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<p>1ºAula</p><p>VISÃO GERAL</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Ao término desta aula, vocês serão capazes de:</p><p>•	 definir redes de computadores;</p><p>•	 identificar como surgiu o conceito de redes de computadores e o seu histórico;</p><p>•	 definir os componentes, a classificação, as topologias e como é estruturada uma arquitetura de redes de computadores;</p><p>•	 entender o que é uma transmissão de dados, seus tipos, os problemas a que está sujeita e os meios físicos que são</p><p>utilizados;</p><p>•	 definir o que é o modelo OSI, o seu objetivo e a sua importância em redes de computadores.</p><p>Caros(as) alunos(as)</p><p>Até agora vocês são apenas usuários das redes de computadores.</p><p>Algum de vocês já tiveram a curiosidade de saber o funcionamento de</p><p>uma rede de computadores? Como pode uma foto, música ou mensagem</p><p>ser enviada de seu computador para outro que está do outro lado do</p><p>mundo? Quais as teorias envolvidas nesse processo?</p><p>A partir desta disciplina vocês literalmente “abrirão o capô” da rede</p><p>de computadores e irão descobrir o que faz ela funcionar.</p><p>Então, vamos realmente ao que interessa. A seguir, serão</p><p>apresentados os objetivos dessa aula e como ela será dividida.</p><p>Bons estudos!</p><p>Introdução a Redes I 6</p><p>1. Definição e contextualização histórica</p><p>2. Componentes e tecnologias envolvidas</p><p>3. Arquiteturas e modelo de referência</p><p>1. Definição de redes de computadores</p><p>Você saberia definir o que é uma rede de computadores?</p><p>Veja a definição dada por um grande estudioso da área, Andrew</p><p>Tanembaum:</p><p>vamos usar o termo rede de computadores quando</p><p>quisermos falar de um conjunto de computadores</p><p>autônomos interconectados. Dois computadores</p><p>estão interconectados quando podem trocar</p><p>informações. A conexão não precisa ser feita por</p><p>um fio de cobre; também podem ser usados fibras</p><p>óticas, microondas e satélites de comunicação.</p><p>Quando exigimos que os computadores sejam</p><p>autônomos, desejamos excluir os sistemas em</p><p>que haja uma nítida relação mestre/escravo. Se</p><p>um computador tiver o poder de iniciar, encerrar</p><p>ou controlar outro computador, haverá uma clara</p><p>indicação de que não há autonomia entre eles. Um</p><p>sistema com uma unidade de controle e muitos</p><p>escravos não é uma rede, assim como não o é um</p><p>grande computador com terminais e impressoras</p><p>remotas. (TANENBAUM, 2006, p.2)</p><p>Podemos acrescentar a essa definição que além da troca de</p><p>informações, os computadores podem compartilhar recursos,</p><p>como impressoras, discos rígidos, e até mesmo acesso a outras</p><p>redes de computadores. O termo autônomo, utilizado pelo</p><p>autor significa que um computador tem livre arbítrio dentro</p><p>de uma rede, podendo até mesmo se desconectar da mesma,</p><p>se assim o quiser. Um computador solicita ao outro o acesso</p><p>a informação (ou recurso), e compete ao acessado permitir</p><p>esse acesso, podendo inclusive negá-lo. Notamos que os</p><p>mainframes (computadores de grande porte) e seus terminais</p><p>remotos (mesmo estando a algumas dezenas de metros) não</p><p>são considerados uma rede de computadores, pois existe uma</p><p>dependência mestre/escravo nesse relacionamento, como por</p><p>exemplo, o mainframe3 pode bloquear o acesso do usuário ao</p><p>terminal. Em uma rede de computadores um computador não</p><p>tem, e não pode ter esse poder (ao menos que haja um vírus no</p><p>computador hospedeiro).</p><p>2. Histórico e evolução</p><p>Agora que já sabemos o que é uma rede de computadores,</p><p>vamos saber o porquê de sua criação, o que levou ao seu</p><p>desenvolvimento. Para entender, vamos olhar um pouco para</p><p>o passado, desde o início do desenvolvimento dos primeiros</p><p>computadores.</p><p>Nos anos 50 os computadores eram grandes, caros e ficavam</p><p>confinados em salas com requisitos rígidos de refrigeração</p><p>e umidade. Eram operados por poucas pessoas altamente</p><p>Seções de estudo</p><p>1 - Definição e contextualização</p><p>histórica</p><p>qualificadas e a comunicação do homem com a máquina se dava</p><p>através da utilização de cartões perfurados e fitas magnéticas,</p><p>note bem que não existia teclado e muito menos monitor.</p><p>Os avanços computacionais na década de 60 introduziram o</p><p>uso de terminais remotos possibilitando o uso dos computadores</p><p>por mais de uma pessoa ao mesmo tempo, os usuários também</p><p>passaram a ter então um mecanismo que possibilitava a interação</p><p>direta com o computador. Permitindo que aumentassem o</p><p>número de usuário do sistema computacional. Ainda assim, o</p><p>computador era central e confinado a uma sala especialmente</p><p>projetada para ele.</p><p>Na década de 70 com o surgimento dos mini e micro-</p><p>computadores com um poder computacional menor que os</p><p>computadores da década passada, mas com preços mais acessíveis,</p><p>levaram as organizações a partirem em direção à distribuição do</p><p>poder computacional. Ao invés de ter um computador caro</p><p>e centralizado, optaram por mini ou micro-computadores e</p><p>espalhá-los pelos diversos setores da organização.</p><p>A descentralização do ambiente computacional gerou um</p><p>problema, os dados antes confinados em apenas um local, agora</p><p>estão espalhados em vários locais. Outro problema era o alto</p><p>custos dos periféricos como impressoras, discos rígidos, etc. Da</p><p>necessidade por compartilhar esses dados aliado a necessidade</p><p>de compartilhar os periféricos para reduzir custos impulsionou o</p><p>aparecimento das primeiras redes de computadores.</p><p>Hoje, os benefícios das redes de computadores são</p><p>inúmeros. No campo pessoal, podemos citar os seguintes</p><p>benefícios: diminui a distância entre amigos e familiares</p><p>aumentando a interação entre eles, permite a reserva de hotéis,</p><p>compra de passagens aéreas, permite encontrar o melhor preço</p><p>de um determinado produto e na aquisição de conhecimento</p><p>através de consulta a enciclopédias on-line ou ensino a distância.</p><p>No campo empresarial, permite que funcionários em diferentes</p><p>localidades possam interagir em sessões de trabalho cooperativo.</p><p>Permite o compartilhamento das informações geradas pelos</p><p>diversos sistemas da empresa (controle de estoque, contas a</p><p>pagar, faturamento, etc) dando aos administradores agilidade na</p><p>tomada de decisões.</p><p>Hoje, a rede transformou-se numa dos principais meios</p><p>de interação entre pessoas, na disseminação da informação e</p><p>da realização de negócios. O rádio levou trinta e oito anos até</p><p>formar um público de cinquenta milhões de pessoas, a TV levou</p><p>treze e a Internet precisou de apenas quatro anos para alcançar</p><p>essa marca.</p><p>CURIOSIDADE</p><p>Quando acadêmico do curso de ciências da computação pude</p><p>conviver com esses dois mundos, o dos mainframes e o dos</p><p>microcomputadores. Vivenciei também o surgimento da Internet</p><p>no Brasil. Antes da Internet utilizávamos a BITNET, uma rede de</p><p>computadores, ou melhor, mainframes que interligava somente</p><p>instituições de ensino pelo mundo e algumas instituições de</p><p>pesquisas. E acreditem naquela época já existia um MSN pré-histórico.</p><p>Bons tempos aqueles. Não existia a web, era tudo em modo texto e</p><p>nada instantâneo, para fazer um download tínhamos que escaloná-</p><p>lo e o recebíamos via e-mail no dia seguinte. Muito estranho não?</p><p>Para saber um pouco mais sobre essa era pré-histórica acesse o</p><p>link (<http://pt.wikipedia.org/wiki/BITNET>) ou façam uma busca no</p><p>Google sobre a Bitnet.</p><p>7</p><p>2 - Componentes e tecnologias</p><p>envolvidas</p><p>1. Componentes</p><p>Toda rede de computadores possuem três componentes,</p><p>computadores, um sistema de comunicação interligando-</p><p>os fisicamente e um conjunto de software gerenciando essa</p><p>comunicação.</p><p>Notamos que uma rede de computadores pode ser dividida</p><p>em duas partes: física e lógica. A física compreende os hardwares de</p><p>rede (cabos, placas de rede, roteadores, switches, concentradores,</p><p>repetidores, etc). A parte lógica compreende as regras (através</p><p>de programas) que coordenam a comunicação entre os</p><p>componentes físicos, e que garantem que essa comunicação</p><p>ocorra livre de erros e de maneira segura observando alguns</p><p>detalhes como por exemplo: sinalização dos bits para envio</p><p>através dos meios de transmissão, detecção e correção de</p><p>erro, roteamento das mensagens desde a origem até o destino,</p><p>podendo passar por várias redes intermediárias, entre outros.</p><p>2. Classificação</p><p>Não existe uma única maneira de classificar as redes de</p><p>computadores, mas as duas classificações mais difundidas são</p><p>quanto a distribuição geográfica e a tecnologia de transmissão.</p><p>2.1 Distribuição geográfica</p><p>Quanto à extensão geográfica as redes são classificadas</p><p>como:</p><p>• Redes Locais (LAN: Local Area Networks)</p><p>São redes privadas, cuja extensão não passa de algumas</p><p>centenas de metros, conectam computadores de uma mesma</p><p>sala ou prédio. Utiliza meios de transmissão de alta velocidade e</p><p>baixa taxa de erros. As topologias mais comuns são barra, anel</p><p>e estrela.</p><p>• Redes Metropolitanas (MAN: Metropolitan Area Networks)</p><p>Interconeta computadores e LANs de uma cidade ou</p><p>região com distância de até 100 km.</p><p>• Redes de Longa Distância (WAN: Wide Area Network)</p><p>Abrange uma ampla área geográfica, conectando</p><p>computadores no nível estadual, nacional e continental.</p><p>Geralmente, são operadas por empresas de telecomunicações.</p><p>Devido à grande extensão, em geral possuem taxa de transmissão</p><p>menor, maior retardo e maior índice de erros de transmissão.</p><p>2.2 Tecnologia de transmissão</p><p>• Redes por difusão</p><p>As redes por difusão possuem um canal de comunicação</p><p>compartilhado por todas as máquinas. As mensagens enviadas</p><p>por uma são recebidas por todas as outras. Um campo de</p><p>endereço dentro da mensagem especifica o destinatário. Ao</p><p>recebê-la, a máquina checa a quem se destina, se ela for o</p><p>destinatário, ela a processará, caso contrário, a descartará. Além</p><p>da mensagem destinada a uma só máquina, encontramos ainda</p><p>as mensagens destinadas a todas (conhecida como mensagem</p><p>Broadcasting) ou destinadas a um determinado grupo de máquinas</p><p>(conhecidas como mensagens Multicasting).</p><p>•Redes ponto a ponto</p><p>As redes ponto a ponto se caracterizam por muitas ligações</p><p>entre pares de máquinas. Geralmente, uma mensagem para</p><p>ir de um ponto a outro, precisa passar por várias máquinas</p><p>intermediárias. Se observarmos a figura Fig.1.1(b), notaremos</p><p>que uma mensagem enviada de C1 para C3, deverá passar</p><p>obrigatoriamente por C2 e C4, ou somente por C4.</p><p>Figura 1.1-(a)Rede por Difusão (b) Ponto a Ponto - Fonte: acervo pessoal.</p><p>Normalmente, redes locais utilizam sistemas de difusão,</p><p>enquanto as geograficamente distribuídas, ponto a ponto.</p><p>3. Transmissão de dados</p><p>Transmissão é o envio de sinais de um ponto a outro. Os</p><p>sinais podem ser analógicos, como na transmissão de rádio ou</p><p>digitais, como os de computadores.</p><p>Os meios físicos são responsáveis pelo transporte dos</p><p>sinais em uma rede. Eles transportam um fluxo bruto de bits</p><p>de uma máquina para outra. Cada meio tem suas características</p><p>de performance, custo, retardo e facilidade de instalação</p><p>e manutenção. Os meios mais comuns na transmissão de</p><p>dados são cabo coaxial, par trançado, fibra ótica, radiodifusão,</p><p>infravermelho, satélites e microondas.</p><p>3.1 Sentido da transmissão de dados</p><p>De acordo com o sentido que o sinal pode ter em um</p><p>determinado momento pode ser: simplex, half-duplex ou full-duplex.</p><p>• Simplex</p><p>A transmissão dos dados é realizada somente em um dos</p><p>dois sentidos possíveis de transmissão. Figura 1.2.</p><p>Figura 1.2- Transmissão Simplex - Fonte: Acervo pessoal.</p><p>• Half-duplex</p><p>A transmissão ocorre nos dois possíveis sentidos, porém</p><p>Introdução a Redes I 8</p><p>não simultaneamente. Figura 1.3.</p><p>Figura 1.3 - Transmissão Half-Duplex - Fonte: Acervo pessoal.</p><p>• Full-duplex</p><p>A transmissão ocorre nos dois possíveis sentidos,</p><p>simultaneamente. Figura 1.4.</p><p>Figura 1.4 – Transmissão Full-Duplex - Fonte: Acervo pessoal.</p><p>3.2 Problemas na transmissão de dados</p><p>Durante o processo de transmissão de dados, alguns</p><p>problemas podem ocorrer:</p><p>• Atenuação</p><p>Conforme o sinal percorre, o meio de transmissão dele</p><p>vai perdendo a sua intensidade. A esse fenômeno damos o</p><p>nome de atenuação. Ela pode ser corrigida inserindo aparelhos</p><p>amplificadores ou repetidores de sinal entre o transmissor e o</p><p>receptor.</p><p>• Ruído</p><p>É qualquer interferência (geralmente eletromagnética)</p><p>sofrida pelo sinal, que venha causar a sua distorção ou perda.</p><p>• Retardo</p><p>A diferença entre o momento que o sinal foi transmitido e</p><p>o momento em que foi recebido, nós damos o nome de retardo</p><p>ou atraso. Essa diferença é devido a distância que o sinal deve</p><p>percorrer, entre outros fatores.</p><p>3.3 Meios físicos de transmissão</p><p>• Par trançado</p><p>O par trançado é formado por quatro pares de fios de cobre,</p><p>cada par é entrelaçado em forma de espiral (figura 1.5). Esse</p><p>entrelaçamento cria um campo eletromagnético que oferece</p><p>uma razoável proteção contra interferências. Tradicionalmente,</p><p>dos quatro pares, somente dois são utilizados na transmissão</p><p>de sinais, um par é utilizado para transmitir sinais e outro</p><p>para receber sinais. No par transmissor, cada fio transmite o</p><p>mesmo sinal, mas com a polaridade invertida (positivo em um e</p><p>negativo no outro). A mesma coisa acontece no par que recebe</p><p>os dados. Essa transmissão em duplicidade traz dois benefícios:</p><p>o primeiro é a anulação do campo magnético que é gerado ao</p><p>passar corrente por um fio: como as polaridades são invertidas,</p><p>os campos magnéticos produzido em cada fio se anulam; o</p><p>segundo é a redundância do sinal transmitido, como as eles</p><p>trafegam em duplicidade, é fácil descobrir se houve ruído,</p><p>tudo o que chegar por um fio, deverá ter a mesma intensidade</p><p>no outro, aquilo que for diferente nos dois sinais é ruído e o</p><p>receptor tem como o identificar e eliminar facilmente.</p><p>Figura 1.5 – Cabo UTP Fonte: Acervo pessoal.</p><p>Existem dois tipos de cabos de par trançado: os sem</p><p>blindagem, chamados de UTP (Unshielded Twiested Pair) e os</p><p>blindados STP (Shielded Twisted Pair). O que difere um do outro,</p><p>é uma blindagem feita por uma camada de malha de metal</p><p>entre os pares de cobre e a capa plástica, ficando mais imune a</p><p>ruídos, podendo ser utilizados em ambientes com fortes fontes</p><p>de interferências. Os cabos de par trançado são classificados</p><p>em categorias de 1 a 6. O que difere uma da outra é a taxa</p><p>de transmissão e a imunidade a interferência. A categoria 1 é</p><p>utilizada em sistemas de telefonia; a 2 corresponde é utilizada</p><p>pela IBM e é idêntica a categoria 3; a 3 transfere dados a uma</p><p>taxa de 10 Mbps; a categoria 4 transfere dados a 16mbps; a 5 a</p><p>100 Mbps a 6 a 1 Gbps, podendo chegar a 10 Gbps. As taxas de</p><p>transferência dos cabos de categoria superior a 6 (atualmente 7</p><p>e 7A) começam em 10 Gbps e pode transmitir até 100Gbps.</p><p>A lista atualizada pode ser consultada pelo site (<https://</p><p>en.wikipedia.org/wiki/ISO/IEC_11801>). Os cabos de par</p><p>trançados são chamados também de 10baseT, 100basetT ou</p><p>1000baseT, os números indicam a taxa de transferência, no</p><p>caso 10, 100 e 1000 Mbps, o T é de Twisted Pair (par trançado).</p><p>Os cabos de par trançado são os mais utilizados, pois</p><p>são baratos, flexíveis, e trabalham com uma alta taxa de</p><p>transferência de dados. Como desvantagens podemos citar: o</p><p>comprimento que um lance pode ter (100 metros) e a baixa</p><p>imunidade a interferências.</p><p>• Coaxial</p><p>O cabo coaxial é formado por um condutor interno</p><p>de cobre, revestido por um isolante plástico (chamado de</p><p>dielétrico), uma malha de metal envolvendo as duas camadas</p><p>mais interiores e uma capa plástica revestindo todo o conjunto</p><p>(figura 1.6). Possui uma imunidade a interferência maior do</p><p>que os cabos de par trançado, são porém mais caros, menos</p><p>flexíveis e a taxa de transmissão é menor.</p><p>Figura 1.6 – Cabo Coaxial - Fonte: Acervo pessoal.</p><p>9</p><p>Foi o primeiro cabo a ser utilizado em redes de</p><p>computadores. Existe uma grande variedade de cabos</p><p>coaxiais, mas os mais utilizados em redes de computadores</p><p>são: 10Base5 e 10Base2, também chamados de thicknet e</p><p>thinnet, respectivamente. O 10Base5 são cabos mais grossos</p><p>(1 cm de diâmetro) e mais antigos do que o 10Base2.</p><p>O comprimento máximo de cabeamento utilizando cabos</p><p>10Base5 é de 500 metros, ao longo desse cabo, são conectados</p><p>aparelhos chamados transceivers (também conhecido como</p><p>MAU-figura 1.7), apelidados de “vampiros”, pois seus</p><p>conectores perfuram o cabo para alcançar o condutor interno.</p><p>O MAU é conectado a uma interface no computador através</p><p>de um cabo (de comprimento máximo de 50 metros). A</p><p>distância mínima entre um transceiver e outro é de no mínimo</p><p>dois metros e meio, e podia haver somente 100 transceivers</p><p>em um barramento. E nos dois extremos do barramento</p><p>são colocados dispositivos chamados terminadores, cujo a</p><p>funcionalidade é evitar que os sinais ao chegarem às pontas</p><p>do cabo retornem, causando interferência. Esse tipo de</p><p>cabeamento foi muito utilizado na década de 80 nos mainframes,</p><p>hoje é obsoleta.</p><p>Figura 1.7- Transceiver. Fonte: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/</p><p>commons/4/4a/ ThicknetTransceiver.jpg acessado em 13/06/2008>.</p><p>Os cabos 10Base2 são mais finos (4,7 milímetros) mais</p><p>flexíveis que o anterior. A diferença com o 10base5 são: o</p><p>comprimento máximo do barramento é de 185 metros, a</p><p>distância mínima entre os computadores é de 50 centímetros,</p><p>o número máximo de computadores é de 30. A maneira de</p><p>se conectar os computadores ao cabo sofreu modificações,</p><p>ao invés de usar um transceiver ligado ao barramento, são</p><p>feitos lances de cabos que se conectam a placa de rede do</p><p>computador, através de um conector em forma de T (BNC).</p><p>Na figura 1.8(a), temos a ilustração de um cabo 10base2 já</p><p>conectorizado, um terminador figura 1.8(b) e um conector</p><p>BCN em forma de T unindo dois cabos 10base2 na figura</p><p>1.8(c).</p><p>a</p><p>b c</p><p>Figura 1.8 – Conectores BNC Fonte: acervo pessoal.</p><p>• Fibra ótica</p><p>Essa tecnologia de transmissão utiliza-se da luz para a</p><p>transmissão de dados. A luz é gerada por um LED ou laser</p><p>em uma ponta, o sinal luminoso trafega pelo cabo e ao chegar</p><p>ao final aciona um circuito chamado foto diodo que converte</p><p>(decodifica) o sinal de luz em sinal elétrico. É composta por um</p><p>núcleo de fibra de vidro ou um plástico especial da espessura</p><p>de um fio de cabelo (algo na casa de cem micrômetros), que é</p><p>revestido por uma camada de fibra de vidro, bem mais grossa.</p><p>Em seguida vem uma camada de plástico chamada de cladding,</p><p>depois outra camada de isolamento e por fim uma capa</p><p>protetora chamada bainha. Existem dois tipos de cabos, os</p><p>monomodos e os multímodos. O de modo simples transmite</p><p>somente um sinal de luz em linha reta enquanto o multímodo</p><p>transmitem vários sinais que vão refletindo (em ângulos</p><p>diferentes) nas paredes do condutor. Os cabos monomodos</p><p>transmitem os dados a uma velocidade maior e a distâncias</p><p>maiores, pois ao refletir na parede do condutor a luz perde</p><p>intensidade. Os cabos de fibra ótica são imunes a interferências</p><p>eletromagnéticas e como não são feitos de metal, não sofrem</p><p>o problema da corrosão. Além disso, elas transmitem dados a</p><p>uma distância muito maior, de 1 a 5 kilômetros. A velocidade</p><p>de transmissão das fibras evolue continuamente, tecnologias</p><p>modernas podem atingir velocidades de transmissão na casa</p><p>dos Terabits por segundo. A grande desvantagem é o custo,</p><p>não só do cabo em si, mas das ferramentas e da mão de obra</p><p>para sua instalação.</p><p>Figura 1.9 – Fibra Ótica - Fonte: Acervo Pessoal.</p><p>• Sem fio</p><p>Os dados são transmitidos através da utilização de</p><p>frequência de rádio (radiodifusão) ou infravermelho. Na</p><p>radiodifusão, as frequências comumente utilizadas são 915</p><p>MHZ, 2,4 GHz e 5,8 GHz. Normalmente é utilizada quando</p><p>é impossível ou muito difícil a instalação de outros meios de</p><p>comunicação (cabos metálicos ou fibra ótica).</p><p>4. Topologia</p><p>A topologia descreve a forma como os enlaces físicos e</p><p>os nós de comunicação estão organizados, determinando os</p><p>caminhos físicos existentes e utilizáveis entre quaisquer pares</p><p>de estações conectadas a rede. Temos as seguintes topologias:</p><p>4.1 Barra</p><p>Nesse tipo de rede, os computadores são conectados a</p><p>um cabo linear (cabo coaxial), compartilhando um mesmo</p><p>barramento. Utiliza a tecnologia de transmissão por difusão,</p><p>ou seja, uma mensagem enviada por uma estação será recebida</p><p>por todas. Em cada extremidade do barramento é colocado</p><p>Introdução a Redes I 10</p><p>um terminador. Como os computadores compartilham o</p><p>mesmo meio de transmissão, somente um computador pode</p><p>transmitir em um dado momento, quando isso ocorrer,</p><p>damos o nome de colisão. Quando ocorrer uma colisão os</p><p>computadores que a causaram esperam um período aleatório</p><p>de tempo e tentam retransmitir, caso ocorra uma nova colisão,</p><p>eles esperam por um período maior, até que não ocorra mais</p><p>colisão. Os problemas com essa topologia são: velocidade</p><p>(ao aumentar o número de estações no barramento, aumenta</p><p>também o número de colisões), caso um conector oxide, ou</p><p>se desconecte, ou uma falha no barramento ou ocorra uma</p><p>desconexão do terminador, ou uma falha no mesmo, a rede</p><p>toda irá parar, e se leva um tempo considerável para descobrir</p><p>onde está a falha.</p><p>Figura 1.10 - Topologia em Barra - Fonte: Acervo Pessoal .</p><p>4.2 Anel</p><p>Nessa topologia a mensagem circula em um sentido</p><p>único, percorre todos os nós até chegar ao seu destino.</p><p>Muito utilizada na década de 80 nas redes Token Ring da IBM.</p><p>O controle de quem pode transmitir se dá através de uma</p><p>técnica chamada passagem de token, somente a estação que o</p><p>possui pode transmitir, esse token é transmitido de estação pra</p><p>estação. Não é utilizada em redes de longa distância devido</p><p>aos seguintes fatores: existindo uma falha em um nó há uma</p><p>paralisação em toda rede (não existe uma rota alternativa em</p><p>caso de falha); Devido ao fato da mensagem ter que passar</p><p>por vários nós até chegar ao destino, apresentaria um retardo</p><p>de transmissão (intervalo de tempo decorrido desde o início</p><p>da transmissão de uma mensagem da origem até o momento</p><p>em que a mensagem chega ao seu destino) inaceitável.</p><p>Figura 1.11-Topologia em Anel - Fonte: Acervo Pessoal.</p><p>4.3 Totalmente conectada</p><p>Nessa topologia todas as estações estão interligadas entre</p><p>si através de enlaces ponto a ponto. Uma rede com esse tipo de</p><p>topologia seria ideal, pois o número de colisões seria mínimo</p><p>e podemos ter mais de um par de estações se comunicando</p><p>ao mesmo tempo. Mas, o seu uso se torna impraticável,</p><p>principalmente em redes com muitos computadores, devido</p><p>ao número excessivo de interligações. Em uma rede com n</p><p>computadores, seriam necessários n(n-1)/2 ligações ponto</p><p>a ponto. Se em uma empresa existirem 100 computadores,</p><p>seriam necessários 4950 enlaces ponto a ponto. Agora,</p><p>imagine em uma rede geograficamente distribuída com</p><p>milhares de computadores.</p><p>Figura 1.12-Topologia Totalmente Conectada - Fonte: Acervo Pessoal.</p><p>4.4 Estrela</p><p>É a topologia mais usada em redes locais. Nessa</p><p>topologia existe um nó central, aonde todos os outros nós são</p><p>conectados, que tem a função de gerenciar a comunicação. A</p><p>comunicação pode ser por difusão, todas as informações são</p><p>enviadas ao nó central, que as repete a todos os outros nós, ou</p><p>pode ser feita ponto a ponto, o nó central recebe a informação</p><p>e repassa ao nó de destino. Ao contrário da topologia em</p><p>barramento, no caso do rompimento de uma ligação de um</p><p>nó a rede não pára, isso só acontece se ocorrer a paralisação</p><p>do nó central. Não há parada na rede caso haja necessidade de</p><p>incluir ou retirar um nó da rede.</p><p>Figura 1.13 - Topologia Estrela - Fonte: Acervo Pessoal.</p><p>4.5 Parcialmente conectada</p><p>11</p><p>É a topologia mais utilizada em redes de grandes</p><p>distâncias, também conhecida como topologia em grafo.</p><p>Assemelha-se a topologia totalmente ligada, mas não</p><p>apresenta todas as ligações entres os nós, ou semelhante a</p><p>topologia em estrela, porém com rotas alternativas entre os</p><p>nós. As mensagens destinadas a nós que não estão conectados</p><p>diretamente, deverão passar por nós intermediários antes de</p><p>chegar ao destino.</p><p>Figura 1.14-Topologia Parcialmente Ligada - Fonte: Acervo Pessoal.</p><p>4.6 Topologia física versus topologia lógica</p><p>A topologia física descreve os caminhos por onde os</p><p>cabos passam, descreve onde cada nó está situado fisicamente,</p><p>como é feita a distribuição do meio de comunicação, ou seja,</p><p>o layout físico. A topologia lógica diz respeito ao modo como</p><p>os dados são transmitidos e recebidos, descreve como as</p><p>informações devem transitar ao longo da rede, o formato dos</p><p>dados, etc. Em uma rede, a topologia lógica pode diferir da</p><p>física, por exemplo, a topologia física pode ser estrela, com</p><p>o nó central usando difusão, mas a topologia lógica será</p><p>barramento, pois ao receber uma mensagem, o nó central a</p><p>replicará a todos os outros.</p><p>PONTO DE CHECAGEM</p><p>Alunos(as) não passem para a próxima seção se os</p><p>seguintes conceitos ainda não estão claros para vocês:</p><p>•	 quais são componentes de uma rede de</p><p>computadores.</p><p>•	 como são classificadas as redes.</p><p>•	 o que é transmissão de dados, quais são os meios</p><p>físicos utilizados, quais os problemas que podem</p><p>surgir numa transmissão e quais são os sentidos da</p><p>transmissão.</p><p>•	 quais são as topologias das redes de computadores.</p><p>Caso algum desses tópicos ainda não esteja claro para</p><p>você não perca tempo, coloque sua dúvida no mural ou debata</p><p>com seus colegas sobre o assunto.</p><p>Para aprender um pouco mais sobre o assunto visite a</p><p>seguinte página na</p><p>Internet: (<http://pt.wikipedia.org/wiki/Redes_de_</p><p>computadores>).</p><p>3 - Arquiteturas e modelo de</p><p>referência</p><p>1. Arquitetura de rede</p><p>No início dos anos 70 as empresas IBM, Xerox e</p><p>Digital, desenvolveram suas arquiteturas próprias de redes,</p><p>respectivamente SNA, XNS e Decnet. Havia um grande</p><p>inconveniente, somente o fabricante (ou alguns por ele</p><p>licenciado) fornecia produtos (hardware ou software) para sua</p><p>arquitetura, o usuário ficava refém dos fornecedores, que</p><p>cobravam o preço que queriam. Outro inconveniente era</p><p>a incompatibilidade entre essas arquiteturas, ou seja, um</p><p>dispositivo de uma rede SNA não se comunica com XNS ou</p><p>DECNET, e vice-versa. Isso criava um grande inconveniente</p><p>quando, por exemplo, uma empresa adquiri uma outra que</p><p>possui um sistema diferente do seu.</p><p>Para contornar esse problema era necessária a definição</p><p>de uma arquitetura que pudesse interconectar computadores</p><p>de fabricantes diferentes, e essa definição deveria ser pública</p><p>e aberta, para que um fabricante não tivesse vantagem sobre</p><p>outro.</p><p>Foi com esse intuito que no início dos anos 80 que a ISO</p><p>(International Standards Organization – Organização Internacional</p><p>de Padronização) aprovou o RM-OSI (Reference Model Open</p><p>Systems Interconnections - Modelo referencial para interconexão</p><p>de sistemas abertos). Servindo como base para qualquer rede,</p><p>seja local ou de longa distância.</p><p>1.1 Organizações internacionais de padronização</p><p>As organizações internacionais importantes no campo de</p><p>rede de computadores são: a ISO, a IEC e a ITU-T. Existem</p><p>também as organizações nacionais que estão ligadas a ISO, no</p><p>Brasil temos a ABNT, a americana ANSI e a européia ETSI.</p><p>O padrão de rede local foi proposto pelo grupo de trabalho</p><p>802 da IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers), que</p><p>é ligada a ANSI.</p><p>1.2 Estruturação por camadas</p><p>A tarefa de coordenar a comunicação entre dois hosts</p><p>distintos é complexa, coordenar os detalhes como detecção e</p><p>correção de erros de transmissão, roteamento das mensagens</p><p>devem ser cuidadosamente observados para que esta</p><p>comunicação ocorra de maneira precisa, segura e livre de erros.</p><p>Para reduzir a complexidade do projeto, a estrutura</p><p>da rede é construída em forma de camadas sobrepostas</p><p>hierarquicamente, cada uma desempenhando um papel</p><p>específico. Cada camada, fornece serviços e funções para as</p><p>camadas de níveis superiores, escondendo dessas os detalhes</p><p>de implementação dos serviços. O acesso aos serviços se dá</p><p>através da interface da camada.</p><p>Uma camada de um nível N de uma máquina se comunica</p><p>com a camada de mesmo nível em outra máquina. As regras</p><p>que regem essa comunicação são chamadas de protocolo da</p><p>camada N.</p><p>O acesso aos serviços provido por uma camada se faz</p><p>através de um SAP (service access point). As funções de cada camada</p><p>Introdução a Redes I 12</p><p>são executadas por processos (que podem ser implementados</p><p>por software ou por hardware) chamados de entidades. Entidades</p><p>que executam em camadas correspondentes e em máquinas</p><p>distintas são chamadas de entidades pares.</p><p>A figura 1.15 ilustra a estrutura de rede em 5 camadas.</p><p>Figura 1.15 – Estrutura de redes em camadas - Fonte: Acervo Pessoal.</p><p>Nenhum dado é transmitido diretamente da camada</p><p>N do host A para a camada N do host B. Em vez disso, os</p><p>dados são passados para a camada imediatamente abaixo, até</p><p>encontrar o meio físico, sendo assim efetivamente transmitido</p><p>para o host B. Os dados agora fazem o percurso inverso, sendo</p><p>transmitidos para as camadas superiores, até chegar a camada</p><p>de destino.</p><p>Existe uma diferença entre serviços e protocolos. Essa</p><p>diferença escrita por Andrew Tanenbaum4 :</p><p>um serviço é um conjunto de primitivas</p><p>(operações) que uma camada oferece para</p><p>a camada acima dela. O serviço define as</p><p>operações para a camada que está preparada</p><p>para executar e satisfazer seus usuários, mas ele</p><p>não tem nada a ver com o modo como essas</p><p>operações são implementadas. Um serviço diz</p><p>respeito à interface existente entre duas camadas,</p><p>que, por sua vez, tem como provedor a camada</p><p>inferior e como usuário a camada superior.</p><p>Já o protocolo é um conjunto de regras que controla</p><p>o formato e o significado dos quadros, pacotes</p><p>ou mensagens trocados pelas entidades pares</p><p>contidas em uma camada. As entidades utilizam</p><p>protocolos com a finalidade de implementar suas</p><p>definições de serviço. Ela têm a liberdade de</p><p>trocar seus protocolos, desde que não alterem</p><p>o serviço visível para seus usuários. Portanto,</p><p>o serviço e o protocolo são completamente</p><p>independente .(TANENBAUM, 20 , P.31)</p><p>Para facilitar o entendimento da comunicação através</p><p>de camadas (e sua eficiência), tomemos o seguinte cenário:</p><p>dois pesquisadores (um brasileiro e um indiano) trabalham</p><p>em uma pesquisa, cada um localizado em uma universidade</p><p>em seu país, e nenhum fala a língua do outro. Construiremos</p><p>agora uma comunicação através de 3 camadas, na camada</p><p>mais superior estão os pesquisadores, na inferior um tradutor</p><p>e na mais baixa um secretário. O protocolo entre da camada</p><p>3 é relatórios (informações trocadas entre os cientistas), o</p><p>da camada 2 será uma língua escolhida de comum acordo</p><p>entre os dois tradutores, nesse caso o inglês, e temos o fax</p><p>como protocolo da camada mais baixa (que será o meio de</p><p>transmissão). O cientista brasileiro escreverá seu relatório em</p><p>português, enviará para o tradutor, que fará a tradução para</p><p>o inglês, passará para o secretário que cuidará de transmitir</p><p>por fax para o outro secretário na Índia. Agora a mensagem</p><p>percorrerá o sentido inverso até chegar ao outro cientista. Note</p><p>que do ponto de vista dos cientistas eles estão se comunicando</p><p>entre eles, um envia um relatório (em português) e o outro</p><p>recebe um relatório (em hindu). Não interessando a ambos</p><p>qual a língua utilizada para a tradução. A mesma coisa se aplica</p><p>aos tradutores, eles não se preocupam com o método utilizado</p><p>para a transmissão da mensagem, e sim com a língua utilizada</p><p>para comunicar entre eles. Se ao invés de utilizarmos o telefone</p><p>como meio de transmissão e passarmos a utilizar fax, nada</p><p>se alterará para o tradutor e o cientista, eles continuarão a</p><p>fazer o serviço da mesma maneira. Note que modificamos a</p><p>implementação de uma camada e não precisamos alterar as das</p><p>outras.</p><p>1.3 O modelo OSI</p><p>O modelo de referência OSI é composto por sete camadas</p><p>(figura 1.16), foi elaborado entre 1978 e 1984 pela ISO.</p><p>Devemos deixar claro que o RM-OSI por si só não é uma</p><p>arquitetura de rede, pois não específica os serviços e protocolos</p><p>de cada camada. Ele descreve a função que cada camada deve</p><p>desempenhar.</p><p>Figura 1.16- Camadas do Modelo OSI - Fonte: Acervo Pessoal.</p><p>1.3.1 A camada física</p><p>A função do nível físico é a transmissão de uma</p><p>unidade de dados (neste caso um bit) através de um canal de</p><p>comunicação. O projeto de protocolos dessa camadas deve</p><p>13</p><p>se preocupar em especificar como representar os bits 0 e 1,</p><p>a duração e a intensidade do sinal elétrico (ou ótico), o modo</p><p>de transmissão (simplex, half- duplex ou full duplex),</p><p>velocidade</p><p>da transmissão, pinagem dos conectores, ou seja, lida com as</p><p>características mecânicas e elétricas do meio físico. Não sendo</p><p>de sua responsabilidade tratar os erros de transmissão.</p><p>1.3.2 A camada de enlace</p><p>O objetivo da camada de enlace, é detectar e possivelmente</p><p>corrigir erros de transmissão que possam ter ocorridos na</p><p>camada física. A camada de enlace de dados particiona os</p><p>dados a serem enviados em unidades chamadas quadro</p><p>(frames), que são compostos por uma cadeia de centenas de</p><p>bytes, delimitados por uma sequência preestabelecida de bits.</p><p>Outra função dessa camada é tratar a duplicação e chegada</p><p>de quadros fora de ordem e também evitar que o transmissor</p><p>envie mais quadros que o receptor possa processar.</p><p>1.3.3 A camada de rede</p><p>Essa camada é responsável pelo roteamento de pacotes</p><p>(unidades de dados dessa camada) entre a de origem e o destino,</p><p>principalmente quando existir rotas diferentes que conectam os</p><p>mesmos. A tarefa dessa camada é escolher o melhor caminho</p><p>entre os dois hosts, evitando congestionamento. Outra tarefa</p><p>é a contabilização de pacotes transferidos por usuário, para</p><p>efeito de tarifação. A camada de rede oferece dois tipos de</p><p>serviços: datagramas (serviço não orientado à conexão) e</p><p>circuito virtual (orientado à conexão).</p><p>No serviço por datagramas os pacotes podem não seguir</p><p>o mesmo caminho entre a origem e o destino, a rota que cada</p><p>um vai seguir é escolhida no momento do envio.</p><p>No serviço de circuito virtual, é estabelecido uma rota</p><p>prévia, estabelecendo por quais nós os pacotes irão trafegar.</p><p>1.3.4 A camada de transporte</p><p>A função principal dessa camada é controlar o fluxo</p><p>de informação transmitida e recebida. Ao receber dados da</p><p>camada superior, quebra-os em unidades menores para ser</p><p>utilizado pela camada de rede. Para cada conexão de transporte</p><p>requisitada pela camada superior ela criará uma conexão de</p><p>rede, caso seja requisitado uma conexão de transporte com</p><p>alta taxa de transmissão, várias conexões de rede serão criadas.</p><p>Caso a conexão de rede seja cara de manter, a camada de</p><p>transporte pode multiplexar várias conexões de transporte em</p><p>uma conexão de rede.</p><p>Essa camada oferece dois tipos de serviços: confiável e</p><p>não confiável. O serviço não confiável é mais rápido, porém</p><p>não garante a entrega, nem a ordem ou a inexistência de</p><p>quadros duplicados; por outro lado o serviço confiável oferece</p><p>todas essa garantias, porém é um serviço mais lento. Essa</p><p>lentidão se deve ao fato de que a camada de transporte terá que</p><p>remontar, colocar na ordem e descartar os frames duplicados</p><p>recebidos da camada de rede.</p><p>1.3.5 A camada de sessão</p><p>O objetivo dessa camada é sincronizar e organizar a troca</p><p>de informação entre dois processos de aplicação através</p><p>de sessões. Os principais serviços oferecidos por essa camada</p><p>são: controle de diálogo e a sincronização da comunicação.</p><p>A sincronização da comunicação permite que a</p><p>transmissão de dados possa ser retomada após uma interrupção</p><p>na conexão. O controle de diálogos é feito utilizando o</p><p>mecanismo de token, a entidade que o possuir está autorizada</p><p>a transmitir, caso a entidade receptora deseje transmitir dados,</p><p>ele deve requisitar o token ao transmissor. É função da camada</p><p>de sessão o gerenciamento do token.</p><p>1.3.6 A camada de apresentação</p><p>O objetivo dessa camada e fazer transformações</p><p>adequadas nos dados antes de enviá-los à camada de sessão.</p><p>Essas transformações podem ser: compactação de dados,</p><p>criptografia e representação canônica de dados.</p><p>Arquiteturas diferentes possuem diferentes formas de</p><p>representar seus dados, por exemplo, a arquitetura Intel no</p><p>armazenamento de dados utiliza a representação little endian</p><p>(byte mais significativo a direita), enquanto que os da arquitetura</p><p>Motorola (PowerPC) utilizam a representação big endian (byte mais</p><p>significativo a direita). A representação binária do inteiro de</p><p>2 bytes do número 6 utilizando o little endian é: 00000000</p><p>00000110, enquanto que na big endian é: 01100000 00000000.</p><p>A função da camada de sessão é transformar o dado a ser</p><p>transmitido em um formato comum (representação canônica)</p><p>que possa ser entendido pelos dois lados, independente</p><p>da arquitetura. No exemplo anterior, se não for feito essa</p><p>transformação, o número 6 seria entendido pelo outro lado</p><p>como 1536 (o número binário 000000000 00000110, na</p><p>representação big endian).</p><p>1.3.7 A camada de aplicação</p><p>Fornece aos processos dos usuários uma interface para</p><p>acessar os diversos serviços de aplicações. É a camada com</p><p>o maior número de protocolos, visto que está mais próxima</p><p>ao usuário. Os serviços mais comuns são: correio eletrônico,</p><p>transferência de arquivos, login remoto, entre outros. Alguns</p><p>exemplos de protocolos: NFS (Network File System), o SMTP</p><p>(Simple Mail Transfer Protocol), FTP (File Transfer Protocol), SNMP</p><p>(Simple Network Management Protocol), IMAP (Internet Message</p><p>Protocol), HTTP (HyperText Transfer Protocol), POP3 (Post Office</p><p>Protocol), SSH (Secure Shell), etc.</p><p>1.4 A TRANSMISSÃO DE DADOS NO MODELO</p><p>OSI</p><p>A figura mostra como uma mensagem do usuário A até</p><p>o usuário B.</p><p>A transmissão inicia com o processo do usuário</p><p>entregando para a camada de aplicação os dados a serem</p><p>transmitidos. A camada de aplicação dá a esses dados o nome</p><p>de SDU (Service Data Unit) da camada de aplicação. A camada</p><p>irá acrescentar a esse SDU um cabeçalho denominado PCI</p><p>(Protocol Control Information), o conteúdo desse cabeçalho são</p><p>dados de controle da camada. A esse processo em que a camada</p><p>adiciona informações aos dados recebido de outra camada</p><p>damos o nome de encapsulamento. O resultado dessa junção</p><p>é chamado de PDU (Protocol Data Unit-Unidade), que é unidade</p><p>de informação trocada pelas entidades pares. O PDU da</p><p>camada de aplicação é passado para a camada de apresentação,</p><p>Introdução a Redes I 14</p><p>tornando-se o SDU da camada de apresentação. Novamente</p><p>é adicionado a esse PDU um outro cabeçalho, criando assim</p><p>o PDU da camada de apresentação. Esse processo continua</p><p>até a camada de enlace, que além de adicionar um cabeçalho,</p><p>adiciona também um fechamento, que contém um FCS (Frame</p><p>Check Sequence) para a detecção de erro. O PDU da camada de</p><p>enlace recebe o nome de quadro (frame), que é convertida em</p><p>bits e transmitida pela camada física.</p><p>Figura 1.17 – Encapsulamento de dados do modelo OSI - Fonte: http://www.</p><p>tcpipguide.com/free/t_ DataEncapsulationProtocolDataUnitsPDUsandServiceDa.htm.</p><p>Acessado em 13/06/08.</p><p>PONTO DE CHECAGEM</p><p>Os seguinte pontos devem estar claros para vocês, caso</p><p>alguns desses itens não estejam retornem a leitura desses</p><p>assuntos nessa sessão:</p><p>• a versatilidade da estruturação da arquitetura de redes</p><p>por camadas. cada camada se preocupa com poucas funções</p><p>bem definidas.</p><p>• como cada camada se comunica com a outra.</p><p>• o cenário do mercado de redes na década de 70</p><p>dominada por poucos fabricantes. cada fabricante possuía</p><p>sua própria arquitetura. o usuário era refém de uma marca.</p><p>incompatibilidade entre os dispositivos de fabricantes</p><p>diferentes.</p><p>• o que representou o modelo osi no cenário descrito</p><p>anteriormente.</p><p>• ter definido quais são as sete camadas do modelo osi e o</p><p>qual a função de cada uma.</p><p>Existem muito vídeos no Youtube sobre o modelo de</p><p>referência OSI, que tal se vocês fizessem uma pesquisa nesse</p><p>site sobre esse assunto? O site Wikipédia também possui uma</p><p>seção que trata somente sobre o modelo OSI, que tal consultá-</p><p>la? Aí vai o link (http://pt.wikipedia.org/wiki/Modelo_OSI).</p><p>Retomando a aula</p><p>Vamos rever o que aprendemos até agora?</p><p>1 − Definição e contextualização histórica</p><p>Nós aprendemos que para ser considerada uma rede de</p><p>computadores além de termos um conjunto de computadores</p><p>interligados entre si trocando informações, não pode haver</p><p>nesse relacionamento a condição de mestre/escravo.</p><p>Aprendemos também que o surgimento da rede de</p><p>computadores aconteceu devido ao avanço tecnológico dos</p><p>computadores, antes os dados estavam consolidados em</p><p>apenas um local, com o advento do microcomputador</p><p>esses</p><p>dados começaram a se espalhar dentro dos mais diversos</p><p>departamentos da empresa, surgiu a necessidade de um único</p><p>computador ter acesso a todos esses dados como antigamente.</p><p>Aliado a isso temos que lembrar que os periféricos eram</p><p>muito caros naquela época, se existisse uma maneira de</p><p>compartilhar-lhos isso representaria grande economias dentro</p><p>de uma empresa. Foi desse cenário que nasceu as redes de</p><p>computadores.</p><p>2 − Componentes e tecnologias envolvidas</p><p>No começo da seção já aprendemos que toda rede de</p><p>computadores possuem três componentes, os computadores,</p><p>um sistema de comunicação interligando-os fisicamente</p><p>e um conjunto de software coordenando a comunicação.</p><p>Aprendemos também que esses componentes são divididos</p><p>em duas categorias:</p><p>→componentes físicos: como, por exemplo, cabos e</p><p>placas.</p><p>→componentes lógicos: são os programas que</p><p>coordenam a comunicação entre os componentes lógicos</p><p>como, por exemplo, a sinalização de bits para o envio através</p><p>de um meio físico e a detecção e correção de erros que</p><p>possam acontecer durante a transmissão.</p><p>Aprendemos também que não existe uma única maneira</p><p>de se classificar as redes de computadores, mas as duas mais</p><p>aceitas são quanto à distribuição geográfica e à tecnologia</p><p>utilizada na transmissão de dados. Quanto a distribuição</p><p>geográfica temos as redes locais (LAN), redes metropolitanas</p><p>(MAN) e redes de longa distância (WAN). Quanto a</p><p>tecnologia de transmissão temos redes ponto a ponto e por</p><p>difusão.</p><p>Aprendemos também que a transmissão de dados</p><p>pode ser através de sinais analógicos ou digitais. Também</p><p>vimos que o sentido da transmissão pode ser simplex, half-duplex</p><p>ou full-duplex. Vimos também que durante uma transmissão</p><p>podem ocorrer alguns problemas como, por exemplo, a</p><p>atenuação, o ruído e o retardo. Vimos os principais meios</p><p>15</p><p>físicos utilizados na transmissão de dados desde o antigo cabo</p><p>coaxial até as modernas fibras óticas e transmissão por rádio e</p><p>não deixando de fora o meio físico mais utilizado atualmente</p><p>que é o par trançado. Vimos as mais diversas topologias</p><p>existentes em redes de computadores: barra, anel, totalmente</p><p>conectada, estrela e parcialmente conectada.</p><p>Não se assustem com a quantidade de termos técnicos,</p><p>nós retornaremos a esses temas nas próxima aula quando os</p><p>estudaremos com mais detalhes.</p><p>3 − Arquiteturas e modelo de referência</p><p>Aprendemos nesta seção que o mercado de redes de</p><p>computadores era dominado nos anos 70 por 3 empresas</p><p>e que os equipamentos desenvolvido por uma não se</p><p>comunicava com outra, o chamado sistema fechado. Vimos</p><p>que no início dos anos 80 surgiu o modelo de referência</p><p>OSI criado pela organização mundial de padronização ISO.</p><p>Vimos que o modelos OSI é dividido em sete camadas, cada</p><p>uma desempenhando um papel específico para realizar a</p><p>transmissão de dados de um ponto a outro. Vimos também</p><p>como uma camada se comunica com a outra. Vamos relembrar</p><p>quais são essas sete camadas?</p><p>•	 a camada física: é a primeira camada do modelo</p><p>OSI. Seu objetivo é realizar a codificação dos bits em</p><p>sinais elétricos, luminosos ou de radio- frequência e</p><p>transmiti-los através de um meio físico.</p><p>•	 a camada de enlace: a camada física não realiza</p><p>nenhum controle de erros, cabe a camada de</p><p>enlace realizar essa tarefa. Ainda são suas tarefas:</p><p>delimitação de quadros e tratar quadros que chegam</p><p>fora de ordem ou duplicados.</p><p>•	 a camada de rede: essa camada tem a função de</p><p>encontrar o caminho</p><p>•	 entre dois pontos e ainda tem a função de evitar</p><p>congestionamento na rede.</p><p>•	 a camada de transporte: o propósito dessa camada</p><p>é de dar uma qualidade no serviço desempenhado</p><p>pela camada de rede.</p><p>•	 a camada de sessão: o objetivo dessa camada é</p><p>de sincronizar a troca de informações entre dois</p><p>computadores.</p><p>•	 a camada de apresentação: a principal função dessa</p><p>camada é compatibilizar a representação de dados</p><p>entre computadores de arquiteturas diferentes. Possui</p><p>ainda as funções de compactação e criptografia de</p><p>dados.</p><p>•	 a camada de aplicação: é nessa camada que reside</p><p>os diversos tipos de serviços que nós humanos</p><p>utilizamos como, por exemplo, o email, a</p><p>transferência de arquivos e as páginas web.</p><p>Vale a pena</p><p>Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/His-</p><p>t%C3%B3ria_da_computa%C3%A7%C3%A3o>.</p><p>Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Re-</p><p>des_de_computadores>.</p><p>Disponível em: <http://www.gdhpress.com.br/redes/</p><p>leia/index.php?p=intro-1>.</p><p>Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Mode-</p><p>lo_OSI>.</p><p>Vale a pena acessar</p><p>Minhas anotações</p><p>Introdução a Redes I</p><p>Minhas anotações</p>

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