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<p>ACESSE AQUI ESTE</p><p>MATERIAL DIGITAL!</p><p>RAPHAEL OLIVEIRA DE MELO</p><p>FERTILIDADE</p><p>DO SOLO</p><p>Coordenador(a) de Conteúdo</p><p>Maquiel Duarte Vidal</p><p>Projeto Gráfico e Capa</p><p>Arthur Cantareli Silva</p><p>Editoração</p><p>Laura Janke</p><p>Design Educacional</p><p>João Vitor Ferreira Lago</p><p>Revisão Textual</p><p>Carolina Guimaraes Branco</p><p>Ilustração</p><p>Andre Luis Azevedo da Silva;</p><p>Eduardo Aparecido Alves</p><p>Fotos</p><p>Shutterstock e Envato</p><p>Impresso por:</p><p>Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722.</p><p>Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).</p><p>Núcleo de Educação a Distância. MELO, Raphael. Oliveira de</p><p>Fertilidade do Solo / Raphael Oliveira de Melo. - Florianópolis, SC:</p><p>Arqué, 2024.</p><p>200 p.</p><p>ISBN papel 978-65-6137-509-2</p><p>ISBN digital 978-65-6137-510-8</p><p>1. Fertilidade 2. Solo 3. EaD. I. Título.</p><p>CDD - 631.422</p><p>EXPEDIENTE</p><p>FICHA CATALOGRÁFICA</p><p>N964</p><p>03506829</p><p>RECURSOS DE IMERSÃO</p><p>Utilizado para temas, assuntos ou con-</p><p>ceitos avançados, levando ao aprofun-</p><p>damento do que está sendo trabalhado</p><p>naquele momento do texto.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>Uma dose extra de</p><p>conhecimento é sempre</p><p>bem-vinda. Aqui você</p><p>terá indicações de filmes</p><p>que se conectam com o</p><p>tema do conteúdo.</p><p>INDICAÇÃO DE FILME</p><p>Uma dose extra de</p><p>conhecimento é sempre</p><p>bem-vinda. Aqui você</p><p>terá indicações de livros</p><p>que agregarão muito na</p><p>sua vida profissional.</p><p>INDICAÇÃO DE LIVRO</p><p>Utilizado para desmistificar pontos</p><p>que possam gerar confusão sobre o</p><p>tema. Após o texto trazer a explicação,</p><p>essa interlocução pode trazer pontos</p><p>adicionais que contribuam para que</p><p>o estudante não fique com dúvidas</p><p>sobre o tema.</p><p>ZOOM NO CONHECIMENTO</p><p>Este item corresponde a uma proposta</p><p>de reflexão que pode ser apresentada por</p><p>meio de uma frase, um trecho breve ou</p><p>uma pergunta.</p><p>PENSANDO JUNTOS</p><p>Utilizado para aprofundar o</p><p>conhecimento em conteúdos</p><p>relevantes utilizando uma lingua-</p><p>gem audiovisual.</p><p>EM FOCO</p><p>Utilizado para agregar um con-</p><p>teúdo externo.</p><p>EU INDICO</p><p>Professores especialistas e con-</p><p>vidados, ampliando as discus-</p><p>sões sobre os temas por meio de</p><p>fantásticos podcasts.</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>PRODUTOS AUDIOVISUAIS</p><p>Os elementos abaixo possuem recursos</p><p>audiovisuais. Recursos de mídia dispo-</p><p>níveis no conteúdo digital do ambiente</p><p>virtual de aprendizagem.</p><p>4</p><p>139U N I D A D E 3</p><p>ADUBAÇÃO ORGÂNICA 140</p><p>USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES E OUTROS INSUMOS 160</p><p>DIAGNÓSTICO DA FERTILIDADE E SISTEMAS DE RECOMENDAÇÃO DE</p><p>CALAGEM E ADUBAÇÃO 176</p><p>7U N I D A D E 1</p><p>NUTRIENTES DE PLANTAS 8</p><p>ACIDEZ E CALAGEM 32</p><p>NITROGÊNIO E O SOLO 54</p><p>77U N I D A D E 2</p><p>FÓSFORO E O SOLO 78</p><p>POTÁSSIO E O SOLO 98</p><p>NUTRIENTES SECUNDÁRIOS E MICRONUTRIENTES 116</p><p>5</p><p>SUMÁRIO</p><p>UNIDADE 1</p><p>MINHAS METAS</p><p>NUTRIENTES DE PLANTAS</p><p>Conhecer o histórico e classificação dos nutrientes para as plantas, bem como com-</p><p>preender as funções que esses elementos químicos desempenham no vegetal.</p><p>Entender quais são os critérios de essencialidade dos nutrientes para as plantas.</p><p>Entender que produtividade de cultivos agrícolas possui relação direta com a disponibili-</p><p>dade de nutrientes em quantidades adequadas nos tecidos vegetais.</p><p>Conhecer os aspectos biodinâmicos da disponibilidade de nutrientes no solo: fatores</p><p>quantidade, intensidade e capacidade e poder tampão.</p><p>Conhecer os mecanismos de absorção de nutrientes pelo sistema radicular e folhas.</p><p>Compreender os parâmetros cinéticos e morfológicos na absorção de nutrientes pelas</p><p>plantas, sabendo estimá-los e aplicá-los.</p><p>Diferenciar os fatores endógenos e exógenos na absorção de nutrientes no solo.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 1</p><p>8</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Suponhamos que você esteja ministrando uma palestra representando uma em-</p><p>presa multinacional do ramo de fertilizantes. Durante essa palestra, um produtor</p><p>rural faz a seguinte pergunta: qual é a importância do solo para as plantas? A</p><p>sua resposta precisaria conter no mínimo cinco aspectos: O solo é um meio de</p><p>suporte físico para a sustentação das plantas; armazena e fornece água e oxigênio;</p><p>é habitat de organismos benéficos para as plantas, além de atuar como reservató-</p><p>rio de minerais necessários às plantas. Suponhamos que, depois da sua primeira</p><p>resposta, o produtor peça para que você discorra melhor sobre o fato do solo ser</p><p>um reservatório de minerais necessários às plantas. Para embasar sua resposta,</p><p>neste tema de aprendizagem, iremos abordar esse assunto.</p><p>Você sabe quais são os 17 elementos químicos considerados essenciais para as</p><p>plantas? Além disso, por que eles são considerados como essenciais para os vegetais?</p><p>Destes 17 elementos químicos, você sabe diferenciar quais são orgânicos e quais</p><p>são minerais? O que a presença destes 17 elementos químicos ou falta desencadeia</p><p>na produtividade agrícola? Para obter essas respostas, confira nosso podcast.</p><p>Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de</p><p>aprendizagem.</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>UNIASSELVI</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>Sabendo que apenas 8 a 5% da matéria seca das plantas é constituída por 14 elemen-</p><p>tos minerais, vamos refletir: por que, apesar de constituir uma pequena porção da</p><p>matéria seca das plantas, esses nutrientes fazem toda a diferença na produtividade</p><p>e qualidade de produtos agrícolas? Por que o uso de fertilizantes (fornecedores dos</p><p>14 elementos minerais), na maioria das culturas agrícolas em solos tropicais, são os</p><p>responsáveis pela maior fatia dos custos de produção?</p><p>Para responder essas perguntas, você, futuro engenheiro agrônomo, precisa</p><p>compreender o papel de cada elemento mineral na fisiologia da planta. Além</p><p>disso, você deve estar ciente que os nutrientes se comportam de diversas ma-</p><p>neiras no solo, a depender dos fatores relacionados à planta e ao ambiente. Só</p><p>com a compreensão desses fatores poderemos alcançar uma nutrição correta das</p><p>plantas, e só assim os vegetais performarão seu potencial genético com plenitude.</p><p>Vamos conversar melhor sobre esses assuntos agora?</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Acredito que ao longo da sua formação você tenha consultado, utilizado e</p><p>estudado, por várias vezes, a tabela periódica, principalmente quando o assunto</p><p>envolvia química. Dentre os 118 elementos químicos que constam na atual tabela</p><p>periódica, as plantas podem absorver algumas dezenas deles, no entanto a</p><p>literatura mundial considera 17 elementos químicos como nutrientes de plantas,</p><p>ou seja, que contribuem diretamente para o desenvolvimento vegetal.</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>HISTÓRICO E CLASSIFICAÇÃO DOS NUTRIENTES</p><p>A nutrição mineral de plantas teve avanço quando se passou a descobrir “como as</p><p>plantas se alimentam”. Esse marco ocorreu quando o pesquisador suíço, Saussure</p><p>(1857-1913), estabeleceu que a planta obtinha C do CO2 da atmosfera, energia da</p><p>respiração, hidrogênio e oxigênio eram absorvidos junto com o carbono.</p><p>1</p><p>1</p><p>Nesse mesmo século, Just Von Liebig (1803-1873) “pai da nutrição mineral</p><p>de plantas” estabelecia que os alimentos de todas as plantas verdes são as subs-</p><p>tâncias inorgânicas ou minerais, portanto, segundo Epstein (1975), a principal</p><p>contribuição de Liebig à nutrição de plantas foi a de ter liquidado com a “teoria</p><p>do húmus” de que a matéria orgânica do solo era a fonte do carbono absorvido</p><p>pelas plantas, e ainda descobriu que as plantas absorvem elementos minerais do</p><p>solo. Assim se abria uma porta para compreensão da nutrição de plantas, isso</p><p>contribuiu para o desenvolvimento da produção</p><p>potencial químico para o íon NH4+ ou NO3- entre o interior e o</p><p>exterior da célula. O gradiente de potencial eletroquímico contribui favoravel-</p><p>mente para a entrada de cátions na célula (NH4</p><p>+), enquanto os ânions (NO-</p><p>3) são</p><p>absorvidos acompanhando o fluxo de prótons (Figura 2).</p><p>Quando a planta absorve o N na forma de NO-</p><p>3, este pode ser reduzido a amônio</p><p>por meio da ação sequencial das enzimas Nitrato redutase no citosol e Nitrito redutase</p><p>nos cloroplastos, especificamente nos plastídios (Figura 3). Nas plantas, o processo de</p><p>transformação de NO-</p><p>3 para NH+4 consome muita energia na planta.</p><p>Figura 3 – Redução do nitrato (NO3</p><p>-) a nitrito (NO2</p><p>-) no citossol pela enzima Nitrato Redutase e do NO2</p><p>- a</p><p>amônio (NH4</p><p>+) por meio da Nitrito Redutase no cloroplasto (plastidio)</p><p>Fonte: Fernandes e Souza (2018, p. 377).</p><p>Descrição da Imagem: a figura é uma ilustração do lado interno de uma célula vegetal. É representada a redução</p><p>do nitrato (NO3-) a nitrito (NO2-) no citossol pela enzima Nitrato Redutase e do NO2- a amônio (NH4+) por meio</p><p>da Nitrito Redutase no cloroplasto (plastidio). Fim da descrição.</p><p>UNIASSELVI</p><p>5</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>O NO-</p><p>3 absorvido pelas plantas também pode não sofrer transformações, e ser</p><p>acumulado no vacúolo ou exportado para outras partes da planta. O transporte</p><p>para as folhas ocorre via xilema, embora a redistribuição a partir das folhas para</p><p>outros órgãos ocorra predominantemente na forma de aminoácidos, via floema.</p><p>Quando a planta absorve diretamente NH+</p><p>4, ou quando ele é proveniente da</p><p>redução do NO-3 (Figura 2), o NH+</p><p>4 é imediatamente incorporado em esqueletos</p><p>de carbono, preferencialmente por meio das enzimas da via Glutamina sintetase-</p><p>-Glutamato sintase (GS-GOGAT). Esses processos fazem que o N inorgânico seja</p><p>transformado em formas orgânicas (aminoácidos), estruturas básicas das proteínas.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Foi dito anteriormente que o amônio (NH+4) é imediatamente incorporado nas</p><p>plantas. Por qual motivo o NH+4 deve ser rapidamente incorporado aos esqueletos</p><p>de carbono nas plantas?</p><p>O NH4+ não pode ser acumulado nas plantas como pode ocorrer para NO3-, pois é</p><p>tóxico para os vegetais. O NH+4 dispersa o gradiente de prótons na transmembrana,</p><p>que é necessário para o transporte de elétrons na fotossíntese, respiração. De que</p><p>forma isso acontece? No estroma ou citoplasma das células que apresenta maior</p><p>pH, o NH+4 reage com OH- e forma NH3 (Equação 1).</p><p>NH^+4+OH-→"H2O + NH3 (Equação 1 )</p><p>O NH3 formado no estroma ou citoplasma é permeável à membrana do lúmen ou</p><p>vacúolo, nestes locais o pH é mais baixo, e então o NH3 reage com H+ formando</p><p>NH+4 (Equação 2).</p><p>NH3 + H-→ NH+</p><p>4 (Equação 2 )</p><p>O resultado das Equações 1 e 2 mostram que as concentrações de OH- do estroma</p><p>ou citoplasma e de H+ do lúmen ou vacúolo diminuíram, isto é, o gradiente de pH</p><p>foi dissipado.</p><p>Após passar pelo sistema GS/GOGAT, o N segue o seu caminho na formação</p><p>de outros aminoácidos, via reações de transaminação. As enzimas envolvidas,</p><p>as aminotransferases (ou transaminases), são encontradas no citoplasma, nos</p><p>cloroplastos, nas mitocôndrias, nos glioxissomos e nos peroxissomos.</p><p>1</p><p>1</p><p>BIODISPONIBILIDADE DE NITROGÊNIO INFLUENCIADA PELO</p><p>MANEJO ADOTADO NO AGROECOSSISTEMA</p><p>A matéria orgânica do solo (MOS) constitui a principal fonte de N para as plantas,</p><p>cerca de 95% do estoque total (CERETTA, 1995), portanto manejos que favorecem</p><p>a acumulação de MOS são favoráveis para aumentar a disponibilidade de N no solo.</p><p>Que tal conhecer quais são os principais manejos que aumentam o teor de matéria</p><p>orgânica do solo? Confira este documento publicado pela Embrapa. https://ainfo.</p><p>cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/36210/1/Doc97.pdf</p><p>EU INDICO</p><p>O aumento da biodisponibilidade de N no solo poderá ocorrer por meio de</p><p>outros manejos:</p><p>■ Fixação biológica de nitrogênio.</p><p>■ Adubação orgânica ou mineral.</p><p>Os manejos citados anteriormente serão discutidos ainda nessa comunicação.</p><p>Uma característica peculiar da biodisponibilidade de N em relação aos outros</p><p>nutrientes é a sua ampla flutuação no solo. Esse é o grande motivo para que não</p><p>seja rotina nos laboratórios de solo a execução da análise do teor de N. Em um</p><p>único ano agrícola, a concentração de N junto às raízes pode variar até 100 mil</p><p>vezes (PURCINO et al., 2000).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>FIXAÇÃO INDUSTRIAL E BIOLÓGICA DE NITROGÊNIO</p><p>Fixação industrial de nitrogênio</p><p>A produção industrial de N comumente chamada de processo de Haber e Bosch, em</p><p>menção aos cientistas envolvidos na descoberta. O processo se baseia na obtenção de</p><p>amônia a partir do N atmosférico. O N atmosférico apresenta uma forte ligação química</p><p>tripla, que faz com que esse gás seja inerte e não diretamente utilizável por plantas e</p><p>animais. Como foi dito no podcast, 78% do ar atmosférico é composto por N. O pro-</p><p>cesso de Haber e Bosch é a chave para a produção de fertilizantes nitrogenados e outras</p><p>matérias primas que utilizam o N, dentre os principais, os fertilizantes nitrogenados.</p><p>A produção industrial de N inicia-se com a reforma do gás natural para a obten-</p><p>ção do hidrogênio. Em seguida, acontece a mistura do ar atmosférico que contém</p><p>nitrogênio com o hidrogênio proveniente do gás natural em uma relação de 1:3 sob</p><p>alta temperatura e pressão, para obtenção da amônia anidra (Equação 3). A catálise</p><p>deste processo deve ser feita com ferro, óxido de alumínio ou óxido de potássio</p><p>N2 + 3H2 ⇄ 2NH3 H</p><p>0 = -92,6 KJ.mol-1 (Equação 3)</p><p>Fixação biológica de nitrogênio</p><p>A fixação biológica de nitrogênio (FBN) é intermediada por microrganismos</p><p>que convertem o gás dinitrogênio inerte da atmosfera, para nitrogênio reativo,</p><p>tornando-o disponível para todas as formas de vida. Em termos globais, enormes</p><p>quantidades de N são biologicamente fixadas a cada ano. A cultura da soja por</p><p>exemplo, atual principal commodity brasileira, é largamente beneficiada pela</p><p>FBN. Bilhões de dólares são deixados de ser gastos com fertilizantes nitrogenados</p><p>todos os anos no Brasil pela FBN. Em menor escala quando comparadas à soja,</p><p>mas outras culturas importantes também são beneficiadas pela FBN, tais como</p><p>feijão, cana de açúcar, milho, sorgo, dentre outras.</p><p>Que tal ter uma maior dimensão do que a FBN tem na cultura da soja? Assista</p><p>ao vídeo produzido pela Embrapa com esta temática. https://www.youtube.com/</p><p>watch?v=lkAMmSelZIU</p><p>EU INDICO</p><p>1</p><p>1</p><p>Independentemente dos organismos envolvido, a chave para a FBN é a enzima</p><p>nitrogenase, que catalisa a redução de gás dinitrogênio para transformá-lo em</p><p>amônia, conforme a Equação 4.</p><p>N2 + 8 H+ + 6e- → 2NH3 + H2 (Equação 4)</p><p>A amônia produzida, por sua vez, é combinada com ácidos orgânicos para for-</p><p>mar aminoácidos e, em última instância proteínas. A quebra da ligação tripla do</p><p>N gasoso exige muita energia, como já foi explicito anteriormente, portanto a</p><p>associação microrganismo e planta é importante, visto que as plantas fornecem</p><p>energia ao processo via os substratos gerados na fotossíntese.</p><p>Os organismos fixadores de N demandam em consideráveis quantidades o ferro,</p><p>molibdênio, fósforo e enxofre, pois são constituintes ou precursores para síntese e uso</p><p>da nitrogenase. Para a nitrogenase não ser destruída, a enzima ter que ser isolada da</p><p>exposição de oxigênio livre. Quando a FBN ocorre em nódulos radiculares um meio</p><p>de proteger a nitrogenase do oxigênio livre é a participação da leguemoblobina, com-</p><p>posto que se liga O2 livre de tal forma que o O2 seja disponibilizado para a respiração</p><p>dos microrganismos em outras partes do tecido do nódulo.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>No campo é comum técnicos e agricultores fazerem cortes nos nódulos presentes</p><p>nas raízes de leguminosas para verificar se há coloração avermelhada dos tecidos,</p><p>sendo essa constatação algo positivo para FBN, por qual motivo?</p><p>Com já foi dito, o meio de proteção da enzima nitrogenase à exposição do oxigênio livre</p><p>é a presença da leguemoblobina, que, quando estão presentes nos nódulos, conferem</p><p>uma coloração avermelhada</p><p>aos tecidos, que é idêntico à molécula de hemoglobina do</p><p>sangue dos animais, a qual se torna avermelhada quando oxigenada.</p><p>A FBN pode ocorrer em algumas espécies vegetais sem a formação de nódu-</p><p>los. Esse tipo de interação entre microrganismo e planta não é tão bem estudado</p><p>como a FBN que ocorre em nódulos de leguminosas. Os estudos mais difundidos</p><p>são os que envolvem o fenômeno de FBN que ocorre em gramíneas como arroz,</p><p>milho, trigo e sorgo.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>Recentemente foi incorporado o uso comercial de inoculantes para promover a</p><p>FBN na cultura do milho, você já sabia disso? Que tal assistir ao vídeo produzido</p><p>pela Embrapa com esta temática? Recursos de mídia disponíveis no conteúdo</p><p>digital do ambiente virtual de aprendizagem.</p><p>EU INDICO</p><p>ADUBOS NITROGENADOS MINERAIS E ORGÂNICOS</p><p>Em síntese, fertilizantes nitrogenados são a classe dos adubos que contêm em</p><p>sua composição o N em maiores quantidades, comparativamente aos outros</p><p>elementos químicos essenciais para as plantas. Há uma gama de fertilizantes</p><p>minerais com a característica supracitada.</p><p>No entanto, nos adubos orgânicos não é comum, por exemplo, a denomi-</p><p>nação de “adubo orgânico nitrogenado, potássico ou fosfatado”, haja vista que a</p><p>maior composição desses tipos de fertilizantes é o carbono, e por isso são cha-</p><p>mados de orgânicos. Por esse motivo, neste tema de aprendizagem, vamos usar</p><p>o seguinte termo, fertilizantes orgânicos ricos em nitrogênio.</p><p>Adubos nitrogenados minerais</p><p>Todos os fertilizantes nitrogenados minerais partem da síntese da amônia (NH3)</p><p>que é produzida a partir do nitrogênio atmosférico e hidrogênio do gás natural</p><p>(Equação 3). A amônia produzida é combinada com outros compostos para for-</p><p>mar diferentes fertilizantes nitrogenados, como: ureia, sulfato de amônio, nitrato</p><p>de amônio, nitrato de cálcio, nitrato de potássio, dentre outros (Figura 4).</p><p>1</p><p>4</p><p>Figura 4 – Rota de produção de fertilizantes nitrogenados – amônia como matéria-prima para a produção de adubos</p><p>Fonte: Villalba et al. (2014, p. 14).</p><p>Descrição da Imagem: esquema demonstrando a rota de produção de fertilizantes nitrogenados. No lado direito</p><p>a amônia formada pelo processo industrial pode ser combinada com água, ácido sulfúrico, dióxido de carbono,</p><p>oxigênio ou ácido fosfórico para se transformar em aquamônia, sulfato de amônio, ureia, ácido nítrico ou fosfatos</p><p>de amônio, respectivamente. A aquamônia ainda pode ser desdobrada em soluções nitrogenadas caso seja mis-</p><p>turada com outros adubos. Já o ácido nítrico ainda pode ser desdobrado em nitrato de amônio, nitrato de sódio,</p><p>nitrato de cálcio, nitrato de potássio ou nitrofosfato, caso sejam combinados com amônia, carbonato de sódio,</p><p>carbonato de cálcio, cloreto de potássio ou rocha fosfatada, respectivamente. Fim da descrição.</p><p>Os três fertilizantes nitrogenados mais utilizados no Brasil e no mundo estão</p><p>descritos a seguir:</p><p>■ Ureia (NH2CONH2): adubo nitrogenado mais utilizado no mundo devi-</p><p>do à facilidade de produção, que barateia o preço repassado ao produtor</p><p>rural. Contém aproximadamente 47% de nitrogênio na forma amídica</p><p>(NH2). Dentre os fertilizantes nitrogenados mais utilizados, é o mais pro-</p><p>penso a perdas principalmente por volatilização.</p><p>■ Sulfato de amônio [(NH4)2SO4]: possui aproximadamente 21% de ni-</p><p>trogênio na forma amoniacal (NH+4). Apesar de possuir maior preço</p><p>por unidade de N comparado a ureia, é uma fonte que também tem em</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>sua composição, o enxofre. Outros pontos em relação ao fertilizante: é</p><p>menos propenso a sofrer perdas em comparação com a ureia; tem maior</p><p>poder de acidificação do solo com seu uso contínuo, por ser uma fonte</p><p>amoniacal.</p><p>■ Uran, diferente da ureia e sulfato de amônio, é uma fonte líquida. O fer-</p><p>tilizante é formado pela mistura liquida de 35% de ureia, 44% de nitrato</p><p>de amônia e 21% de água. O fertilizante tem uma concentração de 32% de</p><p>N (14% na forma de NH2, 9% de NH4 e 9% NH3). Ele apresenta vantagens</p><p>operacionais caso seja interessante a aplicação do fertilizante em forma</p><p>fluídas. Como desvantagem há alta propensão de perdas, pois quando</p><p>aplicado no solo, o uran é sujeito a processos habituais de transformação</p><p>do N, incluindo principalmente ao efeito de volatilização.</p><p>Adubos orgânicos ricos em nitrogênio</p><p>Os fertilizantes orgânicos são provenientes da decomposição e mineralização</p><p>de biomassa vegetal e resíduos de animais. Na grande maioria das vezes a con-</p><p>centração de nutrientes dos fertilizantes orgânicos são inferiores aos minerais,</p><p>isso obriga que as dosagens em aplicação de fertilizantes orgânicos sejam</p><p>maiores em comparação ao uso de fertilizantes minerais.</p><p>Os fertilizantes orgânicos ricos em N são em ordem crescente: esterco equino</p><p>(1,44% de N), esterco bovino (1,67% de N), esterco suíno (1,86% de N), torta de</p><p>usina de cana-de-açúcar (2,19% de N), esterco de galinha (2,76% de N), torta de</p><p>mamona (5,00% de N) torta de soja (6,56% de N).</p><p>EMPREGO DOS FERTILIZANTES NITROGENADOS NO SOLO</p><p>Na maioria das vezes, em solos cultivados, a quantidade de N no solo é insuficiente</p><p>para as plantas desempenharem seu pleno potencial genético, por isso é necessária</p><p>a aplicação de fertilizantes. O N por ser o nutriente mais demandado na maioria das</p><p>plantas de interesse agronômico, altas quantidade de fertilizantes nitrogenados são</p><p>aplicadas anualmente. O manejo adequado na aplicação de fertilizantes nitrogena-</p><p>dos é necessário para evitar prejuízos econômicos e danos ambientais. A eficiência</p><p>da adubação nitrogenada na produção de plantas é algo em torno de 40 a 50%.</p><p>1</p><p>1</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Quais são as técnicas agronômicas para aumento do aproveitamento da adubação</p><p>nitrogenada nas plantas?</p><p>■ Controle na época de aplicação, fornecer o N quando a planta apresenta</p><p>uma alta demanda pelo nutriente, faz com que ele seja mais absorvido.</p><p>Para isso, conhecer a marcha de absorção de nutrientes de cada cultura é</p><p>algo imprescindível. A aplicação do fertilizante em dias muito chuvosos</p><p>ou muito secos e quentes também devem ser evitada.</p><p>■ Parcelamento da adubação, os adubos nitrogenados minerais possuem</p><p>alta solubilidade e o N apresenta alta mobilidade no solo.</p><p>■ Uso de fertilizantes com tecnologias de revestimento dos grânulos.</p><p>■ Incorporação dos fertilizantes ao solo, principalmente quando a ureia for</p><p>escolhida, em decorrência da alta volatilização.</p><p>FONTES DE PERDAS DE NITROGÊNIO PARA O AMBIENTE</p><p>As perdas de N podem ser para o solo/água via lixiviação e erosão; ou para a</p><p>atmosfera via volatilização e desnitrificação.</p><p>Quando o N é perdido por lixiviação ou erosão, além dos prejuízos econômi-</p><p>cos ao produtor rural, há impactos ambientais. O N em elevada concentração na</p><p>água contribui com a eutrofização que causa desequilíbrio ambiental. As perdas</p><p>de N para água se iniciam quando a água da chuva ou de irrigação interagem</p><p>com o solo e com o nutriente.</p><p>A água com o nutriente pode seguir dois caminhos: escoar superficialmente</p><p>(erosão) ou subsuperficialmente (lixiviação). A perda de N na erosão pode ocor-</p><p>rer tanto na forma mineral como na forma orgânica. A lixiviação de N ocorre, a</p><p>priori, em formas minerais. Vale ressaltar que as perdas de N em formas minerais</p><p>tanto para lixiviação quanto erosão são mais propensas na presença do íon NO3</p><p>devido sua maior mobilidade no solo.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>Quando o N é perdido para atmosfera, além dos prejuízos econômicos ao</p><p>produtor rural, também há fortes impactos ambientais. O N pode ser transfor-</p><p>mado em oxido nitroso (N2O) pela desnitrificação. O N2O é um gás que agrava</p><p>o efeito estufa, com potencial de aquecimento da atmosfera 265 vezes maior que</p><p>o CO2. A desnitrificação é um processo classicamente definido como a redução</p><p>microbiológica de nitrato para óxido nitroso (N2O) ou N molecular (N2). A des-</p><p>nitrificação ocorre na ausência de oxigênio para a respiração microbiana, e então</p><p>eles passam a utilizam o nitrato como aceptor final de elétrons (Equação 5).</p><p>C6H12O6</p><p>+ 4NO-</p><p>3→ CO2 + H2O + 2N2 (Equação 5)</p><p>Pela Equação 5 verifica-se que, para ocorrer a desnitrificação, os microrganismos</p><p>também necessitam de matéria orgânica no solo, que atuará como fonte de C e</p><p>de elétrons.</p><p>Assista ao vídeo que mostra com detalhes com os processos que envolvem a</p><p>desnitrificação. https://www.youtube.com/watch?v=Bt-YyAef0jY</p><p>EU INDICO</p><p>A volatilização de N é a perda do elemento na forma de amônia (NH3), levan-</p><p>do a uma baixa eficiência de utilização de fertilizantes nitrogenados. A amônia</p><p>perdida por volatilização pode ser proveniente tanto do fertilizante aplicado</p><p>(principalmente ureia) quanto da mineralização da matéria orgânica. O grande</p><p>gargalo agronômico nas percas por volatilização se dá pelo emprego da ureia,</p><p>que, quando atrelado ao manejo incorreto, gera altos níveis de volatilização de N.</p><p>A volatilização de N ocorre principalmente quando a ureia é aplicada na</p><p>superfície do solo, sem incorporação. Na situação desejável a ureia é quebrada</p><p>na presença de água em íons H+ para formar íons amônio (Equação 6), passiveis</p><p>de ser absorvido pelas plantas.</p><p>CO(NH2)2 + H2O + 2H+ UREASE → 2 NH+</p><p>4 + CO2 + H2O (Equação 6)</p><p>1</p><p>8</p><p>Contudo, ao redor do grânulo da ureia pode haver uma elevação do pH resul-</p><p>tante da rápida hidrólise o que consome íons H+ (Equação 6) que conduzem a</p><p>volatilização de amônia, devido alto consumo de íons H+. Quanto maior o pH na</p><p>zona de aplicação, maior o potencial de volatilização da amônia. A reação resulta</p><p>na formação de carbonato de amônio, que se decompõe rapidamente originando</p><p>amônio, bicarbonato e hidroxila (equação 7).</p><p>CO(NH2)2 + H2O + UREASE → (NH4)2 CO3 →2NH3 + CO2 + H2O (Equação 7)</p><p>Assista ao vídeo que mostra com detalhes com os processos que envolvem a des-</p><p>nitrificação. https://www.youtube.com/watch?v=-SnOebLjeqg</p><p>EU INDICO</p><p>A medida mais econômica para contornar perdas por volatilização de N, devido</p><p>ao alto custo para incorporar o fertilizante no solo, é a aplicação do fertilizante</p><p>em momento prévio à uma chuva ou irrigação (com o solo ainda seco). Um</p><p>volume de água acima de 10 mm é capaz de solubilizar os grânulos e incorporar</p><p>a ureia ao solo.</p><p>Nunca é recomendado fazer a aplicação da ureia sobre solo úmido, onde não</p><p>há chance de incorporação. Outro aspecto importante a ser observado é</p><p>a espessura da cobertura vegetal presente no solo, o</p><p>que cria uma barreira para incorporação do fertili-</p><p>zante ao solo, e também a concentração da enzima</p><p>urease, que possui atividade muito maior em resíduos</p><p>vegetais em relação ao solo.</p><p>Nunca é</p><p>recomendado fazer</p><p>a aplicação da ureia</p><p>sobre solo úmido</p><p>Gostou do que viu até aqui? Preparamos uma videoaula para você!</p><p>Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de</p><p>aprendizagem.</p><p>EM FOCO</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Vimos, ao longo deste tema de aprendizagem, que manejar o nitrogênio do solo</p><p>para alcançar altas produtividades de culturas agrícola e atrelar isso a sustenta-</p><p>bilidade é algo que exige muito conhecimento técnico. Indicamos a você que co-</p><p>mece sempre a observar a forma com que os produtores rurais estão manejando</p><p>o nitrogênio do solo.</p><p>Tenha em mente que sempre que o produtor rural esteja favorecendo o in-</p><p>cremento de matéria orgânica do solo, ele estará diretamente contribuindo para</p><p>aumentar os estoques de N do solo. Fique atento e sempre recomende aos pro-</p><p>dutores rurais a possibilidade do uso de inoculantes para favorecer a fixação</p><p>biológica de N, no mercado já você já consegue encontrar esses produtos, e, a</p><p>cada dia que passa, novos produtos estão sendo disponibilizados. A fixação bio-</p><p>lógica de N é uma tecnologia que gera economia ao produtor rural, e além disso</p><p>é altamente sustentável.</p><p>1</p><p>1</p><p>1. Na agricultura familiar, principalmente, é comum a utilização de leguminosas de forma</p><p>intercalada com gramíneas, por exemplo, feijão intercalado com milho.</p><p>Para adubação nitrogenada, qual é a importância desta prática?</p><p>a) As leguminosas são mais fotossinteticamente ativas que favorece a cultura intercalada.</p><p>b) As leguminosas geram mais biomassa do que as gramíneas e, assim, disponibiliza muita</p><p>palhada, o que favorece a cultura intercalada.</p><p>c) As leguminosas podem se associar com microrganismos e fixar N atmosférico, o que</p><p>favorece a cultura intercalada.</p><p>d) As leguminosas produzem aleloquímicos que reduzem a matocompetição favorecendo</p><p>a cultura intercalada.</p><p>e) As leguminosas liberam substâncias químicas no solo, o que favorece a absorção de N</p><p>pelas gramíneas.</p><p>2. No plantio direto, uma das premissas do sistema é a permanente cobertura do solo com</p><p>palhada.</p><p>Para a nutrição nitrogenada das plantas, qual é a importância do plantio direto?</p><p>I - O plantio direto aumenta o teor de matéria orgânica do solo, e isso aumenta os estoques</p><p>de N do solo.</p><p>II - O plantio direto aumenta o teor de potássio no solo, o que favorece a absorção de N</p><p>pelas plantas.</p><p>III - O aumento da cobertura da palhada do solo reduz a volatilização de N.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>3. Na maioria dos solos, as culturas produzem mais se a elas forem adicionados fertilizantes</p><p>nitrogenados em quantidades corretas.</p><p>Com relação ao exposto, assinale a opção correta.</p><p>a) O nitrogênio, além de ser fornecido pela adubação, pode ser colocado à disposição das</p><p>plantas por meio da constituição de micorrizas.</p><p>b) Uma das fórmulas para se chegar na dose adequada de N nas plantas, tomando-se</p><p>como base a necessidade da cultura, subtraindo-se os nutrientes fornecidos pelo solo</p><p>e multiplicando por um fator de eficiência de adubação decorrente das interações so-</p><p>lo-planta-atmosfera.</p><p>c) Os solos mais propensos a maiores respostas à adubação são aqueles que apresentam</p><p>maiores teores de matéria orgânica do solo.</p><p>d) Com a revolução verde, desenvolveu-se as plantas transgênicas que são capazes de</p><p>entregar altas produtividades mesmo com baixos teores de N no solo</p><p>e) As plantas que se associam à presença de bactérias fixadoras do gênero Rhizobium nas</p><p>raízes têm sua nutrição de N favorecida, haja vista que o N atmosférico é transformado</p><p>em ureia.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>CERETTA, C. A. Fracionamento de N orgânico, substâncias húmicas e caracterização de áci-</p><p>dos húmicos de solo em sistemas de cultura sob plantio direto. 1995. 127 f. Tese (Doutorado</p><p>em Agronomia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1995.</p><p>FAQUIN, V. Nutrição mineral de plantas. Lavras: UFLA/FAEPE, 2005. Disponível em: https://</p><p>dcs.ufla.br/images/imagens_dcs/pdf/Prof_Faquin/Nutricao%20mineral%20de%20plantas.pdf.</p><p>Acesso em: 3 out. 2023.</p><p>FERNANDES, M. S.; SOUZA, S. R. de. Nitrogênio. In: FERNANDES, M. S.; SOUZA, S. R. de; SANTOS,</p><p>L. A. (org.). Nutrição mineral de plantas. Viçosa: SBCS, 2018. v. 1. p. 363-413.</p><p>VILLALBA, H. A. G. et al. Fertilizantes nitrogenados: novas tecnologias. Informações Agronômicas,</p><p>Piracicaba, n. 148, p. 12-20, dez. 2014.</p><p>IPNI – INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTE. Nitrogênio. Nutri-Fatos, Piracicaba, n.</p><p>1, p. 1-2, 2017. Edição em português. Disponível em: https://www.npct.com.br/publication/nu-</p><p>trifacts-brasil.nsf/book/NUTRIFACTS-BRASIL-1/$FILE/NutriFacts-BRASIL-1.pdf. Acesso em: 1</p><p>nov.2023.</p><p>MALAVOLTA, E. ABC da adubação. 5.ed. São Paulo: Ceres, 1989.</p><p>PURCINO, A. A. C. et al. Atividade da redutase do nitrato em genótipos antigos e modernos de</p><p>milho, cultivados sob dois níveis de nitrogênio. Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal, Londri-</p><p>na, v. 6, n. 1, p. 41-46, 1994.</p><p>PRADO, R. M. Nutrição de plantas. São Paulo: Editora Unesp, 2008.</p><p>1</p><p>1</p><p>1. Opção C.</p><p>a) Falsa. As leguminosas não são mais fotossinteticamente ativas.</p><p>b) Falsa. As leguminosas não são mais fotossinteticamente ativas.</p><p>c) Verdadeira. As leguminosas podem se associar a microrganismos e fixar N atmosférico</p><p>que favorece a cultura intercalada.</p><p>d) Falsa. Generalização e a resposta fogem daquilo que o enunciado pede.</p><p>e) Falsa. As leguminosas</p><p>não produzem essas substâncias.</p><p>2. Opção A.</p><p>I - Verdadeiro. O plantio direto aumenta o teor de matéria orgânica do solo, e isso aumenta</p><p>os estoques de N do solo.</p><p>II - Falso. O plantio direto aumenta o teor de potássio no solo, mas isso não tem ligação com</p><p>a absorção de N pelas plantas.</p><p>III - Falso. O aumento da cobertura da palhada do solo não reduz a volatilização de N.</p><p>3. Opção B.</p><p>a) Falsa. As micorrizas não favorecem a adubação nitrogenada, e sim a fosfatada.</p><p>b) Verdadeira. Para se chegar na dose adequada de N, leva-se como base a necessidade</p><p>da cultura, subtraindo-se os nutrientes fornecidos pelo solo e multiplicando por um fator</p><p>de eficiência de adubação decorrente das interações solo-planta-atmosfera.</p><p>c) Falsa. Os solos com mais matéria orgânica possuem maiores estoques de N, e por isso</p><p>são menos propensos à resposta da adubação nitrogenada.</p><p>d) Falsa. Não existem plantas transgênicas capazes de produzir muito em solos com baixos</p><p>teores de N no solo.</p><p>e) Falsa. A fixação biológica de N não transforma o N atmosférico em ureia, e sim em amônia.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>4</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>1</p><p>5</p><p>UNIDADE 2</p><p>MINHAS METAS</p><p>FÓSFORO E O SOLO</p><p>Conhecer as funções fisiológicas do fósforo na planta.</p><p>Compreender os fatores que afetam a biodisponibilidade de fósforo no solo.</p><p>Entender os princípios e metodologias para análise de fósforo biodisponível no solo.</p><p>Saber interpretar resultados de P do solo.</p><p>Conhecer os adubos fosfatados: minerais e orgânicos.</p><p>Saber como fazer o uso eficiente de fertilizantes fostatados.</p><p>Entender como o fósforo pode ser fator de poluição e desequilíbrio em sistemas naturais.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 4</p><p>1</p><p>8</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Se você fosse o consultor de uma multinacional de fertilizantes e fizesse uma</p><p>palestra para produtores rurais com a temática de fósforo no solo. Ao final da</p><p>palestra, um dos produtores rurais lhe pergunta acerca da viabilidade de aplicar</p><p>fertilizantes fosfatados solúveis em área total, ao invés da aplicação localizada,</p><p>que é a prática corriqueira.</p><p>O produtor rural justifica sua pergunta devido à aplicação do fertilizante fos-</p><p>fatado em área total melhorar a parte operacional do plantio, ou seja, ele consegue</p><p>fazer o semeio de forma mais rápida e com menores gastos de maquinário. O que</p><p>você responderia a esse produtor rural, levando em consideração a sustentabili-</p><p>dade e os atuais preços dos fertilizantes?</p><p>Para embasar sua resposta, ouça o podcast e fique por dentro de onde estão loca-</p><p>lizadas as reservas mundiais de rochas fosfáticas, suas características e por quanto</p><p>tempo essas reservas poderiam ser exploradas com capacidade de abastecer o</p><p>nosso planeta. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente</p><p>virtual de aprendizagem.</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>Após escutar o podcast, você deve ter percebido que a opção pela aplicação de fer-</p><p>tilizantes fosfatados solúveis em área total é altamente desvantajosa do ponto de</p><p>vista econômico, pois o consumo do insumo aumentaria vertiginosamente, isso</p><p>tudo em um cenário de preços elevados do insumo, além disso, seria uma prática</p><p>pouco sustentável, haja vista que as reservas mundiais de fósforo são finitas.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Você já deve saber, mas não custa lembrar, o preço de qualquer produto é definido</p><p>pela lei da oferta e da demanda. Se o consumo de P se mantiver ou aumentar nos</p><p>próximos anos, é de se esperar que o preço dos fertilizantes fosfatados aumente. As</p><p>reservas de P são finitas (conforme discutido no podcast), e, por isso, com o passar do</p><p>tempo, haverá escassez na oferta; a demanda, então, continuará alta, resultando no</p><p>aumento no custo do insumo. Para obter mais informações sobre o assunto, assista</p><p>ao vídeo Como o Marrocos está, Silenciosamente, Controlando a Agricultura Mundial?</p><p>Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de</p><p>aprendizagem.</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>FUNÇÕES FISIOLÓGICAS DO FÓSFORO NA PLANTA</p><p>O fósforo na planta possui função estrutural e metabólica, por exemplo: formação</p><p>de ácidos nucléicos e fosfolipídios, metabolismo energético e regulação enzimática.</p><p>O fósforo é absorvido pelas raízes na forma de H2PO4- ou HPO42-. Como no solo</p><p>predomina a forma H2PO4-, esse íon é o mais absorvido pela planta.</p><p>Após a absorção do fósforo, desencadeia-se o processo de transporte,</p><p>ocorrendo de forma semelhante à absorvida, ou seja, predominantemente como</p><p>H2PO4-, mas o P pode ser encontrado no xilema na forma orgânica, porém em</p><p>baixas concentrações.</p><p>O processo de redistribuição do fósforo ocorre quase que exclusivamente</p><p>na forma orgânica. O P orgânico apresenta alta mobilidade no floema, sendo,</p><p>assim, móvel na planta e prontamente disponível para as zonas preferenciais de</p><p>crescimento, como meristemas, frutos e grãos. Assim, as plantas deficientes em</p><p>P demonstram os sintomas, primeiramente, nas folhas mais velhas. O principal</p><p>sintoma visual para identificação da deficiência de P nas plantas é a presença</p><p>de folhas verde-escuras, com pecíolos e nervuras arroxeados. Outros sintomas</p><p>incluem crescimento lento, parte aérea estiolada e sistema radicular prejudicado.</p><p>8</p><p>1</p><p>Figura 1 – Sintomas visuais de deficiência de fósforo na parte aérea de plantas de milho (a) e tomate (b)</p><p>Fonte: Bang et al. (2020, p. 2454).</p><p>Descrição da Imagem: fotografia que apresenta, do lado esquerdo, folhas de milho de coloração arroxeada. À</p><p>direita há uma planta jovem de tomate também com a folhagem de coloração arroxeada.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Por qual motivo é comum observar de plantas de crescimento reduzido e folhas</p><p>com coloração arroxeadas quando o vegetal está deficiente em fósforo?</p><p>Para construir uma boa resposta, você precisa entender que o fósforo constituí</p><p>a molécula de trifosfato de adenosina (ATP). A hidrólise da ligação P-O-P do</p><p>ATP para produzir ADP e fosfato inorgânico (Pi) é a principal fonte de energia</p><p>bioquímica dentro da célula, portanto a deficiência de P afetará todas as funções</p><p>fisiológicas da planta que necessitam de energia (ATP), dentre as principais, a</p><p>fotossíntese.</p><p>UNIASSELVI</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>Na fase bioquímica da fotossíntese, as moléculas de ATP, juntamente com</p><p>as de NADPH, são usadas para converter CO2 em carboidratos no estroma do</p><p>cloroplasto. A baixa concentração de fósforo na planta gera uma menor taxa de</p><p>carboxilação da rubisco e da regeneração das moléculas de ribulose-1,5-bifosfato,</p><p>que são afetadas por uma menor concentração de 3-fosfoglicolato e 3-fosfogli-</p><p>cerato. O resultado disso:</p><p>■ Como a planta produz menos fotoassimilados ela cresce menos.</p><p>■ Na presença de luz, a fase fotoquímica continua e a planta recebe fótons.</p><p>Como essa energia não pode ser utilizada no ciclo de Calvin-Benson</p><p>devido à limitação do ATP, ocorrerá a acumulação de elétrons em níveis</p><p>tóxicos para as plantas (conhecidos como espécies reativas de O2).</p><p>O mecanismo de defesa da planta é a produção de antocianinas (que conferem a</p><p>planta uma coloração arroxeada) o principal papel das antocianinas é a fotoproteção</p><p>dos complexos coletores de luz, pela dissipação de energia da absorção excessiva de</p><p>fótons, então, é por isso que as folhas ficam arroxeadas quando deficientes em P.</p><p>BIODISPONIBILIDADE DE FÓSFORO NO SOLO</p><p>O P é um macronutriente primário, ou seja, é um elemento que é demandado</p><p>em grandes quantidades no solo. O curioso é que as quantidades de fósforo de-</p><p>mandado pelas plantas, muitas das vezes, são menores que os macronutrientes</p><p>secundários (cálcio, magnésio e enxofre). Por qual motivo o fósforo ainda é con-</p><p>siderado um macronutriente primário?</p><p>O Brasil, por ser um local com o desenvolvimento</p><p>de seus solos em condições tropicais, possui o fósforo</p><p>como o nutriente menos prontamente disponível na</p><p>rizosfera . Acredito que essa afirmação ajude a responder</p><p>à pergunta feita anteriormente.</p><p>Possui o fósforo</p><p>como o nutriente</p><p>menos prontamente</p><p>disponível na</p><p>rizosfera</p><p>8</p><p>1</p><p>Apesar de ser um nutriente com uma</p><p>demanda relativamente menor, comparada</p><p>aos macronutrientes secundários (cálcio, magnésio e enxofre) na adubação, a efi-</p><p>ciência de recuperação desse nutriente pelas plantas é muito inferior aos demais.</p><p>Dessa forma, maiores quantidades de P têm que ser aplicadas ao solo para atender</p><p>à demanda nutricional das plantas.</p><p>Para que você tenha uma dimensão da pequena quantidade de P demandada</p><p>versus a baixa biodisponibilidade de P. Segundo Gahoonia e Nielsen (2004), em</p><p>plantas jovens adequadamente nutridas a razão entre a absorção adequada de N,</p><p>P e K em raízes seria de 1: 0,1: 1 respectivamente, entretanto, na maior parte dos</p><p>solos férteis, a razão entre os teores disponíveis de N, P e K na rizosfera é de 1:</p><p>0,001 :1, respectivamente.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>Por qual motivo o P é tão pouco biodisponível em solos tropicais, mesmo quando</p><p>são aplicados fertilizantes ao solo? A composição mineralógica dos solos de-</p><p>monstra correlação com a quantidade de P sorvido. Em solos tropicais, o P pode</p><p>ser sorvido principalmente por duas formas: fixação e precipitação.</p><p>Fixação:</p><p>Com o aumento do grau de intemperismo do solo, há uma mudança gradual de</p><p>características química, no sentido de torná-lo menos eletronegativo e, como con-</p><p>sequência, mais eletropositivo. O resultado disso é a redução da capacidade de troca</p><p>catiônica (CTC), e aumento da capacidade de troca aniônica (CTA) aumentando</p><p>a adsorção de ânions, dentre esses, o H2PO4- ou HPO4</p><p>2-. A adsorção do P com os</p><p>coloides do solo é uma ligação predominantemente covalente de altíssima energia,</p><p>o que dificulta a movimentação do nutriente no solo e absorção pela planta.</p><p>A fixação ocorre quando há duas ligações coordenadas com a superfície da</p><p>argila. Essas duas ligações, ao contrário de uma única, não permitem dessorção do</p><p>P (Figura 2). O processo ocorre por meio da atração eletrostática da CTA do solo</p><p>e as cargas do íon fosfato (H2PO4– ou HPO4</p><p>2-), havendo troca de ligantes, como o</p><p>OH– e OH2+, da superfície dos óxidos pelo H2PO4– ou HPO4</p><p>2- da solução.</p><p>UNIASSELVI</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>OH2</p><p>OH2</p><p>OH</p><p>+OH</p><p>OH2</p><p>OH2</p><p>Fe Fe</p><p>FeFe</p><p>O</p><p>O</p><p>O</p><p>O O</p><p>O O</p><p>O</p><p>O</p><p>OP</p><p>P</p><p>2- 1-</p><p>Fosfato</p><p>Fosfato</p><p>O</p><p>xi</p><p>d</p><p>ró</p><p>xi</p><p>d</p><p>o</p><p>d</p><p>e</p><p>Fe</p><p>O</p><p>xi</p><p>d</p><p>ró</p><p>xi</p><p>d</p><p>o</p><p>d</p><p>e</p><p>Fe</p><p>P-lábil P-não lábil</p><p>Figura 2 – Esquema representativo da adsorção do P por meio de ligações mono e bidentadas (binucleadas),</p><p>proporcionando a formação de fósforo não lábil no solo</p><p>Fonte: adaptada de Novais Smyth e Nunes (2007).</p><p>Descrição da Imagem: esquema representativo da adsorção do P por meio de ligações mono e bidentadas. Do</p><p>lado esquerdo, um óxido de ferro fazendo uma ligação química com o íon fosfato, é demonstrado que ainda há</p><p>labilidade de P. Do direito, o mesmo íon fosfato faz duas ligações química com óxido de ferro e, assim, o P perde</p><p>sua labilidade.</p><p>Precipitação:</p><p>O P, em solução, pode precipitar, a maior ocorrência desse fenômeno acontece em</p><p>solos ácidos, o baixo pH aumenta a disponibilidade de Al e Fe trocáveis (Figura</p><p>3), e a precipitação ocorre conforme a Equação 1.</p><p>8</p><p>4</p><p>pH3 pH4 pH5 pH6 pH7 pH8 pH9</p><p>Solos Ácidos Neutro Solos Alcalinos</p><p>Baixa</p><p>Média</p><p>Alta</p><p>Muito</p><p>Alta</p><p>Q</p><p>u</p><p>an</p><p>ti</p><p>d</p><p>ad</p><p>e</p><p>d</p><p>e</p><p>fó</p><p>sf</p><p>or</p><p>o</p><p>“fi</p><p>xa</p><p>da</p><p>”</p><p>p</p><p>el</p><p>o</p><p>so</p><p>lo</p><p>Amplitude para maior</p><p>disponibilidade de fósforo</p><p>Fixação de</p><p>Fósforo</p><p>pelo Ferro</p><p>Fixação</p><p>de Fósforo</p><p>pelo</p><p>Alumínio</p><p>Fixação de</p><p>Fósforo</p><p>pelo Cálcio</p><p>Figura 3 – Grau de precipitação do fósforo em diferentes faixas de pH do solo</p><p>Fonte: adaptada de Lopes (1989).</p><p>Descrição da Imagem: : a imagem apresenta um gráfico de eixo X e Y. No eixo X, é representado um incremento</p><p>de pH na faixa de 3 até 9. No eixo Y, é representada a quantidade de fósforo fixado pelo solo. No pH 3 há máxima</p><p>fixação de P pelo ferro, e decresce até ter seu valor mínimo no pH 5,5. A fixação do P pelo alumínio começa no</p><p>pH 3,5, tem seu ápice no pH 5,5 e valor mínimo no pH próximo de 7. A fixação do P pelo cálcio começa no pH</p><p>próximo de 6 tem seu ápice no pH 8 e valor mínimo no pH próximo de 9. Fim da descrição.</p><p>Al+3+ H2PO4</p><p>-+H2O ⇄ 2H++2Al(OH)2H2PO4 Equação 1</p><p>Já em solos calcários, ou com supercalagem, a precipitação do P ocorre por meio</p><p>de ligações com o Ca2+ (Figura 3 e Equação 2).</p><p>3Cα+2+2H2PO4</p><p>- ⇄ Ca3(PO4)2+4H+ Equação 2</p><p>UNIASSELVI</p><p>8</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>A calagem propicia a alteração do pH do solo. Na concepção de um solo ácido,</p><p>essa prática pode solubilizar os compostos precipitados formados por Fe e Al</p><p>(Figura 3)? Sim, a calagem, ao aumentar o pH do solo, faz com que formas de Al e</p><p>Fe antes trocáveis devido ao pH ácido se tornem formas precipitadas, favorecendo</p><p>a solubilização do P. Veja, nas Equações 1 e 2, que as reações são reversíveis.</p><p>Além do P estar presente na fase mineral do solo, como vimos, o nutriente tam-</p><p>bém está na fase orgânica do solo, podendo constituir de 5 a 80% do fósforo total</p><p>do solo. O fósforo orgânico é originário dos resíduos vegetais adicionados ao solo,</p><p>do tecido microbiano e dos produtos de sua decomposição. Em solos tropicais,</p><p>como o P tem uma forte interação com a fração mineral do solo, a fração orgânica</p><p>do P representa uma importante reserva para a nutrição das plantas.</p><p>METODOLOGIAS PARA ANÁLISE DE FÓSFORO</p><p>BIODISPONÍVEL NO SOLO</p><p>A avaliação do P disponível de um solo é feita com o uso de soluções extratoras</p><p>(Mehlich 1, mais utilizado no Brasil) ou com resinas de troca aniônica (vamos</p><p>discutir sobre cada assunto ainda neste tema). Um bom extrator é aquele que</p><p>consegue estimar com precisão a concentração do nutriente realmente disponí-</p><p>vel para a absorção da planta. Vimos que o P no solo pode estar em frações não</p><p>disponíveis para as plantas, tudo o que queremos é que o extrator utilizado seja</p><p>capaz de detectar isso, ou seja, a detecção do P total do solo não faz sentido para</p><p>a nossa tomada de decisão, mas vale lembrar que não existe um extrator que seja</p><p>100 % eficaz em extrair a fração disponível do nutriente. O importante é que se</p><p>conheça as vantagens e desvantagens de cada um dos métodos.</p><p>O Mehlich 1 é uma solução contendo ácido clorídrico + ácido sulfúrico, que</p><p>provoca uma reação ácida no solo. O extrator apresenta como vantagem sua</p><p>facilidade de execução e baixo custo de análise.</p><p>8</p><p>1</p><p>O princípio do método é a solubilização do P no solo mediante o pH ácido. O método</p><p>extrai, dentre outras formas de P, as formas de P ligadas ao cálcio, é daí que surge</p><p>a primeira limitação do método, especificamente para alguns tipos de solo ou pelo</p><p>manejo de adubação adotados</p><p>Valores superestimados do “P-disponível” são verificados em solos com predomí-</p><p>nio de P-Ca, dada sua gênese ou utilização prévia de fosfatos naturais, principal-</p><p>mente os de baixa reatividade, como os derivados de rochas ígneas. Solos muito</p><p>argilosos são a segunda limitação do uso do Mehlich 1, é o desgaste do extrator</p><p>gerando subestimação do P disponível, devido ao grande tamponamento do solo.</p><p>Em solos muito argilosos, o pH inicial de aproximadamente 1,2 do Mehlich 1</p><p>é rapidamente elevado para valores de pH próximos ao do solo. Igualmente, o</p><p>SO4</p><p>2- do extrator proveniente do ácido sulfúrico, que atua por troca com o fosfato</p><p>adsorvido, é também rapidamente adsorvido pelo solo.</p><p>Já o extrator Resina fundamenta-se na premissa de simular o comportamen-</p><p>to do sistema radicular das plantas na absorção de fósforo do solo. O método é</p><p>baseado no uso de resinas de trocas catiônicas e aniônicas que adsorvem os íons.</p><p>A principal vantagem desse método é a de que não é utilizado nenhum reagente</p><p>químico que poderia ser “desgastado” por um alto poder tampão de solos muito</p><p>argilosos ou solubilizar fosfatos não lábeis ligados ao cálcio, problemas encon-</p><p>trados no Mehlich 1. A desvantagem do extrator é este ser um método mais</p><p>caro e mais trabalhoso em comparação ao Mehlich 1, o que causa dificuldades</p><p>operacionais dos laboratórios de rotina de solo, reduzindo o número de estabe-</p><p>lecimentos que oferecem esse tipo de análise.</p><p>Após o fósforo disponível ser extraído por qualquer um dos métodos mencio-</p><p>nados, sua</p><p>quantificação é feita em um aparelho chamado de espectrofotômetro.</p><p>INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS DE P DO SOLO</p><p>A correta interpretação dos resultados da análise de solo é um fator-chave para</p><p>mensurar as doses de fertilizantes a serem aplicadas. Como no Brasil são usadas</p><p>duas formas de extração de P com princípios distintos, as interpretações dos</p><p>resultados das análises devem ser diferentes.</p><p>UNIASSELVI</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>Quando as análises são extraídas pelo Mehlich 1, discutimos anteriormente que o</p><p>extrator é sensível ao teor de argila, portanto devemos levar em consideração, na</p><p>interpretação, a textura do solo. A classificação dos níveis de teor de P disponível</p><p>do solo pode ser consultada no Quadro 1.</p><p>CLASSES DE TEORES DE P NO SOLO</p><p>Argila g kg-1</p><p>Classe textural Baixo Médio</p><p>Adequado</p><p>------------------MG DM-3---------------------</p><p>20</p><p>150 - 350</p><p>Média 0 – 7 7,1 - 15</p><p>>15</p><p>>350 - 8</p><p>Quadro 1 – Faixas para interpretação do teor de fósforo (P) no solo pelo Mehlich 1 em função do teor de argila</p><p>Fonte: adaptado de Sobral et al. (2015).</p><p>8</p><p>8</p><p>Como frisado, a análise de fósforo efetuada pelo método da resina não pode ser</p><p>interpretada com tabelas desenvolvidas para o Mehlich 1. Para a interpretação</p><p>do P disponível extraído pelo método de resina, é apresentado o (Quadro 2). A</p><p>interpretação dos teores está dividida para os diferentes grupos de culturas, tendo</p><p>em vista o grau de exigência do nutriente na planta. Perceba que o teor de argila</p><p>não faz diferença para a interpretação, como visto para o Mehlich 1 (Quadro 1).</p><p>PERÍODO DE TEMPO</p><p>CULTURA Muito</p><p>Baixo</p><p>Baixo Médio Alto Muito Alto</p><p>---------------------------- MG/DM3------------------------------</p><p>FLORESTAIS 0 - 2 3 - 5 6 - 8 9 - 16 > 16</p><p>PERENES 0 - 5 6 - 12 13 - 30 31 - 60 > 60</p><p>ANUAIS 0 - 6 7 - 15 16 - 40 41 - 80 > 80</p><p>HORTALIÇAS 0 - 10 11 - 25 26 - 60 61 - 120 > 120</p><p>Quadro 2 – Classes de interpretação para fósforo disponível pelo extrator Resina em função da cultura</p><p>Fonte: adaptado de Raij et al. (1996).</p><p>ADUBOS FOSFATADOS: MINERAIS E ORGÂNICOS</p><p>Adubos fosfatados minerais:</p><p>A produção de fertilizantes fosfatados minerais tem como base o uso da rocha</p><p>fosfática (Figura 4), e esta pode ter diferentes origens: ígnea e sedimentares. As</p><p>rochas fosfáticas de origem sedimentar apresentam maior solubilidade quando</p><p>aplicada in natura e, por isso, são chamadas de fosfatos reativos, sendo agronomi-</p><p>camente mais eficientes. As rochas fosfáticas de origem sedimentar também têm</p><p>seu processamento dentro da indústria facilitado devido à maior simplicidade</p><p>no processo de lavra e beneficiamento.</p><p>UNIASSELVI</p><p>8</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>Para se aprofundar no assunto e entender melhor as diferenças agronômicas de</p><p>um fosfato de origem ígnea e sedimentar, assista ao vídeo Fosfato Natural – Todos</p><p>os de Origem Sedimentar são Reativos. https://www.youtube.com/watch?v=LRS-</p><p>vxOpHvgE&t=32s</p><p>EU INDICO</p><p>ENXOFRE ÁCIDO</p><p>SULFÚRICO</p><p>ROCHA</p><p>FOSFATADA</p><p>SUPER</p><p>SIMPLES</p><p>ÁCIDO</p><p>FOSFÓRICO</p><p>ROCHA</p><p>FOSFATADA</p><p>AMÔNIA</p><p>SUPER</p><p>TRIPLO</p><p>MAP</p><p>DAP</p><p>+</p><p>+</p><p>+</p><p>GESSO</p><p>ROCHA</p><p>FOSFATADA CALOR TERMOFOSFATO</p><p>Figura 4 – Rota de produção de fertilizantes fosfatados</p><p>Fonte: o autor.</p><p>Descrição da Imagem: esquema da rota de produção de fertilizantes fosfatados. Do lado direito está a rocha</p><p>fosfática, quando combinada com ácido sulfúrico é formado o superfosfato simples. O ácido fosfórico gerado na</p><p>reação da rocha fosfatada com o ácido sulfúrico pode reagir novamente com a rocha fosfatada para formar o super</p><p>triplo. O ácido fosfórico ainda pode reagir com a amônia para formar MAP e DAP. A rocha fosfatada também pode</p><p>passar por um processo térmico para formar termofosfato.</p><p>9</p><p>1</p><p>Os principais fertilizantes fosfatados minerais comerciais são:</p><p>FOSFATOS NATURAIS</p><p>É basicamente o produto da moagem da rocha fosfática. É importante frisar que os</p><p>fosfatos naturais provenientes de rochas sedimentares apresentam valor maior valor</p><p>comercial, devido à sua maior solubilidade.</p><p>TERMOFOSFATOS</p><p>São oriundos da fusão (1.450 °C) de fosfato natural de origem ígnea (têm baixa solubilidade)</p><p>com uma rocha magnesiana (serpentina) e resfriamento rápido. Contêm, em média,</p><p>18% de P2O5, 20% de Ca e 9% de Mg.</p><p>SUPERFOSFATO SIMPLES</p><p>Mistura ácido sulfúrico com fosfatos naturais. Contém, em média, 16% de P2O5, 16% de</p><p>Ca e 10% de S.</p><p>SUPERFOSFATO TRIPLO</p><p>Mistura de ácido fosfórico com fosfatos naturais. Contém, em média, 45% de P2O5 e</p><p>15% de Ca.</p><p>FOSFATO MONOAMÔNICO</p><p>Obtido por meio da neutralização parcial do ácido fosfórico pela amônia. Contém, em</p><p>média, 48% de P2O5 e 10% de N.</p><p>FOSFATO DIAMÔNICO</p><p>Obtido por meio da neutralização parcial do ácido fosfórico pela amônia. Contém, em</p><p>média, 45% de P2O5 e 17% de N.</p><p>UNIASSELVI</p><p>9</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>Adubos orgânicos ricos em fósforo:</p><p>A farinha de ossos é o principal adubo orgânico com alta concentração de fósforo.</p><p>Em um passado recente, a farinha de ossos foi muito usada para alimentação ani-</p><p>mal destinada à produção de proteínas e leite, no entanto, com a proibição do uso</p><p>desse subproduto para essa finalidade, houve um aumento na disponibilização para</p><p>uso na produção vegetal. A farinha de ossos contém, em média, de 9 a 18 % de P2O5.</p><p>USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES FOSFATADOS</p><p>Em solos tropicais, já discutimos que aplicamos mais adubo fosfatado no solo</p><p>do que a real necessidade da planta, haja vista que a eficiência de recuperação</p><p>do vegetal é baixa, no entanto, se não tomarmos certos cuidados, essa perda de</p><p>eficiência pode ser ainda maior, uma vez que que os solos tropicais possuem a</p><p>capacidade de fixar dezenas de toneladas de P em cada hectare, portanto seguem</p><p>algumas recomendações para aumentar a eficiência da adubação fosfatada:</p><p>■ O P deve ser aplicado localizado (nunca em área total, ou a lanço) e no</p><p>momento do plantio. Como o P tem grande interação com o solo muito</p><p>intemperados, é importante que o nutriente não seja espalhado e que fi-</p><p>que próximo às raízes que irão se desenvolver. Caso não sejam fornecidas</p><p>quantidades satisfatórias de P no plantio, operacionalmente, você terá</p><p>outra oportunidade de colocar o P em profundidade novamente.</p><p>■ Manejos que propiciem o aumento de matéria orgânica do solo são van-</p><p>tajosos para reduzir os sítios de adsorção do P no solo.</p><p>■ Manejos que propiciem associações micorrizicas entre as plantas. As</p><p>micorrizas aumentam de interceptação de nutrientes além do alcance</p><p>do sistema radicular e isso é algo muito interessante para a nutrição de</p><p>elementos como P, que apresentam baixíssima mobilidade no solo.</p><p>Para se aprofundar no assunto, assista ao vídeo O que são Micorrizas?</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=klefbu63eQg</p><p>EU INDICO</p><p>9</p><p>1</p><p>■ Considerar a hipótese de utilizar microrganismos solubilizadores de P do</p><p>solo. Alguns microrganismos possuem a capacidade de disponibilizar o P</p><p>que está adsorvido na fração mineral do solo. É uma tecnologia que ainda</p><p>está em intensa fase de estudos, mas é muito promissora.</p><p>Para conhecer mais o assunto, assista ao vídeo BiomaPhos: como funciona o</p><p>Solubilizador de Fósforo. https://www.youtube.com/watch?v=4LlAzQ4Wz9</p><p>EU INDICO</p><p>FÓSFORO, POTENCIAL FONTE DE POLUIÇÃO E</p><p>DESEQUILÍBRIO AMBIENTAL</p><p>Apesar da baixa mobilidade do P no solo, há uma preocupação crescente, como a</p><p>eutrofização de águas com todos os seus inconvenientes ambientais de difícil solu-</p><p>ção decorrentes da adição de fertilizantes na agricultura. A principal preocupação</p><p>de perdas de P via lixiviação é devido à adição de fertilizantes de fontes orgânicas</p><p>de forma desordenada. O P orgânico apresenta maior mobilidade de P no perfil</p><p>do solo. A movimentação horizontal do P via erosão é algo que também merece</p><p>atenção, assim, áreas produtivas com adequado controle de erosão, além de trazer</p><p>outras vantagens agronômica e ambientais, favorecem a conservação do P na área</p><p>produtiva, evitando prejuízos ao meio ambiente e ao bolso do produtor rural.</p><p>Gostou do que vimos até aqui? Preparamos uma videoaula especial para</p><p>você!</p><p>Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de</p><p>aprendizagem.</p><p>EM FOCO</p><p>UNIASSELVI</p><p>9</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Em solos tropicais, vimos que, normalmente, entre 20% e 30% do fósforo aplicado</p><p>como fertilizante é aproveitado pelas plantas, sendo necessária a aplicação de</p><p>quantidades que, em geral, superam em muito as extrações dessas culturas, por-</p><p>tanto a adubação fosfatada, principalmente quando se usa fonte solúveis, é uma</p><p>das operações mais onerosa em sistema produtivo. Sua missão como responsável</p><p>técnico é desenvolver um sistema que possa se autossustentar ao máximo para</p><p>que não seja altamente dependente de fertilizações maciças, particularmente de</p><p>P, para manter-se produtivo, como nos padrões anteriores.</p><p>9</p><p>4</p><p>1. A correta identificação de sintomas visuais de deficiência nutricional em plantas é uma</p><p>importante ferramenta de trabalho do técnico de campo.</p><p>Assinale a alternativa que faz menção a um sintoma visual da deficiência de fósforo.</p><p>a) Plantas como coloração amareladas nas folhas velhas.</p><p>b) Plantas com coloração amareladas nas folhas novas.</p><p>c) Plantas com as extremidades do foliar com aspecto de queimado.</p><p>d) Folhas novas arroxeadas.</p><p>e) Folhas novas encarquilhadas.</p><p>2. O fósforo é um dos 14 elementos químicos essenciais às plantas.</p><p>São funções do P nas plantas.</p><p>I - O P é responsável pelo armazenamento e transferência de energia, como a glicose,</p><p>frutose e ATP.</p><p>II - O nutriente possui função estrutural no grupo fosfato que compõe o ADP e o ATP.</p><p>III - O P desempenha importante função na regulação estomática da planta.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>3. O fósforo é um elemento importante para os seres vivos, fazendo parte, por exemplo, dos</p><p>ácidos nucleicos.</p><p>O maior reservatório de fósforo no planeta está localizado em qual parte do planeta?</p><p>a) Atmosfera.</p><p>b) Solo.</p><p>c) Plantas.</p><p>d) Rochas sedimentares.</p><p>e) Rochas ígneas.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>9</p><p>5</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BANG, T. C. et al. The molecular‐physiological functions of mineral macronutrients and their</p><p>consequences for deficiency symptoms in plants. New Phytologist, Hoboken, v. 229, p. 2446-</p><p>2469, 2021.</p><p>FERNANDES, M. S.; SOUZA, S. R. de; SANTOS, L. A. Nutrição mineral de plantas. Viçosa: SBCS, 2018.</p><p>GAHOONIA, T. S.; NIELSEN, N. E. Root traits as tools for creating phosphorus efficient crop varie-</p><p>ties. Plant and Soil, Dordrecht, v. 260, p. 47-57, 2004.</p><p>LOPES, A. S. Manual de fertilidade do solo. Trad. e adap. de Alfredo Scheid Lopes. São Paulo:</p><p>ANDA/POTAFOS, 1989.</p><p>MALAVOLTA, E. ABC da adubação. 5. ed. São Paulo: Ceres, 1989.</p><p>NOVAIS, R. F.; SMYTH, T. J.; NUNES, F. N. Fósforo. In: NOVAIS, R. F. et al. Fertilidade do solo. Viçosa:</p><p>Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2007. p. 471-550.</p><p>PRADO, R. M. Nutrição de plantas, São Paulo: Editora Unesp, 2008.</p><p>RAIJ, B. van et al. Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. 2. ed.</p><p>Campinas: Instituto Agronômico & Fundação IAC, 1996. (Boletim Técnico, 100).</p><p>SOBRAL, L. F. et al. Guia prático para interpretação de resultados de análises de solos. Araca-</p><p>ju: Embrapa Tabuleiros Costeiros, 2015.</p><p>9</p><p>1</p><p>1. Opção D.</p><p>A- Falso, sintoma de falta de N.</p><p>B- Falso, sintoma de falta de S.</p><p>C- Falso, sintoma de falta de K.</p><p>D- Verdadeira, acúmulo de antocianina, sintoma de falta de P.</p><p>E- Falsa, sintoma de falta de Ca.</p><p>2. Opção D.</p><p>I - Verdadeira. É função do P.</p><p>II - Verdadeira. É função do P.</p><p>III - Falsa. É função do K e Ca.</p><p>3. Opção D.</p><p>A- Falso, na atmosfera não é encontrado formas de P.</p><p>B- Falso, no solo há a presença de P, porém não é a maior reserva.</p><p>C- Falso, no solo há a presença de P, porém não é a maior reserva.</p><p>D- Verdadeira, as rochas são a maior reserva de P, cerca de 80% estão nas rochas sedimentares.</p><p>E- Falso, as rochas são a maior reserva de P, cerca de 80% estão nas rochas sedimentares.</p><p>GABARITO</p><p>9</p><p>1</p><p>MINHAS METAS</p><p>POTÁSSIO E O SOLO</p><p>Conhecer as funções do potássio nas plantas.</p><p>Compreender formas de potássio no solo.</p><p>Entender a interação do potássio com outros nutrientes do solo.</p><p>Compreender as metodologias de avaliação da biodisponibilidade de potássio no solo.</p><p>Saber quais são os princípios e procedimentos de interpretação de resultados de potássio</p><p>no solo.</p><p>Conhecer quais são os fertilizantes potássicos e seu emprego.</p><p>Entender as perdas de potássio para o ambiente.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 5</p><p>9</p><p>8</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Suponhamos que você seja consultor de um grupo de agricultores, e eles façam</p><p>o seguinte questionamento para você: a atual guerra entre a Ucrânia e a Rússia</p><p>gera algum impacto nos custos de produção envolvendo os fertilizantes potás-</p><p>sicos no Brasil?</p><p>Antes de responder essa pergunta, lembre-se que o Brasil é um grande player</p><p>exportação de commodities agropecuárias, por isso é de se esperar que o país</p><p>tenha um elevado consumo de fertilizantes, segundo o ministério da Agricultura</p><p>e Pecuária (MAPA), o Brasil ocupa a quarta posição em consumo de fertilizantes</p><p>minerais no mundo, atrás apenas da China, Índia e dos Estados Unidos (BRASIL,</p><p>2023). Para responder à pergunta feita no início do conteúdo, é necessário que</p><p>você entenda como são obtidos os fertilizantes potássicos.</p><p>O Brasil é autossuficiente na produção de fertilizantes potássicos? Caso a resposta</p><p>seja não: por qual motivo? Você sabe como são obtidos os fertilizantes minerais</p><p>potássicos? Onde estão alocadas as reservas de rochas para a produção de ferti-</p><p>lizantes potássicos? Quais são os impactos na formação dos preços dos produtos</p><p>agropecuários? Confira as repostas no podcast.</p><p>Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de</p><p>aprendizagem</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>CTC do solo é a sigla para Capacidade de Troca Catiônica e expressa a quantidade</p><p>de cargas negativas que o solo possui, mas qual é a importância da CTC do solo</p><p>na temática que envolve o potássio? A resposta está baseada que quanto maior a</p><p>CTC do solo, maior é a capacidade de retenção de cátions entre esses o potássio.</p><p>Lembre-se que é benéfico para a produção vegetal que a CTC do solo esteja</p><p>ocupada ao máximo por elementos essenciais para a nutrição das plantas, dentre</p><p>eles o potássio. Considera-se ideal que a CTC do solo tenha entre 4 e 5% de potássio.</p><p>UNIASSELVI</p><p>9</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>FUNÇÕES DO POTÁSSIO NAS PLANTAS</p><p>O potássio (K) é o segundo nutriente mais demandado pelas plantas, perde ape-</p><p>nas para o nitrogênio, porém, em algumas plantas de interesse agrícola, o K</p><p>supera o nitrogênio em demanda total, por exemplo: cana-de-açúcar, batata ou</p><p>banana. O K é o único nutriente que não faz parte de nenhuma estrutura ou</p><p>molécula orgânica na planta, como, por exemplo, o nitrogênio, que compõe a</p><p>estrutura dos aminoácidos e proteínas ou o fósforo que constituí a estrutura do</p><p>DNA, RNA e ATP.</p><p>O K é importante para translocação de açúcares no floema, para manter o</p><p>turgor da célula, controlar de pH no citosol das células, na produção de proteínas,</p><p>na ativação enzimática, na assimilação de CO2, e no controle osmótico (abertura</p><p>e fechamento dos estômatos). A falta do K na planta acarreta, por exemplo:</p><p>■ frutos com menores teores de sólidos solúveis, haja vista que o nutriente</p><p>participa do transporte de açúcares no floema;</p><p>■ menores teores de proteínas nos grãos, pois o K participa da síntese de</p><p>proteínas;</p><p>■ aumento da resistência ao estresse hídrico, haja vista que o K atua no</p><p>controle osmótico;</p><p>■ menor resistência a pragas e moléstias e ao acamamento, além de menor</p><p>período pós-colheita, devido ao fato de o nutriente participar na manu-</p><p>tenção do turgor da célula.</p><p>O K é altamente móvel na planta, absorvido e transportado no floema na forma</p><p>K+- ; além de ser a mesma forma estocada no vacúolo. As necessidades de potássio</p><p>para que ocorram altas produtividades estão em torno de 2-5% da massa seca</p><p>das partes vegetativas da planta.</p><p>O primeiro sintoma visível de deficiência</p><p>de potássio nas plantas é a cloro-</p><p>se em manchas ou marginal, que, então, evolui para necrose, principalmente</p><p>nos ápices foliares, nas margens e entre nervuras. Como o potássio pode ser</p><p>remobilizado para as folhas mais jovens, os sintomas de deficiência aparecem,</p><p>inicialmente, nas folhas mais velhas.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Figura 1 – Limbo foliar de plantas de cana-de-açúcar com imposição de deficiência K (a) e com condições</p><p>normais de suprimento de potássio</p><p>Fonte: Cavalcante et al. (2015, p. 579).</p><p>Descrição da Imagem: otografia do limbo foliar de plantas de cana-de-açúcar. O limbo foliar da planta deficiente</p><p>em potássio apresenta necroses, principalmente próximas às bordaduras. O limbo foliar da planta com suprimento</p><p>adequado de potássio apresenta aparência normal, sem a presença de necroses</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Por que a ocorrência frequente de clorose em manchas ou nas margens, que</p><p>posteriormente progride para necrose, é comumente observada, especialmente</p><p>nos ápices foliares, nas bordas e entre as nervuras, quando a planta apresenta</p><p>deficiência de potássio?</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>Como foi dito anteriormente, o K participa no metabolismo do nitrogênio, sendo</p><p>assim, a deficiência de K ocasiona a redução da síntese de proteínas, ocasionado</p><p>um acúmulo de aminoácidos básicos (ornitina, citrulina e arginina) que sofrem</p><p>descarboxilação, levando ao aumento do teor de putrecina, composto nitrogena-</p><p>do tóxico às plantas. O acúmulo da putrecina leva à necrose das margens/pontas</p><p>das folhas, fato este comum em plantas deficientes em K.</p><p>FORMAS DE POTÁSSIO NO SOLO</p><p>O K total do solo é constituído pelas seguintes formas: em solução; trocável ou</p><p>disponível; não trocável ou dificilmente disponível; e estrututural. O K presente</p><p>na solução do solo está em equilíbrio com o K retido nas cargas dos coloides (K</p><p>trocável, ou disponível), a qual supre rapidamente a redução do K em solução</p><p>por absorção das plantas ou perdas no sistema.</p><p>O K trocável refere-se ao K fracamente retido na CTC do solo. Por outo lado, o K</p><p>não trocável corresponde a uma fração do K estrutural que se apresenta retido</p><p>na estrutura de minerais, tais como feldspatos potássicos e micas, bem como o</p><p>potássio “fixado” nas entrecamadas de argilominerais 2:1 como a vermiculita e a</p><p>esmectita. Cabe que os solos muito intemperizados possuem essa fração em menor</p><p>magnitude comparada aos solos jovens, por dois motivos: os minerais primários já</p><p>foram quase ou totalmente intemperizados; não há presença de argilominerais 2:1,</p><p>portanto, em solos com predomínio de minerais de argila do tipo 1:1 e óxidos, os</p><p>teores de K não trocável muitas vezes se assemelham aos de K trocável.</p><p>O K estrutural está presente principalmente em solo jovens na forma de minerais</p><p>primários e/ou secundários, grupos dos feldspatos (ortoclásio e microclínio) e</p><p>das micas (ilita, biotita e muscovita). O K da fração estrutural torna-se acessível</p><p>às plantas por meio da ação do intemperismo. Nos solos de região tropical, pra-</p><p>ticamente inexiste o K estrutural, por isso, em condições naturais, os teores de K</p><p>biodisponiveis normalmente são baixos (inferiores a 1,5 mmolc dm-3, ou 58,5 mg</p><p>dm-3), tornando necessária a complementação desse nutriente para possibilitar</p><p>produtividades sustentáveis.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>INTERAÇÃO DO POTÁSSIO COM OUTROS NUTRIENTES DO</p><p>SOLO</p><p>A quantidade do íon potássio (K+) no solo pode interferir na absorção de outros</p><p>íons pelas plantas. O K+ compete principalmente com os seguintes cátions pelos</p><p>sítios de absorção na membrana plasmática: Ca2+ e Mg2+.</p><p>O excesso de K+ no solo exerce efeito depressivo na absorção de Ca2+ e Mg2+.</p><p>Na presença de K+, Ca2+ e Mg2+, na solução do solo, existe uma absorção prefe-</p><p>rencial do potássio, isso ocorre pelo fato do íon K+ ser monovalente e de menor</p><p>grau de hidratação quando comparado aos divalentes (Ca2+ e Mg2+), e, por isso,</p><p>o K+ tem maior velocidade na entrada na membrana celular, contudo a relação</p><p>inversa também pode ocorrer, ou seja, altas concentrações de Ca2+ e Mg2+, relati-</p><p>vamente ao K+, podem gerar baixa absorção de K+ pelas plantas. Isso ocorre prin-</p><p>cipalmente quando a calagem é feita de forma a cometer excessos, promovendo</p><p>o aumento das concentrações de Ca2+ e Mg2+ além dos limites. Deve-se ressaltar</p><p>que a calagem feita com os princípios corretos pode aumentar a disponibilidade</p><p>de K no solo. Em solos tropicais, a CTC é dependente do pH do solo, ou seja, a</p><p>calagem, ao elevar o pH em níveis adequados, promove o incremento de cargas</p><p>negativas, e isso tem importante função na retenção de cátions entre esses o K.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>METODOLOGIAS PARA ANÁLISE DE POTÁSSIO</p><p>BIODISPONÍVEL NO SOLO</p><p>Em solos tropicais, a avaliação da disponibilidade de K para as plantas é feita</p><p>pela estimativa de seus teores na forma trocável e na solução do solo (como foi</p><p>discutido no tópico, formas de potássio no solo). No Brasil, os laboratórios de</p><p>análise de solo avaliam o K biodisponível usando três principais extratores:</p><p>Mehlich 1</p><p>Solução ácida (HCl 0,05 mol L-1 + H2SO4 0,0125 mol L-1). O baixo pH não pro-</p><p>move apenas a troca iônica com K biodisponível do solo, mas também há o</p><p>fornecimento de H+ que é retido na CTC do solo ¨bloqueando¨ e liberando o</p><p>cátion para a solução do solo.</p><p>Apesar da utilização desse extrator permitir a avaliação de múltiplos nutrien-</p><p>tes em uma única extração, reduzindo os custos, o Mehlich 1 pode subestimar</p><p>o K biodisponível em solos com alto poder tampão (muito argilosos e/ou com</p><p>altos teores de matéria orgânica), devido ao desgaste do poder ácido do extrator.</p><p>Esse problema é mais pronunciado na extração do fósforo do solo.</p><p>Acetato de amônio 1 mol L-1 tamponado a pH 7</p><p>O princípio de extração dessa solução se baseia na troca iônica, ao remover a fração</p><p>de K considerada trocável. O mecanismo se dá pelo uso de uma solução com alta</p><p>concentração de NH4+ (cátion), que é misturada ao solo. A saturação da mistura com</p><p>cátion NH4+ desloca os demais cátions trocáveis, dentre esses o K+ para a fase líquida.</p><p>Resinas de troca catiônica</p><p>Baseiam-se no uso de polímeros sintéticos com substâncias com pH ácido. Como o</p><p>ácido, elas conseguem captar os cátions presentes nas amostras. observaram que o</p><p>potássio extraído por resinas de troca catiônica em Latossolos, Argissolos, e Alfisso-</p><p>los brasileiros com baixa capacidade de troca catiônica (CTC) é muito semelhante</p><p>ao K extraído por 1 M acetato de amônio 1 M e 0,025 M de ácido sulfúrico.</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS DE POTÁSSIO NO SOLO</p><p>A correta interpretação dos resultados da análise de solo é fator chave para men-</p><p>surar as doses de fertilizantes a serem aplicadas. Como nos laboratórios do Brasil</p><p>são o usados, principalmente, o Mehlich 1 e a resina para a extração do K do</p><p>solo, são apresentadas, nos Quadros 1 e 2, as maneiras para interpretação das</p><p>análises de solo.</p><p>CLASSIFICAÇÃO</p><p>CULTURA Baixo Médio Alto</p><p>---------------------------- MG/DM3------------------------------</p><p>PERENE/ANUAL 150</p><p>HORTALIÇAS 200</p><p>Quadro 1 – Classes de interpretação para potássio disponível, pelo extrator Mehlich 1, em função da cultura</p><p>Fonte: adaptado de Prezotti et al. (2007).</p><p>CLASSIFICAÇÃO</p><p>Muito baixo Muito baixo Muito baixo Muito baixo Muito baixo</p><p>----------------------MG/DM3------------------------</p><p>0 - 30 0 - 30 0 - 30 0 - 30 0 - 30</p><p>Quadro 2 – Classes de interpretação para potássio disponível pelo extrator Resina</p><p>Fonte: adaptado de Raij et al. (1996).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>FERTILIZANTES POTÁSSICOS E SEU EMPREGO</p><p>Os fertilizantes potássicos podem ter natureza inorgânica ou orgânica. Os fertili-</p><p>zantes inorgânicos são obtidos por meio do processamento industrial de rochas</p><p>especificas. Os fertilizantes orgânicos são oriundos de subprodutos de origem</p><p>vegetal e animal.</p><p>Fertilizantes potássicos inorgânicos</p><p>Embora os silicatos ricos em potássio, como o feldspato potássico, moscovita e</p><p>a leucita, sejam abundantes na crosta e contenham entre</p><p>10 e 20% de K2O, essas</p><p>rochas não constituem importantes fontes para a produção de fertilizantes po-</p><p>tássicos, pois não são solúveis em água e suas estruturas não são rompidas com</p><p>facilidade por meios artificiais.</p><p>As rochas de depósitos evaporíticos constituem as mais importantes fontes de</p><p>para a produção de fertilizantes potássicos, pois os sais derivados desses depósitos</p><p>são muito solúveis em água e podem ser explotados e processados mais facilmente.</p><p>As principais rochas evaporíticas fontes de potássio são demonstradas no Quadro 3.</p><p>NOME DA ROCHA FÓRMULA QUÍMICA TEOR DE K2O EM %</p><p>Silvita KCI 63</p><p>Carnalita KCl.MgCI2.6H2O 17</p><p>Cainita KCI.MgSO4.3H2O 19</p><p>Langbeinita K2SO4.2MgSO4 23</p><p>Polialita K2SO4.MgSO.2CaSO4.2H2O 16</p><p>Schoenita K2SO4.MgSO4 .6H2O 23</p><p>Singernita K2SO4.CaSO4.H2O 28</p><p>Quadro 3 – Nome, fórmula química e teor de K2O das principais rochas evaporíticas fontes de potássio.</p><p>Fonte: o autor.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Em virtude do alto teor de potássio, o mineral mais explorado na produção de</p><p>fertilizantes potássicos é a silvita (Quadro 3). Nos depósitos de silvita, é comum</p><p>a presença da halita (NaCl), que constitui em uma impureza e é separada no</p><p>processo de beneficiamento da rocha. Os principais fertilizantes utilizados na</p><p>agricultura são o cloreto de potássio (KCl) e sulfato de potássio (K2SO4), sendo</p><p>que cerca de 90% do beneficiamento das rochas potássicas no mundo é destinado</p><p>para a produção do KCl.</p><p>O KCl possui cerca de 60% de K2O, e como a principal vantagem de ser a</p><p>fonte com menos K2O, menos será comparado ao K2SO4. A outra vantagem dessa</p><p>fonte é a alta solubilidade, ressalta que, por esse motivo, deve-se fazer um maior</p><p>parcelamento das doses para que não haja perdas do nutriente, isso pode onerar</p><p>mais os custos de produção.</p><p>Assista ao vídeo a seguir, para conhecer a forma de obtenção do cloreto de potás-</p><p>sio na indústria de fertilizantes. https://www.youtube.com/watch?v=IVf7-zwvex8</p><p>EU INDICO</p><p>Como desvantagens do KCl cita-se: aporte de aproximadamente 47% em cloro, quase</p><p>metade da composição total do fertilizante. O cloro é um micronutriente para as plan-</p><p>tas, e, por isso, são requeridos em baixas quantidades pelas plantas. São raríssimos os</p><p>problemas causados por deficiência de cloro nas plantas, e são muito mais comuns os</p><p>problemas causados pelo excesso de cloro no solo e na planta, principalmente pelo uso</p><p>contínuo de KCl. O KCl não é recomendado em alguns cultivos, pelo fato de o cloro</p><p>reduzir substancialmente a qualidade do produto colhido, citando como principais</p><p>exemplos a cultura do tabaco, batata e cebola.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>O alto teor de cloro no solo, resultante, por exemplo, do uso contínuo de KCl, pode</p><p>interferir na absorção de macronutrientes pelas raízes das plantas, reduzindo, assim,</p><p>o potencial produtivo da cultura. O cloro está presente no solo na forma de um</p><p>ânion (Cl-), que, quando em altas quantidades, pode competir com o NO3–, HPO4</p><p>2- e</p><p>SO4</p><p>2- pelos sítios de absorção.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>Acrescenta-se, também, como uma desvantagem do KCl, o elevado índice salino do</p><p>fertilizante, que afeta a condutividade elétrica da solução do solo. A alta condutivida-</p><p>de elétrica no solo afeta o potencial osmótico, ocasionado devido à dificuldade das</p><p>células vegetais em absorver água do solo. Sementes e plântulas são mais sensíveis à</p><p>alta condutividade elétrica do solo (Figura 2), por isso é recomendado que o KCl não</p><p>seja aplicado em altas doses e com distância de sementes ou mudas.</p><p>Figura 2 – Plântulas de soja em resposta a doses de potássio (K2O) via KCl depositado a 4 e 9 cm de pro-</p><p>fundidade no sulco em solo arenoso. Santa Carmem – MT (safra 2021/2022).</p><p>Fonte: Kappes; Silva (2022, p. 5).</p><p>Descrição da Imagem: trata-se de uma fotografia contendo nove plântulas de soja. As cinco plântulas da esquerda</p><p>tiveram aplicação de cloreto de potássio próximo às sementes e apresentaram uma redução do crescimento da</p><p>parte área e sistema radicular, com agravamento do problema em função do aumento da dose do fertilizante. As</p><p>quatro plântulas da esquerda receberam cloreto de potássio longe das sementes e não apresentaram redução</p><p>de crescimento, mesmo com altas doses do fertilizante.</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>O K2SO4 possuí cerca de 50% de K2O e é o segundo fertilizante potássico mais</p><p>utilizado no mundo, frequentemente é utilizado em substituição ao KCl princi-</p><p>palmente quando: o cloro é indesejável, sobretudo, para algumas culturas supra-</p><p>citadas; quando se deseja fornecer, junto com o potássio, uma fonte de enxofre, o</p><p>K2SO4 possuí cerca de 18% de S; e quando se deseja evitar o aumento do índice</p><p>salino do solo, o K2SO4 possuí índice salino consideravelmente menor quando</p><p>comparados ao KCl. A principal desvantagem do K2SO4 é o maior custo por</p><p>unidade de K2O, quando comparado ao KCl.</p><p>Leia o artigo Cinco Fatos sobre o Uso do Sulfato de Potássio, de Eliza Maliszewski,</p><p>referente à forma de obtenção industrial do sulfato de potássio. https://www.agro-</p><p>link.com.br/fertilizantes/noticia/cinco-fatos-sobre-o-uso-do-sulfato-de-potas-</p><p>sio-na-agricultura_456347.html#:~:text=O%20sulfato%20de%20pot%C3%A1ssio%20</p><p>(K2SO4)%20pode%20ser%20fabricado%20de%20diferentes,os%20%C3%ADons%20</p><p>pot%C3%A1ssio%20e%2.</p><p>EU INDICO</p><p>Fertilizantes potássicos orgânicos</p><p>Os subprodutos de agroindústrias são as principais fontes de produção de fertili-</p><p>zantes potássicos de natureza orgânica, com destaque para as indústrias sucroal-</p><p>cooleira, de beneficiamento do café e as que usam a queima de biomassa vegetal</p><p>para a produção de energia.</p><p>Encontre mais informações acerca das características dos subprodutos originados</p><p>da indústria sucroalcooleira no artigo Subprodutos da Indústria Sucroenergética na</p><p>Adubação da Cana-de-açúcar. https://blog.agromove.com.br/subprodutos-in-</p><p>dustria-sucroenergetica-adubacao-cana/</p><p>EU INDICO</p><p>Na indústria sucroalcooleira, são gerados altos volumes de subprodutos ricos em</p><p>K: torta de filtro, vinhaça, cinza de caldeira e bagaço.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>Na indústria de beneficiamento de café, são gerados altos volumes de diferentes</p><p>tipos de casca de café. O subproduto também apresenta alto teor de K na sua consti-</p><p>tuição. As indústrias que usam a queima de biomassa vegetal para a produção de</p><p>energia, geram, como subprodutos, cinzas. As cinzas de biomassa vegetal também</p><p>apresentam alto teor de K na sua constituição.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>Leia o artigo Cinza de Biomassa é um Produto Eficiente para Uso em Sistema de Pro-</p><p>dução de Cereais em Base Agroecológica? e encontre mais informações da viabili-</p><p>dade do uso de cinzas de biomassa vegetal como fonte alternativa de K. https://</p><p>revistas.udesc.br/index.php/agroveterinaria/article/download/7455/pdf/47530</p><p>EU INDICO</p><p>PERDAS DE POTÁSSIO PARA O AMBIENTE</p><p>A energia de retenção dos cátions trocáveis na CTC do solo segue uma série</p><p>liotrópica, que leva em consideração a carga e o tamanho do íon hidratado: H+</p><p>> Al3+ > Ca2+ > Mg2+ > K+ = NH4+ > Na+. O K é o quinto/sexto elemento dessa</p><p>série e, por isso, tem alta propensão a lixiviação.</p><p>Diferente do N e P, as perdas de K para o ambiente não geram grandes pro-</p><p>blemas ambientais, no entanto as perdas de K para o ambiente é uma importante</p><p>causa de prejuízos financeiros, principalmente no cenário atual de alta no preço</p><p>dos fertilizantes.</p><p>A lixiviação de potássio pode ser mais pronunciada em algumas situações:</p><p>Aplicação de altas doses de K no solo, portanto o parcelamento das doses de K é</p><p>uma prática sempre recomendada pelos boletins de recomendação de adubação.</p><p>A perda de K por lixiviação será mais pronunciada quando o solo tiver baixa</p><p>CTC, que está associado a solos mais arenosos e/ou baixa quantidade de matéria</p><p>orgânica e/ou ácidos.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Gostou do que viu até aqui? Preparamos uma videoaula para você!</p><p>Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de</p><p>aprendizagem.</p><p>EM FOCO</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>O potássio é o nutriente com taxa mais rápida de reciclagem da planta para o</p><p>solo, por ser um nutriente não estrutural no vegetal</p><p>(relembre esse conceito no</p><p>tópico funções do potássio nas plantas).</p><p>Nesse sentido, o que você acha de sistemas de produção que mantêm os resí-</p><p>duos de colheita sobre o solo? Qual é o benefício dessa prática para a economia</p><p>de uso de fertilizantes potássico? Além disso, qual é o benefício dessa prática na</p><p>contenção da lixiviação de potássio no solo?</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>1. O potássio é o cátion mais absorvido pelas plantas, sendo também o segundo nutriente</p><p>mais absorvido pelas plantas, perdendo apenas para o nitrogênio. Em algumas espécies</p><p>vegetais o potássio é o elemento mais absorvido, superando o nitrogênio.</p><p>Assinale uma alternativa que demonstra uma função do potássio nas plantas:</p><p>a) Função estrutural.</p><p>b) Fornecimento de energia.</p><p>c) Controle estomático.</p><p>d) Participação na divisão celular.</p><p>e) Composição na clorofila.</p><p>2. O potássio no solo pode ser encontrado em diversas frações, o conhecimento disso é im-</p><p>portante para o manejo nutricional do elemento no vegetal.</p><p>Com relação às frações de potássio no solo é correto afirmar que:</p><p>I - O potássio na solução do solo constitui na fração em que as plantas absorvem o ele-</p><p>mento.</p><p>II - O potássio na solução do solo constitui na fração em que o elemento pode ser perdido</p><p>via lixiviação.</p><p>III - O potássio trocável faz o abastecimento do elemento para a solução do solo.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>3. A correta identificação de sintomas visuais de deficiência de nutrientes é uma ferramenta</p><p>importante para o trabalho de consultores no campo.</p><p>Assinale a alternativa que demonstra um sintoma visual da deficiência de potássio nas plantas.</p><p>a) Folhas velhas amareladas.</p><p>b) Folhas novas amareladas.</p><p>c) Frutos com fundo preto.</p><p>d) Folhas arroxeadas.</p><p>e) Aspecto de queimadura nas bordas das folhas.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos. Produção nacional de fertilizantes: estudo</p><p>estratégico. Brasília, DF: SAE, 2023.</p><p>CAVALCANTE, V. S. et al. Gaseous exchanges, growth and foliar anatomy of sugarcane plants</p><p>grown in potassium (K) deprived nutrient solution. Australian Journal of Crop Science, Queens-</p><p>land, v. 9, n. 7, p. 577-584, 2015.</p><p>KAPPES, C.; SILVA, R. G. Cloreto de potássio no sulco de semeadura da soja: por que se preocu-</p><p>par? Informativo Técnico NemaBio, Sinop, v. 2, p. 1 - 10, 1 abr. 2022.</p><p>PREZOTTI, L. C. et al. Manual de recomendação de calagem e adubação para o estado do</p><p>Espírito Santo – 5ª aproximação. Vitória: SEEA/INCAPER/ CEDAGRO, 2007.</p><p>RAIJ, B. van. et al. Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo, 2. ed.</p><p>Campinas: Instituto Agronômico; Fundação IAC, 1996. (Boletim Técnico, 100).</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>1. Opção C.</p><p>A- Falsa. A função estrutural é feita principalmente pelo Ca e B</p><p>B- Falsa. O fornecimento de energia é feito principalmente pelo P.</p><p>C- Correta. O K participa melhorando o controle estomático da planta.</p><p>D- Falsa. A divisão celular é feita principalmente pelo P.</p><p>E- Falsa. O N e Mg que são os principais componentes da clorofila.</p><p>2. Opção E.</p><p>I - Verdadeira o potássio é absorvido diretamente da solução do solo.</p><p>II - Verdadeira, o potássio que está na solução do solo está passível a perdas por lixiviação.</p><p>III - Verdadeira, o potássio trocável faz a reposição do elemento para a solução do solo.</p><p>3. Opção E.</p><p>A- Falsa. Sintoma de possível falta de N.</p><p>B- Falsa. Sintoma de possível falta de S.</p><p>C- Falsa. Sintoma de possível falta de Ca.</p><p>D- Falsa. Sintoma de possível falta de P.</p><p>E- Verdadeira. Sintoma típico da possível falta de K.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>MINHAS METAS</p><p>NUTRIENTES SECUNDÁRIOS E</p><p>MICRONUTRIENTES</p><p>Entender de que forma ocorre a absorção, transporte, redistribuição e o papel fisiológico</p><p>do cálcio, magnésio e enxofre.</p><p>Compreender os métodos para a avaliação da biodisponibilidade do cálcio, magnésio e</p><p>enxofre no solo.</p><p>Conhecer quais são os principais insumos que são fontes de cálcio, magnésio e enxofre.</p><p>Conhecer o papel fisiológico de cada um dos micronutrientes das plantas.</p><p>Compreender os métodos para a avaliação da biodisponibilidade dos micronutrientes.</p><p>Entender por qual motivo os micronutrientes podem ser fator contaminante e causar</p><p>desequilíbrios em sistemas naturais.</p><p>Conhecer quais insumos minerais podem ser fonte de contaminantes de metais pesados.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 6</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Você já deve saber, mas não custa lembrar: os macronutrientes secundários e</p><p>os micronutrientes são exigidos em menores quantidade pelas plantas quando</p><p>comparado aos macronutrientes primários, mas será que os macronutrientes</p><p>secundários e os micronutrientes possuem menor importância para a nutrição</p><p>das plantas e geração de altas produtividades quando comparados com os macro-</p><p>nutrientes primários? Para responder à pergunta, é preciso recordar os princípios</p><p>da Lei do Mínimo, proposta por Justus Von Liebig (1803-1873).</p><p>Por ser aportado em maiores quantidade para as plantas, os macronutrientes pri-</p><p>mários (N, P e K) acabam sendo o foco principal na nutrição das plantas. No pod-</p><p>cast, discutiremos como a má gestão de macronutrientes secundários e micronu-</p><p>trientes pode impactar na produtividade dos cultivos agrícolas.</p><p>Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de</p><p>aprendizagem.</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>Após escutar o podcast, você deve ter percebido o quanto é importante o balanço</p><p>nutricional das plantas, ou seja, basta um nutriente estar em desequilíbrio, por</p><p>falta ou excesso, que a produtividade da cultura agrícola estará comprometida.</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>É importante relembrar que os nutrientes considerados como secundários para</p><p>as plantas são: cálcio, magnésio e enxofre. Os micronutrientes para as plantas são:</p><p>boro, cobre, ferro, zinco, manganês molibdênio, cloro e níquel.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>CÁLCIO, MAGNÉSIO E ENXOFRE: PAPEL FISIOLÓGICO,</p><p>FORMA DE ABSORÇÃO, TRANSPORTE E REDISTRIBUIÇÃO</p><p>Cálcio</p><p>A principal função do cálcio (Ca) na planta é compor sua parte estrutural. O</p><p>Ca atua como agente cimentante componente da parede celular, na forma de</p><p>pectatos de cálcio, que confere estabilidade à membrana celular, contudo, outras</p><p>funções desse macronutriente secundário são mais conhecidas: é modulador</p><p>enzimático ligado às formações de celulose, lignina e compostos fenólicos; é</p><p>mensageiro secundário nos mecanismos de ação hormonal e de respostas da</p><p>planta a fatores ambientais; é importante na divisão celular, pois está envolvido</p><p>na formação do fuso mitótico que orienta a deposição da lamela média; é in-</p><p>dispensável para a germinação do grão de pólen e para o crescimento do tubo</p><p>polínico, o que se deve ao fato de estar presente na síntese da parede celular e da</p><p>membrana plasmática; é importante na fixação biológica do N2 por leguminosas,</p><p>os nódulos formado entre as bactérias e as raízes necessitam de Ca.</p><p>O Ca é absorvido como um cátion, Ca²+, o contato íon-raiz ocorre principalmente</p><p>via fluxo de massa, no entanto, há uma significativa proporção da interceptação</p><p>radicular. A absorção de Ca é feita unicamente nas raízes jovens, nas quais as paredes</p><p>celulares da endoderme não estão suberizadas, sem estrias de caspary (CLARKSON;</p><p>SANDERSON, 1978). O principal transportador de Ca nas membranas é uma bomba</p><p>de cálcio tipo antiporte (Ca²+ / H+) ATPase, portanto com consumo de ATP.</p><p>Após a absorção, o Ca é transportado ascendentemente via xilema, acumulan-</p><p>do-se nos órgãos superiores, principalmente nos locais com maior transpiração.</p><p>A redistribuição via floema é muito baixa por causa de sua principal função de</p><p>formar compostos de baixa solubilidade e interações eletrostáticas. Até 90% do</p><p>Ca no tecido vegetal pode estar como componente estrutural na parede celular.</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>MAGNÉSIO</p><p>A principal função do magnésio (Mg) é ser componente estrutural, gerando</p><p>estabilidade à molécula de clorofila ao fazer a função de “ponte”, ao formar</p><p>mundial de alimentos, fibras,</p><p>madeira e energia.</p><p>INTRODUÇÃO À FERTILIDADE DO SOLO: NUTRIENTES,</p><p>FUNÇÕES GERAIS E CRITÉRIOS DE ESSENCIALIDADE</p><p>Iniciaremos este subtema sedimentando as informações repassadas no podcast. É</p><p>possível verificar, na Tabela 1, que em uma lavoura</p><p>de soja, aproximadamente 90% da matéria seca</p><p>da planta é composta por carbono, oxigênio e</p><p>hidrogênio, vale lembrar que esses elementos,</p><p>o vegetal absorve por meio do ar e da água. Os</p><p>10% restantes, são nosso principal alvo ao longo</p><p>da disciplina de fertilidade do solo.</p><p>Falando ainda dos 10% (elementos químicos,</p><p>desconsiderando o carbono, hidrogênio e oxigênio),</p><p>percebemos que a planta absorve 14 nutrientes mais outros</p><p>elementos químicos, veja o rodapé da Tabela 1, portanto podemos concluir que as</p><p>plantas absorvem do solo, sem muita discriminação, os elementos químicos, dentre</p><p>estes, podem estar os elementos essenciais e benéficos.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>• O que são elementos minerais essenciais?</p><p>• O que são elementos minerais benéficos?</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>Elementos minerais essenciais</p><p>Três critérios devem ser atendidos para que um elemento seja essencial:</p><p>■ Um elemento é essencial se sua deficiência impede que a planta complete</p><p>seu ciclo de vida.</p><p>■ Para que um elemento seja essencial, ele não pode ser substituído por</p><p>outro com propriedades similares.</p><p>■ O elemento deve participar ativamente no metabolismo da planta.</p><p>Dentre os elementos benéficos, no total de 14 estão: nitrogênio (N), fósforo (P),</p><p>potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S), considerados como</p><p>macronutrientes, pois são exigidos em maiores quantidades pelas plantas; boro</p><p>(B), cloro (Cl), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo), zinco</p><p>(Zn) e níquel (Ni), considerados como micronutrientes, pois são exigidos em</p><p>menores quantidades pelas plantas, quando comparados aos macronutrientes.</p><p>Elementos minerais benéficos</p><p>Alguns elementos podem afetar o crescimento e desenvolvimento das plantas,</p><p>embora não se tenha determinado condições para caracterizá-los como essen-</p><p>ciais, ou seja, são importantes no crescimento e desenvolvimento normal das</p><p>plantas, mas sua falta não é fator limitante.</p><p>1</p><p>1</p><p>Elemento químico Quantidade (kg/ha-1)</p><p>% na participação da matéria</p><p>seca</p><p>ELEMENTOS ORGÂNICOS</p><p>Carbono 3500 43,7079</p><p>Hidrogênio 450 5,6196</p><p>Oxigênio 3330 41,5849</p><p>MACRONUTRIENTES</p><p>Nitrogênio 320 3,9961</p><p>Fósforo 30 0,3746</p><p>Potássio 110 1,3737</p><p>Cálcio 80 0,9990</p><p>Magnésio 35 0,4371</p><p>Enxofre 2 0,0250</p><p>MICRONUTRIENTES</p><p>Boro 0,1 0,0012</p><p>Cloro 10 0,1249</p><p>Cobre 0,1 0,0012</p><p>Ferro 1,7 0,0212</p><p>Manganês 0,6 0,0075</p><p>Molibidênio 0,01 0,0001</p><p>Zinco 0,2 0,0025</p><p>Níquel</p><p>li-</p><p>gações estáveis do tipo covalente. O Mg ainda se posiciona em ligações estáveis</p><p>de proteínas com pontes estabelecendo ligações geométricas entre as enzimas</p><p>e o substrato. A ribulose 1,5, bisfosfato carboxilase, a enzima mais abundante</p><p>na biosfera, que catalisa a incorporação de CO2 em uma molécula de ribulose-</p><p>-1,5-difosfato, é um exemplo. Grande parte do magnésio nas plantas também</p><p>se encontra envolvida na regulação do pH citoplasmático e no balanço cátions</p><p>ânions. É também relevante sua participação nas ligações de pectato na parede</p><p>celular, assim como o caso do cálcio formando pectatos de magnésio.</p><p>O Mg é absorvido como um cátion, Mg²+, sendo, o fluxo de massa, o me-</p><p>canismo responsável pela maior proporção do contacto do cátion com raiz. O</p><p>processo de absorção (passiva e ativa) do magnésio na forma de Mg2+ ainda é</p><p>muito estudado, o que se sabe é que altas concentrações de Ca2+ e, principalmente,</p><p>K+ no meio, podem inibir, por competição iônica, a absorção, podendo causar</p><p>a falta de Mg nas plantas. Após o Mg2+ ser absorvido, o nutriente se move para</p><p>cima na corrente transpiratória. Ao contrário do que se dá com o Ca, o Mg2+ é</p><p>móvel no floema, portanto, se transloca na planta.</p><p>O que a falta de cálcio desencadeia nas plantas? Confira o boletim do International</p><p>Plant Nutrition Institute. http://www.ipni.net/publication/nutrifacts-brasil.nsf/0/</p><p>A2AA0F6CE94C4129832581860043F7F9/$FILE/NutriFacts-BRASIL-5.pdf</p><p>EU INDICO</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>Como já foi discutido, o Mg integra a estrutura da molécula de clorofila, portanto,</p><p>é de se esperar que as folhas com deficiência de Mg apresentem problemas com a</p><p>coloração verde. Na deficiência de Mg nas plantas, a cor verde permanece verde</p><p>próxima às nervuras, pelo fato de as células do mesofilo, próximas aos feixes</p><p>vasculares, reterem clorofila por um período mais prolongado do que as células</p><p>do parênquima, o que pode retardar a aparição de clorose.</p><p>Enxofre</p><p>As funções que enxofre (S) desempenham na planta podem ser classificadas em</p><p>dois grandes grupos: estruturais e metabólicas. Na função estrutural, os compos-</p><p>tos de S desempenham papel muito importante na estrutura aminoácidos como</p><p>a metionina e a cisteína, e também de ser estabilizante de proteínas por meio</p><p>das ligações dissulfeto (S-S), que mantêm a estabilidade das ligações terciárias</p><p>das proteínas. As funções metabólicas do S são devidas ao fato de ser um grupo</p><p>prostético de enzimas e coenzimas (nitrogenase, ferredoxina, biotina e tiamina).</p><p>Essas funções são imprescindíveis para os processos de fotossíntese, a resistência</p><p>aos déficits, fixação biológica de nitrogênio, o desenvolvimento e qualidade dos</p><p>frutos, dentre outras funções.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>A falta de Mg desencadeia um sintoma típico de cor amarelada, bronzeada ou</p><p>avermelhada, enquanto as nervuras das folhas permanecem verdes (reticulado</p><p>grosso). Por qual motivo os locais próximos às nervuras permanecem verdes</p><p>enquanto as outras partes da folha apresentam coloração diferente?</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>O S é absorvido pelas raízes na forma de um sulfato (SO4</p><p>2-) absorvido via um</p><p>transportador 3H+/SO4 2- do tipo simporte presente na membrana plasmática. O</p><p>contato sulfato-raiz se faz, principalmente, por fluxo de massa. Outra forma de</p><p>absorção pode ser via foliar, na forma de sulfito ou de S elementar. Após o S ser</p><p>absorvido, a redução é necessária para a incorporação de S aos aminoácidos,</p><p>proteínas e coenzimas. O movimento do enxofre nas plantas ocorre, basicamente,</p><p>durante a transpiração da planta, via xilema, ou seja, a redistribuição é muito</p><p>pequena, sendo considerado, portanto, pouco móvel na planta.</p><p>MÉTODOS PARA A AVALIAÇÃO DA BIODISPONIBILIDADE DO</p><p>CÁLCIO, MAGNÉSIO E ENXOFRE NO SOLO</p><p>Cálcio e magnésio</p><p>A avaliação do Ca+2 e do Mg+2 disponíveis no solo é feita com o uso de uma</p><p>mesma solução de extração. Lembrando que um extrator bom é aquele que con-</p><p>segue estimar com precisão a concentração do nutriente realmente disponível</p><p>para a absorção da planta. O Ca e o Mg são extraídos da CTC (cargas negativas</p><p>do solo) utilizando-se uma solução KCl 1 mol L-1. O íon K+ da solução de KCl 1</p><p>mol L-1, por efeito de concentração, passa a ocupar as posições do Ca+2 e Mg+2,</p><p>deixando-os disponíveis na solução extratora.</p><p>Os métodos para determinação de Ca2+ e Mg2+ na solução extratora são dois:</p><p>■ Via titulometria, complexométrico com emprego do ácido etilenodiami-</p><p>no tetracético (EDTA), que é uma solução complexante. O Ca e Mg des-</p><p>loca o Na do EDTA, devido aos maiores raios de hidratação, quando o Na</p><p>é totalmente deslocado, a cor da solução passa do vermelho para o azul.</p><p>■ Via espectrometria de absorção atômica, que envolve a medida da ab-</p><p>sorção da intensidade da radiação eletromagnética, proveniente de uma</p><p>fonte de radiação primária, por átomos gasosos no estado fundamental.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>Enxofre</p><p>A avaliação do S biodisponível baseia-se na extração do sulfato das frações co-</p><p>loidais do solo e do S orgânico, por meio de uma solução de fosfato de cálcio 500</p><p>mg L-1 de P em ácido acético 2 mol L-1. O fosfato adicionado ao solo desloca o</p><p>SO4</p><p>2- adsorvido. Após a extração, a leitura dos teores das amostras é feita com</p><p>uso de espectrofotometria.</p><p>Assim como o nitrogênio, o S, sofre muitas transformações no solo (imobili-</p><p>zação/mineralização e oxidação/redução), por meio, principalmente, dos mi-</p><p>crorganismos e, também, pelo manejo do solo, portanto, o tempo de proceder</p><p>a amostragem até ficarem prontos seus resultados, muitas transformações nos</p><p>teores de S já teriam ocorrido.</p><p>INSUMOS FONTES DE CÁLCIO, MAGNÉSIO E ENXOFRE</p><p>Fontes de cálcio</p><p>A forma mais barata e com melhor custo/benefício para o fornecimento de Ca</p><p>para o solo e, consequentemente, para as plantas é a calagem. A calagem, além de</p><p>fornecer Ca ao solo, promove a correção do pH do solo. Ressalta-se que, mesmo</p><p>em cultivos orgânicos com certificado, é permitido o uso de calcários com esta-</p><p>belecimento de doses máximas.</p><p>Quando o pH do solo já está suficientemente elevado, e ainda há exigência da</p><p>aplicação de Ca ao solo, devido, por exemplo, à alta necessidade de Ca de deter-</p><p>minadas culturas, como o tomate, que exige 40 vezes mais cálcio do que o trigo, é</p><p>necessário, portanto, usar outras fontes de Ca em substituição aos calcários. Veja,</p><p>no Quadro, 1 as opções de fertilizantes e condicionadores que são fontes de Ca.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Por qual motivo não é rotina, nos laboratórios de solo, a análise de S biodisponível?</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Fontes de magnésio</p><p>Para o Mg, segue-se a mesma lógica do Ca, a forma mais barata e com melhor</p><p>custo/benefício para o fornecimento de Mg para o solo e, consequentemente,</p><p>para as plantas é, também, calagem. A calagem além de fornecer Mg ao solo,</p><p>promove a correção do pH do solo. A depender da relação Ca/Mg do solo e da</p><p>exigência da cultura, pode-se optar pelo uso de calcários com maior ou menor</p><p>teor de magnésio, veja o Quadro 2.</p><p>FONTE CA (%) OBSERVAÇÃO</p><p>Gesso agrícola</p><p>22</p><p>Aproximadamente 13 % de S</p><p>Nitrato de cálcio</p><p>19</p><p>Aproximadamente 15 % de N</p><p>Cloreto de cálcio</p><p>24</p><p>-</p><p>Quadro 1 – Fontes dos principais fertilizantes e corretivos a base de cálcio</p><p>Fonte: o autor.</p><p>CALCÁRIOS % MGO</p><p>Calcítico 13</p><p>Quadro 2 – Classificação dos calcários de acordo com os teores de MgO</p><p>Fonte: o autor.</p><p>Quando o pH do solo já está suficientemente elevado, e há necessidade de apli-</p><p>cação de Mg no solo (algo não muito comum), o uso de corretivos implicará em</p><p>problemas ao solo, portanto, é necessário a aplicação de fertilizantes a base de</p><p>Mg (Quadro 3).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>Quadro 3 – Fontes dos principais fertilizantes a base de magnésio</p><p>Fonte: o autor.</p><p>MATERIAL MG (%) OBSERVAÇÕES</p><p>Sulfato de magnésio</p><p>heptahidratado 9</p><p>Aproximadamente 12 % de S</p><p>Sulfato de potássio e</p><p>magnésio 11</p><p>Aproximadamente 48 % de K2O e 15 % de S</p><p>Fontes de enxofre</p><p>A forma com maior teor de S é o enxofre elementar (aproximadamente 90% de S),</p><p>que precisa ser oxidado a SO4</p><p>2- para que haja a absorção das plantas. A oxidação</p><p>do enxofre elementar ocorre por um processo microbiológico do solo, favorecido</p><p>por temperaturas mais elevadas, alta umidade e adequada aeração.</p><p>Muitas das vezes, o fornecimento de S às plantas ocorre devido à aplicação</p><p>de insumos com outros objetivos que levam consigo o enxofre ao solo por meio,</p><p>por exemplo, da gessagem. O gesso agrícola contém aproximadamente 13% de</p><p>S. A percentagem de S de outros insumos é demonstrada no Quadro 4.</p><p>FONTE</p><p>TEOR DE</p><p>S (%)</p><p>OUTRAS INFORMAÇÕES</p><p>Sulfato de amônio 24 Aproximadamente 21% de N</p><p>Sulfato de potássio 15 Aproximadamente 48% de K2O</p><p>Sulfato de potássio e</p><p>magnésio</p><p>24 Aproximadamente 48% de K2O e 11 % de</p><p>Mg</p><p>Sulfato de magnésio 12 Aproximadamente 9% de Mg</p><p>Superfosfato simples 12 Aproximadamente 18% de P2O5 e 8% de Ca</p><p>Quadro 4 – Fontes dos principais fertilizantes a base de sulfato / Fonte: o autor.</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>PAPEL FISIOLÓGICO DE CADA UM DOS MICRONUTRIENTES</p><p>DAS PLANTAS</p><p>Boro</p><p>O boro (B) participa, na integridade celular, ao compor a formação da pectina das</p><p>membranas e parede celulares. O B tem influência no metabolismo e transporte</p><p>de carboidratos, estando comprovado, experimentalmente, que uma deficiência</p><p>em B provoca acúmulo de açúcares nos tecidos. O B também desempenha papel</p><p>importante no florescimento, pois influencia no crescimento do tubo polínico.</p><p>Cobre</p><p>O cobre (Cu) é constituinte de enzimas, incluindo a oxidase do ácido ascórbico (vi-</p><p>tamina C), citocromo-oxidase e a plastocianina, que se encontram nos cloroplastos,</p><p>portanto, a atividade do Fotossistema I é fortemente influenciada pelo teor de Cu nas</p><p>plantas. O Cu também participa em enzimas de óxido-redução, assim, das reações</p><p>de óxido-redução, quando grande parte das enzimas com Cu reagem com espécies</p><p>reativas O2 e o reduzem a H2O2 ou H2O, sendo um micronutriente importante na</p><p>amenização de estresses. O Cu também faz parte da enzima fenol-oxidase, que cata-</p><p>lisa a oxidação de compostos fenólicos às cetonas durante a formação da lignina e da</p><p>cutícula, aumentando a resistência das plantas a agentes bióticos, por exemplo. Além</p><p>disso, o Cu influencia a fixação do N atmosférico pelas leguminosas.</p><p>Ferro</p><p>A principal função do ferro (Fe) é a ativação de enzimas, participando em reações</p><p>fundamentais de óxido-redução, tanto em hemoproteínas (citocromos, leghemo-</p><p>globina, catalase, peroxidase, superóxido dismutase etc.) como em proteínas não</p><p>hémicas com ligação Fe-S, como ferredoxina e enzimas redutase. Essas enzimas que</p><p>o Fe participa são importantes em algumas funções fisiológicas como: fotossíntese,</p><p>redução dos nitratos e sulfatos, amenização de estresses e fixação biológica de nitro-</p><p>gênio. O Fe também catalisa a biossíntese da clorofila, já que faz parte constituinte</p><p>de enzimas responsáveis pela sua formação. Na ausência de Fe, a planta só apresenta</p><p>pigmentos amarelos (xantofila e caroteno).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>Manganês</p><p>O manganês (Mn) participa na fotossíntese ao estar envolvido no fluxo de elétrons</p><p>do Fotossistema II para o Fotossistema I, na fotólise da água (quebra da molécula</p><p>da água) e ser um nutriente precursor para a síntese de clorofila. Ademais, algumas</p><p>enzimas são ativadas pelo Mn, especialmente a superóxido dismutase, que</p><p>é produzida em situações de estresse; malato desidrogenase e isocitrato desidrogenase</p><p>envolvidas no processo de respiração celular; além disso, o Mn é requerido em</p><p>enzimas envolvidas no metabolismo de fenóis, importante para síntese de lignina</p><p>e importante fator na resistência da planta aos agentes patogênicos.</p><p>Zinco</p><p>O zinco (Zn) é também é um cofator enzimático, dando caráter</p><p>funcional às enzimas, como rubisco e anidrase-carbônica</p><p>envolvidas na fotossíntese; superóxido dismutase envolvida</p><p>na amenização de estresses; trifosfato-deshidrogenase,</p><p>enzima essencial na respiração celular. O Zn também é</p><p>importante na manutenção e na integridade dos ribossomos</p><p>e na ativação de RNAses e polimerases, além de ser um</p><p>dos precursores do triptofano, importante aminoácido</p><p>ligado à produção do hormônio auxina, responsável</p><p>pelo crescimento das plantas.</p><p>Molibdênio</p><p>A principal função do molibdênio (Mo) é ser cofator enzimático de rotas ligadas</p><p>ao metabolismo do nitrogênio, por isso grande parte do Mo se encontra na enzima</p><p>nitrato-redutase, que catalisa a redução do NO3</p><p>- a NO2</p><p>-, a enzima nitrato-redutase</p><p>tem o Mo ligado de uma forma reversível. O Mo é importante, também, na fixação</p><p>biológica do nitrogênio atmosférico, em plantas com essa capacidade, atuando na</p><p>enzima nitrato-redutase e na nitrogenase. O Mo também participa da redução do</p><p>enxofre na planta ao atuar nas enzimas sulfito-redutase e xantina-oxidase.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Níquel</p><p>O níquel (Ni) exerce um papel importante no metabolismo do N, ao participar</p><p>da enzima urease, responsável por quebrar a ureia em amônio (forma utilizada</p><p>pela planta) e dióxido de carbono. Desse modo, o Ni é importante para as plantas</p><p>que recebem adubações com ureia (fato muito comum, por ser a fonte nitroge-</p><p>nada mais utilizada no mundo), ou com seus derivados (inclusive na adubação</p><p>foliar). O Ni também apresenta participação na síntese do hormônio etileno e</p><p>na germinação de sementes.</p><p>Cloro</p><p>O cloro (Cl) é essencial no processo da libertação de oxigênio por cloroplastos</p><p>isolados no Fotossistema II da fotossíntese. O incremento na concentração de</p><p>Cl também pode melhorar a regulação estomática.</p><p>MÉTODOS PARA A AVALIAÇÃO DA BIODISPONIBILIDADE</p><p>DOS MICRONUTRIENTES</p><p>Nos laboratórios de análise solo no Brasil, é rotina a análise da biodisponibilidade</p><p>dos seguintes micronutrientes: Fe, Mn, Zn, Cu e B. Os resultados dessas análises</p><p>permitem o estabelecimento de critérios de interpretação dos resultados, visando</p><p>o manejo mais eficiente da fertilização com micronutrientes para as culturas.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Foi mencionado, anteriormente, que os laboratórios de rotina executam análises</p><p>para mensurar a biodisponibilidade do Fe, Mn, Zn, Cu e B, e para os outros</p><p>micronutrientes, como Mo, Cl e Ni, não existe análise de biodisponibilidade?</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>Para o Mo ainda não há informações suficientes para se estabelecer um método</p><p>de determinação que seja utilizado, rotineiramente, na recomendação de adu-</p><p>bação. Embora o Cl seja um micronutriente, sua deficiência é tão rara que para</p><p>ele a análise de solo é desnecessária (LINDSAY; COX, 1985). Com relação ao Ni,</p><p>as análises que aparecem na literatura são mais relacionadas à diagnose de toxi-</p><p>dez, o acetato de amônio pode ser utilizado para extração de Ni do solo visando</p><p>identificar teores possíveis de causar fitotoxidez.</p><p>As determinações das biodisponibilidades de Fe, Mn, Zn e Cu no solo ocor-</p><p>rem simultaneamente com o uso de um mesmo extrator. Vale ressaltar que esses</p><p>micronutrientes são catiônicos e apresentam e suas formas biodisponíveis pre-</p><p>sentes no solo, apresentam a mesma carga de oxidação (+2).</p><p>A extração dos micronutrientes é feita via complexação, com uso do ácido</p><p>dietilenoaminopentacético. A quantidade de Fe, Mn, Zn e Cu quelatados, que</p><p>acumula na solução durante a extração, é uma função da atividade desses íons</p><p>livres na solução do solo (fator capacidade).</p><p>A extração da fração biodisponível B do solo é feita com uso de água quente.</p><p>A padronização do procedimento analítico é fundamental nessa análise, utili-</p><p>zando-se um bloco digestor para controle da temperatura de extração a 140 °C.</p><p>MICRONUTRIENTES COMO FATOR CONTAMINANTE E</p><p>CAUSADOR DE DESEQUILÍBRIOS EM SISTEMAS NATURAIS</p><p>Na agricultura moderna, cada vez é mais comum a aplicação de micronutrientes</p><p>via fertilização, para ganhos de produtividade e qualidade dos produtos. Um</p><p>aspecto a ser considerado na adubação com os micronutrientes é a natureza das</p><p>curvas de resposta das plantas à adição de nutrientes. Para os macronutrientes, a</p><p>região teto da produção em resposta à sua adição é bastante extensa, sendo raro</p><p>problemas com fitoxidez.</p><p>Já para os micronutrientes, notadamente, a transição</p><p>entre as regiões de deficiência e de toxicidade é muito abrúptica (Quadro 5).</p><p>Assim, um excesso de micronutrientes adicionado via fertilizantes poderá causar</p><p>grandes prejuízos à produção vegetal.</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>MICRONUTRIENTE DEFICIÊNCIA SUFICIÊNCIA (NORMAL) TOXIDEZ</p><p>------------------------ MG/KG --------------------------</p><p>Fe</p><p>500</p><p>Mn</p><p>15-25 20-300 (50)</p><p>> 300</p><p>Cu</p><p>10-20 27-150 (20)</p><p>> 100</p><p>Zn</p><p>2-5 5-30 (6)</p><p>> 20</p><p>Ni</p><p>- 0,1-5 (-)</p><p>> 10</p><p>B</p><p>5-30 10-200 (20)</p><p>> 50</p><p>Mo</p><p>0,003-0,15 0,1-2 (0,1)</p><p>> 100</p><p>Cl</p><p>500</p><p>Quadro 5 – Valores (generalizados para várias espécies de plantas) das concentrações aproximadas de</p><p>micronutrientes em tecidos de folhas maduras, distribuídos com base nos requerimentos nutricionais de</p><p>cada elemento</p><p>Fonte: adaptado de Kabata-Pendias (2001); Kabata-Pendias e Pendias (1984); Jones Jr. (1991).</p><p>Os valores entre parênteses (Quadro 5) se referem aos teores médios de micronu-</p><p>trientes, na matéria seca da parte aérea, considerados suficientes para o crescimento</p><p>adequado das plantas (MARSCHNER, 1995).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>INSUMOS MINERAIS FONTE DE CONTAMINANTES DE METAIS</p><p>PESADOS</p><p>Os principais contaminantes encontrados em fertilizantes agrícolas são: cád-</p><p>mio, cromo, chumbo, arsênio, mercúrio, selênio, vanádio e rádio. Os fertilizantes</p><p>fosfatados e as fontes de micronutrientes são os insumos que mais apresentam</p><p>contaminação por metais pesados, haja vista que há maiores teores de metais</p><p>pesados nas rochas onde são extraídos esses adubos.</p><p>Existe uma normativa brasileira do Ministério da Agricultura, Pecuária</p><p>e Abastecimento (MAPA) com os limites pré estabelecidos para a presença de</p><p>metais pesados em diferentes fertilizantes minerais (Quadros 6 e 7).</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>METAL PESADO</p><p>VALOR ADMITIDO EM MILIGRA-</p><p>MA POR QUILOGRAMA (MG/KG)</p><p>POR PONTO PERCENTUAL</p><p>(%) DE P2O5 E POR PONTO</p><p>PERCENTUAL DA SOMATÓRIA</p><p>DE MICRONUTRIENTES (%)</p><p>VALOR MÁXIMO ADMITIDO EM</p><p>MILIGRAMA POR QUILOGRAMA</p><p>(MG/KG) NA MASSA TOTAL DO</p><p>FERTILIZANTE</p><p>COLUNA A</p><p>P2O5</p><p>COLUNA B</p><p>Somatório da</p><p>garantia de</p><p>micronutrientes</p><p>COLUNA C</p><p>Aplicável aos</p><p>Fertilizantes</p><p>minerais</p><p>mistos e</p><p>complexos com</p><p>garantia de</p><p>macronutrientes</p><p>primários e</p><p>micronutrientes</p><p>COLUNA D</p><p>Aplicável aos</p><p>Fertilizantes</p><p>fornecedores</p><p>exclusivamente</p><p>de</p><p>micronutrientes</p><p>e aos</p><p>fertilizantes</p><p>com</p><p>macronutrientes</p><p>secundários e</p><p>micronutrientes</p><p>Arsênio (As)</p><p>2,00 500,00 250,00</p><p>4.000,00</p><p>Cádmio (Cd)</p><p>4,00 15,00 57,00</p><p>450,00</p><p>Chumbo (Pb)</p><p>20,00 750,00 1.000,00</p><p>10.000,00</p><p>Cromo (Cr)</p><p>40,00 500,00 -</p><p>-</p><p>Mercúrio (Hg)</p><p>0,05 10,00 -</p><p>-</p><p>Arsênio (As)</p><p>2,00 500,00 250,00</p><p>4.000,00</p><p>Quadro 6 – Limites máximos de metais pesados tóxicos admitidos em fertilizantes minerais que contenham</p><p>o nutriente fósforo, micronutrientes ou com fósforo e micronutrientes em mistura com os demais nutrientes</p><p>Fonte: Brasil (2006, p. 2).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>Notas:</p><p>1. Para os fertilizantes minerais fornecedores exclusivos de micronutrientes, e para</p><p>os fertilizantes minerais com macronutrientes secundários e micronutrientes,</p><p>o valor máximo admitido do contaminante será obtido pela multiplicação da</p><p>somatória das percentagens garantidas ou declaradas de micronutrientes no</p><p>fertilizante pelo valor da coluna B. O máximo de contaminante admitido será</p><p>limitado aos valores da coluna D.</p><p>2. Para os fertilizantes minerais simples que contenham P2O5 e não contenham</p><p>micronutrientes, o valor máximo admitido do contaminante será obtido pela</p><p>multiplicação do maior percentual de P2O5 garantido ou declarado pelo valor</p><p>da coluna A.</p><p>3. Para os fertilizantes minerais mistos e complexos que contenham P2O5 e não</p><p>contenham micronutrientes, o valor máximo admitido do contaminante será</p><p>obtido pela multiplicação do maior percentual de P2O5 garantido ou declarado</p><p>pelo valor da coluna A. O máximo de contaminante admitido será limitado aos</p><p>valores da coluna C.</p><p>4. Para os fertilizantes mistos e complexos que contenham P2O5 e micronutrientes,</p><p>o valor máximo admitido do contaminante será obtido pela multiplicação da</p><p>somatória das percentagens garantidas ou declaradas de micronutrientes no</p><p>fertilizante pelo valor da coluna B, somado ao valor obtido pela multiplicação</p><p>do maior percentual de P2O5 garantido ou declarado pelo valor da coluna A. O</p><p>máximo de contaminante admitido será limitado aos valores da coluna C.</p><p>5. Para os fertilizantes mistos e complexos que contenham nitrogênio e/ou</p><p>potássio e micronutrientes, sem garantia de P2O5, o valor máximo admitido do</p><p>contaminante será obtido pela multiplicação da somatória das percentagens</p><p>garantidas ou declaradas de micronutrientes no fertilizante pelo valor da coluna</p><p>B, somado ao valor definido no Anexo II [Quadro 7] desta Norma. O máximo de</p><p>contaminante admitido será limitado aos valores da coluna C.</p><p>6. Para os fertilizantes minerais com Fósforo cujo maior valor garantido ou</p><p>declarado de P2O5 seja de até 5% e que não contenham micronutrientes,</p><p>aplicam-se os valores máximos de contaminantes definidos no Anexo II [Quadro</p><p>7] desta Norma (BRASIL, 2006, p. 2-3).</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Quadro 7 – Limites máximos de metais pesados tóxicos admitidos para os fertilizantes minerais com</p><p>nitrogênio, potássio, macronutrientes secundários, para os com até 5% de P2O5 e para os demais não</p><p>especificados no Anexo I (Quadro 6)</p><p>Fonte: Brasil (2006, p. 3).</p><p>METAL PESADO</p><p>VALOR MÁXIMO ADMITIDO EM MILI-</p><p>GRAMA POR QUILOGRAMA (MG/KG) NA</p><p>MASSA TOTAL DO FERTILIZANTE</p><p>Arsênio (As) 10,00</p><p>Cádmio (Cd) 20,00</p><p>Chumbo (Pb) 100,00</p><p>Cromo (Cr) 200,00</p><p>Mercúrio (Hg) 0,20</p><p>Os fertilizantes minerais ainda são essenciais para manter ou aumentar a produ-</p><p>ção de alimentos. A adição de metais pesados metais pesados no solo via fertili-</p><p>zantes requer o monitoramento. É preciso conhecer a fonte que se está aplicando</p><p>ao solo, e verificar se os limites de metais pesados estão em consonância com os</p><p>limites estabelecido pelo MAPA (Quadros 6 e 7). É preciso, também, considerar</p><p>a dosagem e a continuidade de aplicação do insumo a médio e longo prazo.</p><p>Gostou do que viu até aqui? Preparamos uma videoaula para você!</p><p>Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de</p><p>aprendizagem.</p><p>EM FOCO</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Na agricultura moderna, com a busca de genótipos cada vez mais produtivos,</p><p>ajustes finos são necessários para que possa se explorar o pleno potencial genético da</p><p>planta. Por esse motivo, o manejo de micronutrientes e macronutrientes secundários</p><p>não pode ser relegado ao segundo plano, pois é necessário que a planta tenha um</p><p>bom equilíbrio nutricional, no entanto o produtor rural enfrenta desafios para</p><p>que isso aconteça, haja vista que o manejo de micronutrientes e macronutrientes</p><p>exige investimento adicional em análise de solo e vegetal, e mão de obra qualificada</p><p>para que se tenha correta interpretação dos resultados.</p><p>Diante desse cenário, perguntamos a você: na sua região, é comum os produtores</p><p>rurais fazerem o monitoramento de micronutrientes e macronutrientes secundários</p><p>no solo e na planta?</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>1. O cálcio desempenha algumas funções no solo e na planta.</p><p>Com relação a esse elemento, podemos afirmar que:</p><p>a) É um micronutriente.</p><p>b) É um macronutriente primário.</p><p>c) Possui função estrutural na planta.</p><p>d) Tem a capacidade de neutralizar o alumínio trocável no solo.</p><p>e) É um elemento é transportado majoritariamente até as raízes via difusão.</p><p>2. O enxofre (S) é um dos elementos fundamentais para o desenvolvimento das plantas.</p><p>Com relação ao elemento, assinale a alternativa correta.</p><p>a) É um micronutriente.</p><p>b) Os calcários são importante fonte de enxofre para o solo.</p><p>c) As plantas absorvem o enxofre no solo na forma de S.</p><p>d) Um dos principais motivos de deficiência de enxofre em cultivos agrícolas é a falta de</p><p>fertilização com esse nutriente.</p><p>e) Solos com altos teores de matéria orgânica normalmente são pobres em enxofre.</p><p>3. O espectrofotômetro de absorção</p><p>atômica é um equipamento empregado na análise ins-</p><p>trumental de vários elementos químicos.</p><p>No laboratório de análise de solo, o espectrofotômetro de absorção atômica é utilizado para</p><p>determinação dos teores dos seguintes nutrientes:</p><p>I - Cálcio, magnésio e ferro.</p><p>II - Cálcio, magnésio e enxofre.</p><p>III - Cálcio, magnésio e cobre.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) I e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuá-</p><p>ria. Instrução Normativa SDA nº 27, de 5 de junho de 2006. Dispõe sobre a importação ou co-</p><p>mercialização, para produção, de fertilizantes, corretivos, inoculantes e biofertilizantes. Brasília,</p><p>DF: Secretaria de Defesa Agropecuária, 2006. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/</p><p>pt-br/assuntos/insumos-agropecuarios/insumos-agricolas/fertilizantes/legislacao/in-sda-</p><p>-27-de-05-06-2006-alterada-pela-in-sda-07-de-12-4-16-republicada-em-2-5-16.pdf. Acesso</p><p>em: 6 fev. 2023.</p><p>CLARKSON, D. T., SANDERSON, J. Sites of absortion and translocation of iron in barley roots. Tra-</p><p>cer and microautoradiographic studies. Plant Physiol., Rockville, v. 61, p. 731-736, 1978.</p><p>FERNANDES, M. S.; SOUZA, S. R. de; SANTOS, L. A. Nutrição mineral de plantas. 2. ed. Viçosa:</p><p>Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2018.</p><p>GAHOONIA, T.S.; CLAASSEN, N.; JUNGK, A. Mobilization of phosphate in different soils by ryegrass</p><p>supplied with ammonium or nitrate. Plant and Soil, New York, v. 140, p. 241-248, 1992.</p><p>LINDSAY, W. L.; COX, F. R. Micronutrient soil testing for the tropics. In: VLEK, P. L. G. (ed.). Micronutrients</p><p>in tropical food crop production: developments in plant and soil sciences. Berlin: Springer, 1985.</p><p>v. 14.</p><p>LOPES, A. S. Manual de fertilidade do solo. Trad. e adap. de Alfredo Scheid Lopes. São Paulo:</p><p>ANDA/POTAFOS, 1989.</p><p>JONES JR, J. B. Plant tissue analysis. In: MORTVEDT, J.J. et al. (eds). Micronutrients in Agriculture.</p><p>2nd edition. Madison, WI: Soil Science Society of America, 1991. p. 477-521.</p><p>JOHNSON, J. L. Introductory soil science. New York: Macmilan, 1979.</p><p>KABATA-PENDIAS, A. Trace elements in soils and plants. 3. ed. Boca Raton: CRC Press, 2001.</p><p>KABATA-PENDIAS, A.; PENDIAS, H. Trace elements in soils and plants. Boca Raton: CRC Press,</p><p>1984.</p><p>MARSCHNER, H. Mineral nutrition of higher plants. New York: Academic, 1995.</p><p>PRADO, R. M. Nutrição de plantas. São Paulo: Editora Unesp, 2008.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>1. Opção C.</p><p>A) Falso. É um macronutriente secundário</p><p>B) Falso. É um macronutriente secundário.</p><p>C) Verdadeiro. Possui função estrutural na planta.</p><p>D) Falso. O pH do solo está ligado à neutralização do alumínio trocável.</p><p>E) Falso. É um elemento que é transportado majoritariamente até as raízes via fluxo de massa.</p><p>2. Opção D.</p><p>A) Falso. É um macronutriente secundário.</p><p>B) Falso. Os calcários são importante fonte de cálcio e magnésio.</p><p>C) Falso. As plantas absorvem o enxofre no solo na forma de sulfato.</p><p>D) Verdadeiro. Um dos principais motivos de deficiência de enxofre em cultivos agrícolas é</p><p>a falta de fertilização com esse nutriente.</p><p>E) Falso. Solos com altos teores de matéria orgânica normalmente são ricos em enxofre.</p><p>3. Opção D. Os teores de cálcio, magnésio, ferro e cobre são analisados via espectrofotometria</p><p>de absorção atômica. Os teores de enxofre são determinados via espectrofotometria de</p><p>absorção molecular.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>UNIDADE 3</p><p>MINHAS METAS</p><p>ADUBAÇÃO ORGÂNICA</p><p>Conhecer os tipos de fertilizantes orgânicos.</p><p>Saber das características e do uso agronômico de estercos de origem animal.</p><p>Saber das características e do uso agronômico de plantas de cobertura do solo.</p><p>Entender como ocorre a biociclagem de nutrientes.</p><p>Conhecer a adubação verde.</p><p>Conhecer quais são os possíveis passivos ambientais associados com o uso da adubação</p><p>orgânica.</p><p>Dominar técnicas de compostagem para produção de adubo orgânico de alta qualidade.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 7</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Para acompanhar o aumento da população mundial e do consumismo, houve</p><p>um aumento da industrialização e produção agropecuária, ocorrendo também</p><p>um acréscimo significativo na geração de resíduos. Quando os resíduos são ge-</p><p>ridos, eles podem se tornar subprodutos, ou seja, matérias primas para outros</p><p>segmentos, dentre esses a agricultura.</p><p>Com aumento dos preços dos fertilizantes minerais, uma busca de maior</p><p>sustentabilidade e qualidade do solo, o emprego de adubos orgânico vem des-</p><p>pertando maior interesse dos produtores rurais. Suponhamos que você seja um</p><p>consultor governamental responsável pela difusão da adubação orgânica, e que</p><p>em um determinado dia você receba um produtor rural que está interessado</p><p>em fazer a aplicações de fertilizantes orgânicos nas lavouras de sua propriedade.</p><p>Diante desse contexto, ele o questiona dos principais desafios dessa prática.</p><p>Ouça o podcast e fique por dentro das fontes de adubos e corretivos permitidos</p><p>para o sistema de produção orgânica. Recursos de mídia disponíveis no conteú-</p><p>do digital do ambiente virtual de aprendizagem.</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>Devemos ter ciência de que:</p><p>■ Adubos orgânicos, quando comparados com os minerais, possuem bai-</p><p>xos teores de nutrientes, portanto, em solos com deficiência de nutrientes,</p><p>em que ainda é necessário construir a fertilidade do solo, é preciso que</p><p>produtores injetem muitas toneladas de adubos orgânicos, que, em gran-</p><p>des propriedades, podem inviabilizar a parte operacional.</p><p>■ Falta de mão de obra qualificada. Aumentar o teor de matéria orgânica</p><p>do solo exige muito conhecimento técnico, além da aplicação direta de</p><p>adubos orgânicos, o uso de plantas de cobertura, adubos verdes, rotação</p><p>de culturas, sistemas de integração e plantio sobre a palha são alternativas</p><p>para aumento da matéria orgânica do solo.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>TIPOS DE FERTILIZANTES ORGÂNICOS</p><p>De acordo com a legislação vigente (Decreto nº 8.384, de 29 de dezembro de 2014),</p><p>os fertilizantes orgânicos são definidos como: produto de natureza fundamental-</p><p>mente orgânica, obtido por processo físico, químico, físico-químico ou bioquímico,</p><p>natural ou controlado, a partir de matérias-primas de origem industrial, urbana ou</p><p>rural, vegetal ou animal, enriquecido ou não de nutrientes minerais. Os fertilizantes</p><p>de natureza orgânica podem ser divididos em cinco categorias:</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Lembre-se que os fertilizantes (ou adubos) orgânicos são obtidos de matérias-</p><p>primas de origem animal ou vegetal, sejam elas provenientes do meio rural,</p><p>de áreas urbanas ou ainda da agroindústria. Recorde também a diferenças dos</p><p>adubos orgânicos em relação aos minerais e organominerais assistindo ao vídeo</p><p>Qual a Diferença Entre o Adubo Químico, Orgânico e Organomineral?</p><p>Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de</p><p>aprendizagem.</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>FERTILIZANTE ORGÂNICO SIMPLES</p><p>Produto natural de origem vegetal ou animal, contendo um ou mais nutrientes de plantas.</p><p>FERTILIZANTE ORGÂNICO MISTO</p><p>Produto de natureza orgânica, resultante da mistura de dois ou mais fertilizantes orgâ-</p><p>nicos simples contendo um ou mais nutrientes de plantas.</p><p>FERTILIZANTE ORGÂNICO COMPOSTO</p><p>Produto obtido por processo físico, químico, físico-químico ou bioquímico, natural ou con-</p><p>trolado, a partir de matéria-prima de origem industrial, urbana ou rural, animal ou vegetal,</p><p>isoladas ou misturadas, podendo ser enriquecido de nutrientes minerais, princípio ativo ou</p><p>agente capaz de melhorar suas características físicas, químicas ou biológicas.</p><p>BIOFERTILIZANTE</p><p>Produto que contém princípio ativo ou agente orgânico, isento de substâncias agrotóxicas,</p><p>capaz de atuar, direta ou indiretamente, sobre o todo ou parte das plantas cultivadas, ele-</p><p>vando a sua produtividade, sem ter em conta o seu valor hormonal ou estimulante.</p><p>FERTILIZANTE ORGANOMINERAL</p><p>Produto resultante da mistura física ou combinação de fertilizantes minerais e orgânicos.</p><p>LODO DE ESGOTO</p><p>Fertilizante orgânico composto proveniente do sistema de tratamento de esgotos sani-</p><p>tários, que resulte em produto de utilização segura na agricultura, atendendo aos limites</p><p>estabelecidos para contaminantes.</p><p>VERMICOMPOSTO</p><p>Fertilizante orgânico composto resultante da digestão da matéria orgânica proveniente de</p><p>estercos, restos vegetais e outros resíduos orgânicos por minhocas de diversas espécies.</p><p>COMPOSTO DE LIXO</p><p>Fertilizante orgânico composto obtido pela separação da parte orgânica dos resíduos</p><p>sólidos domiciliares e sua compostagem, resultando em produto de utilização segura</p><p>na agricultura e atendendo aos limites estabelecidos para contaminantes.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>Com base nesses critérios, instrui-se que o produto deva ter na sua rotulagem a</p><p>seguinte classificação:</p><p>CLASSE A</p><p>Fertilizante orgânico que, em sua produção, utiliza matéria-prima de origem vegetal,</p><p>animal ou de processamentos da agroindústria, em que não sejam utilizados no</p><p>processo o sódio (Na+), metais pesados, elementos ou compostos orgânicos sintéticos</p><p>potencialmente tóxicos.</p><p>CLASSE B</p><p>Fertilizante orgânico que, em sua produção, utiliza matéria-prima oriunda de pro-</p><p>cessamento da atividade industrial ou da agroindústria, em que o sódio (Na+), metais</p><p>pesados, elementos ou compostos orgânicos sintéticos potencialmente tóxicos são</p><p>utilizados no processo.</p><p>CLASSE C</p><p>Fertilizante orgânico que, em sua produção, utiliza qualquer quantidade de matéria-prima</p><p>oriunda de lixo domiciliar, resultando em produto de utilização segura na agricultura.</p><p>CLASSE D</p><p>Fertilizante orgânico que, em sua produção, utiliza qualquer quantidade de maté-</p><p>ria-prima oriunda do tratamento de despejos sanitários, resultando em produto de</p><p>utilização segura na agricultura.</p><p>1</p><p>4</p><p>4</p><p>CARACTERÍSTICAS E DO USO AGRONÔMICO DE ESTERCOS</p><p>DE ORIGEM ANIMAL</p><p>Grandes quantidades de estercos são geradas anualmente no Brasil, o país é um</p><p>forte player mundial na produção animal. Para cada quilograma de peso vivo dos</p><p>animais criados, cerca de 4 kg de peso seco de esterco são produzidos (BRADY;</p><p>WEIL, 2016). Geralmente, cerca de 75, 80 e 90 % de nitrogênio, fósforo e potássio</p><p>ingeridos pelos animais terminam em excrementos (BRADY; WEIL, 2016). Os</p><p>estercos animais são ricas fontes de macro e micronutrientes, seu emprego ainda</p><p>melhora as condições físicas e biológicas do solo. No Brasil, as principais fontes de</p><p>estercos utilizadas na agricultura são derivadas da criação de bovinos, aves e suínos.</p><p>Esterco de origem bovina</p><p>O Brasil detém o segundo maior rebanho de bovinos no mundo, de acordo com a</p><p>Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes Brasil (ABIEC, 2023).</p><p>Os bovinos são criados de forma extensiva (ao pasto) ou confinados. A criação de</p><p>bovinos adequada ao pasto, principalmente com a prática de rotacionamento, para</p><p>que os próprios animais espalhem boa parte do esterco que produzem enquanto</p><p>pastam. Nesse tipo de sistema, apenas pequenas quantidades de adubos podem ser</p><p>necessárias para complementar a extração de nutrientes pelos animais. Quando os</p><p>animais estão sob confinamento, os estercos ficam concentrados em áreas menores,</p><p>e o manejo deve ser feito principalmente com uso da compostagem. Quando o</p><p>manejo não é feito, pode haver problemas com patógenos para os animais, e, além</p><p>disso, a água de poços localizados nas proximidades podem sofrer contaminações.</p><p>Esterco de aves e suínos</p><p>O Brasil também é um dos maiores produtores mundiais de proteínas de aves e suí-</p><p>nos, essas atividades são muito importantes para o PIB do país. Nos estercos de aves</p><p>e suínos existe uma concentração de nutrientes maior comparados aos estercos bo-</p><p>vinos, os animais são alimentados com grãos e rações, além disso, muitas das vezes</p><p>recebem suplementos alimentares ricos em fosfatos de cálcio, haja vista que, por serem</p><p>não ruminantes, possuem dificuldades em digerir o ácido fítico que compõe a forma</p><p>de fósforo presentes nos grãos. A criação da maioria das aves e suínos são em sistema</p><p>de confinamento, por isso os resíduos são concentrados em áreas pequenas.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>4</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>Princípios práticos do uso agronômico de estercos</p><p>Para o uso de qualquer resíduo orgânico, é necessário que seja feita uma determi-</p><p>nação dos teores totais de carbono e dos nutrientes minerais, vide a variabilidade</p><p>entre um mesmo tipo material. Por exemplo: para resíduos da produção animal, o</p><p>teor de nutrientes vai depender da qualidade nutricional dos alimentos ingeridos</p><p>por esses animais, de como o esterco foi tratado e das condições que eles foram</p><p>armazenados. Na Tabela 1, consta teores médios de N, P2O5 e K2O estabelecidos</p><p>por alguns autores para esterco de origem bovina, suínas e de aves.</p><p>TIPO DE</p><p>MATERIAL</p><p>C N P2O5 K2O</p><p>RELAÇÃO</p><p>C:N</p><p>GKG-1 +/- GKG-1 +/- GKG-1 +/- GKG-1 +/-</p><p>Cama de</p><p>Frango</p><p>337,5 57,5 33,5 1,5 38,5 0,4 8,8 4,5 10,1</p><p>Cama de</p><p>poedeira</p><p>285,0 15,0 44,4 4,6 21,5 2,5 67,5 22,5 6,4</p><p>Esterco</p><p>bovino</p><p>curtido</p><p>349,8 78,1 44,4 3,5 21,0 8,7 22,4 8,7 21,0</p><p>Esterco</p><p>de porco</p><p>75,5 15,5 8,8 1,8 5,8 1,2 11,1 5,1 8,6</p><p>Tabela 1 – Composição de carbono (C), nitrogênio (N), fósforo na forma de P2O5, potássio na forma de K2O</p><p>e relação C:N de alguns compostos orgânicos.</p><p>Fonte: adaptada de Brady e Weil (2016).</p><p>Como os adubos orgânicos dependem da mineralização para que a maioria dos nu-</p><p>trientes possam ser disponibilizados para a solução do solo e depois para as plantas,</p><p>o tempo de demanda nutricional das plantas é algo que deve ser observado, diferente,</p><p>por exemplo, dos fertilizantes minerais que possuem alta solubilidade. Dentre os</p><p>macronutrientes primários, o N e o P possuem uma liberação lenta para a solução</p><p>do solo, dependente da mineralização, veja o exemplo para alguns materiais para o N</p><p>(Tabela 2). O K é disponibilizado de forma mais rápida, tendo em vista que se trata de</p><p>um nutriente não estrutural, e sua liberação depende apenas do rompimento celular.</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>TIPO DE MATERIAL ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4</p><p>TAXA DE LIBERAÇÃO (%)*</p><p>Cama de Frango 50 15 8 3</p><p>Esterco de gado</p><p>confinado</p><p>35 15 6 2</p><p>Esterco líquido de</p><p>lago de suínos</p><p>45 12 6 2</p><p>*Estes valores são aproximados e talvez precisam ser aumentados para climas quentes</p><p>ou solos arenosos e diminuídos para os climas frios ou secos ou para solos argilosos.</p><p>Tabela 2 – Tempo médio estimado para a mineralização de nitrogênio de alguns compostos orgânicos.</p><p>Fonte: adaptada de Eghball et al. (2002) e Brady e Weil (2016).</p><p>Para utilização na agricultura, é altamente recomendado que, dentre os outros</p><p>materiais orgânicos, os estercos passem pelo processo de compostagem. A</p><p>compostagem consiste na aceleração da biodegradação de resíduos orgânicos,</p><p>em um processo predominantemente aeróbio, ou seja na presença de oxigênio,</p><p>portanto, a porosidade e a umidade do material (que influencia o fluxo de ar)</p><p>são aspectos importantes a serem observados. A compostagem tem uma fase</p><p>termofílica longa (quando o material deve estar em temperatura entre 55 e</p><p>70 °C). As altas temperaturas atingidas na compostagem têm relação direta</p><p>com a viabilidade agronômica da utilização do adubo ou fertilizante orgânico,</p><p>uma vez que são importantes para eliminação de fitopatógenos e de patógenos</p><p>comuns ao homem, além de reduzir a viabilidade de sementes de plantas da-</p><p>ninhas que estejam misturadas ao resíduo orgânico.</p><p>Outro fato que deve ser observado consiste na proporção de uso dos diferentes tipos</p><p>de resíduos que devem formar a leira. A mistura adequada deve fornecer uma relação</p><p>carbono/nitrogênio de aproximadamente 30. Nesse sentido, deve-se combinar resíduos</p><p>ricos em nitrogênio tais como estercos de animais, e ricos em carbono tais como palhadas.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>A duração e a qualidade da compostagem serão determinadas pelas caracterís-</p><p>ticas da matéria-prima e do manejo empregado durante o processo.</p><p>Quer saber quais são os manejos que devem ser adotados no processo de com-</p><p>postagem? Confira o vídeo Compostagem, do canal Epagri</p><p>Vídeos. https://www.</p><p>youtube.com/watch?v=7ju1vwSZr4Y</p><p>EU INDICO</p><p>A Figura 1 demonstra, resumidamente, os materiais e os processos envolvidos</p><p>em um processo de compostagem.</p><p>Figura 1 – Componentes e processos envolvidos no processo de compostagem</p><p>Fonte: adaptada de Rastogi, Nandal e Khosla (2020).</p><p>Descrição da Imagem: diagrama ilustrando o processo de compostagem. No centro, há uma pirâmide marrom</p><p>rotulada como “pilha de adubo”. Setas laranja apontam para a pirâmide, indicando os ingredientes necessários para</p><p>a compostagem: “tamanho da partícula”, “água”, “oxigênio”, “material orgânico”, “água” novamente, e “microrga-</p><p>nismos”. Uma seta azul aponta para cima da pirâmide, marcada como “calor”. Três setas azuis apontam para fora</p><p>da pirâmide, indicando os produtos/resultados do processo de compostagem: “CO²”, “tempo” e “adubo pronto”.</p><p>CALOR</p><p>TAMANHO DA PARTÍCULA�</p><p>ÁGUA</p><p>OXIGÊNIO</p><p>MATERIAL ORGÂNICO</p><p>ÁGUA E MICRORGANISMOS</p><p>CO2</p><p>TEMPO</p><p>ADUBO PRONTO</p><p>Pilha</p><p>de</p><p>Adubo</p><p>1</p><p>4</p><p>8</p><p>CARACTERÍSTICAS DO USO AGRONÔMICO DE PLANTAS DE</p><p>COBERTURA DO SOLO</p><p>Não deve ser novidade para você que deixar o solo descoberto é desvantajoso</p><p>financeiramente e também para a preservação do meio ambiente. As plantas de</p><p>cobertura têm a finalidade de manter a cobertura do solo, quando o solo não se</p><p>encontra temporariamente ocupado por uma cultura de interesse econômico,</p><p>ou para cobrir as entrelinhas de culturas perenes.</p><p>O uso de plantas de cobertura é visto com certa restrição pelos agricultores, já</p><p>que não resulta em retorno financeiro direto e imediato, no entanto, os reflexos e</p><p>entraves dos sistemas de produção atuais, baseados em sucessão de cultivos (ex.:</p><p>soja/milho), indicam, de forma clara, o papel dessas espécies na diversificação e</p><p>viabilidade dos agroecossistemas.</p><p>As plantas de cobertura proporcionam o aumento dos índices produtivos de</p><p>culturas agrícolas, por meio da melhora da qualidade do solo (química, física</p><p>e biológica), e do benefício para o manejo fitossanitário. Como isso ocorre?</p><p>Confira a seguir:</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>4</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>REDUÇÃO DA EROSÃO</p><p>As plantas vivas e/ou sua palha são uma camada protetora contra o impacto da gota</p><p>de água e funcionam como uma barreira para enxurrada. Além disso, as raízes das</p><p>plantas de cobertura favorecem a infiltração da água do solo.</p><p>AUMENTO DA POPULAÇÃO E DIVERSIDADE DA FAUNA DO SOLO</p><p>A fauna que habita na superfície e nas camadas inferiores do solo encontra abrigo e</p><p>alimento nas plantas de cobertura. Por qual motivo isso é favorável para as plantas de</p><p>interesse agrícola? Muitas espécies favorecem a absorção de nutrientes das plantas,</p><p>sintetizam compostos orgânicos que são promotoras do crescimento das plantas e,</p><p>além disso, muitas espécies podem minimizar problemas com pragas e doenças.</p><p>AUMENTA O TEOR DE MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO</p><p>As plantas de cobertura fornecem constante substrato para a formação da matéria or-</p><p>gânica do solo. A matéria orgânica do solo tem papel central no aumento da qualidade</p><p>do solo por melhorar os aspectos químicos, físicos e biológicos do solo.</p><p>REGULAÇÃO TÉRMICA E DA UMIDADE NO SOLO</p><p>O aumento da cobertura do solo minimiza o atingimento de raios solares sobre a</p><p>superfície do solo. Com isso, o uso das plantas de cobertura também ajuda a evitar a</p><p>elevação da temperatura e reduz a evaporação da água do solo.</p><p>MELHORIA DA ESTRUTURA FÍSICA DO SOLO</p><p>A maioria das plantas de cobertura possuem raízes vigorosas e profundas que podem</p><p>conferir maior agregação do solo. Além disso, pode haver redução da compactação</p><p>do solo no momento de tráfego de máquinas e animais, tendo em vista que a camada</p><p>viva ou de palha atenua a pressão superficial do solo.</p><p>TITULO</p><p>A palha funciona como uma camada impeditiva para germinação de plantas espon-</p><p>tâneas. Atrelado a isso, no processo de decomposição da palha, são liberados alguns</p><p>compostos orgânicos com potencial de inibir a germinação das sementes ou o desen-</p><p>volvimento das espécies de plantas daninhas.</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>DIMINUI A INCIDÊNCIA DE FITONEMATOIDES</p><p>O uso de plantas de cobertura também pode reduzir a densidade populacional de</p><p>fitonematoides, sendo essa redução variável de acordo com a espécie da planta de</p><p>cobertura e fitonematoide presente na área. Por esse motivo é importante identificar</p><p>os fitonematoides presentes na área em laboratório para escolha da espécie de planta</p><p>de cobertura.</p><p>BIOCICLAGEM DE NUTRIENTES</p><p>As entradas de nutrientes para as plantas na biosfera ocorrem principalmente pela</p><p>litosfera (exceto o nitrogênio). Naturalmente pelo intemperismo ou artificialmente</p><p>pela moagem de rochas específicas para a produção de fertilizantes minerais.</p><p>Em um sistema natural, como em uma floresta preservada, a ciclagem dos nu-</p><p>trientes não sofre alterações e é denominado equilíbrio dinâmico. Por outro lado, nos</p><p>agrossistemas ocorre um desequilíbrio na ciclagem de nutrientes pelo fato das extrações</p><p>pelas plantas com exportação “porteira a fora” e as perdas, por exemplo, por erosão e</p><p>lixiviação são maiores do que as entradas de nutrientes oriundos da decomposição</p><p>da matéria orgânica do solo e do processo de intemperismo de minerais secundários.</p><p>Em agrossistema, para compensar o desequilíbrio de nutrientes, o agricultor</p><p>complementa usando fertilizantes visando a nutrição das plantas cultivadas. Para</p><p>diminuir a excessiva dependência dos insumos e evitar perdas de matéria orgâni-</p><p>ca do solo, há uma maior busca por sistemas que propõem maior biodiversidade</p><p>e que tentam ao máximo se aproximar aos ecossistemas naturais.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Você sabe dar exemplos de sistemas que estão sendo cada vez mais usados</p><p>dentre outros motivos para diminuir a excessiva dependência desses insumos?</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>Sistemas agroflorestais, agrossilvipastoris, diversificação, rotação de culturas,</p><p>cultivo mínimo e plantio direto.</p><p>ADUBAÇÃO VERDE</p><p>A adubação verde consiste em uma prática de usar determinadas plantas capazes</p><p>de absorver nutrientes em camadas profundas do solo, deixando novamente dis-</p><p>poníveis para as plantas e/ou com a capacidade de fixar nitrogênio atmosférico.</p><p>As plantas usadas na adubação verde, portanto, aumentam a fertilidade do</p><p>solo . Como já foi discutido anteriormente, o uso de adubos orgânicos em gran-</p><p>des propriedades com solos de baixa fertilidade podem gerar gargalos opera-</p><p>cionais, devido ao fato desses materiais terem baixa quantidade de nutrientes,</p><p>demandando, assim, grandes volumes, como alter-</p><p>nativa, o produtor pode usar plantas consideradas</p><p>como adubos verdes para contornar esse passível.</p><p>Portanto, aumentam</p><p>a fertilidade do solo</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>As espécies utilizadas na adubação verde e culturas de coberturas (tema já discu-</p><p>tido) podem ser as mesmas, portanto, os benefícios mencionados anteriormente</p><p>se estendem para o que chamamos de adubação verde.</p><p>Então, qual é a diferença da prática de adubação verde e plantas de cobertura?</p><p>O que muda é apenas o manejo e o objetivo da prática. Enquanto na prática de</p><p>cultura de cobertura deixamos a palhada da planta sobre o solo, na adubação</p><p>verde há o revolvimento dos resíduos a fim de acelerar a ciclagem e, consequen-</p><p>temente, o fornecimento dos nutrientes.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Você sabe qual é o principal cuidado que se deve ter no manejo de adubos verdes</p><p>e plantas de cobertura?</p><p>Os produtores devem se atentar ao corte das plantas, já que o corte tardio permite</p><p>que as espécies introduzidas produzam sementes que serão liberadas no solo.</p><p>Essas sementes vão germinar durante sua safra, se transformando em plantas</p><p>daninhas na sua lavoura. Assim, ao invés de melhorar a rentabilidade da pro-</p><p>priedade, prejudicaremos ainda mais, por isso, ter um bom manejo de plantas</p><p>daninhas para esse sistema, é crucial no resultado final.</p><p>POSSÍVEIS PASSIVOS AMBIENTAIS ASSOCIADOS COM O USO</p><p>DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA</p><p>A adubação orgânica é uma prática altamente recomendada na agricultura, com</p><p>benefícios já explicados neste tema. Há poucos riscos de ocorrer passivos am-</p><p>bientais com a adubação</p><p>orgânica, para que isso ocorra, deve haver o mau uso da</p><p>prática, principalmente se houver excesso no emprego desse tipo de fertilizante.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>Os maiores riscos ocorrem quando os resíduos orgânicos são aplicados em</p><p>pequenos espaços de forma contínua, como forma de eliminação do excesso de</p><p>produção de materiais orgânicos, sem levar em consideração as necessidades</p><p>nutricionais das plantas cultivadas. Os riscos de possíveis contaminações são</p><p>em decorrência de:</p><p>■ Contaminação da água com nitrogênio e fósforo: assim como ocorre</p><p>para os fertilizantes minerais, deve-se ter cuidado com os processos de</p><p>lixiviação e erosão, para que não haja contaminação da água com esses</p><p>elementos químicos, pois eles trazem problemas para ecologia (eutrofi-</p><p>zação) e riscos para o consumo humano.</p><p>■ Risco de contaminação do solo e da água com metais pesados: assim</p><p>como alguns fertilizantes minerais, alguns adubos orgânicos podem con-</p><p>ter metais pesados em sua composição e merecem monitoramento de</p><p>doses e frequências de aplicação. Destacam entre esses, lodos de trata-</p><p>mento biológico, compostos de lixo urbano e diferentes tipos de resíduos</p><p>industriais. Sobretudo, para o uso desses tipos de adubos, é necessário que</p><p>se proceda análise química e verifique os limites estabelecidos da norma</p><p>vigente do Ministério da Agricultura e Pecuária (Tabela 3).</p><p>CONTAMINANTE VALOR MÁXIMO ADMITIDO (MG/KG)</p><p>Arsênio 20,00</p><p>Cádmio 3,00</p><p>Chumbo 150,00</p><p>Cromo hexavalente 2,00</p><p>Mercúrio 1,00</p><p>Níquel 70,00</p><p>Selênio 80,00</p><p>Tabela 3 – Limites máximos de contaminantes admitidos em fertilizantes orgânicos</p><p>Fonte: adaptada de Brasil (2006).</p><p>1</p><p>5</p><p>4</p><p>CONTAMINANTE VALOR MÁXIMO ADMITIDO</p><p>Coliformes termotolerantes – número</p><p>mais provável por grama de matéria</p><p>seca (NMP/g de MS)</p><p>1.000,00</p><p>Ovos viáveis de helmintos – número</p><p>por quatro gramas de sólidos totais (nº</p><p>em 4 g ST)</p><p>1,00</p><p>Salmonella sp Ausência em 10 g de matéria seca</p><p>Tabela 4 – Limites máximos de contaminantes admitidos em fertilizantes orgânicos</p><p>Fonte: adaptada de Brasil (2006).</p><p>Gostou do que viu até aqui? Preparamos uma videoaula para você!</p><p>Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de</p><p>aprendizagem.</p><p>EM FOCO</p><p>■ Risco biológico: existe risco de contaminação do solo, água e alimento</p><p>de agentes infecciosos nos resíduos utilizados para a produção do adubo</p><p>orgânico. Para tanto, o uso de materiais compostados garantem maior</p><p>segurança, por motivos já discutidos neste tema. O Ministério da Agri-</p><p>cultura e Pecuária também estabelece limites para a presença de conta-</p><p>minantes biológicos em adubos orgânicos.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>A sustentabilidade do uso dos solos tropicais passa, necessariamente, pela adoção</p><p>de tecnologias que protegem o solo e minimizam a perda de nutrientes por lixivia-</p><p>ção, o que inclui a adubação verde e o plantio direto na palha. Atrelado a isso, o uso</p><p>de fertilizantes orgânicos apresenta, dentre outras vantagens, a disponibilização dos</p><p>nutrientes de forma mais lenta e gradual. Muitos fertilizantes minerais precisam</p><p>empregar tecnologias, que oneram os produtos para ter um efeito semelhante.</p><p>A cada dia que passa, vai caindo por terra a crença de que, para alcançar</p><p>produção e produtividade sustentáveis, basta recorrer ao emprego de insumos</p><p>que levou a uma forte dependência de fertilizantes minerais e defensivos quími-</p><p>cos. Espero que você possa difundir que a adoção de práticas conservacionistas,</p><p>como a adubação orgânica, é vantajosa para a produtividade e sustentabilidade</p><p>a médio e longo prazo.</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>1. Fertilizantes (ou adubos) orgânicos são obtidos de matérias-primas de origem animal ou</p><p>vegetal, sejam elas provenientes do meio rural, de áreas urbanas ou ainda da agroindústria.</p><p>São exemplos de fertilizantes orgânicos:</p><p>a) Vinhaça, termofosfato e cama de frango.</p><p>b) Farinha de ossos, vinhaça e lodo de abatedouro.</p><p>c) Superfosfato simples, cama de frango e esterco bovino.</p><p>d) Cama de frango, resíduo de poda e ureia.</p><p>e) Torta de filtro, termofosfato e lodo de abatedouro.</p><p>2. Para facilitar o uso e a comercialização de fertilizantes orgânicos, estes são divididos em</p><p>classes.</p><p>Assinale a alternativa que demonstra uma correta classificação e especificidade.</p><p>a) Fertilizante orgânico simples, produto de natureza orgânica, resultante da mistura de</p><p>dois ou mais fertilizantes orgânicos simples, contendo um ou mais nutrientes de plantas.</p><p>b) Fertilizante organomineral, produto resultante da mistura física ou combinação de</p><p>fertilizantes minerais e orgânicos.</p><p>c) Fertilizante orgânico misto, produto natural de origem vegetal ou animal, contendo um</p><p>ou mais nutrientes de plantas.</p><p>d) Biofertilizantes, composto resultante da digestão da matéria orgânica proveniente de</p><p>estercos, restos vegetais e outros resíduos orgânicos por minhocas de diversas espécies.</p><p>e) Vermicomposto, composto orgânico com propriedades hormonais e/ou estimulantes</p><p>para as plantas.</p><p>3. A agricultura orgânica está baseada na produção de alimentos e seus derivados sem a</p><p>adição de:</p><p>Assinale a alternativa que melhor completa a afirmação anterior.</p><p>a) Produtos para correção de pH como calcários, independentemente da dose.</p><p>b) Alguns fertilizantes com micronutrientes de fontes minerais.</p><p>c) Fertilizantes que passaram por processos químicos para aumentar a solubilidade.</p><p>d) Fertilizantes que passaram por processos térmicos para aumentar a solubilidade.</p><p>e) Fertilizantes que propiciam efeito hormonal nas plantas, desde que sejam de origem</p><p>orgânica.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ABIEC – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS EXPORTADORAS DE CARNE. Beef Report</p><p>2023: perfil da pecuária no Brasil 2023. Brasília, DF: ABIEC, 2023. Disponível em: https://www.</p><p>abiec.com.br/publicacoes/beef-report-2023-capitulo-04/. Acesso em: 26 fev. 2024.</p><p>BRADY, N. C.; WEIL, R. R. Nature and properties of soils. 15th ed. Columbus: Pearson, 2016.</p><p>BRASIL. Decreto nº 8 384, de 29 de dezembro de 2014. Altera o Anexo ao Decreto nº 4.954,</p><p>de 14 de janeiro de 2004, que aprova o Regulamento da Lei nº 6.894, de 16 de dezembro de</p><p>1980, que dispõe sobre a inspeção e fiscalização da produção e do comércio de fertilizantes,</p><p>corretivos, inoculantes ou biofertilizantes destinados à agricultura. Brasília, DF: Presidência da</p><p>Reopública, 2014. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/</p><p>decreto/D8384.htm. Acesso em: 26 fev. 2024.</p><p>BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa SDA nº 27,</p><p>de 5 de junho de 2006. Dispõe sobre fertilizantes, corretivos, inoculantes e biofertilizantes para</p><p>serem produzidos, importados e comercializados, deverão atender aos limites estabelecidos</p><p>no que se refere às concentrações máximas admitidas para agentes fitotóxicos, patogênicos ao</p><p>homem, animais e plantas, metais pesados tóxicos, pragas e ervas daninhas. Brasília, DF: MAPA,</p><p>2006.</p><p>EGHBALL, B. et al. Mineralization of manure nutrients. Journal of Soil and Water Conservation,</p><p>Ankeny, v. 57, n. 6, p. 470-473, 2002.</p><p>RASTOGI, M.; NANDAL, M.; KHOSLA, B. Microbes as vital additives for solid waste composting.</p><p>Heliyon, [s. l.], v. 6, n. 2, p. 1-11, 2020.</p><p>1</p><p>5</p><p>8</p><p>1. Opção B. A- Falsa. Termofosfato é oriundo da moagem de rochas. B- Verdadeira. C- Falsa.</p><p>Superfosfato simples é oriundo da moagem de rochas. D- Falsa. Ureia é oriunda de processos</p><p>industriais. E- Falsa. Termofosfato é oriundo da moagem de rochas.</p><p>2. Opção B. A- Falsa. O fertilizante orgânico simples não é resultante da mistura de dois ou mais</p><p>fertilizantes orgânicos simples. B- Verdadeira. C- Falsa. O fertilizante orgânico composto é</p><p>resultante da mistura de dois ou mais fertilizantes orgânicos simples. D- Falsa. O fertilizante</p><p>orgânico especificado trata-se do vermicomposto. E- Falsa. O fertilizante orgânico especi-</p><p>ficado trata-se do biofertilizante.</p><p>3. Opção A. A- Verdadeira. O uso de calcários em doses limites são permitidos na agricultura</p><p>orgânica. B- Verdadeira. É permitido alguns fertilizantes</p><p>com micronutrientes de fontes</p><p>minerais. C- Falsa. Não é permitido o uso de fertilizantes que sofreram processos químicos</p><p>para aumento da solubilidade. D-Verdadeira. É permitido o uso de fertilizantes que passaram</p><p>por processos térmicos para aumentar a solubilidade. E- Verdadeira. É permitido o uso de</p><p>fertilizantes que propiciam efeito hormonal nas plantas, desde que sejam de origem orgânica.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>5</p><p>9</p><p>MINHAS METAS</p><p>USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES</p><p>E OUTROS INSUMOS</p><p>Entender como algumas medidas tomadas antes e durante a fertilização do solo surtem</p><p>efeitos na disponibilidade de nutrientes para as plantas.</p><p>Entender como os diversos manejos influenciam a disponibilidade de nutrientes para as plantas.</p><p>Entender como o gesso agrícola pode aumentar a exploração radicular aumentando a efi-</p><p>ciência na absorção de nutrientes.</p><p>Analisar a poluição gerada pela falta de eficiência na adubação em sistemas aquáticos e do solo.</p><p>Avaliar os impactos ambientais decorrentes do uso excessivo de fertilizantes.</p><p>Investigar os efeitos da aplicação de técnicas de compostagem.</p><p>Analisar os efeitos da rotação de culturas.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 8</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Em umas de suas consultorias, você se depara com a seguinte situação: o produtor</p><p>rural realizou a adubação precedida de análise de solo e com orientação técnica, no</p><p>entanto, você se depara com plantas apresentando sintoma visuais de deficiência</p><p>nutricional, problema que posteriormente foi confirmado por você por meio de</p><p>uma interpretação análise foliar. Quais são os motivos que levaram a essa situação?</p><p>Diante da situação colocada no início da discussão, torna-se importante</p><p>que você seja um profissional cauteloso para que não emita diagnósticos er-</p><p>rados. Assim como na medicina, sem um diagnóstico correto, não é possível</p><p>tratar uma causa problema, portanto, é preciso que você tenha uma visão ho-</p><p>lística de uma causa problema.</p><p>Quer saber do que se trata, e qual é a importância da visão holística no manejo</p><p>de nutrientes no solo? Confira nosso podcast. Recursos de mídia disponíveis no</p><p>conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>Depois de escutar o podcast, acredito que tenha percebido que não basta que o</p><p>nutriente esteja disponível na solução do solo por meio de uma adubação, há outros</p><p>fatores no solo que vão afetar a disponibilidade de elementos químicos para as</p><p>plantas. Ou seja, um determinado manejo de solo é indissociável, ele influenciará</p><p>(de forma positiva ou negativa) em muitas outras esferas dentro do agrossistema.</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Falando dos recursos naturais, além dos nutrientes, a planta precisa de água,</p><p>luz, oxigênio e gás carbônico, na ausência de qualquer um desses recursos, a</p><p>planta não irá absorver os nutrientes em sua plenitude, mesmo que estes estejam</p><p>disponíveis na solução do solo.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>MEDIDAS QUE DEVEM SER TOMADAS ANTES E DURANTE A</p><p>FERTILIZAÇÃO DO SOLO</p><p>O uso eficiente de nutrientes do solo, passa pelo planejamento e execução da</p><p>adubação, seja ela química ou orgânica. Para esse intuito, é preciso utilizar a dose</p><p>certa, a fonte certa, no local certo e na hora certa, ao executar isso, é feito o</p><p>Manejo 4C. Os princípios dessas práticas serão discutidos a seguir:</p><p>Dose certa</p><p>Esta etapa deve ser planejada, na premissa de ajustar a quantidade de fertilizante a</p><p>ser aplicado de acordo com o nível de produtividade e qualidade desejado, levando</p><p>em conta os teores de nutrientes que estão disponíveis no solo e nos resíduos orgâ-</p><p>nicos que estão em decomposição no solo (caso haja). Lembre-se que fertilizantes</p><p>em excesso resultam em desequilíbrio nutricional, redução da atividade biológica</p><p>do solo, ineficiência fisiológica da planta e possíveis perdas de nutrientes para o</p><p>ambiente. Fertilizantes em falta resultam, também, em desequilíbrio nutricional,</p><p>ineficiência fisiológica da planta e degradação do solo, acarretando em uma pro-</p><p>dutividade menor e perda da qualidade dos produtos agrícolas.</p><p>Para conseguir estabelecer doses assertivas, é preciso realizar análise de solo</p><p>(desejável que seja química, física e biológica), monitorar o balanço da exportação</p><p>de nutrientes com as colheitas, com as quantidades que retornam ao solo por meio</p><p>dos resíduos culturais e, além disso, acompanhar o status nutricional das plantas</p><p>e atentar aos manejos que são adotados na área afim de estabelecer correlações.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Fonte certa</p><p>O objetivo é direcionar o material correto para fornecer o nutriente selecionado.</p><p>Para isso, é preciso verificar qual ou quais formas químicas são disponibilizadas,</p><p>velocidade de disponibilização para as plantas, reação no solo (efeito no pH, sa-</p><p>linização, elementos químicos ou biológicos indesejáveis) e se há aporte de um</p><p>outro nutriente que poderá beneficiar o sistema.</p><p>Hora certa</p><p>É preciso sincronizar o fornecimento e a disponibilização dos nutrientes com a</p><p>demanda das plantas. Conhecer a demanda de cada nutriente na fase fenológica</p><p>das culturas é importante para definir prioridades e ter em mente quais são os</p><p>momentos críticos e qual é a hora certa para disponibilização dos nutrientes. Tal</p><p>informação é importante, também, para decidir qual a fonte certa, tendo em vista</p><p>que temos materiais com as propriedades de disponibilização de nutrientes para</p><p>as plantas diferentes (mais lenta ou mais rápido).</p><p>Local certo</p><p>Para que atinja eficiência, é preciso colocar os nutrientes onde eles serão mais</p><p>aproveitados pelas plantas, levando também em conta os custos operacionais</p><p>para isso. A ciência desses princípios permite a tomada de decisão na forma</p><p>de aplicação do fertilizante, que poderá ser a lanço, localizado, em superfície,</p><p>incorporado ou, ainda, via foliar. Cada forma tem sua aplicabilidade baseada</p><p>na dinâmica de cada nutriente a ser aplicado, no material a ser aplicado e nos</p><p>recursos disponíveis para a aplicação dos insumos.</p><p>MANEJOS E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES PARA AS</p><p>PLANTAS</p><p>O manejo também é uma forma de aumentar a eficiência de absorção de nu-</p><p>trientes pelas plantas.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>A resposta está nas condições da planta e solo:</p><p>Fator planta</p><p>Uma saída racional para aumentar a eficiência do uso de fertilizantes é “adaptar</p><p>ao máximo a planta ao solo” a partir do uso de culturas/cultivares que sejam efi-</p><p>cientes no processo de formação de colheita “fazendo mais com menos”. Como a</p><p>absorção, o transporte e a redistribuição de nutrientes apresentam controle gené-</p><p>tico, existe a possibilidade de melhorar e, ou, selecionar cultivares mais eficientes</p><p>quanto ao uso de nutrientes, portanto, para que a planta apresente alta eficiência</p><p>de uso dos nutrientes, é preciso otimizar diversos processos fisiológicos e bioquí-</p><p>micos para formação da colheita (GABELMAN; GERLOFF, 1983). Neste sentido,</p><p>os possíveis mecanismos de controle das necessidades nutricionais das plantas</p><p>abrangem a aquisição dos nutrientes do ambiente (solo ou solução nutritiva),</p><p>sua movimentação por meio das raízes e liberação no xilema, sua distribuição</p><p>nos órgãos e utilização no metabolismo e crescimento (MARSCHNER, 1995).</p><p>Desse modo, pode existir uma cultura com mesma exigência nutricional, entre-</p><p>tanto, agronomicamente mais eficiente. Nesse sentido, um determinado híbrido</p><p>de tomate A pode acumular a mesma quantidade de cálcio, por exemplo, que</p><p>um híbrido B, porém, o híbrido B usa o cálcio para maior produção de frutos,</p><p>comparado ao híbrido A que prioriza maior produção de órgãos vegetativos.</p><p>Fator solo</p><p>No solo, uma série de fatores vão regular a disponibilidade de nutrientes para as</p><p>plantas, como: pH, umidade, disponibilidade de oxigênio, restrições físicas ao</p><p>crescimento de raízes, salinidade, interação entre elementos químicos no solo,</p><p>atividade biológica do solo e temperatura do solo.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Quais são as saídas para que o agricultor possa utilizar os fertilizantes de forma</p><p>mais eficiente?</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>D</p><p>is</p><p>po</p><p>n</p><p>ib</p><p>ili</p><p>da</p><p>de</p><p>5,0 6,0 6,5 7,0 7,5</p><p>pH</p><p>AI</p><p>K, Ca, Mg</p><p>Mo, CI</p><p>N, S, B</p><p>P</p><p>Fe, Cu, Mn, Zn</p><p>Figura 1 – Relação entre o valor pH do solo e a disponibilidade de nutrientes e alumínio trocável.</p><p>Fonte: adaptada de Malavolta (1989).</p><p>Descrição da Imagem: a imagem apresenta um gráfico de eixo X e Y. No eixo X, é representado um incremento</p><p>de pH na faixa de 5 até 7,5. No eixo Y, é representado a disponibilidade dos nutrientes para as plantas. O Fe, Cu,</p><p>Mn e Zn têm a disponibilidade máxima no pH 5, e vão reduzindo gradativamente até o pH de 7,5. Mo e Cl possuem</p><p>um incremento de disponibilidade com elevação do pH. O P tem incremento com aumento do pH com um platô no</p><p>pH próximo a 7, com um pequeno decaimento após essa faixa. O N, S, B, K, Ca e Mg têm leves incrementos com</p><p>aumento do pH com um platô no pH 7. O Al trocável tem alta disponibilidade em pH mais baixos, e é reduzido</p><p>drasticamente com elevação do pH.</p><p>pH do solo</p><p>É a medida da concentração de íons hidrogênio na solução do solo. Assim, em</p><p>solos com pH excessivamente ácido, ocorre diminuição na disponibilidade de</p><p>nutrientes como fósforo, cálcio, magnésio, potássio e molibdênio e aumento da</p><p>solubilização de íons como zinco, cobre, ferro, manganês e alumínio, sendo que</p><p>este último elemento pode atingir níveis tóxicos para as plantas. Nos valores pH</p><p>(em água) na faixa de 5,5 a 6,5, a disponibilidade de alguns nutrientes é máxima</p><p>(macronutrientes) e não limitante para outros (micronutrientes) (Figura 1).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>Trazendo a discussão de pH e disponibilidade de nutrientes, você acredita que a</p><p>calagem realizada de forma adequada possuí efeito complementar na adubação,</p><p>aumentando, assim, a produtividade e qualidade das plantas?</p><p>A calagem tem a capacidade de aumentar o pH do solo, quando feita de forma ade-</p><p>quada, o pH ficará em uma faixa de 5,5 e 6,5; e, como foi visto na Figura 1, haverá um</p><p>equilíbrio da máxima disponibilidade dos nutrientes que já estavam presentes no solo</p><p>e aqueles que foram aplicados durante a fertilização. Além disso, a calagem favorece</p><p>o desenvolvimento das raízes, resultante do efeito de correção do alumínio trocável</p><p>e o fornecimento de cálcio e magnésio. Quanto mais raízes maiores serão a utilização</p><p>dos nutrientes do solo e dos adubos pelas plantas. “Estudo da Embrapa aponta que,</p><p>em solos ácidos, plantas absorvem apenas 27% dos elementos que integram o adubo.</p><p>No pH 6,5, o aproveitamento alcança 93,9%” (SEM CALCÁRIO, 2017, on-line).</p><p>PENSANDO JUNTOS</p><p>Umidade do solo</p><p>A água é o veículo da entrada dos nutrientes nas plantas. A disponibilidade de</p><p>água no solo também afeta grandemente o transporte de nutrientes, seja por</p><p>fluxo de massa ou difusão. Com isso, é possível afirmar que a baixa umidade do</p><p>solo afeta a aquisição de nutrientes pelas raízes e, por essa razão, os sintomas de</p><p>deficiência nutricional são mais comuns nos períodos secos do ano, em sistemas</p><p>não irrigados mesmo em lavouras adubadas, e que os sintomas desaparecem</p><p>durante os períodos chuvosos.</p><p>Disponibilidade de oxigênio no solo</p><p>Não é só a falta de água no solo que compromete a dinâmica de absorção de nu-</p><p>trientes para as plantas, o seu excesso diminuí a concentração de oxigênio nos poros</p><p>do solo que afeta, dentre outras coisas, a absorção de nutrientes para as plantas. Em</p><p>solos alagados, os microrganismos passam a utilizar compostos oxidados do solo</p><p>como receptores de elétrons, em reações de reduções aumentando a disponibili-</p><p>dade de ferro (Fe) e manganês (Mn) na solução do solo. O fósforo que fica retido</p><p>principalmente nos óxidos de ferro tem sua disponibilidade aumentada na solução</p><p>do solo, à medida que os óxidos de ferro sofrem redução. O cálcio (Ca), magnésio</p><p>(Mg) e potássio (K), embora não sofram influência direta da falta de oxigênio no</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>solo, apresentam sua disponibilidade aumentada na solução do solo por ocasião</p><p>do aumento da disponibilidade de Fe e Mn e, com isso, deslocam o Ca, Mg e K da</p><p>CTC do solo, vide que todos esses elementos químicos são cátions.</p><p>Vale lembrar que o efeito do tempo da falta de oxigênio no solo deve ser</p><p>considerado, ou seja, um alagamento de poucas horas não exercerá efeito na</p><p>dinâmica de nutrientes no solo.</p><p>Restrições físicas do solo ao crescimento de raízes</p><p>As menores respostas à adubação observadas em solos intensificamente cul-</p><p>tivados, principalmente de forma mecanizada, são resultantes, em parte, pela</p><p>degradação das propriedades físicas, levando ao aumento da densidade e restri-</p><p>ção mecânica a penetração de raízes, como consequência, temos duas situações:</p><p>■ Retenção com maior energia pelo solo de nutrientes com menores coe-</p><p>ficientes de difusão como fósforo e zinco. Com a compactação, aumenta</p><p>a participação de microporos e a interação desses elementos com os co-</p><p>loides ao longo de sua trajetória de difusão, fazendo com que o íon tenha</p><p>de se difundir cada vez mais próximo de superfícies adsorventes que os</p><p>retêm. Para que o íon continue chegando até às raízes, doses cada vez</p><p>maiores terão de ser aplicadas, com vistas em aumentar a saturação nessas</p><p>superfícies adsorventes pelo elemento e em manter o fluxo difusivo em</p><p>níveis pelo menos razoáveis, em termos de demanda da planta.</p><p>■ Como a degradação física aumenta a resistência a penetração de raízes,</p><p>quanto menor o volume explorado pelas raízes menor será a utilização</p><p>dos nutrientes do solo e dos adubos pelas plantas.</p><p>Salinidade do solo</p><p>No Brasil, uma maior importância com relação a esse assunto é dada à região semiárida,</p><p>onde a evapotranspiração supera a precipitação e, por consequência, reduz a percolação</p><p>da água por meio do perfil do solo, consequentemente, a lixiviação dos sais do solo. A</p><p>influência da salinidade no solo não se limita a disponibilidade de nutrientes, mas tam-</p><p>bém afeta fortemente os aspectos físicos do solo e a fisiologia das plantas, no entanto, o</p><p>foco da discussão será dado na dinâmica de nutrientes no solo. Antes de seguir com a</p><p>discussão, é preciso saber as diferentes classificações dos solos afetados pela salinização.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>Quanto aos efeitos dos solos afetados por sais, os efeitos são indiretos para ab-</p><p>sorção de nutrientes devido ao fato dessas condições resultarem na redução do</p><p>crescimento radicular, por causa do comprometimento da estrutura física do</p><p>solo, sobretudo nos solos sódicos e salinos sódicos, que apresentam maior con-</p><p>centração de sódio trocável. Quanto aos efeitos diretos:</p><p>■ Efeito do pH na disponibilidade de nutrientes, principalmente em solos</p><p>sódicos e salinos sódicos que possuem maior elevação de pH (para ve-</p><p>rificar quais nutrientes têm sua disponibilidade afetada ver a Figura 1).</p><p>■ Efeitos na absorção de nutrientes para as plantas, devido aos problemas</p><p>osmóticos que levam uma menor absorção de água e, consequentemente,</p><p>de nutrientes, sobretudo para solos salinos e salinos-sódicos que apresen-</p><p>tam maior condutividade elétrica.</p><p>■ A absorção de nutrientes alcalinos, em solos sódicos e salinos-sódicos, a</p><p>maior concentração de sódio trocável causa queda na disponibilidade de</p><p>nutrientes com íons alcalinos, principalmente cálcio, magnésio e potássio.</p><p>Interação entre elementos químicos no solo</p><p>A disponibilidade dos nutrientes do solo pode ser afetada de duas formas:</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Qual a diferença entre solos salinos, salino-sódicos e sódicos?</p><p>A classificação dos solos afetados por sais é baseada no pH, condutividade elétrica</p><p>do extrato de saturação (CEe) e percentagem de sódio trocável (PST):</p><p>• O solo é considerado salino quando tem pH menor que 8,5; CEe maior que 4</p><p>dS/m a 25 °C e PST menor que 15;</p><p>• Salino-sódico quando tem o pH menor que 8,5; CEe maior que 4 dS/m a 25</p><p>°C e PST maior que 15;</p><p>• Sódico quando tem pH maior que 8,5; CEe menor que 4 dS/m a 25 °C e PST</p><p>maior que 15.</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>■ Por reações que podem ocorrer no solo devido a manejos inadequados,</p><p>como, por exemplo, aplicar corretivos de acidez (como calcários) no mes-</p><p>mo momento que adubação fosfatada. Nesse</p><p>caso, ocorrerá indisponi-</p><p>bilização de cálcio e fósforo pela formação de fosfato de cálcio, que é de</p><p>baixa solubilidade.</p><p>■ Balanço de nutrientes no solo. Íons com propriedades semelhantes, valência e</p><p>raio iônico, provavelmente compartilham o mesmo transportador nas raízes</p><p>das plantas, portanto, a concentração dos íons na solução pode influenciar</p><p>em efeitos antagônicos para determinados íons, ou ter efeitos sinérgicos, que</p><p>consistem em efeito positivo na absorção de íons específicos.</p><p>Quer saber quais são os grupos de nutrientes que geram efeito de sinergia ou</p><p>antagonismo? Então confira o artigo “Interação iônicas e seus efeitos na nutrição</p><p>das plantas”. http://www.ipni.net/publication/ia-brasil.nsf/0/8C2796BCB76E-</p><p>0F9B83257E20006560E2/%24FILE/Page10-16-149.pdf</p><p>EU INDICO</p><p>Atividade biológica do solo</p><p>A fertilidade do solo e, consequentemente, a disponibilidade de nutrientes para</p><p>as plantas seguem três pilares, química, física e biologia do solo. Atualmente,</p><p>tem-se dado uma maior ênfase ao pilar biológico, tendo em vista os aumentos</p><p>de produtividade, economia com fertilizantes e aumento da sustentabilidade.</p><p>Os efeitos da atividade biológica, na disponibilidade de nutrientes, podem</p><p>ocorrer de forma indireta. Certos grupos de microrganismos induzem efeitos fi-</p><p>siológicos nas plantas, resultando em maior crescimento das raízes. Além disso, a</p><p>extensão radicular pode aumentar por meio de associações com hifas de fungos</p><p>micorrízicos. Dentre outras vantagens da melhor atividade biológica do solo está</p><p>a velocidade de decomposição de resíduos orgânicos. Além disso, alguns micror-</p><p>ganismos podem ser utilizados na forma de inoculantes para promover a fixação</p><p>biológica de nitrogênio e solubilização de fosfatos em plantas de interesse agrícola.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>Temperatura do solo</p><p>Na faixa de 0 a 30 °C, a absorção cresce de modo praticamente linear, com a ele-</p><p>vação da temperatura. Isso se explica pelo fato de que, dentro de certos limites, há</p><p>um aumento da atividade metabólica da planta, principalmente pela intensidade</p><p>respiratória. No Brasil, não há incidência de problemas com congelamento de solo.</p><p>GESSO AGRÍCOLA AUMENTA A EXPLORAÇÃO RADICULAR</p><p>COM REFLEXOS NA EFICIÊNCIA NA ABSORÇÃO DE</p><p>NUTRIENTES</p><p>Seu uso na agricultura tem sido estimulado para ser fonte de cálcio além da bus-</p><p>ca em complexar fórmulas químicas de alumínio trocável em profundidade no</p><p>perfil do solo. A gessagem pode ser usada também com objetivos de promover a</p><p>lixiviação do sódio em excesso na superfície de solos salinos ou sódicos.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Para verificar, na prática, os benefícios do gesso agrícola na produtividade das culturas</p><p>pelo aprofundamento das raízes, assista à reportagem “Utilização do gesso agrícola e</p><p>seu efeito nas raízes” do Globo Rural . https://www.youtube.com/watch?v=7id1ZBdAkus</p><p>EU INDICO</p><p>O gesso melhora o ambiente subsuperficial para o crescimento das raízes das</p><p>plantas em profundidade. Com raízes mais profundas e fortes, a planta tem a</p><p>capacidade de absorver melhor água e nutrientes, tornando-se menos vulnerá-</p><p>vel aos períodos de seca. Um solo corrigido e bem condicionado garante maior</p><p>eficiência no aproveitamento do fertilizante.</p><p>Poluição gerada pela falta de eficiência na adubação em</p><p>sistemas aquáticos e do solo</p><p>Além dos prejuízos econômicos ao produtor rural da falta de eficiência em fertili-</p><p>zações seja ela química ou orgânica, são observados também um custo ambiental.</p><p>Os nutrientes, em elevadas concentrações na água, contribuem com a eutrofiza-</p><p>ção, o que causa sério desequilíbrio ambiental. Devido a uma maior mobilidade</p><p>do íon, das quantidades aplicadas na agricultura e do potencial de poluição, a</p><p>maior preocupação com a eutrofização está relacionada ao nitrogênio.</p><p>A perda de nutrientes para a água se inicia quando a água da chuva, ou de irri-</p><p>gação, interage com o solo e o nutriente. A água com o nutriente pode seguir dois</p><p>caminhos: escoar superficialmente (erosão) ou subsuperficialmente (lixiviação).</p><p>A perda de nutrientes na erosão pode ocorrer tanto na forma mineral como na</p><p>forma orgânica. A lixiviação de nitrogênio ocorre, a priori, em formas minerais,</p><p>principalmente, na forma de nitrato, que possui alta mobilidade no perfil do solo.</p><p>Para evitar essas perdas, a adoção das práticas que foram largamente discu-</p><p>tidas neste material se torna importante.</p><p>Gostou do que viu até aqui? Preparamos uma videoaula para você! Recursos de</p><p>mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.</p><p>EM FOCO</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>A agricultura moderna exige a máxima produção econômica com respeito ao meio</p><p>ambiente. Muitas das vezes, o produtor brasileiro tem um grande desafio: usar com</p><p>eficiência os fertilizantes, frente ao alto custo destes insumos, seja ele mineral ou</p><p>orgânico. Atrelado a isso, nossos solos, em sua grande maioria, são muito intem-</p><p>perizados, e por isso precisam ser remineralizados (uso de fertilizantes), para que</p><p>as plantas cultivadas possam expressar seu máximo potencial genético. Os fatores</p><p>somados fazem que o custo com fertilizantes sejam um dos principais fatores que</p><p>mais oneram o custo da produção da maioria das culturas agrícolas no Brasil.</p><p>Para que não haja desperdício e para que cada real investido no fertilizante seja</p><p>transformado em desempenho e retorne com rentabilidade, é preciso de eficiência.</p><p>Esperamos que tenha visto, neste tema, que atingir eficiência passa pelo co-</p><p>nhecimento de uma série de manejos que precisam ser colocados em prática.</p><p>Diante desse cenário, perguntamos a você: na sua região, os produtores já sabem</p><p>que a adubação exige planejamento para que haja eficiência?</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>1. Adubações com formulação NPK são as mais utilizadas. Muitas das vezes, outros nutrientes,</p><p>tais como cálcio e enxofre, são negligenciados, acarretando prejuízos à produtividade agrícola.</p><p>Qual das opções a seguir apresenta um insumo que contém cálcio e enxofre?</p><p>a) Ureia.</p><p>b) Superfosfato simples.</p><p>c) Calcário.</p><p>d) Gesso agrícola.</p><p>e) Sulfato de potássio.</p><p>2. Com o estudo da fenologia da planta é possível determinar quais fases são críticas para a</p><p>disponibilização de nutrientes para as plantas.</p><p>Com relação à disponibilidade de nutrientes no solo, assinale a alternativa correta:</p><p>a) A inundação, ou acúmulo temporário de água no solo, pode propiciar condições anaeró-</p><p>bicas que levam a um aumento da disponibilidade de Fe e Mn.</p><p>b) Fontes orgânicas de fertilizantes disponibilizam para as plantas nutrientes de forma mais rápida.</p><p>c) A disponibilidade de fósforo aumenta em solos ácido.</p><p>d) A disponibilidade de água no solo afeta muito pouco a absorção de nutrientes pela planta.</p><p>e) A alta disponibilidade de potássio no solo favorece a absorção de cálcio pelas plantas,</p><p>haja vista que são nutrientes alcalinos.</p><p>3. Os micro-organismos têm papel relevante nos processos de disponibilidade de nutrientes</p><p>no solo e absorção destes pelas plantas.</p><p>Com relação ao exposto, identifique a afirmativa correta.</p><p>a) As micorrizas são bactérias que atuam na ampliação da área radicular ajudando no pro-</p><p>cesso de absorção de nutrientes.</p><p>b) O potencial da fixação biológica de N nas culturas agrícolas ocorre independentemente</p><p>da inoculação na maioria dos tipos de solos.</p><p>c) A biomassa microbiana do solo é definida como o componente vivo do solo e é um importante</p><p>fator para a disponibilização de nutrientes por se correlacionar com a decomposição.</p><p>d) O aumento da atividade biológica do solo é importante para reduzir as perdas de N por</p><p>lixiviação.</p><p>e) A atividade biológica do solo tem influência direta no pH do solo, fator de extrema im-</p><p>portância para disponibilização de nutrientes.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>GABELMAN, W. H.; GERLOFF, G.C. The search for and interpretation of genetic controls that enhance</p><p>plant growth under deficiency levels of a macronutrient. Plant Soil, [s. l.], v. 72, p. 335-350, 1983.</p><p>MALAVOLTA, E. ABC da adubação. 5. ed. São Paulo: Ceres, 1989.</p><p>MARSCHNER,</p><p>articleId=61265100&_buscanoticia_WAR_pcebusca6_1portlet_viewMode=print</p><p>EU INDICO</p><p>A falta de fertilizantes pode comprometer a produtividade vegetal. A pandemia</p><p>de Covid-19, no Brasil, provocou desabastecimentos e aumento dos custos deste</p><p>insumo. Confira a reportagem. https://www.youtube.com/watch?v=RwPcTyBvk6Q</p><p>EU INDICO</p><p>DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES NO SOLO: FATORES</p><p>INTENSIDADE QUANTIDADE E PODER TAMPÃO</p><p>As plantas retiram nutrientes na forma de íons da solução no solo, e a fase sólida</p><p>do solo age como uma reserva destes íons, encarregando-se de repor, na solução,</p><p>os íons que as plantas absorvem ou que se perdem. Manter o equilíbrio entre a</p><p>fase sólida e a solução é crucial para determinar a disponibilidade de nutrientes</p><p>para as plantas.</p><p>A concentração ou, mais precisamente, a atividade no nutriente na solução</p><p>determina uma grandeza denominada Fator Intensidade (I). Corresponde à</p><p>atividade das formas iônicas absorvíveis dos nutrientes na solução do solo.</p><p>Os teores dos nutrientes na fase sólida em forma química capaz de repor ime-</p><p>diatamente a solução caracteriza o Fator Quantidade (Q). São caracterizados</p><p>como formas lábeis.</p><p>A capacidade com que a fase sólida repõe os nutrientes na solução define o</p><p>Fator Capacidade, que alguns livros podem chamar também de poder tampão.</p><p>Esse fator é expresso pela relação entre a variação de Q (ΔQ) e a variação em I</p><p>(ΔI), ou seja (ΔQ/ΔI). O esquema apresentado na Figura 2 ilustra esta relação:</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>Figura 2 – Visão hidrodinâmica das interrelações entre fatores quantidade (Q), intensidade (I) e capacidade</p><p>tampão (CT)</p><p>Fonte: o autor.</p><p>Descrição da Imagem: na imagem aparece um sistema hidrodinâmico, que são conectados por três fatores.</p><p>A zona dos nutrientes considerados não lábeis é conectada ao fator capacidade representado pela letra Q. Na</p><p>conexão entre fator capacidade e intensidade (representado pela letra I) há a capacidade tampão, representada</p><p>pelas letras CT. Os nutrientes que estão no fator intensidade são passíveis de ser absorvidos pelas plantas, ou</p><p>de serem perdidos para o ambiente. Fim da descrição.</p><p>MECANISMOS DE ABSORÇÃO DE NUTRIENTES PELO</p><p>SISTEMA RADICULAR E FOLHAS</p><p>As plantas podem absorver os nutrientes na forma de íons pelas raízes e pelas fo-</p><p>lhas. A absorção de nutrientes ocorre em maior quantidade pelas raízes, haja visto</p><p>que são os órgãos especializados para tal função. Por esse motivo, uma maior</p><p>ênfase será dada para os mecanismos de absorção de nutrientes pelas raízes.</p><p>Absorção iônica radicular</p><p>Antes de ocorrer o processo de absorção dos nutrientes pelas raízes, é preciso</p><p>ocorrer o contato íon raiz, seja pelo movimento do íon na solução do solo da</p><p>rizosfera (difusão ou fluxo de massa), seja pelo próprio crescimento da raiz que</p><p>encontra o íon (interceptação radicular).</p><p>1</p><p>8</p><p>INTERCEPTAÇÃO RADICULAR</p><p>A raiz, ao desenvolver-se, encontra o elemento na solução do solo, no qual ele tem</p><p>que estar para que possa ser absorvido. Normalmente, pode ser estimado como a</p><p>quantidade de nutrientes existente num volume de solo (rizosférico) igual ao ocupado</p><p>pelas raízes. Este valor da interceptação radicular é relativamente baixo porque o vo-</p><p>lume de raízes que ocupa a camada de 0-20 cm é, em geral, cerca de 1-2% do volume</p><p>do solo (PRADO, 2008).</p><p>FLUXO DE MASSA</p><p>É o movimento do elemento da solução do solo, fase aquosa móvel para próximo da</p><p>raiz (rizosfera) à medida que a planta transpira. Isto acontece devido a uma ligação</p><p>ininterrupta entre as moléculas que evaporam pela folha e a molécula da solução do</p><p>solo; a quantidade do nutriente (ou íon) que pode entrar em contato com a raiz pelo</p><p>transporte de fluxo de massa da solução é calculada multiplicando-se o volume de</p><p>água transpirada (ou absorvida) pela planta e a concentração do nutriente da solução.</p><p>DIFUSÃO</p><p>O nutriente caminha por distâncias curtas, dentro de uma fase aquosa estacionária,</p><p>indo de uma região de maior concentração para outra de concentração menor, na</p><p>superfície da raiz; o cálculo deste contato íon-raiz é feito pela diferença entre o total</p><p>absorvido pela planta e a soma da interceptação radicular e fluxo de massa.</p><p>Cada íon, dada suas características, tem seu transporte até as raízes favorecido</p><p>por meio da interceptação radicular, fluxo de massa ou difusão. Veja na Tabela 2.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>ELEMENTO</p><p>QUÍMICO</p><p>INTERCEPTAÇÃO</p><p>FLUXO</p><p>DE MASSA</p><p>DIFUSÃO</p><p>MODO DE</p><p>APLICAÇÃO DE ADU-</p><p>BO NO SOLO</p><p>------------------- (%) ----------------</p><p>Nitrogênio 1 99 0 Área total/cobertura</p><p>Fósforo 2 5 93 Localizado/semea-</p><p>dura</p><p>Potássio 3 27 70 Localizado/semea-</p><p>dura</p><p>Cálcio 27 73 0 Área total/pré -</p><p>semeadura</p><p>Magnésio 13 87 0 Área total/pré -</p><p>semeadura</p><p>Enxofre 5 95 0 Área total/cobertura</p><p>Boro 3 97 0 Área total/cobertura</p><p>Cobre 3 97 0 Área total/semea-</p><p>dura</p><p>Ferro 13 66 21 Área total/semea-</p><p>dura</p><p>Manganês 43 22 35 Localizado/semea-</p><p>dura</p><p>Molibidênio 5 95 0 Área total/semea-</p><p>dura</p><p>Zinco 20 20 60 Localizado/semea-</p><p>dura</p><p>Tabela 2 – Participação relativa entre os processos de contato e a localização de adubos</p><p>Fonte: adaptada de Malavolta (1989).</p><p>1</p><p>1</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Por que é importante que um engenheiro agrônomo conheça as formas prioritárias</p><p>de transporte de cada íon que participa na nutrição das plantas?</p><p>Veja, na Tabela 2, que o transporte desses íons tem implicações na determinação</p><p>da localização do fertilizante em relação à semente ou à planta, no sentido de ga-</p><p>rantir maior contato dos nutrientes com pelos absorventes e consequentemente</p><p>maior eficiência da adubação.</p><p>Assim, nota-se que o nutriente, que se move por difusão, por exemplo, deve ser</p><p>localizado (próximo da raiz), de modo a garantir o maior contato com a raiz, pois,</p><p>caso contrário, devido ao pequeno movimento, as necessidades da planta poderão</p><p>não ser atendidas. Enquanto os nutrientes que apresentam maior mobilidade no solo,</p><p>a exemplo do processo de fluxo de massa, têm a possibilidade de aplicação a distâncias</p><p>maiores da planta em adubação a lanço ou em cobertura, portanto pode-se inferir</p><p>que os nutrientes que caminham muito pouco no solo (imóveis) e os que têm maior</p><p>mobilidade no solo (móveis) têm uma restrita e ampla zona favorável para que ocorra</p><p>o contato íon-raiz, respectivamente, com consequência para o local da adubação.</p><p>Absorção iônica foliar</p><p>Uma opção para fornecimento de nutrientes em situações em que absorção</p><p>via sistema radicular não seja satisfatória, consiste na aplicação de fertilizantes</p><p>via foliar. Como as raízes, as folhas têm capacidade de absorver os nutrientes</p><p>depositados em sua superfície. Dessa forma, a adubação foliar é utilizada na</p><p>agricultura como ferramenta auxiliar da fertilização por meio do solo, sendo que</p><p>o uso desta tecnologia se intensificou nos últimos anos.</p><p>Para que o nutriente possa entrar no citoplasma, este deve atravessar a cutícula</p><p>foliar, a parede celular e a membrana plasmática. Estruturas epidérmicas, como estô-</p><p>matos e tricomas, que estão presentes na superfícies de folhas e frutos, são permeáveis</p><p>às soluções aplicadas, o nutriente, chegando ao citoplasma celular, pode atravessar o</p><p>tonoplasto para chegar ao vacúolo, ou pode translocar-se para outras células por via de</p><p>plasmodesmas, até chegar ao floema e, daí, ser transportado para os locais de consumo.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>A eficiência dos fertilizantes foliares pode ser aumentada por meio da mistura de</p><p>agentes surfactantes e molhantes nas soluções. O uso dessas substâncias aumenta</p><p>a retenção da solução na folha e retarda o processo de secagem, além de diminuir a</p><p>tensão superficial das gotas, promovendo melhor distribuição das gotas, nas folhas</p><p>e frutos. O efeito do pH também pode interferir na absorção dos fertilizantes, pois</p><p>os cátions são melhor absorvidos em pH mais altos e os ânions em pH mais baixos.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>No meu dia a dia de trabalho de engenheiro agrônomo, para que eu preciso saber</p><p>dos parâmetros morfológicos e cinéticos na absorção de nutrientes pelas plantas?</p><p>H. Mineral nutrition of higher plants. New York: Academic, 1995.</p><p>PRADO, R. M. Nutrição de plantas. São Paulo: Editora Unesp, 2008. 407 p.</p><p>SEM CALCÁRIO, adubo chega a render somente 27%. Líder Agronegócios, Mineiros, 29 maio</p><p>2017. Disponível em: https://www.lideragronegocios.com.br/sem-calcario-adubo-chega-a-ren-</p><p>der-somente-27/. Acesso em: 5 mar. 2024.</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>1. Opção D. A- Falsa. Fonte de nitrogênio. B- Falsa. Fonte de fósforo e enxofre. C- Falsa. Fonte</p><p>de cálcio e magnésio. D- Verdadeira. E- Falsa. Fonte de enxofre e potássio.</p><p>2. Opção A. A- Verdadeira. B- Falsa. Fontes orgânicas de fertilizantes disponibilizam para as</p><p>plantas nutrientes de forma mais lenta. C- Falsa. A disponibilidade de fósforo reduz em solos</p><p>ácidos. D- Falsa. A disponibilidade de água no solo afeta muito a absorção de nutrientes pela</p><p>planta E- Falsa. A alta disponibilidade de potássio no solo reduz a absorção de cálcio pelas</p><p>plantas, levando em consideração que há competição pelos mesmos sítios de absorção dos</p><p>nutrientes nas raízes das plantas.</p><p>3. Opção C. A- Falsa. As micorrizas são fungos. B- Falsa. O potencial da fixação biológica de</p><p>N nas culturas agrícolas depende muito da inoculação. C- Verdadeira. D- Falsa. A atividade</p><p>biológica exerce pouca influência na lixiviação. E- Falsa. A atividade biológica do solo tem</p><p>pouca influência no pH do solo.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>MINHAS METAS</p><p>DIAGNÓSTICO DA FERTILIDADE E</p><p>SISTEMAS DE RECOMENDAÇÃO DE</p><p>CALAGEM E ADUBAÇÃO</p><p>Entender a importância da amostragem do solo.</p><p>Implicações da amostragem na avaliação da fertilidade do solo.</p><p>Amostragem do sole para análise química em sistema convencional.</p><p>Amostragem de solo para análise química para agricultura de precisão.</p><p>Entender quais são os procedimentos de calibração para análise química de solo.</p><p>Interpretação de resultados da análise de solo.</p><p>Compreender a adubação e seus princípios.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 9</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>A amostragem é o primeiro passo para se fazer o diagnóstico da fertilidade e</p><p>sistemas de recomendação de calagem e adubação. Para a fertilidade do solo,</p><p>a amostragem consiste na coleta de uma porção de solo com objetivo de ter</p><p>uma visão da situação do solo (pode ser química, física ou biológica, dependo</p><p>da forma que se faz a amostragem), sendo que esses atributos terão reflexo na</p><p>produtividade da lavoura. Devido à importância da amostragem de solo, esta</p><p>deve ser feita de maneira assertiva. Daí surge uma pergunta: “e se um produtor</p><p>rural decide por não fazer a amostragem do solo, ou faz ela de forma errônea?”.</p><p>Que tal discutirmos a importância da análise de solo? O que o produtor tem a ganhar</p><p>com essa tecnologia? Confira nosso podcast. Recursos de mídia disponíveis no</p><p>conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>Assim como um médico não consegue fazer diagnósticos precisos sem exames,</p><p>o engenheiro agrônomo também precisa dos resultados de alguns “exames” para</p><p>se ter um diagnóstico do estado nutricional da planta. Para esse caso, os “exames”</p><p>são a análise de solo e análise foliar.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>O procedimento de amostragem se faz necessário quando da impossibilidade</p><p>ou impraticabilidade de se medir toda a população. Nesse caso, as amostras são</p><p>tomadas com objetivo de representar a população. Se a população em estudo for</p><p>constituída de indivíduos idênticos (totalmente homogênea), bastaria a avaliação</p><p>de um deles para caracterizá-la. Como existem variações entre indivíduos da</p><p>população, a amostragem deve medir um número suficiente de indivíduos de</p><p>modo a representar sua população. Dessa forma, o número de amostras depende</p><p>fundamentalmente da variabilidade e não do tamanho da população</p><p>Se o agricultor não realiza a análise de solo, não é possível fazer uma recomenda-</p><p>ção de calagem e adubação. A premissa da adubação e a calagem para as plantas</p><p>é adicionar nutrientes para o sistema e condicionar o pH do solo. Como fazemos</p><p>isso se não temos noção da quantidade existentes de nutrientes do solo, e não</p><p>sabemos em que valor o pH o solo se encontra?</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>AMOSTRAGEM DO SOLO E SUAS IMPLICAÇÕES NA</p><p>AVALIAÇÃO DA FERTILIDADE DO SOLO</p><p>A amostragem de solo é a etapa primordial para avaliação da fertilidade do solo e</p><p>recomendação de fertilizantes. O solo é uma população naturalmente heterogênea</p><p>em suas características e as variações ocorrem intensamente e a curtas distâncias.</p><p>Tais variações dependem da topografia, vegetação, textura e mineralogia do solo</p><p>e do tipo de manejo. As variações são intensificadas pelas práticas de manejo, tais</p><p>como preparo do solo, aplicação localizada de fertilizantes, plantio em linhas etc.</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>A heterogeneidade do solo ocorre também no sentido vertical (profundidade),</p><p>pela organização do solo em horizontes, muitas vezes com transições abruptas. As prá-</p><p>ticas de manejo, como adubação e a localização do sistema radicular das plantas podem</p><p>acentuar as variações entre as camadas do solo. A profundidade de amostragem deve</p><p>ser definida de acordo com a cultura que está sendo ou será cultivada na gleba.</p><p>Deve-se amostrar a camada de solo que será explorada pelo maior volume</p><p>do sistema radicular da planta que, usualmente, é associado à profundidade de</p><p>preparo do solo. Para plantio de culturas anuais em sistema convencional ou de</p><p>estabelecimento de pastagens, normalmente se opta por amostrar a camada de</p><p>0-20 cm; para áreas de plantio direto, onde não há revolvimento de solo, opta-se</p><p>por amostrar a camada de 0-5, 5-10 e 10-20 cm; para hortaliças de sistema radicu-</p><p>lar pouco profundo, pode se optar por amostrar a camada 0-10 e 10-20 cm e para</p><p>culturas perenes (café, fruteiras, essências florestais etc.), a amostragem deve ser</p><p>feita em camadas mais profundas também, por exemplo: 0-20, 20-40 e 40-60 cm.</p><p>A avaliação da fertilidade apenas levando em conta a química do solo é algo</p><p>simplista, no contexto de agricultura moderna, no qual se busca altas produtivi-</p><p>dades com elevada sustentabilidade.</p><p>Amostrando o solo, quais análises físicas podemos solicitar ao laboratório</p><p>de solos?</p><p>• Textura do solo.</p><p>• Estabilidade de agregados.</p><p>• Densidade do solo.</p><p>• Retenção de umidade do solo.</p><p>Para análise da textura do solo e estabilidade de agregados, a mesma amostragem feita</p><p>para química do solo pode ser usada para obtenção desses resultados, basta manifestar</p><p>para o laboratório de rotina o interesse nesses parâmetros, vale lembrar que isso gerará</p><p>em um custo mais elevado pela análise, no entanto, para a determinação da densida-</p><p>de do solo e a retenção da umidade do solo, é altamente desejável que seja feita uma</p><p>amostragem a parte, na qual a estrutura física do solo possa se manter mais preservada.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>A análise biológica do solo visa estimar um componente vivo, por esse motivo, as</p><p>amostras a serem analisadas deveriam ser indeformadas e processadas imediatamen-</p><p>te após a coleta, tomando-se o cuidado de retirar as raízes, os macroanimais e os restos</p><p>orgânicos. Como é difícil a obtenção desses quesitos, alguns procedimentos podem</p><p>ser adotados, tais como: processamento na primeira semana depois da amostragem;</p><p>tamisagem para retirada de raízes, animais e restos vegetais (peneira com malha de</p><p>2 mm); manutenção das amostras a ± 4 °C até a análise; correção da umidade antes</p><p>da análise (60 a 70%); aclimatação em temperatura ambiente por 4-6 horas.</p><p>Saiba como é feita amostragem do solo buscando manter sua estrutura física pre-</p><p>servada assistindo ao vídeo Coleta de Solo para Análises Físicas. https://www.youtube.</p><p>com/watch?v=40CMUBijpSI</p><p>EU INDICO</p><p>A coleta de solo para análise biológica é um grande desafio para os agricultores</p><p>e laboratórios, devido à necessidade de rápido processamento das amostras. A</p><p>Embrapa desenvolveu metodologias para que uma análise biológica possa ser</p><p>feita da mesma maneira que é coletado o solo para análise química, e alguns la-</p><p>boratórios no Brasil estão</p><p>credenciados para realizar o trabalho. Confira no vídeo</p><p>BioAs – Tecnologia de Bioanálise de Solo. https://www.youtube.com/watch?v=IB-</p><p>JYc30aFas&t=12s</p><p>EU INDICO</p><p>AMOSTRAGEM DE SOLO PARA ANÁLISE QUÍMICA EM</p><p>SISTEMA CONVENCIONAL</p><p>Para esse caso, a amostragem visa obter a média da fertilidade do solo de uma</p><p>determinada área, em uma determinada profundidade. Uma etapa importante</p><p>nesse processo de amostragem é a definição de áreas mais homogêneas (glebas)</p><p>quanto à topografia, cobertura vegetal natural ou uso agrícola, textura, cor, con-</p><p>dições de drenagem do solo e histórico de manejo. Dentro da gleba, a variabi-</p><p>lidade é menor e permite a estimativa da fertilidade média do solo. A Figura 1</p><p>demonstra a definição de glebas, de acordo com relevo.</p><p>1</p><p>8</p><p>1</p><p>A definição das glebas é feita normalmente em áreas inferiores a 10 ha. Em maiores</p><p>extensões de terra, quando as glebas são também maiores, o uso de ferramentas</p><p>de geoprocessamento é imprescindível.</p><p>Depois de definidas as glebas, são retiradas várias amostras (pelo menos 20, se</p><p>optar por retirar mais, maior será a precisão) denominadas “amostras simples”,</p><p>cuja mistura homogênea irá formar a “amostra composta” a ser enviada ao labo-</p><p>ratório. São pontos fundamentais na hora de retirar as amostras:</p><p>■ Retirar as amostras de forma aleatória, num caminhamento em ziguezague</p><p>(Figura 1).</p><p>■ São condições fundamentais que cada amostra simples tenha o mesmo volume</p><p>de solo. Se atente às ferramentas que você vai utilizar para coleta do solo.</p><p>■ As amostras simples devem ser colocadas em recipientes plásticos, lim-</p><p>pos, para evitar a contaminação com metais.</p><p>■ As amostras simples devem ser muito bem homogeneizadas, para se obter,</p><p>então, a “amostra composta”. Depois disso, uma porção de aproximadamente</p><p>500 gramas de solo é suficiente para envio para o laboratório de análise de solo.</p><p>Amostra 1</p><p>Amostra 2</p><p>Amostra 3</p><p>Figura 1 – Coleta diferenciada de amostras simples para geração de amostra compostas em função do</p><p>relevo da área</p><p>Fonte: o autor.</p><p>Descrição da Imagem: a imagem apresenta a situação hipotética de coleta de solo em uma propriedade com</p><p>diferentes cotas de nível (declividade). As amostras simples para composição de uma amostra composta devem</p><p>respeitar as diferentes declividades do terreno. Na imagem, foi possível identificar três áreas consideradas</p><p>homogêneas em sua declividade, portanto, foram feitas três áreas de amostragem.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Você sabe como fazer a amostragem do solo em culturas perenes já estabelecidas?</p><p>O fato do sistema radicular e a adubação se acumularem nas linhas de plantio</p><p>de culturas perenes, implicará num procedimento de amostragem apropriado.</p><p>As amostras simples devem ser coletadas na área sob a projeção da copa, onde,</p><p>usualmente, são feitas as adubações, há maior crescimento de raízes e maior in-</p><p>fluência da queda de resíduos, e é aconselhável retirar amostras nas entrelinhas</p><p>de plantio, zona com menor interferência das plantas, a fim de que se tenha um</p><p>comparativo, ou caso o produtor opte por um consórcio de plantas.</p><p>AMOSTRAGEM DE SOLO PARA ANÁLISE QUÍMICA PARA</p><p>AGRICULTURA DE PRECISÃO</p><p>Nesse método de amostragem, considera-se que os teores dos nutrientes no solo</p><p>apresentam variações espaciais com gradientes de concentração, portanto, bus-</p><p>ca-se conhecer e corrigir diferenciadamente a área de plantio. Para a coleta das</p><p>amostras de forma sistemática, são definidos grids (quadrados ou retangulares)</p><p>em um mapa ou imagem georreferenciada. Os pontos de amostragem dentro de</p><p>cada grid (malha) podem ser definidos previamente ou coletados aleatoriamente.</p><p>O espaçamento dos grids para amostragens de solo é variável. Normalmente são</p><p>usados espaçamentos de 60 x 60 m a 150 x 150 m.</p><p>A definição de grids com menor tamanho e a coleta de um número maior de</p><p>amostra dentro de cada um deles aumenta a exatidão do resultado da análise de</p><p>solo, com boa representatividade, da mesma forma que aumenta os custos com</p><p>a coleta e análise de solo.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>1</p><p>8</p><p>1</p><p>Com os resultados de análise de solo de cada amostra, são confeccionados mapas</p><p>da fertilidade do solo, veja o exemplo na Figura 2, de como a amostragem em</p><p>grids permitiu detectar a variabilidade espacial do teor de fósforo no solo em um</p><p>mapa, que permite a aplicação de fertilizantes em doses variáveis.</p><p>Análise de solo - V - Saturação de bases (%)</p><p>2010</p><p>0 148 295 443 591</p><p>m</p><p>% ha %</p><p>Área de Contorno: 41,68 (ha)</p><p>66,1 - 69,7 5,83 13,80</p><p>54,8 - 58,8 6,73 15,93</p><p>58,8 - 60,8 9,80 23,17</p><p>60,8 - 63,4 9,73 23,01</p><p>63,4 - 66,1 10,18 24,09</p><p>Figura 2 – Mapa de saturação de bases que pode ser utilizado na aplicação de calcário a uma taxa variável</p><p>Fonte: adaptada de Richart et al. (2016).</p><p>Descrição da Imagem: imagem representa um mapa de uma propriedade com diferentes cores. Cada cor repre-</p><p>senta um intervalo de saturação de bases do solo diferente. Por exemplo: a cor vermelha representa um intervalo</p><p>mais baixo: 54,8 a 58,8%; a cor laranja representa um intervalo de 60,8 a 63,4%; a cor verde clara representa um</p><p>intervalo de 63,4 a 66,1%; e a cor verde escura representa um intervalo de 66,1 a 69,7 %. A área de contorno da</p><p>propriedade corresponde a 41,68 hectares.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>PROCEDIMENTOS DE CALIBRAÇÃO PARA ANÁLISE QUÍMICA</p><p>DE SOLO</p><p>Na análise química de amostras de solo, é determinada a quantidade de nutrien-</p><p>tes disponíveis para as plantas, portanto, a análise química de solo para uso na</p><p>agricultura é totalmente diferente de uma quantificação química para outras</p><p>finalidades, mas, qual é a quantidade de nutriente disponível para as plantas?</p><p>Teor do nutriente recuperado (extraído) por um método de extração que se</p><p>correlaciona estreitamente com a quantidade do nutriente absorvido pela planta.</p><p>Sendo assim, a análise química do solo para uso na agricultura baseia-se no uso</p><p>de extratores químicos ou resinas de troca para determinação da quantidade</p><p>de nutrientes que se encontram no solo em formas disponíveis para as plantas.</p><p>1</p><p>8</p><p>4</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>No que se baseia um extrator ou resina química para análise de solo?</p><p>Solução composta com certa concentração de substâncias químicas (ácidos, bases</p><p>ou sais) que extraem quantidades de nutrientes na forma de íons (forma química</p><p>que as plantas são capazes de absorver, por exemplo: NH4</p><p>+, NO3</p><p>-, K+, H2PO4</p><p>-,</p><p>SO4</p><p>2- etc.) por complexação, dessorção, solubilização, troca iônica ou hidrólise.</p><p>Os extratores, ou as resinas, também são usados para determinar os teores de</p><p>elementos potencialmente tóxicos para as plantas, como o alumínio trocável,</p><p>sódio e os metais pesados.</p><p>INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS DA ANÁLISE DE SOLO</p><p>O modelo de diagnóstico se fundamenta na vinculação dos teores dos nutrientes</p><p>(P, K, Ca, Mg e micronutrientes) e demais resultados das análises químicas (pH,</p><p>acidez trocável, acidez potencial, CTC, teor de matéria orgânica) a classes de dis-</p><p>ponibilidade ou de adequação relacionadas com a produção relativa das culturas.</p><p>Os critérios de diagnóstico da fertilidade com base na análise química do solo e</p><p>as orientações para fertilização das culturas são organizados em manuais. Citam-se,</p><p>como exemplos: Recomendações para o Uso de Corretivos e Fertilizantes em Minas</p><p>Gerais – 5ª Aproximação; Recomendações de Adubação e Calagem para o Estado de</p><p>São Paulo – Boletim Técnico 100; Manual de Adubação e de Calagem para os Estados</p><p>do Rio Grande do Sul e Santa Catarina; e Sugestão de Adubação.</p><p>A interpretação dos resultados varia de acordo com o método de análise. Por</p><p>exemplo, na interpretação dos teores de fósforo disponível determinado pelo</p><p>método Mehlich-1 (recomendado para o estado de Minas Gerais), consideram-se</p><p>os teores de argila ou o valor de P remanescente (Prem). Isso ocorre porque o</p><p>extrator é sensível ao poder tampão do solo, e sua capacidade de extração diminui</p><p>com o aumento do fator capacidade tampão de P do solo, com o qual o teor de</p><p>argila e o Prem são, direta e</p><p>indiretamente, relacionados, respectivamente.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>8</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>Por outro lado, para o estado de São Paulo, a recomendação de extração para</p><p>análise de fósforo é feita pelo método da resina. Não há interferência do teor argila</p><p>para extração do nutriente, por isso os valores independem dessas referências. Já</p><p>para a interpretação do potássio disponível, o extrator Mehlich-1 é pouco sensível</p><p>ao fator capacidade tampão do solo e, portanto, a interpretação independe dos</p><p>teores de argila ou do Prem, no entanto, a capacidade de extração pode ser afetada</p><p>pela CTC a pH 7,0. Isso levou a modificações na interpretação do potássio dispo-</p><p>nível nos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Nos boletins de todo</p><p>Brasil, as recomendações de cálcio e magnésio estão vinculadas à correção da acidez</p><p>do solo, a forma mais barata de fornecer esses nutrientes são por meio da calagem.</p><p>As recomendações de fertilizantes derivam de métodos empíricos (experi-</p><p>mentação) e visam elevar o teor do nutriente no solo ao nível crítico. O nível crí-</p><p>tico do nutriente refere-se ao teor do nutriente no solo, extraído por um método</p><p>que condiciona a produção de máxima eficiência econômica. Nos trabalhos de</p><p>calibração tem-se atribuído que a produção de máxima eficiência econômica</p><p>corresponde a 90 % da produção. Na prática, a máxima eficiência econômica é</p><p>variável e depende da relação de troca dos insumos (fertilizantes + aplicação) e</p><p>do produto agrícola. Em situações em que o produto está valorizado (preço alto)</p><p>em relação aos fertilizantes, a produção da máxima eficiência econômica poderá</p><p>ser maior que 90% da produção.</p><p>O entendimento do nível crítico é essencial para que o engenheiro agrônomo pos-</p><p>sa entender como são fundamentados os critérios de recomendação presentes</p><p>nos boletins técnicos. Para conhecer mais exemplos práticos de obtenção dos ní-</p><p>veis críticos, assista ao vídeo Máxima Eficiência Técnica (MET) e Máxima Eficiência</p><p>Econômica (MEE), do professor Rogério de Oliveira Anese. https://www.youtu-</p><p>be.com/watch?v=IBJYc30aFas&t=12s</p><p>EU INDICO</p><p>A partir do nível, são definidas as classes de disponibilidade do nutriente no solo,</p><p>considerando a produção relativa assim constituídas:</p><p>1</p><p>8</p><p>1</p><p>• Muito baixa, teor do nutriente no solo com expectativa de se obter menos que</p><p>50 % da produção máxima.</p><p>• Baixa, teor do nutriente no solo com expectativa de se obter entre 50 e 70 % da</p><p>produção máxima.</p><p>• Média, teor do nutriente no solo com expectativa de se obter entre 70 e 90 %</p><p>da produção máxima.</p><p>• Boa, teor do nutriente no solo com expectativa de se obter entre 90 e 100 % da</p><p>produção de MEF.</p><p>• Alta, teor no solo que indica boa reserva ou até excesso do nutriente, com</p><p>expectativa de resposta nula à adubação ou decréscimo de produção.</p><p>Para interpretação de resultados de análises físicas e biológicas do solo não há</p><p>resultados amplamente difundidos (boletins), assim como para análise química.</p><p>Há uma grande complexidade para intepretação de atributos físicos e biológicos</p><p>do solo, é uma área de estudos em expansão. Atualmente, uma boa forma de in-</p><p>terpretar resultados de análise físicas ou biológicas do solo consiste em comparar</p><p>os resultados das análises com uma área de referência, neste sentido, a área de</p><p>reserva legal da propriedade, por ser um ambiente preservado.</p><p>COMPREENDER A ADUBAÇÃO E SEUS PRINCÍPIOS</p><p>A adubação é uma prática agrícola fundamental que visa fornecer os nutrien-</p><p>tes necessários e ajustar a fertilidade do solo para atender às necessidades das</p><p>plantas que cultivamos. As plantas respondem ao aumento da concentração de</p><p>nutrientes disponíveis no solo e tal aumento é consequência das doses aplicadas</p><p>de fertilizantes. Existem, ainda, situações em que podemos observar a ausência</p><p>de resposta ou resposta nula à adubação, pelo fato da disponibilidade prévia de</p><p>nutrientes no solo; baixa resposta da espécie ou cultivar ao determinado nutrien-</p><p>te; ou por problemas que estão limitando a absorção de nutrientes pelas plantas,</p><p>como, por exemplo, compactação do solo. A análise, interpretação e compreen-</p><p>são da resposta à adubação, baseiam-se nos seguintes princípios:</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>Restituição</p><p>Para manter a fertilidade do solo, deve-se restituir os nutrientes absorvidos pelas plan-</p><p>tas e exportados com as colheitas mais os perdidos no solo, ou seja, aqueles que não</p><p>foram reciclados via decomposição. A lei da restituição é muito eficiente e adequada</p><p>desde que o solo tenha uma fertilidade construída. Para solos que ainda apresentam</p><p>limitações nutricionais (fertilidade em construção), a restituição, acarretará problema</p><p>crônico de falta de nutrientes para geração de altas produtividades</p><p>Interação/equilíbrio</p><p>Cada nutriente é mais eficaz quando os outros estão em quantidades mais próxi-</p><p>mas do ótimo. Ganhos em produtividades poderão ocorrer quando os nutrientes</p><p>estão em quantidades equilibradas no solo. O excesso de um nutriente no solo</p><p>reduz a eficácia dos outros e, por conseguinte, pode diminuir a produção.</p><p>Gostou do que viu até aqui? Preparamos uma videoaula especial para você!</p><p>Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de</p><p>aprendizagem.</p><p>EM FOCO</p><p>1</p><p>8</p><p>8</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Executar um correto plano de fertilização do solo pode parecer fácil de ser exe-</p><p>cutado, entretanto, as respostas das culturas às adubações têm indicado o con-</p><p>trário, pois não há uma receita de bolo. É preciso ter uma visão holística, tendo</p><p>em vista os seguintes pontos: a amostragem do solo precisar ser o mais repre-</p><p>sentativa possível; é preciso determinar, de forma coerente, as quantidades dos</p><p>adubos; é preciso ter pleno conhecimento dos materiais fertilizantes que vão ser</p><p>empregados; é preciso escolher sempre a época devida e o modo de aplicação</p><p>que se adeque melhor à condição do agrossistema. Por fim, é preciso monitorar</p><p>o comportamento do seu investimento feito na fertilização, seja na planta (me-</p><p>dindo produtividade e aumento de qualidade), seja no solo na expressão da sua</p><p>qualidade, não se esqueça de que o solo também é um componente vivo.</p><p>As recomendações de adubação estão sempre em evolução, pois, com o tem-</p><p>po, se aprimora o conhecimento da relação solo, planta e clima. Além disso, o</p><p>melhoramento vegetal e as técnicas de cultivo estão em constante evolução, e a</p><p>pauta acerca da sustentabilidade, a cada dia, passa a ter mais força. Nesse cenário,</p><p>os agricultores e técnicos possuem desafios.</p><p>Devemos sempre nos atualizar. É comum que sejam feitas recomendações de</p><p>adubação usando referências que foram elaboradas levando-se em consideração</p><p>solos ácidos, de baixa fertilidade e com graves limitações químicas. Nesse sentido,</p><p>as recomendações são caracterizadas por altas doses de fertilizantes, no entanto,</p><p>muitas áreas agrícolas no Brasil apresentam o histórico de uso intensivo de fertili-</p><p>zantes e corretivos, ocorrendo uma mudança nas características químicas do solo.</p><p>Além disso, há uma carência de publicações que levam em consideração um ajuste</p><p>refinado da adubação a nível das espécies cultivadas a nível de variedade ou cultivar.</p><p>Agora, pergunto a você, estudante, na sua região, os agricultores e técnicos</p><p>seguem receitas de bolo para executar o programa de fertilização? Ou eles con-</p><p>seguem, constantemente, atualizar os parâmetros nutricionais das plantas?</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>8</p><p>9</p><p>1. A adubação se baseia no fornecimento racional de nutrientes para as plantas, principal-</p><p>mente via solo.</p><p>A respeito do manejo da adubação em sistemas de produção, assinale a alternativa correta.</p><p>a) A adubação, como componente do sistema de produção, deve ser considerada uma</p><p>prática isolada.</p><p>b) Em condições de solo, em que a disponibilidade dos nutrientes está acima do nível crítico,</p><p>a probabilidade de resposta econômica à adubação é maior.</p><p>c) Manejar a adubação, quanto à época de aplicação e parcelamento das doses, significa</p><p>compatibilizar a dinâmica dos nutrientes no solo com a fisiologia das plantas.</p><p>d) À medida que a declividade</p><p>diminui, maior é a restrição para adubação a lanço.</p><p>e) A absorção de nutrientes pela planta não depende do volume de solo explorado pelas</p><p>raízes.</p><p>2. A análise de solo é uma ferramenta importante para a correta recomendação de corretivos</p><p>do solo e adubos em cultivos agrícolas.</p><p>Considerando as orientações para a amostragem do solo, assinale a alternativa incorreta.</p><p>a) A coleta da amostra de solo para composição de uma amostra composta deve ocorrer</p><p>em áreas homogêneas.</p><p>b) Para que a análise de solo represente a média da fertilidade da área, deve-se coletar</p><p>pelo menos 20 amostras simples.</p><p>c) A amostragem deve ser realizada na camada de 0-20 cm superficiais do solo para a</p><p>maioria das espécies, quando o cultivo for no sistema convencional com preparo do solo;</p><p>e de 0-10 cm e 10-20 cm, quando o cultivo for no sistema de plantio direto.</p><p>d) Quanto à amostragem, o teor de umidade do solo não exercerá influência na composição</p><p>química, desde que o solo seja seco antes do envio ao laboratório.</p><p>e) A profundidade de coleta do solo na amostragem é definida entre outros fatores pelo</p><p>tipo de solo.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>9</p><p>1</p><p>3. Um dos fatores envolvidos na expressão do potencial produtivo dos cultivos é a condição</p><p>de fertilidade do solo, sendo que, para sua mensuração, a análise de solo é uma importante</p><p>ferramenta.</p><p>Com relação à amostragem de solo para análise, assinale a alternativa correta:</p><p>a) Em sistema de plantio direto, as amostras de solo obtidas devem ser feitas por amostra-</p><p>dores específicos para esses tipos de áreas.</p><p>b) A variabilidade espacial dos atributos químicos do solo é resultante principalmente pelo</p><p>relevo, vegetação, tipo de solo, aeração e manejos diferenciados, para esses casos, é</p><p>sempre importante fazer o isolamento dessas condições.</p><p>c) O número adequado de subamostras de uma gleba para agricultura de precisão varia</p><p>entre 15 e 20 por área considerada homogênea. Essas comporão uma amostra completa</p><p>que será encaminhada ao laboratório para análise.</p><p>d) Para amostras na agricultura de precisão, há subdivisão das áreas em glebas homogêneas.</p><p>e) Em áreas que utilizam a ferramenta de agricultura de precisão, o número de amostragem</p><p>por zonas é diferente para plantio convencional e plantio direto.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>9</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>MALAVOLTA, E. ABC da adubação. 5. ed. São Paulo: Ceres, 1989.</p><p>MARSCHNER, H. 1995. Mineral nutrition of higher plants. New York: Academic, 1995.</p><p>PRADO, R. M. Nutrição de plantas. São Paulo: Editora Unesp, 2008. 407 p.</p><p>RICHART, A. et al. Análise espaço-temporal de atributos químicos do solo influenciados pela</p><p>aplicação de calcário de cloreto de potássio em taxa variável. Scientia Agraria Paranaensis,</p><p>Marechal Cândido Rondon, v. 15, n. 4, out./dez., p. 391-400,2016.</p><p>1</p><p>9</p><p>1</p><p>1. Opção C. Manejar a adubação, quando à época de aplicação e parcelamento das doses,</p><p>significa compatibilizar a dinâmica dos nutrientes no solo com a fisiologia das plantas.</p><p>2. Opção E. A profundidade de coleta do solo na amostragem é definida pelo tipo da planta,</p><p>relacionando a profundidade de exploração do sistema radicular.</p><p>3. Opção B. A variabilidade espacial dos atributos químicos do solo é resultante principalmente</p><p>pelo relevo, vegetação, tipo de solo, aeração e manejos diferenciados, para esses casos, é</p><p>sempre importante fazer o isolamento dessas condições.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>9</p><p>1</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>1</p><p>9</p><p>4</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>1</p><p>9</p><p>5</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>1</p><p>9</p><p>1</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>1</p><p>9</p><p>1</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>1</p><p>9</p><p>8</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>1</p><p>9</p><p>9</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>PARÂMETROS MORFOLÓGICOS E CINÉTICOS NA ABSORÇÃO</p><p>DE NUTRIENTES PELAS PLANTAS E SUAS APLICAÇÕES</p><p>Há separação dos parâmetros morfológicos dos cinéticos na absorção de nutrientes</p><p>pelas plantas, apenas para fins didáticos, haja vista que um interfere no outro.</p><p>São importantes para programas de melhoramento genético na obtenção de cul-</p><p>tivares mais eficientes na absorção de nutrientes.</p><p>1</p><p>1</p><p>Parâmetros morfológicos radiculares na absorção de</p><p>nutrientes</p><p>A forma do sistema de raízes é definida pelas dimensões das raízes e pelos radi-</p><p>culares, incluindo seu comprimento, volume, área de superfície e diâmetro. O</p><p>tamanho das raízes desempenha um papel importante na capacidade de absorção</p><p>de nutrientes, sendo que raízes maiores têm uma área de superfície de absorção</p><p>maior, o que é benéfico. Em contrapartida, raízes mais finas têm características</p><p>que favorecem a absorção de nutrientes, devido à menor espessura da camada</p><p>externa de tecido, o que as torna mais permeáveis à água e nutrientes.</p><p>Parâmetros morfológicos foliares na absorção de</p><p>nutrientes</p><p>A capacidade das plantas de absorver nutrientes é mais eficiente em folhas mais jo-</p><p>vens, que possuem uma cutícula mais fina e um grande número de estômatos em sua</p><p>superfície. A presença de substâncias como ceras e cutina nas folhas, que fazem parte</p><p>de sua composição química, é vista como um obstáculo para a absorção de nutrientes.</p><p>Isso ocorre porque essas substâncias dificultam o processo de umedecimento e a sub-</p><p>sequente entrada dos nutrientes em solução aquosa na camada epidérmica das folhas.</p><p>Parâmetros cinéticos na absorção de nutrientes</p><p>A velocidade máxima de absorção (Vmax), a afinidade dos transportadores pelo</p><p>íon a ser transportado (expressa pela constante de Michaelis-Menten, Km) e a</p><p>concentração no meio nutritivo próximo às raízes onde o influxo cessa (Cmin)</p><p>são os principais fatores a serem considerados. Idealmente, uma planta deveria</p><p>apresentar um Vmax elevado, enquanto os valores de Km e Cmin deveriam ser</p><p>baixos (conforme ilustrado na Figura 3). Esses parâmetros cinéticos podem va-</p><p>riar com a idade da planta, a concentração do nutriente nas plantas, as caracterís-</p><p>ticas morfológicas das raízes e folhas, a presença de elementos tóxicos no solo, a</p><p>associação com organismos como micorrizas e fatores ambientais, como dispo-</p><p>nibilidade de água na planta, temperatura do ar e do solo, e intensidade de luz.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>Figura 3 – Relação da concentração iônica da solução e a velocidade de absorção, conforme a equação</p><p>de Michaelis-Menten (Km: concentração do elemento que garante ½ de Vmáx. = medida da afinidade do</p><p>nutriente pelo carregador; Cmin. = concentração inicial mínima em que não há absorção)</p><p>Fonte: adaptada de Prado (2008).</p><p>Descrição da Imagem: a figura aparece o eixo X e Y. No eixo X, é representada a concentração da solução com</p><p>nutrientes. No eixo Y, é representada a velocidade de absorção dos nutrientes. É plotada uma parábola com um</p><p>platô. Quando o eixo Y torna-se positivo, é representado o Cmin. Na concentração que representa a 50% do platô</p><p>é descrito o Km. Quando se atinge o platô, é representado o Vmax. Fim da descrição.</p><p>FATORES EXÓGENOS E ENDÓGENOS NA ABSORÇÃO DE</p><p>NUTRIENTES NO SOLO</p><p>Fatores exógenos</p><p>■ Disponibilidade: a primeira condição para que o nutriente seja absorvi-</p><p>do refere-se à necessidade de este estar na forma disponível à planta, ou</p><p>seja, a forma química que a planta “reconhece” como um nutriente. Por</p><p>exemplo: a planta pode absorver nitrogênio, na forma de nitrato NO-3</p><p>e amônio NH+4, mas não pode absorver o nitrogênio na forma de uma</p><p>proteína, por exemplo, a molécula é grande demais para ser absorvida.</p><p>1</p><p>4</p><p>■ pH: no processo de absorção, pode existir a competição entre o H+ e os</p><p>outros cátions e, do OH- com os outros ânions, pelos mesmos sítios dos</p><p>carregadores na membrana. Assim, pode-se afirmar que em solo ácido (pH</p><p>baixo) ou alcalino (pH alto) tem-se a diminuição da absorção de cátions</p><p>ou de ânions, respectivamente. Como efeito indireto do pH, temos o fato</p><p>de que a maior disponibilidade aumenta a concentração do elemento na</p><p>solução do solo e, portanto, ocorre maior absorção. Nos valores pH (em</p><p>água) na faixa de 5,5 a 6,5, a disponibilidade de alguns nutrientes é máxima</p><p>(macronutrientes) e não limitante para outros (micronutrientes) (Figura 4).</p><p>Figura 4 – Relação entre o valor pH do solo e a disponibilidade de nutrientes e alumínio trocável</p><p>Fonte: adaptada de Malavolta (1989).</p><p>Descrição da Imagem: a figura apresenta um gráfico de eixo X e Y. No eixo X, é representado um incremento de</p><p>pH na faixa de 5 até 7,5. No eixo Y, é representado a disponibilidade dos nutrientes para as plantas. O Fe, Cu, Mn</p><p>e Zn têm a disponibilidade máxima no pH 5,0 e vai reduzindo gradativamente até o pH de 7,5. Mo e Cl têm um</p><p>incremento de disponibilidade com elevação do pH. O P tem incremento com aumento do pH com um platô no pH</p><p>próximo a 7, e observa um pequeno decaimento após essa faixa. O N, S, B, K, Ca e Mg têm leves incrementos com</p><p>aumento do pH com um platô no pH 7. O Al trocável tem alta disponibilidade em pH mais baixos, e é reduzido</p><p>drasticamente com elevação do pH. Fim da descrição.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>A prática da supercalagem consiste em um erro técnico, no qual se aplica mais</p><p>calcário do que se deveria, frente ao resultado da análise química de solo. Esse</p><p>equívoco eleva o pH do solo acima de 7,0. Quais problemas a supercalagem pode</p><p>resultar na nutrição das plantas? Consulte a Figura 4.</p><p>Haverá menor disponibilidade dos micronutrientes catiônicos no solo (ferro,</p><p>zinco, cobre e manganês), devido suas reações de precipitação.</p><p>■ Aeração: é importante o oxigênio durante o processo da absorção ativa,</p><p>que depende da energia metabólica (ATP) originada na respiração.</p><p>■ Temperatura: na faixa de 0 a 30 °C, a absorção cresce de modo pratica-</p><p>mente linear, com a elevação da temperatura. Isto se explica pelo fato de</p><p>que, dentro de certos limites, há um aumento da atividade metabólica da</p><p>planta, principalmente pela intensidade respiratória.</p><p>■ Umidade: a água é o veículo natural de entrada dos nutrientes. Assim, a</p><p>precipitação pluviométrica ou níveis de irrigação utilizados na área agrí-</p><p>cola influenciam a absorção dos nutrientes pelas culturas.</p><p>■ Balanço de íons no solo: a absorção de um dado elemento pode ser</p><p>favorecida ou inibida pela presença de outro, caracterizando a interações</p><p>de sinergismo ou antagonismos, respectivamente.</p><p>■ Organismos benéficos: as micorrizas, por exemplo, aumentam a super-</p><p>fície de exposição das raízes e, com isso, cresce a capacidade de absorção</p><p>dos elementos, particularmente a do P que, geralmente, só se manifesta</p><p>quando é baixa a concentração deste elemento na solução do solo.</p><p>Fatores endógenos</p><p>■ Potencial genético da planta: pode determinar uma maior facilidade ou</p><p>não na absorção de um determinado elemento. Assim, existem espécies</p><p>vegetais e/ou variedades que absorvem e concentram mais determinados</p><p>nutrientes, enquanto outros são ineficientes na absorção de outros ele-</p><p>mentos. As diferenças se manifestam nos valores e parâmetros de Km, V</p><p>e [M]min, discutidos outrora.</p><p>1</p><p>1</p><p>■ Estado iônico interno: a planta saturada em íons absorve menos que outra</p><p>planta que tenha poucos íons. Isso ocorre devido ao fato de ter atingido a</p><p>Vmax, que é o limite máximo da absorção de um dado nutriente, portanto</p><p>as plantas ligeiramente deficientes têm velocidade de absorção maior que</p><p>as plantas bem-nutridas. Se a deficiência for muito acentuada, a velocidade</p><p>de absorção diminui, pois ocorrem desarranjos metabólicos irreversíveis.</p><p>■ Teor de carboidratos: o teor de carboidrato da planta (fruto da ativida-</p><p>de fotossintética) determina o nível metabólico da mesma e, em função</p><p>de essas substâncias constituírem o principal substrato respiratório e a</p><p>consequente produção de energia, quanto maior o nível dessas reservas,</p><p>maior será a absorção radicular.</p><p>■ Intensidade</p><p>transpiratória: a corrente transpiratória, na qual no xilema</p><p>conduz o nutriente para a parte aérea, aumentando o fornecimento deste.</p><p>Havendo maior transpiração, maior é a absorção de nutrientes principal-</p><p>mente os transportadores preferencialmente por fluxo de massa.</p><p>Gostou do que discutimos até aqui? Temos mais para conversar a respeito deste</p><p>tema, vamos lá? Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente</p><p>virtual de aprendizagem.</p><p>EM FOCO</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Esperamos que tenha percebido que, para manter ou aumentar os níveis de pro-</p><p>dutividade e qualidade de produtos agrícolas, o suprimento e manejo dos nu-</p><p>trientes minerais no solo são vitais para se alcançar esse objetivo.</p><p>Com o conhecimento construído ao longo desta unidade, fica evidente que o</p><p>simples aprendizado do nome dos 14 elementos químicos minerais considerados</p><p>essenciais para as plantas não é suficiente para o desenvolvimento de um trabalho</p><p>adequado nas propriedades rurais. Como foi visto, a absorção de nutrientes depende</p><p>de fatores relacionados ao ambiente, ao solo e à própria planta. Só o conhecimento</p><p>integrado dos fatores relacionados à nutrição de plantas traz eficiência na gestão,</p><p>possibilitando maiores margens de lucros e gerando menores impactos ambientais.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1. Assim como em outras áreas do conhecimento, a fertilidade do solo possui leis específicas,</p><p>com papéis práticos muito importantes.</p><p>A lei ______ diz que o rendimento de uma colheita é limitado pela ausência de qualquer um</p><p>dos nutrientes essenciais, mesmo que todos os demais estejam disponíveis em quantidades</p><p>adequadas.</p><p>a) De produções das culturas.</p><p>b) Do retorno.</p><p>c) Da máxima produtividade.</p><p>d) Do mínimo.</p><p>e) Do máximo.</p><p>2. Conhecer o papel dos nutrientes na fisiologia das plantas é algo primordial para o bom</p><p>desempenho do engenheiro no mercado de trabalho.</p><p>O solo é um dos principais fornecedores de nutrientes às plantas. A manutenção de níveis</p><p>altos tem por premissa a menor probabilidade de perdas de produtividade por nutrição.</p><p>Referente a nutrientes essenciais, deficiências e distúrbios vegetais, analise as afirmações:</p><p>I - Um elemento essencial é definido como aquele que é componente intrínseco na estrutura</p><p>ou metabolismo de uma planta, na sua ausência o ciclo de vida não é completado</p><p>II - Hidrogênio, carbono e oxigênio, por serem obtidos primariamente da água ou do dióxido</p><p>de carbono, não são considerados nutrientes minerais.</p><p>III - Cálcio e boro constituem os elementos essenciais às plantas, e são considerados</p><p>micronutrientes.</p><p>IV - O magnésio desempenha a função de constituir a moléculas de clorofila na planta</p><p>V - O cálcio e o boro na integridade estrutural do vegetal, dando a parede celular.</p><p>É correto o que afirma em:</p><p>a) I, II, III, IV e V.</p><p>b) I, II, IV e V, apenas.</p><p>c) I e II e V, apenas.</p><p>d) I, II e III, apenas.</p><p>e) I, II, apenas.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>8</p><p>3. Saber identificar sintomas visuais de deficiências nutricionais nas plantas é algo de extrema</p><p>importância para o trabalho do engenheiro agrônomo.</p><p>O conhecimento de nutrição mineral de plantas, especialmente acerca da mobilidade dos</p><p>nutrientes nos vegetais, é de grande importância para a realização de diagnóstico visual, ob-</p><p>jetivando identificar sintomas de deficiência nutricional em plantas. Com base na mobilidade</p><p>dos nutrientes no floema, podemos esperar, em plantas deficientes em Nitrogênio, Cálcio e</p><p>Magnésio, que os sintomas iniciais se manifestem respectivamente em:</p><p>a) Folhas mais velhas; folhas mais novas; folhas mais velhas.</p><p>b) Folhas mais velhas; folhas mais velhas; folhas mais velhas.</p><p>c) Folhas mais novas; folhas mais novas; folhas mais velhas.</p><p>d) Folhas mais velhas; folhas mais novas; folhas mais novas.</p><p>e) Folhas mais novas; folhas mais novas; folhas mais novas.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>9</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>CARVALHO, H. W. P. de et al. Nutrição mineral de plantas. Piracicaba: Ed. dos autores, 2023.</p><p>E-book. Disponível em: https://repositorio.usp.br/item/003151658. Acesso em: 3 out. 2023.</p><p>EPSTEIN, E. Nutrição mineral das plantas: princípios e perspectivas. São Paulo: Livros Técnicos</p><p>e Científicos, 1975.</p><p>FAQUIN, V. Nutrição mineral de plantas. Lavras: UFLA/FAEPE, 2005. Disponível em: https://</p><p>dcs.ufla.br/images/imagens_dcs/pdf/Prof_Faquin/Nutricao%20mineral%20de%20plantas.pdf.</p><p>Acesso em: 3 out. 2023.</p><p>MALAVOLTA, E. ABC da adubação. 5. ed. São Paulo: Ceres, 1989.</p><p>PINAY, G. et al. L’eutrophisation: manifestations, causes, conséquences et prédictibilité. Paris:</p><p>INRA; IFREMER; IRSTEA; CNRS, 2017. Disponible en: https://hal.inrae.fr/hal-02791790v1/docu-</p><p>ment. Accès dans: 28 nov. 2023.</p><p>PRADO, R. M. Nutrição de plantas. São Paulo: Editora Unesp, 2008.</p><p>1</p><p>1</p><p>1. Opção D.</p><p>Em 1843, Justus von Liebig instaurou a lei do mínimo: “o rendimento de uma colheita é limi-</p><p>tado pela ausência de qualquer um dos nutrientes essenciais, mesmo que todos os demais</p><p>estejam disponíveis em quantidades adequadas”.</p><p>2. Opção B.</p><p>I - Verdadeiro. Para se considerar como elemento essencial, um dos critérios é que sem</p><p>ele a planta não completa seu ciclo de vida.</p><p>II - Verdadeiro. C, H e O são obtidos do ar e água, e são considerados elementos orgânicos</p><p>nas plantas.</p><p>III - Falso. O Ca e B são essenciais, no entanto, o cálcio é considerado como macronutrientes.</p><p>IV - Verdadeiro. O Mg participa da composição da clorofila.</p><p>V - Verdadeiro. O Ca e B, são componentes estruturais da planta.</p><p>3. Opção A.</p><p>O nitrogênio e o magnésio têm alta mobilidade no floema da planta, sendo assim, na falta</p><p>dos mesmo, os sintomas ocorrem nas folhas mais velhas. Por outro lado, o cálcio possui mo-</p><p>bilidade restrita no floema, sendo assim os sintomas de falta surgem nas folhas mais novas.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>1</p><p>MINHAS METAS</p><p>ACIDEZ E CALAGEM</p><p>Identificar os problemas nutricionais em solos ácidos.</p><p>Compreender quais são a origem e fatores da acidez de solos.</p><p>Conhecer quais são os efeitos da calagem em propriedades químicas, biológicas e físicas</p><p>do solo.</p><p>Conhecer e aplicar métodos de determinação da acidez de solo e necessidade de calcário.</p><p>Saber das nuances da aplicação de calagem em sistemas de uso do solo sem revolvimento.</p><p>Compreender o papel da matéria orgânica na amenização da fitotoxidade do alumínio.</p><p>Conhecer aspectos de qualidade de materiais calcários.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 2</p><p>1</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Suponhamos que você esteja trabalhando em um órgão e seja enviado para uma</p><p>região do país onde não é comum os produtores corrigirem a acidez do solo. Em</p><p>suas visitas às propriedades, seu coordenador sugere que, como forma de conven-</p><p>cimento a adoção da prática de correção do solo, seja explicado os problemas que</p><p>a acidez do solo pode ocasionar à produtividade das plantas. Nas suas explicações,</p><p>você poderia falar, por exemplo, que elevada acidez do solo representa uma das</p><p>principais limitações ao crescimento das plantas, e consequentemente um entrave</p><p>para obtenção de elevadas produtividades. Segundo Eswaran, Reich e Beinroth</p><p>(1997), com base em dados da FAO, os solos naturalmente ácidos ocupam 3,8</p><p>bilhões de ha-1 no mundo, correspondendo a 25,9% da área total do planeta. Na</p><p>América do Sul, 66% dos solos possuem acidez elevada de forma natural.</p><p>Por que há uma maior predominância de solos naturalmente ácidos em ambientes</p><p>mais tropicais? Quais são os fatores relacionados? Quais são outros fatores que</p><p>elevam a acidez do solo? Confira as respostas no podcast. Recursos de mídia</p><p>disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>Em solos de acidez elevada, para se obter resultados expressivos no crescimento</p><p>e desenvolvimento de plantas, há necessidade de se neutralizar os efeitos tóxicos</p><p>dos fatores responsáveis pela acidez do solo por meio da calagem. Para nossa</p><p>sorte, com avanço do conhecimento e da pesquisa, corrigir a acidez do solo é</p><p>tarefa relativamente simples. Neste tema de aprendizagem, você encontrará in-</p><p>formações relacionadas à acidez do solo, ao poder benéfico da calagem para as</p><p>plantas, à recomendação</p><p>de calagem baseada em resultados da análise química</p><p>do solo e diferentes tipos de corretivos.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Lembre-se o que você aprendeu nas aulas de química: soluções aquosas, um</p><p>ácido é uma substância que doa íons hidrogênio ou prótons (H+) para qualquer</p><p>outra substância. Por outro lado, uma base é qualquer substância que aceita H+. O</p><p>pH é definido como sendo o logaritmo negativo da concentração/atividade do íon</p><p>H+. A concentração de H+ é dada em moles/litro.</p><p>Por exemplo, se a concentração do íon H+ de uma solução apresentar uma</p><p>concentração de 0,0001 ou 10-4 M em H+, o pH será igual a 4,0. O significado</p><p>prático dessa relação é que cada unidade de mudança no pH do solo significa a</p><p>mudança de dez vezes no grau de acidez ou basicidade, portanto um solo com</p><p>pH 5,0 tem acidez dez vezes maior que pH 6,0, ou seja, dez vezes H+ mais ativo.</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>OS PROBLEMAS NUTRICIONAIS EM SOLOS ÁCIDOS</p><p>Os nutrientes têm sua disponibilidade determinada por vários fatores, tais como</p><p>o valor do pH, que é a medida da concentração de íons hidrogênio na solução</p><p>do solo. Assim, em solos com pH excessivamente ácido, ocorre diminuição na</p><p>disponibilidade de nutrientes como fósforo, cálcio, magnésio, potássio e molib-</p><p>dênio, e aumento da solubilização de íons como zinco, cobre, ferro, manganês e</p><p>alumínio que, dependendo do manejo do solo e da adubação utilizados, podem</p><p>atingir níveis tóxicos para as plantas (Figura 1).</p><p>1</p><p>4</p><p>Figura 1 – Relação entre o valor pH do solo e a disponibilidade de nutrientes e alumínio trocável</p><p>Fonte: adaptada de Malavolta (1989).</p><p>Descrição da Imagem: a imagem apresenta um gráfico de eixo X e Y. No eixo X é representado um incremento</p><p>de pH na faixa de 5 até 7,5. No eixo Y é representado a disponibilidade dos nutrientes para as plantas. Fe, Cu,</p><p>Mn e Zn têm a disponibilidade máxima no pH 5, e vai reduzindo gradativamente até o pH de 7,5. Mo e Cl têm um</p><p>incremento de disponibilidade com elevação do pH. O P tem incremento com aumento do pH com um platô no pH</p><p>próximo a 7, e observa um pequeno decaimento após essa faixa. N, S, B, K, Ca e Mg têm leves incrementos com</p><p>aumento do pH com um platô no pH 7. O Al trocável tem alta disponibilidade em pH mais baixos, e é reduzido</p><p>drasticamente com elevação do pH. Fim da descrição.</p><p>A acidez dos solos pode ser dividida em: acidez ativa e acidez potencial. A</p><p>acidez ativa é a fração ou parte do hidrogênio que está dissociada na forma de</p><p>H+, na solução do solo, e é expressa em valores de pH, essa fração da acidez do</p><p>solo exerce efeito na disponibilidade dos nutrientes (Figura 1). As culturas se</p><p>desenvolvem melhor quando o pH está entre 6,0 e 7,0.</p><p>A acidez potencial está relacionada ao hidrogênio e ao alumínio que per-</p><p>manecem na fase sólida, na forma não dissociada. Pode ser dividida em acidez</p><p>trocável, e acidez não trocável (Figura 2).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>Figura 2 – Tipos de acidez do solo</p><p>Fonte: adaptada de Lopes e Guilherme (1990) e Quaggio (2000).</p><p>Descrição da Imagem: a imagem apresenta três formas de acidez do solo. Da esquerda para direita. 1- Acidez</p><p>ativa, a figura ilustra que os íons H+ estão na fase líquida do solo, mais conhecida como solução do solo. 2- Na</p><p>parte superior do lado direito da imagem, está ilustrada a acidez trocável, na qual o Al+3 está na fase sólida e</p><p>disponível para dissociação. Na parte inferior do lado direito da imagem, está ilustrada a acidez potencial, na qual</p><p>o H+ está na fase sólida e disponível para dissociação de maneira imediata. Fim da descrição.</p><p>A acidez trocável refere-se ao alumínio trocável que está ligado por força ele-</p><p>trostática à superfície dos coloides que constitui em fonte de problemas para as</p><p>plantas. o alumínio trocável atua no meristema apical da raiz, cessando a divisão</p><p>celular, portanto, paralisando o crescimento das raízes (Figura 3).</p><p>Descrição da Imagem: raízes sem restrição</p><p>de Al (esquerda) e com restrição (direita).</p><p>As raízes da direita são nitidamente maiores</p><p>comparadas às da direita. As raízes da es-</p><p>querda apresentam pontas bem formadas,</p><p>as da direita, apresentam aspecto defeituoso.</p><p>Fim da descrição.</p><p>Figura 3 – Raízes sem restrição de Al (esquerda)</p><p>e com restrição (direita)</p><p>Fonte: adaptada de Delhaize e Ryan (1995).</p><p>1</p><p>1</p><p>Em termos de efeitos negativos ao crescimento das plantas, o efeito primário da</p><p>toxicidade de Al se faz sentir no sistema radicular.</p><p>Os principais sintomas que podem ser observados no sistema radicular são:</p><p>■ raízes caracteristicamente curtas ou grossas;</p><p>■ inibição do crescimento das raízes, que se tornam castanhas;</p><p>■ raízes laterais engrossadas e pequena formação de pelos radiculares.</p><p>Na análise de solo, a interpretação dos valores de alumínio trocável (alto, médio,</p><p>baixo) é útil, mas a interpretação nunca deve ser avaliada de forma isolada. Um</p><p>valor alto de teor de alumínio trocável em um solo arenoso pode ser desprezível</p><p>em um argiloso, portanto, nos resultados do alumínio trocável, deve-se levar em</p><p>conta sua participação na saturação da capacidade de troca catiônica do solo</p><p>(CTC) (Quadro 1). Ao executar esses cálculos, é dada a saturação por alumínio,</p><p>que é representado na análise do solo como: m%.</p><p>M%* CLASSIFICAÇÃO</p><p>45 Muito alto (altamente prejudicial).</p><p>*m% _= [mmolc (Al) dm-3 x 100] / [mmolc (CTC) dm-3]</p><p>Quadro 1 – Interpretação dos valores de saturação de alumínio no solo (m%)</p><p>Fonte: adaptado de Osaki (1991).</p><p>A acidez potencial também é constituída pela acidez não trocável (Figura 2),</p><p>que se refere ao hidrogênio ligado aos coloides. O hidrogênio, nesta forma, não</p><p>é trocável, sendo dissociado somente com a elevação do pH do meio, esse tipo</p><p>de acidez confere a capacidade tampão para mudanças de pH do solo.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>O que é poder tampão do solo?</p><p>É a resistência do solo em ter o valor de seu pH alterado, quando tratado com</p><p>ácido ou base. Quanto maior a acidez potencial maior será o poder tampão do</p><p>solo. Assim, solos mais argilosos ou solos com maiores teores de matéria orgânica</p><p>possuem maior poder tampão do que solos mais arenosos ou solos com menores</p><p>teores de matéria orgânica.</p><p>Num solo com alto poder tampão, é preciso estar atento para o fato de que a</p><p>aplicação de doses de calcário será maior.</p><p>Deve-se lembrar que a resistência que o solo oferece em ter seu pH elevado</p><p>é idêntica àquela para ter seu pH diminuído, portanto considerando as causas</p><p>de acidificação dos solos, principalmente pelo uso de fertilizantes nitrogenados</p><p>e pela remoção das bases pelas colheitas, é preciso estar atento para a resistência</p><p>que o solo oferece em ter seu pH decrescido. Isso tem implicações, inclusive na</p><p>frequência da análise química do solo para avaliar sua acidez. Quanto menor o</p><p>poder tampão do solo menor será o espaço de tempo entre uma amostragem e</p><p>outra, pois o processo de acidificação ocorre mais rapidamente.</p><p>1</p><p>8</p><p>EFEITOS DA CALAGEM EM PROPRIEDADES QUÍMICAS,</p><p>BIOLÓGICAS E FÍSICAS DO SOLO</p><p>Os problemas com acidez do solo são de fácil resolução . O método chamado de</p><p>calagem consiste na aplicação no solo de materiais que neutralizam a acidez e que</p><p>normalmente possuem a presença de cálcio e mag-</p><p>nésio que são nutrientes para as plantas. A reação de</p><p>neutralização da acidez ocorre porque os corretivos</p><p>possuem reação básica, liberando (OH-) que se com-</p><p>binarão com H+, formando água (Equações 1 e 2).</p><p>Calcário + CaCO3 + H2O → Ca+2+ 2OH + CO2 ↑ (Equação 1)</p><p>2OH + solo ácido = 2H+ → 2H2O (Equação 2)</p><p>A calagem feita de maneira assertiva eleva o pH para a faixa de 5,5 a 6,5, com um</p><p>aspecto importante na química do solo que interfere diretamente na nutrição</p><p>das plantas. Em pH superior a 5,5, a maior parte do AI estará precipitado na</p><p>forma de hidróxido de AI amorfo [Al(OH)3], forma não absorvível pelas plantas</p><p>(Equação 3).</p><p>3OH- + Al+3 → [Al (OH)3] ↓ (Equação 3)</p><p>Considerando ainda os aspectos químicos benéficos da calagem no solo, há de se</p><p>considerar os efeitos no aumento da CTC do solo. Nos solos tropicais, predomi-</p><p>na-se na fração argila cargas dependentes de pH. O aumento pH do solo, com a</p><p>calagem, se dá concentração de cargas negativas do solo (CTC). Além da maior</p><p>retenção de cátions, há também aumento na disponibilidade de fósforo, visto</p><p>que o aumento da CTC reduz a fixação desse nutriente na fase sólida do solo.</p><p>Não há muitas modificações nas propriedades físicas do solo, como há nos</p><p>atributos químicos. As alterações nas propriedades físicas do solo por meio da</p><p>calagem ocorrem de forma indireta. Com o aumento do crescimento radicular</p><p>das plantas há melhorias na infiltração de água, agregação das partículas e reduzindo</p><p>o adensamento do solo.</p><p>Os problemas com</p><p>acidez do solo, são</p><p>de fácil resolução</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>A calagem também melhora as propriedades biológicas do solo. Em pH mais</p><p>próximos à neutralidade, há maior atividade microbiana do solo. A correção da</p><p>acidez do solo pela calagem melhora também a fixação biológica de nitrogênio</p><p>da atmosfera, que são importantes, sobretudo, para a produtividade da cultura</p><p>da soja e feijão, que são culturas que têm a produtividade beneficiada por essas</p><p>associações simbióticas.</p><p>Que tal aprofundar os seus conhecimentos nas vantagens que a calagem propor-</p><p>ciona na produtividade agrícola? Recomendo que assista ao vídeo que a Coorde-</p><p>nadoria de Assistência Técnica Integral do Estado de São Paulo fez sobre um dia de</p><p>campo voltado para calagem. https://www.youtube.com/watch?v=UXhrVuJIrY4</p><p>EU INDICO</p><p>MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA NECESSIDADE DE</p><p>CALCÁRIO</p><p>O critério mais simples e mais usado para recomendar a dose de calcário no Brasil</p><p>é aquele em que se procura elevar a porcentagem de saturação em bases (V%)</p><p>a um valor adequado para a cultura. A quantidade de calcário é calculada para</p><p>aumentar a porcentagem de cátions que condicionam os valores de V% = 70. A</p><p>necessidade de calagem é dada pela fórmula a seguir:</p><p>NC (T/ha) = [T x (V esperado - V atual] / 100</p><p>Em que:</p><p>NC (t/ha) = necessidade de calagem em toneladas por hectare.</p><p>T = valor de Capacidade de Troca de Cátions (CTC) potencial ou CTC a pH</p><p>7,0 da análise de solo.</p><p>V esperado = porcentagem de saturação por bases desejada de acordo com</p><p>as recomendações para as condições regionais.</p><p>V atual = porcentagem de saturação por bases do solo conforme resultado</p><p>da análise de solo.</p><p>4</p><p>1</p><p>Observe, no exemplo, um caso de cálculo da necessidade de calagem:</p><p>Calcule a necessidade de calagem (NC) para o milho a ser cultivado em solo utili-</p><p>zando o método da saturação por bases com o solo das seguintes características:</p><p>CTC a pH 7,0 = 6,5; V% atual = 21. V% esperado = 70%.</p><p>Resolução:</p><p>NC (t/ha) = [T x (V esperado – V atual)] / 100</p><p>NC = [6,5 x (70-21)] / 100</p><p>NC = 3,3 t/ha</p><p>Assim, recomendam-se 3,3 toneladas por hectare de calcário.</p><p>ZOOM NO CONHECIMENTO</p><p>Há outros métodos para recomendação da necessidade de calagem? A resposta é sim.</p><p>Em comparação ao método de saturação por bases (já visto), os outros são</p><p>menos utilizados. Tais método têm os seus usos de forma mais regional.</p><p>Método de neutralização do alumínio trocável e elevação dos teores de cálcio</p><p>e magnésio. Neste método, consideram-se, ao mesmo tempo, características do</p><p>solo e exigências das culturas. Se for preciso corrigir a acidez do solo, leva-se em</p><p>conta a suscetibilidade ou a tolerância da cultura à elevada acidez trocável – a</p><p>máxima saturação por Al3+ tolerada pela cultura (mt) e a capacidade-tampão</p><p>do solo (Y). Por outro lado, pode ser preciso elevar a disponibilidade de Ca e de</p><p>Mg de acordo com as exigências das culturas neste nutriente (X).</p><p>Para entender melhor o método de neutralização do alumínio trocável e elevação</p><p>dos teores de cálcio e magnésio e sabê-lo aplicar, confira o artigo Colagem pelo</p><p>Método Neutralização do Al e Ca+Mg. https://agronomiacomgismonti.blogspot.</p><p>com/2011/07/calagem-pelo-metodo-neutralizacao-do-al.html</p><p>EU INDICO</p><p>Um outro método bastante utilizado no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina</p><p>é o método do tampão SMP. Baseia-se na elevação do pH do solo para o valor</p><p>desejado a partir da mistura de solo com uma solução-tampão. As soluções tam-</p><p>pão são soluções que resistem a mudanças de pH quando a elas são adicionados</p><p>ácidos ou bases ou quando ocorre diluição</p><p>UNIASSELVI</p><p>4</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>Para entender o método o SPM e saber aplicá-lo, confira o vídeo Colagem através</p><p>do Índice SMP no Sistema de Plantio Convencional. https://www.youtube.com/wat-</p><p>ch?v=_ypgAxcurDI</p><p>EU INDICO</p><p>De modo geral, o tempo de reação do calcário, mencionado na literatura, é de,</p><p>em média, 60 a 90 dias. Por isso, em solos com elevada acidez é recomendado</p><p>que a calagem seja realizada no período chuvoso. Na maioria das vezes, o calcá-</p><p>rio é aplicado na transição de secas para o período chuvoso, na região sudeste e</p><p>centro-oeste do Brasil essa época coincide com o início do outono.</p><p>A calagem é recomendada para a correção do solo na camada 0-20 cm. E se for</p><p>detectada alta concentração de alumínio trocável e/ou baixos teores de cálcio em</p><p>subsuperfície? Meu cliente vai cultivar uma planta de ciclo perene cujo sistema</p><p>radicular passa dos 20 cm. O calcário é eficiente? A resposta é não.</p><p>Para corrigir esse problema é necessário o uso de gesso agrícola. Para estabelecer a</p><p>necessidade de gessagem, definir doses e conhecer outros princípios dessa prática,</p><p>eu recomendo a leitura de um material que a Emprapa elaborou sobre o assunto.</p><p>https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/568533/1/cirtec32.pdf</p><p>EU INDICO</p><p>4</p><p>1</p><p>CALAGEM EM SISTEMAS DE USO DO SOLO SEM</p><p>REVOLVIMENTO</p><p>A principal diferença entre o plantio convencional e o plantio direto é que no</p><p>plantio direto não haverá revolvimento do solo após a aplicação do corretivo. Por</p><p>esse motivo, algumas práticas são diferentes para os dois sistemas de plantios, a</p><p>seguir serão apresentadas as principais diferenças:</p><p>Diferente do plantio convencional, no qual as amostragens do solo ocorrem</p><p>na camada de 0-20 cm, no plantio direto recomenda-se que as amostragens ocor-</p><p>ram nas camadas 0-5 ou 0-10 cm. Isso tudo porque o movimento de calcário no</p><p>perfil do solo pode ser lento, limitando o efeito deste produto a poucos centíme-</p><p>tros abaixo do local onde ele é depositado. Ao longo do tempo, após sucessivas</p><p>reaplicações dos corretivos em superfície, vai ocorrendo melhorias no gradiente</p><p>de acidez da superfície em direção ao subsolo.</p><p>Como a amostragem é feita em profundidades diferentes nos dois tipos de</p><p>sistemas de plantio, a recomendação da necessidade de calagem deve ser ajustada.</p><p>Para amostragens feitas na camada de 0-10 e 0-5 cm, a necessidade de calagem</p><p>deve ser ½ e ⅓, respectivamente, da dose calculada.</p><p>PAPEL DA MATÉRIA ORGÂNICA NA AMENIZAÇÃO DA</p><p>FITOTOXIDADE DO ALUMÍNIO</p><p>Incrementos na matéria orgânica do solo diminuem a disponibilidade de alu-</p><p>mínio, que é tóxico para as plantas. Isso ocorre pelo fato da capacidade da das</p><p>substâncias húmicas que estão presentes na matéria orgânica em complexar o</p><p>alumínio na fase sólida.</p><p>Portanto, sistemas que favorecem o incremento de matéria orgânica do solo</p><p>como o plantio direto, favorecem também, dentre outras coisas, a diminuição</p><p>dos problemas relacionados à toxicidade de alumínio nas plantas.</p><p>UNIASSELVI</p><p>4</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>ASPECTOS DE QUALIDADE DE MATERIAIS CALCÁRIOS</p><p>No mercado, existe grande diversidade de calcários. O calcário é comercializado</p><p>com base no peso do material, portanto a escolha</p><p>do corretivo a aplicar deve levar em consideração</p><p>o uso de critérios técnicos (qualidade de calcário) e</p><p>econômicos, procurando maximizar os benefícios e</p><p>minimizar os custos.</p><p>Na qualidade de calcário, se deve considerar a capacidade de neutralizar a acidez do</p><p>solo, poder de neutralização (PN) que é influenciada principalmente pela natureza</p><p>geológica do material, e a reatividade</p><p>do material (RE), aspecto que envolve a</p><p>granulometria do corretivo.</p><p>O poder neutralizante avalia o teor de materiais neutralizantes do calcário, ou</p><p>seja, a capacidade de reação dos ânions presentes, se expressa em %, consideran-</p><p>do o CaCO3 como padrão igual a 100% (Quadro 2).</p><p>No mercado, existe</p><p>grande diversidade</p><p>de calcários</p><p>MATERIAL CORRETIVO PESO MOLAR PN (%)</p><p>CaCO3 100 100</p><p>MgCO3 84 119</p><p>Ca(OH)2 74 136</p><p>Mg(OH)2 58 172</p><p>CaO 56 179</p><p>MgO 40 248</p><p>CaSiO3 172 86</p><p>MgSiO3 100 100</p><p>Quadro 2 – Poder de neutralização de alguns materiais corretivos puros</p><p>Fonte: o autor.</p><p>4</p><p>4</p><p>Isso quer dizer que 100 kg de, por exemplo, MgCO3 tem o mesmo PN que 119 kg de</p><p>CaCO3. As diferenças são resultantes dos diferentes pesos moleculares (Quadro 2).</p><p>Normalmente, o PN dos corretivos é calculado em função dos teores de CaO</p><p>e MgO do produto de acordo com a seguinte fórmula:</p><p>PN (Eq.CaCO_3 ) = [% CaO x 1,79] + [% MgO x 2,48]</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Qual é o poder de neutralização de um calcário com as seguintes especificações?</p><p>35% CaO e 16% MgO</p><p>PN = (35 x 1,79) + (16 x 2,48)</p><p>PN = 102,3% equivalente ao CaCO3</p><p>Como frisado anteriormente, a reatividade dos corretivos está ligada a sua granu-</p><p>lometria. Como as rochas calcárias são de baixa solubilidade, é necessário que suas</p><p>partículas sejam do menor tamanho possível, pois quanto menores suas partículas,</p><p>maior a superfície específica e maior será a área de contato ou de reação (Quadro 3).</p><p>PENEIRA Nº (ABNT) DIMENSÃO (MM) TAXA DE REATIVIDADE (%)</p><p>> 10 > 2 0</p><p>10 - 20 2 - 0,84 20</p><p>20 - 50 2 - 0,84 60</p><p>13</p><p>Quadro 4 – Classificação dos calcários de acordo com os teores de MgO</p><p>Fonte: o autor.</p><p>Acreditamos que tenha percebido que os temas que discutimos até agora são</p><p>bastante práticos. As informações até aqui repassadas serão ferramentas para</p><p>seu trabalho.</p><p>Gostou do que discutimos até aqui? Temos mais para conversar a respeito deste</p><p>tema, vamos lá?</p><p>Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de</p><p>aprendizagem.</p><p>EM FOCO</p><p>UNIASSELVI</p><p>4</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Esperamos que tenha percebido que os retornos econômicos e ambientais com</p><p>uso da calagem podem ser bastante elevados. A calagem, trata- se de uma ope-</p><p>ração simples de ser planejada e executada. Devemos considerar também que</p><p>os calcários possuem baixos custos, porém, dependendo da região, o frete influi</p><p>muito no custo total do corretivo posto na propriedade, podendo o custo do</p><p>transporte superar facilmente o custo do produto.</p><p>Mesmo com todas as vantagens da prática da calagem, ainda se observam</p><p>produtores rurais que não fazem essa operação. A prática da calagem na sua</p><p>região é difundida? Há assistência técnica para os produtores fazerem essa ope-</p><p>ração corretamente? As doses são calibradas corretamente, mediante a análise</p><p>de solo? Procure essas respostas e seja um agente facilitador nesse assunto para</p><p>os produtores rurais.</p><p>4</p><p>8</p><p>1. A técnica da calagem é utilizada para diminuir a acidez do solo, ou seja, aumentar seu pH,</p><p>além de fornecer cálcio e magnésio para as plantas.</p><p>A técnica de calagem consiste em:</p><p>a) Pulverizar as plantas com herbicidas.</p><p>b) Misturar cloreto de sódio ao adubo.</p><p>c) Aumentar o uso de cloro no solo.</p><p>d) Incorporar antioxidantes à terra.</p><p>e) Adicionar calcário ao solo.</p><p>2. A elevada acidez do solo representa uma das principais limitações ao crescimento das</p><p>plantas e, consequentemente, um entrave para obtenção de elevadas produtividades.</p><p>Com relação à acidez do solo, analise as afirmativas a seguir:</p><p>I - Os solos, em condições naturais, podem ser ácidos, em decorrência do material de ori-</p><p>gem e da intensidade de ação de agente de intemperismo, como clima e organismos.</p><p>II - A acidez do solo é avaliada, geralmente, por meio de seu pH, determinando-se a ativi-</p><p>dade de H+ em uma suspensão de solo com água ou com soluções salinas.</p><p>III - O aumento do valor do pH implica no crescimento da acidez do solo.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>4</p><p>9</p><p>3. Os solos brasileiros, em sua maioria, são ácidos, dificultando a cultura de várias espécies</p><p>de plantas, e são caracterizados por baixas concentrações de íons Ca 2+ e Mg 2+ e por va-</p><p>lores elevados do cátion Al 3+. Esse problema é corrigido mediante o processo conhecido</p><p>como calagem, que consiste na incorporação ao solo de substâncias que se hidrolisam e</p><p>corrigem a acidez.</p><p>Com base nessas informações, é correto afirmar que o composto químico NÃO apropriado</p><p>para a redução da acidez do solo é:</p><p>a) CaCO3.</p><p>b) CaSiO3.</p><p>c) MgSiO3.</p><p>d) NaCl.</p><p>e) CaO.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>5</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>DELHAIZE, E.; RYAN, P. R. Aluminum toxicity and tolerance in plants. Plant Physiology, Bethesda,</p><p>v. 107, p. 315-321, 1995.</p><p>ESWARAN, H.; REICH, P.; BEINROTH, F. Global distribution of soils with acidity. In: MONIZ, A. C. et</p><p>al. (ed.). Plant-soil interaction at low pH: sustainable agriculture and forestry production. Viçosa:</p><p>Brazilian Soil Science Society, 1997. p. 159-164.</p><p>LOPES, A. S.; GUILHERME, L. R. G. Uso eficiente de fertilizantes: aspectos agronômicos. São</p><p>Paulo: ANDA, 1990.</p><p>MALAVOLTA, E. ABC da adubação. 5. ed. São Paulo: Ceres, 1989.</p><p>NOVAIS, R. F.; ALVAREZ, V. V. H.; BARROS, N. F.; et al. Fertilidade do solo. Viçosa: Sociedade Bra-</p><p>sileira de Ciência do Solo, 2007.</p><p>OSAKI, F. Calagem e adubação. Campinas: Instituto Brasileiro de Ensino Agrícola,</p><p>1991.</p><p>QUAGGIO, J. A. Acidez e calagem em solos tropicais. Campinas: Instituto Agronômico, 2000.</p><p>5</p><p>1</p><p>1. Opção E.</p><p>a) Falsa. Prática agrícola no controle de matocompetição.</p><p>b) Falsa. Prática não usada na agricultura.</p><p>c) Falsa. Prática não usada na agricultura.</p><p>d) Falsa. Prática não usada na agricultura.</p><p>e) Verdadeira. A calagem consiste no uso de corretivos no solo, dentre estes, os calcários.</p><p>2. Opção C.</p><p>I - Verdadeiro. Todos os fatores mencionados, intensificam o intemperismo do solo, ele-</p><p>vando a acidez do solo.</p><p>II - Verdadeiro. É um método simples usado no mundo inteiro.</p><p>III - Falso. O aumento do valor do pH implica no crescimento na redução da acidez do solo.</p><p>3. Opção D.</p><p>a) Carbonato de cálcio, uso como corretivo (Verdadeiro).</p><p>b) Silicato de cálcio, uso como corretivo (Verdadeiro).</p><p>c) Silicato de magnésio, uso como corretivo (Verdadeiro).</p><p>d) Cloreto de sódio, uso agrícola não recomendado (Falso).</p><p>e) Óxido de cálcio, uso como corretivo (Verdadeiro).</p><p>GABARITO</p><p>5</p><p>1</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>5</p><p>1</p><p>MINHAS METAS</p><p>NITROGÊNIO E O SOLO</p><p>Entender por que o nitrogênio é um importante fator abiótico em agroecossistemas.</p><p>Entender como ocorre a aquisição e assimilação de nitrogênio por plantas.</p><p>Entender como a biodisponibilidade de nitrogênio é influenciada pelo manejo adotado no</p><p>agroecossistema.</p><p>Saber compreender como ocorre a fixação industrial e biológica de nitrogênio.</p><p>Conhecer os adubos nitrogenados minerais e orgânicos.</p><p>Saber fazer o emprego dos fertilizantes nitrogenados no solo.</p><p>Saber identificar quais são as fontes de perdas de nitrogênio para o ambiente.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 3</p><p>5</p><p>4</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Suponhamos que você seja um consultor e esteja trabalhando em uma região</p><p>com predominância de solos arenosos, onde é comum haver a deficiência de</p><p>nitrogênio (N) em plantas cultivadas. Em uma de suas visitas às propriedades,</p><p>Sr. José lhe pergunta se, em sua lavoura de milho, as folhas baixeiras amareladas</p><p>são sintomas de deficiência de N? Ele ainda lhe faz outra pergunta: quais são os</p><p>problemas causados pela falta desse nutriente nas plantas?</p><p>Antes de responder à pergunta do Sr. José, que tal entender por qual motivo esse</p><p>nutriente é limitante no agrossistema? Que tal compreender e relembrar como</p><p>as plantas obtêm esse nutriente? Então, convido a você a escutar nosso podcast.</p><p>Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de</p><p>aprendizagem.</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>Após escutar o podcast, você já sabe que são comuns as deficiências de N em</p><p>agrossistemas que não são fertilizados. Dessa maneira, a pergunta do Sr. José, pro-</p><p>posta no início do conteúdo, merece nossa atenção. Antes de tudo, é importante</p><p>enfatizar que é papel do consultor ter uma visão holística, para que diagnósticos</p><p>equivocados não sejam dados. Nesse sentido, é importante que você exija do Sr.</p><p>José o histórico de uso daquele solo, com informações dos programas de adubação</p><p>efetuados por ele, e resultados de análise química de solo e planta.</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Vamos recordar os sintomas visuais da deficiência de N nas plantas. Com essas</p><p>informações já teremos algumas repostas para a pergunta do Sr. José.</p><p>A deficiência de N resulta em amarelecimento (clorose) de folhas por causa de</p><p>teor de clorofila inadequado. Os sintomas de deficiência aparecem primeiramente</p><p>em folhas mais velhas, visto que o elemento apresenta alta mobilidade na planta.</p><p>Outros sintomas de deficiência de N podem incluir plantas com baixo crescimento.</p><p>UNIASSELVI</p><p>5</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>ENTENDER POR QUE O NITROGÊNIO É UM IMPORTANTE</p><p>FATOR ABIÓTICO EM AGROECOSSISTEMAS</p><p>Na maioria das plantas o nitrogênio é o elemento químico mais absorvidos pelas</p><p>plantas, em algumas plantas o potássio pode ser o nutriente mais absorvido. Que</p><p>tal conferir a quantidade de nitrogênio que é absorvida por algumas culturas para</p><p>os determinados níveis de produtividade (Quadro 1).</p><p>CULTURA PARA A PRODUTIVIDADADE DE N ABSORVIDO*</p><p>KG/HA-1</p><p>Alfafa 8.000 196</p><p>Algodão 680 82</p><p>Amendoim 1.814 114</p><p>Arroz 3.175 50</p><p>Batata 25.400 111</p><p>Capim coast-cross 8.000 167</p><p>Milho 4.000 73</p><p>Soja 1.630 133</p><p>Sorgo em grão 3.300 65</p><p>Tomate 40.000 102</p><p>Trigo de inverno 1.630 52</p><p>Trigo de primavera 1.630 60</p><p>Quadro 1 – Utilização de nitrogênio pelas culturas</p><p>Fonte: IPNI (2017, p. 1).</p><p>5</p><p>1</p><p>Nas aplicações de N no solo, as quantidades devem ser ajustadas, visto que há</p><p>perdas entre 10 e 70% da dose aplicada. As perdas podem ser maiores ou meno-</p><p>res, de acordo com a fonte nitrogenada usada e o manejo adotado, este assunto</p><p>será ainda discutido nesta tema de aprendizagem (IPNI, 2017).</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Por qual motivo o N é demandado em grandes quantidades pelas plantas?</p><p>O N é componente essencial de proteínas, ácidos nucleicos e de outros constituintes</p><p>celulares, incluindo membranas e diversos hormônios vegetais. As proteínas, por</p><p>exemplo, possuem 60% ou mais de N em sua composição.</p><p>O N por ser o nutriente mais demandado em termos de quantidade pela maioria das</p><p>plantas, sua falta é a que mais limita a produtividade vegetal. Sua deficiência resulta</p><p>em clorose gradual das folhas mais velhas e redução do crescimento da planta, sendo</p><p>que, inicialmente, em detrimento das reservas da parte aérea, a planta promove um</p><p>alongamento do sistema radicular, como uma tentativa de buscar o nutriente (Figura 1).</p><p>Figura 1 – Folhas e raízes de plantas de arroz cultivadas em solução nutritiva com 0,1 e 0,5 mM de N-NO3-</p><p>ou sem nitrogênio</p><p>Fonte: Fernandes e Souza (2018, p. 363).</p><p>Descrição da Imagem: a imagem</p><p>mostra fotos de plantas de arroz. Da</p><p>esquerda para direita são mostradas o</p><p>limbo foliar, por causa da ausência de</p><p>N a folha está amarelada. Na presença</p><p>de uma dose deficiente de N, a folha</p><p>está parcialmente amarelada. Na dose</p><p>adequada de N, a folha apresenta uma</p><p>forte coloração verde. Da direita para</p><p>esquerda é mostrado o sistema radicu-</p><p>lar. Na ausência de N, a raiz está com-</p><p>prida, com pouco crescimento lateral.</p><p>Na presença de uma dose deficiente</p><p>e normal de N, as raízes apresentam</p><p>maior crescimento lateral e menor</p><p>comprimento quando comparada a</p><p>dose insuficiente. Fim da descrição.</p><p>UNIASSELVI</p><p>5</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>AQUISIÇÃO E ASSIMILAÇÃO DE NITROGÊNIO POR PLANTAS</p><p>O N está disponível no solo em diversas formas, incluindo formas inorgânicas,</p><p>amônio e nitrato. Estão também disponíveis formas orgânicas, aminoácidos,</p><p>proteínas e outras formas complexas pouco solúveis, tais como celulose, lignina,</p><p>dentre outros, no entanto as plantas absorvem o N em formas inorgânicas, nitrato</p><p>(NO-3) ou amônio (NH+4).</p><p>Para as células vegetais presentes nas raízes absorverem o nitrato (NO-3),</p><p>a planta precisa investir energia, ou seja, a absorção do íon ocorre contra um</p><p>potencial eletroquímico. A absorção do NO-3 ocorre por meio de um sistema</p><p>chamado simporte, por meio do qual ocorre a absorção simultãnes de H+ e NO-3</p><p>para dentro das células. Já a absorção de NH4</p><p>+ ocorre via sistema uniporte, por</p><p>processo passivo, ou seja, sem gasto de energia (Figura 2).</p><p>Figura 2 – Absorção de nitrato (NO3-) e amônio (NH4+) através da membrana plasmática. (1) Bomba de pró-</p><p>tons; (2) Transportador de NO3</p><p>- (simporte) =; (3) Transportador de NH4</p><p>+ (uniporte). ΔΨ (potencial elétrico</p><p>através da membrana); ΔµNH4</p><p>+ ou ΔµNO3</p><p>- (respectivamente, diferença de potencial químico para o íon NH4</p><p>+</p><p>ou NO3</p><p>-, entre o interior e o exterior da célula).</p><p>Fonte: Fernandes e Souza (2018, p. 366).</p><p>Descrição da Imagem: a figura é uma ilustração do lado externo e interno de uma célula vegetal. Do lado externo da</p><p>célula, é demonstrado o transportador de NO3- e o transportador de NH4+. Do lado interno da célula é demonstrada</p><p>a bomba de prótons. Fim da descrição.</p><p>5</p><p>8</p><p>Nas células vegetais há uma bomba de prótons na plasmalema, que hidrolisa</p><p>ATP, bombeando H+ para fora da célula, o que cria um gradiente de potencial</p><p>eletroquímico, que é composto do potencial elétrico através da membrana e da</p><p>diferença de</p>

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