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<p>Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida e/ou transmitida, sejam quais forem os meios empregados, sem a permissão dos autores e editores</p><p>Av. Oliveira Paiva, 1600, Sala 05 - Cidade dos Funcionários – Fortaleza-CE</p><p>CEP: 60822-131</p><p>email: didaticoseditora@gmail.com</p><p>© Didáticos Editora, 2022</p><p>Índices para catálogo sistemático</p><p>Eric Medeiros</p><p>Nara Moreira</p><p>Petrick Medeiros</p><p>Rafael Oliveira</p><p>Bia Diniz</p><p>Flora Maria Salles França Pinto</p><p>Laiz Elesbão Barbosa e Elison Fernandes</p><p>Rafael Mendes</p><p>Roberta Pisco e Guido Nietmann</p><p>Vanessa Maria</p><p>Direção:</p><p>Coordenação editorial:</p><p>Supervisão gráfica:</p><p>Supervisão de equipe:</p><p>Coordenação pedagógica:</p><p>Colaboração autoral:</p><p>Projeto gráfico e ilustrações:</p><p>Diagramação:</p><p>Fotografias:</p><p>Revisão ortográfica:</p><p>22-133318 CDD-372.8918153</p><p>-372.898153</p><p>Paraty : cidade da gente : estudos regionais : ensino fundamental / Fer-</p><p>nando Palla...[et al.]. -- Fortaleza, CE : Didáticos Editora, 2022. Outros</p><p>autores: Diuner Mello, Marcell Moraes, Thalita Silva, Roberta Lopo, Laíse</p><p>Costa</p><p>ISBN 978-65-84731-01-1</p><p>1. Estudos regionais 2. Paraty (RJ) - Geografia (Ensino fundamental) 3.</p><p>Paraty (RJ) - História (Ensino fundamental) I. Palla, Fernando. II. Mello,</p><p>Diuner. III. Moraes, Marcell. IV. Silva, Thalita. V. Lopo, Roberta. VI. Costa,</p><p>Laíse.</p><p>1. Paraty : Rio de Janeiro : Geografia : Ensino</p><p>fundamental 372.8918153</p><p>2. Paraty : Rio de Janeiro : História : Ensino</p><p>fundamental 372.898153</p><p>Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427</p><p>Autores</p><p>Diuner Mello</p><p>Fernando Palla</p><p>Laíse Costa</p><p>Marcell Moraes</p><p>Roberta Lopo</p><p>Thalita Silva</p><p>Caros alunos, alunas, educadores e responsáveis.</p><p>Este livro fala de Paraty, um município singular e especial que todos nós</p><p>admiramos, amamos e queremos sempre conhecer mais. Queremos valorizar</p><p>nossas riquezas, nossa cultura, saberes e fazeres de nossa terra, a natureza</p><p>exuberante que nos rodeia e, claro, nossa gente. Esperamos que todos se reco-</p><p>nheçam nesse livro e que ele contribua para que gerações futuras se apropriem</p><p>do cuidado ao território e ao nosso modo de ser e viver.</p><p>Num mundo onde o conhecimento se direciona, cada vez mais, ao mercado,</p><p>transformar experiências em um ato didático é um contraponto ao tecnicismo;</p><p>uma valiosa contribuição à cultura popular. Esta obra é, portanto, mais do que</p><p>um reconhecimento à Paraty: ela é, por sua essência, um reconhecimento ao</p><p>seu povo. Nossa memória é um instrumento valioso porque nossas lembran-</p><p>ças sempre são coletivas. Em nome da democratização do conhecimento e da</p><p>perpetuação de nossas identidades, há, aqui, uma grande contribuição ao povo</p><p>paratiense.</p><p>Apropriar-se da história, sentir-se cidadão do Patrimônio Mundial em Cul-</p><p>tura e Biodiversidade possui duas dimensões na presente obra. A primeira tem</p><p>como objetivo perpetuar o conhecimento dos antepassados e do território en-</p><p>quanto espaço de concretização de vida cotidiana em interação com o ambiente</p><p>natural. A outra, concomitantemente, tem como objetivo construir um futuro</p><p>em que novas gerações tomem para si a responsabilidade de preservar e cuidar</p><p>desse território, enquanto possam ser também verdadeiros agentes da história</p><p>e participantes da mesma.</p><p>Livros são veículos que nos trazem conhecimento, nos levam a perceber as</p><p>mudanças e permanências ao longo do tempo. O conhecimento nos faz ter uma</p><p>identidade, cria sentimento de pertencimento. Temos aqui a união de muitas</p><p>culturas: caiçaras, quilombolas, indígenas, estrangeiros e brasileiros de todas as</p><p>regiões que visitam ou que vieram morar em Paraty e que fazem dela esse lugar</p><p>tão especial. Talvez quem viva aqui nem perceba o quanto o município é privi-</p><p>legiado por essa variedade de culturas, paisagens e histórias. Esse livro é um</p><p>instrumento de reconhecimento a Paraty onde nossos estudantes e professores</p><p>vivem, de modo que todos eles se sintam agentes do espaço em que habitam,</p><p>com o compromisso de sempre melhorá-la. Que todos aproveitem, portanto,</p><p>este belo encontro entre a “Bela Adormecida aos pés do mar” e os filhos natos</p><p>e adotivos desta terra.</p><p>Carta dos autores</p><p>Prezados estudantes, profissionais da rede de ensino e familiares.</p><p>É com muita alegria que a Prefeitura de Paraty resgata e fortalece a história</p><p>de nossa cidade, patrimônio mundial por sua cultura e biodiversidade, por meio</p><p>deste livro didático.</p><p>Esta obra é resultado de um trabalho criterioso de pesquisa e de estudos e</p><p>representa também o carinho que nossos historiadores e a nossa população têm</p><p>pela nossa cidade e por sua história.</p><p>Assim, a partir do próximo ano letivo, todos os estudantes de Paraty terão</p><p>acesso a informações sistematizadas e com valor pedagógico sobre a história</p><p>do nosso município, resgatando a longa trajetória de conquistas que remonta ao</p><p>século XVI e que faz de nossa cidade uma das referências urbanas do processo</p><p>de consolidação do Brasil como nação.</p><p>Gosto de enfatizar que nossa cidade foi o porto mais importante do Brasil</p><p>naquela época, quando se estabeleceu o Caminho do Ouro e o comércio até o</p><p>Vale do Paraíba e até Minas Gerais. Todas as mercadorias dessa época do início</p><p>do ciclo do ouro em Minas Gerais passaram pela nossa cidade, que depois viveu</p><p>outros momentos de glória e esplendor. Conhecer essa história, portanto, é se</p><p>apropriar do legado de todos os nossos antepassados, que lutaram heroicamen-</p><p>te inclusive pela emancipação de Paraty.</p><p>Com informações sobre nosso patrimônio ambiental, nossas leis, nossa es-</p><p>trutura administrativa e nossa geografia, esse livro é também uma ferramenta</p><p>pedagógica para levar aos nossos estudantes mais cidadania e fazer de cada um</p><p>deles, desde já, “guias turísticos” de Paraty.</p><p>Uma boa leitura para todos.</p><p>Prefeitura Municipal de Paraty</p><p>Carta da Prefeitura</p><p>Secretaria Municipal de Educação de Paraty</p><p>Tudo isso é Paraty</p><p>A educação deve ser construída a partir da memória, dos saberes e dos</p><p>fazeres que constituam a história do seu povo. Nesse contexto, esta publicação</p><p>tem como objetivo provocar a discussão acerca da cultura local, bem como ser</p><p>um processo de construção de conhecimento a partir dos aportes de cada estu-</p><p>dante. Paraty, cidade conhecida pela sua cultura e, hoje, contemplada com o tí-</p><p>tulo de Patrimônio Mundial pela Cultura e Biodiversidade, concedido pela UNES-</p><p>CO, e Cidade Criativa da Gastronomia, materializa ensinamentos que devem</p><p>ser contemplados de forma didática e universal. Antônio Cândido, para quem</p><p>a literatura deveria ser um bem essencial, reafirma a cultura como um direito</p><p>básico e imprescindível. Para nós, ele é capaz de reforçar, fundamentalmente, o</p><p>compromisso acerca da disseminação dos nossos saberes populares.</p><p>Segundo FREIRE “a cultura é também aquisição crítica e criadora e não uma</p><p>justaposição de informações armazenadas na inteligência e ou na memória e</p><p>não ‘incorporadas’ no ser total e na vida plena do homem” (FREIRE, 1980, p.</p><p>38). Por essa perspectiva, todas e todos são construtores permanentes da cul-</p><p>tura, da manutenção e, ao mesmo tempo, da renovação das tradições – fato</p><p>indispensável à juventude que terá acesso a essa publicação.</p><p>Segundo a Constituição Federal, Seção II DA CULTURA</p><p>Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais</p><p>e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a</p><p>difusão das manifestações culturais.</p><p>§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas</p><p>e afrobrasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório</p><p>nacional. 2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta signi-</p><p>ficação para os diferentes segmentos étnicos nacionais.</p><p>É a partir das premissas supracitadas que esse livro didático se compromete</p><p>com a democratização dos ensinamentos que dizem respeito à cultura e às suas</p><p>manifestações locais, num momento essencial de valorização do território e de</p><p>seus frutos. Paraty, reconhecida pela pluralidade da sua cultura e aclamada,</p><p>pelos governos e pela sociedade, como um dos principais patrimônios culturais</p><p>do país, encontra, na</p><p>as luzes</p><p>do percurso da procissão</p><p>apagadas, iluminadas</p><p>apenas com os fifós (ar-</p><p>chotes) ao som das ma-</p><p>tracas e o povo entoando</p><p>a Ladainha de Todos os</p><p>Santos.Procissão do Fogaréu ou da Prisão</p><p>Foto: Acervo Pascom Paraty</p><p>71</p><p>Festa de Santa Cruz do Gragoatá – Capela da Generoza</p><p>A festa de Santa Cruz rea-</p><p>lizada na capela da Generoza</p><p>acontece próximo ao dia 03 de</p><p>maio, “Dia da Invenção da San-</p><p>ta Cruz”.</p><p>Consiste em Tríduo prepara-</p><p>tório com levantamento do Mas-</p><p>tro Votivo da Santa Santa Cruz,</p><p>seguido de atividades religiosas</p><p>como ladainhas, missa e procis-</p><p>são.</p><p>A Parte social é composta de elementos comuns às festas religiosas</p><p>da cidade, com barraquinhas de comidas e bebidas, além dos Bailes de</p><p>viola, com a tradicional ciranda.</p><p>Outro elemento ainda preservado nas Festas da Santa Cruz é o Leilão</p><p>de Prendas com produtos típicos de Paraty, como flores de papel crepom,</p><p>artesanatos locais como bonecas de pano, barquinhos, além dos produ-</p><p>tos da terra como cana, melado, farinha, ovos, galinhas, entre outros.</p><p>Ainda hoje a Ladainha</p><p>realizada no período da Fes-</p><p>ta da Santa Cruz segue, ba-</p><p>sicamente, o mesmo ritual</p><p>que se realizava no século</p><p>XIX, na Zona Rural da cida-</p><p>de, com um grande trecho</p><p>em latim, intercalado com</p><p>cânticos singelos que retra-</p><p>tam a religiosidade popular</p><p>de Paraty.</p><p>Chegada da Procissão em frente a Capela</p><p>Foto: Acervo ASCG</p><p>Mesa do Leilão</p><p>Foto: Acervo ASCG</p><p>Esta procissão por vários anos ficou sem ser realizada, voltando a</p><p>acontecer na década de 1980, graças ao empenho do Grupo de Jovens de</p><p>Paraty, intitulado Jopacol – Jovens Paratienses para Coletividade.</p><p>72</p><p>Um elemento que desapareceu das Festas de Santa Cruz com o pas-</p><p>sar dos anos foi o Jongo, que até meados do século XX era o ponto alto</p><p>desses festejos. Porém, com a paralisação das Festas de Santa Cruz na</p><p>segunda metade do século XX e o posterior desaparecimento dos jonguei-</p><p>ros, esse elemento característico das Festa de Santa Cruz desapareceu.</p><p>Vale salientar que as Festas de Santa Cruz aconteceram com regu-</p><p>laridade até os anos de 1950, e só foram retomadas ininterruptamente</p><p>em 1996, graças a uma parceria entre a</p><p>Comissão de Festa de Santa Rita daquele</p><p>ano e Dona Rita de Cássia Costa Moraes,</p><p>bisneta de Dona Generoza, juntamente</p><p>com seu esposo Armando Moraes.</p><p>Desde a construção da Capela, pro-</p><p>vavelmente em 1901, todo o patrimônio</p><p>material e imaterial foi salvaguardado pe-</p><p>los descendentes de Dona Generoza.</p><p>Atualmente, a Festa e a Capela são</p><p>mantidas pela Associação da Santa Cruz</p><p>do Gragoatá – ASCG, organização Civil/</p><p>Religiosa responsável pela Capela e seu</p><p>Patrimônio Material e Imaterial.Interior da Capela da Generoza</p><p>Foto: Acervo ASCG</p><p>O Jongo, uma das expressões de matriz afro de grande im-</p><p>portância para a cidade de Paraty, era o ponto forte das Festa da</p><p>Santa Cruz, na Capela da Generoza. A ele, com-</p><p>pareciam os “jongueiros” que alegres em torno</p><p>da fogueira acesa, cantavam e dançavam à noi-</p><p>te inteira. Vamos descobrir mais sobre o Jongo?</p><p>Acesse o QR code e descubra!</p><p>73</p><p>Festa do Divino Espírito Santo – Patrimônio Imaterial do Brasil</p><p>A Festa do Divino em Paraty, sem dúvidas, é a maior manifestação re-</p><p>ligiosa da comunidade. De origem portuguesa, esta festividade, como co-</p><p>nhecemos nesta configuração, nos remonta aos colonizadores lusitanos,</p><p>que deixaram marcas profundas no modo de ser e de fazer paratiense.</p><p>O “Domingo do Espírito Santo” em Paraty, como era conhecido, con-</p><p>sistia no momento em que as esferas sociais e econômicas se fundiam e</p><p>se irmanavam num só propósito, louvar a Terceira Pessoa da Santíssima</p><p>Trindade, o “Espírito Santo”.</p><p>Procissão conduzindo o andor com o Resplendor do Divino Espírito Santo</p><p>Foto: Acervo Pascom Paraty</p><p>74</p><p>Durante todo o período da Festa a cidade se enfeita para esta grande</p><p>celebração exibindo em suas fachadas, bandeiras, resplendores e orna-</p><p>mentos alusivos ao Espírito Santo em forma de pomba.</p><p>As comunidades rurais e costeiras também participam da mesma</p><p>forma prestigiando este grande evento. Durante dez dias acontecem pro-</p><p>cissões com as bandeiras do Divino, animadas pela Folia do Divino e pela</p><p>Banda Santa Cecília. No último sábado da Festa é servido um almoço</p><p>para mais de 8 mil pessoas, momento em que acontecem a apresentação</p><p>dos bonecos folclóricos Miota, boi e cavalinho para alegria da criançada.</p><p>Faça uma pesquisa, pode ser uma entrevista com uma pessoa</p><p>mais velha da sua casa ou no livro Paraty Estudante, sobre os</p><p>bonecos folclóricos de Paraty e coloque o nome nas figuras abaixo</p><p>ilustradas.</p><p>75</p><p>A noite, após a</p><p>missa de Coroação</p><p>do Imperador, são</p><p>realizadas as “Dan-</p><p>ças Tradicionais”</p><p>em um palco pre-</p><p>parado para esta</p><p>ocasião próximo a</p><p>Igreja Matriz. Essas</p><p>danças eram com-</p><p>postas de variadas</p><p>manifestações de</p><p>cunho folclórico,</p><p>como a Dança das Fitas, Jardineira, Dança dos Velhos, Coquinhos, Caipó,</p><p>Marujada e Cavalhada.</p><p>Atualmente, são dançadas a Dança dos Velhos, das Fitas, além da</p><p>apresentação da Ciranda e o Cateretê de Tarituba.</p><p>Menino Imperador com seus Vassalos e Guardas de Honra</p><p>Foto: Acervo Mauro Reinaldo Gomes Júnior</p><p>No domingo, pela manhã,</p><p>acontece a Missa Solene da</p><p>Festa, seguida da Libertação</p><p>de um Preso comum realiza-</p><p>da pelo Imperador. Após este</p><p>ato, as crianças são presente-</p><p>adas com deliciosos doces tí-</p><p>picos de Paraty, preparado ca-</p><p>rinhosamente pela comissão</p><p>de festa.</p><p>A Festa se encerra com a</p><p>tradicional procissão e missa</p><p>de encerramento com o anún-</p><p>cio dos novos Festeiros.</p><p>Procissão com as Bandeiras do Divino</p><p>Foto: Acervo Pascom Paraty</p><p>76</p><p>1. Prencha a cruzadinha sobre a Festa do Divino de acordo com as dicas:</p><p>2: É distribuído aos fiéis no sábado da festa.</p><p>3: Boneco folclórico que alegra a criançada</p><p>4: grupo musical que acompanha as procissões</p><p>5: É o simbolo do Espirito Santo</p><p>6: Sua coroação é um dos momentos mais importantes da Festa do Divino.</p><p>7: É distribuído na casa do festeiro após a missa solone de pentecostes.</p><p>77</p><p>Festa de Santa Rita - Força e Ressignificação</p><p>A Festa de Santa Rita, em Para-</p><p>ty, organizada por sua respectiva Ir-</p><p>mandade, fixou-se tradicionalmente</p><p>no mês de julho. É provável que esta</p><p>mudança de data, tenha ganhado for-</p><p>ça em decorrência do dia 22 de maio,</p><p>dia dedicado à santa, coincidir muitas</p><p>vezes com as festividades em louvor</p><p>ao Divino Espírito Santo que sempre</p><p>tiveram um lugar de destaque no ca-</p><p>lendário dos festejos locais.</p><p>Atualmente, a festa acontece em</p><p>meados de julho e com o passar dos</p><p>anos a Festa de Santa Rita foi se con-</p><p>solidando, se adaptando às novas re-</p><p>alidades, e fortalecendo sua identida-</p><p>de na comunidade. Trata-se de uma</p><p>das festas paroquiais de grande bri-</p><p>lho, com procissões todos os dias da</p><p>novena, missas, ladainhas, e a grande</p><p>procissão solene, que nos últimos anos tem resgatado a memória das</p><p>antigas procissões em louvor a</p><p>Santa Rita, onde todas as ima-</p><p>gens dos retábulos da igreja</p><p>são conduzidas em seus ando-</p><p>res ornamentados à moda do</p><p>século XIX.</p><p>Além de se manter uma</p><p>programação cultural intensa</p><p>com apresentações musicais,</p><p>barraquinhas, e convívio social</p><p>no largo de Santa Rita.</p><p>Celebração no interior da Igreja de Santa Rita</p><p>Foto: Acervo Pascom Paraty</p><p>Foto: Acervo Pascom Paraty</p><p>Imagem de Santa Rita de Cássia, madeira doura-</p><p>da e policromada, séc. XVIII</p><p>78</p><p>As flores confeccionadas em papel crepom são um dos artesa-</p><p>natos mais difundidos em Paraty. Utilizadas, geralmente, para de-</p><p>corar capelas e oratórios, ganhou força entre as festas religiosas</p><p>da cidade, eram muito utilizadas nos andores que tomavam parte</p><p>nas procissões, sobretudo de Santa Rita, com destaque para os</p><p>andores de Nossa Senhora dos Carmo e Santo Antonio que eram</p><p>decorados com lindos arranjos de lírios de papel dispostos em</p><p>ânforas de madeira.</p><p>Festa da Padroeira – Nossa Senhora dos Remédios</p><p>Com data fixa, a Festa em honra a Nossa Senhora dos Remédios</p><p>ocorre de 30 de agosto a 8 de setembro, feriado municipal.</p><p>A festa culmina no dia em que a Igreja</p><p>Católica comemora a Natividade da Virgem</p><p>Maria, ou seja, seu</p><p>nascimento.</p><p>A parte religiosa da festa é composta</p><p>por novenário, missas, ladainhas, procis-</p><p>sões e cânticos em louvor a Nossa Senhora.</p><p>No primeiro dia da novena, é costume</p><p>que o andor com a imagem peregrina da</p><p>padroeira seja conduzido da prefeitura e o</p><p>prefeito municipal tome parte da missa de</p><p>abertura das festividades.</p><p>Na ocasião, em determinado momento</p><p>acontece a cerimônia de entrega simbólica</p><p>da “Chave da Cidade” a Virgem Maria, ro-</p><p>gando que Ela proteja a cidade que nasceu</p><p>sob o seu nome: “Vila de Nossa Senhora</p><p>dos Remédios de Paraty”.</p><p>Imagem processional de Nossa</p><p>Senhora dos Remédios, madeira</p><p>dourada e policromada, séc. XVIII</p><p>Foto: Acervo Pascom Paraty</p><p>79</p><p>No dia 7 de setembro, um antigo costume é repetido a mais de um</p><p>século, a imagem processional da padroeira é trasladada da Igreja de</p><p>Santa Rita em procissão para a Igreja Matriz, lembrando a antiga procis-</p><p>são que inaugurou parte da Igreja Matriz em 1863.</p><p>No dia 8, dia da Festa da cidade, é despertada por alegre alvorada</p><p>com música e fogos anunciando o grande dia. Na parte da manhã é cele-</p><p>brada a Missa Solene e à tarde, a Missa de encerramento seguida de im-</p><p>ponente procissão, onde além da imagem da padroeira, são conduzidos</p><p>os andores de São José, Santa Ana e São Joaquim.</p><p>A parte recreativa da festa</p><p>é composta por barraquinhas</p><p>de comidas e bebidas instaladas</p><p>ao lado da matriz. No Areial do</p><p>Pontal acontece a grande feira</p><p>de roupas e utensílios domésti-</p><p>cos, objetos decorativos e ele-</p><p>trônicos, além das tradicionais</p><p>apresentações artísticas no pal-</p><p>co do estacionamento próximo à</p><p>Praça da Matriz.</p><p>Festa de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito</p><p>A Festa de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, originalmente</p><p>em Paraty, possuía data fixa, era realizada em 27 de dezembro. Atual-</p><p>mente, ela acontece no mês de</p><p>novembro, em data próxima ao</p><p>dia da Consciência Negra.</p><p>O primeiro dia da Festa é ini-</p><p>ciado com alvorada de fogos e</p><p>sinos, banda de música, anun-</p><p>ciando o período de festividade.</p><p>À noite, a missa de abertura da</p><p>Festa e a Ladainha dão o tom</p><p>de sacralidade das festividades,</p><p>que se estendem por todas as</p><p>Chegada da procissão de trasladação da imagem da</p><p>Padroeira, juntamente com os andores de São Joaquim,</p><p>Santa Ana e São José na Igreja Matriz</p><p>Foto: Acervo Pascom Paraty</p><p>Andor com a imagem de Nossa Senhora do Rosário na</p><p>procissão de encerramento</p><p>Foto: Acervo Pascom Paraty</p><p>80</p><p>noites de celebração, com procissões noturnas de bandeiras, os andores</p><p>menores de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, banda e folia,</p><p>visitando as casas dos fiéis, onde os andores dos santos pernoitam nas</p><p>residências pré estabelecidas na programação, geralmente, de devotos</p><p>cumprindo alguma promessa.</p><p>No último sábado da festa pela manhã, percorre as ruas da cidade</p><p>o Bando Precatório, conhecido popularmente por "Esmola''. Ao término</p><p>deste cortejo é servido o almoço aos presentes e convidados.</p><p>À noite, é realizada Missa Solene com a Coroação do Rei e da Rainha</p><p>da Festa do Rosário.</p><p>Após a missa, vem se ten-</p><p>tando resgatar o costume das</p><p>danças para o rei e a rainha na</p><p>porta da Igreja, como eram rea-</p><p>lizadas no século XIX, com apre-</p><p>sentações do Jongo do Quilombo</p><p>do Campinho, Marrapaiá, vindo</p><p>da cidade de Cunha, dentre ou-</p><p>tras atrações de cunho cultural/</p><p>religioso.</p><p>Domingo pela manhã é realizada a</p><p>Missa Solene da Festa com a presença</p><p>do Rei e da Rainha. Após a celebração</p><p>são distribuídas lembranças da festa e o</p><p>cortejo segue para a casa do Festeiro ou</p><p>outro espaço que consiga acolher o nú-</p><p>mero de pessoas que tomam parte desta</p><p>procissão, onde ao chegar, é feito a dis-</p><p>tribuição do “Doce da Rainha”, uma mesa</p><p>preparada para essa ocasião, com doces,</p><p>a maioria típicos da cidade, distribuídos</p><p>aos presentes.</p><p>À tarde, o cortejo retorna para a igre-</p><p>ja, para a última missa, seguida da Sole-</p><p>ne Procissão com as imagens dos santos</p><p>Rei e Rainha da Festa do Rosário durante a Missa Solene</p><p>Foto: Acervo Pascom Paraty</p><p>Imagem de São Benedito, madeira policro-</p><p>mada com douramento, séc. XVIII</p><p>Foto: Acervo Pascom Paraty</p><p>81</p><p>padroeiros, rei rainha, coorte, estandartes das principais festas da pa-</p><p>róquia, ministros, coroinhas, pastorinhas, banda de música e o povo em</p><p>geral.</p><p>Natal – Celebração da Cultura Popular</p><p>As festividades natalinas em Paraty tinham início oficialmente em 8 de</p><p>dezembro, dia da Festa da Imaculada Conceição com a primeira apresen-</p><p>tação da Folia de Reis, que visitava as casas dos moradores, geralmente</p><p>na calada da noite com sua alegria e irreverência, cantando na frente</p><p>dos presépios ou da imagem do Menino Jesus. Essas comemorações se</p><p>estendiam até o dia 20 de janeiro, dia da Festa de São Sebastião, quando</p><p>era cantada a última Folia de Reis.</p><p>Outra manifestação que posteriormente foi agregada às comemora-</p><p>ções natalinas foi o “Auto das Pastorinhas”, encenado por crianças carac-</p><p>terizadas representando figuras</p><p>míticas e elementos da nature-</p><p>za, cantando o nascimento do</p><p>Menino Jesus.</p><p>A folia de Reis ainda sobre-</p><p>vive aos dias atuais, porém o</p><p>Auto das Pastorinhas há muitos</p><p>anos não é mais realizado.</p><p>Você sabia que uma informação relevante para a memória</p><p>histórica de Paraty é a Congada que existiu no século XIX e que</p><p>posteriormente, desapareceu. Segundo se constata no ofício da</p><p>Irmandade do Rosário, enviado à Câmara Mu-</p><p>nicipal em 1829, os “Irmãos” pedem autori-</p><p>zação para realizarem suas “Danças e Festas</p><p>de Costume de Reis e Rainhas Congos”. Quer</p><p>saber mais sobre essa memória histórica de</p><p>nossa cidade? É só Acessar o QR code.</p><p>82</p><p>Festas na Zona Rural e Costeira</p><p>Praticamente toda a zona rural e costeira do município de Paraty</p><p>possui alguma festividade ou comemoração, geralmente voltadas para</p><p>o campo religioso e como de costume atrelado ao convívio social com a</p><p>parte recreativa.</p><p>Algumas festas são de menor porte, outras de grande vulto, porém,</p><p>todas inseridas como parte integrante e fundamental da comunidade.</p><p>Merece destaque a Festa de São</p><p>Pedro e São Paulo, na localidade da</p><p>Ilha do Araújo, e atrelada a ela, o</p><p>Festival do Camarão, geralmente,</p><p>realizados no final do mês de ju-</p><p>nho; e a Festa de Santa Cruz, na</p><p>localidade de Tarituba, geralmente,</p><p>realizada no início do mês de maio.</p><p>Outras Festas Religiosas</p><p>Paraty, desde sua fundação, foi composta por maioria cristã/católica</p><p>como todo o território nacional. Fato este colaborou para a maior parte</p><p>das manifestações culturais/religiosas da cidade serem de matriz cristã/</p><p>católica. Todavia, com a liberdade de culto, e o fortalecimento de outras</p><p>denominações religiosas na cidade, outras festividades vem ganhando</p><p>força, como é o caso da Festa de Yemanjá comemorada em 2 de fevereiro</p><p>pelos adeptos as religiões de matriz afro e a Marcha para Jesus por parte</p><p>dos cristãos evangélicos.</p><p>83</p><p>ESSE ESPAÇO É DESTINADO A ALGUMAS</p><p>MEMÓRIAS DA FAMÍLIA! APROVEITEM E</p><p>RESGATEM FOTOS ANTIGAS EM MOMENTOS</p><p>MARCANTES NA CIDADE. ESCOLHAM JUNTOS!</p><p>“Somos a gota d’água da chuva que cai</p><p>Somos a gota d’água das águas doces</p><p>Somos a gota d’água dos manguezais</p><p>Somos a gota d’água dos oceanos</p><p>Somos a gota d’água, sereno da noite</p><p>Somos a gota d’água, orvalho da manhã</p><p>Somos a gota d’água, a lágrima que cai</p><p>Somos a gota d’água sim,</p><p>somos todos nós</p><p>somos e nascemos de uma só voz</p><p>somos a gota d’água, sim</p><p>somos todos nós”</p><p>Laura Mariá, mestra quilombola, Quilombo do Capinho, Paraty</p><p>Educação socioambiental</p><p>Unidade 3</p><p>Paraty - RJ:</p><p>86</p><p>Unidade 3</p><p>Educação socioambiental</p><p>ANTES DE COMEÇARMOS A FALAR SOBRE O MEIO AMBIENTE E AS RELAÇÕES</p><p>SOCIAIS QUE SE DÃO NELE E EM RELAÇÃO A ELE, VAMOS PENSAR NO</p><p>TERRITÓRIO DE PARATY A PARTIR DOS POVOS QUE CONSTITUÍRAM SUA</p><p>HISTÓRIA. A HISTÓRIA É FEITA A PARTIR DAS RELAÇÕES HUMANAS, OU SEJA,</p><p>SOMOS TODAS/OS AGENTES DA HISTÓRIA. A CIDADE DE PARATY FOI FORMADA</p><p>PELOS POVOS QUE NELA VIVERAM, QUE NELA SE ESTABELECERAM, RESISTIRAM</p><p>E CONSTRUÍRAM SUAS IDENTIDADES.</p><p>Indígenas</p><p>Antes da invasão dos portugueses nessas terras, os indígenas que</p><p>aqui viviam eram os povos Tupinambá e os Guaianá. Os Guaianá fo-</p><p>ram</p><p>descritos pelos viajantes europeus como “pequenos e barrigudos”,</p><p>tinham os cabelos raspados no alto da cabeça e longos dos lados e dor-</p><p>miam em redes que faziam cascas de árvores ou de fios de algodão1.</p><p>1 FRANKE, Pedro Campos e NETO, João Augusto de Andrade, Uma breve história de Paraty. Paraty: Forte Defensor Perpétuo/Ibram, 2020.</p><p>ISBN: 978-65-88734-00-1. pp.6.</p><p>87</p><p>Há dúvidas se Guainá seria um nome de nação indígena, pois seu</p><p>significado original é “gente aparentada”. Há documentos que nomeiam</p><p>os primeiros habitantes de Paraty como Goramenis, Goiamimins, Maro-</p><p>momimis ou Miramomis, tendo como possível significado “gente miúda”.</p><p>São muitas as dúvidas sobre as origens desses povos, você já pensou o</p><p>por quê?</p><p>Os povos nativos foram praticamente exterminados pela invasão dos</p><p>portugueses nessas terras. Há relatos de que em Paraty “os povos Ma-</p><p>romomi/Guaianá foram escravizados pelos portugueses e que auxiliaram</p><p>na construção da Igreja da Matriz de Nossa Senhora da Conceição de</p><p>Angra dos Reis, por volta do ano de 16362”.</p><p>Atualmente, vivem em Paraty as etnias indígenas Guarani Mbya e</p><p>Pataxó.</p><p>2 FRANKE, Pedro Campos e NETO, João Augusto de Andrade, Uma breve história de Paraty. Paraty: Forte Defensor Perpétuo/Ibram, 2020.</p><p>ISBN: 978-65-88734-00-1. pp.8.</p><p>Mulheres indígnas das Aldeiras Itaxĩ Mirim (Paraty Mirim) e Guyraí tapu (Araponga, Patrimônio)</p><p>Fonte: OTSS Bocaina</p><p>88</p><p>A cultura indígena está em nossas vidas de muitas formas, nos ali-</p><p>mentos e na língua que falamos, por exemplo. Muitas palavras presentes</p><p>no nosso vocabulário são de origem indígena. Por exemplo, “uba” em</p><p>Tupi significa “canoa” e “tuba” significa “lugar de muitas”. Assim, Ubatuba</p><p>significa “lugar de muitas canoas”. Nessa mesma lógica, pesquise o signi-</p><p>ficado das palavras abaixo juntando as partes separadas:</p><p>Africanos e afrobrasileiros</p><p>Tarituba</p><p>Tari = Fruta no cacho</p><p>Tuba = lugar de</p><p>Tarituba= Lugar de fruta</p><p>no cacho</p><p>Caraguatatuba</p><p>Caraguata=</p><p>Tuba=</p><p>Caraguatatuba =</p><p>Pereque-açú</p><p>Perequê=</p><p>Açú =</p><p>Perequeaçú=</p><p>Jabaquara</p><p>Jaba =</p><p>quara=</p><p>Jabaquara=</p><p>Jundiaquara</p><p>Jundiá=</p><p>quara=</p><p>Jundiaquara=</p><p>Parati-mirim</p><p>Parati=</p><p>Mirim=</p><p>Parati-mirim=</p><p>Jurumim</p><p>Juru=</p><p>Mirim=</p><p>Jurumirim=</p><p>O estabelecimento dos invasores europeus em Paraty trouxe para</p><p>a cidade o fortalecimento da cultura católica, as atividades econômicas</p><p>voltadas para a produção nas grandes fazendas, a escravidão africana e</p><p>indígena.</p><p>A escravidão africana teve um papel central na formação da elite</p><p>local, uma vez que Paraty foi um local fundamental para a alimentação</p><p>do tráfico internacional de africanos que eram retirados de seus países,</p><p>de suas famílias e de seus modos de vida e trazidos para o Brasil, onde</p><p>89</p><p>foram escravizados. Desse modo, as famílias tradicionais da cidade em</p><p>sua grande parte se tornaram ricas como proprietárias e comerciantes de</p><p>pessoas escravizadas.</p><p>A presença massiva do povo africano e afro brasilei-</p><p>ro em Paraty deixou na cidade marcas que permanecem</p><p>até hoje, como a devoção a Nossa Senhora do Rosário e</p><p>São Benedito, cuja irmandade teve um papel importan-</p><p>tíssimo na manutenção das práticas religiosas de matriz</p><p>africana, com destaque para a Congada, como mostra</p><p>o documento abaixo:</p><p>A partir de muita repressão por parte da elite proprietária, muitas</p><p>destas práticas culturais foram sendo proibidas ou severamente vigiadas,</p><p>como foi o caso dos candomblés, danças e vozerios, além de outras prá-</p><p>ticas coletivas da população negra.</p><p>Na próxima página, vamos analisar dois documentos que demons-</p><p>tram a perseguição ao lazer e as práticas culturais de matriz africana em</p><p>Paraty:</p><p>Transcrição: Leu-se outro requerimento da Irmandade do</p><p>Rosário dos Pretos em o qual requeria licença para nas Ruas faze-</p><p>rem suas danças e Festas de Costume de Reis e Rainhas Congos,</p><p>foi concedida somente desde a saída até a entrada do sol pagando</p><p>as despesas da Câmara dois mil reis para cada hum dia, sendo</p><p>apresentada a licença ao Juiz de Paz.</p><p>Congada é</p><p>uma manifes-</p><p>tação cultural</p><p>e religiosa que</p><p>envolve dan-</p><p>ça, canto, tea-</p><p>tro e religiões</p><p>de matriz afri-</p><p>cana e cristã.</p><p>90</p><p>Sendo notável o número de pessoas cativas que se demoram</p><p>dentro e nas portas das casas de negócio com tocadas, danças e</p><p>vozerios, resultando disto não só estas pessoas faltarem ao serviço</p><p>de seus Senhores, com também se entregarem a embriaguez que</p><p>sempre excita a desordem e outras consequências desagradáveis,</p><p>dando causa a tudo isto é estranhável o abuso e desleixo.</p><p>Toda pessoa que na casa de sua moradia, ou alguma outra a</p><p>ela anexa, consentir ajuntamentos para danças ou candomblé em</p><p>que entrem escravos alheios, será punida com as penas impostas</p><p>pela Postura Quinta.</p><p>91</p><p>Visita ao Museu do Forte Defensor Perpétuo - Lá vocês encontra-</p><p>rão os tambores de candombe que foram encontrados na fazenda</p><p>de Paraty Mirim. Pergunte aos técnicos do museu sobre a história</p><p>desses tambores e registre suas observações aqui:</p><p>_________________________________________________</p><p>_________________________________________________</p><p>_________________________________________________</p><p>Os quilombolas</p><p>Os quilombolas são os descendentes de ho-</p><p>mens, mulheres e crianças que fugiam da escra-</p><p>vidão. Os quilombos eram numerosos durante</p><p>todo o período escravista e neles a população ne-</p><p>gra conseguia manter suas tradições e lutar pela</p><p>sobrevivência, criando uma forma de organização</p><p>social e cultural, e uma identidade própria. Veja</p><p>no mapa os quilombos que existiam na cidade:</p><p>Quilombos são agru-</p><p>pamentos de pessoas</p><p>originados da fuga da</p><p>escravidão, dando ori-</p><p>gem a territórios de</p><p>liberdade. Atualmente,</p><p>os quilombos existen-</p><p>tes são áreas reconhe-</p><p>cidas por sua história</p><p>de resistência ao siste-</p><p>ma colonial escravista.</p><p>Presença de Quilombos registrados na literatura entre Séculos XVII e XIX</p><p>Fonte: Diuner Mello. Elaborado por Roberta Lopo Bezerra</p><p>92</p><p>Os quilombos representam a resistência do povo negro e também a</p><p>permanência de seus modos de vida, religiosidade e tiveram o papel de</p><p>pressionar o império brasileiro para acabar com a escravidão.</p><p>Atualmente, temos em Paraty o quilombo Campinho da Independên-</p><p>cia e o quilombo do Cabral. O quilombo do Campinho é o local onde se</p><p>assentaram as matriarcas Antonica, Luiza e Marcelina, e ali fundaram</p><p>uma comunidade negra que hoje simboliza a resistência dessa população</p><p>na cidade desde os tempos remotos.</p><p>Ser caiçara é ser parte de uma cultura. A cultura caiçara vem das</p><p>origens da formação do Brasil, ainda na colonização, com o encontro en-</p><p>tre os povos indígenas, europeus e africanos. Com forte raiz nos conhe-</p><p>cimentos tradicionais dos povos que viviam em profunda relação com a</p><p>natureza; a cultura caiçara depende do território para existir, assim como</p><p>o território caiçara existe por causa das práticas caiçaras.</p><p>Caiçaras</p><p>Antonica, Luiza e Marcelina. Sécs.XIX e XX | Paraty, Rio de Janeiro Nathalia Ferreira, Pau Amarelo Paulista,</p><p>2020 Acrílica e Spray sobre papel, 25 cm x 40 cm</p><p>93</p><p>Veja abaixo as áreas de presença da cultura caiçara no Brasil:</p><p>A relação com diferentes ambientes é vital: a praia, o sertão, as en-</p><p>costas rochosas, as diferentes estações do ano, tudo isso é importante e</p><p>influencia no ritmo de vida</p><p>e nas atividades realizadas</p><p>em diferentes épocas do</p><p>ano.</p><p>Muitos elementos com-</p><p>põem a cultura caiçara,</p><p>como a pesca, a roça, o ex-</p><p>trativismo dos produtos da</p><p>mata, e, recentemente o</p><p>turismo. Área de presença da Cultura Caiçara no Brasil</p><p>Fonte: Enciclopédia caiçara. Antonio Carlos S. DIEGUIS. Elaborado por Roberta Lopo Bezerra</p><p>A cultura caiçara é cheia de ricos elementos</p><p>que a tornam única. Acesse o texto para apro-</p><p>fundar e fazer as atividades propostas, através</p><p>do QR code.</p><p>Defesa do Território</p><p>A luta pelo direito de viver bem se deu em todos os períodos da</p><p>história do Brasil. Vamos falar aqui das lutas pela terra a partir de um</p><p>acontecimento que alterou drasticamente a vida em Paraty: a chegada da</p><p>Rodovia Rio-Santos (BR 101).</p><p>Abrir a estrada que ligava o Rio de Janeiro a Santos pelo litoral era</p><p>parte de</p><p>um projeto de desenvolvimento turístico que favorecia grandes</p><p>empreendimentos como hotéis, resorts e marina.</p><p>94</p><p>A construção da BR 101 teve início em 1950. Até então Paraty vivia</p><p>um período de isolamento, desde o declínio do sistema escravista, que</p><p>deixou a elite local sem meios de lucrar com a mão de obra escravizada.</p><p>Com a chegada da estrada iniciou-se grande procura por terras, que</p><p>passaram a ser muito valorizadas por quem vinha de fora, esse processo</p><p>se chama especulação imobiliária.</p><p>Com a especulação, grandes empresas e empresários passaram a</p><p>comprar terras por valores baixos para eles, mas que eram altos para as</p><p>famílias caiçaras, que faziam pouco uso do dinheiro, porque retiravam da</p><p>terra e do mar o seu sustento. Não é raro histórias de pessoas que troca-</p><p>ram sítios por carros, por motores ou por brincos de ouro.</p><p>A especulação imobiliária também trouxe uma nova leva de grileiros</p><p>que ameaçavam e retiravam os moradores das suas comunidades, ale-</p><p>gando serem os donos das terras.</p><p>Grilagem de terras é a prática criminosa de se apropriar de terras, fal-</p><p>sificando documentos. O nome grilagem vem da prática de criar um docu-</p><p>mento falso e colocar em uma gaveta com grilos, para que eles comessem</p><p>o papel, ficando assim com aparência de papel antigo.</p><p>Fonte das fotos: Obras da BR 101 (trecho Rio-Santos) Arquivo Nacional e Revista Veja (1972)</p><p>Acesse o QR code para assistir o vídeo dos jo-</p><p>vens do Fórum de Comunidades Tradicionais entre-</p><p>vistando diferentes histórias sobre a chegada da</p><p>rodovia BR 101.</p><p>95</p><p>Assista o Filme Vento Contra (1979) de Adriana Mattoso. O filme</p><p>conta a história da resistência dos caiçaras de Trin-</p><p>dade, Ponta Negra, Sono e Laranjeiras (Paraty, RJ),</p><p>contra grandes empresas que tentaram se apropriar</p><p>de suas terras na época da construção da rodovia Rio</p><p>Santos. Acesse e assista usando o QR code.</p><p>A Luta da Trindade e dos Trindadeiros</p><p>A comunidade caiçara da Trindade é um exemplo de defesa de seu</p><p>território. No ano de 1978, a comunidade</p><p>passou a receber ordens de se retirar das</p><p>terras que ocupavam a muitas gerações,</p><p>por uma empresa estrangeira que se de-</p><p>clarava dona da área.</p><p>Famílias caiçaras tiveram suas casas e</p><p>roças derrubadas e queimadas por jagun-</p><p>ços, que eram pessoas armadas, contrata-</p><p>das pela empresa para espalhar o medo e</p><p>convencer trindadeiros e trindadeiras a ir embora para a cidade.</p><p>No trecho abaixo, a liderança comunitária Vera da Trindade conta um</p><p>pouco dessa história e da importância da união entre as pessoas:</p><p>“Eu tinha sete anos, nós estávamos na casa do meu tio Jair, que é um</p><p>líder da resistência da Trindade. De repente entrou um monte de jagunço</p><p>na casa, expulsando, porque chegou a ordem de despejo do meu tio, no</p><p>tempo da T.D.T. E era cachorro, uma coisa de louco, homens armados,</p><p>criançada, saímos correndo, no meio daquele alvoroço eu procurei minha</p><p>mãe, e minha tia falou “sua mãe está ajudanto uma mulher a ter filho” e</p><p>foi ali que eu entendi o quanto era necessário estarmos juntos.</p><p>96</p><p>Quando eu fiz dezenove anos participei da diretoria da Associação,</p><p>que já existia e foi fundada só por mulheres. Foi a primeira Associação de</p><p>Moradores do município e formada por mulheres. A Associação foi uma</p><p>necessidade de fortalecimento, porque os homens saíam para a pesca e</p><p>ficavam só as mulheres.</p><p>A Associação de Moradores de Trindadade, eu tenho convicção que é</p><p>uma entidade marcante na vida das pessoas, desde as pessoas que par-</p><p>ticiparam do movimento, da luta de ficar ali, e dos filhos desses. O que é</p><p>mais difícil? É você enfrentar um povo que está unido.”</p><p>Confira a entrevista completa com a</p><p>Vera da Trindade através do QR code:</p><p>Foram nove anos lutando pelo direito de permanecer nas terras onde</p><p>viviam desde seus ancestrais. A comunidade acabou vencendo e teve seu</p><p>direito reconhecido pela justiça, embora a empresa tenha ainda assim</p><p>ficado com muitas terras e a comu-</p><p>nidade perdido muitas famílias, que</p><p>foram para a cidade.</p><p>Atualmente, a comunidade caiça-</p><p>ra da Trindade além da AMOT, tem</p><p>algumas outras associações, que são</p><p>importantes para ajudar na luta por</p><p>seus direitos.</p><p>O Fórum de Comunidades Tradicionais é um movimento de união de</p><p>caiçaras, indígenas e quilombolas em defesa de seus territórios e da pos-</p><p>sibilidade de viver os modos de vida tradicionais.</p><p>Fonte: Trindade vive</p><p>Fórum de Comunidades Tradicionais</p><p>97</p><p>O projeto “Sem garça não tem graça” foi criado em 1991 por mora-</p><p>dores de Paraty, com a intenção de chamar atenção da sociedade para</p><p>a importância da preservação dos manguezais. Exemplo muito bonito</p><p>de educação socioambiental, o projeto contou com oficinas de arte-edu-</p><p>cação que deram origem a uma</p><p>grande apresentação no largo da</p><p>Santa Rita: a opereta ecológica.</p><p>Na opereta, as crianças represen-</p><p>taram os animais do mangue, ao</p><p>som de canções que o artista Luís</p><p>Perequê compôs especialmente</p><p>para o projeto. Além da opereta,</p><p>“O Fórum é um movimento que surgiu da consciência de que sozinho</p><p>ninguém consegue muita coisa e que é preciso muita união para que as</p><p>comunidades possam fazer os enfrentamentos necessários para defesa</p><p>do seu território” Laura Maria, mestra quilombola do Quilombo do Cam-</p><p>pinho.</p><p>Com campanhas comunitárias como “Preservar e Resistir”, que trata</p><p>das pressões e ameaças que as comunidades sofrem pela especulação</p><p>imobiliária e pela pressão das unidades de conservação, assim como a</p><p>campanha “Cuidar e Resistir”, que é uma rede de solidariedade que tem</p><p>como objetivo distribuir alimentos e informações em tempos de pande-</p><p>mia da COVID-19, o FCT vai contribuindo para a permanência das pesso-</p><p>as em seus territórios.</p><p>Fórum de Comunidades Tradicionais Angra, Paraty e Ubatuba</p><p>Sem garça não tem graça</p><p>98</p><p>Versos da Opereta</p><p>(Autor: Luís Perequê)</p><p>Olha meu irmão</p><p>Eu sou o camarão</p><p>Eu nasci no mangue</p><p>Mas não se zangue</p><p>Não acabe o mangue</p><p>Ele é o meu berçário</p><p>E o seu trabalho</p><p>Nossa continuação</p><p>Vegetação</p><p>Proteger os manguezais</p><p>É cuidar da paz</p><p>Dessa casa mãe</p><p>Manguezais</p><p>Onde a vida se renova</p><p>Casa onde alguns desovam</p><p>Serve a outros de alimento</p><p>E esses são os movimentos</p><p>Da sagrada natureza</p><p>E é preciso com certeza</p><p>Proteger este berçário</p><p>Cada qual tem seu trabalho</p><p>Pela lei da natureza</p><p>Garça</p><p>Olha a leveza da garça</p><p>Quanta graça na pureza</p><p>Mata o mangue</p><p>Foge a garça</p><p>Perde a graça</p><p>A natureza</p><p>Urubu</p><p>Sem garça não tem graça</p><p>Maré alta, maré baixa</p><p>Fica tudo igual</p><p>Lagoa morta</p><p>E tudo se conduz</p><p>Aos urubus</p><p>Urubu, urubu, urubu,</p><p>urubu, urubu, urubu, arrrfffff</p><p>Refrão final</p><p>Na batuta do maestro</p><p>Da orquestra do universo</p><p>Pela força do meu verso</p><p>Do inverso da canção</p><p>As águas perderam os rumos</p><p>Pelo grito do trovão</p><p>Estrela explodir no céu</p><p>Relampago ser fogaréu</p><p>E o mar mudar de canção</p><p>foi realizada uma exposição de fotos do manguezal e uma palestra da</p><p>bióloga Norma Crud sobre o ecossistema dos manguezais. Denise Pereira</p><p>da Silva, Indalécia Campos Freire e Elaine Bernardo foram as principais</p><p>organizadoras desse projeto.</p><p>O objetivo pontual da denúncia era impedir que fosse aterrado o man-</p><p>guezal situado às margens da estrada Rio-Santos, em um local conhecido</p><p>como Boa Vista. O grupo conseguiu embargar a obra da construção da</p><p>marina no local do mangue, mas sete anos depois os empresários conse-</p><p>guiram destruí-lo.</p><p>Hoje em dia, o manguezal não está mais lá, mas a memória da luta</p><p>da comunidade pela sua permanência ainda deve permanecer viva, para</p><p>que a gente possa seguir o exemplo de melhores práticas na nossa rela-</p><p>ção com a natureza, principalmente, quando se trata de um ecossistema</p><p>tão importante como o manguezal.</p><p>99</p><p>Você conhece algum manguezal em Paraty?</p><p>Investigando os manguezais de Paraty</p><p>Locais onde você já viu um manguezal:</p><p>Há construções perto dele? _____________________________</p><p>Qual o cheiro que você sente quando chega perto do manguezal?</p><p>___________________________________________________</p><p>Quais animais você viu quando observou o manguezal? _______</p><p>_________________________________________________</p><p>_________________________________________________</p><p>Quais plantas você viu?</p><p>________________________________</p><p>_________________________________________________</p><p>Os manguezais são muito importantes para a vida do oceano e das</p><p>pessoas também, são o berçário</p><p>de muitas espécies de animais,</p><p>além de funcionarem como “es-</p><p>ponjas” que absorvem água das</p><p>chuvas, garantindo que ela siga</p><p>seu ciclo.</p><p>Os manguezais também ga-</p><p>rantem segurança ambiental nas</p><p>cidades e comunidades costei-</p><p>ras. Observe o cartaz e conver-</p><p>se com seus colegas e sua pro-</p><p>fessora sobre a importância do</p><p>manguezal.</p><p>Fonte: Árvoreagua</p><p>100</p><p>Bioma Mata Atlântica</p><p>Nossa região de Paraty e cidades próximas é muito rica em mangue-</p><p>zais, que são protegidos por lei. O mangue é uma parte de um Bioma.</p><p>Bioma é um conjunto de elementos como floresta, relevo,</p><p>clima, animais e microrganismos que, juntos, resultam em uma</p><p>formação natural específica. Exemplos: o Bioma Pantanal, Bioma</p><p>Amazônico, Bioma Mata Atlântica.</p><p>Paraty está totalmente inserida no Bioma Mata Atlântica. Vamos ob-</p><p>servar o mapa dos Biomas Brasileiros e encontrar a Mata Atlântica.</p><p>A Mata Atlântica é um conjunto de vida, seres animais e vegetais,</p><p>em relação com o clima e o solo, que se estende por uma ampla região</p><p>territorial, formando uma paisagem</p><p>mais ou menos uniforme, como co-</p><p>nhecemos em Paraty. É uma floresta</p><p>com grande diversidade, tem mais de</p><p>20.000 espécies de plantas e mais de</p><p>1.200 espécies de animais cataloga-</p><p>dos pelos cientistas.</p><p>Além das florestas, a Mata Atlân-</p><p>tica abriga ambientes como os man-</p><p>guezais, restingas, campos de altitu-</p><p>de e brejos, todos dependentes do</p><p>equilíbrio ambiental do Bioma.</p><p>Foto: Pixabay Foto: Pixabay</p><p>101</p><p>Os ambientes do Bioma Mata Atlântica têm sofrido com diversas al-</p><p>terações causadas pelo nosso modelo de sociedade. Vamos ver algumas</p><p>delas:</p><p>Desmatamento: é a perda da cobertura original de ambientes natu-</p><p>rais, acarretando na diminuição da vegetação, dos animais e microorga-</p><p>nismos. O desmatamento é um dos responsáveis pelo aumento da tem-</p><p>peratura do planeta, gerando o aquecimento global.</p><p>Poluição das águas: acontece pelo lançamento de esgoto em rios,</p><p>sem tratamento, assim como o uso de agrotóxicos utilizados em planta-</p><p>ções e jardins, que são levados aos rios e águas subterrâneas pela água</p><p>das chuvas. Lixo e petróleo também causam a poluição das águas, con-</p><p>taminação da fauna, flora e das pessoas.</p><p>Poluição do solo: é causada também pelo descarte de esgoto sem</p><p>tratamento ou com tratamento precário “(fossas tipo sumidouro, que é</p><p>um buraco na terra com paredes de tijolo ou cimento sem impermeabili-</p><p>zação no fundo, que permite que a água do esgoto infiltre no solo, con-</p><p>taminando a terra e a água subterrânea), pelo uso de agrotóxicos e por</p><p>depósito de lixo em locais incorretos.</p><p>Vamos trazer na próxima página algumas ações que são exemplo de</p><p>cuidado com as águas e com o solo que acontecem em Paraty e que po-</p><p>demos ter em nosso dia a dia, dentro de nossa casa e comunidades:</p><p>Acesse o QR code para fazer a</p><p>atividade sobre desmatamento:</p><p>102</p><p>Saneamento ecológico</p><p>Saneamento ecológico é uma prática de cuidado com as águas que</p><p>tem sido realizada por algumas comunidades em Paraty. Como uma das</p><p>ações do Fórum de Comunidades Tradicionais, a ideia é que o esgoto das</p><p>casas (as águas da cozinha, tanque e banheiros) seja totalmente tratado</p><p>antes de irem para a natureza.</p><p>O Saneamento Ecológico não gera nenhum tipo de poluição, ao con-</p><p>trário da fossa de sumidouro, que deixa infiltrar água contaminada no</p><p>solo. É uma prática muito importante para a saúde do ambiente e das</p><p>pessoas, evitando viroses, vermes e outras infecções3.</p><p>Descubra as incríveis fossas da Praia do</p><p>Sono acessando esse QR code.</p><p>3 Fonte da imagem: https://cargocollective.com/patriciayamamoto/Guia-Manejo-Integrado-da-Agua</p><p>Fonte: Guia manejo integrado da água – Cargo Collective</p><p>103</p><p>Não jogue seu óleo pelo ralo</p><p>Ainda sobre o cuidado com as águas, vamos falar do programa “Não</p><p>jogue seu óleo pelo ralo”, que é uma iniciativa da Agenda 21 de Paraty e</p><p>parceiros de Paraty até Angra dos Reis que já coletou mais 1,8 milhoẽs</p><p>de litros de óleo de cozinha, evitando que fossem para a natureza, cau-</p><p>sando poluição.</p><p>1. Vamos investigar para onde vai o esgoto da nossa casa?</p><p>a) Pergunte aos seus responsáveis: Para onde vai a água que sai da pia</p><p>e do tanque?</p><p>_______________________________________________________</p><p>_____________________________________________________</p><p>b) E a água do vaso sanitário?</p><p>_______________________________________________________</p><p>_____________________________________________________</p><p>c) Leia com sua professora o “Guia Caminho e Cuidado com as Águas”,</p><p>disponível em www.otss.org.br/saneamento-ecologico e reflita sobre</p><p>como o saneamento ecológico poderia contribuir para melhorar o sa-</p><p>neamento da sua casa, sua escola e sua comunidade?</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>104</p><p>Observe a imagem:</p><p>Fonte:Árvoreagua</p><p>O que fazer com seu óleo de cozinha?</p><p>Quantos litros de água se contaminam com 1 litro de óleo?</p><p>Desafio: Se organize com seus colegas e a direção da escola para</p><p>criar um ponto de coleta de óleo em sua escola. É só guardar o óleo usa-</p><p>do em garrafas plásticas bem fechadas, que o carro passa para recolher</p><p>e troca por produtos de limpeza para a escola!</p><p>105</p><p>Conheça a campanha Não jogue seu</p><p>óleo pelo ralo através deste QR code.</p><p>Agroecologia e Agricultura Orgânica</p><p>Como alternativa à poluição dos solos por contaminação de venenos e</p><p>por conservar a mata atlântica, associando técnicas de manejo florestal,</p><p>essas iniciativas são reconhecidas mundialmente por sua importância.</p><p>Agroecologia é um</p><p>conjunto de práticas de</p><p>agricultura saudável que</p><p>visa tanto a melhor pro-</p><p>dutividade do solo quanto</p><p>questões políticas, éticas,</p><p>culturais e energéticas vi-</p><p>sando a sustentabilidade</p><p>dos recursos naturais. Faz</p><p>parte da agroecologia a</p><p>luta contra os agrotóxicos,</p><p>a monocultura, e o incen-</p><p>tivo à agricultura familiar.</p><p>Em Paraty, temos alguns exemplos da prática da agroecologia, como</p><p>a iniciativa de Seu José Ferreira, Dona Carmelita</p><p>e seus filhos no Sertão do Taquari. A terra quando</p><p>da chegada do casal era um pasto e com as técni-</p><p>cas agroecológicas hoje é um local que combina a</p><p>recuperação da floresta com diversas espécies de</p><p>plantas, frutas e tecnologias naturais de armazena-</p><p>mento e refrigeração de alimentos, que ao longo do</p><p>tempo se tornaram exemplares. O local é visitado</p><p>todos os anos por estudantes que buscam o conhe-</p><p>cimento prático e teórico agregado pela família.</p><p>Fonte: Sítio Agroflorestal Zé Ferreira. Foto de Felipe Medalla</p><p>Fonte: Sítio Agroflorestal do Zé Ferreira -</p><p>Facebook - Foto: Felipe Medalla</p><p>106</p><p>Além dessa experiência, destacamos a UNACOOP (Cooperativa de</p><p>Produtores Rurais de Paraty) e a AAPOP (Associação Agroecológica de</p><p>Produção Orgânica de Paraty). Esta última fornece alimentos que são uti-</p><p>lizados no preparo da merenda escolar das escolas municipais de Paraty.</p><p>Agrotóxico: substâncias nocivas ao solo cultivado e prejudiciais à</p><p>saúde humana.</p><p>Monocultura: A monocultura é uma prática agrícola que remonta ao</p><p>período colonial, visto que as potências europeias praticavam nas colô-</p><p>nias as plantations de exportação, sistema agrícola de exploração colonial</p><p>baseado em latifúndios, monocultura, mão de obra africana escravizada</p><p>e exportação.</p><p>Construam um questionário com as dúvidas e curiosidades</p><p>que vocês têm sobre o tema da agricultura e organizem com sua</p><p>professora uma visita à Feira do Produtor Rural, que acontece</p><p>todas às sextas-feiras, no Mercado do Produtor. Lá, se dividam</p><p>em grupos para entrevistar produtores.</p><p>Fonte: César Marcos Vieira – Facebook da AAPOP</p><p>107</p><p>Cooperativa de Trabalho de Catadoras e Catadores</p><p>de Material Reciclável</p><p>em Paraty</p><p>A Cooperativa é um exemplo de ação coletiva para reduzir o proble-</p><p>ma do lixo. Formada por homens e mulheres trabalhadores/as da recicla-</p><p>gem de materiais, a cooperativa faz coleta dos materiais separados nas</p><p>casas e restaurantes na zona urbana de Paraty e encaminha-os para a</p><p>reciclagem.</p><p>Quais são os materiais recicláveis: Metal, plástico (inclusive isopor e</p><p>linhas de pesca), vidro e papel.</p><p>Não são recicláveis: restos de comida, madeira e restos de poda, fral-</p><p>das e absorventes, papel higiênico, guardanapos e papéis engordurados.</p><p>Atenção para resíduos de construção civil (telhas, cimento, concreto,</p><p>restos de piso): devem ser reciclados em locais próprios ou reutiliza-</p><p>dos. Baterias, pilhas, lâmpadas e equipamentos eletrônicos devem ser</p><p>levados a uma loja de equipamentos eletrônicos para serem reciclados</p><p>por serviços especializados. E os remédios? Remédios não podem ser</p><p>jogados no lixo comum, também devem ser levados até a farmácia, para</p><p>descarte correto pelos fabricantes.</p><p>Ao reciclar e destinar o lixo para locais corretos evitamos que eles</p><p>fiquem no ambiente, poluindo e contaminando. Os materiais demoram</p><p>tempo para se decompor e no caso do plástico, ele se decompõe em mi-</p><p>croplástico, ou seja, desaparece dos olhos mas segue contaminando a</p><p>natureza e a nós mesmos.</p><p>Fonte: Guardioes da Natureza Paraty Fonte: Guardioes da Natureza Paraty</p><p>108</p><p>Assista ao vídeo Microplásticos e a polui-</p><p>ção dos oceanos através deste QR code.</p><p>Lembre-se: reciclar e reutilizar é sempre a última opção. O melhor é</p><p>nem gerar lixo! Recuse embalagens, repense o consumo. Soluções cole-</p><p>tivas são sempre melhores que as individuais! Se organizem com sua co-</p><p>munidade e com a prefeitura como resolver a questão do lixo da melhor</p><p>maneira para as pessoas e o ambiente.</p><p>E os materiais orgânicos? O que fazer com eles?</p><p>Desafiamos vocês a estudarem um manual de compostagem</p><p>para construir uma composteira na escola. Sua escola já tem</p><p>composteira? Então vocês podem construir uma composteira co-</p><p>munitária.</p><p>O adubo gerado pode ser dividido entre toda a comunidade.</p><p>109</p><p>Recomendamos começar pelo livro: “Como preservar a terra</p><p>sem sair do quintal – Manual de Compostagem”,</p><p>de Peter Krauss e Emílio Eigenheer. Disponível</p><p>no QR code ao lado.</p><p>A internet está cheia de informações ótimas</p><p>sobre compostagem, qual é o projeto que me-</p><p>lhor combina com a realidade de vocês?</p><p>Anotações</p><p>"Não me preocupo em conhecer o mundo,</p><p>se possuo Paraty.</p><p>Sei que não posso salvar o planeta.</p><p>Mas tento salvar esse minúsculo grão de</p><p>areia que é Paraty.</p><p>Assim terei a certeza que estarei ajudando</p><p>a tantos outros a salvar a terra.</p><p>Pois isso aqui além de ser terra é minha</p><p>terra, é Paraty."</p><p>João Bee - Guia de Turismo e Turismólogo</p><p>Lazer e turismo</p><p>Unidade 4</p><p>Paraty - RJ:</p><p>112</p><p>Unidade 4</p><p>ESTÃO PREPARADOS PARA APRENDER</p><p>MAIS A FUNDO SOBRE LAZER,</p><p>TURISMO E HOSPITALIDADE? ENTÃO</p><p>APERTEM OS CINTOS DE SEGURANÇA</p><p>QUE O MOTORISTA JÁ ESTÁ PARTINDO</p><p>PARA MAIS ESTA ETAPA DE NOSSA</p><p>VIAGEM AO CONHECIMENTO DA</p><p>HISTÓRIA E DA ATUALIDADE DE NOSSA</p><p>AMADA PARATY!</p><p>Nesta unidade vamos aprender alguns conceitos sobre lazer, turismo</p><p>e hospitalidade; quais os principais atrativos e atividades turísticas de Pa-</p><p>raty; compreender a vocação do nosso município para o turismo cultural</p><p>e de natureza em suas amplas vertentes; e refletir sobre nossa missão</p><p>de cuidar da nossa casa e do nosso patrimônio para as gerações futuras</p><p>e para bem receber nossos visitantes.</p><p>Lazer e turismo</p><p>Foto: Roberta Pisco e Guido Nietmann</p><p>113</p><p>Você aprendeu nas Unidades anteriores que Paraty viveu ao longo</p><p>dos últimos séculos os Ciclos Econômicos do Ouro e do Café, certo? E</p><p>qual é o Ciclo Econômico atual?</p><p>Desde meados do século XX e nestas duas primeiras décadas do Sé-</p><p>culo XXI, Paraty vem vivendo seu Ciclo do Turismo. Isso significa que o</p><p>turismo é atualmente sua principal atividade econômica, sendo o maior</p><p>fator gerador de trabalho e renda da cidade. Dentre você e todos os alu-</p><p>nos de sua sala de aula com certeza tem mães, pais, avós ou parentes</p><p>que trabalham direta ou indiretamente ligados ao turismo.</p><p>Conceitos Básicos</p><p>Faça um levantamento dos</p><p>trabalhos e profissões dos seus</p><p>pais, avós e parentes e liste os</p><p>que estão diretamente ligados</p><p>ao turismo. Façam um levan-</p><p>tamento em sala de aula das</p><p>variadas atividades profissio-</p><p>nais que abrangem o mercado</p><p>turístico.</p><p>Foto: Roberta Pisco e Guido Nietmann</p><p>114</p><p>Lazer</p><p>E o que lazer tem a ver com isso?</p><p>Entende-se por lazer o que fazemos em nosso tempo livre, por nossa</p><p>vontade e porque gostamos daquilo. Sendo assim, cada pessoa tem suas</p><p>preferências de práticas de lazer, podendo ser: descansar, praticar espor-</p><p>tes, ou as mais variadas formas de diversão e recreação.</p><p>O lazer é considerado necessário e fundamental às sociedades con-</p><p>temporâneas como um descanso da rotina de trabalho e estudos. É um</p><p>direito social assegurado aos brasileiros conforme disposto em nossa</p><p>Constituição Federal:</p><p>As praças, os parques, os cinemas e os espaços para práticas esporti-</p><p>vas são importantes locais de lazer e recreação em todas as cidades. Em</p><p>Paraty também temos praias, ilhas, rios, cachoeiras e trilhas como locais</p><p>de atividades de lazer de seus habitantes.</p><p>"Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o tra-</p><p>balho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social,</p><p>a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na</p><p>forma desta Constituição."</p><p>E o lazer se relaciona com o turismo, pois muitas pessoas fazem turis-</p><p>mo por lazer, e muitos locais turísticos são antes espaços utilizados pela</p><p>população local como áreas de lazer.</p><p>1. Quais atividades de lazer você e sua família costumam praticar em seu</p><p>tempo livre? Qual a sua favorita?</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>115</p><p>Praça Monsenhor Hélio Pires/ da Matriz e Cinema da Praça Zé Kleber</p><p>Procure na internet e redes sociais a programação do Ci-</p><p>nema da Praça e combine com a professora e os colegas para</p><p>agendarem uma visita para a sua turma da escola ir assistir a</p><p>uma sessão.</p><p>Depois faça um desenho sobre o filme que assistiram e, jun-</p><p>tos com a professora e os colegas, montem uma exposição em</p><p>sua sala de aula.</p><p>https://m.facebook.com/cinemadapracaparaty/</p><p>https://www.instagram.com/cinemadapracaparaty/</p><p>Destacamos aqui a Praça Monsenhor Hélio Pires, mais conhecida como</p><p>Praça da Matriz, localizada no bairro Centro Histórico, que há mais de 200</p><p>anos é um ponto de encontro da população de Paraty.</p><p>Atualmente, é nesta praça que está localizado o Cinema da Praça Zé</p><p>Kleber e onde acontecem os principais eventos culturais e turísticos da</p><p>cidade.</p><p>Além dela, existem diversas outras praças pelos bairros do município,</p><p>todas equipadas para atividades recreativas e de lazer da população.</p><p>Foto: Roberta Pisco e Guido Nietmann</p><p>116</p><p>Turismo</p><p>E o que exatamente é esse tal turismo? Vamos investigar!</p><p>Segundo o site etimologia.com.br:</p><p>"A palavra turismo é usada em nosso idioma como um empréstimo do</p><p>termo tourism em inglês que, por sua vez, vem do francês tour, que significa</p><p>"dar uma volta". No entanto, sua origem remota provém do vocábulo tor-</p><p>nus em latim, que quer dizer movimento ou volta."</p><p>(Grifos meus - para saber mais: https://etimologia.com.br/turismo/)</p><p>1. Baseado na leitura da origem da palavra, o que você entende por</p><p>turismo? Discorra em algumas linhas a sua compreensão sobre este</p><p>conceito.</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>No Brasil, existe a Lei Federal no 11.771 de 17 de setembro de 2008,</p><p>que dispõe sobre a Política Nacional de Turismo e visa a organização do</p><p>setor e sua cadeia produtiva. Além desta,</p><p>existem outras leis estaduais e</p><p>municipais que regulam a atividade turística em seus âmbitos.</p><p>Segundo esta lei, caracteriza-se por turismo as atividades realizadas</p><p>por pessoas físicas durante viagens e estadas em lugares diferentes do</p><p>seu entorno habitual, por um período inferior a 1 (um) ano, com finalida-</p><p>de de lazer, negócios ou outras.</p><p>A finalidade da viagem é diretamente relacionada à sua motivação.</p><p>Essas motivações dividem o turismo em segmentos, como uma maneira</p><p>de organizar e planejar de forma orientada os destinos turísticos.</p><p>117</p><p>E já que vivemos do turismo, o que devemos fazer para bem receber</p><p>nossos visitantes? A arte de bem receber possui um nome: hospitali-</p><p>dade. Hospitalidade é organizarmos e cuidarmos de todos os detalhes</p><p>da nossa casa e cidade para possibilitar uma boa estadia aos visitantes e</p><p>turistas. Quem não gosta de ser bem recebido?</p><p>Em Paraty os principais segmentos turísticos são o cultural e</p><p>o de natureza/ecológico</p><p>Essa vocação principal de Paraty se dá por sua essência e eferves-</p><p>cência cultural. A cidade mantém fortes tradições culturais seculares, um</p><p>modo de vida singular e autêntico, e uma concentração expressiva de</p><p>ecossistemas da Mata Atlântica preservados, fatores que combinados fa-</p><p>zem de Paraty um destino turístico único e genuinamente dos segmentos</p><p>cultural e de natureza.</p><p>Porém, o fato de o destino turístico ter uma vocação principal para</p><p>um determinado segmento turístico, não exclui suas vocações secundá-</p><p>rias para outros segmentos. No nosso caso, Paraty é um destino turístico</p><p>que também se classifica nos segmentos de eventos, náutico, histórico,</p><p>gastronômico, de aventura, de observação de aves e alguns outros que</p><p>acabam inseridos no grande guarda-chuva que abrange o turismo cultu-</p><p>ral e de natureza.</p><p>-> Algumas práticas de aventura que em</p><p>Paraty se tornam atividades do turismo de</p><p>aventura incluem os passeios de caiaque, de</p><p>bicicleta, o rafting, as trilhas de longa distância.</p><p>-> Os observadores de aves viajam o mun-</p><p>do todo buscando avistar aves que eles nunca</p><p>viram por serem específicas de determinadas</p><p>regiões. Este segmento vem crescendo em Pa-</p><p>raty pela rica biodiversidade da Mata Atlântica</p><p>local. (Fotos Francisco Solari Menoret)</p><p>118</p><p>1. Você já viajou? Já foi a casa de amigos? Conte nas linhas a seguir se</p><p>teve uma boa experiência em hospitalidade, o que mais gostou e se</p><p>houve algo que não gostou.</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>Portanto, é dever do destino turístico zelar pela estrutura do receptivo</p><p>aos visitantes, sendo importante que o poder público, os estabelecimen-</p><p>tos comerciais, os profissionais do turismo e a comunidade anfitriã das</p><p>cidades que recebem turistas se organizem para ter:</p><p>● sinalização com orientações gerais e dos principais atrativos;</p><p>● boas opções de hospedagem como pousadas, hotéis, albergues,</p><p>casas de temporada;</p><p>● agências e guias de turismo que fazem variados passeios;</p><p>● restaurantes, bares, cafeterias, e demais equipamentos de alimen-</p><p>tação para visitantes;</p><p>● sanitários públicos;</p><p>● atrativos turísticos com estrutura adequada;</p><p>● centros de informações turísticas;</p><p>● profissionais que falem outros idiomas para atender visitantes es-</p><p>trangeiros;</p><p>● estacionamentos;</p><p>● linhas de ônibus municipais e intermunicipais.</p><p>119</p><p>Baleeiras no cais de turismo com estrutura para passeios no mar e restaurantes pelas ruas do Centro Histórico</p><p>Centro de Informações Turísticas Maria Della Costa e Terminal Rodoviário de Paraty</p><p>Os centros de informações turísticas (CIT) e de atendimento</p><p>a visitantes são equipamentos importantes de orientação e apoio</p><p>aos turistas, esclarecimento de dúvidas e auxílio em geral.</p><p>A seguir, os mapas turísticos distribuídos nos CITs Paraty da</p><p>Secretaria Municipal de Turismo:</p><p>Foto: Roberta Pisco e Guido Nietmann</p><p>Foto: Roberta Pisco e Guido Nietmann</p><p>120</p><p>Am</p><p>pl</p><p>ie</p><p>a</p><p>im</p><p>ag</p><p>em</p><p>a</p><p>ce</p><p>ss</p><p>an</p><p>do</p><p>o</p><p>Q</p><p>R</p><p>co</p><p>de</p><p>Am</p><p>pl</p><p>ie</p><p>a</p><p>im</p><p>ag</p><p>em</p><p>a</p><p>ce</p><p>ss</p><p>an</p><p>do</p><p>o</p><p>Q</p><p>R</p><p>co</p><p>de</p><p>121</p><p>Atrativos Culturais e Naturais</p><p>Turismo de Base Comunitária TBC</p><p>Segundo o Decreto Federal nº 9.763 de 11 de abril de 2019, o tu-</p><p>rismo de base comunitária é um modelo de gestão da visitação pro-</p><p>tagonizado pela comunidade, que gera benefícios coletivos, promove a</p><p>vivência intercultural, a qualidade de vida, a valorização da história e da</p><p>cultura dessas populações e a utilização sustentável para fins recreativos</p><p>e educativos, dos recursos da Unidade de Conservação.</p><p>Esta configuração no gerenciamento do território e das práticas ofer-</p><p>tadas dá legitimidade ao turismo cultural, sobretudo quando em áreas</p><p>das Comunidades Tradicionais.</p><p>Em Paraty existem comunidades caiçaras, indígenas e quilombolas</p><p>promovendo o TBC, que além dos pontos elencados na lei citada acima,</p><p>se configura como uma ferramenta sócio-política de luta pelo seu territó-</p><p>rio e cultura, de articulação e fortalecimento dos vínculos.</p><p>Existem diversas atuações desta forma de gestão no município, e</p><p>aqui destacamos a atuação do Fórum de Comunidades Tradicionais - FTC</p><p>de caiçaras, indígenas e quilombolas de Angra dos Reis, Paraty e Ubatu-</p><p>ba, que desde 2008 atua para fortalecer o TBC em seus territórios, tra-</p><p>balhando para que "o turismo seja contra-hegemônico e feito do começo</p><p>ao fim pelas pessoas que vivem e lutam por essa região".</p><p>Neste contexto, e por meio de diver-</p><p>sas oficinas, projetos e partilhas, o FTC vem</p><p>consolidando a Rede Nhandereko como uma</p><p>central integrada própria de comercialização</p><p>dos roteiros de TBC, visando a conexão direta</p><p>com os clientes em potencial.</p><p>As pessoas se interessam por visitar Paraty para conhecer seus atra-</p><p>tivos, que são os pontos e locais estruturados e divulgados para receber</p><p>visitação. Em nossa cidade, há uma vasta oferta de atrativos cultu-</p><p>rais, naturais e alguns que se enquadram nas duas categorias, sen-</p><p>do mistos.</p><p>122</p><p>Os atrativos turísticos, além de serem pontos de interesse dos tu-</p><p>ristas, são locais de visitação e patrimônio da própria comunidade que</p><p>habita a região onde se encontram.</p><p>Atrativos Culturais</p><p>Os atrativos culturais se dividem nas categorias material e imaterial.</p><p>Como exemplo dos atrativos culturais materiais de Paraty podemos citar</p><p>as edificações históricas de uma forma geral, como o conjunto arquitetô-</p><p>nico do Centro Histórico com seus prédios dos séculos XVIII e XIX."</p><p>Na lista dos atrativos culturais imateriais temos a Ciranda Caiçara</p><p>de Paraty, as atividades nos Mercados de Peixe e do Produtor Rural, os</p><p>saberes e fazeres das comunidades tradicionais que oferecem oficinas</p><p>variadas e produtos artísticos e artesanais, e os principais eventos do</p><p>calendário anual.</p><p>As produções artísticas e artesanais têm um papel impor-</p><p>tante na identidade das localidades e de suas comunidades e se</p><p>configuram como um atrativo turístico cultural importante, que</p><p>cria um elo simbólico do visitante com o local visitado. Em Paraty,</p><p>temos diversos artistas de variadas áreas e muitos artesãos com</p><p>uma produção local expressiva.</p><p>Destacamos o tradicional artesanato em madeira do</p><p>Mamamguá, que são barquinhos, canoas e remos; e os</p><p>trabalhos variados de cestarias das comunidades caiça-</p><p>ras, indígenas e quilombolas.</p><p>123</p><p>No início do turismo em Paraty, na década de 1960, as pessoas visita-</p><p>vam a cidade principalmente pelas suas festas e monumentos do Centro</p><p>Histórico, e no decorrer do tempo as atividades de natureza ganharam</p><p>destaque. A imagem do Centro Histórico de Paraty é o cartão postal da</p><p>cidade e sua vista mais famosa, mas, atualmente, as opções de ativida-</p><p>des turísticas e de lazer no município são muito mais amplas.</p><p>Uma das estrelas de Paraty</p><p>é seu Calendário Turístico e Cultural, que</p><p>é publicado todos os anos desde a década de 1980, sendo reconhecido e</p><p>procurado pelos visitantes e moradores. O calendário apresenta eventos</p><p>e festividades tradicionais e contemporâneas, consagrados nacional e in-</p><p>ternacionalmente.</p><p>Destacamos alguns eventos famosos:</p><p>● as Festas católicas do Divino Espírito Santo, da Padroeira Nossa</p><p>Senhora dos Remédios e de São Pedro e São Paulo;</p><p>● o Festival da Cachaça, Cultura e Sabores de Paraty;</p><p>● o Festival do Camarão na Ilha do Araújo;</p><p>● a Flip - Festa Literária Internacional de Paraty;</p><p>● o Paraty em Foco;</p><p>● o Festival de Aves de Paraty;</p><p>● o Bourbon Festival Paraty;</p><p>● e o FestJuá, campeonato de futebol de areia entre as comunidades</p><p>caiçaras da Reserva Ecológica da Juatinga.</p><p>Rua decorada para a Festa do Divino Espírito Santo</p><p>e estrutura da Festa Literária Internacional de Paraty - Flip na Praça da Matriz</p><p>124</p><p>Calendários Turístico e Cultural de 2014</p><p>e dos Festejos da Serra e do Mar de 2022</p><p>No QR code desta unidade você encontra o link para uma galeria</p><p>com todos os calendários de eventos de Paraty dos últimos anos.</p><p>Nos sites e redes sociais das Secretarias Municipais de Cultura</p><p>e de Turismo, bem como da Prefeitura de Para-</p><p>ty, você encontra sempre o calendário do ano</p><p>vigente e todas as programações detalhadas</p><p>dos eventos. Acesse o QR code para conhecer</p><p>o site da Secretaria Municipal de Turismo e ver</p><p>o calendário deste ano.</p><p>125</p><p>Volte na Unidade 2 para rever mais detalhes sobre cada uma delas</p><p>e no QR code desta unidade você encontra uma lista com seus sites</p><p>institucionais.</p><p>Veja o calendário deste ano, faça uma pesquisa sobre a pro-</p><p>gramação do evento que você considerar mais interessante e</p><p>monte um painel em cartaz com recortes e/ou desenhos e infor-</p><p>mações.</p><p>Atrativos Naturais</p><p>Os Atrativos Naturais de Paraty são suas praias, cachoeiras, ilhas,</p><p>manguezais, trilhas na Mata Atlântica, Unidades de Conservação da Na-</p><p>tureza federais, estaduais e municipais.</p><p>As Unidades de Conservação da Natureza presentes em nosso terri-</p><p>tório são:</p><p>● Parque Nacional da Serra da Bocaina, decretado em 1971;</p><p>● Área de Proteção Ambiental do Cairuçu, decretada em 1983;</p><p>● Área de Proteção Ambiental da Baía de Paraty, decretada em 1983;</p><p>● Estação Ecológica de Tamoios, decretada em 1990;</p><p>● Reserva Ecológica da Juatinga, decretada em 1992.</p><p>As principais praias utilizadas para lazer por moradores e turistas são:</p><p>Mambucaba, Prainha de Mambucaba, Tarituba, São Gonçalinho, São</p><p>Gonçalo, Cão Morto, Prainha da Praia Grande, Praia Grande, Praias do</p><p>Corumbê, Jabaquara, Pontal, Jurumirim, Vermelha, Lula, Saco da Velha,</p><p>Paraty Mirim, Praias do Mamamguá, Praias da Enseada da Cajaíba, Su-</p><p>maca, Martim de Sá, Cairuçu das Pedras, Ponta Negra, Antigos, Antigui-</p><p>nhos, Sono, Praias de Trindade, e praias em ilhas.</p><p>126</p><p>As praias junto ao centro de Paraty e de mais alguns pontos</p><p>do nosso território são praias de mangue. Os manguezais são</p><p>ecossistemas de transição entre terra e mar, que ocorrem em</p><p>regiões de baías e reentrâncias onde o clima é tropical e subtro-</p><p>pical.</p><p>No carnaval de Paraty, há o tradicional Bloco da Lama na</p><p>Praia do Jabaquara, no qual as pessoas curtem a folia em uma</p><p>celebração junto à natureza, cobertas de lama do mangue.</p><p>Praias da Jabaquara e de Tarituba</p><p>Foto: Roberta Pisco e Guido Nietmann</p><p>127</p><p>Piscina Natural do Caxadaço em Trindade e Praia do Sono</p><p>Praias Vermelha e de São Gonçalo</p><p>Foto: Roberta Pisco e Guido Nietmann</p><p>Foto: Roberta Pisco e Guido Nietmann</p><p>128</p><p>Ilhas do Araújo e Comprida</p><p>Cachoeiras do Tobogã e da Pedra Branca</p><p>Algumas das cachoeiras utilizadas para lazer por moradores e turistas</p><p>são:</p><p>● Tobogã, Tarzan, Pedra Branca, Laje, Andorinhas, Usina, Melancia,</p><p>Iriri, Pedra que Engole, Saco Bravo.</p><p>Algumas das ilhas utilizadas para lazer por moradores e turistas são:</p><p>● Bexiga, Mantimento, Comprida, Algodão, Sapeca, Malvão, Araújo,</p><p>Cedro, Pelado Grande e Pequena, Breu.</p><p>Foto: Roberta Pisco e Guido Nietmann</p><p>Foto: Roberta Pisco e Guido Nietmann</p><p>129</p><p>Um fator muito importante que deve ser considerado ao se desenvol-</p><p>ver atividades em meio à natureza é a segurança. É necessário haver si-</p><p>nalização orientando aos visitantes sobre as áreas naturais e seus riscos,</p><p>informações para evitar acidentes, e para que as pessoas se localizem e</p><p>não se percam.</p><p>E, também, nas práticas esportivas e de aventura, principalmente em</p><p>meio à natureza e em áreas remotas, é de extrema importância que se-</p><p>jam ofertadas por profissionais qualificados e que possuam todo o equi-</p><p>pamento em perfeitas condições.</p><p>Atrativos Mistos</p><p>Dentre os atrativos que são mistos, ou seja, naturais e culturais, cita-</p><p>mos o Caminho do Ouro, o Morro do Forte e os roteiros nas Comunidades</p><p>Tradicionais.</p><p>Como você já estudou em unidades anteriores, Paraty foi</p><p>parte importante da história do Brasil nos períodos colonial e</p><p>imperial.</p><p>A partir daqui se iniciava uma trilha que era utilizada para</p><p>atingir o interior do país nesta região. Esta trilha, de origem indí-</p><p>gena, se tornou o Caminho do Ouro no século XVIII e o Caminho</p><p>do Café no século XIX. Um trecho desta trilha foi revitalizado</p><p>desde 2003, se transformando no roteiro turístico histórico-cul-</p><p>tural do Caminho Velho do Ouro, onde os guias de turismo levam</p><p>visitantes para passear.</p><p>E, também por conta desta importante parte da história de</p><p>nosso país, Paraty integra a rota turística da Estrada Real, maior</p><p>do Brasil com mais de 1.630 quilômetros de extensão, pelos es-</p><p>tados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.</p><p>130</p><p>Mapa da rota turística da Estrada Real,</p><p>na qual Paraty integra o Caminho Velho do Ouro</p><p>131</p><p>Visite Paraty, Viva Paraty</p><p>Você já parou para pensar quantas pessoas vêm passear em Paraty</p><p>em busca de atividades de lazer? Nós moramos onde a maioria das pes-</p><p>soas vêm passar suas férias e dias de descanso e diversão. Isso significa</p><p>que vivemos em um local privilegiado e que muitas pessoas querem co-</p><p>nhecer. E também que nós temos muitas opções de lazer e diversão em</p><p>nosso próprio município.</p><p>Passeios</p><p>As agências, os guias e as operadoras de turismo oferecem uma di-</p><p>versidade de passeios que levam a conhecer os variados atrativos de</p><p>Paraty. Dentre os principais, destacamos:</p><p>● no Centro Histórico o walking tour com guias de turismo e o pas-</p><p>seio de charrete, que é uma alternativa para pessoas com mobilidade</p><p>reduzida;</p><p>● na baía de Paraty os passeios de baleeiras, barcos, canoas, velei-</p><p>ros, caiaques, escunas, lanchas;</p><p>● os passeios em carros 4x4 para visitar cachoeiras, alambiques,</p><p>praias e etc;</p><p>1. O que você e sua família gostam de fazer em seus dias de descanso</p><p>e folga? Qual seu local favorito em Paraty e qual local que você ainda</p><p>não visitou e quer conhecer?</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>132</p><p>● os passeios de van para Trindade;</p><p>● as caminhadas no Caminho do Ouro e em trilhas para praias, ca-</p><p>choeiras e picos;</p><p>● os passeios de bicicleta.</p><p>Gastronomia</p><p>A gastronomia de Paraty, certamente, também está entre seus for-</p><p>tes atrativos culturais. Há uma diversidade de equipamentos de alimen-</p><p>tação e opções variadas de experiências gastronômicas, dentre as quais</p><p>citamos:</p><p>-> Um profissional muito importante nos passeios é o guia</p><p>de turismo. Existem leis que determinam a obrigatoriedade do</p><p>guia em viagens, excursões e visitas a determinados atrativos.</p><p>Os guias de turismo têm o papel de informar e orientar as pes-</p><p>soas, e enriquecem as experiências de viagem por suas técnicas,</p><p>sabedoria e vivência local.</p><p>-> As baleeiras e as canoas são embarcações tradicionais</p><p>da cultura caiçara de Paraty utilizadas pelas comunidades para</p><p>transporte e pesca, e algumas foram adequadas para</p><p>oferecer</p><p>passeios turísticos. São um passeio pela bela baía e pela cultura</p><p>de Paraty.</p><p>Foto: Roberta Pisco e Guido Nietmann</p><p>133</p><p>● A tradicional cachaça artesanal com selo de indicação geográfica;</p><p>a feira da agricultura familiar toda sexta-feira no Mercado do Produtor</p><p>Rural; a produção local fresca; a fartura e variedade da pesca; variados</p><p>restaurantes, quiosques e bares; os doces e pratos típicos e exclusivos de</p><p>Paraty.</p><p>Cinema e Teledramaturgia</p><p>Paraty é uma cidade cinematográfica por toda sua exuberância cultu-</p><p>ral e natural. Por isso, já foi e, frequentemente ainda é, buscada para ser</p><p>palco de filmes, séries, novelas, videoclipes e propagandas.</p><p>Das produções realizadas aqui destacamos:</p><p>● Os filmes Como Era Gostoso o Meu Francês em 1970, Gabriela</p><p>em 1983, e o internacional Amanhecer da Saga Crepúsculo em 2010;</p><p>cenas das novelas da Rede Globo Mulheres de Areia em 1993 e A Re-</p><p>gra do Jogo em 2015; as séries A Muralha em 1999 e Vermelho Bra-</p><p>sil em 2011; e episódios dos programas de televisão de Ana Maria Braga,</p><p>Angélica e Xuxa.</p><p>Nosso Patrimônio, Patrimônio Mundial</p><p>Todos os atrativos que identificamos em Paraty se configuram como</p><p>parte importante do Patrimônio da cidade. E este nosso patrimônio e</p><p>toda a estrutura estabelecida levaram o município a obter alguns títulos e</p><p>participações em programas do Governo Federal, dos quais destacamos</p><p>os listados a seguir:</p><p>● Pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN o</p><p>conjunto arquitetônico e paisagístico da cidade foi tombado em 1958; em</p><p>1966 o município recebeu o título de Monumento Nacional; e em 1974 no</p><p>tombamento foi incluído o entorno do conjunto arquitetônico e paisagís-</p><p>tico;</p><p>Foto: Roberta Pisco e Guido Nietmann</p><p>134</p><p>● O Programa Destinos Referência do Ministério do Turismo de 2008</p><p>a 2010, classificou Paraty como Destino Referência Nacional em Turismo</p><p>Cultural;</p><p>● Entrou para a lista de Cidade Criativa da Gastronomia da UNESCO</p><p>em 2017;</p><p>● Entrou para a lista de Patrimônio Mundial da UNESCO por Cultura e</p><p>Biodiversidade junto com a Ilha Grande em 2019.</p><p>Acesse o QR code desta unidade e veja a</p><p>lista de vídeos interessantes, no YouTube, que</p><p>completam e detalham as informações acima.</p><p>Paraty é Patrimônio Mundial, mas muito antes de integrar as listas</p><p>da UNESCO e do IPHAN, Paraty é nosso lar e portanto Nosso Patrimônio.</p><p>Por ser nosso patrimônio, é nosso dever cuidar e preservar, e, para</p><p>que possamos atuar neste sentido, precisamos conhecer tudo o que te-</p><p>mos e nos reconhecer como parte neste processo.</p><p>Ao conhecermos bem os atrativos e a configuração do nosso território</p><p>e do nosso patrimônio estamos preparados e bem informados para pre-</p><p>servar para as futuras gerações e para que continue atraindo visitantes</p><p>do Brasil e do mundo todo.</p><p>O turismo é proposto pela Organização Mundial do Turismo - OMT</p><p>como uma ferramenta de conservação, proteção e valorização do patri-</p><p>mônio histórico-cultural e ambiental, e como uma ponte que possibilita o</p><p>entendimento e a paz entre os povos.</p><p>135</p><p>Vamos encerrar com uma célebre frase entre os estudiosos do turismo:</p><p>Deixo, então, o convite, para que juntos possamos conhecer e cuidar</p><p>de nossa cidade, em prol de que seja sempre um bom local para nós, mo-</p><p>radores, e para todos que a visitam.</p><p>“A cidade destino turístico só será boa para seus visitantes</p><p>quando antes for boa para seus habitantes”.</p><p>Vamos fazer um plano de viagem para um amigo que vem</p><p>visitar a cidade? Pensem e escrevam onde ele poderia se hospe-</p><p>dar, as comidas que deveria experimentar, os lugares que preci-</p><p>saria conhecer. Vamos deixar esse passeio inesquecível!</p><p>PARTIDA: CHEGADA:</p><p>HOSPEDAGEM:</p><p>PONTOS TURÍSTICOS</p><p>PESSOAS PARA CONHECER/REVER</p><p>PASSEIOS E VISITAS</p><p>CULINÁRIA DA CIDADE</p><p>LOCAL:</p><p>“Em certas ocasiões eu falei de flores, agora digo,</p><p>Paraty é uma flor, então temos de devolver as flores</p><p>a Paraty, essas flores serão cultivadas com a nossa</p><p>dedicação e será uma representação do carinho e do</p><p>amor que nós temos por esta terra maravilhosa.”</p><p>José Kléber (1932-1989), em seu discurso de posse</p><p>como vereador, no ano de 1989.</p><p>Política e Cidadania</p><p>Unidade 5</p><p>Paraty - RJ:</p><p>138</p><p>Unidade 5</p><p>Política e Cidadania</p><p>O MUNICÍPIO ONDE MORAMOS É A NOSSA CASA! CADA MORADOR</p><p>POSSUI SEUS DIREITOS E SEUS DEVERES E PRECISA COLABORAR</p><p>COM SUA ORGANIZAÇÃO. NESTA UNIDADE, APRENDEREMOS UM</p><p>POUCO MAIS SOBRE A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO MUNICÍPIO, BEM</p><p>COMO OS DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS DE CADA UM DE NÓS. ASSIM</p><p>CONSEGUIREMOS COLABORAR, CADA VEZ MAIS, COM A MELHORIA DE</p><p>NOSSA CIDADE!</p><p>O QUE É A CIDADANIA?</p><p>Cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais</p><p>estabelecidos na Constituição de um país, por parte dos seus respectivos</p><p>cidadãos.</p><p>139</p><p>Direitos e deveres do cidadão</p><p>A cidadania pode ser definida como a condição do cidadão, indivíduo,</p><p>que vive de acordo com um conjunto de estatutos pertencentes a uma</p><p>comunidade politicamente e socialmente articulada.</p><p>Uma boa cidadania implica que os direitos e os deveres estejam liga-</p><p>dos, e o respeito e o cumprimento de ambos contribuem para uma socie-</p><p>dade mais equilibrada e justa.</p><p>Qual a importância da cidadania?</p><p>Teoricamente, a aplicação do conceito de cidadania é imprescindível</p><p>para haver uma melhor organização social. Exercer a cidadania é ter</p><p>consciência de seus direitos e de suas obrigações, garantindo que estes</p><p>sejam colocados em prática.</p><p>A cidadania é constituída pela junção de uma série de direitos e de</p><p>deveres, que variam de acordo com cada nação ou grupo social. Teori-</p><p>camente, aqueles que estão inseridos numa comunidade podem usufruir</p><p>de seus direitos políticos, civis e sociais. Dessa forma, o Estado possui</p><p>a obrigação de garantir a participação política, o exercício da liberdade</p><p>individual e o bem-estar da população. A partir da Declaração Universal</p><p>dos Direitos Humanos, alguns tópicos passaram a ser considerados uni-</p><p>versais para quase todos os seres humanos.</p><p>Entre alguns dos principais deveres e direitos dos cidadãos estão:</p><p>Deveres do cidadão</p><p>● Votar para escolher os governantes;</p><p>● Cumprir as leis;</p><p>● Educar e proteger seus semelhantes;</p><p>● Proteger a natureza;</p><p>● Proteger o patrimônio público e social do País.</p><p>140</p><p>Direitos do cidadão</p><p>● Direito à saúde, à educação, à moradia, ao trabalho, à previdência</p><p>social, ao lazer, entre outros;</p><p>● O cidadão é livre para escrever e dizer o que pensa, mas precisa</p><p>assinar o que disse e escreveu;</p><p>● Todos são respeitados na sua fé, no seu pensamento e na sua ação</p><p>na sociedade;</p><p>● O cidadão é livre para praticar qualquer trabalho, ofício ou profis-</p><p>são, mas a lei pode pedir estudo e diploma para isso;</p><p>● Só o autor de uma obra tem o direito de usá-la, publicá-la e tirar</p><p>cópia, e esse direito passa para os seus herdeiros;</p><p>● Os bens de uma pessoa, quando ela morrer, passam para seus her-</p><p>deiros;</p><p>● Em tempo de paz, qualquer pessoa pode ir de uma cidade para ou-</p><p>tra, ficar ou sair do país, obedecendo à lei feita para isso.</p><p>Encontre no texto e escreva explicando quais são os direitos do cidadão</p><p>relacionados à:</p><p>1. Direito autoral.</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>2. Direito de livre expressão.</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>3. Direito de ir e vir.</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>141</p><p>4. Direito à uma vida digna.</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>5. Direito à liberdade religiosa.</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>Origem da cidadania</p><p>A concepção de cidadania teria surgido durante a Grécia Antiga, mas</p><p>de um modo menos igualitário como é praticada hoje em dia. Naquela</p><p>época eram considerados cidadãos apenas os homens livres que nas-</p><p>ciam e viviam nas cidades.</p><p>Estrangeiros e mulheres, por exemplo, não ti-</p><p>nham os direitos e deveres que o regime político "democrático" concedia.</p><p>Etimologicamente, a palavra cidadania se originou do latim civitas,</p><p>que significa literalmente "cidade", pois estava diretamente relacionada</p><p>com as pessoas dos centros urbanos. Atualmente, no entanto, o conceito</p><p>de cidadão extrapola os limites das metrópoles.</p><p>A partir do século XVIII, com influência dos ideais iluministas e do</p><p>liberalismo econômico e político, o modo como a cidadania passa a ser</p><p>interpretada começa a se assemelhar ao modelo contemporâneo.</p><p>A Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada</p><p>em 5 de outubro de 1988, pela Assembleia Nacional Constituin-</p><p>te, composta por 559 congressistas (deputados e senadores),</p><p>consolidou a democracia, após longos anos da ditadura militar</p><p>no Brasil. Ou seja, a plena democracia é relativamente recente</p><p>no Brasil, assim como a cidadania, em comparação aos outros</p><p>países.</p><p>142</p><p>Vamos fazer uma pesquisa sobre o exercício da cidadania?</p><p>Procure saber se existe no teu bairro uma associação de mora-</p><p>dores, um coletivo de mulheres, um grupo de praticantes de es-</p><p>portes, uma ONG (organização não governamental) e faça uma</p><p>pequena entrevista com um de seus membros para depois mon-</p><p>tar um mural na escola sobre como podemos ter participação</p><p>ativa e coletiva em nossa comunidade. Coloque fotos para ficar</p><p>bem bonito.</p><p>Estrutura política no Brasil</p><p>A Política do Brasil funciona sob o modelo de república federativa</p><p>presidencialista, formada pela União, os estados, o Distrito Federal e os</p><p>municípios. O exercício do poder é atribuído a órgãos distintos e indepen-</p><p>dentes, submetidos a um sistema de controle para garantir o cumprimen-</p><p>to das leis e da Constituição. O Brasil é uma República porque o chefe do</p><p>Estado é eleito pelo povo, por mandato. É presidencialista porque o pre-</p><p>sidente da República é chefe de Estado e também chefe de governo. É fe-</p><p>derativa porque os entes federativos, os estados, têm autonomia política.</p><p>A União está dividida em três poderes, independentes e har-</p><p>mônicos entre si. São eles:</p><p>● O legislativo, que elabora leis e fiscaliza o poder executivo;</p><p>● O executivo, que atua na execução de programas ou prestação de</p><p>serviço público;</p><p>● O judiciário, que soluciona conflitos entre cidadãos, entidades e o</p><p>Estado.</p><p>O chefe do Poder Executivo é o presidente da República, eleito pelo</p><p>voto direto para um mandato de quatro anos, renovável por mais quatro.</p><p>Na esfera estadual, o Executivo é exercido pelos governadores dos esta-</p><p>dos; e na esfera municipal, pelos prefeitos.</p><p>143</p><p>O Poder Legislativo é composto, em âmbito federal, pelo Congresso</p><p>Nacional, sendo este dividido entre a Câmara dos Deputados e o Senado.</p><p>Para a Câmara, são eleitos os deputados federais para um período de</p><p>quatro anos. Já no Senado, cada estado é representado por três senado-</p><p>res para um mandato de oito anos cada.</p><p>Em âmbito estadual, o Legislativo é exercido pelas Assembleias Le-</p><p>gislativas Estaduais pelos deputados estaduais; e em âmbito municipal,</p><p>pelas Câmaras Municipais exercido pelos vereadores.</p><p>O Poder Judiciário do Brasil é formado por cinco órgãos, a saber:</p><p>Supremo Tribunal Federal (STF), é a mais alta instância do poder</p><p>judiciário brasileiro. De suas decisões não cabe recurso a nenhum outro</p><p>tribunal.</p><p>Superior Tribunal de Justiça (STJ), responsável por fazer valer a inter-</p><p>pretação da legislatura federal brasileira de forma uníssona.</p><p>Tribunal Regional Federal (TRF), sua principal atribuição é julgar as</p><p>decisões dos juízes federais. Também possuem competência para pro-</p><p>cessar determinadas demandas como o julgamento dos próprios juízes</p><p>federais,</p><p>Superior Tribunal Militar (STM), tem por competência julgar as apela-</p><p>ções e os recursos das decisões dos juízes de primeiro grau.</p><p>Tribunais de Justiça dos estados, do distrito federal e dos territórios</p><p>(TJ), exercem o poder judiciário estadual e distrital, das comarcas que</p><p>agregam um pequeno número de municípios, além do município-sede.</p><p>Existiu um Quarto Poder, o Moderador, era um poder que</p><p>se sobrepunha aos poderes legislativo, judiciário e executivo ca-</p><p>bendo ao seu detentor equilibrar os demais, estando hierarqui-</p><p>camente acima dos demais poderes do Estado. Foi instituído no</p><p>Império do Brasil em 1824 e deixou de existir a partir da promul-</p><p>gação da constituição em 1891.</p><p>144</p><p>Dos Três Poderes em Paraty</p><p>1. Do poder executivo local</p><p>Um município é administrado e governado por um prefeito e um vi-</p><p>ce-prefeito, eleitos a cada 4 anos. São eles os representantes do poder</p><p>executivo no âmbito local. Em Paraty, a Prefeitura está localizada no</p><p>bairro Pontal, onde se concentra o gabinete do prefeito e seus respectivos</p><p>secretários, indicados para administrar áreas como a educação, a cultura,</p><p>a saúde etc. Portanto, o prefeito não está à frente de uma cidade inteira</p><p>por conta própria: ele conta com a ajuda de funcionários públicos, secre-</p><p>tários e assessores, cada um incumbido de cuidar de algum setor da vida</p><p>pública, sob sua coordenação.</p><p>Como chefe do executivo municipal, o prefeito possui inúmeras fun-</p><p>ções, como zelar pelo patrimônio público, garantir a ordem e a segurança</p><p>dos cidadão e coordenar políticas públicas para o bem-estar da popula-</p><p>ção. Ele também cobra impostos e taxas que, por sua vez, devem custear</p><p>obras, serviços e políticas essenciais para a vida nas cidades, entre elas:</p><p>Prédio da Prefeitura</p><p>Fonte: Acervo Prefeitura Municipal.</p><p>145</p><p>● a limpeza e a iluminação públicas;</p><p>● o sistema de transporte urbano;</p><p>● as ambulâncias e serviços de saúde municipais;</p><p>● a educação infantil (creches, pré-escolas) e o ensino fundamental;</p><p>● e a formação da guarda municipal.</p><p>Muito embora cada poder tenha sua autonomia, todos os poderes</p><p>podem agir em interação. O prefeito deve estabelecer relações com o</p><p>governador de seu estado, bem como com deputados estaduais, federais</p><p>e senadores. Muitos dos recursos importantes de nosso município são</p><p>garantidos junto a eles, possibilitando o gerenciamento de projetos e a</p><p>melhoria na qualidade de vida da população.</p><p>1.2 Das secretarias municipais</p><p>Em Paraty, contamos com 17 secretarias e um Departamento Autô-</p><p>nomo, além de coordenadorias que estão vinculadas à Secretaria de Go-</p><p>verno para atender a todas as demandas da cidade.</p><p>● Secretaria de Governo</p><p>Tem a responsabilidade de coordenar as atividades das demais secre-</p><p>tarias, liderar os processos administrativos prioritários para o governo e</p><p>assessorar diretamente o (a) prefeito (a). Cuida também da articulação</p><p>política e o posicionamento institucional do governo, o que inclui a inter-</p><p>locução com a Câmara e com os governos estadual e federal.</p><p>Estão ligadas à Secretaria de Governo de Paraty as Coordenadorias</p><p>da Juventude, de Apoio ao Idoso, da Mulher e o Departamento de Patri-</p><p>mônio Mundial.</p><p>● Procuradoria Geral do Município</p><p>Sua atribuição é representar judicial e extrajudicialmente o municí-</p><p>pio, além de promover o assessoramento jurídico de toda administração</p><p>pública municipal, direta e indireta.</p><p>Avalia validade legal dos processos licitatórios e dos contratos firma-</p><p>dos pela prefeitura, assim como dos decretos assinados pelo prefeito (a).</p><p>146</p><p>● Secretaria de Finanças</p><p>Responde pelas receitas e despesas do município (gestão fiscal), cui-</p><p>dando da arrecadação de impostos, como IPTU e ISS, e da execução or-</p><p>çamentária. Em Paraty, responde também pela Central de Atendimento à</p><p>População, que funciona na rodoviária, e onde os moradores podem fazer</p><p>requerimentos à administração municipal. Outra atribuição da Secretaria</p><p>de Finanças é avaliar e autorizar a abertura de empresas no município.</p><p>● Secretaria de Planejamento.</p><p>A Secretaria de Planejamento do Município de Paraty foi criada em</p><p>2001 com a tarefa de reformular o sistema de planejamento público mu-</p><p>nicipal a começar pela atualização da proposta do Plano Diretor. Elabora</p><p>a proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias e o projeto de orçamento</p><p>anual, que norteiam os investimentos e gastos do município,</p><p>presente publicação, a oportunidade de registrar suas</p><p>memórias, sua história e, sobretudo, seus anseios. À disposição do futuro, há,</p><p>aqui, um valioso material.</p><p>Carta da Secretaria</p><p>“O Centro Histórico de Paraty possui uma beleza única. O recorte do casa-</p><p>rio colonial, defronte a muralha verde da Serra do Mar, é a paisagem mais típica</p><p>e representativa desse município, que ainda tem a proximidade do mar: a Baía</p><p>da Ilha Grande a lhe fazer reverência e compor com mais singularidade esse</p><p>lindo cenário. Seu apelido ‘A Bela Adormecida aos pés do mar’ lhe cai bem!”</p><p>“O ícone escolhido para contar a história do povo e do lugar chamado</p><p>Paraty foi a figura de três mulheres, cada uma com sua representatividade e</p><p>ancestralidade. Elas demonstram a presença rica e marcante das diferentes</p><p>etnias presentes no município que é, hoje, Patrimônio Mundial em Cultura</p><p>e Biodiversidade. Nas três mulheres, temos a representação da caiçara, da</p><p>quilombola e da indígena, numa demonstração da força da vida em comuni-</p><p>dade, da resistência e do protagonismo feminino na manutenção das nossas</p><p>tradições, riquezas naturais e raízes.”</p><p>“Os livros nos levam ao conhecimento. São veículos do saber, da literatura</p><p>como arte. Mesmo no mundo tecnológico em que vivemos, eles continuam sen-</p><p>do ferramentas poderosas de transformação do mundo e das pessoas que os</p><p>acessam – acesso esse, aliás, que é um direito de todos. Em Paraty, lugar onde</p><p>acontece a Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), há mais de 20 anos,</p><p>os livros são muito utilizados em projetos escolares e culturais. Nosso município</p><p>procura, cada vez mais, ser uma cidade literária, uma cidade de livros e leitores.</p><p>Uma cidade leitora!”</p><p>A rabeca é um instrumento de origem árabe. Em Paraty, possui três</p><p>cordas e tem como matéria-prima as madeiras de cedro e caixeta. É res-</p><p>ponsável por animar os bailes de ciranda, as folias de Reis e do Divino. Foi</p><p>reintroduzida na Ciranda da cidade após meio século, por meio de um jovem</p><p>cirandeiro. A rabeca caiçara, como é conhecida aqui, é um grande instru-</p><p>mento de preservação da nossa cultura. É ela que nos convida a praticar</p><p>nossos conhecimentos.</p><p>Os barcos estão presentes em muitos sentidos da vida paratiense. Baleei-</p><p>ras, botes, canoas são, nos mares, atrações turísticas mas, sobretudo, instru-</p><p>mentos para levar alimento à população, através da pesca. São embarcações</p><p>coloridas que podemos ver no cais pesqueiro, no cais turístico e ancoradas nas</p><p>enseadas e praias Paraty a fora. No nosso artesanato, são representados por</p><p>miniaturas de madeira macia da mata atlântica a caixeta . Os barcos nos tra-</p><p>zem o conhecimento trazido pelos mestres que, no mar, constroem nossa sabe-</p><p>doria popular fazendo parte da nossa cultura e nossa tradição.</p><p>Unidade 1Unidade 1</p><p>Paraty - RJ:</p><p>Lugar de viver</p><p>SumárioSumário</p><p>Unidade 2Unidade 2</p><p>Paraty - RJ:</p><p>História e memória</p><p>16 16 Nossa casa</p><p>17 17 Pontos de Vista</p><p>19 19 O Bairro e a Comunidade</p><p>20 20 Paraty Patrimônio Mundial</p><p>22 22 Município e cidade</p><p>25 25 Paisagens</p><p>30 30 Divisões territoriais de Paraty</p><p>4242 História e memória</p><p>4545 A Colonização Portuguesa e breve histórico</p><p>5353 A vida religiosa e seus Monumentos</p><p>5858 Monumentos civis e militares</p><p>6464 Personagens da nossa história</p><p>6565 Lendas locais</p><p>6767 Lugar de Memória</p><p>6868 A tradição do carnaval e das máscaras</p><p>7070 Festas religiosas – Herança Cultural</p><p>Unidade 3Unidade 3</p><p>Paraty - RJ:</p><p>Educação socioambiental</p><p>Unidade 4Unidade 4</p><p>Paraty - RJ:</p><p>Lazer e turismo</p><p>112112 Lazer e turismo</p><p>113113 Conceitos Básicos</p><p>114114 Lazer</p><p>116116 Turismo</p><p>121121 Atrativos Culturais e Naturais</p><p>131131 Visite Paraty, Viva Paraty</p><p>133133 Nosso Patrimônio, Patrimônio Mundial</p><p>86 86 Educação socioambiental</p><p>86 86 Indígenas</p><p>88 88 Africanos e afrobrasileiros</p><p>91 91 Os quilombolas</p><p>92 92 Caiçaras</p><p>95 95 A Luta da Trindade e dos Trindadeiros</p><p>96 96 Fórum de Comunidades Tradicionais</p><p>100 100 Bioma Mata Atlântica</p><p>102 102 Saneamento ecológico</p><p>105 105 Agroecologia e Agricultura Orgânica</p><p>107 107 Cooperativa de Trabalho de Catadoras e Catadores de</p><p>Material Reciclável em Paraty</p><p>Unidade 5Unidade 5</p><p>Paraty - RJ:</p><p>Política e cidadania</p><p>138138 Política e Cidadania</p><p>139139 Direitos e deveres do cidadão</p><p>141141 Origem da cidadania</p><p>142142 Estrutura política no Brasil</p><p>144144 Dos Três Poderes em Paraty</p><p>154154 A História do poder político de Paraty</p><p>158158 Linha do Tempo dos Prefeitos</p><p>162162 Os Símbolos Cívicos</p><p>"Eu brasileiro, eu</p><p>Eu brasileiro, eu</p><p>Euro-afro-índio</p><p>Euro-afro-índio, eu</p><p>Euro-afro-índio, eu</p><p>(...)</p><p>De brancos ponteios de viola</p><p>de negros tambores de Angola</p><p>Pele morena, cocar de pena</p><p>Pena de arara, cara de índio</p><p>(...)</p><p>Quem descobriu o Brasil</p><p>Não fui eu nem você, nem Cabral</p><p>E quem levou o pau-brasil</p><p>Não fui eu nem você</p><p>Ninguém viu"</p><p>- Luís Perequê -</p><p>Eu, brasileiro</p><p>Lugar de viver</p><p>Unidade 1</p><p>Paraty - RJ:</p><p>16</p><p>Unidade 1</p><p>OLÁ, NESTE PRIMEIRO CAPÍTULO VAMOS</p><p>FALAR SOBRE O LUGAR ONDE VIVEMOS</p><p>E A IMPORTÂNCIA DA MEMÓRIA QUE</p><p>ESSES LUGARES GUARDAM. CADA UM</p><p>DE NÓS VIVE EM UMA CASA, CONVIVE</p><p>COM PESSOAS, TEM VIZINHOS, NENHUM</p><p>LUGAR É IGUAL AO OUTRO, TEM MUITAS</p><p>CARACTERÍSTICAS QUE O TORNAM</p><p>DIFERENTE. VAMOS DESCOBRIR O QUE</p><p>HÁ EM NOSSO LUGAR?</p><p>Nossa casa</p><p>O primeiro lugar que vamos pesquisar é a nossa casa. Muitas pessoas</p><p>vivem em suas casas com suas famílias, casas pequenas, casas grandes,</p><p>casas de tipos diferentes, como é a sua casa? Com quem você vive?</p><p>Aqui você vai ver um desenho, feito por uma criança indígena do povo</p><p>Mehinako, que vive no Parque Indígena do Xingu, Mato Grosso, Brasil.</p><p>Nesse desenho uma criança retrata a casa em que vive. Mais a frente</p><p>você vai ter um espaço para desenhar a sua também.</p><p>Fonte: Instituto Socioambiental - acervo</p><p>17</p><p>Existe diferença entre as casas? De que material é feita a casa do</p><p>povo indígena Mehinako e de que material é feita a sua casa? Comente</p><p>com seus colegas e sua professora.</p><p>Pontos de Vista</p><p>Existem muitos pontos de vista sobre um mesmo lugar. Abaixo vamos</p><p>conhecer dois tipos, o ponto de vista oblíquo (inclinado), também cha-</p><p>mado de visão oblíqua e o ponto de vista vertical (reto, visto de cima),</p><p>também chamado de visão vertical. Veja mais a frente os dois exemplos:</p><p>18</p><p>Visão Vertical</p><p>Ponto de vista vertical. Desenho “visto de cima” do Projeto Pequenina</p><p>Agrofloresta, construído com os estudantes da Escola Municipal Pequeni-</p><p>na Calixto, em Paraty, 2019.</p><p>Ao lado, vamos fazer um croqui da sua casa, sob ponto de vista ver-</p><p>tical, como mostra o exemplo</p><p>abaixo. Croqui é um dese-</p><p>nho feito à mão, sem preo-</p><p>cupações de ficar exatamen-</p><p>te igual à realidade. Faça um</p><p>croqui da sua casa também,</p><p>em uma folha separada, para</p><p>montar um mural com sua</p><p>professora.</p><p>Fonte: Mariana Zanetti, no livro Palermo e Neneco, de Ana Carvalho, 2014.</p><p>Ponto de vista oblíquo.</p><p>Ilustração de uma aldeia Guarani mbya, sob ponto de vista oblíquo,</p><p>perpendicular ou ainda “visto de lateral mais alta”.</p><p>Visão Oblíqua</p><p>19</p><p>Localização dos Bairros e Comunidades Tradicionais - Paraty</p><p>Fonte: Prefeitura de Paraty - Secretaria de Planejamento. Elaborado por: Roberta Lopo Bezerra</p><p>O Bairro e a Comunidade</p><p>20</p><p>Faça uma pesquisa sobre seu bairro,</p><p>acesse o QR code para baixar o questionário</p><p>elaborado, compartilhe o resultado em sala.</p><p>Existem diferentes bairros em uma cidade, vamos pensar sobre o</p><p>bairro em que você vive?</p><p>A partir do exercício dos desenhos sob pontos de vista, elabore um</p><p>croqui do caminho da sua casa até a escola. Se reúna com seus co-</p><p>legas para criar um mapa da comunidade, indicando as principais</p><p>atividades e locais do bairro, monte uma exposição com seus trabalhos.</p><p>Nossa casa está sempre localizada em um bairro ou uma comunida-</p><p>de. Em Paraty existem as comunidades tradicionais, que não costuma-</p><p>mos chamar de bairros porque estão em praias ou locais afastados. Mas</p><p>todos esses locais juntos formam o município. Vamos observar o mapa</p><p>com as indicações de cada localidade.</p><p>de acordo</p><p>com a receita disponível.</p><p>● Controladoria Geral do Município</p><p>A Controladoria Geral do Município promove o controle interno dos</p><p>órgãos municipais e das entidades da administração indireta, fiscalizan-</p><p>do os processos, e assiste diretamente o prefeito (a) sobre providências</p><p>que, no âmbito do Poder Executivo, devem ser adotadas para garantir a</p><p>defesa do patrimônio público. Responde também pela Ouvidoria do mu-</p><p>nicípio, canal que recebe sugestões e críticas dos moradores à adminis-</p><p>tração pública.</p><p>● Secretaria do Ambiente</p><p>A Secretaria Municipal do Ambiente foi criada para promover a pre-</p><p>servação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental, coordenando</p><p>e integrando atividades ligadas à defesa do meio ambiente. Em Paraty,</p><p>faz o licenciamento e a fiscalização ambiental e o gerenciamento da Área</p><p>de Proteção Ambiental (APA) Marinha da Baía de Paraty. A Secretaria do</p><p>Ambiente também coordena o programa de reciclagem de lixo de Paraty,</p><p>com a participação da Cooperativa de Catadores de Materiais Reutilizá-</p><p>veis ou Recicláveis.</p><p>147</p><p>● Secretaria Municipal de Assistência e Direitos Humanos</p><p>Tem a atribuição de implantar a política municipal de assistência so-</p><p>cial em acordo com o Sistema Único de Assistência Social (SUAS).</p><p>● Secretaria de Desenvolvimento Urbano</p><p>Atua na análise de projetos arquitetônicos, projetos urbanísticos e</p><p>projetos de preservação do patrimônio histórico cultural e artístico de</p><p>Paraty. Cabe à secretaria a concessão de Alvará de Construção com o</p><p>respectivo habite-se, observando as leis que regem o uso, ocupação e</p><p>parcelamento do solo.</p><p>● Secretaria de Cultura</p><p>As principais atividades são o estímulo da produção cultural local,</p><p>assim como o fomento à formação, produção cultural e difusão perma-</p><p>nente da cultura. Uma das principais diretrizes de atuação da secretaria é</p><p>o investimento em equipamentos culturais públicos de atuação contínua</p><p>buscando abranger a diversidade cultural da cidade e o fortalecimento de</p><p>políticas públicas. A secretaria também atua em parceria com a Casa de</p><p>Cultura Câmara Torres.</p><p>● Secretaria de Habitação</p><p>A Secretaria de Habitação de Paraty foi criada em 2013. Seu objetivo</p><p>é fomentar políticas habitacionais no município, melhorando a oferta de</p><p>moradias e promovendo a regularização fundiária, que é a legalização de</p><p>terrenos e casas construídas sem titularidade legal do imóvel.</p><p>● Secretaria de Pesca e Agricultura</p><p>Na área de Pesca, cabe à secretaria o atendimento para emissão de</p><p>carteira de pesca amadora; a fiscalização contra pesca predatória; a ad-</p><p>ministração do Terminal Pesqueiro e do Mercado Municipal de Peixe; e o</p><p>Programa Saúde do Pescador.</p><p>● Secretaria de Esportes e Lazer</p><p>A Secretaria de Esporte e Lazer (S.E.L) reponde pelo política espor-</p><p>tiva municipal no sentido de incluir e qualificar práticas esportivas e de</p><p>lazer em nosso município.</p><p>148</p><p>● Secretaria de Obras e Transportes</p><p>A Secretaria de Obras e Transportes responde pelas ações de manu-</p><p>tenção da cidade e na zona rural, trabalhando em diversas frentes como</p><p>a recuperação e pavimentação de estradas rurais e de ruas. As equipes</p><p>da secretaria fazem a chamada “zeladoria” da cidade, ou seja, a manu-</p><p>tenção do espaço público, com ações que vão da capina e roçada de ruas</p><p>à retirada de entulhos. Ainda na área de serviços, a Secretaria supervi-</p><p>siona a coleta de lixo, a iluminação pública e o transporte coletivo.</p><p>● Secretaria de Segurança e Ordem Pública</p><p>A Secretaria de Segurança e Ordem Pública cuida da segurança patri-</p><p>monial do município, zelando pelos edifícios públicos. É responsabilidade</p><p>da Secretaria apoiar as ações de segurança pública em Paraty, atuando</p><p>em parceria com a polícia por intermédio da Guarda Municipal.</p><p>● Secretaria de Educação</p><p>A Secretaria de Educação planeja e executa as políticas educacionais</p><p>do município, respondendo pela administração das 35 unidades de ensino</p><p>do município. A responsabilidade da Secretaria de Educação é promover</p><p>um ensino de qualidade e incentivar a permanência de crianças e de</p><p>jovens nas escolas. Outra atribuição da secretaria é garantir o acesso a</p><p>uma merenda escolar de qualidade para todos os estudantes da rede.</p><p>● Secretaria de Saúde</p><p>A Secretaria de Saúde tem o objetivo de promover as políticas públi-</p><p>cas de saúde no município e gerir equipamentos como Hospital Municipal,</p><p>o Centro Integrado de Saúde (CIS) e os postos de saúde nos bairros,</p><p>além de programas como o ESF (Estratégia de Saúde Família) e Programa</p><p>Saúde na Escola.</p><p>● Secretaria de Administração</p><p>É responsável por supervisionar a política de recursos humanos da</p><p>prefeitura, cuidando da folha de pagamento e dos processos de contra-</p><p>tação. Também responde pela compra de insumos e de material de con-</p><p>sumo para manter o funcionamento da prefeitura e de todas as unidades</p><p>públicas municipais.</p><p>149</p><p>● Secretaria de Turismo</p><p>A Secretaria de Turismo é responsável pelo calendário de eventos do</p><p>município e pelas políticas que buscam estimular o turismo como fonte de</p><p>renda e receita para o município.</p><p>● Coordenadoria da Juventude</p><p>A Coordenadoria da Juventude foi criada em 2017 com o objetivo</p><p>de fomentar políticas públicas para os jovens de Paraty e articular ações</p><p>públicas e privadas voltadas para este segmento, com foco na educação,</p><p>saúde e oferta de oportunidades de emprego e renda. A Coordenadoria</p><p>desenvolve os programas como o Juventude Sem Caô e Território da</p><p>Juventude, e gerencia a CAJU (Casa da Juventude), na Ilha das Cobras.</p><p>Também é responsabilidade da Coordenadoria supervisionar a oferta de</p><p>transporte universitário para os jovens paratienses.</p><p>● Coordenadoria da Mulher</p><p>A Coordenadoria da Mulher foi criada em 2017 com o objetivo de esti-</p><p>mular políticas de proteção aos direitos da mulher e de combate à violên-</p><p>cia doméstica, interagindo com os órgãos de segurança do município para</p><p>a promoção da Lei Maria da Penha. Em uma ação articulada com outras</p><p>secretarias, a Coordenadoria faz o atendimento social e psicológico das</p><p>mulheres vítimas de violência.</p><p>● Coordenadoria de Apoio ao Idoso</p><p>A Coordenadoria foi criada em 2019 com objetivo de prestar assis-</p><p>tência social, psicológica e médica aos idosos do município, especialmen-</p><p>te aqueles de baixa renda e que se encontram acamados em casa. A</p><p>Coordenadoria faz o atendimento domiciliar dos idosos e providencia a</p><p>assistência necessária, em interlocução com outras secretarias, como a</p><p>Assistência Social e a Saúde.</p><p>● Departamento de Água e Esgoto</p><p>Foi criado em 2019 para articular e gerir a política de saneamento</p><p>do município, supervisionando os trabalhos da concessionária de água</p><p>e esgoto que atua na zona urbana e as redes de água e esgoto na zona</p><p>150</p><p>rural. O Departamento é responsável pela manutenção e melhorias nas</p><p>redes de água da zona rural e costeira e pela instalação de equipamentos</p><p>que promovem o saneamento básico, como estações de tratamento de</p><p>esgoto.</p><p>● Departamento de Patrimônio</p><p>O Departamento de Patrimônio Mundial e Cidade Criativa foi criado</p><p>em 2021 com o intuito de valorizar e dar maior visibilidade aos títulos</p><p>concedidos pela UNESCO ao município. Sua finalidade é gerir os títulos,</p><p>planejar ações, buscar parcerias e desenvolver relações institucionais,</p><p>além de ser a responsável por representar Paraty em congressos, feiras,</p><p>encontros e eventos no âmbito das respectivas redes da UNESCO e de-</p><p>mais sub-redes a nível nacional e internacional.</p><p>A primeira escola pública estadual que funcionou em</p><p>Paraty foi o Grupo Escolar Raul Pompeia, que ocupava um</p><p>prédio particular, situado onde, atualmente, se encontra o es-</p><p>tacionamento e a pousada do Sandi. Desse grupo escolar Raul</p><p>Pompeia, há diários e registros de matrículas de 1936 a 1948.</p><p>Esses registros são fontes interessantes de pesquisa, pois nos</p><p>mostram as famílias paratienses, suas profissões, os imigrantes,</p><p>como funcionava a escola naquele tempo, as datas comemora-</p><p>tivas, a matéria lecionada e o andamento do</p><p>ano letivo. A primeira professora foi Dona</p><p>Zélia de Campos Barreto, de Niterói, depois,</p><p>Dona Benedita Rosália dos Santos Calix-</p><p>to, a “Dona Pequenina”, como era chamada.</p><p>Leia a versão completa dessa história acessan-</p><p>do este QR code.</p><p>151</p><p>2. Do poder judiciário local</p><p>O Poder Judiciário de Paraty é abrigado no Fórum Juíza Albaliz do</p><p>Rosário Nascimento, antigo Fórum Silvio Romero. É uma comarca de 1ª</p><p>Entrância, com Vara Cível, Criminal, Promotoria e Defensoria Pública, Jui-</p><p>zado de Pequenas Causas.</p><p>● A vara Cível atende causas relacionadas à família, ao consumidor, a</p><p>compra e venda, aos danos morais, aos contratos, às cobranças e muitas</p><p>outras;</p><p>● A Vara Criminal julga crimes e outras infrações tipificadas no Códi-</p><p>go Penal brasileiro e nas demais leis, de acordo com a Constituição Fede-</p><p>ral;</p><p>● Promotoria e Defensoria Públicas - a promotoria de Justiça atua</p><p>em defesa dos interesses sociais, e é quem faz parte da acusação no</p><p>julgamento de crimes, por exemplo. Já a defensoria trabalha na defesa</p><p>das pessoas que não têm condições de arcar com as custas processu-</p><p>ais atuando com advogados, que podem ser acionados por pessoas que</p><p>atendam a determinados quesitos;</p><p>● Juizado de Pequenas Causas, hoje chamado de Juizado Especial</p><p>Cível trabalha especialmente para solucionar casos mais simples e que</p><p>envolvam demandas mais simples de modo mais ágil e informal.</p><p>Prédio do Fórum de Paraty</p><p>Foto: Roberta Pisco e Guido Nietmann</p><p>152</p><p>3. Do poder legislativo local</p><p>O poder legislativo de um município é concentrado na Câmara de</p><p>Vereadores. Lá estão sediados os vereadores locais, os eleitos, democra-</p><p>ticamente, de quatro em quatro anos. Em Paraty, a Câmara está situada</p><p>no Centro Histórico, na Rua Dr. Samuel Costa, em dois prédios: no pri-</p><p>meiro edifício há o Antigo Paço, onde fica a plenária, local das sessões</p><p>parlamentares, e o Memorial do Paço, que guarda a história da política de</p><p>Paraty; já no segundo, há a concentração dos gabinetes dos nove verea-</p><p>dores que compõem, atualmente, a casa legislativa.</p><p>3.1. Das principais funções</p><p>● Função Organizante: é de sua competência máxima organizar o</p><p>município com autonomia. A Câmara de Vereadores redige a Lei Orgânica</p><p>Municipal, a lei máxima da cidade, de acordo com os interesses da popu-</p><p>lação.</p><p>153</p><p>● Função Institucional: a câmara municipal institui seu governo</p><p>dentro das normas legais. Reúne-se nas datas apresentadas no regimen-</p><p>to interno.</p><p>● Função Legislativa: os vereadores eleitos votam projetos de ori-</p><p>gens próprias, do poder executivo ou de iniciativa popular, que normati-</p><p>zam diretrizes à população e ao interesse coletivo.</p><p>● Função Fiscalizadora: a câmara municipal exerce o controle da</p><p>administração pública municipal, atos do poder executivo municipal, apli-</p><p>cação dos recursos orçamentários e também o cumprimento das suas</p><p>metas fiscais.</p><p>● Função Julgadora: a câmara municipal julga as contas do municí-</p><p>pio, de cada exercício. Também julga as infrações político-administrativas</p><p>● Função Administrativa: a câmara municipal se organiza interna-</p><p>mente, através do seu quadro de servidores, seus serviços e cumprimen-</p><p>to de suas atribuições legislativas.</p><p>● Função Auxiliadora da Administração Municipal: a câmara</p><p>municipal oferece ao poder executivo municipal, contribuição para as so-</p><p>luções de problemas diversos da comunidade, propondo medidas e solu-</p><p>ções, através de indicações, requerimentos e pedidos de informações.</p><p>● Função Integrativa: Tem a câmara municipal a função de viabili-</p><p>zar bons projetos para a comunidade.</p><p>Leia sobre as leis, acessando este QR code.</p><p>154</p><p>A História do poder político de Paraty</p><p>A História da Câmara Municipal remonta ao século XVII, período</p><p>da elevação de Paraty à categoria de vila, já que somente os povoados</p><p>emancipados podiam fundar os</p><p>chamados Conselhos do Senado</p><p>da Câmara. Até esta época estava</p><p>a paróquia submetida à adminis-</p><p>tração da Câmara de Ilha Grande,</p><p>mas o crescimento da atividade</p><p>econômica da povoação, principal-</p><p>mente comercial, exigiu maior agi-</p><p>lidade nas decisões.</p><p>E, mesmo com os protestos legalistas da Câmara de Ilha Grande,</p><p>prevaleceu a necessidade pública, pois, por aqui, corria o único caminho</p><p>para o sertão serra acima. Assim, foi principalmente a situação geográfi-</p><p>ca de Paraty que favoreceu o seu crescimento e a conquista da categoria</p><p>de vila.</p><p>A emancipação político-administrativa de Paraty e sua definitiva se-</p><p>paração da vila de Ilha Grande ocorreu em 1667, quando El-Rei Dom</p><p>Afonso VI reconheceu oficialmente essa nova condição do povoado atra-</p><p>vés de Carta Régia datada de 28 de fevereiro de 1667.</p><p>Entretanto, a autonomia ad-</p><p>ministrativa de Paraty, já havia</p><p>sido reconhecida pelas autori-</p><p>dades da Capitania desde 1660,</p><p>ocasião em que foi erguido o pe-</p><p>lourinho. Em 1667, a então cha-</p><p>mada vila de Nossa Senhora dos</p><p>Remédios de Paraty constitui seu</p><p>primeiro Senado da Câmara. O</p><p>Senado da Câmara compunha-se</p><p>de homens bons (pessoas de re-</p><p>conhecido destaque na comuni-</p><p>dade) que exerciam, na Câmara, funções específicas: Juízes da Vara de</p><p>Fachada do Antigo Paço Municipal</p><p>Fonte: Acervo do Memorial do Paço</p><p>155</p><p>Paz, Juízes da Vara de Órfãos e Expostos, e Almotacéis (fiscais de pesos e</p><p>medidas, fiscais do talho do gado, fiscais do rancho, etc., que tinham por</p><p>incumbência fiscalizar o cumprimento das leis e posturas).</p><p>Ressalta-se que as varas sim-</p><p>bolizavam estas funções específi-</p><p>cas e eram outorgadas aos homens</p><p>bons como insígnia do Poder que</p><p>exerciam como membros do Sena-</p><p>do da Câmara. Há que se destacar</p><p>que Câmara Municipal de Paraty</p><p>é uma das únicas no Brasil que</p><p>conservam até hoje estes objetos,</p><p>confeccionados de madeira adornada, como relíquias de sua história.</p><p>A boa administração que a Câmara realizava no final do século XVIII</p><p>e início do século XIX ficou registrada nesta descrição de Monsenhor Pi-</p><p>zarro: “As ruas são delineadas com boa direção, e quase todas calçadas,</p><p>por zelar a Câmara o asseio público com atividade, e capricho mais ex-</p><p>cessivo, que a de Angra dos Reis, sua rival. O mesmo acontece com as</p><p>estradas, que sempre se conservam desimpedidas: e a da serra sobredita</p><p>(cujas terras agrestes não se cultivam, por negar fruto) é cuidadosamen-</p><p>te tratada, em benefício das passagens diárias dos moradores de São</p><p>Paulo, havendo para este fim uma consignação”.</p><p>No final do século XVIII e início do XIX, os habitantes de maior desta-</p><p>que na vida social e política da vila eram os comerciantes e produtores de</p><p>aguardente, que, além de estarem no centro do movimento da riqueza,</p><p>estavam em contato com o que se passava nos grandes centros urbanos,</p><p>não só do país como também da</p><p>Europa. As ideias de independên-</p><p>cia política, então correntes, che-</p><p>garam dessa forma a Paraty, e a</p><p>notícia do ato do Príncipe Regente</p><p>foi recebida com grandes festas.</p><p>O Registro de Posturas da Câ-</p><p>mara da Vila de Nossa Senhora dos</p><p>Remédios de Paraty, aprovado em Imagem interna do antigo Paço Municipal</p><p>Imagem interna do antigo Paço Municipal</p><p>Fonte: Acervo do Memorial do Paço</p><p>Fonte: Acervo do Memorial do Paço</p><p>156</p><p>1829, está perfeitamente de</p><p>acordo com o de qualquer outro</p><p>dos maiores centros urbanos</p><p>do país. Buscando garantir um</p><p>aspecto ordenado do núcleo ur-</p><p>bano, regulamentava a conser-</p><p>vação e a construção de casas</p><p>dentro dos limites da vila, es-</p><p>tabelecendo o alinhamento das</p><p>fachadas, medidas das portas,</p><p>janelas e prumadas, proibindo,</p><p>com vistas a evitar incêndios,</p><p>as construções.</p><p>Em 12 de março de 1844, a</p><p>vila havia sido elevada à cate-</p><p>goria de cidade. As ruas eram</p><p>as mesmas que hoje formam o</p><p>Bairro Histórico. A partir de 1916, já em plena República, com Samuel</p><p>Nestor Madruga Costa pela segunda vez presidente da Câmara, parecia</p><p>haver melhoras na cidade, principalmente no que diz respeito à admi-</p><p>nistração municipal. Várias pontes foram refeitas, estradas e caminhos</p><p>consertados e as obras de desobstrução dos rios pareciam surtir algum</p><p>efeito, pois diminuíam as enchentes na cidade.</p><p>Com boas relações na administração estadual, Samuel Costa conse-</p><p>guiu alguma verba para trabalhos da alçada daquela esfera, como os da</p><p>estrada</p><p>para Cunha. Ainda nessa época, a administração do Município</p><p>de Paraty cabia à Câmara Municipal. O Presidente da Câmara era quem</p><p>exercia o Poder Executivo, além de, juntamente com seus pares, fazer</p><p>as leis e posturas. É a partir de 1921 que o Presidente da Câmara perde</p><p>o Poder Executivo e passa a exercer somente a função de Chefe do Le-</p><p>gislativo. Ocorre a primeira eleição para Prefeito. Samuel Costa, último</p><p>Presidente da Câmara neste período, é o primeiro Prefeito Municipal elei-</p><p>to em Paraty.</p><p>Imagem interna do antigo Paço Municipal</p><p>Fonte: Acervo do Memorial do Paço</p><p>157</p><p>1. Pesquise no texto e escreva por que o aniversário de paraty é dia 28</p><p>de fevereiro.</p><p>1 - Visita ao Paço Municipal para conhecerem o memorial da</p><p>Câmara de Vereadores, o salão da plenária, as varas de vereança</p><p>e documentos históricos em exposição. Preparem um mural em</p><p>sala de aula com desenhos, fotos e relatos do que mais gosta-</p><p>ram.</p><p>2 - Prepare uma entrevista, elaborando perguntas que você</p><p>ou seu grupo queiram fazer a um ou dois vereadores para serem</p><p>entrevistados.</p><p>Imagem interna do antigo Paço Municipal</p><p>Fonte: Acervo do Memorial do Paço</p><p>158</p><p>Linha do Tempo dos Prefeitos</p><p>1921-1922 - Samuel Nestor Madruga Costa</p><p>● Construção do Jardim Publico Monsenhor Hélio Pires.</p><p>● Iluminação Elétrica.</p><p>● Construção da nova ponte de madeira sobre o rio Preque Açu.</p><p>1923-1927 - João Alfredo Meirelles</p><p>● Construção do Cais de Pedra</p><p>1927-1930 - Francisco Manoel de Alvarenga e Souza</p><p>1931-1932 - Alfredo Sertã - Nomeado,</p><p>governou até a Revolução Constitucionalista de 1932.</p><p>● Canalização de água da cidade.</p><p>1932-1935 - Antônio Gonçalves Rosas - Nomeado</p><p>● Incinerção de parte do Arquivo Público Municipal para</p><p>dar abrigo, no prédio do Paço, à Guarnição Militar Federal.</p><p>1936 - Astrogildo Costa - Nomeado</p><p>● Construção da Escola da Ponte Branca</p><p>1946 - Cleantho Ignácio de Loyola Barreto Maranhão</p><p>Nomeado</p><p>1938-1939 - Astrogildo Costa - Nomeado</p><p>1940 - Antônio Campos do Amaral - Nomeado</p><p>1941 - José de Queiroz Fortuna - Nomeado</p><p>1942-1943 - Marshal Torres de Lacerda - Nomeado</p><p>1943-1945 - Jair Araújo - Nomeado</p><p>● Criação do clube de futebol Paratiense Atlético Clube- PAC</p><p>1930 - Oséas Martins de Almeida</p><p>● Visita do presidente da República Washington Luiz.</p><p>1945-1946 - João Apolônio dos Santos Pádua - Nomeado</p><p>● Construção do Grupo Escolar Dr. Samuel Costa</p><p>● Tombamento do Centro Histórico como Monumento Nacional.</p><p>1930 - Clarimundo dos Santos Pádua</p><p>● Destituído com a deposição do Presidente Washington Luiz.</p><p>1936-1938 - Clarimundo dos Santos Pádua</p><p>Afastado com a criação do Estado Novo</p><p>● Criação do Grupo Escolar Raul Pompéia.</p><p>159</p><p>1946 - João Salustiano Gomes Calixto - Nomeado</p><p>1950-1953 - Derly Ellena - Afastou-se em 27/05/1953</p><p>● Estimulou a migração de capixabas e mineiros para</p><p>ocupar as terras da fazenda Pedras Azuis e Corisco.</p><p>1962-1963 - Norival Rubem de Oliveira</p><p>● Instalação do Serviço de Telefonia: Telefônica Tupi.</p><p>1955-1958 - Aloysio de Castro</p><p>● Abertura da AV. Roberto da Silveira.</p><p>● Construção do Quebra-Mar</p><p>● Inscrição do Centro Histórico no IPHAN</p><p>● Abertura da Estrada Paraty-Cunha</p><p>1964-1966 - Sebastião Gonçalves Rosa</p><p>● Manutenção da Agência da Capitania dos Portos</p><p>● Declaração do Município como Monumento Histórico Nacional</p><p>1950 - Manoel Walfrido da Silva</p><p>Presidente da Câmara Municipal</p><p>1947-1950 - João Apolônio dos Santos Pádua</p><p>Substituído pelo Presidente da Câmara.</p><p>• Construção do Muro e Capela do Cemitério</p><p>• Construção da Quadra de Basquete e da Ponte de</p><p>concreto sobre o Rio Perequê-Açu.</p><p>• Construção das Escolas estaduais de Tarituba, Taquari,</p><p>Praia do Sono e Corisco.</p><p>1953-1954 - Antônio Mário Pompeu Nardelli</p><p>Presidente da Câmara Municipal</p><p>• Criação do Estádio Municipal</p><p>1959-1962 - Antônio Núbile França</p><p>• Instalação da Usina Termelétrica</p><p>1963-1964 - Luiz Vieira Ramos</p><p>Afastado pela Revolução de 1964</p><p>● Dragagem retilínea do Rio Perequê-Açu do Caborê a foz.</p><p>1967-1970 - Aloysio de Castro</p><p>● Construção de Escolas Municipais e Sub Postos</p><p>de Saúde na Zona Rural</p><p>● Construção da Estrada para Patrimônio e Laranjeiras</p><p>● Início do 1º Plano Diretor do Município.</p><p>160</p><p>1971-1972 - Paulo Carrão de Moura Carijó</p><p>Mandato de 2 anos por alteração da Lei Eleitoral</p><p>● Abertura da Estrada Para Trindade</p><p>● Retificação dos limites do Parque Nacional da Serra da Bocaina</p><p>1977-1982 - Benedito Domingos Gama</p><p>Mandato de 6 anos por alteração da Lei Eleitoral</p><p>● Calçamento das ruas do Bairro Chácara</p><p>● Construção do Centro Integrado de Saúde – CIS</p><p>● Criação do anel viário no Centro Histórico</p><p>● Abertura ao tráfego na BR 101</p><p>1989-1992 - Aloysio de Castro</p><p>● Construção do Mercado Produtor Rural</p><p>● Abertura da Av. Otávio Gama</p><p>● Municipalização da Santa Casa de Misericórdia de Paraty</p><p>1997-2000 - Benedito José Melo da Silva</p><p>● Construção da Ponte de acesso do Bairro Caborê ao Bairro Jabaquara</p><p>● Duplicação da Av.Roberto da Silveira</p><p>1973-1976 - Edson Dídimo Lacerda</p><p>● Fechamento do Centro Histórico ao tráfego de veículos</p><p>● Municipalização das escolas estaduais</p><p>● Construção da Escola Municipal da Ilha das Cobras</p><p>1983-1988 - Edson Dídimo Lacerda</p><p>● Construção da Escola Municipal Parque da Mangueira</p><p>● Instalação dos serviços de abastecimento de água</p><p>● Iluminação elétrica na Ilha do Araújo.</p><p>1993-1996 - Edson Dídimo Lacerda</p><p>● Asfaltamento do Aeroporto</p><p>● Reforma do Cais</p><p>● Construção da Estação Rodoviária</p><p>● Construção do Pronto Socorro</p><p>2001-2004 - José Cláudio de Araújo</p><p>● Construção do novo prédio da Prefeitura Municipal</p><p>● Reforma da Casa da Cultura de Paraty</p><p>● Elaboração do 1° dossiê de candidatura do Título de Paraty a</p><p>Patrimônio da Humanidade.</p><p>161</p><p>2009-2012 - José Carlos Porto Neto</p><p>● Urbanização da Orla do Pontal</p><p>● Elaboração do Plano Diretor do Município</p><p>● Elaboração do 3° dossiê de candidatura do Titulo de Paraty a Patrimônio</p><p>da Humanidade.</p><p>2017-2019 - Carlos José Gama Miranda</p><p>● Construção do Mercado de Peixe da Ilha das Cobras</p><p>● Construção do Cinema da Praça</p><p>● Construção do Velório Municipal</p><p>● Construção do Hospital Municipal Hugo Miranda</p><p>● Titulo de Paraty Cidade Criativa da Gastronomia</p><p>2019-2020 - Luciano de Oliveira Vidal</p><p>● Inauguração da Sede do Departamento de Água e Esgoto (DEA)</p><p>● Reforma e Construção de Cais e Flutuantes por toda costeira de Paraty</p><p>2013-2016 - Carlos José Gama Miranda</p><p>● Construção das estações de Tratamento de Água Pedra</p><p>Branca e Corisquinho</p><p>● Instalação da energia elétrica no Mamanguá, Pouso da</p><p>Cajaíba e Ponta Negra</p><p>● Construção da Creche da Ilha das Cobras</p><p>2019 - Valceni da Silva Teixeira</p><p>● Título Paraty Patrimônio Mundial da UNESCO</p><p>● Instalação da Passarela ligando o Bairro Ilha das Cobras ao</p><p>centro Histórico</p><p>2021-PRESENTE - Luciano de Oliveira Vidal</p><p>● Ampliação do segundo segmento das escolas municipais</p><p>● Construção do Cine+ Paraty</p><p>● Instalação das fazendas marinhas no município</p><p>● Reforma de todas as unidades de saúde do município</p><p>● Criação do Centro de Formação e Economia Criativa (CEFEC)</p><p>2005-2008 - José Carlos Porto Neto</p><p>● Construção da Praça da Paz</p><p>● Elaboração do 2° dossiê de candidatura do Título de Paraty a</p><p>Patrimônio da Humanidade</p><p>162</p><p>Os Símbolos Cívicos</p><p>O Brasão - Lei nº 259, de 30 de Novembro de 1960.</p><p>Escudo Português dividido em quatro quartéis, partes; no primeiro</p><p>quartel, em campo verde, um cocá de penas sobre duas flechas cruzadas,</p><p>tudo em ouro, refere-se aos primeiros habitantes da região, os índios</p><p>Guainás; no segundo quartel, em campo vermelho, um antigo carimbo</p><p>elíptico, gravado com as armas de Portugal ladeado com as palavras “Re-</p><p>médios” metade de cada lado, sentido vertical, entre o brasão de Portugal</p><p>e a vinheta lateral; no terceiro de ouro, o contorno do Município, tendo</p><p>como fundo a direita em campo de prata, e à esquerda, um fundo azul,</p><p>tudo carregado de um peixe de prata, no quarto, por menor de uma casa</p><p>colonial, mostrando um beiral e uma grande de ferro.</p><p>Tudo de prata sobre um campo azul como suportes, à direita, um ga-</p><p>lho de café, juntando a sua cor, e, à esquerda, uma haste de cana. Um</p><p>listão de vermelho com os seguintes dizeres, de prata: 1667 –</p><p>Parati –</p><p>1844. Conjunto encimado pela coroa mural de cinco torres de prata, que</p><p>é da cidade, tendo ao centro uma flor de Liz, de ouro.</p><p>163</p><p>164</p><p>165</p><p>A Bandeira - Lei nº 373, de 02 de Agosto de 1967.</p><p>De formato normal das bandeiras oficiais, terá o símbolo do município</p><p>as três cores tradicionais que há séculos ornamentam as casas de nos-</p><p>sas cidades, hoje “Monu-</p><p>mento Nacional”, que são:</p><p>Vermelho, Brando e Azul.</p><p>Composta de três faixas</p><p>verticais nas cores acima,</p><p>contém na do meio (bran-</p><p>ca) o brasão de armas de</p><p>nossa terra. Na faixa ver-</p><p>melha ao lado do mastro,</p><p>uma estrela maior simboli-</p><p>zando o Primeiro Distrito, e na azul duas estrelas menores, simbolizando</p><p>o segundo e Terceiro Distrito, As estrelas serão colocadas em forma trian-</p><p>gular, lembrando a grande influência que a maçonaria exerceu na história</p><p>do município de Parati.</p><p>O Hino Oficial - Lei nº 587, de 19 de Setembro de 1980.</p><p>Letra de autoria de Aldmar Gomes Duarte Coelho e música do maes-</p><p>tro Benedito das Flores, mais conhecido como Maestro Potinho.</p><p>EXALTAÇÃO A PARATY</p><p>Paraty cidade a beira mar</p><p>Meu cantinho adorado</p><p>Tens o céu bordado de estrelas</p><p>És tu Paraty amado.</p><p>Um leito de cetim feito de rosas</p><p>Um belo pedacinho do Brasil</p><p>Paraty, oh minha terra</p><p>És linda como um céu de anil</p><p>166</p><p>1. Vamos fazer aqui uma ilustração bem bonita do Hino de Paraty. Use a</p><p>sua criatividade e imaginação.</p><p>167</p><p>Que tal fazermos uma visita à Câmara Municipal da sua cidade?</p><p>Aproveite este espaço para fazer seu registro!</p><p>Nome da Escola:_______________________________________________</p><p>Professor(a):__________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>Objeto da pesquisa de campo:____________________________________</p><p>Anotem aqui as suas observações:</p><p>Registro Fotográfico:</p><p>Aluno(a):_____________________________________________________</p><p>168</p><p>Anotações</p><p>169</p><p>Anotações</p><p>170</p><p>Anotações</p><p>171</p><p>Biografia dos autores</p><p>Fernando Palla, Paleógrafo, Pesquisador da His-</p><p>tória Política de Paraty com foco no período Imperial.</p><p>Curador responsável pela criação do Memorial do Paço</p><p>(Legislativo de Paraty), onde atualmente ajuda da salvaguarda</p><p>e conservação dos artigos históricos da política de Paraty.</p><p>Diuner Mello nasceu em Paraty (RJ). Concluiu o Curso</p><p>primário e secundário e, a partir da década de 1960 iniciou suas</p><p>pesquisas sobre a história de Paraty. Publicou sua primeira obra</p><p>em 1974, o Roteiro do Visitante. É sócio-fundador do Instituto</p><p>Histórico e Artístico de Paraty e da Casa da Cultura, nos quais</p><p>exerceu a presidência. Publicou até o presente sete obras sobre</p><p>a história local e de transcrição de documentos da Câmara Muni-</p><p>cipal. Recebeu do Legislativo Municipal o Título de Comendador.</p><p>Laíse Siqueira Costa</p><p>Bacharel em Turismo pela Pontifícia Universidade Católica</p><p>de Campinas (2002/2005) e Guia de Turismo Regional RJ atuan-</p><p>do exclusivamente em Paraty desde 2013. Sócia Fundadora da</p><p>Piratii Turismo - Associação de Guias e Turismólogos de Paraty,</p><p>sendo uma das idealizadoras e coordenadoras do Programa Pe-</p><p>dagógico iniciado em 2018. (25/10/2022)</p><p>Marcell Moraes é um historiador paratiense, desde</p><p>a infância foi envolvido com as questões culturais/religiosas da</p><p>cidade. Estudou no Colégio CEMBRA em Paraty, onde concluiu</p><p>o curso de Formação de Professores. Graduado em Licencia-</p><p>tura Plena em História pelo Centro Universitário Salesiano de</p><p>São Paulo - Unidade Lorena e Pós-graduado em História da</p><p>Arte Sacra pela Faculdade de São Bento do Rio de Janeiro.</p><p>172</p><p>Thalita Silva, graduada em História pela Universidade</p><p>Federal do Rio de Janeiro. Professora da rede básica Estadual</p><p>de Ensino e da Formação de Professores do colégio CEMBRA.</p><p>Membra fundadora da Coletiva Feminista Maria Angélica Ribeiro.</p><p>Mestranda no Programa de Pós-Graduação em História Compa-</p><p>rada da Universidade Federal do Rio de Janeiro onde pesquisa a</p><p>vida e a obra da dramaturga paratiense Maria Angélica Ribeiro,</p><p>nascida em 1829.</p><p>Roberta Lobo, graduada em Geografia pela Universi-</p><p>dade de São Paulo, pós-graduanda em Territórios e Saberes pela</p><p>Universidade Federal Fluminense, pesquisa Políticas Públicas em</p><p>Educação, leciona há dez anos na rede municipal de Paraty e</p><p>integra o Coletivo de apoio à Educação Diferenciada do Fórum de</p><p>Comunidades Tradicionais de Angra, Paraty e Ubatuba.</p><p>Elison Fernandes do Espírito</p><p>Santo da Silva, paratiense.</p><p>Artista plástico, Cirandeiro e ativista cultural,</p><p>estudante de Artes Visuais pela Unicesumar - PR</p><p>Laiz Elesbão Barbosa</p><p>Caiçara de Paraty, mãe de três, pedago-</p><p>ga Waldorf, contadora de histórias, artesã e</p><p>ilustradora.</p><p>Flora Maria Salles França Pinto, nascida em</p><p>São Paulo em 1956, moradora de Paraty desde 1976. Mãe de</p><p>4 filhos, avó de 4 netos. Graduada em História pela Faculdade</p><p>de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São</p><p>Paulo (USP). Professora da rede pública de Paraty e do Estado</p><p>do Rio de Janeiro, onde também atuou como gestora escolar, por</p><p>mais de 40 anos. Foi diretora da Associação Paraty Cultural, sub-</p><p>secretaria de educação e, desde 2020, é vereadora do município</p><p>de Paraty.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ABREU, Capistrano de. Caminhos antigos e povoações do Brasil. Sociedade Capistrano de Abreu.</p><p>Ed. São Paulo: Briguiet, 1930.</p><p>AMARAL, Edelweis Campos do. Personalidades ilustres e genealogia. Inédito, Paraty, 1977/78.</p><p>ANCHIETA, José de. Poesias. Transc. trad. e notas de M. de L. de Paula Martins. Belo Horizonte:</p><p>Itatiaia. São Paulo, 1989.</p><p>ARAÚJO, J. S. A. Pizarro e outros. Tricentenário de Parati, Notícias históricas, Rio de Janeiro:</p><p>Ministério da Educação e Cultura, diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 1960. N 22.</p><p>ARAÚJO, José de Souza Azevedo Pizzarro e. Memórias históricas do Rio de Janeiro. Rio de</p><p>Janeiro: Imprensa Nacional; MEC, 1945.</p><p>ÁREA DE PROTEÇÃO CAIÇURU. Icmbio. [s.d.]. Área de Proteção Ambiental de Cairuçu. Disponível</p><p>em: <https://www.icmbio.gov.br/cairucu/>. Acesso em 14 de ago. de 2022.</p><p>Boletim Cartografia da Cartografia Social: uma síntese das experiências. Cartografia social de</p><p>Trindade: a pesca artesanal da comunidade Caiçara de Trindade (Paraty, RJ). N. 4 (Dez de 2016)</p><p>Manaus: UEA Edições, 2016.</p><p>BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembranças de velhos, 2ª Ed., São Paulo: Editora da Universidade</p><p>de São Paulo, 1987.</p><p>BRASIL, Biblioteca Municipal Fábio Villaboim.</p><p>BRASIL, Câmara Municipal de Paraty.</p><p>BRASIL, Instituto Histórico a Artístico de Paraty.</p><p>BRASIL, Secretaria de Turismo e Cultura de Paraty, Paraty, Rio de Janeiro – Brasil, Informações</p><p>2002/2003.</p><p>BRASIL, Secretaria Municipal de Cultura de Paraty.</p><p>BRASIL, Secretaria Municipal de Educação de Paraty.</p><p>BRASIL, Secretaria Municipal de Saúde de Paraty.</p><p>BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado</p><p>Federal: Centro Gráfico, 1988. Disponível em:</p><p><http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 14 de ago. de 2022.</p><p>BRASIL. Política Nacional de Turismo. Decreto Nacional de Turismo. Brasília, DF: Senado Federal:</p><p>Centro Gráfico, 2008. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-</p><p>2022/2019/decreto/D9763.htm>. Acesso em 16 de ago. de 2022.</p><p>BRASIL. Política Nacional de Turismo. Legislação Nacional de Turismo. Brasília, DF: Senado</p><p>Federal: Centro Gráfico, 2008. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-</p><p>2010/2008/lei/l11771.htm>. Acesso em 16 de ago. de 2022.</p><p>BRASIL. Prefeitura Municipal de Paraty, 2019.</p><p>BRASIL. Secretaria Municipal de Cultura - Paraty e Ilha Grande, Cultura e Biodiversidade.</p><p>Carvalho, Ana. Palermo</p><p>e Neneco Mbya Mirim – Uma dia na aldeia Mbya-Guarani. São Paulo: Cosac</p><p>Naif, 2014.</p><p>Referências bibliográficas</p><p>CASA DA CULTURA DE PARATY. [s.d.]. Cinema da Praça. Disponível em:</p><p><https://www.casadaculturaparaty.org/cinema-da-praca>. Acesso em: 13 de ago. de 2022.</p><p>CASADEI, Thalita de Oliveira. Paraty, uma vida, uma saudade. Niterói: Sol Nascente, 1998.</p><p>CASCUDO, Luis da Câmara. Antologia do folclore brasileiro, São Paulo: Ed. Martins, 1943.</p><p>CASCUDO, Luis da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro, Tomos I e II. Rio de Janeiro: INL,</p><p>1962.</p><p>COSTA, Laíse. Love Paraty. c.2021. Galeria de calendários. Disponível em:</p><p><https://loveparaty.arsmedia.com.br/blog/galeria-de-calendarios>. Acesso em: 14 de ago. de 2022.</p><p>COSTA, Samuel. Paraty no Anno da Independência, outros textos e poemas, Sel. e org. Diuner Mello.</p><p>Rio de Janeiro: Litteris Ed, 2000.</p><p>COSTA, Samuel. Paraty no anno da independência: outros textos e outros poemas, seleção e</p><p>DAMATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil?, Rio de Janeiro: Rocco Editora, 1986.</p><p>ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE TAMOIOS. Icmbio. [s.d.]. Estação Ecológica de Tamoios. Disponível em:</p><p><https://www.icmbio.gov.br/esectamoios/>. Acesso em 13 de ago. de 2022.</p><p>ESTRADA REAL. Uma estrada, seu destino. c2021/2022. Conheça os caminhos. Disponível em:</p><p><https://institutoestradareal.com.br/>. Acesso em: 14 de ago. de 2022.</p><p>ETIMOLOGIA. Origem do Conceito. c2019. Etimologia de Turismo. Disponível em:</p><p><https://etimologia.com.br/turismo/>. Acesso em: 13 de ago. de 2022.</p><p>ETZEL, Eduardo. O barroco no Brasil – Psicologia - Remanescentes.São Paulo: Edições</p><p>Melhoramentos-Editora da Universidade de São Paulo, 1974.</p><p>FÓRUM DE COMUNIDADES TRADICIONAIS. FCT, c2014. Preservar e Persistir. Disponível em:</p><p><https://www.preservareresistir.org>. Acesso em 13 de jul. de 2022.</p><p>FRADE, Cássia. Cantos do Folclore Fluminense. Rio de Janeiro: SECC-RJ, [19....]</p><p>FRANKE, Pedro Campos e NETO, João Augusto de Andrade. Uma breve história de Paraty. Paraty:</p><p>Forte Defensor Perpétuo/Ibram, 2020. ISBN: 978-65-88734-00-1. pp.6.</p><p>FREIRE, José Carlos, Crônicas de Paraty. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Multifoco, 2009.</p><p>FREIRE, José Carlos, Crônicas de Paraty.1ª Ed. Rio de Janeiro: Impressora Velha Lapa, 1998.</p><p>FREIRE, Zezito. Crônicas de Paraty. Rio de Janeiro: Editora Multifoco, 2009.</p><p>FREIRE, Zezito. Crônicas de Paraty. Rio de Janeiro: Impressora Velha Lapa, 1998.</p><p>FREIRE, Zezito. Paraty – meu pequeno mundo. Rio de Janeiro: Editora Caravansarai, 2018.</p><p>FREIRE, Zezito. Paraty no Século XX. Rio de Janeiro: Editora Caravansarai, 2012</p><p>FREYRE, Gilberto, Casa Grande & Senzala. 48ªEd., São Paulo: Global Editora, 2006.</p><p>GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas, Rio de Janeiro: Ed. Guanabara, 1989.</p><p>HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva, tradução de Beatriz Sidou. São Paulo: Ed. Centauro,</p><p>2006.</p><p>INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE, [s.d.]. Página Inicial. Disponível</p><p>em: <https://www.ibge.gov.br>. Acesso em 25 de jul. de 2022.</p><p>INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE. INEA, [s.d.]. Página Inicial. Disponível em:</p><p><http://www.inea.rj.gov.br>. Acesso em 07 de jul. de 2022.</p><p>IPHAN. Paraty (RJ). c2014. Página Inicial. Disponível em:</p><p><http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/381/>. Acesso em 14 de ago. de 2022.</p><p>ISA. Instituto Socioambiental, c2020. #Menos preconceito mais índio. Disponível em:</p><p><https://img.socioambiental.org/d/282047-1/PIX_15.jpg>. Acesso em 07 de jul. de 2022.</p><p>ISA. Instituto Socioambiental, c2020.#Menos preconceito mais índio. Disponível em:</p><p><https://campanhas.socioambiental.org/maisindio/>. Acesso em: 26 de out. de 2022.</p><p>KNIVET, Anthony. Vária fortuna e estranhos fados. versão do original inglês por Guiomar de</p><p>Carvalho Franco; com anot. e ref. de Francisco de Assis Carvalho Franco. São Paulo: Ed. Brasiliense,</p><p>1947.</p><p>LAMAS, Dulce Martins. Revista Brasileira de Folclore. Ano II, nº 2. Janeiro/Abril de 1962.</p><p>LEMOS, Mário de. O culto do Espírito Santo suas práticas na ilha do Faial. Varadouro: FaiAlentejo</p><p>– Org. Cultural, Lda, 2007.</p><p>LIMA, Honório. Notícia histórica e geográfica de Angra dos Reis. Rio de Janeiro, Prefeitura</p><p>Municipal de Angra dos Reis, Liv. São José, 1972.</p><p>LIMA, Rossini Tavares de. Folclore das Festas Cíclicas.Brasil: Irmãos Vitale Editores, 1971.</p><p>LIVROS DE ATAS. Câmara Municipal de Paraty, de 1750 a 1900.</p><p>MAIA, Tereza e Tom. Paraty, religião e folclore, São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1974.</p><p>MAIA, Tereza e Tom. Paraty: Encantos & Malassombras, São Paulo: Companhia Editora Nacional,</p><p>1974.</p><p>MELLO, Diuner. Festa do Divino Espírito Santo em Paraty, Manual do Festeiro1ª Ed. São Paulo:</p><p>Estúdio Mercado Editorial, 2003.</p><p>MELLO, Diuner. Paraty Estudante, 2ª Ed. Angra do Reis: Gráfica Freitas, 2009.</p><p>MELLO, Diuner. Paraty Estudante. 2ª Ed. Ver pelo autor. Instituto Histórico e Artístico de Paraty.</p><p>Angra dos Reis (RJ): Gráfica Freitas, 2009.</p><p>MELLO, Diuner. Paraty, Roteiro do Visitante. 3ª. ed. Paraty: Gráfica Servgraf, 2011.</p><p>MELLO, Diuner. Paraty, roteiro do visitante: Informativo Turístico e Cultural, Rio de Janeiro: Ed. Do</p><p>Autor, Gráfica Olímpica Ltda., 1976.</p><p>MIRANDA, F., Andrade, A.M, Lafeta C., Yu, A., Murua, G. (coords.). Observatório de Territórios</p><p>Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS), Territórios Projeto Povos - Território, Identidade e</p><p>Tradição. Paraty, 2021.</p><p>ONO, Lia Mity & CORRÊA, Ronaldo (orgs.). Paisagens Caiçaras: Difusão de narrativas sonoras,</p><p>imagéticas e audiovisuais. Curitiba: IPHAN, 2021.</p><p>organização de Diuner Mello, Rio de Janeiro: Litteris Ed., 2000.</p><p>PARATY AND ILHA GRANDE: Culture and Biodiversity. c1992/2022. Página Inicial. Disponível em:</p><p><https://whc.unesco.org/en/list/1308/documents/>. Acesso em 15 de ago. de 2022.</p><p>PATRICIA YAMAMOTO. Ilustrações e arte gráfica. Página Inicial, [s.d.]. 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Roteiro Documental do Acervo Público de Paraty. 2003.</p><p>RAMECK, Maria José S. e MELLO. Diuner. Roteiro Documental do Acervo Público de Paraty.</p><p>Volume 2. 2011</p><p>RESERVA ECOLÓGICA ESTADUAL DA JUATINGA. Inea. [s.d.]. Página Inicial. Disponível em:</p><p><http://parquesestaduais.inea.rj.gov.br/inea/reej.php>. Acesso em 13 de ago. de 2022.</p><p>RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro – A formação e o sentido do Brasil, 2ª Ed., São Paulo: Companhia</p><p>Das Letras Editora, 1995.</p><p>RIBEIRO, Maria de Lourdes Borges. O Jongo, Rio de Janeiro: Cadernos de Folclore 34: Sintra Gráfica</p><p>e Editora LTDA, 1984.</p><p>SAMPAIO, Teodoro. O Tupi na geografia nacional. São Paulo: Ed. Nacional: [Brasília – DF] INL,</p><p>1987.</p><p>SERRA DA BOCAINA. Icmbio. [s.d.]. O que fazemos. Disponível em:</p><p><https://www.icmbio.gov.br/parnaserradabocaina/o-que-fazemos/gestao-e-manejo.html>. Acesso em:</p><p>15 de ago. de 2022.</p><p>SOUZA, Marina de Mello e. Parati: a cidade e as festas, 2ª Ed. ver. pela autora, Rio de Janeiro: Ouro</p><p>sobre azul, 2008.</p><p>SOUZA, Marina de Mello e. Reis Negros no Brasil Escravista – História da Festa de Coroação de</p><p>Rei Congo, Belo Horizonte: Editora UFMG, 1994.</p><p>STADEM, Hans. Duas viagens ao Brasil. trad. Guiomar de Carvalho Franco [transc.</p><p>em alemão</p><p>moderno por Carlos Fouquet], pref. Mario Ferri; introd e notas Francisco de Assis Carvalho Franco.</p><p>Belo Horizonte: Itatiaia, São Paulo: Universidade de São Paulo, 1974.</p><p>TADINI, Rodrigo Fonseca & MELQUIADES,Tania. Fundamentos do Turismo. v. 1. Rio de Janeiro:</p><p>Fundação CECIERJ, 2010. 304p. ISBN: 978-85-7648-550-6</p><p>WANDERLEI, Renan. 400 anos de Pinga. Inédito, Paraty, 2000.</p><p>Fonte: Marcus Prado</p><p>Paraty Patrimônio Mundial</p><p>21</p><p>Paraty foi reconhecida como patrimônio mundial por suas especiais</p><p>características naturais e culturais, se tornando o primeiro "Sítio misto</p><p>Paraty e Ilha Grande Cultura e Biodiversidade" da Unesco.</p><p>Patrimônio Natural</p><p>Ser patrimônio mundial significa reconhecer que nossa região tem</p><p>qualidades excepcionais pela diversidade de espécies de animais (fauna)</p><p>e de vegetais (flora) e pela beleza da paisagem da Mata Atlântica, que</p><p>abriga grande área de natureza preservada1.</p><p>Patrimônio Cultural</p><p>Além da natureza, o sítio misto Paraty e Ilha Grande é um exemplo de</p><p>interação entre interação social e natural. A ocupação na região acontece</p><p>há mais de 4.000 anos e a atual presença de culturas que são ancestrais</p><p>e mantêm uma relação de saberes tradicionais com a terra e com o mar,</p><p>garantem riqueza cultural de valor universal.2</p><p>1 Fonte: Secretaria Municipal de Cultura - Paraty e Ilha Grande, Cultura e Biodiversidade. Prefeitura Municipal de Paraty, 2019</p><p>2 Fonte das imagens: Colheita de açaí e retirada de canoa https://www.preservareresistir.org/</p><p>Fonte: Marcus Prado Fonte: Marcus Prado</p><p>22</p><p>A relação respeitosa entre as comunidades tradicionais - caiçaras,</p><p>quilombolas e indígenas - e a natureza é a grande riqueza reconhecida</p><p>como patrimônio mundial. A partir da interação entre as culturas que se</p><p>formaram em íntima relação com o ambiente, Paraty hoje é exemplo,</p><p>pelos saberes e fazeres tradicionais, de resistência e defesa de territórios</p><p>e modos de vida ancestrais.</p><p>Essa defesa é importante porque as</p><p>transformações do mundo moderno, como</p><p>o crescimento desordenado das cidades, a</p><p>exploração do petróleo, a industrialização, o</p><p>ritmo de vida acelerado, os diferentes tipos</p><p>de poluição, a especulação imobiliária, entre</p><p>outros problemas, são ameaças reais para</p><p>povos que mantêm um modo de vida tradi-</p><p>cional. Um dos principais compromissos em</p><p>ser Patrimônio é assegurar a diversidade da</p><p>cultura e da natureza, ou seja, da vida.</p><p>História e Arqueologia</p><p>Outro componente importante é a História. Nossa região abriga im-</p><p>portantes registros de tempo das ocupações indígenas, mas também do</p><p>período da colonização, com a comercialização do ouro que vinha das mi-</p><p>nas e do mercado de pessoas escravizadas. Grande parte desse registro</p><p>está em sítios arqueológicos, no projeto urbanístico do Centro Histórico,</p><p>no Morro da Vila Velha - onde se localiza o Forte Defensor Perpétuo, na</p><p>Toca do Cassununga, no Caminho do Ouro, nos sítios arqueológicos de</p><p>Paraty Mirim, entre outros.</p><p>Costumamos chamar nossa cidade de Paraty. Mas existe uma dife-</p><p>rença entre cidade e município. Vamos pensar: quem mora no município,</p><p>mora na cidade? Qual é a diferença?</p><p>Município e cidade</p><p>Senhora com garrafa de milho</p><p>Fonte: Eduardo Di Napoli – Projeto Povos</p><p>23</p><p>Município é toda a área administrada pelos poderes executivo (a</p><p>Prefeitura) e legislativo (a Câmara dos Vereadores). Já a cidade é a área</p><p>urbana de um município, o centro e arredores, que concentram uma série</p><p>de serviços e atividades, como por exemplo, hospitais, bancos, comércios</p><p>variados, a sede Prefeitura, a Câmara de Vereadores, o Correio, o Fórum,</p><p>etc.</p><p>O mapa abaixo representa a área de cada um dos 5.572 municípios</p><p>do Brasil, observe:</p><p>Municípios Brasileiros</p><p>Fonte: IBGE. Elaborado por Roberta Lopo Bezerra</p><p>Converse com seus/suas colegas e comente o que há nesse</p><p>mapa. Onde estão os menores municípios? E os maiores?</p><p>24</p><p>O município de Paraty faz parte do conjunto de municípios que for-</p><p>mam o estado do Rio de Janeiro, que por sua vez, faz parte dos estados</p><p>que formam o Brasil. Observe os mapas abaixo:</p><p>De acordo com o último Censo do IBGE, de 2010, Paraty tinha 37.533</p><p>habitantes, distribuídos entre população urbana e rural. A população ur-</p><p>bana era de 27.688 habitantes, e a rural de 9.854 habitantes. A estima-</p><p>tiva para 2021 era de 44.175 habitantes no total.</p><p>Abaixo, podemos observar os gráficos com a evolução do crescimen-</p><p>to da população no município a partir dos anos de 1970 até a estimativa</p><p>feita para 2021 e a distribuição da população em 2010.</p><p>Localização de Paraty</p><p>Fonte: IBGE. Elaborado por Roberta Lopo Bezerra</p><p>25</p><p>Quais as informações que traz o gráfico 1? E quais as infor-</p><p>mações do gráfico 2? O que se pode concluir em cada um dos</p><p>diferentes gŕaficos?</p><p>Paisagens</p><p>Paraty é um município com diferentes espaços e paisagens. Vamos</p><p>observar imagens diferentes e refletir a quais espaços elas pertencem:</p><p>se são imagens que compõem paisagens rurais e costeiras ou urbanas.</p><p>Fontes: Mulheres Pescando: OTSS Bocaina. Barco de Pesca com canoa: Paisagens caiçaras/Antonia Regina. Peixe na rede: Preservar é Resistir/</p><p>Ricardo Papu. Chão de barro com bananeira: Acervo Roberta Lopo. Família com sementes de açai: Preservar é Resistir/Eduardo Di Napoli.</p><p>Fruteira: Paisagen Caiçaras. Centro HIstórico e Drone: Fotos Incríveis</p><p>26</p><p>Paisagens rurais e costeiras</p><p>Os espaços se organizam de acordo com as atividades sociais que ali</p><p>acontecem. Em Paraty, a vida no campo tem muitos elementos, que são</p><p>parte da tradição e da cultura que se desenvolveu na cidade ao longo dos</p><p>séculos, mesmo desde antes da colonização. A agricultura é a atividade</p><p>mais marcante e, no município, a agricultura tem uma paisagem muito</p><p>integrada com a Mata Atlântica.</p><p>Em tempos passados, a agricultura praticada em Paraty tinha como</p><p>objetivo tanto alimentar as pessoas (também chamada de agricultura</p><p>de subsistência), como fornecer alguns produtos para o mercado. Esses</p><p>produtos eram comprados pelos próprios moradores da cidade e também</p><p>destinados ao abastecimento de outras cidades.</p><p>Para o consumo interno, se plantava, e ainda se planta em várias</p><p>localidades, grande variedade de alimentos, como aipim, milho, feijão,</p><p>abóbora e batata doce, além de frutas como banana, abacate, jaca, ace-</p><p>rola, pitanga, entre muitas outras. Nas roças também se verificavam</p><p>Acesse a exposição virtual Paisagens</p><p>caiçaras e assista aos vídeos Paisagem #1</p><p>e Paisagem #2.</p><p>Fonte: Roberta Lopo Bezerra - acervo pessoal.</p><p>27</p><p>criação de galinhas (avicultura) e porcos (suínocultura), além de gado</p><p>(pecuária) em algumas localidades. Atualmente, verifica-se mais criação</p><p>de galinhas, sendo a pecuária, atualmente, bastante reduzida e a suíno-</p><p>cultura praticamente não é mais praticada.</p><p>Para vender para outras cidades podemos citar o exemplo da “barca”,</p><p>que eram embarcações que vinham buscar banana para ser comerciali-</p><p>zada no Rio de Janeiro. Há também relatos sobre produção de gengibre</p><p>para comercialização externa, além da cana-de-açúcar, que faz parte da</p><p>história da cidade desde o início da colonização.</p><p>Casa de farinha e engenho de cana</p><p>Dois elementos são muito emblemáticos na paisagem rural em Para-</p><p>ty. O primeiro que vamos ver é a Casa de Farinha e o segundo o Engenho.</p><p>A casa de farinha é um local tradicional onde se processa a mandioca</p><p>crua, para fazer a farinha de mandioca.</p><p>Atualmente, existem ativas mais de 15 casas de farinha em Para-</p><p>ty3. As casas de farinha podem ser de uma pessoa, ou de uma família e</p><p>também podem ser de uma comunidade. As famílias também podem se</p><p>juntar para fazer a farinha coletivamente. Todas levam as mandiocas de</p><p>suas roças e o trabalho do feitio e da torra da farinha é dividido. No final,</p><p>todos também partilham a farinha que produziram em grupo.</p><p>3 Fonte: Dados levantados pelo Projeto Povos, 2022.</p><p>28</p><p>O Engenho de Cana surgiu com os</p><p>grandes engenhos para fazer melado,</p><p>açúcar e cachaça, ainda no século XVII.</p><p>A cana passou a ser um elemento da cul-</p><p>tura local, sendo que os engenhos gran-</p><p>des também deram origem ao hábito de</p><p>moer cana nos quintais, com engenhos</p><p>pequenos, de madeira ou de metal.</p><p>Abaixo vamos citar duas receitas populares em Paraty: o Manuê e o</p><p>Café de cana:</p><p>Ingredientes</p><p>800 gramas de farinha de trigo</p><p>1 litro de melado</p><p>3 colheres de sopa de manteiga</p><p>1 colher de sopa de fermento químico</p><p>2 claras de ovo</p><p>Modo de fazer</p><p>Bata a clara dos dois ovos até dar</p><p>ponto de clara em neve.</p><p>Misture o melado</p><p>e adicione a man-</p><p>teiga, misturando devagar.</p><p>Vá adicionando a farinha de trigo até</p><p>formar uma massa homogênea.</p><p>Adicione o fermento, misturando</p><p>bem.</p><p>Adicione melado na forma, antes de</p><p>despejar a massa do Manuê.</p><p>Assar por 40 minutos, em forno a 180</p><p>graus.</p><p>Ingredientes</p><p>Cana-de-açúcar</p><p>Café</p><p>Modo de fazer</p><p>Limpar a cana, retirando a casca</p><p>Moer a cana, recolhendo o caldo</p><p>numa vasilha</p><p>Ferver o caldo da cana</p><p>Coar o caldo fervido no café</p><p>Beber quentinho</p><p>Manuê Café de Cana</p><p>29</p><p>Desafio: encontrar no seu bairro alguma pessoa que saiba</p><p>fazer uma dessas receitas (ou as duas) e convidá-la para vir para</p><p>a escola, para contar um pouco de história e partilhar um café</p><p>cultural.</p><p>Faça uma representação da paisagem de uma área rural de</p><p>Paraty, com todos os elementos que você observar, inclusive das</p><p>pessoas que ali vivem. Monte um painel com as representações</p><p>da turma.</p><p>Paisagens urbanas e a cidade</p><p>Paisagem urbana é definida pela mistura de fenômenos naturais com</p><p>fenômenos sociais, ou seja, onde se concentra a ação humana ao longo</p><p>do tempo de maneira muito clara.</p><p>Quando Paraty se elevou à categoria de vila no século XVII, foi no</p><p>espaço onde hoje é o centro histórico que as pessoas começaram a viver,</p><p>a construir suas moradias, comércios e igrejas. Por isso, é nesse local em</p><p>que hoje se encontra o centro político da cidade, como a prefeitura e a</p><p>câmara dos vereadores. O que caracteriza uma área urbana é a grande</p><p>circulação de pessoas, de edificações e de serviços públicos e privados.</p><p>Portanto, a cidade de Paraty se refere a área urbana do Centro Histó-</p><p>rico e bairros dos arredores. Existem outras áreas chamadas de núcleos</p><p>urbanos, mas não são reconhecidas como ‘cidade’, como a Trindade, por</p><p>exemplo, que é chamada de núcleo urbano. Quando uma pessoa morado-</p><p>ra da Trindade sai da sua localidade para ir até a Prefeitura ou ao Hospi-</p><p>tal, costuma dizer “vou até Paraty” ou “vou até a cidade”. É a centralidade</p><p>de pessoas e atividades econômicas e políticas que formam a cidade.</p><p>30</p><p>De acordo com o Plano Diretor o município de</p><p>Paraty é formado por um conjunto de áreas, são</p><p>elas:</p><p>Área Urbana, Área de expansão urbana, Área</p><p>rural, Parque Nacional da Serra da Bocaina, Área</p><p>de Proteção Ambiental de Cairuçu, Estação Ecoló-</p><p>gica de Tamoios, Reserva Ecológica da Juatinga,</p><p>Parque Estadual de Paraty Mirim, Área de Proteção</p><p>Ambiental Municipal da Baía de Paraty Mirim e Saco do Mamanguá, Áreas</p><p>indígenas e Áreas de Quilombo.</p><p>Dentro de cada uma dessas áreas ficam os bairros, ou ilhas. Em al-</p><p>guns locais uma área é formada por diversas comunidades, como por</p><p>exemplo, a Reserva Ecológica da Juatinga, que abriga várias comunida-</p><p>des diferentes, como a de Martim de Sá e do Pouso da Cajaíba, entre</p><p>outras.</p><p>Há ainda a mistura de várias áreas em uma só, como o Quilombo do</p><p>Campinho e o Quilombo do Cabral, que, além de serem área de quilom-</p><p>bo, estão também dentro da Área de Proteção Ambiental de Cairuçu.</p><p>Confira ao lado um mapa que mostra todas as áreas, de acordo com</p><p>o Plano Diretor do município.</p><p>Divisões territoriais de Paraty</p><p>O plano diretor é</p><p>um instrumento da</p><p>política urbana insti-</p><p>tuído pela Constitui-</p><p>ção Federal de 1988,</p><p>que o define como</p><p>“instrumento básico</p><p>da política de desen-</p><p>volvimento e de “ex-</p><p>pansão urbana.</p><p>Zoneamento Municipal de Paraty</p><p>Fonte: Macrozoneamento Municipal/Plano Diretor de Paraty. Elaboração: Roberta Lopo Bezerra</p><p>31</p><p>Área urbana</p><p>A área urbana é composta por núcleos urbanos:</p><p>O Núcleo Sede (Centro Histórico e arredores), Condomínio de Furnas-</p><p>-Mambucaba, Tarituba, Condomínio Laranjeiras, Vila Oratório, Trindade,</p><p>Núcleo do Taquari, Núcleo de Barra Grande, Núcleo de Praia Grande, Nú-</p><p>cleo de São Gonçalo, Corumbê,</p><p>Área de expansão urbana: é uma área de 200 metros a partir da BR</p><p>101, ao norte do município, onde, a partir das leis específicas e suas re-</p><p>gras, pode-se expandir a área urbana. Inclui as localidades de Chapéu do</p><p>Sol, São Roque e Graúna, Penha, Ilha do Araújo, Corisco, Paraty Mirim,</p><p>Pedras Azuis, Campinho e Patrimônio.</p><p>Área rural – são todas as áreas que se destinam à produção de ali-</p><p>mentos, agricultura e de reflorestamento. Estão distribuídas desde o limi-</p><p>te com a APA de Cairuçu, beirando o Parque Nacional da Serra da Bocaina</p><p>até o norte do município.</p><p>No entanto, ter uma área delimitada como rural não impede que o</p><p>município de Paraty tenha outras áreas importantes onde se pratica roça</p><p>e coleta da floresta, ou seja, a área de atividade rural vai além da delimi-</p><p>tada pelo Plano Diretor.</p><p>Área do Núcleo Sede de Paraty - Centro Histórico e arredores</p><p>Fonte: Macrozoneamento Municipal/Plano Diretor de Paraty. Elaboração: Roberta Lopo Bezerra, 2022.</p><p>32</p><p>Localização da Área Rural de Paraty</p><p>Fonte: Macrozoneamento Municipal/Plano Diretor de Paraty. Elaboração: Roberta Lopo Bezerra, 2022.</p><p>Em cada diferente área do município existe um conjunto de regras</p><p>que definem que tipos de usos e atividades podem ser feitas, assim como</p><p>regras para construção de casas e de ocupação dos solos. Abaixo vamos</p><p>ver a delimitação da Zona Rural, conforme as regras de organização do</p><p>espaço definidas pelo município:</p><p>Unidades de Conservação Federais</p><p>O município de Paraty abriga uma série de unidades de conservação,</p><p>que são áreas protegidas, com regras e objetivos de conservar a biodi-</p><p>versidade dos ambientes.</p><p>As Unidades de Conservação Federais são administradas pelo Insti-</p><p>tuto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, conhecido como</p><p>ICMBio, órgão ligado ao Governo Federal. São elas: o Parque Nacional da</p><p>Serra da Bocaina, a Área de Proteção Ambiental de Cairuçú e a Estação</p><p>Ecológica de Tamoios. Vamos ver os mapas abaixo:</p><p>Parque Nacional da Serra da Bocaina – Área de preservação perma-</p><p>nente destinada a fins científicos, culturais, educativos e recreativos.</p><p>33</p><p>Área do Parque Nacional da Serra da Bocaina</p><p>Fonte: Macrozoneamento Municipal/Plano Diretor de Paraty. Elaboração: Roberta Lopo Bezerra, 2022.</p><p>Área de Proteção Ambiental de Cairuçu - APA de Cairuçú, é uma</p><p>área com o objetivo de assegurar o bem-estar das populações, conservar</p><p>e/ou melhorar a ecologia local.</p><p>A APA de Cairuçu compreende</p><p>uma extensa área, com diver-</p><p>sos usos e populações diferen-</p><p>tes, por isso foi criado o Plano</p><p>de Manejo da APA, que é um</p><p>conjunto de regras de uso cria-</p><p>do com a participação de mora-</p><p>doras e moradores, represen-</p><p>tando a população paratiense</p><p>no Conselho Gestor da APA.</p><p>Dentro da APA de Cairuçu também existem três territórios de extre-</p><p>ma importância para a diversidade, história e cultura do município, que</p><p>são as Terras Indígenas de Araponga e Paraty Mirim e os Quilombos do</p><p>Campinho e do Cabral. O mapa a seguir indica essas áreas, confira:</p><p>Limites da Área de Proteção Ambiental de Cairuçu</p><p>34</p><p>Localização das Terras Indígenas e Quilombos dentro da APA de Cairuçu</p><p>Fonte: ICMBio. Elaboração: Roberta Lopo Bezerra</p><p>Além das duas Terras indígenas indicadas no mapa, Paraty tem a Ter-</p><p>ra Indígena do Rio Pequeno, localizada no bairro do Rio Pequeno, perten-</p><p>cente à etnia Guarani Mbya e as aldeias Arandu Mirim, também Guarani</p><p>Mbya, localizada no Saco do Mamanguá e a aldeia Pataxó, da etnia dos</p><p>povos Pataxó, localizada no Iriri.</p><p>É importante recordar que todo o Brasil era território indígena antes</p><p>da colonização e segue sendo território indígena, por isso muitos povos</p><p>indígenas estão em um movimento de retomada de alguns territórios,</p><p>que são essenciais para a produção da sua vida tradicional.</p><p>Consulte o Atlas dos Povos Indígenas</p><p>para Crianças. Campanha #menosprecon-</p><p>ceitomaisindio do Instituto Socioambien-</p><p>tal.</p><p>35</p><p>Áreas da Estação Ecológica de Tamoios – ESEC</p><p>Fonte: Prefeitura Municipal de Paraty. Elaboração: Roberta Lopo Bezerra.</p><p>Unidade de Conservação Estadual</p><p>Reserva Ecológica da Juatinga – também conhecida como REJ,</p><p>tem como objetivo manter o ecossistema natural regional e local, regular</p><p>o uso da área para que seja compatível com a conservação ambiental e o</p><p>uso sustentável e é administrada pelo Instituto Estadual do Ambiente, o</p><p>INEA, que</p><p>faz parte do Governo Estadual. É importante destacar que toda</p><p>a área da REJ faz parte da APA de Cairuçu.</p><p>Todas as atividades desenvolvidas na área devem levar em conta os</p><p>interesses das Comunidades Costeiras, que são: as do Mamanguá (Cru-</p><p>zeiro, Romana e Baixio), Praia Grande da Cajaíba, Calhaus, Ipanema,</p><p>Pouso da Cajaíba, Saco da Sardinha, Saco Claro, Saco das Enchovas,</p><p>Juatinga, Sumaca, Rombuda, Martim de Sá, Cairuçu das Pedras, Ponta</p><p>Negra e Praia do Sono.</p><p>Estação Ecológica de Tamoios – A ESEC Tamoios é uma unidade</p><p>de conservação destinada à pesquisa científica e à proteção do ambiente</p><p>natural. É composta por 29 ilhas e ilhotas, lajes e rochedos entre Paraty</p><p>e Angra dos Reis.</p><p>36</p><p>Unidade de Conservação Municipal</p><p>Área de Proteção Ambiental Municipal da Baía de Paraty Mirim</p><p>e Saco do Maman-</p><p>guá – Criada pelo</p><p>município de Paraty,</p><p>essa área tem como</p><p>objetivo garantir</p><p>a conservação dos</p><p>ecossistemas locais,</p><p>evitando erosão, as-</p><p>soreamento, polui-</p><p>ção e desmatamen-</p><p>to.</p><p>Fonte: Inea. Elaboração: Roberta Lopo Bezerra.</p><p>REJ – Reserva Estadual Ecológica da Juatinga e suas Comunidades Caicáras</p><p>Localização da Área de Proteção Ambiental Marinha de Paraty Mirim e</p><p>Saco do Mamanguá</p><p>Fonte: Macrozoneamento Municipal/Plano Diretor de Paraty. Elaboração: Roberta Lopo Bezerra</p><p>37</p><p>Muitas vezes existem conflitos entre as Unidades de Conservação e</p><p>as comunidades, principalmente se as UC’s são muito restritivas para</p><p>usos que as comunidades já realizavam antes de um parque ou uma</p><p>reserva chegarem. É importante sempre que o poder público (que ad-</p><p>ministra essas unidades de conservação) e as comunidades estejam em</p><p>diálogo, e que as comunidades sejam sempre consideradas e respeitadas</p><p>na construção das regras e das normas.</p><p>Para professoras e professores, além da bibliografia no final do livro,</p><p>para auxiliar nos estudos e preparação das aulas convidamos vocês a conhe-</p><p>cerem os materiais de Cartografia Social do Projeto Povos: https://www.otss.</p><p>org.br/publicacoes e de Cartografia Social da Trindade:</p><p>A pesca artesanal da comunidade caiçara de Trindade (Paraty, RJ) |</p><p>Nova Cartografia Social Da Amazônia e os Mapas Mentais como ferramen-</p><p>ta de ensino: https://ocs.ige.unicamp.br/ojs/anais14enpeg/article/downlo-</p><p>ad/2966/2829</p><p>Convidamos você e sua turma a fazer um estudo sobre sua</p><p>localidade, indicando em que área ela se encontra, que tipos de</p><p>paisagens ela apresenta, quais as atividades desenvolvidas, se</p><p>está inserida em uma ou mais Unidades de Conservação, se há</p><p>conflitos com os órgãos ambientais, quais são os mestres e mes-</p><p>tras mais antigos da comunidade, como eles contam os tempos</p><p>antigos e a diferença com os tempos atuais. Ou seja, construir</p><p>um verdadeiro levantamento e produzir uma pesquisa sobre sua</p><p>comunidade. Divirtam-se!</p><p>38</p><p>Anotações</p><p>39</p><p>Vamos utilizar um serviço de visualização de mapas na in-</p><p>ternet para fazer o percurso de casa até a escola? Lembrem-se</p><p>de informar também se vocês vão até lá a pé, de carro ou de</p><p>ônibus, ok? Pronto! Agora façam o desenho desse trajeto no</p><p>espaço abaixo e forneçam o máximo de detalhes possíveis!</p><p>“... pedras redondas pela rua. E o mar</p><p>lavou as calçadas; na lua cheia a maré</p><p>lambe portais de sobrados, deixa ves-</p><p>tígios de lama e saudade”...</p><p>Balada de Parati, de José Kleber Martins (Zé Kleber)</p><p>História e memória</p><p>Unidade 2</p><p>Paraty - RJ:</p><p>42</p><p>Unidade 2</p><p>História e memória</p><p>OLÁ! NOSSA CIDADE É RICA EM</p><p>HISTÓRIA, TRADIÇÕES E TEM</p><p>UM PASSADO MEMORÁVEL!</p><p>VAMOS CONHECER MAIS</p><p>SOBRE NOSSO MUNICÍPIO E</p><p>SUAS RAÍZES?</p><p>Os primeiros habitantes:</p><p>O Município de Paraty era ocupado por duas tribos de índios, antes</p><p>dos portugueses chegarem aqui: os Tupinambás e os Goianás. Os Tupi-</p><p>nambás, chefiados pelo famoso cacique Cunhambebe, ocupavam o litoral</p><p>desde o Rio Mambucaba até o lugar denominado Taquari, onde tinham</p><p>uma aldeia e também o litoral leste do Município desde, o lugar chama-</p><p>do Cairuçu até a região de Trindade e também Ubatuba, no estado de</p><p>São Paulo. Estes índios eram inimigos dos Portugueses e praticavam a</p><p>antropofagia, ou seja, comiam a carne de seus</p><p>inimigos presos em suas guerras.</p><p>Os Goianás ou Goiaminins tinham uma</p><p>aldeia em Taubaté no Estado de São Paulo e</p><p>desciam a serra para o lugar onde está hoje</p><p>a cidade de Paraty nos meses de inverno. Vi-</p><p>nham nesta época para fugir do frio do Vale do</p><p>Paraíba e também porque era a época em que</p><p>as tainhas e os paratis entravam nos rios para</p><p>desovar e criar seus filhotes. Aqui se fartavam</p><p>de mariscos e peixes de água salgada. Costu-</p><p>mavam secar estes peixes para depois levar</p><p>serra acima para sua aldeia. Fonte: www.riodejaneiroaqui.com</p><p>43</p><p>Estes fatos nos são contados por Hans Stadem e também pelo Padre</p><p>Jesuíta José de Anchieta. Hans Stadem, um aventureiro alemão, ficou</p><p>preso por nove meses na aldeia de Cunhambebe, em 1554. Deveria ser</p><p>devorado pelos índios, mas conseguiu voltar para a Europa e conta suas</p><p>aventuras no livro “Duas Viagens ao Brasil”.</p><p>José de Anchieta passou por aqui em 1563 em viagem para Ubatuba</p><p>onde ficou como refém dos índios, por ocasião do acontecimento chama-</p><p>do Confederação dos Tamoios. Em Ubatuba escreve o célebre poema:</p><p>Pesquisas arqueológicas, no Século XX encontraram diversas caver-</p><p>nas que serviam de habitação para estes índios na Jabaquara, Morro do</p><p>Forte e Trindade entre outros. Nestas pesquisas encontraram enterra-</p><p>mentos, pontas de flechas e restos de cerâmica. Estas cerâmicas foram</p><p>classificadas como Neo-brasileiras – Fase Jabaquara e Fase Paraty.</p><p>Também cita a presença dos índios Goianás aqui o Inglês, Anthony</p><p>Knivet, quando por passou em uma expedição comandada por Martim de</p><p>Sá, em 1596. Esta expedição sobe a serra através da trilha indígena, a</p><p>Trilha Guaianá, até a aldeia de Taubaté (SP) no Vale do Paraíba, retornan-</p><p>do pelo Vale ao Rio de Janeiro. Em seu livro “Vária Fortuna e Estranhos</p><p>Fados”, publicado em 1625, ele narra que os portugueses comerciavam</p><p>com estes índios amigos: peles, madeira, âmbar e animais silvestres.</p><p>Trocavam esses materiais por espelhos, contas de vidro (miçangas) e</p><p>instrumentos de ferro que os índios não conheciam.</p><p>Fonte: https://comshalom.org</p><p>“À Virgem” que diz:</p><p>“Eu venho do rio Parati</p><p>Para ver a Rainha</p><p>Adornando a cabeça</p><p>Em sua honra.</p><p>De Parati trago apenas</p><p>O que minha rede contém</p><p>Ainda que não o comas, Senhora</p><p>Está seco, não estragará.”</p><p>44</p><p>Muitos nomes de lugares e rios em Paraty são nomes dados pelos in-</p><p>dígenas, como Paraty, Mambucaba, Tarituba, Taquari, Graúna, Jabaqua-</p><p>ra, Itatinga, Cajaíba, entre outros.</p><p>Parati ou Paraty na língua dos índios Guaianá quer dizer: Alagado de</p><p>mar, pequeno golfo, jazida do mar.</p><p>1 - Tribo que ocupava a região de Paraty antes da chegada dos Portugueses.</p><p>2 - Costume indígena de consumir carne humana dos inimigos derrotados.</p><p>3 - Deste local os índios desciam a serra para fugir do frio do inverno.</p><p>4 - Peixe abundante nos rios de Paraty.</p><p>5 - Praia onde foram encontrados diversos artefatos arqueológicos.</p><p>6 - Localidade situada na Zona Costeira, que mantém a denominação dada pelos indígenas.</p><p>7 - Na língua Guaianá significa alagado ou jazida do mar.</p><p>1. Já que você chegou até aqui, mostre seu conhecimento e, utilizando</p><p>as dicas abaixo, complete a cruzadinha:</p><p>45</p><p>O primeiro povoamento portu-</p><p>guês aqui surgiu no morro que hoje</p><p>se chama Morro do Forte. Os Por-</p><p>tugueses escolhiam os morros para</p><p>morar, evitando possíveis ataques</p><p>de índios e animais selvagens, e</p><p>também por causa das águas insa-</p><p>lubres das várzeas com mosquitos</p><p>A Colonização Portuguesa e breve histórico</p><p>página 1/1</p><p>1</p><p>2</p><p>3</p><p>4</p><p>5</p><p>6</p><p>7</p><p>8</p><p>9</p><p>10</p><p>11</p><p>12</p><p>13</p><p>14</p><p>15</p><p>4</p><p>1</p><p>6</p><p>2</p><p>5</p><p>3</p><p>7</p><p>46</p><p>que transmitiam muitas doenças. Lá no morro construíram suas casas de</p><p>pau-a-pique, cobertas de sapé e uma pequena capela para São Roque,</p><p>mas não se sabe em que data isso aconteceu, acredita-se que, por volta</p><p>de 1600.</p><p>O certo é que em 1630, Maria Jácome de Mello recebeu de seu pai, o</p><p>Capitão Mor da Vila da Ilha Grande, hoje Angra dos Reis, uma Sesmaria</p><p>de terras que tinha por</p><p>meio o Rio Paraty-Guassu, hoje conhecido como</p><p>Rio Perequê-açu. Segundo tradição oral, ela teria dado uma parte destas</p><p>terras, entre os Rios Perequê-açu e Patitiba para a construção de um novo</p><p>povoado. Teria também solicitado que neste povoado se construísse uma</p><p>Capela para Nossa Senhora dos Remédios, santa de sua devoção, o que</p><p>se fez. Aos poucos, os moradores vão se mudando do povoado do mor-</p><p>ro para esta várzea entre os</p><p>rios, aterrando os alagados</p><p>e construindo novas casas.</p><p>Em razão do caminho</p><p>dos índios, que atravessava</p><p>a muralha da Serra do Mar e</p><p>chegava ao Vale do Paraíba,</p><p>muito usado para atingir a</p><p>região de São Paulo, o po-</p><p>voado cresceu rapidamen-</p><p>te. Era tão importante este</p><p>caminho que o Governador</p><p>do Rio de Janeiro, Salvador</p><p>Correia de Sá e Benevides,</p><p>em 21 de Agosto de 1660</p><p>mandou abrir a estrada da-</p><p>qui ao interior de São Paulo.</p><p>Foi então alargada e melho-</p><p>rada a trilha dos índios que</p><p>passou então a ser a Estra-</p><p>da Real.</p><p>47</p><p>1. Onde surgiu o primeiro povoamento postuguês aqui?</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>2. Aponte os motivos da escolha de morros para a construção de mora-</p><p>dias.</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>3. Como eram as casas nesse período?</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>4. A primeira capela construída em Paraty era dedicada a qual santo?</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>5. Qual a origem da Estrada Real?</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>6. Qual a importância de Paraty após a descoberta do ouro nas Minas</p><p>Gerais.</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>7. Qual bebida se tornou símbolo de Paraty?</p><p>_______________________________________________________</p><p>_______________________________________________________</p><p>48</p><p>Paraty era, até então, um distrito subordinado às autoridades da Vila</p><p>de Angra dos Reis da Ilha Grande. Em 1654, porém, os paratienses se</p><p>revoltaram, separando-se de Angra dos Reis, criando a Vila de Paraty.</p><p>Mas o Governador fez com que de novo se subordinasse a Angra dos Reis.</p><p>Porém, em 1660, se rebelaram de novo. Durante sete anos os moradores</p><p>apelaram ao Rei de Portugal, dizendo da importância de Paraty como ca-</p><p>minho para São Paulo e o interior do país.</p><p>Os angrenses diziam ao rei que Paraty não tinha Câmara formada</p><p>e era um refúgio de malfeitores. O Rei, Dom Afonso VI, aceitou os ar-</p><p>gumentos de Paraty e</p><p>por Carta Régia data-</p><p>da de 28 de Fevereiro</p><p>de 1667 reconheceu a</p><p>criação da vila com o</p><p>nome de Vila de Nos-</p><p>sa Senhora dos Re-</p><p>médios de Paraty.</p><p>No final deste sé-</p><p>culo, 1600, os paulis-</p><p>tas descobriram ouro</p><p>no interior do país, na</p><p>região que passou a ser chamada de Minas Gerais. Para escoar o ouro</p><p>para a Europa passaram a utilizar-se da Estrada Real e o ouro passou a</p><p>ser embarcado daqui para o Rio de Janeiro e de lá para Portugal.</p><p>Em razão da Estrada Real ligando Paraty a Ouro Preto e depois a Dia-</p><p>mantina, muito progrediu a vila no Século XVIII. Fez-se o arruamento,</p><p>construíram fortificações para defesa da vila e da baía, concluíram as</p><p>obras da Igreja Matriz e edificaram duas igrejas: a de Santa Rita e a de</p><p>Nossa Senhora do Rosário. Por causa do grande número de pessoas que</p><p>viajavam para as Minas em busca de ouro e enriquecimento a vila se</p><p>transformou em um grande empório comercial. A isto se soma a produ-</p><p>ção de aguardente de excepcional qualidade em mais de cem engenhos e</p><p>alambiques nas inúmeras fazendas ao longo da estrada, nas praias e no</p><p>interior do município.</p><p>49</p><p>A produção e a qualidade da aguardente eram tamanhas que Paraty</p><p>se transformou em sinônimo de Aguardente, vulgarmente chamada de</p><p>“Pinga”. Pedia-se no país “Uma Paraty” e não uma dose de aguardente.</p><p>Daí, a célebre marchinha de Carnaval, “Camisa Listada”:</p><p>“vestiu uma camisa listada</p><p>E saiu por aí,</p><p>Ao invés de tomar chá com torrada,</p><p>Ele bebeu Paraty”</p><p>E também o célebre poema de Oswald de Andrade – Relicário:</p><p>“No baile da corte</p><p>Foi o Conde d’Eu quem disse</p><p>Pra Dona Benvinda</p><p>Farinha de Suruí,</p><p>Pinga de Paraty</p><p>Fumo de Baependi</p><p>É comê, bebê, pitá e caí”</p><p>O ouro das Minas Gerais passa pelo porto de Paraty somente por uns</p><p>trinta anos, mas a utilização do caminho para São Paulo e Minas continua</p><p>a trazer progresso para a vila. A imensa produção de aguardente expor-</p><p>tada para todo o país, especialmente para as Minas Gerais e como moeda</p><p>de compra de escravos na África mantém o progresso do lugar.</p><p>50</p><p>No Século XIX, pela Estrada Real passa a transitar o café produzi-</p><p>do no Vale do Paraíba e embarcado para a Europa e outras Províncias e</p><p>também se exporta a produção local de café. Muitas fazendas deixam de</p><p>produzir aguardente a cultivam café que tinha mais valor.</p><p>Constrói-se, então, a Capela de Nossa Senhora das Dores, cria-se a</p><p>Santa Casa de Misericórdia de Paraty e se constrói o Hospital São Pedro</p><p>de Alcântara, além de um Liceu de Letras.</p><p>Em 12 de Março de 1844, a Lei Provincial nº 302, eleva Paraty à ca-</p><p>tegoria de cidade de Paraty. Mas, em 1855, a construção da Estrada de</p><p>Ferro ligando o Rio de Janeiro a São Paulo, por meio do Vale do Paraíba,</p><p>tira a estrada e o porto de Paraty da rota de comércio. A isto se soma,</p><p>em 1888, a abolição da escravatura que elimina a principal mão de obra</p><p>escrava das fazendas de produção de aguardente e de café. Paraty entra,</p><p>então, em um período de grande decadência que se estende até 1955.</p><p>Neste tempo, a única ligação de Paraty se fazia por uma lancha, em dias</p><p>alternados, a Angra dos Reis e Mangaratiba. De lá partia um trem que</p><p>seguia até o Rio de Janeiro.</p><p>Estrada Paraty-Cunha</p><p>51</p><p>Em 1945, pelo Decreto-Lei Nº 1.450, o Governo Estadual considera o</p><p>Centro Histórico da cidade em Monumento Histórico. Somente na década</p><p>de 1950 é construída uma estrada ligando Paraty à cidade de Cunha (SP).</p><p>De lá se ia à cidade de Guaratinguetá (SP) e, portanto, à via Dutra. Por</p><p>ela descem os primeiros turistas que transformam Paraty em cidade de</p><p>veraneio e finais de semana.</p><p>Estes paulistas se encantam com a cidade e começam a comprar</p><p>sobrados e casas térreas, algumas em ruínas, restaurando-as de acordo</p><p>com as normas do Instituto Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, que,</p><p>desde 13 de Fevereiro de 1958, havia inscrito o centro da cidade nos Li-</p><p>vros do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico.</p><p>A partir de então Paraty se transforma no destino de Paulistas e mi-</p><p>neiros, o que se consolida com a construção da Estrada Rio-Santos, (BR</p><p>101 – Mário Covas) na década de 1970, que permite o acesso seguro,</p><p>rápido e confortável não só à cidade, mas também a lugares ao longo de</p><p>seu percurso.</p><p>O movimento constante de visitantes faz com que se criem vários</p><p>serviços de turismo, explorando praias afastadas do centro, trilhas na</p><p>floresta e um grande número de escunas e barcos menores que levam</p><p>os visitantes às praias e às ilhas da baía. Surgem inúmeros hotéis e pou-</p><p>sadas e centenas de restaurantes e bares nos mais diversos recantos do</p><p>município.</p><p>A coexistência de uma cultura viva e ancestral com o ambiente na-</p><p>tural exuberante levou ao reconhecimento de Paraty como sítio de valor</p><p>excepcional pela UNESCO, sendo inscrita na Lista do Patrimônio Mundial,</p><p>tornando-se o 22º do Brasil e o primeiro sítio misto cultural e natural,</p><p>tendo como denominação: Paraty e Ilha Grande: cultura e biodiversidade.</p><p>Saiba mais sobre a Cronologia histórica</p><p>acessando o QR code ao lado.</p><p>52</p><p>Os negros escravizados e forros na história de Paraty</p><p>Não há como falar da construção de Paraty sem falar do passado</p><p>escravagista que assolou o país. No momento em que este município</p><p>era constituído,</p><p>o Brasil escravizava negros e negras que, assim como</p><p>em Paraty, construíram parte da nossa história, sob condições de pro-</p><p>funda tortura, profundo maltrato e profunda desigualdade.</p><p>Para cá, milhares de escravizados africanos trabalharam nas plan-</p><p>tações de cana-de-açúcar, na fabricação da aguardente e, posterior-</p><p>mente, na produção do café, principalmente nos séculos XVIII e XIX.</p><p>Nas ruas do Centro Histórico também podemos identificar como a</p><p>mão-de-obra escrava foi utilizada na construção da cidade. Foram os</p><p>negros escravizados que trabalharam na carga e descarga de navios</p><p>no cais do porto, nas tropas serra acima, no calçamento, conserto e</p><p>manutenção das ruas, caminhos e estradas, na construção das casas</p><p>residenciais, prédios públicos e das Igrejas.</p><p>Os escravizados da cidade viviam com a família dos proprietários na</p><p>mesma casa, ocupando os quintais ou porões. Ao mesmo tempo, os es-</p><p>cravizados das fazendas moravam em senzalas, verdadeiros cárceres,</p><p>isolados e maltratados.</p><p>Culturalmente, os negros e negras que aqui chegaram nos legaram</p><p>importantes manifestações, representando parte de sua resistência,</p><p>presentes em nossa culinária, em nossas danças, e, principalmente, na</p><p>devoção a São Benedito e Nossa Senhora do Rosário.</p><p>Constam de documentos cartorários, desde o final do século XVIII,</p><p>as doações feitas por proprietários de fazendas de parte de suas terras</p><p>para que seus ex-escravos, libertos por eles, pudessem viver em co-</p><p>munidade cultivando a terra. Existem terras assim doadas na Região</p><p>da Pedra Branca, Jurumirim e Cabral, entre outras. Vários documentos</p><p>antigos citam a existência de quilombos na região do Rio dos Meros, da</p><p>Graúna, e Praia Grande da Cajaíba.</p><p>53</p><p>A Igreja Católica era a religião oficial do Reino Português e do Impé-</p><p>rio Brasileiro; por esta razão, quando um grupo de portugueses decidia</p><p>morar em um lugar, depois de construírem suas moradias, erguia uma</p><p>capela dedicada ao santo de sua devoção.</p><p>Assim é que a primeira capela foi levantada no povoamento do Morro</p><p>do Forte e foi dedicada a São Roque. Com a mudança do povoamento</p><p>para o lugar entre os Rios Perequê-açu e Patitiba, aqui construíram, à</p><p>margem daquele rio, em 1646, uma pequena capela dedicada a Nossa</p><p>Senhora dos Remédios. Estas capelas foram construídas de pau-a-pique</p><p>e cobertas de palha.</p><p>Depois que Paraty foi elevada à Vila, iniciaram a construção de uma</p><p>Nova Igreja Matriz, em alvenaria.</p><p>A Igreja Matriz</p><p>A primeira Igreja Matriz, dedicada a Nossa Senhora dos Remédios</p><p>teve sua construção iniciada em 1668, ampliada em 1703 e terminada</p><p>em 1712. Era a igreja dos brancos e existiu até meados de 1800, quando</p><p>foi demolida. Isto porque em 1787 haviam iniciado a construção de uma</p><p>maior, a atual, e que foi concluída em 1863.</p><p>De estilo neoclássico, tem sete altares, o altar-mor dedicado à padro-</p><p>eira e os outros dedicados a Nossa Senhora do Terço, Santíssimo Sacra-</p><p>mento, São Roque, São Miguel, Nosso Senhor dos Passos e São Francisco</p><p>de Paula, dois destes altares estão em capelas fundas.</p><p>No interior desta igreja se encontram talhas de altares, a pia batis-</p><p>mal e as imagens da antiga</p><p>matriz. Está situada na pra-</p><p>ça central da cidade. Nunca</p><p>foi concluída, não tem torres</p><p>sineiras e nos fundos restam</p><p>vestígios da construção ina-</p><p>cabada. Contribuiu com gran-</p><p>de valor em dinheiro e admi-</p><p>nistrou o término das obras</p><p>Dona Geralda Maria da Silva.</p><p>A vida religiosa e seus Monumentos</p><p>54</p><p>Antiga Praça da Matriz</p><p>A Igreja de Santa Rita</p><p>Teve sua construção iniciada em 1722 pelos pardos libertos (mesti-</p><p>ços, filhos de brancos e negros) e foi dedicada ao Menino Deus, Santa</p><p>Rita e Santa Quitéria. Seus altares exibem bela talha em madeira policro-</p><p>mada com alguns elementos dourados, de estilo rococó. Seus altares são</p><p>dedicados a Santa Rita, Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora</p><p>do Carmo.</p><p>Ao lado da nave há um pátio interno com jardim e um columbário</p><p>para sepultamento dos Irmãos da Irmandade de Santa Rita. Quando de-</p><p>moliram a primeira Igreja Matriz, em meados de 1800, ela passou a ser</p><p>a Matriz da Paróquia, sob a responsabilidade dos brancos e suas irman-</p><p>dades religiosas.</p><p>Hoje nela está instalado, e aberto à visitação, o Museu de Arte Sacra</p><p>de Paraty com exposição de imagens, prataria, móveis, paramentos e</p><p>vários objetos de propriedade da paróquia. Este Museu é administrado</p><p>pelo Instituto Brasileiro de Museus - IBRAM.</p><p>55</p><p>Fonte: https://fotosincriveis.com.br/</p><p>Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito</p><p>Teve sua construção iniciada por volta de 1725, a pedido dos irmãos</p><p>Pedro e Manuel Ferreira dos Santos, e em sua construção auxiliaram os</p><p>escravos livres e cativos. Era a Igreja dos negros, por eles administrada</p><p>e frequentada. Possui três altares, o altar-mor dedicado a Nossa Senhora</p><p>do Rosário, e os laterais, a São Benedito e São João Batista.</p><p>Foi reformada e ampliada por volta de 1757. Seus altares colate-</p><p>rais exibem bela talha rococó,</p><p>enquanto o altar-mor é posterior</p><p>e bem mais simples. O Altar de</p><p>São Benedito foi mandado dou-</p><p>rar no final do século XIX por</p><p>Manoel Francisco de Alvarenga e</p><p>Souza e os demais pela irman-</p><p>dade. De estilo jesuítico, sua fa-</p><p>chada é bem simples e a torre</p><p>sineira data do século XIX.</p><p>Esta igreja é considerada o “Cartão Postal” de Paraty por estar situ-</p><p>ada em frente ao mar e ao cais do Porto, o que permite uma bela visão</p><p>dela e do conjunto arquitetônico de seu entorno.</p><p>56</p><p>Capela de Nossa Senhora das Dores</p><p>Conhecida como Capelinha, teve sua construção iniciada pelo Padre</p><p>Antonio Xavier da Silva Braga para abrigar a imagem de Nossa Senhora</p><p>das Dores que estava na antiga Igreja Matriz. Tem fachada ao gosto do</p><p>século XVIII, seu interior é singelo e seus altares são dedicados a Nossa</p><p>Senhora das Dores, Senhor Bom Jesus e Nossa Senhora da Piedade.</p><p>A Capela foi reformada e ampliada em 1901, ano em que também foi</p><p>criada a Irmandade de Nossa Senhora das Dores. Belo é o rendilhado em</p><p>madeira das sacadas internas e interessante o columbário que circunda</p><p>o jardim nos fundos da edificação. Ajudaram em sua construção Dona</p><p>Geralda Maria da Silva e as piedosas senhoras da sociedade.</p><p>Cruz das Almas</p><p>É um altar público, na Rua Presidente Pedreira e destinava-se a re-</p><p>colher esmolas para a celebração de missa pelas almas dos falecidos. A</p><p>construção data do início do séc. XX, mas o lugar era conhecido por este</p><p>nome desde o século XVIII. Hoje nele costumam ser acesas velas por</p><p>alma dos falecidos, às segundas-feiras.</p><p>Fonte: https://fotosincriveis.com.br/</p><p>57</p><p>Santa Cruz do Gragoatá - Capela da Ge-</p><p>neroza</p><p>Construída no início do século passado por</p><p>Da. Maria Generoza de Jesus é dedicada a Santa</p><p>Cruz, e está situada no Beco do Propósito, lugar</p><p>em que morreu afogado um ex-escravo de nome</p><p>Theodoro Dias Villela em uma Sexta-feira de Pas-</p><p>sos. Nela se celebra a festa da Santa Cruz com</p><p>ladainhas e outras devoções.</p><p>Nossa Senhora da Conceição</p><p>Em Paraty Mirim, sede do Segundo Distrito, existe a Igreja de Nossa</p><p>Senhora da Conceição, a mais antiga do Município, uma vez que as outras</p><p>mais antigas da cidade foram demolidas. Era uma pequena capela que foi</p><p>ampliada e reformada em 1720. Foi Matriz da Paróquia do Paraty Mirim</p><p>e seu interior de uma só nave é bem austera e possui somente um altar</p><p>dedicado para a padroeira.</p><p>Fonte: https://fotosincriveis.com.br/</p><p>58</p><p>Outras Edificações religiosas</p><p>Existem muitas capelas em outras comunidades rurais e litorâneas no</p><p>Município e dentre elas podemos citar algumas como a Capela dedicada a</p><p>Nossa Senhora dos Remédios, no Corumbê, a de Nossa de Nossa Senhora</p><p>da Penha, na localidade dos Penhas e a recém construída Igreja de Nossa</p><p>Senhora da Conceição na Barra Grande.</p><p>Monumentos civis e militares</p><p>Casa da Cultura</p><p>Está instalada em um sobrado do Século XVIII, 1754, como consta da</p><p>cartela de sua porta principal, serviu de Liceu no século XIX e no Século</p><p>XX de escola primária. Durante anos ali também funcionou um clube de</p><p>futebol, o Paratiense Atlético Clube, que muito alegrou a cidade com seus</p><p>bailes. Na década de 1990 a Prefeitura Municipal retomou a propriedade</p><p>e nela instalou a Casa da Cultura de Paraty.</p><p>Hoje, além de exposi-</p><p>ção de artes ela promove</p><p>os mais diversos cursos</p><p>de aperfeiçoamento em</p><p>vários assuntos. Também</p><p>abriga a Casa da Música e</p><p>a sede da Banda de Músi-</p><p>ca Santa Cecília e minis-</p><p>tra aulas de diversos ins-</p><p>trumentos e canto.</p><p>Santa Casa de Misericórdia</p><p>Teve a pedra fundamental do hospital lançada em 13 de outubro de</p><p>1822, e recebeu por patrono São Pedro de Alcântara, Santo do nome do</p><p>Imperador Dom Pedro I, para comemorar a coroação do primeiro impe-</p><p>rador do Brasil. Sua arquitetura é um exemplo das edificações destinadas</p><p>a hospital em sua época, com um sistema especial de ventilação no teto</p><p>das enfermarias.</p><p>Fonte: https://fotosincriveis.com.br/</p><p>59</p><p>Chafariz de Mármore</p><p>Mandado construir pelo Presidente da Província do Rio de Janeiro,</p><p>Luiz Pedreira do Couto Ferraz, Barão do Bom Retiro, foi inaugurado em</p><p>1851. A água que abastecia o chafariz vinha de uma nascente no Morro</p><p>do Caboclo, evitando que os moradores continuassem a se utilizar das</p><p>águas do Rio Perequê-açu e de poços, com água insalubre. Junto ao cha-</p><p>fariz ficava o Poço da Lavagem, onde se lavavam roupas e se dava de</p><p>beber aos animais das tropas. Foi considerado o chafariz mais bonito da</p><p>Província.</p><p>O Forte Defensor Perpétuo</p><p>Situado no Morro onde se instalou o primeiro povoado era conhecido</p><p>como Morro da Vila Velha, este forte teve sua construção iniciada em</p><p>1703 e foi ampliada ao longo do tempo. No ano de 1822, recebeu o nome</p><p>de Defensor Perpétuo em homenagem ao Imperador Dom Pedro I, que</p><p>tinha este título. Possui casa do comandante e da guarnição, celas, trin-</p><p>cheiras com canhões apontados para a baía. Singular construção é a Casa</p><p>da Pólvora, uma das poucas que existem no país. Nele hoje está instalado</p><p>o Museu do Forte, sob a direção do IBRAM.</p><p>A Fortaleza da Patitiba e seu quartel, este junto à igreja de Santa</p><p>Rita, foram demolidos</p><p>no século XIX. No lugar</p><p>onde existiu o quartel,</p><p>em 1863 foi constru-</p><p>ída a Casa de Deten-</p><p>ção, depois chamada</p><p>de Cadeia Pública, que</p><p>ali funcionou até 1980.</p><p>Hoje abriga a sede do</p><p>Instituto Histórico e Ar-</p><p>tístico de Paraty – IHAP.Fonte: https://fotosincriveis.com.br/</p><p>60</p><p>A Banca do Pescado</p><p>O antigo Mercado Municipal estava situado na atual Rua Dona Geral-</p><p>da, esquina com a Rua Dr. Samuel Costa e fundos na Rua da Praia. Por</p><p>se encontrar quase em ruína, foi vendido o imóvel. A Câmara Municipal</p><p>mandou construir, em 1841 uma casa em frente à igreja de Santa Rita,</p><p>na Praça da Bandeira, para servir de Banca do Peixe. Passou ao longo</p><p>dos anos por muitas reformas que mudaram seu aspecto original e, atu-</p><p>almente, abriga o Mercado das Artes com venda de artesanatos locais.</p><p>A malha Urbana</p><p>O traçado das ruas do Centro Histórico sofreu poucas alterações nos</p><p>últimos séculos, com isto, Paraty é uma das poucas cidades antigas que</p><p>conseguiu manter inalterados não só o traçado, mas também o calça-</p><p>mento de suas ruas. Elas são calçadas com pedras irregulares, (CALÇA-</p><p>MENTO PÉ DE MOLEQUE) formando um meio-fio que serve de canal para</p><p>o escoamento das águas da chuva.</p><p>Fonte: https://fotosincriveis.com.br/</p><p>61</p><p>Fonte: https://fotosincriveis.com.br/ Fonte: https://fotosincriveis.com.br/</p><p>Atribui-se à Maçonaria o traçado da malha urbana. Sobre sua</p><p>curvatura e esquinas desencontradas existem duas versões: per-</p><p>mitiria e facilitaria a defesa da cidade em caso de ataques ou</p><p>distribuiria o sol e os ventos de maneira uniforme por todas as</p><p>casas, ventilando seus pátios internos, à moda mourisca. A se-</p><p>gunda hipótese é mais plausível, mas também pode ser a soma</p><p>das duas colocações.</p><p>Nas esquinas das encruzilhadas de algumas ruas existem três</p><p>cunhais de pedra lavrada, que demarcam o quarteirão e formam</p><p>um triângulo que, segundo voz corrente, é um símbolo maçônico</p><p>por excelência, que representa Deus. Uns poucos sobrados exi-</p><p>bem em suas fachadas duas faixas verticais, repletas de dese-</p><p>nhos geométricos aos quais se atribuem conotações maçônicas.</p><p>Partindo da Igreja do Rosário, as ruas verticais se inclinam em dire-</p><p>ção ao mar e as horizontais jogam suas águas para o Rio Perequê-açu.</p><p>Esta inclinação permite a entrada da água do mar e do rio nas grandes</p><p>marés de lua cheia e nova.</p><p>62</p><p>Os Guaianás, primeiros</p><p>habitantes de Paraty, usavam</p><p>uma trilha na serra que ligava</p><p>suas duas aldeias, a de Para-</p><p>ty e a do Vale do Paraíba, na</p><p>região de Taubaté. Em 21 de</p><p>agosto de 1660, o Governa-</p><p>dor Salvador Correia de Sá e</p><p>Benevides mandou abrir a es-</p><p>trada ligando Paraty às Minas</p><p>de São Paulo e para isso, se</p><p>utilizaram da antiquíssima trilha dos índios.</p><p>Alargaram a trilha, melhoraram o piso, calçando em alguns lugares e</p><p>fazendo estivas em outros e passou, então, a se chamar de Estrada Real.</p><p>Foi através desta Estrada, ligando Paraty às cidades mineiras de Ouro</p><p>Preto e Diamantina, que as riquezas produzidas nas Minas Gerais, ouro e</p><p>diamantes, desceram para o porto de Paraty e foram enviadas para o Rio</p><p>de Janeiro e de lá para Portugal. Para a fiscalização e cobrança dos tribu-</p><p>tos e do fluxo dos viajantes foram instalados ao longo do trajeto Casas de</p><p>Registro. No século XIX, foi por esta mesma estrada que trafegou o café</p><p>produzido no Vale do Paraíba paulista.</p><p>No final daquele século, a Estrada Real foi abandonada e aos poucos</p><p>foi sendo coberta pela mata e sofrendo sucessivos desbarrancamentos</p><p>em suas margens. Restam no município aproximadamente 12 km dessa</p><p>estrada, em sua maior parte, dentro do Parque Nacional da Serra da Bo-</p><p>caina. Há alguns anos, foram recuperados cerca de 3 km da estrada, que</p><p>exibe impressionante calçamento. Este trecho, aberto à visitação, situa-</p><p>-se entre a localidade dos Penhas, onde se encontra fixado um marco e</p><p>as fronteiras do parque.</p><p>Antigas Fazendas</p><p>Das centenas de fazendas aqui existentes restaram somente quatro:</p><p>a Fazenda da Boa Vista, da Itatinga, do Bom Retiro e Bananal.</p><p>O Caminho do Ouro ou Estrada Real</p><p>63</p><p>Quase todas as fazendas</p><p>destinavam-se ao plantio de</p><p>cana-de-açúcar e à produção</p><p>de aguardente, açúcar e fa-</p><p>rinha de mandioca. A exce-</p><p>lente qualidade e a grande</p><p>quantidade da aguardente</p><p>aqui produzida criaram fama</p><p>e acabou agregando a ela o</p><p>nome da cidade.</p><p>No século XIX muitas fazendas substituíram o plantio de cana por</p><p>café, então, comercialmente mais rendoso. Com a decadência do mu-</p><p>nicípio no final dos oitocentos e início dos novecentos, as fazendas e os</p><p>engenhos foram sendo abandonados. Continuavam a morar nestas pro-</p><p>priedades os herdeiros e os trabalhadores dela, dando assim origem a</p><p>bairros e localidades do nosso município.</p><p>Na Fazenda da Boa Vista, datada</p><p>do século XVIII, situada em frente à</p><p>cidade, viveu até seus oito anos, Jú-</p><p>lia da Silva Bruhns, mãe do escritor</p><p>alemão Thomas Mann, prêmio Nobel</p><p>de Literatura. Júlia nasceu em Para-</p><p>ty, filha de pai alemão, Johan Ludwig</p><p>Herman Bruhns, e mãe brasileira, Ma-</p><p>ria Senhorinha da Silva, na região da</p><p>Graúna e rio Pequeno em 14 de agos-</p><p>to de 1851.</p><p>64</p><p>Algumas personalidades destacaram-se na história de Paraty. Eis al-</p><p>gumas delas:</p><p>Samuel Costa (Samuel Nestor Madruga Costa)</p><p>- Nascido em Paraty em 18 de novembro de 1882</p><p>e falecido em 24 de setembro de 1930. Fazendeiro,</p><p>advogado e político, foi Deputado Provincial, presi-</p><p>dente da Câmara Municipal em várias legislaturas</p><p>e o primeiro Prefeito de Paraty. Em sua última ad-</p><p>ministração construiu uma nova ponte de madeira</p><p>sobre o Rio Perequê-Açu, fez o jardim público da</p><p>Praça da Matriz, instalou luz elétrica na cidade e iniciou as obras do cais</p><p>de madeira na Praça da Bandeira. Distinguiu-se sobremodo como jorna-</p><p>lista, poeta e o primeiro historiador paratiense.</p><p>Zezito Freire (José Carlos de Oliveira Freire)</p><p>- Nasceu em Paraty, em 27 de agosto de 1922 e</p><p>faleceu em 11 de dezembro de 2020. Concluiu o</p><p>curso primário na cidade de Cunha (SP) e o se-</p><p>cundário em Paraty, onde se formou em técnico</p><p>de contabilidade. Ainda jovem trabalhou como</p><p>Personagens da nossa história</p><p>Gostou de</p><p>conhecer um pouco mais sobre nossa cidade e como era</p><p>viver nela?</p><p>Agora com ajuda de seus colegas, escolha alguma paisagem, lugar</p><p>ou prédio público visto no decorrer dessa unidade, imprima e compare</p><p>em sala com uma fotografia atual.</p><p>Para essa atividade, procure as fotografias, com pa-</p><p>rentes, amigos, e outros locais que guardem a memória</p><p>local, uma dica é o site: www.euamoparaty.com.br/mau-</p><p>rosegura-historicas/. Acesse através desse QR code.</p><p>65</p><p>A Serpente da Matriz</p><p>Conta que uma criança, filha de um relacionamento extraconjugal</p><p>foi deixada sob os pés de imagem de Nossa Senhora dos Remédios. Por</p><p>encantamento, esta criança transformou-se em uma grande serpente,</p><p>cuja cabeça fica sob os pés de imagem da Virgem e o corpo se estende</p><p>ao longo do Rio Perequê-açu. Se algum dia tirarem a imagem do lugar,</p><p>a serpente se movimentará e destruirá a cidade. Outra versão diz que</p><p>o encantamento se quebrará se a criança-serpente for amamentada por</p><p>uma virgem.</p><p>O Tesouro da Trindade</p><p>Diz-se que na região da Trindade foi enterrado por piratas ingleses</p><p>um fabuloso tesouro, fruto de saque à Catedral de Lima, no Peru, e que</p><p>sua localização estaria indicada em estranhas inscrições nas pedras junto</p><p>à praia do Caixadaço, na Trindade. No século passado, muitas pessoas,</p><p>munidas de mapas e informações orais, vasculharam a região à procura</p><p>Lendas locais</p><p>Através deste QR code, conheça outras per-</p><p>sonalidades que fazem parte da história de</p><p>Paraty.</p><p>auxiliar de farmácia e depois, na Santa Casa de Misericórdia como prá-</p><p>tico de farmácia, enfermeiro e técnico de raios-X entre outras funções.</p><p>Exerceu, gratuitamente, o cargo de Conselheiro, Tesoureiro e Provedor</p><p>da Irmandade da Santa Casa. Participou como músico da Banda musical</p><p>Lira da Juventude e foi sócio-fundador da Banda Santa Cecília, onde to-</p><p>cou trompa e clarineta. Na Prefeitura Municipal, exerceu as funções de</p><p>assessor administrativo e contabilista. Aposentado dedicou-se a escrever</p><p>crônicas e romances. Suas crônicas, 2 volumes, Paraty no Século XX e</p><p>Paraty – meu pequeno mundo, são leituras obrigatórias para se entender</p><p>Paraty e sua história recente.</p><p>66</p><p>deste tesouro, não conseguindo encontrá-lo. Alguns contavam que este</p><p>tesouro teria sido encontrado pelo armador naval Roque José da Silva,</p><p>razão de sua imensa fortuna, que após sua morte foi herança de sua filha</p><p>Geralda Maria da Silva. Parte desta riqueza, Dona Geralda aplicou nas</p><p>obras de construção da nova Igreja Matriz, outras obras piedosas e de</p><p>caridade para os pobres e desvalidos.</p><p>A Noiva da Igreja da Santa Rita</p><p>Dizem que uma moça da cidade, às vésperas de seu casamento,</p><p>amanheceu morta, o que causou</p><p>grande tristeza na cidade, cons-</p><p>ternação de seus pais e desespe-</p><p>ro de seu noivo. Após o enterro,</p><p>no cemitério da Igreja da Santa</p><p>Rita, o noivo, inconsolável, per-</p><p>maneceu no jardim da praça da</p><p>igreja, lamentando a sua sorte.</p><p>Ninguém conseguiu retirá-lo dali.</p><p>À noite, ele viu sair da porta do</p><p>cemitério um vulto vestido de</p><p>noiva que vinha beber água no</p><p>chafariz da praça. Aproximou-se</p><p>e reconheceu sua noiva e per-</p><p>guntou-lhe o que fazia ali, àquela hora. Ela respondeu que vinha beber</p><p>água, pois havia morrido com sede e, sumiu no ar. Desesperado, ele pro-</p><p>curou os pais da moça, as autoridades, contou a história e disse que sua</p><p>noiva fora enterrada viva. Pela manhã, resolveram abrir a sepultura para</p><p>verificar o fato. Encontram o corpo da moça de bruços no caixão.</p><p>A Mãe do Ouro</p><p>Contam que a Mãe do Ouro, um encantamento, é dona de um grande</p><p>tesouro e tem três moradas na região: uma na Toca do Ouro, outra no</p><p>Pico do Frade e a terceira no Pico do Cairuçu. A cada sete anos ela muda</p><p>de moradia e quem estiver no local quando ela chegar e ver onde guarda</p><p>seu tesouro passará a ser dono daquela imensa fortuna.</p><p>67</p><p>O Boi da Festa acordou feliz,</p><p>abriu os olhos pintados de esperança,</p><p>sacudiu a roupa de chitão colorido</p><p>guardada desde o ano passado</p><p>no salão ao lado da Igreja Matriz.</p><p>Já é tempo de Festa do Divino,</p><p>tempo de correr atrás da meninada,</p><p>ouvir ao meio-dia o badalar dos sinos,</p><p>acompanhar a banda,</p><p>assustar os pequeninos.</p><p>Bandeiras nas sacadas e nas portas</p><p>anunciam a devoção de todo povo.</p><p>Ao ritmo do bumbo o Boi dança</p><p>seguido pelo coro de meninos</p><p>em alegre cortejo pelas ruas tortas.</p><p>Olha o Boi, olha o Boi,</p><p>Olha o Boi, olha o Boi, olha o Boi!</p><p>Lugar de Memória</p><p>“TRADIÇÃO E MEMÓRIA CAMINHAM</p><p>JUNTAS. A TRADIÇÃO É FRUTO DA</p><p>MEMÓRIA DE UM POVO. É UMA FALA</p><p>QUE TEM VALOR DE DOCUMENTO</p><p>HISTÓRICO E PODE SE TRANSFORMAR</p><p>AO LONGO DO TEMPO. VAMOS</p><p>CONHECER ALGUMAS DE NOSSAS</p><p>RICAS TRADIÇÕES NESTE CAPÍTULO?</p><p>O Boi da Festa</p><p>Ele sabe que é longa a caminhada,</p><p>mas o Boi da Festa nunca se cansa,</p><p>não se permite ficar parado</p><p>porque tudo o que lhe importa</p><p>é ter a companhia das crianças.</p><p>Cada minuto do curto reinado,</p><p>sôfrego ele quer aproveitar.</p><p>Alegria de Boi é passageira</p><p>disso ele sabe muito bem</p><p>logo a festa vai acabar</p><p>e ao sono de armário terá que voltar</p><p>até o ano que vem.</p><p>Olha o Boi, olha o Boi,</p><p>Olha o Boi, olha o Boi, olha o Boi!</p><p>Marina Gouvea</p><p>68</p><p>Com a não continuidade das Escolas de Samba, os Blocos Carnavales-</p><p>cos ganharam força, e até a atualidade, são a grande atração do Carnaval</p><p>Paratiense, sendo um dos maiores carnavais de rua da região. Destaque</p><p>para o Bloco da Lama, Assombrosos do Morro, Arrastão do Jabaquara,</p><p>Vamos que tô, Meninos do Pontal entre outros.</p><p>O Carnaval em Paraty sempre foi um momento de descontração, o</p><p>antigo “Entrudo” como era conhecido, dava o tom das brincadeiras de</p><p>blocos de rua que alegravam, principalmente, a terça-feira que antecedia</p><p>o início da quaresma.</p><p>Bailes de Salão, blocos de mascarados com suas máscaras confeccio-</p><p>nadas em papel machê, perambulavam pelas ruas da cidade divertindo e</p><p>assustando as crianças com suas feições fantasmagóricas.</p><p>Posteriormente, os bailes</p><p>ganharam força no clube da</p><p>cidade,o P.A.C. - Paratiense</p><p>Atlético Clube, com animados</p><p>bailes de Salão. Anos depois,</p><p>as Escolas de Samba locais</p><p>ganharam notoriedade fa-</p><p>zendo desfiles na avenida de</p><p>acesso ao Centro Histórico.</p><p>A tradição do carnaval e das máscaras</p><p>69</p><p>● Máscaras</p><p>As máscaras de papel machê, geralmente confeccionadas com a téc-</p><p>nica de papietagem, por muitos anos figuraram nos carnavais de Paraty.</p><p>Elaboradas a partir de uma forma</p><p>simples de barro e; posteriormen-</p><p>te, coberta com sucessivas cama-</p><p>das de papel, água e cola, depois</p><p>de secas e pintadas com tonalida-</p><p>des multicoloridas, ganhavam for-</p><p>mas e expressões diversas, alia-</p><p>das a indumentária, geralmente,</p><p>com roupas velhas, era a alegria</p><p>de crianças, jovens e adultos que disfarçados brincavam e divertiam as</p><p>pessoas.</p><p>“Mascarado bobo, feio horroroso!”</p><p>“Mascarado pé de pato, comedor de carrapato!”</p><p>Atualmente, poucos mascarados se vê durante o carnaval paratiense,</p><p>mas a técnica empregada para a confecção das máscaras se perpetua</p><p>nos bonecos gigantes, que desfilam pelas ruas da cidade no período do</p><p>carnaval.</p><p>70</p><p>Festas religiosas – Herança Cultural</p><p>Semana Santa</p><p>A Semana Santa em Paraty ainda guarda várias cerimônias tradicio-</p><p>nais, como procissões, ofícios, celebrações e costumes de épocas antigas.</p><p>Dentre os atos que acontecem nestas celebrações religiosas, vale</p><p>destacar a procissão do Encontro ou de Passos, atualmente, realizada na</p><p>Terça-feira Santa, o Ofício de Trevas, na Quarta-feira Santa, e a Procissão</p><p>do Enterro, na Sexta-feira da Paixão. Durante essas procissões e duran-</p><p>te toda a Sexta-feira Santa, os Passos da Paixão, altares embutidos em</p><p>edificações nas ruas do Centro Histórico, ficam abertos para a meditação</p><p>dos últimos momentos da vida de Jesus Cristo.</p><p>Através desse QR code, conheça os Passos</p><p>da Paixão embutidos nas paredes externas</p><p>de algumas edificações do Centro Histórico</p><p>da nossa Paraty.</p><p>Outra celebração importante que acontece na cidade dentro da Se-</p><p>mana Santa é a Procissão do Fogaréu ou da Prisão, que anteriormente era</p><p>realizada por volta das 20</p><p>horas de quinta-feira e,</p><p>atualmente, é realizada à</p><p>meia-noite, com</p>