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<p>Apostila de Argumentação Jurídica com Exemplos</p><p>Prof: Francis Jambeiro</p><p>1. Teoria da Comunicação</p><p>1.1. Elementos da Comunicação</p><p>A comunicação no direito envolve vários elementos essenciais:</p><p>• Emissor: O advogado que redige uma petição.</p><p>• Receptor: O juiz que recebe e analisa a petição.</p><p>• Mensagem: O conteúdo do pedido, fundamentação jurídica e fatos</p><p>apresentados.</p><p>• Canal: O sistema de processo eletrônico ou a entrega física da petição.</p><p>• Código: A linguagem jurídica, composta por termos técnicos e normas</p><p>específicas.</p><p>• Contexto: A situação do processo, como uma audiência de instrução ou</p><p>julgamento.</p><p>Exemplo Prático: Um advogado redige uma petição inicial de uma ação de indenização</p><p>por danos morais. O emissor (advogado) deve considerar que o receptor (juiz) precisa</p><p>entender claramente os fatos e fundamentos. O canal pode ser o processo eletrônico, e</p><p>o código utilizado deve ser claro e objetivo, respeitando a linguagem técnica do direito.</p><p>1.2. Funções da Linguagem</p><p>Cada função da linguagem cumpre um papel na comunicação jurídica:</p><p>• Função Referencial: "O contrato foi assinado em 12 de março de 2024,</p><p>conforme a cláusula terceira."</p><p>• Função Emotiva: "A ré causou profundo sofrimento ao autor, como atestado</p><p>pelos laudos psicológicos anexados."</p><p>• Função Conativa: "Requer-se que Vossa Excelência condene a ré ao</p><p>pagamento de indenização por danos morais."</p><p>• Função Fática: "Excelência, com todo o respeito, podemos avançar para o</p><p>próximo tópico?"</p><p>• Função Metalinguística: "Por ‘mora’, entende-se o atraso injustificado no</p><p>cumprimento de uma obrigação."</p><p>• Função Poética: "A justiça tarda, mas não falha – a esperança do autor repousa</p><p>na decisão de Vossa Excelência."</p><p>Exemplo Prático: Em uma petição de alimentos, a função conativa é essencial. O</p><p>advogado utiliza expressões como “requer-se” ou “solicita-se” para dirigir o pedido ao</p><p>juiz, enquanto a função referencial organiza os fatos cronologicamente para</p><p>fundamentar a necessidade dos alimentos.</p><p>2. Análise do Discurso</p><p>2.1. Teoria Sociointeracionista da Linguagem</p><p>A linguagem jurídica é moldada pela interação social. No contexto jurídico, as palavras</p><p>não são neutras e devem ser compreendidas dentro de um contexto social, histórico e</p><p>cultural.</p><p>Exemplo Prático: Em um processo trabalhista, o advogado do reclamante pode</p><p>argumentar que as condições de trabalho do cliente refletiam um cenário de</p><p>desigualdade social. A linguagem utilizada não apenas descreve os fatos, mas também</p><p>os contextualiza dentro das relações sociais e de poder, buscando influenciar a decisão</p><p>do juiz.</p><p>2.2. Domínios Discursivos</p><p>• Gêneros e Tipos Textuais: Diferenciar entre uma petição inicial (narrativa) e um</p><p>parecer jurídico (dissertativo).</p><p>• Domínios Discursivos Documental e Jurídico: A precisão e formalidade do</p><p>discurso jurídico são essenciais, e cada tipo de texto tem sua própria estrutura.</p><p>Exemplo Prático: Ao redigir uma apelação, o advogado deve seguir a estrutura do</p><p>gênero dissertativo, iniciando pela exposição dos fatos, seguido pela fundamentação</p><p>jurídica e finalizando com o pedido. A apelação deve ser redigida dentro do domínio</p><p>discursivo jurídico, onde a formalidade e a clareza são cruciais.</p><p>3. Preliminares de Comunicação e Argumentação</p><p>3.1. Comunicação "Modus Operandi"</p><p>No direito, o “modus operandi” da comunicação jurídica envolve técnicas específicas</p><p>para apresentar os argumentos de forma eficaz.</p><p>Exemplo Prático: Em uma audiência de conciliação, o advogado pode utilizar uma</p><p>linguagem mais conciliadora e evitar termos conflituosos, buscando encontrar um</p><p>terreno comum entre as partes.</p><p>3.2. Comunicação e Argumentação</p><p>A comunicação jurídica precisa ser persuasiva. A argumentação se constrói pela</p><p>combinação de fatos, provas e normas jurídicas.</p><p>Exemplo Prático: Em uma defesa criminal, o advogado argumenta que as provas</p><p>apresentadas pela acusação são insuficientes para condenar o réu. Ele utiliza a</p><p>comunicação de forma estratégica, destacando as falhas na acusação e apresentando</p><p>contraprovas.</p><p>3.3. Argumentação Objetiva</p><p>A argumentação objetiva foca nos fatos e nas provas materiais.</p><p>Exemplo Prático: Um advogado em um caso de cobrança argumenta objetivamente,</p><p>apresentando documentos como o contrato e as notas fiscais que comprovam a dívida.</p><p>3.4. Argumentação Subjetiva</p><p>A argumentação subjetiva apela para valores e emoções.</p><p>Exemplo Prático: Em um caso de divórcio litigioso, o advogado pode usar uma</p><p>argumentação subjetiva ao descrever o impacto emocional que o comportamento do</p><p>cônjuge teve sobre o cliente, buscando sensibilizar o juiz para uma decisão mais</p><p>favorável.</p><p>3.5. Comunicação Conflitual</p><p>Em situações de conflito, a comunicação pode ser usada para desarmar tensões ou</p><p>para expor divergências de forma estratégica.</p><p>Exemplo Prático: Em uma audiência de instrução em um processo trabalhista, o</p><p>advogado do reclamante pode adotar uma postura mais assertiva para contestar as</p><p>alegações da defesa, utilizando a comunicação para fortalecer a posição do cliente.</p><p>4. Lógica Formal e Material no Raciocínio Jurídico</p><p>4.1. Lógica Formal</p><p>A lógica formal se baseia na estrutura correta do raciocínio.</p><p>Exemplo Prático: “Se todos os contratos são vinculativos e o contrato entre as partes</p><p>é válido, então o contrato deve ser cumprido.” Este argumento segue a lógica formal,</p><p>onde a conclusão decorre logicamente das premissas.</p><p>4.2. Lógica Material</p><p>A lógica material considera a verdade das premissas.</p><p>Exemplo Prático: “O contrato é inválido porque a assinatura foi falsificada.” Aqui, a</p><p>argumentação depende da veracidade da premissa de que a assinatura é, de fato,</p><p>falsificada.</p><p>4.3. Utilidade e Limites no Raciocínio Jurídico</p><p>Ambas as lógicas têm seu papel no direito, mas a aplicação deve ser cuidadosa para</p><p>evitar erros.</p><p>Exemplo Prático: Em um recurso, um advogado pode apontar que a decisão de</p><p>primeira instância foi baseada em um raciocínio logicamente inválido (erro de lógica</p><p>formal) ou em premissas factualmente incorretas (erro de lógica material).</p><p>4.4. Exemplos Práticos</p><p>Exemplo de Lógica Formal: “Todos os homens são mortais. Sócrates é homem. Logo,</p><p>Sócrates é mortal.” Exemplo de Lógica Material: “O réu estava fora do país na data do</p><p>crime. Portanto, ele não poderia ter cometido o crime.” (Aqui, a premissa material é</p><p>verificável e pode ser contestada).</p><p>5. Técnicas para Tratamento de Autoridades e Endereçamento de Petições e</p><p>Cartas Oficiais</p><p>5.1. Tratamento de Autoridades</p><p>O tratamento adequado das autoridades é essencial em qualquer peça jurídica.</p><p>Exemplo Prático: “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 1ª Vara Cível da</p><p>Comarca de Salvador – Bahia.” Este é o tratamento correto ao dirigir-se a um juiz em</p><p>uma petição inicial.</p><p>5.2. Endereçamento de Petições e Cartas</p><p>O endereçamento precisa ser claro e formal.</p><p>Exemplo Prático: Ao redigir uma petição ao Supremo Tribunal Federal, o advogado</p><p>deve utilizar o endereçamento “Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal</p><p>Federal.”</p><p>6. Técnicas para Exposição de Fatos, Relatórios e Descrições</p><p>6.1. Exposição de Fatos</p><p>A exposição dos fatos deve ser clara, cronológica e completa.</p><p>Exemplo Prático: Em uma ação de despejo, o advogado deve expor os fatos desde o</p><p>início da locação, passando pela inadimplência do inquilino, até a tentativa de resolver</p><p>a questão amigavelmente, antes de recorrer ao Judiciário.</p><p>6.2. Relatórios e Descrições</p><p>Os relatórios devem ser objetivos e completos.</p><p>Exemplo Prático: Em um relatório de vistoria para uma ação de demarcação de terras,</p><p>o perito deve descrever detalhadamente as condições do terreno, as medições</p><p>realizadas e as marcas identificadas, sem incluir opiniões pessoais.</p><p>7. Técnicas para Relatório de Fatos e Fundamentos</p><p>7.1. Fundamentação de Peças</p><p>A fundamentação deve estar ancorada em normas, jurisprudência e doutrina.</p><p>Exemplo Prático: Em uma contestação trabalhista, o advogado</p><p>pode fundamentar a</p><p>defesa na súmula 331 do TST, argumentando que a empresa não possui</p><p>responsabilidade subsidiária pelos débitos trabalhistas da prestadora de serviços.</p><p>7.2. Instrumentos Jurídicos</p><p>Os instrumentos jurídicos precisam seguir as normas de redação técnica.</p><p>Exemplo Prático: Na elaboração de um contrato de prestação de serviços, o advogado</p><p>deve assegurar que todas as cláusulas estejam de acordo com o Código Civil, evitando</p><p>ambiguidades que possam gerar conflitos futuros.</p><p>8. Técnica para Elaboração de Pedidos</p><p>8.1. Elaboração de Pedidos</p><p>O pedido deve ser claro e objetivo, refletindo o que foi fundamentado.</p><p>Exemplo Prático: “Ante o exposto, requer-se a condenação da ré ao pagamento de R$</p><p>50.000,00 a título de indenização por danos materiais, devidamente corrigidos e</p><p>acrescidos de juros legais desde a data do fato.”</p><p>9. Parte Dispositiva de Textos Oficiais</p><p>9.1. Redação da Parte Dispositiva</p><p>A parte dispositiva é onde o julgador exprime a sua decisão, de forma clara e definitiva.</p><p>Exemplo Prático: “Isto posto, julgo procedente o pedido, condenando a ré ao</p><p>pagamento de R$ 50.000,00 ao autor, a título de indenização por danos materiais,</p><p>corrigidos monetariamente e acrescidos de juros legais desde a data do evento danoso.”</p><p>10. Instrumentos Públicos</p><p>10.1. Instrumentos Públicos</p><p>A redação de instrumentos públicos requer rigor técnico e observância das formalidades</p><p>legais.</p><p>Exemplo Prático: Ao redigir uma escritura pública de compra e venda de imóvel, o</p><p>tabelião deve incluir todas as informações necessárias, como a identificação das partes,</p><p>a descrição do imóvel, o valor da transação, e as condições de pagamento, seguindo</p><p>estritamente as normas do Código Civil.</p><p>Essa apostila não só oferece uma base teórica para a compreensão dos temas de</p><p>argumentação jurídica, mas também exemplifica como aplicar essas técnicas na prática</p><p>jurídica diária. Os exemplos práticos ilustram como cada conceito pode ser usado de</p><p>forma eficaz na construção de peças processuais e na comunicação jurídica.</p><p>4o</p><p>Você disse:</p><p>refaça informando onde existir disposição legal o artigo referente ao exemplo</p><p>O ChatGPT disse:</p><p>ChatGPT</p><p>Apostila de Argumentação Jurídica com Exemplos e Referências Legais</p><p>1. Teoria da Comunicação</p><p>1.1. Elementos da Comunicação</p><p>A comunicação no direito envolve vários elementos essenciais:</p><p>• Emissor: O advogado que redige uma petição.</p><p>• Receptor: O juiz que recebe e analisa a petição.</p><p>• Mensagem: O conteúdo do pedido, fundamentação jurídica e fatos</p><p>apresentados.</p><p>• Canal: O sistema de processo eletrônico ou a entrega física da petição.</p><p>• Código: A linguagem jurídica, composta por termos técnicos e normas</p><p>específicas.</p><p>• Contexto: A situação do processo, como uma audiência de instrução ou</p><p>julgamento.</p><p>Exemplo Prático: Um advogado redige uma petição inicial de uma ação de indenização</p><p>por danos morais. O emissor (advogado) deve considerar que o receptor (juiz) precisa</p><p>entender claramente os fatos e fundamentos. O canal pode ser o processo eletrônico, e</p><p>o código utilizado deve ser claro e objetivo, respeitando a linguagem técnica do direito.</p><p>1.2. Funções da Linguagem</p><p>Cada função da linguagem cumpre um papel na comunicação jurídica:</p><p>• Função Referencial: "O contrato foi assinado em 12 de março de 2024,</p><p>conforme a cláusula terceira." (Art. 104 do Código Civil - requisitos de validade</p><p>dos negócios jurídicos).</p><p>• Função Emotiva: "A ré causou profundo sofrimento ao autor, como atestado</p><p>pelos laudos psicológicos anexados." (Art. 186 do Código Civil - ato ilícito).</p><p>• Função Conativa: "Requer-se que Vossa Excelência condene a ré ao</p><p>pagamento de indenização por danos morais." (Art. 927 do Código Civil -</p><p>obrigação de reparar o dano).</p><p>• Função Fática: "Excelência, com todo o respeito, podemos avançar para o</p><p>próximo tópico?"</p><p>• Função Metalinguística: "Por ‘mora’, entende-se o atraso injustificado no</p><p>cumprimento de uma obrigação." (Art. 394 do Código Civil - mora).</p><p>• Função Poética: "A justiça tarda, mas não falha – a esperança do autor repousa</p><p>na decisão de Vossa Excelência."</p><p>Exemplo Prático: Em uma petição de alimentos, a função conativa é essencial. O</p><p>advogado utiliza expressões como “requer-se” ou “solicita-se” para dirigir o pedido ao</p><p>juiz, enquanto a função referencial organiza os fatos cronologicamente para</p><p>fundamentar a necessidade dos alimentos (Art. 1.694 do Código Civil - direito aos</p><p>alimentos).</p><p>2. Análise do Discurso</p><p>2.1. Teoria Sociointeracionista da Linguagem</p><p>A linguagem jurídica é moldada pela interação social. No contexto jurídico, as palavras</p><p>não são neutras e devem ser compreendidas dentro de um contexto social, histórico e</p><p>cultural.</p><p>Exemplo Prático: Em um processo trabalhista, o advogado do reclamante pode</p><p>argumentar que as condições de trabalho do cliente refletiam um cenário de</p><p>desigualdade social. A linguagem utilizada não apenas descreve os fatos, mas também</p><p>os contextualiza dentro das relações sociais e de poder, buscando influenciar a decisão</p><p>do juiz (Art. 7º da Constituição Federal - direitos dos trabalhadores urbanos e rurais).</p><p>2.2. Domínios Discursivos</p><p>• Gêneros e Tipos Textuais: Diferenciar entre uma petição inicial (narrativa) e um</p><p>parecer jurídico (dissertativo).</p><p>• Domínios Discursivos Documental e Jurídico: A precisão e formalidade do</p><p>discurso jurídico são essenciais, e cada tipo de texto tem sua própria estrutura.</p><p>Exemplo Prático: Ao redigir uma apelação, o advogado deve seguir a estrutura do</p><p>gênero dissertativo, iniciando pela exposição dos fatos, seguido pela fundamentação</p><p>jurídica e finalizando com o pedido. A apelação deve ser redigida dentro do domínio</p><p>discursivo jurídico, onde a formalidade e a clareza são cruciais (Art. 1.010 do Código de</p><p>Processo Civil - requisitos da apelação).</p><p>3. Preliminares de Comunicação e Argumentação</p><p>3.1. Comunicação "Modus Operandi"</p><p>No direito, o “modus operandi” da comunicação jurídica envolve técnicas específicas</p><p>para apresentar os argumentos de forma eficaz.</p><p>Exemplo Prático: Em uma audiência de conciliação, o advogado pode utilizar uma</p><p>linguagem mais conciliadora e evitar termos conflituosos, buscando encontrar um</p><p>terreno comum entre as partes (Art. 334 do Código de Processo Civil - audiência de</p><p>conciliação ou mediação).</p><p>3.2. Comunicação e Argumentação</p><p>A comunicação jurídica precisa ser persuasiva. A argumentação se constrói pela</p><p>combinação de fatos, provas e normas jurídicas.</p><p>Exemplo Prático: Em uma defesa criminal, o advogado argumenta que as provas</p><p>apresentadas pela acusação são insuficientes para condenar o réu. Ele utiliza a</p><p>comunicação de forma estratégica, destacando as falhas na acusação e apresentando</p><p>contraprovas (Art. 386 do Código de Processo Penal - hipóteses de absolvição).</p><p>3.3. Argumentação Objetiva</p><p>A argumentação objetiva foca nos fatos e nas provas materiais.</p><p>Exemplo Prático: Um advogado em um caso de cobrança argumenta objetivamente,</p><p>apresentando documentos como o contrato e as notas fiscais que comprovam a dívida</p><p>(Art. 784 do Código de Processo Civil - títulos executivos extrajudiciais).</p><p>3.4. Argumentação Subjetiva</p><p>A argumentação subjetiva apela para valores e emoções.</p><p>Exemplo Prático: Em um caso de divórcio litigioso, o advogado pode usar uma</p><p>argumentação subjetiva ao descrever o impacto emocional que o comportamento do</p><p>cônjuge teve sobre o cliente, buscando sensibilizar o juiz para uma decisão mais</p><p>favorável (Art. 1.573 do Código Civil - causas que tornam insuportável a vida em</p><p>comum).</p><p>3.5. Comunicação Conflitual</p><p>Em situações de conflito, a comunicação pode ser usada para desarmar tensões ou</p><p>para expor divergências de forma estratégica.</p><p>Exemplo Prático: Em uma audiência de instrução em um processo trabalhista, o</p><p>advogado do reclamante pode adotar uma postura mais assertiva para contestar as</p><p>alegações da defesa, utilizando a comunicação para fortalecer a posição do cliente (Art.</p><p>847 da CLT</p><p>- defesa e contradita).</p><p>4. Lógica Formal e Material no Raciocínio Jurídico</p><p>4.1. Lógica Formal</p><p>A lógica formal se baseia na estrutura correta do raciocínio.</p><p>Exemplo Prático: “Se todos os contratos são vinculativos e o contrato entre as partes</p><p>é válido, então o contrato deve ser cumprido.” Este argumento segue a lógica formal,</p><p>onde a conclusão decorre logicamente das premissas (Art. 104 do Código Civil -</p><p>requisitos de validade dos negócios jurídicos).</p><p>4.2. Lógica Material</p><p>A lógica material considera a verdade das premissas.</p><p>Exemplo Prático: “O contrato é inválido porque a assinatura foi falsificada.” Aqui, a</p><p>argumentação depende da veracidade da premissa de que a assinatura é, de fato,</p><p>falsificada (Art. 166, VI, do Código Civil - nulidade do negócio jurídico por vício de</p><p>consentimento).</p><p>4.3. Utilidade e Limites no Raciocínio Jurídico</p><p>Ambas as lógicas têm seu papel no direito, mas a aplicação deve ser cuidadosa para</p><p>evitar erros.</p><p>Exemplo Prático: Em um recurso, um advogado pode apontar que a decisão de</p><p>primeira instância foi baseada em um raciocínio logicamente inválido (erro de lógica</p><p>formal) ou em premissas factualmente incorretas (erro de lógica material) (Art. 489 do</p><p>Código de Processo Civil - fundamentação das decisões).</p><p>4.4. Exemplos Práticos</p><p>Exemplo de Lógica Formal: “Todos os homens são mortais. Sócrates é homem. Logo,</p><p>Sócrates é mortal.” Exemplo de Lógica Material: “O réu estava fora do país na data do</p><p>crime. Portanto, ele não poderia ter cometido o crime.” (Aqui, a premissa material é</p><p>verificável e pode ser contestada, conforme o Art. 156 do Código de Processo Penal -</p><p>prova da alegação).</p><p>5. Técnicas para Tratamento de Autoridades e Endereçamento de Petições e</p><p>Cartas Oficiais</p><p>5.1. Tratamento de Autoridades</p><p>O tratamento adequado das autoridades é essencial em qualquer peça jurídica.</p><p>Exemplo Prático: “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 1ª Vara Cível da</p><p>Comarca de Salvador – Bahia.” Este é o tratamento correto ao dirigir-se a um juiz em</p><p>uma petição inicial (Art. 319 do Código de Processo Civil - requisitos da petição inicial).</p><p>5.2. Endereçamento de Petições e Cartas</p><p>O endereçamento precisa ser claro e formal.</p><p>Exemplo Prático: Ao redigir uma petição ao Supremo Tribunal Federal, o advogado</p><p>deve utilizar o endereçamento “Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal</p><p>Federal.” (Art. 322 do Código de Processo Civil - requisitos da petição inicial).</p><p>6. Técnicas para Exposição de Fatos, Relatórios e Descrições</p><p>6.1. Exposição de Fatos</p><p>A exposição dos fatos deve ser clara, cronológica e completa.</p><p>Exemplo Prático: Em uma ação de despejo, o advogado deve expor os fatos desde o</p><p>início da locação, passando pela inadimplência do inquilino, até a tentativa de resolver</p><p>a questão amigavelmente, antes de recorrer ao Judiciário (Art. 59 da Lei 8.245/1991 -</p><p>Ação de despejo).</p><p>6.2. Relatórios e Descrições</p><p>Os relatórios devem ser objetivos e completos.</p><p>Exemplo Prático: Em um relatório de vistoria para uma ação de demarcação de terras,</p><p>o perito deve descrever detalhadamente as condições do terreno, as medições</p><p>realizadas e as marcas identificadas, sem incluir opiniões pessoais (Art. 473 do Código</p><p>de Processo Civil - laudo pericial).</p><p>7. Técnicas para Relatório de Fatos e Fundamentos</p><p>7.1. Fundamentação de Peças</p><p>A fundamentação deve estar ancorada em normas, jurisprudência e doutrina.</p><p>Exemplo Prático: Em uma contestação trabalhista, o advogado pode fundamentar a</p><p>defesa na Súmula 331 do TST, argumentando que a empresa não possui</p><p>responsabilidade subsidiária pelos débitos trabalhistas da prestadora de serviços.</p><p>7.2. Instrumentos Jurídicos</p><p>Os instrumentos jurídicos precisam seguir as normas de redação técnica.</p><p>Exemplo Prático: Na elaboração de um contrato de prestação de serviços, o advogado</p><p>deve assegurar que todas as cláusulas estejam de acordo com o Código Civil, evitando</p><p>ambiguidades que possam gerar conflitos futuros (Art. 421 do Código Civil - liberdade</p><p>contratual e sua função social).</p><p>8. Técnica para Elaboração de Pedidos</p><p>8.1. Elaboração de Pedidos</p><p>O pedido deve ser claro e objetivo, refletindo o que foi fundamentado.</p><p>Exemplo Prático: “Ante o exposto, requer-se a condenação da ré ao pagamento de R$</p><p>50.000,00 a título de indenização por danos materiais, devidamente corrigidos e</p><p>acrescidos de juros legais desde a data do fato.” (Art. 322 do Código de Processo Civil</p><p>- pedido certo e determinado).</p><p>9. Parte Dispositiva de Textos Oficiais</p><p>9.1. Redação da Parte Dispositiva</p><p>A parte dispositiva é onde o julgador exprime a sua decisão, de forma clara e definitiva.</p><p>Exemplo Prático: “Isto posto, julgo procedente o pedido, condenando a ré ao</p><p>pagamento de R$ 50.000,00 ao autor, a título de indenização por danos materiais,</p><p>corrigidos monetariamente e acrescidos de juros legais desde a data do evento danoso.”</p><p>(Art. 487 do Código de Processo Civil - sentença).</p><p>10. Instrumentos Públicos</p><p>10.1. Instrumentos Públicos</p><p>A redação de instrumentos públicos requer rigor técnico e observância das formalidades</p><p>legais.</p><p>Exemplo Prático: Ao redigir uma escritura pública de compra e venda de imóvel, o</p><p>tabelião deve incluir todas as informações necessárias, como a identificação das partes,</p><p>a descrição do imóvel, o valor da transação, e as condições de pagamento, seguindo</p><p>estritamente as normas do Código Civil (Art. 108 do Código Civil - formalidade da</p><p>escritura pública).</p>