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Livro de Introdução a Engenharia Civil

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<p>INTRODUÇÃO</p><p>A ENGENHARIA</p><p>CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO</p><p>KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA</p><p>Prof. Adriano Rogério Kantoviscki</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A ENGENHARIA</p><p>CIVIL</p><p>Marília/SP</p><p>2024</p><p>“A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma</p><p>ação integrada de suas atividades educacionais, visando à</p><p>geração, sistematização e disseminação do conhecimento,</p><p>para formar profissionais empreendedores que promovam</p><p>a transformação e o desenvolvimento social, econômico e</p><p>cultural da comunidade em que está inserida.</p><p>Missão da Faculdade Católica Paulista</p><p>Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.</p><p>www.uca.edu.br</p><p>Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma</p><p>sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria,</p><p>salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a</p><p>emissão de conceitos.</p><p>Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5</p><p>SUMÁRIO</p><p>CAPÍTULO 01</p><p>CAPÍTULO 02</p><p>CAPÍTULO 03</p><p>CAPÍTULO 04</p><p>CAPÍTULO 05</p><p>CAPÍTULO 06</p><p>CAPÍTULO 07</p><p>CAPÍTULO 08</p><p>CAPÍTULO 09</p><p>CAPÍTULO 10</p><p>CAPÍTULO 11</p><p>CAPÍTULO 12</p><p>08</p><p>23</p><p>34</p><p>43</p><p>54</p><p>64</p><p>73</p><p>83</p><p>92</p><p>103</p><p>115</p><p>128</p><p>INTRODUÇÃO À ENGENHARIA CIVIL</p><p>CAMPO DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO</p><p>ENGENHEIRO CIVIL</p><p>MÉTODOS E PROCESSOS DENTRO DA</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>NOVAS TECNOLOGIAS CONSTRUTIVAS,</p><p>TRANSFORMAÇÃO DIGITAL E INOVAÇÃO NA</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>GERENCIAMENTO DE PROJETOS NA</p><p>CONSTRUÇÃO CIVIL</p><p>PLANEJAMENTO, GESTÃO E CONTROLE DE</p><p>OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL</p><p>METODOLOGIA DE ANÁLISE E SOLUÇÃO DE</p><p>PROBLEMAS - QC STORY</p><p>A INDÚSTRIA 4.0 E A ENGENHARIA CIVIL 4.0</p><p>O PROFISSIONAL DA ENGENHARIA CIVIL</p><p>FRENTE AO NOVO MERCADO</p><p>GESTÃO DE PESSOAS, TRABALHO EM EQUIPE</p><p>E COMUNICAÇÃO</p><p>EMPREENDEDORISMO DENTRO DA</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>O PROCESSO DE ESTUDO E DE PESQUISA</p><p>DENTRO DA ENGENHARIA CIVIL</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6</p><p>SUMÁRIO</p><p>CAPÍTULO 13</p><p>CAPÍTULO 14</p><p>CAPÍTULO 15</p><p>137</p><p>148</p><p>158</p><p>A IMPORTÂNCIA DA SUSTENTABILIDADE</p><p>DENTRO DA CONSTRUÇÃO CIVIL</p><p>SOFT SKILLS E HARD SKILLS DENTRO DA</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>ÉTICA, CIDADANIA, RESPONSABILIDADE</p><p>SOCIAL E DIREITOS HUMANOS</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 7</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A engenharia civil desempenha um papel vital na construção e manutenção da</p><p>infraestrutura que sustenta nossas sociedades modernas. Este livro abrange uma ampla</p><p>gama de tópicos essenciais para compreender e prosperar nesse campo dinâmico e</p><p>em constante evolução.</p><p>Vamos introduzir os fundamentos da engenharia civil, fornecendo uma visão</p><p>abrangente dos princípios básicos que guiam essa disciplina. Exploramos as diversas</p><p>áreas de atuação dos engenheiros civis, desde a concepção de projetos até sua</p><p>implementação e manutenção.</p><p>Também mergulharemos no campo de atuação profissional do engenheiro civil,</p><p>destacando sua importância em projetos de infraestrutura, construção de edifícios,</p><p>obras de saneamento, entre outros. Discutimos também as habilidades e competências</p><p>necessárias para se destacar nesse ambiente profissional diversificado.</p><p>Abordaremos métodos e processos utilizados na engenharia civil, desde o</p><p>planejamento e design até a execução e monitoramento de projetos. Exploraremos</p><p>algumas das tecnologias e ferramentas mais recentes que estão transformando a</p><p>maneira como os engenheiros civis abordam os desafios do século XXI.</p><p>No decorrer do livro, também examinamos temas como gerenciamento de projetos,</p><p>inovação tecnológica na construção, sustentabilidade ambiental, ética profissional e o</p><p>impacto social da engenharia civil. Cada capítulo oferece uma visão detalhada e prática</p><p>dos conceitos e práticas fundamentais que moldam a profissão de engenheiro civil.</p><p>Seja você um estudante em busca de conhecimento acadêmico, um profissional</p><p>em busca de aprimoramento ou um pesquisador interessado em contribuir para o</p><p>avanço da engenharia civil, este livro é uma fonte valiosa de informações e insights.</p><p>Ele serve como um guia abrangente e acessível para quem deseja compreender e se</p><p>destacar nesse campo tão vital para o desenvolvimento da sociedade.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 8</p><p>CAPÍTULO 1</p><p>INTRODUÇÃO À</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>Na atualidade, o termo “engenharia” refere-se ao conjunto sistemático de</p><p>conhecimentos e técnicas aplicados ao projeto, construção e manutenção de diversas</p><p>estruturas materiais, abrangendo desde edificações habitacionais até máquinas e</p><p>dispositivos destinados a prolongar a vida humana. Além de representar um campo</p><p>do saber tecnológico, o nome também designa a profissão envolvida nessas áreas</p><p>específicas.</p><p>Ao longo da história, a engenharia tem desempenhado um papel crucial como</p><p>mediadora entre o homem e a natureza, utilizando fontes de energia como fogo,</p><p>água, fósseis, solo, vento e átomos para atender às necessidades humanas. Esse</p><p>relacionamento evoluiu para a criação da “tecnologia” e o estabelecimento da “ciência”</p><p>por meio da observação experimental e registro de princípios demonstráveis.</p><p>Figura 1: Trabalho de equipe de Engenharia</p><p>Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/tres-pessoas-sentadas-ao-lado-da-mesa-416405/</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 9</p><p>Recentemente, os conhecimentos de engenharia passaram a influenciar diretamente</p><p>as interações cotidianas, resultando no surgimento de novos campos e paradigmas,</p><p>como a “engenharia humana”, “engenharia cultural”, “engenharia social” e “engenharia</p><p>do lazer”.</p><p>É perceptível que, apesar de algumas divergências temporais, engenharia e arquitetura</p><p>compartilham origens comuns, considerando que os verbos “engenhar” e “arquitetar”</p><p>possuem significados semelhantes. O diálogo entre essas disciplinas torna-se essencial,</p><p>especialmente ao considerar as vocações da engenharia civil (voltada à estática e</p><p>segurança) e da arquitetura (voltada à estética e espaço), buscando o constante</p><p>aprimoramento do habitat humano.</p><p>Exemplos práticos demonstram situações em que os requisitos estéticos da</p><p>arquitetura desafiam a engenharia civil, exigindo esbeltez em estruturas, enquanto o</p><p>compromisso da engenharia com a estática e segurança impulsiona soluções robustas,</p><p>gerando debates teóricos e práticos. Essa interação, embora desafiadora, impulsiona</p><p>a evolução da engenharia civil estrutural para responder aos desafios apresentados</p><p>pela arquitetura.</p><p>Figura 2: Trabalho de arquitetura</p><p>Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/reflexo-da-paisagem-urbana-no-mar-a-noite-256150/</p><p>A arquitetura, definida como a arte de planejar o espaço de maneira funcional e</p><p>estética, busca atender às necessidades humanas e respeitar o meio ambiente. A</p><p>engenharia civil, por sua vez, é caracterizada como a aplicação da ciência e tecnologia</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 10</p><p>para a utilização racional dos recursos naturais em benefício da sociedade. De</p><p>acordo com o ICE de Londres, a engenharia civil é uma “grande arte” essencial para a</p><p>prosperidade e bem-estar da sociedade, exercendo a imaginação para moldar produtos,</p><p>processos e ambientes sustentáveis. Essa disciplina exige amplo entendimento de</p><p>princípios científicos, conhecimento de materiais, habilidades analíticas e de síntese,</p><p>além de envolver pesquisa, trabalho em equipe, liderança e habilidades de negócios.</p><p>1.1 A Engenharia Civil</p><p>A Engenharia Civil, uma das profissões mais antigas da humanidade, é denominada,</p><p>contemporaneamente, como o conjunto sistemático de conhecimentos e técnicas</p><p>aplicadas ao projeto, construção e manutenção de estruturas materiais. Seu escopo</p><p>abrange desde edificações habitacionais até máquinas de produção e infraestrutura. Os</p><p>Romanos, no Império Romano, já a chamavam de</p><p>Além disso,</p><p>a dimensão sociocultural promove a inclusão, diversidade e participação cidadã nas</p><p>decisões urbanas, assegurando que todos os habitantes se beneficiem dos avanços</p><p>tecnológicos.</p><p>A interconexão desses pilares é essencial para o sucesso e a eficácia das cidades</p><p>inteligentes. A abordagem integrada da transformação digital sustentável, economia</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 47</p><p>justa e circular, e dimensão ambiental e sociocultural permite que as cidades evoluam</p><p>de maneira equilibrada e resiliente. A utilização inteligente de dados e tecnologias</p><p>emergentes desempenha um papel central nesse contexto, possibilitando a criação</p><p>de sistemas urbanos mais eficientes, seguros e adaptáveis.</p><p>À medida que as cidades inteligentes continuam a se desenvolver, é crucial manter</p><p>um equilíbrio entre a inovação tecnológica e a responsabilidade ambiental e social. O</p><p>sucesso desse modelo de urbanização inteligente depende da capacidade de aproveitar</p><p>as oportunidades proporcionadas pela tecnologia para melhorar a vida nas cidades,</p><p>enquanto se mantém um compromisso firme com a sustentabilidade e a justiça social.</p><p>O futuro das cidades inteligentes está intrinsecamente ligado à habilidade de criar</p><p>ambientes urbanos que sejam não apenas avançados tecnicamente, mas também</p><p>inclusivos, equitativos e ecologicamente conscientes.</p><p>4.2 Materiais inovadores</p><p>O setor de construção civil está testemunhando uma revolução impulsionada por</p><p>inovações que não apenas transformam os métodos de construção, mas também</p><p>introduzem uma nova geração de materiais avançados. Esse avanço é uma resposta</p><p>natural à demanda crescente por construções mais seguras, eficientes e sustentáveis.</p><p>Prevê-se que, a partir de 2023, o uso de materiais inovadores se torne cada vez mais</p><p>predominante na construção de edifícios, marcando uma nova era na indústria da</p><p>construção.</p><p>Entre os materiais inovadores que ganharão destaque, destacam-se os laminados,</p><p>lâminas de painéis pré-fabricados, elementos de aço e madeira tratada. Esses</p><p>materiais são escolhas versáteis que oferecem benefícios significativos em termos</p><p>de segurança e eficiência nas obras. Sua utilização promete revolucionar a construção</p><p>civil, proporcionando soluções mais eficazes e rápidas para atender às demandas</p><p>contemporâneas.</p><p>A versatilidade dos materiais inovadores é uma característica distintiva que os torna</p><p>atraentes para o setor. Eles possuem a capacidade de suportar cargas substanciais,</p><p>garantindo a integridade estrutural dos edifícios. Os laminados, por exemplo, oferecem</p><p>resistência e durabilidade excepcionais, sendo ideais para diversas aplicações na</p><p>construção civil. Já as lâminas de painéis pré-fabricados proporcionam eficiência no</p><p>processo construtivo, acelerando significativamente o cronograma de obras.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 48</p><p>Figura 3: Materiais inovadores</p><p>Fonte: https://celere-ce.com.br/construcao-civil/inovacao-na-construcao-civil-5-projetos-inovadores-que-sinalizam-como-sera-o-futuro-do-mercado/</p><p>Além da segurança estrutural, a adoção desses materiais inovadores também</p><p>promete economizar tempo. Os processos de fabricação são notavelmente mais</p><p>rápidos em comparação com as técnicas convencionais, acelerando o ciclo de</p><p>construção. Esse ganho de eficiência não apenas reduz os prazos de entrega, mas</p><p>também contribui para a otimização dos recursos, impulsionando a produtividade</p><p>geral do setor.</p><p>Outro benefício crucial associado ao uso de materiais inovadores é a redução do peso.</p><p>Esses materiais são notoriamente mais leves do que suas contrapartes convencionais,</p><p>o que se traduz em economias significativas nos custos de transporte. Além de oferecer</p><p>vantagens logísticas, a leveza dos materiais inovadores impacta positivamente na</p><p>redução da pegada ambiental, alinhando-se às crescentes preocupações com a</p><p>sustentabilidade na construção civil.</p><p>A inovação na construção civil, impulsionada pelo uso de materiais avançados,</p><p>promete personalização e singularidade em cada projeto. Esses materiais permitem a</p><p>criação de edifícios únicos que atendem de forma criativa às necessidades específicas</p><p>dos proprietários. A diversidade de opções oferecidas pelos materiais inovadores</p><p>proporciona aos arquitetos e construtores uma paleta expandida para expressar sua</p><p>criatividade e atender às variadas demandas do mercado.</p><p>Entre os materiais inovadores que podemos citar na atualidade temos:</p><p>• Bioconcreto</p><p>O conceito revolucionário do Bioconcreto busca desenvolver uma forma de concreto</p><p>auto-regenerativo. Adicionando bactérias ao concreto, cientistas holandeses almejam</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 49</p><p>fechar fissuras de até 8 mm, reduzindo consideravelmente os custos de manutenção.</p><p>Embora o Bioconcreto apresente um custo inicial cerca de 40% maior, a promessa de</p><p>estruturas mais duráveis e autossuficientes destaca sua importância nas inovações</p><p>em materiais.</p><p>• Contrapiso Autonivelante</p><p>A praticidade do contrapiso autonivelante se destaca por sua capacidade de se</p><p>espalhar de forma automática, proporcionando uma superfície superior nivelada.</p><p>Este material inovador não apenas simplifica o processo construtivo, mas também</p><p>economiza tempo considerável de mão de obra, especialmente em ambientes amplos.</p><p>Sua aplicação promete eficiência e otimização em projetos de construção.</p><p>• Argamassa Crupe</p><p>Desenvolvida na Europa, a argamassa crupe tem como propósito servir como</p><p>enchimento para estruturas de drywall. Apesar de ainda não estar disponível no Brasil,</p><p>essa massa leve confere ao drywall resistência mecânica, isolamento termoacústico e</p><p>resistência ao fogo, ressaltando seu potencial para transformar os métodos construtivos</p><p>convencionais.</p><p>• Madeira Translúcida</p><p>A inovação sueca da madeira translúcida envolve a remoção da lignina, deixando-a</p><p>esbranquiçada, seguida pela injeção de um polímero transparente. Embora seu uso</p><p>atual seja predominantemente estético, essa novidade destaca a busca por materiais</p><p>inovadores que transcendem as funcionalidades tradicionais da construção, introduzindo</p><p>elementos estéticos diferenciados.</p><p>• Espuma de Alumínio</p><p>Proveniente da indústria automobilística, a espuma de alumínio ganha espaço na</p><p>construção civil, principalmente em fachadas. Sua porosidade específica confere leveza</p><p>e resistência, enquanto sua manipulação permite o controle da entrada de luz e acústica</p><p>nos ambientes internos. A aplicação desse material reflete a integração de soluções</p><p>multifuncionais no cenário construtivo.</p><p>• Hidrocerâmica</p><p>Composta por bolhas de hidrogel, a hidrocerâmica destaca-se por sua capacidade</p><p>de absorver água, expandindo seu tamanho em até 500 vezes na presença do líquido.</p><p>Ao ser utilizada como estrutura de vedação, a hidrocerâmica atua como isolante</p><p>térmico, absorvendo e liberando água conforme as condições climáticas. Esse conceito</p><p>inovador promete eficiência energética e sustentabilidade nas construções.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 50</p><p>• Telhas Solares</p><p>A convergência entre telhas cerâmicas e placas fotovoltaicas exemplifica a busca</p><p>por eficiência energética. Apesar de representar um investimento inicial mais elevado,</p><p>essa abordagem simplifica a instalação de sistemas solares, promovendo o uso de</p><p>energia renovável de maneira integrada à estrutura do edifício.</p><p>• Tijolos Aspiradores</p><p>O breathe brick, ou tijolo aspirador, inova ao permitir a passagem de ar, integrando-</p><p>se ao sistema de ventilação das construções. Ao filtrar o ar e armazenar a poeira em</p><p>um compartimento acessível à limpeza, esse conceito apresenta uma solução prática</p><p>e sustentável para a qualidade do ar interno nas edificações.</p><p>Em resumo, os materiais inovadores se tornarão cada vez mais comuns na construção</p><p>civil. Essa mudança não apenas vai acelerar o ritmo das</p><p>obras, garantindo construções</p><p>mais seguras e eficientes, mas também representará um passo significativo em direção</p><p>a práticas construtivas mais sustentáveis. A incorporação desses materiais avançados</p><p>sinaliza uma nova era de excelência na indústria da construção, moldando um futuro</p><p>onde a inovação é a força motriz para edificações mais rápidas, seguras e econômicas.</p><p>4.3 BIM - Building Information Modelling</p><p>A Modelagem da Informação da Construção, conhecida como BIM (Building</p><p>Information Modeling), representa um avançado processo que envolve diversas</p><p>ferramentas, tecnologias e contratos para criar e gerenciar representações digitais</p><p>das características físicas e funcionais de construções. Em contraste com o desenho</p><p>tradicional em 2D, que oferece uma representação planificada do projeto, a modelagem</p><p>com BIM utiliza modelos 3D mais intuitivos e fidedignos ao produto final.</p><p>Os Modelos de Informações de Construção (BIMs) são arquivos de computador</p><p>que, ao serem extraídos, compartilhados ou integrados em rede, oferecem suporte</p><p>à tomada de decisão relacionada a um ativo construído. Esses modelos vão além</p><p>da representação visual, incorporando informações de cronograma que auxiliam no</p><p>controle de fatores como a quantidade de operários necessária e outros elementos</p><p>influentes na programação do cronograma final.</p><p>No contexto do BIM para a Construção Civil, a importância é notável. Imagine</p><p>um projeto onde não há perda de informação, mas sim uma interação fluida e</p><p>compartilhamento de dados entre todos os envolvidos, desde projetistas e engenheiros</p><p>até gestores, contratantes e contratados. O BIM proporciona transparência,</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 51</p><p>produtividade, previsibilidade e sustentabilidade, representando uma revolução na</p><p>Indústria da Construção.</p><p>Figura 4: Modelagem em BIM de uma edificação</p><p>Fonte: https://www.geospatialworld.net/videos/what-is-bim-2/</p><p>Ao abordar o que é BIM, suas aplicações e benefícios, destaca-se que o BIM consiste</p><p>na representação digital e tridimensional das características físicas e funcionais de um</p><p>edifício. Essa representação abrange desde o modelo da edificação até seu orçamento,</p><p>acompanhando todo o ciclo de vida do projeto. O BIM não é um software, mas sim</p><p>uma metodologia que utiliza ferramentas para integrar profissionais de diferentes</p><p>áreas na elaboração de um modelo virtual preciso e detalhado.</p><p>O BIM chegou ao Brasil nos anos 2000, ganhando destaque na construção civil</p><p>a partir de 2010. Em 2018, importantes marcos regulatórios foram estabelecidos,</p><p>instituindo a Estratégia Nacional de Disseminação do BIM. Os decretos nº 9.377/2018</p><p>e nº 9.983/2019 e o nº 10.306/2020 definiram diretrizes, normas e protocolos para a</p><p>utilização do BIM em obras públicas.</p><p>Embora o Brasil tenha avançado na implementação do BIM, enfrenta desafios,</p><p>incluindo a necessidade de mão de obra capacitada, aquisição de softwares e,</p><p>sobretudo, uma mudança de mentalidade em relação ao uso eficiente da tecnologia.</p><p>A interoperabilidade, ou seja, a comunicação eficaz entre diferentes sistemas, também</p><p>se destaca como um desafio a ser superado para garantir o pleno sucesso da adoção</p><p>do BIM.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 52</p><p>4.4 Realidade aumentada aplicada na Construção Civil</p><p>O progresso tecnológico ocorre em um ritmo acelerado, e o setor da Construção Civil</p><p>testemunha essa evolução de perto. Enquanto muitas empresas ainda não adotaram</p><p>plenamente softwares de gerenciamento de obras, a realidade aumentada já se destaca</p><p>como uma opção viável.</p><p>Mas na prática, o que é a realidade aumentada, como ela pode ser aplicada e os</p><p>benefícios que pode proporcionar ao setor da Construção Civil?</p><p>É importante ressaltar que a realidade virtual e a realidade aumentada são conceitos</p><p>distintos, embora possam ser utilizados em conjunto em uma estratégia integrada.</p><p>A realidade virtual busca criar uma experiência imersiva, transportando o usuário</p><p>para um ambiente digital. Por outro lado, a realidade aumentada insere elementos</p><p>digitais no mundo real, como exemplificado por um aplicativo que permite a visualização</p><p>virtual de diferentes cores de tinta em paredes.</p><p>Um aspecto crucial é a captura de realidade, um processo que envolve o levantamento,</p><p>produção e representação digital 3D de um objeto ou área. Essa prática, originada na</p><p>Topografia, evoluiu ao longo do tempo com o surgimento de tecnologias como GNSS,</p><p>Estações Totais robotizadas, LiDAR e Fotogrametria, proporcionando maior precisão</p><p>e eficiência nos levantamentos.</p><p>Figura 5: Realidade aumentada na construção civil</p><p>Fonte: https://www.weg.net/tomadas/blog/tecnologia/5-melhores-ferramentas-de-realidade-aumentada-para-a-arquitetura-e-a-construcao-civil/</p><p>A interação entre a captura de realidade e o Building Information Modeling (BIM)</p><p>destaca-se como um ponto crucial. O BIM, concebido como o “gêmeo digital” de</p><p>uma obra, abrange informações geométricas, financeiras, de cronograma, materiais</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 53</p><p>e outros aspectos essenciais para um projeto. No entanto, muitas empresas no Brasil</p><p>ainda enfrentam desafios, como modelagem 3D a partir de dados 2D falhos e falta</p><p>de atualização do modelo.</p><p>A utilização da captura de realidade durante a execução de uma obra oferece</p><p>vantagens como a quantificação dos avanços e a antecipação de problemas de projeto</p><p>versus execução. Um modelo BIM desprovido de captura de realidade pode tornar-se</p><p>obsoleto rapidamente, exigindo esforços significativos para atualização e modificação</p><p>ao longo do tempo.</p><p>Além disso, a captura de realidade não apenas digitaliza a operação, mas também</p><p>proporciona uma base sólida para a transformação digital, permitindo a integração de</p><p>softwares e processos para aumentar a eficiência e a usabilidade dos dados. Isso abre</p><p>caminho para a implementação de soluções avançadas, como realidade aumentada</p><p>e Internet das Coisas (IoT).</p><p>Dispositivos como óculos de realidade virtual, sensores de manipulação e aplicativos</p><p>de celular desempenham um papel crucial nessas tecnologias imersivas. As aplicações</p><p>práticas da realidade aumentada na Construção Civil são diversas, incluindo design de</p><p>projeto, experiência do cliente, treinamento, manutenção, tours virtuais e decoração.</p><p>A captura de realidade não só simplifica o acesso às informações da obra, melhora</p><p>a organização e gestão de documentos, e otimiza a comunicação entre equipes, como</p><p>também eleva o Modelo BIM a um nível superior. As tecnologias de captura, como</p><p>scanners laser terrestres, fotogrametria e drones, contribuem para criar modelos 3D</p><p>precisos e dinâmicos.</p><p>Em suma, a realidade aumentada e a captura de realidade representam avanços</p><p>significativos na Construção Civil, oferecendo oportunidades para melhorias na</p><p>eficiência, comunicação e qualidade dos projetos. Estar atento a essas inovações é</p><p>essencial para manter a excelência no setor.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 54</p><p>CAPÍTULO 5</p><p>GERENCIAMENTO DE PROJETOS</p><p>NA CONSTRUÇÃO CIVIL</p><p>A indústria da construção civil desempenha uma missão crucial na economia e no</p><p>desenvolvimento do país, proporcionando oportunidades de emprego e contribuindo</p><p>para o crescimento geral. No entanto, apesar da relevância dessa função, a indústria</p><p>enfrenta desafios significativos que impactam seu desempenho em comparação com</p><p>outras nações. Muitos projetos em andamento enfrentam dificuldades, como o não</p><p>cumprimento dos prazos estabelecidos, resultando em aumento de custos durante a</p><p>execução. Além disso, a necessidade frequente de reformulação de projetos iniciais,</p><p>devido a um planejamento deficiente, compromete metas e benefícios pretendidos.</p><p>Essa sequência de problemas frequentemente resulta no encerramento ou abandono</p><p>de projetos antes da conclusão, ou, quando concluídos,</p><p>apresentam baixa qualidade na</p><p>execução e nos insumos, comprometendo a durabilidade e a segurança das estruturas.</p><p>Quanto ao planejamento, observa-se que é realizado em diferentes horizontes</p><p>temporais. O planejamento de longo prazo, geralmente anual, concentra-se no</p><p>gerenciamento e controle globais das atividades. Já o planejamento de médio prazo,</p><p>que abrange de 6 a 18 meses, com incrementos mensais ou trimestrais, volta-se para</p><p>a administração e controle dos recursos internos. Por fim, o planejamento de curto</p><p>prazo, com períodos de um dia a seis meses e incrementos semanais, concentra-se</p><p>na administração e controle dos recursos externos.</p><p>Martins e Laugeni (2005) complementam que esses tipos de planejamento têm</p><p>focos distintos, sendo o de longo prazo voltado para o gerenciamento geral e controle</p><p>das atividades, o de médio prazo para a administração dos recursos internos, e o de</p><p>curto prazo para a gestão dos recursos externos. Eles ainda destacam que o ato de</p><p>“projetar” implica determinar quando as atividades de cada setor da obra poderão ser</p><p>executadas.</p><p>Ao avaliar as características fundamentais da indústria, o empreendedor inicia um</p><p>processo de planejamento dos recursos necessários para a execução da obra. Nesse</p><p>contexto, a análise dos fatores críticos para o sucesso da construção se torna essencial,</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 55</p><p>visto que o fornecimento e a gestão dos custos, associados aos recursos, se tornam</p><p>cada vez mais complexos e decisivos para o êxito do empreendimento (CALDAS, 1990).</p><p>De forma geral, os problemas mais recorrentes no desenvolvimento de um projeto</p><p>de engenharia civil são os relacionados a prazo para conclusão do projeto. Raramente</p><p>o prazo proposto inicialmente é cumprido e, quando isso ocorre, gera conflitos com</p><p>os interessados e impactos no orçamento da obra.</p><p>Um projeto bem planejado é pré-requisito para um trabalho com sucesso. A</p><p>comunicação entre os membros da equipe, durante o projeto, é importante para que</p><p>haja coerência entre as etapas. Muitas vezes o desenvolvimento da obra acontece</p><p>antes que haja uma completa e detalhada definição do projeto.</p><p>5.1 Conceitos Gerais sobre Gestão de Projetos</p><p>O gerenciamento de um projeto na construção civil é uma iniciativa voltada para</p><p>a produção de resultados alinhados às expectativas do solicitante. Nesse contexto,</p><p>um projeto é composto por processos e atividades que envolvem planejamento e</p><p>controle na execução de uma obra, tradicionalmente abrangendo três elementos:</p><p>escopo, orçamento e cronograma. De acordo com Benassi e Amaral (2007), comunicar</p><p>a “essência” do projeto envolve fornecer informações concisas, porém suficientes para</p><p>o progresso do projeto, abordando aspectos como escopo, cronograma e recursos</p><p>que o projeto entregará.</p><p>Quando um projeto é inicialmente designado, é crucial que esses três elementos</p><p>estejam claramente definidos. O escopo representa a natureza do trabalho a ser</p><p>realizado, especificando a quantidade e qualidade das tarefas. O orçamento diz respeito</p><p>aos custos associados a insumos, mão de obra e serviços de terceiros necessários para</p><p>a execução do projeto. O cronograma refere-se à sequência lógica e ao calendário das</p><p>atividades a serem realizadas. A clara definição desses três componentes é essencial</p><p>para a conclusão bem-sucedida de um projeto na construção civil, assegurando</p><p>qualidade e a satisfação do cliente.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 56</p><p>Figura 1: Qualidade presente nos três componentes de projeto da construção civil</p><p>Fonte: Adaptado do PMI (2018)</p><p>O diagrama apresentado na figura anterior ilustra um princípio fundamental na</p><p>gestão de projetos, que envolve o equilíbrio entre escopo, orçamento e cronograma. Em</p><p>qualquer projeto da construção civil, existe uma quantidade específica de trabalho a ser</p><p>realizado, associado a custos e um tempo planejado para sua conclusão. Aumentos</p><p>no escopo demandam acréscimos correspondentes no orçamento e no cronograma,</p><p>enquanto reduções no volume de trabalho podem resultar na diminuição direta do</p><p>orçamento e/ou do cronograma. Esse princípio se aplica entre os três componentes</p><p>do projeto.</p><p>Por exemplo, alterações no orçamento ou no cronograma exigem ajustes</p><p>correspondentes no escopo. Os gestores de projetos referem-se a isso como a “restrição</p><p>tripla” – escopo, cronograma e orçamento do projeto – que envolve a administração</p><p>de demandas conflitantes do projeto (PMI, 2018). Alguns autores definem a restrição</p><p>tripla como a relação entre custo, tempo e qualidade. Ela deve atender às necessidades</p><p>explícitas e implícitas do escopo, ser entregue no prazo estipulado e possuir preço</p><p>e custos compatíveis. Pode-se adotar a interpretação de Sotille et al. (2007), que</p><p>posiciona o escopo como o resultado da integração entre a restrição tripla.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 57</p><p>Figura 2: Relação entre as áreas de gerenciamento de projetosl</p><p>Fonte: SOTILLE et al. (2007)</p><p>A figura anterior proposta por Sotille et al. (2007) ilustra a interação entre as áreas do</p><p>gerenciamento de projetos. A fonte de muitos problemas em um projeto frequentemente</p><p>reside na dificuldade de definir adequadamente o escopo ou seguir um modelo conforme</p><p>o PMBOK (2018). Em muitos casos, o foco recai apenas sobre o orçamento ou o</p><p>cronograma, negligenciando o escopo. É crucial que o escopo, orçamento e cronograma</p><p>sejam claramente definidos e interligados, estabelecendo uma interdependência, onde</p><p>problemas em um componente podem afetar o desempenho dos outros.</p><p>O escopo é a primeira tarefa a ser definida na criação de um projeto, precedendo a</p><p>elaboração do orçamento ou do cronograma. Gerentes de projeto experientes concordam</p><p>que o orçamento e o cronograma derivam do escopo, destacando a importância de</p><p>uma ordem sequencial na definição desses elementos. O gerente de projeto tem a</p><p>responsabilidade de garantir a coesão entre escopo, orçamento e cronograma.</p><p>O orçamento desempenha um papel crucial ao estabelecer os custos e o fluxo</p><p>financeiro para o proprietário da obra. Sua elaboração adequada é essencial para</p><p>o controle de custos do projeto, e a negligência desse aspecto pode impactar</p><p>negativamente a rentabilidade.</p><p>O cronograma, por sua vez, é fundamental ao detalhar aspectos como pessoal,</p><p>insumos, materiais, equipamentos, tempo e métodos de execução. Ele define a</p><p>sequência lógica das atividades, sendo vital para o acompanhamento do projeto, que,</p><p>por natureza, possui um caráter temporário, com início e fim programados.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 58</p><p>A qualidade da obra está intrinsecamente ligada à satisfação do usuário final.</p><p>Um planejamento eficaz contribui para a conclusão do produto final conforme as</p><p>expectativas dos clientes. O planejamento da qualidade envolve estabelecer metas,</p><p>identificar clientes, determinar necessidades, desenvolver características mensuráveis</p><p>e gerenciar processos, estabelecendo controles adequados.</p><p>A busca pela qualidade é uma responsabilidade compartilhada por todos os</p><p>participantes do projeto, abrangendo todos os níveis da administração e dos</p><p>trabalhadores. A gestão de projetos, ao lidar com recursos, pessoas e mudanças, inclui</p><p>a identificação de requisitos, o estabelecimento de objetivos claros e alcançáveis, o</p><p>equilíbrio entre qualidade, escopo, tempo e custo, bem como a adaptação aos diferentes</p><p>interesses das partes envolvidas, conforme o Project Management Institute (PMI, 2018).</p><p>5.1.1 As definições do PMBOK para a Gestão de Projetos</p><p>O PMBOK, ou Project Management Body of Knowledge, é um guia amplamente</p><p>reconhecido na gestão de projetos. Desenvolvido pelo Project Management Institute</p><p>(PMI), o PMBOK oferece um conjunto abrangente de práticas, princípios e padrões</p><p>que servem como referência para profissionais</p><p>de gerenciamento de projetos em</p><p>diversas indústrias.</p><p>Este guia fornece uma estrutura metodológica que abrange áreas essenciais, como</p><p>escopo, tempo, custo, qualidade, comunicação, riscos, aquisições, recursos humanos</p><p>e integração. O PMBOK destaca processos, ferramentas e técnicas que podem ser</p><p>aplicados ao longo do ciclo de vida do projeto, desde a concepção até a conclusão.</p><p>Além disso, o PMBOK destaca a importância do equilíbrio entre as restrições</p><p>tradicionais de escopo, tempo e custo, conhecidas como a “restrição tripla”. Ele destaca</p><p>a necessidade de adaptação às características específicas de cada projeto, promovendo</p><p>uma abordagem flexível.</p><p>O PMBOOK classifica em nove, as áreas de conhecimento fundamentais para o</p><p>gerenciamento de projetos. São elas: gestão de escopo, gestão de tempo; gestão de</p><p>custo; gestão de risco; gestão de qualidade; gestão de recursos humanos; gestão de</p><p>comunicações; gestão de aquisições e gestão da integração. Essas nove áreas do</p><p>conhecimento do PMBOK são compostas por vários processos. Cabe ao gerente de</p><p>projetos garantir que esse processos sejam executados de acordo com o planejamento</p><p>inicial.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 59</p><p>Gestão de Escopo: O processo de gerenciamento de escopo é necessário para</p><p>garantir de que o escopo do projeto está bem definido e que qualquer alteração do</p><p>mesmo será precedida de uma análise do impacto nas dimensões de custo e prazo;</p><p>Gestão de Tempo: O gerenciamento de tempo inclui os processos : sequenciamento</p><p>de atividades, estimativa de recursos de atividades, desenvolvimento do cronograma</p><p>e controle do cronograma (PMI, 2004a);</p><p>Gestão de Custo: O processo de gerenciamento de custo envolve o planejamento,</p><p>estimativa, orçamentação e controle de custos;</p><p>Gestão de Risco: Está parte do processo deve incluir, no planejamento, a identificação,</p><p>análise, monitoramento e controle dos riscos;</p><p>Gestão de Qualidade: O processo de gerenciamento de qualidade está presente</p><p>em todas as atividades. Determinam as responsabilidades, os objetivos e as políticas</p><p>de qualidade para o projeto;</p><p>Gestão de Recursos Humanos: O processo de gerenciamento de RH organiza e</p><p>gerencia a equipe do projeto. Determinadas funções e responsabilidades atribuídas</p><p>a cada membro da equipe;</p><p>Gestão das Comunicações: Incluem os seguintes processos: planejamento das</p><p>comunicações, distribuição das informações, relatório de desempenho e gerenciar</p><p>as partes interessadas (PMI, 2004a);</p><p>Gestão de Aquisições: O gerenciamento de aquisições do projeto inclui: planejar</p><p>a compra, planejar contratações, solicitar respostas de fornecedores, selecionar</p><p>fornecedores, administração de contrato encerramento do contrato (PMI, 2004a);</p><p>Gestão da Integração: Incluem desenvolver o termo de abertura do projeto, desenvolver</p><p>a declaração do escopo preliminar do projeto, desenvolver o plano de gerenciamento do</p><p>projeto, orientar e gerenciar a execução do projeto, monitorar e controlar o trabalho do</p><p>projeto, controle integrado de mudanças e encerrar o projeto (PMI, 2018);</p><p>O gerente de projeto e a equipe de projeto precisam decidir quais processos serão</p><p>utilizados primeiro, bem como o grau de rigor que será aplicado para a execução</p><p>desses processos. (Project Management Institute, 2004).</p><p>5.1.2 Gerenciamento de Projetos na Construção Civil</p><p>A principal tarefa do gerenciamento de projetos na construção civil é, principalmente,</p><p>coordenar os profissionais da equipe para que possam dar sua melhor contribuição</p><p>possível para o projeto contribuindo para o sucesso do mesmo.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 60</p><p>Além do conhecimento de gerenciamento de projeto, a gestão de projetos na</p><p>construção civil requer uma compreensão dos processos na concepção de construção</p><p>civil).</p><p>A capacidade de comunicar e a capacidade de gerenciar a equipe também são muito</p><p>importantes para a gestão bem-sucedida de projetos nessa área (Chen, Partington,</p><p>e Qiang, 2009).</p><p>As principais funções de gerenciamento de projetos na construção civil são:</p><p>1. Especificar objetivos e planos, incluindo a definição do escopo, elaboração do</p><p>orçamento e cronograma, estabelecendo requisitos de desempenho e qualidade</p><p>e a seleção de participantes do projeto.</p><p>2. Maximização da utilização eficiente dos recursos através de contratos de</p><p>trabalho, materiais e equipamentos de acordo com o que foi estabelecido no</p><p>plano de cronograma.</p><p>3. Implementação de várias atividades através da coordenação, controle de</p><p>planejamento, projetar, estimar e analisar todo o processo.</p><p>4. Desenvolvimento das comunicações e mecanismos eficazes evitando conflitos</p><p>entre as equipes durante o projeto.</p><p>Constata-se que as empresas construtoras e incorporadoras, na sua grande maioria,</p><p>não estão preparadas para o gerenciamento desse processo e continuam a conduzir</p><p>suas atividades sem uma estrutura organizacional adequada, conservando práticas</p><p>que são causadoras de muitos problemas no processo construtivo como um todo</p><p>(ROMANO, 2006).</p><p>Os Gerenciamentos dos processos de um projeto estão presentes desde o</p><p>levantamento das necessidades até a satisfação dos clientes. A gestão de projetos</p><p>sendo realizada nas etapas de planejamento, controle e execução das atividades na</p><p>construção civil ajudará a visualização das necessidades apresentadas no projeto</p><p>antes de executá-lo.</p><p>É necessário que as empresas, empreiteiros, profissionais da área da construção</p><p>civil tenham uma estrutura organizacional adequada, para que todos os setores da</p><p>organização trabalhem de forma colaborativa e integrada durante todos as fases de</p><p>planejamento de um projeto.</p><p>A seguir mostra-se uma mapa que serve como fundamento para a criação de um</p><p>plano de gerenciamento de projetos direcionado à construção civil, com ênfase em</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 61</p><p>empreendimentos residenciais e comerciais sendo que o processo pode ser delineado</p><p>em fases e requer uma reavaliação considerando as características específicas de</p><p>cada projeto a ser gerenciado.</p><p>Figura 3: Mapa do ciclo de vida e de gestão de um projeto</p><p>Fonte: (MENEZES, 2017, p. 18)</p><p>Garantir que uma obra seja concluída com qualidade e dentro do prazo requer a</p><p>observância de parâmetros essenciais no cotidiano do canteiro de obras. Devemos</p><p>destacar que a indústria da construção civil enfrenta um grande desafio que é a falta</p><p>de mão de obra qualificada e a gestão de projetos na construção civil desempenha</p><p>um papel crucial ao otimizar as chances de uma obra bem-sucedida, proporcionando</p><p>organização e gestão da equipe desde o início. Um orçamento bem elaborado, por</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 62</p><p>exemplo, não apenas assegura a satisfação do cliente, evitando transtornos durante</p><p>a execução, mas também previne custos adicionais resultantes da falta de materiais.</p><p>A gestão de projetos na construção civil abrange todas as etapas e elementos do</p><p>projeto, incluindo orçamento, prazos, mão de obra e materiais. Essa abordagem está</p><p>fundamentada em pilares como planejamento, gestão de pessoas, gestão de obras e</p><p>gestão de riscos. Um planejamento estruturado é crucial para o sucesso, abrangendo</p><p>desde objetivos e fornecedores ideais até a prevenção de riscos.</p><p>Figura 4: Projeto de construção civil</p><p>Fonte: https://www.gp4us.com.br/planejamento-e-controle-de-obras/</p><p>Para otimizar a gestão de projetos na construção civil, diversas técnicas consolidadas,</p><p>como o PMBOK, são empregadas, conforme já vimos. O PMBOK, ao sistematizar</p><p>metodologias e conceitos de administração de projetos, oferece diretrizes para a</p><p>gestão eficaz em áreas como integração, escopo, tempo, custos, qualidade, recursos</p><p>humanos, comunicações, riscos e suprimentos. Esse guia adaptável proporciona uma</p><p>base sólida para esclarecer e refletir sobre a gestão de projetos na construção</p><p>civil.</p><p>Além disso, a definição adequada do escopo é vital, pois impacta diretamente no</p><p>sucesso do projeto. A gestão de pessoas desempenha um papel fundamental na</p><p>execução conforme o projeto, envolvendo critérios como técnica, métodos e práticas.</p><p>Delegar tarefas, estimular o trabalho em equipe, aprimorar a comunicação, oferecer</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 63</p><p>boa infraestrutura e analisar o desempenho são estratégias para uma gestão eficaz</p><p>de pessoas.</p><p>As vantagens da gestão de projetos na construção civil são diversas, incluindo</p><p>redução de custos, controle de materiais, cumprimento de prazos, competitividade</p><p>otimizada e previsão eficaz de demandas e eventos adversos. Em suma, uma gestão</p><p>eficiente não apenas assegura a eficácia da obra, mas também fortalece a posição</p><p>competitiva da empresa no mercado de construção civil.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 64</p><p>CAPÍTULO 6</p><p>PLANEJAMENTO, GESTÃO</p><p>E CONTROLE DE OBRAS</p><p>DE CONSTRUÇÃO CIVIL</p><p>A construção civil é uma atividade complexa que exige a integração eficiente de uma</p><p>variedade de recursos e habilidades para a realização bem-sucedida de projetos. Nesse</p><p>cenário, o planejamento, gestão e controle de obras emergem como elementos fundamentais</p><p>para garantir a qualidade, eficiência e viabilidade econômica de empreendimentos na</p><p>engenharia civil. Este capítulo oferece uma visão abrangente desses pilares essenciais,</p><p>destacando sua importância no cenário da construção civil contemporânea.</p><p>No atual cenário da engenharia civil, marcado por avanços tecnológicos, desafios</p><p>ambientais e pressões econômicas, a necessidade de uma abordagem sistemática para</p><p>o desenvolvimento de projetos de construção tornou-se mais premente do que nunca.</p><p>A complexidade das obras civis modernas, que variam desde edifícios residenciais até</p><p>infraestruturas de grande escala, exige uma cuidadosa coordenação desde a concepção</p><p>até a conclusão.</p><p>Figura 1: Planejamento na engenharia civil</p><p>Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/constru%C3%A7%C3%A3o-ind%C3%BAstria-de-constru%C3%A7%C3%A3o-2820866/</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 65</p><p>O planejamento é o ponto de partida crucial para qualquer empreendimento de</p><p>construção. Ele não apenas estabelece as bases para o sucesso do projeto, mas</p><p>também antecipa desafios potenciais e permite a alocação eficiente de recursos.</p><p>Discutiremos as diferentes fases do planejamento, desde a análise de viabilidade até</p><p>a definição de metas e prazos, destacando como uma abordagem estratégica pode</p><p>impactar positivamente o resultado final.</p><p>A gestão eficaz de projetos é um fator determinante para o alcance de resultados</p><p>bem-sucedidos. Exploraremos as práticas e metodologias de gestão de projetos</p><p>adaptadas à engenharia civil, enfocando a integração de equipes multidisciplinares,</p><p>a comunicação eficiente e o monitoramento constante do progresso. Além disso,</p><p>abordaremos a importância de ferramentas modernas de gestão que visam otimizar</p><p>processos e maximizar a eficiência.</p><p>O controle de obras desempenha um papel crucial na garantia da qualidade e</p><p>eficiência ao longo do ciclo de vida do projeto. Detalharemos as estratégias de controle</p><p>de qualidade, fiscalização de prazos e custos, assim como o uso de tecnologias</p><p>avançadas para monitorar o andamento da obra. Analisaremos casos práticos que</p><p>destacam a importância de sistemas robustos de controle para evitar desvios e garantir</p><p>a conformidade com os padrões estabelecidos.</p><p>Este capítulo também destacará a interconexão intrínseca entre planejamento,</p><p>gestão e controle. Ao longo do livro, demonstraremos como esses elementos não devem</p><p>ser encarados como processos independentes, mas sim como partes integrantes de</p><p>um ciclo contínuo. A sincronização eficiente desses três pilares é fundamental para</p><p>assegurar a eficácia global do empreendimento.</p><p>6.1 O Planejamento de Obras</p><p>A gestão de obra deve ser o primeiro ponto a ser tratado pelo corpo técnico</p><p>responsável, por estar totalmente ligada ao processo executivo de atividades da obra,</p><p>estas diretamente impactam na situação econômica e financeira do empreendimento.</p><p>Planejamento pode ser definido como “um futuro desejado e os meios eficazes</p><p>para alcançálo”. Trata de documentar o que foi decidido para todo o empreendimento,</p><p>de modo a permitir a tomada de decisão apropriada para cada situação. Seguindo</p><p>esta ótica, temos que o planejamento se torna necessário devido à capacidade</p><p>limitada da memória humana e da incerteza envolvida nos processos. Deve ser feito</p><p>principalmente quando executamos tarefas nunca antes realizadas. Além disso, as</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 66</p><p>incertezas envolvidas na construção de um empreendimento são muitas, por se tratar</p><p>de uma gama de atividades envolvidas e devem ser evitadas ou contornadas para evitar</p><p>interrupções constantes na construção do empreendimento. É sabido que alterações</p><p>ou interrupções levam ao aumento de prazo e ao acréscimo de custo.</p><p>As atividades que compõem o gerenciamento de obras estão ligadas diretamente</p><p>aos tópicos citados: Planejar, Programar, Acompanhar e Controlar.</p><p>• Planejamento: Nesta etapa se define o que fazer, qual sequência deve seguir as</p><p>atividades, e quando se deve começar.</p><p>• Programação: Na programação consideramos fatores relacionados aos recursos</p><p>disponíveis e estes ajudarão a determinar onde e quando fazer.</p><p>• Acompanhamento: A atividade de acompanhamento está ligada ao processo</p><p>construtivo, ou seja, à execução.</p><p>• Controle: Controlar a obra significa estar conferindo as atividades executadas</p><p>tomando como critério de avaliação um padrão ótimo. Esta avaliação deve corrigir</p><p>a ocorrência de desvios preferencialmente durante a execução das atividades.</p><p>O planejamento de obras pode ser dividido em duas dimensões: Planejamento</p><p>Horizontal e Planejamento Vertical. Na dimensão de planejamento horizontal temos</p><p>determinadas as etapas de distribuição de planejamento e controle bem definidas.</p><p>Nesta dimensão o ciclo de planejamento passa por etapas que estão dispostas na</p><p>figura abaixo:</p><p>Figura 2: Ciclo do Planejamento Horizontal</p><p>Fonte: ENAP</p><p>O ciclo de planejamento horizontal compreende diversas etapas essenciais para a</p><p>eficácia do processo construtivo. Abaixo, detalhamos cada fase desse ciclo:</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 67</p><p>I Etapa: Preparação do Processo de Planejamento</p><p>Na primeira etapa, é fundamental a preparação do processo de planejamento,</p><p>determinando o tipo de planejamento e o controle associado durante o processo</p><p>construtivo. Aqui, ocorre a divisão da construção em subsistemas, como alvenaria,</p><p>estrutura, fundações, entre outros. Também são estabelecidos os níveis hierárquicos</p><p>de gestão no canteiro da obra, definindo responsabilidades e organograma.</p><p>II Etapa: Coleta de Informações</p><p>A segunda etapa envolve o trabalho direto com as informações contidas em projetos,</p><p>contratos, especificações técnicas, e estudos ambientais. Essa coleta abrange detalhes</p><p>como tecnologias empregadas, condições do canteiro de obras, e outros dados</p><p>relevantes. É um momento crucial para garantir uma compreensão abrangente do</p><p>contexto antes do início efetivo do planejamento.</p><p>III Etapa: Preparação dos Planos</p><p>Nesta etapa, as informações coletadas são utilizadas para elaborar os planos</p><p>detalhados para a realização da obra. Esses planos, que incluem o processo construtivo</p><p>das atividades, são essenciais para direcionar as equipes no canteiro e garantir a</p><p>execução eficiente do projeto.</p><p>IV Etapa: Difusão de Informação</p><p>A etapa de difusão de informação é crucial para visualizar nos projetos de</p><p>planejamento o plano detalhado para a execução das atividades da obra. No entanto,</p><p>essa fase pode apresentar desafios, como obstáculos</p><p>à implementação, informações</p><p>em formato inadequado e a coexistência de dois sistemas de informação paralelos</p><p>- tático (formal no escritório) e operacional (informal, com decisões de curto prazo).</p><p>V Etapa: Avaliação do Processo de Planejamento</p><p>Realizada no término da construção ou em caso de mudanças nas metas</p><p>estabelecidas, a avaliação do processo de planejamento analisa a relação entre o</p><p>que foi planejado e o que foi executado. Isso permite identificar áreas de melhoria e</p><p>avaliar a eficácia do planejamento em termos de tempo, custo e qualidade.</p><p>VI Etapa: Ação</p><p>A etapa final, denominada “Ação”, está intimamente ligada ao processo construtivo</p><p>das atividades envolvidas na obra. Aqui, o progresso da produção é monitorado e</p><p>controlado, utilizando as informações obtidas para atualizar os planos e preparar</p><p>relatórios sobre o desempenho da produção. Essa fase é crucial para lidar com situações</p><p>inesperadas que possam surgir durante a execução do plano.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 68</p><p>De forma geral, o ciclo de planejamento horizontal busca integrar informações,</p><p>elaborar planos detalhados e monitorar continuamente a execução, promovendo uma</p><p>abordagem sistemática para garantir o sucesso do processo construtivo.</p><p>O planejamento vertical na gestão de obras implica em uma estrutura hierárquica que</p><p>organiza os diferentes níveis de planejamento de acordo com o grau de detalhamento</p><p>e o foco nas responsabilidades específicas de cada estrato. Abaixo, detalhamos os</p><p>três principais níveis do planejamento vertical:</p><p>1. Nível Estratégico:</p><p>No nível estratégico, a abordagem está voltada para questões macro da obra. Neste</p><p>ponto, a organização define metas e planos relacionados ao planejamento de longo</p><p>prazo. Essas decisões estratégicas são geralmente tomadas pelos “donos da obra”</p><p>ou pelos principais executivos da empresa. O foco está em direcionar a visão global</p><p>da obra, estabelecendo objetivos de alto nível e definindo a trajetória geral que a</p><p>construção deve seguir.</p><p>2. Nível Tático:</p><p>No âmbito tático, a organização se concentra na definição do que deve ser</p><p>desenvolvido, envolvendo a alocação de recursos de maneira eficiente. Aqui, são</p><p>estabelecidos planos relacionados aos horizontes de médio e longo prazo. As pessoas</p><p>responsáveis por decisões táticas geralmente estão ligadas ao gerenciamento da obra,</p><p>desempenhando funções como treinamento de pessoal, fiscalização dos processos</p><p>construtivos, e manutenção da logística de distribuição e suprimento de materiais e</p><p>serviços. Esses são os “gerentes da obra” ou membros do corpo técnico, que traduzem</p><p>as metas estratégicas em ações concretas e coordenam as atividades necessárias</p><p>para atingir essas metas.</p><p>3. Nível Operacional:</p><p>O nível operacional está diretamente relacionado às atividades práticas realizadas no</p><p>canteiro de obras. Os planos desenvolvidos nesse nível concentram-se no planejamento</p><p>de curto prazo, envolvendo o dia a dia da construção. Aqui, estão envolvidos os</p><p>trabalhadores que executam tarefas específicas. As decisões operacionais são tomadas</p><p>no nível mais próximo da ação, garantindo a execução eficiente e eficaz das atividades</p><p>planejadas. Este é o “corpo de trabalhadores”, que implementa as decisões táticas,</p><p>seguindo as orientações gerais do nível estratégico e tático.</p><p>O planejamento vertical, ao dividir responsabilidades e decisões de acordo com</p><p>esses níveis, proporciona uma abordagem abrangente e coordenada para a gestão de</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 69</p><p>obras, assegurando que desde a visão estratégica até a execução operacional, todas</p><p>as fases do projeto sejam consideradas e integradas de maneira eficiente.</p><p>No contexto do planejamento global de obras, a divisão em diferentes horizontes</p><p>temporais é crucial para garantir uma abordagem abrangente e eficaz. As atividades</p><p>relacionadas são atribuídas a níveis específicos de responsabilidade, com o nível tático</p><p>vinculando seus planos aos horizontes de médio e longo prazo, enquanto o nível</p><p>operacional está centrado em atividades de curto prazo. Vamos explorar as divisões</p><p>de planejamento:</p><p>1. Planejamento de Longo Prazo:</p><p>O planejamento de longo prazo é essencial para atividades que precedem o início</p><p>efetivo da obra. Este tipo de planejamento, frequentemente referido como plano mestre,</p><p>caracteriza-se por um baixo grau de detalhamento. Serve para identificar os objetivos</p><p>globais do empreendimento, proporcionando uma visão geral das metas a serem</p><p>alcançadas. Devido ao seu horizonte temporal mais extenso, as atividades de longo</p><p>prazo podem estar sujeitas a variações e correções nos planos de planejamento à</p><p>medida que o projeto evolui.</p><p>2. Planejamento de Médio Prazo:</p><p>O planejamento de médio prazo utiliza a visão global dos planos de longo prazo</p><p>e os vincula às atividades de curto prazo. Nesta fase, são considerados fatores</p><p>como a análise de fluxo, a especificação de métodos construtivos, a identificação de</p><p>recursos necessários para a execução e a quantificação de recursos disponíveis no</p><p>canteiro de obras. Além disso, são levadas em conta as restrições relacionadas ao</p><p>desenvolvimento dos trabalhos. Este nível de planejamento busca estabelecer uma</p><p>ponte entre a estratégia global e a execução prática, garantindo uma transição suave</p><p>e eficiente entre os diferentes horizontes temporais.</p><p>3. Planejamento de Curto Prazo:</p><p>No planejamento de curto prazo, os planos estão diretamente relacionados aos</p><p>processos construtivos específicos. Projetos de execução da obra são vinculados a</p><p>este horizonte temporal, caracterizado por um alto grau de detalhamento. A filosofia</p><p>da construção enxuta tem desempenhado um papel significativo na avaliação das</p><p>atividades a curto prazo, introduzindo o conceito de PPC (percentagem de planejamento</p><p>concluído) como uma métrica fundamental. Este índice é uma ferramenta valiosa para</p><p>avaliar o desempenho do planejamento, oferecendo uma visão clara das atividades</p><p>concluídas e destacando aquelas que ainda necessitam de atenção.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 70</p><p>A abordagem estruturada desses diferentes horizontes de planejamento contribui</p><p>para uma gestão integrada e eficiente de projetos de construção civil, alinhando</p><p>objetivos estratégicos com ações práticas em todas as fases do empreendimento.</p><p>6.2 A Gestão e o Controle de Obras</p><p>A gestão e o controle de obras são componentes críticos para o sucesso de projetos</p><p>na construção civil, envolvendo uma série de atividades e práticas essenciais para</p><p>garantir a eficiência, qualidade e conclusão dentro do prazo e orçamento estabelecidos.</p><p>A gestão de obras abrange o conjunto de processos e técnicas utilizados para</p><p>planejar, organizar, dirigir e controlar os recursos necessários à execução de uma</p><p>obra. Isso inclui a definição de metas, a alocação eficiente de recursos humanos,</p><p>materiais e financeiros, bem como o estabelecimento de estratégias para enfrentar</p><p>desafios inerentes ao ambiente da construção. O gestor de obras desempenha um</p><p>papel fundamental na coordenação de equipes, na tomada de decisões estratégicas</p><p>e na comunicação eficaz com todas as partes envolvidas, desde os profissionais da</p><p>construção até os stakeholders e clientes.</p><p>Figura 3: Planejamento e Controle</p><p>Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/o-neg%C3%B3cio-encontro-debate-colegas-5092768/</p><p>O controle de obras é uma prática interligada à gestão, focada na monitorização</p><p>contínua do progresso do projeto para assegurar a conformidade com os objetivos</p><p>estabelecidos. Inclui a implementação de sistemas de medição de desempenho, análise</p><p>de indicadores-chave e ajustes proativos para otimizar o andamento da obra. O controle</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 71</p><p>efetivo visa evitar desvios no cronograma, orçamento e qualidade da construção.</p><p>Ferramentas como o uso de software de gerenciamento de projetos, relatórios regulares</p><p>de progresso e avaliações de riscos são fundamentais para garantir que a execução</p><p>da obra siga conforme o planejado.</p><p>Diversos desafios podem surgir durante o ciclo de vida de uma obra, como a gestão</p><p>eficiente de prazos, a garantia da segurança no canteiro, a gestão de fornecedores,</p><p>entre outros. A volatilidade do ambiente de construção exige flexibilidade e capacidade</p><p>de adaptação por parte dos gestores e controladores.</p><p>A incorporação de tecnologias inovadoras tem desempenhado um papel crescente</p><p>na gestão e controle de obras. Sistemas de BIM (Building Information Modeling),</p><p>drones para inspeção de obras, sensores de monitoramento de condições estruturais</p><p>e softwares de gestão integrada são exemplos de ferramentas que oferecem maior</p><p>eficiência, precisão e visibilidade aos processos de construção.</p><p>ANOTE ISSO</p><p>A gestão e o controle de obras são áreas interdependentes e cruciais para o</p><p>sucesso de projetos na construção civil. A integração efetiva desses processos</p><p>contribui para o alcance de metas, a redução de riscos, a otimização de recursos e</p><p>a entrega de obras de alta qualidade e dentro dos parâmetros estabelecidos.</p><p>O controle de tempo e planejamento na gestão de obras desempenha um papel</p><p>crucial na execução bem-sucedida de projetos na construção civil. O diretor de obra</p><p>é encarregado de avaliar regularmente o andamento da obra em relação ao plano de</p><p>trabalhos inicialmente estabelecido, com foco especial na verificação do cumprimento</p><p>das previsões de tempo.</p><p>Mensalmente, o diretor de obra deve analisar as percentagens de obra realizada,</p><p>considerando a complexidade das atividades em execução. Essa análise comparativa</p><p>com o plano de trabalhos é fundamental para identificar desvios e avaliar se as</p><p>atividades estão ocorrendo conforme o prazo planejado. Em casos de desvios que</p><p>resultam em prazos mais longos, é crucial identificar as atividades afetadas e os</p><p>recursos envolvidos.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 72</p><p>Figura 5: Planejamento e Controle</p><p>Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/encontro-o-neg%C3%B3cio-debate-1453895/</p><p>A análise de desvios pode revelar fatores como escassez de mão de obra ou</p><p>insuficiência de máquinas. No caso de desvios relacionados à mão de obra, é possível</p><p>considerar estratégias para aumentar a produtividade. Se os desvios são causados pela</p><p>falta de máquinas, a solução pode envolver o aumento da quantidade de equipamentos,</p><p>a menos que isso implique custos proibitivos.</p><p>De acordo com Limmer, a determinação do tempo de duração de um projeto é</p><p>fundamental para o seu planejamento. Isso envolve a análise da duração de cada</p><p>atividade com base na quantidade de serviço, no tipo de serviço e na produtividade</p><p>da mão de obra. A disponibilidade oportuna de mão de obra, materiais, equipamentos</p><p>e outros recursos é crucial para a execução eficiente das atividades.</p><p>O autor destaca que a duração de uma atividade (D) é determinada pela fórmula D =</p><p>Q/P, onde Q é a quantidade de serviço e P é a produtividade. Essa abordagem fornece</p><p>uma base sólida para a estimativa e controle do tempo em um projeto de construção.</p><p>No contexto do planejamento de tempo na obra, o cronograma de atividades surge</p><p>como uma ferramenta vital de controle. Elaborado por profissionais experientes ou</p><p>orçamentistas, o cronograma alimenta e facilita o monitoramento contínuo da obra,</p><p>contribuindo para a gestão eficiente do tempo e a identificação precoce de possíveis</p><p>desafios. Assim, o controle de tempo e planejamento são elementos essenciais para</p><p>o sucesso de projetos na construção civil, permitindo a adaptação e correção de</p><p>desvios ao longo do ciclo de vida da obra.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 73</p><p>CAPÍTULO 7</p><p>METODOLOGIA DE</p><p>ANÁLISE E SOLUÇÃO DE</p><p>PROBLEMAS - QC STORY</p><p>A Metodologia de Análise e Solução de Problemas (MASP), também conhecida como</p><p>QC Story, é uma abordagem estruturada para analisar e resolver desafios enfrentados</p><p>pelas organizações em sua rotina diária. Originada no contexto do movimento da</p><p>Qualidade Total no Japão, essa metodologia é um desdobramento do Ciclo PDCA, o</p><p>qual é um método gerencial composto pelas fases de Planejamento (Plan), Execução</p><p>(Do), Verificação (Check), e Ação (Action). O Ciclo PDCA foi concebido por Shewhart</p><p>e popularizado por E. Deming.</p><p>Conforme destacado por Campos (2009), o PDCA não apenas possibilita a criação,</p><p>aprendizado, replicação e disseminação do conhecimento, mas também estabelece o</p><p>aprendizado como o cerne de sua aplicação. Essa abordagem transforma a organização</p><p>em uma espécie de escola, onde a busca contínua por resultados aprimorados ocorre</p><p>simultaneamente com a busca pelo conhecimento. É através desse processo de</p><p>aprendizado constante que a organização se desenvolve, adaptando-se e evoluindo</p><p>para enfrentar os desafios dinâmicos do ambiente empresarial.</p><p>Essa metodologia oferece um caminho estruturado para identificar, analisar e resolver</p><p>problemas, promovendo uma abordagem sistemática para aprimorar processos e</p><p>alcançar metas organizacionais. Ao adotar a MASP, as organizações podem melhorar</p><p>sua capacidade de resposta, promover a inovação e a eficiência operacional, e</p><p>desenvolver uma cultura de melhoria contínua. Essa abordagem, fundamentada em</p><p>princípios como a resolução eficaz de problemas e o aprendizado organizacional, é</p><p>valiosa para organizações que buscam se destacar em um ambiente competitivo em</p><p>constante mudança.</p><p>Segundo o mesmo autor, são três os desafios comungados por qualquer organização</p><p>contemporânea: melhorar seus resultados, manter esses resultados e melhorar</p><p>continuamente. Em qualquer deles, o PDCA é o método utilizado.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 74</p><p>ANOTE ISSO</p><p>1. Walter Andrew Shewhart (1891-1967) foi um físico, engenheiro e estatístico</p><p>norte-americano que desenvolveu controles estatísticos de qualidade. Tabalhou</p><p>como engenheiro para a Western Eletric e para a companhia de telefones Bell,</p><p>onde desenvolveu ferramentas estatísticas para examinar e corrigir processos</p><p>organizacionais.</p><p>2. William Edwards Deming (1900-1993) foi estatístico norte-americano que se</p><p>notabilizou na área da melhoria de processos produtivos nos EUA e no Japão,</p><p>onde lecionou para altos executivos sobre como utilizar a análise de variantes e</p><p>teste de hipóteses na melhoria de projetos, qualidade de produtos e sistemas de</p><p>vendas. É considerado um dos principais inspiradores do desenvolvimento da</p><p>indústria e da economia japonesa no séc. XX.</p><p>Para melhorar os resultados, utilizamos a MASP, ou seja, resolvemos os problemas</p><p>atuais dos processos de trabalho da rotina e os padronizamos para mantermos estáveis</p><p>e confiáveis os seus resultados, independentemente das pessoas que os executam,</p><p>garantindo sempre a mesma qualidade na entrega do serviço ou produto ao destinatário</p><p>final.</p><p>Figura 1: Ciclo PDCA</p><p>Fonte: https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/2174/1/MASP%20-%20Módulo%20%281%29.pdf</p><p>Ao concluir o Ciclo do PDCA para aprimoramento de processos e estabelecer a</p><p>padronização na rotina, a reaplicação da Metodologia de Análise e Solução de Problemas</p><p>(MASP) surge quando novos desafios impactam o processo padronizado. Essa</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 75</p><p>abordagem é essencial para assegurar a manutenção dos resultados originalmente</p><p>definidos.</p><p>Uma vez que os resultados estão garantidos, é possível estabelecer metas mais</p><p>ambiciosas periodicamente para os processos. Inicia-se, assim, um novo ciclo do</p><p>PDCA, desta vez com foco na introdução de inovações no padrão estabelecido. Essas</p><p>inovações visam impulsionar a melhoria contínua do serviço ou produto resultante</p><p>desse processo padronizado.</p><p>Apesar de as instituições brasileiras possuírem procedimentos</p><p>formalizados para</p><p>a condução de suas atividades específicas, é notável que poucas delas tenham essas</p><p>rotinas devidamente padronizadas. Nesse contexto, a aplicação da Metodologia de</p><p>Análise e Solução de Problemas (MASP) não apenas cumpre sua finalidade original,</p><p>mas também representa uma valiosa oportunidade para introduzir a padronização. Essa</p><p>prática vai além de assegurar a entrega consistente de serviços ou produtos, tornando-</p><p>se crucial para fomentar a aprendizagem diante das dinâmicas e responsabilidades</p><p>inerentes aos diferentes cargos nas instituições.</p><p>Na gestão empresarial, enfrentar desafios é uma constante, e a habilidade em</p><p>implementar ações gerenciais eficazes é crucial para o sucesso organizacional. Desafios</p><p>como adaptação a mudanças de mercado, avanços tecnológicos e concorrência exigem</p><p>respostas ágeis. A gestão eficiente de equipes, alinhamento de metas e a promoção</p><p>de um ambiente de inovação são ações-chave. Além disso, questões relacionadas</p><p>à gestão financeira, otimização de processos e compliance regulatório demandam</p><p>atenção. A capacidade de antecipar desafios, promover a resiliência organizacional</p><p>e fomentar uma cultura que valorize a aprendizagem contínua são diferenciais na</p><p>busca pela sustentabilidade e prosperidade das empresas. A figura a seguir mostra</p><p>uma tabela onde temos alguns dos principais desafios e algumas ações gerenciais</p><p>importantes.</p><p>Figura 2: Desafios e Ações Gerenciais</p><p>Fonte: https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/2174/1/MASP%20-%20Módulo%20%281%29.pdf</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 76</p><p>Como mencionado anteriormente, a Metodologia de Análise e Solução de Problemas</p><p>(MASP) representa um desdobramento essencial do Ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act),</p><p>originado no contexto do movimento da Qualidade Total no Japão. Ao incorporar as</p><p>etapas do PDCA, a MASP oferece uma abordagem estruturada e sistemática para</p><p>identificar, analisar e resolver problemas nas organizações.</p><p>Enquanto o PDCA estabelece a base com seus elementos de planejamento, execução,</p><p>verificação e ação, a MASP vai além, proporcionando um método específico para lidar com</p><p>desafios diários e melhorias contínuas. Essa metodologia oferece diretrizes detalhadas</p><p>para investigar as causas fundamentais dos problemas, utilizando ferramentas como</p><p>diagrama de Ishikawa, brainstorming e análise de dados.</p><p>ANOTE ISSO</p><p>A aplicação da MASP não se limita apenas à solução pontual de problemas; ela</p><p>desempenha um papel fundamental na padronização das rotinas organizacionais.</p><p>Uma vez que o Ciclo PDCA tenha sido concluído e uma rotina padronizada tenha</p><p>sido estabelecida, a MASP pode ser novamente empregada diante de novos</p><p>desafios, garantindo que os resultados alcançados sejam mantidos e promovendo a</p><p>aprendizagem contínua.</p><p>A interligação entre o PDCA e a MASP reflete a sinergia necessária entre planejamento</p><p>e execução, controle e ação corretiva. Enquanto o PDCA molda o processo de melhoria</p><p>contínua, a MASP fornece a metodologia específica para análise minuciosa e resolução</p><p>de problemas, tornando-se um valioso instrumento para as organizações que buscam</p><p>não apenas corrigir falhas, mas também aprimorar seus processos de maneira</p><p>sustentável e orientada para o aprendizado organizacional. Esse desdobramento se</p><p>dá da seguinte forma:</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 77</p><p>Figura 3: Interligação entre PDCA e MASP</p><p>Fonte: Adaptado de Campos (1994)</p><p>Cada problema identificado em um sistema organizacional requer uma abordagem</p><p>que elimine sua causa raiz. Uma ação corretiva, nesse contexto, refere-se a medidas</p><p>tomadas para erradicar a fonte da não conformidade ou qualquer situação indesejável,</p><p>visando prevenir sua recorrência. Segundo Vivone, Giusti e Albieri (2005), uma abordagem</p><p>formal é crucial em um processo efetivo de ação corretiva. Essa abordagem formal</p><p>permite que a equipe de análise assegure que o esforço foi aplicado de maneira eficaz,</p><p>registrando a troca de perguntas e respostas, além de manter um histórico acessível</p><p>das ações corretivas.</p><p>Normalmente, os formulários de ações corretivas são devidamente preenchidos,</p><p>validados quanto à eficácia e arquivados, mantendo um registro histórico para futuras</p><p>consultas. Schmenner (1999) destaca diversos pontos relevantes nesse contexto,</p><p>incluindo a coleta de dados e a investigação sistemática. A coleta de dados apropriados,</p><p>segundo o autor, exige avaliação de aspectos do processo, monitoramento de defeitos</p><p>ou situações investigadas, análise de suas características e observação de qualquer</p><p>mudança nas condições do processo, materiais, equipamentos e mão de obra.</p><p>A investigação sistemática, por sua vez, envolve a aplicação de métodos e ferramentas</p><p>estatísticas para identificar o ponto de falha do sistema. Essas ferramentas, utilizadas de</p><p>maneira ortodoxa, fazem parte da aplicação do MASP. Leite (2010) enfatiza que o MASP</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 78</p><p>se baseia na obtenção de dados que justifiquem ou comprovem fatos previamente</p><p>levantados, evidenciando causas reais dos problemas. Para Toledo (2010), a adoção</p><p>de um método, como o MASP, promove a padronização na empresa, garantindo que</p><p>todos sigam o mesmo método ao tomar ações corretivas. Assim, o combate aos</p><p>problemas deve ser estrategicamente planejado e executado para evitar a recorrência</p><p>dos fatores causadores.</p><p>O processo MASP segue um conjunto organizado de oito etapas, as quais são</p><p>delineadas a seguir:</p><p>• Identificação do problema:</p><p>A primeira fase visa identificar o problema e definir o escopo do projeto. Utilizando</p><p>um histórico de eventos, avaliam-se riscos, perdas e oportunidades de melhoria. Cada</p><p>problema identificado resulta em um projeto independente, contendo informações sobre</p><p>profissionais envolvidos, fluxograma do processo, indicadores-chave, prazos e metas.</p><p>• Observação:</p><p>A coleta de dados torna-se crucial nessa etapa. Após identificar o problema, a equipe</p><p>responsável coleta informações relevantes, observando-o sob diferentes perspectivas,</p><p>variando local, indivíduo ou equipe, e periodicidade.</p><p>• Análise:</p><p>Após a coleta e validação dos dados, inicia-se a análise, utilizando ferramentas</p><p>científicas como Diagrama de Pareto, Diagrama de Dispersão e Histograma. Hipóteses</p><p>são levantadas para entender as causas fundamentais, utilizando técnicas como FMEA,</p><p>brainstorming e Diagrama de Ishikawa.</p><p>• Plano de ação:</p><p>Nesta fase, desenvolve-se o plano de ação para eliminar as causas fundamentais</p><p>do problema. O documento inclui soluções, metas e índices de controle, utilizando</p><p>ferramentas como brainstorming, FMEA, Diagrama de Pareto e Matriz de Custos.</p><p>• Ação:</p><p>Implementa-se o plano de ação, envolvendo as pessoas responsáveis, capacitando</p><p>os executores e garantindo a execução conforme planejado. Acompanha-se as ações</p><p>para garantir a correção.</p><p>• Verificação de resultados:</p><p>Avalia-se a aplicação do plano de ação comparando resultados alcançados com o</p><p>esperado, considerando impactos quantitativos e qualitativos. Compara-se o antes e</p><p>o depois, identificando efeitos positivos e negativos.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 79</p><p>• Padronização:</p><p>Ações eficazes na etapa anterior são padronizadas como novos métodos de trabalho.</p><p>A solução ou processo é padronizado, registrando medidas efetivas, transmitindo a</p><p>nova sistemática para todas as áreas e acompanhando sua utilização por sistemas</p><p>de medição.</p><p>• Conclusão:</p><p>A etapa final inclui a revisão do método empregado e o planejamento de trabalhos</p><p>futuros, aplicando lições aprendidas. Uma reunião final reúne todos os responsáveis</p><p>para discutir práticas sustentáveis de aplicação da metodologia, visando a melhoria</p><p>contínua dos processos.</p><p>7.1 MASP, PDCA e Ferramentas</p><p>Como metodologia científica, a MASP faz uso de diferentes ferramentas que</p><p>permitem</p><p>organizar os dados e fatos, transformando-os em informações para auxiliar cada uma</p><p>de suas fases. São ferramentas simples e versáteis, que possibilitam ampla utilização. A</p><p>seguir, elas são mostradas na tabela a seguir que chamamos de Caderno de Ferramentas</p><p>de forma ilustrada para facilitar o uso e a compreensão. Dependendo da bibliografia, as</p><p>ferramentas aqui apresentadas podem variar de acordo com a etapa da MASP. Isso é</p><p>comum porque várias delas são utilizadas com um mesmo objetivo, favorecendo a escolha</p><p>pelos executantes da MASP, de acordo com suas preferências ou habilidades.</p><p>Figura 4: Ferramentas e etapas da MASP/PDCA</p><p>Fonte: https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/2174/1/MASP%20-%20Módulo%20%281%29.pdf</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 80</p><p>De forma geral, a aplicação das ferramentas por grupos requer consenso na tomada</p><p>de decisão, ou seja, não significa unanimidade, nem maioria. Consenso significa</p><p>encontrar uma proposta aceitável por todos os membros, que passam a defendê-la.</p><p>São ferramentas habitualmente utilizadas na MASP/PDCA e detalhadas no Caderno</p><p>de Ferramentas:</p><p>7.2 Conceitos e Termos Chaves</p><p>Qualidade</p><p>Existem variadas definições para qualidade. Entre elas, destacamos:</p><p>• Qualidade é adequabilidade para o uso (Joseph Moses Juran)</p><p>• Qualidade é fazer certo a coisa certa, já da primeira vez, com excelência no</p><p>atendimento (GESPÚBLICA - Ministério do Planejamento – Brasil)</p><p>• Qualidade é conformidade com as especificações e os requisitos do cliente</p><p>(Crosby).</p><p>Processo</p><p>Assim como a qualidade, o processo também tem variados conceitos:</p><p>• conjunto de atividades inter-relacionadas ou interativas que transforma insumos</p><p>(entradas) em produtos (saídas);</p><p>• conjunto de ações que transforma entradas definidas em produtos/serviços</p><p>desejados.</p><p>Cliente</p><p>Pessoa física e/ou jurídica (pública ou privada), que demanda ou utiliza diretamente</p><p>serviços ou produtos fornecidos por organizações públicas. Também recebe a</p><p>denominação de usuário. Pode ser externo, quando demanda ou utiliza serviços</p><p>finalísticos da organização, ou interno, quando utiliza os resultados parciais de</p><p>processos internos como insumo em outro processo de natureza interna.</p><p>Fornecedor</p><p>É a pessoa física ou jurídica, interna ou externa à organização que fornece insumos</p><p>(matéria-prima, informações, dados etc) para a execução dos processos.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 81</p><p>Produto</p><p>São bens ou serviços resultantes da transformação dos insumos (entradas) em</p><p>resultado final específico das atividades realizadas, que podem ser oferecidos para</p><p>satisfazer a uma necessidade ou desejo do cliente. São intermediários quando de</p><p>resultado parcial de um processo.</p><p>Cadeia cliente-fornecedor</p><p>A cadeia cliente-fornecedor é o conjunto de processos integrados que compõem</p><p>a organização, caracterizado pelo fato de que um processo ora é cliente do processo</p><p>que lhe antecede, ora é fornecedor do processo ou subprocesso que lhe sucede.</p><p>Gerência de Processos</p><p>Conjunto de ações metodológicas que viabilizem o gerenciamento científico da</p><p>organização, mediante a resolução de problemas e a melhoria contínua de padrões</p><p>da rotina diária.</p><p>Requisito do Cliente</p><p>Especificação que define claramente como o cliente deseja receber o produto ou o</p><p>serviço. É obtido por meio da verificação das necessidades e expectativas junto aos</p><p>clientes interno e externo.</p><p>Padrão</p><p>É o registro dos procedimentos a serem executados e das especificações a serem</p><p>seguidas para a manutenção da estabilidade do produto/serviço entregue ao cliente.</p><p>Normalização</p><p>É o processo de formulação e aplicação de regras para o desenvolvimento ordenado de</p><p>uma atividade específica, para o benefício e com a cooperação de todos os envolvidos. A</p><p>diferença entre normalização e normatização é que a primeira possui a acepção de regularizar,</p><p>já a segunda diz respeito ao estabelecimento de normas para algo ou alguma coisa.</p><p>Indicadores</p><p>São medidas de ordem quantitativa ou qualitativa representativas, fáceis de interpretar</p><p>e de serem obtidas, usadas para caracterizar um determinado objeto de análise.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 82</p><p>Problema</p><p>Diferença encontrada entre uma situação desejada e a situação do momento, isto</p><p>é, entre o que se quer e o que se tem como resultado de um processo. Também</p><p>conhecido como resultado ou efeito indesejado de um processo. Como tal, só ocorre</p><p>ao final do processo.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 83</p><p>CAPÍTULO 8</p><p>A INDÚSTRIA 4.0 E A</p><p>ENGENHARIA CIVIL 4.0</p><p>A Engenharia Civil 4.0 surge como um paradigma de construção inteligente e</p><p>conectada na Indústria 4.0, caracterizada por competências, máquinas e produtos</p><p>interconectados e descentralizados. Enfrentar desafios como a melhoria da eficiência</p><p>produtiva e a garantia da qualidade requer uma compreensão abrangente de tecnologias,</p><p>métodos e ferramentas, além da superação de barreiras organizacionais (ALBERS et</p><p>al., 2016).</p><p>ANOTE ISSO</p><p>A Engenharia Civil 4.0 representa uma evolução significativa no setor da construção,</p><p>integrando avançadas tecnologias digitais para aprimorar o ciclo de vida dos</p><p>projetos. Essa abordagem inovadora está alinhada com os princípios da Indústria</p><p>4.0, caracterizando-se pela interconexão, automação, coleta e análise de dados em</p><p>tempo real. No contexto da Engenharia Civil, a versão 4.0 incorpora tecnologias</p><p>como BIM (Building Information Modeling), IoT (Internet of Things), realidade</p><p>aumentada, impressão 3D e análise de big data.</p><p>O uso extensivo de modelos BIM permite a criação virtual de edifícios e</p><p>infraestruturas, facilitando a colaboração entre profissionais e otimizando o</p><p>gerenciamento de projetos. A IoT possibilita a integração de sensores em estruturas,</p><p>coletando dados sobre condições e desempenho em tempo real. A realidade</p><p>aumentada oferece visualizações imersivas, facilitando a análise e a tomada de</p><p>decisões. A impressão 3D revoluciona a construção, permitindo a criação eficiente</p><p>de componentes complexos.</p><p>A Engenharia Civil 4.0 não apenas melhora a eficiência operacional, reduzindo</p><p>custos e prazos, mas também aprimora a qualidade, sustentabilidade e segurança</p><p>dos projetos. Essa abordagem transformadora redefine a maneira como os</p><p>profissionais concebem, projetam, constroem e gerenciam infraestruturas,</p><p>impulsionando a indústria da construção em direção a um futuro mais conectado,</p><p>inteligente e sustentável.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 84</p><p>Este capítulo explora o histórico e as tecnologias fundamentais associadas à</p><p>Engenharia Civil 4.0, destacando a necessidade de romper conhecimentos e barreiras</p><p>organizacionais para uma transição eficaz nesse cenário inovador.</p><p>8.1 Um Breve Histórico da Indústria 4.0</p><p>O termo “Indústria 4.0” foi publicamente divulgado pela primeira vez em 2011, na</p><p>Alemanha, país em que a representatividade das indústrias manufatureiras é uma</p><p>das mais competitivas do mundo. Representantes de organizações, da política e da</p><p>academia alemã abordaram a Indústria 4.0 como um fortalecimento à competitividade</p><p>da indústria e uma das principais iniciativas de estratégia de tecnologia, em que induziu</p><p>as empresas, pesquisadores e universidades a discutirem esse assunto em numerosas</p><p>publicações (BAHRIN et al., 2016; BAENA et al., 2017).</p><p>O conceito se concentra na interligação de fábricas, dentro e fora, por meio da</p><p>internet e novas tecnologias (KANG et al., 2016), tornando-se assim, um conceito de</p><p>indústria inteligente. Máquinas e produtos interagirem uns com os outros (IVANOV</p><p>et al., 2015). Nesse contexto, a ideia base da Indústria 4.0 é tudo estar conectado,</p><p>facilitando a troca de dados e de informações, diante da criação de redes inteligentes</p><p>ao longo de toda a cadeia de valor, que por sua vez, é controlada de forma autônoma,</p><p>auxiliando na tomada de decisão rápida e flexível (SCHLECHTENDAHL et al., 2015;</p><p>BASL, 2017).</p><p>A Figura a seguir apresenta um resumo da evolução das revoluções industriais até</p><p>a chegada, no final de 2011, da quarta revolução industrial.</p><p>Figura 1: Revoluções Industriais</p><p>Fonte: Adaptado de Binner (2014)</p><p>A primeira revolução industrial iniciou na Inglaterra no final do século XVIII,</p><p>caracterizada pela produção mecânica auxiliada pelo motor a vapor, em seguida, a</p><p>segunda revolução, ocorrida no início do século XX, foi caracterizada pela produção</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 85</p><p>em massa e introdução de correias transportadoras. A terceira revolução deu-se pelos</p><p>sistemas de automação e pela tecnologia da informação. Já a quarta revolução, está</p><p>sendo caracterizada pelos robôs autônomos, sistemas cibernéticos, novas tecnologias</p><p>gerando novas competências exigidas dos colaboradores e pelas fábricas estarem</p><p>se transformando em ambientes mais produtivos, flexíveis e seguros (BINNER, 2014;</p><p>BAHRIN et al., 2016; KANG et al., 2016).</p><p>De acordo com Silva e Silva (2009), uma revolução industrial é caracterizada quando</p><p>se há intensas transformações nas técnicas produtivas e nas tecnologias de produção.</p><p>Acima de tudo, determinada etapa histórica não é permanente e a sociedade humana é</p><p>uma estrutura bem-sucedida porque é capaz de mudança”, ou seja, os seres humanos</p><p>são naturalmente preparados para as mudanças e transformações que ocorreram ou</p><p>ocorrerão entre as revoluções industriais.</p><p>Crnjac, Veža e Banduka (2017) salientam, conforme a figura a seguir, as principais</p><p>mudanças previstas nas operações das fábricas, da terceira revolução para a quarta</p><p>revolução industrial.</p><p>Figura 2: Mudanças nas Operações das Fábricas</p><p>Fonte: Adaptado de Crnjac, Veža e Banduka (2017)</p><p>Tratando especificamente da Engenharia Civil 4.0, diversas terminologias, como</p><p>“usina do futuro”, “fábrica inteligente”, “indústria conectada 4.0”, entre outras, refletem</p><p>a busca por novos modelos e tecnologias que impactam profundamente a engenharia</p><p>civil 4.0. Programas e iniciativas visam redefinir modelos de negócios e introduzir</p><p>tecnologias inovadoras, transformando tanto as dinâmicas organizacionais quanto o</p><p>papel das pessoas envolvidas (ANG et al., 2017)</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 86</p><p>Baena et al. (2017) destacam que países como França, Alemanha, Estados Unidos,</p><p>Espanha, México e Brasil estão rapidamente considerando a implementação dessa</p><p>proposta industrial inovadora. Contudo, as incertezas associadas a essa transição</p><p>representam um desafio, exigindo que os engenheiros adquiram novas competências</p><p>para se adaptarem às mudanças nas estratégias de ensino e nas práticas profissionais.</p><p>Nesse contexto, a engenharia civil 4.0 emerge como um campo dinâmico que demanda</p><p>constante atualização e capacidade de resposta a evoluções rápidas, posicionando os</p><p>profissionais para enfrentar os desafios e as oportunidades dessa revolução industrial.</p><p>Lasi et al., (2014) abordam as principais barreiras/adaptações, em que as indústrias,</p><p>entre elas a da construção civil, terão ao se introduzirem na Indústria 4.0, sendo:</p><p>a) Flexibilidade: o desenvolvimento de produtos, especificamente na produção,</p><p>deve ser mais flexível para atender a nova estrutura das empresas;</p><p>b) Descentralização: as hierarquias organizacionais devem ser reduzidas e as</p><p>tomadas de decisões mais rápidas; e</p><p>c) Eficiência dos recursos: para atender ao cenário emergente, há a necessidade de</p><p>foco intenso na sustentabilidade. Crnjac, Veža e Banduka (2017) constatam que</p><p>há oito áreas separadas de atividades, mas com o passar dos anos o processo de</p><p>implementação da Indústria 4.0 tende a conectar progressivamente todas estas</p><p>áreas em uma única. A conexão dessas áreas é exibida na figura mostrada a seguir:</p><p>Figura 3: Oito Áreas de Atividades Vigentes nas Indústrias</p><p>Fonte: Adaptado de Crnjac, Veža e Banduka (2017)</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 87</p><p>Crnjac, Veža e Banduka (2017) realçam, presumivelmente, que essas oito áreas</p><p>se integrarão em uma única grande área ainda desconhecida. Na área de operação</p><p>os robôs são inseridos para auxiliar no aumento da velocidade das operações; em</p><p>qualidade, com ajuda do controle avançado do processo, as correções são rápidas e</p><p>os erros minimizados e evitados. Recursos e Processos e Inventários tem a ajuda de</p><p>sensores, em que o uso e armazenamento de materiais é eficiente. As demais áreas</p><p>contarão com o auxílio de novas tecnologias para se tornarem cada vez mais eficientes.</p><p>Ainda, a figura a seguir apresenta a integração horizontal e vertical proveniente da</p><p>Indústria 4.0.</p><p>Figura 4: Integração vertical e horizontal dentro da Indústria 4.0</p><p>Fonte: Implementation Strategy Industrie 4.0 (2016, p. 48)</p><p>ANOTE ISSO</p><p>Na Indústria 4.0, a integração vertical e horizontal são conceitos essenciais que</p><p>transformam a forma como as organizações operam. A integração vertical refere-</p><p>se à conectividade entre diferentes níveis da cadeia de produção, desde a matéria-</p><p>prima até o produto final, possibilitando o monitoramento em tempo real de todo o</p><p>processo. No contexto da Engenharia Civil 4.0, isso implica a ligação eficiente entre</p><p>fornecedores, construtores e clientes, permitindo uma gestão holística de projetos.</p><p>Por exemplo, na construção civil, a integração vertical envolveria a interconexão</p><p>entre fabricantes de materiais, empreiteiros, e incorporadores, permitindo um fluxo</p><p>de informações contínuo desde a aquisição de materiais até a conclusão do projeto.</p><p>Já a integração horizontal refere-se à conexão entre diferentes partes do mesmo</p><p>nível da cadeia de valor. No contexto da Engenharia Civil 4.0, isso poderia envolver</p><p>a colaboração estreita entre empresas de engenharia, arquitetura e consultoria,</p><p>utilizando plataformas digitais para compartilhar dados e insights em tempo real,</p><p>resultando em uma tomada de decisão mais ágil e eficaz. Em resumo, essas</p><p>formas de integração são fundamentais para otimizar processos, reduzir custos e</p><p>promover uma abordagem mais colaborativa e eficiente na Indústria e Engenharia</p><p>Civil 4.0.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 88</p><p>Conforme Marques et al. (2017), na era da Indústria 4.0, a integração vertical deve</p><p>ser flexível, adaptável e alcançar uma total integração interna nas empresas. Por outro</p><p>lado, a integração horizontal possibilita a união completa de toda a cadeia produtiva,</p><p>desde a empresa até a entrega do produto ao cliente final.</p><p>A Indústria 4.0 viabiliza uma produção inteligente, eficiente, eficaz, individualizada e</p><p>personalizada a um custo acessível. O avanço de computadores mais velozes, máquinas</p><p>mais inteligentes, sensores menores e a transmissão de dados mais econômica</p><p>contribuem para a inteligência das máquinas, promovendo a comunicação entre si e</p><p>aprendizado mútuo (VAIDYA; AMBAD; BHOSLE, 2018, p. 239).</p><p>Cada revolução industrial introduziu novos conceitos e tecnologias, exigindo</p><p>a integração contínua de todo o processo produtivo. A Indústria 4.0 pressupõe a</p><p>interligação das tecnologias emergentes, onde a virtualização dos processos ocorre em</p><p>conjunto com a comunicação em tempo real. Essas tecnologias modernas remodelam</p><p>a cultura corporativa</p><p>8.2 Principais Tecnologias da Indústria 4.0 e da Engenharia Civil 4.0</p><p>As inovações tecnológicas que surgem em conjunto com a evolução da Engenharia</p><p>Civil 4.0 são individualmente cruciais para os processos, no entanto, a verdadeira</p><p>potencialidade é alcançada quando essas tecnologias são combinadas, permitindo</p><p>uma cooperação eficiente. Isso resulta na integração perfeita de todas as atividades,</p><p>abrangendo desde a concepção até a execução, conectando toda a rede de</p><p>“Ingenium Civitas”, traduzida como</p><p>Engenharia das Cidades ou Engenharia da Civilização. Nesse contexto, os engenheiros</p><p>civis eram responsáveis por projetar e construir estradas, pontes, aquedutos e diversas</p><p>obras que moldaram a vida em sociedade.</p><p>Um exemplo monumental dessa era é a “Cloaca Massima” em Roma, uma rede</p><p>subterrânea de esgotamento construída no século VI a.C., ainda funcional após dois</p><p>milênios. A engenharia civil romana também se destacou na construção de pontes,</p><p>estradas pavimentadas e palácios, testemunhando sua habilidade em moldar o</p><p>ambiente construído e gerar construções na forma utilidade pública. A Cloaca Máxima,</p><p>expressão em latim que se traduz como “Maior Esgoto”, representa um dos sistemas</p><p>de esgoto mais antigos globalmente. Erguido em Roma, tinha como propósito drenar</p><p>os pântanos locais e gerenciar os resíduos em uma das cidades mais densamente</p><p>povoadas da antiguidade, direcionando-os para o rio Tibre. Seu nome reflete sua</p><p>função essencial de ser o principal canal de escoamento de dejetos. De acordo com</p><p>a tradição, a construção da Cloaca remonta a cerca de 600 a.C., atribuída à iniciativa</p><p>do rei Tarquínio Prisco.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 11</p><p>Figura 3: Abertura da Cloaca Máxima no Rio Tibre na ponta Rotto.</p><p>Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:The_Mouth_of_the_Cloaca_Maxima_(I)_(4924744246).jpg</p><p>Durante a Idade Média, a engenharia civil incorporou aspectos militares e abraçou</p><p>a construção de catedrais e castelos, com objetivos religiosos e de proteção.</p><p>ISTO ACONTECE NA PRÁTICA</p><p>Um castelo medieval é uma estrutura fortificada construída durante a Idade Média,</p><p>entre os séculos V e XV, comumente associada à Europa, embora existissem</p><p>construções semelhantes em outras regiões. Essas edificações serviam como</p><p>centros de poder, residências para nobres e reis, além de desempenhar um papel</p><p>crucial na defesa militar.</p><p>Características típicas de castelos medievais incluem muralhas maciças, torres</p><p>de observação, fosso ao redor das muralhas, pontes levadiças, e uma disposição</p><p>estratégica que visava a maximizar a segurança e a capacidade defensiva. Os</p><p>castelos eram construídos para resistir a cercos e ataques inimigos, proporcionando</p><p>abrigo seguro para a nobreza e seus seguidores em tempos de conflito.</p><p>Essas estruturas arquitetônicas e de engenharia desempenharam um papel crucial</p><p>na paisagem medieval, refletindo não apenas a importância militar, mas também</p><p>o sistema feudal e as relações sociais da época. Ao longo dos séculos, muitos</p><p>castelos foram modificados ou abandonados, mas muitos ainda permanecem</p><p>como testemunhos históricos da Idade Média.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 12</p><p>Figura 4: Castelo da Idade Média</p><p>Fonte: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/castelos-medievais</p><p>Modernamente, a designação Engenharia Civil foi adotada no século XVIII, marcando</p><p>a separação da engenharia militar. John Smeaton, na Inglaterra, é reconhecido como o</p><p>primeiro engenheiro civil moderno, fundando o Institution of Civil Engineers de Londres.</p><p>Thomas Tredgold definiu a Engenharia Civil como a arte de direcionar as grandes</p><p>fontes de poder na natureza para uso e conveniência humana. Sua abrangência inclui</p><p>melhorar os meios de produção e tráfego, envolvendo construção e gerenciamento</p><p>de estradas, pontes, ferrovias, aquedutos, canais, navegação fluvial, portos e mais.</p><p>Figura 5: Ponte executada em materiais mistos - Engenharia civil moderna</p><p>Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/ponte-de-concreto-cinza-sobre-corpo-d-agua-sob-ceu-azul-e-branco-durante-o-dia-128362/</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 13</p><p>A Engenharia Civil é uma profissão ampla, desempenhando papel fundamental</p><p>na construção e manutenção do ambiente construído sendo presente em todas as</p><p>esferas da vida, desde infraestrutura e transporte até habitação e saneamento, suas</p><p>contribuições abrangem desde o abastecimento de água até a gestão de resíduos e</p><p>a criação de estruturas icônicas.</p><p>A profissão influenciou a geografia global, contribuindo para a construção de canais</p><p>notáveis, como o Canal do Panamá, e túneis submarinos. Mais do que uma disciplina</p><p>técnica, a Engenharia Civil é uma engenharia social, moldando diretamente a vida em</p><p>sociedade e contribuindo para a saúde pública. .</p><p>Com suas áreas principais, como estruturas, estradas, geotecnia, hidráulica,</p><p>saneamento, materiais, construção civil e meio ambiente, a Engenharia Civil é uma</p><p>profissão interdisciplinar. Exigindo conhecimentos em ciência, tecnologia, matemática,</p><p>administração, ética e muito mais, ela continua a desempenhar um papel vital na</p><p>evolução do mundo, moldando nosso presente e futuro através de construções</p><p>que definem nossa existência. Engenhar e arquitetar, sinônimos que encapsulam a</p><p>criatividade, inovação e a produção que caracterizam essa profissão essencial.</p><p>Figura 6: Estrada - Engenharia civil moderna</p><p>Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/aereo-antena-fotografia-aerea-foto-aerea-4090355/</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 14</p><p>1.1 Algumas obras e engenheiros ilustres - Brasil e Mundo</p><p>Na era moderna, a engenharia civil experimentou um notável avanço, impulsionado</p><p>especialmente pela revolução industrial, marcada pela invenção da máquina a vapor e</p><p>pela introdução das ferrovias. As ferrovias representaram uma revolução no sistema de</p><p>transporte, demandando projetos geométricos precisos e adequados, além de grandes</p><p>obras de infraestrutura como pontes, viadutos, túneis e sistemas de drenagem. O</p><p>desenvolvimento dessa fase estimulou a criação de associações e institutos para unir</p><p>engenheiros civis, profissionais essenciais para a infraestrutura de cada país.</p><p>A primeira associação de engenheiros civis da Inglaterra foi fundada em 1771 por</p><p>John Smeaton, posteriormente chamada de “Institution of Civil Engineers” (ICE) de</p><p>Londres a partir de 1808. Em 1854, nos Estados Unidos, surgiu a “American Society of</p><p>Civil Engineers” (ASCE), e associações semelhantes foram estabelecidas em diversos</p><p>países ao redor do mundo. No Brasil, instituições como o Instituto de Engenharia de</p><p>São Paulo (IE) e a Associação Brasileira dos Engenheiros Civis (Abenge), além de</p><p>outras organizações específicas, desempenham papel crucial na representação dos</p><p>profissionais de engenharia civil.</p><p>A história da engenharia civil destaca notáveis contribuições de profissionais que</p><p>foram fundamentais para o progresso das ciências, da engenharia e do desenvolvimento</p><p>da humanidade. Este relato abrange resumidamente alguns dos principais feitos e</p><p>protagonistas da engenharia civil em áreas como geotecnia, hidráulica, estruturas e</p><p>resistência dos materiais.</p><p>A seguir destacamos alguns profissionais de engenharia extremamente importantes</p><p>para o desenvolvimento do que chamamos de engenharia moderna:</p><p>a) William John Macquorn Rankine, um engenheiro civil escocês (1820-1872),</p><p>desempenhou um papel significativo em vários ramos da engenharia. Contribuiu</p><p>para a mecânica dos solos com a teoria dos empuxos em maciços terrosos,</p><p>conhecida como o método de Rankine. Além disso, deixou seu legado na</p><p>termodinâmica com a escala de Rankine, mostrando interesse inicial em</p><p>matemática e música antes de dedicar-se aos projetos e construção de sistemas</p><p>fluviais, hidráulica, ferrovias e portos.</p><p>b) Henry Philibert Gaspard Darcy (10 de junho de 1803 - 3 de janeiro de 1858), um</p><p>engenheiro civil francês, estabeleceu as bases da hidráulica com a Lei de Darcy,</p><p>que trata da perda de carga de fluidos em condutos. Participou ativamente de</p><p>numerosas obras hidráulicas ao longo de sua carreira.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 15</p><p>c) Charles Augustin de Coulomb, engenheiro civil, matemático e cientista francês</p><p>produtos</p><p>e processos de produção (ANG et al., 2017).</p><p>Ao observar retrospectivamente o desenvolvimento revolucionário da fabricação</p><p>desde seus primórdios até os dias atuais, nota-se uma drástica redução no intervalo</p><p>entre as revoluções industriais. A inevitável integração nos sistemas de produção</p><p>impacta o aumento da complexidade nos sistemas existentes, assim como na criação</p><p>de novos sistemas, como os sistemas de produção ciberfísicos (SHAFIQ et al., 2015).</p><p>As tecnologias que surgem para sustentar a Engenharia Civil 4.0 têm a capacidade</p><p>de antecipar e identificar problemas antes mesmo de sua ocorrência. Uma vez</p><p>implementadas, essas tecnologias podem resolver autonomamente os problemas</p><p>identificados, informando, consequentemente, a próxima etapa produtiva para garantir</p><p>a continuidade sem interrupções (BAHRIN et al., 2016). No entanto, mesmo com todas</p><p>essas modernizações, desafios e problemas surgem durante as implementações.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 89</p><p>Essas inúmeras tecnologias avançadas são significativas para aprimorar a</p><p>produtividade e a eficiência no setor industrial. A tabela mostrada a seguir apresenta</p><p>as principais tecnologias existentes e introduzidas no cenário das indústrias 4.0 e da</p><p>Engenharia Civil 4.0.</p><p>Tecnologia Características</p><p>Cyber-Physical Systems</p><p>(CPS)</p><p>-CPS é a integração de computação com processos físicos (SHAFIQ et al., 2015);</p><p>-A tecnologia inclui máquinas inteligentes, sistemas de armazenamento. É especializada</p><p>em sistemas de produção ciberfísicos (POSADA et al., 2015);</p><p>-Visa a integração dos principais conhecimentos de engenharia e computação (redes,</p><p>controle, software, interação humana, técnicas mecânicas, químicas, biomédicas entre</p><p>outros (SHAFIQ et al., 2015);</p><p>Cloud Manufacturing</p><p>(CM)</p><p>- É a tecnologia de computação em nuvem aplicada na área de fabricação (KANG et</p><p>al., 2016);</p><p>- Auxilia na integração horizontal entre fábricas e integração vertical em uma cadeia de</p><p>produção. Enquanto a CPS visa a ligação de tudo a internet, a nuvem fornece suporte</p><p>após alcançado este objetivo, assim as respostas podem ser facilmente encontradas</p><p>(YUE et al., 2015).</p><p>Big Data Analytics</p><p>-Com o alto volume de informações e de dados industrias geradas pelas máquinas, a</p><p>tecnologia traz novas formas para organizar e armazenar a informação, melhorando</p><p>a tomada de decisão inteligente (POSADA et al., 2015);</p><p>- O volume de dados e as nuvens são interdependentes. É a tecnologia para melhorar</p><p>o processamento do volume de dados originado dos sensores industriais, códigos de</p><p>barras, sistemas de controle, entre outros (YUE et al., 2015).</p><p>Internet-of-Things (IoT)</p><p>-IoT coleta/troca dados adquiridos a partir de sensores inteligentes, permite análise</p><p>de dados e realiza CPS e CM (KANG et al., 2016);</p><p>- Máquinas conectadas em rede e interligadas (SHAFIQ et al., 2015).</p><p>Smart Sensor</p><p>-A tecnologia de sensores é a mais básica para a coleta e o controle dos dados em</p><p>tempo real, das tecnologias CM, Big Data, CPS (KANG et al., 2016).</p><p>Artificial Intelligence (AI)</p><p>-Na Indústria 4.0, os produtos, máquinas e processos são munidos de inteligência</p><p>artificial e adaptam-se às alterações rápidas do ambiente (HECKLAU et al. (2016);</p><p>- A inteligência artificial substituirá as pessoas</p><p>em muitos postos de trabalho KULYK e PARMOVÁ (2017).</p><p>Additive Manufacturing</p><p>(3D Printing)</p><p>Energy Saving</p><p>Hologram</p><p>-Tecnologias adicionais, mas também relevantes para a Indústria 4.0 (KANG et al., 2016).</p><p>Tabela 1 – Porcentagem das vendas totais e lucros gerados por novos produtos em empresas</p><p>Fonte: Vários autores</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 90</p><p>As tecnologias na Engenharia Civil 4.0 têm como principal meta a transformação da</p><p>indústria convencional em uma “construção inteligente” ou “construção digital”, alinhada</p><p>com os princípios da Indústria 4.0. Este conceito destaca-se pela adaptabilidade e</p><p>eficiência na utilização de recursos, visando a integração dos clientes com as atividades</p><p>empresariais (KANG et al., 2016). A denominação “fábrica inteligente” sucede o termo</p><p>“fábrica digital” empregado em anos anteriores (SHAFIQ et al., 2015; BASL, 2017). De</p><p>acordo com Kang et al. (2016), a construção inteligente deve ser capaz de fornecer</p><p>respostas em tempo real para enfrentar as rápidas mudanças nas demandas e</p><p>condições empresariais, com o propósito de permitir a combinação e colaboração</p><p>entre as tecnologias, resultando na integração perfeita de todas as atividades (Ang</p><p>et al., 2017).</p><p>Por outro lado, Yue et al. (2015) enfatizam que o caminho em direção à Indústria</p><p>4.0 é desafiador, repleto de obstáculos e problemas que precisam ser solucionados.</p><p>A superação desses desafios requer o desenvolvimento adicional de tecnologias</p><p>complementares.</p><p>Posadas et al. (2015) destacam as principais melhorias já proporcionadas pelas</p><p>tecnologias na Indústria 4.0, conforme citado a seguir:</p><p>• Rastreamento de peças e produtos em tempo recorde</p><p>• Aprimoramento na interação homem-máquina, incluindo robôs</p><p>• Otimização da produção através da Internet das Coisas (IoT), possibilitando</p><p>comunicação rápida</p><p>• Surgimento de novos serviços e modelos de negócios, contribuindo para</p><p>mudanças nas interações nas cadeias de valor</p><p>A seguir destaca-se os parâmetros gerais que impulsionam a fabricação inteligente</p><p>e são reciprocamente impulsionados por ela:</p><p>• Padronização e arquitetura de referência</p><p>• Gerenciamento de sistemas complexos</p><p>• Ampla infraestrutura de banda larga para a indústria</p><p>• Segurança</p><p>• Organização do trabalho</p><p>• Treinamento e desenvolvimento profissional contínuo</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 91</p><p>O rápido avanço desse modelo industrial implica uma integração extensiva de</p><p>tecnologias, aumento da automação, eficiência energética, sustentabilidade nas</p><p>dimensões econômica, social e ambiental, além de melhorias na qualidade. Esses</p><p>avanços são previstos para serem alcançados em um futuro próximo, gerando</p><p>transformações significativas no cenário da Engenharia Civil 4.0 (THOBEN; WIESNER;</p><p>WUEST, 2017).</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 92</p><p>CAPÍTULO 9</p><p>O PROFISSIONAL DA</p><p>ENGENHARIA CIVIL FRENTE</p><p>AO NOVO MERCADO</p><p>Nos últimos anos, o setor de engenharia experimentou um notável aumento na oferta</p><p>de empregos; no entanto, é evidente que muitas dessas oportunidades demandam um</p><p>nível mais elevado de especialização por parte dos profissionais. Consequentemente,</p><p>apesar do aumento no número de engenheiros graduados no Brasil, a concorrência por</p><p>posições no mercado de trabalho intensificou-se, tornando essencial que os candidatos</p><p>se destaquem mediante a participação em cursos complementares, o domínio de</p><p>idiomas estrangeiros e a busca por qualificações de pós-graduação.</p><p>Figura 1: Engenharia</p><p>Fonte: https://br.freepik.com/vetores-premium/as-particulas-arte-geometrica-linha-e-ponto-da-engenharia_7025946.htm#query=engenheiro&position=8&from_vie</p><p>w=search&track=sph&uuid=3e21bbe3-00b8-4477-af6d-2eb5c49d0e8d</p><p>Nos últimos anos, tem havido um aumento significativo no número de engenheiros</p><p>graduados no Brasil, impulsionando o progresso da área em diversas esferas e</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 93</p><p>contribuindo para a inovação e avanço tecnológico. Algumas especialidades da</p><p>engenharia estão se destacando e experimentando um crescimento, como a engenharia</p><p>de petróleo, engenharia de computação, engenharia mecatrônica, engenharia biomédica,</p><p>engenharia civil e engenharia de produção voltada para o desenvolvimento de produtos.</p><p>A busca por emprego na área é uma das principais preocupações dos estudantes</p><p>durante o curso de graduação. Para facilitar a inserção no mercado de trabalho, muitos</p><p>optam por realizar estágios nos últimos anos do curso. Especialistas apontam que</p><p>o estágio</p><p>oferece uma excelente oportunidade para os alunos demonstrarem suas</p><p>habilidades e competências em projetos reais conduzidos por equipes profissionais.</p><p>Outra alternativa são os programas de trainees, nos quais os recém-formados são</p><p>contratados por um período determinado, geralmente de um a dois anos. Durante</p><p>esse tempo, os profissionais passam por diversos treinamentos diferenciados, visando</p><p>assumir cargos de gerência e outras posições superiores após a efetivação.</p><p>Uma tendência crescente é a criação de empresas voltadas para a inovação</p><p>tecnológica, muitas vezes fundadas por estudantes ainda durante a graduação.</p><p>Essas empresas, comumente chamadas de startups, têm ganhado espaço no cenário</p><p>empreendedor.</p><p>Conforme um estudo realizado entre 2010 e 2015 pelo Conselho Federal de</p><p>Engenharia e Agronomia (CONFEA), a maioria das empresas no país que conta com</p><p>engenheiros em seu quadro de colaboradores (89%) contrata profissionais recém-</p><p>formados, sendo que aproximadamente 64% os contratam como estagiários ou trainees</p><p>após a conclusão do curso.</p><p>Figura 2: Levantamento sobre a contratação de engenheiros no Brasil</p><p>Fonte: CONFEA (2010-2015</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 94</p><p>Além disso, apenas 41% dos profissionais passam por treinamentos específicos</p><p>imediatamente após serem contratados. Apenas 21% das empresas têm programas</p><p>destinados a atrair engenheiros em fase final de formação, e apenas 18% investem</p><p>em programas de retenção de talentos após a contratação. Diante da escassez de</p><p>cursos de engenharia alinhados com as demandas do mercado, muitas empresas</p><p>(conforme mencionado, 41%) optam por oferecer treinamentos específicos, organizados</p><p>e promovidos internamente.</p><p>O estudo do CONFEA revela os tipos de treinamentos oferecidos pelas empresas.</p><p>No contexto interno, destacam-se treinamentos voltados para situações específicas</p><p>da empresa, controle e certificação de qualidade, adaptação à cultura organizacional, e</p><p>treinamentos externos. Quanto aos cursos e treinamentos externos, eles abrangem áreas</p><p>não diretamente relacionadas à empresa, planejamento, administração, administração</p><p>de projetos, administração da produção, orçamentação, administração de custos,</p><p>produtos da empresa, áreas de atuação específica, softwares genéricos, habilidades</p><p>comerciais, vendas, segurança no trabalho, liderança, administração de pessoas, e</p><p>processos específicos da empresa.</p><p>Eventos como palestras, seminários e congressos constituem a menor parcela do</p><p>investimento das empresas na formação contínua dos engenheiros, incluindo palestras</p><p>de convidados, participação em seminários e congressos.</p><p>Figura 3: Engenharia</p><p>Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/composicoes-de-engenheiros-de-construcao-de-arquitetos_38754791.htm#query=engenheiro&position=19&from_vie</p><p>w=search&track=sph&uuid=3e21bbe3-00b8-4477-af6d-2eb5c49d0e8d</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 95</p><p>O estudo também examina os critérios de contratação adotados pelas empresas</p><p>para profissionais de engenharia. Dentre os principais critérios, destacam-se experiência</p><p>e conhecimento prévios no setor, aptidões pessoais e profissionais, políticas de</p><p>contratação da empresa, perfil acadêmico, liderança e capacidade de solução de</p><p>problemas, e traços pessoais como atitude e comportamento adequados.</p><p>Todas essas informações são cruciais para que os estudantes de engenharia</p><p>possam direcionar suas formações complementares desde a graduação, aprimorando</p><p>habilidades demandadas pelo mercado. Além disso, esses dados permitem que os</p><p>estudantes desenvolvam competências durante atividades em grupo, estágios e outras</p><p>experiências, proporcionando vantagens em processos seletivos.</p><p>O estudo do CONFEA também aborda as razões que levam as empresas a não</p><p>contratar profissionais de engenharia, incluindo a falta de conhecimento e experiência</p><p>prévia no ramo, problemas pessoais e de atitude, atitudes e comportamentos</p><p>inadequados, e perfil acadêmico fraco.</p><p>Considerando a especialização na formação do engenheiro e o cenário econômico,</p><p>empresas, principalmente nas áreas de telecomunicações, petróleo e tecnologia da</p><p>informação, passaram a buscar profissionais mais especializados, com cursos de</p><p>pós-graduação em níveis de especialização e mestrado, reconhecendo a necessidade</p><p>de um perfil mais especializado para atuar nessas áreas.</p><p>Em termos de mercado ainda, observa-se que a proporção de mulheres engenheiras</p><p>no conjunto de profissionais do setor no mercado de trabalho no Brasil permanece, em</p><p>grande parte, estável. Desde o ano 2000, a percentagem de mulheres na engenharia</p><p>teve pouca variação, mantendo-se entre 16% e 18%. Ou seja ainda temos uma grande</p><p>população masculina de profissionais.</p><p>Figura 4: Proporção de profissionais de engenharia por gênero</p><p>Fonte: CONFEA (2012)</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 96</p><p>Nos últimos anos, temos testemunhado uma tendência encorajadora no campo da</p><p>engenharia, com uma crescente presença de mulheres nesse setor dinâmico. Essa</p><p>mudança representa uma transformação significativa no cenário tradicionalmente</p><p>dominado por profissionais do sexo masculino. O novo mercado de engenharia está se</p><p>abrindo para uma maior inclusão de talentos femininos, proporcionando uma riqueza</p><p>de perspectivas e habilidades diversificadas.</p><p>Essa tendência pode ser atribuída a várias causas, incluindo esforços para promover</p><p>a igualdade de gênero e a conscientização sobre a importância da diversidade no local</p><p>de trabalho. As iniciativas educacionais também desempenham um papel fundamental,</p><p>encorajando mais mulheres a buscar carreiras na área de engenharia desde os primeiros</p><p>estágios de formação acadêmica.</p><p>Figura 5: Engenheira</p><p>Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-de-engenharia-e-construcao-plana_13295438.htm#query=engenheira&position=11&from_view=search&tra</p><p>ck=sph&uuid=beb74daf-150b-4c35-b2a8-254a5b0e231</p><p>À medida que as barreiras tradicionais são superadas, as mulheres encontram</p><p>oportunidades em diversas disciplinas da engenharia, como civil, mecânica, elétrica</p><p>e de software. Empresas e instituições estão reconhecendo cada vez mais o valor</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 97</p><p>intrínseco da diversidade de gênero, promovendo ambientes de trabalho inclusivos</p><p>que estimulam a inovação e a resolução de problemas de maneira mais abrangente.</p><p>A presença crescente de mulheres na engenharia não apenas quebra estereótipos de</p><p>gênero, mas também contribui para uma força de trabalho mais robusta e equilibrada.</p><p>Com uma variedade de vozes e perspectivas, as equipes de engenharia estão mais aptas</p><p>a enfrentar os desafios complexos do mundo moderno. Essa tendência promissora</p><p>não só cria oportunidades para as mulheres avançarem em suas carreiras, mas</p><p>também enriquece o campo da engenharia como um todo, fomentando a inovação e</p><p>impulsionando o progresso tecnológico de forma mais abrangente.</p><p>No âmbito global do mercado de trabalho em engenharia, é altamente valorizado o</p><p>profissional que busca uma formação adicional à sua graduação, como, por exemplo,</p><p>por meio de cursos de pós-graduação. É evidente que, para conseguir oportunidades</p><p>de trabalho fora do Brasil, é essencial ter um domínio, no mínimo avançado, de línguas</p><p>estrangeiras, especialmente inglês, espanhol e francês.</p><p>Na esfera da engenharia, em particular, diversas indústrias relacionadas a essa</p><p>área têm suas sedes em países como Alemanha e Japão. Nesse sentido, possuir</p><p>proficiência nessas línguas pode ser um diferencial significativo para o profissional, além</p><p>do conhecimento do inglês. É fundamental reconhecer que a busca por qualificações</p><p>adicionais, como pós-graduação, destaca-se como um fator crucial para se destacar</p><p>no competitivo mercado de trabalho global da engenharia.</p><p>Essa valorização da formação complementar</p><p>reflete a necessidade de profissionais</p><p>da engenharia se manterem atualizados e preparados para desafios cada vez mais</p><p>complexos e globais. Ao investir em cursos adicionais e no aprimoramento do</p><p>domínio de línguas estrangeiras, os engenheiros se tornam mais aptos a contribuir</p><p>efetivamente em contextos internacionais, enriquecendo suas habilidades e ampliando</p><p>suas oportunidades profissionais em escala mundial.</p><p>Agora tratando especificamente da engenharia civil, no cenário global da engenharia</p><p>civil, a busca por profissionais altamente qualificados é uma realidade incontestável.</p><p>No mundo contemporâneo, onde a engenharia civil desempenha um papel crucial no</p><p>desenvolvimento de infraestruturas e na resolução de desafios urbanos, a formação</p><p>complementar tornou-se um diferencial significativo no mercado de trabalho.</p><p>A relevância da pós-graduação em engenharia civil é notável, uma vez que proporciona</p><p>aos profissionais uma compreensão aprofundada das complexidades envolvidas em</p><p>projetos de construção e desenvolvimento urbano. Além dos conhecimentos técnicos</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 98</p><p>avançados, a pós-graduação também aprimora habilidades de gestão e liderança,</p><p>essenciais para enfrentar os aspectos multidisciplinares inerentes à engenharia civil</p><p>moderna.</p><p>Para engenheiros civis que aspiram a oportunidades globais, o domínio de línguas</p><p>estrangeiras é um requisito imperativo. A interconectividade do mercado internacional</p><p>exige profissionais capazes de se comunicar efetivamente em ambientes multiculturais.</p><p>Nesse contexto, o inglês, como língua franca global, é fundamental, mas o domínio</p><p>de outras línguas, como espanhol e francês, pode ser um diferencial significativo,</p><p>especialmente considerando as diversas empresas internacionais que atuam no setor.</p><p>Figura 6: Engenheiros civis</p><p>Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/engenheiros-de-planos-organicos-trabalhando-na-construcao_12982435.htm#query=engenheiro%20</p><p>civil&position=19&from_view=search&track=ais&uuid=7989d1af-ad3e-4ebf-8821-dd91714576d0</p><p>Empresas de engenharia civil com matrizes em países como Alemanha e Japão</p><p>demandam profissionais versáteis, capazes de compreender e comunicar-se</p><p>eficientemente em diferentes contextos linguísticos e culturais. O profissional de</p><p>engenharia civil que investe não apenas na especialização técnica, mas também no</p><p>aprimoramento de suas habilidades linguísticas, destaca-se em um mercado global</p><p>competitivo.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 99</p><p>Em resumo, na engenharia civil contemporânea, a formação complementar,</p><p>especialmente por meio da pós-graduação, aliada ao domínio de línguas estrangeiras,</p><p>é um caminho estratégico para os profissionais que buscam se destacar em âmbito</p><p>internacional. Essa abordagem não apenas enriquece a capacidade técnica do</p><p>engenheiro civil, mas também amplia as fronteiras das oportunidades profissionais,</p><p>capacitando-os a contribuir para projetos e desenvolvimentos urbanos em escala global.</p><p>9.1 O Engenheiro Civil do futuro no novo mercado</p><p>Considerando todas as informações discutidas nesta unidade, é possível definirmos</p><p>o perfil do profissional de engenharia esperado tanto no cenário atual quanto no futuro</p><p>do mercado de trabalho. Inicialmente, é imperativo que desempenhemos nossas</p><p>responsabilidades como cidadãos, seguido pelo constante reconhecimento do nosso</p><p>papel enquanto engenheiros, destacando, acima de tudo, a manutenção rigorosa dos</p><p>princípios éticos e do profissionalismo.</p><p>Fatores como a Responsabilidade Social e a atenção ao meio ambiente merecem</p><p>especial destaque, sendo essenciais em nossa vida profissional como engenheiros.</p><p>A incorporação desses temas é crucial, uma vez que os profissionais de engenharia</p><p>serão cada vez mais demandados em projetos não apenas no âmbito nacional, mas</p><p>em escala global.</p><p>A atuação consciente em relação à Responsabilidade Social, aliada à sensibilidade</p><p>ambiental, não só responde às expectativas do mercado, mas também reflete a crescente</p><p>importância desses valores na sociedade contemporânea. Portanto, a consideração</p><p>desses aspectos não apenas enriquece a atuação do engenheiro, mas também contribui</p><p>para o avanço sustentável e responsável dos projetos de engenharia, não apenas no</p><p>contexto brasileiro, mas em contextos internacionais.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 100</p><p>Figura 7: Engenheiros civis</p><p>Fonte: https://br.freepik.com/vetores-premium/arquiteto-mostrando-projeto-de-construcao-para-construtores_25176970.htm#query=engenheiro%20</p><p>civil&position=36&from_view=search&track=ais&uuid=7989d1af-ad3e-4ebf-8821-dd91714576d0</p><p>O Engenheiro Civil do futuro está diante de um cenário desafiador e dinâmico,</p><p>moldado por uma série de transformações tecnológicas, sociais e ambientais. À medida</p><p>que o mundo enfrenta desafios crescentes no campo da infraestrutura, urbanização</p><p>e sustentabilidade, a atuação desse profissional torna-se cada vez mais crucial para</p><p>moldar o ambiente construído de maneira eficiente e sustentável.</p><p>No novo mercado, espera-se que o Engenheiro Civil seja não apenas um executor de</p><p>projetos, mas também um agente de inovação e resolução de problemas complexos.</p><p>A integração de tecnologias emergentes, como a inteligência artificial, a automação e</p><p>a análise de dados, demanda do engenheiro uma capacidade contínua de adaptação</p><p>e aprendizado ao longo da carreira. A habilidade de incorporar essas tecnologias</p><p>avançadas em projetos de construção civil será um diferencial significativo.</p><p>A sustentabilidade emerge como um pilar central na atuação do Engenheiro Civil</p><p>do futuro. A crescente conscientização sobre questões ambientais e a necessidade de</p><p>práticas construtivas mais sustentáveis colocam esse profissional na vanguarda de</p><p>soluções ecoeficientes. Espera-se que o engenheiro incorpore conceitos de construção</p><p>verde, eficiência energética e materiais sustentáveis em seus projetos, contribuindo</p><p>para a mitigação do impacto ambiental da construção civil.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 101</p><p>Figura 8: Engenheiros civis</p><p>Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/engenheiros-de-planos-organicos-trabalhando-na-construcao_12982435.htm#query=engenheiro%20</p><p>civil&position=19&from_view=search&track=ais&uuid=7989d1af-ad3e-4ebf-8821-dd91714576d0</p><p>Além disso, a interdisciplinaridade torna-se uma característica essencial. O</p><p>Engenheiro Civil do futuro deve colaborar efetivamente com profissionais de diversas</p><p>áreas, como arquitetos, urbanistas, ambientalistas e especialistas em tecnologia, para</p><p>garantir abordagens holísticas em projetos complexos. A habilidade de comunicação</p><p>e trabalho em equipe torna-se, portanto, uma competência crucial para o sucesso no</p><p>novo mercado.</p><p>O engajamento com a Responsabilidade Social também ganha destaque. A</p><p>construção civil, por sua natureza, impacta comunidades e o ambiente ao seu redor.</p><p>Espera-se que o Engenheiro Civil seja um agente ativo na promoção do bem-estar</p><p>social, considerando aspectos como acessibilidade, inclusão e mitigação de impactos</p><p>negativos em áreas urbanas. A ética profissional e a consciência do impacto social</p><p>dos projetos tornam-se aspectos inalienáveis da atuação desse profissional.</p><p>A internacionalização do mercado também influencia a trajetória do Engenheiro Civil</p><p>do futuro. Projetos globais, parcerias internacionais e a necessidade de compreender</p><p>normas e regulamentações internacionais tornam o conhecimento de línguas</p><p>estrangeiras e a compreensão de contextos culturais uma vantagem competitiva.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 102</p><p>Ademais, a educação continuada assume um papel central. O Engenheiro Civil do</p><p>futuro deve buscar constantemente atualizações em suas habilidades, conhecendo</p><p>as últimas</p><p>tendências e inovações no setor. A participação em cursos, workshops</p><p>e programas de desenvolvimento profissional torna-se fundamental para manter-se</p><p>relevante em um ambiente em constante evolução.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 103</p><p>CAPÍTULO 10</p><p>GESTÃO DE PESSOAS,</p><p>TRABALHO EM EQUIPE</p><p>E COMUNICAÇÃO</p><p>A dinâmica da Engenharia Civil transcende o mero domínio técnico, incorporando</p><p>elementos cruciais relacionados à gestão de pessoas, trabalho em equipe e comunicação.</p><p>Este capítulo busca explorar a intersecção desses aspectos fundamentais no contexto</p><p>da engenharia civil contemporânea, reconhecendo a importância vital que desempenham</p><p>no sucesso de projetos e na evolução da própria profissão.</p><p>A gestão de pessoas emerge como um pilar essencial, pois, além das habilidades</p><p>técnicas, é o capital humano que impulsiona os projetos de engenharia. A capacidade</p><p>de liderar, motivar e desenvolver equipes é um diferencial significativo. Este capítulo</p><p>abordará estratégias e práticas que visam otimizar o desempenho individual e coletivo,</p><p>promovendo um ambiente de trabalho saudável e produtivo.</p><p>Figura 1: Trabalho em equipe</p><p>Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-do-conceito-de-equipes-conectadas_6183570.htm#query=trabalho%20em%20equipe&position=5&from_</p><p>view=search&track=ais&uuid=bb5de042-da2a-4ab3-bb3f-842e71a4244a</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 104</p><p>No âmbito do trabalho em equipe, compreender as dinâmicas colaborativas torna-</p><p>se crucial para enfrentar os desafios complexos que caracterizam a engenharia</p><p>civil moderna. A integração eficaz de especialidades diversas, a cooperação entre</p><p>profissionais e a gestão harmoniosa de projetos exigem uma abordagem holística e</p><p>colaborativa. Serão exploradas as melhores práticas para fomentar a sinergia entre</p><p>membros da equipe, destacando experiências bem-sucedidas e estratégias de resolução</p><p>de conflitos.</p><p>A comunicação, por sua vez, é um fio condutor que une todas as facetas da</p><p>engenharia civil. Desde a concepção do projeto até a sua conclusão, uma comunicação</p><p>clara e eficiente é vital. Este capítulo abordará métodos avançados de comunicação,</p><p>considerando as nuances específicas da engenharia civil, desde a elaboração de</p><p>relatórios técnicos até a comunicação em campo. Exploraremos como as tecnologias</p><p>emergentes estão moldando a comunicação na engenharia civil e como as habilidades</p><p>interpessoais continuam a ser cruciais em um mundo cada vez mais digital.</p><p>Assim, este capítulo busca oferecer uma visão abrangente e prática sobre a gestão</p><p>de pessoas, o trabalho em equipe e a comunicação na engenharia civil, fornecendo</p><p>insights valiosos para profissionais, gestores e estudantes que buscam aprimorar seu</p><p>entendimento e prática nesse contexto dinâmico.</p><p>10.1 Gestão e competências</p><p>A profissão de engenheiro, por sua própria natureza, demanda a integração de</p><p>diversas características que compõem o perfil holístico desse profissional. No final</p><p>do século XIX, os engenheiros, nos primeiros anos de suas carreiras, assumiram uma</p><p>variedade de funções, para além das estritamente técnicas, incluindo a gestão de</p><p>pessoas, o setor financeiro e compras. Isso ocorria devido à escassez de profissionais</p><p>atuando especificamente nessas áreas. Consequentemente, os engenheiros adquiriram</p><p>na prática, por meio de tentativas e acertos, habilidades que extrapolavam as questões</p><p>técnicas específicas de sua formação.</p><p>Atualmente, o perfil do engenheiro contemporâneo, tanto no mercado de trabalho</p><p>quanto nas instituições acadêmicas e centros de pesquisa, é caracterizado por um</p><p>amplo conhecimento, não apenas técnico, mas também por competências que lhe</p><p>permitem, por exemplo, liderar equipes numerosas e enfrentar desafios tanto no âmbito</p><p>técnico de projetos quanto na gestão de pessoas.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 105</p><p>Considerando a trajetória profissional de um engenheiro, a transição para funções mais</p><p>gerenciais ocorre ao longo do tempo, com o profissional inicialmente desempenhando</p><p>funções mais técnicas logo após a formatura. Quanto às competências exigidas pelo</p><p>mercado ao longo da carreira de um engenheiro, como mencionado anteriormente, nos</p><p>primeiros anos são solicitados todos os conhecimentos técnicos adquiridos durante</p><p>o curso universitário.</p><p>Figura 2: Trabalho em equipe</p><p>Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/pessoas-do-trabalho-em-equipe-com-pecas-de-quebra-cabeca_5686193.htm#query=trabalho%20em%20</p><p>equipe&position=7&from_view=search&track=ais&uuid=bb5de042-da2a-4ab3-bb3f-842e71a4244a</p><p>Entretanto, esses conhecimentos técnicos representam apenas uma parte da</p><p>formação abrangente de um engenheiro. Este deve desenvolver competências, muitas</p><p>das quais têm um valor crescente no mercado. Como resultado, é essencial que essas</p><p>competências sejam cultivadas e aprimoradas já durante o curso de graduação.</p><p>Dentre as atitudes que fundamentam essas competências, destacam-se:</p><p>• Integridade</p><p>• Comprometimento</p><p>• Curiosidade</p><p>• Objetividade</p><p>• Foco</p><p>• Otimismo</p><p>• Tolerância</p><p>• Equilíbrio emocional</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 106</p><p>As competências profissionais são construídas ao longo da vida do indivíduo, desde</p><p>enquanto está na universidade até depois e de forma contínua no ambiente de trabalho.</p><p>Assim, há modelos de competências a serem analisadas e que servem de base para</p><p>cada área profissional.</p><p>Conforme podemos verificar no quadro a seguir, há basicamente três tipos de</p><p>competências que iniciaram o processo de consolidação destas informações.</p><p>Figura 3: Modelos de competências, origens e características</p><p>Fonte: Adaptado de Steffen (1999)</p><p>Dado que a avaliação das competências relacionadas e exigidas ao engenheiro</p><p>requer uma análise mais aprofundada e detalhada sobre como certas competências</p><p>podem contribuir para que o engenheiro alcance melhores resultados profissionais,</p><p>resultando, por conseguinte, em maior satisfação em seus ambientes de trabalho.</p><p>Reconhecemos que as competências, por si só, não têm uma eficácia prática isolada.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 107</p><p>É imperativo que estas estejam acompanhadas de habilidades para que possam ser</p><p>devidamente consolidadas e se traduzirem em ações práticas no ambiente profissional</p><p>do engenheiro. Consulte o quadro a seguir, que resume e compara as competências</p><p>com as habilidades de um engenheiro de produção:</p><p>Figura 4: Competências x Habilidades</p><p>Fonte: Cunha (2004)</p><p>10.2 Gestão de Pessoas na Engenharia Civil</p><p>Para garantir a conclusão eficiente de uma construção dentro do prazo e com</p><p>qualidade, é essencial que ela atenda a uma série de parâmetros observados no</p><p>cotidiano de um canteiro de obras. Nesse contexto, destaca-se a gestão de pessoas</p><p>na construção civil, pois ela desempenha um papel fundamental no sucesso de</p><p>empreendimentos, seja em pequenas reformas ou em grandes construções. A gestão</p><p>de pessoas proporciona diversos benefícios para o andamento do trabalho, incluindo</p><p>o aumento da produtividade e a otimização de recursos.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 108</p><p>Para compreender melhor como alcançar a gestão de pessoas na construção civil,</p><p>é necessário inicialmente entender o conceito dessa prática. A gestão de pessoas</p><p>é a combinação de diversos fatores, como metodologia, técnica, política e prática,</p><p>visando o controle eficiente do capital humano em um ambiente de trabalho. Ela busca</p><p>valorizar todos os profissionais da empresa, independentemente de suas funções, e</p><p>requer a atuação de colaboradores com perfil de liderança, capazes de mediar conflitos,</p><p>transmitir conhecimento e motivar a equipe.</p><p>A influência da gestão de pessoas no gerenciamento da obra é direta, pois</p><p>o objetivo</p><p>do gerenciamento é governar e organizar as tarefas para que sejam concluídas</p><p>conforme definido no projeto inicial. A prática da gestão de pessoas na construção</p><p>civil impacta positivamente a qualidade do gerenciamento do canteiro de obras, pois</p><p>envolve a capacitação e o desenvolvimento dos colaboradores, aspectos cruciais para</p><p>a eficácia do gerenciamento.</p><p>Os benefícios de um processo bem estruturado de gestão de pessoas na construção</p><p>civil são diversos. A otimização da gestão se reflete na seleção precisa de profissionais</p><p>e na delegação eficiente de trabalhos, garantindo que o projeto siga o cronograma</p><p>estabelecido. A satisfação da equipe é incrementada devido ao ambiente de trabalho</p><p>otimizado, resultando em menos reclamações, faltas e pedidos de demissão. Além</p><p>disso, há ganho de produtividade, melhor aproveitamento de recursos, minimização</p><p>de acidentes e redução de custos, contribuindo para a lucratividade do negócio.</p><p>Figura 5: Gestão de Pessoas</p><p>Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/formando-a-ilustracao-do-conceito-de-lideranca-de-equipe_29813411.htm#query=trabalho%20em%20</p><p>equipe&position=12&from_view=search&track=ais&uuid=bb5de042-da2a-4ab3-bb3f-842e71a4244a#position=12&query=trabalho%20em%20equipe</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 109</p><p>Para alcançar uma gestão de pessoas eficaz na construção civil, é fundamental</p><p>adotar procedimentos como a delegação adequada de funções e tarefas, estímulo ao</p><p>trabalho em equipe, aprimoramento da comunicação, oferecimento de infraestrutura</p><p>adequada, estreitamento da relação entre empregador e colaborador, realização</p><p>de análises de desempenho periódicas e conhecimento aprofundado da equipe de</p><p>trabalho. O sucesso dessa abordagem reflete-se no desenvolvimento profissional dos</p><p>colaboradores e no crescimento sustentável da empresa.</p><p>A gestão de equipes e liderança desempenham um papel crucial em qualquer setor,</p><p>incluindo a indústria da construção civil. Aqui estão algumas razões pelas quais a</p><p>gestão de equipes eficaz e uma liderança forte são importantes nesse contexto:</p><p>• Coordenação e organização;</p><p>• Motivação e engajamento;</p><p>• Resolução de problemas e tomada de decisões;</p><p>• Desenvolvimento de habilidades e capacitação;</p><p>• Comunicação eficaz;</p><p>• Segurança no local de trabalho.</p><p>Em resumo, a gestão de equipes e liderança são fundamentais para o sucesso da</p><p>indústria da construção civil. Uma liderança forte cria um ambiente de trabalho positivo,</p><p>motiva a equipe, coordena as atividades, resolve problemas e toma decisões eficazes.</p><p>Além disso, a gestão de equipes eficiente permite a maximização do potencial dos</p><p>colaboradores, promovendo o desenvolvimento de habilidades, a comunicação eficaz</p><p>e a segurança no local de trabalho.</p><p>10.3 Trabalho em Equipe na Engenharia Civil</p><p>O trabalho em equipe é fundamental para a criação de times de alto desempenho,</p><p>pois envolve a constante troca de conhecimentos, experiências e informações entre</p><p>profissionais que possuem habilidades complementares. Essa interação intensiva</p><p>promove a formação de uma sinergia, na qual os esforços individuais convergem</p><p>para objetivos comuns.</p><p>Ao fomentar a interação entre os membros da equipe, conseguimos unir forças para</p><p>solucionar problemas, identificar e aproveitar oportunidades, e acelerar a conquista de</p><p>resultados. A troca contínua de ideias e experiências contribui para o desenvolvimento</p><p>de todos os envolvidos, enriquecendo o repertório de habilidades e conhecimentos.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 110</p><p>Além disso, a comunicação dentro da equipe melhora significativamente, tornando-se</p><p>mais assertiva e transparente. O aumento do comprometimento é uma consequência</p><p>natural desse ambiente colaborativo, onde cada membro se sente valorizado e parte</p><p>integrante do processo.</p><p>Em uma equipe coesa, o ambiente de trabalho se torna mais agradável, favorecendo</p><p>o engajamento e a motivação dos membros. A colaboração e o apoio mútuo criam uma</p><p>atmosfera positiva, propícia para o desenvolvimento de ideias inovadoras e soluções</p><p>criativas.</p><p>Figura 5: Gestão de Pessoas</p><p>Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/conceito-de-fusao-de-negocios-fundo-plano-com-mulher-segurando-equipamento-cercado-por-composicoes-de-</p><p>pessoas-e-icones-ilustracao-vetorial_70828770.htm#query=gest%C3%A3o%20de%20pessoas&position=4&from_view=search&track=ais&uuid=9ffaa32b-91c4-</p><p>46a6-842c-229256b7b56d</p><p>Uma equipe que opera em total sintonia tem a capacidade de alcançar voos mais</p><p>altos em comparação a uma equipe desunida. A coesão e a colaboração são elementos-</p><p>chave para superar desafios, alcançar metas ambiciosas e, em última instância, atingir</p><p>um desempenho excepcional.</p><p>Com a crescente demanda por agilidade e resultados eficientes, as empresas buscam</p><p>cada vez mais o engajamento e comprometimento de suas equipes nos projetos. Para</p><p>alcançar metas e objetivos com sucesso, independentemente do ramo de atividade, é</p><p>crucial seguir procedimentos que minimizem o estresse. Esses procedimentos podem</p><p>ser resumidos em dez pontos essenciais:</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 111</p><p>• Evitar fofocas sobre colegas ausentes:</p><p>Direcionar críticas ou idéias diretamente à pessoa envolvida, evitando comentários</p><p>com terceiros para evitar distorções e mal-entendidos.</p><p>• Valorizar o trabalho em equipe:</p><p>Planejar e executar as tarefas em equipe, sem oposições à execução das</p><p>atividades designadas durante o planejamento, para garantir o cumprimento</p><p>dos cronogramas.</p><p>• Demonstrar simpatia e colaboração:</p><p>Manter um ambiente positivo, ajudando dentro das possibilidades, sendo cortês,</p><p>amigo, humilde e contribuindo para o bom andamento das atividades em equipe.</p><p>• Resolver conflitos imediatamente:</p><p>Esclarecer divergências de ideias durante o projeto, evitando acumular problemas</p><p>que possam comprometer o projeto no futuro.</p><p>• Manter bom humor:</p><p>Preservar o bom humor, mesmo em dias difíceis, contribuindo para um ambiente</p><p>de trabalho mais leve e produtivo.</p><p>• Cultivar relacionamentos:</p><p>Construir uma rede de bons relacionamentos dentro da empresa, pois as</p><p>oportunidades muitas vezes surgem por meio dessas conexões.</p><p>• Ouvir colegas:</p><p>Valorizar as opiniões dos colegas, independentemente de sua posição hierárquica,</p><p>reconhecendo que todos têm algo a contribuir.</p><p>• Respeitar a diversidade:</p><p>Respeitar todas as diferenças dentro da equipe, sejam elas sociais, profissionais</p><p>ou outras, evitando preconceitos que possam prejudicar o relacionamento entre</p><p>os membros.</p><p>• Abordar erros de forma construtiva:</p><p>Em vez de criticar, trabalhar em conjunto para solucionar problemas, unindo</p><p>experiências para encontrar soluções eficazes.</p><p>• Manter calma em situações de tensão:</p><p>Demonstrar empatia nos momentos de atrito, compreendendo que cada membro</p><p>tem seu ritmo e abordagem, contribuindo para um ambiente equilibrado e</p><p>respeitoso.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 112</p><p>10.4 Comunicação na Engenharia Civil</p><p>É frequente depararmo-nos com a percepção de que um engenheiro é essencialmente</p><p>um profissional voltado para cálculos e projetos em softwares, caracterizando-o como</p><p>alguém de natureza tecnicista. Contudo, essa perspectiva abrange apenas uma faceta</p><p>das variadas competências que, na prática, são requeridas desse profissional.</p><p>No ambiente profissional, é evidente que o engenheiro não se limita à concepção</p><p>de projetos, mas também à habilidade de apresentá-los, tanto oralmente quanto por</p><p>escrito, ao seu grupo de trabalho. Além disso, uma interação eficaz entre o engenheiro</p><p>e outros setores, como o financeiro, recursos humanos, entre outros (especialmente</p><p>em grandes empresas), desempenha um papel crucial para o seu progresso e avanço</p><p>profissional.</p><p>Com base nesse entendimento, exploraremos a importância da comunicação no</p><p>processo de desenvolvimento profissional,</p><p>detalhando os mecanismos de comunicação</p><p>e as diferentes formas de expressão verbal para transmitir ideias, documentos e</p><p>projetos, destacando a relevância dessas habilidades comunicativas para o sucesso</p><p>na carreira do engenheiro.</p><p>De acordo com Bazzo (2014), podemos descrever o processo de comunicação</p><p>como sendo composto por seis elementos básicos:</p><p>• Emissor: Indivíduo que vai enviar a mensagem.</p><p>• Receptor: Aquele que receberá a mensagem.</p><p>• Mensagem: É a mensagem propriamente dita, que deve ser elaborada com</p><p>cuidado para atingir o objetivo de chegar até o receptor.</p><p>• Canal de Comunicação: É o meio pelo qual a mensagem vai ser transmitida,</p><p>pode ser, por exemplo, um documento físico escrito. Pode ser também um canal</p><p>virtual, por exemplo, o e-mail.</p><p>• Código: É o conjunto de elementos da mensagem, como o tipo de linguagem e</p><p>a forma como foi organizada e apresentada.</p><p>• Ruído: São os elementos que dificultam a comunicação entre emissor e receptor.</p><p>Na engenharia, é recorrente o uso de uma vasta gama de termos técnicos,</p><p>frequentemente específicos para cada área. Essa linguagem técnica é prontamente</p><p>compreendida entre os membros da comunidade que compartilham esses termos. No</p><p>entanto, quando indivíduos e profissionais fora desse contexto se deparam com essa</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 113</p><p>linguagem especializada, frequentemente enfrentam dificuldades para compreender</p><p>o significado dos termos utilizados.</p><p>Um exemplo ilustrativo desse princípio, embora não diretamente relacionado à</p><p>engenharia, é observado nas bulas de medicamentos, onde há um esforço contínuo</p><p>para garantir que as informações sejam compreendidas de maneira clara e precisa,</p><p>incluindo instruções sobre o uso e manuseio dos medicamentos.</p><p>Na engenharia, a situação é análoga. Tomemos como exemplo os manuais de</p><p>aparelhos eletrônicos, como um celular. As pessoas responsáveis pela elaboração</p><p>desses manuais, muitas vezes com a contribuição técnica de engenheiros, devem</p><p>se esforçar para empregar uma linguagem que seja acessível a qualquer pessoa,</p><p>garantindo que todas as informações sejam compreendidas.</p><p>A linguagem utilizada nos manuais deve ser clara, objetiva e impessoal, eliminando</p><p>ambiguidades. Isso é benéfico tanto para o fabricante, que pode reduzir os custos de</p><p>atendimento ao cliente devido à maior compreensão do comprador em relação ao</p><p>produto, quanto para o consumidor, que economiza tempo ao entender rapidamente</p><p>as instruções e evita problemas decorrentes do uso indevido do produto.</p><p>Esses são aspectos que, muitas vezes, não são considerados no início de um curso</p><p>de engenharia, mas que se tornam essenciais quando nos tornamos engenheiros de</p><p>produtos, por exemplo. Nesse momento, a atenção a esses detalhes mínimos se torna</p><p>inevitável para garantir a satisfação do consumidor.</p><p>Além disso, uma linguagem técnica pode ser empregada na elaboração dos resultados</p><p>de testes de produtos, como o exemplificado na figura anterior. O engenheiro de produto,</p><p>ao coletar dados de testes, muitas vezes numéricos e sujeitos a tratamento estatístico,</p><p>precisa validar esses dados conforme o modelo de controle de qualidade estabelecido</p><p>pela empresa. A transmissão eficiente dessas informações ao Gerente de Produto é</p><p>crucial, exigindo que a linguagem seja rápida, objetiva e clara, permitindo que o gerente</p><p>tome decisões fundamentadas com base nos dados apresentados.</p><p>Podemos notar que a linguagem, tanto oral quanto escrita, desempenha um</p><p>papel crucial no contexto profissional. Esses elementos destacados são de extrema</p><p>importância quando se deseja comunicar informações em uma linguagem técnica.</p><p>Abaixo, analisaremos a função de cada um desses elementos.</p><p>Clareza: Um texto ou relatório precisa ser suficientemente claro para que a mensagem</p><p>seja compreendida de maneira rápida e precisa. Deve-se evitar ambiguidades,</p><p>especialmente ao redigir textos técnicos para públicos com diferentes níveis de</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 114</p><p>conhecimento. Por exemplo, ao atribuir uma tarefa a um colega com menos familiaridade</p><p>com os termos técnicos da engenharia, é crucial transmitir a mensagem de maneira</p><p>clara, evitando mal-entendidos que poderiam resultar em execução incorreta e prejuízos</p><p>futuros.</p><p>Objetividade: A objetividade deve ser praticada tanto na comunicação escrita quanto</p><p>na verbal. Em situações como a apresentação de um projeto interno para concorrer a</p><p>uma promoção, a objetividade é fundamental. O uso de gráficos, tabelas e números</p><p>pode ser crucial para transmitir resultados de forma concisa e eficaz.</p><p>Impessoalidade: A impessoalidade desempenha um papel crucial na comunicação</p><p>técnica. Evitar termos que denotem pessoalidade na linguagem, como o uso de primeira</p><p>pessoa (“Eu realizei os testes...”), é essencial. Em vez disso, expressões impessoais,</p><p>como “Os testes foram realizados...”, devem ser adotadas. Isso contribui para a</p><p>neutralidade e profissionalismo na comunicação.</p><p>Portanto, é de suma importância prestar atenção especial à utilização da linguagem</p><p>técnica no ambiente profissional, uma prática que pode ser desenvolvida desde os anos</p><p>de estudante, como ao enviar e-mails a professores ou à secretaria. Em um contexto</p><p>corporativo, é comum relatar atividades e resultados por meio de Relatórios Gerenciais.</p><p>A seguir, apresentaremos um modelo comum de Relatório Gerencial utilizado em</p><p>ambientes de engenharia corporativa, usando como exemplo a necessidade de um</p><p>engenheiro de produção relatar os resultados de testes de ruído em um motor para uma</p><p>indústria de ar-condicionado. Nesse contexto, a clareza, objetividade e impessoalidade</p><p>continuam sendo princípios essenciais na transmissão de informações.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 115</p><p>CAPÍTULO 11</p><p>EMPREENDEDORISMO DENTRO</p><p>DA ENGENHARIA CIVIL</p><p>O fenômeno do empreendedorismo tem ganhado crescente destaque na agenda</p><p>dos principais agentes políticos e econômicos contemporâneos, abrangendo governos,</p><p>empresas, instituições acadêmicas, pesquisadores e organizações da sociedade civil.</p><p>Nesse contexto, Verga e Soares da Silva (2014) argumentam que a própria função do</p><p>empreendedorismo “é tão antiga quanto as interações e o comércio entre indivíduos</p><p>na sociedade”.</p><p>O empreendedorismo refere-se à habilidade de identificar problemas e oportunidades,</p><p>elaborar soluções e alocar recursos para gerar impactos positivos na sociedade. As</p><p>oportunidades criadas para o empreendedorismo antes de uma crise destacam-</p><p>se como uma abordagem visionária adotada por seus líderes. Essa estratégia visa</p><p>prevenir a exaustão de recursos finitos, sendo uma medida proativa para impulsionar</p><p>o empreendedorismo antes que a escassez de recursos se torne uma realidade.</p><p>Figura 1: Emprendedor</p><p>Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/marca-branding-negocio-empresa-7413915/</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 116</p><p>A existência de possíveis conexões entre o conjunto de características</p><p>comportamentais, habilidades, competências e motivações internas desempenha</p><p>um papel significativo no propósito do empreendedor, impactando diretamente</p><p>o desempenho do negócio e a modelagem de sua estrutura. A interligação entre</p><p>a realização pessoal e o empreendedorismo como motivação tem sido objeto de</p><p>estudo por vários autores renomados na área, incluindo Edelman et al. (2010) e Miller</p><p>et al. (2012). Esses estudiosos exploram a complexa relação entre as motivações</p><p>individuais, características empreendedoras e o sucesso nos negócios, proporcionando</p><p>uma compreensão mais profunda das influências que moldam os empreendedores e</p><p>suas atividades empresariais.</p><p>Schumpeter (1952) foi um dos pioneiros na definição de empreendedorismo,</p><p>argumentando que “o empreendedor é aquele que desestabiliza a ordem econômica</p><p>existente através da introdução de</p><p>novos produtos e serviços, criação de novas</p><p>formas de organização ou exploração de novos recursos e materiais”. A aceitação</p><p>da identificação do empreendedorismo com inovação, representou uma mudança na</p><p>tradição anterior. O empreendedorismo pode ser considerado um fenômeno presente</p><p>em pessoas, organizações e na sociedade em geral e envolve o estudo das fontes de</p><p>oportunidades, o processo de descoberta, evolução e exploração dessas oportunidades,</p><p>e o conjunto de indivíduos envolvidos nesse ciclo. Do ponto de vista etimológico, a</p><p>palavra tem suas raízes no latim “imprehendere”, significando “empreender”. O termo</p><p>“empreendedorismo” é uma tradução da palavra em inglês “entrepreneurship”. Além</p><p>de compreender o conceito de empreendedorismo, é crucial entender sua trajetória</p><p>e desenvolvimento histórico, especialmente em países em desenvolvimento, como o</p><p>Brasil.</p><p>11.1 O empreendedorismo no Brasil</p><p>O maior estudo unificado de atividade empreendedora no mundo, o Global</p><p>Entrepreneurship Monitor - GEM, conceitua o empreendedorismo como:</p><p>“qualquer tentativa de criação de um novo negócio ou um novo</p><p>empreendimento, como, por exemplo, uma atividade autônoma, uma</p><p>nova empresa, ou a expansão de um empreendimento existente, por</p><p>um indivíduo, grupos de indivíduos ou por empresas já estabelecidas”</p><p>(BASTOS Jr. et.al., 2005).</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 117</p><p>Em relação a isso, a relevância atribuída ao empreendedorismo como área de estudo</p><p>e prática varia de acordo com o estágio de desenvolvimento de um país. O impacto</p><p>do empreendedorismo no progresso econômico não se limita apenas ao aumento</p><p>da produção e da renda per capita; ele abrange questões mais abrangentes, como</p><p>a capacidade de iniciar e implementar mudanças na estrutura dos negócios e na</p><p>sociedade. Nesse contexto, evidências de pesquisas indicam que a sociedade brasileira</p><p>está cada vez mais reconhecendo o empreendedorismo como uma escolha de carreira</p><p>valorizada, e a presença de empreendedores entre os jovens está em ascensão. O</p><p>gráfico a seguir, proveniente da Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor - GEM de</p><p>2018, conduzida no Brasil pelo SEBRAE e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e</p><p>Produtividade (IBQP), apresenta a Taxa de Empreendedorismo Total (TTE). Essa taxa</p><p>abrange tanto os indivíduos que estão iniciando um negócio, representados pela Taxa de</p><p>Empreendedores Iniciais (TEA), quanto aqueles que já estão estabelecidos no mercado</p><p>há mais de 3,5 anos, representados pela Taxa de Empreendedores Estabelecidos (TEE),</p><p>ou seja, (TTE = TEA + TEE).</p><p>Figura 2: Taxa de Empreendedorismo no Brasil</p><p>Fonte: GEM (2018)</p><p>Pode-se notar um aumento significativo de 17,1% ao longo dos 17 anos abrangidos</p><p>pela pesquisa, indicando um crescimento constante na taxa de empreendedorismo no</p><p>Brasil a cada ano. Isso ocorreu apesar de uma ligeira queda em 2016, possivelmente</p><p>associada à crise econômica do país, uma vez que o empreendedorismo está</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 118</p><p>diretamente ligado ao desenvolvimento socioeconômico. No entanto, 2018 destacou-se</p><p>como um ano com a segunda maior Taxa de Empreendedorismo Total (TTE) e Taxa</p><p>de Empreendedores Estabelecidos (TEE) em sua série histórica, alcançando 38% e</p><p>20,2% da população adulta envolvida na atividade empreendedora, respectivamente. O</p><p>mesmo ocorreu em 2017, quando a Taxa de Empreendedores Iniciais (TEA) também</p><p>atingiu a segunda maior marca, registrando 20,3%.</p><p>Segundo o Relatório Empreendedorismo e o Mercado de Trabalho do Sebrae em</p><p>2017, apesar da alta proporção de adultos envolvidos no empreendedorismo, a maioria</p><p>dos empreendedores brasileiros oferece produtos simples, principalmente voltados</p><p>para atender às necessidades básicas do mercado interno. Esses empreendedores</p><p>demonstram uma capacidade de inovação relativamente baixa quando comparados a</p><p>dados e características de outros países, conforme evidenciado no quadro mostrado</p><p>na figura mostrada a seguir:</p><p>Figura 3: Dados de Empreendedorismo no Brasil e outros Países l</p><p>Fonte: GEM 2016, com modificações</p><p>A análise do quadro anterior revela que, em relação ao valor médio investido por</p><p>empreendedores iniciantes, o Brasil ocupa a terceira pior posição, ficando atrás apenas</p><p>do México e da Índia. Isso é evidenciado pela disparidade significativa quando seu valor</p><p>(US$ 1.401) é comparado, por exemplo, aos valores de Itália e Alemanha, que atingem</p><p>US$ 32,9 mil e US$ 43,4 mil, respectivamente. Essa discrepância pode explicar os</p><p>baixos índices de inovação, tecnologia e, consequentemente, penetração de mercado</p><p>internacional com clientes.</p><p>Além disso, o quadro anterior mostra que o Brasil possui a maior Taxa de</p><p>Empreendedorismo Total (TTE) em comparação com outros países, superando nações</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 119</p><p>como Argentina, Estados Unidos e China. Apresenta, também, as maiores taxas de</p><p>Empreendedores Iniciais (TEA) e Empreendedores Estabelecidos (TEE). No entanto,</p><p>durante o ano da pesquisa, registrou a menor proporção de Empreendedores Iniciais por</p><p>oportunidade (57%), ao contrário dos Estados Unidos, onde essa proporção alcançou</p><p>88%. Isso sugere que o Brasil, nesse aspecto, tem a maior proporção de empreendedores</p><p>por necessidade em comparação com outros países.</p><p>Contrapondo o empreendedor por necessidade está o empreendedor por</p><p>oportunidade, aquele que inicia um negócio ao identificar uma oportunidade de mercado</p><p>e seguir um planejamento prévio. No entanto,ao contrário do senso comum, elementos</p><p>como criatividade e potencial inovador estão presentes tanto no empreendedor por</p><p>necessidade quanto por oportunidade. Esses elementos representam as motivações</p><p>subjacentes à decisão de empreender.</p><p>Os estudos na área do empreendedorismo, iniciados na década de 1950 e</p><p>influenciados por contribuições da psicologia, inicialmente se concentraram em traços</p><p>intrínsecos ao indivíduo. Em geral, a predisposição para assumir riscos em condições de</p><p>incerteza e a capacidade de inovação são características distintivas do empreendedor. O</p><p>empreendedor é alguém com iniciativa, imaginação, flexibilidade, criatividade, motivação</p><p>conceitual e capacidade de perceber mudanças como oportunidades.</p><p>Empreendedores podem estar vinculados a universidades, exercendo atividades de</p><p>ensino e pesquisa. Assim, o empreendedor é visto como um agente capaz de identificar</p><p>desafios e problemas, enxergando oportunidades para agregar valor em processos,</p><p>produtos ou serviços. Essa definição de empreendedorismo não se limita à criação de</p><p>empresas ou exploração econômica, incluindo também o “intraempreendedorismo”,</p><p>ou seja, a capacidade de empreender dentro de uma estrutura corporativa existente.</p><p>11.1 O empreendedorismo dentro da Engenharia Civil</p><p>Ao empreender, é essencial realizar uma análise cuidadosa e definir o mercado de</p><p>atuação adequado. Iniciar com mercados fundamentados e consolidados pode ser</p><p>um ponto de partida sólido. A construção civil, por exemplo, destaca-se como um dos</p><p>maiores setores do país, contribuindo significativamente com 4,5% do Produto Interno</p><p>Bruto (PIB) brasileiro, conforme dados divulgados pela Câmara Brasileira da Indústria da</p><p>Construção (CBIC) referentes ao 4º trimestre de 2018. Este setor diversificado oferece</p><p>uma variedade de oportunidades para desenvolvimento, atualização, aprimoramento</p><p>e empreendimento. Algumas dessas possibilidades incluem:</p><p>• Laudos e Projetos: Atuar na concepção, elaboração e gestão de projetos</p><p>em diversas áreas, como arquitetônicos, urbanísticos, estruturais, elétricos,</p><p>hidráulicos, sanitários, redes de água e esgotos, sistemas de tratamentos de</p><p>efluentes, além de composição de laudos, entre outros.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 120</p><p>• Regularizações e Licenciamentos: Gerenciar e monitorar</p><p>as etapas relacionadas</p><p>à regularização de áreas para implantação de empreendimentos, incluindo</p><p>obtenção de licenças e atendimento das condicionantes necessárias.</p><p>• Consultoria e Administração: Utilizar experiência e soluções para orientar novos</p><p>projetos e executar tarefas administrativas.</p><p>• Reformas e Mão-de-Obra: Identificar as necessidades específicas da obra e do</p><p>local, seguido pela execução dos serviços necessários.</p><p>• Construção: Representando o maior potencial na geração de riqueza, engloba</p><p>a composição e realização de empreendimentos que vão desde loteamentos e</p><p>rodovias até aeroportos e edifícios.</p><p>De acordo com Fascio (2018, p.1),</p><p>A construção civil é um dos maiores setores do país, principalmente</p><p>na questão econômica. É ela quem dita a infraestrutura brasileira,</p><p>assim como permite uma ampla gama de possibilidades em</p><p>empreendimentos, que vão de casas simples até conjuntos residenciais</p><p>e edifícios de primeiro mundo. Com tantas opções e empregando</p><p>tantos trabalhadores, investir num negócio relacionado ao setor</p><p>de construção civil pode ser vantajoso para empreendedores, mas</p><p>também para engenheiros, arquitetos, construtoras, incorporadoras,</p><p>entre outros profissionais do ramo. Entre outras diversas áreas, se</p><p>tornam vastas as possibilidades de empreender na área da construção</p><p>civil. Um exemplo de empreendedorismo bem-sucedido nesse setor</p><p>no país e no mundo é a história de Elie Horn, comentada por Endeavor</p><p>Brasil (2015). O recluso fundador da empreiteira Cyrela, Elie Horn,</p><p>construiu seu império do zero. Nascido na Síria, Elie imigrou para o</p><p>Brasil aos 10 anos em um navio e começou a trabalhar vendendo</p><p>produtos de porta em porta. Logo entrou no meio imobiliário,</p><p>comprando e vendendo apartamentos e depois terrenos, mesmo sem</p><p>ter dinheiro. Seu sucesso estava nas rápidas e eficazes negociações</p><p>e, aos 29 anos, já tinha conquistado um grande patrimônio. Por</p><p>uma reviravolta no mercado, Elie foi impedido de continuar com as</p><p>permutas. Foram 18 anos até colocar de pé sua construtora, que</p><p>abriu capital em 2002 e continuou crescendo até 2008. Mas Elie</p><p>conta que é muito negativo ter tanto dinheiro quando nunca se teve</p><p>nada. A empresa estava lucrando tanto, que a crise mundial foi uma</p><p>benção: perceberam que, mais do que crescer, a empresa precisava</p><p>se consolidar. Com o setor descontrolado, levaram cerca de 3 anos</p><p>para retomar um ritmo consistente. Recentemente, Elie Horn passou</p><p>o bastão da presidência da Cyrela para dois de seus filhos. No CEO</p><p>Summit 2014, conta que sua ligação afetiva com a empresa o fez</p><p>chorar na posse: “foi como entregar uma filha”. Mesmo distante das</p><p>operações, Elie garante que jamais vai parar de produzir e retribuir à</p><p>sociedade, e que tem como missão fazer o bem.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 121</p><p>Para Castilho (2017, p.1), o perfil empreendedor vem crescendo dentro da Engenharia</p><p>Civil. Considerado tradicionalmente uma profissão com emprego garantido, as</p><p>mudanças de mercado fizeram os profissionais considerarem a possibilidade de se</p><p>tornarem seus próprios patrões. Colocados muitas vezes em funções de gestão, os</p><p>engenheiros estão cada vez mais preparados para comandar seu próprio negócio.</p><p>A contratação de um engenheiro economiza tempo, pois o profissional é capaz de</p><p>dimensionar a obra e calcular o tempo necessário para executá-la de forma segura.</p><p>Poupa dinheiro, ao diminuir desperdício de material e contratar apenas a mão de obra</p><p>necessária. É garantia de qualidade e valorização do imóvel e evita o stress de se ter</p><p>que gerir todo o processo de construção. Dessa forma, é possível encontrar diversos</p><p>nichos de atuação dentro desse meio, com resposta positiva do público.</p><p>Devemos pensar que a atividade de abrir uma empresa ou mesmo, organizar um</p><p>empreendimento de construção civil exige organização e planejamento, que deve ser</p><p>organizado na forma de projeto, onde o ciclo de vida do mesmo deve ser pensado e</p><p>planejado.</p><p>O ciclo de vida de um “projeto” ou “empreendimento”é a série de fases pelas quais</p><p>um projeto passa, do início ao término. As fases geralmente são sequenciais e os</p><p>seus nomes são determinados pelas necessidades de gerenciamento e controle, a</p><p>natureza do projeto em si e sua área de aplicação” (PMBOK, 2013, p.38).</p><p>Segundo o guia Project Management Body of Knowledge (PMBOK) (2013) os projetos</p><p>variam em tamanho e complexidade. Todos os projetos podem ser mapeados para</p><p>a estrutura genérica de ciclo de vida a seguir (Figura 1):</p><p>• Início do projeto (termo de referência);</p><p>• Organização e preparação;</p><p>• Execução do trabalho do projeto;</p><p>• Encerramento do projeto.</p><p>A figura a seguir mostra a estrutura genérica do ciclo de vida de um projeto.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 122</p><p>Figura 4: Estrutura genérica do ciclo de vida de um projeto</p><p>Fonte: Guia PMBOK 2013</p><p>De acordo com Vargas (2009, p.7), projeto é um empreendimento não repetitivo,</p><p>caracterizado por uma sequência, clara e lógica de eventos, com início, meio e fim,</p><p>que se destina a atingir um objetivo claro, sendo conduzido por pessoas dentro de</p><p>parâmetros predefinidos de tempo, custo, recursos envolvidos e qualidade.</p><p>Mattos (2010, p.17) descreve que “a deficiência do planejamento pode trazer</p><p>consequências desastrosas para uma obra. Um descuido em uma atividade pode</p><p>acarretar custos, assim como colocar em risco o sucesso do empreendimento”.</p><p>É comum encontrar nas empresas uma supervalorização do “tocador de obras”,</p><p>engenheiro que tradicionalmente tem postura de tomar decisões rapidamente, apenas</p><p>com base na experiência e na intuição, sem o devido planejamento, o que é considerado</p><p>perda de tempo. Pela falta de planejamento, forma-se então um círculo vicioso, uma</p><p>vez que surge a carência do profissional com o perfil de “tocador de obras”.</p><p>Como a construção se desenvolveu historicamente com grande informalidade e</p><p>em um ambiente em que o desperdício era tido como “aceitável” e no qual se valoriza</p><p>o “tocador de obras” em detrimento do “gerente”, houve um inevitável afastamento</p><p>do pessoal de campo em relação ao planejamento e acompanhamento. Nos países</p><p>mais desenvolvidos, mestres de obra e encarregados, comparados com seus colegas</p><p>brasileiros, dedicam muito mais tempo analisando a programação e pensando com</p><p>antecedência nas ações e providências que tomaram nas semanas seguintes. (MATTOS,</p><p>2010, p. 27).</p><p>Para Mattos (2010, p.32) “o ciclo de vida do empreendimento compreende vários</p><p>estágios”, conforme mostrado na figura a seguir:</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 123</p><p>Figura 5: Ciclo de vida do projeto</p><p>Fonte: Mattos, 2010, p.32.</p><p>Um empreendimento necessita respeitar a sequência lógica para que cada etapa</p><p>construtiva seja executada dentro de suas respectivas fases.</p><p>As etapas construtivas são atreladas a cada estágio do projeto, o formato da curva</p><p>mostra que os estágios iniciais têm a evolução mais lenta, no estágio de execução a</p><p>evolução é mais rápida, e no encerramento volta a se tornar lenta.</p><p>Mattos (2010, p. 32) destaca todas as etapas do ciclo de vida de um projeto dentro</p><p>de cada estágio:</p><p>Estágio I – Início do projeto / Concepção</p><p>Definição do escopo – processo de determinação do programa de necessidades,</p><p>isto é, as linhas gerais do objeto a ser projetado e construído;</p><p>Formulação do empreendimento – delimitação do objeto em lotes, fases, forma</p><p>de contratação etc.;</p><p>Estimativas de custos – orçamento preliminar por meio de utilização de indicadores</p><p>históricos;</p><p>Estudo de viabilidade – análise de custo-benefício, avaliação dos resultados a serem</p><p>obtidos em função do custo orçado, determinação do montante requerido a longo do</p><p>tempo;</p><p>Identificação da fonte orçamentária – recursos próprios, empréstimos, linhas de</p><p>financiamento, solução mista;</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 124</p><p>Anteprojeto, projeto básico – desenvolvimento inicial do anteprojeto, com evolução</p><p>até o projeto básico, quando já passa a conter os elementos necessários para orçamento,</p><p>especificações e identificação dos serviços necessários.</p><p>Estágio II – Detalhamento do projeto e planejamento</p><p>• Orçamento analítico – composição de custos dos serviços, com relação de</p><p>insumos e margem de erro menor que a do orçamento preliminar;</p><p>• Planejamento – elaboração de cronograma de obra realista, com definição de</p><p>prazo e marcos contratuais;</p><p>• Projeto básico, projeto executivo – detalhamento do projeto básico, com inclusão</p><p>de todos os elementos necessários à execução da obra;</p><p>• No desenvolvimento e implantação do projeto – Emissão de alvará de licença</p><p>para construções pela prefeitura do município.</p><p>Estágio III – Execução</p><p>• Canteiro de obras – limpeza do terreno, execução de tapumes, demolições,</p><p>aplicação de canteiro de obras conforme NR 18, movimentos de terra etc.;</p><p>• Infraestrutura – execução da fundação de uma obra, parte inferior da estrutura</p><p>que se localiza abaixo da cota do terreno, estacas, blocos, sapatas etc.;</p><p>• Supraestrutura – execução da estrutura acima da cota do terreno, elementos</p><p>como pilares, vigas, lajes etc.;</p><p>• Alvenarias – execução de paredes com tijolos cerâmicos ou de concreto,</p><p>utilizados como elementos de vedação;</p><p>• Montagens mecânicas e instalações elétricas e hidrossanitárias – execução das</p><p>instalações elétricas, instalações de água fria e quente, esgoto e águas pluviais;</p><p>• Revestimentos argamassados – execução de chapisco, emboço, reboco,</p><p>contrapiso etc.;</p><p>• Esquadrias – Instalação de janelas, portas, persianas e venezianas garantindo</p><p>estanqueidade ao ar, água, luz e ventos;</p><p>• Revestimentos cerâmicos – assentamento de pisos cerâmicos, porcelanatos,</p><p>pisos laminados, azulejos e granitos.</p><p>• Pintura – preparar paredes e tetos, aplicando selador, massa corrida, pintura</p><p>com tinta acrílica etc.;</p><p>• Serviços complementares – Instalação de lavatórios, bancadas, louças e metais.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 125</p><p>• Controle da qualidade – verificar se os parâmetros técnicos e contratuais foram</p><p>observados;</p><p>• Administração contratual – medições, diário de obras, aplicação de penalidades,</p><p>aditivos ao contrato etc.</p><p>Estágio IV – Finalização / Encerramento do projeto</p><p>• Comissionamento – colocação em funcionamento e testes de operação do</p><p>produto final;</p><p>• Inspeção final – testes para recebimento do objeto contratado;</p><p>• Transferência de responsabilidades – recebimento da obra e destinação final</p><p>do produto;</p><p>• Liberação de retenção contratual – casa a empresa contratante tenha retido</p><p>dinheiro da empresa executante;</p><p>• Resolução das últimas pendências – encontro de contas, pagamento de medições</p><p>atrasadas, negociações de pleitos contratuais etc;</p><p>• Termo de recebimento – provisório definitivo, e emissão de habite-se.</p><p>Todas essas etapas construtivas podem ter grandes benefícios e resultados,</p><p>realizando um bom planejamento. Com o planejamento o gestor tem alto grau de</p><p>conhecimento de um empreendimento.</p><p>Muitas empresas construtoras vêm encontrando sérias dificuldades para racionalizar</p><p>o seu processo de produção. As intenções relativas ao incremento da competitividade</p><p>empresarial acabam não se tornando realidade na execução das tarefas diárias, fazendo</p><p>com que as ações práticas pareçam estar longe de chegar aos canteiros de obras ou</p><p>aos escritórios de projeto.</p><p>O retrabalho, as paradas e esperas, elementos constantes na construção habitacional,</p><p>não resultam apenas de uma frágil coordenação entre atividades. Outros fatores</p><p>intervêm, tais como a incipiente coordenação entre projetos, a ausência de coordenação</p><p>entre projeto e execução e o limitado grau de desenvolvimento do planejamento do</p><p>processo produtivo e, ainda contribuem as más condições de trabalho.</p><p>Existem mecanismos como o ciclo Plan, Do, Check e Action (PDCA) que são muito</p><p>utilizados para auxiliar na gestão de uma obra. “Em virtude da grande quantidade</p><p>de variáveis envolvidas, como mão de obra, suprimento, intempéries, interferências,</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 126</p><p>retrabalho e perdas periódicas, o ciclo PDCA encaixa-se perfeitamente no mundo da</p><p>construção civil” (MATTOS, 2010, p. 38).</p><p>O criador do ciclo, William E. Deming, natural dos Estados Unidos, graduado em</p><p>engenharia e pós graduado em física e matemática. Destacou-se no período de</p><p>reconstrução do Japão (1947 – 1950), como consultor de técnicas de amostragem</p><p>junto ao Comando Supremo das Forças Aliadas. Com uma abordagem voltada para</p><p>uso de informações estatísticas e métodos para melhoria da qualidade, aumento da</p><p>produtividade e redução de custos, teve grande influência em inúmeras empresas.</p><p>Sua recomendação é que o sistema de qualidade de uma organização deve partir das</p><p>necessidades do consumidor, sustentado por um programa de melhoria baseado no</p><p>ciclo PDCA.</p><p>Deming enfatiza o controle do processo e apresenta um programa de 14 pontos</p><p>voltados para a melhoria do gerenciamento da qualidade (NETO, 2012 p.38). São eles:</p><p>1. Crie uma constância de propósitos de melhoria dos produtos e serviços.</p><p>2. Adote a nova filosofia e assuma sua liderança.</p><p>3. Termine com a dependência da inspeção em massa como via para a qualidade.</p><p>A qualidade não se origina da inspeção, mas do melhoramento do processo.</p><p>4. Minimize os custos com a seleção de um fornecedor preferencial. Acabe de</p><p>contratar compras baseando somente no preço.</p><p>5. Melhore cada processo de forma constante e contínua.</p><p>6. Implante métodos modernos de treinamento no trabalho.</p><p>7. Encare a liderança como algo que todos podem aprender.</p><p>8. Não lidere com base no medo. Evite usar um estilo autoritário de gestão.</p><p>9. Destrua as barreiras entre as áreas de staff.</p><p>10. Elimine campanhas ou slogans com base na imposição de metas.</p><p>11. Elimine os padrões de trabalho e cotas numéricas.</p><p>12. Não classifique o desempenho dos trabalhadores ordenando-os por ranking.</p><p>13. Crie um ambicioso programa de formação para todos os empregados.</p><p>14. Criar uma estrutura na alta administração que tenha como função implantar</p><p>os 13 pontos.</p><p>O ciclo PDCA, mostrado na figura a seguir, é composto por quatro etapas: planejar,</p><p>desempenhar, checar e agir.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 127</p><p>Figura 6: Ciclo PDCA</p><p>Fonte: Cardoso (2017)</p><p>Assim é possível perceber que com um bom planejamento podemos evitar grande</p><p>parte dos erros administrativos, construtivos e erros de projeto, e solucionar as principais</p><p>dificuldades para implantação de empreendimentos.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 128</p><p>CAPÍTULO 12</p><p>O PROCESSO DE ESTUDO</p><p>E DE PESQUISA DENTRO</p><p>DA ENGENHARIA CIVIL</p><p>Se o seu interesse é profundamente voltado para o estudo, se você valoriza o</p><p>conhecimento, acredita na aplicação de metodologia científica e possui simultaneamente</p><p>um perfil analítico e habilidades eficazes de comunicação, a carreira como pesquisador</p><p>pode se apresentar como uma escolha atraente.</p><p>Se avaliarmos exclusivamente pelo prisma financeiro, em termos de remuneração,</p><p>essa escolha pode não parecer tão vantajosa. Apesar de possuírem formação</p><p>acadêmica diferenciada e obterem ganhos acima da média em comparação com outros</p><p>profissionais, os pesquisadores no Brasil ainda não desfrutam do reconhecimento</p><p>observado em países desenvolvidos e até mesmo em algumas nações emergentes.</p><p>Figura 1: Estudo e pesquisa na área de engenharia</p><p>Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/conjunto-isolado-de-engenharia_6203123.htm#query=pesquisa%20de%20engenharia&position=2&from_view=search</p><p>&track=ais&uuid=a8daab27-5927-4e0e-8513-68a81470ba6e</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 129</p><p>Em setores como tecnologia da informação e energia, por exemplo,</p><p>os pesquisadores</p><p>são altamente disputados tanto por organizações públicas quanto privadas, sendo</p><p>que a competição, por vezes, ultrapassa fronteiras internacionais. Contudo, a realidade</p><p>na construção civil e engenharia é diferente, apresentando uma dificuldade adicional</p><p>devido à escassez de investimentos.</p><p>Essa observação não deve negligenciar as exceções notáveis nem desvalorizar o</p><p>trabalho árduo dos pesquisadores dedicados a essa área. Pelo contrário, é importante</p><p>reconhecer o esforço dedicado em prol do avanço técnico, muitas vezes resultando em</p><p>conquistas mais significativas do que se poderia inicialmente imaginar. Em um capítulo</p><p>dedicado à reflexão sobre a carreira de pesquisa na engenharia, é crucial abordar</p><p>essas nuances, considerando não apenas os desafios, mas também as realizações</p><p>notáveis alcançadas por aqueles que persistem nesse campo dinâmico.</p><p>12.1 Visão Geral de Estudos - Engenharia Civil</p><p>O curso de Engenharia Civil busca formar profissionais aptos a coordenar todas as</p><p>etapas de uma obra, desde o planejamento até os acabamentos finais, englobando</p><p>controle de custos, segurança, seleção de materiais e gestão de equipes.</p><p>Figura 2: Engenharia civil</p><p>Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-em-vetor-conceito-abstrato-de-planta-baixa-imobiliaria-servicos-on-line-de-planta-baixa-marketing-</p><p>imobiliario-listagem-de-casas-layout-de-propriedade-interativa-metafora-abstrata-de-encenacao-virtual_12469777.htm#query=pesquisa%20de%20</p><p>engenharia&position=8&from_view=search&track=ais&uuid=a8daab27-5927-4e0e-8513-68a81470ba6e</p><p>Para alcançar essa formação abrangente, o curso contempla disciplinas em diversas</p><p>áreas, destacando as principais:</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 130</p><p>• Ciências Exatas (Matemática, Física e Química):</p><p>Matemática: Utilizada na criação de modelos e na resolução de problemas</p><p>práticos, com ênfase em cálculo, geometria analítica e probabilidade e estatística.</p><p>Física: Aborda fenômenos físicos relevantes para a engenharia civil, incluindo</p><p>movimentos, energia, equilíbrio de corpos rígidos, temperatura, ondas sonoras,</p><p>eletricidade e magnetismo.</p><p>Química: Introduz conceitos essenciais, como estrutura atômica, ligações</p><p>químicas e termoquímica.</p><p>• Estruturas de Materiais:</p><p>Concreto Armado: Envolvendo projetos estruturais em concreto, flexão normal,</p><p>pilares e lajes maciças.</p><p>Estruturas Metálicas e de Madeira: Abordando dimensionamento, critérios e</p><p>tipos de estruturas.</p><p>• Tecnologia das Construções:</p><p>Oferece suporte ao profissional na execução de obras, abrangendo temas como</p><p>terraplanagem, layout de canteiro de obras, fundações, lajes e telhados.</p><p>• Hidráulica e Saneamento:</p><p>Dimensionamento de represas, sistemas de água e esgoto, drenagem, canalização,</p><p>captação e distribuição de água, e rede coletora de esgotos.</p><p>• Geotecnia e Topografia:</p><p>Geotecnia: Estuda a caracterização de minerais e rochas, origem e formação</p><p>de solos, entre outros.</p><p>Topografia: Concentra-se na medição e descrição precisa de terrenos, com ênfase</p><p>em cartografia, instrumentos topográficos e nivelamento.</p><p>• Transportes:</p><p>Inclui projetos de construção e manutenção de estradas, pontes, viadutos,</p><p>aeroportos, com abordagem em análise de sistemas de transporte, tecnologias</p><p>aplicadas e distribuição de viagens.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 131</p><p>Essas disciplinas visam fornecer uma base sólida, capacitando os futuros engenheiros</p><p>civis com conhecimentos técnicos e práticos necessários para atuar de forma eficiente</p><p>em diferentes áreas da engenharia. Cada componente do curso contribui para o</p><p>desenvolvimento de competências essenciais para o profissional da engenharia civil.</p><p>12.2 Pesquisa Pura e Aplicada</p><p>A ciência desempenha um papel crucial na compreensão das interações entre a</p><p>natureza e o ser humano, e atualmente, cientistas em diversas áreas do conhecimento</p><p>contribuem significativamente para a transformação do nosso mundo. No âmbito</p><p>específico da Engenharia Civil, que integra uma área de conhecimento extremamente</p><p>diversificada, o foco recai sobre a concepção, projeto, construção e manutenção de</p><p>infraestruturas essenciais para o bem-estar e desenvolvimento da sociedade, além</p><p>da preservação do meio ambiente.</p><p>Para garantir a eficiência em todas essas etapas, considerando aspectos como</p><p>custo, desempenho e durabilidade, torna-se indispensável o avanço em tecnologias,</p><p>um maior entendimento sobre materiais e métodos construtivos, a gestão otimizada</p><p>de obras e o compromisso com a redução de impactos ambientais.</p><p>Figura 3: Pesquisa na área de engenharia</p><p>Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/engenheira-em-pe-perto-do-quadro-negro-explicando-o-projeto-projecto-construcao-ilustracao-em-vetor-plana-</p><p>trabalhador-construcao-e-arquitetura_10172691.htm#query=pesquisa%20de%20engenharia&position=5&from_view=search&track=ais&uuid=b16e825c-758d-</p><p>4b8c-a8ae-dc062378a2be</p><p>Nesse contexto, a ciência e o papel do pesquisador desempenham um papel crucial</p><p>na transformação gradual, mas significativa, das diversas áreas que compõem a</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 132</p><p>Engenharia Civil, abrangendo desde construção civil, estradas e transportes, geotecnia,</p><p>saneamento ambiental, projetos, estruturas, materiais de construção até recursos</p><p>hídricos.</p><p>É imperativo reconhecer a importância da pesquisa na Engenharia Civil, algo que, em</p><p>um passado recente, foi erroneamente afastado devido à percepção de que o curso era</p><p>predominantemente prático e aplicado. Felizmente, essa mentalidade está evoluindo</p><p>rapidamente, e agora compreendemos que é não apenas possível, mas essencial</p><p>vincular pesquisa e construção. Essa abordagem é fundamental para transformar o</p><p>ato de construir de uma prática artesanal para um processo industrial, possibilitando</p><p>a realização da engenharia em sua essência, com eficiência, custos reduzidos, mínimo</p><p>desperdício e impacto ambiental reduzido.</p><p>A contribuição dos profissionais de pesquisa e desenvolvimento na área da construção</p><p>civil é vital para diversos segmentos, incluindo a construção a seco (drywall), o conforto</p><p>térmico e acústico, sistemas construtivos inovadores e tecnologias consolidadas como</p><p>portas de madeira, alvenaria, cimento e concreto. Sem o papel desempenhado por</p><p>esses especialistas, a evolução e a implementação de soluções eficientes, assim como</p><p>a elaboração de normas e referências técnicas, seriam severamente comprometidas.</p><p>Figura 4: Atividades na área de engenharia civil</p><p>Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-em-vetor-conceito-abstrato-de-planta-baixa-imobiliaria-servicos-on-line-de-planta-baixa-marketing-</p><p>imobiliario-listagem-de-casas-layout-de-propriedade-interativa-metafora-abstrata-de-encenacao-virtual_11668246.htm#query=pesquisa%20de%20</p><p>engenharia&position=12&from_view=search&track=ais&uuid=b16e825c-758d-4b8c-a8ae-dc062378a2be</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 133</p><p>Tendências significativas, como sustentabilidade, desempenho (conforme a NBR</p><p>15575) e a crescente industrialização da construção, também dependem diretamente</p><p>do trabalho desses profissionais. A abordagem sustentável, que abrange resíduos, ciclo</p><p>de vida e durabilidade, é particularmente relevante, e a pesquisa aplicada desempenha</p><p>um papel fundamental no desenvolvimento de práticas e materiais mais ecológicos.</p><p>A discussão entre pesquisa pura, focada na expansão de fronteiras tecnológicas,</p><p>e pesquisa aplicada, voltada para a solução de problemas específicos, é um tema</p><p>recorrente na sociedade, porém, de forma geral, ambas as vertentes devem coexistir</p><p>harmoniosamente. Existem projetos direcionados para a resolução imediata de</p><p>problemas específicos, ao mesmo tempo em que existem frentes de pesquisa que</p><p>visam a resultados mais a longo prazo, mas que são essenciais para futuras inovações.</p><p>(1736-1806), graduado em 1761 pela “École du Génie at Mézières” de Paris.</p><p>Coulomb fez contribuições significativas à engenharia e à física, especialmente</p><p>na área de resistência dos materiais. Atuou em projetos diversos, incluindo</p><p>estruturas, mecânica dos solos e fortificações.</p><p>d) Stephen Prokofyevich Timoshenko, um engenheiro mecânico e civil russo (1878-</p><p>1972), formado pela “St. Petersburg Railway Engineering Institute” em 1901.</p><p>Sua carreira foi dedicada ao estudo da resistência dos materiais e sistemas</p><p>estruturais, tornando-se uma figura fundamental na análise de estruturas.</p><p>ISTO ACONTECE NA PRÁTICA</p><p>Até o início do século XX, os trabalhos em geotecnia eram empíricos, baseados</p><p>na experiência prática dos profissionais. Em 1928, o Professor Karl Von</p><p>Terzaghi publicou o livro “Soil Mechanics”, estabelecendo os fundamentos da</p><p>Mecânica dos Solos como ciência de engenharia civil. Terzaghi, considerado o</p><p>pai da mecânica dos solos, emigrou para os Estados Unidos, onde contribuiu</p><p>significativamente para o desenvolvimento dessa área. A ASCE (American</p><p>Society of Civil Engineers) reconhece os maiores especialistas em geotecnia</p><p>com o prêmio Terzaghi Lecture, como uma homenagem ao legado do Professor</p><p>Karl Von Terzaghi.</p><p>A seguir, destacamos algumas das obras mais vultosas executadas no planeta nos</p><p>últimos 200 anos, onde os conhecimentos de engenharia civil foram fundamentais:</p><p>• Remodelação de Paris:</p><p>Sob a administração do Barão Haussmann e com a coordenação do engenheiro</p><p>civil Marie François Eugène Belgrand (1810-1878), Paris foi submetida a uma intensa</p><p>reconstrução. Esse processo resultou na criação de amplas avenidas, majestosos</p><p>edifícios e em um notável sistema de esgotos. O trabalho destes profissionais visionários</p><p>transformou Paris em uma das cidades mais belas do mundo moderno.</p><p>• Torre Eiffel:</p><p>Projetada e construída por Gustave Alexandre Eiffel (1832-1923), a Torre Eiffel é</p><p>um ícone mundial. Eiffel, renomado projetista de estruturas metálicas, contribuiu para</p><p>diversas obras famosas, incluindo a estrutura da Estátua da Liberdade, o viaduto</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 16</p><p>de Garabit na França e a ponte do Porto em Portugal. Além disso, foi pioneiro na</p><p>construção de túneis de vento para análise aerodinâmica de aeronaves.</p><p>Figura 7: Torre Eiffel</p><p>Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/curiosidades/torre-eiffel.htm</p><p>• Canal de Suez:</p><p>A construção do Canal de Suez, que liga o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho no</p><p>Egito, é creditada a Ferdinand de Lesseps, engenheiro civil francês (1805-1894). De</p><p>Lesseps também foi um dos primeiros idealizadores do Canal do Panamá.</p><p>• Canal do Panamá:</p><p>A construção do Canal do Panamá começou em 1881, liderada pelos franceses com</p><p>Ferdinand de Lesseps à frente. No entanto, devido a desafios na selva e condições</p><p>insalubres, o projeto foi abandonado e retomado pelos Estados Unidos a partir de</p><p>1904. O engenheiro civil John F. Wallace enfrentou sérios problemas antes de John</p><p>Stevens assumir a coordenação do projeto, implementando melhorias sanitárias e</p><p>condições de trabalho para os operários.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 17</p><p>Figura 8: Canal do Panamá</p><p>Fonte: https://meiobit.com/409511/canal-do-panama-a-forca-tarefa-de-engenharia-e-como-esta-tudo-hoje/</p><p>• Ferrovia Transcontinental:</p><p>A construção da Ferrovia Transcontinental na América do Norte foi uma saga da</p><p>engenharia civil, com destaque para a inauguração da ferrovia Union Pacific em 10 de</p><p>maio de 1869. Engenheiros civis desempenharam um papel fundamental na realização</p><p>dessa obra monumental, assim como na construção da Canadian Pacific no Canadá</p><p>e da Ferrovia Transiberiana na Rússia.</p><p>• Ponte do Brooklyn em Nova York:</p><p>A Ponte do Brooklyn, com aproximadamente 1,8 km de extensão, foi projetada e</p><p>construída pelo engenheiro civil John Augustus Roebling (1806-1869). Roebling, que</p><p>se formou engenheiro civil na Alemanha, liderou o projeto antes de falecer durante</p><p>a construção. Seu filho, Washington Roebling, também engenheiro civil, assumiu e</p><p>completou a ponte enquanto estava debilitado por um acidente.</p><p>• Ponte Golden Gate em San Francisco:</p><p>Joseph Baerman Strauss (1870-1938), um engenheiro civil, foi o idealizador e</p><p>coordenador do projeto da Ponte Golden Gate, inaugurada entre 1933 e 1937. Strauss</p><p>faleceu um ano após a conclusão, deixando para San Francisco um dos principais</p><p>cartões-postais da cidade.</p><p>• Ponte Bay Bridge de San Francisco:</p><p>A Ponte Bay Bridge, com trechos suspensos, em túnel e em estrutura metálica,</p><p>totalizando 11 km, foi construída entre 1930 e 1936. O engenheiro civil Charles H.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 18</p><p>Purcell (1885-1951) chefiou o projeto, com a assistência de Charles E. Andrew e o</p><p>desenhista Glen Woodruff.</p><p>Figura 8: Ponta da Baia de São Francisco</p><p>Fonte: https://onegoviaja.com/bay-bridge</p><p>• Ferrovia Transiberiana (Rússia)</p><p>A construção da Ferrovia Transiberiana, iniciada em 1891, foi uma obra monumental</p><p>de engenharia civil, abrangendo cerca de 9.000 km e atravessando oito fusos horários.</p><p>Essa ferrovia desempenhou um papel vital na conectividade e desenvolvimento da</p><p>Rússia.</p><p>• Canal do Mar do Norte (Holanda)</p><p>O Canal do Mar do Norte, concluído em 1932, foi uma impressionante obra de</p><p>engenharia hidráulica realizada pelos holandeses para controlar as inundações e criar</p><p>uma via navegável vital. Este projeto contribuiu significativamente para a gestão das</p><p>águas na região.</p><p>• Barragem das Três Gargantas (China)</p><p>Considerada a maior usina hidrelétrica do mundo, a Barragem das Três Gargantas,</p><p>concluída em 2006, é uma notável obra de engenharia localizada no rio Yangtzé, na</p><p>China. Além da produção de energia, desempenha um papel crucial no controle de</p><p>inundações.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 19</p><p>• Ponte Akashi Kaikyō (Japão</p><p>Concluída em 1998, a Ponte Akashi Kaikyō, no Japão, é a ponte suspensa mais</p><p>longa do mundo, com uma extensão de aproximadamente 3.911 metros. A engenharia</p><p>envolvida nesta ponte é uma proeza notável.</p><p>• Usina Hidrelétrica de Itaipu (Brasil/Paraguai)</p><p>A Usina Hidrelétrica de Itaipu, concluída em 1984, é uma colaboração entre Brasil e</p><p>Paraguai. Considerada uma das maiores usinas hidrelétricas do mundo, desempenha</p><p>um papel crucial na produção de energia para ambos os países.</p><p>• Ponte do Estreito de Akashi (Japão)</p><p>Concluída em 1998, a Ponte do Estreito de Akashi é a ponte estaiada mais longa</p><p>do mundo, com um vão central de 1.991 metros. A engenharia dessa ponte é um</p><p>exemplo impressionante de design e construção.</p><p>• Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (China)</p><p>Inaugurada em 2018, esta ponte é uma das mais longas do mundo, conectando</p><p>Hong Kong, Zhuhai e Macau. Com uma extensão total de cerca de 55 km, incluindo</p><p>trechos sobre o mar e ilhas artificiais, é uma notável obra de engenharia.</p><p>De forma geral, o Brasil sempre demonstrou um notável avanço na engenharia</p><p>civil, equiparando-se a nações altamente desenvolvidas. Esse status é resultado de</p><p>empreendimentos significativos, como usinas hidroelétricas, rodovias, pontes, entre</p><p>outros, além da presença de centros de pesquisa de ponta em diversas áreas da</p><p>engenharia civil.</p><p>Ao longo da história, o Brasil contou com profissionais altamente competentes,</p><p>destacando-se alguns deles, tais como:</p><p>a) André Rebouças (1843-1898): Natural da Bahia, seguiu carreira como engenheiro</p><p>civil, sendo responsável por obras ferroviárias, portuárias e de saneamento em</p><p>diversas regiões do Brasil. Além disso, desempenhou papel ativo no movimento</p><p>abolicionista, co-fundando o Centro Abolicionista da Escola Politécnica junto</p><p>com Joaquim Nabuco, onde também era professor e jornalista.</p><p>b) Eugenio Gudin (1886-1986): Engenheiro civil formado pela Escola Politécnica</p><p>do Rio de Janeiro em 1905, foi professor na Universidade</p><p>A interação entre pesquisa pura e aplicada proporciona uma base sólida para</p><p>o avanço contínuo da construção civil, permitindo que profissionais desenvolvam</p><p>soluções práticas e, ao mesmo tempo, explorem novas fronteiras que podem moldar</p><p>o futuro do setor. Essa sinergia entre diferentes abordagens de pesquisa é crucial para</p><p>impulsionar a inovação e enfrentar os desafios crescentes e as demandas dinâmicas</p><p>da indústria da construção.</p><p>Figura 5: Atividades na área de engenharia civil</p><p>Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/engenheiros-de-design-plano-organico-trabalhando-na-construcao_12978426.htm#query=pesquisa%20de%20</p><p>engenharia&position=15&from_view=search&track=ais&uuid=b16e825c-758d-4b8c-a8ae-dc062378a2be</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 134</p><p>A colaboração entre instituições de pesquisa públicas e a iniciativa privada é um</p><p>tópico frequente quando se discute pesquisa no Brasil, especialmente no contexto</p><p>da construção civil. Nesse cenário, é notável a presença mais ativa e investimentos</p><p>significativos de fabricantes de materiais, produtos e tecnologias, enquanto a</p><p>participação das construtoras, apesar de algumas exceções notáveis, ainda é percebida</p><p>como insuficiente.</p><p>Existem dois elementos cruciais ao abordar pesquisa, mesmo quando aplicada à</p><p>solução de problemas: o risco de erro e o tempo de maturação. Na pesquisa não se</p><p>deve temer o erro, pois faz parte do processo, e que é possível minimizar os riscos ao</p><p>trabalhar com abordagens graduais, avançando por etapas bem definidas ao longo</p><p>do tempo.</p><p>Figura 6: Atividades na área de engenharia civil</p><p>Fonte: https://br.freepik.com/vetores-premium/ilustracao-de-desenho-animado-de-arquiteto-ou-engenheiro-para-esbocar-construcoes-de-edificios-e-miniaturas-</p><p>de-projetos_26911695.htm#query=pesquisa%20de%20engenharia&position=21&from_view=search&track=ais&uuid=b16e825c-758d-4b8c-a8ae-dc062378a2be</p><p>Quanto ao tempo, na pesquisa devemos defender uma lógica de desenvolvimento</p><p>contínuo, com estágios preestabelecidos superados por meio de testes e ensaios.</p><p>Paciência e persistência são fundamentais para enfrentar os desafios e garantir o</p><p>progresso na pesquisa aplicada à construção civil.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 135</p><p>Em relação às competências necessárias para os pesquisadores na construção</p><p>civil, cinco tópicos são destacados:</p><p>1. GOSTAR DE ESTUDAR:</p><p>A carreira acadêmica está intrinsecamente ligada à atividade de pesquisa, sendo</p><p>raros os profissionais dessa área que permanecem distantes das instituições de</p><p>ensino. Essa interação frequentemente serve como ponto de partida na carreira,</p><p>estabelecendo vínculos com professores e especialistas durante a graduação,</p><p>pós-graduação, mestrado e doutorado. Em todos esses casos, apreciar o estudo</p><p>é crucial, e é essencial ter consciência de que a aprendizagem será uma atividade</p><p>contínua, pois o conhecimento de ponta se atualiza cada vez mais rapidamente.</p><p>Além disso, vivenciar experiências acadêmicas no exterior é uma oportunidade</p><p>enriquecedora.</p><p>2. CONCILIAR VISÃO TEÓRICA E PRÁTICA:</p><p>A visão prática é indispensável para os pesquisadores, especialmente na pesquisa</p><p>aplicada voltada para a resolução de problemas. A dicotomia entre teoria e</p><p>prática deve ser superada, pois tanto o conhecimento teórico se beneficia da</p><p>experiência prática quanto a prática pode ser aprimorada com novos estudos,</p><p>tecnologias e inovações. A colaboração com empresas e profissionais do mercado</p><p>é destacada como benéfica tanto para pesquisadores quanto para as empresas,</p><p>promovendo a incorporação do método científico na solução de problemas e</p><p>impulsionando a inovação.</p><p>3. NETWORKING E BOM RELACIONAMENTO:</p><p>A imagem do pesquisador isolado e distante da interação social não reflete a realidade</p><p>atual. O profissional da pesquisa interage com outros especialistas, participa de</p><p>eventos, congressos, visita empresas e obras, ministra aulas e convive com colegas</p><p>e alunos. Mesmo que o pesquisador tenha um perfil mais analítico, a habilidade</p><p>de se relacionar com outras pessoas é considerada essencial e facilita o trabalho.</p><p>4. BOA COMUNICAÇÃO ESCRITA E ORAL:</p><p>A habilidade de apresentar claramente os resultados do trabalho é crucial</p><p>para o pesquisador. Escrever de forma clara e objetiva vai além das exigências</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 136</p><p>acadêmicas, abrangendo a redação de relatórios de maneira lógica, precisa e</p><p>com o mínimo de erros. A aptidão para falar em público também é valorizada,</p><p>pois aulas, palestras e apresentações são componentes comuns da trajetória</p><p>de um pesquisador.</p><p>5. CONDUTA E POSTURA PROFISSIONAL:</p><p>Este aspecto envolve comprometimento com o rigor técnico e científico, bem</p><p>como a humildade de reconhecer que a pesquisa não é a solução para todos os</p><p>problemas do setor. Requer isenção e ética no tratamento de questões polêmicas,</p><p>considerando interesses comerciais, econômicos e, em alguns casos, políticos.</p><p>O sigilo das informações coletadas é essencial quando necessário ou acordado</p><p>previamente. O pesquisador é percebido como um especialista e uma autoridade</p><p>no assunto, demandando uma abordagem embasada e evitando conjecturas</p><p>desprovidas de fundamento.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 137</p><p>CAPÍTULO 13</p><p>A IMPORTÂNCIA DA</p><p>SUSTENTABILIDADE DENTRO</p><p>DA CONSTRUÇÃO CIVIL</p><p>Nos dias atuais, o termo “sustentabilidade” é frequentemente mencionado em</p><p>diversos contextos. Contudo, surge a questão sobre o real significado desse termo</p><p>e por que sua utilização tem aumentado significativamente nos últimos anos. De</p><p>acordo com o dicionário da língua portuguesa, sustentabilidade refere-se à “qualidade</p><p>ou condição do que é sustentável” e a um “modelo e sistema que tem condições para</p><p>se manter ou conservar”.</p><p>Uma interpretação mais ampla sugere que sustentabilidade é, essencialmente, o</p><p>modo de vida de uma sociedade, grupo ou sistema que possui as condições necessárias</p><p>para se manter vivo ou em funcionamento utilizando seus próprios recursos. Em outras</p><p>palavras, a capacidade de subsistência, alimentação, vestimenta, trabalho e a garantia</p><p>da sobrevivência de toda a comunidade são possíveis através do uso consciente de</p><p>matérias-primas e riquezas locais (SEVERIANO, 2021).</p><p>Figura 1: Sustentabildiade</p><p>Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/natureza-terra-sustentabilidade-3294632/</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 138</p><p>Diante disso, é inegável que a sustentabilidade é uma palavra amplamente difundida</p><p>globalmente, especialmente à luz das consequências climáticas resultantes da má</p><p>gestão dos recursos naturais mundiais. Essas consequências se manifestam de</p><p>maneira concreta e visível em catástrofes naturais, escassez de recursos, aquecimento</p><p>global, extinção de espécies, aumento de pragas, má qualidade do ar e presença de</p><p>agrotóxicos em alimentos, entre outros desafios (CORTES et al., 2011).</p><p>Nesse contexto, neste capítulo abordamos a concepção de sustentabilidade na</p><p>engenharia civil, considerando que esse setor desempenha um papel crucial na economia</p><p>mundial, sendo fundamental em todos os países por impulsionar o desenvolvimento</p><p>econômico e social, contribuir para o Produto Interno Bruto (PIB), gerar empregos,</p><p>arrecadar impostos e promover a urbanização, entre outros aspectos. Destaca-se</p><p>a importância de ações sustentáveis ao longo de todas as fases das construções,</p><p>visando potencializar a viabilidade, reduzir impactos e proporcionar uma boa qualidade</p><p>de vida para as atuais e futuras gerações (SEVERIANO, 2021).</p><p>13.1 Sustentabilidade na Construção Civil - Histórico e Conceitos</p><p>É evidente que em todas as áreas de estudo existem abordagens para conceber</p><p>um modo sustentável de vida, visando preservar a Terra para as gerações futuras.</p><p>A engenharia civil, especialmente</p><p>na construção civil, não foge a essa prerrogativa.</p><p>Segundo Agopyan e John (2011), ao analisarem os desafios da sustentabilidade na</p><p>construção civil, destacam que este setor é responsável por reconfigurar toda a estrutura</p><p>e ambiente ao seu redor, criando novos espaços. Assim, é crucial realizar estudos</p><p>prévios, avaliações e projetos que busquem a melhor adaptação ao meio, causando</p><p>o mínimo impacto ambiental possível.</p><p>Figura 2: Sustentabildiade</p><p>Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/%C3%ADcones-de-sustentabilidade-%C3%ADcones-5924492/</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 139</p><p>De acordo com Agopyan e John (2011), dados do Conselho Internacional da</p><p>Construção revelam que, em 2014, a indústria da construção era o setor que mais</p><p>consumia recursos naturais no mundo, com a energia sendo o recurso mais significativo.</p><p>Além disso, mais de 50% dos resíduos gerados pela atividade humana eram provenientes</p><p>da construção.</p><p>A discussão sobre sustentabilidade na construção civil começou publicamente no</p><p>final dos anos 80, dentro do conceito de desenvolvimento sustentável apresentado no</p><p>Relatório Brundtland, pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento</p><p>das Nações Unidas - CMMAD (CORREA, 2009). Este relatório destacou a desigualdade</p><p>mundial como uma das principais causas das crises ambientais globais.</p><p>Figura 3: Sustentabildiade</p><p>Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/reciclar-recircular-compartilhado-555645/</p><p>Meadows et.al. (1972) já indicavam nos anos 60 que o uso indiscriminado de recursos</p><p>naturais pela construção civil seria inviável no futuro, devido à falta de atenção às</p><p>técnicas de gestão de recursos desde os primórdios do setor. As discussões formais</p><p>sobre sustentabilidade foram intensificadas no final da década de 80, com a Rio 92</p><p>e a criação da Agenda 21, proporcionando diretrizes para um melhor relacionamento</p><p>entre países, recursos naturais e setores econômicos.</p><p>Apesar de ser uma das indústrias que mais consome recursos e gera resíduos,</p><p>somente no final da década de 90 a construção civil começou a abordar os problemas</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 140</p><p>de sustentabilidade de maneira mais substancial, impulsionada por movimentos</p><p>ambientalistas e estudos sistemáticos sobre os impactos da atividade.</p><p>A sustentabilidade na construção civil passou a ser amplamente discutida após</p><p>o Congresso Mundial da Construção Civil do CIB em 1998, que propôs um plano</p><p>estratégico abrangente. Em 1999, foi publicada a Agenda 21 em Sustentabilidade</p><p>na Construção Civil, abordando desafios relacionados à gestão, execução, consumo</p><p>de materiais, energia e água, impactos ambientais e questões sociais, culturais e</p><p>econômicas (AGOPYAN, 2011).</p><p>Corrêa (2009) enfatiza que a sustentabilidade deve permear todas as fases do</p><p>processo construtivo, desde a concepção até a demolição, exigindo uma abordagem</p><p>ambientalmente consciente e a consideração de aspectos e impactos ambientais em</p><p>todas as etapas. Portanto, o ambiente-economia-sociedade deve ser considerado de</p><p>forma interligada para garantir a continuidade das atividades da construção civil em</p><p>todo o mundo.</p><p>Em suma, as discussões sobre sustentabilidade na construção civil têm sido</p><p>relevantes nas últimas décadas, levando a algumas propostas e técnicas para redução</p><p>de impactos ambientais, as quais serão exploradas adiante.</p><p>13.1 Técnicas e métodos atuais para melhorar a Sustentabilidade na Construção</p><p>Civil</p><p>A seguir, serão apresentadas algumas das principais práticas sustentáveis adotadas</p><p>na construção civil. Iniciando com a técnica fundamental do telhado verde, que teve seus</p><p>primeiros modelos implementados na década de 80 e passou por aprimoramentos ao</p><p>longo dos anos. Em seguida, exploraremos técnicas relacionadas a energias renováveis,</p><p>abordando também o reaproveitamento de resíduos sólidos, e chegando finalmente</p><p>às práticas que incorporam novas tecnologias e projeções para o futuro.</p><p>13.1.1 Telhado Verde</p><p>Desenvolvido na década de 80, durante os primórdios das discussões globais sobre</p><p>sustentabilidade, o conceito de telhado verde representa uma abordagem ecológica na</p><p>qual a cobertura é adornada por uma camada de plantas. Essa iniciativa se apresenta</p><p>como uma alternativa para mitigar o escoamento de águas pluviais em ambientes</p><p>urbanos densamente povoados, nos quais o crescimento populacional expressivo,</p><p>planejado ou não, demanda soluções sustentáveis.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 141</p><p>Segundo Tassi et al. (2014), os telhados verdes podem ser configurados de diversas</p><p>maneiras, dependendo do uso pretendido e do tipo de vegetação a ser incorporada. Os</p><p>estudiosos destacam a existência de duas categorias principais de telhados verdes: os</p><p>sistemas intensivos e os extensivos. Os sistemas intensivos possuem uma camada de</p><p>solo mais profunda, variando de 15 a 90 cm, permitindo o cultivo de plantas maiores,</p><p>como arbustos e árvores, tornando-os adequados para finalidades recreativas, de lazer</p><p>e até mesmo esportivas. Embora sigam o mesmo princípio dos telhados extensivos,</p><p>esses sistemas possuem uma camada de retenção mais substancial, exigindo um</p><p>sistema de irrigação adicional, além de possibilitar a utilização da água retida na</p><p>drenagem para a irrigação das plantas.</p><p>Figura 4: Casa com telhado verde</p><p>Fonte: (Lio Simas/CASACOR) - https://casacor.abril.com.br/sustentabilidade/telhado-verde-o-que-e/</p><p>Por outro lado, os telhados extensivos são destinados a suportar plantas resistentes</p><p>a condições climáticas adversas, como secas, geadas e ventos fortes, o que os torna</p><p>coberturas mais leves. Esses telhados contribuem para reduzir os efeitos das ilhas</p><p>de calor urbanas e promovem o aumento da umidade do ambiente. Em termos de</p><p>estrutura física, apresentam uma profundidade de solo entre 5 e 15 cm, com a água</p><p>armazenada no substrato, sendo essa camada de retenção suficiente para atender às</p><p>necessidades das plantas. Em situações de climas extremos, pode ser implementado</p><p>um sistema de irrigação para períodos de intempéries.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 142</p><p>As vantagens proporcionadas pela implementação do telhado verde, conforme</p><p>destacadas pela Ecotelhado, abrangem cinco benefícios significativos.</p><p>O primeiro destaque recai sobre a economia financeira, uma vez que a água da</p><p>chuva captada pode ser empregada em diversas aplicações. Esse aproveitamento</p><p>eficiente dos recursos hídricos não apenas reduz custos, mas também contribui para</p><p>a preservação desse recurso natural.</p><p>Além disso, o telhado verde atua como isolante térmico, promovendo um ambiente</p><p>interno mais fresco durante os períodos quentes. Essa característica não apenas</p><p>proporciona conforto aos ocupantes, mas também implica em uma menor necessidade</p><p>de uso de sistemas de climatização, resultando em economia de energia.</p><p>Figura 5: Casa com telhado verde</p><p>Fonte: (Rafael Renzo/CASACOR) - https://casacor.abril.com.br/sustentabilidade/telhado-verde-o-que-e/</p><p>Outro benefício é a absorção de poluentes atmosféricos pelas plantas do telhado</p><p>verde, contribuindo para a melhoria da qualidade do ar. Essa função é especialmente</p><p>valiosa em áreas urbanas, onde a poluição do ar é uma preocupação constante.</p><p>O quarto destaque refere-se à capacidade do telhado verde em absorver o ruído,</p><p>atuando como um eficaz isolamento acústico. Isso é particularmente relevante em</p><p>ambientes urbanos movimentados, onde a redução do barulho externo pode beneficiar</p><p>a qualidade de vida dos residentes.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 143</p><p>Por fim, o telhado verde favorece a biodiversidade urbana, proporcionando um habitat</p><p>para diversas formas de vida, como insetos, aves e pequenos animais. Esse aspecto</p><p>contribui para a preservação da fauna local e cria um ambiente</p><p>mais equilibrado.</p><p>Dessa forma, a instalação do telhado verde não apenas se destaca como uma prática</p><p>sustentável, mas também oferece uma série de benefícios tangíveis que reverberam</p><p>positivamente tanto no âmbito financeiro quanto ambiental.</p><p>13.1.2 Utilização de Recursos Renováveis e Reutilização de Resíduos</p><p>Uma alternativa concreta para promover a sustentabilidade na construção civil é</p><p>a adoção da técnica de recursos renováveis. Isso se torna crucial devido à notória</p><p>demanda desse setor por recursos naturais, como água, energia e matérias-primas,</p><p>resultando em um elevado consumo energético e uma considerável geração de resíduos.</p><p>Diante desse cenário, a criação de métodos que viabilizem o uso de fontes inesgotáveis,</p><p>como a energia solar, é essencial.</p><p>Conforme destacado por Severiano (2021), o grande consumo de energia proveniente</p><p>de fontes poluentes, o desperdício de água, a produção de resíduos e a alta poluição são</p><p>desafios significativos na construção civil. Nesse contexto, os sistemas fotovoltaicos</p><p>emergem como aliados cruciais para mitigar os impactos ambientais, levando a</p><p>estabelecimento de cotas mínimas para a utilização dessa forma de energia na</p><p>construção, transformando o setor em um consumidor significativo dessa fonte.</p><p>Figura 6: Fontes de Energia Renovável</p><p>Fonte: https://ambientes.ambientebrasil.com.br/energia/fontes-de-energias-renovaveis.html</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 144</p><p>É importante ressaltar que a energia solar não apenas contribui para tornar as</p><p>construções mais sustentáveis durante sua execução, mas também agrega valor</p><p>econômico aos imóveis equipados com sistemas fotovoltaicos. Diversas são as</p><p>aplicações dessa energia renovável, podendo ser implementada tanto em construções</p><p>novas quanto em edificações antigas. Adicionalmente, as empresas que adotam práticas</p><p>sustentáveis, como o uso de energia solar, podem se beneficiar do chamado Marketing</p><p>Verde, destacando-se como organizações comprometidas com a responsabilidade</p><p>ambiental.</p><p>Outra abordagem de recurso renovável está associada ao uso eficiente da água,</p><p>que, embora não seja inesgotável, figura como uma das principais preocupações</p><p>ambientais globais. A gestão da água em canteiros de obras é uma realidade mundial,</p><p>buscando economia e reutilização em diferentes modalidades.</p><p>Segundo Severiano (2021), as águas reutilizadas podem ser classificadas em</p><p>três grupos: águas cinzas, águas negras e águas pluviais. As águas cinzas provêm</p><p>de atividades domésticas, como chuveiros, banheiros, máquinas de lavar e pias de</p><p>cozinha. Já as águas pluviais são provenientes da chuva e podem ser captadas por</p><p>calhas e ralos. A reutilização das águas cinzas, após tratamento adequado, pode</p><p>significar uma significativa redução da escassez de água urbana, minimizando o uso</p><p>de água potável. No canteiro de obras, o reuso das águas cinzas pode resultar em</p><p>uma economia substancial no consumo de água, contribuindo para a sustentabilidade</p><p>do empreendimento e atendendo a critérios de certificações de construção verde.</p><p>Por fim, destaca-se a importância da reutilização de resíduos sólidos como uma</p><p>prática abrangente e fundamental, dada sua significativa relevância. No Brasil, dados</p><p>do IPEA indicam que a construção civil gera anualmente 31 milhões de toneladas de</p><p>resíduos. A lei Nº 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos,</p><p>regula a gestão desses resíduos, destacando que o responsável pela produção é</p><p>responsável por sua destinação.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 145</p><p>Figura 7: Aproveitamento de Resíduos Sólidos</p><p>Fonte: https://portalidea.com.br/curso-gratuito-reciclagem-de-residuos-solidos</p><p>Segundo Costa (2020), apenas 30% dos resíduos sólidos gerados na construção</p><p>são reaproveitados, um número que poderia atingir 95%, resultando em uma economia</p><p>de 50% nos custos durante a obra. Nesse contexto, materiais como tijolos ecológicos,</p><p>compostos por solo-cimento, representam uma alternativa eficaz para a reutilização</p><p>de resíduos, evitando a emissão de poluentes e gases na atmosfera. Além disso, o</p><p>concreto ecológico, que utiliza resíduos em substituição aos materiais tradicionais,</p><p>surge como uma solução que não apenas protege o meio ambiente, mas também</p><p>reduz custos na construção.</p><p>Assim, a gestão eficiente de resíduos sólidos na construção civil não apenas é crucial</p><p>para a continuidade dos projetos, mas também para a sustentabilidade do setor como</p><p>um todo. Nesse contexto, a implementação de diferentes formas, técnicas e métodos</p><p>que promovem essa condição é vital para o avanço da construção civil sustentável.</p><p>13.1.3 Novas Tecnologias</p><p>O avanço das novas tecnologias tem provocado uma revolução no setor da construção</p><p>civil, promovendo uma significativa transformação no modo como as atividades são</p><p>conduzidas e influenciando positivamente a sustentabilidade ambiental. Esse impacto</p><p>é evidente em diversas frentes, desde a concepção de projetos até a execução das</p><p>obras e a gestão dos empreendimentos.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 146</p><p>Uma das áreas mais notáveis de transformação é a implementação de tecnologias</p><p>voltadas para a eficiência energética. Sistemas inteligentes de iluminação, climatização</p><p>e gestão de energia estão se tornando cada vez mais comuns, contribuindo para a</p><p>redução do consumo de eletricidade e a minimização do impacto ambiental. Além</p><p>disso, a incorporação de materiais inovadores e técnicas construtivas avançadas está</p><p>permitindo a construção de edificações mais eficientes do ponto de vista energético,</p><p>alinhando-se aos princípios da sustentabilidade.</p><p>A utilização de BIM (Building Information Modeling) é outro exemplo crucial de como</p><p>a tecnologia está influenciando positivamente a construção civil. O BIM possibilita uma</p><p>modelagem tridimensional detalhada de projetos, permitindo uma análise abrangente</p><p>e integrada de todas as fases da construção. Isso não apenas melhora a precisão</p><p>na execução, mas também otimiza o uso de recursos, reduzindo desperdícios e</p><p>promovendo práticas mais sustentáveis.</p><p>A Internet das Coisas (IoT) também desempenha um papel fundamental na construção</p><p>sustentável. Sensores e dispositivos conectados permitem o monitoramento em tempo</p><p>real do desempenho ambiental de edifícios, identificando oportunidades para otimização</p><p>do consumo de energia, gestão eficiente de resíduos e manutenção preditiva. Essa</p><p>abordagem baseada em dados contribui para uma operação mais eficiente e sustentável</p><p>das estruturas construídas.</p><p>Além disso, a impressão 3D tem emergido como uma tecnologia promissora na</p><p>construção civil, possibilitando a criação de estruturas complexas de maneira mais</p><p>rápida e econômica. Essa técnica oferece a oportunidade de reduzir significativamente</p><p>o desperdício de materiais, uma vez que permite a fabricação precisa e personalizada</p><p>de componentes, minimizando o uso excessivo de recursos.</p><p>No campo dos materiais de construção, pesquisas e desenvolvimentos constantes</p><p>têm levado à criação de produtos mais sustentáveis e ecologicamente corretos. Desde</p><p>concretos de baixa pegada de carbono até materiais reciclados e recicláveis, a inovação</p><p>tecnológica está impulsionando a indústria para opções mais amigáveis ao meio</p><p>ambiente.</p><p>Em suma, as novas tecnologias estão desempenhando um papel vital na promoção</p><p>da sustentabilidade na construção civil. Essas inovações não apenas aprimoram a</p><p>eficiência operacional, mas também permitem a adoção de práticas mais conscientes</p><p>em relação ao meio ambiente, alinhando a indústria da construção com os desafios</p><p>globais de sustentabilidade. À medida que a tecnologia continua a evoluir, é esperado</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 147</p><p>que o impacto positivo na construção civil sustentável se intensifique, contribuindo</p><p>para um futuro</p><p>mais verde e resiliente.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 148</p><p>CAPÍTULO 14</p><p>SOFT SKILLS E HARD SKILLS</p><p>DENTRO DA ENGENHARIA CIVIL</p><p>Durante nossos estudos, constatamos que a Indústria 4.0, juntamente com suas</p><p>tecnologias, encontra-se em uma fase de implementação gradual. Projetar tecnologias</p><p>específicas que possam apoiar a Indústria 4.0 e se adaptar de maneira abrangente</p><p>a todos os setores industriais representa um desafio significativo. A figura a seguir</p><p>oferece uma representação visual que delineia a essência da Indústria 4.0 e suas</p><p>interações, sendo esta concebida com base nos princípios discutidos já discutidos</p><p>e mostrados anteriormente em nossos estudos do capítulo 8 direcionando-se assim</p><p>para o contexto da Engenharia Civil 4.0.</p><p>Figura 1: Indústria 4.0 e Suas Interações</p><p>Fonte: Kovaleski (2019, p. 35)</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 149</p><p>As integrações verticais e horizontais na Engenharia Civil 4.0 acontecem de maneira</p><p>simultânea, incorporando ativamente o cliente final em todo o ciclo produtivo. Todas as</p><p>tecnologias discutidas ao longo deste capítulo são facilmente adaptáveis a qualquer</p><p>setor industrial, proporcionando aos clientes finais a oportunidade de aumentar a</p><p>interação entre a indústria e eles próprios, por meio de redes de comunicação em</p><p>tempo real e de alta velocidade. Dessa forma, a Engenharia Civil 4.0 busca alcançar</p><p>um processo produtivo altamente satisfatório e eficiente.</p><p>Por fim, é sabido que a Engenharia Civil 4.0 e suas tecnologias estão diante de</p><p>desafios ainda desconhecidos. Uma dessas incertezas diz respeito aos profissionais</p><p>que atuarão na nova era industrial. Nesse contexto, nosso tópico a seguir chamado</p><p>de “Competências dos Trabalhadores na Engenharia Civil 4.0” explora possíveis</p><p>transformações e perspectivas no ambiente de trabalho da Engenharia Civil 4.0.</p><p>14.1 Competências dos Trabalhadores na Engenharia Civil 4.0</p><p>As transformações nas revoluções industriais não se limitam apenas aos sistemas</p><p>de produção e tecnologias nas indústrias, mas também influenciam as dinâmicas de</p><p>trabalho. Na Engenharia Civil 4.0, as mudanças no cenário corporativo são evidentes,</p><p>resultando no surgimento de novas áreas de trabalho que não são inteiramente</p><p>suscetíveis à substituição pela automatização. Isso ocorre porque as competências</p><p>humanas ainda não podem ser completamente substituídas pelas máquinas (MÜLLER</p><p>et al., 2016).</p><p>Nesse contexto, esta subseção explora os conceitos e as origens das competências</p><p>no trabalho, destacando as competências hard skills e soft skills. Por fim, apresenta</p><p>estudos relacionados aos trabalhadores nas construções do futuro, abordando as</p><p>exigências quanto às suas qualificações, habilidades, competências e outros requisitos.</p><p>De forma geral, as competências dos trabalhadores originam-se e intensificam-se</p><p>(dentro da organização) por meio da Gestão de Recursos Humanos. Conforme ilustra a</p><p>figura a seguir, a Gestão de Recursos Humanos apresenta um modelo dos componentes</p><p>estratégicos e básicos dentro de uma organização, no que tange às práticas de gestão</p><p>de pessoas. O modelo explora o papel estratégico que as pessoas e as funções de</p><p>recursos humanos desempenham nas organizações (WRIGHT; DUNFORD; SNELL,</p><p>2001).</p><p>De maneira abrangente, as competências dos trabalhadores têm sua origem e</p><p>são aprimoradas, especialmente dentro de uma organização, por meio da Gestão de</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 150</p><p>Recursos Humanos (GRH). A GRH desempenha um papel crucial no desenvolvimento</p><p>e fortalecimento das competências dos colaboradores, conforme indicado no modelo</p><p>a seguir. Este modelo ilustra os componentes estratégicos e básicos relacionados às</p><p>práticas de gestão de pessoas em uma organização, evidenciando o papel estratégico</p><p>que as pessoas e as funções de recursos humanos desempenham no contexto</p><p>organizacional (WRIGHT; DUNFORD; SNELL, 2001).</p><p>A GRH não apenas gerencia as competências existentes, mas também desempenha</p><p>um papel proativo na identificação e desenvolvimento de novas habilidades que atendam</p><p>às demandas da Engenharia Civil 4.0. Ao alinhar as práticas de gestão de pessoas</p><p>com as metas estratégicas da organização, a GRH contribui para o fortalecimento</p><p>das competências necessárias para enfrentar os desafios e abraçar as oportunidades</p><p>proporcionadas pela evolução da Engenharia Civil. Essa abordagem estratégica da GRH</p><p>visa garantir que os trabalhadores estejam equipados não apenas com as competências</p><p>técnicas necessárias, mas também com as habilidades interpessoais e a adaptabilidade</p><p>essenciais para prosperar na dinâmica e inovadora Engenharia Civil 4.0.</p><p>Figura 2: Modelo dos Componentes Estratégicos e Básicos da GRH</p><p>Fonte: Adaptado de Wright, Dunford e Snell (2001)</p><p>Conforme evidenciado na anterior, o capital humano é orientado por três elementos</p><p>fundamentais: conhecimento, atitudes e habilidades. Os recursos humanos alinham as</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 151</p><p>habilidades necessárias à empresa com suas estratégias organizacionais (WRIGHT;</p><p>DUNFORD; SNELL, 2001). Segundo Guimarães (2014), o termo “habilidade” no</p><p>contexto industrial tem sua origem no conceito mais amplo de competências, que</p><p>engloba o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para atingir</p><p>objetivos específicos. Dessa forma, o conhecimento é considerado um acervo de</p><p>recursos individuais, enquanto as atitudes referem-se aos aspectos afetivos e sociais</p><p>relacionados ao trabalho. Por sua vez, as habilidades são definidas como a capacidade</p><p>de agir conforme objetivos ou processos predefinidos, envolvendo técnica e aptidão</p><p>(GUIMARÃES, 2014, p. 132).</p><p>As competências são como uma integração de vários aspectos relacionados ao</p><p>trabalho, abrangendo desde o conhecimento de princípios e técnicas específicas,</p><p>capacidades e atitudes apropriadas. Geralmente, as práticas de gestão de recursos</p><p>humanos são empregadas para aprimorar as competências dos trabalhadores. Nas</p><p>organizações, a formação e o desenvolvimento das capacidades, habilidades, atitudes</p><p>e comportamentos dos trabalhadores são fortemente influenciados pelas práticas de</p><p>recursos humanos.</p><p>Essas práticas incluem elementos essenciais como recrutamento, treinamento,</p><p>avaliação de desempenho, desenho de cargos e remuneração. As competências são</p><p>exigidas em todos os níveis de gestão, sendo que os recursos humanos aplicam</p><p>técnicas e treinamentos para aprimorar as habilidades dos trabalhadores, visando ao</p><p>sucesso no desempenho de suas funções (SWIATKIEWICZ, 2014). No contexto das</p><p>classificações de competências, neste capítulo adotamos a abordagem direcionada</p><p>para a categorização em soft skills e hard skills, conforme vamos estudar na próxima</p><p>seção.</p><p>14.2 Tipos de Competências: Hard Skills e Soft Skills</p><p>Neste capítulo, utilizou-se do conceito de hard skills e soft skills para classificar e</p><p>conceitualizar as competências em duas categorias. Essa classificação foi adaptada da</p><p>proposta de Swiatkiewicz (2014) em que classificou e reduziu o número de categorias</p><p>de competências para hard skills e soft skills</p><p>As competências técnicas (criatividade, capacidade mental e física em lidar com a</p><p>carga de trabalho, disposição para aprender novas habilidades e adaptar-se a novas</p><p>tecnologias, flexibilidade, etc.) do trabalhador são chamadas de hard skills, já as</p><p>competências comportamentais/pessoais (atitudes do trabalhador em relação ao</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 152</p><p>seu trabalho, confiabilidade, compromisso, precisão, etc.) são chamadas de soft skills.</p><p>Focar somente em hard skills ou soft skills não fornece um trabalhador completo, o</p><p>essencial é o equilíbrio do conjunto das duas competências.</p><p>As hard skills, ao contrário das</p><p>soft skills, são mais fáceis de quantificar, medir</p><p>e observar. Características como lidar com críticas, correr riscos, conviver com as</p><p>pessoas, trabalhar em equipe e desenvolver um grupo são difíceis de quantificar e</p><p>medir e exige do trabalhador mudanças de comportamento.</p><p>Alguns exemplos/características de hard skills e soft skills são apresentados na</p><p>figura mostrada a seguir.</p><p>Figura 3: Exemplos de Hard Skills e Soft Skills</p><p>Fonte: Adaptado de Boerhannoeddin e Bakare (2017)</p><p>Alguns dos atributos delineados na Figura 3 podem ser aprimorados por meio de</p><p>treinamentos, estratégias e métodos específicos que podem ser aplicados aos alunos,</p><p>visando o desenvolvimento tanto de competências técnicas (hard skills) quanto de</p><p>competências comportamentais (soft skills). A convergência dessas duas categorias de</p><p>competências é essencial para atingir o nível de qualidade necessário para se manter</p><p>competitivo, sendo que “essa qualidade depende fortemente dos recursos humanos</p><p>envolvidos e de sua capacidade de interagir positivamente para atingir um objetivo</p><p>comum: o sucesso da empresa”.</p><p>As soft skills são notoriamente difíceis de serem mensuradas no contexto</p><p>profissional, tornando-as menos tangíveis em comparação com as hard skills. Em</p><p>um estudo conduzido por Fan, Wei e Zhang (2016), a escolha entre competências</p><p>técnicas e pessoais explicou as disparidades salariais raciais nos Estados Unidos.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 153</p><p>Nesse contexto, foi observado que empregos demandando competências pessoais</p><p>apresentam remuneração mais elevada, e os indivíduos de origem negra têm uma</p><p>tendência a optar por ocupações que requerem competências técnicas.</p><p>No âmbito profissional, as soft skills, como gestão de pessoas, trabalho em equipe,</p><p>liderança, resolução de problemas e negociação, são cada vez mais requisitadas.</p><p>Enquanto as hard skills podem ser cruciais para conquistar uma vaga de emprego,</p><p>as soft skills desempenham um papel decisivo na manutenção do emprego.</p><p>14.2 O Papel do Ser Humano na Indústria 4.0</p><p>Mesmo em início da implementação, a chegada da Indústria 4.0 traz o potencial</p><p>de consequências benéficas, sobretudo para a renda e o potencial de consumo. Mas,</p><p>especula-se que estas mudanças também incutem desafios no que diz respeito às</p><p>estruturas econômicas e à estrutura do trabalho. O trabalho nas indústrias tende a sofrer</p><p>transformações, primeiramente no âmbito quantitativo do emprego, e em segundo</p><p>momento, nas estruturas das atividades de trabalho e no conjunto de competências</p><p>indispensáveis para executá-los. Esta transformação ocorre em todas as atividades</p><p>e níveis da empresa, tanto no setor operacional, quanto no estratégico.</p><p>Os sistemas industriais estão em transformação, impactando diretamente no perfil da</p><p>força de trabalho. Assim, a orientação é para trabalhar com ambientes de aprendizagem,</p><p>devido ao fato de os estudantes serem os trabalhadores do futuro, ou seja, os atuais</p><p>estudantes trabalharão no contexto da Indústria 4.0. Então, todas as partes interessadas</p><p>devem se ajustar aos novos requisitos da Indústria 4.0, reestruturando os sistemas</p><p>educacionais e com a ampliação e capacitação do conhecimento e do conjunto de</p><p>competências.</p><p>Neste cenário, as interações homem-máquina são complementares, trazendo</p><p>mudanças no perfil do trabalho dos colaboradores e resultando na exigência de</p><p>diferentes competências (DOMBROWSKI; WAGNER, 2014). A Figura 4 apresenta as</p><p>mudanças no perfil do trabalho e nas competências.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 154</p><p>Figura 4 - Mudanças no Perfil do Trabalho e Competências</p><p>Fonte: Adaptado de Kurt (2012)</p><p>Na Indústria 4.0, as formas de trabalhos colaborativos tendem a ser baseadas em</p><p>sistemas de assistências inteligentes, tecnologias combinadas à realidade aumentada e</p><p>sincronização em tempo real da indústria. A cooperação e colaboração dos funcionários</p><p>resulta em simulações de produção automatizada e aumento no desenvolvimento de</p><p>tecnologias de aprendizagem digital.</p><p>Assim, as tarefas e as qualificações dos funcionários são expandidas, aumentando</p><p>significativamente o acesso ao conhecimento. Aos antigos trabalhadores é necessário</p><p>a aceitação da Indústria 4.0 e a ampliação na capacidade de aprendizagem</p><p>(IMPLEMENTATION STRATEGY INDUSTRIE 4.0, 2016).</p><p>A Figura 5 evidencia as bases necessárias para que o trabalhador do futuro possa</p><p>estruturar as qualificações e competências necessárias no ambiente da fabricação</p><p>inteligente.</p><p>Figura 5 - Bases para a Construção das Competências e Qualificações do Funcionário do Futuro</p><p>Fonte: Adaptado de Gehrke et al. (2015)</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 155</p><p>A divisão ocorre em três faixas, a 3a faixa é a base para a 2a faixa que, por sua vez,</p><p>constitui a base para a 1a faixa. Então, para que o trabalhador do futuro obtenha as</p><p>competências e qualificações deve-se ajustar às novas tarefas que ocorrem nas empresas,</p><p>tecnologias e alterações no ambiente físico de trabalho (GEHRKE et al., 2015).</p><p>Basl (2017) afirma, diante de sua pesquisa direcionada às indústrias da República</p><p>Checa, que a maioria das empresas, cerca de 80%, tem o conhecimento da existência da</p><p>Indústria 4.0. No entanto, 56% dos funcionários destas empresas não tem conhecimento</p><p>do que significa Indústria 4.0, e somente 8% das empresas afirmaram que a Indústria</p><p>4.0 já faz parte do dia-a-dia dos funcionários. Com o crescimento na demanda de</p><p>produtos de alta qualidade, as micro e pequenas empresas ainda possuem dificuldades</p><p>quanto à adequação e aplicação das ferramentas e tecnologias da nova era industrial.</p><p>Os trabalhadores no cenário da Indústria 4.0 devem estar conectados à rede e</p><p>terem competências da tecnologia da informação. Com a interação homem-máquina</p><p>o funcionário recebe os dados rapidamente e já agrupados, assim atuando como um</p><p>sensor universal em detecção de erros. Para que isso seja possível, obtêm-se funcionários</p><p>com as qualificações necessárias para lidar com sistemas descentralizados, móveis</p><p>e autônomos (BAUER et al., 2014; WAIBEL et al., 2017).</p><p>A gestão da mudança, a adaptabilidade e a agilidade são componentes básicos</p><p>para o futuro mundo do trabalho, em que, quanto mais cedo as mudanças forem</p><p>identificadas, mais fácil é de se adaptar. Essas mudanças devem ocorrer nas estruturas</p><p>de liderança e principalmente mudanças quanto as competências e qualificações dos</p><p>funcionários. Assim, a empresa é capaz de adaptar seus processos, suas estratégias</p><p>competitivas e especialmente sua cultura organizacional. Ainda, Becker e Stern (2016)</p><p>apresenta cinco abordagens do futuro mundo do trabalho, sendo:</p><p>• De forma geral, todos os setores das empresas sofrem com a diminuição no</p><p>número total de colaboradores;</p><p>• Mudanças nas ocupações de trabalho e nos níveis de competência;</p><p>• Diminuição de tarefas fáceis e repetitivas;</p><p>• As tarefas mais complexas e informatizadas; e</p><p>• Novas tarefas complexas são criadas.</p><p>Para preparar e qualificar os trabalhadores da Indústria 4.0, propõem-se as Learning</p><p>Factories (LF), ou Fábricas de Aprendizagem. As LF são definidas como réplicas de</p><p>setores da indústria na qual ocorre aprendizagem informal, formal e não-formal e</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 156</p><p>podem serem usadas como base para pesquisa, treinamento externo (os funcionários</p><p>expandem suas competências nas áreas da “fábrica inteligente”) e educação das</p><p>tecnologias e conceitos das fábricas do futuro, ou seja, as LF auxiliam no processo</p><p>de aprendizagem e conhecimento da Indústria 4.0</p><p>A indústria está mudando da produção em massa para a produção especializada,</p><p>resultando em desafios relacionados a diferentes aspectos da produção, por exemplo,</p><p>produtividade, flexibilidade e qualidade. Para enfrentar os desafios da Indústria 4.0 os alunos</p><p>precisam adquirir novas</p><p>competências (SIMONS; ABÉ; NESER, 2017, p. 87, tradução nossa).</p><p>Para se ter sucesso na quarta revolução industrial, as empresas devem preparar seus</p><p>funcionários para essas competências, para poderem lidar com a alta complexidade</p><p>e diversidade de desafios neste novo cenário. As fábricas de aprendizagem oferecem</p><p>ótimas oportunidades para um desenvolvimento eficiente e sustentável (PRINZ et al.,</p><p>2016, p. 114, tradução nossa).</p><p>Algumas das competências exigidas aos trabalhadores pela Indústria 4.0 são</p><p>apresentadas na Figura 6.</p><p>Figura 6 - Competências Importantes Requeridas pela Indústria 4.0</p><p>Fonte: Adaptado de Prinz et al. (2016) e Simons, Abé e Neser (2017).</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 157</p><p>As competências apresentadas na Figura 6 são resultantes dos desafios</p><p>apresentados pela Indústria 4.0. Também são alguns dos pressupostos básicos para</p><p>que os trabalhadores do cenário futuro de produção saibam lidar com os desafios</p><p>propostos pelos desenvolvimentos tecnológicos e organizacionais. Primeiramente</p><p>devem ser identificadas as competências essenciais e em seguida o desenvolvimento</p><p>de novas formas de aprendizagem integrada do trabalho, por intermédio da educação</p><p>e treinamento.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 158</p><p>CAPÍTULO 15</p><p>ÉTICA, CIDADANIA,</p><p>RESPONSABILIDADE SOCIAL</p><p>E DIREITOS HUMANOS</p><p>A engenharia civil, como disciplina essencial na construção do ambiente construído,</p><p>não se limita apenas à aplicação de princípios técnicos e científicos, mas também</p><p>incorpora valores fundamentais que moldam a sociedade. Neste capítulo, exploraremos</p><p>as interconexões vitais entre ética, trabalho, cidadania, responsabilidade social e direitos</p><p>humanos no âmbito da engenharia civil. Esta abordagem transcende as estruturas</p><p>físicas que construímos, adentrando os alicerces éticos que sustentam a prática</p><p>profissional e suas implicações no contexto social.</p><p>A ética na engenharia civil não é apenas um conjunto de normas, mas um guia</p><p>moral que orienta as decisões e ações dos profissionais. Examinaremos como os</p><p>engenheiros, ao enfrentarem desafios complexos, equilibram as exigências técnicas</p><p>com considerações éticas, garantindo a integridade e a segurança dos projetos, bem</p><p>como o respeito pelos direitos humanos.</p><p>Figura 1: Ética</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 159</p><p>Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-do-conceito-de-etica-empresarial_23848333.htm#query=%C3%A9tica&position=6&from_view=search&trac</p><p>k=sph&uuid=3916dbeb-ef83-4b3c-b3fd-a8cd026957ed</p><p>No contexto do trabalho, exploraremos as dinâmicas que permeiam a atuação dos</p><p>engenheiros civis, destacando a importância da responsabilidade social e da cidadania.</p><p>Como agentes de transformação, os engenheiros têm a responsabilidade de contribuir</p><p>para o desenvolvimento sustentável, promovendo inclusão, acessibilidade e respeito</p><p>às diversidades sociais.</p><p>A cidadania, entendida aqui como o compromisso ativo com o bem comum, será</p><p>analisada no contexto da engenharia civil. Discutiremos como a prática profissional</p><p>vai além dos limites dos escritórios e canteiros de obras, influenciando diretamente o</p><p>ambiente social no qual os projetos são inseridos. A responsabilidade social, por sua</p><p>vez, será explorada como um imperativo ético, levando em consideração o impacto</p><p>ambiental, social e econômico das atividades da engenharia civil.</p><p>Por meio dessa exploração interdisciplinar, este capítulo busca enriquecer</p><p>a compreensão do papel dos engenheiros civis na construção não apenas de</p><p>infraestruturas robustas, mas de uma sociedade mais justa, ética e centrada nos</p><p>direitos humanos.</p><p>15.1 A Ética na Engenharia</p><p>Ética constitui um conjunto de princípios que orienta o comportamento humano,</p><p>muitas vezes referida como «moral», e seu estudo é frequentemente associado à</p><p>Filosofia Moral. Nessa perspectiva filosófica, a Ética é classificada como uma ciência</p><p>normativa, concentrando-se em normas de conduta humana, em contraste com ciências</p><p>formais, como Matemática e Lógica, e ciências empíricas, como Química e Física.</p><p>A natureza da ética ou moral revela características distintas em cada civilização</p><p>e cultura, sendo moldada ao longo do tempo para garantir o bem-estar dos grupos</p><p>humanos. Desde os primórdios, normas morais foram estabelecidas em resposta à</p><p>violação de tabus religiosos, à formação de hábitos que evoluíram para regras e às</p><p>leis impostas por líderes tribais para manter a harmonia.</p><p>Diferentes civilizações, como a egípcia e suméria, não desenvolveram uma ética</p><p>sistematizada, sendo influenciadas por máximas e preceitos de líderes seculares e</p><p>uma religião rigorosa. Na China, as máximas de Confúcio desempenharam o papel</p><p>de um código moral.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 160</p><p>A Igreja teve um impacto significativo no desenvolvimento dos padrões éticos,</p><p>especialmente na civilização ocidental, fundamentando-os nos escritos bíblicos,</p><p>considerados divinamente originados. No entanto, é crucial reconhecer que esses</p><p>padrões éticos são construções humanas, moldadas por tentativa e erro, e, portanto,</p><p>dinâmicas e mutáveis.</p><p>A aplicação desses padrões éticos abrange todas as esferas da sociedade, desde</p><p>a educação de crianças até a formulação de leis e o comportamento nos mercados</p><p>financeiros. Este padrão de comportamento visa minimizar o consumo excessivo de</p><p>energia, evitar a criação de dificuldades e prevenir danos à sociedade e ao ambiente. A</p><p>Ética, portanto, estabelece que uma ação ou atitude, se não contribuir para o benefício</p><p>da sociedade, também não deve prejudicá-la.</p><p>Figura 2: Ética</p><p>Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/conceito-abstrato-de-responsabilidade_12084807.htm#query=%C3%A9tica&position=3&from_view=search&track=sph</p><p>&uuid=3916dbeb-ef83-4b3c-b3fd-a8cd026957ed</p><p>Desviar-se dessas normas éticas invariavelmente resulta em conflitos e possíveis</p><p>danos. No entanto, a Ética não é absoluta, imutável e perfeita; suas mudanças</p><p>muitas vezes ocorrem pela quebra de padrões anteriores. A Ciência desempenha um</p><p>papel significativo nessas mudanças éticas, com grandes descobertas muitas vezes</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 161</p><p>desafiando padrões estabelecidos. O exemplo das leis de Newton, inicialmente recebidas</p><p>como uma manifestação da ordem divina, ilustra como a ciência pode influenciar e</p><p>remodelar as concepções éticas ao longo do tempo.</p><p>O Código de Ética dos Engenheiros, adotado por diversas instituições e conselhos</p><p>profissionais ao redor do mundo, estabelece diretrizes e princípios éticos que orientam</p><p>a conduta dos profissionais da engenharia em suas práticas profissionais. Embora</p><p>os detalhes possam variar de acordo com a região e a entidade que o promulga,</p><p>geralmente, esses códigos compartilham características comuns. A seguir, um resumo</p><p>das principais temáticas abordadas:</p><p>• Responsabilidade Profissional:</p><p>Os engenheiros são orientados a exercer suas atividades com competência,</p><p>zelando pela segurança e bem-estar públicos.</p><p>Devem cumprir padrões técnicos e científicos aplicáveis à sua área de atuação.</p><p>• Integridade e Honestidade:</p><p>É enfatizada a necessidade de agir com integridade e honestidade em todas as</p><p>interações profissionais.</p><p>Os engenheiros são instados a evitar conflitos de interesse que possam</p><p>comprometer sua imparcialidade e objetividade.</p><p>• Sustentabilidade e Meio Ambiente:</p><p>Códigos de ética geralmente incentivam práticas sustentáveis e a consideração</p><p>dos impactos ambientais nas decisões e projetos dos engenheiros.</p><p>Há um apelo para minimizar os danos ao meio ambiente e promover práticas</p><p>ecologicamente responsáveis.</p><p>• Respeito à Privacidade e Diversidade:</p><p>Os profissionais são orientados a respeitar a privacidade e a dignidade das</p><p>pessoas afetadas por seus projetos.</p><p>É enfatizado o respeito à diversidade, promovendo ambientes de trabalho</p><p>inclusivos e livres de discriminação.</p><p>• Obrigações Legais e Sociais:</p><p>Os engenheiros são instados a cumprir todas as leis e regulamentos aplicáveis</p><p>às suas atividades profissionais.</p><p>Devem considerar as implicações sociais de seus projetos e buscar o benefício</p><p>público.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 162</p><p>• Desenvolvimento Profissional:</p><p>O código encoraja a busca contínua por aprimoramento profissional e atualização</p><p>de conhecimentos.</p><p>Os engenheiros são incentivados a compartilhar conhecimentos e experiências</p><p>para contribuir para o avanço da profissão.</p><p>• Comunicação Eficaz:</p><p>A importância da comunicação clara e transparente com colegas, clientes e</p><p>público em geral é destacada.</p><p>O código enfatiza a responsabilidade dos engenheiros em divulgar informações</p><p>verdadeiras e relevantes.</p><p>Esses são apenas alguns pontos-chave presentes em códigos de ética de engenharia.</p><p>A observância desses princípios visa assegurar que os engenheiros exerçam suas</p><p>atividades de maneira ética, promovendo a confiança do público e contribuindo para</p><p>o desenvolvimento sustentável e seguro da sociedade.</p><p>15.2 A Cidadania na Engenharia</p><p>A cidadania desempenha um papel vital no contexto da Engenharia Civil,</p><p>transcendendo as práticas profissionais para abranger uma responsabilidade mais</p><p>ampla em relação à sociedade e ao meio ambiente. A atuação do engenheiro civil</p><p>vai além da simples entrega de projetos e construções; ela influencia diretamente a</p><p>qualidade de vida das comunidades e o desenvolvimento sustentável.</p><p>Em sua essência, a cidadania na Engenharia Civil reflete o compromisso do</p><p>profissional em contribuir para o bem comum e para o avanço da sociedade como</p><p>um todo. Isso se traduz em práticas que buscam não apenas atender às necessidades</p><p>imediatas de infraestrutura, mas também considerar os impactos sociais, econômicos</p><p>e ambientais a longo prazo.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 163</p><p>Figura 3: Cidadania</p><p>Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/pessoas-de-diferentes-cores-de-pele-segurando-seus-bracos_8803675.htm#query=cidadania&position=5&from_view=</p><p>search&track=sph&uuid=58110f8e-9d7b-49a9-8854-7fe2bf147208</p><p>Uma dimensão fundamental da cidadania na Engenharia Civil é a preocupação com</p><p>a segurança e o bem-estar da comunidade. Os engenheiros têm a responsabilidade</p><p>ética de garantir que suas obras sejam seguras, duráveis e atendam aos padrões</p><p>necessários para proteger a vida humana e o meio ambiente. Isso vai desde a concepção</p><p>do projeto até a execução e manutenção contínua das estruturas.</p><p>Além disso, a cidadania na Engenharia Civil manifesta-se na promoção da</p><p>acessibilidade e inclusão. Os profissionais devem considerar a diversidade da sociedade,</p><p>garantindo que suas criações sejam acessíveis a todas as pessoas, independentemente</p><p>de suas habilidades físicas ou condições socioeconômicas. Projetos que incorporam</p><p>princípios de desenho universal e acessibilidade contribuem para uma sociedade mais</p><p>justa e equitativa.</p><p>A sustentabilidade é outra dimensão crucial da cidadania na Engenharia Civil. Os</p><p>engenheiros têm a responsabilidade de minimizar os impactos ambientais de suas</p><p>atividades, adotando práticas sustentáveis desde a seleção de materiais até a gestão</p><p>de resíduos. A consideração cuidadosa dos recursos naturais e a implementação de</p><p>tecnologias ecoeficientes demonstram o comprometimento com a preservação do</p><p>meio ambiente para as gerações futuras.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 164</p><p>Assim, a cidadania na Engenharia Civil transcende o exercício da profissão,</p><p>transformando-se em um compromisso mais amplo com o progresso social, a</p><p>segurança, a acessibilidade e a sustentabilidade. Ao internalizar esses princípios, os</p><p>engenheiros contribuem significativamente para a construção de uma sociedade mais</p><p>justa, equitativa e resiliente.</p><p>15.3 Responsabilidade Social e Direitos Humanos na Engenharia</p><p>A Engenharia Civil, como disciplina fundamental para o desenvolvimento e</p><p>aprimoramento das infraestruturas que sustentam as sociedades, assume uma</p><p>posição de destaque na promoção da responsabilidade social e no respeito aos direitos</p><p>humanos. Neste contexto, é imperativo analisar como os profissionais dessa área</p><p>podem integrar esses valores em todas as fases de seus projetos, desde o planejamento</p><p>até a execução e manutenção.</p><p>Promoção da Acessibilidade e Inclusão:</p><p>A responsabilidade social na Engenharia Civil começa pela promoção da</p><p>acessibilidade e inclusão em todas as estruturas desenvolvidas. Isso inclui a</p><p>concepção de edifícios e infraestruturas que sejam acessíveis a todas as pessoas,</p><p>independentemente de suas capacidades físicas. Rampas, elevadores, calçadas</p><p>acessíveis e sinalização adequada são elementos que refletem o compromisso</p><p>com a igualdade e a dignidade de todos os cidadãos.</p><p>Segurança e Bem-Estar Comunitário:</p><p>A segurança das estruturas construídas é uma responsabilidade fundamental</p><p>dos engenheiros civis. Além de garantir a estabilidade física das construções,</p><p>a segurança inclui medidas para prevenir acidentes e desastres naturais.</p><p>A implementação de códigos de construção rigorosos e a incorporação de</p><p>tecnologias de segurança avançadas são exemplos de práticas que demonstram</p><p>o compromisso com o bem-estar da comunidade.</p><p>Sustentabilidade e Preservação Ambiental:</p><p>A preocupação com a sustentabilidade ambiental é um pilar essencial da</p><p>responsabilidade social na Engenharia Civil. Isso envolve a seleção de materiais</p><p>ecoeficientes, a gestão eficiente de resíduos e a implementação de práticas que</p><p>minimizem o impacto ambiental. Projetos que consideram a sustentabilidade</p><p>contribuem para a preservação do meio ambiente, beneficiando as comunidades</p><p>presentes e futuras.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 165</p><p>Participação Comunitária:</p><p>A responsabilidade social na Engenharia Civil também se manifesta por meio da</p><p>promoção da participação comunitária. Envolver as comunidades afetadas por</p><p>projetos desde o estágio inicial de planejamento até a implementação garante que</p><p>suas necessidades e preocupações sejam consideradas. Esse diálogo contribui</p><p>para o desenvolvimento de soluções mais adequadas e culturalmente sensíveis.</p><p>Ética na Tomada de Decisões:</p><p>A ética desempenha um papel crucial na responsabilidade social dos engenheiros</p><p>civis. Decisões éticas e transparentes são essenciais para garantir a confiança</p><p>da comunidade e a integridade de cada projeto. Isso inclui a rejeição de práticas</p><p>corruptas, a divulgação honesta de informações e a adesão a padrões éticos</p><p>rigorosos.</p><p>Quanto aos direitos humanos, a Engenharia Civil está intrinsecamente ligada</p><p>à garantia desses direitos por meio de suas atividades. Algumas considerações</p><p>específicas incluem:</p><p>Respeito aos Direitos Fundamentais:</p><p>Os engenheiros civis têm a responsabilidade de respeitar e proteger os direitos</p><p>fundamentais de todas as pessoas afetadas por seus projetos. Isso inclui o</p><p>direito à moradia, ao ambiente saudável e ao acesso a serviços básicos.</p><p>Evitar Impactos Negativos:</p><p>Na execução de projetos, é vital evitar impactos negativos nos direitos humanos</p><p>das comunidades locais. Isso pode envolver a mitigação de deslocamentos</p><p>forçados, a preservação de locais culturais significativos e a minimização de</p><p>poluição e outros riscos à saúde humana.</p><p>Equidade e Justiça Social:</p><p>A busca pela equidade e justiça social deve orientar as decisões e práticas dos</p><p>engenheiros civis. Isso inclui a distribuição justa dos benefícios e ônus dos</p><p>projetos, promovendo a igualdade de oportunidades e respeitando a diversidade</p><p>cultural.</p><p>Desenvolvimento Sustentável:</p><p>A Engenharia Civil contribui para o desenvolvimento sustentável ao garantir que</p><p>as infraestruturas atendam às necessidades do presente sem comprometer</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 166</p><p>as gerações futuras. Isso está alinhado com o princípio dos direitos humanos</p><p>relacionado ao direito ao desenvolvimento.</p><p>Figura 4: Responsabilidade social</p><p>Fonte: https://br.freepik.com/vetores-premium/equipe-colorida_2641063.htm#query=cidadania&position=12&from_view=search&track=sph&uuid=58110f8e-</p><p>9d7b-49a9-8854-7fe2bf147208</p><p>ISTO ACONTECE NA PRÁTICA</p><p>Ao integrar efetivamente a responsabilidade social e o respeito aos direitos</p><p>humanos em todas as suas práticas, os engenheiros civis desempenham um</p><p>papel vital na construção de sociedades mais justas, seguras e sustentáveis. Esse</p><p>compromisso não apenas fortalece a profissão, mas também contribui para o</p><p>avanço humano em harmonia com o meio ambiente.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 167</p><p>CONCLUSÃO</p><p>À medida que concluímos esta jornada pelos diferentes aspectos da engenharia civil,</p><p>é evidente que esta disciplina desempenha um papel fundamental na construção e</p><p>sustentação das bases da nossa sociedade moderna. Desde a concepção de projetos</p><p>inovadores até a implementação de soluções práticas para desafios complexos, os</p><p>engenheiros civis são agentes de mudança que moldam o mundo ao nosso redor.</p><p>Ao longo deste livro, exploramos os variados campos de atuação do engenheiro civil,</p><p>desde o planejamento e gestão de projetos até a incorporação de novas tecnologias e</p><p>práticas sustentáveis na construção civil. Discutimos a importância do gerenciamento</p><p>eficiente de projetos, a necessidade de adaptação às mudanças na indústria e a</p><p>crescente relevância da Engenharia Civil 4.0 na era da transformação digital.</p><p>Além disso, refletimos sobre a importância da ética profissional, da responsabilidade</p><p>social e do desenvolvimento de habilidades interpessoais para o sucesso na carreira de</p><p>engenharia civil. Reconhecemos também a crescente importância do empreendedorismo</p><p>e da inovação como motores de progresso dentro do campo.</p><p>À medida que avançamos em direção ao futuro, é essencial que os profissionais da</p><p>engenharia civil estejam preparados para enfrentar os desafios emergentes, abraçar</p><p>novas tecnologias e promover práticas sustentáveis. Devemos continuar a investir no</p><p>desenvolvimento de talentos, na pesquisa e na educação para garantir que possamos</p><p>enfrentar os desafios do amanhã com confiança e resiliência.</p><p>Em última análise, a engenharia civil não se trata apenas de construir estruturas</p><p>físicas, mas de construir um futuro melhor para as gerações vindouras. Com dedicação,</p><p>criatividade e compromisso com o bem-estar da sociedade, os engenheiros civis têm</p><p>o poder de transformar sonhos em realidade e tornar o mundo um lugar mais seguro,</p><p>sustentável e próspero para todos.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 168</p><p>ELEMENTOS COMPLEMENTARES</p><p>LIVRO</p><p>Título: TECNOLOGIAS E INOVAÇÕES NA</p><p>CONSTRUÇÃO CIVIL: OS AVANÇOS EM</p><p>TÉCNICAS, MATERIAIS E PROCESSOS DE</p><p>CONSTRUÇÃO</p><p>Autor: Matheus Barreto de Góes</p><p>Editora: Editora Científica Digital</p><p>Sinopse: Este livro apresenta inovações</p><p>na construção civil, resultado de uma</p><p>colaboração entre professores, estudantes</p><p>e pesquisadores. Cobrindo desde materiais</p><p>sustentáveis até ferramentas digitais, oferece insights e soluções práticas para</p><p>otimizar projetos. Um convite à exploração do conhecimento, visando contribuir para</p><p>o progresso sustentável do setor.</p><p>FILME</p><p>Título: Homens de Honra</p><p>Ano: 2000</p><p>Sinopse: Trata-se de um filme interessante sobre</p><p>as temáticas abordadas na engenharia civil.</p><p>“Homens de Honra” (Men of Honor), dirigido por</p><p>George Tillman Jr. e lançado em 2000, embora não</p><p>seja estritamente sobre engenharia civil, o filme</p><p>retrata valores fundamentais que são essenciais</p><p>para qualquer profissional em um campo técnico,</p><p>como a engenharia.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 169</p><p>WEB</p><p>[Neste texto proposto pelo SIENGE intitulado “Indústria 4.0 na Construção Civil – O</p><p>que você precisa saber”, temos um resumo bem abrangente a respeito dos impactos</p><p>da indústria 4.0 dentro da engenharia e da construção civil.</p><p>Link:</p><p><https://www.sienge.com.br/blog/industria-4-0-na-construcao-civil/></p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 170</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALBERS, A., et al. Challenges in implementing industry 4.0: An in-depth case study.</p><p>Proceedings of the International Conference on Competitive Manufacturing, COMA,</p><p>2016.</p><p>KANG, J., et al. A review of internet of things for smart home: challenges and</p><p>solutions. EURASIP Journal on Wireless Communications and Networking, 2016.</p><p>SHAFIQ, M., et al. Industry 4.0: A comprehensive survey. Computers and Electrical</p><p>Engineering, 2016.</p><p>BASL, J. Smart factory and its systems. Procedia Engineering, 2017.</p><p>YUE, X., et al. Cloud manufacturing: Key characteristics and applications. Computers</p><p>& Operations Research, 2015.</p><p>POSADAS, M., et al. Cloud manufacturing: A new manufacturing paradigm. Procedia</p><p>CIRP, 2015.</p><p>ANG, A., et al. The Internet of Things (IoT) in construction: A state-of-the-art</p><p>review. Journal of Information Technology in Construction, 2017.</p><p>AGOPYAN, Vahan; JOHN, Vanderley M. O desafio da sustentabilidade na construção</p><p>civil. Org. José Goldemberg. São Paulo: Bucher, 2011.</p><p>BASTOS JR, P.A. Empreendedorismo no Brasil. Brasília: SEBRAE, 2005</p><p>BAZZO, Walter Antonio; PEREIRA, Luiz Teixeira do Vale. Introdução à Engenharia –</p><p>conceitos, ferramentas e comportamentos. 4. ed. Florianópolis: Editora da UFSC, 2013.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 171</p><p>CARDOSO, Fabiane. Ciclo PDCA. Disponível em: <https://medium.com/@CrysFaby/</p><p>ciclo-pdca-f0d37bc260e2>. Acesso em: 03 de jan. de 2024.</p><p>CASTILHO, Henrique. Empreendedorismo na construção civil. 26 de maio de 2017.</p><p>Disponível em: <http://henriquecastilho.com.br/blog/empreendedorismo-construcao-</p><p>civil/>. Acesso em: 03 de jan. de 2024.</p><p>CREMASCO, M. A. Vale a pena estudar engenharia química. 2. ed. São Paulo: Blucher,</p><p>2010.</p><p>CAMPOS, Vicente Falconi. TQC: Gerenciamento da Rotina do Trabalho do Dia a</p><p>Dia. Belo Horizonte: UFMG e Fundação Christiano Ottoni. Rio de Janeiro: Bloch, 1ª</p><p>edição. 1994 (p. 114).</p><p>HOLTZAPPLE, Mark Thomas; REECE, W. Dan. Introdução à Engenharia. Rio de</p><p>Janeiro: LTC, 2014.</p><p>VERGA, E.; SOARES DA SILVA, L. F. Empreendedorismo: evolução histórica, definições</p><p>e abordagens. 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ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 172</p><p>- Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Programa de Pós-Graduação em</p><p>Engenharia de Produção, Ponta Grossa, 2019.</p><p>MATTOS, Aldo Dórea. Planejamento e controle de obras. São Paulo: Pini, (2010).</p><p>MEADOWS, D. H., MEADOWS, D. L., RANDERS, J., & BEHRENS, W. W. (1972). Limites</p><p>do crescimento: um relatório para o projeto do clube de Roma sobre o dilema da</p><p>humanidade (2a ed.). São Paulo: Perspectiva.</p><p>MILLER, T. L.; GRIMES, M. G.; MCMULLEN, J. S.; VOGUS, T. J. Venturing For Others</p><p>With Heart And Head: How Compassion Encourages Social Entrepreneurship. Academy</p><p>of Management Review, v. 37, n. 4, p. 616–640, 2012.</p><p>NETO, Artur Beck. Gestão da qualidade em logística. 2ª ed. Palhoça: UNISULVIRTUAL,</p><p>2012.</p><p>SCHUMPETER, J. Can Capitalism Survive? New York: Harper and Row, 1952. 208 p.</p><p>TASSI, et.al. 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À ENGENHARIA CIVIL</p><p>Campo de atuação profissional do Engenheiro Civil</p><p>Métodos e processos dentro da engenharia civil</p><p>Novas tecnologias construtivas, transformação digital e inovação na engenharia civil</p><p>Gerenciamento de projetos na Construção Civil</p><p>Planejamento, gestão e controle de obras de construção civil</p><p>Metodologia de análise e solução de problemas - QC Story</p><p>A Indústria 4.0 e a Engenharia Civil 4.0</p><p>O Profissional da Engenharia Civil frente ao Novo Mercado</p><p>Gestão de pessoas, trabalho em equipe e comunicação</p><p>Empreendedorismo dentro da Engenharia Civil</p><p>O processo de estudo e de pesquisa dentro da Engenharia Civil</p><p>A importância da sustentabilidade dentro da construção civil</p><p>Soft Skills e Hard Skills dentro da Engenharia Civil</p><p>Ética, cidadania, responsabilidade social e direitos humanos</p><p>do Brasil. Contribuiu</p><p>como engenheiro nas obras do Rio Carioca para o abastecimento de água no</p><p>Rio de Janeiro, na Exposição Nacional de 1908, e na construção da grande</p><p>represa do Acarape no Ceará. Gudin foi presidente de diversas instituições, como</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 20</p><p>a Associação das Estradas de Ferro do Brasil e a Companhia Paulista de Força</p><p>e Luz, além de receber reconhecimentos honorários.</p><p>c) Francisco Paes Leme de Monlevade (1861-1944): Engenheiro Civil responsável</p><p>pela pioneira eletrificação ferroviária no Brasil. Atuou como Diretor (1897) e</p><p>Inspetor Geral da Companhia Paulista de Estradas de Ferro (1907 – 1927),</p><p>introduzindo a eletrificação na linha principal da Cia Paulista, situada no interior</p><p>de São Paulo. Esse feito conferiu ao Brasil, entre 1921 e 1926, uma ferrovia</p><p>eletrificada com o sistema mais avançado da época, superando muitos outros</p><p>países.</p><p>d) Dentre outros destacados engenheiros civis brasileiros, podem-se mencionar:</p><p>Prestes Maia, Odair Grillo, Ramos de Azevedo, Teodoro Sampaio, Aarão Reis,</p><p>Figueiredo Ferraz, Lucas Nogueira Garces, Falcão Bauer, Milton Vargas, entre</p><p>muitos outros.</p><p>Entre as principais obras de engenharia civil do Brasil, podemos citar:</p><p>• Usina Hidrelétrica de Itaipu (1975-1984)</p><p>Localizada no rio Paraná, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, a Usina Hidrelétrica</p><p>de Itaipu é uma das maiores do mundo em capacidade de geração de energia. Sua</p><p>construção envolveu um esforço conjunto entre os dois países e representou um</p><p>marco na engenharia.</p><p>Figura 9: Usina de Itaipu</p><p>Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d2/Itaipu_geral.jpg/1024px-Itaipu_geral.jpg</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 21</p><p>• Ponte Rio-Niterói (1969-1974)</p><p>A Ponte Presidente Costa e Silva, mais conhecida como Ponte Rio-Niterói, é uma das</p><p>maiores pontes do Brasil, conectando a cidade do Rio de Janeiro à cidade de Niterói.</p><p>Sua construção foi um projeto desafiador de engenharia, contribuindo significativamente</p><p>para a infraestrutura de transporte na região.</p><p>Figura 10: Ponte Rio-Niterói</p><p>Fonte: https://oglobo.globo.com/rio/bairros/niteroi/noticia/2023/03/ponte-rio-niteroi-completa-49-anos-veja-imagens-marcantes.ghtml</p><p>• Plataforma de Petróleo P-51 (2002-2009</p><p>A P-51 é uma das maiores plataformas de petróleo do mundo e está localizada na</p><p>Bacia de Campos, no litoral do estado do Rio de Janeiro. Sua construção foi parte do</p><p>esforço do Brasil para expandir sua produção de petróleo e gás, representando um</p><p>projeto de grande complexidade técnica.</p><p>• Estação Espacial de Alcântara (1980s-atualidade)</p><p>A Base de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, é um centro espacial crucial</p><p>para o programa espacial brasileiro. Ao longo das últimas décadas, várias instalações</p><p>e melhorias foram realizadas, destacando-se como uma obra importante no campo</p><p>da exploração espacial.</p><p>• Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos - Terminal 3 (2012-2014)</p><p>A expansão do Terminal 3 do Aeroporto de Guarulhos, o principal aeroporto</p><p>internacional do Brasil, foi uma obra significativa para atender à crescente demanda</p><p>no setor de aviação. Envolveu a construção de modernas instalações para passageiros</p><p>e carga.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 22</p><p>• Hidrelétrica de Belo Monte (2011-atualidade)</p><p>Localizada no rio Xingu, no estado do Pará, a Usina Hidrelétrica de Belo Monte é</p><p>uma das maiores do Brasil em capacidade instalada. Sua construção envolveu desafios</p><p>ambientais e sociais, mas representa uma importante fonte de energia para o país.</p><p>Essas obras refletem a diversidade e a escala dos projetos de engenharia realizados</p><p>no Brasil ao longo dos últimos 200 anos, abrangendo setores como energia, transporte,</p><p>petróleo, aeroportos e exploração espacial.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 23</p><p>CAPÍTULO 2</p><p>CAMPO DE ATUAÇÃO</p><p>PROFISSIONAL DO</p><p>ENGENHEIRO CIVIL</p><p>A compreensão da Engenharia e a relevância do papel desempenhado pelos</p><p>engenheiros permanecem pouco difundidas entre a maioria da população, em parte</p><p>devido à falta de clareza sobre as atividades específicas desse profissional. Esse</p><p>cenário é acentuado nos últimos anos devido à proliferação de cursos especializados</p><p>em Engenharia e à entrada de profissionais oriundos dessas novas especialidades no</p><p>mercado de trabalho.</p><p>De acordo com o portal Discover Engineering, que aborda diversos aspectos</p><p>relacionados à popularização da Engenharia, 60% dos adultos afirmam não estar</p><p>bem informados sobre as responsabilidades dos engenheiros. Nesta unidade vamos</p><p>apresentar uma base sólida sobre o que caracteriza a Engenharia e como os engenheiros</p><p>conduzem suas principais atribuições. Essas informações visam fortalecer a confiança</p><p>na escolha profissional e dissipar eventuais dúvidas em relação à decisão de se tornar um</p><p>engenheiro. Também vamos nos aprofundar nas atribuições específicas da Engenharia</p><p>Civil e entender o campo de atuação profissional possível de um engenheiro civil.</p><p>Figura 1: Profissional de Engenharia</p><p>Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/energia-alternativa-eletricidade-energia-eletrica-eletronicos-19895867/</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 24</p><p>Devemos destacar que a definição comum aborda a engenharia não como uma</p><p>ciência em si, mas como uma prática profissional que se utiliza do conhecimento</p><p>científico para criar aplicações práticas. Em geral, os engenheiros, em seus ambientes</p><p>tradicionais de atuação, não são responsáveis pela descoberta científica, uma tarefa</p><p>mais associada aos físicos, químicos e biólogos. A engenharia, por sua vez, pode ser</p><p>conceituada como a criação de um mundo artificial.</p><p>Apesar dessa distinção, é importante salientar que os engenheiros não estão restritos</p><p>ao papel puramente prático, podendo também desempenhar funções científicas. Muitos</p><p>engenheiros buscam aprimorar sua formação por meio de cursos de mestrado e</p><p>doutorado, onde contribuem ativamente para o desenvolvimento de novas teorias</p><p>científicas e avanço tecnológico. Esses conhecimentos são, posteriormente, aplicados</p><p>na sociedade por outros profissionais engenheiros ao longo do tempo.</p><p>Figura 2: Engenheiros de Desenvolvimento de Produtos</p><p>Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/engenheiros-em-oficina-3862627/</p><p>A confusão entre as identidades de engenheiros e cientistas é exacerbada pela</p><p>carga horária significativa dedicada a disciplinas de matemática, física e química nos</p><p>currículos de engenharia, que abrangem as ciências naturais. Contudo, essa percepção</p><p>equivocada muitas vezes leva a mal-entendidos sobre as atividades profissionais dos</p><p>engenheiros. Uma pesquisa nos Estados Unidos revelou que apenas 18% associavam</p><p>a engenharia ao programa espacial da NASA, enquanto 68% atribuíam essa afinidade</p><p>aos cientistas. No entanto, cerca de 67% dos astronautas e quase 80% dos profissionais</p><p>no controle da NASA têm formação em engenharia.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 25</p><p>Refletindo sobre atividades como projetar naves espaciais, construir sistemas de</p><p>energia sustentável, construir edificações gigantescas, desenvolver materiais avançados</p><p>ou aprimorar estudos de mercado, fica evidente que todas essas demandas exigem</p><p>profissionais de engenharia. Essa ampla gama de aplicações destaca a versatilidade e</p><p>a essencialidade dos engenheiros em diversas áreas, indo além do estereótipo restrito</p><p>a tarefas práticas.</p><p>2.1 Competências na Engenharia</p><p>Nesta seção, serão abordados elementos relacionados à formação e às</p><p>responsabilidades profissionais dos engenheiros. Em muitos casos, além da educação</p><p>convencional em cursos de engenharia, independentemente da especialidade escolhida,</p><p>o campo de atuação do engenheiro</p><p>é amplamente influenciado pelo perfil pessoal do</p><p>indivíduo (HOLTZAPPLE, 2014).</p><p>Conforme Bazzo (2013, p. 139), “a dependência da sociedade moderna em relação</p><p>à engenharia é incontestável”. A visão sistêmica de um engenheiro bem treinado</p><p>proporciona uma compreensão refinada da realidade física, técnica, social e econômica,</p><p>interpretando sistemas de forma interconectada. A formação em engenharia não</p><p>apenas desenvolve habilidades analíticas, mas também confere aos profissionais a</p><p>capacidade de prosperar em áreas não diretamente ligadas à sua formação, como</p><p>administração e vendas.</p><p>Engenheiros podem assumir diversas funções no mercado de trabalho, atuando</p><p>como autônomos, empregados ou empresários. O profissional autônomo tem maior</p><p>autonomia na decisão sobre sua profissão, estabelecendo honorários e condições</p><p>de trabalho, muitas vezes operando em escritório próprio. O engenheiro empregado</p><p>trabalha diretamente para uma empresa, mantendo um contrato de trabalho, enquanto</p><p>o empresário é responsável por uma empresa, contratando outros profissionais com</p><p>vínculos trabalhistas (BAZZO, 2013).</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 26</p><p>Figura 3: Engenheiros no desenvolvimento de suas atividades</p><p>Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/engenheiros-olhando-para-o-blueprint-3862135/</p><p>Há uma certa confusão nas atribuições profissionais de engenheiros, técnicos</p><p>e tecnólogos. Entretanto, é essencial reforçar essas definições. A experiência dos</p><p>técnicos, que dominam detalhes práticos de processos de fabricação, sistemas e</p><p>produtos, muitas vezes pode criar desafios para engenheiros recém-graduados, mas é</p><p>fundamental reconhecer que a formação universitária prioriza a teoria sobre a prática</p><p>(BAZZO, 2013).</p><p>Embora o conhecimento adquirido em um curso universitário seja mais teórico do que</p><p>prático, em poucos anos, os engenheiros terão condições de dominar conhecimentos</p><p>técnicos e ampliar ainda mais seus conhecimentos teóricos. Os técnicos, por sua vez,</p><p>desempenham um papel vital no funcionamento de uma empresa, implementando</p><p>tecnologias, operando máquinas e contribuindo para o desenvolvimento do país. A</p><p>formação técnica, tanto de nível médio quanto superior, é crucial para a execução</p><p>eficiente de projetos e operações cotidianas (BAZZO, 2013).</p><p>Em geral, a formação do engenheiro é considerada como um bacharelado, com</p><p>duração média de 5 a 6 anos. A visão equivocada de que é preciso ser um “super gênio»</p><p>para cursar engenharia é desmistificada, pois persistência, motivação e dedicação são</p><p>requisitos essenciais. Cursos de especialização (Lato Sensu) e cursos de mestrado</p><p>e doutorado (Stricto Sensu) oferecem opções para avançar no conhecimento e na</p><p>pesquisa, com o primeiro focando em aspectos gerais e o segundo na produção de</p><p>conhecimento inovador (BAZZO, 2013).</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 27</p><p>2.2 Engenharia - As especialidades primárias (civil, elétrica, mecânica e química)</p><p>Os patamares de atuação da engenharia evoluem continuamente, muitas vezes</p><p>abrangendo diversos níveis de especialização profissional e formas de prática. Um</p><p>exemplo é a engenharia de saúde e segurança, que não constitui uma área isolada,</p><p>mas sim um patamar de especialização acessível a qualquer profissional da área de</p><p>engenharia.</p><p>Observa-se também uma eventual sobreposição nas competências de engenheiros</p><p>de diferentes áreas, devido à falta de definições claras nos limites das atribuições de</p><p>cada especialidade. Em alguns casos, interpretações ambíguas desses limites podem</p><p>ocorrer. No entanto, tais sobreposições geralmente são resultado da dinâmica da</p><p>profissão, que constantemente busca novos conhecimentos. Para lidar com possíveis</p><p>conflitos de interesse, exercer as atividades com profissionalismo e ética é a abordagem</p><p>mais apropriada. O quadro a seguir destaca algumas características de quatro grandes</p><p>ramos dentro da engenharia que chamamos de especialidades primárias.</p><p>Engenharia Atribuições Gerais Características Mercado de trabalho</p><p>Civil</p><p>- Definir esquemas de construção e materiais -</p><p>Calcular dimensões e supervisionar instalações -</p><p>Projetar e construir edifícios, usinas hidrelétricas,</p><p>rodovias, pontes - Analisar solo e subsolo para</p><p>alicerces - Atuação em projetos, construção,</p><p>fiscalização, planejamento, manutenção em</p><p>diversas áreas como materiais, estruturas,</p><p>hidráulica, transportes.</p><p>- Projetos residenciais, industriais,</p><p>pontes, barragens - Setor de hidráulica</p><p>e saneamento - Infraestrutura de</p><p>transportes - Geotecnia e estradas</p><p>Elétrica</p><p>- Projetar, construir e manter transmissores,</p><p>receptores - Elaborar sistemas de controle</p><p>e automação - Atuar em todas as etapas da</p><p>energia elétrica - Indústrias, telecomunicações,</p><p>fibra óptica</p><p>- Indústrias eletrônicas - Empresas</p><p>de projeto e instalações elétricas -</p><p>Setor de telecomunicações</p><p>Mecânica</p><p>- Projetar, instalar e manter bombas, válvulas,</p><p>máquinas - Definir instrumentos para monitorar</p><p>processos térmicos, hidráulicos - Desenvolver</p><p>turbinas, compressores, sistemas de refrigeração</p><p>- Trabalhar em indústrias têxteis, automobilísticas</p><p>- Indústrias têxteis, metalúrgicas,</p><p>siderúrgicas - Setor automobilístico</p><p>Química</p><p>- Criar produtos e processos no segmento</p><p>químico - Tratar água, esgoto, reciclar lixo -</p><p>Planejar e supervisionar operações na indústria</p><p>química</p><p>- Indústrias de borracha, celulose,</p><p>tintas, medicamentos - Setor</p><p>ambiental, controle de poluição</p><p>Tabela 1 –Características de Engenharia - Especialidades primárias.</p><p>Fonte: CREMASCO (2010)</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 28</p><p>Algumas das ferramentas essenciais para um engenheiro alcançar um desempenho</p><p>profissional excepcional incluem sua base educacional sólida e sua capacidade analítica.</p><p>Além disso, é crucial possuir um pensamento crítico para abordar as complexas</p><p>questões contemporâneas, que abrangem diversas variáveis de diferentes campos</p><p>disciplinares. Essas características são altamente valorizadas no mercado de trabalho</p><p>e devem ser constantemente aprimoradas por meio de uma educação contínua, como</p><p>destacado por Bazzo (2013).</p><p>ISTO ACONTECE NA PRÁTICA</p><p>O profissional de engenharia atual deve sintetizar o conceito de um profissional</p><p>sistêmico, no qual a habilidade conceitual envolve lidar com ideias, a habilidade</p><p>humana trata das relações interpessoais, e a habilidade técnica se concentra</p><p>na manipulação de objetos. Ao desenvolver essas habilidades de maneira</p><p>interconectada, o engenheiro se envolverá na integração do ser humano com a</p><p>sociedade, a tecnologia e nas implicações de seus serviços no comportamento</p><p>social.</p><p>A Engenharia está intrinsecamente entrelaçada com a existência das pessoas. Não</p><p>há espaço para uma dicotomia entre o aspecto humanista e o técnico. Surge a figura</p><p>do técnico enquanto ser humano, sem que isso implique no afastamento dos valores</p><p>éticos e virtuosos, nem na renúncia às suas habilidades específicas. O engenheiro</p><p>profissional deve resultar de contribuições harmoniosas. Em um conceito unificado</p><p>de sociedade e tecnologia, a questão não é humanizar o técnico ou vice-versa, mas,</p><p>sim, adaptar o espírito das pessoas à realidade que nos desafia constantemente com</p><p>rapidez e diversidade. Isso nos conduz a um futuro imprevisível, porém, plausível para</p><p>preservar o planeta para as gerações vindouras.</p><p>2.3 Caracterização e Exercício da Profissão - Engenharia Civil</p><p>O profissional engenheiro, sem dúvida, é uma figura dotada de criatividade. Ele</p><p>amálgama, soluciona problemas e inova, possibilitando a criação de novas coisas e</p><p>aprimorando as já existentes. Em comparação, os profissionais das artes também</p><p>são criativos, porém sua criatividade lida com filosofia e emoções. A criatividade na</p><p>engenharia está diretamente vinculada a objetos e resultados.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA</p><p>| 29</p><p>Figura 4: Engenheiros civis no desenvolvimento de suas atividades</p><p>Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/barragem-de-planejamento-de-engenheiro-civil-3862384/</p><p>Existem diversas definições para o termo Engenharia, sendo apresentada a definição</p><p>de Cremasco (2010, p. 5), que aborda um caráter filosófico e poético da curiosidade</p><p>humana e da busca por soluções às necessidades. Destaca-se a capacidade humana de</p><p>criar e modificar coisas como a essência da Engenharia, exemplificada pela construção</p><p>de pontes desde tempos remotos até os avanços modernos.</p><p>As atividades dos engenheiros abrangem diversas categorias, como Engenheiros</p><p>Pesquisadores, Engenheiros de Desenvolvimento, Engenheiros Projetistas, Engenheiros</p><p>de Produção, Engenheiros de Operação, Engenheiros de Vendas, Engenheiros de Gestão,</p><p>Engenheiros Consultores e Engenheiros Professores. A escolha do tipo de engenheiro</p><p>a ser, com base nas características pessoais, é uma reflexão importante.</p><p>Para preparar profissionais competentes em diversas áreas, é imperativo oferecer</p><p>cursos bem estruturados que abranjam um conjunto consistente de conhecimentos.</p><p>O papel do ensino superior vai além da resolução de problemas técnicos, incluindo</p><p>uma formação básica essencial. O engenheiro deve ser capaz não apenas de propor</p><p>soluções tecnicamente apropriadas, mas também de abordar problemas de forma</p><p>abrangente, considerando suas múltiplas dimensões.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 30</p><p>Figura 4: Engenheiros civis no desenvolvimento de suas atividades</p><p>Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/engenheira-discutindo-planos-3862385/</p><p>Conforme Bazzo (2013) destaca, ao realizar projetos como a construção de rodovias</p><p>ou indústrias, é crucial ter consciência das alterações no ecossistema local e no</p><p>contexto social da região. Um curso de engenharia, portanto, deve abranger diversas</p><p>áreas de estudo, oferecendo tanto temas técnicos quanto de formação geral.</p><p>A pesquisa em engenharia é um setor significativo, movimentando bilhões de dólares</p><p>anualmente em todo o mundo. É conduzida em universidades, laboratórios industriais,</p><p>organizações governamentais patrocinadas e institutos de pesquisa. O apoio à pesquisa</p><p>tem evoluído, com ênfase não apenas na pesquisa básica aplicada, mas também em</p><p>questões de saúde pública, produtividade industrial, soluções energéticas, impacto</p><p>ambiental e controle da produção e transporte.</p><p>Os engenheiros de pesquisa buscam novos conhecimentos ou aprimoramento do</p><p>entendimento existente, atuando na fronteira do conhecimento científico. Sua formação</p><p>requer profundo entendimento de conceitos avançados em matemática e ciências,</p><p>habilidades em raciocínio abstrato e indutivo, além da capacidade de se expressar</p><p>matematicamente e analisar experimentos.</p><p>Tratando agora especificamente da engenharia civil, a profissão de Engenheiro Civil</p><p>é regulamentada no Brasil, exigindo para sua prática a posse de um diploma de curso</p><p>superior reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) e o registro no Conselho</p><p>Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA).</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 31</p><p>Figura 5: Engenheiro civil no desenvolvimento de projetos</p><p>Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/homem-usando-macbook-pro-ligado-em-papeis-de-impressora-em-branco-110469/</p><p>A engenharia civil é uma carreira em ascensão, dada a constante expansão do</p><p>mercado de construção civil. O engenheiro civil é habilitado a conceber, gerenciar</p><p>e realizar obras e construções. Além disso, desempenha funções na avaliação da</p><p>insolação, na otimização da ventilação local e na seleção do tipo de solo mais adequado</p><p>para as construções.</p><p>Os projetos e decisões do engenheiro civil têm como objetivo principal garantir a</p><p>estabilidade da estrutura e a segurança dos usuários. Para além do desenvolvimento</p><p>de projetos estruturais e da criação de edificações, esse profissional pode atuar em</p><p>diversas áreas, como inspeção, fiscalização, perícia, saneamento e transporte.</p><p>ANOTE ISSO</p><p>Os engenheiros civis, uma vez graduados, estão capacitados para atuar em diversos</p><p>setores estratégicos para o desenvolvimento nacional. Suas responsabilidades</p><p>englobam desde o planejamento até a execução de obras estruturais, e também</p><p>incluem a gestão do segmento produtivo. Entre as áreas dessa graduação,</p><p>destaca-se como uma das mais tradicionais e reconhecidas aquela dedicada ao</p><p>gerenciamento e execução de obras, visando assegurar o adequado funcionamento</p><p>e, principalmente, a segurança dos projetos desenvolvidos.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 32</p><p>Figura 6: Engenheira civil no desenvolvimento de projetos</p><p>Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-arquiteto-arquitetura-planta-4491459/</p><p>Construção Civil: Nessa especialidade, o foco está no desenvolvimento do bem-estar</p><p>social e na preservação ambiental durante a concepção de edificações. Os profissionais</p><p>desta área envolvem-se diretamente em construções, desde a seleção de materiais</p><p>até o acabamento, abrangendo todas as etapas do processo.</p><p>Estradas e Transporte: Este é um setor abrangente da Engenharia Civil, onde os</p><p>profissionais são responsáveis pelo traçado de estradas, planejamento, construção</p><p>e manutenção de sistemas de transporte e pavimentos. A fase de projeção envolve a</p><p>seleção de materiais, considerando custo-benefício, seguida pela fase de construção,</p><p>com foco no acompanhamento da obra.</p><p>Saneamento: Relacionada ao setor público, a engenharia civil nesta área está em</p><p>alta. Os engenheiros atuam na projeção de obras essenciais para garantir o saneamento</p><p>básico à população, abrangendo sistemas de esgoto e abastecimento de água. Além</p><p>disso, estão envolvidos no licenciamento de obras, controle de impactos ambientais</p><p>e sociais, e planejamento da utilização de recursos hídricos.</p><p>Cálculo Estrutural: Além das atividades no canteiro de obras, alguns engenheiros</p><p>civis concentram-se no estudo comportamental das infraestruturas, realizando cálculos</p><p>relacionados às fundações de edificações.</p><p>Segurança do Trabalho: Nesta área, os profissionais buscam assegurar a integridade</p><p>física dos colaboradores em obras, com ênfase na prevenção de acidentes. Suas</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 33</p><p>atividades incluem fiscalização das condições de trabalho, proposição de soluções</p><p>para melhorar a segurança e treinamento dos funcionários. Também estão envolvidos</p><p>no controle da poluição para redução de riscos à saúde.</p><p>O cenário na Engenharia Civil é promissor em diversas áreas, oferecendo</p><p>oportunidades atrativas mesmo nos primeiros anos após a formação. A amplitude</p><p>de funções disponíveis nos campos de atuação é uma vantagem para aqueles que</p><p>optam por seguir essa carreira.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 34</p><p>CAPÍTULO 3</p><p>MÉTODOS E PROCESSOS</p><p>DENTRO DA ENGENHARIA CIVIL</p><p>A Engenharia Civil, como campo diversificado e abrangente, envolve uma série de</p><p>métodos e processos essenciais para o desenvolvimento, planejamento, construção e</p><p>manutenção de infraestruturas. Estes métodos formam a base para a execução eficaz</p><p>de projetos, garantindo não apenas a qualidade técnica, mas também a segurança e</p><p>a sustentabilidade ao longo do tempo.</p><p>Um dos pilares fundamentais na Engenharia Civil é a fase de planejamento, onde</p><p>profissionais empregam métodos analíticos e de tomada de decisão para conceber</p><p>projetos. Isso inclui a avaliação de variáveis como condições do solo, topografia,</p><p>regulamentações locais e considerações ambientais. A modelagem computacional e o</p><p>uso de softwares especializados desempenham um papel significativo nesse processo,</p><p>permitindo a visualização e análise detalhada de estruturas e sistemas complexos.</p><p>Figura 1: Método dentro da Engenharia Civil</p><p>Fonte:</p><p>https://br.freepik.com/vetores-gratis/engenheiros-de-ilustracao-isometrica-trabalhando-na-construcao_13109147.htm#query=m%C3%A9todos%20</p><p>construtivos&position=0&from_view=search&track=ais&uuid=e8a05cfd-e7fd-4109-8709-08afc04382df</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 35</p><p>Na fase de construção, métodos eficientes de gerenciamento de projetos são</p><p>aplicados para coordenar equipes, alocar recursos e garantir o cumprimento de prazos.</p><p>A utilização de tecnologias avançadas, como BIM (Building Information Modeling),</p><p>contribui para uma comunicação mais eficaz entre os diferentes stakeholders do</p><p>projeto, resultando em processos mais integrados.</p><p>Ao longo do ciclo de vida de uma estrutura, métodos de inspeção e monitoramento</p><p>são empregados para avaliar a integridade e o desempenho. Isso pode incluir técnicas</p><p>de análise estrutural, testes não destrutivos e monitoramento contínuo por meio de</p><p>sensores. A manutenção preventiva, baseada em dados obtidos desses métodos, é</p><p>vital para prolongar a vida útil das estruturas e evitar falhas inesperadas.</p><p>Além disso, a Engenharia Civil está cada vez mais focada em métodos inovadores e</p><p>sustentáveis, visando reduzir o impacto ambiental e promover práticas responsáveis.</p><p>A implementação de materiais de construção ecoeficientes, a consideração de fontes</p><p>de energia renovável e a adoção de técnicas de construção sustentáveis são aspectos</p><p>cruciais dessa abordagem contemporânea.</p><p>3.1 Engenharia de Métodos dentro da Engenharia Civil</p><p>A área da Engenharia Civil possui uma disciplina denominada Engenharia de Métodos,</p><p>também conhecida como Estudo de Tempos e Movimentos, integrante da Engenharia</p><p>de Produção Civil. Seu propósito é estabelecer o tempo padrão para diversas atividades,</p><p>seja no assentamento de tijolos, rebocos, montagem de lajes, organização de materiais,</p><p>entre outros.</p><p>Figura 2: Método dentro da Engenharia Civil</p><p>Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/local-de-construcao-isometrico_7439557.htm#query=m%C3%A9todos%20construtivos&position=11&from_view=sear</p><p>ch&track=ais&uuid=e8a05cfd-e7fd-4109-8709-08afc04382df</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 36</p><p>O tempo padrão, destacado como indicador crucial, desempenha papel fundamental</p><p>na execução do balanceamento das operações, na dimensionamento da mão de obra</p><p>e na definição dos custos, entre outros aspectos estratégicos. Segundo Tálamo (2016),</p><p>a aplicação dessa disciplina expandiu-se para diversas áreas econômicas, tornando-se</p><p>um dado essencial para o planejamento empresarial.</p><p>O histórico da Engenharia de Métodos remonta a 1911, quando Frederick Winslow</p><p>Taylor publicou “Princípios da administração científica”, buscando padronizar o trabalho</p><p>e determinar os tempos das operações. Esse marco introduziu a racionalização do</p><p>trabalho, fundamentada nos princípios de planejamento, preparo, controle e execução.</p><p>A abordagem científica para medir o trabalho se tornou pública na mesma época em</p><p>que Lillian Moller Gilbreth e Frank Bunker Gilbreth começaram a estudar movimentos.</p><p>No entanto, apenas a partir de 1930, esses estudos foram combinados, originando o</p><p>conceito de estudo de tempos e movimentos.</p><p>A Engenharia de Métodos baseia-se em princípios, técnicas e ferramentas essenciais</p><p>para aumentar a produtividade, lucratividade e competitividade das empresas. Essa</p><p>disciplina concentra-se na implantação de métodos, na análise da carga de trabalho</p><p>para melhorar o rendimento e na determinação do tempo padrão de cada uma das</p><p>atividades, sendo seu objetivo final.</p><p>Figura 3: Método dentro da Engenharia Civil</p><p>Fonte: https://br.freepik.com/vetores-premium/construcao-isometrica-de-uma-casa-de-tijolos-ilustracao-em-vetor-processo-de-construcao-de-casa-construindo-</p><p>casa-com-ferramentas-e-materiais_22866806.htm#query=m%C3%A9todos%20construtivos&position=20&from_view=search&track=ais&uuid=e8a05cfd-e7fd-</p><p>4109-8709-08afc04382df</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 37</p><p>A Engenharia de Métodos é fundamentada em princípios, técnicas e ferramentas</p><p>cruciais que desempenham um papel vital no aprimoramento da produtividade,</p><p>lucratividade e competitividade das empresas. Esses elementos são estrategicamente</p><p>aplicados para otimizar processos, promover a eficiência operacional e alcançar</p><p>resultados econômicos significativos.</p><p>Principais Princípios:</p><p>Eficiência e Produtividade: A busca incessante pela eficiência nas operações é</p><p>um princípio fundamental. A Engenharia de Métodos visa aprimorar os métodos de</p><p>trabalho, reduzir desperdícios e aumentar a produtividade, contribuindo diretamente</p><p>para a eficácia organizacional.</p><p>Padronização: A padronização de processos e métodos é essencial para assegurar</p><p>consistência e qualidade. A aplicação de métodos padronizados facilita o treinamento</p><p>de colaboradores, reduzindo variações e promovendo resultados mais previsíveis.</p><p>Análise Sistemática: A abordagem sistemática na análise de processos é crucial.</p><p>A Engenharia de Métodos utiliza métodos científicos para estudar e compreender</p><p>cada etapa de uma operação, identificando oportunidades de melhoria e eficiência.</p><p>Principais Técnicas:</p><p>Estudo de Tempos e Movimentos: Essa técnica envolve a análise minuciosa do</p><p>tempo necessário para realizar uma tarefa e os movimentos envolvidos. É crucial para</p><p>determinar o tempo padrão e eliminar atividades desnecessárias.</p><p>Racionalização do Trabalho: A racionalização busca simplificar e otimizar o</p><p>trabalho. Envolve a criação de métodos mais eficientes, o uso adequado de recursos</p><p>e a eliminação de etapas redundantes.</p><p>Principais Ferramentas:</p><p>Gráficos e Diagramas: O uso de gráficos, como o diagrama de Gantt, auxilia na</p><p>visualização e planejamento de cronogramas. Essas ferramentas contribuem para o</p><p>entendimento claro dos processos e identificação de gargalos.</p><p>Análise Estatística: Ferramentas estatísticas são empregadas para avaliar dados,</p><p>como a variabilidade do tempo de execução de uma tarefa. Essa análise fornece</p><p>insights valiosos para aprimorar a consistência e a previsibilidade.</p><p>Ao aplicar esses princípios, técnicas e ferramentas, a Engenharia de Métodos</p><p>capacita as empresas a atingirem níveis mais elevados de eficiência operacional, o</p><p>que se reflete em ganhos de produtividade, redução de custos e, consequentemente,</p><p>em maior competitividade no mercado.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 38</p><p>De forma geral, os objetivos do estudo de movimentos e tempos incluem desenvolver</p><p>o sistema e método preferido, padronizá-los, determinar o tempo necessário para uma</p><p>pessoa qualificada executar uma tarefa e orientar o treinamento do trabalhador no</p><p>método preferido.</p><p>Figura 4: Método dentro da Engenharia Civil</p><p>Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/processo-de-construcao-de-casa-com-desenhos-animados-estilo-retro-de-maquinaria-de-</p><p>construcao_2874958.htm#query=m%C3%A9todos%20construtivos&position=26&from_view=search&track=ais&uuid=e8a05cfd-e7fd-4109-8709-</p><p>08afc04382df#position=26&query=m%C3%A9todos%20construtivos</p><p>A Engenharia de Métodos, embora seja uma disciplina antiga, mantém sua relevância</p><p>nos mais variados tipos de organizações devido à sua contribuição na determinação da</p><p>capacidade produtiva, padronização de processos, apoio ao planejamento de produção,</p><p>planejamento de layout, acompanhamento do desenvolvimento do colaborador,</p><p>composição do custeio, elaboração de orçamentos e promoção da melhoria contínua.</p><p>Mesmo com as inovações tecnológicas, a força humana continua sendo uma peça</p><p>fundamental dentro da engenharia civil, tornando a Engenharia de Métodos estratégica</p><p>no cenário competitivo empresarial deste segmento.</p><p>3.2 A Engenharia de Processos dentro da Engenharia Civil</p><p>A Engenharia de Processos é uma ciência derivada e atrelada à Engenharia de</p><p>Produção. Uma das principais razões da Engenharia de Processos é permitir que</p><p>recursos humanos, materiais, máquinas e informações sejam correlacionadas em</p><p>https://www.voitto.com.br/blog/artigo/engenharia-de-producao</p><p>https://www.voitto.com.br/blog/artigo/engenharia-de-producao</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 39</p><p>métodos e processos para resultar em melhor eficiência produtiva e custos mais</p><p>adequados às operações das empresas. A sua finalidade geral é garantir que meios</p><p>e métodos produtivos alcancem os objetivos traçados pela estratégia de sucesso da</p><p>empresa.</p><p>Segundo a Associação Brasileira de Engenharia de Produção, a ABEPRO, “produzir</p><p>é mais que simplesmente utilizar conhecimento científico e tecnológico. É necessário</p><p>integrar fatores de natureza diversa, atentando para critérios de qualidade, eficiência,</p><p>custos, etc.”</p><p>A Engenharia de Processos torna-se aplicável aos demais tipos de Engenharias</p><p>conhecidas: Mecânica, Civil, Elétrica, Automação, Química, Alimentos, dentre outras.</p><p>Essa correlação deve-se ao fato de que todas necessitam, de algum modo, estabelecer</p><p>métodos, processos e padrões para garantir que os requisitos de qualidade, eficiência</p><p>e custos sejam atendidos. E como a Engenharia de Processos pode e deve contribuir</p><p>para a indústria, independente de qual seja a área?</p><p>Ela deve apoiar a alta administração a converter os planos estratégicos em meios</p><p>tangíveis para serem geridos no nível tático. Além disso, transformar esses planos</p><p>em entregas mensuráveis no nível operacional para retroalimentar e validar os seus</p><p>objetivos.</p><p>No primeiro aspecto a ser considerado, a Engenharia de Processos tem a</p><p>responsabilidade e a oportunidade de realizar estudos sobre os processos existentes.</p><p>Essa abordagem visa compreender, otimizar e explorar métodos mais eficientes, com</p><p>o propósito de propor melhorias contínuas.</p><p>A Engenharia de Processos desempenha um papel crucial ao colaborar com outros</p><p>setores da Engenharia de Produção Industrial. Essa colaboração visa alcançar resultados</p><p>superiores e mais eficazes.A seguir, são apresentadas suas áreas principais:</p><p>Gestão de Sistemas de Produção e Operações</p><p>A Engenharia de Processos oferece suporte à gestão de sistemas e operações,</p><p>assegurando que metas e objetivos sejam atingidos. Isso inclui a medição da</p><p>performance de processos, sejam eles relacionados a recursos humanos, máquinas</p><p>ou informações. Exemplos de medição incluem o OEE (Overall Equipment Effectiveness),</p><p>que avalia a correlação entre qualidade, disponibilidade de equipamentos e recursos</p><p>humanos utilizados. A gestão de ferramentas e metodologias é outra área de foco</p><p>para maximizar os resultados operacionais.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 40</p><p>A Melhoria Contínua é uma prática recomendada, sendo responsabilidade da</p><p>Engenharia de Processos, que concentra informações essenciais para orientar</p><p>melhorias. A filosofia Kaizen é uma prática adotada para esse fim.</p><p>Planejamento, Programação e Controle da Produção</p><p>A Engenharia de Processos desempenha um papel crucial na busca por respostas</p><p>em aspectos como o volume total de produtos a serem produzidos, prazo de entrega,</p><p>tempo de produção por unidade e necessidade de recursos. A implementação do</p><p>Takt Time, que é a razão entre demanda e prazo de atendimento, é um ponto-chave</p><p>nesse processo. A Engenharia de Processos realiza o dimensionamento de recursos</p><p>necessários, como mão de obra, máquinas e ferramentas, para atender ao Takt Time</p><p>definido.</p><p>Gestão da Manutenção</p><p>A colaboração entre a Engenharia de Processos e a gestão da manutenção visa</p><p>garantir métodos de manutenção profissional e autônoma. A Engenharia de Processos</p><p>auxilia na identificação e solução de problemas, visando a maior disponibilidade de</p><p>equipamentos, utilizando o TPM (Manutenção Produtiva Total).</p><p>Projeto de Fábrica e de Instalações Industriais</p><p>A Engenharia de Processos desempenha um papel fundamental no projeto da</p><p>estrutura organizacional, layout e disposição de maquinários e pessoas em uma</p><p>planta fabril. O foco está em evitar desperdícios e melhorar a eficiência, especialmente</p><p>considerando os 8 tipos de desperdícios no Lean.</p><p>Processos Produtivos Discretos e Contínuos</p><p>A Engenharia de Processos atua na padronização de sequências de trabalho para</p><p>processos produtivos discretos e contínuos, garantindo eficiência e controle.</p><p>Engenharia de Métodos</p><p>Responsável por definir métodos e fluxos produtivos, a Engenharia de Métodos</p><p>utiliza ferramentas como Fluxograma de Processos, Procedimento Operacional Padrão</p><p>(POP) e Instrução de Trabalho (IT) para garantir padronização, menor custo e maior</p><p>produtividade.</p><p>A gestão eficiente dos processos de produção é essencial para reduzir custos,</p><p>melhorar a qualidade dos produtos e garantir a rapidez e confiabilidade das entregas.</p><p>O curso “Fundamentos de Planejamento e Controle da Produção” foi desenvolvido</p><p>para capacitar profissionais a compreender e aplicar práticas essenciais de PCP em</p><p>qualquer contexto empresarial, independentemente do setor ou produto. Isso inclui a</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 41</p><p>compreensão das etapas do PCP, a classificação do sistema produtivo, a avaliação</p><p>dos processos em relação aos objetivos de desempenho e a integração da estratégia</p><p>da organização com o planejamento da produção.</p><p>ISTO ACONTECE NA PRÁTICA</p><p>A Engenharia de Processos, no contexto da Engenharia Civil, refere-se à disciplina</p><p>que planeja e otimiza as sequências operacionais e fluxos de trabalho relacionados</p><p>à construção civil e infraestrutura. Este campo envolve a análise e melhoria contínua</p><p>dos métodos de construção, gestão de recursos e cronogramas. Os engenheiros</p><p>de processos na engenharia civil são responsáveis por desenvolver estratégias</p><p>eficientes para a execução de projetos, desde a concepção até a conclusão. Isso</p><p>inclui a implementação de tecnologias inovadoras, a coordenação de equipes,</p><p>a seleção de materiais e a garantia de que os processos atendam aos padrões</p><p>de qualidade e segurança. Ao integrar princípios da Engenharia de Processos na</p><p>engenharia civil, busca-se aprimorar a eficácia, reduzir custos e promover práticas</p><p>sustentáveis no ciclo de vida de projetos de construção.</p><p>Praticar uma gestão eficiente em processos de engenharia civil é fundamental para</p><p>controlar custos, garantir qualidade e cumprir prazos. A gestão bem-sucedida desses</p><p>processos depende da eficácia dos processos de gerenciamento, e aprimorar essa</p><p>gestão pode ser a chave para o sucesso em empreendimentos construtivos.</p><p>Figura 4: Engenharia de processos dentro da Engenharia Civil</p><p>Fonte: https://br.freepik.com/vetores-premium/ilustracao-de-atividade-de-construcao-de-construcao-personagens-de-desenhos-animados-trabalhador-ativo-</p><p>construir-casa-construtores-fazendo-o-trabalho-de-construcao_8733104.htm#query=m%C3%A9todos%20construtivos&position=30&from_view=search&track=ai</p><p>s&uuid=92363539-0729-44eb-ad07-ef84199f06ab</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 42</p><p>No âmbito da engenharia civil, o gerenciamento de processos é uma metodologia</p><p>adotada por empresas para aprimorar o planejamento, envolvendo um plano de ação</p><p>definido para cada etapa do trabalho. Esse método visa garantir que as atividades de</p><p>cada equipe sejam coordenadas, evitando improvisos por parte dos colaboradores.</p><p>A otimização de processos é crucial, pois impacta diretamente no alcance dos</p><p>objetivos. Por exemplo, a falta de planejamento pode resultar em atrasos significativos,</p><p>causando estresse para clientes e profissionais envolvidos. Investir na otimização</p><p>de processos significa garantir que uma obra, prevista para 30 dias, não se estenda</p><p>indefinidamente.</p><p>Para melhorar a gestão do tempo nos processos de construção civil, é essencial</p><p>seguir alguns princípios de gerenciamento:</p><p>• Elaborar um bom planejamento:</p><p>Antes do início de cada obra, é necessário um planejamento</p><p>cuidadoso, com metas</p><p>claras para cada etapa e a criação de um cronograma detalhado.</p><p>• Mapear os progressos:</p><p>Monitorar constantemente o cronograma, registrando informações detalhadas e</p><p>revisando o que foi ou não concluído ao final de cada etapa.</p><p>• Ter uma visão ampla sobre a obra:</p><p>Traçar e conectar marcos e objetivos das diferentes áreas, relacionando o fim de</p><p>cada fase com o início da próxima.</p><p>• Utilizar novas tecnologias:</p><p>Aproveitar programas que auxiliem na gestão dos processos da construção civil,</p><p>facilitando a organização e acesso às informações em tempo real.</p><p>É imperativo evitar que o tempo se torne um problema, interferindo no resultado</p><p>final da obra. O aprimoramento contínuo dos processos de gerenciamento é crucial</p><p>para assegurar eficiência, qualidade e sucesso nos projetos de engenharia civil.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 43</p><p>CAPÍTULO 4</p><p>NOVAS TECNOLOGIAS</p><p>CONSTRUTIVAS,</p><p>TRANSFORMAÇÃO</p><p>DIGITAL E INOVAÇÃO</p><p>NA ENGENHARIA CIVIL</p><p>A presença e influência da tecnologia na sociedade contemporânea são inegáveis,</p><p>e seu papel na construção civil ganha destaque como um fator determinante para o</p><p>setor. Essa tendência, que já vinha sendo observada ao longo da última década, teve</p><p>seu reconhecimento como uma realidade crescente no cenário brasileiro em 2022,</p><p>impulsionada, em parte, pela manutenção do mercado imobiliário em alta durante a</p><p>pandemia, o que beneficiou diretamente a construção civil.</p><p>Segundo estudos da Confederação Nacional da Indústria de 2021, a modernização</p><p>e investimentos em inovação foram fundamentais para evitar uma queda esperada</p><p>durante a crise global de saúde. Empresas que adotaram uma agenda sustentável</p><p>tiveram um desempenho notável, com 80% delas registrando crescimento nos últimos</p><p>dois anos. Nesse contexto, o uso de técnicas que incorporam tecnologia torna-se</p><p>crucial para otimizar o tempo e garantir a qualidade das construções.</p><p>Um exemplo notável é a Realidade Aumentada (RA), que cria uma percepção de</p><p>objetos virtuais no ambiente real em 3D. Ferramentas como EquipAR, Augment, Barcod</p><p>Scaner, AuginApp, Daulux, Morpholio e Hollolens são utilizadas com óculos, aplicativos</p><p>de celular e sensores para melhorar a percepção do cliente, fornecer treinamentos em</p><p>canteiros de obras e apresentar projetos de forma detalhada, desde o planejamento</p><p>até a decoração de interiores.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 44</p><p>Figura 1: Realidade aumentada na construção civil</p><p>Fonte: https://produtividadedomesmolado.com.br/2022/09/29/realidade-aumentada-aplicada-na-construcao-civil/</p><p>O Building Information Modeling (BIM) é outra tecnologia essencial, proporcionando</p><p>uma modelagem detalhada de construções em 3D e, atualmente, evoluindo para um</p><p>modelo 4D. Essa abordagem colaborativa permite uma interação completa entre</p><p>profissionais, mesmo à distância, facilitando a comunicação, identificação de erros</p><p>e melhorias no projeto. Softwares como Revit, Bentley, Architecture, ArchiCad, Digital</p><p>Project e Tekla Structures são amplamente utilizados nesse contexto.</p><p>A Internet das Coisas (IoT) também desempenha um papel crescente na construção</p><p>civil. Com mais de 50 bilhões de dispositivos IoT em todo o mundo desde 2018, a</p><p>aplicação da realidade virtual, monitoramento por drones e gestão remota tornam-se</p><p>cada vez mais comuns. A IoT também possibilita a projeção de sistemas integrados</p><p>para economia de recursos futuros, como acionamento de luzes, aparelhos eletrônicos</p><p>e controle da climatização remotamente, contribuindo para a sustentabilidade.</p><p>Outra inovação tecnológica em destaque é o Metaverso, considerado a evolução do</p><p>BIM. Ampliando a interação entre o real e o virtual, suas potencialidades ainda estão</p><p>sendo exploradas, mas espera-se que, assim como outras tecnologias, contribua para</p><p>a economia de recursos naturais, reuso, reciclagem e promoção da sustentabilidade na</p><p>construção civil. O uso do BIM, ao evitar retrabalho e compatibilizar todos os projetos,</p><p>desde estruturais até elétricos e hidrossanitários, destaca-se por prevenir conflitos e</p><p>falhas ainda na fase de projeto, evitando o consumo desnecessário de recursos na</p><p>execução da obra e promovendo a sustentabilidade.</p><p>Na prática, nos últimos anos, a indústria da construção civil passou por uma</p><p>transformação significativa, introduzindo tendências inovadoras para aprimorar os</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 45</p><p>projetos de construção. As projeções para 2023 apontam para a emergência de 13</p><p>novas tendências que prometem revolucionar a indústria, contribuindo para a criação</p><p>de projetos mais inteligentes, modernos e sustentáveis.</p><p>Essas tendências, além das já citadas, abrangem o aproveitamento da tecnologia</p><p>para impulsionar a eficiência, a preferência por materiais de construção sustentáveis</p><p>e a aplicação de métodos inovadores para otimizar o consumo de recursos. As</p><p>inovações, que estão se destacando globalmente, incluem a incorporação de práticas</p><p>de construção inteligentes, resultando em melhorias notáveis em segurança, eficiência</p><p>e qualidade do trabalho.</p><p>Como consequência, a contínua inovação na construção civil continuará introduzindo</p><p>mudanças substanciais na indústria, apresentando métodos novos e criativos para a</p><p>execução de projetos de construção mais seguros, eficientes e aprimorados.</p><p>A seguir, vamos falar de inovação digital, novas tecnologias construtivas/inovação</p><p>e explorar algumas destas novas tecnologias.</p><p>4.1 Cidades inteligentes</p><p>O conceito de cidades inteligentes, consolidado entre engenheiros e arquitetos,</p><p>continua a ser uma tendência relevante ao longo dos anos, utilizando a tecnologia como</p><p>ferramenta para resolver problemas e aprimorar a qualidade de vida dos habitantes</p><p>urbanos. O fascínio em torno desse conceito reside na capacidade de adaptação e</p><p>evolução à medida que as tecnologias avançam, tornando-se cada vez mais sofisticadas.</p><p>Essa evolução inteligente é impulsionada por uma série de elementos fundamentais,</p><p>como inteligência de dados, inteligência artificial, a adoção de recursos inovadores e</p><p>a otimização eficiente do uso de materiais.</p><p>Um dos pilares essenciais para compreender as cidades inteligentes é a transformação</p><p>digital sustentável. Esse aspecto destaca a incorporação de tecnologias digitais de</p><p>maneira ecologicamente responsável, visando melhorar a eficiência dos serviços urbanos</p><p>sem comprometer os recursos naturais. A integração de sistemas inteligentes de gestão</p><p>de resíduos, monitoramento de energia, e a promoção do transporte público eficiente</p><p>são exemplos de práticas que contribuem para a transformação digital sustentável.</p><p>INTRODUÇÃO A</p><p>ENGENHARIA CIVIL</p><p>PROF. ADRIANO ROGÉRIO KANTOVISCKI</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 46</p><p>Figura 2: Cidades inteligentes</p><p>Fonte: https://www.tecverde.com.br/2022/06/02/cidades-inteligentes-o-que-e-quem-sao/</p><p>Outro pilar fundamental é a busca por uma economia justa e circular nas cidades</p><p>inteligentes. Esse modelo econômico visa criar uma abordagem mais equitativa na</p><p>distribuição de recursos e oportunidades. A economia circular, por sua vez, propõe</p><p>o uso eficiente e sustentável de materiais, incentivando a reciclagem, reutilização</p><p>e redução do desperdício. Nas cidades inteligentes, isso se traduz em estratégias</p><p>como a implementação de sistemas de compartilhamento, a promoção de práticas de</p><p>consumo consciente e a criação de ecossistemas econômicos que visam a equidade</p><p>entre os diversos setores urbanos.</p><p>A dimensão ambiental e sociocultural é outro pilar crucial para as cidades inteligentes.</p><p>Esse aspecto destaca a importância de abordar questões ambientais e socioculturais de</p><p>maneira integrada e planejada. As cidades inteligentes procuram criar espaços urbanos</p><p>que estejam em sintonia com o meio ambiente, incorporando soluções inovadoras para</p><p>redução da poluição, eficiência energética e preservação de áreas verdes.</p>

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