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<p>Professora Me. Gislaine Cardoso de Souza Fiaes</p><p>ANATOMIA HUMANA</p><p>BÁSICA</p><p>REITORIA Prof. Me. Gilmar de Oliveira</p><p>DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Prof. Me. Renato Valença</p><p>DIREÇÃO DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Me. Daniel de Lima</p><p>DIREÇÃO DE ENSINO EAD Profa. Dra. Giani Andrea Linde Colauto</p><p>DIREÇÃO FINANCEIRA Eduardo Luiz Campano Santini</p><p>DIREÇÃO FINANCEIRA EAD Guilherme Esquivel</p><p>COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Profa. Ma. Luciana Moraes</p><p>COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo</p><p>COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Profa. Ma. Luciana Moraes</p><p>COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Me. Jeferson de Souza Sá</p><p>COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal</p><p>COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO E PROCESSOS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento</p><p>COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EAD Profa. Ma. Sônia Maria Crivelli Mataruco</p><p>COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS Luiz Fernando Freitas</p><p>REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling</p><p>Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante</p><p>Caroline da Silva Marques</p><p>Eduardo Alves de Oliveira</p><p>Jéssica Eugênio Azevedo</p><p>Marcelino Fernando Rodrigues Santos</p><p>PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruna de Lima Ramos</p><p>Hugo Batalhoti Morangueira</p><p>Vitor Amaral Poltronieri</p><p>ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz</p><p>DE VÍDEO Carlos Firmino de Oliveira</p><p>Carlos Henrique Moraes dos Anjos</p><p>Kauê Berto</p><p>Pedro Vinícius de Lima Machado</p><p>Thassiane da Silva Jacinto</p><p>FICHA CATALOGRÁFICA</p><p>Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP</p><p>F442a Fiaes, Gislaine Cardoso de Souza</p><p>Anatomia humana básica. Paranavaí:EduFatecie, 2023.</p><p>116 p. : il. Color.</p><p>1. Anatomia humana. 2. Sistema nervoso. 3. Sistema</p><p>musculoesquelético. I. Centro Universitário UniFatecie.</p><p>II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título.</p><p>CDD : 23 ed. 611</p><p>Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577</p><p>As imagens utilizadas neste material didático</p><p>são oriundas dos bancos de imagens</p><p>Shutterstock .</p><p>2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.</p><p>O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva</p><p>dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da</p><p>obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la</p><p>de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.</p><p>https://www.shutterstock.com/pt/</p><p>3</p><p>AUTORA</p><p>Professora Me. Gislaine Cardoso de Souza Fiaes</p><p>● Mestre em Ciências Farmacêuticas (Universidade Estadual de Maringá)</p><p>● Bacharel em Farmácia Generalista (UniCesumar).</p><p>● Especialista em Farmacologia Aplicada à Terapêutica (Universidade Estadual de</p><p>Maringá).</p><p>● Docente do curso de Farmácia e Estética e Cosmética - (Universidade Paranaense</p><p>- Unipar). Com experiência docente de 3 anos ministrando a disciplina de Anatomia</p><p>Humana.</p><p>● Link do Currículo na Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/8017598356774912</p><p>4</p><p>APRESENTAÇÃO DO MATERIAL</p><p>Seja muito bem-vindo(a) à disciplina de Anatomia Humana!</p><p>Prezado(a) aluno(a), a partir de agora estamos iniciando uma jornada</p><p>que trilharemos juntos em busca da aquisição de novos conhecimentos. Neta</p><p>disciplina construiremos um arsenal de conhecimento a respeito das estruturas e</p><p>organização do corpo humano. O interesse sobre o conhecimento detalhado do corpo</p><p>humano começou a receber atenção no final do século XX, através da dedicação de</p><p>pesquisadores que tornou possível desvendar a forma e estrutura do corpo humano.</p><p>Na unidade I iniciaremos nosso estudo a partir da introdução ao estudo da</p><p>anatomia humana através da definição, terminologia anatômica e planos de secção do</p><p>corpo humano que fornecerá embasamento para a compreensão dos tópicos seguintes.</p><p>Posteriormente, iniciaremos o estudo do aparelho locomotor através do estudo de três</p><p>sistemas: esquelético, articular e muscular. A respeito do sistema esquelético será</p><p>abordado, suas funções, composição, formatos e classificações. O sistema articular</p><p>estudaremos a definição e as classificações articulares. E finalizamos, estudando o</p><p>sistema muscular que é tão complexo e fascinante ao mesmo tempo, mas veremos de</p><p>maneira simples e de fácil entendimento as funções e classificações musculares.</p><p>Na unidade II abrange o estudo do sistema circulatório que consiste no estudo</p><p>do sistema cardiovascular que envolve a compreensão das estruturas do coração, e</p><p>vasos sanguíneos como as artérias que levam às células o sangue arterial e as veias</p><p>que transportam o sangue venoso de volta para o coração. Sobre o sistema linfático, será</p><p>abordado sua função e a identificação dos órgãos linfáticos.</p><p>Na sequência, será apresentado o sistema respiratório, com todas as suas</p><p>estruturas anatômicas que viabilizam o processo de troca gasosa.</p><p>A unidade III abordará o fascinante tópico relacionado ao sistema nervoso central</p><p>e periférico, apresentando o tecido nervoso, as funções e descrição das estruturas</p><p>anatômicas. Finalizaremos com a unidade IV, estudando o sistema digestório, urinário e</p><p>genital masculino e feminino, abordando as funções atribuídas a cada um desses sistemas</p><p>e a descrição das estruturas anatômicas pertencentes a cada um desses sistemas.</p><p>Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada</p><p>de conhecimento e multiplicar os conhecimentos abordados em nosso material. Esperamos</p><p>contribuir para seu crescimento pessoal e profissional.</p><p>Muito obrigado e bom estudo!</p><p>5</p><p>UNIDADE 4</p><p>Sistemas Digestório, Urinário e Genital</p><p>Sistema Nervoso</p><p>UNIDADE 3</p><p>Sistemas Cardiovascular, Linfático e</p><p>Respiratório</p><p>UNIDADE 2</p><p>Introdução ao Estudo da Anatomia</p><p>Humana e Aparelho Locomotor</p><p>UNIDADE 1</p><p>SUMÁRIO</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>Plano de Estudos</p><p>• Introdução ao Estudo da Anatomia Humana;</p><p>• Sistema Esquelético</p><p>• Sistema Articular</p><p>• Sistema Muscular</p><p>Objetivos da Aprendizagem</p><p>• Definir anatomia humana;</p><p>• Identificar os níveis de organização estrutural do corpo humano e</p><p>as</p><p>aferentes e eferentes</p><p>(Figura 10), os vasos aferentes adentram aos linfonodos pela cápsula fibrosa trazendo a</p><p>linfa, enquanto os vasos eferentes saem dos linfonodos por uma região chamada hilo. A linfa</p><p>infiltra através dos seios linfáticos que estão distribuídos no interior dos linfonodos, formando</p><p>uma rede entrecruzada de fibras reticulares que é local de armazenamento de macrófagos</p><p>(células destruidoras de agentes estranhos). O trajeto que a linfa percorre passando por</p><p>vários linfonodos é essencial para torná-la livre de patógenos para ser despejada no sistema</p><p>sanguíneo (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>FIGURA 10: LINFONODO E SEUS VASOS LINFÁTICOS AFERENTES E EFERENTES</p><p>2.3.3 Baço</p><p>O baço é uma estrutura oval, maior massa de tecido linfático do corpo, tendo</p><p>aproximadamente 12 cm de comprimento. Sua face superior é lisa e convexa que permite o</p><p>encaixe perfeito à face côncava do diafragma. Localiza-se entre o estômago e o diafragma</p><p>(região do hipocôndrio esquerdo) (Figura 11).</p><p>Assim como os linfonodos, o baço também possui um hilo por onde chegam à artéria</p><p>esplênica, a veia esplênica e os vasos linfáticos eferentes. No interior do baço observa-</p><p>se o parênquima do baço, composto por dois tipos diferentes de tecido chamados de</p><p>polpa branca e polpa vermelha (Figura 12). A polpa branca é composta por tecido linfático</p><p>(linfócitos e macrófagos) organizados ao redor da artéria esplênica (que na polpa branca</p><p>recebe o nome de artérias centrais). Já, a polpa vermelha é composta por veias cheias</p><p>de sangue e por diversas células como: eritrócitos, macrófagos, linfócitos, plasmócitos e</p><p>granulócitos.</p><p>UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>46</p><p>O baço desempenha as seguintes funções: 1) remover células sanguíneas e plaquetas</p><p>envelhecidas ou defeituosas; 2) armazenar o suprimento de plaquetas do organismo; 3)</p><p>produzir células sanguíneas (hematopoese) durante a vida fetal. 4) funções imunológicas</p><p>exercidas pelos linfócitos B e T e macrófagos destruindo agentes patogênicos.</p><p>FIGURA 11: LOCALIZAÇÃO DO BAÇO EM DESTAQUE DE ROSA NA IMAGEM</p><p>UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>47</p><p>FIGURA 12: IMAGEM DA ESQUERDA BAÇO FORMATO DE FEIJÃO (VISTA ANTERIOR);</p><p>IMAGEM DA DIREITA CORTE FRONTAL, OBSERVA-SE A POLPA VERMELHA E POLPA BRANCA</p><p>AO CENTRO</p><p>UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>SISTEMA</p><p>RESPIRATÓRIO3</p><p>TÓPICO</p><p>48</p><p>3.1 Introdução ao Sistema Respiratório</p><p>As células do corpo humano utilizam oxigênio (O2) para realizar reações metabólicas</p><p>e produção de ATP que são essenciais para sua sobrevivência. Em contrapartida, estas</p><p>reações produzem metabólitos como, o dióxido de carbono (CO2) que precisam ser</p><p>eliminados do organismo pois o acúmulo de CO2 promove a acidez do pH sanguíneo sendo</p><p>tóxico para as células. É competência do sistema respiratório realizar as seguintes funções:</p><p>1) Promover a troca gasosa promovendo a captação do O2 do meio externo para dentro</p><p>do organismo e eliminar o CO2 do meio interno para o meio atmosférico.</p><p>2) Regular o pH sanguíneo através da eliminação do CO2, impedindo a acidificação do</p><p>pH que é letal para as células.</p><p>3) Promover a filtragem do ar inspirado e produzir sons (laringe).</p><p>O sistema respiratório é constituído pelo nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios</p><p>e pelos pulmões (Figura 13). Classificamos o sistema respiratório de acordo com sua</p><p>estrutura ou função. Estruturalmente, o aparelho respiratório é formado por duas partes:</p><p>1) O sistema respiratório superior que inclui o nariz, a cavidade nasal, a faringe e</p><p>laringe;</p><p>2) O sistema respiratório inferior inclui a laringe, a traqueia, os brônquios e os</p><p>pulmões.</p><p>Funcionalmente, dividimos o sistema respiratório em duas partes denominadas de:</p><p>1) Região condutora do ar: cuja função é filtrar, aquecer e umedecer o ar e conduzi-lo para</p><p>os pulmões. É composto por várias estruturas tubulares e incluem: o nariz, a cavidade nasal,</p><p>a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios, os bronquíolos e os bronquíolos terminais;</p><p>cuja função é filtrar, aquecer e umedecer o ar e conduzi-lo para os pulmões.</p><p>2) A zona respiratória é formada por estruturas anatômicas onde ocorrem as trocas gasosas.</p><p>UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>49</p><p>Estes incluem os bronquíolos respiratórios, os ductos alveolares, os sacos alveolares e</p><p>os alvéolos por executar a troca de gases entre o ar e o sangue (MARIEB; WILHELM;</p><p>MALLATT, 2014; TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>FIGURA 13: SISTEMA RESPIRATÓRIO</p><p>3.2 Órgãos do Sistema Respiratório</p><p>3.2.1 Nariz</p><p>O nariz é o primeiro órgão do sistema respiratório caracterizado por uma parte externa</p><p>visível no centro da face e uma parte interna (intracraniana) chamada de cavidade nasal.</p><p>O nariz externo é constituído por osso e cartilagem hialina recoberta por músculo e pele, é</p><p>revestida por túnica mucosa e permite a entrada do ar no trato respiratório através de duas</p><p>aberturas chamadas narinas, localizadas na face inferior do nariz e flui para a cavidade</p><p>nasal. Os pelos do interior das narinas filtram partículas grandes de poeira evitando sua</p><p>inalação</p><p>A cavidade nasal é a escavação encontrada no interior do nariz, e dividida pelo septo</p><p>nasal em dois compartimentos, direito e esquerdo. A cavidade nasal se funde ao nariz</p><p>permitindo a comunicação com a faringe por meio de duas aberturas chamadas de cóanos.</p><p>É na cavidade nasal que acontece a filtragem do ar retendo partículas menores,</p><p>umedecido e aquecido do ar. Na parede lateral da cavidade nasal encontram-se as conchas</p><p>nasais que são divididas em superior, média e inferior (TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>50</p><p>3.2.2 Faringe</p><p>A faringe é um tubo com início na região do coáno e une as cavidades nasal e oral</p><p>respectivamente com a laringe e o esôfago, por isso consideramos que a faringe seja um órgão</p><p>que pertence tanto ao sistema respiratório quanto ao sistema digestório, pois ela permite</p><p>a passagem de ar e alimento. Contudo, dividimos a faringe em três regiões anatômicas:</p><p>nasofaringe, orofaringe e laringofaringe (Figura 14) (TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>FIGURA 14: DIVISÃO DA FARINGE (PARTE NASAL, ORAL E LARÍNGEA)</p><p>Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 676.</p><p>● Parte nasal da faringe (nasofaringe): Localiza-se posteriormente a cavidade</p><p>nasal, inferior ao osso esfenoide e superior ao palato mole. Esta região da faringe</p><p>por estar acima do nível de entrada do alimento serve apenas como via de passagem</p><p>de ar.</p><p>● Parte oral da faringe (orofaringe): A parte da orofaringe tem comunicação com a</p><p>boca e permite tanto a passagem de ar quanto de alimento.</p><p>● Parte laríngea (laringofaringe): Conecta-se com o esôfago (canal do alimento)</p><p>e posteriormente com a laringe (passagem de ar). Assim como a orofaringe, a</p><p>laringofaringe é um tubo condutor de ar e também de alimentos, sendo portando</p><p>órgãos do sistema respiratório e digestório (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014;</p><p>TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>3.2.3 Laringe</p><p>A laringe é um órgão curto que permite a conexão entre a laringofaringe e a traqueia,</p><p>localiza-se na linha média do pescoço, anterior ao esôfago e às vértebras cervicais (C IV a</p><p>C VI). E apresenta três funções:</p><p>UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>51</p><p>● Tubo condutor de o ar durante a respiração;</p><p>● Estrutura fonadora produtora de som;</p><p>● Impede que o alimento e objetos estranhos entrem nas estruturas respiratórias</p><p>(como a traqueia).</p><p>A laringe é formada por esqueleto cartilaginoso composta por cartilagem tireóidea,</p><p>cricóidea, aritenoide e epiglótica (Figura 15). A tireoide é a maior cartilagem da laringe, e</p><p>forma a parede anterior e lateral da laringe, nos homens ela é maior do que nas mulheres</p><p>devido à influência dos hormônios masculinos na fase da puberdade, permitindo</p><p>a observação</p><p>do Pomo de Adão formado pela proeminência laríngea da cartilagem tireóidea (Figura 15).</p><p>A epiglote é formada por cartilagem elástica em forma de folha e se fixa no osso hioide e</p><p>na cartilagem tireoide. A epiglote é uma espécie de "porta", permitindo apenas a passagem</p><p>de ar pela laringe em direção aos pulmões. Durante a deglutição (ato de engolir), a faringe</p><p>e a laringe se movem para cima. A elevação da laringe promove o fechamento da epiglote</p><p>que se move para baixo fechando a glote e desviando líquidos e alimentos para o esôfago,</p><p>mantendo fora da laringe e vias respiratórias. A glote abriga as pregas vocais que são as</p><p>principais estruturas envolvidas na produção da voz (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014;</p><p>TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>FIGURA 15: IMAGEM A). MOSTRA PROEMINÊNCIA LARÍNGEA NO PESCOÇO MASCULINO.</p><p>B) CARTILAGENS LARÍNGEAS: EPIGLOTE, TIREÓIDEA, CRICÓIDEA</p><p>Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 679.</p><p>3.2.4 Traqueia</p><p>A traqueia é um tubo flexível condutor de ar de aproximadamente 10 a 12,5cm de</p><p>comprimento. Está localizada anteriormente ao esôfago e se estende desde a laringe,</p><p>penetra no tórax e se divide em brônquios principais direito e esquerdo. A estrutura da</p><p>traqueia é constituída por aproximadamente 20 anéis cartilagíneos em formato de C, pois</p><p>não se fecha na parte de trás.</p><p>UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>52</p><p>O fato desses anéis serem incompletos, é importante para permitir a expansão do</p><p>esôfago durante a passagem do bolo alimentar em deglutição (Figura 16) (TORTORA;</p><p>DERRICKSON, 2016).</p><p>FIGURA 16: ESTRUTURA DA TRAQUEIA HUMANA</p><p>3.2.5 Brônquios</p><p>A traqueia termina na região da bifurcação que dá origem aos brônquios principais</p><p>direito e esquerdo que entram nos pulmões através de uma região chamada hilo pulmonar.</p><p>O brônquio principal direito adentra o lobo pulmonar direito, e um brônquio principal</p><p>esquerdo vai para o pulmão esquerdo (Figura 17). Ao atingirem os pulmões os brônquios</p><p>principais se ramificam em brônquios de menor calibre, que são os brônquios lobares, estes</p><p>por sua vez se dividem em tubos cada vez menores denominados brônquios segmentares</p><p>que então se dividem em bronquíolos. Os bronquíolos continuam a se ramificar em tubos</p><p>ainda menores chamados de bronquíolos terminais, e dão origem a minúsculos túbulos</p><p>denominados ductos alveolares que terminam em estruturas microscópicas chamados</p><p>alvéolos. Os alvéolos são sáculos de ar que se assemelham à cachos de uva, cuja a função</p><p>é realizar a troca entre os gases oxigênio e dióxido de carbono através da membrana</p><p>capilar alvéolo-pulmonar (Figura 18) (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; TORTORA;</p><p>DERRICKSON, 2016).</p><p>UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>53</p><p>FIGURA 17: TRAQUEIA DANDO ORIGEM AOS BRÔNQUIOS PRINCIPAIS DIREITO E</p><p>ESQUERDO ADENTRANDO OS PULMÕES E SE RAMIFICANDO DANDO ORIGEM A ÁRVORE</p><p>BRÔNQUICA</p><p>FIGURA 18: ESTRUTURAS MICROSCÓPICAS ALVEOLARES RESPONSÁVEIS PELA TROCA</p><p>GASOSA QUE SE ASSEMELHAM À CACHOS DE UVA</p><p>UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>54</p><p>3.2.6 Pulmões</p><p>Os pulmões possuem formato cônico e são órgãos essenciais para a respiração.</p><p>Localizam-se no interior do tórax e são separados um do outro pelo coração. Os pulmões</p><p>(direito e esquerdo) apresentam diferenças morfológicas entre si. O pulmão direito é mais</p><p>largo, é um pouco mais curto e possui três lobos: superior, médio e inferior que são separados</p><p>pelas fissuras oblíqua e horizontal. Enquanto, o pulmão esquerdo e um pouco menor do que</p><p>o direito e possui a incisura cardíaca (local de encaixe do coração), além disso, o pulmão</p><p>esquerdo é dividido em lobo superior e lobo inferior através da fissura oblíqua (Figura 19)</p><p>(MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>FIGURA 19: PULMÃO DIREITO E ESQUERDO</p><p>Cada pulmão tem um ápice (extremidade superior arredondada) e uma base que fica</p><p>apoiado sobre o diafragma. O pulmão apresenta três faces:</p><p>a) Face Costal (face lateral): é a face relativamente lisa e convexa, voltada para</p><p>a superfície interna da cavidade torácica.</p><p>b) Face Diafragmática (face inferior): é a face côncava que assenta sobre a</p><p>cúpula diafragmática.</p><p>c) Face Mediastinal (face medial): é a face que possui uma região côncava</p><p>onde se acomoda o coração. E encontra-se a região denominada hilo pulmonar</p><p>através da qual vasos sanguíneos, brônquios, vasos linfáticos e nervos entram e</p><p>saem do pulmão (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).</p><p>UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>55</p><p>3.2.7 Pleura</p><p>Cada pulmão é envolvido por uma membrana serosa de dupla camada que protege</p><p>cada pulmão. A pleura possui duas membranas contínuas: pleura visceral e a pleura parietal. A</p><p>Pleura Visceral reveste os próprios pulmões aderindo-se intimamente à superfície pulmonar,</p><p>torna a superfície do pulmão lisa e escorregadia, permitindo o livre movimento sobre a</p><p>pleura parietal. Enquanto, a pleura parietal reveste as cavidades pulmonares, aderindo-se</p><p>à parede torácica, ao mediastino e ao diafragma. É mais espessa do que a pleura visceral,</p><p>e durante cirurgias e dissecção de cadáver, pode ser separada das superfícies que reveste.</p><p>Entre as pleuras visceral e parietal encontra-se um pequeno espaço, chamado</p><p>cavidade pleural, que contém pequena quantidade de líquido lubrificante, esse líquido reduz</p><p>o atrito entre as túnicas, permitindo o fácil deslizamento das pleuras durante a respiração</p><p>(MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).</p><p>UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>56</p><p>O sangue é o rio da vida dentro de nós, transportando quase tudo o que precisa ser transportado de um</p><p>lugar para o outro no corpo. (TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>As valvas cardíacas impedem a ocorrência do refluxo do sangue (volte para o compartimento do qual o</p><p>sangue está saindo), então, as valvas fecham a passagem após a saída do sangue. Contudo, caso ocorra o</p><p>refluxo de sangue do ventrículo para os átrios caracteriza uma condição denominada prolapso da valva.</p><p>Durante a sístole, que é a contração do músculo cardíaco, temos a sístole atrial que impulsiona o sangue</p><p>para os ventrículos. Assim, as valvas atrioventriculares estão abertas para a passagem de sangue, enquanto,</p><p>a valva pulmonar e a aórtica estão fechadas. Na sístole ventricular as valvas atrioventriculares estão</p><p>fechadas e as semilunares abertas à passagem de sangue. Diástole é o relaxamento do músculo cardíaco,</p><p>é quando os ventrículos se enchem de sangue, neste momento as valvas atrioventriculares estão abertas e</p><p>as semilunares estão fechadas (TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>57</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Prezado(a) aluno(a),</p><p>Nesta unidade abordamos o estudo de três sistemas: o sistema cardiovascular,</p><p>linfático e respiratório que funcionam em cooperação e realizam funções vitais para manter</p><p>o equilíbrio do organismo. O sistema cardiovascular é constituído pelo sangue, coração</p><p>e vasos sanguíneos, consideramos o sistema cardiovascular como sendo um sistema</p><p>circulatório fechado, onde o sangue flui pelos vasos sanguíneos até chegar aos tecidos do</p><p>corpo, e este processo caracteriza a circulação sanguínea. O sangue transporta nutrientes</p><p>e oxigênio que é essencial para a manutenção da vida celular, bem como, transportam</p><p>resíduos tóxicos para as células que precisam ser eliminadas do organismo. No entanto,</p><p>para que o sangue percorra seu trajeto, ele precisa ser impulsionado por uma bomba contrátil</p><p>propulsora que impulsiona o sangue em direção aos vasos sanguíneos, e esta bomba</p><p>vital é o coração. Desta forma, foi apresentado a vocês a morfologia externa e interna do</p><p>coração, permitindo a compreensão do processo da circulação sanguínea. Na sequência,</p><p>abordamos o sistema linfático que também atua como sistema circulatório, com a diferença</p><p>que neste sistema o líquido que está</p><p>em circulação pelos vasos linfáticos, é a linfa. O</p><p>sistema linfático é composto por vasos linfáticos, órgãos linfáticos e linfa, este sistema</p><p>está relacionado com a realização de funções que protegem o organismo contra a invasão</p><p>de agentes patogênicos, pois estes agentes estranhos são transportados pela linfa até os</p><p>órgãos linfáticos que contêm células fagocitárias e linfócitos que os destroem. Finalizamos</p><p>o estudo desta unidade conhecendo o sistema respiratório, os órgãos que os compõem e</p><p>a sua função que consiste no ato da respiração. A respiração é uma necessidade urgente,</p><p>pois as células no corpo exigem um suprimento contínuo de oxigênio (O2) para produzir a</p><p>energia que precisam para desempenhar suas funções vitais. Contudo, ao utilizar o O2 às</p><p>células produzem dióxido de carbono (CO2) que é um metabólito tóxico que precisa ser</p><p>eliminado do organismo. Com base neste entendimento, fica nítido que a principal função</p><p>do sistema respiratório é a realização da troca de gases promovendo o abastecimento do</p><p>corpo com O2 e descartando o CO2.</p><p>Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigada!</p><p>UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>58</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR</p><p>O sistema linfático é constituído por vasos linfáticos que transportam a linfa, tecido</p><p>linfático e órgãos linfáticos que estão envolvidos na luta do corpo contra a doença. Os</p><p>órgãos linfáticos e o sistema imune atendem bem as pessoas até a velhice, quando sua</p><p>eficiência é afetada sua capacidade para combater a infecção diminui. Essa diminuição na</p><p>função parece ser proveniente de uma diminuição na produção e capacidade de resposta</p><p>das células T e B</p><p>Abordaremos algumas condições patológicas que afetam o sistema linfático:</p><p>● A esplenomegalia é caracterizada pelo aumento do baço,</p><p>resultante de doenças que afetam o sangue como, por exemplo: mononucleose,</p><p>malária, leucemia, entre outras. Seu diagnóstico clínico baseia-se na</p><p>observação do aumento do baço, percebido através da palpação do abdome.</p><p>● Linfadenopatia é a doença dos linfonodos definida por</p><p>alterações nas características do linfonodo como resultado da invasão de sua</p><p>estrutura por células inflamatórias ou neoplásicas. Diversas condições estão</p><p>associadas com a ocorrência da linfadenopatia, seu diagnóstico baseia-se</p><p>no exame físico e anamnese como roteiro diagnóstico para solicitar exames</p><p>complementares. É uma condição associada com linfoma, tumor do tecido</p><p>linfático de característica benigna ou maligna. No câncer linfático o linfonodo-</p><p>sentinela é o primeiro linfonodo que recebe a linfa drenada de uma área do</p><p>corpo suspeita de ter um tumor. Quando examinado quanto a presença de</p><p>células cancerosas, esse linfonodo fornece a melhor indicação da ocorrência</p><p>ou não de metástase através dos vasos linfáticos.</p><p>● Tonsilite: As tonsilas são intumescências da mucosa que</p><p>reveste a faringe, composta por tecido linfático, atua combatendo a invasão</p><p>do organismo por agentes patogênicos que adentram pela via respiratória</p><p>(ar inalado) e oral (alimentos). Existem quatro grupos de tonsilas: 1) Tonsilas</p><p>palatinas localiza-se na parede lateral da faringe, posterior à boca e ao</p><p>palato (“céu-da-boca”). São as maiores tonsilas, as que normalmente são</p><p>infectadas e precisam ser removidas com frequência durante a infância, em</p><p>um procedimento cirúrgico chamado tonsilectomia. 2) Tonsila lingual situa -se</p><p>na superfície posterior da língua. 3) Tonsila faríngea conhecida por adenoides,</p><p>localiza-se no teto faríngeo. 4) Tonsila tubária situa-se posteriormente ao óstio</p><p>faríngeo da tuba auditiva.</p><p>A tonsilite é a congestão das tonsilas, causadas por bactérias infectantes</p><p>que adentram a via oral levando a inflamação das tonsilas que ficam vermelhas</p><p>e inchadas (aumentam de tamanho) (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014;</p><p>DIDIER NETO; KISO, 2013).</p><p>UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>59</p><p>MATERIAL COMPLEMENTAR</p><p>LIVRO</p><p>Título: Gray - Anatomia Clínica para Estudantes</p><p>Autor: Richard Richard Drake</p><p>Editora: Guanabara Koogan</p><p>Sinopse: O Gray 's Anatomia Clínica para Estudantes, foca pre-</p><p>cisamente nas informações que você necessita para estudar</p><p>Anatomia, em um formato fácil de ler e visualmente atraente</p><p>que facilita o estudo.</p><p>FILME/VÍDEO</p><p>Título: SISTEMA CARDIOVASCULAR - Anatomia e Fisiologia -</p><p>Prof. Emerson Inácio</p><p>Ano: 2021</p><p>Sinopse: O sistema cardiovascular, também conhecido como</p><p>sistema circulatório, realiza o transporte de substância no nosso</p><p>corpo. Esse sistema é subdividido em sistema sanguíneo e siste-</p><p>ma linfático. Neste vídeo você aprenderá sobre a organização do</p><p>sistema cardiovascular, anatomia do coração e vasos sanguíneos</p><p>e a fisiologia da circulação sanguínea.</p><p>Link do vídeo: https://www.youtube.com/results?search_</p><p>query=sistema+cardiovascular+anatomia</p><p>UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_book_1?ie=UTF8&field-author=Richard+Richard+Drake&text=Richard+Richard+Drake&sort=relevancerank&search-alias=stripbooks</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>Plano de Estudos</p><p>• Sistema Nervoso Central (SNC)</p><p>• Sistema Nervoso Periférico (SNP)</p><p>Objetivos da Aprendizagem</p><p>• Conceituar o sistema nervoso central e periférico;</p><p>• Identificar a divisão do sistema nervoso;</p><p>• Identificar o tecido nervoso, os tipos de neurônios e a classificação</p><p>dos neurônios;</p><p>• Identificar os componentes do sistema nervoso central e periférico.</p><p>Professora Mestre Gislaine Cardoso de Souza Fiaes</p><p>SISTEMA NERVOSOSISTEMA NERVOSO</p><p>UNIDADEUNIDADE3</p><p>61</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Nesta unidade vocês irão aprender sobre o sistema nervoso que é extremamente</p><p>fascinante e atua de forma complexa, sendo responsável por nossas percepções,</p><p>comportamentos, memórias e controle dos movimentos voluntários e involuntários exercidos</p><p>pelo corpo humano. O sistema nervoso é dividido em: sistema nervoso central, que é aquele</p><p>localizado dentro do esqueleto axial (cavidade craniana e canal vertebral) que compreende</p><p>o encéfalo e a medula espinal, respectivamente; e o sistema nervoso periférico, localizado</p><p>no esqueleto apendicular, que é formado pelos nervos e gânglios.</p><p>O sistema nervoso se relaciona com o organismo e com o meio ambiente através</p><p>da comunicação estabelecida pelas conexões sensitivas e motoras. A conexão neuronal</p><p>sensitiva (aferente) é responsável por captar o estímulo (por exemplo, dor e calor) externo e</p><p>o transmite para sistema nervoso central que processa a informação e produz uma resposta</p><p>que é conduzida pela via eferente (neurônios motores) até o órgão efetor que pode ser os</p><p>músculos estriados esqueléticos onde a resposta será a contração muscular.</p><p>UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO</p><p>SISTEMA NERVOSO</p><p>CENTRAL1</p><p>TÓPICO</p><p>62UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO</p><p>1.1 Introdução ao Sistema Nervoso Central (SNC)</p><p>O sistema nervoso controla toda comunicação do corpo, pensamento, ações,</p><p>emoções e memórias. As células nervosas (neurônios) se comunicam através de sinais</p><p>elétricos chamados impulsos nervosos, produzindo uma resposta imediata. Destacam-se</p><p>três funções básicas do sistema</p><p>nervoso que atuam conjuntamente (MARIEB; WILHELM;</p><p>MALLATT, 2014).</p><p>1) Função Sensitiva: É controlada por neurônios sensitivos (aferentes) responsáveis</p><p>por perceber os estímulos internos do corpo ou externo e conduzir os impulsos do</p><p>órgão receptor (por exemplo: tato, dor ou sensores térmicos na pele) em direção ao</p><p>SNC.</p><p>2) Função Integradora: Após a chegada do estímulo ao SNC, a informação sensitiva</p><p>é analisada, processada e interpretada para que uma ação seja desencadeada na</p><p>sequência.</p><p>3) Função Motora: É a resposta aos estímulos iniciando ações como: contrações</p><p>musculares ou secreções glandulares; esta função é caracterizada pela atuação de</p><p>neurônios motores (eferentes) que saem do SNC levando a resposta aos órgãos</p><p>efetores (TORTORA, 2016).</p><p>1.2 Divisão do Sistema Nervoso</p><p>Dividimos o sistema nervoso em duas partes anatômicas: o sistema nervoso central</p><p>(SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP). O sistema nervoso central é composto pelo</p><p>encéfalo e pela medula espinal (Figura 1), que ocupam o crânio e o canal vertebral,</p><p>respectivamente. O SNC é o centro de integração e comando do sistema nervoso que</p><p>recebe sinais sensitivos (aferentes) e os interpreta. Enquanto, o SNP é a parte do sistema</p><p>63UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO</p><p>nervoso localizado fora do SNC, formado pelos nervos que se estendem do cérebro (nervos</p><p>cranianos) e da medula espinal (nervos espinais). Os nervos periféricos formam uma linha</p><p>de comunicação que liga todas as regiões do corpo ao sistema nervoso central. No SNP</p><p>também estão incluídos os gânglios, que são áreas onde os corpos celulares dos neurônios</p><p>ficam agrupados.</p><p>FIGURA 1: IMAGEM MOSTRA UMA VISÃO ESQUEMÁTICA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL</p><p>(SNC), QUE COMPREENDE O CÉREBRO E A MEDULA ESPINHAL.</p><p>1.2.1 Sistema Nervoso Central</p><p>O encéfalo e a medula espinal são formados por duas substâncias: a cinzenta e a</p><p>branca. A substância cinzenta localizada na parte interna é composta por corpos celulares</p><p>dos neurônios. Todavia, a substância branca é formada por axônios e neuroglia.</p><p>64UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO</p><p>Nos cortes transversais da medula espinal observa-se a substância cinzenta com</p><p>formato parecido com da letra H ou de borboleta, cravado em uma matriz de substância</p><p>branca. Os braços do H são os cornos; portanto, existem cornos cinzentos posteriores</p><p>(dorsais) e anteriores (ventrais) direito e esquerdo (Figura 2).</p><p>FIGURA 2: ILUSTRAÇÃO CORTE TRANSVERSAL NA MEDULA ESPINAL MOSTRANDO AS</p><p>SUBSTÂNCIAS BRANCA E CINZENTA (CENTRO EM FORMA DA LETRA H).</p><p>1.3 Tecido Nervoso</p><p>O tecido nervoso é constituído por dois tipos de células que são: os neurônios e</p><p>a neuróglia ou também chamada de células gliais. Ambas são células estruturalmente</p><p>diferentes de acordo com sua localização no SNC ou no SNP e divergem nas funções.</p><p>Os neurônios são as unidades estruturais e funcionais do sistema nervoso que atingem</p><p>grandes comprimentos, especializados para a comunicação rápida por apresentarem</p><p>excitabilidade elétrica que é a capacidade de responder a um estímulo e convertê-lo em um</p><p>potencial de ação (impulso nervoso) que é um sinal elétrico que se propaga pela membrana</p><p>do neurônio.</p><p>As células da neuróglia são células menores que ocupam os espaços entre os</p><p>neurônios com a função de fornecer suporte, nutrição e proteção aos neurônios e continua</p><p>se dividindo durante toda a vida do indivíduo e difere dos neurônios por não propagar</p><p>potenciais de ação. Existem 6 tipos de células da neuróglia, sendo 2 encontradas apenas</p><p>no SNP (células de Schwann e células satélites) e 4 pertencentes ao SNC e são elas</p><p>(Figura 3):</p><p>65UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO</p><p>● Astrócitos: Estas células possuem formato de estrela, muitos prolongamentos e</p><p>são as maiores e mais numerosas células da neuróglia. Os prolongamentos dos</p><p>astrócitos entram em contato com capilares sanguíneos, neurônios e com a pia-máter</p><p>(fina membrana que recobre o encéfalo e a medula espinal). Os astrócitos promove</p><p>o suporte para os neurônios; produzem substâncias que mantêm a característica</p><p>de permeabilidade seletiva exclusiva das células endoteliais dos capilares; mantém</p><p>o ambiente adequado para a geração de impulsos nervosos; são condutores para</p><p>a passagem de nutrientes e outras substâncias entre os capilares sanguíneos e</p><p>os neurônios. Além de influenciar na formação de sinapses neuronais que estão</p><p>relacionadas com aprendizado e memória.</p><p>● Oligodendrócitos: São células parecidas com os astrócitos, porém menores</p><p>e com menos prolongamentos. Todavia, é competência dos prolongamentos dos</p><p>oligodendrócitos a formação e manutenção da bainha de mielina encontrada ao</p><p>redor dos axônios do SNC.</p><p>● Micróglia: As menores células da neuróglia com projeções finas que dão origem</p><p>a numerosas ramificações. Possui função fagocitária removendo restos celulares,</p><p>microrganismos e tecido nervoso danificado.</p><p>● Células Ependimárias: Apresentam formato cúbico em uma camada única, com</p><p>microvilosidades e cílios. Localiza-se revestindo o canal central da medula espinal,</p><p>sua função é produzir, monitorar e auxiliar na circulação do líquido cerebroespinhal</p><p>(líquor) e formar a barreira hematoencefálica (TORTORA; DERRICKSON, 2014).</p><p>FIGURA 3: DIFERENTES TIPOS DE CÉLULAS DA GLIA: ASTRÓCITOS (CÉLULAS NA COR</p><p>LARANJA – FIXO AO NEURÔNIO E AO CAPILAR SANGUÍNEO PROMOVENDO A NUTRIÇÃO E</p><p>SUPORTE PARA O NEURÔNIO), OLIGODENDRÓCITOS (CÉLULAS NA COR AZUL – FORMANDO</p><p>A BAINHA DE MIELINA NO AXÔNIO NEURONAL), MICRÓGLIA (CÉLULA DA GLIA NA COR</p><p>VERDE – TEM FUNÇÃO FAGOCITÁRIA).</p><p>66UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO</p><p>1.3.1 Tipos de Neurônios</p><p>As estruturas que compõem os neurônios são: corpo celular, axônio e dendritos que</p><p>são prolongamentos que conduzem os impulsos que entram e saem do corpo celular. O</p><p>axônio neuronal é revestido com uma camada de lipídios e substâncias proteicas chamada</p><p>bainha de mielina, a mielina proporciona um aumento da velocidade na condução do</p><p>impulso nervoso (Figura 4).</p><p>A comunicação entre os neurônios é chamada de sinapses e ocorre por meio de</p><p>neurotransmissores que são substâncias químicas liberadas por um neurônio e atuam</p><p>estimulando ou inibindo outro neurônio, permitindo a continuidade ou interrupção à</p><p>transmissão de impulsos. Os neurônios possuem características estruturais e funcionais</p><p>diferentes que determinam sua classificação.</p><p>FIGURA 4: ILUSTRAÇÃO DE UM NEURÔNIO E SEUS COM COMPONENTES: AXÔNIO, BAINHA</p><p>DE MIELINA, DENDRITOS, CORPO CELULAR, NÚCLEO</p><p>1.3.2 Classificação dos neurônios</p><p>1.3.2.1 Classificação Estrutural: Classifica os neurônios de acordo com o número de</p><p>extensões que se projetam a partir do corpo celular (Figura 5):</p><p>● Neurônios multipolares: possuem vários dendritos e um axônio (Figura 5). São os</p><p>tipos mais comuns de neurônios no sistema nervoso (SNC e SNP).</p><p>● Neurônios bipolares: apresentam um dendrito principal e um axônio e o corpo</p><p>celular é centralizado (Figura 5).</p><p>67UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO</p><p>● Neurônios unipolares: têm dendritos e um axônio que se fundem para formar um</p><p>prolongamento contínuo que emerge do corpo celular (Figura 5). Estes neurônios</p><p>também são chamados de neurônios pseudounipolares, atuam conduzindo impulsos</p><p>do órgão receptor (tato, dor ou sensores térmicos na pele, por exemplo) em direção</p><p>ao corpo celular, e um prolongamento central que vai do corpo celular até o SNC. Os</p><p>corpos celulares dos neurônios pseudounipolares estão situados fora do SNC nos</p><p>gânglios sensitivos dos nervos espinais e cranianos fazendo parte do SNP.</p><p>FIGURA 5: TIPOS DE NEURÔNIOS: UNIPOLAR QUE ORIGINA O PSEUDOUNIPOLAR, BIPOLAR</p><p>E MULTIPOLAR</p><p>1.3.2.2 Classificação Funcional: Diz respeito à direção para qual o impulso nervoso</p><p>(potencial de ação) é transmitido no SNC.</p><p>● Neurônios sensitivos ou aferentes: Contêm receptores sensitivos em suas</p><p>extremidades distais (dendritos)</p><p>e quando um estímulo apropriado ativa um receptor</p><p>sensitivo, ele gera um potencial de ação que percorre seu axônio sendo transportado</p><p>para o SNC por nervos cranianos e espinais. A maioria dos neurônios sensitivos é</p><p>classificado estruturalmente como unipolares.</p><p>● Neurônios motores ou eferentes: São responsáveis por transportar os potenciais</p><p>de ação para fora do SNC em direção a órgãos efetores (músculos e glândulas)</p><p>localizados na periferia do corpo (SNP) por meio de nervos cranianos e espinais. Os</p><p>neurônios motores estruturalmente são do tipo multipolares.</p><p>68UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO</p><p>● Neurônios de associação ou interneurônios: Localiza-se no SNC, entre os</p><p>neurônios motores e sensitivos, são responsáveis por processar as informações</p><p>provenientes dos neurônios sensitivos e então, produzir uma resposta motora através</p><p>da ativação dos neurônios motores, sendo que a maior parte dos interneurônios são</p><p>multipolares.</p><p>1.4 Encéfalo</p><p>O encéfalo é o centro de controle das sensações, da inteligência, das emoções, do</p><p>comportamento e da memória. Contudo, o encéfalo possui diferentes regiões com funções</p><p>especializadas, sendo classificado em 4 partes que serão abordadas detalhadamente nos</p><p>tópicos seguintes: tronco encefálico (bulbo, ponte e mesencéfalo), cerebelo, diencéfalo</p><p>e telencéfalo (Figura 6).</p><p>FIGURA 6: CORTE SAGITAL DO ENCÉFALO: CÉREBRO (ÁREA CINZA COM OS GIROS E</p><p>SULCOS), CEREBELO (ÁREA ROXA EM FORMATO DE COUVE-FLOR) E TRONCO ENCEFÁLICO</p><p>LOCALIZADO NA FRENTE DO CEREBELO</p><p>69UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO</p><p>1.4.1 Tronco Encefálico</p><p>O tronco encefálico situa-se entre o diencéfalo conectando-se à medula espinal (Figura 7).</p><p>As funções do tronco encefálico são:</p><p>1. É uma via de passagem que recebe e envia informações motoras e sensitivas para</p><p>o cérebro.</p><p>2. Recebe ou emite fibras nervosas que formam os nervos cranianos, sendo que dos</p><p>12 pares de nervos cranianos 10 estão conectados a ele.</p><p>3. Produz comportamentos rigidamente programados e automáticos, necessários para</p><p>a sobrevivência.</p><p>4. Integra os reflexos auditivos e visuais.</p><p>O tronco encefálico apresenta três regiões: o bulbo, a ponte e o mesencéfalo, estas três</p><p>estruturas juntas correspondem a 25% da massa encefálica (MARIEB; WILHELM; MALLA-</p><p>TT, 2014; TORTORA; DERRICKSON, 2014).</p><p>FIGURA 7: VISTA ANTERIOR DO TRONCO ENCEFÁLICO</p><p>70UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO</p><p>1.4.1.1 Bulbo</p><p>O bulbo tem forma de um cone, é a parte mais caudal do tronco encefálico e sua</p><p>extremidade menor conecta-se com a medula espinhal, no entanto, não tem uma região</p><p>demarcando o local de separação entre medula e bulbo por isso, considera-se o limite</p><p>correspondente ao nível do forame magno do osso occipital.</p><p>O bulbo apresenta duas cristas longitudinais chamadas pirâmides (Figura 8), formada</p><p>por um feixe compacto de fibras nervosas descendentes que ligam as áreas motoras do</p><p>cérebro aos neurônios motores da medula espinal, as fibras nervosas cruzam obliquamente</p><p>o plano mediano formando a decussação das pirâmides que é responsável por fazer com</p><p>que o hemisfério cerebral direito controle o lado esquerdo do corpo e o hemisfério cerebral</p><p>esquerdo controle o lado direito. Isso fica evidente em casos de lesão encefálica à direita,</p><p>onde o corpo será acometido em toda sua metade esquerda.</p><p>O bulbo abriga o centro de controle de órgãos e funções importantes, como: o centro</p><p>respiratório (regulando o ritmo respiratório), o centro vasomotor e o centro do vômito. Pelo</p><p>fato de o bulbo conter a presença dos centros respiratórios e vasomotor as lesões nesta</p><p>estrutura encefálica são extremamente perigosas, o que explica a gravidade de fratura na</p><p>base do crânio (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).</p><p>FIGURA 8: VISTA ANTERIOR DO TRONCO ENCEFÁLICO, O BULBO ESTÁ EM DESTAQUE</p><p>COLORIDO DE VERDE</p><p>71UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO</p><p>1.4.1.2 Ponte</p><p>A ponte está localizada entre o bulbo e o mesencéfalo, e anterior ao cerebelo,</p><p>juntamente com o bulbo auxilia no controle da respiração. A ponte é dividida em duas</p><p>estruturas principais: uma região ventral e dorsal. A região ventral da ponte é um local</p><p>de transmissão sináptica composta, a substância cinzenta, conhecidos como núcleos</p><p>pontinos, que possuem substância branca entrando e saindo deles, e conectando o córtex</p><p>de um hemisfério cerebral com o córtex do hemisfério do cerebelo contralateral (Figura 9).</p><p>Por apresentar um complexo circuito de transmissão nervosa, a ponte assume um papel</p><p>essencial na coordenação e otimização da atividade motora voluntária. A região dorsal</p><p>contém tratos ascendentes e descendentes e núcleos de nervos cranianos que chegam ou</p><p>saem desta região:</p><p>● Nervos trigêmeos (NC V): Recebem impulsos sensitivos da cabeça e da face e</p><p>enviam impulsos motores responsáveis pela mastigação.</p><p>● Nervos abducentes (NC VI): Transmite impulsos motores, gerados em núcleos</p><p>pontinos, que controlam certos movimentos oculares.</p><p>● Nervos faciais (NC VII): Os núcleos da ponte recebem impulsos sensitivos gustativos</p><p>e geram impulsos motores que regulam a secreção de saliva e lágrimas e a contração</p><p>de músculos da mímica facial.</p><p>● Nervos vestibulococleares (NC VIII): Recebem impulsos sensitivos e enviam</p><p>impulsos nervosos para o aparelho vestibular relacionados com o equilíbrio</p><p>(TORTORA; DERRICKSON, 2014).</p><p>FIGURA 9: VISTA ANTERIOR DO TRONCO ENCEFÁLICO, A PONTE ESTÁ EM DESTAQUE</p><p>COLORIDO DE VERDE</p><p>72UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO</p><p>1.4.1.3 Mesencéfalo</p><p>O Mesencéfalo conecta-se diretamente ao cérebro se estendendo da ponte ao</p><p>diencéfalo. É atravessado por um estreito canal, o aqueduto do mesencéfalo, conecta o</p><p>terceiro ventrículo com o quarto ventrículo. Posterior ao aqueduto, localiza-se o teto do</p><p>mesencéfalo que contém quatro projeções arredondadas. As duas projeções superiores</p><p>são conhecidas como colículos superiores e são responsáveis por reflexos que controlam</p><p>os movimentos da cabeça, do tronco e dos olhos em resposta a estímulos visuais, como os</p><p>movimentos oculares de perseguição de objetos em movimento. Enquanto isso, as duas</p><p>projeções inferiores (colículos inferiores), transmitem impulsos dos receptores auditivos da</p><p>orelha interna para o encéfalo e também são responsáveis pelo reflexo de susto (Figura</p><p>10). Anteriormente, o mesencéfalo apresenta dois pedúnculos cerebrais que unem o tronco</p><p>encefálico ao cérebro, estes pedúnculos cerebrais apresentam feixes pareados de axônios</p><p>neuronais que conduzem impulsos nervosos de áreas motoras do córtex cerebral para a</p><p>medula espinal, o bulbo e a ponte.</p><p>Dois pares de nervos cranianos localizam-se na estrutura mesencefálica e são</p><p>eles: Nervos oculomotores são responsáveis pelo controle dos movimentos do bulbo do</p><p>olho; Nervos trocleares (IV) através dos nervos trocleares é possível o controlar certos</p><p>movimentos oculares (TORTORA; DERRICKSON, 2014).</p><p>FIGURA 10: VISTA LATERAL DO TRONCO ENCEFÁLICO, EM ROXO OBSERVA-SE O</p><p>MESENCÉFALO E ACIMA EM VERDE COLÍCULOS SUPERIORES E INFERIORES (FORMATO DE</p><p>BOLINHAS)</p><p>73UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO</p><p>1.5 Cerebelo</p><p>O cerebelo (Figura 11) é a segunda maior estrutura encefálica só fica atrás do</p><p>telencéfalo (cérebro), situa-se dorsalmente ao bulbo e à ponte, formando o teto do IV</p><p>ventrículo. O cerebelo repousa sobre a fossa cerebelar do osso occipital e separa-se do</p><p>lobo occipital por uma prega da dura-máter e liga-se à medula e ao bulbo pelo pedúnculo</p><p>cerebelar inferior e à ponte e mesencéfalo pelos pedúnculos cerebelares médio e superior.</p><p>Possui função exclusivamente motora mantendo o equilíbrio e coordenação (MARIEB;</p><p>WILHELM; MALLATT, 2014).</p><p>FIGURA 11: CORTE SAGITAL DO CEREBELO (FORMATO DE COUVE-FLOR) E 4 VENTRÍCULOS</p><p>(ESPAÇO TRIANGULAR ANTERIOR AO CEREBELO).</p><p>1.6 Diencéfalo</p><p>O diencéfalo (Figura 12) e o telencéfalo formam o que é conhecido como cérebro,</p><p>que corresponde a parte mais desenvolvida do encéfalo e ocupa cerca de 80%</p><p>da cavidade</p><p>craniana. A estrutura do diencéfalo só é vista na porção mais inferior (interna) do cérebro.</p><p>Caracteriza-se por estar envolto pelos hemisférios cerebrais e compreendem as seguintes</p><p>partes: tálamo, hipotálamo e epitálamo, que estão relacionadas com o III ventrículo que</p><p>é uma cavidade ímpar no diencéfalo, que se comunica com o IV ventrículo pelo aqueduto</p><p>cerebral e com os ventrículos laterais pelos forames interventriculares.</p><p>74UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO</p><p>FIGURA 12: O DIENCÉFALO LOCALIZA-SE INTERNAMENTE ENVOLTO PELOS HEMISFÉRIOS</p><p>CEREBRAIS E NA IMAGEM PODE SER OBSERVADO TODA REGIÃO DIENCEFÁLICA</p><p>REPRESENTADO NA COR ROSA</p><p>1.6.1 Tálamo</p><p>O tálamo (Figura 13) mede cerca de 3 cm de comprimento e corresponde 80%</p><p>do diencéfalo, formado por duas massas ovais de substância cinzenta organizadas em</p><p>núcleos com tratos de substância branca no seu interior. As metades do tálamo (hemisférios</p><p>cerebrais direito e esquerdo) são ligadas por uma ponte de substância cinzenta chamada</p><p>de aderência intertalâmica.</p><p>O tálamo atua como uma estação retransmissora dos impulsos sensitivos da medula</p><p>espinal e do tronco encefálico. Também contribui para a transmissão de informações do</p><p>cerebelo e dos núcleos da base para a área motora do córtex cerebral. Além de transmitir</p><p>impulsos nervosos entre diferentes áreas do telencéfalo (cérebro) e auxilia na manutenção</p><p>da consciência (TORTORA; DERRICKSON, 2014).</p><p>75UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO</p><p>FIGURA 13: A IMAGEM REPRESENTA EM LARANJA O TÁLAMO MAIOR ESTRUTURA</p><p>DIENCEFÁLICA</p><p>1.6.2 Hipotálamo</p><p>O hipotálamo é uma pequena região do diencéfalo localizada inferiormente ao</p><p>tálamo. Ele é composto por quatro regiões principais: região mamilar, região tuberal, região</p><p>supraóptica e região pré-óptica. A respeito das funções do hipotálamo, podemos destacar:</p><p>● Controle do sistema nervoso autônomo (contração de músculos e secreções glandulares);</p><p>● Regulação da temperatura corporal;</p><p>● Regulação do comportamento emocional;</p><p>● Regulação do sono e da vigília;</p><p>● Regulação da ingestão de alimentos;</p><p>● Regulação da ingestão de água;</p><p>● Regulação da diurese;</p><p>● Regulação do sistema endócrino;</p><p>● Geração e regulação de ritmos circadianos (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; TOR-</p><p>TORA; DERRICKSON, 2014).</p><p>1.6.3 Epitálamo</p><p>O epitálamo, pequena região superior e posterior ao tálamo, forma parte do teto</p><p>do terceiro ventrículo e é composta pela glândula pineal que confere ao epitálamo função</p><p>endócrina. A glândula pineal possui tamanho aproximado de uma ervilha e faz parte do</p><p>sistema endócrino pois sob a influência do hipotálamo, a glândula pineal é responsável pela</p><p>secreção do hormônio melatonina, que controla o ciclo sono-vigília que sinaliza ao corpo a</p><p>hora de se preparar para a fase noturna (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; TORTORA;</p><p>DERRICKSON, 2014).</p><p>76UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO</p><p>1.7 Telencéfalo</p><p>O telencéfalo é o que conhecemos por cérebro, constituído por dois hemisférios</p><p>cerebrais (direito e esquerdo), que são separados pela fissura longitudinal do cérebro, cujo</p><p>assoalho é formado por uma larga faixa de fibras comissurais, denominada corpo caloso</p><p>que promove a união entre os dois hemisférios (Figura 14).</p><p>O córtex cerebral é constituído por substância cinzenta que forma a face externa do</p><p>telencéfalo. Durante o desenvolvimento embrionário, a substância cinzenta do córtex se</p><p>desenvolve mais rápido que a substância branca, e se dobra sobre si mesmo, formando</p><p>pregas conhecidas como giros, os dois giros mais importantes são os giros pré-central e</p><p>pós-central. As fendas mais profundas entre os giros são chamadas de fissuras; as mais</p><p>superficiais, de sulcos que permitem um considerável aumento do volume cerebral (TOR-</p><p>TORA; DERRICKSON, 2014).</p><p>FIGURA 14: VISTA SUPERIOR DO CÓRTEX CEREBRAL E HEMISFÉRIOS CEREBRAIS, PODEMOS</p><p>OBSERVAR NA IMAGEM A FISSURA LONGITUDINAL, SULCOS E GIROS CEREBRAIS</p><p>1.7.1 Lobos Cerebrais</p><p>Os hemisférios cerebrais são subdivididos em lobos, que são nomeados de acordo</p><p>com os ossos que os recobrem: lobos frontal, parietal, temporal e occipital (Figura 15). O</p><p>sulco central separa o lobo frontal do lobo parietal. O sulco cerebral lateral separa o lobo</p><p>frontal do lobo temporal. O sulco parietoccipital separa o lobo parietal do lobo occipital.</p><p>Uma quinta porção do telencéfalo, a ínsula, não pode ser vista superficialmente porque</p><p>se encontra dentro do sulco cerebral lateral, profundamente aos lobos parietal, frontal e</p><p>temporal.</p><p>77UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO</p><p>FIGURA 15: VISTA LATERAL DO CÉREBRO HUMANO. ILUSTRAÇÃO MOSTRA LOBO FRONTAL</p><p>(AZUL), LOBO PARIETAL (VERDE), LOBO TEMPORAL (LARANJA) E LOBO OCCIPITAL (ROSA)</p><p>1.8 Medula Espinal</p><p>A medula espinal é uma massa de tecido nervoso em formato cilíndrico que se estende</p><p>do bulbo até a margem superior da segunda vértebra lombar e fica abrigada dentro do canal</p><p>vertebral. Ela contém substância cinzenta localizada por dentro da branca e apresenta a</p><p>forma de uma borboleta, ou de um H (Figura 16). Nos adultos a medula espinal varia entre</p><p>42 a 45 cm de comprimento (MARTINI; TIMMONS; TALLITSH, 2009).</p><p>A medula espinal é uma via para transmissão de informação ao encéfalo ou a partir</p><p>dele e também integra e processa informações. São observadas na medula espinal duas</p><p>intumescências: a intumescência cervical, que se estende da quarta vértebra cervical (C IV)</p><p>até a primeira vértebra torácica (TI). Os nervos dos membros superiores são provenientes</p><p>desta região. E a intumescência lombar (da nona até a décima segunda vértebra torácica</p><p>(T XII) que originam os nervos dos membros inferiores.</p><p>78UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO</p><p>FIGURA 16: A ILUSTRAÇÃO MOSTRA A MEDULA ESPINAL ACOMODADA DENTRO DO CANAL</p><p>VERTEBRAL (FORMADO PELAS VÉRTEBRAS)</p><p>1.9 Meninges</p><p>Os tecidos nervosos são extremamente delicados o que lhe confere necessidade de</p><p>proteção do contato com ossos que pode causar danos mecânicos, absorvendo impactos.</p><p>As meninges são membranas fibrosas que recobrem o SNC (encéfalo e medula</p><p>espinal) e possuem três camadas: dura-máter, aracnoide-máter e pia-máter.</p><p>● Dura-máter: É a mais resistente e espessa lâmina meníngea. Envolve toda a</p><p>medula e encéfalo como se fosse uma luva, sendo a camada externa que fica em</p><p>contato com os ossos do crânio e vértebras.</p><p>● Aracnoide-máter: É a lâmina intermediária localizada entre a dura-máter e a pia-</p><p>máter e está separada da lâmina da pia-máter, pelo espaço subaracnóideo que é</p><p>preenchido pelo líquido cefalorraquidiano (líquor). Este espaço é facilmente acessado</p><p>entre as vértebras lombares (L III e L IV), sendo utilizado para administração de</p><p>anestésicos e na coleta de líquor para exame diagnóstico. O líquido cerebrospinal</p><p>envolve e banha o SNC, o líquor é produzido pelo plexo coroide que se localiza no</p><p>interior dos ventrículos. Suas funções incluem: evitar o contato entre as estruturas</p><p>nervosas; permite a sustentação do encéfalo mantendo o mesmo suspenso na</p><p>cavidade do crânio, flutuando no líquido cerebrospinal e promover o transporte de</p><p>nutrientes.</p><p>● Pia-máter: É a membrana meníngea mais delicada e interna, fixada diretamente</p><p>ao tecido nervoso (MARTINI; TIMMONS; TALLITSH, 2009).</p><p>SISTEMA NERVOSO</p><p>PERIFÉRICO (SNP)2</p><p>TÓPICO</p><p>79UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO</p><p>2.1 Introdução ao sistema nervoso periférico (SNP)</p><p>O sistema nervoso periférico (SNP) é composto por nervos espinais (parte da medula</p><p>espinal) e nervos cranianos (originam-se no encéfalo). Os nervos são feixes de axônios de</p><p>neurônios que apresentam função motora (leva a informação do SNC para o órgão efetor,</p><p>produzindo uma resposta) ou dos dendritos que são fibras sensitivas (capta o estímulo e</p><p>leva para ser processado pelo SNC).</p><p>Divisão do SNP de acordo com as funções das fibras nervosas sensitivas e motoras</p><p>(Figura 17).</p><p>80UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO</p><p>FIGURA 17: REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA DIVISÃO DO SNP. AS ENTRADAS</p><p>SENSITIVAS E MOTORAS DO SNP SÃO SUBDIVIDIDAS EM SOMÁTICAS</p><p>(INERVAÇÃO DO</p><p>TUBO EXTERNO) OU VISCERAIS (INERVAÇÃO DOS ÓRGÃOS VISCERAIS). A PARTE MOTORA</p><p>DO SNP É DIVIDIDA EM PARTE SOMÁTICA E NA PARTE AUTÔNOMA DO SISTEMA NERVOSO</p><p>(SNA), QUE É SUBDIVIDIDO EM: SIMPÁTICA E PARASSIMPÁTICA</p><p>Fonte: TORTORA; DERRICKSON, 2016.</p><p>O sistema nervoso somático é composto por neurônios sensitivos e motores. Os</p><p>neurônios sensitivos captam o estímulo via receptores (termorreceptores localizados</p><p>na pele, sensíveis ao tato, calor e dor) e transmitem esse estímulo gerado na forma de</p><p>impulso nervoso para processamento no SNC (chegando primeiro na medula espinal e</p><p>posteriormente no encéfalo). Contudo, a via motora é composta por neurônios que partem</p><p>do SNC, inervando os músculos esqueléticos e como resposta ao estímulo promove a</p><p>contração da musculatura, produzindo movimentos de reflexos (involuntários) e voluntários,</p><p>este processo é denominado arco reflexo (Figura 18) (MARIEB; WILHELM; MALLATT,</p><p>2014).</p><p>81UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO</p><p>FIGURA 18: ILUSTRAÇÃO DO ARCO REFLEXO</p><p>2.2 Nervos Cranianos</p><p>Os nervos cranianos se originam no encéfalo e são doze pares no total. Cada nervo</p><p>craniano tem sua nomenclatura própria de acordo com a distribuição ou a função dos</p><p>nervos, mas também recebe uma numeração (número romano) que indicam a ordem, na</p><p>qual os nervos se originam no encéfalo (Figura 19).</p><p>FIGURA 19: DOZE PARES DE NERVOS CRANIANOS</p><p>82UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO</p><p>Os nervos cranianos olfatório (I), óptico (II) e vestibulococlear (VIII), contém axônios</p><p>de neurônios sensitivos. E estão associados aos sentidos especiais do olfato, da visão e da</p><p>audição, respectivamente. Entretanto, cinco nervos cranianos oculomotor (III), troclear (IV),</p><p>abducente (VI), acessório (XI) e hipoglosso (XII) são classificados como nervos motores,</p><p>pois contêm apenas axônios de neurônios motores que saem do tronco encefálico.</p><p>Os quatro nervos cranianos restantes trigêmeo (V), facial (VII), glossofaríngeo (IX) e</p><p>vago (X) são nervos mistos, pois contém axônios de neurônios sensitivos adentrando no</p><p>encéfalo e neurônios motores saindo do encéfalo (TORTORA; DERRICKSON 2016).</p><p>1.3 Nervos espinais</p><p>A superfície da medula apresenta sulcos que fazem conexão com pequenos filamentos</p><p>nervosos que se unem formando as raízes ventrais e dorsais dos nervos espinais.</p><p>Os nervos espinais são vias de comunicação entre a medula espinal e regiões</p><p>específicas do corpo. Cada par de nervos espinais surge de um segmento espinal,</p><p>responsável por conferir a nomeação dos nervos espinais de acordo com o segmento</p><p>nos quais estão localizados. Existem 31 pares de nervos espinais sendo distribuídos da</p><p>seguinte forma: 8 cervicais (C1–C8), 12 torácicos (T1–T12), 5 lombares (L1-L5), 5 sacrais</p><p>(S1–S5) e 1 coccígeo (Co1).</p><p>Os nervos espinais se ramificam a partir da medula espinal e se projetam lateralmente</p><p>saindo do canal vertebral através dos forames intervertebrais. Contudo, os nervos das</p><p>regiões lombar, sacral e coccígea não saem da coluna vertebral, as raízes destes nervos</p><p>espinais ficam semelhantes a uma cauda de um cavalo, atribuindo o nome às raízes destes</p><p>nervos de cauda equina (TORTORA; DERRICKSON 2016).</p><p>83</p><p>A meningite é uma condição patológica causada pela inflamação das meninges provocada por infecção</p><p>bacteriana ou viral. A infecção pode se espalhar para o tecido nervoso e provocar inflamação no encéfalo</p><p>chamada de encefalite. A meningite é diagnosticada através da obtenção de uma amostra de líquido cere-</p><p>brospinal (LCE) coleta do espaço subaracnóideo para detectar a presença do agente patológico (bactérias,</p><p>vírus ou fungos). Como a medula espinal adulta termina no nível da vértebra L I ou L II, uma agulha pode</p><p>penetrar com segurança no espaço subaracnóideo abaixo desse local para obter a amostra necessária, este</p><p>procedimento é denominado punção lombar. Com o paciente curvado para a frente a agulha é inserida</p><p>entre as vértebras das vértebras L III e L IV ou entre L IV e L V. As punções lombares também são utilizadas</p><p>para medir a pressão do LCE, para administração de antibióticos, anestésicos e contraste de raios X (MA-</p><p>RIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).</p><p>Com apenas 2 kg de peso, cerca de 3% do peso corporal total, o sistema nervoso é um dos menores, porém</p><p>mais complexos sistemas corporais, contém bilhões de neurônios e de um número ainda maior de células</p><p>da neuroglia (TORTORA; DERRICKSON, 2014).</p><p>UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO</p><p>84</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Prezado(a) aluno(a),</p><p>Nesta unidade abordamos o estudo do sistema nervoso em sua complexidade é</p><p>responsável por controlar ações voluntárias e involuntárias. O controle das ações voluntárias</p><p>como: correr, andar e falar. Além de ser fundamental para a percepção do indivíduo com</p><p>relação às coisas à sua volta. Todavia, o controle das ações involuntárias se deve ao fato</p><p>de o sistema nervoso atuar sobre outros sistemas do corpo humano como, por exemplo:</p><p>o centro respiratório que controla o ritmo respiratório está localizado no bulbo que é uma</p><p>estrutura do tronco encefálico. O sistema nervoso é formado pelo tecido nervoso que é</p><p>constituído pelas células nervosas chamadas neurônios, os neurônios se comunicam</p><p>entre si através de sinais elétricos chamados impulsos nervosos, produzindo uma resposta</p><p>imediata. O sistema nervoso é dividido em: sistema nervoso central e sistema nervoso</p><p>periférico. O sistema nervoso central é formado pelo encéfalo (cérebro, tronco encefálico e</p><p>cerebelo) e medula espinhal. Na sequência abordando detalhadamente as características</p><p>morfológicas do encéfalo que é o centro de controle das sensações, da inteligência, das</p><p>emoções, do comportamento e da memória. O encéfalo é classificado em 4 partes: tronco</p><p>encefálico (bulbo, ponte e mesencéfalo), cerebelo, diencéfalo e telencéfalo, sendo</p><p>que foi apresentado a vocês as características morfológicas de cada uma destas áreas</p><p>encefálicas.</p><p>Finalizamos o estudo desta unidade apresentando a vocês o sistema nervoso</p><p>periférico que se localiza fora do sistema nervoso central, sendo constituído por fibras</p><p>nervosas (nervos) que tem origem de dois locais distintos, sendo: Encéfalo (base do crânio)</p><p>e medula espinal. Desta forma, temos 12 pares de nervos cranianos e 31 pares de nervos</p><p>espinais, respectivamente, e são responsáveis por promover a conexão levando estímulos</p><p>periféricos para o sistema nervoso central que os interpreta e produz uma resposta que é</p><p>transmitida do sistema nervoso central para outras partes do corpo humano.</p><p>Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigada!</p><p>UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO</p><p>85</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR</p><p>Anualmente, 1,4 milhão de lesões encefálicas traumáticas (ou traumatismo</p><p>cranioencefálico) são relatadas nos Estados Unidos, decorrentes de quedas (28%),</p><p>acidentes de trânsito (20%), lesões esportivas (21%) e violência (30%).</p><p>A lesão no tecido neural é provocada por três mecanismos: (1) um golpe direto que</p><p>contundiu o tecido neural, (2) forças de cisalhamento que rasgam as fibras neuronais e</p><p>(3) sangramento e intumescimento que aumentam a pressão intracranial, comprimindo o</p><p>tecido neural. Circundado pelo líquido cerebroespinal, o encéfalo praticamente flutua dentro</p><p>do crânio. Qualquer força externa que atinja essa estrutura faz com que o encéfalo se mova</p><p>e bata no crânio, lesionando o tecido neural. Se a força do golpe for suficientemente grande,</p><p>o encéfalo pode atingir o lado oposto do crânio. A isso chamamos lesão por contragolpe.</p><p>Como o encéfalo está sendo movimentado vigorosamente na cavidade craniana,</p><p>os axônios longos e projetados alongam-se. As forças de cisalhamento podem rasgá-</p><p>los, resultando em lesão axonal difusa. Essas forças afetam axônios bem espalhados e</p><p>perturbam sua capacidade de enviar informações, rompendo os circuitos neuronais. Com</p><p>o tempo, as conexões axonais podem crescer novamente e restabelecer os</p><p>circuitos</p><p>neurais funcionais. No entanto, as conexões podem errar o caminho, resultando em déficits</p><p>funcionais de longo prazo.</p><p>Tanto a lesão por contragolpe quanto a lesão axonal difusa são típicas na síndrome</p><p>do bebê sacudido e no chicote provocado pela desaceleração rápida, típica de acidentes</p><p>de automóvel. O sangramento interno no local do impacto comprime o tecido neural. O</p><p>entumescimento resultante do edema e da captação de água pelo cérebro leva ao aumento</p><p>da pressão intracraniana, que comprime ainda mais o tecido neural, provocando mais lesões.</p><p>Muito preocupantes são as lesões que resultam em sangramento dentro dos espaços</p><p>subdural ou subaracnóideo que é diagnosticado no momento da lesão. Imediatamente</p><p>após um golpe na cabeça, a vítima pode estar lúcida e agir normalmente. No entanto, à</p><p>medida que o sangue e outros líquidos se acumulam em volta do tecido cerebral, podem se</p><p>desenvolver sinais neurológicos como problemas de equilíbrio, problemas de coordenação</p><p>e déficits sensitivos. A maior pressão intracraniana resultante pode afetar as funções do</p><p>tronco encefálico que controlam a respiração, a frequência cardíaca e a pressão arterial,</p><p>potencialmente causando a morte.</p><p>Desse modo, indivíduos com qualquer tipo de lesão na cabeça precisam ser</p><p>monitorados quanto ao desenvolvimento de sinais neurológicos: reflexos pupilares anormais,</p><p>desequilíbrio, discurso incoerente e comportamento anormal.</p><p>As lesões encefálicas brandas (concussões) são o tipo mais comum de lesão</p><p>encefálica, já que provocam mudança temporária no estado mental: confusão, desorientação</p><p>e perda de memória. Uma breve perda de consciência pode ou não ocorrer. Os sintomas</p><p>de uma lesão encefálica branda incluem cefaleia, vertigem, náusea, fadiga e irritabilidade.</p><p>UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO</p><p>86</p><p>Uma lesão encefálica moderada é definida pela perda de consciência durante</p><p>um intervalo de tempo que varia de alguns minutos a algumas horas. Esse tipo de lesão</p><p>provoca confusão, que pode durar dias ou semanas. Os déficits neurais resultam em</p><p>prejuízos físicos, cognitivos e comportamentais que podem durar um longo período ou ser</p><p>permanentes. Uma lesão encefálica grave resulta em inconsciência prolongada ou coma</p><p>durante dias, semanas ou meses.</p><p>Cerca de 75% de todas as lesões encefálicas traumáticas são classificadas como</p><p>brandas, incluindo a maioria das lesões encefálicas que ocorrem durante as atividades</p><p>esportivas. No entanto, uma lesão branda não é insignificante, mas muitas vezes é ignorada</p><p>ou minimizada, sobretudo pelos atletas de competição.</p><p>O tecido neural requer pelo menos duas semanas para se recuperar após uma lesão</p><p>branda. Se o encéfalo não tiver tempo para cicatrizar, outra lesão pode resultar de outro</p><p>impacto. Um segundo impacto que ocorra antes da cicatrização completa de um impacto</p><p>inicial pode resultar em um intumescimento tão agudo do encéfalo que chega a ser fatal.</p><p>Essa condição chama-se síndrome do segundo impacto. Embora nenhum dos impactos</p><p>seja grave, o intumescimento radical provocado pela segunda lesão pode alterar a função</p><p>do tronco encefálico e o efeito cumulativo das lesões pode ter consequências fatais.</p><p>As lesões encefálicas repetidas se combinam, causando déficits neurológicos</p><p>importantes. Pesquisas mostram que os atletas com lesões repetidas na cabeça têm</p><p>desempenho pior nos testes de atenção, memória, organização e resolução de problemas</p><p>complexos do que os indivíduos que nunca sofreram uma concussão.</p><p>É fundamental evitar o traumatismo craniano. Nos esportes que envolvem contato,</p><p>são essenciais o equipamento de proteção da cabeça e as decisões inteligentes tomadas</p><p>pelos treinadores, preparadores físicos e atletas em relação à quando voltar a jogar após</p><p>uma lesão na cabeça (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).</p><p>UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO</p><p>87</p><p>MATERIAL COMPLEMENTAR</p><p>LIVRO</p><p>Título: Anatomia Humana</p><p>Autor: Frederic H. Martin, Michael J. Timmons, Robert B.</p><p>Tallitsch.</p><p>Editora: Artmed.</p><p>Sinopse: A Coleção Martini foi especialmente pensada para</p><p>proporcionar ao leitor o melhor recurso didático para ensino</p><p>e aprendizagem da Anatomia. Para isso, foram reunidos o</p><p>livro-texto Anatomia humana, que se destaca pela riqueza de</p><p>detalhes visuais e por um texto extremamente didático, o Atlas</p><p>do corpo humano – um atlas fotográfico cuja objetividade é seu</p><p>ponto alto.</p><p>FILME/VÍDEO</p><p>Título: Sistema Nervoso | Prof. Paulo Jubilut</p><p>Ano: 2019</p><p>Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=_prsD-</p><p>Dg_cJM</p><p>UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO</p><p>https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_ebooks_1?ie=UTF8&field-author=Frederic+H.+Martini&text=Frederic+H.+Martini&sort=relevancerank&search-alias=digital-text</p><p>https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_ebooks_2?ie=UTF8&field-author=Michael+J.+TimmonS&text=Michael+J.+TimmonS&sort=relevancerank&search-alias=digital-text</p><p>https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_ebooks_3?ie=UTF8&field-author=Robert+B.+Tallitsch&text=Robert+B.+Tallitsch&sort=relevancerank&search-alias=digital-text</p><p>https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_ebooks_3?ie=UTF8&field-author=Robert+B.+Tallitsch&text=Robert+B.+Tallitsch&sort=relevancerank&search-alias=digital-text</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>Plano de Estudos</p><p>• Sistema Digestório</p><p>• Sistema Urinário</p><p>• Sistema Genital Masculino</p><p>• Sistema Genital Feminino</p><p>Objetivos da Aprendizagem</p><p>• Conceituar e contextualizar os sistemas digestório, urinário e</p><p>reprodutor masculino e feminino;</p><p>• Compreender os principais aspectos anatômicos dos órgãos que</p><p>constituem cada sistema;</p><p>• Estabelecer a importância dos sistemas para a manutenção da vida</p><p>humana.</p><p>Professora Mestre Gislaine Cardoso de Souza Fiaes</p><p>SISTEMAS SISTEMAS</p><p>DIGESTÓRIO, DIGESTÓRIO,</p><p>URINÁRIO E URINÁRIO E</p><p>GENITALGENITAL</p><p>UNIDADEUNIDADE4</p><p>89</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Quantas vezes escutamos durante nossa infância sobre a importância dos alimentos?</p><p>Ou o quanto é importante a ingestão de água diariamente? Todos os sistemas do nosso</p><p>corpo exercem um papel fundamental para a manutenção da vida. O sistema digestório,</p><p>por exemplo, é responsável desde a quebra do alimento em moléculas menores permitindo,</p><p>assim, que nossas células possam absorver os nutrientes, até a formação das fezes. Já o</p><p>sistema urinário realiza a filtragem do sangue e, como consequência desse processo, elimina</p><p>restos metabólicos através da urina. Além disso, o sistema reprodutor tem características</p><p>distintas entre os gêneros, mas ambos contribuem na produção dos gametas e permitem,</p><p>assim, a reprodução e a continuação da espécie humana.</p><p>Caro estudante, nesta unidade vamos aprofundar nossos conhecimentos sobre</p><p>os sistemas digestório, urinário e reprodutor. Sendo, o objetivo principal desta unidade é</p><p>proporcionar a compreensão das funções e os aspectos anatômicos relevantes de cada</p><p>órgão que os compõem.</p><p>UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL</p><p>SISTEMA</p><p>DIGESTÓRIO1</p><p>TÓPICO</p><p>90UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL</p><p>1.1 Introdução ao Sistema Digestório</p><p>Nós, seres humanos, assim como outros animais, não somos capazes de produzir</p><p>nosso próprio alimento,</p><p>como as plantas, por exemplo, e por isso necessitamos de produtos</p><p>animais ou vegetais que nos forneça energia para a manutenção dos nossos órgãos e sis-</p><p>temas. Desde crianças escutamos na escola e em casa sobre a importância dos alimentos</p><p>no nosso dia-a-dia. Mas você sabe como e onde acontece a digestão de tudo o que ingeri-</p><p>mos? Vamos descobrir juntos a seguir.</p><p>Quando ingerimos um alimento ele irá percorrer no nosso sistema digestório e sofrer</p><p>transformações físicas e químicas para reduzi-los em pequenas moléculas e permitir que</p><p>seus nutrientes, como a glicose, sejam capazes de atravessar parte das camadas do sis-</p><p>tema digestório e a parede dos capilares sanguíneos e linfáticos e, posteriormente, serem</p><p>distribuídos para as células do corpo. Os restos desse processo são excretados do corpo</p><p>por meio das fezes.</p><p>O sistema digestório exerce um papel importantíssimo na homeostasia, ou seja, no</p><p>processo de equilíbrio ou estabilidade do organismo. Isso porque, possui funções desde a</p><p>quebra dos alimentos em moléculas menores, como também a absorção de água, vitaminas e</p><p>minerais, e a eliminação de resíduos metabólicos do corpo (TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>Os órgãos que compõem o sistema digestório podem ser observados na figura</p><p>introdutória desta unidade, sendo eles boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado</p><p>e intestino grosso. Também faz parte desse sistema, os chamados órgãos digestórios</p><p>acessórios, que compreende os dentes, língua, glândulas salivares, fígado, vesícula biliar</p><p>e pâncreas.</p><p>É importante salientar que a cavidade abdominal, que abriga a maioria dos órgãos do</p><p>sistema digestório, é revestida por uma membrana serosa chamada peritônio, que é dividido</p><p>em peritônio parietal (quando está em contato com as paredes abdominal) e peritônio visceral</p><p>91UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL</p><p>(reveste as vísceras). O espaço entre eles é denominado cavidade peritoneal e possui um</p><p>líquido seroso lubrificante. O peritônio contém grandes pregas que ligam os órgãos uns aos</p><p>outros e às paredes da cavidade abdominal, além de vasos sanguíneos, vasos linfáticos e</p><p>nervos que suprem os órgãos abdominais (TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>1.2 Cavidade oral</p><p>A cavidade oral é formada pelas bochechas que terminam nos lábios, palato duro</p><p>(parte anterior do céu da boca), palato mole (parte posterior do céu da boca) e língua. O</p><p>palato é uma parede que separa a cavidade oral da cavidade nasal, e forma o céu da boca e</p><p>sua presença permite mastigar e respirar ao mesmo tempo. Pendurada na margem livre do</p><p>palato mole está localizada uma estrutura muscular chamada úvula. Durante a deglutição,</p><p>o palato mole e a úvula são atraídos superiormente, fechando a parte nasal da faringe e</p><p>impedindo que os alimentos e líquidos ingeridos entrem na cavidade nasal (TORTORA;</p><p>DERRICKSON, 2016).</p><p>O primeiro órgão do tubo digestório é a boca e a digestão mecânica dos alimentos</p><p>que ocorre neste local é chamada de mastigação onde o alimento é manipulado pela</p><p>língua, triturado pelos dentes e misturado com a saliva, a fim de deixá-lo com um pequeno</p><p>tamanho e permitindo-o ser facilmente engolido. Essa massa formada recebe o nome de</p><p>bolo alimentar. Já a digestão química envolve a ação de enzimas, como a amilase salivar</p><p>e a lipase lingual.</p><p>1.2.1 Dentes</p><p>Os dentes cortam os alimentos sólidos em partículas menores para serem deglutidas.</p><p>Eles estão localizados no espaço ósseo chamado alvéolo dental. Tipicamente, os dentes</p><p>possuem três regiões: a coroa, que é a parte visível acima da gengiva; o colo, parte</p><p>intermediária recoberta por gengiva e que consiste na junção entre a coroa e a raiz; e a</p><p>raiz, embutidas no soquete e que fixa os dentes aos ossos.</p><p>Internamente os dentes são formados principalmente por dentina que confere forma</p><p>e rigidez. A dentina da coroa é recoberta por esmalte, composto principalmente por fosfato</p><p>de cálcio e carbonato de cálcio, enquanto que a dentina da raiz é recoberta por cemento,</p><p>que age como um amortecedor de impacto durante a mastigação (TORTORA. DERRICK-</p><p>SON, 2016).</p><p>Ao longo de nossas vidas, apresentamos duas dentições. A decídua são os famosos</p><p>“dentes de leite”, ou primários, que começam a aparecer por volta dos 6 meses de idade,</p><p>constituindo-se de 20 dentes (8 incisivos, 4 caninos e 8 molares). Essa dentição é substituída</p><p>por volta dos 6 a 12 anos de idade pela dentição dita permanente, que se refere aos dentes</p><p>secundários e totalizam cerca de 32 dentes quando no conjunto completo (8 incisivos,</p><p>4 caninos, 8 pré-molares e 12 molares). Os dentes incisivos (parte cortante) cortam o</p><p>alimento, os caninos (borda pontiaguda) dividem os alimentos em partes menores, quanto</p><p>que os dentes pré-molares e molares (possuem coroa mais desenvolvida) são adaptados</p><p>92UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL</p><p>para amassar e triturar os alimentos.</p><p>1.2.2 Glândulas salivares</p><p>A saliva é produzida pelas glândulas salivares. As glândulas salivares maiores são</p><p>glândulas exócrinas, sendo elas as parótidas, submandibulares e sublinguais, ao passo</p><p>que as glândulas salivares menores estão presentes no interior das bochechas, lábios e</p><p>mucosa da língua. Estima-se que, por dia, seja liberado cerca de 1 a 1,5 litros de saliva. A</p><p>saliva é composta por água (99,5%) e solutos (0,5%) e sua função é a de amaciar, hidratar</p><p>e dissolver os alimentos, limpar a boca e os dentes, e iniciar a digestão do amido.</p><p>1.2.3 Língua</p><p>A língua é um órgão muscular, móvel, dividida em metades laterais simétricas por um</p><p>septo mediano. A língua participa da mastigação e deglutição ao manobrar os alimentos,</p><p>modelando-o em um bolo alimentar, da fala, da sucção e detecta sensações de paladar. A</p><p>sua parte fixa é chamada de raiz da língua, a parte móvel de corpo da língua e a extremidade</p><p>anterior de ápice da língua.</p><p>O frênulo da língua é uma prega na linha média da face inferior da língua, e que se</p><p>insere no assoalho da boca ajudando a limitar o movimento da língua posteriormente. A face</p><p>dorsal (superior) e a face lateral da língua são recobertas por papilas linguais, receptores</p><p>para gosto. Estas são divididas em circunvaladas (amargo), folheadas (azedo), filiformes e</p><p>fungiformes (doce e salgado).</p><p>Os músculos extrínsecos movem a língua de um lado para o outro, para dentro e</p><p>para fora a fim de manobrar os alimentos para a mastigação, moldando-o e forçando-o para</p><p>a parte de trás da boca para ser engolido. Já os músculos intrínsecos alteram a forma e o</p><p>tamanho da língua para a fala e deglutição (TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>1.3 Faringe</p><p>Depois de iniciado a digestão na boca e triturado, o bolo alimentar segue para a</p><p>faringe e então, por meio de contrações musculares, é impulsionado para o esôfago. A</p><p>faringe é composta por músculo esquelético e possui três partes: a parte nasal atua apenas</p><p>na respiração, pertencendo exclusivamente ao sistema respiratório, enquanto, as partes</p><p>oral e laríngea participam tanto na parte digestiva quanto na parte respiratória.</p><p>O bolo alimentar estimula receptores da parte oral da faringe, que enviam impulsos</p><p>para o centro da deglutição no bulbo e parte inferior da ponte do tronco encefálico. Os</p><p>impulsos que retornam fazem com que o palato mole e a úvula se movam para cima para</p><p>fechar a parte nasal da faringe, o que impede que os alimentos e líquidos ingeridos entrem</p><p>na cavidade nasal. Além disso, o fechamento da epiglote da laringe impede que o bolo</p><p>alimentar entre no restante do trato respiratório (TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>1.4 Esôfago</p><p>93UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL</p><p>O esôfago é um tubo muscular posicionado posteriormente à traqueia, com cerca de</p><p>20 a 25 cm de comprimento. Ele secreta muco e conduz o bolo alimentar da faringe para</p><p>o estômago. O alimento atravessa o esôfago de forma rápida devido a contração de suas</p><p>fibras musculares que produz movimentos peristálticos, e também pela gravidade, embora</p><p>não dependa necessariamente dela.</p><p>O esôfago possui dois esfíncteres: o esfíncter esofágico superior controla a circulação</p><p>de alimentos da faringe para o esôfago, e o esfíncter esofágico inferior regula o movimento</p><p>dos alimentos do esôfago para o estômago. Quando o esfíncter esofágico inferior não fecha</p><p>adequadamente após a passagem do alimento para o estômago, pode ocorrer o refluxo</p><p>desse conteúdo o que ocasiona uma condição chamada de doença do refluxo esofágico.</p><p>Além disso, uma vez que as paredes do esôfago não estão preparadas para receber</p><p>solução ácida, o ácido clorídrico (HCl) do conteúdo estomacal pode causar uma irritação na</p><p>parede esofágica gerando uma sensação de queimação conhecida como azia (TORTORA;</p><p>DERRICKSON, 2016).</p><p>1.5 Estômago</p><p>Após descer pelo esôfago, o bolo alimentar chega no estômago, o órgão mais dis-</p><p>tensível do sistema digestório. Ele está localizado entre o esôfago e o intestino delgado e</p><p>na maioria das pessoas possui formato da letra “j”, voltado para o lado esquerdo do corpo.</p><p>Quando vazio, o estômago apresenta grandes rugas denominadas pregas gástricas, mas</p><p>que diminuem ou desaparecem quando o estômago está distendido (MOORE; DALLEY;</p><p>AGUR, 2014).</p><p>O estômago realiza digestão química e mecânica, além da absorção de algumas</p><p>substâncias, como álcool e medicamentos. Ele possui quatro partes. Vejamos a seguir:</p><p>● Cárdia, a abertura do esôfago ao estômago, circundando o óstio cárdico.</p><p>● Fundo gástrico, porção arredondada superior; pode ser dilatado por gás, líquido,</p><p>alimento ou pela combinação destes.</p><p>● Corpo gástrico, parte central, entre o fundo gástrico e o antro pilórico.</p><p>● Parte pilórica, porção afunilada de saída do estômago, em direção ao duodeno; é</p><p>formada pelo antro pilórico (parte mais larga), canal pilórico (parte mais estreita) e o</p><p>piloro, que se comunica com o duodeno do intestino delgado e que controla a saída</p><p>do conteúdo gástrico através do óstio pilórico.</p><p>No estômago ocorre uma série de ondas de contração chamada peristalse,</p><p>responsável pela mistura do alimento mastigado aos sucos gástricos e o esvaziamento</p><p>do conteúdo gástrico no duodeno (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). O suco gástrico é um</p><p>líquido formado por diversas substâncias que auxiliam na digestão química do alimento</p><p>como o pepsinogênio, que ao entrar em contato com o ácido do estômago, se transforma</p><p>na enzima pepsina, importante para a digestão de proteínas.</p><p>O alimento misturado ao suco gástrico resulta em um líquido com consistência</p><p>94UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL</p><p>de sopa, denominado quimo. Uma vez que as partículas de alimento no quimo são</p><p>suficientemente pequenas, elas podem então passar através do óstio pilórico, em direção</p><p>ao intestino delgado (TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>1.6 Intestino delgado</p><p>De todo o canal alimentar, é no intestino delgado que acontece a maior parte da</p><p>digestão e absorção de nutrientes e água ingeridos. Por ser um órgão comprido (cerca de 4</p><p>a 6 m) tem grande superfície para a digestão e absorção, tendo sua área aumentada ainda</p><p>mais por pregas circulares, vilosidades e microvilosidades.</p><p>No intestino delgado acontece a mistura do quimo com os sucos digestivos por meio</p><p>de movimentos peristálticos e, também, o contato dos nutrientes com a mucosa para a</p><p>absorção. Além disso, completa a digestão de carboidratos, proteínas e lipídios e realiza a</p><p>digestão de ácidos nucleicos.</p><p>O intestino delgado é formado pelo duodeno, jejuno e íleo. O duodeno é o primeiro</p><p>segmento e também o mais curto, com aproximadamente 25 cm. Como visto anteriormente,</p><p>a parte pilórica do estômago esvazia-se no duodeno. Ele possui formato da letra “C” ao</p><p>redor da cabeça do pâncreas e é dividido em parte superior, parte descendente, parte</p><p>inferior e parte descendente, em ordem de direção ao intestino grosso. O duodeno recebe a</p><p>bile e o suco pancreático que é onde ocorre a maior parte da digestão, participando também</p><p>da absorção.</p><p>O jejuno é o segmento logo após o duodeno e possui cerca de 1 a 2,5 m. Por fim,</p><p>o íleo é a porção mais longa do intestino delgado, com aproximadamente 2 a 3,5 m e</p><p>se junta ao intestino grosso em um esfíncter chamado óstio ileal. O jejuno e o íleo são</p><p>fixados à parede posterior do abdome pelo mesentério (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014) e</p><p>são os principais responsáveis pela absorção de aminoácidos, glicose, ácidos graxos, sais</p><p>minerais e uma pequena quantidade de água.</p><p>1.7 Intestino grosso</p><p>Após a absorção no intestino delgado, o resto do alimento segue em direção ao</p><p>intestino grosso. O intestino grosso mede cerca de 1,5 m e se estende do íleo ao ânus,</p><p>encerrando, assim, o canal alimentar. Este órgão possui bactérias que convertem proteínas</p><p>em aminoácidos e produzem algumas vitaminas B e vitamina K. Também absorve água e</p><p>eletrólitos e é responsável pela formação e expulsão das fezes (TORTORA; DERRICKSON,</p><p>2016).</p><p>O intestino grosso é dividido nos seguintes segmentos:</p><p>● Ceco: possui aproximadamente 6 cm e está localizado inferiormente ao óstio ileal (já</p><p>descrito anteriormente). Anexado ao ceco está o apêndice vermiforme.</p><p>● Colo: está fundido à extremidade aberta do ceco e é dividido em ascendente,</p><p>transverso, descendente e sigmoide. Os movimentos peristálticos em massa</p><p>empurram o material fecal do colo sigmoide para o reto.</p><p>● Reto: está localizado logo após o colo e possui aproximadamente 15 cm. A porção</p><p>95UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL</p><p>final do reto é chamado de canal anal. Sua abertura para o exterior é chamada ânus</p><p>e possui o músculo esfíncter interno do ânus (involuntário) e pelo esfíncter externo</p><p>do ânus (voluntário), que normalmente mantêm o ânus fechado, exceto durante a</p><p>eliminação das fezes.</p><p>As fezes são compostas por água, sais inorgânicos, células epiteliais da túnica</p><p>mucosa do canal alimentar, bactérias e produtos da decomposição bacteriana, materiais</p><p>digeridos e não absorvidos e partes não digeríveis de alimentos e sua eliminação se dá por</p><p>meio da defecação (TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>Agora que já conhecemos o papel exercido pelo intestino delgado e o intestino</p><p>grosso, vejamos, na Figura 1, a anatomia dos dois órgãos.</p><p>FIGURA 1: ANATOMIA DO INTESTINO DELGADO E DO INTESTINO</p><p>GROSSO. AS REGIÕES DO INTESTINO DELGADO SÃO O</p><p>DUODENO, O JEJUNO E O ÍLEO E DO INTESTINO GROSSO SÃO</p><p>CECO, COLO, RETO E CANAL ANAL</p><p>1.8 Órgãos acessórios do sistema digestório</p><p>O pâncreas faz partes dos órgãos acessórios, assim como o fígado e a vesícula</p><p>biliar. O pâncreas é uma glândula mista com cerca de 12 a 15 cm localizado atrás da</p><p>curvatura maior do estômago e geralmente está ligado ao duodeno por meio de ductos,</p><p>ducto colédoco e ducto pancreático.</p><p>A porção exócrina do pâncreas é formada pelas ilhotas pancreáticas que secreta</p><p>o suco pancreático, que tampona o suco gástrico ácido no quimo, interrompe a ação da</p><p>96UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL</p><p>pepsina do estômago, cria o pH apropriado para a digestão no intestino delgado e participa</p><p>na digestão de carboidratos, proteínas, triglicerídeos e ácidos nucleicos. A porção endócrina</p><p>do pâncreas, formada pelas células do ácino, é responsável pela produção dos hormônios</p><p>glucagon e insulina (TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>O fígado é uma grande glândula responsável por diversas funções. Possui</p><p>aproximadamente 1,4 kg e está localizada abaixo do diafragma. Possui o lobo hepático</p><p>direito e o lobo hepático esquerdo e é composto pelos hepatócitos (células funcionais</p><p>do fígado), canalículos de bile (coletam a bile produzida pelos hepatócitos) e sinusoides</p><p>hepáticos. O fígado recebe sangue da artéria hepática (sangue arterial) e da veia porta</p><p>(sangue venoso). Veja a seguir, na Figura 2, a anatomia do fígado e a localização da</p><p>vesícula biliar.</p><p>FIGURA 2: ANATOMIA DO FÍGADO</p><p>O fígado é responsável pela produção</p><p>terminologias anatômicas;</p><p>• Definir os três sistemas que formam o aparelho locomotor: Siste-</p><p>mas esquelético, articular e muscular;</p><p>• Compreender as funções e classificações dos sistemas</p><p>esquelético, articular e muscular.</p><p>Professora Mestre Gislaine Cardoso de Souza Fiaes</p><p>INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO</p><p>AO ESTUDO DA AO ESTUDO DA</p><p>ANATOMIA HUMANA ANATOMIA HUMANA</p><p>E APARELHO E APARELHO</p><p>LOCOMOTORLOCOMOTOR1UNIDADEUNIDADE</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>7</p><p>O estudo da anatomia humana é extremamente interessante por proporcionar a</p><p>compreensão da constituição do corpo e como ele funciona, permitindo a você adquirir</p><p>conhecimentos que serão fundamentais na aplicação clínica após sua formação como</p><p>profissional da área da saúde.</p><p>Portanto, na unidade I iniciaremos nosso estudo a partir da introdução ao estudo</p><p>da anatomia humana através da definição, terminologia anatômica e planos de secção do</p><p>corpo humano que fornecerá embasamento para a compreensão dos tópicos seguintes.</p><p>Posteriormente, iniciaremos o estudo do aparelho locomotor através do estudo de três</p><p>sistemas: esquelético, articular e muscular. A respeito do sistema esquelético será abordado</p><p>suas funções, composição, formatos e classificações. O sistema articular, estudaremos a</p><p>definição e as classificações articulares. E finalizamos, estudando o sistema muscular que</p><p>é tão complexo e fascinante ao mesmo tempo, mas veremos de maneira simples e de fácil</p><p>entendimento as funções e classificações musculares.</p><p>UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR</p><p>INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA</p><p>ANATOMIA HUMANA1</p><p>TÓPICO</p><p>8</p><p>A anatomia é a ciência que estuda, macro e microscopicamente a constituição e o</p><p>desenvolvimento do corpo humano. Utilizamos o termo Morfologia para englobar as duas</p><p>áreas de estudo anatômico, sendo elas:</p><p>● Anatomia microscópica que está relacionada com as estruturas</p><p>corporais invisíveis a olho nu e necessita de recurso instrumental para ampliação,</p><p>como: lupas, microscópios ópticos e eletrônicos. Esta área se subdivide em:</p><p>Citologia (estudo das células) e Histologia (estudo dos tecidos e como estes se</p><p>organizam para a formação de órgãos).</p><p>● Anatomia macroscópica estuda as estruturas visíveis a olho nu,</p><p>abordada da seguinte forma: anatomia de superfície (estuda as formas na</p><p>superfície do corpo que revela os órgãos que ficam escondidos, ex. estudo de</p><p>músculos que se destacam por baixo da pele de halterofilistas), anatomia regional</p><p>(estuda regiões específicas do corpo, ex. cabeça, pescoço, tórax, abdome),</p><p>enquanto a anatomia sistêmica concentra os estudos nos sistemas que atuam na</p><p>realização de funções complexas. O estudo macroscópico da anatomia sistêmica</p><p>é a forma mais comum de proceder os estudos anatômicos relacionados à forma</p><p>e as funções. Para exemplificar, estudamos isoladamente os aspectos anatômicos</p><p>do sistema esquelético, sistema articular e o sistema muscular, no entanto, nenhum</p><p>sistema do corpo humano funciona sozinho, juntos formam o chamado aparelho</p><p>locomotor. (DANGELO; FATTINI, 2007; MARIEB, WILHELM; MALLATT, 2014).</p><p>UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR</p><p>9</p><p>1.1 Níveis de organização do corpo humano</p><p>O corpo humano é organizado estruturalmente em seis níveis que se estende desde</p><p>átomos até a pessoa como um todo e ajuda na compreensão da anatomia, os níveis</p><p>organizacionais do corpo humano são os seguintes: os níveis químicos, celular, tecidual,</p><p>orgânico, sistêmico e organizacional (TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>1) O nível químico inclui os átomos, que são as menores unidades da</p><p>matéria, que participam de reações químicas e são essenciais para a manutenção</p><p>da vida, como por exemplo: oxigênio, carbono, hidrogênio, fósforo e cálcio. E as</p><p>moléculas, que são caracterizadas pela ligação de átomos entre si, um exemplo</p><p>das moléculas encontradas no corpo humano são o ácido desoxirribonucleico</p><p>(DNA), o material genético passado de geração em geração, e a glicose (açúcar</p><p>do sangue).</p><p>2) Nível celular: A combinação de moléculas forma as células, que são as</p><p>unidades estruturais e funcionais básicas de um organismo e originam os tecidos</p><p>que são o próximo nível de organização. Como exemplos de células temos: as</p><p>células musculares, células nervosas e as células epiteliais.</p><p>3) O nível tecidual é formado por grupos de células com uma função</p><p>específica. Existem quatro tipos básicos de tecidos em nosso corpo: o tecido</p><p>epitelial, o tecido conjuntivo, o tecido muscular e o tecido nervoso. O tecido</p><p>epitelial recobre as superfícies externas e internas do corpo. O tecido conjuntivo</p><p>conecta, dá sustentação e protege os órgãos do corpo. O tecido muscular realiza</p><p>contração produzindo movimento do corpo, gerando calor. O tecido nervoso</p><p>transmite informação de uma parte do corpo para outra por meio de impulsos</p><p>nervosos.</p><p>4) Nível orgânico: os órgãos são as estruturas compostas por diferentes</p><p>tipos de tecidos e desempenham funções específicas. Exemplos de órgãos</p><p>incluem o estômago, a pele, os ossos, o coração, o fígado, os pulmões e o</p><p>encéfalo.</p><p>5) Nível sistêmico:Um sistema é caracterizado por órgãos relacionados</p><p>com uma função em comum como, por exemplo, o sistema digestório, que digere</p><p>e absorve os alimentos. Seus órgãos incluem a boca, as glândulas salivares, a</p><p>faringe, o esôfago, o estômago, o intestino delgado, o intestino grosso, o fígado,</p><p>a vesícula biliar e o pâncreas. Em alguns casos um órgão pertence a mais de um</p><p>sistema.</p><p>6) Nível organizacional: Um organismo envolve todas as partes do</p><p>corpo humano, funcionando em conjunto.</p><p>1.2 Terminologias anatômicas</p><p>Assim como toda ciência, a anatomia também possui sua linguagem própria para</p><p>descrever o organismo e suas partes, a padronização nos termos foi necessária pois no</p><p>UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR</p><p>10</p><p>final do século XIX houve um avanço nas descobertas anatômicas gerando certa desordem,</p><p>pois a mesma estrutura recebe denominações diferentes em cada centro de estudo. Em</p><p>1895, foi criada a primeira nomenclatura internacional na tentativa de uniformizar os termos</p><p>e dando origem ao que chamamos de terminologia anatômica internacional (DANGELO;</p><p>FATTINI, 2007).</p><p>O conhecimento da terminologia anatômica é importante para promover a</p><p>expressão clara e apropriada dos termos de maneira correta. Embora você conheça os</p><p>termos coloquiais para designar as partes e regiões do corpo o que é importante para</p><p>facilitar a comunicação com os indivíduos leigos que procurem atendimento, vocês futuros</p><p>profissionais da área da saúde aprendam o uso da terminologia anatômica internacional,</p><p>para permitir a comunicação precisa entre profissionais de saúde e cientistas do mundo</p><p>todo (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).</p><p>1.2.1 Posição anatômica</p><p>A posição anatômica é uma posição de referência utilizada em todas as descrições</p><p>anatômicas dando significado aos termos direcionais utilizados na descrição das partes e</p><p>regiões do corpo. As discussões sobre o corpo, o modo como se movimenta, sua postura</p><p>ou a relação entre uma e outra área assumem que o corpo como um todo está numa</p><p>posição específica chamada posição anatômica.</p><p>A posição anatômica refere-se à posição do corpo onde o indivíduo se encontra ereto</p><p>(posição ortostática, é o mesmo que em pé) com a cabeça, e pés apontados para frente e</p><p>o olhar para o horizonte, os membros superiores estendidos ao lado do tronco e as palmas</p><p>das mãos voltadas para frente (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). Usando essa posição e a</p><p>terminologia apropriada, você pode relacionar com precisão uma parte do corpo a qualquer</p><p>outra parte.</p><p>1.3.2. Planos anatômicos e secções</p><p>Para estudarmos a Anatomia Humana é necessário conhecermos os chamados planos</p><p>anatômicos, que são fundamentais para facilitar as descrições anatômicas, localização</p><p>da bile, necessária para a emulsificação</p><p>e a absorção dos lipídios no intestino delgado. O fígado possui também função no</p><p>armazenamento de glicogênio, na síntese de compostos orgânicos e na metabolização e</p><p>excreção de substâncias tóxicas ao organismo. No fígado encontra-se também a vesícula</p><p>biliar, um pequeno saco medindo cerca de 7 a 10 cm e que tem como função armazenar e</p><p>concentrar a bile até a liberação para o intestino delgado. A bilirrubina é o principal pigmento</p><p>biliar que é degradado no intestino resultando principalmente em estercobilina, que dá a</p><p>coloração marrom às fezes (TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>SISTEMA</p><p>URINÁRIO2</p><p>TÓPICO</p><p>97UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL</p><p>Como já visto acima, por meio do sistema digestório, o organismo obtém substâncias</p><p>importantes para o corpo e que foram perdidas ou utilizadas. A principal função do sistema</p><p>urinário é regular o volume e a composição do líquido extracelular. Assim, o processo de</p><p>excreção é uma consequência desta regulação e ao longo deste tópico abordaremos os</p><p>órgãos que constituem este sistema cuja função é imprescindível para manutenção da</p><p>homeostasia do corpo humano.</p><p>2.1. Rins</p><p>Os rins possuem formato de grão de feijão, coloração vermelho parda e</p><p>aproximadamente 10 a 12 cm de comprimento. Eles estão localizados entre os níveis das</p><p>últimas vértebras torácicas e a terceira vértebra lombar e desempenham a principal função</p><p>do sistema urinário, sendo responsáveis pela filtração do plasma sanguíneo e produção da</p><p>urina. A urina formada pelos rins passa pelos ureteres, em seguida, segue para a bexiga</p><p>urinária para ser armazenada e, por fim, pela uretra para ser eliminada pelo corpo. Além</p><p>disso, eles ajudam a regular a pressão arterial, o pH e os níveis de glicose no sangue, e na</p><p>liberação hormonal de calcitriol e eritropoietina.</p><p>Os rins são revestidos pela cápsula fibrosa e externamente à cápsula fibrosa,</p><p>encontra-se a cápsula adiposa, ambas com função de proteção e ancoragem do órgão</p><p>na cavidade abdominal. Na região do centro da margem côncava dos rins encontra-se</p><p>o hilo renal, o qual possui artérias, veias e vasos linfáticos que atravessam os rins. Todo</p><p>esse conjunto é chamado pedículo renal. Os rins são filtrados pelas artérias renais direita</p><p>e esquerda que ramifica originando as arteríolas eferentes. A artéria renal penetra no seio</p><p>renal e conduz boa parte do sangue bombeado do coração para ser filtrado no rim.</p><p>98UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL</p><p>Os rins apresentam duas regiões: a região vermelha clara superficial, chamada</p><p>córtex renal, e a região vermelha escura profunda, chamada medula renal, a qual consiste</p><p>em várias estruturas chamadas pirâmides renais. O córtex renal e as pirâmides renais da</p><p>medula renal constituem o parênquima onde contém os néfrons, a unidade funcional do</p><p>rim e que forma a urina. Os néfrons são formados pelo glomérulo renal, cápsula glomerular</p><p>(cápsula de Bowman), túbulo contorcido proximal, túbulo reto (alça de Henle) e túbulo</p><p>contorcido distal.</p><p>Depois que a urina é formada nos túbulos pertencentes aos néfrons, ela é recebida</p><p>nos ductos coletores. Estes se unem em vários ductos papilares que se estendem ao longo</p><p>das papilas renais das pirâmides e que drenam a urina para o interior dos cálices renais</p><p>maiores e menores. Ela então flui através da pelve renal e, por fim, segue pelo ureter até a</p><p>bexiga urinária (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Para facilitar o entendimento, observe</p><p>na figura 3, a estrutura anatômica dos rins e dos néfrons.</p><p>FIGURA 3A: CORTE SAGITAL DO RIM MOSTRANDO O SUPRIMENTO</p><p>SANGUÍNEO, CÓRTEX, MEDULA, PIRÂMIDES E CÁLICE RENAL</p><p>99UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL</p><p>FIGURA 3B: ILUSTRAÇÃO ANATÔMICAS DO NÉFRON</p><p>Para produzir urina, os néfrons e os ductos coletores realizam três processos:</p><p>filtração, reabsorção e secreção (TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>● Filtragem glomerular: a água e grande parte dos solutos do plasma sanguíneo são</p><p>filtrados e passam para a cápsula glomerular.</p><p>● Reabsorção tubular: conforme o líquido filtrado flui ao longo dos túbulos renais e</p><p>ductos coletores, grande parte da água e dos solutos úteis são reabsorvidos.</p><p>● Secreção tubular: ao longo do túbulo renal e do ducto coletor, substâncias como</p><p>escórias metabólicas, fármacos e excesso de íons são secretados.</p><p>2.2. Ureteres</p><p>Os ureteres estão localizados no hilo renal. Eles possuem a função de transporte</p><p>da urina dos rins para a bexiga urinária por meio de contrações peristálticas das paredes</p><p>musculares, pressão hidrostática e gravidade.</p><p>2.3 Bexiga urinária</p><p>A bexiga urinária é um órgão cuja função é o armazenamento da urina até esta ser</p><p>eliminada do corpo. Nos homens, ela está localizada anteriormente ao reto e, nas mulheres,</p><p>anteriormente à vagina e inferior ao útero. A capacidade média da bexiga urinária é de</p><p>aproximadamente 300 a 700 ml.</p><p>100UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL</p><p>No seu assoalho tem-se uma pequena área triangular chamada trígono da bexiga.</p><p>Os dois cantos posteriores desse trígono contêm os dois óstios dos ureteres e a abertura</p><p>da uretra, chamada de óstio interno da uretra (TORTORA; DERRICKSON, 2016). A micção</p><p>ocorre por meio de uma combinação de contrações musculares involuntárias e voluntárias.</p><p>A musculatura da bexiga faz com que, no momento da micção, o óstio interno da uretra</p><p>se abre e os óstios dos ureteres se fechem, evitando então que ocorra refluxo de urina da</p><p>bexiga em direção aos rins.</p><p>2.4 Uretra</p><p>Por fim, a uretra é o segmento terminal do sistema urinário e a responsável pela</p><p>eliminação da urina do corpo. Na mulher, a uretra realiza apenas a passagem da urina, ao</p><p>passo que nos homens, ela também libera o sêmen, líquido que contém espermatozoides.</p><p>Nos homens, mede aproximadamente 20 cm de comprimento, enquanto que, nas mulheres,</p><p>cerca de 4 cm.</p><p>Nas mulheres, a uretra é mais retilínea e abre-se para o exterior por meio do óstio</p><p>externo da uretra que está localizado entre o clitóris e a abertura vaginal. Já a uretra</p><p>masculina é mais sinuosa e é dividida em três partes: parte prostática (passa através da</p><p>próstata; nela se situa o esfíncter interno da uretra); parte membranácea (porção que</p><p>atravessa o músculo transverso profundo do períneo; nela se situa o esfíncter externo da</p><p>uretra); e parte esponjosa (que atravessa o pênis e termina na glande, no óstio externo da</p><p>uretra) (TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>SISTEMA GENITAL</p><p>MASCULINO3</p><p>TÓPICO</p><p>101UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL</p><p>3.1 Introdução ao Sistema genital masculino</p><p>A reprodução é indispensável para a continuidade da vida. Assim, os órgãos genitais</p><p>são adaptados para a produção de gametas, facilitar a fertilização e, nas mulheres, permitir</p><p>o crescimento do feto.</p><p>Os órgãos do sistema genital masculino incluem os testículos, um sistema de ductos</p><p>composto pelo epidídimo, ducto deferente, ductos ejaculatórios e uretra, glândulas sexuais</p><p>acessórias (glândulas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais), escroto e pênis.</p><p>3.2 Testículos</p><p>Os testículos ou gônadas masculinas, são glândulas de formato oval, localizadas no</p><p>escroto, medindo cerca de 5 cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro. Quando é atingida</p><p>a maturidade sexual, os testículos são responsáveis pela produção dos espermatozoides e</p><p>do hormônio masculino testosterona pelas células intersticiais.</p><p>Os testículos são revestidos parcialmente por uma túnica serosa chamada túnica</p><p>vaginal do testículo. Internamente a ela, ele é circundado por uma cápsula fibrosa branca,</p><p>a túnica albugínea, formando septos que os dividem em 250 a 400 compartimentos internos</p><p>chamados lóbulos dos testículos. Cada um desses lóbulos contém de 1 a 3 túbulos bem</p><p>enrolados, os túbulos seminíferos, onde os espermatozoides são produzidos em um</p><p>processo chamado de espermatogênese. Esses túbulos se unem para formar</p><p>os túbulos</p><p>seminíferos retos que formam a rede testicular e de onde partem os ductos eferentes. No</p><p>epidídimo, estes originam o ducto do epidídimo (TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>A irrigação e drenagem dos testículos se dá pelas artérias e veias testiculares. Veja-</p><p>mos na figura abaixo (Figura 4), as estruturas e canais que compõem os testículos.</p><p>102UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL</p><p>FIGURA 4: ESTRUTURA ANATÔMICA DO TESTÍCULO.</p><p>Fonte: DRAKE et al., 2011, p. 225.</p><p>3.3 Bolsa escrotal</p><p>O escroto é uma estrutura que se encontra pendurada na raiz do pênis e tem a função</p><p>de suportar os testículos e epidídimos. Ele tem a aparência de uma pequena bolsa de pele</p><p>e está separada em porções por uma divisão chamada rafe do escroto. Internamente, o</p><p>septo do escroto se divide em dois sacos onde cada um contém um testículo. O septo do</p><p>escroto é constituído por uma tela subcutânea e tecido muscular chamado músculo dartos,</p><p>que é composto de feixes de fibras de músculo liso e importante para a termorregulação</p><p>testicular. Associado a cada testículo no escroto está o músculo cremaster, uma continuação</p><p>do músculo oblíquo interno do abdome (TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>Por estar localizado externamente ao corpo humano, o escroto é capaz de manter</p><p>a sua temperatura 2-3 graus abaixo da temperatura corporal normal, o que é fundamental</p><p>para a produção normal dos espermatozoides.</p><p>3.4 Ductos do sistema genital masculino</p><p>Os ductos são responsáveis pelo transporte e armazenamento, além de auxiliarem</p><p>na maturação dos espermatozoides. O epidídimo é um tubo enovelado com cerca de 4 cm</p><p>de comprimento e está localizado junto aos testículos. Funcionalmente, é onde ocorre a</p><p>maturação e armazenamento temporário dos espermatozoides. O epidídimo possui cabeça,</p><p>corpo e cauda. No interior da cauda, o ducto do epidídimo torna-se menos enrolado e o seu</p><p>diâmetro aumenta, prolongando-se como ducto deferente.</p><p>103UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL</p><p>Este, por sua vez, tem como função guiar os espermatozoides, durante a excitação</p><p>sexual, do epidídimo até o ducto ejaculatório. Por fim, os ductos ejaculatórios medem cerca</p><p>de 2 cm de comprimento e ejetam os espermatozoides e secreções das glândulas seminais</p><p>antes da liberação do sêmen da uretra para o exterior (TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>3.5 Uretra</p><p>Nos homens, a uretra é um longo canal compartilhado pelos sistemas genital e</p><p>urinário, servindo de passagem tanto para o sêmen quanto para a urina, conforme abordado</p><p>no tópico 2 desta mesma unidade. Tais funções não são realizadas ao mesmo tempo.</p><p>3.6 Glândulas sexuais acessórias</p><p>As glândulas sexuais acessórias incluem as glândulas seminais, a próstata e as</p><p>glândulas bulbouretrais. As glândulas seminais são glândulas pares, com cerca de 5 cm de</p><p>comprimento e estão localizadas atrás da bexiga urinária e na frente do reto. São elas que</p><p>secretam o líquido seminal, que neutraliza o meio ácido da uretra masculina e do sistema</p><p>genital feminino, contém frutose utilizada para a produção de ATP pelos espermatozoides,</p><p>e contribui para a ativação e nutrição deles.</p><p>A próstata é uma estrutura ímpar com aproximadamente o tamanho de uma bola de</p><p>golfe, formada internamente por 30 a 50 glândulas e externamente envolvida por cápsula</p><p>fibrosa. Está localizada inferiormente à bexiga urinária e circunda a parte prostática da</p><p>uretra. É responsável pela secreção do líquido prostático que também contribui para a</p><p>motilidade e viabilidade dos espermatozoides.</p><p>O par de glândulas bulbouretrais possuem o tamanho de ervilhas e estão</p><p>localizadas abaixo da próstata, em ambos os lados da uretra. Durante a excitação sexual,</p><p>elas secretam um líquido alcalino que não contém espermatozoides e tem a função de</p><p>neutralizar o pH ácido na uretra. Isso serve de proteção aos espermatozoides, uma vez que</p><p>eles perdem a mobilidade quando em meio ácido. Também secretam um muco que lubrifica</p><p>a ponta do pênis e a túnica mucosa da uretra (TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>3.7 Pênis</p><p>O pênis é uma estrutura que contém a uretra e é composto por um corpo, uma</p><p>glande (extremidade distal e sua margem é chamada de coroa da glande) e uma raiz (parte</p><p>fixa presa ao períneo). Recobrindo a glande em um pênis não circuncidado está o prepúcio</p><p>do pênis.</p><p>O corpo do pênis é constituído por três massas cilíndricas de tecido erétil, cada uma</p><p>circundada por tecido fibroso chamado de túnica albugínea. As duas massas dorsolaterais</p><p>são chamadas de corpos cavernosos, e a massa média ventral menor, chamada de corpo</p><p>esponjoso (TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>104UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL</p><p>No interior dos corpos cavernosos há numerosas trabéculas formando espaços</p><p>cavernosos que, no momento da ereção, se enchem de sangue proveniente das artérias</p><p>profundas e artéria dorsal do pênis. O pênis retorna ao seu estado flácido quando as artérias</p><p>relaxam e começam a se contrair.</p><p>SISTEMA GENITAL</p><p>FEMININO4</p><p>TÓPICO</p><p>105UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL</p><p>4.1 Órgão do Sistema genital feminino</p><p>Faz parte do sistema genital feminino os ovários (gônadas femininas), as tubas</p><p>uterinas, o útero, a vagina e os órgãos externos, que constituem o pudendo feminino.</p><p>4.2 Ovários</p><p>Os ovários são gônadas femininas com formato oval e tamanho semelhantes aos de</p><p>uma amêndoa, nos quais se desenvolvem os ovócitos (gametas ou células germinativas</p><p>femininas) e também responsáveis pela produção dos hormônios progesterona e estrógeno</p><p>(MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).</p><p>As mulheres possuem dois ovários que estão localizados na pelve, em depressões</p><p>denominadas de fossas ováricas e medindo cerca de 3 cm de comprimento cada. Eles</p><p>estão presos ao útero e à cavidade pélvica por meio de ligamentos. Cada um é suspenso</p><p>por uma curta prega peritoneal chamada mesovário. O ligamento suspensor do ovário é</p><p>outra prega peritoneal por onde vasos sanguíneos, linfáticos e os nervos ovarianos entram</p><p>e saem. Medialmente ao mesovário, o ligamento útero-ovárico curto fixa o ovário ao útero</p><p>(TORTORA; DERRICKSON, 2016; MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).</p><p>Internamente, os ovários são revestidos pelo epitélio germinativo e contém a região</p><p>do córtex, onde se encontram os folículos ovarianos primários contendo os ovócitos, e o</p><p>estroma, feito de tecido conjuntivo e vasos sanguíneos. A mulher já nasce com todos os</p><p>ovócitos que serão produzidos durante a sua vida.</p><p>106UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL</p><p>4.3 Tubas uterinas</p><p>Perto dos ovários estão localizadas as tubas uterinas, que se estendem lateralmente</p><p>a partir do útero. Possuem cerca de 10 cm de comprimento e são as responsáveis pela</p><p>condução do ovócito, que é liberado mensalmente durante a vida fértil, para o útero. As</p><p>tubas uterinas podem ser divididas em quatro partes:</p><p>● Infundíbulo da tuba uterina: é a parte afunilada próxima do ovário e que se abre</p><p>para a cavidade pélvica (região terminal). Ela termina em estruturas similares a</p><p>franjas denominadas fímbrias, que estão ligadas à extremidade lateral do ovário. Do</p><p>infundíbulo, a tuba uterina se insere no ângulo lateral superior do útero.</p><p>● Ampola da tuba uterina: é a parte mais larga e longa, onde geralmente ocorre</p><p>fecundação.</p><p>● Istmo da tuba uterina: é a parte curta, afilada e de paredes espessas que se une</p><p>ao útero.</p><p>● Parte uterina: é a porção curta que atravessa a parede do útero e se abre, através</p><p>do óstio uterino da tuba, para a cavidade do útero (TORTORA; DERRICKSON, 2016;</p><p>MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).</p><p>4.4 Útero</p><p>O útero é um órgão muscular oco, ímpar, com paredes espessas onde ocorre a</p><p>implantação de um óvulo fertilizado e o desenvolvimento do feto durante a gestação e parto.</p><p>Para isso, o útero possui paredes musculares que se adaptam para o crescimento do feto e</p><p>também garantem a força para a sua expulsão durante o parto (MOORE, 2014). Durante os</p><p>ciclos reprodutivos, quando essa</p><p>implantação não ocorre, ele é a fonte do fluxo menstrual.</p><p>O útero está localizado entre a bexiga urinária e o reto e possui tamanho e formato</p><p>de uma pera pequena. Embora possa variar muito, no geral, ele possui cerca de 7,5 cm de</p><p>comprimento, 5 cm de largura e 2 cm de espessura.</p><p>O útero apresenta três regiões distintas: fundo do útero, corpo do útero e colo do</p><p>útero. O corpo do útero é separado do colo pelo istmo do útero, um segmento estreitado e</p><p>medindo cerca de 1 cm de comprimento. Já o colo do útero (ou cérvix do útero) é dividido em</p><p>uma porção supravaginal, localizada entre o istmo e a vagina, e uma porção vaginal, a qual</p><p>circunda o óstio do útero. Juntos, o canal do colo do útero e o lúmen da vagina constituem</p><p>o canal de parto, onde o feto atravessa ao fim da gestação (TORTORA; DERRICKSON,</p><p>2016; MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).</p><p>A parede do corpo do útero é formada por três camadas:</p><p>● Perimétrio: camada mais externa, formada por tecido conjuntivo.</p><p>● Miométrio: camada intermediária, formada por musculatura lisa e que possibilita as</p><p>contrações na hora do parto.</p><p>107UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL</p><p>● Endométrio: camada mais interna, formada por tecido epitelial altamente</p><p>vascularizado. É onde o blastocisto se implanta quando ocorre a fecundação, mas,</p><p>caso isso não ocorra, essa camada é eliminada durante a menstruação.</p><p>O útero está fixado à cavidade pélvica por meio de algumas estruturas, sendo o ligamento</p><p>útero-ovárico que se fixa ao útero póstero inferiormente à junção útero tubárica; o ligamento</p><p>redondo do útero o qual fixa-se anteroinferiormente a essa junção; e o ligamento largo do útero,</p><p>que também ajuda a manter o útero em posição (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).</p><p>Para melhorar o entendimento, veja na figura abaixo (Figura 5) cada componente</p><p>referente ao sistema genital feminino estudado até agora.</p><p>FIGURA 5. ESTRUTURA DO ÚTERO E DOS OVÁRIOS (VISTA POSTERIOR).</p><p>Fonte: DRAKE et al., 2011, p. 228.</p><p>4.5 Vagina</p><p>A vagina é um tubo musculomembranoso distensível, com cerca de 7 a 10 cm de</p><p>comprimento, que se estende do colo do útero até o óstio da vagina (comunica a vagina</p><p>com o meio externo), abrindo-se no vestíbulo da vagina. O óstio da vagina pode estar</p><p>parcialmente cerrado devido à uma membrana fina denominada hímen.</p><p>A vagina está situada entre a bexiga urinária e o reto e recebe o pênis durante a relação</p><p>sexual, além de servir de passagem para o parto e para o líquido menstrual. Quatro músculos</p><p>realizam a sua compressão e atuam como esfíncteres: pubovaginal, esfíncter externo da</p><p>uretra, esfíncter uretrovaginal e bulbo esponjoso (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).</p><p>108UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL</p><p>A mucosa vaginal contém também glândulas produtoras de muco e células que</p><p>sintetizam glicogênio e partículas de gordura, que são fontes de nutrientes para os</p><p>lactobacilos encontrados nesta região responsáveis por manter o pH vaginal ácido servindo</p><p>de proteção contra outros microrganismos.</p><p>4.6 Pudendo feminino</p><p>O termo pudendo feminino refere-se aos órgãos genitais externos da mulher. Fazem</p><p>parte desse grupo (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014):</p><p>● Monte do púbis: é uma elevação de tecido adiposo recoberta por pele e pelos</p><p>pubianos, localizada anteriormente às aberturas vaginal e uretral.</p><p>● Lábios maiores do pudendo: são duas pregas de pele recobertas por pelos</p><p>pubianos, e possuem tecido adiposo, glândulas sebáceas e sudoríparas apócrinas.</p><p>● Lábios menores do pudendo: são as duas pregas menores localizadas medialmente</p><p>aos lábios maiores e não possuem pelos e gordura, mas possuem glândulas sebáceas</p><p>e poucas glândulas sudoríparas.</p><p>● Clitóris: pequena massa cilíndrica formada por dois corpos cavernosos, nervos</p><p>e vasos sanguíneos. Está localizado na junção anterior dos lábios menores do</p><p>pudendo.</p><p>● Vestíbulo da vagina: região entre os lábios menores. No seu interior contém o hímen</p><p>(quando existe), o óstio da vagina (abertura para o exterior), o óstio externo da uretra</p><p>(abertura da uretra para o exterior) e as aberturas dos ductos de diversas glândulas.</p><p>● Bulbo do vestíbulo: par de massas alongadas de tecido erétil que se enchem de</p><p>sangue durante a excitação sexual estreitando o óstio da vagina.</p><p>Por fim, o períneo corresponde a área em forma de diamante posicionada medialmente</p><p>às coxas e às nádegas, em ambos os sexos, e contém os órgãos genitais externos e o ânus.</p><p>4.7 Glândulas mamárias</p><p>As glândulas mamárias (Figura 6) são consideradas parte do tegumento e do sistema</p><p>genital feminino. Possuem função de sintetizar, secretar e ejetar leite para a alimentação do</p><p>recém-nascido.</p><p>Cada mama possui a papila mamária, uma projeção pigmentada contendo ductos</p><p>lactíferos, dos quais emergem leite. A área circular de pele pigmentada ao redor do mamilo</p><p>é chamada de aréola e possui aspecto áspero devido à presença de glândulas sebáceas</p><p>modificadas.</p><p>No interior de cada mama está uma glândula mamária, a qual consiste em 15 a</p><p>20 lobos possuindo vários compartimentos menores chamados lóbulos que, por sua vez,</p><p>contém agrupamentos de glândulas secretoras de leite chamados de alvéolos (TORTORA;</p><p>DERRICKSON, 2016).</p><p>109UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL</p><p>FIGURA 6: GLÂNDULAS MAMÁRIAS</p><p>Fonte: TORTORA; DERRICKSON, 2016, p. 1457.</p><p>Quando está sendo produzido, o leite passa dos alvéolos por vários túbulos</p><p>secundários e, em seguida, para os ductos mamários. Próximo do mamilo, os ductos</p><p>mamários se expandem discretamente para formar seios chamados seios lactíferos, para</p><p>onde o leite será drenado para um ducto lactífero e, então, transportados para o exterior</p><p>(TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>110</p><p>O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é causado pela infecção persistente por</p><p>alguns tipos do Papilomavírus Humano (HPV). Este é o terceiro tumor maligno mais frequente na população</p><p>feminina, estando atrás apenas do câncer de mama e câncer colorretal. A visualização direta do colo do</p><p>útero e o exame celular e histológico por meio de esfregaços de Papanicolau auxilia na prevenção dessa</p><p>doença (INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER, 2021).</p><p>Cistite é uma infecção e/ou inflamação da bexiga. Em geral, é causada pela bactéria Escherichia coli,</p><p>presente no intestino e importante para a digestão. No trato urinário, porém, essa bactéria pode infectar</p><p>a uretra (uretrite), a bexiga (cistite) ou os rins (pielonefrite). Outros microrganismos também podem</p><p>provocar cistite. Homens, mulheres e crianças estão sujeitos à cistite. No entanto, ela ocorre mais nas</p><p>mulheres porque as características anatômicas femininas favorecem sua ocorrência. A uretra da mulher,</p><p>além de muito mais curta que a do homem, está mais próxima do ânus. Nos homens, depois dos 50 anos, o</p><p>crescimento da próstata provoca retenção de urina na bexiga e pode causar cistite (MINISTÉRIO DA SAÚDE,</p><p>2021).</p><p>UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL</p><p>111</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Ao final desta unidade, pudemos aprofundar nossos conhecimentos acerca dos</p><p>órgãos que constituem os sistemas digestório, urinário e reprodutor masculino e feminino,</p><p>bem como a função desempenhada por cada um.</p><p>Todos os sistemas do corpo humano são importantes para a manutenção da vida. O</p><p>sistema digestório é responsável pelo processamento dos alimentos que consumimos no</p><p>dia-a-dia e pela absorção de água e nutrientes. Já o sistema urinário, possui principalmente</p><p>a função de regular o volume e composição do líquido extracelular e, consequentemente,</p><p>eliminar escórias metabólicas por meio da urina. Por fim, sem o sistema reprodutor, não</p><p>teríamos a perpetuação das espécies animais. É nele que são produzidos os gametas, ou</p><p>seja, as células reprodutoras, e que possui estruturas que também permitem a fecundação</p><p>e sustento do feto.</p><p>Assim, o estudo da anatomia humana é de fundamental importância para possibilitar</p><p>aos profissionais</p><p>o entendimento aprofundado da morfologia, localização, função e</p><p>organização dos órgãos e sistemas do corpo humano.</p><p>UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL</p><p>112</p><p>MATERIAL COMPLEMENTAR</p><p>LIVRO</p><p>Título: Gray´s, atlas de anatomia.</p><p>Autor: DRAKE, R.L.; VOGL, A.W.; MITCHELL, A.W.M.; TIBBITTS,</p><p>R.M.; RICHARDSON, P.E.</p><p>Editora: Elsevier</p><p>Sinopse: Este livro apresenta imagens didáticas das estruturas</p><p>anatômicas de cada sistema do corpo humano. Além disso,</p><p>demonstra a correlação com imagens clínicas apropriadas e</p><p>anatomia de superfície, permitindo melhor entendimento do</p><p>profissional em relação às estruturas estudadas.</p><p>FILME/VÍDEO</p><p>Título: Rins: o grande filtro do nosso corpo</p><p>Ano: 2019.</p><p>Sinopse: Os rins são os órgãos responsáveis por filtrar as im-</p><p>purezas do nosso corpo. Este vídeo mostra quais são os hábitos</p><p>que você precisa adotar e/ou abandonar para mantê-los sempre</p><p>saudáveis e funcionando bem.</p><p>Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=C6WhwWfRL-</p><p>RA</p><p>UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL</p><p>113</p><p>Prezado(a) aluno(a),</p><p>Neste material, busquei trazer para você de forma resumida e didática os principais</p><p>conceitos utilizados na disciplina de anatomia humana, definição dos sistemas e os órgãos</p><p>que formam o corpo humano. Inicialmente, abordamos o conteúdo introdutório da anatomia</p><p>humana, conceituando termos utilizados pelos anatomistas e que são fundamentais para</p><p>a compreensão da literatura técnica-científica. Seguimos, abordando os seis níveis de</p><p>organização do corpo humano e para facilitar o estudo da anatomia humana neste material</p><p>nos baseamos no estudo da anatomia sistêmica, que é uma das formas didáticas de</p><p>estudo desta disciplina que caracteriza o estudo na descrição aprofundada das partes que</p><p>compõem um sistema específico do corpo humano.</p><p>Desta forma, apresentei a você três sistemas do corpo humano: sistema esquelético,</p><p>articular, muscular que juntos formam o aparelho locomotor que é responsável pela</p><p>movimentação do corpo. Abordamos, as funções básicas destes sistemas e as estruturas</p><p>anatômicas que os compõem como: ossos, articulações e músculos. Demos sequência aos</p><p>estudos focando no sistema circulatório que recebe este nome por promover a circulação</p><p>de um meio líquido (sangue ou linfa) através de uma rede de tubulações denominadas</p><p>vasos. Caso o líquido transportado seja o sangue fluindo pelos vasos sanguíneos, temos o</p><p>sistema cardiovascular. A circulação sanguínea ocorre graças a ação do bombeamento do</p><p>coração que impulsiona o sangue a sair do coração em direção as artérias, estas por sua</p><p>vez se ramificam até se tornarem capilares sanguíneos que irrigam os tecidos corporais</p><p>transportando pelo sangue oxigênio e nutrientes, e também promove o transporte de</p><p>dióxido de carbono (CO2) e resíduos celulares que se difundem dos tecidos para a corrente</p><p>sanguínea. Contudo, o outro sistema promove a circulação de um líquido denominado linfa</p><p>através de tubulações agora chamados vasos linfáticos, temos a caracterização do sistema</p><p>linfático. Todavia, como apresentado a você que o objetivo da circulação sanguínea é</p><p>promover aos tecidos o suprimento de nutrientes e oxigênio garantindo assim a manutenção</p><p>do tecido celular. Apresentei a você as estruturas anatômicas do sistema respiratório cuja</p><p>função primordial é realizar a troca dos gases (oxigênio e dióxido de carbono) com o ar</p><p>atmosférico, garantindo a concentração de oxigênio no sangue necessária para a realização</p><p>das reações metabólicas celulares.</p><p>Destacamos também a importância imprescindível do sistema nervoso que é</p><p>responsável por controlar as ações exercidas por todos os sistemas do corpo humano.</p><p>O sistema nervoso possui a capacidade de estabelecer conexões estabelecidas pelos</p><p>neurônios promovendo a captação de estímulos, processando a informação e produzindo</p><p>uma variedade de resposta manifesta no órgão efetor.</p><p>CONCLUSÃO GERAL</p><p>UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL</p><p>114</p><p>Levantamos o papel fundamental para a manutenção da vida exercido pelos</p><p>sistemas digestório, urinário e reprodutor (genital masculino e feminino). O sistema</p><p>digestório é responsável desde a quebra do alimento em moléculas menores permitindo</p><p>que nossas células possam absorver os nutrientes. Contudo, também produz a formação</p><p>das fezes que são os resíduos de alimento não digerido que precisam ser eliminados dos</p><p>organismos. Outro sistema que também promove a excreção de resíduos é o sistema</p><p>renal, responsável pela filtragem do sangue e, como consequência desse processo, elimina</p><p>restos metabólicos através da urina. Este processo é fundamental para a manutenção do</p><p>equilíbrio das funções orgânicas. O sistema reprodutor possui características distintas entre</p><p>os gêneros e produzem os gametas permitindo, assim, a reprodução e a continuação da</p><p>espécie humana.</p><p>Com base neste conteúdo abordado, considero que a partir de agora você está</p><p>preparado para seguir adiante com os estudos de outras disciplinas que farão de você no</p><p>futuro um profissional capacitado para desenvolver as mais diversas funções atribuídas aos</p><p>profissionais da área da saúde.</p><p>Até uma próxima oportunidade. Muito obrigado!</p><p>UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL</p><p>115</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>DANGELO, J. G; FATTINI, C. A. Anatomia Humana – Sistêmica e Tegumentar. São Pau-</p><p>lo: Atheneu. 3º ed, 2007.</p><p>DRAKE, R. Gray - Anatomia Clínica para Estudantes. Rio de Janeiro: Guanabara Koo-</p><p>gan. 3º ed, 2015.</p><p>DRAKE, R.L.; VOGL, A.W.; MITCHELL, A.W.M.; TIBBITTS, R.M.; RICHARDSON, P.E.</p><p>Gray´s, atlas de anatomia. 1ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.</p><p>INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (Brasil). Tipos de câncer. Brasília: Instituto Nacional</p><p>do Câncer, 2010. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-do-colo-</p><p>-do-utero. Acesso em: 03 jul. 2021.</p><p>LASMAR, N. P; VIEIRA, R. B; ROSA, J; LASMAR, R. C. P; SCARPA, A. C. Condromatose</p><p>Sinovial - Relato de caso. Revista Brasileira de Ortopedia. 2010; 45(5): 490-2. Disponível</p><p>em: https://cdn.publisher.gn1.link/rbo.org.br/pdf/45-5/condromatose_sinovial.pdf. Acesso</p><p>em: 30 jun. 2021.</p><p>MARIEB, E. N; WILHELM, P. B; MALLATT. Anatomia Humana. São Paulo: Pearson Edu-</p><p>cation do Brasil, 2014.</p><p>MARTINI, F. H; TIMMONS, M. J; TALLITSH, R. B. Anatomia Humana. Porto Alegre: Art-</p><p>med. 6º ed, 2009.</p><p>MINISTÉRIO DA SAÚDE (Brasil). Cistite. Brasília: Biblioteca Virtual em Saúde - Ministé-</p><p>rio da Saúde, 2021. Disponível em: https://https://bvsms.saude.gov.br/cistite/. Acesso em:</p><p>06/08/2021.</p><p>MOORE, K.L.; DALLEY, A.F.; AGUR, A.M.R. Anatomia orientada para a clínica. 7ª ed. Rio</p><p>de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2014.</p><p>NETO, F. M. F; KISO, K, M. Comprometimento dos linfonodos em adultos. Arquivos Mé-</p><p>dicos Hospital Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa São. Paulo 2013; 58:</p><p>79-87.</p><p>NETO, F. M. F; KISO, K, M. Comprometimento dos linfonodos em adultos. Arquivos Mé-</p><p>dicos Hospital Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa São. Paulo 2013; 58:</p><p>79 - 87.</p><p>TORTORA, G.J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14ª ed. Rio de</p><p>Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2016.</p><p>TORTORA, G; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Rio de Janeiro:</p><p>Guanabara Koogan, 2016.</p><p>https://cdn.publisher.gn1.link/rbo.org.br/pdf/45-5/condromatose_sinovial.pdf</p><p>ENDEREÇO MEGAPOLO SEDE</p><p>Praça Brasil , 250 - Centro</p><p>CEP 87702 - 320</p><p>Paranavaí - PR - Brasil</p><p>TELEFONE (44) 3045 - 9898</p><p>Shutterstock</p><p>e</p><p>a situação dos diferentes órgãos do corpo baseando-se em quatro planos imaginários que</p><p>cruzam o corpo na posição anatômica (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).</p><p>● Plano mediano ou também chamado de plano sagital mediano: É</p><p>caracterizado por ser o plano vertical que corta o corpo longitudinalmente, dividindo o</p><p>corpo em metades direita e esquerda que passa através da linha mediana do corpo.</p><p>● Plano sagital: são planos verticais que atravessam o corpo paralelamente</p><p>ao plano mediano.</p><p>● Plano frontal (coronal): são planos verticais que atravessam o corpo</p><p>formando ângulos retos com o plano mediano, dividindo o corpo em partes anterior</p><p>(frente) e posterior (atrás).</p><p>● Plano transverso: são planos horizontais que atravessam o corpo formando</p><p>ângulos retos com os planos mediano e frontal, dividindo o corpo em partes superior</p><p>e inferior.</p><p>UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR</p><p>11</p><p>1.3.2.1. Planos de secção</p><p>Ao estudar uma região corporal é mostrada uma secção do mesmo. Uma secção é</p><p>um corte do corpo ou de um de seus órgãos feito ao longo de um dos planos anatômicos</p><p>descritos acima. É importante conhecer o plano da secção para compreender a relação</p><p>anatômica de uma parte com a outra. A Figura 1 exemplifica três principais planos de</p><p>secção: sagital, frontal e transversal, através de visões diferentes do corpo.</p><p>FIGURA 1. REPRESENTA OS PLANOS ANATÔMICOS SAGITAL, FRONTAL/CORONAL E</p><p>TRANSVERSO QUE CRUZAM O CORPO NA POSIÇÃO ANATÔMICA.</p><p>1.3.4. Termos de posição e direção</p><p>Para localizar as estruturas corporais, são utilizados termos de posição e direção.</p><p>Partindo do princípio que o corpo do indivíduo encontra-se na posição de referência</p><p>que é chamada posição anatômica, os anatomistas utilizam dois termos de posição que</p><p>descrevem o corpo deitado. Se o corpo está com o rosto voltado para baixo, ele está em</p><p>decúbito ventral. No entanto, se o corpo está com o rosto voltado para cima, ele está em</p><p>decúbito dorsal.</p><p>Quanto aos termos de direção específicos que descrevem a posição de uma parte</p><p>do corpo em relação à outra, existem vários termos direcionais que são agrupados em</p><p>pares e possuem significados opostos, ex., anterior (frente) e posterior (atrás). Abaixo</p><p>estão listados os principais termos direcionais com seus respectivos exemplos (TORTORA;</p><p>DERRICKSON, 2016).</p><p>UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR</p><p>12</p><p>Termos Direcionais Exemplo de uso</p><p>Superior O coração é superior ao fígado</p><p>Inferior O estômago é inferior aos pulmões</p><p>Anterior O esterno é anterior ao coração</p><p>Posterior O esôfago é posterior à traqueia</p><p>Medial A ulna é média ao rádio</p><p>Lateral Os pulmões são laterais ao coração</p><p>Proximal O úmero é proximal ao rádio</p><p>Distal As falanges são distais aos ossos carpais</p><p>Superficial As costelas são superficiais aos pulmões</p><p>Profundo As costelas são profundas em relação à pele do tórax</p><p>Ipsilateral A vesícula biliar e o colo ascendente são ipsilaterais (estão</p><p>do mesmo lado)</p><p>Contralateral O colo ascendente e o colo descendente são contralaterais</p><p>(estão em lados opostos do corpo)</p><p>UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR</p><p>SISTEMA ESQUELÉTICO2</p><p>TÓPICO</p><p>13</p><p>O sistema esquelético é composto por vários tecidos diferentes e atua em conjunto</p><p>com cartilagem e articulações. Cada osso do corpo é considerado um órgão, sendo</p><p>responsável por fornecer suporte e sustentação ao corpo, servem como ponto de fixação</p><p>para os músculos e armazenamento de minerais (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).</p><p>2.1 Divisão do Esqueleto Humano</p><p>O sistema esquelético é dividido em duas partes funcionais: esqueleto axial que</p><p>é formado pelos ossos da cabeça, pescoço, e tronco localizados no centro do corpo.</p><p>Enquanto, o esqueleto apendicular é formado pelos ossos dos membros superiores e</p><p>inferiores, inclusive aqueles que formam os cíngulos dos membros superiores e dos</p><p>membros inferiores. A união do esqueleto axial com o apendicular acontece por meio das</p><p>cinturas escapular e pélvica (TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>2.2 Composição dos ossos</p><p>O tecido ósseo é composto por dois tipos de osso, o osso compacto e o osso</p><p>esponjoso. Diferencia-se pela quantidade de material sólido e pelo número e tamanho dos</p><p>espaços que eles contêm, sendo que a proporção de osso compacto e esponjoso varia de</p><p>acordo com a função do osso (TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>O osso esponjoso localiza-se no interior do osso e seu aspecto esponjoso se deve a</p><p>presença de espaços entre as lamínulas ósseas que são chamadas de trabéculas ósseas. Em</p><p>algumas partes o osso esponjoso é substituído por uma cavidade medular que abriga a medula</p><p>óssea amarela (armazena gordura) ou vermelha, responsável pela função hematopoiética</p><p>(produção de células sanguíneas e plaquetas) (TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR</p><p>14</p><p>O osso compacto está presente em todos os ossos como uma camada compacta,</p><p>fina e superficial em torno de uma massa central de osso esponjoso, a proporção entre osso</p><p>compacto e esponjoso é responsável por sua resistência. Os ossos longos, por exemplo,</p><p>possuem uma maior quantidade de osso compacto no corpo do osso (diáfise), quando</p><p>comparado às demais categorias de ossos. Abordaremos agora a estrutura dos ossos</p><p>longos (Figura 2), que são as seguintes:</p><p>● Diáfise: é a haste longa do osso (corpo do osso). Ela é composta principalmente por</p><p>tecido ósseo compacto, proporcionando resistência ao osso longo.</p><p>● Epífises: são as extremidades de um osso longo e locais onde um osso se articula</p><p>a um segundo osso, formando uma articulação. Cada epífise é coberta com uma fina</p><p>camada de cartilagem hialina, chamada cartilagem articular.</p><p>● Linha epifisial: Localiza-se entre a diáfise e cada epífise de um osso longo adulto.</p><p>É um sinal da lâmina epifisial, que é um disco de cartilagem hialina responsável pelo</p><p>crescimento ósseo (alongamento do osso) durante a infância.</p><p>● O periósteo (periósteo = em torno do osso) é uma membrana de tecido conjuntivo</p><p>que recobre os ossos externamente, responsável por irrigar os ossos com nervos e</p><p>vasos sanguíneos, por isso sentimos dor ao fraturar um osso. O periósteo fornece</p><p>pontos de inserção para os tendões e ligamentos que se unem a um osso.</p><p>FIGURA 2: ESTRUTURA DOS OSSOS LONGOS</p><p>Fonte: MARIE; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 136.</p><p>UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR</p><p>15</p><p>2.3 Funções do Sistema Esquelético</p><p>As funções desempenhadas pelo sistema esquelético são as seguintes:</p><p>● Suporte: O esqueleto sustenta os tecidos moles e fornece pontos de fixação para</p><p>tendões e músculos esqueléticos.</p><p>● Proteção: O esqueleto protege os órgãos vitais de lesão, por exemplo, os ossos do</p><p>crânio protegem o encéfalo e a caixa torácica protege o coração e os pulmões.</p><p>● Assistência ao movimento: A fixação dos músculos esqueléticos aos ossos produz</p><p>movimentos através da contração da musculatura e tracionamento dos ossos.</p><p>● Armazenamento e liberação de minerais: O tecido ósseo armazena minerais,</p><p>como: cálcio e fósforo, que contribuem para a resistência dos ossos e conforme</p><p>a necessidade, os minerais são liberados para a corrente sanguínea de modo a</p><p>manter a homeostasia.</p><p>● Função hematopoiética: É caracterizada pela produção de células sanguíneas que</p><p>ocorre na medula óssea vermelha presente no interior de determinados ossos, como:</p><p>os ossos do quadril, costelas, esterno, vértebras, crânio, extremidades do úmero e</p><p>fêmur. A produção de hemácias (eritrócitos), leucócitos e plaquetas é denominada</p><p>de hematopoese.</p><p>● Armazenamento de triglicerídeos: Com o avanço da idade, grande parte da</p><p>medula óssea é transformada de vermelha para amarela. A medula óssea amarela é</p><p>responsável pelo armazenamento de triglicerídeos que são reserva</p><p>de energia para o</p><p>organismo (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>2.4 Classificação Morfológica dos Ossos</p><p>Os ossos são classificados de acordo com suas características morfológicas por</p><p>possuir tamanhos e formatos variados em cinco tipos: ossos longos, curtos, planos,</p><p>irregulares e sesamoides (Figura 3), refletindo diretamente na função desempenhada. Para</p><p>exemplificar, temos o fêmur que é o osso da coxa e pertence à categoria dos ossos longos,</p><p>esta característica atribui a ele, a função de suportar o peso e pressão do corpo (MARIEB;</p><p>WILHELM; MALLATT, 2014; MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).</p><p>1) Ossos longos: Possui comprimento maior que a largura e são constituídos por</p><p>um corpo e duas extremidades, chamadas de epífises e têm suas diáfises como</p><p>sendo o corpo do osso, é formada por tecido ósseo compacto. Exemplo de ossos</p><p>longos: fêmur, tíbia, fíbula, úmero, radio e ulna.</p><p>2) Ossos curtos: Possuem comprimento igual à sua largura. Exemplos: ossos do</p><p>carpo e tarso.</p><p>3) Ossos planos: São ossos finos e achatados que garantem considerável prote-</p><p>ção. Exemplos: Ossos do crânio (frontal, parietal), osso esterno e escápula.</p><p>UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR</p><p>16</p><p>4) Ossos irregulares: São ossos com formas variadas e não se encaixa nas outras</p><p>classificações, como exemplos: mandíbula e vértebras.</p><p>5) Ossos sesamoides: Os ossos sesamoides são considerados um tipo especial</p><p>de osso por se desenvolver em alguns tendões e se encontrar em lugares onde</p><p>os tendões cruzam as extremidades dos ossos longos nos membros. A patela é</p><p>um exemplo de osso sesamoide e possui a função de proteger os tendões contra</p><p>o desgaste excessivo.</p><p>FIGURA 3: ILUSTRAÇÃO REPRESENTANDO AS CLASSIFICAÇÕES MORFOLÓGICAS DOS OSSOS</p><p>Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 135.</p><p>UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR</p><p>SISTEMA</p><p>ARTICULAR3</p><p>TÓPICO</p><p>17</p><p>3.1 Definição</p><p>As articulações são definidas como sendo o ponto de contato entre dois ossos,</p><p>entre osso e cartilagem ou entre osso e dente, com formas e funções variadas. Algumas</p><p>articulações não possuem movimento, outras permitem pequenos movimentos, enquanto</p><p>outras têm mobilidade livre. (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).</p><p>3.2 Classificação</p><p>As articulações são classificadas estruturalmente de acordo com as características</p><p>anatômicas e funcionalmente de acordo com o tipo de movimento que as articulações</p><p>realizam.</p><p>A classificação estrutural das articulações baseia-se em dois critérios: 1) existência</p><p>ou ausência de cavidade articular (espaço entre os ossos); 2) tipo de tecido conjuntivo que</p><p>une os ossos. Portanto, de acordo com as caraterísticas estruturais, as articulações são</p><p>classificadas como: articulações fibrosas, cartilagíneas e sinoviais.</p><p>A classificação funcional é definida com relação ao grau de movimento que as</p><p>articulações executam. Funcionalmente, as articulações são classificadas como: sinartrose</p><p>(imóvel), anfiartrose (ligeiramente móvel) e diartrose (movimentos livres).</p><p>UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR</p><p>18</p><p>3.2.1 Classificação Estrutural das Articulações</p><p>3.2.1.1 Articulações fibrosas</p><p>As articulações são formadas por tecido fibroso (tecido conjuntivo denso não</p><p>modelado), nestas articulações as superfícies dos ossos estão quase em contato direto</p><p>e a maioria das articulações fibrosas são imóveis ou ligeiramente móveis. Há três tipos</p><p>principais de articulações fibrosas:</p><p>● Suturas: As suturas estão presentes apenas nos ossos do crânio, mantendo os</p><p>ossos firmemente unidos e consideradas funcionalmente como articulações imóveis</p><p>(sinartrose). Os tipos de suturas existentes são: plana, escamosa e denteada.</p><p>● Sindesmose: A sindesmose é um tipo de articulação fibrosa, une os ossos</p><p>com uma lâmina de tecido fibroso, podendo ser um ligamento ou uma membrana</p><p>fibrosa que une ossos (membrana interóssea).</p><p>● Gonfose ou também chamada de sindesmose dentoalveolar: é uma arti-</p><p>culação fibrosa onde ocorre à fixação dos dentes nas cavidades alveolares na man-</p><p>díbula e maxilas, é um processo semelhante a um pino encaixando-se em uma ca-</p><p>vidade entre a raiz do dente e o processo alveolar da maxila.</p><p>As sindesmoses e gonfoses são classificadas funcionalmente como anfiartroses, por</p><p>realizar pequenos movimentos (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; MOORE; DALLEY;</p><p>AGUR, 2014).</p><p>3.2.1.2 Articulações cartilagíneas</p><p>Nas articulações cartilaginosas, os ossos são unidos por cartilagem e pequenos</p><p>movimentos são possíveis nestas articulações. Existem dois tipos de articulações</p><p>cartilagíneas: sínfises e sincondroses.</p><p>● Sínfises: são articulações fortes, ligeiramente móveis, unidas por</p><p>fibrocartilagem. Exemplos desta articulação, incluem: discos intervertebrais (presente</p><p>entre as vértebras) e sínfise púbica. A estrutura de fibrocartilagem confere resistência</p><p>à tensão e a compressão, agindo como um amortecedor, as sínfises são articulações</p><p>ligeiramente móveis (anfiartroses) fornecendo resistência com flexibilidade.</p><p>● Sincondroses: Os ossos são unidos por cartilagem hialina, as articulações do</p><p>tipo sincondrose dividem-se em uniões temporárias e definitivas. Como sincondroses</p><p>temporárias temos, a lâmina epifisial presente nas epífises dos ossos longos durante</p><p>o desenvolvimento do osso longo e com o passar do tempo a lâmina epifisial se</p><p>converte em osso e as epífises fundem-se com a diáfise. Como exemplo de</p><p>sincondrose definitiva, temos a articulação esternocostal (cartilagem costal que une</p><p>a primeira costela e o manúbrio do esterno). Funcionalmente, as sincondroses são</p><p>classificadas como sinartroses por serem articulações imóveis (MARIEB; WILHELM;</p><p>MALLATT, 2014).</p><p>UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR</p><p>19</p><p>3.2.2.3 Articulações sinoviais</p><p>As articulações sinoviais são as mais importantes e complexas articulações do</p><p>corpo e permitem a realização de muitos movimentos, sendo considerada funcionalmente,</p><p>diartrose. Exemplos de algumas articulações sinoviais: articulação do ombro (glenoumeral),</p><p>joelho e quadril (coxofemoral). As articulações sinoviais possuem característica únicas,</p><p>como:</p><p>● Cavidade articular: É uma característica presente somente nas articulações</p><p>sinoviais, é um espaço potencial que comporta uma pequena quantidade de líquido</p><p>sinovial.</p><p>● Cápsula articular: membrana fibrosa dividida em duas camadas, a camada externa</p><p>promove a união dos ossos e a camada interna é chamada membrana sinovial,</p><p>reveste a cápsula articular e tem a importante função de produzir o líquido sinovial;</p><p>● Líquido sinovial: É um líquido viscoso que preenche o espaço da cavidade articular</p><p>e atua como lubrificante articular, permitindo o deslizamento dos ossos com o mínimo</p><p>de atrito.</p><p>● Cartilagem articular: Cobre as extremidades dos ossos e serve para absorver as</p><p>forças de compressão aplicadas nas articulações, protege as extremidades ósseas</p><p>(MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).</p><p>UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR</p><p>SISTEMA</p><p>MUSCULAR4</p><p>TÓPICO</p><p>20</p><p>4.1 Conceitos</p><p>O sistema muscular é formado por músculos esqueléticos que são estruturas</p><p>individualizadas que cruzam as articulações e, através da sua capacidade de contração,</p><p>são capazes de transmitir movimento, esta habilidade é promovida por células específicas</p><p>denominadas fibras musculares, sendo os músculos capazes de transformar energia</p><p>química em energia mecânica (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).</p><p>4.2 Tecido Muscular</p><p>Existem três tipos de músculos: músculo estriado esquelético, músculo estriado</p><p>cardíaco e músculo liso.</p><p>● O músculo estriado esquelético é de controle voluntário e está associado</p><p>ao sistema esquelético movendo ou estabilizando ossos e outras estruturas, por isso</p><p>recebe o nome de músculos esqueléticos.</p><p>● O músculo estriado cardíaco é um músculo de controle involuntário pre-</p><p>sente apenas nas paredes do coração.</p><p>● O músculo liso (músculo não estriado) é o músculo visceral, também de</p><p>controle involuntário e reveste a parte interna das paredes da maioria dos vasos</p><p>sanguíneos e órgãos ocos (ex., esôfago, estômago e bexiga).</p><p>4.3 Funções</p><p>As funções do tecido muscular são as seguintes:</p><p>UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR</p><p>21</p><p>1) Produção dos movimentos corporais: O músculo esquelético encontra-se</p><p>conectado ao sistema esquelético produzindo movimentos, como andar e correr.</p><p>2) Estabilizar as posições corporais: A contração contínua dos músculos</p><p>esqueléticos, chamadas de tônus muscular, contribuem para estabilizar as</p><p>articulações promovendo a manutenção das posições corporais, no ato de ficar em</p><p>pé ou sentado.</p><p>3) Movimento de Substâncias dentro do Corpo: As contrações dos músculos</p><p>lisos nos órgãos do sistema digestório promovem a movimentação de alimentos</p><p>através de movimentos chamados peristaltismo. Os músculos esfincterianos</p><p>funcionam como válvulas que se abrem (relaxando deixa passar a substância) e</p><p>fecham (contraindo impede a passagem).</p><p>4) Produção de Calor: A contração do tecido muscular produz calor que é</p><p>usado na manutenção da temperatura corporal. Durante a realização de atividade</p><p>física as contrações musculares são intensificadas gerando um excesso de calor e</p><p>para impedir o aumento da temperatura corporal o reflexo imediato é a sudorese,</p><p>que ocorre para resfriar o corpo (MARIEB, WILHELM; MALLATT, 2014).</p><p>4.4 Classificação dos músculos</p><p>Os músculos podem ser classificados de acordo com seu formato relacionado com</p><p>a disposição das fibras musculares.</p><p>4.4.1 Disposição paralela</p><p>● Músculos planos: Suas fibras são dispostas paralelamente. Exemplo: M. sartório</p><p>(Figura 4) é um músculo plano estreito com fibras paralelas.</p><p>FIGURA 4 - M. SARTÓRIO (MÚSCULO PLANO)</p><p>Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 330.</p><p>UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR</p><p>22</p><p>● Músculos triangulares: Tem origem em uma área larga e converge para formar um</p><p>único tendão, assemelhando-se a um leque. Exemplo: M. peitoral maior (Figura 5).</p><p>● Músculos fusiformes: Seu diâmetro da região central (ventre) do músculo é maior</p><p>que nas extremidades. Exemplo: M. bíceps braquial (Figura 5).</p><p>FIGURA 5: M. PEITORAL MAIOR (MÚSCULOS TRIANGULARES) E M. BÍCEPS BRAQUIAL</p><p>(MÚSCULO FUSIFORME).</p><p>Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 316.</p><p>● Músculos quadrados: Apresentam quatro lados iguais, sendo o comprimento igual</p><p>à largura. Exemplo: M. reto do abdome e M. glúteo máximo.</p><p>UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR</p><p>23</p><p>FIGURA 6: M. RETO DO ABDOME</p><p>FONTE: DRAKE, 2011, P. 130.</p><p>Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 333.</p><p>FIGURA 7: M. GLÚTEO MÁXIMO</p><p>UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR</p><p>24</p><p>● Músculos circulares: São músculos que circundam uma determinada região ou</p><p>abertura do corpo, fechando-os quando se contraem. Exemplo: M. orbicular dos</p><p>olhos (fecha as pálpebras).</p><p>1.1.2 Disposição oblíqua</p><p>● Músculos peniformes: A disposição das fibras musculares são parecidas com penas.</p><p>E podem ser classificados como, semipeniformes, peniformes ou multipeniformes.</p><p>Exemplo: M. extensor longo dos dedos (semipeniforme), M. reto femoral (peniforme)</p><p>e M. deltoide (multipeniforme).</p><p>FIGURA 8: REPRESENTAÇÃO DOS MÚSCULOS PENIFORMES</p><p>Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 275</p><p>UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR</p><p>25</p><p>Oração ao Cadáver Desconhecido</p><p>“Ao curvar-te com a lâmina rija de teu bisturi sobre o cadáver desconhecido, lembra-te que este corpo</p><p>nasceu do amor de duas almas; cresceu embalado pela fé e esperança daquela que em seu seio o</p><p>agasalhou, sorriu e sonhou os mesmos sonhos das crianças e dos jovens; por certo amou e foi amado e</p><p>sentiu saudades dos outros que partiram, acalentou um amanhã feliz e agora jaz na fria lousa, sem que por</p><p>ele tivesse derramado uma lágrima sequer, sem que tivesse uma só prece. Seu nome só Deus o sabe; mas</p><p>o destino inexorável deu-lhe o poder e a grandeza de servir a humanidade que por ele passou indiferente.”</p><p>Dr. Karl Rokitansky (1876) – médico patologista.</p><p>A osteoporose (osso poroso) é uma condição patológica que afeta todo o sistema esquelético acometendo</p><p>10 milhões de pessoas por ano nos EUA. Ocorre durante o processo de envelhecimento, devido a diminui-</p><p>ção dos componentes orgânicos e inorgânicos do osso, à perda de cálcio do corpo (pela urina, fezes e suor)</p><p>é maior do que a quantidade absorvido da alimentação, fazendo com que a massa óssea fique porosa</p><p>tornando os ossos frágeis, perdendo a elasticidade e sofrendo fraturas espontâneas. Por exemplo, uma</p><p>fratura de quadril pode resultar da simples ação de sentar-se muito rapidamente. Nos EUA, a osteoporose</p><p>causa mais de 1,5 milhão de fraturas por ano, sendo as principais fraturas de quadril, punhos e vértebras.</p><p>A osteoporose afeta principalmente pessoas idosas e de meia-idade, com maior prevalência de mulheres</p><p>acometidas do que os homens por dois motivos, isto se deve a dois fatos: 1) os ossos das mulheres são</p><p>menos compactos que os dos homens e 2) a produção hormônios nas mulheres diminui na menopausa</p><p>(MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).</p><p>UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR</p><p>26</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Prezado(a) aluno(a),</p><p>Neste material, busquei trazer para você os aspectos gerais da anatomia humana que</p><p>servirá de base para o estudo dos temas subsequentes, fornecendo conhecimento de termos</p><p>técnicos-científicos utilizados rotineiramente nos estudos. Posterior, a esta apresentação</p><p>inicial, iniciamos os estudos da anatomia macroscópica sistêmica que consiste no estudo</p><p>detalhado dos sistemas que formam o corpo humano. Nesta abordagem, definimos e</p><p>destacamos as funções de três sistemas: sistema esquelético, articular e muscular. Com</p><p>base na contextualização de cada sistema acredito que tenha ficado claro a você que a</p><p>forma didática de estudar a anatomia é através das classificações dos sistemas. No caso do</p><p>sistema esquelético, classificamos os ossos de acordo com as características morfológicas</p><p>que é o aspecto que este osso apresenta. Contudo, o sistema articular é classificado de</p><p>duas formas: de acordo com a funcionalidade da articulação, que diz respeito ao grau de</p><p>movimento que a mesma executa (imóvel, ligeiramente móvel ou movimentos livres) e a</p><p>estrutura da articulação (qual tecido à compõem). E por fim, abordamos a classificação dos</p><p>músculos de acordo com a forma que o músculo se apresenta que depende da disposição</p><p>das fibras musculares.</p><p>A partir de agora acreditamos que você está preparado para dar continuidade aos</p><p>estudos dos próximos sistemas anatômicos que servirá de base para a compreensão de</p><p>outras disciplinas, como a fisiologia que estudará de forma detalhada a funcionalidade de</p><p>cada sistema e finalizamos com as classificações que são formas didáticas de apresentação</p><p>das estruturas anatômicas.</p><p>Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigado!</p><p>UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR</p><p>27</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR</p><p>Condromatose Sinovial - Relato de caso</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Condromatose sinovial é uma desordem rara de etiologia desconhecida e se</p><p>caracteriza pela presença de múltiplos nódulos cartilaginosos dentro do tecido conjuntivo</p><p>da membrana das articulações, bainhas e bursas. A articulação mais acometida é o joelho,</p><p>seguido pelo quadril, ombro e mãos, com predomínio monoarticular. O aparecimento da</p><p>lesão é mais comum no sexo masculino e em pessoas entre a terceira e quinta década de</p><p>vida. O diagnóstico de condromatose sinovial é dado após uma minuciosa história, exame</p><p>físico e exame radiográfico.</p><p>No entanto, o diagnóstico definitivo é realizado após exame</p><p>histológico do tecido sinovial e o tratamento de escolha para os pacientes sintomáticos</p><p>é cirúrgico. Considera-se que a presença de múltiplos corpos livres intra-articulares,</p><p>independentemente se de causa degenerativa, neuropática, osteocondrite dissecante</p><p>ou outras, já é suficiente para caracterizar o quadro, podendo, em estágio mais tardio,</p><p>apresentar a metaplasia condroide sinovial.</p><p>CASO</p><p>Paciente masculino, 34 anos de idade, apresentou dor forte em joelho esquerdo</p><p>associado à incapacidade funcional sem fator desencadeante aparente. Procurou</p><p>atendimento médico em dezembro de 2006, quando lhe foram prescritos AINES. Após um</p><p>ano relatou aumento do edema e dor no local. Foi encaminhado ao especialista em joelho com</p><p>suspeita de lesão meniscal. No exame, foram detectados edema intenso da articulação com</p><p>limitação de movimento, dor exacerbada e punção articular negativa; como não apresentava</p><p>alterações nas radiografias simples, foi solicitado exame de ressonância magnética do</p><p>joelho. Ao exame de ressonância magnética, evidenciou-se volumoso acúmulo de líquido</p><p>intra-articular, associado à acentuada proliferação sinovial sugestivo de sinovite vilonodular</p><p>pigmentada com meniscos e ligamentos íntegros. Paciente foi submetido a artroscopia do</p><p>joelho esquerdo que evidenciou fragmentos irregulares e esbranquiçados, sendo então</p><p>realizada artrotomia com retirada da lesão e sinovectomia ampla, o material foi enviado</p><p>para exame anatomopatológico, o qual evidenciou presença de condromatose sinovial.</p><p>Após oito meses de cirurgia, o paciente apresenta-se sem queixas, joelho esquerdo com</p><p>amplitude de 130º sem derrame articular ou sinais inflamatórios. A condromatose sinovial é</p><p>uma metaplasia benigna rara da membrana sinovial, originando a formação de corpos livres</p><p>cartilaginosos no espaço articular de difícil diagnóstico, já que 95% dos nódulos, quando</p><p>não calcificados, podem passar despercebidos radiologicamente.</p><p>UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR</p><p>28UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR</p><p>DISCUSSÃO</p><p>A condromatose sinovial é uma metaplasia benigna rara da membrana sinovial,</p><p>originando a formação de corpos livres cartilaginosos no espaço articular sem sinais</p><p>de malignização, nem relação direta com traumatismos ou processos inflamatórios.</p><p>Os nódulos podem ser pediculados e liberados no espaço articular onde podem</p><p>permanecer como corpos livres e aumentar de tamanho. Sua origem pode ser primária</p><p>ou secundária. As manifestações clínicas são dor, inflamação e limitação funcional</p><p>monoarticular. As articulações mais afetadas são os joelhos (50%), quadril e tornozelo.</p><p>A radiologia convencional é muito característica se os corpos livres estão calcificados</p><p>(osteocondromatose), sendo difícil sua interpretação quando são radiotransparentes</p><p>(condromatose). Na ressonância magnética observa-se hiperplasia sinovial heterogênea e na</p><p>artroscopia observa-se um espessamento acentuado dos tecidos que constituem a cavidade</p><p>articular acompanhados de numerosos nódulos cartilaginosos pequenos e irregulares. O</p><p>diagnóstico diferencial deve ser feito com o condrossarcoma sinovial e a condrometaplasia</p><p>secundária, que ocorre quando pequenos fragmentos de osso ou cartilagem articular se</p><p>desprendem e ficam na cavidade articular após traumatismos ou doenças degenerativas.</p><p>Em nosso caso, a idade, localização e a característica monoarticular coincidem com a</p><p>literatura (LASMAR et al, 2010).</p><p>29</p><p>MATERIAL COMPLEMENTAR</p><p>UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR</p><p>LIVRO</p><p>Título: Gray - Anatomia Clínica para Estudantes</p><p>Autor: Richard Drake.</p><p>Editora: Guanabara Koogan.</p><p>Sinopse: O Gray Anatomia Clínica para Estudantes, foca pre-</p><p>cisamente nas informações que você necessita para estudar</p><p>Anatomia, em um formato fácil de ler e visualmente atraente</p><p>que facilita o estudo.</p><p>FILME/VÍDEO</p><p>Título: Introdução à Anatomia</p><p>Ano: 2020.</p><p>Sinopse: O vídeo aborda os aspectos introdutórios à anatomia</p><p>humana, destacando o conceito e apresenta a terminologia</p><p>anatômica.</p><p>Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=5c3Pp-</p><p>-b7uwc.</p><p>https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_book_1?ie=UTF8&field-author=Richard+Richard+Drake&text=Richard+Richard+Drake&sort=relevancerank&search-alias=stripbooks</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>Plano de Estudos</p><p>• Sistema Cardiovascular</p><p>• Sistema Linfático</p><p>• Sistema Respiratório</p><p>Objetivos da Aprendizagem</p><p>• Conceituar o sistema cardiovascular e conhecer os elementos que</p><p>compõem estes sistemas (sangue, coração e vasos sanguíneos);</p><p>• Identificar a morfologia externa e interna do coração;</p><p>• Compreender a circulação pulmonar e sistêmica;</p><p>• Conceituar o sistema linfático;</p><p>• Definir os vasos linfáticos, tecidos e órgãos linfáticos;</p><p>• Conceituar o sistema respiratório e identificar seus órgãos.</p><p>Professora Mestre Gislaine Cardoso de Souza Fiaes</p><p>SISTEMAS SISTEMAS</p><p>CARDIOVASCULAR, CARDIOVASCULAR,</p><p>LINFÁTICO E LINFÁTICO E</p><p>RESPIRATÓRIORESPIRATÓRIO2UNIDADEUNIDADE</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>31</p><p>Nesta unidade vocês aprenderão sobre o sistema cardiovascular, linfático e</p><p>respiratório. O sistema circulatório compreende o estudo de dois sistemas, o sistema</p><p>cardiovascular e o linfático. Iniciaremos falando sobre o sistema cardiovascular que é</p><p>formado pelo coração e vasos sanguíneos que trabalham em conjunto com o objetivo de</p><p>manter o sangue circulando no nosso corpo. A circulação sanguínea é promovida pela ação</p><p>do bombeamento do coração que impulsiona o sangue a sair do coração em direção as</p><p>artérias, estas por sua vez se ramificam até se tornarem capilares sanguíneos, que irrigam</p><p>os tecidos corporais transportando pelo sangue oxigênio e nutrientes, e também promove</p><p>o transporte de dióxido de carbono (CO2) e resíduos celulares que se difundem dos tecidos</p><p>para a corrente sanguínea. Além do oxigênio, fica a cargo do sistema cardiovascular a</p><p>realização do transporte de outras substâncias como, hormônios até seus órgãos-alvo,</p><p>bem como, de células de defesa do corpo para locais específicos de combate à infecção.</p><p>Com relação ao sistema linfático, ele também é considerado parte do sistema circulatório,</p><p>sendo composto por vasos linfáticos, órgão linfáticos e um líquido que flui através dos vasos</p><p>linfáticos. Este líquido é proveniente da drenagem do líquido intersticial (líquido que banha</p><p>as células) que ao adentrarem os vasos linfáticos, recebe o nome de linfa. A linfa percorre</p><p>o trajeto por vasos linfáticos, passando por linfonodos, que são estruturas que abrigam</p><p>células que destroem agentes estranhos patogênicos presentes na linfa, promovendo seu</p><p>retorno ao sangue.</p><p>Finalizaremos estudando sobre as estruturas anatômicas do sistema respiratório, e</p><p>a função primordial deste sistema que consiste em realizar a troca de gases (oxigênio e dió-</p><p>xido de carbono) com o ar atmosférico, garantindo a concentração de</p><p>oxigênio no sangue</p><p>necessária para as realizações das reações metabólicas celulares, bem como, promover</p><p>a eliminação de gases residuais, resultantes dessas reações que são representadas pelo</p><p>gás carbônico.</p><p>UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>32</p><p>SISTEMA</p><p>CARDIOVASCULAR1</p><p>TÓPICO</p><p>UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>1.1 Introdução ao Sistema Cardiovascular</p><p>O sistema cardiovascular é composto pelo sangue, coração e vasos sanguíneos e</p><p>apresenta as seguintes funções:</p><p>● Transporte: O sangue é responsável pelo transporte de várias substâncias</p><p>como hormônios, e inclui a captação do oxigênio pelos pulmões e nutrientes</p><p>provenientes do sistema digestório até células do corpo, que os utilizam para a</p><p>produção de energia. O sangue também realiza o transporte de metabólitos que</p><p>são resíduos produzidos pelas células, como o dióxido de carbono (CO2) que é</p><p>transportado até os órgãos responsáveis pela sua eliminação.</p><p>● Regulação: O sistema cardiovascular atua no controle da temperatura</p><p>corporal através da regulação da quantidade de sangue direcionada para a superfície</p><p>do corpo. Para exemplificar pensem em um indivíduo ao realizar atividade física, a</p><p>temperatura corporal aumenta, o sangue é desviado para os vasos cutâneos (vasos</p><p>da pele) mais superficiais, o indivíduo fica vermelho (rubor), a maior quantidade de</p><p>sangue na superfície corporal gera o resfriamento através da perda de calor para</p><p>o ambiente. Em casos onde há diminuição da temperatura ambiente, o sangue</p><p>é desviado para vasos mais profundos, diminuindo a quantidade de sangue na</p><p>superfície e nas extremidades do corpo acarretando na diminuição da perda de</p><p>temperatura para o ambiente, mantendo o corpo aquecido.</p><p>● Proteção: A proteção ocorre através do transporte sanguíneo das células de</p><p>defesa chamadas de glóbulos branco (leucócitos), que atuam combatendo infecções.</p><p>Outro mecanismo de proteção acontece através da coagulação sanguínea evitando a</p><p>perda de sangue, a coagulação é o processo de transformação do sangue líquido em</p><p>um coágulo sólido, ajudando a interromper o processo de sangramento (TORTORA;</p><p>DERRICKSON, 2016).</p><p>33</p><p>1.2 Composição do Sangue</p><p>O sangue corresponde a aproximadamente 8% da massa corporal, seu volume em</p><p>homens adultos é de 5 a 6 litros e de 4 a 5 litros nas mulheres, esta diferença de volume</p><p>entre homens e mulheres é decorrente das diferenças de tamanho corporal.</p><p>O sangue é composto por células (elemento figurado) envoltas por matriz extracelular</p><p>líquida chamada de plasma sanguíneo, que mantêm as células suspensas e substâncias</p><p>dissolvidas (hormônios), este sangue recebe o nome de sangue total. Quando uma amostra</p><p>de sangue é centrifugada em tubo de vidro é obtido a separação das células que por serem</p><p>mais densas se depositam no fundo do tubo enquanto o plasma (que é menos denso)</p><p>fica em uma camada na parte superior (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; TORTORA;</p><p>DERRICKSON, 2016).</p><p>● Elementos figurados do sangue: Corresponde a cerca de 45% do sangue e</p><p>incluem três componentes principais, que são as hemácias, leucócitos e plaquetas.</p><p>1) As hemácias ou também chamadas de eritrócitos transportam oxigênio dos</p><p>pulmões para as células corporais e dióxido de carbono das células do corpo para</p><p>os pulmões; 2) Os leucócitos são células do sistema de defesa e atua na proteção</p><p>do corpo contra patógenos invasores (ex. vírus e bactérias); 3) As plaquetas, o último</p><p>tipo de elemento figurado, são fragmentos celulares que promovem a coagulação</p><p>do sangue nos casos de dano dos vasos sanguíneos impedindo o sangramento</p><p>excessivo (Figura 1).</p><p>● Plasma sanguíneo: É a matriz extracelular aquosa de cor palha que contém</p><p>substâncias dissolvidas (soluto). O plasma é composto por 91,5% de água e 8,5%</p><p>de solutos, cuja maioria são proteínas que por serem encontradas no plasma são</p><p>chamadas de proteínas plasmáticas e incluem: as albuminas, globulinas e fibrinogênio.</p><p>Além de proteínas, os outros solutos no plasma são eletrólitos, nutrientes, substâncias</p><p>reguladoras como enzimas e hormônios, gases e resíduos metabólicos, como: ureia,</p><p>ácido úrico, creatinina, amônia e bilirrubina (Figura 1).</p><p>FIGURA 1: MOSTRA A COMPOSIÇÃO DO PLASMA SANGUÍNEO E OS NÚMEROS DOS VÁRIOS</p><p>TIPOS DE ELEMENTOS FIGURADOS DO SANGUE</p><p>UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>34</p><p>1.3 Coração</p><p>O coração é um órgão muscular oco, um pouco maior do que uma mão fechada e</p><p>considerado o maior órgão do mediastino (região localizada entre os dois pulmões) cuja</p><p>função é de bombear o sangue através do sistema cardiovascular. A contração cardíaca</p><p>é chamada de sístole e o relaxamento do coração é chamado de diástole. O coração tem</p><p>forma de cone, localiza-se no tórax com seu ápice voltado para o lado esquerdo do corpo,</p><p>posterior ao osso esterno e as cartilagens costais e apoiado sobre o diafragma (Figura 2)</p><p>(MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).</p><p>1.3.1 Revestimento do coração</p><p>O coração é revestido por uma membrana externa que protege o coração e mantém</p><p>sua posição no mediastino, embora permita a realização de movimentação de contrações</p><p>rápidas e vigorosas (Figura 2). O pericárdio consiste em duas partes principais: pericárdio</p><p>fibroso e pericárdio seroso (Figura 3).</p><p>FIGURA 2: MOSTRA A LOCALIZAÇÃO DO CORAÇÃO RECOBERTO PELO PERICÁRDIO</p><p>O pericárdio fibroso é superficial e, é um tecido conjuntivo irregular, denso, resistente</p><p>e não elástico, assemelha-se a um saco, repousa sobre o diafragma e se prende a ele.</p><p>Contudo, o pericárdio seroso é uma membrana mais fina e mais delicada que forma uma</p><p>dupla camada (parietal e visceral), envolvendo o coração. A camada parietal é a mais</p><p>externa, do pericárdio seroso, enquanto, a camada visceral é mais interna do pericárdio</p><p>seroso, também chamada epicárdio, adere fortemente à superfície do coração. Entre as</p><p>UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>35</p><p>camadas parietal e visceral do pericárdio seroso existe um espaço chamado de cavidade</p><p>do pericárdio, esta cavidade é preenchida por um líquido seroso lubrificante, denominado</p><p>líquido pericárdico, cuja função é reduzir o atrito entre as camadas do pericárdio seroso</p><p>conforme o coração se move (Figura 3) (TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>1.3.2 Camadas da parede do coração</p><p>A parede do coração é formada por três camadas (Figura 3): o epicárdio (camada</p><p>externa), o miocárdio (camada intermediária) e o endocárdio (camada interna).</p><p>● Epicárdio: Camada externa do coração é uma delgada lâmina de tecido seroso. O</p><p>epicárdio é contínuo, a partir da base do coração, com o revestimento interno do pericár-</p><p>dio, denominado camada visceral do pericárdio seroso.</p><p>● Miocárdio: É a camada média e a mais espessa do coração, composto por músculo</p><p>estriado cardíaco que permite a contração rápida e vigorosa do coração impulsionando o</p><p>sangue que saí do coração em direção aos vasos sanguíneos.</p><p>● Endocárdio: É a camada interna do coração uma fina camada de tecido composto</p><p>por epitélio pavimentoso simples sobre uma camada de tecido conjuntivo. O endocárdio</p><p>também reveste as valvas e é contínuo com o revestimento dos vasos sanguíneos que</p><p>entram e saem do coração (TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>FIGURA 3: A IMAGEM MOSTRA AS MEMBRANAS DE REVESTIMENTO DO CORAÇÃO</p><p>(PERICÁRDIO FIBROSO E SEROSO) E A COMPOSIÇÃO DA PAREDE DO CORAÇÃO. OBSERVE</p><p>DE ACORDO COM OS NÚMEROS NA IMAGEM: 1) PERICÁRDIO FIBROSO; 2) PERICÁRDIO</p><p>PARIETAL; 3) PERICÁRDIO VISCERAL (ENDOCÁRDIO); 4) MIOCÁRDIO E 5) ENDOCÁRDIO.</p><p>UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>36</p><p>1.4 Morfologia externa do coração</p><p>O coração apresenta quatro faces:</p><p>1) Face Esternocostal (Anterior): formada pelo ventrículo direito;</p><p>2) Face Diafragmática (Inferior): formada principalmente pelo ventrículo</p><p>esquerdo e parcialmente pelo ventrículo direito;</p><p>3) Face</p><p>pulmonar direita: formada pelo átrio direito e;</p><p>4) Face Pulmonar Esquerda: formada principalmente pelo ventrículo esquerdo,</p><p>ela ocupa a impressão cárdica do pulmão esquerdo.</p><p>As quatro margens do coração são:</p><p>Margem superior (base do coração): formada pelos átrios e aurículas direita e</p><p>esquerda, local onde emergem a parte ascendente da aorta, tronco pulmonar e recebe</p><p>as veias pulmonares direita e esquerda e as veias cavas superiores e inferiores nas</p><p>extremidades superior e inferior de sua porção do átrio direito.</p><p>● Margem inferior (ápice): formada principalmente pelo ventrículo direito e</p><p>pequena parte pelo ventrículo esquerdo.</p><p>● Margem direita: formada pelo átrio direito e ventrículo direito.</p><p>● Margem esquerda: formada pelo ventrículo esquerdo e pequena parte pela</p><p>aurícula do átrio esquerdo (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).</p><p>1.5 Morfologia interna do coração</p><p>O lado direito do coração (coração direito) recebe sangue pouco oxigenado</p><p>(venoso) através da veia cava superior e inferior e o bombeia através do tronco e das</p><p>artérias pulmonares para ser oxigenado nos pulmões. O lado esquerdo do coração</p><p>(coração esquerdo) recebe sangue oxigenado (arterial) vindo dos pulmões através das</p><p>veias pulmonares e o bombeia para a aorta, de onde é distribuído para o corpo (MOORE;</p><p>DALLEY; AGUR, 2014).</p><p>O coração possui quatro câmaras: dois átrios e dois ventrículos. Os átrios são as</p><p>duas câmaras superiores que recebem sangue e os ventrículos são duas câmaras inferiores</p><p>que bombeiam o sangue para fora do coração (Figura 4). Na face anterior de cada átrio</p><p>existe uma estrutura enrugada, em forma de saco, chamada aurícula (semelhante à orelha</p><p>de cão) que aumenta a capacidade do átrio para conter maior volume de sangue.</p><p>Na superfície do coração existem vários sulcos, que contêm vasos sanguíneos</p><p>coronarianos e uma quantidade variável de gordura, cada sulco marca a fronteira externa</p><p>entre duas câmaras do coração. O sulco coronário circunda a maior parte do coração e</p><p>marca a fronteira externa entre os átrios acima e os ventrículos abaixo. Enquanto o sulco</p><p>interventricular anterior é um sulco raso na face esternocostal do coração, que marca a</p><p>fronteira externa entre os ventrículos direito e esquerdo. Este sulco continua em torno da</p><p>face posterior do coração como o sulco interventricular posterior, que marca a fronteira</p><p>externa entre os ventrículos na face posterior do coração (Figura 4). (MOORE; DALLEY;</p><p>AGUR, 2014; TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>37</p><p>FIGURA 4: PRIMEIRA IMAGEM OBSERVA AS QUATRO CÂMARAS. SEGUNDA IMAGEM</p><p>MOSTRA AS AURÍCULAS DOS ÁTRIOS DIREITO E ESQUERDO E OS SULCOS CORONÁRIO E</p><p>INTERVENTRICULAR.</p><p>1.1.1 Átrio Direito (AD)</p><p>O átrio direito recebe sangue venoso de duas grandes veias: veia cava</p><p>superior e veia cava inferior. A veia cava superior recolhe sangue da cabeça</p><p>e parte superior do corpo, enquanto, a veia cava inferior recebe sangue</p><p>do abdômen e membros inferiores. O sangue passa do átrio direito para</p><p>ventrículo direito através de uma válvula chamada tricúspide (formada por</p><p>três válvulas). Entre o átrio direito e o átrio esquerdo existe uma parede fina</p><p>chamado septo interatrial que possui uma depressão oval chamada de fossa</p><p>oval, que representa um vestígio do forame oval presente no feto. O átrio</p><p>direito apresenta uma expansão denominada aurícula direita, que serve para</p><p>amortecer o impulso do sangue ao penetrar no átrio (Figura 5) (TORTORA;</p><p>DERRICKSON, 2016).</p><p>1.1.2 Ventrículo Direito (VD)</p><p>O ventrículo direito forma a maior parte da superfície anterior do</p><p>coração. Recebe o sangue do átrio direito e o bombeia para a artéria tronco</p><p>pulmonar que direciona o sangue para a circulação pulmonar. A parede interna</p><p>do VD apresenta uma série de feixes elevados de fibras musculares cardíacas</p><p>chamadas trabéculas cárneas. No óstio atrioventricular direito existe a presença</p><p>de uma válvula atrioventricular (tricúspide) que impede o sangue de retornar</p><p>do ventrículo para o átrio direito. A valva é presa por filamentos denominados</p><p>UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>38UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>cordas tendíneas, que se inserem em pequenas colunas cárneas chamadas</p><p>de músculos papilares. A válvula do tronco pulmonar também é constituída por</p><p>pequenas lâminas, dispostas em concha, denominadas válvulas semilunares</p><p>(Figura 5) (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).</p><p>1.1.3 Átrio Esquerdo (AE)</p><p>O átrio esquerdo é uma cavidade com paredes finas e lisas que recebe</p><p>o sangue já oxigenado através de quatro veias pulmonares. O sangue passa</p><p>do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo, através da valva bicúspide</p><p>(mitral), que tem apenas duas cúspides. O átrio esquerdo também apresenta</p><p>uma expansão chamada aurícula esquerda revestida por músculos pectíneos</p><p>(Figura 5) (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).</p><p>1.1.4 Ventrículo Esquerdo (VE)</p><p>O ventrículo esquerdo forma o ápice do coração. O VE bombeia o</p><p>sangue em direção a artéria Aorta que possui válvula semilunares (valva</p><p>aórtica) o impulsionando a percorrer a circulação sistêmica. As características</p><p>são semelhantes ao VE, contém trabéculas cárneas, músculos papilares,</p><p>cordas tendíneas e uma válvula atrioventricular formada apenas por duas</p><p>lâminas denominadas cúspides (mitral) localizada na abertura atrioventricular</p><p>esquerda. Contudo, parte do sangue flui para as artérias coronárias, que</p><p>se ramificam a partir da aorta ascendente, levando sangue para a parede</p><p>cardíaca irrigando o músculo cardíaco; o restante do sangue passa para o</p><p>arco da aorta e para a aorta descendente (aorta torácica e aorta abdominal).</p><p>Ramos arteriais do arco da aorta e da aorta descendente levam sangue para</p><p>todo o corpo (Figura 5) (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).</p><p>39UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>FIGURA 5: CORTE FRONTAL DO CORAÇÃO MOSTRANDO A MORFOLOGIA INTERNA DO</p><p>CORAÇÃO</p><p>Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 592.</p><p>1.6 Circulação pulmonar e sistêmica</p><p>O coração é uma bomba muscular que impulsiona o sangue a</p><p>percorrer os vasos sanguíneos. Todavia, existe uma diferença entre o sangue</p><p>que percorre as artérias, chamado de sangue arterial do sangue venoso</p><p>(sangue que percorre as veias) a diferença consiste no teor de oxigênio no</p><p>sangue. O sangue venoso é um sangue pobre em oxigênio que precisa ser</p><p>oxigenado para fornecer aos tecidos este elemento gasoso que é vital para a</p><p>sobrevivência dos tecidos e para compreensão desse processo é necessário</p><p>entender que a circulação sanguínea ocorre a nível pulmonar e sistêmico</p><p>(Figura 6) (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; MOORE; DALLEY; AGUR,</p><p>2014).</p><p>● Circulação Pulmonar: Circulação Pulmonar: O átrio direito é a câmara que recebe</p><p>o sangue com baixo teor de oxigênio proveniente dos tecidos que chega ao átrio</p><p>direito através da veia cava superior e inferior. Depois, o sangue se desloca para</p><p>o ventrículo direito do coração, sendo bombeado para os pulmões onde irá captar</p><p>oxigênio (O2) e dispersar o dióxido de carbono (CO2). (Figura 6)</p><p>● Circulação Sistêmica: O sangue oxigenado retorna dos pulmões para o átrio</p><p>esquerdo, posteriormente ocupa o ventrículo esquerdo que bombeia o sangue em</p><p>direção a artéria aorta por todo o corpo a fim de fornecer oxigênio e nutrientes para</p><p>os tecidos do corpo. (Figura 6)</p><p>40</p><p>FIGURA 6: CIRCULAÇÃO PULMONAR E SISTÊMICA. O LADO DIREITO DO CORAÇÃO</p><p>BOMBEIA O SANGUE POBRE EM O2 E COM ALTO TEOR DE CO2 PARA OS PULMÕES ONDE</p><p>O SANGUE RECEBE O2 E DEIXA O CO2 PARA SER DISPENSADO, CARACTERIZANDO A</p><p>CIRCULAÇÃO PULMONAR. O LADO ESQUERDO DO CORAÇÃO RECEBE O SANGUE VINDO</p><p>DOS PULMÕES E O BOMBEIA PARA TODOS OS TECIDOS DO CORPO VIA CIRCULAÇÃO</p><p>SISTÊMICA</p><p>Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT,</p><p>2014, p. 586.</p><p>1.7 Vasos sanguíneos</p><p>Os vasos sanguíneos formam uma rede de tubos por onde o sangue circula em</p><p>direção aos tecidos do corpo e de volta ao coração e são divididos em: artérias, veias e</p><p>capilares.</p><p>As artérias são os vasos sanguíneos que partem do coração e vão se ramificando</p><p>em menor calibre, até atingirem os capilares que irrigam os tecidos do corpo. Enquanto</p><p>que, as veias são os vasos sanguíneos que chegam ao coração trazendo o sangue da</p><p>periferia do corpo para o coração. Já os capilares sanguíneos são vasos de menor calibre</p><p>(muito finos) responsáveis por chegar efetivamente até as células do corpo para realizar as</p><p>trocas de gases, nutrientes e resíduos. Esta passagem de sangue através do coração e dos</p><p>vasos sanguíneos é chamada de circulação sanguínea.</p><p>UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>41</p><p>SISTEMA</p><p>LINFÁTICO2</p><p>TÓPICO</p><p>UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>2.1 Introdução ao sistema linfático</p><p>O sistema linfático é composto por uma rede de vasos linfáticos que transportam um</p><p>líquido chamado linfa, e diversas estruturas e órgãos linfáticos (baço, linfonodos e timo). O</p><p>sistema linfático apresenta três funções principais:</p><p>● Drenagem do excesso de líquido intersticial: O líquido intersticial é o líquido</p><p>que banha as células do corpo, esta função é responsável pela conexão entre o</p><p>sistema linfático e o sistema circulatório cardiovascular. O sistema linfático devolve</p><p>o excesso de líquido para o sistema vascular sanguíneo através da drenagem do</p><p>líquido intersticial realizado pelos vasos linfáticos e o transporta para a corrente</p><p>sanguínea, devolvendo ao sangue.</p><p>● Desempenhar respostas imunes: O sistema imune protege o organismo contra</p><p>agentes causadores de doenças atuando no combate às infecções, conferindo</p><p>imunidade às doenças.</p><p>● Transportar lipídios oriundos da dieta: Os vasos linfáticos transportam lipídios e</p><p>vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) absorvidas pelo sistema digestório (TORTORA;</p><p>DERRICKSON, 2016).</p><p>2.2 Vasos linfáticos</p><p>Os vasos linfáticos coletam o excesso de líquido intersticial, em volta dos capilares</p><p>sanguíneos e o devolve para a corrente sanguínea. A partir do momento que o líquido</p><p>intersticial é coletado e adentra os vasos linfáticos, ele passa a ser chamado de linfa e flui</p><p>pelos linfonodos.</p><p>42</p><p>Os vasos linfáticos são encontrados no tecido subcutâneo, acompanhando as veias,</p><p>no entanto, os vasos linfáticos das vísceras geralmente acompanham as artérias. Os vasos</p><p>linfáticos iniciam-se com os capilares linfáticos que são vasos menores localizados nos</p><p>espaços entre as células recebendo a linfa e se unem para formar vasos linfáticos maiores.</p><p>Contudo, a linfa é drenada dos vasos linfáticos para os troncos linfáticos, que se unem</p><p>formando os ductos linfáticos que direciona a linfa para o coração (Figura 7) (MARIEB;</p><p>WILHELM; MALLATT, 2014; TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>FIGURA 7: REDE DE VASOS LINFÁTICOS.</p><p>2.2.1 Capilares Linfáticos</p><p>Os capilares linfáticos situam-se próximos aos capilares sanguíneos, e são vasos</p><p>altamente permeáveis, esta característica favorece sua função de ser responsável por</p><p>coletar o excesso de líquido intersticial, a partir do momento que o líquido intersticial drenado</p><p>entra nos capilares linfáticos, ele recebe o nome de linfa. Devido à alta permeabilidade dos</p><p>capilares eles conseguem absorver moléculas grandes como proteínas e lipídios. Existem</p><p>capilares linfáticos localizados nas vilosidades intestinais que possuem a função exclusiva</p><p>de absorver a gordura digerida pelo intestino, consequentemente, a linfa drenada se torna</p><p>leitosa. Essa linfa gordurosa, por sua vez, recebe o nome de quilo e, como toda linfa, é</p><p>transportada para a corrente sanguínea (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).</p><p>2.2.2 Troncos Linfáticos</p><p>A linfa é transportada dos capilares linfáticos para os vasos linfáticos que chegam aos</p><p>linfonodos. Ao sair dos linfonodos os vasos linfáticos unem formando troncos linfáticos</p><p>responsáveis por drenar a linfa de uma região específica do corpo.</p><p>UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>43</p><p>Os principais troncos linfáticos são:</p><p>● Troncos lombares: drenam a linfa dos membros inferiores, pelve, rins, glândulas</p><p>suprarrenais e da parede abdominal.</p><p>● Tronco intestinal: drena a linfa do estômago, intestinos, pâncreas, baço e parte do</p><p>fígado.</p><p>● Troncos broncomediastinais: drenam a linfa da parede torácica, pulmão e coração.</p><p>● Troncos subclávios: drenam os membros superiores.</p><p>● Troncos jugulares: drenam a cabeça e o pescoço.</p><p>2.2.3 Ductos Linfáticos</p><p>A linfa é drenada dos troncos linfáticos para dois vasos linfáticos maiores, chamados</p><p>ducto torácico e ducto linfático direito, que drenam a linfa para o sangue venoso.</p><p>O ducto torácico começa com uma dilatação chamada cisterna do quilo que recebe</p><p>a linfa dos troncos lombar direito, esquerdo e do tronco intestinal. No pescoço, o ducto</p><p>torácico também recebe a linfa dos troncos jugular esquerdo, subclávio esquerdo e</p><p>broncomediastinal esquerdo. Desta maneira, o ducto torácico é responsável por receber</p><p>a linfa do lado esquerdo da cabeça, do pescoço, do tórax, do membro superior esquerdo</p><p>e de todo o corpo abaixo das costelas, e proporciona a drenagem da linfa para o sangue.</p><p>Todavia, o ducto linfático direito recebe a linfa do lado superior direito do corpo através dos</p><p>troncos jugular direito, subclávio direito e broncomediastinal direito, drenando a linfa para</p><p>o sangue venoso desembocando nas veias do pescoço jugular interna direita e subclávia</p><p>direita (Figura 8) (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>FIGURA 8: MOSTRA A DISTRIBUIÇÃO DOS VASOS LINFÁTICOS. ÁREA VERDE DO CORPO</p><p>É DRENADA PELO DUCTO LINFÁTICO DIREITO, ÁREA ROSA DO CORPO É DRENADA PELO</p><p>DUCTO TORÁCICO</p><p>Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 655.</p><p>UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>44</p><p>2.3 Tecido e Órgãos Linfáticos</p><p>Classificamos em dois grupos de acordo com suas funções em: os órgãos linfáticos</p><p>primários e secundários. Os órgãos linfáticos primários são a medula óssea (dá origem a</p><p>linfócitos B maduros e a células T) e o timo. Já os órgãos e tecidos linfáticos secundários,</p><p>são os locais em que ocorre a maior parte das respostas imunes e incluem: os linfonodos,</p><p>o baço e os nódulos linfáticos (folículos). A seguir abordaremos os conceitos gerais sobre</p><p>os principais órgãos linfáticos.</p><p>2.3.1 Timo</p><p>O timo é um órgão linfático primário, bilobado (possui dois lobos) e localiza-se entre o</p><p>esterno e a aorta (região do mediastino), envolto por tecido conjuntivo que mantém os dois</p><p>lobos unidos (Figura 9). Cada lobo do timo é formado por um córtex externo de coloração</p><p>escura e uma medula central de coloração mais clara. Na região do córtex contém uma</p><p>grande quantidade de linfócitos T que migram da medula óssea para o córtex do timo,</p><p>onde se proliferam e começam a maturar. Posteriormente, os linfócitos T que saem do</p><p>timo pelo sangue para colonizar os linfonodos, baço e outros tecidos linfáticos (TORTORA;</p><p>DERRICKSON, 2016).</p><p>FIGURA 9: ILUSTRAÇÃO DA LOCALIZAÇÃO DO TIMO (ENTRE OS PULMÕES – MEDIASTINO).</p><p>2.3.2 Linfonodos</p><p>Os linfonodos possuem forma de feijão e estão espalhados pelo corpo ao longo</p><p>dos vasos linfáticos e são responsáveis por remover os patógenos da linfa. Os linfonodos</p><p>medem aproximadamente de 1 a 25 mm de comprimento, são cobertos por uma cápsula</p><p>de tecido conjuntivo denso e se dividem em dois compartimentos. Os linfonodos são</p><p>encontrados em agrupamentos, em locais superficiais ou mais profundos; os superficiais</p><p>UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO</p><p>45</p><p>estão na região cervical, axilar e inguinal; enquanto os linfonodos profundos encontram-se</p><p>no tórax, abdome e pelve.</p><p>No interior dos linfonodos é observado uma rede de vasos</p>