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<p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a1</p><p>POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A PESSOA IDOSA</p><p>POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A PESSOA</p><p>IDOSA</p><p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a2</p><p>NOSSA HISTÓRIA</p><p>A nossa história inicia-se com a ideia visionária e da realização do sonho de um</p><p>grupo de empresários na busca de atender à crescente demanda de cursos de</p><p>Graduação e Pós-Graduação. E assim foi criado o Instituto, como uma entidade</p><p>capaz de oferecer serviços educacionais em nível superior.</p><p>O Instituto tem como objetivo formar cidadão nas diferentes áreas de conhecimento,</p><p>aptos para a inserção em diversos setores profissionais e para a participação no</p><p>desenvolvimento da sociedade brasileira, e assim, colaborar na sua formação</p><p>continuada. Também promover a divulgação de conhecimentos científicos, técnicos</p><p>e culturais, que constituem patrimônio da humanidade, transmitindo e propagando</p><p>os saberes através do ensino, utilizando-se de publicações e/ou outras normas de</p><p>comunicação.</p><p>Tem como missão oferecer qualidade de ensino, conhecimento e cultura, de forma</p><p>confiável e eficiente, para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base</p><p>profissional e ética, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no</p><p>atendimento e valor do serviço oferecido. E dessa forma, conquistar o espaço de</p><p>uma das instituições modelo no país na oferta de cursos de qualidade.</p><p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a3</p><p>Sumário</p><p>NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 2</p><p>Introdução .................................................................................................................. 4</p><p>O envelhecimento da população ............................................................................. 7</p><p>O binômio saúde-doença ........................................................................................................ 9</p><p>A vulnerabilidade do idoso ................................................................................................... 11</p><p>Política Nacional do Idoso – Lei n. 8.842/94.......................................................... 14</p><p>Diretrizes da PNI ................................................................................................................... 17</p><p>Gestão e organização da PNI ................................................................................................ 18</p><p>A PNI no âmbito do SUS ........................................................................................................ 18</p><p>A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) ......................................................... 20</p><p>O Pacto pela Vida .................................................................................................................. 21</p><p>Diretrizes do Pacto pela Vida ............................................................................................ 22</p><p>Estratégias do Pacto pela Vida .......................................................................................... 22</p><p>O estatuto do idoso – Lei n. 10.741/03 .................................................................. 23</p><p>Referências .............................................................................................................. 28</p><p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a4</p><p>Introdução</p><p>Em toda e qualquer produção que verse sobre as pessoas idosas o modo de</p><p>introduzir o assunto não foge às condições que vislumbramos para o futuro, mas que</p><p>já se fazem sentir no presente, ou seja, a população idosa tem crescido de maneira</p><p>exponencial, o que exige atenção por parte do governo e da sociedade para que</p><p>busquemos a qualidade de vida para essa faixa etária da população.</p><p>De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), idoso é todo</p><p>indivíduo com 60 anos ou mais. O Brasil tem mais de 28 milhões de pessoas nessa</p><p>faixa etária, número que representa 13% da população do país. E esse percentual</p><p>tende a dobrar nas próximas décadas, segundo a Projeção da População, divulgada</p><p>em 2018 pelo IBGE.</p><p>A população idosa tende a crescer no Brasil nas próximas décadas, como</p><p>aponta a Projeção da População, do IBGE, atualizada em 2018. Segundo a</p><p>pesquisa, em 2043, um quarto da população deverá ter mais de 60 anos, enquanto a</p><p>proporção de jovens até 14 anos será de apenas 16,3%. Segundo a demógrafa do</p><p>IBGE, Izabel Marri, a partir de 2047 a população deverá parar de crescer,</p><p>contribuindo para o processo de envelhecimento populacional – quando os grupos</p><p>mais velhos ficam em uma proporção maior comparados aos grupos mais jovens da</p><p>população.</p><p>Também de acordo com a PNS, 17,3% dos idosos apresentavam limitações</p><p>funcionais para realizar as Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD), que são</p><p>tarefas como fazer compras, administrar as finanças, tomar remédios, utilizar meios</p><p>de transporte, usar o telefone e realizar trabalhos domésticos. E essa proporção</p><p>aumenta para 39,2% entre os de 75 anos ou mais.</p><p>Porém, uma boa saúde também é pré-requisito para que as pessoas possam</p><p>trabalhar até mais velhas. A professora titular de demografia da Universidade</p><p>Federal de Minas Gerais (UFMG), Simone Wajnman, lembra que no Brasil os</p><p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a5</p><p>trabalhadores idosos vêm de uma época em que estudar era privilégio de uma elite</p><p>e, portanto, têm baixos níveis de escolaridade. “O que a gente vê hoje no mercado</p><p>brasileiro é que quem tem mais chance de continuar trabalhando nas idades mais</p><p>elevadas são aquelas pessoas que têm mais escolaridade, que exercem ocupações</p><p>que não dependem de força física”, diz (PERISSÉ; MARLI, 2019).</p><p>Figura 1 – Políticas públicas para pessoa idosa</p><p>Pois bem, veremos ao longo desse caderno, políticas públicas para a pessoa</p><p>idosa, justificadas por Boneti (1997, p. 188):</p><p>A identificação de diferentes problemas, preconceitos e desigualdade de</p><p>direitos justifica a importância de desenvolver políticas públicas que atendam a</p><p>sociedade, para assim amenizar os problemas sociais apresentados. A política</p><p>pública é o resultado da dinâmica que se estabelece entre as relações de poder,</p><p>relações essas constituídas pelos grupos da sociedade civil.</p><p>A Constituição de 1988 deixou clara a preocupação e atenção que deve ser</p><p>dispensada aos idosos, quando colocou em seu texto a sua questão. Foi o pontapé</p><p>inicial para a definição da Política Nacional do Idoso, que traçou os direitos desse</p><p>público e as linhas de ação setorial.</p><p>Um destaque no país no auxílio à terceira idade é Brasília, nossa capital. Foi</p><p>a primeira localidade a criar uma Subsecretaria para Assuntos do Idoso, além de</p><p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a6</p><p>instituir o Estatuto do Idoso, regido por princípios que registram o direito das</p><p>pessoas mais velhas a uma ocupação e trabalho, como ainda acesso à cultura, à</p><p>justiça, à saúde e à sexualidade, além, é claro, de poder participar da família e da</p><p>comunidade</p><p>No ano de 1994 foi aprovada a Lei n. 8.842 (BRASIL, 1994) que estabelece a</p><p>Política Nacional do Idoso. Esta lei visa garantir os direitos sociais que permitem</p><p>com que as pessoas idosas tenham autonomia, integração e atuação na</p><p>comunidade em que estão inseridos, de modo a exercerem sua plena cidadania. A</p><p>citada lei estabelece que pessoas de 60 anos ou mais são entendidas como</p><p>indivíduos idosos.</p><p>Em 2003 foi a vez da promulgação do Estatuto do Idoso, Lei n. 10741/03,</p><p>também contemplada ao longo do caderno.</p><p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a7</p><p>O envelhecimento da população</p><p>Velhice não é doença. A velhice é uma etapa da vida com características e</p><p>valores próprios, em que ocorrem modificações no indivíduo, tanto na estrutura</p><p>orgânica, como no metabolismo, no equilíbrio bioquímico, na imunidade, na nutrição,</p><p>nos mecanismos funcionais, nas características intelectuais e emocionais</p><p>(FERRARI, 1975).</p><p>Figura 2 – Aumento no envelhecimento da</p><p>população</p><p>São estas modificações que dificultam a adaptação do indivíduo no seu meio,</p><p>exatamente pela falta de condições que favoreçam o envelhecimento bio-psico-</p><p>social. A aparência do indivíduo se transforma, possibilitando atribuir-lhe uma idade</p><p>quase sempre com pequena margem de erro. A pele se enruga em consequência da</p><p>desidratação e há perda de elasticidade do tecido dérmico subjacente. Há perda de</p><p>dentes, atrofia muscular e a esclerose das articulações acarreta distúrbios de</p><p>locomoção. O esqueleto padece de osteoporose e é sujeito a fraturas ósseas. O</p><p>coração tem seu funcionamento alterado, os órgãos dos sentidos são atacados.</p><p>O idoso é mais vulnerável a doenças degenerativas de começo insidioso,</p><p>como as cardiovasculares e cérebrovasculares, o câncer, os transtornos mentais, os</p><p>estados patológicos que afetam o sistema locomotor e os sentidos. Inegavelmente,</p><p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a8</p><p>há uma redução sistemática do grau de interação social como um dos sinais mais</p><p>evidentes de velhice.</p><p>Segundo Zaslavsky e Gus (2002, p. 635), concorrem para agravar essa</p><p>situação vários fatores demográficos, socioculturais e epidemiológicos como:</p><p>a) aposentadoria;</p><p>b) perda de companheiros de trabalho;</p><p>c) aumento de tempo livre;</p><p>d) mudanças nas normas sociais;</p><p>e) impacto da idade sobre o indivíduo;</p><p>f) impacto social da velhice;</p><p>g) perda de segurança econômica;</p><p>h) rejeição pelo grupo;</p><p>i) filhos que se afastam;</p><p>j) dificuldades citadas pela sociedade industrializada;</p><p>k) condução difícil;</p><p>l) trânsito congestionado;</p><p>m) contaminação do ar afetando a sua saúde;</p><p>n) aumento da frequência de determinadas enfermidades;</p><p>o) dificuldades de aceitação de novas ideias que se chocam com os modelos</p><p>tradicionais de conduta, fazendo o velho duvidar do que vem até então</p><p>seguindo.</p><p>A saúde no idoso consiste em três fatores relacionados: a ausência de</p><p>doença, a manutenção de ótima função, a presença de um apoio adequado, daqui</p><p>podemos fazer um gancho para o binômio saúde-doença!.</p><p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a9</p><p>O binômio saúde-doença</p><p>Em 1946, a organização Mundial de Saúde (OMS) definiu a saúde como um</p><p>estado de completo bem-estar físico, mental e social, não consistindo de apenas</p><p>ausência de doenças ou enfermidade.</p><p>Em 1984, o mesmo organismo modificou/acrescentou ao conceito, a condição</p><p>em que um indivíduo ou grupo de indivíduos é capaz de realizar suas aspirações,</p><p>satisfazer suas necessidades ou mudar ou enfrentar o ambiente. A saúde é um</p><p>recurso para a vida diária, e não um objetivo de vida; é um conceito positivo,</p><p>enfatizando recursos sociais e pessoais, tanto quanto as aptidões físicas.</p><p>Fazendo o gancho do binômio saúde-doença para nossos estudos, vamos</p><p>encontrar que o cuidado em saúde envolve ações técnicas, políticas e éticas no</p><p>acolhimento das pessoas na busca por atender suas necessidades. Essa</p><p>compreensão ampla da dimensão do cuidado se opõe às práticas homogeneizantes</p><p>e hierarquizantes da atenção biomédica predominante, pois considera as</p><p>identidades, experiências, intersubjetividades e saberes dos envolvidos (MANDÚ,</p><p>2004).</p><p>Figura 3 – O binômio saúde/doença</p><p>O momento atual de acelerada transição demográfica nos obriga a repensar</p><p>os sistemas de cuidado, pois, mais do que um fenômeno biológico, envelhecer é um</p><p>fato social, cuja elaboração simbólica encontra-se atrelada a um universo social e</p><p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a1</p><p>0</p><p>cultural específico (GIACOMIN; UCHÔA; LIMA-COSTA, 2005; UCHÔA; FIRMO;</p><p>LIMA-COSTA, 2002).</p><p>É preciso refletir sobre como garantir qualidade de vida à sociedade, lançando</p><p>mão de novas tecnologias da engenharia médica e rediscutindo as formas mais</p><p>adequadas de cuidado, que ultrapassem as questões de consumo geriátrico de</p><p>interesse do mercado e a extensa teia de proibições e regras que a noção</p><p>matemática do risco impõe a essa fase da vida (MINAYO; COIMBRA Jr., 2002).</p><p>Além disso, à medida que cada vez mais pessoas idosas ocupam espaços de</p><p>participação social, constituindo-se como fortes atores sociais e políticos e</p><p>consolidam uma nova identidade coletiva de idosos (MINAYO; COIMBRA Jr., 2002),</p><p>reforça-se a necessidade de mudança da cultura que obscurece os atributos da</p><p>idade passando a compreender a velhice como um tempo específico e natural da</p><p>vida.</p><p>Fato é que todas as idades possuem seus limites, seus ganhos e suas</p><p>perdas, o importante é aceitar-se e saber adequar-se dentro da fase em que se</p><p>encontra, com seus limites físicos, psíquicos e sociais (se houver). Não é uma</p><p>sensação confortável a ser enfrentada, mas é necessário que sejam acompanhadas</p><p>para melhor saber conviver com elas e aceitar a própria natureza humana</p><p>(FOGAÇA, 2005).</p><p>Oliveira (1999) complementa que a situação das pessoas idosas e o</p><p>envelhecimento enquanto processo, em sua complexidade, não se reduz apenas ao</p><p>aspecto físico, mas incorpora a influência da sociedade em que vive alguns aspectos</p><p>culturais e psicológicos que, inter-relacionados, constituem o “todo do ser humano” e</p><p>contribuem cada qual com parcelas importantes no processo de envelhecimento.</p><p>Também é fato que a velhice deixa o reduto do pessoal, das famílias, do</p><p>privado para ganhar uma dimensão de sociedade, trazendo consigo uma série de</p><p>questões próprias, algumas desconhecidas das próprias pessoas que estão</p><p>envelhecendo (RODRIGUES; TERRA, 2006).</p><p>Dentre os vários fatores citados, o aspecto social torna-se um elemento</p><p>fundamental no processo de envelhecimento, já que é no contexto social onde o</p><p>indivíduo, de um modo geral, compartilha o seu aprendizado e cria laços de</p><p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a1</p><p>1</p><p>amizades. Percebe-se que nesse contexto, muitas vezes é negado ao idoso à</p><p>participação nas relações interpessoais (social), de modo que este segmento passa</p><p>a ser excluído (desintegrado) de sua posição social, pois dentro do próprio ambiente</p><p>social é notório o descaso com a velhice, com as pessoas que envelhecem que não</p><p>conseguem exercer sua cidadania e a velhice serve como motivo de expropriação</p><p>de sua autonomia.</p><p>Enfim, o envelhecer deveria ser encarado de forma positiva quando</p><p>relacionado às conquistas acumuladas na vida, valorizando as vantagens da</p><p>experiência e da tranquilidade que o amadurecimento proporciona e os sistemas de</p><p>saúde deveriam agir primeiramente em caráter preventivo, o que contribuiria para</p><p>um envelhecer saudável.</p><p>Apesar de sabermos que a população idosa cresce exponencialmente, ainda</p><p>é um desafio, seja para os governos seja para a iniciativa privada, políticas e</p><p>programas que insiram os idosos na sociedade de maneira ampla, seja no mercado</p><p>de trabalho, na atenção à sua saúde, oferecendo-lhes segurança e dignidade, enfim,</p><p>exercer sua plena cidadania.</p><p>A vulnerabilidade do idoso</p><p>No processo de envelhecimento, é comum os idosos apresentarem mais de</p><p>uma doença concomitantemente, um menor grau de resistência ao estresse,</p><p>modificações nos sinais e sintomas das doenças, uma menor resposta ao</p><p>tratamento e demora para se restabelecer de uma enfermidade.</p><p>As alterações físicas e os conflitos emocionais e sociais tornam o idoso</p><p>suscetível a infecções diversas e fraturas, como também à evolução de câncer e</p><p>tumores, aterosclerose, hipertensão arterial, acidente vascular cerebral, cardiopatias</p><p>(infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca, valvulopatias e arritmias), diabetes,</p><p>obesidade, osteoporose, doença reumatóide, anemia, catarata, glaucoma,</p><p>ansiedade, depressão e demência senil.</p><p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a1</p><p>2</p><p>As três primeiras causas de morte em idosos são as doenças</p><p>cardiovasculares, doenças cerebrovasculares e tumores malignos.</p><p>O indivíduo que, ao longo de sua vida, desenvolveu hábitos considerados</p><p>como fatores de risco ao envelhecimento patológico, terá uma expectativa de vida</p><p>menor ou um envelhecimento caracterizado por problemas de saúde.</p><p>Figura 4 – Vulnerabilidades do Idoso</p><p>No processo de envelhecimento humano, o aumento da vulnerabilidade é</p><p>considerado</p><p>um indicador de risco para a saúde. A fragilidade, relacionada às</p><p>doenças crônicas e às incapacidades funcionais, pode ser considerada como</p><p>crescente vulnerabilidade associada ao envelhecimento. A vulnerabilidade é um</p><p>estado precursor de limitações funcionais e incapacidades que guarda relação com:</p><p>o próprio processo de envelhecimento, as comorbidades e os múltiplos fatores de</p><p>risco, incluindo os funcionais e os psicossociais. É a expressão de agregação dos</p><p>riscos que resultam da idade ou doença associados com a diminuição da função</p><p>fisiológica (SLAETS, 2006 apud TAVARES; DIAS; OLIVEIRA, 2012).</p><p>Entre os idosos, o maior número de condições crônicas leva ao maior risco</p><p>de declínio funcional. O comprometimento da capacidade funcional tem implicações</p><p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a1</p><p>3</p><p>para a família, o idoso, a comunidade e sistema de saúde, uma vez que ocasiona</p><p>maior vulnerabilidade e dependência contribuindo para a diminuição do bem-estar e</p><p>da qualidade de vida.</p><p>A vulnerabilidade social pode estar relacionada aos aspectos</p><p>sociodemográficos, como por exemplo, o sexo. Inquérito conduzido no Canadá</p><p>observou que entre as mulheres, a vulnerabilidade social foi maior do que entre os</p><p>homens. Contudo, esse aspecto não está claro na literatura, embora um possível</p><p>fator para maior vulnerabilidade feminina possa ser a idade mais avançada. Porém,</p><p>nesse estudo, o achado não obteve relação com a idade, evidenciando a</p><p>necessidade de novas pesquisas. Resultado semelhante foi encontrado em</p><p>investigação conduzida em São Paulo, na qual os idosos que viviam em contexto de</p><p>alta e muito alta vulnerabilidade eram predominantemente do sexo feminino,</p><p>casados e com idade até 80 anos (TAVARES; DIAS; OLIVEIRA, 2012).</p><p>A maior vulnerabilidade feminina pode estar relacionada à situação conjugal</p><p>de viuvez, que é diferente entre os sexos. A mulher tem a tendência de permanecer</p><p>só, enquanto que o homem geralmente se casa novamente. Assim, os homens</p><p>conseguem refazer novos laços de companheirismo, ampliando o convívio social e</p><p>minimizando o impacto da viuvez sobre suas relações sociais.</p><p>A vulnerabilidade social pode ainda ser explicada pelo contexto social e</p><p>familiar. Destaca-se que o apoio social prestado pelas famílias aos seus idosos é</p><p>baseado nas características socioafetivas e na dinâmica relacional definida ao longo</p><p>da história, pelos membros familiares que vivem no mesmo espaço e, portanto,</p><p>promovem apoio uns aos outros. Porém, tanto os familiares quanto os idosos</p><p>encontram dificuldades nas suas relações ao lidar com as doenças e limitações</p><p>físicas, demonstrando que tais problemas causam grande sobrecarga física e/ou</p><p>emocional (SOUZA; SKUBS; BRETAS, 2007).</p><p>Dentro do contexto de vulnerabilidade social, ressalta-se o conceito de</p><p>vulnerabilidade socioambiental, considerando que o ambiente pode intervir no</p><p>cotidiano das pessoas. Trata-se da coexistência ou sobreposição espacial entre</p><p>grupos populacionais discriminados e com alta privação (vulnerabilidade social) e</p><p>que vivem ou circulam em áreas de risco ou de degradação ambiental</p><p>(vulnerabilidade ambiental) (TAVARES; DIAS; OLIVEIRA, 2012).</p><p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a1</p><p>4</p><p>Considerando que a vulnerabilidade programática relaciona-se à organização</p><p>para enfrentamento do problema, os serviços de saúde têm um papel primordial na</p><p>implementação de políticas direcionadas ao idoso. O diagnóstico situacional da</p><p>realidade local do idoso subsidia os profissionais na proposição de ações em saúde,</p><p>que contribuam para o enfrentamento dos problemas vivenciados por essa</p><p>população (TAVARES; DIAS; OLIVEIRA, 2012).</p><p>O conhecimento da vulnerabilidade de grupos populacionais possibilita</p><p>mobilizar os profissionais e a comunidade, por meio do processo educativo, para</p><p>transformações sociais. Tais transformações devem ser alicerçadas nas relações</p><p>intersetoriais e na ação comunicativa entre as pessoas. Há diferentes formas de</p><p>enfrentamento, que transcendem a prática assistencial, clínica e de reabilitação, e</p><p>implementam políticas públicas pautadas em ações preventivas de doenças e</p><p>promotoras de saúde (PAZ; SANTOS; EIDT, 2006).</p><p>Política Nacional do Idoso – Lei n. 8.842/94</p><p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a1</p><p>5</p><p>A Política Nacional do Idoso (PNI) vem se construindo há algum tempo e, em</p><p>especial, ao longo das últimas décadas, na perspectiva de buscar a garantia dos</p><p>direitos considerando a nova composição etária no País, na medida em que os</p><p>dados estatísticos já indicavam um crescimento significativo da população</p><p>correspondente a esta faixa etária, o que, em bem pouco tempo, gerará a inversão</p><p>do vértice piramidal em que hoje se encontram as populações mais jovens.</p><p>Figura 5 - PNI</p><p>A Lei n. 8842, de 04 de janeiro de 1994, que dispõe sobre a Política Nacional</p><p>do Idoso, é resultado das proposições da sociedade e dos movimentos sociais no</p><p>período histórico recente. Em seus artigos, encontraremos os dispositivos</p><p>garantidores de direitos, os princípios e as diretrizes da política com vistas a</p><p>assegurar uma vida digna a esta população, conforme veremos destacadamente em</p><p>seus três primeiros artigos e no capítulo sobre as diretrizes:</p><p>Artigo 1º - A política Nacional do Idoso tem por objetivo assegurar os direitos</p><p>sociais do idoso, criando condições para promover sua autonomia, integração e</p><p>participação efetiva na sociedade.</p><p>Artigo 2º - Considera-se idoso, para todos os efeitos desta lei, a pessoa maior</p><p>de sessenta anos de idade.</p><p>Artigo 3° - A política nacional do idoso reger-se-á pelos seguintes princípios:</p><p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a1</p><p>6</p><p>I - a família, a sociedade e o estado têm o dever de assegurar ao idoso todos</p><p>os direitos da cidadania, garantindo sua participação na comunidade, defendendo</p><p>sua dignidade, bem-estar e o direito à vida;</p><p>II - o processo de envelhecimento diz respeito à sociedade em geral, devendo</p><p>ser objeto de conhecimento e informação para todos;</p><p>III - o idoso não deve sofrer discriminação de qualquer natureza;</p><p>IV - o idoso deve ser o principal agente e o destinatário das transformações a</p><p>serem efetivadas através desta política;</p><p>V - as diferenças econômicas, sociais, regionais e, particularmente, as</p><p>contradições entre o meio rural e o urbano do Brasil deverão ser observadas pelos</p><p>poderes públicos e pela sociedade em geral, na aplicação desta Lei.</p><p>Faleiros (2014, p. 562-3) reflete que a visão filantrópica do velho coitado, ou</p><p>compassionate ageism, e do cuidado familiar foi sendo modificada ao longo da</p><p>história, ainda que presente na oferta de serviços institucionais. A previdência social</p><p>possibilitou um seguro-velhice. A formulação da PNI, em 1994, superou uma visão</p><p>apenas securitária da velhice, vinculada às contribuições prévias para um fundo de</p><p>benefícios. A previdência social representou uma garantia de renda para as pessoas</p><p>idosas, mas foi implantada no Brasil de forma segmentada por categoria profissional,</p><p>o que configurou uma cidadania trabalhista industrial vinculada ao projeto de</p><p>industrialização da Era Vargas. A CF/1988 rompeu com a visão securitária da</p><p>velhice e configurou a seguridade social, articulando previdência, assistência social</p><p>e saúde, além de colocar o envelhecimento nas relações familiares, na sociedade e</p><p>na esfera do Estado.</p><p>A PNI deu expressão às experiências diversificadas da atenção à velhice e ao</p><p>envelhecimento, e à pressão de movimentos sociais. Diante do aumento da</p><p>expectativa de vida, a política colocou em pauta o paradigma do envelhecimento</p><p>ativo, incentivando o autocuidado e seguindo padrões internacionais, mas no</p><p>contexto neoliberal de reduzir custos do Estado.</p><p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a1</p><p>7</p><p>Diretrizes da PNI</p><p>Constituem diretrizes da política nacional do idoso no art. 4º da PNI:</p><p>I - Viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do</p><p>idoso, que proporcionem sua integração às demais gerações;</p><p>II - Participação do idoso, através de</p><p>suas organizações representativas, na</p><p>formulação, implementação e avaliação das políticas, planos, programas e projetos</p><p>a serem desenvolvidos;</p><p>III - Priorização do atendimento ao idoso através de suas próprias famílias,</p><p>em detrimento do atendimento asilar, à exceção dos idosos que não possuam</p><p>condições que garantam sua própria sobrevivência;</p><p>IV - Descentralização político-administrativa;</p><p>V - Capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e</p><p>gerontologia e na prestação de serviços;</p><p>VI - Implementação de sistema de informações que permita a divulgação da</p><p>política, dos serviços oferecidos, dos planos, programas e projetos em cada nível de</p><p>governo;</p><p>VII - Estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de</p><p>informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais do</p><p>envelhecimento;</p><p>VIII - Priorização do atendimento ao idoso em órgãos públicos e privados</p><p>prestadores de serviços, quando desabrigados e sem família;</p><p>IX - Apoio a estudos e pesquisas sobre as questões relativas ao</p><p>envelhecimento.</p><p>Parágrafo Único: é vedada a permanência de portadores de doenças que</p><p>necessitem de assistência médica ou de enfermagem permanente em instituições</p><p>asilares de caráter social.</p><p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a1</p><p>8</p><p>Gestão e organização da PNI</p><p>Em seu capítulo sobre a organização e gestão da Política Nacional do Idoso,</p><p>a Lei explicita ser competência dos conselhos a formulação, coordenação,</p><p>supervisão e avaliação da política nacional do idoso, no âmbito das respectivas</p><p>instâncias administrativas (federal, estadual e municipal).</p><p>À União, por intermédio do ministério responsável pela assistência e</p><p>promoção social, compete:</p><p>I - coordenar as ações relativas à política nacional do idoso;</p><p>II - participar na formulação, acompanhamento e avaliação da política</p><p>nacional do idoso;</p><p>III - promover as articulações intraministeriais e interministeriais necessárias à</p><p>implementação da política nacional do idoso;</p><p>IV - elaborar a proposta orçamentária no âmbito da promoção e assistência</p><p>social e submetê-la ao Conselho Nacional do Idoso.</p><p>Parágrafo único. Os ministérios das áreas de saúde, educação, trabalho,</p><p>previdência social, cultura, esporte e lazer devem elaborar proposta orçamentária,</p><p>no âmbito de suas competências, visando ao financiamento de programas nacionais</p><p>compatíveis com a política nacional do idoso.</p><p>A PNI no âmbito do SUS</p><p>Especificamente na área da saúde, a PNI estabelece como suas</p><p>competências o que determina o seu art. 10, inciso II:</p><p>II - na área de saúde:</p><p>a) garantir ao idoso a assistência à saúde, nos diversos níveis de atendimento</p><p>do Sistema Único de Saúde;</p><p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a1</p><p>9</p><p>b) prevenir, promover, proteger e recuperar a saúde do idoso, mediante</p><p>programas e medidas profiláticas;</p><p>c) adotar e aplicar normas de funcionamento às instituições geriátricas e</p><p>similares, com fiscalização pelos gestores do Sistema Único de Saúde;</p><p>d) elaborar normas de serviços geriátricos hospitalares;</p><p>e) desenvolver formas de cooperação entre as Secretarias de Saúde dos</p><p>Estados, do Distrito Federal, e dos Municípios e entre os Centros de Referência em</p><p>Geriatria e Gerontologia para treinamento de equipes interprofissionais;</p><p>f) incluir a Geriatria como especialidade clínica, para efeito de concursos</p><p>públicos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais;</p><p>g) realizar estudos para detectar o caráter epidemiológico de determinadas</p><p>doenças do idoso, com vistas a prevenção, tratamento e reabilitação; e,</p><p>h) criar serviços alternativos de saúde para o idoso.</p><p>Para cumprir a determinação legal, o Ministério da Saúde (MS), ao longo de</p><p>sucessivas gestões, tem publicado portarias e construído diferentes estratégias.</p><p>Contudo, cumpre lembrar que, além da publicação da PNI, o ano de 1994 também</p><p>marca a implantação do Programa de Saúde da Família (PSF) como modelo</p><p>assistencial de atenção à saúde de toda a população brasileira (GIOACOMIN; MAIO,</p><p>2016).</p><p>Em janeiro de 1997, elaborou-se o Plano Integrado de Ação Governamental</p><p>para o Desenvolvimento da Política Nacional do Idoso, que determinou a articulação</p><p>e a integração de setores ministeriais para viabilizarem a implementação da PNI.</p><p>Na mesma direção, a lei define ações e estratégias para cada órgão setorial,</p><p>negocia recursos financeiros entre as três esferas de governo, além de acompanhar,</p><p>controlar e avaliar essas ações (BRASIL, 1997). Desde 1989, o MS normatizou o</p><p>funcionamento das instituições destinadas ao atendimento do idoso (BRASIL, 1989),</p><p>mas foi em 1998 que foram incluídos os procedimentos referentes ao atendimento a</p><p>pacientes sob cuidados prolongados e às internações em regime de hospital-dia</p><p>geriátrico e domiciliar com equipe hospitalar.</p><p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a2</p><p>0</p><p>Entre as normas com foco específico na pessoa idosa, destacam-se:</p><p>• A portaria interministerial que institui o Programa Nacional de Cuidadores de</p><p>Idosos – PNCI (1999);</p><p>• A Política Nacional de Saúde do Idoso – PNSI (1999);</p><p>• A portaria GM/MS n. 280/1999, que torna obrigatório aos hospitais públicos,</p><p>contratados e conveniados com o SUS, a viabilização de meios que permitam</p><p>a presença do acompanhante de pacientes com mais de 60 anos internados;</p><p>e,</p><p>• A Portaria GM/MS n. 830/1999, que autoriza a cobrança da diária do</p><p>acompanhante no SIH/SUS.</p><p>• A Portaria GM/MS n. 702/2002, criou mecanismos para a organização e a</p><p>implementação de redes estaduais de assistência à saúde do idoso.</p><p>• Em 2006, o MS institui a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI)</p><p>e o Pacto pela Saúde.</p><p>A PNSI resulta de um consenso estabelecido a partir de um amplo debate</p><p>com vários pesquisadores, técnicos, gerontólogos e geriatras de renome nacional de</p><p>todo o país, convidados pelo MS a propor uma estratégia de implementação da PNI</p><p>na saúde pública. Deste envolvimento resultou a instituição da imunização contra a</p><p>gripe para idosos no calendário vacinal anual regular voltado para este segmento. O</p><p>projeto teve exitosa repercussão na prevenção da influenza e de suas complicações</p><p>em todo o território nacional (DAUFENBACH et al., 2014). Além disso, pela primeira</p><p>vez, normatiza-se que a atenção à saúde do idoso deve ser balizada pela</p><p>capacidade funcional e pelo respeito à autonomia da pessoa idosa.</p><p>A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI)</p><p>A PNSPI responde ao pacto acordado em dois foros: na reunião da Comissão</p><p>Intergestores Tripartite (CIT) do dia 5 de outubro de 2006 e no Conselho Nacional de</p><p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a2</p><p>1</p><p>Saúde (CNS). Seus propósitos podem ser traduzidos em dois grandes eixos</p><p>complementares e não excludentes:</p><p>a) o enfrentamento das fragilidades do SUS, das famílias e dos idosos; e,</p><p>b) a promoção do envelhecimento ativo, conforme proposto pela OMS (2005).</p><p>Assim, a PNSPI reitera o entendimento de que a capacidade funcional da</p><p>pessoa idosa deva ser um balizador das ações dos serviços de saúde e acena para</p><p>a necessidade de efetivação de políticas de cuidado para a população idosa frágil,</p><p>insistindo na necessidade de apoio às famílias com idosos e na capacitação para os</p><p>profissionais ilustrada abaixo:</p><p>Figura 6 – Eixos estruturantes da PNSPI</p><p>O Pacto pela Vida</p><p>O Pacto pela Vida retoma algumas normas operacionais básicas do SUS, por</p><p>tratar dos mesmos temas, e incorpora muitos de seus conceitos. Entretanto, ele o</p><p>faz com uma abordagem bastante diferente, estabelecendo que a atenção ao idoso</p><p>deve ser prioritária.</p><p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a2</p><p>2</p><p>Diretrizes do Pacto pela Vida</p><p>São suas diretrizes (Brasil, 2006):</p><p>a) A promoção do envelhecimento ativo e saudável;</p><p>b) A atenção integral e integrada à saúde da pessoa idosa;</p><p>c) O estímulo às ações intersetoriais, visando a integralidade da atenção;</p><p>d) A implantação de serviços de atenção domiciliar;</p><p>e) O acolhimento preferencial em unidades de saúde, respeitado o critério de</p><p>risco;</p><p>f) O provimento de recursos capazes</p><p>de assegurar qualidade da atenção à</p><p>saúde da pessoa idosa;</p><p>g) O fortalecimento da participação social;</p><p>h) A formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na</p><p>área de saúde da pessoa idosa;</p><p>i) A divulgação e informação sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa</p><p>Idosa para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS;</p><p>j) A promoção da cooperação nacional e internacional das experiências na</p><p>atenção à saúde da pessoa idosa;</p><p>k) O apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.</p><p>Estratégias do Pacto pela Vida</p><p>São sete as estratégias do Pacto pela Vida:</p><p>i) a implantação da caderneta de saúde da pessoa idosa;</p><p>ii) a divulgação do Manual de Atenção Básica à Saúde da Pessoa Idosa;</p><p>iii) a implantação do Programa de Educação Permanente à Distância na área</p><p>do envelhecimento e da saúde do idoso;</p><p>iv) a reorganização do processo de acolhimento na rede pública;</p><p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a2</p><p>3</p><p>v) a assistência farmacêutica dirigida ao público idoso;</p><p>vi) a atenção diferenciada na internação hospitalar, com avaliação geriátrica</p><p>global do idoso internado em hospital vinculado ao Programa de Atenção Domiciliar;</p><p>e,</p><p>vii) a instituição de modalidade específica para a pessoa idosa no Programa</p><p>de Atenção Domiciliar.</p><p>O Pacto pela Vida estabelece seis prioridades pactuadas entre as três esferas</p><p>de governo, entre as quais, a saúde do idoso. Diferentemente do que ocorre nas</p><p>demais prioridades, não são definidas metas concretas para o cuidado com a saúde</p><p>da população idosa, nem quaisquer tipos de incentivos ou sanções para o gestor.</p><p>Isso, de certo, modo deixa o pacto sem efeito, pois sua interpretação fica a cargo de</p><p>cada gestor e do que ele considera uma atuação prioritária junto à população idosa.</p><p>A única meta destinada a idosos previa a inspeção de 100% das instituições</p><p>de longa permanência para idosos (Ilpis), a partir da atuação da vigilância sanitária e</p><p>da aplicação da RDC no 285/2003 da Anvisa, que rege as normas de funcionamento</p><p>dessas instituições (GIACOMIN; MAIO, 2016).</p><p>Frise-se que, segundo Camarano (2010) menos de 1% dos idosos vive em</p><p>Ilpi.</p><p>O estatuto do idoso – Lei n. 10.741/03</p><p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a2</p><p>4</p><p>Estatuto é Lei orgânica de um Estado, sociedade ou organização. Nesse</p><p>sentido, o Estatuto do Idoso é uma Lei Federal, de nº 10.741, de 1º de outubro de</p><p>2003, isto é, uma Lei Orgânica do Estado Brasileiro destinada a regulamentar os</p><p>direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos</p><p>que vivem no país.</p><p>Figura 7 – Estatuto do Idoso</p><p>De acordo com Jordão Netto (2014), o Estatuto do Idoso é o resultado final do</p><p>trabalho de várias entidades voltadas para a defesa dos direitos dos idosos no</p><p>Brasil, entre as quais sempre se destacou a Sociedade Brasileira de Geriatria e</p><p>Gerontologia e também de profissionais das áreas da saúde, direitos humanos e</p><p>assistência social, além de parlamentares do Congresso Nacional.</p><p>O documento, vigente desde janeiro de 2004, veio ampliar direitos que já</p><p>estavam previstos em outra Lei Federal, de n. 8842, de 04 janeiro de 1994 e</p><p>também na Constituição Federal de 1988 e dessa forma se consolida como</p><p>instrumento poderoso na defesa da cidadania dos cidadãos e cidadãs daquela faixa</p><p>etária, dando-lhes ampla proteção jurídica para usufruir direitos sem depender de</p><p>favores, amargurar humilhações ou simplesmente para viverem com dignidade.</p><p>Ao longo de seus 118 artigos são tratadas questões fundamentais, desde</p><p>garantias prioritárias aos idosos, até aspectos relativos à transporte, passando pelos</p><p>direitos à liberdade, à respeitabilidade e à vida, além de especificar as funções das</p><p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a2</p><p>5</p><p>entidades de atendimento à categoria, discorrer sobre as questões de educação,</p><p>cultura, esporte e lazer, dos direitos à saúde através do SUS, da garantia ao</p><p>alimento, da profissionalização e do trabalho, da previdência social, dos crimes</p><p>contra eles e da habitação, tanto em ações por parte do Estado, como da sociedade.</p><p>Cada uma dessas questões tem um tratamento minucioso, mas fazendo uma</p><p>síntese, os aspectos mais significativos são os seguintes:</p><p>a) Nas aposentadorias, reajuste dos benefícios na mesma data do reajuste do</p><p>salário mínimo, porém com percentual definido em regulamento; a idade para</p><p>requerer o salário mínimo estipulado pela Lei Orgânica da Assistência Social-LOAS</p><p>cai de 67 para 65 anos;</p><p>b) Assegura desconto de pelo menos 50% nas atividades culturais, de lazer e</p><p>esportivas, além da gratuidade nos transportes coletivos públicos;</p><p>c) No caso do transporte coletivo intermunicipal e interestadual, ficam</p><p>reservadas duas vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual ou inferior</p><p>a dois salários mínimos e desconto de 50% para os idosos da mesma renda que</p><p>excedam essa reserva;</p><p>d) Prioridade na tramitação dos processos e procedimentos dos atos e</p><p>diligência judiciais nos quais pessoas acima de 60 anos figurem como</p><p>intervenientes;</p><p>e) Os meios de comunicação também deverão manter espaços ou horários</p><p>especiais voltados para o público idoso, com finalidade educativa, informativa,</p><p>artística e cultural sobre o envelhecimento;</p><p>f) Os currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal deverão prever</p><p>conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, a fim de contribuir para a</p><p>eliminação do preconceito, sendo que o poder público deverá apoiar a criação de</p><p>universidade aberta para pessoas idosas e incentivar a publicação de livros e</p><p>periódicos em padrão editorial que facilite a leitura;</p><p>g) Quanto aos planos de saúde, a lei veda a discriminação do idoso com a</p><p>cobrança de valores diferenciados em razão da idade, determinando ainda ao poder</p><p>público o fornecimento gratuito de medicamentos, assim como prótese e outros</p><p>recursos relativamente ao tratamento, habilitação ou reabilitação;</p><p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a2</p><p>6</p><p>h) O idoso terá prioridade para a compra de moradia nos programas</p><p>habitacionais, mediante a reserva de 3% das unidades, sendo prevista, ainda, a</p><p>implantação de equipamentos urbanos e comunitários voltados para essa faixa</p><p>etária.</p><p>Em conclusão, é fato notório que o Estatuto do Idoso representa um avanço</p><p>considerável na proteção jurídica aos homens e mulheres com 60 anos e mais da</p><p>sociedade brasileira, mas é fundamental que todos eles , assim como seus</p><p>familiares, se interessem em buscar informações mais detalhadas sobre o mesmo,</p><p>consultando bibliotecas, acessando a internet e acompanhando as notícias dos</p><p>meios de comunicação de massa, como jornais, revistas, rádio e TV, acionando</p><p>seus órgãos representativos de classe, como associações e sindicatos, cobrando</p><p>providências e ações de seus representantes políticos e dos órgãos públicos e dos</p><p>governantes, apoiando e participando ativamente de movimentos reivindicativos ou</p><p>de protestos, a fim de que tudo o que está prescrito no texto legal seja devidamente</p><p>cumprido e que tal conquista não acabe sendo mais um lei brasileira que fica apenas</p><p>no papel como letra morta.</p><p>Anote aí!</p><p>Quanto à proteção legal ao direito à saúde da pessoa idosa, no ordenamento</p><p>jurídico brasileiro, destacam-se três dispositivos.</p><p>1) A CF/1988, com seus arts. 6º e 196, reconhece a saúde como um direito de</p><p>todos e um dever do Estado a ser garantido mediante políticas sociais e econômicas</p><p>que visem à redução do risco de doença e de outros agravos, bem como reconhece</p><p>o acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para promoção, proteção e</p><p>recuperação da saúde.</p><p>2) A PNI, regulamentada pelo Decreto n. 1.948/1996, é uma das primeiras</p><p>legislações a dar “visibilidade” ao segmento idoso. Ela objetiva assegurar direitos,</p><p>inclusive o direito à saúde, criando condições para promover a autonomia, a</p><p>integração e a participação efetiva da pessoa idosa na sociedade, por meio de</p><p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a2</p><p>7</p><p>ações governamentais, via formulação de políticas públicas e programas e serviços</p><p>voltados para esse público-alvo.</p><p>3) O Estatuto do Idoso dedica vários de seus artigos e o maior de seus</p><p>capítulos a este segmento da população. O Estatuto, principal documento legal</p><p>dedicado ao tema, estabelece que a prioridade absoluta à efetivação do direito à</p><p>saúde do idoso deve ocorrer mediante as seguintes prerrogativas, entre outras: o</p><p>atendimento preferencial imediato e individualizado do segmento junto aos órgãos</p><p>públicos e privados prestadores de serviços; a sua preferência na formulação e na</p><p>execução de políticas sociais; a garantia de seu acesso à rede de serviços de saúde</p><p>local; a destinação privilegiada de recursos públicos ao setor; e a capacitação</p><p>gerontológica dos profissionais (GIACOMIN, MAIO, 2016).</p><p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a2</p><p>8</p><p>Referências</p><p>BONETI, L. W. Educação, exclusão e cidadania. Ijuí: Unijuí, 1997.</p><p>BRASIL. Lei n. 10.741 de 1º de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso</p><p>e dá outras providências. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm</p><p>CAMARANO, A. A. (Org.). Cuidados de longa duração para a população idosa:</p><p>um novo risco social a ser assumido? Rio de Janeiro: Ipea, 2010.</p><p>DAUFENBACH, L. Z. et al. Impacto da vacinação contra a influenza na</p><p>morbidade hospitalar por causas relacionadas à influenza em idosos no Brasil.</p><p>Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 23, n. 1, mar. 2014.</p><p>FALEIROS, V. de P. A política nacional do idoso em questão: passos e impasses</p><p>na efetivação da cidadania. Disponível em:</p><p>http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/9148/1/A%20Pol%C3%ADtica%20naci</p><p>onal%20do%20idoso.pdf</p><p>FERRARI, M.A.C. Geriatria – Aspectos educacionais e de terapia ocupacional</p><p>(Tese). São Paulo: Faculdade de Saúde Pública – Universidade de São Paulo, 1975.</p><p>FOGAÇA, M. C. C. B. H. A pessoa idosa. Política Cultura e Ecumenismos. São</p><p>Paulo. Revista REVÉS DO AVESSO - 10/2005.</p><p>P</p><p>ág</p><p>in</p><p>a2</p><p>9</p><p>GIACOMIN, K. C.; MAIO, L. G. 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