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<p>AVALIAÇÃO A1 A</p><p>TRABALHO E SAUDE MENTAL</p><p>ESTUDO DE CASO</p><p>Rosi Terezinha Silva da Silva[footnoteRef:1]</p><p>[1: Graduanda em Psicologia, pela UNIFG Laureate Internacional Universities]</p><p>ORIENTAÇÕES: Esta avaliação A1 A, com pontuação de 0 a 2,0 pontos, será somada a Avaliação A1 B. O estudo de caso deve seguir a metodologia SNAPPS, conforme segue:</p><p>1) A partir do conteúdo estudado analisem o caso abaixo seguindo os passos SNAPPS.</p><p>2) Sumarizar (0,2), Numerar (0,2). Análise (0,6), Pergunte (0,2), Planejamento (0,6) e Selecione (0,2)</p><p>3) Data para postagem 30/10/20 até 23:30h, boa atividade!</p><p>R., 44 anos, casada, dois filhos, professora de ensino Infantil, funcionária concursada da Prefeitura Municipal de Campinas há 22 anos. Seus problemas começaram em dezembro de 2010, quando bateu o carro ao retornar do trabalho (“quando voltava para casa, após uma reunião administrativa tensa na escola, tive um apagão e quando retomei a consciência estava fora da via e tinha batido em dois veículos estacionados”). Após a ocorrência, retornou a escola no dia seguinte, porem nos meses seguintes chorava muito, sentindo-se esgotada e com dificuldade em dar atenção para as 29 crianças da sua sala. Queixou-se com a médica do trabalho que constatou hipertensão arterial e, diante das queixas, foi encaminhada para um neurologista. Segundo ela, as dificuldades se acentuaram quando recebeu mais uma criança com sérios problemas de comportamento e agressividade com as outras crianças. (“Fiquei muito nervosa com a atitude da menina que jogou a cadeira em outra criança da classe e falei com o pai que atribuiu a mim toda responsabilidade pelo comportamento e educação de sua filha”). No dia seguinte, a direção e a supervisora da escola, na ausência da professora, reuniram-se com o pai da nova aluna. (“A direção da escola me desqualificou e me ameaçou pela segunda vez, referindo que eu não poderia reclamar e chorar na frente do pai da aluna”; “a primeira vez no ano passado, diante das outras professoras, a supervisora chamou – me a atenção dizendo que eu deveria fazer o arroz com feijão e nada a mais que não fosse o suficiente”). Desde então, se sentia insegura, chorava muito, não conseguia comer, perdeu peso, tinha insônia e não conseguia mais cuidar dos próprios filhos. Além do cansaço físico, sentia-se exigida além do seu limite emocional. Trabalhou mais 10 dias e afastou-se do trabalho, com CID de depressão e transtorno de adaptação e depois transtorno de estresse pós-traumático. Não conseguiu retornar ao trabalho até o momento. Fez uso de diversas associações medicamentosas, com antidepressivos e ansiolíticos, prescritos pela psiquiatra e, anticonvulsivante, prescrito pelo neurologista. Fez sessões de psicoterapia durante três meses e abandonou as sessões porque se acentuaram os sentimentos de desvalorização pessoal e vontade de morrer. Foi encaminhada ao Serviço de Medicina do Trabalho do Hospital de Clinicas da Universidade Estadual de Campinas para estabelecimento de nexo causal do quadro clinico com o trabalho. O que se passa com a professora e como conduzir o caso.</p><p>AVALIAÇÃO 1 A : FOLHA DE RESPOSTA PARA O CASO 5</p><p>Sumarizar: Resuma a história, exame clínico e dados de interesse 0,2</p><p>A paciente tem 44 anos, é professora de rede pública, atua no ensino infantil há 22 anos, é casada e possui filhos. Em 2010, após uma reunião tensa na escola que trabalha, sofreu um quadro de amnésia episódica lacunar e quando retornou à memória já havia ocorrido o acidente, no qual bateu em dois carros estacionados fora da via. R., relatou que não estava em condições mentais de lidar com uma criança novata possivelmente com Transtorno Opositivo Desafiador; o que gerou mais uma vez tensão entre a gestão da escola e a educadora e, além disso, com o pai da criança em questão, os quais colocaram em xeque o profissionalismo e a capacidade dela de gerenciar a sala de aula e de partilha de conhecimentos. A professora se sente oprimida, não consegue cuidar de seus próprios filhos, sofrendo com insônia, apatia, insegurança, fastio, num caso de ansiedade elevado. Paciente com diagnóstico clínico de hipertensão arterial e afastada do trabalho após um outro diagnóstico do neurologista sugerindo quadro depressivo, fez durante 3 meses sessões de psicoterapia e abandonou. Foi encaminhada ao Serviço de Medicina do Trabalho do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas para estabelecimento do quadro clínico com o trabalho.</p><p>Com essa breve explanação observamos o quanto os professores são sobrecarregados e como é confundido o seu papel na sociedade, em que os pais transferem toda a educação familiar – como se portar, valores, higiene, por exemplo- aos educadores. Além de toda a pressão em um ambiente de trabalho geralmente inadequado, esquecendo-se que somos seres passíveis as emoções e problemas pessoais. O que acaba gerando situações estressantes, sendo perceptíveis na saúde mental e física do profissional, que já tem que lidar com o medo de ser despedido, a incerteza se está fazendo o melhor para aquele grupo de alunos e no caso da educação infantil, se vai ter algum pai esperando-a para conversar ou oprimir sobre algum ponto do seu trabalho. Um ponto que pode pesar nessa tensão entre pais-escola é que se trata de uma escola pública, mesmo a professora sendo concursada, há sempre uma afinidade com o local que se está lotado, seja pelo tempo ou proximidade de casa ou alguma outra hipótese; podemos pensar ainda, por ser escola pública que há a insegurança/ vulnerabilidade do professor a algum ataque vindo dos pais ou dos próprios alunos ( violência por não ter feito ou por ter feito algo) se o local for suscetível a esses episódios ( comunidades extremamente violentas).</p><p>Numerar: Estabeleça 2 a 3 diagnósticos ou problemas possíveis 0,2</p><p>Analisando os diagnósticos possíveis para esse Estudo de Caso da paciente R., pensamos em duas possibilidades, podendo ser de ordem pessoal, que culminou na área profissional, como Ansiedade Generalizada (F41.1, classificado na CID-10), com o sentimento de não estar dando conta da sua própria casa, desse enfado e da vontade de morrer que a mesma diz sentir, esse sentimento de vazio, como se buscasse algo e não encontrasse sentido, o sofrimento por algo que ainda está por vir, ou que nem virá. A outra possibilidade seria a Síndrome de Burnout (Z-73), uma doença ocupacional, classificada no CID-11 como Síndrome do Esgotamento Profissional, já que ela é professora e o esgotamento vem das tensões profissionais entre gestão-professora-alunos-pais. Um outro problema se dá pelo fato de R. ter abandonado a psicoterapia, podendo falhar novamente na resolução do problema</p><p>Analisar: Proponha as evidências sobre cada hipótese 0,6</p><p>Primeira hipótese: De acordo com o DMS-5, na lista de sintomas da F41.1, o paciente possuindo 3 ou mais destes sintomas possivelmente está sofrendo com A.G, são estas:</p><p>a) Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele;</p><p>b) Incapacidade de relaxar;</p><p>c) Fatigabilidade (cansar rápido);</p><p>d) Dificuldade em concentrar-se;</p><p>e) Sensações de "dar um branco" (esquecer tudo e não saber o que fazer);</p><p>f) Constante sensação de estar em seu limite;</p><p>g) Irritabilidade;</p><p>h) Tensão muscular e</p><p>i) Perturbação do sono (dificuldades em conciliar ou manter o sono, ou sono insatisfatório e inquieto).</p><p>É mister destacar que nesta lista a professora R. possui os seguintes sintomas relatados pela mesma: inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele, já que destacou que não se sentia capaz de lidar com um aluno em específico que era uma criança com características agressivas e a mesma se via sem saber o que fazer; outro sintoma é a fatigabilidade, já que não consegue lidar com seus familiares, não possui mais “pique” para algo que antes não era custoso realizar, outro ponto que tem a ver com esse é a sensação de estar em seu limite, algo que também ocorre dentro do seu ambiente de trabalho e por último, como um bônus, para não ter mais dúvidas, a última característica: perturbação do sono, com</p><p>a insônia que perdura.</p><p>Freud (1895), em trabalhos sobre a Angústia, destacou as reações fisiológicas presentes na ansiedade e classificou em três tipos de Angustia: A Real, sendo esta vivenciada pela permanência de uma ameaça real que permeia a vida do indivíduo, a Automática, legitimada através dos traumas vivenciados e a última chamada de Angústia Sinal ou Sinal de Angustia, com um sentido mais irreal; não sabemos o motivo, vem de dentro e não se encontram respostas palpáveis.</p><p>Perguntar: Provoque seu preceptor sobre as possibilidades diagnósticas aventadas 0,2</p><p>Planejar: Estabeleça o plano diagnóstico e terapêutico 0,6</p><p>Selecionar: Escolha um tema de estudo a partir do caso 0,2</p><p>image1.png</p><p>image2.png</p>