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Universidade Paulista – Unip
PRINCIPIOLOGIA DO DIREITO CONTRATUAL
Nome: João Pedro Galvão Lesme
Orientador: Pedro Teruji Minamidami
Sumário
Introdução;
Conceito de Princípios;
Conceito de Contrato;
Elementos constitutivos de contratos;
Interpretação dos contratos no Código Civil de 2002;
Princípio da força obrigatória do Contrato, (pacta sunt servanda);
Princípio da boa-fé;
Jurisprudência;
Conclusão;
Bibliografia;
Introdução
O presente Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) Principiologia do Direito Contratual é uma pesquisa na qual explico o conceito de contrato com as palavras dos principais doutrinadores como Maria Helena Diniz, Gagliano e Pamplona Filho, Caio Mário da Silva Pereira, Anderson Schreiber entre outros ilustres doutrinadores, nas palavras de Tartuce: ‘’O contrato é um ato jurídico bilateral, dependente de pelo menos duas declarações de vontade, cujo objetivo é a criação, a alteração ou até mesmo a extinção de direitos e deveres de conteúdo patrimonial’’. No nosso cotidiano criamos inúmeros contratos, como, por exemplo, ao comprar um pão já estabelecemos um contrato de compra e venda daquele item adquirido, atualmente na nossa legislação brasileira não é obrigatório a confecção de um contrato para as atividades diárias, e sim em casos mais burocráticos, como a compra de um imóvel, carro entre outros. Nessas situações do dia a dia são os contratos verbais que temos ao longo do dia.
Conceito de Princípios
Segundo Miguel Reale: “Princípios são, pois verdades ou juízos fundamentais, que servem de alicerce ou de garantia de certeza a um conjunto de juízos, ordenados em um sistema de conceitos relativos à dada porção da realidade. Às vezes também se denominam princípios certas proposições, que apesar de não serem evidentes ou resultantes de evidências, são assumidas como fundantes da validez de um sistema particular de conhecimentos, como seus pressupostos necessários”.
Nos dizeres de Luís Roberto Barroso: "são o conjunto de normas que espelham a ideologia da Constituição, seus postulados básicos e seus fins. Dito de forma sumária, os princípios constitucionais são as normas eleitas pelo constituinte como fundamentos ou qualificações essenciais da ordem jurídica que institui."
Conceito de Contrato
Nas palavras de Flávio Tartuce: O contrato é um ato jurídico bilateral, dependente de pelo menos duas declarações de vontade, cujo objetivo é a criação, a alteração ou até mesmo a extinção de direitos e deveres de conteúdo patrimonial.
Para Gagliano e Pamplona Filho : Contrato é um negócio jurídico por meio do qual as partes declarantes, limitadas pelos princípios da função social e da boa-fé objetiva, autodisciplinam os efeitos patrimoniais que pretendem atingir, segundo a autonomia das suas próprias vontades (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2022)
Elementos constitutivos do contratos
Elementos constitutivos do contrato e do negócio jurídico por a ‘’Escada Ponteana’’ A Teoria da Escada Ponteana consiste na definição de uma tricotomia de planos que formam um negócio jurídico, sendo eles o da existência, da validade e da eficácia. Esta teoria possui esse nome em alusão ao seu criador, Pontes de Miranda. Embora não tenha sido adotada plenamente pelo Código Civil de 2002, pois este não menciona os requisitos de existência, pois o legislador tratou diretamente a partir do plano de validade, esta teoria é utilizada pela doutrina para o estudo e compreensão do negócio jurídico.
Princípio da força obrigatória do Contrato
(pacta sunt servanda)
Tartuce explana que como a vontade perdeu o papel relevante que detinha, o presente autor prefere não utilizar mais essa última expressão. Ao contrário de outras codificações do Direito Comparado, não há previsão expressa desse princípio no atual Código Civil. Todavia, os arts. 389, 390 e 391 da atual codificação material, que tratam do cumprimento obrigacional e das consequências advindas do inadimplemento, afastam qualquer dúvida quanto à manutenção da obrigatoriedade das convenções como princípio do ordenamento jurídico privado brasileiro.
Princípio da boa-fé
Nosso atual Código Civil, ao seguir essa tendência, adota a dimensão concreta da boa-fé, como já fazia o Código de Defesa do Consumidor em seu art. 4.º, inc. III, entre outros comandos, segundo o qual “a Política Nacional de Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: (...) III – harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170 da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores” (destacado).
Jurisprudência
RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. LOCAÇÃO DE ESPAÇO EM SHOPPING CENTER. AÇÃO DE DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO. APLICAÇÃO DO ART. 54 DA LEI DE LOCAÇÕES. COBRANÇA EM DOBRO DO ALUGUEL NO MÊS DE DEZEMBRO. CONCREÇÃO DO PRINCÍPIO DA AUTONOMIA PRIVADA. NECESSIDADE DE RESPEITO AOS PRINCÍPIOS DA OBRIGATORIEDADE ("PACTA SUNT SERVANDA") E DA RELATIVIDADE DOS CONTRATOS ("INTER ALIOS ACTA"). MANUTENÇÃO DAS CLÁUSULAS CONTRATUAIS LIVREMENTE PACTUADAS. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. Afastamento pelo acórdão recorrido de cláusula livremente pactuada entre as partes, costumeiramente praticada no mercado imobiliário, prevendo, no contrato de locação de espaço em shopping center, o pagamento em dobro do aluguel no mês de dezembro.
Conclusão
Concluo que o contrato é importante para todas as relações na nossa sociedade, então o contrato traz a negociação entre as partes, sendo essa negociação verbal ou escrita. Porém. O contrato é um ato jurídico bilateral, ou seja entre as duas partes, dependente de pelo menos duas declarações de vontade, cujo objetivo é a criação, a alteração ou até mesmo a extinção de direitos e deveres de conteúdo patrimonial. Para o contrato ser válido é necessário os elementos principais, descrito no art: 104 do nosso atual Código Civil de 2002, Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. Sendo que estes elementos são cumulativos, ou seja um depende da eficácia do outro.
Bibliografia
REALE, Miguel. Filosofia do Direito. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 1986. p 60
2 BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Constituição: fundamentos de uma dogmática constitucional transformadora. São Paulo, Saraiva, 1999, pág. 147
GAGLIANO, Pablo S.; FILHO, Rodolfo P. Manual de direito civil: volume único. São Paulo: Editora Saraiva, 2022.
TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil. Volume único. 13 ed. São Paulo. Editora Método, Gen. 2022.
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. EDcl no RECURSO ESPECIAL N° 1580278 - SP (2016/0021268-3). Disponível em: https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=201600212683&dt_publicacao=22/03/2019. Acesso em: 21 de março de 2024.