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<p>Consciente e Inconsciente - Freud vs Jung</p><p>Gostariamos de começar falando do ponto de vista de Freud, pois foi a partir dele que Carl</p><p>Jung ampliou suas pesquisas.</p><p>- Então, de acordo com Freud, se tratando de consciente e inconsciente, nossos processos</p><p>mentais ocorrem de forma encadeada. Ou seja; nenhum pensamento, sentimento ou</p><p>lembrança acontece isoladamente, por acaso, como se surgissem do nada. Mesmo que as</p><p>vezes, alguns pensamentos ou sensações pareçam surgir espontaneamente, existem elos</p><p>ocultos que ligam esses eventos mentais a outros que ocorreram antes.</p><p>Existe uma teoria de Freud que divide a consciência em três sistemas: o consciente, pré</p><p>consciente e o inconsciente.</p><p>Então, fazendo uma analogia, imaginamos que um iceberg completo representa toda a</p><p>consciência dividida em três partes: o consciente, a parte que está sempre acima da água e</p><p>que representa uma pequena parte da sua consciência. O pré-consciente, a parte que está</p><p>apenas um pouco submersa e que pode ser acessada com certa facilidade.</p><p>E o inconsciente, é a parte que está profundamente submersa da sua consciência e que</p><p>jamais esteve acima do nível da água.</p><p>CONSCIENTE:</p><p>- O consciente é a parte da sua mente que lida com todas as informações das quais você está</p><p>ciente em um dado momento.</p><p>- É no consciente que estão as informações das quais você dirige a sua atenção, de forma</p><p>intencional.</p><p>- Mas o consciente é apenas a ponta do iceberg, uma pequena parte da sua mente.</p><p>- Existem outras partes menos expostas, das quais Freud chamava de pré-consciente e</p><p>Inconsciente.</p><p>PRÉ-CONSCIENTE:</p><p>- O pré-consciente é uma porção do inconsciente que facilmente se torna consciente. Então</p><p>ele seria o meio(centro do iceberg), o equivalente àquela parte do iceberg que está</p><p>imediatamente abaixo do nível da água e que é facilmente acessível a todas as suas memórias</p><p>que podem ser lembradas, como por exemplo; o que você comeu no café da manhã, o nome</p><p>do cachorro da sua tia ou as coisas que você aprendeu nas aulas de geografia na escola.</p><p>INCONSCIENTE:</p><p>- Por isto, o inconsciente seria como aquela parte mais submersa de um iceberg. Lá ocorrem</p><p>processos mentais que nunca foram conscientes, que não podem ser acessados pelo</p><p>consciente. A não ser, em situações excepcionais.</p><p>- É neste lugar inacessível que também ficam guardadas informações que foram excluídas do</p><p>consciente e que não podem ser lembradas. Pois foram reprimidas ou censuradas.</p><p>Lembranças traumáticas podem ser enviadas para o inconsciente e permanecerem lá, e assim</p><p>influenciando indiretamente a vida mental do indivíduo, sem jamais serem lembradas</p><p>novamente.</p><p>- Segundo Freud, apesar de você não ter clareza sobre as coisas que estão no inconsciente</p><p>sempre que um pensamento ou sentimento vier à mente e, parecer que ele não tem nenhuma</p><p>relação com os pensamentos ou sentimentos anteriores, na verdade eles estão relacionados</p><p>sim, mas esses elos se encontram no inconsciente, já que não existem descontinuidades na</p><p>vida mental.</p><p>Enfim, o inconsciente é o último da nossa lista a respeito dos 3 sistemas que dividem a</p><p>consciência.</p><p>Mas antes de finalizar de concluir a visão Freud neste assunto, acreditamos que também seria</p><p>interessante mencionar algo que tem uma relação dinâmica com estas três partes da</p><p>consciência. Pois, de acordo Freud, existem também, instâncias psíquicas que podem</p><p>transitar entre os níveis do consciente e inconsciente. E essas instâncias psíquicas são</p><p>chamadas de ID, EGO e SUPEREGO. Que de acordo com Freud, elas são as 3 estruturas da</p><p>personalidade.</p><p>Começando pelo EGO e SUPEREGO: Eles são formados por processos e elementos que</p><p>habitam o consciente, pré-consciente, mas também o inconsciente. Logo então, o ego e</p><p>superego são parcialmente inconscientes.</p><p>SUPEREGO - O superego é a última instância do aparelho psíquico mental a organizar-se e</p><p>tem como função censurar os impulsos que vêm do id, sobre as atividades e pensamentos do</p><p>ego.</p><p>EGO - O ego é a parte consciente responsável por interpretar a realidade, memória, emoções</p><p>e percepção. Ele é o principal componente das estruturas que formam a nossa psique.</p><p>Por evoluir do Id, o ego tem elementos do inconsciente, embora haja mais no nível</p><p>consciente da nossa mente.</p><p>O ego se guia pelo princípio da realidade e, por isso, regula os impulsos inadequados do Id.</p><p>ID - E agora falando do ID, ele é totalmente inconsciente.</p><p>- O ID é a estrutura original da personalidade. Todo o conteúdo do ID é inconsciente. Todos</p><p>aqueles processos e elementos que jamais foram conscientes acabam formando o ID.</p><p>- Por isto, todo o conteúdo do ID está no inconsciente, na parte que está profundamente</p><p>submersa da sua consciência e que jamais esteve acima do nível da água. É no inconsciente</p><p>que habitam processos e elementos que não são acessíveis ao consciente.</p><p>Por exemplo: O ID também é a fonte de toda energia das pulsões. As Pulsões de vida e de</p><p>morte. Mas este tema da margem para outros assuntos. Então, vamos voltar a focar no</p><p>tópico do CONSCIENTE e INCONSCIENTE.</p><p>Mas agora,se tratando do ponto de vista de Carl Jung.</p><p>Para Jung, a mente tem dois níveis: o consciente e o inconsciente.</p><p>A princípio, este pensamento é muito parecido com a teoria de Freud. Porém, Jung acredita a</p><p>mente poderia ser dividida em 3 partes: Acima, na parte exposta está o Consciente, no centro</p><p>está o Inconsciente pessoal e mais a fundo, na parte mais profunda está o inconsciente</p><p>coletivo.</p><p>E Jung dizia que a parte mais importante do inconsciente vem do passado coletivo da</p><p>humanidade. O chamado inconsciente coletivo, que não se trata apenas das experiências</p><p>individuais.</p><p>CONSCIENTE:</p><p>Carl Jung não explica o que exatamente é ou de onde surgiu a consciência, mas sim como</p><p>ela funciona.</p><p>Para Jung, A consciência é um estado de conhecimento e entendimento dos eventos, sejam</p><p>eles internos ou externos.</p><p>Estar consciente significa estar desperto, atento, observando e registrando tudo que acontece</p><p>no mundo à nossa volta e também no nosso íntimo, dentro da gente.</p><p>A consciência é a parte da psique que é reconhecida pelo indivíduo.</p><p>Ela é responsável pela nossa perceção dos nossos pensamentos, dos nossos sentimentos e</p><p>das nossas interações com o mundo.</p><p>FUNÇÕES:</p><p>Para Jung, o consciente tem quatro funções essenciais: O pensamento, sentimento,</p><p>sensação e intuição. E cada um de nós temos algumas dessas quatro funções mais fortes em</p><p>nosso modo de pensar e agir. A força dessas funções podem acabar influenciando a nossa</p><p>personalidade.</p><p>Algumas pessoas são mais pensativas e racionais, outras são mais intuitivas e emocionais.</p><p>INTROVERSÃO E EXTROVERSÃO:</p><p>Além dessas quatro funções mentais da nossa consciência, que seria o pensamento,</p><p>sentimento, sensação e intuição, também existem duas atitudes que definem bastante a nossa</p><p>personalidade, a nossa consciência. Jung também fala da Introversão e Extroversão.</p><p>Uma mente mais introvertida, tem a tendência de focar mais no interior, no que está dentro, em</p><p>algo mais subjetivo.</p><p>E por outro lado, uma mente mais extrovertida, costuma olhar mais para o exterior e tentar</p><p>entender o que está lá fora, a realidade objetiva.</p><p>Carl Jung chama todo este processo de Individualização. No qual torna uma pessoa diferente</p><p>dos outras.</p><p>EGO:</p><p>E no centro da consciência existe um Eu, um EGO para organizar tudo isto.</p><p>Para Jung, O ego atua como um filtro que organiza a mente consciente, fornecendo identidade</p><p>e continuidade a nossa personalidade. Mesmo apesar das mudanças que podem acontecer no</p><p>indivíduo com o passar do tempo.</p><p>De acordo com Jung, é com o Ego que a gente opera no mundo.</p><p>“O Ego é capaz de possibilitar que a gente aja com direção consciente. Não permitindo</p><p>que o inconsciente tome conta de toda a consciência, e assim evitando que a gente se</p><p>comporte sem saber o que estamos fazendo, sem o controle do Eu, do Ego.”</p><p>Carl Jung ressalta que neste cenário, é o ego que costuma controlar e organizar a nossa mente</p><p>consciente.</p><p>Então, o ego acaba sendo composto de percepções principalmente conscientes, recordações,</p><p>pensamentos e sentimentos, que são basicamente tudo o que nós percebemos</p><p>quando</p><p>estamos conscientes.</p><p>Para Jung, o Ego costuma se dar o papel de agir como um vigia, ele fica na porta entre o</p><p>consciente e o inconsciente. Pois, é o Ego que determina o que vai chegar na sua consciência.</p><p>Um detalhe importante para Jung, é enfatizar que as funções mentais contribuem com o a</p><p>seletividade do ego.</p><p>Por exemplo: Se você for uma pessoa com característica mais intuitiva, o ego naturalmente vai</p><p>permitir que mais intuições cheguem até seu consciente. Ou, se você tiver uma característica</p><p>individual mais racional, então o ego vai dar passagem para mais pensamentos racionais. O</p><p>mesmo acontece com as emoções.</p><p>Então, na teoria de Jung, o ego é considerado como o centro da consciência e não o centro da</p><p>personalidade, conforme a teoria de Freud indicava.</p><p>Por isso, para Carl Jung, o ego é apenas uma estrutura psíquica que gerencia os aspectos</p><p>conscientes da mente.</p><p>Os aspectos conscientes são as informações e os processos mentais para os quais</p><p>direcionamos a nossa atenção de maneira proposital.</p><p>Então, nesse momento, tudo o que você está pensando, vendo, ouvindo, lembrando e sentindo</p><p>de forma objetiva, são aspectos que podemos chamar de conscientes.</p><p>Para Jung, o ego lida somente com esse tipo de experiência e não se envolve com processos</p><p>de elementos inconscientes.</p><p>Jung defende que o ego não carrega traumas de infância, que estão armazenados em algum</p><p>lugar escondido da sua mente.</p><p>Para Jung, esses tipos de memórias se relacionam com outra estrutura: conhecida como: Self.</p><p>Pois de acordo com Jung, o SELF é o centro da personalidade.</p><p>O self lida tanto com processos conscientes quanto com processos inconscientes.</p><p>SELF</p><p>O self é o centro da personalidade.E mesmo que ele carregue os aspectos conscientes da</p><p>mente, o self está muito mais ligado ao inconsciente.</p><p>INCONSCIENTE PESSOAL:</p><p>Sabemos que Freud já falava sobre o Inconsciente. Mas Carl Jung também conceituou um</p><p>outro sistema chamado: inconsciente pessoal. Que carrega todas as experiências individuais</p><p>que foram reprimidas, esquecidas como traumas e frustrações.</p><p>O inconsciente pessoal, de acordo com Jung, também inclui informações que foram</p><p>apreendidas de modo subliminar. Ou seja: coisas que aprendemos sem nos darmos conta, sem</p><p>perceber de onde e quando.</p><p>Cada indivíduo tem um inconsciente pessoal único. E algumas das informações que existem</p><p>nele podem ser lembradas com facilidade. E outras informações são mais difíceis de lembrar.</p><p>E existem aquelas que nunca serão lembradas novamente ou que nunca chegaram a ser</p><p>conscientes.</p><p>INCONSCIENTE COLETIVO:</p><p>Além do conceito de inconsciente pessoal, criado por Carl Jung, ele também criou a teoria do</p><p>inconsciente Coletivo. No qual obteve suas raízes no passado coletivo de toda a humanidade.</p><p>E esses registros psíquicos são sempre passados adiante de gerações para gerações. E são</p><p>literalmente transmitidos os mesmos conteúdos para todas as pessoas, através de todas as</p><p>culturas. E nesses registros psíquicos, também estão incluídos até mesmo conceitos universais</p><p>relacionados a deuses, mitos, história, lições de vida, ciência e assim por diante.</p><p>As primeiras experiências que nossos antepassados tiveram, todos esses conteúdos pisìquicos</p><p>fazem parte do inconsciente coletivo.</p><p>E esses conteúdos pisìquicos não estão adormecidos em nós. Porque de acordo com Jung,</p><p>eles influenciam ativamente nossa vida mental e nosso comportamento.</p><p>Todos os tipos de motos, lendas e religiões do planeta estão inseridos no inconsciente coletivo.</p><p>Mas costumava ressaltar, deixar claro que o inconsciente coletivo não é formado por ideias que</p><p>são simplesmente herdadas, mas sim por tendências humanas e significativas na evolução do</p><p>ser humano.</p><p>Jung também afirma que temos certas tendências e predisposições para agir e reagir dessa ou</p><p>daquela forma, diante de certas situações como todos os outros animais.</p><p>Ainda dentro dos conceitos de consciente e inconsciente de Carl Jung, Também não podemos</p><p>deixar de mencionar sobre os Arquétipos. Eles são como heranças psicológicas que estão</p><p>registradas em nosso inconsciente coletivo.</p><p>ARQUÉTIPOS:</p><p>De acordo com Jung, o inconsciente coletivo é uma mescla de idéias e capacidades que são</p><p>transmitidas de geração para geração desde o início da espécie humana.</p><p>Jung explica que quando nascemos, essas predisposições que forma o conteúdo psíquico do</p><p>inconsciente coletivo são potencialidades, como sementes à espera de condições propícias</p><p>para germinar.</p><p>Ao longo da vida, várias e várias situações abrem espaço para que essas pré-disposições</p><p>sejam postas em prática. Assim as sementes germinam. Então, essas potencialidades se</p><p>desenvolvem e desabrocham na forma de Arquétipos.</p><p>Os Arquétipos são elementos que surgem a partir das tendências e potencialidades que fazem</p><p>parte do inconsciente coletivo. Portanto, eles têm uma base biológica, mas eles se constituíram</p><p>ao longo dos milênios através das repetidas experiências de nossos ancestrais.</p><p>Jung também explica que todos nós temos potencialidades para o desenvolvimento de</p><p>incontáveis arquétipos. Mas como esse desenvolvimento é dependente da experiência, logo</p><p>então um arquétipo começa a ser ativado em nosso inconsciente somente quando passamos</p><p>por experiências relacionadas a ele.</p><p>Jung também deixa claro que, embora os arquétipos sejam constituídos quase que</p><p>completamente por elementos que vêm do inconsciente coletivo, os arquétipos também</p><p>incluem alguns elementos bastante individuais que são provenientes da consciência da própria</p><p>pessoa e do seu inconsciente pessoal.</p><p>Jung também destaca que todo arquétipo pode se desenvolver de uma maneira autônoma e</p><p>com personalidade própria.</p><p>Personalidades envolvendo personagens bastante complexos, individualizados que estão em</p><p>nossa psique.</p><p>De acordo com Jung, existem inúmeros arquétipos com potencial para se desenvolver a partir</p><p>do inconsciente coletivo. Mas apenas algumas dessas forças se desenvolveram</p><p>suficientemente ao ponto de Carl Jung poder falar sobre elas.</p><p>Para esta análise não ficar muito grande, vamos apenas citar o nome de cada Arquétipo</p><p>conceituado por Carl Jung.</p><p>E estes Arquétipo são:</p><p>- Persona.</p><p>- Sombra</p><p>- Anima</p><p>- Animus</p><p>- Grande mãe</p><p>- Velho sábio</p><p>- Heroi</p><p>- Self</p><p>E para finalizar sobre a visão de consciente e inconsciente de Carl Jung, sentimos a</p><p>necessidade de também incluir um conceito chamado: Complexo. Que inclusive também faz</p><p>parte das teorias de Carl Jung a respeito do Consciente e Inconsciente.</p><p>COMPLEXO:</p><p>O complexo é um conglomerado de ideias inter-relacionadas que apresenta um forte valor</p><p>emocional e que se organizam em torno de um arquétipo. Logo, o núcleo de um complexo é</p><p>sempre um arquétipo.</p><p>Os complexos são experiências muito pessoais. Eles podem ser totalmente inconscientes ou</p><p>podem conter material consciente e inconsciente.</p><p>Quando o complexo é ativado por alguma circunstância da vida, tipo um trauma, um conflito</p><p>moral, ele se apresenta sempre com uma grande carga emocional.</p><p>Apesar do entendimento popular de que complexos são coisas ruins, na verdade os complexos</p><p>não são negativos em si. Pois segundo Jung, os complexos são caminhos que podem nos</p><p>levar ao inconsciente. Eles são responsáveis pelos sonhos e por algumas de nossas atitudes</p><p>cotidianas.</p><p>De toda forma, ainda que os complexos não sejam essencialmente ruins, seus efeitos podem</p><p>ser negativos.</p><p>Complexos totalmente conscientes podem se apoderar do ego, que é a estrutura psíquica que</p><p>gerencia nossa consciência.</p><p>Quando isso acontece, surgem mudanças comportamentais, repentinas e estados alterados na</p><p>consciência.</p><p>Mas, em outras situações, esses emaranhados de energia podem ser grandes aliados do</p><p>desenvolvimento psíquico quando nos dispomos a superá-los, ao estudar e vivenciar</p><p>intensamente. Assim compreendendo qual é o papel que eles exercem nos nossos</p><p>comportamentos e em nossa vida emocional.</p>