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<p>1</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VÁRZEA GRANDE – UNIVAG</p><p>CURSO DE PSICOLOGIA BACHAREL</p><p>FELIPE FRISON</p><p>GABRIELA MIRANDA</p><p>HELOIZA SIQUEIRA</p><p>MARIA LUIZA PEREIRA</p><p>NARRIMAN CÂNDIDO</p><p>POLIANA ALEXANDRA BORGES</p><p>RELATÓRIO DAS ATIVIDADES</p><p>ACOLHIMENTO PSÍQUICO AS PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA</p><p>VÁRZEA GRANDE</p><p>2024</p><p>2</p><p>FELIPE FRISON, GABRIELA MIRANDA, HELOIZA SIQUEIRA, MARIA LUIZA</p><p>PEREIRA, NARRIMAN CÂNDIDO, POLIANA ALEXANDRA BORGES</p><p>RELATÓRIO DAS ATIVIDADES</p><p>ACOLHIMENTO PSÍQUICO AS PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA</p><p>Relatório das atividades apresentado ao</p><p>Centro Universitário de Várzea Grande –</p><p>UNIVAG, como requisito parcial de</p><p>avaliação da disciplina Projeto Integrador.</p><p>Orientador (a): Alex Zopeletto</p><p>VÁRZEA GRANDE</p><p>2024</p><p>3</p><p>SUMÁRIO</p><p>1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 4</p><p>2. PROBLEMA ......................................................................................................................... 6</p><p>3. JUSTIFICATIVA ................................................................................................................. 7</p><p>4. OBJETIVOS ......................................................................................................................... 8</p><p>4.1. Objetivo Geral .....................................................................................................................8</p><p>4.2. Objetivos Específicos ..........................................................................................................8</p><p>5.METODOLOGIA .................................................................................................................9</p><p>6. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 10</p><p>7. DISCUSSÕES E RESULTADOS...................................................................................... 13</p><p>8. DESCRIÇÃO DO PRODUTO .......................................................................................... 15</p><p>9. CONSIERAÇÕES FINAIS ...............................................................................................17</p><p>10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 18</p><p>11. ANEXOS ............................................................................................................................20</p><p>12. APÊNDICES ..................................................................................................................... 25</p><p>4</p><p>01. INTRODUÇÃO</p><p>Este projeto tem por objetivo apresentar o trabalho de conhecimento, do equipamento</p><p>de atenção à pacientes com câncer de mama, A MTMAMMA – Amigos do Peito, localizado na</p><p>Rua Amâncio Pedroso de Jesus Neto, número 11, Bairro Jardim Petrópolis, Cuiabá – MT, bem</p><p>como o resultado obtido por meio do produto de uma roda de conversa e entrega de uma cartilha</p><p>sobre o acolhimento psíquico das pacientes com câncer de mama. Esta ação foi realizada pelos</p><p>alunos de Psicologia do período noturno do Centro Universitário de Várzea Grande – UNIVAG,</p><p>como requisito para conclusão da disciplina de Projeto Integrador – 3° setor.</p><p>Considerando os pressupostos da disciplina de Projeto Integrador, o qual visa o</p><p>desenvolvimento crítico, reflexivo e o protagonismo dos estudantes nas proposições de ações</p><p>formativas significativas, que já o coloque em perspectiva com a atuação da profissão no</p><p>mercado de trabalho em diversos setores, optamos por escolher um tema de importante</p><p>relevância para sociedade que é o acolhimento psíquico das pacientes com câncer de mama,</p><p>também considerando o interesse pelo assunto.</p><p>O câncer é uma patologia que pode ser descrita como o crescimento de células que</p><p>invadem os tecidos e órgãos, sendo uma doença que causa altos índices de mortalidade em todo</p><p>mundo entre ambos os sexos e em diferentes faixas etárias. Atualmente, o câncer de mama é</p><p>uma das patologias mais temidas pelas mulheres pelo seu alto índice diagnóstico, além de que</p><p>repercute intensamente em sua condição física, emocional e social.</p><p>O câncer de mama é hoje um relevante problema de saúde pública. No Brasil, as</p><p>estimativas de incidência de câncer de mama para o ano de 2019 são de 59.700 casos novos, o</p><p>que representa 29,5% dos cânceres em mulheres, excetuando-se o câncer de pele não melanoma.</p><p>Em 2016, ocorreram 16.069 mortes de mulheres por câncer de mama no país (MINISTÉRIO</p><p>DA SAÚDE, 2019).</p><p>Presentemente, o diagnóstico e o tratamento tanto local, quanto sistêmico para o câncer</p><p>de mama está sendo aprimorado de forma rápida, sendo a detecção precoce fundamental para</p><p>um bom tratamento, quanto mais cedo um tumor invasivo é descoberto, mais rápido é iniciado</p><p>o tratamento, tendo maior probabilidade de cura. Apesar de todos os avanços dos tratamentos,</p><p>ainda há muita mácula em relação ao câncer por ele ser associado à morte, podendo ser muito</p><p>traumático para a paciente e para os familiares desde o diagnóstico.</p><p>5</p><p>Neste projeto será abordado sobre a importância do acolhimento psíquico das pacientes</p><p>com câncer de mama. O diagnóstico de câncer em si já tem um efeito devastador tanto na vida</p><p>de quem o recebe como aos acompanhantes do diagnóstico, portanto a atenção ao impacto</p><p>emocional causado por essa doença é extremamente necessária na assistência ao paciente</p><p>oncológico. As mulheres sofrem muito com o desconforto psicológico, ansiedade, depressão e</p><p>raiva, além de mudanças no padrão de vida relacionadas a todos os seus âmbitos e o grande</p><p>medo sobre a morte que as cercam.</p><p>A psicologia é uma das profissões da área da saúde cuja inclusão em equipes de</p><p>acompanhamento de pacientes oncológicos é regulamentada por lei, conforme a Portaria nº</p><p>3.535 do Ministério da Saúde, publicada em 14 de outubro de 1998, que determina que toda</p><p>equipe responsável pelo tratamento de pessoas com câncer tenha, entre seus profissionais, um</p><p>psicólogo.</p><p>Dessa forma, o papel do psicólogo na área oncológica é de proporcionar o apoio</p><p>psicossocial e psicoterapêutico diante dos processos de adoecimento do câncer, procurando</p><p>formas de auxílio para um melhor enfrentamento, qualidade de vida e expectativas de</p><p>sobrevivência para os pacientes e familiares ou acompanhantes. Em específico no câncer de</p><p>mama, a mulher ainda sofre muito com o processo de retirada da mama e a queda do cabelo que</p><p>afeta em extremo a sua autoestima acarretando a problemas como ansiedade e depressão.</p><p>O vivenciar de um câncer de mama poderá abalar psiquicamente a vida da paciente e</p><p>de seus familiares ou acompanhantes, podendo juda -los em situação de fragilidade mediante</p><p>o diagnóstico da doença. A família ou acompanhante da paciente desenvolve um papel muito</p><p>importante de suporte psicossocial e é essencial para a adesão ao tratamento e enfrentamento</p><p>do câncer.</p><p>6</p><p>02. PROBLEMA</p><p>Quando uma mulher recebe o diagnóstico de câncer de mama, ela pode estar sujeita a</p><p>passar por vários protocolos de tratamento, que através de seus efeitos físicos e</p><p>comportamentais, atingem diretamente a autoestima e vida social, além disso, o significado por</p><p>trás do câncer possui uma carga muito pesada por sempre estar atrelado à morte.</p><p>O psicólogo que atua na área oncológica insere-se como um profissional fundamental</p><p>na assistência para a paciente e para a família ou acompanhante. O processo, desde o diagnóstico</p><p>até o tratamento, impacta no cotidiano da mulher e demanda a elaboração de estratégias para</p><p>enfrentamento do adoecimento e busca por equilíbrio emocional.</p><p>A importância tanto do acompanhamento psicológico quanto do acolhimento por parte dos</p><p>familiares e acompanhantes é enorme e necessária para lidar com as dificuldades associadas desde o</p><p>diagnóstico, o processo de tratamento da</p><p>doença e o enfrentamento dos demais problemas que surgem</p><p>com o diagnóstico da doença.</p><p>Quando falamos em acolhimento das pacientes com câncer de mama em Cuiabá – MT, pode-</p><p>se pensar em fácil acesso a ferramentas e tratamentos acerca do câncer, porém, mesmo assegurado por</p><p>lei, há muitas falhas no delinear desses processos. A instituição não governamental A MTMAMMA –</p><p>Amigos do Peito, auxilia pacientes com câncer de mama que se veem enfrentando a doença com poucos</p><p>recursos e falta de acompanhamento, tendo um lugar seguro e acolhedor para te ajudar. É trabalhado</p><p>dentro da instituição diversas atividades e projetos para o acolhimento dessas pacientes, como o projeto</p><p>de “amadrinhamento” voluntário para as assistidas terem maior acolhimento neste processo, além de</p><p>acompanhamento regular feita por psicólogas parceiras da instituição.</p><p>Considerando o panorama apresentado, a problemática acerca do presente projeto é</p><p>compreender as práticas e cuidados dos psicólogos no acompanhamento das pacientes</p><p>oncológicas que sofrem com o câncer de mama, trazendo um olhar psicológico e social frente</p><p>a instituição, auxiliando as colaboradoras da instituição e também as assistidas sobre as formas</p><p>de acolhimento psíquico e a importância do acompanhamento psicológico, além de dar</p><p>visibilidade aos trabalhos exercidos na instituição, como o amadrinhamento voluntário as</p><p>assistidas da instituição.</p><p>7</p><p>03. JUSTIFICATIVA</p><p>Conforme compreensão do trabalho da instituição escolhida (A MTMAMMA – Amigos</p><p>do Peito), e as escutas referente às atividades e projetos executados, vê-se a necessidade de um</p><p>delineamento para melhor compreender e ajudar no processo de acolhimento a pacientes com</p><p>câncer de mama, pois conforme apresentado pela equipe, há certas dificuldades referente ao</p><p>enfrentamento da doença e ao acompanhamento psicossocial das assistidas.</p><p>Nesse contexto, o acolhimento psicológico se torna fundamental para auxiliar as</p><p>mulheres com câncer de mama a lidar com as diversas angústias e desafios que vão surgindo ao</p><p>longo da jornada da doença. Através de um atendimento humanizado e especializado, o</p><p>acolhimento psicológico oferece um espaço seguro para que as pacientes expressem suas</p><p>emoções, recebam apoio e desenvolvam ferramentas para enfrentar o diagnóstico, o tratamento</p><p>e seus efeitos colaterais. A rede de apoio tanto psicológica, como familiar e social se vê de</p><p>extrema importância neste trajeto conforme foi apresentado pelas assistidas do A MTMAMMA.</p><p>Os principais benefícios do acolhimento psicológico para pacientes com câncer de</p><p>mama incluem a redução do sofrimento emocional, oferecendo um espaço seguro para as</p><p>pacientes expressarem suas angústias, medos, incertezas e preocupações relacionadas à doença</p><p>e ao tratamento, promovendo a catarse emocional e a sensação de acolhimento e apoio; melhora</p><p>na qualidade de vida, permitindo que elas lidem com os desafios da doença de forma mais</p><p>adaptativa e resiliente; fortalecimento da autoestima e autoimagem, pois o câncer de mama pode</p><p>gerar alterações na autoimagem e na autoestima das mulheres, devido aos impactos físicos e</p><p>psicológicos da doença; melhora na adesão ao tratamento, podendo auxiliar as pacientes a</p><p>compreenderem a importância do tratamento e a lidarem com os seus efeitos colaterais, o que</p><p>contribui para melhores resultados clínicos; redução da ansiedade e depressão e o</p><p>fortalecimento da rede de apoio social.</p><p>Diante dos benefícios mencionados, o projeto de acolhimento psicológico para pacientes</p><p>com câncer de mama se configura como uma ferramenta crucial para garantir a saúde mental e</p><p>o bem-estar dessas mulheres, contribuindo para uma jornada mais positiva e resiliente durante</p><p>o processo de tratamento e recuperação.</p><p>O projeto de acolhimento psicológico para pacientes com câncer de mama se justifica</p><p>por sua relevância para a saúde mental e o bem-estar dessas mulheres, além de apresentar</p><p>benefícios para o sistema de saúde e para a instituição que o oferece.</p><p>8</p><p>04. OBJETIVOS</p><p>04.1. Objetivo Geral:</p><p>Promover o bem-estar psicossocial das pacientes com câncer de mama, oferecendo</p><p>suporte emocional e instrumental para lidar com os desafios da doença e do tratamento.</p><p>04.1. Objetivos Específicos:</p><p> Auxiliar as pacientes a identificarem, compreenderem e gerenciarem melhor suas emoções,</p><p>promovendo o desenvolvimento de mecanismos saudáveis de enfrentamento da ansiedade,</p><p>depressão e estresse;</p><p> Auxiliar as pacientes a fortalecerem sua rede de apoio social, incluindo familiares, amigos</p><p>e grupos de apoio, promovendo um ambiente de suporte e compreensão que contribui para</p><p>o enfrentamento da doença.</p><p> Fornecer informações precisas e atualizadas sobre o câncer de mama, seus tratamentos e</p><p>os seus efeitos colaterais, em linguagem acessível e compreensível para as pacientes.</p><p>9</p><p>05. METODOLOGIA</p><p>No desenvolvimento da pesquisa do projeto utilizamos o método de procedimento</p><p>bibliográfico e abordagem qualitativa. A revisão sistemática, “é uma forma de pesquisa na área</p><p>da saúde que utiliza como fonte de dados a literatura específica, evidenciando uma estratégia</p><p>de intervenção ou terapia específica” (SAMPAIO, 2007, p.2).</p><p>Nesta pesquisa, os dados foram obtidos de quatro fontes principais: Scielo: Uma</p><p>plataforma brasileira que reúne periódicos científicos em diversas áreas do conhecimento;</p><p>Peródicos: Um portal de acesso a periódicos científicos de diferentes países e áreas temáticas;</p><p>Biblioteca Virtual em Saúde (BVS): Uma biblioteca digital com acesso a livros, artigos</p><p>científicos e outros recursos de informação em saúde.; Site do Instituto Nacional do Câncer</p><p>(INCA): Uma instituição pública brasileira que reúne dados e informações sobre o câncer.</p><p>Para refinar a busca e garantir a relevância dos resultados, foram utilizados os seguintes</p><p>descritores: Impactos psicológicos: Efeitos emocionais e sociais do diagnóstico e tratamento do</p><p>câncer de mama; Diagnóstico do câncer: Processo de identificação da doença; Atuação do</p><p>psicólogo: Papel do profissional de psicologia na assistência a pacientes com câncer de mama.</p><p>Os descritores foram combinados de diferentes maneiras para garantir a abrangência</p><p>da pesquisa. Termos individuais: Cada descritor foi pesquisado separadamente para identificar</p><p>trabalhos que abordassem um aspecto específico do tema. Termos cruzados: Combinações de</p><p>descritores foram utilizadas para encontrar trabalhos que abordassem mais de um aspecto do</p><p>tema.</p><p>Essa estratégia de busca permitiu a seleção de um conjunto de trabalhos relevantes e</p><p>confiáveis para embasar a pesquisa.</p><p>10</p><p>06. REFERENCIAL TEÓRICO</p><p>O câncer de mama, conforme a cartilha de 2021 do Instituto Nacional de Câncer José</p><p>Alencar Gomes da Silva (INCA), é uma doença que resulta da multiplicação de células</p><p>anormais da mama, que ocasiona em um tumor com o potencial de invadir outros órgãos do</p><p>sistema. Sendo que, são variados os tipos cânceres de mama, homens também podem acabar</p><p>por desenvolvê-lo, entretanto, as taxas de prevalência são baixas nessa população. Alguns tipos</p><p>podem se desenvolver rapidamente, já outros, não. Se diagnosticado rapidamente, as chances</p><p>de uma resposta positiva ao tratamento são maiores (Brasil, 2021).</p><p>Estudos indicam que os cânceres, ou como também são chamados, neoplasias</p><p>malignas, estão cada vez mais assumindo a posição entre as doenças que mais acometem a</p><p>população feminina no Brasil e no mundo, tornando-se um importante causador dos óbitos de</p><p>centenas de mulheres adultas ao longo do globo. Sendo o câncer de mama, o segundo câncer</p><p>mais constante em todo o mundo e o primeiro entre a população feminina (Silva, 2008).</p><p>“Segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer, o número de casos novos esperados para</p><p>o Brasil em 2006 é de 48.930, com um risco de 52 casos a cada 100 mil mulheres” (Silva, 2008,</p><p>p.232 apud</p><p>Inca, 2006).</p><p>Os impactos psicológicos na mulher mediante a um diagnóstico de câncer de mama</p><p>podem ser observados desde antes da confirmação da doença, inicia-se na espera dos resultados</p><p>analisados pelos dados colhidos nos exames, exprimindo sinais de ansiedade e angústia. Essas</p><p>emoções angustiantes experienciadas pela mulher, estão para além da detecção do nódulo no</p><p>exame, mas podem estar também atreladas na percepção de sua recém dependência aos serviços</p><p>públicos que, por sua vez, apresenta uma lentidão no acesso desse atendimento necessário, tanto</p><p>pela questão burocrática, quanto pelos recursos limitados mediante às demandas (Bergamasco;</p><p>Ângelo, 2001).</p><p>Segundo os resultados advindos da pesquisa dos autores Bergamasco e Ângelo (2001,</p><p>p. 279) colhidos através do método de entrevistas, “O período de diagnóstico pode ser</p><p>traumático, principalmente se é prolongado ou termina com a confirmação de uma doença que</p><p>é ameaçadora à vida”, mediante à essa confirmação a mulher se vê compelida a agir com rapidez</p><p>na tentativa de livrar-se da doença, aceitando sua condição e se reorganizando diante da nova</p><p>realidade como portadora de câncer de mama, pois, de acordo com os autores Bergamasco e</p><p>Ângelo (2001, p. 280) “[...] livrar-se do câncer significa colocar limites na doença, e assim</p><p>11</p><p>remover fisicamente de seu corpo uma enfermidade que traz incerteza e sofrimento, mudando</p><p>seus hábitos e seu convívio social”.</p><p>Entretanto, o tratamento para a doença produz um impacto significativo na identidade</p><p>feminina e na autoestima da mulher, consequentes pela perda das mamas (em determinados</p><p>casos) e dos cabelos, atrasos na menstruação e a infertilidade. Outras implicações consideráveis</p><p>decorrentes do tratamento apontam para uma diminuição de qualidade de vida nas esferas</p><p>sociais, sexuais e emocionais que podem se estender por até cinco anos após o tratamento</p><p>inicial, demonstrando uma necessidade de acompanhamento psico oncológico durante e após o</p><p>final do tratamento. Um aspecto importante que deve ser levado em consideração é a mama</p><p>que, por sua vez, constitui em um cerne de expressivo simbolismo dessa identidade feminina</p><p>abalada em decorrência do câncer, mesmo em casos onde o tratamento não se dá pela retirada</p><p>total da mama, intervindo apenas na retirada do tumor, o conceito de tornar o seio como o alvo</p><p>de uma intervenção médica dolorosa, vai de contramão à construção simbólica em que a mama</p><p>está associada (Silva, 2006).</p><p>Neste contexto de mudanças tão profundas em diversas instâncias na vida da mulher</p><p>portadora de câncer de mama, a família é um essencial apoio à mulher no enfrentamento da</p><p>doença, aliviando o fardo do percurso e age, também, como incentivadora para que a mulher</p><p>continue o tratamento. Com tudo, os diversos impactos acometidos não se restringem ao</p><p>familiar adoecido, também se estendem para os demais membros da família, segundo Feijó et</p><p>al. (2009, p. 81),</p><p>[...] a família pode ser entendida como um sistema inter-relacionado, por isso,</p><p>tudo que acontece com um dos seus membros afeta os demais, de modo que</p><p>quando a mulher adoece esta situação atinge toda a família, causando</p><p>alterações psicológicas e até biológicas, além de mudanças no comportamento</p><p>de seus membros.</p><p>Tais alterações arremetidas a todos os membros familiares atingem, sobretudo, o</p><p>familiar que assume o papel de cuidador, este que desempenha uma importante função na vida</p><p>do enfermo, que ao decorrer do tratamento, pode tornar-se ainda mais dependente a este</p><p>cuidador, o que pode vir a acarretar disfunções no âmbito social, emocional e físico (Oliveira;</p><p>Souza, 2017).</p><p>12</p><p>As políticas públicas referentes ao câncer de mama no Brasil, são elaboradas e</p><p>implementadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em colaboração com os órgãos estaduais</p><p>e municipais de saúde (Santos et al., 2023). De acordo com Santos et al. (2023, p. 7) “[...]</p><p>abrangem o rastreamento e diagnóstico precoce por meio de programas de mamografia,</p><p>garantindo tratamento gratuito e acessível, independentemente da situação financeira das</p><p>pacientes”, o SUS também atua em ações de prevenção e conscientização do câncer de mama.</p><p>Em questão de formas de prevenção, a prevenção primária, que possui um caráter impeditivo</p><p>do início do processo patológico, ocorre mediante a adoção de hábitos de vida mais saudáveis,</p><p>destacando o controle do peso corporal, a adesão de uma alimentação equilibrada, uma</p><p>moderação no consumo de bebidas alcoólicas, praticar exercícios físicos regulares,</p><p>amamentação e proteger-se de exposição à radiação e pesticidas.</p><p>O programa de rastreamento também é uma importante medida na detecção precoce</p><p>do câncer de mama, entra como uma prevenção secundária e envolve o exame clínico, a</p><p>mamografia, o autoexame e rastreamento bioquímico e genético. A prevenção secundária</p><p>decorre no estágio inicial da doença, objetiva a interrupção da progressão da doença através da</p><p>identificação precoce seguido pelo início imediato do tratamento. Na prevenção terciária, ocorre</p><p>após o diagnóstico da doença tendo o foco na manutenção e recuperação do equilíbrio funcional,</p><p>é na prevenção terciária é onde se dá a atuação do psicólogo (Santos et al., 2023).</p><p>O psicólogo está presente no processo de tratamento oncológico em todas as etapas,</p><p>sendo membro da equipe multidisciplinar de cuidado ao paciente com câncer, atuando na</p><p>manutenção do bem-estar psicológico do paciente e na identificação e compreensão de fontes</p><p>emocionais que influenciam na saúde. Objetiva a prevenção e redução dos sintomas físicos e</p><p>emocionais acarretados pelo câncer, atentando-se a distúrbios psicopatológicos como a</p><p>depressão e ansiedade graves (Venâncio; Leal, 2004). A atuação do psicólogo não se restringe</p><p>apenas a pessoa acometida pela doença, mas é essencial a inclusão da família no atendimento.</p><p>As autoras Venâncio e Leal (2004, p. 59) ressaltam que “Atuando junto à família, o psicólogo</p><p>deve buscar reforçar os vínculos afetivos entre família e paciente, facilitando um diálogo</p><p>verdadeiro, capacitando-os a compartilhar experiências e emoções”.</p><p>13</p><p>07. DISCUSSÕES E RESULTADOS</p><p>A realização deste projeto na MTMAMMA – Amigos do Peito proporcionou uma rica</p><p>oportunidade para explorar e aprofundar o entendimento sobre o acolhimento psíquico das</p><p>pacientes com câncer de mama. O câncer de mama, uma patologia que tem um impacto</p><p>profundo não apenas na saúde física, mas também no bem-estar emocional e psicológico das</p><p>pacientes, exige uma abordagem multidisciplinar que inclua suporte psicológico adequado. A</p><p>interação direta com as pacientes e a equipe da MTMAMMA permitiu observar de perto as</p><p>necessidades emocionais e psicológicas das mulheres em tratamento, bem como os desafios</p><p>enfrentados pelas instituições que prestam apoio a essas pacientes.</p><p>A roda de conversa e a entrega da cartilha foram estratégias valiosas para promover a</p><p>conscientização e fornecer informações sobre o acolhimento psíquico. Durante a roda de</p><p>conversa, foram levantadas questões cruciais sobre o impacto emocional do diagnóstico e</p><p>tratamento do câncer de mama. As pacientes expressaram sentimentos de ansiedade, medo,</p><p>depressão e mudanças na autoimagem, enfatizando a importância de um suporte psicológico</p><p>contínuo. A participação ativa das pacientes e dos profissionais da instituição revelou a</p><p>necessidade de uma abordagem mais estruturada e sistemática no acolhimento psíquico,</p><p>ressaltando a carência de recursos e o papel vital dos psicólogos na equipe multidisciplinar de</p><p>tratamento oncológico.</p><p>A cartilha entregue às pacientes serviu como um recurso educativo e de apoio,</p><p>fornecendo informações claras e acessíveis sobre as estratégias para lidar com os desafios</p><p>emocionais do câncer de mama. Este material foi bem recebido pelas pacientes, que destacaram</p><p>a importância de ter acesso a informações que possam juda-las a compreender e gerenciar</p><p>melhor suas emoções. A cartilha abordou tópicos como técnicas de relaxamento, a importância</p><p>do suporte social, e estratégias para melhorar a autoestima e a autoimagem, aspectos essenciais</p><p>para o bem-estar psicológico das pacientes.</p><p>Os resultados obtidos com este projeto na MTMAMMA – Amigos do Peito foram</p><p>significativos tanto para as pacientes quanto para os alunos de Psicologia envolvidos. A</p><p>interação direta com as pacientes e a aplicação das atividades propostas proporcionaram vários</p><p>benefícios. Primeiramente, houve um aumento notável na conscientização das pacientes sobre</p><p>a importância do acolhimento psíquico e as diversas formas de apoio disponíveis. A cartilha</p><p>entregue foi um recurso valioso, ajudando a esclarecer dúvidas e fornece ferramentas práticas</p><p>14</p><p>para lidar com os desafios emocionais do câncer de mama. Este material abordou tópicos</p><p>essenciais como técnicas de relaxamento, a importância do suporte social e estratégias para</p><p>melhorar a autoestima e a autoimagem.</p><p>A roda de conversa realizada foi um sucesso, com participação ativa das pacientes, que</p><p>compartilharam suas experiências e desafios, criando um ambiente de apoio mútuo e</p><p>fortalecendo os laços entre as participantes. O feedback positivo das pacientes indicou que as</p><p>atividades propostas tiveram um impacto positivo no seu bem-estar emocional. Elas</p><p>expressaram gratidão pelo apoio recebido e destacaram a importância de ações como essa para</p><p>melhorar sua qualidade de vida durante o tratamento.</p><p>Além dos benefícios para as pacientes, os alunos de Psicologia também se beneficiaram</p><p>significativamente. Eles tiveram a oportunidade de aplicar seus conhecimentos teóricos na</p><p>prática, desenvolvendo habilidades essenciais para sua futura atuação profissional. Essa</p><p>experiência prática reforçou a importância do acolhimento psíquico e do trabalho</p><p>multidisciplinar no contexto oncológico.</p><p>A parceria com a MTMAMMA – Amigos do Peito foi fortalecida, proporcionando uma</p><p>base sólida para futuras colaborações e projetos. A instituição reconheceu a importância do</p><p>suporte psicológico contínuo e está considerando integrar permanentemente ações semelhantes</p><p>em suas atividades. Em resumo, o projeto atingiu seus objetivos ao promover o bem-estar</p><p>psicossocial das pacientes com câncer de mama, oferecendo suporte emocional e instrumental</p><p>para lidar com os desafios da doença e do tratamento, e destacando a necessidade de um</p><p>acolhimento psíquico estruturado e contínuo para as pacientes oncológicas.</p><p>15</p><p>08. DESCRIÇÃO DO PRODUTO</p><p>Apresentamos a instituição A MTMAMMA, uma cartilha informativa (anexo 1) que</p><p>tem como objetivo servir de material educativo e de conscientização, destinado a pessoas com</p><p>câncer de mama, suas famílias e a comunidade em geral. Nesta cartilha, contém informações</p><p>sobre o objetivo da instituição para a comunidade, que é oferecer apoio emocional, psicológico</p><p>e atividades diversas, além da conscientização sobre o cuidado à saúde mental durante o</p><p>tratamento.</p><p>Ademais, descrevemos sobre as diversas atividades que a instituição oferece além do</p><p>acolhimento, como artesanato, palestras, cursos de capacitação, dança, yoga, entre outros. O</p><p>objetivo da cartilha é principalmente informar e sensibilizar a comunidade sobre o trabalho</p><p>desenvolvido no MTMAMMA, visando incentivar a participação e o apoio através de doações</p><p>e voluntários. Além disso, essa cartilha proporciona às pessoas atendidas um guia sobre as</p><p>atividades disponíveis e os benefícios que elas podem obter participando. Foi feito também um</p><p>QR Code (anexo 2) para conhecer o a instituição A MTMAMMA que é redirecionado</p><p>diretamente para o site, a fim de apresentar a instituição, assim como os seus serviços, eventos,</p><p>histórico, conselho diretor e demais informações acerca do câncer de mama.</p><p>Além da cartilha informativa, foi realizado uma roda de conversa no dia 18 de junho</p><p>de 2024 juntamente com a Professora Juliane Fonseca, professora da UNEMAT, palestrante,</p><p>portadora do câncer de mama em tratamento. Foi realizado um roteiro semiestruturado para a</p><p>realização da roda de conversa (anexo 3) para melhor conduzir a roda e conversa que abordou</p><p>os seguintes temas:</p><p> Descoberta – diagnóstico do câncer de mama;</p><p> Acolhimento das assistidas no A MTMAMMA;</p><p> Condições financeiras que impossibilitam o tratamento e a busca e um apoio</p><p>psicológico;</p><p> Impacto na autoestima e imagem corporal;</p><p> Importância do apoio emocional e a rede de suporte;</p><p> O papel da espiritualidade e da fé no processo de cura.</p><p>Diante desta roda de conversa foi possível vivenciar uma parcela da história das</p><p>assistidas acometidas pelo câncer de mama, sendo um momento de reflexão e</p><p>16</p><p>autoconhecimento para as assistidas entre si e para os integrantes do grupo que estão fora desta</p><p>realidade. As rodas de conversa sobre acolhimento psicológico a pacientes com câncer de mama</p><p>são espaços valiosos para a troca de experiências, o compartilhamento de saberes e a construção</p><p>de um ambiente de apoio mútuo. Os relatos de participantes e de profissionais que conduzem</p><p>essas rodas demonstram que elas são ferramentas poderosas para o acolhimento e o apoio de</p><p>mulheres com câncer de mama.</p><p>17</p><p>09. CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Por fim, esse trabalho abordou sobre a importância do acolhimento psíquico em</p><p>pacientes com câncer de mama, por meio de uma intervenção com mulheres integrantes do</p><p>MTMAMMA – Amigos do Peito em Cuiabá. Dentro desse contexto, a ação da psicologia faz-</p><p>se essencial para contribuir na redução do sofrimento emocional ocasionado por essa patologia.</p><p>Diante do processo de adoecimento por conta do câncer, os apoios psicossociais e</p><p>psicoterapêuticos auxiliam em uma melhor elaboração e aceitação do diagnóstico,</p><p>proporcionando mais bem-estar. Dessa forma, esse projeto destacou a psicologia como sendo</p><p>uma área pertencente a equipe multidisciplinar que atua no cuidado dessas mulheres.</p><p>A roda de conversa e a cartilha foram os produtos desse projeto, sendo ambas</p><p>fundamentais tanto para promover conscientização sobre o tema quanto para acolher as</p><p>assistidas pelo MTMAMMA. Deste modo, todo conteúdo produzido por esse projeto serviu</p><p>como estratégias de enfrentamento ao câncer de mama desde um viés psicológico, sendo assim,</p><p>contribuindo para uma formação acadêmica mais ampla e integrada, uma vez que foi possível</p><p>que os alunos se aproximassem de temas que muitas vezes não são abordados na graduação,</p><p>nesse caso, o atendimento psicológico específico para mulheres com câncer de mama. Por fim,</p><p>a realização desse projeto foi uma rica experiência, na qual foi possível compreender a teoria e</p><p>a prática da psicologia oncológica no contexto do acolhimento supracitado.</p><p>18</p><p>10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>BERGAMASCO, R. B. .; ANGELO, M. . O Sofrimento de Descobrir-se com Câncer de</p><p>Mama: como o Diagnóstico é Experienciado pela Mulher. Revista Brasileira de</p><p>Cancerologia, [S. l.], v. 47, n. 3, p. 277–282, 2001. Disponível em:</p><p>https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/2306. Acesso em: 15 jun. 2024.</p><p>FEIJÓ, A. M.; SCHWARTZ, E.; JARDIM, V. M. DA R.; LINCK, C. DE L.; ZILLMER, J. G.</p><p>V.; LANGE, C. O papel da família sob a ótica da mulher acometida por câncer de mama.</p><p>Ciência, Cuidado e Saúde, v. 8, p. 79-84, 23 abr. 2010.</p><p>Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer (INCA). Câncer de mama: vamos falar</p><p>sobre isso? 5ª ed. Rio de Janeiro: INCA; 2021. 64 p. il. (Série Controle do Câncer; n. 2).</p><p>OLIVEIRA, Tatiane Ribeiro de; SOUZA, Juciléia Rezende. Avaliação do impacto</p><p>psicossocial do diagnóstico e tratamento do câncer na vida de familiares cuidadores de</p><p>pacientes em regime de internação hospitalar. Tempus: Actas de saúde colet., Brasília, v. 11,</p><p>n. 1, p. 215-227, 2017.</p><p>SANTOS, Flaubert Humphrei Sena; DOS SANTOS MARTINS, Tânia; ROSA,</p><p>Erica Carine</p><p>Campos Caldas. SAÚDE DA MULHER: Prevenção, Impacto Psicossocial e Políticas</p><p>Públicas ao câncer de mama no Brasil (FARMÁCIA). Repositório Institucional, v. 2, n. 2,</p><p>2024.</p><p>SILVA, Lucia Cecilia da. Câncer de mama e sofrimento psicológico: aspectos relacionados</p><p>ao feminino. Psicologia em estudo, v. 13, p. 231-237, 2008.</p><p>VENÂNCIO, J. L.; LEAL, V. M. S. Importância da Atuação do Psicólogo no Tratamento</p><p>de Mulheres com Câncer de Mama. Revista Brasileira de Cancerologia, [S. l.], v. 50, n. 1, p.</p><p>55–63, 2004. Disponível em: https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/2059.</p><p>19</p><p>Acesso em: 15 jun. 2024.</p><p>SAMPAIO, Rosana Ferreira; MANCINI, Marisa Cotta. Estudos de revisão sistemática: um guia</p><p>para síntese criteriosa da evidência científica. Brazilian Journal of Physical Therapy, v. 11, p.</p><p>83-89, 2007.</p><p>20</p><p>11. ANEXOS</p><p>Anexo 1</p><p>21</p><p>Anexo 1</p><p>22</p><p>Anexo 2</p><p>23</p><p>Anexo 3</p><p>24</p><p>Anexo 3</p><p>25</p><p>12. APÊNDICES</p><p>26</p><p>27</p><p>28</p><p>29</p><p>30</p><p>31</p>