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<p>2015</p><p>Metodologia do ensino</p><p>de ginástica escolar</p><p>Profa. Rafaela Liberali</p><p>Profa. Simone Aparecida Pereira Vieira</p><p>Copyright © UNIASSELVI 2015</p><p>Elaboração:</p><p>Profa. Rafaela Liberali</p><p>Profa. Simone Aparecida Pereira Vieira</p><p>Revisão, Diagramação e Produção:</p><p>Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI</p><p>Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri</p><p>UNIASSELVI – Indaial.</p><p>796.41</p><p>L695m Liberali, Rafaela</p><p>Metodologia do ensino de ginástica escolar/ Rafaela</p><p>Liberali; Simone Aparecida Pereira Vieira. Indaial : UNIASSELVI, 2015.</p><p>216 p. : il.</p><p>ISBN 978-85-7830-937-4</p><p>1. Ginástica – Aptidão Física.</p><p>I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.</p><p>Impresso por:</p><p>III</p><p>apresentação</p><p>Bem-vindo à disciplina Metodologia do Ensino da Ginástica</p><p>Escolar. Esse é o nosso Livro Didático, material elaborado com o objetivo</p><p>de contribuir para a realização de seus estudos e para a ampliação de seus</p><p>conhecimentos sobre a ginástica escolar, caracterizando o movimento</p><p>humano e aprofundando o conhecimento sobre a ginástica no ambiente</p><p>escolar, e proporcionar reflexão sobre outras perspectivas de sua aplicação</p><p>no espaço educacional em geral.</p><p>Ao longo da leitura deste Livro Didático, você irá adquirir</p><p>conhecimento sobre os valores fundamentais que permitam ao profissional</p><p>desenvolver atividades de ginástica na escola mediante um maior</p><p>entendimento da criança na compreensão do seu movimento, do seu corpo,</p><p>para que possa usá-lo com maior inteligência, autonomia, responsabilidade</p><p>e sensibilidade. Compreender a estrutura e o funcionamento corporal e a</p><p>investigação do movimento humano, nas diversas técnicas e modalidades de</p><p>ginástica escolar.</p><p>Neste Livro Didático, você, futuro educador, encontrará condições</p><p>para vivenciar, através da prática da ginástica, um meio de aprendizagem</p><p>necessário para o desenvolvimento, aperfeiçoamento e compreensão,</p><p>proporcionando consciência da sua manifestação pessoal e cultural, respeito,</p><p>autoestima, valor integral, soberania, igualdade, subjetividade e empatia, de</p><p>maneira ampla e com condições de ofertar à sociedade um trabalho educativo</p><p>com qualidade.</p><p>Desejo a você um bom trabalho e que aproveite ao máximo o estudo</p><p>dos temas abordados nesta disciplina.</p><p>Bons estudos e sucesso!</p><p>Professora Rafaela Liberali</p><p>Professora Simone Vieira</p><p>IV</p><p>Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto</p><p>para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há</p><p>novidades em nosso material.</p><p>Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é</p><p>o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um</p><p>formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.</p><p>O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova</p><p>diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também</p><p>contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.</p><p>Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente,</p><p>apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade</p><p>de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.</p><p>Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para</p><p>apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto</p><p>em questão.</p><p>Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas</p><p>institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa</p><p>continuar seus estudos com um material de qualidade.</p><p>Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de</p><p>Desempenho de Estudantes – ENADE.</p><p>Bons estudos!</p><p>NOTA</p><p>Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos</p><p>materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais</p><p>os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais</p><p>que possuem o código QR Code, que é um código</p><p>que permite que você acesse um conteúdo interativo</p><p>relacionado ao tema que você está estudando. Para</p><p>utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos</p><p>e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar</p><p>mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!</p><p>UNI</p><p>V</p><p>VI</p><p>VII</p><p>UNIDADE 1 – RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A</p><p>GINÁSTICA NO AMBIENTE ESCOLAR .............................................................1</p><p>TÓPICO 1 – CONCEITUAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DOS TERMOS EDUCAÇÃO</p><p>FÍSICA E GINÁSTICA ..................................................................................................3</p><p>1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................3</p><p>2 A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E A GINÁSTICA .................................................................3</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................5</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................9</p><p>AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................10</p><p>TÓPICO 2 – CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA ...................................................15</p><p>1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................15</p><p>2 SÍNTESE DA CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA GINÁSTICA: DA PRÉ-HISTÓRIA</p><p>À IDADE MÉDIA ...............................................................................................................................15</p><p>3 SÍNTESE DA CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA GINÁSTICA: DO RENASCIMENTO</p><p>ATÉ ATUALMENTE ...........................................................................................................................33</p><p>4 INCLUSÃO DA GINÁSTICA ESCOLAR .....................................................................................48</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................55</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................59</p><p>AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................60</p><p>UNIDADE 2 – PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A</p><p>GINÁSTICA ESCOLAR ............................................................................................65</p><p>TÓPICO 1 – A FISIOLOGIA DA GINÁSTICA ESCOLAR ...........................................................67</p><p>1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................67</p><p>2 VALÊNCIAS FÍSICAS TRABALHADAS NA GINÁSTICA ...................................................67</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................102</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................105</p><p>AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................106</p><p>TÓPICO 2 – CLASSIFICAÇÃO E MÉTODOS DA GINÁSTICA ESCOLAR ..........................109</p><p>1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................109</p><p>2 GINÁSTICA CIRCENSE ...................................................................................................................109</p><p>1960, p. 129 apud PERDOMO, 2011, p. 23).</p><p>FIGURA 37 – GINÁSTICA FRANCESA</p><p>FONTE: Disponível em: <http://irmaosol.files.wordpress.com/2008/10/ginastica-</p><p>gondomar.jpg>.Acesso em: 17 set. 2015.</p><p>TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA</p><p>45</p><p>FIGURA 38 – GINÁSTICA FRANCESA</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd174/ginastica-para-todos-nas-</p><p>escolas-de-lavras-06.jpg>. Acesso em: 17 set. 2015.</p><p>Veja os vídeos através dos links a seguir que mostram a ginástica francesa.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=r8vJYmFznDc>.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=w9qiqfhI09Q>.</p><p>DICAS</p><p>A Escola Inglesa tem o foco no esporte. O esporte moderno nasce na</p><p>Inglaterra (século XIX). Foi institucionalizado com regras precisas e formas</p><p>definidas. A ginástica era pouco difundida, o esporte foi considerado o grande</p><p>meio para promover a educação, através de jogos esportivos: organização,</p><p>regras, técnicas e padrões de conduta. Os ingleses integraram técnicas</p><p>antigas do esporte oferecendo ao mundo vários esportes, como: atletismo,</p><p>futebol, rúgbi, tênis, boxe, natação, patinagem desportiva. Thomas Arnold</p><p>criou o esporte propriamente dito e o introduziu nas escolas. Estabeleceu</p><p>regras e formas precisas de organização para as associações desportivas, os</p><p>clubes universitários, e confiou a sua organização aos alunos. O esporte tinha</p><p>características educacionais e socializantes, como a cooperação, a perseverança,</p><p>a tomada de iniciativa, o respeito às regras e ao adversário.</p><p>UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA</p><p>NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>46</p><p>FIGURA 39 – GINÁSTICA NA ESCOLA INGLESA</p><p>FONTE: Disponível em: <http://colegiobeneditopereiracardoso.zip.net/images/es.png>.</p><p>Acesso em: 17 set. 2015.</p><p>Veja os vídeos através dos links a seguir que mostram a ginástica Inglesa.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=kssHIOAk_nw>.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=wczfYypwifw>.</p><p>DICAS</p><p>Nesse percurso histórico e com a sistematização da ginástica e de</p><p>suas modalidades, foram criadas federações e confederações que passaram a</p><p>regulamentar e organizar a prática competitiva, fornecendo maior significado a</p><p>definições, conceitos e finalidades (RAMOS, 1982).</p><p>Para a melhor compreensão do universo da ginástica nesse contexto</p><p>atual, faz-se necessário analisar sua estrutura organizacional em nível mundial.</p><p>A Federação Internacional de Ginástica (FIG) é a organização mais antiga e com</p><p>maior abrangência internacional na área da ginástica. Está subordinada ao Comitê</p><p>Olímpico Internacional (COI), sendo responsável pelas modalidades gímnicas</p><p>que são competidas nos Jogos Olímpicos. É, portanto, a Federação com maior</p><p>poder e influência na ginástica mundial (PAOLIELLO, 2011).</p><p>TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA</p><p>47</p><p>Visite a página da Federação Internacional de Ginástica (FIG).</p><p><http://www.fig-gymnastics.com/site/>.</p><p>DICAS</p><p>A FIG é um órgão que tem como objetivo orientar, regulamentar, controlar,</p><p>difundir e promover eventos na área da ginástica. Tem sua origem nas Federações</p><p>Europeias de Ginástica (Fédérations Européennes de Gymnastique – FEG), estabelecidas</p><p>em 23 de julho de 1881 em Bruxelas – Bélgica, com a participação da França, Bélgica</p><p>e Holanda. Apesar de reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional desde</p><p>1896, a FEG só participou como Federação Oficial de Ginástica Artística nos Jogos</p><p>Olímpicos de Londres, em 1908 (PAOLIELLO, 2011).</p><p>A FIG valida sete modalidades de ginástica:</p><p>FIGURA 40 – MODALIDADES DE GINÁSTICA</p><p>Ginástica</p><p>Artística</p><p>feminina</p><p>Ginástica</p><p>para</p><p>Todos</p><p>Ginástica</p><p>Artística</p><p>masculina</p><p>Ginástica</p><p>Aeróbica</p><p>Esportiva</p><p>Ginástica</p><p>Acrobática</p><p>Trampolim Ginástica</p><p>Rítmica</p><p>FONTE: PAOLIELLO, (2011)</p><p>UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA</p><p>NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>48</p><p>A Ginástica para Todos (GPT) é a única modalidade não competitiva.</p><p>De acordo com a Confederação Brasileira de Ginástica (2006), a GPT é uma</p><p>modalidade bastante abrangente. Está fundamentada nas ações gímnicas,</p><p>integrando vários tipos de manifestações e elementos da cultura corporal, tais</p><p>como danças, expressões folclóricas, jogos, entre outros, expressos através de</p><p>atividades livres e criativas (OLIVEIRA, 2007).</p><p>A GPT é uma ferramenta importante na educação, pela multiplicidade</p><p>das possibilidades de expressão, universalidade de gestos e facilidade de</p><p>incorporação de processos formativos e educacionais (OLIVEIRA, 2007).</p><p>Segue um resumo de cada momento histórico da ginástica:</p><p>FIGURA 41 – RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DA GINÁSTICA EM CADA PERÍODO HISTÓRICO</p><p>Característica</p><p>utilitária</p><p>Pré-história Idade</p><p>ContemporâneaIdade ModernaIdade MédiaAntiguidade</p><p>Primeiras</p><p>sistematizações</p><p>dos exercícios</p><p>fisícos/ginástica</p><p>Preocupação com a</p><p>educação;</p><p>Exercícios ao ar livre</p><p>Preparação militar</p><p>Educação corporal,</p><p>estética e</p><p>características</p><p>guerreiras.</p><p>Praticas corporais</p><p>Grécia e Roma</p><p>FONTE: Oliveira, (2007).</p><p>4 INCLUSÃO DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>Em 1808, com a vinda da família real portuguesa, inicia-se um precário</p><p>investimento na educação, organizada em educação popular e pública, em que</p><p>o governo imperial, através do Ato Adicional de 1834, acrescentou na Lei da</p><p>Educação Elementar, de 1827, uma estrutura educacional dividida em três níveis:</p><p>instrução primária, secundária e ensino superior, competindo às assembleias</p><p>provinciais e aos seus governos executivos a responsabilidade sobre os dois</p><p>primeiros níveis de instrução, e ao governo imperial a estruturação do ensino</p><p>superior (GOIS JÚNIOR e BATISTA, 2010).</p><p>O Colégio Pedro II, fundado em 1837, com o objetivo de oferecer uma</p><p>formação diferenciada à elite carioca do século XIX, introduz no ensino público</p><p>fluminense as práticas da ginástica, que diferenciaram com uma formação</p><p>moderna que incluía em seu currículo saberes desconhecidos dos outros colégios,</p><p>como a música, desenho e a própria ginástica. O aluno formado pelo colégio</p><p>recebia o título de bacharel em Letras, e poderia ingressar em qualquer curso</p><p>superior do país (GOIS JÚNIOR e BATISTA, 2010).</p><p>TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA</p><p>49</p><p>Em São Paulo, a partir de 1835, iniciou-se o ideário de construção de</p><p>uma Escola Normal, que teria o objetivo de formar o professorado paulista para</p><p>a instrução primária na província. Contudo, apenas em 1843 apresentou-se à</p><p>Assembleia paulista o projeto para sua criação, que foi aprovada através da Lei</p><p>n° 34, de 1846 (GOIS JÚNIOR e BATISTA, 2010).</p><p>A partir daí, no Brasil império, em 1851, a Lei de nº 630 incluiu a ginástica</p><p>nos currículos escolares. Rui Barbosa foi um dos primeiros defensores das</p><p>práticas ginásticas dentro da escola, em 1882, e já nessa época ele ressaltava a</p><p>importância do cunho social, intelectual e moral da ginástica (DORNELLES,</p><p>2007). Preconizava a obrigatoriedade da educação física nas escolas primárias e</p><p>secundárias, praticada quatro vezes por semana durante 30 minutos (GOMES,</p><p>2010). No entanto, é apenas a partir da década de 1920 que vários Estados da</p><p>Federação começam a realizar suas reformas educacionais e incluem a educação</p><p>física, com o nome mais frequente de ginástica. (BETTI, 1991).</p><p>Historicamente, a ginástica aparece nos currículos escolares brasileiros</p><p>marcada por princípios eugênicos, higiênicos e morais, ditados pelas regras dos</p><p>militares e da classe médica. Pelo modo de se fazer educação física nas escolas e</p><p>através dele é que se buscava moldar o homem desejado pela e para a sociedade</p><p>naquele período (NASCIMENTO et al., 2013).</p><p>O Brasil teve influência do Sistema Francês de ginástica, que tinha como</p><p>pressuposto o lado físico (movimentos coordenados, ritmados e coreografados do</p><p>corpo), para uma formação ética (disciplina), social (resistência às adversidades</p><p>das guerras) e higiênicas (aumento da força e saúde corporal) (XAVIER e</p><p>ALMEIDA, 2012).</p><p>A educação física escolar, sob as orientações metodológicas da escola</p><p>francesa, era baseada em exercícios calistênicos: movimentos repetitivos que</p><p>trabalhavam, de forma isolada, membros superiores e inferiores. O professor</p><p>indicava a forma de realização da ação motora ou demonstrava na prática, de</p><p>forma que seus alunos repetissem sua execução (XAVIER e ALMEIDA, 2012).</p><p>O Método Francês alinhava a formação higienista, militar e ideológica e foi</p><p>a primeira metodologia legal a ser reconhecida e utilizada em currículos escolares</p><p>no Brasil. Essa utilização ocorreu através do Regulamento nº 7 da Educação Física</p><p>(XAVIER e ALMEIDA, 2012).</p><p>A escola alemã também exerceu influência na educação, aproximando</p><p>eugenia e atividade física, em que a exposição dos atletas alemães olímpicos,</p><p>normalmente com um biótipo característico, induzia à percepção de uma</p><p>superioridade genética (altos, fortes e rápidos), influenciando e difundindo a</p><p>expansão dessa doutrina ao mundo, com reflexos diretos no Brasil (XAVIER e</p><p>ALMEIDA, 2012).</p><p>UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA</p><p>NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>50</p><p>A influência médico-higienista era presente na Diretoria da Instrução</p><p>Pública, com inspeções técnico-escolares, onde eram averiguados, entre outras</p><p>coisas, os programas e horários de ensino, bem como a Inspeção Médico-Sanitária</p><p>Escolar, criada através do Decreto nº 867, do Regulamento da Instrução Pública</p><p>(SANTANA, s/d).</p><p>UNI</p><p>O Decreto nº 867 tinha a função de estabelecer a inspeção médica dos alunos</p><p>e do pessoal administrativo; vigilância higiênica das escolas e do seu material, especialmente</p><p>sob o ponto de vista ortopédico; a profilaxia das moléstias transmissíveis e evitáveis;</p><p>ministrar preceitos elementares de higiene aos alunos, guiando os professores nesses</p><p>misteres; superintender e ensinar educação física nas escolas; estudar as condições locais,</p><p>topográficas e higiênicas das escolas, cuidando da sua localização; pedir ao diretor geral o</p><p>fechamento das escolas por medida de higiene e decretar suspenso o funcionamento das</p><p>mesmas em casos urgentes, dando comunicação àquela autoridade; prestar ao governo e</p><p>às demais autoridades superiores do ensino informes que fossem solicitados, a respeito de</p><p>suas visitas ou inspeções (art. 47) (OLIVEIRA, 2004).</p><p>Algumas instituições aderiram à escola sueca. Então, desde o início do</p><p>século XX a ginástica se torna presente nas instituições de ensino brasileiras, sendo</p><p>inserida nos currículos das escolas com o objetivo de educar o corpo das crianças</p><p>na escola, abordando múltiplas propriedades: pedagógica, higiênica, educativa,</p><p>social, corretiva, ortopédica, enérgica, viril, social, patriótica, disciplinadora e</p><p>formadora do caráter (SANTANA, s/d).</p><p>“Exercicios Physicos”, através da “Gymnastica”, integrariam os currículos</p><p>dos grupos escolares do Brasil, tornando-se obrigatória, reservando-se, entre</p><p>outras coisas, tempo na grade de horário, construção de locais apropriados para</p><p>sua realização, separação por sexo e designação de uma pessoa responsável pelo</p><p>seu ensinamento, que na maioria das vezes era um general do quartel ou a própria</p><p>professora responsável pela sala de aula (SANTANA, s/d).</p><p>Getúlio Vargas instituiu, por meio do Decreto nº 19.404, de 14 de</p><p>novembro de 1930, o Ministério dos Negócios, Educação e Saúde, e desse modo</p><p>estariam postas as bases para construir o Estado Nacional, por meio da educação</p><p>que concorreria para sanear a sociedade brasileira visando a uma concepção</p><p>higienista por meio da formação de homens, mulheres e crianças fortes e sadios</p><p>(CORREA, 2013).</p><p>TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA</p><p>51</p><p>Veja alguns exemplos de fotos de ginástica na escola em 1930:</p><p>FIGURA 42 – ALUNOS EM 1930, NO RIO DE JANEIRO, EM AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA</p><p>ESCOLAR</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd172/as-influencias-das-escolas-</p><p>francesa-e-alema-de-gymnastica-01.jpg>. Acesso em: 21 set. 2015.</p><p>FIGURA 43 – ALUNOS EM 1930, NO RIO DE JANEIRO, EM AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA</p><p>ESCOLAR</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.scielo.br/img/revistas/er/n49/a11fig06.jpg>.</p><p>Acesso em: 22 set. 2015.</p><p>UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA</p><p>NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>52</p><p>FIGURA 44 – ALUNOS EM 1930, PORTO ALEGRE, EM AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.scielo.br/img/revistas/hcsm/v17n2/15f01.jpg>.Acesso em:</p><p>22 set. 2015.</p><p>A partir dos anos 1980 a ginástica adotou um caráter mais pedagógico,</p><p>passando a ter outros objetivos enquanto disciplina, surgindo assim um movimento</p><p>de crítica a essa situação e novas tentativas de ressignificar e redimensionar a</p><p>relação esporte e educação física escolar (NASCIMENTO et al., 2013).</p><p>Na década de 1980 surgiram então novas abordagens pedagógicas para</p><p>o ensino da ginástica, com o intuito de quebrar a hegemonia da concepção</p><p>esportivista e tecnicista, com um olhar que ultrapassasse a competitividade de</p><p>outras modalidades esportivas e, principalmente, das ginásticas competitivas</p><p>(BEZERRA et al., 2014).</p><p>Essas novas concepções gímnicas induziram a ações positivas,</p><p>principalmente na educação física escolar, possibilitando aos professores</p><p>oportunizarem a seus discentes, de forma mais educativa, a vivência de distintas</p><p>dimensões (competitivas e apresentação) e abordagens (tradicionalista, tecnicista,</p><p>educativa, lazer, saúde etc.) da ginástica. Mas muitos conteúdos continuaram não</p><p>sendo ofertados aos educandos, devido à falta de preparação dos professores</p><p>e à inadequação da infraestrutura escolar, em termos de espaço físico e de</p><p>equipamentos específicos (BEZERRA et al., 2014).</p><p>UNI</p><p>Veja a relação entre ginástica e educação física, termos que você observará</p><p>ao longo da leitura da história:</p><p>TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA</p><p>53</p><p>UNI</p><p>Podemos finalizar dizendo que a ginástica no contexto escolar brasileiro se</p><p>faz presente desde seus primórdios, como a disciplina responsável pela educação corporal</p><p>da juventude, passando por diversas modificações. Seus objetivos, seus métodos, sua</p><p>importância e presença no sistema formal de ensino foram alterados sempre de acordo com</p><p>os interesses da organização social do país, chegando hoje a ser um conhecimento em via</p><p>de extinção nas escolas (LISBOA; TEIXEIRA, 2012).</p><p>Ginástica foi tratada como sinônima de educação física (inclusive no Brasil), principalmente</p><p>devido à sua presença quase que exclusiva (e por vezes obrigatória, por leis e resoluções)</p><p>como forma de exercitação sistematizada no contexto escolar. Hoje ela é um dos elementos</p><p>do que chamamos de cultura corporal, pois é uma das primeiras formas sistematizadas das</p><p>práticas corporais (TOLEDO et al., 2012).</p><p>A educação física, presente no âmbito escolar desde 1851, foi somente</p><p>em 1996, através da Lei nº 9.394/96, que passou a vigorar legalmente como</p><p>um componente curricular da Educação Básica, configurando-se assim como</p><p>uma disciplina com características e fins educativos, ou seja, passou a integrar</p><p>a organização curricular escolar, que, aliada aos demais componentes, deveria</p><p>proporcionar a formação cultural do aluno por meio da seleção, organização,</p><p>sistematização e problematização de seus conteúdos, com várias práticas, desde</p><p>jogos até a ginástica competitiva e não competitiva (SILVA; SAMPAIO, 2012).</p><p>Segundo Zaghi, Simões e Carbinatto (2015), a ginástica deve estar inserida</p><p>na EF escolar, em todo processo educativo e, especialmente, com abordagem que</p><p>incentive:</p><p>• criticidade</p><p>• criatividade</p><p>• autonomia</p><p>• formação humana.</p><p>Para tanto, as propostas metodológicas advindas de estudos da ginástica</p><p>para todos (GPT, também conhecida como Ginástica Geral), talvez sejam as que</p><p>mais se encaixam aos objetivos da escola e, através dela, abordar a ginástica em suas</p><p>manifestações competitivas, demonstrativas, de condicionamento físico, entre outras.</p><p>No currículo escolar tradicional brasileiro podemos encontrar</p><p>manifestações da ginástica de várias linhas europeias, que se caracterizam</p><p>(ALMEIDA et al., 2012):</p><p>UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA</p><p>NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>54</p><p>FIGURA 45 – CONTEÚDO DA GINÁSTICA NAS ESCOLAS TRADICIONAIS</p><p>GINÁSTICA</p><p>Formas básicas</p><p>do atletismo</p><p>Formas</p><p>básicas</p><p>da ginástica</p><p>caminhar</p><p>empurrar</p><p>arremessar carregar</p><p>levantarsaltar</p><p>pular</p><p>correr</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Além dos exercícios em aparelhos, onde citamos o balançar na barra fixa,</p><p>equilibrar na trave olímpica, exercícios com aparelhos manuais (salto com arcos,</p><p>cordas) e diferentes formas de luta (ALMEIDA et al., 2012), também se deve</p><p>abordar como conteúdo da ginástica a teoria e prática com exploração adequada</p><p>de espaço; utilização de diferentes trajetórias, direções e planos, bem como a</p><p>utilização dos recursos de vestimenta e maquiagem (GRILLO et al., 2007).</p><p>Toda a prática pedagógica da educação física deve reconhecer a ginástica</p><p>como prática constitutiva da cultura corporal, como prática social produzida</p><p>pela ação humana com vistas a atender determinadas necessidades sociais,</p><p>vivenciando no fazer corporal e com reflexão sobre sua significância e propósito</p><p>(CASTELLANI FILHO, 1997).</p><p>TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA</p><p>55</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR</p><p>Leia parte da entrevista com Pierre de Coubertin dada à revista Veja em</p><p>edição especial sobre as Olimpíadas, aludindo à data histórica de abril de 1986,</p><p>simulando como se a publicação fosse daquela época. Ele era o secretário-geral do</p><p>Comitê Olímpico Internacional e explicou os motivos que o levaram a reviver os</p><p>antigos jogos gregos e ataca o envolvimento do dinheiro com a prática esportiva.</p><p>Se quiser visualizar a entrevista na íntegra, acesse: <http://veja.abril.com.</p><p>br/historia/olimpiada-1896/entrevista-barao-pierre-de-coubertin.shtml>.</p><p>Entrevista:</p><p>Nascido em 1863 no seio de uma família da aristocracia parisiense, Pierre</p><p>de Frédy tinha desenhado para si uma carreira militar. Mas o jovem humanista</p><p>acreditava que o poder da educação era maior do que o das armas. Recusando o</p><p>destino que lhe fora traçado, tomou para si a missão de uma reforma pedagógica</p><p>na França. Apaixonado pelo esporte – então visto em seu país como um inimigo</p><p>mortal da intelectualidade, o Barão de Coubertin, como se tornou conhecido,</p><p>visitou a Inglaterra, os Estados Unidos e o Canadá para conhecer sistemas</p><p>educacionais que aliassem os exercícios físicos aos intelectuais. Convencido de</p><p>seu sucesso, dedicou-se, em seu retorno à França, a fundar associações desportivas</p><p>escolares e à sua organização em nível nacional.</p><p>As fronteiras gaulesas, porém, já eram pequenas para Coubertin, que</p><p>sonhava em retomar os antigos Jogos Olímpicos gregos. Uma competição</p><p>multiesportiva internacional era uma ideia impraticável e utópica para a maioria</p><p>– mas não para o teimoso francês, que, com a ajuda de alguns poucos abnegados,</p><p>logrou organizar a competição em plena era moderna. Nesta entrevista, o Barão,</p><p>defensor ferrenho do amadorismo nos esportes, comenta a resistência encontrada</p><p>ao restabelecimento dos Jogos Olímpicos e já projeta o legado do evento para a</p><p>Grécia e para o mundo: “Os Jogos Olímpicos, para os antigos, representavam a</p><p>união do esporte e promoviam a paz. Não é nada visionário recorrer a eles para</p><p>obter benefícios similares no futuro”.</p><p>VEJA – Qual foi a intenção dos membros fundadores do Comitê Olímpico</p><p>Internacional ao reviver uma instituição que esteve esquecida por tantos séculos?</p><p>Coubertin – O esporte está assumindo uma importância cada vez maior</p><p>a cada ano, e o papel que desempenha parece ser tão importante e duradouro no</p><p>mundo moderno quanto era na Antiguidade. Mais que isso, ele reaparece com</p><p>novas características, é internacional e democrático, adequado, portanto, às ideias</p><p>e necessidades dos dias de hoje. Mas hoje, como antes, seu efeito será benéfico ou</p><p>maléfico de acordo com o uso que dele é feito, e da direção a que é encaminhado. O</p><p>esporte pode trazer à baila tanto as paixões mais nobres quanto as mais rasas; pode</p><p>desenvolver as qualidades de honra e altruísmo da mesma forma que a ganância;</p><p>pode ser cavalheiresco ou corrupto, viril ou bestial; por último, pode ser usado</p><p>UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA</p><p>NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>56</p><p>para fortalecer a paz ou preparar para a guerra. Ora, nobreza de sentimentos,</p><p>admiração pelas virtudes de altruísmo e honra, espírito cavalheiresco, energia</p><p>viril e paz são as necessidades primárias de qualquer democracia moderna, seja</p><p>ela republicana ou monárquica...</p><p>VEJA – O senhor acredita que, após esta primeira edição, os Jogos Olímpicos</p><p>realmente se solidificarão como uma competição esportiva internacional periódica?</p><p>Coubertin – Com certeza. Não se trata de uma criação local e passageira,</p><p>mas sim de algo universal e duradouro. Até porque o renascimento dos Jogos não é</p><p>só fruto de um sonho espontâneo: é a consequência lógica das grandes tendências</p><p>cosmopolitas de nosso tempo. O século XIX viu o despertar de um gosto pelos esportes</p><p>em toda a parte. Ao mesmo tempo, as grandes invenções desta era, as estradas de</p><p>ferro e telégrafos, permitiram a comunicação de pessoas de todas as nacionalidades.</p><p>Uma relação mais fácil entre homens de todas as línguas abriu naturalmente uma</p><p>esfera maior para interesses em comum. A humanidade tem começado a viver</p><p>uma existência menos isolada, diferentes raças aprenderam a se conhecer e a se</p><p>compreender melhor, e ao comparar seus poderes e realizações nos campos da</p><p>arte, indústria e ciência, uma rivalidade nobre nasceu entre elas, impulsionando-as</p><p>a conquistas ainda maiores. As Exposições Universais têm reunido em um ponto</p><p>do globo os produtos de seus cantos mais remotos. Nos domínios da ciência e da</p><p>literatura, assembleias e conferências vêm unindo os mais ilustres intelectuais de</p><p>todas as nações. Não poderia ser de outra forma que também esportistas das mais</p><p>diversas nacionalidades deveriam começar a se encontrar em território neutro.</p><p>A Suíça tomou a frente ao convidar atiradores estrangeiros para participar das</p><p>competições de tiro de sua federação; corridas de bicicleta vêm sendo disputadas</p><p>em todas as pistas da Europa; Inglaterra e Estados Unidos têm se desafiado por mar</p><p>e por terra; os mais hábeis esgrimistas de Roma e Paris têm cruzado seus floretes.</p><p>Gradativamente, o esporte está se tornando mais internacional, estimulando os</p><p>interesses e ampliando a esfera de ação. O renascimento dos Jogos Olímpicos se</p><p>tornou possível e, posso dizer, até mesmo necessário.</p><p>VEJA - Ainda assim, a competição esteve longe de ser uma unanimidade.</p><p>Como foi a organização?</p><p>Coubertin – Quando tive a ideia de convocar em Paris um Congresso</p><p>Internacional do Esporte, em 1892, logo descobri que isso não seria possível sem</p><p>alguma labuta preliminar, e me lancei com afinco nessa tarefa. Unificar os grandes</p><p>clubes esportivos franceses e me comunicar com as sociedades similares de outros</p><p>países era primordial, de um lado, para não oferecer a estranhos o edificante</p><p>espetáculo da discórdia nacional e, de outro, para obter do exterior diversos</p><p>adeptos a essa causa. Na primavera de 1893, a situação tinha melhorado tanto</p><p>que já era possível convocar um congresso. Tínhamos ótima relação com Bélgica,</p><p>Inglaterra e Estados Unidos, e convites foram enviados a todas a sociedades</p><p>esportivas no mundo solicitando-lhes que mandassem representantes para Paris,</p><p>no mês de junho de 1894. A programação do Congresso foi elaborada de modo a</p><p>disfarçar seu principal objetivo: o renascimento dos Jogos Olímpicos. Ela trazia</p><p>apenas questões sobre o esporte em geral. Cuidadosamente, deixei de mencionar</p><p>tão ambicioso projeto, receando que pudesse levantar tamanha manifestação de</p><p>TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA</p><p>57</p><p>desdém e escárnio que acabasse por desencorajar, de antemão, aqueles favoráveis</p><p>à ideia. Isso porque sempre que eu aludira ao meu plano em encontros em Oxford</p><p>ou Nova York, ficara tristemente consciente de que minha plateia o considerara</p><p>utópico e impraticável.</p><p>VEJA – As coisas não mudaram nem mesmo depois do anúncio da</p><p>realização do evento em Atenas, com o apoio do governo local?</p><p>Coubertin – Pouco. Os comitês nacionais e internacionais estavam</p><p>ocupados recrutando competidores, mas a tarefa</p><p>não era tão fácil quanto se</p><p>possa imaginar. Não só era preciso superar a indiferença e a desconfiança. O</p><p>renascimento dos Jogos Olímpicos incitara certa hostilidade. Embora o Congresso</p><p>de Paris tenha sido cuidadoso em decretar que toda forma de exercício físico</p><p>praticada no mundo deveria encontrar seu lugar na programação, os ginastas</p><p>sentiram-se ofendidos, acreditando não ter recebido proeminência suficiente.</p><p>A maior parte das associações de ginástica de Alemanha, França e Bélgica está</p><p>animada por um rigoroso espírito exclusivo. Essas associações não ficaram</p><p>satisfeitas em declinar do convite para dirigirem-se a Atenas. A federação belga</p><p>escreveu para as outras federações, sugerindo uma resistência orquestrada contra</p><p>o trabalho do Congresso de Paris. Eles não se mostraram inclinados a tolerar a</p><p>presença das modalidades atléticas que eles próprios não praticam; aquilo que</p><p>desdenhosamente chamam de “esportes ingleses” se tornou, por conta de sua</p><p>popularidade, especialmente odioso para eles. Felizmente, porém, outras mentes</p><p>prevaleceram.</p><p>VEJA – O profissionalismo parece ser cada vez mais uma realidade no</p><p>esporte. Os Jogos Olímpicos, com seu caráter completamente amadorístico, são</p><p>uma resposta a esse espírito?</p><p>Coubertin – Sim, é fato que mais e mais um espírito mercantilista ameaça</p><p>invadir os círculos esportivos. Os homens não correm ou lutam abertamente por</p><p>dinheiro, mas ainda assim a tendência a um acordo lamentável se alastrou. O</p><p>desejo de vencer muitas vezes não tem que ver com a simples ambição por uma</p><p>distinção honrosa. E, se não desejássemos ver o esporte degenerar e acabar pela</p><p>segunda vez, ele precisava ser purificado e unido. De todas as medidas que levariam</p><p>a esse desejado objetivo, só uma me parecia totalmente praticável: a criação de</p><p>uma competição periódica, para a qual as sociedades esportivas de todas as</p><p>nacionalidades seriam convidadas a enviar seus representantes, colocando esses</p><p>encontros sob a única patronagem que poderia lançar sobre eles uma aura de</p><p>grandeza e glória – a patronagem da Antiguidade Clássica! Nos Jogos Olímpicos,</p><p>as competições serão sempre disputadas com regulamentos amadores. Abrimos</p><p>exceção para a esgrima, já que em muitos países professores de esgrima militar</p><p>são soldados ranqueados. Para eles, providenciou-se um torneio à parte. Para</p><p>todas as outras modalidades, somente amadores são admitidos. É impossível</p><p>conceber os Jogos Olímpicos com prêmios em dinheiro. Mas essas regras, que</p><p>parecem até simples, são bastante complicadas em sua aplicação prática pelo fato</p><p>de que a definição do que constitui um amador difere de um país para outro – às</p><p>vezes, de um clube para outro.</p><p>UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA</p><p>NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>58</p><p>VEJA – Os Jogos foram um sucesso na Grécia. A população tomou parte</p><p>nas celebrações, e um sentimento de orgulho pelo passado glorioso esportivo se</p><p>alastrou pelo país. Qual o legado do evento ao país?</p><p>Coubertin – É fato amplamente conhecido que os gregos, durante seus</p><p>séculos de opressão, haviam perdido completamente o gosto pelos esportes.</p><p>O povo grego, contudo, não é acometido da indolência natural dos orientais, e</p><p>estava claro que o hábito atlético, dada a oportunidade, voltaria a se enraizar</p><p>facilmente entre seu povo. De fato, diversas associações de ginástica haviam se</p><p>formado nos últimos anos em Atenas e Patras, e o público mostrava cada vez</p><p>mais interesse em seus feitos. Era, então, um momento favorável para dizer</p><p>as palavras: Jogos Olímpicos. Assim que ficou claro que Atenas auxiliaria no</p><p>renascimento das Olimpíadas, uma perfeita febre de atividade muscular tomou</p><p>conta de todo o reino. E isso não foi nada perto do que se seguiu depois dos</p><p>Jogos. Eu vi, em pequenas vilas longe da capital, pequenos garotos praticamente</p><p>sem roupas atirando pedrinhas, pulando sobre barreiras improvisadas, e dois</p><p>moleques nunca se encontravam nas ruas de Atenas sem disputar uma corrida.</p><p>Nada superava o entusiasmo com que os vitoriosos eram recebidos por seus</p><p>conterrâneos no retorno às suas cidades natais. Eram recebidos pelo prefeito e</p><p>pelas autoridades municipais, e aclamados por uma multidão carregando ramos</p><p>de oliveira e de louro. Nos tempos antigos, o vencedor adentrava à cidade por</p><p>uma abertura feita especialmente em seus muros. As cidades gregas já não são</p><p>mais muradas, mas pode-se dizer que o esporte fez uma abertura no coração da</p><p>nação. Quando se percebe a influência que a prática de exercícios físicos pode ter</p><p>no futuro de um país e na força de todo um povo, fica-se tentado a imaginar se a</p><p>Grécia não dará início a uma nova era a partir de 1896.</p><p>VEJA – E em relação ao resto do mundo? Os Jogos cumpriram o papel que</p><p>o senhor imaginava?</p><p>Coubertin – É claro que, no mundo como um todo, os Jogos Olímpicos ainda</p><p>não exerceram nenhuma influência, mas estou profundamente convencido de que</p><p>eles o farão. Esta foi a razão para seu resgate. Como já disse, o esporte moderno</p><p>precisa ser unificado e purificado. Acredito que nenhuma educação, especialmente</p><p>em uma época democrática, pode ser boa e completa sem a ajuda do esporte; mas</p><p>o esporte, para desempenhar seu papel educacional, precisa ser baseado em um</p><p>desinteresse puro e no sentimento de honra. Foi com esse pensamento em mente</p><p>que eu busquei reviver os Jogos Olímpicos. Tive sucesso depois de muito esforço. Se</p><p>a instituição prosperar – e confio que, com o auxílio de todas as nações civilizadas,</p><p>ela irá prosperar –, acredito que ela pode ser um fator potente, ainda que indireto,</p><p>na busca da paz universal. Guerras acontecem porque as nações não compreendem</p><p>erradamente as outras. Não teremos paz enquanto o preconceito que hoje separam</p><p>as diferentes raças seja erradicado. Para obter este objetivo, que melhor meio do</p><p>que reunir periodicamente a juventude de todos os países para disputas amistosas</p><p>de força muscular e agilidade? Os Jogos Olímpicos, para os antigos, representavam</p><p>a união do esporte e promoviam a paz. Não é nada visionário recorrer a eles para</p><p>obter benefícios similares no futuro.</p><p>59</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2</p><p>Neste tópico você viu que:</p><p>• A ginástica é um conceito que engloba modalidades competitivas e não</p><p>competitivas.</p><p>• Tem sua origem no grego, gymnastiké – da palavra grega “gymnos” (nu), pelo</p><p>fato de, na antiguidade clássica, os exercícios se praticarem com o corpo nu.</p><p>• É o conjunto dos exercícios corporais sistematizados, para esse fim, realizados</p><p>no solo ou com auxílio de aparelhos e aplicados com objetivos educativos,</p><p>competitivos, artísticos e terapêuticos etc.</p><p>• A concepção de ginástica passa como um sistema de exercício físico existente</p><p>desde a Antiguidade, fundamental na formação do cidadão grego e que</p><p>posteriormente ocupou novamente um espaço na formação do indivíduo</p><p>(agora moderno) a partir do Renascimento, especialmente com os métodos</p><p>europeus de ginástica.</p><p>• O fortalecimento da ginástica ocorreu com as escolas do Movimento Ginástico</p><p>Europeu, no século XVIII, com seus autores e movimentos nacionais próprios</p><p>e utilitários, que atribuíram à ginástica ênfase tanto pedagógica (escolas sueca</p><p>e francesa) e de treinamento físico (escola inglesa) quanto desportiva e militar</p><p>(escola alemã).</p><p>• A educação física esteve presente no âmbito escolar desde 1851, e em 1996, com</p><p>a Lei nº 9.394/96, passou a vigorar legalmente como um componente curricular</p><p>da Educação Básica.</p><p>60</p><p>Agora responda às questões e teste seu conhecimento!</p><p>Questão 1 - QUESTÃO 26 do ENADE, 2011.</p><p>Nas Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Física,</p><p>considera-se que as atividades físicas, recreativas e esportivas</p><p>compõem o direito dos indivíduos conhecerem e terem acesso às</p><p>manifestações e expressões culturais que constituem a tradição da Educação</p><p>Física, tematizadas nas diferentes formas e modalidades de exercícios físicos,</p><p>ginástica, jogo, esporte, luta/arte marcial e dança. Dessa maneira, o professor</p><p>pode utilizar o esporte aliado a manifestações e expressões culturais do</p><p>movimento humano, além de atender a outros objetivos decorrentes da prática</p><p>de atividades físicas, recreativas e esportivas.</p><p>Com base no texto acima, avalie as afirmativas a seguir.</p><p>I- O professor deve, durante as práticas esportivas de competição na escola,</p><p>orientar os alunos e torcedores a se manifestarem de forma respeitosa e</p><p>solidária.</p><p>II- Para o desenvolvimento de manifestações e expressões culturais em uma</p><p>aula de voleibol na escola, o professor deve dividir o grupo em pequenas</p><p>rodas, distribuir o material esportivo e deixar os alunos sozinhos, para</p><p>que eles mantenham a interação e desenvolvam a aprendizagem da</p><p>cultura corporal sem intervenção pedagógica.</p><p>III- Nos dias chuvosos, quando não se pode utilizar as quadras, os jogos de</p><p>tabuleiro tornam-se opções para atividades pedagógicas, durante as quais</p><p>o professor pode utilizar brincadeiras para orientação e compreensão</p><p>das regras da sociedade e para a promoção da atividade infantil, do</p><p>pensamento e da liberdade.</p><p>IV- Por meio do esporte na escola, o professor pode intervir pedagogicamente</p><p>junto aos alunos, para que a competitividade nunca ultrapasse os direitos</p><p>essenciais de cada ser humano, a liberdade individual e a integridade física.</p><p>V- O professor deve promover atividades físicas, recreativas e esportivas,</p><p>para estimular a importância da competitividade e da necessidade de</p><p>ganhar nos jogos, pois esses interesses são fundamentais na ascensão</p><p>profissional dos alunos.</p><p>É correto apenas o que se afirma em:</p><p>a) I e III.</p><p>b) I, III e IV.</p><p>c) II, III e V.</p><p>d) II, IV e V.</p><p>e) I, II, IV e V.</p><p>Fonte: Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/2011/</p><p>EDUCACAO_FISICA.pdf>. Acesso em: 20 set. 2015.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>61</p><p>Questão 2 - QUESTÃO 9 Para professor de educação física do</p><p>Colégio Municipal de Aroeiras.</p><p>Para que se compreenda o momento atual da Educação Física é</p><p>necessário considerar suas origens no contexto brasileiro. Qual</p><p>origem, no início do século passado, esteve estreitamente vinculada e de forma</p><p>determinante...</p><p>a) às instituições políticas e à classe jurídica.</p><p>b) a uma função higienista e populista.</p><p>c) a atividade física e os pressupostos higiênicos, eugênicos e físicos.</p><p>d) às instituições esportivas e à classe médica.</p><p>e) às instituições militares e à classe médica.</p><p>Fonte: Disponível em: <http://wwcw.calculemais.com.br/provas-de-concurso/acaplam_2010_</p><p>aroeiras-pb_professor-de-educacao-fisica_prova_.pdf>. Acesso em: 20 set. 2015.</p><p>Questão 3 - QUESTÃO 1 para professor de educação física de</p><p>Alagoas.</p><p>Em sua evolução, a Educação Física Escolar teve associadas</p><p>ao seu desenvolvimento diferentes metodologias e concepções de ensino.</p><p>Baseando-se nas concepções da Educação Física brasileira, todas as afirmativas</p><p>estão corretamente descritas nas proposições abaixo, EXCETO:</p><p>a) Uma concepção pedagogicista, que encara a atividade física não somente</p><p>como uma prática capaz de promover saúde e de disciplinar a juventude,</p><p>mas também a educação física como uma prática educativa.</p><p>b) Uma concepção higienista, capaz de disciplinar as pessoas no sentido de</p><p>levá-las a se afastarem de práticas capazes de provocar a deterioração da</p><p>saúde e da moral, o que comprometeria a vida coletiva.</p><p>c) Uma concepção progressista, cujo objetivo é canalizar energias e também</p><p>proporcionar o progresso esportivo nas escolas.</p><p>d) Uma concepção cujo objetivo militarista é a obtenção de uma juventude</p><p>capaz de suportar o combate à luta, à guerra.</p><p>e) Uma concepção competivista, culto ao atleta-herói que, a despeito de todas</p><p>as dificuldades, chegou ao pódio.</p><p>Fonte: Disponível em: <http://www.calculemais.com.br/provas-de-concurso/cefet-al_2010_if-</p><p>al_professor-de-educacao-fisica_prova_.pdf>. Acesso em: 20 set. 2015.</p><p>Questão 4 – QUESTÃO 16 para professor de educação física de</p><p>Alagoas.</p><p>Criar hábitos saudáveis e permanentes, além da conscientização</p><p>da importância da prática de atividades físicas para evitar o</p><p>sedentarismo são objetivos que a educação física deve atingir dentro dos seus</p><p>62</p><p>variados conteúdos. O atletismo na Educação Física Escolar especificamente</p><p>deve:</p><p>I- Motivar os alunos a uma prática ativa e esporádica.</p><p>II- Observar o princípio da individualidade biológica de cada aluno.</p><p>III- Promover o aprendizado de atividades físicas para toda a vida.</p><p>IV- Estimular o desenvolvimento de habilidades motoras.</p><p>V- Oferecer vivências não só motoras, mas também da cultura corporal.</p><p>Está CORRETO o que se afirma na seguinte alternativa:</p><p>a) I, II, IV e V estão corretas.</p><p>b) I, III, IV e V estão corretas.</p><p>c) I, IV e V estão corretas.</p><p>d) II, III, IV e V estão corretas.</p><p>e) III e IV estão corretas.</p><p>Fonte: Disponível em: <http://www.calculemais.com.br/provas-de-concurso/cefet-al_2010_</p><p>if-al_professor-de-educacao-fisica_prova_.pdf>. Acesso em: 20 set. 2015.</p><p>Questão 5 - QUESTÃO 18 para professor de educação física.</p><p>Para desenvolvermos os conteúdos corporais que compõem a</p><p>educação física, necessitamos do bom desenvolvimento das</p><p>habilidades naturais, consideradas habilidades básicas para o esporte, a luta,</p><p>a ginástica, o jogo, a dança, as atividades rítmicas e expressivas. Portanto, o</p><p>que são as habilidades naturais?</p><p>a) Qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética</p><p>que resulte em um gasto energético maior do que os níveis de repouso.</p><p>b) É a prática metódica de exercícios físicos, que consistem geralmente em jogos</p><p>competitivos entre pessoas, ou grupos de pessoas, organizados em partidos.</p><p>c) São aquelas que se caracterizam por estarem presentes em todos os seres</p><p>humanos, independentes de seu lugar geográfico e nível sociocultural e que</p><p>servem de base para aquisição de habilidades culturalmente determinadas.</p><p>d) São todas as atividades corporais planejadas, estruturadas e que têm por</p><p>objetivo a melhoria e a manutenção da aptidão física.</p><p>e) São todos os exercícios e movimentos provenientes da cultura local.</p><p>Fonte: Disponível em: <http://selecao.ifms.edu.br/edital/files/concurso-publico-edital-no-054-</p><p>2010-prova-e-gabarito-educacao-fisica.pdf>.</p><p>Questão 6 - QUESTÃO 19 para professor de educação física.</p><p>Existem inúmeras modalidades ginásticas. Algumas delas são</p><p>também esportes. Dessas modalidades esportivas da ginástica,</p><p>algumas são esportes olímpicos. Quais modalidades ginásticas são esportes</p><p>olímpicos?</p><p>63</p><p>a) Ginástica rítmica, ginástica artística masculina, ginástica artística feminina</p><p>e ginástica acrobática.</p><p>b) Ginástica rítmica, ginástica aeróbica esportiva, ginástica artística masculina</p><p>e ginástica artística feminina.</p><p>c) Ginástica artística masculina, ginástica artística feminina, ginástica de</p><p>trampolim e ginástica localizada.</p><p>d) Ginástica para todos, ginástica passiva, ginástica circense e ginástica de</p><p>trampolim.</p><p>e) Ginástica aeróbica esportiva, ginástica localizada, ginástica acrobática e</p><p>ginástica rítmica.</p><p>Fonte: Disponível em: <http://selecao.ifms.edu.br/edital/files/concurso-publico-edital-no-054-</p><p>2010-prova-e-gabarito-educacao-fisica.pdf>. Acesso em: 20 set. 2015.</p><p>Questão 7 - QUESTÃO 20 para professor de educação física.</p><p>Ginástica Para Todos é:</p><p>a) a mistura de todas as ginásticas conhecidas.</p><p>b) um sinônimo para a ginástica de academia.</p><p>c) uma manifestação da cultura corporal que reúne as diferentes interpretações</p><p>da ginástica, integrando-as com as outras manifestações da cultura corporal</p><p>de forma livre e criativa.</p><p>d) uma manifestação folclórica da ginástica utilizada especialmente para os</p><p>trabalhos realizados com a terceira idade.</p><p>e) uma modalidade ginástica que utiliza as habilidades naturais para</p><p>desenvolver o esporte ginástico olímpico.</p><p>Fonte: Disponível em: <http://selecao.ifms.edu.br/edital/files/concurso-publico-edital-no-054-</p><p>2010-prova-e-gabarito-educacao-fisica.pdf>. Acesso em: 20 set. 2015.</p><p>Questão 8 - QUESTÃO 24 para professor de educação física.</p><p>Fonte:</p><p>Em relação à História da Ginástica, qual das alternativas está</p><p>correta?</p><p>a) Levando-se em conta a divisão acadêmica da história ocidental, a prática</p><p>de exercícios físicos:</p><p>“vem da Antiguidade, estaciona na Idade Média,</p><p>fundamenta-se na Idade Moderna e sistematiza-se nos primórdios da Idade</p><p>Contemporânea”.</p><p>b) Levando-se em conta a divisão acadêmica da história ocidental, a prática de</p><p>exercícios físicos: “vem da Pré-história, afirma-se na Antiguidade, estaciona</p><p>na Idade Média, fundamenta-se na Idade Moderna e sistematiza-se nos</p><p>primórdios da Idade Contemporânea”.C) Levando-se em conta a divisão</p><p>acadêmica da história ocidental, a prática de exercícios físicos: “vem da</p><p>Pré-história, afirma-se na Antiguidade, passa por uma evolução sistemática</p><p>na Idade Média, fundamenta-se na Idade Moderna e regulariza-se nos</p><p>primórdios da Idade Contemporânea”.</p><p>64</p><p>c) Levando-se em conta a divisão acadêmica da história ocidental, a prática</p><p>de exercícios físicos: “vem da Pré-história, afirma-se na Antiguidade,</p><p>sistematiza-se na Idade Média, estaciona na Idade Moderna e fundamenta-</p><p>se nos primórdios da Idade Contemporânea”.</p><p>d) Levando-se em conta a divisão acadêmica da história ocidental, a prática</p><p>de exercícios físicos: “aparece na Antiguidade, evolui na Idade Média,</p><p>fundamenta-se na Idade Moderna e regulariza-se nos primórdios da Idade</p><p>Contemporânea”.</p><p>FONTE: Disponível em: <http://selecao.ifms.edu.br/edital/files/concurso-publico-edital-no-</p><p>054-2010-prova-e-gabarito-educacao-fisica.pdf>. Acesso em: 20 set. 2015.</p><p>65</p><p>UNIDADE 2</p><p>PERSPECTIVAS TEÓRICAS</p><p>E FISIOLÓGICAS SOBRE A</p><p>GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>PLANO DE ESTUDOS</p><p>Nessa unidade vamos:</p><p>• conhecer as valências físicas envolvidas na ginástica escolar;</p><p>• conceituar as diferentes valências físicas;</p><p>• entender como essas valências físicas são aplicadas em uma aula de</p><p>ginástica;</p><p>• diferenciar as metodologias da ginástica na escola;</p><p>• apontar como cada método de ginástica pode ser utilizado na escola.</p><p>Esta unidade está dividida em dois tópicos. Em cada um deles, você encon-</p><p>trará atividades que o ajudarão a fixar os conhecimentos abordados.</p><p>TÓPICO 1 – A FISIOLOGIA DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>TÓPICO 2 – CLASSIFICAÇÃO E MÉTODOS DA GINÁSTICA</p><p>66</p><p>67</p><p>TÓPICO 1</p><p>A FISIOLOGIA DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>UNIDADE 2</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Neste tópico, você será apresentado a toda fisiologia da ginástica,</p><p>as valências que estão envolvidas na elaboração e execução de uma aula de</p><p>ginástica. Os conteúdos de cada valência terão seus conceitos básicos para melhor</p><p>entendimento e aplicabilidade a ser trabalhada dentro da educação física.</p><p>2 VALÊNCIAS FÍSICAS TRABALHADAS NA GINÁSTICA</p><p>Valências físicas são as qualidades físicas e motoras. São as habilidades</p><p>físicas de cada indivíduo, classificadas desde os movimentos simples aos de maior</p><p>complexidade. Todos os indivíduos estão aptos a desenvolver suas valências</p><p>físicas, pois suas características são definidas geneticamente, onde um tem maior</p><p>potencial que outro e cada um tem seu limite de desenvolvimento e tolerância</p><p>(TUBINO, 1979). A seguir temos um organograma para melhor visualização das</p><p>valências físicas:</p><p>FIGURA 46 - TIPOS DE VALÊNCIAS FÍSICAS</p><p>Coordenação</p><p>Força</p><p>Potência</p><p>Valências Físicas</p><p>Resistência</p><p>Alongamento</p><p>VelocidadeRelaxamento</p><p>Equilíbrio</p><p>Agilidade</p><p>Ritmo</p><p>Flexibilidade</p><p>FONTE: Tubino (1979)</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>68</p><p>Assim, nós, seres humanos, nascemos com capacidade de desempenhar</p><p>movimentos que envolvam resistência, flexibilidade, força, entre outros. Todas</p><p>essas nossas habilidades motoras são movimentos aprendidos e que dependem</p><p>de treinamento (MCARDLE, 1998).</p><p>Para entendermos melhor, vamos aprofundar cada um dos itens que envolvem</p><p>a totalidade do movimento.</p><p>ESTUDOS FU</p><p>TUROS</p><p>Resistência</p><p>Resistência muscular é a qualidade física que dota um músculo da capacidade</p><p>de executar uma quantidade numerosa de contrações sem que haja diminuição</p><p>na amplitude do movimento, na frequência, na velocidade e na força de execução,</p><p>resistindo ao surgimento da fadiga muscular localizada (DANTAS, 1998).</p><p>Resistência é a capacidade de um grupo muscular executar contrações</p><p>repetitivas por um período de tempo suficiente para causar fadiga muscular</p><p>ou manter estaticamente uma percentagem específica de contração voluntária</p><p>muscular (CVM) por um período de tempo prolongado (GUEDES, 1995).</p><p>Para Weineck (2000, p. 15), entende-se como resistência “a capacidade</p><p>geral psicofísica de tolerância à fadiga em sobrecargas de longa duração, bem</p><p>como a capacidade de uma rápida recuperação após estas sobrecargas”.</p><p>Em outras palavras, resistência é a capacidade de executar um movimento,</p><p>durante um dado período de tempo, sem que ocorra perda aparente da eficiência</p><p>do movimento. Depende da capacidade dos sistemas cardiovascular, respiratório,</p><p>metabólico e, ainda, da eficiência da coordenação do movimento.</p><p>Já a resistência muscular localizada (RML) é definida como “qualidade</p><p>física que permite um contínuo esforço, proveniente de exercícios prolongados,</p><p>durante um determinado tempo”. (TUBINO, 1979, p. 27).</p><p>TÓPICO 1 | A FISIOLOGIA DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>69</p><p>FIGURA 47 - EXERCÍCIO DE PRANCHA DEMONSTRANDO RESISTÊNCIA MUSCULAR</p><p>FONTE: Disponível em: <http://corpoinconsciencia.files.wordpress.com/2013/08/10100</p><p>77_332677120198711_1279263519_n.jpg?w=700>. Acesso em: 16 set. 2015.</p><p>FIGURA 48 - EXERCÍCIO DEMONSTRANDO RESISTÊNCIA MUSCULAR</p><p>FONTE: Disponível em: <https://encryptedtbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9Gc</p><p>R9G1tBRSnjFHv91ScMlr3eXPR5WH2ZYpbH3Q6D8pBPzBRCipC0sg>. Acesso em: 16</p><p>set. 2015.</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>70</p><p>Veja nos vídeos a seguir um pouco mais sobre a prática da resistência muscular.</p><p><https://youtu.be/sQ3QE0Y8ZI4?list=PLHpBw6TA-xVwhW70TeAl4blGcYfjOdcFg</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=xjC2L5P0C8Y>.</p><p>DICAS</p><p>Para cada atividade ou movimento corporal há uma maneira diferente</p><p>do músculo resistir. Assim, a seguir estudaremos os tipos de resistência. Existem</p><p>dois tipos basicamente: a aeróbica e a anaeróbica.</p><p>Resistência Aeróbica</p><p>É a capacidade física que permite um esforço por um determinado período</p><p>de tempo em que há um equilíbrio entre o consumo e a absorção de oxigênio.</p><p>É qualidade física que concede ao corpo e/ou segmento articular executar</p><p>uma atividade de baixa a média intensidade por um longo período de tempo.</p><p>Isso com o indivíduo em um bom estado geral de saúde, tendo as capacidades</p><p>cardíacas e pulmonares saudáveis, pois na resistência aeróbica há oxigênio</p><p>suficiente para a queima oxidativa de substâncias energéticas (WEINECK, 2000).</p><p>O treinamento da resistência aeróbica tem um significado substancial</p><p>para todas as modalidades esportivas, sem exceção, pois a elevação do nível</p><p>das possibilidades aeróbicas do organismo cria a base funcional necessária ao</p><p>aperfeiçoamento de diversos aspectos da preparação do atleta, principalmente</p><p>em competições (ZATSIORSKY, 1999).</p><p>FIGURA 49 - ATIVIDADE DE NATAÇÃO DEMONSTRANDO RESISTÊNCIA</p><p>AERÓBICA</p><p>FONTE: Disponível em: <https://encryptedtbn1.gstatic.com/ima</p><p>ges?q=tbn:ANd9GcRw2z0tYzjEeUTVqiEpMbT4lqbtlml60xm</p><p>8tskXr6RT>. Acesso em: 16 set. 2015.</p><p>TÓPICO 1 | A FISIOLOGIA DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>71</p><p>FIGURA 50 - ATIVIDADE EM FORMA DE CIRCUITO DEMONSTRANDO</p><p>RESISTÊNCIA AERÓBICA</p><p>FONTE: Disponível em: <https://encryptedtbn3.gstatic.com/images?q=tbn:</p><p>ANd9GcRcXn_XsVbqVh4gv0Rziwafz81aDhUe0j2iQcSDB-xH8O0OnGOB>.</p><p>Acesso em: 16 set. 2015.</p><p>FIGURA 51 - ATIVIDADE ANDAR DE BICICLETA DEMONSTRANDO RESISTÊNCIA</p><p>AERÓBICA</p><p>FONTE: Disponível em: <https://encryptedtbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9G</p><p>cRvxNmK3_3E8SpXf9W12cUkS MfZ7577XxI0o1upSTXPpnuWYoZg>. Acesso em:</p><p>16 set. 2015.</p><p>Resistência Anaeróbica</p><p>É a capacidade física que concede ao organismo executar um esforço de alta</p><p>intensidade por um curto período de tempo. São esforços de grande intensidade</p><p>que requerem alto gasto de oxigênio, mas de curta duração (KATCH, 2005).</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>72</p><p>A resistência anaeróbica pode ser explicada pelas solicitações fisiológicas</p><p>de</p><p>oxigênio de um atleta durante um exercício, em condições superiores à sua</p><p>capacidade de consumo, provocando um débito de oxigênio, e que deverá ser</p><p>reparado após o término desse esforço.</p><p>Os exercícios realizados para obter resistência anaeróbica utilizam uma</p><p>forma de energia que não depende do uso do oxigênio, isso porque são atividades</p><p>de curta duração e de grande intensidade, e muitos são direcionados apenas para</p><p>alguns músculos. Geralmente, o objetivo do ganho de resistência anaeróbica é o</p><p>aumento da massa e enrijecimento muscular e força (KATCH, 2005).</p><p>FIGURA 52 - DEMONSTRAÇÃO DE RESISTÊNCIA ANAERÓBICA</p><p>Fonte: Disponível em: <https://lh4.googleusercontent.com/2doRVHSXJa0/VDbKXQ</p><p>egYvI/AAAAAAAAAC8/1FmjzYGy-Ok/s2560/1412876889657.jpeg>. Acesso em: 16</p><p>set. 2015.</p><p>FIGURA 53 - DEMONSTRAÇÃO DE RESISTÊNCIA ANAERÓBICA</p><p>Fonte: Disponível em: <https://encryptedtbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRmtpj</p><p>dJQ7zMYstCOaRCRdSwstElaNmBcKWvqv8-x6xUx6Hem5I>. Acesso em: 16 set. 2015.</p><p>TÓPICO 1 | A FISIOLOGIA DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>73</p><p>FIGURA 54 - DEMONSTRAÇÃO DE RESISTÊNCIA ANAERÓBICA</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.valetodo.info/Acerca/nestor1.jpg>.Acesso em:</p><p>16 set. 2015.</p><p>UNI</p><p>Resistência muscular é a competência física de um músculo que tem a</p><p>habilidade de desempenhar várias contrações sem que a amplitude de movimento seja</p><p>diminuída (DANTAS, 1998). A resistência pode ser estimulada de várias maneiras durante</p><p>uma aula de educação física, como correr, realizar circuitos com obstáculos, jogar futebol,</p><p>entre muitas outras. Para saber mais acesse o site a seguir:</p><p>Fonte: <http://www.fpjournal.org.br>.</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>74</p><p>O fluxograma a seguir serve para organização e fixação do conteúdo.</p><p>FIGURA 55 - FLUXOGRAMA DE RESISTÊNCIA</p><p>Resistência</p><p>AnaeróbicaAeróbica</p><p>Exemplos</p><p>Corridas de arrancadas</p><p>Futebol</p><p>Tênis</p><p>Provas de velocidade</p><p>Musculação (ginástica)</p><p>Saltos</p><p>Exemplos</p><p>Tipos</p><p>FONTE: Dantas (1998)</p><p>Flexibilidade</p><p>Refere-se à capacidade de o músculo relaxar e ceder a uma força de</p><p>alongamento, é a amplitude de movimento aumentada, é a extensibilidade</p><p>muscular (FOX, 1981).</p><p>“É a capacidade de executarmos movimentos de grande amplitude pela</p><p>ação da musculatura agônica, acumulando energia cinética potencial, que pode</p><p>ser utilizada na execução de tarefas motoras que requerem velocidade e/ou</p><p>potência de contração muscular”. (GALLARDO e AZEVEDO, 2007, p. 35).</p><p>Segundo Krahenbuhl e Martin (1977), a flexibilidade é composta de dois</p><p>tipos:</p><p>1) Flexibilidade corporal geral</p><p>É a capacidade de movimentação dos principais sistemas articulares do corpo,</p><p>como: as articulações escapulares (ombros), coxofemorais (coxas) e coluna vertebral.</p><p>TÓPICO 1 | A FISIOLOGIA DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>75</p><p>2) Flexibilidade específica:</p><p>É a capacidade de movimentação de determinadas articulações.</p><p>Capacidade essa que é muito diferenciada, dadas as diferenças de solicitação</p><p>nas inúmeras tarefas motoras executadas pelo corpo humano. Assim, podemos</p><p>compreender como é importante a flexibilidade das articulações das mãos de</p><p>um pianista ou a flexibilidade da articulação coxofemoral para um corredor de</p><p>obstáculos (SILVA, 2010).</p><p>A flexibilidade é uma valência física essencial para o desenvolvimento</p><p>motor humano, por isso a manutenção do corpo com a ginástica é de suma</p><p>importância não só para os atletas, mas para todos, pois o sedentarismo e a falta</p><p>de atividades físicas aumentam as consequências em relação à diminuição da</p><p>flexibilidade, mobilidade do indivíduo (COELHO e ARAÚJO, 2000).</p><p>A autonomia, a saúde e o bem-estar do indivíduo estão diretamente</p><p>ligados à prática de exercícios físicos, movimentos esses que fazem a conservação,</p><p>o gerenciamento e a prevenção da flexibilidade, da resistência, do alongamento, da</p><p>postura, força, equilíbrio, todas as valências físicas (COELHO e ARAÚJO, 2000).</p><p>A liberdade e a habilidade de um movimento realizado nas articulações de</p><p>um indivíduo, com total amplitude de movimento, sem sentir dor e com músculos</p><p>flexíveis, são compreendidas como flexibilidade muscular, que é um dos pontos-</p><p>chave para a prevenção de lesões, manutenção do movimento corporal normal e</p><p>melhora do desempenho atlético. A flexibilidade muscular é muito valorizada e</p><p>trabalhada na ginástica, no meio esportivo (MACIEL & CÂMARA, 2008).</p><p>FIGURA 56 - DEMONSTRAÇÃO DE FLEXIBILIDADE CORPORAL</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.flexibilidadetotal.com.br/wp-content/</p><p>uploads/2014/03/programa-de-alongamento.jpg>. Acesso em: 16 set. 2015.</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>76</p><p>FIGURA 57 - DEMONSTRAÇÃO DE FLEXIBILIDADE CORPORAL</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.flexibilidadetotal.com.br/wp-content/</p><p>uploads/2014/03/alongando-as-costas.jpg>. Acesso em: 16 set. 2015.</p><p>FIGURA 58 - DEMONSTRAÇÃO DE FLEXIBILIDADE CORPORAL</p><p>FONTE: Disponível em: <http://vidatotal.com.br/user/image/new-page-19_</p><p>arquivos-image007.jpg>. Acesso em: 16 set. 2015.</p><p>Veja no vídeo a seguir um teste bem interessante, chamado “Teste dos dedos</p><p>ao solo”, que faz a mensuração da flexibilidade da cadeia muscular posterior, muito simples</p><p>e fácil, e você pode incluir na sua aula de ginástica e testar a flexibilidade de seus alunos.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=C4lN8x5o8HY>.</p><p>DICAS</p><p>TÓPICO 1 | A FISIOLOGIA DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>77</p><p>NOTA</p><p>Os autores Gunsch, Silva e Navarro, em 2010, relatam que na ginástica escolar</p><p>a amplitude de movimento é muito valorizada, assim a flexibilidade tem papel fundamental</p><p>para executar os exercícios em sua plenitude e conseguir maior efeito em crianças em idade</p><p>escolar que passaram ou passarão pelo estirão de crescimento, tendo como propósito manter</p><p>a mobilidade de seus corpos, buscando sempre uma vida mais saudável e de qualidade.</p><p>É possível ler mais sobre esse assunto no endereço abaixo:</p><p>Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo, v. 4, n. 23, p. 505-513. Set/</p><p>Out. 2010. Endereço on-line: <www.ibpefex.com.br/www.rbpfex.com.br>.</p><p>Alongamento Muscular</p><p>O alongamento é uma das mais importantes categorias de exercícios que</p><p>podem ser prescritos para manter e restaurar o equilíbrio normal em cada uma</p><p>destas estruturas: o músculo, a fáscia, o tendão e o ligamento (TROMBLY, 1983).</p><p>O alongamento se caracteriza com os movimentos amplos e com reduzidas</p><p>tensões musculares, com o intuito de desenvolver a flexibilidade (ACHOUR</p><p>JÚNIOR, 1996).</p><p>Alongamentos promovem o estiramento das fibras musculares, fazendo</p><p>com que elas aumentem o seu comprimento. Quanto mais alongada uma fibra</p><p>muscular, maior será a movimentação da articulação regida por aquele músculo,</p><p>promovendo assim maior flexibilidade (KISNER, 2005).</p><p>É um termo usado para descrever qualquer manobra terapêutica elaborada</p><p>para aumentar o comprimento (alongar, estender) estruturas dos tecidos moles,</p><p>músculos encurtados e, desse modo, aumentar a amplitude de movimento</p><p>(KISNER, 2005).</p><p>O exercício de alongamento está intimamente ligado à flexibilidade</p><p>muscular, os músculos aumentam seu comprimento e, como consequência, há o</p><p>desenvolvimento e aumento da flexibilidade (ALMEIDA, 2006).</p><p>O alongamento é uma manobra terapêutica utilizada para aumentar</p><p>a mobilidade dos tecidos moles, por promover aumento do comprimento das</p><p>estruturas que tiveram encurtamento adaptativo (KISNER, 2005), podendo</p><p>ser definido também como técnica utilizada para aumentar a extensibilidade</p><p>musculotendínea e do tecido conjuntivo periarticular, contribuindo para aumentar</p><p>a flexibilidade articular, isto é, aumentar a amplitude de movimento (ADM).</p><p>Suas modalidades são: alongamento estático e alongamento balístico</p><p>(HALBERTSMA, 1999; KNUDSON, 2008).</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>78</p><p>FIGURA 59 - DEMONSTRAÇÃO DE ALONGAMENTO</p><p>FONTE: Disponível em: <https://encryptedtbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9</p><p>GcQn2M1txScWG4KN0HnMKKpbTr0-Lv-iB5ni-CYdSYecx6y0o9gt_g>. Acesso em:</p><p>22 set. 2015.</p><p>Alongamento Estático</p><p>É um método</p><p>pelo qual os tecidos moles são alongados até o ponto de</p><p>resistência ou tolerância do tecido mantido nesta posição (ANDREWS, 2000).</p><p>É a técnica mais comum para o ganho de flexibilidade e sua vantagem é</p><p>a facilidade de execução e o baixo potencial de dano tecidual (ROBERTS, 1999).</p><p>É aquele em que os membros são movidos lentamente, e mantêm o</p><p>segmento muscular determinado pela tensão muscular logo acima da amplitude</p><p>do movimento habitual (ACHOUR JÚNIOR, 1996).</p><p>FIGURA 60 - DEMONSTRAÇÃO DE ALONGAMENTO ESTÁTICO</p><p>Fonte: Disponível em: <https://encryptedtbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9Gc</p><p>RbJUsW9At9IRH7w2pm7Mn2Kqj_xYSxsjSP5GSonlLBCaGYopuA>. Acesso em: 22</p><p>set. 2015.</p><p>TÓPICO 1 | A FISIOLOGIA DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>79</p><p>Alongamento Balístico</p><p>É caracterizado pelo uso de movimentos vigorosos e rítmicos de um</p><p>segmento do corpo, pelo alcance do movimento, com o objetivo de alongar o</p><p>músculo ou o grupo muscular (BANDY, 1998).</p><p>É a movimentação da articulação, para que a mesma atinja o máximo</p><p>possível de amplitude no movimento. No método balístico há um maior risco de</p><p>lesões, pela facilidade de ultrapassar nossos limites sem que tenhamos controle da</p><p>situação, pois os movimentos são rápidos e vigorosos. Esse tipo de alongamento</p><p>balístico é usado em atletas cujo esporte envolva movimentos balísticos em seu</p><p>desempenho, e em planos de aulas escolares o uso deve ser limitado a estudantes</p><p>com experiência e vivência corporal adequadas (ACHOUR JÚNIOR, 1996).</p><p>FIGURA 61 - DEMONSTRAÇÃO DE ALONGAMENTO BALÍSTICO</p><p>FONTE: Disponível em: <https://encryptedtbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRh</p><p>SH4sz1i9HPsA1Rr5YO-Kbhcl80C02T1hsWj-0jLmfTT7QgEL>. Acesso em: 22 set. 2015.</p><p>UNI</p><p>O alongamento dentro da ginástica escolar é uma prática importante,</p><p>ajuda a desenvolver a elasticidade dos músculos, tendões e ligamentos, estimulando a</p><p>consciência corporal. Crianças em idade escolar são extremamente flexíveis, mas perdem</p><p>essa capacidade se não forem estimuladas a manter esses movimentos conforme vão</p><p>crescendo, amadurecendo. Dessa forma, o alongamento incluído no programa de ginástica</p><p>contribui muito para o condicionamento físico da criança e adolescente em período escolar</p><p>(GRABER, WOODS, 2014).</p><p>FONTE: Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=Tza_AwAAQBAJ&pg=PA3</p><p>17&dq=alongamento+na+ginastica+escolar&hl=ptBR&sa=X&ved=0CDAQ6AEwBGoVChM</p><p>Ij9WK95WNyAIVhYeQCh17Hgly#v=onepage&q=alongamento%20na%20ginastica%20escolar>.</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>80</p><p>Agora que você leu sobre a importância do alongamento, vamos estudar mais</p><p>um componente das valências físicas, a força.</p><p>ESTUDOS FU</p><p>TUROS</p><p>Força</p><p>Refere-se à produção de força (vigor) de um músculo em contração e está</p><p>diretamente relacionada à quantidade de tensão que um músculo em contração</p><p>pode produzir (KISNER, 2005). A força de músculo, para ser aumentada, a</p><p>contração muscular necessita ser resistida ou receber uma carga para aumentar os</p><p>níveis de tensão e aumentar o recrutamento das fibras musculares (KISNER, 2005).</p><p>Força reflete a capacidade dos músculos de exercer esforço por um</p><p>curto período de tempo, diferentemente da resistência, que, como já vimos, é a</p><p>capacidade de manter essa força. (KISNER, 2005).</p><p>Segundo conceitos da Física, força é uma tração ou impulsão que altera</p><p>ou tende a alterar o estado de movimentação de um corpo. E está diretamente</p><p>associada ao movimento, onde haverá primeiro a força e depois o movimento,</p><p>mas pode ocorrer força sem que haja movimento, por exemplo, a postura de</p><p>defesa de um jogador de vôlei ao preparar-se para receber o ataque de saque do</p><p>adversário (VILELA, 2011).</p><p>Na ginástica, a força muscular traduz a capacidade de a musculatura</p><p>produzir tensão, ou seja, aquilo a que denominamos contração muscular. O trabalho</p><p>da força é fundamental para atingir desempenhos elevados nos movimentos, nas</p><p>atividades de ginástica, nas competições (HERTOHG et al., 1994).</p><p>FIGURA 62 - DEMONSTRAÇÃO DE FORÇA</p><p>FONTE: Disponível em: <https://encryptedtbn0.gstatic.com/images?q=</p><p>tbn:ANd9GcQJ9TVjsCQe8fK0663tC7wKD4hlN7bdGctbVtYzILN0ko6zw</p><p>si6g>. Acesso em: 23 set. 2015.</p><p>TÓPICO 1 | A FISIOLOGIA DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>81</p><p>No aspecto do tipo de treinamento muscular a força pode ser estática ou</p><p>dinâmica. Veja a diferença a seguir:</p><p>Força Isométrica ou Estática</p><p>É uma força realizada contra cargas insuperáveis, ou seja, não se observa</p><p>qualquer tipo de movimento apesar de existir contração muscular. É uma</p><p>contração muscular que resulta em nenhum tipo de movimento (BADILLO, 2000).</p><p>A força isométrica está associada a uma contração isométrica, que ocorre</p><p>quando um músculo produz força e esse esforçar-se para encurtar suas fibras não</p><p>consegue superar a resistência externa e mantém-se estático. Podemos visualizar</p><p>um exemplo prático abaixo, quando um indivíduo segura um objeto pesado em</p><p>uma das mãos, com o cotovelo flexionado em 90º, ocorre uma contração isométrica</p><p>do músculo bíceps (MCARDLE, 2003).</p><p>Barbanti (1979) conceitua força estática como aquela em que não existe</p><p>encurtamento das fibras musculares, portanto não há movimento, e cada</p><p>modalidade esportiva deve ater-se à melhor forma de trabalhar e valência física.</p><p>FIGURA 63 - DEMONSTRAÇÃO DE FORÇA ESTÁTICA</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.educacaofisicanaveia.com.br/wpcontent/</p><p>uploads/2013/08/contracao-isometrica.png?895009>. Acesso em: 23 set. 2015.</p><p>Força isotômica ou dinâmica</p><p>É realizada quando a resistência a vencer pode ser deslocada pelo</p><p>menos uma vez. A força dinâmica é quando existe um encurtamento das fibras</p><p>musculares, provocando uma aproximação ou afastamento dos segmentos ou</p><p>partes musculares próximas, portanto há movimento (BARBANTI, 1979).</p><p>A força isotônica é quando a contração muscular provoca um movimento</p><p>articular e se diferencia da resistência produzindo movimento, é força em</p><p>movimento, onde os músculos se contraem e encurtam (BADILLO, 2000).</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>82</p><p>FIGURA 64 - DEMONSTRAÇÃO DE FORÇA DINÂMICA</p><p>FONTE: <https://encryptedtbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTriyDvH2hASP7</p><p>de6XF2oGsDY3Gt3g8QwIUpcQGe1jEYOex8e37yA>. Acesso em: 23 set. 2015.</p><p>Você pode aprofundar seu conhecimento sobre uma das mais importantes</p><p>valências físicas, a força, nos sites a seguir:</p><p><http://www.efdeportes.com/></p><p><http://www.cayolla.com>.</p><p>DICAS</p><p>UNI</p><p>Segundo Barbanti (1979), tanto no esporte de atletas de qualquer modalidade,</p><p>em competição ou não, como nas atividades físicas escolares, a força motora manifesta-se</p><p>no aparelho locomotor, dependendo do sistema nervoso que o dirige, do sistema ósseo</p><p>que o sustenta e dos sistemas cardiovasculares e respiratórios que transportam os nutrientes</p><p>necessários para o desenvolvimento de sua tarefa.</p><p>Força é “como uma característica humana, com a qual se move uma massa (seu próprio</p><p>corpo ou um instrumento esportivo), sua capacidade em dominar ou reagir a uma resistência</p><p>pela ação muscular” (BARBANTI, 1979).</p><p>TÓPICO 1 | A FISIOLOGIA DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>83</p><p>Agora vamos estudar mais um componente das valências físicas, a potência</p><p>motora.</p><p>ESTUDOS FU</p><p>TUROS</p><p>Potência muscular</p><p>Potência muscular é uma valência que causa certa controvérsia, dúvida</p><p>entre alguns autores em sua definição. Muitos deles acreditam que, por estar</p><p>intimamente ligada com a força muscular e velocidade, por vezes sua definição</p><p>se confunde com a definição de velocidade. Para tanto, vamos apresentar várias</p><p>definições para que não haja confusões entre tais valências.</p><p>Já para Fleck e Kraemer (1999, p. 90), "potência é a velocidade em que</p><p>se desempenha o trabalho". O treino da potência é um aprimoramento entre</p><p>duas importantes capacidades: força e velocidade. E para treiná-la é necessário</p><p>o domínio de movimentos complexos com mediação de grupos musculares</p><p>e articulações. E treinando potência são trabalhados simultaneamente força e</p><p>velocidade. Assim, quanto melhor for a proficiência do movimento, mais potente</p><p>e veloz ele será.</p><p>A potência</p><p>muscular, também conhecida como força explosiva, é uma</p><p>função da força exercida e velocidade de execução de um determinado movimento.</p><p>É a paridade da força com a velocidade, que por vezes tem o domínio da força,</p><p>como, por exemplo: levantamentos de pesos, e em outras vezes, a superioridade</p><p>da velocidade, como o que acontece nos arremessos de dardos (DANTAS, 2003).</p><p>Potência muscular é produto da força pela velocidade e pode ser</p><p>aperfeiçoada com a capacitação das fibras musculares, e então se entende que</p><p>ocorre uma diminuição da velocidade máxima quando o músculo se encurta,</p><p>diminuindo o comprimento efetivo do músculo (BARBANTI, 2010).</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>84</p><p>FIGURA 65 - DEMONSTRAÇÃO DE POTÊNCIA MUSCULAR</p><p>FONTE: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/j1a9miRxh9o/USvREuhiIEI/</p><p>AAAAAAAAAE8/25pvcqyXV8Y/s1600/portada.png>. Acesso: 24 set. 2015.</p><p>UNI</p><p>Assim como a força, a potência muscular pode ser avaliada por meio de testes,</p><p>e um deles é o salto vertical, que pode ser incluído nas aulas de educação física como forma</p><p>de brincadeiras de saltar e mensurar a potência, principalmente dos membros inferiores dos</p><p>seus alunos e estimulá-los a aprimorar sua potência.</p><p>Para aprofundar o assunto, leia na dissertação de mestrado “Publicações nacionais da</p><p>avaliação da força muscular no período de 2000 a 2010: estudo exploratório”, de Ricardo</p><p>Aparecido Avelino.</p><p>Disponível em: <https://www.unimep.br/phpg/bibdig/aluno/visualiza.php?cod=858>.</p><p><http://www.efdeportes.com/</p><p>http://www.personalclub.com.br/imagens/upload/capacidade_motoras.docx>.</p><p>DICAS</p><p>TÓPICO 1 | A FISIOLOGIA DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>85</p><p>Agora vamos estudar mais um componente das valências físicas, a</p><p>coordenação motora.</p><p>ESTUDOS FU</p><p>TUROS</p><p>Coordenação</p><p>É a "qualidade física que permite ao homem assumir a consciência e a</p><p>execução, levando a uma integração progressiva de aquisições, favorecendo a</p><p>uma ação ótima dos diversos grupos musculares na realização de uma sequência</p><p>de movimentos com o máximo de eficiência e economia" (TUBINO, 1979, p. 180).</p><p>Para Bemstein (1967) apud Veiga (1987, p. 9), a coordenação motora é</p><p>o modelo ideal, de forma a atingir a solução final na execução do movimento,</p><p>ação de acordo com o objetivo estabelecido. A coordenação é um de processo</p><p>de manutenção de onde resulta o maior grau de liberdade do segmento em</p><p>movimento, em um sistema controlado.</p><p>Costa (1968, p. 285) afirma que a definição correta de coordenação</p><p>seria a "qualidade de sinergia que permite combinar a ação de diversos grupos</p><p>musculares na realização de uma sequência de movimentos com o máximo de</p><p>eficácia e economia ou de rapidez, se estiverem envolvidas a velocidade e a força".</p><p>Kiphard (1976, p. 9) entende por coordenação de movimentos a "interação</p><p>harmoniosa e econômica de músculos, nervos e sentidos com o fim de produzir</p><p>ações cinéticas precisas e equilibradas (motricidade voluntária) e reações rápidas</p><p>e adaptadas a situações (motricidade reflexa)".</p><p>Telena et al. (1977, p. 20) esclarece que "coordenação é a faculdade de</p><p>utilizar conjuntamente as propriedades dos sistemas nervoso e muscular sem</p><p>que uma interfira na outra". Estes mesmos autores citam ainda Le Boulch, que</p><p>define coordenação como "a organização das sinergias musculares para cumprir</p><p>um objetivo por meio de um processo de ajuste progressivo, que é a estruturação</p><p>de uma práxis (atividade, movimento)".</p><p>Coordenação motora é a capacidade que o corpo tem de realizar</p><p>movimentos articulados entre si, como, por exemplo, pular, andar, correr,</p><p>escrever e outros. Qualquer movimento do corpo humano exige coordenação</p><p>motora (FERREIRA, 2004, p. 545).</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>86</p><p>Como uma das valências, a coordenação motora é compreendida por</p><p>uma competência do cérebro em sustentar os movimentos do corpo, na ação dos</p><p>músculos e das articulações. Está sempre em desenvolvimento, pode e deve ser</p><p>aprimorada com estímulos constantes durante todo o desenvolvimento humano.</p><p>Ao nascer o bebê vai descobrindo, experimentando, percebendo sensações</p><p>motoras, e à medida que cresce, adquire novas habilidades de movimentos</p><p>corporais, e já é capaz de executar movimentos mais elaborados, mais refinados,</p><p>como andar, correr, pular, escrever, desenhar, pintar, entre muitas outras coisas.</p><p>Assim segue até completar todo o seu desenvolvimento motor na idade adulta,</p><p>após inicia os estímulos de manutenção dessa coordenação motora para o</p><p>processo de envelhecimento humano.</p><p>FIGURA 66 - DEMONSTRAÇÃO DE COORDENAÇÃO MOTORA</p><p>FONTE: Disponível em: <https://encryptedtbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9Gc</p><p>QuwoAY2TE3OzedFmqRBFhOBnoKtoidfFjEU-UHAC3ISahAM6Oc>. Acesso em: 24</p><p>set. 2015.</p><p>Essas novas aquisições são denominadas de coordenação motora grossa e</p><p>fina, as quais vocês vão entender no texto que segue abaixo.</p><p>Coordenação Motora Grossa</p><p>É também chamada de coordenação global ou ampla, é quando há a</p><p>realização de grandes movimentos envolvendo partes do corpo, e para tais</p><p>movimentos são recrutadas grandes massas musculares e articulações que</p><p>trabalham em harmonia para fazer os deslocamentos, sem muita elaboração, mas</p><p>com perfeita execução. Exemplos: andar, nadar, correr, saltar, marchar, subir e</p><p>descer escadas etc.</p><p>TÓPICO 1 | A FISIOLOGIA DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>87</p><p>FIGURA 67 - DEMONSTRAÇÃO DE COORDENAÇÃO MOTORA GROSSA</p><p>FONTE: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/3TsF25NUaZY/</p><p>UCPfUMPc_iI/AAAAAAAAFPw/1g274p7MKJU/s1600/planing+motor+15.</p><p>jpg>. Acesso em: 24 set. 2015.</p><p>Coordenação motora fina</p><p>É a capacidade para realizar movimentos específicos, movimentos mais</p><p>refinados, mais elaborados, acurados, utilizando pequenos músculos, a fim de</p><p>atingir a execução bem-sucedida da habilidade. Requer um ato de grande precisão no</p><p>movimento. Movimentos manuais em que a coordenação e a precisão são essenciais.</p><p>Exemplo: escrever, sublinhar, modelar com massinhas, recortar, colar, trabalhos com</p><p>objetos pequenos como pinças, jogar jogos como “resta um”, jogar “bolitas”, “cinco</p><p>marias”, jogar futebol de botão, montar quebra-cabeças, entre outros.</p><p>FIGURA 68 - DEMONSTRAÇÃO DE COORDENAÇÃO MOTORA FINA</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.colegiosantoinacio.com.br/upload/galeria/</p><p>futebol_de_dedo_ed_fisica_2013/foto_83067d9b6ecd6d20d8ef20cec3b5108b.</p><p>jpg>. Acesso em: 24 set. 2015.</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>88</p><p>Você pode ler mais sobre coordenação nos sites que seguem:</p><p><http://www.efdeportes.com.http://www.brasilescola.com/biologia/</p><p>coordenacao-motora.htm>.</p><p>DICAS</p><p>UNI</p><p>Coordenação motora "é a qualidade de sinergia que permite combinar a ação</p><p>dos diversos grupos musculares para a realização de uma série de movimentos com o</p><p>máximo de eficiência e economia". Estes autores ainda consideram a coordenação como</p><p>"a base do aprendizado e do aperfeiçoamento técnico cujo objetivo é a obtenção do gesto</p><p>específico visando à ação mais fácil e produtiva". (ROCHA & CALDAS, 1981, p. 42).</p><p>Na sequência veremos conceitos de velocidade na ginástica escolar.</p><p>ESTUDOS FU</p><p>TUROS</p><p>Velocidade</p><p>Fauconnier citado por Tubino (1984) define velocidade como “a qualidade</p><p>particular do músculo e das coordenações neuromusculares que permite a</p><p>execução de uma sucessão rápida de gestos que, em seu encadeamento, constituem</p><p>uma só e mesma ação, de uma intensidade máxima e de uma duração breve ou</p><p>muito breve”.</p><p>Segundo Frey (1977) citado por Weineck (1991, p. 210), velocidade é “a</p><p>capacidade, com base na mobilidade dos processos do sistema nervo-músculo,</p><p>de desenvolver força muscular, de completar ações motoras, em determinadas</p><p>condições, no mesmo tempo”.</p><p>TÓPICO 1 | A FISIOLOGIA DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>89</p><p>O mesmo autor refere que “a velocidade motora resulta, portanto, da</p><p>capacidade psíquica, cognitiva, coordenativa e do condicionamento, sujeitas às</p><p>influências genéticas, do aprendizado, do desenvolvimento sensorial e neuronal,</p><p>bem como de tendões, músculos e capacidade de</p><p>mobilização energética”.</p><p>(WEINECK, 1999, p. 379).</p><p>FIGURA 69 - DEMONSTRAÇÃO DE VELOCIDADE</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.notapositiva.com/pt/trbestbs/educfisica/</p><p>imagens/12_capacidades_motoras_12_d.jpg>. Acesso em: 24 set. 2015.</p><p>FIGURA 70 - DEMONSTRAÇÃO DE VELOCIDADE</p><p>FONTE: Disponível em: <https://encryptedtbn2.gstatic.comimages?q=tbn</p><p>:ANd9GcQbYiPMT6PpNy6hoors5U8ZdHjzGhYapJPcMo7q3lgN9YlG2i9ONA>.</p><p>Acesso em: 24 set. 2015.</p><p>A velocidade é classificada em vários tipos, é o que estudaremos a seguir:</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>90</p><p>Velocidade de reação</p><p>Velocidade de reação se diferencia entre reações simples e reações</p><p>complexas. Um exemplo de reação simples seria a largada de uma corrida de</p><p>velocidade, a largada de uma competição de natação. Uma reação complexa seria</p><p>representada por um jogo esportivo, onde é necessário reagir adequadamente às</p><p>diversas situações de jogo (WEINECK, 1991).</p><p>Também chamada de tempo de reação, a velocidade de reação pode ser</p><p>definida como a velocidade com a qual um indivíduo é capaz de responder a um</p><p>estímulo (TUBINO, 1984).</p><p>FIGURA 71 - DEMONSTRAÇÃO DE VELOCIDADE DE REAÇÃO</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.atletesplus.com/uploads/imagens/</p><p>velocidade.jpg>. Acesso em: 24 set. 2015.</p><p>FIGURA 72 - DEMONSTRAÇÃO DE VELOCIDADE DE REAÇÃO</p><p>FONTE: Disponível em: <http://apanasc.com.br/blog/wp-content/</p><p>uploads/2011/10/shapeimage_1-2.png>. Acesso: 24/09/2015.</p><p>TÓPICO 1 | A FISIOLOGIA DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>91</p><p>Velocidade de deslocamento</p><p>Velocidade de deslocamento representa uma forma especial da velocidade</p><p>cíclica (rítmica, repetida) e refere-se à capacidade locomotora das extremidades</p><p>inferiores, ou seja, a capacidade máxima de um indivíduo deslocar-se de um</p><p>ponto a outro. Também é chamada de velocidade de movimento. A velocidade</p><p>de deslocamento é uma valência física específica em provas de velocidade de um</p><p>modo geral, com destaque para esportes coletivos (natação, ciclismo e remo), e em</p><p>desportos coletivos como handebol, futebol, basquetebol, polo aquático e voleibol.</p><p>FIGURA 73 - DEMONSTRAÇÃO DE VELOCIDADE DE</p><p>DESLOCAMENTO</p><p>FONTE: Disponível em: <https://encryptedtbn3.gstatic.com/</p><p>images?q=tbn:ANd9GcSHw9ak4ZGdaIuofzCH9hPWmnF6H_</p><p>L0Pgoix1JH_gVKcrC42kYGfA>. Acesso em: 24 set. 2015.</p><p>FIGURA 74 - DEMONSTRAÇÃO DE VELOCIDADE DE DESLOCAMENTO</p><p>FONTE: Disponível em: <https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:</p><p>ANd9GcRB4HfacKvjktlRoGlMHMdPY-mKI2RnQmcqMenzi-glzwFDkH4dEA>.</p><p>Acesso em: 24 set. 2015.</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>92</p><p>Velocidade de movimento dos menbros superiores e inferiores</p><p>Como o próprio nome já diz, velocidade de movimento dos membros</p><p>(superiores e inferiores) são habilidades de mover braços e/ou pernas tão rápido</p><p>quanto possível. É muito importante em vários desportos e há também uma</p><p>grande necessidade de seu reconhecimento em atletas por parte dos treinadores</p><p>(TUBINO, 1979).</p><p>É uma valência física fundamental para os corredores e nadadores</p><p>de velocidade, lutadores de boxe, ciclistas, esgrimistas, voleibolistas e outras</p><p>modalidades desportivas. Temos que ter cuidado para não confundir essa</p><p>habilidade física com a velocidade de deslocamento. Por exemplo: um nadador</p><p>pode apresentar uma maior frequência de braçadas e de passadas (maior velocidade</p><p>dos membros), contudo, não possui uma boa velocidade de deslocamento.</p><p>FIGURA 75 - DEMONSTRAÇÃO DE VELOCIDADE DE MEMBROS</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.ahebrasil.com.br/upload/fotos/2011/12/02/</p><p>Can__Naiane_Pereira_e_a_Paula_Vergutz_-_Luiz_Pires_-_VIPCOMM.j>. Acesso</p><p>em: 24 set. 2015.</p><p>FIGURA 76 - DEMONSTRAÇÃO DE VELOCIDADE DE MEMBROS</p><p>FONTE: Disponível em: <https://encryptedtbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd</p><p>9GcThvUhQyLlm8GsJYHGZMcEEtjp1POe1ASPugMSS15_CHHz9Ha7aBQ>.</p><p>Acesso em: 24 set. 2015.</p><p>TÓPICO 1 | A FISIOLOGIA DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>93</p><p>Velocidade de ação</p><p>Por velocidade de ação entende-se a orientação do emprego em</p><p>determinados esportes ou em grupos de esportes, prescindindo-se do aspecto</p><p>puramente motor, e enfatiza fortemente os fatores espaciais e temporais que</p><p>regem as exigências subjetivas da ação.</p><p>As atividades com velocidade de ação começam de uma maneira e</p><p>terminam de outra. É uma velocidade acíclica, inicia de um jeito e termina de</p><p>outro, manifesta-se no esporte na forma de lançamento, de arremesso, de salto,</p><p>de chute (WEINECK, 1991).</p><p>FIGURA 77 - DEMONSTRAÇÃO DE VELOCIDADE DE AÇÃO</p><p>FONTE: Disponível em: <https://encryptedtbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9</p><p>GcRR6_OGxRNLDBiweWa PStunfyFgP9BCdVTEl8EhYJBbMk8uY5-QqA>. Acesso</p><p>em: 24 set. 2015.</p><p>FIGURA 78 - DEMONSTRAÇÃO DE VELOCIDADE DE AÇÃO</p><p>FONTE: Disponível em: <https://encryptedtbn1.gstatic.com</p><p>/images?q=tbn:ANd9GcRSZn6wQD0is0oTYPLntN0btnaVLw6</p><p>DdvXfP_7d7ZJFQJN2_xHRg>. Acesso em: 24 set. 2015.</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>94</p><p><http://www.efdeportes.com><http://www.jvianna.com.br/jefe/velocidade.</p><p>PDF><https://www.google.com.br/?gws_rd=ssl#q=velocidade+motora+na+educa%C3%A</p><p>7%C3%A3o+fisica>.</p><p>DICAS</p><p>Se você quiser ter uma leitura minuciosa, pode acessar os sites a seguir:</p><p>UNI</p><p>Velocidade é um período curto de reação motora. A capacidade de velocidade,</p><p>assim como qualquer uma das valências, pode ser aperfeiçoada, pois é determinada por:</p><p>força, resistência, flexibilidade, coordenação. Velocidade é produto da amplitude, frequência</p><p>e velocidade de reação (WEINECK, 1999). A velocidade é sempre trabalhada nas atividades</p><p>durante as aulas de ginástica escolar, sendo em brincadeiras como: corrida de saco, dança</p><p>das cadeiras ou pula corda, como também em jogos de competições, como: revezamento</p><p>com bastão de 25 cm de comprimento, futebol, handebol, vôlei, entre tantos outros.</p><p>Continuando nossos estudos sobre as valências físicas, agora teremos noções</p><p>básicas de equilíbrio.</p><p>ESTUDOS FU</p><p>TUROS</p><p>Equilíbrio</p><p>É a capacidade de manter o corpo estabilizado (equilíbrio estático - mantém</p><p>uma posição em determinado tempo) e/ou perder essa estabilização e recuperá-la</p><p>em diversas trocas de posições e solicitações, denomina-se equilíbrio dinâmico -</p><p>controle do corpo em movimento (TELEÑA, MUINÕ e GARCIA, 1977).</p><p>Equilíbrio é “a faculdade de adaptar-se a uma posição contra a força</p><p>da gravidade e manter o controle do corpo em situações difíceis” (TELEÑA,</p><p>MUINÕ e GARCIA, 1977, p. 203). “O corpo necessita do equilíbrio para manter-</p><p>se em pé, sendo que sua mobilidade é a combinação de duas valências, que</p><p>TÓPICO 1 | A FISIOLOGIA DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>95</p><p>possuem uma relação de proximidade forte, o próprio equilíbrio e a coordenação</p><p>motora” (ROSADAS, 1986, p. 71). “O equilíbrio corporal é a inter-relação com a</p><p>coordenação motora, pois para se equilibrar é essencial a ação das capacidades da</p><p>coordenação motora”. (ZAKHAROV, 1992, p. 174).</p><p>FIGURA 79 - DEMONSTRAÇÃO DE EQUILÍBRIO ESTÁTICO</p><p>FONTE: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/_V5gBGYc5EYM/</p><p>SiGgd4sgVI/AAAAAAAAAwM/naidUfh00k4/s400/65.bmp>. Acesso:</p><p>30 set. 2015.</p><p>FIGURA 80 - DEMONSTRAÇÃO DE EQUILÍBRIO DINÂMICO</p><p>FONTE: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/-tzTz7f4NXyY/UDdqu_kmboI/</p><p>AAAAAAAAFow/-NVB70JiA/s1600/fine+17.jpg>. Acesso em: 30 set. 2015.</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>96</p><p>UNI</p><p>Uma maneira divertida de trabalhar “equilíbrio” nas aulas de educação física é</p><p>aplicar a brincadeira da “Mudança Tríplice”, que testa “equilíbrio, reflexo e destreza”. A organização</p><p>da brincadeira inicia com o professor numerando os alunos de três em três, e colocando um</p><p>aluno sozinho no centro do círculo. Para a execução da brincadeira o professor dá o sinal e dirá</p><p>um dos três números (1, 2, 3) e todos os alunos correspondentes ao número chamado deverão</p><p>mudar rapidamente um ao outro. O aluno do centro, durante essa mudança, deverá ocupar</p><p>um dos lugares, aquele que não chegar ao lugar sobra e irá ao centro.</p><p>Disponível em: <http://educacaofisicaeacao.blogspot.com.br/2010/06/53-brincadeiras-e-</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................146</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................149</p><p>AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................150</p><p>suMário</p><p>VIII</p><p>UNIDADE 3 – METODOLOGIA DO ENSINO DE GINÁSTICA: NOVAS</p><p>PERSPECTIVAS ..........................................................................................................153</p><p>TÓPICO 1 – GINÁSTICA PARA TODOS NO CONTEXTO ESCOLAR....................................155</p><p>1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................155</p><p>2 OS CAMPOS DE ATUAÇÃO DA GINÁSTICA ..........................................................................155</p><p>3 GINÁSTICA ESCOLAR (PRÉ-ESCOLA AO ENSINO MÉDIO) ..............................................159</p><p>4 ASPECTOS PEDAGÓGICOS DO ENSINO DA GINÁSTICA NA ESCOLA ........................163</p><p>5 COMO DAR UMA AULA DE GINÁSTICA ESCOLAR? ...........................................................170</p><p>6 AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E NA GINÁSTICA ................................175</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................180</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................183</p><p>AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................184</p><p>TÓPICO 2 – PESQUISA EM GINÁSTICA NA ESCOLA ..............................................................187</p><p>1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................187</p><p>2 PESQUISA EM GINÁSTICA ...........................................................................................................187</p><p>2.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA OU SISTEMÁTICA .....................................................................187</p><p>2.2 PESQUISA DE CAMPO DESCRITIVA .......................................................................................188</p><p>2.3 PESQUISA DE CAMPO EXPERIMENTAL................................................................................190</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................197</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................199</p><p>AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................200</p><p>REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................203</p><p>1</p><p>UNIDADE 1</p><p>RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE</p><p>EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA</p><p>NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>PLANO DE ESTUDOS</p><p>A partir desta unidade, você será capaz de:</p><p>• diferenciar os conceitos de educação física e de ginástica e suas</p><p>peculiaridades;</p><p>• reconhecer, caracterizar e localizar a história da ginástica e sua inserção no</p><p>ambiente escolar.</p><p>Esta unidade está dividida em dois tópicos. Em cada um deles, você</p><p>encontrará atividades que o ajudarão a fixar os conhecimentos abordados.</p><p>TÓPICO 1 – CONCEITUAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DOS TERMOS</p><p>EDUCAÇÃO FÍSICA E GINÁSTICA</p><p>TÓPICO 2 – CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA</p><p>2</p><p>3</p><p>TÓPICO 1</p><p>UNIDADE 1</p><p>CONCEITUAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DOS TERMOS</p><p>EDUCAÇÃO FÍSICA E GINÁSTICA</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Neste tópico, você verá que a ginástica está inserida no contexto da</p><p>educação física. Faz parte como conteúdo e elementos fundamentais para serem</p><p>trabalhados na educação física escolar.</p><p>2 A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E A GINÁSTICA</p><p>A educação física, como qualquer outra disciplina, na escola, tem</p><p>responsabilidade na concretização do processo de formação e desenvolvimento</p><p>de valores e atitudes, por meio de aulas educativas, com lugar para discussão e</p><p>reflexão sobre cada situação ou fato ocorrido e, também, focar no desenvolvimento</p><p>de várias práticas corporais além dos esportes, como a dança, a ginástica geral,</p><p>jogos e lutas (GUIMARÃES et al., 2001).</p><p>Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (BRASIL, 1998) da educação</p><p>física, a ginástica está inserida dentro de um bloco de conteúdos denominado</p><p>esportes, jogos, lutas e ginásticas. Segundo Brasil (1998, p. 70-71),</p><p>As ginásticas são técnicas de trabalho corporal que, de modo geral,</p><p>assumem um caráter individualizado com finalidades diversas. Por</p><p>exemplo, pode ser feita como preparação para outras modalidades,</p><p>como relaxamento, para manutenção ou recuperação da saúde ou ainda</p><p>de forma recreativa, competitiva e de convívio social. Envolvem ou</p><p>não a utilização de materiais e aparelhos, podendo ocorrer em espaços</p><p>fechados, ao ar livre e na água. Cabe ressaltar que são um conteúdo</p><p>que tem uma relação privilegiada com o bloco conhecimentos sobre o</p><p>corpo, pois nas atividades ginásticas esses conhecimentos se explicitam</p><p>com bastante clareza. Atualmente, existem várias técnicas de ginástica</p><p>que trabalham o corpo de modo diferente das ginásticas tradicionais</p><p>(de exercícios rígidos, mecânicos e repetitivos), visando à percepção do</p><p>próprio corpo: ter consciência da respiração, perceber relaxamento e</p><p>tensão dos músculos, sentir as articulações da coluna vertebral.</p><p>UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA</p><p>NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>4</p><p>O endereço on-line a seguir mostra os PCN e sua abordagem na</p><p>educação física.</p><p>Se você quiser saber mais sobre ginástica escolar, acesse os PCN (1998).</p><p><http://cptstatic.s3.amazonaws.com/pdf/cpt/pcn/volume-08-educacao-fisica.pdf>.</p><p>DICAS</p><p>A vida, nos grandes centros urbanos, impõe enormes restrições à atividade</p><p>física espontânea da criança. Assim, a prática regular de atividade física na escola</p><p>se torna uma necessidade para as crianças e uma fonte preciosa de saúde, que</p><p>promove o melhor crescimento e desenvolvimento do praticante (BARROS</p><p>NETO, 1997).</p><p>Assim, a educação física, no cenário escolar, passou a ser identificada</p><p>como componente curricular integrado ao projeto político-pedagógico da escola</p><p>(KUNZ, 2001).</p><p>Veja o vídeo no link a seguir que aborda uma reflexão e sensibilização</p><p>sobre as aulas de educação física nas escolas.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=foVvpAvJ0LE>.</p><p>DICAS</p><p>Na próxima unidade, você acompanhará a trajetória da história da ginástica</p><p>escolar e sua inserção na escola, construída de uma maneira clara para uma leitura tranquila.</p><p>ESTUDOS FU</p><p>TUROS</p><p>TÓPICO 1 | CONCEITUAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DOS TERMOS EDUCAÇÃO FÍSICA E GINÁSTICA</p><p>5</p><p>Leia parte da entrevista com Débora Didonê, dada à Revista Nova Escola,</p><p>sobre “Ginástica como faz de conta”. Em creches e pré-escolas, o trabalho corporal</p><p>é acompanhado de muita brincadeira. Só assim ela faz sentido para os pequenos.</p><p>Se quiser visualizar a entrevista na íntegra, veja o conteúdo disponível</p><p>em: <http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/0-a-3-anos/ginastica-faz-</p><p>de-conta-423003.shtml>.Acesso em: 10 set. 2015.</p><p>Entrevista:</p><p>“Sou a dona Aranha! Vou pegar essas mosquinhas e prendê-las na</p><p>minha teia!” Essa é a deixa da professora Camila Sandoval de Andrade para que</p><p>a turminha de 1 e 2 anos corra e se remexa pela sala. Com um bicho feito de</p><p>cordas nas mãos, ela brinca de pega-pega com os “insetos”. Quem é capturado</p><p>acompanha a dona Aranha para onde ela for. Afinal, fica grudado em sua teia! As</p><p>crianças da Escola Sá Pereira, no Rio de Janeiro, nem percebem que estão fazendo</p><p>ginástica durante essa atividade. Mas, de que ela é divertida, eles não têm dúvida!</p><p>Na Educação Infantil, a brincadeira</p><p>dinamicas-infantis.html>. Acesso em: 1 out. 2015.</p><p>Veja nas sugestões de vídeos situações simples desenvolvidas por</p><p>professores de educação física em suas aulas para estimular o equilíbrio,</p><p>envolvendo força e coordenação motora.</p><p><www.youtube.com/watch?v=GUInTpwA0Mg></p><p><www.youtube.com/watch?v=TSe6yGz2VY4></p><p><www.youtube.com/watch?v=B1jeoRkkqxw></p><p><www.youtube.com/watch?v=ZdTnxZk4zCU>.</p><p>DICAS</p><p>Ritmo</p><p>É a capacidade de articular com evidência adequada o desenvolver de um</p><p>movimento e de agrupar o desenvolvimento temporal e dinâmico que caracteriza,</p><p>segundo conjuntos ritmicamente perceptíveis (SILVA e GIANNICHI, 1995).</p><p>Por definição, ritmo é entendido como toda e qualquer organização do</p><p>movimento dentro do tempo. Não faz parte apenas da música, o ritmo está ligado</p><p>ao movimento. A conceituação e a avaliação do ritmo são complexas, mas ele</p><p>pode ser adquirido por experiências e aprendizagem (ANDRADE, 1999).</p><p>O ritmo é um elemento manifesto com música e aliado ao movimento. Essa</p><p>capacidade pode ser trabalhada nas aulas de educação física usando brincadeiras</p><p>de roda, como, por exemplo, a brincadeira “buraco do tatu ou rabo do jardim”,</p><p>que é uma brincadeira que é feita com os alunos sentados em círculo no chão, e</p><p>tem como auxílio “copos”, onde ocorre uma sintonia entre ritmo e movimento.</p><p>TÓPICO 1 | A FISIOLOGIA DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>97</p><p>UNI</p><p>Você pode entender melhor essa brincadeira visualizando o blog e o site no</p><p>endereço a seguir:</p><p><http://educacaofisicaeacao.blogspot.com.br/2010/06/53-brincadeiras-e-dinamicas-infantis.html>.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=AUqlkCikMRI>.</p><p>Segundo Zimermann (1987, p. 288), “ritmo ocorre quando um indivíduo</p><p>se adapta a um movimento ordenado, regular, com uma mesma cadência,</p><p>compasso, e ele segue e realiza o movimento seguindo o seu ritmo interno”.</p><p>O ritmo pode ser testado pelo “teste de ritmo”, utilizando um metrônomo</p><p>(é um dispositivo do tipo de um relógio que mede o tempo do andamento musical)</p><p>e um cronômetro. O teste é realizado durante um tempo próprio (10 segundos),</p><p>executa-se uma corrida no ritmo do metrônomo (42 golpes a cada 15 segundos). Em</p><p>seguida, o metrônomo é desligado e o indivíduo deverá correr seguindo o mesmo</p><p>ritmo. Corre 42 passos e mede-se o tempo realizado, que é comparado com o tempo</p><p>proposto no ritmo definido pelo metrônomo (15 segundos) (BENDA, 2001).</p><p>De acordo com Beraldi (1997), o ritmo reflete uma ordem temporal e</p><p>espacial ao movimento, intensificando sua estrutura com uma acentuação que</p><p>vem reforçar sua amplitude, o seu desenho no espaço. O meio em que vive o</p><p>homem é um universo rítmico, tudo o que nos rodeia expressa “ritmo”, tanto</p><p>que é considerado um constituinte de comunicação universal entre os homens,</p><p>fazendo parte de todo o conjunto de movimentos.</p><p>A palavra ritmo teve origem do grego rhein e significa fluir. E entende que</p><p>“o ritmo constitui a coordenação motora e integração funcional de todas as forças</p><p>estruturadas, tanto corporais como psíquicas e espirituais”. (NISTA-PICCOLO,</p><p>1998, p. 13).</p><p>Para diferenciar ritmo de compasso e demonstrar que são distintos,</p><p>Nista-Piccolo (1998, p. 15) denota: "Ritmo é o movimento das ondas do mar que</p><p>se repetem periodicamente, de forma semelhante, mas não idêntica, enquanto</p><p>métrica é a repetição exata, tal qual nas mudanças de luz de um farol de trânsito".</p><p>Na realização de aulas de educação física, o ritmo é muito requisitado,</p><p>mas a sua execução nem sempre é fácil a todos. Para trabalhar essa capacidade</p><p>é importante que o professor estimule seus alunos de forma coerente, para que</p><p>o ritmo se torne apropriado e consiga alcançar o acomodamento na sincronia do</p><p>ritmo-movimento.</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>98</p><p>E assim, em uma aula em que o ritmo seja o objetivo é necessário um</p><p>planejamento e atividades que envolvam: comando de voz, contagem numérica,</p><p>comando por algum instrumento sonoro, comando por palmas, exploração do</p><p>espaço e direção, identificação do ritmo no jogo ou atividade, percepção temporal</p><p>(tempo), espacial (noção do seu corpo no espaço) e rítmica (identificação do ritmo</p><p>durante a aula). Tudo isso tem que ser planejado para que a criança, o adolescente,</p><p>percebam que estão trabalhando ritmo, tomando consciência da reação que ocorre</p><p>no campo espacial e temporal, durante uma aula de ritmo.</p><p>NOTA</p><p>Incorporar diferentes atividades nas aulas de educação física escolar,</p><p>evidenciando “ritmo”, é certamente a melhor maneira de conhecimento, experiência e</p><p>desenvolvimento da expressão corporal (BERALDI, 1997).</p><p>FIGURA 81 - DEMONSTRAÇÃO DE ATIVIDADES ESCOLARES DE APRIMORAMENTO</p><p>DE RITMO</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.ndonline.com.br/uploads/2011/10/14-10-</p><p>2011-14-44-10-foto-marcelobittencourt-14.10.11-escola-vila-formosa-projeto-mais-</p><p>educacao-19-.jpg>. Acesso: 2 out. 2015.</p><p>A seguir, para encerrar nosso assunto sobre valências físicas, vamos conhecer</p><p>a última: “agilidade”.</p><p>ESTUDOS FU</p><p>TUROS</p><p>TÓPICO 1 | A FISIOLOGIA DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>99</p><p>Agilidade</p><p>Agilidade é a responsável por modificações rápidas e precisas do corpo</p><p>durante a execução do movimento (BARBANTI, 2003).</p><p>A agilidade é um componente neuromuscular caracterizado pela troca</p><p>rápida de direção, sentido e deslocamento da altura do centro de gravidade e de</p><p>todo corpo ou parte dele (MATSUDO, 1980).</p><p>A agilidade é observada no corpo como um todo ou isoladamente nos</p><p>segmentos corporais. Ambas são necessárias para o estímulo e a manutenção</p><p>da expressão corporal. A agilidade geral, do corpo todo, permite uma melhor</p><p>locomoção, enquanto a agilidade específica de membros superiores e inferiores</p><p>proporciona uma melhor eficiência na execução das tarefas básicas que exigem</p><p>performances destes membros (MAGIL, 1984).</p><p>A agilidade, em conjunto com as demais capacidades físicas, proporciona</p><p>uma maior independência. Tendo consciência desses conceitos é importante que,</p><p>durante o planejamento das aulas de educação física, as atividades que envolvam</p><p>essa capacidade sejam bem estimuladas (BARBANTI, 2003).</p><p>A tarefa sugerida para a mensuração da habilidade referida é o “Teste do</p><p>quadrado ou quatro cantos”, descrito a seguir:</p><p>Material: um cronômetro, um quadrado desenhado em solo antiderrapante</p><p>com 4 m de lado, quatro cones de 50 cm de altura ou quatro garrafas de refrigerante</p><p>de dois litros do tipo PET.</p><p>Orientação: O aluno parte da posição de pé, com um pé avançado à frente</p><p>imediatamente atrás da linha de partida. Ao sinal do avaliador, deverá deslocar-se</p><p>até o próximo cone em direção diagonal. Na sequência, corre em direção ao cone à</p><p>sua esquerda e depois se desloca para o cone em diagonal (atravessa o quadrado</p><p>em diagonal). Finalmente, corre em direção ao último cone, que corresponde ao</p><p>ponto de partida. O aluno deverá tocar com uma das mãos cada um dos cones</p><p>que demarcam o percurso. O cronômetro deverá ser acionado pelo avaliador no</p><p>momento em que o avaliado realizar o primeiro passo tocando com o pé o interior</p><p>do quadrado. Serão realizadas duas tentativas, sendo registrado o melhor tempo</p><p>de execução. Anotação: A medida será registrada em segundos e centésimos de</p><p>segundo (duas casas após a vírgula) (BARBANTI, 2003).</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>100</p><p>FIGURA 82 - DEMONSTRAÇÃO DO TESTE DE AGILIDADE</p><p>4 metros</p><p>4 metros</p><p>4 metros</p><p>4 metros</p><p>FONTE: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/C79uJsdM01E/TfOw6ezHCiI/</p><p>AAAAAAAAAH8/_q0tcA1Kjbc/s1600/Teste+de+agilidade.png>. Acesso: 2 out. 2015.</p><p>UNI</p><p>Exemplos de atividades, brincadeiras para trabalhar “agilidade” na aula de</p><p>educação física:</p><p>Pique-Volta: É um tipo de pega-pega, brincado em um espaço amplo e que tenha paredes</p><p>nas duas extremidades. Quem for pego, deverá pegar a pessoa que lhe pegou antes que ela</p><p>corra e toque na parede do muro. Se o participante conseguir tocar na parede ou no muro</p><p>antes de ser pego, ele é quem pega, o que fará com que o pegador se transforme em vítima.</p><p>Assim que conseguir tocar na parede, será</p><p>o pegador. Vence quem tocar no muro mais</p><p>vezes (cada aluno conta as vezes que tocar no muro).</p><p>Cordão: É um pega-pega que quem for pego deve segurar na mão do pegador, e juntos</p><p>deverão pegar os demais. E nenhum pegador pode soltar das mãos dos companheiros.</p><p>Arranca-Rabo: Formar um grupo de alunos e dividi-lo em dois, os integrantes de um dos</p><p>times penduram um pedaço de fita na parte de trás da calça ou bermuda, eles serão os</p><p>fugitivos. O professor dará um sinal. E os fugitivos correm tentando impedir que as crianças</p><p>do time adversário peguem suas fitas. Quando todos os rabos forem arrancados, as equipes</p><p>trocam de papéis, quem era pegador vira fugitivo.</p><p>Disponível em: <http://profecarminha.blogspot.com.br/2011/11/habilidades-motoras-brinca</p><p>deiras-que.html>. Acesso em: 2 out. 2015.</p><p>TÓPICO 1 | A FISIOLOGIA DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>101</p><p>O “teste do quadrado” pode ser visualizado no link a seguir:</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=IE9g1dwEkNA>.</p><p>DICAS</p><p>FIGURA 83 - DEMONSTRAÇÃO DE AGILIDADE COM A BRINCADEIRA CORRIDA</p><p>DO SACO</p><p>FONTE: Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/</p><p>aulas/12886/imagens/corridasacoi.jpg>. Acesso em: 3 out. 2015.</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>102</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR</p><p>A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS / BRINCADEIRAS PARA A APRENDIZAGEM</p><p>DOS ESPORTES NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA</p><p>No artigo publicado de Silva (2007), a autora abordou a importância dos</p><p>jogos e brincadeiras para a aprendizagem dos esportes nas aulas de educação</p><p>física na rede pública do município de São Luís-MA. Teve como objetivo</p><p>identificar os conteúdos desenvolvidos em sala de aula, como estímulo para</p><p>aquisição e aprimoramento do domínio corporal no espaço e no tempo, como,</p><p>por exemplo, a combinação de movimentos grossos e finos e todas as habilidades</p><p>físicas específicas para a maturação das diversas formas motoras. Realizou</p><p>uma pesquisa de investigação, bibliográfica e de campo do tipo descritivo-</p><p>exploratória. A pesquisa foi executada com 11 professores de quatro escolas do</p><p>município de São Luís, nas séries de 5ª a 8ª do Ensino Fundamental. A autora</p><p>chegou a algumas conclusões, as quais alguns gráficos explicitam abaixo. 1) Os</p><p>professores estão convictos de que atividades e jogos propostos em aula devem</p><p>seguir o nível de habilidades motoras dos alunos, mediante desafios táticos,</p><p>eles obtêm êxito no aprendizado do jogo e/ou brincadeira. Assim, o professor</p><p>pode e deve modificar os jogos, alterar suas regras e instrumentos, criando um</p><p>ambiente desafiador que leva os alunos a melhorarem suas habilidades motoras</p><p>(resistência, força, alongamento, coordenação, flexibilidade, velocidade, agilidade,</p><p>ritmo e equilíbrio), como também aumentar a capacidade de tomada de decisão</p><p>durante a realização do jogo ou brincadeira. 2) Os jogos são relevantes para o</p><p>desenvolvimento psicossocial, motor (habilidades), ajudam na concentração,</p><p>estimulam as habilidades nos esportes e melhoram a relação entre os alunos,</p><p>desenvolvendo senso de coletividade. 3) Os jogos/brincadeiras são essenciais na</p><p>educação física enquanto meio de educação por meio do movimento.</p><p>18,2%</p><p>d</p><p>c</p><p>b</p><p>a</p><p>36,3%</p><p>27,3%18,2%</p><p>a □ Melhor forma de ensinar esporte</p><p>b □ Ajuda na assimilação do conteúdo</p><p>c □ Contribuem para a formação do esporte e do aluno</p><p>d □ Desenvolvem as habilidades e constituem a base para o desenvolvimento</p><p>Gráfico 1 – Distribuição da amostra quanto à utilização dos jogos/brincadeiras no ensino</p><p>dos esportes</p><p>Fonte: Dados da Pesquisa</p><p>TÓPICO 1 | A FISIOLOGIA DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>103</p><p>18,2%</p><p>d</p><p>c b</p><p>a</p><p>36,3%</p><p>27,3%18,2%</p><p>a □ Brincadeiras com bola em geral, tiro ao alvo e vôlei</p><p>b □ Câmbio, queimado, pião (bobo) e estafeta</p><p>c □ Corridas de pega, jogos cooperativos, pula corda, pegador, tico-bol, passe dez</p><p>d □ Vôlei gigante, casa e sítio, futebol de dois pontos e jogos de perseguição</p><p>Gráfico 2 – Distribuição da amostra quanto aos jogos/brincadeiras mais utilizados nas</p><p>aulas</p><p>Gráfico 3 – Distribuição da amostra quanto quanto assimilação dos conteúdos</p><p>Fonte: Dados da Pesquisa</p><p>Fonte: Dados da Pesquisa</p><p>a □ O aprendizado ocorre naturalmete de forma lúdica, trabalha-se a mecânica</p><p>do esporte de forma lúdica e prazerosa</p><p>b □ Acontece a interação entre os alunos dando-se oportunidade para todos</p><p>c □ Os jogos são estímulos e trabalha o lado social desenvolvendo habilidades</p><p>d □ São motivantes, realização de um trabalho mais técnico principalmente em</p><p>atividades de atenção</p><p>e □ O interesse do aluno melhora como também a cultura, ainda existem</p><p>dificuldades de adaptação por conta do fator gênero</p><p>36,4%</p><p>d</p><p>c</p><p>e</p><p>b</p><p>a</p><p>9,1%</p><p>9,1%</p><p>27,3%18,1%</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>104</p><p>Você poderá ler a íntegra desse trabalho no endereço a seguir:</p><p><http://www.ufrgs.br/ceme/uploads/1381975809Copia_de_Monografia_Antonia_Pereira_</p><p>da_Silva.pdf>.</p><p>DICAS</p><p>105</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>Neste tópico você viu que:</p><p>• A resistência é a capacidade de executar um movimento durante um período</p><p>de tempo.</p><p>• A flexibilidade é a capacidade do músculo de relaxar e ceder a uma força de</p><p>alongamento, extensibilidade muscular.</p><p>• O alongamento é a capacidade do músculo em realizar o estiramento de suas</p><p>fibras, fazendo com que elas aumentem de comprimento.</p><p>• A força é a capacidade de vigor, contração do músculo, tensão que o músculo</p><p>produz em um esforço realizado por um curto período de tempo.</p><p>• A potência é a capacidade de força dividida pela unidade tempo.</p><p>• A coordenação é a capacidade de utilizar conjuntamente as propriedades do</p><p>sistema nervoso e muscular sem que uma interfira na outra.</p><p>• A velocidade é a capacidade do sistema nervo-músculo de desenvolver</p><p>força muscular, de completar ações motoras, em determinadas condições, no</p><p>mesmo tempo.</p><p>• O equilíbrio é a capacidade de manter o corpo estabilizado.</p><p>• O ritmo é a capacidade de articular com evidência adequada o desenvolver do</p><p>movimento e de agrupar o desenvolvimento temporal, segundo os conjuntos</p><p>ritmicamente perceptíveis.</p><p>• A agilidade é a capacidade de realizar modificações rápidas e precisas do corpo</p><p>durante a execução do movimento.</p><p>106</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>Responda às questões abaixo.</p><p>1 As valências físicas são organizadas em vários aspectos:</p><p>resistência, flexibilidade, ritmo, agilidade, equilíbrio,</p><p>velocidade, coordenação, potência, força, alongamento. Nesse</p><p>sentido, assinale V para verdadeiro e F para falso sobre as</p><p>características que compõem os aspectos das valências:</p><p>( ) Em relação à resistência muscular, podemos dizer que é uma capacidade</p><p>que o músculo adota de executar uma quantidade numerosa de contrações</p><p>sem que haja diminuição do movimento, na velocidade e na força.</p><p>( ) Movimentos de alongamentos não assumem relevância no</p><p>desenvolvimento da elasticidade dos músculos, tendões e ligamento,</p><p>estimulando a consciência corporal.</p><p>( ) Assim como a força, o ritmo e a agilidade podem ser avaliados por meio</p><p>de testes, e um deles é fazer alongamento de membros inferiores.</p><p>( ) Como uma das valências físicas, a coordenação motora é compreendida</p><p>por uma competência do cérebro em sustentar os movimentos do corpo,</p><p>na ação dos músculos e das articulações.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:</p><p>a) ( ) F – F – V – V.</p><p>b) ( ) V – F – F – F.</p><p>c) ( ) F – V – F – V.</p><p>d) ( ) V- F – F – V.</p><p>2 Segundo Tubino (1979), valências físicas são habilidades</p><p>que cada indivíduo possui, classificadas em níveis de menor</p><p>a maior complexidade. Diante disto, qual das alternativas</p><p>caracteriza valências físicas?</p><p>a) Contratura e atrofia muscular.</p><p>a) Coordenação, reflexo, corrida.</p><p>c) Amplitude de movimento e atividades de vida diária.</p><p>d) Força, equilíbrio e flexibilidade.</p><p>e) Alongamento, capacidades individuais e estiramento.</p><p>107</p><p>3 Em concordância com Weineck (1999), na velocidade, uma das</p><p>valências físicas é “a capacidade, com base na mobilidade dos</p><p>processos do sistema nervo-músculo, de desenvolver força</p><p>muscular, de completar ações motoras, em</p><p>determinadas</p><p>condições, no mesmo tempo”. Sobre esses aspectos da velocidade, analise</p><p>as seguintes sentenças:</p><p>“A velocidade motora resulta, portanto, da capacidade psíquica, cognitiva,</p><p>coordenativa e do condicionamento, sujeitas às influências genéticas, do</p><p>aprendizado, do desenvolvimento sensorial e neuronal, bem como de tendões,</p><p>músculos e capacidade de mobilização energética”. (WEINECK, 1999, p. 379).</p><p>E ainda, a velocidade é entendida como uma capacidade peculiar dos</p><p>músculos e suas coordenações neuromusculares que facilitam a efetivação de</p><p>um seguimento rápido dos gestos, que, em sua construção, constituem uma</p><p>só e mesma ação, de máxima intensidade e de breve duração (TUBINO, 1984).</p><p>a) ( ) Ambas afirmações são falsas.</p><p>b) ( ) As duas são verdadeiras e a segunda é complemento e justificativa da</p><p>primeira.</p><p>c) ( ) As duas são verdadeiras, mas não têm relação entre si.</p><p>d) ( ) A primeira é uma afirmação e a segunda é falsa.</p><p>4 Qual é a definição da valência física “Resistência”, para</p><p>Weineck (2000)?</p><p>a) Resistência é a capacidade de um grupo muscular executar</p><p>contrações repetitivas por um período de tempo suficiente para causar</p><p>fadiga muscular ou manter estaticamente uma percentagem específica</p><p>de contração voluntária muscular (CVM) por um período de tempo</p><p>prolongado.</p><p>b) Resistência muscular localizada (RML) é definida como qualidade física</p><p>que permite um contínuo esforço, proveniente de exercícios prolongados,</p><p>durante um determinado tempo.</p><p>c) Resistência é a capacidade geral psicofísica de tolerância à fadiga em</p><p>sobrecargas de longa duração, bem como a capacidade de uma rápida</p><p>recuperação após estas sobrecargas.</p><p>d) É a capacidade física que concede ao organismo executar um esforço de</p><p>alta intensidade por um curto período de tempo. São esforços de grande</p><p>intensidade que requerem alto gasto de oxigênio, mas de curta duração.</p><p>5 Segundo Gunsch, Silva e Navarro (2010), na ginástica escolar a</p><p>amplitude de movimento é muito valorizada, por uma valência</p><p>física ter um papel fundamental para o desenvolvimento</p><p>motor das crianças. Qual é?</p><p>108</p><p>a) Alongamento muscular.</p><p>b) Velocidade.</p><p>c) Flexibilidade.</p><p>d) Ritmo.</p><p>6 Sobre o alongamento, assinale a alternativa correta:</p><p>a) É classificado em duas modalidades: alongamento estático e</p><p>balístico.</p><p>b) Não é compatível com a flexibilidade.</p><p>c) Suas fibras musculares diminuem seu comprimento e como consequência</p><p>ocorre a diminuição da agilidade.</p><p>d) Não é um exercício adequado para aumentar a mobilidade dos tecidos moles.</p><p>e) O alongamento é um exercício utilizado para alongar o tecido ósseo em</p><p>indivíduos adultos.</p><p>109</p><p>TÓPICO 2</p><p>CLASSIFICAÇÃO E MÉTODOS DA GINÁSTICA</p><p>ESCOLAR</p><p>UNIDADE 2</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Neste tópico, você será apresentado à classificação e aos métodos da</p><p>ginástica escolar, dentre elas as ginásticas: circense, rítmica desportiva, artística</p><p>(olímpica) e pilates na escola. Os conteúdos de cada modalidade de ginástica</p><p>terão seus conceitos básicos para melhor entendimento e aplicabilidade nas aulas</p><p>de educação física.</p><p>2 GINÁSTICA CIRCENSE</p><p>Para entendermos o que é a ginástica circense temos que viajar um pouco</p><p>no tempo e descobrirmos como eram os primórdios do circo.</p><p>O histórico da cultura circense é muito antigo, registros demonstram que</p><p>o circo teve seus primórdios há 4.000 anos a.C. na China, a partir de pinturas</p><p>antigas, onde estavam desenhados acrobatas, equilibristas e contorcionistas. A</p><p>acrobacia era uma maneira de exercício, capacitação para os guerreiros da época,</p><p>pois o treino acrobático solicitava muitos movimentos que envolviam força,</p><p>flexibilidade e agilidade (CASTRO, 2005).</p><p>Querubim (2003) explica que a palavra “circus” é de origem latina e designa</p><p>o lugar onde as competições romanas aconteciam. É uma arte muito expressiva</p><p>e por muito tempo utilizaram-se os números de picadeiro (área central, circular,</p><p>onde os artistas realizavam as exibições) com animais, e com o passar dos anos, o</p><p>artista foi introduzido no espetáculo. “Embora sempre tenham mantido um lugar</p><p>de privilégio, as apresentações com animais diminuíram e foram, pouco a pouco,</p><p>desde meados do século XIX, cedendo lugar a outros números”. (COXE, 1988, p. 28).</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>110</p><p>Há relatos de que em 108 a.C. houve uma grandiosa festividade em</p><p>homenagem aos visitantes estrangeiros, e nessa ocasião ocorreram apresentações</p><p>acrobáticas que impressionaram a todos pela variedade de movimentos e a</p><p>capacidade em realizá-los. E depois desta festa o imperador deliberou que todas</p><p>as festividades fossem agraciadas com espetáculos do gênero, principalmente no</p><p>festival da Primeira Lua (TORRES, 1998).</p><p>E assim, com o passar do tempo foram se agregando outras qualidades</p><p>e acrescidas muitas brincadeiras, beleza, graça e harmonia, estabelecendo “o</p><p>circo” como entretenimento popular, onde o malabarismo com espigas de milho,</p><p>os saltos acrobáticos e até equilibrar vasos gigantes com os pés eram a parte alta</p><p>do espetáculo, que foi sendo aprimorado com a evolução (TORRES, 1998).</p><p>FIGURA 84- FIGURA DEMONSTRATIVA DO CIRCO</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.rhbn.com.br/uploads/docs/images/images/</p><p>Gran%20Circus%20Americano%20-%20Niter%C3%B3i%20-%2017-Nov-1961.jpg>.</p><p>Acesso em: 16 out. 2015.</p><p>FIGURA 85 - FIGURA DEMONSTRATIVA DO CIRCO ANTIGO</p><p>FONTE: Disponível em: <http://amigosporelviento.wikispaces.com/file/view/circo.</p><p>jpg/386539164/circo.jpg>. Acesso em: 16 out. 2015.</p><p>TÓPICO 2 | CLASSIFICAÇÃO E MÉTODOS DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>111</p><p>Para muitos historiadores, os “domadores” tiveram origem nesse período,</p><p>época de faraós, que se orgulhavam em exibir, nos desfiles militares, seus</p><p>domadores com animais ferozes, no Egito, em 2.500 a.C. Em 1.500 a.C., na Índia,</p><p>há registros de que o contorcionismo estava presente nos rituais e cerimônias</p><p>sagradas. Na Grécia, por volta de 300 a.C., existiam apresentações com números</p><p>de equilíbrio e força, faziam parte das modalidades olímpicas, e juntamente com</p><p>essas apresentações surgiram os primeiros “palhaços”, que eram sátiros e faziam</p><p>o povo rir (CASTRO, 2005).</p><p>No ano de 70 a.C. havia um anfiteatro para os espetáculos de habilidades</p><p>incomuns na cidade de Pompeia, do Império Romano, e nesse mesmo lugar foi</p><p>encenado o “Circo Máximo de Roma”. Esse local foi destruído por um incêndio</p><p>em 40 a.C., sendo construído no mesmo local um Coliseu com 87 mil lugares para</p><p>os espectadores. As exibições eram realizadas no Coliseu, eram apresentações</p><p>excêntricas de homens louros nórdicos, engolidores de fogo, gladiadores e</p><p>animais exóticos (CASTRO, 2005).</p><p>Com o início da Idade Média, século V, surgiram “trupes” (grupos de</p><p>artistas, comediantes, palhaços) de mímicos, ilusionistas, equilibristas, entre</p><p>outros, que se apresentavam em feiras, praças e também nas ruas da Europa</p><p>(TORRES, 1998).</p><p>Nessa época, a censura por parte da Igreja era muito forte. Espetáculos</p><p>que utilizassem partes do corpo eram proibidos. E os artistas que andavam pelos</p><p>castelos e cortes passaram a reunir-se em praças e feiras, assim deram origem</p><p>a verdadeiras companhias de saltimbancos (TORRES, 1998). O circo em Roma,</p><p>além de diversão, servia também para alienar a população, os problemas sociais</p><p>eram ocultados enquanto a mesma estava entretida (QUERUBIM, 2013).</p><p>No século XVIII, na Europa, principalmente na Inglaterra, França e</p><p>Espanha, o movimento dos saltimbancos em feiras e praças foi crescendo e</p><p>tomando força, pois nelas encontravam-se sortidas culturas e era o lugar de</p><p>reconhecimento do povo. As exibições de destrezas com cavalos e provas de</p><p>equitação eram frequentes.</p><p>Tudo isso começou a chamar a atenção e atrair grande público para as</p><p>praças e feiras, até que no ano de 1770, em Londres, foi inaugurado o primeiro</p><p>circo europeu, por um oficial da cavalaria britânica, o Astley’s Amphitreatre,</p><p>que tinha picadeiro com arquibancadas ao redor. No começo, as apresentações</p><p>mantinham os espetáculos equestres com o rigor militar, mas com o passar do</p><p>tempo os saltimbancos,</p><p>equilibristas, saltadores e palhaços passaram a fazer parte</p><p>do show, mesclando atrações de equilíbrio, malabarismo com diversos objetos,</p><p>força, dança na corda, acrobacias e um pouco de teatro (CASTRO, 2005).</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>112</p><p>No Brasil, os ciganos que evadiram da Europa iniciaram as atividades</p><p>circenses por aqui, trouxeram vários números de doma de ursos e leões; exibições</p><p>com cavalos, ilusionismo, atividades de muito equilíbrio e força faziam parte de</p><p>suas habilidades demonstradas nas apresentações. Os circenses viajavam de cidade</p><p>em cidade e adaptavam seus espetáculos conforme a preferência da população</p><p>local. Em 1700, os circos itinerantes já percorriam o país (QUERUBIM, 2003).</p><p>O circo como o conhecemos, ouvimos falar ou que assistimos na televisão,</p><p>em filmes, com sua natureza peculiar, surgiu no final do século XIX. A trupe se</p><p>instalava na periferia das cidades, esticava uma lona para proteção do mau tempo</p><p>e para que pudesse cobrar, e realizava os espetáculos para as classes populares. A</p><p>bilheteria era fonte de renda e sustento de toda a trupe.</p><p>O nomadismo é uma característica marcante da cultura circense, foi uma</p><p>estratégia que os donos de circos encontraram para diminuir os custos financeiros,</p><p>assim não tinham despesas com aluguéis de terrenos e o retorno da bilheteria era</p><p>maior. A forma nômade, a liberdade de não ter endereço fixo, segundo Baroni</p><p>(2006), não é uma simples alternativa de sobrevivência, é uma concepção cultural</p><p>dos ciganos, saltimbancos, do povo circense.</p><p>As artes circenses, como a dança e o canto, têm origem no sagrado,</p><p>naquelas representações onde se permitia essa loucura que é a arte.</p><p>Além, claro, da sua relação com as práticas esportivas. Já o circo, como</p><p>nós o conhecemos – um picadeiro, lonas, mastros, trapézios, desfiles,</p><p>animais exóticos e suas jaulas, isso para não citar a pipoca e o algodão</p><p>doce -, é a forma moderna de antiquíssimo entretenimento de diversos</p><p>povos e culturas. Mas o circo como espetáculo pago, como picadeiro</p><p>onde se apresentam números de equilíbrio a cavalo e habilidades</p><p>diversas, é muito recente. (TORRES, 1998, p. 16).</p><p>Recentemente, nos anos 80, houve a criação da Escola Nacional de</p><p>Circo, localizada no Rio de Janeiro, e vários filhos de proprietários de circos</p><p>foram se profissionalizar. As técnicas de dança e teatro foram mais utilizadas</p><p>nas apresentações de circo. E com esse processo de profissionalização, houve</p><p>uma mudança no circo, que aos poucos está abrindo espaço para o Circo</p><p>Contemporâneo, o Novo Circo.</p><p>Para suprir a demanda de artistas, surgiram as escolas de circo,</p><p>que passaram a formar novos artistas, agora não mais indivíduos</p><p>pertencentes às famílias circenses, e com isso o modelo tradicional</p><p>ou familiar de circo sofreu uma ruptura, abrindo espaço para o que</p><p>se conhece atualmente como Circo Novo ou Circo Contemporâneo.</p><p>(BARONI, 2006, p. 89).</p><p>A arte circense é milenar e construiu sua cultura espetáculo após espetáculo,</p><p>transmitida de pai para filho por gerações. Com a evolução do tempo, a falta de</p><p>investimentos do poder público e as novas formas de entretenimento culminaram</p><p>para um drástico declínio dessa cultura. Mas, ao contrário do que muitos pensam,</p><p>que o circo acabou, existem mais de 2.000 circos espalhados pelo Brasil, buscando</p><p>TÓPICO 2 | CLASSIFICAÇÃO E MÉTODOS DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>113</p><p>cada vez mais profissionalização e modernização dos espetáculos para torná-los</p><p>mais atrativos ao público como um todo, mantendo-se vivo no cenário brasileiro.</p><p>O Circo Spacial foi um dos primeiros circos do Brasil e ainda continua vivo, com</p><p>uma grande estrutura física, proporcionando grandes espetáculos com trapézio</p><p>de voos, animais e grande elenco (CASTRO, 2005).</p><p>Nos endereços dos vídeos a seguir você poderá visualizar reproduções de tais</p><p>encontros artísticos circenses de que falamos até então:</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=_UsfvhVW-pk> (Circo Spacial)</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=d2uyoi0LdEc></p><p><https://www.youtube.com/watch?v=CZPjnxKW3cY></p><p><http://mestresdahistoria.blogspot.com.br/2009/12/os-saltimbancos-artistas-medievais-</p><p>que.html>.</p><p>DICAS</p><p>Agora, depois dessa breve viagem pela história do circo, retornemos ao</p><p>nosso foco, a ginástica. Dentro do circo ela está presente em todos os movimentos,</p><p>desde as cambalhotas dos palhaços, passando pelo equilibrismo do artista que</p><p>anda na corda bamba, se equilibra no cavalo em movimento, na agilidade do</p><p>atirador de facas e do domador de animais, a força e a flexibilidade para os voos</p><p>do trapézio, o contorcionista, o acrobata, o homem-bala, até a coordenação do</p><p>malabarista que mistura em seus movimentos bolinhas, aros, claves, entre tantas</p><p>outras atrações. Com todas essas informações, vários questionamentos e ideias</p><p>permeiam a cabeça do professor de educação física, entre elas: Como inserir</p><p>atividades circenses numa aula de educação física? Por onde começar? Ou:</p><p>como propor aos alunos artes circenses enquanto elemento de cultura corporal e</p><p>vivência do entretenimento?</p><p>Para aplicarmos a arte circense na prática da aula de educação física</p><p>temos que entender a diferença entre arte e ginástica circense. O circo é a</p><p>institucionalização das práticas associadas a atividades não corporais, como</p><p>adestramento de animais. É a representação de passatempo, recreação de</p><p>diversos povos e culturas. E as artes circenses são expressões humanas onde</p><p>existe uma linguagem corporal voltada para a expressão e vivência (TORRES,</p><p>1998; BARONI, 2006). Arte circense é uma manifestação artística que desperta</p><p>o interesse e o fascínio para os espectadores e para os próprios artistas, pois</p><p>são usados movimentos e expressões corporais de forma espetacular (SIMÕES;</p><p>GOMES; OLIVEIRA, 2008).</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>114</p><p>A atividade circense é configurada como uma atividade que reúne</p><p>vários conhecimentos de caráter educativo, o que é suficiente para abordar tal</p><p>arte no currículo não só da Educação Física, mas de outras disciplinas escolares</p><p>(INVÉRNO, 2003 apud DUPRAT; BORTOLETO, 2007).</p><p>Para o professor de educação física inserir a ginástica circense em suas</p><p>aulas, ele deve entender a sua realidade, observar as possibilidades da escola,</p><p>do local, do grupo de alunos e realizar um planejamento da atividade a ser</p><p>desenvolvida. Para iniciar é interessante fazer uma sucinta explanação sobre o</p><p>assunto proposto e avaliar as possibilidades e os limites dos alunos. Em seguida,</p><p>classificar as modalidades e eleger os materiais que podem ser aplicados em</p><p>aula, sendo compatíveis com as ações corporais desejadas a executar (DUPRAT e</p><p>BORTOLETO, 2007).</p><p>Bortoleto e Machado (2003 apud DUPRAT; BORTOLOTO, 2007)</p><p>preconizam também que durante a aula a proposta atenda às necessidades</p><p>lúdicas, vivência motora, infraestrutura escolar e conhecimento do professor e dos</p><p>alunos sobre o exercício a ser aplicado, atentando para a segurança dos mesmos.</p><p>Exemplo: Prática de malabarismos com bolas e/ou claves feitas de garrafas pet,</p><p>não acrescentar risco elevado de periculosidade aos executantes e também de</p><p>baixo custo, que até os próprios alunos podem confeccionar para usá-los durante</p><p>a aula de ginástica circense.</p><p>Os materiais que também podem ser usados nas aulas de Educação Física</p><p>são: massas, bolas, arcos, para realizar as seguintes atividades: atirar, lançar, girar,</p><p>rotar, manter em equilíbrio, arrastar ou conduzir, recepcionar, golpear e balançar.</p><p>A bola pode ser feita de meia com uma bola de tênis dentro (AYALA, 2008).</p><p>Essa atividade exemplificada trabalha muito a capacidade motora do aluno</p><p>sem que ele perceba, pois o lúdico está presente, deixando a atividade muito leve</p><p>e prazerosa. Além disso, desenvolve outras capacidades, como o raciocínio lógico,</p><p>na tentativa de solucionar possíveis problemas, domínio visual, desenvolvimento</p><p>das relações sociais, interagem e cooperam entre si para superar as dificuldades e</p><p>conseguir realizar os movimentos</p><p>(COSTA et al., 2008; VENTURINI, 2010).</p><p>Ainda falando de malabarismos, que é a habilidade de manusear um ou</p><p>mais objetos, não podemos deixar de exemplificar uma das modalidades mais</p><p>antigas praticadas no circo, que é a chamada “Tábua equilíbrio ou o rola-rola”,</p><p>que é realizada com um cilindro e uma prancha, tábua que desliza lateralmente</p><p>sobre o cilindro, rolo, estimulando o controle de equilíbrio (AYALA, 2008;</p><p>GÁSPARI et al., 2007).</p><p>TÓPICO 2 | CLASSIFICAÇÃO E MÉTODOS DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>115</p><p>FIGURA 86 - DEMONSTRAÇÃO DE ATIVIDADES CIRCENSES DE MALABARES NA AULA</p><p>DE EDUCAÇÃO FÍSICA</p><p>FONTE: Disponível em: <http://msalx.revistaescola.abril.com.br/2013/06/06/1853/</p><p>LfC4j/educacao-fisica-palavra-especialista-inclusao-circo-bambole.jpeg>. Acesso em:</p><p>19 out. 2015.</p><p>FIGURA 87 - DEMONSTRAÇÃO DE MALABARISMO</p><p>FONTE: Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/</p><p>galerias/imagem/0000000120/0000022004.jpg>. Acesso em: 19 out. 2015.</p><p>Outro exemplo de ginástica circense que pode ser desenvolvido em aulas</p><p>de educação física é a modalidade de acrobacia, que trabalha muito as valências</p><p>físicas, flexibilidade e equilíbrio e ainda estimula a memória, a relação de peso</p><p>x força, distância, altura, impulsão e força de explosão (COSTA et al., 2008;</p><p>VENTURINE et al., 2010).</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>116</p><p>Podem ser trabalhadas no solo, no ar ou em aparelhos específicos, pois a</p><p>acrobacia é um jogo de preenchimento do espaço com o próprio corpo, que inicia</p><p>a partir de medidas de distâncias, limite e pesos (SILVA e LEITE, 2008).</p><p>Baroni (2006, p. 93) defende que existem várias modalidades da arte</p><p>circense que podem ser trabalhadas não só na educação física, mas também</p><p>em outras disciplinas, como as encenações dos palhaços e mágicos que</p><p>desenvolvem a interdisciplinaridade, integrando o aprendizado do aluno. E</p><p>defende o seguinte raciocínio:</p><p>a acrobacia, o malabarismo, o trapézio, o palhaço, a corda bamba, o</p><p>contorcionismo, enfim, as mais diversas formas de manifestação dessa</p><p>arte são vivenciadas a partir da escuta dos corpos brincantes que</p><p>expressam medo, vergonha, angústia, ansiedade, satisfação, coragem,</p><p>dificuldades e qualidades físicas e emocionais, que são mediadas para</p><p>que cada um se torne sujeito atuante.</p><p>FIGURA 88 - DEMONSTRAÇÃO DE ATIVIDADES ACROBÁTICAS NA AULA DE</p><p>EDUCAÇÃO FÍSICA</p><p>FONTE: Disponível em: <https://encryptedtbn1.gstatic.com/images?q=tbn:AN</p><p>d9GcTv6wGmGMpnzAfwTmmxAcd6E6bkmmMap_xiPedf6EyeKD4B14ny>.</p><p>Acesso em: 19 out. 2015.</p><p>FIGURA 89 - DEMONSTRAÇÃO DE ATIVIDADES ACROBÁTICAS NA AULA DE</p><p>EDUCAÇÃO FÍSICA</p><p>FONTE: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/KHo3IZmepdE/UWlL4fdU9I/</p><p>AAAAAAAAAJI/EU3l68JsPNk/s1600/Gin+(12).JPG>. Acesso em: 19 out. 2015.</p><p>TÓPICO 2 | CLASSIFICAÇÃO E MÉTODOS DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>117</p><p>Outra atividade circense que pode ser trabalhada em aula, dependendo</p><p>das estruturas da escola, são as atividades de acrobacias com tecidos, bandeira,</p><p>pedaços de tecidos coloridos fixados no teto do ginásio, ou do lugar específico</p><p>para a realização do mesmo, e estimulam as noções de lateralidade (direita e</p><p>esquerda), direção (frente, atrás, diagonal), ritmo (lento, moderado, acelerado),</p><p>organização espacial (dentro, fora, acima, abaixo, ao lado, sobre), bem como</p><p>conceitos de flexionar, estender, alongar, inclinar, girar, balancear (COSTA,</p><p>TIAEN, SAMBUGARI, 2008).</p><p>FIGURA 90 - DEMONSTRAÇÃO DE ATIVIDADES DE ACROBACIA COM TECIDO</p><p>FONTE: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/-N5bqY79R9ew/</p><p>U0XfCua56ZI/AAAAAAAAAf8/sAFju3uQ-8c/s1600/escola+203.jpg>.Acesso em:</p><p>19 out. 2015.</p><p>FIGURA 91 - DEMONSTRAÇÃO DE ATIVIDADES DE ACROBACIA COM TECIDO</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.itu.com.br/img/conteudo/46323_full.</p><p>jpg>.Acesso em: 19 out. 2015.</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>118</p><p>UNI</p><p>Para Duprat e Bortoloto (2007), há uma riqueza de possibilidades de movimentos</p><p>oferecida pela arte circense, desde as formas mais simples até as mais complexas. Pode ser</p><p>em grupo ou individual, e bem exploradas pelo professor, remetem ao aluno uma vasta</p><p>diversidade de experiências motoras e corporais únicas de expressão, criatividade, perigo,</p><p>magia e encantamento.</p><p>Nos vídeos a seguir você poderá ver na prática aulas de educação física utilizando as artes</p><p>circenses.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=v_Okq4ihkyI> (Atividades acrobáticas no tecido).</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=lfM5Ym-DYZk> (Atividades circenses: Possibilidade e</p><p>perspectivas para a Educação Física Escolar).</p><p>Com a leitura a seguir você terá condições de trabalhar ginástica rítmica</p><p>desportiva em suas aulas de educação física.</p><p>Boa leitura!</p><p>ESTUDOS FU</p><p>TUROS</p><p>Ginástica rítmica</p><p>A ginástica rítmica teve origem nas escolas europeias no século XIX, com</p><p>o educador Jacques Dalcroze, que trabalhava diferentes formas de exercícios</p><p>físicos. Quatro países (Alemanha, Suécia, Inglaterra e França) (SOARES, 2001)</p><p>demonstravam esse tipo de ginásticas, mas a GR originou mesmo na Alemanha,</p><p>com base nos estudos de Basedow e Salzmann, influenciados pelo estilo de</p><p>Rousseau, que defendia o pensamento de que o exercício ocupava lugar de</p><p>destaque na formação do homem (SANTOS 1994).</p><p>Essa nomenclatura GR é uma denominação recente, do século XXI,</p><p>antes conhecida como ginástica rítmica moderna, ginástica feminina moderna e</p><p>ginástica rítmica desportiva. A sua formação sofreu influência da conexão entre a</p><p>arte, a música, a dança e o teatro. Vários pesquisadores estudavam tal modalidade</p><p>de ginástica, mas foi Rudolf Bode seu verdadeiro criador, que desenvolveu um</p><p>sistema de exercícios integrados com a dança. A ginástica fluía como uma reação</p><p>aos movimentos padrões básicos das características fisiológicas e anatômicas</p><p>vigentes na ginástica daquela época (SAUR, 1980).</p><p>TÓPICO 2 | CLASSIFICAÇÃO E MÉTODOS DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>119</p><p>Esse conjunto de exercícios corporais idealizado por Bode tinha como</p><p>característica principal a integralidade dos movimentos e a fluência rítmica</p><p>(SANTOS, 1994). E Medau, um experiente professor alemão, estudioso do</p><p>movimento e da música e que foi presidente da federação de ginástica alemã,</p><p>Deutsche Gymnastikbud, analisou muito os movimentos graciosos das mulheres</p><p>durante a ginástica e, então, inseriu aparelhos manuais aos exercícios idealizados</p><p>por Bode, dentre eles: bolas, fitas, arcos, cordas e maças, executados seguindo</p><p>um ritmo musical. Medau afirmava que a inclusão desses aparelhos refinava</p><p>a expressão natural do movimento, exercendo certo grau de complexidade e</p><p>fluência rítmica (VELARDI, 1999).</p><p>Com o passar do tempo, a GR foi passando pelo processo de evolução e</p><p>foi consolidada como uma prática corporal realizada com aparelhos. Dentro da</p><p>sua estruturação e desempenho, a GR foi sendo aprimorada, fomentando suas</p><p>características específicas, tomando um cunho competitivo integrado ao seu</p><p>lado pedagógico. As técnicas para a prática da GR eram e são muito minuciosas,</p><p>trabalhadas, há uma preocupação, um rigor quanto à postura, à respiração, aos</p><p>movimentos rítmicos das palmas e as batidas no chão, tudo deve ser ritmado,</p><p>compassado (MATIAS, 1997).</p><p>Em 1952 houve a fundação de uma liga, a Liga Internacional de Ginástica</p><p>Moderna, que consolidou a GR numa perspectiva competitiva, sendo reconhecida</p><p>pela Federação Internacional de Ginástica como um esporte independente, e</p><p>regulamentada anos depois, como uma modalidade de ginástica específica, de</p><p>alto nível de dificuldade com utilização de aparelhos.</p><p>NOTA</p><p>Atualmente é um esporte reconhecido mundialmente, exclusivamente</p><p>feminino, que apresenta uma coreografia muito bem ritmada, que segue uma sequência de</p><p>movimentos corporais, especificamente planejados, manejando aparelhos. Pode ser realizada</p><p>individualmente ou em grupos de até cinco ginastas, onde protagonizam apresentações</p><p>que chegam a ser espetáculo de ritmo, dança e movimento, articulado com um dos cinco</p><p>aparelhos, mediante a avaliação de um júri. Essa modalidade faz parte</p><p>das Olimpíadas e o</p><p>Brasil já garantiu sua vaga nas Olímpiadas de 2016, nas categorias conjunto e individual com</p><p>a ginasta Natália Gaudio.</p><p>Leia a seguir várias definições e conceitos práticos sobre a ginástica rítmica,</p><p>que complementarão seu aprendizado.</p><p>DICAS</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>120</p><p>A GR é um dos desdobramentos da ginástica que permite infinitas</p><p>possiblidades de movimentos corporais combinados com elementos de balé e</p><p>dança. A GR tem como base o desenvolvimento do conjunto da expressão corporal</p><p>e a virtuosidade técnica, desencadeando movimento e ritmo harmoniosos.</p><p>(LAFFRANCHI, 2005).</p><p>A GR como desporto é uma modalidade esportiva essencialmente</p><p>feminina, que requer um alto nível de desenvolvimento das habilidades físicas,</p><p>exigências de rendimento elevado, chegando perto da perfeição, pois são</p><p>movimentos complexos que utilizam vários aparelhos (LEBRE, 1993).</p><p>É uma fusão de atividades esportivas que procura a excelência de</p><p>desempenho, mas também é considerada uma prática artística que preconiza a</p><p>criação, composição, amplitude, harmonia e ritmo de movimento (GOMES, 2000).</p><p>FIGURA 92 - DEMONSTRAÇÃO DE GINÁSTICA RÍTMICA EM GRUPO</p><p>FONTE: Disponível em: <http://news.portalbraganca.com.br/wpcontent/uploads/2015/07/</p><p>ginasticar%C3%ADtmica-1024x681.jpeg>. Acesso em: 22 out. 2015.</p><p>Ginástica Rítmica Brasileira – a equipe nacional conquistou o</p><p>pentacampeonato dos Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015. As brasileiras</p><p>mostraram beleza, delicadeza e graça numa coreografia impecável que reúne</p><p>esporte, dança e arte, e que será novamente apresentada nas Olimpíadas de 2016.</p><p>TÓPICO 2 | CLASSIFICAÇÃO E MÉTODOS DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>121</p><p>FIGURA 93 - EQUIPE BRASILEIRA DE GINÁSTICA RÍTMICA COM APARELHOS DE MAÇAS</p><p>FONTE: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/PElbp4uQSLs/VaweerPvbI/AAAAAAAAtrY/</p><p>hIEGHyE1kTU/s640/www.geeral.com.br.jpg>. Acesso em: 22 out. 2015.</p><p>FIGURA 94 - GINÁSTICA RÍTMICA EM GRUPO COM FITAS</p><p>FONTE: Disponível em: <https://encryptedtbn0gstaticcomimages?q=tbn:ANd9GcQ0cb1apq_</p><p>v1QxiBDzqEHx4Xi6d4tW3vLdzjWZqst1lFGOlh0f6NA>. Acesso: 22 out. 2015.</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>122</p><p>FIGURA 95 - GINÁSTICA RÍTMICA INDIVIDUAL, GINASTA ANGÉLICA KVIECZYNSKI</p><p>FONTE: Disponível em: <http://fw.atarde.uol.com.br/2015/07/650x375_angelica-kvieczynski-</p><p>ginastica-ritmica_1541671.jpg>. Acesso em: 22 out. 2015.</p><p>FIGURA 96 - GINÁSTICA RÍTMICA INDIVIDUAL COM FITA, GINASTA ANGÉLICA KVIECZYNSKI</p><p>FONTE: Disponível em: <http://i0.statig.com.brbancodeimagens/3e/1v/2w/3e1v2wss4xpa2i</p><p>9zt0vhmeplp.jpg>. Acesso em: 22 out. 2015.</p><p>TÓPICO 2 | CLASSIFICAÇÃO E MÉTODOS DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>123</p><p>FIGURA 97 - GINÁSTICA RÍTMICA INDIVIDUAL COM ARO, GINASTA ANGÉLICA KVIECZYNSKI</p><p>Fonte: Disponível em: <http://www.lancenet.com.br/fotos/HOME-Toronto-2015-Angelica-</p><p>Kvieczynski-PaassenAFP_LANIMA20150717_0200_25.jpg>. Acesso em: 22 out. 2015.</p><p>FIGURA 98 - GINÁSTICA RÍTMICA INDIVIDUAL COM BOLA, GINASTA NATÁLIA GAUDIO</p><p>FONTE: Disponível em: <http://fw.atarde.uol.com.br/2015/07/g_2015717141047650.jpg>.</p><p>Acesso em: 22 out. 2015.</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>124</p><p>FIGURA 99 - GINÁSTICA RÍTMICA EM GRUPO UTILIZANDO CORDA</p><p>FONTE: Disponível em: <https://encryptedtbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQe_48A_</p><p>NwnnY4gojY19tTelujLRjprHUnr8j0c01ZQzAz-Hqjs>. Acesso em: 22 out. 2015.</p><p>Uma modalidade dinâmica como a GR pode contribuir, e muito, no</p><p>desempenho corporal, desde os movimentos simples aos complexos, estimulando</p><p>a aprendizagem de movimentos básicos, como o desenvolvimento motor, e</p><p>aumentar a capacidade de flexibilidade (TOLEDO, 2009).</p><p>Nas aulas de educação física, o professor tem muitas possibilidades de</p><p>explorar seus alunos, trabalhando várias formas de movimentos e estimulando</p><p>o interesse deles em empenhar-se na ginástica rítmica, fomentando-os para</p><p>futuras competições.</p><p>Oportunizar ao aluno situações em que ele mesmo se coloque no papel</p><p>ativo no processo de ensino-aprendizagem aprimora seu desenvolvimento</p><p>e estimula outras capacidades, como a imaginação, a decisão, criatividade,</p><p>iniciativa. E, para tanto, o professor deve organizar atividades que possibilitem</p><p>aos alunos se integrarem com o processo de produção do conhecimento, onde</p><p>eles criam suas próprias soluções aos problemas encontrados, incentivando sua</p><p>autonomia. (TAFFAREL, 1985).</p><p>Assim, em uma aula de educação física em que a GR seja o tema proposto,</p><p>o professor pode, por exemplo, estimular seus alunos a descobrir, elaborar</p><p>movimentos expressivos que despertem sua criatividade e imaginação. O produto</p><p>dessa aula pode evoluir para uma coreografia de ginástica rítmica (TOLEDO, 2009).</p><p>TÓPICO 2 | CLASSIFICAÇÃO E MÉTODOS DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>125</p><p>Os estímulos vivenciados nas aulas de educação física desde as séries</p><p>iniciais são propulsores de futuros atletas e profissionais da área. Essas experiências</p><p>e incentivos desafiam o aluno a ser competitivo e superar seus próprios limites,</p><p>fomentando conhecimentos e construindo sua carreira. O desafio é inerente</p><p>à ginástica rítmica, todos os seus movimentos são desafiadores e precisam de</p><p>muito empenho, determinação e persistência do aluno e/ou futuro ginasta para</p><p>realizá-los, como, por exemplo, virar estrelinhas, fazer lançamentos com corda,</p><p>rolamentos com bolas, cambalhotas, passagens por dentro do arco com o corpo</p><p>no ar durante um salto, fazer as reversões, mantendo equilíbrio, postura, força,</p><p>agilidade, flexibilidade, entre tantas outras habilidades, que são trabalhadas</p><p>arduamente nos treinos pré-competitivos (OLIVEIRA; PORPINO, 2010).</p><p>FIGURA 100 - GINÁSTICA RÍTMICA NA AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.araras.sp.gov.br/im/images/2010/marco/ginastica_</p><p>ritmica.jpg.JPG>. Acesso em: 23 out. 2015.</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>126</p><p>FIGURA 101 - GINÁSTICA RÍTMICA NA AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA</p><p>FONTE: Disponível em: <http://alb.com.br/arquivomorto/edicoes_</p><p>anteriores/anais15/alfabetica/wakyrialeite_arquivos/image002.jpg>. Acesso</p><p>em: 23 out. 2015.</p><p>Além dos movimentos rítmicos propriamente ditos, o professor pode</p><p>dar dicas específicas da técnica. Como fazer um lançamento adequado com o</p><p>arco? Qual é a postura da “pega” nos diversos aparelhos utilizados na GR? Como</p><p>proceder para recuperar o aparelho lançado? Qual a postura antes, durante e</p><p>final do movimento em relação ao aparelho? (OLIVEIRA; PORPINO, 2010).</p><p>Gaia (1996), idealizador do projeto “Ginástica Rítmica”, demonstrou</p><p>relevantes contribuições para o desenvolvimento da GR nas aulas de educação</p><p>física, indicando a utilização de materiais alternativos para viabilizar a prática</p><p>da GR para alunos em idade escolar. Exemplo: fitas confeccionadas com papel</p><p>laminado e estilete de bambu, bolas elaboradas artesanalmente com meias</p><p>e jornais, cordas grandes (ou mangueiras velhas) e o tradicional bambolê.</p><p>“É importante estimular, incentivar, criar espaços para que todos possam se</p><p>beneficiar da atividade esportiva, não a partir da reprodução de valores da</p><p>sociedade dominante, mas sim em função da transformação desses valores no</p><p>processo educativo”. (GAIA, 1996, p. 154).</p><p>Materiais utilizados na GR:</p><p>FONTE: Disponível em <http://s3.amazonaws.com/topgimimages/</p><p>system/pictures/files/345/original_image.jpg?1333999092>. Acesso</p><p>em: 23 out. 2015.</p><p>FIGURA 102 - MAÇAS DE GR ESCOLAR</p><p>TÓPICO 2 | CLASSIFICAÇÃO E MÉTODOS DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>127</p><p>FIGURA 103 - ARCO DE GR – COMPETIÇÃO OFICIAL</p><p>FONTE: Disponível em: <http://s3.amazonaws.com/topgimimages/</p><p>system/pictures/files/348/original_image.jpg?1333999092>. Acesso</p><p>em: 23 out. 2015.</p><p>FIGURA 104 - BOLAS DE GR</p><p>FONTE: Disponível em: <http://s3.amazonaws.com/topgimimages/</p><p>system/pictures/files/342/original_GINA035_web.jpg?1444643165>.</p><p>Acesso em: 23 out. 2015.</p><p>FIGURA 105 - FITAS PARA GR</p><p>FONTE: Disponível em: <http://i00.i.aliimg.com/wsphoto/v0/260163</p><p>466/R%C3%ADtmica-fita-gin%C3%A1stica.jpg>.</p><p>Acesso em: 23 out. 2015.</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>128</p><p>FIGURA 106 - CORDA PARA GR</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.pistaecampo.com.br/media/</p><p>product/565/corda-de-ginastica-ritmica-com-10mm-de-espessura-e-</p><p>3m-de-comprimento-pista-e-campo-ce5.jpg>. Acesso em: 23 out. 2015.</p><p>UNI</p><p>CURIOSIDADES</p><p>Em competições, as provas de ginástica rítmica têm seis modalidades: exercícios em grupo,</p><p>corda, arco, bola, maças e fitas. Mas, apesar de a GR utilizar cinco materiais, durante as</p><p>disputas são escolhidos somente quatro elementos. Foi o que aconteceu nas Olimpíadas de</p><p>Londres em 2012, em que não houve disputa com corda.</p><p>FONTE: Disponível em: <www.cbginastica.com.br / www.fig-gymnastics.com>. Acesso em:</p><p>23 out. 2015.</p><p>Nos vídeos a seguir é possível assistir às aulas de educação física utilizando a</p><p>ginástica rítmica.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=p-d8ErDlc64></p><p><https://www.youtube.com/watch?v=4L737eRggfg></p><p><https://www.youtube.com/watch?v=Z_l-9-5caBY>.</p><p>DICAS</p><p>TÓPICO 2 | CLASSIFICAÇÃO E MÉTODOS DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>129</p><p>UNI</p><p>Exemplo de aula de ginástica rítmica na educação física</p><p>Tema: Experienciar movimentos utilizando aparelhos de arco, fita, corda e bolas de ginástica</p><p>rítmica.</p><p>Objetivo principal: - Vivenciar, manusear elementos de bola, fita, arco e corda e suas</p><p>especialidades realizando as atividades propostas em aula.</p><p>- Aprender e executar movimentos de equilíbrio e deslocamentos utilizando técnica da</p><p>ginástica rítmica.</p><p>Objetivo secundário: - Aprendizagem dos movimentos básicos utilizando arco, fita, corda</p><p>e bola, juntamente com os giros, circundação, saltos, saltitos, serpentina, espiral, oito,</p><p>lançar e recuperar os objetos com as mãos, exercitando os movimentos de equilíbrio e</p><p>deslocamento.</p><p>Execução: Aula com fita: Primeiro momento: Alongamento, aquecimento. Em seguida</p><p>o professor posiciona os alunos em círculos e explica os objetivos da aula. Logo após o</p><p>professor demonstra um movimento usando a fita e alunos iniciam suas experiências. Com o</p><p>braço estendido para cima, pulso para baixo, dedo indicador à frente e a ponta do elemento</p><p>no meio da mão; Caminhar para a frente, sempre mantendo-se na ponta do pé e apenas</p><p>manusear a fita de um lado para o outro; o professor deve deixar que os alunos vivenciem</p><p>até conseguirem dominar o movimento, em seguida colocar as variações: manusear a fita</p><p>de modo que ela forme um círculo no ar; realizar saltos do tipo “tesoura” manuseando a fita</p><p>lateralmente, e assim sucessivamente até passarem por todos os elementos, e para terminar</p><p>a aula, dez minutos antes do final o professor coordena um alongamento. Essa aula pode ser</p><p>repetida até que todos os alunos estejam inteirados com os movimentos.</p><p>Nosso próximo assunto será a Ginástica Artística, que irá completar o</p><p>conhecimento sobre as modalidades de ginástica.</p><p>Bom estudo!</p><p>Ginástica Artística (OLÍMPICA)</p><p>A Ginástica Artística (denominada Olímpica no Brasil) é mais um dos</p><p>desdobramentos da ginástica, é uma modalidade de prática de exercícios físicos</p><p>que, como a “ginástica”, teve seus primórdios há muitos e muitos anos, que, como</p><p>já vimos (mas é bom revisar), surgiu na pré-história e sua prática era questão de</p><p>sobrevivência, para defender-se e atacar. A ginástica fazia parte de festividades,</p><p>jogos, rituais e mais tarde passou a ser desenvolvida no meio militar, que servia</p><p>como preparação para os soldados (PUBLIO, 1998).</p><p>A ginástica artística foi preconizada pelos gregos, na Grécia antiga,</p><p>ganhando um lugar de destaque na sociedade. Faziam apresentações atléticas,</p><p>com acrobacias circenses nas ruas, como forma de entretenimento das pessoas,</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>130</p><p>como vimos na ginástica circense. Com práticas constantes nessas apresentações,</p><p>as capacidades dos executantes começam a ser reconhecidas e a ginástica começa</p><p>a ser desenvolvida e adaptada, e tornou-se uma atividade de relevância cultural</p><p>(HAYHURST, 1983).</p><p>Na Idade Média, a ginástica como competição foi um pouco esquecida e</p><p>voltou a ser valorizada no século XVIII, na Europa. Os treinamentos específicos</p><p>e a forma da ginástica artística como a conhecemos atualmente tiveram seus</p><p>primeiros passos em uma escola alemã que utilizava movimentos rítmicos com</p><p>aparelhos de base sueca. Foi idealizada por Friedrich Ludwig Jahn, por volta</p><p>de 1811, ele defendia que a ginástica de maneira geral deveria ser para todos,</p><p>independente de classe social. Ele influenciou diretamente na evolução da</p><p>ginástica e contribuiu para a pluralização das escolas e organizações de ginástica</p><p>na Alemanha, introduzindo os exercícios em aparelhos, estabelecendo as regras e</p><p>fabricando os aparelhos (DUARTE, 2004).</p><p>FIGURA 107 - INÍCIO DA GINÁSTICA ARTÍSTICA</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd109/trapezio04.jpg>. Acesso em:</p><p>23 out. 2015.</p><p>Fiorin (2002, p. 32) nos revela seu pensamento sobre a história da ginástica</p><p>artística:</p><p>Nas ginásticas de competição, cada modalidade teve seu caminho</p><p>diferenciado, principalmente a partir das sistematizações criadas nas</p><p>escolas Alemã, Sueca e Francesa. A gênese da Ginástica Artística pode</p><p>ser encontrada na escola Alemã quando Jahn, para criar obstáculos</p><p>para os seus exercícios, constrói aparelhos específicos que mais</p><p>tarde dariam origem aos modernos aparelhos de competição nesta</p><p>modalidade.</p><p>TÓPICO 2 | CLASSIFICAÇÃO E MÉTODOS DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>131</p><p>A Ginástica Artística (GA) teve muita influência das acrobacias circenses,</p><p>a maioria dos aparelhos foi inspirada nas práticas circenses, como as técnicas</p><p>aéreas na corda, trapézio, argolas e barra fixa, como está ilustrado na figura acima</p><p>(ORFEI, 1996).</p><p>Na antiguidade, o culto ao corpo e o exibicionismo da aptidão física</p><p>eram muito presentes, tanto é que as estátuas expondo corpos musculosos e</p><p>nus artísticos eram inúmeras, ostentadas nas reuniões festivas, “as olímpiadas</p><p>gregas”, onde os atletas competiam em lutas ou arremessos de pedras, realizadas</p><p>na cidade de Olímpia (LANCELLOTTI, 1996).</p><p>Os primeiros Jogos Olímpicos da era moderna foram realizados em 1896,</p><p>na Grécia, em Atenas. Alguns anos depois, o primeiro campeonato mundial de</p><p>GA aconteceu na Bélgica, em Antuérpia, e somente atletas masculinos podiam</p><p>participar, às mulheres apenas era permitido assistir às apresentações. Somente</p><p>30 anos mais tarde, em 1934, no Campeonato de Budapeste, na Hungria, é que as</p><p>mulheres puderam participar dos Jogos Olímpicos (DUARTE, 2004).</p><p>FIGURA 108 - MULHERES NA GA</p><p>FONTE: Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/comm</p><p>ons/thumb/f/f8/Gym_combination_2.JPG/250px-Gym_combination_2</p><p>.JPG>. Acesso em: 23 out. 2015.</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>132</p><p>Depois de termos uma noção de como surgiu a modalidade de ginástica,</p><p>vamos nos aprofundar no conteúdo descobrindo conceitos, técnicas, regras e tudo o que</p><p>envolve a ginástica artístico-olímpica.</p><p>As informações a seguir foram todas retiradas do site do Comitê Olímpico Brasileiro, que</p><p>pode ser visitado no link a seguir:</p><p><www.cob.org.br>.</p><p>O COB é a entidade máxima do esporte no Brasil, representa e difunde o ideal olímpico no</p><p>território brasileiro. Seu presidente atual é Carlos Arthur Nuzman, sua sede fica na Barra da</p><p>Tijuca, no Rio de Janeiro. Trabalha diretamente com as confederações brasileiras de todas as</p><p>modalidades esportivas que compõem o programa de jogos olímpicos.</p><p>ESTUDOS FU</p><p>TUROS</p><p>O termo “ginástico” tem origem do grego gymnádzein, e significa “treinar”</p><p>e, em sentido literal, “exercitar-se nu”, a forma como os gregos praticavam os</p><p>exercícios. A GA (Olímpica) é um conjunto de exercícios corporais sistematizados,</p><p>de cunho competitivo, em que se conjugam a força, a agilidade e a flexibilidade,</p><p>entre outros (COB, 2015).</p><p>A ginástica artística e/ou olímpica é um esporte que exige muito das</p><p>habilidades do ginasta, como flexibilidade, força, equilíbrio, coordenação, controle</p><p>do corpo e elegância nos</p><p>movimentos, principalmente com as extremidades do</p><p>corpo, mãos e pés (VIEIRA, 2007). É uma modalidade rica em possibilidades de</p><p>trabalho, seus movimentos são complexos, e desafia o desempenho e a superação</p><p>dos que a praticam (POLITO, 1998).</p><p>A GA é uma demonstração corporal de exercícios específicos, como saltos,</p><p>giros, ondas, equilíbrio, entre outros, e movimentos acrobáticos, rolamentos,</p><p>rodante, mortais, estrelas etc. Os exercícios têm características diferenciais, são</p><p>realizados em aparelhos: argolas, solo, saltos sobre o cavalo, cavalo com alças, trave</p><p>de equilíbrio, barras assimétricas, barra fixa e barras paralelas (POLITO, 1998).</p><p>A diversidade de aparelhos abre um leque de infinitos arranjos de movimentos,</p><p>que além das competições podem ser reproduzidos em aulas de educação física.</p><p>Nas competições a ginástica pode ser realizada individualmente ou por equipes, e é</p><p>separada por gênero masculino e feminino. (NISTA-PICCOLO, 1998).</p><p>A ginástica artística constitui caráter formativo, com o objetivo de</p><p>desenvolver as habilidades motoras, e competitivo, com a intenção de estimular</p><p>as habilidades específicas com alta precisão técnica e que atenda ao grau de</p><p>exigência do código de pontuação, as regras da modalidade (NUNOMURA;</p><p>CARRARA; CARBINATTO, 2010).</p><p>TÓPICO 2 | CLASSIFICAÇÃO E MÉTODOS DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>133</p><p>Independente do cenário, para a ginástica artística ser ensinada e</p><p>aprendida, cabe ao professor fomentar as atividades tendo base a familiarização,</p><p>iniciação e adaptação dos alunos ao tema. O reconhecimento, a familiarização,</p><p>consiste num trabalho de aproximação, contato, ambientação e experimentação</p><p>dos aparelhos oficiais ou alternativos. Após esse conhecimento, pode ser iniciada</p><p>a aprendizagem das posições básicas, manipulação e repetições dos exercícios</p><p>para que haja melhoria das sensações, fixação e automatização dos movimentos</p><p>básicos (ARAÚJO, 2003; NUNOMURA; TSUKAMOTO, 2006).</p><p>A GA possibilita aos alunos enfrentar situações não tão seguras, até</p><p>mesmo perigosas, por ter um alto nível de complexidade na execução dos</p><p>movimentos que, muitas vezes, se não tomados os devidos cuidados, as lesões</p><p>são inevitáveis. Para tanto, o aluno, futuro atleta, tem que trabalhar juntamente</p><p>com a ginástica, além de suas capacidades motoras, o seu lado psicológico para</p><p>estimular a coragem, desembaraçar as questões de ansiedade, nervosismos,</p><p>participação em grupos, responsabilidades em mostrar retorno e desempenho e</p><p>todas as exigências de uma competição de ginástica olímpica (TEIXEIRA, 2005).</p><p>Para você ficar informado sobre tudo o que acontece com a ginástica artística</p><p>brasileira, pode acessar o link a seguir e ler na íntegra as notícias e o desempenho dos</p><p>nossos atletas nas Olímpiadas de 2016.</p><p><http://esportes.terra.com.br/lance/brasil-estreia-no-mundial-de-ginastica-artistica-focado-</p><p>em-vagas-olimpicas,4f092921a50f2aa37e44bdc500e91a543po0zux7.html>.</p><p>DICAS</p><p>Um dos maiores nomes de ginastas brasileiros é a atleta Daiane Garcia</p><p>dos Santos, foi a primeira ginasta brasileira entre homens e mulheres a conquistar</p><p>uma medalha de ouro em campeonato mundial, nos Jogos de Atenas. E foi ela,</p><p>Daiane dos Santos, a primeira ginasta no mundo que protagonizou o famoso</p><p>salto: o duplo twist carpado, ou Dos Santos I, a evolução deste primeiro: o duplo</p><p>twist esticado.</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>134</p><p>UNI</p><p>Veja no quadro a seguir as medalhas de Daiane dos Santos durante sua</p><p>trajetória na GA.</p><p>MEDALHAS DE DAIANE SANTOS</p><p>CAMPEONATOS MUNDIAIS</p><p>OURO Anaheim 2003 Solo</p><p>JOGOS PAN-AMERICANOS</p><p>PRATA Winnipeg 1999 Salto</p><p>PRATA Rio de Janeiro 2007 Equipe</p><p>BRONZE Winnipeg 1999 Solo</p><p>BRONZE Winnipeg 1999 Equipe</p><p>BRONZE Santo Domingo 2003 Equipe</p><p>FONTE: Disponível em: <http://revistaicone.com/home/daiane-dos-santos-ginasta-de-</p><p>ouro>. Acesso em: 24 out. 2015.</p><p>UNI</p><p>Entrevista de Daiane dos Santos para a revista Ícone em 2013, relatando</p><p>como é ser uma atleta de GA.</p><p>Daiane ama o que faz e afirma: “Tudo o que eu tenho hoje foi a ginástica que me deu”.</p><p>Empenhada e satisfeita, a ginasta conta que o que mais a fascina na profissão é a alegria que</p><p>os esportistas podem proporcionar para o povo brasileiro. “O Brasil é muito carente de ídolos</p><p>e acho que o esporte colabora um pouco com essa identificação nacional”, diz.</p><p>Faltando pouco mais de um mês para os Jogos, Daiane está presente nesta edição para</p><p>contar a vocês leitores um pouco de sua rotina atual e do preparo para a tão aguardada</p><p>Olímpiada de Londres.</p><p>Como é sua rotina diária de treinamento?</p><p>Eu treino seis vezes por semana, de segunda a sábado, na parte da manhã, além da</p><p>musculação na parte da tarde.</p><p>Você tem uma alimentação especial?</p><p>Durante muito tempo eu tive o acompanhamento de nutricionistas, mas agora já sei o que</p><p>posso ou não comer. E procuro me cuidar, ter uma alimentação regrada e balanceada, pois</p><p>na ginástica o peso faz muita diferença.</p><p>TÓPICO 2 | CLASSIFICAÇÃO E MÉTODOS DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>135</p><p>Qual é a sensação de estar no topo do pódio?</p><p>A sensação de estar no topo do pódio é muito boa, é tudo o que um atleta de alto</p><p>rendimento deseja. Durante anos, eu fui a primeira do ranking mundial. Isso é maravilhoso,</p><p>mas o amadurecimento no esporte vem com as derrotas. O atleta que não sabe perder não</p><p>pode ser desportista, pois todos passam por isso um dia.</p><p>A vida de atleta de alto nível demanda sacrifícios. Você consegue fazer as coisas que quer?</p><p>Sim. A vida de atleta sempre demanda sacrifícios, privações e a convivência com dores,</p><p>muitas vezes. Mas quando você gosta do que faz, tudo isso acaba fazendo parte da rotina.</p><p>Eu costumo fazer as coisas que quero, sim, mas sempre sabendo das minhas obrigações</p><p>enquanto atleta.</p><p>A ginástica olímpica ainda não é um esporte popular no Brasil. O que pode ser feito para</p><p>mudar isso?</p><p>A ginástica cresceu muito nos últimos anos, mas claro que, se comparado ao futebol, ainda</p><p>falta muito. O que pode ser feito é a disseminação da modalidade para crianças que não</p><p>têm acesso, fomentar o esporte na base mesmo. Eu tenho muita vontade de trabalhar com</p><p>projetos sociais um dia.</p><p>Fonte: Disponível em: <http://revistaicone.com/home/daiane-dos-santos-ginasta-de-ouro.</p><p>Acesso em: 10 out. 2015.</p><p>Assista ou reveja nossa atleta de ouro Daiane dos santos em sua coreografia</p><p>que ficou famosa: “O brasileirinho”.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=VLvJY4oKvcQ></p><p><https://www.youtube.com/watch?v=OeAqY92_HZI>.</p><p>Na ginástica artística masculina a revelação brasileira fica por conta de Diego</p><p>Hypólito, OURO no solo.</p><p>Veja nos vídeos a seguir:</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=sV6xkci-nU0></p><p><https://www.youtube.com/watch?v=7O2kEx53zYM>.</p><p>DICAS</p><p>DICAS</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>136</p><p>Arthur Zanetti, campeã mundial de argolas, treina forte e busca junto com seus</p><p>companheiros de equipe uma vaga para as Olímpiadas de 2016, no Rio de Janeiro. Veja no</p><p>vídeo a seguir a reportagem na íntegra, exibida no Jornal Nacional da TV Globo, no dia 23</p><p>out. 2015.</p><p><http://globotv.globo.com/rede-globo/jornal-nacional/v/arthur-zanetti-busca-objetivo-</p><p>diferente-no-mundial-de-ginastica-artistica/4560525/>.</p><p>DICAS</p><p>NOTA</p><p>Dando continuidade ao nosso assunto, em seguida vamos aprender a respeito</p><p>de quais são os aparelhos utilizados na GA, bem como as regras e exigências para as</p><p>competições olímpicas.</p><p>FIGURA 109 - FLUXOGRAMA DAS “AÇÕES GÍMNICAS”</p><p>Primeiros</p><p>passos</p><p>para a</p><p>atividade</p><p>ParaPara</p><p>Volteio</p><p>Balancear</p><p>em</p><p>suspensão</p><p>Passar pela</p><p>apoio</p><p>invertido</p><p>Passar pelo</p><p>suspensão</p><p>invertida</p><p>Deslocar-se</p><p>"bipedicamente"</p><p>Passagem</p><p>pelo solo</p><p>(ou trave)</p><p>(Abertura e</p><p>fechamneto)</p><p>Equilibrar-se</p><p>Balancear</p><p>em</p><p>apoio</p><p>Girar</p><p>sobre si</p><p>mesmo</p><p>Aterrisar,</p><p>equilibrar-se</p><p>Saltar</p><p>FONTE: Leguet (1987)</p><p>TÓPICO 2 | CLASSIFICAÇÃO E MÉTODOS DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>137</p><p>Ações gímnicas são ações motoras, elementos básicos que compõem as</p><p>combinações complexas da ginástica artística. Leguet (1987) propunha que esta</p><p>sistematização motora deveria ser trabalhada</p><p>nas aulas de educação física, de</p><p>forma gradativa, estimulando o desenvolvimento motor da criança, iniciando</p><p>com os movimentos mais simples e, à medida que as respostas forem sendo</p><p>dadas, se evolui para atividades mais complexas. Com base nessas ações é</p><p>possível fomentar o aprimoramento motor do aluno nas aulas de educação física.</p><p>Seguindo a teoria de Leguet (1987), listamos alguns possíveis exemplos</p><p>de como iniciar a trabalhar a ginástica artística na escola: Girar sobre si mesmo,</p><p>saltar, aterrissar e equilibrar-se, balancear em apoio (barras paralelas), balancear</p><p>em suspensão (barras fixas), abrir e fechar o corpo, equilibrar-se, deslocar-se</p><p>bipedicamente, e com esses exercícios os alunos ficam preparados para qualquer</p><p>modalidade que no futuro queiram desempenhar.</p><p>Na GA as competições técnicas são norteadas em vários exercícios e a maior</p><p>competição são as Olímpiadas. A ginástica pode ser apresentada individualmente</p><p>ou por equipes. Para os homens as provas são: salto sobre o cavalo, cavalo com</p><p>alças, barra fixa, barras paralelas, argolas e solo. Já as mulheres realizam as</p><p>provas em quatro aparelhos: de solo com música, salto sobre o cavalo, barras</p><p>assimétricas e trave de equilíbrio (COB, 2015).</p><p>Quando a competição é por equipe, a formação é de cinco atletas que</p><p>realizam provas em seis aparelhos: solo, salto, barras paralelas, e fixas, cavalo com</p><p>alças e argolas. Os exercícios que cada atleta realiza são pontuados e julgados por</p><p>um júri. As pontuações para todos os exercícios têm um valor inicial, 8.6 para os</p><p>homens e 9.0 para as mulheres, e os atletas são obrigados a evoluir com elementos</p><p>para obterem pontos extras ou uma espécie de bônus para chegarem a conquistar</p><p>o máximo da nota de 10 pontos. Os juízes avaliam a postura, execução, equilíbrio</p><p>e cumprimento dos movimentos obrigatórios (COB, 2015).</p><p>Existe um “Código de Pontos” desenvolvido pela FIG, Federação</p><p>Internacional de Ginástica, que pontua cada movimento obrigatório e elemento</p><p>de cada aparelho. E a cada olimpíada este código é atualizado (COB, 2015).</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>138</p><p>Regras dos aparelhos para os homens:</p><p>FIGURA 110 - GA MASCULINA</p><p>Ginástica masculina</p><p>solo</p><p>barra fixa</p><p>horizontal</p><p>cavalo com alças</p><p>salto sobre</p><p>cavalo</p><p>argolas</p><p>barras</p><p>paralelas</p><p>FONTE: Disponível em: <http://media.escola.britannica.com.br/eb-media/90/91590-073-9B62D</p><p>44D.jpg>. Acesso em: 24 out. 2015.</p><p>SOLO</p><p>O exercício de solo para homens dura entre 50 e 70 segundos e, ao contrário</p><p>do feminino, não é acompanhado de música.</p><p>FIGURA 111 - TATAME PARA APRESENTAÇÃO DE GA SOLO</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.georgettevidor.com.br/related/media/</p><p>fiquepordentro/074/074d.jpg>. Acesso em: 24 out. 2015.</p><p>TÓPICO 2 | CLASSIFICAÇÃO E MÉTODOS DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>139</p><p>CAVALO COM ALÇAS</p><p>Está a 1,05 metro do solo e tem 1,60 metro de comprimento. O ginasta</p><p>deve executar movimentos contínuos de círculos e tesouras. Somente as mãos</p><p>devem tocar o aparelho.</p><p>FIGURA 112 - APARELHO CAVALO COM ALÇAS GA MASCULINO</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.georgettevidor.com.br/related/</p><p>media/fiquepordentro/074/074e.jpg>. Acesso em: 24 out. 2015.</p><p>ARGOLAS</p><p>Estão a 2,55 metros do solo. Durante a apresentação o ginasta deve ficar</p><p>pelo menos dois segundos parado numa posição vertical ou horizontal em relação</p><p>ao solo. As argolas devem sempre permanecer paradas.</p><p>FIGURA 113 - ARGOLAS DE GA MASCULINO</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.georgettevidor.com.br/related/</p><p>media/fiquepordentro/074/074f.jpg>. Acesso em: 24 out. 2015.</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>140</p><p>SALTO SOBRE CAVALO</p><p>O cavalo está a 1,35 metro do solo. O ginasta deve comunicar aos árbitros</p><p>qual salto irá realizar para que se possa atribuir a nota de partida.</p><p>FIGURA 114 - APARELHO DE SALTO SOBRE CAVALO GA MASCULINO</p><p>FONTE - Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/-RP142E5l7UY/Tl65PQC3caI/</p><p>AAAAAAAABRQ/1BNem-qPM28/s1600/cavalo.jpg>. Acesso em: 24 out. 2015.</p><p>BARRAS PARALELAS</p><p>Estão a 1,75 metro do solo. Durante a apresentação o ginasta deve executar</p><p>um movimento em que ambas as mãos não estejam em contato com o aparelho.</p><p>115 - BARRAS PARALELAS GA MASCULINO</p><p>FONTE: Disponível em: <http://blog.ceime.com.br/wp-content/uploads/2012/05/</p><p>BARRAS-PARALELAS.png>. Acesso em: 24 out. 2015.</p><p>TÓPICO 2 | CLASSIFICAÇÃO E MÉTODOS DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>141</p><p>BARRA FIXA</p><p>Está a 2,55 metros de altura. Durante a execução da prova o atleta deverá</p><p>manter-se em ação realizando movimentos como mortais e saltos encarpados.</p><p>FIGURA 116 - BARRAS FIXAS GA MASCULINO</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.georgettevidor.com.br/related/</p><p>media/fiquepordentro/074/074h.jpg>. Acesso em: 24 out. 2015.</p><p>Regras de aparelhos para as mulheres:</p><p>FIGURA 117 - PROVAS FEMININAS DE GA</p><p>FONTE: Disponível em: <http://media.escola.britannica.com.br/eb-media/89/91589-073-</p><p>ECFB4B5E.jpg>. Acesso em: 24 out. 2015.</p><p>solo</p><p>trave de equilíbrio</p><p>barras</p><p>assimétricas</p><p>salto sobre</p><p>cavalo</p><p>Ginástica feminina</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>142</p><p>SOLO</p><p>A avaliação do exercício começa com o primeiro movimento acrobático da</p><p>ginasta. A duração do exercício de solo não pode ser menor que 1 minuto e</p><p>10 segundos, nem maior que 1 minuto e 30 segundos. A ginasta tem de 70</p><p>a 90 segundos para apresentar uma diversidade de movimentos de dança e</p><p>acrobacias. O acompanhamento musical pode ser orquestrado, piano ou outro</p><p>instrumento sem canto.</p><p>Ultrapassar a área de solo (12 m x 12 m) significa tocar o solo com qualquer</p><p>parte do corpo, fora da linha demarcatória, a cada ultrapassagem existe uma dedução.</p><p>As partes de valor (dificuldade) A – B – C – D e E devem pertencer aos</p><p>seguintes grupos de elementos:</p><p>Elementos acrobáticos com ou sem fase de voo para frente ou para o lado</p><p>e para trás.</p><p>Elementos ginásticos, tais como: giros, saltos, combinações de passos e</p><p>corridas e ondas corporais (Fonte: <http://www.spieth-gymnastic.com/>.)</p><p>FIGURA 118 - TATAME PARA APRESENTAÇÃO DE GA SOLO</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.georgettevidor.com.br/related/media/</p><p>fiquepordentro/074/074d.jpg>. Acesso em: 24 out. 2015.</p><p>TRAVE DE EQUILÍBRIO</p><p>A avaliação do exercício começa com a impulsão no trampolim até a saída</p><p>nos colchões. Tem 5 m de comprimento e apenas 10 cm de largura. O desafio é</p><p>fazer movimentos de dança e acrobacias sem cair, a 1,25 m do chão.</p><p>A duração do exercício na trave de equilíbrio não pode ser menor de 1</p><p>minuto e 10 segundos, nem maior que 1 minuto e 30 segundos. Durante o exercício</p><p>devem ser criados pontos altos e dinâmicos com:</p><p>TÓPICO 2 | CLASSIFICAÇÃO E MÉTODOS DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>143</p><p>a) Elementos acrobáticos e ginásticos de diferentes grupos.</p><p>b) Variações no ritmo entre movimentos rápidos e lentos, para frente, lado e para</p><p>trás.</p><p>c) Mudança do trabalho próximo e afastado da trave.</p><p>FIGURA 119 - TRAVE DE EQUILÍBRIO</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.georgettevidor.com.br/related/media/</p><p>fiquepordentro/074/074c.jpg>. Acesso em: 24 out. 2015.</p><p>SALTO SOBRE O CAVALO</p><p>Todos os saltos devem ser realizados com repulsão de ambas as mãos</p><p>sobre o cavalo. A distância da corrida pode ser determinada individualmente. No</p><p>limite máximo de 25 m. O cavalo é um apoio de 1,25m de altura, 1,20m de altura</p><p>e comprimento e 0,95 de largura.</p><p>A chegada ao trampolim deve ser com os dois pés e pode ser: da corrida</p><p>de aproximação ou de um elemento.</p><p>São permitidas três corridas de aproximação, desde que a ginasta não</p><p>tenha tocado o trampolim e/ou o cavalo. Não é permitida uma quarta corrida.</p><p>Os saltos encontram-se classificados em quatro grandes grupos e os</p><p>valores variam de 8 a 10 pontos.</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>144</p><p>FIGURA 120 - MESA CAVALO DE SALTO GA FEMININA</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.spiethgymnastics.com/</p><p>tl_files/Spieth%20Gymnastics/Marketing%20beelden%20Spieth/</p><p>Rio%202016%20apparatus/Rio%202016%20Ergojet%20Spieth%20</p><p>1407210.jpg>. Acesso em: 24</p><p>out. 2015.</p><p>BARRAS PARALELAS ASSIMÉTRICAS</p><p>A avaliação do exercício começa com a impulsão no trampolim, ou colchões.</p><p>O exercício deve ser composto de elementos de diferentes grupos. A ginasta</p><p>alterna movimentos contínuos entre as duas barras, a inferior fica a 1,66 m do</p><p>chão e a superior fica a 2,46 m. As partes de dificuldade A – B – C – D e E devem</p><p>representar uma variedade dos seguintes grupos de elementos:</p><p>Dos grupos estruturais devem ser executados elementos com giros</p><p>sobre o eixo longitudinal (piruetas) e transversal (mortais), trocas de tomadas e</p><p>elementos com voo.</p><p>FIGURA 121 - BARRAS PARALELAS ASSIMÉTRICAS</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.georgettevidor.com.br/related/</p><p>media/fiquepordentro/074/074b.jpg>. Acesso em: 24 out. 2015.</p><p>TÓPICO 2 | CLASSIFICAÇÃO E MÉTODOS DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>145</p><p>As categorias em que se compete são:</p><p>a) Pré-infantil (6 anos)</p><p>b) Infantil (7 e 8 anos)</p><p>c) Infantil A (9 e 10 anos)</p><p>d) Infantil B (11 e 12 anos)</p><p>e) Juvenil (13 a 15 anos)</p><p>f) Maiores (16 anos adiante)</p><p>Há uma segunda classificação por níveis (classificados por letras) que</p><p>determina o nível de dificuldade dos exercícios e os aparelhos:</p><p>a) Escolinha (somente metropolitano)</p><p>b) D (solo exercícios de solo e salto obrigatórios)</p><p>c) C2 (se compete em quatro aparelhos)</p><p>d) C1 (os exercícios obrigatórios)</p><p>e) B2 (os exercícios podem ser livres ou obrigatórios dependendo da categoria)</p><p>f) B1 (exercícios livres com algumas exceções nas categorias mais jovens)</p><p>g) A o Elite (as seis melhores notas deste nível integram a seleção nacional).</p><p>A nota máxima que um ginasta pode alcançar é 10,00 e se consegue pela</p><p>soma dos diferentes pontos dos árbitros. São eles:</p><p> Dificuldades e parte de valor (3,00)</p><p> Exigências específicas ou requisitos obrigatórios (1,40 – 0,20)</p><p> Bonificação (1,00)</p><p> Composição e combinação (0,60)</p><p> Execução (4,00)</p><p>Fonte: Comitê Olímpico Brasileiro/. Disponível em: <www.cob.com>. Acesso em: 24 out. 2015.</p><p>Com a leitura complementar você poderá se inteirar sobre a vida de uma</p><p>ginasta de competições oficiais.</p><p>Boa leitura!</p><p>ESTUDOS FU</p><p>TUROS</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>146</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR</p><p>Leia parte da entrevista com Angélica Kvieczynski (Ginástica Rítmica)</p><p>concedida à repórter Katryn Dias, para o site esporteessencial.</p><p>Se quiser visualizar a entrevista na íntegra, veja disponível em: <http://</p><p>www.esporteessencial.com.br/entrevista/angelica-kvieczynski-ginastica-</p><p>ritmica>.Acesso em: 20 out. 2015.</p><p>Entrevista:</p><p>Angélica Kvieczynski é hexacampeã brasileira, bicampeã dos Jogos Sul-</p><p>Americanos, três vezes eleita a melhor ginasta do país pelo Comitê Olímpico</p><p>Brasileiro (COB) e a primeira brasileira a conquistar uma medalha no individual</p><p>geral em Jogos Pan-Americanos. Os títulos comprovam a supremacia de Angélica</p><p>Kvieczynski na ginástica rítmica dentro do país.</p><p>Aos 23 anos, a paranaense sonha em conquistar sua classificação para a</p><p>Olimpíada do Rio e continuar trazendo resultados inéditos para o Brasil. Para isso,</p><p>a ginasta não pode ser prejudicada por erros administrativos, como o que vai deixá-</p><p>la fora da disputa por medalhas no Campeonato Mundial deste mês, na Turquia.</p><p>Esporte Essencial (EE): Como você conheceu a ginástica rítmica?</p><p>AK: Foi por acaso, na verdade. Na minha cidade, Toledo, no Paraná, tinha um</p><p>projeto e eu passei onde ficava a escolinha de ginástica. Quando vi, perguntei</p><p>para a minha mãe o que era e ela me explicou que era ginástica rítmica. Eu gostei</p><p>de ver as meninas treinando e quis logo começar. A minha mãe me matriculou e</p><p>comecei a treinar.</p><p>EE: Na sua cidade, a ginástica rítmica é muito difundida?</p><p>AK: Lá em Toledo temos um projeto bem grande com ginástica, que tem cerca de</p><p>1.500 crianças treinando, entre escolinha e alto rendimento. A prefeitura da cidade</p><p>tem alguns parceiros que mantêm esse projeto, como Sadia, Sesi, Unimed e Itaipu.</p><p>EE: Quando foi que você começou a se destacar no esporte?</p><p>AK: Sempre fui uma criança bem esforçada, treinava muito e os resultados</p><p>vieram rápido. Comecei a treinar em 2000 e já em 2002 fui campeã pan-americana</p><p>infantil, aos 12 anos. Eu me dedicava bastante aos treinos, era a primeira a chegar</p><p>ao ginásio e a última a sair.</p><p>TÓPICO 2 | CLASSIFICAÇÃO E MÉTODOS DA GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>147</p><p>EE: Você já disse que acredita estar hoje na melhor fase da sua carreira. Você</p><p>precisou abdicar de muitas coisas para chegar até esse momento?</p><p>AK: Sim. Eu abri mão de muita coisa, mas para ser atleta de alto rendimento isso é</p><p>necessário. Sempre me dediquei bastante e agora estou me dedicando mais ainda</p><p>para a próxima Olimpíada, que é a minha meta.</p><p>EE: O que falta para a ginástica rítmica brasileira se destacar mais</p><p>internacionalmente?</p><p>AK: Primeiramente, não pode acontecer esse tipo de erro. Esses erros são decisivos</p><p>na carreira de um atleta. Eu treinei o ano inteiro com meta nesse campeonato,</p><p>que é o mais importante da temporada, já visando os Jogos Olímpicos. E agora</p><p>aconteceu isso...</p><p>Precisamos de mais investimentos, mais competições. Nós estamos viajando</p><p>pouco para competições fora. Temos muitas etapas de Copa do Mundo e as</p><p>brasileiras esse ano quase não apareceram lá fora. Isso é muito importante, ainda</p><p>mais porque os Jogos Olímpicos estão batendo na porta e nós podemos trazer</p><p>um resultado melhor. O Brasil tem uma ótima equipe na ginástica rítmica e uma</p><p>ótima comissão técnica. Então, acredito que tudo pode melhorar.</p><p>EE: Você vê acontecendo uma renovação na ginástica rítmica? Existe uma nova</p><p>geração que pode seguir o seu exemplo de conquistas?</p><p>AK: Olha, ginastas novas com capacidade o Brasil tem muitas. Basta investir, e</p><p>nas certas.</p><p>EE: A CBG faz um bom trabalho na base?</p><p>AK: Eles estão fazendo. Está melhorando cada vez mais. Mas se nós visamos</p><p>resultados melhores, acho que ainda precisa melhorar bastante.</p><p>EE: Qual a sua opinião sobre o trabalho da CBG quanto à divulgação da</p><p>ginástica?</p><p>AK: Agora a CBG vem fazendo um bom trabalho de divulgação da ginástica</p><p>rítmica. Estão sendo feitos alguns campeonatos aqui no Brasil e isso eu acho</p><p>muito interessante. Nós vemos o número de crianças praticantes crescendo e a</p><p>qualidade melhorando também. Eu acompanho os Jogos Escolares da Juventude</p><p>há muito tempo e percebo que a cada ano melhora o nível das ginastas que estão</p><p>competindo. Isso é bom.</p><p>UNIDADE 2 | PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A GINÁSTICA ESCOLAR</p><p>148</p><p>EE: A responsabilidade de ser a melhor ginasta do país pesa?</p><p>AK: Ah, pesa, mas pesa de maneira positiva. Eu fico querendo manter os</p><p>resultados e melhorar cada vez mais. É como eu digo para as meninas mais novas</p><p>que treinam comigo: nós estamos abrindo as portas para a próxima geração, só</p><p>vai depender de vocês mantê-las abertas.</p><p>EE: Como é a experiência de ser embaixadora dos Jogos Escolares?</p><p>AK: Nossa, já deve ser a quinta vez que sou embaixadora! É maravilhoso! Eu gosto</p><p>muito, porque gosto de criança. Acho que é muito importante para o crescimento</p><p>das crianças e dos atletas mais novos ter esse contato com os ídolos delas. Elas</p><p>fazem perguntas muito interessantes. Eu quando era mais nova gostaria de ter</p><p>recebido mais informações, como elas têm acesso. Esse contato é muito legal.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=8rpS__7Bexw></p><p><https://www.youtube.com/watch?v=GSsxgD6G0G8></p><p><https://www.youtube.com/watch?v=Xr0fYUzvxP0>.</p><p>DICAS</p><p>149</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2</p><p>Neste tópico você estudou sobre as classificações e métodos da ginástica:</p><p>• Conheceu a ginástica circense, como foi construída e todo o desenrolar de sua</p><p>história, desenvolvimento até os dias atuais. Os métodos de sua aplicabilidade</p><p>em aulas de educação física.</p><p>• Aprendeu sobre a modalidade da ginástica rítmica e sua conexão com a arte, a</p><p>música e o teatro. Um conjunto de movimentos corporais, bem distribuídos em</p><p>belas coreografias, evidenciando a beleza dos movimentos cadenciados com o</p><p>ritmo da música. E viu como essa ginástica arte pode ser trabalhada na escola,</p><p>de maneira a fomentar a ginástica rítmica entre os alunos.</p><p>é o mais importante – inclusive durante as</p><p>atividades corporais. Por meio de tarefas lúdicas, os pequenos experimentam</p><p>diferentes maneiras de andar, correr, pular e se esticar, aprendendo inclusive a</p><p>interagir com os colegas.</p><p>Para os mais velhos, de três anos, Camila propõe uma variação da</p><p>brincadeira. Ela forma uma roda com todos sentados no chão e, com um rolo de</p><p>barbante na mão, aponta para alguém e fala: “Se eu fosse uma aranha, subiria</p><p>até o céu”. Sua auxiliar vai desenrolando o fio até chegar à criança, que diz: “Eu</p><p>iria até o fundo do mar...” e aponta para outro coleguinha. Assim, atravessando a</p><p>roda de lá para cá, o barbante forma uma grande teia, fixada em diferentes pontos</p><p>da sala. Cantarolando (leia a letra da música acima), a meninada engatinha por</p><p>baixo da teia e passa entre os fios, dançando e se equilibrando. Assim, todos</p><p>aprimoram a destreza nos movimentos.</p><p>Cada um tem seu ritmo</p><p>Durante as atividades, a professora faz avaliações individuais. Esse</p><p>acompanhamento é essencial para conhecer cada um e respeitar seus limites.</p><p>Sabe-se que com três meses o bebê sustenta a cabeça; com cinco vira o corpinho no</p><p>berço; com seis já fica sentado; e com um ano começa a andar. Mas isso não é regra.</p><p>“Quem não se encaixa nesse padrão não tem necessariamente um problema”,</p><p>diz a professora de Educação Física Márcia Simão, de Florianópolis. Por isso, é</p><p>importante saber se os pequenos moram em casa ou apartamento, se são levados</p><p>para passear no parque ou se tiveram algum tipo de doença que possa ter afetado</p><p>seu desenvolvimento. “Assim, o professor compreende as necessidades de cada</p><p>um e pensa em estímulos para favorecer a evolução deles”, explica o médico</p><p>Abelardo Bastos Pinto Júnior, da Sociedade Brasileira de Pediatria.</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR</p><p>UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA</p><p>NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>6</p><p>Para observar a turma de três anos, a professora Adelir Pazetto Ferreira,</p><p>do Núcleo de Educação Infantil Coqueiros, da rede municipal de Florianópolis,</p><p>faz um convite. “Vamos dançar rock’n ‘roll?” (Leia a letra da música acima).</p><p>Acompanhando a cantiga, todos formam uma roda, sacodem os braços, as pernas</p><p>e a cabeça, giram sobre o próprio eixo, põem a mão na cintura e rebolam. Numa</p><p>animação só, a turma levanta um dos braços e grita “hey!” para finalizar o remelexo.</p><p>Apesar de acharem divertido, nem todos conseguem fazer os movimentos.</p><p>“Alguns só observam antes de participar”, conta Adelir. Para encorajá-los, ela</p><p>chama cada um pelo nome e mostra como se faz, só na curtição.</p><p>A competição ensina</p><p>O momento da brincadeira é ideal para incentivar o respeito entre</p><p>os colegas, principalmente quando há a ideia de competição. “Eles precisam</p><p>perceber que estão dando o seu melhor, independentemente de estarem numa</p><p>competição”, explica a professora Sandra Santos da Silva Jacques. Ela costuma</p><p>organizar circuitos com grupos de cinco anos no Colégio Miró, em Salvador.</p><p>Numa das disputas que mais fazem sucesso, dois grupos, de pés descalços, têm</p><p>de correr até o outro lado do corredor para colocar os sapatos antes do adversário.</p><p>“Se alguém está muito lento, precisa ouvir gritos de estímulo e nunca vaias”,</p><p>ensina Sandra.</p><p>Na etapa em que é preciso carregar água num copo descartável de café,</p><p>o desafio é aliar rapidez e equilíbrio. Divididos em duas filas adversárias, os</p><p>pequenos levam o líquido até o outro lado da sala, o despejam em um recipiente e</p><p>voltam correndo, dando a vez a outro colega. Sandra deixa que eles experimentem</p><p>várias velocidades. Dessa forma, os alunos percebem que, quando correm muito,</p><p>a água pode ser derrubada.</p><p>“A prática adequada pede que o professor corrija sem apontar o erro como</p><p>algo negativo”, afirma Carol Kolyniak, da Pontifícia Universidade Católica de</p><p>São Paulo. Como cada um aprende de um jeito, é preciso modificar as formas</p><p>de orientação. “Além de reproduzir um movimento feito pelo adulto, às vezes a</p><p>criança precisa ouvir, passo a passo, como fazê-lo”, explica. Quando necessário,</p><p>Camila, da Sá Pereira, dá uma orientação individualizada ao grupo de um a três</p><p>anos. As crianças assistem a um vídeo com a música A Velha a Fiar, sobre uma</p><p>confusão entre a senhora do título e diversos bichos - mosca, gato, cachorro, boi</p><p>etc. Cantarolando, imitam os animais, aprimorando suas formas de expressão.</p><p>Se ficam em dúvida no meio da brincadeira e perguntam: “Como se faz o boi?”,</p><p>Camila logo relembra o gesto.</p><p>Todos participam</p><p>Observar a garotada brincando na hora do recreio é uma boa maneira de</p><p>conhecer melhor o grupo. “Se alguém nunca topa participar de uma atividade,</p><p>pode estar acontecendo uma exclusão pelos colegas”, alerta a professora Márcia,</p><p>de Florianópolis. Além disso, tanto o educador quanto a família precisam</p><p>TÓPICO 1 | CONCEITUAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DOS TERMOS EDUCAÇÃO FÍSICA E GINÁSTICA</p><p>7</p><p>informar quando uma criança se apresenta frequentemente triste e reclusa, para</p><p>que ambos possam ajudá-la.</p><p>A falta de estímulo ocorre também por dor ao repetir determinados</p><p>movimentos. Para Kolyniak, o que causa mais problemas são as atividades de</p><p>impacto, como correr e pular. “A orientação é alinhar o pé, o joelho e o quadril</p><p>da criança. Se ela corre com o pé para fora, pode forçar o joelho para dentro”,</p><p>explica. Para correr com conforto, o ideal é olhar para a frente e alternar os</p><p>braços. É importante evitar a repetição de um só movimento na mesma aula e</p><p>não permitir que os pequenos carreguem caixas e brinquedos que estejam acima</p><p>de 10% do próprio peso. Com esses requisitos atendidos, a garotada terá um bom</p><p>desenvolvimento muscular e motor e, acima de tudo, uma infância bem vivida.</p><p>Inclusão</p><p>Truques para não deixar ninguém de fora</p><p>Carol Kolyniak propõe uma adaptação para que cegos participem</p><p>da atividade da teia de aranha, desenvolvida na Escola Sá Pereira, no Rio de</p><p>Janeiro. O professor pode pegar na mão da criança e ajudá-la a sentir os fios e</p><p>se movimentar entre eles, bem como orientá-la a erguer a perna para pulá-los</p><p>ou se abaixar para passar por baixo deles. Depois de algum tempo, ela ganha</p><p>autonomia na atividade. A etapa do circuito com água, proposta no Colégio Miró,</p><p>de Salvador, pode ser adaptada ao cadeirante. Se ele se movimenta bem com a</p><p>cadeira, pode movê-la com uma mão e carregar o copo com a outra. Se isso não</p><p>for possível, ele leva o copo e um colega empurra a cadeira. Mesmo nesse caso, a</p><p>habilidade do equilíbrio é desenvolvida.</p><p>O colega que empurra, por sua vez, precisa observar se a velocidade é</p><p>adequada.</p><p>Além disso, o trabalho conjunto pede o diálogo durante a brincadeira. Os</p><p>dois interagem para encontrar a melhor fórmula de acelerar sem perder o equilíbrio.</p><p>Brincadeira com movimento...</p><p>- Aprimora gestos e ritmos corporais.</p><p>- Estimula a descoberta dos limites do corpo.</p><p>- Sensibiliza para o convívio com os colegas.</p><p>O Elefante na Teia de Aranha</p><p>Um elefante</p><p>Se pendurou</p><p>Numa teia de aranha</p><p>Mas quando viu</p><p>Que a teia resistiu</p><p>Foi chamar outro elefante...</p><p>UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA</p><p>NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>8</p><p>(Repetir a letra com dois elefantes, depois com três, sucessivamente, até</p><p>alcançar o número de crianças da classe.)</p><p>Eu Danço Rock’n’roll</p><p>Eu danço rock’n’roll,</p><p>Eu danço rock’n’roll,</p><p>Assim é bem melhor, hey!</p><p>(Dançar em círculo, girar no próprio eixo e bater uma palma.)</p><p>Eu boto a mão direita dentro,</p><p>Eu boto a mão direita fora,</p><p>Eu boto a mão direita dentro</p><p>E eu sacudo ela agora</p><p>(Sacudir a mão dentro e fora do círculo. Repetir a letra e a dança com mão</p><p>esquerda, pé direito, pé esquerdo, cabeça e bumbum.)</p><p>9</p><p>Neste tópico você viu que:</p><p>• A educação física tem responsabilidade na concretização do processo de</p><p>formação e desenvolvimento de valores e atitudes.</p><p>• A ginástica está inserida no PCN (1998) da Educação Física.</p><p>• A ginástica está inserida em um bloco de conteúdos denominado esportes,</p><p>jogos, lutas e exercícios físicos.</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>10</p><p>Agora responda às questões a seguir</p><p>• Descobriu também a ginástica artística ou ginástica olímpica, que é um dos</p><p>desdobramentos da ginástica, idealizada pelos gregos, estimulados pelos</p><p>circenses e atualmente um esporte de relevância internacional, onde o Brasil está</p><p>em busca de uma vaga para a equipe brasileira de Ginástica Artística participar</p><p>dos Jogos Olímpicos de 2016, que acontecem de quatro em quatro anos, e no</p><p>próximo ano serão realizados aqui no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro.</p><p>• Todas essas modalidades e desdobramentos da ginástica são práticas</p><p>esportivas desafiadoras, que exigem de todos os que estão envolvidos – atleta,</p><p>equipe, treinadores, família, patrocinadores – muita dedicação, empenho,</p><p>comprometimento, disciplina, persistência, foco, competividade, controle das</p><p>emoções e, principalmente, amor e coragem para revelar a beleza, a arte, o</p><p>encantamento e superação de movimentos corporais perfeitos, proporcionando um</p><p>verdadeiro espetáculo em ocasiões como nas Olimpíadas e jogos de competições.</p><p>150</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>Responda às questões a seguir:</p><p>1 O histórico da .........................é muito antigo, registros</p><p>demonstram que o .................teve seus primórdios há 4.000 anos</p><p>.................na ........... a partir de pinturas antigas, onde estavam</p><p>desenhados acrobatas,......................................e ..........................</p><p>.................. Sendo a............................ uma maneira de exercício, capacitação</p><p>para os........................... da época, pois o treino acrobático solicitava muitos</p><p>movimentos que envolviam força, ............................. e agilidade (CASTRO,</p><p>2005).</p><p>Assinale a alternativa correta que preenche a citação acima:</p><p>( ) Ginástica rítmica, teatro, a.C., Turquia, trapezistas, malabaristas, danças,</p><p>espadachins e flexibilidade.</p><p>( ) Cultura siciliana, dança, d.C., Áustria, equilibrista, atirador de facas,</p><p>ritmos, soldados, coordenação.</p><p>( ) Cultura africana, balé, d.C., África, domadores de animais, acrobatas,</p><p>malabares, lutadores, velocidade.</p><p>( ) Cultura circense, circo, a.C., China, equilibristas, contorcionistas,</p><p>acrobacia, guerreiros e flexibilidade.</p><p>2 Em seus estudos você pôde notar que há vários tipos de</p><p>ginástica, e cada uma com suas características específicas.</p><p>Sobre essas distinções versam os itens a seguir:</p><p>I - Ginástica circense.</p><p>II - Ginástica rítmica.</p><p>III - Ginástica artística.</p><p>( ) A modalidade de acrobacia é um tipo de ginástica circense que pode</p><p>ser desenvolvida em aulas de educação física, trabalha várias valências</p><p>físicas, como flexibilidade e equilíbrio.</p><p>( ) Fusão de atividades esportivas, com excelência de desempenho, também</p><p>conhecida como ginástica olímpica.</p><p>( ) Esporte exclusivamente feminino.</p><p>( ) A utilização do “tecido”, pode ser aplicada na ginástica escolar.</p><p>Agora, assinale a alternativa correta:</p><p>a) I, III, II, I.</p><p>b) I, II, I, III.</p><p>c) II, III, I, I.</p><p>d) III, I, II, I.</p><p>151</p><p>3 A ginástica rítmica na escola: como o professor pode fomentar</p><p>essa modalidade de esporte na vivência dos alunos?</p><p>Desenvolver atividades como equilíbrio na corda, cambalhotas.</p><p>Pode dar dicas específicas sobre a técnica, como lançar o arco adequado,</p><p>demonstrar qual a postura das mãos na “pega” dos diversos aparelhos</p><p>utilizados na ginástica rítmica.</p><p>Utilizar o tecido para fomentar nas crianças o gosto pela ginástica rítmica.</p><p>Estimular os meninos a desempenhar os exercícios rítmicos com excelência</p><p>para que no futuro sejam atletas olímpicos.</p><p>4 Após a leitura sobre os diversos tipos de ginástica, liste quatro</p><p>formas que podem ser aplicadas em aula de educação física</p><p>escolar.</p><p>Ginástica Circense Ginástica Artística</p><p>1</p><p>2</p><p>3</p><p>4</p><p>5 Para realizar ginástica rítmica em sala de aula é preciso um</p><p>planejamento específico. Nesse sentido, assinale V para</p><p>verdadeiro e F para falso sobre os objetivos da aplicação da</p><p>ginástica rítmica na escola:</p><p>( ) Aprender e executar movimentos de equilíbrio e deslocamentos utilizando</p><p>técnica da ginástica rítmica.</p><p>( ) Vivenciar, manusear elementos de bola, fita, arco e corda e suas</p><p>especialidades realizando as atividades propostas em aula.</p><p>( ) Não é necessário o professor fazer uma explicação antes de iniciar a aula.</p><p>( ) Aprendizagem dos movimentos básicos utilizando arco, fita, corda e bola,</p><p>juntamente com os giros, circundação, saltos, saltitos, serpentina, espiral,</p><p>oito, lançar e recuperar os objetos com as mãos.</p><p>152</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:</p><p>a) ( ) V – V – F – V.</p><p>b) ( ) F – F – V – V.</p><p>c) ( ) V – F – F – F.</p><p>d) ( ) V – F – V – F.</p><p>6 Fiorin (2002) nos revela seu pensamento sobre a história da</p><p>ginástica artística:</p><p>“Na ginástica de............................., cada modalidade teve seu</p><p>caminho diferenciado, principalmente a partir das .................................. criadas</p><p>nas escolas Alemã, Sueca e Francesa. A gênese da Ginástica ..........................</p><p>pode ser encontrada na escola Alemã, quando Jahn, para criar obstáculos para</p><p>os seus exercícios, constrói ....................... específicos que mais tarde dariam</p><p>origem aos aparelhos modernos de competição nesta modalidade”.</p><p>Assinale a alternativa correta que preenche a citação acima:</p><p>a) treinamento, individual, circense, sem aparelhos.</p><p>b) competição, aleatória, pilates, aparelhos.</p><p>c) treinamentos, grupo, rítmico, sem aparelhos.</p><p>d) competição, sistematizações, artística, aparelhos.</p><p>153</p><p>UNIDADE 3</p><p>METODOLOGIA DO ENSINO DE</p><p>GINÁSTICA: NOVAS PERSPECTIVAS</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>PLANO DE ESTUDOS</p><p>A partir desta unidade você será capaz de:</p><p>• conhecer o campo de atuação da ginástica;</p><p>• reconhecer as perspectivas teóricas da ginástica escolar;</p><p>• aprimorar o conhecimento relacionado à pesquisa em ginástica.</p><p>Esta unidade está dividida em dois tópicos. Em cada um deles, você encon-</p><p>trará atividades que o ajudarão a fixar os conhecimentos abordados.</p><p>TÓPICO 1 – GINÁSTICA PARA TODOS NO CONTEXTO ESCOLAR</p><p>TÓPICO 2 – PESQUISA EM GINÁSTICA NA ESCOLA</p><p>154</p><p>155</p><p>TÓPICO 1</p><p>GINÁSTICA PARA TODOS NO CONTEXTO ESCOLAR</p><p>UNIDADE 3</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Neste tópico, você verá que a ginástica está inserida no contexto escolar.</p><p>Faz parte como conteúdo e elementos fundamentais para serem trabalhados na</p><p>educação física escolar.</p><p>2 OS CAMPOS DE ATUAÇÃO DA GINÁSTICA</p><p>A ginástica, apresentada em seus diversos campos de atuação, contempla</p><p>modalidades provenientes das áreas competitivas, fisioterápicas, de consciência</p><p>corporal, de condicionamento físico ou demonstrativas, possibilitando o acesso e a</p><p>ampliação do repertório motor de seu praticante (PARRA; SANTANA; LIMA, 2010).</p><p>A figura a seguir mostra os campos de atuação da Ginástica, segundo</p><p>Paoliello (2011):</p><p>UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DE GINÁSTICA: NOVAS PERSPECTIVAS</p><p>156</p><p>FI</p><p>G</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>1</p><p>2</p><p>2</p><p>-</p><p>C</p><p>A</p><p>M</p><p>P</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>E</p><p>A</p><p>T</p><p>U</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>D</p><p>A</p><p>G</p><p>IN</p><p>Á</p><p>ST</p><p>IC</p><p>A</p><p>D</p><p>e</p><p>co</p><p>ns</p><p>ci</p><p>en</p><p>tiz</p><p>aç</p><p>ão</p><p>co</p><p>rp</p><p>or</p><p>al</p><p>G</p><p>in</p><p>ás</p><p>tic</p><p>a</p><p>ge</p><p>ra</p><p>l</p><p>(q</p><p>ua</p><p>lq</p><p>ue</p><p>r m</p><p>od</p><p>al</p><p>id</p><p>ad</p><p>e</p><p>G</p><p>ím</p><p>ni</p><p>ca</p><p>c</p><p>om</p><p>o</p><p>bj</p><p>et</p><p>iv</p><p>o</p><p>de</p><p>d</p><p>em</p><p>on</p><p>st</p><p>ra</p><p>çã</p><p>o)</p><p>.</p><p>Lo</p><p>ca</p><p>liz</p><p>ad</p><p>a</p><p>Ar</p><p>tís</p><p>tic</p><p>a</p><p>Po</p><p>st</p><p>ur</p><p>a</p><p>G</p><p>lo</p><p>ba</p><p>l</p><p>Bi</p><p>oe</p><p>ne</p><p>rg</p><p>ét</p><p>ic</p><p>a</p><p>C</p><p>in</p><p>es</p><p>io</p><p>te</p><p>ra</p><p>pi</p><p>a</p><p>Tr</p><p>am</p><p>po</p><p>lim</p><p>Ac</p><p>ro</p><p>bá</p><p>tic</p><p>o</p><p>Et</p><p>c.</p><p>Et</p><p>c.</p><p>Et</p><p>c.</p><p>Et</p><p>c.</p><p>R</p><p>ítm</p><p>ic</p><p>a</p><p>D</p><p>es</p><p>po</p><p>rti</p><p>va</p><p>M</p><p>us</p><p>cu</p><p>la</p><p>çã</p><p>o</p><p>Eu</p><p>to</p><p>ni</p><p>a</p><p>R</p><p>ee</p><p>du</p><p>ca</p><p>çã</p><p>o</p><p>An</p><p>ti-</p><p>gi</p><p>ná</p><p>st</p><p>ic</p><p>a</p><p>D</p><p>e</p><p>C</p><p>on</p><p>di</p><p>cio</p><p>na</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>D</p><p>e</p><p>D</p><p>em</p><p>on</p><p>st</p><p>ra</p><p>çã</p><p>o</p><p>D</p><p>e</p><p>C</p><p>om</p><p>pe</p><p>tiç</p><p>ão</p><p>Fi</p><p>si</p><p>ot</p><p>er</p><p>ap</p><p>êu</p><p>tic</p><p>a</p><p>FO</p><p>N</p><p>T</p><p>E</p><p>:</p><p>P</p><p>ao</p><p>lie</p><p>llo</p><p>(</p><p>2</p><p>0</p><p>11</p><p>)</p><p>TÓPICO 1 | GINÁSTICA PARA TODOS NO CONTEXTO ESCOLAR</p><p>157</p><p>Reis e Oliveira (2015) explicam os campos de atuação da ginástica:</p><p>• As ginásticas de condicionamento físico englobam todas as modalidades que</p><p>têm por objetivo a aquisição ou a manutenção da condição física do indivíduo</p><p>comum e/ou do atleta.</p><p>• As ginásticas de competição são aquelas regulamentadas e configuradas</p><p>internacionalmente. Atualmente, a Federação Internacional de Ginástica (FIG),</p><p>órgão de maior representatividade da área, reconhece seis delas: ginástica</p><p>artística feminina, ginástica</p><p>artística masculina, ginástica rítmica, ginástica</p><p>acrobática, ginástica aeróbica esportiva e ginástica de trampolim.</p><p>• As ginásticas fisioterapêuticas possuem algum vínculo com certas técnicas</p><p>orientais, que reúnem exercícios físicos para a prevenção ou tratamento de</p><p>doenças e não são específicas da área da Educação Física.</p><p>• Também com característica de solucionar problemas físicos e posturais, as</p><p>ginásticas de conscientização corporal trazem as “técnicas alternativas” ou</p><p>“ginásticas suaves”.</p><p>• Reunindo as modalidades gímnicas, com caráter demonstrativo, temos</p><p>a ginástica geral (GG), que possui como “principal característica a não</p><p>competitividade, tendo como função a interação social, isto é, a formação</p><p>integral do indivíduo nos seus aspectos: motor, cognitivo, afetivo e social”.</p><p>Esses campos de atuação da ginástica vêm a partir do contexto histórico</p><p>de desenvolvimento das ginásticas, bem como de sua atual configuração,</p><p>comportando diferentes esferas de movimentações corporais e, segundo Souza</p><p>(1997, p. 25):</p><p>[...] o estabelecimento de um conceito único para ela restringiria a</p><p>compreensão deste imenso universo que a caracteriza como um dos</p><p>conteúdos da Educação Física. Esta modalidade no decorrer dos</p><p>tempos tem sido direcionada para objetivos diversificados, ampliando</p><p>cada vez mais as possibilidades de sua utilização [...].</p><p>Constituem-se fundamentos da ginástica: "saltar", "equilibrar", "rolar/</p><p>girar", "trepar" e "'balançar/embalar". Por serem atividades que traduzem</p><p>significados de ações historicamente desenvolvidas e culturalmente elaboradas,</p><p>devem estar presentes em todos os ciclos em níveis crescentes de complexidade</p><p>(SOARES et al., 1992).</p><p>UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DE GINÁSTICA: NOVAS PERSPECTIVAS</p><p>158</p><p>Veja abaixo as características:</p><p>FIGURA 123 - FUNDAMENTOS DA GINÁSTICA</p><p>• Desprender-se da ação da gravidade, manter-se no ar</p><p>• Impulsionar-se e dar ao corpo um movimento de "vaivém"</p><p>• Dar voltas sobre os eixos do próprio corpo</p><p>• Permanecer ou deslocar-se numa superfície limitada, vencendo a ação</p><p>da gravidade</p><p>• Subir em suspensão pelos braços, com ou sem ajuda das pernas, em</p><p>superfícies verticais ou inclinadas.</p><p>Saltar</p><p>Equilibrar</p><p>Trepar</p><p>Balançar/embalar</p><p>Rolar/girar</p><p>FONTE: Soares et al. (1992)</p><p>Deve-se pensar a ginástica no contexto da Educação Física escolar como um</p><p>tema que se insere na chamada cultura corporal e que, portanto, deve ser tratada,</p><p>experimentada, problematizada, conhecida e transformada (MARCASSA, 2004).</p><p>Segundo Soares (1998), a ginástica deve ser compreendida em dois aspectos:</p><p>QUADRO 1 - ASPECTOS DA GINÁSTICA</p><p>Conteúdo Forma</p><p>Movimentos fundamentos básicos da ginástica</p><p>(ações, posturas, movimentos e gestos).</p><p>Movimentos sequências ginásticas possuem</p><p>uma estética própria, uma configuração</p><p>plástica.</p><p>Combinados e sistematizados em torno dos</p><p>métodos ginásticos e nas modalidades que</p><p>conhecemos hoje como a ginástica artística,</p><p>rítmica, natural, aeróbica, acrobática, calistênica.</p><p>Conjunto de posturas e gestos que podem ser</p><p>traduzidos e representados pelos signos da</p><p>retidão e verticalidade.</p><p>FONTE: Soares (1998)</p><p>TÓPICO 1 | GINÁSTICA PARA TODOS NO CONTEXTO ESCOLAR</p><p>159</p><p>Agora que você leu sobre os campos de atuação da ginástica, verá a aplicação</p><p>dela no âmbito escolar.</p><p>ESTUDOS FU</p><p>TUROS</p><p>3 GINÁSTICA ESCOLAR (PRÉ-ESCOLA AO ENSINO MÉDIO)</p><p>A ginástica, um histórico componente da EF escolar, enquanto conteúdo</p><p>regular de ensino, tem como fundamento ou elemento central, identificador e</p><p>diferencial, o exercício físico educativo escolar, pois, sem alienar-se da interação</p><p>entre corpo e mente, privilegia a parte motriz, a dimensão física corporal do ser</p><p>humano, por meio de elementos como marchas, corridas, saltos, agachamentos,</p><p>“apoios”, “polichinelos”, “abdominais”, alongamentos, rotações, forçamentos,</p><p>descontrações etc. (PEREIRA, 2006).</p><p>Nos PCN (BRASIL, 1998), as lutas e as ginásticas pertencem ao mesmo</p><p>bloco de conteúdos dos esportes e jogos, mas essa descrição tem por objetivo</p><p>acrescentar o que deve ser ressaltado como específico dessas práticas.</p><p>• Aspectos histórico-sociais das ginásticas:</p><p>• Compreensão e vivência das diferentes formas de ginásticas relacionadas aos</p><p>contextos histórico e sociais (modismos e valores estéticos, ginásticas com</p><p>diferentes origens culturais). Por exemplo: aeróbica, chinesa, ioga (BRASIL, 1998).</p><p>A ginástica na escola pode enriquecer as experiências dos educandos,</p><p>possibilitando uma educação comprometida com a formação humana e a</p><p>educação física escolar, é responsável por proporcionar aos alunos essa vivência,</p><p>em um universo da cultura corporal dos movimentos da ginástica, de forma que</p><p>eles possam agir de forma autônoma e crítica (RINALDI e SOUZA, 2003).</p><p>A ginástica, desde suas origens, como a "arte de exercitar o corpo nu",</p><p>englobando atividades como corridas, saltos, lançamentos e lutas, tem evoluído</p><p>para formas esportivas claramente influenciadas pelas diferentes culturas</p><p>(SOARES et al., 1992).</p><p>De acordo com Soares et al. (1992, p. 77), a ginástica como uma forma de</p><p>exercitação provoca “valiosas experiências corporais, enriquecedoras da cultura</p><p>corporal das crianças, em particular, e do homem em geral”. Dessa forma, torna-</p><p>se necessária, pois é uma prática permeada por um significado cultural, por</p><p>abarcar a “tradição histórica do mundo ginástico”, permitindo aos alunos darem</p><p>sentido às suas exercitações ginásticas.</p><p>UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DE GINÁSTICA: NOVAS PERSPECTIVAS</p><p>160</p><p>No livro Coletivo de autores (1992, p. 53-57) há o roteiro do que pode ser</p><p>trabalhado na ginástica nos diferentes ciclos da educação. Veja a seguir:</p><p>Ciclo de Educação Infantil (Pré-Escolar) e no Ciclo de Organização</p><p>da Identificação da Realidade (1ª a 3ª séries do Ensino Fundamental):</p><p>a) Formas ginásticas que impliquem as próprias possibilidades de</p><p>saltar, equilibrar, balançar e girar em situações de:</p><p>- Desafios que apresenta o ambiente natural (por exemplo, os acidentes</p><p>do terreno, como: declives, buracos, valas etc., ou árvores, colinas etc.).</p><p>- Desafios que apresentam a própria construção da escola, praça, rua,</p><p>quadra etc. onde acontece a aula.</p><p>- Desafios propostos por meio de organização motivadora de materiais</p><p>ginásticos, formais ou alternativos.</p><p>b) Formas ginásticas que impliquem diferentes soluções aos problemas</p><p>do equilibrar, trepar, saltar, rolar/girar, balançar/embalar. (Sugere-se o</p><p>início com técnicas rudimentares, criativas dos alunos, evoluindo para</p><p>formas técnicas mais aprimoradas.)</p><p>c) Formas ginásticas organizadas para possibilitar a identificação de</p><p>sensações afetivas e/ou cinestésicas, tais como prazer, medo, tensão,</p><p>desagrado, enrijecimento, relaxamento etc.</p><p>d) Formas ginásticas que contribuam para promover o sucesso de</p><p>todos.</p><p>e) Formas ginásticas com fundamentos iguais para os dois sexos.</p><p>f) Formas ginásticas coletivas em que se combinem os cinco</p><p>fundamentos: saltar, equilibrar, trepar, embalar/balançar e rolar/</p><p>girar. (Recomenda-se promover a exibição pública das habilidades</p><p>ginásticas desenvolvidas, bem como a avaliação individual e coletiva</p><p>para evidenciar o significado das mesmas na vida do aluno).</p><p>FIGURA 124 - GINÁSTICA NA ESCOLA - EDUCAÇÃO INFANTIL</p><p>FONTE: Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/</p><p>discovirtual/galerias/imagem/0000002154/0000026156.jpg>. Acesso em: 20</p><p>out. 2015.</p><p>TÓPICO 1 | GINÁSTICA PARA TODOS NO CONTEXTO ESCOLAR</p><p>161</p><p>FIGURA 125 - GINÁSTICA NA ESCOLA - EDUCAÇÃO INFANTIL</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd114/ggu.jpg>.Acesso</p><p>em: 20 out. 2015.</p><p>Veja o vídeo a seguir sobre exemplos de trabalhar a ginástica na educação infantil:</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=Gsq3LnSfYh4>.</p><p>DICAS</p><p>FIGURA 126 - GINÁSTICA NA ESCOLA</p><p>FONTE: Disponível em: <https://www.google.com.br/search?q=ginastica+na+esc</p><p>ola&rlz=1C1SKPM_enBR429BR429&espv=2&biw=1366&bih=643&tbm=isch&tbo=</p><p>u&source=univ&sa=X&sqi=2&ved=0CCcQsARqFQoTCJa-0ZjR0cgCFUWXgAodK9</p><p>EHWQ&dpr=1#imgrc=xwPbISRJIosb4M%3A>.Acesso em: 20 out.</p><p>2015.</p><p>UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DE GINÁSTICA: NOVAS PERSPECTIVAS</p><p>162</p><p>• Ciclo de Iniciação à Sistematização do Conhecimento (4ª à 6ª série):</p><p>a) Formas técnicas de diversas ginásticas (artística ou olímpica rítmica desportiva,</p><p>ginásticas suaves, ginástica aeróbica etc.).</p><p>b) Projetos individuais e coletivos de prática/exibições na escola e na comunidade.</p><p>• Ciclo de Ampliação da Sistematização do Conhecimento (7ª à 8ª série):</p><p>a) Programas de formas ginásticas tecnicamente aprimoradas, considerando os</p><p>objetivos e interesses dos próprios alunos.</p><p>b) Formação de "grupos ginásticos" que pratiquem e façam exibições dentro e</p><p>fora da escola, envolvendo a comunidade.</p><p>• Ciclo de Aprofundamento da Sistematização do Conhecimento (Ensino Médio):</p><p>a) Formas ginásticas que impliquem conhecimento técnico/artístico aprofundado</p><p>da ginástica artística ou olímpica, da ginástica rítmica desportiva ou de outras</p><p>ginásticas.</p><p>b) Formas ginásticas que impliquem conhecimento científico/técnico aprofundado</p><p>da ginástica em geral para permitir o planejamento do processo de treinamento</p><p>numa perspectiva crítica do significado a ela atribuído socialmente.</p><p>Veja o vídeo a seguir sobre a abertura de um festival de ginástica com o tema</p><p>O Circo do Papai Noel.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=Yeim9r5bhSs>.</p><p>DICAS</p><p>Nos PCN (BRASIL, 1998, 97), os gestos são relatados como mostrado a seguir:</p><p>• vivência de situações em que se faça necessário perceber, relacionar e</p><p>desenvolver as capacidades físicas e habilidades motoras presentes na</p><p>ginástica esportiva e acrobática (estrelas, rodantes, mortais etc.);</p><p>• compreensão e vivência das situações em que estejam presentes os</p><p>aspectos relacionados à repetição e à qualidade do movimento na</p><p>aprendizagem do gesto ginástico, tanto no que se refere às acrobacias</p><p>como à criação de sequências de exercício com e sem material</p><p>(espaldar, barra fixa, corda, exercícios em duplas, trios etc.).</p><p>TÓPICO 1 | GINÁSTICA PARA TODOS NO CONTEXTO ESCOLAR</p><p>163</p><p>A linguagem da ginástica é grande, podendo abordar uma variedade</p><p>enorme de atividades expressivas que envolvem ações de resgate e vivência</p><p>dos fundamentos e aparelhos oficiais da ginástica, pesquisa e exploração de</p><p>movimentos com base nas referências individuais e coletivas, criação e expressão</p><p>de sequências e composições temáticas, oficinas de construção de materiais,</p><p>instrumentos musicais, cenário e figurino, dramatização e significação de</p><p>narrativas corporais (MARCASSA, 2004).</p><p>A ginástica é organizada com base nas habilidades básicas de caminhar,</p><p>correr, saltar, equilibrar, rolar, balançar, girar, entre outras, e quando realizada de</p><p>forma planejada, sistematizada e sequenciada, possui potencial para intensificar</p><p>os benefícios e exigir diferentes habilidades motoras e condicionamento físico.</p><p>Estimula a eficiência fisiológica, a força, flexibilidade, resistência e agilidade,</p><p>estimula a criatividade, perseverança e coragem, ou seja, o desenvolvimento</p><p>multilateral na criança (SANTOS et al., 2015).</p><p>A ginástica está situada num plano diferente das modalidades</p><p>competitivas, com abertura para o divertimento, o prazer, a simplicidade de</p><p>movimentos, a participação irrestrita; tendo como principal alvo o sujeito, a</p><p>integração entre as pessoas e grupos. Pode ser diversificada e não ter regras rígidas</p><p>preestabelecidas, o que implica respeito aos limites e possibilidades de cada um</p><p>e onde os festivais são sua principal forma de manifestação, o que não significa</p><p>desconsiderar o processo em detrimento do produto final, mas sim valorizar a</p><p>expressão artística que se vincula à composição coreográfica, à apresentação e ao</p><p>espetáculo (AYOUB, 2003).</p><p>Agora que você leu a atuação da ginástica na escola, verá a aplicação dela no</p><p>âmbito pedagógico.</p><p>ESTUDOS FU</p><p>TUROS</p><p>4 ASPECTOS PEDAGÓGICOS DO ENSINO DA GINÁSTICA</p><p>NA ESCOLA</p><p>A Educação Física trata de forma pedagógica conteúdos preenchidos</p><p>por uma gama de valores culturais que foram sistematizados historicamente e</p><p>que demonstram a relação entre o homem, o corpo e a sociedade (FERREIRA e</p><p>RODRIGUES, 2014).</p><p>UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DE GINÁSTICA: NOVAS PERSPECTIVAS</p><p>164</p><p>O termo conteúdo, extremamente usado no meio escolar, é definido como</p><p>uma seleção de formas ou saberes culturais, conceitos, explicações, raciocínios,</p><p>habilidades, linguagens, valores, crenças, sentimentos, atitudes, interesses,</p><p>modelos de conduta etc., cujo aprendizado e assimilação são fundamentais para</p><p>o desenvolvimento da socialização adequada do aluno na escola (ROSÁRIO e</p><p>DARIDO, 2005).</p><p>A Dinamarca, em 1801, foi o primeiro país a incluir as ginásticas nas</p><p>escolas, influenciada pelas ideias de Franz Netchegal, que em 1928 consegue que</p><p>o ensino das ginásticas na escola seja obrigatório (OLIVEIRA, 1985). O método</p><p>dinamarquês não teve a mesma força de aceitação como o alemão, o francês e o</p><p>sueco, justamente pelo seu caráter pedagógico em contraposição ao militar.</p><p>Pensada como uma pedagogia do gesto e da vontade (SOARES, 1998), a</p><p>ginástica representou a constituição de um modelo de “educação do corpo”, cuja</p><p>finalidade era forjar corpos aprumados, limpos, fechados e acabados, portando</p><p>uma feição reta, rígida e vertical, cuja máxima expressão pode ser visualizada</p><p>pela noção de estética da retidão e da verticalidade (SOARES, 2001).</p><p>Lara et al. (2007) apontam que uma nova metodologia de ensino voltada</p><p>para a ginástica na escola deu-se a partir de 2006 e 2007, com o desenvolvimento de</p><p>algumas abordagens metodológicas, como a desenvolvimentista, construtivista,</p><p>ensino aberto, crítico-superadora, crítico-emancipatória, sistêmica e plural.</p><p>Atualmente, a educação física tem apresentado avanços na prática</p><p>pedagógica da ginástica, sobretudo numa dimensão progressista, ou seja, numa</p><p>perspectiva educacional de rompimento com paradigmas das escolas tradicionais,</p><p>que tenha característica crítica, social e política voltada, sobretudo, para um</p><p>projeto de transformação social (SERON et al., 2007).</p><p>Pedagogicamente, segundo Betti e Zuliani (2002), a escolha de estratégias,</p><p>bem como de conteúdos específicos para a prática da educação física escolar,</p><p>englobando a ginástica, deve obedecer aos princípios metodológicos gerais, como:</p><p>• Princípio da inclusão: Os conteúdos e estratégias escolhidos devem sempre</p><p>propiciar a inclusão de todos os alunos.</p><p>• Princípio da diversidade: A escolha dos conteúdos deve, tanto quanto possível,</p><p>incidir sobre a totalidade da cultura corporal de movimento, incluindo jogos,</p><p>esporte, atividades rítmicas/expressivas e dança, lutas/artes marciais, ginásticas</p><p>e práticas de aptidão física, com suas variações e combinações.</p><p>• Princípio da complexidade: Os conteúdos devem adquirir complexidade</p><p>crescente com o decorrer das séries, tanto do ponto de vista estritamente motor</p><p>(habilidades básicas à combinação de habilidades, habilidades especializadas etc.)</p><p>como cognitivo (da simples informação à capacidade de análise, de crítica etc.).</p><p>TÓPICO 1 | GINÁSTICA PARA TODOS NO CONTEXTO ESCOLAR</p><p>165</p><p>• Princípio da adequação ao aluno: Em todas as fases do processo de ensino</p><p>deve-se levar em conta as características, capacidades e interesses do aluno,</p><p>nas perspectivas motora, afetiva, social e cognitiva.</p><p>Quando desenvolvida no sistema escolar, essa prática corporal pode propiciar</p><p>condições favoráveis de aprendizado a partir do mundo de movimento dos alunos,</p><p>promovendo a autonomia por meio de uma ação reflexiva e significativa em estreita</p><p>relação com o cotidiano. A escolha do caminho metodológico torna-se crucial para</p><p>que manifestações gímnicas deem sentido à vida do aluno e à sua formação, não</p><p>sendo tratadas apenas em seus aspectos técnicos (SERON et al., 2007).</p><p>Ayoub (2001) aponta algumas características pedagógicas da ginástica em</p><p>âmbito escolar:</p><p>• não ter a competição como foco principal, sendo marcada pelo prazer e pelo</p><p>divertimento;</p><p>• possibilitar a integração de seus praticantes, a liberdade de expressão, o prazer</p><p>e a criatividade;</p><p>• abranger todas</p><p>as ginásticas e fornece possibilidades para a utilização de</p><p>diferentes tipos de materiais, indumentária e música; sua principal forma de</p><p>manifestação se dá por meio de apresentações artísticas.</p><p>O ensino da ginástica na escola deve explorar o potencial de movimento</p><p>que os alunos apresentam, ampliando suas bagagens motoras. Como, por</p><p>exemplo, ao ensinar um elemento acrobático, o professor pode utilizar-se, ou</p><p>não, de aparelhos específicos, criar situações-problema, exigir maior domínio do</p><p>corpo, segurança e elegância nas execuções, proporcionando novas experiências</p><p>motoras e sensações diferentes do seu cotidiano (NISTA-PICCOLO, 1999).</p><p>Cabe ao professor tentar incluir e diferenciar a ginástica de outras práticas</p><p>corporais, mas que não signifique compartimentalizar os conhecimentos, uma</p><p>vez que nenhuma prática corporal pode ser compreendida de forma isolada, mas</p><p>na totalidade da cultura corporal (AYOUB, 2003).</p><p>Desde a Antiguidade já existia o papel de ‘educador de ginástica’ ou</p><p>‘educador físico’, que era, além de um monitor de ginásticas, um educador; e</p><p>não era apenas pelo exemplo e pela prática que se ensinavam as ginásticas nesse</p><p>período, havia a apropriação de um conhecimento superior, ou seja, aqueles que</p><p>ensinavam ginásticas deveriam ter uma abrangente sabedoria filosófica sobre</p><p>corpo e mente (MARROU, 1969).</p><p>UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DE GINÁSTICA: NOVAS PERSPECTIVAS</p><p>166</p><p>FIGURA 127 - FRIEDRICH JAHN, ALEMÃO CHAMADO "PAI DA</p><p>GINÁSTICA"</p><p>FONTE: Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/</p><p>commons/6/65/Friedrich_Ludwig_Jahn.jpg>. Acesso em: 20 out. 2015.</p><p>Aponta-se que ser um educador, seja na formação acadêmica, seja na</p><p>escolar, é mostrar aos alunos aquilo que vai além do presente, é voltar ao passado</p><p>para se construir um futuro. É apresentar o que foi e o que pode ser e situar</p><p>esses alunos dentro dessa edificação que em muito depende deles (FIGUEIREDO</p><p>e HUNGER, 2010).</p><p>Cabe à escola e ao professor de Educação Física, de acordo com a sua</p><p>realidade, ponderar sobre as melhores condições para oferecimento da disciplina</p><p>(DARIDO, 2004).</p><p>Para que a ginástica escolar, significativamente, seja mais do que</p><p>“aquecimento” e “alongamentos”, ela necessita objetivar a real educação</p><p>humana, orientada por um profissional que foque, no desenvolvimento de</p><p>aulas, a associação entre as práticas ginásticas, conteúdos cognitivos específicos:</p><p>históricos, sociológicos, fisiológicos, anatômicos, biomecânicos e técnico-gestuais</p><p>(PEREIRA, 2006), dentro de algumas categorias de aprendizagem.</p><p>TÓPICO 1 | GINÁSTICA PARA TODOS NO CONTEXTO ESCOLAR</p><p>167</p><p>NOTA</p><p>Caetano et al. (2015), em seu estudo, relatam que a diversidade de métodos,</p><p>aparelhos, formas de execução dos movimentos, além do desafio imposto por certos</p><p>elementos gímnicos, podem ser considerados fatores de motivação para praticantes de</p><p>ginástica. E que a motivação é o conjunto de fatores que modelam o comportamento</p><p>direcionado a determinado objetivo. A ginástica também pode ser considerada uma</p><p>manifestação muito prazerosa, por apresentar diversas formas e possibilidades.</p><p>Segundo Zabala (1988), as categorias em que os conteúdos podem ser</p><p>apresentados são:</p><p>• Conceitual - ligado a fatos, conceitos e princípios, ou seja, na Educação Física</p><p>deve-se levar em conta, além das questões de regras, táticas, história e recordes,</p><p>o entendimento de como e por que realizamos movimentos corporais, como</p><p>constitui-se um movimento da ginástica, os motivos que levam as pessoas à</p><p>prática de esportes, as mudanças de nosso organismo a curto e longo prazo</p><p>com a prática de atividades físicas etc.</p><p>• Procedimental - ligada ao fazer, o aprendizado e execução de gestos esportivos,</p><p>dos movimentos rítmicos, do trabalho em grupo para a criação de novas regras</p><p>e jogos etc.</p><p>• Atitudinal - vinculada a normas, valores e atitudes. É tratada através de leituras,</p><p>discussões, debates, vivências em atividades que tragam à tona temas como a</p><p>violência, a cooperação, a competição, o coletivo, a justiça, a autoridade, o respeito</p><p>e como tudo isso aparece na cultura corporal de movimento e na sociedade.</p><p>A educação física escolar tem como conteúdo elementos da cultura corporal</p><p>de movimento e ao longo do Ensino Fundamental e Médio, sendo necessário</p><p>fazer um processo de sistematização destes conteúdos, porém, elencados de</p><p>acordo com a realidade, necessidades e interesses dos alunos, não sendo possível</p><p>predeterminar o momento adequado de ensinar determinados conhecimentos a</p><p>alguém (SOUSA; RAMOS, 2015).</p><p>Zabalza (1994) classifica as sistematizações de conteúdos em simples e</p><p>complexas. As sequências simples ou lineares são classificadas em:</p><p>UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DE GINÁSTICA: NOVAS PERSPECTIVAS</p><p>168</p><p>FIGURA 128 - SEQUÊNCIAS SIMPLES DE CONTEÚDOS</p><p>FONTE: Zabalza (1994)</p><p>As sequências complexas completam as sequências simples apresentando</p><p>variações quanto à equidistância e homogeneidade. São elas:</p><p>FIGURA 129 - SEQUÊNCIAS COMPLEXAS DE CONTEÚDOS</p><p>a) Sequência homogêna: na qual todos os conteúdos têm a mesma</p><p>importância no programa;</p><p>b) Sequência heterogênea: se atribui importância diferente</p><p>aos conteúdos;</p><p>c) Sequência equidistante: todos os conteúdos são abordados</p><p>num mesmo espaço de duração de tempo;</p><p>d) Sequência não equidistante: há diferença na previsão para</p><p>se abordar cada conteúdo (muito ligado também à questão de</p><p>importância dos conteúdos).</p><p>a) Sequência complexa com alternativas: para passar de um conteúdo</p><p>para outro o professor pode ter mais de um caminho.</p><p>b) Sequência complexa com retroatividade: a ordenação prevê</p><p>saltos para frente ou para trás no programa, possibilitando</p><p>ao professor esclarecer o porquê de novos conceitos;</p><p>c) Sequência em espiral: onde há uma continuidade e</p><p>sequencialidade curricular, ou seja, um modelo onde existe um</p><p>aprofundamento e uma ampliação dos conteúdos aprendidos em</p><p>anos anteriores.</p><p>d) Sequência convergente: o mesmo conteúdo pode ser</p><p>analisado sob pontos de vista distintos e cada pode de vista</p><p>infere a necessidade de introdução de novos conceitos.</p><p>FONTE: Zabalza (1994)</p><p>TÓPICO 1 | GINÁSTICA PARA TODOS NO CONTEXTO ESCOLAR</p><p>169</p><p>Desta forma, uma sistematização dos conteúdos da Educação Física deve</p><p>possibilitar o processo de construção da cidadania dos alunos, o aumento do</p><p>repertório de conhecimento/habilidade e compreensão e reflexão sobre a cultura</p><p>corporal de movimento (RESENDE e SOARES, 1997).</p><p>De acordo com os PCN (BRASIL, 1998, p. 72),</p><p>As ginásticas são técnicas de trabalho corporal que, de modo geral,</p><p>assumem um caráter individualizado com finalidades diversas. Por</p><p>exemplo, pode ser feita como preparação para outras modalidades,</p><p>como relaxamento, para manutenção ou recuperação da saúde ou ainda</p><p>de forma recreativa, competitiva e de convívio social. Envolvem ou</p><p>não a utilização de materiais e aparelhos, podendo ocorrer em espaços</p><p>fechados, ao ar livre e na água. Cabe ressaltar que são um conteúdo</p><p>que tem uma relação privilegiada com o bloco conhecimentos sobre o</p><p>corpo, pois nas atividades ginásticas esses conhecimentos se explicitam</p><p>com bastante clareza. Atualmente, existem várias técnicas de ginástica</p><p>que trabalham o corpo de modo diferente das ginásticas tradicionais</p><p>(de exercícios rígidos, mecânicos e repetitivos), visando à percepção do</p><p>próprio corpo: ter consciência da respiração, perceber relaxamento e</p><p>tensão dos músculos, sentir as articulações da coluna vertebral.</p><p>Veja a pesquisa de Darido (2004)</p><p>Artigo: Artigo publicado na Rev. Bras. Educ. Fís. Esp. Disponível em: <file:///C:/Users/Win7/</p><p>Downloads/16551-19700-1-PB%20(1).pdf>.</p><p>Acesso em: 21 out. 2015.</p><p>Darido (2004) fez uma pesquisa para verificar as opiniões dos alunos a respeito das aulas</p><p>de Educação Física e como elas se modificam ao longo dos ciclos escolares. Aplicou</p><p>questionário em 1.172 alunos divididos entre a 5ª e a 7ª série do Ensino Fundamental e</p><p>1º ano do Ensino Médio de uma escola pública estadual. Os resultados indicam que os</p><p>alunos têm uma imagem fortemente valorizada</p><p>da disciplina, relacionando-a com liberdade,</p><p>alegria, interesse, beleza e prazer. Além disso, as opiniões dos alunos se modificam ao longo</p><p>das séries em função da faixa etária; dos 11 aos 13 anos manifestam, em relação ao esporte,</p><p>uma grande espontaneidade e entusiasmo; dos 14 aos 16 anos é um período em que há</p><p>grandes variações individuais, os ritmos tornam-se mais variados, os alunos mais reservados</p><p>e menos ativos. Dos 11 aos 14 anos, 90% dos alunos participam regularmente das atividades</p><p>corporais na escola, dos 15 aos 16 anos este número cai para 83%. Apontaram o futebol</p><p>como a atividade que mais praticam, e nem apontaram a ginástica.</p><p>DICAS</p><p>Observando o estudo acima, concluímos que a prática da ginástica na escola</p><p>requer incentivo do professor, um planejamento adequado e estimulante ao aluno.</p><p>UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DE GINÁSTICA: NOVAS PERSPECTIVAS</p><p>170</p><p>Agora que você leu a pedagogia da ginástica, veja os aspectos que devem ser</p><p>levados em conta ao construir uma aula.</p><p>ESTUDOS FU</p><p>TUROS</p><p>5 COMO DAR UMA AULA DE GINÁSTICA ESCOLAR?</p><p>Quando vamos elaborar uma aula, selecionar o conteúdo e a forma como será</p><p>dado, devemos sempre pensar que conhecimentos queremos transmitir. Resende e</p><p>Soares (1997) destacam que a escola deve selecionar os conteúdos clássicos, que são</p><p>entendidos como aqueles que levam à participação, compreensão e interpretação</p><p>do mundo universal e particular do trabalho e da prática social intencional.</p><p>Na escola pode-se trabalhar várias modalidades de ginástica e formas. O</p><p>importante é que sempre a aula seja dividida em três partes: aquecimento, principal</p><p>e volta à calma. O tempo da aula varia de escola para escola (45min a 60min).</p><p>Devemos privilegiar sempre o trabalho coletivo e a expressão criativa.</p><p>Ayoub (2003) apresenta um modelo de estruturação de aulas de ginástica:</p><p>• 1º momento: fazer com que os participantes explorem o tema a ser desenvolvido</p><p>em aula, criando e realizando diferentes possibilidades de ação.</p><p>• 2º momento: propor “pistas”, para que os participantes solucionem os</p><p>problemas apresentados e criem alternativas de ação, individualmente ou em</p><p>grupo; e também explorar vários recursos utilizando materiais tradicionais ou</p><p>não tradicionais (como tecidos, jornais, garrafas de plástico, bambus etc.).</p><p>• 3º momento: abordar a perspectiva lúdica; os elementos ainda não contemplados</p><p>são vivenciados pelo grupo. A finalização é feita com uma conversa sobre o</p><p>conteúdo abordado.</p><p>Veja o vídeo de aulas de ginástica para crianças.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=G_5PGG7qnMY></p><p><https://www.youtube.com/watch?v=ulBoQthZLog>.</p><p>DICAS</p><p>TÓPICO 1 | GINÁSTICA PARA TODOS NO CONTEXTO ESCOLAR</p><p>171</p><p>Não existem receitas prontas na montagem de uma aula, pois cada grupo</p><p>possui características diferenciadas e cabe ao professor identificar a melhor</p><p>maneira de conduzir o aprendizado da ginástica (OLIVEIRA, 2007).</p><p>Entre os vários movimentos possíveis, uma criança poderá suspender-se,</p><p>apoiar-se, fazer rolamentos, deslocar-se de quatro (quadrupedia), correr, saltar</p><p>etc. Esses movimentos podem ser considerados como “primeiros passos” para se</p><p>desenvolver um trabalho relacionado à ginástica (BEZERRA, FERREIRA FILHO</p><p>e FELICIANO, 2006).</p><p>Exemplo de estruturação de aulas de ginástica, proposta por Oliveira (2007):</p><p>FIGURA 130 - EXEMPLO DE ESTRUTURAÇÃO DE AULAS DE GINÁSTICA</p><p>1º momento: integração do grupo (por meio de jogos, brincadeiras</p><p>ou outras atividade lúdicas);</p><p>4º momento: tarefas em pequenos grupos, explorando diversas</p><p>possibilidades de movimento, sem materiais e com materiais,</p><p>favorecendo a construção de pequenas coreografias;</p><p>Finalização: apresentações para os demais grupos.</p><p>2º momento: apresentação do tema da aula (explorar a temática</p><p>da ginástica e suas relações, com diversos temas propostos de</p><p>acordo com os objetivos do grupo);</p><p>3º momento: aprendizagem e/ou desenvolvimento de elementos</p><p>gímnicos: saltar, equilibrar, balançar, girar, rolar, trepar, dentre</p><p>outros; além do desenvolvimento de ritmo e coordenação de</p><p>diferentes elementos;</p><p>FONTE: Oliveira (2007)</p><p>Quanto à criação de coreografias, apesar de não se constituir a única</p><p>finalidade da prática da ginástica, elas são parte integrante do processo. A</p><p>coreografia é a composição de uma apresentação da modalidade, levando em</p><p>conta vários elementos corporais, predominantemente os ginásticos, interligados</p><p>de forma harmoniosa, com utilização ou não de aparelhos (sejam de pequeno</p><p>ou grande porte), porém, considerar que o objetivo principal das composições</p><p>coreográficas deve ser o de atender aos anseios dos participantes, respeitando</p><p>suas individualidades, sem exclusões do processo (elaboração, composição,</p><p>ensaios) e do produto (apresentação) (OLIVEIRA, 2007).</p><p>UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DE GINÁSTICA: NOVAS PERSPECTIVAS</p><p>172</p><p>FIGURA 131 - MODELO DE COREOGRAFIA DE GINÁSTICA NA ESCOLA</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.ufjf.br/joaoxxiii/files/2013/07/20130624_125626.jpg>.</p><p>Acesso em: 20 out. 2015.</p><p>Seron et al. (2007) fizeram uma pesquisa em que avaliaram as experiências</p><p>com ginástica em uma escola estadual na cidade de Maringá-PR, em 2005. Foram</p><p>oito aulas de ginástica geral, sob a ótica da abordagem do ensino aberto, para</p><p>uma turma de 5ª série do Ensino Fundamental, no horário regular da educação</p><p>física. Concluíram que a ginástica desenvolvida na escola levou os alunos a</p><p>visualizarem uma outra educação física. Veja no quadro a seguir o exemplo das</p><p>oito aulas com ginástica:</p><p>QUADRO 2 - AULAS DE GINÁSTICA</p><p>Conteúdo Objetivo Encaminhamento</p><p>Aula 1</p><p>Manifestações gímnicas,</p><p>Aspectos principais da</p><p>GG.</p><p>Possibilidades de</p><p>trabalho com GG.</p><p>Introduzir o tema "Ginástica</p><p>Geral" para que os alunos</p><p>percebam essa manifestação</p><p>nas ações do cotidiano e</p><p>visualizem possibilidades de</p><p>trabalho com este saber na de</p><p>EF escolar.</p><p>Discussão sobre o</p><p>tema. Visualização da</p><p>manifestação por meio de</p><p>gravuras e video.</p><p>Aula 2</p><p>Saltos e salitos:</p><p>individualmente, com/</p><p>sobre o colega, com</p><p>obstáculos propsotos</p><p>pelo professor.</p><p>Reconhecer as situações de</p><p>saltos, individualmente ou</p><p>em grupo, relacionando-os</p><p>com as situações cotidianas.</p><p>Conversa sobre o tema.</p><p>Criação de situações de</p><p>saltos utilizando materiais</p><p>diversos. Discussão sobre</p><p>as criações.</p><p>TÓPICO 1 | GINÁSTICA PARA TODOS NO CONTEXTO ESCOLAR</p><p>173</p><p>Aula 3</p><p>Flexibilidade, Giros,</p><p>Equilíbrios, Formas de</p><p>andar, Formas de correr.</p><p>Criar e executar movimentos</p><p>gímnicos por meio de</p><p>atividades práticas em grupo,</p><p>buscando relacioná-los com</p><p>as ações cotidianas.</p><p>Diálogo sobre</p><p>os movimentos.</p><p>Experimentação e</p><p>criação em grupos e com</p><p>música. Apresentação</p><p>das possibidades</p><p>criadas. Discussão</p><p>sobre a pertinência do</p><p>conhecimento para a vida</p><p>diária.</p><p>Aula 4</p><p>Rolamento (para frente,</p><p>para trás). Roda. Parada</p><p>de mãos. Parada de</p><p>cabeça.</p><p>Conhecer e vivenciar alguns</p><p>elementos acrobáticos</p><p>por meio de discussões e</p><p>vivências práticas, para que</p><p>os alunos relacionem esses</p><p>movimentos com sua vida de</p><p>movimento.</p><p>Conversa com o grupo</p><p>para identificar os</p><p>elementos e perceber</p><p>o entendimento dos</p><p>alunos acerca do tema.</p><p>Experimentação de</p><p>movimentos. Diálogo</p><p>buscando relacionar a</p><p>prática com o cotidiano.</p><p>Aula 5</p><p>Colaborações e</p><p>acrobacias em trios e</p><p>sextetos.</p><p>Compreender e vivenciar</p><p>acrobacias e colaborações</p><p>por meio de atividades</p><p>práticas em grupos para que</p><p>os alunos conheçam essas</p><p>manifestações e apontem</p><p>possibilidades por meio de</p><p>suas experiências cotidianas.</p><p>Diálogo com o grupo</p><p>sobre os elementos,</p><p>buscando identificar o</p><p>conhecimento acerca do</p><p>tema. Experimentação</p><p>e elaboração de ações</p><p>do movimentos em</p><p>grupos. Discussão sobre</p><p>a importância desse</p><p>trabalho nas ações diárias.</p><p>Aula 6</p><p>Manejo dos aparelhos e</p><p>combinação de elementos</p><p>gímnicos.</p><p>Criar possibilidades de</p><p>movimentos por meio de</p><p>atividade prática (com uso de</p><p>diversos aparelhos) para que</p><p>os alunos descubram suas</p><p>próprias capacidades.</p><p>Dialogar com a turma para</p><p>identificar os aparelhos</p><p>de ginástica conhecidos</p><p>e</p><p>entender como visualizam</p><p>as formas de utilizá-los.</p><p>Exploração dos aparelhos.</p><p>Apresentação dos</p><p>elementos criados.</p><p>Aula 7</p><p>Composição</p><p>coreográfica. Elementos</p><p>gímnicos. Manuseio e</p><p>utilização de materíais.</p><p>Elaborar uma composição</p><p>coreográfica utilizando os</p><p>elementos corporais e os</p><p>materiais trabalhados em</p><p>aula. proporcionando um</p><p>espaço de criatividade e</p><p>subjetividade.</p><p>Resgate das criações</p><p>anteriores por meio</p><p>de diálogo. Escolha da</p><p>música. Construção e</p><p>experimentação de um</p><p>material de jornal para a</p><p>coreografia. Apresentação</p><p>do que foi criado e</p><p>discussão final.</p><p>Aula 8</p><p>Composição</p><p>coreográfica; Elementos</p><p>gímnicos; Manuseio e</p><p>utilização de materiais.</p><p>Concluir a composição</p><p>coreográfica por meio</p><p>de trabalho coletivo,</p><p>proporcionando um espaço</p><p>de criatividade e respeito</p><p>mútuo, relacionando-a com</p><p>as ações cotidianas.</p><p>Resgatar os materiais e as</p><p>composições contruídas.</p><p>Apresentação da</p><p>coreografia. Reflexão e</p><p>discussão final.</p><p>FONTE: Seron et al. (2007)</p><p>UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DE GINÁSTICA: NOVAS PERSPECTIVAS</p><p>174</p><p>Várias brincadeiras populares têm elementos de ginástica, contribuem</p><p>com a ampliação das técnicas corporais dos alunos, favorecendo o aprendizado</p><p>de experiências em grupo, de cooperação e convivência com o outro, de respeito</p><p>e de aprendizado da cultura em que se encontram inseridos. Exemplos são as</p><p>brincadeiras como gato e rato, amarelinha, lenço atrás, ciranda-cirandinha,</p><p>escravos de Jó, balança caixão, pula carniça (BARBOSA-RINALDI, LARA e</p><p>OLIVEIRA, 2009).</p><p>FIGURA 132 - BRINCADEIRAS ENVOLVENDO OS ELEMENTOS DA GINÁSTICA NA</p><p>ESCOLA</p><p>Fonte: Disponível em: <http://www.blogers.com.br/wp-content/uploads/2010/08/</p><p>Brincadeiras-folcl%C3%B3ricas..jpg>. Acesso em: 20 out. 2015.</p><p>Também pode ser explorada a construção de objetos pelas próprias crianças</p><p>(como balanços, pernas-de-pau, túneis de tecido) ou existentes na escola (escada,</p><p>pneus, bolas, cordas), que podem representar meios de abordar as diversas</p><p>formas gímnicas presentes na contemporaneidade (BARBOSA-RINALDI, LARA</p><p>e OLIVEIRA, 2009).</p><p>FIGURA 133 - BRINCADEIRAS DA GINÁSTICA COM PERNA-DE-PAU</p><p>FONTE: Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/img/620x300/perna-pau.jpg>.</p><p>Acesso em: 20 out. 2015.</p><p>TÓPICO 1 | GINÁSTICA PARA TODOS NO CONTEXTO ESCOLAR</p><p>175</p><p>Veja o vídeo de uma aula na escola envolvendo perna-de-pau.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=4Qz0_yOm05A>.</p><p>DICAS</p><p>FIGURA 134 - BRINCADEIRAS DA GINÁSTICA COM BAMBOLÊ</p><p>FONTE: Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/-T7Ax3e9ywNU/UopCuA3XPlI/</p><p>AAAAAAAAUec/rvos9DSs_r0/s320/Atividades+com+Bambol%C3%AA+(2).JPG>.</p><p>Acesso em: 20 out. 2015.</p><p>Veja o vídeo de uma coreografia na escola envolvendo arcos.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=57d7ALLriSw>.</p><p>DICAS</p><p>6 AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E NA</p><p>GINÁSTICA</p><p>A avaliação funciona como um termômetro, apontando as possíveis falhas</p><p>no processo ensino-aprendizagem, e está diretamente ligada à relação de causa e</p><p>efeito, ou seja, à avaliação de objetivos e do próprio planejamento (GOLDBERG</p><p>UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DE GINÁSTICA: NOVAS PERSPECTIVAS</p><p>176</p><p>e SOUSA, 1979). Na Educação Física a avaliação é, igualmente, um diagnóstico,</p><p>portanto, deve ter o intuito de detectar possíveis falhas no processo ensino-</p><p>aprendizagem (BRATIFISCHE, 2003).</p><p>Devemos levar em conta a avaliação do ensino-aprendizagem da educação</p><p>física, na perspectiva da cultura corporal. Segundo Resende e Soares (1997), no</p><p>contexto da cultura corporal a avaliação é primordial e de contínuo diagnóstico.</p><p>Entendemos que o professor de Educação Física deverá estar a todo momento</p><p>identificando, refletindo e tomando decisões acerca das experiências do ensino-</p><p>aprendizagem.</p><p>Para Gardner (1997), a verdadeira avaliação depende de professores</p><p>capazes de fazer observações sobre seus alunos e sensíveis para diagnosticar o</p><p>real envolvimento nas atividades e projetos significativos.</p><p>Os Parâmetros Curriculares Nacionais consideram que a avaliação deva</p><p>ser de utilidade tanto para o aluno como para o professor, para que ambos</p><p>possam, dentro do processo de ensino e aprendizagem, dimensionar os avanços</p><p>e as dificuldades e torná-lo cada vez mais produtivo (BRASIL, 1998).</p><p>Segundo os PCN (BRASIL, 1998, p. 58):</p><p>Os instrumentos de avaliação deverão atender à demanda dos</p><p>objetivos educativos expressos na seleção dos conteúdos, abordados</p><p>dentro das categorias conceitual, procedimental e atitudinal. A</p><p>predominância das intenções avaliativas ocorrerá dentro de uma</p><p>perspectiva processual, ou seja, facilitará a observação do aluno no</p><p>processo de construção do conhecimento. Essa avaliação contínua</p><p>compreende as fases que se convencionou denominar diagnóstica ou</p><p>inicial, formativa ou concomitante e somativa ou final.</p><p>Para Bloom et al. (1983), existem três tipos de avaliação: a diagnóstica, a</p><p>formativa e a somativa. A diagnóstica refere-se à identificação de capacidades</p><p>e/ou ao déficit que o indivíduo apresenta no início do processo. Com relação</p><p>à formativa, é dar indícios sobre o posicionamento do aluno em face de uma</p><p>aprendizagem e propor soluções a partir da identificação de alguma dificuldade,</p><p>a fim de alcançar determinado objetivo. Por fim, a somativa instala-se com o</p><p>objetivo de observar o resultado alcançado depois de uma intervenção.</p><p>A avaliação da educação física não deveria ter o caráter somativo, ou seja,</p><p>conferir notas e conceitos que impliquem a aprovação ou reprovação dos alunos.</p><p>No entanto, esta concepção não dispensa o professor da necessidade de submeter</p><p>os alunos a diferentes técnicas e instrumentos de medida/avaliação, no sentido de</p><p>constatar e fornecer informações sobre o grau de assimilação dos conhecimentos/</p><p>habilidades que foram socializados (RESENDE e SOARES, 1997).</p><p>TÓPICO 1 | GINÁSTICA PARA TODOS NO CONTEXTO ESCOLAR</p><p>177</p><p>As informações colhidas no processo avaliativo servirão de base para</p><p>decisões que assegurem o processo de assimilação dos conhecimentos/habilidades</p><p>da educação física. Portanto, só se deve privilegiar como objeto de avaliação</p><p>os conhecimentos/habilidades que são básicos à educação física enquanto</p><p>componente curricular (RESENDE e SOARES, 1997).</p><p>Segundo Hurtado (1988), deve-se avaliar o aluno como um todo, em sua</p><p>globalidade, no seu desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotor, e para isso</p><p>o professor deverá se utilizar de diferentes técnicas e diferentes instrumentos,</p><p>sendo a técnica o método pelo qual se tem as informações, e o instrumento o</p><p>recurso que será usado para cada técnica.</p><p>FONTE: Hurtado (1988)</p><p>FIGURA 135 - TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA</p><p>Observação - quando o professor consegue ouvir, prestar a</p><p>atenção nas habilidades cognitivas, afetivas e psicomotoras</p><p>dos alunos e registar estas observações em ficha de controle e</p><p>escala de classificação.</p><p>Inquirição - A inquirição é a interrogação, ou seja, a busca</p><p>da opinião do aluno sobre determinados assuntos, pode ser</p><p>por questionário, entrevista e sociograma.</p><p>Testagem - produz resultados mais eficientes, utilizando</p><p>como instrumento de inquirição os diferentes tipos de testes,</p><p>sendo os mais utilizados aqueles que se referem ao domínio</p><p>cognitivo.</p><p>Não é recomendável usar todos estes instrumentos de uma única vez, o</p><p>ideal é intercalar, pois essa diversidade de critérios e instrumentos avaliativos</p><p>elucida uma gama de possibilidades, mas não exatamente todo o processo. Ou seja,</p><p>se utilizarmos somente um instrumento avaliativo, podemos não compreender</p><p>toda a complexidade da aprendizagem do educando (OLIVEIRA, 2009).</p><p>Em seu estudo, Borges (2013) utiliza um instrumento de avaliação</p><p>automático (na apreciação de uma prestação motora) e acessível (pois permite, a</p><p>partir de um referencial de observação avaliar as habilidades executadas).</p><p>UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DE GINÁSTICA: NOVAS PERSPECTIVAS</p><p>178</p><p>Considerou-se também importante elaborar um documento destinado</p><p>a informar o encarregado de educação sobre os resultados alcançados pelo seu</p><p>educando numa determinada</p><p>matéria de ensino. Veja partes a seguir e, na íntegra,</p><p>acesse o artigo de Borges (2013).</p><p>FIGURA 136 - MODELO DE AVALIAÇÃO EM GINÁSTICA</p><p>Nota: (*) sai do tapete/mãos no tapete (na saída da rotação) - nestas situações há uma penalização, baixando a avaliação para o nível 3 (Suf).</p><p>Elemento gímnico Rolamento à frente</p><p>Não executa</p><p>ALVOS NEGATIVOS A SUPERAR ALVOS POSITIVOS A ALCANÇAR</p><p>Termina de costas</p><p>Sem erros</p><p>Termina sentado</p><p>(ou sai do tapete/</p><p>mãos no tapete*)</p><p>Termina com os pés</p><p>afastados/cruzados</p><p>Nível 1 / Fraco Nível 2 / Insuficiente Nível 3 / Suficiente Nível 4 / Bom</p><p>Nível 5 / Excelente</p><p>Critérios de</p><p>observação</p><p>1. Rotação total no eixo transversal</p><p>2. Pés juntos na fase final</p><p>FONTE: Borges (2013)</p><p>UNI</p><p>Para ler o artigo de Borges na íntegra, acesse:<http://www.efdeportes.com/</p><p>efd185/ginastica-na-escola-proposta-de-avaliacao.htm>.</p><p>TÓPICO 1 | GINÁSTICA PARA TODOS NO CONTEXTO ESCOLAR</p><p>179</p><p>FIGURA 137 - MODELO DE AVALIAÇÃO EM GINÁSTICA (BORGES, 2013)</p><p>Elemento gímnico Avião</p><p>ALVOS NEGATIVOS A SUPERAR ALVOS POSITIVOS A ALCANÇAR</p><p>Nível 1 / Fraco Nível 3 / Suficiente Nível 4 / Bom</p><p>Nível 5 / Excelente</p><p>Critérios de</p><p>observação</p><p>1. Posição equilíbrada</p><p>2. Pernas estendidas e em amplitude</p><p>Nível 2 / Insuficiente</p><p>Não executa Não mantém a posição</p><p>(esboça a posição)</p><p>Pernas fletidas e/ou</p><p>em pouca amplitudo</p><p>Equilíbrio instável</p><p>(instabilidade postural)</p><p>Sem erros</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd185/ginastica-na-escola-proposta-de-</p><p>avaliacao.htm>. Acesso em: 22 out. 2015.</p><p>FIGURA 138 - MODELO DE AVALIAÇÃO EM GINÁSTICA</p><p>Escola (nome)</p><p>Disciplina</p><p>Número Ano/TurmaAluno</p><p>Avaliação Data</p><p>Não executa</p><p>Educação Física</p><p>Elemento</p><p>Rolamento à frente</p><p>Rlamento à</p><p>retaguarda</p><p>Termina de costas</p><p>Rola até aos ombros</p><p>Termina sentado</p><p>(ou sai do tapete/</p><p>mãos na tapete)</p><p>Termina de joelho</p><p>(ou sai do tapete)</p><p>Termina com</p><p>os pés</p><p>afastados/cruzados</p><p>Termina com os</p><p>pés afastados/</p><p>cruzados</p><p>Sem erros</p><p>Sem erros</p><p>Classificação (1)</p><p>Classificação (2)</p><p>Fraco (nível 1) Bom (nível 4)Insuficiente (nível 2) Suficiente (nível 3) Excelente (nível 5)Elemento</p><p>Fraco (nível 1) Insuficiente (nível 2) Suficiente (nível 3) Excelente (nível 5) Não avaliado</p><p>Não avaliado</p><p>Bom (nível 4)</p><p>Ginástica no solo dd-mm-aaaa</p><p>Não executa</p><p>Fonte: Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd185/ginastica-na-escola-proposta-de-</p><p>avaliacao.htm>. Acesso em: 22 out. 2015.</p><p>UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DE GINÁSTICA: NOVAS PERSPECTIVAS</p><p>180</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR</p><p>Leia parte da entrevista com Marcos Neira, especialista da Universidade</p><p>de São Paulo, sobre o papel da Educação Física nas escolas. A função da disciplina</p><p>é investigar como os grupos sociais se expressam pelos movimentos. A entrevista</p><p>foi concedida ao repórter Rodrigo Ratier, para o site Nova Escola.</p><p>Se quiser visualizar a entrevista na íntegra, acesse: <http://revistaescola.</p><p>abril.com.br/formacao/vez-formar-atletas-analisar-cultura-corporal-487620.shtml>.</p><p>Entrevista:</p><p>De todas as disciplinas do Ensino Fundamental, provavelmente a Educação Física</p><p>foi a que sofreu transformações mais profundas nos últimos tempos. Mudanças</p><p>pedagógicas e na legislação fizeram com que até mesmo sua missão fosse</p><p>questionada. Se até a década de 1980 o compromisso da área incluía a revelação</p><p>de craques e a melhoria da performance física e motora dos alunos (fazê-los correr</p><p>mais rápido, realizar mais abdominais, desenvolver chutes e cortadas potentes),</p><p>hoje a ênfase recai na reflexão sobre as produções humanas que envolvem o</p><p>movimento. Se antes o currículo privilegiava os esportes, hoje o leque se abre para</p><p>uma infinidade de manifestações, da dança à luta, das brincadeiras tradicionais</p><p>aos esportes radicais. Ecos da perspectiva cultural, que domina pesquisas e ganha</p><p>cada vez mais espaço nas escolas.</p><p>Considerado um dos principais investigadores dessa tendência, o professor</p><p>Marcos Garcia Neira, da Universidade de São Paulo (USP), defende que a</p><p>principal função da Educação Física escolar é analisar a diversidade das práticas</p><p>corporais da sociedade – mesmo as consideradas mais polêmicas, como danças</p><p>do tipo funk e axé. Amparado por 17 anos de docência na Educação Básica e pela</p><p>participação na elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino</p><p>Médio e das Orientações Curriculares do município de São Paulo, Neira discute</p><p>essa questão provocadora e avalia os principais desafios da disciplina.</p><p>Por que a Educação Física mudou tanto nos últimos anos?</p><p>NEIRA: Foi uma mudança que acompanhou uma série de outras transformações.</p><p>Na sociedade, grupos que não tinham sua voz ouvida ganharam espaço, o</p><p>que impactou o currículo. A escola, antes voltada apenas para o conhecimento</p><p>acadêmico ou a inserção no mercado, passou a visar a participação do aluno em</p><p>todos os setores da vida social, o que mexeu com os objetivos da área. E a própria</p><p>legislação, que desde a década de 1970 apontava um compromisso com a melhoria</p><p>da performance física e a descoberta de talentos esportivos, foi substituída em</p><p>1996 pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que propõe que a</p><p>Educação Física seja parte integrante da proposta pedagógica da escola.</p><p>TÓPICO 1 | GINÁSTICA PARA TODOS NO CONTEXTO ESCOLAR</p><p>181</p><p>Na prática, quais foram as principais transformações?</p><p>NEIRA: Eu acredito que a Educação Física passou a ser reconhecida como um</p><p>componente importante para a formação dos alunos. Antes, eram comuns as</p><p>aulas fora do período regular, as dispensas por motivos médicos ou a substituição</p><p>por atividades pouco relacionadas com a área, como conselhos de classe, por</p><p>exemplo. Tudo isso colaborou para construir, na cabeça de alunos e professores,</p><p>a representação de uma disciplina alheia ao projeto escolar, que servia apenas</p><p>como recreação ou passatempo e não tinha nenhum objetivo pedagógico. Hoje</p><p>essa concepção não é mais dominante.</p><p>Qual é o objetivo da Educação Física escolar hoje?</p><p>NEIRA: É o mesmo objetivo da escola: colaborar na formação das pessoas para que</p><p>elas possam ler criticamente a sociedade e participar dela atuando para melhorá-</p><p>la. Dentro dessa missão, cada disciplina estuda e aprofunda uma pequena parcela</p><p>da cultura. O que a Educação Física analisa é o chamado patrimônio corporal.</p><p>Nosso papel é investigar como os grupos sociais se expressam pelos movimentos,</p><p>criando esportes, jogos, lutas, ginásticas, brincadeiras e danças, entender as</p><p>condições que inspiraram essas criações e experimentá-las, refletindo sobre quais</p><p>alternativas e alterações são necessárias para vivenciá-las no espaço escolar.</p><p>Como deve ser uma aula ideal?</p><p>NEIRA: Certamente não deve ser a do tipo “desce para a quadra, corre, corre,</p><p>corre, sua, sua, sua e volta para a sala”. A Educação Física proposta na escola</p><p>não pode ser a mesma proposta em outros espaços. Se é apenas para o aluno se</p><p>divertir, existem lugares para isso – ginásios públicos e centros comunitários, por</p><p>exemplo. Se é somente para aprender modalidades esportivas, melhor procurar</p><p>um clube ou uma academia. A escola não serve para formar atletas, mas para</p><p>refletir e entender as manifestações culturais que envolvem o movimento.</p><p>Campeonatos e festivais esportivos continuam tendo espaço?</p><p>NEIRA: Particularmente, acho que montar uma seleção com seis a 12 alunos e</p><p>deixar 300 sem aula para disputar uma competição é fabricar adversários. Não</p><p>podemos partir do pressuposto de que um pequeno grupo vai ser privilegiado</p><p>e participar da atividade enquanto a maioria vai apenas torcer, ou nem isso.</p><p>Agora, se os educadores consideram a competição algo importante, é possível,</p><p>sim, organizar eventos, mas de uma perspectiva diferente. Sugiro, por exemplo,</p><p>combinar de levar uma turma de 5ª série para jogar com a de uma escola próxima,</p><p>negociar regras, fazer todo mundo participar da experiência e realizar uma</p><p>avaliação conjunta depois, discutindo o que os jovens acharam da atividade e</p><p>como melhorá-la numa próxima vez.</p><p>UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DE GINÁSTICA: NOVAS PERSPECTIVAS</p><p>182</p><p>Como lidar com crianças que</p><p>demonstram especial habilidade em alguma</p><p>modalidade esportiva?</p><p>NEIRA: Devemos estimulá-las a prosseguir. Entretanto, o lugar para continuar</p><p>com o trabalho não pode ser a escola, mas instituições especializadas para a</p><p>prática esportiva. A escola tem como função ajudar a compreender o mundo e</p><p>sua cultura. Não há como desenvolver um projeto esportivo se o que se pretende</p><p>é contemplar todos os alunos.</p><p>Como saber quais esportes, jogos, lutas, danças e brincadeiras devem fazer</p><p>parte do currículo?</p><p>NEIRA: O ponto de partida é sempre o diagnóstico inicial. O interessante é que</p><p>esse mapeamento do patrimônio cultural corporal da turma – as práticas ligadas</p><p>ao movimento que os alunos conhecem ou realizam - revela uma realidade mais</p><p>diversificada do que imaginamos. A garotada brinca de esconde-esconde, conhece</p><p>skate pela TV, tem algum parente que pratica ioga e conhece malha ou bocha</p><p>porque os idosos jogam na praça. É possível ainda fazer outros mapeamentos.</p><p>O professor pode passear pelo bairro observando manifestações corporais e</p><p>equipamentos esportivos. Há academias ou ruas de caminhada, por exemplo?</p><p>Mas é preciso escolher algumas práticas no meio de tanta diversidade. Como</p><p>fazer isso?</p><p>NEIRA: Antes de mais nada, é fundamental ter em mente as finalidades do projeto</p><p>pedagógico da escola - devemos lembrar que a Educação Física não pode ser</p><p>uma prática alienada. Além disso, a perspectiva cultural da disciplina considera</p><p>quatro princípios importantes na definição do currículo. O primeiro é que a matriz</p><p>de conteúdos deve dialogar com todos os grupos que compõem a sociedade – e</p><p>trabalhar só com esportes modernos contradiz esse princípio. O segundo é a noção</p><p>de que o aluno precisa enxergar na sociedade as manifestações que está estudando.</p><p>O terceiro é entender e respeitar as possibilidades de cada estudante, evitando,</p><p>por exemplo, as avaliações por performance. E o quarto é o professor repensar</p><p>constantemente a própria identidade cultural para aperfeiçoar o currículo.</p><p>Como desenvolver o senso crítico?</p><p>NEIRA: Comparando, indagando e aprofundando conteúdos para que a turma</p><p>reflita. Depois de pular amarelinha, pense por que existem as “casas” do céu e</p><p>do inferno. Durante o estudo dos exercícios físicos, reflita por que a academia se</p><p>transformou numa espécie de espaço sagrado da saúde se as qualidades físicas</p><p>alcançadas por lá também são obtidas, de graça, no parque. Uma Educação Física</p><p>que trabalha apenas com o movimento não constrói esse senso crítico.</p><p>183</p><p>Neste tópico você viu que:</p><p>• A ginástica, vários campos de atuação, desde competitivas até de consciência</p><p>corporal, possibilitando o acesso e a ampliação do repertório motor de seu</p><p>praticante.</p><p>• Constituem-se fundamentos da ginástica: “saltar”, “equilibrar”, “rolar/girar”,</p><p>“trepar” e “’balançar/embalar”.</p><p>• A ginástica na escola pode enriquecer as experiências dos educandos, levando</p><p>a uma educação comprometida com a formação humana.</p><p>• A educação física escolar é responsável por proporcionar aos alunos essa</p><p>vivência.</p><p>• Abordar também a forma autônoma e crítica da ginástica.</p><p>• A ginástica engloba atividades como corridas, saltos, lançamentos e lutas, e se</p><p>utiliza de vários materiais.</p><p>• Também incentivar as coreografias e apresentações de ginástica na escola,</p><p>como incentivo ao esporte.</p><p>• Sob os aspectos pedagógicos, a ginástica é como uma linguagem corporal e,</p><p>como tal, veículo e objeto de comunicação.</p><p>• Busca a experimentação e registro de diferentes práticas educativas envolvendo</p><p>o movimento expressivo, juntamente com o estudo da ginástica geral.</p><p>• Avaliação deve visar ao aluno como um todo, em sua globalidade.</p><p>• Avaliar o desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotor do aluno.</p><p>• Utilizar diversas técnicas para avaliar e diferentes instrumentos.</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>184</p><p>Responda às questões a seguir:</p><p>1 A ginástica deve ser compreendida em dois aspectos:</p><p>conteúdos e formas. Nesse sentido, assinale V para verdadeiro</p><p>e F para falso sobre as características que compõem os aspectos</p><p>da ginástica:</p><p>( ) Em relação ao conteúdo, podemos dizer que ele engloba os movimentos</p><p>fundamentos básicos da ginástica (ações, posturas, movimentos e gestos).</p><p>( ) Movimentos de sequências ginásticas que não possuem uma estética</p><p>própria, uma configuração plástica seria a forma.</p><p>( ) O conteúdo também diz respeito ao conjunto de posturas e gestos</p><p>que podem ser traduzidos e representados pelos signos da retidão e</p><p>verticalidade.</p><p>( ) Combinados e sistematizados em torno dos métodos ginásticos e nas</p><p>modalidades que conhecemos hoje, como a ginástica artística, rítmica, natural,</p><p>aeróbica, acrobática, calistênica, poderíamos dizer que se referem à forma.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:</p><p>a) ( ) F – F – V – V.</p><p>b) ( ) V – F – F – F.</p><p>c) ( ) F – V – F – V.</p><p>d) ( ) V – F – V – F.</p><p>2 Conforme os estudos, a ginástica faz parte dos PCN (1998), no</p><p>mesmo bloco de conteúdos dos esportes e jogos e, enquanto</p><p>conteúdo regular de ensino, tem como fundamento central</p><p>o exercício físico educativo escolar. Sobre esses aspectos da</p><p>ginástica no contexto escolar, analise a seguinte situação:</p><p>A ginástica na escola pode enriquecer as experiências dos educandos,</p><p>possibilitando uma educação comprometida com a formação humana.</p><p>PORQUE</p><p>A educação física escolar é responsável por proporcionar aos alunos essa</p><p>vivência, em um universo da cultura corporal dos movimentos da ginástica,</p><p>de forma que eles possam agir de forma autônoma e crítica.</p><p>a) ( ) A primeira é uma afirmação verdadeira e a segunda, falsa.</p><p>b) ( ) Ambas afirmações são falsas.</p><p>c) ( ) As duas são verdadeiras, mas elas não têm relação entre si.</p><p>d) ( ) As duas são verdadeiras e a segunda é complemento e justificativa da</p><p>primeira.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>185</p><p>3 A linguagem da ......................... é grande, podendo abordar</p><p>uma variedade enorme de .................................................... que</p><p>envolvem ações de resgate e ................................... e aparelhos</p><p>oficiais da ginástica, pesquisa e exploração de movimentos</p><p>com base nas referências individuais e.................................., criação e</p><p>expressão de sequências e composições temáticas, oficinas de construção</p><p>de materiais, instrumentos musicais, ......................................, dramatização e</p><p>significação de narrativas corporais (MARCASSA, 2004).</p><p>Assinale a alternativa correta que preenche a citação acima:</p><p>a) ( ) ginástica, atividades expressivas, vivência dos fundamentos, coletivas,</p><p>cenário e figurino.</p><p>b) ( ) musculação, atividades expressivas, vivência dos fundamentos,</p><p>coletivas, cenário e figurino.</p><p>c) ( ) ginástica, atividades expressivas, vivência dos fundamentos, únicas,</p><p>cenário e figurino.</p><p>d) ( ) ginástica aeróbica, atividades expressivas, vivência dos fundamentos,</p><p>coletivas, cenário de filme.</p><p>4 Após a leitura da ginástica nos diferentes ciclos da educação,</p><p>tente enumerar cinco formas que podem ser trabalhadas com a</p><p>prática da ginástica na escola:</p><p>1</p><p>2</p><p>3</p><p>4</p><p>5</p><p>5 Segundo Zabala (1988), as categorias em que os conteúdos</p><p>podem ser apresentados na ginástica escolar diferem em três</p><p>formas. Sobre essas distinções, associe os itens a seguir:</p><p>I- Conceitual.</p><p>II- Procedimental.</p><p>III- Atitudinal.</p><p>( ) Ligada ao fazer, o aprendizado e execução de gestos esportivos, dos</p><p>movimentos rítmicos, do trabalho em grupo para a criação de novas</p><p>regras e jogos etc.</p><p>( ) Vinculada a normas, valores e atitudes. É tratada através de leituras,</p><p>discussões, debates, vivências em atividades que tragam à tona temas</p><p>como a violência, a cooperação, a competição, o coletivo, a justiça, a</p><p>autoridade, o respeito e como tudo isso aparece na cultura corporal de</p><p>movimento e na sociedade.</p><p>186</p><p>( ) Ligado a fatos, conceitos e princípios, ou seja, na Educação Física levar</p><p>em conta, além das questões de regras, táticas, história e recordes, o</p><p>entendimento de como e por que realizamos movimentos corporais,</p><p>como constitui-se um movimento</p><p>da ginástica, os motivos que levam as</p><p>pessoas à prática de esportes, as mudanças de nosso organismo a curto e</p><p>longo prazo com a prática de atividades físicas etc.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:</p><p>a) ( ) I – II – III.</p><p>b) ( ) III – I – II.</p><p>c) ( ) II – III – I.</p><p>d) ( ) II – I – III.</p><p>6 Ao se trabalhar a ginástica na escola, não se deve ter a competição</p><p>como foco principal, mas o prazer e o divertimento e, ao</p><p>mesmo tempo, possibilitar a integração de seus praticantes, a</p><p>liberdade de expressão, o prazer e a criatividade, abrangendo</p><p>todas as forma de ginásticas utilizando diferentes materiais, indumentária</p><p>e música.</p><p>Assinale a alternativa correta em relação ao que o texto acima se refere:</p><p>a) ( ) Características físicas da ginástica ao se trabalhar em âmbito escolar.</p><p>b) ( ) Características pedagógicas da ginástica em âmbito escolar.</p><p>c) ( ) As características psicológicas da ginástica ao se trabalhar em âmbito</p><p>escolar.</p><p>d) ( ) As características da ginástica ao se trabalhar em âmbito competitivo.</p><p>7 Sobre o papel do professor de Educação Física no ensino da</p><p>ginástica escolar, assinale a alternativa verdadeira:</p><p>a) ( ) O professor de Educação Física deve associar a ginástica</p><p>com os conteúdos cognitivos específicos: históricos, sociológicos,</p><p>fisiológicos, anatômicos e biomecânicos.</p><p>b) ( ) O professor de Educação Física, ao trabalhar com a ginástica, deve</p><p>focar na competição.</p><p>c) ( ) O professor de Educação Física não deve focar no desenvolvimento</p><p>como um todo.</p><p>d) ( ) O professor de Educação Física deve escolher os melhores alunos para</p><p>as apresentações.</p><p>187</p><p>TÓPICO 2</p><p>PESQUISA EM GINÁSTICA NA ESCOLA</p><p>UNIDADE 3</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Neste tópico você verá como é feita pesquisa envolvendo a ginástica na</p><p>escola, os tipos de pesquisa que podem ser feitos e todos os aspectos que devem</p><p>ser levados em conta na construção da pesquisa. E para que serve este tópico?</p><p>Respondo dizendo que esses tipos de pesquisas são os que você irá usar para</p><p>fazer o seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) ou montar um artigo. Sempre</p><p>escolher apenas um tipo de pesquisa com suas peculiaridades para a realização</p><p>do TCC ou artigo.</p><p>2 PESQUISA EM GINÁSTICA</p><p>Pesquisa é o mesmo que busca ou procura, ou seja, buscar ou procurar</p><p>resposta para alguma coisa. É importante definir o tipo de pesquisa e da escolha</p><p>do instrumental ideal para a coleta dos dados, pelo fato de não haver erros na</p><p>pesquisa (LIBERALI, 2011). Os tipos de pesquisa mais usados atualmente para</p><p>publicação em ginástica:</p><p>2.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA OU SISTEMÁTICA</p><p>As revisões fazem uma avaliação crítica sobre um tema, que envolve</p><p>análise, avaliação e integração da literatura publicada, levando frequentemente</p><p>a importantes conclusões em relação às descobertas da pesquisa até aquele</p><p>momento.</p><p>Na revisão bibliográfica escreve-se TCC (artigo) baseado em teoria, com</p><p>uma estrutura teórica baseada em livros, artigos, fazendo uma revisão de literatura</p><p>aprofundada, mantendo uma sequência lógica de pensamento, abordando o</p><p>assunto de um contexto geral para um contexto específico (LIBERALI, 2015).</p><p>188</p><p>UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DE GINÁSTICA: NOVAS PERSPECTIVAS</p><p>E na revisão sistemática, além da parte teórica, teremos que sintetizar</p><p>pesquisas de campo sobre o assunto. Ou seja, buscar pesquisas de campo (artigos,</p><p>TCC) já publicadas sobre o assunto para sintetizá-las (observar que não é você que</p><p>irá coletar dados, você irá buscar em revistas científicas, buscar artigos científicos,</p><p>que fizeram pesquisas de campo sobre seu assunto e que já estão publicadas)</p><p>(LIBERALI, 2015).</p><p>Exemplo de artigo de revisão bibliográfica com a ginástica</p><p>Artigo: Detecção, seleção e promoção de talentos esportivos em ginástica rítmica</p><p>desportiva: um estudo de revisão (Artigo publicado na Rev. Paul. Educ. Fís., 2001) Disponível</p><p>em: <http://citrus.uspnet.usp.br/eef/uploads/arquivo/v15%20n2%20artigo4.pdf>.</p><p>Para perceber de uma maneira lógica o texto, após uma introdução sobre o tema, os autores</p><p>abordaram o assunto na revisão de literatura, pelo seguinte caminho teórico do geral para</p><p>o específico:</p><p>- Talento esportivo;</p><p>- Detecção de talentos esportivos;</p><p>- Seleção de talentos esportivos;</p><p>- Promoção de talentos esportivos;</p><p>- Modelo de detecção, seleção e promoção de talentos em GRD;</p><p>- Aptidão física no desempenho esportivo;</p><p>- Características morfológicas de atletas de GRD;</p><p>- Massa e proporcionalidade corporal;</p><p>- Desempenho motor na GRD;</p><p>- Flexibilidade em atletas de GRD;</p><p>- Idade para iniciação esportiva.</p><p>DICAS</p><p>2.2 PESQUISA DE CAMPO DESCRITIVA</p><p>A pesquisa descritiva é um tipo de pesquisa que envolve a análise,</p><p>discussão da realidade sem nela interferir. Exemplos de pesquisas descritivas que</p><p>podem ser feitos com ginástica:</p><p>• Aplicar um questionário a um grupo de alunos que fazem ginástica rítmica</p><p>na escola, de ambos os sexos, na faixa etária entre 29 a 30 anos, para avaliar a</p><p>autoestima e a imagem corporal.</p><p>• Aplicar um questionário nas escolas, em professores de Educação Física, para</p><p>verificar o conhecimento, o tipo de ginástica e a forma como eles trabalham a</p><p>ginástica.</p><p>TÓPICO 2 | PESQUISA EM GINÁSTICA NA ESCOLA</p><p>189</p><p>• Comparar o nível de flexibilidade de crianças praticantes de ginástica rítmica e</p><p>não praticantes, de ambos os sexos, com idade entre 8 a 10 anos, de uma escola</p><p>municipal.</p><p>Aspectos necessários para realizar as pesquisas de campo descritivas:</p><p>• Neste tipo de pesquisa é feita apenas uma única coleta.</p><p>• Pode ser feita com apenas um sexo, ou ambos os sexos e em qualquer faixa etária.</p><p>• Pode ser feita com qualquer modalidade de ginástica, ou comparação entre</p><p>praticantes e não praticantes.</p><p>• Pode ser mensurada qualquer medida antropométrica (peso, altura,</p><p>IMC, circunferências, RCQ, perímetros), questionários (imagem corporal,</p><p>autoestima etc.)</p><p>• Pode demonstrar algo, ou comparar algo, ou traçar um perfil.</p><p>• É necessária aprovação da escola para realizar a coleta de dados (Veja no UNI</p><p>o Modelo de autorização para realizar a pesquisa (local)).</p><p>• É necessária a aprovação dos pais quando pesquisar com menores, e quando</p><p>de maiores, a própria pessoa (veja no UNI o Modelo de consentimento livre e</p><p>esclarecido).</p><p>• É necessária aprovação de um comitê de ética, hoje, no Brasil, regida pela</p><p>Resolução nº 466 e obrigatória a autorização da Plataforma Brasil. Maiores</p><p>informações no link: <http://aplicacao.saude.gov.br/plataformabrasil/login.jsf>.</p><p>Veja exemplo de artigo de pesquisa descritiva</p><p>Artigo: PAZ E PIRES (2011) em artigo publicado no Congresso Educere. Disponível em:</p><p><http://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/6388_3552.pdf>.</p><p>Os autores objetivaram identificar o desempenho motor de 45 crianças de oito a</p><p>10 anos, 20 praticantes e 25 não praticantes de Ginástica Rítmica (mas que fazem atividade</p><p>física apenas nas aulas de Educação Física), do sexo feminino. Para avaliar o desempenho</p><p>motor dos sujeitos utilizaram o Test of Gross Motor Development – Segunda Edição (TGMD-</p><p>2). Os resultados encontrados mostram diferença em todas as tarefas que compõem as</p><p>habilidades de locomoção e controle de objetos entre os grupos. Concluiu-se que o grupo</p><p>que pratica Ginástica Rítmica tem seu desenvolvimento motor melhor que o grupo que</p><p>pratica atividade física apenas nas aulas de Educação Física da escola.</p><p>DICAS</p><p>190</p><p>UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DE GINÁSTICA: NOVAS PERSPECTIVAS</p><p>2.3 PESQUISA DE CAMPO EXPERIMENTAL</p><p>Pesquisa de campo experimental é um tipo de pesquisa que envolve a</p><p>manipulação de tratamentos como uma tentativa de estabelecer relações de causa</p><p>e efeito. Exemplos de pesquisas experimentais que podem ser feitos com dança:</p><p>• Verificar as alterações na força muscular, no equilíbrio, antes e após três meses</p><p>de aula de ginástica acrobática em crianças de ambos os sexos, com idade entre</p><p>10 a 15 anos.</p><p>• Verificar as alterações no peso corporal antes e após uma aula de ginástica</p><p>preconizando os saltos, em meninas com idade entre sete a 10 anos. O peso</p><p>corporal será verificado</p><p>antes da aula e imediatamente após o término da aula,</p><p>para verificar o grau de desidratação.</p><p>Cuidados necessários para fazer as pesquisas de campo experimentais:</p><p>• Este tipo de pesquisa é feito com mais de uma coleta, geralmente antes e depois</p><p>de um procedimento.</p><p>• Pode ser feito com apenas um sexo, ou ambos os sexos e em qualquer faixa etária.</p><p>• Pode ser feito com qualquer modalidade de dança.</p><p>• Pode ser feito com qualquer medida antropométrica (peso, altura, IMC,</p><p>circunferências, RCQ, perímetros), questionários (imagem corporal,</p><p>autoestima etc.)</p><p>• Para verificar se algo teve efeito, no caso de alguma dança, em algum parâmetro.</p><p>• É necessária a aprovação da escola para realizar a coleta de dados (veja no UNI</p><p>o Modelo de autorização para realizar a pesquisa (local)).</p><p>• É necessária a aprovação dos pais quando pesquisar com menores, e quando</p><p>de maiores, a própria pessoa (veja no UNI o Modelo de consentimento livre e</p><p>esclarecido).</p><p>É necessária a aprovação de um comitê de ética, hoje, no Brasil, regida</p><p>pela Resolução nº 466 e obrigatória a autorização da Plataforma Brasil. <http://</p><p>aplicacao.saude.gov.br/plataformabrasil/login.jsf>.</p><p>Veja exemplo de artigo de pesquisa experimental</p><p>Artigo: PARRA, SANTANA e LIMA (2010) em artigo publicado na Revista Cesumar – Ciências</p><p>Humanas e Sociais Aplicadas. Disponível em: <http://periodicos.unicesumar.edu.br/index.</p><p>php/revcesumar/article/view/1178/1121>.</p><p>DICAS</p><p>TÓPICO 2 | PESQUISA EM GINÁSTICA NA ESCOLA</p><p>191</p><p>Os autores objetivaram compreender como ocorre a aceitação da Ginástica</p><p>Acrobática, em uma escola municipal, com aplicação de um questionário antes e depois</p><p>de uma intervenção com ginástica acrobática, para 35 adolescentes de ambos os gêneros,</p><p>com idades entre 13 e 14 anos.</p><p>Como resultado verificou-se que 100% dos alunos nunca haviam vivenciado a Ginástica</p><p>Acrobática dentro do ambiente escolar, 71,5% não possuíam conhecimento acerca desta</p><p>modalidade gímnica.</p><p>Após fazerem a intervenção, ou seja, aulas de ginástica acrobática, responderam novamente</p><p>ao questionário, sendo que 85,8% dos alunos adquiriram um conceito formado a respeito</p><p>da Ginástica Acrobática, 100% dos adolescentes apoiaram a metodologia utilizada para a</p><p>elaboração das aulas e 97,1% aprovaram a Ginástica Acrobática como meio de intervenção</p><p>durante as aulas de educação física escolar.</p><p>Veja o blog com informações e vídeos de pesquisa:</p><p><metalogociencia.blogspot.com>.</p><p>DICAS</p><p>Ao elaborarmos uma pesquisa em qualquer área do conhecimento é</p><p>importante construir algumas etapas, são elas:</p><p>• 1º) elaboração de um anteprojeto (escolha do tema, problematização, objetivos,</p><p>justificativa e esquema de trabalho e buscar dados que já existem na literatura</p><p>sobre o assunto);</p><p>• 2º) elaboração de um projeto (corresponde aos capítulos I, II e III de uma</p><p>monografia; ou a parte inicial de um artigo científico etc.);</p><p>• 3º) execução da pesquisa (coleta dos dados propriamente dita);</p><p>• 4º) relatório final da pesquisa (monografia, dissertação, artigo ou tese).</p><p>Veja a seguir as autorizações necessárias para realizar pesquisa de campo</p><p>(descritiva ou experimental):</p><p>192</p><p>UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DE GINÁSTICA: NOVAS PERSPECTIVAS</p><p>UNI</p><p>UNI</p><p>Modelo de</p><p>AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAR A PESQUISA (LOCAL)</p><p>_________________________, ________ de _______________________ de _________</p><p>O (local onde será realizada a coleta de dados), por meio do seu responsável</p><p>(nome do presidente, diretor ou responsável contendo o número do registro no conselho</p><p>profissional), autoriza a realização da pesquisa intitulada (“Título do trabalho completo”) como</p><p>requisito para a aprovação no curso ........................................ (nome do curso) da Universidade</p><p>............................... pelos(as) pesquisadores(as) (nome completo dos pesquisadores). A</p><p>identidade do local e dos amostrados será mantida em sigilo e os dados serão usados para</p><p>fins de defesa de TCC e publicação em revistas indexadas na área.</p><p>_____________________</p><p>Assinatura do responsável</p><p>CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO</p><p>Eu, ..............................., aluno(a) do curso de ............ em ..............................da Universidade</p><p>............................, estou desenvolvendo uma pesquisa sobre “colocar aqui o título”.</p><p>Para tanto, estou convidando para participar voluntariamente da pesquisa. Caso</p><p>aceitar fazer parte do estudo, assinale abaixo desta mensagem. Os dados serão tratados com</p><p>anonimato e sigilo, bem como serão utilizados apenas para fins de investigação.</p><p>A participação nesta pesquisa não traz complicações legais a nenhum participante.</p><p>O indivíduo participante não terá nenhum tipo de despesa ao participar desta pesquisa,</p><p>bem como nada será pago por sua participação. A partir do momento em que não desejar</p><p>mais fazer parte da pesquisa, reservo-lhe o direito de retirar o seu consentimento, livre de</p><p>sofrer qualquer penalização ou danos, quaisquer que sejam. Como não há riscos de saúde</p><p>ao indivíduo, o método utilizado na pesquisa, comprovadamente pela literatura, não há</p><p>indenizações, principalmente porque não há nenhum tipo de intervenção traumática. Desde</p><p>já agradecemos sua atenção e ficamos ao seu inteiro dispor para demais esclarecimentos.</p><p>Eu, ........................................, concordo em participar do estudo “Título do artigo’’ como sujeito.</p><p>Fui devidamente informado e esclarecido pelos pesquisawdores sobre a pesquisa e os</p><p>procedimentos nela envolvidos. Dou consentimento livre e esclarecido, para que se façam</p><p>as coletas necessárias a esta pesquisa e posterior uso e publicação dos dados nos relatórios</p><p>parciais e conclusivos, bem como publicações em revistas indexadas, a fim de que estes</p><p>sirvam para beneficiar a ciência e a humanidade.</p><p>----------------------------------------------------------------------------––––––––––––––––––––--------</p><p>Assinatura da pessoa da amostra CPF e/ou Identidade</p><p>TÓPICO 2 | PESQUISA EM GINÁSTICA NA ESCOLA</p><p>193</p><p>• Observação: o termo de consentimento é assinado por cada pessoa da amostra ou</p><p>da população. A diferença entre população e amostra é que a população equivale</p><p>a todas as pessoas e a amostra seria uma parcela representativa dessa população.</p><p>• Exemplo: Se fôssemos avaliar a autoestima de crianças praticantes de ginástica</p><p>acrobática, a população do estudo corresponderia a todas as pessoas da escola</p><p>(diretora, professores, alunos, servidores etc., dando uma população de N=300</p><p>pessoas). Destas, selecionar somente os alunos que fazem a aula (então, da</p><p>população acima, teríamos uma amostra de n=30 crianças). Como estas crianças</p><p>menores, a assinatura do termo de consentimento deve ser feita pelos pais/</p><p>responsáveis. E a autorização do local a responsável assina, no caso da escola,</p><p>a diretora.</p><p>Agora que você entendeu os tipos de pesquisa em ginástica, veja como montar</p><p>um anteprojeto e um projeto.</p><p>ESTUDOS FU</p><p>TUROS</p><p>O ANTEPROJETO inicia pela escolha da identificação de um tema/</p><p>problema, ou seja, o assunto é o que se deseja desenvolver, o que se deseja provar,</p><p>o que se deseja explorar.</p><p>Devemos ter cuidado na escolha do tema, observando alguns aspectos:</p><p>• interesse pessoal e tempo disponível para a realização do trabalho de pesquisa;</p><p>• conhecimento dos limites do tema;</p><p>• cuidado para não executar um trabalho que não interessa a ninguém, levando</p><p>em conta a significação do tema escolhido, sua novidade, oportunidade e seus</p><p>valores acadêmicos e sociais;</p><p>• o limite de tempo determinado pela instituição para a conclusão do trabalho;</p><p>• verificar a disponibilidade do material e dados necessários ao pesquisador.</p><p>Para elaborar um anteprojeto deve-se seguir algumas etapas de trabalho.</p><p>• TEMA (Escrever o assunto que vai desenvolver).</p><p>• OBJETIVOS (O que eu vou fazer? Para quem?)</p><p>• PROBLEMA (Basicamente transformar o objetivo em uma pergunta)</p><p>• JUSTIFICATIVA (Para quê? Por quê?)</p><p>• REVISÃO DE LITERATURA (Relatar em tópicos o assunto, do geral para o</p><p>específico).</p><p>• TIPO DE PESQUISA (Caracterizar o</p><p>e teste seu conhecimento.</p><p>Questão 1 – QUESTÃO 41 do Concurso da Educação Física, São</p><p>Paulo.</p><p>De acordo com Valter Bracht, parte da dificuldade para</p><p>responder à questão “O que é educação física?” está relacionada</p><p>com a maneira de interpretar a própria pergunta. Afinal, queremos saber o</p><p>que acontece hoje, nas escolas, durante as aulas de educação física, analisando</p><p>seus pontos positivos e negativos (situação real), ou queremos saber o que</p><p>deveria acontecer nas aulas de educação física, preocupados com a garantia da</p><p>qualidade de ensino (situação ideal).</p><p>Acerca do texto acima, julgue os itens seguintes de acordo com as ideias de</p><p>Valter Bracht.</p><p>I- Manuel Sérgio adota a mesma posição de Valter Bracht diante dessa</p><p>questão, ou seja, preocupa-se em analisar a situação real da educação física</p><p>escolar brasileira, quando afirma que a superação da crise de identidade</p><p>envolve a discussão epistemológica sobre a necessidade de se caminhar em</p><p>direção a uma ciência da motricidade humana.</p><p>II- A análise da educação física, como fenômeno, deve concentrar-se na</p><p>questão sobre o que a educação física é (situação real), ou seja, identificar</p><p>que tipo de atividades têm sido desenvolvidas nas aulas de educação física</p><p>e questionar se essas atividades contribuem para a formação do tipo de</p><p>homem que se deseja.</p><p>III- A melhoria na qualidade de ensino de educação física escolar depende</p><p>da realização de um programa de capacitação dos professores centrado</p><p>na divulgação das novas técnicas e na atualização dos conhecimentos</p><p>científicos acerca do funcionamento do corpo humano.</p><p>IV- A análise da educação física como fenômeno requer, em um primeiro</p><p>momento, o distanciamento da questão sobre o que a educação física</p><p>deveria ser (situação ideal), ou seja, não existe atualmente uma teoria</p><p>capaz de revolucionar a educação física e resolver o problema da falta de</p><p>reconhecimento social.</p><p>Estão certos apenas os itens:</p><p>a) I e II.</p><p>b) I e III.</p><p>c) II e IV.</p><p>d) III e IV.</p><p>Fonte: Disponível em: <https://site.pciconcursos.com.br/provas/11081246/735504f24f36/</p><p>sesisp_013_13.pdf>. Acesso em: 21 out. 2015.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>11</p><p>Questão 2 – QUESTÃO 42 do Concurso da Educação Física, São</p><p>Paulo.</p><p>João Paulo Medina, em seu livro A educação física cuida</p><p>do corpo... e “mente”, adota os princípios da teoria de Paulo Freire para</p><p>distinguir três graus de consciência das pessoas em relação às possibilidades</p><p>de interpretar e atuar no mundo. O primeiro nível de consciência, intransitiva,</p><p>caracteriza aqueles indivíduos que vivem sintonizados no atendimento</p><p>básico de suas necessidades biológicas de sobrevivência, permanecendo</p><p>completamente alheios às questões de ordem política e social. O segundo</p><p>nível de consciência, transitiva ingênua, caracteriza os indivíduos que buscam</p><p>entender a realidade política que os cerca, mas adotam interpretações simplistas</p><p>dos problemas, próprias do senso comum, que se baseia na experiência e nos</p><p>preconceitos, apesar de estarem conscientes de que o jogo político interfere na</p><p>nossa existência, procuram participar dele de forma a garantir a defesa de seus</p><p>interesses pessoais. O terceiro nível de consciência, transitiva crítica, caracteriza</p><p>os indivíduos que se reconhecem como sujeitos de seus próprios atos, adotando</p><p>uma postura crítica em relação às estruturas de poder e às injustiças sociais,</p><p>mostrando-se dispostos a lutar pela transformação da realidade em prol do</p><p>bem comum. De fato, uma distinção clara entre os três níveis de consciência</p><p>é quase sempre impossível de fazer. Há pessoas que podem assumir posturas</p><p>críticas em determinadas situações e ingênuas em outras. Mas a caracterização</p><p>de cada nível de consciência serve de referencial para entendermos a posição</p><p>que temos diante da realidade.</p><p>De acordo com as ideias de João Paulo Medina, assinale a opção correta:</p><p>a) A conquista de níveis de consciência mais lúcida, capazes de permitir que</p><p>o indivíduo entenda e se posicione diante dos condicionamentos políticos</p><p>e sociais, depende da capacidade de se estabelecer um diálogo entre as</p><p>pessoas, pautado em atitudes de amor, humildade, esperança e confiança,</p><p>paralelo à disposição das pessoas para servir e dar testemunho.</p><p>b) Em vez de fazer parte de um projeto pedagógico a ser construído em cada</p><p>situação concreta, as verdadeiras propostas práticas de trabalho em educação</p><p>física devem contemplar informações técnicas e científicas sobre a melhor</p><p>maneira de alcançar determinados objetivos, ou seja, em vez de dialogar</p><p>sobre os valores e objetivos que todos os participantes do processo aceitam</p><p>conscientemente, a instrumentação do professor depende da capacidade de</p><p>apresentar uma série de exercícios ou um método de treinamento.</p><p>c) Considerando que as questões políticas exerçam influência sobre a maneira</p><p>de ser de cada indivíduo, elas devem ficar ausentes das preocupações</p><p>pedagógicas. De acordo com Moacir Gadotti, o educador deve ser capaz de</p><p>separar o ato pedagógico do ato político, mesmo sabendo que existe uma</p><p>dimensão pedagógica da ação política e uma dimensão política da ação</p><p>pedagógica.</p><p>12</p><p>d) Para ser legítima, a ação pedagógica da educação física tem de,</p><p>necessariamente, ser um projeto pautado em conteúdos nos quais o professor</p><p>possui larga experiência e nas atividades que ele gosta muito de fazer.</p><p>Fonte: Disponível em: <https://site.pciconcursos.com.br/provas/11081246/735504f24f36/</p><p>sesisp_013_13.pdf>. Acesso em: 21 out. 2015.</p><p>Questão 3 – QUESTÃO 52 do Concurso da Educação Física, São</p><p>Paulo.</p><p>João Batista Freire, ao discutir se a educação física deveria se</p><p>dedicar à educação do movimento, à educação pelo movimento ou à educação</p><p>para o movimento, termina por afirmar que, na sua opinião, a educação física</p><p>deve ser, na verdade, educação de corpo inteiro. De acordo com as teorias de</p><p>João Batista Freire, assinale a opção correta.</p><p>a) A educação física não deve ser entendida como uma educação do movimento,</p><p>pois seus objetivos curriculares não estão relacionados diretamente com a</p><p>aquisição de habilidades motoras ou o desenvolvimento da destreza corporal.</p><p>b) Como a sociedade atual enfatiza acentuadamente a dimensão do fazer, a</p><p>educação física deve contribuir para desenvolver a aptidão corporal das</p><p>crianças, preparando-as adequadamente para corresponder às exigências e</p><p>interesses do mercado de trabalho.</p><p>c) A educação física deve-se afirmar como uma educação pelo movimento,</p><p>considerando que as experiências corporais podem servir de base para</p><p>outras aquisições mais elaboradas, que envolvem aspectos intelectuais,</p><p>emocionais e sociais.</p><p>d) A educação física centrada na educação para o movimento, dirigida para</p><p>o corpo em uma dimensão predominantemente biológica, aproxima-se da</p><p>perspectiva humanista, pois a pessoa, vista como sujeito, está no foco da</p><p>ação pedagógica.</p><p>Fonte: Disponível em: <https://site.pciconcursos.com.br/provas/11081246/735504f24f36/</p><p>sesisp_013_13.pdf>. Acesso em: 21 out. 2015.</p><p>Questão 4 – QUESTÃO 1 do Concurso da Educação Física,</p><p>Pernambuco.</p><p>De acordo com os PCN da Educação Física, ao final do Ensino</p><p>Fundamental os alunos devem ser capazes de:</p><p>I - Adotar atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade em situações</p><p>lúdicas e esportivas, repudiando qualquer espécie de violência.</p><p>II- Treinar para competições, de forma que alcancem o alto nível para</p><p>representar o país em competições internacionais.</p><p>III - Conhecer a diversidade de padrões de saúde, beleza e estética corporal</p><p>que existem em diferentes grupos sociais, compreendendo sua inserção</p><p>dentro da cultura em que são produzidos.</p><p>13</p><p>IV - Reconhecer-se como elemento integrante do ambiente, adotando hábitos</p><p>saudáveis de higiene, alimentação e atividades corporais, relacionando-os</p><p>com os efeitos sobre a própria saúde e de melhoria da saúde coletiva.</p><p>V - Participar de treinamentos esportivos, reconhecendo o esporte como um</p><p>fenômeno social que tem suas vertentes voltadas para a performance.</p><p>Estão de acordo com os PCN as afirmações:</p><p>a) I, IV e V.</p><p>b) II, III e IV.</p><p>c) II, III</p><p>tipo de pesquisa).</p><p>• ESQUEMA (Como será feito? Quem?)</p><p>• VARIÁVEIS QUE SERÃO MENSURADAS (O que vamos medir, mensurar).</p><p>194</p><p>UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DE GINÁSTICA: NOVAS PERSPECTIVAS</p><p>UNI</p><p>UNI</p><p>Exemplo de anteprojeto em ginástica escolar (pesquisa de campo)</p><p>1 – TEMA = Verificar a flexibilidade de crianças que fazem ginástica acrobática.</p><p>2 – OBJETIVOS = Avaliar a flexibilidade de praticantes de ginástica acrobática de ambos os</p><p>sexos, com idade entre 10 a 14 anos, em uma escola municipal.</p><p>3 – PROBLEMA = Qual é o nível da flexibilidade de praticantes de ginástica acrobática de</p><p>ambos os sexos, com idade entre 10 a 14 anos?</p><p>4 – JUSTIFICATIVA = Demonstrar que a ginástica também é importante na manutenção da</p><p>flexibilidade.</p><p>5 – TIPO DE PESQUISA = Descritiva, pois irá avaliar a flexibilidade uma única vez, mostrando</p><p>a realidade sem nela interferir.</p><p>6 – VARIÁVEIS QUE SERÃO MENSURADAS = Flexibilidade pelo banco de wells.</p><p>7 – ESQUEMA = A flexibilidade será medida uma única vez. Será marcada hora, explicada</p><p>a importância da pesquisa e o que será feito. Após as assinaturas dos termos de</p><p>autorização para participação da pesquisa, medir a flexibilidade.</p><p>Exemplo de anteprojeto em ginástica (pesquisa de revisão)</p><p>1 – TEMA = Força em ginastas.</p><p>2 – OBJETIVOS = Demonstrar por meio de uma revisão a força de ginastas.</p><p>3 – PROBLEMA = Qual é o nível da força de ginastas.</p><p>4 – JUSTIFICATIVA = Demonstrar que a ginástica exige força muscular como uma valência</p><p>para sua realização.</p><p>5 – TIPO DE PESQUISA = Revisão sistemática. Buscar artigos que mediram a força e a</p><p>literatura sobre o assunto.</p><p>6 – BASES DE DADOS QUE SERÃO USADAS NA BUSCA = Google Acadêmico, Scielo,</p><p>Bireme, Lilacs. Critérios de escolha dos artigos: português, dos últimos 20 anos, que</p><p>tenham medido a força em qualquer estilo de ginástica. Palavras-chave a serem usadas</p><p>na busca: ginástica, força e seus correlatos.</p><p>TÓPICO 2 | PESQUISA EM GINÁSTICA NA ESCOLA</p><p>195</p><p>LEMBRE-SE</p><p>Depois de elaborado o anteprojeto, o próximo passo no desenvolvimento da pesquisa é ler</p><p>o que já foi publicado sobre o assunto.</p><p>Deve-se fazer um levantamento na literatura, para sintetizar todos os dados relevantes sobre</p><p>o tema em questão, buscando o maior número de artigos relacionados ao tema.</p><p>DICAS</p><p>Ao elaborarmos um projeto é um pouco mais complexo e completo do</p><p>que o anteprojeto. Exemplo de um projeto de pesquisa:</p><p>• TÍTULO = Alterações na autoestima em crianças que fazem ginástica</p><p>• INTRODUÇÃO = Relatar o assunto preferencialmente na introdução do assunto</p><p>geral para o específico. Uns quatro a cinco parágrafos. Usar bastantes citações.</p><p>• Definição do problema = Transformar o objetivo em formato de pergunta.</p><p>• Justificativa = Mencionar o porquê da necessidade de realizar o estudo etc.</p><p>• Objetivos = Objetivo Geral e Objetivos Específicos.</p><p>• Questões a investigar = Seriam os objetivos específicos em formato de pergunta.</p><p>• METODOLOGIA</p><p>• Caracterização da pesquisa = tipo de pesquisa</p><p>• População e amostra = A população são todas as pessoas e a amostra é uma</p><p>parcela dessa amostra. Relatar os critérios de inclusão dessa amostra.</p><p>• Instituição pesquisada = Especificar o local sem identificar.</p><p>• Delimitação do estudo = As variáveis que serão mensuradas.</p><p>• Instrumentos de coleta de dados = Detalhar o instrumento de medida</p><p>(questionário, testes etc.).</p><p>• Procedimentos de coleta dos dados = Detalhar como foi realizada a coleta de</p><p>dados.</p><p>• Análise estatística = Descrever como será feita a análise estatística dos dados</p><p>coletados.</p><p>196</p><p>UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DE GINÁSTICA: NOVAS PERSPECTIVAS</p><p>• CRONOGRAMA</p><p>01/01/ a 15/01/2008 Elaboração do projeto de pesquisa e contato com o responsável</p><p>pela instituição para esclarecimento do objetivo da pesquisa.</p><p>15/01 a 30/01 xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx</p><p>01/02 a 15/02 xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx</p><p>21/02 a 23/02 xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx</p><p>01/03 a 30/02 xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx</p><p>01/05 a 01/06 xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx</p><p>01/06 a 01/07 Entrega e defesa do artigo.</p><p>• ORÇAMENTO (Nem sempre é preciso, apenas em projeto em que se prevê</p><p>patrocínio)</p><p>Material Valor R$</p><p>Xerox R$ 80,00</p><p>Coleta e determinação das enzimas R$ 800,00</p><p>Seringas R$ 20,00</p><p>TOTAL R$ 1.000,00</p><p>• Referências Bibliográficas</p><p>Xxxxxxxxxxxxxxx</p><p>Xxxxxxxxxxxxxxx</p><p>xxxxxxxxxxxxxxx</p><p>• Anexos</p><p>TÓPICO 2 | PESQUISA EM GINÁSTICA NA ESCOLA</p><p>197</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR</p><p>Leia parte da entrevista com Marcos Goto (técnico de ginástica artística</p><p>brasileira) concedida à repórter Katryn Dias, para o site esporteessencial.</p><p>Se quiser visualizar a entrevista na íntegra, veja disponível em: <http://</p><p>www.esporteessencial.com.br/entrevista/marcos-goto-tecnico-de-ginastica-</p><p>artistica->.Acesso em: 15 out. 2015.</p><p>Entrevista:</p><p>O FUTURO DA GINÁSTICA BRASILEIRA</p><p>EE: O Brasil tem novos talentos para seguir o caminho de Zanetti? Que nomes</p><p>você apontaria para o futuro da modalidade, nos Jogos de 2016 e 2020?</p><p>MG: Hoje nós temos muitos ginastas com potencial para chegar a 2016. A</p><p>preocupação nossa é quem vai chegar inteiro, depois do ciclo olímpico. Não só</p><p>os atletas, mas os clubes, os treinadores e os próprios profissionais da seleção</p><p>brasileira precisam tomar cuidado com as lesões. Mas nós temos um grupo de</p><p>pelo menos 15 atletas em perfeitas condições de chegar a 2016 como uma equipe</p><p>muito forte.</p><p>EE: Como é possível identificar talentos esportivos ainda na infância? Quanto</p><p>tempo é preciso para formar um atleta de nível competitivo internacional?</p><p>MG: É uma boa pergunta! Eu não enxergo não, nós vamos trabalhando e as coisas</p><p>vão acontecendo. Num país que te dá pouca condição de trabalho, é muito difícil</p><p>identificar um talento esportivo. Talento no Brasil é aquele que aguenta treinar</p><p>e chega ao alto rendimento. Um atleta que chega ao nível internacional, mesmo</p><p>com a pouca estrutura que nós temos no país, aí ele é um talento, com certeza.</p><p>É difícil identificar quando é criança, porque tem vários fatores que influenciam.</p><p>Para chegar ao alto rendimento não precisa só ser bom de ginástica ou ser</p><p>coordenado, existem outros fatores fora do esporte. Por exemplo, a família, a</p><p>força de vontade do atleta, a sua coragem. Isso sem falar nas condições que vão</p><p>dar para ele, se vai receber ajuda ou não. Às vezes a família não tem dinheiro</p><p>nenhum e o atleta precisa de vale-transporte para treinar. E às vezes o clube não</p><p>tem para dar. Sem dinheiro, muitos precisam parar de treinar para ir trabalhar.</p><p>Assim, nós perdemos muitos atletas.</p><p>198</p><p>UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DE GINÁSTICA: NOVAS PERSPECTIVAS</p><p>EE: Qual o papel do esporte na formação de uma criança?</p><p>MG: O esporte é um meio de tirar a criança da rua, dar uma condição de vida melhor</p><p>para ela. Se você tem uma criança saudável, vai ter um adulto saudável. Assim,</p><p>investindo no esporte para crianças, os gastos com a saúde vão diminuir. Países</p><p>inteligentes conseguem enxergar isso. Infelizmente, o Brasil ainda não. O esporte</p><p>realmente educa, disciplina, dá uma linha de raciocínio. Uma criança que está</p><p>dentro do esporte é mais politizada e tem uma percepção do mundo muito melhor.</p><p>Cada modalidade e seus treinadores estão fazendo um pedacinho. Os treinadores</p><p>nacionais cumprem o seu papel, quem não cumpre é o governo.</p><p>EE: Para você, o esporte é essencial?</p><p>MG: O esporte é essencial para a vida do ser humano. Porque o ser humano é</p><p>competitivo por natureza. Então, o esporte é um meio de canalizar essa habilidade.</p><p>EE: Como técnico, você orienta seus atletas em relação ao doping? Qual a sua</p><p>posição pessoal sobre esse assunto?</p><p>MG: Na ginástica não tem muito isso. Não adianta o cara tomar alguma substância</p><p>ilegal e achar que vai ter uma performance melhor da ginástica, porque não vai.</p><p>O doping dentro da ginástica só atrapalha. O atleta tem que treinar mesmo. É o</p><p>volume, associado à qualidade de trabalho, que determina o nível técnico de um</p><p>ginasta. Por isso, nós não temos muitos problemas com doping dentro da ginástica.</p><p>199</p><p>Neste tópico você viu:</p><p>• Pesquisa é procurar resposta para alguma coisa.</p><p>• Os tipos de pesquisa mais usados atualmente para publicação em ginástica são</p><p>as pesquisas de revisão bibliográfica, de campo, descritiva ou experimental.</p><p>• A pesquisa descritiva possui uma única coleta.</p><p>• A pesquisa experimental possui relação de causa e efeito, com mais de uma</p><p>coleta e intervenção.</p><p>• Para realizar pesquisa de campo é necessária a aprovação do local onde será</p><p>realizada a pesquisa, das pessoas da amostra e aprovação de comitê de ética,</p><p>hoje a Plataforma Brasil.</p><p>• O anteprojeto seria uma elaboração antecipada do que se pretende realizar em</p><p>uma pesquisa.</p><p>• O projeto seriam os passos que serão seguidos na realização da pesquisa.</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2</p><p>200</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>Responda às questões a seguir:</p><p>1 Existem três tipos de pesquisa que podem ser usualmente</p><p>utilizados nas pesquisas com a ginástica escolar. Sobre os</p><p>tipos de pesquisa, associe os itens a seguir:</p><p>I- Revisão.</p><p>II- Experimental.</p><p>III- Descritivo.</p><p>( ) Tipo de pesquisa que envolve a análise, discussão da realidade sem nela</p><p>interferir.</p><p>( ) Tipo de pesquisa em que se faz uma avaliação crítica sobre um tema, com</p><p>análise, avaliação e integração da literatura publicada.</p><p>( ) Tipo de pesquisa que envolve a manipulação de tratamentos como uma</p><p>tentativa de estabelecer relações de causa e efeito.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:</p><p>a) ( ) I – II – III.</p><p>b) ( ) III – I – II.</p><p>c) ( ) II – III – I.</p><p>d) ( ) II – I – III.</p><p>2 Em um estudo, os pesquisadores aplicaram um questionário</p><p>em professores de Educação Física de duas escolas (uma</p><p>privada e uma pública) para verificar o conhecimento, o tipo</p><p>de ginástica e a forma como eles trabalham a ginástica na</p><p>escola.</p><p>Em que tipo de pesquisa podemos classificar o estudo acima?</p><p>a) ( ) Revisão bibliográfica.</p><p>b) ( ) Revisão sistemática.</p><p>c) ( ) Pesquisa experimental.</p><p>d) ( ) Pesquisa descritiva.</p><p>3 Em um estudo, os pesquisadores mediram a flexibilidade</p><p>de 50 crianças na escola, da 1ª à 4ª série. Durante três meses</p><p>fizeram aulas de ginástica durante a educação física escolar</p><p>e reaplicaram a medida de flexibilidade, para verificar se a</p><p>ginástica na escola alterou a flexibilidade das crianças.</p><p>201</p><p>Em que tipo de pesquisa podemos classificar o estudo acima?</p><p>a) ( ) Revisão bibliográfica.</p><p>b) ( ) Revisão sistemática.</p><p>c) ( ) Pesquisa experimental.</p><p>d) ( ) Pesquisa descritiva.</p><p>4 Conforme seus estudos sobre como fazer pesquisa na ginástica</p><p>escolar, como forma de fortalecimento da profissão educação</p><p>física e da própria prática da ginástica, analise o texto abaixo e</p><p>assinale a alternativa correta.</p><p>Para mostrar que a ginástica na escola alterou a força muscular das crianças,</p><p>os pesquisadores necessitaram medir antes da intervenção e novamente após</p><p>a intervenção.</p><p>PORQUE</p><p>Esse é um tipo de pesquisa que envolve a manipulação de tratamentos como</p><p>uma tentativa de estabelecer relações de causa e efeito, e para isso necessitam</p><p>a intervenção e acompanhamento antes e depois de um procedimento.</p><p>a) ( ) As duas são verdadeiras e a segunda é justificativa da primeira.</p><p>b) ( ) Ambas afirmações são falsas.</p><p>c) ( ) A duas são verdadeiras, mas não têm relação entre si.</p><p>d) ( ) A primeira é uma afirmação verdadeira e a segunda, falsa.</p><p>5 Para se realizar uma pesquisa de campo em ginástica,</p><p>precisamos envolver a coleta de dados com seres humanos.</p><p>Nesse sentido, assinale V para verdadeiro e F para falso sobre</p><p>as características das autorizações necessárias a tais pesquisas:</p><p>( ) É necessária a aprovação da escola para realizar a coleta de dados.</p><p>( ) É necessária a aprovação dos pais quando pesquisar com menores e,</p><p>quando se tratar de maiores, a própria pessoa.</p><p>( ) Não é necessário nenhum tipo de autorização para realizar a pesquisa.</p><p>( ) É necessária a aprovação de um comitê de ética, hoje, no Brasil, regida pela</p><p>Resolução nº 466 e obrigatória a autorização da Plataforma Brasil.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:</p><p>a) ( ) F – F – V – V.</p><p>b) ( ) V – F – F – F.</p><p>c) ( ) V – V – F – V.</p><p>d) ( ) V – F – V – F.</p><p>202</p><p>203</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ACHOUR JÚNIOR, A. 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Buenos Aires: Stadium, 1987.</p><p>216</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>e V.</p><p>d) III, IV e V.</p><p>e) I, III e IV.</p><p>Fonte: Disponível em: <https://site.pciconcursos.com.br/provas/22815197/a6a68fa9654d/</p><p>pv_professor_de_educacao_fisica.pdf>. Acesso em: 21 out. 2015.</p><p>Questão 5 – QUESTÃO 2 do Concurso da Educação Física,</p><p>Pernambuco.</p><p>No trabalho pedagógico com a Educação Física a partir da</p><p>perspectiva pedagógica proposta pelos PCN, três aspectos devem ser levados</p><p>em consideração:</p><p>a) Princípio da progressão social; o movimento como meio e fim da educação</p><p>física; a matriz biológica.</p><p>b) Princípio da inclusão; as dimensões dos conteúdos (atitudinais, conceituais</p><p>e procedimentais); os temas transversais.</p><p>c) Fases do movimento motor; dimensão da aptidão física; os temas sociais.</p><p>d) Blocos de conteúdo; a educação psicomotora; as abordagens críticas.</p><p>e) Ensino do mundo da cultura; as dimensões sociais do esporte; o projeto</p><p>político pedagógico.</p><p>Fonte: Disponível em: <https://site.pciconcursos.com.br/provas/22815197/a6a68fa9654d/</p><p>pv_professor_de_educacao_fisica.pdf>. Acesso em: 21 out. 2015.</p><p>Questão 6 – QUESTÃO 3 do Concurso da Educação Física,</p><p>Pernambuco.</p><p>De acordo com os PCN, é tarefa da educação física escolar,</p><p>EXCETO:</p><p>a) Garantir o acesso dos alunos às práticas da cultural corporal.</p><p>b) Contribuir para a construção de um estilo pessoal.</p><p>c) Oferecer instrumentos para que os alunos sejam capazes de apreciar os</p><p>conteúdos criticamente.</p><p>d) Abordar os conteúdos de forma aleatória, tendo em vista que os alunos trazem</p><p>consigo poucas experiências relativas ao conhecimento sistematizado.</p><p>14</p><p>e) Oportunizar aos alunos para que desenvolvam suas potencialidades, de</p><p>forma democrática e não seletiva.</p><p>Fonte: Disponível em: <https://site.pciconcursos.com.br/provas/22815197/a6a68fa9654d/</p><p>pv_professor_de_educacao_fisica.pdf>. Acesso em: 21 out. 2015.</p><p>Questão 7 - QUESTÃO 13 do concurso da educação física,</p><p>Pernambuco.</p><p>A partir da promulgação da Lei nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e</p><p>Bases da Educação Nacional), a educação física caracteriza-se:</p><p>a) Como componente curricular.</p><p>b) Como matéria biológica.</p><p>c) Como atividade física, esportiva e recreativa.</p><p>d) Como ensino do corpo e da mente.</p><p>e) Como disciplina extracurricular.</p><p>Fonte: Disponível em: <https://site.pciconcursos.com.br/provas/22815197/a6a68fa9654d/</p><p>pv_professor_de_educacao_fisica.pdf>. Acesso em: 21 out. 2015.</p><p>Questão 8 - QUESTÃO 15 do Concurso da Educação Física,</p><p>Pernambuco.</p><p>A educação física trata, na escola, de uma área denominada:</p><p>a) Cultura corporal.</p><p>b) Aptidão física.</p><p>c) Cultura humana.</p><p>d) Prática esportiva generalizada.</p><p>e) Educação, esporte e lazer.</p><p>Fonte: Disponível em: <https://site.pciconcursos.com.br/provas/22815197/a6a68fa9654d/</p><p>pv_professor_de_educacao_fisica.pdf>. Acesso em: 21 out. 2015.</p><p>15</p><p>TÓPICO 2</p><p>CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA</p><p>UNIDADE 1</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Neste tópico você entenderá a trajetória histórica da ginástica até os dias</p><p>atuais e sua inserção no ambiente escolar. Iniciaremos contando a história desde os</p><p>primórdios da civilização e como ela vem acompanhando a evolução da sociedade,</p><p>principalmente no ambiente escolar. A ginástica, para Ramos (1982, p.15), “vem</p><p>da Pré-história, afirma-se na Antiguidade, estaciona na Idade Média, fundamenta-</p><p>se na Idade Moderna e sistematiza-se nos primórdios da Idade Contemporânea”.</p><p>2 SÍNTESE DA CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA GINÁSTICA:</p><p>DA PRÉ-HISTÓRIA À IDADE MÉDIA</p><p>A palavra ginástica, de acordo com Ayoub (2003), advém do grego</p><p>Gymnastiké, que significa a arte de fortificar o corpo e dar-lhe agilidade. Esse</p><p>termo reflete as perspectivas historicamente direcionadas à prática da ginástica</p><p>pelo homem ao longo da história.</p><p>Para Ramos (1982), a ginástica era entendida como a prática do exercício</p><p>físico, que na pré-história tinha papel relevante para sua sobrevivência, expressando</p><p>principalmente a necessidade vital de atacar e defender-se, possuindo o caráter</p><p>utilitário, sendo transmitido através das gerações.</p><p>Podemos observar, nas figuras a seguir, que a ginástica na Pré-história</p><p>se tratava de uma exercitação espontânea e ocasional, que possuía um caráter</p><p>natural, utilitário, guerreiro, ritualístico e recreativo e objetivava a luta pela vida,</p><p>os ritos e cultos, a preparação para a guerra, as ações competitivas entre tribos e</p><p>as práticas recreativas (OLIVEIRA & NUNOMURA, 2012).</p><p>UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA</p><p>NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>16</p><p>FIGURA 1 – HOMENS PRÉ-HISTÓRICOS EM ATITUDES DE ATAQUE E DEFESA</p><p>FONTE: Disponível em: <http://i.ytimg.com/vi/OXzt_1w0qF4/hqdefault.jpg>.</p><p>Acesso em: 10 set. 2015.</p><p>FIGURA 2 – HOMENS PRÉ-HISTÓRICOS EM ATITUDES DE ATAQUE E DEFESA</p><p>FONTE: Disponível em: <https://sites.google.com/site/historiaeducacaofisica/_/</p><p>rsrc/1380599367754home/pre_historia_1%5B1%5D.jpg?height=371&width=398>.</p><p>Acesso em: 10 set. 2015.</p><p>Veja o vídeo no link a seguir que mostra a atividade física na Pré-história.<https://</p><p>www.youtube.com/watch?v=C13_sm3qw6k>.</p><p>DICAS</p><p>TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA</p><p>17</p><p>O exercício físico utilitário e sistematizado de forma rudimentar era</p><p>transmitido de uma geração a outra, por meios dos jogos, rituais e festividades</p><p>(PARRA, SANTANA, LIMA, 2010). Na Antiguidade, Ramos (1982) cita que a</p><p>prática de exercícios ocupou um lugar de destaque nas civilizações orientais e do</p><p>novo mundo. Egípcios, assírios, babilônios, hititas, persas, chineses, japoneses e</p><p>os índios pré-colombianos utilizavam a ginástica como objeto de culto, recreação</p><p>e preparação guerreira.</p><p>Na China, mais ou menos 3000 a.C., um imperador guerreiro, Hoang Ti,</p><p>pensando no progresso do seu povo, pregava os exercícios físicos com finalidades</p><p>higiênicas e terapêuticas, além do caráter guerreiro (COSTA, 1998).</p><p>FIGURA 3 – MILITARES CHINESES PRATICAVAM UM JOGO QUE NA VERDADE</p><p>ERA UM TREINO MILITAR</p><p>FONTE: Disponível em: <http://img.historiadigital.org/2014/04/Futebol-Historia-</p><p>Tsu-Chu.jpg> Acesso em: 10 set. 2015.</p><p>Na Índia, os exercícios físicos eram tidos, no começo do primeiro milênio,</p><p>como uma doutrina por causa das "leis de Manu", uma espécie de código civil,</p><p>político, social e religioso. Eram indispensáveis às necessidades militares, além</p><p>do caráter fisiológico. Buda atribuía aos exercícios o caminho da energia física,</p><p>pureza dos sentimentos, bondade e conhecimento das ciências para a suprema</p><p>felicidade do Nirvana (no budismo, estado de ausência total de sofrimento). A</p><p>yoga tem suas origens na mesma época, retratando os exercícios ginásticos no livro</p><p>Yajur Veda, que, além de um aprofundamento da Medicina, ensinava manobras</p><p>massoterápicas e técnicas de respirar (COSTA, 1998).</p><p>UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA</p><p>NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>18</p><p>FIGURA 4 – EXERCÍCIOS GINÁSTICOS NO LIVRO "YAJUR VEDA, YOGA”</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.nucleosattva.com.br/servicos_arquivos/aula01.</p><p>jpg>.Acesso em: 10 set. 2015.</p><p>Veja os vídeos nos links a seguir que mostram a história da yoga.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=3DFVOvCWzN0>.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=s_15soE_eHU>.</p><p>DICAS</p><p>No Japão, a educação física era quase sempre ligada aos fundamentos</p><p>médico-higiênicos, fisiológicos, morais, religiosos e guerreiros. A civilização</p><p>japonesa também tem sua história ligada ao mar devido à posição geográfica,</p><p>além das práticas guerreiras feudais, os samurais (COSTA, 1998).</p><p>TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA</p><p>19</p><p>FIGURA 5 – SAMURAIS, ELITE GUERREIRA DO JAPÃO FEUDAL</p><p>FONTE: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/_6VNuFjuhuQM/SoQozx8rk_I/</p><p>AAAAAAAAABg/LJQGxc62kbE/s320/OgAAALhWrUhNUCrd7mqW4YZRHVzwguYxHm</p><p>gHV6RcTM3x8ISdycfrDPN3PReOm7mSwSQ78PraP4pQSbxkuCoQDNLNPNgAm1T1</p><p>UKHmrg-ufZkTawJ_Z6R_ONpUto1o.jpg>.Acesso em: 11 set. 2015.</p><p>FIGURA 6 – SAMURAIS, ELITE GUERREIRA DO JAPÃO FEUDAL</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.ipcdigital.com/wp-content/uploads/2015/07/</p><p>photo_04-596x384-custom.jpg>. Acesso em: 11 set. 2015.</p><p>UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA</p><p>NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>20</p><p>Veja os vídeos nos links</p><p>a seguir que mostram os samurais, sua história e</p><p>costumes.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=0Z0EybcIwmQ>.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=rg0cUXcB7y4>.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=gb_sPe02Gug>.</p><p>DICAS</p><p>No Egito, dentre os costumes existiam os exercícios gímnicos, revelados</p><p>nas pinturas das paredes das tumbas, em que era valorizado o que se conhece hoje</p><p>como qualidades físicas, tais como: equilíbrio, força, flexibilidade e resistência.</p><p>Já usavam, embora de forma rudimentar, materiais de apoio, como troncos de</p><p>árvores, pesos e lanças (COSTA, 1998).</p><p>FIGURA 7 – EXERCÍCIOS GÍMNICOS REVELADOS NAS PINTURAS DAS PAREDES DAS</p><p>TUMBAS</p><p>FONTE: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/_QZXB-LgPkaA/S5mZ8XZzmXI/</p><p>AAAAAAAAAFA/7oKnJWwvdEY/s320/image013.jpg>.Acesso em: 11 set. 2015.</p><p>TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA</p><p>21</p><p>FIGURA 8 – EXERCÍCIOS GÍMNICOS NAS PINTURAS DAS PAREDES DAS TUMBAS</p><p>FONTE: Disponível em: <http://esquizofia.files.wordpress.com/2011/08/egyptian-</p><p>painting-in-the-british-museum.jpg>. Acesso em: 11 set. 2015.</p><p>A civilização da Grécia, através da sua cultura, marcou e desenvolveu a</p><p>educação física, por meio de nomes como Sócrates, Platão, Aristóteles e Hipócrates,</p><p>que contribuíram atribuindo conceitos até hoje aceitos na ligação corpo e alma</p><p>através das atividades corporais e da música (GOMES, 2010).</p><p>Os gregos valorizavam não só a ginástica pedagógica, mas também a</p><p>popular e a militar. Os sistemas metodizados e em grupo, assim como os termos</p><p>halteres, atleta, ginástica, pentatlo, entre outros, são uma herança desse povo. As</p><p>atividades sociais e físicas eram uma prática até a velhice, lotando os estádios</p><p>destinados a isso (COSTA, 1998).</p><p>FIGURA 9 – HOMENS EM PREPARAÇÃO GUERREIRA</p><p>FONTE: Disponível em: <http://s3.amazonaws.com/magoo/</p><p>ABAAAfhSEAB-6.jpg>. Acesso em: 14 set. 2015.</p><p>UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA</p><p>NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>22</p><p>FIGURA 10 – HOMENS EM PREPARAÇÃO GUERREIRA</p><p>FONTE: Disponível em: <http://historiablog.files.wordpress.com/2009/09/ancientgames.</p><p>jpeg>.Acesso em: 14 set. 2015.</p><p>Veja os vídeos nos links a seguir que mostram a simulação de jogos na Grécia</p><p>e a vida dos atletas.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=2yl0JmXm2RM>.</p><p>DICAS</p><p>Na Grécia antiga, para Platão e Aristóteles, a ginástica:</p><p>FIGURA 11 – GINÁSTICA PARA PLATÃO E ARISTÓTELES</p><p>Plano educacional = jovens praticariam a ginástca</p><p>entre os 7 a 16 anos.</p><p>Entre 17 a 20 tinham treinamento para</p><p>exercícios militares.</p><p>O ginasta era um teórico e o pedotribia um</p><p>prático.</p><p>Formação do corpo antes do espírito.</p><p>TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA</p><p>23</p><p>Há pouco mais de 15 séculos, no ano de 393, o imperador bizantino</p><p>Teodósio I, o Grande, varria do mapa a maior competição atlética do planeta, os</p><p>Jogos Olímpicos. Celebrados desde 776 a.C. às margens do rio Alfeu e dedicados</p><p>aos deuses gregos, os Jogos, que congregavam cidadãos dos diversos estados</p><p>do mundo helênico, entraram na temida lista de "cultos pagãos" e tiveram sua</p><p>realização sumariamente proibida pelo soberano cristão (VEJA, 1896).</p><p>O infausto decreto foi apenas mais uma das estocadas forasteiras no destino</p><p>livre da Grécia, berço da civilização e da cultura ocidental. Assolada por guerras,</p><p>desvirtuada por invasores, molestada por celerados, a nação de Aristóteles,</p><p>Sócrates e Platão só se desgarraria do jugo estrangeiro neste século, quando a</p><p>Guerra de Independência de 1821 libertou a Grécia do Império Otomano. Com a</p><p>liberdade, porém, veio o desafio de recuperar um país quebrado e desmoralizado</p><p>pela milenar submissão, tarefa hercúlea, como os gregos vêm dolorosamente</p><p>percebendo ao longo das últimas décadas (VEJA, 1896).</p><p>FIGURA 12 – O RENASCIMENTO DA FESTA DOS ESPORTES: OS GREGOS E SEUS</p><p>CONVIDADOS PARTICIPAM DA CERIMÔNIA DE ABERTURA, ENTRE OS DIAS 6 E 15 DE</p><p>ABRIL DE 1896</p><p>FONTE: Disponível em: <http://veja.abril.com.br/historia/olimpiada-1896/_img/imagens_</p><p>edicao/capa1.jpg>. Acesso em: 14 set. 2015.</p><p>UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA</p><p>NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>24</p><p>FIGURA 13 – A EMOCIONANTE PROVA DOS 100 METROS RASOS: DISPUTA PACÍFICA</p><p>ENTRE NAÇÕES</p><p>FONTE: Disponível em: <http://veja.abril.com.br/historia/olimpiada-1896/_img/</p><p>imagens_edicao/capa2.jpg>. Acesso em: 14 set. 2015.</p><p>Veja os vídeos nos links a seguir que mostram a história das Olimpíadas.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=xa10pWiWk8g>.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=oBeIwFExTS0>.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=V2XYVI4A3bA>.</p><p>DICAS</p><p>Em Atenas (1896) participaram das provas 295 atletas de 13 países, esses</p><p>números foram se multiplicando em uma escala geométrica até alcançar os números</p><p>atuais, identificando os Jogos Olímpicos com a condição de um megaevento. Um</p><p>megaevento se caracteriza por seu caráter temporal, sua capacidade de atrair um</p><p>grande número de participantes de diversas nacionalidades e também por chamar</p><p>a atenção dos meios de comunicação com ressonância global (RUBIO, 2005).</p><p>Há 60 anos os Jogos Olímpicos deixaram de ser um evento europeu.</p><p>Durante esse período os Jogos de Verão percorreram a Oceania (duas vezes), a</p><p>América do Norte (quatro vezes), a Ásia (três vezes) e a Europa (seis vezes) e</p><p>espera-se que eles possam chegar à África e à América Latina (RUBIO, 2005).</p><p>TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA</p><p>25</p><p>Em 1985, Fernando Brochado, na época presidente da Confederação</p><p>Brasileira de Ginástica, decidiu mudar o nome da ginástica olímpica para ginástica</p><p>artística, referindo-se àquela ginástica praticada nos grandes equipamentos (seis</p><p>eventos para o masculino e quatro eventos para o feminino), estabelecendo como</p><p>modalidades olímpicas as seguintes manifestações esportivas de ginástica: a</p><p>ginástica artística masculina, a ginástica artística feminina, a ginástica rítmica</p><p>desportiva, o trampolim acrobático e a ginástica aeróbica. Desse modo, o termo</p><p>ginástica olímpica estaria se referindo a qualquer uma dessas cinco manifestações</p><p>esportivas da ginástica (NUNOMURA, NISTA-PICCOLO, EUNEGI, 2004).</p><p>Atualmente, as competições oficiais envolvem seis provas masculinas e</p><p>quatro femininas, são elas:</p><p>FIGURA 14 – PROVAS OLÍMPICAS DA GINÁSTICA</p><p>Provas</p><p>masculinas</p><p>Solo Solo</p><p>Cavalo com alças</p><p>Paralelas simétricas</p><p>Paralelas assimétricas</p><p>Trave de equilíbrioArgola</p><p>Salto</p><p>Salto</p><p>Barra</p><p>Provas</p><p>femininas</p><p>FONTE: Nunomura, Nista-Piccolo, Eunegi, (2004)</p><p>A ginástica olímpica, modalidade esportiva mais antiga e popular do</p><p>programa olímpico, se distingue pela grande variedade de movimentos dinâmicos</p><p>ou estáticos, de difícil coordenação, executados em condições especiais: nos</p><p>aparelhos, onde o nível dos ginastas é avaliado por um grupo de juízes, conforme</p><p>os critérios de dificuldade do programa, a composição e a qualidade de execução</p><p>(JOÃO & FERNANDES FILHO, 1996).</p><p>UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA</p><p>NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>26</p><p>FIGURA 15 – GINASTAS OLÍMPICOS DE ANTIGAMENTE</p><p>FONTE: Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/</p><p>commons/thumb/f/f8/Gym_combination_2.JPG/250px-Gym_</p><p>combination_2.JPG>. Acesso em: 14 set. 2015.</p><p>FIGURA 16 – GINASTAS OLÍMPICOS DE ANTIGAMENTE</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.rio2016.com/sites/default/files/imagecache/</p><p>switcher_960x620_rounded_corners/cioc-albert_meyer_pho10002988.ori_.jpg>. Acesso</p><p>em: 14 set. 2015.</p><p>TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA</p><p>27</p><p>FIGURA 17 – GINASTAS OLÍMPICOS DE ANTIGAMENTE</p><p>FONTE: Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/</p><p>thumb/5/53/Weingartner.jpg/160px-Weingartner.jpg>. Acesso em: 14 set. 2015.</p><p>FIGURA 18 – GINASTAS OLÍMPICOS DE ANTIGAMENTE</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.medalhabrasil.com.br/wp-content/uploads/2012/04/</p><p>historia_ginastica_03.jpg>. Acesso em: 14 set. 2015.</p><p>UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA</p><p>NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>28</p><p>FIGURA 19 – GINASTAS OLÍMPICOS 2015</p><p>FONTE: Disponível em: <http://news.portalbraganca.com.br/wp-content/uploads/2015/07/</p><p>ginastica-r%C3%ADtmica-1024x681.jpeg>.</p><p>Acesso em: 14 set. 2015.</p><p>FIGURA 20 – GINASTAS OLÍMPICOS 2015</p><p>FONTE: Disponível em: <http://news.portalbraganca.com.br/wp-content/uploads/2015/07/</p><p>Gin%C3%A1stica.jpg>. Acesso em: 14 set. 2015.</p><p>TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA</p><p>29</p><p>Esta unidade trouxe um pouco sobre a história dos Jogos Olímpicos. Na</p><p>próxima unidade você saberá especificamente as características de cada modalidade da</p><p>ginástica artística.</p><p>ESTUDOS FU</p><p>TUROS</p><p>A derrota militar da Grécia para Roma não impediu a invasão cultural</p><p>grega nos romanos, que combatiam a nudez na ginástica. Sendo assim, a atividade</p><p>física era destinada às práticas militares. A célebre frase "mens sana in corpore sano",</p><p>de Juvenal, vem desse período romano (COSTA, 1998).</p><p>A queda do Império Romano foi muito negativa para a educação física,</p><p>principalmente com a ascensão do cristianismo, que perdurou por toda a Idade</p><p>Média. O culto ao corpo era um verdadeiro pecado. Também foi chamado, por</p><p>alguns autores, de "Idade das Trevas" (COSTA, 1998).</p><p>Nesse momento da história, a ginástica teve um momento de decadência.</p><p>Passam a existir apenas exercícios físicos, lutas e justas, com objetivos voltados para</p><p>os dogmas da Igreja, sofrendo forte influência da inflexibilidade do cristianismo</p><p>dominante, acarretando a concepção de corpo como instrumento do pecado, de</p><p>modo que, quanto menos ativo, melhor (BERTONI, PEREIRA & PALMA, s/d.).</p><p>A ginástica ou exercício físico era, nesta época, privilégio da nobreza.</p><p>Desse modo, defenderiam a pátria e participariam de jogos como os Torneios de</p><p>Justas aqueles que tivessem títulos de nobreza. E quanto à plebe, seus torneios</p><p>populares originados na Grécia Antiga foram banidos pela Igreja, restando</p><p>apenas manifestações de canto e danças (BERTONI, PEREIRA e PALMA, s/d.).</p><p>Veja os vídeos nos links que mostram a simulação das justas medievales.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=FcOnpOCcFQU>.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=aZEoWtHglgg>.</p><p>DICAS</p><p>UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA</p><p>NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>30</p><p>A preparação militar para as Cruzadas era feita por meio de:</p><p>FIGURA 21 – TREINAMENTO PARA AS CRUZADAS</p><p>4 - Marchas e</p><p>corridas a pé</p><p>3 - O manejo do</p><p>arco e flecha</p><p>2 - Esgrima1 - Treinamento</p><p>dos cavaleiros</p><p>FONTES: 1) <https://pixabay.com/pt/knight-cavalo-armadura-idadem%C3%A9dia-2651812/></p><p>2)<https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4f/Jagiellonian_Ms.Germ.</p><p>Quart.16_(Gladiatoria)_09v_-_Longsword_in_armor.jpg>.</p><p>3)<http://3.bp.blogspot.com/-oxm3dXSxgKM/TVggcPYQxjI/AAAAAAAADTk/</p><p>m6OVbMHWq18/s1600/agincourt_archer.jpg>.</p><p>4) <https://idademedia.files.wordpress.com/2012/08/paliodisiena2acidademedieval.jpg>.</p><p>Acesso em: 14 set. 2015.></p><p>Na Idade Média houve um desenvolvimento da acrobacia, pois se</p><p>apresentavam nos castelos feudais, palácios reais e nas cidades, acrobatas e</p><p>equilibristas. Estes, sem dúvida, tiveram influência no desenvolvimento de</p><p>técnicas de exercícios ginásticos nos períodos posteriores, principalmente com</p><p>relação aos aparelhos de grande porte (OLIVEIRA e NUNOMURA, 2012).</p><p>Leia a seguir os outros jogos populares da Idade Média.</p><p>TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA</p><p>31</p><p>UNI</p><p>UNI</p><p>Você sabia que um dos jogos mais populares na Idade Média era a "soule",</p><p>antepassado do futebol? Até os padres, após a missa dominical, se misturavam com o povo e</p><p>jogavam a "soule". Esse jogo consistia em atingir com a bola de couro ou de madeira com os</p><p>punhos, com os pés ou com bastões curvos, jogada de qualquer maneira, um alvo defendido</p><p>pela equipe contrária. Havia “soules” entre povoados vizinhos. A vitória consistia em levar a</p><p>bola até a praça do povoado adversário.</p><p>Cada partida era disputada por duas equipes, mas só uma pessoa a vencia, o que explica a</p><p>violência. Um documento de 1374 afirma que era preciso tomar a bola, não importava como:</p><p>“o soule permitia socos, pontapés, golpes violentos à vontade”. A prática exigia, portanto,</p><p>bom preparo físico.</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/na_idade_</p><p>media_a_igreja_condena_o_esporte_imprimir.html>. Acesso em: 15 set. 2015.</p><p>Outro esporte em voga na Idade Média era o jogo da pela, ancestral do tênis</p><p>moderno. Os praticantes eram essencialmente aristocratas. Em seus primórdios, consistia</p><p>em lançar uma bola de couro ou lã, chamada de pela, com a palma da mão; daí o nome</p><p>original em francês – jeu de paume (jogo de palma).</p><p>FIGURA 22 – JOGO DA “SOULE”</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/img/na_idade_</p><p>media_a_igreja_condena_o_esporte_4__2012-07-26202714.jpg>. Acesso em: 14 set. 2015.</p><p>UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA</p><p>NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>32</p><p>Por volta do fim do século XV, a palma da mão foi substituída pela raquete ou pelo bastão.</p><p>No século XV e no início do XVI, o jogo passou a ser realizado em uma quadra coberta de</p><p>25 a 30 metros de comprimento por 8 a 10 metros de largura. As partidas eram geralmente</p><p>disputadas por dois jogadores, cada um procurando impedir o adversário de recuperar a</p><p>bola e devolvê-la. O número de participantes, porém, podia chegar a quatro, seis ou até oito.</p><p>FONTE: <http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/na_idade_media_a_igreja_</p><p>condena_o_esporte_imprimir.html>. Acesso em: 15 set. 2015.</p><p>FIGURA 23 – JOGO DA PELA</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www2.uol.com.br/historiaviva/</p><p>reportagens/ img/na_idade_media_a_igreja_condena_o_</p><p>esporte_1__2012-07-26202509.jpg>. Acesso em: 14 set. 2015.</p><p>FIGURA 24 – EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NO JOGO DA PELA,</p><p>ANCESTRAL DO TÊNIS, SURGIDO NO SÉCULO XIII</p><p>Fonte: Disponível em: <http://www2.uol.com.br/historiaviva/</p><p>reportagens/img/na_idade_media_a_igreja_condena_o_</p><p>esporte_2__2012-07-26202531.jpg>. Acesso em: 14 set. 2015.</p><p>TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA</p><p>33</p><p>FIGURA 25 – ACROBACIAS DA IDADE MÉDIA</p><p>FONTE: Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/</p><p>commons/6/67/Tiepolo,_Giovanni_Battista_-_Pulcinella_and_the_</p><p>Tumblers_-_1797.jpg>. Acesso em: 14 set. 2015.</p><p>Agora vamos entrar em nova fase da história, com o surgimento novamente</p><p>da ginástica e sua valorização.</p><p>ESTUDOS FU</p><p>TUROS</p><p>3 SÍNTESE DA CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA GINÁSTICA:</p><p>DO RENASCIMENTO ATÉ ATUALMENTE</p><p>Renascimento, Renascença ou Renascentismo são os termos usados para</p><p>identificar o período da História da Europa que foi um importante movimento de</p><p>ordem artística, cultural e científica que se deflagrou na passagem da Idade Média</p><p>para a Moderna. Foi o primeiro movimento cultural motivado pela burguesia e</p><p>teve seu início na Europa, na região de Florença, na Itália e, posteriormente, passou</p><p>por Alemanha, Inglaterra e Países Baixos. No Renascimento a ginástica ressurgiu</p><p>em vários países, recuperando o corpo macerado pelas guerras, pelos jejuns</p><p>prolongados e pelos descuidos impostos pela religião, que considerava a prática</p><p>corporal uma fonte de luxúria e de pecados (OLIVEIRA e NUNOMURA, 2012).</p><p>UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA</p><p>NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>34</p><p>Durante o Renascimento houve o resgate da importância dos cuidados</p><p>com o corpo, ressurgindo o ideal pedagógico, em que a prática de exercícios físicos</p><p>e de jogos deveria ser considerada na formação dos jovens, por isso, necessários</p><p>nas escolas, mesmo que ainda sem uma finalidade didática e metodologia</p><p>sistematizada de cultura corporal do movimento (PEREIRA, 2007).</p><p>Simbolicamente, a partir de 1453, o exercício físico na Idade Moderna,</p><p>quando da tomada de Constantinopla pelos turcos, passou a ser altamente</p><p>valorizado como agente de educação, com contribuição de vários pedagogos,</p><p>para a evolução do conhecimento da educação física com a publicação de obras</p><p>relacionadas à pedagogia, à fisiologia e à técnica, levando à sistematização da</p><p>ginástica (PAOLIELLO, 2011).</p><p>O corpo e a beleza física foram celebrados na arte renascentista. A mulher,</p><p>antes ligada ao pecado, reapareceu, seminua e deslumbrante, em O Nascimento</p><p>de Vênus, tela de Sandro Boticelli, pintada</p><p>em 1485 (MATOS, GENTILE e</p><p>FALZETTA, 2004).</p><p>FIGURA 26 – O NASCIMENTO DE VÊNUS, TELA DE SANDRO BOTICELLI</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www.ufrgs.br/napead/repositorio/objetos/historia-arte/</p><p>imgs/idmod/Botticelli_08.jpg>. Acesso em: 14 set. 2015.</p><p>Michelangelo Buonarroti enfatizou a beleza do corpo masculino em Davi,</p><p>escultura florentina, em 1504, e na imagem de Adão, pintada no teto da Capela</p><p>Sistina entre 1508 e 1512.</p><p>TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA</p><p>35</p><p>FIGURA 27 – DAVI DE MICHELANGELO BUONARROTI</p><p>FONTE: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/-FkBnrqdTX44/UZ_</p><p>IjDtahfI/AAAAAAAAADw/_fSd3pevOEk/s1600/davi+(1).jpg>. Acesso em: 14</p><p>set. 2015.</p><p>Leonardo da Vinci foi o maior dos “artistas-anatomistas” do Renascimento.</p><p>Encheu vários cadernos com anotações e desenhos sobre o funcionamento de órgãos,</p><p>ossos e músculos, que estudava dissecando cadáveres. Reproduzida à exaustão, uma</p><p>das ilustrações dos diários, o Homem Vitruviano (1490), expressa o equilíbrio e as</p><p>proporções da figura masculina (MATOS; GENTILE; FALZETTA, 2004).</p><p>FIGURA 28 – HOMEM VITRUVIANO, DE LEONARDO DA VINCI</p><p>FONTE: Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/</p><p>commons/6/67/Tiepolo,_Giovanni_Battista_-_Pulcinella_and_the_</p><p>Tumblers_-_1797.jpg>. Acesso em: 14 set. 2015.</p><p>UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA</p><p>NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>36</p><p>O guerreiro rude deu lugar a um novo padrão masculino. Esse ideal de</p><p>diversidade se manteve nos séculos seguintes, nos círculos de elite, reforçando a</p><p>necessidade dos exercícios físicos. Até por volta do século XVIII acreditava-se que</p><p>o corpo era apenas o resultado de uma herança genética, mas aos poucos, com</p><p>o crescimento das cidades e o surgimento de novas ocupações, o físico passou</p><p>a ser mais exigido. Por motivos de saúde, de higiene e de necessidade para o</p><p>trabalho cada vez mais repetitivo e especializado (eram os primeiros sinais da</p><p>Revolução Industrial), a prática de exercícios deveria ser estendida para a maioria</p><p>da população e não se restringir ao esporte de elite. Assim, entra o corpo no século</p><p>XIX (MATOS, GENTILE e FALZETTA, 2004).</p><p>Com a evolução do conhecimento da prática de exercícios físicos, foram</p><p>publicadas obras relacionadas à pedagogia, à fisiologia e à técnica de execução. Os</p><p>jogos populares, as danças folclóricas e o atletismo eram as formas mais comuns</p><p>de exercícios físicos nesse período (OLIVEIRA e NUNOMURA, 2012).</p><p>Atualmente, as competições estão em alta, exigindo ao máximo a</p><p>capacidade física dos atletas, com a superação de limites, quebra de recordes,</p><p>vitória a todo custo. Os esportes de massa surgiram com uma série de</p><p>transformações na vida urbana. A Inglaterra – cenário de mudanças desde a</p><p>Revolução Industrial – foi também o berço dos esportes coletivos, tendo como</p><p>origem as atividades praticadas em colégios e universidades. São elas (MATOS,</p><p>GENTILE e FALZETTA, 2004):</p><p>FIGURA 29 – ESPORTES COLETIVOS COM INÍCIO NA INGLATERRA</p><p>Competições de barcos a remo, 1829, ano do primeiro</p><p>desafio entre Oxford e Cambridge.</p><p>Futebol ganhou regulamento unificado (1843) - as regras de</p><p>Cambridge - e 20 anos depois passou ao controle de uma</p><p>associação nacional.</p><p>Boxe adotou em 1867 normas propostas pelo marquês</p><p>de Queensberry. Em 1880, os ingleses fundaram uma</p><p>Associação Atlética Amadora.</p><p>FONTE: Matos, Gentile e Falzetta, (2004)</p><p>TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA</p><p>37</p><p>Rapidamente, as inovações se espalharam pelo mundo. Em 1892, o barão</p><p>francês Pierre de Coubertin propôs a reedição dos Jogos Olímpicos. Em sua opinião,</p><p>a "exportação de atletas" seria o "comércio livre" do futuro e um instrumento para a</p><p>paz mundial. Quatro anos depois, o rei da Grécia, Jorge I, abriu os primeiros jogos</p><p>da era contemporânea (MATOS, GENTILE e FALZETTA, 2004).</p><p>Determinados modelos, especialmente os métodos ginásticos europeus</p><p>do século XIX, constituídos a partir das diversas formas de se pensar os exercícios</p><p>físicos em países da Europa, como Dinamarca, Áustria, Alemanha, França,</p><p>Suécia e Inglaterra, construíram a ginástica contemporânea. Pode-se dizer que</p><p>o movimento ginástico europeu é fruto do pensamento científico da época, que</p><p>desejava atribuir um caráter de utilidade aos exercícios físicos, com princípios</p><p>de ordem e disciplina, contribuindo assim para o afastamento da ginástica de</p><p>seu núcleo primordial: o divertimento. Neste contexto, houve uma tentativa</p><p>de negação das práticas populares de artistas de rua, de circo, acrobatas, entre</p><p>outros, que apresentavam a ginástica como espetáculo, trazendo o corpo como</p><p>centro de entretenimento (OLIVEIRA, 2007).</p><p>Quatro principais escolas, a Escola Alemã, a Escola Sueca, a Escola</p><p>Francesa, serviram de suporte para o surgimento dos principais métodos</p><p>ginásticos, o que resultou nos três grandes movimentos ginásticos da Europa: o</p><p>Movimento do Oeste na França, o Movimento do Centro na Alemanha, Áustria e</p><p>Suíça e o Movimento do Norte, englobando os países da Escandinávia. E a Escola</p><p>Inglesa, que se voltou para as atividades desportivas (SOUZA, 1997).</p><p>A Escola Alemã era de caráter extremamente nacionalista, com o</p><p>objetivo de preparar os corpos para a defesa da pátria, criando um forte espírito</p><p>nacionalista para atingir a unidade, com homens e mulheres fortes, robustos e</p><p>saudáveis, apoiando-se nas ciências biológicas, para desenvolver seus métodos</p><p>(DODÔ e REIS, 2014).</p><p>Em 1760, inspirado nas doutrinas pedagógicas de Jean-Jacques Rousseau</p><p>(1712-1778) e John Locke (1632-1704), Johann Bernard Basedow (1723-1790) iniciou</p><p>um processo de estruturação, denominado Método Alemão, que posteriormente</p><p>atingiu o ápice com os trabalhos de Johann Christoph Friedrich Guts-Muths (1759-</p><p>1839), Adolph Spiess (1810-1854) e Friedrich Ludwig Jahn (1778-1852) (DODÔ e</p><p>REIS, 2014).</p><p>Guts-Muths foi considerado o pai da ginástica pedagógica. Para ele,</p><p>deveria ser organizada pelo Estado e ministrada todos os dias e para todos.</p><p>Spiess preocupou-se com a inserção da ginástica nas escolas e procurou colocá-</p><p>la no mesmo plano das demais disciplinas escolares. Jahn, principal responsável</p><p>pela disseminação do método entre a população, trouxe ao seu sistema o caráter</p><p>militarista e extremamente patriótico, chegando a criar termos próprios, como,</p><p>por exemplo, a palavra Turnen, que significa ginástica (DODÔ e REIS, 2014).</p><p>UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA</p><p>NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>38</p><p>Em um manual de ginástica escrito por Guts Muths, ele reconhece</p><p>a importância da fisiologia como base para a elaboração do que chama de</p><p>‘‘verdadeira teoria da ginástica’’. Ele cita</p><p>que uma verdadeira teoria da ginástica deveria ser elaborada baseada</p><p>em princípios fisiológicos e a prática de cada exercício regulada pelas</p><p>qualidades físicas de cada indivíduo, mas tal perfeição não é esperada</p><p>desse trabalho, feito somente pela genuína experiência de oito anos de</p><p>prática, que me convenceram de que a ginástica é necessária à educação’.</p><p>(GUTS MUTHS, 1928, p. 12-13 apud QUITZAU, 2015, p. 113).</p><p>Veja a seguir que a divisão dos jogos aqui exposta representa as duas</p><p>classes de exercícios apresentadas por Guts Muths em seu manual de jogos.</p><p>Dentro das duas classes há ainda outras subdivisões.</p><p>FIGURA 30 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS POR GUTS</p><p>Tabela 1 Elementos constituintes da ginástica de Guts Muths</p><p>Exercícios ginásticos Trabalhos manuais Jogosa</p><p>Saltar Carpintaria De movimento sentados ou</p><p>de descanso</p><p>Correr Torneiro</p><p>Arremessar Jardinagem</p><p>Lutar Encadernação</p><p>Escalar</p><p>Equilibrar</p><p>Levantar e carregar; exercícios</p><p>para as costas; pular corda e arco</p><p>Banhar-se; nadar exercícios de</p><p>enrijecimento</p><p>Leitura e declamação</p><p>Exercício dos sentidos</p><p>Fonte: Guts Muths (1928) e Guts Muths (1959).</p><p>a A divisão dos jogos aqui exposta representa as duas classes de exercícios apresentados por Guts</p><p>Muths em seu manual de jogos. Dentro das duas classes há ainda outras subdivisões.</p><p>FONTE: Quitzau (2015)</p><p>Veja os vídeos nos links a seguir que mostram a ginástica alemã:</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=00vhq4RjQIM>.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=1iIwMdZecPo>.</p><p>DICAS</p><p>TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA</p><p>39</p><p>FIGURA 31 – GINÁSTICA DE RODA ALEMÃ</p><p>FONTE: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/_mIt4N029Eso/S8iIrAXojlI/</p><p>AAAAAAAAABw/3L6SvCjWy7w/s1600/NiceKnickers!.jpg>. Acesso em: 17 set. 2015.</p><p>FIGURA 32 – GINÁSTICA ALEMÃ</p><p>FONTE: Disponível em: <http://www2.brasilalemanha.com.br/1824_antes_arquivos/</p><p>image010.jpg>. Acesaso em: 17 set. 2015.</p><p>A Escola Alemã resultou na modalidade competitiva atual Ginástica</p><p>Artística e “foi a base para a estruturação da “Ginástica Moderna”, que é a atual</p><p>Ginástica Rítmica”. (FIORIN, 2002, p. 27 apud DODÔ e REIS, 2014).</p><p>UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA</p><p>NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>40</p><p>A Escola Sueca foi idealizada por Pehr Henrick Ling (1776-1839) e possuía</p><p>um caráter não acentuadamente militar, mas sim “pedagógico” e “social”, com a</p><p>finalidade de extirpar os vícios da sociedade, em especial o alcoolismo, regenerar</p><p>a população, gerando indivíduos fortes que pudessem ser úteis à pátria, como</p><p>soldados ou trabalhadores civis (SOARES, 2004).</p><p>Levando em consideração os princípios estabelecidos dentro das ciências</p><p>biológicas, Ling criou exercícios livres sem aparelhos, de execução fácil e estética,</p><p>além de saltos no cavalo, cambalhotas, jogos ginásticos, patinação e esgrima.</p><p>Tudo associado a cantos alegres e disciplina militar (RAMOS, 1982).</p><p>Uma sessão de exercícios livres era composta da seguinte forma (DODÔ</p><p>e REIS, 2014):</p><p>1º - Exercícios de ordem.</p><p>2º - Exercícios de pernas ou movimentos preparatórios formando uma pequena série.</p><p>3º - Extensão da coluna vertebral.</p><p>4º - Suspensões simples e fáceis.</p><p>5º- Equilíbrio.</p><p>6º - Passo ginástico ou marcha.</p><p>7º - Movimentos dos músculos dorsais.</p><p>8º - Movimentos dos músculos abdominais.</p><p>9º - Movimentos laterais de tronco.</p><p>10º - Movimentos de pernas.</p><p>11º - Suspensões mais intensas que as do nº 4.</p><p>12º - Marchas ou movimentos de pernas, executados mais rapidamente que os</p><p>outros para preparar saltos.</p><p>13º - Saltos.</p><p>14º - Movimentos de pernas.</p><p>15º - Movimentos respiratórios.</p><p>FIGURA 33 – GINÁSTICA SUECA</p><p>FONTE: Disponível em: <http://ginasticasueca.zip.net/images/calistenia.jpg>.</p><p>Acesso em: 17 set. 2015.</p><p>TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA</p><p>41</p><p>FIGURA 34 – GINÁSTICA SUECA</p><p>Fonte: Disponível em: <http://www.parkour.pt/site/artigos/parkour/_georges_</p><p>hebert/mn.jpg>. Acesso em: 17 set. 2015.</p><p>Veja os vídeos nos links a seguir que mostram a ginástica sueca.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=dsNLap2jqfM>.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=kg3Iu5zv_JM>.</p><p>DICAS</p><p>“A extensão do movimento não ficou na Suécia, estendeu-se com</p><p>entusiasmo por todo o mundo, principalmente aos demais países nórdicos</p><p>– Dinamarca, Noruega e Finlândia” (RAMOS, 1982, p. 211). Na Dinamarca, o</p><p>Método Sueco foi chamado de Ginástica Racional, por ser fundamentado e</p><p>consciente de seu objetivo.</p><p>Entretanto, foi considerado inapto para as necessidades e interesses da</p><p>juventude dinamarquesa, por ser composto por posições rígidas. Surge, então,</p><p>a Ginástica Básica Dinamarquesa, idealizada por Niels Bukh, uma Ginástica de</p><p>Movimento. Assim como Ling, Bukh preocupou-se muito com a postura. Os</p><p>exercícios deveriam ser diferentes para homens e mulheres e voltados para a</p><p>correção de defeitos posturais oriundos do trabalho (DODÔ e REIS, 2014).</p><p>Seguindo os métodos de Ling, a escola dinamarquesa difundiu a ginástica</p><p>na escola e a prática pela população, porém aos poucos foi criando um novo</p><p>método, pois não estavam satisfeitos com a sistematização dos exercícios. Para</p><p>os dinamarqueses, o instrutor de ginástica não deveria somente sistematizar os</p><p>exercícios e sim conduzir um trabalho de forma que o aluno fosse consciente</p><p>UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA</p><p>NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>42</p><p>do objetivo da atividade. A ginástica dinamarquesa valorizava os movimentos</p><p>naturais e sua utilização como instrumento educativo (STANQUEVISCH, 2004).</p><p>Alguns exercícios propostos por Bukh (DODÔ e REIS, 2014):</p><p>1º - extensão lateral das pernas em posição acocorada nas pontas dos pés, com as</p><p>mãos apoiadas no solo.</p><p>2º - separação e extensão das pernas em posição acocorada nas pontas dos pés,</p><p>apoiando as mãos no solo.</p><p>3º - flexão unilateral lenta e profunda dos joelhos, em posição vertical com as</p><p>pernas abertas e em colaboração com um companheiro.</p><p>4º - torsão do tronco com movimento unilateral de braço para fora em posição</p><p>vertical com o tronco inclinado para a frente, as pernas abertas e os braços</p><p>flexionados horizontalmente à altura dos ombros.</p><p>Também inspirada na Ginástica Sueca de Ling, temos a Calistenia, que é</p><p>uma série de exercícios ginásticos localizados, com fins corretivos, fisiológicos</p><p>e pedagógicos, que pode integrar perfeitamente qualquer sistema ginástico.</p><p>Objetivando melhorar a forma física da população, foi introduzida nas escolas</p><p>americanas em 1860 por Dio Lewis. Os exercícios calistênicos foram divididos em</p><p>oito grupos: de braços e pernas; para a região póstero-superior do tronco (parte</p><p>superior da espádua); para a região póstero-inferior do tronco (parte inferior da</p><p>espádua); para a região lateral do tronco (laterais); de equilíbrio; gerais de ombros</p><p>e espáduas (Wood) ou gerais de espáduas e ombros (Skartrom); Saltos e corridas</p><p>(Skarstrom) ou sufocantes (Wood) (DODÔ e REIS, 2014).</p><p>FIGURA 35 – GINÁSTICA DINAMARQUESA</p><p>FONTE: Disponível em: <http://s.glbimg.com/po/tt/f/original/2012/08/01/imagem17.</p><p>jpg>.Acesso em: 17 set. 2015.</p><p>TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA</p><p>43</p><p>FIGURA 36 – GINÁSTICA DINAMARQUESA</p><p>FONTE: Disponível em: <http://gazetaweb.globo.com/Fotos/Noticias/030810acrobacias.</p><p>jpg>.Acesso em: 17 set. 2015.</p><p>Veja os vídeos através dos links a seguir que mostram a ginástica dinamarquesa.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=2Ggw4LBd-gs>.</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=rIF-fHdt2oQ>.</p><p>DICAS</p><p>A Escola Francesa teve como principais representantes o Método Francês</p><p>desenvolvido por D. Francisco de Amoros e Ondeaño (1770-1848), George Demeny</p><p>(1850-1917) e o Método Natural pensado por Hébert (1875-1957) (RAMOS, 1982).</p><p>A contribuição de Amoros, um militar que dá início a um trabalho de</p><p>ginástica com o objetivo de educação moral dos seus alunos, tinha como ideia</p><p>principal afastar a prática por entretenimento e buscar fundamentá-la em</p><p>exercícios severos, rigorosos e de exigências acrobáticas (STANQUEVISCH, 2004).</p><p>Demeny, discordando do método sueco de Ling, propôs exercícios</p><p>ginásticos completos, arredondados e contínuos (RAMOS, 1982). Voltou-se para</p><p>a saúde da mulher, combatendo hábitos elegantes, tais como cintas, salto alto,</p><p>porta-seios; condenava os meios de sustentação artificiais (DODÔ e REIS, 2014).</p><p>UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA</p><p>NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>44</p><p>“O método (francês) para alcançar os seus objetivos preconiza sete formas</p><p>de trabalho: jogos, flexionamentos, exercícios educativos, exercícios mímicos,</p><p>aplicações, desportos individuais e coletivos”. (RAMOS, 1982, p. 222). Abordava</p><p>exercícios de marcha, corrida, salto, lançamentos, lutas, esgrima, utilização de</p><p>pesos e halteres, ginástica de aparelhos, remo, ciclismo, natação e salvamento e</p><p>desportos coletivos.</p><p>Para Hébert, o avanço da tecnologia e o aumento da utilização das máquinas</p><p>nos trabalhos afastavam o homem da vida natural, fazendo com que perdesse a</p><p>sua virilidade. Assim, sistematizou um método baseado na vivência do homem</p><p>primitivo para aplicá-lo na sociedade moderna, propondo o seu método naturalista,</p><p>ou seja, uma educação física completa e utilitária, por meio de exercícios naturais</p><p>completos e sintéticos, contrapondo-se aos mecanismos analíticos observados</p><p>anteriormente nos métodos de Amoros e Demeny. De modo que ele sistematiza</p><p>seu método pela classificação de oito grupos de exercícios distintos: “o trepar, o</p><p>levantar, o lançar, a defesa natural (pelo boxe e pela luta), a natação, a marcha, a</p><p>corrida e o salto”. (AZEVEDO,</p>