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ANÁLISE DE CENÁRIOS 
ECONÔMICOS 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Pollyanna Rodrigues Gondin 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Seja bem-vindo a mais uma aula! Espero que continuem empolgados e 
com sede de conhecimento para desvendar um pouco mais algumas questões 
econômicas. Hoje iremos nos debruçaremos sobre algumas questões da 
macroeconomia, visando a auxiliar e dar ferramentas para a análise de 
cenários e tomada de decisão. Vivemos num mundo em que a informação 
circula de forma muito rápida e acontecimentos locais acabam por influenciar o 
todo, de modo que o planejamento e as projeções se tornam cada vez mais 
essenciais para o futuro da empresa/organização. 
Assim, planejar, analisar e fazer projeções sobre determinado cenário se 
torna vital. Mas os cenários estão em constante modificação! Então, como nos 
antecipar e adivinhar o futuro? Infelizmente, essa mágica não existe, mas a 
partir do momento que você se prepara, tem acesso às informações, sabe 
como manuseá-las e conhece seus possíveis impactos, fica mais fácil fazer 
projeções e modificar a direção, mesmo que sua análise inicial não se 
concretize. Espera-se que ao final das nossas aulas você compreenda as 
variáveis econômicas e saiba traçar a tendência de cada uma e a forma como 
podem afetar sua organização/empresa. 
Visando cumprir o objetivo proposto nesta disciplina, esta aula está 
dividida em cinco temas. No primeiro, trabalharemos com os principais 
agregados macroeconômicos e sua relevância para a economia e sua análise. 
Na sequência, analisaremos o Produto Interno Bruto (PIB) e suas três formas 
de cálculo: pelo lado da oferta, pelo lado da demanda e segundo a renda. 
Nesse segundo tema veremos como a mensuração do PIB é relevante para os 
países e como pode afetar as atividades econômicas como um todo. No 
terceiro tema, destacaremos o sistema de contas nacionais e sua importância 
para medição dos agregados macroeconômicos. Já no quarto tema, 
analisaremos a balança de pagamentos, sua estrutura e as transações que a 
compõem. Por fim, atentaremos para a diferença entre os conceitos de risco e 
incerteza, conceitos estes que permeiam a análise de cenários econômicos. 
Espero que você aproveite ao máximo o material e mergulhem na 
disciplina, que é tão relevante e tão atual para o entendimento do dia a dia em 
sociedade e para a tomada de decisão. Bons estudos! 
 
 
3 
CONTEXTUALIZANDO 
Vamos iniciar nossos estudos com uma matéria a respeito das 
expectativas sobre o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro1: 
Impactado pela pandemia do novo coronavírus e por uma forte 
desvalorização cambial, o Brasil deve deixar o 'top 10' de países com 
maiores PIBs (Produto Interno Bruto) em valores nominais em 2020, 
segundo estudo de pesquisadores da FGV (Fundação Getúlio 
Vargas). No estudo, os economistas Marcel Balassiano e Claudio 
Considera utilizam dados do FMI (Fundo Monetário Internacional) 
divulgados em outubro para mensurar que o Brasil deve deixar o 
posto de nono maior PIB nominal do mundo em 2019 e se tornar o 
12º maior em 2020. Em dólares, o PIB brasileiro passaria de US$ 1,8 
trilhão em 2019 (R$ 7,1 trilhões na cotação média do ano passado, 
R$ 9,6 trilhões na atual) para US$ 1,4 trilhão em 2020 (R$ 7,182 
trilhões na cotação média de 2020, R$ 7,5 tri na atual), seguindo o 
movimento recessivo de nove das dez maiores economias do mundo 
em 2020 (a exceção é a China) devido à crise gerada pela covid-19. 
Com a queda, o Brasil seria ultrapassado pelo Canadá, pela Coreia 
do Sul e pela Rússia, que ocupariam da nona até a 11ª colocação, 
respectivamente. 
TEMA 1 – PRINCIPAIS AGREGADOS MACROECONÔMICOS 
Vamos começar nossos estudos falando sobre os principais agregados 
macroeconômicos? Para isso, é importante relembrar o conceito de 
macroeconomia. Quando falamos em macroeconomia, fazemos referência ao 
agregado, ou seja, ao estudo da economia global em que se analisa a 
determinação e o comportamento de grandes agregados, como renda, 
produção, preço, emprego, moeda, política, taxa de juro, taxa de câmbio, 
dentre outros. 
Assim, quando falamos em agregados macroeconômicos nos referimos 
ao estudo dessas variáveis. Simonsen e Cysne (1985), afirmam que existem 
sete conceitos básicos para verificar o desempenho real de uma economia: 
produto, renda, consumo, poupança, investimento, absorção e despesa. Nesse 
momento, iremos atentar a cada um desses conceitos e à sua importância 
econômica para que adiante seja possível especificar algumas temáticas. 
Levando em consideração que a economia é a ciência que estuda a 
alocação de recursos limitados para satisfazer necessidades humanas que são 
ilimitadas, o produto diz respeito ao que é produzido dentro de um país em 
 
1 
O conteúdo completo está disponível em: <https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2020/1
1/09/fgv-ibre-estudo-brasil-dez-maiores-economias-pib.htm>. Acesso em: 27 jan. 2021. 
 
 
4 
termos de bens e serviços e satisfaz tais necessidades. Para que o produto 
seja elaborado, é necessário uma conjunção de insumos que são conhecidos 
como fatores de produção (Gremaud; Vasconcellos; Toneto Júnior, 2011). Por 
se tratar de um dos agregados mais relevantes, no Tema 2 abordaremos mais 
detalhadamente o produto e suas fórmulas de cálculo. 
A renda, por sua vez, diz respeito à remuneração dos fatores de 
produção. Quando falamos em remuneração dos fatores de produção é 
importante analisar o fluxo circular da renda, pois este mostrará que para 
produzir bens e serviços são contratados fatores de produção como capital, 
trabalho e terra, os quais são remunerados com salário, lucro e aluguel. 
Figura 1 – Fluxo circular da renda 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Gondin, 2021. 
Ainda analisando a Figura 1, podemos avançar para o conceito de 
consumo, que nada mais é do que a prática de aquisição de bens e serviços. 
Os indivíduos precisam satisfazer suas necessidades e, para isso, ofertam 
seus fatores de produção, recebem uma renda por eles e com essa renda 
podem consumir, isto é, comprar bens e serviços que foram produzidos 
(Dicionário Financeiro). 
Mas, então, toda remuneração paga é gasta em consumo? Não 
necessariamente, pois parte dessa renda pode ser poupada. Assim, poupança 
refere-se à parte da remuneração que não é gasta com consumo. A poupança 
tem como finalidade o rendimento de juros, e se for depositada nas instituições 
financeiras pode ser emprestada para empresas que investirão em sua 
produção, ou para o governo, que pode utilizá-la para fazer frente às suas 
necessidades ou cobrir déficits. 
FAMÍLIAS EMPRESAS 
Ofertam bens e serviços para as famílias (produtos) 
Ofertam fatores de produção para as empresas 
Compram 
Demandam 
Pagam a renda 
 
 
5 
Em uma economia, podemos ter investimento produtivo. Investimento 
diz respeito à aquisição de bens de produção, bens de capital ou 
intermediários, com finalidade de aumentar a oferta de produtos no período 
subsequente (Gremaud; Vasconcellos; Toneto Júnior, 2011). De modo 
simplificado, podemos chamar de investimento a compra de maquinário, 
equipamento, edifício ou estoque que visam ao aumento da produção no 
período seguinte. 
Já a absorção interna refere-se ao somatório dos gastos com consumo, 
investimento e gastos do governo. Isso quer dizer que a absorção interna 
engloba bens e serviços que a sociedade absorve para o consumo ou aumento 
do estoque (Derolle, 2013). Absorção externa diz respeito ao mercado externo, 
ou seja, ao saldo da balança comercial (exportações menos importações), 
temática que acordaremos de forma mais ampla no Tema 2 desta aula. 
Finalizando o assunto referente aos agregados macroeconômicos, com 
o intuito de avançar nos estudos dos mesmos, devemos analisar o conceito de 
despesas, que são os gastos dos agentes/indivíduos econômicos na compra 
de bens e serviços. Assim, o que é produzido pelas empresas é 
consumido/adquiridopela população. Essa aquisição gera a despesa. Após 
analisar esses conceitos, podemos avançar para o Tema 2, em que 
estudaremos o conceito de Produto Interno Bruto. 
TEMA 2 – PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) SOB AS TRÊS ÓTICAS 
Trataremos neste tema de um assunto de grande relevância e que 
impacta diretamente os rumos que deverão ser tomados tanto no âmbito de 
políticas macroeconômicas para determinado país quanto de projeções para 
empresas/organizações. Você já deve ter ouvido frases do tipo: “o Brasil 
crescerá 2%” ou “o crescimento dessa economia ficará abaixo da meta”, não 
é? 
Mas, então, quando falamos em crescimento de uma economia, o que 
queremos dizer? Como mensurar esse crescimento? O crescimento de 
determinada economia é dado pelo cálculo do PIB. Assim, quando falamos em 
PIB, nos referimos ao crescimento econômico, isto é, à soma em valores 
monetários de bens e serviços finais produzidos em determinada economia. 
Resumidamente, o PIB mede a atividade econômica de um país/região dado 
momento. Pode ser calculado de três formas, mas independente disso, o valor 
 
 
6 
deverá ser o mesmo. E quais são essas três formas? Pela ótica da oferta, pela 
ótica da demanda e pela ótica da renda. 
Iniciaremos abordando a mensuração do PIB pela ótica da oferta. 
Segundo essa ótica, para obter o resultado final do deve-se somar o valor 
gerado pelas empresas que operam em determinado local/economia 
(ADVFN, 2019). Assim, para o seu cálculo, deve-se somar todos os bens e 
serviços finais produzidos em um período, em uma economia. A soma é feita 
em valores monetários, pois existe uma variedade muito grande de bens e 
serviços, o que dificultaria utilizar outra forma de mensuração. É preciso 
lembrar que para o cálculo do PIB consideram-se apenas bens e serviços finais 
para eliminar a dupla contagem que ocorreria caso bens intermediários fossem 
considerados. Sobre isso, analise a Tabela 1 que apresenta resumidamente as 
fases e os bens necessários para a produção de pão. 
Tabela 1 – Produção de pão 
Fases de Produção Valor das Vendas (1) 
Custo dos Bens 
Intermediários 
(2) 
Valor Agregado 
(3) = (1) - (2) 
Trigo 20 - 0 20 
Farinha 30 - 20 10 
Pão 55 - 30 25 
Total 110 50 55 
Fonte: Gondin, 2021. 
Assim, para o cálculo do PIB pela ótica da oferta, deve-se considerar o 
somatório de todos os bens e serviços finais produzidos em uma economia, em 
um período determinado, justamente para evitar a dupla contagem e a 
superestimação do PIB. E como devemos proceder para calcular o PIB pela 
ótica da demanda? Pela ótica da demanda considera-se tudo o que é gasto em 
uma determinada economia, em um dado período de tempo. Desse modo, 
calcula-se o que é consumido pelas famílias e pelo governo. Para calcular o 
PIB por essa ótica, considera-se: 
PIB = C + I + G + (X-M) 
Em que: 
• C = consumo das famílias; 
• I = investimentos produtivos; 
• G = gastos governamentais; 
• X = exportação; 
 
 
7 
• M = importação. 
É importante notar que não levamos em consideração o que foi 
produzido externamente e importado pelos brasileiros, uma vez que o cálculo 
deve considerar apenas o que foi produzido internamente. 
Por fim, o PIB pode ser calculado pela ótica da renda ou dos 
rendimentos. Mas o que isso quer dizer? Significa que, para saber se 
determinada economia cresceu ou não durante um período, pode-se considerar 
também os rendimentos gerados e distribuídos aos agentes econômicos, ou 
seja, a soma das remunerações dos fatores produtivos: 
� salários, lucros, juros, aluguéis 
É preciso considerar que independente da ótica utilizada para cálculo do 
PIB o resultado deverá ser o mesmo. Para além das formas de cálculo do PIB, 
é importante distinguir PIB nominal e PIB real. PIB nominal é o produto medido 
a preços correntes, ou seja, preços de mercado, sem descontar seu aumento. 
O PIB real refere-se ao produto medido a preços constantes, eliminando efeitos 
inflacionários (Gremaud; Vasconcellos; Toneto Júnior, 2011). 
Saiba mais 
Para ver a evolução do PIB, acesse: <www.ipeadata.gov.br> e pesquise 
por PIB. Com essa busca você poderá verá valores absolutos do PIB e sua 
evolução em percentual. A título de curiosidade, o PIB brasileiro de 2019 foi de 
R$7,3 trilhões, e o PIB do segundo trimestre de 2020 foi de R$1,7 trilhões. 
TEMA 3 – SISTEMA DE CONTAS NACIONAIS 
Avançamos agora para a terceira temática de nossa aula e a partir 
desse momento analisaremos o sistema de contas nacionais. Mas por que isso 
é importante? Você já parou para pensar que toda organização faz sua 
contabilidade para ter seus controles e planejamento. Com o governo não seria 
diferente. Assim, quando falamos em contas nacionais, nos referimos à 
contabilidade social que nada mais é do que a técnica de registro e 
mensuração de variáveis econômicas. 
A ideia das contas nacionais, ou da contabilidade social, é a medição 
dos agregados econômicos, registrando contabilmente a atividade produtiva do 
país. Se você parar para analisar, já iniciamos nossos estudos sobre contas 
nacionais ao abordar a temática do PIB e os agregados macroeconômicos. A 
http://www.ipeadata.gov.br/
 
 
8 
partir desse momento, trataremos então mais especificamente do Produto 
Nacional Bruto (PNB) e dos sistemas de contabilidade social. Iniciaremos 
falando sobre o PNB, mas antes disso, você sabe dizer o que é PNB e por que 
sua aferição é importante para as contas nacionais? E mais: podemos 
considerar PNB e PIB como sinônimos? Então vamos aos nossos estudos? 
Produto Nacional Bruto (PNB) diz respeito ao agregado de tudo que é 
produzido na economia pelos nacionais. Isso significa que para mensurar o 
PNB leva-se em consideração bens e serviços produzidos por pessoas e/ou 
empresas do país, independentemente de onde seja, importando, nesse caso, 
a nacionalidade da organização ou indivíduo (Dicionário Financeiro). Assim, 
para calcular o PNB considera-se o que foi produzido por um nacional, mesmo 
que essa produção não tenha ocorrido dentro das fronteiras nacionais. Um 
exemplo bem conhecido e que entra no cálculo do PNB é o de uma empresa 
brasileira que possui fábrica no exterior. 
É importante considerar que PNB e PIB não são sinônimos; cada um 
apresenta suas peculiaridades. Se o PIB leva em consideração a produção de 
bens e serviços dentro do território nacional, o PNB se refere à produção 
nacional, independente se ela ocorreu em território nacional ou não. Na Figura 
2, podemos observar que o PIB é a produção de bens e serviços dentro das 
fronteiras nacionais do Brasil. Já o PNB, pode ser produzido no restante do 
mundo, desde que tenha nacionalidade brasileira. 
Figura 2 – Relações do Brasil com o restante do mundo 
 
 
 
Fonte: Gondin, 2021. 
Em economias desenvolvidas, o PNB costuma ser maior que o PIB, pois 
tais economias têm capacidade produtiva nacional consolidada e, desse modo, 
são menos dependentes de empresas internacionais em termos de resultados. 
Para calcular o PNB, considera-se o PIB e a Renda Líquida Enviada ao 
Exterior (RLEE): 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 = 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 + 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 
BRASIL 
 
 
Importação 
RESTANTE DO 
MUNDO 
Exportação 
 
 
9 
A RLEE mede a diferença entre recursos enviados ao exterior 
(pagamento de fatores de produção internacionais alocados no país) e 
recursos recebidos do exterior a partir de fatores de produção do país de 
origem e que se encontram em atividade externa. 
TEMA 4 – BALANÇO DE PAGAMENTOS 
Neste tema, aprofundaremos a temática das relações de nosso país com 
o restante do mundo e abordaremos o balanço de pagamentos. Mas você 
sabe o que ele significa e exatamente o que ele registra? 
Balanço de pagamentos é o registro estatístico de todas as transações 
entre residentes de uma economia e o restante do mundo. Quando falamos em 
todas as transações, nos referimos ao fluxo de bens e serviços e direitos de 
valor econômico (Banco Central do Brasil, 2002). Esseregistro é importante, 
pois não vivemos isolados do restante do mundo e, para apurar de forma 
fidedigna a condição econômica de um país, é relevante ponderar todo o fluxo 
que entra e sai. 
Assim, segundo Gremaud, Vasconcellos e Toneto Júnior (2011, p. 251), 
o balanço de pagamentos de um país é “um resumo contábil das transações 
econômicas que esse país faz com o resto do mundo, durante certo período de 
tempo. Com base nesse balanço pode-se avaliar a situação econômica 
internacional do país”. 
Mas quem elabora o balanço de pagamentos? No caso brasileiro, o 
responsável por essa elaboração é o Banco Central (Bacen). Para isso, o 
Bacen, baseia-se nos registros das transações que ocorrem entre residentes e 
não residentes do país. Nesse caso, entendem-se como residentes os agentes 
econômicos que possuem o centro de interesse no país (Gremaud; 
Vasconcellos; Toneto Júnior, 2011, p. 251). Assim, 
um turista americano no Brasil não é residente do país, enquanto um 
turista brasileiro no exterior é residente. Um diplomata brasileiro que 
esteja morando no exterior para prestar serviços diplomáticos 
continua sendo residente do país. Uma empresa multinacional, isto é, 
a filial de uma empresa estrangeira instalada no país, é residente, 
mas seus proprietários que moram no exterior não são residentes. 
Para contabilizar o registro do balanço de pagamentos, adota-se o 
método das partidas dobradas. Segundo Gomides (2016), esse método expõe 
que para cada débito existe um crédito correspondente, sendo que toda 
transação que cria um direito constitui um crédito, como as exportações. Por 
 
 
10 
outro lado, toda transação que cria uma obrigação são débitos, como as 
importações. De modo simplificado, o Quadro 1, apresenta a estrutura de um 
balanço de pagamentos. 
Quadro 1 – Balanço de pagamentos 
BALANÇO DE PAGAMENTOS 
A – Transações Correntes 
 A1 - Balança comercial (exportações e importações) 
 A2 – Serviços (transportes, viagens, seguros, financeiras etc.) 
 A3 – Rendas (salários e ordenados, renda de investimento) 
B – Conta Capital 
C – Conta Financeira 
 C1 – Investimento direto 
 C2 – Investimento em carteira 
 C3 – Outros investimentos 
D – Erros e Omissões 
 
A + B + C + D = Resultado do Balanço de Pagamentos 
Fonte: elaborado com base em Pro Educacional (2019); Gremaud, Vasconcellos e Toneto 
Júnior, 2011. 
As transações correntes registram o total de exportações e importações 
de bens e serviços, sendo nesta conta também registrado o saldo das 
transferências unilaterais correntes. Assim, inclui-se em transações correntes, 
a balança comercial que contabiliza importações e exportações de bens 
conhecidos como tangíveis. Além da balança comercial, tem-se a balança de 
serviços, que registra a prestação e serviços entre residentes do país e o 
restante do mundo. Por fim, dentro dessas transações inclui-se a conta de 
rendas, que diz respeito ao registro dos rendimentos do fator trabalho e às 
rendas de investimento. 
Na conta capital, por sua vez, registra-se as transferências unilaterais 
que se referem ao patrimônio de migrantes internacionais e a aquisição de 
bens não financeiros não produzidos, como a cessão de marcas e patentes 
(Gremaud; Vasconcellos; Toneto Júnior, 2011). Já a conta financeira engloba 
investimento direto, investimento em carteira e outros investimentos, 
consagrando-se como uma conta que agrega todos os fluxos com ativos e 
passivos financeiros entre residentes e não residentes. 
Por fim, na conta erros e omissões a intenção é cobrir erros estatísticos 
cometidos e transações não registradas, uma vez que muitas das contas são 
estimadas, segundo Gremaud, Vasconcellos e Toneto Júnior (2011). Ao somar 
todas essas contas, tem-se o resultado do balanço de pagamentos, podendo 
ser positivo, indicativo de superávit, ou negativo, representando um déficit. 
 
 
11 
TEMA 5 – RISCO E INCERTEZA 
Estamos chegando ao final da aula e mais uma vez o tempo passou 
muito rápido. Neste último tema, trabalharemos com os conceitos de risco e 
incerteza. Você sabe dizer se esses conceitos são sinônimos? E por que são 
importantes para a análise de cenários econômicos? Essas são algumas das 
questões que permeiam veremos a partir de agora. 
Em um primeiro momento, podemos falar que esses conceitos são 
sinônimos e, muitas vezes, os utilizamos em nosso cotidiano como se fossem 
iguais. Entretanto, existem diferenças fundamentais e que serão relevantes 
para realizar análises e projeções em relação ao futuro. Tanto o conceito de 
risco quanto o de incerteza estão associados ao fato de vivermos em um 
mundo não determinístico, isto é, um mundo em que não temos informações 
completas sobre todos os fenômenos que nos cercam (Bugarin, 2020). 
Risco é quando as variáveis de uma situação são conhecidas e assim é 
possível calcular as probabilidades de cada evento com base no que se é 
conhecido (Araújo, 2012), ou seja, é possível antecipar ou até mesmo 
determinar probabilidades razoáveis Bugarin (2020). 
Segundo Bugarin (2020), um exemplo é quando você precisa se 
deslocar da sua casa para outro ponto da cidade. Você sabe, devido a 
estatísticas e noticiários, que existe o risco de ser assaltado no trajeto, 
entretanto, por conhecer os bairros, você tem noção de quais regiões são mais 
perigosas e passíveis da ação de assaltantes. Isso significa que você não será 
assaltado? Não! Mas, por conhecer as regiões, você consegue se deslocar por 
um trajeto mais seguro, diminuindo o risco da ação dos assaltantes. 
Assim, após os cálculos das probabilidades (mesmo que mentalmente), 
você terá uma medida das chances de cada evento/variável ocorrer (Araújo, 
2012). Isso significa que diante de uma situação de risco você sempre tomará a 
decisão assertiva? Não necessariamente, mas você não tomará decisões no 
escuro. Na Figura 3, um indivíduo está diante de seis escolhas, e cada uma irá 
gerar resultados e consequências diferentes. Diante do risco, ele tomará a 
decisão com base no conhecimento prévio das variáveis. 
 
 
 
 
 
12 
Figura 3 – Risco e incerteza 
 
Crédito: Clackboard/Shutterstock. 
Por outro lado, se esse mesmo indivíduo escolher entre as seis portas, 
frente à incerteza, ele não terá nenhuma noção do que o aguarda. Segundo 
Bugarin (2020), em uma situação de incerteza a informação é mais limitada, de 
tal modo que há grande dificuldade de prever o que é passível acontecer. 
Araújo (2012) complementa afirmando que em um cenário de incerteza tem-se 
a sensação de que a pessoa não sabe o que está fazendo. A incerteza é uma 
situação não passível de ser mensurada pela probabilidade, enquanto o risco 
pode ser mensurado pela probabilidade, pela medição de eventos semelhantes 
ou idênticos ocorridos anteriormente, sendo esses eventos influenciados por 
fatores indeterminados. Podemos pensar então numa situação em que 
investidores precisam escolher seus investimentos visando ao retorno futuro. 
Investidores, ao escolherem um investimento, dado que o futuro 
econômico é incerto, projetam vários cenários econômicos possíveis 
e, estudando movimentos passados, avaliam riscos do investimento 
nos cenários econômicos propostos. Quando o investimento 
escolhido for o mercado de ações, o investidor avaliará os papéis de 
uma empresa pelo nível do risco que ela oferece. Esse risco pode ser 
econômico, tal como uma alteração na tecnologia, no crescimento da 
concorrência, enfim, na economia; e também pode ser financeiro, 
como administração de seus recursos, capacidade de honrar suas 
dívidas, condições de gerar lucro etc. (Spolavori, 2010, p. 10) 
Mas por que é importante falar de risco e incerteza em nossa disciplina? 
Quando falamos em cenários estamos pensando em projeções de cenários 
futuros frente aos dados econômicos e às conjunturais atuais. Desse modo, 
diante de um cenário incerto, é importante conhecer as variáveis e estudar o 
ambientepara que as tomadas de decisões e projeções sejam feitas 
minimizando os riscos. 
 
 
13 
TROCANDO IDEIAS 
Chegamos ao final da aula e recomendamos que você pesquise os 
dados da balança comercial e da balança de pagamentos do Brasil. Com base 
nisso, veja as principais diferenças, o que esses instrumentos indicam e qual a 
realidade do cenário econômico. Para acessar os dados, busque sites 
confiáveis, como o Ipeadata (disponível em: <www.ipeadata.gov.br>. Acesso 
em: 27 jan. 2021). 
NA PRÁTICA 
Nesta aula, abordamos o conceito, as formas de cálculo e a relevância 
do PIB para determinada economia. A partir desse momento, você está apto a 
buscar informações sobre esse indicador e fazer uma análise prévia. Para isso, 
acesse o relatório Focus do Banco Central do Brasil e veja as projeções para o 
PIB. Depois, construa uma análise de como essas projeções podem afetar uma 
empresa e indique quais medidas você acredita que devem ser tomadas. É 
importante apresentar dados; para isso, você pode utilizar gráficos ou tabelas. 
FINALIZANDO 
O tempo passou muito rápido! Já estamos no final da aula. A ideia foi 
promover aproximação à temática relacionada com a macroeconomia, que 
complementará e será de grande importância para analisar o ambiente em que 
a empresa/organização se insere. 
Iniciamos verificando os principais agregados macroeconômicos e suas 
conceituações: produto, consumo, poupança, renda, investimento, absorção e 
despesa. Falamos sobre a conceituação dessas variáveis e sua aplicação em 
economia. Estudamos o PIB suas formas de cálculo. Analisamos a importância 
do seu cálculo e vimos que ele mede o crescimento econômico em um período 
de tempo. Também abordamos as contas nacionais, falando especialmente do 
PNB e sua diferença com o PIB. A economia brasileira não vive isolada, assim, 
tratar das relações com o restante do mundo faz parte do estudo da 
macroeconomia, de tal modo que, na quarta temática, analisamos a estrutura 
do balanço de pagamentos e suas principais contas. 
Por fim, atenção foi dada à distinção entre os conceitos de risco e 
incerteza, uma vez que para a projeção e análise de cenários tais conceitos 
 
 
14 
serão utilizados. Esperamos que você esteja empolgado e se sinta instigado a 
continuar os estudos! Nos vemos na próxima aula! 
 
 
 
15 
REFERÊNCIAS 
ADVFN. Como o PIB é calculado? 2019. Disponível em: 
<https://br.advfn.com/indicadores/pib/calculo#:~:text=O%20PIB%20pode%20se
r%20calculado,sempre%20apresentar%20o%20mesmo%20resultado.> Acesso 
em: 22 jan. 2020. 
ARAÚJO, R. Você sabe a diferença entre incerteza e risco? 2012. 
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	CONVERSA INICIAL
	CONTEXTUALIZANDO
	TEMA 1 – PRINCIPAIS AGREGADOS MACROECONÔMICOS
	TEMA 2 – PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) SOB AS TRÊS ÓTICAS
	Saiba mais
	TEMA 3 – SISTEMA DE CONTAS NACIONAIS
	TEMA 4 – BALANÇO DE PAGAMENTOS
	TEMA 5 – RISCO E INCERTEZA
	TROCANDO IDEIAS
	NA PRÁTICA
	FINALIZANDO
	REFERÊNCIAS

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