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Prévia do material em texto

<p>Procedimentos</p><p>em Situações de</p><p>Emergência com</p><p>Inflamáveis</p><p>—</p><p>2 / 46</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 – INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 4</p><p>2 – EOR ........................................................................................................................................... 4</p><p>3 – RECURSOS MATERIAIS ......................................................................................................... 6</p><p>3.1 Ramal 8800 ......................................................................................................................... 6</p><p>3.2 Rádios comunicadores ..................................................................................................... 7</p><p>3.3 Comunicação visual .......................................................................................................... 8</p><p>3.4 Centrais de monitoramento ........................................................................................... 9</p><p>3.5 Pressurização das escadas ............................................................................................. 9</p><p>3.6 Detector de fumaça .......................................................................................................10</p><p>3.7 Sistemas de chuveiros automáticos ...........................................................................11</p><p>3.8 Alarmes sonoros e visuais ............................................................................................11</p><p>3.9 Acionador manual de incêndio (AMI) .........................................................................12</p><p>3.10 Gerador de energia elétrica........................................................................................13</p><p>3.11 Equipamentos de proteção individual (EPI) ...........................................................13</p><p>3.12 Extintores Portáteis .....................................................................................................14</p><p>3.13 Hidrantes e Mangueiras de Incêndio .......................................................................15</p><p>4 – Comunicação de Emergência ............................................................................................16</p><p>5 – Procedimentos de Abandono ...........................................................................................17</p><p>6 – Sistema de Alarmes ............................................................................................................17</p><p>7 – Recursos Humanos .............................................................................................................19</p><p>8 – Teoria do Fogo ......................................................................................................................20</p><p>9 – Classes de Incêndio .............................................................................................................23</p><p>10 – Agentes Extintores ...........................................................................................................25</p><p>3 / 46</p><p>10.1 Agentes extintores – AP .............................................................................................25</p><p>10.2 Agentes extintores – CO2 ............................................................................................26</p><p>10.3 Agentes extintores – PQS BC e ABC .........................................................................27</p><p>11 – Utilização de extintores ...................................................................................................28</p><p>12 – Extintor ABC .......................................................................................................................36</p><p>13 – Equipes de Emergência ...................................................................................................40</p><p>13.1 Atendendo a uma emergência ..................................................................................40</p><p>13.2 Protocolo de segurança ..............................................................................................43</p><p>14 – CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................44</p><p>4 / 46</p><p>1 – INTRODUÇÃO</p><p>O presente material trata de um assunto muito importante para o bom</p><p>desenvolvimento das atividades na Transpetro: os procedimentos básicos em</p><p>situações de emergência com inflamáveis.</p><p>Grande parte dos colaboradores da empresa atua diretamente ou visita eventualmente</p><p>áreas em que existem riscos de incêndio ou sinistros por conta do tipo de atividade</p><p>desenvolvida e dos produtos manipulados, transportados, etc. Embora existam</p><p>muitos meios de prevenir sinistros, eles ainda podem ocorrer e, quando acontecem,</p><p>é necessário saber como agir diante de cada situação. Espera-se, então, que, ao final</p><p>deste material, você consiga reconhecer os procedimentos básicos que devem ser</p><p>adotados em situações de emergência.</p><p>É evidente que este material não visa formar brigadistas ou pessoas que vão</p><p>efetivamente combater um grande sinistro. Os colaboradores que precisam atuar</p><p>mais diretamente no combate ao sinistro já recebem e continuarão recebendo outros</p><p>treinamentos mais profundos sobre o assunto.</p><p>O objetivo aqui é falar sobre procedimentos básicos e entender o que é preciso ser</p><p>feito de forma geral.</p><p>Portanto, nosso foco aqui é apresentar princípios que, diante de um sinistro, possam</p><p>nortear a atuação de todos, sejam membros da equipe de emergência da instalação</p><p>ou não.</p><p>2 – EOR</p><p>Para iniciar, começaremos falando sobre a EOR, que é a estrutura organizacional de</p><p>resposta.</p><p>Imagine a ocorrência de um sinistro em uma de nossas instalações. Caso não tenha</p><p>sido previamente definido o que cada um deve fazer e como se deve atuar nessa</p><p>situação, sem dúvidas as chances de os procedimentos não darem certo no final são</p><p>grandes, e o resultado possivelmente seria a perda de vidas e danos irreversíveis às</p><p>instalações.</p><p>5 / 46</p><p>Por esse motivo é que a estrutura organizacional de resposta (EOR) foi criada e é tão</p><p>importante, pois, caso ocorra um sinistro, todos os colaboradores que tenham de</p><p>atuar na mitigação já saberão como agir e o que fazer.</p><p>Veja, de maneira simplificada, alguns aspectos importantes sobre essa estrutura.</p><p>A imagem acima exemplifica o que seria uma EOR.</p><p>Existe um comando unificado que determina quais ações devem ser tomadas em</p><p>cada um dos cenários que possam surgir, uma vez que essas situações são diversas e</p><p>podem ocorrer em qualquer lugar das nossas instalações. Além disso, são definidas</p><p>as várias funções que poderão ser necessárias para um correto atendimento da</p><p>emergência, em função de sua amplitude. São definidos, nominalmente, as pessoas</p><p>ou áreas que deverão cumprir cada função.</p><p>Dentre as várias funções de destaque na EOR, podemos considerar os aspectos</p><p>relativos à Brigada de Emergência.</p><p>6 / 46</p><p>A brigada é importante, pois ela atua mais diretamente no combate ao sinistro, ou</p><p>seja, ela está sempre à frente da situação. É evidente que o comando unificado é</p><p>quem define o que deve ser feito; porém, o êxito no combate ao sinistro dependerá de</p><p>como a brigada irá intervir, da perícia que os colaboradores devem ter ao atuar diante</p><p>das situações, tendo um apoio de um órgão externo, como o corpo de bombeiros, por</p><p>exemplo.</p><p>Especialmente para a brigada, é preciso que cada um saiba qual é o seu papel. No</p><p>momento de uma emergência, é necessário ter um comando em campo, saber quem</p><p>atua na frente, quem opera o canhão e a mangueira, e quem utiliza o extintor de</p><p>incêndio, por exemplo. Se cada um não conhecer bem o seu papel, no final corre-se</p><p>um risco de ter a seguinte situação: brigadistas não sabendo como atuar, e vidas que</p><p>podem ser ceifadas por conta disso. Sem dúvidas, o objetivo da Transpetro não é</p><p>esse. A empresa busca fazer com que a força de trabalho, mesmo em uma situação</p><p>de emergência, esteja segura e, se possível, que as instalações sejam preservadas.</p><p>Dica: consulte o material sobre a NBR15219.</p><p>Nele você aprenderá mais sobre a</p><p>organização e o funcionamento dos planos de emergência, abrangendo informações</p><p>sobre como se desenvolve e se aplica um plano de emergência, como a brigada deve</p><p>atuar nas diversas situações, o que deve ser feito para que ela seja preparada, entre</p><p>outras.</p><p>É importante salientar que este material não abordará profundamente o tema brigada</p><p>de emergência, uma vez que o objetivo é falar sobre os procedimentos básicos de</p><p>emergência. Os colaboradores que atuarão mais diretamente na Brigada recebem</p><p>treinamentos e outras formações mais detalhadas sobre o assunto.</p><p>3 – RECURSOS MATERIAIS</p><p>A partir de agora, abordaremos mais especificamente os procedimentos básicos</p><p>diante de situações de emergência. Trataremos sobre alguns recursos humanos e</p><p>materiais necessários para um correto atendimento a emergências e sinistros.</p><p>3.1 Ramal 8800</p><p>7 / 46</p><p>A Transpetro disponibiliza o ramal 8800 para comunicação em qualquer situação de</p><p>emergência.</p><p>3.2 Rádios comunicadores</p><p>Durante uma situação de emergência, principalmente em relação a equipes que</p><p>atuam em campo, é preciso que exista uma forma de comunicação bastante clara.</p><p>Em uma situação de sinistro, geralmente as equipes têm alguma dificuldade para</p><p>se comunicar, pois existe bastante ruído. Sendo assim, os rádios comunicadores</p><p>são essenciais para que se tenha uma boa comunicação e que se produza um bom</p><p>resultado na atuação das equipes de emergência e de atendimento a sinistros.</p><p>8 / 46</p><p>3.3 Comunicação visual</p><p>Outro item importante é a sinalização de emergência. Sua utilização é exigida pela</p><p>legislação vigente, à nível nacional ou estadual. Com o auxílio deste tipo de sinalização,</p><p>torna-se possível evacuar de maneira segura uma instalação. Como complemento</p><p>à sinalização de emergência, contamos também com uma atuação de monitores de</p><p>andar e brigadistas que auxiliam as populações fixa e flutuante da instalação a se</p><p>dirigirem ao local adequado até que estejam protegidos.</p><p>9 / 46</p><p>3.4 Centrais de monitoramento</p><p>Além dos materiais citados, outro recurso importante diz respeito às centrais de</p><p>monitoramento de automação de prédios e instalações. Elas são essenciais para</p><p>monitorar, por exemplo, onde está ocorrendo o sinistro e orientar como dever ser feita</p><p>a evacuação. Nas instalações, geralmente há mais de um ponto de encontro e rota de</p><p>fuga; então, esse monitoramento pode também ajudar os brigadistas e monitores de</p><p>andar durante a orientação do público.</p><p>3.5 Pressurização das escadas</p><p>Quando há um incêndio em uma instalação, a fumaça, por causa da temperatura e por</p><p>ser fruto de uma queima incompleta, torna-se um material muito quente e composto</p><p>10 / 46</p><p>por substâncias inflamáveis. Então, um simples acúmulo de fumaça no ambiente</p><p>pode iniciar um incêndio, mesmo que não haja presença inicial de chama.</p><p>Caso haja fumaça em uma escada, por exemplo, a circulação e a respiração serão</p><p>dificultadas, podendo causar lesões graves naqueles que estiverem no local. Portanto,</p><p>a pressurização das escadas é muito importante, pois evita que essa fumaça adentre</p><p>as escadas de emergência, possibilitando que as pessoas consigam descê-las de</p><p>forma ordeira e segura, ou seja, possam chegar ao ponto de encontro e, assim,</p><p>estarem em uma situação mais segura.</p><p>3.6 Detector de fumaça</p><p>Os detectores podem ser de chama, temperatura ou fumaça. Normalmente estão</p><p>ligados a uma central de alarmes, que identifica onde está ocorrendo o sinistro,</p><p>servindo de base e orientação para aqueles que atuarão no combate da emergência</p><p>ou na retirada do público do local onde está ocorrendo esse sinistro.</p><p>11 / 46</p><p>3.7 Sistemas de chuveiros automáticos</p><p>Outro recurso muito importante são os sistemas de chuveiros automáticos, os</p><p>sprinklers. A imagem acima apresenta um sprinkler que possui uma ampola de vidro.</p><p>Nessa ampola, há um líquido vermelho que, quando exposta a uma temperatura de</p><p>cerca de 68°C, estoura (colapsa), acionando, assim, o sistema de chuveiros, que faz</p><p>com que a água seja despejada dentro do ambiente a fim de combater o sinistro. A</p><p>liberação do fluxo de água para o ambiente se dá de forma individualizada em cada</p><p>chuveiro. Apenas aqueles expostos à temperaturas que possibilitem o colapso da</p><p>ampola é que se abrirão.</p><p>3.8 Alarmes sonoros e visuais</p><p>12 / 46</p><p>A Transpetro também dispõe em suas instalações de alarmes sonoros e visuais. Os</p><p>alarmes sonoros são importantes; porém, dependendo do local onde se encontram,</p><p>podem não ser suficientes, e é neste momento que o alarme visual é necessário. Veja</p><p>um exemplo: se alguns colaboradores estão em uma casa de geradores fechada e</p><p>os geradores estiverem funcionando, dificilmente esses colaboradores conseguirão</p><p>ouvir o alarme sonoro. Neste momento, as luzes do aviso visual farão com que as</p><p>pessoas que estejam ali dentro fiquem cientes que uma emergência está acontecendo,</p><p>ou seja, as luzes começam a piscar e indicar que todos devem se dirigir a um local</p><p>mais adequado; neste caso, um ponto de encontro.</p><p>3.9 Acionador manual de incêndio (AMI)</p><p>Algumas instalações contam também com acionadores manuais do sistema de</p><p>alarmes. Portanto, em uma situação de incêndio, um colaborador pode acionar</p><p>manualmente o alarme e fazer com que as equipes de emergência sejam acionadas e</p><p>iniciem o combate.</p><p>13 / 46</p><p>3.10 Gerador de energia elétrica</p><p>Um gerador de energia elétrica também é importante, pois garante que algumas</p><p>demandas sejam mantidas para o combate de uma emergência, mesmo que haja falta</p><p>de energia elétrica. Porém, quando falamos de bombas de incêndio que alimentam o</p><p>Sistema Hidráulico Preventivo, é necessário que a instalação possua, além da bomba</p><p>elétrica, outra com funcionamento à diesel. Assim, quando um sisnistro provoca a</p><p>queda da alimentação elétrica, a bomba à diesel entrará em funcionamento, mantendo</p><p>a disponibilidade de água na pressão adequada para o combate.</p><p>3.11 Equipamentos de proteção individual (EPI)</p><p>14 / 46</p><p>Outro importante recurso, mais específico para equipes que atuam frente a um</p><p>combate a incêndio, diz respeito aos equipamentos de proteção individual (EPI). Na</p><p>imagem acima, é possível ver alguns deles: blusão, calça, vestimentas de aproximação,</p><p>balaclava, capacete, bota e conjunto autônomo. Esses EPIs são muito importantes,</p><p>mas não é o simples fato de eles estarem disponíveis na unidade que fará com que</p><p>as equipes possam atender bem a emergência. Esses equipamentos precisam passar</p><p>por manutenção e inspeção e estarem em um local de fácil acesso. Não adianta</p><p>guardá-los em uma sala trancada que, na hora da emergência, dificultará o acesso a</p><p>eles. É necessário que os EPIs estejam disponíveis e, além disso, que aqueles que os</p><p>utilizarão sejam devidamente treinados para tanto e que conheçam a limitação de</p><p>cada equipamento. Somente assim os EPIs serão utilizados de maneira adequada e</p><p>atenderão seus objetivos.</p><p>3.12 Extintores Portáteis</p><p>Quando se fala de atendimento de emergência, seja um princípio de incêndio ou até</p><p>mesmo um incêndio maior, é necessário falar também sobre os equipamentos que</p><p>serão utilizados pelas equipes de emergência para o combate dessas chamas.</p><p>Como exemplo, existem os extintores de incêndio, que estão disponíveis em todas</p><p>as edificações e em todas as áreas operacionais da Transpetro. O objetivo deles não</p><p>é combater incêndios de grande porte já instalados, mas, sim, atender a princípios</p><p>15 / 46</p><p>de incêndios. Quando sabemos qual o tipo de fogo a ser combatido, quais extintores</p><p>devem ser utilizados e como usá-los, estes equipamentos se tornam ferramentas</p><p>eficazes.</p><p>Se o colaborador não tiver treinamento ou capacitação específica para utilizar esses</p><p>equipamentos, não deve fazê-lo, pois, embora a primeira vista eles pareçam ser bem</p><p>simples e fáceis de usar, na verdade sua má utilização pode agravar uma situação</p><p>que, a princípio, estava controlada.</p><p>3.13 Hidrantes e Mangueiras de Incêndio</p><p>A utilização de hidrantes, mangueiras e seus acessórios, torna-se essencial quando</p><p>falamos de um incêndio de maior porte.</p><p>Assim como os extintores de incêndio,</p><p>deve-se ter um treinamento específico para utilizar esses equipamentos de maneira</p><p>adequada, pois, novamente, o uso incorreto pode produzir maiores problemas.</p><p>Há históricos de incêndios, por exemplo, em tanques de combustível, em que pessoas</p><p>que não tinham um conhecimento tão adequado para utilizar esse equipamento</p><p>utilizaram apenas água para o combate de incêndio em um tanque de combustível,</p><p>agravando, assim, a situação. Para que erros assim sejam evitados é necessário que</p><p>aqueles que compõem a Brigada de emergência sejam treinados para que lancem mão</p><p>das técnicas mais adequadas para cada cenário. Para o incêndio em tanque referido, a</p><p>16 / 46</p><p>utilização de LGE – Líquido Gerador de Espuma, seria mais sábia, por exemplo.</p><p>Entretanto, neste material não abordaremos tais técnicas, uma vez que estes não</p><p>constituem procedimentos básicos para o atendimento às emergências e, sim,</p><p>conhecimentos mais aprofundados aplicáveis apenas às equipes de emergência.</p><p>4 – COMUNICAÇÃO DE EMERGÊNCIA</p><p>Um ponto que é vital e não deve ser esquecido é a comunicação de emergência. A</p><p>informação da ocorrência do sinistro precisa chegar a quem é devida. Assim como a</p><p>estrutura organizacional de resposta (EOR), existe também o fluxo de comunicação</p><p>de emergência. Há pessoas específicas responsáveis por unidades e determinadas</p><p>ocupações que precisam tomar conhecimento com rapidez da ocorrência do sinistro.</p><p>Sendo assim, é preciso seguir adequadamente a orientação abaixo:</p><p>Ramal 8800: inicialmente, se o colaborador está na sua área operacional e percebe que</p><p>um sinistro está ocorrendo, ele deve ligar para o ramal 8800, destinado a emergências.</p><p>Por meio dele, é possível comunicar a ocorrência desse sinistro. Ao entrar em contato</p><p>com o ramal, é importante passar o máximo de informações sobre a ocorrência, da</p><p>maneira mais clara possível.</p><p>Exemplo: se você tomou conhecimento que a emergência se refere a um incêndio,</p><p>deve-se avisar que é um incêndio e, se possível, informar especificamente o tipo</p><p>de produto que está envolvido, se existem vítimas no local, etc. Fale de maneira</p><p>pausada e calma para que a informação chegue aos responsáveis, ou seja, à estrutura</p><p>organizacional de resposta (EOR). Assim, garante-se que os recursos a serem</p><p>disponibilizados e as ações que venham a ser tomadas sejam as necessárias para o</p><p>combate àquela emergência.</p><p>Um lembrete muito importante e que já foi citado neste material anteriormente é</p><p>que, se um colaborador não é membro da EOR, ele não deve tomar nenhuma ação</p><p>para combater aquele sinistro. Pois, quando tratamos do tipo de produto com o qual</p><p>a Transpetro atua, que é inflamável, uma ação errada pode ser catastrófica, podendo</p><p>agravar consideravelmente a situação.</p><p>17 / 46</p><p>5 – PROCEDIMENTOS DE ABANDONO</p><p>Após ligar para o ramal 8800, identificar-se e passar as informações necessárias,</p><p>soará imediatamente um alarme para que toda a força de trabalho daquela unidade</p><p>seja comunicada que uma emergência está ocorrendo. Assim, após ouvir o alarme,</p><p>é importante se dirigir ao ponto de encontro, seguindo as orientações da equipe de</p><p>brigada ou dos monitores de andar da unidade.</p><p>Abandone o local: ao receber as orientações para que abandone o local, evacue</p><p>imediatamente, pois, chegando ao ponto de encontro determinado, todos receberão</p><p>orientações sobre o que é preciso fazer, e uma dessas orientações pode dizer respeito</p><p>ao abandono. Após receber as informações, seja rápido; porém, mantenha a calma e</p><p>a ordem. Não corra. É importante obedecer todos os comandos recebidos da equipe</p><p>que estiver à frente da emergência.</p><p>Elevadores: nunca use elevadores, pois, em situações de incêndio, uma das coisas que</p><p>acontece naturalmente é a queda da alimentação da energia elétrica, ocasionando a</p><p>paralisação dos elevadores. Cria-se, assim, mais um problema, já que será necessário</p><p>atender uma nova emergência, relacionada a membros da força de trabalho presos</p><p>dentro de um elevador.</p><p>Escadas: em situações de emergência, utilize as escadas, sempre pelo lado direito,</p><p>segurando o corrimão e sem correr. Não leve objetos que possam dificultar sua</p><p>locomoção até o ponto de encontro. Inclusive, não volte para sua sala/área sob</p><p>nenhum pretexto.</p><p>Estacionamento: não tente tirar veículos do estacionamento. Tentar fazê-lo poderia</p><p>gerar grande dificuldade para deixar o estacionamento, expondo pessoas a riscos</p><p>desnecessários. É importante ressaltar que, quando se fala de uma emergência com</p><p>inflamáveis, suas proporções podem ser muito grandes; portanto, qualquer perda de</p><p>tempo pode ser prejudicial.</p><p>6 – SISTEMA DE ALARMES</p><p>É importante conhecer os alarmes e identificá-los, sabendo quais ações devem ser</p><p>tomadas diante de cada um. Em uma situação de emergência, os alarmes diferenciarão</p><p>as nossas ações em função do tempo durante o qual soarão.</p><p>18 / 46</p><p>Veja a tabela abaixo para entender melhor:</p><p>Teste semanal: na verdade, essa situação não envolve emergência. Em todas as</p><p>unidades, há um dia específico, com horário determinado, em que o alarme é testado.</p><p>Isso é feito para garantir que, quando for realmente necessário, ele esteja funcionando.</p><p>O alarme tocará de maneira contínua durante 15 segundos. Não é necessário tomar</p><p>nenhuma atitude, pois o dia, o horário e a duração do toque já indicam que é o teste</p><p>do alarme.</p><p>Início de uma emergência: essa situação é indicada por um toque do alarme de 60</p><p>segundos. Isso indica que, se você não é membro da EOR, deve ir para o ponto de</p><p>encontro e aguardar as orientações que serão dadas.</p><p>Término de emergência: houve um sinistro, o alarme soou, porém, a Brigada obteve</p><p>êxito ao combater e controlar a situação. Sendo assim, soará um alarme de dois</p><p>toques, cada um com 15 segundos. Isso significa que a emergência foi finalizada e,</p><p>sob orientação da equipe que está à frente dessa emergência, talvez seja possível</p><p>voltar para o local de trabalho.</p><p>19 / 46</p><p>Abandono de área: supondo que a situação não foi debelada, e a Brigada não</p><p>conseguiu atuar de maneira que o incêndio pudesse ser extinto, existe agora um risco</p><p>para todos que estão na instalação. Sendo assim, será dado um comando para que</p><p>soe um alarme de 180 segundos. Isso indica abandono da área, ou seja, aqueles que</p><p>têm função ou não na EOR devem abandonar a unidade, pois a situação já saiu do</p><p>controle.</p><p>É importante conhecer cada um desses alarmes para que, na situação de emergência,</p><p>seja possível identificar e conseguir tomar a ação mais adequada para se proteger e,</p><p>se necessário, ajudar os colegas.</p><p>7 – RECURSOS HUMANOS</p><p>Como já falado anteriormente, um recurso humano importante quando se fala do</p><p>atendimento à emergência é a própria brigada de incêndio. Nela, todas as funções</p><p>devem ser bem definidas. Em muitos estados, a NBR 14276 é utilizada como base</p><p>para formação, treinamento e dimensionamento da brigada.</p><p>Em alguns estados, existe um decreto estadual, como, por exemplo, no caso do</p><p>Espírito Santo, onde há uma norma técnica do Corpo de Bombeiros que se sobrepõe</p><p>à NBR 14276. Logo, cada local formará sua brigada conforme a legislação estadual</p><p>vigente ou, na inexistência desta, a NBR14276. A NBR 15219, que foi citada no início</p><p>deste material, também serve como subsídio para a formação da brigada de incêndio.</p><p>A segurança patrimonial também tem uma atuação muito importante quando</p><p>se fala de uma emergência. Além disso, deve-se destacar a atuação da equipe de</p><p>serviço social; os serviços de saúde, tais como ambulância (se for necessário e se</p><p>houver vítima); o apoio externo, como Corpo de Bombeiros Militar de cada estado;</p><p>Defesa Civil, SAMU, etc. Todos esses órgãos e equipes constituem recursos humanos</p><p>importantes para um correto atendimento a uma emergência, minimizando os seus</p><p>efeitos.</p><p>20 / 46</p><p>Membro da equipe da Brigada de Emergência</p><p>Até então, muito foi falado sobre as grandes proporções que um sinistro pode assumir</p><p>em nossas instalações e dos cuidados que devemos ter diante disso. Entretanto,</p><p>algumas emergências podem ter seus</p><p>efeitos minorados quando combatidas logo</p><p>em seu princípio. E, neste caso, os extintores portáteis podem ser vitais. Assim,</p><p>vamos passar a considerar como utilizá-lo de maneira adequada. Para tanto, além da</p><p>prática, é preciso compreender alguns conceitos importantes. Vamos falar sobre isto,</p><p>então!</p><p>8 – TEORIA DO FOGO</p><p>Antes de iniciar efetivamente o combate, é preciso entender um pouco da teoria do</p><p>fogo e como ele se processa para, assim, saber como combatê-lo utilizando o extintor.</p><p>Definição de fogo</p><p>Para a NFPA 291, fogo é um processo de oxidação rápida que resulta na produção de</p><p>luz e calor com intensidades variáveis. Já o Dicionário Webster define fogo como uma</p><p>reação química exotérmica que emite calor e luz.</p><p>Essas definições são interessantes, mas, na prática, não é necessário se preocupar</p><p>com isso, mas, sim, com outros fatores.</p><p>21 / 46</p><p>Processamento do fogo</p><p>Uma das teorias para definir como o fogo se processa e entender quais elementos</p><p>são necessários para que isso ocorra é representada pelo triângulo do fogo, cuja</p><p>representação gráfica é vista abaixo. Nela, são mostrados os três elementos básicos</p><p>do fogo, sendo que, na quebra de algum deles, o fogo é extinto.</p><p>Existe também outra definição, que é o quadrado de fogo:</p><p>O triângulo do fogo apresenta os três fatores que levariam a um fogo sem chama,</p><p>ou seja, em materiais, como o grafite, que não produzem chamas ao se incendiar.</p><p>22 / 46</p><p>Ao olhar para esse material se incendiando, não é possível ver chamas, mas, sim,</p><p>algo semelhante a brasas, além de vários estalos. Quando se refere, então, a fogo ou</p><p>incêndio sem chama, fala-se sobre triângulo do fogo, que é composto por comburente</p><p>(que seria o oxigênio, na maioria dos casos), combustível (que é o produto ou material</p><p>a ser queimado) e calor. Retirando qualquer um desses da reação, é possível extinguir</p><p>o fogo.</p><p>O quadrado do fogo representa os mesmos elementos que o triângulo do fogo;</p><p>porém, acrescenta um item muito importante, que é a reação em cadeia. Quando se</p><p>fala de quadrado ou tetraedro do fogo, refere-se, então, a uma reação que produz</p><p>chama.</p><p>A imagem acima representa bem como ocorre a reação em cadeia; assim que iniciada,</p><p>ela se mantém por si própria, assim como os dominós empilhados um à frente do</p><p>outro. Uma vez que injetamos a força inicial nos dominós, eles derrubarão uns aos</p><p>outros naturalmente; essa queda manter-se-á até que todos o dominós tenham</p><p>caído. Na reação em cadeia, acontece algo similar durante o processo de queima.</p><p>Para entendermos isso, inicialmente, precisamos ter em mente que o fogo se inicia</p><p>na fase gasosa do produto. Portanto, um produto ou material enquanto em sua fase</p><p>líquida ou sólida, não incendiará.</p><p>Assim, tomando como exemplo a gasolina, a reação em cadeia ocorre da seguinte</p><p>23 / 46</p><p>forma: aplica-se calor sobre o produto, este passa da fase líquida para a fase gasosa.</p><p>À dada temperatura, a quantidade de vapor liberada no ambiente possibilita que um</p><p>incêndio se inicie quando em contato com uma chama. Isto pode ser denominado</p><p>ponto de fulgor ou, numa temperatura pouco acima, de Ponto de Combustão.</p><p>À uma temperatura maior, o vapor poderá se incendiar mesmo que não exista uma</p><p>chama no ambiente, desde que exista um comburente na proporção adequada. Isto é</p><p>denominado ponto de Auto Ignição ou Auto Combustão.</p><p>Uma vez iniciada a combustão da fase gasosa do produto, aumenta-se a temperatura</p><p>na reação. Isto faz com que a gasolina continue a liberar vapor, consequentemente,</p><p>a chama continua a ser alimentada. Este processo se auto sustenta até que toda a</p><p>gasolina passe para a fase gasosa e seja, dessa forma, consumida pelo fogo.</p><p>O processo descrito acima, denominado Reação em Cadeia, ocorre da mesma forma</p><p>para os demais líquidos inflamáveis e também para produtos sólidos como madeira,</p><p>papel, plástico e etc.</p><p>Compreendido, então, como se processa o fogo, é importante entender os tipos de</p><p>fogo e quais são as classes nas quais eles foram divididos para que assim seja possível</p><p>definir os agentes extintores adequados para o combate.</p><p>9 – CLASSES DE INCÊNDIO</p><p>Classe A: envolve materiais sólidos que deixam resíduos visíveis ao serem queimados,</p><p>como papel, madeira, plástico, etc.</p><p>24 / 46</p><p>A reação processa-se tanto na superfície quanto em profundidade, ou seja, a</p><p>emanação de vapores da fase gasosa vem tanto da superfície quanto de parte um</p><p>pouco mais profunda desses materiais, alimentando, assim, a reação em cadeia.</p><p>Classe B: ocorre em líquidos inflamáveis. Eles queimam em função da superfície</p><p>exposta, ou seja, o tempo que o material leva para ser consumido pode variar.</p><p>Exemplo: tem-se a quantidade de 200 litros de gasolina. A superfície a ser queimada,</p><p>a dimensão do fogo e o tempo para ser consumido variam conforme o tamanho do</p><p>local em que ele está, pois quanto maior a superfície exposta, maiores são a emanação</p><p>de vapores e a dimensão do fogo, ou seja, mais rápido o material será consumido.</p><p>Classe C: representa o fogo que ocorre em equipamentos elétricos energizados. Para</p><p>se combater um incêndio em equipamentos energizados, é necessário um agente</p><p>que não conduza energia elétrica e que não permita, por exemplo, que a pessoa ou</p><p>membro da força de trabalho que esteja combatendo um incêndio com esse agente</p><p>sofra um choque elétrico.</p><p>Classe D: ocorre em materiais pirofóricos, ou seja, materiais que, pelo simples contato</p><p>com o ar, podem se inflamar. Esse tipo de material não é muito comum na maioria das</p><p>instalações.</p><p>Além dessas classes que são homologadas, aceitas e reconhecidas como classes de</p><p>incêndio aqui no Brasil, a NFPA, que é um órgão norte-americano, reconhece uma</p><p>classe que ainda não foi homologada no país: a Classe K. A classe representada pela</p><p>letra K, originária da palavra kitchen (cozinha, em inglês), trata especificamente de</p><p>óleos e gorduras de cozinhas industriais.</p><p>25 / 46</p><p>Em casa, por exemplo, isso é algo muito importante. Se alguém joga água para</p><p>combater uma chama iniciada em uma frigideira ou panela com gordura, a situação</p><p>piora bastante, e a pessoa pode até se queimar. Nesse caso, a Classe K utiliza um</p><p>agente extintor composto de acetato de potássio diluído em água. Esse material,</p><p>quando aplicado sobre o produto, causa um efeito chamado de saponificação,</p><p>criando uma espuma sobre o óleo ou gordura, quebrando, assim, a reação em cadeia.</p><p>Portanto, o fogo será controlado e não permitirá que aquele produto líquido (óleo</p><p>ou gordura) passe da fase líquida para gasosa, impedindo a alimentação do fogo. O</p><p>extintor de acetato de potássio diluído em água, utilizado para a Classe K, ainda não</p><p>é homologado no Brasil.</p><p>10 – AGENTES EXTINTORES</p><p>Abordaremos agora os extintores portáteis, explicando como devemos utilizá-los.</p><p>10.1 Agentes extintores – AP</p><p>O extintor que a maioria das pessoas já deve ter visto ou conhece é o extintor de</p><p>água pressurizado. A principal aplicação dele é a classe A, que engloba os materiais</p><p>sólidos, nos quais a queima se processa na superfície e também em profundidade.</p><p>26 / 46</p><p>Ele atua da seguinte maneira: quando se aplica sobre o material que está sendo</p><p>queimado, o extintor age principalmente por resfriamento, que é natural, ou seja,</p><p>quando aplicamos água sobre o material quente, a tendência natural é que haja um</p><p>resfriamento. Entretanto, ele também age secundariamente por abafamento.</p><p>A vaporização da água produz vapor na razão aproximada de volume de 1 para 1600</p><p>vezes, ou seja, 1 litro de água resulta em aproximadamente 1600 litros de vapor.</p><p>Esse grande volume de vapor desloca igual volume de ar, reduzindo a concentração</p><p>do oxigênio necessário à combustão. Com isso, é possível, secundariamente ao</p><p>resfriamento, atuar e extinguir uma chama material de classe A.</p><p>10.2 Agentes extintores – CO2</p><p>Por ser mais pesado que o ar desloca o ar próximo à superfície do combustível,</p><p>reduzindo a disponibilidade de oxigênio, a intensidade da combustão, até a sua</p><p>extinção.</p><p>Os extintores de CO2 ou dióxido de carbono são usados para as classes B e C.</p><p>Entretanto,</p><p>é preciso cautela, pois, quando se trata de ambientes abertos, sua eficiência diminui.</p><p>Isto se dá porque o gás expelido pelo extintor pode ser levado por uma corrente de ar</p><p>e, assim, não atuar devidamente sobre o foco do incêndio.</p><p>Quanto à utilização do extintor com carga de CO2, há um fato interessante a se</p><p>27 / 46</p><p>considerar. Embora se tenha a ideia de que em equipamentos sensíveis esse agente</p><p>possa ser utilizado sem que se tenha a preocupação de que sua aplicação causará</p><p>dano ao referido equipamento, deve-se encarar isto com cautela. A possibilidade de</p><p>que o agente extintor PQS venha a danificar um equipamento é mesmo maior quando</p><p>comparado ao CO2, por conta da corrosão que o PQS pode ocasionar nos componentes</p><p>de um equipamento. Entretanto, não se pode dizer que o CO2 não apresente riscos ao</p><p>equipamento. Afinal, o gás é expelido à uma temperatura de cerca de -78ºC. Imagine</p><p>uma placa ou um equipamento aquecido recebendo um gás à tal temperatura. Devido</p><p>a esse choque de temperatura, pode, sim, haver dano.</p><p>10.3 Agentes extintores – PQS BC e ABC</p><p>Existem diversas variações de extintor de pó químico seco; porém, as mais básicas e</p><p>conhecidas são os extintores de pó químico seco tipo BC e ABC. O pó químico seco</p><p>(BC), que tem carga de bicabornato de sódio atua de maneira mais eficaz em líquidos</p><p>inflamáveis e em equipamentos elétricos energizados.</p><p>Para líquidos inflamáveis, ele é mais indicado do que o próprio CO2 exatamente por</p><p>formar uma camada em cima do líquido e permanecer ali. Portanto, quando se fala</p><p>de um líquido que está queimando há muito tempo e que está em uma temperatura</p><p>maior, o extintor de PQS é mais eficaz.</p><p>28 / 46</p><p>Existe também um extintor mais recente, que é o extintor PQS ABC que atende três</p><p>classes: sólidos, líquidos inflamáveis e equipamentos elétricos energizados. No</p><p>extintor PQS BC, com carga de bicabornato de sódio, há um pó branco. No caso do</p><p>ABC, que possui carga de fosfato monoamônico; ao aplicar esse pó, percebe-se uma</p><p>colocaração amarelada. A atuação desses extintores (BC ou ABC) é a mesma: eles</p><p>quebram a reação em cadeia.</p><p>Como já tratado neste material, a reação em cadeia ocorre por aquecimento de um</p><p>material, que passa da fase sólida ou líquida para a fase gasosa, iniciando-se um</p><p>incêndio, que continua alimentando esse processo de aquecimento do produto.</p><p>Quando se aplica o PQS sobre esse material, seja ele sólido, em caso de PQS ABC, ou</p><p>líquido, em ambos os casos, ele forma uma camada sobre esse material e impede que</p><p>essa fase gasosa se dissemine do produto. Não existindo essa fase gasosa, a chama</p><p>não é alimentada, e a tendência é que ela venha a se extinguir.</p><p>11 – UTILIZAÇÃO DE EXTINTORES</p><p>Falaremos agora sobre as técnicas necessárias para a correta utilização dos extintores.</p><p>Imagine que você perceba um princípio de incêndio na sua área de trabalho. Qual</p><p>seria o seu impulso natural e inicial?</p><p>Provavelmente seria olhar para o extintor, retirá-lo da parede ou suporte de piso e</p><p>aplicá-lo sobre o foco do incêndio. Isso seria o impulso natural, mas poderia não ser a</p><p>atitude mais adequada caso você não esteja devidamente treinado para tanto.</p><p>Existem alguns passos que são necessários e alguns aspectos a se observar para que</p><p>essa utilização seja bastante adequada e a situação não seja piorada. Conheça esses</p><p>passos.</p><p>1º passo: identificar a classe do incêndio</p><p>Percebido o princípio de incêndio, o primeiro passo é identificar o tipo de situação e</p><p>a classe do incêndio.</p><p>Caso se trate de material sólido, falamos de um incêndio de Classe A. Caso seja um</p><p>líquido inflamável, Classe B. E, finalmente, em se tratando de um incêndio em um</p><p>29 / 46</p><p>equipamento elétrico energizado, Classe C.</p><p>2º passo: identificar o extintor aplicável</p><p>Identificada a classe de incêndio, deve-se seguir para o segundo passo. Neste</p><p>momento, é preciso saber qual extintor será utilizado. Existem diversas formas ou</p><p>meios para identificar o extintor mais adequado.</p><p>Rótulo</p><p>A imagem acima ilustra bem uma das formas de se identificar o extintor: a identificação</p><p>pelo rótulo. É preciso estar atento, pois os rótulos não são necessariamente iguais.</p><p>Podem existir modificações de um fabricante para outro ou de uma empresa que</p><p>faz a manutenção e recarga desses extintores para outra. Porém, as informações</p><p>que constam nos rótulos geralmente são as mesmas, e são elas que nos ajudam a</p><p>identificar qual extintor é aplicável para o incêndio em questão. Sempre estará escrito</p><p>ali qual é a carga do extintor, seja de água pressurizada, pó químico BC/ABC ou CO2</p><p>(dióxido de carbono).</p><p>Se ainda assim restar dúvidas sobre qual extintor deve ser utilizado, existem outros</p><p>recursos, como os pictogramas que indicam os tipos de incêndios, ou seja, as classes</p><p>de incêndio A, B ou C.</p><p>Onde o extintor não for aplicável, haverá uma faixa cortando essa imagem, indicando</p><p>que é proibido utilizá-lo para aquela classe. Então, observando isso, é possível</p><p>identificar se é permitido usar aquele extintor específico para o incêndio ou não.</p><p>30 / 46</p><p>Características físicas</p><p>Outra forma de identificar o extintor é observando suas características físicas.</p><p>Na imagem acima, encontra-se em destaque um manômetro. Este acessório aparece</p><p>apenas nos extintores de água, de Pó Químico Seco BC e de Pó Químico Seco ABC. Já</p><p>o Extintor de CO2 não possui este acessório. Portanto, esta é mais uma das maneiras</p><p>de se diferenciar os extintores. Em complemento, o Extintor de CO2 possui um difusor</p><p>na extremidade de sua mangueira, diferentemente dos demais.</p><p>Observe a imagem abaixo. A seta indica uma peça vermelha na ponta da mangueira, que</p><p>só existe no extintor de CO2. Portanto, ela é um dos itens que auxilia na diferenciação</p><p>dos extintores.</p><p>31 / 46</p><p>Outra forma de diferenciar os extintores,especificamente os extintores de Água e</p><p>PQS, é através do uso do requinte. O requinte nada mais é do que o bico da mangueira</p><p>por onde o agente é expelido, conforme mostrado na imagem abaixo:</p><p>32 / 46</p><p>Ao bater o requinte contra o extintor, o som emitido indicará de que extintor se trata.</p><p>Você pode encontrar dois tipos de sons: um som mais aberto indica que se trata de</p><p>um Extintor de Água; o som mais abafado, fechado, é um Extintor de Pó Químico Seco.</p><p>Esse método é importante para equipes que atendem à emergências, pois, em uma</p><p>situação de baixa visibilidade se torna mais difícil identificar as demais características</p><p>que diferem um Extintor de Água de um de PQS.</p><p>O requinte também pode ser usado para identificar o extintor de outra forma.</p><p>Conforme a imagem acima, quando se trata de um requinte ou bico da mangueira</p><p>para um extintor de água, é perceptível que a furação dele para a água é pequena,</p><p>exatamente para que a água não perca pressurização e tenha um alcance maior.</p><p>33 / 46</p><p>Assim, ao ser aplicado no incêndio, não é necessário chegar tão perto do foco.</p><p>Quando se fala em extintor PQS, também é possível perceber pela imagem que há</p><p>uma furação um pouco maior. Portanto, seja olhando para os requintes ou batendo</p><p>no extintor com esse requinte, é possível diferenciar um extintor do outro.</p><p>Condições do extintor</p><p>Quando se fala no uso do extintor, outro ponto relevante seria saber se o extintor</p><p>está em condições de uso ou não para assim saber se ele funcionará na hora em que</p><p>for necessária.</p><p>Imagine a seguinte situação: você se aproxima de um foco de incêndio e somente</p><p>ali descobre que o extintor não tem carga ou, por algum outro motivo, não esteja</p><p>funcionando. Por isso, é necessário se precaver nesse sentido.</p><p>Para isso, quando se trata dos extintores de água e de PQS, é necessário olhar para</p><p>o manômetro, que mostra se o extintor está pressurizado e se ele possui carga.</p><p>Portanto, tais informações indicam se ele funciona ou não.</p><p>Sempre que o ponteiro do manômetro apontar a faixa vermelha, é sinal de que não</p><p>se deve utilizar aquele extintor. Caso detecte isto durante o combate, o procedimento</p><p>seria retirá-lo do suporte e deitá-lo para que ninguém que esteja atuando no combate</p><p>ao incêndio o utilize. O fato de ele estar deitado significa que não está adequado para</p><p>uso ou que já foi utilizado e não possui mais carga.</p><p>No caso do extintor de CO2, é necessário um pouco mais de experiência e conhecimento</p><p>34 / 46</p><p>do equipamento para saber suas condições de uso. Ele pesa aproximadamente 22 kg;</p><p>então, para saber se ele está adequado, é preciso pegar esse extintor para sentir seu</p><p>peso. Se estiver leve e muito fácil de carregar, naturalmente sabe-se que ele está</p><p>inadequado, pois a carga deve ter se perdido ou sido utilizada.</p><p>Usando o extintor</p><p>Após identificar a classe do incêndio, identificar o tipo de extintor necessário e</p><p>confirmar se ele está adequado ou não, pode-se partir efetivamente para o uso.</p><p>Conforme é possível ver na imagem acima, todo extintor possui uma trava de</p><p>segurança, que tem um lacre preso a ela. A primeira coisa a se fazer para utilizar o</p><p>extintor é romper esse lacre e retirar essa trava de segurança. Isso pode ser feito</p><p>de maneira muito simples, segurando a trava e girando-a. A partir do momento em</p><p>que a trava foi girada, é natural que o lacre se rompa. Assim que ele se romper, deve-</p><p>se puxar a trava. Normalmente essa trava possui uma tira que prende esse extintor.</p><p>Após soltar a trava, o extintor estará liberado para uso.</p><p>Testar o extintor</p><p>É muito importante testar o extintor. Para isso, segure a mangueira de forma que o</p><p>jato seja direcionado para o piso e aperte o gatilho. Quando se tratar de um extintor</p><p>de CO2, lembre-se de segurar a mangueira utilizando da empunhadura na base do</p><p>difusor. Não ponha suas mãos no corpo do difusor, pois, durante a descarga do</p><p>agente extintor a baixa temperatura pode ocasionar lesões nas mãos. Se, ao apertar</p><p>o gatilho, for liberado um jato do agente extintor pelo bico (requinte) ou difusor, o</p><p>35 / 46</p><p>extintor estará pronto para o início do combate. Lembre-se de efetuar este teste em</p><p>local afastado do foco do incêndio.</p><p>Assim, após testar, você pode se aproximar do ponto onde se deve combater o</p><p>incêndio.</p><p>Iniciar o combate</p><p>Alguns instrutores de treinamentos de combate à incêndio indicam que, para</p><p>a efetividade do combate utilizando um extintor, o combatente deve realizar</p><p>movimentos em leque com a mangueira do extintor. Porém, essa não é a forma mais</p><p>adequada de utilização do extintor.</p><p>O movimento em leque não permite que o agente extintor seja depositado</p><p>adequadamente sobre o foco de incêndio. Além disso, cria um efeito de movimento</p><p>de ar, que acaba fornecendo mais oxigênio para a reação, dificultando a efetividade</p><p>do combate.</p><p>A técnica mais adequada ,então, é direcionar o jato para a base do fogo, fazendo</p><p>movimentos vigorosos de punho. Daí, o combatente deve se movimentar de maneira</p><p>a efetuar uma varredura no foco de incêndio, mantendo os movimentos vigorosos de</p><p>punho. Esse procedimento deve ser feito sem pressa para que o agente extintor seja</p><p>depositado na quantidade adequada para o controle do incêndio. Não é incomum que</p><p>a aplicação apressada do agente extintor resulte numa reignição do foco.</p><p>Deitar o extintor</p><p>O último passo após utilizar o extintor, ao fim da sua carga, principalmente se o</p><p>incêndio não for debelado, é deitar o extintor no chão. Conforme já falado neste</p><p>material, este é um sinal universal de que ele está fora de uso; assim, nenhum outro</p><p>combatente ou membro da força de trabalho utilizará tal extintor.</p><p>Ao seguir todos esses passos, foram cumpridos todos os procedimentos necessários</p><p>para a boa utilização dos extintores.</p><p>36 / 46</p><p>12 – EXTINTOR ABC</p><p>Muitas pessoas já devem ter escutado notícias sobre o extintor ABC. Talvez até</p><p>tenham tido a oportunidade de assistir a testes com este agente extintor. Inclusive,</p><p>algumas unidades do Sistema Petrobras passaram a utilizar esses extintores em</p><p>substituição aos demais, os quais já foram citados neste material.</p><p>Como já vimos brevemente neste material, há vantagens na utilização do Extintor</p><p>com carga de PQS ABC, quando comparado com os demais, sendo estes os Extintores</p><p>com carga de PQS BC, Água Pressurizada e CO2. Vamos, agora, falar uma pouco mais</p><p>sobre estas vantagens. De início, vejamos o quadro comparativo abaixo:</p><p>Observe a tabela a seguir:</p><p>Inicialmente, vamos dar a atenção à relação peso e capacidade extintora, que nada</p><p>mais é que a representação da capacidade que um determinado extintor possui para</p><p>apagar um incêndio. A definição da capacidade extintora acontece mediante testes</p><p>normatizados para cada tipo de extintor. O extintor de água de 10 litros, comum nas</p><p>unidades da Transpetro, tem capacidade extintora de 2A e pesa 15 kg, ou seja, é</p><p>37 / 46</p><p>bastante pesado, o que dificulta seu uso no combate. No caso deste Extintor o teste</p><p>para determinação da capacidade extintora funciona mais ou menos da seguinte</p><p>forma: monta-se um engradado de madeira, mais especificamente, Pinho do Paraná,</p><p>que pode ter até seis tamanhos. Em seguida, incendeia-se esse engradado. Após</p><p>alguns minutos do início do fogo, aplica-se o extintor sobre ele.</p><p>Um destes engradados é denominado 2A. O número 2 indica o tamanho do engradado</p><p>e o “A” a classe de fogo. Assim, um extintor que consegue apagar um fogo em um</p><p>engradado 2A, recebe exatamente esta classificação, 2A. Há outros engradados</p><p>maiores que esses; portanto, os extintores que conseguem apagar o fogo nesses</p><p>engradados maiores logicamente recebem uma classificação de capacidade extintora</p><p>maior, tal como a 30A.</p><p>Além do extintor com carga de água, podemos destacar os extintores com carga de</p><p>PQS BC. Embora existam outras configurações, vamos considerar neste material,</p><p>para efeito comparativo, apenas aqueles que apresentam 2, 4, 6, 8 e 12 Kg de carga.</p><p>Considerando a faixa de 4 a 12 kg, os extintores de PQS possuem uma capacidade</p><p>extintora de 20 a 40B. A letra (B) na frente do número indica para que classe de fogo</p><p>ele é aplicado. Então, esse extintor terá uma capacidade extintora de 20 a 40 para</p><p>líquidos e inflamáveis. A aferição desse extintor é feita a partir de um grande tacho,</p><p>que recebe a nomenclatura de 5B, 10B, 20B, 30B, 40B, 80B, 120B ou 160B em função</p><p>do seu tamanho. Esse tacho, contendo n-heptano, é incendiado e, em seguida, utiliza-</p><p>se o extintor para apagá-lo. O extintor será classificado em função do tamanho do</p><p>tacho no qual apagou o fogo.</p><p>Os extintores com carga de PQS BC nas configurações apresentadas neste material,</p><p>podem apresentar peso total, somando carga, cilindro e acessórios, de 7 a 19 Kg,</p><p>ou seja, é um extintor de peso considerável, que poderá acarretar dificuldade de</p><p>transporte durante um combate.</p><p>Outro extintor, bastante comum, que é apresentado na tabela comparativa, é o</p><p>extintor com carga de CO2 com 6kg de carga. Nessa configuração, ele apresenta uma</p><p>capacidade extintora 5B, relativamente baixa em função de seu peso. Uma curiosidade</p><p>se dá no fato de que não existe uma denominação de capacidade extintora para a</p><p>classe C, pois não há um teste que possa estabelecer sua capacidade extintora. O</p><p>teste existente verifica apenas se o agente extintor conduz ou não energia elétrica;</p><p>por exemplo, para apagar o fogo de um painel. Neste caso, o teste é feito com um</p><p>extintor de CO2 sendo aplicado em um painel elétrico, medindo se ele está conduzindo</p><p>38 / 46</p><p>ou não a corrente elétrica. Quando ele não conduz, ele é aprovado para se aplicar na</p><p>classe C, mas não há uma capacidade extintora nominal para essa classe.</p><p>O último extintor da tabela trata-se do PQS ABC. Como referência, será citado</p><p>aqui somente o extintor que possui 2,3 kg. Esse é um extintor leve, com peso total,</p><p>contando carga, cilindro e acessórios, de 3,4 kg.</p><p>Esse extintor tem capacidade extintora 2A, ou seja, mesmo com menor quantidade</p><p>de carga, ele consegue apagar um incêndio de proporções iguais àquele que o</p><p>extintor de Àgua Pressurizada, com 10 litros de carga e peso total de cerca de 15 Kg,</p><p>apagaria. Para a classe B (líquidos inflamáveis), ele tem capacidade extintora de 40B,</p><p>que é equivalente ao que consegue produzir um extintor de PQS BC,</p><p>com carga de</p><p>bicabornato de sódio, com carga de 12 kg.</p><p>Fica clara a relação extremamente vantajosa de peso e capacidade extintora dos</p><p>extintores com carga de PQS ABC. Seu uso possibilita que mesmo uma pessoa com</p><p>menor força física, desde que treinada, possa atuar em um combate a um princípio</p><p>de incêndio.</p><p>Mas há ainda outras vantagens.</p><p>39 / 46</p><p>Observe a imagem a seguir.</p><p>• O extintor PQS ABC possui maior pressão de trabalho, com cerca de 1,4 megapascal</p><p>contra cerca de 1 megapascal da maioria dos extintores. Isso significa que é possível</p><p>alcançar um incêndio de uma distância maior. Isso produz maior segurança.</p><p>• Ele é aplicável para as três principais classes de incêndio (ABC), em contrapartida</p><p>ao extintor PQS BC, que é aplicável somente a duas classes. Isso se dá pelo fato</p><p>de que a carga deste extintor, isto é, o fosfato monoamônico, que é a carga que</p><p>está dentro do extintor PQS ABC, quando exposto a uma temperatura de 160ºC,</p><p>se funde, formando uma camada muito mais uniforme do que quando se aplica o</p><p>extintor BC. Ou seja, é possível controlar de maneira muito mais eficaz a emanação</p><p>da fase gasosa de um material. Dessa forma, a reação em cadeia é quebrada,</p><p>mesmo se tratando de um incêndio em material sólido. Logo, o foco de incêndio</p><p>tende a se extinguir.</p><p>• A garantia do extintor PQS ABC é de 5 anos. Embora, de início, se faça necessário</p><p>um investimento relativamente maior em relação aos outros extintores, esse</p><p>40 / 46</p><p>investimento é compensado e essa diferença minimizada ou até invertida quando</p><p>consideramos que os Extintores com carga de PQS ABC são recarregados apenas</p><p>à cada 5 anos. Extintores de PQS BC, por exemplo, são recarregados anualmente.</p><p>Além disso, vale ressaltar que muitas empresas que fazem recargas de extintor</p><p>não são muito confiáveis. Portanto, ao se adquirir um extintor PQS ABC, deixa-</p><p>se de ter esse problema, pois está sendo adquirido um extintor de uma fábrica</p><p>que tem um nome a zelar. Geralmente, são empresas multinacionais e muito mais</p><p>confiáveis. Isso quer dizer que, quando se utiliza um extintor recarregado, existe</p><p>a possibilidade de ele não funcionar, pois há histórico de extintores recarregados</p><p>não funcionam quando são aplicados em um incêndio, tornando-se um grande</p><p>risco para o fim no qual eles são aplicados.</p><p>13 – EQUIPES DE EMERGÊNCIA</p><p>A partir de agora, será tratada a atuação das equipes de emergência.</p><p>13.1 Atendendo a uma emergência</p><p>Todas as ocorrências que envolvem líquidos inflamáveis podem variar muito. É difícil</p><p>dizer que um incêndio em um tanque será sempre de um jeito, ou que um vazamento</p><p>em um gasoduto será de determinada forma. Há vários cenários que podem acontecer</p><p>e variáveis até mesmo dentro desses cenários. Por essas variáveis, inclusive, é que se</p><p>forma o comando unificado, pois diante dos cenários que se apresentam é que esse</p><p>comando define as ações que devem ser tomadas.</p><p>É possível estabelecer alguns procedimentos básicos a serem adotados em todas as</p><p>41 / 46</p><p>emergências. Acompanhe!</p><p>Uma equipe de emergência, antes de começar a atuar e resgatar uma vítima, deve</p><p>identificar aquilo que chamamos de cinemática da situação, ou seja, é preciso</p><p>identificar o que está acontecendo antes de agir, pois, em função dos vários cenários</p><p>que podem se apresentar, é preciso garantir que não serão criadas novas vítimas</p><p>ao tentar combater uma emergência ou salvar pessoas que já tenham se lesionado</p><p>diante do sinistro.</p><p>Então, a ideia principal é analisar o que está acontecendo para que a equipe de</p><p>emergência possa fazer, pelo menos, duas coisas:</p><p>1. Atender corretamente a emergência.</p><p>2. Proteger a si mesma para que a gravidade daquele sinistro não seja piorada.</p><p>A cinemática da situação envolve, no mínimo, as respostas das seguintes questões:</p><p>• Qual o produto envolvido?</p><p>• O que está acontecendo?</p><p>• Houve um incêndio?</p><p>• É um vazamento?</p><p>• Ocorreu uma explosão?</p><p>• Qual foi o fenômeno que gerou essa situação?</p><p>• Existem vítimas?</p><p>• Quantas são as vítimas?</p><p>Entendendo todo esse cenário, percebe-se o seguinte: identificando o que já ocorreu,</p><p>é possível prever, de alguma forma, o que pode ainda acontecer. Baseado nisso, deve-</p><p>se planejar como intervir naquela situação que está ocorrendo. Ao intervir nessa</p><p>situação, o primeiro objetivo é não tentar de qualquer forma retirar a vítima do local,</p><p>porque assim podemos nos tornar também outras vítimas. É preciso identificar e</p><p>delimitar áreas para que, dessa forma, se saiba até onde as equipes de emergência e</p><p>de apoio podem e devem atuar.</p><p>Portanto, é preciso, inicialmente, delimitar a zona quente, que é a parte central</p><p>da emergência onde os contaminantes estão ou podem estar, ou o local exato do</p><p>incêndio.</p><p>42 / 46</p><p>Após isso, delimita-se a zona morna, que é onde podem estar as equipes de</p><p>descontaminação. Em função do cenário, elas podem ser necessárias. Estarão ali</p><p>também as equipes de monitoramento, pois, principalmente quando se fala de</p><p>um vazamento de gás ou até de emanação de vapor, é preciso saber ou conhecer</p><p>onde aquela atmosfera está se tornando explosiva. Portanto, deve-se ter equipes</p><p>monitorando isso, fora da zona quente, para que essas informações possam dar base</p><p>para as ações que serão tomadas daqui para frente.</p><p>Na zona fria, estarão as equipes de comando, equipes de suporte operacional e aqueles</p><p>que receberão as possíveis vítimas para direcioná-las ao atendimento médico. Nesse</p><p>local, também estarão as pessoas que não participam diretamente do combate da</p><p>emergência/sinistro.</p><p>43 / 46</p><p>A imagem acima é uma representação gráfica das zonas quente, morna e fria. Nela,</p><p>pode-se observar um exemplo da organização destas áreas e, também, um outro</p><p>fator primordial a se considerar para o planejamento das ações e atendimento à</p><p>emergências: a direção do vento. É possível ver, ainda, a provisão de uma rota para</p><p>saída de emergência para o caso de eventos inesperados.</p><p>13.2 Protocolo de segurança</p><p>Toda equipe de emergência deve seguir um protocolo para atuar. Embora seja muito</p><p>comum tentar resgatar uma vítima de qualquer forma, este procedimento não deve</p><p>nortear as ações de uma equipe de emergência.</p><p>Deve-se seguir o seguinte protocolo:</p><p>Imagine a seguinte situação: você faz parte de uma equipe de emergência. Quem é</p><p>a primeira prioridade, que deve ser protegido e cuidado? Você. Segundo, sua equipe.</p><p>Terceiro, as pessoas em volta. Por último, a vítima. Ela já é uma vítima e queremos</p><p>socorrê-la; porém, queremos ter condições seguras para fazer isso, protegendo as</p><p>pessoas que estão ao redor e as equipes de emergência para que elas não venham</p><p>também a se acidentar e necessitar de resgate.</p><p>44 / 46</p><p>Lembre-se: coloque-se sempre como prioridade nas questões de segurança ao</p><p>atender um sinistro.</p><p>Porém, infelizmente tal protocolo é, às vezes, deixado de lado. Em uma situação de</p><p>emergência na qual a carga emocional é muito grande, a nossa atuação pode não ser</p><p>tão adequada, podendo criar acidentes com aqueles que atenderão as emergências.</p><p>A questão emocional pode levar a negligência de alguns fatores que podem fazer</p><p>toda a diferença no êxito da equipe de emergência.</p><p>Veja abaixo, algumas falhas comuns que podem ocasionar acidentes:</p><p>1. Despreparos das equipes: como já citado neste material, deve atuar somente</p><p>quem é treinado para isso. Além disso, é necessário que as equipes treinadas sejam</p><p>constantemente preparadas e orientadas, conhecendo bem suas funções para que</p><p>possam atuar com segurança.</p><p>2. Autoconfiança.</p><p>3. Falta de manutenção e de conservação de equipamentos e materiais.</p><p>4. Falta de rotina de inspeção dos equipamentos.</p><p>5. Por último, a falta de respeito às limitações dos equipamentos e indivíduos. No</p><p>desejo de socorrer alguém, não se pode esquecer o seguinte: somos simples seres</p><p>humanos e temos limites. Quando nos esquecemos disso, nos tornamos potenciais</p><p>acidentados, podendo chegar a realmente sofrer um acidente.</p><p>Portanto, tendo todos esses pontos em mente, conseguiremos nos proteger,</p><p>evitando sermos mais uma vítima em cenários de emergência.</p><p>É evidente que, para</p><p>que tudo isso funcione, é necessário que todos sejam orientados, praticando o que</p><p>foi ensinado para que, assim, na hora em que for necessária a utilização de verdade</p><p>desses conhecimentos e orientações, consigamos fazer o resgate. Jamais execute</p><p>um resgate se você não tem capacitação e os equipamentos necessários para tal,</p><p>porque você também pode se tornar uma vítima.</p><p>14 – CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Esse material aborda somente algumas ideias básicas sobre a atuação da equipe</p><p>de emergência. Não é possível estabelecer uma receita para um atendimento de</p><p>uma emergência, pois, como já falado anteriormente, os cenários podem ser muito</p><p>variáveis.</p><p>45 / 46</p><p>Indicamos como sugestão de leitura adicional o PRE de cada local. Isso pode ajudar</p><p>a estabelecer, de maneira muito mais específica, os cenários que podem ocorrer em</p><p>cada unidade e a forma de atuação sobre eles. O PRE de cada unidade informa quais</p><p>são os cenários, quais ações básicas devem ser tomadas ou até quais ações mais</p><p>específicas devem ser realizadas em função do cenário que se apresentar.</p><p>Foram apresentados os procedimentos básicos para atendimento à emergências,</p><p>espera-se que as informações apresentadas neste material, aliadas àquelas já</p><p>apresentadas em treinamentos específicos, habilitem as equipes de emergência a</p><p>atuar de maneira segura e eficaz. Para aqueles que não fazem parte da EOR, se espera</p><p>que, por meio destas informações, consigam distinguir que atitudes adotar para não</p><p>agravar eventuais consequências de um sinistro.</p><p>A mensagem final deste material é: nunca execute qualquer ação para qual não seja</p><p>capacitado.</p><p>46 / 46</p>

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