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<p>PONTIFÍCIA UNIVERSIADADE CATÓLICA DE GOIÁS</p><p>ESCOLA DE CIÊNCIAS SOCIAIS E DA SAÚDE</p><p>CURSO DE ENFERMAGEM</p><p>UNIDADE – ENF1085 – ATIVIDADE INTEGRADORA VI</p><p>Karine Souza Filgueira</p><p>Relatório – Observação à realidade</p><p>No dia 20 de setembro de 2024, foi realizada uma visita observacional à Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, acompanhada pelas docentes da disciplina Atividade Integradora. O objetivo desta visita foi realizar a primeira etapa do Arco de Maguerez, que consiste na observação da realidade. Os grupos foram divididos e encaminhados para suas respectivas áreas de interesse de estudo – Centro cirúrgico, Sala de recuperação pós-anestésica, Central de material e esterilização, Clínica médica e cirúrgica. A visita ocorreu às 19 horas e inicialmente o foco de estudo do grupo seria a sala de recuperação pós-anestésica, com ênfase no atendimento prestado e nos cuidados de enfermagem aplicados. No entanto, devido à ausência de procedimentos cirúrgicos no horário, todas as salas estavam vazias para limpeza. Mesmo sem procedimentos em andamento, fomos recebidos pelas funcionárias da unidade. Após a paramentação, vestidos com roupas unissex e utilizando máscaras, realizamos uma visita observacional no centro cirúrgico.</p><p>O centro cirúrgico (CC) possuía vestiário, salas cirúrgicas, sala de recuperação pós-anestésica, farmácia satélite, lavabos, copa, expurgo e local para guarda de equipamentos. Devido à falta de procedimentos, a observação foi direcionada para a questão estrutural. Identificamos algumas desconformidades, como suporte para soro com material enferrujado e mesas com superfícies laváveis, mas com marcas de uso e desgastes que podem acumular sujidades e micro-organismos. Outro detalhe observado foi que os materiais e peças para análise laboratorial estavam armazenados em uma caixa de plástico sobre a pia próxima ao expurgo, o que nos fez questionar se é adequado.</p><p>As preceptoras nos direcionaram para uma visita à Central de Material e Esterilização (CME) da unidade. Inicialmente, não observamos nada relevante, pois estávamos convictos de que o estudo seria sobre a organização estrutural do centro cirúrgico. A profissional da unidade informou que são escaladas quatro profissionais para o CME, duas na área suja e duas na área limpa, sendo necessário trocar de roupa e tomar banho para acessar a área limpa. Observamos que a janela entre as áreas suja e limpa estava aberta, o que possibilitava a disseminação de gotículas e aerossóis. Após alguns minutos na unidade, observamos duas profissionais na área suja realizando a limpeza e secagem dos produtos de saúde. Notamos que uma das profissionais estava paramentada de forma inadequada, utilizando luvas de forma incorreta, máscara cirúrgica e calçando Crocs. Essa atitude despertou nosso interesse em aprofundar o estudo na paramentação inapropriada. A mesma profissional, ao finalizar a limpeza, retirou a luva e, por baixo, havia uma luva de procedimento. Sem higienizar as mãos e sem trocar a paramentação, ela colocou outra luva e passou para o processo de secagem, que ocorre na mesma área da lavagem, apenas em bancadas diferentes.</p><p>Essas atitudes nos instigaram a querer compreender melhor o processo correto e esperado, bem como os riscos que essas práticas inadequadas podem acarretar para a saúde dos profissionais. Informamos à orientadora que o foco do estudo havia mudado e fomos orientados a realizar um novo checklist. A mudança de tema se deu pela necessidade de abordar questões mais críticas e relevantes observadas durante a visita, que podem impactar diretamente a segurança e a qualidade do atendimento hospitalar.</p>