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<p>161</p><p>Rev. Eletrônica Organ. Soc., Iturama (MG), v. 7, n. 8, p. 161-171, jul./dez. 2018</p><p>DOI: 10.29031/ros.v7i8.411</p><p>DETERMINAÇÃO DO VOLUME DE ARMAZENAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS</p><p>UTILIZANDO OS MÉTODOS DE AZEVEDO NETTO E PRÁTICO INGLÊS</p><p>Jones dos Santos GARCIA1</p><p>Nicolas Azambuja Borges dos ANJOS2</p><p>Marcelo Jacomini Moreira da SILVA3</p><p>RESUMO</p><p>O presente relato tem como objetivo mostrar uma alternativa viável para a economia de água</p><p>nas instalações dos edifícios do Colégio COC e Faculdade Fama, de Iturama-MG. Sendo a água</p><p>um bem primordial para a preservação da vida no planeta terra, é necessário buscar soluções</p><p>para utilizá-la de maneira correta e responsável. A escolha do tema ocorreu depois de se</p><p>observar a grande quantidade de água de chuva que é descartada sem um fim específico e da</p><p>utilização de água potável para lavagem de pisos e irrigação de jardins nos referidos edifícios.</p><p>Adota-se na pesquisa metodologias de dimensionamento de reservatório já experimentadas e</p><p>propostas nas normas brasileiras. Para a fundamentação teórica buscamos apoio nas pesquisas</p><p>de May (2004), Amorim e Pereira (2008), Bezerra Filho e De Júlio (2015), Dornelles, Tassi e</p><p>Goldenfum (2010), entre outros. O que se conclui é que as perdas e desperdícios de água potável</p><p>poderão ser diminuídas, levando em consideração que a alternativa apresentada pode ser</p><p>autossuficiente para tais objetivos.</p><p>Palavras-chave: Água de chuva. Alternativa. Reservatório.</p><p>DETERMINATION OF VOLUME OF WATER STORAGE USING THE</p><p>METHODS AZEVEDO NETTO AND PRACTICAL ENGLISH</p><p>ABSTRACT</p><p>The present report aims to show a viable alternative to water saving in the facilities of the COC</p><p>and Faculdade Fama buildings, from Iturama-MG. Since water is a primordial asset for the</p><p>preservation of life on planet earth, it is necessary to seek solutions to use it in a correct and</p><p>responsible way. The choice of theme occurred after observing the large amount of rainwater</p><p>that is discarded without a specific purpose and the use of drinking water for floor washing and</p><p>irrigation of gardens in said buildings. It is adopted in the research methodologies of reservoir</p><p>design already tried and that more approached the work proposed here. For the theoretical basis,</p><p>we seek support in the researches of May (2004), Amorim and Pereira (2008), Bezerra Filho</p><p>and De Júlio (2015), Dornelles, Tassi and Goldenfum (2010), among others. The conclusion is</p><p>that the losses and waste of drinking water can be reduced, taking into account that the</p><p>alternative presented may be self-sufficient for such objectives.</p><p>Keywords: Rainwater. Alternative. Reservoir.</p><p>1 Graduando em Engenharia Civil – Faculdade Aldete Maria Alves – FAMA. vidracariaiturama@gmail.com</p><p>2 Graduando em Engenharia Civil – Faculdade Aldete Maria Alves – FAMA. nicolasazambuja@hotmail.com</p><p>3 Doutor em Engenharia Civil na área de Saneamento e Ambiente – Professor na Faculdade Aldete Maria Alves –</p><p>FAMA. silvamjm@gmail.com</p><p>mailto:vidracariaiturama@gmail.com</p><p>mailto:nicolasazambuja@hotmail.com</p><p>mailto:silvamjm@gmail.com</p><p>162</p><p>Rev. Eletrônica Organ. Soc., Iturama (MG), v. 7, n. 8, p. 161-171, jul./dez. 2018</p><p>DOI: 10.29031/ros.v7i8.411</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>A falta de água é um dos graves problemas do mundo, e um dos principais fatores que</p><p>podem afetar a sobrevivência dos seres humanos; devido ao uso desordenado, ao desperdício,</p><p>à irresponsabilidade e ao crescimento da população se intensifica a escassez de água potável no</p><p>planeta. A conscientização do uso e importância da economia de água é um dos primeiros</p><p>passos para solucionar o problema e, juntamente com o incentivo do governo, levar a mudanças</p><p>de hábitos da população para o uso correto da água. De acordo com Villiers (2002 apud MAY,</p><p>2004), a população carece desenvolver habilidades de como administrar de forma abrangente e</p><p>integrada o uso da água, portanto manter a qualidade e quantidade de água.</p><p>Uma das possíveis soluções em estudo para aumentar a oferta de água para as</p><p>edificações é o aproveitamento da água pluvial. Esta se apresenta como uma boa alternativa,</p><p>haja vista que além de reduzir o consumo de água potável que seria perdida em utilizações</p><p>inadequadas, ainda surge como uma ação no combate às enchentes, funcionando como uma</p><p>medida não-estrutural no sistema de drenagem urbana (AMORIM; PEREIRA, 2008).</p><p>Contudo, a determinação do volume de armazenamento de água pluvial, segundo</p><p>Dornelles, Tassi e Goldenfum (2010), com base nas indicações técnicas divulgadas na norma</p><p>NBR 15527 (ABNT, 2007) demonstram inúmeros resultados para a mesma premissa de</p><p>cálculo, o que faz com que o projetista não tenha confiança em qual valor utilizar. “As dúvidas</p><p>frequentes recaem em conhecer que riscos de falha de abastecimento e que volumes</p><p>desperdiçados estarão sendo admitidos, ao escolher o uso de uma determinada técnica de</p><p>dimensionamento” (DORNELLES; TASSI; GOLDENFUM, 2010, p. 59).</p><p>Ainda de acordo com Dornelles, Tassi e Goldenfum (2010), a escolha do sistema a ser</p><p>empregado é justamente inspirada através de seu grau de facilidade no desenvolvimento do</p><p>cálculo. Os processos que requerem séries históricas de informações pluviométricas buscam</p><p>integrar as caraterísticas locais dos períodos de chuva e demonstram um efeito constante.</p><p>2 METODOLOGIA</p><p>Os procedimentos de dimensionamento da capacidade dos depósitos de armazenamento</p><p>de água pluvial podem usar distintas informações de entrada (precipitação média anual,</p><p>demanda, área de apreensão, tempo de retorno) e/ou múltiplas sensibilidades a estes</p><p>(DORNELLES; TASSI; GOLDENFUM, 2010).</p><p>163</p><p>Rev. Eletrônica Organ. Soc., Iturama (MG), v. 7, n. 8, p. 161-171, jul./dez. 2018</p><p>DOI: 10.29031/ros.v7i8.411</p><p>2.1 Dimensionamento do Reservatório segundo Método Azevedo Neto</p><p>Trata-se de um método prático que visa obter o volume de reservação diretamente de</p><p>uma equação, onde apenas 3 parâmetros são necessários, como apresentado na Equação 1</p><p>(ABNT, 2007).</p><p>V = 0.042 x P x A x T (Eq. 1)</p><p>Onde:</p><p>P é o valor numérico da precipitação média anual, expresso em milímetros (mm);</p><p>T é o valor numérico do número de meses de pouca chuva ou seco;</p><p>A é o valor numérico da área de coleta em projeção, expresso em metros quadrados</p><p>V é o valor numérico do volume de água do reservatório, expresso em litros (L).</p><p>Adota-se o número de meses com pouca, ou nenhuma chuva, e a contagem dos meses</p><p>que apresentam precipitação média inferior a 100 mm. Para os postos com precipitação média</p><p>mensal sempre superior a este valor, utiliza-se o mínimo de um mês. Este critério reproduz</p><p>satisfatoriamente o número de meses do período de estiagem nos postos que forem selecionados</p><p>(DORNELLES; TASSI; GOLDENFUM, 2010).</p><p>2.2 Dimensionamento do Reservatório segundo Método Prático Inglês</p><p>Neste método, o volume do reservatório é obtido pela equação empírica abaixo, que</p><p>adota diretamente 5% do volume anual de água pluvial captado, como apresenta a Equação 2</p><p>(DORNELLES; TASSI; GOLDENFUM, 2010).</p><p>S = 0,05 x P x A (Eq. 2)</p><p>Onde:</p><p>P = precipitação média anual (mm);</p><p>A = área de captação (m²);</p><p>S = volume do reservatório (litro).</p><p>164</p><p>Rev. Eletrônica Organ. Soc., Iturama (MG), v. 7, n. 8, p. 161-171, jul./dez. 2018</p><p>DOI: 10.29031/ros.v7i8.411</p><p>2. 3 Dados Históricos de Precipitação</p><p>Para a informação da intensidade pluviométrica, foram usados dados históricos</p><p>meteorológicos fornecidos pela Usina Bunge de Itapagipe-MG no período de 2006 a 2016, que</p><p>fornece o valor da precipitação acumulada mensal.</p><p>2.4 Área Predial Considerada</p><p>A medição da área de captação da água pluvial se constituiu a partir da planta baixa das</p><p>construções do edifício do Colégio Fama COC e Faculdade Fama, na cidade de Iturama-MG.</p><p>3 RESULTADOS E DISCUSSÕES</p><p>A tabela 1 apresenta os dados fornecidos pela leitura da</p><p>intensidade pluviométrica da</p><p>estação meteorológica da Usina Bunge da cidade de Itapagipe-MG, no período de 2006 a 2016.</p><p>Os dados da Tabela 1, apresentados na Figura 1, permitem observar que os meses</p><p>compreendidos de novembro a março têm valores médios mensais acima da média geral para o</p><p>período considerado; sendo os meses compreendidos entre abril e outubro considerados pelo</p><p>Método Azevedo Netto, que considera os meses como “pouca chuva”, a intensidade abaixo de</p><p>100 mm.</p><p>Tabela 1 – Índice Pluviométrico (mm).</p><p>Mês 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016</p><p>Jan 242 630 421 453,5 363,5 658 287,5 264 127 128 500</p><p>Fev 376,5 23 345 109 260 188 114 182,5 91 224 196</p><p>Mar 216,5 63 284 376,5 207 653,5 74 102 258 171 94</p><p>Abr 137 46 67,5 15,5 188,5 44,5 178 156 91 95 24</p><p>Mai 47 75,5 28 26 0 8 32,5 97 55 104 131,5</p><p>Jun 11 0 0 21 8 24 113,1 42 5 0 25</p><p>Jul 0 70 0 7,50 1 0 11,7 21 82 12 0</p><p>Ago 46 0 11,5 44,5 0 18 0 0 0 11 45</p><p>Set 219 53 10 253 121 11 64,40 72 93 71 47</p><p>Out 169 72,5 163 94 187 167 16,6 77,5 42 125 73</p><p>Nov 231,5 140,5 250 173 195,5 223,5 219 149 407 415 148</p><p>Dez 309,5 184,5 487 314 110 191,5 310 280 169,5 177 289,5</p><p>Total 2.005 1.538 2.067 1887 1.641 2.187 1.420 1.443 1.420 1.533 1.573</p><p>Média 167,1 128,2 172,3 157,3 136,8 182,3 118,4 120,2 118,3 127,7 131,1</p><p>Fonte: Usina Bunge Itapagipe-MG, 2016.</p><p>165</p><p>Rev. Eletrônica Organ. Soc., Iturama (MG), v. 7, n. 8, p. 161-171, jul./dez. 2018</p><p>DOI: 10.29031/ros.v7i8.411</p><p>Figura 1 – Dados médios mensais de precipitação para o período considerado.</p><p>Fonte: Elaborado pelos autores (2018).</p><p>A área considerada no trabalho é subdivida em cinco coberturas, como mostrado na</p><p>Tabela 2. O telhado possui formato arredondado com platibanda em todo o contorno, assim foi</p><p>considerado para efeito de cálculo a área em planta dos mesmos. O trabalho considerou as duas</p><p>áreas maiores de cobertura, Bloco 1 e COC, pois estas representam 84,5% da área total.</p><p>Tabela 2 – Área de cobertura.</p><p>Comprimento (m) Largura (m) Total (m²)</p><p>Bloco 1 145,58 30 4.367,40</p><p>Laboratório 17,18 30 515,40</p><p>Praça Alimentação 19,58 30,15 590,34</p><p>COC</p><p>34,1 43 1.466,30</p><p>20 10 200</p><p>- - 1666,3</p><p>Fonte: Elaborado pelos autores (2018).</p><p>Considerando o Método Azevedo Netto, temos os valores médios anuais apresentados</p><p>na Tabela 3, para as áreas do Bloco 1 e do COC.</p><p>0</p><p>50</p><p>100</p><p>150</p><p>200</p><p>250</p><p>300</p><p>350</p><p>400</p><p>1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12</p><p>P</p><p>re</p><p>ci</p><p>p</p><p>it</p><p>aç</p><p>ão</p><p>(</p><p>m</p><p>m</p><p>)</p><p>Meses</p><p>média mensal</p><p>média geral</p><p>166</p><p>Rev. Eletrônica Organ. Soc., Iturama (MG), v. 7, n. 8, p. 161-171, jul./dez. 2018</p><p>DOI: 10.29031/ros.v7i8.411</p><p>Tabela 3 – Volume a ser reservado para as áreas Bloco 1 e COC segundo o Método Azevedo Neto.</p><p>Ano</p><p>Precipitação</p><p>Média (mm)</p><p>Nº de Meses secos</p><p>e/ou com pouca</p><p>chuva</p><p>Volume a ser</p><p>reservado Bloco 1</p><p>(m3)</p><p>Volume a ser</p><p>reservado COC</p><p>(m3)</p><p>2006 167,1 4 122,6 46,8</p><p>2007 128,2 9 211,6 80,7</p><p>2008 172,3 6 189,6 72,4</p><p>2009 157,4 6 173,2 66,1</p><p>2010 136,8 4 100,4 38,3</p><p>2011 182,3 6 200,6 76,5</p><p>2012 118,4 6 130,3 49,7</p><p>2013 120,2 6 132,3 50,5</p><p>2014 118,3 8 173,6 66,2</p><p>2015 127,7 5 117,1 44,7</p><p>2016 131,1 7 168,3 64,2</p><p>Média 141,8 6 156,1 59,5</p><p>Fonte: Elaborada pelos autores (2018).</p><p>O Método Azevedo Netto considera o armazenamento de chuva para uso ao longo de</p><p>todo o período de estiagem, resultando em valores altos de reservação como mostrado na Tabela</p><p>3, uma vez que a água armazenada será armazenada durante seis meses consecutivos (novembro</p><p>a abril).</p><p>A Figura 3 apresenta os dados utilizados para a determinação do volume. Observa-se</p><p>que, mesmo com a redução da precipitação média com o aumento do número de meses com</p><p>pouca chuva, o volume de reservação tem tendência de aumentar em função deste.</p><p>167</p><p>Rev. Eletrônica Organ. Soc., Iturama (MG), v. 7, n. 8, p. 161-171, jul./dez. 2018</p><p>DOI: 10.29031/ros.v7i8.411</p><p>Figura 2 – Dados obtidos conforme Método Azevedo Netto.</p><p>Fonte: Elaborada pelos autores (2018).</p><p>Aplicando a Equação 2 para se obter o volume do reservatório segundo o Método Prático</p><p>Inglês, obteve-se os resultados apresentados na tabela 4, para as edificações do Bloco 1 e COC.</p><p>Ao analisar a Tabela 4 e a Equação 2, nota-se que não há previsão de meses com pouca chuva,</p><p>sendo considerados apenas o volume de 5% da água total captada neste método.</p><p>100</p><p>110</p><p>120</p><p>130</p><p>140</p><p>150</p><p>160</p><p>170</p><p>180</p><p>190</p><p>0,0</p><p>50,0</p><p>100,0</p><p>150,0</p><p>200,0</p><p>250,0</p><p>4 5 6 7 8 9</p><p>P</p><p>re</p><p>ci</p><p>p</p><p>it</p><p>aç</p><p>ão</p><p>m</p><p>éd</p><p>ia</p><p>m</p><p>en</p><p>sa</p><p>l</p><p>(m</p><p>m</p><p>)</p><p>V</p><p>o</p><p>lu</p><p>m</p><p>e</p><p>d</p><p>e</p><p>R</p><p>es</p><p>er</p><p>v</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>m</p><p>m</p><p>³</p><p>Número de meses com pouca chuva (< 100 mm)</p><p>Volume a ser reservado Bloco 1 (m3)</p><p>Volume a ser reservado COC (m3)</p><p>Precipitação Média (mm)</p><p>168</p><p>Rev. Eletrônica Organ. Soc., Iturama (MG), v. 7, n. 8, p. 161-171, jul./dez. 2018</p><p>DOI: 10.29031/ros.v7i8.411</p><p>Tabela 4 – Volume a ser reservado para as áreas Bloco 1 e COC segundo o Método Prático Inglês.</p><p>Ano</p><p>Precipitação Média</p><p>(mm)</p><p>Volume a ser reservado Bloco</p><p>1 (m3)</p><p>Volume a ser reservado</p><p>COC (m3)</p><p>2006 167,1 36,5 13,9</p><p>2007 128,2 28,0 10,7</p><p>2008 172,3 37,6 14,4</p><p>2009 157,4 34,4 13,1</p><p>2010 136,8 29,9 11,4</p><p>2011 182,3 39,8 15,2</p><p>2012 118,4 25,9 9,9</p><p>2013 120,2 26,2 10,0</p><p>2014 118,3 25,8 9,9</p><p>2015 127,7 27,9 10,6</p><p>2016 131,1 28,6 10,9</p><p>Média 141,8 31,0 11,8</p><p>Fonte: Elaborada pelos autores (2018).</p><p>A diferença nos fatores considerados métodos para definição dos volumes do</p><p>reservatório resultaram em valores de ordem cinco vezes maior quando utilizado o Método</p><p>Azevedo Netto em comparação ao Método Prático Inglês, como mostram as Figura 3 e 4.</p><p>Ambos os métodos não consideram a demanda de consumo de água, sendo o valor de</p><p>5% considerado pelo Método Prático Inglês desvinculado de qualquer informação sobre</p><p>demanda de água e ocorrência de precipitação ao longo do ano; enquanto o Método Azevedo</p><p>Netto considera a irregularidade da precipitação em seu cálculo.</p><p>169</p><p>Rev. Eletrônica Organ. Soc., Iturama (MG), v. 7, n. 8, p. 161-171, jul./dez. 2018</p><p>DOI: 10.29031/ros.v7i8.411</p><p>Figura 3 – Volumes de Reservação para o Bloco 1 calculados pelos Métodos Azevedo Netto e Prático Inglês.</p><p>Fonte: Elaborada pelos autores (2018).</p><p>Figura 4 – Volumes de Reservação para o COC calculados pelos Métodos Azevedo Netto e Prático Inglês.</p><p>Fonte: Elaborada pelos autores (2018).</p><p>Ao se considerar os valores investidos para obtenção ou construção dos reservatórios,</p><p>com orçamento solicitado em empresa especializada na região, para capacidade de 30 m³, o</p><p>valor aproximado é de R$ 17.078,60 e para volume de 50 m³ seria R$ 25.009,60.</p><p>Tais valores expressivamente mais altos se considerado o Método Azevedo Netto se</p><p>justifica em regiões onde a escassez de água torna o uso da água pluvial destinado a usos mais</p><p>nobres, tais como dessedentação, preparo de alimentos e higiene pessoal.</p><p>0,0</p><p>50,0</p><p>100,0</p><p>150,0</p><p>200,0</p><p>250,0</p><p>2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Média</p><p>V</p><p>o</p><p>lu</p><p>m</p><p>e</p><p>d</p><p>o</p><p>R</p><p>es</p><p>ev</p><p>at</p><p>ó</p><p>ri</p><p>o</p><p>e</p><p>m</p><p>m</p><p>3</p><p>Ano</p><p>Método Prático Inglês Método Azevedo Netto</p><p>0,0</p><p>10,0</p><p>20,0</p><p>30,0</p><p>40,0</p><p>50,0</p><p>60,0</p><p>70,0</p><p>80,0</p><p>90,0</p><p>2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Média</p><p>V</p><p>o</p><p>lu</p><p>m</p><p>e</p><p>d</p><p>o</p><p>R</p><p>es</p><p>ev</p><p>at</p><p>ó</p><p>ri</p><p>o</p><p>e</p><p>m</p><p>m</p><p>3</p><p>Ano</p><p>Método Prático Inglês Método Azevedo Netto</p><p>170</p><p>Rev. Eletrônica Organ. Soc., Iturama (MG), v. 7, n. 8, p. 161-171, jul./dez. 2018</p><p>DOI: 10.29031/ros.v7i8.411</p><p>No caso específico da região de Iturama, onde existe disponibilidade de outras fontes</p><p>de água, sendo o uso da água de chuva destinado a fins menos nobres e objetivando economia</p><p>financeira a adoção dos valores calculados pelo Método Prático Inglês torna-se mais viável.</p><p>4 CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Para o armazenamento da água pluvial são utilizados reservatórios, que por sua vez</p><p>são dimensionados através de métodos que garantam a capacidade de reservação necessária ao</p><p>que foi calculado, fazendo assim com que haja água nesse reservatório sempre que o mesmo</p><p>for requisitado. Apesar</p><p>de existir relevantes variações entre os valores alcançados nesse</p><p>trabalho, a seleção do reservatório de água pluvial deve ocorrer de maneira a atender a</p><p>preferência final para a implantação de um sistema de aproveitamento de água pluvial.</p><p>O presente estudo, ao aplicar os Métodos Azevedo Netto e Prático Inglês a edificações</p><p>Bloco 1 (4.367,40 m2) e COC (1666,30 m2), resultou nos volumes médios: Método Azevedo</p><p>Netto 156,1 m3 para o Bloco 1 e 59,5 m3 para o COC, e para aplicação do Método Prático</p><p>Inglês 31,0 m3 para o Bloco 1 e 11,8 m3 para o COC.</p><p>Tal diferença de resultado espelha-se no fato de que o primeiro método considera</p><p>irregularidade de distribuição das chuvas enquanto o segundo apenas considera a reservação de</p><p>5% do total precipitado, sendo a decisão de qual método deve ser considerado em função de</p><p>demais informações, por exemplo, disponibilidade de outras fontes de água e custo que</p><p>execução do reservatório.</p><p>Contudo, mesmo não tendo obtido a demanda que essas construções utilizam de água</p><p>tratada para lavagem de piso e irrigação de jardins, pode-se mostrar extremamente importante</p><p>à implantação de um reservatório para esse propósito, levando em conta o gasto financeiro que</p><p>essa água tratada gera para a Faculdade Fama e o Colégio Fama COC e, acima de tudo, a</p><p>economia dos recursos naturais.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>AMORIM, S. V.; PEREIRA, D. J. A. Estudo comparativo dos métodos de dimensionamento</p><p>para reservatórios utilizados em aproveitamento de água pluvial. Ambiente Construído,</p><p>Porto Alegre, v. 8, n. 2, p. 53-66, abr./jun. 2008.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15527: Água de chuva -</p><p>Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis – Requisitos. Rio de</p><p>Janeiro: ABNT, 2007.</p><p>171</p><p>Rev. Eletrônica Organ. Soc., Iturama (MG), v. 7, n. 8, p. 161-171, jul./dez. 2018</p><p>DOI: 10.29031/ros.v7i8.411</p><p>BEZERRA FILHO, L. E. D.; DE JÚLIO, M. Estudo de Técnicas Sustentáveis para Utilização</p><p>de Água não Potável em Edifícios. Engenharia Ambiental, Espírito Santo do Pinhal, v. 12,</p><p>n. 2, p. 110-134, jul./dez. 2015.</p><p>DORNELLES F.; TASSI R.; GOLDENFUM J. A. Avaliação das Técnicas de</p><p>Dimensionamento de Reservatórios para Aproveitamento de Água de Chuva. RBRH –</p><p>Revista Brasileira de Recursos Hídricos, Porto Alegre/RS, v. 15, n. 2, p. 59-68, abr./jun. 2010.</p><p>MAY, S. Estudo de viabilidade do aproveitamento de água de chuva para consumo não</p><p>potável em edificações. 2004. 159 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) –</p><p>Departamento de Engenharia de Construção Civil, Escola Politécnica da Universidade de São</p><p>Paulo, SP.</p><p>Recebido em: 18 de junho de 2018</p><p>Aceito em: 20 de julho de 2018</p>