneo,	nem	medida	de	segurança.	É	uma	forma	de	homenagem	benéfica	ou</p><p>favor	castrense	oferecido	ao	autor	de	determinados	crimes,	se	preenchidos</p><p>alguns	requisitos	de	ordens	objetiva	e	subjetiva,	antes	do	julgamento	final,	em</p><p>face	da	posição	do	instituto	em	sede	de	medidas	preventivas	ou	assecuratórias</p><p>(PEREIRA,	2020).</p><p>Trata-se	de	uma	evolução	histórica	do	instituto	da	“homenagem”,	concedida	aos</p><p>nobres	na	época	da	Grécia	e	de	Roma	(SILVA,	2011).</p><p>A	autoridade	judiciária	poderá	aplicar	a	medida	durante	a	fase	do	IPM	ou	do</p><p>processo,	desde	que	os	requisitos	do	art.	263	do	CPPM	sejam	atendidos,	são</p><p>eles:	crimes	cuja	pena	máxima	privativa	de	liberdade	não	ultrapasse	4	(quatro)</p><p>anos,	a	natureza	do	delito	e	os	antecedentes	do	acusado.</p><p>Ao	reincidente	não	será	concedida	a	menagem.	Nem	será	contada	no</p><p>cumprimento	de	pena	quando	concedida	em	residência	ou	cidade,	e	o	Parquet</p><p>deverá	ser	ouvido,	previamente,	acerca	da	concessão,	emitindo	parecer	no	prazo</p><p>de	3	(três)	dias	(BRASIL,	1969).</p><p>O	instituto	é	de	competência	do	Juiz,	todavia,	o	legislador	previu	a	exceção	ao</p><p>insubmisso	(art.	266	do	CPPM),	cuja	pena	cominada	é	a	do	impedimento,	de	3</p><p>(três)	meses	a	1	(um)	ano,	deixando,	nesse	caso,	que	a	autoridade	militar	recolha</p><p>o	indiciado	ao	quartel,	cujo	benefício	pode	ser	cassado	pela	mesma	autoridade,</p><p>sem	interferência	judicial,	se	for	conveniente	à	disciplina,	situações	essas	que</p><p>estão	em	conformidade	com	a	regra	do	artigo	5º,	LXI,	da	CF	(ROTH,	2002).</p><p>A	menagem	divide-se,	conforme	o	art.	264	do	CPPM,	em	intramuros	ou</p><p>extramuros,	a	depender	do	local	aplicado,	sendo	que	a	menagem	intramuros	é	a</p><p>modalidade	cumprida	sujeita	a	administração	militar,	seja	quartel,	navio	ou	vila</p><p>militar.	Já	a	menagem	extramuros	é	a	modalidade	fixada	durante	o	processo</p><p>judicial,	sendo	o	local	a	ser	cumprido	designado	pelo	Juiz	ou	Conselho	de</p><p>Justiça,	podendo	ser	onde	residia	o	acusado	no	tempo	do	delito	ou	na	sede	do</p><p>juízo	em	que	ele	estiver	sendo	processado	(CASTRO;	NASCIMENTO,	2018).</p><p>Será	cassada	a	menagem	daquele	que	se	retirar	do	lugar	para	o	qual	foi</p><p>concedido	ou	que	faltar,	sem	justificativa,	a	ato	judicial	ao	qual	deva	estar</p><p>presente,	mediante	intimação	ou	não	(NEVES,	2018).</p><p>3.13	Nulidades	do	inquérito	policial	militar</p><p>Em	regra,	não	é	cabível	alegação	de	nulidade	durante	o	desenvolvimento	do</p><p>IPM,	por	se	tratar	de	um	procedimento	informativo,	o	qual	não	é	capaz	de</p><p>macular	a	ação	penal.	No	máximo,	irregularidades	podem	invalidar	um	ato</p><p>específico.	Esse	é	o	entendimento	pacífico	da	doutrina	e	da	jurisprudência.</p><p>Analisemos:</p><p>EMENTA.	HABEAS	CORPUS.	AMEAÇA	E	TENTATIVA	DE	HOMICÍDIO</p><p>(ARTS.	223	E	205,	C/C	O	ART.	30,	II,	TODOS	DO	CPM).	NULIDADE	DE</p><p>ATOS	DE	INQUÉRITO	POLICIAL	MILITAR.	INEXISTÊNCIA.</p><p>PROCEDIMENTO	MERAMENTE	INFORMATIVO.	DECRETAÇÃO	DE</p><p>NULIDADE.	IMPRESCINDIBILIDADE	DA	INCIDÊNCIA	DO	PREJUÍZO</p><p>(PAS	DE	NULLITÉ	SANS	GRIEF).	DENEGAÇÃO	DA	ORDEM.	DECISÃO</p><p>UNÂNIME.	1.	Trata-se	de	Habeas	Corpus	impetrado	em	favor	de	militar	da</p><p>Reserva	do	Exército	em	prestação	de	tarefa	certa	que	é	investigado	em	Inquérito</p><p>Policial	Militar	(IPM)	por	cometimento,	em	tese,	dos	crimes	de	ameaça	e</p><p>tentativa	de	homicídio,	sob	a	alegação	de	constrangimento	ilegal	e	abuso	de</p><p>autoridade.	2.	O	presente	writ	é	impetrado	em	face	de	Decisão	do	Juiz	Federal</p><p>Substituto	da	Justiça	Militar	da	Auditoria	da	10ª	CJM	que	não	acolheu,	em	sede</p><p>de	habeas	corpus,	o	pleito	de	suspensão	e	nulidade	de	atos	do	referido	IPM.	3.	O</p><p>Paciente,	com	o	seu	agir,	deu	ensejo	ao	referido	IPM,	regularmente	instaurado</p><p>sem	sobressaltos	de	ilegalidade.	O	Inquérito	Policial	é	peça	meramente</p><p>informativa	para	propositura	da	ação	penal,	de	modo	que	eventual	irregularidade</p><p>na	fase	inquisitorial	não	contamina	o	processo.	Precedentes	deste	Tribunal.	4.</p><p>Para	a	decretação	de	nulidade	da	investigação,	necessária,	além	da	devida</p><p>caracterização	do	suposto	vício	de	legalidade	insanável,	a	demonstração	do</p><p>prejuízo	(pas	de	nullité	sans	grief),	o	que	não	ocorre	no	caso	em	tela.	5.	Ordem</p><p>denegada.	Decisão	unânime.</p><p>(STM	-	HC:	70006486720207000000,	Relator:	Lúcio	Mário	de	Barros	Góes,</p><p>Data	de	Julgamento:	19/11/2020,	Data	de	Publicação:	10/12/2020).</p><p>Além	disso,	a	edição	nº	69	da	Jurisprudência	em	Teses	do	Superior	Tribunal	de</p><p>Justiça	(STJ),	entre	outras,	relata	que	“As	nulidades	surgidas	no	curso	da</p><p>investigação	preliminar	não	atingem	a	ação	penal	dela	decorrente”.	(BRASIL,</p><p>2016).</p><p>Embora,	ordinariamente,	não	possam	contaminar	a	ação	penal	decorrente,	as</p><p>colheitas	de	provas	durante	o	IPM	devem	obedecer	às	legislações	pertinentes	ao</p><p>tema,	sob	pena	de	desentranhamento	dos	autos,	o	que	causará	sérios	danos	à</p><p>ação	penal,	principalmente	no	que	se	refere	a	provas	cautelares,	irrepetíveis	e</p><p>antecipadas	e	essas	forem	as	únicas	fontes	de	informações	para	propositura	da</p><p>ação	penal	militar.</p><p>A	Segunda	Turma	do	STF,	julgando	o	Recurso	Ordinário	em	Habeas	Corpus</p><p>nº	122.279/RJ,	anulou,	por	unanimidade	de	votos,	processo	penal	em	que	o</p><p>investigado	foi	ouvido	na	condição	de	testemunha,	compromissado	a	dizer	a</p><p>verdade,	durante	a	fase	de	IPM,	sendo	a	confissão	da	autoria	delitiva	a	única</p><p>prova	de	que	o	MP	se	valeu	para	ofertar	a	denúncia.	Vejamos:</p><p>Recurso	ordinário	em	habeas	corpus.	2.	Furto	(art.	240	do	CPM).	Recebimento</p><p>da	denúncia.	3.	Alegação	de	nulidade	do	processo	por	ofensa	ao	princípio	do</p><p>nemo	tenetur	se	detegere	em	razão	da	confissão	da	autoria	durante	a	inquirição</p><p>como	testemunha.	4.	Denúncia	recebida	apenas	com	base	em	elementos	obtidos</p><p>na	confissão.	5.	Garantias	da	ampla	defesa	e	do	contraditório	no	curso	da	ação</p><p>penal.	6.	Recurso	provido.	(grifo	nosso).</p><p>(STF	-	RHC:	122279	RJ,	Relator:	Min.	Gilmar	Mendes,	Data	de	Julgamento:</p><p>12/08/2014,	Segunda	Turma,	Data	de	Publicação:	Acórdão	Eletrônico	DJe-213</p><p>DIVULG	29-10-2014	PUBLIC	30-10-	2014).</p><p>3.14	Encerramento	do	inquérito	policial	militar</p><p>O	IPM	será	encerrado	através	de	um	detalhado	relatório,	elaborado</p><p>exclusivamente	pelo	encarregado,	acerca	das	diligências,	das	pessoas	e	dos</p><p>resultados	obtidos,	indicando	o	dia,	a	hora	e	o	lugar	do	suposto	cometimento	do</p><p>crime.	Ao	final,	pronunciará	se	há	indícios	de	transgressão	disciplinar	e	de</p><p>crime,	manifestando-se	sobre	a	necessidade	de	prisão	preventiva	do	indiciado.</p><p>Saraiva	(2017)	alega	que	o	encarregado	deve	privar-se	de	fazer	juízo	de	valor</p><p>acerca	do	delito	e	de	questões	de	direito	ou	da	suposta	culpabilidade	do</p><p>investigado,	prestando	apenas	informações	coletadas.</p><p>Todavia,	entendemos,	assim	como	a	doutrina	moderna	e	majoritária	proclamam,</p><p>que	o	encarregado	deve	externar	avaliação	sobre	as	razões	fáticas	e	jurídicas,	a</p><p>fim	de	fundamentar	seu	convencimento,	podendo,	por	exemplo,	citar	a</p><p>existência	de	excludente	de	antijuricidade,	concluindo	pelo	não	indiciamento.</p><p>No	caso	de	delegação,	o	encarregado	remeterá	os	autos	à	APJM	delegante	para</p><p>que	esta	homologue	ou	não	o	resultado	investigativo.</p><p>Em	discordância,	pode	a	autoridade	delegante	avocar	o	procedimento,	dando-</p><p>lhe	solução	diferente.	Porém,	o	MP	não	é	vinculado	às	opiniões	do	encarregado</p><p>ou	da	APJM	originária,	pois	o	opinio	delicti	é	de	exclusividade	do	órgão</p><p>acusatório.</p><p>O	§	1º	do	art.</p><p>22	também	aponta	que	a	autoridade	originária	poderá	determinar</p><p>novas	diligências	(BRASIL,	1969).	Entendemos	que	é	uma	determinação	que</p><p>somente	pode	ser	efetuada	se	o	prazo	para	conclusão	do	IPM	não	tiver	sido</p><p>extrapolado.	Caso	contrário,	tal	autoridade	estaria	exercendo	funções	privativas</p><p>do	MP	e	do	Juiz.</p><p>Concluído	o	IPM,	a	APJM	delegante	o	envia	ao	juízo	competente,	ou	seja,	à</p><p>JMU	ou	à	JME.</p><p>No	Estado	do	Ceará,	a	APJM	originária	remete	o	IPM	à	Coordenadoria	de</p><p>Polícia	Judiciária	Militar,	e	esta	o	encaminha	à	JME.</p><p>3.15	Indiciamento</p><p>É	indispensável	haver	informações	objetivas	e	fidedignas	que	indiquem	que	uma</p><p>pessoa	cometeu,	em	tese,	um	fato	tipicamente	militar.	É	um	estado	superior	ao</p><p>de	suspeito/investigado,	pressupõe	um	grau	mais	elevado	de	certeza.</p><p>Não	obstante	o	CPPM	explanar	que	o	Encarregado	deve	ouvir	o	“indiciado”	(art.</p><p>13,	alínea	“c”),	corroborando	com	o	entendimento	de	que	o	ato	de	indiciamento</p><p>pode	surgir	a	qualquer	momento,	defendemos	a	tese	de	que	somente	deve	ser</p><p>realizado	quando	da	confecção	do	relatório	final,	em	obediência	ao	art.	22	do</p><p>códex	e,	especialmente,	por	haver	nesse	estágio	mais	elementos	concretos	que</p><p>possam	fundamentar	melhor	o	posicionamento	do	Encarregado.	Portanto,</p><p>observa-se	que	há	uma	límpida	antinomia	entre	o	art.	13,	alínea	“c”	e	o	art.	22,</p><p>ambos	do	CPPM.</p><p>Trata-se	de	um	ato	administrativo	fundamentado	vinculado,	isto	é,	se	presentes</p><p>elementos	que	indiquem	que	o	policial	cometeu	determinado	crime	militar,	a</p><p>APJM	deve	indiciá-lo	por	ato	fundamentado,	mediante	análise	técnico-jurídica</p><p>do	fato	que	deverá	indicar	autoria,	materialidade,	classificação	do	tipo	penal	e</p><p>suas	circunstâncias.</p><p>Além	disso,	por	ser	ato	administrativo,	devem	ser	observados	seus	elementos:</p><p>competência,	forma,	finalidade,	motivo	e	objeto,	quando	de	sua	elaboração.</p><p>O	indiciamento	ausente	de	fundamentação,	bem	como	de	indícios	de	autoria	e</p><p>materialidade	e	suas	circunstâncias,	configura	constrangimento	ilegal,	podendo</p><p>ser	remediado	através	de	Habeas	Corpus.</p><p>Interessante	frisar	que	o	policial	militar	indiciado	será	ouvido	em	termo	de</p><p>interrogatório	e,	não	havendo	ainda	o	indiciamento,	deverá	o	investigado	ser</p><p>ouvido	em	termo	de	declarações.</p><p>O	MP	e	o	Juiz	não	podem	requisitar	o	indiciamento	de	determinado	indivíduo,</p><p>pois	esse	é	um	ato	exclusivo	do	encarregado	e/ou	da	APJM	originária.</p><p>Além	disso,	o	indiciamento	não	vincula	a	manifestação	do	MP.	Assim,	é	possível</p><p>que	o	agente	ministerial	promova	a	denúncia	contra	alguém	que	não	foi</p><p>indiciado,	como	também	se	admite	o	arquivamento	de	IPM	em	relação	a</p><p>indivíduo	ou	fato	que	conste	em	indiciamento.</p><p>3.16	Arquivamento	do	inquérito	policial	militar</p><p>A	APJM	não	pode	arquivar	o	IPM,	mesmo	conclusivo	para	a	inexistência	de</p><p>delito	ou	de	inimputabilidade	do	investigado.	O	inquérito	só	poderá	ser</p><p>arquivado	por	decisão	fundamentada	do	magistrado,	ouvido	o	MP.</p><p>Nem	mesmo	a	autoridade	judiciária	arquivará	o	inquérito	sem	anuência	explícita</p><p>do	MP	(NUCCI,	2019a).	Observemos	a	jurisprudência:</p><p>CORREIÇÃO	PARCIAL	-	DESARQUIVAMENTO	DA	IPD	E</p><p>ATENDIMENTO	DE	DILIGÊNCIA	REQUERIDA	PELO	MPM.	Na	espécie,</p><p>houve	violação	do	princípio,	segundo	o	qual,	o	juiz	não	procede	de	ofício,	dado</p><p>que	para	que	se	efetue	arquivamento	de	IPM	ou	IPD,	faz-se	necessário	que	o</p><p>MPM	o	requeira,	posto	que	é	o	titular	da	ação	penal	e	só	a	ele	cabe	exercê-la	ou</p><p>requerer	à	autoridade	judiciária	o	arquivamento	dos	autos.	Inteligência	do</p><p>art.	397	do	CPM.	II	-	Também	houve	equívoco	ao	ser	indeferido	pedido	de</p><p>diligência	formulado	pelo	MPM,	objetivando	retificação	da	data	da	exclusão	do</p><p>desertor.	III	-	Correição	Parcial	deferida	para,	desconstituindo-se	a	decisão</p><p>recorrida,	determinar-se	o	desarquivamento	dos	autos	da	IPD	nº	291/92	e	o</p><p>cumprimento	da	diligência	requerida	pelo	Ministério	Público	Militar.	IV	-</p><p>Decisão	unânime.</p><p>(STM	-	Cparcfe:	2016	PA	2008.01.002016-5,	Relator:	Ministro	Sérgio	Ernesto</p><p>Alves.	Conforto.	Data	de	Julgamento:	27/11/2008.	Data	de	Publicação:</p><p>03/02/2009	Vol:	Veículo).</p><p>Associamo-nos	a	tese	de	sentindo	oposto:</p><p>PROCESSO	PENAL.	AGRAVO	REGIMENTAL.	ARQUIVAMENTO	DE</p><p>INQUÉRITO.	PREVARICAÇÃO.	AUSÊNCIA	DE	ILEGALIDADE	NA</p><p>PRÁTICA	DO	ATO.	ATIPICIDADE	DA	CONDUTA.	PRINCÍPIO	DA</p><p>SUBSIDIARIEDADE.	DESPROVIMENTO	DO	AGRAVO.</p><p>1.	No	caso	dos	autos,	verifica-se,	de	plano,	a	atipicidade	da	conduta,	tendo	em</p><p>vista	a	legalidade	do	ato	praticado	pelo	indiciado,	na	medida	em	que	competente</p><p>para	proferir	a	decisão	apontada	como	ilegal.	2.	Decisão	que	ostenta</p><p>fundamentação	razoável.	Observância	dos	princípios	da	independência	e	da	livre</p><p>convicção	motivada	dos	magistrados.	Ausência	de	excesso	de	linguagem.</p><p>Impossibilidade	de	se	criminalizar	a	atividade	hermenêutica.	3.	Inexistência	de</p><p>vício	declarada,	em	sede	administrativa,	pelo	Conselho	Nacional	de	Justiça.</p><p>Circunstância	que	reclama	a	observância	do	princípio	da	subsidiariedade	do</p><p>Direito	Penal.	Ausência	de	razoabilidade	no	prosseguimento	da	persecução	penal</p><p>para	apuração	de	conduta	considerada	lícita	e	não	viciada	por	órgão	de	controle</p><p>administrativo	específico	da	atividade	objeto	da	investigação.	4.	O	art.	28	do</p><p>Código	de	Processo	Penal	se	limita	a	impedir	que,	pedido	o	arquivamento	pelo</p><p>Ministério	Público	e	confirmado	este	entendimento	no	âmbito	do	próprio</p><p>Ministério	Público,	possa	o	juiz	se	negar	a	deferi-lo,	mas	não	obriga	o	Juiz	a</p><p>arquivar	o	inquérito	somente	quando	o	arquivamento	for	expressamente</p><p>requerido	pelo	Ministério	Público.	5.	Desprovimento	do	recurso.</p><p>(STF	-	AgR	Inq:	4744	DF	-	Distrito	Federal	0006202-	74.2018.1.00.0000,</p><p>Relator:	Min.	Roberto	Barroso,	Data	de	Julgamento:	27/09/2019,	Primeira</p><p>Turma).</p><p>Havendo	discordância	entre	o	Juiz	e	o	Parquet,	os	autos	devem	ser	remetidos	ao</p><p>Procurador-Geral	(ou	Procurador-Geral	de	Justiça).	No	caso	da	JMU,	o</p><p>Procurador-Geral,	compreendendo	que	há	fundamentos	para	a	ação	penal,</p><p>nomeia	outro	promotor	a	fim	de	denunciar;	em	caso	contrário,	requisitará</p><p>arquivamento,	só	restando	ao	Juiz	atender	ao	pedido	(NEVES,	2018).</p><p>Em	âmbito	estadual,	o	PGJ	pode	oferecer	denúncia	diretamente	ou	designar</p><p>outro	membro	do	MP	para	tal,	ou	então	mandar	arquivar,	o	que	obrigaria	o	Juiz	a</p><p>fazê-lo	(SANTOS,	2018).</p><p>Arquivado	o	IPM	pelo	Juiz,	a	requerimento	do	MP,	a	APJM	poderá	realizar</p><p>outras	diligências,	se	de	outras	provas	tiver	notícias	e	que	sejam	capazes	de</p><p>mudar	o	entendimento	anteriormente	proferido.	Comprovando-se	informações</p><p>originais	que	modifiquem	a	percepção	do	MP,	este	pode	requisitar	a	instauração</p><p>de	novo	IPM.</p><p>O	CPPM	não	relata	possibilidades	de	desarquivamento	de	IPM,	mas	sim	de</p><p>instauração	de	novo	inquérito	caso	surjam	fatos	novos,	com	exceção	de	casos</p><p>julgados	e	extintos	de	punibilidade.	No	entanto,	o	IPM	arquivado	pode	ser</p><p>aproveitado	no	novo	inquérito,	por	exemplo,	juntando-se	aos	autos	uma	cópia.</p><p>Muito	embora	o	CPPM	não	relate	a	admissibilidade	de	desarquivamento	de	IPM,</p><p>a	Súmula	nº	524	do	STF	é	aplicável	ao	tema:	“Arquivado	o	inquérito	policial,</p><p>por	despacho	do	juiz,	a	requerimento	do	promotor	de	justiça,	não	pode	a	ação</p><p>penal	ser	iniciada,	sem	novas	provas”.</p><p>Citemos	o	caso	de	um	IPM	que	apura	homicídio	decorrente	de	intervenção</p><p>policial	militar,	o	qual	é	arquivado	no	dia	11	de	agosto	de	2020	na	1ª	Vara</p><p>Criminal	da	Comarca	de	Juazeiro	do	Norte-CE,	sendo	posteriormente</p><p>desarquivado	pelo	magistrado,	a	requerimento	do	MP,	em	24	de	agosto	de	2020,</p><p>haja	vista	o	surgimento	de	novas	provas	angariadas	pelo	delegado	no	curso	do</p><p>IP.	Analisemos	a	decisão	interlocutória,	processo	nº	0210058-38.2020.8.06.0001,</p><p>classe:	Inquérito	Policial,	assunto:	Crimes	Militares:</p><p>Trata-se	de	Pedido	de	Desarquivamento	formulado	pelo	Representante</p><p>Ministerial,	com	fundamento	no	artigo	18,	do	Código	de	Processo	Penal,	devido</p><p>ao	surgimento	de	novos	elementos	de	informações	(ps.121/124).	É	o	relato	do</p><p>necessário.	Decido.	Diante	das	razões	trazidas	ao	conhecimento	deste	Juízo,</p><p>observa-se	a	necessidade	do	desarquivamento	do	caderno	inquisitorial,	para	fins</p><p>de	prosseguimento	das	investigações,	ante	o	surgimento	de	novos	elementos	de</p><p>cognição.	Nesse	sentido,	veja-se	o	teor	do	enunciado	da	Súmula	nº	524	do</p><p>Colendo	Supremo	Tribunal</p><p>Federal,	in	litteris:	Súmula	524:	“Arquivado	o</p><p>inquérito	policial,	por	despacho	do	juiz,	a	requerimento	do	Promotor	de	Justiça,</p><p>não	pode	a	ação	penal	ser	iniciada,	sem	novas	provas”.	Deste	modo,	o</p><p>desarquivamento	do	procedimento	é	medida	que	se	impõe.	Ante	o	exposto,</p><p>acolho	o	parecer	ministerial	e	determino	o	DESARQUIVAMENTO	do	presente</p><p>Inquérito	Policial,	com	consequente	juntada	ao	processo	12283-</p><p>07.2019.8.06.0112,	nos	termos	requeridos	pelo	Promotor	de	Justiça,	para	que</p><p>seja	feita	análise	dos	elementos	probatórios.</p><p>Neves	(2018)	garante	que	os	“casos	julgados”	que	são	referidos	no	art.	25	do</p><p>CPPM	são	aqueles	que	fazem	coisa	julgada	material,	que	torna	imutável	uma</p><p>sentença	de	mérito	naquele	ou	em	qualquer	outro	processo,	portanto,	é	uma</p><p>decisão	que	não	pode	ser	revista,	imutável,	uma	sentença	absolutória,	não</p><p>podendo	ser	instaurado	novo	IPM.</p><p>O	arquivamento	de	inquérito	que	se	fundamenta	na	atipicidade	do	fato	faz	coisa</p><p>julgada	material,	impedindo	seu	desarquivamento	mesmo	que	despontem	novas</p><p>provas,	ainda	que	provenientes	de	magistrado	absolutamente	incompetente.</p><p>Vejamos	os	julgados:</p><p>DIREITO	PENAL.	HABEAS	CORPUS.	PEDIDO	DE	TRANCAMENTO	DA</p><p>AÇÃO	PENAL.	ARQUIVAMENTO	DO	FEITO.	RECONHECIMENTO	DE</p><p>ATIPICIDADE	DO	FATO.	DECISÃO	PROFERIDA	POR	JUÍZO</p><p>ABSOLUTAMENTE	INCOMPETENTE.	PERSECUÇÃO	PENAL	NA</p><p>JUSTIÇA	MILITAR	POR	FATO	ANALISADO	NA	JUSTIÇA	COMUM.</p><p>IMPOSSIBILIDADE:	CONSTRANGIMENTO	ILEGAL	CARACTERIZADO.</p><p>INSTAURAÇÃO	DE	AÇÃO	PENAL	PERANTE	O	JUÍZO	COMPETENTE.</p><p>IMPOSSIBILIDADE.	COISA	JULGADA.	PRECEDENTES.	HABEAS</p><p>CORPUS	CONCEDIDO.	1.	A	teor	do	entendimento	pacífico	desta	Corte,	o</p><p>trancamento	da	ação	penal	pela	via	de	habeas	corpus	é	medida	de	exceção,</p><p>admissível	quando	emerge	dos	autos,	de	forma	inequívoca,	entre	outras</p><p>hipóteses,	a	atipicidade	do	fato.	2.	A	decisão	de	arquivamento	do	inquérito</p><p>policial	no	âmbito	da	Justiça	Comum,	em	virtude	de	promoção	ministerial	no</p><p>sentido	da	atipicidade	do	fato	e	da	incidência	de	causa	excludente	de	ilicitude,</p><p>impossibilita	a	instauração	de	ação	penal	perante	a	Justiça	Especializada,	uma</p><p>vez	que	o	Estado-Juiz	já	se	manifestou	sobre	o	fato,	dando-o	por	atípico</p><p>(precedentes).	Ainda	que	se	trate	de	decisão	proferida	por	juízo	absolutamente</p><p>incompetente,	deve-se	reconhecer	a	prevalência	dos	princípios	do	favor	rei,</p><p>favor	libertatis	e	ne	bis	in	idem,	de	modo	a	preservar	a	segurança	jurídica	que	o</p><p>ordenamento	jurídico	demanda.	Precedentes.	4.	Ordem	concedida,	acolhido	o</p><p>parecer	ministerial,	para	trancar	a	Ação	Penal	nº	484-00.2008.921.0004,	em</p><p>trâmite	perante	a	Auditoria	Militar	de	Passo	Fundo/RS.</p><p>(STJ	-	HC:	173397	RS	2010/0091949-3,	Relator:	Ministra	Maria	Thereza	de</p><p>Assis	Moura,	Data	de	Julgamento:	17/03/2011,	T6	-	Sexta	Turma,	Data	de</p><p>Publicação:	DJe	11/04/2011).</p><p>I	-	Habeas	corpus:	cabimento.	É	da	jurisprudência	do	Tribunal	que	não	impedem</p><p>a	impetração	de	habeas	corpus	a	admissibilidade	de	recurso	ordinário	ou</p><p>extraordinário	da	decisão	impugnada,	nem	a	efetiva	interposição	deles.	II	-</p><p>Inquérito	policial:	arquivamento	com	base	na	atipicidade	do	fato:	eficácia	de</p><p>coisa	julgada	material.	A	decisão	que	determina	o	arquivamento	do	inquérito</p><p>policial,	quando	fundado	o	pedido	do	Ministério	Público	em	que	o	fato	nele</p><p>apurado	não	constitui	crime,	mais	que	preclusão,	produz	coisa	julgada	material,</p><p>que	-	ainda	quando	emanada	a	decisão	de	juiz	absolutamente	incompetente	-,</p><p>impede	a	instauração	de	processo	que	tenha	por	objeto	o	mesmo	episódio.</p><p>Precedentes	:	HC	80.560,	1ª	T.,	20.02.01,	Pertence,	RTJ	179/755;	Inq	1538,	Pl.,</p><p>08.08.01,	Pertence,	RTJ	178/1090;	Inq-QO	2044,	Pl.,	29.09.04,	Pertence,	DJ</p><p>28.10.04;	HC	75.907,	1ª	T.,	11.11.97,	Pertence,	DJ	9.4.99;	HC	80.263,	Pl.,</p><p>20.2.03,	Galvão,	RTJ	186/1040.</p><p>(STF	-	HC:	83346	SP,	Relator:	Min.	Sepúlveda	Pertence,	Data	de	Julgamento:</p><p>17/05/2005,	Primeira	Turma,	Data	de	Publicação:	DJ	19-	08-2005	PP-00046</p><p>EMENT	VOL-02201-2	PP-00246	RTJ	VOL-00195-01	PP-00085).</p><p>A	respeito	de	arquivamento	de	inquérito	perante	a	constatação	de	excludente	de</p><p>ilicitude,	há	divergência	na	jurisprudência.	Senão	vejamos:</p><p>RECURSO	ORDINÁRIO	EM	HABEAS	CORPUS.	ART.	1º,	§§	2º	E	4º,	DA	LEI</p><p>Nº	9.455/1997.	TRANCAMENTO	DA	AÇÃO	PENAL.	BIS	IN	IDEM.</p><p>OCORRÊNCIA.	DECISÃO	DA	JUSTIÇA	MILITAR	QUE	DETERMINOU	O</p><p>ARQUIVAMENTO	DE	INQUÉRITO	POLICIAL	MILITAR	COM	BASE	EM</p><p>EXCLUDENTE	DE	ILICITUDE.	COISA	JULGADA	MATERIAL.</p><p>OFERECIMENTO	DE	DENÚNCIA	POSTERIOR	PELOS	MESMOS	FATOS.</p><p>IMPOSSIBILIDADE.	CONSTRANGIMENTO	ILEGAL	EVIDENCIADO.</p><p>1.	A	par	da	atipicidade	da	conduta	e	da	presença	de	causa	extintiva	da</p><p>punibilidade,	o	arquivamento	de	inquérito	policial	lastreado	em	circunstância</p><p>excludente	de	ilicitude	também	produz	coisa	julgada	material.	2.	Levando-se	em</p><p>consideração	que	o	arquivamento	com	base	na	atipicidade	do	fato	faz	coisa</p><p>julgada	formal	e	material,	a	decisão	que	arquiva	o	inquérito	por	considerar	a</p><p>conduta	lícita	também	o	faz,	isso	porque	nas	duas	situações	não	existe	crime	e	há</p><p>manifestação	a	respeito	da	matéria	de	mérito.	3.	A	mera	qualificação	diversa	do</p><p>crime,	que	permanece	essencialmente	o	mesmo,	não	constitui	fato	ensejador	da</p><p>denúncia	após	o	primeiro	arquivamento.	4.	Recurso	provido	para	determinar	o</p><p>trancamento	da	ação	penal.</p><p>(STJ	-	RHC:	46666	MS	2014/0069913-3,	Relator:	Ministro	Sebastião	Reis</p><p>Júnior,	Data	de	Julgamento:	05/02/2015,	T6	-	Sexta	Turma,	Data	de	Publicação:</p><p>DJe	28/04/2015).</p><p>PENAL.	PROCESSUAL	PENAL.	RECURSO	ESPECIAL.	INQUÉRITO</p><p>POLICIAL	ARQUIVADO	POR	RECONHECIMENTO	DA	LEGÍTIMA</p><p>DEFESA.	DESARQUIVAMENTO	POR	PROVAS	NOVAS.</p><p>IMPOSSIBILIDADE.	COISA	JULGADA	MATERIAL.	PRECEDENTES.</p><p>1.	A	permissão	legal	contida	no	art.	18	do	CPP,	e	pertinente	Súmula	524/STF,	de</p><p>desarquivamento	do	inquérito	pelo	surgimento	de	provas	novas,	somente	tem</p><p>incidência	quando	o	fundamento	daquele	arquivamento	foi	a	insuficiência</p><p>probatória	-	indícios	de	autoria	e	prova	do	crime.	2.	A	decisão	que	faz	juízo	de</p><p>mérito	do	caso	penal,	reconhecendo	atipia,	extinção	da	punibilidade	(por	morte</p><p>do	agente,	prescrição…),	ou	excludentes	da	ilicitude,	exige	certeza	jurídica	-	sem</p><p>esta,	a	prova	de	crime	com	autor	indicado	geraria	a	continuidade	da	persecução</p><p>criminal	-	que,	por	tal,	possui	efeitos	de	coisa	julgada	material,	ainda	que	contida</p><p>em	acolhimento	a	pleito	ministerial	de	arquivamento	das	peças	investigatórias.	3.</p><p>Promovido	o	arquivamento	do	inquérito	policial	pelo	reconhecimento	de</p><p>legítima	defesa,	a	coisa	julgada	material	impede	rediscussão	do	caso	penal	em</p><p>qualquer	novo	feito	criminal,	descabendo	perquirir	a	existência	de	novas	provas.</p><p>Precedentes.	4.	Recurso	especial	improvido.	(STJ	-	REsp:	791.471/RJ,	Relator:</p><p>Ministro	Nefi	Cordeiro,	Data	de	Julgamento:	25/11/2014,	T6	-	Sexta	Turma).</p><p>PENAL.	PROCESSO	PENAL.	HABEAS	CORPUS.	HOMICÍDIO.	LEGÍTIMA</p><p>DEFESA.	FRAUDE	PROCESSUAL.	ARQUIVAMENTO	DE	INQUÉRITO</p><p>POLICIAL.	DESARQUIVAMENTO	POSTERIOR.</p><p>NOVOS	ELEMENTOS	DE	CONVICÇÃO	COLHIDOS	PELO	MINISTÉRIO</p><p>PÚBLICO.	POSSIBILIDADE.	ORDEM	DENEGADA.	I	–	O	arquivamento	de</p><p>inquérito	policial	não	faz	coisa	julgada	nem	causa	a	preclusão.	II	–</p><p>Contrariamente	ao	que	ocorre	quando	o	arquivamento	se	dá	por	atipicidade	do</p><p>fato,	a	superveniência	de	novas	provas	relativamente	a	alguma	excludente	de</p><p>ilicitude	admite	o	desencadeamento	de	novas	investigações.	III	–	Ordem</p><p>denegada.	(STF	-	HC:	87395	PR	-	Paraná	0005763-20.2005.1.00.0000,	Relator:</p><p>Ministro	Ricardo	Lewandowski,	Data	de	Julgamento:	23/03/2017,	Tribunal</p><p>Pleno).</p><p>Habeas	corpus.	Processual	Penal	Militar.	Tentativa	de	homicídio	qualificado	(CP,</p><p>art.	121,	§	2º,	inciso	IV,	c/c	o	art.	14,	inciso	II).	Arquivamento	de	Inquérito</p><p>Policial	Militar,	a	requerimento	do	Parquet	Militar.	Conduta	acobertada	pelo</p><p>estrito	cumprimento	do	dever	legal.	Excludente	de	ilicitude	(CPM,	art.	42,</p><p>inciso	III).	Não	configuração	de	coisa	julgada	material.	Entendimento</p><p>jurisprudencial	da	Corte.	Surgimento	de	novos	elementos	de	prova.	Reabertura</p><p>do	inquérito	na	Justiça	comum,	a	qual	culmina	na	condenação	do	paciente	e	de</p><p>corréu	pelo	Tribunal	do	Júri.	Possibilidade.	Enunciado	da	Súmula	nº	524/STF.</p><p>Ordem	denegada.	1.	O	arquivamento	de	inquérito,	a	pedido	do	Ministério</p><p>Público,	em	virtude	da	prática	de	conduta	acobertada</p><p>pela	excludente	de	ilicitude</p><p>do	estrito	cumprimento	do	dever	legal	(CPM,	art.	42,	inciso	III),	não	obsta	seu</p><p>desarquivamento	no	surgimento	de	novas	provas	(Súmula	nº	5241/STF).</p><p>Precedente.	2.	Inexistência	de	impedimento	legal	para	a	reabertura	do	inquérito</p><p>na	seara	comum	contra	o	paciente	e	o	corréu,	uma	vez	que	subsidiada	pelo</p><p>surgimento	de	novos	elementos	de	prova,	não	havendo	que	se	falar,	portanto,	em</p><p>invalidade	da	condenação	perpetrada	pelo	Tribunal	do	Júri.	3.	Ordem	denegada.</p><p>(STF	-	HC:	125.101/SP	-	Relator:	Ministro	Teori	Zavascki,	Data	de	Julgamento:</p><p>28/03/2015,	Segunda	Turma).</p><p>Nota-se	que	os	dois	principais	tribunais	superiores,	o	STF	e	o	STJ,	entendem	que</p><p>o	arquivamento	de	inquérito	baseado	na	atipicidade	do	fato	ocasiona	coisa</p><p>julgada	material,	ainda	que	por	juiz	absolutamente	incompetente.	Por	outro	giro,</p><p>ou	seja,	o	inquérito	arquivado	sob	o	manto	de	excludente	de	ilicitude,	o	STF,</p><p>diversamente	do	STJ,	declara	que	não	faz	coisa	julgada	material,	sendo</p><p>perfeitamente	possível	nova	persecução	criminal.</p><p>Neves	(2018)	e	Nucci	(2019a)	deliberam	no	sentido	de	que	arquivamento	de</p><p>inquérito	fundamentado	em	excludentes	de	ilicitude	ou	de	culpabilidade	acarreta</p><p>coisa	julgada	material,	uma	vez	que	estas	afastam	o	ilícito.</p><p>Quanto	ao	arquivamento	implícito,	a	doutrina	e	a	jurisprudência	consolidam	que</p><p>não	é	permitido,	devendo	o	Parquet	se	manifestar	em	relação	a	todos	os	fatos	e</p><p>autores.	Reparemos:</p><p>PRISÃO	PREVENTIVA	-	CONCESSÃO	DA	ORDEM	EM	HABEAS	CORPUS</p><p>-	EXTENSÃO.	Tendo	ocorrido	a	extensão	de	ordem	formalizada	em	habeas</p><p>corpus,	dá-se	o	prejuízo	da	impetração	em	que	é	paciente	o	beneficiário	do</p><p>julgamento	anterior.	Crime	tributário	-	inicial	-	balizas.	Atende	ao	figurino	legal</p><p>denúncia	imputando	crime	tributário	presente	a	assertiva	de	não	haver	sido</p><p>informada	a	existência	de	certo	numerário	à	receita	federal.	Inquérito	-</p><p>arquivamento	implícito.	O	ordenamento	jurídico	não	contempla	o	arquivamento</p><p>implícito	do	inquérito	mormente	quando	articulado	a	partir	do	fato	de	o</p><p>ministério	público	ter	desmembrado	a	iniciativa	de	propor	a	ação	considerados</p><p>vários	réus	e	imputações	diversificadas.	(STF	-	HC:	92445	RJ,	Relator:	Marco</p><p>Aurélio,	Data	de	Julgamento:	03/03/2009,	Primeira	Turma,	Data	de	Publicação:</p><p>DJe-064	divulg	02-	04-2009	public	03-04-2009	ement	vol-02355-02	pp-00298).</p><p>HABEAS	CORPUS.	PROCESSUAL	PENAL.	CRIME	DE	TORTURA.</p><p>PEDIDO	DE	TRANCAMENTO.	ALEGAÇÃO	DE	ARQUIVAMENTO</p><p>IMPLÍCITO.	PACIENTE	NÃO	DENUNCIADO	NA	PRIMEIRA	EXORDIAL</p><p>ACUSATÓRIA	OFERECIDA	PELO	PARQUET	ESTADUAL.	NÃO</p><p>OCORRÊNCIA	DE	CONSTRANGIMENTO	ILEGAL	QUANTO	A	ESTE</p><p>TOCANTE.	AUSÊNCIA	DE	INTIMAÇÃO	DO	ADVOGADO	PARA	A</p><p>AUDIÊNCIA	DE	OITIVA	DE	TESTEMUNHAS	NO	JUÍZO	DEPRECADO,	A</p><p>DESPEITO	DE	DESPACHO	JUDICIAL	QUE	DETERMINOU	A</p><p>REALIZAÇÃO	DE	TAL	DILIGÊNCIA.	CERCEAMENTO	DE	DEFESA</p><p>CONFIGURADO.</p><p>ORDEM	CONCEDIDA.	1.	O	não	oferecimento	imediato	da	denúncia	com</p><p>relação	ao	Paciente	não	implica	na	renúncia	tácita	ao	jus	puniendi	estatal,	pois	o</p><p>princípio	da	indivisibilidade	não	é	aplicável	à	ação	penal	pública</p><p>incondicionada,	diferentemente	da	ação	penal	privada.	Segundo	o	ordenamento</p><p>jurídico	pátrio,	o	arquivamento	da	ação	penal	pública	depende	de	pedido</p><p>expresso	do	Ministério	Público,	e	somente	pode	ser	determinado	pelo	Juiz.	2.	O</p><p>Juízo	deprecado	proferiu	despacho	determinando	a	intimação	do	Advogado	da</p><p>nova	data	de	realização	da	audiência	de	oitiva	de	testemunhas,	que	não	se</p><p>realizou	na	primeira	oportunidade.	Entretanto,	a	audiência	foi	realizada</p><p>posteriormente,	sem	a	intimação	do	Causídico.	Evidente	o	prejuízo	para	a</p><p>Defesa	no	caso,	que	foi	desonerada	da	incumbência	de	acompanhar	a	tramitação</p><p>da	carta	precatória	perante	o	Juízo	deprecado.	3.	Ordem	concedida,	tão-somente</p><p>para	anular	o	processo-crime	desde	a	audiência	de	oitiva	de	testemunhas	no</p><p>Juízo	deprecado,	garantindo-se	a	intimação	do	Advogado	de	defesa	da	realização</p><p>do	ato.</p><p>(STJ	-	HC:	95344	RJ	2007/0280897-6,	Relator:	Ministro	Jorge	Mussi,	Data	de</p><p>Julgamento:	15/10/2009,	T5	-	Quinta	Turma.	Data	de	Publicação:	DJe</p><p>15/12/2009).</p><p>CORREIÇÃO	PARCIAL.	JUIZ-AUDITOR	CORREGEDOR.	DESERÇÃO.</p><p>RECEBIMENTO	DA	DENÚNCIA.	TRÂNSFUGA.	AUSÊNCIA	DE</p><p>CONDIÇÃO	DE	PROCEDIBILIDADE.	REQUERIMENTO	MINISTERIAL.</p><p>EXTINÇÃO	DO	PROCESSO	SEM	JULGAMENTO	DO	MÉRITO.</p><p>AUSÊNCIA	DE	MANIFESTAÇÃO	MINISTERIAL.	PRELIMINAR	DE	NÃO</p><p>CONHECIMENTO.	REJEIÇÃO.	MAIORIA.	MÉRITO.	ARQUIVAMENTO</p><p>IMPLÍCITO.	SOBRESTAMENTO	DA	AÇÃO	PENAL.	CORREIÇÃO</p><p>PARCIAL	DEFERIDA	PARCIALMENTE.	MAIORIA.	É	admissível	o	manejo</p><p>da	Correição	Parcial	pelo	Juiz-Auditor	Corregedor,	com	fundamento	na	alínea	b</p><p>do	artigo	498	do	Código	de	Processo	Penal	Militar,	contra	o	arquivamento</p><p>irregular	em	inquérito	ou	processo.	Preliminar	de	não	conhecimento	rejeitada.</p><p>Maioria.	Consoante	a	jurisprudência	deste	Superior	Tribunal	Militar,	o	regular</p><p>arquivamento	de	Instrução	Provisória	de	Deserção	depende,	necessariamente,	de</p><p>requerimento	do	titular	da	ação	penal	militar.	Comprovada	a	ocorrência	de	erro</p><p>de	procedimento,	configurado	pelo	chamado	“arquivamento	implícito”,	ou	seja,</p><p>sem	manifestação	expressa	do	Órgão	ministerial,	a	melhor	doutrina	e	a</p><p>jurisprudência	desta	Corte	Superior	recomendam	o	desentranhamento	da</p><p>Instrução	Provisória	de	Deserção,	bem	como	o	sobrestamento	do	seu</p><p>processamento	até	ulterior	captura	ou	apresentação	voluntária	do	trânsfuga.</p><p>Pedido	de	Correição	Parcial	deferido	parcialmente.	Maioria.</p><p>(STM	-	CP:	00002190720167110211	DF,	Relator:	Cleonilson	Nicácio	Silva,</p><p>Data	de	Julgamento:	03/10/2017,	Data	da	Publicação:	17/11/2017	Vol:	Veículo:</p><p>DJE).</p><p>Em	caso	de	omissão	de	fatos	ou	de	indiciados	na	peça	da	denúncia,	deve	o	Juiz</p><p>abrir	vistas	dos	autos	ao	MP	para	que	este	se	enuncie	explicitamente	em	relação</p><p>a	seu	propósito	de	arquivar	ou	não	o	inquérito	em	face	dos	indivíduos	ou	fatos</p><p>omitidos.</p><p>Outra	questão	intrigante	é	a	respeito	do	arquivamento	indireto.	Ocasião	em	que</p><p>entende	o	Parquet	no	sentido	de	não	oferecer	denúncia	por	se	tratar	de	juízo</p><p>incompetente,	sugerindo	a	autoridade	judiciária	o	declínio	de	competência.</p><p>Contudo,	divergindo	o	Juiz,	este	interpreta	a	atuação	do	Parquet	como	um</p><p>pedido	de	arquivamento	(NEVES,	2018).</p><p>Nessa	situação,	a	doutrina	majoritária	e	a	jurisprudência	sugerem	a	utilização	do</p><p>art.	397	do	CPPM	e	o	art.	28	do	Código	de	Processo	Penal	(CPP),	por	analogia,</p><p>para	resolução	do	conflito,	a	saber,	remeter	os	autos	ao	PGJ.	Reparemos	os</p><p>julgados:</p><p>Correição	Parcial.	Homicídio	doloso	praticado	por	policial	militar	contra	vítima</p><p>civil.	Lei	nº	9.299/96.	Requisição,	pelo	Promotor	de	Justiça,	de	remessa	do</p><p>inquérito	policial	militar	à	Justiça	Comum,	indeferida	pelo	Juiz	de	Direito.	Na</p><p>hipótese	de	discordância	entre	o	entendimento	do	Parquet	e	do	Juiz	de	Direito,</p><p>deve	o	magistrado	oferecer	o	caso	à	apreciação	do	Exmo.	Procurador-Geral	de</p><p>Justiça,	para	consideração.	Artigo	397,	do	CPPM.	Reconhecida	de	ofício	a</p><p>incompetência	da	Justiça	Castrense	para	arquivar	o	feito.	Determinada	a	remessa</p><p>dos	autos	à	Justiça	Comum.	Correição	parcial	provida.</p><p>(TJ-MSP	-	COR:	0004022015,	Relator:	Ministro	Clovis	Santinon,	Data	de</p><p>Julgamento:	31/03/2016,	2ª	Câmara).</p><p>CONFLITO	POSITIVO	DE	COMPETÊNCIA.	JUSTIÇA	COMUM</p><p>ESTADUAL	X	JUSTIÇA	MILITAR.	HOMICÍDIO	PRATICADO	POR</p><p>POLICIAL	MILITAR	EM	SERVIÇO	CONTRA	CIVIL.	COMPETÊNCIA	DA</p><p>JUSTIÇA	COMUM	ESTADUAL.	1.	Nos	termos	do	art.	125,	§	4º,	da	CF/88,	do</p><p>art.	9º,	parágrafo	único,	do	Código	Penal	Militar	(Decreto-Lei	nº	1001/1969)	e</p><p>do	art.	82,	caput	e	§	2º,	do	Código	de	Processo	Penal	Militar,	é	competente	a</p><p>justiça	comum	para	apurar	o	crime	de	homicídio	praticado	por	policial	militar</p><p>em	serviço	contra	civil.	2.	Também	a	jurisprudência	desta	Corte	é	uníssona	em</p><p>reconhecer	a	competência	da	Justiça	Comum,	por	meio	do	Tribunal	do	Júri,	para</p><p>o	julgamento	de	homicídio	praticado	por	militar	em	serviço	contra	civil.</p><p>Precedentes:	CC	144.919/SP,	Rel.	Ministro	FELIX	FISCHER,	Terceira	Seção,</p><p>julgado	em	22/06/2016,	DJe	01/07/2016;	CC	145.660/SP,	Rel.	Ministro</p><p>ROGERIO	SCHIETTI	CRUZ,	Terceira	Seção,	julgado	em	11/05/2016,	REPDJe</p><p>19/05/2016,	DJe	17/05/2016;	CC	129.497/MG,	Rel.	Ministro	ERICSON</p><p>MARANHO	(Desembargador	Convocado	do	TJ/SP),	Terceira	Seção,	julgado</p><p>em</p><p>08/10/2014,	DJe	16/10/2014;	HC	173.873/PE,	Rel.	Ministra	LAURITA	VAZ,</p><p>Quinta	Turma,	julgado	em	20/09/2012,	DJe	26/09/2012;	CC	113.020/RS,	Rel.</p><p>Ministro	OG	FERNANDES,	Terceira	Seção,	julgado	em	23/03/2011,	DJe</p><p>01/04/2011.	3.	“Não	é	conforme	ao	direito	a	iniciativa	do	juiz	militar	que,	em</p><p>face	de	pedido	do	Ministério	Público	para	a	declinação	de	competência	para	a</p><p>jurisdição	criminal	comum,	arquiva	o	IPM,	sem	a	observância	do	procedimento</p><p>previsto	no	art.	397	do	CPPM	(Decreto-Lei	Nº	1.002,	de	21	de	outubro	de	1969),</p><p>em	tudo	similar	ao	mecanismo	previsto	no	art.	28	do	CPP,	que	determina	a</p><p>remessa	dos	autos	ao	Procurador-Geral	em	caso	de	discordância	judicial	das</p><p>razões	apresentadas	pelo	órgão	de	acusação	(arquivamento	indireto)”</p><p>(CC	145.660/SP,	Rel.	Ministro	ROGERIO	SCHIETTI	CRUZ,	TERCEIRA</p><p>SEÇÃO,	julgado	em	11/05/2016,	REPDJe	19/05/2016,	DJe	17/05/2016).	4.	De</p><p>consequência,	revê-la	inadmissível	a	atribuição	de	imutabilidade	a	decisão</p><p>proferida	por	Juízo	constitucionalmente	incompetente,	tanto	mais	quando</p><p>lançada	em	fase	ainda	investigativa,	onde	não	há	ação	e,	portanto,	não	há</p><p>processo	e	menos	ainda	jurisdição,	máxime	em	situação	na	qual	o	Ministério</p><p>Público	Militar	nem	chegou	a	pleitear	o	arquivamento	do	inquérito,	limitando-se</p><p>a	solicitar	a	remessa	dos	autos	para	o	Juízo	comum	estadual,	competente	para	o</p><p>exame	da	causa.	5.	Conflito	conhecido,	para	declarar	a	competência	do	Juízo	de</p><p>Direito	da	3ª	Vara	do	Tribunal	do	Júri	do	Fórum	Central	Criminal	-	São</p><p>Paulo/SP,	o	suscitante.</p><p>(STJ	-	CC:	149195	SP	2016/0268399-3,	Relator:	Ministro	REYNALDO</p><p>SOARES	DA	FONSECA,	Data	de	Julgamento:	08/02/2017,	S3	-	TERCEIRA</p><p>SEÇÃO,	Data	de	Publicação:	DJe	13/02/2017).</p><p>RECURSO	ESPECIAL.	DIREITO	PENAL	MILITAR	E	PROCESSO	PENAL</p><p>MILITAR.	CRIME	DOLOSO	CONTRA	A	VIDA	DE	CIVIL.	ART.	125,	§	4º,</p><p>DA	CONSTITUIÇÃO	DA	REPÚBLICA.	ART.	9º	DO	CÓDIGO	PENAL</p><p>MILITAR.	ART.	82	DO	CÓDIGO	DE	PROCESSO	PENAL	MILITAR.</p><p>RECONHECIMENTO	DE	SUPOSTA	EXCLUDENTE	DE	ILICITUDE.</p><p>ARQUIVAMENTO	DO	IPM.	COMPETÊNCIA	DO	TRIBUNAL	DO	JÚRI.</p><p>CASSAÇÃO	DO	ACÓRDÃO	A	QUO.	1.	O	cerne	da	controvérsia	cinge-se	a</p><p>saber	se	a	Justiça	Militar	detém	competência	para	-	sem	o	expresso	requerimento</p><p>do	representante	do	Ministério	Público	-	proceder	ao	arquivamento	indireto	de</p><p>inquérito	policial	militar	por	entender	que	os	policiais	militares	indiciados</p><p>agiram	acobertados	supostamente	por	alguma	excludente	de	ilicitude	(legítima</p><p>defesa	e	estrito	cumprimento	de	dever	legal).	2.	É	de	meridiana	evidência	que,</p><p>no	Direito	Penal,	no	qual	convergem	conflitos	entre	o	direito	à	liberdade	do</p><p>indivíduo	e	o	ius	puniendi	estatal,	a	legalidade	se	destaca	como	um	dos</p><p>princípios	basilares.	3.	O	arquivamento	indireto,	ex	officio,	pelo	Magistrado	do</p><p>juízo	militar	implica	julgamento	antecipado	da	lide	e	irremediável	invasão	de</p><p>competência	do	Tribunal	do	Júri.	4.	Não	é	da	competência	da	Justiça	Militar</p><p>determinar	o	arquivamento	indireto	do	inquérito	policial	militar,	no	qual	se</p><p>investiga	crime	doloso	contra	a	vida	praticado	por	militar	contra	civil,	em	razão</p><p>do	reconhecimento	de	suposta	excludente	de	ilicitude,	sem	a	existência	de</p><p>manifestação	do	Parquet	em	sentido	semelhante.	5.	Recurso	especial	provido</p><p>para,	ao	cassar	o	acórdão	a	quo,	determinar	o	encaminhamento	do	inquérito</p><p>policial	militar,	em	desfavor	dos	recorridos,	ao	juízo	do	Júri	da	comarca	de	São</p><p>Paulo/SP.</p><p>(STJ	-	REsp:	1689804	SP	2017/0202208-7,	Relator:	Ministro	Sebastião	Reis</p><p>Júnior,	Data	de	Julgamento:	17/10/2017,	T6	-	Sexta	Turma,	Data	de	Publicação:</p><p>DJe	27/10/2017).</p><p>Verifica-se	que	os	autos	de	IPM	que	apuram	homicídios	decorrentes	de</p><p>intervenções	policiais	militares	contra	civis	não	podem	ser	arquivados	na	JME,</p><p>devendo	ser	remetidos	à	Vara	do	Tribunal	do	Júri	competente.	Nesse	sentido,</p><p>contemplemos	o	resumo	da	decisão	sobre	IPM	no	processo	nº	0210058-</p><p>38.2020.8.06.0001,	do	Juiz	de	Direito	da	Vara	da	Justiça	Militar	do	Estado	do</p><p>Ceará:</p><p>Em	face	do	acima	exposto,	diante	dos	elementos	contidos	no	procedimento</p><p>policial/investigativo,	que	indicam	a	morte	de	civil	durante	atividade	policial</p><p>militar,	DECLARO	A	INCOMPETÊNCIA	desta	Vara	da	Justiça	Militar	Estadual</p><p>-	Auditoria	Militar	para	processar	e	julgar	o	feito	e	determino	a	remessa	destes</p><p>autos	a	Comarca	de	Juazeiro	do	Norte	(Vara	do	Júri),	o	que	faço	com	esteio	no</p><p>art.	125,	§	4º	da	CF/88,	art.	9º,	parágrafo	único,	do	Código	Penal	Militar,	e</p><p>art.	82,	caput	e	§	2º	do	Código	de	Processo	Penal	Militar.</p><p>Todavia,	quando	o	homicídio	decorrente	de	intervenção	policial	militar	não	se</p><p>materializa,	ou	seja,	os	civis,	embora	lesionados	por	projéteis	de	armas	fogo,	não</p><p>foram	a	óbito,	o	magistrado	da	Vara	da	Justiça	Militar	do	Estado	do	Ceará,	a</p><p>requerimento	do	MP,	decide	pelo	arquivamento	do	IPM.	Notemos	o	apanhado	da</p><p>decisão	a	respeito	do	IPM	no	processo	nº	0120704-36.2019.8.06.0001,</p><p>atendendo	ao	requerimento	do	MP:</p><p>Em	face	do	acima	exposto,	determino	ARQUIVAMENTO	deste	INQUÉRITO</p><p>POLICIAL	MILITAR,	em	face	do	reconhecimento	da	legítima	defesa	e	estrito</p><p>cumprimento	do	dever	legal	na	ação	dos	policiais,	com	exclusão	da	ilicitude	das</p><p>condutas	e	a	ausência	de	um	dos	substratos	do	crime,	qual	seja	a</p><p>antijuridicidade,	portanto,	não	havendo	delito,	com	bojo	no	artigo	25,	caput,	do</p><p>Código	de	Processo	Penal	Militar.</p><p>Urge	informar	que	o	Pacote	Anticrime	(Lei	13.964/2019)	alterou	o	art.	28	do</p><p>CPP,	ainda	que	esteja	com	aplicabilidade	suspensa,	mas	não	modificou	o	art.	397</p><p>do	CPPM.	Cremos	que,	caso	o	novo	art.	28	do	CPP	passe	a	vogar,	ele	será</p><p>admitido	à	JME,	sendo	os	arquivamentos	dos	inquéritos	de	competência	do	MP.</p><p>3.17	Devolução	de	autos	de	inquérito	policial	militar</p><p>O	art.	26	do	CPPM	relata	sobre	a	devolução	do	IPM:</p><p>Os	autos	de	inquérito	não	poderão	ser	devolvidos	a	autoridade	policial	militar,	a</p><p>não	ser:</p><p>I	—	mediante	requisição	do	Ministério	Público,	para	diligências	por	ele</p><p>consideradas	imprescindíveis	ao	oferecimento	da	denúncia;</p><p>II	—	por	determinação	do	juiz,	antes	da	denúncia,	para	o	preenchimento	de</p><p>formalidades	previstas	neste	Código,	ou	para	complemento	de	prova	que	julgue</p><p>necessária.</p><p>Parágrafo	único.	Em	qualquer	dos	casos,	o	juiz	marcará	prazo,	não	excedente	de</p><p>vinte	dias,	para	a	restituição	dos	autos.	(BRASIL,	1969,	art.	26).</p><p>De	acordo	com	Saraiva	(2017),	não	faz	sentido	que	o	prazo	para	cumprimento	de</p><p>diligências	requisitadas	pelo	Parquet	seja	determinado	pelo	Juiz,	podendo,</p><p>inclusive,	violar	a	imparcialidade	do	órgão	julgador.	Igualmente,	é	equivocada	a</p><p>possibilidade	de	devolução	do	IPM	pelo	órgão	julgador,	antes	da	denúncia,	para</p><p>complemento	de	prova	ou	preenchimento	de	formalidades.	Ele	assevera	que	são</p><p>atribuições	exclusivas	do	MP.</p><p>O	magistrado	deve	deferir	a	requisição	do	MP	pois	nada	pode	fazer	se	não</p><p>houver	denúncia	ou	pedido	de	arquivamento,	salvo	nos	casos	meramente</p><p>protelatórios,	devendo	o	Juiz	acionar	o	PGJ	(NUCCI,	2019).</p><p>Percebamos	a	jurisprudência	atinente	ao	tema:</p><p>EMENTA:	MANDADO	DE	SEGURANÇA.	DECISÃO	DO	MAGISTRADO	A</p><p>QUO.	REVOGACÃO	[REVOGAÇÃO]	DE	ATO	JURISDICIONAL	QUE</p><p>CONFERIA	AO	MPM	ATRIBUIÇÃO	PARA	ESTABELECER	PRAZO	PARA</p><p>DILIGÊNCIAS	INDISPENSÁVEIS	AO	OFERECIMENTO	DA	DENUNCIA.</p><p>ART.	26	DO	CPPM.	PREVISÃO	DE	COMPETÊNCIA	DO	JUIZ-AUDITOR</p><p>PARA	DETERMINAÇÃO	DE	PRAZO	COMPLEMENTAR	PARA</p><p>DILIGÊNCIAS.	SEGURANÇA	DENEGADA.	FALTA	DE	AMPARO	LEGAL.</p><p>Compete	ao	Juiz	Federal	da	Justiça	Militar,	na	qualidade	de	supervisor	das</p><p>investigações,	o	controle	dos	procedimentos	investigatórios	criminais.	Assim,	o</p><p>representante	do	Mistério	Público	Militar	há	de	requerer	ao	magistrado</p><p>competente	a	devolução	dos	autos	à	autoridade	policial,	cabendo	ao	juízo	decidir</p><p>sobre	a	eventual	possibilidade	de	prorrogação	de	prazo,	a	teor	do	parágrafo</p><p>único	do	art.	26	do	CPPM,	haja	vista	a	falta	de	previsão	legal	para	instituição	da</p><p>“Central	de	Inquéritos”.	Mandado	de	Segurança	conhecido	e	denegada	a	ordem.</p><p>Decisão	unânime.</p><p>(STM	-	MS:	70009073320187000000,	Relator:	Ministro	Francisco	Joseli</p><p>Parente	Camelo,	Data	de	Julgamento:	13/02/2019,	Data	de	Publicação:</p><p>06/03/2019).</p><p>“[…]	Prefacialmente,	no	tocante	à	tese	de	não	recepção	do	art.	26,	parágrafo</p><p>único,	do	CPPM,	pela	Constituição	Federal	de	1988,	não</p><p>assiste	razão	ao</p><p>impetrante,	haja	vista	que	o	referido	preceito	encontra-se	em	perfeita	harmonia</p><p>com	o	ordenamento	jurídico	pátrio,	uma	vez	que	regulamenta	a	devolução	dos</p><p>autos	de	inquérito	à	autoridade	policial	militar,	mediante	requisição	do	MPM	ou</p><p>por	determinação	do	magistrado	para	preenchimento	de	formalidades	ou</p><p>complementação	de	provas.	Portanto,	confirmo	a	constitucionalidade	do</p><p>parágrafo	único	do	art.	26	do	CPPM.	[…]”</p><p>(STF	-	RMS:	36362	CE	-	Ceará	0000041-14.2019.1.00.0000,	Relator:	Min.</p><p>Cármen	Lúcia,	Data	de	Julgamento:	26/11/2019,	Data	de	Publicação:	DJe-263</p><p>03/12/2019).</p><p>O	art.	22,	§	1º,	do	CPPM	aponta	que	a	APJM	delegante	pode	determinar	novas</p><p>diligências:</p><p>No	caso	de	ter	sido	delegada	a	atribuição	para	a	abertura	do	inquérito,	o	seu</p><p>encarregado	enviá-lo-á	à	autoridade	de	que	recebeu	a	delegação,	para	que	lhe</p><p>homologue	ou	não	a	solução,	aplique	penalidade,	no	caso	de	ter	sido	apurada</p><p>infração	disciplinar,	ou	determine	novas	diligências,	se	as	julgar	necessárias.</p><p>(grifo	nosso).	(BRASIL,	1969,	art.	22,	§	1º).</p><p>Repita-se,	após	uma	análise	dos	artigos	20,	22	e	26	do	CPPM,	entende-se	que	a</p><p>APJM	delegante	somente	determinará	o	retorno	dos	autos	para	cumprimento	de</p><p>novas	diligências	se	o	prazo	para	conclusão	do	respectivo	IPM	não	estiver</p><p>extrapolado.	Caso	contrário,	tal	autoridade	estaria	exercendo	funções	privativas</p><p>do	MP	e	do	Juiz.</p><p>3.18	Trancamento	de	autos	de	inquérito	policial</p><p>militar</p><p>Trata-se	de	interrupção	das	investigações,	paralisação	do	inquérito,	suspensão</p><p>temporária.	O	trancamento	é	obtido	por	meio	da	impetração	de	HC,	acarretando</p><p>os	mesmos	efeitos	do	arquivamento	do	inquérito.</p><p>A	doutrina	e	a	jurisprudência	entendem	que	o	trancamento	de	IPM	só	é	possível</p><p>em	casos	excepcionais,	em	que	se	verifiquem,	de	plano,	a	atipicidade	da</p><p>conduta,	causa	extintiva	de	punibilidade	ou	ausência	de	indícios	mínimos	de</p><p>autoria	e	materialidade	delitiva.	Reparamos:</p><p>HABEAS	CORPUS.	TRANCAMENTO	DO	INQUÉRITO	POLICIAL</p><p>MILITAR.	O	trancamento	de	inquérito	policial	só	se	mostra	cabível	em	casos</p><p>excepcionalíssimos,	quando	manifesta	a	atipicidade	da	conduta,	a	presença	de</p><p>causa	extintiva	de	punibilidade	ou	a	ausência	de	suporte	probatório	mínimo	de</p><p>autoria	e	materialidade	delitivas.	Ordem	conhecida	e	denegada.	Decisão	por</p><p>maioria.</p><p>(STM	-	HC:	70000103420207000000,	Relator:	Artur	Vidigal	de	Oliveira,	Data</p><p>de	Julgamento:	05/03/2020,	Data	de	Publicação:	23/03/2020).</p><p>RECURSO	ORDINÁRIO	EM	HABEAS	CORPUS.	TRANCAMENTO	DE</p><p>INQUÉRITO	POLICIAL	MILITAR.	ALEGAÇÃO	DE	FALTA	DE	JUSTA</p><p>CAUSA.	INDÍCIOS	DE	AUTORIA	E	MATERIALIDADE.</p><p>PEDIDO	NÃO	PROVIDO.	Conforme	sedimentada	jurisprudência	do	Supremo</p><p>Tribunal	Federal,	o	trancamento	de	ação	penal	e,	sobretudo,	de	inquérito	policial,</p><p>como	no	caso,	é	excepcional,	só	se	justificando	quando	ausentes	indícios</p><p>mínimos	de	autoria	e	materialidade,	ou	quando	extinta	a	punibilidade,	o	que	não</p><p>é	o	caso.	Recomendável,	portanto,	a	continuidade	das	investigações.	Recurso</p><p>ordinário	não	provido.</p><p>(STF	-	RHC:	96093	PA,	Relator:	Min.	JOAQUIM	BARBOSA,	Data	de</p><p>Julgamento:	20/10/2009,	Segunda	Turma,	Data	de	Publicação:	DJe-	213	divulg</p><p>12-11-2009	PUBLIC	13-11-2009	ement	vol-02382-02	pp-	00342).</p><p>É	cediço	que	a	ausência	de	justa	causa	constitui	constrangimento	ilegal,	o	que</p><p>permite	a	impetração	do	remédio	heroico.</p><p>Carvalho	(2015)	entende	que	poderá	ser	concedido	HC	se	a	suposta	infração</p><p>apurada	não	constitui	ilícito	penal	da	competência	da	justiça	correspondente	à</p><p>polícia	judiciária	investigante.	Contudo,	essa	percepção	não	deve	prosperar,</p><p>citamos	como	exemplos	a	contravenção	penal	em	detrimento	da	União	e	o</p><p>tráfico	interestadual	de	entorpecentes,	que	são	investigados	pela	PF	e	são	de</p><p>competência	da	JC.</p><p>Ademais,	estamos	de	acordo	com	o	trancamento	de	inquérito	na	ocasião	de	duas</p><p>ou	mais	investigações	simultâneas	e	independentes	apurando	o	mesmo	fato.</p><p>4	CONSIDERAÇÕES	FINAIS</p><p>O	IPM	é	um	excelente	instrumento	para	a	aplicação	da	lei	penal,	assim	como</p><p>pode	refutar	processos	judiciais	precipitados,	isto	é,	engaja	dupla	função,	uma	de</p><p>fornecer	elementos	mínimos	para	propositura	da	ação	penal	e	a	outra	de	impedir</p><p>denúncias	levianas.</p><p>Embora	seja	taxado	por	parte	da	doutrina	e	de	juristas	como	mero	procedimento</p><p>administrativo,	o	IPM	demonstra,	na	prática,	sua	relevância	e	a	contradição	dos</p><p>que	seguem	tal	afirmação,	pois	é	improvável	que	os	membros	do	MP	alicercem</p><p>seus	entendimentos	em	outra	peça	informativa,	bem	como	inúmeras	decisões</p><p>judiciais	são	fundamentadas	em	provas	colhidas	durante	o	curso	do	caderno</p><p>inquisitorial.</p><p>Assim	sendo,	a	APJM	deve	ter	total	domínio	acerca	do	IPM,	conhecendo	as</p><p>nuances	que	o	envolvem,	com	o	intuito	de	executar	suas	incumbências	de	forma</p><p>isenta	e	imparcial,	corroborando	a	prática	da	justiça.</p><p>Por	isso,	para	alcançar	os	objetivos	propostos	neste	trabalho,	buscou-se</p><p>apresentar	a	teoria	e	os	modelos	das	principais	peças	que	são	desenvolvidas	no</p><p>IPM.</p><p>Portanto,	ao	término	desta	produção,	acredita-se	que	as	metas	propostas	foram</p><p>alcançadas,	contribuindo	com	o	mister	da	PJM,	o	que	fortalecerá	nossa</p><p>instituição	perante	a	sociedade	e	os	demais	órgãos	estatais.</p><p>MODELOS	DE	ATOS	DE	INQUÉRITO	POLICIAL	MILITAR</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ABNT	–	Associação	Brasileira	de	Normas	Técnicas.	NBR	14724:	Informação	e</p><p>documentação.	Trabalhos	Acadêmicos	–	Apresentação.	Rio	de	Janeiro:	ABNT,</p><p>2002.</p><p>ALFERES,	Eduardo	Henrique.	Manual	de	polícia	judiciária	militar:	direito	penal</p><p>e	processual	penal	militar.	São	Paulo:	Edipro,	2013.	222	p.</p><p>ALMEIDA,	Eduardo	José	Gomes.	Crime	doloso	contra	a	vida	de	civil	praticado</p><p>por	policiais	militares	em	serviço:	procedimentos	preliminares	adotados	pelos</p><p>oficiais	intermediários	da	PMMT.	Mato	Grosso.	RHM.	Vol.	1.	Jul./dez.	2015.</p><p>Disponível	em:</p><p>https://pdfs.semanticscholar.org/b835/cc6bce0cc3f3b75dabd366de87ade2e6e18e.pdf.</p><p>Acesso	em:	12	maio	2020.</p><p>ALMEIDA,	Robledo	Moraes	Peres	de.	A	validade	do	inquérito	policial	militar</p><p>(IPM)	nos	crimes	dolosos	contra	a	vida	praticados	por	militar	em	serviço.</p><p>Revista	Jus	Navigandi,	ISSN:	1518-4862,	Teresina,	ano	19,	nº	4114,	6	out.	2014.</p><p>Disponível	em:	https://jus.com.br/artigos/32588.	Acesso	em:	5	maio	2020.</p><p>ALMEIDA,	Thiago	Rangel	de;	Crime	militar	e	suas	particularidades:	uma</p><p>análise	constitucional	da	aplicação	do	artigo	9º,	inciso	II,	alínea	c	do	CPM	no</p><p>tocante	ao	policial	militar	de	folga,	fardado	e	em	público.	Belo	Horizonte,</p><p>outubro	2019.	Disponível	em:	https://jus.com.br/artigos/77224/crime-militar-e-</p><p>suas-particularidades.	Acesso	em:	14	maio	2020.</p><p>ALVARENGA,	Arnaldo	Alves	de.	Detenção	cautelar	do	investigado	por	decisão</p><p>do	encarregado	do	inquérito	policial	militar	sem	flagrante	e	sem	ordem	judicial.</p><p>Revista	Jusmilitaris.	Brasília.	2013.	Disponível	em:</p><p>http://jusmilitaris.com.br/sistema/arquivos/doutrinas/detencaocautelar(1).pdf.</p><p>Acesso	em:	2	maio	2020.</p><p>Antônio	Henrique	Graciano	Suxberger	(Paraná).	A	presença	do	defensor	técnico</p><p>do	investigado	nos	casos	de	letalidade	policial.	In:	GAMBI,	Eduardo;	SILVA,</p><p>Danni	Sales;	MARINELA,	Fernanda	(org.).	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Disponível	em:</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/stj/433471440.	Acesso	em:	16	jun.</p><p>2021.</p><p>BRASIL.	Superior	Tribunal	de	Justiça.	Habeas	Corpus	nº	173.397/RS.	Relatora:</p><p>Ministra	Maria	Thereza	de	Assis	Moura.	Brasília,	DF,	17	de	março	de	2011.</p><p>Brasília,	11	abr.	2011.	Disponível	em:</p><p>https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/18806367/habeas-corpus-hc-173397-</p><p>rs-2010-0091949-3.	Acesso	em:	26	abr.	2020.</p><p>BRASIL.	Superior	Tribunal	de	Justiça.	Habeas	Corpus	nº	341752	PR</p><p>2015/0295742-2.	Relator:	Ministro	Rogério	Schietti	Cruz.	Brasília,	DF,	23	de</p><p>agosto	de	2018.	Brasília,	26	set.	2018.	Disponível	em:</p><p>https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/631271769/habeas-corpus-hc-341752-</p><p>pr-2015-0295742-2?ref=serp.	Acesso	em:	26	maio	2020.</p><p>BRASIL.	Superior	Tribunal	de	Justiça.	Habeas	Corpus	nº	95344	RJ.	Relator:</p><p>Ministro	Jorge	Mussi.	Brasília,	DF,	15	de	outubro	de	2009.	Brasília,	15	dez.</p><p>2009.	Disponível	em:	https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/8633954/habeas-</p><p>corpus-hc-95344-rj-2007-0280897-6-stj.	Acesso	em:	28	abr.	2020.</p><p>BRASIL.	Superior	Tribunal	de	Justiça.	Jurisprudência	em	Teses	nº	69.	Brasília,</p><p>DF.	2016.	Brasília,	03	nov.	2016.	Disponível	em:</p><p>https://www.stj.jus.br/internet_docs/jurisprudencia/jurisprudenciaemteses/Jurisprud%C3%AAncia%20em%20teses%2069%20-</p><p>%20Nulidades%20no%20Processo%20Penal.pdf.	Acesso	em:	20	abr.	2023.</p><p>BRASIL.	Superior	Tribunal	de	Justiça.	Recurso	Especial	nº	1689804	SP.</p><p>Relator:	Ministro	Sebastião	Reis	Júnior.	Brasília,	DF,	17	de	outubro	de	2017.</p><p>Brasília,	27	out.	2017.	Sexta	Turma.	Disponível	em:</p><p>https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/515565058/recurso-especial-resp-</p><p>1689804-sp-2017-0202208-7/relatorio-e-voto-515565117?ref=juris-tabs.	Acesso</p><p>em:	28	abr.	2020.</p><p>BRASIL.	Superior	Tribunal	de	Justiça.	Recurso	Especial	nº	791.471/RJ.	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Correição	Parcial	nº	2016	PA</p><p>2008.01.002016-5.	Relator:	Ministro	Sérgio	Ernesto	Alves	Conforto.	Brasília,</p><p>DF,	27	de	novembro	de	2008.	Brasília,	03	fev.	2009.	Disponível	em:</p><p>https://stm.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/6364848/correicao-parcial-fe-cparcfe-</p><p>2016-pa-200801002016-5?ref=serp.	Acesso	em:	2	maio	2020.</p><p>BRASIL.	Superior	Tribunal	Militar.	Habeas	Corpus	nº	0000137-</p><p>33.2016.7.00.0000	RJ.	Relator:	Ministro	Luis	Carlos	Gomes	Mattos.	Brasília,</p><p>DF,	16	de	agosto	de	2016.	Brasília,	25	ago.	2016.	Disponível	em:</p><p>https://stm.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/378362078/habeas-corpus-hc-</p><p>1373320167000000-rj?ref=serp.	Acesso	em:	26	maio	2020.</p><p>BRASIL.	Superior	Tribunal	Militar.	Habeas	Corpus	nº	192-18.2015.7.00.0000	-</p><p>RJ.	Relator:	Ministro	Fernando	Sérgio	Galvão.	Brasília,	DF,	27	de	outubro	de</p><p>2015.	Brasília,	05	nov.	2015.	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Habeas	Corpus	nº	7000010-</p><p>34.2020.7.00.0000.	Relator:	Ministro	Artur	Vidigal	de	Oliveira.	Brasília,	DF,	05</p><p>de	março	de	2020.	Brasília,	23	mar.	2020.	Disponível	em:</p><p>https://stm.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/823812855/habeas-corpus-hc-</p><p>70000103420207000000?ref=serp.	Acesso	em:	14	maio	2020.</p><p>BRASIL.	Superior	Tribunal	Militar.	Habeas	Corpus	nº	7000193-</p><p>73.2018.7.00.0000.	Relator:	Ministro	Cleonilson	Nicácio	Silva.	Brasília,	DF,	24</p><p>de	abril	de	2018.	Brasília,	14	maio	2018.	Disponível	em:</p><p>https://stm.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/659960562/habeas-corpus-hc-</p><p>70001937320187000000.	Acesso	em:	3	maio	2020.</p><p>BRASIL.	Superior	Tribunal	Militar.	Habeas	Corpus	nº	70006486720207000000.</p><p>Relator:	Ministro	Lúcio	Mário	de	Barros	Góes.	Brasília,	DF,	19	de	novembro	de</p><p>2020.	Brasília,	10	dez.	2020.	Disponível	em:</p><p>https://stm.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1141300675/habeas-corpus-hc-</p><p>70006486720207000000.	Acesso	em:	3	fev.	2020.</p><p>BRASIL.	Superior	Tribunal	Militar.	Mandado	de	Segurança	nº	2002.01.000595-</p><p>1/AM.	Relator:	Ministro	Sergio	Xavier	Ferolla.	Brasília,	DF,	12	de	setembro	de</p><p>2002.	Brasília,	15	out.	2002.	Disponível	em:</p><p>https://jurisprudencia.s3.amazonaws.com/STM/IT/MS_595_AM_12.09.2002.pdf?</p><p>Signature=GYe7VQRd89w%2F7QP40OhevmrlFK4%3D&Expires=1587852831&AWSAccessKeyId=AKIARMMD5JEAO765VPOG&response-</p><p>content-type=application/pdf&x-amz-meta-md5-</p><p>hash=6ad74852fe3d0c8b542c6660e09a144d.	Acesso	em:	25	abr.	2020.</p><p>BRASIL.	Superior	Tribunal	Militar.	Mandado	de	Segurança</p><p>nº	70009073320187000000.	Relator:	Ministro	Francisco	Joseli	Parente	Camelo.</p><p>Brasília,	DF,	13	de	fevereiro	de	2019.	Brasília,	06	mar.	2019.	Disponível	em:</p><p>https://stm.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/683719735/mandado-de-seguranca	-</p><p>ms-70009073320187000000?ref=serp.	Acesso	em:	2	maio	2020.</p><p>BRASIL.	Supremo	Tribunal	Federal.	Ação	Direta	de	Inconstitucionalidade	nº</p><p>6.245	e	6.264.	Relator:	Ministro	Roberto	Barroso.	Brasília,	DF,	17	de	fevereiro</p><p>de	2023.	Brasília,	01	mar.	2023.	Disponível	em:</p><p>https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5818350.	Acesso	em:	01</p><p>maio	2023.</p><p>BRASIL.	Supremo	Tribunal	Federal.	Agravo	Regimental	no	Inquérito	nº	4744</p><p>DF.	Relator:	Ministro	Roberto	Barroso.	Brasília,	DF,	27	de	setembro	de	2019.</p><p>Brasília.	Primeira	turma.	Disponível	em:</p><p>https://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/768219885/agreg-no-inquerito-agr-</p><p>inq-4744-df-distrito-federal-0006202-7420181000000?ref	=serp.	Acesso	em:	2</p><p>maio	2020.</p><p>BRASIL.	Supremo	Tribunal	Federal.	Arguição	de	Descumprimento	de	Preceito</p><p>Fundamental	nº	444.	Relator:	Ministro	Gilmar	Mendes.	Brasília,	DF,	14	de	junho</p><p>de	2018.	Brasília,	22	maio	2019.	Disponível	em:</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/stf/768159837.	Acesso	em:	12	jun.</p><p>2021.</p><p>BRASIL.	Supremo	Tribunal	Federal.	Habeas	Corpus	nº	125.101/SP.	Relator:</p><p>Ministro	Teori	Zavascki.	Brasília,	DF,	25	de	agosto	de	2015.	Brasília.	Disponível</p><p>em:	http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?</p><p>docTP=TP&docID=9363697.	Acesso	em:	26	abr.	2020.</p><p>BRASIL.	Supremo	Tribunal	Federal.	Habeas	Corpus	nº	83346/SP.	Relatora:</p><p>Ministro	Sepúlveda	Pertence.	Brasília,	DF,	17	de	maio	de	2005.	Brasília,	19	ago.</p><p>2005.	Disponível	em:</p><p>https://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/14738557/habeas-corpus-hc-83346-sp.</p><p>Acesso	em:	26	abr.	2020.</p><p>BRASIL.	Supremo	Tribunal	Federal.	Habeas	Corpus	nº	87.395/PR.	Relator:</p><p>Ministro	Ricardo	Lewandowski.	Brasília,	DF,	23	de	março	de	2017.	Brasília.</p><p>Disponível	em:	https://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/769725798/habeas-</p><p>corpus-hc-87395-pr-parana-0005763-2020051000000?ref=serp.	Acesso	em:	26</p><p>abr.	2020.</p><p>BRASIL.	Supremo	Tribunal	Federal.	Habeas	Corpus	nº	92445/RJ.	Relator:</p><p>Ministro	Marco	Aurélio.	Brasília,	DF,	03	de	março	de	2009.	Brasília,	02	abr.</p><p>2009.	Disponível	em:	https://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/3607530/habeas-</p><p>corpus-hc-92445-rj?ref=serp.	Acesso	em:	28	abr.	2020.</p><p>BRASIL.	Supremo	Tribunal	Federal.	Recurso	em	Habeas	Corpus	nº	96093	PA.</p><p>Relator:	Ministro	Joaquim	Barbosa.	Brasília,	DF,	20	de	outubro	de	2009.</p><p>Brasília,	12	nov.	2009.	Segunda	turma.	Disponível	em:</p><p>https://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/6190031/recurso-em-habeas-corpus-</p><p>rhc-96093-pa?ref=serp.	Acesso	em:	14	maio	2020.</p><p>BRASIL.	Supremo	Tribunal	Federal.	Recurso	Ordinário	em	Habeas	Corpus</p><p>nº	122279	RJ.	Relator:	Ministro	Gilmar	Mendes.	Brasília,	DF,	12	de	agosto	de</p><p>2014.	Brasília,	29	out.	2014.	Disponível	em:</p><p>https://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/25342216/recurso-ordinario-em-</p><p>habeas-corpus-rhc-122279-rj-stf.	Acesso	em:	24	abr.	2022.</p><p>BRASIL.	Supremo	Tribunal	Federal.	Recurso	em	Habeas	Corpus.	nº	170.843.</p><p>Relator:	Ministro	Gilmar	Mendes.	Brasília,	DF,	04	de	maio	de	2021.	Brasília,	01</p><p>set.	2021.	Disponível	em:</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/stf/1273358503.	Acesso	em:	10	dez.</p><p>2022.</p><p>BRASIL.	Supremo	Tribunal	Federal.	Recurso	Ordinário	em	Mandado	de</p><p>Segurança	nº	36362	CE	-	CEARÁ	0000041-14.2019.1.00.0000.	Relatora:</p><p>Ministra	Cármen	Lúcia.	Brasília,	DF,	26	de	novembro	de	2019.	Brasília,	03	dez.</p><p>2019.	Disponível	em:</p><p>https://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/792500014/recurso-ord-em-mandado-</p><p>de-seguranca-rms-36362-ce-ceara-	0000041-1420191000000?ref=serp.	Acesso</p><p>em:	2	maio	2020.</p><p>BRASIL.	Supremo	Tribunal	Federal.	Súmula	nº	524.	Brasília,	DF,	03	de</p><p>dezembro	de	1969.	Brasília,	10	dez.	1969.	Disponível	em:</p><p>http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?</p><p>s1=524.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base	=baseSumulas.	Acesso	em:	26	abr.</p><p>2020.</p><p>CABETTE,	Eduardo	Luiz	Santos;	Crimes	militares	praticados	contra	civil:</p><p>competência	de	acordo	com	a	Lei	13.491/17.	Guaratinguetá,	20	outubro	2017.</p><p>Disponível	em:	https://www.migalhas.com.br/depeso/267525/crimes-militares-</p><p>praticados-contra-civil-competencia-de-acordo-com-a-lei-13491-17.	Acesso	em:</p><p>14	maio	2020.</p><p>CARNEIRO,	Douglas	Mattoso.	Especificidades	do	inquérito	policial	militar.</p><p>06/2016.	Disponível	em:	https://jus.com.br/artigos/49542/especificidades-do-</p><p>inquerito-policial-militar.	Acesso	em:	19	abr.	2020.</p><p>CARVALHO,	José	Carlos	Couto	de.	O	inquérito	policial	militar:	vícios	e</p><p>procedimentos	investigatórios	criminais.	In:	DUARTE,	Antônio	Pereira</p><p>(Coord.).	Direito	Militar	em	Movimento	I.	Curitiba:	Juruá,	2015.	p.	67-76.</p><p>ISBN:	978-85-362-4957-5.</p><p>CASTRO,	Júlio	Cezar	da	Silva;	SILVA,	Luzia	Gomes	da.	Proibição	da	múltipla</p><p>persecução	penal	no	sistema	jurídico-constitucional	brasileiro.	Revista	Âmbito</p><p>Jurídico.	São	Paulo.	1	set.	2011.	Disponível	em:</p><p>https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-92/proibicao-da-multipla-</p><p>persecucao-penal-no-sistema-juridico-constitucional-brasileiro/.	Acesso	em:	29</p><p>abr.	2020.</p><p>CASTRO,	Ronald	Prins	Borges	de;	NASCIMENTO,	Wesley	de	Lima</p><p>Rodrigues.	Menagem	e	sua	natureza	jurídica,	prisão	preventiva	ou	liberdade</p><p>provisória.	Goiânia.	14	set.	2018.	Disponível	em:</p><p>https://acervodigital.ssp.go.gov.br/pmgo/bitstream/123456789/960/1/Ronald%20Prins%20Borges%20De%20Castro.pdf.</p><p>Acesso	em:	3	maio	2020.</p><p>CEARÁ.	[Constituição	(1989)].	Constituição	do	Estado	do	Ceará,	1989:</p><p>Atualizada	até	a	Emenda	Constitucional	nº	94,	de	17	de	dezembro	de	2018.</p><p>Fortaleza:	INESP,	2018.	182	p.	Disponível	em:</p><p>https://www.al.ce.gov.br/index.php/atividades-legislativas/constituicao-do-</p><p>estado-do-ceara.	Acesso	em:	22	dez.	2020.</p><p>CEARÁ.	1ª	Vara	Criminal	da	Comarca	de	Juazeiro	do	Norte-CE.	Decisão	de</p><p>Desarquivamento	nº	0210058-38.2020.8.06.0001.	Relator:	Juiz	Gustavo</p><p>Henrique	Cardoso	Cavalcante.	Juazeiro	do	Norte,	CE,	24	de	agosto	de	2020.</p><p>Juazeiro	do	Norte-CE.	25	ago.	2020.	Disponível	em:</p><p>https://esaj.tjce.jus.br/pastadigital/abrirDocumentoEdt.do?nuProcesso=0210058-</p><p>do	autor	com	a</p><p>proteção	do	policial	militar,	na	medida	que	enfatiza	a	necessidade	de	se	evitar	a</p><p>instauração	de	inquéritos	policiais	militares	que	causem	constrangimento	ilegal,</p><p>direcionados	à	mera	obtenção	de	elementos	necessários	à	propositura	da	ação</p><p>penal,	sem	a	busca	da	verdade.</p><p>Dessa	forma,	caro	leitor,	temos	a	certeza	de	que	essa	obra	será	a	primeira	de</p><p>muitas	que	hão	de	vir	desse	novato	escritor	e	já	maduro	e	brilhante	oficial.	Certo</p><p>também	estamos	de	que	esse	livro	há	de	servir	como	objeto	de	pesquisa	nas</p><p>academias	de	formação	de	oficiais,	aos	estudiosos	do	tema	e	como	parâmetro	de</p><p>correta	elaboração	de	inquéritos	policiais	militares,	pois	é	improvável	que	uma</p><p>autoridade	de	polícia	judiciária	militar	encarregada	da	confecção	de	um	IPM	não</p><p>encontre	respostas	às	suas	eventuais	indagações	quando	da	prática	da	PJM.</p><p>Capitão	Marcos	Paulo	Silva	Barbosa</p><p>SUMÁRIO</p><p>Capa</p><p>Folha	de	Rosto</p><p>Créditos</p><p>1	INTRODUÇÃO</p><p>2	POLÍCIA	JUDICIÁRIA	MILITAR</p><p>2.1	As	autoridades	de	polícia	judiciária	militar	(APJM)</p><p>2.2	Funções	da	polícia	judiciária	militar</p><p>3	INQUÉRITO	POLICIAL	MILITAR</p><p>3.1	Finalidade	do	inquérito	policial	militar</p><p>3.2	Características	do	inquérito	policial	militar</p><p>3.2.1	Procedimento	administrativo</p><p>3.2.2	Procedimento	provisório	autônomo</p><p>3.2.3	Procedimento	relativamente	escrito</p><p>3.2.4	Procedimento	inquisitivo	mitigado</p><p>3.2.5	Procedimento	sigiloso</p><p>3.2.6	Procedimento	oficial</p><p>3.2.7	Procedimento	oficioso</p><p>3.2.8	Procedimento	discricionário</p><p>3.2.9	Procedimento	indispensável</p><p>3.2.10	Procedimento	indisponível</p><p>3.2.11	Procedimento	informativo	probatório</p><p>3.2.12	Procedimento	passível	de	delegação</p><p>3.3	Instauração	do	inquérito	policial	militar</p><p>3.3.1	Instauração	de	ofício</p><p>3.3.2	Instauração	por	determinação	ou	delegação</p><p>3.3.3	Instauração	por	requisição	do	Ministério	Público</p><p>3.3.4	Instauração	por	decisão	do	Superior	Tribunal	Militar</p><p>3.3.5	Instauração	por	requerimento	do	ofendido,	de	seu	representante	legal	ou</p><p>por	representação</p><p>3.3.6	Instauração	resultante	de	sindicância</p><p>3.3.7	Instauração	resultante	de	prisão	em	flagrante	delito</p><p>3.3.8	Instauração	proveniente	de	denúncia	apócrifa</p><p>3.4	Prazos	para	conclusão	do	inquérito	policial	militar</p><p>3.5	Encarregado	do	inquérito	policial	militar</p><p>3.6	Escrivão	do	inquérito	policial	militar</p><p>3.7	Medidas	preliminares	ao	inquérito	policial	militar</p><p>3.8	Formação	do	inquérito	policial	militar</p><p>3.9	Assistência	de	membro	do	Ministério	Público</p><p>3.10	Incomunicabilidade	do	indiciado</p><p>3.11	Detenção	do	indiciado</p><p>3.12	Prisão	preventiva	e	menagem</p><p>3.13	Nulidades	do	inquérito	policial	militar</p><p>3.14	Encerramento	do	inquérito	policial	militar</p><p>3.15	Indiciamento</p><p>3.16	Arquivamento	do	inquérito	policial	militar</p><p>3.17	Devolução	de	autos	de	inquérito	policial	militar</p><p>3.18	Trancamento	de	autos	de	inquérito	policial	militar</p><p>4	CONSIDERAÇÕES	FINAIS</p><p>MODELOS	DE	ATOS	DE	INQUÉRITO	POLICIAL	MILITAR</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>Landmarks</p><p>Capa</p><p>Folha	de	Rosto</p><p>Página	de	Créditos</p><p>Sumário</p><p>Bibliografia</p><p>1	INTRODUÇÃO</p><p>Não	raras	vezes,	observamos	Autoridades	de	Polícia	Judiciária	Militar	(APJM),</p><p>bem	como	escrivães,	denotando	dificuldades	quando	do	desenvolvimento	de</p><p>atividades	de	Polícia	Judiciária	Militar	(PJM),	mais	especificamente</p><p>relacionadas	ao	Inquérito	Policial	Militar	(IPM),	pois	esse	é	o	procedimento</p><p>elaborado	em	maior	número,	sobretudo	após	a	Lei	nº	13.491/2017.</p><p>Os	equívocos	cometidos	pelos	militares	no	curso	do	IPM,	em	grande	medida,</p><p>são	de	responsabilidade	dos	legisladores	e	dos	bancos	universitários,	os	quais</p><p>negligenciam	a	relevância	dos	Códigos	de	Processo	Penal	Militar	e	Penal</p><p>Militar,	não	atualizando-os	diretamente	e	dispensando-os	das	grades	curriculares</p><p>do	curso	de	direito.</p><p>Ademais,	durante	as	atividades	desenvolvidas	na	caserna,	especialmente	no</p><p>decorrer	do	Curso	de	Formação	de	Oficiais	(CFO),	costumeiramente	os</p><p>instrutores	relatavam	que	os	Oficiais	da	Polícia	Militar	do	Estado	do	Ceará</p><p>(PMCE),	salvo	raríssimas	exceções,	não	se	dedicavam	aos	estudos	acadêmicos	e</p><p>à	produção	literária,	concentravam-se	na	atuação	operacional.</p><p>Diante	dessa	realidade,	não	poderíamos	deixar	de	fornecer	nossa	singela</p><p>contribuição,	pois	seria	estupenda	incoerência	concordarmos	com	os	fatos	e</p><p>permanecermos	inertes.</p><p>Dito	isso,	resolvemos	produzir	esta	obra	com	o	objetivo	de	tentar,	ao	máximo,</p><p>exaurir	o	tema	concernente	ao	IPM,	levando	conhecimento	aos	leitores,</p><p>apresentando	julgados	relativos	ao	assunto,	fomentando	a	difusão	e	a	discussão,</p><p>e,	por	derradeiro,	expondo	modelos	de	atos	praticados	no	curso	do	feito</p><p>inquisitorial.</p><p>Para	tanto,	apreciamos	demasiadamente	normas,	jurisprudências	e	doutrinas</p><p>consolidadas,	para,	ao	final,	apresentarmos	nosso	posicionamento	e</p><p>entendimento	relativo	ao	tema.	Todavia,	não	desejamos,	sem	que	antes	haja	uma</p><p>reflexão,	aquiescência	por	parte	dos	leitores,	pelo	contrário,	respeitamos	e</p><p>almejamos	opiniões	divergentes,	as	quais	incentivam	o	debate,	inclusive,</p><p>estamos	perenemente	receptíveis	a	críticas	e	sugestões.</p><p>2	POLÍCIA	JUDICIÁRIA	MILITAR</p><p>A	PJM	é	uma	atividade	repressiva,	diferentemente	da	polícia	administrativa</p><p>(preventiva),	na	medida	em	que	atua	após	o	cometimento	do	delito,	portanto,	um</p><p>mister	investigativo,	sendo	auxiliar	da	Justiça	Militar	(JM).</p><p>Não	é	um	polícia	de	acusação,	frise-se,	mas	uma	atividade	pré-	processual,	que</p><p>deve	buscar	a	verdade	com	imparcialidade,	apenas	indicando	os	elementos	para</p><p>formação	do	dominus	litis,	no	sentido	de	promover	a	acusação	ou	o</p><p>arquivamento.	(NEVES,	2018,	p.	253).</p><p>Percebe-se	que	a	PJM	tem	seu	fundamento	implícito	a	partir	da	análise	da</p><p>expressão	“exceto	militares”,	descrita	no	art.	144,	§	4º,	da	Constituição	Federal</p><p>(CF):</p><p>A	segurança	pública,	dever	do	Estado,	direito	e	responsabilidade	de	todos	[…]</p><p>§	4º	Às	polícias	civis,	dirigidas	por	delegados	de	polícia	de	carreira,	incumbem,</p><p>ressalvada	a	competência	da	União,	as	funções	de	polícia	judiciária	e	a	apuração</p><p>de	infrações	penais,	exceto	as	militares	(grifo	nosso).	(BRASIL,	1988,	art.	144,</p><p>§	4º).</p><p>No	âmbito	estadual,	a	PJM	é	de	competência	das	Polícias	Militares	e	do	Corpo</p><p>de	Bombeiros	Militar,	já	em	nível	federal,	é	de	responsabilidade	das	Forças</p><p>Armadas	(FFAA),	a	saber,	a	Marinha,	o	Exército	e	a	Aeronáutica.</p><p>A	PJM	não	pode	ser	executada	pelas	praças,	sejam	elas	especiais	ou	não,	mas</p><p>somente	por	oficiais	integrantes	do	serviço	ativo,	específicos	detentores	de</p><p>APJM,	ou	por	força	de	delegação.</p><p>É	importante	citar	que,	na	Justiça	Militar	Estadual	(JME),	os	jurisdicionados	são</p><p>apenas	os	militares	estaduais	ou	ex-militares	estaduais,	os	quais	tenham</p><p>cometido	crime	militar,	naquela	condição	à	época	do	fato.	Contudo,	na	Justiça</p><p>Militar	da	União	(JMU),	os	jurisdicionados	são	os	militares	das	FFAA	e	também</p><p>os	civis.</p><p>No	mesmo	sentido	afirma	Alferes	(2013,	p.	29):</p><p>Diferentemente	da	JMF,	a	competência	da	JME	restringe-se	a	processar	e	julgar</p><p>o	policial	militar	e	o	bombeiro	militar	da	respectiva	unidade	federativa	nos</p><p>crimes	estabelecidos	pelo	Código	Penal	Militar.	Exclui-se,	portanto,	o</p><p>julgamento	de	civil,	fazendo	com	que	também	haja	uma	mitigação	do	campo	de</p><p>atuação	do	inquérito	policial	militar	instruído	pela	força	auxiliar	estadual</p><p>(Polícia	Militar	ou	Corpo	de	Bombeiros	Militar)	em	relação	a	procedimento	de</p><p>mesma	natureza	instaurado	e	instruído	no	âmbito	de	atribuição	da	Polícia</p><p>Judiciária	Militar	Federal	(Forças	Armadas).</p><p>Assim,	é	impossível	a	adoção	de	medida	de	PJM	em	razão	de	ofensa	a	bem</p><p>jurídico	tutelado	pelo	Código	Penal	Militar	(CPM)	na	esfera	estadual	quando</p><p>esta	é	praticada	por	civil	ou	integrante	das	FFAA.</p><p>O	IPM,	o	Auto	de	Prisão	em	Flagrante	Delito	Militar	(APFDM),	a	Instrução</p><p>Provisória	de	Deserção	(IPD)	e	a	Instrução	Provisória	de	Insubmissão	(IPI)	são</p><p>os	procedimentos	administrativos	exercidos	pela	PJM,	sendo	este	último</p><p>inadmissível	perante	as	instituições	militares	estaduais,	pois	somente	o	civil</p><p>pode	ser	sujeito	ativo	do	delito.</p><p>Insta	informar	que,	embora	a	Polícia	Militar	(PM)	também	seja	competente	para</p><p>lavrar	o	Termo	Circunstanciado	de	Ocorrência	(TCO),	tal	atividade	não</p><p>caracteriza	exercício	de	PJM	ou	de	Polícia	Judiciária	Comum	(PJC),	pois</p><p>38.2020.8.06.0001&cdProcesso=01001B4W50000&cdForo=112&baseIndice=INDDS&nmAlias=PG5CE&tpOrigem=2&flOrigem=P&cdServico=190101&acessibilidade=false&ticket=DFWCnBm3EhXXtMc5RngobtPRoZFeHEOlsPiwt%2BMT9btC2aJrCWnS6MCmf5fDd0piKfjUrwXB1PQ%2FFs0JNOmRnn01dlp92%2BGHI0iHgKWVoS2vkQg%2Fd2Uzp%2BGny%2BKR%2BYOwuTd5gBE17nK8ACfcvdctvpXYmzgLD2nf%2FCm2bOvazir4fCSM5MploZgtEePPcRLEbaXRURa2dwayOVyAm4yh%2BK69i6STN3aZLYkoZAdlbrslNQoWf%2BSkMiGU37ipFBOKUqZgRXiFaa7DI0yI7K5XXcb232VGqUoF3MfoNHH2IrWfGCK3xPVV61ocLsOFpX6CbPoSzj6n3flDvCKnKTIwq8Px6rYfcy%2BTPmJsHrfO7%2FWWbYnzA0US9b%2B3fMg7rCAo.</p><p>Acesso	em:	12	mar.	2021.</p><p>CEARÁ.	Lei	Complementar	nº	72,	de	12	de	dezembro	de	2008.	Institui	a	Lei</p><p>Orgânica	e	o	Estatuto	do	Ministério	Público	do	Estado	do	Ceará	e	dá	outras</p><p>providências.	Fortaleza,	CE,	16	dez.	2008.	Disponível	em:</p><p>http://www.mpce.mp.br/wp-content/uploads/2015/12/Lei.Complementar72-</p><p>2008.pdf.	Acesso	em:	9	mar.	2022.</p><p>CEARÁ.	Vara	da	Justiça	Militar	do	Estado	do	Ceará.	Arquivamento	de	inquérito</p><p>policial	militar	no	processo	nº	0120704-36.2019.8.06.0001.	Juiz	de	Direito:</p><p>Roberto	Soares	Bulcão	Coutinho.	Fortaleza,	CE,	24	de	abril	de	2020,	Fortaleza,</p><p>24	abr.	2020.	Disponível	em:</p><p>https://esaj.tjce.jus.br/pastadigital/abrirDocumentoEdt.do?nuProcesso=0120704-</p><p>36.2019.8.06.0001&cdProcesso=010011B840000&cdForo=1&baseIndice=INDDS&nmAlias=PG5CE&tpOrigem=2&flOrigem=P&cdServico=190101&acessibilidade=false&ticket=DFWCnBm3EhXXtMc5RngobuSYg6dDkQvnPOLzTZR91yNC2aJrCWnS6MCmf5fDd0pi1MmVqnCJxwObg5HbbZP7Pn01dlp92%2BGHI0iHgKWVoS2vkQg%2Fd2Uzp%2BGny%2BKR%2BYOwuTd5gBE17nK8ACfcvdctvpXYmzgLD2nf%2FCm2bOvazir4fCSM5MploZgtEePPcRLEbaXRURa2dwayOVyAm4yh%2BK69i6STN3aZLYkoZAdlbrslNQoWf%2BSkMiGU37ipFBOKUqZgRXiFaa7DI0yI7K5XXcb232VGqUoF3MfoNHH2IrWfGCK3xPVV61ocLsOFpX6CBYmVPGHc6bjDqJ5RvbnAMlnPa9lMwh6a7p1iw863J4c6QRHcxCu6bMJmaa1QYWeb.</p><p>Acesso	em:	11	mar.	2022.</p><p>CEARÁ.	Vara	da	Justiça	Militar	do	Estado	do	Ceará.	Declaração	de</p><p>incompetência	no	processo	nº	0210058-38.2020.8.06.0001.	Juiz	de	Direito:</p><p>Roberto	Soares	Bulcão	Coutinho.	Fortaleza,	CE,	1	de	maio	de	2020,	Fortaleza,	1</p><p>maio	2020.	Disponível	em:</p><p>https://esaj.tjce.jus.br/pastadigital/abrirDocumentoEdt.do?nuProcesso=0210058-</p><p>38.2020.8.06.0001&cdProcesso=01001B4W50000&cdForo=112&baseIndice=INDDS&nmAlias=PG5DS&tpOrigem=2&flOrigem=P&cdServico=190101&acessibilidade=false&ticket=DFWCnBm3EhXXtMc5RngobuSYg6dDkQvnPOLzTZR91yNC2aJrCWnS6MCmf5fDd0piKfjUrwXB1PQ%2FFs0JNOmRnn01dlp92%2BGHI0iHgKWVoS2vkQg%2Fd2Uzp%2BGny%2BKR%2BYOwuTd5gBE17nK8ACfcvdctvpXYmzgLD2nf%2FCm2bOvazir4fCSM5MploZgtEePPcRLEbaXRURa2dwayOVyAm4yh%2BK69i6STN3aZLYkoZAdlbrslNQoWf%2BSkMiGU37ipFBOKUqZgRXiFaa7DI0yI7K5XXcb232VGqUoF3MfoNHH2IrWfGCK3xPVV61ocLsOFpX6Cdfhnf8R0VqsiRWnMeenKjPdx4WhWEfKjc5uNUhXxby3az36Z%2Bdu7UvDLI8n4zAJV.</p><p>Acesso	em:	11	mar.	2022.</p><p>CERVO,	Roberto	Amado	Luiz;	BERVIAN,	Pedro	Alcino;	SILVA,	Roberto	da.</p><p>Metodologia	científica.	6.	ed.	São	Paulo:	Universitário	Nacional	Pearson,	2007.</p><p>160	p.</p><p>COELHO,	José	Osmar.	A	(im)possibilidade	de	inquérito	policial	pela	polícia</p><p>civil	no	crime	doloso	contra	vida	de	civil.	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Disponível	em:</p><p>https://acervodigital.ssp.go.gov.br/pmgo/bitstream/123456789/417/87/Inqu%C3%A9rito%20Policial%20Militar%20como%20Meio%20Leg%C3%ADtimo%20e%20Exclusivo%20de%20Apura%C3%A7%C3%A3o%20de%20Crimes%20Dolosos%20Contra%20a%20Vida%20Praticados%20por%20Policiais%20Militares%20em%20Servi%C3%A7o%20Contra%20V%C3%ADtima%20Civil%20-</p><p>%20Anderson%20Jocas%20Domingos%20J%C3%BAnior.pdf.	Acesso	em:	20</p><p>abr.	2020.</p><p>FOUREAUX,	Rodrigo.	A	Lei	13.245/16	e	suas	repercussões	jurídicas	e	práticas</p><p>nas	investigações.	Revista	Jus	Navigandi,	Teresina,	ano	21,	nº	4597,	1	fev.	2016.</p><p>Disponível	em:	https://jus.com.br/artigos/45882.	Acesso	em:	7	abr.	2020.</p><p>FOUREAUX,	Rodrigo.	A	Lei	13.491/17	e	a	ampliação	da	competência	da</p><p>Justiça	Militar.	Revista	Jus	Navigandi,	ISSN:	1518-4862,	Teresina,	ano	24,</p><p>nº	5796,	15	maio	2019.	Disponível	em:	https://jus.com.br/artigos/61251.	Acesso</p><p>em:	23	maio	2020.</p><p>FURLAN,	Fabiano	Ferreira.	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Manual	de	prática	de</p><p>polícia	judiciária	militar:	Teresina,	2013.	423	p.</p><p>PINTO,	José	Osmar	Coelho	Pereira;	Crime	doloso	contra	vida	de	civil	e	o</p><p>tribunal	do	júri	na	Justiça	Militar	do	Estado.	Revista	Âmbito	Jurídico,	ISSN:</p><p>1518-0360,	São	Paulo,	ano	20,	nº	156,	01/01/2017.	Disponível	em:</p><p>https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/crime-doloso-contra-vida-</p><p>de-civil-e-o-tribunal-do-juri-na-justica-militar-do-estado/.	Acesso	em:	20	maio</p><p>2020.</p><p>ROCHA,	Abelardo	Júlio	da;	NEVES,	Cícero	Robson	Coimbra;	ASSIS,	Jorge</p><p>Cesar	de;	BARBOSA,	Rejane	Batista	de	Souza;	ROTH,	Ronaldo	João.</p><p>Deserção:	um	estudo	minucioso	sobre	o	crime	militar	por	excelência.	Curitiba:</p><p>Juruá,	2016.	346	p.	2ª	impressão.	Coordenador:	Jorge	Cesar	de	Assis.</p><p>ROCHA,	Abelardo	Júlio	da	et	al.	Justiça	Militar	Estadual:	aspectos	práticos.</p><p>Curitiba:	Juruá,	2017.	298	p.</p><p>ROSSETTO,	Enio	Luiz.	Curso	de	processo	penal	militar.	São	Paulo:	Revista	dos</p><p>Tribunais,	2021.</p><p>ROTH,	Ronaldo	João;	ONO,	Sylvia	Helena.	Justiça	militar	estadual:	aspectos</p><p>práticos.	Curitiba:	Juruá,	2017.	298	p.	Coordenadora:	Sylvia	Helena	Ono.</p><p>ROTH,	Ronaldo	João.	Arquivamento	indireto	do	inquérito	policial	militar	nos</p><p>casos	de	crimes	de	homicídio	doloso	contra	a	vida	de	civis.	In:	ASSIS,	Jorge</p><p>Cesar	de	(org.).	Crimes	dolosos	contra	a	vida	praticados	por	militares	contra</p><p>civis.	Curitiba:	Juruá,	2022.	p.	101-168.</p><p>ROTH,	Ronaldo	João.	Aspectos	militares	da	polícia:	a	polícia	no	Brasil,	o	poder</p><p>de	polícia,	a	polícia	administrativa	e	a	polícia	judiciária,	a	atuação	das	Forças</p><p>Armadas	como	polícia.	In:	DUARTE,	Antônio	Pereira	(Coord.).	Direito	Militar</p><p>em	Movimento	II.	Curitiba:	Juruá,	2016.	p.	77-113.	ISBN:	978-85-362-5658-0.</p><p>ROTH,	Ronaldo	João.	Menagem:	forma	de	prisão	ou	liberdade	provisória?	São</p><p>Paulo.	Direito	Militar,	p.	158,	2002.	Disponível	em:	http://www.amajme-</p><p>sc.com.br/livro/9-Ronaldo-Joao-Roth.pdf.	Acesso	em:	3	maio	2020.</p><p>SANTOS,	Marcelo	Lins	dos.	Direito	administrativo	X	direito	processual	penal</p><p>militar:	a	nulidade	dos	atos	administrativos	militares	inaugurais	do	inquérito</p><p>policial	militar	e	o	reflexo	nas	provas.	Revista	Jusmilitaris.	João	Pessoa.	2012.</p><p>Disponível	em:</p><p>http://jusmilitaris.com.br/sistema/arquivos/doutrinas/maj_lins.pdf.	Acesso	em:</p><p>24	abr.	2020.</p><p>SANTOS,	Wanderley	Alves	dos.	A	simultaneidade	de	inquéritos	policiais	(civil	e</p><p>militar)	na	investigação	do	crime	doloso	contra	a	vida	de	civil	decorrente	de</p><p>intervenção	policial	militar.	2018.	179	f.	Dissertação	(Mestrado)	–	Curso	de</p><p>Mestrado	em	Direito,	Pontifícia	Universidade	Católica	de	São	Paulo,	São	Paulo,</p><p>2018.	Disponível	em:	https://tede2.pucsp.br/handle/handle/21877.	Acesso	em:</p><p>21	abr.	2020.</p><p>SÃO	PAULO.	Tribunal	de	Justiça	Militar	do	Estado	de	São	Paulo.	Correição</p><p>Parcial	nº	0004022015.	Relator:	Ministro	Clovis	Santinon.	São	Paulo,	SP,	31	de</p><p>março	de	2016.	São	Paulo.	Disponível	em:</p><p>https://tjmsp.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/385454512/correicao-parcial-cor-</p><p>4022015.	Acesso	em:	2	maio	2020.</p><p>SARAIVA,	Alexandre	José	de	Barros	Leal.	Manual	básico	de	polícia	judiciária</p><p>militar:	inquérito	policial,	prisão	em	flagrante	delito,	perícias	no	ipm	e	crimes	de</p><p>deserção	e	insubmissão.	Curitiba:	Juruá,	2017.	157	p.</p><p>SCHWARTZ,	Diego;	SILVA,	Carlos	Eduardo	Steil.	Da	inconstitucionalidade	da</p><p>Lei	9.299/96.	Revista	Ordem	Pública,	v.	3,	nº	1,	p.	66-76,	2010.	Disponível	em:</p><p>https://webcache.googleusercontent.com/search?</p><p>q=cache:hL_7pV849WEJ:https://rop.emnuvens.com.br/rop/article/download/28/28+&cd=1&hl=pt-</p><p>BR&ct=clnk&gl=br.	Acesso	em:	7	maio	2020.</p><p>SILVA	JÚNIOR,	Azor	Lopes	da;	CÂNDIDO,	Fábio	Rogério.	Disputas</p><p>indesejáveis	no	exercício	da	polícia	judiciária	na	apuração	do	homicídio	doloso</p><p>contra	civis	em	São	Paulo.	In:	ASSIS,	Jorge	Cesar	de.	Crimes	dolosos	contra	a</p><p>vida	praticados	por	militares	contra	civis.	Curitiba:	Juruá,	2022.	p.	41-99.</p><p>SILVA,	Edson	Nalon.	O	instituto	da	menagem	no	processo	penal	militar.	Revista</p><p>FMU	Direito.	São	Paulo,	ano	25,	nº	35,	p.	42-48,	2011.	ISSN:	2316-1515.</p><p>Disponível	em:</p><p>http://www.revistaseletronicas.fmu.br/index.php/FMUD/article/view/143/198.</p><p>Acesso	em:	3	maio	2020.</p><p>SILVA,	Edson	Nalon.	A	defesa	no	processo	penal	militar.	2010.	116	f.</p><p>Dissertação	(Mestrado)	–	Curso	de	Mestrado	em	Direito,	Pontifícia	Universidade</p><p>Católica	de	São	Paulo,	São	Paulo,	2010.	Disponível	em:</p><p>https://www.passeidireto.com/arquivo/47067911/tese-de-mestrado-a-defesa-no-</p><p>processo-penal-militar.	Acesso	em:	23	abr.	2020.</p><p>SILVA,	Francisco	Ramalho	da.	Conflito	de	atribuições	nos	crimes	dolosos	contra</p><p>a	vida	cometidos	por	militar	estadual	em	serviço.	2016.	63	f.	TCC	(Graduação)	–</p><p>Curso	de	Bacharelado	em	Direito,	Universidade	Federal	de	Roraima,	Boa	Vista,</p><p>2016.	Disponível	em:	http://ufrr.br/direito/index.php?</p><p>option=com_phocadownload&view=category&id=18:2016-2&Itemid=314.</p><p>Acesso	em:	20	abr.	2020.</p><p>SILVA,	Ozéias	Santos	da.	A	competência	da	policia	judiciária	militar	e	a</p><p>Lei	9299/96:	a	validade	do	inquérito	policial	militar	como	instrumento</p><p>investigatório	de	crime	doloso	contra	vida	praticado	por	policial	militar	em</p><p>serviço.	2007.	58	f.	TCC	(Graduação)	–	Curso	de	Direito,	Centro	Universitário</p><p>Ritter	dos	Reis,	Canoas,	2007.	Disponível	em:	https://www.amajme-</p><p>sc.com.br/artigos.php.	Acesso	em:	21	abr.	2020.</p><p>SOUZA,	Tiago	Pereira.	Morte	decorrente	de	intervenção	policial:	a	quem</p><p>compete	a	investigação?	São	Paulo.	2018.	Disponível	em:</p><p>https://tiagopereira1015.jusbrasil.com.br/artigos/595143206/morte-decorrente-</p><p>de-intervencao-policial-a-quem-compete-a-investigacao.	Acesso	em:	29	abr.</p><p>2020.</p><p>VASCONCELOS,	Edson	Rebouças.	Roteiro	de	procedimentos	e	processos</p><p>administrativos:	norma	legal,	doutrina,	jurisprudência	e	modelos	práticos.	2.	ed.</p><p>Fortaleza.	Gráfica	Lcr,	2015.	424	p.</p><p>VASQUES,	Iremar	Aparecido	da	Silva.	Os	crimes	militares	por	extensão	e	seu</p><p>apenamento:	uma	solução	possível.	Revista	Direito	Militar.	São	Paulo.	ano	21,</p><p>nº	130,	julho/agosto	de	2018.	Disponível	em:</p><p>https://www.observatoriodajusticamilitar.info/single-post/2018/10/31/Os-crimes-</p><p>militares-por-extens%C3%A3o-e-seu-apenamento-uma-</p><p>solu%C3%A7%C3%A3o-poss%C3%ADvel.	Acesso	em:	12	maio	2020.</p><p>WIGGERS,	Alan	Pereira;	JÚNIOR,	Aldo	Nunes	da	Silva.	Homicídio	doloso</p><p>contra	a	vida	de	civil	praticado	por	policial	militar	em	serviço	ou	atuando	em</p><p>razão	de	sua	função:	natureza	jurídica	e	atribuição	apuratória.	Santa	Catarina.	19</p><p>out.	2015.	Disponível	em:	https://www.feneme.org.br/homicdio-doloso-contra-a-</p><p>vida-de-civil-praticado-por-policial-militar-em-servio-ou-atuando-em-razo-de-</p><p>sua-funo-natureza-jurdica-e-atribuiatild/.	Acesso	em:	12	maio	2020.</p><p>Cover Page</p><p>Inquérito Policial Militar : teoria e prática</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>2 POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR</p><p>2.1 As autoridades de polícia judiciária militar (APJM)</p><p>2.2 Funções da polícia judiciária militar</p><p>3 INQUÉRITO POLICIAL MILITAR</p><p>3.1 Finalidade do inquérito policial militar</p><p>3.2 Características do inquérito policial militar</p><p>3.2.1 Procedimento administrativo</p><p>3.2.2 Procedimento provisório autônomo</p><p>3.2.3 Procedimento relativamente escrito</p><p>3.2.4 Procedimento inquisitivo mitigado</p><p>3.2.5 Procedimento sigiloso</p><p>3.2.6 Procedimento oficial</p><p>3.2.7 Procedimento oficioso</p><p>3.2.8 Procedimento discricionário</p><p>3.2.9 Procedimento indispensável</p><p>3.2.10 Procedimento indisponível</p><p>3.2.11 Procedimento informativo probatório</p><p>3.2.12 Procedimento passível de delegação</p><p>3.3 Instauração do inquérito policial militar</p><p>3.3.1 Instauração de ofício</p><p>3.3.2 Instauração por determinação ou delegação</p><p>3.3.3 Instauração por requisição do Ministério Público</p><p>3.3.4 Instauração por decisão do Superior Tribunal Militar</p><p>3.3.5 Instauração por requerimento do ofendido, de seu representante legal ou por representação</p><p>3.3.6 Instauração resultante de sindicância</p><p>3.3.7 Instauração resultante de prisão em flagrante delito</p><p>3.3.8 Instauração proveniente de denúncia apócrifa</p><p>3.4 Prazos para conclusão do inquérito policial militar</p><p>3.5 Encarregado do inquérito policial militar</p><p>3.6 Escrivão do inquérito policial militar</p><p>3.7 Medidas preliminares ao inquérito policial militar</p><p>3.8 Formação do inquérito policial militar</p><p>3.9 Assistência de membro do Ministério Público</p><p>3.10 Incomunicabilidade do indiciado</p><p>3.11 Detenção do indiciado</p><p>3.12 Prisão preventiva e menagem</p><p>3.13 Nulidades do inquérito policial militar</p><p>3.14 Encerramento do inquérito policial militar</p><p>3.15 Indiciamento</p><p>3.16 Arquivamento do inquérito policial militar</p><p>3.17 Devolução de autos de inquérito policial militar</p><p>3.18 Trancamento de autos de inquérito policial militar</p><p>4 CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>MODELOS DE ATOS DE INQUÉRITO POLICIAL MILITAR</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>não</p><p>possui	natureza	investigativa.	Limita-se	a	registrar	os	fatos	ocorridos	quando</p><p>diante	de	uma	contravenção	penal	ou	de	um	crime	com	pena	máxima	de	até	dois</p><p>anos,	cumulada	ou	não	com	multa.	Esse	é	o	entendimento	consolidado	do</p><p>Supremo	Tribunal	Federal	(STF),	através	da	Ação	Direta	de</p><p>Inconstitucionalidade	(ADI)	nº	6264,	o	qual	fixou-se	a	seguinte	tese:	“O	Termo</p><p>Circunstanciado	de	Ocorrência	(TCO)	não	possui	natureza	investigativa,</p><p>podendo	ser	lavrado	por	integrantes	da	polícia	judiciária	ou	da	polícia</p><p>administrativa”.	(STF	-	ADI:	6245	e	6264).</p><p>Nesse	diapasão,	a	autoridade	castrense	estadual	exerce	a	PJM	com	o	escopo	de</p><p>apurar	as	infrações	penais	militares	com	vistas	à	identificação	da	autoria	e</p><p>materialidade	delitivas,	seja	por	meio	de	investigação	inquisitiva,	seja	pelo</p><p>registro	de	uma	deserção,	através	do	seu	procedimento	específico,	ou	mesmo	da</p><p>lavratura	de	uma	autuação	em	flagrante,	fornecendo	elementos	indispensáveis</p><p>para	a	formação	da	opinio	delict	do	membro	do	Ministério	Público	(MP).</p><p>2.1	As	autoridades	de	polícia	judiciária	militar</p><p>(APJM)</p><p>A	incumbência	das	atividades	de	PJM	está	vinculada	a	função	ou	cargo	exercido</p><p>pelo	oficial.	A	APJM	pode	ser	originária	ou	delegada.</p><p>No	art.	7º	do	Código	de	Processo	Penal	Militar	(CPPM)	são	expressas</p><p>taxativamente	as	APJM	originárias.	Sua	aplicação	às	corporações	militares</p><p>estaduais	necessita	de	adaptação	ou	norma	de	equiparação.</p><p>O	art.	7º	do	CPPM	apresenta:</p><p>A	polícia	judiciária	militar	é	exercida	nos	têrmos	do	art.	8º,	pelas	seguintes</p><p>autoridades,	conforme	as	respectivas	jurisdições:</p><p>a)	pelos	ministros	da	Marinha,	do	Exército	e	da	Aeronáutica,	em	todo	o	território</p><p>nacional	e	fora	dêle,	em	relação	às	fôrças	e	órgãos	que	constituem	seus</p><p>Ministérios,	bem	como	a	militares	que,	neste	caráter,	desempenhem	missão</p><p>oficial,	permanente	ou	transitória,	em	país	estrangeiro;</p><p>b)	pelo	chefe	do	Estado-Maior	das	Fôrças	Armadas,	em	relação	a	entidades	que,</p><p>por	disposição	legal,	estejam	sob	sua	jurisdição;</p><p>c)	pelos	chefes	de	Estado-Maior	e	pelo	secretário-geral	da	Marinha,	nos	órgãos,</p><p>fôrças	e	unidades	que	lhes	são	subordinados;</p><p>d)	pelos	comandantes	de	Exército	e	pelo	comandante-chefe	da	Esquadra,	nos</p><p>órgãos,	fôrças	e	unidades	compreendidos	no	âmbito	da	respectiva	ação	de</p><p>comando;</p><p>e)	pelos	comandantes	de	Região	Militar,	Distrito	Naval	ou	Zona	Aérea,	nos</p><p>órgãos	e	unidades	dos	respectivos	territórios;</p><p>f)	pelo	secretário	do	Ministério	do	Exército	e	pelo	chefe	de	Gabinete	do</p><p>Ministério	da	Aeronáutica,	nos	órgãos	e	serviços	que	lhes	são	subordinados;</p><p>g)	pelos	diretores	e	chefes	de	órgãos,	repartições,	estabelecimentos	ou	serviços</p><p>previstos	nas	leis	de	organização	básica	da	Marinha,	do	Exército	e	da</p><p>Aeronáutica;</p><p>h)	pelos	comandantes	de	fôrças,	unidades	ou	navios.	(BRASIL,	1969,	art.	7º).</p><p>Fazendo-se	uma	analogia	aos	cargos	e	às	funções	exercidas	nas	Polícias</p><p>Militares	e	nos	Corpos	de	Bombeiros	Militares,	são	exemplos	de	APJM</p><p>originárias:	Comandante-Geral,	Subcomandante-Geral	e	os	Comandantes	de</p><p>Batalhões.</p><p>Assim,	as	autoridades	originárias	podem	instaurar	o	IPM,	presidindo	o	caderno</p><p>inquisitorial,	bem	como	delegar	a	instrução	a	outros	oficiais	da	ativa	que	sejam</p><p>seus	respectivos	subordinados.</p><p>Já	a	APJM	delegada	recai	sobre	qualquer	oficial	do	serviço	ativo	mediante</p><p>delegação	da	APJM	originária,	a	qual	concede	apenas	atribuições,	e	não</p><p>competência,	devendo	ser	para	fins	específicos,	restritos	e	por	tempo	limitado.</p><p>Portanto,	são	autoridades	delegadas	tanto	as	encarregadas	de	feitos	iniciais</p><p>(oficial	de	plantão	de	PJM	ou	oficial	de	dia/serviço)	quanto	o	oficial	encarregado</p><p>do	IPM.</p><p>2.2	Funções	da	polícia	judiciária	militar</p><p>O	art.	8º	do	CPPM	emprega	o	termo	“competência”	equivocadamente,	haja	vista</p><p>se	referir	às	atividades	ou	atribuições	da	PJM,	e	não	à	competência	relacionada</p><p>aos	limites	jurisdicionais.	Olhemos:</p><p>Compete	à	Polícia	judiciária	militar:</p><p>a)	apurar	os	crimes	militares,	bem	como	os	que,	por	lei	especial,	estão	sujeitos	à</p><p>jurisdição	militar,	e	sua	autoria;</p><p>b)	prestar	aos	órgãos	e	juízes	da	Justiça	Militar	e	aos	membros	do	Ministério</p><p>Público	as	informações	necessárias	à	instrução	e	julgamento	dos	processos,	bem</p><p>como	realizar	as	diligências	que	por	eles	lhe	forem	requisitadas;</p><p>c)	cumprir	os	mandados	de	prisão	expedidos	pela	Justiça	Militar;</p><p>d)	representar	a	autoridades	judiciárias	militares	acerca	da	prisão	preventiva	e	da</p><p>insanidade	mental	do	indiciado;</p><p>e)	cumprir	as	determinações	da	Justiça	Militar	relativas	aos	presos	sob	sua</p><p>guarda	e	responsabilidade,	bem	como	as	demais	prescrições	deste	Código,	nesse</p><p>sentido;</p><p>f)	solicitar	das	autoridades	civis	as	informações	e	medidas	que	julgar	úteis	à</p><p>elucidação	das	infrações	penais,	que	esteja	a	seu	cargo;</p><p>g)	requisitar	da	polícia	civil	e	das	repartições	técnicas	civis	as	pesquisas	e</p><p>exames	necessários	ao	complemento	e	subsídio	de	inquérito	policial	militar;</p><p>h)	atender,	com	observância	dos	regulamentos	militares,	a	pedido	de</p><p>apresentação	de	militar	ou	funcionário	de	repartição	militar	à	autoridade	civil</p><p>competente,	desde	que	legal	e	fundamentado	o	pedido.	(BRASIL,	1969,	art.	8º).</p><p>As	atividades	descritas	no	art.	8º	do	CPPM	não	são	taxativas.	Podem-se	citar</p><p>alguns	exemplos	de	medidas	de	PJM	não	elencadas	no	referido	art.	8º:</p><p>representar	pela	prisão	temporária,	representar	por	interceptação	telefônica,</p><p>medidas	de	proteção	à	mulher	no	âmbito	da	violência	doméstica,	cumprir</p><p>requisições	e	mandados	de	prisões	oriundos	da	Justiça	Comum	(JC),	etc.</p><p>Consoante	Barbosa	(2007),	a	mais	importante	atribuição	da	PJM	é	a	investigação</p><p>dos	crimes	militares,	buscando	autoria	e	materialidade.</p><p>A	previsão	para	apurar	os	crimes	“que,	por	lei	especial,	estão	sujeitos	à</p><p>jurisdição	militar”	é	letra	morta	de	lei,	pois	a	CF	afirma	que	as	Justiças	Militares</p><p>somente	processam	e	julgam	crimes	militares	(NEVES,	2018).</p><p>Devemos	ressaltar	que,	na	certeza	ou	dúvida	de	prática	de	crime	militar,	deve	ser</p><p>instaurado	feito	de	PJM.	No	entanto,	na	certeza	da	inocorrência	de	crime	militar,</p><p>não	deve	ser	instaurado	feito,	sob	pena	de	ilegalidade	e	constrangimento	ilegal</p><p>ao	investigado.</p><p>3</p><p>INQUÉRITO	POLICIAL	MILITAR</p><p>O	IPM	se	encontra	descrito	na	legislação	castrense	do	art.	9º	ao	28	do	CPPM,</p><p>sendo	um	procedimento	administrativo	que	visa	apurar	fatos	que	possam</p><p>constituir	crime	militar,	bem	como	sua	autoria	(BRASIL,	2019).</p><p>Segundo	Alferes	(2013),	ainda	serve	de	instrumento	contra	acusações	levianas,</p><p>registrando	as	informações	acerca	dos	fatos	investigados	e	sendo	uma	importante</p><p>ferramenta	que	pode	subsidiar	as	tomadas	de	decisões	do	MP.</p><p>O	caput	do	art.	9º	do	CPPM	dispõe:</p><p>O	inquérito	policial	militar	é	a	apuração	sumária	de	fato,	que,	nos	termos	legais,</p><p>configure	crime	militar,	e	de	sua	autoria.	Tem	o	caráter	de	instrução	provisória,</p><p>cuja	finalidade	precípua	é	a	de	ministrar	elementos	necessários	à	propositura	da</p><p>ação	penal.	(BRASIL,	1969,	art.	9º).</p><p>De	acordo	com	Neves	(2018),	o	IPM	consiste	em	um	procedimento</p><p>administrativo	de	PJM	que	materializa	as	investigações	e	provas	levantadas	na</p><p>busca	da	demonstração	de	ocorrência	ou	não	de	um	delito	militar,	com	a</p><p>indicação,	se	for	o	caso,	de	sua	autoria.</p><p>Portanto,	nesse	sentido,	Saraiva	(2017)	relata	que	o	IPM	é	o	conjunto	de</p><p>diligências	praticadas	pela	PJM	com	o	objetivo	de	reunir	elementos	suficientes</p><p>de	autoria	e	materialidade	de	um	ilícito	militar,	a	fim	de	que	o	MP	tenha</p><p>condições	mínimas	de	oferecer	a	denúncia	ou	requerer	o	arquivamento.</p><p>3.1	Finalidade	do	inquérito	policial	militar</p><p>De	pronto,	percebe-se	que	a	finalidade	e	o	conceito	do	IPM	apresentam,</p><p>praticamente,	o	mesmo	significado.</p><p>Dito	isso,	o	IPM	é	um	instrumento	que	busca	a	apuração	das	infrações	penais</p><p>militares	e	de	seus	prováveis	autores,	sendo	de	grande	importância	para	a	busca</p><p>da	verdade	dos	fatos,	uma	vez	que	as	provas	colhidas	estão	contemporâneas	à</p><p>ocorrência	do	delito,	bem	como	podem	desaparecer	em	virtude	do	decurso	de</p><p>tempo.</p><p>Embora	o	art.	9º	do	CPPM	anuncie	que	a	finalidade	principal	do	IPM	é	coletar</p><p>elementos	necessários	à	propositura	da	ação	penal,	depreende-se	que	a	legislação</p><p>carece	de	um	redirecionamento,</p><p>haja	vista	que,	no	Estado	Democrático	de</p><p>Direito	(EDD),	deve-se	buscar	a	revelação	do	que	de	fato	ocorreu,	com	uma</p><p>busca	autônoma	da	verdade	real,	afastando-se	a	ideia	de	procedimento	destinado,</p><p>exclusivamente,	a	munir	o	MP	de	elementos	para	o	futuro	processo	penal	e</p><p>entendendo-se	que	se	trata	de	procedimento	concatenado	ao	atual	ordenamento</p><p>jurídico.</p><p>Dessa	forma,	o	IPM	pode	proteger	os	militares	de	acusações	injustas,	evitando</p><p>uma	ação	penal	em	desfavor	de	pessoas	inocentes.</p><p>Logo,	o	intuito	é	dar	conhecimento	real	das	circunstâncias	do	fato	ao	detentor	do</p><p>poder	de	ação,	sem	que	isso	ofenda	qualquer	preceito	relacionado	à	dignidade	da</p><p>pessoa	humana	e	demais	princípios	aplicados	ao	tema.</p><p>3.2	Características	do	inquérito	policial	militar</p><p>As	características	mais	citadas	pelos	doutrinadores	são	a	inquisitoriedade	e	a</p><p>sigilosidade	(ALFERES,	2013;	BARBOSA,	2007;	GRECO,	2016;	NEVES</p><p>2018;	SARAIVA,	2017;	VASCONCELOS	2015;	PERNAMBUCO,	2018).</p><p>Para	Neves	(2018),	trata-se	de	um	procedimento	administrativo	instrutório,</p><p>escrito,	inquisitivo,	sigiloso,	oficial,	oficioso	e	indisponível.</p><p>Conforme	Saraiva	(2017),	o	IPM	é	provisório,	instrumental,	informativo,</p><p>sigiloso,	discricionário,	inquisitivo,	dispensável,	indisponível	e	oficial.</p><p>Segundo	Alferes	(2013),	deve	ser	escrito,	sigiloso,	oficial,	indisponível,	oficioso</p><p>e	inquisitivo.</p><p>No	entanto,	ao	nosso	sentir,	trata-se	de	um	procedimento	administrativo,</p><p>provisório	autônomo,	escrito,	inquisitivo	mitigado,	sigiloso,	oficial,	oficioso,</p><p>discricionário,	indispensável,	indisponível	e	passível	de	delegação</p><p>A	seguir,	trataremos	de	cada	característica	aqui	pontuada.</p><p>3.2.1	Procedimento	administrativo</p><p>É	uma	ferramenta	administrativa,	ou	seja,	não	se	trata	de	processo	judicial	com	o</p><p>intuito	de	desvendar	situações	que	constituam,	em	tese,	crime	militar.	No</p><p>entanto,	o	procedimento	administrativo	não	deve	ser	desvalorizado	e	banalizado,</p><p>pois,	quando	bem	elaborado,	permite	uma	futura	ação	penal	com	menos	erros,</p><p>dessa	forma,	grande	parte	das	decisões	judiciais	são	fundamentadas	em</p><p>elementos	angariados	durante	o	curso	do	IPM,	obviamente,	reproduzidas	no</p><p>processo	penal,	ressalvadas	as	provas	cautelares,	não	repetíveis	e	antecipadas.</p><p>3.2.2	Procedimento	provisório	autônomo</p><p>Visa	esclarecer	a	existência	ou	não	do	crime	militar	e	a	respectiva	autoria,	sendo</p><p>um	procedimento	autônomo,	desvinculado	do	processo	penal	militar,	podendo</p><p>inibir	ou	subsidiar	a	ação	penal.</p><p>Ademais,	se	fosse	decisivo,	serviria	para	execução	da	lei	penal	militar,	assim</p><p>como	há	um	prazo	para	sua	conclusão,	o	qual	será	esmiuçado	mais	adiante.</p><p>3.2.3	Procedimento	relativamente	escrito</p><p>O	CPPM	descreve	que	as	ações	efetuadas	no	curso	do	IPM	devem	ser</p><p>formalizadas,	reduzidas	a	escrito	e	rubricadas.	Contudo,	outras	formas	de	instruir</p><p>o	caderno	podem	ser	empregadas,	a	depender	do	caso	concreto,	como,	por</p><p>exemplo,	a	gravação	de	áudios	e/ou	vídeos,	juntadas	de	mídias,	etc.</p><p>Defendemos	a	posição	que	as	oitivas	deverão	ser	realizadas	preferencialmente</p><p>por	videoconferência,	em	obediência	ao	princípio	da	eficiência,	da	celeridade,</p><p>bem	como	ser	mais	econômica	para	os	envolvidos,	evitando,	por	vezes,</p><p>consideráveis	deslocamentos.</p><p>Além	disso,	os	depoimentos	e	as	declarações	por	meio	virtual,	os	quais	não</p><p>necessitam	de	transcrição,	demonstram	fidelidade	e	transparência	das</p><p>informações,	ocasião	em	que	é	possível	analisar	com	exatidão	tudo	o	que	foi	dito</p><p>e	como	foi	dito,	inclusive	os	trejeitos,	as	emoções	e	as	expressões	faciais.</p><p>Ademais,	é	crescente	o	número	de	crimes	cometidos	por	meio	da	internet,	onde</p><p>faz-se	indispensável	a	juntada	de	elementos	que	são	impossíveis	de	serem</p><p>transcritos	integralmente,	como	os	vídeos.</p><p>Nesse	diapasão,	é	imperioso	informar	que	a	PC	de	várias	UF,	como	os	Estados</p><p>do	Paraná	e	do	Ceará,	já	adotam,	inclusive,	a	lavratura	do	auto	de	prisão	em</p><p>flagrante	através	do	sistema	de	videoconferência.</p><p>Por	fim,	para	permitir	uma	melhor	organização	do	caderno	inquisitorial,	é</p><p>interessante	que	cada	volume	tenha	no	máximo	200	(duzentas)	folhas.</p><p>3.2.4	Procedimento	inquisitivo	mitigado</p><p>A	doutrina	e	a	jurisprudência	predominantes	declaram	ser	o	IPM	inquisitivo,</p><p>vocábulo	que	retrata	à	santa	inquisição,	período	em	que	o	investigado	era</p><p>abordado	como	objeto	banal,	e	não	sujeito	de	direitos.</p><p>Todavia,	ousamos	em	afirmar	que	se	trata	de	uma	inquisitoriedade	mitigada,</p><p>levando	em	conta	que	todo	ordenamento	jurídico	deve	ser	observado	sob	à	ótica</p><p>da	Carta	Magna,	fenômeno	compreendido	como	constitucionalismo	do	direito.</p><p>É	cediço	que	IPM	é	uma	fase	pré-processual,	não	havendo	contraditório.	Ainda</p><p>assim,	o	advogado	do	investigado	pode	estar	presente,	sugerir	perguntas,</p><p>perícias,	quesitos,	laudos,	etc.,	os	quais	serão	deferidos	ou	não	pela	autoridade</p><p>encarregada,	devendo	nesta	hipótese	motivar	suas	decisões.</p><p>Igualmente,	existe	uma	amplitude	de	defesa.	E	tal	situação	ocorre	tendo	em	vista</p><p>que	existem	determinados	atos,	como	as	declarações	defensivas	(autodefesa</p><p>positiva)	no	interrogatório,	o	exercício	do	direito	ao	silêncio	(autodefesa	neutra)</p><p>e	de	mentir,	como	também	a	possibilidade	de	a	defesa	solicitar	diligências	de</p><p>investigação	junto	ao	encarregado,	no	caso,	a	autoridade	policial	militar.	Além</p><p>disso,	a	defesa	poderá	ser	exercida	de	outras	formas,	por	exemplo,	através	da</p><p>impetração	de	Habeas	Corpus,	caso	surja	alguma	prisão	ilegal	ou	instauração	de</p><p>IPM	sem	justa	causa;	ou	um	Mandado	de	Segurança,	que	tenha	o	objetivo</p><p>assecuratório	de	que	o	defensor	possa	fazer	vista	dos	autos,	agindo	na	proteção</p><p>dos	direitos	do	indiciado	(defesa	técnica).</p><p>Não	obstante	a	inquisitoriedade	mitigada,	em	regra,	a	presença	do	advogado	não</p><p>é	imprescindível	durante	as	fases	do	IPM,	nem	mesmo	o	interrogatório	do</p><p>indiciado	deve	ser	necessariamente	presenciado	por	seu	defensor,	embora	seja</p><p>recomendável.</p><p>No	entanto,	o	art.	18	da	Lei	13.964/2019	(Pacote	Anticrime)	incluiu	o	art.	16-A</p><p>no	CPPM.	Vejamos:</p><p>Art.	18.	O	Decreto-Lei	nº	1.002,	de	21	de	outubro	de	1969	(Código	de	Processo</p><p>Penal	Militar),	passa	a	vigorar	acrescido	do	seguinte	art.	16-A:</p><p>“Art.	16-A.	Nos	casos	em	que	servidores	das	polícias	militares	e	dos	corpos	de</p><p>bombeiros	militares	figurarem	como	investigados	em	inquéritos	policiais</p><p>militares	e	demais	procedimentos	extrajudiciais,	cujo	objeto	for	a	investigação</p><p>de	fatos	relacionados	ao	uso	da	força	letal	praticados	no	exercício	profissional,</p><p>de	forma	consumada	ou	tentada,	incluindo	as	situações	dispostas	nos	arts.	42	a</p><p>47	do	Decreto-Lei	nº	1.001,	de	21	de	outubro	de	1969	(Código	Penal	Militar),	o</p><p>indiciado	poderá	constituir	defensor.</p><p>§	1º	Para	os	casos	previstos	no	caput	deste	artigo,	o	investigado	deverá	ser	citado</p><p>da	instauração	do	procedimento	investigatório,	podendo	constituir	defensor	no</p><p>prazo	de	até	48	(quarenta	e	oito)	horas	a	contar	do	recebimento	da	citação.</p><p>§	2º	Esgotado	o	prazo	disposto	no	§	1º	com	ausência	de	nomeação	de	defensor</p><p>pelo	investigado,	a	autoridade	responsável	pela	investigação	deverá	intimar	a</p><p>instituição	a	que	estava	vinculado	o	investigado	à	época	da	ocorrência	dos	fatos,</p><p>para	que	esta,	no	prazo	de	48	(quarenta	e	oito)	horas,	indique	defensor	para	a</p><p>representação	do	investigado.</p><p>§	3º	(VETADO).</p><p>§	4º	(VETADO).</p><p>§	5º	(VETADO).</p><p>§	3º	Havendo	necessidade	de	indicação	de	defensor	nos	termos	do	§	2º	deste</p><p>artigo,	a	defesa	caberá	preferencialmente	à	Defensoria	Pública	e,	nos	locais	em</p><p>que	ela	não	estiver	instalada,	a	União	ou	a	Unidade	da	Federação	correspondente</p><p>à	respectiva	competência	territorial	do	procedimento	instaurado	deverá</p><p>disponibilizar	profissional	para	acompanhamento	e	realização	de	todos	os	atos</p><p>relacionados	à	defesa	administrativa	do	investigado.	(Promulgação	partes</p><p>vetadas)</p><p>§	4º	A	indicação	do	profissional	a	que	se	refere	o	§	3º	deste	artigo	deverá	ser</p><p>precedida	de	manifestação	de	que	não	existe	defensor	público	lotado	na	área</p><p>territorial	onde	tramita	o	inquérito	e	com	atribuição	para	nele	atuar,	hipótese	em</p><p>que	poderá	ser	indicado	profissional	que	não	integre	os	quadros	próprios	da</p><p>Administração.	(Promulgação	partes	vetadas)</p><p>§	5º	Na	hipótese	de	não	atuação	da	Defensoria	Pública,</p><p>os	custos	com	o</p><p>patrocínio	dos	interesses	do	investigado	nos	procedimentos	de	que	trata	esse</p><p>artigo	correrão	por	conta	do	orçamento	próprio	da	instituição	a	que	este	esteja</p><p>vinculado	à	época	da	ocorrência	dos	fatos	investigados.	(Promulgação	partes</p><p>vetadas)</p><p>§	6º	As	disposições	constantes	deste	artigo	aplicam-se	aos	servidores	militares</p><p>vinculados	às	instituições	dispostas	no	art.	142	da	Constituição	Federal,	desde</p><p>que	os	fatos	investigados	digam	respeito	a	missões	para	a	Garantia	da	Lei	e	da</p><p>Ordem.”	(BRASIL,	art.	18,	2019b).</p><p>De	plano,	nota-se	que	o	legislador	utilizou	equivocadamente	o	termo	“citação”,</p><p>tendo	em	vista	que	citação	é	um	ato	processual	judicial	inexistente	na	fase	pré-</p><p>processual.	Na	verdade,	a	expressão	deve	ser	interpretada	como	notificação	ou</p><p>cientificação,	pois	o	intuito	do	legislador	é	de	dar	ciência	ao	investigado	de	que</p><p>existe	uma	averiguação	em	curso	que	pode	ser	a	ele	atribuída.</p><p>Pela	leitura	do	art.	16-A	do	CPPM,	percebe-se	que	há	obrigatoriedade	da</p><p>“citação”	(entende-se	notificação	ou	cientificação)	sempre	que	o	militar	estadual,</p><p>seja	policial	ou	bombeiro,	figure	como	investigado	em	quaisquer	procedimentos</p><p>extrajudiciais	(IP,	IPM,	Procedimento	Investigatório	Criminal,	etc.)	que	apurem</p><p>uso	da	força	letal	praticada	no	exercício	profissional,	na	forma	tentada	ou</p><p>consumada.	Porém,	discriminada	e	injustificadamente,	o	disposto	no	art.	16-A	só</p><p>será	aplicado	aos	militares	das	FFAA	quando	os	fatos	forem	resultantes	de</p><p>missões	de	Garantia	da	Lei	e	da	Ordem	(GLO).</p><p>Neves	(2022)	afirma	que	a	obrigação	de	notificar	o	investigado	é	da	autoridade</p><p>que	instaura	o	IPM.	Data	vênia,	divergimos,	uma	vez	que	defendemos	a	tese	que</p><p>é	uma	atribuição	do	encarregado,	haja	vista	que,	não	raras	vezes,	só	é	possível</p><p>revelar	o	investigado	após	uma	série	de	diligências,	sendo	irrazoável	encaminhar</p><p>cópias	do	IPM	para	a	autoridade	instauradora	a	fim	de	que	se	certifique	de	quem</p><p>se	trata	o	investigado	para	que	proceda	à	notificação	e,	posteriormente,	a	remeta</p><p>ao	encarregado	para	ser	juntada	aos	autos.	Seria	muita	burocracia	atrelada	a	um</p><p>ato	simplório.</p><p>O	investigado,	ao	ser	notificado,	poderá	constituir	advogado	no	prazo	de	48</p><p>(quarenta	e	oito)	horas.	Esgotado	o	prazo	sem	indicação	de	defensor,	o</p><p>encarregado	do	IPM	deverá	informar	tal	situação	à	instituição	a	que	estava</p><p>vinculado	à	época	dos	fatos,	para	que,	dentro	de	48	(quarenta	e	oito)	horas,</p><p>indique	o	defensor	que	representará	o	investigado.</p><p>A	doutrina	majoritária,	e	é	esse	nosso	posicionamento,	menciona	que	o	art.	16-A</p><p>do	CPPM	não	torna	compulsória	a	presença	do	advogado	em	todos	os	atos</p><p>investigatórios,	mas	somente	nos	atos	que	necessitem	da	presença	do</p><p>investigado.	Nos	demais,	o	encarregado	poderá	facultar	a	presença	do	defensor.</p><p>Portanto,	o	IPM,	mesmo	diante	de	algumas	alterações	legislativas	promovidas,</p><p>mantém	sua	característica	de	procedimento	inquisitivo,	porém,	inquisitivo</p><p>mitigado,	atendendo	uma	imposição	do	EDD,	ocasião	em	que	se	deve	observar	e</p><p>garantir	o	rol	acentuado	de	direitos	do	investigado,	a	fim	de	impossibilitar	o</p><p>tratamento	anteriormente	fornecido,	isto	é,	de	irrelevante	objeto	de	investigação.</p><p>3.2.5	Procedimento	sigiloso</p><p>Conforme	o	art.	16	do	CPPM,	“O	inquérito	é	sigiloso,	mas	seu	encarregado	pode</p><p>permitir	que	dele	tome	conhecimento	o	advogado	do	indiciado”.	(BRASIL,</p><p>1969).</p><p>O	IPM	deve	ser	sigiloso,	não	havendo	sentido	em	ser	público,	haja	vista	que	o</p><p>princípio	da	publicidade	é	um	princípio	a	ser	observado	em	sede	processual.</p><p>Portanto,	não	caberá	a	incursão,	em	repartição	administrativa,	de	qualquer</p><p>pessoa	que	deseje	ter	acesso	aos	autos	do	inquérito	em	curso,	no	caso,	o	IPM,</p><p>sob	o	pretexto	de	exercer	fiscalização	e	de	acompanhar	o	trabalho	do	Estado,</p><p>como	é	perfeitamente	normal	quando	da	ocorrência	de	um	processo	em	Juízo.</p><p>Inúmeras	diligências	policiais	necessitam	transcorrer	às	“escuras”	para	que</p><p>possam	atingir	seus	objetivos,	visando	sempre	à	supremacia	do	interesse	público.</p><p>Entretanto,	o	art.	16	do	CPPM	necessita	de	atualização,	pois	aos	advogados	é</p><p>garantido	o	acesso	aos	autos	do	IPM	em	conformidade	com	a	Súmula	Vinculante</p><p>nº	14	e	o	Estatuto	da	Ordem	dos	Advogados	do	Brasil	(OAB).</p><p>O	caráter	sigiloso	do	IPM	não	impede	que	o	advogado	acesse	os	elementos</p><p>informativos	já	documentados	no	caderno	inquisitorial	(grifo	nosso)	(SANTOS,</p><p>2018).	Isso	significa	dizer	que	o	advogado	terá	direito	à	vista	de	todos	os</p><p>elementos	informativos	dos	autos	já	documentados.	No	entanto,	eventuais</p><p>diligências	futuras	não	estão	abrangidas,	nem	atos	que,	para	lograrem	êxito,</p><p>necessitam	de	sigilo	imprescindível,	como	é	o	caso	da	interceptação	telefônica	e</p><p>do	mandado	de	busca	e	apreensão.</p><p>Há	provas	(ou	meio	de	provas)	que,	por	óbvias	razões,	não	devem	ser</p><p>conhecidas	pelo	investigado	e	por	sua	defesa	antes	(mandado	de	busca)	ou</p><p>durante	(interceptação	telefônica)	sua	produção.	Trata-se	daquelas	em	que	a</p><p>ingerência	da	defesa	tornaria	o	resultado	inócuo,	infértil,	para	a	descoberta	da</p><p>verdade	real.</p><p>Em	verdade,	somente	se	defende	o	sigilo	quando	este	for	importante	para	o</p><p>desenrolar	das	investigações,	sendo	que	qualquer	restrição,	como	por	exemplo,	o</p><p>fornecimento	incompleto	dos	autos	ao	advogado,	configura	ato	abusivo	passível</p><p>de	correção,	mediante	Mandado	de	Segurança,	por	ferir	direito	líquido	e	certo</p><p>assegurado	pela	CF,	bem	como	responsabilização	criminal	ao	autor	dos	fatos.</p><p>O	art.	32	da	Lei	13.869/19	(Lei	de	Abuso	de	Autoridade)	prevê	detenção	para	a</p><p>autoridade	que	negar	acesso	do	interessado,	seu	defensor	ou	advogado	aos	autos</p><p>de	qualquer	procedimento	de	cunho	investigativo,	seja	penal,	civil	ou</p><p>administrativo,	bem	como	para	aquele	que	não	permitir	a	tiragem	de	cópias,</p><p>salvo	as	peças	concernentes	a	diligências	em	curso	ou	que	revelem	providências</p><p>futuras,	às	quais	o	sigilo	é	indispensável	para	a	eficácia	do	feito	(BRASIL,</p><p>2019a).	Olhemos:</p><p>Art.	32.	Negar	ao	interessado,	seu	defensor	ou	advogado	acesso	aos	autos	de</p><p>investigação	preliminar,	ao	termo	circunstanciado,	ao	inquérito	ou	a	qualquer</p><p>outro	procedimento	investigatório	de	infração	penal,	civil	ou	administrativa,</p><p>assim	como	impedir	a	obtenção	de	cópias,	ressalvado	o	acesso	a	peças	relativas	a</p><p>diligências	em	curso,	ou	que	indiquem	a	realização	de	diligências	futuras,	cujo</p><p>sigilo	seja	imprescindível:</p><p>Pena	-	detenção,	de	6	(seis)	meses	a	2	(dois)	anos,	e	multa.	(BRASIL,	art.	32,</p><p>2019a).</p><p>Alferes	(2013)	entende	que	o	sigilo	do	IPM	não	se	estende	ao	representante	do</p><p>MP,	à	autoridade	judiciária	nem	ao	advogado,	podendo	qualquer	um	desses	o</p><p>consultar.</p><p>Segundo	Neves	(2018),	o	indiciado,	o	advogado,	a	APJM	(delegante),	a</p><p>autoridade	judiciária	e	o	membro	do	MP	têm	acesso	aos	autos	do	IPM.</p><p>Contudo,	Nucci	(2019a)	descreve	que	o	indiciado	não	tem	acesso	direto	aos</p><p>autos,	sendo	mero	objeto	de	investigação.	Além	disso,	caso	o	Juiz	tenha</p><p>decretado	sigilo,	o	advogado	carece	de	procuração	para	consultá-los.</p><p>Portanto,	pela	exploração	do	tema,	entendemos,	data	venia,	que,	em	regra,	o</p><p>sigilo	do	IPM	não	atinge	o	MP,	o	Juiz,	o	investigado,	o	indiciado,	o	advogado	do</p><p>investigado	ou	indiciado,	o	escrivão	e	a	APJM	originária	e	delegada.</p><p>3.2.6	Procedimento	oficial</p><p>O	IPM	é	conduzido	por	uma	autoridade	pública,	integrantes	das	FFAA	ou	das</p><p>instituições	militares	estaduais,	tendo	como	encarregado	um	oficial	da	ativa,	não</p><p>podendo	ser	delegado	a	particulares.</p><p>3.2.7	Procedimento	oficioso</p><p>A	atuação	da	PJM	independe	de	provocação,	devendo	o	procedimento	ser</p><p>instaurado	diante	da	notícia	de	prática	de	crime	militar,	visto	que	sua	execução</p><p>imprescindível	decorre	do	princípio	da	legalidade	e	da	obrigatoriedade,</p><p>obviamente,	concatenado	com	os	standards	probatórios,	os	quais	são	definidos</p><p>como	requisitos	mínimos	exigidos	pelo	direito	para	que	uma	hipótese	fática	seja</p><p>levada	em	consideração,	justificando	a	decisão	da	autoridade	competente,	que	no</p><p>caso	em	tela	é	a	inauguração	do	IPM	pela	APJM	originária.</p><p>Além	de	que,	os	crimes	militares	são,	em	regra,	de	ação	penal	pública</p><p>incondicionada.</p><p>3.2.8	Procedimento	discricionário</p><p>O	encarregado	do	IPM	possui	discricionariedade	acerca	de	quando	e	como</p><p>executar	certas</p><p>diligências,	conforme	as	necessidades	da	investigação.	O	IPM</p><p>não	se	encontra	vinculado	a	um	padrão	ritual	rigoroso	para	sua	elaboração.</p><p>Entretanto,	essa	liberdade	de	conduzir	os	trabalhos	está	fixada	dentro	dos	limites</p><p>legislativos.</p><p>Faz-se	necessário	diferenciar	discricionariedade	de	arbitrariedade:	aquela	é</p><p>liberdade	administrativa	regulada	por	lei,	enquanto	esta	é	ilegal,	pois	fere	a	lei,</p><p>ultrapassando	seus	limites.</p><p>3.2.9	Procedimento	indispensável</p><p>Malgrado	a	jurisprudência	e	a	doutrina	majoritária	entenderem	que	o	IPM	é	um</p><p>procedimento	dispensável,	compreendemos	que	a	leitura	do	art.	28	do	CPPM</p><p>afirma	que	pode	haver	sua	dispensabilidade,	portanto,	o	padrão,	é	que	seja</p><p>indispensável.	Além	do	que,	são	raríssimas	as	ações	penais	militares	decorrentes</p><p>de	elementos	informativos	consubstanciados	em	fonte	diversa	do	IPM,	até</p><p>mesmo	nos	casos	em	que	o	Parquet	já	detinha	standards	probatórios	suficientes</p><p>para	ofertar	ou	não	a	denúncia.</p><p>Logo,	não	é	sapiente	determinar	uma	característica	de	qualquer	instituto	pela	sua</p><p>exceção.</p><p>Sem	embargo,	é	oportuno	explanar	que	caso	o	MP	disponha	de	elementos</p><p>suficientes	de	autoria	e	materialidade	do	ilícito	penal	militar,	a	confecção	do</p><p>IPM	poderá	ser	descabida.</p><p>Neves	(2018)	acrescenta:</p><p>O	IPM,	nos	termos	do	mesmo	art.	28,	também	será	desnecessário	nos	crimes</p><p>contra	a	honra,	quando	decorrerem	de	escrito	ou	publicação,	cujo	autor	esteja</p><p>identificado,	e	nos	crimes	previstos	nos	arts.	341	(desacato	a	autoridade</p><p>judiciária)	e	349	(desobediência	a	decisão	judicial)	do	CPM.	(NEVES,	2018,</p><p>p.	320).</p><p>3.2.10	Procedimento	indisponível</p><p>O	IPM	não	pode	ser	arquivado	pelo	encarregado	ou	pela	APJM	originária,</p><p>mesmo	diante	de	inexistência	de	crime	e	inimputabilidade	do	investigado</p><p>(BRASIL,	1969).</p><p>O	pedido	de	arquivamento	de	IPM	é	de	competência	exclusiva	do	dono	da	ação</p><p>penal	(MP)	e	deve	ser	encaminhado	ao	Juiz.</p><p>Urge	informar	que	o	art.	28	do	Código	de	Processo	Penal	(CPP),	incluído	pela</p><p>Lei	13.964/2019	e	que	atribuiu	a	competência	para	arquivar	o	Inquérito	Policial</p><p>(IP)	ao	MP,	encontra-se	com	sua	aplicabilidade	suspensa	em	virtude	de	ADI</p><p>perpetrada	perante	o	STF,	logo,	é	imaturo	emitir	parecer	se	tal	instituto	será	ou</p><p>não	empregado	na	seara	do	CPPM.	Todavia,	acreditamos	que,	caso	o	art.	28	do</p><p>CPP	vigore,	será	utilizado	na	JME.</p><p>3.2.11	Procedimento	informativo	probatório</p><p>Trata-se	de	um	de	seus	objetivos,	o	IPM	deve	oferecer	um	suporte	probatório</p><p>mínimo	para	a	formalização	da	opinio	delicti	do	MP	(destinatário	imediato)	e	da</p><p>decisão,	ainda	que	seja	interlocutória,	do	magistrado	(destinatário	mediato).	Para</p><p>tanto,	a	PJM	estadual	deve	exercer	sua	atividade	de	forma	laboriosa,	haja	vista</p><p>que,	para	a	propositura	da	ação	penal	ou	para	o	requerimento	de	arquivamento,	o</p><p>Promotor	de	Justiça	se	vale	das	informações	colhidas	durante	as	investigações.</p><p>Não	é	raro	notar	nas	doutrinas	e	jurisprudências	a	característica	de	“mero</p><p>procedimento	informativo”,	do	qual	veementemente	divergimos,	pois	a	palavra</p><p>“mero”,	termo	pejorativo,	desqualifica	e	menospreza	seu	valor	e	sua	importância</p><p>para	a	aplicação	de	lei	penal	militar,	uma	vez	que,	repita-se,	a	maior	parte	das</p><p>decisões	judiciais	são	alicerçadas	em	elementos	colhidos	durante	a	fase	pré-</p><p>processual,	bem	como	dificilmente	o	MP	se	ancora	em	outro	procedimento	para</p><p>o	oferecimento	de	denúncia.</p><p>Somado	a	isso,	há	situações	em	que	o	IPM	não	é	somente	informativo,	mas</p><p>também	probatório,	uma	vez	que	as	provas	cautelares,	não	repetíveis	e</p><p>antecipadas	podem	ser	produzidas	durante	o	curso	do	inquérito.</p><p>3.2.12	Procedimento	passível	de	delegação</p><p>Essa	característica,	pouco	mencionada	pelos	estudiosos,	refere-se	ao	fato	de	que</p><p>a	APJM	originária	poderá	delegar	a	instrução	do	IPM	ao	oficial	que	esteja	sob</p><p>seu	comando.	Portanto,	o	IPM	poderá	ser	conduzido	pela	APJM	originária	ou</p><p>delegada.</p><p>3.3	Instauração	do	inquérito	policial	militar</p><p>O	IPM	sempre	será	iniciado	mediante	portaria,	peça	administrativa,	formal	e</p><p>inaugural,	instaurada	por	uma	das	APJM	originárias,	devendo	conter</p><p>informações	que	subsidiarão,	inicialmente,	a	tomada	de	decisões	do	encarregado.</p><p>É	de	suma	relevância	informar	que,	para	cada	crime	militar	cometido,	exceto	nos</p><p>casos	de	conexão	e	continência,	um	IPM	deve	ser	instaurado.	Igualmente,	não	é</p><p>possível	iniciar	um	IPM	através	de	despacho,	sendo	necessária	a	confecção	da</p><p>portaria.</p><p>O	art.	10	do	CPPM	dispõe:</p><p>O	inquérito	é	iniciado	mediante	portaria:</p><p>a)	de	ofício,	pela	autoridade	militar	em	cujo	âmbito	de	jurisdição	ou	comando</p><p>haja	ocorrido	a	infração	penal,	atendida	a	hierarquia	do	infrator;</p><p>b)	por	determinação	ou	delegação	da	autoridade	militar	superior,	que,	em	caso	de</p><p>urgência,	poderá	ser	feita	por	via	telegráfica	ou	radiotelefônica	e	confirmada,</p><p>posteriormente,	por	ofício;</p><p>c)	em	virtude	de	requisição	do	Ministério	Público;</p><p>d)	por	decisão	do	Superior	Tribunal	Militar,	nos	têrmos	do	art.	25;</p><p>e)	a	requerimento	da	parte	ofendida	ou	de	quem	legalmente	a	represente,	ou	em</p><p>virtude	de	representação	devidamente	autorizada	de	quem	tenha	conhecimento</p><p>de	infração	penal,	cuja	repressão	caiba	à	Justiça	Militar;</p><p>f)	quando,	de	sindicância	feita	em	âmbito	de	jurisdição	militar,	resulte	indício	da</p><p>existência	de	infração	penal	militar.	(BRASIL,	1969,	art.	10).</p><p>O	art.	27	do	CPPM	estabelece,	também,	que	a	prisão	em	flagrante	delito	pode</p><p>deflagrar	a	abertura	de	IPM	(BRASIL,	1969).</p><p>Para	que	haja	instauração	de	IPM,	é	imprescindível	que	a	APJM	originária	tome</p><p>conhecimento	de	indícios	de	prática	de	crime	militar.	A	informação	pode	ser	de</p><p>cognição	direta	(imediata),	cognição	indireta	(mediata)	e	cognição	coercitiva.</p><p>Diz	ser	de	cognição	direta	quando	a	APJM	toma	conhecimento	por	meio	de	suas</p><p>atividades	corriqueiras	e	habituais.	De	cognição	indireta,	quando	tem	ciência</p><p>através	da	vítima	ou	de	terceiros;	e	de	cognição	coercitiva,	quando	resultante	de</p><p>uma	prisão	em	flagrante.</p><p>Porém,	Nucci	(2019a)	declara	que	a	notitia	criminis	advinda	de	uma	prisão	em</p><p>flagrante	se	refere	à	cognição	indireta	(mediata),	tendo	em	vista	que	ela	não</p><p>deixa	de	ser	uma	maneira	indireta	de	a	APJM	ter	percepção	da	ocorrência	de	um</p><p>ilícito.</p><p>Em	regra,	a	competência	para	a	inauguração	de	IPM	é	definida	através	do</p><p>critério	territorial	(aderência	territorial).</p><p>Para	fundamentar	a	deflagração	do	IPM	deve	haver	um	mínimo	de	conjunto</p><p>probatório	necessário,	exigido	pelo	ordenamento	jurídico,	intitulado	de	justa</p><p>causa	ou	de	standard	probatório,	que	em	muitas	ocasiões	é	suficiente	a</p><p>materialidade	do	crime	e	indícios	de	autoria.	Vejamos	os	julgados:</p><p>HABEAS	CORPUS.	TRANCAMENTO	DE	PROCEDIMENTO</p><p>INVESTIGATÓRIO	INSTAURADO	PELO	MINISTÉRIO	PÚBLICO</p><p>MILITAR.	PACIENTE	MILITAR	DA	ATIVA.	COMPETÊNCIA	DA	JMU.</p><p>MEDIDA	EXCEPCIONAL.	MANIFESTA	AUSÊNCIA	DE	SUPORTE</p><p>PROBATÓRIO	MÍNIMO	DE	MATERIALIDADE	DELITIVA.	AUSÊNCIA	DE</p><p>JUSTA	CAUSA.	1.	Em	observância	estrita	ao	que	contempla	a	Constituição</p><p>Federal,	é	competente	a	Justiça	Militar	da	União	para	o	processamento	e</p><p>julgamento	de	habeas	corpus	que	tem	como	paciente	militar	da	ativa,	por</p><p>suposto	cometimento	de	delitos	militares,	ainda	que	em	procedimento</p><p>investigatório.	2.	Ausentes	os	elementos	indiciários	mínimos,	demonstrativos	de</p><p>materialidade,	tem-se	a	configuração	da	excepcionalidade	necessária	ao</p><p>trancamento	de	procedimento	investigatório,	em	especial	quando	este	se</p><p>evidencia	em	forma	de	intimidação	e	punição.	Ordem	conhecida	e	concedida.</p><p>Decisão	unânime.	(STM	-	HC:	39-14.2017.7.00.0000/RJ,	Relator:	Ministro</p><p>Artur	Vidigal	de	Oliveira,	data	de	julgamento:	09/05/2017,	data	de	publicação:</p><p>18/08/2017).</p><p>HABEAS	CORPUS	(HC).	INQUÉRITO	POLICIAL	MILITAR	(IPM).</p><p>INVESTIGADO.	DIREITO	A	NÃO	SE	AUTOINCRIMINAR.</p><p>TRANCAMENTO	DA	INQUISA.	MEDIDA	EXCEPCIONALÍSSIMA.</p><p>ARQUIVAMENTO	DE	PROCEDIMENTO	ANTERIOR	QUE	APUROU	OS</p><p>MESMOS	FATOS.	EXTINÇÃO	DA	PUNIBILIDADE	PELA	PRESCRIÇÃO</p><p>DA	PRETENSÃO	PUNITIVA.	ORDEM	CONCEDIDA.	UNANIMIDADE.	I	-</p><p>Aquele,	cuja	conduta	é	investigada	pela	autoridade	de	polícia	judiciária,	torna-se</p><p>materialmente	indiciado,	embora	não	ostente,	formalmente,	tal	condição.	II	-</p><p>Assim	sendo,	o	investigado	em	IPM	não	pode	ser	obrigado	a	produzir	provas</p><p>contra	si;	tem</p><p>o	direito	permanecer	calado	em	todos	os	procedimentos	a	serem</p><p>realizados,	tais	como	oitivas,	acareações	e	reprodução	simulada	de	fatos.</p><p>Ademais,	caso	constitua	advogado,	a	este	assiste	o	direito	ao	acesso	às</p><p>diligências	concretizadas	e	materializadas	nos	autos.	Tais	garantias	não	o</p><p>descuram	de	suas	características	de	procedimento	de	natureza	inquisitiva	e</p><p>sigilosa.	III	-	O	trancamento	de	IPM,	por	intermédio	de	HC,	mais	ainda	do	que</p><p>da	própria	Ação	Penal	Militar,	compreende	situações	excepcionalíssimas,	nas</p><p>quais	se	constate,	de	plano,	falta	de	justa	causa	para	seu	prosseguimento.	IV	-</p><p>Não	se	verifica	a	ocorrência	de	justa	causa	da	investigação	criminal	quando,	sem</p><p>novas	provas,	é	instaurado	IPM	para	apuração	de	fatos	que	foram	objeto	de</p><p>Inquisa	anterior	e,	à	época,	considerados	prescritos	pelo	dominus	litis,	com	o</p><p>consequente	arquivamento	por	decisão	do	Juízo	competente.	Tampouco,	subsiste</p><p>para	instaurar	IPM	destinado	a	apurar	fatos	alcançados	pela	prescrição.</p><p>Situações	verificadas	no	caso	concreto.	V	-	Ordem	concedida.	Decisão	unânime.</p><p>(STM	-	HC:	192-18.2015.7.00.0000/RJ,	Relator:	Ministro	Fernando	Sérgio</p><p>Galvão,	data	de	julgamento:	27/10/2015,	data	de	publicação:	05/11/2015).</p><p>3.3.1	Instauração	de	ofício</p><p>Ocorre	quando	a	APJM	originária,	no	exercício	de	suas	funções	rotineiras,</p><p>diante	da	notitia	criminis	direta,	toma	conhecimento	de	indícios	de	crime	militar</p><p>(BARBOSA,	2007).</p><p>Nos	casos	em	que	a	ação	penal	é	pública	condicionada	à	representação,	o	IPM</p><p>não	poderá	sem	ela	ser	iniciado.</p><p>3.3.2	Instauração	por	determinação	ou	delegação</p><p>A	APJM	determina	ou	delega	a	abertura	do	IPM	a	outra	autoridade	inferior</p><p>hierarquicamente,	trata-se	de	notitia	criminis	indireta.	Em	casos	que	demandam</p><p>urgência,	tal	ato	poderá	ser	realizado	pelos	meios	disponíveis	(telefone,	e-mail,</p><p>aplicativos	de	comunicação,	etc.),	devendo	ser	formalizado	por	escrito</p><p>posteriormente.</p><p>Nos	casos	de	determinação,	a	APJM	originária	emite	ordem	para	outra	APJM</p><p>originária	com	o	objetivo	de	apurar	os	fatos	em	sua	circunscrição.	Exemplo:	o</p><p>Subcomandante	da	PM	determina	ao	Comandante	do	Batalhão	que	instaure	IPM.</p><p>A	autoridade	que	recebeu	a	ordem	pode,	com	fundamentos	ajustados,	solicitar	à</p><p>autoridade	que	emitiu	a	determinação	que	a	reveja,	com	o	intuito	de	não</p><p>instaurar	o	IPM.	No	entanto,	se	a	autoridade	persistir	na	ordenação,	o	inquérito</p><p>deve	ser	instaurado,	sob	pena,	em	tese,	de	responsabilização	(NEVES,	2018).</p><p>A	autoridade	militar	determinada	não	pode	abster-se	da	ordem,	transformando-se</p><p>em	verdadeiro	longa	manus.</p><p>No	que	se	refere	à	delegação,	a	autoridade	delegada	assume	as	obrigações	da</p><p>APJM	originária,	o	que	é	imprescindível,	posteriormente,	à	sua	homologação.</p><p>3.3.3	Instauração	por	requisição	do	Ministério	Público</p><p>A	Lei	Complementar	nº	75,	de	20	de	maio	de	1993,	assevera,	no	inciso	I	do</p><p>art.	117,	que	o	Ministério	Público	Militar	(MPM)	tem	a	função	de	requisitar</p><p>diligências	investigatórias	e	a	instauração	de	IPM,	podendo	acompanhar	e</p><p>apresentar	provas	(BRASIL,	1993).</p><p>O	inciso	VIII	do	art.	129	da	CF	relata	que	é	função	do	MP	requisitar	diligências</p><p>investigatórias	e	a	instauração	de	IP,	fundamentando	juridicamente	suas</p><p>manifestações	processuais	(BRASIL,	1988).</p><p>Para	que	não	restem	dúvidas,	na	JMU	atua	o	MPM,	já	na	JME	opera	o	MP</p><p>estadual.	Interessante	que	o	Ministério	Público	da	União	(MPU)	compreende:	o</p><p>Ministério	Público	Federal	(MPF),	o	Ministério	Público	do	Trabalho	(MPT),	o</p><p>Ministério	Público	do	Distrito	Federal	e	Territórios	(MPDFT)	e	o	Ministério</p><p>Público	Militar	(MPM)	(BRASIL	1993).</p><p>Trata-se,	também,	de	notitia	criminis	indireta,	sendo	que	a	APJM	não	deve	se</p><p>opor	a	requisição	do	MP	–	embora	não	esteja	subordinada	ao	Promotor	de</p><p>Justiça,	sua	recusa	pode	restar	responsabilização	criminal	e	administrativa.</p><p>Entretanto,	se	a	requisição	for	manifestamente	ilegal,	esta	não	deve	ser	atendida.</p><p>Relevante	é	o	debate	acerca	da	possibilidade	de	o	Juiz	requisitar	a	instauração	de</p><p>IPM,	haja	vista	que	o	CPPM	só	menciona	a	figura	do	MP.</p><p>Conforme	Botelho	(2006),	o	art.	10	do	CPPM	é	meramente	exemplificativo,</p><p>podendo	o	Juiz	requisitar	a	instauração	do	IPM,	consoante	o	art.	3º	do	CPPM,</p><p>tendo	em	vista	os	arts.	5º	e	40	do	CPP.</p><p>Nesse	diapasão,	Nucci	(2019a)	anuncia	que	o	Juiz	e	o	Tribunal	também	podem</p><p>requisitar	instauração	de	IPM.	Afinal	de	contas,	quem	pode	o	mais	(decretar	a</p><p>prisão)	pode	o	menos.	Entretanto,	a	APJM	pode	deixar	de	cumprir	tal	requisição</p><p>quando	se	tratar	de	imposição	manifestamente	ilegal.</p><p>Já	Neves	(2018)	relata	que	não	há	previsão	legal	para	que	o	Juiz	requisite	a</p><p>instauração	do	IPM	e	que	o	sistema	é,	em	regra,	acusatório,	não	se	podendo</p><p>inovar	no	sentido	inquisitivo;	portanto,	contribui	para	a	imparcialidade	do	órgão</p><p>julgador.	Somado	a	isso,	o	doutrinador	ainda	cita	o	§	1º	do	art.	25	e	o	art.	442,</p><p>ambos	do	CPPM,	explanando	que	os	autos	devem	ser	remetidos	ao	MP.</p><p>Julgados	relevantes	sobre	o	tema:</p><p>HABEAS	CORPUS	-	REQUERIMENTO	DO	MINISTÉRIO	PÚBLICO</p><p>DIRIGIDO	AO	JUIZ,	PARA	INSTAURAÇÃO	DE	INQUÉRITO	POLICIAL</p><p>MILITAR	VISANDO	A	APURAR	PRÁTICA	DO	CRIME	DE</p><p>PREVARICAÇÃO	-	ALEGAÇÃO	DE	PRÁTICA	DE	ATO	PRIVATIVO	DE</p><p>JUIZ,	AO	DEIXAR	DE	RATIFICAR	A	PRISÃO	EM	FLAGRANTE	DE</p><p>MILITAR	QUE,	A	PRIORI,	AGIU	EM	LEGÍTIMA	DEFESA	-</p><p>DETERMINAÇÃO	JUDICIAL	DE	INSTAURAÇÃO	DE	INQUÉRITO</p><p>POLICIAL	MILITAR	-	A	conduta	do	paciente	não	se	afastou	da	legalidade,</p><p>constituindo	verdadeira	obrigação	da	autoridade	militar	-	§	2º	do	art.	247	do</p><p>CPPM	-	ausência	de	fatos	que,	ao	menos	em	tese,	possam	ser	considerados	como</p><p>crime	militar	-	ausência	de	justificativa	para	a	instauração	de	inquérito	policial</p><p>militar	(ipm)	contra	o	paciente	-	A	instauração	de	um	ipm	somente	é	aceitável	na</p><p>hipótese	de	necessidade	de	apuração	sumária	de	fato	que	configure	crime	militar</p><p>-	A	determinação	judicial	da	instauração	de	inquérito	policial	é	medida</p><p>incompatível	com	a	imparcialidade	do	julgador,	que	caracteriza	o	sistema</p><p>acusatório	-	Ordem	concedida	para	trancamento	do	ipm	instaurado	por</p><p>determinação	do	ofício	judicial.	(grifo	nosso).	(TJMMG	–	HC:	0001183-</p><p>97.2014.9.13.000,	Data	de	Julgamento:	03/06/2015,	Data	de	Publicação:</p><p>11/06/2014).</p><p>IPM.	INSTAURAÇÃO.	REQUISIÇÃO.	JUIZ-AUDITOR.	ILEGALIDADE	DO</p><p>ATO.	ATIVIDADE	PRIVATIVA	DO	MINISTÉRIO	PÚBLICO	MILITAR.	1.</p><p>Não	é	atribuição	de	juiz-auditor	requisitar	a	instauração	de	Inquérito	Policial</p><p>Militar,	uma	vez	que	esta	não	é	uma	atividade	jurisdicional	e,	sim,	investigatória,</p><p>afeta	ao	Ministério	Público	e	às	autoridades	administrativas	com	poder	de</p><p>polícia	judiciária.	2.	A	investigação	levada	a	efeito	no	inquérito	tem	por</p><p>finalidade	desencadear	a	inquisa,	cabendo	ressaltar	o	significado	desta	como</p><p>sendo	instrução	provisória	para	a	propositura	da	ação	penal.	3.	A	competência	do</p><p>juiz-auditor	limita-se	às	hipóteses	elencadas,	exaustivamente,	no	artigo	30	da	Lei</p><p>nº	8.457/92	(LOJM)	dentre	as	quais,	por	óbvio,	não	se	encontra	a	possibilidade</p><p>de	requisição	de	instauração	de	IPM,	por	não	fazer	parte	da	atividade	judicante</p><p>e,	sim,	investigatória,	cuja	titularidade	desta	é	do	Ministério	Público,	ex	vi	do</p><p>art.	129,	VIII,	da	Constituição	Federal.	Concedida	a	segurança,	declarando	nulo,</p><p>por	ilegal,	o	ato	do	juiz-auditor	que	requisitou	instauração	de	IPM.	Decisão</p><p>unânime.	(grifos	meus).</p><p>(STM	-	MS:	595	AM	2002.01.000595-1,	Relator:	Sergio	Xavier	Ferolla,	Data	de</p><p>Julgamento:	12/09/2002,	Data	da	Publicação:	15/10/2002	Vol:	Veículo:	DJ).</p><p>Defendemos	a	tese	que	o	Magistrado	não	pode	requisitar	a	instauração	de	IPM.</p><p>A	uma,	pelo	motivo	de	inexistir	previsão	legal.	A	duas,	que	prevalece	em	nosso</p><p>ordenamento	jurídico	o	sistema	acusatório.	A	três,	que	a	determinação	de</p><p>instauração	pelo	Juiz	pode	ferir	sobremaneira	sua	imparcialidade.	A	quatro,	nota-</p><p>se	que	inovações	legislativas	caminham	nesse	sentido,	a	exemplo	do	Juiz	das</p><p>Garantias	e	da	vedação	da	decretação	de	prisão	preventiva	de	ofício	pelo	órgão</p><p>julgador.	E,	por	último,	deve-se	buscar	um	CPPM	constitucional,	de	acordo	com</p><p>o	fenômeno	do	constitucionalismo	do	direito.</p><p>3.3.4	Instauração	por	decisão	do	Superior	Tribunal</p><p>Militar</p><p>Novamente,	estamos	diante	de	notitia	criminis	indireta.	No	caso	das	Unidades</p><p>Federativas	(UF),	tal	decisão	deverá	ser	proveniente	do	Tribunal	de	Justiça</p><p>Militar	(TJM)	ou,	na	ausência	deste,	do	Tribunal	de	Justiça	(TJ).	(NEVES,</p><p>2018).</p><p>Ainda	de	acordo	com	Neves	(2018),	o	Superior	Tribunal	Militar	(STM),	o	TJM	e</p><p>o	TJ	correspondente	não	podem	requisitar	a	inauguração	de	IPM,	pois	a</p><p>legislação	fala	em	“decisão”,	e	não	em	“requisição”.	Os	autos	deverão	ser</p><p>encaminhados	ao	MP	para	que	este	requisite	ou	não	a	instauração,	conforme	seu</p><p>entendimento.</p><p>Repita-se,	em	âmbito	estadual,	não	existe	MPM,	esse	órgão	especializado	é</p><p>integrado	apenas	na	JMU.</p><p>Em	suma,	quem	irá	decidir,	de	fato,	sobre	a	abertura	ou	não	do	IPM	é	o	MP,	e</p><p>não	os	magistrados,	mesmo	que	se	encontrem	ocupando	cargos	de	Ministros	ou</p><p>Desembargadores.</p><p>Todavia,	Nucci	(2019a)	entende	que	o	STM,	havendo	fundamentação,	pode</p><p>requisitar	a	instauração	de	IPM.</p><p>3.3.5	Instauração	por	requerimento	do	ofendido,	de</p><p>seu	representante	legal	ou	por	representação</p><p>Igualmente,	trata-se	de	situação	de	notitia	criminis	indireta.	Requerimento	é	uma</p><p>parte	solicitando	a	instauração	do	IPM.	Já	representação	diz	respeito	a	informes,</p><p>que	supostamente	consistem	em	crime	militar	e	são	conduzidos	até	a	APJM	por</p><p>qualquer	do	povo	que	não	tenha	interesse	direto	no	caso.</p><p>A	APJM	pode	não	atender	à	solicitação,	e	o	CPPM	não	descreve	recursos	para	o</p><p>indeferimento	do	requerimento.	No	entanto,	o	interessado	poderá	solicitar	à</p><p>autoridade	superior	hierarquicamente	ou	ao	MP,	o	que,	na	prática,	não	deixa	de</p><p>ser	um	recurso.</p><p>3.3.6	Instauração	resultante	de	sindicância</p><p>Podemos	estar	perante	uma	notitia	criminis	indireta	ou	direta,	conforme	a</p><p>autoridade	que	instaurou	a	sindicância.</p><p>Sindicância	é	um	procedimento	administrativo	que	observa	a	ampla	defesa	e	o</p><p>contraditório,	sendo	utilizada	para	apurar	transgressões	disciplinares	e	aplicar	a</p><p>respectiva	reprimenda.</p><p>Não	só	a	sindicância	pode	gerar	um	IPM,	mas	qualquer	outro	procedimento,</p><p>como	investigação	preliminar	e	outros	processos	administrativos.</p><p>No	entanto,	se	a	sindicância	dispuser	de	elementos	suficientes	para	a	formação</p><p>da	opinião	do	MP,	a	instauração	do	IPM	será	desnecessária,	conforme	a	alínea	a</p><p>do	art.	28	do	CPPM.</p><p>Para	concluir,	a	sindicância	não	pode	investigar	infração	penal	militar,	porém,	se</p><p>no	decorrer	da	apuração	administrativa	emergirem	indícios	de	prática	de	crime</p><p>militar,	uma	cópia	do	bojo	deve	ser	remetida	para	a	APJM	originária.</p><p>3.3.7	Instauração	resultante	de	prisão	em	flagrante</p><p>delito</p><p>Se	o	APFDM	reunir	elementos	suficientes	para	elucidar	o	crime	e	sua	respectiva</p><p>autoria,	o	próprio	auto	constituirá	o	inquérito	(BRASIL,	1969).</p><p>Após	a	prisão	em	flagrante,	os	autos	se	materializam	em	IPM	caso	não</p><p>necessitem	de	mais	diligências.	Na	hipótese	de	pendência	de	diligência,	os	autos</p><p>originais	poderão	ser	mantidos	com	a	PJM	por	até	5	(cinco)	dias,	remetendo-se</p><p>apenas	a	sua	cópia	para	as	autoridades	competentes	(NEVES,	2018).</p><p>Na	realidade,	dificilmente	o	APFDM	carece	de	outras	diligências	para	a</p><p>propositura	da	ação	penal	militar,	uma	vez	que	já	apresenta	elementos	suficientes</p><p>de	materialidade	e	autoria	delitiva	para	restringir	a	liberdade	do	miliciano.</p><p>3.3.8	Instauração	proveniente	de	denúncia	apócrifa</p><p>A	denúncia	anônima,	por	si	só,	não	é	suficiente	para	justificar	a</p><p>instauração	de	IPM,	no	entanto,	deve	a	APJM	averiguar	o</p><p>conteúdo	da	denúncia.</p><p>Somente	deve	ser	instaurado	o	IPM	após	apurada	a	credibilidade</p><p>do	conteúdo	da	delação	anônima	por	meio	de	uma	investigação</p><p>preliminar.</p><p>Esse	também	é	o	entendimento	jurisprudencial:</p><p>HABEAS	CORPUS.	CORRUPÇÃO	ATIVA.	CORRUPÇÃO	PASSIVA.</p><p>ORGANIZAÇÃO	CRIMINOSA.	DENÚNCIA	ANÔNIMA.	NÃO</p><p>OCORRÊNCIA.	DILIGÊNCIAS	PRELIMINARES.	INTERCEPTAÇÃO</p><p>TELEFÔNICA.	FUNDAMENTAÇÃO	CONCRETA	DA	MEDIDA.	ORDEM</p><p>DENEGADA.	1.	Consoante	entendimento	deste	Superior	Tribunal	e	do	Supremo</p><p>Tribunal	Federal,	a	denúncia	anônima	pode	ser	usada	para	dar	início	a</p><p>diligências	com	o	intuito	de	averiguar	os	fatos	nela	noticiados	para,</p><p>posteriormente,	dar	lastro	à	persecução	penal.	Vale	dizer,	a	autoridade	policial,</p><p>ao	receber	uma	denúncia	anônima,	deve	antes	realizar	diligências	preliminares</p><p>para	averiguar	se	os	fatos	narrados	nessa	denúncia	são	materialmente</p><p>verdadeiros,	para,	só	então,	iniciar	as	investigações,	conforme	ocorreu	no	caso.</p><p>2.	A	decisão	que	decretou	a	quebra	do	sigilo	telefônico	dos	pacientes	descreveu,</p><p>com	clareza,	a	situação	objeto	da	investigação,	havendo	sido	efetivamente</p><p>demonstrado	que	a	interceptação	telefônica	seria	uma	medida	adequada	e</p><p>necessária	para	a	apuração	da	infração	penal	noticiada	e	para	o	prosseguimento</p><p>das	investigações,	de	maneira	que	está	preservada,	integralmente,	a	validade	das</p><p>provas	colhidas.	3.	Habeas	corpus	denegado.</p><p>(STJ	-	HC:	341752	PR	2015/0295742-2,	Relator:	Ministro	Rogério	Schietti</p><p>Cruz,	Data	de	Julgamento:	23/08/2018,	T6	-	Sexta	Turma,	Data	de	Publicação:</p><p>DJe	26/09/2018).</p><p>HABEAS	CORPUS.	INQUÉRITO	POLICIAL	MILITAR.	INSTAURAÇÃO</p><p>COM	BASE	EM	DENÚNCIA	ANÔNIMA.	EXCEPCIONAL</p><p>POSSIBILIDADE.	PRESENÇA	DE	JUSTA	CAUSA.	AUSÊNCIA	DE</p><p>CONSTRANGIMENTO	ILEGAL.	Não	é	cabível,	como	regra,	a	instauração	de</p><p>inquérito	com	base	exclusivamente	em	denúncia	anônima.	Nessa	linha	de</p><p>entendimento,	é	necessário,	pois,	que	seja	a	denúncia	anônima	de	um	crime</p><p>submetida,	cautelarmente,	ao	crivo	de	investigações	preliminares	que,	afinal,</p><p>possam	lhe	emprestar	um	mínimo	de	credibilidade.	Trata-se,	à	evidência,	de</p><p>entendimento	que,	embora	não	exima	a	autoridade	pública	do	dever	de	proceder</p><p>ativamente	diante	da	notícia	de	um	crime	que	lhe	chegue	ao	conhecimento,</p><p>impõe-lhe	a	obrigação	de	fazê-lo	com	as	cautelas	devidas,	equilibrando,	destarte,</p><p>o	indeclinável	interesse	público	na	preservação	da	ordem	e	da	paz	social	e	o</p><p>igualmente	inarredável	direito	do	indivíduo	de	não	ser	molestado	na	sua</p><p>privacidade	e	na	sua	própria	liberdade	sem	razões	e	motivações	consistentes	e</p><p>estritamente	legais.	Hipótese	em	que,	todavia,	a	Inquisa	foi	instaurada	para</p><p>apurar	fato	genérico,	ou	seja,	“fatos	afetos	a	denúncias	em	mídias	sociais</p><p>relatando	malversação	do	dinheiro	público,	causando	dano	ao	erário”,	o	que</p><p>equivale	a	dizer	que	não	o	foi	para	apurar	conduta	específica	atribuída	ao</p><p>Paciente,	resultando	daí,	inclusive,	que	o	seu	indiciamento	somente	ocorreu	bem</p><p>mais	tarde	e	após	concluídas	diversas	investigações.	Ausência,	pois,	de	qualquer</p><p>constrangimento	ilegal	a	pairar	sobre	o	Paciente,	por	conta	de,</p><p>excepcionalmente,	não	ter	sido	a	deflagração	da	Inquisa	precedida	de</p><p>investigações	preliminares.	Caso	em	que	já	se	fazem	presentes	na	Inquisa	sérios</p><p>elementos	probatórios	da	materialidade	e	satisfatórios	indícios	de	autoria	quanto</p><p>ao	Paciente,	os	quais	bem	justificam	o	seu	indiciamento;	ausente,	por	outro	lado,</p><p>indicação	de	que	esteja	sendo	alvo	de	qualquer	tipo	de	discriminação	por	parte</p><p>da	autoridade	administrativa	militar.	Denegação	da	Ordem.	Unânime.	(STM	-</p><p>HC:	00001373320167000000	RJ,	Relator:	Luis	Carlos	Gomes	Mattos,	Data	de</p><p>Julgamento:	16/08/2016,	Data	da	Publicação:	25/08/2016	Vol:	Veículo:	DJE).</p><p>3.4	Prazos	para	conclusão	do	inquérito	policial	militar</p><p>O	CPPM	estabelece	o	prazo	de	20	(vinte)	dias	para	conclusão	e	remessa	dos</p><p>autos	do	IPM,	no	caso	de	indiciado	preso,	e	40	(quarenta)	dias	para	investigado</p><p>solto.	Sendo	que,	nesse	último	caso,	o	prazo	poderá	ser	prorrogado	por	mais	20</p><p>(vinte)	dias.</p><p>O	posicionamento	ímpar	de	Rossetto	(2021)	merece	ser	destacado,	pois	descreve</p><p>que	o	disposto	no	art.	20,	§	1º,	CPPM,	o	qual	possibilita	a	prorrogação	de	prazo</p><p>para	conclusão	do	IPM	pela	autoridade	delegante,	não	foi	recepcionado	pela	CF,</p><p>tendo	em	vista	que	o	MP	é	o	destinatário	de	todas	as	investigações,	bem	como	é</p><p>o	titular	da	ação	penal	pública.	Entretanto,	tal	prorrogação	ainda	é	uma	prática</p><p>corriqueira.</p><p>O	IPM	deve	ser	concluído	em	20	(vinte)	dias,	a	contar	da	data	em	que	se</p><p>executou	a	ordem	de	prisão	(SARAIVA,	2017).	No	caso	de	indiciado	preso,	o</p><p>prazo	de	20	(vinte)	dias	será	fatal.	Decorrido	o	lapso	temporal,	caso	não	ocorra	o</p><p>devido	encaminhamento	dos	autos	ao	MP,	restará	configurado	o	constrangimento</p><p>ilegal,	cuja	solução	deverá	ser	dada	pelo	nosso	remédio	heroico,	o	habeas	corpus</p><p>(HC).</p><p>Referindo-se	ao	indiciado	preso,	trata-se	de	norma	processual	penal	material,</p><p>devendo	a	contagem	de	tempo	incluir	o	primeiro	dia	e	excluir	o	último.</p><p>Para	que	ocorra	a	prorrogação	pela	APJM	originária,	é	imprescindível	que	haja</p><p>necessidade	de	diligências	indispensáveis	à	elucidação	dos	fatos.</p><p>Anunciam	Martins	e	Capano	(1996	apud	SARAIVA,	2017)	que,	se	durante	o</p><p>IPM	o	investigado	vier	a	ser	preso,	o	Encarregado	terá	20	(vinte)	dias,	a	partir</p><p>desse	feito,	para	concluir	o	procedimento,	desde	que	não	tenham	transcorrido</p><p>mais	de	20	(vinte)	dias	da	data	da	instauração.</p><p>A	título	de	informação,	em	tempo	de	guerra,	o	prazo	para	conclusão	do	IPM	é	de</p><p>5	(cinco)	dias,	prorrogáveis	por	mais	3	(três)	dias	(NEVES,	2018).</p><p>3.5	Encarregado	do	inquérito	policial	militar</p><p>O	art.	15	do	CPPM	dispõe:</p><p>Será	encarregado	do	inquérito,	sempre	que	possível,	oficial	de	pôsto	não	inferior</p><p>ao	de	capitão	ou	capitão-tenente;	e,	em	se	tratando	de	infração	penal	contra	a</p><p>segurança	nacional,	sê-lo-á,	sempre	que	possível,	oficial	superior,	atendida,	em</p><p>cada	caso,	a	sua	hierarquia,	se	oficial	o	indiciado.	(BRASIL,	1969,	art.	15).</p><p>O	encarregado	ou	APJM	delegada	do	IPM	sempre	será	um	oficial	da	ativa</p><p>responsável	pelas	investigações,	sendo	vedada	a	delegação	para	as	praças.</p><p>Tratando-se	de	investigado	oficial,	o	encarregado	será	de	posto	superior	àquele.</p><p>Sendo	isso	impossível,	um	oficial	do	mesmo	posto	poderá	ser	delegado,	desde</p><p>que	seja	mais	antigo.</p><p>Não	é	vedado	que	a	delegação	recaia	sobre	oficiais	subalternos	(1º	Tenente	e	2º</p><p>Tenente),	porém,	aconselha-se	que	seja,	no	mínimo,	uma	autoridade	no	posto	de</p><p>Capitão.	Todavia,	na	práxis,	a	nomeação,	em	regra,	incide	sobre	os	oficiais</p><p>subalternos.</p><p>Se,	durante	o	curso	do	IPM,	o	encarregado	obtiver	indícios	de	cometimento	de</p><p>crime	por	parte	de	oficial	de	posto	superior	ou	mais	antigo	que	o	seu,	os	autos</p><p>deverão	ser	remetidos	à	autoridade	delegante	para	que	se	realize	outra	delegação,</p><p>incidindo	sobre	superior	hierárquico	do	agente.</p><p>Vigora-se,	na	Administração	Pública,	o	princípio	da	hierarquia,	e	com	mais	rigor</p><p>na	área	militar,	não	podendo	um	subordinado	investigar	um	delito	cometido	por</p><p>seu	superior.</p><p>O	art.	142	do	CPPM	afirma	que	não	caberá	suspeição	do	investigado	em	relação</p><p>ao	encarregado	do	IPM,	porém	este	deverá	declarar-se	suspeito	quando	houver</p><p>motivos	legais	(BRASIL,	1969).</p><p>Vejamos	uma	decisão	do	STM:</p><p>EMENTA.	HABEAS	CORPUS.	IPM.	IMPEDIMENTO	DE	POLÍCIA</p><p>JUDICIÁRIA	MILITAR.	DEVIDO	PROCESSO	LEGAL.	Não	há	falar	em</p><p>impedimento	ou	suspeição	da	Autoridade	policial.	Precedentes	do	STF.</p><p>Inconfundíveis	o	processo	administrativo	ou	o	processo	administrativo</p><p>disciplinar	com	o	Inquérito	Policial	Militar.	O	processo	administrativo	é	um</p><p>conjunto	de	atos	coordenados	que	se	destina	à	solução	de	controvérsias	no</p><p>âmbito	administrativo;	e	o	processo	administrativo	disciplinar	é	o	meio	de</p><p>apuração	e	punição	de	faltas	graves	dos	servidores	públicos.	Já	o	Inquérito</p><p>Policial	Militar	é	procedimento	policial	-	instrução	provisória,	preparatória,</p><p>informativa	-	destinada	à	coleta	de	elementos	que	permitam	ao	MP	formar	a</p><p>opinio	delicti	para	a	propositura	da	ação	penal.	Os	princípios	constitucionais	do</p><p>conrtraditório	[contraditório]	e	da	ampla	defesa	que	informam	os	processos</p><p>judicial	e	administrativos	não	incidem	sobre	o	IPM	(doutrina	e	jurisprudência).</p><p>Ordem	denegada	por	falta	de	amparo	legal.	Unânime.	(STM	-	HC:	33828	AM</p><p>2003.01.033828-4,	Relator:	José	Júlio	Pedrosa,	data	de	Julgamento:	26/08/2003,</p><p>Data	de	Publicação:	17/09/2003	Vol:	Veículo:	DJ).</p><p>As	causas	de	suspeição	são	aquelas	descritas	no	art.	38	do	CPPM	relativas	ao</p><p>Juiz.</p><p>Os	doutrinadores	Neves	(2018)	e	Saraiva	(2013)	entendem	que	deve	haver,</p><p>também,	declaração	de	impedimento,	embora	não	citado	no	CPPM.</p><p>3.6	Escrivão	do	inquérito	policial	militar</p><p>É	o	auxiliar	do	encarregado	na	confecção	do	IPM,	não	necessita	ser	superior</p><p>hierárquico	do	investigado.	Poderá	ser	designado	pela	APJM	originária	ou	pelo</p><p>próprio	encarregado.</p><p>O	art.	11	do	CPPM	é	taxativo	e	relata	que,	em	caso	de	indiciado	oficial,	o</p><p>Escrivão	será	oficial	subalterno	e,	nos	demais	casos,	a	designação	recairá	sobre</p><p>sargentos	e	subtenentes.	O	escrivão	prestará	compromisso	legal	de	manter	sigilo</p><p>do	IPM	e	de	cumprir	as	determinações	do	CPPM	(NEVES,	2018).</p><p>São	algumas	atribuições	do	escrivão:	autuação,	juntada	de	documentos,</p><p>certidões,	confecção	de	ofícios,	numerar	e	rubricar	as	folhas,	digitar</p><p>depoimentos	e	declarações,	desentranhamento,	entre	outras.	Entretanto,	cautela,</p><p>pois	o	relatório	do	IPM	é	de	competência	exclusiva	do	encarregado.</p><p>Depreende-se	que	o	escrivão	não	é	um	cargo,	mas	sim	uma	função	exercida</p><p>temporariamente	pelos	ocupantes	dos	cargos	de	Sargento,	Subtenente,	além	de</p><p>oficiais	subalternos.</p><p>3.7	Medidas	preliminares	ao	inquérito	policial	militar</p><p>Cuida-se	de	um	conjunto	de	ações	praticadas	após	o	cometimento,	em	tese,	do</p><p>delito,	visando	fundamentar	a	tomada	de	decisões,	bem	como	a	produção	de</p><p>provas	que	podem	ser	perdidas.</p><p>Essas	medidas	preliminares	são	de	responsabilidade	do	oficial	da	ativa,</p><p>respeitando	a	competência	territorial	(SARAIVA,	2017).</p><p>O	art.	12	do	CPPM	traduz:</p><p>Logo	que	tiver	conhecimento	da	prática	de	infração	penal	militar,	verificável	na</p><p>ocasião,	a	autoridade	a	que	se	refere	o	§	2º	do	art.	10	deverá,	se	possível:</p><p>a)	dirigir-se	ao	local,	providenciando	para	que	se	não	alterem	o	estado	e	a</p><p>situação	das	coisas,	enquanto	necessário;	(Vide	Lei	nº	6.174,	de	1974)</p><p>b)	apreender	os	instrumentos	e	todos	os	objetos	que	tenham	relação	com	o	fato;</p><p>c)	efetuar	a	prisão	do	infrator,	observado	o	disposto	no	art.	244;</p><p>d)	colhêr	tôdas	as	provas	que	sirvam	para	o	esclarecimento	do	fato	e	suas</p><p>circunstâncias.	(BRASIL,	1969,	art.	12).</p><p>Cabe	destacar	que	só	devem	ser	apreendidos	os	objetos	e	instrumentos</p><p>relacionados	com	o	ilícito	se	não	houver	imprescindibilidade	de	preservação	do</p><p>local	do	crime	ou,	havendo,	após	a	liberação	do	local	pelos	peritos.</p><p>3.8	Formação	do	inquérito	policial	militar</p><p>As	diligências	previstas	estão	descritas	no	art.	13	do	código	processual	castrense.</p><p>Os	procedimentos	serão	desempenhados	pelo	encarregado	do	IPM,	ocasião	em</p><p>que	pode	apurar	os	fatos	na	sucessão	mais	conveniente,	ou	seja,	as	diligências</p><p>citadas	no	art.	13	do	CPPM	não	estão	obrigatoriamente	em	ordem.	Reparemos	o</p><p>julgado:</p><p>HABEAS	CORPUS.	CRIME	DE	AMEAÇA.	ALEGAÇÃO	DE	NULIDADE</p><p>DE	ATOS	PRATICADOS	NO	IPM.	INVERSÃO	DA	OITIVA	DO	OFENDIDO</p><p>E	DO	INDICIADO.	ATOS	DISCRICIONÁRIOS	PRATICADOS	PELO</p><p>ENCARREGADO	DO	IPM.	PRELIMINAR	DE	NÃO	CONHECIMENTO</p><p>SUSCITADA	PELA	PGJM.	REJEIÇÃO.	INEXISTÊNCIA	DE	NULIDADE	NA</p><p>FASE	INQUISITORIAL.	HABEAS	CORPUS	DENEGADO.</p><p>1-	Rejeita-se	a	preliminar	de	não	reconhecimento	do	habeas	corpus,	tendo	em</p><p>vista	que	a	alínea	“i”	do	art.	467	do	CPPM	preconiza	o	cabimento	do	referido</p><p>remédio	jurídico	na	situação	em	que	se	alega,	em	tese,	a	existência	de</p><p>constrangimento	ilegal	“quando	o	processo	estiver	evidentemente	nulo”.	2-	Não</p><p>há	falar	em	constrangimento	ilegal	por	parte	da	autoridade	apontada	como</p><p>coatora,	considerando	que	o	encarregado	do	IPM	não	está	adstrito	ao</p><p>cumprimento	cronológico	dos	atos	elencados	no	art.	13	do	CPPM.	Ao	contrário,</p><p>na	fase	inquisitiva,	o	encarregado	do	inquérito	detém	uma	parcela	de</p><p>discricionariedade	na	condução	das	investigações,	não	significando	violação	do</p><p>devido	processo	legal	a	oitiva	antecipada	do	indiciado,	ou	seja,	antes	do</p><p>colhimento	das	declarações	do	ofendido	(alíneas	“b”	e	“c”	do	referido</p><p>dispositivo	legal).	Ademais,	é	pacífico	no	âmbito	da	jurisprudência	dos	tribunais</p><p>que	eventuais	vícios	no	inquérito	policial	não	têm	o	condão	de	alcançar	a	ação</p><p>penal.	(STM	-	HC:	194-85.2015.7.00.0000/SP,	Relator:	Ministro	José	Coêlho</p><p>Ferreira,	Data	de	Julgamento:	15/10/2015,	Data	de	Publicação:	04/11/2015,	v.u.).</p><p>Devem-se	adotar,	de	início,	as	medidas	preliminares	do	art.	12	do	CPPM,	se</p><p>ainda	não	tiverem	sido	executadas	(SARAIVA,	2017).</p><p>A	autoridade	responsável	pelas	investigações	deverá	ouvir	o	ofendido,	interrogar</p><p>o	indiciado	e	inquirir	testemunhas.	Não	há	uma	imposição	sequencial	desses</p><p>atos.	Entretanto,	aconselha-se	que	o	interrogatório</p>

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