PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS

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<p>1</p><p>- PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS -</p><p>PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS PARA A CONSTITUIÇÃO E DESENVOLVIMENTO VÁLIDO E REGULAR DO PROCESSO</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>Estudo baseado na obra de Fredie Didier Junior, Curso de Direito Processual Civil. Teoria Geral do Processo e Processo de Conhecimento, vol. 1, Edições Jus Povidim.</p><p>A prestação jurisdicional subordina-se ao estabelecimento válido da relação processual que somente será efetiva quando são observados os pressupostos processuais.</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>3</p><p>3</p><p>3</p><p>O processo não se confunde com o procedimento, embora ambos mantenham estreita ligação.</p><p>O processo possui imensa complexidade e compreende as relações jurídicas que se estabelecem entre os sujeitos nele envolvidos e a forma pela qual os atos processuais sucedem-se uns aos outros, até o exaurimento da atividade jurisdicional.</p><p>4</p><p>O procedimento está limitado ao encadeamento dos atos processuais no tempo.</p><p>Manifestação extrínseca do processo e resulta interligação dos diversos atos nele praticados, que se sucedem até o provimento final.</p><p>5</p><p>Dependendo da tutela jurisdicional pleiteada pela parte teremos o processo de conhecimento ou o processo de execução.</p><p>Processo de conhecimento: quando a parte solicitar um provimento jurisdicional que resolva o litígio.</p><p>Processo de execução: quando a parte, já tendo a declaração do seu direito, invoca a tutela jurisdicional para vê-lo satisfeito.</p><p>6</p><p>O processo deve preencher requisitos para que possa ter um desenvolvimento regular e válido.</p><p>Os pressupostos processuais constituem matéria de ordem pública que deve ser examinada pelo juiz de ofício e não se sujeitam à preclusão.</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>7</p><p>7</p><p>7</p><p>TEORIA GERAL DO PROCESSO</p><p>- PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS -</p><p>Preclusão: “significa o encerramento da possibilidade de exercício de um direito pelo transcurso de determinado prazo, ante a inércia de quem possui legitimação ativa para exercitá-lo” (José Náufel, Novo Dicionário Jurídico Brasileiro, 9ª ed., Editora Forense).</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>8</p><p>8</p><p>8</p><p>Os pressupostos processuais são exigências legais, cujo desatendimento faz com que o processo não se estabeleça ou desenvolva validamente.</p><p>São requisitos jurídicos para a validade da relação processual, pois são requisitos de validade do processo.</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>9</p><p>9</p><p>9</p><p>Antes de emitir a tutela jurisdicional ou resposta de mérito, é preciso que o juiz examine duas questões prévias: se foram preenchidos os pressupostos processuais e as condições da ação.</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>10</p><p>10</p><p>10</p><p>CLASSIFICAÇÃO</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>11</p><p>11</p><p>11</p><p>Classificação baseada na obra de José Orlando Rocha de Carvalho, citada em Fredie Didier Junior.</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>12</p><p>12</p><p>12</p><p>1) Pressupostos processuais de existência: são os requisitos para que a relação processual se estabeleça validamente.</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>13</p><p>13</p><p>13</p><p>2) Pressupostos de validade ou desenvolvimento válido (ou requisitos de validade, conforme pontua Didier): são aqueles que deverão ser atendidos depois que o processo se estabeleceu regularmente, para que o curso do processo também seja regular, até a sentença ou providência jurisdicional definitiva.</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>14</p><p>14</p><p>14</p><p>Pressupostos subjetivos: relacionam-se com os sujeitos do processo (juiz e partes).</p><p>Pressupostos objetivos: relacionam-se com a forma procedimental.</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>15</p><p>15</p><p>15</p><p>Pressupostos processuais de existência: relacionam-se com os sujeitos do processo (juiz e partes). Compreendem:</p><p>a capacidade de ser parte;</p><p>a existência de órgão (juiz) investido de jurisdição;</p><p>a existência de demanda;</p><p>citação. Didier não elenca a citação como pressuposto processual, mas consideraremos.</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>16</p><p>16</p><p>16</p><p>1) Capacidade de ser parte:</p><p>Observação importante: a capacidade no processo civil não se confunde com a capacidade do direito material (Direito Civil), não obstante existam pontos de contato entre ambas.</p><p>No Direito Civil, a capacidade é um atributo da personalidade, sendo que somente as pessoas (físicas ou jurídicas) são dotadas de capacidade civil.</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>17</p><p>17</p><p>17</p><p>O Direito Civil faz duas distinções:</p><p>Capacidade de direito: aptidão de todas as pessoas físicas ou jurídicas de ser titular de direitos e obrigações na ordem civil.</p><p>Capacidade de fato: aptidão de algumas pessoas físicas de exercer seus direitos e obrigações por si sós, sem precisarem ser assistidas ou representadas.</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>18</p><p>18</p><p>18</p><p>No processo civil temos três espécies de capacidade:</p><p>capacidade de ser parte (pressuposto processual de existência);</p><p>capacidade processual ou para estar em juízo (requisito de validade, conforme veremos adiante);</p><p>capacidade postulatória (requisito de validade, conforme veremos adiante).</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>19</p><p>19</p><p>19</p><p>Capacidade de ser parte: constitui um pressuposto processual de existência. É a aptidão de ser parte em um processo, de figurar na condição de autor ou réu.</p><p>Todas as pessoas, físicas ou jurídicas, possuem capacidade para ser parte, inclusive os entes despersonalizados (massa falida, condomínio, espólio, etc.);</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>20</p><p>20</p><p>20</p><p>Capacidade processual ou capacidade para estar em juízo: constitui um requisito processual de validade que estudaremos adiante. É a aptidão para figurar como parte, sem precisar ser representado ou assistido por um representante legal (não advogado).</p><p>Ex: o absolutamente incapaz não tem capacidade processual porque precisa ser representado.</p><p>Se o juiz verificar que há falha na capacidade processual, concederá prazo para que seja sanada.</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>21</p><p>21</p><p>21</p><p>Capacidade postulatória: constitui um requisito processual de validade que estudaremos adiante. Deriva da necessidade de uma aptidão especial para formular requerimentos no Poder Judiciário. Ex: advogados e membros do Ministério Público.</p><p>O advogado poderá postular em juízo com procuração. Art. 104, do CPC.</p><p>A falta da capacidade postulatória não gera apenas nulidade, mas inexistência.</p><p>Exceções: algumas ações trabalhistas, JEC, Habeas Corpus.</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>22</p><p>22</p><p>22</p><p>2) Existência de órgão investido de jurisdição: os atos processuais só podem ser praticados por um juiz que esteja investido da sua função. Ex: juiz aposentado e juiz que ainda não tomou posse.</p><p>Considera inexistente o processo se a demanda foi ajuizada perante um juiz não investido na função.</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>23</p><p>23</p><p>23</p><p>3) Existência de demanda: a jurisdição é inerte, ou seja, precisa de provocação.</p><p>O ato de pedir é necessário para a instauração da relação jurídica processual.</p><p>Será inexistente o que for decidido na sentença sem que tenha sido pedido. Ex: Sentença extra petita.</p><p>A petição inicial delimita a prestação jurisdicional com o pedido (art. 330, I, c/c §1º, I, do CPC) .</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>24</p><p>24</p><p>24</p><p>4) Citação do réu: a citação é necessária para que o processo passe a existir em relação ao réu e se complete a relação processual.</p><p>Sem a citação, o réu não tem como saber que existe o processo e não tem oportunidade para se defender.</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>25</p><p>25</p><p>25</p><p>Requisitos processuais de validade ou desenvolvimento válido: são os requisitos indispensáveis para que o processo seja válido.</p><p>Se omitidos, implicarão em nulidade do processo.</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>26</p><p>26</p><p>26</p><p>São eles:</p><p>capacidade processual;</p><p>capacidade postulatória;</p><p>competência;</p><p>imparcialidade;</p><p>respeito ao formalismo processual;</p><p>petição inicial apta;</p><p>Profª Virgínia</p><p>Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>27</p><p>27</p><p>27</p><p>Capacidade processual: já estudamos acima, mas vamos repetir, especialmente para lembrar que se trata de um requisito de validade.</p><p>É a aptidão para figurar como parte, sem precisar ser representado ou assistido por um representante legal (não advogado).</p><p>Ex: o absolutamente incapaz não tem capacidade processual porque precisa ser representado.</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>28</p><p>28</p><p>28</p><p>2) Capacidade postulatória: já estudamos acima, mas vamos repetir, especialmente para lembrar que se trata de um requisito de validade.</p><p>Deriva da necessidade de uma aptidão especial para formular requerimentos no Poder Judiciário. Ex: advogados e membros do Ministério Público.</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>29</p><p>29</p><p>29</p><p>3) Competência: estudaremos na próxima aula.</p><p>É requisito de validade do procedimento que o juiz vier a conduzir, bem como da sentença que vier a prolatar.</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>30</p><p>30</p><p>30</p><p>4) Imparcialidade: derivam da garantia fundamental do juiz natural. É requisito de validade. O ato do juiz parcial é ato que pode ser invalidado.</p><p>Existem dois graus de parcialidade: impedimento e suspeição, que serão estudados nos próximos semestres.</p><p>Verificado o impedimento ou a suspeição, os autos deverão ser encaminhados ao substituto legal.</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>31</p><p>31</p><p>31</p><p>5) Respeito ao formalismo legal: também chamado de requisito processual objetivo intrínseco.</p><p>Considera-se formalismo processual a totalidade formal do processo, “compreendendo não só a forma, ou as formalidades, mas especialmente a delimitação dos poderes, faculdades e deveres dos sujeitos processuais, coordenação da sua atividade, ordenação do procedimento e organização do processo, com vistas a que sejam atingidas as suas finalidades primordiais” (Carlos Alberto Alvaro Oliveira. Do formalismo no processo civil. São Paulo: Savaiva, 1997, p. 1997, p. 06/07)</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>32</p><p>32</p><p>32</p><p>Exemplos de requisitos objetivos intrínsecos de validade:</p><p>petição inicial apta;</p><p>respeito ao princípio do contraditório</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>33</p><p>33</p><p>33</p><p>a) petição inicial apta: a inépcia da petição inicial impede o desenvolvimento válido e regular do processo.</p><p>As hipóteses de inépcia estão previstas no art. 330, parágrafo primeiro, do CPC.</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>34</p><p>34</p><p>34</p><p>Pressupostos processuais negativos:</p><p>Chamados por Didier de “requisitos processuais objetivos extrínsecos ou negativos”.</p><p>Todos os pressupostos estudados anteriormente são positivos, ou seja, são requisitos que o processo deve preencher para que tenha um desenvolvimento válido e regular.</p><p>Os pressupostos negativos indicam circunstâncias que devem estar ausentes para a validade do processo.</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>35</p><p>35</p><p>35</p><p>Art. 485, V e VII, do CPC. São pressupostos processuais negativos:</p><p>litispendência;</p><p>coisa julgada;</p><p>perempção;</p><p>compromisso arbitral.</p><p>Cada um deles serão estudados com vagar nos próximos semestres.</p><p>Profª Virgínia Anara Almeida Silva Rodrigues</p><p>36</p><p>36</p><p>36</p><p>image1.jpg</p><p>image2.jpg</p><p>image3.jpg</p>