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<p>Prof. José Renato de Castro Pessôa CONCRETO II – UESC Ref.: Curso de Concreto Armado – José Milton de Araújo 1</p><p>Aula 1 - Pré-dimensionamento do Projeto</p><p>Estrutural – Projeto Estrutural</p><p>Determinação das estimativas de cargas atuantes</p><p>nos elementos estruturais de edifícios</p><p>a) Cargas nas lajes</p><p>As lajes constituem elementos planos que suportam</p><p>cargas transversais que podem ser definidas por</p><p>unidade de área.</p><p>Normalmente, as lajes têm, em planta, forma retangular</p><p>de dimensões lx por ly (vãos teóricos), onde,</p><p>convencionalmente, adota-se lx ≤ ly.</p><p>A) Peso Próprio:</p><p>g1 = peso próprio (pp) = 25 h (h em m) = X kN/m2</p><p>B) Revestimento:</p><p>Da NBR 6120/2019, para revestimentos de pisos</p><p>residenciais e comerciais, com espessura de 5 cm e</p><p>peso específico ����� = 20��/�³, tem-se:</p><p>g2 = revestimento (rev) = 1 kN/m2</p><p>C) Enchimento:</p><p>Segundo a NBR 6120/2019, quando a laje for</p><p>rebaixada, o nivelamento necessita de material de</p><p>enchimento que, geralmente, é constituído de entulho</p><p>de obra cujo peso específico é da ordem de 15 kN/m3.</p><p>g3 = enchimento = 15 hench (hench em m) = X kN/m2.</p><p>D) Alvenaria:</p><p>Quando existir parede construída diretamente sobre a</p><p>laje, o seu peso pode ser considerado através de uma</p><p>carga distribuída equivalente aplicada sobre toda a</p><p>área da laje.</p><p>Como pode se ver na figura:</p><p>���� = ����(�� + ��)������</p><p>PD = pé direito</p><p>alv = 18 kN/m³ (tijolo maciço) e 13 kN/m³ (tijolo furado)</p><p>g4 = alvenaria direta sobre a laje = Gpar / (lx . ly) = X</p><p>kN/m2.</p><p>E) Carga Acidental:</p><p>Definidas na NBR 6120/2019.</p><p>q = carga acidental sobre a laje = X kN/m2</p><p>Tem-se, assim, atuando sobre as lajes a carga</p><p>permanente total (gk)= g1 + g2 + g3 + g4 e a carga</p><p>acidental (qk).</p><p>Pode-se adotar a seguinte disposição prática para o</p><p>levantamento da carga total atuando sobre a laje pk = gk</p><p>+ qk com a construção da seguinte tabela:</p><p>A figura a seguir mostra um esquema estrutural onde</p><p>se tem:</p><p>- 3 lajes, 5 vigas e 4 pilares.</p><p>- L1 em balanço que recebe um parapeito periférico em</p><p>alvenaria de 1,2 m de altura de 15 cm de espessura.</p><p>- L2 com duas paredes de alvenaria de 15 cm de</p><p>espessura.</p><p>Prof. José Renato de Castro Pessôa CONCRETO II – UESC Ref.: Curso de Concreto Armado – José Milton de Araújo 2</p><p>- L3 com rebaixo de 25 cm.</p><p>- As vigas suportam paredes de alvenaria de 25 cm,</p><p>exceto a V4 com parede de 15 cm.</p><p>- As alvenarias são de tijolo maciço com alv = 16 kN/m3.</p><p>(Pé direito = 3 m)</p><p>A tabela seguinte apresenta as cargas sobre as lajes,</p><p>bem como, as suas diversas parcelas. (cargas em</p><p>kN/m).</p><p>Exercício 1:</p><p>Apresentar uma memória de cálculo com todos os</p><p>cálculos para se chegar aos resultados</p><p>apresentados no quadro (cargas nas lajes), ou seja:</p><p>Cálculo para g, q e p.</p><p>b) Cargas nas vigas</p><p>Normalmente, as cargas atuantes nas vigas são</p><p>constituídas de cargas distribuídas (por unidade de</p><p>comprimento da viga).</p><p>Eventualmente, pode-se ter cargas concentradas que</p><p>correspondem às reações de outras vigas apoiadas</p><p>(apoio indireto).</p><p>As cargas distribuídas podem ser compostas de 3</p><p>parcelas:</p><p>g1 = peso próprio da viga = 25 bw h (kN/m).</p><p>g2 = peso da alvenaria = ealv (PD - h) alv</p><p>alv = 18 kN/m³ em bloco cerâmico maciço e 14 kN/m³</p><p>em bloco cerâmico vazado com parede maciça.</p><p>Usualmente, desprezam-se os vazios correspondentes</p><p>a portas e janelas.</p><p>Em situações particulares (por exemplo, na presença</p><p>de uma grande janela de acesso à sacada ocupando</p><p>quase todo o vão da parede), pode-se descontar os</p><p>Prof. José Renato de Castro Pessôa CONCRETO II – UESC Ref.: Curso de Concreto Armado – José Milton de Araújo 3</p><p>vazios, adicionando-se, contudo, o peso das</p><p>esquadrias.</p><p>g3 = reações das lajes</p><p>Estas reações podem ser estimadas através do</p><p>método das charneiras plásticas onde, por</p><p>exemplo, a carga atuante numa laje retangular com</p><p>bordos livres é subdividida em quatro partes</p><p>proporcionais às áreas de 2 triângulos e 2 trapézios</p><p>como mostrado na figura a seguir.</p><p>A parcela referente a cada figura é aplicada como carga</p><p>distribuída uniforme sobre a vigas de apoio daquele</p><p>bordo da laje.</p><p>As parcelas correspondentes aos triângulos estarão</p><p>sobre as vigas de apoio dos bordos menores da laje, e</p><p>as dos trapézios sobre os bordos maiores.</p><p>De acordo com a figura mostrada (laje com bordos</p><p>livres), para a carga total p = g+q atuando sobre a laje,</p><p>tem-se:</p><p>�� =</p><p>��. ��</p><p>2 × 2</p><p>∙</p><p>�</p><p>��</p><p>=</p><p>���</p><p>4</p><p>�� =</p><p>�� + �� − ��</p><p>2</p><p>∙</p><p>��</p><p>2</p><p>∙</p><p>�</p><p>��</p><p>�� =</p><p>���</p><p>4</p><p>�2 −</p><p>��</p><p>��</p><p>�</p><p>�� = �� �2 −</p><p>��</p><p>��</p><p>�</p><p>As reações das lajes, (g + q), são:</p><p>g = reação da carga permanente da laje;</p><p>q = reação da carga acidental que atua sobre a laje.</p><p>Para o exemplo anterior, tem-se:</p><p>peso próprio da viga:</p><p>�� = 25��ℎ = �</p><p>25 . 0,12 . 0,50 = 1,50 ��/� − �� � ��</p><p>25 . 0,12 . 0,45 = 1,35 ��/� − �� � ��</p><p>Admitindo-se que as paredes sejam de tijolo maciço, as</p><p>externas com 25 cm e as internas com 15 cm, tem-se:</p><p>peso da alvenaria:</p><p>�� = ����(�� − ℎ)����</p><p>�� = �</p><p>0,25 . (3,0 − 0,50) . 16 = 10,0 ��/� − �� � ��</p><p>0,25 . (3,0 − 0,45) . 16 = 10,2 ��/� − �� � ��</p><p>0,15 . (3,0 − 0,45) . 16 = 6,12 ��/� − ��</p><p>As reações das lajes px e py valem:</p><p>(*)a laje é em balanço, e o seu vão definido como lx;</p><p>(**)por tratar-se de laje em balanço, a reação é dada</p><p>por</p><p>����� = 11,05 . 1,26 = 13,92 ��/�</p><p>A seguir, estão esquematizadas as cargas atuantes nas</p><p>vigas V1 e V4. Notar que as três lajes foram</p><p>consideradas com bordos livres para o cálculo desses</p><p>esforços das lajes nas vigas 1 e 4, a título de exemplo.</p><p>Prof. José Renato de Castro Pessôa CONCRETO II – UESC Ref.: Curso de Concreto Armado – José Milton de Araújo 4</p><p>No entanto, as condições de vínculo da laje devem ser</p><p>consideradas na estimativa das reações da laje,</p><p>conforme ilustra a figura.</p><p>Conforme mostra essa figura, a cada lado da laje</p><p>corresponde uma área carregada.</p><p>A reação (carga distribuída) é obtida, dividindo-se a</p><p>resultante de carga sobre esta área pelo respectivo</p><p>comprimento do lado.</p><p>Observar na figura que dois bordos livres originam um</p><p>ângulo de 450 enquanto um bordo livre e outro</p><p>engastado originam um ângulo de 600 com o lado</p><p>engastado.</p><p>Resultam, assim, as reações:</p><p>px1, px2, py1, py2.</p><p>Exercício 2:</p><p>Apresentar uma memória de cálculo com todos os</p><p>cálculos para se chegar aos resultados</p><p>apresentados no quadro (cargas nas vigas),</p><p>referentes as vigas V1 e V4 utilizando o método</p><p>simplificado das charneiras plásticas.</p><p>c) Cargas nos pilares</p><p>As cargas nos pilares são obtidas somando-se as</p><p>reações das vigas neles apoiadas e outras cargas</p><p>concentradas isoladas.</p><p>Pré-Dimensionamento do projeto estrutural</p><p>De maneira geral, uma construção é concebida para</p><p>atender a determinadas finalidades.</p><p>A sua implantação envolve a utilização dos mais</p><p>diversos materiais: o concreto armado, as alvenarias de</p><p>tijolos ou blocos, as esquadrias metálicas e de madeira,</p><p>os revestimentos, o telhado, as instalações elétricas e</p><p>hidráulicas, etc.</p><p>No Projeto de Arquitetura são considerados aspectos</p><p>ligados à estética e à funcionalidade de uso.</p><p>No Projeto de Estrutura são considerados aspectos</p><p>relativos à segurança da edificação.</p><p>No Projeto de Instalações são considerados aspectos</p><p>relativos à instalação elétrica, hidráulica, incêndio, etc.</p><p>O projeto estrutural de edifícios consiste,</p><p>resumidamente, nas seguintes etapas:</p><p>a) concepção do sistema estrutural (horizontal e</p><p>vertical) do edifício, juntamente com o pré-</p><p>dimensionamento das dimensões dos elementos;</p><p>b) determinação e análise dos deslocamentos e</p><p>esforços solicitantes da estrutura, considerando-se</p><p>obrigatoriamente os efeitos da ação do vento;</p><p>c) dimensionamento e detalhamento das armaduras e</p><p>desenhos finais.</p><p>Nos últimos anos ocorreu um grande avanço no</p><p>desenvolvimento de sistemas computacionais para a</p><p>execução</p><p>do projeto estrutural. Hoje praticamente a</p><p>totalidade dos projetos são desenvolvidos por meio</p><p>desses sistemas.</p><p>Piso Elementar</p><p>Composto de uma laje, quatro vigas e quatro pilares.</p><p>Concepção Estrutural</p><p>A estrutura é composta por:</p><p>a) elementos lineares (vigas e pilares);</p><p>b) elementos bidimensionais (lajes);</p><p>c) elementos tridimensionais (blocos de coroamento de</p><p>estacas e sapatas).</p><p>Prof. José Renato de Castro Pessôa CONCRETO II – UESC Ref.: Curso de Concreto Armado – José Milton de Araújo 5</p><p>A concepção estrutural consiste no estabelecimento de</p><p>um arranjo adequado dos vários elementos estruturais,</p><p>de modo a assegurar que o mesmo possa atender às</p><p>finalidades para as quais ele foi projetado.</p><p>Consiste em atender simultaneamente, sempre que</p><p>possível, aos seguintes aspectos:</p><p>a) segurança;</p><p>b) economia (custo e durabilidade);</p><p>c) aspectos relativos ao projeto arquitetônico (estética</p><p>e funcionalidade).</p><p>Escolha de um partido estrutural</p><p>A escolha da estrutura de um edifício de vários andares</p><p>começa pelo pavimento tipo.</p><p>Fixa-se a posição das vigas e pilares neste pavimento</p><p>que em geral é repetido várias vezes no projeto de</p><p>edifícios de vários andares.</p><p>Fixada essa estrutura, verifica-se se a posição de seus</p><p>pilares pode ser mantida nos outros pavimentos.</p><p>Se isso for possível, os outros andares terão estruturas</p><p>independentes, apoiadas em pilares cujas posições</p><p>coincidem com as do pavimento tipo.</p><p>Quando os pilares projetados para os pavimentos tipos</p><p>não podem ter sua posição mantida nos outros</p><p>pavimentos, é necessário estudar posições novas que</p><p>possam satisfazer às plantas de alvenaria de todos os</p><p>pavimentos.</p><p>É necessário que não haja pilares não coincidentes</p><p>com as paredes nem aparecendo nos compartimentos,</p><p>ou atravessando portas ou janelas.</p><p>No andar térreo, se trata-se de loja ou pilotis (conjunto</p><p>de colunas que sustentam uma obra e, ao mesmo</p><p>tempo, deixam o pavimento térreo livre), é preciso</p><p>também buscar uma solução estética.</p><p>Quando o prédio é dotado de garagem, é preciso</p><p>verificar se os pilares projetados não prejudicam o</p><p>trânsito e o estacionamento de automóveis.</p><p>Tudo isto muitas vezes se transforma em um</p><p>verdadeiro “quebra cabeças” que terá que ser resolvido</p><p>da melhor maneira possível, exigindo muita arte e</p><p>experiência do projetista.</p><p>Diretrizes gerais</p><p>a) atender às condições estéticas definidas no projeto</p><p>arquitetônico.</p><p>Como, em geral, nos edifícios correntes, a estrutura é</p><p>revestida, procura-se embutir as vigas e os pilares nas</p><p>alvenarias.</p><p>b) o posicionamento dos elementos estruturais na</p><p>estrutura da construção pode ser feito com base no</p><p>comportamento primário dos mesmos.</p><p>As lajes são posicionadas nos pisos dos</p><p>compartimentos para transferir as cargas dos mesmos</p><p>para as vigas de apoio.</p><p>As vigas são utilizadas para transferir as reações das</p><p>lajes, juntamente com o peso das alvenarias, para os</p><p>pilares de apoio (ou, eventualmente, outras vigas),</p><p>vencendo os vãos entre os mesmos.</p><p>Os pilares são utilizados para transferir as cargas das</p><p>vigas para as fundações.</p><p>c) a transferência de cargas deve ser a mais direta</p><p>possível.</p><p>Deve-se evitar, na medida do possível, a utilização de</p><p>apoio de vigas importantes sobre outras vigas</p><p>(chamadas apoios indiretos), bem como, o apoio de</p><p>pilares em vigas (chamadas vigas de transição).</p><p>d) os elementos estruturais devem ser os mais</p><p>uniformes possíveis, quanto à geometria e quanto às</p><p>solicitações.</p><p>As vigas devem, em princípio, apresentar vãos</p><p>comparáveis entre si.</p><p>e) as dimensões contínuas da estrutura, em planta,</p><p>devem ser, em princípio, limitadas a cerca de 30 m para</p><p>minimizar os efeitos da variação de temperatura</p><p>ambiente e da retração do concreto.</p><p>Em construções com dimensões em planta acima de 30</p><p>m, é desejável a utilização de juntas estruturais ou</p><p>juntas de separação que decompõem a estrutura</p><p>original, em um conjunto de estruturas independentes</p><p>entre si, que minimizam estes efeitos.</p><p>f) a construção está sujeita a ações (por exemplo o</p><p>efeito do vento) que acarretam solicitações nos planos</p><p>verticais da estrutura.</p><p>Estas solicitações são, normalmente, resistidas por</p><p>“pórticos planos”, ortogonais entre si, os quais devem</p><p>apresentar resistência e rigidez adequadas. (Estrutura</p><p>de contraventamento).</p><p>Para isso, é importante a orientação criteriosa das</p><p>seções transversais dos pilares.</p><p>Prof. José Renato de Castro Pessôa CONCRETO II – UESC Ref.: Curso de Concreto Armado – José Milton de Araújo 6</p><p>Pré-dimensionamento da estrutura</p><p>A estrutura adequada que irá proporcionar a</p><p>estabilidade global da construção, em geral, é</p><p>conseguida através da imposição de uma rigidez</p><p>mínima às seções transversais dos pilares.</p><p>Assim, se pré-dimensiona a estrutura através da</p><p>experiência do projetista.</p><p>Pré-dimensionamento dos elementos estruturais</p><p>Aqui são apresentadas algumas orientações para se</p><p>pré-dimensionar uma estrutura, ressaltando que se</p><p>trata de um pré-dimensionamento baseado na</p><p>experiência profissional.</p><p>O pré-dimensionamento não exclui a necessidade</p><p>de verificação posterior das dimensões arbitradas</p><p>para os elementos.</p><p>a) Lajes</p><p>São, normalmente, de forma retangular de lados</p><p>x e y ≥ x (vãos teóricos correspondentes às distâncias</p><p>entre os eixos das vigas opostas de apoio da laje).</p><p>Os tipos usuais são: maciça, cogumelo, nervurada e</p><p>mista (aqui incluída a laje de vigotas pré-moldadas).</p><p>Apresentam-se, a seguir, as regras para as lajes</p><p>maciças usuais de edifícios sujeitas a cargas</p><p>distribuídas uniformes.</p><p>A espessura da laje (h) pode ser estimada em</p><p>h ≅ 2,5% x.</p><p>A NBR 6118/2023 recomenda a adoção de espessuras</p><p>mínimas em função do uso da laje:</p><p>- 7 cm para lajes de cobertura não em balanço;</p><p>- 8 cm para lajes de pisos não em balanço;</p><p>- 10 cm para lajes em balanço;</p><p>-10 cm para lajes que suportem veículos de peso total</p><p>menor ou igual a 30 kN;</p><p>- 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total</p><p>maior que 30 kN;</p><p>- 15 cm para lajes com protensão apoiadas em vigas,</p><p>com o mínimo de</p><p>�</p><p>��</p><p>para lajes de piso biapoiadas e</p><p>�</p><p>��</p><p>para lajes de piso contínuas;</p><p>- 16 cm para lajes lisas e 14 cm para lajes-cogumelo,</p><p>fora o capitel.</p><p>Essas espessuras mínimas sugerem vãos mínimos.</p><p>Assim, para lajes maciças de cobertura não em balanço</p><p>onde a espessura mínima é de 7cm, tem-se, em</p><p>princípio, x ≥ 0,07 / 0,025 = 2,8 m.</p><p>Costuma-se adotar espessuras inteiras em cm (7 cm, 8</p><p>cm, etc.).</p><p>As lajes maciças podem ser ainda: normais ou</p><p>rebaixadas (com opção para o emprego de forro falso e</p><p>laje normal).</p><p>Para as lajes da figura a seguir, tem-se:</p><p>Laje L2:</p><p>x = 123 + 12 = 135 cm (o menor dos lados)</p><p>y = 378 + 12 = 390 cm</p><p>h ≅ (2,5%) x = 0,025 x135 = 3,4 cm → 7 cm (piso).</p><p>Laje L3:</p><p>x = 213 + 12 = 225 cm (o menor dos lados)</p><p>y = 378 + 12 = 390 cm</p><p>h ≅ (2,5%) x = 0,025 x 225 = 5,6 cm → 7 cm (cobertura).</p><p>Prof. José Renato de Castro Pessôa CONCRETO II – UESC Ref.: Curso de Concreto Armado – José Milton de Araújo 7</p><p>b) Vigas</p><p>São, normalmente, de seção transversal retangular</p><p>(bw x h) e posicionadas sob as paredes, as quais</p><p>suportam.</p><p>Em geral, a espessura da viga (bw) fica embutida na</p><p>parede.</p><p>Assim, tem-se a espessura bw descontando-se as</p><p>espessuras de revestimento (crev da ordem de 0,5 cm a</p><p>1,5 cm) da espessura da parede acabada (ealv).</p><p>bw = ealv - 2 crev</p><p>Normalmente, os tijolos cerâmicos e os blocos de</p><p>concreto têm espessuras (etij) de 9 cm, 14 cm e 19 cm</p><p>(ealv = etij + 2 crev).</p><p>A figura mostra a seção de viga embutida na alvenaria.</p><p>A altura (h) da seção transversal da viga pode ser</p><p>estimada em (l /10) a (l / 25), onde l é o vão da viga</p><p>(normalmente, igual a distância entre os eixos dos</p><p>pilares de apoio).</p><p>Nas vigas contínuas de vãos comparáveis (relação</p><p>entre vãos adjacentes entre 2/3 e 3/2), costuma-se</p><p>adotar altura única estimada através</p><p>do vão médio l.</p><p>No caso de vãos muito diferentes entre si, deve-se</p><p>adotar altura própria para cada vão como se fossem</p><p>independentes.</p><p>No caso de apoios indiretos (viga apoiada em outra</p><p>viga), recomenda-se que a viga apoiada tenha altura</p><p>menor ou igual ao da viga de apoio.</p><p>Podem ser adotadas alturas múltiplas de 5 cm, com um</p><p>mínimo de 25 cm.</p><p>A altura mínima induz a utilização de vãos ≥ 2,5 m.</p><p>Em geral, não devem ser utilizados vãos superiores a 6</p><p>m, face aos valores usuais de pé direito (em torno de</p><p>2,8 m) que permitem espaço disponível, para a altura</p><p>da viga, em torno de 60 cm.</p><p>As vigas podem ser normais ou invertidas, conforme a</p><p>posição da sua alma em relação à laje.</p><p>A figura mostra a V106 invertida.</p><p>c) Pilares</p><p>São, normalmente, de seção retangular posicionados</p><p>nos cruzamentos das vigas, permitindo apoio direto das</p><p>mesmas, e nos cantos da estrutura da edificação.</p><p>Prof. José Renato de Castro Pessôa CONCRETO II – UESC Ref.: Curso de Concreto Armado – José Milton de Araújo 8</p><p>Os espaçamentos dos pilares constituem os vãos das</p><p>vigas, resultando, em geral, valores entre 2,5m a 6m.</p><p>No posicionamento dos pilares, devem ser</p><p>compatibilizados os diversos pisos, procurando manter</p><p>a continuidade vertical dos mesmos até a fundação de</p><p>modo a se evitar, o quanto possível, a utilização de</p><p>vigas de transição (pilar apoiado em viga).</p><p>A seção transversal de pilares e pilares-parede</p><p>maciços, qualquer que seja a sua forma, não pode</p><p>apresentar dimensão menor que 19 cm.</p><p>Em casos especiais, permite-se a consideração de</p><p>dimensões entre 19 cm e 14 cm, desde que se</p><p>multipliquem os esforços solicitantes de cálculo a</p><p>serem considerados no dimensionamento por um</p><p>coeficiente adicional ��.</p><p>�� = 1,95 − 0,05�</p><p>Onde b é a menor dimensão da seção transversal do</p><p>pilar.</p><p>Em qualquer caso, não se permite pilar com seção</p><p>transversal de área inferior a Ac = 360 cm²</p><p>Para efeito de pré-dimensionamento, a área da seção</p><p>transversal Ac pode ser pré-dimensionada através da</p><p>carga total (Ptot) prevista para o pilar.</p><p>Esta carga pode ser estimada através da área de</p><p>influência total do pilar em questão, Atot.</p><p>No caso de andares-tipo, ela equivale à área de</p><p>influência em um andar multiplicada pelo número de</p><p>andares existentes acima do lance considerado.</p><p>A carga total média em edifícios (pméd) varia de 10</p><p>kN/m2 a 12 kN/m2.</p><p>Portanto, tem-se: Ptot = Atot x pmed</p><p>Como uma estimativa a resistência admissível do</p><p>concreto (σadm) pode variar entre 1 kN/cm2 a 1,5</p><p>kN/cm2.</p><p>Assim, Ac = Ptot / σadm.</p><p>A partir de Ac tem-se as dimensões da seção</p><p>transversal do pilar.</p><p>Como exemplo, considere-se o pilar P5:</p><p>área de influência no andar tipo = 3 x 3 m</p><p>número de andares = 10</p><p>Prof. José Renato de Castro Pessôa CONCRETO II – UESC Ref.: Curso de Concreto Armado – José Milton de Araújo 9</p><p>carga média de piso: pmed = 10 kN/m2</p><p>σadm= 1 kN/cm2</p><p>seção retangular com b = 20 cm</p><p>Tem-se:</p><p>Atot = 10 x (3 x 3) = 90 m²</p><p>Ptot = Atot x pmed = 90 x 10 = 900 kN</p><p>Ac = Ptot / σadm = 900 / 1,0 = 900 cm2</p><p>h = Ac / b = 900 / 20 = 45 cm.</p><p>A seção do pilar deve ser mantida constante ao longo</p><p>de um lance (entre pisos consecutivos) e pode variar ao</p><p>longo de sua altura total.</p><p>Esta variação pode ser feita a cada grupo de 2 ou 3</p><p>andares.</p><p>Quando, por qualquer motivo, a seção for mantida</p><p>constante ao longo da altura total, ela pode ser pré-</p><p>dimensionada no ponto mais carregado, adotando-se</p><p>σadm em torno de 1,3 kN/cm2.</p><p>Em princípio, adotam-se para as dimensões do pilar,</p><p>múltiplos de 5 cm (20 cm, 25 cm, etc.).</p><p>As seções dos pilares devem ser posicionadas de</p><p>modo a resistir aos esforços horizontais (provocados,</p><p>por exemplo, pelo vento, temperatura, etc.) e a garantir</p><p>uma rigidez horizontal adequada, principalmente,</p><p>contra a instabilidade global da construção.</p><p>Particularmente, em edifícios altos, recomenda-se a</p><p>utilização de alguns pilares com a função de garantir a</p><p>estabilidade da estrutura.</p><p>Estes constituem os pilares de contraventamento.</p><p>O Projeto Estrutural</p><p>É o resultado gráfico da concepção estrutural</p><p>imaginada.</p><p>Convém identificar todos os elementos estruturais</p><p>envolvidos.</p><p>Nessas condições:</p><p>a) as lajes são representadas pela letra L com índice</p><p>numérico sequencial e ordenado de modo a facilitar a</p><p>sua localização;</p><p>b) as vigas, de modo análogo, são representadas pela</p><p>letra V;</p><p>c) os pilares, de modo análogo, são representados pela</p><p>letra P.</p><p>O projeto estrutural deve proporcionar as informações</p><p>necessárias para a execução da estrutura, sendo</p><p>constituído por desenhos, especificações e critérios de</p><p>projeto.</p><p>A representação gráfica da estrutura é feita por meio de</p><p>plantas como a de formas e a de armação.</p><p>As plantas de formas definem completamente as</p><p>características geométricas da estrutura.</p><p>As diretrizes específicas para a elaboração destas</p><p>plantas são:</p><p>a) locação da estrutura</p><p>A locação consiste na definição de eixos de referência,</p><p>principais e secundários, em relação aos quais a</p><p>estrutura se posicionará observando, rigorosamente, as</p><p>medidas prescritas no projeto arquitetônico.</p><p>Os eixos de locação da estrutura são, em geral, eixos</p><p>característicos da construção e as divisas do terreno</p><p>onde a mesma será implantada.</p><p>Isto permitirá que, pronta a estrutura, as vedações e os</p><p>acabamentos da construção possam ser implantados</p><p>Prof. José Renato de Castro Pessôa CONCRETO II – UESC Ref.: Curso de Concreto Armado – José Milton de Araújo 10</p><p>exatamente nos locais previstos no projeto</p><p>arquitetônico.</p><p>b) definição dos elementos estruturais</p><p>Com base no lançamento da estrutura são detalhados</p><p>todos os elementos estruturais.</p><p>c) cortes característicos</p><p>Na elaboração das plantas de formas, é importante que</p><p>sejam bem definidas as posições relativas das lajes,</p><p>vigas e pilares.</p><p>Nesta fase são elaborados cortes que mostram a</p><p>existência de lajes rebaixadas e vigas invertidas.</p><p>d) dimensões</p><p>Deverão constar das plantas de formas todas as</p><p>dimensões necessárias para a localização da estrutura</p><p>e as dimensões relativas aos elementos estruturais</p><p>quais sejam:</p><p>d.1) distâncias entre eixos de locação e entre esses e</p><p>as divisas do terreno;</p><p>d.2) espessuras das lajes;</p><p>d.3) dimensões das seções transversais das vigas;</p><p>d.4) dimensões das seções transversais dos pilares.</p><p>O projeto estrutural pode ser conferido por um</p><p>profissional habilitado, de responsabilidade do</p><p>contratante.</p><p>A conferência ou avaliação da conformidade do projeto</p><p>deve ser realizada antes da fase de construção e, de</p><p>preferência, simultaneamente com o projeto, como</p><p>condição essencial para que os resultados da</p><p>conferência se tornem efetivos e possam ser</p><p>aproveitados.</p><p>Na seção 25 da NBR 6118 encontram-se os critérios de</p><p>aceitação do projeto, do recebimento do concreto e do</p><p>aço, manual de utilização, inspeção e manutenção.</p><p>O projeto estrutural deve proporcionar as informações</p><p>necessárias para a execução da estrutura, sendo</p><p>constituído por plantas, especificações e critérios de</p><p>projeto.</p><p>A seguir são mostradas plantas de forma, locação,</p><p>armaduras, legenda e perspectiva 3D de edifícios.</p><p>Plantas de Forma</p><p>Prof. José Renato de Castro Pessôa CONCRETO II – UESC Ref.: Curso de Concreto Armado – José Milton de Araújo 11</p><p>Plantas de Locação</p><p>Plantas de Armação</p><p>As plantas de armação definem inteiramente as</p><p>armaduras a serem utilizadas nos elementos</p><p>estruturais de concreto armado.</p><p>As diretrizes para a elaboração destas plantas são:</p><p>a) identificação individual das barras que compõem as</p><p>armaduras;</p><p>b) definição das bitolas, formas e comprimentos das</p><p>barras;</p><p>c) definição do posicionamento das barras nas seções</p><p>transversais dos elementos estruturais.</p><p>Deverá constar das plantas de armação o cálculo das</p><p>quantidades</p><p>de aço e concreto empregadas.</p><p>A seguir são apresentados exemplos de plantas de</p><p>armaduras para lajes, vigas e pilares.</p><p>Prof. José Renato de Castro Pessôa CONCRETO II – UESC Ref.: Curso de Concreto Armado – José Milton de Araújo 12</p><p>Armadura positiva para lajes.</p><p>Armadura negativa para lajes</p><p>Armadura para viga</p><p>Prof. José Renato de Castro Pessôa CONCRETO II – UESC Ref.: Curso de Concreto Armado – José Milton de Araújo 13</p><p>Armadura para pilar</p><p>Prof. José Renato de Castro Pessôa CONCRETO II – UESC Ref.: Curso de Concreto Armado – José Milton de Araújo 14</p><p>Armadura para uma sapata</p><p>Relação de Aço ou Lista de Ferros</p><p>Prof. José Renato de Castro Pessôa CONCRETO II – UESC Ref.: Curso de Concreto Armado – José Milton de Araújo 15</p><p>Prof. José Renato de Castro Pessôa CONCRETO II – UESC Ref.: Curso de Concreto Armado – José Milton de Araújo 16</p><p>Pranchas de um projeto de estrutura</p><p>Prof. José Renato de Castro Pessôa CONCRETO II – UESC Ref.: Curso de Concreto Armado – José Milton de Araújo 17</p><p>Prof. José Renato de Castro Pessôa CONCRETO II – UESC Ref.: Curso de Concreto Armado – José Milton de Araújo 18</p><p>Prof. José Renato de Castro Pessôa CONCRETO II – UESC Ref.: Curso de Concreto Armado – José Milton de Araújo 19</p><p>Legenda e informações de projeto</p><p>- ESPECIFICAÇÕES DO CONCRETO</p><p>- RESISTÊNCIA fCK ≥ 25 Mpa</p><p>- MÓDULO DE DEFORMAÇÃO: Ec > 28 GPa (NÍVEL DE TENSÃO 40% D0 fck)</p><p>- FATOR ÁGUA/CIMENTO A/C = 0,57</p><p>OBSERVAÇÕES:</p><p>- É IMPORTANTE E OBRIGATÓRIO RESPEITAR OS COBRIMENTOS DAS ARMADURAS</p><p>UTILIZANDO PASTILHAS DE CONCRETO OU PLÁSTICO.</p><p>- PARA ESTRUTURAS É NORMAL E IMPORTANTE O CONTROLE TECNOLÓGICO DOS</p><p>MATERIAIS AÇO E CONCRETO, CONSULTE NORMAS TÉCNICAS.</p><p>- É IMPORTANTE A CURA ÚMIDA DO CONCRETO NO MÍNIMO POR 7 DIAS.</p><p>- CASO SEJA NECESSÁRIO JUNTA DE CONCRETAGEM, ELAS DEVERÃO RECEBER</p><p>APICOAMENTO MANUAL, LAVADAS E SATURADAS SEM EMPOÇAMENTO 2 HORAS ANTES</p><p>DA NOVA CONCRETAGEM.</p><p>- ESPESSURAS DAS LAJES NERVURADAS h=25cm.</p><p>- EXECUTAR VERGAS E CONTRA VERGAS NAS JANELAS E PORTAS.</p><p>- ALVENARIA EM BLOCO CERÂMICO (19X19/39).</p><p>- SOBRECARGA NAS LAJES 300 kgf/m².</p><p>- REVESTIMENTO 100 kgf/m².</p><p>- FOLHA DO PISO DO 1º SUBSOLO VER FOLHA C-03.</p><p>NASCE</p><p>SEGUE</p><p>MORRE</p><p>SEÇÃO</p><p>Prof. José Renato de Castro Pessôa CONCRETO II – UESC Ref.: Curso de Concreto Armado – José Milton de Araújo 20</p><p>Desenho 3D da Estrutura</p>

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