Prévia do material em texto
<p>GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS,</p><p>SOB O ENFOQUE DA LEI Nº 14.133/21</p><p>CRÉDITOS</p><p>Equipe Executiva</p><p>Direção Geral</p><p>Adriana Ramos Costa</p><p>Coordenadoria Pedagógica</p><p>Mauricio Nunes Rodrigues</p><p>Coordenadoria Acadêmica</p><p>Nilton Cesar da Silva Flores</p><p>Coordenadoria de Capacitação</p><p>João Paulo Menezes Lourenço</p><p>Coordenadoria de Gestão e Tecnologias</p><p>Educacionais</p><p>Rachel Constant Vergara Mann</p><p>Secretaria da ECG</p><p>José Sigberto da Silva Junior</p><p>Biblioteca Sérgio Cavalieri Filho</p><p>Ilvana Souza do Amaral</p><p>Equipe Técnica</p><p>Autoria</p><p>Paulo Bianchi Reis Junior</p><p>Revisão</p><p>Ronan Alves Costa</p><p>Coordenação Pedagógica</p><p>Dalva Stella Pinheiro da Cruz</p><p>Marcia Araujo Calçada</p><p>Gabriela da Cunha Siqueira (estagiária)</p><p>Paolla Victorya Santos Martins (estagiária)</p><p>Assessoria Técnica</p><p>Coordenadoria de Gestão e Tecnologias</p><p>Educacionais</p><p>Edição – Julho/2024</p><p>4</p><p>SUMÁRIO</p><p>APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................... 6</p><p>MÓDULO 2 - CONTRATOS E PRERROGATIVAS ADMINISTRATIVAS: EXPLORANDO A LEGISLAÇÃO ...................... 10</p><p>INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 10</p><p>2.1. CONCEITOS DE CONTRATO E CONVÊNIO ADMINISTRATIVO .............................................................................................. 11</p><p>2.2. TIPOS DE CONTRATOS ............................................................................................................................................. 14</p><p>2.2.1. Contratos de direito privado e contrato administrativo ........................................................................... 14</p><p>2.2.2 Classificação dos contratos ........................................................................................................................ 17</p><p>2.3. MODALIDADES DE CONTRATOS ................................................................................................................................. 20</p><p>2.4. FORMALIZAÇÃO DE CONTRATOS ................................................................................................................................ 24</p><p>2.4.1. Contratos na Lei nº 8.666/93 .................................................................................................................... 24</p><p>2.4.2. Contratos na Lei nº 14.133/21 .................................................................................................................. 27</p><p>2.5. REQUISITOS RELEVANTES ......................................................................................................................................... 28</p><p>2.5.1. Garantias na Lei nº 8.666/93 .................................................................................................................... 28</p><p>2.5.2. Garantias na Lei nº 14.133/21 .................................................................................................................. 32</p><p>2.5.3. Prerrogativas da Administração ................................................................................................................ 33</p><p>2.5.4. Modificações nos contratos....................................................................................................................... 35</p><p>2.5.5. Duração dos contratos na Lei nº 8.666/93 ................................................................................................ 43</p><p>2.5.6. Duração dos contratos na Lei nº 14.133/21 .............................................................................................. 49</p><p>2.5.7. Reajuste, revisão e repactuação dos contratos......................................................................................... 51</p><p>2.5.8. O fiscal e o preposto .................................................................................................................................. 57</p><p>2.5.9. Fiscalização das obrigações fiscais, trabalhistas e previdenciárias .......................................................... 61</p><p>2.5.10. Inexecução e rescisão dos contratos na Lei nº 8.666/93 ........................................................................ 67</p><p>2.5.11. Extinção dos contratos na Lei nº 14.133/21............................................................................................ 70</p><p>2.5.12. Sanções administrativas .......................................................................................................................... 70</p><p>2.5.13. Sanções na Lei nº 14.133/21 ................................................................................................................... 80</p><p>RECAPITULANDO ...................................................................................................................................................... 82</p><p>REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................. 83</p><p>LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS.................................................................................................................. 89</p><p>5</p><p>Este material didático destina-se, exclusivamente, ao uso</p><p>interno da ECG/TCE-RJ.</p><p>O material didático fornecido pela ECG/TCE-RJ tem caráter</p><p>meramente educativo e não vincula as decisões do Tribunal de</p><p>Contas do Estado do Rio de Janeiro, sendo o respectivo</p><p>conteúdo de inteira e exclusiva responsabilidade de seu autor.</p><p>(Deliberação TCE nº 243/07)</p><p>6</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>Bem-vindo ao curso Gestão e Fiscalização de Contratos, sob</p><p>o enfoque da Lei nº 14.133/21!</p><p>Este material fornecerá aos participantes do curso EAD informações básicas sobre a</p><p>fiscalização e a gestão de contratos administrativos, sendo um dos recursos pedagógicos</p><p>disponibilizados para o aprendizado deste conteúdo.</p><p>Além desta apostila, haverá exercícios de fixação, fóruns, bibliografia complementar,</p><p>glossário, referências a diplomas legais e sugestão de leituras adicionais que servirão</p><p>para enriquecer o seu conhecimento sobre este assunto.</p><p>Caso você tenha alguma dúvida, entre em contato conosco. Teremos o maior prazer em</p><p>atendê-lo e contribuir para o seu aprimoramento profissional.</p><p>Equipe da Escola de Contas e Gestão do TCE-RJ.</p><p>Sobre o curso</p><p>O objetivo deste curso consiste em compreender os subsídios e habilidades relacionados</p><p>à legislação e aos processos de contratação pública no Brasil, visando o entendimento</p><p>da evolução normativa das contratações públicas, bem como dos aspectos relacionados</p><p>ao planejamento, contratos e gestão dessas contratações.</p><p>Este material é sua principal fonte de informação e estudo para este curso. Nele, você</p><p>encontra as informações de que precisa para construir conhecimentos, as quais o</p><p>ajudarão a desenvolver habilidades e reflexões fundamentais para o seu</p><p>aperfeiçoamento como profissional competente em sua área de atuação.</p><p>7</p><p>Este curso não objetiva trazer o posicionamento do Tribunal de Contas do Estado do Rio</p><p>de Janeiro (TCE-RJ). Desenvolvemos o material com base na Lei nº 14.133/21, que</p><p>consolidou inovações introduzidas em nosso ordenamento pelas Leis nº 10.520/02 e nº</p><p>12.462/11, e estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos</p><p>parametrizando procedimentos contratuais no âmbito nacional, abrangendo, dessa</p><p>forma, União, Distrito Federal, estados e municípios.</p><p>Não obstante, foram mantidas nessa apostila diversas referências às Leis nº 8.666/93,</p><p>nº 10.520/02 e nº 12.462/11 pelas duas razões expostas a seguir:</p><p>1 – Embora revogadas, o art. 190 da Lei nº 14.133/21 estabeleceu que todos os contratos</p><p>assinados sob a orientação das Leis nº 8.666/93, nº 10.520/02 e nº 12.462/11</p><p>permanecerão regidas</p><p>dos custos de produção ou dos insumos utilizados nos contratos</p><p>de prazo de duração igual ou superior a um ano.</p><p>De acordo com o art. 3º da Lei nº 10.192/01, os contratos em que seja parte órgão ou entidade</p><p>da Administração Pública direta ou indireta, tanto da União quanto dos Estados, do Distrito</p><p>Federal e dos Municípios, serão reajustados ou corrigidos monetariamente de acordo com as</p><p>disposições da Lei nº 10.192/01 e, no que com ela não conflitarem, da Lei nº 8.666/93. Além</p><p>disso, a periodicidade anual desses contratos será contada a partir da data limite para a</p><p>apresentação da proposta ou do orçamento a que essa se referir.</p><p>A anualidade do reajuste não se conta a partir da assinatura do contrato ou do requerimento do</p><p>contratado, e sim a partir de 12 meses a contar da data da apresentação da proposta ou do</p><p>orçamento. Sobre essa questão, vamos ver o que diz o Enunciado PGE-RJ nº 14/16:</p><p>4. O prazo de 12 (doze) meses para início do cômputo do reajuste começa a contar da data da apresentação da</p><p>proposta ou do orçamento a que esta se referir, consoante expressamente previsto no art. 40, XI da Lei n° 8.666,</p><p>de 21.06.93 e na Lei n° 10.192, de 14.02.2001.</p><p>(Enunciado PGE-RJ nº 14/16)</p><p>Ficou clara a questão das datas? Recapitulando: a data do orçamento diz respeito ao período de</p><p>pesquisa de preço, e a data da proposta refere-se a data da licitação.</p><p>Orçamento</p><p>(pesquisa de preço) Assinatura do contrato</p><p>Proposta (licitação) Execução do contrato</p><p>53</p><p>Destacamos, com base no § 8º art. 65 da Lei nº 8.666/93, que a variação do valor contratual</p><p>relativa ao reajuste de preços previsto no próprio contrato não caracteriza alteração contratual,</p><p>podendo ser registrada por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.</p><p>Com relação ao reajustamento de preços de um contrato a Lei nº 14.133/21 apresenta uma</p><p>inovação relevante no §7º do art. 24 ao indicar que o orçamento oficial deve ser tomado como</p><p>data base para a contagem de prazo.</p><p>§ 7º Independentemente do prazo de duração do contrato, será obrigatória a previsão no edital de índice de</p><p>reajustamento de preço, com data-base vinculada à data do orçamento estimado e com a possibilidade de ser</p><p>estabelecido mais de um índice específico ou setorial, em conformidade com a realidade de mercado dos</p><p>respectivos insumos.</p><p>(§7º, art. 24 da lei nº 14.133/21)</p><p>Repactuação</p><p>Antes de falarmos sobre a repactuação, cabe aqui um questionamento: o que é uma</p><p>terceirização?</p><p>No âmbito do serviço público, a terceirização consiste na contratação de empresas</p><p>especializadas para a realização de atividades complementares as quais não fazem parte de sua</p><p>linha principal de atuação. De acordo com o art. 31 da Lei nº 8.212/91, são considerados serviços</p><p>relacionados à terceirização:</p><p>I Limpeza, conservação e zeladoria;</p><p>II Vigilância e segurança;</p><p>III Empreitada de mão de obra;</p><p>IV Contratação de trabalho temporário na forma da Lei nº 6.019/74.</p><p>O art. 2º do Decreto Federal nº 9.507/18 atribuiu ao Ministério do Planejamento, Orçamento e</p><p>Gestão a competência para definir os serviços que poderão ser objeto de execução indireta.</p><p>Art. 2º Ato do Ministro de Estado do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão estabelecerá os serviços que</p><p>serão preferencialmente objeto de execução indireta mediante contratação.</p><p>(art. 2º do Decreto Federal nº9.507/18)</p><p>54</p><p>A portaria nº 443 de 27/12/2018 do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão</p><p>estabeleceu a relação de serviços que poderão ser objeto de execução indireta.</p><p>A repactuação é uma forma de reajuste destinada a atualizar os valores de contratos,</p><p>especialmente, aqueles em que haja dedicação exclusiva de mão de obra, conforme art. 12 do</p><p>Decreto Federal nº 9.507/18.</p><p>Repactuação</p><p>Art. 12. Será admitida a repactuação de preços dos serviços continuados sob regime de mão de obra</p><p>exclusiva, com vistas à adequação ao preço de mercado, desde que:</p><p>I – seja observado o interregno mínimo de um ano das datas dos orçamentos para os quais a proposta se</p><p>referir; e</p><p>II – seja demonstrada de forma analítica a variação dos componentes dos custos do contrato, devidamente</p><p>justificada.</p><p>(art. 12 do Decreto Federal nº 9.507/18)</p><p>No âmbito da Administração Pública federal, a repactuação é entendida como uma espécie de</p><p>reajuste contratual aplicável aos contratos de serviço continuado com dedicação exclusiva de</p><p>mão de obra, ou seja, em contratações cujos funcionários trabalham exclusivamente para algum</p><p>Órgão Público em local específico designado pelo contratante. A data desse reajuste</p><p>(repactuação) deve respeitar o interregno mínimo de um ano da data do último acordo ou dissídio</p><p>coletivo da categoria de trabalhadores envolvida na contratação.</p><p>A Lei nº 14.133/21 supriu uma lacuna normativa relevante incorporando ao art. 135 os critérios</p><p>para aplicação da repactuação aos contratos com dedicação exclusiva de mão de obra. Ou seja,</p><p>se antes o tema era regulado apenas por um decreto federal e pela IN 05/2017, agora a</p><p>repactuação passou a integrar uma lei.</p><p>Vejamos a seguir algumas orientações tratando do tema:</p><p>No contrato de serviço continuado com dedicação exclusiva de mão de obra, o interregno de um ano para que se</p><p>autorize a repactuação deverá ser contado da data do orçamento a que a proposta se referir, assim entendido o</p><p>acordo, convenção ou dissídio coletivo de trabalho, para os custos decorrentes de mão de obra, e da data limite</p><p>para a apresentação da proposta em relação aos demais insumos.</p><p>(Orientação Normativa AGU nº 25/09)</p><p>55</p><p>Art. 54. A repactuação de preços, como espécie de reajuste contratual, deverá ser utilizada nas contratações de</p><p>serviços continuados com regime de dedicação exclusiva de mão de obra, desde que seja observado o</p><p>interregno mínimo de um ano das datas dos orçamentos aos quais a proposta se referir.</p><p>[...] § 1º A repactuação para fazer face à elevação dos custos da contratação, respeitada a anualidade disposta no</p><p>caput, e que vier a ocorrer durante a vigência do contrato, é direito do contratado e não poderá alterar o equilíbrio</p><p>econômico e financeiro dos contratos, conforme estabelece o art. 37, inciso XXI da Constituição da República</p><p>Federativa do Brasil, sendo assegurado ao prestador receber pagamento mantidas as condições efetivas da</p><p>proposta.</p><p>§ 2º A repactuação poderá ser dividida em tantas parcelas quanto forem necessárias em respeito ao princípio da</p><p>anualidade do reajuste dos preços da contratação, podendo ser realizada em momentos distintos para discutir a</p><p>variação de custos que tenham sua anualidade resultante em datas diferenciadas, tais como os custos decorrentes</p><p>da mão de obra e os custos decorrentes dos insumos necessários à execução do serviço.</p><p>§ 3º Quando a contratação envolver mais de uma categoria profissional, com datas-bases diferenciadas, a</p><p>repactuação deverá ser dividida em tantos quanto forem os Acordos, Convenções ou Dissídios Coletivos de</p><p>Trabalho das categorias envolvidas na contratação.</p><p>§ 4º A repactuação para reajuste do contrato em razão de novo Acordo, Convenção ou Dissídio Coletivo de</p><p>Trabalho deve repassar integralmente o aumento de custos da mão de obra decorrente desses instrumentos.</p><p>(Instrução Normativa MPDG nº 05/17)</p><p>Repactuação na Lei 14.133/21:</p><p>Art. 135. Os preços dos contratos para serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de</p><p>obra ou com predominância de mão de obra serão repactuados para manutenção do equilíbrio econômico-</p><p>financeiro, mediante demonstração analítica da variação dos custos contratuais, com data vinculada:</p><p>I - à da apresentação da proposta, para custos decorrentes do mercado;</p><p>II - ao acordo, à convenção coletiva ou ao dissídio coletivo ao qual a proposta esteja vinculada, para os custos</p><p>de mão de obra.</p><p>§ 1º A Administração não se vinculará às disposições</p><p>contidas em acordos, convenções ou dissídios coletivos</p><p>de trabalho que tratem de matéria não trabalhista, de pagamento de participação dos trabalhadores nos lucros</p><p>ou resultados do contratado, ou que estabeleçam direitos não previstos em lei, como valores ou índices</p><p>obrigatórios de encargos sociais ou previdenciários, bem como de preços para os insumos relacionados ao</p><p>exercício da atividade.</p><p>§ 2º É vedado a órgão ou entidade contratante vincular-se às disposições previstas nos acordos, convenções</p><p>ou dissídios coletivos de trabalho que tratem de obrigações e direitos que somente se aplicam aos contratos</p><p>com a Administração Pública.</p><p>§ 3º A repactuação deverá observar o interregno mínimo de 1 (um) ano, contado da data da apresentação da</p><p>proposta ou da data da última repactuação.</p><p>56</p><p>§ 4º A repactuação poderá ser dividida em tantas parcelas quantas forem necessárias, observado o princípio</p><p>da anualidade do reajuste de preços da contratação, podendo ser realizada em momentos distintos para</p><p>discutir a variação de custos que tenham sua anualidade resultante em datas diferenciadas, como os</p><p>decorrentes de mão de obra e os decorrentes dos insumos necessários à execução dos serviços.</p><p>§ 5º Quando a contratação envolver mais de uma categoria profissional, a repactuação a que se refere o inciso</p><p>II do caput deste artigo poderá ser dividida em tantos quantos forem os acordos, convenções ou dissídios</p><p>coletivos de trabalho das categorias envolvidas na contratação.</p><p>§ 6º A repactuação será precedida de solicitação do contratado, acompanhada de demonstração analítica da</p><p>variação dos custos, por meio de apresentação da planilha de custos e formação de preços, ou do novo</p><p>acordo, convenção ou sentença normativa que fundamenta a repactuação.</p><p>(Art. 135 da Lei nº 14.133/21)</p><p>Como se pode observar, com pequenos ajustes na redação, ocupou-se o Legislador a incorporar</p><p>à Lei nº 14.133/21 as regras que se encontravam previstas no art. 54 da IN-05/2017.</p><p>Observe a seguir um esquema que resume a alteração no valor contratual:</p><p>57</p><p>2.5.8. O fiscal e o preposto</p><p>No processo de fiscalização de contrato, dois agentes se destacam: o Fiscal e o Preposto.</p><p>a) Fiscal – representante da Administração formalmente designado para fiscalizar a execução</p><p>do contrato.</p><p>b) Preposto – representante do contratado formalmente designado para servir como interlocutor</p><p>junto à Administração. Segundo o art. 68 da Lei nº 8.666/93 e art. 118 da Lei nº 14.133/21, o</p><p>contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração, no local da obra ou serviço para</p><p>representá-lo na execução do contrato.</p><p>Diante da importância de realizar um correto acompanhamento do</p><p>contrato, quem é o Fiscal do contrato? E o Gestor?</p><p>De acordo com o art. 67 da Lei nº 8.666/93, “a execução do contrato deve ser acompanhada e</p><p>fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, permitida a</p><p>contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa</p><p>atribuição”. (Grifo nosso)</p><p>No mesmo sentido, o art. 117 da Lei nº 14.133/21 estabelece que: “A execução do contrato</p><p>deverá ser acompanhada e fiscalizada por 1 (um) ou mais fiscais do contrato, representantes da</p><p>Administração especialmente designados conforme requisitos estabelecidos no art. 7º desta Lei,</p><p>ou pelos respectivos substitutos, permitida a contratação de terceiros para assisti-los e subsidiá-</p><p>los com informações pertinentes a essa atribuição.”</p><p>O art. 40 da Instrução Normativa MPDG nº 05/17, apresenta a seguinte orientação:</p><p>I - Gestão da Execução do Contrato: é a coordenação das atividades relacionadas à fiscalização técnica,</p><p>administrativa, setorial e pelo público usuário, bem como dos atos preparatórios à instrução processual e ao</p><p>encaminhamento da documentação pertinente ao setor de contratos para formalização dos procedimentos quanto</p><p>aos aspectos que envolvam a prorrogação, alteração, reequilíbrio, pagamento, eventual aplicação de sanções,</p><p>extinção dos contratos, dentre outros;</p><p>58</p><p>II - Fiscalização Técnica: é o acompanhamento com o objetivo de avaliar a execução do objeto nos moldes</p><p>contrata- dos e, se for o caso, aferir se a quantidade, qualidade, tempo e modo da prestação dos serviços estão</p><p>compatíveis com os indicadores de níveis mínimos de desempenho estipulados no ato convocatório, para efeito</p><p>de pagamento conforme o resultado, podendo ser auxiliado pela fiscalização de que trata o inciso V deste artigo;</p><p>III - Fiscalização Administrativa: é o acompanhamento dos aspectos administrativos da execução dos serviços</p><p>nos contratos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra quanto às obrigações previdenciárias, fiscais</p><p>e trabalhistas, bem como quanto às providências tempestivas nos casos de inadimplemento;</p><p>IV - Fiscalização Setorial: é o acompanhamento da execução do contrato nos aspectos técnicos ou</p><p>administrativos quando a prestação dos serviços ocorrer concomitantemente em setores distintos ou em unidades</p><p>desconcentradas de um mesmo órgão ou entidade; e</p><p>V - Fiscalização pelo Público Usuário: é o acompanhamento da execução contratual por pesquisa de satisfação</p><p>junto ao usuário, com o objetivo de aferir os resultados da prestação dos serviços, os recursos materiais e os</p><p>procedimentos utilizados pela contratada, quando for o caso, ou outro fator determinante para a avaliação dos</p><p>aspectos qualitativos do objeto.</p><p>(Instrução Normativa MPDG nº 05/17)</p><p>Quanto à tarefa de fiscalizar aspectos administrativos do contrato, a doutrina reconhece tratar-</p><p>se de um poder-dever. Não se trata de uma faculdade, mas de uma obrigação a ser executada,</p><p>tendo em vista o melhor atendimento ao interesse público. A título de colaboração, a</p><p>Administração pode contratar outros particulares para auxiliar os agentes da Administração na</p><p>tarefa de fiscalização contratual. Sobre essa questão, o TCU, por meio do Acórdão TCU nº</p><p>1.632/09, sinalizou o seguinte:</p><p>[...] A propósito, vale registrar que a prerrogativa conferida à Administração de fiscalizar a implementação da</p><p>avença deve ser interpretada também como uma obrigação. Por isso, fala-se em um poder-dever, porquanto, em</p><p>deferência ao princípio do interesse público, não pode a Administração esperar o término do contrato para verificar</p><p>se o objeto fora de fato concluído conforme o programado, uma vez que, no momento do seu recebimento, muitos</p><p>vícios podem já se encontrar encobertos [...].</p><p>(Acórdão TCU nº 1.632/09 – plenário)</p><p>No caso específico do Estado do Rio de Janeiro, o art. 6º do Decreto Estadual nº 48.817/23</p><p>estabeleceu uma regra indicando que tanto o Fiscal quanto o Gestor de contratos deverão</p><p>possuir conhecimentos técnicos pertinentes ao contrato que irão fiscalizar conforme reprodução</p><p>a seguir:</p><p>59</p><p>Art. 6º - Os seguintes critérios devem ser observados quando da escolha dos gestores e fiscais, bem como dos</p><p>respectivos substitutos, os quais, igualmente aos titulares, deverão compor a designação assinada pela</p><p>autoridade competente:</p><p>I - boa reputação ético-profissional;</p><p>II - atribuição funcional ou especialização técnica compatível com o objeto do contrato; [...]</p><p>(art. 6º, Decreto Estadual nº 48.817/23)</p><p>O decreto ainda estabeleceu, em seu art. 7º, uma regra mais impositiva quanto a necessidade</p><p>de atuação da fiscalização e da qualificação:</p><p>Art. 7º - [...].</p><p>§ 2º - O encargo de gestor ou de fiscal de contratos não poderá ser recusado pelo agente público.</p><p>§ 3º - Na hipótese de deficiência ou de limitações técnicas que possam impedir o cumprimento diligente das</p><p>atribuições, o agente público deverá comunicar o fato ao seu superior hierárquico que providenciará a qualificação</p><p>prévia do servidor para o desempenho das suas atribuições, conforme a natureza e a complexidade do objeto,</p><p>ou designar outro servidor com a qualificação requerida.</p><p>§ 4º - As eventuais necessidades de desenvolvimento de competências de agentes para fins de</p><p>fiscalização e</p><p>gestão contratual deverão ser evidenciadas no estudo técnico preliminar, e deverão ser sanadas, se for o caso,</p><p>previamente à celebração do contrato, conforme dispõe o inciso X do §1º do art. 18 da Lei nº 14.133, de 2021.</p><p>(art. 7º, Decreto Estadual nº 48.817/23)</p><p>Cabe ao fiscal de contratos, de acordo com o § 1º do art. 67 da Lei nº 8.666/93 e, também, §1º</p><p>do art. 117 da Lei nº 14.133/21, anotar, em registro próprio, todas as ocorrências relacionadas à</p><p>execução do contrato, sinalizando o que for necessário à regularização das faltas ou dos defeitos</p><p>observados.</p><p>Caso o Fiscal perceba que as decisões e providências ultrapassam sua competência, segundo</p><p>o disposto no § 2º art. 67 da Lei nº 8.666/93 e, também, §2º do art. 117 da Lei nº 14.133/21, ele</p><p>deverá solicitar a seus superiores, em tempo hábil, a adoção das medidas convenientes.</p><p>60</p><p>Apurada a existência de defeito ou execução inadequada, segundo o disposto no art. 69 da Lei</p><p>nº 8.666/93 e, também, art. 119 da Lei nº 14.133/21, o contratado tem a obrigação de reparar,</p><p>corrigir, remover, reconstruir ou substituir às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do</p><p>contrato.</p><p>O ordenamento normativo não previa, de forma expressa, qual instrumento deveria ser utilizado</p><p>para a designação do Gestor e do Fiscal do contrato. No entanto, já havia o consenso do Tribunal</p><p>de Contas da União de que a designação deveria ser feita por ato oficial específico da</p><p>Administração e devidamente publicado. Vejamos a orientação contida em acórdãos do TCU:</p><p>Em atenção aos arts. 67 da Lei nº 8.666/1993 e 6º do Decreto nº 2.271/1997, mantenha fiscal formalmente</p><p>designado durante toda a vigência dos contratos celebrados pela entidade;</p><p>(Acórdão TCU nº 670/08 – Plenário)</p><p>Observe, na execução de contratos, o preceituado no art. 67 da Lei 8.666/1993, quanto à necessária nomeação</p><p>de fiscais para os contratos celebrados, que deverá ser efetuada tempestivamente, evitando a emissão de</p><p>portarias de nomeação após o início da vigência daqueles.</p><p>(Acórdão TCU n° 634/06 – 1ª Câmara)</p><p>No caso específico do Estado do Rio de Janeiro, o problema foi resolvido com o Decreto Estadual</p><p>nº 48.817/23, cujo art. 7º traz a seguinte orientação:</p><p>Art. 7º - A designação dos gestores e dos fiscais será realizada em ato de autoridade competente específico para</p><p>cada instrumento contratual, devidamente publicado no Diário Oficial.</p><p>61</p><p>§ 1º - Para o exercício da função, os gestores e os fiscais deverão ser cientificados, expressamente, da indicação</p><p>e respectivas atribuições antes da formalização do ato de designação, firmando ciência das obrigações dispostas</p><p>neste Decreto, através de documento próprio no respectivo processo administrativo ou declarar impedimento.</p><p>(art. 7º, Decreto Estadual nº 48.817/23)</p><p>2.5.9. Fiscalização das obrigações fiscais, trabalhistas e</p><p>previdenciárias</p><p>Neste tópico, vamos abordar a fiscalização do cumprimento dos encargos trabalhistas,</p><p>previdenciários, fiscais e comerciais.</p><p>A quem cabe o cumprimento dessas obrigações? Vejamos.</p><p>De acordo com o art. 70 da Lei nº 8.666/93, “o contratado é responsável pelos danos causados</p><p>diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do</p><p>contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o</p><p>acompanhamento pelo órgão interessado”.</p><p>Entretanto, esse artigo encontra resistência, pois, na prática, o Poder Público também pode ser</p><p>responsabilizado pelos danos causados a terceiros com base no disposto no ordenamento</p><p>jurídico.</p><p>De acordo com o art. 71 da Lei nº 8.666/93, cabe ao contratado a responsabilidade pelos</p><p>seguintes encargos resultantes da execução do contrato:</p><p>62</p><p>> Trabalhistas (salários, férias, décimo terceiro, adicional noturno entre outros);</p><p>> Previdenciários (recolhimento do INSS dos empregados envolvidos na execução dos serviços);</p><p>> Fiscais (tributos, sendo: impostos, taxas e contribuições);</p><p>> Comerciais (registros comerciais, entre outros).</p><p>De acordo com o § 1° art. 71 da Lei nº 8.666/93, a inadimplência do contratado quanto aos</p><p>encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a</p><p>responsabilidade por seu pagamento.</p><p>Com relação aos encargos trabalhistas, a Justiça Trabalhista interpreta</p><p>como um caso de responsabilidade subsidiária, ou seja, o Poder</p><p>Público responde pelo seu pagamento em casos de omissão do</p><p>contratado. Sobre essa questão, vejamos o que diz a Súmula TST11 nº</p><p>331/11:</p><p>IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade</p><p>subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação</p><p>processual e conste também do título executivo judicial.</p><p>V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas</p><p>condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666,</p><p>de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da</p><p>prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento</p><p>das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada.</p><p>(Súmula TST nº 331/11)</p><p>De acordo com o § 2° art. 71 da Lei nº 8.666/93, para os encargos previdenciários, a</p><p>inadimplência do contratado transfere à Administração Pública a responsabilidade pelo seu</p><p>recolhimento nos termos do art. 31 da Lei n° 8.212/91, ou seja, em casos em que haja cessão</p><p>de mão de obra. A responsabilidade solidária consiste na possibilidade de se exigir o total da</p><p>dívida tanto do Poder Público quanto do Particular.</p><p>63</p><p>Quanto às responsabilidades de encargos previdenciários, a Administração tem por obrigação</p><p>reter 11% sobre o valor da fatura de serviços da contratada nos termos do art. 31 da Lei nº</p><p>8.212/91.</p><p>Com o objetivo de esclarecer as funções da Administração e evitar a ocorrência da</p><p>responsabilidade subsidiária da Administração, o TCU, por meio do Acórdão TCU nº 1.214/13,</p><p>traz as seguintes orientações:</p><p>Considerações do Acórdão TCU nº 1.214/13</p><p>27. No ta -se que está oco rrendo uma t ransfe rência de responsabi l idade pe las a t i vidades de</p><p>f i scal i zação . As que deve - riam ser exe rcidas po r ó rgãos especí f i cos, ta is como Rece ita</p><p>Federal do Brasi l , INSS e tc. , estão f i cando a ca rgo do f i scal i zador de con tratos ( real i zadas</p><p>por se rvido res de forma especí f i ca em cada con t rato ) . Ta l procedimento não pa rece</p><p>adequado , po is tende a sob reca rrega r o f i sca l .</p><p>[ . . . ]</p><p>60. Sendo ass im, o Grupo de Estudos compreende que, re lat i vamen te às cont ribuições</p><p>previdenc iá rias, a Admin is t ração deve adota r os seguintes p rocedimentos:</p><p>a) f i xa r em con t rato que a con t ra tada está obrigada a viabi l i za r o acesso de seus</p><p>empregados, via in te rne t, po r meio de senha próp ria , aos sis temas da Prev idência Socia l e</p><p>da Receita Federa l do Brasi l , com o objet i vo de ve ri f icar se suas cont ribuições</p><p>previdenc iá rias fo ram recolh idas;</p><p>b) f i xa r em cont ra to que a cont ra tada está ob r igada a oferece r todos os meios necessá rios</p><p>aos seus empregados para a obtenção de ext ra tos de recolh imentos sempre que so l i ci tado</p><p>pela f i scal i zação dos con t ratos;</p><p>c) f i xa r em cont ra to como fa l ta g rave , ca racte r izado como fa lha em sua execução, o não</p><p>recolh imen to das con t ribuições socia is da Prev idência Socia l , que poderá da r ense jo à</p><p>rescisão da avença , sem p rejuízo da ap l i cação de sanção pecun iá ria e levada e do</p><p>64</p><p>imped imen to pa ra l ic i ta r e con trata r com a União , nos te rmos do a rt . 7º , da Lei n º</p><p>10.520 /2002 ;</p><p>d) re ter 11 % sob re</p><p>o valo r da fa tu ra de se rviços da cont ra tada , nos termos do a rt . 31 , da Lei</p><p>8.212 /91;</p><p>e) exig ir ce r t idão negat iva de déb itos pa ra com a p revidênc ia – CND, caso esse documen to</p><p>não este ja regula rizado jun to ao Sica f;</p><p>f) orien ta r os f i scais dos con t ratos que sol i ci tem, po r amostragem, aos empregados</p><p>te rce i ri zados que ve ri f iquem se essas cont ribuições estão ou não sendo recolh idas em seu s</p><p>nomes. O objet i vo é que todos os empregados tenham seus ext ra tos aval iados ao f inal de</p><p>um ano – sem que isso sign i f ique que a anál i se não possa ser real i zada mais de uma vez,</p><p>garan tindo assim o “efe i to su rp resa ” e o bene fício da expecta t i va do con t ro le .</p><p>[ . . . ]</p><p>64. Ass im, a Adminis tração deve ado ta r os seguintes p roced imentos com o ob jet ivo de coib i r</p><p>a p rát ica de i r regular idades pelas cont ra tadas, no que se re fe re ao recolh imento do FGTS:</p><p>a) f i xa r em con t rato que a con t ratada é ob rigada a viabi l i za r a emissão do ca r tão cidadão</p><p>pela Ca ixa Econômica Federal pa ra todos os empregados;</p><p>b) f i xa r em cont ra to que a cont ra tada está ob r igada a oferece r todos os meios necessá rios</p><p>aos seus empregados para a obtenção de ext ra tos de recolh imentos sempre que so l i ci tado</p><p>pela f i scal i zação ;</p><p>c) f i xa r em cont ra to como fa l ta g rave , ca racte r izado como fa lha em sua execução, o não</p><p>recolh imen to do FGTS dos em - p regados, que poderá da r ensejo à rescisão uni la te ra l da</p><p>avença , sem p rejuí zo da ap l i cação de sanção pecun iá ria e levada e do impedimen to pa ra</p><p>l ic i ta r e con t ratar com a União , nos te rmos do a rt . 7º da Lei nº 10 .520 /2002 ;</p><p>d) f i xa r em con t rato que a cont ra tada deve , sempre que sol i ci tado , ap resen tar ex t rato de</p><p>FGTS dos empregados;</p><p>65</p><p>e) so l i ci ta r , mensalmen te, Cert idão de Regula ridade do FGTS;</p><p>f) orien ta r os f i scais dos con t ratos que sol i ci tem, po r amostragem, aos empregados</p><p>te rce i ri zados ext ra tos da conta do FGTS e os en tregue à Administ ração com o ob jet ivo de</p><p>ve ri f i ca r se os depósitos foram real i zados pela con t ratada. O obje t i vo é que todos os</p><p>empregados tenham seus ext ratos aval iados ao f inal de um ano – sem que isso signi f ique</p><p>que a anál i se não possa se r real i zada ma is de uma vez, garantindo assim o “efe i to su rp resa ”</p><p>e o benefí cio da expecta t i va do con t ro le .</p><p>O art. 18 da IN nº 05/2017 sugere uma iniciativa especial para neutralizar os efeitos da</p><p>responsabilidade solidária ou subsidiária da Administração.</p><p>Art. 18 - Para as contratações de que trata o art. 17, o procedimento sobre Gerenciamento de Riscos, conforme</p><p>especificado nos arts. 25 e 26, obrigatoriamente contemplará o risco de descumprimento das obrigações</p><p>trabalhistas, previdenciárias e com FGTS da contratada.</p><p>§ 1º Para o tratamento dos riscos previstos no caput, poderão ser adotados os seguintes controles internos:</p><p>I - Conta-Depósito Vinculada - bloqueada para movimentação, conforme disposto em Caderno de Logística,</p><p>elaborado pela Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; ou</p><p>II - Pagamento pelo Fato Gerador, conforme disposto em Caderno de Logística, elaborado pela Secretaria de</p><p>Gestão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.</p><p>§2º A adoção de um dos critérios previstos nos incisos I e II do parágrafo anterior deverá ser justificada com base na</p><p>avaliação da relação custo-benefício.</p><p>§ 3º Só será admitida a adoção do Pagamento pelo Fato Gerador após a publicação do Caderno de Logística a que</p><p>faz referência o inciso II do § 1º deste artigo.</p><p>§ 4º Os procedimentos de que tratam os incisos do § 1º deste artigo estão disciplinados no item 1 do Anexo VII-B.</p><p>(Instrução Normativa MPDG nº 05/17)</p><p>A reforma trabalhista de 2017 incluiu na CLT a possibilidade de empregados e empregadores</p><p>firmarem um termo de quitação anual de obrigações trabalhistas. Diante da inovação, a</p><p>Administração Pública contratante de serviços poderá inserir um item em seus editais de licitação</p><p>obrigando o contratado a formalizar o termo de quitação anual e comprovar ao contratante que</p><p>se encontra em dia com as obrigações trabalhistas de seus empregados.</p><p>66</p><p>Art. 507-B. É facultado a empregados e empregadores, na vigência ou não do contrato de emprego, firmar o</p><p>termo de quitação anual de obrigações trabalhistas, perante o sindicato dos empregados da categoria. (Incluído</p><p>pela Lei n° 13.467, de 2017)</p><p>Parágrafo único. O termo discriminará as obrigações de dar e fazer cumpridas mensalmente e dele constará a</p><p>quitação anual dada pelo empregado, com eficácia liberatória das parcelas nele especificadas. (Incluído pela</p><p>Lei n° 13.467, de 2017)</p><p>Julgando o RE 760.931 em 26/04/17, o STF decidiu que: "O inadimplemento dos encargos</p><p>trabalhistas dos empregados do contratado não transfere ao poder público contratante</p><p>automaticamente a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em caráter solidário ou</p><p>subsidiário, nos termos do artigo 71, parágrafo 1º, da Lei 8.666/1993 (Lei de Licitações)”.</p><p>ENCARGOS TRABALHISTAS E PREVIDENCIAÁRIOS NO NOVO</p><p>ESTATUTO.</p><p>A Lei nº 14.133/21 definiu, de forma clara em quais situações o contratante poderá ser</p><p>responsabilizado nos casos de inadimplemento do contratado, conforme se pode observar a</p><p>partir da compreensão do artigo 121:</p><p>Art. 121. Somente o contratado será responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários,</p><p>fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.</p><p>§ 1º A inadimplência do contratado em relação aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não</p><p>transferirá à Administração a responsabilidade pelo seu pagamento e não poderá onerar o objeto</p><p>do contrato nem restringir a regularização e o uso das obras e das edificações, inclusive perante o</p><p>registro de imóveis, ressalvada a hipótese prevista no § 2º deste artigo.</p><p>§ 2º Exclusivamente nas contratações de serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva</p><p>de mão de obra, a Administração responderá solidariamente pelos encargos previdenciários e</p><p>subsidiariamente pelos encargos trabalhistas se comprovada falha na fiscalização do cumprimento</p><p>das obrigações do contratado.</p><p>(art. 121, Lei nº 14.133/21)</p><p>Ou seja, o novo estatuto de licitações acatou o normativo anterior no que se refere ao</p><p>afastamento da responsabilidade do contratante conforme previsto no art. 70 da Lei nº 8.666/93,</p><p>mas incorporou a jurisprudência formada no que se refere à responsabilidade solidária e</p><p>67</p><p>subsidiária caso fiquem comprovadas falhas na fiscalização dos contratos em que haja</p><p>dedicação exclusiva de mão de obra. No mesmo sentido, conforme previsto pelo §3º do art. 121,</p><p>o novo estatuto incorporou parte das orientações estabelecidas pelo TCU por ocasião do</p><p>Acórdão nº 1.214/13:</p><p>§ 3º Nas contratações de serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra, para</p><p>assegurar o cumprimento de obrigações trabalhistas pelo contratado, a Administração, mediante disposição em</p><p>edital ou em contrato, poderá, entre outras medidas:</p><p>I - exigir caução, fiança bancária ou contratação de seguro-garantia com cobertura para verbas rescisórias</p><p>inadimplidas;</p><p>II - condicionar o pagamento à comprovação de quitação das obrigações trabalhistas vencidas relativas ao</p><p>contrato;</p><p>III - efetuar o depósito de valores em conta vinculada;</p><p>IV - em caso de inadimplemento, efetuar diretamente o pagamento das verbas trabalhistas, que serão deduzidas</p><p>do pagamento devido ao contratado;</p><p>V - estabelecer que os valores destinados a férias, a décimo terceiro salário, a ausências legais e a verbas</p><p>rescisórias dos empregados do contratado que participarem da execução dos serviços contratados serão pagos</p><p>pelo</p><p>contratante ao contratado somente na ocorrência do fato gerador.</p><p>(§3º do art. 121, Lei nº 14.133/21)</p><p>2.5.10. Inexecução e rescisão dos contratos na Lei nº 8.666/93</p><p>Vimos, no tópico 2.5.2 Prerrogativas da Administração, que uma das prerrogativas da</p><p>Administração é a rescisão unilateral do contrato.</p><p>Entretanto, a inexecução e rescisão dos contratos podem ocorrer de outras maneiras. No total,</p><p>considerando o art. 79 da Lei nº 8.666/93, o contrato pode ser rescindido de três formas:</p><p>Unilateral – determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos enumerados</p><p>nos incs. I a XII e XVII do art. 78 da Lei nº 8.666/93;</p><p>Amigável – determinada por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licitação,</p><p>desde que haja conveniência para a Administração;</p><p>Judicial – nos termos da legislação vigente.</p><p>68</p><p>Vejamos agora, de acordo com os incs. de I a XII e XVII do art. 78 e com o inc. I do art. 79 da Lei</p><p>nº 8.666/93, as circunstâncias em que o Poder Público pode rescindir unilateralmente o contrato:</p><p>> Não cumprimento ou cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos</p><p>e prazos;</p><p>> Lentidão e atraso injustificado do cumprimento do contrato;</p><p>> Paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento sem justa causa;</p><p>> Subcontratação total ou parcial do seu objeto não autorizada no edital e no contrato;</p><p>> Desatendimento das determinações regulares e faltas reiteradas;</p><p>> Falência, dissolução, modificação social da empresa;</p><p>> Razões de interesse público, de alta relevância devidamente justificada;</p><p>> Ocorrência de caso fortuito ou de força maior;</p><p>> Descumprimento do disposto no inc. V art. 27 da Lei nº 8.666/93 (está relacionado à exploração</p><p>do trabalho do menor em atividades noturnas ou insalubres).</p><p>Ressaltamos que, na rescisão contratual unilateral, deve ser observado o princípio do</p><p>contraditório, ou seja, o princípio jurídico de que todo acusado tem o direito de resposta e defesa</p><p>antes da aplicação da punição. A rescisão deve ser realizada com base em um procedimento</p><p>administrativo ao qual o contratado terá amplo acesso. Provas devem ser produzidas inclusive</p><p>com a atuação de peritos, se for o caso, uma vez que o ato é vinculado à comprovação da</p><p>presença de seus pressupostos. A Administração deve, ainda, indicar a relação de nocividade</p><p>entre a situação fática e a inexecução do contrato.</p><p>No caso de não cumprimento ou cumprimento irregular do contrato, lentidão, atraso ou</p><p>paralisação do serviço executado, é recomendável que as falhas sanáveis sejam identificadas e</p><p>corrigidas a fim de que se possa evitar a rescisão contratual.</p><p>Com relação aos casos de subcontratação expressos no inc. VI art. 78 da Lei nº 8.666/93, o</p><p>Acórdão TCU nº 634/07 flexibiliza a interpretação desse inciso para os casos de fusão, cisão ou</p><p>incorporação. Confirmando-se que a nova entidade cumpre os requisitos necessários ao</p><p>adimplemento das obrigações, a rescisão não se justificaria.</p><p>69</p><p>Considerando os incisos do art. 78, são passíveis de rescisão de contrato também os</p><p>seguintes casos:</p><p>> Supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras, que acarrete a</p><p>modificação do valor inicial do contrato além do limite permitido no § 1º art. 65 da Lei nº 8.666/93;</p><p>> Suspensão da execução do contrato, por ordem escrita da Administração, por prazo superior</p><p>a 120 dias, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra,</p><p>ou, ainda, por repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo (120 dias), é assegurado ao</p><p>contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que</p><p>seja normalizada a situação;</p><p>> Atraso no pagamento por mais de 90 dias, salvo em caso de calamidade pública, grave</p><p>perturbação da ordem interna ou guerra, é assegurado ao contratado o direito de optar pela</p><p>suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;</p><p>> Não liberação, por parte da Administração, da área, do objeto ou das fontes de materiais</p><p>naturais especificadas para execução da obra, serviço ou fornecimento.</p><p>Entretanto, nessas situações, a rescisão pode ser feita de forma amigável, por acordo entre as</p><p>partes.</p><p>70</p><p>2.5.11. Extinção dos contratos na Lei nº 14.133/21</p><p>A Lei nº 14.133/21 incorporou ao ordenamento a expressão “extinção do contrato” no seu art.</p><p>138, em substituição a “rescisão” prevista pela Lei nº 8.666/93, estabelecendo ainda as hipóteses</p><p>para sua aplicação:</p><p>Art. 138. A extinção do contrato poderá ser:</p><p>I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, exceto no caso de descumprimento decorrente de</p><p>sua própria conduta;</p><p>II - consensual, por acordo entre as partes, por conciliação, por mediação ou por comitê de resolução de</p><p>disputas, desde que haja interesse da Administração;</p><p>III - determinada por decisão arbitral, em decorrência de cláusula compromissória ou compromisso arbitral, ou</p><p>por decisão judicial.</p><p>(Art. 138, Lei nº 14.133/21)</p><p>Se a extinção decorrer de culpa exclusiva da Administração, o contratado será ressarcido pelos</p><p>prejuízos conforme §2º do art. 138 da Lei nº 14.133/21.</p><p>§ 2º Quando a extinção decorrer de culpa exclusiva da Administração, o contratado será ressarcido pelos</p><p>prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido e terá direito a:</p><p>I - devolução da garantia;</p><p>II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data de extinção;</p><p>III - pagamento do custo da desmobilização.</p><p>(§2º, art. 138, Lei nº 14.133/21)</p><p>2.5.12. Sanções administrativas</p><p>Antes de estudarmos as sanções administrativas previstas pela Lei nº 8.666/93, precisamos</p><p>esclarecer o que significa “sanção”.</p><p>No âmbito jurídico, sanção é um termo com dois significados diferentes. Sendo assim, pode</p><p>significar punição pela violação de uma lei (ação punitiva) como também ato de aprovação de</p><p>algo por vias formais (prêmio).</p><p>71</p><p>No contexto deste tópico, sanção significa a punição que deve ser aplicada pelo Poder Público</p><p>caso o Particular infrinja alguma norma ou regra estabelecida no edital e/ou no contrato. As</p><p>sanções podem ser aplicadas por atraso ou pela inexecução do serviço prestado. Vejamos.</p><p>Sanções por atraso</p><p>As sanções por atraso são explicitadas pelo art. 86 da Lei nº 8.666/93, e no art. 162 da Lei nº</p><p>14.133/21, e são aplicadas no caso de atraso injustificado na execução do contrato. Tal atraso</p><p>fica sujeito à multa de mora (atraso), na forma prevista no instrumento convocatório ou no</p><p>contrato.</p><p>É de suma importância a descrição das hipóteses que ensejarão as sanções e os valores</p><p>respectivos para que seja fundamentada e justificada a aplicação das punições. Como exemplo,</p><p>apresentamos um modelo que pode servir de referência para a aplicação de punições por atraso</p><p>e inexecução em contratos de obra ou serviços de engenharia.</p><p>O inc. VII do art. 55 da Lei nº 8.666/93 e o inc. XIV do art. 92 da Lei nº 14.133/21, estabelecem</p><p>que os contratos devem definir as penalidades cabíveis e os valores das multas.</p><p>Quanto às multas, o art. 86 da Lei nº 8.666/93 indica o seguinte:</p><p>§ 1° - A multa a que alude este artigo não impede que a Administração rescinda unilateralmente o contrato e</p><p>aplique as outras sanções previstas nesta Lei.</p><p>§ 2° - A multa, aplicada após regular processo administrativo, será descontada da garantia do respectivo contratado.</p><p>§ 3° - Se a multa for de valor superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta, responderá o contratado</p><p>pela sua diferença, a qual será descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou ainda,</p><p>quando for o caso, cobrada judicialmente.</p><p>(art. 86, Lei nº 8.666/93)</p><p>72</p><p>Sanções pela inexecução na Lei nº 8.666/93</p><p>As sanções por inexecução total ou parcial do contrato são definidas pelo art. 87 da Lei nº</p><p>8.666/93 nos seguintes termos:</p><p>> Advertência;</p><p>> Multa (por falhas de execução) na forma</p><p>prevista no instrumento convocatório ou no contrato;</p><p>> Suspensão temporária da contratada de participar de licitação e de contratar com a</p><p>Administração por prazo não superior a 2 (dois) anos;</p><p>> Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto</p><p>perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação</p><p>perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, a qual será concedida sempre que o</p><p>contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da</p><p>sanção aplicada com base no inc. III do art. 87.</p><p>Quanto aos prazos, a suspensão temporária é aplicada por até dois anos (prazo máximo), ao</p><p>passo que o prazo mínimo da declaração de inidoneidade é de dois anos. Em ambos os casos,</p><p>a empresa fica impedida de participar de licitação e de manter contrato com o Poder Público.</p><p>Quanto às multas, o § 3° do art. 86 deixa claro que, “se a multa aplicada for superior ao valor da</p><p>garantia prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, que será</p><p>descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou cobrada</p><p>judicialmente”.</p><p>As sanções previstas nos incs. I (advertência), III (suspensão temporária) e IV (declaração de</p><p>inidoneidade) do art. 87 poderão ser aplicadas juntamente com a do inc. II (multa). Nesse caso</p><p>a contratada tem direito à defesa, no respectivo processo no prazo de 5 (cinco) dias úteis.</p><p>73</p><p>Os agentes que podem emitir a declaração de inidoneidade são: Ministro do Estado, Secretário</p><p>do Estado ou Secretário do Município conforme o caso. A contratada tem direito à defesa no</p><p>prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista do processo.</p><p>De acordo com o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Tribunal de Contas</p><p>da União (TCU), a declaração de inidoneidade só produz efeitos para o futuro. Sendo assim, não</p><p>afeta os contratos em vigor eventualmente celebrados entre o Particular sancionado e outros</p><p>órgãos administrativos de qualquer esfera de Poder Público. Vejamos:</p><p>Segundo p receden tes da 1 ª Seção , a decla ração de in idone idade " só p roduz e fe i to pa ra</p><p>o fu tu ro (e fe i to ex nunc) , sem in te r fe r i r nos con tra to s já exis ten tes e em andamen to " (MS</p><p>13 .101 /DF, Min . E l iana Ca lmon , DJe de 09 .12 .2008 ) . A f i rma -se , com isso , que o e fe i to da</p><p>sanção in ibe a empresa de " l i c i ta r ou con tra ta r com a Admin is tração Púb l i ca " (Le i</p><p>8666 /93 , a r t . 87 ) , sem, no en tan to , a ca r re ta r , au to ma ticamen te , a rescisão de con tra tos</p><p>admin istra t i vos já ape r fe içoados ju r id icamen te e em cu rso de execução , no tadamen te os</p><p>ce leb rados peran te ou tros ó rgãos admin istra t i vos nã o v incu lados à au to r idade impe trada</p><p>ou in tegran tes de ou tros en tes da Fede ração (Esta dos, Di str i to Fede ra l e Mun icíp ios) .</p><p>Todavia , a ausência do e fe i to resci só r io au tomá tico não</p><p>comprome te nem restr inge a facu ldade que têm as en t idades da</p><p>Admin istração Púb l i ca de , no âmb i to da sua esfe ra au tônoma de</p><p>a tuação , p romove r med idas admin istra t i vas especí f i cas pa ra</p><p>rescind i r os con tra tos , nos casos au to r izados e obse rvadas as</p><p>fo rma l idades estabe lecidas nos a r t igos 77 a 80 da L e i 8 .666 /93 .</p><p>(Supe rio r Tr ibuna l de Just i ça - M S12</p><p>13 .964 -DF, Re l . Min . Teo r i</p><p>A lb ino Zavascki , D J13 .05 .2009 )</p><p>5 . Quan to ao p r ime i ro tóp ico , re la t i vo à e f i cácia da decla ração de in idone idade , man i fes to -</p><p>me de aco rdo com os exames empreend idos nos au tos, po is , com amparo na moderna</p><p>ju r i sp rudência do Supe r io r Tr ibuna l de Just i ça - STJ e do Tr ibuna l Regiona l Fede ra l da 1 ª</p><p>ATENÇÃO!</p><p><https://portaldatransparencia.gov.br/pagina-interna/603245-ceis>.</p><p>12MS:</p><p>https://tcerj365-my.sharepoint.com/personal/marciac_tcerj_tc_br/Documents/CPE/Produtos/ECG_Online/GestaoFiscalizacaoContratos/2024/revisao/%3chttps:/portaldatransparencia.gov.br/pagina-interna/603245-ceis%3e.</p><p>74</p><p>Região - TR F-1 , conclu iu -se que a decla ração de in idone idade não dá ense jo à imed ia ta</p><p>rescisão de todos os con tra tos f i rmados en tre as e mpresas sancionadas com a</p><p>Admin istração Púb l i ca Fede ra l . Isso po rque a decla ração de in idone idade apenas p roduz</p><p>e fe i tos ex-nunc, não au to r izando que se jam desfe i tos todos os a tos p re té r i tos ao momen to</p><p>de sua p roclamação .</p><p>(Acórdão TCU nº 3.002/10 - Plenário)</p><p>No mesmo sentido, aponta a Orientação Normativa AGU nº 49/14:</p><p>A ap l i cação das sanções de imped imen to de l i c i ta r e con tra ta r no âmb i to da Un ião (a r t .</p><p>7 ° da Le i n ° 10 .520 , de 2002) e de declaração de in idone idade (a r t . 87 , inc . IV, da Le i n °</p><p>8 .666 , de 1993 ) possuem e fe i to ex nunc , compe tindo à admin istração , d ian te de con tra tos</p><p>existen tes , ava l ia r a imed ia ta rescisão no caso conc re to .</p><p>R e fe r ên c ia : Ar t . 55 , inc . X II I , a r t . 78 , inc . I , a r ts . 87 e 88 , Le i n º 8 .666 , de 1993 ; a r t . 7 ° ,</p><p>Le i n º 10 .520 , de 2002 ; Le i n º 9 .784 , de 1999 ; Resp . 1148351 /MG, STJ- MS 13 .101 /DF ; e</p><p>MS-STJ n º 4 .002 -DF. Sanções</p><p>(Or ien tação Norma tiva AGU n º 49 /14 )</p><p>75</p><p>EXEMPLO DE SANÇÕES ESTABELECIDAS PELO TCU EM</p><p>ALGUNS EDITAIS</p><p>1 - As sanções enumeradas neste capítulo somente serão aplicadas após o efetivo</p><p>exercício Direito do contraditório e da ampla defesa por parte da empresa contratada,</p><p>em processo administrativo constituído exclusivamente para esta finalidade.</p><p>2 – Além das hipóteses enumeradas pelo art. 78 da Lei Federal nº 8.666/93, que</p><p>constituem motivo para a rescisão contratual, a contratada será sancionada com multa</p><p>correspondente a 20% do valor do contrato, rescisão contratual e declaração de</p><p>inidoneidade, ficando impedida de licitar e contratar com a Administração Pública pelo</p><p>prazo mínimo de dois anos nos seguintes casos:</p><p>2.1 – Apresentação de documentação falsa;</p><p>2.2 – Fraude na execução do contrato; e</p><p>2.3 – Prática de fraude fiscal.</p><p>3 – Os retardamentos ou atrasos na execução do objeto serão punidos de acordo com os</p><p>seguintes critérios:</p><p>3.1 – Em 0,5% (cinco décimos por cento) do valor do contrato por dia de atraso contado</p><p>a partir da liberação da ordem de início dos serviços até o limite de 20% do valor</p><p>da fatura, situação que configurará a inexecução total do contrato, ensejando sua</p><p>rescisão.</p><p>3.2 – Após iniciada a execução dos serviços, a contratada será punida em 5% do valor</p><p>da fatura caso venha a ser configurado atraso de até 5% no cronograma de</p><p>execução.</p><p>3.3 – Caso se configure atraso no cronograma de execução entre 5,1% e 10%%, a</p><p>multa será correspondente a 7% do valor da fatura.</p><p>3.4 – Caso se configure atraso no cronograma de execução entre 10,1% e 15%%, a</p><p>multa será correspondente a 10% do valor da fatura.</p><p>3.5 – Caso se configure atraso no cronograma de execução entre 15,1% e 20%%, a</p><p>multa será correspondente a 13% do valor da fatura.</p><p>76</p><p>3.6 – Caso se configure atraso no cronograma de execução entre 25,1% e 30%, a multa</p><p>será correspondente a 17% do valor da fatura.</p><p>3.7 – Caso se verifique atraso no cronograma de execução acima de 30%, a multa será</p><p>correspondente a 20% do valor do contrato, configurando, ainda, a inexecução</p><p>contratual que resultará na rescisão da fatura.</p><p>4 – Além das sanções enumeradas acima, a contratada será multada caso os Fiscais ou</p><p>Gestores do contrato identifiquem a prática de infrações conforme a tabela a seguir:</p><p>ITEM DESCRIÇÃO VALOR</p><p>INCIDÊNCIA</p><p>1 Permitir a presença de empregado não uniformizado sem os</p><p>equipamentos de proteção individual.</p><p>150,00 Por empregado e por</p><p>ocorrência.</p><p>2 Manter funcionário sem qualificação para a</p><p>execução dos serviços.</p><p>150,00 Por empregado e por</p><p>ocorrência.</p><p>3</p><p>Executar serviço incompleto, paliativo, e deixar de</p><p>providenciar a recomposição determinada pelo Fiscal</p><p>ou Gestor do contrato.</p><p>200,00 Por ocorrência.</p><p>4 Dissolver produtos concentrados em proporção</p><p>diferente da que foi indicada pelo fabricante.</p><p>300,00 Por dia e por</p><p>ocorrência.</p><p>5 Deixar de cumprir determinação formal ou instrução</p><p>complementar da fiscalização.</p><p>300,00 Por ocorrência.</p><p>6 Deixar de registrar diariamente a assiduidade e a</p><p>pontualidade dos empregados envolvidos no serviço.</p><p>300,00 Por dia e por</p><p>empregado.</p><p>7 Destruir ou danificar documentos,</p><p>equipamentos ou mobiliário.</p><p>500,00 Por ocorrência.</p><p>8</p><p>Permitir a presença de funcionário embriagado ou sob</p><p>a influência de substâncias ilícitas no local de</p><p>execução contratual.</p><p>500,00 Por ocorrência e por</p><p>empregado.</p><p>9</p><p>Deixar de substituir em 24h o equipamento que</p><p>apresente defeito, baixo rendimento ou que submeta</p><p>os usuários a riscos.</p><p>500,00 Por ocorrência.</p><p>77</p><p>ITEM DESCRIÇÃO VALOR INCIDÊNCIA</p><p>10 Deixar de substituir o empregado que tenha conduta</p><p>inconveniente ou incompatível com as suas atribuições.</p><p>500,00 Por empregado</p><p>e por dia.</p><p>11 Dissolver produtos de limpeza e conservação que já vêm</p><p>prontos para o consumo e a utilização.</p><p>500,00 Por dia e por</p><p>ocorrência.</p><p>12 Deixar de substituir o uniforme e os EPIs dos</p><p>funcionários a cada oito meses.</p><p>500,00 Por dia e por</p><p>ocorrência.</p><p>13 Utilizar as dependências da contratante para</p><p>finalidade diversa do objeto do contrato.</p><p>500,00 Por ocorrência.</p><p>14 Deixar de efetuar a reposição de</p><p>funcionários em caso de falta.</p><p>1.000,00 Por dia e por</p><p>ocorrência.</p><p>15 Deixar de manter a documentação de</p><p>habilitação atualizada.</p><p>1.000,00 Por ocorrência.</p><p>16</p><p>Retirar das dependências da contratante material de</p><p>consumo, equipamento ou mobiliário</p><p>sem a devida autorização.</p><p>1.000,00 Por ocorrência.</p><p>17 Utilizar produto de limpeza de qualidade inferior àquela</p><p>que foi indicada no contrato.</p><p>1.000,00 Por dia e por</p><p>ocorrência.</p><p>18 Suspender ou interromper, sem</p><p>justificativa, a execução dos serviços.</p><p>1.000,00 Por ocorrência.</p><p>19 Reutilizar material ou equipamento sem a</p><p>autorização do Gestor/Fiscal do contrato.</p><p>2.000,00 Por ocorrência.</p><p>20 Deixar de observar o horário para a execução dos serviços</p><p>estabelecidos no contrato ou pelo Gestor contratual.</p><p>2.000,00 Por ocorrência.</p><p>78</p><p>ITEM DESCRIÇÃO VALOR INCIDÊNCIA</p><p>21 Permitir ou facilitar situações que criem a possibilidade de danos</p><p>físicos ou lesão corporal a empregados ou terceiros.</p><p>3.000,00 Por ocorrência.</p><p>22 Retirar empregados do serviço durante o</p><p>expediente sem a autorização do contratante ou do</p><p>Gestor/Fiscal do contrato.</p><p>3.000,00 Por empregado e por</p><p>ocorrência.</p><p>23</p><p>Retirar equipamentos ou veículos do serviço</p><p>durante o expediente sem a autorização do</p><p>contratante ou do Gestor/Fiscal do contrato.</p><p>10.000,00 Por equipamento e por</p><p>ocorrência.</p><p>ATENÇÃO!</p><p>79</p><p>Observe o esquema a seguir que resume as sanções contratuais:</p><p>80</p><p>2.5.13. Sanções na Lei nº 14.133/21</p><p>A sanção por atraso na execução que encontrava previsão no art. 86 da Lei nº 8.666/93,</p><p>encontra-se presente no art. 162 da Lei nº 14.133/21:</p><p>Art. 162. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o contratado a multa de mora, na forma prevista</p><p>em edital ou em contrato.</p><p>(Art. 162, Lei nº 14.133/21)</p><p>O art. 155 da Lei nº 14.133/21 enumera as falhas que poderão ensejar a aplicação de punição</p><p>ao contratado:</p><p>Art. 155. O licitante ou o contratado será responsabilizado administrativamente pelas seguintes infrações:</p><p>I - dar causa à inexecução parcial do contrato;</p><p>II - dar causa à inexecução parcial do contrato que cause grave dano à Administração, ao funcionamento dos</p><p>serviços públicos ou ao interesse coletivo;</p><p>III - dar causa à inexecução total do contrato;</p><p>IV - deixar de entregar a documentação exigida para o certame;</p><p>V - não manter a proposta, salvo em decorrência de fato superveniente devidamente justificado;</p><p>VI - não celebrar o contrato ou não entregar a documentação exigida para a contratação, quando convocado</p><p>dentro do prazo de validade de sua proposta;</p><p>VII - ensejar o retardamento da execução ou da entrega do objeto da licitação sem motivo justificado;</p><p>VIII - apresentar declaração ou documentação falsa exigida para o certame ou prestar declaração falsa durante</p><p>a licitação ou a execução do contrato;</p><p>IX - fraudar a licitação ou praticar ato fraudulento na execução do contrato;</p><p>X - comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude de qualquer natureza;</p><p>XI - praticar atos ilícitos com vistas a frustrar os objetivos da licitação;</p><p>XII - praticar ato lesivo previsto no art. 5º da Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013.</p><p>(Art. 155, Lei nº 14.133/21)</p><p>O art. 156 da Lei nº 14.133/21, por sua vez, enumera os sansões aplicáveis aos responsáveis</p><p>por infrações administrativas, indicando que por ocasião da punição devem ser considerados a</p><p>natureza ou gravidade da infração cometida, as peculiaridades do caso concreto, circunstâncias</p><p>agravantes ou atenuantes, os danos que dela provierem para a Administração Pública e a</p><p>perspectiva de implantação de programa de integridade.</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12846.htm#art5</p><p>81</p><p>Art. 156. Serão aplicadas ao responsável pelas infrações administrativas previstas nesta Lei as seguintes</p><p>sanções:</p><p>I - advertência;</p><p>II - multa;</p><p>III - impedimento de licitar e contratar;</p><p>IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar.</p><p>(Art. 156, Lei nº 14.133/21)</p><p>De forma muito assertiva, nos §2º, §3º, §4º e §5º do art. 156 da Lei nº 14.133/21 o legislador</p><p>estabeleceu orientações sobre a dosimetria das sanções, vinculando as falhas enumeradas no</p><p>art. 155 às possibilidades de punição indicadas no art. 156:</p><p>§ 2º A sanção prevista no inciso I do caput deste artigo será aplicada exclusivamente pela infração administrativa</p><p>prevista no inciso I do caput do art. 155 desta Lei, quando não se justificar a imposição de penalidade mais</p><p>grave.</p><p>§ 3º A sanção prevista no inciso II do caput deste artigo, calculada na forma do edital ou do contrato, não poderá</p><p>ser inferior a 0,5% (cinco décimos por cento) nem superior a 30% (trinta por cento) do valor do contrato licitado</p><p>ou celebrado com contratação direta e será aplicada ao responsável por qualquer das infrações administrativas</p><p>previstas no art. 155 desta Lei.</p><p>§ 4º A sanção prevista no inciso III do caput deste artigo será aplicada ao responsável pelas infrações</p><p>administrativas previstas nos incisos II, III, IV, V, VI e VII do caput do art. 155 desta Lei, quando não se justificar</p><p>a imposição de penalidade mais grave, e impedirá o responsável de licitar ou contratar no âmbito da</p><p>Administração Pública direta e indireta do ente federativo que tiver aplicado a sanção, pelo prazo máximo de 3</p><p>(três) anos.</p><p>§ 5º A sanção prevista no inciso IV do caput deste artigo será aplicada ao responsável pelas infrações</p><p>administrativas previstas nos incisos VIII, IX, X, XI e XII do caput do art. 155 desta Lei, bem como pelas infrações</p><p>administrativas previstas nos incisos II, III, IV, V, VI e VII do caput do referido artigo que justifiquem a imposição</p><p>de penalidade mais grave que a sanção referida no § 4º deste artigo, e impedirá o responsável de licitar ou</p><p>contratar no âmbito da Administração Pública direta e indireta de todos os entes federativos, pelo prazo mínimo</p><p>de 3 (três) anos e máximo de 6 (seis) anos.</p><p>( §2º, §3º, §4º e §5º do art. 156 da Lei</p><p>nº 14.133/21)</p><p>82</p><p>RECAPITULANDO</p><p>No módulo 2, compreendemos a diferença conceitual entre convênios e contratos. Vimos que os</p><p>contratos da Administração são divididos entre contratos de direito privado e contratos</p><p>administrativos e classificados como contrato escrito e contrato solene. Estudamos, também, os</p><p>tipos de contratos da Administração. Com base no ordenamento jurídico vigente, dos estatutos</p><p>de licitação, em especial aqueles que tratam da formalização dos contratos, das prerrogativas</p><p>da Administração, das sanções administrativas, da garantia contratual, da duração dos contratos,</p><p>entre outros.</p><p>83</p><p>7</p><p>4</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 8 fev.2019.</p><p>______. Lei n° 8.212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização da Seguridade</p><p>Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências. Diário Oficial, 14 ago. 1998.</p><p>Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212cons.htm. Acesso em: 8 fev.2019.</p><p>______. Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da</p><p>Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá</p><p>outras providências. Diário Oficial, 6 jul. 1994. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8666cons.htm. Acesso em: 8 fev.2019.</p><p>______. Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998. Dispõe sobre a qualificação de entidades como</p><p>organizações sociais, a criação do Programa Nacional de Publicização, a extinção dos órgãos</p><p>e entidades que menciona e a absorção de suas atividades por organizações sociais, e dá</p><p>outras providências. Diário Oficial, 25 maio 1998. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9637.htm. Acesso em: 8 fev.2019.</p><p>______. Lei n° 9.790, de 23 de março de 1999. Dispõe sobre a qualificação de pessoas</p><p>jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de</p><p>Interesse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, e dá outras providências. Diário</p><p>Oficial, 24 mar. 1999. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9790.htm.</p><p>Acesso em: 8 fev.2019.</p><p>______. Lei n° 10.520, de 17 de junho de 2002. Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito</p><p>Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de</p><p>licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras</p><p>providências. Diário Oficial, 30 jul. 2002. Disponível em: http://</p><p>www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10520.htm. Acesso em: 8 fev.2019.</p><p>______. Lei n° 11.107, de 6 de abril de 2005. Dispõe sobre normas gerais de contratação de</p><p>consórcios públicos e dá outras providências. Diário Oficial, 7 abr. 2005. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11107.htm. Acesso em: 8</p><p>fev.2019.</p><p>______. Lei n° 12.462, de 4 de agosto de 2011. Institui o Regime Diferenciado de Contratações</p><p>Públicas - RDC; altera a Lei no 10.683, de 28 de maio de 2003, que dispõe sobre a</p><p>organização da Presidência da República e dos Ministérios, a legislação da Agência Nacional</p><p>http://www.planalto.gov.br/</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8666cons.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9637.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10520.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_</p><p>84</p><p>de Aviação Civil (Anac) e a legislação da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária</p><p>(Infraero); cria a Secretaria de Aviação Civil, cargos de Ministro de Estado, cargos em</p><p>comissão e cargos de Controlador de Tráfego Aéreo; autoriza a contratação de controladores</p><p>de tráfego aéreo temporários; altera as Leis nos 11.182, de 27 de setembro de 2005, 5.862, de</p><p>12 de dezembro de 1972, 8.399, de 7 de janeiro de 1992, 11.526, de 4 de outubro de 2007,</p><p>11.458, de 19 de março de 2007, e 12.350, de 20 de dezembro de 2010, e a Medida Provisória</p><p>no 2.185-35, de 24 de agosto de 2001; e revoga dispositivos da Lei no 9.649, de 27 de maio de</p><p>1998. Diário Oficial, 10 ago. 2011. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/Lei/L12462.htm. Acesso em: 8</p><p>fev.2019.</p><p>______. Lei n° 14.133, de 1º de abril de 2021. Lei de Licitações e Contratos</p><p>Administrativos. Diário Oficial de 01 de abril de 2021. Disponível em:</p><p>https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/lei-n-14.133-de-1-de-abril-de-2021-311876884.</p><p>Acesso em: 10 abril de 2023.</p><p>BRASIL. Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Portaria nº 443, de 27 de</p><p>dezembro de 2018. Estabelece os serviços que serão preferencialmente objeto de execução</p><p>indireta, em atendimento ao disposto no art. 2º do Decreto nº 9.507, de 21 de setembro de</p><p>2018. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 28 dez. 2018. Disponível:</p><p>http://tst.jus.br/documents/10157/24748760/MPDG+-</p><p>+Portaria+n%C2%BA+443%2C+de+27.12.2018%2C+DOU+1+de+28.12.2018/63a2037f-e0df-</p><p>5c44-ef69-1a1fc40ebc55?version=1.1&download=true>. Acesso em: 11 fev.2019.</p><p>______. Decreto-lei nº 2.300, de 21 de novembro de 1986. Dispõe sobre licitações e contratos</p><p>da Administração Federal e dá outras providências. Diário Oficial, 27 jul. 1987. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2300-86.htm. Acesso em: 8 fev.2019.</p><p>______. Decreto nº 3.555, de 8 de agosto de 2000. Aprova o Regulamento para a modalidade</p><p>de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns. Diário Oficial, 9</p><p>ago. 2000. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3555.htm. Acesso em:</p><p>8 fev.2019.</p><p>______. Decreto nº 9.507, de 21 de setembro de 2018. Dispõe sobre a execução indireta,</p><p>mediante contratação, de serviços da administração pública federal direta, autárquica e</p><p>fundacional e das empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas pela</p><p>União. Diário Oficial, 9 ago. 2000. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Decreto/D9507.htm. Acesso em: 8</p><p>fev.2019.</p><p>______. Decreto nº 10.024, de 27 de outubro de 2022. Regulamenta a licitação, na modalidade</p><p>pregão, na forma eletrônica, para a aquisição de bens e a contratação de serviços comuns,</p><p>incluídos os serviços comuns de engenharia, e dispõe sobre o uso da dispensa eletrônica, no</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/Lei/L12462.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/</p><p>http://www/</p><p>85</p><p>âmbito da administração pública federal. Diário Oficial, 23 set. 2019. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/d10024.htm. Acesso</p><p>em: 10 abr. 2023.</p><p>______. Decreto nº 11.246, de 20 de setembro de 2019. Regulamenta o disposto no § 3º do art.</p><p>8º da Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, para dispor sobre as regras para a atuação do</p><p>agente de contratação e da equipe de apoio, o funcionamento da comissão de contratação e a</p><p>atuação dos gestores e fiscais de contratos, no âmbito da administração pública federal direta,</p><p>autárquica e fundacional. Diário Oficial, 31 out. 2022. Disponível em:</p><p>https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/decreto-n-11.246-de-27-de-outubro-de-2022-</p><p>440217660. Acesso em: 10 abr. 2023.</p><p>_____ Tribunal de Contas da União. Acórdão n° 634/2006. Primeira Câmara. Relator: Marcos</p><p>Vinicios Vilaça. Data da sessão: 28/03/2006. Disponível em:</p><p>https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/#/detalha-</p><p>mento/11/%252a/NUMACORDAO%253A634%2520ANOACORDAO%253A2006/DTRELEVAN</p><p>CIA%2520desc%-2520NUMACORDAOINT%2520desc/false/2/false. Acesso em: 1 jul. 2017.</p><p>______. Tribunal de Contas da União. Acórdão nº 634/2007. Plenário. Relator: Augusto Nardes.</p><p>Data da sessão: 18/04/2007. Disponível em:</p><p>https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/#/detalhamento/11/252a/NU-MACORDAO</p><p>253A6342520ANOACORDAO253A2007/DTRELEVANCIA2520desc%252C2520NUMACOR-</p><p>DAOINT%2520desc/false/1/false. Acesso em: 1 jul. 2017.</p><p>______. Tribunal de Contas da União. Acórdão nº 670/2008. Plenário. Relator: BENJAMIN</p><p>ZYMLER. Data da sessão: 16/04/2008. Disponível em:</p><p>https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/#/detalhamento/11/252a/NUMACORDAO</p><p>253A6702520ANOACORDAO253A2008/DTRELEVANCIA2520desc252C2520NUMA-</p><p>CORDAOINT%2520desc/false/1/false. Acesso em: 1 jul. 2017.</p><p>______. Tribunal de Contas da União. Acórdão nº 1.632/2009. Plenário. Relator: MARCOS</p><p>BEMQUERER. Data da sessão: 22/07/2009. Disponível em:</p><p>https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/#/detalhamento/11/ 252a/ NUMACORDAO</p><p>253A16322520ANOACORDAO253A2009/DTRELEVANCIA2520desc%252C2520NUMA-</p><p>CORDAOINT%2520desc/false/2/false. Acesso em: 1 jul. 2017.</p><p>______. Tribunal de Contas da União. Acórdão nº 3.002/2010. Plenário. Relator: José Jorge.</p><p>Data da sessão: 10/11/2010. Disponível em:</p><p>https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/#/detalhamento/11/252a/NU-MACORDAO</p><p>253A3002 2520ANOACORDAO 253A2010/DTRELEVANCIA2520desc252C2520NUMACOR-</p><p>DAOINT%2520desc/false/1/false. Acesso em: 1 jul. 2017.</p><p>https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/%23/detalhamento/11/%252a/NUMACORDAO%253A634%2520ANOACORDAO%253A2006/DTRELEVANCIA%2520desc%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/false/2/false</p><p>https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/%23/detalhamento/11/%252a/NUMACORDAO%253A634%2520ANOACORDAO%253A2006/DTRELEVANCIA%2520desc%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/false/2/false</p><p>https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/%23/detalhamento/11/%252a/NUMACORDAO%253A634%2520ANOACORDAO%253A2006/DTRELEVANCIA%2520desc%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/false/2/false</p><p>https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/%23/detalhamento/11/%252a/NUMACORDAO%253A634%2520ANOACORDAO%253A2006/DTRELEVANCIA%2520desc%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/false/2/false</p><p>https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/%23/detalhamento/11/%252a/NUMACORDAO%253A634%2520ANOACORDAO%253A2007/DTRELEVANCIA%2520desc%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/false/1/false</p><p>https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/%23/detalhamento/11/%252a/NUMACORDAO%253A634%2520ANOACORDAO%253A2007/DTRELEVANCIA%2520desc%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/false/1/false</p><p>https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/%23/detalhamento/11/%252a/NUMACORDAO%253A634%2520ANOACORDAO%253A2007/DTRELEVANCIA%2520desc%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/false/1/false</p><p>https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/%23/detalhamento/11/%252a/NUMACORDAO%253A670%2520ANOACORDAO%253A2008/DTRELEVANCIA%2520desc%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/false/1/false</p><p>https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/%23/detalhamento/11/%252a/NUMACORDAO%253A670%2520ANOACORDAO%253A2008/DTRELEVANCIA%2520desc%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/false/1/false</p><p>https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/%23/detalhamento/11/%252a/NUMACORDAO%253A670%2520ANOACORDAO%253A2008/DTRELEVANCIA%2520desc%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/false/1/false</p><p>https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/%23/detalhamento/11/%252a/NUMACORDAO%253A1632%2520ANOACORDAO%253A2009/DTRELEVANCIA%2520desc%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/false/2/false</p><p>https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/%23/detalhamento/11/%252a/NUMACORDAO%253A1632%2520ANOACORDAO%253A2009/DTRELEVANCIA%2520desc%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/false/2/false</p><p>https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/%23/detalhamento/11/%252a/NUMACORDAO%253A1632%2520ANOACORDAO%253A2009/DTRELEVANCIA%2520desc%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/false/2/false</p><p>https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/%23/detalhamento/11/%252a/NUMACORDAO%253A3002%2520ANOACORDAO%253A2010/DTRELEVANCIA%2520desc%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/false/1/false</p><p>https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/%23/detalhamento/11/%252a/NUMACORDAO%253A3002%2520ANOACORDAO%253A2010/DTRELEVANCIA%2520desc%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/false/1/false</p><p>https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/%23/detalhamento/11/%252a/NUMACORDAO%253A3002%2520ANOACORDAO%253A2010/DTRELEVANCIA%2520desc%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/false/1/false</p><p>86</p><p>______. Tribunal de Contas da União. Acórdão nº 1.214/2013. Plenário. Relator: Aroldo Cedraz.</p><p>Data da sessão: 22/05/2013. Disponível em:</p><p>https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/#/detalhamento/11/252a/NU-MACORDAO</p><p>253A1214 2520ANOACORDAO 253A2013/DTRELEVANCIA 2520desc 252C 2520NUMACOR-</p><p>DAOINT%2520desc/false/1/false. Acesso em: 1 jul. 2017.</p><p>______. Superior Tribunal de Justiça. Mandado de Segurança 13.964/DF. Relator: Ministro</p><p>Teori Albino Zavascki. Data do Julgamento: 13/05/2009. Disponível em:</p><p>https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/4125065/mandado-de-seguranca-ms-13964-df-2008-</p><p>0250430-0/inteiro-teor-12209916?ref=juris-tabs. Acesso em: 1 jul. 2017.</p><p>______. Tribunal de Contas da União. Súmula nº 257/2010. Data da sessão: 28/04/2010.</p><p>Disponível em: http://www.agu.gov.br/page/download/index/id/2826661. Acesso em: 29 jun.</p><p>2016.</p><p>_____. Tribunal Superior do Trabalho. Súmula nº 331/2011. Disponível em:</p><p>http://www3.tst.jus.br/jurispru-dencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_301_350.html#SUM-</p><p>331. Acesso em: 1 jul. 2016.</p><p>______. Advocacia-Geral da União. Orientação Normativa NAJ-MG nº 28, de 17 de março de</p><p>2009. Disponível em: http://agu.gov.br/page/content/detail/id_conteudo/82213. Acesso em: 8</p><p>fev.2019.</p><p>______. Advocacia-Geral da União. Orientação Normativa CJU-MG Nº 13, de 17 de março de</p><p>2009. Disponível em: http://agu.gov.br/page/content/detail/id_conteudo/82213. Acesso em: 8</p><p>fev.2019.</p><p>______. Advocacia-Geral da União. Orientação Normativa AGU nº 3, de 1º de abril de 2009.</p><p>Disponível em: http://www.agu.gov.br/page/atos/detalhe/idato/189164. Acesso em: 8 fev.2019.</p><p>______. Advocacia-Geral da União. Orientação Normativa AGU nº 39, de 13 de dezembro de</p><p>2011. Disponível em: http://www.agu.gov.br/atos/detalhe/418810. Acesso em: 8 fev.2019.</p><p>______. Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Instrução Normativa nº 05, de</p><p>26 de maio de 2017. Ementa: dispõe sobre regras e diretrizes do procedimento de contratação</p><p>de serviços sob o regime de execução indireta no âmbito da Administração Pública federal</p><p>direta, autárquica e fundacional. Disponível em:</p><p>https://www.comprasgovernamentais.gov.br/index.php/legislacao/instrucoes-normativas/760-</p><p>instrucao-normativa-n-05-de-25-de-maio-de-2017. Acesso em: 8 fev.2019.</p><p>CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Atlas,</p><p>2018.</p><p>https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/%23/detalhamento/11/%252a/NUMACORDAO%253A1214%2520ANOACORDAO%253A2013/DTRELEVANCIA%2520desc%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/false/1/false</p><p>https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/%23/detalhamento/11/%252a/NUMACORDAO%253A1214%2520ANOACORDAO%253A2013/DTRELEVANCIA%2520desc%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/false/1/false</p><p>https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/%23/detalhamento/11/%252a/NUMACORDAO%253A1214%2520ANOACORDAO%253A2013/DTRELEVANCIA%2520desc%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/false/1/false</p><p>https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/4125065/mandado-de-seguranca-ms-13964-df-2008-0250430-0/inteiro-teor-12209916?ref=juris-tabs</p><p>https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/4125065/mandado-de-seguranca-ms-13964-df-2008-0250430-0/inteiro-teor-12209916?ref=juris-tabs</p><p>http://www.agu.gov.br/page/download/index/id/2826661</p><p>http://www.agu.gov.br/page/download/index/id/2826661</p><p>http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_301_350.html#SUM-331</p><p>http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_301_350.html#SUM-331</p><p>http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_301_350.html#SUM-331</p><p>http://agu.gov.br/page/content/detail/id_conteudo/82213</p><p>http://agu.gov.br/page/content/detail/id_conteudo/82213</p><p>http://www.agu.gov.br/page/atos/detalhe/idato/189164</p><p>http://www.agu.gov.br/atos/detalhe/418810</p><p>87</p><p>COUTO E SILVA, Almiro. Os indivíduos e o Estado na</p><p>realização das tarefas públicas.</p><p>RDA nº 209, 1997.</p><p>DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2018.</p><p>Parcerias na Administração Pública. São Paulo: Atlas. 2015.</p><p>ESCOLA VIRTUAL SIASG. Disponível em:</p><p>https://www.comprasgovernamentais.gov.br/index.php/capacitacao. Acesso em: 8 fev.2019.</p><p>ENAP. Disponível em: http://www.enap.gov.br/. Acesso em: 8 fev.2019.</p><p>GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva. 2008.</p><p>ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Decreto Estadual nº 48.817, de 24 de novembro de 2023.</p><p>Regulamenta a gestão e a fiscalização das contratações no âmbito da administração pública</p><p>estadual direta, autárquica e fundacional e dá outras providências. Diário Oficial, 27 nov. 2023.</p><p>Disponível em: https://www.ioerj.com.br/portal/modules/conteudoonline/do_seleciona_data.php.</p><p>Acesso em: 13 mai. 2024.</p><p>______. Enunciado PGE-RJ nº 14. Diário Oficial, de 12 maio 2016. Disponível em:</p><p>https://www.pge.rj.gov.br/entendimentos/enunciados. Acesso em: 10 out. 2016.</p><p>______. Enunciado PGE-RJ nº 32/15. Diário Oficial, 28 outubro 2015. Disponível em:</p><p>https://www.pge.rj.gov.br/entendimentos/enunciados. Acesso em: 10 out. 2016.</p><p>JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. São</p><p>Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.</p><p>MOTTA, Carlos Pinto Coelho. Eficácia nas licitações e contratos. Belo Horizonte: Del Rey,</p><p>1999.</p><p>MOTTA, Fernando C. Prestes. Teoria Geral da Administração. São Paulo: Pioneira, 1973.</p><p>NOGUEIRA, Marco Aurélio. As possibilidades da política. São Paulo: Paz e Terra, 1998.</p><p>SANTANA, Jair Eduardo. Termo de Referência. 2 ed. Curitiba: Editora NP, 2010.</p><p>TORRES, Marcelo Douglas de Figueiredo. Agências, contratos e OSCIPS a experiência</p><p>pública brasileira. Rio de Janeiro: FGV, 2006.</p><p>https://www.comprasgovernamentais.gov.br/index.php/capacitacao</p><p>http://www.enap.gov.br/</p><p>https://www.ioerj.com.br/portal/modules/conteudoonline/do_seleciona_data.php</p><p>https://www.pge.rj.gov./</p><p>https://www.pge.rj.gov.br/entendimentos/enunciados</p><p>https://www.pge.rj.gov.br/entendimentos/enunciados</p><p>https://www.pge.rj.gov.br/entendimentos/enunciados</p><p>88</p><p>TORRES JUNIOR, Jessé Pereira. Palestra “Gestão dos Contratos Administrativos - A</p><p>Figura do Gestor Contratual: Perfil e Atribuições Típicas”, proferida em “Painel de Debates</p><p>nas Jornadas de Estudos NDJ de Direito Administrativo”, realizado no dia 26 de outubro de</p><p>2006, em São Paulo – SP (publicação: BDM – Boletim de Direito Municipal – março/2007).</p><p>WEBER, Max. Ciência e Política: Duas vocações. São Paulo: Cultrix, 2000.</p><p>WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Companhia das</p><p>Letras, 2004.</p><p>89</p><p>LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS</p><p>AGU Advocacia-Geral da União</p><p>ALERJ Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro</p><p>art. Artigo/Artigos</p><p>CEIS Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas</p><p>CF Constituição Federal</p><p>CGM Controladoria Geral do Município</p><p>COI Comitê Olímpico Internacional</p><p>CJU-MG Consultoria-Jurídica da União no Estado de Minas Gerais</p><p>EMOP Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro</p><p>ENAP Escola Nacional de Administração Pública</p><p>FIFA Federação Internacional de Futebol Associação</p><p>inc. Inciso/Incisos</p><p>MPDG Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão</p><p>MS Mandado de Segurança</p><p>NAJ-MG Núcleo de Assessoramento Jurídico no Estado de Minas Gerais</p><p>OCIP Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público</p><p>OS Organizações Sociais</p><p>PAC Programa de Aceleração Crescimento</p><p>PGE-RJ Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro</p><p>90</p><p>PPA Plano Plurianual</p><p>RDC Regime Diferenciado de Contratações</p><p>SIASG Sistema Integrado de Administração e Serviços Gerais</p><p>STJ Superior Tribunal de Justiça</p><p>TCE-RJ Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro</p><p>TCU Tribunal de Contas da União</p><p>TRF Tribunal Regional Federal</p><p>TST Tribunal Superior do Trabalho</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>MÓDULO 2 - Contratos e Prerrogativas Administrativas: Explorando a Legislação</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>2.1. Conceitos de contrato e convênio administrativo</p><p>2.2. Tipos de contratos</p><p>2.2.1. Contratos de direito privado e contrato administrativo</p><p>> Supremacia do Poder Público sobre o Particular;</p><p>> Mutabilidade das Cláusulas Regulamentares;</p><p>> Legalidade;</p><p>2.2.2 Classificação dos contratos</p><p>2.3. Modalidades de contratos</p><p>2.4. Formalização de contratos</p><p>2.4.1. Contratos na Lei nº 8.666/93</p><p>2.4.2. Contratos na Lei nº 14.133/21</p><p>2.5. Requisitos relevantes</p><p>2.5.1. Garantias na Lei nº 8.666/93</p><p>2.5.2. Garantias na Lei nº 14.133/21</p><p>2.5.3. Prerrogativas da Administração</p><p>2.5.4. Modificações nos contratos</p><p>d) Manutenção do equilíbrio contratual</p><p>2.5.5. Duração dos contratos na Lei nº 8.666/93</p><p>2.5.6. Duração dos contratos na Lei nº 14.133/21</p><p>2.5.7. Reajuste, revisão e repactuação dos contratos</p><p>Orçamento</p><p>2.5.8. O fiscal e o preposto</p><p>2.5.9. Fiscalização das obrigações fiscais, trabalhistas e previdenciárias</p><p>2.5.10. Inexecução e rescisão dos contratos na Lei nº 8.666/93</p><p>2.5.11. Extinção dos contratos na Lei nº 14.133/21</p><p>2.5.12. Sanções administrativas</p><p>2.5.13. Sanções na Lei nº 14.133/21</p><p>RECAPITULANDO</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS</p><p>por elas até a extinção ou rescisão dos respectivos contratos. Ou</p><p>seja, excluindo-se a hipótese de decisões em contrário emanadas pelo Poder Judiciário</p><p>ou por Tribunais Superiores, gestores e fiscais de contratos não poderão abandonar em</p><p>definitivo as regras das leis revogadas;</p><p>2 – Além da Lei nº 14.133/21, esta apostila também cita alguns decretos que</p><p>regulamentam artigos específicos da norma e que são relevantes para a adequada</p><p>compreensão da matéria.</p><p>Considerando, porém, tratar-se de uma lei nova, esta apostila não contempla</p><p>jurisprudência, Acórdãos ou Decisões dos Tribunais Superiores, lacuna a ser suprida por</p><p>meio de material complementar na medida em que a aplicação da norma possibilite a</p><p>consolidação de precedentes sobre temas controversos que integram o texto legal.</p><p>8</p><p>Alguns recursos didáticos foram pensados e desenvolvidos para proporcionar um maior</p><p>aproveitamento do curso. Confira quais são abaixo:</p><p>6</p><p>MÓDULO 2</p><p>Contratos e Prerrogativas Administrativas: Explorando</p><p>a Legislação</p><p>10</p><p>MÓDULO 2 - Contratos e Prerrogativas</p><p>Administrativas: Explorando a Legislação</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Prezado aluno,</p><p>Bem-vindo ao Módulo 2: Contratos e Prerrogativas Administrativas: Explorando a</p><p>Legislação.</p><p>Nesse Módulo, vamos explorar com base no ordenamento jurídico vigente, alguns artigos das</p><p>Leis nº 8.666/93 e nº 14.133/21, em especial aqueles que tratam da formalização dos contratos,</p><p>das prerrogativas da Administração, das sanções administrativas, da garantia contratual, da</p><p>duração dos contratos, entre outros. Abordaremos os assuntos considerando a ordem</p><p>cronológica dos acontecimentos, ou seja, as etapas do processo de contração. Sendo assim,</p><p>não seguiremos a sequência de artigos da legislação.</p><p>E, para tanto, faz-se imprescindível que você leia atentamente esta apostila e realize as</p><p>atividades propostas. Então, vamos começar?</p><p>Lembre-se de que você é a pessoa mais importante neste processo de</p><p>aprendizagem!</p><p>11</p><p>2.1. Conceitos de contrato e convênio administrativo</p><p>Convênios e contratos são acordos diferentes. Veremos, ao longo deste tópico, essa diferença.</p><p>Podemos afirmar que convênio é um acordo entre órgãos públicos e outras instituições (públicas</p><p>ou privadas) cuja finalidade é a regulamentação da existência de interesses convergentes a fim</p><p>de que atuem juntos no atendimento a uma demanda da sociedade.</p><p>Convênio trata-se, então, de uma união entre o Poder Público e uma instituição quando ambos</p><p>têm o mesmo interesse no atendimento de uma demanda da sociedade.</p><p>A principal característica do convênio é o repasse de recursos do Poder Público para a instituição</p><p>a qual, por sua vez, não pode gerar lucros e deve prestar contas dos valores recebidos, além de</p><p>elaborar relatórios do serviço prestado.</p><p>Então, de forma geral, o que significa contrato?</p><p>De acordo com Marçal Justen Filho (2016, p. 673), “O contrato administrativo identifica-se como</p><p>um acordo de vontades entre um Órgão da Administração Pública e um particular, que produz</p><p>direitos e obrigações para ao menos uma das partes”.</p><p>12</p><p>Vimos, no módulo 1, que cada vez mais o Estado tem buscado parceiros privados para atender</p><p>às demandas da sociedade. Essa parceria entre órgãos públicos e empresas é formalizada por</p><p>meio de contrato.</p><p>Os contratos estabelecidos pelos órgãos públicos são chamados de contratos públicos. Almiro</p><p>do Couto e Silva (1997, p. 64) propõe uma definição interessante de contrato público: “O contrato</p><p>público é o instrumento jurídico que permite ao Estado realizar os fins a que se propõe,</p><p>constituindo-se o instrumento por excelência da ação administrativa”.</p><p>A Lei nº 8.666/93 define contrato da seguinte maneira:</p><p>Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração</p><p>Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de</p><p>obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.</p><p>(parágrafo único, art. 2º, Lei nº 8.666/93)</p><p>Por já se encontrar sedimentado na doutrina a Lei nº 14.133/21 não se ocupou da definição de</p><p>contrato, mas estabeleceu a definição para uma nova modalidade, conforme inc. LIII do art. 6º:</p><p>LIII - contrato de eficiência: contrato cujo objeto é a prestação de serviços, que pode incluir a realização de</p><p>obras e o fornecimento de bens, com o objetivo de proporcionar economia ao contratante, na forma de redução</p><p>de despesas correntes, remunerando o contratado com base em percentual da economia gerada;</p><p>(inc. LIII, art. 6º, Lei nº 14.133/21)</p><p>Percebemos que, segundo a Lei nº 8.666/93, o que define o contrato é a existência de obrigações</p><p>recíprocas tanto para o Poder Público quanto para o Particular e essa dinâmica não muda com</p><p>a aplicação da Lei nº 14.133/21.</p><p>Podemos esquematizar a diferença entre convênio e contrato da seguinte maneira:</p><p>13</p><p>Convênio: é caracterizado por interesses comuns, sem fins lucrativos.</p><p>OBJETIVOS</p><p>Contrato: é caracterizado por interesses contrapostos no sentido de que o Poder Público visa à</p><p>obtenção de um "serviço", ao passo que o Particular visa, entre outros, o retorno financeiro</p><p>decorrente da execução do contrato.</p><p>14</p><p>2.2. Tipos de contratos</p><p>Neste tópico, vamos conhecer os principais tipos de contratos previstos.</p><p>2.2.1. Contratos de direito privado e contrato administrativo</p><p>Podemos afirmar que os contratos da Administração são divididos em contratos de direito</p><p>privado e contratos administrativos.</p><p>Contratos de direito privado – são aqueles em que a Administração Pública se nivela ao</p><p>Particular e a relação jurídica é marcada pela horizontalidade.</p><p>Vejamos um esquema que mostra a relação de horizontalidade entre as partes do contrato de</p><p>direito privado:</p><p>Por meio do esquema que ilustra uma estrutura organizacional hierárquica, percebemos que,</p><p>nos contratos de direito privado, a relação jurídica entre o Poder Público e Particular é</p><p>caracterizada pela horizontalidade, pois há equivalência entre as partes.</p><p>Esse contrato tem três princípios:</p><p>> Autonomia entre as Partes;</p><p>> Autonomia da Vontade;</p><p>> Força Obrigatória das Convenções.</p><p>15</p><p>O Princípio da Autonomia entre as Partes diz respeito à</p><p>relação de igualdade marcada pela horizontalidade do</p><p>contrato. O Princípio da Autonomia da Vontade está ligado à</p><p>liberdade que o Particular tem de assinar ou não o contrato.</p><p>Já o Princípio da Força Obrigatória das Convenções (pacta</p><p>sunt servanda6) se refere ao cumprimento do contrato, ou</p><p>seja, o que está estabelecido no contrato deve ser cumprido.</p><p>São exemplos de contratos de direito privado: contratos de doação, seguro, financiamento,</p><p>permuta e locação (quando o Poder Público é locatário). Dos contratos exemplificados, o mais</p><p>recorrente na Administração Pública é o de locação em que a Administração Pública é locatária,</p><p>ou seja, a inquilina.</p><p>Contratos administrativos – são aqueles em que a Administração age como Poder Público,</p><p>tutelando (protegendo) o interesse geral e exercendo o seu poder de império sobre o Particular</p><p>em uma relação jurídica marcada pela verticalidade segundo o regime jurídico de direito público.</p><p>Vejamos um esquema que mostra a relação de verticalidade entre as partes do contrato:</p><p>Por meio do esquema que ilustra uma estrutura organizacional hierárquica, percebemos que,</p><p>nos contratos administrativos, a relação jurídica entre o Poder Público e Particular é</p><p>16</p><p>caracterizada pela verticalidade, pois a Administração ocupa uma posição de supremacia jurídica</p><p>em relação ao Particular.</p><p>O contrato administrativo tem como característica três princípios:</p><p>> Supremacia do Poder Público sobre o Particular;</p><p>> Mutabilidade das Cláusulas</p><p>Regulamentares;</p><p>> Legalidade;</p><p>O Princípio da Supremacia do Poder Público sobre o Particular diz respeito ao excesso de poder</p><p>da Administração Pública em relação ao particular. Nesse compasso o art. 58 da Lei nº 8.666/93,</p><p>estabeleceu as prerrogativas que foram mantidas pelo art. 104 da Lei nº 14.133/21. O Princípio</p><p>da Mutabilidade das Cláusulas Regulamentares está relacionado aos incisos do art. 65 da Lei nº</p><p>8.666/93, bem assim do art. 124 da Lei nº 14.133/21 as quais permitem alterações contratuais</p><p>unilaterais e bilaterais. Por fim, o Princípio da Legalidade restringe as alterações aos limites</p><p>estabelecidos no § 1º art. 65 da Lei nº 8.666/93 e art. 125 da Lei nº 14.133/21.</p><p>A expressão "prerrogativas da administração" resume as regras previstas nos incisos do art. 58</p><p>da Lei nº 8.666/93 bem como, incisos do art. 104 da Lei nº 14.133/21, os quais conferem à</p><p>Administração as seguintes prerrogativas:</p><p>- Modificar o contrato;</p><p>II - Rescindir ou extinguir o contrato;</p><p>III - Fiscalizar a execução do objeto;</p><p>IV- Aplicar punições à contratada;</p><p>17</p><p>V – Ocupar provisoriamente bens móveis e imóveis e utilizar pessoal e serviços vinculados ao</p><p>objeto, em determinadas hipóteses.</p><p>Observe o esquema a seguir que resume os tipos de contrato da Administração:</p><p>2.2.2 Classificação dos contratos</p><p>De forma geral, os contratos podem ser classificados como contrato escrito e contrato solene.</p><p>Contrato escrito – é aquele lavrado nas repartições públicas interessadas. Temos como</p><p>exemplo os contratos administrativos.</p><p>18</p><p>Contrato solene – é aquele lavrado no cartório de notas. Temos como exemplo os contratos de</p><p>compra e venda de imóveis.</p><p>De acordo com o art. 60 da Lei nº 8.666/93, não é necessário o estabelecimento de contrato</p><p>escrito ou solene para as aquisições de pequenas compras de pronto pagamento cujo valor não</p><p>seja superior a 5% do limite estabelecido no art. 23, inc. II, alínea “a” da Lei n° 8666/93 e cujo</p><p>pagamento esteja sob regime de adiantamento.</p><p>No mesmo sentido, o §2º do art. 95 da Lei nº 14.133/21 dispensa o contrato escrito nos seguintes</p><p>termos:</p><p>§ 2º É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras ou o de</p><p>prestação de serviços de pronto pagamento, assim entendidos aqueles de valor não superior a R$ 10.000,00</p><p>(dez mil reais).</p><p>(§2º, art. 95 da Lei nº 14.133/21)</p><p>Tanto o contrato escrito quanto o contrato solene devem ser publicados</p><p>na imprensa oficial ou no Portal Nacional de Contratações Públicas</p><p>(PNCP).</p><p>De acordo com o parágrafo único, art. 61 da Lei nº 8.666/93, “a publicação resumida do</p><p>instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição</p><p>indispensável para sua eficácia [...]”.</p><p>Outrossim, conforme art. 94 da Lei nº 14.133/21, a divulgação no Portal Nacional de</p><p>Contratações Públicas (PNCP) é condição indispensável para a eficácia do contrato.</p><p>É válido destacar que eficácia é diferente de vigência. Eficácia é a potencialidade de produção</p><p>de efeitos jurídicos, ao passo que vigência é o período no qual o adimplemento do contrato</p><p>permanece obrigatório entre as partes. Adimplemento diz respeito ao processo de cumprimento</p><p>das obrigações contratuais.</p><p>19</p><p>Veja a seguir um esquema que resume os contratos da Administração:</p><p>SAIBA MAIS!</p><p>https://tcerj365-my.sharepoint.com/personal/marciac_tcerj_tc_br/Documents/CPE/Produtos/ECG_Online/GestaoFiscalizacaoContratos/2024/revisao/bdjur.stj.jus.br/jspui/handle/2011/115800</p><p>20</p><p>2.3. Modalidades de contratos</p><p>Os contratos administrativos podem ser classificados de acordo com o tipo de "serviço" e de</p><p>relação entre contratante e contratado. Dessa forma, conforme a legislação, enumeramos a</p><p>seguir algumas modalidades de contratos administrativos, como uma relação exemplificativa que</p><p>alberga a maioria dos instrumentos contemplados pelo ordenamento jurídico vigente:</p><p> Contrato de concessão;</p><p> Contrato de compra;</p><p> Contrato de fornecimento;</p><p> Contrato de obra pública;</p><p> Contrato de serviço;</p><p> Contrato de gestão;</p><p> Termo de parceria;</p><p> Contrato de programa;</p><p> Contrato de eficiência.</p><p>Vejamos, a seguir, cada um deles.</p><p>Contrato de concessão – o que caracteriza o contrato de concessão é a transferência da</p><p>atribuição de executar uma atividade pública de interesse social para uma empresa particular. Di</p><p>Pietro (2015, p. 335) define contrato de concessão da seguinte maneira:</p><p>Contrato administrativo pelo qual a Administração confere ao particular a execução remunerada de serviço</p><p>público ou de obra pública, ou lhe cede o uso de um bem público, para que o explore por sua conta e risco, pelo</p><p>prazo e nas condições regulamentares e contratuais.</p><p>(DI PIETRO, 2015, p. 335)</p><p>Um exemplo característico desse tipo de contrato são os contratos de transporte público de</p><p>passageiros: ônibus, barcas, trens, rodovias e outros.</p><p>Contrato de compra – pode ser definido como o instrumento por excelência de criação da</p><p>obrigação de entregar algo, enquanto obras e serviços produzem a obrigação de fazer.</p><p>21</p><p>Nesse tipo de contratação, a empresa privada tem por obrigação a entrega do produto em um</p><p>local específico, escolhido pelo Órgão Público o qual, por sua vez, tem por obrigação a atestação</p><p>das notas para providenciar futuramente a realização do pagamento.</p><p>Contrato de fornecimento – constitui uma variação do contrato de compra. A obrigação de</p><p>entregar algo é preponderante, mas vem acompanhada pela obrigação de fazer, que constitui</p><p>uma prestação de serviço acessória.</p><p>Nesse tipo de contração, à empresa privada poderá ser imputada a obrigação de distribuir os</p><p>produtos nos locais específicos em que serão utilizados.</p><p>É importante destacar que, nesse caso, a obrigação de entregar algo continua sendo</p><p>preponderante e acompanhada por uma obrigação acessória de fazer. No caso exemplificado, a</p><p>obrigação de fazer está relacionada à logística de distribuição dos insumos.</p><p>Contrato de serviço – é todo contrato em que a atividade predomina sobre o material</p><p>empregado. Segundo o inc. XI, art. 6º da Lei nº 14.133/21:</p><p>Atividade ou conjunto de atividades destinadas a obter determinada utilidade, intelectual ou material, de</p><p>interesse da Administração;</p><p>(inc. XI, art. 6º, Lei nº 14.133/21)</p><p>22</p><p>Contrato de obra pública – é o contrato por meio do qual a Administração realiza uma</p><p>construção, reforma, ampliação ou recuperação de um imóvel público ou um imóvel destinado</p><p>ao serviço público.</p><p>Contrato de gestão – na definição estabelecida pelo art. 5º da Lei nº 9.637/98, o contrato de</p><p>gestão é o instrumento firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada como Organização</p><p>Social (OS), com vistas à formação de parceria para fomento e execução de atividades</p><p>relacionadas às áreas de ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e</p><p>preservação do meio ambiente, cultura e saúde.</p><p>Vale comentar que, de acordo com o art. 1º da Lei nº 9.637/98, organizações sociais são</p><p>“pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao</p><p>ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio</p><p>ambiente, à cultura e à saúde [...]”.</p><p>A característica fundamental do contrato de gestão são as metas de desempenho na consecução</p><p>de serviços as quais devem ser cumpridas pelas OS por terem autonomia gerencial na</p><p>administração dos recursos financeiros repassados pela Administração Pública.</p><p>Termo de parceria – na definição estabelecida pelo art. 9º da Lei nº 9.790/99, o Termo de parceria é:</p><p>[...] o instrumento passível de ser firmado entre o Poder Público e as entidades qualificadas como Organizações</p><p>da Sociedade Civil de Interesse Público destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para</p><p>o fomento e a execução das atividades de interesse público previstas no art. 3º desta Lei.</p><p>(art. 9º, Lei</p><p>nº 9.790/99)</p><p>O Termo de parceria e o Contrato de gestão são parecidos. Entretanto, o Contrato de gestão é</p><p>a denominação dada aos contratos firmados entre Poder Público e OS (Organizações Sociais),</p><p>ao passo que o Termo de parceria está relacionado a contratos firmados entre Poder Público e</p><p>OSCIPs (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público).</p><p>Contrato de programa – o contrato de programa foi instituído pela Lei nº 11.107/05. Segundo o</p><p>art. 13 dessa Lei, o contrato de programa é o instrumento por meio do qual os entes da Federação</p><p>constituirão obrigações entre si ou com o consórcio público, “no âmbito da gestão associada em</p><p>23</p><p>que haja a prestação de serviços públicos ou transferência total ou parcial de encargos, serviços,</p><p>pessoal ou de bens necessários à continuidade dos serviços transferidos” (art. 13, Lei nº</p><p>11.107/05). A natureza jurídica desse contrato é de convênio.</p><p>Destacamos que esse tipo de contrato tem sido muito utilizado por municípios vizinhos que juntos</p><p>tentam buscar uma solução comum.</p><p>Contrato de eficiência – o contrato de eficiência foi instituído pelo inc. LIII do art. 6º da Lei nº</p><p>14.133/21, constituindo-se de um tipo de ajuste de prestação de serviços, que pode incluir a</p><p>realização de obras e o fornecimento de bens, com o objetivo de proporcionar economia ao</p><p>contratante, na forma de redução de despesas correntes, remunerando o contratado com base</p><p>em percentual da economia gerada.</p><p>24</p><p>2.4. Formalização de contratos</p><p>2.4.1. Contratos na Lei nº 8.666/93</p><p>De maneira ampla, a formalização de contrato diz respeito a todo o processo de documentação</p><p>e especificação contratual que faz parte da contratação.</p><p>Todo contrato deve estabelecer, de acordo com o art. 55 da Lei nº 8.666/93, as seguintes</p><p>cláusulas:</p><p>> Objeto – é preciso definir, de forma clara e objetiva, o que será contratado, ou seja, o tipo de</p><p>serviço ou produto.</p><p>> Regime de execução – é preciso definir como será a execução do contrato que pode ser direta</p><p>ou indireta, empreitada integral por preço global ou por preço unitário.</p><p>> Preço – é preciso definir o valor da contratação, estabelecendo o preço global e unitário, se</p><p>for o caso, e a maneira como esse valor será pago.</p><p>> Prazos – é preciso estabelecer, por exemplo, os prazos de início de etapas de execução, de</p><p>conclusão, de entrega e outros. O cronograma-físico financeiro constitui uma forma de vincular</p><p>os pagamentos às etapas de execução.</p><p>> Crédito pelo qual correrá a despesa – é preciso descrever de onde provêm os recursos para</p><p>pagar as despesas, qual é o programa de trabalho. A Lei nº 8.666/93, no art. 7º, § 2º, inc. III,</p><p>exige para a realização da licitação a existência de "previsão de recursos orçamentários que</p><p>assegurem o pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executadas</p><p>no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma".</p><p>25</p><p>> Garantias – sua exigência é uma prerrogativa da Administração de acordo com o art. 56 da</p><p>Lei nº 8.666/93. Assim, se a garantia for exigida, seu recolhimento deverá ser comprovado pela</p><p>empresa contratada. Esse item será explicado de forma mais detalhada no tópico que trata das</p><p>garantias.</p><p>> Direitos e responsabilidades – devem ser descritos os direitos e as responsabilidades da</p><p>empresa contratada.</p><p>> Casos de rescisão – devem ser descritos os casos de rescisão previstos pelos art. 78 e 79 da</p><p>Lei nº 8.666/93.</p><p>> Reconhecimento dos direitos da Administração Pública – devem ser descritos os direitos</p><p>do Poder Público de alterar o contrato, aplicar punições, fiscalizar o contrato e outros.</p><p>> Condições de importação – caso o negócio envolva a importação de equipamentos, é preciso</p><p>que o critério para conversão de moedas tenha sido previsto no edital e no contrato.</p><p>> Vinculação ao edital – é preciso que as condições descritas no edital sejam mantidas no</p><p>contrato.</p><p>> Obrigação de manter condições de habilitação – a empresa deve manter a qualificação</p><p>avaliada e validada na fase de habilitação da licitação, e o Gestor de contratos, de tempos em</p><p>tempos, deve reavaliar as condições de habilitação da empresa exigidas na licitação.</p><p>De acordo com o art. 62 da Lei nº 8.666/93, a formalização do contrato pode ser obrigatória ou</p><p>facultativa.</p><p>É obrigatória “nos casos de</p><p>concorrência e tomada de preços,</p><p>bem como nas dispensas e</p><p>inexigibilidades cujos preços</p><p>estejam compreendidos nos limites</p><p>destas duas modalidades de</p><p>licitação”.</p><p>(art. 62, Lei nº 8.666/93)</p><p>É facultativa “nos casos de compra</p><p>com entrega imediata e integral dos</p><p>bens adquiridos, dos quais não</p><p>resultem obrigações futuras,</p><p>inclusive assistência técnica”.</p><p>(art. 62, Lei nº 8.666/93)</p><p>26</p><p>De acordo com o § 4º art. 40 da Lei nº 8.666/93, entrega imediata diz respeito à entrega do</p><p>produto em até 30 dias contados a partir da data da proposta desde que a empresa não tenha</p><p>obrigações futuras – por exemplo, manutenção ou assistência técnica, independentemente do</p><p>valor da compra e da modalidade de licitação (concorrência, tomada de preço, convite ou</p><p>contratação direta). Esse tipo de contratação é muito comum em compras de insumos para a</p><p>merenda escolar, livros, uniformes e outros.</p><p>Lembramos que, independentemente do caso, o processo de licitação se mantém. Nos casos</p><p>em que o contrato é facultativo, ele pode ser substituído por outros instrumentos hábeis, tais</p><p>como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de</p><p>execução de serviço. Nesses documentos, sempre que couber, devem vir descritos os requisitos</p><p>dispostos no art. 55 da Lei nº 8.666/93. Além disso, sempre que couber, o disposto nos art. 55,</p><p>58 ao 61 da Lei nº 8.666/93 poderá ser inserido nos:</p><p>> Contratos de seguro;</p><p>> Contratos de financiamento;</p><p>> Contratos de locação em que o Poder Público seja locatário;</p><p>> Demais contratos cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por norma de direito privado;</p><p>> Contratos em que a Administração for parte usuária de serviço público, ou seja, contratos em</p><p>que o Poder Público firma com empresas de fornecimento de energia, internet, água e outros.</p><p>Dessa forma, nesses tipos de contratos podem ser mencionados, por exemplo, objeto, regime</p><p>de execução, preço, prerrogativas etc.</p><p>27</p><p>2.4.2. Contratos na Lei nº 14.133/21</p><p>O novo estatuto de licitações foi mais rigoroso tendo detalhado de forma mais criteriosa as</p><p>cláusulas que, obrigatoriamente, devem estar presentes em todos os contratos, conforme art.</p><p>92, sendo:</p><p>> o objeto e seus elementos característicos;</p><p>> a vinculação ao edital de licitação e à proposta do licitante vencedor ou ao ato que tiver</p><p>autorizado a contratação direta e à respectiva proposta;</p><p>> a legislação aplicável à execução do contrato, inclusive quanto aos casos omissos;</p><p>> o regime de execução ou a forma de fornecimento;</p><p>> o preço e as condições de pagamento, os critérios, a data-base e a periodicidade do</p><p>reajustamento de preços e os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento</p><p>das obrigações e a do efetivo pagamento;</p><p>> os critérios e a periodicidade da medição, quando for o caso, e o prazo para liquidação e para</p><p>pagamento;</p><p>> os prazos de início das etapas de execução, conclusão, entrega, observação e recebimento</p><p>definitivo, quando for o caso;</p><p>> o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática</p><p>e da categoria econômica;</p><p>> a matriz de risco, quando for o caso;</p><p>> o prazo para resposta ao pedido de repactuação de preços, quando for o caso;</p><p>> o prazo para resposta ao pedido de restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro,</p><p>quando for o caso;</p><p>> as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas, inclusive as que</p><p>forem oferecidas pelo contratado no caso de antecipação de valores a título de pagamento;</p><p>28</p><p>> o prazo de garantia mínima do</p><p>objeto, observados os prazos mínimos estabelecidos nesta Lei</p><p>e nas normas técnicas aplicáveis, e as condições de manutenção e assistência técnica, quando</p><p>for o caso;</p><p>> os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas</p><p>e suas bases de cálculo;</p><p>> as condições de importação e a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso;</p><p>> a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade</p><p>com as obrigações por ele assumidas, todas as condições exigidas para a habilitação na</p><p>licitação, ou para a qualificação, na contratação direta;</p><p>> a obrigação de o contratado cumprir as exigências de reserva de cargos prevista em lei, bem</p><p>como em outras normas específicas, para pessoa com deficiência, para reabilitado da</p><p>Previdência Social e para aprendiz;</p><p>> o modelo de gestão do contrato, observados os requisitos definidos em regulamento;</p><p>> os casos de extinção.</p><p>Dentre as inovações introduzidas pelo novo estatuto e que são muito relevantes para a adequada</p><p>gestão contratual destacam-se a matriz de riscos e o modelo de gestão do contrato que não eram</p><p>previstas na Lei nº 8.666/93.</p><p>2.5. Requisitos relevantes</p><p>2.5.1. Garantias na Lei nº 8.666/93</p><p>De maneira geral, a garantia é uma forma prevista pela lei de assegurar as obrigações e as</p><p>responsabilidades do contratante, sob pena de retenção do valor da garantia, diminuindo, assim,</p><p>riscos no descumprimento dos contratos.</p><p>O art. 56 da Lei nº 8.666/93 trata da garantia como ato discricionário da Administração Pública,</p><p>ou seja, a Administração tem a liberdade de decidir se exige ou não a garantia no contrato: “Art.</p><p>29</p><p>56 - A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no instrumento</p><p>convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e</p><p>compras”.</p><p>Caso a Administração Pública opte pela garantia, deve haver previsão expressa no instrumento</p><p>convocatório da licitação (edital). Caso decida pela exigência, cabe ao contratado, e não à</p><p>Administração, a escolha de uma das modalidades de garantia previstas na Lei nº 8.666/93.</p><p>As modalidades de garantia são as seguintes:</p><p>> Caução em dinheiro ou títulos da dívida pública;</p><p>> Seguro garantia;</p><p>> Fiança bancária.</p><p>Um destaque especial deve ser dado à fiança bancária, pois, para que seja formalizada, é</p><p>necessário o estabelecimento de um contrato por meio do qual o banco ingressa como fiador.</p><p>Em geral, o banco realiza uma detalhada análise das condições financeiras da empresa antes</p><p>de conceder a carta de fiança. Dessa forma, o Poder Público tem, por um lado, a garantia da</p><p>fiança, e, por outro lado, o respaldo da análise do banco sugerindo a solidez financeira da</p><p>empresa.</p><p>Independentemente da modalidade escolhida, em geral, a garantia não pode exceder 5% do</p><p>valor do contrato e tem seu valor atualizado nas mesmas condições estabelecidas pelo contrato.</p><p>Há, porém, uma exceção.</p><p>Em casos específicos, como obras, serviços e fornecimentos de grande vulto, envolvendo alta</p><p>complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis demonstrados através de parecer</p><p>tecnicamente aprovado pela autoridade competente –, o limite de garantia poderá ser elevado</p><p>para até 10% (dez) por cento do valor do contrato.</p><p>30</p><p>A garantia é assegurada, no mínimo, durante o prazo de vigência do contrato, e o valor é</p><p>restituído após o término do contrato. É importante lembrar que, quando a garantia é prestada</p><p>em dinheiro, o Poder Público adota medidas destinadas a corrigi-la monetariamente.</p><p>De acordo com o § 5º art. 56 da Lei nº 8.666/93, “nos casos de contratos que importem na entrega</p><p>de bens pela Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da garantia</p><p>deverá ser acrescido o valor desses bens”.</p><p>Em outras palavras, nos casos de contratos que, por algum motivo, a Administração tenha de</p><p>entregar um produto ao contratante (para a realização de uma manutenção, por exemplo), ao</p><p>valor da garantia deverá ser acrescido o valor desse produto. Vejamos um exemplo prático.</p><p>A garantia também pode ser prestada por uma seguradora. Nesse caso, a seguradora emite uma</p><p>apólice, documento em que são formalizadas e discriminadas uma série de condições, como a</p><p>aceitação do risco objeto do contrato de seguro, as coberturas e garantias contratadas, o prazo</p><p>do contrato, entre outras.</p><p>No processo de elaboração das apólices, o TCU percebeu a falta de consistência recorrente por</p><p>parte das seguradoras no asseguramento das garantias e tratou desse tema no Acórdão TCU nº</p><p>1.214/13.</p><p>Esse Acórdão foi elaborado a partir do trabalho efetuado por um grupo de estudos, que analisou,</p><p>entre outras questões, as apólices apresentadas pelas contratadas como garantia. Por meio</p><p>desse documento, o TCU sinaliza diretrizes e pontos de atenção, os quais devem ser observados</p><p>31</p><p>pelo Poder Público na aceitação das apólices de garantia. O objetivo é resguardar o Poder</p><p>Público de execução de demandas, que deveriam ser cumpridas pelo Particular. O grupo</p><p>verificou, por exemplo, que as apólices excluíam a cobertura dos prejuízos causados ao Poder</p><p>Público em razão do não pagamento de verbas trabalhistas, FGTS e contribuição para a</p><p>previdência social da empresa contratada. No Acórdão, então, o TCU recomenda que a garantia</p><p>deve assegurar, qualquer que seja a modalidade escolhida, o pagamento de:</p><p>a) prejuízo advindo do não cumprimento do objeto do contrato e do não adimplemento das demais obrigações</p><p>nele previstas;</p><p>b) prejuízos causados à Administração ou a terceiro, decorrentes de culpa ou dolo durante a execução do</p><p>contrato;</p><p>c) multas moratórias e punitivas aplicadas pela Administração à contratada; e</p><p>d) obrigações trabalhistas, fiscais e previdenciárias de qualquer natureza, não honradas pela contratada.</p><p>(Acórdão TCU nº 1.214/13 - plenário)</p><p>O TCU também sugere punições que poderão ser aplicadas às empresas que não cumprirem os</p><p>requisitos de garantia estabelecidos no edital. Vejamos um trecho do Acórdão:</p><p>5. A inobservância do prazo fixado para apresentação da garantia acarretará a aplicação de multa de 0,07%</p><p>(sete centésimos por cento) do valor do contrato por dia de atraso, até o máximo de 2% (dois por cento).</p><p>6. O atraso superior a 30 (trinta) dias autoriza a administração a promover a retenção dos pagamentos devidos</p><p>à contratada, até o limite de 5 % do valor anual do contrato, a título de garantia, a serem depositados junto à</p><p>Caixa Econômica Federal, com correção monetária, em favor da contratada.</p><p>(Acórdão TCU nº 1.214/13 - plenário)</p><p>SAIBA MAIS!</p><p>32</p><p>2.5.2. Garantias na Lei nº 14.133/21</p><p>De maneira geral o novo estatuto manteve as regras de garantia que já se encontravam previstas</p><p>na Lei nº 8.666/93 com algumas inovações relevantes. Assim, ela continua sendo facultativa a</p><p>critério do contratante cabendo ao contratado optar pelas modalidades descritas no art. 96 da</p><p>Lei nº 14.133/21.</p><p>A primeira inovação relevante foi instituída pelo art. 98 da Lei nº 14.133/21 ao indicar que a</p><p>garantia contratual pode ser de até 10% do valor contratado desde que justificada mediante</p><p>análise da complexidade técnica e dos riscos envolvidos:</p><p>Art. 98. Nas contratações de obras, serviços e fornecimentos, a garantia poderá ser de até 5% (cinco por cento)</p><p>do valor inicial do contrato, autorizada a majoração desse percentual para até 10% (dez por cento), desde que</p><p>justificada mediante análise da complexidade técnica e dos riscos envolvidos.</p><p>Outrossim, de acordo com o art. 99 do novo estatuto de licitações, nas contratações de obras e</p><p>serviços de engenharia de grande vulto, além da possibilidade de instituição de cláusula de</p><p>retomada, o percentual a ser exigido como garantia pode se equivalente</p><p>a até 30% do valor do</p><p>contrato:</p><p>Art. 99. Nas contratações de obras e serviços de engenharia de grande vulto, poderá ser exigida a prestação</p><p>de garantia, na modalidade seguro-garantia, com cláusula de retomada prevista no art. 102 desta Lei, em</p><p>percentual equivalente a até 30% (trinta por cento) do valor inicial do contrato .</p><p>A cláusula de retomada constitui uma outra inovação relevante instituída pelo novo estatuto e</p><p>impõe à seguradora a atribuição de assumir a execução da obra no caso de inadimplemento do</p><p>contratado, conforme art. 102:</p><p>Art. 102. Na contratação de obras e serviços de engenharia, o edital poderá exigir a prestação da garantia na</p><p>modalidade seguro-garantia e prever a obrigação de a seguradora, em caso de inadimplemento pelo contratado,</p><p>assumir a execução e concluir o objeto do contrato, hipótese em que:</p><p>I - a seguradora deverá firmar o contrato, inclusive os aditivos, como interveniente anuente e poderá:</p><p>a) ter livre acesso às instalações em que for executado o contrato principal;</p><p>b) acompanhar a execução do contrato principal;</p><p>c) ter acesso a auditoria técnica e contábil;</p><p>d) requerer esclarecimentos ao responsável técnico pela obra ou pelo fornecimento;</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm#art102</p><p>33</p><p>II - a emissão de empenho em nome da seguradora, ou a quem ela indicar para a conclusão do contrato, será</p><p>autorizada desde que demonstrada sua regularidade fiscal;</p><p>III - a seguradora poderá subcontratar a conclusão do contrato, total ou parcialmente.</p><p>Parágrafo único. Na hipótese de inadimplemento do contratado, serão observadas as seguintes disposições:</p><p>I - caso a seguradora execute e conclua o objeto do contrato, estará isenta da obrigação de pagar a importância</p><p>segurada indicada na apólice;</p><p>II - caso a seguradora não assuma a execução do contrato, pagará a integralidade da importância segurada</p><p>indicada na apólice.</p><p>Nessas condições, caso haja exigência no edital, após encaminhar sua proposta, para fins de</p><p>contratação, o licitante deverá apresentar uma apólice contemplando as coberturas exigidas no</p><p>edital.</p><p>Além disso, incorporando ao texto legal preocupação semelhante àquela que fora demonstrada</p><p>pelo TCU no Acórdão nº 1.214/13, o inc. I, §3º, art. 121 do novo estatuto admite a hipótese de</p><p>que, em contratações envolvendo serviços contínuos com dedicação exclusiva de mão de obra,</p><p>os editais estabeleçam exigência de garantia com cobertura para verbas rescisórias</p><p>inadimplidas:</p><p>§ 3º Nas contratações de serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra, para</p><p>assegurar o cumprimento de obrigações trabalhistas pelo contratado, a Administração, mediante disposição em</p><p>edital ou em contrato, poderá, entre outras medidas:</p><p>I - exigir caução, fiança bancária ou contratação de seguro-garantia com cobertura para verbas rescisórias</p><p>inadimplidas;</p><p>2.5.3. Prerrogativas da Administração</p><p>Prerrogativa é o direito ou privilégio especial pertencente a uma pessoa, grupo ou classe de</p><p>indivíduos. As prerrogativas da Administração são os direitos inerentes ao Poder Público de</p><p>usufruir de benefícios adicionais que não estão disponíveis para o Particular. Tratadas no art. 58</p><p>da Lei nº 8.666/93 bem assim, no art. 104 da Lei nº 14.133/21, as prerrogativas da Administração</p><p>são:</p><p>34</p><p>I. Modificar o contrato – O Poder Público pode modificar, unilateralmente, o contrato para</p><p>melhor adequação às finalidades de interesse público, porém deve respeitar os direitos do</p><p>contratado. A modificação unilateral poderá ocorrer nos casos previstos pelo art. 65 da Lei nº</p><p>8.666/93 ou art. 104 da Lei nº 14.133/21.</p><p>II. Rescindir ou extinguir o contrato – O Poder Público pode rescindir, unilateralmente, o</p><p>contrato, de acordo com os casos discriminados nos art. 78 e 79 da Lei nº 8.666/93 ou extingui-</p><p>lo caso identifique uma das hipóteses enumeradas no art. 137 da Lei nº 14.133/21.</p><p>III. Fiscalizar a execução do contrato – Atividade disciplinada mais especificamente no art. 67</p><p>da Lei nº 8.666/93 e no inc. III do art. 104 da Lei nº 14.133/21.</p><p>IV. Aplicar sanções – O Poder Público pode aplicar sanções (punições) motivadas pela</p><p>inexecução total ou parcial do ajuste ou, ainda, por atrasos na execução. As sanções estão</p><p>enumeradas nos art. 86 e 87 da Lei nº 8.666/93 e no art. 155 da Lei nº 14.133/21.</p><p>V. Ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto</p><p>do contrato – O Poder Público, nos casos de serviços essenciais, pode ocupar provisoriamente</p><p>bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato na hipótese da</p><p>necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado bem</p><p>como na hipótese de rescisão do contrato administrativo. No caso específico da ocupação de</p><p>bens móveis e imóveis, recomenda-se que esta iniciativa esteja respaldada por uma liminar que</p><p>autorize a ocupação.</p><p>A Lei nº 8.666/93, nos parágrafos 1º e 2º do art. 58, faz uma ressalva em relação às prerrogativas</p><p>que se reproduz no §1º do art. 104 da Lei nº 14.133/21. As cláusulas econômico-financeiras e</p><p>monetárias dos contratos administrativos não podem ser alteradas sem prévia concordância do</p><p>contratado. Caso o contratante (neste caso, o Poder Público) modifique o contrato (na hipótese</p><p>do inc. I), as cláusulas econômico-financeiras devem ser revistas para que seja mantido o</p><p>equilíbrio contratual.</p><p>35</p><p>Sendo assim, contratante e contratado têm direito à manutenção do equilíbrio econômico-</p><p>financeiro da contratação, e uma alteração nos encargos deve ser acompanhada pela alteração</p><p>dos benefícios a ele devidos.</p><p>2.5.4. Modificações nos contratos</p><p>Vimos, no tópico 2.5.3, que uma das prerrogativas da Administração é a modificação unilateral</p><p>dos contratos. Além da alteração unilateral, temos também a alteração bilateral.</p><p>O art. 65 da Lei nº 8.666/93 e o art. 124 da Lei nº 14.133/21 estabelecem as hipóteses para a</p><p>alteração dos contratos celebrados pela Administração, podendo ser unilateral ou bilateral. Em</p><p>ambos os casos, a alteração não pode modificar o equilíbrio econômico-financeiro do contrato e</p><p>deve vir acompanhada das devidas justificativas.</p><p>I. Unilateral</p><p>A alteração unilateral é aquela que é realizada unilateralmente pela Administração. Essa</p><p>alteração está relacionada à prerrogativa de que o Poder Público pode modificar o contrato e</p><p>está prevista em dois casos: modificação do projeto/especificações ou modificação do valor em</p><p>decorrência de acréscimos ou supressão de quantitativos.</p><p>a) Modificação do projeto</p><p>O Poder Público pode modificar unilateralmente o contrato quando houver modificação do projeto</p><p>ou das especificações para melhor adequação técnica, ou seja, quando se verificar que a solução</p><p>técnica anteriormente adotada não é a mais adequada. A esse tipo de alteração dá-se o nome</p><p>de alteração qualitativa.</p><p>A empresa tem a obrigação de cumprir a modificação do projeto. Entretanto, caso a modificação</p><p>gere acréscimo de custo para a execução do objeto, os valores são revistos, e o Poder Público</p><p>deve arcar com eventuais despesas adicionais decorrentes das alterações efetuadas,</p><p>36</p><p>observados os limites estabelecidos pelo § 1º do art. 65 da Lei nº 8.666/93 bem como do art. 125</p><p>da Lei nº 14.133/21.</p><p>Muitas vezes, a alteração qualitativa reflete uma má elaboração do Projeto</p><p>Básico, o qual já deveria descrever a melhor solução técnica para a</p><p>execução do projeto.</p><p>b) Modificação do valor</p><p>O Poder Público pode modificar unilateralmente o contrato quando houver a modificação do valor</p><p>contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto nos limites</p><p>permitidos pelo normativo de regência. A esse tipo de alteração dá-se o nome de alteração</p><p>quantitativa.</p><p>Quanto aos limites para as alterações, o § 1ºdo art. 65 define o seguinte:</p><p>O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais,</p><p>os acréscimos ou supressões que se</p><p>fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e,</p><p>no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus</p><p>acréscimos.</p><p>(§ 1º, art. 65, Lei nº 8.666/93)</p><p>A regra foi mantida pelo novo estatuto de licitações, conforme artigo 125:</p><p>Art. 125. Nas alterações unilaterais a que se refere o inciso I do caput do art. 124 desta Lei, o contratado será</p><p>obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, acréscimos ou supressões de até 25% (vinte e cinco</p><p>por cento) do valor inicial atualizado do contrato que se fizerem nas obras, nos serviços ou nas compras, e, no</p><p>caso de reforma de edifício ou de equipamento, o limite para os acréscimos será de 50% (cinquenta por cento).</p><p>(Art. 125, Lei nº 14.133/21)</p><p>37</p><p>II. Bilateral</p><p>A alteração bilateral é aquela que é realizada por acordo das partes, ou seja, por acordo entre</p><p>contratante (Poder Público) e contratado (Particular). Essa alteração está prevista nos seguintes</p><p>casos: substituição da garantia, modificação de regime de execução, modificação da forma de</p><p>pagamento e manutenção do equilíbrio contratual. Vejamos cada um deles.</p><p>a) Substituição da garantia</p><p>O contratado pode requerer a substituição da garantia caso precise de ativos com liquidez, por</p><p>exemplo, substituindo depósito em dinheiro por fiança bancária.</p><p>b) Modificação de regime de execução</p><p>O contratante pode solicitar a alteração do contrato quando houver a necessidade de modificação</p><p>do regime de execução da obra ou serviço bem como do modo de fornecimento, em virtude da</p><p>verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários.</p><p>Observe que, nesse caso, não há alteração no projeto apenas no regime de execução. Por essa</p><p>razão, o contratante não poderá impor a alteração ao contratado, ou seja, a modificação deve</p><p>decorrer do acordo entre as partes.</p><p>38</p><p>c) Modificação da forma de pagamento</p><p>O contratado pode requerer a modificação da forma de pagamento por imposição de</p><p>circunstâncias supervenientes desde que seja mantido o valor inicial atualizado. Entretanto, é</p><p>vedada a antecipação do pagamento com relação ao cronograma financeiro fixado sem a</p><p>correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço.</p><p>A princípio, não se pode alterar o plano de pagamento, pois a regra</p><p>encontra resistência no inc. XXI, art. 37 da CF7: “[...] com cláusulas que</p><p>estabeleçam as condições de pagamento, mantidas as condições</p><p>efetivas da proposta [...]”.</p><p>Modificar a forma de pagamento não é inconstitucional, porém deve ser interpretada</p><p>restritivamente. Vejamos um exemplo para compreendermos melhor essa questão.</p><p>39</p><p>d) Manutenção do equilíbrio contratual</p><p>O equilíbrio econômico-financeiro consiste na manutenção das condições de pagamento</p><p>estabelecidas inicialmente no contrato. Tal equilíbrio precisa ser mantido ao longo de toda a</p><p>execução contratual a fim de que seja feita a justa remuneração de obra, serviço ou fornecimento</p><p>e se mantenha estável a relação entre a Administração e o contratado.</p><p>Quando, no curso do contrato, ocorrerem iniciativas oriundas do Poder Público ou eventos</p><p>excepcionais (imprevisíveis ou previsíveis) de consequências incalculáveis os quais provocam</p><p>desequilíbrio econômico-financeiro, tem de ser realizada uma revisão para que o equilíbrio seja</p><p>restabelecido.</p><p>Vejamos os casos excepcionais que podem impactar no equilíbrio econômico-financeiro:</p><p>> Caso fortuito: é algo previsível, porém de consequências incalculáveis.</p><p>40</p><p>> Força maior: é algo imprevisível e de consequências incalculáveis.</p><p>> Fato do príncipe: príncipe, neste contexto, significa o Poder Público. Então, fato do príncipe</p><p>caracteriza-se por determinadas iniciativas do Poder Público que alteram o equilíbrio econômico</p><p>do contrato para mais ou para menos. Por exemplo: a criação de um novo tributo ou alteração</p><p>na alíquota de um tributo já existente.</p><p>41</p><p>Vejamos, agora, as prerrogativas estabelecidas pelo art. 65 da Lei nº 8.666/93 e art. 124 da Lei</p><p>nº 14.133/21.</p><p>De acordo com o § 1º do art. 65 da Lei nº 8.666/93 e art. 125 da Lei nº 14.133/21, o contratado</p><p>fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou as supressões que</p><p>se fizerem em obras, serviços ou compras, até 25% do valor inicial atualizado do contrato, e, no</p><p>caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% para os seus</p><p>acréscimos.</p><p>De acordo com o § 3º do art. 65 da Lei nº 8.666/93 e art. 127 da Lei nº 14.133/21, caso não</p><p>tenham sido estabelecidos em contrato os preços unitários para obras ou serviços, esses valores</p><p>serão fixados mediante acordo entre as partes, respeitando os limites postos no § 1º do art. 65</p><p>da Lei nº 8.666/93 reproduzidos no art. 125 da Lei nº 14.133/21.</p><p>De acordo com o § 4º do art. 65 da Lei nº 8.666/93 e art. 129 da Lei nº 14.133/21, no caso de</p><p>supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais e posto</p><p>no local dos trabalhos, a Administração deverá pagar pelos custos de aquisição regularmente</p><p>comprovados e monetariamente corrigidos. Além disso, pode haver indenização por outros</p><p>danos eventualmente decorrentes da supressão desde que regularmente comprovados.</p><p>De acordo com o § 5º do art. 65 da Lei nº 8.666/93 e art. 134 da Lei nº 14.133/21, quaisquer</p><p>tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos ocorridos após a data da apresentação</p><p>da proposta se comprovada a repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão dos</p><p>valores para mais ou para menos conforme o caso.</p><p>ATENÇÃO!</p><p>42</p><p>De acordo com o § 6º do art. 65 da Lei nº 8.666/93 e art. 130 da Lei nº 14.133/21, caso a alteração</p><p>unilateral do contrato aumente os encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer,</p><p>por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial.</p><p>De acordo com o § 8º da lei nº 8.666/93 e art. 136 da Lei nº 14.133/21, a variação do valor</p><p>contratual em decorrência do reajuste de preços previsto no próprio contrato, das atualizações,</p><p>das compensações ou das penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento</p><p>nele previstas e do empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor</p><p>corrigido, não caracteriza alteração contratual. Portanto, tais variações do valor podem ser</p><p>registradas tanto por apostila quanto por aditamento.</p><p>Observe a seguir um esquema que apresenta um resumo do tópico 2.5.3 Modificações no</p><p>contrato:</p><p>43</p><p>2.5.5. Duração dos contratos na Lei nº 8.666/93</p><p>De acordo com o art. 57 da Lei nº 8.666/93, a duração dos contratos regidos por essa Lei está</p><p>submetida à vigência dos respectivos créditos orçamentários. O crédito orçamentário é o</p><p>montante da dotação orçamentária alocada a um órgão, unidade, programa, subprograma,</p><p>projeto etc. Esse crédito, de regra, é aberto a partir do dia 1º de janeiro e se encerra no dia 31</p><p>de dezembro. Dessa forma, se o contrato for assinado em agosto, ele tem de durar até o dia 31</p><p>de dezembro.</p><p>Considerando que o crédito orçamentário está disponível a partir do dia 1º de janeiro e se encerra</p><p>no dia 31 de dezembro do mesmo ano, como proceder, por exemplo, nos casos em que um</p><p>contrato de 12 meses é celebrado no dia 12 de agosto de 2015 e, teoricamente, está vigente até</p><p>12 de agosto de 2016?</p><p>Tomando como base a jurisprudência consolidada, podemos ter duas possiblidades:</p><p>1ª possibilidade</p><p>De acordo com a Orientação Normativa da AGU nº 39/11, “a vigência dos contratos regidos pelo</p><p>art. 57, caput, da Lei nº 8.666/93, pode ultrapassar o exercício financeiro em que celebrados,</p><p>desde que as despesas a eles referentes sejam integralmente empenhadas até 31 de dezembro,</p><p>permitindo-se,</p><p>assim, sua inscrição em restos a pagar”.</p><p>Considerando o exemplo apresentado, empenha-se o valor integral do contrato até 31/12/XXXX</p><p>e inscreve-se em Restos a Pagar a parte não executada.</p><p>2ª possibilidade</p><p>De acordo com o item 10 do anexo IX (Da Vigência e da Prorrogação) da IN nº 05/2017 do</p><p>MPDG, “nos contratos cuja duração, ou previsão de duração, ultrapasse um exercício financeiro,</p><p>deverá ser indicado o crédito e respectivo empenho para atender à despesa no exercício em</p><p>curso, bem como de cada parcela da despesa relativa à parte a ser executada em exercício</p><p>44</p><p>futuro, com a declaração de que, em termos aditivos ou apostilamentos, indicar-se-ão os créditos</p><p>e empenhos para sua cobertura”.</p><p>Considerando o exemplo apresentado, faz-se o empenho da metade em XXXX e a outra metade</p><p>em XXXX+1 por apostilamento ou termo aditivo.</p><p>O art. 167 da Constituição Federal exige previsão orçamentária para a satisfação das obrigações,</p><p>vedando a constituição de obrigação que supere os créditos orçamentários, ou seja, a despesa</p><p>não pode ser maior que o crédito disponível pela dotação orçamentária.</p><p>Entretanto, o art. 57 da Lei nº 8.666/93 apresenta as seguintes exceções em que esse prazo</p><p>pode ser estendido:</p><p>> Projetos previstos pelo Plano Plurianual;</p><p>> Prestação de serviços a serem executados de forma contínua;</p><p>> Aluguel de equipamentos e utilização de programas de informática;</p><p>> Contratos firmados com fundamento nas hipóteses de dispensa de licitação previstas nos</p><p>incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24 da Lei nº 8.666/93.</p><p>Vejamos cada uma dessas exceções.</p><p>> Projetos previstos pelo Plano Plurianual</p><p>O Plano Plurianual estabelece diretrizes, objetivos e metas de projetos ou programas de longa</p><p>duração do Poder Público, que resultem em bens e serviços para a população por um período</p><p>de quatro anos.</p><p>Os projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual</p><p>(PPA) podem ser prorrogados se houver interesse da Administração desde que isso tenha sido</p><p>previsto no ato convocatório.</p><p>45</p><p>Todas as etapas de planejamento precisam estar previstas no PPA, pois o §1° do art. 167 da</p><p>Constituição Federal estabelece que “nenhum investimento cuja execução ultrapasse um</p><p>exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que</p><p>autorize a inclusão, sob pena de responsabilidade”.</p><p>> Prestação de serviços a serem executados de forma contínua</p><p>A prestação de serviços que devem ser executados de forma contínua pode ter a sua duração</p><p>prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais</p><p>vantajosas para a Administração, limitada a sessenta meses.</p><p>O que define um serviço como contínuo é a permanência da necessidade pública a ser satisfeita</p><p>e os riscos decorrentes de sua interrupção (por exemplo, o serviço de coleta de lixo). Portanto,</p><p>essa exceção cabe apenas a contratos de serviço, uma das modalidades de contrato estudadas</p><p>no tópico anterior.</p><p>Destacamos que os contratos de compra e de fornecimento não são contemplados por essa</p><p>exceção, pois a obrigação de entregar, ainda que acompanhada por uma obrigação acessória,</p><p>não transforma a aquisição em serviço.</p><p>Ressaltamos que, de acordo com o item 3 do anexo IX (Da Vigência e</p><p>da Prorrogação) da IN nº 05/2017 do MPDG e com o Enunciado PGE-</p><p>RJ8 nº 32/15, nas contratações de serviço continuado, a prorrogação</p><p>dos contratos não pode ser subjetiva; devem ser justificados os preços</p><p>e as condições mais vantajosos para a Administração.</p><p>Vejamos as Orientações Normativas da AGU9 referentes à prestação</p><p>de serviços contínuos.</p><p>A vigência do contrato de serviço contínuo não está adstrita ao exercício financeiro.</p><p>(Orientação Normativa AGU nº 1/09)</p><p>46</p><p>Nos contratos de prestação de serviços de natureza continuada deve-se observar que:</p><p>a) O prazo de vigência originário, de regra, é de até 12 meses;</p><p>b) Excepcionalmente, este prazo poderá ser fixado por período superior a 12 meses nos casos</p><p>em que, diante da peculiaridade e/ou complexidade do objeto, fique tecnicamente</p><p>demonstrado o benefício advindo para a administração;</p><p>c) É juridicamente possível a prorrogação do contrato por prazo diverso do contratado</p><p>originariamente.</p><p>(Orientação Normativa AGU nº 38/11)</p><p>> Aluguel de equipamentos e utilização de programas de informática</p><p>O aluguel de equipamentos e a utilização de programas de informática podem estender a</p><p>duração pelo prazo de até 48 meses após o início da vigência do contrato.</p><p>> Contratos firmados com fundamento nas hipóteses de dispensa de licitação previstas</p><p>nos incs. IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24 da Lei nº 8.666/93</p><p>Caso haja interesse da Administração, contratos firmados com fundamento nas hipóteses de</p><p>dispensa de licitação previstas nos incs. IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24 da Lei nº 8.666/93</p><p>podem ter vigência por até 120 meses. Em geral, esses incisos tratam de contratações</p><p>relacionadas à segurança nacional e inovações tecnológicas.</p><p>Para que você compreenda melhor essa duração dos contratos, observe o esquema a seguir:</p><p>47</p><p>De acordo com o § 1° do art. 57 da Lei nº 8.666/93, os prazos de início de etapas de execução,</p><p>de conclusão e de entrega admitem prorrogação. Entretanto, devem ser mantidas as demais</p><p>cláusulas do contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro.</p><p>A seguir, destacamos os trechos da legislação em que é prevista a prorrogação do prazo das</p><p>etapas, desde que ocorra algum dos motivos previstos pela Lei. Ao lado dos motivos, colocamos</p><p>alguns comentários.</p><p>INCISOS DO § 1° DO ART. 57 DA LEI nº 8.666/93 COMENTÁRIOS</p><p>I. Alteração do projeto ou especificações pela Administração Por exemplo: inicialmente, foi estabelecido em contrato que seriam</p><p>instaladas gramas sintéticas no campo a ser construído na praça</p><p>pública, mas, posteriormente, decide-se que serão instaladas</p><p>gramas orgânicas. Uma especificação foi alterada e poderá</p><p>resultar na necessidade de prorrogação de uma etapa de</p><p>execução contratual.</p><p>II. Superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à</p><p>vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições</p><p>de execução do contrato</p><p>Podem ser considerados fatos excepcionais ou imprevisíveis as</p><p>tempestades, os alagamentos, os fortes ventos etc.</p><p>III. Interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo</p><p>de trabalho por ordem e no interesse da Administração</p><p>Por exemplo: devido a questões financeiras, a Administração</p><p>solicita a diminuição do ritmo de trabalho do Particular.</p><p>Consequentemente, as etapas de execução são postergadas e o</p><p>valor do pagamento será de acordo com a execução do trabalho</p><p>prestado. Como foi reduzido o ritmo de trabalho, os pagamentos</p><p>serão efetuados na medida exata da execução.</p><p>IV. Aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato</p><p>nos limites permitidos por esta Lei</p><p>Segundo o § 1º art. 65, “o contratado fica obrigado a aceitar, nas</p><p>mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões</p><p>que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e</p><p>cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso</p><p>particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite</p><p>de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos”.</p><p>V. Impedimento de execução do contrato por fato ou ato de</p><p>terceiro reconhecido pela Administração em documento</p><p>contemporâneo à sua ocorrência</p><p>Por exemplo: no momento da execução de uma obra, o</p><p>Particular observa que, na área em que as obras serão</p><p>executadas, há construções irregulares de casas cujos</p><p>moradores são de baixa renda. Por esse motivo, há um</p><p>impedimento de execução do contrato e uma postergação da</p><p>data de execução.</p><p>VI. Omissão ou atraso de providências a cargo da Administração,</p><p>inclusive quanto aos</p><p>pagamentos previstos de que resulte,</p><p>diretamente, impedimento ou retardamento na execução do</p><p>contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos</p><p>responsáveis</p><p>Por omissão ou atraso de providências a cargo da Administração,</p><p>em especial no que se refere aos pagamentos, o Particular</p><p>solicita à Administração a postergação de etapas de execução;</p><p>porém, tal prorrogação não implicará a aplicação de sanções ao</p><p>Particular.</p><p>48</p><p>A justificativa é de extrema importância. Vamos entender o porquê. No processo administrativo,</p><p>devem constar todas as informações relevantes levadas em consideração pelo Gestor para a</p><p>sua tomada de decisão. Os elementos constitutivos do processo podem depor a favor do Gestor</p><p>quando suas decisões forem decorrentes de pareceres bem fundamentados, adotados pelos</p><p>setores responsáveis. Por outro lado, a carência de informações importantes dentro do processo</p><p>administrativo prejudicará o Gestor, pois leva à conclusão de que sua tomada de decisão não se</p><p>encontrava tecnicamente amparada.</p><p>Todo contrato deve ter um prazo de vigência. Segundo o § 3º art. 57 da Lei nº 8.666/93, “é vedado</p><p>o contrato com prazo de vigência indeterminado”.</p><p>De acordo com o § 4º art. 57, dessa mesma Lei, em caráter excepcional, devidamente justificado</p><p>e mediante autorização da autoridade superior, em contratos de prestação de serviços</p><p>executados de forma contínua, o prazo de 60 meses previsto pelo inciso II pode ser prorrogado</p><p>em até doze meses, ou seja, somam aos 60 meses mais 12 meses. Trata-se de um recurso</p><p>excepcional a ser utilizado em casos extremos.</p><p>Vimos até agora situações em que o prazo pode ser prorrogado. Entretanto, em quais contextos</p><p>o contrato não pode ser prorrogado? Vejamos, a seguir, algumas orientações sobre a não</p><p>possibilidade de prorrogação dos prazos.</p><p>ATENÇÃO!</p><p>49</p><p>Na análise dos processos relativos à prorrogação de prazo, cumpre aos órgãos jurídicos verificar</p><p>se não há extrapolação do atual prazo de vigência, bem como eventual ocorrência de solução de</p><p>continuidade nos aditivos precedentes, hipóteses que configuram a extinção do ajuste, impedindo</p><p>a sua prorrogação.</p><p>(Orientação Normativa AGU nº 3/09 - grifo nosso)</p><p>O aditamento de contratos, convênios ou instrumentos congêneres, com a finalidade de</p><p>prorrogar o prazo de vigência, deverá levar em conta a data de expiração do prazo</p><p>assinalado, rejeitando-se, de plano, a prorrogação de contratos com vigência expirada</p><p>[...].</p><p>(Orientação Normativa NAJ-MG10 nº 28/09 – grifo nosso)</p><p>2.5.6. Duração dos contratos na Lei nº 14.133/21</p><p>O novo estatuto de licitações criou regras mais simples prevendo prazos mais elásticos para a</p><p>duração dos contratos, conforme art. 105 e seguintes, atribuindo à Administração Pública a</p><p>prerrogativa de incluir no edital a indicação do prazo de vigência contratual a ser observado.</p><p>Art. 105. A duração dos contratos regidos por esta Lei será a prevista em edital, e deverão ser observadas, no</p><p>momento da contratação e a cada exercício financeiro, a disponibilidade de créditos orçamentários, bem como a</p><p>previsão no plano plurianual, quando ultrapassar 1 (um) exercício financeiro.</p><p>(Art. 105, Lei nº 14.133/21)</p><p>O novo estatuto também admite que a Administração celebre contrato com prazo de até cinco</p><p>anos nos casos de serviços ou fornecimentos contínuos, desde que cumpridos determinados</p><p>requisitos:</p><p>a) demonstrar a vantajosidade da contratação por prazo plurianual,</p><p>50</p><p>b) atestar no início de cada exercício a existência de créditos orçamentários suficientes para</p><p>suportar a despesa;</p><p>c) quando não dispuser de créditos orçamentários a Administração terá a opção de extinguir o</p><p>contrato.</p><p>Segundo o art. 107 da Lei nº 14.133/21, contratos de serviços e fornecimentos contínuos poderão</p><p>ser prorrogados sucessivamente, respeitada a vigência máxima decenal:</p><p>Art. 107. Os contratos de serviços e fornecimentos contínuos poderão ser prorrogados sucessivamente,</p><p>respeitada a vigência máxima decenal, desde que haja previsão em edital e que a autoridade competente ateste</p><p>que as condições e os preços permanecem vantajosos para a Administração, permitida a negociação com o</p><p>contratado ou a extinção contratual sem ônus para qualquer das partes.</p><p>(Art. 107, Lei nº 14.133/21)</p><p>Em relação às regras da Lei nº 8.666/93, esta inovação se revela de grande valia porque poderá</p><p>desonerar o contratante da obrigação realizar novas licitações para serviços contínuos quando</p><p>a empresa contratada já executa bons serviços por preços compatíveis com àqueles praticados</p><p>no mercado. Uma outra inovação em relação à Lei nº 8.666/93 é que os prazos mais elásticos</p><p>para a duração dos contratos contemplam, não só os serviços, mas também os fornecimentos</p><p>contínuos. Além das que foram aqui resumidas o novo estatuto admite prazo de até dez anos</p><p>para algumas hipóteses previstas no art. 75, e vigência máxima de até 15 anos para sistemas</p><p>estruturantes de TI.</p><p>O §4 do art. 91 da lei nº 14.133/21 impõe alguns requisitos para conferir regularidade a</p><p>prorrogação dos contratos:</p><p>§ 4º Antes de formalizar ou prorrogar o prazo de vigência do contrato, a Administração deverá verificar a</p><p>regularidade fiscal do contratado, consultar o Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis) e o</p><p>Cadastro Nacional de Empresas Punidas (Cnep), emitir as certidões negativas de inidoneidade, de impedimento</p><p>e de débitos trabalhistas e juntá-las ao respectivo processo.</p><p>(§4º do art. 91, Lei nº 14.133/21)</p><p>51</p><p>2.5.7. Reajuste, revisão e repactuação dos contratos</p><p>Os contratos podem sofrer alterações no valor contratual. Essas alterações podem ser divididas</p><p>em três categorias: revisão, reajuste e repactuação. Vamos conhecer a diferença entre elas.</p><p>Revisão – Por ocasião de alguma modificação contratual por prerrogativa da Administração ou</p><p>por acordo entre as partes (art. 65 da Lei nº 8.666/93), faz-se uma revisão dos valores</p><p>contratuais.</p><p>Reajuste – Caso já tenham se passado doze meses da data do orçamento ou da apresentação</p><p>da proposta pelo licitante vencedor da licitação, o contratado terá direito ao reajuste do valor</p><p>contratual, tomando por referência a variação de índices, setoriais ou gerais (por exemplo, IPCA,</p><p>família EMOP, IGP-M), descritos no ato convocatório. Tal reajuste está relacionado à</p><p>remuneração devida ao Particular.</p><p>Repactuação – Da mesma forma, tomando por referência a data do último acordo ou dissídio</p><p>coletivo da categoria de trabalhadores envolvidos na contratação em que haja serviço contínuo</p><p>com dedicação exclusiva de mão de obra, a contratada terá direito à repactuação do valor</p><p>contratual para fazer face à recomposição de custos onerados em razão da variação salarial dos</p><p>empregados envolvidos na contratação.</p><p>Destacamos, porém, que a repactuação foi instituída pelo Decreto Federal n°2.271/97 e</p><p>regulamentada pela Instrução Normativa MPDG N°05/2017. Em 24/09/2018 foi publicado o</p><p>Decreto Federal n° 9.507/18 que revogou o Decreto n° 2.271/97 mantendo a regra da</p><p>repactuação. Portanto, considerando ter sido instituída por um Decreto Federal, a repactuação</p><p>seria aplicável apenas aos órgãos e entidades da esfera federal. Essa lacuna normativa foi</p><p>suprida com a publicação da Lei nº 14.133/21 que estabeleceu definição para a repactuação no</p><p>art. 6º e explicitou no art. 135 os critérios para sua aplicação.</p><p>52</p><p>Reajuste</p><p>O reajuste dos contratos é regulado pelos art. 2º e 3º da Lei nº 10.192/01 a qual dispõe sobre</p><p>medidas complementares ao Plano Real e dá outras providências.</p><p>De acordo com o art. 2º da Lei nº 10.192/01, é admitida a estipulação de correção monetária ou</p><p>de reajuste. Tal correção ou reajuste será feita com base nos índices de preços gerais ou</p><p>setoriais que reflitam a variação</p>