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<p>Professor Wagner Damazio</p><p>1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo (Resolvidas e Comentadas)</p><p>1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>864</p><p>1436</p><p>d) correto. A assertiva está em consonância com os entendimentos do STF e STJ.</p><p>Gabarito: Letra D.</p><p>16. 2017/CESPE/DPE-AL/Defensor Público</p><p>Caio, detento em unidade prisional do estado de Alagoas, cometeu suicídio no interior de uma</p><p>das celas, tendo se enforcado com um lençol. Os companheiros de cela de Caio declararam</p><p>que, mesmo diante de seus apelos, nada foi feito pelos agentes penitenciários em serviço para</p><p>evitar o ato. A família de Caio procurou a Defensoria Pública a fim de obter esclarecimentos</p><p>quanto à possibilidade de receber indenização do Estado.</p><p>Nessa situação hipotética, à luz da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o defensor</p><p>público responsável pelo atendimento deverá informar a família de Caio de que</p><p>Parte superior do formulário</p><p>a) será necessário, para o ajuizamento de ação de reparação de danos morais, provar que as</p><p>condições de cumprimento de pena eram desumanas.</p><p>b) é cabível o ajuizamento de ação de reparação de danos morais em face do estado de Alagoas.</p><p>c) não houve omissão estatal, pois o suicídio configura ato exclusivo da vítima.</p><p>d) houve fato exclusivo de terceiro, pois o dever de evitar o ato cabia aos agentes penitenciários</p><p>em serviço no momento.</p><p>e) não cabe direito a reparação de qualquer natureza, por não ser possível comprovar nexo</p><p>causal entre a morte do detento e a conduta estatal.</p><p>Comentários</p><p>Trata o caso de morte de detento por suicídio, porém com omissão do poder público devido à</p><p>negativa dos agentes de procurarem impedir tal conduta do preso. Nesse caso, o Estado responde</p><p>objetivamente, uma vez que o agente público poderia ter evitado tal ocorrência.</p><p>Em recente julgado do STF (informativo 819), os ministros têm defendido a seguinte tese:</p><p>Em caso de inobservância do seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, XLIX, da CF, o Estado é</p><p>responsável pela morte de detento. Essa a conclusão do Plenário, que desproveu recurso extraordinário em que</p><p>discutida a responsabilidade civil objetiva do Estado por morte de preso em estabelecimento penitenciário. No</p><p>caso, o falecimento ocorrera por asfixia mecânica, e o Estado-Membro alegava que, havendo indícios de suicídio,</p><p>não seria possível impor-lhe o dever absoluto de guarda da integridade física de pessoa sob sua custódia. O</p><p>Colegiado asseverou que a responsabilidade civil estatal, segundo a CF/1988, em seu art. 37, § 6º, subsume-se à</p><p>teoria do risco administrativo, tanto para as condutas estatais comissivas quanto paras as omissivas, uma vez</p><p>rejeitada a teoria do risco integral. Assim, a omissão do Estado reclama nexo de causalidade em relação ao dano</p><p>sofrido pela vítima nas hipóteses em que o Poder Público ostenta o dever legal e a efetiva possibilidade de agir</p><p>para impedir o resultado danoso. Além disso, é dever do Estado e direito subjetivo do preso a execução da pena</p><p>de forma humanizada, garantindo-se-lhe os direitos fundamentais, e o de ter preservada a sua incolumidade</p><p>física e moral. Esse dever constitucional de proteção ao detento somente se considera violado quando possível a</p><p>atuação estatal no sentido de garantir os seus direitos fundamentais, pressuposto inafastável para a</p><p>configuração da responsabilidade civil objetiva estatal. Por essa razão, nas situações em que não seja possível</p>