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QUESTÃO 1
Better prostate cancer analysis
High-grade prostate cancers can be lethal, low-grade cases may need only monitoring—and both may benefit from recent
advances at the Cleveland Clinic. One research team found that patients with a testosterone-based genetic anomaly had different
responses to certain drugs, which could open the way to personalized treatments. Other researchers developed a new blood test
that predicts prostate cancer risk more accurately than existing tests; it could dramatically reduce the need for biopsies and the
treatment of cases unlikely to be lethal.
Disponível em: https://www.nationalgeographic.com/magazine/article/12-innovations-technology-revolutionize-future-medicine. Acesso em: 17 mar. 2024.
O texto acima apresenta uma perspectiva da medicina e seus desenvolvimentos inovadores. Um enfoque promissor descrito no
excerto relata a (o)
A uso de um produto natural para tratamento de câncer de próstata.
B aparelho que faz mapas da região da próstata para auxiliar em cirurgias.
C exame de sangue que prevê o risco de câncer de próstata com mais acurácia do que testes já existentes.
D reprodução da testosterona presente na próstata com método de base genética.
E extração da testosterona por meio de biópsia para reprodução em laboratório.
QUESTÃO 2
Disponível em: https://www.douglas.co.us (adaptado).
Páginas oficiais podem trazer informações direciona-
das à população em geral. O cartaz acima, disponibili-
zado via internet, contém um endereço eletrônico que
leva o leitor às (aos)
A ações do condado Douglas referentes a calamida-
des.
B histórias de quem sobreviveu a catástrofes.
C gêneros de desastres mais comuns no condado
Douglas.
D informações sobre catástrofes acontecidas no Co-
lorado.
E procedimentos de emergência para casos de de-
sastre.
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QUESTÃO 3
Dutch language besieged by English at university
So extensive is the spread of English in Dutch universities, a group of lecturers has predicted a looming “linguicide” and demanded
the government in The Hague impose a moratorium banning universities from creating any additional English language courses
until an official impact analysis has been conducted.
Sixty per cent of masters programmes offered at Utrecht University are in English. At the highest honours level, virtually no courses
are taught in Dutch. [...]
Utrecht University Rector Henk Kummeling argues that moving towards English has been an organic process but accepts that when
competing internationally, it makes sense to use a world language.
Disponível em: https://www.bbc.com/news/world-europe-46030112. Acesso em: 17 mar. 2024.
O ensino superior vem passando por transformações oriundas dos movimentos de globalização. Um exemplo dessas mudanças é
a universidade de Utrecht, na Holanda, que
A elabora o vestibular em língua inglesa para o ingresso na universidade.
B aumenta a oferta de cursos de inglês como língua adicional.
C divulga seus cursos de pós-graduação em língua inglesa.
D já alterou a língua de mais da metade de seus cursos de pós-graduação para o inglês.
E possui um funcionário “linguicida”, o qual demanda o uso de inglês nas dependências universidade.
QUESTÃO 4
War – Bob Marley
(That) until there are no longer
First class and second class citizens of any nation
Until the color of a man’s skin
Is of no more significance than the color of his eyes
Me say war
BOB MARLEY. War. Kingston: Island Records: 1976.
É comum que personalidades utilizem a arte como meio de divulgação de temas sensíveis do cotidiano. Bob Marley eternizou o
discurso de Haile Selassie I, último monarca da Etiópia, que aborda
A as diferenças de aprendizado entre as classes de uma nação.
B a importância de doações por parte das classes mais favorecidas.
C a significação de manifestações culturais.
D o quanto o bem e o mal influenciam guerras.
E a filosofia de igualdade entre raças.
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QUESTÃO 5
Had by the ad: furniture sales
Starting in November last year, we spent five months monitoring some of the online SALES advertised by two of the biggest names
in furniture retail: Dreams and Harveys. We discovered that their SALES might not always be what they seem.
During our monitoring, we didn’t find a day when there wasn’t a SALE on at both Dreams and Harveys. Our legal expert, Deborah
Parry, told us that these never ending SALES mean that “consumers are uncertain which is the best time to make their purchase”. In
fact, we tracked a number of products in those SALES or promotions and in the majority of cases when the SALE or offer came to
an end - they simply stayed at the SALE price, went straight into another SALE or another offer was applied.
Disponível em: https://www.bbc.co.uk/programmes/articles/48NvKsdPb5FtSXh1N0SY7hT/had-by-the-ad-furniture-sales (adaptado).
Acesso em: 17 mar. 2024.
Levando em consideração o excerto acima, a expressão “sale(s)” é usada para
A relacionar itens à venda com preços promocionais.
B solicitar que uma pessoa saia da página de uma loja online.
C comprar peças que saíram de moda.
D descrever indicadores negativos da economia.
E solicitar a presença de uma pessoa verbalmente.
QUESTÃO 6
Globo Universidade – A senhora diz que a linguagem tem sua materialidade. Como lembrar que a linguagem não é um mero
instrumento de comunicação?
Eni Orlandi – Comecei a questionar os linguistas que trabalham a linguística do significante, pensando a língua fechada nela
mesma. Para mim, a língua tem certa autonomia, não é fechada, há uma abertura do simbólico. Não é em si que me interessa a
língua, mas a forma como é praticada, produzindo sentidos, dentro da sociedade e da história. Nas Ciências Sociais e Humanas
tem-se uma visão da língua como algo transparente, que você atravessa para procurar o sentido lá atrás. Com a linguística, aprendi
que a língua tem uma ordem nela mesma, que você não a atravessa assim. Não se pode considerar que o sentido é um conteúdo
depositado em algum lugar e que você vai procurar. O sentido está na materialidade discursiva, no fato de que a língua para sig-
nificar tem que se inscrever na história.
Disponível em: http://redeglobo.globo.com/globouniversidade/noticia/2012/11/eni-orlandi-fala-sobre-analise-do-discurso-e-linguagem-em-entrevista.html. Acesso em:
17 mar. 2024.
Respondendo ao questionamento do Globo Universidade sobre a linguagem, Orlandi vale-se da metalinguagem. Essa função da
linguagem torna-se evidente pelo fato de o texto
A ressaltar a língua como autônoma.
B propor a ordenação da língua.
C apresentar o ponto de vista da autora.
D discorrer sobre o conceito de linguagem.
E se opor às Ciências Sociais e Humanas.
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QUESTÃO 7
O historiador brasileiro Leandro Karnal, em entrevista ao programa Ponto a Ponto, da Bandnews, em 2017, traça um paralelo
entre a fofoca e pós-verdade. “Nas redes sociais, ao fazer a detração (fofoca), estamos perdendo o nexo com a autoria, porque
posso usar um avatar falso, o detrator desaparece, jogo as calúnias ao vento e surge o conceito tão popular da pós-verdade”, diz.
“Ela pressupõe que eu perca a necessidade, o nexo e o vínculo com o real, e passe a achar que se está na rede é verdadeiro”. Em
resumo, tudo o que disserem de ruim sobre quem eu não gosto é verdadeiro – olha o viés de confirmação aí novamente.
Disponível em: http://www.tenhomaisdiscosqueamigos.com/2019/01/14/jason-momoa-fake-news/. Acesso em: 17 mar. 2024.
A partir da leitura do texto, infere-se que a possível solução para o problema é
A manter-se fora do meio digital.
B dar mais atenção à autoria das informações.
C usar um avatar falso para conferir as calúnias.
D não fazer a detração nas redes sociais.
E aceitar como corretas as notícias que têm o mesmo ponto de vista do internauta.
QUESTÃO 8Disponível em: https://www.facebook.com/centrodeartepopularcemig.mg/photos/a.1852415204790226/1852415511456862/?type=3&theater. Acesso em: 17 mar. 2024.
A mostra Fibras Naturais e Papéis, exposta no Centro de Arte Popular de Belo Horizonte, convida o público a
A apreciar a estética do cotidiano.
B interagir ativamente com os elementos da composição.
C refletir sobre elementos do inconsciente do artista.
D reconhecer a estética clássica das formas.
E contemplar a obra por meio da movimentação física.
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QUESTÃO 9
BEATA Quer entrar com essa cruz na igreja.
MINHA TIA Só isso?
BEATA E você acha pouco? Acha que Padre Olavo ia permitir?
MINHA TIA Oxente! Por que não? Foi promessa que ele fez?
BEATA Foi. Mas promessa de candomblé. Pra uma tal de Iansan... que Deus me perdoe. (Benze-se). (Dirige-se para a esquerda e
ao passar por Zé-do-Burro insulta-o) Herege! (Sobe a ladeira, seguida do olhar de comovedora incompreensão de Zé-do-Burro).
DEDÉ (Que ouviu a conversa. Para o Galego) Vou ver se Minha Tia me dá um abará. (Atravessa a praça. Não sem mostrar-se intri-
gado e curioso ao passar por Zé-do-Burro) Bom dia, Minha Tia!
GOMES, Dias. O Pagador de Promessas. 36º ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002.
No trecho, retirado da peça O Pagador de Promessas, vemos o diálogo entre personagens. Nesse excerto, o uso do termo ‘oxente’
contribui para
A marcar a classe social das personagens.
B caracterizar usos linguísticos de uma região.
C enfatizar a relação familiar entre as personagens.
D sinalizar a influência do gênero nas escolhas vocabulares.
E demonstrar o tom autoritário da fala de uma das personagens.
QUESTÃO 10
Soneto
Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado,
E em contemplá-lo tímido esmoreço.
Uma ponte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado!
Ali em vale um monte está mudado
Quanto pode aos anos o progresso!
Árvores que vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.
Eu me engano: a região esta não era
Mas venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!
Cláudio Manuel da Costa
No soneto de Cláudio Manuel da Costa, a contemplação da natureza reflete uma visão que transparece a
A resignação diante das mudanças do meio ambiente.
B angústia provocada pela sensação de solidão.
C dúvida existencial em face do espaço desconhecido.
D intenção de recriar o passado por meio da paisagem.
E angústia frente às mudanças no ambiente.
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QUESTÃO 11
Do tamanho de Neptuno e a orbitar um planeta semelhante a Júpiter, os telescópios da NASA, Kepler e Hubble, encontraram
evidências do primeiro satélite natural fora do Sistema Solar – a primeira exolua. Apesar de os dados recolhidos não serem de-
finitivos em outubro, os investigadores esperavam voltar a observar o corpo para verificar ou rejeitar a hipótese da existência da
primeira exolua. [...]
Caso se confirme as observações, a descoberta poderia fornecer importantes pistas sobre o desenvolvimento de sistemas
planetários e poderia fazer com que os especialistas revejam as teorias de formação de luas em torno de planetas.
Disponível em: https://zap.aeiou.pt/exolua-escondida-proxima-decada-236078. Acesso em: 17 mar. 2024.
A coesão textual é responsável por estabelecer relações entre as partes do texto. Analisando o trecho “Caso se confirme as obser-
vações”, verifica-se que ele estabelece com a oração seguinte uma relação de
A oposição, pois a confirmação das observações é contrária às pistas sobre o desenvolvimento do sistema planetário.
B finalidade, porque a confirmação das observações tem por finalidade fornecer pistas sobre o desenvolvimento do sistema
planetário.
C condição, pois é necessário haver a confirmação das observações para que seja possível fornecer pistas sobre o desenvol-
vimento de sistemas planetários.
D consequência, uma vez que a confirmação das observações é ocasionada pelas pistas sobre o sistema planetário.
E proporção, já que à medida que a confirmação das observações é feita é possível surgirem novas descobertas.
QUESTÃO 12
O nome “pagode”, dado às rodas de samba informais que resultaram no gênero atual de sucesso, vem da palavra indiana “pago-
da”. Ela foi adotada há séculos, pelos portugueses, para se referir a qualquer templo oriental. Faz sentido se levarmos em conta que
a roda de samba surgiu nos templos da boemia carioca da década de 20 – os botequins – nos anos de ouro do bairro de Vila Isabel.
O termo “pagode” já é encontrado em versos escritos em 1918 pelo compositor Catulo da Paixão Cearense. Em sua canção “Terra
Caída”, a palavra já aparece como sinônimo de samba e festa. Na verdade, antes dos modernos grupos de samba pop adotarem o
nome pagode, não havia diferença entre esse gênero e a roda de samba.
Disponível em: https://super.abril.com.br/cultura/batucada-de-bamba/. Acesso em: 17 mar. 2024.
No texto, é apresentada a origem da palavra “pagode”. De acordo com o que é afirmado, podemos entender que o vocábulo é re-
sultado de
A contexto sócio-histórico.
B marginalização social.
C transformações históricas.
D contraste cultural.
E movimentações geográficas.
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QUESTÃO 13
Enquanto Homero escrevia para cantar a glória e o nome dos heróis e Heródoto, para não esquecer os grandes feitos deles, o
historiador atual se vê confrontado com uma tarefa também essencial, mas sem glória: ele precisa transmitir o inenarrável, manter
viva a memória dos sem-nome, ser fiel aos mortos que não puderam ser enterrados. Sua narrativa afirma que o inesquecível existe
mesmo se nós não podemos descrevê-lo.
GANEBIN, Jeanne Marie. Lembrar Escrever Esquecer. São Paulo: ED. 34, 2014
Articular historicamente o passado não significa conhecê-lo “como ele de fato foi”. Significa apropriar-se de uma reminiscên-
cia, tal como ela relampeja no momento de um perigo. Cabe ao materialismo histórico fixar uma imagem do passado, como ela se
apresenta, no momento de perigo, ao sujeito histórico, sem que ele tenha consciência disso. O perigo ameaça tanto a existência
da tradição como os que a recebem. Para ambos, o perigo é o mesmo: entregar-se às classes dominantes, como seu instrumento.
BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito de história. In : BENJAMIN, Walter. O anjo da história. Belo Horizonte : Autêntica Editora, 2012.
Os textos selecionados trazem uma abordagem sobre a história. Eles se aproximam ao mostrar que
A o passado não pode ser narrado.
B o historiador tem papel político com o objeto narrado.
C a história é um elemento imutável.
D o passado não se embasa no real, mas na articulação de reminiscências.
E o papel do historiador se altera ao longo do tempo.
QUESTÃO 14
Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento completo. Vencido palmo a palmo, na
precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram
quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados.
CUNHA, E. Os sertões. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1987.
Diferentes recursos podem ser usados para que o texto progrida: um deles é a pontuação. No texto selecionado, qual é a função
gramatical dos dois-pontos utilizados?
A Introduzir uma referência externa.
B Enfatizar a ideia introduzida, sem explicá-la.
C Mostrar uma possível consequência.
D Introduzir uma explicação detalhada.
E Mostrar exemplos.
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QUESTÃO 15
Disponível em: http://costarica.ms.gov.br/.
Esse anúncio publicitário tem por finalidade
A divulgar ações cotidianas da população que causam problemas para o bom desempenho do saneamento básico.
B informar sobre a atuação de uma entidade que se preocupa com o uso arbitrário da água pela população.
Cevidenciar o trabalho do Conselho Municipal de Saneamento Básico em prol do uso consciente da água.
D alertar a sociedade sobre a importância de ter uma higiene pessoal adequada.
E incentivar a população a racionar a água, a fim de que todos tenham acesso a esse bem natural.
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QUESTÃO 16
O robô-chef é uma das tecnologias que vão revolucionar a gastronomia nos próximos anos. A IBM resolveu entrar nesse mer-
cado com o Watson, supercomputador conhecido por vencer o Jeopardy, o mais importante programa de perguntas e respostas
dos Estados Unidos. Há três meses, ele ajudou a lançar no mercado norte-americano o livro Cognitive Cooking with Chef Watson:
Recipes for Innovation from IBM & the Institute of Culinary Education (“Cozinha Cognitiva com o Chef Watson: Receitas para Inova-
ção da IBM e do Instituto de Educação Culinária”), que traz as criações culinárias do sistema de inteligência cognitiva e primeira
publicação do tipo no mundo exclusivamente desenvolvida por um computador. “Começamos o projeto há quatro anos, como uma
forma de desenvolver as capacidades do Watson e para mostrar as diferentes aplicações da computação cognitiva”, afirma Florian
Pinel, engenheiro-chefe do projeto pela IBM. “O Watson pode ser usado para descobrir novos medicamentos e na luta contra o
câncer, mas resolvemos aplicar a sua criatividade computacional assistida à comida, que interessa a todo mundo.”
Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2016/09/como-os-cientistas-estao-revolucionando-cozinha-de-casa.html. Acesso em: 17 mar. 2024.
De acordo com o texto, a nova tecnologia empregada
A volta-se para questões comerciais.
B auxilia o cenário culinário de maneira fútil.
C substitui os cozinheiros humanos.
D auxilia a sociedade em diferentes âmbitos.
E progride para outros campos.
QUESTÃO 17
Amar: verbo intransitivo
Qual! Fräulein não podia se sentir a gosto com aquela gente! Podia porque era bem alemã. Tinha esse poder de adaptação
exterior dos alemães, que é mesmo a maior razão do progresso deles.
No filho da Alemanha tem dois seres: o alemão propriamente dito, homem-do-sonho; e o homem-da-vida, espécie prática do
homem-do-mundo que Sócrates se dizia.
[...] Vejam por exemplo a Alemanha, quedê raça mais forte? Nenhuma. E justamente porque mais forte e indestrutível neles o
conceito da família. Os filhos nascem robustos. As mulheres são grandes e claras. São fecundas. O nobre destino do homem é se
conservar sadio e procurar esposa prodigiosamente sadia. De raça superior, como ela, Fräulein. Os negros são de raça inferior. Os
índios também. Os portugueses também.
[...] Como é belo o destino do casal superior. Sossego e trabalho. Os quatro ombros trabalham sossegadamente, ela no lar, o
marido fora do lar. Pela boca da noite ele chega da cidade escura... Vai botar os livros na escrivaninha. Depois vem lhe dar o beijo na
testa... Beijo calmo... Beijo preceptivo... Todo de preto, com o alfinete de ouro na gravata. Nariz longo, quase diáfano bem raçado...
Todo ele é claro, transparente... Tossiria, arranhando os óculos sem aro... Tossia sempre... E a mancha irregular do sangue nas ma-
çãs... Jantariam quase sem dizer nada... Como passara?... Assim, e ele?... Talvez mais três meses e termina o segundo volume de O
Apelo da Natureza na Poesia dos Minnesänger... Lhe davam o lugar na Universidade... A janta acabava... Ele atirava-se ao estudo...
Ela arranja de novo a toalha sobre a mesa.
ANDRADE, Mário de. Amar, verbo intransitivo - idílio. São Paulo: Martins, 1976.
Referindo-se à cultura alemã, o narrador registra suas impressões sobre a personagem Fräulein e mostra um contexto em que
A a obediência à cultura do seu país de origem leva ao prestígio pessoal.
B as novas gerações abandonam os hábitos de seu país de origem.
C o país de origem é o que determina a agregação familiar.
D os conflitos entre imigrantes de diferentes origens é inexistente.
E o lugar dela metaforiza uma estrutura de poder patriarcal ufanista.
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QUESTÃO 18
Os infelizes estão nas primeiras palavras de Vidas Secas e não são apenas personagens do olhar de Graciliano Ramos, em meio
ao sertão, no ano de 1938. Oito décadas depois da descrição dura de um dos gênios da literatura brasileira, o caminho tem outras
curvas de dor e de luta em busca de um mesmo bem: a água.
Se o espaçar do tempo é remontado para presente e futuro, as páginas podem ser reconstruídas para muito antes da obra
clássica do século 20, com narrativas de pestes, de doença, de sede e de fome. Fato é que não há novidade nesse percurso. Nada
acontece pela primeira vez na imensa planície avermelhada brasileira, principalmente a nordestina. Registros de secas brasileiras
refazem uma viagem no mínimo ao século 16.
Disponível em: http://www.ebc.com.br/especiais-agua/vidas-secas/. Acesso em: 17 mar. 2024.
Todo o texto é produzido com um propósito comunicativo. Nessa perspectiva, é compreensível que os autores escreveram o texto
almejando
A partir do sertão de Graciliano Ramos para abordar a realidade presente no sertão brasileiro.
B apresentar informações sobre o livro Vidas Secas.
C defender a verossimilhança do livro com a realidade.
D demonstrar a importância da água.
E mostrar a contemporaneidade da obra de Graciliano Ramos
QUESTÃO 19
Disponível em: https://jornalgrandebahia.com.br/wp-content/uploads/2018/05/Cartaz-da-campanha-contra-violencia-no-transito.jpg. Acesso em: 20 mar. 2024.
No texto, a união de texto verbal e não verbal é um procedimento argumentativo que
A manifesta a preocupação do governo com a segurança das crianças.
B associa a alta velocidade às ocorrências de morte de crianças.
C orienta pedestres e motoristas quanto à imprudência nas estradas.
D influencia a ação dos motoristas em relação à imprudência e à alta velocidade.
E alerta os pedestres para a imprudência no trânsito das grandes cidades.
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QUESTÃO 20
O homem que sabia javanês
Os chefes de secção levaram-me aos oficiais e amanuen-
ses e houve um destes que me olhou mais com ódio do que
com inveja ou admiração. E todos diziam: “Então sabe java-
nês? É difícil? Não há quem o saiba aqui!”.
O tal amanuense, que me olhou com ódio, acudiu então: “É
verdade, mas eu sei canaque. O senhor sabe?”. Disse-lhe que
não e fui à presença do ministro.
A alta autoridade levantou-se, pôs as mãos às cadeiras,
concertou o pincenez no nariz e perguntou: “Então, sabe ja-
vanês?”. Respondi-lhe que sim; e, à sua pergunta onde o tinha
aprendido, contei-lhe a história do tal pai javanês. “Bem, dis-
se-me o ministro, o senhor não deve ir para a diplomacia; o
seu físico não se presta... O bom seria um consulado na Ásia
ou Oceania. Por ora, não há vaga, mas vou fazer uma reforma
e o senhor entrará. De hoje em diante, porém, fica adido ao
meu ministério e quero que, para ano, parta para Bâle, onde vai
representar o Brasil no Congresso de Linguística. Estude, leia
o Hovelacque, o Max Müller, e outros!”
Imagina tu que eu até aí nada sabia de javanês, mas es-
tava empregado e iria representar o Brasil em um congresso
de sábios.
BARRETO, Lima. Contos completos de Lima Barreto. São Paulo: Companhia das
Letras, 2010.
No conto, o entendimento de que o personagem sabia javanês
A reforça o valor do estudo e do esforço para o auto enri-
quecimento cultural.
B ilustra o conflito entre a busca efetiva por conhecimento
e a adoção de papéis sociais corruptores.
C concebe a garantia de status e a fácil ascensão social a
partir do improviso e de relações com pessoas influentes.
D expressa a ideia da atividade intelectual através de aqui-
sição e aprendizado de novos idiomas.
E ludibria aqueles que agem de boa-fé.
QUESTÃO 21
Os Anjos
Hoje não dá, hoje não dá
A maldade humana agora não tem nome, hoje não dá
Pegue duas medidas de estupidez
Junte trinta e quatro partes de mentira
Coloque tudo numa forma untadapreviamente
Com promessas não cumpridas
Adicione a seguir o ódio e a inveja
As dez colheres cheias de burrice
Mexa tudo e misture bem
E não se esqueça antes de levar ao forno
Temperar com essência de espirito de porco
Duas xícaras de indiferença
E um tablete e meio de preguiça
Disponível em: https://www.letras.mus.br/legiao-urbana/46964/. Acesso em: 17
mar. 2024.
Uma característica do gênero receita, que é possível identifi-
car na letra da canção de Renato Russo é o(a)
A diálogo com interlocutores próximos.
B predominância de verbos no subjuntivo.
C predominância do tom pessoal na canção.
D uso de rimas na composição.
E predominância de verbos no imperativo.
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QUESTÃO 22
Lavoura arcaica
O amor, a união e o trabalho de todos nós junto ao pai era
uma mensagem de pureza austera guardada em nossos san-
tuários, comungada solenemente em cada dia [...]; sem perder
de vista a claridade piedosa desta máxima, meu irmão pros-
seguia na sua prece, [...] e ele falou que estando a casa de
pé, cada um de nós estaria também de pé, e que para manter
a casa erguida era preciso fortalecer o sentimento do dever,
venerando os nossos laços de sangue, não nos afastando da
nossa reporta [...], participando do trabalho da família, trazen-
do os frutos para casa, ajudando a prover a mesa comum, e
que dentro da austeridade do nosso modo de vida sempre ha-
veria lugar para muitas alegrias, a começar pelo cumprimento
das tarefas que nos fossem atribuídas, pois se condenava a
um fardo terrível aquele que se subtraísse às exigências sa-
gradas do dever; [...] era preciso refrear os maus impulsos, mo-
derar prudentemente os bons, não perder de vista o equilíbrio,
cultivando o autodomínio, precavendo-se contra o egoísmo e
as paixões perigosas que o acompanham, procurando encon-
trar a solução para nossos problemas individuais sem criar
problemas mais graves para os que eram de nossa estima, e
que para ponderar em cada caso tinha sempre existido o mes-
mo tronco, a mão leal, a palavra de amor e a sabedoria dos
nossos princípios [...].
NASSAR, R. Lavoura arcaica. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
Ao apresentar uma cena familiar, o narrador
A apresenta traços do romance de costumes, dado o senti-
mentalismo piegas exposto.
B registra um espaço de intimidade familiar, destacando
a função de cada indivíduo para o desenvolvimento do
todo.
C interrompe a marcação temporal, a fim de demonstrar
como a união dos familiares estava comprometida.
D incorpora aos traços afetivos a necessidade do trabalho
diário de todos os familiares.
E utiliza uma linguagem culta formal para condenar o traba-
lho intenso exigido pelo pai.
QUESTÃO 23
Receita para fazer um poema dadaísta
Pegue um jornal.
Pegue uma tesoura.
Escolha no jornal um artigo com o comprimento que pensa dar
ao seu poema.
Recorte o artigo.
Depois, recorte cuidadosamente todas as palavras que for-
mam o artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Seguidamente, tire os recortes um por um.
Copie conscienciosamente pela ordem em que saem do saco.
O poema será parecido consigo.
E pronto: será um escritor infinitamente original e duma adorá-
vel sensibilidade, embora incompreendido pelo vulgo.
Disponível em: https://mantraman.wordpress.com/2009/08/14/para-fazer-um-
-poema-dadaista-tristan-tzara/. Acesso em: 17 mar. 2024.
Nesse texto, o processo de elaboração de poemas dadaístas
aponta para uma concepção de atividade poética que põe em
evidência o(a)
A angustiante estética na produção do poema dadaísta,
presente em “Agite suavemente. / Seguidamente, tire os
recortes um por um. / Copie conscienciosamente pela
ordem em que saem do saco.”
B imprevisível percurso ao longo da composição do poema,
presente em “Pegue um jornal. / Pegue uma tesoura. /
Escolha no jornal um artigo com o comprimento que pen-
sa dar ao seu poema. / Recorte o artigo.”
C agressivo trabalho de inovação característico do dadaís-
mo, presente em “será um escritor infinitamente original
e duma adorável sensibilidade”.
D inevitável frustração do público leitor diante da originali-
dade, presente em “embora incompreendido pelo vulgo”.
E conflituosa relação com o próprio poeta, presente em “o
poema será parecido consigo”.
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QUESTÃO 24
Meireles, Cildo. Desvio para o vermelho I: impregnação. Disponível em: https://gvcult.blogosfera.uol.com.br/2016/12/14/subjetividade-exclusiva-um-ensaio-sobre-des-
vio-para-o-vermelho-de-cildo/. Acesso em: 17 mar. 2023.
A obra de Cildo Meireles, Desvio para o vermelho I, é uma instalação porque
A é apresentada pelo artista dentro de museus e de galerias.
B permite a receptividade ativa do público, causando sensações visuais e táteis.
C exige a obrigatoriedade do registro fotográfico.
D necessita de mediação tecnológica para a imersão do público.
E apresenta uma organização coerente dos objetos, expostos de forma simétrica.
QUESTÃO 25
A permanência de acepções pejorativas relacionadas com o gentílico judeu levou o jornalista Fernando Levisky, na década
de 50, a mover uma campanha, conhecida como A campanha dos dicionários, com a finalidade de banir dos dicionários de língua
portuguesa as referências ofensivas aos israelitas, constantes de esse e de outros verbetes. A campanha envolveu grande parte
da intelectualidade da época, projetando-se até para fora do Brasil. A campanha teve origem com um requerimento do escritor,
jornalista e advogado, Fernando Levisky, ao então Ministro da Educação e Cultura, solicitando o expurgo dos dicionários das de-
finições ofensivas, depreciativas, humilhantes de significações encontradas em vários verbetes, não apenas do verbete judeu, do
qual quer que se retirem definições de diversos dicionários da época como homem mau, negocista, avarento, trocista, etc., senão
também de outros, entre eles: negro = maldito; […] pernambucana = faca de ponta; espanholada = fanfarronada; francês = hipócrita,
falso; brasileira = aguardente, cachaça; panamá = administração ruinosa; paulista = homem teimoso; baiano = homem que não sabe
montar a cavalo; galego = incivil, grosseiro; italianada = linguagem ininteligível, paraíba = mulher masculinizada, favela = habitação
de negros e malandros, e muitos outros.
RODRÍGUEZ, Alfredo Maceira Rodríguez. Disponível em: http://www.filologia.org.br/anais/anais%20iv/civ05_86-94.html. Acesso em: 17 mar. 2024.
A Campanha dos Dicionários, liderada pelo jornalista Fernando Levisky teve como objetivo
A reduzir as possibilidades sinonímicas a fim evitar incoerências linguísticas.
B banir dos dicionários brasileiros qualquer possibilidade de neologismo.
C fazer uma apropriação dos sentidos das palavras destacadas.
D registrar que a população não usava as palavras destacadas em sentido pejorativo.
E reduzir o uso de palavras ofensivas e de sentido humilhante.
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QUESTÃO 26
mulher depois
queridos pai e mãe
tô escrevendo da tailândia
é um país fascinante
tem até elefante
e umas praias bem bacanas
mas tô aqui por outras coisas
embora adore fazer turismo
pai, lembra quando você dizia
que eu parecia uma guria
e a mãe pedia: deixem disso?
pois agora eu virei mulher
me operei e virei mulher
não precisa me aceitar
não precisa nem me olhar
mas agora eu sou mulher
Angélica Freitas. Um útero é do tamanho de um punho. São Paulo: Companhia
das Letras, 2012.
No poema de Angélica Freitas, o conteúdo apresentado e o
processo de construção do texto indicam
A o caráter descritivo dos versos que assinala uma concep-
ção cômica da obra.
B o desenvolvimento linguístico semelhante ao de uma car-
ta, constituindo uma forma peculiar de expressão poé-
tica.
C a seleção etérea do recorte temático refletida principal-
mente no uso de vocativo.
D a impessoalidade almejada pela autora ao retomar lem-
branças de infância.
E a adesão às tradições literárias clássicas por parte da
autora que se reflete na uniformidadedas estrofes.
QUESTÃO 27
Uma esperança
Aqui em casa pousou uma esperança. Não a clássica, que tan-
tas vezes verifica-se ser ilusória, embora mesmo assim nos
sustente sempre. Mas a outra, bem concreta e verde: o inseto.
Houve um grito abafado de um de meus filhos:
—Uma esperança! e na parede, bem em cima de sua cadeira!
Emoção dele também que unia em uma só as duas esperan-
ças, já tem idade para isso. Antes surpresa minha: esperança
é coisa secreta e costuma pousar diretamente em mim, sem
ninguém saber, e não acima de minha cabeça numa parede.
Pequeno rebuliço: mas era indubitável, lá estava ela, e mais
magra e verde não poderia ser.
—Ela quase não tem corpo, queixei-me.
—Ela só tem alma, explicou meu filho e, como filhos são uma
surpresa para nós, descobri com surpresa que ele falava das
duas esperanças.
Ela caminhava devagar sobre os fiapos das longas pernas, por
entre os quadros da parede. Três vezes tentou renitente uma
saída entre dois quadros, três vezes teve que retroceder cami-
nho. Custava a aprender.
—Ela é burrinha, comentou o menino.
—Sei disso, respondi um pouco trágica.
—Está agora procurando outro caminho, olhe, coitada, como
ela hesita.
—Sei, é assim mesmo.
—Parece que esperança não tem olhos, mamãe, é guiada pe-
las antenas.
—Sei, continuei mais infeliz ainda. [...].
LISPECTOR, Clarice. A Hora da Estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Disponível em: https://claricelispector.blogspot.com/2008/07/uma-esperana.
html. Acesso em: 17 mar. 2024.
O trecho do conto de Clarice Lispector destaca uma caracte-
rística peculiar da escrita dessa artista no âmbito da subjeti-
vidade, que é
A a presença de uma mulher como narradora personagem,
pois o aspecto maternal é o que define o tema da narrativa.
B o hermetismo, já que esse fragmento apresenta simulta-
neamente elementos místicos, filosóficos e fantasiosos.
C a presença de animais, os quais são utilizados como ins-
trumento para destacar o caráter intimista e introspecti-
vo da narrativa.
D o cotidiano familiar, que aproxima o texto de uma crônica,
dado o tema banal e a linguagem simples.
E a epifania, uma vez que a protagonista é surpreendida
pela percepção do filho a respeito do que significa ter
esperança.
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QUESTÃO 28
Entre 12 de junho de 1942 e 1º de agosto de 1944, Anne Frank escreveu um diário que entrou para a História. Nascida na Alema-
nha, ela teve que se refugiar com a família em Amsterdam durante a Segunda Guerra. A perseguição ao povo judeu estava cada vez
mais doentia, então Anne e sua família passaram a se esconder em um local que ficou conhecido como Anexo Secreto.
Em seu diário, Anne escrevia sobre diversos assuntos, dos mais fúteis aos mais sérios e relevantes. Aos poucos, entendemos
a dinâmica dos 8 habitantes do anexo e toda a dificuldade enfrentada por eles. E claro, vamos conhecendo a fascinante Anne.
Destaco também o que ela escreveu no dia 6 de junho de 1944, o dia D. Ter uma pequena noção do que a invasão representou
para aquele sofrido povo judeu é indescritível. Eles acreditavam que poderiam escapar com vida.
O Diário de Anne Frank nos proporciona um misto de emoções. É inevitável não ser transportado para aquela dura realidade.
É extremamente triste saber que aquela garota cheia de vida teve sua existência abreviada pela ignorância do ser humano de um
jeito tão cruel. E quando lembramos que ela foi apenas uma dos 6 milhões de judeus vítimas do Holocausto, a desesperança em
relação ao mundo fica quase insuportável.
Disponível em: http://pocilga.com.br/2017/12/o-diario-de-anne-frank-resenha/. Acesso em: 17 mar. 2024 (adaptado).
A arte pode desempenhar um papel importante em questões sociais e políticas. Pode ser usada para criticar ou questionar o sta-
tus quo, para trazer à luz injustiças e desigualdades, ou para promover uma determinada causa ou ponto de vista. Considerando a
leitura da resenha, é correto afirmar que a função social do Diário de Anne Frank é percebida porque
A Anne Frank era uma menina frágil que age assim como outras meninas de sua idade, ao criar um diário.
B o Diário de Anne Frank é um registro que oscila entre fatos felizes e tristes.
C o autor da resenha destaca o contexto histórico da Segunda Guerra Mundial, bem como o sofrimento dos judeus.
D as informações são apresentadas de forma lúdica e poética, a fim de amenizar o sofrimento do povo judeu.
E os oito habitantes do anexo participaram ativamente da construção do diário.
QUESTÃO 29
Uma senhora
Mas, se os remorsos voltam, por que não hão de voltar os cabelos brancos? Um mês depois, D. Camila descobriu outro, insi-
nuado na bela e farta madeixa negra, e amputou-o sem piedade. Cinco ou seis semanas depois, outro. Este terceiro coincidiu com
um terceiro candidato à mão da filha, e ambos acharam D. Camila numa hora de prostração. A beleza, que lhe suprira a mocidade,
parecia-lhe prestes a ir também, como uma pomba sai em busca da outra. Os dias precipitavam-se. Crianças que ela vira ao colo,
ou de carrinho empuxado pelas amas, dançavam agora nos bailes. Os que eram homens fumavam; as mulheres cantavam ao piano.
Algumas destas apresentavam-lhe os seus babies, gorduchos, uma segunda geração que mamava, à espera de ir bailar também,
cantar ou fumar, apresentar outros babies a outras pessoas, e assim por diante.
ASSIS, Machado de. Obra Completa. Rio de Janeiro: Companhia José de Aguilar Editora, 1973.
A presença de experiências emocionais com base no cotidiano é recorrente na obra de muitos cronistas e contistas, tais como
Machado de Assis. No fragmento, o narrador enfatiza o(a)
A comportamento caridoso de mulheres de condição social elevada.
B anulação do conflito de gerações no espaço privado da família de D. Camila.
C incompatibilidade psicológica entre mulheres de gerações diferentes.
D constrangimento pelo início formal de um relacionamento.
E sentimento de angústia gerado pelo processo de envelhecimento.
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QUESTÃO 30
Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
MEIRELES, Cecília. Viagem. Rio de Janeiro: Editorial Império, 1939.
Ao expressar sua percepção do que é o ato de escrever, o eu
lírico manifesta uma inquietude sintetizada na
A compreensão da efemeridade da vida, a qual é expressa
pela figura da mudez.
B na consciência da instabilidade do ser, identificada por
meio da reiteração angustiada.
C revolta das gerações mais novas contra as velhas formas
de expressão artística, representadas pelas “coisas fu-
gidias”.
D incerteza acerca da brevidade da vida, refletida na figura
do canto.
E crueldade atribuída à dura realidade da vida de poeta, que
lida com experiências humanas não tão agradáveis.
QUESTÃO 31
Catar feijão
Catar feijão se limita com escrever:
Jogam-se os grãos na água do alguidar
E as palavras na folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo;
pois catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e oco, palha e eco.
Ora, nesse catar feijão entra um risco,
o de que, entre os grãos pesados, entre
um grão imastigável, de quebrar dente.
Certo não, quando ao catar palavras:
a pedra dá à frase seu grão mais vivo:
obstrui a leitura fluviante, flutual,
açula a atenção, isca-a com risco.
MELO NETO, João Cabral de. A educação pela pedra e outros poemas. Rio de
Janeiro: Alfaguara, 2008.
A poesia é marcada pela recriação de objetos por meio da
linguagem figurada, sem necessariamente explicá-los. Nesse
fragmento da poesia de João Cabral de Melo Neto, o eu lírico
A comparao ato de escrever com a ação de catar feijão, a
partir de uma perspectiva antilírica.
B faz uma analogia entre o ato de escrever e jogar uma pe-
dra no feijão.
C apresenta uma visão lírica e subjetiva sobre o fazer poéti-
co, já que o feijão é a metáfora da poesia.
D considera o ato de escrever algo cotidiano e emotivo, as-
sim como cozinhar.
E eleva o grão de feijão e a pedra a níveis etéreos, tornando
o poema hermético.
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QUESTÃO 32
A partir do dia 22 de abril, a vacinação contra influenza se
estenderá também aos demais públicos-alvo da campanha,
que são: trabalhadores de saúde; povos indígenas; puérperas
(mulheres até 45 após o parto); idosos (a partir dos 60 anos);
professores, pessoas portadoras de doenças crônicas e ou-
tras categorias de risco clínico, população privada de liber-
dade, incluindo adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob
medida socioeducativa, e funcionários do sistema prisional,
além das gestantes e crianças de seis meses a menores de
seis anos (5 anos, 11 meses e 29 dias). O dia D de mobilização,
em que postos de todo o Brasil estarão abertos, será no dia
4 de maio.
A meta do Ministério da Saúde é vacinar pelo menos 90%
de cada um dos grupos prioritários. A escolha dos grupos
que receberão a vacina segue recomendação da Organiza-
ção Mundial de Saúde (OMS). [...] Em 2018, as gestantes e as
crianças foram os únicos grupos que ficaram abaixo da meta,
com 80,8% e 77,8% de cobertura, respectivamente. Todos os
outros grupos atingiram o patamar de 90%. Neste ano, a faixa-
-etária do público infantil foi ampliada. Durante a campanha,
receberão a vacina todas as crianças entre 6 meses e meno-
res de 6 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias). Até o ano
passado, eram vacinadas as crianças menores de 5 anos.
Disponível em: https://www.canalsaude.fiocruz.br/noticias/noticiaAberta/
ministerio-da-saude-lanca-campanha-nacional-de-vacinacao-contra-a-gri-
pe10042019. Acesso em: 17 mar. 2024 (adaptado).
Nesse texto acerca da vacinação contra influenza, as informa-
ções expostas têm como objetivo principal
A conscientizar os grupos de risco da importância de se
vacinar contra a gripe.
B explicar os critérios utilizados para a escolha dos grupos
que receberão a vacina.
C esclarecer o público a respeito da segurança do processo
de vacinação contra a gripe.
D alertar membros do grupo de risco sobre as dificuldades
enfrentadas no processo de vacinação.
E ampliar o número de vacinas à disposição da população.
QUESTÃO 33
TEXTO I
Então… Tirando da própria visão etimológica da palavra
né? Filosofia: … Então nós deduzimos… Ser filosofia um {{ru-
ído}} tipo de saber uma sabedoria né? E essa {{ruído}} sabe-
doria teria teria de fle/implicações… Ao limite humano, num
é? Nós poderíamos dizer… Eh filosofia… Um saber… Que se…
Busca que se procura né?... Que se questiona que se proble-
matiza não é um saber… Irrefletido ou um saber natural como
nós vimos… De uma sabedoria proverbial de uma/sabedoria
denominada sabedoria dos anciões nem tão pouco era uma
sabedoria revelada né? Que era a sabedoria revelada nós te-
ríamos o campo delimitado da teologia… Propriamente dita.
TEXTO II
Pela visão etimológica, a palavra filosofia é um tipo de sa-
bedoria que tem implicações no limite humano. É um saber
que se busca, que se questiona: não é um saber irrefletido ou
natural como é a sabedoria dos anciões, nem tão pouco uma
sabedoria dos anciões, nem tão pouco uma sabedoria revela-
da como é a do campo delimitado pela teologia.
MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São
Paulo: Cortez, 2001 (adaptado).
O texto I é a transcrição de uma aula de Filosofia. O texto
II é a adaptação dessa aula para a modalidade escrita. Em co-
mum, esses textos
A apresentam competência linguística, a qual se percebe
pelo conhecimento do autor a respeito do conceito de
Filosofia.
B são um exemplar da intertextualidade e da interdiscursivi-
dade, pois dialogam a respeito de conceitos subjetivos.
C exigem do leitor o conhecimento teórico do que seja Teo-
logia e Filosofia, a fim de que haja compreensão.
D levam o leitor a fazer inferências a partir de pressupostos
e de subentendidos.
E partem do conhecimento básico da Língua Portuguesa
para manutenção do sentido.
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QUESTÃO 34
Nós
Nós dedos, não
Noz-moscada, não
Nós gente, sim
Nós desfazer, sim
Sentado na cadeira de palhinha trançada, a resma de papel A4 em branco em cima da mesa, apenas na primeira página preenchen-
do-a aqueles vários nós, [...]
MIGUEL, Salim. Nós. Editora: UFSC. 1ª Edição. Santa Catarina, 2017.
No texto, há um jogo de linguagem com o uso da palavra “nós”. O uso repetido do termo promove um(a)
A marcação de pessoa, evidenciada pela presença do “nós gente”, a qual indica o sujeito da frase.
B ampliação conceitual, ocasionada pela ocorrência de palavras homófonas e pela aparente descaracterização da palavra.
C caracterização da identidade linguística do autor, percebida pelo coloquialismo.
D distanciamento entre fala e escrita, provocado pelo uso de uma construção coloquial, seguida de uma construção escrita
formal.
E inadequação do discurso, demonstrada pela falta de conjugação do verbo “desfazer” e pela ausência de vírgulas.
QUESTÃO 35
POEMA TIRADO DE UMA NOTÍCIA DE JORNAL
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado
Manoel Bandeira
O conceito de gênero textual é baseado na ideia de estruturas relativamente estáveis. A relatividade é marcada pois eles podem
ser alterados ao longo do seu uso. Nesse texto, vemos então uma alteração pela mescla de diferentes gêneros. Essa ideia é vista,
pois o texto
A apresenta um tom narrativo e jornalístico na composição de um poema.
B se organiza com estrutura de versos.
C desenvolve uma história em forma de notícia.
D utiliza linguagem estática para descrever os acontecimentos.
E é introduzido mencionando a notícia de jornal no título.
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QUESTÃO 36
Disponível em: https://oigale.com.br/galeria/fotos/#bwg3/47. Acesso em: 20 mar. 2024.
Peças teatrais podem acontecer nos mais diversos formatos e nos mais diversos locais. O grupo Oigalê, para apresentar suas
peças, escolhe as ruas como palco. A partir da fotografia, podemos confirmar que essa é uma peça de teatro de rua, pois
A há utilização do corpo dos atores e de elementos cênicos desmontáveis, a fim de construir esteticamente o espaço cênico.
B percebe-se que os atores usam roupas que demonstram a comicidade e a informalidade.
C são apresentadas características regionais.
D utilizam-se vários acessórios para produzir som e iluminação.
E prioriza-se a construção de um cenário sofisticado.
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QUESTÃO 37
Sobre o papel do jornalismo
Penso que o papel do jornalista, na sociedade do consumo,
é interpretar e traduzir informações. Não cabe a ele apenas in-
formar. Devido à saturação da informação, cabe ao jornalista
interpretá-la, atribuindo-lhe sentido e precisão na produção de
um bem intelectual que dê ao receptor a possibilidade de refle-
tir e, também, de interpretar. [...]
Responder a todas as perguntas na abertura de uma ma-
téria é um desserviço ao leitor. Pensa-se que ele não possui
tempo para ler jornais. Até parece uma afirmação acertada.
Mas será mesmo? Ou será que os textos jornalísticos (salvo o
brilho de poucos mestres) são frios, imprecisos, burramente
objetivos e o leitor já se acostumou com essa estética técni-
ca e industrial? Ora, o jornalismo se nutre da vida e história
humana, portanto sua narrativa não deveria desumanizar as
personagens das suas tramas de não ficção. O excesso da ob-
jetividade aborta a humanidade de um texto.
A importância do jornalismo bem feito,com pleno domí-
nio do campo narrativo, por vezes chamado de “literário”, fica
clara nesta vertente ideológica, em uma sociedade pautada
pelo consumo desregrado e imediato, que cultua o objeto “de
marca”, onde o “ser” é excluído pela supervalorização de um
“ter” desenfreado e ambicioso.
Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br/feitos-desfeitas/_ed743_
sobre_o_papel_social_do_jornalismo/. Acesso em: 17 mar. 2024 (adaptado).
Na perspectiva do autor do texto acima, o texto jornalístico
tem como principal característica
A sua função informativa.
B sua existência nas redes sociais.
C sua diversidade de informações.
D seu papel como registro da história humana.
E seu potencial como agente de transformação social.
QUESTÃO 38
“Tudo em todo lugar ao mesmo tempo”: uma experiência
psicodélica e frenética
[...]
“Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” (Everything
Everywhere All At Once – EUA/2022) tem o enredo mais
simples e igualmente mais complexo que existe – relações
familiares. A vida cotidiana dos imigrantes chineses Evelyn
(Michelle Yeoh) e Waymond (Ke Huy Quan) – um casal dono
de uma lavanderia e com encrencas com o imposto de renda
– e da filha deles Joy (Stephanie Hsu) – uma garota lidando
com sua identidade sexual e seus objetivos na vida – acaba
virando uma bagunça quando Evelyn começa a ser confronta-
da com diversas realidades paralelas em diferentes universos
que, materialmente, representam as inúmeras formas como
poderia ter sido sua vida caso tomasse diferentes decisões e
atitudes em dados momentos.
[...]
A obra escrita e dirigida pela dupla Dan Kwan e Daniel
Scheinert é uma viagem quase inexplicável e incompreensí-
vel de imagens, referências e estilos de representação visu-
al, casando elementos bizarros, assustadores, comoventes
e hilários em um quebra-cabeça onde parece faltar muitas
peças. Ambos Daniel(s) elevam o gênero sci-fi comedy a um
novo nível de criatividade. Somos bombardeados com mais
imagens do que nosso cérebro consegue assimilar (mais um
motivo para rever o filme várias vezes) em uma carambolage
de eventos e vidas paralelas dos personagens que, a princípio,
não faz o menor sentido, mas que com o passar do tempo ad-
quire um sentido profundamente filosófico sobre o significado
da vida, sobre o que é importante e sobre a nossa insignificân-
cia diante do todo em que estamos inseridos como pequenos
personagens de um teatro com milhares de possibilidade de
finais distintos.
Disponível em: https://www.cafehistoria.com.br/tudo-em-todo-lugar-ao-mes-
mo-tempo-uma-experiencia-psicodelica-e-frenetica/. Acesso em: 20 mar. 2024
(adaptado).
A resenha anterior é considerada um texto de natureza infor-
mativa-argumentativa porque
A descreve o enredo do filme Tudo em todo lugar ao mesmo
tempo.
B apresenta uma linguagem técnica específica para cinéfilos.
C há espaço para a apresentação da opinião da autora por
meio de argumentação lógica.
D destaca elementos emocionados, já que Tudo em todo
lugar ao mesmo tempo é o filme preferido da resenhista.
E trata de um assunto sério a partir de um evento fictício.
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QUESTÃO 39
Entrevista com Bernardinho
Acompanhe a seguir a entrevista concedida por e-mail ao Portal. Nela, o técnico da Seleção de Vôlei explica como o esporte
pode ser usado como ferramenta motivadora e de superação.
Qual a importância do esporte como ferramenta educacional e de inclusão social?
O esporte atrai e motiva o indivíduo, já que representa um desafio e proporciona a sensação gratificante da superação, da
aprendizagem de uma modalidade e da superação dos limites do próprio corpo. Claro que a visibilidade nos meios de comunicação
também motiva. No sentido pedagógico, o esporte estimula a convivência com outras pessoas e transmite valores como: respeito,
cooperação, amizade, comprometimento, ética, entre outros. Além disso, é também uma alternativa de lazer que preenche o espa-
ço livre de crianças e adolescentes com uma atividade produtiva e saudável.
Como o esporte pode ajudar na transmissão de valores?
A prática esportiva em si proporciona a vivência de muitos valores. O esporte mostra qual deve ser a postura do indivíduo em
face da vitória e da derrota; como deve ser o trabalho em equipe; como se deve lidar com as diferenças a partir do respeito a si
mesmo e aos outros. Ele motiva, desafia, permite questionamento e superação. Quando desenvolvido dentro de uma metodologia
adequada e bem conduzido por um professor de educação física, preparado e com visão educacional, o esporte passa a ser um ins-
trumento de motivação para que os alunos se interessem em aprender uma modalidade e, no decorrer das atividades, apreendam
valores fundamentais para a formação do cidadão, que também se manifestam na prática esportiva, como cooperação, respeito,
responsabilidade, autonomia e disciplina, entre outros.
Como você vê a prática de esportes no âmbito da educação física ensinada nas escolas?
Não acompanho especificamente esta área, mas o que vemos é que nossos projetos em escolas públicas poderiam ser mais
bem trabalhados. A valorização do profissional de educação física e melhores condições de aula certamente motivarão o professor
e os alunos. Outro ponto importante a ser considerado é a necessidade de diversificação das atividades oferecidas nas aulas, as
quais, em alguns casos, resumem-se no futebol para os meninos e na queimada para as meninas. Isso aumentaria a possibilidade
de a criança poder se identificar com uma modalidade e querer praticá-la no futuro.
Disponível em: http://novotempo.com/jornalismo/em-entrevista-bernardinho-fala-do-esporte-como-ferramenta-educacional/. Acesso em: 17 mar. 2024 (adaptado).
O texto permite relacionar a prática esportiva com uma visão benéfica de seus resultados para o indivíduo. O fator que possibilita
identificar essa perspectiva é o(a)
A aspecto positivo do tema.
B condição delimitada pelo escopo do texto.
C prevenção de acidentes.
D treinamento do caráter.
E acompanhamento do professor.
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QUESTÃO 40
Cada jogada do vôlei tem início com os saques. O sacador, como é chamado o jogador que lança a bola, tem que arremessar a
bola por cima da rede e dentro da quadra de seu adversário. Se ele ultrapassar o limite, a bola vai retornar para seu adversário sacar.
Note que quando a bola toca no chão do time adversário, ocorre a marcação de pontos. A chamada “zona de saque” representa
o local onde o jogador (sacador) deve permanecer para lançar a bola. Trata-se de uma área de 9 metros de largura situada após
cada linha de fundo. Após o saque, tem-se os passes de bolas. Ou seja, os movimentos realizados entre os jogadores que recebem
a bola. O passe mais comum e conhecido é a manchete. Esse passe é realizado com as mãos unidas. Os levantadores são os jo-
gadores responsáveis por receberem os passes. Como o próprio nome já indica, eles levantam a bola com a ponta dos dedos. Em
seguida, passam aos atacantes que tentam marcar ponto ao lançar para o campo adversário. Os atacantes colocam muita força na
jogada e com um grande salto objetivam tocar o chão da equipe adversária para fazer o ponto. Os adversários podem, no entanto,
realizar um bloqueio ou defesa para que a bola volte e toque no chão da equipe que atacou.
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/voleibol/. Acesso em: 17 mar. 2024 (adaptado).
O saque no voleibol caracteriza o princípio de
A recuperação da bola.
B progressão do jogo.
C finalização do ponto.
D proteção da própria área na quadra.
E impedimento do avanço adversário.
QUESTÃO 41
O jornal e o livro
AO SR. MANUEL ANTÔNIO DE ALMEIDA
O jornal é a verdadeira forma da república do pensamento. É a locomotiva intelectual em viagem para mundos desconhecidos, é
a literatura comum, universal, altamente democrática, reproduzida todos os dias, levando em si a frescura das idéias e o fogo das
convicções.
O livro não está decerto nestas condições;— há aí alguma coisa de limitado e de estreito se o colocarmos em face do jornal.
Depois, o espírito humano tem necessidade de discussão, porque a discussão é — movimento. Ora, o livro não se presta a essa
necessidade, como o jornal. A discussão pela imprensa-jornal anima-se e toma fogo pela presteza e reprodução diária desta loco-
moção intelectual. A discussão pelo livro esfria pela morosidade, e esfriando decai, porque a discussão vive pelo fogo. O panfleto
não vale um artigo de fundo.
ASSIS, Machado de. Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, V.III, 1994.
O jornalismo impresso é parte integrante do que hoje se compreende por imprensa moderna, e costuma rivalizar com o livro. Nesse
texto, o jornal é reconhecido como
A objeto de uso literário.
B elemento de autoafirmação dos jornalistas.
C instrumento de rapidez de informação e opinião.
D ferramenta de investigação do espírito humano.
E veículo de produção de discursos.
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QUESTÃO 42
TEXTO I
MUNCH, Edvard. O grito. 1893. 1 original de arte, óleo sobre tela, 91 cm x 73.5
cm.
TEXTO II
MAGRITTE, René. Os amantes. 1928. 1 original de arte, óleo sobre tela, 54 cm x
73 cm.
Ambos os quadros acima apontam para o modo de represen-
tação da subjetividade moderna. Na pintura moderna, o rosto
humano deforma-se, destrói-se ou fragmenta-se em virtude
A da adesão à estética do pessimismo, herdada do realismo
europeu, que focou nas novas realidades da sociedade
contemporânea.
B das catástrofes que assolaram o século XX e da forte pre-
sença da angústia na vida do indivíduo.
C da opção em demonstrar oposição aos limites estéticos
da revolução permanente da arte moderna.
D do posicionamento do artista do século XX contra a ne-
gação das novas realidades geradas pelo capitalismo e
pelas ideologias contemporâneas.
E da intenção de garantir uma forma de criar obras de arte
representativas da história pessoal dos artistas.
QUESTÃO 43
Morte de um caixeiro viajante
HAPPY (muito emocionado): Não é bacana, Biff? Nós dois dor-
mindo aqui de novo neste quarto? Nessas velhas camas? (Dá
um tapa na cama.) Quanta conversa a gente já teve aqui? Toda
a nossa vida.
BIFF: É. Um montão de sonhos e projetos.
HAPPY (numa risada forte, e masculina): Umas quinhentas
mulheres gostariam de saber o que a gente conversou aqui.
(Os dois riem um pouco.)
BIFF: Lembra daquela tal Betsy não sei das quantas? Aquela
grandona... como era o nome dela mesmo?
HAPPY (penteando o cabelo): Aquela do cachorrinho?
BIFF: Essa mesma. Fui eu que o levei lá, lembra?
HAPPY: Claro, foi a minha primeira vez. Rapaz, era uma festa!
(Riem muito.) Você me ensinou tudo que eu sei sobre mulher.
No duro mesmo.
MILLER, Arthur. Morte de um caixeiro viajante & outras 4 peças. São Paulo:
Companhia das Letras, 2009.
Neste trecho, o que caracteriza Morte de um caixeiro viajante
como um texto teatral é
A o tom íntimo entre os personagens presente na cena.
B as perguntas feitas pelos personagens.
C a interferência do narrador na reação dos personagens.
D o uso de rubricas para construir as ações da cena.
E a analogia sobre a personagem Betsy.
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QUESTÃO 44
Figura principal no Tropicalismo, Caetano gravou seu álbum de estreia, Caetano Veloso, em 1967, porém, foi lançado só um ano
depois. A sonoridade é uma espécie de bossa-nova executada por roqueiros psicodélicos, com harmonias vocais barrocas mistura-
das a arranjos de metais. O resultado é impressionante. Não há correspondente ao baiano no mundo pop de língua inglesa e gente
como Beck, Kurt Cobain e David Byrne o adoram.
Jovens da época amaram o trabalho e, se composições como “Soy Loco por ti, America”, “Alegria, alegria” e “Tropicália” caíram
no gosto do público, dos generais, não. Um tributo a Che Guevara (“Soy Loco por ti, America”), por exemplo, não ficaria invisível aos
olhos da ditadura. Se Chico, em 1974, para driblar a censura criou um alter ego, Caetano lançaria ainda Tropicália ou … em 1969, e,
em 1970, seria forçado a deixar o Brasil, sendo exilado em Londres. O exílio ajudou a divulgar o nome de Caetano no exterior e o
elevou ao patamar de lenda, o que provavelmente fez bem à carreira do compositor.
Caetano já foi definido como um híbrido de Brian Wilson, Stevie Wonder, Bob Dylan, Syd Barret, John Lennon e Bob Marley. Exa-
gero? Talvez não. Quando dedicamos um pouco de tempo à audição de registros como este, Transa, e até mesmo o mais recente
Abraçaço, de 2012, quase que instantaneamente os nomes listados – e possivelmente outros – começam a povoar nossa imagina-
ção. Sem dúvida, um dos grandes da música contemporânea mundial.
Disponível em: https://escotilha.com.br/musica/musica-disco-caetano-veloso-resenha-critica/. Acesso em: 20 mar. 2024 (adaptado).
O texto é um trecho da crítica musical sobre a obra de Caetano Veloso. Para enfatizar a qualidade do artista, usou-se como recurso
argumentativo
A a comparação analítica entre Caetano Veloso e outros músicos famosos.
B o exemplo do caráter revolucionário presente em toda a sua obra.
C a aproximação entre a cultura brasileira e a cultura cubana.
D o contraste entre músicas de diferentes épocas.
E a alusão a gêneros musicais estrangeiros.
QUESTÃO 45
CHICO
— Se atrasa, preocupa.
Quando chega, incomoda.
— Menstruação?
— Meu marido.
OLIVEIRA, Nelson de. In: FREIRE, Marcelino (org.). Os cem menores contos brasileiros do século. Cotia: 2.ed. Ateliê Editorial, 2004.
Os sinais de pontuação são elementos com funções essenciais para a progressão temática de um texto. Nesse miniconto, o ponto
de interrogação foi empregado principalmente para
A expressar confusão sobre a situação.
B indicar uma pergunta direta e objetiva.
C sugerir uma resposta inesperada à pergunta feita.
D intensificar a tensão entre os interlocutores.
E solicitar uma explicação mais detalhada.