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<p>Aula 29 - Profa. Ana</p><p>Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos -</p><p>Curso Regular</p><p>Autor:</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits</p><p>de Oliveira</p><p>25 de Março de 2023</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>1</p><p>Sumário</p><p>1 - Biologia e controle de roedores, vetores e animais peçonhentos ................................................................. 3</p><p>1.1 – Roedores ............................................................................................................................................ 7</p><p>1.2 – Morcegos ......................................................................................................................................... 15</p><p>1.3 – Escorpiões ........................................................................................................................................ 29</p><p>1.4 – Vetores ............................................................................................................................................ 42</p><p>2 - Acidentes Por Animais Peçonhentos ............................................................................................................. 53</p><p>Questões Comentadas - Multibancas ................................................................................................................ 77</p><p>Questões Comentadas - Vunesp ....................................................................................................................... 79</p><p>Questões Comentadas - FGV ........................................................................................................................... 89</p><p>Referências ....................................................................................................................................................... 90</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>2</p><p>APRESENTAÇÃO DO CURSO</p><p>Olá, amigos do Estratégia Concursos, tudo bem?</p><p>É com muita satisfação que iniciaremos nossa aula de Biologia, vigilância e controle de animais</p><p>sinantrópicos.</p><p>Nosso curso será fundamentado em teoria e questões. Traremos questões de todos os níveis, inclusive</p><p>questões cobradas em concursos diversos dentro da medicina veterinária, para nos prepararmos em relação</p><p>às diferentes possibilidades de cobrança.</p><p>Além do material em PDF, também teremos videoaulas! Essas aulas destinam-se a complementar a</p><p>preparação. Nas videoaulas focaremos em abordar os pontos principais das matérias.</p><p>É importante ressaltar que, ao contrário do PDF, AS VIDEOAULAS NÃO ATENDEM A TODOS OS PONTOS QUE</p><p>VAMOS ANALISAR NOS PDFS, NOSSOS MANUAIS ELETRÔNICOS. Por vezes, haverá aulas com vários vídeos;</p><p>outras que terão videoaulas apenas em parte do conteúdo; e outras, ainda, que não conterão vídeos.</p><p>Nosso objetivo é, sempre, o estudo ativo!</p><p>Essas observações são importantes pois permitirão que possamos organizar o curso de maneira focada para</p><p>as questões e temas mais cobrados em prova. Esta é a nossa proposta! E aí, estão prontos para começar?</p><p>Em caso de dúvidas ou sugestões fiquem à vontade para me contatar e adicionar nas redes sociais. Estamos</p><p>juntos nessa caminhada e será um prazer orientá-los da melhor maneira possível! Vamos nessa!</p><p>Instagram: @ana.paula.salim</p><p>Telegram: t.me/profanapaulasalim</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>3</p><p>1 - BIOLOGIA E CONTROLE DE ROEDORES, VETORES E</p><p>ANIMAIS PEÇONHENTOS</p><p>Olá, alunos! Bem-vindos ao módulo de Biologia e controle de roedores, vetores e animais peçonhentos.</p><p>Antes de começarmos o estudo das espécies propriamente ditas, conheceremos uma legislação específica</p><p>sobre o tema, que é a Instrução normativa IBAMA nº 141, de 19 de dezembro de 2006 que regulamenta o</p><p>controle e o manejo ambiental da fauna sinantrópica nociva.</p><p>E o que determina a IN IBAMA nº 141/06?</p><p>A IN IBAMA nº 141/06 estabelece alguns conceitos importantes para o nosso estudo como, por exemplo, a</p><p>diferença entre os conceitos de fauna sinantrópica e fauna sinantrópica nociva. Vamos a eles?</p><p>Como fauna sinantrópica entende-se as populações de animais silvestres nativas ou exóticas que utilizam</p><p>determinados recursos de uma área, de forma permanente ou transitória, durante sua passagem por aquela</p><p>localidade.</p><p>Fauna sinantrópica: entende-se as populações animais de espécies silvestres nativas ou</p><p>exóticas, que utilizam recursos de áreas antrópicas, de forma transitória em seu</p><p>deslocamento, como via de passagem ou local de descanso; ou permanente, utilizando-as</p><p>como área de vida (Brasil, 2006).</p><p>Já a fauna sinantrópica nociva são aqueles animais que interagem de forma negativa com a população</p><p>humana podendo provocar, por exemplo, agravos e doenças à saúde humana, conforme comentamos</p><p>anteriormente.</p><p>Fauna sinantrópica nociva: fauna sinantrópica que interage de forma negativa com a</p><p>população humana, causando-lhe transtornos significativos de ordem econômica ou</p><p>ambiental, ou que represente riscos à saúde pública (Brasil, 2006).</p><p>A IN IBAMA nº 141/06 estabelece, ainda, que o manejo ambiental para controle da fauna sinantrópica</p><p>nociva envolve a eliminação ou alteração de recursos utilizados pela fauna sinantrópica, a fim de alterar sua</p><p>estrutura e composição, e que não inclua manuseio, remoção ou eliminação direta dos espécimes.</p><p>É isso que a Instrução Normativa fala, no conceito de "manejo ambiental". Compreendido, pessoal?</p><p>Além disso, o que podemos dizer sobre o controle da fauna, de uma maneira geral? O controle da fauna</p><p>implica na captura de espécimes animais, seguida de soltura. A partir dessa captura, realizam-se</p><p>procedimentos de marcação, esterilização ou administração farmacológica.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>4</p><p>Ainda em relação aos conceitos estabelecidos pela IN IBAMA nº 141/06, qual é a definição de espécies</p><p>domésticas e de fauna exótica invasora? Vamos estudá-los?</p><p>Espécies domésticas são aquelas adquiridas e criadas pela população humana, estabelecendo com ela uma</p><p>relação de dependência, como cães, gatos, bovinos, suínos, aves, etc.</p><p>Espécies domésticas são aquela que, por meio de processos tradicionais e sistematizados</p><p>de manejo ou melhoramento zootécnico, tornaram-se dependentes do homem</p><p>apresentando características biológicas e comportamentais em estreita relação com ele,</p><p>podendo apresentar fenótipo variável, diferente da espécie silvestre que as originaram</p><p>(Brasil, 2006).</p><p>Já a fauna exótica invasora, são animais que foram introduzidos a um ecossistema do qual não faziam parte,</p><p>anteriormente, mas que se adaptam e passam a estabelecer uma relação de dominância em relação às</p><p>demais espécies nativas.</p><p>Fauna exótica invasora: animais introduzidos a um ecossistema do qual não fazem parte</p><p>originalmente, mas onde se adaptam e passam a exercer dominância, prejudicando</p><p>processos naturais e espécies nativas, além de causar prejuízos de ordem econômica e</p><p>social (Brasil, 2006).</p><p>Pessoal, até aqui, estão compreendidos esses conceitos? Prosseguiremos nosso estudo com a seguinte</p><p>pergunta:</p><p>Quais espécies passíveis de controle por órgãos de governo da Saúde, da Agricultura e do</p><p>Meio Ambiente, sem a necessidade de autorização por parte do IBAMA?</p><p>São elas (Brasil, 2006):</p><p> invertebrados de interesse epidemiológico: insetos hematófagos, ácaros, helmintos e moluscos de</p><p>interesse epidemiológico, artrópodes peçonhentos e invertebrados classificados como pragas agrícolas pelo</p><p>Ministério da Agricultura;</p><p>artrópodes nocivos: abelhas, cupins, formigas, pulgas, piolhos, mosquitos, moscas e demais espécies</p><p>nocivas comuns ao</p><p>Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>34</p><p>Os registros gerados por todas as fontes de informação do município (Sinan e registros de ocorrência de</p><p>escorpiões) devem ser marcados no mesmo mapa, de preferência de padrões diferentes para tipo de registro</p><p>e ano.</p><p>Com base na avaliação da situação da ocorrência de escorpiões, a gerência do Serviço Municipal de Saúde</p><p>de controle de acidentes por animais peçonhentos planejará as intervenções a serem realizadas.</p><p>Quando se deve desencadear uma ação de controle de escorpiões?</p><p>A intervenção para o controle de escorpiões consiste na busca ativa em todo e qualquer imóvel (área interna</p><p>e externa) visando a captura de exemplares, conhecimento e manejo dos ambientes propícios à ocorrência</p><p>e proliferação desses animais e conscientização da população.</p><p>A busca ativa deve ser desencadeada a partir das seguintes situações:</p><p>1. Notificação de acidente: deve desencadear visita domiciliar para busca ativa em 100% dos casos ocorridos</p><p>em zona urbana;</p><p>2. Demanda espontânea da população levando em conta as áreas prioritárias;</p><p>3. Identificação de áreas prioritárias: a busca ativa nesse caso deverá acontecer, no mínimo, a cada seis</p><p>meses.</p><p>Em ambas as situações, devem ser visitados além dos imóveis de ocorrência, os limítrofes (direita, esquerda</p><p>e fundos) e em frente.</p><p>No caso de ocorrência em zona rural, deve-se estabelecer um raio de 100m para busca ativa.</p><p>Como proceder na busca ativa?</p><p>Havendo ocorrência de escorpiões, causador de acidente ou não, ou no monitoramento de áreas prioritárias,</p><p>deve ser realizada a busca ativa.</p><p>Devido ao tipo de serviço que a busca ativa envolve, como manipulação de entulho, material de construção,</p><p>etc, esta não deve ser realizada por apenas um profissional, sendo necessário no mínimo dois.</p><p>Para realizar as atividades de busca ativa, os profissionais devem fazer uso dos equipamentos de proteção</p><p>individual (EPI) e o técnico de saúde deve solicitar o acompanhamento do responsável pelo imóvel durante</p><p>a busca ativa para que ele seja conscientizado do problema e das medidas de prevenção.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>35</p><p>Os locais escuros, úmidos e com pouco movimento, tanto na área externa como interna do imóvel, devem</p><p>ser examinados com especial atenção. A busca ativa deverá ser realizada nas áreas interna e externa dos</p><p>imóveis, principalmente nos seguintes locais:</p><p>• Área interna</p><p>1. Assoalhos e rodapés soltos;</p><p>2. Ralos de cozinha, banheiros e área de serviço;</p><p>3. Frestas e vãos de paredes;</p><p>4. Batentes de portas e de janelas;</p><p>5. Caixas e pontos de energia;</p><p>6. Sistema de refrigeração de ar;</p><p>7. Vigas e telhados em porões, sótãos e forros no teto;</p><p>8. Móveis, cortinas, estantes, quadros, lareiras;</p><p>9. Roupas e sapatos;</p><p>10. Objetos empilhados ou jogados;</p><p>11. Armários sob pias ou gavetas;</p><p>12. Panos de chão e toalhas penduradas;</p><p>• Área externa</p><p>1. Locais com material de construção (pilhas de telhas e tijolos, blocos de cimento, entulho, pedras,</p><p>amontoados de madeira, placas de concreto);</p><p>2. Lixo domiciliar;</p><p>3. Troncos, galhos e folhas secas caídas;</p><p>4. Objetos descartados, garrafas empilhadas;</p><p>5. Frestas e vãos de muros, tanques, fornos de barro e barrancos, galpões, depósitos, viveiros de mudas e</p><p>plantas;</p><p>6. Caixas de gordura, canalizações de água, caixas de esgoto, de energia.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>36</p><p>Áreas públicas próximas ao imóvel, como margens de rios, córregos e riachos, galerias de águas pluviais,</p><p>canais, e galerias de esgoto e bocas de lobo próximas aos imóveis também são focos de ocorrência de</p><p>escorpiões. Contudo, é necessária a autorização prévia dos órgãos competentes e equipamentos de proteção</p><p>adequados para a realização de atividades de controle nessas áreas.</p><p>Em caso de prédios, é necessário verificar todas as áreas comuns, principalmente: fosso do elevador, caixas</p><p>de passagem e de gordura, caixas e pontos de energia, lixeiras e/ou fosso de lixo. Deve-se comunicar o</p><p>condomínio dos prédios para conscientização dos moradores. O responsável pelo imóvel deve ser orientado</p><p>a entrar em contato com o serviço de controle caso encontre novos escorpiões no local.</p><p>O que fazer para controlar a ocorrência de escorpiões?</p><p>As medidas de controle e manejo populacional de escorpiões baseiam-se na retirada/coleta dos escorpiões</p><p>e modificação das condições do ambiente a fim de torná-lo desfavorável à ocorrência, permanência e</p><p>proliferação destes animais.</p><p>Na área externa do domicílio:</p><p>• Manter limpos quintais e jardins, não acumular folhas secas e lixo domiciliar;</p><p>• Acondicionar lixo domiciliar em sacos plásticos ou outros recipientes apropriados e fechados,</p><p>e entregá-los para o serviço de coleta. Não jogar lixo em terrenos baldios;</p><p>• Limpar terrenos baldios situados a cerca de dois metros (aceiro) das redondezas dos imóveis;</p><p>• Eliminar fontes de alimento para os escorpiões: baratas, aranhas, grilos e outros pequenos</p><p>animais invertebrados;</p><p>• Evitar a formação de ambientes favoráveis ao abrigo de escorpiões, como obras de construção</p><p>civil e terraplenagens que possam deixar entulho, superfícies sem revestimento, umidade etc;</p><p>• Remover periodicamente materiais de construção e lenha armazenados, evitando o acúmulo</p><p>exagerado;</p><p>• Preservar os inimigos naturais dos escorpiões, especialmente aves de hábitos noturnos</p><p>(corujas, joão-bobo, etc.), pequenos macacos, quati, lagartos, sapos e gansos (galinhas não são</p><p>eficazes agentes controladores de escorpiões);</p><p>• Evitar queimadas em terrenos baldios, pois desalojam os escorpiões;</p><p>• Remover folhagens, arbustos e trepadeiras junto às paredes externas e muros;</p><p>• Manter fossas sépticas bem vedadas, para evitar a passagem de baratas e escorpiões;</p><p>• Rebocar paredes externas e muros para que não apresentem vãos ou frestas.</p><p>Na área interna:</p><p>• Rebocar paredes para que não apresentem vãos ou frestas;</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>37</p><p>• Vedar soleiras de portas com rolos de areia ou rodos de borracha;</p><p>• Reparar rodapés soltos e colocar telas nas janelas;</p><p>• Telar as aberturas dos ralos, pias ou tanques;</p><p>• Telar aberturas de ventilação de porões e manter assoalhos calafetados;</p><p>• Manter todos os pontos de energia e telefone devidamente vedados.</p><p>Como monitorar e avaliar as ações de controle?</p><p>Para monitorar e avaliar a eficiência das ações de controle é necessário construir indicadores que permitam</p><p>estabelecer o nível de infestação domiciliar e a intensidade dessa infestação.</p><p>Esses indicadores devem ser construídos a partir do levantamento de dados obtidos nas visitas domiciliares</p><p>de busca ativa de escorpiões ou inquéritos sobre a ocorrência de escorpiões, com a participação de outros</p><p>profissionais, como agentes comunitários de saúde e/ou agentes de endemias.</p><p>• Infestação domiciliar</p><p>É definida como a presença de escorpião de interesse em saúde, ou vestígios de sua presença como sua</p><p>exúvia, detectada durante a realização da visita. Pode ser referida a qualquer local em relação ao total de</p><p>unidades investigadas por vigilância.</p><p>O parâmetro a ser utilizado é a unidade domiciliar (UD), constituída pela habitação humana, seus anexos e</p><p>espaço próximo à habitação.</p><p>Índice de Infestação Domiciliar = nº de UD positivas / nº de UD pesquisadas ou sob vigilância x 100</p><p>A positividade na UD é dada pela presença de exemplares vivos ou mortos de escorpiões, ou vestígios de</p><p>sua presença (exúvia). É também considerada</p><p>UD positiva aquela em que o morador estiver de posse do</p><p>escorpião.</p><p>O grau de infestação domiciliar representa a proporção de unidades domiliciares nas quais foram</p><p>encontrados escorpiões em relação às unidades domiciliares visitadas.</p><p>De acordo com a proporção de unidades domiciliares positivas, são estabelecidos os níveis de infestação</p><p>domiciliar, devendo o monitoramento ser feito com o objetivo de reduzir em, pelo menos, um nível o índice</p><p>obtido.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>38</p><p>Classificação dos níveis de infestação/dispersão:</p><p>Níveis (%) - Classificação:</p><p>> 50 - Altíssima</p><p>26 – 50 -Alta</p><p>1 – 25 - Média</p><p>0 (zero) - Baixa</p><p>• Intensidade de infestação:</p><p>Avalia a quantidade de escorpiões encontrada em um conjunto de unidades domiciliares positivas.</p><p>Índice de Intensidade de Infestação = nº de escorpiões encontrados / nº de UDs positivas</p><p>São contabilizados os escorpiões, ou suas exúvias, coletados pelo técnico de saúde durante a busca ativa,</p><p>ou no caso do escorpião estar de posse do morador.</p><p>Entendido isso, vamos a uma pergunta:</p><p>O controle químico funciona?</p><p>Não! De acordo com Brasil (2009) o hábito dos escorpiões de se abrigarem em frestas de paredes, embaixo</p><p>de caixas, papelões, pilhas de tijolos, telhas, madeiras, em fendas e rachaduras do solo, juntamente com sua</p><p>capacidade de permanecer meses sem se movimentar, torna o tratamento químico ineficaz.</p><p>O que também torna os escorpiões resistentes aos venenos é o fato de possuírem o hábito de permanecer</p><p>em longos períodos em abrigos naturais ou artificiais que impedem que o inseticida entre em contato com</p><p>o escorpião. Além disso, possuem capacidade de permanecer com seus estigmas pulmonares fechados por</p><p>um longo período.</p><p>A aplicação de produtos químicos de higienização doméstica compostos por formaldeídos, cresóis e</p><p>paracloro-benzenos e de produtos utilizados como inseticidas, raticidas, mata-baratas ou repelentes do</p><p>grupo dos piretróides e organofosforados não são indicados por causarem o desalojamento dos escorpiões</p><p>para locais não expostos à ação desses produtos, aumentando o risco de acidentes.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>39</p><p>Além disso, cria-se a falsa sensação de proteção por parte dos moradores que acreditam que o problema foi</p><p>resolvido, passando a negligenciar o trato com o ambiente.</p><p>Até o presente momento não foi definida cientificamente a eficácia dos produtos químicos no controle</p><p>escorpiônico em ambiente natural. Invariavelmente, por ocasião do lançamento de novos produtos no</p><p>mercado, a indicação de seu uso não vem respaldada por experimentos confiáveis.</p><p>No caso da necessidade de controlar baratas em locais com presença de escorpiões, recomenda-se o uso</p><p>de formulações tipo gel ou pó. Esta atividade deve ser executada somente por profissionais de empresas</p><p>especializadas.</p><p>Em áreas avaliadas como prioritárias, é importante lembrar que a aplicação de inseticidas para controle de</p><p>outros agravos (dengue, malária, leishmaniose, chagas, etc.) poderá aumentar a probabilidade de acidente</p><p>por escorpião devido ao efeito irritante desses produtos que provoca desalojamento, eliminação de fonte</p><p>de alimento e predadores.</p><p>Por isso, é necessário que a população desses locais seja devidamente conscientizada quanto às medidas de</p><p>prevenção de acidentes, previamente à aplicação destes produtos.</p><p>• Captura de escorpiões</p><p>O manejo de escorpiões exige uma série de cuidados, não só com o ambiente em que vivem, mas também</p><p>no manuseio, que deve ser feito por profissional com experiência.</p><p>A captura, a coleta e o transporte de material zoológico são de competência do Ibama, conforme Portaria</p><p>nº 332/90 e Instrução Normativa 109/97. Por isso somente seus técnicos ou profissionais autorizados e</p><p>licenciados são habilitados a coletar os escorpiões.</p><p>Os animais capturados devem ser enviados para instituições de pesquisa como universidades, zoológicos ou</p><p>institutos que produzem soro, pois representam importante material científico e para produção dos</p><p>antivenenos:</p><p>Observada a legislação e as demais regulamentações vigentes, são espécies passíveis de controle</p><p>por órgãos de governo da Saúde, da Agricultura e do Meio Ambiente, sem a necessidade de</p><p>autorização por parte do Ibama (...): (...) artrópodes peçonhentos e invertebrados (...). (BRASIL,</p><p>2006)</p><p>Ou seja, havendo programas específicos dos referidos órgãos para controle de escorpiões e comprovação</p><p>da importância da coleta e da participação do coletor no programa, é autorizada a coleta. Nesse caso, estão</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>40</p><p>incluídos os Centros de Controle de Zoonoses, órgãos municipais responsáveis pelo controle de agravos e</p><p>doenças transmitidas por animais (zoonoses).</p><p>Como capturar escorpiões com segurança?</p><p>Quando devidamente habilitado, o profissional pode coletar o escorpião com o auxílio de alguns</p><p>equipamentos. O uso de equipamentos de proteção individual (EPI) é obrigatório durante as atividades de</p><p>vistoria e captura de escorpiões.</p><p>Os materiais para a realização das atividades de campo incluem:</p><p>• Bota ou sapato fechados;</p><p>• Calça comprida (colocar a boca da calça para dentro da meia);</p><p>• Camisa de manga curta ou longa com pulso justo;</p><p>• Luvas de “vaqueta” (luva de eletricista) ou raspa de couro;</p><p>• Pinça anatômica de aço inoxidável com aproximadamente 20 cm (a pinça de bambu pode ser</p><p>uma alternativa);</p><p>• Boné ou chapéu (cabelos longos devem ser mantidos presos);</p><p>• Crachá com identificação do agente;</p><p>• Recipiente transparente, preferencialmente de plástico (ex.: coletor universal), com boca</p><p>larga e tampa rosqueada;</p><p>• Para manter os escorpiões vivos, pote com tampa perfurada e algodão umedecido com água;</p><p>• Álcool etílico (70%) para fixação e conservação dos animais;</p><p>• Prancheta, caneta e lápis;</p><p>• Boletins de campo;</p><p>• Etiqueta adesiva ou fita crepe para identificação dos recipientes;</p><p>• Lanterna com pilhas;</p><p>• Material educativo contendo as medidas de prevenção de acidentes e manejo ambiental;</p><p>• Bolsa de lona ou similar para transporte dos materiais.</p><p>Em locais propícios à presença de roedores silvestres associados ao hantavírus, utilizar máscara descartável</p><p>P3 contra inalação de poeira.</p><p>Os escorpiões devem ser apreendidos, com pinça adequada, pelo metassoma (cauda) e colocado em um</p><p>recipiente que deverá ser mantido em local protegido do sol e da chuva. É importante providenciar seu</p><p>transporte para um dos locais de recepção. Devem ser mantidos em locais onde as crianças ou pessoas</p><p>curiosas não tenham acesso.</p><p>Qual destino dar aos escorpiões capturados?</p><p>Durante as atividades de controle e manejo populacional de escorpiões, os exemplares coletados nos imóveis</p><p>vistoriados podem ter diferentes destinos.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>41</p><p>• Animais mortos</p><p>O destino dos escorpiões mortos pode ser:</p><p>1. Coleção didática: exemplares representativos da região, identificados pelo local e data de coleta ou</p><p>captura e acondicionados em vidros com álcool, constituem ferramenta útil para orientar a população</p><p>quanto ao reconhecimento dos animais;</p><p>2. Identificação de espécies: exemplares de ocorrência não registrada para a região, ou que suscitem dúvidas</p><p>em sua identificação devem ser enviados a um serviço de referência para confirmação;</p><p>3. Descarte: exemplares não utilizados nas</p><p>situações acima, que apresentem mau estado de conservação</p><p>devem ser desprezados seguindo regras para descarte de material biológico.</p><p>Os animais capturados devem ser acondicionados em frascos com álcool com identificação preenchida a</p><p>lápis, dentro do frasco, conforme etiqueta abaixo:</p><p>Como transportar escorpiões com segurança?</p><p>Os animais coletados pela população ou capturados durante a visita devem ser acondicionados em potes</p><p>individuais para cada imóvel, e identificados.</p><p>O transporte de animais vivos é uma operação que exige cuidado pelo risco de acidente. As embalagens</p><p>deverão estar firmes e rotuladas com avisos bem visíveis, alertando sobre a natureza do material</p><p>transportado.</p><p>Folhas secas ou bolas de papel não devem ser usadas como substrato por aumentar o risco de acidente</p><p>durante o manuseio. Os animais não devem nunca ser acomodados em recipientes de papel/papelão pois,</p><p>uma vez molhados, podem se rasgar e/ou desmanchar e os escorpiões escaparem.</p><p>Os escorpiões podem ser acomodados em caixas de plástico, com superfície lisa para não subirem e com</p><p>tampa furada. As dimensões podem variar conforme a quantidade de animais. Para 30 animais, são</p><p>recomendadas caixas de 22 x 12 x 14 cm; para mais de cem animais as caixas podem ser de 40 x 25 x 35 cm.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>42</p><p>Dentro delas deve ser colocado algodão, papel, ou pedaço de pano/gaze, umedecido com água, fixado com</p><p>fita adesiva ao fundo da caixa para evitar o choque entre os animais durante o transporte.</p><p>Para um armazenamento e transporte mais adequado, podem ser confeccionadas caixas de vidro (40/25/30</p><p>cm) que devem ser acomodadas em uma caixa de isopor para isolamento térmico, para ser utilizada em</p><p>casos de viagens longas e muito quentes. Internamente, o procedimento é igual às caixas de plástico. Nestas</p><p>caixas, podem ser acomodados até cerca de 400 animais vivos.</p><p>1.4 – Vetores</p><p>Aedes aegypti</p><p>O Aedes aegypti e também o Aedes albopictus pertencem ao ramo Arthropoda (pés articulados), classe</p><p>Hexapoda (três pares de patas), ordem Diptera (um par de asas anterior funcional e um par posterior</p><p>transformado em halteres), família Culicidae, gênero Aedes.</p><p>O Aedes aegypti é uma espécie tropical e subtropical, encontrada em todo mundo, entre as latitudes 35ºN</p><p>e 35ºS. Embora a espécie tenha sido identificada até a latitude 45ºN, estes têm sido achados esporádicos</p><p>apenas durante a estação quente, não sobrevivendo ao inverno.</p><p>A distribuição do Aedes aegypti também é limitada pela altitude. Embora não seja usualmente encontrado</p><p>acima dos 1.000 metros, já foi referida sua presença a 2.200 metros acima do nível do mar, na Índia e na</p><p>Colômbia (OPS/OMS).</p><p>Por sua estreita associação com o homem, o Aedes aegypti é, essencialmente, mosquito urbano, encontrado</p><p>em maior abundância em cidades, vilas e povoados. Entretanto, no Brasil, México e Colômbia, já foi</p><p>localizado em zonas rurais, provavelmente transportado de áreas urbanas em vasos domésticos, onde se</p><p>encontravam ovos e larvas (OPAS/OMS).</p><p>Os mosquitos se desenvolvem através de metamorfose completa, e o ciclo de vida do Aedes aegypti</p><p>compreende quatro fases: ovo, larva (quatro estágios larvários), pupa e adulto.</p><p>• Ovo</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>43</p><p>Os ovos do Aedes aegypti medem, aproximadamente, 1mm de comprimento e contorno alongado e</p><p>fusiforme. São depositados pela fêmea, individualmente, nas paredes internas dos depósitos que servem</p><p>como criadouros, próximos à superfície da água. No momento da postura os ovos são brancos, mas,</p><p>rapidamente, adquirem a cor negra brilhante.</p><p>A fecundação se dá durante a postura e o desenvolvimento do embrião se completa em 48 horas, em</p><p>condições favoráveis de umidade e temperatura.</p><p>Uma vez completado o desenvolvimento embrionário, os ovos são capazes de resistir a longos períodos de</p><p>dessecação, que podem prolongar-se por mais de um ano. Foi já observada a eclosão de ovos com até 450</p><p>dias, quando colocados em contato com a água.</p><p>A capacidade de resistência dos ovos de Aedes aegypti à dessecação é um sério obstáculo para sua</p><p>erradicação. Esta condição permite que os ovos sejam transportados a grandes distâncias, em recipientes</p><p>secos, tornando-se assim o principal meio de dispersão do inseto (dispersão passiva).</p><p>• Larva</p><p>Como o Aedes aegypti é um inseto holometabólico, a fase larvária é o período de alimentação e</p><p>crescimento. As larvas passam a maior parte do tempo alimentando-se principalmente de material orgânico</p><p>acumulado nas paredes e fundo dos depósitos.</p><p>As larvas possuem quatro estágios evolutivos. A duração da fase larvária depende da temperatura,</p><p>disponibilidade de alimento e densidade das larvas no criadouro. Em condições ótimas, o período entre a</p><p>eclosão e a pupação pode não exceder a cinco dias.</p><p>Contudo, em baixa temperatura e escassez de alimento, o 4º estágio larvário pode prolongar-se por várias</p><p>semanas, antes de sua transformação em pupa.</p><p>A larva do Aedes aegypti é composta de cabeça, tórax e abdômen. O abdômen é dividido em oito segmentos.</p><p>O segmento posterior e anal do abdômen tem quatro brânquias lobuladas para regulação osmótica e um</p><p>sifão ou tubo de ar para a respiração na superfície da água.</p><p>O sifão é curto, grosso e mais escuro que o corpo. Para respirar, a larva vem à superfície, onde fica em posição</p><p>quase vertical. Movimenta-se em forma de serpente, fazendo um “S” em seu deslocamento. É sensível a</p><p>movimentos bruscos na água e, sob feixe de luz, desloca-se com rapidez, buscando refúgio no fundo do</p><p>recipiente (fotofobia).</p><p>Na pesquisa, é preciso que se destampe com cuidado o depósito e, ao incidir o jato de luz, percorrer,</p><p>rapidamente, o nível de água junto à parede do depósito. Com a luz, as larvas se deslocam para o fundo.</p><p>Tendo em vista a maior vulnerabilidade nesta fase, as ações do Programa de Erradicação do Aedes aegypti</p><p>(PEAa) devem, preferencialmente, atuar na fase larvária.</p><p>• Pupa</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>44</p><p>As pupas não se alimentam. É nesta fase que ocorre a metamorfose do estágio larval para o adulto. Quando</p><p>inativas se mantêm na superfície da água, flutuando, o que facilita a emergência do inseto adulto. O estado</p><p>pupal dura, geralmente, de dois a três dias.</p><p>A pupa é dividida em cefalotórax e abdômen. A cabeça e o tórax são unidos, constituindo a porção chamada</p><p>cefalotórax, o que dá à pupa, vista de lado, a aparência de uma vírgula. A pupa tem um par de tubos</p><p>respiratórios ou trompetas, que atravessam a água e permitem a respiração.</p><p>• Adulto</p><p>O adulto de Aedes aegypti representa a fase reprodutora do inseto. Como ocorre com grande parte dos</p><p>insetos alados, o adulto representa importante fase de dispersão. Entretanto, com o Aedes aegypti é</p><p>provável que haja mais transporte passivo de ovos e larvas em recipientes do que dispersão ativa pelo inseto</p><p>adulto.</p><p>O Aedes aegypti é escuro, com faixas brancas nas bases dos segmentos tarsais e um desenho em forma de</p><p>lira no mesonoto. Nos espécimes mais velhos, o “desenho da lira” pode desaparecer, mas dois tufos de</p><p>escamas branco-prateadas no clípeo, escamas claras nos tarsos e palpos permitem a identificação da espécie.</p><p>O macho se distingue essencialmente da fêmea por possuir antenas plumosas e palpos mais longos.</p><p>Logo após emergir do estágio pupal, o inseto adulto procura pousar sobre as paredes do recipiente, assim</p><p>permanecendo durante várias horas, o que permite o endurecimento do exoesqueleto, das asas e, no caso</p><p>dos machos, a rotação</p><p>da genitália em 180º.</p><p>Dentro de 24 horas após emergirem, ambos os sexos podem acasalar. O acasalamento geralmente se dá</p><p>durante o vôo, mas, ocasionalmente, pode se dar sobre uma superfície, vertical ou horizontal. Uma única</p><p>inseminação é suficiente para fecundar todos os ovos que a fêmea venha a produzir durante sua vida.</p><p>As fêmeas se alimentam mais frequentemente de sangue, servindo como fonte de repasto a maior parte</p><p>dos animais vertebrados, mas mostram marcada predileção pelo homem (antropofilia).</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>45</p><p>O repasto sanguíneo das fêmeas fornece proteínas para o desenvolvimento dos ovos. Ocorre quase sempre</p><p>durante o dia, nas primeiras horas da manhã e ao anoitecer. As fêmeas também se alimentam da seiva das</p><p>plantas. O macho alimenta-se de carboidratos extraídos dos vegetais.</p><p>Em geral, a fêmea faz uma postura após cada repasto sanguíneo. O intervalo entre a alimentação sanguínea</p><p>e a postura é, em regra, de três dias, em condições de temperatura satisfatórias. Com frequência, a fêmea</p><p>se alimenta mais de uma vez, entre duas sucessivas posturas, em especial quando perturbada antes de</p><p>totalmente ingurgitada (cheia de sangue). Este fato resulta na variação de hospedeiros, com disseminação</p><p>do vírus a vários deles.</p><p>A oviposição se dá mais frequentemente no fim da tarde. A fêmea grávida é atraída por recipientes escuros</p><p>ou sombreados, com superfície áspera, nas quais deposita os ovos. Prefere água limpa e cristalina ao invés</p><p>de água suja ou poluída por matéria orgânica. A fêmea distribui cada postura em vários recipientes.</p><p>É pequena a capacidade de dispersão do Aedes aegypti pelo vôo, quando comparada com a de outras</p><p>espécies. Poucas vezes a dispersão pelo vôo excede os 100 metros. Entretanto, já foi demonstrado que uma</p><p>fêmea grávida pode voar até 3km em busca de local adequado para a oviposição, quando não há recipientes</p><p>apropriados nas proximidades.</p><p>A dispersão do Aedes aegypti a grandes distâncias se dá, geralmente, como resultado do transporte dos</p><p>ovos e larvas em recipientes.</p><p>Quando não estão em acasalamento, procurando fontes de alimentação ou em dispersão, os mosquitos</p><p>buscam locais escuros e quietos para repousar. A domesticidade do Aedes aegypti é ressaltada pelo fato de</p><p>que ambos os sexos são encontrados em proporções semelhantes dentro das casas (endofilia).</p><p>O Aedes aegypti quando em repouso é encontrado nas habitações, nos quartos de dormir, nos banheiros e</p><p>na cozinha e, só ocasionalmente, no peridomicílio. As superfícies preferidas para o repouso são as paredes,</p><p>mobília, peças de roupas penduradas e mosquiteiros.</p><p>Quando o Aedes aegypti está infectado pelo vírus do dengue ou da febre amarela, pode haver transmissão</p><p>transovariana destes, de maneira que, em variável percentual, as fêmeas filhas de um espécime portador</p><p>nascem já infectadas.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>46</p><p>• Tratamento</p><p>O combate ao Aedes aegypti pode ser feito também pela aplicação de produtos químicos ou biológicos,</p><p>através do tratamento focal, tratamento perifocal e da aspersão aeroespacial de inseticidas em ultrabaixo-</p><p>volume (UBV).</p><p>a) Tratamento focal</p><p>Consiste na aplicação de um produto larvicida nos depósitos positivos para formas imaturas de mosquitos,</p><p>que não possam ser eliminados mecanicamente. No imóvel com um ou mais depósitos com formas</p><p>imaturas, todos os depósitos com água que não puderem ser eliminados serão tratados. Em áreas infestadas</p><p>bem delimitadas, desprovidas de fonte de abastecimento coletivo de água, o tratamento focal deve atingir</p><p>todos os depósitos de água de consumo vulneráveis à oviposição do vetor.</p><p>Os larvicidas utilizado na rotina do PEAa são:</p><p>• Temephós granulado a 1% (Abate, Larvin, Larvel e outros), que possui baixa toxicidade</p><p>(empregado em dose inócua para o homem, mas letal para as larvas).</p><p>• Bacillus turinghiensis israelensis (BTI) que é um inseticida biológico que poderá ser utilizado</p><p>de maneira rotativa com o temephós, evitando o surgimento de resistência das larvas a estes</p><p>produtos.</p><p>• Metoprene, substância análoga ao hormônio juvenil dos insetos, que atua nas formas</p><p>imaturas (larvas e pupas), impedindo o desenvolvimento dos mosquitos para a fase adulta.</p><p>• Eventualmente, o cloreto de sódio ou sal de cozinha, em solução a 3%, também poderá ser</p><p>utilizado como larvicida.</p><p>Tanto o temephós quanto o BTI e o metoprene, são agentes de controle de mosquitos, aprovados pela</p><p>Organização Mundial da Saúde para uso em água de consumo humano, por suas caraterísticas de</p><p>inocuidade para os mamíferos em geral e o homem.</p><p>Não serão tratados:</p><p>• Latas, plástico, e outros depósitos descartáveis que possam ser eliminados;</p><p>• Garrafas, que devem ser viradas e colocadas ao abrigo da chuva;</p><p>• Utensílios de cozinha que sirvam para acondicionar e cozer alimentos;</p><p>• Depósitos vazios (sem água);</p><p>• Aquários ou tanques que contenham peixes.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>47</p><p>• Vasos sanitários, caixas de descarga e ralos de banheiros, exceto quando a casa estiver</p><p>desabitada.</p><p>• Bebedouros de animais;</p><p>Os bebedouros de animais onde forem encontradas larvas ou pupas devem ser escovados e a água trocada</p><p>no máximo a cada cinco dias.</p><p>Os depósitos com peixes não serão tratados com temephós. Nestes casos, serão recomendadas aos</p><p>moradores formas alternativas para o controle de focos, podendo-se utilizar o BTI e o metoprene.</p><p>Os pequenos depósitos como latas vazias, vidros, plásticos, cascas de ovo, de coco, e outros, que</p><p>constituem o lixo doméstico, devem ser de preferência acondicionados adequadamente pelos moradores,</p><p>para serem coletados pelo serviço de limpeza pública.</p><p>Caso isso, por algum motivo, não ocorra, devem ser eliminados pelo agente.</p><p>Para evitar que o larvicida se perca nos depósitos que são lavados pelos moradores ou onde a água está</p><p>sujeita a constante renovação, como as caixas d’água, cisternas e calhas mal colocadas, ele deve ser colocado</p><p>nesses depósitos, envolvido e amarrado em um pano. Este artifício conhecido como “boneca de larvicida”</p><p>vem sendo utilizado em alguns Estados desde a Campanha de Erradicação do Aedes aegypti, no Pará, em</p><p>1967.</p><p>b) Tratamento perifocal</p><p>Consiste na aplicação de uma camada de inseticida de ação residual nas paredes externas dos depósitos</p><p>situados em pontos estratégicos, por meio de aspersor manual, com o objetivo de atingir o mosquito adulto</p><p>que aí pousar na ocasião do repouso ou da desova.</p><p>O tratamento perifocal, em princípio, está indicado para localidades recém-infestadas como medida</p><p>complementar ao tratamento focal. É adotado em localidades infestadas apenas em pontos estratégicos</p><p>onde é difícil fazer o tratamento focal, como os grandes depósitos de sucata, depósitos de pneus e ferros-</p><p>velhos, onde tenham sido detectados focos.</p><p>• Preparação da carga</p><p>Os inseticida atualmente empregados no tratamento perifocal são do grupo dos Piretróides, na formulação</p><p>pó molhável e na concentração final de 0,3 % de princípio ativo.</p><p>No caso da Cypermetrina, esta concentração será obtida pela adição de uma carga (78 gramas) do pó</p><p>molhável a 40 %, em 10 litros d’água. A mistura de inseticida com água deve ser feita diretamente no</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>48</p><p>equipamento, parceladamente, com o auxílio de bastão agitador. A sequência da</p><p>borrifação é a mesma que</p><p>se segue no tratamento focal, já descrita.</p><p>Técnica de aplicação</p><p>Durante o tratamento perifocal são exigidos cuidados no sentido de que o operador esteja protegido e o</p><p>inseticida não seja posto em contato com pessoas, pássaros, outros animais domésticos e alimentos. Não</p><p>deve ser aplicado na parte interna de depósitos cuja finalidade é armazenar água destinada ao consumo</p><p>humano.</p><p>São utilizado para o tratamento perifocal os equipamento de aspersão e compressão com capacidade para</p><p>dez litros, e bico apropriado. Deve ser feita a aplicação na parede externa do depósito, de cima para baixo,</p><p>que continua em faixas verticais com superposição de 5 cm. É necessário girar o depósito quando seu</p><p>tamanho o permita ou rodeá-lo da direita para a esquerda quando for fixo ou demasiadamente grande.</p><p>Na superfície próxima ao depósito tratado aplica-se o inseticida até um metro de distância em volta dele.</p><p>• Depósitos não borrifáveis</p><p>Não se borrifarão, em sua face interna, os recipientes que armazenam água para o consumo humano, como</p><p>caixas d’água, tonéis, tanques e outros, os quais devem ser mantidos hermeticamente fechados durante o</p><p>tratamento.</p><p>Depósitos expostos a chuvas também não receberão o tratamento perifocal.</p><p>• Tratamento a Ultrabaixo Volume (UBV)</p><p>Consiste na aplicação espacial de inseticidas a baixíssimo volume. Nesse método as partículas são muito</p><p>pequenas, geralmente se situando abaixo de 30 micras de diâmetro, sendo de 10 a 15 micras de diâmetro</p><p>médio, o ideal para o combate ao Aedes aegypti, quando o equipamento for do tipo UBV pesado.</p><p>O uso deve ser restrito a epidemias, como forma complementar para promover a rápida interrupção da</p><p>transmissão de dengue ou de febre amarela, de preferência associado a mutirão de limpeza e eliminação de</p><p>depósitos.</p><p>Devido ao reduzido tamanho das partículas, este método de aplicação atinge a superfície do corpo do</p><p>mosquito mais extensamente do que através de qualquer outro tipo de pulverização.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>49</p><p>Vantagens deste método:</p><p>• redução rápida da população adulta de Aedes;</p><p>• alto rendimento com maior área tratada por unidade de tempo;</p><p>• melhor adesividade das partículas ao corpo do mosquito adulto;</p><p>• por serem as partículas muito pequenas e leves, são carregadas pelo ar, podendo ser lançadas</p><p>a distâncias compatíveis com a largura dos quarteirões.</p><p>Desvantagens:</p><p>• exige mão-de-obra especializada;</p><p>• sofre influência do vento, chuva e temperatura;</p><p>• pouca ou nenhuma ação sobre as formas imaturas do vetor;</p><p>• ação corrosiva sobre pintura de automóveis, quando o tamanho médio das partículas do</p><p>inseticida for superior a 40 micras;</p><p>• necessidade de assistência técnica especializada;</p><p>• elimina outros insetos quando usado de forma indiscriminada.;</p><p>• não elimina mais que 80 % dos mosquitos;</p><p>• nenhum poder residual.</p><p>Cuidados especiais devem ser observados para se obter êxito na aplicação de inseticida a ultrabaixo-volume.</p><p>Recomenda-se que a pulverização com equipamento pesado seja sempre feita na parte da manhã, bem</p><p>cedo, ou ao anoitecer, uma vez que nesses períodos do dia normalmente não existe correntes de ar</p><p>significativas, que poderiam influenciar a eficácia da aplicação, além de facilitar a operacionalidade do</p><p>conjunto UBV devido a menor intensidade do tráfego urbano de veículos nesses horários.</p><p>O método não deverá ser empregado quando a velocidade do vento for superior a 6 km/hora para que as</p><p>partículas aspergidas não sejam transportadas para fora da área objeto de tratamento.</p><p>Quando a máquina pulverizadora for do tipo montada sobre veículo, a velocidade deste nunca deve</p><p>ultrapassar 16 km/hora durante o processo de aplicação. Neste caso, a boquilha do pulverizador deve ser</p><p>direcionada para as casas, obedecendo a um ângulo de inclinação de aproximadamente 45 graus, com vazão</p><p>regulada de acordo com o inseticida utilizado e velocidade do veículo.</p><p>Durante a aplicação o agente evitará o contato do inseticida com os olhos e demais partes do corpo; não</p><p>tratará o interior de fábricas, depósitos ou armazéns que contenham alimentos; não fará aplicação em áreas</p><p>com plantações de verduras, cereais, frutas.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>50</p><p>Deverá ter cuidado especial para que as máquinas estejam bem reguladas de modo que produzam partículas</p><p>que não manchem pinturas de carro, mármores e outras. Deverá cuidar ainda para que o local de limpeza</p><p>das máquinas seja sempre em áreas distantes de rios, córregos ou locais que tenham animais, evitando-se,</p><p>assim, envenenamento ou a poluição do ambiente.</p><p>O tratamento pelo método UBV deve ser feito em ciclos semanais para que sejam atingidos os adultos</p><p>provenientes de ovos e larvas remanescentes. Recomenda-se que o tratamento seja feito em uma cobertura</p><p>completa na área selecionada, no menor espaço de tempo possível, repetindo-se o tratamento na semana</p><p>seguinte.</p><p>A UBV portátil vem sendo utilizada como forma complementar a UBV pesada, principalmentenas áreas de</p><p>difícil acesso, como favelas, e são utilizados os seguintes equipamentos na aplicação de inseticidas por UBV</p><p>portátil:</p><p>• Nebulizador</p><p>• portátil;</p><p>• motorizado.</p><p>• Controle biológico</p><p>O controle biológico existe na natureza, reduzindo naturalmente a população de mosquitos através da</p><p>predação, do parasitismo, da competição e de agentes patógenos que produzem enfermidades e toxinas.</p><p>Atualmente, existem pesquisas no sentido de utilizar o controle biológico, que teria a grande vantagem de</p><p>minimizar os danos ambientais que os inseticidas comuns podem causar. Algumas pesquisas estão sendo</p><p>feitas com base no uso de algumas espécies predadoras (peixes larvófagos, copépodos), parasitas</p><p>(nematóides) e patógenos (protozoários – microsporídios , Bacillus produtores de toxinas, fungos e vírus).</p><p>Estes últimos, agem como inseticidas de natureza biológica, padrão que foge ao mecanismo clássico da</p><p>regulação biológica.</p><p>Nessa concepção de larvicidas biológicos, temos hoje produtos comerciais à base de Bacillus thuringiensis</p><p>sub.sp. israelensis (Bti), com boa atividade contra larvas de Aedes e o Bacillus sphaericus, para larvas de</p><p>Anopheles e Culex.</p><p>Ambos apresentam boa atividade contra larvas de várias espécies de culicíneos. Apesar dos avanços nessa</p><p>área de controle, ainda há muitos impedimentos quanto ao uso desses métodos em grande escala na prática</p><p>operacional de rotina, considerando os custos, o baixo efeito residual, e a intolerância à exposição direta da</p><p>luz solar.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>51</p><p>O uso de peixes larvófagos tem sido difundido em várias partes do mundo no controle de doenças como a</p><p>malária e o dengue, além de outras doenças ou incômodos também causados por mosquitos.</p><p>Espécies apropriadas de peixes apresentam usualmente as seguintes características:</p><p>• Preferência por larvas de mosquitos maior do que outros tipos de alimentos localizados na</p><p>superfície da agua;</p><p>• Tamanho reduzido para permitir o acesso superficial na água e penetração entre a vegetação;</p><p>• Tolerância à poluição, salinidade, temperatura variáveis e transporte.</p><p>Para esse fim, devem ser utilizados peixes originários da região onde o controle é realizado.</p><p>São exemplos:</p><p>Peixes do gênero Poeciliidae e Cyprinodontidae. Algumas dessas espécies têm sido usadas com sucesso em</p><p>vários países (Gambusia affinis) e o Guppy (Poecilia reticulata). O Gambusia é muito eficiente em água limpa</p><p>enquanto o Poecilia (lebiste) tolera</p><p>altas temperaturas e pode ser usado com sucesso em águas poluídas</p><p>organicamente.</p><p>• Manejo ambiental</p><p>Um componente importante mas frequentemente pouco valorizado no combate aos vetores é o manejo do</p><p>ambiente, não apenas através daquelas ações integradas à pesquisa de focos e tratamento químico, tal como</p><p>a eliminação e remoção de criadouros no ambiente domiciliar, mas, também, pela coleta do lixo urbano</p><p>regular ou através de mutirões de limpeza, o que, na prática, tem sido feito apenas na vigência de</p><p>epidemias.</p><p>O armazenamento, coleta e disposição final dos resíduos sólidos, visando ao êxito no combate vetorial,</p><p>compreende três aspectos: a redução dos resíduos, acompanhada pela sua reciclagem ou reutilização, a</p><p>coleta dos resíduos e a sua correta disposição final.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>52</p><p>O trabalho educativo com vistas a difundir junto à população noções acerca do saneamento domiciliar e do</p><p>uso correto dos recipientes de armazenamento de água, é também de fundamental importância.</p><p>Recipientes como caixas d’água, tonéis e tanques, devem ser mantidos hermeticamente fechados, à prova</p><p>de mosquitos. Caso isso não seja possível naquele momento, o agente deverá escovar as paredes internas</p><p>do reservatório, com vistas a remoção de ovos por ventura aí existentes.</p><p>Outros recipientes ou objetos existentes nos domicílios, peridomicílios e pontos estratégicos, devem</p><p>merecer atenção dos agentes de saúde e dos moradores, pois podem servir de criadouros importantes para</p><p>o Aedes aegypti. Por exemplo:</p><p>• As calhas devem ser desobstruídas periodicamente e mantidas com inclinação adequada para</p><p>o escoamento da água.</p><p>• Cavidades em muros, pedras, arvores, etc., devem ser tampadas com barro ou cimento, de</p><p>modo a evitar que coletem água.</p><p>• Fragmentos de vidros (gargalos e fundos de garrafas) fixados em cima de muros, devem ser</p><p>preenchidos com barro ou areia grossa.</p><p>• As bromélias e outros vegetais que acumulam água entre as folhas devem ser eliminados.</p><p>• As floreiras existentes nos cemitérios (ponto estratégico), devem ser furadas por baixo, ou</p><p>preenchidas com areia grossa.</p><p>E aí, pessoal, compreendido? Vamos prosseguir nosso estudo, conhecendo um pouco sobre os acidentes por</p><p>animais peçonhentos.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>53</p><p>2 - ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS</p><p>Olá pessoal, bem-vindos ao nosso módulo de Acidentes por Animais Peçonhentos!</p><p>Animais peçonhentos são aqueles que possuem glândulas produtoras de veneno ou substâncias tóxicas,</p><p>além de aparelho especializado (dentes ocos, ferrões, aguilhões ou cerdas), por onde o veneno é inoculado.</p><p>Os animais peçonhentos de importância para a saúde pública no Brasil são serpentes, aranhas, escorpiões,</p><p>lagartas, abelhas e alguns animais aquáticos que podem determinar diferentes tipos de envenenamento</p><p>(Tabela 3):</p><p>Tabela 3. Grupos de animais peçonhentos com nomeclatura popular e tipos de acidente causado.</p><p>Grupo Gênero Nome popular Tipo de acidente</p><p>Serpentes</p><p>Bothrops Jararaca, urutu, jararacuçu,</p><p>cruzeira, comboia</p><p>Botrópico</p><p>Lachesis Surucucu pico-de-jaca Laquético</p><p>Crotalus Cascavel Crotálico</p><p>Micrurus Coral verdadeira Elapídico</p><p>Escorpiões Tityus Escorpião, lacrau Escorpionismo</p><p>Aranhas</p><p>Loxoceles Aranha-marrom Loxocelismo</p><p>Phoneutria Armadeira, aranha-da-banana,</p><p>aranha-macaca</p><p>Foneutrismo</p><p>Latrodectus Viúva negra Latrodectismo</p><p>Lagartas</p><p>Lonomia Taturana, lagarta-de-fogo, oruga,</p><p>tapuru, pararama</p><p>Síndrome hemorrágica</p><p>por Lenomia</p><p>Outros Erucismo</p><p>Insetos</p><p>Apis Abelha Múltiplas picadas por</p><p>abelhas</p><p>Peixes Promomotrygon Arraia Acidentes com arraia</p><p>Fonte: Brasil (2009).</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>54</p><p>• Ofidismo</p><p>Os acidentes ofídicos representam problema de saúde pública em virtude de sua alta frequência e</p><p>gravidade. A repercussão social ocorre pelas sequelas e óbitos que ocorrem principalmente em populações</p><p>rurais.</p><p>Identificar o animal causador do acidente pode auxiliar no diagnóstico do acidente. Os critérios básicos, como</p><p>presença de fosseta loreal e morfologia da cauda, são utilizados para distinguir serpentes peçonhentas de</p><p>não peçonhentas a uma distância segura:</p><p>Fosseta loreal: é o orifício situado entre o olho e a narina, daí a denominação popular de “serpente de</p><p>quatro ventas”. No Brasil, está presente nas serpentes do gênero Bothrops, Crotalus e Lachesis. Essas</p><p>serpentes são providas de dentes inoculadores bem desenvolvidos.</p><p>Não possuem fosseta loreal as espécies do gênero Micrurus, que geralmente possuem padrão característico</p><p>de anéis pretos, vermelhos e brancos ou amarelos.</p><p>Cauda: entre as serpentes que possuem fosseta loreal, a distinção entre os gêneros é feita pelo aspecto da</p><p>cauda, que pode ser lisa (gênero Bothrops), com escamas eriçadas (Lachesis) ou com chocalho (Crotalus).</p><p>Na prática, nem sempre é possível ter o animal para identificação. Dessa forma, o diagnóstico é baseado no</p><p>reconhecimento dos sinais e sintomas característicos de cada acidente. Para orientar a terapêutica é</p><p>necessário, portanto, conhecer as principais atividades dos venenos (Tabela 4):</p><p>Tabela 4. Atividades dos venenos e efeitos causados pelos diferentes grupos de serpentes.</p><p>Atividade Efeito Veneno</p><p>Botrópico Laquético Crotálico Elapídico</p><p>Local Inflamatória aguda</p><p>Edema ++++ ++++ + + / -</p><p>Dor +++ ++++ + + / -</p><p>Bolhas, necrose ++ +++ - -</p><p>Sistêmica Hemorrágica Sangramentos ++ +++ - -</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>55</p><p>Coagulante</p><p>Sangue</p><p>incoagulável</p><p>++++ ++++ ++ -</p><p>Parassimpaticomimética</p><p>Vômitos, diarréia,</p><p>bradicardia,</p><p>hipotensão</p><p>- ++ - -</p><p>Neurotóxica</p><p>Paralisia muscular,</p><p>turvação visual</p><p>- - ++++ +++</p><p>Miotóxica</p><p>Dores musculares,</p><p>urina escura</p><p>- - ++++ -</p><p>Fonte: Brasil (2009).</p><p>O quadro clínico varia, portanto, conforme as atividades presentes nos venenos dos diferentes gêneros de</p><p>serpentes peçonhentas. O tempo decorrido entre o acidente e o atendimento é fator determinante no</p><p>prognóstico.</p><p>Além disso, a ocorrência de complicações e óbitos está diretamente relacionada ao tratamento realizado</p><p>tardiamente, em geral, 6 a 12 horas.</p><p>I. Acidente botrópico</p><p>O acidente causado por serpentes do gênero Bothrops (nomes populares: jararaca, urutu, jararacuçu,</p><p>cruzeira, comboia) é o mais importante envenenamento ofídico no Brasil, pela frequência e amplitude com</p><p>que ocorre.</p><p>É responsável por 72,6% dos acidentes ofídicos que ocorrem no País. O quadro clínico pode apresentar</p><p>manifestações locais e sistêmicas.</p><p>Manifestações locais: nas primeiras horas após a inoculação do veneno, a atividade inflamatória dá origem</p><p>à dor e edema no local da picada, de intensidade variável e caráter progressivo, podendo acometer todo o</p><p>membro picado. Equimoses e sangramentos no ponto da picada podem ocorrer, bem como adenomegalia</p><p>regional.</p><p>Como complicações, a síndrome compartimental, embora rara, ocorre precocemente; o edema de grandes</p><p>proporções pode levar à diminuição na perfusão sanguínea, com consequente sofrimento de nervos, vasos</p><p>sanguíneos e músculos de compartimentos de membros inferiores ou superiores.</p><p>Mais comum é a infecção cutânea com abscesso, em geral associada à inoculação de bactérias presentes na</p><p>boca da serpente e à aplicação de substâncias contaminadas no local da picada. Picadas em extremidades</p><p>(dedos) favorecem o desenvolvimento de necrose, que pode evoluir para gangrena e amputação.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>56</p><p>Manifestações sistêmicas: a incoagulabilidade sanguínea e sangramento de pele e mucosas (equimoses a</p><p>distância, gengivorragia, em ferimentos preexistentes) são relativamente comuns, porém a presença de</p><p>hemorragia maciça ou em vísceras (pulmonar, uterina, cerebral) determina a gravidade dos casos.</p><p>Hipotensão e choque podem ocorrer em decorrência do sequestro de líquido para o local da picada,</p><p>hipovolemia por sangramento e liberação de substâncias vasoativas.</p><p>A insuficiência renal aguda pode ocorrer em consequência a esses fatores e a principal complicação</p><p>sistêmica neste tipo de acidente.</p><p>Quais são as ações do veneno botrópico?</p><p>I. Ação proteolítica: as lesões locais decorrem da atividade de proteases, hialuronidases e fosfolipases, da</p><p>liberação de mediadores da resposta inflamatória, da ação das hemorraginas sobre o endotélio vascular e</p><p>da ação pró-coagulante do veneno.</p><p>II. Ação coagulante: a maioria dos venenos botrópicos ativa, de modo isolado ou simultâneo, o fator X e a</p><p>protrombina. Possui também ação semelhante à trombina, convertendo o fibrinogênio em fibrina. Essas</p><p>ações produzem distúrbios da coagulação, como a incoagulabilidade sanguínea.</p><p>III. Ação hemorrágica: as manifestações hemorrágicas são decorrentes da ação das hemorraginas que</p><p>provocam lesões na membrana basal dos capilares, associadas à plaquetopenia e alterações da coagulação.</p><p>Em relação aos exames complementares, não existe exame específico para detecção da presença do</p><p>veneno. No entanto, os parâmetros de coagulação (TP, TTPA e dosagem de fibrinogênio) são importantes</p><p>para determinar a presença de atividade sistêmica e para acompanhamento da reversão da coagulopatia.</p><p>O tempo de coagulação (TC) é um teste simples e rápido, bastante útil e que pode ser utilizado na ausência</p><p>de equipamentos para realização do coagulograma. Outros exames laboratoriais poderão ser solicitados,</p><p>dependendo da evolução clínica do paciente, com especial atenção ao hemograma, dosagem de plaquetas</p><p>e testes bioquímicos para detecção da insuficiência renal aguda.</p><p>Atenção! São COMPLICAÇÕES do acidente botrópico (Brasil, 2021):</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>57</p><p>- Síndrome compartimental: decorre da compressão do feixe vásculo-nervoso consequente ao grande</p><p>edema que se desenvolve no membro atingido, produzindo isquemia de extremidades.</p><p>- Abscesso: a ação “proteolítica” do veneno botrópico favorece o aparecimento de infecções locais. Os</p><p>germes patogênicos podem provir da boca do animal, da pele do acidentado ou do uso de contaminantes</p><p>sobre o ferimento. As bactérias isoladas desses abscessos são bacilos Gram-negativos, anaeróbios e, mais</p><p>raramente, cocos Gram-positivos.</p><p>- Necrose: é devida principalmente à ação “proteolítica” do veneno, associada à isquemia local decorrente</p><p>de lesão vascular e de outros fatores, como infecção, trombose arterial, síndrome de compartimento ou uso</p><p>indevido de torniquetes. O risco é maior nas picadas em extremidades (dedos), podendo evoluir para</p><p>gangrena.</p><p>- Choque: sua patogênese é multifatorial, podendo decorrer da liberação de substâncias vasoativas, do</p><p>sequestro de líquido na área do edema e de perdas por hemorragias.</p><p>- Injúria renal aguda (IRA): também de patogênese multifatorial, pode decorrer da ação direta do veneno</p><p>sobre os rins, isquemia renal secundária à deposição de microtrombos nos capilares, desidratação ou</p><p>hipotensão arterial e choque.</p><p>Tratamento: todos os pacientes com manifestações clínicas de envenenamento necessitam de soro, de</p><p>acordo com a intensidade do envenenamento, definido pelo quadro instalado. Antes mesmo da soroterapia,</p><p>algumas medidas devem ser instituídas:</p><p>a) Manter o membro picado elevado e estendido para alívio da dor e pressão sobre o compartimento;</p><p>b) Administrar analgésicos sistêmicos para alívio da dor;</p><p>c) Realizar hidratação vigorosa, procurando manter diurese.</p><p>Já o tratamento específico consiste na administração, o mais precocemente possível, do soro antibotrópico</p><p>e, na falta deste, das associações antibotrópico-crotálico ou antibotrópico-laquético.</p><p>A posologia depende da intensidade do quadro clínico (Tabela 5):</p><p>Tabela 5. Classificação da intensidade do envenenamento de acordo com as manifestações.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>58</p><p>Quadro clínico Manifestações clínicas Nº de ampolas de soro</p><p>Local: dor, edema e</p><p>equimose</p><p>Sistêmico: hemorragia</p><p>grave, choque, anúria</p><p>Leve Ausente ou discreta Ausente 2-4</p><p>Moderado Evidente Ausente 4-8</p><p>Grave Intensa Presente 12</p><p>Fonte: Brasil (2009).</p><p>A coagulopatia pode estar presente independentemente da gravidade. Se persistir a alteração na</p><p>coagulação 24 horas após a soroterapia, está indicada dose adicional de duas ampolas de antiveneno.</p><p>II. Acidente crotálico</p><p>As serpentes do gênero Crotalus (nome popular: cascavel) distribuem-se de maneira irregular pelo País.</p><p>Representam a segunda causa de acidentes ofídicos em termos de número de casos, porém apresentam a</p><p>maior letalidade (1,2%). As Crotalus preferem ambientes secos e abertos, não sendo comuns nas áreas onde</p><p>as Lachesis predominam.</p><p>O quadro clínico local se manifesta de forma diferente do acidente botrópico e laquético. Nos acidentes com</p><p>as Crotalus o local da picada não apresenta lesão exuberante.</p><p>São observados no segmento picado edema leve (às vezes ausente), eritema e parestesia, com</p><p>formigamento ou anestesia. Entre as manifestações sistêmicas, a característica clínica mais evidente é a</p><p>dificuldade de manter os olhos abertos, e o paciente apresenta aspecto sonolento, visão turva ou dupla,</p><p>diminuição ou paralisia da movimentação ocular.</p><p>Com menor frequência, ocorrem dificuldade de deglutição e modificações no olfato e no paladar. A</p><p>progressão da paralisia muscular pode levar à dificuldade de movimentação da caixa torácica e</p><p>insuficiência respiratória aguda.</p><p>O quadro é acompanhado por dores musculares generalizadas, sangramento discreto e urina escura, de</p><p>tonalidade avermelhada ou marrom.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>59</p><p>Quais são as ações do veneno crotálico?</p><p>São três as ações principais do veneno crotálico: neurotóxica, miotóxica e coagulante.</p><p>I. Ação neurotóxica: produzida principalmente pela fração crotoxina, uma neurotoxina de ação pré-</p><p>sináptica que atua nas terminações nervosas inibindo a liberação de acetilcolina. Esta inibição é o principal</p><p>fator responsável pelo bloqueio neuromuscular do qual decorrem as paralisias motoras apresentadas pelos</p><p>pacientes.</p><p>II. Ação miotóxica: produz lesões de fibras musculares esqueléticas (rabdomiólise) com liberação de</p><p>enzimas e mioglobina para o soro e que são posteriormente excretadas pela urina. Essa capacidade de</p><p>produzir lesões no tecido muscular tem sido atribuída à crotoxina e a crotamina.</p><p>III. Ação coagulante: decorre de atividade do tipo trombina que converte o fibrinogênio diretamente em</p><p>fibrina. O consumo do fibrinogênio pode levar à incoagulabilidade sanguínea. Geralmente não há redução</p><p>do número de plaquetas. As manifestações hemorrágicas, quando presentes, são discretas.</p><p>Em relação aos exames complementares, além das mesmas considerações feitas</p><p>para o acidente botrópico,</p><p>atenção especial deve ser dada à função renal. O monitoramento da diurese e dos exames bioquímicos</p><p>(ureia e creatinina) é fundamental para a detecção precoce da injúria renal.</p><p>Atenção! São COMPLICAÇÕES do acidente crotálico (Brasil, 2021):</p><p>- Parestesias locais duradouras: são reversíveis após algumas semanas.</p><p>- IRA: ocorre com necrose tubular, geralmente de instalação nas primeiras 48 horas.</p><p>Tratamento: todos os indivíduos com manifestações clínicas de envenenamento necessitam de soro, de</p><p>acordo com a intensidade do envenenamento definida pelo quadro clínico instalado. Antes da soroterapia,</p><p>algumas medidas devem ser instituídas:</p><p>a) Manter o indivíduo em repouso;</p><p>b) Instituir hidratação vigorosa, procurando manter diurese.</p><p>O tratamento específico consiste na aplicação precoce em dose adequada de soro anticrotálico (SAC) ou</p><p>antibotrópico-crotálico (SABC) na ausência do soro específico (Tabela 6):</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>60</p><p>Tabela 6. Classificação da intensidade do envenenamento de acordo com as manifestações.</p><p>Quadro</p><p>clínico</p><p>Manifestações clínicas Nº de</p><p>ampolas</p><p>de soro</p><p>Distúrbios visuais,</p><p>ptose palpebral</p><p>Dores</p><p>musculares</p><p>Urina escura Oligúria/anúria</p><p>Leve Ausente ou tardia</p><p>Discreta ou</p><p>evidente</p><p>Ausente Ausente 5</p><p>Moderado Discreta ou evidente Discreta</p><p>Pouco evidente</p><p>ou ausente</p><p>Ausente 10</p><p>Grave Evidente Intensa Presente Presente 20</p><p>Fonte: Brasil (2009).</p><p>III. Acidente laquético</p><p>O gênero Lachesis (nome popular: surucucu pico-de-jaca) representa as maiores serpentes peçonhentas</p><p>existentes nas Américas que habitam matas fechadas, sendo encontradas principalmente na Amazônia e,</p><p>mais raramente, na Mata Atlântica. A letalidade (0,7%) é maior do que a causada por Bothrops (0,4%).</p><p>O número de acidentes não é elevado, embora o diagnóstico diferencial com o envenenamento botrópico</p><p>nem sempre seja possível nas áreas de floresta onde coabitam os dois gêneros.</p><p>O quadro clínico local é semelhante ao descrito no acidente botrópico, predominando a dor e edema.</p><p>Podem surgir vesículas e bolhas de conteúdo seroso ou sero-hemorrágico, nas primeiras horas após o</p><p>acidente.</p><p>As mesmas complicações locais, como síndrome compartimental, necrose, infecção secundária, abscesso,</p><p>déficit funcional podem estar presentes em frequência e intensidade maior do que no acidente botrópico.</p><p>As manifestações sistêmicas são semelhantes às descritas no envenenamento botrópico. Além disso,</p><p>alguns pacientes podem apresentar hipotensão arterial, tonturas, escurecimento da visão, bradicardia,</p><p>cólicas abdominais e diarreia.</p><p>A presença da chamada síndrome vagal possibilita a diferenciação clínica do envenenamento laquético.</p><p>Quais são as ações do veneno laquético?</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>61</p><p>I. Ação proteolítica: por ação direta de proteases, principalmente trombinas e metaloproteinases.</p><p>II. Ação coagulante: toxinas atuam como trombina causando clivangem nas moléculas de fibrinogênio que</p><p>se transformam em fribinas, formando microcoágulos que se depositam no órgãos.</p><p>III. Ação hemorrágica: a atividade hemorrágica do veneno de Lachesis tem sido relacionada à presença de</p><p>hemorraginas.</p><p>IV. Ação neurotóxica: descrita e baseada no isolamento de uma forma de fosfolipases A2 que induzem, in</p><p>vitro, o bloqueio muscular irreversível.</p><p>Em relação aos exames complementares, também não existem testes laboratoriais para distinguir o</p><p>acidente laquético do botrópico. Dessa forma, os mesmos exames são recomendados, como: testes de</p><p>coagulação (TC, TP, TTPA e dosagem de fibrinogênio), hemograma, dosagem de plaquetas e testes</p><p>bioquímicos para detecção da insuficiência renal aguda.</p><p>Atenção! São COMPLICAÇÕES do acidente laquético (Brasil, 2021):</p><p>As complicações locais descritas no acidente botrópico também podem estar presentes no acidente</p><p>laquético.</p><p>Tratamento: os pacientes com manifestações clínicas de envenenamento necessitam de soro, de acordo</p><p>com a intensidade do envenenamento definida pelo quadro instalado. O soro botrópico-laquético (SABL)</p><p>deve ser utilizado por via intravenosa.</p><p>Tabela 7. Classificação da intensidade do envenenamento laquético de acordo com as manifestações.</p><p>Quadro clínico Manifestações clínicas Nº de ampolas de soro</p><p>Local Sistêmico vagal</p><p>Moderado Presente Ausente 10</p><p>Grave Evidente Presente 20</p><p>Fonte: Brasil (2009).</p><p>IV. Acidente elapídico</p><p>No Brasil é causado por serpentes do gênero Micrurus conhecidas como corais verdadeiras. São pouco</p><p>frequentes, correspondendo à quarta causa de acidentes por serpentes peçonhentas.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>62</p><p>As manifestações locais, quando presentes, restringem-se à parestesia e eritema discretas. O edema</p><p>geralmente se associa ao uso prévio de torniquetes.</p><p>As manifestações sistêmicas envolvem um quadro neuroparalítico que se inicia, em geral, poucas horas após</p><p>o acidente,sendo relatadas de acordo com o início e sequência de aparecimento: ptose palpebral bilateral,</p><p>simétrica ou assimétrica; dificuldade da acomodação visual, turvação ou borramento da visão;</p><p>oftalmoplegia e anisocoria; dificuldade para deglutição e mastigação, sialorreia, diminuição do reflexo do</p><p>vômito e ptose mandibular; diminuição da força muscular dos membros; desconforto respiratório até</p><p>dispneia restritiva e obstrutiva, que pode evoluir com insuficiência respiratória.</p><p>Quais são as ações do veneno elapídico?</p><p>Os constituintes tóxicos do veneno são denominados neurotoxinas (NTXs) e atuam da seguinte forma:</p><p>I. NTX de ação pós-sináptica: em razão do seu baixo peso molecular podem ser rapidamente absorvidas para</p><p>a circulção sistêmica, difundidas para os tecidos, explicando a precocidade dos sintomas de envenenamento.</p><p>As NTXs competem com a acetilcolina (Ach) pelos receptores colinérgicos da junção neuromuscular,</p><p>atuando de modo semelhante ao curare. Nos envenenamentos onde predomina essa ação (M. frontalis), o</p><p>uso de substâncias anticolinesterásticas (edrofônio e neostigmina) pode prolongar a vida média do</p><p>neurotransmissor (Ach), levando a uma rápida melhora da sintomatologia.</p><p>II. NTX de ação pré-sináptica: estão presentes em algumas corais (M. coralliunus) e também em alguns</p><p>viperídeos, como a cascavel sulamericana.</p><p>Atuam na junção neuromuscular, bloqueando a liberação de Ach pelos impulsos nervosos, impedindo a</p><p>deflagração do potencial de ação. Esse mecanismo não é antagonizado pelas substâncias</p><p>anticolinesterásicas.</p><p>Atenção! São COMPLICAÇÕES do acidente elapídico (Brasil, 2021):</p><p>A paralisia flácida da musculatura respiratória compromete a ventilação, podendo haver evolução para</p><p>insuficiência respiratória aguda e apneia.</p><p>Tratamento: todos os pacientes com manifestações clínicas de envenenamento necessitam de soro. É</p><p>indicado o soro antielapídico (Sael). A dose recomendada é de 10 ampolas.</p><p>Vamos comentar, agora, sobre os primeiros socorros ou primeiro atendimento nos casos de acidente</p><p>ofídico.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>63</p><p>O que fazer em caso de acidente ofídico?</p><p>• Afastar o acidentado da serpente;</p><p>• Sempre que possível manter o acidentado em repouso, evitando correr ou que se locomova</p><p>por seus próprios meios;</p><p>• Manter o membro picado mais elevado do que o restante do corpo;</p><p>• Limpar</p><p>o local com água e sabão;</p><p>• Monitorar sinais vitais (pressão arterial e frequência cardíaca);</p><p>• Levar o acidentado o quanto antes para um hospital ou serviço de saúde mais próximo;</p><p>• Atualizar-se regularmente junto à secretaria estadual de saúde quanto aos pontos de</p><p>tratamento com o soro específico;</p><p>• Se for possível, levar o animal causador do acidente ao serviço de saúde.</p><p>O que NÃO fazer em caso de acidente ofídico?</p><p>• Não amarrar ou fazer torniquete, pois essas medidas podem ocasionar maiores complicações</p><p>(necrose e síndrome compartimental), podendo levar, inclusive, à amputação;</p><p>• Não aplicar nenhum tipo de substâncias sobre o local da picada (fezes, álcool, querosene,</p><p>fumo, ervas, urina) nem fazer curativos que fechem o local, pois podem favorecer a ocorrência</p><p>de infecções;</p><p>• Não cortar, perfurar ou queimar o local da picada. Essas medidas podem piorar a hemorragia</p><p>e causar infecções;</p><p>• Não dar bebidas alcoólicas ao acidentado, ou outros líquidos como álcool, gasolina,</p><p>querosene etc., pois não têm efeito contra o veneno e podem causar problemas gastrointestinais</p><p>na vítima.</p><p>• Escorpionismo</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>64</p><p>É o quadro do envenenamento humano causado pelo veneno escorpiônico. Os escorpiões são</p><p>representantes da classe dos aracnídeos, predominantes nas zonas tropicais e subtropicais do mundo, com</p><p>maior incidência nos meses em que ocorre aumento de temperatura e umidade.</p><p>Os acidentes com escorpiões ocorrem com maior frequência em locais onde há presença abundante de</p><p>baratas, sendo esse inseto o principal alimento do escorpião.</p><p>Os grupos mais vulneráveis são de pessoas que atuam na construção civil, crianças e donas de casa que</p><p>permanecem o maior período no intra ou peridomicílio. Ainda nas áreas urbanas, são sujeitos os</p><p>trabalhadores de madeireiras, transportadoras e distribuidoras de hortifrutigranjeiros, por manusear</p><p>objetos e alimentos onde os escorpiões podem estar alojados.</p><p>São relatados no Brasil mais de 35.000 casos por ano de escorpionismo distribuídos em todos os estados,</p><p>tendo como representantes de maior importância nos acidentes quatro espécies do gênero Tityus: T.</p><p>serrulatus, T. bahiensis, T. stigmurus, e T. obscurus.</p><p>O gênero Tityus tem como característica, entre outras, a presença de um espinho sob o ferrão.</p><p>Quais são as características principais dessas espécies?</p><p>Tityus serrulatus ou escorpião amarelo → responsável pela maioria dos acidentes graves. A reprodução é</p><p>partenogenética, na qual cada fêmea produz cerca de 40 filhotes por ano.</p><p>Tityus bahiensis → conhecido como escorpião marrom ou preto.</p><p>Tityus stigmurus → assemelha-se ao T. serrulatus nos hábitos e na coloração, porém apresenta uma faixa</p><p>escura longitudinal na parte dorsal.</p><p>Tityus obscurus → escorpião preto da Amazônia.</p><p>O veneno escorpiônico atua nas terminações nervosas. Dependendo da espécie, podem prevalecer</p><p>alterações em determinados órgãos-alvo (Tabela 8):</p><p>Tabela 8. Classificação da intensidade do envenenamento de acordo com manifestações.</p><p>Manifestações clínicas Espécie</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>65</p><p>Atividade sobre</p><p>as terminações</p><p>nervosas</p><p>Local Sistêmico T.</p><p>serrulatus</p><p>T.</p><p>bahiensis</p><p>T.</p><p>stigmurus</p><p>T.</p><p>obscurus</p><p>Sensitivas Dor - +++ +++ ++ +</p><p>Motoras + + + +</p><p>Sistema nervoso</p><p>autônomo</p><p>Mioclonias</p><p>hiperreflexia</p><p>- - - +++</p><p>Ativação adrenérgica</p><p>e/ou colinérgica</p><p>+++ + - -</p><p>Fonte: Brasil (2009).</p><p>A sintomatologia local, por si só, não justifica o uso de antiveneno, sendo indicado na presença de</p><p>manifestações sistêmicas, sendo de especial importância na neutralização dos efeitos adrenérgicos e</p><p>colinérgicos, que podem levar o paciente a óbito, quando não tratado em tempo adequado.</p><p>O escorpionismo deve sempre ser considerado como um agravo que necessita de atendimento imediato,</p><p>pois o início das manifestações clínicas é precoce. A grande maioria dos acidentes é leve. No entanto,</p><p>crianças abaixo dos 14 anos, em acidentes causados por T. serrulatus(escorpião-amarelo), apresentam</p><p>maior risco de complicações sistêmicas e óbitos.</p><p>O quadro de envenenamento é dinâmico e pode evoluir para maior gravidade em minutos ou poucas horas.</p><p>Em relação às manifestações locais, o veneno escorpiônico provoca efeitos que podem surgir na região da</p><p>picada e/ou a distância. O quadro local caracteriza-se por dor de intensidade variável, com sinais</p><p>inflamatórios pouco evidentes, sendo incomum a observação da marca do ferrão.</p><p>De evolução benigna na maioria dos casos, tem duração de algumas horas e não requer soroterapia.</p><p>Já o quadro sistêmico pode se iniciar em minutos ou poucas horas (2-3 horas). Agitação desproporcional à</p><p>dor, sudorese profusa, hipertensão e taquicardia podem surgir inicialmente, dando lugar a náuseas e</p><p>vômitos, que prenunciam o aparecimento de manifestações vagais, como cólicas abdominais, diarreia e</p><p>outras que podem dar lugar à hipotensão, bradicardia.</p><p>Os óbitos, quando ocorrem, têm rápida evolução e estão associados a hipotensão ou choque, disfunção e</p><p>lesão cardíaca, bem como edema agudo pulmonar.</p><p>As manifestações sistêmicas, quando muito pronunciadas, podem mascarar o quadro local principalmente</p><p>por serem mais comuns em crianças. O diagnóstico precoce e a manutenção das funções vitais influem na</p><p>evolução do caso, além da idade do acidentado (abaixo de 14 anos e principalmente menores que sete anos)</p><p>e a espécie do escorpião.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>66</p><p>O envenenamento por T. obscurus em algumas regiões da Amazônia pode ocasionar manifestações</p><p>sistêmicas, tais como mioclonias, fasciculações e sensação de choque, não sendo observados em outras</p><p>partes do País.</p><p>Não há exames específicos para o diagnóstico do escorpionismo. Pacientes com manifestações sistêmicas</p><p>costumam apresentar alterações de vários exames laboratoriais, mais evidentes nos quadros graves, e</p><p>reversíveis, na maioria das vezes, nos primeiros dias após o acidente.</p><p>Tratamento: mesmo nos quadros leves, recomenda-se um período de observação na unidade de saúde nas</p><p>primeiras quatro a seis horas após o acidente, principalmente em crianças (Brasil, 2009).</p><p>A presença de instabilidade hemodinâmica, com hiperatividade adrenérgica ou colinérgica, requer a</p><p>monitorização contínua, preferencialmente em centro de terapia intensiva.</p><p>Para o tratamento sintomático, dependendo da intensidade da dor, podem ser indicados o uso de</p><p>analgésicos sistêmicos e infiltração local com anestésico do tipo Lidocaína 2% ou Bupivacaína 0,5%, sem</p><p>vasoconstritor.</p><p>O tratamento específico se baseia na soroterapia, indicada nos casos graves e moderados. De acordo com</p><p>a classificação do acidente, o soro antiescorpiônico (Saesc) ou o soro antiaracnídico (SAA) deve ser</p><p>administrado o mais rapidamente possível (Tabela 9):</p><p>Tabela 9. Classificação da intensidade do envenenamento de acordo com manifestações.</p><p>Quadro clínico CQ local CQ sistêmico Nº de ampolas</p><p>de soro Neuromuscular Adrenérgico Colinérgico</p><p>Leve Sim Não Não Não -</p><p>Moderado Sim ou não Sim ou não Sim Não 2 a 4</p><p>Grave Sim ou não Sim ou não Sim ou não Sim 4 a 8</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>67</p><p>Fonte: Brasil (2009).</p><p>Na vigência de um caso moderado e grave, o acidentado deve preferencialmente ser</p><p>encaminhado a um</p><p>hospital de referência para que seja monitorizado continuamente quanto à frequência cardíaca e</p><p>respiratória, pressão arterial, oxigenação, estado de hidratação e equilíbrio ácidobásico.</p><p>Exames como radiografia de tórax, eletrocardiograma e ecocardiografia são necessários para a detecção</p><p>de lesões cardíacas. Na vigência de insuficiência cardíaca congestiva e ou edema pulmonar, o tratamento</p><p>deve ser de suporte, utilizando-se diuréticos, hidratação cuidadosa, oxigênio nasal ou por máscara e, nos</p><p>casos mais graves, agentes inotrópicos e, se necessário, ventilação mecânica.</p><p>O que fazer em caso de acidente escorpiônico?</p><p>• Limpar o local com água e sabão;</p><p>• Aplicar compressa morna no local;</p><p>• Procurar orientação imediata e mais próxima do local da ocorrência do acidente (posto de</p><p>saúde, hospital de referência);</p><p>• Atualizar-se regularmente junto à secretaria estadual de saúde quanto aos pontos de</p><p>tratamento com o soro específico;</p><p>• Se for possível, capturar o animal e levá-lo ao serviço de saúde.</p><p>O que NÃO fazer em caso de acidente escorpiônico?</p><p>• Não amarrar ou fazer torniquete;</p><p>• Não aplicar nenhum tipo de substâncias sobre o local da picada (fezes, álcool, querosene,</p><p>fumo, ervas, urina) nem fazer curativos que fechem o local, pois podem favorecer a ocorrência</p><p>de infecções;</p><p>• Não cortar, perfurar ou queimar o local da picada;</p><p>• Não dar bebidas alcoólicas ao acidentado, ou outros líquidos como álcool, gasolina,</p><p>querosene etc., pois não têm efeito contra o veneno e podem agravar o quadro.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>68</p><p>• Aranhas</p><p>As aranhas são representantes da classe dos aracnídeos. Atualmente existem mais de 36.000 espécies</p><p>descritas que ocupam todas as regiões da Terra, com exceção da Antártida.</p><p>Alimentam-se principalmente de insetos, como grilos e baratas. Seus predadores são pequenos vertebrados</p><p>como roedores, répteis, peixes e filhotes de pássaros.</p><p>No Brasil, as aranhas consideradas de interesse para saúde pertencem a três gêneros: Phoneutria sp.,</p><p>Loxosceles sp. e Latrodectus sp. (Tabela 10).</p><p>Tabela 10. Gêneros e espécies das principais aranhas de interesse para saúde no Brasil.</p><p>Gênero e espécie Nome popular Morfologia</p><p>Phoneutria sp. Armadeira,</p><p>aranha-da-</p><p>banana,</p><p>aranha-macaca</p><p>Até 4 cm de comprimento e 15 cm de envergadura;</p><p>Não faz teia;</p><p>Atividade caçadora noturna;</p><p>Durante o dia abriga-se em lugares escuros e úmidos: troncos,</p><p>bromélias, folhas das bananeiras; nas residências: em sapatos,</p><p>atrás de móveis, cortinas, sob vasos, entulhos, material de</p><p>construção, lenha.</p><p>Loxosceles sp. Aranha-marrom 3 a 4 cm de comprimento;</p><p>Teia irregular de aspecto semelhante a algodão;</p><p>Atividade noturna;</p><p>Abriga-se em fendas de barrancos, pedras, sob cascas e troncos,</p><p>em frestas de árvores, folhas caídas ao abrigo da luz; nas</p><p>residências: atrás ou embaixo de móveis, quadros, frestas nas</p><p>paredes, rodapés, caixas de papelão e ambientes com pouca</p><p>iluminação e movimentação.</p><p>Latrodectus sp. Viúva-negra 4 a 5 cm de comprimento;</p><p>Hábitos gregários;</p><p>Faz teia irregular na vegetação arbustiva, gramíneas, cascas de</p><p>coco, canaletas de chuvas, sob pedras.</p><p>Esconde-se dentro de construções, em ambientes sombreados,</p><p>frestas diversas, sob cadeiras e mesas em jardins.</p><p>Fonte: Brasil (2009).</p><p>Os venenos dos três gêneros de aranhas de importância em saúde (Phoneutria, Loxosceles e Latrodectus)</p><p>possuem atividades bastante distintas, cujos envenenamentos apresentam características que permitem</p><p>a diferenciação entre os tipos de acidente com relativa facilidade.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>69</p><p>Acidentes causados por outras aranhas podem ser comuns, porém sem relevância. A maioria vive nas</p><p>habitações humanas ou suas proximidades. As principais representantes desse grupo são as aranhas</p><p>caranguejeiras, aranha-de-grama, aranha-de-jardim, aranhalobo ou tarântula, aranha-da-poeira, papa-</p><p>moscas ou aranhas saltadoras.</p><p>De outro modo, lesões cutâneas são muitas vezes atribuídas a supostas picadas de aranhas domésticas.</p><p>Outros diagnósticos, como celulite, erisipela, infecção herpética, eczemas e outras afecções dermatológicas,</p><p>são usualmente motivo de consulta em que as aranhas são imputadas à “causa” dessas lesões que, em geral,</p><p>não são confirmadas com a história clínica.</p><p>I. Foneutrismo</p><p>O veneno de Phoneutria promove a despolarização de fibras musculares e terminações nervosas da junção</p><p>neuromuscular, bem como ativação do sistema nervoso autônomo, causando a liberação de</p><p>neurotransmissores adrenérgicos e acetilcolina, da mesma forma que o veneno escorpiônico.</p><p>Dessa forma, o quadro clínico dos acidentes por Phoneutria e escorpião são bastante semelhantes,</p><p>podendo até ser indistinguíveis caso o animal causador não seja identificado.</p><p>Em relação às manifestações clínicas predominam no foneutrismo as manifestações locais.</p><p>A dor imediata é observada na maioria dos casos, às vezes bastante intensa, podendo se irradiar até a raiz</p><p>do membro acometido.</p><p>Outras manifestações são também observadas: edema discreto, eritema, sudorese local, parestesia e a</p><p>marca dos dois pontos de inoculação.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>70</p><p>Já os sinais clínicos sistêmicos, incluem as manifestações adrenérgicas e colinérgicas podem surgir</p><p>precocemente e determinam a gravidade do envenenamento que ocorre principalmente em crianças.</p><p>No sistema cardiovascular, são observadas alterações hemodinâmicas caracterizadas por hipotensão ou</p><p>hipertensão arterial, bradicardia e arritmias. O edema pulmonar agudo e o choque são as principais causas</p><p>de óbito.</p><p>Não há exames específicos para detectar os casos de araneísmo. Na presença de alterações</p><p>cardiovasculares, exames específicos devem ser realizados à semelhança do envenenamento escorpiônico.</p><p>O tratamento sintomático inclui a aplicação de procedimentos terapêuticos para alívio da dor, com</p><p>infiltração anestésica local isolada ou associada a analgésicos por via oral ou uso exclusivo de analgésicos</p><p>por via oral.</p><p>O tratamento específico se baseia em soroterapia antiveneno (soro antiaracnídico; SAA), indicada nos casos</p><p>moderados e graves, aliada a medidas de suporte vital.</p><p>Todos os pacientes graves devem ser internados numa unidade de cuidados intensivos para</p><p>monitoramento dos distúrbios hemodinâmicos e respiratórios. A classificação deve ser feita com base nas</p><p>manifestações, como na Tabela 11.</p><p>O SAA é um concentrado de imunoglobulinas específicas indicado no tratamento dos acidentes por aranhas</p><p>do gênero Phoneutria e Loxosceles, e escorpiões do gênero Tityus.</p><p>Tabela 11. Classificação da intensidade do envenenamento de acordo com manifestações.</p><p>Classificação Manifestações clínicas Nº de</p><p>ampolas</p><p>Leve Dor, edema, eritema, irradiação, sudorese, parestesia. -</p><p>Moderada Quadro local associado a sudorese, taquicardia, vômitos ocasionais,</p><p>agitação, hipertensão arterial.</p><p>2 a 4</p><p>Grave Além das manifestações acima: prostração, sudorese profusa, hipotensão,</p><p>priapismo, diarreia, bradicardia, arritmias cardíacas, arritmias respiratórias,</p><p>edema pulmonar, choque.</p><p>5 - 10</p><p>Fonte: Brasil (2009).</p><p>II. Loxoscelismo</p><p>O veneno loxoscélico possui uma substância denominada esfingomielinase-D, que age sobre o sistema</p><p>complemento e diferentes células como leucócitos, hemácias, plaquetas, sendo a ela atribuída a atividade</p><p>dermonecrótica e a hemólise intravascular.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29</p><p>ambiente antrópico, que impliquem transtornos sociais ambientais e econômicos</p><p>significativos;</p><p>animais domésticos ou de produção (Columba livia, Canis familiaris, Felis catus) e roedores sinantrópicos</p><p>comensais (Rattus rattus, Rattus norvegicus e Mus musculus);</p><p>quirópteros em áreas urbanas e peri-urbanas e quirópteros hematófagos da espécie Desmodus rotundus;</p><p>espécies exóticas invasoras comprovadamente nocivas à agricultura, pecuária, saúde pública e ao meio</p><p>ambiente.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>5</p><p>Para as demais, não relacionadas acima, o manejo e controle só serão permitidos após a aprovação e</p><p>autorização do IBAMA.</p><p>Atenção, pessoal! A eliminação direta de indivíduos das espécies em questão deve ser efetuada somente</p><p>quando tiverem sido esgotadas as medidas de manejo ambiental.</p><p>E em relação às espécies sinantrópicas nocivas, quais são passivas de controle?</p><p>Além disso, que tipos de profissionais que podem realizar o controle dessas espécies?</p><p>De acordo com a IN IBAMA nº 141/06 o controle espécies sinantrópicas nocivas pode ser efetuado por</p><p>pessoas físicas e jurídicas devidamente habilitadas para tal atividade. As pessoas físicas ou jurídicas</p><p>interessadas no manejo ambiental ou controle da fauna sinantrópica nociva, devem solicitar autorização</p><p>junto ao órgão ambiental competente nos respectivos Estados .</p><p>Observada a legislação e as demais regulamentações vigentes, são espécies sinantrópicas nocivas passíveis</p><p>de controle por pessoas físicas e jurídicas devidamente habilitadas para tal atividade, SEM a NECESSIDADE</p><p>DE AUTORIZAÇÃO por parte do IBAMA:</p><p>artrópodes nocivos como abelhas, cupins, formigas, pulgas, piolhos, mosquitos, moscas e demais espécies</p><p>nocivas que impliquem em transtornos sociais, ambientais e econômicos.</p><p>roedores sinantrópicos comensais (Rattus rattus, Rattus norvegicus e Mus musculus) e pombos (Columba</p><p>livia) observada a legislação vigente, especialmente no que se refere à maus tratos, translocação e utilização</p><p>de produtos químicos.</p><p>Atenção! No controle dos roedores e pombos deve ser observada a legislação vigente quanto aos maus</p><p>tratos desses animais, translocação e utilização de produtos químicos.</p><p>Para as demais espécies que não se enquadram nos critérios estabelecidos nos itens anteriores, o manejo</p><p>e controle somente serão permitidos mediante aprovação e autorização expressa do Ibama.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>6</p><p>São considerados espécimes da fauna silvestre todos os animais que de espécies nativas, migratórias e</p><p>quaisquer outras que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território,</p><p>terrestre ou aquático, brasileiro.</p><p>Em relação a esses produtos químicos, ou venenos utilizados no manejo e controle das espécies, a IN IBAMA</p><p>nº 141/06 estabelece, ainda, que os venenos e outros compostos químicos utilizados no manejo ambiental</p><p>e controle de fauna devem ter registro junto aos órgãos competentesem observância à regulamentação</p><p>específica vigente.</p><p>Fica facultada ação emergencial aos Ministérios da Saúde e ao da Agricultura, no que diz respeito ao manejo</p><p>ambiental e controle da fauna sinantrópica nociva, observadas a legislação e as demais regulamentações</p><p>específicas vigentes.</p><p>E o que é uma ação emergencial?</p><p>Ação Emergencial caracteriza-se pela necessidade premente de adoção de medidas de manejo ou controle</p><p>de fauna, motivadas por risco de vida iminente ou situação de calamidade e deve ser comunicada</p><p>previamente ao Ibama por meio de ofício, via postal ou eletrônica, de forma que lhe seja facultado indicar</p><p>um técnico para acompanhar as atividades.</p><p>As atividades e resultados das ações emergenciais devem ser detalhados em relatório específico</p><p>encaminhado ao Ibama 30 dias após sua execução.</p><p>Fica facultado aos órgãos de segurança pública, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, o manejo</p><p>e o controle da fauna sinantrópica nociva, sempre que estas representarem risco iminente para a</p><p>população.</p><p>Por fim, as pessoas físicas e jurídicas atuando sem a devida autorização ou utilizando métodos em</p><p>desacordo com a presente Instrução Normativa serão inclusas nas penalidades previstas na Lei.</p><p>E como deve ser o manejo específico de cada uma dessas espécies?</p><p>Para um controle eficaz da fauna sinantrópica nociva é necessário conhecer sua biologia, que envolve</p><p>alimentação, habitat e hábitos de vida. O estudo desses componentes resulta no que chamamos de "manejo</p><p>integrado" dos animais.</p><p>Iniciaremos, agora, o estudo sobre o controle de roedores, morcegos e vetores.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>7</p><p>1.1 – Roedores</p><p>Estudaremos sobre o controle de roedores com base no Manual de Controle de Roedores do Ministério da</p><p>Saúde (Brasil, 2002).</p><p>Os roedores pertencem à ordem Rodentia que significa roer. A principal característica dos roedores é a</p><p>presença de dentes incisivos proeminentes e que crescem de forma contínua.</p><p>Os roedores são capazes de viver em qualquer ambiente que lhes propicie condições de sobrevivência (como</p><p>água, comida e habitação) e apresentam grande capacidade de sobrevivência em condições adversas, como</p><p>calor e frio intenso.</p><p>Algumas espécies de roedores são consideradas sinantrópicas, pela sua associação ao homem. Essa</p><p>associação se dá em virtude desses roedores, muitas vezes, terem tido seus ambientes invadidos e</p><p>prejudicados pela ação do próprio homem.</p><p>Essas espécies são divididas em espécies sinantrópicas comensais e espécies sinantrópicas não-comensais</p><p>ou selvagens.</p><p>Das espécies sinantrópicas comensais, ou seja, aquelas que dependem unicamente do ambiente do homem,</p><p>a ratazana (Rattus norvegicus), o rato de telhado (Rattus rattus), e o camundongo (Mus musculus), são de</p><p>grande importância, devido à sua distribuição cosmopolita e por serem responsáveis por grandes prejuízos</p><p>econômicos e de ordem sanitária ao homem.</p><p>Já as espécies sinantrópicas não comensais apresentam a característica de formarem colônias no ambiente</p><p>silvestre longe do contato com o homem. Contudo, em decorrência das modificações ambientais promovidas</p><p>pelos processos de urbanização houve um estreitamento do contato dos roedores silvestres com o homem.</p><p>As espécies de roedores não comensais são importantes reservatórios de doenças, como a peste, tularemia</p><p>e a hantavirose. Entre esses, a espécie Bolomys lasiurus desempenha importante papel no ciclo</p><p>epidemiológico da peste bubônica.</p><p>São outras espécies de roedores sinantrópicos não comensais: Akodon spp; Bolomys spp; Calomys spp;</p><p>Cavia spp; Delomys spp; Euryzygomatomys spp; Kerodon spp; Nectomys spp; Oligoryzomys spp; Oryzomys</p><p>spp; Trichomys spp, entre outras.</p><p>Não entraremos em detalhes sobre as espécies de roedores selvagens. Contudo, é importante saber</p><p>diferenciá-las das espécies de roedores comensais, pois são frequentemente cobradas em prova!</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>8</p><p>Comentaremos, agora, um pouco da biologia e do comportamento das três espécies de roedores</p><p>sinantrópicos comensais, individualmente.</p><p>Ratazana - Rattus norvegicus</p><p>Sinonímia: rato de esgoto, rato marrom, rato da Noruega, gabiru.</p><p>Localização: comum na faixa litorânea brasileira.</p><p>Biologia: vive em colônias, de tamanho variável de acordo com a disponibilidade de abrigo e alimento. Tem</p><p>preferência por abrigos abaixo do nível</p><p>- Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>==1365fc==</p><p>71</p><p>Pelo fato das Loxosceles serem pouco agressivas, os acidentes acontecem quando as aranhas são</p><p>comprimidas contra o corpo, no momento em que as pessoas vestem roupas, calçados, usam toalhas de</p><p>banho ou dormem.</p><p>A manifestações locais caracteriza a forma cutânea que é a mais comumente observada a partir de uma</p><p>picada pouco dolorosa ou despercebida.</p><p>Eritema e edema endurado que progride nas 2-4 horas subsequentes, acompanhados de equimose com</p><p>áreas de palidez, formando a chamada placa marmórea.</p><p>O quadro gudo pode evoluir com necrose e escara, que, após retirada, deixa uma úlcera com fundo</p><p>granulomatoso e bordos elevados.</p><p>As manifestações sistêmicas, inespecíficasm relativamente comuns podem aparecer nas primeiras 24 horas,</p><p>na forma de exantema morbiliforme ou escarlatiforme, febre, malestar, fraqueza, cefaleia, náuseas e</p><p>vômitos.</p><p>No entanto, o quadro sistêmico é definido pela presença de hemólise intravascular, caracterizando a forma</p><p>cutâneo-hemolítica (ou cutaneovisceral), onde, além da lesão cutânea, há presença de anemia aguda,</p><p>icterícia cutaneomucosa ou hemoglobinúria, que ocorrem, em geral, nas primeiras 72 horas após acidente.</p><p>Complicações como insuficiência renal aguda (IRA) e coagulação intravascular disseminada são menos</p><p>frequentes.</p><p>Tratamento: apesar de não haver um consenso na sua eficácia sobre a evolução da lesão cutânea, o</p><p>antiveneno (soro antiaracnídico ou antiloxoscélico) tem sido administrado nos casos atendidos</p><p>precocemente, até 72 horas após o acidente.</p><p>Entretanto, quanto maior é o tempo decorrido após o acidente, menor a eficácia da soroterapia sobre a</p><p>evolução da lesão cutânea.</p><p>Na forma cutâneo-hemolítica, o antiveneno tem sido indicado mesmo quando o quadro ocorre mais</p><p>tardiamente (Tabela 12).</p><p>Tabela 12. Classificação do tipo de loxoscelismo de acordo com manifestações</p><p>Tipo de</p><p>loxoscelismo</p><p>Manifestações clínicas</p><p>Tratamento</p><p>Inespecífico Específico (nº</p><p>de ampolas)</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>72</p><p>Cutâneo</p><p>Edema, eritema, dor, equimose, palidez</p><p>cutânea, bolha, vesícula, necrose, febre, mal-</p><p>estar, exantema</p><p>Corticóides</p><p>Analgésicos</p><p>Anti-histamínicos</p><p>5</p><p>Cutâneo -</p><p>hemolítico</p><p>Além das manifestações acima: icterícia,</p><p>anemia, alterações laboratoriais indicativas de</p><p>hemólise, insuficiência renal</p><p>Corticóides</p><p>Hidratação</p><p>parenteral</p><p>Diuréticos</p><p>10</p><p>Fonte: Brasil (2009).</p><p>III. Latrodectismo</p><p>O principal componente tóxico do veneno de Latrodectus é uma neurotoxina présináptica que atua sobre</p><p>terminações nervosas sensitivas, provocando dor intensa no local.</p><p>A dor local é imediata, podendo ser intensa, irradiando-se aos gânglios linfáticos regionais. Com a</p><p>progressão do envenenamento, podem ocorrer sudorese, hipertensão arterial, taquicardia, contraturas</p><p>musculares, com fasciculação, opistótono, abdome em tábua.</p><p>São ainda descritos trismo, blefaroconjuntivite, retenção urinária, priapismo, bradicardia e choque.</p><p>No Brasil, os casos com manifestações sistêmicas têm sido relacionados a acidentes com L. curacaviensis.</p><p>O tratamento específico se baseia nas medidas de suporte vital aliadas à administração de soro</p><p>antilatrodéctico, indicado nos casos moderados ou graves (Quadro 18).</p><p>O tratamento de suporte inclui a administração de analgésico, relaxante muscular e sedativo.</p><p>O que fazer nos casos de araneísmo?</p><p>O tempo entre a picada e o início dos sintomas se revela um elemento que pode contribuir para o</p><p>diagnóstico e é determinante para o tratamento, na medida em que somente o envenenamento por</p><p>Loxosceles cursa de maneira insidiosa, com o passar de horas.</p><p>Tanto o quadro clínico do foneutrismo como do latrodectismo se instalam nos primeiros minutos após a</p><p>picada.</p><p>Diferentemente do que é difundido popularmente, não há nenhum embasamento fisiopatológico que</p><p>justifique a suposição de que manifestações de envenenamento possam surgir dias após o acidente, ou que</p><p>múltiplas lesões sejam decorrentes da ação do veneno em diferentes partes do corpo, a não ser que haja</p><p>mais de uma picada (evento extremamente raro).</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>73</p><p>Para que o tratamento seja realizado, é importante que algumas medidas sejam tomadas logo após o</p><p>acidente:</p><p>• Afastar o acidentado da aranha e, se for possível, capturá-la com muito cuidado;</p><p>• Limpar o local com água e sabão;</p><p>• Levar o acidentado o quanto antes para o serviço de saúde mais próximo;</p><p>• Atualizar-se regularmente junto à secretaria estadual de saúde quanto aos pontos de</p><p>tratamento com o soro específico;</p><p>• Monitorar sinais vitais (pressão arterial e frequência cardíaca).</p><p>• A identificação da aranha causadora do acidente pode ajudar no diagnóstico, portanto deve-</p><p>se levá-la ao serviço de saúde, quando capturada.</p><p>O que NÃO fazer?</p><p>• Não amarrar ou fazer torniquete, pois essas medidas podem acentuar a dor local;</p><p>• Não aplicar nenhum tipo de substâncias sobre o local da picada (fezes, álcool, querosene,</p><p>fumo, ervas, urina);</p><p>• Não fazer curativos que ocluam o local, pois podem favorecer a ocorrência de infecções;</p><p>• Não cortar, perfurar ou queimar o local da picada;</p><p>• Não esperar para dar atendimento à vítima em serviços de saúde de maior</p><p>• complexidade e mais distantes. Deve-se procurar o local mais próximo, o quanto antes;</p><p>• Não dar bebidas alcoólicas ao acidentado ou outros líquidos como álcool, gasolina,</p><p>querosene etc., pois não têm efeito contra o veneno e podem causar problemas gastrointestinais</p><p>na vítima.</p><p>• Lepidópteros</p><p>São os acidentes provocados por insetos da ordem Lepidoptera, cujo envenenamento é decorrente da</p><p>penetração de cerdas ou espículas na pele e consequente inoculação de toxinas.</p><p>A maioria dos casos tem evolução benigna; sendo bastante comuns as chamadas queimaduras. No entanto,</p><p>o contato com lagartas do gênero Lonomia pode causar manifestações sistêmicas com risco potencial de</p><p>complicações e óbitos.</p><p>Os agentes causais do lepidopterismo são popularmente conhecidos como taturana, oruga, ruga, lagarta-</p><p>de-fogo, tapuru, pararama e apresentam grande variedade morfológica.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>74</p><p>As principais famílias de lepidópteros causadoras de acidentes são:</p><p>a) Família Megalopygidae: apresentam cerdas pontiagudas, curtas e que contêm as glândulas de veneno,</p><p>entremeadas por outras longas, coloridas e inofensivas.</p><p>b) Família Saturniidae: têm “espinhos” ramificados e pontiagudos de aspecto arbóreo, com tonalidades</p><p>esverdeadas mimetizando muitas vezes as plantas que habitam. Nesta família se inclui o gênero Lonomia,</p><p>com ampla distribuição em todo o País, causador de acidentes hemorrágicos.</p><p>• Dermatite causada por contato com lagartas</p><p>É o quadro dermatológico de instalação aguda e evolução benigna na maioria dos casos, com intensidade</p><p>que depende da profundidade e extensão do contato e da presença de traumatismos. Em geral, regride em</p><p>24 a 48 horas, sem maiores complicações.</p><p>Muito comum nas Regiões Sul e Sudeste, durante o verão.</p><p>As manifestações mais comuns são dor em queimação; edema e eritema; infartamento ganglionar</p><p>regional; vesiculação e, mais raramente, bolhas e necrose durante as primeiras 24 horas.</p><p>• Envenenamento por Lonomia</p><p>Os acidentes acontecem pelo contato com as cerdas de lagartas. Na Região Sul e Sudeste,</p><p>ocorrem entre</p><p>os meses de outubro e abril, característicos da zona rural.</p><p>As crianças constituem o grupo etário mais acometido, já os casos graves têm sido registrados em idosos</p><p>com patologias prévias.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>75</p><p>O veneno de Lonomia provoca distúrbio na coagulação sanguínea, propiciando o surgimento de</p><p>manifestações hemorrágicas.</p><p>O quadro clínico local é indistinguível da dermatite provocada por lagartas de outros gêneros. Contudo, o</p><p>quadro sistêmico é caracterizado pela síndrome hemorrágica de instalação rápida, com gengivorragia,</p><p>equimoses de aparecimento espontâneo ou provocado (traumatismo, venopunção), epistaxe e em outros</p><p>sítios que podem determinar maior gravidade, como hematúria, hematêmese, hemoptise. Insuficiência</p><p>renal aguda e hemorragia intracraniana têm sido associadas a óbitos.</p><p>A IRA está presente em até 5% dos casos e contribuem para sua ocorrência a hipovolemia causada pelos</p><p>sangramentos e o retardo na terapêutica, levando na maioria dos casos à necrose tubular aguda.</p><p>Na presença somente de manifestações locais, não é possível o diagnóstico diferencial de acidente por</p><p>Lonomia e outros lepidópteros, a não ser que o agente causal seja identificado.</p><p>Nos casos de história de contato com lagarta em local de ocorrência de Lonomia, recomenda-se a observação</p><p>clínica e controle laboratorial durante as primeiras 24 horas após o acidente.</p><p>O tratamento é sintomático e envolve lavagem da área afetada com água fria e abundante; compressas</p><p>com gelo ou água gelada; analgésico sistêmico, do tipo de Dipirona ou Paracetamol, e infiltração local com</p><p>anestésico do tipo Lidocaína a 2%.</p><p>No controle do quadro urticante, recomenda-se o uso de corticosteroides tópicos e anti-histamínicos por</p><p>via oral.</p><p>Quando se trata de acidente com Lonomia, o indivíduo deve ser mantido em repouso, evitando-se</p><p>intervenções traumáticas, como injeções intramusculares e manipulações cirúrgicas até a normalização da</p><p>coagulopatia.</p><p>O tratamento específico é baseado na admnistração de soro antilonômico (SALon), conforme a gravidade</p><p>do envenenamento (Tabela 13).</p><p>O tratamento de suporte inclui a correção da anemia causada pelo sangramento, que deve ser feita</p><p>preferencialmente com concentrado de hemácias, evitando-se a administração de sangue total, plasmae</p><p>fatores de coagulação.</p><p>A hidratação intravenosa deve ser iniciada precocemente para o tratamento da insuficiência renal aguda.</p><p>Tabela 13. Classificação da intensidade dos casos de acordo com manifestações</p><p>Classificação Manifestações clínicas Nº de ampolas de soro</p><p>Leve Quadro local apenas, sem sangramentos ou</p><p>distúrbio na coagulação</p><p>-</p><p>Moderada Quadro local presente ou não, presença de distúrbio</p><p>na coagulação, sangramento em pele e/ou mucosas</p><p>5</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>76</p><p>Grave Independente do quadro local, presença de</p><p>sangramento em vísceras ou complicações com risco</p><p>de morte ao paciente</p><p>10</p><p>Fonte: Brasil (2009).</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>77</p><p>QUESTÕES COMENTADAS - MULTIBANCAS</p><p>1. (Unoesc / Prefeitura de Maravilha - SC - 2022) “Acidentes com animais peçonhentos são</p><p>frequentemente relatados nas áreas rurais do Brasil por fazendeiros, vaqueiros e também veterinários de</p><p>campo, que acreditam que picadas de serpentes são responsáveis por mortes de animais, gerando assim</p><p>perdas econômicas aos pecuaristas. Casos esporádicos de acidentes com serpentes desse gênero podem</p><p>ocorrer em equinos, ovinos, bovinos, caprinos, suínos, caninos e felinos. Os ofídios desse gênero habitam</p><p>lugares úmidos, plantações, pastagens e lugares não habitados pelo homem. Possuem hábitos noturnos,</p><p>alimentam-se principalmente de pequenos roedores e atacam subitamente, erguendo o terço anterior do</p><p>corpo sem serem percebidos. Os constituintes do veneno dos ofídios desse gênero causam inflamação</p><p>local, necrose e dano ao epitélio vascular; ademais possui, também, ação proteolítica ou necrosante;</p><p>coagulante; hemorrágica e nefrotóxica”. A qual gênero de serpente o texto se refere:</p><p>a) Serpentes do gênero Bothrops.</p><p>b) Serpentes do gênero Micrurus.</p><p>c) Serpentes do gênero Lachesis.</p><p>d) Serpentes do gênero Crotalus.</p><p>Comentários</p><p>A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. As complicações do acidente botrópico possui ação:</p><p>- Síndrome compartimental: decorre da compressão do feixe vásculo-nervoso consequente ao grande edema</p><p>que se desenvolve no membro atingido, produzindo isquemia de extremidades.</p><p>- Abscesso: a ação “proteolítica” do veneno botrópico favorece o aparecimento de infecções locais. Os</p><p>germes patogênicos podem provir da boca do animal, da pele do acidentado ou do uso de contaminantes</p><p>sobre o ferimento. As bactérias isoladas desses abscessos são bacilos Gram-negativos, anaeróbios e, mais</p><p>raramente, cocos Gram-positivos.</p><p>- Necrose: é devida principalmente à ação “proteolítica” do veneno, associada à isquemia local decorrente</p><p>de lesão vascular e de outros fatores, como infecção, trombose arterial, síndrome de compartimento ou uso</p><p>indevido de torniquetes. O risco é maior nas picadas em extremidades (dedos), podendo evoluir para</p><p>gangrena.</p><p>- Choque: sua patogênese é multifatorial, podendo decorrer da liberação de substâncias vasoativas, do</p><p>sequestro de líquido na área do edema e de perdas por hemorragias.</p><p>- Injúria renal aguda (IRA): também de patogênese multifatorial, pode decorrer da ação direta do veneno</p><p>sobre os rins, isquemia renal secundária à deposição de microtrombos nos capilares, desidratação ou</p><p>hipotensão arterial e choque.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>78</p><p>2. (Avança SP / Prefeitura de Amparo - SP - 2022) De acordo com o Instituto Butantan, o soro</p><p>antielapídico (bivalente) é o único medicamento eficaz para o tratamento de picadas por serpentes do</p><p>gênero:</p><p>a) Crotalus.</p><p>b) Lachesis.</p><p>c) Bothrops.</p><p>d) Philodryas.</p><p>e) Micrurus.</p><p>Comentários</p><p>A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. No Brasil, o acidente elapídico é causado por serpentes</p><p>do gênero Micrurus conhecidas como corais verdadeiras. Todos os pacientes com manifestações clínicas de</p><p>envenenamento necessitam de soro. É indicado o soro antielapídico.</p><p>3. (IBFC / SESACRE - 2022) O tratamento eficaz para o envenenamento por serpente é com soro</p><p>antiofídico, que é específico para cada tipo (gênero) de serpente. Quanto antes for iniciada a terapia com</p><p>soro, menor será a chance de haver complicações. Assinale a alternativa que apresenta o soro indicado</p><p>para envenenamento pela espécie surucucu.</p><p>a) Antibotrópico</p><p>b) Anticrotálico</p><p>c) Antielapídico</p><p>d) Antilaquético</p><p>Comentários</p><p>A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A surucucu pico-de-jaca pertence ao gênero Lachesis</p><p>e o acidente envolvendo essa serpente é o acidente laquético. Portanto, o soro utilizado é o soro</p><p>antilaquético.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>79</p><p>QUESTÕES COMENTADAS - VUNESP</p><p>1. (VUNESP / Prefeitura de Presidente Prudente - SP - 2022) Em áreas urbanas, o controle dos roedores</p><p>sinantrópicos, principal reservatório de leptospiras para os seres humanos, apoia-se no emprego</p><p>coordenado</p><p>de medidas de antirratização (preventivas ou corretivas) e de desratização. Assinale a</p><p>alternativa que apresenta uma medida de antirratização corretiva.</p><p>a) Aplicação de defensas nas fiações que chegam às edificações.</p><p>b) Criação de barreiras físicas nas galerias subterrâneas.</p><p>c) Uso de ralos metálicos chumbados ao piso.</p><p>d) Disposição, manejo e destino adequado do lixo.</p><p>e) Uso de telas metálicas no bocal dos condutos de águas de chuva.</p><p>Comentários</p><p>A alternativa D está correta e é o gabarito da questão.</p><p>Medidas de antirratização são medidas preventivas e corretivas adotadas no ambiente que visam impedir</p><p>ou dificultar a implantação de novas colônias de roedores. Examinado o ambiente a identificação da espécie,</p><p>é possível determinar os motivos que resultaram na ocorrência daquela infestação e determinar as medidas</p><p>de controle. Entre as medidas de controle podemos citar, por exemplo o manejo adequado do lixo.</p><p>2. (VUNESP / Prefeitura de Poá – SP – 2015) Assinale a alternativa que corresponde a um roedor</p><p>sinantrópico, não comensal.</p><p>a) Rattus norvegicus.</p><p>b) Rattus rattus.</p><p>c) Mus musculus.</p><p>d) Sylvilagus brasiliensis.</p><p>e) Bolomys lasiurus.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>80</p><p>Comentários</p><p>Entre os roedores sinantrópicos comensais estão a ratazana (Rattus norvegicus), o rato de telhado (Rattus</p><p>rattus), e o camundongo (Mus musculus).</p><p>Já entre as espécies de roedores não comensais estão o Bolomys lasiurus, que desempenha importante</p><p>papel no ciclo epidemiológico da peste bubônica, Akodon spp; Bolomys spp; Calomys spp; Cavia spp;</p><p>Delomys spp; Euryzygomatomys spp; Kerodon spp; Nectomys spp; Oligoryzomys spp; Oryzomys spp;</p><p>Trichomys spp, entre outras.</p><p>Portanto, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.</p><p>3. (VUNESP / MPE-SP - 2016) No planejamento de um programa de controle de roedores de um dado</p><p>município, foi escolhida a realização da quantificação da população de ratazanas com o emprego do</p><p>método do senso por consumo de alimento. A média diária de consumo estipulada por ratazana, expressa</p><p>em gramas, deve ser de</p><p>a) 5.</p><p>b) 15.</p><p>c) 30.</p><p>d) 40.</p><p>e) 50.</p><p>Comentários</p><p>O método do senso por consumo é um dos poucos métodos aceitos para avaliação do número de roedores</p><p>existentes em uma área. Este método se baseia na oferta, em diversos pontos da área estudada, de</p><p>quantidades iguais de cereais previamente pesados (normalmente 30 gramas) sem a adição de componentes</p><p>tóxicos.</p><p>No dia seguinte, realiza-se a repesagem dessas quantidades, duplicando-se a quantidade nos pontos onde</p><p>se constatou o consumo total dos cereais. Depois de alguns dias repetindo essa prática, verifica-se uma</p><p>estabilidade de consumo.</p><p>Basta, então, dividir o total geral ingerido, por 15 gramas (média diária de consumo por ratazana) e chega-</p><p>se a um valor aproximado de quantos ratos existem na área.</p><p>Portanto, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>81</p><p>4. (VUNESP / MPE-SP - 2016) Ao realizar a fiscalização de um estabelecimento que comercializa</p><p>raticidas, o profissional constatou a disponibilidade, para aquisição, de um produto cuja comercialização</p><p>é proibida pela legislação brasileira. Assinale a alternativa em que consta um produto nessa condição.</p><p>a) Warfarina.</p><p>b) Cumacloro.</p><p>c) Clorofacinona.</p><p>d) Alfanaftiltioureia.</p><p>e) Brodifacoum.</p><p>De acordo com a Portaria nº 321, de 28 de julho de 1997 está proibido o uso de rodenticidas à base de</p><p>alfanaftliltiouréia (ANTU), anidrido arsenioso, estricnina, fosfetos metálicos, fósforo branco,</p><p>monofluoroacetato (1080), monofluoroacetamida (1081), sais de bário e sais de tálio.</p><p>Portanto, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.</p><p>5. (VUNESP / Prefeitura de Poá – SP – 2015) Nas áreas onde a raiva dos herbívoros ocorre sob a forma</p><p>endêmica, o combate aos morcegos hematófagos pode ser efetuado com</p><p>a) explosão de cavernas.</p><p>b) emprego de iscas de carne envenenada.</p><p>c) captura, identificação, aplicação tópica de anticoagulante e soltura.</p><p>d) captura, identificação e eutanásia.</p><p>e) captura, identificação, esterilização química e soltura.</p><p>Comentários</p><p>O método seletivo direto busca o controle das populações de Desmodus rotundus, através da captura e do</p><p>tratamento tópico, com produtos à base de anticoagulantes, dos indivíduos capturados. O morcego, uma</p><p>vez tratado, será solto para retomar ao abrigo e impregnar seus companheiros, que irão morrer após a</p><p>ingestão do produto.</p><p>Portanto, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.</p><p>6. (VUNESP / Prefeitura de Cerquilho - SP - 2019) As equipes que fazem a captura de morcegos devem</p><p>estar, além de vacinadas contra a raiva, devidamente protegidas por EPIs (equipamentos de proteção</p><p>interna) imprescindíveis, como</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>82</p><p>a) máscara de tecido de algodão.</p><p>b) luvas de látex com cano longo.</p><p>c) calça e camisa de algodão.</p><p>d) máscara semifacial com filtro.</p><p>e) tênis com sola de borracha.</p><p>Comentários</p><p>No desenvolvimento de atividades relativas a morcegos, deve-se considerar a diversidade de espécies</p><p>existentes e seus aspectos bioecológicos. Além disso, todas as espécies de morcegos, não somente as</p><p>hematófagas, podem transmitir o vírus rábico aos mamíferos em geral, inclusive ao homem.</p><p>Portanto, cada equipe que realiza o trabalho de captura deve dispor dos seguintes materiais (em quantidades</p><p>necessárias para cada integrante):</p><p>Equipamentos de Proteção Individual (EPI)</p><p>• 2 macacões em brim</p><p>• 1 par de botas de borracha, cano longo</p><p>• 1 lanterna a bateria, de longo alcance, a prova d'água</p><p>• 1 par de luvas de raspa de couro, cano longo</p><p>• 1 máscara semi-facial com filtro de carvão ativado</p><p>• 1 par de óculos de proteção</p><p>• 1 capa de chuva</p><p>• 1 capacete com fixador regulável</p><p>• 1 caixa de primeiros socorros (ácido pícrico, solução fisiológica, iodo ou mercúrio, repelente para</p><p>insetos, esparadrapo, gaze, faixas de algodão)</p><p>Portanto, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.</p><p>7. (VUNESP / Prefeitura de São José dos Campos – SP – 2015) Em um programa de controle de</p><p>escorpiões, a relação entre o número de escorpiões encontrados em uma determinada área sobre o</p><p>número de casas da referida área em que foram encontrados escorpiões é considerado como um indicador</p><p>de</p><p>a) infestação domiciliar da área.</p><p>b) intensidade de infestação da área.</p><p>c) prevalência de infestação da área.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>83</p><p>d) incidência de infestação da área.</p><p>e) taxa de ataque de infestação da área.</p><p>Comentários</p><p>Intensidade de infestação: avalia a quantidade de escorpiões encontrada em um conjunto de unidades</p><p>domiciliares positivas.</p><p>Índice de Intensidade de Infestação = nº de escorpiões encontrados / nº de unidades domiciliares (UDs)</p><p>positivas</p><p>Portanto, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.</p><p>8. (VUNESP / Prefeitura de Poá – SP – 2015) Assinale a alternativa que corresponde à espécie de</p><p>escorpião que tem sido responsabilizada pelo maior número de casos de acidentes com seres humanos no</p><p>Estado de São Paulo.</p><p>a) Tityus serrulatus.</p><p>b) Tityus bahiensis.</p><p>c) Tityus stigmurus.</p><p>d) Tityus metuendes.</p><p>e) Tityus silvestris.</p><p>Comentários</p><p>O Tityus bahiensis tem o tronco escuro, pernas e palpos com manchas escuras e cauda marrom-</p><p>avermelhado.</p><p>Não possui serrilha na cauda, e o adulto mede cerca de 7 cm.</p><p>É a espécie que causa mais acidentes em São Paulo, sendo encontrado ainda em Minas Gerais, Goiás, Bahia,</p><p>Espírito Santo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, e Rio Grande do</p><p>Sul.</p><p>Portanto, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.</p><p>9. (VUNESP / Prefeitura de Cerquilho - SP - 2019) O transporte de escorpiões capturados em áreas de</p><p>risco deve ser feito em caixas</p><p>a) forradas com folhas secas como substrato.</p><p>b) de plástico individuais para cada imóvel, rotuladas.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>84</p><p>c) de papelão grosso ou recipientes de telados.</p><p>d) com dimensões independentes do número de escorpiões.</p><p>e) de qualquer material, independentemente da influência térmica.</p><p>Comentários</p><p>A alternativa A está incorreta. Folhas secas ou bolas de papel não devem ser usadas como substrato por</p><p>aumentar o risco de acidente durante o manuseio. Os animais não devem nunca ser acomodados em</p><p>recipientes de papel/papelão pois, uma vez molhados, podem se rasgar e/ou desmanchar e os escorpiões</p><p>escaparem.</p><p>A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. O transporte de animais vivos é uma operação que</p><p>exige cuidado pelo risco de acidente. As embalagens deverão estar firmes e rotuladas com avisos bem</p><p>visíveis, alertando sobre a natureza do material transportado. Os escorpiões podem ser acomodados em</p><p>caixas de plástico, com superfície lisa para não subirem e com tampa furada.</p><p>A alternativa C está incorreta. Os animais não devem nunca ser acomodados em recipientes de</p><p>papel/papelão pois, uma vez molhados, podem se rasgar e/ou desmanchar e os escorpiões escaparem.</p><p>A alternativa D está incorreta. Os escorpiões podem ser acomodados em caixas de plástico, com superfície</p><p>lisa para não subirem e com tampa furada. As dimensões podem variar conforme a quantidade de animais.</p><p>Para 30 animais, são recomendadas caixas de 22 x 12 x 14 cm; para mais de cem animais as caixas podem</p><p>ser de 40 x 25 x 35 cm.</p><p>A alternativa E está incorreta. Para um armazenamento e transporte mais adequado, podem ser</p><p>confeccionadas caixas de vidro (40/25/30 cm) que devem ser acomodadas em uma caixa de isopor para</p><p>isolamento térmico, para ser utilizada em casos de viagens longas e muito quentes.</p><p>10. (VUNESP / Prefeitura de Itapevi - SP - 2019 Os locais onde há acúmulo de matéria orgânica, entulho,</p><p>lixos, depósitos e armazéns são favoráveis à proliferação da principal fonte de alimento dos escorpiões,</p><p>que são as</p><p>a) mariposas.</p><p>b) baratas.</p><p>c) lacraias.</p><p>d) minhocas.</p><p>e) taturanas.</p><p>Comentários</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>85</p><p>São importantes fontes de alimento para os escorpiões: baratas, aranhas, grilos e outros pequenos animais</p><p>invertebrados.</p><p>Portanto, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.</p><p>11. (VUNESP / Prefeitura de Cerquilho - SP - 2019) No controle de insetos com o objetivo de evitar a re-</p><p>emergência de doenças transmitidas por vetores, o uso de piretroides apresenta a vantagem de serem</p><p>a) atóxicos para animais aquáticos.</p><p>b) inócuos para mucosas de mamíferos.</p><p>c) efetivos em altas doses.</p><p>d) decompostos no meio ambiente.</p><p>e) desativadores dos canais de sódio.</p><p>Comentários</p><p>Os piretróides possuem uma série de características que os distinguem da molécula natural como, por</p><p>exemplo, maior eficácia, estabilidade química e segurança, que os demais grupos de inseticidas. Sua</p><p>molécula é biodegradável, não causando problemas de contaminação ambiental.</p><p>Portanto, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.</p><p>12. (VUNESP / Prefeitura de São José dos Campos - SP - 2019) Nas ações de combate ao Aedes aegypti</p><p>empregadas no Brasil, nas regiões em que é constatada resistência ao organofosforado temefós, tem sido</p><p>adotado o controle biológico larvário com o emprego do:</p><p>a) Bacillus larvae.</p><p>b) Bacillus cereus.</p><p>c) Bacillus thuringiensis.</p><p>d) Bacillus subtilis.</p><p>e) Bacillus liqueniformis.</p><p>Comentários</p><p>Quando se trata se larvicidas biológicos, há disponíveis, atualmente produtos comerciais à base de Bacillus</p><p>thuringiensis sub.sp. israelensis (Bti), com boa atividade contra larvas de Aedes e o Bacillus sphaericus, para</p><p>larvas de Anopheles e Culex.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>86</p><p>Portanto, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.</p><p>13. (VUNESP / Prefeitura de Cerquilho - SP - 2019 As principais razões para utilização de controle</p><p>biológico estão relacionadas a:</p><p>a) persistência no ambiente.</p><p>b) acúmulo em tecidos animais.</p><p>c) atividade carcinogênica.</p><p>d) baixo impacto ambiental e social.</p><p>e) efeito restrito a uma espécie de mosquito.</p><p>Comentários</p><p>O controle biológico tem como grande vantagem de minimizar os danos ambientais que os inseticidas</p><p>comuns podem causar.</p><p>Portanto, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.</p><p>14. (VUNESP / Prefeitura de Poá – SP – 2015) O soro antiofídico empregado contra o veneno produzido</p><p>pela cobra coral verdadeira é denominado</p><p>a) anticrotálico.</p><p>b) antibotrópico.</p><p>c) antielapídico.</p><p>d) antilaquético.</p><p>e) antilonômico.</p><p>Comentários</p><p>No Brasil, o acidente elapídico é causado por serpentes do gênero Micrurus conhecidas como corais</p><p>verdadeiras. São pouco frequentes, correspondendo à quarta causa de acidentes por serpentes</p><p>peçonhentas. Todos os pacientes com manifestações clínicas de envenenamento necessitam de soro. É</p><p>indicado o soro antielapídico (Sael).</p><p>Portanto, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>87</p><p>15. (VUNESP / Prefeitura de Campinas - SP - 2019) Assinale a alternativa que indica o efeito observado</p><p>nos seres humanos picados pela aranha-marrom, Loxosceles sp.</p><p>a) Contratura muscular.</p><p>b) Necrose cutânea no local da picada.</p><p>c) Sudorese.</p><p>d) Intoxicação adrenérgica.</p><p>e) Intoxicação colinérgica.</p><p>Comentários</p><p>Nos acidentes envolvendo as aranhas do gênero Loxosceles sp. as manifestações locais caracteriza a forma</p><p>cutânea que é a mais comumente observada a partir de uma picada pouco dolorosa ou despercebida.</p><p>Eritema e edema endurado que progride nas 2-4 horas subsequentes, acompanhados de equimose com</p><p>áreas de palidez, formando a chamada placa marmórea.</p><p>O quadro gudo pode evoluir com necrose e escara, que, após retirada, deixa uma úlcera com fundo</p><p>granulomatoso e bordos elevados.</p><p>Portanto, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.</p><p>• Outras bancas</p><p>16. (INSTITUTO AOCP / SES-PE - 2018) Um dos principais vetores de relevância para a saúde pública</p><p>atualmente no Brasil é o Aedes sp., por transmitir, entre outras doenças, a dengue. Com relação ao Aedes</p><p>aegypti adulto, assinale a alternativa que apresenta as características que podem ser visualizadas nesse</p><p>culicídeo e utilizadas para a sua identificação.</p><p>a) É escuro, com faixas brancas nas bases dos segmentos tarsais e com um desenho em forma de lira no</p><p>mesonoto.</p><p>b) É claro, sem faixas nas bases dos segmentos tarsais e com um desenho em forma de losango no mesonoto.</p><p>c) É escuro, com faixas escuras nas bases dos segmentos tarsais e sem desenhos visíveis no mesonoto.</p><p>d) É claro, sem faixas brancas nas bases dos segmentos tarsais e com um desenho irregular no mesonoto.</p><p>e) É claro, com faixas brancas nas bases dos segmentos tarsais</p><p>e sem desenhos visíveis no mesonoto.</p><p>Comentários</p><p>A questão requer do candidato o conhecimento sobre as características do Aedes aegypti em sua forma</p><p>adulta.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>88</p><p>De acordo com Brasil (2001) O Aedes aegypti é escuro, com faixas brancas nas bases dos segmentos tarsais</p><p>e um desenho em forma de lira no mesonoto.</p><p>Lembrando que, nos espécimes mais velhos, o desenho da lira pode desaparecer, mas dois tufos de escamas</p><p>branco-prateadas no clípeo, escamas claras nos tarsos e palpos permitem a identificação da espécie.</p><p>Portanto, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>89</p><p>QUESTÕES COMENTADAS - FGV</p><p>1. (FGV / Politec - AP - 2022) Uma pessoa sofreu um acidente ofídico, e conseguiu identificar a cobra</p><p>que a picou como sendo uma cobra coral-verdadeira.</p><p>O tratamento específico para esse tipo de envenenamento deve ser feito por administração de soro</p><p>a) antielapídico.</p><p>b) antibotrópico.</p><p>c) anticrotálico.</p><p>d) antilaquético</p><p>e) antivipérico.</p><p>Comentários</p><p>A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A coral verdadeira perntence ao gênero Micrurus, e</p><p>o acidente envolvendo essa serpente se chama acidente elapídico. Portanto, o soro utilizado no acidente</p><p>envolvendo esse tipo de serpente é o soro antielapídico.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>90</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>Brasil. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Morcegos em áreas urbanas e rurais: Manual de</p><p>Manejo e Controle. Brasília, DF, 1998.</p><p>______. Ministério da Saúde. Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos.</p><p>Brasília: MS, 2001.</p><p>______. Ministério da Saúde, FUNASA. Dengue - Instruções para pessoal de combate ao vetor. Manual de</p><p>normas técnicas. Brasília: MS, 2001.</p><p>______. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Manual de Controle de Roedores. 2002.</p><p>______. Instrução normativa IBAMA nº 141, de 19 de dezembro de 2006. Regulamenta o controle e o manejo</p><p>ambiental da fauna sinantrópica nociva.</p><p>______. Ministério da Saúde. Manual de Controle de Escorpiões. Brasília: MS, 2009.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>do solo, podendo ser encontradas em galerias de esgotos e águas</p><p>pluviais, caixas subterrâneas de telefone, entre outros.</p><p>A ratazana é a maior das espécies de rato, sendo mais forte e agressiva. Sua característica alimentar é de ser</p><p>onívora, preferindo grãos, carnes, ovos e frutas.</p><p>As ratazanas também podem construir seus ninhos dentro de estruturas próximas à locais pouco</p><p>movimentados, perto de fontes de água e alimentos.</p><p>Costumam apresentar neofobia, ou seja, acentuada desconfiança com relação à presença novos objetos ou</p><p>alimentos colocados no seu território.</p><p>As ratazanas podem percorrer grandes distâncias em caso de necessidade. Contudo, o raio de dispersão dos</p><p>indivíduos desta espécie, em condições normais, é curto, raramente ultrapassando os 50 metros.</p><p>A dispersão desses roedores pode ocorrer, ainda, de forma passiva, quando indivíduos são transportados</p><p>em caminhões, navios, trens, no interior de contêineres; ou de forma ativa, quando o indivíduo deixa sua</p><p>colônia em busca de outro local para abrigo.</p><p>Nesse sentido, a redução da disponibilidade são fatores fundamentais na dispersão desses roedores. O</p><p>processo de urbanização aliado à falta de planejamento dos grandes centros urbanos favorece o crescimento</p><p>da população e a dispersão das ratazanas.</p><p>Fatores como a presença de loteamentos sem saneamento básico, como as redes de esgoto e coleta de lixo</p><p>inadequada ou insuficiente, favorecem a proliferação desta espécie. Nesse contexto, uma zoonose de grande</p><p>importância passível de ser transmitida por esses animais é a leptospirose.</p><p>Rato de telhado - Rattus rattus</p><p>Sinonímia: rato de telhado, rato preto, rato de forro, rato de paiol, rato de silo ou rato de navio.</p><p>Localização: predominante no interior do Brasil, principalmente em propriedades rurais e pequenas cidades.</p><p>Biologia: os ratos de telhado são uma espécie arvícola, ou seja, possuem o hábito de viver em superfícies</p><p>altas das construções, em forros, telhados e sótãos onde constroem seus ninhos.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>9</p><p>Descendo ao solo em busca de alimento e água e vivem em colônias, cujo tamanho depende dos recursos</p><p>existentes no ambiente.</p><p>Seu raio de dispersão é maior do que o da ratazana, devido à sua habilidade em escalar superfícies e andar</p><p>sobre fios, cabos e galhos de árvores.</p><p>Sua dispersão em zonas urbanas é favorecida pelas características de construção e decoração das</p><p>construções, com forros falsos e galerias para passagem de fios que contribuem para o abrigo desta espécie.</p><p>O Rattus rattus apresenta hábito intradomiciliar, o que favorece um contato mais estreito com o homem.</p><p>São onívoros e têm preferência por preferência por legumes, frutas e grãos. Também apresentam</p><p>comportamento de neofobia.</p><p>Camundongo - Mus musculus</p><p>Sinonímia: camundongo, mondongo, catita, rato caseiro, rato de gaveta, rato de botica, muricha, entre</p><p>outros.</p><p>Localização: encontrado em praticamente em todas as regiões geográficas e climáticas do planeta.</p><p>São animais de pequeno porte com cerca 25 g de peso e 18 cm de comprimento (incluindo a cauda). Podem</p><p>ser transportados de maneira passiva para o interior das residências, tornando-se importantes pragas</p><p>intradomiciliares.</p><p>Apresentam um raio de dispersão pequeno, raramente ultrapassando os 3 m. O Mus musculus costuma fazer</p><p>seus ninhos no fundo de gavetas e armários pouco utilizados, no interior de estufas de fogões e em quintais</p><p>onde são criados animais domésticos.</p><p>Podem cavar pequenas ninheiras no solo, formando galerias onde há oferta de alimentos. São onívoros, ou</p><p>seja, alimentam-se de todo tipo de alimento, embora tenham preferência pelo consumo de grãos e cereais.</p><p>Os camundongos são animais curiosos e gostam de explorar o ambiente em que vivem (neófilos), não</p><p>apresentando o comportamento de neofobia.</p><p>Podem penetrar diversos locais por noite em busca de alimento, resultando em problemas de contaminação</p><p>de alimentos, além de dificultar o seu controle por raticidas.</p><p>Veremos com mais detalhes as diversas características dos roedores sinantrópicos comensais na Tabela 1.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>10</p><p>Tabela 1 - Biologia e comportamento das espécies de roedores sinantrópicos comensais.</p><p>Comportamento e</p><p>Características</p><p>Ratazana</p><p>Rattus norvegicus</p><p>Rato de telhado</p><p>Rattus rattus</p><p>Camundongo</p><p>Mus musculus</p><p>Peso 150 g a 600 g. 100 g a 350 g. 10 g a 21 g.</p><p>Corpo Robusto Esguio Esguio</p><p>Comprimento (corpo</p><p>+ cabeça)</p><p>22 cm 20 cm 9 cm</p><p>Cauda 16 cm a 25 cm 19 cm a 25 cm 7 cm a 11 cm</p><p>Orelhas Relativamente pequenas,</p><p>normalmente meio enterradas</p><p>no pêlo: 20 mm a 23 mm</p><p>Grandes e</p><p>proeminentes, finas,</p><p>sem pêlos: 25 mm a 28</p><p>mm</p><p>Proeminentes, grandes</p><p>para o tamanho do</p><p>animal: 10 mm</p><p>Focinho Rombudo Afilado Afilado</p><p>Fezes Em forma de cápsula com</p><p>extremidades rombudas</p><p>Fusiformes Em forma de bastonetes</p><p>Hábitat Tocas e galerias no subsolo,</p><p>beira de córregos, lixões,</p><p>interior de instalações, mais</p><p>comumente fora do domicílio</p><p>Forros, sótãos, paióis,</p><p>silos e armazéns; podem</p><p>viver em árvores, mais</p><p>comuns no interior do</p><p>domicílio.</p><p>No interior de móveis,</p><p>despensas, armários,</p><p>geralmente no interior</p><p>do domicílio</p><p>Habilidades físicas Hábil nadador; Cava tocas no</p><p>solo</p><p>Hábil escalador;</p><p>Raramente cava tocas</p><p>Hábil escalador; Pode</p><p>cavar tocas</p><p>Raio de ação Cerca de 50 m Cerca de 60 m Cerca de 3 m a 5 m</p><p>Alimentação Onívoro, prefere grãos, carnes,</p><p>ovos e frutas.</p><p>Onívoro, preferência por</p><p>legumes, frutas e grãos</p><p>Onívoro, preferência por</p><p>grãos e sementes</p><p>Neofobia Apresentam neofobia marcada</p><p>em locais pouco</p><p>movimentados.</p><p>Apresentam marcada</p><p>neofobia</p><p>Possuem hábito</p><p>exploratório (neofilia).</p><p>Trilhas Junto ao solo, próximos das</p><p>paredes, sob forma de</p><p>manchas de gordura. Formam</p><p>trilhas no solo causando o</p><p>desgaste da vegetação.</p><p>Presença de pegadas, fezes e</p><p>pêlos.</p><p>Manchas de gordura</p><p>junto ao madeirame de</p><p>telhados, tubos e cabos.</p><p>Presença de pelos e</p><p>fezes</p><p>São de difícil</p><p>visualização, mas podem</p><p>ser observadas manchas</p><p>de gordura junto aos</p><p>rodapés, paredes e</p><p>orifícios por onde</p><p>passam</p><p>Vida média 24 meses 18 meses 12 meses</p><p>Fonte: Brasil (2002)</p><p>Vimos um pouco sobre a biologia e o comportamento das espécies de roedores sinantrópicos mais</p><p>importantes para a saúde humana. E quais são as principais enfermidades transmitidas pelos roedores, vocês</p><p>sabem?</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>11</p><p>Na tabela 2, segue um resumo das principais enfermidades transmitidas pelos roedores, de acordo com Brasil</p><p>(2002). Fiquem ligados, pois essas doenças são frequentemente cobradas em prova! Venham comigo!</p><p>Tabela 2 - Principais enfermidades transmitidas por roedores.</p><p>Doença Agente causal Modo de transmissão Reservatório</p><p>Hantavirose Hantavírus Aerossóis contaminados</p><p>por fezes, saliva, sangue,</p><p>urina de</p><p>roedores infectados</p><p>Akodon, Bolomys,</p><p>Oligoryzomys, Rattus</p><p>norvegicus (Seoul)</p><p>Febre por mordedura</p><p>do rato (Sodoku)</p><p>Spirillum minus</p><p>Streptobacillus</p><p>moniliformis</p><p>Mordedura Rattus norvegicus,</p><p>Rattus rattus, Mus</p><p>musculus</p><p>Leptospirose Leptospira interrogans Contato com água, solo</p><p>ou alimentos</p><p>contaminados pela</p><p>urina de roedores</p><p>Rattus norvegicus,</p><p>Rattus rattus, Mus</p><p>musculus</p><p>Peste Yersinia pestis Picada de pulgas</p><p>infectadas: Xenopsylla</p><p>cheopis, Polygenis</p><p>spp, Pulex spp.</p><p>Rattus, Bolomys,</p><p>Meriones, Mastomys,</p><p>Cynomys, Bandicota</p><p>Tifo murino Rickettsia typhi Fezes de pulgas</p><p>(Xenopsylla cheopis)</p><p>contaminadas</p><p>Rattus rattus, Rattus</p><p>norvegicus</p><p>Fonte: Brasil (2002).</p><p>Vistas as enfermidades estudaremos, agora, como realizar o combate desses roedores.</p><p>As medidas de manejo e combate aos roedores sinantrópicos envolvem, mais uma vez, o conhecimento de</p><p>sua biologia, de seus hábitos comportamentais, suas habilidades e capacidades físicas.</p><p>Além disso o controle dos roedores, também se fundamenta no exame e no conhecimento do local onde</p><p>esses roedores estão. A partir desses conhecimentos, tem-se o que chamamos de “manejo integrado”.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>12</p><p>E o que seria esse manejo integrado?</p><p>O manejo integrado consiste na redução ou remoção dos favores que favorecem o desenvolvimento</p><p>desses animais como, por exemplo, a eliminação das fontes de alimentos disponíveis em seu território. Outro</p><p>exemplo seria a eliminação das fontes de água e abrigo.</p><p>Em resumo, toda medida que dificulte a proliferação desses animais já constitui uma forma de</p><p>manejo integrado e pode causar um impacto importante nas populações de roedores.</p><p>Se ao manejo integrado for adicionado uma forma de combate direto, como métodos químicos ou físicos, a</p><p>fim de eliminar os roedores, o resultado final será um controle de maior duração e até permanente dessas</p><p>populações.</p><p>O manejo integrado dos roedores abrange cinco fases: inspeção, identificação, medidas corretivas e</p><p>preventivas (antiratização), desratização, avaliação e monitoramento. Vamos conhecê-las?</p><p> Inspeção: a etapa de inspeção objetiva o melhor conhecimento do(a) ambiente(a), infestados ou não,</p><p>pelos roedoresonde deverá ocorrer a atuação. Essa etapa é importante para coletar dados necessários ao</p><p>planejamento das ações.</p><p> Identificação: consiste na identificação da espécie (ou espécies) presentes localidade-alvo. O</p><p>reconhecimento das espécies é uma necessidade absoluta, visto que, ao se conhecer a espécie-problema é</p><p>possível saber as informações sobre sua biologia, hábitos e habilidades, facilitando as ações de combate.</p><p> Medidas preventivas: trata-se de um conjunto de medidas preventivas e corretivas realizadas no meio</p><p>ambiente com o objetivo de impedir e/ou dificultar a instalação e a proliferação de novas colônias de</p><p>roedores.</p><p>Examinado o ambiente a identificação da espécie, é possível determinar os motivos que resultaram na</p><p>ocorrência daquela infestação e determinar as medidas de controle. Entre as medidas de controle podemos</p><p>citar, por exemplo o manejo adequado do lixo.</p><p>Nesse sentido, o lixo doméstico deve ser acondicionado em locais de difícil acesso para os roedores. Se o lixo</p><p>for acondicionado em sacos plásticos, estes não devem ser deixados nas calçadas e, sim, ser dispostos sobre</p><p>superfícies apropriadas ou sobre o muro da residência.</p><p> Desratização: consiste no uso de processos capazes de produzir a eliminação física dos roedores</p><p>infestantes.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>13</p><p>A eliminação dos roedores pode ser atingida com o uso de métodos mecânicos ou físicos como o emprego</p><p>de ratoeiras, armadilhas e outros dispositivos de captura.</p><p>Outra opção é a utilização de aparelhos de ultrassom ou eletromagnéticos. Estes equipamentos presentam</p><p>limitado potencial de ação contra os roedores, além de custos de manutenção. Portanto, seu uso não é</p><p>recomendável em larga escala.</p><p>Outra forma de se eliminar os roedores é por meio de métodos químicos, com a utilização de substâncias</p><p>denominadas de rodenticidas, popularmente chamadas de raticidas.</p><p>De acordo com Brasil (2002) os raticidas agudos foram amplamente utilizados até meados do século XX e</p><p>apresentam toxicidade elevada com bloqueio do sistema nervoso central do animal afetado. São compostos</p><p>inespecíficos, cuja maioria não possui antídoto. Nesse sentido, o tratamento de intoxicações acidentais,</p><p>tanto no ser humano como em outros animais é complicado ou sem sucesso.</p><p>São exemplos de raticidas agudos: a estricnina, o arsênico, o antu (alfa-naftil-til-uréia), o sulfato de tálio, o</p><p>fosfeto de zinco, o monofluoracetato de sódio (1.080) e a fluoracetamida (1.081).</p><p>Vale ressaltar que, no Brasil, a utilização desses raticidas foi proibida pela Portaria nº 321, de 28 de julho de</p><p>1997, por conta de diversos acidentes fatais ocorridos em humanos por conta desses compostos. A referida</p><p>Portaria estabelece:</p><p>F.1 - São permitidos para emprego em produtos rodenticidas domissanitários as</p><p>substâncias ativas com monografia publicada pelo Ministério da Saúde conforme o uso</p><p>domissanitário autorizado.</p><p>F1.1. - Os produtos formulados devem atender as especificações do Anexo desta portaria.</p><p>F.2 - Estão proibidos à base de alfanaftliltiouréia (ANTU), anidrido arsenioso, estricnina,</p><p>fosfetos metálicos, fósforo branco, monofluoroacetato (1080), monofluoroacetamida</p><p>(1081), sais de bário e sais de tálio.</p><p>F.3 - É permitida a adição de inseticida e/ou fungicida às formulações de rodenticidas na</p><p>quantidade estritamente necessária à sua conservação.</p><p>F.4 - As formas de apresentação dos rodenticidas podem ser:</p><p>a) pós de contato;</p><p>b) iscas simples, parafinadas ou resinadas, na forma de grânulos, pellets ou blocos.</p><p>F.5 - Não são permitidas formulações líquidas, premidas ou não, pós solúveis, pós</p><p>molháveis ou iscas em pó.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>14</p><p>Alternativamente a esses compostos, os agentes do grupo dos hidroxicumarínicos têm sido amplamente</p><p>utilizados como rodenticidas com resultado eficaz no combate aos roedores. O cumafeno (warfarina) é</p><p>composto raticida, com ação anticoagulante, que mais se utiliza no controle de roedores nos últimos anos.</p><p>E como podem ser aplicados os raticidas?</p><p>Para a aplicação dos raticidas devem ser observados uma série de fatores como o tipo de terreno, a presença</p><p>de edificações, o tipo e o uso dessas edificações, a presença de crianças e animais, entre outros, a fim de</p><p>garantir a eficácia na eliminação dos roedores.</p><p>Por essa razão, os raticidas podem ser aplicados de diferentes maneiras, como:</p><p> Iscas: geralmente constituídas por uma mistura de grãos (o milho, o arroz, o trigo, o centeio, a cevada, o</p><p>alpiste e a semente de girassol).</p><p>De acordo com cada fabricantes, as iscas podem ser apresentadas moídas, peletizadas, ou, ainda, integrais</p><p>contendo apenas grãos quebrados.</p><p> Pós de contato: constituídos por pós inertes aos quais é adicionado o princípio ativo do rodenticida. Esses</p><p>pós são adicionados nos caminhos, trilhas e nos pontos de passagem dos roedores.</p><p> Blocos impermeáveis: constituídos por cereais granulados envoltos por uma substância</p><p>impermeabilizante, como a parafina, que os torna um bloco único.</p><p>São utilizados em locais com alto teor de umidade, onde as iscas comuns seriam inutilizadas pela</p><p>deterioração.</p><p>Outro aspecto importante para comentarmos, sobre o controle de roedores, é sobre o método do censo por</p><p>consumo. Esse método é um dos poucos métodos aceitos para avaliação do número de roedores existentes</p><p>em uma área.</p><p>O método do censo por consumo baseia-se na oferta, em diversos pontos da área estudada, de quantidades</p><p>iguais de cereais previamente pesados (normalmente 30 gramas) sem a adição de componentes tóxicos.</p><p>No dia seguinte, realiza-se a repesagem dessas quantidades, duplicando-se a quantidade nos pontos onde</p><p>se constatou o consumo total dos cereais. Depois de alguns dias repetindo essa prática, verifica-se uma</p><p>estabilidade de consumo.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>15</p><p>Basta, então, dividir o total geral ingerido, por 15 gramas (média diária de consumo por ratazana) e chega-</p><p>se a um valor aproximado de quantos ratos existem na área.</p><p>1.2 – Morcegos</p><p>Estudaremos sobre o controle de roedores com base no Manual de Manejo e Controle de Morcegos em</p><p>áreas urbanas e rurais (Brasil, 1998).</p><p>Os morcegos são os únicos mamíferos com capacidade de vôo, devido à transformação de seus braços em</p><p>asas. Pertencem à Ordem Chiroptera, palavra que significa mão (chiro) transformada em asa (ptera).</p><p>A ordem Chiroptera contém atualmente quase 1 .000 espécies e representa cerca de um quarto de toda a</p><p>fauna de mamíferos do mundo. Os morcegos estão distribuídos em duas subordens - Megachiroptera e</p><p>Microchiroptera, 18 famílias e 168 gêneros.</p><p>A subordem Megachiroptera contém apenas a família Pteropodidae, que está restrita ao Velho Mundo</p><p>(África, Ásia e Oceania). Nesta subordem encontram-se os morcegos de maior porte, conhecidos</p><p>popularmente como raposas voadoras, que podem alcançar até 1,1 0m de envergadura e dois quilogramas</p><p>de peso.</p><p>Alimentam-se de partes florais e de frutos (fitofagia) e dependem de seus grandes olhos para os vôos</p><p>crepusculares e noturnos.</p><p>A subordem Microchiroptera é de ampla distribuição geográfica e inclui famílias, das quais três são</p><p>cosmopolitas, isto é, possuem representantes em diversas partes do mundo. Nove famílias desta subordem</p><p>ocorrem no Novo Mundo (as Américas), todas com representantes no Brasil.</p><p>Aproximadamente 140 espécies de morcegos têm sua ocorrência registrada no território brasileiro. Os</p><p>microquirópteros são geralmente animais pequenos podendo variar de alguns poucos gramas de peso até</p><p>150 a 200 gramas e de 10 a 80 cm de envergadura.</p><p>Seus vôos podem ser crepusculares e/ou noturnos e dependem de um sistema de orientação noturna muito</p><p>mais eficiente do que a visão dos megaquiróptero.</p><p>De modo geral, os morcegos saem de seus abrigos ao entardecer ou no início da noite. Apesar de voarem no</p><p>escuro, seus olhos são funcionais, havendo muitas espécies que localizam seu alimento com o auxílio da</p><p>visão, além do olfato.</p><p>Os microquirópteros se comunicam e voam orientados por meio de sons de alta frequência. O sistema é</p><p>conhecido como ecolocalização (popularmente chamado de sonar dos morcegos) ou localização pelos ecos.</p><p>Esses mamíferos voadores emitem ultrassons que, ao encontrarem um obstáculo, retomam em forma de</p><p>ecos captados pelos seus ouvidos muito sensíveis possibilitando a sua orientação. Com esse mecanismo, os</p><p>morcegos conseguem voar em locais completamente escuros, desviando-se de obstáculos e caçando insetos</p><p>durante o vôo.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>16</p><p>O sistema de ecolocalização é característico dos morcegos da subordem Microchiroptera, e um dos</p><p>principais responsáveis pela maior diversidade de espécies desse grupo. Esse sistema permitiu que os</p><p>microquirópteros explorassem diversos tipos de abrigo e de alimento.</p><p>Em relação à alimentação, entre os mamíferos, os morcegos representam o grupo mais versátil na</p><p>exploração de alimentos, podendo explorar uma grande variedade de tipos, como frutos, néctar, pólen,</p><p>partes florais, folhas, insetos, outros artrópodes (como escorpiões), pequenos peixes, anfíbios (rãs e</p><p>pererecas), lagartos, pássaros, pequenos mamíferos (roedores e morcegos) e sangue.</p><p>Algumas espécies, como as dos hematófagos, têm um regime alimentar bastante restrito (consomem</p><p>somente sangue), mas uma boa parte das espécies pode incluir em sua dieta vários tipos de alimentos.</p><p>Os morcegos insetívoros ocorrem em quase todo o mundo e compreendem a maior parte das espécies</p><p>(cerca de 70%) desses mamíferos voadores. Na natureza, apresentam uma função ecológica importante,</p><p>uma vez que auxiliam no controle de populações de diversos tipos de insetos como besouros, mariposas,</p><p>percevejos e pernilongos.</p><p>Os morcegos fitófagos (nectarívoros e frugívoros) são encontrados somente nas regiões tropicais e</p><p>subtropicais do mundo, onde existem plantas produzindo néctar e/ou frutos, praticamente, o ano todo. Nos</p><p>ecossistemas naturais, esses morcegos são importantes, pois promovem a polinização das flores e a</p><p>dispersão de sementes de diversas plantas, podendo ser consideradas espécies úteis.</p><p>Na região amazônica, os morcegos frugívoros são os principais agentes de recuperação das florestas,</p><p>espalhando sementes em áreas desmatadas natural e artificialmente. Pode-se dizer que a regeneração da</p><p>mata amazônica depende, diretamente, das atividades dos morcegos fitófagos neotropicais, recuperando</p><p>áreas degradadas pelo homem.</p><p>Poucas espécies são carnívoras. Estes morcegos saem para caçar pequenos vertebrados como peixes, rãs,</p><p>camundongos, aves e outros morcegos. Podem, ainda, completar a dieta consumindo insetos e,</p><p>eventualmente, frutos.</p><p>Os morcegos hematófagos compreendem apenas três espécies, que estão restritas à América Latina (região</p><p>neotropical): Desmodus rotundus, Diaemus youngi e Diphylla ecaudata. Exploram, basicamente, sangue de</p><p>vertebrados endotérmicos (aves e mamíferos). Será com em relação ao controle dessas espécies que</p><p>basearemos nosso estudo.</p><p>Morcegos hematófagos</p><p>Na Ordem Chiroptera, o hábito de se alimentar de sangue de vertebrados endotérmicos é conhecido apenas</p><p>em três espécies de morcegos da região neotropical (América Latina), que compõem a subfamília</p><p>Oesmodontinae, da família Phyllostomidae.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>17</p><p>Das três espécies conhecidas, Desmodus rotundus é a mais estudada por causa de sua importância social e</p><p>econômica. Sobre as duas outras espécies Diaemus youngi e Diphylla ecaudata ainda conhece-se muito</p><p>pouco de sua biologia, ecologia e real importância social e econômica.</p><p>Vejamos as características de cada uma dessas espécies.</p><p>Nome Científico: Desmodus rotundus</p><p>Nome Popular: Morcego-vampiro-comum</p><p>Família: Phyllostomidae</p><p>Morfologia:</p><p>Envergadura: 35cm</p><p>Comprimento da cabeça-corpo: 7 a 9 cm</p><p>Peso: 25 a 40g</p><p>Cor da pelagem: castanho escuro acinzentado ou avermelhado no dorso e castanho mais claro no ventre.</p><p>Biologia:</p><p>Alimentação: especializado em sangue de mamíferos, podendo aceitar o de aves.</p><p>Abrigos: locais mais escuros das cavernas, ocos-de-árvore, minas, casas, bueiros, sob pontes de estrada, etc.</p><p>Agrupamentos: colônias de 10 a 50 indivíduos são os mais comuns, porém não são raros as de mais de 100.</p><p>Reprodução: qualquer época do ano.</p><p>Gestação: 7 meses, produzindo apenas 1 filhote por parto e por ano.</p><p>Longevidade: 19 anos em cativeiro e mais de 10 anos na natureza.</p><p>Enfermidades: raiva, histoplasmose, mal das cadeiras, encefalite equina, brucelose.</p><p>Particularidades: Só ocorre na América Latina, onde é o principal transmissor da raiva aos herbívoros. Os</p><p>longos antebraços, tíbias e polegares dão um porte esbelto ao morcego, permitindo-lhe caminhar, saltar e</p><p>trepar em superfícies verticais e horizontais, com extrema agilidade.</p><p>Por causa de seu hábito hematofágico, possui uma arcada dentária pequena, com apenas 20 dentes (os</p><p>poucos molares são reduzidos). Apesar do medo que provoca, esse morcego não se aproxima das pessoas</p><p>voando em sua direção para morder seu pescoço.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>18</p><p>O ataque é sempre feito na surdina, quando cessa o barulho, a iluminação e os movimentos das pessoas.</p><p>Nome Científico: Diaemus youngi</p><p>Nome Popular: Morcego-vampiro-de-pontas-brancas-das-asas.</p><p>Família: Phyllostomidae.</p><p>Morfologia:</p><p>Envergadura: 40cm.</p><p>Comprimento da cabeça-corpo: 8,5cm.</p><p>Peso: 30 a 50g.</p><p>Cor da pelagem: castanho claro, brilhante.</p><p>Biologia:</p><p>Alimentação: Preferencialmente sangue de aves.</p><p>Abrigos: Ocos-de-árvores, próximos às matas.</p><p>Agrupamentos: Colônias pequenas de 6 a 30.</p><p>Reprodução: Um pico de reprodução por ano, com partos nos meses de verão.</p><p>Gestação: 7 meses e apenas 1 filhote por parto e por ano.</p><p>Longevidade: Desconhecida, mas em cativeiro duas fêmeas foram mantidas vivas por seis anos.</p><p>Enfermidades: Raiva.</p><p>Particularidades: Sua distribuição geográfica é semelhante ao vampiro comum (D. rotundus), com o qual é,</p><p>ocasionalmente, confundido.</p><p>Duas características morfológicas são marcantes em D. youngi: ponta branca das asas e um par de</p><p>glândulas bucais, localizadas internamente nas bochechas e que liberam uma substância volátil e</p><p>nauseante. Essa substância é liberada concomitantemente com um grito de aflição, principalmente quando</p><p>o morcego é manipulado.</p><p>O odor e o grito são considerados como mecanismos anti-predatórios. Por causa do hábito de tomar sangue,</p><p>possui poucos dentes.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>19</p><p>É uma espécie relativamente rara e que não provoca danos econômicos aos criadores de aves, pois atacam</p><p>galinhas que repousam em árvores. Por causa disso, não devem sofrer ações de controle pelos órgãos</p><p>oficiais. Para evitar seus ataques, as aves devem pernoitar em galinheiros.</p><p>Nome Científico: Diphylla ecaudata</p><p>Nome Popular: Morcego-vampiro-das-pemas-peludas.</p><p>Família: Phyllostomidae</p><p>Morfologia:</p><p>Envergadura: 30cm.</p><p>Comprimentod a cabeça-corpo: 6,5 cm.</p><p>Peso: 25 a 30g.</p><p>Cor da pelagem: castanho escuro ou claro.</p><p>Biologia:</p><p>Alimentação: preferencialmente sangue de aves e, eventualmente, de mamíferos (bovinos e suínos).</p><p>Abrigos: cavernas, minas e túneis abandonados.</p><p>Agrupamentos: colônias muito pequenas (3 a 12) e ocasionalmente até 50 a 70 indivíduos.</p><p>Reprodução: desconhecida, fêmeas grávidas são encontradas próximo ao meio do ano.</p><p>Gestação: o tempo de gestação é desconhecido, e produz apenas 1 filhote por parto e, talvez, 2 filhotes por</p><p>ano.</p><p>Longevidade: desconhecida</p><p>Enfermidades: raiva.</p><p>Particularidades: A distribuição geográfica é semelhante ao dos outros hematófagos. Apresenta porte</p><p>pequeno, pêlos longos e sedosos, orelhas arredondadas e olhos grandes. A membrana interfemural é</p><p>reduzida e com longos pêlos, que o caracteriza como morcego-das-pernas-peluda. A arcada dentária contém</p><p>26 dentes.</p><p>Os incisivos inferiores contêm muitos lóbulos (6 ou 7), que é uma característica única entre os morcegos.</p><p>Assim como D. youngi, é também uma espécie relativamente rara e não provoca danos econômicos aos</p><p>avicultores.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>20</p><p>Seus ataques às aves de fundo-de-quintal podem provocar a morte das mesmas. Para evitar isso, as aves</p><p>devem pernoitar em galinheiros que impeçam que os morcegos adentrem voando, isto é, devem possuir</p><p>uma porta a ser fechada todas as noites. De modo geral, não devem sofrer ações de controle pelos órgãos</p><p>oficiais.</p><p>Entendidas as características dos morcegos hematófagos vamos, agora, conhecer os métodos de controle</p><p>dessas espécies de acordo com Brasil (1998).</p><p>Controle de morcegos hematófagos</p><p>O conhecimento da epidemiologia da raiva transmitida pelo morcego hematófago, Desmodus rotundus, aos</p><p>animais herbívoros e ao homem, demonstrou a necessidade de que se estabelecessem estratégias para a</p><p>prevenção da raiva em animais, sendo que uma das estratégias foi o desenvolvimento de métodos de</p><p>controle das populações desta espécie.</p><p>Inicialmente, os métodos de controle foram desenvolvidos de forma empírica, utilizando o pouco</p><p>conhecimento disponível. De modo geral, esses métodos eram drásticos e buscavam eliminar todos os</p><p>morcegos do abrigo, através do uso de agentes físicos ou químicos, tais como gases tóxicos, fogo ou fumaça,</p><p>dinamite, armas de fogo e pincelamento de venenos nas paredes dos abrigos.</p><p>O conhecimento da ecologia, biologia e etologia de Desmodus rotundus permitiu o desenvolvimento de</p><p>métodos mais aperfeiçoados e seletivos para o controle de suas populações.</p><p>E quais seriam esses métodos de controle?</p><p>Os métodos de controle podem ser classificados em:</p><p>I. Métodos restritivos</p><p>São métodos que buscam evitar as agressões por morcegos hematófagos a animais e humanos, através de</p><p>meios físicos que funcionem como barreiras de proteção entre os animais e os morcegos hematófagos.</p><p>Esses métodos não matam o morcego, apenas restringem seu acesso a fontes de alimento e/ou abrigos.</p><p>Contudo, sua aplicação nem sempre é eficiente.</p><p>Duas formas foram, e ainda são, utilizadas:</p><p>a) Uso de luz como meio de proteção contra o morcego hematófago: este método se fundamenta no</p><p>conhecimento de que o Desmodus rotundus seria uma espécie fortemente lucífoga (aversão a luz), evitando,</p><p>dessa forma, áreas iluminadas.</p><p>Vantagens:</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>21</p><p>• ecologicamente correto;</p><p>• não representa risco à saúde humana;</p><p>• não necessita de treinamento específico;</p><p>• fácil realização,podendo ser utilizada qualquer fonte de luz.</p><p>Desvantagens:</p><p>• restrito a pequenos rebanhos;</p><p>• alguns morcegos podem habituar-se à presença de luz e modificar sua estratégia de ataque;</p><p>• custo considerável.</p><p>b) Uso de barreira mecânica (telas de arame com malhas finas ou outros): este método funciona</p><p>impossibilitando que o morcego hematófago, Desmodus rotundus, chegue até aos animais ou ao homem.</p><p>Vantagens:</p><p>• ecologicamente correto;</p><p>• não apresenta risco à saúde humana;</p><p>• não necessita de treinamento específico;</p><p>• eficiente.</p><p>Desvantagens:</p><p>• restrito a pequenos rebanhos;</p><p>• custo poderá ser alto, dependendo do material utilizado.</p><p>II. Métodos seletivos</p><p>a) Indiretos: o controle é realizado através do uso de substâncias químicas anticoagulantes, usadas nos</p><p>animais sugados.</p><p>São métodos que buscam o controle do morcego hematófago Desmodus rotundus, sem manter contato</p><p>físico, e estão baseados no conhecimento do comportamento de ataque desta espécie, como:</p><p>I. hábito de utilizar da mesma presa por mais de uma noite seguida (anticoagulante via intrarruminal ou via</p><p>intramuscular);</p><p>II. hábito de utilizar o mesmo ferimento por mais de uma noite seguida (anticoagulantes tópicos)</p><p>III. hábito de, frequentemente, aproximar-se pousando no dorso do animal (anticoagulante via "pour-on").</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>22</p><p>1. Anticoagulante intrarruminal</p><p>Este método consistia na aplicação intrarruminal, em bovídeos, da difenadiona {2- (difenilacetil)-1,3-</p><p>indadiona}. Uma vez aplicado,o produto antinha um nível sérico, pelo período de 72 horas, suficiente para</p><p>eliminar os morcegos hematófagos que por ventura viessem a sugar o animal tratado.</p><p>Esse método não se encontra atualmente disponível no Brasil.</p><p>Vantagens:</p><p>• ecologicamente correto</p><p>• não apresenta risco à saúde humana</p><p>• alta eficiência</p><p>Desvantagens:</p><p>• dificuldade de aplicação;</p><p>• pouca aplicabilidade em rebanhos extensivos pela dificuldade de observação dos animais</p><p>sugados;</p><p>• restrito aos bovídeos, não podendo ser utilizado em equídeos e suínos;</p><p>• não pode ser repetido o tratamentoa ntesd e decorridos3 0 dias</p><p>da última aplicação</p><p>• não aplicáveln os 30 dias que antecedemo abate</p><p>• necessidade de treinamentoa ltamentee specífico</p><p>• custo elevado</p><p>2. Anticoagulante intramuscular</p><p>Este método consistia a aplicação intramuscular, em bovídeos recém-sugados por morcegos hematófagos,</p><p>da Warfarina sódica {3-(alfa-fenilo-beta-acetilo-etilo)-4-hidroxicumarina} e, atualmente, não se encontra</p><p>disponível no Brasil.</p><p>Vantagens:</p><p>• ecologicamente correto;</p><p>• baixo risco à saúde humana;</p><p>• alta eficiência;</p><p>• custo menor que o método anterior.</p><p>Desvantagens:</p><p>• pouca aplicabilidade em rebanhos extensivos pela dificuldade de observação dos animais</p><p>sugados;</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>23</p><p>• uso restrito aos bovídeos, não devendo ser utilizado em equídeos e suínos;</p><p>• não deve ser utilizado em animais com menos de três meses de idade;</p><p>• repetição em período não inferior a 90 dias da última aplicação do produto;</p><p>• não aplicável nos 30 dias que antecedem o abate.</p><p>3. Anticoagulante tópico em mordeduras</p><p>Consiste na aplicação da Warfarina a 2%, veiculada em vaselina sólida, sobre as feridas recentes causadas</p><p>pelos morcegos hematófagos em animais de criação. Apesar de ser o único método seletivo disponível</p><p>atualmente no Brasil, tem sido aplicado em poucas regiões.</p><p>Vantagens:</p><p>• ecologicamente correto;</p><p>• baixo risco à saúde humana;</p><p>• boa eficiência;</p><p>• facilidade na aplicação do produto;</p><p>• não requer treinamento específico;</p><p>• baixo custo em relação aos métodos anteriores.</p><p>Desvantagens:</p><p>• pouca aplicabilidade em rebanhos extensivos pela dificuldade de observação dos animais</p><p>sugados</p><p>4. Anticoagulante tópico pour-on</p><p>Consiste em passar a Warfarina, veiculada numa mistura oleosa, no pescoço, dorso e lombo dos animais</p><p>que, provavelmente, seriam os mais atacados do rebanho.</p><p>b) Direto</p><p>O método busca o controle das populações de Desmodus rotundus, através da captura e do tratamento</p><p>tópico, com produtos à base de anticoagulantes, dos indivíduos capturados. O morcego, uma vez tratado,</p><p>será solto para retomar ao abrigo e impregnar seus companheiros, que irão morrer após a ingestão do</p><p>produto.</p><p>1. Anticoagulante tópico em morcegos</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>24</p><p>Consiste na captura de Desmodus rotundus e seu pincelamento com anticoagulante à base de Warfarina,</p><p>veiculada em vaselina sólida. A técnica de pincelamento da pasta vampiricida deve ser realizada com critério,</p><p>para evitar transtornos como:</p><p>a) Excesso de pasta, que pode prejudicaro vôo, matando mais rapidamente o morcego tratado e reduzindo</p><p>o contato com outros membros da sua colônia, e o conseqUente despejar de maior quantidade de pasta no</p><p>meio ambiente.</p><p>b) Desperdício de pasta com o tratamento de número excessivo de morcegos de uma mesma colônia,</p><p>novamente despejando maior quantidade de pasta no meio ambiente (por exemplo, numa colônia de 100</p><p>indivíduos não há necessidade de se tratar mais do que 10 morcegos).</p><p>Vantagens:</p><p>• eficiente;</p><p>• resposta rápida do método.</p><p>Desvantagens:</p><p>• ecologicamente incorreto;</p><p>• alto risco à saúde humana;</p><p>• necesssidade de treinamento específico;</p><p>• alto custo.</p><p>Atualmente, este é o método mais utilizado no Brasil, apesar de não haver disponibilidade de pasta na</p><p>concentração adequada (1 %). A maioria dos técnicos tem feito uso da pasta vampiricida comercial, que é</p><p>indicada, especificamente, para uso em mordeduras.</p><p>Métodos de captura de morcegos</p><p>No desenvolvimento de atividades relativas a morcegos, deve-se considerar a diversidade de espécies</p><p>existentes e seus aspectos bioecológicos. Além disso, todas as espécies de morcegos, não somente as</p><p>hematófagas, podem transmitir o vírus rábico aos mamíferos em geral, inclusive ao homem.</p><p>Devemos, ainda, lembrar que as capturas devem ser realizadas:</p><p>1. Por órgãos oficiais competentes;</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>25</p><p>2. Por profissionais especializados, submetidos devidamente ao tratamento anti-rábico (pré exposição) e</p><p>com resposta imunogênicas atisfatória.</p><p>3. Com a autorização do IBAMA, que fornece a Licença para Coleta de Material Zoológico.</p><p>Quais são os materiais necessários para a realização das coletas?</p><p>Cada equipe que realiza o trabalho de coleta deve dispor dos seguintes materiais (em quantidades</p><p>necessárias para cada integrante):</p><p>Equipamentos de Proteção Individual (EPI)</p><p>• 2 macacões em brim;</p><p>• 1 par de botas de borracha, cano longo;</p><p>• 1 lanterna a bateria, de longo alcance, a prova d'água;</p><p>• 1 par de luvas de raspa de couro, cano longo;</p><p>• 1 máscara semi-facial com filtro de carvão ativado;</p><p>• 1 par de óculos de proteção;</p><p>• 1 capa de chuva;</p><p>• 1 capacete com fixador regulável;</p><p>• 1 caixa de primeiros socorros (ácido pícrico, solução fisiológica, iodo ou mercúrio, repelente</p><p>para insetos, esparadrapo, gaze, faixas de algodão).</p><p>Equipamentos de uso técnico</p><p>a) 5 redes-de-espera, tipo "mist nets", com malhas pequenas, em tomo de 2 cm, em fios de náilon. As redes</p><p>são encontradas em vários tamanhos, porém as mais frequentemente utilizadas variam entre 6 e 12m de</p><p>comprimento por 2 m de altura, e dispõem, no seu sentido longitudinal, de cordões ou fios de reforço, que</p><p>nas extremidades formam uma espécie de laço para a fixação da rede nas estacas.</p><p>b) 2 puçás, ou coador, com rede de náilon ou algodão, com malha inferior a 2cm, medindo 0,45 m de</p><p>diâmetro e 0,85m de profundidade e com cabo que permita o encaixe de estacas.</p><p>c) 20 estacas de alumínio, madeira, tubos de PVC ou outros materiais rígidos, com encaixes em uma das</p><p>extremidades, possibilitando estender a(s) rede(s) na altura desejada. Cada estaca tem, aproximadamente</p><p>1,5m de comprimento e diâmetro inferior a 3cm para facilitar o seu transporte.</p><p>d) recipientes para acomodar ou transportar morcegos:</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>26</p><p>- 10 sacos de pano de algodão, com aproximadamente 0,30m de largura por 0,35m de comprimento, provido</p><p>de cordão para amarrar a boca;</p><p>- 2 samburás ou gaiolas, com malha de alumínio não superior a 1cm;</p><p>- 1 lata ou balde de 18 litros, mesmo sem tampa, usado para acomodar molossídeos;</p><p>e) 2 frascos de pasta anticoagulante para morcegos hematófagos Desmodus rotundus;</p><p>t) 50 espátulas descartáveis de madeira.</p><p>Equipamentos de Apoio</p><p>• pinça reta, de ponta romba, com 30cm de comprimento</p><p>• lampião a gás</p><p>• facão com bainha de couro</p><p>• rolo de barbante</p><p>• corda em náilon tipo persiana com 20m</p><p>• rolo de fita adesiva</p><p>• mochila em lona impermeável</p><p>Métodos de Captura</p><p>Para que possamos aumentara eficiência de uma captura é necessário que a equipe chegue com</p><p>antecedência ao local, para melhor planejar a estratégia de ação como, por exemplo, prever os</p><p>equipamentos a serem utilizados, suaq uantidade e o método mais adequado para a situação.</p><p>1. Captura manual</p><p>Esse método é utilizado, principalmente, em locais onde os morcegos ficam alojados em pequenas frestas</p><p>(cumeeiras, beirais, rofos, pedras, etc). Em algumas situações, utiliza-se de instrumentos flexíveis (tipo</p><p>arame), que possibilite desalojar os morcegos de seu abrigo. A captura se faz com o auxílio de pinça e/ou</p><p>com a mão protegida por luva.</p><p>2. Captura com puçá ou coador</p><p>Esse método é empregado para capturar morcegos em seus abrigos diurnos (cavernas, minas, bueiros,</p><p>sótãos, em folhagens, etc.) ou quando abandonam o abrigo para a atividade alimentar (ocos de árvore,</p><p>juntas de dilatação, frestas de edificações).</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>27</p><p>Em algumas situações, faz-se necessário encaixar estacas no cabo do puçá para alcançar os morcegos.</p><p>Agilidade e precisão são fatores extremamente importantes na utilização do puçá. A sua manobra deverá ser</p><p>rápida, com movimentos leves e ligeiros.</p><p>3. Captura com redes-de-espera</p><p>Esse método é utilizado para capturar morcegos em abrigos (cavernas, edificações, bueiros, etc.), fontes de</p><p>alimentação (currais, casas, chiqueiros, galinheiros, árvores, cursos d'água, etc.) e rotas de vôo (clareiras,</p><p>trilhas, estradas, cursos d'água, etc.).</p><p>As redes devem ser afixadas em estacas pelos cordões longitudinais ou "guias", geralmente em número de</p><p>quatro de cada lado. Esses cordões devem ficar esticados e as malhas soltas, formando bolsas, onde os</p><p>morcegos, após se chocarem contra a rede, ficam emaranhados. Se as malhas ficarem muito esticadas a rede</p><p>funcionará apenas como anteparo, não permitindo o enredamento dos morcegos.</p><p>As redes devem estar armadas a o entardecer (para a capturad e morcegos insetívoros) ou no início da noite</p><p>(para as demais espécies). E, a partir daí, são realizadas vistorias a cada 15 minutos.</p><p>Quanto mais rapidamente o morcego for detectado mais fácil toma-se sua remoção e menores são os danos</p><p>causados ao animal e à rede. Os morcegos, com exceção das espécies hematófagas, costumam danificar a</p><p>rede, porque possuem o hábito de mastigar os alimentos a serem ingeridos. Por esse motivo, devem ser</p><p>retirados de imediato. Verificar o lado por onde o morcego entrou na rede sempre facilita a sua retirada.</p><p>Ao término da captura, antes de desarmar a rede, remover insetos, folhas, gravetos, etc. Redes úmidas ou</p><p>danificadas devem ser esticadas à sombra no dia seguinte, para que sequem ou sejam consertadas (com fio</p><p>da mesma espessura).</p><p>4. Utilização de redes em áreas rurais</p><p>Apesar da grande diversidade de morcegos existentes nos ambientes naturais, apenas a espécie hematófaga,</p><p>Desmodus rotundus, será mencionada pela sua importância econômica e interesse em saúde pública. Essa</p><p>espécie pode ser capturada em seus abrigos ou junto à sua fonte de alimento.</p><p>Abrigos utilizados por morcegos hematófagos são facilmente identificados pela presença de fezes pastosas,</p><p>escuras e com odor característico ou pela observação dos mesmos. Uma vez definido o abrigo, é importante</p><p>conhecer as possíveis entradas e /ou saídas por onde transitam os morcegos e, em seguida, definir o local</p><p>onde serão armadas as redes.</p><p>A realização de capturas de Desmodus rotundus junto à sua fonte de alimento (currais, galinheiros,</p><p>chiqueiros, casas, etc.) deve ser precedida de uma criteriosa avaliação da localização da propriedade, da</p><p>espécie animal sugada, do número de animais ou pessoas que vêm sendo frequentemente sugados, da</p><p>periodicidade das agressões, da fase da lua vigente e do lado de onde, presumivelmente, os morcegos</p><p>devem chegar para se alimentarem.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>28</p><p>As redes deverão ser armadas nos lados pelos quais os morcegos provavelmente chegarão para sugar os</p><p>animais, geralmente voltadas para locais com formações rochosas, rios, vales, matas, etc. Isto não exclui a</p><p>possibilidade de os morcegos chegarem por outros locais.</p><p>Os locais onde serão instaladas as redes devem ser previamente limpos de raízes, galhos, folhas, pedras, etc,</p><p>para evitar que danifiquem as redes. Essa limpeza deve ocorrer numa faixa de dois metros de largura e em</p><p>todo o sentido longitudinal da rede, sendo a rede armada ao centro, ficando, aproximadamente, um metro</p><p>de área limpa de cada lado.</p><p>As redes devem ser armadas pelo menos a dois metros de distância das cercas, estando a parte inferior da</p><p>rede próxima ao solo, porém, sem tocá-lo. Dependendo da situação encontrada, como tipo de cerca,</p><p>vegetação arbustiva próxima, solo enlameado, pedras e outros obstáculos, as redes poderiam ser armadas</p><p>mais elevadas, porque nessas condições os morcegos hematófagos voam mais alto. Se necessário, podem</p><p>ser armadas duas redes, uma sobre a outra, duplicando a superfície da captura.</p><p>Antes do anoitecer, é preciso ter cuidado com redes armadas em currais, chiqueiros, galinheiros,entre</p><p>outros, a fim de que os animais não as danifiquem. Um cuidado que pode ser tomado nessas condições é</p><p>deixar a rede erguida, abaixando-a somente após o anoitecer.</p><p>5. Utilização de redes em áreas urbanas</p><p>Os morcegos são comumente encontrados em edificações ou em árvores. Observações prévias, feitas em</p><p>noites anteriores, são muito valiosas para o êxito da captura, pois auxiliam na escolha do horário, do local,</p><p>da altura e quantidaded e redes a serem armadas.</p><p>Nos ambientes urbanos torna-se, muitas vezes, difícil a fixação das estacas nos pisos pavimentados. Desse</p><p>modo podemos utilizar latas de 18 litros (tipo lata de tinta), preenchidas com argamassa de cimento e com</p><p>um orifício no centro, permitindo o encaixe da estaca.</p><p>Em fachadas de prédios que alojam morcegos nos elementos decorativos, as redes podem ser armadas em</p><p>cordas de náilon (tipo persiana), que correm por roldanas fixadas nas extremidades de dois caibros, que</p><p>sãoapoiados no telhado do prédio.</p><p>Alguns cuidados no manuseio dos morcegos</p><p>O técnico deverá estar sempre com uma das mãos calçada com luva, possibilitando conter o animal, e a</p><p>outra munida de pinça, para desemaranhar o animal da rede ou puçá.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>29</p><p>Uma vez removidos, os morcegos deverão ser colocados nos recipientes apropriados, identificados, e, ao</p><p>final da captura, soltos ou então transportados para o laboratório. Nunca colocar na mesma gaiola morcegos</p><p>hematófagos e não hematófagos, pois existe o risco de Desmodus rotundus atacar as demais espécies.</p><p>1.3 – Escorpiões</p><p>O escorpião é um artrópode quelicerado, pertencente ao Filo Arthropoda (arthro: articuladas/podos: pés),</p><p>classe Arachnida (por terem oito pernas) e ordem Scorpiones. A denominação escorpião é derivada do latim</p><p>scorpio/scorpionis. Em certas regiões do Brasil, também é chamado de lacrau.</p><p>A fauna escorpiônica brasileira é representada pelas famílias: Bothriuridae,Chactidae, Liochelidae e</p><p>Buthidae. Esta última representa 60% do total, incluindo as espécies de interesse em saúde pública.</p><p>Os escorpiões são animais vivíparos. O período de gestação é variado mas, em geral, dura três meses para o</p><p>gênero Tityus. Durante o parto, a fêmea eleva o corpo e faz um “cesto” com as pernas dianteiras, apoiando-</p><p>se nas posteriores. Os filhotes recém-nascidos sobem no dorso da mãe através do “cesto” e ali permanecem</p><p>por alguns dias quando, então, realizam a primeira troca de pele.</p><p>Passados mais alguns dias, abandonam o dorso da mãe e passam a ter vida independente. O período entre</p><p>o nascimento e a dispersão dos filhotes varia bastante. Para Tityus bahiensis e Tityus serrulatus é de</p><p>aproximadamente 14 dias.</p><p>Os escorpiões trocam de pele periodicamente, em um processo denominado ecdise; a pele antiga é a exúvia.</p><p>Passam por um número limitado de mudas até a maturidade sexual, quando então param de crescer.</p><p>A espécie T. serrulatus (escorpião amarelo) reproduz-se por partenogênese. Assim, só</p><p>existem fêmeas e todo indivíduo adulto pode parir sem a necessidade de acasalamento.</p><p>Este fenômeno facilita sua dispersão; por causa da adaptação a qualquer</p><p>ambiente, uma</p><p>vez transportado de um local a outro (introdução passiva), instala-se e prolifera com muita</p><p>rapidez. Além disso, a introdução de T. serrulatus em um ambiente pode levar ao</p><p>desaparecimento de outras espécies de escorpiões devido à competição (Brasil, 2009).</p><p>Quais as espécies de importância em saúde e onde são encontradas?</p><p>Das 1.600 espécies conhecidas no mundo, apenas cerca de 25 são consideradas de interesse em saúde. No</p><p>Brasil, onde existem cerca de 160 espécies de escorpiões, as responsáveis pelos acidentes graves pertencem</p><p>ao gênero Tityus que tem como característica, entre outras, a presença de um espinho sob o ferrão.</p><p>As principais espécies capazes de causar acidentes graves são:</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>30</p><p>• Tityus serrulatus</p><p>Conhecido como escorpião amarelo (Figura 1), é a principal espécie que causa acidentes graves, com</p><p>registro de óbitos, principalmente em crianças.</p><p>Figura 1: Tityus serrulatus (Brasil, 2009).</p><p>Principais características: possui as pernas e cauda amarelo-clara, e o tronco escuro. A denominação da</p><p>espécie é devida à presença de uma serrilha nos 3º e 4º anéis da cauda. Mede até 7 cm de comprimento.</p><p>Sua reprodução é partenogenética, na qual cada mãe tem aproximadamente dois partos com, em média, 20</p><p>filhotes cada, por ano, chegando a 160 filhotes durante a vida.</p><p>Distribuição geográfica: antes restrita a Minas Gerais, devido à sua boa adaptação a ambientes urbanos e</p><p>sua rápida e grande proliferação, hoje tem sua distribuição ampliada para Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul,</p><p>Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Pernambuco, Sergipe, Piauí, Rio Grande do</p><p>Norte, Goiás, Distrito Federal e, mais recentemente, alguns registros foram relatados para Santa Catarina.</p><p>• Tityus bahiensis</p><p>Conhecido por escorpião marrom ou preto (Figura 2).</p><p>Figura 2: Tityus bahiensis (Brasil, 2009).</p><p>Principais características: tem o tronco escuro, pernas e palpos com manchas escuras e cauda marrom-</p><p>avermelhado. Não possui serrilha na cauda, e o adulto mede cerca de 7 cm.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>31</p><p>O macho é diferenciado por possuir pedipalpos volumosos com um vão arredondado entre os dedos utilizado</p><p>para conter a fêmea durante a “dança nupcial” que culmina com a liberação de espermatóforo no solo e a</p><p>fecundação da fêmea.</p><p>Cada fêmea tem aproximadamente dois partos com 20 filhotes em média cada, por ano, chegando a 160</p><p>filhotes durante a vida.</p><p>Distribuição geográfica: é a espécie que causa mais acidentes em São Paulo, sendo encontrado ainda em</p><p>Minas Gerais, Goiás, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa</p><p>Catarina, e Rio Grande do Sul.</p><p>• Tityus stigmurus</p><p>Principais características: o escorpião amarelo do Nordeste (Figura 3), assemelha-se ao T. serrulatus nos</p><p>hábitos e na coloração, porém apresenta uma faixa escura longitudinal na parte dorsal do seu mesossoma,</p><p>seguido de uma mancha triangular no prossoma.</p><p>Figura 3: Tityus stigmurus (Brasil, 2009).</p><p>Também possui serrilha, porém, menos acentuada, nos 3o e 4º anéis da cauda.</p><p>Distribuição geográfica: é a espécie que causa mais acidentes no Nordeste, presente em Pernambuco, Bahia,</p><p>Ceará, Piauí, Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte e Sergipe.</p><p>• Tityus obscurus</p><p>Conhecido por escorpião preto da Amazônia (Figura 4).</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>32</p><p>Figura 4: Tityus obscurus (Brasil, 2009).</p><p>Principais características: quando adultos, possuem coloração negra, podendo chegar a 9 cm de</p><p>comprimento, porém quando jovens, sua coloração é bem diferente, com o corpo e apêndices castanhos e</p><p>totalmente manchados de escuro, podendo ser confundido com outras espécies da Região Amazônica.</p><p>Macho e fêmea são bem distintos, sendo que o primeiro apresenta os pedipalpos bastante finos e alongados,</p><p>assim como o tronco e a cauda em relação à fêmea.</p><p>Distribuição geográfica: espécie comum na Região Norte, principalmente no Pará e Amapá. Recentemente</p><p>exemplares têm sido encontrados no Mato Grosso.</p><p>• Controle de escorpiões</p><p>É necessário controlar as populações de escorpiões pelo risco que representam para a saúde humana, já</p><p>que a erradicação dessas espécies não é possível e nem viável. No entanto, o controle pode diminuir o</p><p>número de acidentes e, consequentemente, a morbi-mortalidade.</p><p>Algumas espécies de escorpiões são extremamente adaptadas a ambientes alterados pelo homem.</p><p>Esses animais desempenham papel importante no equilíbrio ecológico como predadores de outros seres</p><p>vivos, devendo ser preservados na natureza. Já nas áreas urbanas, medidas devem ser adotadas para que</p><p>seja evitada a sua proliferação, por meio de ações de controle, captura (busca ativa) e manejo ambiental.</p><p>Desta maneira, identificar e conhecer a distribuição de escorpiões prevalentes permitirá planejar e</p><p>dimensionar as estratégias mais adequadas de controle para uma determinada área. Dessa forma, é</p><p>possível realizar o serviço de conscientização da população e prevenção dos acidentes por escorpião.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>33</p><p>A quem compete fazer o controle dos escorpiões?</p><p>De acordo com o inciso 10 do art. 3º da Portaria MS/GM nº 1.172, de 15 de junho de 2004, compete ao</p><p>município o registro, a captura, a apreensão e a eliminação de animais que representem risco à saúde do</p><p>homem, cabendo ao estado a supervisão, acompanhamento e orientação dessas ações.</p><p>Portanto, os estados e municípios devem promover a organização de um programa de controle dos animais</p><p>peçonhentos de importância em saúde, definindo as atribuições e responsabilidades dos setores que</p><p>compreendem a vigilância em saúde, juntamente com o serviço de controle de zoonoses, núcleos de</p><p>entomologia e outros centros de referência em animais peçonhentos.</p><p>A sensibilização de autoridades e gestores de saúde para a implementação de parcerias entre órgãos ligados</p><p>à limpeza urbana, ao saneamento, às obras públicas e à educação, é imprescindível para a implementação</p><p>das medidas de controle. Aliado a isso, ações continuadas de educação ambiental e em saúde garantem a</p><p>perenidade das mudanças geradas a partir das medidas de controle, de maneira que estas sejam</p><p>incorporadas no dia-a-dia da população.</p><p>As ações de controle de escorpiões consistem em:</p><p>a) Intervenção nas áreas de risco, as quais serão definidas por meio de:</p><p>1. Notificação de acidente;</p><p>2. Demanda espontânea da população.</p><p>b) Identificação de áreas prioritárias.</p><p>A identificação de áreas prioritárias é feita por meio de levantamento, monitoramento e avaliação, com o</p><p>mapeamento de áreas de maior concentração de ocorrência ou acidentes por escorpião, pesquisando</p><p>informações provenientes de:</p><p>• Dados do Sinan: mapa de todos os acidentes causados por escorpiões, que foram notificados</p><p>(via Sinan), ano a ano;</p><p>• Registro de ocorrência de escorpiões em residências ou imóveis limítrofes;</p><p>• Registros anteriores dos animais coletados e identificados: mapa de todos os imóveis com</p><p>registro de escorpião coletado, identificados em gênero e/ou espécie, ano a ano; levantamento</p><p>simultâneo de todos os endereços e localidades com a quantidade de animais capturados por imóvel.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 29 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso</p>

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