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<p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>2</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>3</p><p>1ª FASE OAB | 42° EXAME</p><p>Processo do Trabalho</p><p>Prof.ª Cleize Kohls</p><p>Sumário</p><p>1. Teoria Geral do Processo do Trabalho .................................................................................... 4</p><p>2. Organização da Justiça do Trabalho e Competência............................................................... 8</p><p>3. Competência da Justiça do Trabalho ..................................................................................... 11</p><p>4. Partes e Procuradores ........................................................................................................... 13</p><p>5. Atos, Termos, Prazos e Vícios dos Atos Processuais ............................................................ 16</p><p>6. Procedimentos Trabalhistas ................................................................................................... 19</p><p>7. Petição Inicial e Resposta do Réu ......................................................................................... 21</p><p>8. Audiência ............................................................................................................................... 26</p><p>9. Provas .................................................................................................................................... 28</p><p>10. Razões Finais, Sentença e Coisa Julgada ........................................................................... 32</p><p>11. Dissídio Coletivo .................................................................................................................. 35</p><p>12. Sistema Recursal Trabalhista .............................................................................................. 37</p><p>13. Execução Trabalhista ........................................................................................................... 49</p><p>14. Ações Especiais ................................................................................................................... 56</p><p>Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para</p><p>a 1ª Fase OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, reco-</p><p>menda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.</p><p>Bons estudos, Equipe Ceisc.</p><p>Atualizado em abril de 2024.</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>4</p><p>1. Teoria Geral do Processo do Trabalho</p><p>Prof.ª Cleize Kohls</p><p>@prof.cleizekohls</p><p>1.1. Fontes</p><p>São fontes do Direito Processual do Trabalho:</p><p>a) Lei: Constituição Federal, leis processuais trabalhistas e Código de Processo Ci-</p><p>vil e leis processuais civis;</p><p>b) Regimentos Internos dos Tribunais;</p><p>c) Costume;</p><p>d) Princípios;</p><p>e) Jurisprudência;</p><p>f) Equidade;</p><p>g) Doutrina.</p><p>Art. 8° da CLT. As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de dispo-</p><p>sições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia,</p><p>por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do</p><p>trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre</p><p>de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse pú-</p><p>blico.</p><p>O § 2º refere que súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal</p><p>Superior do Trabalho e pelos Tribunais Regionais do Trabalho não poderão restringir direitos</p><p>legalmente previstos nem criar obrigações que não estejam previstas em lei. E o § 3o, estabelece</p><p>que no exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho ana-</p><p>lisará exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado</p><p>o disposto no art. 104 do Código Civil, e balizará sua atuação pelo princípio da intervenção mí-</p><p>nima na autonomia da vontade coletiva.</p><p>1.2. Aplicabilidade do Código de Processo Civil</p><p>Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito proces-</p><p>sual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas processuais trabalhis-</p><p>tas (art. 769 da CLT).</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>5</p><p>Art. 1º da Instrução Normativa TST n° 39/2016. Aplica-se o Código de Processo Civil,</p><p>subsidiária e supletivamente, ao Processo do Trabalho, em caso de omissão e desde que</p><p>haja compatibilidade com as normas e princípios do Direito Processual do Trabalho, na</p><p>forma dos arts. 769 e 889 da CLT e do art. 15 da Lei nº 13.105, de 17.03.2015.</p><p>§ 1º Observar-se-á, em todo caso, o princípio da irrecorribilidade em separado das deci-</p><p>sões interlocutórias, de conformidade com o art. 893, § 1º da CLT e Súmula nº 214 do</p><p>TST.</p><p>§ 2° O prazo para interpor e contra-arrazoar todos os recursos trabalhistas, inclusive</p><p>agravo interno e agravo regimental, é de oito dias (art. 6º da Lei nº 5.584/70 e art. 893 da</p><p>CLT), exceto embargos de declaração (CLT, art. 897-A).</p><p>Algumas diferenças entre a CLT e o CPC:</p><p>CLT</p><p>Prazos para</p><p>recursos: 8</p><p>dias</p><p>Agravo de ins-</p><p>trumento: des-</p><p>tranca recursos</p><p>Contestação:</p><p>audiência</p><p>Honorários de</p><p>sucumbência:</p><p>5%-15%</p><p>Depósito pré-</p><p>vio da ação</p><p>rescisória:</p><p>20%</p><p>Embargos à</p><p>execução: ga-</p><p>rantia do juízo</p><p>CPC</p><p>Prazos para</p><p>recursos: 15</p><p>dias</p><p>Agravo de ins-</p><p>trumento: deci-</p><p>são interlocutó-</p><p>ria</p><p>Contestação</p><p>após a audiên-</p><p>cia: 15 dias</p><p>Honorários de</p><p>sucumbência:</p><p>10%-20%</p><p>Depósito pré-</p><p>vio da ação</p><p>rescisória: 5%</p><p>Embargos à</p><p>execução: não</p><p>precisa de ga-</p><p>rantia do juízo</p><p>1.3. Princípios</p><p>Oralidade: prevalência da palavra como meio de expressão. A oralidade pressupõe outro</p><p>princípio: imediação ou imediatidade, isto é, o contato direto do juiz com as partes e com as</p><p>provas. Localiza-se na CLT, arts. 840, § 2°, 846, 848 e 850.</p><p>Pagamento imediato das parcelas salariais incontroversas: impõe pesados encargos</p><p>ao empregador que protela pagamento de verbas salariais incontroversas. O art. 467 da CLT</p><p>manda pagar em cinquenta por cento as verbas salariais incontroversas.</p><p>Art. 467. Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o mon-</p><p>tante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do</p><p>comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de</p><p>pagá-las acrescidas de cinquenta por cento.</p><p>Lembre-se! Não é qualquer verba que se pode sofrer o acréscimo; apenas as de natureza</p><p>jurídica salarial e, mesmo assim, se incontroversas.</p><p>Irrecorribilidade das interlocutórias: visa impedir, tanto quanto possível, interrupções</p><p>da marcha processual, motivadas por recursos opostos pelas partes das decisões do juiz. A</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>6</p><p>matéria fica imune à preclusão, sendo apreciada depois, pelo Tribunal. Atende ao princípio da</p><p>celeridade processual. Localiza-se na CLT, arts. 799, § 2°, e 893, § 1°.</p><p>Art. 799. (...)</p><p>§ 2° Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas,</p><p>se terminativas do feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las</p><p>novamente no recurso que couber da decisão final.</p><p>Art. 893. (...)</p><p>§ 1° Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-</p><p>se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da</p><p>decisão definitiva. (...)</p><p>Celeridade: significa que todos os sujeitos processuais (partes, advogado, juízes, auxili-</p><p>ares, perito, intérprete, testemunhas etc.) devem agir de modo a que se chegue rapidamente ao</p><p>deslinde da controvérsia com o menor dispêndio de atos, energia e custo e com o maior grau de</p><p>justiça e de segurança na entrega da prestação jurisdicional. Localiza-se na CLT, arts. 765, 768</p><p>(nos casos de falência) e 843 a 852.</p><p>Protecionismo temperado: para alguns, trata-se, na</p><p>se for o caso (§ 3º).</p><p>Conforme o art. 833 da CLT, existindo na decisão evidentes erros ou enganos de escrita,</p><p>de datilografia ou de cálculo, poderão eles, antes da execução, ser corrigidos, ex officio, ou a</p><p>requerimento dos interessados ou da Procuradoria da Justiça do Trabalho.</p><p>Também, salvo nos casos previstos na CLT, a publicação das decisões e sua notificação</p><p>aos litigantes, ou a seus patronos, consideram-se realizadas nas próprias audiências em que</p><p>forem proferidas (art. 834).</p><p>10.4. Coisa julgada</p><p>O art. 5º, inciso XXXVI, da CF/1988 dispõe que a lei não prejudicará o direito adquirido, o</p><p>ato jurídico perfeito e a coisa julgada.</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>34</p><p>Coisa julgada formal: tanto as sentenças terminativas quanto as definitivas atingem o</p><p>estado de coisa julgada formal, quando há como consequência a preclusão recursal.</p><p>Coisa julgada material: resulta da sentença que julga total ou parcialmente a lide.</p><p>Abrange a coisa julgada formal.</p><p>No Código de Processo Civil, encontramos que:</p><p>Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indis-</p><p>cutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso.</p><p>10.5. Reparação por dano material</p><p>De acordo com o art. 793-A da CLT, responde por perdas e danos aquele que litigar de</p><p>má-fé como reclamante, reclamado ou interveniente. E, nos termos do art. 793-B, considera-se</p><p>litigante de má-fé aquele que:</p><p>I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;</p><p>II – alterar a verdade dos fatos;</p><p>III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal;</p><p>IV – opuser resistência injustificada ao andamento do processo;</p><p>V – proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;</p><p>VI – provocar incidente manifestamente infundado; VII – interpuser recurso com intuito</p><p>manifestamente protelatório.</p><p>De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que</p><p>deverá ser superior a 1% e inferior a 10% do valor corrigido da causa, para indenizar a parte</p><p>contrária pelos prejuízos que sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as</p><p>despesas que efetuou (art. 793-C).</p><p>Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juízo condenará cada um na propor-</p><p>ção de seu respectivo interesse na causa ou, solidariamente, aqueles que se coligaram para</p><p>lesar a parte contrária (§ 1°).</p><p>Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até</p><p>duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social (§ 2°).</p><p>O valor da indenização será fixado pelo juízo ou, caso não seja possível mensurá-lo, li-</p><p>quidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos (§ 3°).</p><p>Por fim, conforme o art. 793-D, aplica-se a multa à testemunha que intencionalmente al-</p><p>terar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao julgamento da causa. E a execução da</p><p>multa prevista neste artigo dar-se-á nos mesmos autos.</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>35</p><p>11. Dissídio Coletivo</p><p>É o conflito resultante da infrutífera negociação havida entre os sindicatos patronais e os</p><p>dos trabalhadores.</p><p>É interposto no Tribunal Regional do Trabalho se a discussão for de âmbito regional ou</p><p>estadual e no Tribunal Superior do Trabalho se a discussão for de âmbito nacional.</p><p>São requisitos para a interposição dos dissídios coletivos:</p><p>1) Frustação da negociação coletiva: não chegando as partes a um consenso</p><p>quanto ao conteúdo de eventual acordo ou convenção coletiva de coletiva de tra-</p><p>balho;</p><p>2) Comum acordo entre as partes: dispõe o art. 114, § 2º, da CF/1988 que, “recu-</p><p>sando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado</p><p>às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica,</p><p>podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições míni-</p><p>mas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente”.</p><p>Art. 114 da CF. (...)</p><p>§ 1° Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.</p><p>§ 2° Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado</p><p>às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo</p><p>a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de pro-</p><p>teção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.</p><p>§ 3° Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do</p><p>interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo,</p><p>competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.</p><p>RITST</p><p>Art. 241. Os dissídios coletivos podem ser:</p><p>I – de natureza econômica, para a instituição de normas e condições de trabalho;</p><p>II – de natureza jurídica, para interpretação de cláusulas de sentenças normativas, de ins-</p><p>trumentos de negociação coletiva, acordos e convenções coletivas, de disposições legais</p><p>particulares de categoria profissional ou econômica e de atos normativos;</p><p>III – originários, quando inexistentes ou em vigor normas e condições especiais de traba-</p><p>lho, decretadas em sentença normativa;</p><p>IV – de revisão, quando destinados a reavaliar normas e condições coletivas de trabalho</p><p>preexistentes que se tornarem injustas ou ineficazes pela modificação das circunstâncias</p><p>que as ditaram;</p><p>V – de declaração sobre a paralisação do trabalho decorrente de greve.</p><p>Na CLT, a instância será instaurada mediante representação escrita ao Presidente do</p><p>Tribunal. Poderá ser também instaurada por iniciativa do presidente, ou, ainda, a</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>36</p><p>requerimento da Procuradoria da Justiça do Trabalho, sempre que ocorrer suspensão do</p><p>trabalho (art. 856).</p><p>A representação para instaurar a instância em dissídio coletivo constitui prerrogativa</p><p>das associações sindicais, excluídas as hipóteses aludidas no art. 856, quando ocorrer sus-</p><p>pensão do trabalho. Quando não houver sindicato representativo da categoria econômica ou</p><p>profissional, poderá a representação ser instaurada pelas federações correspondentes e, na falta</p><p>destas, pelas confederações respectivas, no âmbito de sua representação (art. 857).</p><p>A representação será apresentada em tantas vias quantos forem os reclamados e deverá</p><p>conter: designação e qualificação dos reclamantes e dos reclamados e a natureza do estabele-</p><p>cimento ou do serviço, os motivos do dissídio e as bases da conciliação (art. 858).</p><p>A representação dos sindicatos para instauração da instância fica subordinada à aprova-</p><p>ção de assembleia, da qual participem os associados interessados na solução do dissídio cole-</p><p>tivo, em primeira convocação, por maioria de 2/3, ou, em segunda convocação, por 2/3 dos pre-</p><p>sentes (art. 859).</p><p>Recebida e protocolada a representação, e estando na devida forma, o Presidente do</p><p>Tribunal designará a audiência de conciliação, dentro do prazo de 10 (dez) dias, determinando</p><p>a notificação dos dissidentes. Quando a instância for instaurada ex officio, a audiência deverá</p><p>ser realizada dentro do prazo mais breve possível, após o reconhecimento do dissídio (art. 860).</p><p>É facultado ao empregador fazer-se representar na audiência pelo gerente, ou por qual-</p><p>quer outro preposto que tenha conhecimento do dissídio, e por cujas declarações será sempre</p><p>responsável (art. 861).</p><p>Na audiência designada, comparecendo ambas as partes ou seus representantes, o Pre-</p><p>sidente do Tribunal as convidará para se pronunciarem sobre as bases da conciliação. Caso não</p><p>sejam aceitas as bases propostas, o Presidente submeterá aos interessados a solução que lhe</p><p>pareça capaz de resolver o dissídio (art. 862).</p><p>Havendo acordo, o Presidente o submeterá à homologação do Tribunal na primeira ses-</p><p>são (art. 863).</p><p>Não havendo acordo, ou não comparecendo ambas as partes ou uma delas, o presidente</p><p>submeterá o processo a julgamento, depois de realizadas as diligências que entender necessá-</p><p>rias</p><p>e ouvida a Procuradoria (art. 864).</p><p>Quando o dissídio ocorrer fora da sede do Tribunal, poderá o presidente, se julgar conve-</p><p>niente, delegar à autoridade local as atribuições de que tratam os arts. 860 e 862. Nesse caso,</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>37</p><p>não havendo conciliação, a autoridade delegada encaminhará o processo ao Tribunal, fazendo</p><p>exposição circunstanciada dos fatos e indicando a solução que lhe parecer conveniente (art.</p><p>866).</p><p>As partes serão notificadas da decisão do Tribunal, ou seus representantes, em registro</p><p>postal, com franquia, fazendo-se a sua publicação no jornal oficial, para ciência dos demais in-</p><p>teressados. A sentença normativa vigorará: a partir da data de sua publicação, quando ajuizado</p><p>o dissídio após o prazo do art. 616, § 3°, ou, quando não existir acordo, convenção ou sentença</p><p>normativa em vigor, da data do ajuizamento; a partir do dia imediato ao termo final de vigência</p><p>do acordo, convenção ou sentença normativa, quando ajuizado o dissídio no prazo do art. 616,</p><p>§ 3º (art. 867).</p><p>Em caso de dissídio coletivo que tenha por motivo novas condições de trabalho e no qual</p><p>figure como parte apenas uma fração de empregados de uma empresa, poderá o Tribunal com-</p><p>petente, na própria decisão, estender tais condições de trabalho, se julgar justo e conveniente,</p><p>aos demais empregados da empresa que forem da mesma profissão dos dissidentes. O Tribunal</p><p>fixará a data em que a decisão deve entrar em execução, bem como o prazo de sua vigência, o</p><p>qual não poderá ser superior a 4 (quatro) anos (art. 868).</p><p>A decisão sobre novas condições de trabalho poderá também ser estendida a todos os</p><p>empregados da mesma categoria profissional compreendida na jurisdição do Tribunal: a) por</p><p>solicitação de um ou mais empregadores, ou de qualquer sindicato destes; b) por solicitação de</p><p>um ou mais sindicatos de empregados; c) ex officio, pelo Tribunal que houver proferido a decisão;</p><p>d) por solicitação da Procuradoria da Justiça do Trabalho (art. 869).</p><p>Celebrado o acordo, ou transitada em julgado a decisão, seguir-se-á o seu cumprimento</p><p>(art. 872).</p><p>Decorrido mais de 1 (um) ano de sua vigência, caberá revisão das decisões que fixarem</p><p>condições de trabalho, quando houver modificação das circunstâncias que as ditaram, de modo</p><p>que tais condições tenham se tornado injustas ou inaplicáveis (art. 873).</p><p>12. Sistema Recursal Trabalhista</p><p>12.1. Introdução aos recursos</p><p>Cabem os seguintes recursos no processo do trabalho:</p><p>• Recurso Ordinário;</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>38</p><p>• Embargos de Declaração;</p><p>• Recurso de Revista;</p><p>• Embargos ao TST;</p><p>• Agravo de Petição (fase de execução);</p><p>• Agravo de Instrumento;</p><p>• Agravo Regimental;</p><p>• Pedido de Revisão;</p><p>• Recurso Extraordinário;</p><p>• Contrarrazões;</p><p>• Recuso adesivo.</p><p>Irrecorribilidade das decisões interlocutórias: apenas em recurso definitivo (art. 893, §</p><p>1º, da CLT), ou da decisão de incompetência em razão da matéria (art. 799, § 2º, da CLT); da</p><p>decisão do TRT que contrarie súmula ou OJ do TST; das decisões suscetíveis de recurso para</p><p>o próprio tribunal; da decisão que acolhe exceção de incompetência territorial com remessa a</p><p>TRT diverso.</p><p>Conforme o art. 893, § 1º, da CLT, os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio</p><p>Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias so-</p><p>mente em recursos da decisão definitiva.</p><p>E a Súm. nº 214 do TST diz que na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da</p><p>CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão:</p><p>a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária a Súmula ou Orientação Jurispruden-</p><p>cial do Tribunal Superior do Trabalho;</p><p>b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal;</p><p>c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para</p><p>Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado (art. 799,</p><p>§ 2º, da CLT).</p><p>12.2. Efeito</p><p>Os recursos têm efeito devolutivo, conforme estabelece o art. 899 da CLT.</p><p>Respira, não pira... olha o artigo!</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>39</p><p>Art. 899. Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente de-</p><p>volutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a</p><p>penhora.</p><p>Mas existem exceções, como a prevista no art. 14 da Lei nº 10.192/2001, no caso de</p><p>decisão normativa, na medida e extensão conferidas em despacho do Presidente do Tribunal</p><p>Superior do Trabalho.</p><p>Súm. nº 414, I, do TST: A tutela provisória concedida na sentença não comporta impug-</p><p>nação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário.</p><p>É admissível a obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário mediante requerimento</p><p>dirigido ao tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido,</p><p>por aplicação subsidiária ao processo do trabalho do artigo 1.029, § 5º, do CPC de 2015.</p><p>Profundidade: qualidade das matérias que são submetidas à apreciação (vários funda-</p><p>mentos na RT ou contestação e o juiz acolhe só um, silenciando os demais). O RO devolve todos</p><p>os fundamentos (art. 1.013, § 2º, do CPC).</p><p>Súm. nº 393 do TST: I – O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário,</p><p>que se extrai do § 1o do art. 1.013 do CPC de 2015 (art. 515, § 1º, do CPC de 1973),</p><p>transfere ao Tribunal a apreciação dos fundamentos da inicial ou da defesa, não</p><p>examinados pela sentença, ainda que não renovados em contrarrazões, desde que</p><p>relativos ao capítulo impugnado. II – Se o processo estiver em condições, o tribunal, ao</p><p>julgar o recurso ordinário, deverá decidir desde logo o mérito da causa, nos termos do §</p><p>3º do art. 1.013 do CPC de 2015, inclusive quando constatar a omissão da sentença no</p><p>exame de um dos pedidos.</p><p>12.3. Pressupostos de admissibilidade</p><p>Pressupostos de admissibilidade: requisitos para que o recurso seja conhecido.</p><p>12.3.1. Intrínsecos (ligados às partes)</p><p>• Legitimidade da parte: pessoa natural ou jurídica que tenha participado, como</p><p>parte, do processo em primeiro grau de jurisdição, ainda que revel;</p><p>• Capacidade da parte: é preciso que o recorrente, no momento de interposição do</p><p>recurso, esteja plenamente capaz;</p><p>• Interesse da parte: necessidade e utilidade.</p><p>12.3.2. Extrínsecos (ligados ao recurso)</p><p>• Recorribilidade e adequação: a decisão atacada é passível de recurso e o re-</p><p>curso é o adequado;</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>40</p><p>• Tempestividade: regra de oito dias (art. 6º da Lei nº 5.584/1970), salvo Embargos</p><p>de Declaração. A Fazenda Pública e o Ministério Público possuem prazo em do-</p><p>bro para recorrer e em quádruplo para contestar;</p><p>• Preparo (depósito recursal + custas);</p><p>• Regularidade de representação.</p><p>Sobre o depósito recursal, é necessário observar o art. 899 da CLT.</p><p>Conforme o § 4º do citado artigo, o depósito recursal será feito em conta vinculada ao</p><p>juízo e corrigido com os mesmos índices da poupança.</p><p>Já o § 7° refere que, no ato de interposição do agravo de instrumento, o depósito recursal</p><p>corresponderá a 50% do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar. E, con-</p><p>forme o § 8º, quando o agravo de instrumento tem a finalidade de destrancar recurso de revista</p><p>que se insurge contra decisão que contraria a jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do</p><p>Trabalho, consubstanciada nas suas súmulas ou em orientação jurisprudencial, não haverá obri-</p><p>gatoriedade de se efetuar o depósito.</p><p>Respira, não pira... Olha o artigo!</p><p>Art. 899 da CLT. (...)</p><p>§ 9º O valor do depósito recursal será reduzido pela metade para entidades sem fins</p><p>lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores individuais, microempresas</p><p>e empresas de pequeno porte.</p><p>§ 10. São isentos do depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as entidades</p><p>filantrópicas e</p><p>as empresas em recuperação judicial.</p><p>§ 11. O depósito recursal poderá ser substituído por fiança bancária ou seguro garantia</p><p>judicial.</p><p>Ademais, conforme o TST:</p><p>Súm. nº 86 do TST: Não ocorre deserção de recurso da massa falida por falta de paga-</p><p>mento de custas ou de depósito do valor da condenação. Esse privilégio, todavia, não se</p><p>aplica à empresa em liquidação extrajudicial.</p><p>Súm. nº 99 do TST: Havendo recurso ordinário em sede de rescisória, o depósito recursal</p><p>só é exigível quando for julgado procedente o pedido e imposta condenação em pecúnia,</p><p>devendo este ser efetuado no prazo recursal, no limite e nos termos da legislação vigente,</p><p>sob pena de deserção.</p><p>Súm. n° 128 do TST: I – É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal,</p><p>integralmente, em relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção.</p><p>Atingido o valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer</p><p>recurso. II – Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer</p><p>de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988. Havendo, porém, ele-</p><p>vação do valor do débito, exige-se a complementação da garantia do juízo. III – Havendo</p><p>condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por</p><p>uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não</p><p>pleiteia sua exclusão da lide.</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>41</p><p>Súm. nº 161 do TST: Se não há condenação a pagamento em pecúnia, descabe o</p><p>depósito de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 899 da CLT.</p><p>Súm. nº 245 do TST: O depósito recursal deve ser feito e comprovado no prazo alusivo</p><p>ao recurso. A interposição antecipada deste não prejudica a dilação legal.</p><p>OJ nº 140 da SDI-1: Em caso de recolhimento insuficiente das custas processuais ou do</p><p>depósito recursal, somente haverá deserção do recurso se, concedido o prazo de 5 (cinco)</p><p>dias previsto no § 2º do art. 1.007 do CPC de 2015, o recorrente não complementar e</p><p>comprovar o valor devido.</p><p>IN TST nº 3/1993: (...)</p><p>IX – é exigido depósito recursal para o recurso adesivo, observados os mesmos critérios</p><p>e procedimentos do recurso principal previsto nesta Instrução Normativa.</p><p>X – Não é exigido depósito recursal, em qualquer fase do processo ou grau de jurisdição,</p><p>dos entes de direito público externo e das pessoas de direito público contempladas no</p><p>Decreto-Lei nº 779, de 21.8.69, bem assim da massa falida e da herança jacente.</p><p>Sobre a regularidade de representação, lembrar que:</p><p>Súm. nº 383 do TST: I – É inadmissível recurso firmado por advogado sem procuração</p><p>juntada aos autos até o momento da sua interposição, salvo mandato tácito. Em caráter</p><p>excepcional (art. 104 do CPC de 2015), admite-se que o advogado, independentemente</p><p>de intimação, exiba a procuração no prazo de 5 (cinco) dias após a interposição do re-</p><p>curso, prorrogável por igual período mediante despacho do juiz. Caso não a exiba, consi-</p><p>dera-se ineficaz o ato praticado e não se conhece do recurso. II – Verificada a irregulari-</p><p>dade de representação da parte em fase recursal, em procuração ou substabelecimento</p><p>já constante dos autos, o relator ou o órgão competente para julgamento do recurso de-</p><p>signará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a determina-</p><p>ção, o relator não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente, ou deter-</p><p>minará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido (art.</p><p>76, § 2º, do CPC de 2015).</p><p>12.4. Recurso Ordinário</p><p>O recurso ordinário é o recurso que cabe da sentença, equivalendo à apelação do pro-</p><p>cesso civil. Mas, ele também tem uma segunda hipótese de cabimento: das decisões do TRT em</p><p>ações de competência originária, tais como a AR, MS e DC.</p><p>Respira, não pira... Olha o artigo!</p><p>Art. 895 da CLT. Cabe recurso ordinário para a instância superior:</p><p>I – das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias;</p><p>II – das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de</p><p>sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer</p><p>nos dissídios coletivos.</p><p>Conforme o § 1º do art. 895, nas reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo,</p><p>o recurso ordinário:</p><p>II – será imediatamente distribuído, uma vez recebido no Tribunal, devendo o relator</p><p>liberá-lo no prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo</p><p>imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor;</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>42</p><p>III – terá parecer oral do representante do Ministério Público presente à sessão de julga-</p><p>mento, se este entender necessário o parecer, com registro na certidão;</p><p>IV – terá acórdão consistente unicamente na certidão de julgamento, com a indicação</p><p>suficiente do processo e parte dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente. Se</p><p>a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a certidão de julgamento, regis-</p><p>trando tal circunstância, servirá de acórdão.</p><p>E, conforme o § 2º, os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, poderão designar</p><p>Turma para o julgamento dos recursos ordinários interpostos das sentenças prolatadas</p><p>nas demandas sujeitas ao procedimento sumaríssimo.</p><p>Ademais, conforme entendimento consolidado do TST:</p><p>Súm. nº 158 do TST: Da decisão de Tribunal Regional do Trabalho, em ação rescisória,</p><p>é cabível recurso ordinário para o Tribunal Superior do Trabalho, em face da organização</p><p>judiciária trabalhista.</p><p>Súm. n° 201 do TST: Da decisão de Tribunal Regional do Trabalho em mandado de se-</p><p>gurança cabe recurso ordinário, no prazo de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior do</p><p>Trabalho, e igual dilação para o recorrido e interessados apresentarem razões de contra-</p><p>riedade.</p><p>12.5. Recurso de Revista</p><p>O recurso de revista é o recurso que cabe das decisões TRTs em recurso ordinário e</p><p>agravo de petição.</p><p>Respira, não pira... Olha o artigo!</p><p>Art. 896 da CLT. Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho</p><p>das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribu-</p><p>nais Regionais do Trabalho, quando:</p><p>a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado</p><p>outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios</p><p>Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem súmula de jurisprudência</p><p>uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal;</p><p>b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo</p><p>Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em</p><p>área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida,</p><p>interpretação divergente, na forma da alínea a;</p><p>c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à</p><p>Constituição Federal.</p><p>O recurso de revista, dotado de efeito apenas devolutivo, será interposto perante o Presi-</p><p>dente do Tribunal Regional do Trabalho, que, por decisão fundamentada, poderá recebê-lo ou</p><p>denegá-lo (§ 1º).</p><p>Conforme o § 1º-A, sob pena de não conhecimento, é ônus da parte:</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>43</p><p>I – indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento da con-</p><p>trovérsia objeto do recurso de revista;</p><p>II – indicar, de forma explícita e fundamentada, contrariedade a dispositivo de lei, súmula</p><p>ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho que conflite com a decisão</p><p>regional;</p><p>III – expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os fundamentos jurídicos</p><p>da decisão recorrida, inclusive mediante demonstração analítica de cada dispositivo de lei,</p><p>da Constituição Federal, de súmula ou orientação jurisprudencial cuja contrariedade</p><p>aponte;</p><p>IV – transcrever na peça recursal, no caso de suscitar preliminar de nulidade de julgado</p><p>por negativa de prestação</p><p>jurisdicional, o trecho dos embargos declaratórios em que foi</p><p>pedido o pronunciamento do tribunal sobre questão veiculada no recurso ordinário e o</p><p>trecho da decisão regional que rejeitou os embargos quanto ao pedido, para cotejo e veri-</p><p>ficação, de plano, da ocorrência da omissão.</p><p>Atenção! Das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou por suas</p><p>Turmas, em execução de sentença, inclusive em processo incidente de embargos de terceiro,</p><p>não caberá Recurso de Revista, salvo na hipótese de ofensa direta e literal de norma da Cons-</p><p>tituição Federal (§ 2º).</p><p>A divergência apta a ensejar o recurso de revista deve ser atual, não se considerando</p><p>como tal a ultrapassada por súmula do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal</p><p>Federal, ou superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (§</p><p>7º).</p><p>Quando o recurso se fundar em dissenso de julgados, incumbe ao recorrente o ônus de</p><p>produzir prova da divergência jurisprudencial, mediante certidão, cópia ou citação do repositório</p><p>de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido pu-</p><p>blicada a decisão divergente, ou ainda pela reprodução de julgado disponível na internet, com</p><p>indicação da respectiva fonte, mencionando, em qualquer caso, as circunstâncias que identifi-</p><p>quem ou assemelhem os casos confrontados (§ 8°).</p><p>Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de</p><p>revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho</p><p>ou a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal e por violação direta da Constituição Fede-</p><p>ral (§ 9°).</p><p>Cabe recurso de revista por violação a lei federal, por divergência jurisprudencial e por</p><p>ofensa à Constituição Federal nas execuções fiscais e nas controvérsias da fase de execução</p><p>que envolvam a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT), criada pela Lei n°</p><p>12.440/2011 (§ 10).</p><p>Quando o recurso tempestivo contiver defeito formal que não se repute grave, o Tribunal</p><p>Superior do Trabalho poderá desconsiderar o vício ou mandar saná-lo, julgando o mérito (§ 11).</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>44</p><p>Da decisão denegatória caberá agravo, no prazo de 8 (oito) dias (§ 12).</p><p>O relator do recurso de revista poderá denegar-lhe seguimento, em decisão monocrática,</p><p>nas hipóteses de intempestividade, deserção, irregularidade de representação ou de ausência</p><p>de qualquer outro pressuposto extrínseco ou intrínseco de admissibilidade (§ 14).</p><p>12.5.1. Transcendência</p><p>A transcendência é um requisito para a admissibilidade de recurso de revistas, consistindo</p><p>basicamente em ter a causa uma relevância social, para além dos interesses apenas das partes.</p><p>Art. 896-A da CLT. O Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista, examinará</p><p>previamente se a causa oferece transcendência com relação aos reflexos gerais de natu-</p><p>reza econômica, política, social ou jurídica.</p><p>§ 1° São indicadores de transcendência, entre outros:</p><p>I – econômica, o elevado valor da causa;</p><p>II – política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência sumulada do Tribunal</p><p>Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal;</p><p>III – social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social constitucionalmente</p><p>assegurado;</p><p>IV – jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação da legislação traba-</p><p>lhista.</p><p>Poderá o relator, monocraticamente, denegar seguimento ao recurso de revista que não</p><p>demonstrar transcendência, cabendo agravo desta decisão para o colegiado (§ 2º).</p><p>Em relação ao recurso que o relator considerou não ter transcendência, o recorrente po-</p><p>derá realizar sustentação oral sobre a questão da transcendência, durante cinco minutos em</p><p>sessão (§ 3°).</p><p>Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do recurso, será lavrado acórdão</p><p>com fundamentação sucinta, que constituirá decisão irrecorrível no âmbito do tribunal (§ 4°).</p><p>É irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravo de instrumento em recurso</p><p>de revista, considerar ausente a transcendência da matéria (§ 5°).</p><p>O juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela Presidência dos Tribunais</p><p>Regionais do Trabalho limita-se à análise dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo,</p><p>não abrangendo o critério da transcendência das questões nele veiculadas (§ 6°).</p><p>E, conforme entendimento do TST:</p><p>Súm. nº 126 do TST: Incabível o recurso de revista ou de embargos (arts. 896 e 894, b,</p><p>da CLT) para reexame de fatos e provas.</p><p>Súm. nº 184 do TST: Ocorre preclusão se não forem opostos embargos declaratórios</p><p>para suprir omissão apontada em recurso de revista ou de embargos.</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>45</p><p>Súm. nº 218 do TST: É incabível recurso de revista interposto de acórdão regional prola-</p><p>tado em agravo de instrumento.</p><p>Súm. nº 221 do TST: A admissibilidade do recurso de revista por violação tem como pres-</p><p>suposto a indicação expressa do dispositivo de lei ou da Constituição tido como violado.</p><p>Súm. nº 266 do TST: A admissibilidade do recurso de revista interposto de acórdão pro-</p><p>ferido em agravo de petição, na liquidação de sentença ou em processo incidente na exe-</p><p>cução, inclusive os embargos de terceiro, depende de demonstração inequívoca de vio-</p><p>lência direta à Constituição Federal.</p><p>Súm. n° 296 do TST: I – A divergência jurisprudencial ensejadora da admissibilidade, do</p><p>prosseguimento e do conhecimento do recurso há de ser específica, revelando a existên-</p><p>cia de teses diversas na interpretação de um mesmo dispositivo legal, embora idênticos</p><p>os fatos que as ensejaram. II – Não ofende o art. 896 da CLT decisão de Turma que,</p><p>examinando premissas concretas de especificidade da divergência colacionada no apelo</p><p>revisional, conclui pelo conhecimento ou desconhecimento do recurso.</p><p>Súm. n° 297 do TST: I – Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na decisão</p><p>impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito. II – Incumbe à parte inte-</p><p>ressada, desde que a matéria haja sido invocada no recurso principal, opor embargos</p><p>declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão. III –</p><p>Considera-se prequestionada a questão jurídica invocada no recurso principal sobre a qual</p><p>se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos embargos de declaração.</p><p>Súm. n° 333 do TST: Não ensejam recurso de revista decisões superadas por iterativa,</p><p>notória e atual jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho.</p><p>Súm. n° 442 do TST: Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, a admissibili-</p><p>dade de recurso de revista está limitada à demonstração de violação direta a dispositivo</p><p>da Constituição Federal ou contrariedade a Súmula do Tribunal Superior do Trabalho, não</p><p>se admitindo o recurso por contrariedade a Orientação Jurisprudencial deste Tribunal (Li-</p><p>vro II, Título II, Capítulo III, do RITST), ante a ausência de previsão no art. 896, § 6°, da</p><p>CLT.</p><p>12.6. Embargos de Declaração</p><p>Os embargos de declaração são cabíveis para sanar omissão, obscuridade, contradição</p><p>ou manifesto equívoco nos pressupostos de admissibilidade. Buscam, pois sanar um vício e não</p><p>a reforma da decisão.</p><p>Respira, não pira... Olha o artigo!</p><p>Art. 897-A da CLT. Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo</p><p>de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subse-</p><p>quente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão</p><p>nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pres-</p><p>supostos extrínsecos do recurso.</p><p>Os erros materiais poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento de qualquer das</p><p>partes (§ 1º).</p><p>Os embargos de declaração interrompem o prazo para interposição de outros recursos,</p><p>por qualquer das partes, salvo quando intempestivos, irregular a representação da parte ou au-</p><p>sente a sua assinatura (§ 3°).</p><p>Objeto (fundamentação vinculada):</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>46</p><p>• Omissão: a omissão pode ser de ponto, questão ou matéria sobre os quais devia</p><p>o juiz ou tribunal se pronunciar;</p><p>• Obscuridade: se a sentença ou acordão não for claro, impedindo ou dificultando a</p><p>correta compreensão do julgado;</p><p>• Contradição (interna à decisão): a contradição pode ocorrer entre o relatório e a</p><p>fundamentação, ou entre a fundamentação e o dispositivo, ou qualquer das partes</p><p>da sentença;</p><p>• Manifesto equívoco quanto ao exame dos pressupostos extrínsecos dos recursos.</p><p>Art. 897-A da CLT. (...)</p><p>§ 2º Eventual efeito modificativo dos embargos de declaração somente poderá ocorrer em</p><p>virtude da correção de vício na decisão embargada e desde que ouvida a parte contrária,</p><p>no prazo de 5 dias.</p><p>OJ n° 142 da SDI-1: É passível de nulidade decisão que acolhe embargos de declaração</p><p>com efeito modificativo sem que seja concedida oportunidade de manifestação prévia à</p><p>parte contrária.</p><p>12.7. Agravo de Instrumento</p><p>O agravo de instrumento é o recurso que cabe diante de decisão denegatória de recurso.</p><p>Ou seja, quando o juízo a quo não remete o recurso para o juízo ad quem.</p><p>Respira, não pira... Olha o artigo!</p><p>Art. 897 da CLT. Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: (...)</p><p>b) de instrumento, dos despachos que denegarem a interposição de recursos.</p><p>O agravo de instrumento interposto contra o despacho que não receber agravo de petição</p><p>não suspende a execução da sentença (§ 2º).</p><p>O agravo será julgado pelo Tribunal que seria competente para conhecer o recurso</p><p>cuja interposição foi denegada (§ 4º).</p><p>Sob pena de não conhecimento, as partes promoverão a formação do instrumento do</p><p>agravo de modo a possibilitar, caso provido, o imediato julgamento do recurso denegado, instru-</p><p>indo a petição de interposição: obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão</p><p>da respectiva intimação, das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agra-</p><p>vado, da petição inicial, da contestação, da decisão originária, do depósito recursal referente ao</p><p>recurso que se pretende destrancar, da comprovação do recolhimento das custas e do depósito</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>47</p><p>recursal a que se refere o § 7º do art. 899 da CLT; facultativamente, com outras peças que o</p><p>agravante reputar úteis ao deslinde da matéria de mérito controvertida (§ 5°).</p><p>O agravado será intimado para oferecer resposta ao agravo e ao recurso principal, instru-</p><p>indo-a com as peças que considerar necessárias ao julgamento de ambos os recursos (§ 6º).</p><p>Provido o agravo, a Turma deliberará sobre o julgamento do recurso principal, obser-</p><p>vando-se, se for o caso, daí em diante, o procedimento relativo a esse recurso (§ 7°).</p><p>O agravo de instrumento cabe em recurso ordinário, recurso de revista, recurso extraordi-</p><p>nário, recurso adesivo e agravo de petição. Não cabe em Embargos ao TST, pois, nesse caso,</p><p>caberia agravo regimental.</p><p>O depósito recursal será de 50% do valor do recurso que se pretende destrancar</p><p>(no ato de interposição – art. 899, § 7°). Não será necessário, no entanto, em recurso de revista</p><p>quando contrariar jurisprudência uniforme do TST, consubstanciada nas súmulas ou OJs.</p><p>12.8. Embargos ao TST</p><p>Este recurso é utilizado quando já há uma decisão do TST, podendo ser subdividido em</p><p>embargos de divergência – nos dissídios individuais e Embargos Infringentes – nos dissídios</p><p>coletivos.</p><p>Respira, não pira... Olha o artigo!</p><p>Art. 894 da CLT. No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 (oito)</p><p>dias:</p><p>I – de decisão não unânime de julgamento que:</p><p>a) conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam a com-</p><p>petência territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever as sentenças</p><p>normativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos casos previstos em lei; e</p><p>b) (VETADA)</p><p>II – das decisões das Turmas que divergirem entre si ou das decisões proferidas pela</p><p>Seção de Dissídios Individuais, ou contrárias a súmula ou orientação jurisprudencial do</p><p>Tribunal Superior do Trabalho ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal.</p><p>Infringentes: são dirigidos ao Presidente do TST, devendo ser requerido o encaminha-</p><p>mento das razões à Seção Especializada em Dissídios Coletivos.</p><p>Embargos de divergência: interpostos perante o Presidente da Turma do TST que julgou</p><p>o recurso, e encaminhamento das razões à Subseção 1 da Seção Especializada em Dissídios</p><p>Individuais do TST.</p><p>Cabimento: reexame pela SDI da decisão proferida pelo TST, quando se tratar de matéria</p><p>exclusivamente de direito e a decisão da Turma do TST:</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>48</p><p>• Contrariar acordão de outra Turma do TST;</p><p>• Contrariar acordão da SDI;</p><p>• Contrariar súmula do TST;</p><p>• Contrariar orientação jurisprudencial do TST;</p><p>• Contrariar súmula vinculante.</p><p>Sobre o tema, observe o entendimento do TST:</p><p>Súm. n° 433 TST: A admissibilidade do recurso de embargos contra acórdão de Turma</p><p>em Recurso de Revista em fase de execução, publicado na vigência da Lei nº 11.496, de</p><p>26.06.2007, condiciona-se à demonstração de divergência jurisprudencial entre</p><p>Turmas ou destas e a Seção Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal</p><p>Superior do Trabalho em relação à interpretação de dispositivo constitucional.</p><p>12.9. Recurso Extraordinário</p><p>A competência é do Superior Tribunal Federal. O recurso extraordinário é interposto das</p><p>decisões proferidas pelo Tribunal Superior do Trabalho, desde que agridam a Constituição Fe-</p><p>deral, no prazo de 15 (quinze) dias. Previsão no art. 102, III, da CF/1988.</p><p>Requisitos:</p><p>• Esgotamento das vias recursais trabalhistas;</p><p>• Prequestionamento da matéria constitucional;</p><p>• Ofensa literal e direta à Constituição.</p><p>12.10. Agravo de Petição</p><p>O agravo de petição está previsto no art. 897, a, da CLT. Ele cabe, no prazo de 8 (oito)</p><p>dias, das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções.</p><p>Atenção: das decisões na execução cabe agravo de petição (Ao, Ao).</p><p>O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as</p><p>matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata da parte remanescente até o</p><p>final, nos próprios autos ou por carta de sentença (§ 1º).</p><p>12.11. Agravo Interno</p><p>O agravo interno é o recurso cabível diante de decisão de relator e tem por finalidade levar</p><p>a discussão da matéria para o colegiado.</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>49</p><p>CPC</p><p>Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo</p><p>órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno</p><p>do tribunal.</p><p>RITST</p><p>Art. 265. Cabe agravo interno contra decisão dos Presidentes do Tribunal e das Turmas,</p><p>do Vice-Presidente, do Corregedor-Geral da Justiça do Trabalho ou de relator, nos termos</p><p>da legislação processual, no prazo de 8 (oito) dias úteis, pela parte que se considerar</p><p>prejudicada.</p><p>13. Execução Trabalhista</p><p>13.1. Liquidação de sentença</p><p>Atenção! Sobre a liquidação de sentença, você precisa ficar de olho no art. 879 da CLT,</p><p>pois ele é muito cobrado em prova.</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>50</p><p>Respira, não pira.... olha o artigo!</p><p>Art. 879. Sendo ilíquida a sentença exequenda, ordenar-se-á, previamente, a sua liquida-</p><p>ção, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos.</p><p>§ 1° Na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença liquidanda nem discutir</p><p>matéria pertinente à causa principal.</p><p>§ 1°-A. A liquidação abrangerá, também, o cálculo das contribuições previdenciárias devi-</p><p>das.</p><p>§ 1°-B. As partes deverão ser previamente intimadas para a apresentação do cálculo de</p><p>liquidação, inclusive da contribuição previdenciária incidente.</p><p>§ 2° Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo comum de</p><p>oito dias para impugnação</p><p>fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da</p><p>discordância, sob pena de preclusão.</p><p>§ 3° Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho, o juiz</p><p>procederá à intimação da União para manifestação, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena</p><p>de preclusão.</p><p>A atualização do crédito devido à Previdência Social observará os critérios estabelecidos</p><p>na legislação previdenciária. O Ministro de Estado da Fazenda poderá, mediante ato fundamen-</p><p>tado, dispensar a manifestação da União quando o valor total das verbas que integram o salário</p><p>de contribuição, na forma do art. 28 da Lei n° 8.212/1991, ocasionar perda de escala decorrente</p><p>da atuação do órgão jurídico (§§ 4° e 5° do art. 879 da CLT).</p><p>Tratando-se de cálculos de liquidação complexos, o juiz poderá nomear perito para a ela-</p><p>boração e fixará, depois da conclusão do trabalho, o valor dos respectivos honorários, com ob-</p><p>servância, entre outros, dos critérios de razoabilidade e proporcionalidade (§ 6°).</p><p>Ainda de acordo com o artigo citado, a atualização dos créditos decorrentes de condena-</p><p>ção judicial será feita pela Taxa Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central do Brasil, con-</p><p>forme a Lei n° 8.177/1991. Porém, o STF declarou inconstitucional essa correção – valendo o</p><p>IPCA-E e a SELIC (STF – ADC n° 58/DF 0076586-62.2018.1.00.0000 – rel. Gilmar Mendes –</p><p>Tribunal Pleno – j. 18-12-2020 – Data de publicação 7-4-2021).</p><p>13.2. Juros e correção de mora</p><p>Sobre os juros e correção nos processos trabalhistas, observe:</p><p>Súm. n° 200 do TST: Os juros de mora incidem sobre a importância da condenação já</p><p>corrigida monetariamente.</p><p>Súm. n° 211 do TST: Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação,</p><p>ainda que omisso o pedido inicial ou a condenação.</p><p>Súm. n° 381 do TST: O pagamento dos salários até o 5° dia útil do mês subsequente ao</p><p>vencido não está sujeito à correção monetária. Se essa data limite for ultrapassada, inci-</p><p>dirá o índice da correção monetária do mês subsequente ao da prestação dos serviços, a</p><p>partir do dia 1°.</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>51</p><p>Súm. n° 439 do TST: Nas condenações por dano moral, a atualização monetária é devida</p><p>a partir da data da decisão de arbitramento ou de alteração do valor. Os juros incidem</p><p>desde o ajuizamento da ação, nos termos do art. 883 da CLT.</p><p>OJ nº 400 da SDI-1: Os juros de mora decorrentes do inadimplemento de obrigação de</p><p>pagamento em dinheiro não integram a base de cálculo do imposto de renda, independen-</p><p>temente da natureza jurídica da obrigação inadimplida, ante o cunho indenizatório confe-</p><p>rido pelo art. 404 do Código Civil de 2002 aos juros de mora.</p><p>13.3. Execução</p><p>Analogia – aplicação subsidiária.</p><p>A execução trabalhista altera a ordem de aplicação subsidiária da normativa processual.</p><p>Aplicação subsidiária das normas da Lei de Execuções Fiscais, restando o Código de</p><p>Processo Civil em última posição. Assim, será observada a seguinte ordem: CLT, Lei nº</p><p>6.830/1980 e CPC.</p><p>Iniciativa: conforme o art. 878 da CLT, a execução será promovida pelas partes, permitida</p><p>a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as partes</p><p>não estiverem representadas por advogado.</p><p>13.3.1. Título executivo</p><p>Execução de títulos judiciais (art. 876 da CLT):</p><p>1) Decisões passadas em julgado;</p><p>2) Decisões das quais não tenha havido recurso com efeito suspensivo;</p><p>3) Acordos, quando não cumpridos (art. 831 da CLT);</p><p>4) Créditos previdenciários decorrentes de sentença condenatória.</p><p>Execução de títulos extrajudiciais (art. 876 da CLT):</p><p>1) Termos de ajustamento de conduta firmados perante o Ministério Público do Tra-</p><p>balho;</p><p>2) Termos celebrados na Comissão de Conciliação Prévia (CCP);</p><p>3) Certidão da dívida ativa da União (multas da fiscalização).</p><p>Respira, não pira... Olha o artigo!</p><p>Art. 876 da CLT. As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso</p><p>com efeito suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de con-</p><p>duta firmados perante o Ministério Público do Trabalho e os termos de conciliação firmados</p><p>perante as Comissões de Conciliação Prévia serão executadas pela forma estabelecida</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>52</p><p>neste Capítulo.</p><p>Parágrafo único. A Justiça do Trabalho executará, de ofício, as contribuições sociais pre-</p><p>vistas na alínea a do inciso I e no inciso II do caput do art. 195 da Constituição Federal, e</p><p>seus acréscimos legais, relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que</p><p>proferir e dos acordos que homologar.</p><p>Também são títulos executivos:</p><p>• Cheque e nota promissória (art. 13 da IN TST n° 39/2016);</p><p>• Multas (art. 114, VII, da CF/1988 e art. 784, IX, do CPC);</p><p>• Sentença arbitral.</p><p>Art. 784 do CPC. São títulos executivos extrajudiciais: (...)</p><p>IX – a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito</p><p>Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; (...)</p><p>13.3.2. Competência</p><p>A competência para processar a execução será do juízo em que tramitou o processo de</p><p>conhecimento ou onde deveria ter tramitado, no caso de título extrajudicial.</p><p>CLT</p><p>Art. 877. É competente para a execução das decisões o Juiz ou Presidente do Tribunal</p><p>que tiver conciliado ou julgado originariamente o dissídio.</p><p>Art. 877-A. É competente para a execução de título executivo extrajudicial o juiz que teria</p><p>competência para o processo de conhecimento relativo à matéria.</p><p>13.4. Citação do executado</p><p>Cita-se o executado para que pague em 48 (quarenta e oito) horas ou garanta a execução,</p><p>sob pena de penhora.</p><p>Art. 880 da CLT. Requerida a execução, o juiz ou presidente do tribunal mandará expedir</p><p>mandado de citação do executado, a fim de que cumpra a decisão ou o acordo no prazo,</p><p>pelo modo e sob as cominações estabelecidas ou, quando se tratar de pagamento em</p><p>dinheiro, inclusive de contribuições sociais devidas à União, para que o faça em 48 (qua-</p><p>renta e oito) horas ou garanta a execução, sob pena de penhora.</p><p>O mandado de citação deverá conter a decisão exequenda ou o termo de acordo não</p><p>cumprido (§ 1°).</p><p>A citação será feita pelos oficiais de diligência (§ 2°).</p><p>Se o executado, procurado por duas vezes no decurso de 48 (quarenta e oito) horas, não</p><p>for encontrado, far-se-á citação por edital, publicado no jornal oficial ou, na falta deste, afixado</p><p>na sede da Junta ou Juízo, durante 5 (cinco) dias (§ 3°).</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>53</p><p>Conforme o art. 882 da CLT, o executado que não pagar a importância reclamada poderá</p><p>garantir a execução mediante depósito da quantia correspondente, atualizada e acrescida das</p><p>despesas processuais, apresentação de seguro-garantia judicial ou nomeação de bens à pe-</p><p>nhora, observada a ordem preferencial estabelecida no art. 835 do CPC.</p><p>13.5. Penhora</p><p>De acordo com o art. 883 da CLT, não pagando o executado, nem garantindo a execução,</p><p>seguir-se-á a penhora dos bens, tantos quantos bastem ao pagamento da importância da con-</p><p>denação, acrescida de custas e juros de mora, sendo estes, em qualquer caso, devidos a partir</p><p>da data em que for ajuizada a reclamação inicial.</p><p>Para a penhora, observam-se as normas do Código de Processo Civil quanto à ordem e</p><p>a impenhorabilidade de bens.</p><p>Já conforme o art. 883-A da CLT, a decisão judicial transitada em julgado somente poderá</p><p>ser levada a protesto, gerar inscrição do nome do executado em órgãos de proteção ao crédito</p><p>ou no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT), nos termos da lei, depois de transcor-</p><p>rido o prazo de 45 (quarenta e cinco) dias a contar da citação do executado, se não houver</p><p>garantia do juízo.</p><p>Cuidado! Para a decisão judicial ser levada a protesto, precisa ter passado o prazo de 45</p><p>(quarenta e cinco) dias sem garantia do juízo.</p><p>13.6. Embargos à execução</p><p>Os embargos à execução, ou embargos do executado,</p><p>estão previstos no art. 884 da CLT.</p><p>Respira, não pira... Olha o artigo!</p><p>Art. 884. Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias</p><p>para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exequente para impugnação.</p><p>A matéria de defesa será restrita às alegações de cumprimento da decisão ou do acordo,</p><p>quitação ou prescrição da dívida (§ 1°).</p><p>Se, na defesa, tiverem sido arroladas testemunhas, poderá o Juiz ou o Presidente do Tri-</p><p>bunal, caso julgue necessários seus depoimentos, marcar audiência para a produção das provas,</p><p>a qual deverá se realizar dentro de 5 (cinco) dias (§ 2°).</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>54</p><p>Somente nos embargos à penhora poderá o executado impugnar a sentença de liquida-</p><p>ção, cabendo ao exequente igual direito e no mesmo prazo (§ 3°).</p><p>Julgar-se-ão na mesma sentença os embargos e as impugnações à liquidação apresen-</p><p>tadas pelos credores trabalhista e previdenciário (§ 4°).</p><p>Considera-se inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados incons-</p><p>titucionais pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplicação ou interpretação tidas por incompatí-</p><p>veis com a Constituição Federal (§ 5°).</p><p>A exigência da garantia ou penhora não se aplica às entidades filantrópicas e/ou</p><p>àqueles que compõem ou compuseram a diretoria dessas instituições (§ 6°).</p><p>Fique atento ao prazo: 5 (cinco) dias contados da garantia ou penhora. O prazo co-</p><p>meça a fluir do depósito da importância da condenação ou assinatura do termo de penhora.</p><p>Dispensa do cumprimento da garantia do juízo: Fazenda Pública (arts. 910 do CPC e 100</p><p>da CF/1988).</p><p>13.7. Embargos de terceiro</p><p>Os embargos de terceiro, por sua vez, buscam defender terceiro no processo.</p><p>No art. 674 do CPC temos que: quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou</p><p>ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com</p><p>o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de</p><p>terceiro.</p><p>Considera-se terceiro para ajuizamento dos embargos, conforme o § 2º:</p><p>I – o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua mea-</p><p>ção, ressalvado o disposto no art. 843;</p><p>II – o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da</p><p>alienação realizada em fraude à execução;</p><p>III – quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da perso-</p><p>nalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte;</p><p>IV – o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real</p><p>de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios res-</p><p>pectivos.</p><p>Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento en-</p><p>quanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de</p><p>execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da</p><p>arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta (art. 675).</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>55</p><p>Os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que ordenou a constrição e</p><p>autuados em apartado. Nos casos de ato de constrição realizado por carta, os embargos serão</p><p>oferecidos no juízo deprecado, salvo se indicado pelo juízo deprecante o bem constrito ou se já</p><p>devolvida a carta (art. 676).</p><p>Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua posse ou de seu domínio e</p><p>da qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas. É facultada a prova da</p><p>posse em audiência preliminar designada pelo juiz. O possuidor direto pode alegar, além da sua</p><p>posse, o domínio alheio. A citação será pessoal, se o embargado não tiver procurador constituído</p><p>nos autos da ação principal. Será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de constrição apro-</p><p>veita, assim como o será seu adversário no processo principal, quando for sua a indicação do</p><p>bem para a constrição judicial (art. 677).</p><p>A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou a posse determinará a</p><p>suspensão das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos, bem como a</p><p>manutenção ou a reintegração provisória da posse, se o embargante a houver requerido. O juiz</p><p>poderá condicionar a ordem de manutenção ou de reintegração provisória de posse à prestação</p><p>de caução pelo requerente, ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossufici-</p><p>ente (art. 678).</p><p>Os embargos poderão ser contestados no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual se se-</p><p>guirá o procedimento comum (art. 679).</p><p>E, acolhido o pedido inicial, o ato de constrição judicial indevida será cancelado, com o</p><p>reconhecimento do domínio, da manutenção da posse ou da reintegração definitiva do bem ou</p><p>do direito ao embargante (art. 681).</p><p>13.8. Desconsideração da personalidade jurídica</p><p>Adota-se a teoria do Código de Defesa do Consumidor (CDC), art. 28, para a possibilidade</p><p>de desconsideração. Sobre o procedimento:</p><p>Respira, não pira... olha o artigo!</p><p>Art. 855-A da CLT. Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de desconsideração da</p><p>personalidade jurídica previsto nos arts. 133 a 137 da Lei n° 13.105, de 16 de março de</p><p>2015 – Código de Processo Civil.</p><p>§ 1° Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente:</p><p>I – na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do § 1° do art. 893 desta</p><p>Consolidação;</p><p>II – na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de garantia do</p><p>juízo;</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>56</p><p>III – cabe agravo interno se proferida pelo relator em incidente instaurado originariamente</p><p>no tribunal.</p><p>§ 2º A instauração do incidente suspenderá o processo, sem prejuízo de concessão da</p><p>tutela de urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301 da Lei nº 13.105, de 16 de</p><p>março de 2015 (Código de Processo Civil).</p><p>Não esqueça que, conforme o CPC, art. 135, instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa</p><p>jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze)</p><p>dias.</p><p>13.9. Expropriação</p><p>Conforme o art. 888, concluída a avaliação, dentro de 10 (dez) dias, contados da data da</p><p>nomeação do avaliador, seguir-se-á a arrematação, que será anunciada por edital afixado na</p><p>sede do juízo ou tribunal e publicado no jornal local, se houver, com a antecedência de 20 (vinte)</p><p>dias.</p><p>A arrematação far-se-á em dia, hora e lugar anunciados e os bens serão vendidos pelo</p><p>maior lance, tendo o exequente a preferência para a adjudicação (§ 1º). O arrematante deverá</p><p>garantir o lance com o sinal correspondente a 20% do seu valor (§ 2°).</p><p>Não havendo licitante, e não requerendo o exequente a adjudicação dos bens penhora-</p><p>dos, poderão estes ser vendidos por leiloeiro nomeado pelo Juiz ou Presidente (§ 3º).</p><p>Se o arrematante, ou seu fiador, não pagar dentro de 24 (vinte e quatro) horas o preço da</p><p>arrematação, perderá, em benefício da execução, o sinal de 20%, voltando os bens executados</p><p>à praça (§ 4º).</p><p>14. Ações Especiais</p><p>14.1. Inquérito judicial para apuração de falta grave</p><p>Trata-se de ação judicial proposta pelo empregador em face do empregado, prevista nos</p><p>arts. 853 a 855 da CLT. É ação constitutiva (negativa) necessária para apuração de falta grave</p><p>que autoriza a resolução do contrato de trabalho do empregado estável.</p><p>Empregado estável + falta grave = inquérito.</p><p>Conforme o art. 494 da CLT, o empregado acusado de falta grave poderá ser suspenso</p><p>de suas funções, mas a sua despedida só se tornará efetiva após o inquérito e verificada a pro-</p><p>cedência da acusação. A suspensão perdurará até a decisão final do processo.</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>57</p><p>Reconhecida a inexistência de falta grave praticada pelo empregado, fica o empregador</p><p>obrigado a readmiti-lo no serviço e a pagar-lhe os salários a que teria direito no período da sus-</p><p>pensão (art.</p><p>495).</p><p>Quando a reintegração do empregado estável for desaconselhável, dado o grau de incom-</p><p>patibilidade resultante do dissídio, especialmente quando for o empregador pessoa física, o tri-</p><p>bunal do trabalho poderá converter aquela obrigação em indenização devida (art. 496).</p><p>Respira, não pira... Olha o artigo!</p><p>CLT</p><p>Art. 853. Para a instauração do inquérito para apuração de falta grave contra empregado</p><p>garantido com estabilidade, o empregador apresentará reclamação por escrito à Junta ou</p><p>Juízo de Direito, dentro de 30 (trinta) dias, contados da data da suspensão do empre-</p><p>gado.</p><p>Art. 482. Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:</p><p>a) ato de improbidade;</p><p>b) incontinência de conduta ou mau procedimento;</p><p>c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e</p><p>quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for</p><p>prejudicial ao serviço;</p><p>d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido sus-</p><p>pensão da execução da pena;</p><p>e) desídia no desempenho das respectivas funções;</p><p>f) embriaguez habitual ou em serviço;</p><p>g) violação de segredo da empresa;</p><p>h) ato de indisciplina ou de insubordinação;</p><p>i) abandono de emprego;</p><p>j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou</p><p>ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de</p><p>outrem;</p><p>k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador</p><p>e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;</p><p>l) prática constante de jogos de azar;</p><p>m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profis-</p><p>são, em decorrência de conduta dolosa do empregado.</p><p>Súm. n° 379 do TST: O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por falta</p><p>grave mediante a apuração em inquérito judicial, inteligência dos arts. 494 e 543, § 3°,</p><p>da CLT.</p><p>Efeitos da sentença:</p><p>a) Se procedente o inquérito: a ação tem natureza constitutiva, autorizando a dispensa</p><p>por justa causa. Se houver suspensão prévia do obreiro, a extinção do contrato é considerada a</p><p>partir da data da interposição do inquérito.</p><p>b) Se improcedente o inquérito: inexistindo suspensão, o contrato permanece íntegro,</p><p>como se nada tivesse ocorrido. Se houver suspensão, deverá o obreiro ser reintegrado, pagando-</p><p>se os salários do período e demais direitos trabalhistas, como já asseveramos anteriormente. Se</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>58</p><p>desaconselhável a reintegração, a obrigação poderá ser convertida em indenização, nos termos</p><p>do art. 496 da CLT.</p><p>Lembre-se! Será permitido a cada parte trazer seis testemunhas para a audiência.</p><p>14.2. Mandado de segurança</p><p>O mandado de segurança é o meio impugnativo constitucional para a proteção de direito</p><p>individual, próprio, líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data. Ele pode</p><p>se impetrado tanto por pessoa física quanto jurídica.</p><p>Art. 5o da CF. (...)</p><p>LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não</p><p>amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou</p><p>abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atri-</p><p>buições do Poder Público; (...)</p><p>Art. 23 da Lei nº 12.016/2009. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-</p><p>á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impug-</p><p>nado.</p><p>Quando ataca ato de juiz de primeiro grau, a competência originária é do respectivo TRT;</p><p>se o ato é do desembargador do TRT, ao colegiado desta caberá a apreciação; e se interposto</p><p>contra ato de Ministro do TST, ao colegiado deste caberá a sua apreciação.</p><p>Para a impetração do Mandado de Segurança há um prazo de 120 (cento e vinte) dias,</p><p>contados da data em que o interessado tiver conhecimento oficial do ato arbitrário.</p><p>Atenção às súmulas sobre mandado de segurança:</p><p>Súm. n° 33 do TST: Não cabe mandado de segurança de decisão judicial transitada em</p><p>julgado.</p><p>Súm. n° 414 do TST: I – A tutela provisória concedida na sentença não comporta impug-</p><p>nação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário.</p><p>É admissível a obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário mediante requerimento</p><p>dirigido ao tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido,</p><p>por aplicação subsidiária ao processo do trabalho do artigo 1.029, § 5°, do CPC de 2015.</p><p>II – No caso de a tutela provisória haver sido concedida ou indeferida antes da sentença,</p><p>cabe mandado de segurança, em face da inexistência de recurso próprio. III – A superve-</p><p>niência da sentença, nos autos originários, faz perder o objeto do mandado de segurança</p><p>que impugnava a concessão ou o indeferimento da tutela provisória.</p><p>Súm. n° 417 do TST: I – Não fere direito líquido e certo do impetrante o ato judicial que</p><p>determina penhora em dinheiro do executado para garantir crédito exequendo, pois é pri-</p><p>oritária e obedece à gradação prevista no art. 835 do CPC de 2015. II – Havendo discor-</p><p>dância do credor, em execução definitiva, não tem o executado direito líquido e certo a</p><p>que os valores penhorados em dinheiro fiquem depositados no próprio banco, ainda que</p><p>atenda aos requisitos do art. 840, I, do CPC de 2015.</p><p>Súm. n° 418 do TST: A homologação de acordo constitui faculdade do juiz, inexistindo</p><p>direito líquido e certo tutelável pela via do mandado de segurança.</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>59</p><p>OJ n° 54 da SDI-2: Ajuizados embargos de terceiro (art. 674 do CPC de 2015) para plei-</p><p>tear a desconstituição da penhora, é incabível mandado de segurança com a mesma fina-</p><p>lidade.</p><p>OJ nº 65 da SDI-2: Ressalvada a hipótese do art. 494 da CLT, não fere direito líquido e</p><p>certo a determinação liminar de reintegração no emprego de dirigente sindical, em face da</p><p>previsão do inciso X do art. 659 da CLT.</p><p>OJ n° 67 da SDI-2: Não fere direito líquido e certo a concessão de liminar obstativa de</p><p>transferência de empregado, em face da previsão do inciso IX do art. 659 da CLT.</p><p>OJ n° 88 da SDI-2: Incabível a impetração de mandado de segurança contra ato judicial</p><p>que, de ofício, arbitrou novo valor à causa, acarretando a majoração das custas processu-</p><p>ais, uma vez que cabia à parte, após recolher as custas, calculadas com base no valor</p><p>dado à causa na inicial, interpor recurso ordinário e, posteriormente, agravo de instrumento</p><p>no caso de o recurso ser considerado deserto.</p><p>OJ n° 92 da SDI-2: Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial passível de</p><p>reforma mediante recurso próprio, ainda que com efeito diferido.</p><p>OJ n° 98 da SDI-2: É ilegal a exigência de depósito prévio para custeio dos honorários</p><p>periciais, dada a incompatibilidade com o processo do trabalho, sendo cabível o mandado</p><p>de segurança visando à realização da perícia, independentemente do depósito.</p><p>OJ n° 99 da SDI-2: Esgotadas as vias recursais existentes, não cabe mandado de segu-</p><p>rança.</p><p>OJ no 137 da SDI-2: Constitui direito líquido e certo do empregador a suspensão do em-</p><p>pregado, ainda que detentor de estabilidade sindical, até a decisão final do inquérito em</p><p>que se apure a falta grave a ele imputada, na forma do art. 494, “caput” e parágrafo único,</p><p>da CLT.</p><p>OJ n° 140 da SDI-2: Não cabe mandado de segurança para impugnar despacho que aco-</p><p>lheu ou indeferiu liminar em outro mandado de segurança.</p><p>OJ n° 142 da SDI-2: Inexiste direito líquido e certo a ser oposto contra ato de Juiz que,</p><p>antecipando a tutela jurisdicional, determina a reintegração do empregado até a decisão</p><p>final do processo, quando demonstrada a razoabilidade do direito subjetivo material, como</p><p>nos casos de anistiado pela Lei nº 8.878/1994, aposentado, integrante de comissão de</p><p>fábrica, dirigente sindical, portador de doença profissional, portador de vírus HIV ou deten-</p><p>tor de estabilidade provisória prevista</p><p>em norma coletiva.</p><p>14.3. Ação rescisória</p><p>A ação rescisória cabe nas hipóteses previstas pelo art. 966 do CPC, pois o art. 836 da</p><p>CLT direciona para o procedimento comum, apenas referindo que o depósito prévio será de 20%.</p><p>Respira, não pira.... Olha o artigo!</p><p>Art. 836. É vedado aos órgãos da Justiça do Trabalho conhecer de questões já decididas,</p><p>excetuados os casos expressamente previstos neste Título e a ação rescisória, que será</p><p>admitida na forma do disposto no Capítulo IV do Título IX da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro</p><p>de 1973 – Código de Processo Civil, sujeita ao depósito prévio de 20% (vinte por cento)</p><p>do valor da causa, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor.</p><p>Sobre as hipóteses de cabimento, utiliza-se o CPC:</p><p>Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:</p><p>I – se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;</p><p>II – for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;</p><p>III – resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou,</p><p>ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;</p><p>IV – ofender a coisa julgada;</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>60</p><p>V – violar manifestamente norma jurídica;</p><p>VI – for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou</p><p>venha a ser demonstrada na própria ação rescisória;</p><p>VII – obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência</p><p>ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento</p><p>favorável;</p><p>VIII – for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.</p><p>Fique atento também ao que dispõe a Súm. nº 100 do TST, sobre o prazo decadencial:</p><p>I – O prazo de decadência, na ação rescisória, conta-se do dia imediatamente subse-</p><p>quente ao trânsito em julgado da última decisão proferida na causa, seja de mérito ou não.</p><p>(...) V – O acordo homologado judicialmente tem força de decisão irrecorrível, na forma</p><p>do art. 831 da CLT. Assim sendo, o termo conciliatório transita em julgado na data da</p><p>sua homologação judicial.</p><p>(...) IX – Prorroga-se até o primeiro dia útil, imediatamente subsequente, o prazo decaden-</p><p>cial para ajuizamento de ação rescisória quando expira em férias forenses, feriados, finais</p><p>de semana ou em dia em que não houver expediente forense. Aplicação do art. 775 da</p><p>CLT. (...)</p><p>A Súm. nº 299 do TST, por sua vez, trata da prova do trânsito em julgado, referindo que:</p><p>I – É indispensável ao processamento da ação rescisória a prova do trânsito em julgado</p><p>da decisão rescindenda. II – Verificando o relator que a parte interessada não juntou à</p><p>inicial o documento comprobatório, abrirá prazo de 15 (quinze) dias para que o faça (art.</p><p>321 do CPC de 2015), sob pena de indeferimento. III – A comprovação do trânsito em</p><p>julgado da decisão rescindenda é pressuposto processual indispensável ao tempo do ajui-</p><p>zamento da ação rescisória. Eventual trânsito em julgado posterior ao ajuizamento da ação</p><p>rescisória não reabilita a ação proposta, na medida em que o ordenamento jurídico não</p><p>contempla a ação rescisória preventiva. IV – O pretenso vício de intimação, posterior à</p><p>decisão que se pretende rescindir, se efetivamente ocorrido, não permite a formação da</p><p>coisa julgada material. Assim, a ação rescisória deve ser julgada extinta, sem julgamento</p><p>do mérito, por carência de ação, por inexistir decisão transitada em julgado a ser rescin-</p><p>dida.</p><p>Art. 975 do CPC. O direito de propor ação rescisória se extingue em 2 (dois) anos, conta-</p><p>dos do trânsito em julgado da decisão.</p><p>14.4. Ação de consignação</p><p>Trata-se de ação prevista no Código de Processo Civil (art. 539 e seguintes), mas que</p><p>também tem utilidade no processo do trabalho quando: havendo recusa do trabalhador em rece-</p><p>ber o importe de suas verbas rescisórias ou dúvida sobre quem deva legitimamente receber</p><p>pagamento de crédito ou indenização trabalhista ou contribuição sindical, poderá o empregador</p><p>requerer o depósito da quantia correspondente, com a consequente extinção da obrigação, me-</p><p>diante ação de consignação em pagamento.</p><p>Respira, não pira... olha o artigo!</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>61</p><p>Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de</p><p>pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida.</p><p>Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando para o devedor, à data</p><p>do depósito, os juros e os riscos, salvo se a demanda for julgada improcedente (art. 540).</p><p>Tratando-se de prestações sucessivas, consignada uma delas, pode o devedor continuar</p><p>a depositar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, desde</p><p>que o faça em até 5 (cinco) dias contados da data do respectivo vencimento (art. 541).</p><p>Conforme o art. 542, na petição inicial, o autor requererá: “I – o depósito da quantia ou da</p><p>coisa devida, a ser efetivado no prazo de 5 (cinco) dias contados do deferimento; II – a citação</p><p>do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação”.</p><p>Não realizado o depósito no prazo, o processo será extinto sem resolução do mérito (art.</p><p>542, parágrafo único).</p><p>Se o objeto da prestação for coisa indeterminada e a escolha couber ao credor, será este</p><p>citado para exercer o direito dentro de 5 (cinco) dias, se outro prazo não constar de lei ou do</p><p>contrato, ou para aceitar que o devedor a faça, devendo o juiz, ao despachar a petição inicial,</p><p>fixar lugar, dia e hora em que se fará a entrega, sob pena de depósito (art. 543).</p><p>Na contestação, conforme o art. 544, o réu poderá alegar que: “I – não houve recusa ou</p><p>mora em receber a quantia ou a coisa devida; II – foi justa a recusa; III – o depósito não se</p><p>efetuou no prazo ou no lugar do pagamento; IV – o depósito não é integral” (a alegação somente</p><p>será admissível se o réu indicar o montante que entende devido).</p><p>Alegada a insuficiência do depósito, é lícito ao autor completá-lo, em 10 (dez) dias, salvo</p><p>se corresponder a prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato (art. 545).</p><p>A sentença que concluir pela insuficiência do depósito determinará, sempre que possível,</p><p>o montante devido e valerá como título executivo, facultado ao credor promover-lhe o cumpri-</p><p>mento nos mesmos autos, após liquidação, se necessária.</p><p>Julgado procedente o pedido, o juiz declarará extinta a obrigação e condenará o réu ao</p><p>pagamento de custas e honorários advocatícios (art. 546).</p><p>Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento, o autor reque-</p><p>rerá o depósito e a citação dos possíveis titulares do crédito para provarem o seu direito (art.</p><p>547). Nesse caso, não comparecendo pretendente algum, converter-se-á o depósito em arreca-</p><p>dação de coisas vagas; comparecendo apenas um, o juiz decidirá de plano; comparecendo mais</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>62</p><p>de um, o juiz declarará efetuado o depósito e extinta a obrigação, continuando o processo a</p><p>correr unicamente entre os presuntivos credores, observado o procedimento comum (art. 548).</p><p>14.5. Ação monitória</p><p>A ação monitória é prevista no art. 700 do CPC:</p><p>Respira, não pira... olha o artigo!</p><p>Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova</p><p>escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz:</p><p>I – o pagamento de quantia em dinheiro;</p><p>II – a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel;</p><p>III – o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.</p><p>14.6. Acordo extrajudicial</p><p>Empregado e empregador podem fazer um acordo extrajudicial e levar para homologação,</p><p>mas, nesse caso, devem constituir advogado.</p><p>O processo de jurisdição voluntária para homologação de acordo extrajudicial está pre-</p><p>visto na CLT:</p><p>Respira, não pira... olha o artigo!</p><p>Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá</p><p>início por petição</p><p>conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado.</p><p>§ 1º As partes não poderão ser representadas por advogado comum.</p><p>§ 2º Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua categoria.</p><p>Essa possibilidade de acordo não prejudica o prazo estabelecido no § 6° do art. 477 da</p><p>CLT (dez dias do término do contrato) e não afasta a aplicação da multa prevista no § 8° art. 477</p><p>(160 BTN), ou seja, o prazo para pagamento das verbas rescisórias deve ser observado, sob</p><p>pena de aplicação de multa.</p><p>Ainda, conforme o art. 855-D da CLT, no prazo de 15 (quinze) dias a contar da distribuição</p><p>da petição, o juiz analisará o acordo, designará audiência, se entender necessário, e proferirá</p><p>sentença. Da sentença que não homologar o acordo cabe Recurso Ordinário.</p><p>Por fim, o art. 855-E da CLT refere que a petição de homologação de acordo extrajudicial</p><p>suspende o prazo prescricional da ação quanto aos direitos nela especificados. O prazo prescri-</p><p>cional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do trânsito em julgado da decisão que negar a homo-</p><p>logação do acordo.</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>63</p><p>verdade, do princípio da igualdade</p><p>substancial. No processo do trabalho, encontramos situações em que o legislador estabeleceu</p><p>especial proteção ao trabalhador, como no caso de depósito recursal, na fixação da competência</p><p>territorial, entre outros.</p><p>Informalidade: o processo do trabalho é menos burocrático que o processo comum, bus-</p><p>cando uma linguagem mais acessível e atos mais simples, por exemplo, com a possibilidade de</p><p>petição inicial e contestação verbal, comparecimento das testemunhas independentemente de</p><p>intimação, entre outros.</p><p>Conciliação: tradicionalmente, a Justiça do Trabalho é conhecida por ser uma justiça que</p><p>busca a conciliação. E tal objetivo está estampado no art. 764 da CLT que refere que: “Os dissí-</p><p>dios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre su-</p><p>jeitos à conciliação”.</p><p>Majoração dos poderes do juiz: em alguns artigos, a CLT autoriza o juiz a adotar medi-</p><p>das que entender necessárias, como no art. 765, que refere que: “Os Juízos e Tribunais do Tra-</p><p>balho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das cau-</p><p>sas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas”. E também se</p><p>observa essa majoração na possibilidade de iniciar o incidente de desconsideração da persona-</p><p>lidade jurídica e a execução, de ofício, quando a parte não estiver representada por advogado.</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>7</p><p>Função social do processo do trabalho: busca-se um processo célere, justo e confiável,</p><p>sendo que o art. 8° da CLT destaca que:</p><p>Art. 8° da CLT. As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de dispo-</p><p>sições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia,</p><p>por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do</p><p>trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre</p><p>de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse pú-</p><p>blico.</p><p>Princípio da normatização coletiva: advém da possibilidade de a Justiça do Trabalho</p><p>criar, dentro dos limites constitucionais, normas aplicáveis no âmbito das categorias profissionais</p><p>e econômicas envolvidas no conflito coletivo.</p><p>Princípio da impugnação específica: o réu/reclamado deve se manifestar precisamente</p><p>sobre os fatos, caso contrário, há presunção de veracidade dos fatos não impugnados, exceto</p><p>se não for admissível a confissão, se a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento</p><p>que a lei considerar substância do ato, ou estiver em contradição com a defesa considerada em</p><p>seu conjunto. Está previsto no art. 341 do CPC.</p><p>Princípio da eventualidade: as partes devem utilizar todas as matérias de defesa ou</p><p>interesse no momento próprio. Está previsto no art. 336 da CPC.</p><p>Princípio da preclusão: decorre da ideia lógica do processo, de que é formado por eta-</p><p>pas, e que há atos a serem desenvolvidos em cada momento. É estampado quando a CLT refere</p><p>que a nulidade deve ser alegada na primeira oportunidade, sob pena de preclusão (art. 795),</p><p>somente não se aplicando em caso de nulidade absoluta, já que pode ser conhecida a qualquer</p><p>tempo e grau de jurisdição. A preclusão também está prevista no art. 879, §§ 2° e 3°, da CLT.</p><p>Princípio da economia processual: busca evitar o dispêndio desnecessário de tempo e</p><p>de dinheiro. Aproveitamento dos atos processuais.</p><p>Princípio da busca da verdade real: esse princípio deriva do princípio do direito material</p><p>do trabalho da primazia da realidade. O art. 765 da CLT refere que o juiz deve determinar as</p><p>diligências necessárias ao escarmento das causas.</p><p>Princípio da boa-fé processual: também chamado de princípio da probidade e da leal-</p><p>dade, trata do dever das partes de não agir com má-fé. Está estampado no art. 5° do CPC.</p><p>Atenção! Com a reforma trabalhista, a CLT passou a tratar da responsabilidade por dano</p><p>processual daquele que agir de má-fé.</p><p>Art. 793-A. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como reclamante,</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>8</p><p>reclamado ou interveniente.</p><p>Igualdade/isonomia: não só a formal, necessidade de adaptação. Exceções: custas dis-</p><p>pensadas aos necessitados e carentes; duplo grau de jurisdição obrigatório; pessoas jurídicas</p><p>de direito público.</p><p>Ainda, destacam-se outros importantes princípios:</p><p>• Contraditório e ampla defesa;</p><p>• Imparcialidade do juiz;</p><p>• Devido processo legal;</p><p>• Acesso à justiça.</p><p>2. Organização da Justiça do Trabalho e Competência</p><p>Territorial</p><p>2.1. Órgãos que compõem a Justiça do Trabalho (art. 111 da CF/1988)</p><p>a) Tribunal Superior do Trabalho (TST – Brasília);</p><p>b) Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs);</p><p>c) Juízes do Trabalho (Varas do Trabalho).</p><p>2.2. Varas do Trabalho</p><p>Conforme o art. 652 da CLT, compete às Varas do Trabalho:</p><p>1) Conciliar e julgar: os dissídios em que se pretenda o reconhecimento da estabilidade</p><p>de empregado; os dissídios concernentes a remuneração, férias e indenizações por motivo de</p><p>rescisão do contrato individual de trabalho; os dissídios resultantes de contratos de empreitadas</p><p>em que o empreiteiro seja operário ou artífice; os demais dissídios concernentes ao contrato</p><p>individual de trabalho; as ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o</p><p>Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO) decorrentes da relação de trabalho (alínea a).</p><p>2) Processar e julgar os inquéritos para apuração de falta grave (alínea b).</p><p>3) Julgar os embargos opostos às suas próprias decisões (alínea c).</p><p>4) Impor multas e demais penalidades relativas aos atos de sua competência (alínea d).</p><p>5) Decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial em matéria de competência da</p><p>Justiça do Trabalho (alínea e).</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>9</p><p>E, nos termos do art. 653 da CLT, compete, ainda, às Varas: requisitar às autoridades</p><p>competentes a realização das diligências necessárias ao esclarecimento dos feitos sob sua</p><p>apreciação, representando contra aquelas que não atenderem a tais requisições; realizar as di-</p><p>ligências e praticar os atos processuais ordenados pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou</p><p>pelo Tribunal Superior do Trabalho; julgar as suspeições arguidas contra os seus membros;</p><p>julgar as exceções de incompetência que lhes forem opostas; expedir precatórias e cumprir</p><p>as que lhes forem deprecadas; exercer, em geral, no interesse da Justiça do Trabalho, quaisquer</p><p>outras atribuições que decorram da sua jurisdição (alíneas a, b, c, d, e e f).</p><p>Ademais, nos termos do art. 659 da CLT, competem privativamente ao Juízes do Trabalho</p><p>as seguintes atribuições: presidir às audiências (inciso I); executar as suas próprias deci-</p><p>sões, as proferidas pela Vara e aquelas cuja execução lhes for deprecada (inciso II); despachar</p><p>os recursos interpostos pelas partes (inciso VI); conceder medida liminar, até decisão final do</p><p>processo, em reclamações trabalhistas que visem a tornar sem efeito transferência disciplinada</p><p>pelos parágrafos do art. 469 da CLT (inciso IX); conceder medida liminar, até decisão final do</p><p>processo, em reclamações trabalhistas que visem reintegrar no emprego dirigente sindical afas-</p><p>tado, suspenso ou dispensado pelo empregador (inciso X).</p><p>TST: competência para julgar o Recurso de Revista, Embargos ao TST e Recurso Ordi-</p><p>nário (de ações de competência originárias do TRT). Além disso, julga ações de competência</p><p>originárias, tais como: MS, AR, DC.</p><p>Conforme art. 111-A da CF:</p><p>O Tribunal Superior do Trabalho compõe-se de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre</p><p>brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de setenta anos de idade, de notável saber</p><p>jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela</p><p>maioria absoluta do Senado Federal, sendo: um quinto dentre advogados com mais de</p><p>dez anos de efetiva atividade profissional e membros</p><p>do Ministério Público do Trabalho</p><p>com mais de dez anos de efetivo exercício, e os demais dentre juízes dos Tribunais Regi-</p><p>onais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal</p><p>Superior.</p><p>TRT: competência para julgar o Recurso Ordinário e Agravo de Petição. Além disso, julga</p><p>ações de competência originárias, tais como: MS, AR, DC.</p><p>Na CLT, encontramos que:</p><p>Art. 678. Aos Tribunais Regionais, quando divididos em Turmas, compete:</p><p>I - ao Tribunal Pleno, especialmente:</p><p>a) processar, conciliar e julgar originariamente os dissídios coletivos;</p><p>b) processar e julgar originariamente:</p><p>1) as revisões de sentenças normativas;</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>10</p><p>2) a extensão das decisões proferidas em dissídios coletivos;</p><p>3) os mandados de segurança;</p><p>4) as impugnações à investidura de vogais e seus suplentes nas Juntas de Conciliação e</p><p>Julgamento;</p><p>c) processar e julgar em última instância:</p><p>1) os recursos das multas impostas pelas Turmas;</p><p>2) as ações rescisórias das decisões das Juntas de Conciliação e Julgamento, dos juízes</p><p>de direito investidos na jurisdição trabalhista, das Turmas e de seus próprios acórdãos;</p><p>3) os conflitos de jurisdição entre as suas Turmas, os juízes de direito investidos na juris-</p><p>dição trabalhista, as Juntas de Conciliação e Julgamento, ou entre aqueles e estas;</p><p>d) julgar em única ou última instâncias:</p><p>1) os processos e os recursos de natureza administrativa atinentes aos seus serviços au-</p><p>xiliares e respectivos servidores;</p><p>2) as reclamações contra atos administrativos de seu presidente ou de qualquer de seus</p><p>membros, assim como dos juízes de primeira instância e de seus funcionários.</p><p>II - às Turmas:</p><p>a) julgar os recursos ordinários previstos no art. 895, alínea a;</p><p>b) julgar os agravos de petição e de instrumento, estes de decisões denegatórias de re-</p><p>cursos de sua alçada;</p><p>c) impor multas e demais penalidades relativas e atos de sua competência jurisdicional, e</p><p>julgar os recursos interpostos das decisões das Juntas dos juízes de direito que as impu-</p><p>serem.</p><p>2.3. Competência territorial</p><p>A competência territorial é disciplinada pelo art. 651 da CLT:</p><p>Art. 651. A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela lo-</p><p>calidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador,</p><p>ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.</p><p>Logo, a regra é que a ação seja ajuizada no local da prestação dos serviços.</p><p>Quando, porém, for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da</p><p>Vara da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subor-</p><p>dinado e, na falta, será competente a da localização em que o empregado tenha domicílio ou a</p><p>localidade mais próxima.</p><p>Ademais, a competência das Varas estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial</p><p>no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dis-</p><p>pondo em contrário.</p><p>Tratando-se de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do con-</p><p>trato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do</p><p>contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art895</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>11</p><p>3. Competência da Justiça do Trabalho</p><p>A competência material da Justiça do Trabalho está estabelecida no art. 114 da CF/1988:</p><p>Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:</p><p>I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público ex-</p><p>terno e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Fede-</p><p>ral e dos Municípios;</p><p>II – as ações que envolvam exercício do direito de greve;</p><p>III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalha-</p><p>dores, e entre sindicatos e empregadores;</p><p>IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questio-</p><p>nado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;</p><p>V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o dis-</p><p>posto no art. 102, I, o;</p><p>VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de</p><p>trabalho;</p><p>VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pe-</p><p>los órgãos de fiscalização das relações de trabalho;</p><p>VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e</p><p>seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;</p><p>IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.</p><p>Além disso, temos que observar os posicionamentos consolidados do TST e STF sobre o</p><p>tema.</p><p>Súm. Vinc. nº 23 do STF: A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar</p><p>ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalha-</p><p>dores da iniciativa privada.</p><p>Súm. nº 62 do STJ: Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa ano-</p><p>tação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, atribuído à empresa privada.</p><p>Súm. nº 363 do STJ: Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança</p><p>ajuizada por profissional liberal contra cliente.</p><p>Súm. nº 189 do TST: A Justiça do Trabalho é competente para declarar a abusividade,</p><p>ou não, da greve.</p><p>Súm. n° 300 do TST: Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações ajuizadas</p><p>por empregados em face de empregadores relativas ao cadastramento no Programa de</p><p>Integração Social (PIS).</p><p>Súm. n° 368 do TST: I – A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhi-</p><p>mento das contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução</p><p>das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que</p><p>proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que integrem o salário de contribui-</p><p>ção. (...)</p><p>Súm. nº 389 do TST: I – Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho a</p><p>lide entre empregado e empregador tendo por objeto indenização pelo não-fornecimento</p><p>das guias do seguro-desemprego. II – O não-fornecimento pelo empregador da guia ne-</p><p>cessária para o recebimento do seguro-desemprego dá origem ao direito à indenização.</p><p>Súm. n° 392 do TST: Nos termos do art. 114, inc. VI, da Constituição da República, a</p><p>Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ações de indenização por dano</p><p>moral e material, decorrentes da relação de trabalho, inclusive as oriundas de acidente de</p><p>trabalho e doenças a ele equiparadas, ainda que propostas pelos dependentes ou suces-</p><p>sores do trabalhador falecido.</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>12</p><p>O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que cabe à Justiça Comum julgar</p><p>processos decorrentes de contrato de previdência complementar privada. A decisão ocorreu</p><p>nos Recursos Extraordinários (REs) n° 586.453 e n° 583.050. A matéria teve repercussão geral</p><p>reconhecida e, portanto, passa a valer para todos os processos semelhantes que tramitam nas</p><p>diversas instâncias do Poder Judiciário.</p><p>O Supremo Tribunal Federal, na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 5.326, en-</p><p>tendeu que a competência é da Justiça comum para a autorização de trabalho de menor, pois</p><p>o legislador, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), determinou que o juiz da Infância</p><p>e da Juventude fosse a autoridade judiciária responsável pelos processos de tutela integral dos</p><p>menores.</p><p>Súm. n° 736 do STF: Compete à justiça do trabalho julgar as ações que tenham como</p><p>causa de pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e</p><p>saúde dos trabalhadores.</p><p>Tema 853 do STF: Competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar reclama-</p><p>ção trabalhista, fundada em contrato de trabalho regido pela CLT, na qual figura o Poder</p><p>Público no polo passivo.</p><p>Tema 1166 do STF: Competência para processar</p><p>e julgar ação trabalhista contra o em-</p><p>pregador objetivando o pagamento de diferenças salariais e dos respectivos reflexos nas</p><p>contribuições devidas à entidade previdenciária.</p><p>Para não esquecer:</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>13</p><p>4. Partes e Procuradores</p><p>Jus postulandi: tem sua previsão no art. 791 da CLT e encontra seus limites na Súm. nº</p><p>425 do TST.</p><p>Art. 791 da CLT. Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente</p><p>perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.</p><p>Respira, não pira... Olha a súmula!</p><p>Súm. nº 425 do TST: O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-</p><p>se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação</p><p>rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do</p><p>Tribunal Superior do Trabalho.</p><p>Para não esquecer:</p><p>Sobre as partes e procuradores, fique atento para:</p><p>Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a</p><p>Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.</p><p>§ 3º A constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser efetivada,</p><p>mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do advogado inte-</p><p>ressado, com anuência da parte representada.</p><p>a) A reclamação do menor de 18 anos = representação: a reclamação trabalhista do menor</p><p>de 18 anos será feita por seus representantes legais e, na falta destes, pela Procuradoria da</p><p>Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público estadual ou curador nomeado em</p><p>juízo (art. 793 da CLT).</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>14</p><p>b) Não aplicação do prazo em dobro para litisconsortes: inaplicável ao processo do traba-</p><p>lho a norma contida no art. 229, caput e §§ 1º e 2º, do CPC, em razão de incompatibilidade com</p><p>a celeridade que lhe é inerente (OJ nº 310 da SDI-1).</p><p>Art. 611-A (...)</p><p>§ 5º Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho</p><p>deverão participar, como litisconsortes necessários, em ação individual ou coletiva, que</p><p>tenha como objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos.</p><p>OJ nº 310 SDI-1. Inaplicável ao processo do trabalho a norma contida no art. 229, caput</p><p>e §§ 1º e 2º, do CPC de 2015 (art. 191 do CPC de 1973), em razão de incompatibilidade</p><p>com a celeridade que lhe é inerente.</p><p>c) Necessidade de procuração para interpor recurso: é inadmissível recurso firmado por</p><p>advogado sem procuração juntada aos autos até o momento da sua interposição, salvo mandato</p><p>tácito. Em caráter excepcional (art. 104 do CPC), admite-se que o advogado, independentemente</p><p>de intimação, exiba a procuração no prazo de 5 (cinco) dias após a interposição do recurso,</p><p>prorrogável por igual período mediante despacho do juiz. Caso não a exiba, considera-se ineficaz</p><p>o ato praticado e não se conhece do recurso. Verificada a irregularidade de representação da</p><p>parte em fase recursal, em procuração ou substabelecimento já constante dos autos, o relator</p><p>ou o órgão competente para julgamento do recurso designará prazo de 5 (cinco) dias para que</p><p>seja sanado o vício. Descumprida a determinação, o relator não conhecerá do recurso, se a</p><p>providência couber ao recorrente, ou determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a</p><p>providência couber ao recorrido (art. 76, § 2°, do CPC e Súm. nº 383 do TST).</p><p>4.1. Honorários de sucumbência</p><p>O advogado da parte vencedora terá direito ao recebimento de honorários de sucumbên-</p><p>cia. Segundo o art. 791-A da CLT, ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos</p><p>honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% e o máximo de 15%.</p><p>Respira e não pira... Olha o artigo!</p><p>Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de</p><p>sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15%</p><p>(quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito eco-</p><p>nômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.</p><p>Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em</p><p>que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria.</p><p>Ao fixar os honorários, o juízo observará:</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>15</p><p>a) O grau de zelo do profissional;</p><p>b) O lugar de prestação do serviço;</p><p>c) A natureza e a importância da causa;</p><p>d) O trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.</p><p>Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recí-</p><p>proca, vedada a compensação entre os honorários (§ 3º do art. 791-A da CLT).</p><p>Vencido o beneficiário da justiça gratuita – dizia o § 4º do art. 791-A –, desde que não</p><p>tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as</p><p>obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e</p><p>somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da</p><p>decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência</p><p>de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais</p><p>obrigações do beneficiário. Porém, o STF declarou inconstitucional essa previsão (ADI nº 5766).</p><p>E, finalmente, são devidos honorários de sucumbência na reconvenção. De modo que</p><p>quem tem a gratuidade da justiça não pagará os honorários com eventuais créditos obtidos no</p><p>processo.</p><p>4.2. Custas e justiça gratuita</p><p>O art. 790 da CLT estabelece os requisitos para a concessão do benefício da gratuidade</p><p>da justiça.</p><p>Respira e não pira... Olha o artigo!</p><p>Art. 790. (...)</p><p>§ 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de</p><p>qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita,</p><p>inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou</p><p>inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do regime geral</p><p>de previdência social.</p><p>§ 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de</p><p>recursos para o pagamento das custas do processo.</p><p>Ademais, conforme entendimento consolidado do TST, o benefício pode ser requerido a</p><p>qualquer tempo e grau de jurisdição, desde que, na fase recursal, seja o requerimento formulado</p><p>no prazo alusivo ao recurso. Indeferido o requerimento de justiça gratuita formulado na fase</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>16</p><p>recursal, cumpre ao relator fixar prazo para que o recorrente efetue o preparo (art. 99, § 7º, do</p><p>CPC e OJ nº 269 da SDI-1 do TST).</p><p>Sobre as custas, a CLT estabelece que:</p><p>Art. 789. Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas ações e pro-</p><p>cedimentos de competência da Justiça do Trabalho, bem como nas demandas propostas</p><p>perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição trabalhista, as custas relativas ao</p><p>processo de conhecimento incidirão à base de 2% (dois por cento), observado o mínimo</p><p>de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos) e o máximo de quatro vezes o limite</p><p>máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, e serão calculadas:</p><p>I – quando houver acordo ou condenação, sobre o respectivo valor;</p><p>II – quando houver extinção do processo, sem julgamento do mérito, ou julgado totalmente</p><p>improcedente o pedido, sobre o valor da causa;</p><p>III – no caso de procedência do pedido formulado em ação declaratória e em ação consti-</p><p>tutiva, sobre o valor da causa;</p><p>IV – quando o valor for indeterminado, sobre o que o juiz fixar.</p><p>As custas serão pagas pelo vencido, após o trânsito em julgado da decisão. No caso de</p><p>recurso, as custas serão pagas e comprovado o recolhimento dentro do prazo recursal.</p><p>Não sendo líquida a condenação, o juízo arbitrar-lhe-á</p><p>o valor e fixará o montante das</p><p>custas processuais.</p><p>Sempre que houver acordo, se de outra forma não for convencionado, o pagamento das</p><p>custas caberá, em partes iguais, aos litigantes.</p><p>Nos dissídios coletivos, as partes vencidas responderão solidariamente pelo pagamento</p><p>das custas, calculadas sobre o valor arbitrado na decisão, ou pelo Presidente do Tribunal.</p><p>Atenção! O art. 790-A da CLT diz que são isentos do pagamento de custas, além dos</p><p>beneficiários de justiça gratuita:</p><p>I – a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e respectivas autarquias e fun-</p><p>dações públicas federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica;</p><p>II – o Ministério Público do Trabalho.</p><p>5. Atos, Termos, Prazos e Vícios dos Atos Processuais</p><p>5.1. Atos e prazos processuais</p><p>Sobre os atos processuais, a CLT dispõe que eles serão públicos, salvo quando o contrá-</p><p>rio determinar o interesse social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.</p><p>Mas a penhora poderá realizar-se em domingo ou dia feriado, mediante autorização expressa do</p><p>juiz ou presidente (art. 770 da CLT).</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>17</p><p>Os prazos são disciplinados pelo art. 774 e seguintes da CLT, mencionando que:</p><p>Respira e não pira... Olha o artigo!</p><p>Art. 774. Salvo disposição em contrário, os prazos previstos neste Título contam-se, con-</p><p>forme o caso, a partir da data em que for feita pessoalmente, ou recebida a notificação,</p><p>daquela em que for publicado o edital no jornal oficial ou no que publicar o expediente da</p><p>Justiça do Trabalho, ou, ainda, daquela em que for afixado o edital na sede da Junta, Juízo</p><p>ou Tribunal.</p><p>Tratando-se de notificação postal, no caso de não ser encontrado o destinatário ou no de</p><p>recusa de recebimento, o Correio ficará obrigado, sob pena de responsabilidade do servidor, a</p><p>devolvê-la, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao Tribunal de origem.</p><p>É muito importante saber que os prazos processuais são contados em dias úteis no</p><p>processo do trabalho.</p><p>Respira, não pira... Olha o artigo!</p><p>Art. 775 da CLT. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis,</p><p>com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento.</p><p>§ 1° Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes</p><p>hipóteses:</p><p>I – quando o juízo entender necessário;</p><p>II – em virtude de força maior, devidamente comprovada.</p><p>§ 2° Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos</p><p>meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efe-</p><p>tividade à tutela do direito.</p><p>Ademais, fique atento aos entendimentos do TST:</p><p>Súm. nº 1 do TST: Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com</p><p>efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado da segunda-feira ime-</p><p>diata, inclusive, salvo se não houver expediente, caso em que fluirá no dia útil que se</p><p>seguir.</p><p>Súm. nº 262 do TST: Prazo judicial: I – Intimada ou notificada a parte no sábado, o início</p><p>do prazo se dará no primeiro dia útil imediato e a contagem, no subsequente. II – O recesso</p><p>forense e as férias coletivas dos Ministros do Tribunal Superior do Trabalho suspendem</p><p>os prazos recursais.</p><p>Súm. n° 385 do TST: I – Incumbe à parte o ônus de provar, quando da interposição do</p><p>recurso, a existência de feriado local que autorize a prorrogação do prazo recursal (art.</p><p>1.003, § 6º, do CPC de 2015). No caso de o recorrente alegar a existência de feriado local</p><p>e não o comprovar no momento da interposição do recurso, cumpre ao relator conceder o</p><p>prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício (art. 932, parágrafo único, do CPC de</p><p>2015), sob pena de não conhecimento se da comprovação depender a tempestividade</p><p>recursal; II – Na hipótese de feriado forense, incumbirá à autoridade que proferir a decisão</p><p>de admissibilidade certificar o expediente nos autos; III – Admite-se a reconsideração da</p><p>análise da tempestividade do recurso, mediante prova documental superveniente, em</p><p>agravo de instrumento, agravo interno, agravo regimental, ou embargos de declaração,</p><p>desde que, em momento anterior, não tenha havido a concessão de prazo para a compro-</p><p>vação da ausência de expediente forense.</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>18</p><p>Os prazos processuais podem ser suspensos e interrompidos. Cuide para não confundir:</p><p>• Suspensão: a contagem é paralisada e retoma de onde parou. Exemplo: férias fo-</p><p>renses;</p><p>• Interrupção: a contagem é inutilizada e recomeça-se a contagem do início. Exemplo:</p><p>embargos de declaração.</p><p>Também é importante lembrar do Decreto-lei nº 779/1969, que refere:</p><p>Art. 1° Nos processos perante a Justiça do Trabalho, constituem privilégio da União, dos</p><p>Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das autarquias ou fundações de direito pú-</p><p>blico federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica:</p><p>II – o quádruplo do prazo fixado no artigo 841, “in fine”, da Consolidação das Leis do Tra-</p><p>balho;</p><p>III – o prazo em dobro para recurso; (...)</p><p>5.2. Nulidades</p><p>A nulidade absoluta é imposta quando determinado ato fere norma fundamentada no</p><p>interesse público, de ordem pública absoluta. As partes não têm o poder de dispor em relação</p><p>a um interesse público e, se assim o fizerem, restará configurada a nulidade absoluta, ou</p><p>seja, mesmo estando as partes de acordo com o ato praticado, versando este sobre norma de</p><p>interesse público, de ordem pública absoluta, estará presente tal nulidade. Esta nulidade com-</p><p>promete todo o processo.</p><p>Já a nulidade relativa representa um vício sanável, posto que decorre da ofensa ao inte-</p><p>resse da parte, isto é, quando a norma desrespeitada tiver por base o interesse da parte e não o</p><p>público. Assim, esta nulidade desaparecerá se a parte interessada sanar o vício que a determina.</p><p>Na CLT encontramos que:</p><p>Respira, não pira... Olha o artigo!</p><p>Art. 794. Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade</p><p>quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes.</p><p>Conforme o art. 795 da CLT, as nulidades não serão declaradas senão mediante provo-</p><p>cação das partes, as quais deverão argui-las na primeira vez em que tiverem de falar em audi-</p><p>ência ou nos autos.</p><p>Deverá, entretanto, ser declarada de ofício a nulidade fundada em incompetência de foro.</p><p>Nesse caso, serão considerados nulos os atos decisórios.</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>19</p><p>E o juiz ou Tribunal que se julgar incompetente determinará, na mesma ocasião, que se</p><p>faça remessa do processo, com urgência, à autoridade competente, fundamentando sua deci-</p><p>são.</p><p>Ainda:</p><p>CLT</p><p>Art. 796. A nulidade não será pronunciada:</p><p>a) quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato;</p><p>b) quando arguida por quem lhe tiver dado causa.</p><p>Art. 797. O juiz ou Tribunal que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se</p><p>estende.</p><p>Art. 798. A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele dependam ou</p><p>sejam consequência.</p><p>E o TST já consolidou entendimento no sentido de que:</p><p>Súm. nº 427 do TST: Havendo pedido expresso de que as intimações e publicações sejam</p><p>realizadas exclusivamente em nome de determinado advogado, a comunicação em nome</p><p>de outro profissional constituído nos autos é nula, salvo se constatada a inexistência de</p><p>prejuízo.</p><p>6. Procedimentos Trabalhistas</p><p>6.1. Procedimento sumaríssimo</p><p>O procedimento sumaríssimo é o mais cobrado em prova. Encontra-se previsto na CLT a</p><p>partir do art. 852-A.</p><p>Respira, não pira... Olha o artigo!</p><p>Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário-</p><p>mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento</p><p>sumaríssimo.</p><p>Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é</p><p>parte a Administração Pública direta, autárquica e</p><p>fundacional.</p><p>Assim, não pode ser parte órgão da administração pública direta, autárquica ou fundaci-</p><p>onal (portanto, as empresas públicas e sociedades de economia mista podem figurar como</p><p>parte).</p><p>Ademais, conforme o art. 852-B, nas reclamações enquadradas no procedimento suma-</p><p>ríssimo:</p><p>CLT</p><p>Art. 852-B. (...)</p><p>I – o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente;</p><p>II – não se fará citação por edital, incumbindo ao autor à correta indicação do nome e</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>20</p><p>endereço do reclamado;</p><p>III – a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu</p><p>ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o movi-</p><p>mento judiciário da Junta de Conciliação e Julgamento.</p><p>§ 1º O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II, importará no ar-</p><p>quivamento da reclamação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa.</p><p>§ 2º As partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no</p><p>curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente</p><p>indicado, na ausência de comunicação.</p><p>Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audi-</p><p>ência única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, que poderá ser convocado para</p><p>atuar simultaneamente com o titular.</p><p>Art. 852-D. O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem</p><p>produzidas, considerado o ônus probatório de cada litigante, podendo limitar ou excluir as</p><p>que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias, bem como para apreciá-las e</p><p>dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica.</p><p>Art. 852-E. Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens</p><p>da conciliação e usará os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do</p><p>litígio, em qualquer fase da audiência.</p><p>Art. 852-F. Na ata de audiência serão registrados resumidamente os atos essenciais, as</p><p>afirmações fundamentais das partes e as informações úteis à solução da causa trazidas</p><p>pela prova testemunhal.</p><p>Art. 852-G. Serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que possam inter-</p><p>ferir no prosseguimento da audiência e do processo. As demais questões serão decididas</p><p>na sentença.</p><p>Muita atenção! No procedimento sumaríssimo, quanto às provas, serão ouvidas até 2</p><p>testemunhas para cada parte e elas comparecem na audiência independentemente de intima-</p><p>ção, sendo possível a sua intimação apenas com prova do convite. Além disso, é possível ter</p><p>prova pericial, desde que seja essencial para a resolução do caso.</p><p>Respira, não pira... olha o artigo!</p><p>Art. 852-H da CLT. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julga-</p><p>mento, ainda que não requeridas previamente.</p><p>§ 1º Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-á imediata-</p><p>mente a parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta impossibilidade, a</p><p>critério do juiz.</p><p>§ 2° As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, comparecerão à audiên-</p><p>cia de instrução e julgamento independentemente de intimação.</p><p>§ 3º Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente convidada,</p><p>deixar de comparecer. Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá deter-</p><p>minar sua imediata condução coercitiva.</p><p>§ 4º Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será deferida</p><p>prova técnica, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto da perícia e nomear</p><p>perito.</p><p>§ 5º (VETADO)</p><p>§ 6° As partes serão intimadas a manifestar-se sobre o laudo, no prazo comum de cinco</p><p>dias.</p><p>§ 7° Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-se-ão</p><p>no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justificado nos autos pelo juiz da</p><p>causa.</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>21</p><p>Para não esquecer:</p><p>6.2. Procedimento sumário</p><p>O procedimento sumário é o procedimento adotado para as demandas de até dois salá-</p><p>rios-mínimos. Também conhecido como rito de alçada, é previsto na Lei n° 5.584/1970. Nesse</p><p>procedimento, não há possibilidade de recurso, salvo se versar sobre matéria constitucional.</p><p>6.3. Procedimento ordinário</p><p>O procedimento ordinário é adotado para as demandas que ultrapassam 40 salários-mí-</p><p>nimos ou que por algum outro motivo não podem tramitar por outro procedimento.</p><p>6.4. Procedimentos especiais</p><p>Os procedimentos especiais são adotados para inquérito judicial, ação rescisória, man-</p><p>dado de segurança, ação de consignação em pagamento, ação de exigir contas, ação comina-</p><p>tória, ações possessórias, habilitação incidente, restauração de autos, habeas corpus, ações</p><p>relativas às prestações de fazer ou não fazer, entre outros.</p><p>7. Petição Inicial e Resposta do Réu</p><p>7.1. Reclamação trabalhista</p><p>Segundo o art. 840 CLT, a reclamação poderá ser escrita ou verbal.</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>22</p><p>Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das par-</p><p>tes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, deter-</p><p>minado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu represen-</p><p>tante (§ 1º).</p><p>Atenção! Os pedidos que não atendam a esses requisitos serão julgados extintos, sem</p><p>resolução do mérito (§ 3°).</p><p>Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias datadas e assinadas pelo</p><p>escrivão ou secretário (§ 2o).</p><p>Conforme o TST – IN 41: para fim do que dispõe o art. 840, §§ 1º e 2º, da CLT, o valor da</p><p>causa será́ estimado, observando-se, no que couber, o disposto nos arts. 291 a 293 do Código</p><p>de Processo Civil.</p><p>Lembre-se! Conforme o art. 731 CLT, aquele que, tendo apresentado ao distribuidor re-</p><p>clamação verbal, não se apresentar, no prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, à</p><p>Junta ou Juízo para fazê-lo tomar por termo incorrerá na pena de perda, pelo prazo de 6 (seis)</p><p>meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho.</p><p>E nos termos do art. 732 CLT, na mesma pena do artigo anterior incorrerá o reclamante</p><p>que, por duas vezes seguidas, der causa ao arquivamento de que trata o art. 844.</p><p>7.2. Distribuição</p><p>O art. 841 da CLT dispõe que, recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secre-</p><p>tário, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao</p><p>reclamado, notificando-o ao mesmo tempo para comparecer à audiência do julgamento, que será</p><p>a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias.</p><p>7.3. Tramitação preferencial</p><p>Conforme art. 652, parágrafo único, da CLT, terão preferência para julgamento os dissí-</p><p>dios sobre pagamento de salário e aqueles que derivarem da falência do empregador, podendo</p><p>o Presidente da Junta, a pedido do interessado, constituir processo em separado, sempre que a</p><p>reclamação também versar sobre outros assuntos.</p><p>Além disso, conforme o CPC:</p><p>Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os procedimen-</p><p>tos judiciais:</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>23</p><p>I - em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60</p><p>(sessenta) anos ou portadora de doença grave, assim compreendida qualquer das enu-</p><p>meradas no art. 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988;</p><p>II - regulados pela Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adoles-</p><p>cente).</p><p>III - em que figure como parte a vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei</p><p>nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha).</p><p>IV - em que se discuta a aplicação do disposto nas normas gerais de licitação e contrata-</p><p>ção a que se refere o inciso XXVII do caput do art. 22 da Constituição Federal.</p><p>Lembre-se que a tramitação preferencial se dá em razão de alguma situação peculiar da</p><p>pessoa (doença/idade/entre outros) ou em razão da matéria que</p><p>se discute (algo que não pode</p><p>esperar).</p><p>7.4. Reclamação plúrima</p><p>Prevista no art. 842 da CLT, a reclamação plúrima consiste numa modalidade de litiscon-</p><p>sórcio ativo. Sendo várias as reclamações e havendo identidade de matéria, poderão ser acu-</p><p>muladas num só processo, se se tratar de empregados da mesma empresa ou estabeleci-</p><p>mento.</p><p>7.5. Desistência</p><p>Conforme o art. 841, § 3º, da CLT, oferecida a contestação, ainda que eletronicamente,</p><p>o reclamante não poderá, sem o consentimento do reclamado, desistir da ação.</p><p>7.6. Defesa do réu</p><p>7.6.1. Contestação</p><p>Prevista no art. 847 da CLT.</p><p>Respira, não pira... Olha o artigo!</p><p>Art. 847. Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa,</p><p>após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes. Pa-</p><p>rágrafo único. A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial</p><p>eletrônico até a audiência.</p><p>Na contestação, podem ser arguidas as seguintes preliminares, como as do art. 337 do</p><p>CPC: inexistência ou nulidade da citação (inciso I); incompetência absoluta (inciso II); inépcia da</p><p>petição inicial (inciso IV); perempção (inciso V); litispendência (inciso VI); coisa julgada (inciso</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>24</p><p>VII); conexão (inciso VIII); incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autoriza-</p><p>ção (inciso IX); convenção de arbitragem (inciso X), etc.</p><p>Também pode ser alegada a prejudicial de prescrição. Sobre ela, lembre-se de que a</p><p>prescrição é contatada na forma disposta no art. 11 da CLT:</p><p>Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em</p><p>cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a</p><p>extinção do contrato de trabalho.</p><p>§ 1º O disposto neste artigo não se aplica às ações que tenham por objeto anotações para</p><p>fins de prova junto à Previdência Social.</p><p>§ 2° Tratando-se de pretensão que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente</p><p>de alteração ou descumprimento do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o di-</p><p>reito à parcela esteja também assegurado por preceito de lei.</p><p>§ 3° A interrupção da prescrição somente ocorrerá pelo ajuizamento de reclamação tra-</p><p>balhista, mesmo que em juízo incompetente, ainda que venha a ser extinta sem resolução</p><p>do mérito, produzindo efeitos apenas em relação aos pedidos idênticos.</p><p>Ou seja, do término do contrato, a pessoa possui prazo de 2 (dois) anos para ajuizar a</p><p>ação, e do ajuizamento pode buscar verbas retroativas até o limite de 5 (cinco) anos.</p><p>Ademais:</p><p>Súm. n° 308 do TST: I - Respeitado o biênio subsequente à cessação contratual, a pres-</p><p>crição da ação trabalhista concerne às pretensões imediatamente anteriores a cinco anos,</p><p>contados da data do ajuizamento da reclamação e, não, às anteriores ao quinquênio da</p><p>data da extinção do contrato. II - A norma constitucional que ampliou o prazo de prescrição</p><p>da ação trabalhista para 5 (cinco) anos é de aplicação imediata e não atinge pretensões</p><p>já alcançadas pela prescrição bienal quando da promulgação da CF/1988.</p><p>7.6.2. Exceções</p><p>Conforme o art. 799 da CLT, nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente</p><p>podem ser opostas, com suspensão do feito, as exceções de suspeição ou incompetência.</p><p>Art. 799. (...)</p><p>§ 1º As demais exceções serão alegadas como matéria de defesa.</p><p>§ 2° Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas,</p><p>se terminativas do feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las</p><p>novamente no recurso que couber da decisão final.</p><p>7.6.2.1. Exceção de incompetência</p><p>Diz o art. 800 da CLT que, apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de</p><p>5 (cinco) dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência</p><p>desta exceção, seguir-se-á o procedimento ali estabelecido, qual seja:</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>25</p><p>a) Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência até</p><p>que se decida a exceção (§ 1°).</p><p>b) Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante e, se exis-</p><p>tentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias (§ 2°).</p><p>c) Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência, garan-</p><p>tindo o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no</p><p>juízo que este houver indicado como competente (§ 3°).</p><p>d) Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu curso, com a</p><p>designação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual perante o juízo</p><p>competente (§ 4°).</p><p>7.6.2.2. Exceção de suspeição</p><p>Segundo o art. 801 da CLT, o juiz, presidente ou vogal, é obrigado a dar-se por suspeito,</p><p>e pode ser recusado, por algum dos seguintes motivos, em relação à pessoa dos litigantes: ini-</p><p>mizade pessoal; amizade íntima; parentesco por consanguinidade ou afinidade até o terceiro</p><p>grau civil; interesse particular na causa.</p><p>Art. 801. (...)</p><p>Parágrafo único. Se o recusante houver praticado algum ato pelo qual haja consentido na</p><p>pessoa do juiz, não mais poderá alegar exceção de suspeição, salvo sobrevindo novo</p><p>motivo. A suspeição não será também admitida, se do processo constar que o recusante</p><p>deixou de alegá-la anteriormente, quando já a conhecia, ou que, depois de conhecida,</p><p>aceitou o juiz recusado ou, finalmente, se procurou de propósito o motivo de que ela se</p><p>originou.</p><p>7.6.3. Reconvenção</p><p>Conforme o art. 343 do CPC, aplicável ao processo do trabalho, na contestação, é lícito</p><p>ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou</p><p>com o fundamento da defesa.</p><p>Art. 343. (...)</p><p>§ 1° Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para</p><p>apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias.</p><p>§ 2° A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu</p><p>mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.</p><p>§ 3° A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro.</p><p>§ 4° A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro.</p><p>§ 5° Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito</p><p>em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também</p><p>na qualidade de substituto processual.</p><p>§ 6° O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação.</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>26</p><p>8. Audiência</p><p>Nos termos do art. 813 da CLT, as audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão</p><p>públicas e realizar-se-ão na sede do Juízo ou Tribunal, em dias úteis previamente fixados, entre</p><p>8h e 18h, não podendo ultrapassar cinco horas seguidas, salvo quando houver matéria urgente.</p><p>Em casos especiais, poderá ser designado outro local para a realização das audiências, medi-</p><p>ante edital afixado na sede do Juízo ou Tribunal, com a antecedência mínima de 24 (vinte e</p><p>quatro) horas.</p><p>Se, até 30 (trinta) minutos após a hora marcada, a audiência, injustificadamente, não hou-</p><p>ver sido iniciada, as partes e os advogados poderão retirar-se, consignando seus nomes, de-</p><p>vendo o ocorrido constar do livro de registro das audiências. Nesse caso, a audiência deverá</p><p>ser remarcada pelo juiz ou presidente para a data mais próxima possível, vedada a aplica-</p><p>ção de qualquer penalidade às partes.</p><p>Atenção! Um tema muito cobrado em prova diz respeito ao comparecimento das partes</p><p>na audiência. Sobre a possibilidade de representação e substituição delas, muita atenção ao</p><p>artigo transcrito a seguir.</p><p>Art. 843 da CLT. A audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o</p><p>reclamado, independentemente do comparecimento de seus representantes salvo, nos</p><p>casos de Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados po-</p><p>derão fazer-se representar pelo Sindicato</p><p>de sua categoria.</p><p>§ 1º É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro</p><p>preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente.</p><p>§ 2° Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for</p><p>possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro</p><p>empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato.</p><p>§ 3° O preposto a que se refere o § 1o deste artigo não precisa ser empregado da parte</p><p>reclamada.</p><p>Observe que, conforme o TST, IN 41, nos termos do art. 843, § 3º, e do art. 844, § 5º, da</p><p>CLT, não se admite a cumulação das condições de advogado e preposto.</p><p>Ademais, as consequências do não comparecimento são observadas no seguinte artigo:</p><p>Art. 844. O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da</p><p>reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão</p><p>quanto à matéria de fato.</p><p>§ 1° Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o julgamento, designando nova</p><p>audiência.</p><p>§ 2º Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das</p><p>custas calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da</p><p>justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>27</p><p>motivo legalmente justificável.</p><p>§ 3º O pagamento das custas a que se refere o § 2º é condição para a propositura de nova</p><p>demanda.</p><p>Já a revelia não produz o efeito se:</p><p>Art. 844. (...)</p><p>§ 4° (...)</p><p>I – havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação;</p><p>II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis;</p><p>III – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indis-</p><p>pensável à prova do ato;</p><p>IV – as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou estiverem</p><p>em contradição com prova constante dos autos;</p><p>§ 5° E, ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos</p><p>a contestação e os documentos eventualmente apresentados.</p><p>E conforme entendimento consolidado do TST:</p><p>Súm. n° 9 do TST: A ausência do reclamante, quando adiada a instrução após contestada</p><p>a ação em audiência, não importa arquivamento do processo.</p><p>Súm. n° 74 do TST: CONFISSÃO. I – Aplica-se a confissão à parte que, expressamente</p><p>intimada com aquela cominação, não comparecer à audiência em prosseguimento, na qual</p><p>deveria depor. II – A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para con-</p><p>fronto com a confissão ficta (arts. 442 e 443, do CPC de 2015), não implicando cercea-</p><p>mento de defesa o indeferimento de provas posteriores. III – A vedação à produção de</p><p>prova posterior pela parte confessa somente a ela se aplica, não afetando o exercício, pelo</p><p>magistrado, do poder/dever de conduzir o processo.</p><p>Súm. nº 122 do TST: A reclamada, ausente à audiência em que deveria apresentar de-</p><p>fesa, é revel, ainda que presente seu advogado munido de procuração, podendo ser ilidida</p><p>a revelia mediante a apresentação de atestado médico, que deverá declarar, expressa-</p><p>mente, a impossibilidade de locomoção do empregador ou do seu preposto no dia da au-</p><p>diência.</p><p>OJ n° 152 SDI-1: Pessoa jurídica de direito público sujeita-se à revelia prevista no artigo</p><p>844 da CLT.</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>28</p><p>9. Provas</p><p>Lembre-se! Conforme o art. 5°, inciso LV, da CF/1988, aos litigantes, em processo judicial</p><p>ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa,</p><p>com os meios e recursos a eles inerentes.</p><p>9.1. Ônus da prova</p><p>Sobre o ônus da prova, fique atento ao que dispõe o art. 818 da CLT.</p><p>Art. 818. O ônus da prova incumbe:</p><p>I – ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito;</p><p>II – ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito</p><p>do reclamante.</p><p>Conforme o artigo citado, nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa</p><p>relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste</p><p>artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus</p><p>da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá</p><p>dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído (§ 1°).</p><p>A decisão deverá ser proferida antes da abertura da instrução e, a requerimento da parte,</p><p>implicará o adiamento da audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito</p><p>admitido. E a decisão não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte</p><p>seja impossível ou excessivamente difícil (§§ 2º e 3º).</p><p>E o TST já consolidou entendimento no seguinte sentido:</p><p>Súm. nº 212 do TST: O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados</p><p>a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continui-</p><p>dade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado.</p><p>Súm. n° 338 do TST: I – É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) [leia-se</p><p>20] empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-</p><p>apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veraci-</p><p>dade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. II – A presun-</p><p>ção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento normativo,</p><p>pode ser elidida por prova em contrário. III – Os cartões de ponto que demonstram horários</p><p>de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da</p><p>prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da</p><p>inicial se dele não se desincumbir.</p><p>Súm. n° 460 do TST: É do empregador o ônus de comprovar que o empregado não sa-</p><p>tisfaz os requisitos indispensáveis para a concessão do vale-transporte ou não pretenda</p><p>fazer uso do benefício.</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>29</p><p>Súm. n° 461 do TST: É do empregador o ônus da prova em relação à regularidade dos</p><p>depósitos do FGTS, pois o pagamento é fato extintivo do direito do autor (art. 373, II, do</p><p>CPC de 2015).</p><p>OJ n° 233 da SDI-1: A decisão que defere horas extras com base em prova oral ou docu-</p><p>mental não ficará limitada ao tempo por ela abrangido, desde que o julgador fique conven-</p><p>cido de que o procedimento questionado superou aquele período.</p><p>9.2. Depoimento pessoal</p><p>Conforme o art. 379 do CPC, preservado o direito de não produzir prova contra si, incumbe</p><p>à parte comparecer em juízo, respondendo ao que lhe for interrogado.</p><p>Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, podendo o presidente, ex officio</p><p>ou a requerimento de qualquer juiz temporário, interrogar os litigantes (art. 848). Ademais, as</p><p>partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou presidente, podendo ser reinquiridas, por seu</p><p>intermédio, a requerimento dos vogais, das partes, seus representantes ou advogados (art. 820).</p><p>Mas, conforme o Código de Processo Civil:</p><p>Art. 388. A parte não é obrigada a depor sobre fatos:</p><p>I – criminosos ou torpes que lhe forem imputados;</p><p>II – a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo;</p><p>III – acerca dos quais não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, de seu</p><p>companheiro ou de parente em grau sucessível;</p><p>IV – que coloquem em perigo a vida do depoente ou das pessoas referidas no inciso III.</p><p>Parágrafo único. Esta disposição não se aplica às ações de estado e de família.</p><p>9.3. Prova documental</p><p>Devem ser produzidas no primeiro momento em que a parte se manifesta no processo,</p><p>sob pena de preclusão do direito de produzir essa prova, salvo se comprovar que não tinha</p><p>acesso à prova no momento da petição inicial ou contestação.</p><p>Conforme o art. 830 da CLT, o documento em cópia oferecido para prova poderá ser de-</p><p>clarado autêntico pelo próprio advogado,</p><p>sob sua responsabilidade pessoal. Impugnada a auten-</p><p>ticidade da cópia, a parte que a produziu será intimada para apresentar cópias devidamente</p><p>autenticadas ou o original, cabendo ao serventuário competente proceder à conferência e certi-</p><p>ficar a conformidade entre esses documentos.</p><p>Súm. n° 8 do TST: A juntada de documentos na fase recursal só se justifica quando pro-</p><p>vado o justo impedimento para sua oportuna apresentação ou se referir a fato posterior à</p><p>sentença.</p><p>Súm. n° 12 do TST: As anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do</p><p>empregado não geram presunção “juris et de jure”, mas apenas “juris tantum”.</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>30</p><p>9.4. Intérprete</p><p>Conforme o art. 819 da CLT, o depoimento das partes e testemunhas que não souberem</p><p>falar a língua nacional será feito por meio de intérprete nomeado pelo juiz ou presidente. Proce-</p><p>der-se-á da forma indicada, quando se tratar de surdo-mudo, ou de mudo que não saiba escrever</p><p>(§ 1º).</p><p>As despesas decorrentes do disposto neste artigo correrão por conta da parte sucum-</p><p>bente, salvo se beneficiária de justiça gratuita (§ 2°).</p><p>9.5. Testemunhas</p><p>Cada uma das partes não poderá indicar mais de três testemunhas, salvo quando se</p><p>tratar de inquérito, caso em que esse número poderá ser elevado a seis (art. 821 da CLT).</p><p>No procedimento sumaríssimo, o número de testemunhas é de duas para cada parte. E</p><p>só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente convidada, deixar de compa-</p><p>recer. Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá determinar sua imediata condu-</p><p>ção coercitiva.</p><p>Respira, não pira.... Olha o artigo!</p><p>Art. 825 da CLT. As testemunhas comparecerão a audiência independentemente de</p><p>notificação ou intimação.</p><p>Parágrafo único. As que não comparecerem serão intimadas, ex officio ou a requerimento</p><p>da parte, ficando sujeitas a condução coercitiva, além das penalidades do art. 730, caso,</p><p>sem motivo justificado, não atendam à intimação.</p><p>Também, conforme a CLT (art. 822), as testemunhas não poderão sofrer qualquer des-</p><p>conto pelas faltas ao serviço, ocasionadas pelo seu comparecimento para depor, quando devi-</p><p>damente arroladas ou convocadas.</p><p>Se a testemunha for funcionário civil ou militar, e tiver de depor em hora de serviço, será</p><p>requisitada ao chefe da repartição para comparecer à audiência marcada (art. 823).</p><p>O juiz ou presidente providenciará para que o depoimento de uma testemunha não</p><p>seja ouvido pelas demais que tenham de depor no processo (art. 824).</p><p>E conforme o art. 828 da CLT, toda testemunha, antes de prestar o compromisso legal,</p><p>será qualificada, indicando o nome, nacionalidade, profissão, idade, residência, e, quando em-</p><p>pregada, o tempo de serviço prestado ao empregador, ficando sujeita, em caso de falsidade, às</p><p>leis penais. Os depoimentos das testemunhas serão resumidos, por ocasião da audiência, pelo</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>31</p><p>secretário da Junta ou funcionário para esse fim designado, devendo a súmula ser assinada pelo</p><p>Presidente do Tribunal e pelos depoentes.</p><p>Respira, não pira.... Olha o artigo!</p><p>Art. 829 da CLT. A testemunha que for parente até o terceiro grau civil, amigo íntimo ou</p><p>inimigo de qualquer das partes, não prestará compromisso, e seu depoimento valerá como</p><p>simples informação.</p><p>E consoante o TST:</p><p>Súm. nº 357 TST: Não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando ou</p><p>de ter litigado contra o mesmo empregador.</p><p>9.6. Perícia</p><p>Segundo o art. 790-B da CLT, a responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais</p><p>é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia. Fique atento, pois o artigo original-</p><p>mente trazia que mesmo com JG o sucumbente teria que pagar os honorários com eventuais</p><p>créditos daquele processo ou mesmo em outro, mas isso foi declarado inconstitucional. Logo,</p><p>hoje, se o sucumbente tiver JG, a União ficará responsável. Ao fixar o valor dos honorários peri-</p><p>ciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça</p><p>do Trabalho (§ 1º).</p><p>O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais (§ 2°).</p><p>O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de perícias (§ 3°).</p><p>Nesse caso, caberá mandado de segurança:</p><p>OJ nº 98 da SDI-2: É ilegal a exigência de depósito prévio para custeio dos honorários</p><p>periciais, dada a incompatibilidade com o processo do trabalho, sendo cabível o mandado</p><p>de segurança visando à realização da perícia, independentemente do depósito.</p><p>Lembre-se!</p><p>Súm. n° 457 do TST: A União é responsável pelo pagamento dos honorários de perito</p><p>quando a parte sucumbente no objeto da perícia for beneficiária da assistência judiciária</p><p>gratuita, observado o procedimento disposto nos arts. 1°, 2° e 5° da Resolução n° 66/2010</p><p>do Conselho Superior da Justiça do Trabalho – CSJT.</p><p>Não confunda a responsabilidade pelos honorários periciais com a responsabilidade pelos</p><p>honorários do assistente técnico, pois, de acordo com a Súm. no 341 do TST, a indicação do</p><p>perito assistente é faculdade da parte, a qual deve responder pelos respectivos honorários, ainda</p><p>que vencedora no objeto da perícia.</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>32</p><p>Por fim, observe que:</p><p>Art. 195 da CLT. (...)</p><p>§ 2° Arguida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por</p><p>Sindicato em favor de grupo de associado, o juiz designará perito habilitado na forma</p><p>deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do</p><p>Trabalho.</p><p>OJ n° 165 da SDI-1: O art. 195 da CLT não faz qualquer distinção entre o médico e o</p><p>engenheiro para efeito de caracterização e classificação da insalubridade e periculosi-</p><p>dade, bastando para a elaboração do laudo seja o profissional devidamente qualificado.</p><p>10. Razões Finais, Sentença e Coisa Julgada</p><p>10.1. Alegações finais</p><p>Conforme o art. 850 da CLT, terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões fi-</p><p>nais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou</p><p>presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a deci-</p><p>são.</p><p>10.2. Acordo</p><p>O art. 764 da CLT dispõe que os dissídios individuais ou coletivos submetidos à aprecia-</p><p>ção da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação.</p><p>Para isso, os juízes e Tribunais do Trabalho empregarão sempre os seus bons ofícios e</p><p>persuasão no sentido de uma solução conciliatória dos conflitos (§ 1°).</p><p>1ª Fase | 42° Exame da OAB</p><p>Processo do Trabalho</p><p>33</p><p>Não havendo acordo, o juízo conciliatório converter-se-á obrigatoriamente em arbitral, pro-</p><p>ferindo decisão (§ 2°).</p><p>E é lícito às partes celebrar acordo que ponha termo ao processo, ainda mesmo depois</p><p>de encerrado o juízo conciliatório (§ 3°).</p><p>Também, segundo o art. 831 da CLT, a decisão será proferida depois de rejeitada pelas</p><p>partes a proposta de conciliação, sendo que no caso de conciliação, o termo que for lavrado</p><p>valerá como decisão irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe</p><p>forem devidas.</p><p>Assim, havendo acordo, este será lavrado como decisão irrecorrível, só podendo ser ata-</p><p>cado por ação rescisória, conforme dispõe a Súm. n° 259 do TST.</p><p>10.3. Sentença</p><p>O art. 832 da CLT determina que da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo</p><p>do pedido e da defesa, a apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva</p><p>conclusão.</p><p>Quando a decisão concluir pela procedência do pedido, determinará o prazo e as condi-</p><p>ções para o seu cumprimento (§ 1°).</p><p>A decisão mencionará sempre as custas que devam ser pagas pela parte vencida (§ 2º).</p><p>As decisões cognitivas ou homologatórias deverão sempre indicar a natureza jurídica das</p><p>parcelas constantes da condenação ou do acordo homologado, inclusive o limite de responsabi-</p><p>lidade de cada parte pelo recolhimento da contribuição previdenciária,</p>

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