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<p>G</p><p>eo</p><p>gr</p><p>af</p><p>ia 3</p><p>GeoGrafia</p><p>3º ano</p><p>ensino</p><p>médio</p><p>Organizadora:</p><p>edições sm</p><p>Obra coletiva concebida,</p><p>desenvolvida e produzida</p><p>por Edições SM.</p><p>editor responsável:</p><p>Flávio Manzatto de Souza</p><p>André Baldraia</p><p>Fernando dos Santos Sampaio</p><p>Ivone Silveira Sucena</p><p>SER_PROTAGONISTA_GEO_3_PNLD2018_CAPA_INSCRICAO.indd 1 5/20/16 9:50 AM</p><p>3a edição</p><p>São Paulo</p><p>2016</p><p>Organizadora:</p><p>Edições SM</p><p>Obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida por Edições SM.</p><p>Editor responsável:</p><p>Flávio Manzatto de Souza</p><p>•	 Bacharel em Geografia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da</p><p>Universidade de São Paulo (USP).</p><p>•	 Licenciado em Geografia pela Faculdade de Educação da USP.</p><p>•	 Editor de livros didáticos.</p><p>André Baldraia</p><p>•	 Bacharel e Licenciado em Geografia pela USP.</p><p>•	 Doutor em Ciências – Geografia Humana pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências</p><p>Humanas da USP.</p><p>•	 Professor no Ensino Superior.</p><p>Fernando dos Santos Sampaio</p><p>•	 Doutor em Ciências – Geografia Humana pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências</p><p>Humanas da USP.</p><p>•	 Professor no Ensino Superior.</p><p>Ivone Silveira Sucena</p><p>•	 Licenciada em Geografia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.</p><p>•	 Professora no Ensino Fundamental e Médio.</p><p>Geografia</p><p>3 GEoGrafia</p><p>3º ano</p><p>EnSino</p><p>Médio</p><p>SP_GEO_3_PNLD2018_FRONTIS.indd 1 5/20/16 1:34 PM</p><p>Edições SM Ltda.</p><p>Rua Tenente Lycurgo Lopes da Cruz, 55</p><p>Água Branca 05036-120 São Paulo SP Brasil</p><p>Tel. 11 2111-7400</p><p>edicoessm@grupo-sm.com</p><p>www.edicoessm.com.br</p><p>Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)</p><p>(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)</p><p>Baldraia, André</p><p>Ser protagonista : geografia, 3° ano : ensino médio / André</p><p>Baldraia, Fernando dos Santos Sampaio, Ivone Silveira</p><p>Sucena ; organizadora Edições SM ; obra coletiva</p><p>concebida, desenvolvida e produzida por Edições SM ;</p><p>editor responsável Flávio Manzatto de Souza. – 3. ed.</p><p>– São Paulo : Edições SM, 2016. – (Coleção ser</p><p>protagonista)</p><p>Suplementado pelo manual do professor.</p><p>Bibliografia.</p><p>ISBN 978-85-418-1367-9 (aluno)</p><p>ISBN 978-85-418-1368-6 (professor)</p><p>1. Geografia (Ensino médio) I. Baldraia, André. II.</p><p>Sampaio, Fernando dos Santos. III. Sucena, Ivone</p><p>Silveira. IV. Souza, Flávio Manzatto de. V. Título. VI. Série.</p><p>16-02552 CDD-910.712</p><p>Índices para catálogo sistemático:</p><p>1. Geografia : Ensino médio 910.712</p><p>3ª edição, 2016</p><p>Ser protagonista – Geografia – 3</p><p>© Edições SM Ltda.</p><p>Todos os direitos reservados</p><p>Direção editorial Juliane Matsubara Barroso</p><p>Gerência editorial Roberta Lombardi Martins</p><p>Gerência de design e produção Marisa Iniesta Martin</p><p>Edição executiva Flávio Manzatto de Souza</p><p>Edição: Ana Carolina F. Muniz, Daniella Almeida Barroso, Felipe Khouri Barrionuevo,</p><p>Gisele Manoel, Stela Kuperman Pesso</p><p>Colaboração técnico-pedagógica: Daniel Zungolo, Felipe Azevedo de Souza Mattos,</p><p>Maria Izabel Simões Gonçalves, Michelle Maria Biajante, Simone Affonso da Silva</p><p>Coordenação de controle editorial Flavia Casellato</p><p>Suporte editorial: Alzira Bertholim, Camila Cunha, Giselle Marangon, Mônica Rocha, Talita Vieira,</p><p>Silvana Siqueira, Fernanda D’Angelo</p><p>Coordenação de revisão Cláudia Rodrigues do Espírito Santo</p><p>Preparação e revisão: Ana Paula Ribeiro Migiyama, Berenice Baeder, Eliana Vila Nova de Souza,</p><p>Eliane Santoro, Fátima Carvalho, Lu Peixoto, Mariana Masotti, Sâmia Rios, Vera Lúcia Rocha</p><p>Marco Aurélio Feltran (apoio de equipe)</p><p>Coordenação de design Rafael Vianna Leal</p><p>Apoio: Didier Dias de Moraes</p><p>Design: Leika Yatsunami, Tiago Stéfano</p><p>Coordenação de arte Ulisses Pires</p><p>Edição executiva de arte: Melissa Steiner</p><p>Edição de arte: Pablo Braz</p><p>Coordenação de iconografia Josiane Laurentino</p><p>Pesquisa iconográfica: Bianca Fanelli, Susan Eiko, Caio Mazzilli</p><p>Tratamento de imagem: Marcelo Casaro</p><p>Capa Didier Dias de Moraes, Rafael Vianna Leal</p><p>Imagem de capa John Harper /Getty Images</p><p>Projeto gráfico cldt</p><p>Editoração eletrônica Setup Bureau Editoração Eletrônica</p><p>Ilustrações Adilson Secco, Thiago Lyra, Setup Bureau</p><p>Fabricação Alexander Maeda</p><p>Impressão</p><p>SP_GEOGRAFIA_3_PNLD2018_CREDITOS.indd 1 5/23/16 11:02 AM</p><p>Apresentação</p><p>3</p><p>É no espaço geográfico que caminha a vida, ensinou o geógrafo brasi-</p><p>leiro Milton Santos.</p><p>Nesse espaço existem rios e montanhas, ruas, edifícios e plantações;</p><p>há também técnicas e práticas de trabalho, laços familiares, manifestações</p><p>religiosas, relações de igualdade ou de desigualdade entre pessoas, grupos</p><p>e nações. Nos múltiplos espaços da superfície terrestre estão representa-</p><p>dos, em íntima associação, elementos naturais e sociais, que se constroem e</p><p>reconstroem o tempo todo.</p><p>Nesta coleção, o espaço geográfico é estudado em seus múltiplos</p><p>aspectos, sem separar a natureza da dinâmica social. Assim, a população,</p><p>os aspectos econômicos, os problemas ambientais ou as questões geopolí-</p><p>ticas são analisados, em seus respectivos contextos históricos e naturais, de</p><p>forma integrada.</p><p>Desse modo, o estudo de Geografia feito nesta obra oferece ferramen-</p><p>tas para entender a realidade em que estamos mergulhados e, dessa forma,</p><p>apreender o lugar de cada um. Mais ainda, possibilita refletir e atuar sobre</p><p>essa realidade.</p><p>É este o principal objetivo da coleção: contribuir para a formação crí-</p><p>tica de indivíduos capazes de entender o lugar em que vivem e agir nele de</p><p>forma responsável. Cidadãos que possam atuar verdadeiramente no espaço</p><p>em que caminha a vida.</p><p>Equipe editorial</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_003A005_APRES_ORGANICACAO_003a005.indd 3 03/06/16 15:41</p><p>A organização do livro</p><p>4</p><p>C</p><p>ap</p><p>ít</p><p>ul</p><p>o</p><p>13</p><p>–</p><p>G</p><p>eo</p><p>po</p><p>lít</p><p>ic</p><p>a</p><p>do</p><p>s</p><p>re</p><p>cu</p><p>rs</p><p>os</p><p>n</p><p>at</p><p>ur</p><p>ai</p><p>s</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Projetos hidráulicos ambiciosos</p><p>Levar água para regiões onde o recurso é escasso é</p><p>um desafio que tem sido enfrentado por muitos países.</p><p>É o que ocorre na bacia dos rios Tigre e Eufrates, cujas</p><p>águas irrigam áreas do Iraque, da Síria e da Turquia e</p><p>que pode ter sua vazão reduzida nos próximos anos.</p><p>O governo turco prevê a construção de 22 barragens</p><p>para irrigar uma área superior a 1,7 milhão de hectares</p><p>de terra, que faz parte do Projeto da Grande Anatólia,</p><p>até o fim de 2020. Se efetivado, poderá reduzir o volu-</p><p>me de água do rio Eufrates em até um terço, afetando</p><p>regiões muito populosas da Síria e do Iraque, que te-</p><p>riam menos água para seu abastecimento.</p><p>1. Analise o mapa e discuta com um colega se as áreas</p><p>ocupadas pelo Isis em 2015 são importantes do</p><p>ponto de vista hídrico.</p><p>2. Em sua opinião, a área onde há maioria da popu-</p><p>lação curda é estratégica em relação aos recursos</p><p>hídricos?</p><p>3. Como o controle do acesso à água pode afetar a saú-</p><p>de da população que vive à jusante do rio Eufrates?</p><p>CONEXÃO</p><p>Vale do rio Eufrates na Turquia. Foto de 2016.</p><p>Acordos internacionais pela gestão da água</p><p>A gestão de águas transfronteiriças deve ser compartilhada. Há mais de 3 mil acordos entre</p><p>países sobre o uso e a gestão dessas águas, tanto de rios como de lagos e mares internos. Alguns</p><p>exemplos de atividades reguladas por acordos em bacias compartilhadas são: o uso de água pa-</p><p>ra irrigação, a pesca, a instalação de indústrias, a navegação, o controle de enchentes e a insta-</p><p>lação de hidrelétricas.</p><p>Qualquer obra de engenharia em águas transfronteiriças deve ser fruto de acordos de coope-</p><p>ração internacional. A usina hidrelétrica de Itaipu é um exemplo disso, pois está localizada no</p><p>rio Paraná, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, e foi construída com base em um acordo es-</p><p>tabelecido entre os dois países, o Tratado de Itaipu.</p><p>Em casos de vazamento químico ou derramamento de óleo em um rio internacional, a con-</p><p>taminação resultante afeta a qualidade da água e coloca em risco a população dos países em am-</p><p>bos os lados da fronteira.</p><p>A Convenção pela Proteção do rio Danúbio é um exemplo de acordo internacional para a na-</p><p>vegação e proteção do rio.</p><p>O compartilhamento de recursos hídricos também pode ser tema de acordos internacionais.</p><p>O protocolo de Damasco (1987), por exemplo, estabelece o uso da água do rio</p><p>seus</p><p>principais órgãos administrativos. Veja a foto abaixo.</p><p>Os principais críticos deste papel de vanguarda de-</p><p>sempenhado pela Alemanha afirmam que o país, além</p><p>de representar cerca de 30% da produção econômi-</p><p>ca do bloco, também pretende determinar regras para</p><p>conter crises, muitas das quais com severas consequên-</p><p>cias aos setores sociais dos países europeus.</p><p>Nas negociações políticas europeias extra-bloco, a</p><p>Alemanha também se destaca. Um exemplo foram os</p><p>contatos entre Angela Merkel, então chanceler alemã, e</p><p>Vladimir Putin, presidente da Rússia à época, quando</p><p>do início da crise ucraniana, em 2013, antes do pronun-</p><p>ciamento dos demais dirigentes europeus.</p><p>Apesar da consolidação da posição de protagonismo</p><p>no continente europeu, o Estado alemão parece con-</p><p>ter sua participação no cenário internacional. Quando</p><p>comparada a outras potências, como Estados Unidos</p><p>e Rússia, a atuação militar da Alemanha não apresenta</p><p>grande destaque.</p><p>Os turcos na Alemanha</p><p>A Alemanha é um dos países europeus com maior</p><p>proporção de imigrantes residentes em seu territó-</p><p>rio, aproximadamente 9 milhões de estrangeiros, em</p><p>2015. Desse total, quase a metade é de turcos. Berlim</p><p>é considerada a maior cidade turca fora da Turquia.</p><p>Essa forte presença tem uma razão histórica que re-</p><p>monta ao fim do século XIX, quando Alemanha e Tur-</p><p>quia mantiveram um relacionamento bem próximo.</p><p>Apesar disso, grupos simpáticos ao nazismo e</p><p>contra a permanência dos estrangeiros na Alemanha,</p><p>como os skinheads (“carecas”), costumam perpetrar</p><p>atos de violência contra os turcos, como incendiar</p><p>pontos comerciais dos imigrantes e, até mesmo, co-</p><p>meter assassinatos. De modo geral, os habitantes de</p><p>origem turca costumam ser menos bem-sucedidos</p><p>profissionalmente: há muitos desempregados, o nú-</p><p>mero de mulheres que não trabalham fora de casa é</p><p>elevado e muitos dependem da previdência social.</p><p>sAibA mAis</p><p>Cabeça de turco, de Günter Walraff. São Paulo: Globo, 2006.</p><p>O livro narra a história de um alemão que se passa por turco para</p><p>investigar o tratamento dado aos imigrantes nas indústrias da</p><p>Alemanha.</p><p>Leia</p><p>Na cidade de Berlim vivem cerca de 140 mil eleitores turcos.</p><p>Na foto, família participa da eleição presidencial da Turquia</p><p>em Berlim, Alemanha. Foto de 2014.</p><p>C</p><p>ar</p><p>st</p><p>en</p><p>K</p><p>oa</p><p>ll/</p><p>G</p><p>et</p><p>ty</p><p>Im</p><p>ag</p><p>es</p><p>To</p><p>bi</p><p>as</p><p>S</p><p>ch</p><p>w</p><p>ar</p><p>z/</p><p>A</p><p>FP</p><p>131</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U3_C09_128a133.indd 131 04/06/16 14:00</p><p>Não escreva no livro.</p><p>desenvolvimento regional</p><p>Todos os países convivem ou conviveram com desigualdades regionais. No caso do Brasil, essa</p><p>questão é antiga e tem suas raízes na formação territorial do país, cuja origem como colônia de ex-</p><p>ploração não estabeleceu uma unidade de objetivos, interesses e ações comuns em todo o território.</p><p>Com o objetivo de estimular o desenvolvimento de áreas historicamente desfavorecidas, o Es-</p><p>tado brasileiro formula políticas que buscam equilibrar o desenvolvimento em diferentes áreas</p><p>nas esferas federal, regional, estadual ou municipal. Assim, visa estimular as atividades econô-</p><p>micas locais e a integração do território, além de garantir a disponibilidade de trabalho, renda e</p><p>serviços de educação, saneamento básico e assistência médica, entre outros, a toda população.</p><p>A importância dos recursos naturais</p><p>Os recursos naturais são fatores extremamente importantes na definição de um projeto de</p><p>desenvolvimento regional. Muitos países organizam sua política territorial tendo os recursos na-</p><p>turais como objeto principal. No caso do Brasil, a importância dessa questão pode ser percebida</p><p>pelas constantes discussões sobre a biodiversidade da Amazônia e sobre o potencial das reservas</p><p>de água doce que o país possui.</p><p>A defesa e a conquista de territórios ricos em recursos naturais foram, e muitas vezes ainda</p><p>são, motivos de disputa e conflito entre países. No século XIX, por exemplo, os Estados Unidos</p><p>guerrearam com o México e, ao final do conflito, anexaram a seu território áreas ricas em mine-</p><p>rais preciosos, como o estado da Califórnia.</p><p>organização espacial da indústria</p><p>A distribuição das indústrias pelo território também está relacionada à ação do Estado. O</p><p>exemplo dos Estados Unidos pode ajudar a compreender isso.</p><p>Na região nordeste estadunidense ocorre a industrialização mais tradicional. Em 1900, boa</p><p>parte da produção industrial do país estava concentrada ali. Alguns fatores facilitaram a implan-</p><p>tação da indústria naquela região: existiam muitos recursos minerais, com destaque para as ja-</p><p>zidas de minério de ferro e de carvão, que se situavam, respectivamente, próximo aos Grandes</p><p>Lagos e aos montes Apalaches.</p><p>Ao redor dessa região, constituiu-se o chamado Manufacturing Belt (Cinturão Fabril), área de</p><p>tradicional produção industrial.</p><p>Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o governo dos Estados Unidos implantou uma</p><p>política territorial que privilegiava a expansão da indústria para o sul do país, criando-se o chama-</p><p>do Sun Belt (Cinturão do Sol).</p><p>Outros fatores contribuíram para essa expansão, como a exploração das reservas de petróleo</p><p>no centro-sul, por exemplo, no estado do Texas, e a presença de prestigiadas universidades na</p><p>Califórnia, como as de Stanford e Berkeley.</p><p>A partir da década de</p><p>1960, o crescimento</p><p>demográfico do Sun</p><p>Belt tornou-se mais</p><p>intenso. Na região,</p><p>desenvolveram-se</p><p>indústrias dos setores</p><p>siderúrgico,</p><p>petroquímico,</p><p>aeronáutico e</p><p>aeroespacial, entre</p><p>outras que empregam</p><p>alta tecnologia.</p><p>Foto de indústria</p><p>aeronáutica no Texas,</p><p>Estados Unidos,</p><p>em 2016.</p><p>Territórios</p><p>alternativos,</p><p>do geógrafo</p><p>Rogério</p><p>Haesbaert.</p><p>São Paulo:</p><p>Contexto, 2006.</p><p>A obra propõe</p><p>um debate</p><p>transdisciplinar</p><p>acerca do</p><p>território e</p><p>discute outros</p><p>conceitos da</p><p>Geografia sob</p><p>uma perspectiva</p><p>atual.</p><p>leia</p><p>Lu</p><p>ke</p><p>S</p><p>ha</p><p>rr</p><p>et</p><p>t/</p><p>B</p><p>lo</p><p>om</p><p>be</p><p>rg</p><p>/G</p><p>et</p><p>ty</p><p>Im</p><p>ag</p><p>es</p><p>15</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C01_010a015.indd 15 02/06/16 09:59</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Nacionalismo na América Latina</p><p>Atualmente, o nacionalismo tem se mani-</p><p>festado na América Latina relacionado com</p><p>o fortalecimento da soberania dos países</p><p>diante de políticas econômicas neoliberais.</p><p>Nesse quadro, têm destaque alguns paí-</p><p>ses sul-americanos.</p><p>Argentina</p><p>Com o segundo maior IDH da América</p><p>Latina (0,836, em 2014), a Argentina co-</p><p>nheceu, durante décadas, um grande cresci-</p><p>mento econômico, que se refletiu na melho-</p><p>ria das condições de vida da população. No</p><p>entanto, a partir da década de 1970, os gover-</p><p>nos militares e depois os governos neolibe-</p><p>rais, que promoveram privatizações e políti-</p><p>cas cambiais equivocadas, levaram a econo-</p><p>mia argentina ao colapso, em 2001.</p><p>A partir de 2003, o governo de Néstor</p><p>Kirchner implementou reformas políticas e</p><p>econômicas que permitiram um novo período</p><p>de crescimento. Em 2007, sua esposa, Cristi-</p><p>na Kirchner, venceu as eleições e assumiu po-</p><p>sições mais nacionalistas, como a adoção de</p><p>medidas protecionistas, reduzindo a impor-</p><p>tação de produtos industrializados. Porém, a</p><p>crise internacional de 2008, aliada a fatores</p><p>como desemprego, inflação, e a falta de inves-</p><p>timentos estrangeiros, deram continuidade à</p><p>instabilidade econômica argentina. Em 2015,</p><p>Mauricio Macri, opositor de Kirchner, foi elei-</p><p>to presidente, sob a expectativa de transfor-</p><p>mações políticas e econômicas para o país.</p><p>Bolívia</p><p>A Bolívia está entre os países com piores</p><p>indicadores sociais da América do Sul. No</p><p>aspecto político, a partir da década de 1960,</p><p>o país viveu um período de forte instabili-</p><p>dade, com a sucessão de golpes de Estado</p><p>promovidos por militares. Mesmo com o</p><p>retorno da democracia, na década de 1980,</p><p>a política continuou instável por causa da</p><p>insatisfação popular diante da pobreza e</p><p>da desigualdade social.</p><p>Em 2005, pela primeira vez na história</p><p>boliviana, foi eleito um presidente de origem</p><p>indígena, Juan Evo Morales, apoiado por um</p><p>partido político de linha socialista e naciona-</p><p>lista. Uma das principais medidas que mar-</p><p>caram sua forma de governar foi o aumento</p><p>do controle sobre a exploração de petróleo</p><p>e gás natural,</p><p>que se encontravam em mãos</p><p>de empresas estrangeiras, entre as quais a</p><p>brasileira Petrobras. Política semelhante,</p><p>com base na estatização dos recursos ener-</p><p>géticos, também tem sido adotada no Equa-</p><p>dor, no Paraguai e na Venezuela.</p><p>Venezuela</p><p>A Venezuela detém a maior reserva de pe-</p><p>tróleo da América Latina e, a partir de 1998,</p><p>com a eleição de Hugo Chávez à presidên-</p><p>cia, o nacionalismo se acentuou no cenário</p><p>político do país. Chávez implementou um</p><p>extenso plano de mudanças, que incluiu a</p><p>estatização dos setores de telecomunicações</p><p>e bancário, a distribuição de terras, o con-</p><p>trole estatal de frigoríficos e a regulamenta-</p><p>ção dos serviços médicos privados.</p><p>Com os ganhos do petróleo, naciona-</p><p>lizado desde 1976, Chávez levou adiante</p><p>um grande programa de combate à pobre-</p><p>za, que incluiu a erradicação do analfabetis-</p><p>mo, o fornecimento de alimentos subsidia-</p><p>dos à população mais carente, a construção</p><p>de moradias e a melhoria dos serviços de</p><p>saúde para as camadas populares. A pro-</p><p>posta política de Chávez baseia-se no que</p><p>chamou de Revolução Bolivariana. A ado-</p><p>ção de dispositivos constitucionais lhe per-</p><p>mitiram sucessivas reeleições. Hugo Chávez</p><p>morreu em março de 2013, tendo sido su-</p><p>cedido por seu partidário Nicolás Maduro.</p><p>Desde 2014, o país enfrenta sucessivas</p><p>crises: inflação acelerada, desabastecimen-</p><p>to e insatisfação popular com o governo de</p><p>Maduro. Em 2015, partidos de oposição ao</p><p>governo chavista alcançaram maioria nas</p><p>eleições legislativas.</p><p>O abraço partido.</p><p>Direção de Daniel</p><p>Burman, Argentina,</p><p>2004, 99 min.</p><p>O filme relata a</p><p>história do jovem</p><p>Ariel, descendente</p><p>de poloneses, que</p><p>pensa em conseguir</p><p>a cidadania europeia</p><p>e partir da Argentina</p><p>em busca de</p><p>emprego.</p><p>No. Direção de Pablo</p><p>Larrain, Chile, 2012,</p><p>118 min.</p><p>Um publicitário é</p><p>convidado a criar</p><p>uma campanha para</p><p>um referendo sobre</p><p>a permanência do</p><p>general Augusto</p><p>Pinochet no governo</p><p>do Chile.</p><p>Assista</p><p>Estatização:</p><p>aquisição pelo Estado</p><p>de uma empresa</p><p>privada que passa</p><p>a ser uma empresa</p><p>pública. Também</p><p>pode ser uma política</p><p>de Estado voltada</p><p>para o aumento da</p><p>participação do setor</p><p>público na economia.</p><p>É o mesmo que</p><p>nacionalização.</p><p>Evo Morales, durante seu</p><p>terceiro mandato</p><p>consecutivo como</p><p>presidente da Bolívia.</p><p>Foto de 2016.</p><p>A</p><p>fp</p><p>ai</p><p>za</p><p>r</p><p>R</p><p>al</p><p>de</p><p>s/</p><p>A</p><p>FP</p><p>153</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U3_C11_152a157.indd 153 03/06/16 19:00</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Fonte de pesquisa: Caldini, Vera Lúcia de Moraes; Ísola, Leda.</p><p>Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 127.</p><p>estado e território nacional</p><p>As fronteiras podem ser internas ou ex-</p><p>ternas. As primeiras subdividem um país</p><p>em subespaços, como os estados brasilei-</p><p>ros. As fronteiras externas são as divisas en-</p><p>tre Estados – entidades soberanas com es-</p><p>trutura e organização política próprias, um</p><p>território e um povo. Constitui o Estado o</p><p>conjunto das instituições nacionais, como</p><p>os três poderes (Executivo, Legislativo e</p><p>Judiciário), as Forças Armadas e os demais</p><p>órgãos que administram uma nação.</p><p>O território nacional é, portanto, a área</p><p>apropriada, controlada e administrada por</p><p>um Estado, na qual este exerce sua sobera-</p><p>nia e à qual se limita o exercício da lei.</p><p>A soberania consiste na liberdade de um</p><p>Estado exercer poder político sobre seu ter-</p><p>ritório, sem intervenção de outros países ou</p><p>grupos. As leis são aplicadas aos indivíduos</p><p>que se encontram nos limites territoriais de</p><p>cada Estado.</p><p>Nação</p><p>A população de um país é constituída</p><p>por diferentes grupos. Quando partilham a</p><p>mesma origem, língua, religião ou cultura,</p><p>esses grupos formam uma nação. Esta, por</p><p>sua vez, submete-se à Constituição, ao go-</p><p>verno e às instituições do país onde se lo-</p><p>caliza. Assim, um mesmo país pode abrigar</p><p>em seu território nações distintas. O Brasil,</p><p>por exemplo, abriga diversas nações indí-</p><p>genas, que, por se localizarem no território</p><p>brasileiro, respondem aos desígnios do Es-</p><p>tado nacional brasileiro.</p><p>Há casos em que o sentimento e a identifi-</p><p>cação nacional ultrapassam a fronteira de um</p><p>país, como é o caso da nação basca.</p><p>Os bascos povoam o extremo norte da Es-</p><p>panha e o sudoeste da França. Mais de 90%</p><p>do território que ocupam está na Espanha (ve-</p><p>ja o mapa). Esse povo possui uma cultura com</p><p>traços próprios. A língua basca, o euskara, que</p><p>não faz parte do grupo de línguas indo-euro-</p><p>peias, é um bom exemplo. Embora estejam</p><p>divididos em dois países, os bascos comparti-</p><p>lham características que os unificam, partilhan-</p><p>do sentimentos de identidade e nacionalidade.</p><p>Existe um movimento separatista que de-</p><p>fende a criação de um Estado basco autôno-</p><p>mo. O principal grupo que luta por essa causa</p><p>é o ETA (Euskadi Ta Askatasuna, que, na lín-</p><p>gua basca, significa “Pátria Basca e Liberdade”),</p><p>que, desde 1959, reivindica a independência</p><p>do território basco. Envolvido em diversos</p><p>atentados violentos ao longo dos anos, o gru-</p><p>po anunciou em 2011 o fim da luta armada.ESPANHA</p><p>FRANÇA</p><p>ESPANHA</p><p>LABOURD</p><p>BAIXA</p><p>NAVARRA</p><p>SOULE</p><p>NAVARRA</p><p>GUIPÚZCOABISCAIA</p><p>ÁLAVA</p><p>Baía de</p><p>Biscaia</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>3°O 0°</p><p>M</p><p>er</p><p>id</p><p>ia</p><p>n</p><p>o</p><p>d</p><p>e</p><p>G</p><p>re</p><p>en</p><p>w</p><p>ic</p><p>h</p><p>43°N</p><p>Rio Arga</p><p>Rio Ebro</p><p>Rio Oloron</p><p>0 75 150 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>ESPANHA</p><p>FRANÇA</p><p>PO</p><p>R</p><p>TU</p><p>G</p><p>A</p><p>L</p><p>Nome da regiãoSOULE</p><p>País Basco – Regiões (2012)</p><p>Executivo: poder</p><p>do Estado com a</p><p>função de executar as</p><p>leis e administrar os</p><p>interesses da sociedade,</p><p>de acordo com a</p><p>legislação do país.</p><p>Judiciário: poder</p><p>do Estado com a</p><p>função de promover a</p><p>justiça, interpretando</p><p>e aplicando as leis de</p><p>modo a garantir os</p><p>direitos de todos</p><p>os cidadãos.</p><p>Legislativo: poder</p><p>estatal responsável</p><p>pela elaboração de</p><p>leis e normas que</p><p>regem a sociedade.</p><p>No Brasil, está a</p><p>cargo do Congresso</p><p>Nacional (Câmara</p><p>dos Deputados e</p><p>Senado Federal),</p><p>das Assembleias</p><p>Legislativas estaduais</p><p>e das Câmaras</p><p>Municipais.</p><p>Mapas e História:</p><p>construindo imagens</p><p>do passado, de</p><p>Jeremy Black.</p><p>Florianópolis: Edusc,</p><p>2005.</p><p>O livro é uma</p><p>importante referência</p><p>nos estudos</p><p>de história da</p><p>cartografia. O autor</p><p>mostra como as</p><p>fronteiras foram se</p><p>modificando ao longo</p><p>do tempo.</p><p>leia</p><p>Um time, uma nação, duas seleções nacionais</p><p>Bixente Lizarazu, o primeiro basco de origem francesa a jo-</p><p>gar pelo Athletic Bilbao, foi campeão do mundo de futebol em</p><p>1998 na seleção francesa. Em 2010, o jogador basco Fernando</p><p>Llorente conquistou o campeonato mundial de futebol na sele-</p><p>ção da Espanha.</p><p>O Athletic Bilbao, tradicional clube de futebol da cidade de</p><p>Bilbao (província de Biscaia), não aceita em sua equipe jogado-</p><p>res que não sejam bascos. O time conta apenas com jogadores</p><p>franceses e espanhóis nascidos dentro dos limites do País Basco.</p><p>Mas, se um jogador basco se destacar, ele pode jogar pela sele-</p><p>ção espanhola ou francesa, dado que o País Basco, embora tenha</p><p>um povo, não é uma nação soberana e autônoma.</p><p>sAiBA mAis</p><p>Jogadores do Bilbao durante jogo contra o Granada.</p><p>Bilbao, Espanha. Foto de 2016.</p><p>Ju</p><p>an</p><p>M</p><p>an</p><p>ue</p><p>l S</p><p>er</p><p>ra</p><p>no</p><p>A</p><p>rc</p><p>e/</p><p>G</p><p>et</p><p>ty</p><p>Im</p><p>ag</p><p>es</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>13</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C01_010a015.indd 13 02/06/16 09:59</p><p>Não escreva no livro.</p><p>os movimentos antiglobalização</p><p>Desde a falência dos regimes socialistas que vigora-</p><p>ram até os anos 1990, os movimentos anticapitalistas</p><p>tomaram rumos diferenciados.</p><p>Muitos ativistas concentram-se em aspectos como</p><p>a cultura e o meio ambiente, julgando não haver uma</p><p>alternativa viável à economia de mercado. Outros de-</p><p>fendem o socialismo, em bases diferentes daquelas ado-</p><p>tadas pela antiga União Soviética. Há também os que</p><p>propõem governos centralizados e nacionalistas, porém</p><p>capazes de conviver com a iniciativa privada. De qual-</p><p>quer maneira, a globalização consolidou novas formas</p><p>de ativismo compatíveis com o aumento da interdepen-</p><p>dência econômica dos países.</p><p>Problemas globais, ativismo</p><p>internacional</p><p>Nas últimas décadas surgiram questões transnacio-</p><p>nais, ou seja, que ultrapassam as fronteiras dos Estados</p><p>nacionais. Isso é muito evidente na área ambiental. O</p><p>risco de aquecimento</p><p>do planeta, a destruição da cama-</p><p>da de ozônio e a poluição, por exemplo, são problemas</p><p>que não distinguem fronteiras, podendo originar-se em</p><p>um país e afetar países vizinhos ou até mesmo distantes.</p><p>Problemas como esses contribuíram para o aparecimen-</p><p>to de uma “opinião pública transnacional” e de movi-</p><p>mentos sociais que não se restringem a apenas um país.</p><p>o Fórum social Mundial</p><p>Principal encontro de movimentos antiglobalização, o</p><p>Fórum Social Mundial (FSM) surgiu em Porto Alegre (RS)</p><p>em 2001. Seu objetivo central era estabelecer um espa-</p><p>ço de oposição ao Fórum Econômico Mundial de Davos</p><p>(Suíça), em que os líderes dos países capitalistas debatem</p><p>os rumos da economia internacional.</p><p>Desde então, o FSM tem realizado atividades anual-</p><p>mente. Além de Porto Alegre, já sediaram o fórum as ci-</p><p>dades de Belém (PA), Mumbai (Índia), Nairóbi (Quênia),</p><p>além de outras, de forma descentralizada.</p><p>Não há uma agenda consensual entre os participan-</p><p>tes do Fórum Social Mundial. As principais críticas e</p><p>sugestões normalmente debatidas no evento coincidem</p><p>com as propostas e demandas dos movimentos antiglo-</p><p>balização que ocorrem em todo o mundo.</p><p>São exemplos dessas propostas: o rompimento com o</p><p>programa econômico neoliberal; a proposta de alternati-</p><p>vas às políticas ambientais vigentes e o combate às ativida-</p><p>des econômicas geradoras do aquecimento global; a defe-</p><p>sa das minorias étnicas, da diversidade cultural e sexual; a</p><p>ética e o controle da ciência sobre as atividades produtivas</p><p>(nanotecnologia, transgênicos, etc.); a liberdade de migra-</p><p>ções internacionais e o afrouxamento das políticas restri-</p><p>tivas dos países desenvolvidos; a quebra de patentes de</p><p>remédios; o software livre; a economia solidária e o apoio</p><p>às causas feministas.</p><p>Os ativistas costumam realizar grandes manifestações</p><p>de rua para obter visibilidade na mídia internacional, cha-</p><p>mando a atenção da opinião pública para as causas que</p><p>defendem.</p><p>Nanotecnologia: tecnologia que atua sobre minúsculas partículas,</p><p>até a escala atômica, para criar estruturas e materiais empregados em</p><p>diversas áreas, como computação, medicina e engenharia.</p><p>Quebra de patente: suspensão da exclusividade de fabricação de um</p><p>determinado produto.</p><p>Software livre: programa de computador cujos uso, cópia,</p><p>compartilhamento ou estudo não são restritos por impedimentos</p><p>comerciais.</p><p>A Cúpula dos Povos na Rio+20</p><p>A Cúpula dos Povos é a convergência de diversos mo-</p><p>vimentos sociais e ambientais de todo o mundo, que se</p><p>reúnem durante eventos de grande porte desde 1992,</p><p>quando se deu a importante reunião sobre problemas</p><p>ambientais na cidade do Rio de Janeiro (Rio-92).</p><p>Durante a Rio+20 – evento ocorrido em 2012,</p><p>também na cidade do Rio de Janeiro e promovido pela</p><p>ONU –, a Cúpula discutiu questões ambientais, entre</p><p>as quais o aquecimento global, suas causas e algu-</p><p>mas propostas viáveis para superá-lo, incluindo as</p><p>medidas de pressão aos governantes e às autoridades</p><p>internacionais que participavam daquela conferência.</p><p>Além da denúncia dos problemas ambientais, são</p><p>temas das reuniões da Cúpula as propostas para tor-</p><p>nar os impactos ambientais mínimos, para distribuir</p><p>a riqueza e para defender os direitos humanos. Um</p><p>instrumento de participação política da sociedade civil</p><p>e do governo para encontrar caminhos para o desenvol-</p><p>vimento sustentável é a Agenda 21. É um conjunto de</p><p>ações e propostas com a finalidade de promover o de-</p><p>senvolvimento socioeconômico e proteção ambiental.</p><p>1. A Agenda 21 está presente em mais de 100 mu-</p><p>nicípios brasileiros. Em grupos, pesquisem se em</p><p>seu município ela já existe. Se não, tomem como</p><p>exemplo a Agenda de outro município e verifi-</p><p>quem se os grandes temas discutidos se contex-</p><p>tualizam na realidade do seu município.</p><p>açÃo e ciDaDaNia</p><p>Fórum Social Mundial realizado em Porto Alegre (RS). Foto de 2016.</p><p>R</p><p>ic</p><p>ar</p><p>do</p><p>G</p><p>iu</p><p>st</p><p>i/P</p><p>M</p><p>PA</p><p>89</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U2_C06_084a091.indd 89 01/06/16 19:44</p><p>C</p><p>ap</p><p>ít</p><p>ul</p><p>o</p><p>10</p><p>–</p><p>Á</p><p>fr</p><p>ic</p><p>a</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Sudão do Sul</p><p>O Sudão do Sul é o mais novo país africano. Em</p><p>2011, realizou-se um referendo para a população da</p><p>porção sul decidir entre sua permanência no Sudão ou</p><p>a formação de um novo país. Com expressivos 98% fa-</p><p>voráveis à independência, o Sudão do Sul transformou-</p><p>-se em nova nação, sendo logo aceito como membro da</p><p>ONU e da União Africana.</p><p>Apesar das grandes reservas de petróleo, o Sudão do</p><p>Sul enfrenta sérios problemas socioeconômicos: elevada</p><p>mortalidade infantil, analfabetismo e pouquíssima in-</p><p>fraestrutura médico-sanitária.</p><p>Entre as principais questões geopolíticas do Sudão</p><p>do Sul, pós-independência, está o conflito com a Etió-</p><p>pia, país vizinho situado a leste, que também enfren-</p><p>ta conflitos separatistas em sua porção sul, onde vivem</p><p>grupos étnicos com muitas afinidades com os sudaneses</p><p>do Sul. O reconhecimento da independência pela Etió-</p><p>pia ficou condicionado à desistência do Sudão do Sul de</p><p>colaborar com os revoltosos etíopes.</p><p>África do Sul</p><p>Entre 1948 e 1991, instalou-se na África do Sul o re-</p><p>gime do apartheid, um sistema de segregação racial no</p><p>qual a minoria branca impôs à população negra (80%</p><p>do total) uma série de restrições de caráter político, eco-</p><p>nômico e social.</p><p>Vários acontecimentos ocorridos durante o perío-</p><p>do de vigência do apartheid, como os processos de in-</p><p>dependência na África e o ativismo político de Martin</p><p>Luther King contra a segregação racial nos Estados Uni-</p><p>dos, motivaram a intensificação das críticas contra o go-</p><p>verno sul-africano. Sanções internacionais, o embargo</p><p>da ONU e o isolamento político no continente levaram</p><p>o país a tomar medidas para pôr fim ao apartheid. Nes-</p><p>se processo, foi decisiva a atuação de Nelson Mandela,</p><p>que, em 1994, tornou-se o primeiro presidente negro</p><p>do país.</p><p>Embora tenham se passado quase três décadas do fim</p><p>do apartheid, ainda se observam na África do Sul enor-</p><p>mes diferenças socioeconômicas entre brancos e negros.</p><p>Cerca de 31% dos 53 milhões de habitantes vivem com</p><p>menos de 2 dólares por dia e, em 2014, o país tinha</p><p>uma taxa de desemprego da ordem de 25%, atingindo</p><p>principalmente a população negra.</p><p>A África do Sul, graças ao crescimento econômico da</p><p>última década, é considerada um país em desenvolvi-</p><p>mento e o de maior expressão no continente africano.</p><p>Paradoxalmente, a população africana, que esteve sub-</p><p>metida durante décadas ao regime racista do apartheid,</p><p>tem desenvolvido atitudes xenófobas em relação aos imi-</p><p>grantes de outros países africanos. Para alguns sul-africa-</p><p>nos, os imigrantes disputam os empregos disponíveis e</p><p>aumentam a onda de violência que permeia as relações</p><p>sociais no país.</p><p>Nigéria</p><p>A Nigéria, país mais populoso da África, foi coloniza-</p><p>da por ingleses e se tornou independente em 1960. Des-</p><p>de então, passa por instabilidades políticas.</p><p>O país tem sua economia fortemente baseada na ex-</p><p>ploração de petróleo. Em 2013, ultrapassou a economia</p><p>da África do Sul, até então, detentora do maior PIB do</p><p>continente. Seu território é habitado por cerca de 500</p><p>grupos étnicos. As religiões cristãs predominam na por-</p><p>ção sul, e os muçulmanos estão concentrados no norte.</p><p>Nessa região formou-se, em 2002, o grupo Boko Haram.</p><p>O grupo jihadista tem como um</p><p>de seus principais objetivos a instau-</p><p>ração de um califado em todo o ter-</p><p>ritório nigeriano, ou seja, a criação de</p><p>um Estado teocrático regido por leis</p><p>tradicionais islâmicas. Esse objetivo já</p><p>foi parcialmente atingido no norte ni-</p><p>geriano, mas é amplamente rechaçado</p><p>no sul, predominantemente cristão.</p><p>O Boko Haram professa um islamismo rigoroso inspi-</p><p>rado nos talibãs afegãos e se associa às teses jihadistas da</p><p>Al-Qaeda e do Isis. Em 2014, o grupo sequestrou mais</p><p>de 200 meninas e jovens de uma escola como parte de</p><p>uma campanha contra a educação cristã ocidental. O se-</p><p>questro mobilizou a opinião pública internacional contra</p><p>a organização, que apoia abertamente o terrorismo contra</p><p>civis e usa meios violentos e coercitivos para atingir seus</p><p>objetivos político-religiosos. No início</p><p>de 2015, o Boko</p><p>Haram associou-se ao Isis.</p><p>Invictus. Direção de Clint Eastwood, Estados Unidos, 2009, 135 min.</p><p>O presidente Nelson Mandela vê a possibilidade de reduzir as</p><p>diferenças étnicas do apartheid por meio do esporte: na Copa do</p><p>Mundo de rúgbi, incentiva a seleção nacional a ser campeã.</p><p>Assista</p><p>A aids e a quebra de patentes de remédios</p><p>Na África Subsaariana, encontra-se o maior núme-</p><p>ro de pessoas contaminadas com o vírus HIV no mun-</p><p>do. A África do Sul, com 12% da população infectada,</p><p>é um dos países que, a exemplo do Brasil, se valem</p><p>da quebra de patentes para produzir medicamentos a</p><p>baixo custo para o controle da doença. Tem-se obser-</p><p>vado a redução do número de mortes em decorrência</p><p>da aids na África. Segundo a ONU, em 2005 ocorre-</p><p>ram 2,2 milhões de óbitos e, em 2013, o número di-</p><p>minuiu para 1,1 milhão de mortes.</p><p>1. Em grupos, façam uma pesquisa sobre os efeitos</p><p>da quebra de patentes de remédios e discutam as</p><p>consequências desse fato para o avanço do trata-</p><p>mento da aids em diferentes países.</p><p>geogrAfiA e SAúde PúbliCA</p><p>Jihadista:</p><p>pessoa ou grupo</p><p>de religião</p><p>muçulmana</p><p>que defende a</p><p>luta violenta</p><p>como forma de</p><p>instauração de</p><p>leis islâmicas</p><p>tradicionais.</p><p>144</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U3_C10_140a145.indd 144 03/06/16 18:11</p><p>C</p><p>ap</p><p>ít</p><p>ul</p><p>o</p><p>5</p><p>–</p><p>G</p><p>lo</p><p>ba</p><p>liz</p><p>aç</p><p>ão</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Indústria automobilística multinacional em Resende (RJ). Foto de 2015.</p><p>Os grandes grupos</p><p>econômicos globais</p><p>O número de empresas que operam internacionalmente, as chama-</p><p>das multinacionais ou transnacionais, aumentou muito nas últimas</p><p>décadas. O cenário de sua expansão foi o período de paz entre as prin-</p><p>cipais potências econômicas após a Segunda Guerra Mundial. Apesar</p><p>das tensões da Guerra Fria e de conflitos regionais, as grandes empresas</p><p>industriais e financeiras montaram filiais em diversos países e obtiveram</p><p>lucros gigantescos.</p><p>No pós-guerra, os Estados Unidos investiram pesadamente na recupe-</p><p>ração econômica da Europa Ocidental e do Japão, empregando uma estra-</p><p>tégia de fortalecimento do sistema capitalista. Segundo o historiador Eric</p><p>Hobsbawm, após o conflito, as empresas estadunidenses com filiais no</p><p>exterior passaram de 7,5 mil, em 1950, para mais de 23 mil, em 1966.</p><p>As empresas perceberam que, para entrar em mercados não atendi-</p><p>dos por suas exportações, o ideal seria estarem presentes em outros paí-</p><p>ses. Isso se deu por meio do investimento estrangeiro direto, ou seja,</p><p>investindo diretamente na construção de fábricas fora do país de ori-</p><p>gem da empresa.</p><p>Um exemplo histórico é o de uma indústria automobilística alemã</p><p>que, atendendo ao pedido do presidente Juscelino Kubitschek, montou</p><p>uma fábrica no Brasil, no fim dos anos 1950. Nessa época, a economia</p><p>brasileira era bastante protecionista, isto é, fechada à importação de</p><p>bens de consumo.</p><p>Apesar do surgimento de companhias internacionais nos países</p><p>emergentes, o maior número de multinacionais ainda se concentra na</p><p>chamada tríade do mundo desenvolvido: América Anglo-Saxônica, Eu-</p><p>ropa Ocidental e Japão (reveja o mapa na página anterior).</p><p>Embora atuem em numerosos países, as multinacionais centralizam</p><p>o poder decisório e o planejamento de suas operações no país-sede.</p><p>Uma grande indústria suíça, considerada uma das companhias mais</p><p>internacionalizadas do mundo, tem 95% de seus empregados fora da</p><p>Suíça. Entretanto, sua administração e seus principais acionistas estão</p><p>concentrados no país de origem.</p><p>Ciberbullying – a violência se</p><p>espalha na rede</p><p>Bullying é uma palavra inglesa que</p><p>significa “intimidação”. Ele se desen-</p><p>volve com base em relações desiguais</p><p>de poder em que uma pessoa sofre</p><p>uma agressão intencional (física, mo-</p><p>ral ou material). Pode acontecer no</p><p>ambiente escolar ou de trabalho e em</p><p>outras relações interpessoais.</p><p>Os protagonistas do bullying são a</p><p>vítima, o agressor e os espectadores,</p><p>que assistem à agressão e podem</p><p>mesmo participar dela ou incentivá-</p><p>-la. A vítima é humilhada, ridiculari-</p><p>zada e muitas vezes caluniada, resul-</p><p>tando dessa situação a insegurança e</p><p>o constrangimento. O bullying é um</p><p>problema antigo, mas recentemente</p><p>a tecnologia da informação renovou</p><p>essa prática. E-mails ameaçadores,</p><p>fotos e textos com o objetivo de cons-</p><p>tranger a vítima e mensagens negati-</p><p>vas em redes sociais formam o que</p><p>se denonima cyberbullying.</p><p>O aumento do número de casos de</p><p>violência desse tipo no Brasil levou</p><p>à elaboração da Lei n. 13 185, que</p><p>instituiu o Programa de Combate à</p><p>Intimidação Sistemática (Bullying).</p><p>Mais do que leis, no entanto, o</p><p>importante é que o grupo no qual</p><p>ocorre uma situação de bullying as-</p><p>suma uma atitude de não violência,</p><p>combatendo todas as formas de re-</p><p>jeição, preconceito e intimidação.</p><p>1. A globalização expandiu o aces-</p><p>so à rede mundial de internet e o</p><p>compartilhamento de informações.</p><p>Nota-se também que alguns com-</p><p>portamentos sociais hostis foram</p><p>reinventados e atingem um maior</p><p>número de pessoas. Com um gru-</p><p>po de colegas, discuta a prática de</p><p>bullying no contexto escolar e as</p><p>formas de superar esse problema.</p><p>CONEXÃO</p><p>Protecionismo: mecanismo de proteção</p><p>econômica que pode ser adotado pelos Estados</p><p>a fim de evitar ou reduzir a concorrência com</p><p>produtos estrangeiros.</p><p>Pode basear-se em medidas como: a elevação</p><p>da tarifação sobre produtos estrangeiros, a</p><p>concessão de subsídios (ajuda governamental)</p><p>às empresas nacionais, o estabelecimento de</p><p>cotas de importação e até mesmo a proibição da</p><p>importação de determinado produto.</p><p>E</p><p>du</p><p>ar</p><p>do</p><p>Z</p><p>ap</p><p>pi</p><p>a/</p><p>Pu</p><p>ls</p><p>ar</p><p>Im</p><p>ag</p><p>en</p><p>s</p><p>72</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U2_C05_068a075.indd 72 6/3/16 11:53 AM</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_003A005_APRES_ORGANICACAO_003a005.indd 5 04/06/16 17:54</p><p>Sumário</p><p>6</p><p>Unidade 1  A produção do espaço</p><p>político 10</p><p>Capítulo 1 Territórios e fronteiras .....................................12</p><p>Estado e território nacional ................................13</p><p>O papel do Estado na produção</p><p>do espaço geográfico ..........................................14</p><p>O mundo sem fronteiras do capital</p><p>transnacional ..............................................................16</p><p>O mundo com fronteiras do trabalho:</p><p>as migrações internacionais .......................17</p><p>Informe: O solo, a sociedade</p><p>e o Estado ........................................................................18</p><p>Mundo Hoje: Baarle: fronteiras</p><p>distribuídas entre dois países ....................19</p><p>Atividades .....................................................................20</p><p>Capítulo 2 As grandes guerras e a</p><p>reordenação do espaço mundial ...22</p><p>O imperialismo e a Primeira Guerra</p><p>Mundial .............................................................................23</p><p>A Revolução Russa ........................................................25</p><p>A crise no período entre guerras ..................26</p><p>A Segunda Guerra Mundial ..................................27</p><p>Informe: Da paz à guerra ...............................28</p><p>Mundo Hoje: A Conferência de</p><p>Bretton Woods .............................................................29</p><p>Presença da África: O grande</p><p>massacre no Congo ................................................30</p><p>Atividades .....................................................................32</p><p>Capítulo 3 A geopolítica no pós-guerra ................34</p><p>A Guerra Fria ...................................................................... 35</p><p>A descolonização ...........................................................36</p><p>O movimento dos não alinhados ...................37</p><p>A divisão da Alemanha .............................................37</p><p>O fim da URSS e a nova ordem</p><p>mundial ............................................................................38</p><p>As transformações no Leste Europeu ..... 40</p><p>As guerras do século XXI ....................................... 42</p><p>Informe: Guerra como prestação</p><p>de serviços ......................................................................43</p><p>Atividades .....................................................................44</p><p>Capítulo 4 A geopolítica no Brasil ............................46</p><p>Analisando o Brasil por meio</p><p>da geopolítica ............................................................ 47</p><p>As desigualdades regionais ...............................48</p><p>A ação estatal ....................................................................49</p><p>A construção de Brasília e a geopolítica</p><p>nacional ..................................................................................50</p><p>Amazônia: riquezas e conflitos .......................51</p><p>Presença Indígena: São Gabriel da</p><p>Cachoeira: uma cidade diferente ...........52</p><p>As questões fronteiriças da Amazônia ...54</p><p>Informe: Geopolítica da Amazônia ......55</p><p>Atividades .....................................................................56</p><p>Em análise: Construir e interpretar anamorfoses ..........58</p><p>Síntese da Unidade .......................................................................................60</p><p>Vestibular e Enem ...........................................................................................61</p><p>Geografia e Arte: Bombas e tintas ................................................ 65</p><p>Projeto Infográfico: povos apátridas, refugiados</p><p>e deslocados internos ................................................................................................66</p><p>Queda do Muro de Berlim, Alemanha.</p><p>Foto de novembro de 1989.</p><p>R</p><p>eu</p><p>te</p><p>rs</p><p>/L</p><p>at</p><p>in</p><p>st</p><p>oc</p><p>k</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_INICIAIS_006a009_SUMARIO.indd 6 04/06/16 17:23</p><p>7</p><p>Unidade 2  A nova ordem</p><p>internacional 68</p><p>Capítulo 5 Globalização.....................................................................70</p><p>Os principais fundamentos e atores</p><p>da globalização .........................................................71</p><p>Os grandes grupos econômicos globais .....72</p><p>A concentração do capital ....................................73</p><p>A ocidentalização do mundo ..............................74</p><p>A globalização financeira ..................................... 76</p><p>Presença da África: O Islã</p><p>na África ............................................................................78</p><p>Informe: A interdependência</p><p>global ....................................................................................80</p><p>Mundo Hoje: O mundo muçulmano</p><p>em uma era global: a proteção</p><p>dos direitos das mulheres ..............................81</p><p>Atividades .....................................................................82</p><p>Capítulo 6 Diferentes dimensões</p><p>da globalização ...........................................................84</p><p>A ascensão dos EUA como potência</p><p>hegemônica .................................................................85</p><p>Aspectos controversos da</p><p>globalização ................................................................. 87</p><p>Os movimentos antiglobalização .................89</p><p>Infográfico: Causas globais,</p><p>ações locais ....................................................................90</p><p>Informe: Sobre o fim dos impérios .....93</p><p>Atividades .....................................................................94</p><p>Capítulo 7 A formação dos blocos</p><p>econômicos ........................................................................96</p><p>Níveis de integração econômica ................... 97</p><p>Formação da União Europeia ........................... 97</p><p>O Mercado Comum do Sul (Mercosul) ....99</p><p>Outros blocos do continente</p><p>americano .................................................................100</p><p>Outros blocos econômicos ............................... 101</p><p>Novos blocos ...................................................................102</p><p>Mundo Hoje: Mercosul: avanços,</p><p>retrocessos e novos desafios ..................103</p><p>Atividades .................................................................104</p><p>Capítulo 8 As grandes potências globais .........106</p><p>Estados Unidos ..............................................................107</p><p>China ....................................................................................... 108</p><p>Japão ........................................................................................ 110</p><p>A União Europeia .........................................................112</p><p>As potências regionais ..........................................114</p><p>Informe: O crescimento dos</p><p>emergentes .................................................................116</p><p>Mundo Hoje: Brics: conquistas</p><p>e fracassos no grupo dos</p><p>emergentes .................................................................117</p><p>Atividades .................................................................118</p><p>Em análise: Interpretando o comércio</p><p>internacional por meio de gráficos .............................................120</p><p>Síntese da Unidade ...................................................................................122</p><p>Vestibular e Enem .......................................................................................123</p><p>Geografia e Matemática: Desigualdades</p><p>sociais nos Brics ...............................................................................................126</p><p>Manifestação por medidas de</p><p>controle das mudanças climáticas,</p><p>em Le Bourget, França. Foto de 2015.</p><p>Ja</p><p>ck</p><p>y</p><p>N</p><p>ae</p><p>ge</p><p>le</p><p>n/</p><p>R</p><p>eu</p><p>te</p><p>rs</p><p>/L</p><p>at</p><p>in</p><p>st</p><p>oc</p><p>k</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_INICIAIS_006a009_SUMARIO.indd 7 04/06/16 17:36</p><p>Sumário</p><p>8</p><p>Sumário</p><p>Unidade 3  O espaço político:</p><p>focos de tensão 128</p><p>Capítulo 9 Europa ......................................................................................130</p><p>O novo papel internacional da</p><p>Alemanha ......................................................................131</p><p>Disputa por hegemonia no Leste</p><p>Europeu ...........................................................................132</p><p>A imigração e os conflitos</p><p>étnicos .............................................................................133</p><p>Atentados terroristas na Europa ................. 135</p><p>Mundo Hoje: As raízes do conflito</p><p>na Ucrânia ....................................................................136</p><p>Informe: Crise dos refugiados</p><p>testa a União Europeia ...................................137</p><p>Atividades .................................................................138</p><p>Capítulo 10 África ..........................................................................................140</p><p>A África e a globalização .....................................141</p><p>Os conflitos no continente africano ....... 142</p><p>O papel da China na África ..............................146</p><p>Mundo Hoje: Em Ruanda, mulheres</p><p>são maioria no Parlamento .......................148</p><p>Informe: A educação tradicional</p><p>na África ........................................................................149</p><p>Atividades .................................................................150</p><p>Capítulo 11 América Latina ...........................................................152</p><p>Nacionalismo na América Latina .............. 153</p><p>México: economia e sociedade ...................154</p><p>Os focos de tensão na</p><p>América Latina hoje ........................................156</p><p>Informe: América Latina e a</p><p>colonialidade do poder ..................................159</p><p>Atividades .................................................................160</p><p>Capítulo 12 Ásia ............................................................................................... 162</p><p>O Oriente Médio ........................................................... 163</p><p>Conflitos árabe-israelenses.............................. 165</p><p>Israelenses e palestinos:</p><p>uma relação conflituosa ..............................166</p><p>Índia: país emergente ............................................ 167</p><p>Índia: situação geopolítica ............................... 167</p><p>O Sudeste Asiático e os novos Tigres ....168</p><p>Informe: O terror ................................................169</p><p>Atividades .................................................................170</p><p>Em análise: Construir e interpretar</p><p>mapas de síntese ............................................................................................172</p><p>Síntese da Unidade ...................................................................................174</p><p>Vestibular e Enem .......................................................................................175</p><p>Geografia e Sociologia: As mulheres</p><p>não são homens ................................................................................................179</p><p>Projeto Dôssie “Disputas territoriais no século XXI” ....180</p><p>Mulheres palestinas diante do muro</p><p>entre Cisjordânia e Israel. Foto de 2015.</p><p>M</p><p>us</p><p>a</p><p>A</p><p>l-S</p><p>ha</p><p>er</p><p>/A</p><p>FP</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_INICIAIS_006a009_SUMARIO.indd 8 04/06/16 17:23</p><p>9</p><p>Capítulo 16 Geopolítica da produção ........................218</p><p>A indústria de armamentos ............................. 219</p><p>O poder nuclear: produção de</p><p>energia e armamentos ..................................220</p><p>A geopolítica do conhecimento: a</p><p>produção de ciência e tecnologia ..... 222</p><p>Informe: Patentes: para que</p><p>servem? A quem servem? ............................224</p><p>Mundo Hoje: Kim Jong-un justifica</p><p>teste nuclear norte-coreano .....................225</p><p>Atividades .................................................................226</p><p>Em análise: Construindo mapa geopolítico:</p><p>O mundo visto por... ....................................................................................228</p><p>Síntese da Unidade ...................................................................................230</p><p>Vestibular e Enem .......................................................................................231</p><p>Geografia e Física: Energia fotovoltaica .............................236</p><p>Referências bibliográficas ........................................................................238</p><p>Siglas dos exames e das universidades ................................240</p><p>Criação de gado de corte em Xexéu (PE). Foto de 2015.</p><p>Central de geração fotovoltaica, em Lianyungang, China.</p><p>Foto de 2016.</p><p>Unidade 4  Os desafios geopolíticos</p><p>do século XXI 182</p><p>Capítulo 13 Geopolítica dos recursos</p><p>naturais ...................................................................................184</p><p>A disputa pela água e os conflitos ...........185</p><p>Geopolítica dos recursos minerais</p><p>e energéticos ........................................................... 187</p><p>As fontes alternativas de energia ..................189</p><p>A biomassa e a produção energética ........ 190</p><p>Informe: Os senhores da água ..............192</p><p>Mundo Hoje: Geopolítica</p><p>e ecologia dos mares fechados .............193</p><p>Atividades .................................................................194</p><p>Capítulo 14 Geopolítica do petróleo ............................196</p><p>A disputa mundial pelo petróleo ............... 197</p><p>A organização da Opep e os choques</p><p>do petróleo ......................................................................... 198</p><p>Ações militares motivadas pelo</p><p>interesse por petróleo ..................................200</p><p>Mundo Hoje: Nova guerra fria</p><p>começa a despontar no Ártico................202</p><p>Informe: Cartas da zona de guerra ..203</p><p>Atividades .................................................................204</p><p>Capítulo 15 Geopolítica dos alimentos .................206</p><p>Soberania e segurança militar ......................207</p><p>Infográfico: Demandas globais,</p><p>impactos locais .......................................................208</p><p>O comércio mundial de alimentos ..........210</p><p>O papel das empresas globais .......................211</p><p>Presença Indígena: A casa</p><p>de Maní ...........................................................................212</p><p>O uso geopolítico dos alimentos</p><p>e a fome ........................................................................ 214</p><p>Mundo Hoje: Segurança alimentar</p><p>urbana .............................................................................215</p><p>Atividades .................................................................216</p><p>VC</p><p>G</p><p>/G</p><p>et</p><p>ty</p><p>Im</p><p>ag</p><p>es</p><p>L</p><p>eo</p><p>C</p><p>al</p><p>da</p><p>s/</p><p>Pu</p><p>ls</p><p>ar</p><p>Im</p><p>ag</p><p>en</p><p>s</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_INICIAIS_006a009_SUMARIO.indd 9 04/06/16 17:23</p><p>10</p><p>unidade</p><p>1 a produção</p><p>do espaço</p><p>político</p><p>A história da humanidade é marcada por</p><p>conflitos. Mas foi somente a partir de 1815,</p><p>com o Congresso de Viena, que as nações</p><p>buscaram constituir fóruns multilaterais para</p><p>estabelecer acordos de paz e discutir a ordem</p><p>internacional do pós-guerra.</p><p>Foi, sobretudo, a partir do século XIX que</p><p>os conhecimentos acerca dos territórios e de</p><p>seus recursos naturais passaram a legitimar</p><p>a ação dos Estados. Conhecer os fatores</p><p>econômicos, demográficos e territoriais que</p><p>podem influenciar a política e as relações</p><p>internacionais tornou-se cada vez mais</p><p>importante. Assim, a geopolítica constituiu-se</p><p>como um campo de estudos e práticas úteis</p><p>aos Estados nacionais no estabelecimento</p><p>de seus interesses territoriais e estratégias</p><p>diplomáticas ou de guerra.</p><p>O século XX, com duas guerras mundiais e</p><p>a Guerra Fria, mostrou que o caminho para o</p><p>consenso geopolítico é difícil e que as soluções</p><p>encontradas em longas negociações podem</p><p>não agradar a todos os países envolvidos.</p><p>Questões para refletir</p><p>1. Cite dois conflitos motivados pelo nacionalismo.</p><p>2. Nos dias atuais, como os países debatem e</p><p>solucionam questões internacionais?</p><p>nesta unidade</p><p>1 territórios e</p><p>fronteiras</p><p>2 as grandes</p><p>guerras e a</p><p>reordenação do</p><p>espaço mundial</p><p>3 a geopolítica</p><p>no pós-guerra</p><p>4 a geopolítica</p><p>no Brasil</p><p>Imagem da página ao lado:</p><p>Manifestantes ucranianos, carregando</p><p>a bandeira nacional, protestam contra a</p><p>anexação da Crimeia pela Rússia, na cidade</p><p>de Odessa, Ucrânia. Foto de 2014.</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C01_010a015.indd 10 02/06/16 14:07</p><p>S</p><p>er</p><p>g</p><p>ei</p><p>P</p><p>o</p><p>lia</p><p>ko</p><p>v/</p><p>A</p><p>P</p><p>/G</p><p>lo</p><p>w</p><p>Im</p><p>ag</p><p>es</p><p>11</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C01_010a015.indd 11 02/06/16 14:07</p><p>capítulo</p><p>Não escreva no livro.</p><p>1</p><p>O mapa-múndi mostra os vários países do mundo. As linhas que delimitam esses países</p><p>são as fronteiras. Elas dão aos países a forma representada nos mapas, podendo ser natu-</p><p>rais (uma cordilheira ou um rio, por exemplo) ou artificiais (uma construção humana).</p><p>Embora as fronteiras pareçam elementos fixos, a realidade da divisão política demons-</p><p>tra o contrário. Por serem estáticos, os mapas passam essa falsa impressão de fixidez, mas</p><p>basta nos lembrarmos das guerras para contradizê-la.</p><p>Em geral, após o término dos conflitos, as partes beligerantes negociam um acordo de</p><p>paz. Muitas vezes, impõe-se ao perdedor alguma sanção relativa a seu território, que pode</p><p>ser subdividido ou até perdido em benefício das partes vencedoras. O território do antigo</p><p>Império Austro-Húngaro, por exemplo, foi desmembrado após a Primeira Guerra Mundial</p><p>(1914-1918) em três Estados independentes: a Áustria, a Tchecoslováquia e a Hungria.</p><p>A questão das fronteiras é muito complexa e não se restringe à linha que demarca os</p><p>territórios. Em regiões de fronteira, é comum as línguas, os costumes e até as moedas se</p><p>misturarem. Diversos estados brasileiros apresentam essas regiões fronteiriças em que a</p><p>linha divisória dos países permite o fluxo diário de pessoas, mercadorias e dinheiro (legais</p><p>e ilegais) de um lado para o outro.</p><p>Analise a fotografia e responda.</p><p>1. Classifique como natural ou como artificial o tipo de fronteira mostrado na imagem.</p><p>2. Quais regiões brasileiras fazem fronteira com outros países?</p><p>territórios</p><p>e fronteiras</p><p>o Que você</p><p>vAi estudAr</p><p>Os conceitos</p><p>de fronteira,</p><p>Estado, território</p><p>nacional e nação.</p><p>O papel do</p><p>Estado na</p><p>produção</p><p>do espaço</p><p>geográfico.</p><p>A circulação dos</p><p>grandes capitais.</p><p>As barreiras para</p><p>as migrações</p><p>internacionais.</p><p>Beligerante: que está</p><p>em luta, conflito ou</p><p>guerra.</p><p>No Brasil, as cidades com população superior a 2 mil habitantes, cortadas pela linha de fronteira e que</p><p>apresentam grande potencial de integração econômica e cultural com os países vizinhos, são consideradas</p><p>cidades-gêmeas. Essas cidades exigem atenção especial do poder público por possuir forte interação com os</p><p>países fronteiriços, seja no comércio e nos serviços públicos,</p><p>como os de saúde e educação, seja nos fluxos</p><p>financeiros, de pessoas, mercadorias, etc. Na foto, trecho da fronteira entre Uruguaiana (RS), no Brasil (em</p><p>primeiro plano), e Paso de Los Libres, na Argentina (ao fundo), 2014.</p><p>A</p><p>le</p><p>R</p><p>ua</p><p>ro</p><p>/P</p><p>ul</p><p>sa</p><p>r</p><p>Im</p><p>ag</p><p>en</p><p>s</p><p>12</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C01_010a015.indd 12 02/06/16 09:59</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Fonte de pesquisa: Caldini, Vera Lúcia de Moraes; Ísola, Leda.</p><p>Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 127.</p><p>estado e território nacional</p><p>As fronteiras podem ser internas ou ex-</p><p>ternas. As primeiras subdividem um país</p><p>em subespaços, como os estados brasilei-</p><p>ros. As fronteiras externas são as divisas en-</p><p>tre Estados – entidades soberanas com es-</p><p>trutura e organização política próprias, um</p><p>território e um povo. Constitui o Estado o</p><p>conjunto das instituições nacionais, como</p><p>os três poderes (Executivo, Legislativo e</p><p>Judiciário), as Forças Armadas e os demais</p><p>órgãos que administram uma nação.</p><p>O território nacional é, portanto, a área</p><p>apropriada, controlada e administrada por</p><p>um Estado, na qual este exerce sua sobera-</p><p>nia e à qual se limita o exercício da lei.</p><p>A soberania consiste na liberdade de um</p><p>Estado exercer poder político sobre seu ter-</p><p>ritório, sem intervenção de outros países ou</p><p>grupos. As leis são aplicadas aos indivíduos</p><p>que se encontram nos limites territoriais de</p><p>cada Estado.</p><p>Nação</p><p>A população de um país é constituída</p><p>por diferentes grupos. Quando partilham a</p><p>mesma origem, língua, religião ou cultura,</p><p>esses grupos formam uma nação. Esta, por</p><p>sua vez, submete-se à Constituição, ao go-</p><p>verno e às instituições do país onde se lo-</p><p>caliza. Assim, um mesmo país pode abrigar</p><p>em seu território nações distintas. O Brasil,</p><p>por exemplo, abriga diversas nações indí-</p><p>genas, que, por se localizarem no território</p><p>brasileiro, respondem aos desígnios do Es-</p><p>tado nacional brasileiro.</p><p>Há casos em que o sentimento e a identifi-</p><p>cação nacional ultrapassam a fronteira de um</p><p>país, como é o caso da nação basca.</p><p>Os bascos povoam o extremo norte da Es-</p><p>panha e o sudoeste da França. Mais de 90%</p><p>do território que ocupam está na Espanha (ve-</p><p>ja o mapa). Esse povo possui uma cultura com</p><p>traços próprios. A língua basca, o euskara, que</p><p>não faz parte do grupo de línguas indo-euro-</p><p>peias, é um bom exemplo. Embora estejam</p><p>divididos em dois países, os bascos comparti-</p><p>lham características que os unificam, partilhan-</p><p>do sentimentos de identidade e nacionalidade.</p><p>Existe um movimento separatista que de-</p><p>fende a criação de um Estado basco autôno-</p><p>mo. O principal grupo que luta por essa causa</p><p>é o ETA (Euskadi Ta Askatasuna, que, na lín-</p><p>gua basca, significa “Pátria Basca e Liberdade”),</p><p>que, desde 1959, reivindica a independência</p><p>do território basco. Envolvido em diversos</p><p>atentados violentos ao longo dos anos, o gru-</p><p>po anunciou em 2011 o fim da luta armada.ESPANHA</p><p>FRANÇA</p><p>ESPANHA</p><p>LABOURD</p><p>BAIXA</p><p>NAVARRA</p><p>SOULE</p><p>NAVARRA</p><p>GUIPÚZCOABISCAIA</p><p>ÁLAVA</p><p>Baía de</p><p>Biscaia</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>3°O 0°</p><p>M</p><p>er</p><p>id</p><p>ia</p><p>n</p><p>o</p><p>d</p><p>e</p><p>G</p><p>re</p><p>en</p><p>w</p><p>ic</p><p>h</p><p>43°N</p><p>Rio Arga</p><p>Rio Ebro</p><p>Rio Oloron</p><p>0 75 150 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>ESPANHA</p><p>FRANÇA</p><p>PO</p><p>R</p><p>TU</p><p>G</p><p>A</p><p>L</p><p>Nome da regiãoSOULE</p><p>País Basco – Regiões (2012)</p><p>Executivo: poder</p><p>do Estado com a</p><p>função de executar as</p><p>leis e administrar os</p><p>interesses da sociedade,</p><p>de acordo com a</p><p>legislação do país.</p><p>Judiciário: poder</p><p>do Estado com a</p><p>função de promover a</p><p>justiça, interpretando</p><p>e aplicando as leis de</p><p>modo a garantir os</p><p>direitos de todos</p><p>os cidadãos.</p><p>Legislativo: poder</p><p>estatal responsável</p><p>pela elaboração de</p><p>leis e normas que</p><p>regem a sociedade.</p><p>No Brasil, está a</p><p>cargo do Congresso</p><p>Nacional (Câmara</p><p>dos Deputados e</p><p>Senado Federal),</p><p>das Assembleias</p><p>Legislativas estaduais</p><p>e das Câmaras</p><p>Municipais.</p><p>Mapas e História:</p><p>construindo imagens</p><p>do passado, de</p><p>Jeremy Black.</p><p>Florianópolis: Edusc,</p><p>2005.</p><p>O livro é uma</p><p>importante referência</p><p>nos estudos</p><p>de história da</p><p>cartografia. O autor</p><p>mostra como as</p><p>fronteiras foram se</p><p>modificando ao longo</p><p>do tempo.</p><p>leia</p><p>Um time, uma nação, duas seleções nacionais</p><p>Bixente Lizarazu, o primeiro basco de origem francesa a jo-</p><p>gar pelo Athletic Bilbao, foi campeão do mundo de futebol em</p><p>1998 na seleção francesa. Em 2010, o jogador basco Fernando</p><p>Llorente conquistou o campeonato mundial de futebol na sele-</p><p>ção da Espanha.</p><p>O Athletic Bilbao, tradicional clube de futebol da cidade de</p><p>Bilbao (província de Biscaia), não aceita em sua equipe jogado-</p><p>res que não sejam bascos. O time conta apenas com jogadores</p><p>franceses e espanhóis nascidos dentro dos limites do País Basco.</p><p>Mas, se um jogador basco se destacar, ele pode jogar pela sele-</p><p>ção espanhola ou francesa, dado que o País Basco, embora tenha</p><p>um povo, não é uma nação soberana e autônoma.</p><p>sAiBA mAis</p><p>Jogadores do Bilbao durante jogo contra o Granada.</p><p>Bilbao, Espanha. Foto de 2016.</p><p>Ju</p><p>an</p><p>M</p><p>an</p><p>ue</p><p>l S</p><p>er</p><p>ra</p><p>no</p><p>A</p><p>rc</p><p>e/</p><p>G</p><p>et</p><p>ty</p><p>Im</p><p>ag</p><p>es</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>13</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C01_010a015.indd 13 02/06/16 09:59</p><p>c</p><p>ap</p><p>ít</p><p>ul</p><p>o</p><p>1</p><p>–</p><p>te</p><p>rr</p><p>it</p><p>ór</p><p>io</p><p>s</p><p>e</p><p>fr</p><p>on</p><p>te</p><p>ir</p><p>as</p><p>Não escreva no livro.</p><p>o papel do estado na produção do espaço geográfico</p><p>O espaço geográfico é produzido por toda a socieda-</p><p>de. São agentes da produção do espaço tanto os indiví-</p><p>duos, as organizações e as empresas como os organis-</p><p>mos do Estado. É este o responsável pela formulação</p><p>e fiscalização das normas que orientam o processo de</p><p>produção do espaço geográfico.</p><p>Atualmente, as grandes empresas desempenham um</p><p>papel significativo na produção do espaço. E essas em-</p><p>presas adquiriram tanta importância política que os</p><p>Estados organizam o território de modo a criar as me-</p><p>lhores condições para que elas se instalem. Assim, a efe-</p><p>tivação de grandes projetos de infraestrutura responde,</p><p>em grande parte, aos interesses das grandes corporações</p><p>econômicas, nacionais ou transnacionais.</p><p>planejamento estratégico</p><p>Uma das principais formas de atuação estatal é o pla-</p><p>nejamento estratégico. Ele engloba todas as ações que</p><p>um Estado desenvolve, desde as diretrizes educacionais</p><p>até a planificação da economia nacional. Esta, aliás,</p><p>tem sido o principal objeto de planejamento, visto que</p><p>o avanço dos outros setores depende do sucesso econô-</p><p>mico de um país.</p><p>Os órgãos de planejamento, em grande parte, estão</p><p>associados às áreas de produção, defesa, ciência, tecno-</p><p>logia, bem-estar social, educação e outras esferas consi-</p><p>deradas estratégicas para a nação.</p><p>planejamento urbano</p><p>No início do século XXI, a população urbana ultra-</p><p>passou a população rural. Como as áreas urbanas con-</p><p>centram grande número de pessoas, surge a necessidade de</p><p>estruturar o território para abrigar todos os seus habitantes.</p><p>Em muitas situações, o Estado não consegue prover os es-</p><p>paços urbanos de infraestrutura necessária e adequada para</p><p>que a população tenha boa qualidade de vida.</p><p>Em grandes áreas urbanas, serviços essenciais, co-</p><p>mo saneamento, educação, saúde, transporte e habita-</p><p>ção necessitam de planeja mento do Estado. Nas últimas</p><p>décadas, o planejamento também se tornou fundamen-</p><p>tal para a questão da mobilidade urbana, visto que é ne-</p><p>cessário oferecer melhores condições de deslocamento da</p><p>população para o trabalho, o lazer, etc.</p><p>Os Jogos Paraolímpicos de 2016</p><p>Em 2012, Leonardo Gryner, diretor-geral do comitê</p><p>organizador das Olímpiadas 2016 no Rio de Janeiro,</p><p>afirmou: “Nós vamos fazer do Rio uma cidade muito</p><p>acessível [...]. Todas as sedes serão acessíveis para de-</p><p>ficientes, assim como o transporte público e as princi-</p><p>pais ruas da cidade”. (Disponível em: <http://www1.</p><p>folha.uol.com.br/esporte/2012/09/1150314-brasil-</p><p>-promete-acessibilidade-no-rio-na-paraolimpiada-16.</p><p>shtml>. Acesso em: 28 jan. 2016). Para isso, foi neces-</p><p>sário aumentar os investimentos em acessibilidade.</p><p>1. Em grupos, pesquisem quais foram as principais necessidades de acessibilidade para a Paraolimpíada de 2016.</p><p>2. Pesquisem também as condições de acessibilidade na cidade onde vocês vivem e façam um pequeno</p><p>planeja-</p><p>mento propondo ações de melhoria.</p><p>Ação e cidAdANiA</p><p>Arquitetura e planejamento urbano</p><p>O Estado pode ter papel decisivo na produção do</p><p>espaço, como no caso das cidades planejadas. Na</p><p>fotografia abaixo, vemos um dos aspectos de Brasí-</p><p>lia, um ícone do planejamento e da arquitetura no</p><p>Brasil. Em muitas cidades planejadas brasileiras, o</p><p>processo de urbanização foi tão intenso que não se-</p><p>guiu o planejamento urbano proposto originalmen-</p><p>te. O resultado foi o surgimento de muitos bairros</p><p>periféricos sem infraestrutura urbana.</p><p>1. Pesquise outras cidades planejadas no país e</p><p>analise suas características urbanísticas. Em</p><p>sua pesquisa, avalie também o modo como essas</p><p>cidades se desenvolveram ao longo do tempo.</p><p>geogrAfiA e ArQuiteturA</p><p>Vista do eixo monumental, em Brasília (DF). Foto de 2015.</p><p>Th</p><p>om</p><p>as</p><p>K</p><p>oe</p><p>hl</p><p>er</p><p>/P</p><p>ho</p><p>to</p><p>th</p><p>ek</p><p>/G</p><p>et</p><p>ty</p><p>Im</p><p>ag</p><p>es</p><p>14</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C01_010a015.indd 14 02/06/16 09:59</p><p>Não escreva no livro.</p><p>desenvolvimento regional</p><p>Todos os países convivem ou conviveram com desigualdades regionais. No caso do Brasil, essa</p><p>questão é antiga e tem suas raízes na formação territorial do país, cuja origem como colônia de ex-</p><p>ploração não estabeleceu uma unidade de objetivos, interesses e ações comuns em todo o território.</p><p>Com o objetivo de estimular o desenvolvimento de áreas historicamente desfavorecidas, o Es-</p><p>tado brasileiro formula políticas que buscam equilibrar o desenvolvimento em diferentes áreas</p><p>nas esferas federal, regional, estadual ou municipal. Assim, visa estimular as atividades econô-</p><p>micas locais e a integração do território, além de garantir a disponibilidade de trabalho, renda e</p><p>serviços de educação, saneamento básico e assistência médica, entre outros, a toda população.</p><p>A importância dos recursos naturais</p><p>Os recursos naturais são fatores extremamente importantes na definição de um projeto de</p><p>desenvolvimento regional. Muitos países organizam sua política territorial tendo os recursos na-</p><p>turais como objeto principal. No caso do Brasil, a importância dessa questão pode ser percebida</p><p>pelas constantes discussões sobre a biodiversidade da Amazônia e sobre o potencial das reservas</p><p>de água doce que o país possui.</p><p>A defesa e a conquista de territórios ricos em recursos naturais foram, e muitas vezes ainda</p><p>são, motivos de disputa e conflito entre países. No século XIX, por exemplo, os Estados Unidos</p><p>guerrearam com o México e, ao final do conflito, anexaram a seu território áreas ricas em mine-</p><p>rais preciosos, como o estado da Califórnia.</p><p>organização espacial da indústria</p><p>A distribuição das indústrias pelo território também está relacionada à ação do Estado. O</p><p>exemplo dos Estados Unidos pode ajudar a compreender isso.</p><p>Na região nordeste estadunidense ocorre a industrialização mais tradicional. Em 1900, boa</p><p>parte da produção industrial do país estava concentrada ali. Alguns fatores facilitaram a implan-</p><p>tação da indústria naquela região: existiam muitos recursos minerais, com destaque para as ja-</p><p>zidas de minério de ferro e de carvão, que se situavam, respectivamente, próximo aos Grandes</p><p>Lagos e aos montes Apalaches.</p><p>Ao redor dessa região, constituiu-se o chamado Manufacturing Belt (Cinturão Fabril), área de</p><p>tradicional produção industrial.</p><p>Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o governo dos Estados Unidos implantou uma</p><p>política territorial que privilegiava a expansão da indústria para o sul do país, criando-se o chama-</p><p>do Sun Belt (Cinturão do Sol).</p><p>Outros fatores contribuíram para essa expansão, como a exploração das reservas de petróleo</p><p>no centro-sul, por exemplo, no estado do Texas, e a presença de prestigiadas universidades na</p><p>Califórnia, como as de Stanford e Berkeley.</p><p>A partir da década de</p><p>1960, o crescimento</p><p>demográfico do Sun</p><p>Belt tornou-se mais</p><p>intenso. Na região,</p><p>desenvolveram-se</p><p>indústrias dos setores</p><p>siderúrgico,</p><p>petroquímico,</p><p>aeronáutico e</p><p>aeroespacial, entre</p><p>outras que empregam</p><p>alta tecnologia.</p><p>Foto de indústria</p><p>aeronáutica no Texas,</p><p>Estados Unidos,</p><p>em 2016.</p><p>Territórios</p><p>alternativos,</p><p>do geógrafo</p><p>Rogério</p><p>Haesbaert.</p><p>São Paulo:</p><p>Contexto, 2006.</p><p>A obra propõe</p><p>um debate</p><p>transdisciplinar</p><p>acerca do</p><p>território e</p><p>discute outros</p><p>conceitos da</p><p>Geografia sob</p><p>uma perspectiva</p><p>atual.</p><p>leia</p><p>Lu</p><p>ke</p><p>S</p><p>ha</p><p>rr</p><p>et</p><p>t/</p><p>B</p><p>lo</p><p>om</p><p>be</p><p>rg</p><p>/G</p><p>et</p><p>ty</p><p>Im</p><p>ag</p><p>es</p><p>15</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C01_010a015.indd 15 02/06/16 09:59</p><p>C</p><p>ap</p><p>ít</p><p>ul</p><p>o</p><p>1</p><p>–</p><p>Te</p><p>rr</p><p>it</p><p>ór</p><p>io</p><p>s</p><p>e</p><p>fr</p><p>on</p><p>te</p><p>ir</p><p>as</p><p>Não escreva no livro.</p><p>CHINA</p><p>BRASIL</p><p>ESTADOS</p><p>UNIDOS</p><p>CANADÁ IRLANDA</p><p>RÚSSIA</p><p>COREIA</p><p>DO SUL</p><p>JAPÃO</p><p>FILIPINAS</p><p>TAIWAN</p><p>Hong Kong (CHN)</p><p>AUSTRÁLIA</p><p>CINGAPURA</p><p>ÍNDIA</p><p>TAILÂNDIA</p><p>CASAQUISTÃO</p><p>ISRAEL</p><p>TURQUIAITÁLIA</p><p>ESPANHA</p><p>CHILE</p><p>COLÔMBIA</p><p>MÉXICO</p><p>Paraísos</p><p>�scais</p><p>do Caribe</p><p>Exportadores</p><p>de petróleo*</p><p>Resto do</p><p>mundo</p><p>PERU</p><p>REINO</p><p>UNIDO</p><p>DINAMARCA</p><p>POLÔNIA</p><p>ALEMANHA</p><p>LUXEMBURGO</p><p>NORUEGA</p><p>SUÉCIA</p><p>SUÍÇA</p><p>PAÍSES</p><p>BAIXOS</p><p>FRANÇA</p><p>BÉLGICA</p><p>VIETNÃ</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>Trópico de Capricórnio</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>ÍNDICO</p><p>OCEANO GLACIAL ÁRTICO</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>Trópico de Câncer</p><p>Trópico de Capricórnio</p><p>Equador</p><p>M</p><p>er</p><p>id</p><p>ia</p><p>no</p><p>d</p><p>e</p><p>G</p><p>re</p><p>en</p><p>w</p><p>ic</p><p>h</p><p>0º</p><p>0º</p><p>1400</p><p>1200</p><p>1000</p><p>800</p><p>600</p><p>400</p><p>200</p><p>0</p><p>Em bilhões</p><p>de dólares</p><p>0 3 040 6 080 km</p><p>Fonte de pesquisa: U. S.</p><p>Department of the</p><p>Treasury. Disponível em:</p><p><http://ticdata.treasury.</p><p>gov/Publish/mfh.txt>.</p><p>Acesso em: 8 jan. 2015.</p><p>* Inclui: Equador,</p><p>Venezuela, Indonésia,</p><p>Barein, Irã, Iraque,</p><p>Kuwait, Omã, Catar,</p><p>Arábia Saudita, Emirados</p><p>Árabes Unidos, Argélia,</p><p>Gabão, Líbia e Nigéria.</p><p>O mundo sem fronteiras do capital transnacional</p><p>A partir dos anos 1990, houve uma grande flexibilização do controle dos Estados perante as</p><p>aplicações financeiras mundiais. Tal flexibilização fazia parte do processo de globalização e faci-</p><p>litou a circulação de capitais por um mundo praticamente sem fronteiras. No entanto, essa des-</p><p>regulamentação gerou crises econômicas graves devido à falta de controle da entrada e saída dos</p><p>capitais, o que prejudicou as economias nacionais.</p><p>Quando há pouca regulamentação para o fluxo de capitais, estes podem se deslocar de um</p><p>país a outro com grande facilidade. Além disso, o avanço das telecomunicações tornou pratica-</p><p>mente instantâneo o movimento de retirada de capitais investidos no mercado de um país e de</p><p>entrada desses capitais no mercado de outro país. Os países emergentes, como Brasil, Rússia,</p><p>China e Índia, são bastante procurados para esse tipo de aplicação financeira.</p><p>Os investimentos de curtíssimo prazo são chamados de capitais especulativos ou voláteis e</p><p>circulam mais rapidamente que os capitais investidos no setor produtivo. Esses capitais transi-</p><p>tam diariamente, em grande volume, pelas bolsas de valores do mundo visando encontrar me-</p><p>lhor rentabilidade.</p><p>As economias menores e menos estáveis são mais vulneráveis a esse tipo de investimento. De</p><p>um dia para outro, um país pode ter uma saída de capital tão forte que pode abalar sua economia.</p><p>As reservas econômicas</p><p>A vitalidade econômica de um país depende em parte do capital que ele mantém à sua dispo-</p><p>sição para usar em situações de necessidade. São as chamadas reservas monetárias e cambiais,</p><p>cuja manutenção é gerenciada pelo banco central do país.</p><p>Os governos não mantêm o dinheiro em moeda corrente guardado em uma caixa-forte.</p><p>Ao contrário, procuram seguir a lógica dos grandes investidores e diversificam suas aplicações,</p><p>investindo em títulos da dívida de diversos países (desenvolvidos e emergentes); em ações de</p><p>grandes empresas transnacionais, adquirindo parcelas de seus capitais; em ouro e moedas for-</p><p>tes, como o dólar e o euro.</p><p>Com isso, muitas vezes, países de economia mais forte detêm boa parte dos títulos da dívida</p><p>pública de outras nações. Dessa maneira, passam a se interessar diretamente pela condução da</p><p>política econômica e pelos rumos de sua economia. Além disso, os países que vendem os títulos</p><p>necessitam desse capital para garantir a saúde de sua economia.</p><p>É o caso da China, que investiu</p><p>grande parte de suas reservas em papéis dos Estados Unidos</p><p>e de países europeus. Esses investimentos evitaram que as crises que atingiram tanto os Estados</p><p>Unidos como a Europa a partir de 2008 se tornassem ainda mais graves.</p><p>Mundo – Detentores dos títulos do tesouro americano (outubro de 2015)</p><p>Dívida pública:</p><p>dinheiro que os</p><p>governos tomam</p><p>emprestado de</p><p>entidades e da</p><p>sociedade para</p><p>financiar gastos</p><p>que não são</p><p>cobertos com a</p><p>arrecadação de</p><p>impostos, para</p><p>captar divisas</p><p>no exterior e</p><p>para equilibrar</p><p>a gestão</p><p>financeira.</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>16</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C01_016a021.indd 16 04/06/16 11:28</p><p>Não escreva no livro.</p><p>40ºL0º</p><p>40ºN</p><p>55ºN</p><p>M</p><p>er</p><p>id</p><p>ia</p><p>no</p><p>d</p><p>e</p><p>G</p><p>re</p><p>en</p><p>w</p><p>ic</p><p>h</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>Mar Negro</p><p>Mar Mediterrâneo</p><p>Mar Cáspio</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>M</p><p>ar</p><p>B</p><p>ál</p><p>tic</p><p>o</p><p>Mar do</p><p>Norte</p><p>OCEANO</p><p>GLACIAL ÁRTICO</p><p>ISLÂNDIA</p><p>FINLÂNDIA</p><p>NORUEGA</p><p>DINAMARCA</p><p>SUÉCIA</p><p>UCRÂNIA</p><p>MOLDÁVIA</p><p>ROMÊNIA</p><p>SÉRVIA</p><p>BULGÁRIA</p><p>MACEDÔNIA</p><p>ALBÂNIA</p><p>MONTENEGRO</p><p>GRÉCIA</p><p>IRLANDA</p><p>FRANÇA</p><p>ITÁLIA BÓSNIA-</p><p>-HERZEGOVINA</p><p>CROÁCIA</p><p>REINO</p><p>UNIDO</p><p>PAÍSES</p><p>BAIXOS</p><p>ESPANHA</p><p>ESLOVÊNIA</p><p>PORTUGAL</p><p>ALEMANHA</p><p>ÁUSTRIA</p><p>ESLOVÁQUIA</p><p>BÉLGICA</p><p>LUXEMBURGO</p><p>REP.</p><p>TCHECA</p><p>HUNGRIA</p><p>TURQUIA</p><p>SÍRIA</p><p>LÍBANO</p><p>IRAQUECHIPRE</p><p>ISRAEL JORDÂNIA</p><p>ARÁBIA SAUDITA</p><p>IRÃ</p><p>EGITO</p><p>TUNÍSIA</p><p>LÍBIA</p><p>ARGÉLIA</p><p>MARROCOS</p><p>SUÍÇA</p><p>CASAQUISTÃO</p><p>AZERBAIJÃO</p><p>ARMÊNIA</p><p>GEÓRGIA</p><p>RÚSSIAESTÔNIA</p><p>LETÔNIA</p><p>LITUÂNIA</p><p>BELARUS</p><p>POLÔNIA</p><p>construiu barreiras</p><p>não construiu barreiras</p><p>instaladas ou em construção</p><p>planejadas</p><p>construiu barreiras</p><p>País</p><p>Espaço Schengen</p><p>Fronteira com cercas</p><p>não construiu barreiras</p><p>Fronteiras internacionais parcial</p><p>ou totalmente bloqueadas por</p><p>muros ou cercas</p><p>0 440 880 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>Fonte de pesquisa:</p><p>The Economist, 7 jan.</p><p>2016. Disponível</p><p>em: <http://www.</p><p>economist.com/blogs/</p><p>graphicdetail/2016/01/</p><p>daily-chart-5>. Acesso</p><p>em: 11 jan. 2016.</p><p>O mundo com fronteiras do trabalho: as migrações</p><p>internacionais</p><p>Ao contrário da quebra de fronteiras no mercado finan-</p><p>ceiro mundial que permite a livre circulação do capital, os</p><p>fluxos migratórios populacionais são repletos de barreiras.</p><p>A maior parte das migrações ocorre por questões eco-</p><p>nômicas, e a pobreza é um dos principais fatores que le-</p><p>vam uma pessoa ou um grupo a se deslocar de um país</p><p>para outro. Em geral, os países que atraem migrantes têm</p><p>economia mais desenvolvida e oferecem mais oportuni-</p><p>dades de emprego e melhores condições de trabalho.</p><p>As populações também tendem a se afastar dos locais</p><p>de crise, como os países em guerra, dos locais afetados</p><p>por desastres naturais ou onde ocorre perseguição a de-</p><p>terminados grupos étnicos, religiosos ou sociais.</p><p>Alguns países, como os Estados Unidos e vários países</p><p>europeus, criaram leis e barreiras para evitar a entrada de</p><p>imigrantes porque se tornaram destino de grandes movi-</p><p>mentos migratórios. Muitos deles utilizam sistemas de vi-</p><p>gilância, empregam forte aparato policial e constroem mu-</p><p>ros e cercas em suas fronteiras.</p><p>Na fronteira entre o México e os Estados Unidos, há</p><p>um grande muro que divide os dois países. Existem pro-</p><p>jetos que visam aumentá-lo e controlar de maneira mais</p><p>eficaz a entrada de imigrantes ilegais.</p><p>Na Europa, a região do estreito de Gibraltar e o lito-</p><p>ral dos países banhados pelo mar Mediterrâneo são as</p><p>áreas de maior fluxo de pessoas. Nelas, os países utili-</p><p>zam um forte aparato policial para evitar a entrada de</p><p>imigrantes ilegais.</p><p>O governo grego, por exemplo, instalou cercas de</p><p>arame farpado na fronteira com a Turquia, além de câ-</p><p>meras de vigilância, para coibir a entrada de imigrantes</p><p>ilegais vindos do Oriente Médio e da África.</p><p>A Hungria construiu cercas na fronteira com a Sérvia</p><p>com o mesmo objetivo de impedir o afluxo de imigran-</p><p>tes ilegais, especialmente aqueles originários do conflito</p><p>na Síria que, entre 2011 e 2015, fez milhares de vítimas</p><p>e milhões de refugiados.</p><p>A partir da crise mundial deflagrada em 2008, mui-</p><p>tos migrantes retornaram ao país de origem. Em outros</p><p>casos, países emergentes, como Brasil, China e Índia,</p><p>tornaram-se destinos de migração.</p><p>No Brasil, a vinda de imigrantes haitianos e bolivia-</p><p>nos ilegais tem sido uma preocupação para as autorida-</p><p>des, pois essas pessoas, em muitos casos, são emprega-</p><p>das na economia local em condições precárias, muitas</p><p>vezes análogas à escravidão.</p><p>Muros e cercas fronteiriças (2016)</p><p>Planeta favela,</p><p>de Mike Davis.</p><p>São Paulo:</p><p>Boitempo,</p><p>2006.</p><p>O livro mostra</p><p>o avanço do</p><p>processo de</p><p>pauperização</p><p>da população</p><p>mundial</p><p>paralelamente</p><p>ao avanço do</p><p>neoliberalismo.</p><p>Leia</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>17</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C01_016a021.indd 17 04/06/16 12:06</p><p>Informe</p><p>Não escreva no livro.</p><p>O solo, a sociedade e o Estado</p><p>Como o Estado não é concebível sem território e</p><p>sem fronteiras, constitui-se bastante rapidamente</p><p>uma geo grafia política, e ainda que nas ciências políti-</p><p>cas em geral se tenha perdido de vista com frequência</p><p>a importância do fator espacial, da situação, etc., con-</p><p>sidera-se entretanto como fora de dúvida que o Es-</p><p>tado não pode existir sem um solo. Abstraí-lo numa</p><p>teoria do Estado é uma tentativa vã que nunca pô-</p><p>de ter êxito senão de modo passageiro. Pelo contrário,</p><p>tem havido muitas teo rias da sociedade que permane-</p><p>ceram completamente alheias a quaisquer considera-</p><p>ções geográficas; estas têm mesmo tão pouco lugar na</p><p>sociologia moderna que é inteiramente excepcional se en-</p><p>contrar uma obra em que elas desempenham algum papel.</p><p>A maior parte dos sociólogos estuda o homem como</p><p>se ele se tivesse formado no ar, sem laços com a terra.</p><p>O erro dessa concepção salta aos olhos, é verdade, no que</p><p>concerne às formas inferiores da sociedade, porque sua</p><p>extrema simplicidade faz com que sejam semelhantes às</p><p>formas mais elementares do Estado. Mas então, se os ti-</p><p>pos mais simples de Estado são irrepresentáveis sem um</p><p>solo que lhes pertença, assim também deve ser com os</p><p>tipos mais simples da sociedade; a conclusão se impõe.</p><p>Num e noutro caso, a dependência em relação ao solo é</p><p>um efeito de causas de todo gênero que ligam o homem</p><p>à terra. Sem dúvida, o papel do solo aparece com mais</p><p>evidência na história dos Estados que na história das so-</p><p>ciedades, e isso seria devido aos espaços mais considerá-</p><p>veis de que o Estado tem necessidade. As leis da evolução</p><p>geográfica são menos fáceis de se perceber no desen-</p><p>volvimento da família e da sociedade que no desenvol-</p><p>vimento do Estado; e o são justamente porque aquelas</p><p>estão mais profundamente enraizadas ao solo e mudam</p><p>menos facilmente do que este. É mesmo um dos fatos</p><p>mais consideráveis da história a força com a qual a socie-</p><p>dade permanece fixada ao solo, mesmo quando o Estado</p><p>dele se destacou. Quando o Estado romano morre, o po-</p><p>vo romano lhe sobrevive sob a forma de grupos sociais de</p><p>todo tipo e é pelo intermédio desses grupos que se trans-</p><p>mitiu à posteridade uma multiplicidade de propriedades</p><p>que o povo havia adquirido no Estado e pelo Estado.</p><p>Assim, quer seja o homem considerado isoladamen-</p><p>te ou em grupo (família, tribo ou Estado), por toda</p><p>parte em que se observar se encontrará algum pedaço</p><p>de terra que pertence ou à sua pessoa ou ao grupo de que</p><p>ele faz parte. No que diz respeito ao Estado, a geografia</p><p>política após longo tempo se habituou a levar em consi-</p><p>deração a dimensão do território ao lado da cifra da po-</p><p>pulação. Mesmo os grupos, como as tribos, a família, a</p><p>comuna, que não são unidades políticas autônomas, so-</p><p>mente são possíveis sobre um solo, e seu desenvolvi-</p><p>mento não pode ser compreendido senão com respeito a</p><p>esse solo; assim como o progresso do Estado é ininteligí-</p><p>vel se não estiver relacionado com o progresso do domí-</p><p>nio político. Em todos esses casos, estamos na presença</p><p>de organismos que entram em intercâmbio mais ou me-</p><p>nos durável com a terra, no curso do qual se troca entre</p><p>eles e a terra todo gênero de ações e de reações. E quem</p><p>venha a supor que, num povo em vias de crescimento, a</p><p>importância do solo não seja tão evidente, que observe</p><p>esse povo no momento da decadência e da dissolução!</p><p>Não se pode entender nada a respeito do que então ocor-</p><p>re se não for considerado o solo. Um povo regride quan-</p><p>do perde território. Ele pode contar com menos cidadãos</p><p>e conservar ainda muito solidamente o território onde</p><p>se encontram as fontes de sua vida. Mas se seu território</p><p>se reduz, é, de uma maneira geral, o começo do fim.</p><p>Friedrich Ratzel (1844 ‑1904)</p><p>foi um importante geó grafo</p><p>alemão. Ele viveu o momento</p><p>da constituição do Estado</p><p>nacional alemão, e sua obra</p><p>está marca da por um projeto</p><p>estatal que defende a relação</p><p>fun damental entre o povo, o</p><p>Estado e seu território.</p><p>Foto de c. 1900.</p><p>Ratzel, Friedrich. Revista do Departamento de Geografia, São Paulo, USP, n. 2, p. 93, 1983.</p><p>1. Em grupo, discuta e responda: Ratzel considera importante a definição de um território com limites</p><p>precisos?</p><p>2. De acordo com o texto, qual foi a importância dos grupos remanescentes do antigo Império Romano,</p><p>mesmo após sua dissolução?</p><p>3. Por que, para o autor, a redução do território é o “começo do fim” de um povo?</p><p>pArA dIsCuTIr</p><p>U</p><p>lls</p><p>te</p><p>in</p><p>B</p><p>ild</p><p>/G</p><p>et</p><p>ty</p><p>Im</p><p>ag</p><p>es</p><p>18</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C01_016a021.indd 18 02/06/16 10:02</p><p>Mundo Hoje</p><p>Não escreva no livro.</p><p>4°54'L</p><p>51°27'N</p><p>BÉLGICA</p><p>PAÍSES BAIXOS</p><p>Baarle-Hertog</p><p>Baarle-Hertog</p><p>Baarle-Nassau</p><p>0 2 4 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>Baarle-Hertog (município belga)</p><p>Baarle-Nassau (município neerlandês)</p><p>Baarle: fronteiras distribuídas entre dois países</p><p>Baarle-Nassau e Baarle-Hertog são dois municípios</p><p>que dividem a cidade de Baarle, na fronteira entre os Paí-</p><p>ses Baixos e a Bélgica. Baarle-Nassau está localizada no</p><p>sul dos Países Baixos na província de Brabante do Norte,</p><p>e Baarle-Hertog está na província belga de Antuérpia. As</p><p>duas cidades compartilham uma fronteira comum, mas a</p><p>fronteira internacional que separa a cidade belga de Baar-</p><p>le-Hertog da cidade neerlandesa de Baarle-Nassau não é</p><p>retilínea. Nem sequer curva.</p><p>Em vez disso, há 26 territórios separados entre si</p><p>– pequenos fragmentos da Bélgica e dos Países Baixos</p><p>distribuídos por Baarle. Há um trecho principal chama-</p><p>do Zondereigen, localizado ao norte da cidade belga de</p><p>Merksplas, e 22 exclaves belgas nos Países Baixos além</p><p>de três outros trechos na fronteira belgo-neerlandesa. [...]</p><p>A fronteira é demarcada por cruzes brancas nas calçadas</p><p>e sinalizadores de metal nas vias, e serpenteia pela cidade</p><p>sem obedecer ao traçado de casas, jardins ou ruas. Uma li-</p><p>nha cruza um quarteirão por dentro de uma loja de presen-</p><p>tes e sai no outro lado, em um supermercado. Muitas casas</p><p>são cortadas ao meio pela fronteira e, por convenção, a na-</p><p>cionalidade é identificada com base na fachada frontal de</p><p>cada uma. Se a fronteira cruza a porta da rua, seus lados</p><p>pertencem a diferentes Estados, e isso é indicado por uma</p><p>dupla numeração na fachada do edifício.</p><p>As cidades atraem muitos turistas. Por muitos anos, as</p><p>lojas da Bélgica abriam aos domingos, enquanto as dos</p><p>Países Baixos não – com exceção daquelas em Baarle. Às</p><p>vezes, os impostos na Bélgica e nos Países Baixos diferem</p><p>muito e um consumidor pode encontrar dois regimes de</p><p>taxação diferentes em lojas de uma mesma rua. Por um</p><p>período, de acordo com as leis neerlandesas, os restauran-</p><p>tes deviam fechar mais cedo. Para alguns estabelecimen-</p><p>tos situados na fronteira, isso significava que os clientes</p><p>precisavam simplesmente mudar suas mesas para o la-</p><p>do belga. Com a entrada na União Europeia, entretanto,</p><p>algumas dessas diferenças deixaram de existir.</p><p>A estranha geografia entre Baarle-Hertog e Baarle-</p><p>-Nassau é resultado de tratados e acordos medievais,</p><p>trocas e vendas de terra igualmente complexos entre os</p><p>lordes de Breda e os duques de Brabante, que remontam</p><p>ao século XII. Após a divisão entre Países Baixos e Bélgica,</p><p>estabelecida em 1839, impôs-se a necessidade de deter-</p><p>minar a fronteira. Foram necessárias três comissões para</p><p>solucionar as questões fronteiriças. A última delas delimi-</p><p>tou 36 km de divisas e foi concluída somente em 1995.</p><p>As marcas no chão representam os limites entre Baarle-Hertog,</p><p>Bélgica (“B”), e Baarle-Nassau, Países Baixos (“NL”). Foto de 2013.</p><p>KaushiK. The curious case of Baarle-Nassau and Baarle-Hertog. Amusing Planet, 6 nov. 2012. Disponível em:</p><p><http://www.amusingplanet.com/2012/11/the-curious-case-of-baarle-nassau-and.html>. Acesso em: 11 jan. 2016. (Tradução dos autores.)</p><p>1. Você conhece as fronteiras de seu município? Faça uma pesquisa sobre os limites do município em que</p><p>vive e também os do seu bairro.</p><p>2. Pesquise também outras fronteiras que tiveram uma fixação problemática como a descrita no texto.</p><p>para elaBorar</p><p>Exclave: porção de um país separada do território principal,</p><p>encravada em território estrangeiro. Em relação ao território</p><p>estrangeiro, pode ser considerada um enclave, ou seja, um território</p><p>encravado em outro.</p><p>Neerlandês: relativo aos Países Baixos.</p><p>Fonte de pesquisa: Google Maps. Disponível em: <http://www.google.</p><p>com.br>. Acesso em: 11 jan. 2016.</p><p>Baarle-Hertog e Baarle-Nassau (2016)</p><p>Y</p><p>ve</p><p>s</p><p>Lo</p><p>gg</p><p>he</p><p>/A</p><p>P</p><p>/G</p><p>lo</p><p>w</p><p>Im</p><p>ag</p><p>es</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>19</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C01_016a021.indd 19 04/06/16 11:33</p><p>Atividades Não escreva no livro.</p><p>revendo conceitos</p><p>1. Defina Estado e dê exemplos das instituições que o</p><p>compõem.</p><p>2. O que é nação?</p><p>3. Relacione território com fronteiras.</p><p>4. Qual é o papel desempenhado pelas empresas na</p><p>produção do espaço?</p><p>5. Cite algumas formas de atuação do Estado na pro‑</p><p>dução do espaço no que se refere ao planejamento</p><p>estratégico.</p><p>6. Explique por que os bancos centrais têm sua dinâmica</p><p>monitorada pelos investidores das bolsas de valores.</p><p>7. Explique a importância do planejamento econômico</p><p>para o desenvolvimento do país.</p><p>8. De que maneira a presença de recursos naturais</p><p>pode influenciar na estratégia de desenvolvimento</p><p>regional do Estado? Que outros fatores podem ser</p><p>levados em conta no momento de planejar o desen‑</p><p>volvimento regional de um país?</p><p>9. Qual é a importância das reservas monetárias e</p><p>cambiais para um país?</p><p>10. Relacione migrações internacionais com desenvol‑</p><p>vimento econômico.</p><p>Fonte de pesquisa: CastRo, Fábio de. Brasil propõe uma ‘Venezuela’ a mais de área marítima. O Estado de S. Paulo, 19 jan. 2015. Disponível em: <http://politica.</p><p>estadao.com.br/noticias/geral,brasil-propoe-uma-venezuela-a-mais-de-area-maritima-imp-,1621717>. Acesso em: 12 jan. 2016.</p><p>Brasil – Proposta de ampliação do território marítimo</p><p>Lendo mapas</p><p>11. O mar territorial corresponde às áreas marítimas que se encontram sob a soberania abso‑</p><p>luta de cada Estado. De acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar,</p><p>de 1982, essa área corresponde às 12 milhas náuticas adjacentes ao litoral de cada país e</p><p>compreende o espaço aéreo, o leito e o subsolo marinhos. É, portanto, uma área estratégica</p><p>para defesa militar e para a exploração e gestão dos recursos naturais. O mapa a seguir</p><p>mostra o território marítimo brasileiro e a proposta de sua ampliação apresentada pelo país</p><p>à ONU. Observe‑o e responda às questões.</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>40ºO50ºO</p><p>20ºS</p><p>Trópico de Capricórnio</p><p>0ºEquador</p><p>ÁREA DO</p><p>PRÉ-SAL</p><p>MARGEM</p><p>CONTINENTAL</p><p>SUL</p><p>FRANJA DO</p><p>PRÉ-SAL EM</p><p>ESPAÇO</p><p>INTERNACIONAL</p><p>CADEIA</p><p>VITÓRIA-TRINDADE</p><p>CADEIA</p><p>NORTE-BRASILEIRA</p><p>CONE DO</p><p>AMAZONAS</p><p>AM</p><p>AC</p><p>RO</p><p>RR</p><p>AP</p><p>PA</p><p>MT</p><p>MA</p><p>PI</p><p>CE</p><p>RN</p><p>PB</p><p>PE</p><p>AL</p><p>SE</p><p>BA</p><p>GO</p><p>DF</p><p>MS</p><p>MG</p><p>SP</p><p>PR</p><p>ES</p><p>RJ</p><p>SC</p><p>RS</p><p>TO</p><p>0 515 1 030 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>Área recomendada pela ONU</p><p>Áreas reivindicadas pelo Brasil</p><p>Área não recomendada pela ONU</p><p>Mar territorial</p><p>Zona Econômica Exclusiva (ZEE)</p><p>Tipos de espaço marinho</p><p>de�nidos pela Convenção da</p><p>ONU sobre Direito do Mar</p><p>Mar territorial</p><p>(até 12 milhas náuticas)</p><p>Praticamente uma extensão</p><p>do território continental: Brasil</p><p>tem soberania absoluta.</p><p>Zona Econômica Exclusiva (ZEE)</p><p>(até 200 milhas náuticas)</p><p>Brasil tem direito exclusivo de</p><p>exploração de todos os recursos</p><p>marinhos, na água, no solo e</p><p>subsolo.</p><p>Plataforma continental jurídica</p><p>(até 350</p><p>Eufrates pela</p><p>Turquia e pelo Iraque (leia o bo-</p><p>xe a seguir). Entre Israel e Jordâ-</p><p>nia um Tratado de Paz dispõe re-</p><p>gras sobre a gestão das águas do</p><p>rio Jordão.</p><p>Muitas vezes, porém, os acor-</p><p>dos são desrespeitados. A gestão</p><p>de recursos hídricos comparti-</p><p>lhados pode ser um motivo para</p><p>a consolidação de relações de paz</p><p>ou, ao contrário, pretexto para</p><p>conflitos e guerras. Cabe aos paí-</p><p>ses decidir por qual via optar.</p><p>O atlas da</p><p>água, de Robin</p><p>Clarke e Jannet</p><p>King. São Paulo:</p><p>Publifolha,</p><p>2006.</p><p>O livro traz</p><p>muitas</p><p>informações,</p><p>mapas e</p><p>estatísticas</p><p>sobre a escassez</p><p>de água, secas,</p><p>inundações</p><p>e conflitos</p><p>internacionais</p><p>por causa desse</p><p>recurso natural,</p><p>além de outros</p><p>temas. Os</p><p>autores também</p><p>comentam os</p><p>modos como</p><p>a água vem</p><p>sendo utilizada</p><p>em vários</p><p>países, além</p><p>de oferecerem</p><p>páginas</p><p>exclusivas sobre</p><p>o panorama</p><p>brasileiro.</p><p>Leia</p><p>Fonte de pesquisa: Bloomberg. Disponível em: <http://www.bloomberg.</p><p>com/news/articles/2015-07-01/water-shortages-unite-iraq-islamic-state-</p><p>against-turkey>. Acesso em: 26 maio 2016.</p><p>DAMASCO</p><p>Alepo</p><p>Kobani</p><p>Raqqa</p><p>Mosul</p><p>Ramadi BAGDÁ</p><p>ARÁBIA</p><p>SAUDITA</p><p>TURQUIA</p><p>IRÃ</p><p>IRAQUE</p><p>SÍRIA</p><p>JORDÂNIA</p><p>LÍBANO</p><p>ARMÊNIA AZERBAIJÃO</p><p>ISRAEL</p><p>CHIPRE Tabqa</p><p>Ataturk</p><p>Haditha Tharthar</p><p>Ilisu Cizre</p><p>Rio Tigre</p><p>Rio Eufrates</p><p>Mar</p><p>Mediterrâneo</p><p>Mar Negro 44ºL38ºL</p><p>38ºN</p><p>32ºN</p><p>Área de presença do Isis</p><p>Barragem</p><p>Maioria da população curda</p><p>Área de controle do Isis</p><p>Principais cidades</p><p>Capital de país</p><p>Barragem prevista</p><p>0 230 460 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>Barragens nos rios Tigre e Eufrates (2015)</p><p>D</p><p>e</p><p>A</p><p>go</p><p>st</p><p>in</p><p>i/G</p><p>et</p><p>ty</p><p>Im</p><p>ag</p><p>es</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>186</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U4_C13_182a187.indd 186 04/06/16 15:11</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Geopolítica dos recursos minerais e energéticos</p><p>A energia é indispensável às sociedades, seja para uso industrial, seja para uso doméstico.</p><p>O conhecimento e o domínio das técnicas de transformação dos recursos naturais em fontes de</p><p>energia têm sido fatores de estímulo para o desenvolvimento de muitos países.</p><p>A soberania de um país se dá não somente pelo controle de suas fronteiras, mas também</p><p>pelo domínio de suas reservas naturais em benefício da população nacional. Em um país com</p><p>abundância em determinado recurso natural, é fundamental controlar o uso desse recurso, de</p><p>modo a minimizar os impactos ambientais decorrentes de sua extração e evitar sua escassez.</p><p>Os recursos minerais apresentam impor-</p><p>tância estratégica para as sociedades. Uma</p><p>das principais indústrias do século XXI, a in-</p><p>dústria armamentista, depende diretamente</p><p>desse tipo de recursos. Em tempos de guer-</p><p>ra, a disponibilidade de minérios pode ser</p><p>decisiva para uma campanha. A corrida nu-</p><p>clear implementada no período da Guerra</p><p>Fria (1945-1991) dependia da disponibili-</p><p>dade de minerais radioativos (urânio, por</p><p>exemplo), matéria-prima para construção</p><p>de armas nucleares.</p><p>Mesmo que a tecnologia nuclear seja utili-</p><p>zada para fins pacíficos, como em equipamen-</p><p>tos médicos e na produção de eletricidade por</p><p>usinas nucleares, sua posse é motivo de preo-</p><p>cupação para a comunidade internacional,</p><p>pois há riscos de que tal tecnologia venha a ser</p><p>usada com objetivos militares.</p><p>Recursos naturais na Bolívia</p><p>A Bolívia é um país rico em gás natural, petróleo e</p><p>outros recursos minerais. Entretanto, no período colo-</p><p>nial, essa riqueza foi motivo de sofrimento para seu po-</p><p>vo. Primeiramente, houve o saque das minas de prata</p><p>do Potosí pelos colonizadores espanhóis.</p><p>Séculos depois, a Bolívia chegou a produzir mais da</p><p>metade de todo o estanho consumido no mundo. A ex-</p><p>tração desse metal era feita em minas insalubres, e a</p><p>atividade causava um número muito elevado de mor-</p><p>tes. Quase todo o minério extraído era processado na</p><p>Inglaterra.</p><p>Assim como a Bolívia, vários outros países passaram</p><p>por expe riências semelhantes. Atualmente, o gás natu-</p><p>ral é a maior fonte de divisas da Bolívia. Grande parte</p><p>desse gás é exportada para países vizinhos, como o Bra-</p><p>sil e a Argentina.</p><p>1. Durante a década de 2010, sob pressão dos movimen-</p><p>tos populares, que reivindicavam a apropriação e dis-</p><p>tribuição da renda gerada a partir das exportações</p><p>dos recursos minerais, o governo boliviano nacionali-</p><p>zou uma empresa canadense de petróleo e gás natu-</p><p>ral. Na sua opinião, quais são as consequências posi-</p><p>tivas e negativas dessa política?</p><p>GeOGrafia e História</p><p>Reprodução de xilogravura publicada no livro História do</p><p>descobrimento e conquista das províncias do Peru, de Augustin</p><p>de Zarate (Londres, 1581), retratando a vila de Potosí, na</p><p>atual Bolívia. A vila foi a maior produtora de prata do mundo</p><p>no século XVII.</p><p>Central nuclear de Civaux, França. Foto de 2016. Atualmente, a França é o país</p><p>mais dependente de fontes nucleares de energia. Em 2016, cerca de 75% da</p><p>produção de eletricidade francesa tinha origem nuclear.</p><p>G</p><p>ui</p><p>lla</p><p>um</p><p>e</p><p>S</p><p>ou</p><p>va</p><p>nt</p><p>/A</p><p>FP</p><p>Th</p><p>e</p><p>G</p><p>ra</p><p>ng</p><p>er</p><p>C</p><p>ol</p><p>le</p><p>ct</p><p>io</p><p>n/</p><p>G</p><p>lo</p><p>w</p><p>Im</p><p>ag</p><p>es</p><p>187</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U4_C13_182a187.indd 187 02/06/16 16:51</p><p>Páginas de abertura</p><p>Apresentação dos conteúdos</p><p>capítulo</p><p>Não escreva no livro.</p><p>7</p><p>A partir das últimas décadas do século XX, boa parte do mundo conheceu um forte crescimento do comér-cio, sobretudo quando as barreiras comerciais foram reduzidas como resultado das políticas neoliberais adotadas em muitos países. A redução do controle alfandegário e o aumento dos fluxos comerciais internacionais são aspectos im-portantes no processo de globalização, assim como a mobilidade da produção e, em particular, dos capitais. Esses aspectos da globalização são propícios à forma-</p><p>ção de blocos econômicos. Nos blocos, as fronteiras nacionais tendem a ser flexibilizadas, com o objetivo de estimular o intercâmbio econômico entre os países e ampliar sua competitividade no mercado global.No atual estágio da globalização, os blocos cons-tituem um importante modo de interação internacio-nal. No entanto, tal processo não ocorre de maneira sempre hamoniosa. Nos blocos e nas organizações também se manifestam interesses econômicos e po-líticos conflitantes.No diagrama acima, estão representados os acordos de integração econômica entre países americanos. Analise-o</p><p>e responda.</p><p>1. Qual bloco reúne o maior número de países?2. Brasil, Estados Unidos, Cuba, México, Chile, Colômbia e Argentina integram quais blocos?</p><p>3. Que bloco reúne os países do Caribe? Avalie a importância da integração econômica para essa região.</p><p>A formação dos blocos econômicos</p><p>Fonte de pesquisa: Frankel, Jeffrey A. et al. Regional trading blocs in the world economic system. Washington DC: IIE, 1997.</p><p>p. 10. Disponível em: <http://www.piie.com/publications/chapters_preview/72/1iie2024.pdf>. Acesso em: 7 mar. 2016.</p><p>o que você</p><p>vAi estudAr</p><p>A formação</p><p>de blocos</p><p>econômicos</p><p>regionais.</p><p>Os principais</p><p>blocos do mundo atual.</p><p>O papel dos</p><p>blocos no cenário da globalização.</p><p>Blocos econômicos do continente americano (2015)</p><p>Mercosul</p><p>Alba-TCP</p><p>CAN</p><p>Aliança do Pacífico</p><p>Natfa</p><p>Caricom</p><p>MCCA</p><p>Bolívia*</p><p>Argentina</p><p>Uruguai</p><p>Brasil</p><p>Paraguai</p><p>Venezuela</p><p>São Vicente e Granadinas</p><p>Antígua e BarbudaBahamas</p><p>Cuba</p><p>Santa Lúcia</p><p>Nicarágua</p><p>Dominica</p><p>Equador</p><p>Colômbia</p><p>São Cristóvão e Nevis</p><p>Granada</p><p>Peru</p><p>Chile</p><p>México</p><p>Estados Unidos</p><p>Canadá</p><p>Barbados</p><p>Belize</p><p>Guiana</p><p>Haiti</p><p>Jamaica</p><p>Montserrat</p><p>(RUN)</p><p>Suriname</p><p>Trinidad e Tobago</p><p>Guatemala</p><p>El Salvador</p><p>Honduras</p><p>Costa Rica</p><p>A</p><p>di</p><p>ls</p><p>on</p><p>S</p><p>ec</p><p>co</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>* A adesão da Bolívia ao Mercosul não havia sido concluída até o início de 2016.Alba-TCP – Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América-Tratado de Comércio dos Povos; CAN – Comunidade Andina de Nações; Caricom – Mercado Comum e Comunidade do Caribe; MCCA – Mercado Comum Centro-Americano; Mercosul – Mercado Comum do Sul; Nafta – Acordo de Livre-Comércio da América do Norte.</p><p>96</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U2_C07_096a101.indd 96</p><p>01/06/16 20:00</p><p>Essa coleção organiza-se a partir de quatro pilares, cada qual com objetivo(s) próprio(s):</p><p>contextuAlizAção e</p><p>interdisciPlinAridAde comPromisso visão críticA iniciAtivA</p><p>Relacionar o</p><p>milhas náuticas)</p><p>Nesse prolongamento, Brasil</p><p>tem direito exclusivo apenas à</p><p>exploração dos recursos do</p><p>solo e subsolo.</p><p>Plataforma continental geográ�ca</p><p>(não tem medida de�nida</p><p>juridicamente)</p><p>Um platô que vai desde o</p><p>continente até uma região onde</p><p>há uma queda abrupta de</p><p>profundidade (talude).</p><p>a) Comente a importância de essa reivindicação ser analisada por conselhos internacionais.</p><p>b) Como a expansão do território marítimo pode afetar a exploração brasileira de recursos naturais?</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>20</p><p>Para incluir esta página</p><p>no sumário, clicar + shift +</p><p>command na caixa com texto</p><p>transparente abaixo</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C01_016a021.indd 20 02/06/16 10:02</p><p>Muro na fronteira entre Estados Unidos e México. Foto de 2014.</p><p>Interpretando textos e imagens</p><p>12. Observe a charge a seguir e escreva um texto rela-</p><p>cionando-a com:</p><p>Charge de Carlson, de 2005, sobre produtos importados nos EUA.</p><p>S</p><p>tu</p><p>ar</p><p>t</p><p>C</p><p>ar</p><p>ls</p><p>on</p><p>©</p><p>2</p><p>00</p><p>5</p><p>C</p><p>ar</p><p>ls</p><p>on</p><p>/D</p><p>is</p><p>t.</p><p>b</p><p>y</p><p>U</p><p>ni</p><p>ve</p><p>rs</p><p>al</p><p>U</p><p>cl</p><p>ic</p><p>k</p><p>©</p><p>2</p><p>00</p><p>0</p><p>A</p><p>rt</p><p>&</p><p>C</p><p>hi</p><p>p</p><p>S</p><p>an</p><p>so</p><p>m</p><p>/D</p><p>is</p><p>t.</p><p>b</p><p>y</p><p>U</p><p>ni</p><p>ve</p><p>rs</p><p>al</p><p>U</p><p>cl</p><p>ic</p><p>k</p><p>fo</p><p>r</p><p>U</p><p>FS</p><p>a) a temática das fronteiras externas;</p><p>b) a questão da soberania nacional;</p><p>c) a globalização.</p><p>13. Leia o trecho abaixo e faça o que se pede.</p><p>[…] em 1922, Kiev e a Ucrânia foram incorporadas for-</p><p>malmente à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas</p><p>(URSS). Os ucranianos estavam então na URSS, mas</p><p>não pareciam ser de lá. Obstinadamente as sucessivas</p><p>mudanças de governo e de controles ajudaram a pro-</p><p>mover um sentimento crescente de nacionalismo ucra-</p><p>niano. Não fazia diferença quem estava no poder: no</p><p>final do dia eles ainda eram ucranianos e sua lealdade</p><p>a seu país, assim como sua lealdade recíproca e à sua</p><p>terra, era tudo o que importava. [...]</p><p>Dougan, Andy. Futebol e guerra: resistência, triunfo e tragédia do</p><p>Dínamo na Kiev ocupada pelos nazistas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,</p><p>2001. p. 23-24.</p><p>Com base na situação descrita no texto (a dominação</p><p>dos ucranianos pelos soviéticos), reflita sobre o nacio-</p><p>nalismo e aponte algumas razões que contribuíram</p><p>para seu aparecimento e difusão no mundo.</p><p>14. A foto a seguir mostra a fronteira entre dois países.</p><p>Com base nela e em seus conhecimentos, faça o que</p><p>se pede.</p><p>a) Classifique a fronteira em natural ou artificial.</p><p>b) Analise a situação política e social que envolve</p><p>os países e faça considerações sobre a fronteira</p><p>que os separa.</p><p>15. Analise a tira de Chip Sansom, a seguir, e redija um</p><p>breve texto comentando a dinâmica dos fluxos finan-</p><p>ceiros na atualidade.</p><p>E</p><p>ric</p><p>h</p><p>S</p><p>ch</p><p>le</p><p>ge</p><p>l/C</p><p>or</p><p>bi</p><p>s/</p><p>Fo</p><p>to</p><p>ar</p><p>en</p><p>a</p><p>21</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C01_016a021.indd 21 6/6/16 5:45 PM</p><p>capítulo</p><p>Não escreva no livro.</p><p>2 As grandes guerras</p><p>e a reordenação do</p><p>espaço mundial</p><p>o que você</p><p>vAi estudAr</p><p>A partilha</p><p>da África.</p><p>A Primeira</p><p>Guerra Mundial.</p><p>A formação</p><p>da URSS.</p><p>O período entre</p><p>guerras.</p><p>A Segunda</p><p>Guerra Mundial.</p><p>No século XIX, houve grande desenvolvimento industrial, principalmente na Europa.</p><p>A industrialização dos países europeus gerou uma crescente demanda por matérias-pri-</p><p>mas e, como resultado, os Estados europeus buscaram ampliar seus domínios para outras</p><p>áreas do globo e se lançaram à conquista de territórios nos continentes africano e asiático.</p><p>Assim, o quadro geopolítico mundial do final do século XIX até a metade do século XX</p><p>foi marcado pelo neocolonialismo. França e Inglaterra, potências até então mais industria-</p><p>lizadas, garantiram a exploração econômica e a dominação política de extensas áreas,</p><p>estabelecendo colônias desde a África até o Extremo Oriente.</p><p>Com base no texto e na imagem acima, responda às questões.</p><p>1. Qual conflito internacional estava em curso no momento em que a fotografia foi</p><p>obtida?</p><p>2. Com base na fotografia, comente a relação entre Reino Unido e Egito na primeira</p><p>metade do século XX.</p><p>Avião da Força Aérea Real britânica sobrevoando o Egito, em 1942. Fabricado pelos Estados Unidos a partir de</p><p>1938, esse modelo de aeronave militar era destinado a patrulhas marítimas e bombardeios.</p><p>R</p><p>ue</p><p>d</p><p>es</p><p>A</p><p>rc</p><p>hi</p><p>ve</p><p>s/</p><p>Ta</p><p>lla</p><p>nd</p><p>ie</p><p>r/</p><p>La</p><p>tin</p><p>st</p><p>oc</p><p>k</p><p>22</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C02_022a027.indd 22 02/06/16 10:03</p><p>Não escreva no livro.</p><p>o imperialismo e a Primeira Guerra Mundial</p><p>A segunda metade do século XIX foi</p><p>pontuada por acontecimentos importantes,</p><p>como os movimentos de unificação alemã e</p><p>italiana. A consolidação da Alemanha e da</p><p>Itália como Estados nacionais contribuiu</p><p>para a formação do quadro político euro-</p><p>peu, no qual se expressaram com intensida-</p><p>de o nacionalismo e o imperialismo.</p><p>Essas duas manifestações sociais se de-</p><p>senvolveram devido ao processo de forma-</p><p>ção e fortalecimento dos Estados nacionais</p><p>que ocorreu na Europa desde o fim da Ida-</p><p>de Média.</p><p>Desde então, o Estado nacional tornou-</p><p>-se um dos principais vetores de onde par-</p><p>tem forças capazes de difundir entre os</p><p>habitantes de seu território a noção de per-</p><p>tencimento a um conjunto maior, que com-</p><p>partilha uma história e uma cultura.</p><p>O nacionalismo serviu de princípio pa-</p><p>ra a criação de identidades e a consequente</p><p>consolidação de novos países, a exemplo da</p><p>Itália e da Alemanha.</p><p>A partilha da África</p><p>Ao passarem pelo processo de unificação,</p><p>Alemanha e Itália incorporaram áreas que já</p><p>possuíam indústrias. Foi assim com o vale</p><p>do Ruhr, na Alemanha, e com a região nor-</p><p>te da Itália. Os dois países entraram no jogo</p><p>geopolítico e passaram a desafiar o poderio</p><p>de França e Inglaterra, as nações hegemôni-</p><p>cas naquele momento. Essas nações vinham</p><p>constituindo vastos impérios, formados por</p><p>colônias espalhadas por outros continentes,</p><p>sobretudo na Ásia, onde a França se apode-</p><p>rou da Indochina, e a Inglaterra, da Índia.</p><p>Em escala menor, Bélgica, Portugal e Es-</p><p>panha também participaram dessa divisão</p><p>do mundo.</p><p>Assim como os outros países europeus</p><p>citados, Itália e Alemanha também objeti-</p><p>vavam adquirir novas fontes de matérias-</p><p>-primas e novos mercados consumidores.</p><p>Ou seja, buscavam meios para concorrer</p><p>em melhores condições com os outros paí-</p><p>ses industrializados.</p><p>Entre 1884 e 1885, realizou-se a Confe-</p><p>rência de Berlim, que culminou com a di-</p><p>visão do continente africano entre as prin-</p><p>cipais potências da época. Desse encontro</p><p>participaram Dinamarca, Rússia, Países Bai-</p><p>xos, Estados Unidos, Suécia, os impérios</p><p>Austro-Húngaro e Turco-Otomano, além de</p><p>Inglaterra, França, Portugal, Espanha, Bél-</p><p>gica, Itália e a anfitriã, Alemanha.</p><p>Como a partilha da África reproduziu a</p><p>importância geopolítica e econômica dos paí-</p><p>ses participantes, França e Inglaterra ficaram</p><p>com as maiores possessões, ao passo que</p><p>Portugal, Espanha, Bélgica, Itália e Alemanha</p><p>dividiram o restante entre si. Os demais par-</p><p>ticipantes nada receberam.</p><p>A partilha da África foi a demonstração do</p><p>imperialismo em todas as suas dimensões.</p><p>Não se tratava apenas de uma dominação</p><p>cultural e econômica, mas também do envio</p><p>de homens e mulheres para se fixarem nos</p><p>novos territórios e da montagem de uma es-</p><p>trutura administrativa e militar nessas áreas.</p><p>Fonte de pesquisa: Philip’s atlas of world history – concise edition. 2. ed. London: Philip’s,</p><p>2007. p. 206.</p><p>ÁSIA</p><p>EUROPA</p><p>EGITO</p><p>LÍBIA</p><p>ERITREIA</p><p>SUDÃO</p><p>ANGLO-EGÍPCIO</p><p>ETIÓPIA</p><p>SOMÁLIA</p><p>BRITÂNICA</p><p>SOMÁLIA</p><p>FRANCESA</p><p>SOMÁLIA</p><p>ITALIANAUGANDA</p><p>ÁFRICA</p><p>ORIENTAL</p><p>BRITÂNICA</p><p>CONGO</p><p>BELGA ÁFRICA</p><p>ORIENTAL</p><p>ALEMÃ</p><p>MADAGASCAR</p><p>RODÉSIA</p><p>DO NORTE</p><p>RODÉSIA</p><p>DO SUL</p><p>ÁFRICA</p><p>ORIENTAL</p><p>PORTUGUESA</p><p>(MOÇAMBIQUE)</p><p>SUAZILÂNDIA</p><p>BASUTOLÂNDIA</p><p>UNIÃO</p><p>SUL-AFRICANA</p><p>BECHUANA-</p><p>LÂNDIA</p><p>BAÍA DE</p><p>WALVIS</p><p>ÁFRICA DO SUDOESTE</p><p>ANGOLA</p><p>RIO MUNI</p><p>CAMARÕES</p><p>NIGÉRIA</p><p>TO</p><p>G</p><p>O</p><p>COSTA</p><p>DO OURO</p><p>COSTA</p><p>DO</p><p>MARFIM</p><p>LIBÉRIA</p><p>SERRA</p><p>LEOA</p><p>GUINÉ</p><p>PORTUGUESA</p><p>GÂMBIA</p><p>RIO DE OURO</p><p>SAARA</p><p>ESPANHOL</p><p>MARROCOS</p><p>MARROCOS</p><p>ESPANHOL</p><p>TUNÍSIA</p><p>ARGÉLIA</p><p>ÁFRICA OCIDENTAL FRANCESA</p><p>ÁFRIC</p><p>A E</p><p>Q</p><p>U</p><p>AT</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>L</p><p>FR</p><p>A</p><p>N</p><p>C</p><p>E</p><p>S</p><p>A</p><p>NIASSALÂNDIA</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>OCEANO</p><p>ÍNDICO</p><p>20°L20°O 40°L0°</p><p>Trópico de Câncer</p><p>Trópico de Capricórnio</p><p>Equador</p><p>M</p><p>er</p><p>id</p><p>ia</p><p>n</p><p>o</p><p>d</p><p>e</p><p>G</p><p>re</p><p>en</p><p>w</p><p>ic</p><p>h</p><p>20°S</p><p>20°N</p><p>Mar Mediterrâneo</p><p>M</p><p>ar Verm</p><p>elho</p><p>0°</p><p>França</p><p>Bélgica</p><p>Grã-Bretanha</p><p>Portugal</p><p>Alemanha</p><p>Itália</p><p>Estados independentes</p><p>Espanha</p><p>Domínio britânico 0 900 1 800 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>Indochina: península situada no Sudeste Asiático,</p><p>ocupada por países como Tailândia, Laos, Camboja,</p><p>Vietnã, Malásia e Cingapura. O domínio francês se</p><p>estendeu gradualmente por Laos, Camboja e Vietnã,</p><p>perdurando de 1858 a 1954.</p><p>A partilha da África (1885)</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>23</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C02_022a027.indd 23 02/06/16 10:03</p><p>C</p><p>ap</p><p>ít</p><p>ul</p><p>o</p><p>2</p><p>–</p><p>A</p><p>s</p><p>gr</p><p>an</p><p>de</p><p>s</p><p>gu</p><p>er</p><p>ra</p><p>s</p><p>e</p><p>a</p><p>r</p><p>eo</p><p>rd</p><p>en</p><p>aç</p><p>ão</p><p>d</p><p>o</p><p>es</p><p>pa</p><p>ço</p><p>m</p><p>un</p><p>di</p><p>al</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Antecedentes da Primeira Guerra Mundial</p><p>A Primeira Guerra Mundial começou em 1914, mas os blocos beligerantes formaram-se mui-</p><p>to antes. Em 1882, Alemanha, Itália e Império Austro-Húngaro formaram a Tríplice Aliança</p><p>e, em 1907, França, Inglaterra e Rússia constituíram a Tríplice Entente ou Entente Cordiale.</p><p>Os blocos antagônicos expressavam diferentes interesses. Na Entente Cordiale, França e In-</p><p>glaterra visavam manter sua hegemonia como países industrializados. A Rússia se associou a</p><p>eles porque disputava com a Alemanha a influência sobre o Leste Europeu. Na Tríplice Alian-</p><p>ça, Itália e Alemanha pretendiam angariar novos mercados que estavam sob o domínio francês</p><p>e inglês; o Império Austro-Húngaro acreditava que a Alemanha o protegeria em caso de alguma</p><p>ameaça russa.</p><p>O início da Primeira Guerra Mundial</p><p>O estopim da Primeira Guerra Mundial foi o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinan-</p><p>do, príncipe herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro, na cidade de Sarajevo, na Sérvia,</p><p>em 1914.</p><p>Apoiado pela Alemanha, o Império Austro-Húngaro declarou guerra à Sérvia. Em nome da</p><p>defesa da etnia eslava e de seus próprios interesses, a Rússia declarou guerra ao Império Austro-</p><p>-Húngaro, e a Alemanha entrou na guerra para defender seu aliado. De imediato, a França honrou</p><p>os acordos com a Rússia e a apoiou no conflito; a Alemanha então lhe declarou guerra e atacou</p><p>a fronteira leste da França, violando o território belga. Em seguida, temendo o poderio marítimo</p><p>alemão, a Inglaterra lhe declarou guerra. O Império Turco-Otomano, por sua vez, aliou-se à Ale-</p><p>manha, fortalecendo a frente oriental contra a Rússia. O conflito bélico se generalizou por toda</p><p>a Europa.</p><p>Os Estados Unidos não entraram na guerra imediatamente. Em 1917, porém, os alemães</p><p>afundaram 21 embarcações comerciais, algumas estadunidenses. Em resposta, os Estados Uni-</p><p>dos declararam guerra à Alemanha. Nesse mesmo ano, a Rússia abandonou o conflito devido à</p><p>Revolução Socialista. Com o apoio estadunidense, a Alemanha foi derrotada em 1918.</p><p>Em 1919, foi assinado o Tratado de Versalhes, na França, que formalizou os entendimen-</p><p>tos para o fim da guerra e criou a Liga das Nações. A Alemanha foi considerada culpada</p><p>pela guerra e sofreu pesadas sanções, como o pagamento de 33 bilhões de dólares aos países</p><p>da Entente, a título de reparação.</p><p>O documento também determinou alterações fronteiriças: a Alemanha cedeu a região da Al-</p><p>sácia-Lorena à França, e as possessões alemãs na África passaram para o domínio de França, In-</p><p>glaterra e Bélgica.</p><p>Outros acordos fragmentaram</p><p>o Império Turco-Otomano em um</p><p>conjunto de países.</p><p>O Império Austro-Húngaro se</p><p>dissolveu e a Hungria perdeu ter-</p><p>ritórios para as atuais Croácia,</p><p>Áustria, Romênia e Eslováquia.</p><p>Fonte de pesquisa: ArrudA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. São Paulo: Ática, 2007. p. 27.</p><p>0° 10°L 30°L 40°L 50°L 60°L</p><p>60°N</p><p>50°N</p><p>40°N</p><p>70°L20°O30°O 10°O</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>M</p><p>er</p><p>id</p><p>ia</p><p>no</p><p>d</p><p>e</p><p>G</p><p>re</p><p>en</p><p>w</p><p>ic</p><p>h</p><p>ISLÂNDIA</p><p>novos países</p><p>IRLANDA</p><p>REINO UNIDO</p><p>PORTUGAL</p><p>ESPANHA</p><p>ÁFRICA</p><p>ÁSIA</p><p>FRANÇA</p><p>PAÍSES</p><p>BAIXOS</p><p>BÉLGICA</p><p>ALEMANHA</p><p>SUÍÇA</p><p>ÁUSTRIA</p><p>ITÁLIA</p><p>ESTÔNIA</p><p>LETÔNIA</p><p>LITUÂNIA</p><p>ROMÊNIA</p><p>BULGÁRIA</p><p>IUGOSLÁVIA</p><p>ALBÂNIA</p><p>HUNGRIA</p><p>POLÔNIA</p><p>UNIÃO DAS REPÚBLICAS</p><p>SOCIALISTAS SOVIÉTICAS</p><p>(parte europeia)</p><p>VARSÓVIA</p><p>KAUNAS</p><p>GRÉCIA</p><p>TURQUIA</p><p>(parte europeia)</p><p>MOSCOU</p><p>REIKJAVIK</p><p>DUBLIN</p><p>LONDRES</p><p>AMSTERDÃ</p><p>BRUXELAS</p><p>LUXEMBURGOPARIS</p><p>LISBOA MADRI</p><p>BERNA VIENA</p><p>BERLIM</p><p>DINAMARCA</p><p>NORUEGA</p><p>OSLO</p><p>ESTOCOLMO</p><p>HELSINQUE</p><p>SUÉCIA</p><p>FINLÂNDIA</p><p>COPENHAGUE</p><p>RIGA</p><p>TALLINN</p><p>BUCARESTE</p><p>BUDAPESTE</p><p>PRAGA</p><p>ROMA</p><p>I. Córsega</p><p>I. Sardenha</p><p>I. Sicília</p><p>I. Creta</p><p>I. Chipre</p><p>(BRIT)</p><p>Is. Baleares</p><p>BELGRADO</p><p>SÓFIA</p><p>TIRANA</p><p>ATENAS</p><p>Mar</p><p>Cáspio</p><p>Mar Negro</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>OCEANO GLACIAL ÁRTICO</p><p>Mar do</p><p>Norte</p><p>TCHECOSLOVÁQUIA</p><p>M a r M e d i t e r r â n e o</p><p>Mar</p><p>Báltico</p><p>20°L</p><p>0 505 1010 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>capital de país</p><p>Europa – Divisão política após a Primeira Guerra Mundial (1921)</p><p>Liga das Nações: entidade internacional</p><p>que teve como objetivo assegurar a</p><p>paz mundial e promover a resolução</p><p>de conflitos por meio da diplomacia,</p><p>evitando a guerra. Atuou de 1920 a 1942</p><p>e, em 1946, foi sucedida pela Organização</p><p>das Nações Unidas (ONU).</p><p>A Primeira</p><p>Guerra Mundial</p><p>e o declínio</p><p>da Europa, de</p><p>Paulo Fagundes</p><p>Visentini. Rio</p><p>de Janeiro: Alta</p><p>Books, 2014.</p><p>A obra</p><p>apresenta uma</p><p>perspectiva</p><p>crítica dos fatos</p><p>que levaram ao</p><p>conflito.</p><p>Vozes</p><p>esquecidas da</p><p>Primeira Guerra</p><p>Mundial, de</p><p>Max Arthur.</p><p>Rio de Janeiro:</p><p>Bertrand Brasil,</p><p>2011.</p><p>O livro traz fotos</p><p>e narrativas de</p><p>pessoas que</p><p>vivenciaram</p><p>a guerra:</p><p>soldados,</p><p>costureiras,</p><p>estudantes,</p><p>políticos, entre</p><p>outros.</p><p>Leia</p><p>A</p><p>llm</p><p>ap</p><p>s/</p><p>ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>24</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C02_022a027.indd 24 04/06/16 11:40</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Fonte de pesquisa: BlAck, Jeremy. Atlas da história do mundo. São Paulo: Página Viva, 2005. p. 215.</p><p>A revolução russa</p><p>A Rússia passou por profundas transformações durante o século XX.</p><p>Na Primeira Guerra Mundial, as fábricas russas voltaram sua produção para o esforço</p><p>de guerra, e o envio de soldados reduziu a produção de alimentos no país. Resultado: fome ge-</p><p>neralizada. O conflito ampliou a insatisfação popular e agravou a situação política interna. Ma-</p><p>nifestações e greves eclodiram em todo o país, e, em fevereiro de 1917, a situação chegou ao</p><p>clímax. Diante das pressões, o czar Nicolau II acionou as forças do exército, mas estas se recu-</p><p>saram a atacar a população. Sem apoio, o czar renunciou e a república foi proclamada.</p><p>O governo provisório que se instalou na ocasião, controlado pelos liberais moderados, não</p><p>atendeu às reivindicações populares – em especial, a retirada dos soldados russos da guerra.</p><p>Leon Trotski comandava a Guarda Vermelha, uma milícia revolucionária formada por campo-</p><p>neses e operários. Em 25 de outubro de 1917, os guardas vermelhos tomaram os pontos estraté-</p><p>gicos da capital russa (São Petersburgo, na época Petrogrado), e o governo provisório foi deposto.</p><p>Vladimir Lênin assumiu o governo e pouco tempo depois assinou um armistício com a Ale-</p><p>manha. A Rússia estava oficialmente fora da Primeira Guerra Mundial.</p><p>Um dos mais sérios problemas enfrentados pelo governo revolucionário foi a guerra civil, que</p><p>durou até 1921 e opôs o Exército Vermelho, comandado por Trotski, e as forças contrarrevolucio-</p><p>nárias do Exército Branco, que contava com o apoio de Inglaterra, França, Japão e Estados Unidos.</p><p>A formação da urss e do bloco socialista</p><p>Terminada a guerra civil, Lênin instituiu a Nova Política Econômica (NEP), que implantou</p><p>algumas práticas capitalistas para resolver graves problemas econômicos originados do período</p><p>de conflito interno.</p><p>Em 1922, Lênin fundou a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) sobre a ba-</p><p>se do antigo Império Russo.</p><p>A URSS era um conjunto multifacetado de etnias e religiões que, desde o início, mantiveram</p><p>relações conturbadas com o governo central, sediado em Moscou.</p><p>Com a morte de Lênin em 1924, Josef Stalin saiu vencedor nas disputas internas e assumiu</p><p>o governo da URSS.</p><p>A partir de 1927, a economia soviética passou a ser gerida por meio de planejamentos estatais</p><p>centralizados, os planos quinquenais. No campo, as terras foram transformadas em propriedades</p><p>estatais (sovkhozes) e em cooperativas agrícolas (kolkhozes).</p><p>Com o objetivo de fa-</p><p>zer</p><p>da URSS uma liderança</p><p>mundial, foram feitos inves-</p><p>timentos públicos maciços</p><p>na indústria.</p><p>Em 1936, uma nova Cons-</p><p>tituição estabeleceu plenos</p><p>poderes para Stalin, que pas-</p><p>sou a perseguir e a eliminar</p><p>seus opositores e a sufocar</p><p>manifestações sociais.</p><p>Após a Segunda Guer-</p><p>ra Mundial (1939-1945),</p><p>em muitos países vizinhos</p><p>à URSS, nos quais os ale-</p><p>mães foram vencidos gra-</p><p>ças à atua ção do exército so-</p><p>viético, os novos governos</p><p>implementaram o regime</p><p>socialista. Esses países for-</p><p>maram, com a URSS, o blo-</p><p>co socialista. Veja o mapa</p><p>ao lado.</p><p>Rumo à estação</p><p>Finlândia, de</p><p>Edmund Wilson.</p><p>São Paulo:</p><p>Companhia de</p><p>Bolso, 2006.</p><p>O livro aborda</p><p>a história do</p><p>socialismo até</p><p>o momento em</p><p>que Lênin partiu</p><p>da Estação</p><p>Finlândia</p><p>para liderar a</p><p>Revolução Russa</p><p>em 1917.</p><p>Leia</p><p>Armistício:</p><p>acordo que</p><p>suspende as</p><p>hostilidades</p><p>ou os conflitos</p><p>armados entre</p><p>países.</p><p>Esforço</p><p>de guerra:</p><p>mobilização</p><p>de recursos e</p><p>infraestrutura</p><p>de um país</p><p>em favor da</p><p>construção de</p><p>equipamentos</p><p>e do preparo</p><p>logístico para um</p><p>conflito armado.</p><p>Mar</p><p>Negro</p><p>Mar</p><p>Cáspio</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO GLACIAL ÁRTICO</p><p>Mar do</p><p>Norte</p><p>Mar</p><p>Aral</p><p>L. Baikal</p><p>L. Balkash</p><p>RÚSSIA</p><p>GEÓRGIA</p><p>IRÃ</p><p>TURQUIA</p><p>ROMÊNIA</p><p>HUNGRIA</p><p>ESLOVÁQUIA</p><p>POLÔNIA</p><p>FINLÂNDIA</p><p>AFEGANISTÃO</p><p>CHINA</p><p>JAPÃO</p><p>COREIA</p><p>DO NORTE</p><p>COREIA</p><p>DO SUL</p><p>MONGÓLIA</p><p>AZERBAIJÃO</p><p>ARMÊNIA</p><p>UZBEQUISTÃO</p><p>QUIRGUISTÃO</p><p>CASAQUISTÃO</p><p>TADJIQUISTÃO</p><p>TURCOMENISTÃO</p><p>ESTÔNIA</p><p>LETÔNIA</p><p>LITUÂNIA</p><p>BELARUS</p><p>UCRÂNIA</p><p>MOLDÁVIA</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>80</p><p>°N</p><p>50</p><p>°N</p><p>170°L130°L90°L50°L10°L</p><p>Mar Báltico</p><p>0 715 1430 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>A União Soviética (1945)</p><p>A</p><p>llm</p><p>ap</p><p>s/</p><p>ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>25</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C02_022a027.indd 25 02/06/16 10:03</p><p>c</p><p>ap</p><p>ít</p><p>ul</p><p>o</p><p>2</p><p>–</p><p>A</p><p>s</p><p>gr</p><p>an</p><p>de</p><p>s</p><p>gu</p><p>er</p><p>ra</p><p>s</p><p>e</p><p>a</p><p>r</p><p>eo</p><p>rd</p><p>en</p><p>aç</p><p>ão</p><p>d</p><p>o</p><p>es</p><p>pa</p><p>ço</p><p>m</p><p>un</p><p>di</p><p>al</p><p>Não escreva no livro.</p><p>A crise no período entre guerras</p><p>A Primeira Guerra Mundial deixou graves seque-</p><p>las na sociedade europeia. O intervalo entre os anos de</p><p>1918 e 1939 foi marcado por crises econômicas e pela</p><p>ascensão de regimes nacionalistas, especialmente na Itá-</p><p>lia e na Alemanha, derrotadas na guerra.</p><p>A itália</p><p>Na Itália, a ascensão do fascismo foi liderada por</p><p>Benito Mussolini, que, em 1921, fundou o Partido Na-</p><p>cional Fascista. No poder a partir de 1922, Mussolini</p><p>imprimiu as principais características do fascismo: na-</p><p>cionalismo exacerbado, controle do sistema sindical,</p><p>proibição das greves e perseguição à imprensa. Além</p><p>disso, reprimiu violentamente seus opositores e levou o</p><p>país ao regime de partido único, em 1929.</p><p>A Alemanha</p><p>Na década de 1920, a Alemanha passou por uma</p><p>grave crise econômica. A arrecadação do Estado alemão</p><p>diminuiu, a moeda alemã perdeu totalmente o valor e</p><p>houve desemprego em massa. Tal crise culminou com</p><p>um pedido de moratória da dívida referente às indeni-</p><p>zações aos países vencedores da Primeira Guerra.</p><p>Em 1923, alheia aos problemas alemães, a França</p><p>ocupou a região mais rica e industrializada da Alema-</p><p>nha, o vale do Ruhr, para garantir o recebimento dessas</p><p>indenizações.</p><p>Nesse cenário, surgiu e cresceu rapidamente o na-</p><p>zismo, um movimento nacionalista com fortes ideias</p><p>totalitárias e racistas, sob a liderança de Adolf Hitler.</p><p>Em janeiro de 1933, Hitler foi nomeado chanceler pelo</p><p>presidente Hindenburg. No mês seguinte, atribuiu aos</p><p>comunistas um incêndio ocorrido no Parlamento e, a</p><p>partir de então, passou a perseguir todas as forças de</p><p>oposição. Nas eleições de março, o Partido Nazista con-</p><p>quistou a maioria dos votos e Hitler assumiu o governo</p><p>com poderes ditatoriais.</p><p>Os nazistas ampliaram sua política de expansão do</p><p>“espaço vital” (território que estaria destinado à manu-</p><p>tenção e ao domínio dos povos germânicos) e de valo-</p><p>rização da “raça pura”, perseguindo violentamente os</p><p>grupos que consideravam “raças inferiores” (judeus,</p><p>ciganos e outras minorias).</p><p>A crise da Bolsa de Nova York</p><p>Enquanto a Europa sofria as consequências da cri-</p><p>se proveniente da destruição provocada pela Primeira</p><p>Guerra Mundial, os Estados Unidos viviam um perío-</p><p>do próspero após sua vitoriosa intervenção no conflito.</p><p>Houve um significativo aumento de recursos finan-</p><p>ceiros, graças ao recebimento dos empréstimos feitos</p><p>aos países europeus, o que estimulou o crescimento da</p><p>indústria. Porém, a capacidade de consumo da popula-</p><p>ção não acompanhou o ritmo da produção industrial, o</p><p>que gerou excedente e a consequente queda dos preços.</p><p>Muitas indústrias demitiram funcionários e muitos fa-</p><p>zendeiros foram à bancarrota devido aos preços baixos</p><p>dos produtos agrícolas.</p><p>Pela difícil situação das empresas, os acionistas passa-</p><p>ram a vender em massa suas ações, cujos preços baixa-</p><p>ram até os papéis perderem praticamente todo o valor.</p><p>O crash (quebra) da Bolsa de Nova York, em outubro de</p><p>1929, causou uma crise econômica em países capitalis-</p><p>tas do mundo todo.</p><p>Ao longo dos anos 1930, a economia estadunidense</p><p>se recuperou graças ao New Deal, plano econômico rea-</p><p>lizado pelo presidente Franklin Delano Roosevelt.</p><p>Moratória: acordo estabelecido entre credores e devedores para o</p><p>adiamento do pagamento de uma dívida.</p><p>A alta inflação na Alemanha, nos primeiros anos da década de</p><p>1920, provocou uma extrema desvalorização da moeda alemã.</p><p>Na foto, crianças utilizam cédulas como brinquedo. Foto de 1923.</p><p>Th</p><p>re</p><p>e</p><p>Li</p><p>on</p><p>s/</p><p>G</p><p>et</p><p>ty</p><p>Im</p><p>ag</p><p>es</p><p>26</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C02_022a027.indd 26 02/06/16 10:03</p><p>Não escreva no livro.</p><p>A Segunda Guerra Mundial</p><p>Em 1938, a Alemanha iniciou sua política expansionista, anexando regiões em países vizinhos</p><p>cuja população tivesse ascendência germânica – os primeiros foram a Áustria e parte da Tchecoslová-</p><p>quia. Em 1939, com a iminência de um conflito armado, União Soviética e Alemanha assinaram um</p><p>tratado que previa a não agressão mútua. Para a Alemanha isso garantia uma única frente de batalha.</p><p>Ainda em 1939, as tropas alemãs invadiram a Polônia. A França e a Inglaterra formaram o</p><p>bloco dos Aliados e declararam guerra à Alemanha. Alegando interesses coloniais em territó-</p><p>rios franceses, a Itália entrou na guerra ao lado da Alemanha. Era o início de um novo conflito</p><p>que atingiria escala mundial.</p><p>Em 1940, o exército alemão invadiu o território francês e, em junho desse ano, a França se ren-</p><p>deu assinando um desonroso armistício. Um governo colaboracionista (pró-alemão) foi instalado</p><p>na cidade de Vichy.</p><p>Ainda em 1940, o Japão, que também tinha aspirações imperialistas, assinou um tratado com</p><p>a Alemanha e a Itália. Estava formado o bloco das potências do Eixo.</p><p>A entrada efetiva dos Estados Unidos na guerra deu-se em 1941, após os japoneses</p><p>bombardea rem Pearl Harbor, base naval estadunidense no Havaí. No mesmo ano, o exército</p><p>alemão quebrou o pacto de não agressão e atacou a URSS. Esta declarou guerra à Alemanha e</p><p>entrou no conflito ao lado dos Aliados. As forças alemãs avançaram em território soviético, mas</p><p>desde o início encontraram dificuldades, devido não apenas à ação do exército soviético,</p><p>mas também à forte resistência popular.</p><p>O início do fim</p><p>No fim de 1942 e início do ano seguinte, desenvolveu-se a batalha de Stalingrado. Os ale-</p><p>mães iniciaram um ataque à cidade, mas aos poucos perderam força e o exército soviético os</p><p>obrigou a recuar. Em maio de 1943, a URSS já havia recuperado grandes extensões de seu ter-</p><p>ritório e avançava para o território do inimigo.</p><p>Na outra frente, os alemães também foram derrotados a partir do famoso Dia D, em</p><p>6 de junho de 1944, quando tropas estadunidenses desembarcaram no norte da França, na</p><p>Normandia, e tomaram a dire-</p><p>ção de Berlim com o apoio dos</p><p>Aliados.</p><p>Com a ocupação da Alema-</p><p>nha em ambas as frentes e as</p><p>tropas soviéticas entrando em</p><p>Berlim, Hitler cometeu suicí-</p><p>dio em seu bunker, no dia 30</p><p>de abril de 1945. Um dia an-</p><p>tes, a Itália havia assinado sua</p><p>rendição após o assassinato de</p><p>Benito Mussolini. Apenas o Ja-</p><p>pão resistia, embora já pratica-</p><p>mente vencido.</p><p>Em 6 e 9 de agosto do mes-</p><p>mo ano, as cidades de Hiroshi-</p><p>ma e Nagasaki, respectiva-</p><p>mente, foram atacadas pelos</p><p>Estados Unidos com bombas</p><p>atômicas. No dia 15, o impera-</p><p>dor Hiroíto anunciou pelo rá-</p><p>dio a rendição do país. Em 2 de</p><p>setembro, a bordo de um na-</p><p>vio estadunidense, foi assinada</p><p>a ata de rendição. Terminava a</p><p>Segunda Guerra Mundial.</p><p>Bunker: abrigo</p><p>geralmente</p><p>subterrâneo</p><p>construído</p><p>com paredes</p><p>fortificadas para</p><p>suportar ataques</p><p>inimigos.</p><p>Dia D: expressão</p><p>utilizada para</p><p>designar o</p><p>dia em que é</p><p>desencadeada</p><p>uma ação militar.</p><p>Abreviação da</p><p>expressão, em</p><p>inglês, departed</p><p>day (D-Day), ou</p><p>dia da partida.</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>Segunda Guerra Mundial: ocupação de territórios (1939-1945)</p><p>Fonte de pesquisa: ArrudA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. São Paulo: Ática, 2007. p. 30.</p><p>20ºL</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>M a r M e d i t e r r â n e o</p><p>Mar Negro</p><p>Mar</p><p>Cáspio</p><p>Mar</p><p>do</p><p>Norte</p><p>Mar</p><p>Báltico</p><p>OCEANO GLACIAL ÁRTICO</p><p>20ºO 0º 20ºL 40ºL</p><p>60ºN</p><p>40ºN</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>M</p><p>er</p><p>id</p><p>ia</p><p>no</p><p>d</p><p>e</p><p>G</p><p>re</p><p>en</p><p>w</p><p>ic</p><p>h</p><p>Mar</p><p>Aral</p><p>ALEMANHA</p><p>FRANÇA</p><p>ESPANHA</p><p>PORTUGAL</p><p>ARGÉLIA</p><p>Argel Bône</p><p>Túnis</p><p>Trípoli</p><p>TUNÍSIA</p><p>LÍBIA EGITO</p><p>El Alamein Alexandria</p><p>Cairo</p><p>PALESTINA</p><p>LÍBANO</p><p>Chipre</p><p>Creta</p><p>SÍRIA</p><p>TRANSJORDÂNIA</p><p>IRAQUE</p><p>IRÃ</p><p>TURQUIA</p><p>Atenas</p><p>GRÉCIA</p><p>ALBÂNIA</p><p>Sicília</p><p>Sardenha</p><p>Córsega</p><p>Roma</p><p>IUGOSLÁVIA</p><p>BULGÁRIA</p><p>ROMÊNIA</p><p>HUNGRIA</p><p>POLÔNIA</p><p>TCHECOSLOVÁQUIA</p><p>PRÚSSIA</p><p>Varsóvia</p><p>Stalingrado</p><p>Moscou</p><p>LITUÂNIA</p><p>LETÔNIA</p><p>ESTÔNIA</p><p>FINLÂNDIA</p><p>SUÉCIA</p><p>NORUEGA</p><p>DINAMARCA</p><p>Berlim Poznan</p><p>Nuremberg</p><p>ÁUSTRIASUÍÇA</p><p>Vichy</p><p>Paris LUX.</p><p>Londres PAÍSES</p><p>BAIXOS</p><p>BÉLGICA</p><p>GRÃ-BRETANHA</p><p>IRLANDA</p><p>ISLÂNDIA</p><p>U N I à O S O V I É T I C A</p><p>ARÁBIA</p><p>1944</p><p>1942 1942</p><p>1943</p><p>1943</p><p>1944</p><p>1944</p><p>ITÁLIA</p><p>Estados aliados do Eixo Roma-Berlim</p><p>Estados neutros</p><p>Território alemão em 01/09/1939</p><p>Território italiano em 01/09/1939</p><p>Grã-Bretanha e territórios sob seu controle</p><p>Territórios ocupados pela Alemanha</p><p>Avanço das forças aliadas</p><p>em 1939</p><p>em 1940</p><p>em 1941</p><p>em 1943 em 1944 em 1945</p><p>Linha de contato entre ocidentais</p><p>e soviéticos em 1945</p><p>Desembarque aliado vitorioso</p><p>em 1942</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>0 485 970 km</p><p>27</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C02_022a027.indd 27 04/06/16 11:48</p><p>Informe</p><p>Não escreva no livro.</p><p>1. O texto ressalta uma forte ligação entre Estado e indústria bélica. Essa relação ainda existe em nossos</p><p>dias? Justifique sua resposta com um caso concreto.</p><p>2. Discuta com os colegas: No momento histórico abordado, os países se preparavam para uma guerra?</p><p>para dIscutIr</p><p>Corrida armamentista: fase marcada pelo maciço investimento dos</p><p>países em armamentos e demais tecnologias militares para a formação</p><p>de poderosos arsenais.</p><p>da paz à guerra</p><p>Enquanto apenas alguns observadores civis compre-</p><p>endiam o caráter catastrófico da futura guerra, gover-</p><p>nos que não o entendiam se lançaram entusiasticamente</p><p>à corrida para se equipar com os armamentos cuja nova</p><p>tecnologia o propiciaria. A tecnologia da morte, já em pro-</p><p>cesso de industrialização em meados do século, avançou</p><p>notavelmente nos anos 1880, não apenas devido a uma</p><p>verdadeira revolução na rapidez e no poder de fogo das</p><p>armas pequenas e da artilharia, mas também através da</p><p>transformação dos navios de guerra por meio de motores-</p><p>-turbina, de uma blindagem protetora mais eficaz e da ca-</p><p>pacidade de carregar muito mais armas. […]</p><p>Os gastos militares britânicos permaneceram estáveis</p><p>nos anos 1870 e 1880, tanto em termos de porcentagem</p><p>do orçamento total como per capita em relação à popula-</p><p>ção. Mas passou de 32 milhões em 1887 a 44,1 milhões de</p><p>libras esterlinas em 1898-1899, e a mais de 77 milhões em</p><p>1913-1914. E o crescimento mais espetacular foi o da ma-</p><p>rinha, o que não é surpreendente, pois se tratava da ala de</p><p>alta tecnologia de guerra, correspondente aos mísseis nos</p><p>gastos modernos de armamentos […].</p><p>A simbiose entre guerra e produção da guerra transfor-</p><p>mou inevitavelmente as relações entre governo e indús-</p><p>tria, pois, como observou Friedrich Engels em 1892, “como</p><p>a guerra se tornou um setor da grande industrie... la grande</p><p>industrie... se tornou uma necessidade política”. E, recipro-</p><p>camente, o Estado se tornou essencial para certos setores</p><p>da indústria, pois quem, senão o governo, constitui a clien-</p><p>tela dos armamentos? Os bens que essa indústria produzia</p><p>eram determinados não pelo mercado, mas pela intermi-</p><p>nável concorrência dos governos, que os fazia procurar ga-</p><p>rantir para si um fornecimento satisfatório das armas mais</p><p>avançadas e, portanto, mais eficientes. E mais, o que os go-</p><p>vernos precisavam não era tanto da produção real de armas,</p><p>mas sim da capacidade de produzi-las numa escala compatí-</p><p>vel com uma época de guerra, se fosse o caso; isso quer dizer</p><p>que eles tinham que zelar para que suas indústrias manti-</p><p>vessem uma capacidade de produção altamente excedente</p><p>para tempos de paz […].</p><p>Como o moderno “complexo industrial-militar” dos</p><p>EUA, essas concentrações industriais gigantescas não</p><p>teriam sido nada sem a corrida armamentista dos go-</p><p>vernos. Assim sendo, é tentador responsabilizar tais</p><p>“mercadores da morte” (a expressão se popularizou entre</p><p>os pacifistas) pela “guerra de aço e ouro”, como a deno-</p><p>minou um jornalista britânico. Não era lógico que a in-</p><p>dústria de armas incentivasse a aceleração da corrida</p><p>armamentista, inventando, se necessário, inferioridades</p><p>nacionais ou “janelas de vulnerabilidade”, que podiam</p><p>ser removidas através de lucrativos contratos? Uma fir-</p><p>ma alemã, especializada na fabricação de metralhadoras,</p><p>conseguiu inserir uma nota no jornal Le Figaro para que o</p><p>governo francês planejasse duplicar seu número de me-</p><p>tralhadoras […].</p><p>Pessoas elegantes e pouco visíveis, como o grego</p><p>Basil Zaharoff, atuando em nome de Vickers (e que mais</p><p>tarde recebeu o título de cavaleiro pelos serviços prestados</p><p>aos aliados durante a Primeira Guerra Mundial), tomaram</p><p>as providências necessárias para que a indústria de arma-</p><p>mentos das grandes nações vendessem seus produtos me-</p><p>nos vitais ou obsoletos a Estados do Oriente Próximo e da</p><p>América Latina, que já estavam em condições de comprar</p><p>tais utensílios. Em suma, o comércio internacional mo-</p><p>derno da morte já estava bem encaminhado.</p><p>[…] Não há dúvida de que havia chegado o momento,</p><p>ao menos no verão europeu de 1914, em que a máquina</p><p>inflexível que mobilizava as forças da morte não poderia</p><p>ser mais estocada. Porém a Europa não foi à guerra devi-</p><p>do à corrida armamentista como tal, mas devido à situa-</p><p>ção internacional que lançou as nações nessa competição.</p><p>Hobsbawn, Eric. A era dos impérios: 1875-1914. 7. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002. p. 424-427.</p><p>Comemoração da vitória francesa na Primeira Guerra Mundial.</p><p>Paris, foto de novembro de 1918.</p><p>H</p><p>ul</p><p>to</p><p>n-</p><p>D</p><p>eu</p><p>ts</p><p>ch</p><p>C</p><p>ol</p><p>le</p><p>ct</p><p>io</p><p>n/</p><p>C</p><p>or</p><p>bi</p><p>s/</p><p>Fo</p><p>to</p><p>ar</p><p>en</p><p>a</p><p>28</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C02_028a033.indd 28 02/06/16 10:04</p><p>Mundo Hoje</p><p>Não escreva no livro.</p><p>a conferência de Bretton Woods</p><p>A Segunda Guerra Mundial ainda não havia acabado, mas</p><p>líderes de 44 países já estavam decidindo, em julho de 1944,</p><p>o futuro do planeta. Na Conferência de Bretton Woods,</p><p>realizada há sete décadas no Estado de New Hampshire,</p><p>nos Estados Unidos, os representantes das nações, in-</p><p>cluindo o Brasil, estabeleceram as diretrizes de uma no-</p><p>va ordem econômica global. Um dos objetivos da reunião</p><p>era a reconstrução do capitalismo, estabelecendo regras fi-</p><p>nanceiras e comerciais e evitando crises como as registra-</p><p>das após a Primeira Guerra (1914-1918), notadamente a</p><p>Grande Depressão dos anos [19]30. Durante o encontro</p><p>de cúpula foram criadas instituições voltadas para tentar</p><p>alcançar essa estabilidade: o Fundo Monetário Internacional</p><p>(FMI) e o Banco Internacional para a Reconstrução e o De-</p><p>senvolvimento (Bird ou Banco Mundial).</p><p>A criação formal das duas instituições ocorreria em 27 de</p><p>dezembro de 1945, quando foi assinada em Bretton Woods</p><p>a ata de fundação do FMI e do Bird, com papéis e perfis de</p><p>financiamento distintos. Mas mesmo com a assinatura do</p><p>Acordo de Bretton Woods, os dois organismos levaram ain-</p><p>da dois anos para começar a entrar em operação, em 1946,</p><p>aguardando a sua ratificação pelos países.</p><p>[...] No Hotel Mount Washington, na pequena locali-</p><p>dade de Bretton Woods, os mais de 700 delegados discuti-</p><p>ram os graves problemas provocados pela eclosão do confli-</p><p>to em escala global e os caminhos para superá-los. Um dos</p><p>objetivos era evitar a repetição de crises geradas pelas for-</p><p>tes flutuações cambiais no período entreguerras. O mundo</p><p>queria fugir do caos monetário, de grandes recessões e sur-</p><p>tos de hiperinflação – cenário capaz de facilitar a ascensão</p><p>de governos autoritários. Na época, os especialistas se per-</p><p>guntavam: encerrada a guerra contra a Alemanha de Hitler,</p><p>como a estabilidade das moedas poderia ajudar na retoma-</p><p>da do comércio e no crescimento econômico sustentável,</p><p>em países devastados e em outros ainda em desenvolvi-</p><p>mento, com a necessidade de criação de empregos?</p><p>Duas propostas, basicamente, estavam à mesa: de um</p><p>lado a dos EUA, representados por seu secretário do Te-</p><p>souro, Harry Dexter White. Do outro, a britânica, do</p><p>célebre John Maynard Keynes. Venceu o mais forte, a po-</p><p>tência que sairia vitoriosa da Segunda Guerra: o plano de</p><p>White, que temia restrições ao comércio americano ter-</p><p>minado o conflito, em oposição a Lord Keynes, mais in-</p><p>tervencionista. O projeto americano previa a criação de</p><p>uma instituição capaz de evitar mudanças cambiais brus-</p><p>cas nos países provocadas por desvalorizações, o que afe-</p><p>tava nações vizinhas.</p><p>Ao mesmo tempo, esse órgão teria capacidade pa-</p><p>ra socorrer, temporariamente, governos em dificuldades</p><p>de honrar os seus compromissos financeiros. Nas déca-</p><p>das seguintes, esse papel foi desempenhado pelo FMI, em</p><p>meio a críticas de governos e setores da sociedade. Ao fim</p><p>do encontro, no dia 22 de julho de 1944, ficou decidido</p><p>que o dólar passaria a ser a moeda forte no mundo. Para</p><p>isso, foi instituído um conjunto de regras para regular a</p><p>política econômica dos países. A moeda americana, nova</p><p>referência internacional, estava atrelada ao ouro. Um dó-</p><p>lar equivalia a 31,1 gramas do metal.</p><p>[...]</p><p>Uma das preocupações do plano do Brasil na confe-</p><p>rência era ajudar as nações latino-americanas, garantin-</p><p>do mercados constantes para as suas matérias-primas no</p><p>pós-guerra. [...]</p><p>O chamado Sistema Bretton Woods para gerenciar a</p><p>economia global obrigava os países a adotarem uma políti-</p><p>ca monetária. A taxa de câmbio de suas moedas era manti-</p><p>da dentro de uma faixa, indexada ao dólar [...] cujo valor,</p><p>por sua vez, estaria ligado ao ouro. Mas em agosto de 1971,</p><p>diante de pressões crescentes na deman-</p><p>da global por ouro, o presidente dos EUA,</p><p>Richard Nixon, decretou o fim do padrão-</p><p>-ouro. De forma unilateral, suspendeu o</p><p>sistema monetário dos acordos de Bret-</p><p>ton Woods, cancelando a conversibilidade</p><p>direta do dólar em ouro.</p><p>Villela, Gustavo. Conferência de Bretton Woods decidiu rumos do pós-guerra e criou FMI. O Globo, 18 jul. 2014. Disponível em: <http://acervo.oglobo.globo.</p><p>com/fatos-historicos/conferencia-de-bretton-woods-decidiu-rumos-do-pos-guerra-criou-fmi-13310362>. Acesso em: 20 jan. 2016.</p><p>1. O texto afirma que, apesar das críticas de governos e setores da sociedade, o FMI seria a instituição</p><p>responsável pelo socorro monetário a países em crise financeira nas décadas seguintes à Segunda</p><p>Guerra Mundial. Faça uma pesquisa sobre o funcionamento do FMI e sobre as críticas feitas à instituição</p><p>e crie uma lista de argumentos favoráveis e contrários à atuação do fundo.</p><p>para elaBorar</p><p>Conferência de Bretton Woods, em New Hampshire, nos Estados</p><p>Unidos. Foto de 1944.</p><p>Indexar:</p><p>considerar um</p><p>valor como</p><p>índice; tomar</p><p>como valor de</p><p>referência.</p><p>B</p><p>et</p><p>tm</p><p>an</p><p>n/</p><p>C</p><p>or</p><p>bi</p><p>s/</p><p>Fo</p><p>to</p><p>ar</p><p>en</p><p>a</p><p>29</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C02_028a033.indd 29 02/06/16 10:04</p><p>30</p><p>Não escreva no livro.</p><p>A presença europeia na África Negra por muito tem-</p><p>po seguiu um padrão inaugurado pelos portugueses em</p><p>meados do século XV. Lá não houve um esforço de co-</p><p>lonização, como nas Américas. Na África, os portugue-</p><p>ses mantinham apenas áreas fortificadas permanentes no</p><p>litoral e enviavam expedições ao interior para tratar com</p><p>os líderes locais, com o objetivo de organizar redes de su-</p><p>primentos de escravos, marfim, peles e outros produtos.</p><p>Exceto poucos representantes comerciais e missio-</p><p>nários, não havia assentamentos europeus permanentes</p><p>no interior da África. Primeiro, porque as redes de co-</p><p>mércio baseadas em alianças entre portugueses e líderes</p><p>africanos garantiam lucros imensos. O tráfico de pessoas</p><p>escravizadas para a América era a atividade mais rentá-</p><p>vel do mundo. Além disso, a África era uma imensidão</p><p>desconhecida. E havia as doenças. Até o século XIX, os</p><p>europeus não sabiam como evitar moléstias como a ma-</p><p>lária, a febre amarela e a doença do sono.</p><p>Os fatos começaram a mudar na segunda metade do</p><p>século XIX. Naquela época, a economia e a sociedade</p><p>capitalistas difundiam-se pela Europa Ocidental. A nova</p><p>indústria trazia consigo uma voracidade cada vez maior</p><p>por matérias-primas que só podiam ser encontradas</p><p>fora da Europa.</p><p>O desenvolvimento técnico revolucionou os trans-</p><p>portes. Continentes inteiros estavam sendo cobertos</p><p>por malhas ferroviárias, e os mares e rios eram singra-</p><p>dos por embarcações movidas a vapor. O interior da</p><p>África despontava como uma fonte de matérias-primas</p><p>e mão de obra.</p><p>É claro que a pura e simples ganância nunca foi usada</p><p>como argumento principal da aventura africana. A pre-</p><p>sença mais intensa de europeus na África era justificada</p><p>como busca de conhecimento ou desejo de levar a civili-</p><p>zação aos “pobres nativos” e convertê-los ao cristianismo.</p><p>Enfrentando perigos, doenças e isolamento, expedi-</p><p>ções lideradas por exploradores, como o francês Pierre</p><p>Grupo de prisioneiros</p><p>fotografados em c. 1900</p><p>no Estado Livre do Congo.</p><p>Brazza e o anglo-americano Henry Morton Stanley, avan-</p><p>çaram continente adentro. Eram patrocinadas por socie-</p><p>dades geográficas ou por governos ávidos por encontrar</p><p>novas riquezas. Na esteira das expedições vinham os sol-</p><p>dados e os gerentes de empreendimentos econômicos.</p><p>No congo, a face mais cruel</p><p>do imperialismo</p><p>Um dos grandes interessados na África foi o rei dos</p><p>belgas, Leopoldo II (1835-1909), que jamais se conten-</p><p>tou em ser simplesmente o soberano da Bélgica. Para ele,</p><p>seu reino era pequeno e excessivamente controlado pelo</p><p>sistema parlamentar, que fazia dele mais um símbolo do</p><p>Estado do que uma força política com verdadeiro poder.</p><p>Assim, desejava mandar e enriquecer mais ainda.</p><p>No início da década de 1870, Leopoldo II ouviu falar do</p><p>Congo. Tratava-se de uma região que se estendia pelo cen-</p><p>tro do continente africano, banhada pelo grande rio Con-</p><p>go e seus afluentes. A região hoje é território da República</p><p>Democrática do Congo.</p><p>De acordo com as notícias das expedições de Brazza e</p><p>de Stanley, existiam no Congo cerca de du zentos grupos</p><p>étnicos e mais de quatrocentas línguas e dialetos. E a re-</p><p>gião não pertencia a nenhum dos impérios europeus.</p><p>O Congo despertava no rei grande cobiça, pois ele o</p><p>queria não para a Bélgica, mas para si mesmo.</p><p>Leopoldo II iniciou uma campanha para estabelecer</p><p>permanentemente empreendimentos europeus no Con-</p><p>go. Como justificativa, exibia o desejo de conhecimento</p><p>e a filantropia. Organizou então uma Conferência Geo-</p><p>gráfica Africana em Bruxelas, no ano de 1876, convi-</p><p>dando importantes personagens do campo geográfico</p><p>e científico da época, pagando suas passagens e hospe-</p><p>dando-as. Os estudiosos, encantados com o interesse e</p><p>a acolhida do rei, elegeram-no presidente de honra da</p><p>Associação Internacional Africana (AIA).</p><p>o grande massacre no congo</p><p>presença da África</p><p>P</p><p>ho</p><p>to</p><p>b</p><p>y</p><p>A</p><p>pi</p><p>c/</p><p>G</p><p>et</p><p>ty</p><p>Im</p><p>ag</p><p>es</p><p>30</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C02_028a033.indd 30 02/06/16 10:04</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Com o tempo, Leopoldo II obteve a aprovação das</p><p>grandes potências para suas pretensões no Congo.</p><p>Como resultado da Conferência de Berlim, o rei da</p><p>Bélgica conseguiu autorização para a criação do Esta-</p><p>do Livre do Congo.</p><p>O fato é que a presença dos representantes belgas</p><p>e das empresas europeias no Congo não</p><p>foi de modo</p><p>algum filantrópica. Milhares de chefes, em troca de</p><p>garrafas de gim ou de velhos uniformes europeus, eram</p><p>estimulados a assinar documentos em que cediam a</p><p>soberania de seus territórios e de seus povos ao Es-</p><p>tado Livre. Muito provavelmente, os chefes africa-</p><p>nos não tinham uma ideia clara do significado de</p><p>sua assinatura, já que o conceito político de sobera-</p><p>nia, como entendido na Europa, não tinha sentido</p><p>para eles.</p><p>Os representantes do Estado Livre do rei Leopol-</p><p>do, quando deparavam com a resistência das tribos em</p><p>ceder trabalhadores para as companhias europeias, or-</p><p>denavam mutilações, a exemplo de algumas etnias do</p><p>Congo que, em suas guerras, tinham o hábito de reunir</p><p>as orelhas de inimigos mortos.</p><p>As autoridades do Estado Livre do Congo obrigavam</p><p>os africanos a abandonar suas plantações de subsistência</p><p>e os cuidados com seus rebanhos para servir os europeus.</p><p>Sem agricultura e rebanhos, as famílias dos congoleses</p><p>passavam fome.</p><p>As rebeliões mais contundentes eram reprimidas com a</p><p>eliminação de aldeias inteiras. Jamais se saberá com exati-</p><p>dão quantos dos cerca de 20 milhões de africanos do Con-</p><p>go pereceram nos massacres patrocinados pela “filantro-</p><p>pia” do rei Leopoldo.</p><p>Uma matança de tais proporções seria difícil de es-</p><p>conder por muito tempo. No início do século XX,</p><p>viajantes e missionários europeus e estadunidenses,</p><p>horrorizados com o que haviam testemunhado, de-</p><p>nunciaram nos jornais os massacres, as mutilações e</p><p>a exploração do trabalho escravo no Estado Livre do</p><p>Congo. Foi a primeira grande campanha internacio-</p><p>nal em favor dos direitos humanos no século XX. A</p><p>campanha surtiu algum efeito. A opinião pública in-</p><p>ternacional passou a acreditar que Leopoldo II era</p><p>um hipócrita mentiroso. Já a história desvenda a ima-</p><p>gem de um verdadeiro monstro.</p><p>1. Leia atentamente os textos abaixo e comente-os com os colegas.</p><p>a) O Congo foi explorado por grandes empresas. Em 1890, a exportação de borracha do Congo foi de 100 tone-</p><p>ladas. Esse número subiu para 1,3 milhão de toneladas em 1896, chegou a 2 milhões em 1898, e em 1901</p><p>atingiu 6 milhões de toneladas.</p><p>b) Anotação extraída do diário do missionário batista inglês A. E. Scrivener, em 1903:</p><p>[…] Da forma como foi trazido, cada homem tinha um cestinho contendo mais ou menos quatro ou cin-</p><p>co libras de borracha. […] O antigo homem branco (eu me sinto envergonhado de minha cor todas as vezes</p><p>em que penso nele) se postava na porta do armazém para receber a borracha dos pobres coitados trêmulos,</p><p>que, depois de semanas de privações nas florestas, tinham ousado chegar com o que foram capazes de cole-</p><p>tar. Quando um homem trazia menos que a porção apropriada, o homem branco encolerizava-se e, tomando</p><p>um rifle de um dos guardas, fuzilava-o na hora. Raramente a quantidade de borracha aumentava, mas um ou</p><p>mais eram fuzilados na porta do armazém “para fazer os sobreviventes trazerem mais na próxima vez”. […]</p><p>Galli, Marcelo. Um pedaço de bolo no meio da África. Disponível em: <http://portalcienciaevida.uol.com.br/ESLH/Edicoes/10/artigo96015-6.</p><p>asp>. Acesso em: 27 jan. 2016.</p><p>c) Declaração de Leopoldo II quanto aos seus objetivos no Congo: “Abrir para a civilização a única parte do glo-</p><p>bo que ela ainda não penetrou, atravessar a escuridão na qual populações inteiras estão envolvidas [...]”.</p><p>Galli, Marcelo. Um pedaço de bolo no meio da África. Disponível em: <http://portalcienciaevida.uol.com.br/ESLH/Edicoes/10/artigo96015-6.</p><p>asp>. Acesso em: 27 jan. 2016.</p><p>2. Com base em todas as informações de que você dispõe sobre o assunto, elabore uma história em</p><p>quadrinhos com o seguinte título: O rei Leopoldo II leva a civilização ao Congo.</p><p>O trabalho poderá ser feito em grupo.</p><p>para discutir</p><p>Coração das trevas, de Joseph Conrad. São Paulo: Companhia de</p><p>Bolso, 2008.</p><p>O livro retrata a violência extrema praticada na África pelos</p><p>colonizadores.</p><p>Um pedaço de bolo no meio da África</p><p>Reportagem de Marcelo Galli, sobre a exploração colonial do Congo</p><p>Belga. Disponível em: <http://linkte.me/historiafrica>. Acesso em:</p><p>25 maio 2016.</p><p>leia</p><p>31</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C02_028a033.indd 31 02/06/16 10:04</p><p>Atividades Não escreva no livro.</p><p>0° 10°L 20°L 30°L 40°L 50°L 60°L</p><p>60°N</p><p>50°N</p><p>40°N</p><p>70°L 80°L20°O30°O 10°O</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>M</p><p>er</p><p>id</p><p>ia</p><p>no</p><p>d</p><p>e</p><p>G</p><p>re</p><p>en</p><p>w</p><p>ic</p><p>h</p><p>ISLÂNDIA</p><p>novos países</p><p>IRLANDA REINO</p><p>UNIDO</p><p>PORTUGAL</p><p>ESPANHA</p><p>ÁFRICA</p><p>ÁSIA</p><p>FRANÇA</p><p>BÉLGICA</p><p>ALEMANHA</p><p>SUÍÇA ÁUSTRIA</p><p>ITÁLIA</p><p>ESTÔNIA</p><p>LETÔNIA</p><p>LITUÂNIA</p><p>ROMÊNIA</p><p>BULGÁRIA</p><p>IUGOSLÁVIA</p><p>ALBÂNIA</p><p>HUNGRIA</p><p>POLÔNIA</p><p>UNIÃO DAS REPÚBLICAS</p><p>SOCIALISTAS SOVIÉTICAS</p><p>(parte europeia)</p><p>GRÉCIA</p><p>TURQUIA</p><p>(parte europeia)</p><p>LUXEMBURGO</p><p>DINAMARCA</p><p>NORUEGA</p><p>SUÉCIA FINLÂNDIA</p><p>I. Córsega</p><p>I. Sardenha</p><p>I. Sicília</p><p>I. Creta I. Chipre</p><p>(RUN)</p><p>Is. Baleares</p><p>Mar</p><p>Cáspio</p><p>Mar Negro</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>OCEANO GLACIAL ÁRTICO</p><p>Mar do</p><p>Norte</p><p>TCHECOSLOVÁQUIA</p><p>Mar</p><p>Báltico</p><p>M a r M e d i t e r r â n e o</p><p>PAÍSES</p><p>BAIXOS</p><p>0 655 1310 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>0° 10°L 20°L 30°L 40°L 50°L 60°L</p><p>60°N</p><p>50°N</p><p>40°N</p><p>70°L 80°L20°O30°O 10°OCírculo Polar Ártico</p><p>M</p><p>er</p><p>id</p><p>ia</p><p>no</p><p>d</p><p>e</p><p>G</p><p>re</p><p>en</p><p>w</p><p>ic</p><p>h</p><p>ISLÂNDIA</p><p>(Dinamarca)</p><p>REINO UNIDO</p><p>PORTUGAL</p><p>ESPANHA</p><p>ÁFRICA</p><p>ÁSIA</p><p>FRANÇA</p><p>PAÍSES</p><p>BAIXOS</p><p>BÉLGICA</p><p>ALEMANHA</p><p>SUÍÇA ÁUSTRIA-HUNGRIA</p><p>ITÁLIA ROMÊNIA</p><p>BULGÁRIAMONTENEGRO</p><p>ALBÂNIA</p><p>IMPÉRIO RUSSO</p><p>IMPÉRIO OTOMANO</p><p>GRÉCIA</p><p>LUXEMBURGO</p><p>DINAMARCA</p><p>NORUEGA</p><p>SUÉCIA</p><p>I. Córsega</p><p>I. Sardenha</p><p>I. Sicília</p><p>I. Creta I. Chipre</p><p>(RUN)</p><p>Is. Baleares</p><p>Mar Negro</p><p>Mar do</p><p>Norte</p><p>OCEANO GLACIAL ÁRTICO</p><p>Tríplice Aliança (1882) e aliados</p><p>Tríplice Entente (1907) e aliados</p><p>Maio de 1915 – Itália entra na</p><p>guerra, mas do lado da Tríplice</p><p>Entente</p><p>Países neutros</p><p>Países invadidos pelas forças</p><p>da Alemanha e Áustria-Hungria</p><p>Mar Cáspio</p><p>SÉRVIA</p><p>Mar</p><p>Báltico</p><p>M a r M e d i t e r r â n e o</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>0 655 1310 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>Fonte de pesquisa: ArrudA, José Jobson de A. Atlas histórico básico.</p><p>São Paulo: Ática, 2007. p. 27.</p><p>Fonte de pesquisa: ArrudA, José Jobson de A. Atlas histórico básico.</p><p>São Paulo: Ática, 2007. p. 27.</p><p>9. Com base no mapa, descreva a expansão da crise provocada pela quebra da Bolsa de Nova York em 1929.</p><p>Lendo mapas</p><p>8. Compare os dois mapas que mostram a situação da Europa antes e depois da Primeira Guerra Mundial e</p><p>explique o que ocorreu com o Império Austro-Húngaro e com o Império Russo.</p><p>Revendo conceitos</p><p>1. O que é o nacionalismo?</p><p>2. O que foi a Conferência de Berlim?</p><p>3. Quais foram as principais consequências da Primeira</p><p>Guerra Mundial?</p><p>4. Como se formaram a Tríplice Entente e a Tríplice</p><p>Aliança?</p><p>5. Cite as principais características da crise econômi-</p><p>ca ocorrida no período entre guerras.</p><p>6. Quais foram as principais causas da Segunda Guerra</p><p>Mundial?</p><p>7. Indique os fatores que contribuíram para o fim da</p><p>Segunda Guerra Mundial em 1945.</p><p>A Europa antes da Primeira Guerra Mundial (1914)</p><p>Mundo – A crise de 1929 e sua expansão</p><p>A Europa após a Primeira Guerra Mundial (1921)</p><p>Fonte de pesquisa:</p><p>Vicentino, Cláudio.</p><p>Atlas histórico: geral</p><p>e do Brasil. São</p><p>Paulo: Scipione,</p><p>2011. p. 143.</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>180°135°L90°L45°L0°45°O90°O135°O180°</p><p>45°N</p><p>0°</p><p>45°S</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>ÍNDICO</p><p>OCEANO GLACIAL ÁRTICO</p><p>OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>Círculo Polar Antártico</p><p>Trópico de Câncer</p><p>Trópico de Capricórnio</p><p>Equador</p><p>M</p><p>er</p><p>id</p><p>ia</p><p>n</p><p>o</p><p>d</p><p>e</p><p>G</p><p>re</p><p>en</p><p>w</p><p>ic</p><p>h</p><p>ESTADOS</p><p>UNIDOS</p><p>CARIBE</p><p>A</p><p>M</p><p>ÉR</p><p>IC</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>S</p><p>U</p><p>L</p><p>AUSTRÁLIA</p><p>ÁSIA</p><p>Wall Street</p><p>Nova York</p><p>1929 EUROPA</p><p>Londres</p><p>1931</p><p>Berlim</p><p>1931</p><p>Viena</p><p>1931</p><p>URSS</p><p>JAPÃOÍN</p><p>DIA</p><p>Á</p><p>FR</p><p>IC</p><p>A</p><p>ÁSIA</p><p>AUSTRÁLIA</p><p>0 2 960 5 920 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>1932</p><p>Expansão da crise americana</p><p>1929-1930</p><p>Países afetados pela crise em:</p><p>1931</p><p>Expansão da crise europeia</p><p>A</p><p>llm</p><p>ap</p><p>s/</p><p>ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>A</p><p>llm</p><p>ap</p><p>s/</p><p>ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>32</p><p>Para incluir esta página</p><p>no sumário, clicar + shift +</p><p>command na caixa com texto</p><p>transparente abaixo</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C02_028a033.indd 32 04/06/16 12:19</p><p>Captain America Comics, n. 1, mar. 1943.</p><p>Os líderes</p><p>dos Aliados (da esq. para a dir.): Josef Stalin, da</p><p>URSS, Franklin Roosevelt, dos EUA, e Winston Churchill,</p><p>do Reino Unido, em Teerã, Irã. Foto de 1943.</p><p>Joachim von Ribbentrop (à esq.), ministro de relações exteriores</p><p>da Alemanha nazista, e Josef Stalin (à dir.) após a assinatura do</p><p>tratado de não agressão, em Moscou, URSS. Foto de 1939.</p><p>Interpretando textos e imagens</p><p>10. Leia o texto, observe a imagem e responda às</p><p>questões.</p><p>[...] Em troca do reconhecimento do Estado do Congo,</p><p>sob controle de Leopoldo II, os belgas tiveram que acei-</p><p>tar a política de “Portas Abertas”, admitindo a navega-</p><p>ção e o comércio internacional no rio Congo para todas</p><p>as nações europeias. Da mesma forma, capitais france-</p><p>sas e belgas associar-se-iam rapidamente para a explo-</p><p>ração das riquezas minerais do país, conformando, um</p><p>pouco mais tarde, a empresa Union Minière, que passa</p><p>a exercer o verdadeiro controle sobre o cobre, o ouro e</p><p>os diamantes do Congo. Na direção leste, contudo, a</p><p>expansão francesa deparou-se com a forte projeção de</p><p>força do Império Britânico, que fazia a subida do rio</p><p>Nilo, estabelecendo uma longa linha férrea paralela ao</p><p>rio como principal ferramenta de dominação do rico e</p><p>estratégico Vale do Nilo. Ambas as frentes imperialis-</p><p>tas encontrar-se-iam na junção dos dois Nilos, em Fa-</p><p>choda, no Sudão. Estavam em jogo, aí, em 1898, dois</p><p>ambiciosos projetos geopolíticos: a travessia francesa</p><p>da África no sentido Atlântico/Índico ou a travessia</p><p>britânica da África no sentido Alexandria/Cidade do</p><p>Cabo, através de uma longa ferrovia, que deveria ligar</p><p>o Cairo à Cidade do Cabo, idealizada por Cecil Rhodes</p><p>(1853-1902). [...]</p><p>silVa, Francisco Carlos Teixeira da et al (Org.). Enciclopédia de guerras</p><p>e revoluções: vol. I: 1901-1919: a época dos imperialismos e da Grande</p><p>Guerra (1914-1919). 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. E-book.</p><p>11. Associe a capa da revista abaixo ao desfecho da</p><p>Segunda Guerra Mundial.</p><p>a) Quais projetos geopolíticos para o continente</p><p>africano opuseram França e Inglaterra?</p><p>b) Cite dois exemplos da dominação europeia sobre</p><p>a África mencionados no texto.</p><p>c) Quais elementos da caricatura estão relaciona-</p><p>dos às informações apresentadas no texto?</p><p>12.  Analise as fotos a seguir, associando-as aos trata-</p><p>dos estabelecidos por Hitler e Stalin e à entrada da</p><p>URSS na Segunda Guerra Mundial.</p><p>O empresário inglês</p><p>Cecil John Rhodes</p><p>atuou no setor de</p><p>mineração em</p><p>regiões africanas</p><p>sob domínio</p><p>britânico e foi</p><p>primeiro-ministro da</p><p>Colônia do Cabo</p><p>(que atualmente</p><p>integra a África do</p><p>Sul) entre 1890 e</p><p>1896. Gravura de</p><p>Edward Linley</p><p>Sambourne, 1892.</p><p>U</p><p>ni</p><p>ve</p><p>rs</p><p>al</p><p>H</p><p>is</p><p>to</p><p>ry</p><p>A</p><p>rc</p><p>hi</p><p>ve</p><p>/U</p><p>IG</p><p>/B</p><p>rid</p><p>ge</p><p>m</p><p>an</p><p>Im</p><p>ag</p><p>es</p><p>/E</p><p>as</p><p>yp</p><p>ix</p><p>B</p><p>ra</p><p>si</p><p>l</p><p>B</p><p>et</p><p>tm</p><p>an</p><p>n/</p><p>C</p><p>or</p><p>bi</p><p>s/</p><p>Fo</p><p>to</p><p>ar</p><p>en</p><p>a</p><p>B</p><p>et</p><p>tm</p><p>an</p><p>n/</p><p>C</p><p>or</p><p>bi</p><p>s/</p><p>Fo</p><p>to</p><p>ar</p><p>en</p><p>a</p><p>M</p><p>ar</p><p>ve</p><p>l.</p><p>Fa</p><p>c-</p><p>sí</p><p>m</p><p>ile</p><p>: I</p><p>D</p><p>/B</p><p>R</p><p>33</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C02_028a033.indd 33 02/06/16 10:04</p><p>capítulo</p><p>Não escreva no livro.</p><p>3 A geopolítica no</p><p>pós-guerra</p><p>Com o fim da Segunda Guerra Mundial, Estados Unidos e União Soviética despontaram</p><p>como potências hegemônicas no quadro político mundial. Nas conferências de Yalta e de</p><p>Potsdam (realizadas respectivamente em fevereiro e julho de 1945), os limites da divisão</p><p>do mundo em dois blocos antagônicos, o socialista e o capitalista, foram esboçados. Tam-</p><p>bém se delineou, nessas conferências, a divisão da Europa em áreas de influência soviética</p><p>e estadunidense.</p><p>A rivalidade entre Estados Unidos e URSS pela “conquista” do espaço durante a Guerra</p><p>Fria levou as duas potências a investir maciçamente em pesquisa e desenvolvimento tec-</p><p>nológico. Nesta fase, a disputa pela exploração do espaço, representada nas duas imagens</p><p>acima, recebeu o nome de “corrida espacial”. Apontava-se para uma bipolarização com</p><p>situações de conflito nos campos ideológico, econômico e político, assim como nas dimen-</p><p>sões militar e estratégica. Na segunda metade do século XX, as duas potências buscaram</p><p>a consolidação e difusão de seus regimes e ideologias. O mundo assistiu, então, à forma-</p><p>ção de dois blocos de países com sistemas políticos e econômicos diferentes.</p><p>Observe as imagens e responda às questões.</p><p>1. Comente a importância da conquista espacial para os blocos em disputa.</p><p>2. No cartaz soviético, o que se entende como “o caminho da Terra às estrelas”?</p><p>o que você</p><p>vAi estudAr</p><p>A geopolítica</p><p>durante a</p><p>Guerra Fria.</p><p>A descolonização</p><p>da Ásia e da África.</p><p>O movimento</p><p>dos países não</p><p>alinhados.</p><p>A divisão da</p><p>Alemanha.</p><p>O desmembramento</p><p>da URSS.</p><p>As transformações</p><p>no Leste Europeu.</p><p>As guerras</p><p>do século XXI.</p><p>Acima, reprodução de cartaz de propaganda</p><p>soviética, dos anos 1960, com os dizeres “Cidadãos</p><p>da URSS, orgulhem-se: vocês abriram o caminho da</p><p>Terra às estrelas”. À direita, reprodução de capa</p><p>da revista estadunidense Time (dez. 1968), com a</p><p>manchete “Corrida para a Lua”.</p><p>Ti</p><p>m</p><p>e</p><p>M</p><p>ag</p><p>az</p><p>in</p><p>e/</p><p>A</p><p>rq</p><p>ui</p><p>vo</p><p>d</p><p>a</p><p>ed</p><p>ito</p><p>ra</p><p>U</p><p>ni</p><p>ve</p><p>rs</p><p>al</p><p>H</p><p>is</p><p>to</p><p>ry</p><p>A</p><p>rc</p><p>hi</p><p>ve</p><p>/U</p><p>IG</p><p>/G</p><p>et</p><p>ty</p><p>Im</p><p>ag</p><p>es</p><p>34</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C03_034a041.indd 34 02/06/16 10:05</p><p>Não escreva no livro.</p><p>O enfrentamento nuclear</p><p>Coreia</p><p>1950-1953</p><p>Vietnã</p><p>1961-1975</p><p>Afeganistão</p><p>1979-1988</p><p>Grécia</p><p>1946-1949</p><p>Moçambique</p><p>1976-1994</p><p>Angola</p><p>1976-2002</p><p>Bolívia</p><p>1966-1967</p><p>Chile</p><p>1973</p><p>São</p><p>Domingo</p><p>1965</p><p>Cuba</p><p>1962</p><p>Guatemala</p><p>1954</p><p>Nicarágua</p><p>1982-1988</p><p>Berlim</p><p>1948</p><p>ESTADOS</p><p>UNIDOS</p><p>URSS</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>OCEANO</p><p>ÍNDICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICOOCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>GLACIAL</p><p>ÁRTICO</p><p>Eq</p><p>ua</p><p>do</p><p>r</p><p>Tr</p><p>óp</p><p>ic</p><p>o</p><p>de</p><p>C</p><p>ap</p><p>ric</p><p>ór</p><p>ni</p><p>o</p><p>Tr</p><p>óp</p><p>ic</p><p>o</p><p>de</p><p>C</p><p>ân</p><p>ce</p><p>r</p><p>1945</p><p>1949</p><p>1964</p><p>1952</p><p>1960</p><p>O Plano Marshall</p><p>“Contenção nuclear” (1949-1989)</p><p>Os Estados Unidos e seus aliados</p><p>País ligado aos Estados Unidos</p><p>Intervenção americana</p><p>País parceiro e depois afastado</p><p>Intervenção soviética</p><p>Bloco soviético, país do Pacto de</p><p>Varsóvia e outros aliados</p><p>País ligado à URSS (cooperação militar)</p><p>Crises ou conflitos</p><p>Armamento nuclear</p><p>A “cortina de ferro”</p><p>1945NOTA: Em mapas como este,</p><p>em projeção azimutal, não é</p><p>possível indicar orientação.</p><p>0 2 460 4 920 km</p><p>A Guerra Fria</p><p>Em disputa por supremacia, Estados Unidos e União Soviética tornaram-se antagonistas</p><p>entre 1945 e 1991, conflito que ficou conhecido como Guerra Fria.</p><p>Dada a capacidade bélica das duas potências, uma guerra efetiva nunca ocorreu, mas o clima</p><p>de tensão permanente, típico dos conflitos armados, foi mantido enquanto as posições políticas</p><p>não foram alteradas.</p><p>os conflitos da Guerra Fria</p><p>Supunha-se inicialmente que, devido às perdas soviéticas na guerra, a URSS não conseguiria</p><p>enfrentar os Estados Unidos e suas bombas atômicas, como as lançadas sobre o território japonês</p><p>em 1945. Mas, já na década de 1950, os soviéticos possuíam tecnologia suficiente para o desen-</p><p>volvimento da bomba atômica e apresentaram seus primeiros artefatos nucleares. Em seguida,</p><p>lançaram o primeiro satélite na órbita terrestre, enviaram o primeiro ser vivo ao espaço (a cadela</p><p>Laika) e o primeiro cosmonauta, Yuri Gagarin.</p><p>Posteriormente, ocorreram as missões espaciais estadunidenses – a Apollo 8 sobrevoou o</p><p>entorno da Lua e a Apollo 11 pousou em solo lunar. Os Estados Unidos ganhavam a dianteira</p><p>da corrida espacial. Paralelamen-</p><p>te, ocorria o crescimento dos ar-</p><p>senais militares criando o chama-</p><p>do equilíbrio do terror: as duas</p><p>potências reuniam arsenais capa-</p><p>zes de destruir uma à outra e ao</p><p>mundo.</p><p>Ainda que não tenha havido</p><p>guerras entre elas, houve momen-</p><p>tos de grande tensão, como a crise</p><p>dos mísseis, em 1962, quando</p><p>mísseis nucleares soviéticos foram</p><p>instalados em Cuba, sob o pretex-</p><p>to de auxiliar a ilha a defender seu</p><p>território, que sofrera uma tentativa</p><p>de invasão com o apoio do governo</p><p>estadunidense.</p><p>Houve também guerras em que</p><p>Estados Unidos e URSS tiveram</p><p>participação direta ou indireta,</p><p>apoiando oponentes para manter</p><p>sua influência sobre o maior nú-</p><p>mero possível de países, como na</p><p>Coreia, no Vietnã e no Afeganistão.</p><p>Veja o mapa.</p><p>A cortina de ferro</p><p>Após o fim da Segunda Guerra Mundial, o governo estadunidense propôs</p><p>e implementou o</p><p>Plano Marshall, programa de ajuda econômica para a reconstrução dos países europeus destruí-</p><p>dos pela guerra. No âmbito político-militar, sob a liderança dos Estados Unidos, foi fundada,</p><p>em 1949, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), cujo objetivo era proteger os</p><p>países aliados e capitalistas.</p><p>A resposta soviética foi a constituição de organizações similares: o Conselho para Assistên-</p><p>cia Econômica Mútua (Comecon), em 1949, e o Pacto de Varsóvia (1955) – uma aliança mi-</p><p>litar de defesa e ajuda mútua em caso de ataque a um dos países do bloco socialista.</p><p>A fronteira entre os países socialistas e capitalistas, tão bem definida pelas alianças militares,</p><p>constituía o que veio a ser chamada de Cortina de Ferro.</p><p>Guerra Fria,</p><p>de José Arbex Jr.</p><p>São Paulo:</p><p>Moderna, 2005.</p><p>O livro faz</p><p>uma análise</p><p>profunda da</p><p>Guerra Fria,</p><p>estabelecendo</p><p>os nexos que</p><p>fundamentaram</p><p>a constituição</p><p>de dois blocos</p><p>antagônicos</p><p>de poder.</p><p>Leia</p><p>Cosmonauta:</p><p>termo utilizado</p><p>na antiga</p><p>União Soviética</p><p>para designar</p><p>tripulante de</p><p>nave espacial;</p><p>sinônimo de</p><p>astronauta.</p><p>O mundo bipolar (1945-1989)</p><p>Fonte de pesquisa: Boniface, Pascal; Védrine, Rubert. Atlas do mundo global. São Paulo: Estação Liberdade,</p><p>2009. p. 18.</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>35</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C03_034a041.indd 35 02/06/16 10:05</p><p>C</p><p>ap</p><p>ít</p><p>ul</p><p>o</p><p>3</p><p>–</p><p>A</p><p>g</p><p>eo</p><p>po</p><p>lít</p><p>ic</p><p>a</p><p>no</p><p>p</p><p>ós</p><p>-g</p><p>ue</p><p>rr</p><p>a</p><p>Não escreva no livro.</p><p>A descolonização</p><p>O processo de descolonização ocorrido na Ásia e na</p><p>África está relacionado aos conflitos da Segunda Guerra</p><p>Mundial. Os líderes dos países colonizados pelas potên-</p><p>cias europeias perceberam que seus dominadores não</p><p>poderiam despender energia para confrontá-los. Isso</p><p>fortaleceu os movimentos internos de libertação das co-</p><p>lônias na África e no Sudeste Asiático.</p><p>A descolonização da Ásia</p><p>As Filipinas tornaram-se independentes em 1946.</p><p>Antiga colônia estadunidense, o arquipélago foi pionei-</p><p>ro no processo de independência. Em 1949, foi a vez da</p><p>Indonésia. Apesar de perder uma guerra travada com</p><p>os holandeses, as forças nacionalistas conseguiram for-</p><p>mar um governo reconhecido pela antiga metrópole.</p><p>Denominada Indostão, a região que hoje abrange os</p><p>territórios da Índia, de Bangladesh e do Paquistão tor-</p><p>nou-se independente no fim dos anos 1940. Durante o</p><p>conflito mundial, acentuara-se a luta dos indianos pela</p><p>independência, sob a liderança de Mahatma Gandhi –</p><p>que pregava a resistência pacífica contra o domínio in-</p><p>glês – e Jawaharlal Nehru, entre outros.</p><p>Na Indochina, entre 1946 e 1954, a França en-</p><p>trou em um violento conflito com as forças locais.</p><p>A derrota do exército francês resultou na indepen-</p><p>dência da região e no surgimento de três países: Laos,</p><p>Camboja e Vietnã. Este último dividiu-se em Vietnã</p><p>do Norte e Vietnã do Sul, cada qual sob a influência de</p><p>uma das potências da Guerra Fria. Mais tarde, foi palco</p><p>de violenta guerra (1962-1975), que impôs aos Estados</p><p>Unidos uma grande derrota. Em 1976, ocorreu a reuni-</p><p>ficação do país.</p><p>A descolonização da África</p><p>O processo de descolonização da África iniciou-se</p><p>nos anos 1950. Alguns movimentos de libertação con-</p><p>quistaram a independência de seus países de modo rá-</p><p>pido e relativamente pacífico, como na Líbia, em Gana</p><p>e na Nigéria. Já os países da região do Magreb, no nor-</p><p>te da África, principalmente os colonizados pela França,</p><p>como Argélia, Marrocos e Tunísia, tiveram conflitos in-</p><p>tensos com suas metrópoles.</p><p>As colônias portuguesas (Angola, Guiné Bissau,</p><p>Moçambique, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe)</p><p>foram as que mais demoraram a se libertar. Até 1974,</p><p>Portugal foi dirigido pela ditadura salazarista, que</p><p>manteve com mão de ferro seus domínios na África.</p><p>Portugal nunca fora uma potência industrial e manti-</p><p>nha um vínculo com as colônias ao estilo antigo, co-</p><p>mo o do tempo das Grandes Navegações (séculos XV e</p><p>XVI). Somente após a Revolução dos Cravos, que der-</p><p>rubou a ditadura, as colônias portuguesas alcançaram</p><p>a independência.</p><p>A independência do Congo Belga (atual República</p><p>Democrática do Congo) também ocorreu de modo vio-</p><p>lento. Após a morte de Leopoldo II, o território tornou-</p><p>-se herança do rei para o Estado da Bélgica. Nos anos</p><p>1950, eclodiram os movimentos de libertação nacional,</p><p>e em 1960 a independência foi reconhecida.</p><p>Os anos seguintes foram marcados por guerras e</p><p>massacres levados a cabo por Mobutu Sese Seko, que</p><p>tomou o poder, mudou o nome do país para Zaire e go-</p><p>vernou até sua ditadura ser derrubada, em 1997.</p><p>Hotel Ruanda. Direção de Terry George, 2004, 121 min.</p><p>Retrata os conflitos entre tútsis e hutus ocorridos em Ruanda em</p><p>1994. O filme apresenta um microcosmo do mosaico étnico que</p><p>compõe a população de grande parte dos países africanos.</p><p>Assista</p><p>0°</p><p>0°</p><p>30°S</p><p>30°N</p><p>20°L20°O 40°L</p><p>E U R O P A</p><p>REP. DA</p><p>ÁFRICA DO SUL</p><p>NAMÍBIA</p><p>BOTSUANA</p><p>ZIMBÁBUE</p><p>ZÂMBIA</p><p>ANGOLA</p><p>TANZÂNIA</p><p>UGANDA</p><p>REPÚBLICA</p><p>CENTRO-AFRICANA</p><p>QUÊNIA</p><p>ETIÓPIA</p><p>SUDÃO</p><p>CHADE</p><p>NÍGER</p><p>NIGÉRIACOSTA</p><p>DO</p><p>MARFIM</p><p>LIBÉRIA</p><p>GUINÉ</p><p>SENEGAL</p><p>MAURITÂNIA</p><p>CABO</p><p>VERDE</p><p>Saara</p><p>Ocidental</p><p>MALI</p><p>ARGÉLIA</p><p>MARROCOS TUNÍSIA</p><p>LÍBIA</p><p>EGITO</p><p>COMORES</p><p>SEICHELES</p><p>MAURÍCIO</p><p>I. Reunião</p><p>(FRA)</p><p>REP. DEM.</p><p>DO CONGO</p><p>GABÃO</p><p>BURKINA</p><p>FASO</p><p>I. Madeira</p><p>(POR)</p><p>Is. Canárias</p><p>(ESP)</p><p>SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE</p><p>GUINÉ EQUATORIAL</p><p>MALAUÍ</p><p>LESOTO</p><p>SUAZILÂNDIA</p><p>MOÇAMBIQUE</p><p>MADAGASCAR</p><p>SOMÁLIA</p><p>DJIBUTI</p><p>ERITREIA</p><p>BURUNDI</p><p>RUANDA</p><p>CONGO</p><p>CAMARÕES</p><p>GÂMBIA</p><p>GUINÉ BISSAU</p><p>SERRA LEOA</p><p>G</p><p>A</p><p>N</p><p>A</p><p>T</p><p>O</p><p>G</p><p>O</p><p>B</p><p>E</p><p>N</p><p>IN</p><p>Á S I A</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>OCEANO</p><p>ÍNDICO</p><p>Equador</p><p>M</p><p>a</p><p>r V</p><p>e</p><p>rm</p><p>e</p><p>l h</p><p>o</p><p>Mar Mediterrâneo</p><p>Trópico de Capricórnio</p><p>Trópico</p><p>de Câncer</p><p>M</p><p>er</p><p>id</p><p>ia</p><p>n</p><p>o</p><p>d</p><p>e</p><p>G</p><p>re</p><p>en</p><p>w</p><p>ic</p><p>h</p><p>SUDÃO</p><p>DO SUL</p><p>De 1910 a 1922</p><p>De 1951 a 1958</p><p>Em 1960</p><p>De 1961 a 1968</p><p>De 1974 a 1975</p><p>Fronteiras atuais</p><p>Datas de independência</p><p>De 1990 a 1993</p><p>2011</p><p>Não colonizada</p><p>Não colonizada (ocupada</p><p>pela Itália de 1936 a 1941)</p><p>Antiga colônia da Espanha</p><p>ocupada pelo Marrocos</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>0 1095 2190 km</p><p>Fonte de pesquisa: Vicentino, Cláudio. Atlas histórico: geral e Brasil. São</p><p>Paulo: Scipione, 2011. p. 154; CIA. The World Factbook. Disponível em:</p><p><https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/od.html>.</p><p>Acesso em: 15 fev. 2016.</p><p>Ditadura salazarista: regime ditatorial que vigorou em Portugal entre</p><p>1933 e 1974. O nome faz referência a António de Oliveira Salazar, que</p><p>governou Portugal de 1932 a 1968.</p><p>Magreb: região situada no norte do continente africano, que abrange</p><p>Marrocos, Saara Ocidental, Argélia, Tunísia, Mauritânia e Líbia.</p><p>A</p><p>llm</p><p>ap</p><p>s/</p><p>ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>A descolonização da África</p><p>36</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C03_034a041.indd 36 04/06/16 11:50</p><p>Não escreva no livro.</p><p>o movimento dos não alinhados</p><p>O movimento dos países africanos e asiáticos não alinhados teve suas origens na Conferên-</p><p>cia de Bandung, em 1955, quando 29 países se posicionaram contra um alinhamento aos blocos</p><p>capitaneados pelas grandes potências, Estados Unidos e União Soviética.</p><p>Durante a Guerra Fria, era comum dividir-se o mundo em três blocos: Primeiro Mundo (paí-</p><p>ses capitalistas desenvolvidos), Segundo Mundo (países socialistas) e Terceiro Mundo (países</p><p>capitalistas subdesenvolvidos). Foram fundamentalmente os países pertencentes a este último</p><p>grupo que formaram o bloco dos não alinhados.</p><p>Ser um país não alinhado tinha, inicial-</p><p>mente, muitos significados: a manutenção</p><p>de uma posição anti-imperialista; a possibi-</p><p>lidade de abstenção às políticas e estratégicas</p><p>dos blocos antagônicos; ou, ainda, a postura</p><p>de não assumir posições militares de apoio a</p><p>uma ou outra potência. Ou seja, esses países</p><p>não adeririam a nenhum tratado militar que</p><p>fosse proposto pelas potências nem cederiam</p><p>suas bases territoriais para atividades milita-</p><p>res de países pertencentes a um dos blocos.</p><p>Atualmente, o movimento dos países não</p><p>alinhados conta com mais de cem países.</p><p>O ímpeto inicial anti-imperialista e anti-</p><p>-Guerra Fria se alterou com as mudanças</p><p>ocorridas nas relações internacionais nas úl-</p><p>timas décadas. Hoje, as principais causas do</p><p>grupo se relacionam à defesa do multilatera-</p><p>lismo político e à promoção da paz e do diá-</p><p>logo entre as nações.</p><p>A divisão da Alemanha</p><p>Ao fim da Segunda Guerra, na Conferência de Potsdam, em julho de 1945, a Alemanha foi di-</p><p>vidida em zonas de ocupação militar: três zonas, na porção ocidental, ficaram sob a administra-</p><p>ção dos Estados Unidos, do Reino Unido e da</p><p>França. A porção oriental ficou sob a adminis-</p><p>tração da União Soviética.</p><p>As três zonas ocidentais se fundiram em</p><p>1949, constituindo a República Federal da Ale-</p><p>manha (RFA ou Alemanha Ocidental), tutela-</p><p>da pelos Estados Unidos. A parte oriental, sob</p><p>a tutela soviética, deu origem à República De-</p><p>mocrática Alemã (RDA ou Alemanha Oriental).</p><p>A capital Berlim também foi dividida entre os</p><p>Aliados. Berlim Oriental ficou sob influência da</p><p>União Soviética. Berlim Ocidental, integrante</p><p>da RFA e sob influência de Estados Unidos,</p><p>França e Reino Unido, tornou-se um enclave</p><p>capitalista em território comunista.</p><p>As repúblicas alemãs passaram a apre-</p><p>sentar processos de reconstrução diferentes.</p><p>Entre 1945 e 1948, cerca de 9 milhões de</p><p>pessoas partiram da RDA rumo ao lado oci-</p><p>dental. Em 1961, a Alemanha Oriental cons-</p><p>truiu um muro que durante quase três déca-</p><p>das dividiu a cidade de Berlim e interrompeu</p><p>o movimento migratório.</p><p>Fontes de pesquisa: Atlas da história do mundo. São Paulo: Folha da Manhã, 1995. p. 270-</p><p>-271; Almanaque Abril 2014. 40. ed. São Paulo: Abril, 2014. p. 304.</p><p>Mar do</p><p>Norte</p><p>Mar Báltico</p><p>Mar</p><p>Adriático</p><p>8°L 12°L</p><p>52°N</p><p>48°N</p><p>Franceses</p><p>Estadunidenses</p><p>Fronteira entre a</p><p>República Federal da</p><p>Alemanha (Ocidental) e</p><p>República Democrática</p><p>Alemã (Oriental)</p><p>Britânicos</p><p>Soviéticos</p><p>Muro de</p><p>Berlim</p><p>0 175 350 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>0 40 kmLeipzig</p><p>BERLIM</p><p>POLÔNIA</p><p>TCHECOSLOVÁQUIA</p><p>Bremen</p><p>Hamburg</p><p>Hannover</p><p>Colônia</p><p>Frankfurt</p><p>Stuttgart</p><p>Munique</p><p>DINAMARCA</p><p>SUÉCIA</p><p>PAÍSES</p><p>BAIXOS</p><p>BÉLGICA</p><p>LUXEMBURGO</p><p>FRANÇA</p><p>SUÍÇA</p><p>ITÁLIA</p><p>ÁUSTRIA</p><p>HUNGRIA</p><p>IUGOSLÁVIA</p><p>REPÚBLICA</p><p>DEMOCRÁTICA</p><p>ALEMÃ</p><p>REPÚBLICA</p><p>FEDERAL</p><p>DA ALEMANHA</p><p>ALEMANHA</p><p>ORIENTAL</p><p>ALEMANHA ORIENTAL</p><p>SETOR</p><p>ESTADUNIDENSE</p><p>SETOR</p><p>FRANCÊS</p><p>SETOR</p><p>BRITÂNICO</p><p>SETOR</p><p>SOVIÉTICO</p><p>Alemanha dividida (1945-1990)</p><p>Fontes de pesquisa: 16th Summit of the Non-Aligned Movement – Final document, Teerã,</p><p>31 ago. 2012. Disponível em: <www.mea.gov.in/Images/pdf/final-document-of-xvi-nam-</p><p>summit.pdf>; Non-Aligned Movement – Centre for South-South Technical Cooperation.</p><p>Disponível em: <http://csstc.org/v_ket1.asp?info=13&mn=1#>. Acessos em: 2 fev. 2016.</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>180°135°L90°L45°L0°45°O90°O135°O180°</p><p>45°N</p><p>0°</p><p>45°S</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>ÍNDICO</p><p>OCEANO GLACIAL ÁRTICO</p><p>OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>Círculo Polar Antártico</p><p>Trópico de Câncer</p><p>Trópico de Capricórnio</p><p>Equador</p><p>M</p><p>er</p><p>id</p><p>ia</p><p>n</p><p>o</p><p>d</p><p>e</p><p>G</p><p>re</p><p>en</p><p>w</p><p>ic</p><p>h</p><p>0 4 160 8 320 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>Países fundadores</p><p>Países-membros</p><p>Países observadores</p><p>Mundo – Os países não alinhados (2012)</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>37</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C03_034a041.indd 37 02/06/16 10:05</p><p>C</p><p>ap</p><p>ít</p><p>ul</p><p>o</p><p>3</p><p>–</p><p>A</p><p>g</p><p>eo</p><p>po</p><p>lít</p><p>ic</p><p>a</p><p>no</p><p>p</p><p>ós</p><p>-g</p><p>ue</p><p>rr</p><p>a</p><p>Não escreva no livro.</p><p>CASAQUISTÃO</p><p>GEÓRGIA</p><p>(retirou-se da</p><p>organização</p><p>em 2009)</p><p>AZERBAIJÃO</p><p>MONGÓLIA</p><p>CHINA</p><p>BELARUS</p><p>JAPÃO</p><p>COREIA</p><p>DO SUL</p><p>COREIA</p><p>DO NORTE</p><p>ARMÊNIA</p><p>UCRÂNIA</p><p>MOLDÁVIA</p><p>ESTÔNIA</p><p>LETÔNIA</p><p>LITUÂNIA</p><p>FINLÂNDIA</p><p>UZBEQUISTÃO</p><p>TURCOMENISTÃO</p><p>QUIRGUISTÃO</p><p>TADJIQUISTÃO</p><p>RÚSSIA</p><p>PAQUISTÃOAFEGANISTÃO</p><p>IRÃ</p><p>IRAQUE</p><p>SÍRIA</p><p>TURQUIA</p><p>Mar de</p><p>Barents</p><p>Mar de</p><p>Kara</p><p>Mar de</p><p>Laptev</p><p>Mar de</p><p>Bering</p><p>Mar de</p><p>Okhotsk</p><p>Mar do</p><p>Japão/</p><p>Mar do</p><p>Leste</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>GLACIAL ÁRTICO</p><p>Mar</p><p>Negro</p><p>Mar</p><p>Cáspio</p><p>Lago</p><p>Baikal</p><p>30°L 60°L 90°L 120°L 150°L 180°</p><p>45°N</p><p>60°N</p><p>75°N</p><p>Círc</p><p>ulo Po</p><p>lar</p><p>Á</p><p>rti</p><p>co</p><p>Mar</p><p>Aral</p><p>Lago</p><p>Balkhash</p><p>0 620 1 240 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>Fontes de pesquisa: Caldini, Vera Lúcia de Moraes; Ísola, Leda. Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 126; CEI.</p><p>Disponível em: <http://www.cis.minsk.by>. Acesso em: 12 fev. 2016.</p><p>O fim da URSS e a nova ordem mundial</p><p>Por quase setenta anos (de 1922 a 1991), a União So-</p><p>viética constituiu um sistema antagônico ao capitalismo.</p><p>O país fez frente aos Estados Unidos em vários níveis, da</p><p>ideologia política aos processos industriais, desenvolven-</p><p>do poderio atômico e forte indústria aeroespacial.</p><p>Durante as décadas de 1970 e 1980, o planejamen-</p><p>to estatal dava sinais de fadiga. A excessiva burocracia</p><p>político-administrativa gerava corrupção e causava des-</p><p>perdícios de matéria-prima, levando à diminuição da</p><p>produtividade e à falta de produtos.</p><p>Envolvido em conflitos externos e em disputas polí-</p><p>ticas internas, o país assistiu ao fracasso de seus planos</p><p>de melhoria em setores como habitação e transporte.</p><p>Os recursos disponíveis eram alocados principalmente</p><p>em outros setores, especialmente no setor militar.</p><p>Além disso, a população estava insatisfeita com a fal-</p><p>ta de liberdade e de participação política, que era subor-</p><p>dinada ao partido único, o Partido Comunista.</p><p>Diante desses desafios, Mikhail Gorbachev assumiu a</p><p>liderança da URSS, em 1985. Seu plano era fortalecer</p><p>a economia, diminuindo o peso dos gastos militares.</p><p>Em 1987, a União Soviética assinou um tratado de</p><p>eliminação de mísseis de médio alcance e retirou as tro-</p><p>pas do Afeganistão (invadido em 1979). Paralelamente,</p><p>o líder soviético colocou em prá tica uma reforma inter-</p><p>na pautada na reestruturação econômica (a perestroika)</p><p>e na abertura política (a glasnost). Reduziu ainda a es-</p><p>trutura estatal repressiva e as atribuições da KGB (po-</p><p>lícia secreta da URSS), liberou a formação de novos</p><p>partidos políticos e reduziu o controle sobre os países</p><p>satélites europeus.</p><p>As reações foram diversas. Os conservadores eram</p><p>contra as mudanças; outros setores queriam que se esta-</p><p>belecesse o capitalismo. Quando as repúblicas bálticas</p><p>defenderam sua autonomia, a pressão interna aumentou.</p><p>Em agosto de 1991, Gorbachev sofreu um golpe de</p><p>Estado e foi restituído ao poder. Mas, enfraquecido, em</p><p>dezembro passou o cargo a Boris Yeltsin, presidente da</p><p>Rússia. Era o fim da URSS, que se fragmentou em 15</p><p>Estados nacionais.</p><p>Nasceu assim a Comunidade de Estados Indepen-</p><p>dentes (CEI), bloco que reúne ex-repúblicas soviéticas e</p><p>que teve como objetivo inicial garantir a integração econô-</p><p>mica e assegurar a transição dos ex-membros da União So-</p><p>viética para a economia de mercado. Veja o mapa abaixo.</p><p>A dissolução da URSS demarcou o término da Guerra</p><p>Fria e estabeleceu a ideia de uma nova ordem mundial,</p><p>na qual o capitalismo prevaleceu como sistema econô-</p><p>mico. Nesse cenário, os Estados Unidos ganharam des-</p><p>taque como potência hegemônica, e a Otan figura como</p><p>importante aliança militar, tendo agregado membros do</p><p>antigo bloco socialista, como as repúblicas bálticas, a</p><p>Polônia e a Hungria.</p><p>Há estudiosos que identificam uma multipolaridade</p><p>na nova ordem mundial; segundo essa perspectiva, os</p><p>Estados Unidos dividem a proeminência política e eco-</p><p>nômica com outras potências como a União Europeia,</p><p>o Japão e a China.</p><p>País satélite:</p><p>país que</p><p>apresenta</p><p>situação política</p><p>ou econômica</p><p>dependente</p><p>de outro mais</p><p>poderoso.</p><p>Repúblicas</p><p>bálticas:</p><p>Estônia, Letônia</p><p>e Lituânia, países</p><p>banhados pelo</p><p>mar Báltico que</p><p>fizeram parte da</p><p>URSS até 1991.</p><p>Comunidade de Estados Independentes (2016)</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>38</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C03_034a041.indd 38 04/06/16 11:51</p><p>Não escreva no livro.</p><p>A reunificação alemã</p><p>O fim da divisão da Alemanha constituiu um mar-</p><p>co da dissolução do bloco socialista. Desde a década de</p><p>1970, as duas Alemanhas vinham estreitando suas re-</p><p>lações comerciais. Na década seguinte, o enfraqueci-</p><p>mento da União Soviética tornou possível o processo</p><p>de reunificação, inicialmente tratado com grande eufo-</p><p>ria, pois significava o fim de um período de quarenta</p><p>anos de separação. No entanto, concretizada a unifica-</p><p>ção em 1990, surgiram problemas relacionados princi-</p><p>palmente às grandes desigualdades</p><p>econômicas e sociais</p><p>entre as duas partes.</p><p>Os parques industriais do leste alemão apresentavam</p><p>menor produtividade e competitividade que os do la-</p><p>do ocidental. Isso levou a um processo de significativa</p><p>estagnação industrial, que culminou no aumento do de-</p><p>semprego no país.</p><p>Em termos sociais, os impactos foram enormes.</p><p>Os alemães orientais viviam sob um Estado que aparen-</p><p>temente lhes garantia segurança e proporcionava um</p><p>padrão de vida modesto, menos sujeito ao risco do</p><p>desemprego. A unificação transformou sua vida de for-</p><p>ma radical. Os bens de consumo, antes apenas dese-</p><p>jados, tornaram-se disponíveis, mas a um custo alto</p><p>demais para os baixos salários.</p><p>A transição para a economia de</p><p>mercado</p><p>O período de transição que se iniciou na década de</p><p>1990 teve repercussões socioeconômicas imediatas não</p><p>somente na Alemanha como em todos os países da Eu-</p><p>ropa Oriental, embora seus efeitos tenham sido muito</p><p>diferentes em cada um deles.</p><p>Os anos de má gestão econômica tornaram a transi-</p><p>ção muito penosa para a população. O fim da proteção</p><p>do Estado e a adoção de políticas neoliberais reduzi-</p><p>ram os benefícios sociais na educação e na saúde, entre</p><p>outros. Esse foi um dos principais fatores responsáveis</p><p>pela forte emigração de trabalhadores do Leste Euro-</p><p>peu, sobretudo jovens, rumo aos países da Europa Oci-</p><p>dental. Também como consequência das crises sociais,</p><p>ocorreu no Leste Europeu uma sensível queda nas taxas</p><p>de natalidade.</p><p>A transição teve grandes repercussões na economia.</p><p>O acesso à propriedade e aos bens de consumo ampliou</p><p>os mercados e permitiu a rápida entrada dessas nações</p><p>no processo de globalização.</p><p>Por outro lado, a antiga prática do pleno emprego do</p><p>período socialista deu lugar ao desemprego em massa,</p><p>que chegou aos patamares de respectivamente 37% e</p><p>44% na Macedônia e na Bósnia-Herzegovina em 2006.</p><p>Estimativas do Banco Mundial revelaram que, entre</p><p>1988 e 1998, a proporção de pobres saltou de 2% para</p><p>21%, recuando a partir da década de 2000.</p><p>A transição política e econômica do Leste Europeu</p><p>foi favorecida por grandes investimentos realizados pe-</p><p>los países da Europa Ocidental. Novas indústrias foram</p><p>instaladas, inclusive aproveitando o menor custo de</p><p>mão de obra qualificada da região.</p><p>As privatizações tornaram-se prática comum em to-</p><p>dos os países do Leste Europeu. Inúmeras fábricas fo-</p><p>ram fechadas, tendo em vista a baixa produtividade e a</p><p>obsolescência dos métodos produtivos. Ambas as situa-</p><p>ções promoveram crises sociais, manifestações e greves</p><p>de trabalhadores. No aspecto político, o partido único e</p><p>as eleições de pequena representatividade popular cede-</p><p>ram lugar ao pluralismo político-partidário.</p><p>Em novembro de 1989, a queda do Muro de Berlim – que</p><p>dividia Berlim Oriental (comunista) de Berlim Ocidental</p><p>(capitalista) – foi o mais evidente símbolo do fim da hegemonia</p><p>da União Soviética. Foto de 1989.</p><p>R</p><p>eu</p><p>te</p><p>rs</p><p>/L</p><p>at</p><p>in</p><p>st</p><p>oc</p><p>k</p><p>39</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C03_034a041.indd 39 02/06/16 10:05</p><p>C</p><p>ap</p><p>ít</p><p>ul</p><p>o</p><p>3</p><p>–</p><p>A</p><p>g</p><p>eo</p><p>po</p><p>lít</p><p>ic</p><p>a</p><p>no</p><p>p</p><p>ós</p><p>-g</p><p>ue</p><p>rr</p><p>a</p><p>Não escreva no livro.</p><p>ÁUSTRIA</p><p>ITÁLIA</p><p>ROMÊNIA</p><p>BULGÁRIA</p><p>GRÉCIA</p><p>SÉRVIA</p><p>KOSOVO</p><p>MACEDÔNIA</p><p>MONTENEGRO</p><p>ALBÂNIA</p><p>BÓSNIA-</p><p>-HERZEGOVINA</p><p>CROÁCIA</p><p>ESLOVÊNIA</p><p>LIUBLIANA</p><p>ZAGREB</p><p>SARAJEVO</p><p>PODGORICA</p><p>SKOPJE</p><p>BELGRADO</p><p>TIRANA</p><p>HUNGRIA</p><p>20°L15°L</p><p>45°N</p><p>40°N</p><p>Mar</p><p>Adriático</p><p>Católicos</p><p>eslovenos</p><p>croatas</p><p>Ortodoxos</p><p>sérvios</p><p>macedônios</p><p>montenegrinos</p><p>Antigos povoamentos</p><p>muçulmanos expulsos de 1992 a 1994</p><p>sérvios expulsos de 1994 a 1999</p><p>católicos expulsos</p><p>Muçulmanos</p><p>bósnios</p><p>albaneses</p><p>0 110 220 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>As transformações no Leste Europeu</p><p>Simultaneamente ao processo de desmonte das estruturas comunistas e de adaptação ao ca-</p><p>pitalismo houve uma redefinição das fronteiras nacionais da Europa e a busca de um rearranjo</p><p>étnico nos países que integravam o bloco socialista.</p><p>Na Tchecoslováquia, a Revolução de Ve-</p><p>ludo (1989) derrubou o comunismo. Em</p><p>1993, por motivos de ordem econômica,</p><p>cultural e social, o país foi dividido em dois:</p><p>República Tcheca e Eslováquia. A Polônia,</p><p>também em 1989, proclamou a chamada</p><p>Terceira República e, em 1990, instituiu um</p><p>programa de reformas internas para se ade-</p><p>quar às estruturas capitalistas.</p><p>Na Romênia, a derrubada do regime</p><p>comunista ocorreu de maneira violenta.</p><p>Nicolae Ceausescu, líder do país por mais</p><p>de duas décadas, foi fuzilado pelo Exérci-</p><p>to romeno após ser julgado e culpado de</p><p>genocídio e outros crimes.</p><p>A desagregação da</p><p>Iugoslávia</p><p>Entre os rearranjos políticos no Leste Eu-</p><p>ropeu no contexto pós-Guerra Fria, a situa-</p><p>ção mais dramática aconteceu na Iugoslávia.</p><p>Norman Stone escrevia, em 1992, no jornal</p><p>inglês Sunday Times: “Na Iugoslávia havia</p><p>seis repúblicas, cinco povos, quatro idiomas,</p><p>três religiões, dois alfabetos e um partido –</p><p>o comunista”. A frase sintetiza o caldeirão</p><p>étnico-cultural que compunha o país.</p><p>Historicamente, a região dos Bálcãs es-</p><p>teve sob o domínio dos impérios Turco-</p><p>-Otomano e Austro-Húngaro. Terminada a</p><p>guerra em 1945, o croata Josip Broz Tito,</p><p>que havia comandado o movimento de re-</p><p>sistência contra os nazistas, assumiu o go-</p><p>verno e instaurou um regime comunista.</p><p>A República Popular Federal da Iugoslávia</p><p>era então composta de seis repúblicas: Es-</p><p>lovênia, Sérvia, Croácia, Bósnia-Herzegovi-</p><p>na, Montenegro e Macedônia.</p><p>A posição privilegiada da Iugoslávia des-</p><p>pertou interesse geopolítico nos soviéticos.</p><p>Seu litoral no mar Adriático oferecia áreas</p><p>estratégicas para abrigar submarinos, além</p><p>de permitir a circulação pelo mar Mediterrâ-</p><p>neo. No entanto, Tito não cedeu às pressões</p><p>soviéticas e, rompendo com a URSS, mante-</p><p>ve a Iugoslávia como país não alinhado.</p><p>Com a morte do marechal Tito, em 1980,</p><p>surgiram os primeiros problemas relaciona-</p><p>dos à xenofobia interna, embora o comu-</p><p>nismo ainda fosse o sustentáculo do Estado.</p><p>Fonte de pesquisa: Lacoste, Yves. Géopolitique: la longue histoire d’aujourd’hui.</p><p>Paris: Larousse, 2006. p. 245.</p><p>Diversidade religiosa na antiga Iugoslávia</p><p>Bálcãs: região no sudeste da Europa, entre os mares</p><p>Adriático e Mediterrâneo, que compreende Grécia, Bulgária,</p><p>Albânia, Macedônia, Montenegro, Sérvia, Bósnia-</p><p>-Herzegovina, Croácia, Eslovênia e Kosovo.</p><p>O aumento da religiosidade na Europa Oriental</p><p>Durante a década de 1990, enquanto na Europa Ocidental foi</p><p>percebido um acentuado declínio das religiões, na porção orien-</p><p>tal ocorreu o contrário, com a retomada excepcional da religiosi-</p><p>dade após a queda do regime comunista.</p><p>Além do crescimento das religiões tradicionais, foi substan-</p><p>cial o aumento das novas religiões protestantes, introduzidas</p><p>por numerosos grupos de missionários que chegaram aos países</p><p>do Leste Europeu.</p><p>Em algumas sociedades, a religião é defendida, ainda hoje, co-</p><p>mo uma bandeira e um símbolo de identidade nacional e étnica</p><p>que ficou em estado latente durante os anos de regime socialista.</p><p>sAIbA mAIs</p><p>Durante procissão</p><p>católica, os homens</p><p>nos camelos</p><p>representam os</p><p>Três Reis Magos,</p><p>personagens</p><p>bíblicos. Praga,</p><p>República Tcheca.</p><p>Foto de 2015.</p><p>D</p><p>av</p><p>id</p><p>W</p><p>. C</p><p>er</p><p>ny</p><p>/R</p><p>eu</p><p>te</p><p>rs</p><p>/L</p><p>at</p><p>in</p><p>st</p><p>oc</p><p>k</p><p>A</p><p>llm</p><p>ap</p><p>s/</p><p>ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>40</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C03_034a041.indd 40 04/06/16 11:53</p><p>Não escreva no livro.</p><p>As guerras nos Bálcãs</p><p>Prevendo possíveis desentendimentos após sua saída, Tito havia criado um sistema de pre-</p><p>sidência rotativa entre os governantes das seis repúblicas, que foi posto em prática e funcio-</p><p>nou até 1991 – ano em que as repúblicas da Croácia e da Eslovênia declararam independência.</p><p>A Croácia foi então invadida por milícias e tropas sérvias que iniciaram uma guerra civil, contro-</p><p>lada em 1992 pelas tropas da ONU. Em seguida, parte das tropas sérvias ocupou a Bósnia-Herze-</p><p>govina, onde a maioria da população era muçulmana. A guerra assumiu proporções maiores, pois</p><p>os sérvios que viviam na Bósnia-Herzegovina, adeptos do cristianismo ortodoxo, não admitiam um</p><p>governo muçulmano.</p><p>Para tentar impedir que as guerras civis se alastrassem, a União Europeia – que já havia re-</p><p>conhecido a independência</p><p>estudo dos</p><p>conteúdos de Geografia ao de</p><p>outras disciplinas, áreas do</p><p>conhecimento e temas atuais,</p><p>construindo, assim, uma</p><p>visão ampla e integrada dos</p><p>fenômenos estudados.</p><p>Despertar a consciência da</p><p>responsabilidade e incentivar</p><p>a reflexão e o entendimento do</p><p>mundo, para que você se torne</p><p>um cidadão responsável.</p><p>Contribuir para que você seja</p><p>capaz de entender a realidade</p><p>que o cerca e refletir sobre</p><p>seu papel nessa realidade,</p><p>desenvolvendo, dessa maneira,</p><p>sua visão crítica.</p><p>Incentivar a atitude proativa</p><p>diante de situações-problema,</p><p>contribuindo para que você</p><p>tome decisões e participe</p><p>de forma ativa em diversos</p><p>contextos sociais.</p><p>As seções e os boxes que se propõem a trabalhar esses eixos estão indicados pelos ícones que os representam.</p><p>Abertura da unidade</p><p>Elaborada em página dupla, apresenta um texto</p><p>introdutório da temática da unidade articulado a uma</p><p>imagem para levantar seus conhecimentos prévios.</p><p>Em Questões para refletir você é convidado a pensar</p><p>e a se manifestar sobre o tema.</p><p>Abertura do capítulo</p><p>Texto, imagens e questões se relacionam e</p><p>introduzem o assunto específico do capítulo.</p><p>Pilares da coleção</p><p>O texto didático é</p><p>complementado por</p><p>imagens (ilustrações,</p><p>fotos, mapas) e</p><p>boxes variados, a fim</p><p>de estimular a sua</p><p>participação e facilitar</p><p>a compreensão.</p><p>Cada volume da coleção</p><p>traz infográficos, em</p><p>páginas duplas, com</p><p>riqueza de imagens</p><p>(fotografias, mapas,</p><p>gráficos) e pequenos</p><p>textos que auxiliam na</p><p>compreensão do</p><p>fenômeno representado.</p><p>Causas globais, ações locais CCCaaaaauuuuuussssaaaasss gggglooooooobbaiiiissss, aaaaaaaaçççõõões llooooccccais</p><p>No final do século XIX,</p><p>surgiu nos Estados Unidos o</p><p>consumerismo, propondo</p><p>práticas de consumo consciente,</p><p>que levassem em conta a origem</p><p>dos produtos e as condições</p><p>de trabalho praticadas pelas</p><p>empresas. A atitude consumerista</p><p>ganhou novo impulso nos</p><p>anos 1990, quando ativistas</p><p>antiglobalização se juntaram a</p><p>trabalhadores que denunciavam</p><p>a exploração de crianças e condições</p><p>análogas à escravidão em fábricas</p><p>de empresas transnacionais na Ásia</p><p>e América Latina. As fábricas que se</p><p>utilizavam dessa forma exploratória</p><p>de trabalho ficaram conhecidas pelo</p><p>termo inglês sweatshop.</p><p>Por todo o mundo, ativistas com causas e formas de atuação</p><p>diversas unem-se na defesa de iniciativas que privilegiam</p><p>a justiça social e o cuidado com o meio ambiente.</p><p>Fontes de pesquisa: BIRCH, Simon. How activism forced Nike to change its ethical game.</p><p>The Guardian, 6 jul. 2012. Disponível em: <http://www.theguardian.com/</p><p>environment/green-living-blog/2012/jul/06/activism-nike>; CARRILLO, Raúl. Alternative currencies</p><p>are bigger than bitcoin. Yes! Magazine, 12 mar. 2015. Disponível em: <http://www.yesmagazine.org/</p><p>commonomics/alternative-currencies-bigger-than-bitcoin-bangla-pesa-brixton>; Projeto Sies. Atlas</p><p>digital da economia solidária. Disponível em: <http://sies.ecosol.org.br/atlas>; Sangat. Vision & History.</p><p>Disponível em: <http://www.sangatnetwork.org/vision-history.html>. Acessos em: 24 maio 2016.</p><p>Para muitos críticos da globalização, a adoção de políticas econômicas neoliberais é</p><p>entendida como causa de diferentes efeitos negativos, como o aumento das desigualda-</p><p>des sociais, o acirramento de conflitos políticos e a homogeneização cultural.</p><p>Por meio das redes sociais e de eventos como o Fórum Social Mundial, ativistas têm</p><p>trocado experiências, percebido o que há de particular e o que há de comum na forma</p><p>como diferentes grupos são explorados num contexto de globalização econômica. Co-</p><p>nheça a seguir algumas ações que combinam essa visão crítica global e soluções locais.</p><p>Por todo o Brasil encontram-se formas</p><p>de geração de renda que privilegiam</p><p>a inclusão e justiça social, o trabalho</p><p>coletivo, a autogestão e o cuidado com</p><p>o meio ambiente. Muitas dessas ações</p><p>identificam-se com o movimento</p><p>da Economia Solidária, que abrange</p><p>feiras de troca de bens e serviços,</p><p>indústrias geridas pelos próprios</p><p>operários, cooperativas agrícolas e</p><p>outras experiências de produção. Em 2013, cerca</p><p>de 20 mil atividades</p><p>foram identificadas,</p><p>no país, como</p><p>Empreendimentos</p><p>Econômicos Solidários,</p><p>envolvendo bancos</p><p>comunitários e</p><p>cerca de 1,7 milhão</p><p>de participantes.</p><p>Desde então outros casos</p><p>de abusos trabalhistas</p><p>ganharam as mídias</p><p>digitais, que tornaram</p><p>públicas as investigações</p><p>sobre impactos sociais e</p><p>ambientais em cadeias</p><p>produtivas multinacionais.</p><p>consciente</p><p>consumo</p><p>solidáriaeconomia</p><p>Il</p><p>us</p><p>tr</p><p>aç</p><p>õe</p><p>s:</p><p>M</p><p>ai</p><p>ko</p><p>n</p><p>N</p><p>er</p><p>y</p><p>90</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U2_C06_084a091.indd 90 03/06/16 15:05</p><p>Na falta de shillings quenianos em</p><p>espécie (a moeda oficial do país),</p><p>três favelas no Quênia adotaram</p><p>uma moeda social, o Eco-Pesa.</p><p>Desde 2012, ela só vale dentro dessas</p><p>comunidades, servindo para que seus</p><p>milhares de habitantes tenham um meio</p><p>de trocar bens e serviços entre si,</p><p>movimentando a economia local. Moedas</p><p>sociais são usadas por muitas comunidades</p><p>por falta de acesso à renda formal e ao</p><p>sistema financeiro. Só no Brasil circulavam</p><p>cerca de cem moedas sociais em 2016.</p><p>Em muitos países, ativistas denunciam como,</p><p>por meio da globalização econômica, grandes</p><p>empresas multinacionais se aproveitam das</p><p>desigualdades locais reservando piores</p><p>empregos e salários para setores discriminados</p><p>da sociedade, seja em função da etnia,</p><p>seja em função da classe social, religião, entre</p><p>outros arbítrios. A Rede Feminista Sul Asiática,</p><p>por exemplo, denuncia esses arbítrios contra as</p><p>mulheres da região. Muitas de suas ativistas</p><p>sofrem, ainda, com outras formas de exclusão,</p><p>como aquelas sofridas por castas baixas</p><p>segundo o sistema hindu.</p><p>Muito populares na Alemanha, grupos</p><p>dedicados a doações e trocas de objetos</p><p>se espalham pelo mundo. Por meio de redes</p><p>sociais da internet, tais grupos estimulam</p><p>o reúso de aparelhos eletrônicos abandonados</p><p>e promovem encontros para a troca direta</p><p>de bens e serviços. Com ações como a coleta</p><p>e redistribuição de excessos da produção</p><p>e de recursos utilizados em fazendas, mercados</p><p>e restaurantes, ativistas estimulam o senso</p><p>comunitário e combatem o desperdício</p><p>e o consumismo.</p><p>suas coisas</p><p>Liberte</p><p>desigualdade</p><p>vozes contra</p><p>sociais</p><p>moedas</p><p>Il</p><p>us</p><p>tr</p><p>aç</p><p>õe</p><p>s:</p><p>M</p><p>ai</p><p>ko</p><p>n</p><p>N</p><p>er</p><p>y</p><p>91</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U2_C06_084a091.indd 91 03/06/16 18:53</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_003A005_APRES_ORGANICACAO_003a005.indd 4 04/06/16 17:54</p><p>5</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Dominação europeia</p><p>Com a intensificação da presença dos europeus na África a partir do século XV, choques en-</p><p>tre muçulmanos e cristãos não tardaram a acontecer. A questão, contudo, não se restringia ao</p><p>embate das religiões. Ocorriam disputas pela posse de áreas estratégicas no litoral e à margem</p><p>dos grandes rios, pelo domínio de minas de ouro e pelo controle do comércio, especialmente o</p><p>tráfico de escravizados.</p><p>Tradicionalmente, mercadores muçulmanos con trolavam o tráfico de escravizados para os</p><p>países do Mediterrâneo oriental e do golfo Pérsico. Com a chegada dos europeus, tendo os por-</p><p>tugueses na vanguarda, e com a abertura de novas áreas de exploração econômica nas Américas,</p><p>era intenção dos lusos arrebatar o controle do tráfico e desviar o fluxo de escravizados do eixo</p><p>mar Mediterrâneo-mar Vermelho para o oceano Atlântico e as Américas.</p><p>Assim, por meio do comércio, escorado na força das armas, e graças também ao esforço de</p><p>missionários, o cristianismo estendeu-se especialmente na África Negra.</p><p>No século XIX, o continente africano tornou-se um dos principais alvos da expansão impe-</p><p>rialista europeia. Mesmo os países fortemente islamizados do norte da África passaram a fazer</p><p>parte de impérios coloniais europeus, principalmente da França, da Grã-Bretanha e da Espa-</p><p>nha. A religião muçulmana acabou tornando-se também um emblema cultural de resistência à</p><p>dominação estrangeira.</p><p>Durante os processos de independência dos países da África do Norte, após a Segunda Guerra</p><p>Mundial, as comunidades islâmicas tiveram um papel importante nas lutas de libertação nacio-</p><p>nal. O mesmo ocorreu na África</p><p>das duas repúblicas – convocou a França e o Reino Unido a enviar</p><p>tropas sob a égide da ONU para a região em conflito.</p><p>No território bósnio, desenvolvia-se uma guerra étnico-religiosa entre croatas (católicos), sér-</p><p>vios (cristãos ortodoxos) e bósnios (muçulmanos). Foi necessária a intervenção aérea da Otan</p><p>e dos Estados Unidos para obrigar as partes a negociar acordos de paz, que foram obtidos em</p><p>1995 após um massacre no qual cerca de 8 mil muçulmanos (principalmente homens e meni-</p><p>nos) foram mortos. O balanço final dessa guerra chegou a 250 mil mortos e centenas de milha-</p><p>res de refugiados.</p><p>A Otan manteve tropas na Bósnia-Herzegovina entre 1995 e 2004, com o objetivo de garan-</p><p>tir a segurança e o estabelecimento da democracia. O fim do conflito confirmou a independên-</p><p>cia da Bósnia-Herzegovina.</p><p>Ainda em 1992, a Macedônia conseguiu autonomia por acordo político. Em 2003, o territó-</p><p>rio remanescente da Iugoslávia passou a chamar-se Sérvia e Montenegro. Depois de um plebis-</p><p>cito, em 2006 Montenegro separou-se da Sérvia.</p><p>A vida é um</p><p>milagre.</p><p>Direção de</p><p>Emir Kusturica,</p><p>França/Sérvia,</p><p>2004, 155 min.</p><p>O filme mostra</p><p>a vida de um</p><p>engenheiro</p><p>que constrói</p><p>uma ferrovia</p><p>no interior da</p><p>Iugoslávia e</p><p>não percebe a</p><p>guerra nem o</p><p>que se passa a</p><p>seu redor.</p><p>O resgate</p><p>de Harrison.</p><p>Direção de Elie</p><p>Chouraqui,</p><p>França, 2000,</p><p>130 min.</p><p>O filme conta</p><p>a história de</p><p>uma mulher que</p><p>vai à Bósnia à</p><p>procura de seu</p><p>marido, um</p><p>fotógrafo que</p><p>morreu durante</p><p>a guerra.</p><p>Terra de</p><p>ninguém.</p><p>Direção de</p><p>Danis Tanovic,</p><p>Bósnia/</p><p>Eslovênia/Itália/</p><p>Reino Unido/</p><p>Bélgica, 2001,</p><p>98 min.</p><p>O filme relata</p><p>a história de</p><p>dois soldados,</p><p>um bósnio</p><p>e um sérvio,</p><p>que acabam</p><p>isolados em</p><p>uma trincheira.</p><p>Assista</p><p>Helicóptero do exército</p><p>alemão, a serviço da</p><p>Otan, sobrevoa Sarajevo,</p><p>Bósnia-Herzegovina.</p><p>Foto de 2002.</p><p>A questão do Kosovo</p><p>O Kosovo, região encravada no sul da Sérvia, era habitado por albaneses que representavam</p><p>uma minoria. Em 1999, essa minoria se insurgiu contra os sérvios, que reagiram com violência,</p><p>enviando tropas para a região. Esse confronto provocou um forte êxodo de albaneses em dire-</p><p>ção à Macedônia. A comunidade internacional acusou a Sérvia de genocídio, e a Otan declarou</p><p>guerra ao país, bombardeando Belgrado – apesar da oposição da Rússia, aliada da Sérvia.</p><p>Com a atuação da Otan, cerca de 900 mil albaneses voltaram ao Kosovo. A ONU decretou</p><p>um governo provisório na região e, em fevereiro de 2008, o Kosovo declarou unilateralmen-</p><p>te sua independência da Sérvia. Sua autonomia, porém, não é reconhecida por todos os mem-</p><p>bros das Nações Unidas. Em 2016, cerca de 110 países haviam reconhecido a independência</p><p>do Kosovo.</p><p>Os Bálcãs ainda são uma região de conflitos em estado latente. O Kosovo, atualmente com</p><p>minoria sérvia, e a Bósnia, onde persistem equilíbrios étnicos muito frágeis, demonstram a per-</p><p>manência de uma instabilidade geopolítica na Europa.</p><p>D</p><p>PA</p><p>/A</p><p>lb</p><p>um</p><p>/F</p><p>ot</p><p>oa</p><p>re</p><p>na</p><p>41</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C03_034a041.indd 41 02/06/16 10:05</p><p>C</p><p>ap</p><p>ít</p><p>ul</p><p>o</p><p>3</p><p>–</p><p>A</p><p>g</p><p>eo</p><p>po</p><p>lít</p><p>ic</p><p>a</p><p>no</p><p>p</p><p>ós</p><p>-g</p><p>ue</p><p>rr</p><p>a</p><p>Não escreva no livro.</p><p>As guerras do século XXI</p><p>Após o fim da Guerra Fria, a natureza dos conflitos</p><p>modificou-se. Anteriormente, a maior parte dos confli-</p><p>tos estava associada às guerras de libertação nacional ou</p><p>às disputas de territórios entre nações. Já no final do sé-</p><p>culo XX e início do século XXI, guerras civis, religiosas</p><p>ou étnicas tornaram-se mais numerosas. Esses conflitos</p><p>caracterizaram-se pelo aumento do número de vítimas</p><p>civis e do número de refugiados.</p><p>Intensificaram-se nesse período as chamadas ações</p><p>humanitárias, por vezes denominadas “missões civiliza-</p><p>tórias” ou operações de “manutenção da paz”, como as</p><p>ações da Otan na ex-Iugoslávia e em vários países africa-</p><p>nos. Cresceram também a “guerra ao tráfico” e a “guerra</p><p>ao terror”. Nessas guerras, o inimigo não é um Estado</p><p>ou um país, mas, sim, um conjunto disperso de atores,</p><p>espalhados por vários territórios.</p><p>Apesar da dificuldade de identificação do inimigo,</p><p>diversas vezes o tráfico e o terrorismo foram utilizados</p><p>como pretexto para intervenções militares estaduniden-</p><p>ses e europeias em vários países, como o Afeganistão, o</p><p>Iraque, a Líbia e o Panamá, entre outros.</p><p>A “guerra preventiva” – realizada por meio de ataques</p><p>e intervenções militares anteriores à declaração de uma</p><p>guerra efetiva entre dois países – também foi utili zada</p><p>de maneira unilateral pelos Estados Unidos. Especula-</p><p>-se que esse tipo de ação tenha servido como pretexto</p><p>para a ocupação de países ricos em recursos naturais,</p><p>como foi o caso da guerra do Iraque.</p><p>O uso da tecnologia e a</p><p>terceirização da guerra</p><p>Além de terem se tornado muito mais tecnológicas,</p><p>as guerras são atualmente grandes negócios, que pro-</p><p>porcionam enormes lucros para os setores militares e in-</p><p>dustriais ligados ao desenvolvimento tecnológico, à ge-</p><p>ração de energia e à prestação de serviços, entre outros.</p><p>O uso de robôs e de aviões não tripulados (drones)</p><p>tornou-se comum nos conflitos atuais. Tais tecnologias</p><p>permitem aos países agressores fazer uma guerra por</p><p>meio de ataques controlados a distância, reduzindo a</p><p>exposição e o número de vítimas de seus exércitos.</p><p>Após os ataques sofridos pelos Estados Unidos em</p><p>11 de setembro de 2001, houve também um processo de</p><p>privatização do aparato militar americano. Aumentou-se o</p><p>número de exércitos privados que têm atuado nas guerras</p><p>e na proteção aos governos e às empresas.</p><p>Muitas empresas passaram a oferecer serviços de</p><p>guerra, como o fornecimento de especialistas em simu-</p><p>lação, analistas, técnicos, programadores e mesmo ho-</p><p>mens que atuam no campo de batalha.</p><p>Fonte de pesquisa: Reference World Atlas. London: Dorling Kindersley, 2013. p. xxxii.</p><p>Mundo – Principais conflitos internos e disputas internacionais (2012)</p><p>Estado de exceção, de Giorgio Agamben. São Paulo: Boitempo, 2007.</p><p>O livro analisa os mecanismos utilizados pelos Estados para a</p><p>manutenção do poder. Entre os vários exemplos, o autor aborda</p><p>a prisão de suspeitos de terrorismo mantidos na prisão de</p><p>Guantánamo pelos Estados Unidos.</p><p>Leia</p><p>01_03_m_0012_SP3_G18_LA</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>180°135°L90°L45°L0°45°O90°O135°O180°</p><p>45°N</p><p>0°</p><p>45°S</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>ÍNDICO</p><p>OCEANO GLACIAL ÁRTICO</p><p>OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>Círculo Polar Antártico</p><p>Trópico de Câncer</p><p>Trópico de Capricórnio</p><p>Equador</p><p>M</p><p>er</p><p>id</p><p>ia</p><p>n</p><p>o</p><p>d</p><p>e</p><p>G</p><p>re</p><p>en</p><p>w</p><p>ic</p><p>h</p><p>LÍBIAARGÉLIA</p><p>MAURITÂNIA</p><p>SENEGAL</p><p>Saara</p><p>Ocidental</p><p>SERRA LEOA</p><p>LIBÉRIA</p><p>COSTA DO</p><p>MARFIM</p><p>MALI NÍGER</p><p>CHADE</p><p>SUDÃO</p><p>SUDÃO</p><p>DO SUL</p><p>REPÚBLICA</p><p>CENTRO-AFRICANA</p><p>CONGO</p><p>REPÚBLICA</p><p>DEMOCRÁTICA</p><p>DO CONGO</p><p>RUANDA</p><p>BURUNDI</p><p>ETIÓPIA</p><p>SOMÁLIA</p><p>UGANDA</p><p>QUÊNIA</p><p>LÍBANO</p><p>ISRAEL</p><p>SÍRIA</p><p>IRAQUE</p><p>IRÃ</p><p>CROÁCIA</p><p>BÓSNIA-</p><p>-HERZEGOVINA</p><p>Kosovo</p><p>IÊMEN</p><p>TADJIQUISTÃO</p><p>AFEGANISTÃO</p><p>ÍNDIA</p><p>PAQUISTÃO</p><p>Caxemira</p><p>MIANMA</p><p>CAMBOJA</p><p>TAILÂNDIA FILIPINAS</p><p>Chechênia</p><p>GEÓRGIA</p><p>TURQUIA</p><p>COLÔMBIA</p><p>MÉXICO</p><p>ERITREIA</p><p>HAITI</p><p>NIGÉRIA</p><p>BURKINA FASO</p><p>0 2 640 5 280 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>Disputas fronteiriças e con�itos territoriais ativos</p><p>Países que receberam missões de paz da ONU entre 2002-2012</p><p>Países envolvidos em con�itos internos</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>42</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C03_042a045.indd 42 04/06/16 12:07</p><p>Informe</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Guerra como prestação de serviços</p><p>Empresas militares privadas e “novos mercenários” são</p><p>fenômenos pouco conhecidos. […] O que são essas em-</p><p>presas militares privadas, de onde vêm, quem lhes dá as</p><p>incumbências? Em meio a pesquisas, nós nos depara-</p><p>mos com sites bem configurados e constatamos, espan-</p><p>tados, que os líderes desse ramo estão cotizados na bolsa</p><p>e que os valores dos seus títulos se elevaram rapidamen-</p><p>te às alturas, enquanto todas as outras ações despenca-</p><p>ram depois do 11 de setembro de 2001. Muitas recebem</p><p>seus contratos de instituições governamentais, por exem-</p><p>plo, do Departamento de Defesa norte-americano ou do</p><p>Ministério da Defesa Britânico. No entanto, não se fica</p><p>sabendo</p><p>oficialmente de lado algum quais contratos es-</p><p>pecíficos são fechados. […] Apesar das cotizações na bolsa</p><p>e dos contratos governamentais, o ramo militar privado</p><p>é um campo cercado de mistérios. […]</p><p>Nos palcos e nas regiões em guerra deste mundo, o cro-</p><p>nista se depara cada vez menos com membros de exércitos</p><p>regulares. O que contribui para isso é o rápido crescimen-</p><p>to do número de soldados privados. Muito raramente se</p><p>tem clareza acerca de para quem eles lutam, quem os paga</p><p>e quem os mandou para lá. Ninguém sabe dizer correta-</p><p>mente se e por quem eles são respon-</p><p>sáveis. E ninguém quer responder</p><p>também, de maneira inequívoca, de</p><p>onde eles receberam o seu aparato</p><p>de guerra que se encontra no mais</p><p>moderno estágio tecnológico – tan-</p><p>ques, helicópteros de combate, gra-</p><p>nadas, mísseis.</p><p>Antigamente, eles eram cha-</p><p>mados de mercenários. Hoje, são</p><p>empregados de empresas que pos-</p><p>suem nomes fictícios, como Blue</p><p>Sky, Genric, Logicon ou Pistris,</p><p>e não se suporia que, por detrás</p><p>deles, se escondem empresas de</p><p>guerra privadas. Em sua grande</p><p>maioria, esses soldados privados</p><p>não fazem parte de nenhuma for-</p><p>ça-tarefa nacional. Ao vermos um</p><p>combatente croata, paquistanês,</p><p>colombiano, irlandês ou ucraniano, não conseguiremos</p><p>constatar nem pela vestimenta nem pelo passaporte se</p><p>de fato se trata de um membro de um exército regular, de</p><p>um mercenário, de um rebelde ou de um terrorista.</p><p>Onde outrora ex-soldados procuravam aventura e fe-</p><p>licidade ou antigos membros da Legião Estrangeira se</p><p>vendiam livremente para conduzir guerras em nome de</p><p>clientes invisíveis, hoje temos à disposição emprega-</p><p>dos militarmente bem formados de empresas militares</p><p>privadas. […] Mas tais empresas não empregam apenas</p><p>pessoas que entendem do ofício militar. Man agers pers-</p><p>picazes são tão procurados quanto traficantes de armas</p><p>argutos, engenheiros especializados em armamento, es-</p><p>pecialistas em computação, tradutores, pilotos experien-</p><p>tes e pessoas que conhecem profundamente logística ou</p><p>transmissão via satélite. […] O ofício da guerra e todas</p><p>as atividades que estão em conexão com conflitos arma-</p><p>dos transformaram-se em prestações de serviço normais.</p><p>O que conta para quem encomenda a missão é a execução</p><p>profissional e o sucesso; o que interessa aos executores é</p><p>o pagamento.</p><p>Fonte de pesquisa: Stockholm International Peace Research Institute (Sipri). Disponível em: <http://www.</p><p>sipri.org/research/armaments/milex/research/armaments/milex/milex_database>. Acesso em: 7 abr. 2016.</p><p>1. O texto apresenta uma das novas características da guerra no século XXI. Quais são as principais</p><p>diferenças em relação às guerras tradicionais?</p><p>2. Discuta com os colegas quais são as possíveis consequências geopolíticas desse tipo de prestação de</p><p>serviços.</p><p>pArA dIsCutIr</p><p>Mundo – Gastos militares (2014)</p><p>Uesseler, Rolf. Guerra como prestação de serviços: a destruição da democracia pelas empresas militares privadas. São Paulo: Estação Liberdade, 2008.</p><p>p. 11-12, 17-18.</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>180°135°L90°L45°L0°45°O90°O135°O180°</p><p>45°N</p><p>0°</p><p>45°S</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>ÍNDICO</p><p>OCEANO GLACIAL ÁRTICO</p><p>OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>Círculo Polar Antártico</p><p>Trópico de Câncer</p><p>Trópico de Capricórnio</p><p>Equador</p><p>M</p><p>er</p><p>id</p><p>ia</p><p>n</p><p>o</p><p>d</p><p>e</p><p>G</p><p>re</p><p>en</p><p>w</p><p>ic</p><p>h</p><p>0 3 685 7 370 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>0 1 770 km</p><p>609 914</p><p>200 000</p><p>10 000</p><p>60 000</p><p>1000</p><p>menos de 400</p><p>Gastos militares</p><p>(em milhões de dólares)</p><p>sem dados</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>43</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C03_042a045.indd 43 02/06/16 10:06</p><p>Atividades Não escreva no livro.</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>Mar Mediterrâneo</p><p>Mar Negro</p><p>Mar</p><p>Cáspio</p><p>Mar</p><p>do</p><p>Norte Mar</p><p>Báltico</p><p>OCEANO</p><p>GLACIAL ÁRTICO</p><p>20ºO 0º 20ºL 40ºL 60ºL</p><p>60ºN</p><p>40ºN</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>M</p><p>er</p><p>id</p><p>ia</p><p>no</p><p>d</p><p>e</p><p>G</p><p>re</p><p>en</p><p>w</p><p>ic</p><p>h</p><p>ÁSIA</p><p>ÁFRICA</p><p>ESPANHA</p><p>PORTUGAL</p><p>FRANÇA</p><p>RFA</p><p>RDA</p><p>BÉLGICA</p><p>PAÍSES</p><p>BAIXOS</p><p>LUXEMBURGO</p><p>ITÁLIA</p><p>ÁUSTRIA</p><p>TCHECOSLOVÁQUIA</p><p>HUNGRIA</p><p>IUGOSLÁVIA</p><p>DINAMARCA</p><p>POLÔNIA</p><p>SUÉCIA</p><p>FINLÂNDIA</p><p>REINO</p><p>UNIDOIRLANDA</p><p>SUÍÇA</p><p>ROMENIA</p><p>BULGÁRIA</p><p>GRÉCIA</p><p>CHIPRE</p><p>ISLÂNDIA</p><p>ESTÔNIA</p><p>LETÔNIA</p><p>LITUÂNIA</p><p>MALTA</p><p>NORUEGA</p><p>ALBÂNIA TURQUIA</p><p>BELARUS</p><p>UCRÂNIA</p><p>MOLDÁVIA</p><p>GEÓRGIA</p><p>ARMÊNIA</p><p>AZERBAIJÃO</p><p>Creta</p><p>Sicília</p><p>Córsega</p><p>Sardenha</p><p>URSS</p><p>Anexações soviéticas em 1945</p><p>Estados-satélites, membros do</p><p>Pacto de Varsóvia* (1955)</p><p>A Cortina de Ferro em 1955</p><p>União Soviética em 1938</p><p>Estado sob regime socialista autônomo</p><p>Estados-membros da Otan em 1955</p><p>Estados pró-Ocidente</p><p>Estados neutros</p><p>Democracia ocidental ligada à URSS</p><p>por tratado de aliança</p><p>*Aliança militar formada pelos membros</p><p>que integravam o bloco socialista.</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>0 530 1 060 km</p><p>Fonte de pesquisa:</p><p>Vicentino, Cláudio. Atlas</p><p>histórico: geral e Brasil.</p><p>São Paulo: Scipione,</p><p>2011. p. 149.</p><p>Revendo conceitos</p><p>1. O que foi a Guerra Fria?</p><p>2. Explique o significado da expressão “equilíbrio do</p><p>terror” usada no contexto da Guerra Fria.</p><p>3. Cite as características do processo de descoloniza-</p><p>ção ocorrido após a Segunda Guerra Mundial. Em</p><p>que continentes esse processo se desenvolveu de</p><p>maneira mais intensa?</p><p>4. Indique os motivos que levaram à criação do movi-</p><p>mento dos países não alinhados.</p><p>5. O que foram a perestroika e a glasnost?</p><p>6. Associe o fim da URSS, em 1991, com a ascensão de</p><p>uma “nova ordem mundial”.</p><p>7. Quais foram as principais dificuldades enfrentadas</p><p>pelos países ex-socialistas durante a transição para</p><p>a economia de mercado?</p><p>8. Indique as principais características das guerras do</p><p>final do século XX e início do século XXI.</p><p>A Guerra Fria na Europa</p><p>Fontes de pesquisa: ONU. Year in review 2012. Disponível</p><p>em: <http://www.un.org/en/peacekeeping/publications/yir/</p><p>yir2012.pdf>; United Nations peacekeeping operations – fact</p><p>sheet. <http://www.un.org/en/peacekeeping/documents/</p><p>bnote0216.pdf>. Acessos em: 7 abr. 2016.</p><p>Lendo mapas, gráficos e tabelas</p><p>9. Observe a tabela ao lado e explique a elevação do</p><p>número de operações de manutenção da paz sob o</p><p>comando das Nações Unidas nos anos de 1995 e</p><p>2015, em comparação com os dados de anos</p><p>anteriores.</p><p>Número de operações da paz sob comando</p><p>das Nações Unidas (1948-2015)</p><p>Ano</p><p>Número cumulativo</p><p>de operações</p><p>lançadas</p><p>Número de</p><p>operações</p><p>em curso</p><p>1948 1 1</p><p>1956 3 3</p><p>1963 7 5</p><p>1974 12 5</p><p>1987 13 5</p><p>1995 39 20</p><p>2007 63 16</p><p>2015 71 16</p><p>10. O mapa a seguir mostra a chamada Cortina de Ferro. Explique essa expressão, contextuali-</p><p>zando-a historicamente, e aponte seus limites, tendo como base o mapa apresentado.</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>44</p><p>Para incluir esta página</p><p>no sumário, clicar + shift +</p><p>command na caixa com texto</p><p>transparente abaixo</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C03_042a045.indd 44 04/06/16 12:10</p><p>Testes nucleares (1946-1998)</p><p>11. Observe o gráfico a seguir e comente a evolução dos</p><p>testes nucleares realizados no mundo dando espe-</p><p>cial atenção ao período da Guerra Fria.</p><p>13. Leia a letra de uma canção do grupo Legião Urbana,</p><p>transcrita a seguir, prestando atenção ao trecho su-</p><p>blinhado. Depois, faça no caderno uma reflexão rela-</p><p>cionando a questão da guerra ao avanço tecnológico.</p><p>A canção do senhor da guerra</p><p>Existe alguém</p><p>Esperando por você</p><p>Que vai comprar</p><p>A sua juventude</p><p>E convencê-lo a vencer…</p><p>Mais uma guerra sem razão</p><p>Já são tantas as crianças</p><p>Com armas na mão</p><p>Mas explicam novamente</p><p>Que a guerra gera empregos</p><p>Aumenta a produção...</p><p>Uma guerra sempre avança</p><p>A tecnologia</p><p>Mesmo sendo guerra santa</p><p>Quente, morna ou fria</p><p>Pra que exportar comida?</p><p>Se as armas dão mais lucros</p><p>Na exportação…</p><p>Existe alguém</p><p>Que está contando com você</p><p>Pra lutar em seu lugar</p><p>Já que nessa guerra</p><p>Não é ele quem vai morrer…</p><p>E quando longe de casa</p><p>Ferido e com frio</p><p>O inimigo você espera</p><p>Ele estará com outros velhos</p><p>Inventando</p><p>Novos jogos de guerra…</p><p>Que belíssimas cenas</p><p>De destruição</p><p>Não teremos mais problemas</p><p>Com a superpopulação…</p><p>Veja que uniforme lindo</p><p>Fizemos pra você</p><p>Lembre-se sempre</p><p>Que Deus está</p><p>Do lado de quem vai vencer […]</p><p>Manfredini Jr., Renato (Renato Russo). A canção do senhor da guerra.</p><p>Intérprete: Legião Urbana. Rio de</p><p>Janeiro: Edições Musicais Tapajós Ltda.,</p><p>1985.</p><p>Interpretando textos e imagens</p><p>12. Observe a charge de Alfredo Martirena abaixo e, con-</p><p>siderando o contexto político pós-Segunda Guerra</p><p>Mundial, proponha uma interpretação para ela.</p><p>Fonte de pesquisa: CTBTO. Disponível em: <http://www.ctbto.org/nuclear-</p><p>testing/history-of-nuclear-testing/nuclear-testing-1945-today>. Acesso em:</p><p>12 fev. 2016.</p><p>Segundo a fonte, após 1998, somente a Coreia do Norte realizou</p><p>testes nucleares (em 2006, 2009 e 2013).</p><p>A</p><p>lfr</p><p>ed</p><p>o</p><p>M</p><p>ar</p><p>tir</p><p>en</p><p>a/</p><p>C</p><p>ar</p><p>to</p><p>on</p><p>S</p><p>to</p><p>ck</p><p>1946</p><p>1948</p><p>1950</p><p>1952</p><p>1954</p><p>1956</p><p>1958</p><p>1960</p><p>1962</p><p>1964</p><p>1966</p><p>1968</p><p>1970</p><p>1972</p><p>1974</p><p>1976</p><p>1978</p><p>1980</p><p>1982</p><p>1984</p><p>1986</p><p>1988</p><p>1990</p><p>1992</p><p>1994</p><p>1996</p><p>1998</p><p>Estados Unidos</p><p>URSS/Rússia</p><p>Reino Unido</p><p>França</p><p>China</p><p>Índia</p><p>Paquistão</p><p>0 25 50 75 100 125 150 175 200</p><p>0 25 50 75 100 125 150 175 200 A</p><p>di</p><p>ls</p><p>on</p><p>S</p><p>ec</p><p>co</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>45</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C03_042a045.indd 45 02/06/16 10:06</p><p>capítulo</p><p>Não escreva no livro.</p><p>4</p><p>Embora o termo potência tenha surgido fortemente associado à ideia de hegemonia</p><p>militar, na atualidade o conceito de potência está relacionado ao conjunto de fatores que</p><p>possibilitam que um país exerça influência sobre outros. Além do poderio militar, o cenário</p><p>diplomático, a atuação estratégica dos Estados e o desenvolvimento econômico são ele-</p><p>mentos importantes para avaliar se um país cumpre os requisitos que o identificam como</p><p>potência em escala regional ou mundial.</p><p>O Brasil pode ser considerado uma potência regional da América do Sul e Latina, título</p><p>que também pode ser conferido ao México e à Argentina. A economia brasileira, for temente</p><p>industrializada e com um setor agropecuário muito produtivo, está entre as maiores do mundo.</p><p>O país tem melhorado sua inserção nas relações internacionais. Isso pode ser verificado</p><p>pelo alto número de acordos bilaterais fechados na década de 2000 e pela participação de</p><p>representantes do governo brasileiro em várias reuniões do G-20, grupo dos países com as</p><p>maiores economias do mundo.</p><p>Com base na imagem e no texto acima, faça o que se pede.</p><p>1. Cite três organizações internacionais das quais o Brasil faz parte.</p><p>2. Em sua opinião, qual é a importância da participação brasileira em organizações eco-</p><p>nômicas internacionais? Pesquise e justifique sua resposta com exemplos.</p><p>A geopolítica</p><p>no Brasil</p><p>o que você</p><p>vAi estudAr</p><p>O Brasil como</p><p>potência regional.</p><p>As desigualdades</p><p>regionais.</p><p>A ação do</p><p>Estado.</p><p>A construção</p><p>de Brasília.</p><p>A geopolítica</p><p>da Amazônia.</p><p>A presença do Brasil em fóruns internacionais demonstra a notoriedade do país no contexto global. Na foto,</p><p>Dilma Rousseff, então presidente do Brasil, é retratada ao lado de Barack Obama e Vladimir Putin (presidentes</p><p>dos Estados Unidos e da Rússia, respectivamente) e entre os dirigentes dos demais membros do G-20, em</p><p>reunião ocorrida em Antália, Turquia. Foto de 2015.</p><p>B</p><p>er</p><p>k</p><p>O</p><p>zk</p><p>an</p><p>/A</p><p>na</p><p>do</p><p>lu</p><p>A</p><p>ge</p><p>nc</p><p>y/</p><p>A</p><p>FP</p><p>46</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C04_046a051.indd 46 02/06/16 10:09</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Cuiabá</p><p>Curitiba</p><p>BRASÍLIA</p><p>São Paulo</p><p>Porto Alegre</p><p>Campo</p><p>Grande</p><p>Florianópolis</p><p>Joinville</p><p>Itajaí</p><p>Criciúma</p><p>Campinas</p><p>Corumbá</p><p>LA PAZ</p><p>SUCRE</p><p>Rio Grande</p><p>Santa Cruz</p><p>de la Sierra</p><p>RS</p><p>SC</p><p>PR</p><p>SP</p><p>MS</p><p>RJ</p><p>MG</p><p>ES</p><p>BA</p><p>GO</p><p>DF</p><p>MT</p><p>BOLÍVIA</p><p>PARAGUAI</p><p>ASSUNÇÃO</p><p>ARGENTINA</p><p>URUGUAI</p><p>CHILE</p><p>PERU</p><p>40ºO50ºO60ºO70ºO</p><p>20ºS</p><p>30ºS</p><p>Trópico de Capricórnio</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>O</p><p>C</p><p>E</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>P</p><p>A</p><p>C</p><p>ÍF</p><p>IC</p><p>O</p><p>Gasoduto Bolívia-Brasil</p><p>Gasoduto Lateral-Cuiabá</p><p>0 380 760 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>O gasoduto Brasil-Bolívia</p><p>Diante da necessidade de di-</p><p>versificar suas fontes energéticas,</p><p>o Brasil estabeleceu acordos com</p><p>a Bolívia para a importação de gás</p><p>natural e, para isso, construiu um</p><p>gasoduto entre os dois países.</p><p>No início do século XXI, com a</p><p>chegada de um novo governo, a Bo-</p><p>lívia questionou o preço do gás pa-</p><p>go pelo Brasil, exigindo a sua ele-</p><p>vação. O fato chegou a afetar o</p><p>fornecimento de gás, mas as nego-</p><p>ciações avançaram e o fornecimen-</p><p>to foi restabelecido.</p><p>Como o Brasil dispõe de outras</p><p>fontes energéticas e importantes</p><p>reservas de gás foram descobertas,</p><p>a dependência em relação ao gás</p><p>boliviano tende a diminuir.</p><p>sAiBA mAis</p><p>Fontes de pesquisa: TBG. Disponível em: <http://www.tbg.com.br/pt_br/o-gasoduto/tracado.htm>;</p><p>Gosmann, Hugo Leonardo. Integração gasífera na América do Sul. 2011. Disponível em: <http://bdm.</p><p>unb.br/bitstream/10483/2422/1/2011_HugoLeonardoGosmann.pdf>. Acessos em: 18 fev. 2016.</p><p>Analisando o Brasil por meio da geopolítica</p><p>O tamanho do território, o poder econômico e o mili-</p><p>tar são os fatores mais importantes para que um Estado</p><p>possa agir de maneira independente e exercer influên-</p><p>cia sobre os outros Estados.</p><p>As vantagens estratégicas da extensão territorial de-</p><p>vem-se ao fato de o território congregar recursos natu-</p><p>rais que podem incrementar o desenvolvimento econô-</p><p>mico de um país e ser a base que possivelmente venha</p><p>a condicionar a prosperidade de sua população. Um</p><p>grande território propicia ampla variedade de aspectos</p><p>naturais, que se reflete no potencial produtivo e restrin-</p><p>ge menos o crescimento demográfico.</p><p>O poderio econômico de um país está ligado a sua im-</p><p>portância no mercado global. O poderio militar mani-</p><p>festa-se nos conflitos armados e também na capacidade</p><p>de negociação política internacional. Um bom exemplo</p><p>é o Conselho de Segurança da ONU (responsável por</p><p>arbitrar e adotar medidas para solucionar desavenças</p><p>entre países), cujos membros permanentes são as maio-</p><p>res potências militares: Estados Unidos, Rússia, China,</p><p>Reino Unido e França.</p><p>O tamanho do território brasileiro (o 5o maior do mun-</p><p>do), a extensa faixa fronteiriça e litorânea, o elevado nú-</p><p>mero de habitantes e os fartos recursos hídricos e minerais</p><p>são atributos que possibilitam ao Brasil uma posição de</p><p>destaque na América Latina. Apesar de facilitar trocas co-</p><p>merciais com os países vizinhos, a grande linha fronteiriça</p><p>traz dificuldades para as Forças Armadas fiscalizarem toda</p><p>sua extensão. Tal fato deixa o território vulnerável a ações</p><p>ilícitas, como o tráfico de drogas provenientes de países</p><p>vizinhos e o contrabando de mercadorias.</p><p>O controle sobre os crimes ambientais nas regiões</p><p>onde há abundância de riquezas naturais, sobretudo na</p><p>região Amazônica, também é bastante frágil. Uma das</p><p>consequências dessa realidade é a biopirataria, realiza-</p><p>da por meio da retirada ilegal de matéria-prima de nos-</p><p>sas florestas para exploração, comercialização ou para o</p><p>registro de patentes em outros países.</p><p>Ainda que o Brasil apresente algumas fragilidades,</p><p>a economia do país é bastante forte, e seu parque in-</p><p>dustrial é amplo e diversificado. O Brasil produz desde</p><p>alimentos e tecidos até itens que requerem altos in-</p><p>vestimentos em pesquisa e tecnologia, como aviões e</p><p>produtos farmacêuticos. Também possui grandes em-</p><p>presas de exploração mineral, como a Petrobras e a Vale,</p><p>de significativa presença internacional.</p><p>Além disso, há no país uma importante produção cien-</p><p>tífica. São exemplos as pesquisas de ponta relacionadas às</p><p>células-tronco, o Projeto Genoma e as pesquisas desen-</p><p>volvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária</p><p>(Embrapa). Por meio dessa instituição, o Brasil tem am-</p><p>pliado sua participação internacional estabelecendo acor-</p><p>dos de cooperação técnica e científica com países da África,</p><p>América Latina e Caribe. Todos esses fatores contribuem</p><p>para que, embora enfrente dificuldades políticas e econô-</p><p>micas, o Brasil seja considerado uma potência regional no</p><p>contexto latino-americano.</p><p>Projeto Genoma: pesquisa internacional que tem como objetivo</p><p>mapear e interpretar o material genético de diferentes seres vivos,</p><p>para auxiliar a medicina a compreender a origem de doenças e o</p><p>desenvolvimento de características individuais das espécies.</p><p>O gasoduto Brasil-Bolívia (2016)</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>47</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C04_046a051.indd 47 02/06/16 10:09</p><p>c</p><p>ap</p><p>ít</p><p>ul</p><p>o</p><p>4</p><p>–</p><p>A</p><p>g</p><p>eo</p><p>po</p><p>lít</p><p>ic</p><p>a</p><p>no</p><p>B</p><p>ra</p><p>si</p><p>l</p><p>Não escreva no livro.</p><p>As desigualdades</p><p>regionais</p><p>A integração nacional é um bom parâmetro para analisar a organização espacial do país.</p><p>É ainda um fator vinculado aos fluxos econômicos inter-regionais que evidenciam aspectos do</p><p>desenvolvimento brasileiro. Entre esses aspectos destacam-se as desigualdades regionais.</p><p>O desenvolvimento não uniforme do país está relacionado, entre outros aspectos, a sua grande ex-</p><p>tensão territorial. Determinar a origem histórica das desigualdades regionais não é tarefa fácil, pois se</p><p>trata de um processo complexo, resultante da combinação de contrastes naturais, articulações polí-</p><p>ticas e da dinâmica econômica, que se transformou muito desde o início da colonização portuguesa.</p><p>A integração entre as regiões tende a se constituir a partir da expansão da área de influência de</p><p>uma região hegemônica, que passaria a envolver as demais. Esse processo manifesta-se com a for-</p><p>mação de redes de comunicação e transportes entre as diferentes regiões do país, intensificando</p><p>a circulação de capitais, mercadorias e pessoas. O controle desse fluxo cabe, sobretudo, a agentes</p><p>situados na região considerada hegemônica.</p><p>Atualmente, a Região Sudeste do Brasil desempenha o papel de líder na formação do merca-</p><p>do interno; as demandas nela geradas influenciam a ocupação de importantes espaços econô-</p><p>micos do país. Por isso, os dados sobre o desempenho econômico do Sudeste são comumente</p><p>usados como referência para a avaliação da economia do país.</p><p>A polarização em torno da Região Sudeste começou a se formar a partir da consolidação da</p><p>economia cafeeira entre os séculos XIX e XX, que forneceu as bases para o desenvolvimento in-</p><p>dustrial, principalmente no estado de São Paulo.</p><p>Nas últimas décadas tem-se verificado um movimento de desconcentração das atividades in-</p><p>dustriais rumo a outras regiões brasileiras. Essa tendência, de certa forma, fortalece a integração</p><p>nacional, pois abre novas frentes de desenvolvimento sem desarticular o dinamismo econômi-</p><p>co do Sudeste. Isso porque muitas indústrias que migraram para outras regiões mantiveram sua</p><p>sede administrativa no Sudeste.</p><p>medindo as desigualdades</p><p>O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um indicador adotado pela ONU para ava-</p><p>liar a qualidade de vida de uma população. Três variáveis são utilizadas: educação, expectati-</p><p>va de vida e nível de renda. Seus índices podem</p><p>ser aferidos nas escalas nacional, estadual, mu-</p><p>nicipal e regional. No Brasil, a coleta de dados é</p><p>realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e</p><p>Estatística (IBGE).</p><p>Como o IDH é composto de médias estatís-</p><p>ticas e a realidade social no Brasil é muito hete-</p><p>rogênea, é preciso analisá-lo com ressalvas, pa-</p><p>ra evitar distorções: embora nos últimos anos o</p><p>país tenha alcançado um índice de desenvolvi-</p><p>mento humano considerado elevado (0,755, em</p><p>2014), isso não corresponde à realidade encon-</p><p>trada em todo o território.</p><p>Fonte de pesquisa: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal</p><p>Brasileiro. Brasília: Pnud/Ipea/FJP, 2013. p. 42. Disponível em:</p><p><http://www.pnud.org.br/arquivos/idhm-brasileiro-atlas-2013.pdf>.</p><p>Acesso em: 17 fev. 2016.</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>40ºO60ºO</p><p>20ºS</p><p>Trópico de Capricórnio</p><p>0ºEquador</p><p>AM</p><p>AC</p><p>RO</p><p>RR</p><p>AP</p><p>PA</p><p>MT</p><p>MA</p><p>PI</p><p>CE</p><p>RN</p><p>PB</p><p>PE</p><p>AL</p><p>SEBA</p><p>GO</p><p>DF</p><p>MS</p><p>MG</p><p>SP</p><p>PR</p><p>ES</p><p>RJ</p><p>SC</p><p>RS</p><p>TO</p><p>VENEZUELA</p><p>COLÔMBIA</p><p>PERU</p><p>Guiana</p><p>Francesa (FRA)</p><p>SURINAME</p><p>GUIANA</p><p>PARAGUAI</p><p>URUGUAI</p><p>ARGENTINA</p><p>BOLÍVIA</p><p>CHILE</p><p>EQUADOR</p><p>0 510 1 020 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>Médio (0,600 a 0,699)</p><p>Alto (0,700 a 0,799)</p><p>Muito baixo (0,000 a 0,499)</p><p>Baixo (0,500 a 0,599)</p><p>Muito alto (acima de 0,800)</p><p>Índice de Desenvolvimento</p><p>Humano Municipal</p><p>Brasil – Índice de Desenvolvimento Humano</p><p>Municipal (2010)</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>48</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C04_046a051.indd 48 02/06/16 10:09</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Itaipu e a produção energética nacional</p><p>A usina de Itaipu, que produz cerca de 15% da ener-</p><p>gia elétrica consumida no Brasil e 75% da consumida no</p><p>Paraguai, começou a ser projetada na década de 1960,</p><p>por meio de acordos entre os dois países. Desde o início</p><p>do funcionamento da usina, em 1984, a energia gerada</p><p>é dividida em partes iguais entre os dois países, mas o</p><p>Paraguai consome apenas 5%. Por contrato, deve vender</p><p>o restante à Eletrobras a preço de custo, pois, na época</p><p>da construção, o Brasil financiou toda a obra, inclusive a</p><p>parte relativa ao país vizinho. Em 2009, o então presi-</p><p>dente do Paraguai colocou em xeque os acordos firma-</p><p>dos inicialmente, e os valores pagos pelo Brasil foram re-</p><p>ajustados.</p><p>1. Onde você mora existe alguma usina de geração de</p><p>energia elétrica? Pesquise de onde vem a energia</p><p>elétrica que você consome.</p><p>coNeXÃo</p><p>A ação estatal</p><p>Em vários momentos da história, o Estado brasileiro</p><p>lançou mão de medidas políticas e econômicas com o</p><p>objetivo de atenuar as desigualdades regionais no país.</p><p>No início do século XX, com base nas informações de</p><p>que a seca era o principal motivo do subdesenvolvimen-</p><p>to do Nordeste, foi criada a Superintendência de Estudos</p><p>e Obras contra a Seca, atual Departamento Nacional de</p><p>Obras contra a Seca (DNOCS).</p><p>Para a Amazônia, foi criada em 1912 a Superinten-</p><p>dência de Defesa da Borracha, quando a base da econo-</p><p>mia local era a exploração do látex, matéria-prima para</p><p>a fabricação de borracha.</p><p>Diferentemente das intervenções pon tuais do início</p><p>do século passado, ações mais abran gentes e estrutu-</p><p>radas por amplas operações no território marcaram os</p><p>governos de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e dos</p><p>presidentes militares, estendendo as fronteiras do de-</p><p>senvolvimento econômico para todas as regiões do país.</p><p>Durante o governo Vargas, foram criadas empresas es-</p><p>tatais como a Companhia Siderúrgica Nacional (1941)</p><p>e a Petrobras (1953), que, apesar de sediadas na Região</p><p>Sudeste, serviram para alavancar a produção nacional e</p><p>atuam hoje, direta ou indiretamente, em diversas partes</p><p>do território brasileiro.</p><p>No governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961) foi</p><p>implantado o Plano de Metas, cujo lema era desenvolver o</p><p>Brasil “cinquenta anos em cinco”. Um conjunto de obras</p><p>estava contemplado, com investimentos em diversos seto-</p><p>res de infraestrutura, o que incluía a construção de uma</p><p>nova capital. JK promoveu também a entrada de capital</p><p>estrangeiro destinado ao desenvolvimento de setores pro-</p><p>dutivos, como a indústria automobilística.</p><p>Durante a ditadura militar, foram realizadas grandes</p><p>obras estatais, como a construção da usina hidrelétrica</p><p>de Itaipu e da ponte Rio-Niterói. Confira o boxe abaixo,</p><p>sobre a usina binacional de Itaipu.</p><p>Em 1970, foi lançado o Plano de Integração Nacional</p><p>(PIN), que congregava investimentos na abertura de ro-</p><p>dovias. A mais destacada foi a Transamazônica, idealiza-</p><p>da para interligar a Paraíba ao Acre, contribuindo para</p><p>a migração do Nordeste para a Amazônia. Foram lança-</p><p>dos os Planos Nacionais de Desenvolvimento (PNDs) e</p><p>os polos de desenvolvimento, como o Poloamazônia,</p><p>o Polocentro e o Polonoroeste, que incentivavam a ex-</p><p>ploração mineral e os projetos agropecuários direciona-</p><p>dos à exportação.</p><p>Os governos civis brasileiros seguiram com a ideia de</p><p>reduzir as desigualdades regionais. Fernando Henrique</p><p>Cardoso privatizou empresas, tendo como objetivo a re-</p><p>dução do papel do Estado em todos os setores.</p><p>Nos governos subsequentes, de Luiz Inácio Lula da</p><p>Silva e Dilma Rousseff, o Estado ampliou sua atuação</p><p>em obras públicas, sobretudo com o lançamento do</p><p>Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), um</p><p>conjunto de obras planejadas para estimular o desen-</p><p>volvimento econômico e social.</p><p>Usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Em primeiro plano,</p><p>aparece o território paraguaio e, à direita, o território brasileiro,</p><p>em Foz do Iguaçu (PR). Foto de 2015.</p><p>E</p><p>rn</p><p>es</p><p>to</p><p>R</p><p>eg</p><p>hr</p><p>an</p><p>/P</p><p>ul</p><p>sa</p><p>r</p><p>Im</p><p>ag</p><p>en</p><p>s</p><p>O Estado e as políticas territoriais no Brasil, de Wanderley Messias</p><p>da Costa. São Paulo: Contexto, 2000.</p><p>O autor apresenta uma reflexão a respeito do processo de</p><p>intervenção estatal no planejamento territorial brasileiro. Em</p><p>um livro</p><p>abrangente e sintético, ele desenvolve o tema em uma</p><p>perspectiva histórica ampliada, desde o Império até a atualidade.</p><p>Leia</p><p>49</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C04_046a051.indd 49 02/06/16 10:09</p><p>C</p><p>ap</p><p>ít</p><p>ul</p><p>o</p><p>4</p><p>–</p><p>A</p><p>g</p><p>eo</p><p>po</p><p>lít</p><p>ic</p><p>a</p><p>no</p><p>B</p><p>ra</p><p>si</p><p>l</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Sobradinho Planaltina</p><p>BRASÍLIA</p><p>Plano</p><p>PilotoTaquatinga</p><p>Cruzeiro</p><p>Guará</p><p>Núcleo</p><p>Bandeirante</p><p>Jardim Botânico</p><p>de BrasíliaRecanto</p><p>das Emas</p><p>GAMA</p><p>Samambaia</p><p>Ceilândia</p><p>Parque Nacional</p><p>de Brasília</p><p>Brazlândia</p><p>GO MG</p><p>BR-020</p><p>Paranoá</p><p>Lago Paranoá</p><p>48ºO</p><p>16ºS</p><p>0 12 24 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>Rodovia</p><p>Metrô</p><p>Aeroporto Internacional</p><p>Área urbanizada</p><p>Ferrovia</p><p>Hidrogra�a</p><p>A construção de Brasília e a geopolítica nacional</p><p>A mudança da capital federal para uma</p><p>área interiorana era um projeto antigo, ela-</p><p>borado ainda no século XIX. Em 1891, a</p><p>mudança da capital foi formalizada em dois</p><p>artigos da Constituição recém-adotada.</p><p>Em 1892, uma comissão explorado-</p><p>ra demarcou a área destinada à criação de</p><p>uma nova capital para o país. No entanto,</p><p>somente em 1956, o Congresso brasileiro</p><p>aprovou a lei que criava a Companhia</p><p>Urbanizadora da Nova Capital (Novacap).</p><p>O órgão seria responsável pela construção</p><p>da nova capital, inaugurada em 1960.</p><p>O projeto urbanístico de Brasília foi</p><p>criado por Lúcio Costa. Oscar Niemeyer</p><p>projetou os principais edifícios. Seu estilo é</p><p>marcado pelo uso do concreto armado, em-</p><p>pregado na configuração de formas curvas,</p><p>e pela valorização da monumentalidade.</p><p>Os ideais geopolíticos e a inovação ar-</p><p>tística das edificações resultaram em um</p><p>grandioso conjunto arquitetônico, que hoje</p><p>constitui uma das principais atrações turís-</p><p>ticas do Brasil.</p><p>A nova capital: fatores</p><p>geopolíticos</p><p>A construção de Brasília surgiu não ape-</p><p>nas como um símbolo do progresso eco-</p><p>nômico, mas também de uma concepção</p><p>estratégica de que a localização é um fator</p><p>de proteção. As cidades litorâneas teorica-</p><p>mente são mais vulneráveis a ataques es-</p><p>trangeiros em eventuais conflitos.</p><p>O deslocamento da base do poder nacio-</p><p>nal para o centro do país também possibilita</p><p>maior coesão territorial, integrando regiões</p><p>distantes, e aproxima o governo federal das</p><p>zonas mais isoladas, situadas nas regiões</p><p>Centro-Oeste e Norte.</p><p>Como grande parte das áreas pouco ocupa-</p><p>das estava mais próxima da faixa de fron-</p><p>teira, era fundamental aumentar a presen-</p><p>ça do Estado nessas regiões e promover</p><p>sua ocupação, o que seria viabilizado pela</p><p>transferência da capital do país para o Pla-</p><p>nalto Central. Além disso, o deslocamento</p><p>da capital expressa uma estratégia de atenuar</p><p>as grandes manifestações populares, muito</p><p>comuns na época em que o Rio de Janeiro</p><p>era a capital.</p><p>Brasília: crescimento e</p><p>desigualdade</p><p>Paralelamente à construção de Brasília,</p><p>começaram a se formar as cidades-satélites</p><p>ao redor do Plano Piloto, núcleo original do</p><p>Distrito Federal.</p><p>Nas cidades-satélites fixaram-se os traba-</p><p>lhadores que migraram para Brasília a fim de</p><p>trabalhar nas obras durante a implantação</p><p>do projeto e que ficaram conhecidos como</p><p>candangos. Concluída a grande obra, não ha-</p><p>via um plano de assentamento definitivo desses</p><p>migrantes. Com isso, eles deram origem a for-</p><p>mações urbanas desordenadas, que contrasta-</p><p>vam fortemente com o planejamento e a ra-</p><p>cionalidade do Plano Piloto. E assim surgiram</p><p>cidades-satélites como Ceilândia, Taguatinga,</p><p>Guará, Cruzeiro e Sobradinho.</p><p>Atualmente, além de deficiências na in-</p><p>fraestrutura urbana, Brasília apresenta pro-</p><p>blemas sociais, principalmente nas áreas de</p><p>saúde, educação e segurança. Soma-se a es-</p><p>se quadro o abismo socioeconômico entre o</p><p>núcleo original e as áreas do entorno.</p><p>Com mais de meio século de existência,</p><p>Brasília e as cidades-satélites vivem hoje</p><p>uma realidade muito semelhante à de ou-</p><p>tras grandes capitais do país, cujos proble-</p><p>mas o planejamento urbano inicial não foi</p><p>capaz de evitar.</p><p>Geopolítica do Brasil:</p><p>a construção da</p><p>soberania nacional,</p><p>de Edu Silvestre de</p><p>Albuquerque. São</p><p>Paulo: Atual, 2006.</p><p>O livro trata</p><p>das relações</p><p>internacionais do</p><p>Brasil e de sua</p><p>posição no panorama</p><p>geopolítico mundial.</p><p>Leia</p><p>Museu Virtual</p><p>Brasília</p><p>O site do museu</p><p>apresenta</p><p>documentos, imagens</p><p>e depoimentos</p><p>sobre a construção</p><p>e o crescimento da</p><p>capital brasileira.</p><p>Disponível em:</p><p><http://linkte.me/</p><p>mbsb>. Acesso em:</p><p>9 abr. 2016.</p><p>Navegue</p><p>Distrito Federal</p><p>Fonte de pesquisa: Ferreira, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed.</p><p>São Paulo: Moderna, 2013. p. 163.</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>50</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C04_046a051.indd 50 6/6/16 5:50 PM</p><p>Não escreva no livro.</p><p>A luta de um homem da floresta</p><p>O líder seringueiro Francisco Alves Mendes Filho, mais conhecido</p><p>como Chico Mendes, foi uma das principais vozes a denunciar a devasta-</p><p>ção da Amazônia e as condições dos trabalhadores da região, que eram e</p><p>ainda são submetidos a situações de trabalho escravo. Por suas ações, foi</p><p>reconhecido nacional e internacionalmente.</p><p>Percorreu o mundo defendendo a causa dos povos da floresta e rece-</p><p>bendo prêmios por sua atuação. Mesmo diante de pressões e ameaças,</p><p>continuou a questionar o predatório modelo de desenvolvimento pratica-</p><p>do na região. Em dezembro de 1988, foi morto a tiros nos fundos de sua</p><p>casa, em Xapuri, no Acre. Era o trágico fim da saga de um homem corajoso</p><p>e comprometido com a defesa da floresta e dos trabalhadores.</p><p>sAiBA mAis</p><p>Chico Mendes no Sindicato dos Trabalhadores</p><p>Rurais de Xapuri (AC). Foto de 1988.</p><p>Limites da Amazônia Legal em imagem de satélite de 2015.</p><p>Amazônia: riquezas e conflitos</p><p>O dimensionamento da área ocupada</p><p>pela floresta Amazônica fornece elementos</p><p>fundamentais para abordar as questões geo-</p><p>políticas que a envolvem. São mais de 5,5 mi-</p><p>lhões de km² de área, dos quais cerca de</p><p>60% se encontram em território brasileiro.</p><p>A floresta estende-se também pelo território</p><p>da Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Vene-</p><p>zuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname.</p><p>A floresta Amazônica, além de ser a maior</p><p>floresta equatorial do mundo, é constituída</p><p>por uma rica diversidade de espécies da fauna</p><p>e da flora e por uma imensa rede de recursos</p><p>hídricos. Essa riqueza natural é complemen-</p><p>tada por outros recursos de grande interesse</p><p>econômico, como as jazidas minerais de ferro,</p><p>manganês, ouro, bauxita, cobre, petróleo, etc.</p><p>Em grande parte por causa da Amazônia,</p><p>o Brasil é considerado detentor de uma me-</p><p>gadiversidade e divide essa posição com</p><p>outros poucos países. A grande biodiversi-</p><p>dade da Amazônia é garantida pela abun-</p><p>dante quantidade de espécies endêmicas,</p><p>isto é, exclusivas da região.</p><p>Todo esse potencial coloca a Amazônia no</p><p>centro da geopolítica global. O grande con-</p><p>junto de recursos é foco de cobiça nas mais di-</p><p>versas escalas e, nesse contexto, além da bio-</p><p>pirataria, ocorre a apropriação indevida dos</p><p>conhecimentos tradicionais dos povos locais.</p><p>A convivência com os nativos e a com-</p><p>preen são de seu relacionamento com a na-</p><p>tureza possibilitam verificar na prática os</p><p>resultados da utilização de espécies que</p><p>despertam interesse para fins comerciais ou</p><p>pesquisas acadêmicas.</p><p>O potencial econômico contido na di-</p><p>versidade da Amazônia fomenta iniciativas</p><p>internacionais que visam estabelecer meios</p><p>indiretos de influência sobre os recursos da</p><p>região. São tratados e acordos que versam</p><p>sobre as mais diversas questões relativas à</p><p>floresta equatorial, mas que também trazem</p><p>em seu bojo temores relacionados à capaci-</p><p>dade do Estado brasileiro de gerir seu pró-</p><p>prio território.</p><p>Para fins de planejamento e promoção do</p><p>desenvolvimento social e econômico da re-</p><p>gião, o Estado brasileiro instituiu a Amazô-</p><p>nia Legal, que abrange, além dos sete es-</p><p>tados da Região Norte, o estado de Mato</p><p>Grosso e parte do Maranhão.</p><p>Amazônia,</p><p>Amazônias, de</p><p>Carlos Walter Porto</p><p>Gonçalves. São Paulo:</p><p>Contexto, 2001.</p><p>Fruto de mais de duas</p><p>décadas de pesquisa,</p><p>o livro apresenta um</p><p>retrato profundo da</p><p>Amazônia. Questões</p><p>contemporâneas</p><p>latentes são</p><p>apresentadas numa</p><p>perspectiva</p><p>que nos</p><p>permite compreender</p><p>a importância da</p><p>região Amazônica</p><p>para o país e para o</p><p>mundo.</p><p>Leia</p><p>20</p><p>16</p><p>D</p><p>at</p><p>a</p><p>S</p><p>IO</p><p>, N</p><p>O</p><p>A</p><p>A</p><p>, U</p><p>. S</p><p>. N</p><p>av</p><p>y,</p><p>N</p><p>G</p><p>A</p><p>, G</p><p>E</p><p>B</p><p>C</p><p>O</p><p>/L</p><p>an</p><p>ds</p><p>at</p><p>/G</p><p>oo</p><p>gl</p><p>e</p><p>E</p><p>ar</p><p>th</p><p>/D</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l G</p><p>lo</p><p>be</p><p>.</p><p>Ilu</p><p>st</p><p>ra</p><p>çõ</p><p>es</p><p>s</p><p>ob</p><p>re</p><p>im</p><p>ag</p><p>em</p><p>: J</p><p>oã</p><p>o</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>Fe</p><p>rn</p><p>an</p><p>do</p><p>M</p><p>ar</p><p>qu</p><p>es</p><p>/E</p><p>st</p><p>ad</p><p>ão</p><p>C</p><p>on</p><p>te</p><p>úd</p><p>o</p><p>BRASIL</p><p>GUIANA</p><p>SURINAME</p><p>VENEZUELA</p><p>COLÔMBIA</p><p>EQUADOR</p><p>PERU</p><p>BOLÍVIA</p><p>Guiana</p><p>Francesa (FRA)</p><p>PANAMÁ</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>60°O</p><p>0°</p><p>Equador</p><p>0 440 880 km</p><p>NE</p><p>NO</p><p>SE</p><p>SO</p><p>Amazônia Legal</p><p>Fronteira</p><p>51</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C04_046a051.indd 51 02/06/16 10:09</p><p>Presença Indígena</p><p>52</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Festival Cultural das Tribos Indígenas do alto rio Negro (Festribal),</p><p>em São Gabriel da Cachoeira (AM). Foto de 2009.</p><p>São Gabriel da Cachoeira: uma cidade diferente</p><p>Uma grande cobra vinda de muito longe, do come-</p><p>ço do mundo. Uma grande cobra-canoa, subindo pelo</p><p>fundo do rio, saindo pelo buraco das pedras e vomitan-</p><p>do as pessoas que estavam dentro dela. Esse povo formou</p><p>uma aldeia, que se comunicava com as outras aldeias que</p><p>também saíram da Cobra Grande. Assim o mundo foi ha-</p><p>bitado e encheu-se de lugares e histórias sagradas.</p><p>Essa pequena história é o resumo do mito de cria-</p><p>ção de muitos povos indígenas que habitam o estado</p><p>do Amazonas. Narrada de diferentes maneiras, segundo</p><p>cada povo, a história da Cobra Grande conta como se</p><p>formou a região onde atual mente convivem 23 povos</p><p>indígenas diferentes, com idiomas pertencentes a</p><p>três troncos linguísticos: maku, aruak e tukano. São</p><p>mais de quinhentas comunidades em São Gabriel da</p><p>Cachoeira, o “município mais indígena do país”.</p><p>São Gabriel é parecida com outras cidades do país,</p><p>com uma grande diferença: 85% dos habitantes são in-</p><p>dígenas. E jovens: metade da população tem até 19 anos.</p><p>Em São Gabriel, eles têm muitos costumes dos jovens de</p><p>outros centros urbanos: andam de skate e de bicicleta,</p><p>praticam esportes, usam o computador e procuram se</p><p>vestir seguindo a moda. Há grupos de street dance e de</p><p>quadrilha de festa junina formados só por indígenas. Ca-</p><p>samentos entre indígenas e não indígenas são comuns.</p><p>No ginásio da cidade, os festivais culturais indígenas</p><p>misturam carros alegóricos e fantasias coloridas com</p><p>as tradicionais danças e ritos da região, em um impres-</p><p>sionante espetáculo. Rodeadas pelas corredeiras do rio</p><p>Negro, nos fins de semana as “praias” da cidade se en-</p><p>chem de guarda-sóis, onde indígenas e não indígenas</p><p>ouvem música em alto volume, fazem churrasco e le-</p><p>vam os filhos para passear.</p><p>Localizada na região chamada de Cabeça do Cachorro,</p><p>no alto rio Negro, São Gabriel é um dos maiores muni-</p><p>cípios do país, com área maior que a de Pernambuco.</p><p>Para chegar lá, leva-se algumas horas de avião partindo</p><p>de Manaus ou vários dias de barco, que é praticamen-</p><p>te o único meio de transporte, pois há poucas estradas</p><p>ou pistas de pouso nas comunidades. De barco se vai</p><p>a todas.</p><p>A chegada dos não indígenas</p><p>Os primeiros registros da região datam de 1639,</p><p>quando a expedição do bandeirante Pedro Teixeira atra-</p><p>vessou o rio onde hoje é a fronteira entre Brasil e Co-</p><p>lômbia. Nos três séculos seguintes, a história da região</p><p>é parecida com a de muitas outras regiões da Améri-</p><p>ca: exploração comercial e guerras por território, escra-</p><p>vidão indígena, extinção de povos inteiros e migração</p><p>em massa. Em razão do isolamento, porém, as mudan-</p><p>ças foram bem menos intensas que em outros lugares.</p><p>Só a partir de 1914, com a chegada das primeiras mis-</p><p>sões católicas, os modos de vida dos indígenas começa-</p><p>ram a sofrer visíveis mudanças.</p><p>A chegada dos salesianos ajudou a combater a semies-</p><p>cravidão em que muitos grupos indígenas viviam. No en-</p><p>tanto, alterou profundamente seu modo de vida, já que</p><p>os religiosos buscavam eliminar as manifestações cultu-</p><p>rais desses povos. Os missionários proibiam os indígenas</p><p>de falarem sua língua, de morarem em suas casas coleti-</p><p>vas e de manterem suas formas de religiosidade.</p><p>Outra importante atuação missionária na região foi a</p><p>Missão Novas Tribos do Brasil, que, a partir da década</p><p>de 1950, pregou o protestantismo entre diversos grupos</p><p>e formou dezenas de pastores indígenas.</p><p>Além da mudança nas relações dentro das comu-</p><p>nidades, as missões religiosas contribuíram para au-</p><p>mentar a dependência dos indígenas das “coisas do</p><p>branco”. Com a chegada dos pregadores, muitos gru-</p><p>pos nômades passaram a viver perto das missões, num</p><p>processo de sedentarização e de concentração popu-</p><p>lacional que alterou profundamente o modo de vida</p><p>indígena.</p><p>A caça e a pesca ficaram escassas, e os indígenas</p><p>passaram a ter de ir muito longe para conseguir comi-</p><p>da e material para fazer suas casas. Como os religiosos</p><p>têm recursos, mandam vir de fora comida, material de</p><p>construção, ferramentas, roupas e demais objetos, au-</p><p>mentando a dependência dos indígenas em relação às</p><p>missões. A situação piora quando os indígenas ficam</p><p>doentes, já que o contágio se alastra mais rapidamen-</p><p>te, com a proximidade de muitas pessoas em torno</p><p>das missões.</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>R</p><p>am</p><p>id</p><p>/A</p><p>m</p><p>az</p><p>on</p><p>Im</p><p>ag</p><p>e</p><p>B</p><p>an</p><p>k</p><p>52</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C04_052a057.indd 52 02/06/16 10:12</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Manaus</p><p>AMAZONAS</p><p>RR</p><p>AC</p><p>RO</p><p>PA</p><p>AP</p><p>TOMT</p><p>MA</p><p>São Gabriel</p><p>da Cachoeira</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>50°O60°O70°O</p><p>Equador 0°</p><p>10°S</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>0 460 920 km</p><p>Nas décadas de 1970 e 1980, esse processo de mudança</p><p>se ampliou com a chegada dos militares para implementar</p><p>o Plano de Integração Nacional e o Projeto Calha Norte.</p><p>A militarização trouxe também um grande número de não</p><p>indígenas, tanto militares como trabalhadores do Nordeste</p><p>para as construções. Em 1983 foi descoberto ouro na região,</p><p>o que atraiu mais migrantes.</p><p>Essa movimentação foi responsável por uma explosão de-</p><p>mográfica e econômica em São Gabriel. Em 1980, a popu-</p><p>lação urbana era de menos de 4 mil pessoas. Em 2010, já</p><p>ultrapassava 19 mil. A predominância indígena também é</p><p>explicada pelo êxodo de comunidades para o meio urbano.</p><p>Em busca de soluções</p><p>Indígenas, religiosos católicos e evangélicos, comerciantes, garimpeiros e</p><p>militares, migrantes brasileiros e latino-americanos convivem lado a lado.</p><p>A cidade tem como línguas correntes, além do português, o nheengatu, o</p><p>tukano e o baniwa.</p><p>Mas essa proximidade não significa igualdade. A falta de respeito com o in-</p><p>dígena e sua cultura ainda está muito presente na cidade. Os valores reprodu-</p><p>zidos pelo exército e pelos migrantes de outras regiões desqualificam os costu-</p><p>mes indígenas como atrasados e sem serventia. Muitos religiosos continuam a</p><p>impor uma crença que vê o modo de vida indígena como algo a ser combatido.</p><p>Mas os indígenas se mobilizam para superar as condições adversas e têm</p><p>conquistado cada vez mais protagonismo político, inclusive conseguindo a</p><p>demarcação de várias terras indígenas.</p><p>A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) reú-</p><p>ne organizações que desenvolvem trabalhos de valorização cultural e</p><p>defesa dos direitos das comunidades. Projetos de valorização do artesanato</p><p>tradicional, de criação de peixes, de fortalecimento das línguas indígenas e</p><p>outros têm sido desenvolvidos para melhorar a vida nas inúmeras comunida-</p><p>des distribuídas pelos rios do município. Essa atuação visa também garantir</p><p>a qualidade de vida e a permanência das pessoas nessas comunidades para</p><p>que elas não sejam obrigadas a migrar para as cidades.</p><p>De São Gabriel têm saído propostas inovadoras de educação diferenciada,</p><p>com currículos próprios e materiais didáticos em línguas indígenas, valori-</p><p>zando os conhecimentos tradicionais. Esse material serve de modelo para ou-</p><p>tros municípios. Há vários indígenas estudando em universidades de gran-</p><p>des centros do país, e existe um projeto do primeiro campus universitário em</p><p>terra indígena.</p><p>Foi em São Gabriel que, em 2008, pela primeira vez foram eleitos indí-</p><p>genas para os cargos de prefeito e vice-prefeito. O município mais indígena</p><p>do Brasil</p><p>mostra que é possível conviver de modo positivo com a diversida-</p><p>de cultural.</p><p>Fonte de pesquisa: IBGE Cidades@. Disponível</p><p>em: <http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?l</p><p>ang=&codmun=130380&search=amazonas|sao-</p><p>gabriel-da-cachoeira>. Acesso em: 19 fev. 2016.</p><p>1. Com base nas informações contidas no texto, reflita sobre o processo pelo qual passaram muitos grupos</p><p>indígenas de São Gabriel, que deixaram de levar uma vida autônoma na floresta, passaram a ter um modo</p><p>de vida dependente de ajuda exterior e do sistema monetário e hoje estão envolvidos em processos de</p><p>valorização cultural e afirmação de suas identidades indígenas. Discuta com os colegas esses processos.</p><p>2. Escolha e comente dois aspectos citados no texto que mais chamaram sua atenção para o mundo indígena</p><p>de São Gabriel da Cachoeira.</p><p>Para discutir</p><p>São Gabriel da Cachoeira – Localização</p><p>Plano de Integração Nacional:</p><p>projeto criado em 1970 com o objetivo</p><p>anunciado de fomentar a integração e</p><p>o desenvolvimento das regiões Norte e</p><p>Nordeste. Promoveu um extenso plano de</p><p>obras, como a rodovia Transamazônica,</p><p>e a migração de grandes contingentes de</p><p>população para a Amazônia.</p><p>Projeto Calha Norte: plano criado em</p><p>1985, prevendo a ocupação militar de</p><p>uma faixa de 160 quilômetros de largura</p><p>e 6 500 quilômetros de extensão ao</p><p>norte dos rios Solimões e Amazonas,</p><p>nas fronteiras do Brasil com a Guiana</p><p>Francesa, o Suriname, a Guiana, a</p><p>Venezuela e a Colômbia.</p><p>Blog do Rio Negro</p><p>O blog do Instituto Socioambiental (ISA)</p><p>traz informações atualizadas e fotos</p><p>da região do rio Negro. Disponível em:</p><p><http://linkte.me/blogrn>. Acesso em:</p><p>8 abr. 2016.</p><p>Federação das Organizações Indígenas</p><p>do Rio Negro</p><p>Site da Foirn, com informações e notícias</p><p>sobre os indígenas da região de São Gabriel</p><p>da Cachoeira. Disponível em: <http://linkte.</p><p>me/foirn>. Acesso em: 8 abr. 2016.</p><p>Navegue</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>53</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C04_052a057.indd 53 02/06/16 10:12</p><p>C</p><p>ap</p><p>ít</p><p>ul</p><p>o</p><p>4</p><p>–</p><p>A</p><p>g</p><p>eo</p><p>po</p><p>lít</p><p>ic</p><p>a</p><p>no</p><p>B</p><p>ra</p><p>si</p><p>l</p><p>Não escreva no livro.</p><p>R</p><p>io</p><p>C</p><p>at</p><p>ete</p><p>Rio Ita</p><p>ca</p><p>iúnas</p><p>Rio Itacauínas</p><p>Parauapebas</p><p>ouro</p><p>prata</p><p>ferro</p><p>níquel</p><p>manganês</p><p>platina</p><p>paládio</p><p>cobre</p><p>Eldorado</p><p>dos Carajás</p><p>Marabá</p><p>PARÁ</p><p>MA</p><p>TO</p><p>S e r r a d o s C a r a j á s</p><p>R</p><p>io</p><p>P</p><p>ar</p><p>au</p><p>ap</p><p>eb</p><p>as</p><p>6°S</p><p>51°O 48°O</p><p>Altitude</p><p>(metros)</p><p>800</p><p>500</p><p>200</p><p>100</p><p>0</p><p>0 35 70 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>As questões fronteiriças da Amazônia</p><p>As fronteiras da Amazônia constituem</p><p>um dos pontos mais importantes na ques-</p><p>tão geopolítica local. A imensa extensão de</p><p>fronteira externa ocupada pela floresta fe-</p><p>chada dificulta sua fiscalização e sua defesa.</p><p>Visualmente, é quase impossível determinar</p><p>os limites territoriais entre os países amazô-</p><p>nicos, o que exige investimentos em equi-</p><p>pamentos como radares e aviões.</p><p>Por isso, o governo brasileiro colocou em</p><p>operação, no início da década de 2000, o</p><p>Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) e</p><p>o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam).</p><p>O primeiro tem como objetivo controlar o</p><p>espaço aéreo sobre a Amazônia e ampliar</p><p>a presença das Forças Armadas na região;</p><p>o segundo promove o levantamento de in-</p><p>formações que subsidiam as ações de prote-</p><p>ção da Amazônia.</p><p>Com exceção de momentos pontuais na</p><p>história do Brasil, a exemplo do ciclo da</p><p>borracha, a Amazônia passou a mobilizar</p><p>políticas estatais efetivas apenas a partir da</p><p>segunda metade do século XX, sobretudo</p><p>durante a vigência da ditadura militar.</p><p>Segundo os militares, era preciso inte-</p><p>grar o território para não deixá-lo vulnerá-</p><p>vel. Assim, foram criadas a Superintendên-</p><p>cia para o Desenvolvimento da Amazônia</p><p>(Sudam) e a Superintendência da Zona</p><p>Franca de Manaus (Suframa). Essas ações</p><p>resultaram em obras públicas, como a rodo-</p><p>via Transamazônica e a infraestrutura para</p><p>viabilizar a Zona Franca de Manaus.</p><p>O capital externo também financiou o de-</p><p>senvolvimento regional e, em contrapartida,</p><p>a exploração de minérios foi aberta às em-</p><p>presas estrangeiras. Isso impulsionou, junto</p><p>com investimentos nacionais, grandes pro-</p><p>jetos extrativos, como o Grande Carajás.</p><p>A Amazônia</p><p>contemporânea</p><p>A questão amazônica continua em pau-</p><p>ta, pois suas riquezas, sua cultura e seus re-</p><p>cursos hídricos despertam a constante cobi-</p><p>ça de pessoas, que agem por conta própria</p><p>ou em nome de corporações. A busca pe-</p><p>lo lucro, seja pela exploração de matérias-</p><p>-primas, seja pela ampliação das terras des-</p><p>tinadas à agropecuária, é mantida à custa</p><p>de desmatamentos e tensões sociais. Como</p><p>consequência do agravamento desses pro-</p><p>blemas, abrem-se pretextos para proposi-</p><p>ções como a participação da comunidade</p><p>internacional no gerenciamento da flores-</p><p>ta, que colocam em xeque a integridade da</p><p>soberania nacional.</p><p>A Amazônia possui diversas terras indí-</p><p>genas, cujas áreas precisam ser protegidas</p><p>para não sofrerem ações predatórias. A re-</p><p>serva Raposa Serra do Sol (1,7 milhão de</p><p>hectares), em Roraima, é um bom exem-</p><p>plo. Demarcada em 1998 e reconhecida</p><p>oficialmente em 2005, só foi homologada</p><p>por decisão do Supremo Tribunal Federal</p><p>(STF) em 2009. Os mais de 18 mil indí-</p><p>genas que ali vivem tiveram assegurados</p><p>seus direitos diante dos fazendeiros plan-</p><p>tadores de arroz que haviam invadido seu</p><p>território.</p><p>Fonte de pesquisa: SantoS,</p><p>Breno Augusto dos. Recursos</p><p>minerais da Amazônia.</p><p>Disponível em: <http://</p><p>dx.doi.org/10.1590/S0103-</p><p>40142002000200009>.</p><p>Acesso em: 19 fev. 2016.</p><p>Serra dos Carajás – Principais depósitos minerais</p><p>Zona Franca de</p><p>Manaus: área situada</p><p>no município de</p><p>Manaus na qual</p><p>vigoram condições</p><p>fiscais diferenciadas,</p><p>com o objetivo de</p><p>atrair indústrias</p><p>e outras empresas e</p><p>gerar emprego e renda</p><p>para a população local.</p><p>Brincando nos</p><p>campos do Senhor.</p><p>Direção de Hector</p><p>Babenco, EUA, 1991,</p><p>189 min.</p><p>Ambientado na</p><p>Amazônia, o filme</p><p>mostra a tentativa</p><p>de catequização</p><p>dos povos</p><p>indígenas Nianura</p><p>por missionários</p><p>evangélicos</p><p>estadunidenses.</p><p>Apresenta os conflitos</p><p>decorrentes das</p><p>relações entre os</p><p>nativos, o poder</p><p>político local, a Igreja</p><p>e os missionários.</p><p>O drama é baseado</p><p>no livro homônimo</p><p>do escritor Peter</p><p>Matthiessen.</p><p>Assista</p><p>A</p><p>llm</p><p>ap</p><p>s/</p><p>ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>54</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C04_052a057.indd 54 02/06/16 10:12</p><p>Informe</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Geopolítica da Amazônia</p><p>De início, cabe uma pequena explanação sobre geo­</p><p>política: trata­se de um campo de conhecimento que</p><p>analisa relações entre poder e espaço geográfico. Foi</p><p>o fundamento do povoamento da Amazônia, desde o</p><p>tempo colonial, uma vez que, por mais que quisesse a</p><p>Coroa, não tinha recursos econômicos e população pa­</p><p>ra povoar e ocupar um território de tal extensão. Por­</p><p>tugal conseguiu manter a Amazônia e expandi­la para</p><p>além dos limites previstos no tratado de Tordesilhas,</p><p>graças a estratégias de controle do território. Embo­</p><p>ra os interesses econômicos prevalecessem, não foram</p><p>bem­sucedidos, e a geopolítica foi mais importante</p><p>do que a economia no sentido de garantir a soberania</p><p>sobre a Amazônia, cuja ocupação se fez, como se sabe, em</p><p>surtos ligados a demandas externas seguidos de grandes</p><p>períodos de estagnação e de decadência.</p><p>A geopolítica sempre se caracterizou pela presença de</p><p>pressões de todo tipo, intervenções no cenário interna­</p><p>cional desde as mais brandas até guerras e conquistas de</p><p>territórios. Inicialmente, essas ações tinham como sujeito</p><p>fundamental o Estado, pois ele era entendido como a úni­</p><p>ca fonte de poder, a única representação da política, e as</p><p>disputas eram analisadas apenas entre os Estados. Hoje,</p><p>essa geopolítica atua, sobretudo, por meio do poder de in­</p><p>fluir na tomada de decisão dos Estados sobre o uso do</p><p>território, uma vez que a conquista de territórios e as co­</p><p>lônias tornaram­se muito caras. […]</p><p>Há, hoje, portanto, dois movimentos internacionais:</p><p>um em nível do sistema financeiro, da informação, do do­</p><p>mínio do poder efetivamente das potências; e outro, uma</p><p>tendência ao internacionalismo dos movimentos sociais.</p><p>Todos os agentes sociais organizados, corporações, orga­</p><p>nizações religiosas,</p><p>movimentos sociais, etc., têm suas</p><p>próprias territorialidades, acima e abaixo da escala do Es­</p><p>tado, suas próprias geopolíticas, e tendem a se articular,</p><p>configurando uma situação mundial bastante complexa.</p><p>[…]</p><p>Hoje, o imperativo é modificar esse padrão de desen­</p><p>volvimento que alcançou o auge nas décadas de 1960 a</p><p>1980. É imperativo o uso não predatório das fabulosas</p><p>riquezas naturais que a Amazônia contém e também do</p><p>saber das suas populações tradicionais que possuem um</p><p>secular conhecimento acumulado para lidar com o trópico</p><p>úmido. Essa riqueza tem de ser mais bem utilizada. Sustar</p><p>esse padrão de economia de fronteira é um imperativo in­</p><p>ternacional, nacional e também regional. Já há na região</p><p>resistências à apropriação indiscriminada de seus recur­</p><p>sos e atores que lutam pelos seus direitos. Esse é um fato</p><p>novo porque, até então, as forças exógenas ocupavam a re­</p><p>gião livremente, embora com sérios conflitos. […]</p><p>Com as resistências regionais os conflitos na região al­</p><p>cançam um patamar mais elevado. Não se trata mais ape­</p><p>nas de conflito pela terra; é o conflito de uma região em</p><p>relação às demandas externas. Esses conflitos de interes­</p><p>se, assim como as ações deles decorrentes, contribuem</p><p>para manter imagens obsoletas sobre a região, dificultan­</p><p>do a elaboração de políticas públicas adequadas ao seu de­</p><p>senvolvimento.</p><p>Para que se possa mudar esse padrão de desenvolvi­</p><p>mento é necessário entender os diferentes projetos geopo­</p><p>líticos e seus atores, que estão na base dos conflitos, para</p><p>tentar encontrar modos de compatibilizar o crescimento</p><p>econômico com a conservação dos recursos naturais e a</p><p>inclusão social. Enfim, não se trata de mero ambientalis­</p><p>mo, muito menos de mais um momento destrutivo.</p><p>[…]</p><p>Becker, Bertha K. Geopolítica da Amazônia. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142005000100005>.</p><p>Acesso em: 16 fev. 2016.</p><p>1. Com base no texto, o que é possível depreender das dificuldades históricas de o Estado brasileiro manter</p><p>o controle sobre a Amazônia?</p><p>2. Apresente suas conclusões a respeito da seguinte questão: É possível manter o domínio sobre as terras</p><p>amazônicas e preservar seus recursos?</p><p>PArA dISCutIr</p><p>Vista aérea da floresta Amazônica, em Manaus (AM). Foto de 2015.</p><p>E</p><p>rn</p><p>es</p><p>to</p><p>R</p><p>eg</p><p>hr</p><p>an</p><p>/P</p><p>ul</p><p>sa</p><p>r</p><p>Im</p><p>ag</p><p>en</p><p>s</p><p>55</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C04_052a057.indd 55 02/06/16 10:12</p><p>Atividades Não escreva no livro.</p><p>Fonte de pesquisa: Iirsa. Cartera de proyectos 2010. p. 19. Disponível em:</p><p><http://www.iirsa.org/admin_iirsa_web/Uploads/Documents/lb10_completo_</p><p>baja.pdf>. Acesso em: 19 fev. 2016.</p><p>revendo conceitos</p><p>1. O que caracteriza um país que se identifica como</p><p>potência regional?</p><p>2. Cite dois fatores relacionados à geopolítica e con-</p><p>textualize a importância de cada um.</p><p>3. Quais são os pontos fracos mais perceptíveis das</p><p>fronteiras nacionais?</p><p>4. O que são o PIN e os PNDs? Qual é a importância</p><p>desses projetos?</p><p>5. Quando Brasília foi construída? Explique as razões</p><p>geopolíticas que fundamentaram a construção de</p><p>uma nova capital brasileira.</p><p>6. Cite os países que abrigam áreas da floresta Amazô-</p><p>nica. No Brasil, que áreas são abrangidas pela Ama-</p><p>zônia Legal?</p><p>7. O que é um país megadiverso? Quais fatores expli-</p><p>cam essa característica?</p><p>8. Comente os problemas fronteiriços que ocorrem na</p><p>região Amazônica.</p><p>9. Qual é o papel do capital internacional na explora-</p><p>ção dos recursos minerais na Amazônia?</p><p>10. Cite as ações territoriais adotadas pelo Estado bra-</p><p>sileiro associadas à região Amazônica.</p><p>Lendo mapas e tabelas</p><p>11. Uma das questões mais debatidas ao longo da histó-</p><p>ria do Brasil é a desigualdade regional existente no</p><p>país. Analise a tabela a seguir e faça o que se pede.</p><p>Distribuição percentual do Produto Interno Bruto</p><p>(PIB) por macrorregiões (1960-2010)</p><p>1960 1970 1980 1991 2000 2010</p><p>Norte 2,6 2,3 3,3 4,7 4,6 5,3</p><p>Nordeste 14,7 11,7 12,0 13,4 13,1 13,5</p><p>Sudeste 62,6 65,4 62,3 58,7 57,8 55,4</p><p>Sul 17,6 16,6 17,0 17,1 17,6 16,5</p><p>Centro-</p><p>-Oeste 2,5 4,0 5,4 6,1 6,9 9,3</p><p>Fontes de pesquisa: GomeS, Gustavo Maia. A economia regional do Brasil:</p><p>o que mudou nos últimos cinquenta anos? p. 3. Disponível em: <http://www.</p><p>econometrix.com.br/publicacoes_academicas/arquivos/1fe0f125badfc4dc</p><p>108beb8123e316be93fdcda0.pdf>; IBGE. Contas Regionais do Brasil 2010.</p><p>Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv62688.</p><p>pdf>. Acessos em: 8 abr. 2016.</p><p>a) Separe as regiões brasileiras em dois blocos,</p><p>agrupando no primeiro as regiões com baixo</p><p>percentual do PIB e, no segundo, as regiões com</p><p>alto percentual do PIB.</p><p>b) Escolha uma região de cada grupo e comente</p><p>sua situação econômica.</p><p>12. A Iniciativa para a Integração da Infraestrutura</p><p>Regional Sul-Americana (Iirsa) foi criada em</p><p>2000, na 1a Reunião dos Presidentes da América</p><p>do Sul, realizada em Brasília. Com o objetivo de</p><p>reforçar a união entre os países sul-americanos a</p><p>partir da melhoria das infraestruturas de trans-</p><p>porte, energia e comunicação, o acordo estabele-</p><p>ceu eixos de integração e desenvolvimento entre</p><p>os países do subcontinente. Observe o mapa e</p><p>responda.</p><p>a) Quantos são os eixos de integração da Iirsa?</p><p>b) O Brasil faz parte de quantos eixos de integra-</p><p>ção? Quais são eles?</p><p>c) Em 2009, a Iirsa foi incorporada ao Conselho</p><p>Sul-Americano de Infraestrutura e Planeja-</p><p>mento (Cosiplan). Pesquise quais foram os</p><p>projetos mais recentes do Cosiplan e, em gru-</p><p>pos, discutam os possíveis efeitos locais das</p><p>obras realizadas.</p><p>América do Sul – Os eixos da Iirsa</p><p>01_04_m_0012_SPG3_G18_LA</p><p>Lima</p><p>Quito</p><p>La Paz</p><p>Bogotá</p><p>Caracas</p><p>Brasília</p><p>Santiago</p><p>Assunção</p><p>Paramaribo</p><p>Georgetown</p><p>MontevidéuBuenos</p><p>Aires</p><p>Caiena</p><p>BRASIL</p><p>URUGUAI</p><p>ARGENTINA</p><p>CHILE</p><p>BOLÍVIA</p><p>PERU</p><p>EQUADOR</p><p>COLÔMBIA</p><p>VENEZUELA</p><p>GUIANA</p><p>SURINAME</p><p>Guiana</p><p>Francesa</p><p>(FRA)</p><p>PARAGUAI</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>50ºO70ºO</p><p>0ºEquador</p><p>20ºS</p><p>40ºS</p><p>Trópico de Capricórnio</p><p>0 740 1 480 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>Eixo Peru-Brasil-Bolívia</p><p>Eixo do Amazonas</p><p>Eixo Andino</p><p>Capital de país</p><p>Eixo do Escudo das Guianas</p><p>Eixo da Hidrovia Paraguai-Paraná</p><p>Eixo Interoceânico Central</p><p>Eixo de Capricórnio</p><p>Eixo Mercosul-Chile</p><p>Eixo Andino do Sul</p><p>Eixo do Sul</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>56</p><p>Para incluir esta página</p><p>no sumário, clicar + shift +</p><p>command na caixa com texto</p><p>transparente abaixo</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C04_052a057.indd 56 02/06/16 10:12</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>40ºO60ºO</p><p>20ºS</p><p>Trópico de Capricórnio</p><p>0ºEquador</p><p>AM</p><p>AC</p><p>RO</p><p>RR AP</p><p>PA</p><p>MT</p><p>MA</p><p>PI</p><p>CE</p><p>RN</p><p>PB</p><p>PE</p><p>AL</p><p>SEBA</p><p>GO</p><p>DF</p><p>MS</p><p>MG</p><p>SP</p><p>PR</p><p>ES</p><p>RJ</p><p>SC</p><p>RS</p><p>TO</p><p>VENEZUELA</p><p>COLÔMBIA</p><p>PERU</p><p>Guiana</p><p>Francesa (FRA)SURINAME</p><p>GUIANA</p><p>PARAGUAI</p><p>URUGUAI</p><p>ARGENTINA</p><p>BOLÍVIA</p><p>CHILE</p><p>EQUADOR</p><p>0 620 1 240 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>Áreas com perda e ganho de</p><p>vegetação florestal</p><p>Áreas florestadas</p><p>Redução (2000-2013)</p><p>Aumento (2000-2012)</p><p>Evolução da cobertura</p><p>vegetal</p><p>13. Analise o mapa para resolver as questões a seguir. e castanheiras se transformavam no cobiçado “ouro</p><p>verde”, sem que se tivesse qualquer preocupação com a</p><p>sustentabilidade da atividade ou impactos ambientais.</p><p>Os povos indígenas foram os que mais sentiram a che­</p><p>gada dos colonos e muitas tribos, como os Panará, Kayabi</p><p>e Tapaiuna, só não foram completamente dizimadas</p><p>porque foram levadas pelos sertanistas Villas Boas para</p><p>o Parque Nacional do Xingu. Relatos dramáticos de ín­</p><p>dios morrendo à míngua e mendigando às margens das</p><p>recém­criadas estradas chamaram a atenção da opinião</p><p>pública mundial para o que acontecia na Amazônia. [...]</p><p>WWF-Brasil. “Integrar para não entregar”. Disponível em: <http://www.</p><p>wwf.org.br/informacoes/noticias_meio_ambiente_e_natureza/?2866>.</p><p>Acesso em: 19 fev. 2016.</p><p>a) Qual era a preocupação do governo militar em</p><p>sua política para a Amazônia?</p><p>b) Quais foram as populações mais atingidas por</p><p>essa política? De que forma foram afetadas?</p><p>15. Alemanha, Brasil, Índia e Japão formam o G-4, gru-</p><p>po de países que defendem reformas no Conselho</p><p>de Segurança da ONU que garantam a ampliação no</p><p>número de assentos permanentes</p><p>e maior poder de</p><p>deliberação aos membros rotativos. A estrutura ori-</p><p>ginal do órgão prevê a existência de assentos rotati-</p><p>vos distribuídos regionalmente com mandatos de</p><p>dois anos para cada país. Pesquise e responda.</p><p>Brasil – Cobertura vegetal (2000-2013)</p><p>a) Elabore um texto que comente os usos da terra</p><p>no território brasileiro com base na comparação</p><p>das informações apresentadas.</p><p>b) Qual processo em curso na Amazônia Legal é evi-</p><p>denciado pelo mapa?</p><p>Interpretando textos e imagens</p><p>14. Leia o texto a seguir e responda às questões.</p><p>[…] A ideia inicial era vencer a floresta e povoar as por­</p><p>ções desconhecidas – e habitadas apenas por índios</p><p>– da Amazônia brasileira. Sob o slogan nacionalista:</p><p>“integrar para não entregar”, também é desta época</p><p>a abertura de estradas que cortaram a Amazônia de</p><p>norte ao sul […]. Cidades com nomes curiosos, como</p><p>Sinop (Sociedade Imobiliária Noroeste do Paraná),</p><p>Porto dos Gaúchos, Nova Maringá e Porto Alegre do</p><p>Norte, explicam as origens de seus fundadores.</p><p>Mas, justamente esse desenvolvimento proposto pe­</p><p>los militares, também é apontado como o início da</p><p>destruição da floresta. Atraídos pela promessa de ter­</p><p>ras baratas e riquezas, milhares de colonos chegavam</p><p>com suas famílias vindos do Sul e alguns do Sudeste do</p><p>país. E a floresta, até então impenetrável, desaparecia</p><p>rapidamente dando lugar a imensos campos de grãos</p><p>(tendo a soja como principal cultura) e pastagens. Até</p><p>mesmo os projetos que visavam ao aproveitamento da</p><p>madeira de lei eram financiados pelo Governo Federal,</p><p>sob a tutela da Superintendência de Desenvolvimento</p><p>da Amazônia – Sudam. Com isso, guarantãs, mognos</p><p>a) Qual é a atual composição do Conselho de Segu-</p><p>rança da ONU?</p><p>b) Por quantas vezes o Brasil compôs o Conselho?</p><p>c) Considerando o grupo regional no qual o Brasil se</p><p>insere, avalie quais seriam os principais rivais na</p><p>disputa a uma vaga permanente no Conselho de</p><p>Segurança da ONU.</p><p>Fonte de pesquisa: Universidade de Maryland. Global Forest Change.</p><p>Disponível em: <http://earthenginepartners.appspot.com/science-2013-</p><p>global-forest?hl=pt_br&llbox=18.09%2C-35.37%2C-8.62%2C-100.2&t=</p><p>TERRAIN&layers=layer0%2C12%3A99%2Clayer8%2C8%3A100%2C2%</p><p>3A100>. Acesso em: 8 abr. 2016.</p><p>Fonte de pesquisa: Deutsche Welle. Disponível em: <http://www.dw.com/</p><p>en/germany-to-use-its-un-security-council-seat-to-make-case-for-</p><p>reform/a-6106011>. Acesso em: 20 maio 2016.</p><p>Conselho de Segurança da ONU</p><p>China</p><p>Membros</p><p>permanentes</p><p>(com poder</p><p>de veto)</p><p>África Ásia</p><p>América</p><p>Latina</p><p>e Caribe</p><p>Europa</p><p>Ocidental</p><p>e outros</p><p>Leste Europeu</p><p>Estados</p><p>Unidos</p><p>Reino</p><p>Unido</p><p>Rússia</p><p>França</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>A</p><p>di</p><p>ls</p><p>on</p><p>S</p><p>ec</p><p>co</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>57</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C04_052a057.indd 57 02/06/16 10:12</p><p>Em análise</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Construir e interpretar anamorfoses</p><p>A cartografia pauta suas representações em padrões</p><p>geométricos, ou seja, as imagens retratadas em um ma-</p><p>pa são estruturadas em procedimentos matemáticos.</p><p>Todos os mapas apresentam distorções, que variam</p><p>de acordo com o objetivo para o qual ele foi feito. Um</p><p>bom exemplo de distorção são as projeções elaboradas</p><p>pelos cartógrafos Gerard Mercator (1512-1594) e Arno</p><p>Peters (1916-2002). Nas projeções de Mercator, as for-</p><p>mas foram privilegiadas, e a proporção das áreas foi dis-</p><p>torcida, enquanto, nas projeções de Peters, as propor-</p><p>ções entre os territórios foram resguardadas, ao passo</p><p>que as formas dos territórios foram distorcidas. O resul-</p><p>tado de qualquer projeção é uma transição do esférico</p><p>ao plano, buscando a coincidência entre as duas ima-</p><p>gens. A causa dessas distorções reside no fato de a Ter-</p><p>ra ser esférica e os mapas serem representações planas.</p><p>Podemos também alterar as formas de um mapa por</p><p>meio de um procedimento geométrico conhecido como</p><p>anamorfose. Há diversas aplicações das anamorfoses, por</p><p>exemplo, ao selecionar um fenômeno, como o tamanho</p><p>da população, e determinar a área a ser ocupada no mapa</p><p>por um país, não de acordo com a área, mas com o núme-</p><p>ro de habitantes. Assim, o Brasil, que possui pouco mais</p><p>de 200 milhões de habitantes, deve ocupar uma área seis</p><p>vezes menor que a da Índia, que possui mais de 1,2 bilhão</p><p>de habitantes.</p><p>Ao retratar a população mundial, por exemplo, Chi-</p><p>na e Índia ocupam áreas imensas na anamorfose, ao</p><p>passo que os países de pequena população ocupam pe-</p><p>quenas áreas. Veja as imagens abaixo. Na primeira, te-</p><p>mos a proporção real dos territórios e, na segunda, a</p><p>anamorfose.</p><p>Também é possível representar a população com figuras geométricas proporcionais, como na ima-</p><p>gem abaixo.</p><p>Fonte de pesquisa: Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.</p><p>p. 32.</p><p>Fonte de pesquisa: ONU. Disponível em: <http://esa.un.org/unpd/</p><p>wpp/Download/Standard/Population/>. Acesso em: 10 mar. 2016.</p><p>Fonte de</p><p>pesquisa:</p><p>ONU.</p><p>Disponível</p><p>em: <http://</p><p>esa.un.org/</p><p>unpd/wpp/</p><p>Download/</p><p>Standard/</p><p>Population/>.</p><p>Acesso em: 10</p><p>mar. 2016.</p><p>01_04_m_0015_SPG3_G18_LA</p><p>01_04_m_0016_SPG3_G18_LA</p><p>Mapa-múndi (2011)</p><p>Anamorfose geométrica da população mundial (2015)</p><p>Anamorfose da população mundial (2015)</p><p>CHINA</p><p>ÍNDIA</p><p>PAQUISTÃO</p><p>NIGÉRIA ETIÓPIA</p><p>EGITO</p><p>TURQUIA</p><p>IRÃ</p><p>RÚSSIA</p><p>ALEMANHA</p><p>FRANÇA</p><p>ITÁLIA</p><p>REINO</p><p>UNIDO</p><p>INDONÉSIA</p><p>BANGLADESH</p><p>FILIPINAS</p><p>JAPÃO</p><p>BRASIL</p><p>ARGENTINA</p><p>COLÔMBIA</p><p>MÉXICO</p><p>ESTADOS</p><p>UNIDOS</p><p>VIETNÃ</p><p>2 milhões de habitantes</p><p>Trópico de Capricórnio</p><p>Equador</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>Círculo Polar Antártico</p><p>OCEANO GLACIAL ÁRTICO</p><p>60ºS</p><p>30ºS</p><p>0º</p><p>30ºN</p><p>60ºN</p><p>60ºL 120ºL0º60ºO120ºO</p><p>Trópico de Câncer</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>OCEANO</p><p>ÍNDICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO</p><p>M</p><p>er</p><p>id</p><p>ia</p><p>n</p><p>o</p><p>d</p><p>e</p><p>G</p><p>re</p><p>en</p><p>w</p><p>ic</p><p>h</p><p>0 4 900 9 800 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>PROJEÇÃO DE ROBINSON</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>100 000 000</p><p>1000 000 000</p><p>1 376 048 943</p><p>Número de habitantes</p><p>A</p><p>llm</p><p>ap</p><p>s/</p><p>ID</p><p>B</p><p>R</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>5858</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C04_058a063.indd 58 04/06/16 12:12</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Proposta de trabalho</p><p>1. Utilizando blocos geométricos, elabore três anamorfoses que retratem os dados da tabela.</p><p>a) Na primeira, represente a proporção do Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todos os bens e</p><p>serviços produzidos – dos estados.</p><p>b) Na segunda, apresente o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), indicador que utiliza como</p><p>critérios de avaliação a educação, a renda e a longevidade.</p><p>c) Na terceira, represente a população estadual em 2015.</p><p>2. Verifique qual o menor valor para cada um dos dados da tabela abaixo e determine um tamanho que</p><p>represente esse valor. A menor população em 2015 estava em Roraima, com cerca de 505 mil habi-</p><p>tantes. Use uma área de 1 mm2 para representar esse estado e calcule os demais. O Rio de Janeiro,</p><p>por exemplo, terá 33 mm2, pois sua população é de cerca de 16,5 milhões de habitantes.</p><p>3. Faça os cálculos para todos os estados e represente-os nas anamorfoses. Agrupe os estados de acordo</p><p>com a regionalização oficial do IBGE.</p><p>4. Com base nas anamorfoses, avalie a situação socioeconômica de cada região e faça uma análise in-</p><p>trarregional, explicitando quais unidades da federação se destacam em cada região brasileira.</p><p>PIB, IDH e população das unidades federativas brasileiras</p><p>PIB, em milhões R$ (2013) IDH (2010) População (2015)</p><p>Acre 11 440 0,663 803 513</p><p>Alagoas 37 223 0,631 3 340 932</p><p>Amapá 12 762 0,708 766 679</p><p>Amazonas 83 293 0,674 3 938 336</p><p>Bahia 204 265 0,660 15 203 934</p><p>Ceará 108 796 0,682 8 904 459</p><p>Distrito Federal 175 363 0,824 2 914 830</p><p>Espírito Santo 117 043 0,740 3 929 911</p><p>Goiás 151 010 0,735 6 610 681</p><p>Maranhão 67 593 0,639 6 904 241</p><p>Mato Grosso 89 124 0,725 3 265 486</p><p>Mato Grosso do Sul 69 118 0,729 2 651 235</p><p>Minas Gerais 486 955 0,731 20 869 101</p><p>Pará 120 949 0,646 8 175 113</p><p>Paraíba 46 325 0,658 3 972 202</p><p>Paraná 332 837 0,749 11 163 018</p><p>Pernambuco 140 728 0,673 9 345 173</p><p>Piauí 31 240 0,646 3 204 028</p><p>Rio de Janeiro 626 320 0,761 16 550 024</p><p>Rio Grande do Norte 51 446 0,684 3 442 175</p><p>Rio Grande do Sul 331 095 0,746 11 247 972</p><p>Rondônia</p><p>31 092 0,690 1 768 204</p><p>Roraima 9 027 0,707 505 665</p><p>Santa Catarina 214 217 0,774 6 819 190</p><p>São Paulo 1 708 222 0,783 44 396 484</p><p>Sergipe 35 193 0,665 2 242 937</p><p>Tocantins 23 778 0,699 1 515 126</p><p>Fontes de pesquisa: IBGE Estados@. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/estadosat/>; IBGE. Contas Regionais do Brasil 2010-2013.</p><p>Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv94952.pdf>; Pnud. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil.</p><p>Disponível em: <http://www.atlasbrasil.org.br/2013/consulta/>. Acessos em: 22 fev. 2016.</p><p>59</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C04_058a063.indd 59 02/06/16 10:13</p><p>Síntese da Unidade</p><p>Á S I A</p><p>Á F R I C A</p><p>60°N</p><p>50°N</p><p>Mar Negro</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>Mar do</p><p>Norte</p><p>30°O 20°O 10°O 10°L 20°L 30°L 40°L 50°L 60°L 70°L0°</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>Mar Mediterrâneo</p><p>Mar</p><p>Cáspio</p><p>Mar</p><p>Bált</p><p>ic</p><p>o</p><p>M</p><p>er</p><p>id</p><p>ia</p><p>no</p><p>d</p><p>e</p><p>G</p><p>re</p><p>en</p><p>w</p><p>ic</p><p>h</p><p>OCEANO GLACIAL ÁRTICO</p><p>40°N</p><p>0 735 1470 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>Jawaharla Nehru (à esquerda) e Mahatma Gandhi (à</p><p>direita), em Mumbai, Índia. Foto de 1946.</p><p>Fonte de</p><p>pesquisa: Atlas</p><p>geográfico escolar.</p><p>6. ed. Rio de</p><p>Janeiro: IBGE,</p><p>2012. p. 43.</p><p>• A partir do esquema abaixo, escreva frases que sintetizem o conteúdo do capítulo.</p><p>Desenvolvimento regional</p><p>e planejamento</p><p>Estado e produção do</p><p>espaçoEstado-naçãoTerritório, Estado, nação</p><p>e fronteira</p><p>• Com base nas informações do capítulo, preencha no caderno o quadro-síntese abaixo.</p><p>Primeira Guerra Mundial</p><p>Países envolvidos</p><p>Consequências</p><p>Período entre guerras</p><p>Principais fatos na América</p><p>Principais fatos na Europa</p><p>Segunda Guerra Mundial</p><p>Países envolvidos</p><p>Consequências</p><p>• Observe estas imagens e escreva um texto sintetizando os principais assuntos</p><p>desenvolvidos no capítulo.</p><p>Europa – Político (2011)</p><p>• Escreva no caderno pelo menos duas frases com cada palavra-chave ou expressão</p><p>abaixo, sintetizando as informações do capítulo.</p><p>Capítulo 2 As grandes guerras e a reordenação do espaço mundial</p><p>Capítulo 3 A geopolítica no pós-guerra</p><p>Capítulo 4 A geopolítica no Brasil</p><p>Capítulo 1 Territórios e fronteiras</p><p>• Potência regional</p><p>• IDH</p><p>• Fatores geopolíticos</p><p>• Planejamento estatal</p><p>• Produção energética nacional</p><p>• Brasília</p><p>• Amazônia Legal</p><p>• Arquitetura</p><p>• Megadiversidade</p><p>• Localização</p><p>• Fronteira</p><p>• Geopolítica</p><p>B</p><p>et</p><p>tm</p><p>an</p><p>n/</p><p>C</p><p>or</p><p>bi</p><p>s/</p><p>Fo</p><p>to</p><p>ar</p><p>en</p><p>a</p><p>A</p><p>llm</p><p>ap</p><p>s/</p><p>ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>60</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C04_058a063.indd 60 02/06/16 10:13</p><p>Vestibular e Enem</p><p>Atenção: todas as questões foram reproduzidas das provas originais</p><p>de que fazem parte. Responda a todas as questões no caderno.</p><p>1. (PUC-RJ)</p><p>O processo de organização político-territorial dos</p><p>Estados nacionais é bastante dinâmico, na história</p><p>das sociedades ocidentais.</p><p>No caso brasileiro, a reordenação do seu espa-</p><p>ço territorial poderá acarretar transformações</p><p>expressivas no contexto da representação político-</p><p>-administrativa do país. A partir dessa afirmação,</p><p>identifique e explique:</p><p>a) um impacto político sobre o poder público brasi-</p><p>leiro, na esfera federal, com a definição dos no-</p><p>vos estados na macrorregião Norte do país;</p><p>b) um impacto sobre os recursos públicos dos es-</p><p>tados nortistas do Pará e do Amazonas com a</p><p>consolidação das novas organizações político-</p><p>-administrativas na região.</p><p>2. (Ufal/PSS) “Os últimos anos da década de [19]80</p><p>foram decisivos para determinar o final da Guerra</p><p>Fria.”</p><p>Apresente pelo menos 4 fatores que explicam</p><p>esse fato.</p><p>3. (Enem) Em discurso proferido em 17 de março de</p><p>1939, o primeiro-ministro inglês à época, Neville</p><p>Chamberlain, sustentou sua posição política:</p><p>Não necessito defender minhas visitas à Alemanha no</p><p>outono passado, que alternativa existia? Nada do que</p><p>pudéssemos ter feito, nada do que a França pudesse ter</p><p>feito, ou mesmo a Rússia, teria salvado a Tchecoslová-</p><p>quia da destruição. Mas eu também tinha outro propósi-</p><p>to ao ir até Munique. Era o de prosseguir com a política</p><p>por vezes chamada de “apaziguamento europeu”, e Hitler</p><p>repetiu o que já havia dito, ou seja, que os Sudetos, re-</p><p>gião de população alemã na Tchecoslováquia, eram a sua</p><p>última ambição territorial na Europa, e que não queria</p><p>incluir na Alemanha outros povos que não os alemães.</p><p>Internet: <johndclaire.net> (com adaptações).</p><p>Sabendo-se que o compromisso assumido por Hitler</p><p>em 1938, mencionado no texto, foi rompido pelo lí-</p><p>der alemão em 1939, infere-se que:</p><p>a) Hitler ambicionava o controle de mais territórios</p><p>na Europa além da região dos Sudetos.</p><p>b) a aliança entre a Inglaterra, a França e a Rússia</p><p>poderia ter salvado a Tchecoslováquia.</p><p>c) o rompimento desse compromisso inspirou a po-</p><p>lítica de apaziguamento europeu.</p><p>d) a política de Chamberlain de apaziguar o líder</p><p>alemão era contrária à posição assumida pelas</p><p>potências aliadas.</p><p>e) a forma que Chamberlain escolheu para lidar</p><p>com o problema dos Sudetos deu origem à des-</p><p>truição da Tchecoslováquia.</p><p>4. (Unicamp-SP) Em seu livro A capital da geopolítica,</p><p>J. W. Vesentini elabora um mapa, como o que é mos-</p><p>trado [...] [a seguir], localizando as instalações mili-</p><p>tares da região de Brasília.</p><p>Que preocupações estratégicas estão representa-</p><p>das nessa organização espacial?</p><p>5. (Unicamp-SP) A queda do muro de Berlim, ocorrida</p><p>no dia 9 de novembro de 1989, pode ser considera-</p><p>da como um marco que separa duas épocas: a época</p><p>de vigência da Ordem da Guerra Fria e a época da</p><p>assim chamada Nova Ordem Mundial.</p><p>a) Explique o que foi a Ordem da Guerra Fria.</p><p>b) Como a chamada Nova Ordem Mundial se dife-</p><p>rencia da Ordem da Guerra Fria?</p><p>AMAZONAS PARÁ</p><p>MARANHÃO</p><p>DO SUL</p><p>Território</p><p>do Marajó</p><p>MINAS DO</p><p>NORTE</p><p>BH</p><p>PLANALTO</p><p>CENTRAL</p><p>TRIÂNGULO</p><p>• O país, que hoje tem</p><p>26 estados, passaria a ter 39,</p><p>com a aprovação dos projetos</p><p>separatistas.</p><p>RIO NEGRO</p><p>SOLIMÕES</p><p>URUPURU</p><p>JURUÁ</p><p>MADEIRA</p><p>ARIPUANÃ</p><p>CARAJÁS</p><p>CARAJÁSXINGU</p><p>TAPAJÓS</p><p>4_c_0275_EMG3_59_LA</p><p>Fonte: www.mundogeo.com.br</p><p>MATO</p><p>GROSSO</p><p>GOIÁS</p><p>Formosa</p><p>Brasília</p><p>LusiâniaAnápolis</p><p>Goiânia</p><p>Jataí</p><p>p/Cuiabá</p><p>Itumbiara</p><p>0 45 90 135 km</p><p>Base dos aviões supersônicos Mirage</p><p>Batalhões do Exército</p><p>Centro de Instrução de Artilharia</p><p>Batalhão da Guarda Presidencial</p><p>Batalhão de Fuzileiros Navais</p><p>Grupo de Artilharia Antiaérea</p><p>Batalhão de Polícia do Exército</p><p>Esquadrão de Reconhecimento Mecanizado</p><p>Regimento de Cavalaria de Guardas</p><p>Catalão</p><p>Ipameri</p><p>Pires do</p><p>Rio Cristalina</p><p>MINAS GERAIS</p><p>Fonte [de pesquisa disponível em]: <http://www.mundogeo.com.br>.</p><p>P</p><p>U</p><p>C</p><p>-R</p><p>J/</p><p>20</p><p>08</p><p>. F</p><p>ac</p><p>-s</p><p>ím</p><p>ile</p><p>: I</p><p>D</p><p>/B</p><p>R</p><p>U</p><p>ni</p><p>ca</p><p>m</p><p>p-</p><p>S</p><p>P</p><p>/1</p><p>99</p><p>2.</p><p>F</p><p>ac</p><p>-s</p><p>ím</p><p>ile</p><p>: I</p><p>D</p><p>/B</p><p>R</p><p>61</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C04_058a063.indd 61 02/06/16 10:13</p><p>Vestibular e Enem</p><p>6. (UFSCar-SP) A industrialização norte-americana</p><p>começou no nordeste do país e se espalhou pela re-</p><p>gião dos Grandes Lagos, com setores como o side-</p><p>rúrgico, o naval e o automobilístico.</p><p>Esse foi, durante muito tempo, o padrão espacial</p><p>predominante nos Estados Unidos. Contudo, com</p><p>a revolução técnico-científica e informacional, no-</p><p>vos padrões de distribuição industrial foram produ-</p><p>zidos, gerando um processo de descentralização e</p><p>de reorganização territorial da atividade produtiva.</p><p>Considerando o processo descrito, responda:</p><p>a) Quais tipos de indústrias caracterizam o novo</p><p>padrão industrial americano?</p><p>b) Onde se localizam essas indústrias e quais fato-</p><p>res justificam tal localização?</p><p>7. (PUC-SP) Observe o mapa a seguir.</p><p>Como se observa, há uma situação geral, no conti-</p><p>nente africano, de instabilidade democrática. Sobre</p><p>esse quadro, é correto afirmar que:</p><p>a) uma das causas dessa situação é a ineficácia do</p><p>regime democrático para organizar a vida em</p><p>países pobres.</p><p>b) a democracia não se organiza no continente afri-</p><p>cano, mesmo com a substancial ajuda financeira e</p><p>apoio tecnológico dos ex-países colonizadores.</p><p>c) uma das causas dessa situação é a herança</p><p>colonial que legou à África fronteiras políticas</p><p>que dividiram diferentes nações e grupos étni-</p><p>cos africanos.</p><p>d) a resistência das sociedades africanas em se in-</p><p>corporar ao processo de globalização é a grande</p><p>responsável pela fragilidade</p><p>Negra, nas regiões majoritariamente islâmicas ou com impor-</p><p>tantes minorias muçulmanas.</p><p>Hoje, o islamismo é uma das muitas religiões presentes na África. Assim como em outras</p><p>partes do mundo, ao instalar-se entre diferentes comunidades dotadas de variadas culturas,</p><p>o Islã assimilou aspectos dessas culturas. Contribui para isso o fato de não haver, no mundo</p><p>muçulmano, uma autoridade máxima ou instituição centralizadora, como ocorre, por exem-</p><p>plo, na Igreja católica.</p><p>Conflitos</p><p>Nem sempre, contudo, o debate religioso entre os muçulmanos ocorreu de modo harmo-</p><p>nioso. Especialmente na África Negra, os defensores de uma concepção religiosa mais rigoro-</p><p>sa e ortodoxa criticam duramente as práticas que incluem no Islã aspectos das antigas tradi-</p><p>ções locais pré-islâmicas.</p><p>Existem ainda conflitos graves entre comunidades muçulmanas e adeptos de outras religiões.</p><p>Esse problema pode ocorrer entre grupos populacionais de um mesmo país. Exemplo notório é</p><p>Darfur, uma vasta região no oeste do Sudão. Ali ocorre um violento conflito, que tem como um</p><p>dos componentes as diferenças culturais e religiosas entre a população.</p><p>Não importa o prisma pelo qual se olhe, o Islã é uma das realidades cristalinas do continente</p><p>africano, uma área do mundo que se caracteriza por uma rica multiplicidade cultural. As comu-</p><p>nidades muçulmanas não só se consolidaram ao longo do tempo, mas também promovem ain-</p><p>da hoje uma dinâmica bastante ativa de conversões. Assim sendo, conforme ocorre em outras</p><p>partes do mundo, também na África o islamismo é um credo religioso em expansão.</p><p>1. Muçulmanos ou cristãos, árabes ou portugueses, na expansão colonial, levaram seus</p><p>hábitos, seus valores e suas crenças religiosas, muitas vezes impondo-os, junto com</p><p>o estabelecimento de atividades comerciais e econômicas. Encontraram, por sua vez,</p><p>hábitos, valores e crenças partilhados pelas comunidades com as quais realizavam o</p><p>comércio. É possível que tenham permanecido imunes às trocas culturais? Do contato</p><p>com o diferente apenas um dos lados resultou modificado? Redija um pequeno texto com</p><p>sua opinião sobre essas questões, buscando exemplos históricos que as justifiquem.</p><p>Para discutir</p><p>Ceddo. Direção</p><p>de Ousmane</p><p>Sembene,</p><p>Senegal, 1977,</p><p>120 min.</p><p>O filme retrata</p><p>a resistência</p><p>da cultura local</p><p>africana diante</p><p>das incursões</p><p>tanto do Islã</p><p>quanto dos</p><p>europeus.</p><p>Assista</p><p>O islamismo no</p><p>mundo</p><p>O especial da</p><p>BBC Brasil</p><p>apresenta um</p><p>amplo panorama</p><p>sobre o Islã.</p><p>Disponível em:</p><p><http://linkte.</p><p>me/isla>. Acesso</p><p>em: 29 fev.</p><p>2016.</p><p>Instituto</p><p>Brasileiro</p><p>de Estudos</p><p>Islâmicos (Ibei)</p><p>O site reúne</p><p>informações,</p><p>textos e notícias</p><p>sobre a religião</p><p>e a cultura</p><p>islâmica.</p><p>Disponível em:</p><p><http://linkte.</p><p>me/ibei>.</p><p>Acesso em:</p><p>29 fev. 2016.</p><p>Navegue</p><p>79</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U2_C05_076a083.indd 79 6/3/16 12:02 PM</p><p>Atividades Não escreva no livro.</p><p>Revendo conceitos</p><p>1. Mencione três fatores que reforçam a hegemonia polí-</p><p>tica e militar dos Estados Unidos em comparação com</p><p>outras potências.</p><p>2. Que ações empreendidas pelo governo dos Estados</p><p>Unidos comprometeram a estabilidade financeira</p><p>do país na década de 2000?</p><p>3. Escreva um texto sobre o Japão contemplando seu</p><p>desenvolvimento industrial a partir dos anos 1960</p><p>até a década de 2000.</p><p>4. O que são as ZEEs chinesas?</p><p>5. A China é o país que mais cresce no mundo. Que fa-</p><p>tores podem ser enumerados como propulsores des-</p><p>se crescimento?</p><p>6. Quais questões podemos listar como problemas a</p><p>serem enfrentados pela China, apesar de seu enor-</p><p>me crescimento econômico?</p><p>7. Quais são os países mais poderosos da UE no plano</p><p>político-militar? Por quê?</p><p>8. O que significa a sigla Brics? Explique a importância</p><p>desse grupo no mundo atual.</p><p>a) Quais países e regiões têm destaque na produção e exportação de manufaturas?</p><p>b) Indique a proporção de produtos manufaturados exportados pelos países do grupo Brics</p><p>e comente os dados apresentados.</p><p>Valor da produção industrial (2013)</p><p>Exportação de produtos manufaturados (2013)</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>180°135°L90°L45°L0°45°O90°O135°O180°</p><p>45°N</p><p>0°</p><p>45°S</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>ÍNDICO</p><p>OCEANO GLACIAL ÁRTICO</p><p>OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>Círculo Polar Antártico</p><p>Trópico de Câncer</p><p>Trópico de Capricórnio</p><p>Equador</p><p>M</p><p>er</p><p>id</p><p>ia</p><p>n</p><p>o</p><p>d</p><p>e</p><p>G</p><p>re</p><p>en</p><p>w</p><p>ic</p><p>h</p><p>0 3 430 6 860 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>De 200,1 a 500</p><p>De 50 a 200</p><p>De 1 000,1 a 2 758</p><p>Produção industrial</p><p>(em bilhões de dólares)</p><p>De 500,1 a 1 000</p><p>Menos de 50</p><p>Sem dados</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>180°135°L90°L45°L0°45°O90°O135°O180°</p><p>45°N</p><p>0°</p><p>45°S</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>ÍNDICO</p><p>OCEANO GLACIAL ÁRTICO</p><p>OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>Círculo Polar Antártico</p><p>Trópico de Câncer</p><p>Trópico de Capricórnio</p><p>Equador</p><p>M</p><p>er</p><p>id</p><p>ia</p><p>n</p><p>o</p><p>d</p><p>e</p><p>G</p><p>re</p><p>en</p><p>w</p><p>ic</p><p>h</p><p>0 3 430 6 860 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>De 40 a 59</p><p>De 20 a 39De 80 a 98</p><p>Exportações de manufaturados</p><p>(parte das exportações em</p><p>porcentagem)</p><p>De 60 a 79 Menos de 20</p><p>Sem dados</p><p>Lendo mapas e tabelas</p><p>9. Compare os mapas a seguir para responder às questões.</p><p>Fonte de pesquisa: Banco</p><p>Mundial. Disponível em: <http://</p><p>data.worldbank.org/indicator/</p><p>NV.IND.TOTL.KD?order=wbapi_</p><p>data_value_2013+wbapi_data_</p><p>value&sort=desc>; <http://data.</p><p>worldbank.org/indicator/TX.VAL.</p><p>MANF.ZS.UN?order=wbapi_</p><p>data_value_2013+wbapi_data_</p><p>value&sort=desc>.</p><p>Acessos em: 16 mar. 2016.</p><p>Fonte de pesquisa: Banco</p><p>Mundial. Disponível em: <http://</p><p>data.worldbank.org/indicator/</p><p>NV.IND.TOTL.KD?order=wbapi_</p><p>data_value_2013+wbapi_data_</p><p>value&sort=desc>; <http://data.</p><p>worldbank.org/indicator/TX.VAL.</p><p>MANF.ZS.UN?order=wbapi_</p><p>data_value_2013+wbapi_data_</p><p>value&sort=desc>.</p><p>Acessos em: 16 mar. 2016.</p><p>M</p><p>ap</p><p>as</p><p>: J</p><p>oã</p><p>o</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>118</p><p>Para incluir esta página</p><p>no sumário, clicar + shift +</p><p>command na caixa com texto</p><p>transparente abaixo</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U2_C08_114a121.indd 118 01/06/16 21:22</p><p>Vestibular e Enem</p><p>Economia da droga</p><p>Fonte de pesquisa: Moraes, Paulo Roberto. Geografia geral e do Brasil. São Paulo: Harbra, 2003.</p><p>6. (Uerj)</p><p>O narcotráfico se expandiu por todo o mundo, promovendo diversos fluxos de circulação de drogas. Conside-</p><p>rando a representação feita no mapa, a geografia mundial da produção, distribuição e do consumo das drogas</p><p>permite estabelecer a seguinte associação entre agentes e setor econômico predominante nos países em que</p><p>se encontram:</p><p>a) Fabricantes – terceiro setor.</p><p>b) Plantadores – setor secundário.</p><p>c) Consumidores – setor terciário.</p><p>d) Distribuidores – setor primário.</p><p>0º 20ºL20ºO 40ºL40ºO 60ºL60ºO 80ºL80ºO 100ºL100ºO120ºO</p><p>80ºN</p><p>60ºN</p><p>60ºS</p><p>80ºS</p><p>40ºN</p><p>40ºS</p><p>20ºN</p><p>20ºS</p><p>0º</p><p>140ºO160ºO180º 120ºL 140ºL 160ºL 180º</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>Trópico de Câncer</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>OCEANO GLACIAL ÁRTICO</p><p>OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO</p><p>OCEANO</p><p>ÍNDICO</p><p>Trópico de Capricórnio</p><p>Equador</p><p>Círculo Polar Antártico</p><p>M</p><p>er</p><p>id</p><p>ia</p><p>n</p><p>o</p><p>d</p><p>e</p><p>G</p><p>re</p><p>en</p><p>w</p><p>ic</p><p>h</p><p>CANADÁ</p><p>EUA</p><p>Alasca</p><p>(EUA)</p><p>PANAMÁ</p><p>BAHAMAS</p><p>COLÔMBIA</p><p>BRASIL</p><p>LAGOS</p><p>RÚSSIA</p><p>CHINA</p><p>UCRÂNIAEUROPA</p><p>ÍNDIA</p><p>BANCOC</p><p>MAURÍCIO</p><p>HONG KONG</p><p>AUSTRÁLIA</p><p>PERU</p><p>Área produtora de maconha, cocaína e ópio</p><p>Grande centro consumidor de drogas</p><p>Centro de partida ou trânsito de drogas</p><p>Corredor do tráfico de drogas</p><p>km</p><p>0 2 740</p><p>7. (Enem)</p><p>Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU)</p><p>aprovou um plano de partilha da Palestina que previa</p><p>a criação de dois Estados: um judeu e outro palestino.</p><p>A recusa árabe em aceitar a decisão conduziu ao pri-</p><p>meiro conflito entre Israel e países árabes.</p><p>A segunda guerra (Suez, 1956) decorreu da decisão</p><p>egípcia de nacionalizar o canal, ato que atingia interes-</p><p>ses anglo-franceses e israelenses. Vitorioso, Israel pas-</p><p>sou a controlar a Península do Sinai. O terceiro conflito</p><p>árabe-israelense (1967) ficou conhecido como Guerra</p><p>dos Seis Dias, tal a rapidez da vitória de Israel.</p><p>Em 6 de outubro de 1973, quando os judeus comemo-</p><p>ravam o Yom Kippur (Dia do Perdão), forças egípcias e</p><p>sírias atacaram de surpresa Israel,</p><p>democrática.</p><p>e) a descolonização tardia não é um fator da cri-</p><p>se democrática, pois a longa permanência</p><p>do colonizador ampliou o tempo de contato com</p><p>a democracia .</p><p>8. (Enem) Em dezembro de 1998, um dos assuntos</p><p>mais veiculados nos jornais era o que tratava da moe-</p><p>da única europeia. Leia a notícia destacada abaixo.</p><p>O nascimento do Euro, a moeda única a ser adotada</p><p>por onze países europeus a partir de 1o de janeiro, é</p><p>possivelmente a mais importante realização deste con-</p><p>tinente nos últimos dez anos que assistiu à derrubada</p><p>do Muro de Berlim, à reunificação das Alemanhas, à</p><p>libertação dos países da Cortina de Ferro e ao fim da</p><p>União Soviética. Enquanto todos esses eventos têm a</p><p>ver com a desmontagem de estruturas do passado, o</p><p>Euro é uma ousada aposta no futuro e uma prova da</p><p>vitalidade da sociedade Europeia. A “Euroland”, região</p><p>abrangida por Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha,</p><p>Finlândia, França, Holanda, Irlanda, Itália, Luxembur-</p><p>go e Portugal, tem um PIB (Produto Interno Bruto)</p><p>equivalente a quase 80% do americano, 289 milhões de</p><p>consumidores e responde por cerca de 20% do comér-</p><p>cio internacional. Com este cacife, o Euro vai disputar</p><p>com o dólar a condição de moeda hegemônica.</p><p>Gazeta Mercantil, 30 dez. 1998.</p><p>A matéria refere-se à “desmontagem das estruturas</p><p>do passado” que pode ser entendida como:</p><p>a) o fim da Guerra Fria, período de inquietação mun-</p><p>dial que dividiu o mundo em dois blocos ideológi-</p><p>cos opostos.</p><p>b) a inserção de alguns países do Leste Europeu</p><p>em organismos supranacionais, com o intuito</p><p>de exercer o controle ideológico no mundo.</p><p>c) a crise do capitalismo, do liberalismo e da de-</p><p>mocracia levando à polarização ideológica da</p><p>antiga URSS.</p><p>d) a confrontação dos modelos socialista e capi-</p><p>talista para deter o processo de unificação das</p><p>duas Alemanhas.</p><p>e) a prosperidade das economias capitalista e so-</p><p>cialista, com o consequente fim da Guerra Fria</p><p>entre EUA e URSS.</p><p>9. (Cesgranrio-RJ) A criação de Brasília, na década de</p><p>60, representa uma ação que teve fortes conse -</p><p>quên cias na organização do espaço brasileiro. Assi-</p><p>nale a afirmativa que não corresponde a este fato.</p><p>a) Colocou em pleno Planalto Central uma cidade,</p><p>hoje com cerca de 1,5 milhão de habitantes, de</p><p>alto poder de consumo, ampliando o mercado</p><p>regional.</p><p>b) Permitiu melhor planejamento econômico das di-</p><p>versas regiões brasileiras, feito de acordo com as</p><p>peculiaridades de cada área (Sudene, Sudam  –</p><p>por exemplo).</p><p>c) Gerou uma malha rodoviária, que dela parte e que</p><p>permitiu a melhor integração das diversas regiões</p><p>brasileiras e do conjunto do território nacional.</p><p>Processo democrático</p><p>insu�cientemente</p><p>respeitado</p><p>Democracia de fachada</p><p>ou regime semiautori-</p><p>tário</p><p>Processo democrático</p><p>interrompido por um</p><p>golpe de Estado</p><p>Processo democrático</p><p>impossível (con�ito</p><p>territorial, guerra civil,</p><p>Estados decadentes que</p><p>controlam apenas uma</p><p>parte do território)</p><p>Fonte de pesquisa: Rekacewicz, Philippe. Le Monde, maio 2000.</p><p>A frágil democracia na África</p><p>P</p><p>U</p><p>C</p><p>-S</p><p>P.</p><p>F</p><p>ac</p><p>-s</p><p>ím</p><p>ile</p><p>: I</p><p>D</p><p>/B</p><p>R</p><p>62</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C04_058a063.indd 62 02/06/16 10:13</p><p>Atenção: todas as questões foram reproduzidas das provas originais</p><p>de que fazem parte. Responda a todas as questões no caderno.</p><p>d) Valorizou espaços como os do sul de Goiás, Triân-</p><p>gulo Mineiro, leste de Mato Grosso, que desenvol-</p><p>veram suas cidades e sua produção.</p><p>e) Facilitou, a longo prazo, a ocupação agrícola das</p><p>áreas dos cerrados, hoje um dos novos espaços</p><p>incorporados a uma agricultura mais moderna.</p><p>10. (Enem)</p><p>Os 45 anos que vão do lançamento das bombas atômi-</p><p>cas até o fim da União Soviética não foram um período</p><p>homogêneo único na história do mundo. […] dividem-</p><p>-se em duas metades, tendo como divisor de águas o</p><p>início da década de 70. Apesar disso, a história deste</p><p>período foi reunida sob um padrão único pela situação</p><p>internacional peculiar que o dominou até a queda da</p><p>URSS.</p><p>Hobsbawm, Eric J. Era dos extremos. São Paulo: Companhia das Letras,</p><p>1996.</p><p>O período citado no texto e conhecido por “Guerra</p><p>Fria” pode ser definido como aquele momento his-</p><p>tórico em que houve:</p><p>a) corrida armamentista entre as potências impe-</p><p>rialistas europeias ocasionando a Primeira Guer-</p><p>ra Mundial.</p><p>b) domínio dos países socialistas do Sul do globo</p><p>pelos países capitalistas do Norte.</p><p>c) choque ideológico entre a Alemanha Nazista/</p><p>União Soviética Stalinista, durante os anos 30.</p><p>d) disputa pela supremacia da economia mundial</p><p>entre o Ocidente e as potências orientais, como a</p><p>China e o Japão.</p><p>e) constante confronto das duas superpotências</p><p>que emergiram da Segunda Guerra Mundial.</p><p>11. (Unifesp) Nas últimas décadas, as Forças Armadas</p><p>brasileiras alteraram a distribuição do efetivo mili-</p><p>tar no país. Isso decorre da:</p><p>a) crise do Mercosul e do retorno das tensões entre</p><p>vizinhos da bacia do Prata, como a Argentina e o</p><p>Uruguai.</p><p>b) legalização dos partidos de esquerda na década</p><p>de 1980, que eliminou as guerrilhas revolucioná-</p><p>rias que agiam nos centros urbanos do país.</p><p>c) identificação de pontos do narcotráfico na faixa</p><p>litorânea do país, para atender o intenso fluxo de</p><p>turistas estrangeiros.</p><p>d) maior tolerância ao capital internacional desde o</p><p>início da ditadura militar, agravada pela globali-</p><p>zação da economia.</p><p>e) escolha da Amazônia para instalar uma estrutura</p><p>de vigilância e defesa frente à ameaça de ocupa-</p><p>ção externa.</p><p>12. (Ufal/PSS)</p><p>Uma expansão violenta por parte dos Estados, ou de</p><p>sistemas políticos análogos, da área territorial da sua in-</p><p>fluência ou poder direto, e formas de exploração econômi-</p><p>cas em prejuízo dos Estados ou povos subjugados, geral-</p><p>mente conexas com tais fenômenos...</p><p>O texto, de autoria de Norberto Bobbio, expressa o</p><p>conceito de:</p><p>a) liberalismo. d) socialismo.</p><p>b) dependência. e) globalização.</p><p>c) imperialismo.</p><p>13. (Fuvest-SP)</p><p>Fosse com militares ou civis, a África esteve por vários</p><p>anos entregue a ditadores. Em alguns países, vigorava</p><p>uma espécie de semidemocracia, com uma oposição</p><p>consentida e controlada, um regime que era, em última</p><p>análise, um governo autoritário. A única saída para os in-</p><p>satisfeitos e também para aqueles que tinham ambições</p><p>de poder passou a ser a luta armada. Alguns países fo-</p><p>ram castigados por ferozes guerras civis, que, em certos</p><p>casos, foram alongadas por interesses extracontinentais.</p><p>costa e silva, Alberto da. A África explicada aos meus filhos. Rio de Janeiro:</p><p>Agir, 2008. p. 139.</p><p>Entre os exemplos do alongamento dos conflitos</p><p>internos nos países africanos em função de “inte-</p><p>resses extracontinentais”, a que se refere o texto,</p><p>pode-se citar a participação:</p><p>a) da Holanda e da Itália na guerra civil do Zaire, na</p><p>década de 1960, motivada pelo controle sobre a</p><p>mineração de cobre na região.</p><p>b) dos Estados Unidos na implantação do apartheid na</p><p>África do Sul, na década de 1970, devido às tensões</p><p>decorrentes do movimento pelos direitos civis.</p><p>c) da França no apoio à luta de independência na</p><p>Argélia e no Marrocos, na década de 1950, moti-</p><p>vada pelo interesse em controlar as reservas de</p><p>gás natural desses países.</p><p>d) da China na luta pela estabilização política no</p><p>Sudão e na Etiópia, na década de 1960, motiva-</p><p>da pelas necessidades do governo Mao Tse-Tung</p><p>em obter fornecedores de petróleo.</p><p>e) da União Soviética e Cuba nas guerras civis de</p><p>Angola e Moçambique, na década de 1970, mo-</p><p>tivada pelas rivalidades e interesses geopolíticos</p><p>característicos da Guerra Fria.</p><p>14. (UFF-RJ) A respeito dos Estados Unidos e de seu papel</p><p>na nova ordem mundial, é correto afirmar que o país:</p><p>a) instituiu uma nova relação de dependência com</p><p>os países periféricos através do fornecimento de</p><p>matérias-primas.</p><p>b) consolidou sua liderança econômica através da</p><p>criação de um bloco comercial com a Europa.</p><p>c) construiu um bloco com os países da Ásia Oriental</p><p>para manter seu controle econômico sobre o Japão.</p><p>63</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C04_058a063.indd 63 02/06/16 10:13</p><p>Vestibular e Enem</p><p>Atenção: todas as questões foram reproduzidas das provas originais</p><p>de que fazem parte. Responda a todas as questões no caderno.</p><p>d) fortaleceu sua hegemonia político-militar em</p><p>relação à Europa e ao Japão.</p><p>e) estabeleceu uma aliança militar com a Rússia pa-</p><p>ra exercer sua hegemonia política nos Balcãs.</p><p>15. (Unesp) Após a II Guerra Mundial, a Alemanha Oci-</p><p>dental recuperou-se em curto espaço de tempo,</p><p>transformando-se na mais importante potência eco-</p><p>nômica da Europa.</p><p>Assinale a alternativa que mais corretamente ex-</p><p>plica as causas do crescimento da economia alemã.</p><p>a) Abundância de recursos minerais, ajuda financeira</p><p>dos Estados Unidos, criação do Mercado Comum Eu-</p><p>ropeu, agricultura itinerante, grande fluxo migratório.</p><p>b) Existência de mão de obra qualificada, reforma agrá-</p><p>ria, infraestrutura de transportes, criação do Merca-</p><p>do Comum Europeu, altas taxas de população rural.</p><p>c) Combustíveis fósseis, qualificação da mão de obra,</p><p>densa rede de transportes, recursos do Plano</p><p>Marshall, participação do Mercado Comum Europeu.</p><p>d) Densa rede hidroviária, investimentos em pes-</p><p>quisa científica e tecnológica, qualificação da</p><p>mão de obra, altas taxas de natalidade.</p><p>e) Carvão de excelente qualidade, petróleo em</p><p>abundância, mão de obra qualificada, tradição</p><p>industrial, altos índices de desmatamento.</p><p>16. (UFRGS-RS) Considere as afirmações abaixo, sobre</p><p>as fronteiras brasileiras.</p><p>I. A Zona Econômica Exclusiva (ZEE) corresponde</p><p>a 200 milhas marítimas, das quais 12 milhas</p><p>compreendem o mar territorial.</p><p>II. A Faixa de Fronteira é a faixa interna de 150 km</p><p>de largura, paralela à linha divisória terrestre</p><p>do território nacional, que engloba a área total</p><p>ou parcial dos municípios brasileiros.</p><p>III. A legislação brasileira atual considera território</p><p>nacional as áreas de propriedade de brasileiros</p><p>natos em países limítrofes ao Brasil.</p><p>Quais estão corretas?</p><p>a) Apenas I.</p><p>b) Apenas II.</p><p>c) Apenas I e II.</p><p>d) Apenas II e III.</p><p>e) I, II e III.</p><p>17. (UFPE) Essa organização foi um acordo militar</p><p>ocorrido em 1949, entre Estados Unidos, Canadá,</p><p>Islândia, Portugal, França, Reino Unido, Holanda,</p><p>Bélgica, Itália, Dinamarca, Noruega e Luxemburgo,</p><p>com a finalidade de defesa e auxílio mútuo, em caso</p><p>de ataque a um dos países-membros. Sua primeira</p><p>intervenção armada aconteceu na Guerra da Bós-</p><p>nia. A denominação correta dessa organização é:</p><p>a) ONU. d) Pacto Centro-europeu.</p><p>b) Otan. e) Pacto de Varsóvia.</p><p>c) OEA.</p><p>18. (UFPel-RS) Observe o quadro apresentado a seguir.</p><p>Taxa de crescimento do PIB na África Subsaariana</p><p>(média anual em %)</p><p>Países selecionados 1980-1990 1990-2000 2000-2005</p><p>Angola 3,5 1,6 9,1</p><p>Moçambique — 0,1 6,4 8,6</p><p>Sudão 2,3 5,4 6,1</p><p>Nigéria 1,6 2,5 5,9</p><p>Ruanda 2,2 — 0,3 4,9</p><p>República Democráti-</p><p>ca do Congo 1,6 — 4,9 4,4</p><p>África do Sul 1,0 2,1 3,7</p><p>República Centro-</p><p>-Africana 1,4 2,0 — 1,4</p><p>Zimbábue 3,6 2,1 — 6,1</p><p>Fontes de pesquisa: World Development Indicators 2005 e 2006. World</p><p>Bank; World Development Report 2007. World Bank.</p><p>Para crescer no processo de globalização, é neces-</p><p>sário que o país “candidato” preencha certos re-</p><p>quisitos obrigatórios: são necessários recursos</p><p>técnicos, econômicos, sociais, políticos e culturais.</p><p>Assim há países que ficam fora desse processo de</p><p>crescimento. É correto afirmar que são característi-</p><p>cas do continente africano, no contexto histórico da</p><p>globalização, exceto:</p><p>a) uma longa desestruturação social e econômica,</p><p>resultante da colonização europeia nos séculos</p><p>XV ao XIX, que marcou o continente com guerras</p><p>civis e conflitos étnicos e religiosos.</p><p>b) a existência de fronteiras artificiais impostas pe-</p><p>los países colonizadores europeus (Conferência</p><p>de Berlim 1884-1885), que não levaram em con-</p><p>ta os territórios das tribos e das etnias nativas.</p><p>c) um processo de descolonização na segunda</p><p>metade do século XX que não alterou o papel da</p><p>África na divisão internacional do trabalho: seus</p><p>países continuaram como fornecedores de</p><p>produtos primários.</p><p>d) uma das mais elevadas taxas de crescimento</p><p>apresentada pela África, entre as regiões que</p><p>compõem o mapa do Banco Mundial, na primeira</p><p>metade da década de 2000. Embora seja um</p><p>crescimento ainda desigual, é indicador de gra-</p><p>dativa entrada do continente no mapa do capita-</p><p>lismo organizado.</p><p>e) a entrada do continente no mapa do capitalismo</p><p>globalizado, tirando-o da exclusão, que se deve</p><p>em grande parte ao crescente interesse da China.</p><p>Esse país, em troca de financiamentos e acordos</p><p>comerciais, não impõe nenhuma contrapartida</p><p>para a realização de seus investimentos.</p><p>A geopolítica no Brasil</p><p>64</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C04_064a067.indd 64 02/06/16 10:14</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Geografia e Geografia e Arte</p><p>1. Observe com atenção a foto que retrata a obra Guernica, de Picasso. Depois, discuta com os colegas</p><p>o que você sente e pensa sobre essa obra. Que “personagens” você distingue nela? O que eles podem</p><p>significar? Expresse livremente sua opinião.</p><p>2. Quem foi Pablo Picasso? Quais foram as principais influências em sua arte? Em grupo, pesquise e</p><p>escreva sobre a vida de Pablo Picasso. Faça cartazes e apresente-os à turma.</p><p>3. Pesquise em jornais, revistas e na internet: Por que Guernica levou quase 50 anos para chegar à Espanha?</p><p>AtividAdes</p><p>Bombas e tintas</p><p>[…] o bombardeio de Guernica, ocorrido em 26 de</p><p>abril de 1937, foi o prelúdio para outros episódios parecidos,</p><p>promovidos pelos dois lados envolvidos na Segunda Grande</p><p>Guerra. Amplamente registrado pelos correspondentes in-</p><p>ternacionais que cobriam a guerra civil espanhola, o episódio</p><p>foi eternizado no famoso quadro de Pablo Picasso.</p><p>[…]</p><p>Os protagonistas do bombardeio foram aviadores da</p><p>Alemanha e da Itália, países aliados do general espanhol</p><p>Francisco Franco, e o planejamento do ataque é atribuído a</p><p>Wolfram von Richthofen (primo menos famoso do lendário</p><p>Barão Vermelho). Apesar de representar pouco valor militar,</p><p>Guernica era uma importante referência para o povo bas-</p><p>co, que lutava pela causa republicana. O episódio também</p><p>serviu para ensaiar novos sistemas de bombardeio, confor-</p><p>me admitiu Hermann Goering, comandante da Luftwaffe</p><p>(a força aérea alemã), durante o julgamento de Nuremberg.</p><p>Apesar de ter deixado o mundo estarrecido, o que</p><p>imortalizou o ataque talvez não tenham sido explosões</p><p>e chamas, mas tinta e genialidade. O repúdio provocado</p><p>pelas notícias fez Picasso aceitar o convite republicano-</p><p>para pintar uma obra que mostrasse o horror da guerra.</p><p>Guernica traz dor e agonia em formas dramáticas e vio-</p><p>lentas e foi exibido na Exposição Internacional em Paris,</p><p>ainda em 1937. Porém, o quadro demoraria quase 50 anos</p><p>para chegar à Espanha, somente após a queda da ditadura.</p><p>Hoje, encontra-se no Museu Reina Sofia, em Madri.</p><p>Instituto Ciência Hoje. Disponível em: <http://cienciahoje.tumblr.com/</p><p>post/21879714576/bombas-e-tintas-ha-exatos-75-anos-o-mundo>.</p><p>Acesso em: 22 fev. 2016.</p><p>No óleo sobre tela Guernica (349,3 cm 3 776 cm), de 1937, Picasso utilizou apenas o preto, o branco e alguns tons de cinza, criando</p><p>detalhes impressionantes. Há imagens de desespero e impotência, como a de uma mulher que segura uma criança e olha para cima.</p><p>Parece querer localizar de onde vêm as bombas. Na foto de cima, visitantes do museu Reina Sofia em Madri, Espanha. Foto de 2013.</p><p>©</p><p>J</p><p>im</p><p>m</p><p>y</p><p>V</p><p>ill</p><p>al</p><p>ta</p><p>/A</p><p>ge</p><p>F</p><p>ot</p><p>os</p><p>to</p><p>ck</p><p>/E</p><p>as</p><p>yp</p><p>ix</p><p>B</p><p>ra</p><p>si</p><p>l</p><p>S</p><p>up</p><p>er</p><p>S</p><p>to</p><p>ck</p><p>/G</p><p>lo</p><p>w</p><p>Im</p><p>ag</p><p>es</p><p>65</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C04_064a067.indd 65 02/06/16 10:14</p><p>Projeto</p><p>infográfico: povos apátridas, refugiados e</p><p>deslocados internos</p><p>O que você vai fazer</p><p>Neste projeto, você e os colegas vão elaborar um infográfico sobre a situação e</p><p>distribuição dos povos apátridas, dos refugiados e dos deslocados internos por</p><p>guerras e conflitos. Tais problemas atingem uma parte significativa da população</p><p>mundial e são motivados por conflitos internos e externos aos países onde</p><p>ocorrem. Entre suas causas, encontram-se questões étnicas, políticas, religiosas e</p><p>ambientais.</p><p>Vocês terão como objetivo pesquisar as causas e as consequências da apatridia e</p><p>dos deslocamentos forçados a</p><p>fim de obter uma visão geral sobre esse tema por</p><p>meio do levantamento de dados e de um mapeamento.</p><p>A elaboração do projeto contará com as etapas descritas a seguir.</p><p>1. Levantamento de dados</p><p>Organizem-se em grupos. Cada grupo ficará responsável pela elaboração de um</p><p>infográfico que apresente uma breve descrição e dados sobre o tema escolhido.</p><p>Consultem sites, jornais, documentários, livros, artigos científicos e relatórios de</p><p>organizações internacionais. Publicações e sites de órgãos internacionais, como a</p><p>ONU, são os mais indicados.</p><p>2. escolha do tema</p><p>As causas que levam ao deslocamento forçado de pessoas de suas áreas de origem</p><p>são diversas. Para eleger o tema de trabalho, seu grupo deve optar por um dos</p><p>fenômenos apresentados a seguir e definir um recorte espacial: um continente,</p><p>uma região ou um país.</p><p>• Apatridia – condição do indivíduo que se vê sem proteção de um Estado nacional</p><p>por ter nascido sem nacionalidade, por ter sua nacionalidade retirada pelo</p><p>Estado, por não ter sua condição cidadã reconhecida quando há conflitos</p><p>entre Estados ou quando um Estado se torna independente.</p><p>• Refúgio – circunstância daquele que se desloca para outro país, ao qual solicita</p><p>proteção ao fugir de guerras ou por temer perseguições que têm a etnia,</p><p>a religião, a nacionalidade ou motivos políticos como fator de discriminação.</p><p>• Deslocamento interno – situação das pessoas que exigem auxílio e proteção ao</p><p>fugir de conflitos ou desastres naturais dentro das fronteiras de seu país.</p><p>Atlas dos conflitos mundiais, de Dan Smith. São Paulo:</p><p>Companhia Editora Nacional, 2007.</p><p>Tendências globais 2009: refugiados, solicitantes de refúgio,</p><p>repatriados, pessoas deslocadas, do Alto Comissariado das</p><p>Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Disponível em: <http://</p><p>linkte.me/tgacnur>. Acesso em: 23 fev. 2016.</p><p>Doze milhões de apátridas vivem em limbo geral, do Acnur.</p><p>Disponível em: <http://linkte.me/infacnur>. Acesso em:</p><p>23 fev. 2016.</p><p>Leia</p><p>Alto Comissariado das Nações Unidas</p><p>para Refugiados (Acnur)</p><p>O site traz documentos, relatórios e</p><p>estudos estatísticos relativos, com</p><p>dados e informações sobre refugiados</p><p>e apátridas no Brasil e no mundo.</p><p>Disponível em: <http://linkte.me/</p><p>acnurpt>. Acesso em: 23 fev. 2016.</p><p>Navegue</p><p>66</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C04_064a067.indd 66 02/06/16 10:14</p><p>3. elaboração do infográfico</p><p>Com os dados coletados, elaborem um mapa da região escolhida em um cartaz. Destaquem e</p><p>identifiquem os locais de origem do fenômeno pesquisado e criem uma legenda.</p><p>Elaborem pequenos textos descritivos sobre o tema estudado, posicionando-os corretamente</p><p>no cartograma. Linhas e setas podem ser úteis para evidenciar a correspondência entre textos</p><p>e a localização dos fenômenos. Os textos devem apresentar comentários acerca das causas e</p><p>consequências do caso abordado, além de apresentar datas e dados estatísticos que auxiliem a</p><p>compreender o tema.</p><p>Na parte superior do infográfico, adicionem um pequeno texto de apresentação que destaque a</p><p>relevância do fenômeno estudado no mundo atual. Na parte inferior, incluam gráficos, tabelas ou</p><p>mapas complementares. Fotos e ilustrações também são úteis para incrementar visualmente o</p><p>infográfico e podem ser aproveitadas na exploração de exemplos.</p><p>Não se esqueçam de inserir:</p><p>• um título para o infográfico;</p><p>• as fontes dos dados apresentados;</p><p>• as datas correspondentes aos dados e imagens;</p><p>• a rosa dos ventos;</p><p>• se possível, a escala do mapa.</p><p>4. exposição dos infográficos e análise dos resultados</p><p>Após a confecção dos infográficos, montem uma exposição agrupando os cartazes de acordo com a</p><p>região do mundo representada.</p><p>Examinem atentamente os dados apresentados nos infográficos. Utilizem seus conhecimentos para</p><p>refletir sobre as causas e consequências dos fenômenos abordados por cada grupo. Redijam um</p><p>texto analítico sobre os deslocamentos forçados no mundo, com base nas informações e nos dados</p><p>exibidos nos cartazes. Destaquem a distribuição espacial desses fenômenos, os principais casos e as</p><p>reflexões do grupo sobre o assunto.</p><p>Imigrações recentes para o Brasil</p><p>Os fluxos imigratórios atuais são menores, porém muito</p><p>mais diversos que os do século passado.</p><p>17 818</p><p>2 103</p><p>6 333</p><p>294</p><p>3 043</p><p>1 163</p><p>692</p><p>1 050</p><p>16 273</p><p>71 484</p><p>35 049</p><p>9 999</p><p>2 892</p><p>8 131</p><p>3 694</p><p>16 336</p><p>2 299</p><p>325</p><p>11 086</p><p>61 012</p><p>104 721</p><p>216 771</p><p>América do Norte</p><p>América Central</p><p>e Caribe</p><p>África Subsaariana</p><p>África Setentrional</p><p>Oriente Médio</p><p>Ásia Central, Ásia Meridional</p><p>e Sudeste Asiático</p><p>Oceania</p><p>Europa Oriental e Rússia</p><p>Leste Asiático</p><p>América do Sul</p><p>Europa Ocidental</p><p>27 817</p><p>4 995</p><p>14 464</p><p>3 988</p><p>19 379</p><p>3 462</p><p>1 017</p><p>12 136</p><p>77 285</p><p>176 205</p><p>251 820</p><p>Imigrantes internacionais no Brasil em 2010</p><p>Pessoas por região de origem</p><p>Refugiados</p><p>Refugiados internacionais são pessoas forçadas a deixar seu</p><p>país devido a situações que ameaçam vidas e direitos humanos,</p><p>como perseguições, guerras e catástrofes naturais.</p><p>Os fluxos de refugiados podem ser imprevisíveis, como</p><p>aqueles motivados pela ocorrência de terremotos e de furações</p><p>no Haiti, respectivamente em 2010 e 2012. A Polícia Federal</p><p>estima que cerca de 39 mil haitianos vieram para o Brasil de</p><p>2010 a 2014.</p><p>No Brasil, a legislação não menciona catástrofes ambientais na</p><p>definição de refugiados. Para legalizar a entrada dos chamados</p><p>“refugiados ambientais” no país, o governo brasileiro concede</p><p>vistos de caráter humanitário.</p><p>Concessões anuais de refúgio e de vistos humanitários</p><p>No Brasil, cerca de 4 mil pessoas foram reconhecidas como</p><p>refugiadas e 9 mil vistos de residência por razões humanitárias</p><p>foram concedidos entre 2011 e 2014.</p><p>Fontes de pesquisa: IBGE - Censo Demográfico. Disponível em: <www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?c=3192&z=cd&o=14>; Ministério da Justiça - CONARE. Disponível em: <pt.slideshare.net/justicagovbr/</p><p>refgio-no-brasil-51820929>; Ministério do Trabalho - CNIg. Disponível em: <portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A4F4D22E3014F88DBD8E23E59/Relat%C3%B3rio%20CGIg%20%20-%202014%20-%20</p><p>Final%20Completo.pdf>; ONU - Migrações internacionais. Disponível em: <esa.un.org/unmigration/TIMSO2013/data/subsheets/UN_MigrantStockByOriginAndDestination_2013T10.xls>. Acessos em: 23 set. 2015.</p><p>Mudanças em curso</p><p>Imigrantes por país de origem, em milhares, no Brasil (entre 1990 e 2010)</p><p>16</p><p>1990 2000 2010 1990 2000 2010 1990 2000 2010 1990 2000 2010 1990 2000 2010 1990 2000 2010</p><p>Bolívia Estados Unidos Paraguai Itália Espanha Portugal</p><p>+143% +99% +84% –47% –48% –50%</p><p>20</p><p>39</p><p>12 14</p><p>24 21</p><p>29</p><p>39</p><p>70</p><p>55</p><p>37</p><p>59</p><p>44</p><p>31</p><p>275</p><p>214</p><p>138</p><p>Variação percentual de 1990 a 2010</p><p>Cerca de</p><p>592 mil</p><p>imigrantes internacionais</p><p>viviam no Brasil em 2010,</p><p>segundo o IBGE.</p><p>Reconhecimento de solicitação por refúgio</p><p>Vistos humanitários</p><p>Tempo no Brasil</p><p>Menos de 10 anos</p><p>–</p><p>10 anos ou mais</p><p>Total</p><p>Os novos imigrantes — 2010</p><p>As 10 maiores populações imigrantes com</p><p>menos de 10 anos de residência no Brasil</p><p>Bolívia</p><p>Paraguai</p><p>Estados Unidos</p><p>Argentina</p><p>Portugal</p><p>Japão</p><p>Uruguai</p><p>Peru</p><p>China</p><p>Itália</p><p>Espanha</p><p>20 373</p><p>18 061</p><p>15 189</p><p>10 042</p><p>9 043</p><p>7 869</p><p>6 461</p><p>6 133</p><p>5 924</p><p>5 772</p><p>4 970</p><p>Estimativas que consideram</p><p>imigrações não declaradas indicam</p><p>que os fluxos recentes devem ser</p><p>muito maiores. Calcula-se, por</p><p>exemplo, que mais de 200 mil</p><p>bolivianos vivem em São Paulo. Os imigrantes portugueses</p><p>ainda são tantos que</p><p>parecem uma categoria à</p><p>parte. Sua redução, de</p><p>137 mil pessoas, equivale a</p><p>2</p><p>3</p><p>de toda redução da</p><p>populacão imigrante.</p><p>A maior parte da redução da população</p><p>de imigrantes entre 1990 e 2010 ocorreu</p><p>em nacionalidades que dominavam os</p><p>fluxos para o país há 100 anos, como a</p><p>italiana, a espanhola e a portuguesa.</p><p>Note como o ângulo destas</p><p>linhas aumentou depois de</p><p>2000 — isso indica que o</p><p>ritmo dessa imigração</p><p>aumentou desde então.</p><p>De 1990 a 2010, a população</p><p>imigrante no Brasil reduziu em</p><p>206 mil pessoas. No entanto,</p><p>algumas populações de</p><p>imigrantes aumentaram,</p><p>como as de bolivianos,</p><p>estadunidenses e paraguaios.</p><p>As maiores populações em 2014</p><p>eram da Síria</p><p>(2 077 refugiados),</p><p>Angola (1 408) e Colômbia (1 093),</p><p>todos expulsos por graves conflitos.</p><p>Oito em cada nove</p><p>vistos humanitários</p><p>foram concedidos</p><p>para haitianos.</p><p>252 711</p><p>704</p><p>791</p><p>2 308 2 157</p><p>3 865</p><p>2011</p><p>2012 4 707</p><p>2013</p><p>2014</p><p>30 31</p><p>M</p><p>ár</p><p>io</p><p>K</p><p>an</p><p>no</p><p>/I</p><p>D</p><p>/B</p><p>R</p><p>Observe, neste exemplo, a variedade e a disposição de elementos no infográfico. Sobre o mapa, estão dispostos</p><p>gráficos de diferentes tipos e textos que auxiliam a compreensão do tema pelo leitor.</p><p>67</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C04_064a067.indd 67 02/06/16 10:14</p><p>68</p><p>unidade</p><p>2 a nova</p><p>ordem</p><p>internacional</p><p>A globalização está associada a uma grande</p><p>interdependência de países, à diminuição das</p><p>distâncias espaciais e à evolução das tecnologias</p><p>de transporte e comunicação.</p><p>Já se tornou clássico o exemplo de que, em</p><p>1865, a notícia da morte de Abraham Lincoln,</p><p>então presidente dos Estados Unidos, levou 13 dias</p><p>para chegar à Europa. Já os eventos que cercaram</p><p>a morte de Michael Jackson, em 2009, foram</p><p>transmitidos ao vivo para quase todo o mundo.</p><p>As tecnologias de informação – constituídas</p><p>por diferentes sistemas de transmissão,</p><p>armazenamento e processamento de</p><p>informações por meios eletrônicos – permitem a</p><p>transmissão quase instantânea de dados para o</p><p>mundo todo. Assim, as transações financeiras e a</p><p>prestação de serviços adquiriram escala global e</p><p>estabeleceram conexões entre diferentes locais.</p><p>Sob o comando do neoliberalismo, a</p><p>globalização também fragilizou economias</p><p>tradicionais e gerou desemprego e exclusão,</p><p>entre outros malefícios.</p><p>Questões para refletir</p><p>1. Em sua opinião, os países se inserem por igual</p><p>no processo de globalização? Por quê?</p><p>2. Qual é a relação entre a situação mostrada na</p><p>imagem e a globalização?</p><p>nesta unidade</p><p>5 Globalização</p><p>6 diferentes</p><p>dimensões da</p><p>globalização</p><p>7 a formação</p><p>dos blocos</p><p>econômicos</p><p>8 as grandes</p><p>potências globais</p><p>Imagem da página ao lado:</p><p>Contêineres em porto da cidade de Buenos</p><p>Aires, Argentina. Foto de 2016.</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U2_C05_068a075.indd 68 6/3/16 11:50 AM</p><p>S</p><p>ou</p><p>th</p><p>A</p><p>m</p><p>er</p><p>ic</p><p>a/</p><p>A</p><p>la</p><p>m</p><p>y/</p><p>Fo</p><p>to</p><p>ar</p><p>en</p><p>a</p><p>69</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U2_C05_068a075.indd 69 02/06/16 14:12</p><p>capítulo</p><p>Não escreva no livro.</p><p>135°L90°L45°L0°45°O90°O135°O</p><p>45°N</p><p>0°</p><p>45°S</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>Trópico de Câncer</p><p>Trópico de Capricórnio</p><p>Equador</p><p>M</p><p>er</p><p>id</p><p>ia</p><p>n</p><p>o</p><p>d</p><p>e</p><p>G</p><p>re</p><p>en</p><p>w</p><p>ic</p><p>h</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>ÍNDICO</p><p>OCEANO GLACIAL ÁRTICO</p><p>0 2 375 4 750 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>A cor cinza representa cabos em</p><p>planejamento, as demais cores indicam cabos</p><p>administrados por consórcios e empresas.</p><p>As linhas não representam a localização</p><p>exata dos cabos, mas sim os pontos</p><p>conectados por eles.</p><p>5</p><p>Imagine um carro de uma empresa dos Estados Unidos, projetado por um arquiteto italiano,</p><p>montado no Brasil com autopeças chinesas e comercializado em países do Mercosul. Ou, então,</p><p>uma teleconferência entre um presidente de empresa na França, um diretor canadense e exe-</p><p>cutivos mexicanos. Na pauta, a estratégia de corte de funcionários na filial brasileira. Esses são</p><p>dois exemplos de situações relacionadas ao processo de globalização ou mundialização.</p><p>O comércio entre as diversas regiões do mundo ocorre desde as Grandes Navegações,</p><p>no fim do século XV. Mas, naquele momento, muitas áreas ainda estavam fora do mercado</p><p>capitalista global e as viagens entre diferentes pontos do mundo eram longas.</p><p>O avanço da globalização deu-se após o fim da Guerra Fria. A conversão de países ex-</p><p>-socialistas à economia de mercado permitiu que passasse a existir, de fato, um sistema</p><p>econômico integrando a maior parte do globo terrestre. Outro fator foi o avanço da infor-</p><p>mática e dos meios de transporte, que facilitou, como nunca na história, a circulação inter-</p><p>nacional de informações, produtos, capitais, serviços e pessoas.</p><p>Os processos envolvidos na globalização não seriam possíveis sem o avanço das tecno-</p><p>logias de informação. A internet teve um papel fundamental, por permitir a comunicação</p><p>entre pessoas e empresas, facilitando a circulação internacional de capitais e a prestação</p><p>de serviços. Atualmente, cerca de 99% do fluxo internacional de dados telefônicos, de</p><p>internet e televisão circula pelo globo por meio de cabos submarinos de fibra óptica.</p><p>Globalização</p><p>Fonte de pesquisa:</p><p>TeleGeography. Submarine</p><p>Cable Map. Disponível</p><p>em: <http://www.</p><p>submarinecablemap.com>.</p><p>Acesso em: 24 fev. 2016.</p><p>o que você</p><p>vai estudar</p><p>A globalização</p><p>e a evolução</p><p>da economia</p><p>globalizada.</p><p>A concentração</p><p>do capital.</p><p>A ocidentalização</p><p>do mundo.</p><p>A globalização</p><p>financeira.</p><p>Observe o mapa acima e responda às questões.</p><p>1. Quais áreas apresentam maior concentração de rede de cabos submarinos de fibra</p><p>óptica? O que isso representa?</p><p>2. Quais são as conexões do Brasil e onde estão os pontos de confluência da rede no país?</p><p>Mundo – Cabos submarinos (2016)</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>70</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U2_C05_068a075.indd 70 03/06/16 14:27</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Fonte de pesquisa: FT Global 500 2014. Financial Times. Disponível em: <http://www.ft.com/intl/cms/s/0/988051be-fdee-11e3-bd0e-00144feab7de.</p><p>html#axzz41Ct67tW2>. Acesso em: 25 fev. 2016.</p><p>os principais fundamentos e atores da globalização</p><p>O capitalismo trilhou um longo percurso até atingir o</p><p>que hoje chamamos de globalização, ou seja, a crescen-</p><p>te interdependência das economias de todos os países.</p><p>Embora os fundamentos desse sistema político-econômi-</p><p>co, como a propriedade privada dos meios de produção</p><p>e a busca de lucro, não tenham sido substancialmente al-</p><p>terados, o papel do Estado e as condições geopolíticas e</p><p>tecnológicas passaram por grandes mudanças.</p><p>O avanço das tecnologias de transporte e informação</p><p>“encurtou” as distâncias e mudou a geografia do planeta.</p><p>Entre os fundamentos do processo de globalização,</p><p>estão:</p><p>• o grande avanço dos transportes e das tecnologias de</p><p>informação;</p><p>• a integração mundial da produção e do consumo;</p><p>• a grande expansão do comércio internacional;</p><p>• o fluxo intenso de informações em quase todo o mundo;</p><p>• a formação ou a consolidação de blocos econômicos</p><p>regionais de países;</p><p>• as tendências de padronização de equipamentos e de</p><p>homogeneidade cultural;</p><p>• o acirramento da concorrência entre empresas, países</p><p>e blocos econômicos.</p><p>Entre os atores principais destacam-se os Estados na-</p><p>cionais; as multinacionais; os organismos internacionais</p><p>(a Organização das Nações Unidas, a Organização Mun-</p><p>dial do Comércio e o Fundo Monetário Internacional,</p><p>por exemplo); as ONGs e os movimentos sociais.</p><p>Nas fases mais recentes da globalização, os Estados</p><p>Unidos estiveram na liderança da economia mundial</p><p>(veja o mapa). Esse papel acentuou-se a partir da Se-</p><p>gunda Guerra Mundial (1939-1945), que provocou o</p><p>enfraquecimento dos países europeus, enquanto os</p><p>EUA planejavam estratégias para tornarem-se líderes na</p><p>nova ordem econômica mundial.</p><p>A Conferência de Bretton Woods, realizada nos Esta-</p><p>dos Unidos em 1944, definiu as bases do sistema eco-</p><p>nômico-financeiro internacional: criou o Fundo Mone-</p><p>tário Internacional (FMI), o Banco Mundial ou Banco</p><p>Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento</p><p>(Bird) e o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT),</p><p>a partir do qual seria constituída, em 1995, a Organiza-</p><p>ção Mundial do Comércio (OMC).</p><p>Todas essas organizações foram concebidas para manter a</p><p>saúde financeira da economia capitalista internacional e evi-</p><p>tar crises graves como a que sucedeu à Quebra da Bolsa de</p><p>Nova York, em 1929. A missão do FMI é conceder emprés-</p><p>timos a países-membros cujo endividamento possa compro-</p><p>meter o equilíbrio econômico. O Banco Mundial concede</p><p>empréstimos a programas sociais e de infraestrutura; a OMC</p><p>regula o comércio internacional e atua como árbitro dos</p><p>conflitos comerciais entre países e entre blocos regionais.</p><p>A criação dessas instituições serviu também para tra-</p><p>çar políticas econômicas que envolviam os países capita-</p><p>listas periféricos, criando um ambiente</p><p>favorável ao gran-</p><p>de capital e à atuação de empresas que passaram a operar</p><p>em diversos países do mundo – as multinacionais.</p><p>Mundo – Localização da sede das 500 maiores empresas multinacionais (2014)</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>180°135°L90°L45°L0°45°O90°O135°O180°</p><p>45°N</p><p>0°</p><p>45°S</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>ÍNDICO</p><p>OCEANO GLACIAL ÁRTICO</p><p>OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>Círculo Polar Antártico</p><p>Trópico de Câncer</p><p>Trópico de Capricórnio</p><p>Equador</p><p>M</p><p>er</p><p>id</p><p>ia</p><p>n</p><p>o</p><p>d</p><p>e</p><p>G</p><p>re</p><p>en</p><p>w</p><p>ic</p><p>h</p><p>ESTADOS</p><p>UNIDOS</p><p>CANADÁ</p><p>MÉXICO</p><p>BRASIL</p><p>ÁFRICA</p><p>DO SUL</p><p>ISRAEL</p><p>ITÁLIA</p><p>ESPANHA</p><p>ALEMANHA</p><p>SUÍÇA</p><p>SUÉCIA</p><p>FINLÂNDIA</p><p>NORUEGADINAMARCA</p><p>PAÍSES BAIXOS</p><p>BÉLGICA</p><p>REINO</p><p>UNIDO</p><p>FRANÇA</p><p>RÚSSIA</p><p>ARÁBIA</p><p>SAUDITA</p><p>EMIRADOS</p><p>ÁRABES</p><p>UNIDOS</p><p>CATAR</p><p>ÍNDIA</p><p>CHINA</p><p>TAILÂNDIA</p><p>CINGAPURA</p><p>INDONÉSIA</p><p>AUSTRÁLIA</p><p>Hong Kong</p><p>TAIWAN</p><p>JAPÃO</p><p>COREIA</p><p>DO SUL</p><p>0 2 770 5 540 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>209</p><p>Quantidade de</p><p>empresas</p><p>37</p><p>18</p><p>10</p><p>1</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>71</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U2_C05_068a075.indd 71 01/06/16 19:39</p><p>C</p><p>ap</p><p>ít</p><p>ul</p><p>o</p><p>5</p><p>–</p><p>G</p><p>lo</p><p>ba</p><p>liz</p><p>aç</p><p>ão</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Indústria automobilística multinacional em Resende (RJ). Foto de 2015.</p><p>Os grandes grupos</p><p>econômicos globais</p><p>O número de empresas que operam internacionalmente, as chama-</p><p>das multinacionais ou transnacionais, aumentou muito nas últimas</p><p>décadas. O cenário de sua expansão foi o período de paz entre as prin-</p><p>cipais potências econômicas após a Segunda Guerra Mundial. Apesar</p><p>das tensões da Guerra Fria e de conflitos regionais, as grandes empresas</p><p>industriais e financeiras montaram filiais em diversos países e obtiveram</p><p>lucros gigantescos.</p><p>No pós-guerra, os Estados Unidos investiram pesadamente na recupe-</p><p>ração econômica da Europa Ocidental e do Japão, empregando uma estra-</p><p>tégia de fortalecimento do sistema capitalista. Segundo o historiador Eric</p><p>Hobsbawm, após o conflito, as empresas estadunidenses com filiais no</p><p>exterior passaram de 7,5 mil, em 1950, para mais de 23 mil, em 1966.</p><p>As empresas perceberam que, para entrar em mercados não atendi-</p><p>dos por suas exportações, o ideal seria estarem presentes em outros paí-</p><p>ses. Isso se deu por meio do investimento estrangeiro direto, ou seja,</p><p>investindo diretamente na construção de fábricas fora do país de ori-</p><p>gem da empresa.</p><p>Um exemplo histórico é o de uma indústria automobilística alemã</p><p>que, atendendo ao pedido do presidente Juscelino Kubitschek, montou</p><p>uma fábrica no Brasil, no fim dos anos 1950. Nessa época, a economia</p><p>brasileira era bastante protecionista, isto é, fechada à importação de</p><p>bens de consumo.</p><p>Apesar do surgimento de companhias internacionais nos países</p><p>emergentes, o maior número de multinacionais ainda se concentra na</p><p>chamada tríade do mundo desenvolvido: América Anglo-Saxônica, Eu-</p><p>ropa Ocidental e Japão (reveja o mapa na página anterior).</p><p>Embora atuem em numerosos países, as multinacionais centralizam</p><p>o poder decisório e o planejamento de suas operações no país-sede.</p><p>Uma grande indústria suíça, considerada uma das companhias mais</p><p>internacionalizadas do mundo, tem 95% de seus empregados fora da</p><p>Suíça. Entretanto, sua administração e seus principais acionistas estão</p><p>concentrados no país de origem.</p><p>Ciberbullying – a violência se</p><p>espalha na rede</p><p>Bullying é uma palavra inglesa que</p><p>significa “intimidação”. Ele se desen-</p><p>volve com base em relações desiguais</p><p>de poder em que uma pessoa sofre</p><p>uma agressão intencional (física, mo-</p><p>ral ou material). Pode acontecer no</p><p>ambiente escolar ou de trabalho e em</p><p>outras relações interpessoais.</p><p>Os protagonistas do bullying são a</p><p>vítima, o agressor e os espectadores,</p><p>que assistem à agressão e podem</p><p>mesmo participar dela ou incentivá-</p><p>-la. A vítima é humilhada, ridiculari-</p><p>zada e muitas vezes caluniada, resul-</p><p>tando dessa situação a insegurança e</p><p>o constrangimento. O bullying é um</p><p>problema antigo, mas recentemente</p><p>a tecnologia da informação renovou</p><p>essa prática. E-mails ameaçadores,</p><p>fotos e textos com o objetivo de cons-</p><p>tranger a vítima e mensagens negati-</p><p>vas em redes sociais formam o que</p><p>se denonima cyberbullying.</p><p>O aumento do número de casos de</p><p>violência desse tipo no Brasil levou</p><p>à elaboração da Lei n. 13 185, que</p><p>instituiu o Programa de Combate à</p><p>Intimidação Sistemática (Bullying).</p><p>Mais do que leis, no entanto, o</p><p>importante é que o grupo no qual</p><p>ocorre uma situação de bullying as-</p><p>suma uma atitude de não violência,</p><p>combatendo todas as formas de re-</p><p>jeição, preconceito e intimidação.</p><p>1. A globalização expandiu o aces-</p><p>so à rede mundial de internet e o</p><p>compartilhamento de informações.</p><p>Nota-se também que alguns com-</p><p>portamentos sociais hostis foram</p><p>reinventados e atingem um maior</p><p>número de pessoas. Com um gru-</p><p>po de colegas, discuta a prática de</p><p>bullying no contexto escolar e as</p><p>formas de superar esse problema.</p><p>CONEXÃO</p><p>Protecionismo: mecanismo de proteção</p><p>econômica que pode ser adotado pelos Estados</p><p>a fim de evitar ou reduzir a concorrência com</p><p>produtos estrangeiros.</p><p>Pode basear-se em medidas como: a elevação</p><p>da tarifação sobre produtos estrangeiros, a</p><p>concessão de subsídios (ajuda governamental)</p><p>às empresas nacionais, o estabelecimento de</p><p>cotas de importação e até mesmo a proibição da</p><p>importação de determinado produto.</p><p>E</p><p>du</p><p>ar</p><p>do</p><p>Z</p><p>ap</p><p>pi</p><p>a/</p><p>Pu</p><p>ls</p><p>ar</p><p>Im</p><p>ag</p><p>en</p><p>s</p><p>72</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U2_C05_068a075.indd 72 6/3/16 11:53 AM</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>180°135°L90°L45°L0°45°O90°O135°O180°</p><p>45°N</p><p>0°</p><p>45°S</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>ÍNDICO</p><p>OCEANO GLACIAL ÁRTICO</p><p>OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>Círculo Polar Antártico</p><p>Trópico de Câncer</p><p>Trópico de Capricórnio</p><p>Equador</p><p>M</p><p>er</p><p>id</p><p>ia</p><p>n</p><p>o</p><p>d</p><p>e</p><p>G</p><p>re</p><p>en</p><p>w</p><p>ic</p><p>h</p><p>0 3 100 6 200 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>de 11 a 20</p><p>de 2 a 10</p><p>mais de 30</p><p>de 21 a 30</p><p>apenas 1</p><p>Número de empresas</p><p>nenhuma empresa</p><p>Fonte de pesquisa: Fundação Dom Cabral (FDC). Ranking FDC das Multinacionais Brasileiras 2015. Disponível em: <https://www.</p><p>fdc.org.br/blogespacodialogo/Documents/2015/ranking_fdc_multinacionais_brasileiras2015.pdf>. Acesso em: 26 fev. 2016.</p><p>A fonte considera</p><p>multinacionais do Brasil</p><p>as “empresas de capital e</p><p>controle majoritariamente</p><p>brasileiro que desenvolvam</p><p>atividades internacionais</p><p>de manufatura, montagem</p><p>e prestação de serviços ou</p><p>que possuam centros de</p><p>pesquisa e desenvolvimento,</p><p>agências bancárias, franquias,</p><p>escritórios comerciais,</p><p>depósitos e centrais de</p><p>distribuição no exterior”.</p><p>A concentração do capital</p><p>O processo de fusão de empresas tem sido uma ten-</p><p>dência do capitalismo desde o século passado. Em quase</p><p>todos os campos nota-se a presença de grandes grupos</p><p>econômicos capazes de controlar os mercados. Algumas</p><p>formas de organização das empresas são:</p><p>• Truste. Caracteriza-se pela fusão de empresas, crian-</p><p>do grupos que tendem a monopolizar mercados e a</p><p>regular o preço dos produtos.</p><p>• Cartel. Consiste na associação de empresas que defi-</p><p>nem preços e repartem mercados (em geral, por meio</p><p>de acordos secretos entre elas).</p><p>• Oligopólio. O mercado é controlado por um gru-</p><p>po reduzido de empresas que atua em determinados</p><p>setores, limitando o grau de concorrência.</p><p>• Monopólio. Domínio de uma empresa privada ou</p><p>estatal que controla totalmente um mercado.</p><p>• Holding. Grupo empresarial que controla ações de</p><p>várias empresas.</p><p>As grandes empresas tendem a estruturar-se sob a for-</p><p>ma de conglomerados. Atuando em ramos diversos,</p><p>elas reduzem bastante seus riscos, já que, quando um</p><p>setor quebra, dificilmente todos os setores da economia</p><p>enfrentam crise. Esses grandes grupos, especialmente os</p><p>asiáticos, estão mais presentes no segmento automobi-</p><p>lístico, mas também atuam nos segmentos de eletroele-</p><p>trônicos, máquinas, componentes aeronáuticos, material</p><p>escolar, bancos, entre outros.</p><p>A integração dos processos produtivos e o avanço</p><p>das tecnologias de informação estimularam as tran-</p><p>sações dentro da mesma empresa ou em redes por elas</p><p>formadas. As multinacionais aumentaram sua influên-</p><p>cia na economia global por meio de trocas diretas entre</p><p>a matriz e suas filiais ou subsidiárias. A atuação dessas</p><p>empresas apresenta grande permeabilidade às fronteiras</p><p>nacionais e, muitas vezes, elas escapam das regras eco-</p><p>nômicas impostas pelos Estados.</p><p>O Brasil no jogo global</p><p>O Brasil é o segundo maior exportador e importador</p><p>de bens da América Latina, ficando atrás apenas do Mé-</p><p>xico. Em termos mundiais, a participação do país ainda é</p><p>modesta. Em 2014, as exportações brasileiras representa-</p><p>ram 1,2% do mercado mundial, percentual muito próxi-</p><p>mo ao de 2005 (1,1%). É quase a mesma fatia do mercado</p><p>exportador ocupada pela Tailândia e pela Polônia, países</p><p>de importância econômica menor que a do Brasil.</p><p>Por outro lado, as grandes empresas nacionais atuam</p><p>cada vez mais no exterior, transformando-se também em</p><p>multinacionais.</p><p>As principais multinacionais brasileiras operam negó-</p><p>cios principalmente no setor industrial e têm destaque</p><p>nas áreas de tecnologia de informação, comunicação,</p><p>alimentos e bebidas, siderurgia, metalurgia, construção,</p><p>veículos, aeronaves, calçados, tecidos e no setor financei-</p><p>ro (bancos e seguradoras).</p><p>Mundo – Dispersão das multinacionais brasileiras (2014)</p><p>Uma empresa decente. Direção de Thomas Balmès, Finlândia/</p><p>França, 2004, 79 min.</p><p>O documentário discute os limites éticos da atuação de empresas</p><p>transnacionais no contexto da globalização.</p><p>Assista</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>73</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U2_C05_068a075.indd 73 6/3/16 11:53 AM</p><p>c</p><p>ap</p><p>ít</p><p>ul</p><p>o</p><p>5</p><p>–</p><p>G</p><p>lo</p><p>ba</p><p>liz</p><p>aç</p><p>ão</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Nessa vista de Mangalore, na Índia, é possível observar elementos da cultura</p><p>ocidental, como a publicidade em outdoors. Foto de 2015.</p><p>A ocidentalização do mundo</p><p>O termo “Ocidente” tem um significado</p><p>que vai além da simples referência ao sen-</p><p>tido oeste da rosa dos ventos. O chamado</p><p>mundo ocidental identifica-se com a civi-</p><p>lização construída pelos europeus desde a</p><p>Grécia e Roma antigas e que, com as Gran-</p><p>des Navegações, influenciou diversas regiões</p><p>do mundo. Assim, é possível reconhecer as-</p><p>pectos da cultura ocidental no Japão, em-</p><p>bora o país esteja localizado no Oriente, em</p><p>razão de seu alinhamento político e econô-</p><p>mico com a Europa Ocidental e os Estados</p><p>Unidos após a Segunda Guerra Mundial.</p><p>A ocidentalização do mundo decorreu,</p><p>portanto, da incorporação de territórios de</p><p>todos os continentes ao capitalismo euro-</p><p>peu. As grandes empresas estenderam seus</p><p>domínios sobre o globo e esse movimento</p><p>foi acompanhado de grande tendência de</p><p>padronização de hábitos culturais e de con-</p><p>sumo. A literatura, o teatro e o cinema da</p><p>Europa e dos Estados Unidos tiveram papel</p><p>decisivo nesse aspecto. A presença das mul-</p><p>tinacionais e de seus produtos também con-</p><p>tribuiu para essa situação.</p><p>No atual cenário da globalização, as forças</p><p>da ocidentalização intensificaram-se em de-</p><p>corrência do avanço das tecnologias de infor-</p><p>mação. No entanto, muitas vezes, a força das</p><p>culturas locais é capaz de se opor à imposição</p><p>da cultura ocidental. O mundo islâmico, um</p><p>arco que se estende desde a África Setentrio-</p><p>nal, passando pelo Oriente Médio e por diver-</p><p>sos países da Ásia, é o melhor exemplo dessa</p><p>resistência (veja o mapa na página seguinte).</p><p>o local e o global</p><p>O confronto entre comunidades locais e</p><p>as forças globalizantes nunca foi tão inten-</p><p>so como atualmente. Os Estados Unidos são</p><p>os principais difusores da cultura ocidental.</p><p>Porém, até mesmo suas poderosas empresas</p><p>precisam, às vezes, adaptar-se aos imperati-</p><p>vos das culturas locais onde atuam. Gran-</p><p>des redes de fast-food (comida rápida, ser-</p><p>vida em lanchonetes), ao se instalarem na</p><p>Índia, por exemplo, adaptam seu cardápio,</p><p>já que os indianos não comem carne bovi-</p><p>na, e a globalização não conseguiu mudar</p><p>os fundamentos dessa cultura.</p><p>Como em alguns segmentos a globaliza-</p><p>ção pode ser uma via de mão dupla, o Oci-</p><p>dente nunca teve tanta informação e acesso</p><p>às mais diversas culturas de todos os conti-</p><p>nentes e regiões.</p><p>Os indianos e a globalização</p><p>“[...] Hoje temos ar-condicionado em todo lugar e é</p><p>tudo bem mobiliado, e não somos os únicos que demos</p><p>certo.” [diz Shyama Bharti, uma indiana nascida numa</p><p>aldeia perto de Délhi]. Toda manhã e toda tarde Shyama</p><p>vai até a pequena sala com um altar atrás da cozinha</p><p>para agradecer a Ganesha, o deus-elefante. [...] Shyama</p><p>diz que o país lhe deu muito e que agora é sua vez de re-</p><p>tribuir. Shyama tem um orgulho enorme de seus filhos.</p><p>O mais velho também escolheu uma carreira no servi-</p><p>ço público e foi aceito no prestigioso Serviço Adminis-</p><p>trativo Indiano, que só admite 300 candidatos por ano.</p><p>Quando a nomeação foi anunciada no jornal, Shyama e</p><p>seu marido foram inundados – para deleite dela – com</p><p>ofertas de noivas para o rapaz. Mas e o amor? “Os india-</p><p>nos não apreciam os casamentos por amor”, diz. “Pre-</p><p>ferem casamentos arranjados. É mais seguro.” O casa-</p><p>mento dela também foi arranjado. As tradições da Índia</p><p>não estão desaparecendo com seu sucesso econômi-</p><p>co. Na verdade, os jornais registram uma nova tendên-</p><p>cia: famílias de classe média que se arruínam financei-</p><p>ramente para pagar o dote de suas filhas. A família da</p><p>noiva de seu filho pagou um dote? “Não aceitamos”, diz</p><p>Shyama. “Só as pessoas mesquinhas fazem isso.” Ela e o</p><p>marido escolheram uma bela garota para seu filho. [...]</p><p>RohR, Mathieu von. Índia: a potência mundial do futuro faz 60 anos. Disponível em: <http://wap.noticias.uol.com.br/midiaglobal/derspiegel/2007/08/10/india-a-</p><p>potencia-mundial-do-futuro-faz-60-anos.htm>. Acesso em: 26 fev. 2016.</p><p>sAiBA mAis</p><p>Técnica, espaço, tempo:</p><p>globalização e meio</p><p>técnico-científico</p><p>informacional, de</p><p>Milton Santos. São</p><p>Paulo: Edusp, 2004.</p><p>Nesse livro, o</p><p>geógrafo Milton</p><p>Santos estabelece</p><p>importantes critérios</p><p>para a análise das</p><p>dinâmicas espaciais</p><p>transformadas pela</p><p>globalização.</p><p>leia</p><p>D</p><p>av</p><p>id</p><p>B</p><p>ok</p><p>uc</p><p>ha</p><p>va</p><p>/S</p><p>hu</p><p>tt</p><p>er</p><p>st</p><p>oc</p><p>k.</p><p>co</p><p>m</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>74</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U2_C05_068a075.indd 74 01/06/16 19:39</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Fonte de pesquisa: Huntington, Samuel. O choque de civilizações. Rio de Janeiro: Objetiva, 1997. p. 26-27.</p><p>Integração econômica </p><p>fragmentação cultural</p><p>Uma evidente contradição do atual cenário global é</p><p>a persistência de movimentos separatistas dentro dos</p><p>Estados nacionais, enquanto estes atuam no sentido da</p><p>integração econômica. Os exemplos dessa contradição</p><p>se multiplicam pelo mundo.</p><p>No Canadá, os habitantes da província de Quebec, de</p><p>língua francesa, não deixaram de pensar em separatis-</p><p>mo. A própria Bélgica, que sedia instituições da União</p><p>Europeia, é dividida em duas re giões que entram em</p><p>conflito por serem de ori gens culturais diferentes: Flan-</p><p>dres, no norte, onde se fala flamengo, e Valônia, no sul,</p><p>em que se fala francês. A Índia, país em ascensão na glo-</p><p>balização econômica, é marcada por graves conflitos</p><p>entre hindus, muçulmanos e sikhs.</p><p>A lição que se extrai desses casos é que aspectos cul-</p><p>turais ainda têm forte influência no cenário global. Ou</p><p>seja, o mundo é apenas parcialmente comandado pelo</p><p>poder do dinheiro ou da força econômica.</p><p>As causas dos grandes conflitos</p><p>atuais</p><p>Nos anos 1990, o cientista político estadunidense</p><p>Samuel Huntington, autor do livro O choque de civiliza-</p><p>ções, previu que, após a Guerra Fria, os conflitos interna-</p><p>cionais não mais seriam disputas entre Estados nacionais,</p><p>mas guerras provocadas por diferenças culturais e reli-</p><p>giosas entre as grandes civilizações (veja o mapa abaixo).</p><p>A ideia de Huntington ganhou força depois dos aten-</p><p>tados de 11 de setembro de 2001, quando ataques</p><p>atribuí dos à organização terrorista Al-Qaeda destruí-</p><p>ram as torres gêmeas do World Trade Center (símbolo</p><p>do poder econômico em Nova York) e atacaram o Pen-</p><p>tágono (Departamento de Defesa dos Estados Unidos),</p><p>em Washington. As guerras subsequentes ao atentado,</p><p>no Afeganistão e no Iraque, além do fortalecimento de</p><p>políticas anti-imigração nos Estados Unidos e na Euro-</p><p>pa, também contribuíram para</p><p>a repercussão das análi-</p><p>ses de Huntington.</p><p>Por outro lado, os atentados terroristas aos Estados</p><p>Unidos têm fundo político e econômico. Também os in-</p><p>teresses estadunidenses no Oriente Médio têm motivos</p><p>que vão além das diferenças culturais e envolvem aspec-</p><p>tos econômicos. Por isso, muitos teóricos colocam em</p><p>dúvida a teoria de Huntington e afirmam que ela enco-</p><p>bre os reais motivos dos conflitos.</p><p>Por essa outra visão, os grandes conflitos atuais, de</p><p>maneira geral, continuam a ser motivados muito mais</p><p>por fatores políticos e econômicos, que opõem um Es-</p><p>tado a outro, do que por questões predominantemente</p><p>culturais. A Arábia Saudita e o Paquistão, por exemplo,</p><p>apesar de fazerem parte do mundo islâmico, são aliados</p><p>dos Estados Unidos nos conflitos do Iraque e do Afega-</p><p>nistão. A própria Al-Qaeda não representa um determi-</p><p>nado país, tampouco toda a cultura islâmica.</p><p>Babel. Direção de Alejandro González Iñárritu, França/EUA/México,</p><p>2006, 143 min.</p><p>Gravado em quatro países, o filme mostra como um fato</p><p>aparentemente isolado afeta a vida de pessoas em pontos</p><p>diferentes do mundo.</p><p>Assista</p><p>Sikh: grupo étnico-religioso com intenções separatistas que habita a</p><p>região de Punjab, na Índia, e representa cerca de 8% da população indiana.</p><p>A globalização e o choque de civilizações</p><p>0° 30°L30°O60°O 60°L90°O120°O150°O180° 90°L 120°L 150°L 180°</p><p>60°N</p><p>60°S</p><p>30°N</p><p>30°S</p><p>0°Ocidental</p><p>Ortodoxa</p><p>Islâmica</p><p>Africana</p><p>Latino-americana</p><p>Sínica</p><p>Hindu</p><p>Budista</p><p>Japonesa</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>OCEANO GLACIAL ÁRTICO</p><p>OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO</p><p>OCEANO</p><p>ÍNDICO</p><p>Trópico de Capricórnio</p><p>Equador</p><p>M</p><p>er</p><p>id</p><p>ia</p><p>n</p><p>o</p><p>d</p><p>e</p><p>G</p><p>re</p><p>en</p><p>w</p><p>ic</p><p>h</p><p>Trópico de Câncer</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>Círculo Polar Antártico</p><p>0 2 865 5 730 km</p><p>NENO</p><p>SESO A</p><p>llm</p><p>ap</p><p>s/</p><p>ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>75</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U2_C05_068a075.indd 75 04/06/16 15:36</p><p>C</p><p>ap</p><p>ít</p><p>ul</p><p>o</p><p>5</p><p>–</p><p>G</p><p>lo</p><p>ba</p><p>liz</p><p>aç</p><p>ão</p><p>Não escreva no livro.</p><p>A globalização financeira</p><p>Não é difícil perceber a rede de relações financeiras</p><p>que abrange todo o planeta. A circulação de capitais,</p><p>também chamada de ciranda financeira, acelerou com</p><p>as tecnologias de informação, que possibilitaram as</p><p>transferências virtuais de dinheiro.</p><p>Hoje, investidores dos países mais desenvolvidos</p><p>podem transferir rapidamente parte de seus recursos</p><p>para países emergentes, onde as taxas de juros costu-</p><p>mam ser vantajosas. Podem também retirar o dinheiro</p><p>desses países do dia para a noite, gerando instabilida-</p><p>des econômicas.</p><p>Investidores estrangeiros compram ações de empre-</p><p>sas brasileiras, que vendem commodities para os países</p><p>desenvolvidos e para a China; chineses compram títulos</p><p>(papéis negociados na bolsa de valores) do governo dos</p><p>Estados Unidos, que importa bilhões de dólares em pro-</p><p>dutos chineses. Toda a atividade econômica depende do</p><p>crédito de bancos nacionais e internacionais. Basta reti-</p><p>rar uma peça para gerar desequilíbrios nessa complexa</p><p>rede financeira.</p><p>A globalização financeira possibilita a transferência</p><p>de um substancial volume de capital do mundo rico pa-</p><p>ra os países emergentes. Esse capital passa a integrar as</p><p>reservas financeiras desses países, o que pode benefi-</p><p>ciá-los. O problema é que não há garantias de que os</p><p>recursos permaneçam aplicados neles por um tempo</p><p>maior. É o que se chama de volatilidade.</p><p>A liberalização do sistema</p><p>financeiro atual</p><p>Com a falência dos regimes socialistas, ganharam força</p><p>as ideias neoliberais, base de sustentação do pro-</p><p>cesso de mundialização. Elas foram defendidas no</p><p>Consenso de Washington, série de reuniões realiza-</p><p>das no início da década de 1990 com representantes do</p><p>governo dos Estados Unidos e de organismos internacio-</p><p>nais, que chegaram a um consenso quanto a várias medidas.</p><p>Entre essas medidas figuravam a diminuição da partici-</p><p>pação do Estado na economia; a privatização de empresas</p><p>estatais; a desregulamentação das atividades econômicas;</p><p>a supressão e a modificação dos direitos trabalhistas; a re-</p><p>moção de obstáculos comerciais protecionistas; a restrição</p><p>dos gastos do governo com saúde, educação e pagamento</p><p>de aposentadorias; maior liberdade para o fluxo internacio-</p><p>nal de capitais e para as empresas transnacionais.</p><p>Os Estados nacionais, embora ainda gestores do terri-</p><p>tório e das operações econômicas, perderam força dian-</p><p>te das transações financeiras internacionais, já que são</p><p>as grandes multinacionais que têm maior capacidade de</p><p>investimento (em tecnologia, por exemplo). Entretanto,</p><p>apesar das enormes pressões exercidas pelo capital estran-</p><p>geiro, são os governos que definem as regras do jogo. Eles</p><p>decidem, por exemplo, se haverá redução de impostos</p><p>para investimentos externos, se as leis ambientais serão</p><p>flexíveis ou rígidas, se a remessa de lucros para o exterior</p><p>será taxada.</p><p>São poucos os países com expressão econômica que</p><p>se fecham à economia global. Quando o fazem, perdem</p><p>mercados para seus produtos, créditos e investimentos.</p><p>O risco-país</p><p>A intensa movimentação do dinheiro no mundo</p><p>atual gera um clima de insegurança. Assim como se</p><p>pode ganhar muito dinheiro em pouco tempo, pode-</p><p>-se perdê-lo rapidamente.</p><p>Existem agências especializadas em avaliar o risco</p><p>que um país oferece aos investidores internacionais.</p><p>O índice, conhecido como risco-país, é calculado le-</p><p>vando em consideração principalmente os seguintes</p><p>fatores: relação entre o PIB e a dívida do país; históri-</p><p>co financeiro – sobretudo a verificação de que o país</p><p>pagou suas dívidas no passado ou decretou morató-</p><p>ria (adiamento do pagamento da dívida); situação po-</p><p>lítica interna; conjuntura internacional (em momen-</p><p>tos de crise, por exemplo, os capitais tendem a migrar</p><p>para a segurança de países mais ricos).</p><p>sAibA mAis</p><p>Trama internacional. Direção de Tom Tykwer, EUA/Alemanha/</p><p>Inglaterra, 2009, 118 min.</p><p>No filme são investigadas as operações ilícitas de uma corporação</p><p>bancária internacional. Um agente da Interpol sai em busca de um</p><p>banqueiro suspeito de estar envolvido em lavagem de dinheiro,</p><p>tráfico de drogas e armas e práticas de terrorismo. Alguns críticos</p><p>afirmam que o vilão da história é o capitalismo internacional.</p><p>Assista</p><p>Casa de câmbio apresenta a cotação do real em comparação a moedas</p><p>estrangeiras no Rio de Janeiro (RJ). Foto de 2015.</p><p>Fá</p><p>bi</p><p>o</p><p>M</p><p>ot</p><p>ta</p><p>/E</p><p>st</p><p>ad</p><p>ão</p><p>C</p><p>on</p><p>te</p><p>úd</p><p>o/</p><p>A</p><p>E</p><p>76</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U2_C05_076a083.indd 76 6/3/16 12:00 PM</p><p>Não escreva no livro.</p><p>O movimento Occupy Wall Street (Ocupe a Wall Street) tem por objetivo demonstrar a</p><p>insatisfação diante do crescimento da desigualdade social e econômica devido à crise.</p><p>“Nós somos 99%” significa que apenas 1% da população é beneficiada em detrimento</p><p>dos 99% restantes. Nova York, Estados Unidos. Foto de 2012.</p><p>As oscilações entre crescimento econômico e crise</p><p>É uma característica do sistema capitalista a existência de ciclos de expansão e queda no ritmo</p><p>de crescimento econômico. No período de maior avanço da globalização, a partir da década de</p><p>1990, várias crises ocorreram, inicialmente em determinado país ou região e, depois, com desdo-</p><p>bramentos globais.</p><p>Uma crise econômica caracteriza-se por um profundo retrocesso da situação econômica de</p><p>um país ou de uma zona geográfica. Para alguns economistas, quando o crescimento econô-</p><p>mico for negativo durante dois trimestres consecutivos, o país está em situação de recessão, se</p><p>perdurar, pode tornar-se uma crise.</p><p>Em 1994, por exemplo, a crise econômica no México contaminou a América Latina e teve re-</p><p>percussão global; em 1997, houve a desvalorização das moedas da Tailândia e da Coreia do Sul,</p><p>em um episódio conhecido como crise asiática; em 1998, foi a vez da Rússia, cujos problemas</p><p>financeiros afetaram as bolsas de valores em todo o mundo.</p><p>Na década de 2000, o crescimento econômico global foi liderado pela China e pela Índia,</p><p>com médias expressivas de 10% e 7%, respectivamente. A economia brasileira também se</p><p>beneficiou, por meio da exportação de commodities e de produtos industrializados. O preço do</p><p>petróleo ultrapassou</p><p>o valor de 100 dólares o barril e enriqueceu os países exportadores.</p><p>Nos últimos anos, entretanto, o cenário começou a mudar. O ano de 2008 ficará marcado</p><p>como aquele que deu início a uma grave crise financeira do capitalismo e recolocou no debate</p><p>a importância da intervenção estatal na economia.</p><p>Os Estados Unidos foram os primeiros a entrar em recessão em 2008, seguidos no ano se-</p><p>guinte pela zona do euro. Essa crise tem sido considerada a mais grave depois da quebra da</p><p>bolsa de Nova York em 1929.</p><p>A crise teve início quando as instituições financeiras estadunidenses concederam empréstimos</p><p>com poucas garantias a pessoas e empresas. Quando as dívidas deixaram de ser pagas, sobretudo</p><p>no setor imobiliário, os bancos passaram a ter sérios problemas, e o sistema financeiro como um</p><p>todo foi abalado, com desvalorização de ações e falência de bancos. A crise financeira se espalhou</p><p>por outros setores da economia, causando desemprego e fechamento de empresas. O colapso do</p><p>sistema financeiro estadunidense refletiu-se imediatamente no mundo inteiro.</p><p>Em vários países, os governos desenvolveram mecanismos para salvar os bancos, comprome-</p><p>tendo enormes somas de fundos públicos. Por algum tempo conseguiram impedir que o mercado</p><p>financeiro entrasse em colapso. No entanto, a crise se agravou e atingiu uma nova fase: a disparada</p><p>da dívida pública, que afetou em particular países ricos, como os Estados Unidos, o Japão e, de</p><p>forma extremamente grave, a União Europeia.</p><p>Bancos europeus e o FMI promovem em-</p><p>préstimos aos países mais endividados, mas</p><p>exigem dos governos uma série de medidas</p><p>que atingem gravemente a população, como</p><p>controle de salários, cortes nas políticas so-</p><p>ciais, diminuição dos ganhos das aposenta-</p><p>dorias, aumento de impostos, entre outras.</p><p>Grécia, Portugal e Espanha foram atingidos</p><p>de maneira particularmente intensa pela crise.</p><p>Na Espanha, a taxa de desemprego passou de</p><p>8,4%, em 2007, para 24,7%, em 2014.</p><p>No início da década de 2010, China, Ín-</p><p>dia e Brasil continuavam apresentando cres-</p><p>cimento econômico, este último com cresci-</p><p>mento de 7,5% do PIB.</p><p>Em 2015, a desaceleração da economia</p><p>chinesa e a consequente queda na demanda</p><p>por commodities (petróleo, minério de ferro,</p><p>soja, açúcar) afetaram os países emergentes,</p><p>especialmente o Brasil, que exportam mer-</p><p>cadorias para o país asiático.</p><p>Ky</p><p>od</p><p>o/</p><p>A</p><p>P</p><p>P</p><p>ho</p><p>to</p><p>77</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U2_C05_076a083.indd 77 01/06/16 19:39</p><p>78</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Presença da África</p><p>Mulheres muçulmanas oram em Salé, Marrocos. Foto de 2015.</p><p>O islã na África</p><p>“Deus é grande!” Em árabe, Allah hu</p><p>akbar! É o que os muezins entoam nas</p><p>mesquitas, do alto dos minaretes – tor-</p><p>res construídas mostrando a direção da</p><p>cidade sagrada de Meca, para onde os</p><p>muçulmanos devem voltar-se durante a oração. Cinco ve-</p><p>zes ao dia, os fiéis são convocados para esse modo de orar.</p><p>A presença da religião islâmica na África é marcante,</p><p>especialmente nas regiões norte e central do continente.</p><p>O termo Islã significa “submissão a Deus”. Segundo</p><p>os muçulmanos, no século VII d.C., Maomé, um comer-</p><p>ciante que vivia na cidade de Meca, na península Arábi-</p><p>ca, recebeu a revelação da Palavra Divina. Para os mu-</p><p>çulmanos, como são chamados aqueles que creem nessa</p><p>revelação, Maomé passou a ser conhecido como o Men-</p><p>sageiro de Deus ou o Profeta de Alá. O conjunto das re-</p><p>velações ditadas pelo próprio profeta a seus seguidores,</p><p>que as registraram por escrito, constitui o livro sagrado</p><p>dos muçulmanos, o Corão ou Alcorão.</p><p>Os povos árabes, empolgados pela nova religião de</p><p>que eram portadores, não tardaram a empreender um</p><p>vasto movimento militar de conquistas territoriais e</p><p>conversões de populações inteiras ao Islã. A África Se-</p><p>tentrional foi uma das primeiras regiões quase inteira-</p><p>mente conquistadas e convertidas – do Egito, no leste,</p><p>ao Marrocos, no oeste do continente.</p><p>Em alguns países dessa região, não só o islamismo</p><p>tornou-se a religião majoritária, como seus povos se</p><p>arabizaram, ou seja, adotaram a língua árabe e vários</p><p>hábitos culturais dos conquistadores. No Egito, a cidade</p><p>do Cairo tornou-se um dos mais importantes centros de</p><p>reflexão religiosa do mundo muçulmano, condição que</p><p>mantém até hoje.</p><p>A expansão do Islã nas áreas da África Negra pou-</p><p>co dependeu da força das armas. Na verdade, o fenô-</p><p>meno teve como fio condutor a ação dos mercadores</p><p>muçulmanos e de missionários. A irradiação do islamis-</p><p>mo começou no norte da África ou se deu por meio de</p><p>mercadores árabes que cruzavam o mar Vermelho ou o</p><p>oceano Índico, instalando enclaves comerciais no litoral</p><p>oriental do continente.</p><p>Entre os séculos X e XVI, estabeleceu-se uma forte in-</p><p>fluência muçulmana entre as populações de áreas que cor-</p><p>respondem atualmente aos territórios do Sudão e Sudão</p><p>do Sul, Chade, Gana, Níger, Mali e Mauritânia. Na Tanzâ-</p><p>nia, os mercadores árabes fundaram o importante entre-</p><p>posto comercial de Zanzibar e foram os principais respon-</p><p>sáveis pelas conversões dos povos que habitam a Somália</p><p>e a Eritreia. No Mali, destaca-se a cidade de Tombuctu,</p><p>fundada por muçulmanos por volta do século XII, hoje</p><p>considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco.</p><p>Muezim:</p><p>muçulmano que</p><p>chama os fiéis</p><p>para a oração.</p><p>Fa</p><p>de</p><p>l S</p><p>en</p><p>na</p><p>/A</p><p>FP</p><p>78</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U2_C05_076a083.indd 78 01/06/16 19:39</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Dominação europeia</p><p>Com a intensificação da presença dos europeus na África a partir do século XV, choques en-</p><p>tre muçulmanos e cristãos não tardaram a acontecer. A questão, contudo, não se restringia ao</p><p>embate das religiões. Ocorriam disputas pela posse de áreas estratégicas no litoral e à margem</p><p>dos grandes rios, pelo domínio de minas de ouro e pelo controle do comércio, especialmente o</p><p>tráfico de escravizados.</p><p>Tradicionalmente, mercadores muçulmanos con trolavam o tráfico de escravizados para os</p><p>países do Mediterrâneo oriental e do golfo Pérsico. Com a chegada dos europeus, tendo os por-</p><p>tugueses na vanguarda, e com a abertura de novas áreas de exploração econômica nas Américas,</p><p>era intenção dos lusos arrebatar o controle do tráfico e desviar o fluxo de escravizados do eixo</p><p>mar Mediterrâneo-mar Vermelho para o oceano Atlântico e as Américas.</p><p>Assim, por meio do comércio, escorado na força das armas, e graças também ao esforço de</p><p>missionários, o cristianismo estendeu-se especialmente na África Negra.</p><p>No século XIX, o continente africano tornou-se um dos principais alvos da expansão impe-</p><p>rialista europeia. Mesmo os países fortemente islamizados do norte da África passaram a fazer</p><p>parte de impérios coloniais europeus, principalmente da França, da Grã-Bretanha e da Espa-</p><p>nha. A religião muçulmana acabou tornando-se também um emblema cultural de resistência à</p><p>dominação estrangeira.</p><p>Durante os processos de independência dos países da África do Norte, após a Segunda Guerra</p><p>Mundial, as comunidades islâmicas tiveram um papel importante nas lutas de libertação nacio-</p><p>nal. O mesmo ocorreu na África Negra, nas regiões majoritariamente islâmicas ou com impor-</p><p>tantes minorias muçulmanas.</p><p>Hoje, o islamismo é uma das muitas religiões presentes na África. Assim como em outras</p><p>partes do mundo, ao instalar-se entre diferentes comunidades dotadas de variadas culturas,</p><p>o Islã assimilou aspectos dessas culturas. Contribui para isso o fato de não haver, no mundo</p><p>muçulmano, uma autoridade máxima ou instituição centralizadora, como ocorre, por exem-</p><p>plo, na Igreja católica.</p><p>Conflitos</p><p>Nem sempre, contudo, o debate religioso entre os muçulmanos ocorreu de modo harmo-</p><p>nioso. Especialmente na África Negra, os defensores de uma concepção religiosa mais rigoro-</p><p>sa e ortodoxa criticam duramente as práticas que incluem no Islã aspectos das antigas tradi-</p><p>ções locais pré-islâmicas.</p><p>Existem ainda conflitos graves entre comunidades muçulmanas e adeptos de outras religiões.</p><p>Esse problema pode ocorrer entre grupos populacionais de um mesmo país. Exemplo notório é</p><p>Darfur, uma vasta região no oeste do Sudão. Ali ocorre um violento conflito, que</p><p>tem como um</p><p>dos componentes as diferenças culturais e religiosas entre a população.</p><p>Não importa o prisma pelo qual se olhe, o Islã é uma das realidades cristalinas do continente</p><p>africano, uma área do mundo que se caracteriza por uma rica multiplicidade cultural. As comu-</p><p>nidades muçulmanas não só se consolidaram ao longo do tempo, mas também promovem ain-</p><p>da hoje uma dinâmica bastante ativa de conversões. Assim sendo, conforme ocorre em outras</p><p>partes do mundo, também na África o islamismo é um credo religioso em expansão.</p><p>1. Muçulmanos ou cristãos, árabes ou portugueses, na expansão colonial, levaram seus</p><p>hábitos, seus valores e suas crenças religiosas, muitas vezes impondo-os, junto com</p><p>o estabelecimento de atividades comerciais e econômicas. Encontraram, por sua vez,</p><p>hábitos, valores e crenças partilhados pelas comunidades com as quais realizavam o</p><p>comércio. É possível que tenham permanecido imunes às trocas culturais? Do contato</p><p>com o diferente apenas um dos lados resultou modificado? Redija um pequeno texto com</p><p>sua opinião sobre essas questões, buscando exemplos históricos que as justifiquem.</p><p>Para discutir</p><p>Ceddo. Direção</p><p>de Ousmane</p><p>Sembene,</p><p>Senegal, 1977,</p><p>120 min.</p><p>O filme retrata</p><p>a resistência</p><p>da cultura local</p><p>africana diante</p><p>das incursões</p><p>tanto do Islã</p><p>quanto dos</p><p>europeus.</p><p>Assista</p><p>O islamismo no</p><p>mundo</p><p>O especial da</p><p>BBC Brasil</p><p>apresenta um</p><p>amplo panorama</p><p>sobre o Islã.</p><p>Disponível em:</p><p><http://linkte.</p><p>me/isla>. Acesso</p><p>em: 29 fev.</p><p>2016.</p><p>Instituto</p><p>Brasileiro</p><p>de Estudos</p><p>Islâmicos (Ibei)</p><p>O site reúne</p><p>informações,</p><p>textos e notícias</p><p>sobre a religião</p><p>e a cultura</p><p>islâmica.</p><p>Disponível em:</p><p><http://linkte.</p><p>me/ibei>.</p><p>Acesso em:</p><p>29 fev. 2016.</p><p>Navegue</p><p>79</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U2_C05_076a083.indd 79 6/3/16 12:02 PM</p><p>Informe</p><p>Não escreva no livro.</p><p>A interdependência global</p><p>Hoje a globalização faz parte da estratégia de todas as so-</p><p>ciedades pela sobrevivência e pelo progresso. Enquanto ma-</p><p>nifestantes protestavam durante as reuniões de cúpula da</p><p>Organização Mundial do Comércio para tentar mudar as re-</p><p>gras do jogo, os pequenos produtores de açúcar e algodão</p><p>que diziam representar estavam preocupados em tocar seus</p><p>negócios, pois era o que tinham de fazer para sobreviver.</p><p>Nem mesmo os atentados terroristas de 11 de setembro de</p><p>2001 impediram a queda dos custos dos transportes, a li-</p><p>beralização do comércio e a explosão das tecnologias de co-</p><p>municação que impulsionam a globalização. A globalização</p><p>também gerou um mundo demograficamente misturado, o</p><p>que significa que o “inimigo” está ao mesmo tempo do lado</p><p>de fora e do lado de dentro. Os três impérios se misturam</p><p>cada vez mais profundamente com as populações de suas</p><p>periferias: os Estados Unidos com a América Latina, a Eu-</p><p>ropa com o mundo árabe e a China com o Sudeste Asiático.</p><p>A expressão “nós somos o mundo” nunca foi tão certa.</p><p>Os interesses econômicos que fomentam a interde-</p><p>pendência também poderiam evitar as tensões geopolí-</p><p>ticas que se prenunciam, transformando-as para sempre</p><p>em competição não violenta. Na verdade, a economia glo-</p><p>bal não poderá se acelerar nem ir muito longe com motor</p><p>único, e as economias das três superpotências encon-</p><p>tram-se tão profundamente interligadas que os custos do</p><p>conflito aumentaram consideravelmente. Esses impérios</p><p>comerciais abrigam corporações globais que controlam ca-</p><p>deias mundiais de abastecimento não raro sediadas em</p><p>domínios dos outros impérios, o que significa que a ma-</p><p>nutenção de sua prosperidade depende da força – e não</p><p>da fraqueza – dos outros. Quarenta por cento do comér-</p><p>cio da América se dá com a Ásia Oriental, e quase todo o</p><p>restante, com a Europa. A América [Estados Unidos] de-</p><p>pende dos produtos chineses baratos e do apetite da China</p><p>pelas Obrigações do Tesouro americano; a China depen-</p><p>de dos investimentos europeus e americanos, e atualmen-</p><p>te exporta mais para a Europa do que os Estados Unidos;</p><p>a Europa e a América reduzem custos e aumentam lucros</p><p>transferindo sua produção para a China. [...]</p><p>As ondas posteriores da globalização foram puramente</p><p>mercantilistas, com as potências europeias aprofundando</p><p>o controle de recursos estrangeiros – naturais e humanos –</p><p>a serviço do império. Toynbee escreveu em 1950 que “uma</p><p>civilização ocidental já agora onipresente tinha nas mãos</p><p>o destino de toda a Humanidade”. Ainda que o mundo se</p><p>tornasse plano – totalmente integrado, na linguagem de</p><p>Thomas Friedman –, não seriam apagados essa hierarquia</p><p>econômica e política e o sentimento de injustiça que dá ori-</p><p>gem aos conflitos, pois, em última análise, tanto a geopo-</p><p>lítica quanto a globalização são governadas pelas mesmas</p><p>forças: medo e cobiça. A interdependência de hoje é efetiva-</p><p>mente uma teia, mas são muitas as aranhas. [...]</p><p>Khanna, Parg. O segundo mundo: impérios e influência na nova ordem global. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2008. p. 25-26.</p><p>1. A globalização é um fenômeno que pode ser revertido no mundo atual? O que acontece com países cujas</p><p>economias estão pouco integradas à economia internacional?</p><p>2. Dada a intensa competição entre as potências do mundo globalizado, a possibilidade de conflitos</p><p>armados, e mesmo de uma guerra mundial, tornou-se mais ou menos provável? Com um grupo de</p><p>colegas, discuta as respostas que você deu, no caderno, a essas questões.</p><p>pArA dIscutIr</p><p>Marcha de abertura do Fórum</p><p>Social Mundial em Túnis, na</p><p>Tunísia. O Fórum, realizado</p><p>anualmente, tem ação mundial e</p><p>discute questões socioeconômicas,</p><p>étnicas e ambientais. Foto de 2013.</p><p>No cartaz, lê-se em francês a</p><p>mensagem: “globalizar a paz”.</p><p>G</p><p>od</p><p>on</p><p>g/</p><p>U</p><p>IG</p><p>/G</p><p>et</p><p>ty</p><p>Im</p><p>ag</p><p>es</p><p>80</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U2_C05_076a083.indd 80 6/3/16 12:05 PM</p><p>mundo Hoje</p><p>Não escreva no livro.</p><p>O mundo muçulmano em uma era global: a proteção</p><p>dos direitos das mulheres</p><p>As mulheres muçulmanas, historicamente vistas como</p><p>transmissoras de cultura e protetoras de valores nacio-</p><p>nais, transformaram-se em um novo tema de discussão.</p><p>O entusiasmo do debate sobre o papel da mulher no Islã</p><p>é, porém, visto por muitos como fonte de desordem social</p><p>e moral. Ao desafiarem as ideologias patriarcais e também</p><p>as convencionais, as mulheres muçulmanas transforma-</p><p>ram-se em uma poderosa voz no sentido da mudança.</p><p>É interessante notar que certos elementos do feminismo</p><p>islâmico e do feminismo secular têm trabalhado juntos de</p><p>modo a forçar reformas educacionais e legais.</p><p>A difusão da educação e da comunicação em massa</p><p>vem propiciando uma nova forma de consciência entre os</p><p>muçulmanos, dissolvendo obstáculos (de espaço e de dis-</p><p>tância) e abrindo novos campos para a interação e para o</p><p>reconhecimento mútuo, tanto dentro desses países como</p><p>para além de suas fronteiras. Cada vez mais, questões lo-</p><p>cais têm assumido dimensões transnacionais (Eickelman,</p><p>2003:206). Essas transformações sociais têm tido um</p><p>profundo impacto nas sociedades muçulmanas. Nenhum</p><p>grupo foi influenciado de maneira mais drástica e imedia-</p><p>ta por essas mudanças que as mulheres, que têm lutado</p><p>por reformas legais e pela construção de novas regras.</p><p>Ao lidarem com problemas compartilhados, tais co-</p><p>mo a prevenção de violência doméstica e a discriminação</p><p>por gênero, as mulheres muçulmanas mantêm conta-</p><p>to com movimentos e organizações de mulheres por to-</p><p>do o mundo, e assim desenvolvem vínculos e identidades.</p><p>Há algumas divisões evidentes entre organizações e gru-</p><p>pos de mulheres sobre questões como o hijab (modo de</p><p>vestir islâmico), que se tornou o símbolo para a defesa da</p><p>fé, da integridade familiar e da identidade islâmica, assim</p><p>como sobre certas crenças religiosas. Apesar disso, a con-</p><p>vergência de alguns elementos comuns às feministas is-</p><p>lâmicas e às seculares tem apontado para a existência de</p><p>bases pragmáticas que possibilitam a cooperação entre</p><p>ambos os grupos.</p><p>As mulheres muçulmanas enfrentam, simultanea-</p><p>mente, três desafios. Em primeiro lugar, elas represen-</p><p>tam uma identidade islâmica que, com frequência, está</p><p>em conflito com regimes políticos modernos</p><p>e com as</p><p>elites dos Estados. Em segundo lugar, elas devem lu-</p><p>tar contra os fundamentalistas islâmicos, cujas ideias,</p><p>instituições e objetivos são por elas rejeitados com</p><p>veemência. Por fim, e tão importante quanto os outros</p><p>desafios, elas enfrentam no dia a dia a cultura patriarcal</p><p>dominante nos lugares onde vivem. As questões relacio-</p><p>nadas aos direitos das mulheres são agravadas pelas di-</p><p>ficuldades que as mulheres muçulmanas encontram em</p><p>uma cultura patriarcal na qual a mulher é geralmente</p><p>caracterizada por estereótipos.</p><p>Se, por um lado, a “solidariedade sem fronteiras” possibi-</p><p>litou a promoção de direitos das mulheres dentro e por via</p><p>das culturas, por outro, ela também se depara com questões</p><p>sociais mais amplas e mais complexas. Embora essa solida-</p><p>riedade global sofra resistências em muitas partes do mun-</p><p>do muçulmano, o empoderamento das mulheres é visto</p><p>como o antídoto mais eficaz contra o extremismo no mun-</p><p>do muçulmano. [...]</p><p>Saindo dos estereótipos de submissão e de dedicação exclusiva ao</p><p>lar, em todo o mundo islâmico muitas mulheres lutam pelo</p><p>reconhecimento e pela ampliação de seus direitos. Na foto, mulher</p><p>vota em eleições presidenciais na República Centro-Africana, 2016.</p><p>1. Em sua opinião, a relação entre o local e o global na questão dos direitos das mulheres auxilia na</p><p>conquista dos direitos? Justifique.</p><p>PArA elAbOrAr</p><p>Monshipouri, Mahmood. Contexto Internacional, Rio de Janeiro, v. 26, n. 1, jan./jun. 2004. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0102-85292004000100005>.</p><p>Acesso em: 29 fev. 2016.</p><p>Empoderamento: palavra derivada do termo inglês empowerment,</p><p>que significa o movimento de conferir poder ou autoridade a alguém.</p><p>Refere-se também à tomada de consciência de um indivíduo sobre</p><p>uma situação a ser superada.</p><p>Is</p><p>so</p><p>uf</p><p>S</p><p>an</p><p>og</p><p>o/</p><p>A</p><p>FP</p><p>81</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U2_C05_076a083.indd 81 01/06/16 19:39</p><p>Atividades Não escreva no livro.</p><p>Comércio intra e inter-regional,</p><p>em bilhões de dólares (2014)</p><p>Fonte de pesquisa: International trade statistics 2015. Genebra: OMC, 2015.</p><p>p. 24. Disponível em: <https://www.wto.org/english/res_e/statis_e/its2015_e/</p><p>its2015_e.pdf>. Acesso em: 29 fev. 2016.</p><p>Você acredita que a globalização é boa ou ruim</p><p>para o seu país?</p><p>Fonte de pesquisa: WorldPublicOpinion.org. Disponível em: http://www.</p><p>worldpublicopinion.org/pipa/pdf/apr07/CCGA+_GlobTrade_ article.pdf/</p><p>pipa/pdf/apr07/CCGA+_GlobTrade_article.pdf>. Acesso em: 29 fev. 2016.</p><p>Revendo conceitos</p><p>1. Defina globalização, de acordo com as informações</p><p>do capítulo.</p><p>2. Mencione três fatores que contribuíram para o</p><p>avanço da globalização.</p><p>3. Indique os motivos que levaram à criação de órgãos</p><p>de regulação econômica internacional, como o Ban-</p><p>co Mundial, o FMI e a OMC. Explique a função de</p><p>cada um deles.</p><p>4. O que são empresas multinacionais?</p><p>5. Cite dois tipos de organização entre empresas no</p><p>sistema capitalista e explique suas características.</p><p>6. O que significa a “ocidentalização do mundo”? Dê</p><p>exemplos.</p><p>7. Por que as tecnologias de informação contribuíram</p><p>decisivamente para a globalização das atividades</p><p>financeiras?</p><p>8. Faça um comentário sobre crescimento econômico</p><p>e crises financeiras.</p><p>Lendo gráficos</p><p>9. O gráfico a seguir apresenta o comércio de merca-</p><p>dorias em 2014. Observe-o com atenção e respon-</p><p>da às questões.</p><p>Europa</p><p>(6 792)</p><p>CEI (512)</p><p>Ásia</p><p>(5 485)</p><p>Oriente Médio (780)</p><p>Oriente Médio</p><p>(1 288) África (639)</p><p>América do Norte</p><p>(3 195)</p><p>América Central</p><p>e do Sul (744)</p><p>Europa</p><p>(6 810)</p><p>CEI (735)</p><p>Exportadores Importadores</p><p>Ásia</p><p>(5 917)</p><p>África (555)</p><p>América do Norte</p><p>(2 493)</p><p>América Central</p><p>e do Sul (695)</p><p>0 20 40 60 80 100%</p><p>China</p><p>Coreia do Sul</p><p>Israel</p><p>Tailândia</p><p>Estados Unidos</p><p>Palestina</p><p>Argentina</p><p>França</p><p>Filipinas</p><p>México</p><p>Rússia</p><p>boa ruim</p><p>87</p><p>86</p><p>82</p><p>75</p><p>60</p><p>58</p><p>55</p><p>51</p><p>49</p><p>41</p><p>41</p><p>6</p><p>12</p><p>10</p><p>8</p><p>35</p><p>28</p><p>22</p><p>42</p><p>32</p><p>22</p><p>24</p><p>a) Em quais regiões é mais intenso o fluxo intra-re-</p><p>gional?</p><p>b) Quais são os maiores exportadores? E os maiores</p><p>importadores?</p><p>c) Relacione os dados apresentados com o processo</p><p>de globalização.</p><p>10. Analise o gráfico, resultante de uma pesquisa feita</p><p>em vários países, e responda às questões abaixo.</p><p>a) Como pode ser explicada a posição da China nes-</p><p>sa pesquisa?</p><p>b) Em sua opinião, em que posição ficaria o Brasil?</p><p>Interpretando textos e imagens</p><p>11. Leia o texto a seguir e faça o que se pede.</p><p>“[...] [Dois grandes bancos brasileiros anunciaram</p><p>um acordo de unificação] de modo a formar o maior</p><p>conglomerado financeiro privado do hemisfério Sul,</p><p>cujo valor de mercado fará com que ele fique situado</p><p>entre os 20 maiores do mundo. Trata-se de uma</p><p>instituição financeira com a capacidade de compe-</p><p>tir no cenário internacional com os grandes bancos</p><p>mundiais”, informaram as duas empresas em comuni-</p><p>cado ao mercado.[...]”</p><p>Folha de S.Paulo, São Paulo, 3 nov. 2008. Disponível em:</p><p><http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u463386.shtml>.</p><p>Acesso em: 29 fev. 2016.</p><p>A notícia acima teve grande impacto sobre empre-</p><p>sas e consumidores brasileiros em 2008, e o fato</p><p>descrito nos faz compreender melhor os rumos</p><p>do sistema econômico capitalista. Sobre o assun-</p><p>to, responda: Que tendência do capitalismo pode-</p><p>-se depreender da notícia? Analise as prováveis</p><p>consequên cias dessa tendência para a economia e</p><p>para o mundo do trabalho.</p><p>S</p><p>et</p><p>up</p><p>B</p><p>ur</p><p>ea</p><p>u/</p><p>ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>A</p><p>di</p><p>ls</p><p>on</p><p>S</p><p>ec</p><p>co</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>82</p><p>Para incluir esta página</p><p>no sumário, clicar + shift +</p><p>command na caixa com texto</p><p>transparente abaixo</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U2_C05_076a083.indd 82 03/06/16 17:22</p><p>12. Leia a notícia e faça o que se pede.</p><p>A telepresença dá a sensação, para pessoas que podem estar a milhares de quilômetros de dis-</p><p>tância, de que estão frente a frente, na mesma sala. É um sistema que combina tecnologia da</p><p>informação e cenografia: uma conexão de internet de alta capacidade liga duas salas que têm</p><p>iluminação, paredes, carpetes e móveis iguais. As pessoas veem seus interlocutores em telas</p><p>grandes de alta definição, em tamanho real. O sistema de som [...] faz com que o som venha da</p><p>direção correta, reforçando a impressão de que todo mundo está no mesmo lugar. [...]</p><p>Cruz, Renato. Uma nova tecnologia para reunião à distância. O Estado de S. Paulo, São Paulo, p. B12, 8 fev. 2009. Disponí-</p><p>vel em: <http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,uma-nova-tecnologia-para-reuniao-a-distancia,320075>. Acesso em:</p><p>19 maio de 2016.</p><p>Relacione o texto e a foto a seguir, apontando as vantagens da redução de custos que o sis-</p><p>tema de teleconferência ou de telepresença oferece às empresas globalizadas.</p><p>Reunião do Conselho</p><p>de Segurança da ONU</p><p>feita por meio de</p><p>teleconferência.</p><p>Nova York, Estados</p><p>Unidos. Foto de 2016.</p><p>Charge de Ebert, de</p><p>2012. Na charge lê-se,</p><p>em inglês: “Eu quero</p><p>uma partida justa,</p><p>OK?”/Globalização/</p><p>Localismo. BIZ é a</p><p>abreviação de</p><p>business (negócios).</p><p>13. Analise a charge abaixo e escreva um texto sobre o tema nela abordado.</p><p>E</p><p>be</p><p>rt</p><p>/A</p><p>ce</p><p>rv</p><p>o</p><p>do</p><p>a</p><p>rt</p><p>is</p><p>ta</p><p>A</p><p>lb</p><p>in</p><p>L</p><p>oh</p><p>r-J</p><p>on</p><p>es</p><p>/P</p><p>ac</p><p>ifi</p><p>c</p><p>Pr</p><p>es</p><p>s/</p><p>A</p><p>la</p><p>m</p><p>y/</p><p>La</p><p>tin</p><p>st</p><p>oc</p><p>k</p><p>83</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U2_C05_076a083.indd 83 6/6/16 5:51 PM</p><p>capítulo</p><p>Não escreva no livro.</p><p>6</p><p>A globalização pode ser considerada a partir de pelo menos dois pontos de vista: como</p><p>um fenômeno recente de aceleração da economia capitalista, que encontrou um ambiente</p><p>favorável após a desintegração do bloco socialista, na década de 1990, e foi propiciado pelo</p><p>avanço dos transportes e das tecnologias de informação; ou como uma nova roupagem do</p><p>velho imperialismo, que sofreu avanços e retrocessos nos últimos séculos — enfoque que</p><p>será examinado mais detidamente neste capítulo.</p><p>O primeiro avanço do sistema capitalista rumo à globalização ocorreu no período das</p><p>Grandes Navegações. Vastos territórios da América, da África e da Ásia passaram a inte-</p><p>grar as relações econômicas empreendidas pelas potências europeias. Com o advento da</p><p>Revolução Industrial, a partir do século XVIII, o desenvolvimento dos transportes marítimo</p><p>e ferroviário permitiu</p><p>que revidou de for-</p><p>ma arrasadora. A intervenção americano-soviética im-</p><p>pôs o cessar-fogo, concluído em 22 de outubro.</p><p>A partir do texto acima, assinale a opção correta.</p><p>a) A primeira guerra árabe-israelense foi determi-</p><p>nada pela ação bélica de tradicionais potências</p><p>europeias no Oriente Médio.</p><p>b) Na segunda metade dos anos 1960, quando ex-</p><p>plodiu a terceira guerra árabe-israelense, Israel</p><p>obteve rápida vitória.</p><p>U</p><p>er</p><p>j/2</p><p>00</p><p>7.</p><p>F</p><p>ac</p><p>-s</p><p>ím</p><p>ile</p><p>: I</p><p>D</p><p>/B</p><p>R</p><p>c) A guerra do Yom Kippur ocorreu no momento em</p><p>que, a partir de decisão da ONU, foi oficialmente</p><p>instalado o Estado de Israel.</p><p>d) A ação dos governos de Washington e de Moscou</p><p>foi decisiva para o cessar-fogo que pôs fim ao</p><p>primeiro conflito árabe-israelense.</p><p>e) Apesar das sucessivas vitórias militares, Israel man-</p><p>tém suas dimensões territoriais tal como estabeleci-</p><p>do pela Resolução de 1947 aprovada pela ONU.</p><p>8. (Enem)</p><p>Os chineses não atrelam nenhuma condição para efetuar</p><p>investimentos nos países africanos. Outro ponto interes-</p><p>sante é a venda e compra de grandes somas de áreas, poste-</p><p>riormente cercadas. Por se tratar de países instáveis e com</p><p>governos ainda não consolidados, teme-se que algumas</p><p>nações da África tornem-se literalmente protetorados.</p><p>Brancoli, F. China e os novos investimentos na África: neocolonialismo</p><p>ou mudanças na arquitetura global? Disponível em: <http://</p><p>opiniaoenoticia.com.br>. Acesso em: 29 abr. 2010 (adaptado).</p><p>A presença econômica da China em vastas áreas</p><p>do globo é uma realidade do século XXI. A partir do</p><p>texto, como é possível caracterizar a relação econô-</p><p>mica da China com o continente africano?</p><p>176</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U3_C12_174a181.indd 176 03/06/16 20:28</p><p>Atenção: todas as questões foram reproduzidas das provas originais</p><p>de que fazem parte. Responda a todas as questões no caderno.</p><p>a) Pela presença de órgãos econômicos internacio-</p><p>nais como o Fundo Monetário Internacional (FMI)</p><p>e o Banco Mundial, que restringem os investimen-</p><p>tos chineses, uma vez que estes não se preocu-</p><p>pam com a preservação do meio ambiente.</p><p>b) Pela ação de ONGs (Organizações Não Governa-</p><p>mentais) que limitam os investimentos estatais chi-</p><p>neses, uma vez que estes se mostram desinteressa-</p><p>dos em relação aos problemas sociais africanos.</p><p>c) Pela aliança com os capitais e investimentos</p><p>diretos realizados pelos países ocidentais, pro-</p><p>movendo o crescimento econômico de algumas</p><p>regiões desse continente.</p><p>d) Pela presença cada vez maior de investimentos dire-</p><p>tos, o que pode representar uma ameaça à sobera-</p><p>nia dos países africanos ou manipulação das ações</p><p>destes governos em favor dos grandes projetos.</p><p>e) Pela presença de um número cada vez maior de</p><p>diplomatas, o que pode levar à formação de um</p><p>Mercado Comum Sino-Africano, ameaçando os</p><p>interesses ocidentais.</p><p>9. (Uerj) A ideia do “choque de civilizações” difundida</p><p>na década passada pelo cientista político Samuel</p><p>Huntington, ainda que polêmica, tem o mérito de</p><p>incentivar a reflexão acerca de uma ordem de poder</p><p>mundial que não mais expressa apenas as diferen-</p><p>ças econômicas entre os países.</p><p>Um aspecto dessa ordem mundial pode ser observa-</p><p>do na representação abaixo.</p><p>10. (Enem) Na América do Sul, as Forças Armadas Revo-</p><p>lucionárias da Colômbia (Farc) lutam, há décadas,</p><p>para impor um regime de inspiração marxista no</p><p>país. Hoje, são acusadas de envolvimento com o nar-</p><p>cotráfico, o qual supostamente financia suas ações,</p><p>que incluem ataques diversos, assassinatos e se-</p><p>questros. Na Ásia, a Al Qaeda, criada por Osama bin</p><p>Laden, defende o fundamentalismo islâmico e vê</p><p>nos Estados Unidos da América (EUA) e em Israel</p><p>inimigos poderosos, os quais deve combater sem</p><p>trégua. A mais conhecida de suas ações terroristas</p><p>ocorreu em 2001, quando foram atingidos o Pentá-</p><p>gono e as torres do World Trade Center.</p><p>A partir das informações acima, conclui-se que:</p><p>a) as ações guerrilheiras e terroristas no mundo</p><p>contemporâneo usam métodos idênticos para</p><p>alcançar os mesmos propósitos.</p><p>b) o apoio internacional recebido pelas Farc decor-</p><p>re do desconhecimento, pela maioria das nações,</p><p>das práticas violentas dessa organização.</p><p>c) os EUA, mesmo sendo a maior potência do planeta,</p><p>foram surpreendidos com ataques terroristas que</p><p>atingiram alvos de grande importância simbólica.</p><p>d) as organizações mencionadas identificam-se quan-</p><p>to aos princípios religiosos que defendem.</p><p>e) tanto as Farc quanto a Al Qaeda restringem sua</p><p>atuação à área geográfica em que se localizam,</p><p>respectivamente, América do Sul e Ásia.</p><p>11. (Fuvest-SP) O mundo tem vivido inúmeros conflitos</p><p>regionais de repercussão global que, por um lado,</p><p>envolvem intervenções de tropas de diferentes paí-</p><p>ses e, por outro lado, resultam em discussões na</p><p>Organização das Nações Unidas.</p><p>Considere as seguintes afirmações:</p><p>I. Povos primitivos precisam ser tutelados pela di-</p><p>plomacia internacional ou reprimidos por forças</p><p>de nações desenvolvidas, para que conflitos locais</p><p>ou regionais não perturbem o equilíbrio mundial.</p><p>II. Razões estratégicas, de localização geográfi-</p><p>ca, de orientação política ou de concentração</p><p>de recursos naturais, fazem com que certas re-</p><p>giões ou países sejam alvo de interesses, preo-</p><p>cupações e intervenções internacionais.</p><p>III. Diferenças étnicas, culturais, políticas ou reli-</p><p>giosas, com raízes históricas, têm resultado em</p><p>preconceito, desrespeito e segregação, gerando</p><p>tensões que repercutem em conflitos existentes</p><p>entre diferentes nações.</p><p>O envolvimento global em conflitos regionais é,</p><p>corretamente, explicado em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) II, apenas.</p><p>c) I e III, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>O mundo árabe e o mundo muçulmano</p><p>Adaptado de alMeida, Lúcia Marina Alves; rigolin, Tércio Barbosa.</p><p>Fronteiras da globalização. São Paulo: Ática, 2004.</p><p>FRANÇA</p><p>BÉLGICA</p><p>REINO</p><p>UNIDO</p><p>ALEMANHA</p><p>BULGÁRIA</p><p>ALBÂNIA</p><p>MACEDÔNIA</p><p>BÓSNIA-</p><p>-HERZEGÓVINA</p><p>PAÍSES</p><p>BAIXOS</p><p>MONGÓLIA</p><p>CHINA</p><p>BANGLADESH</p><p>ÍNDIA</p><p>SRI LANKA</p><p>BRUNEI</p><p>M A L Á S I A</p><p>CINGAPURA</p><p>TIMOR-LESTE</p><p>MALDIVAS</p><p>SEYCHELLES</p><p>PAQUISTÃO</p><p>AFEGANISTÃO</p><p>TURCOMENISTÃO</p><p>CAZAQUISTÃO</p><p>TAJIQUISTÃO</p><p>QUIRGUÍZIA</p><p>UZBEQUISTÃO</p><p>AZERBAIJÃO</p><p>KOSSOVO</p><p>IRÃ</p><p>ARÁBIA</p><p>SAUDITA</p><p>IRAQUE</p><p>TURQUIA</p><p>SÍRIA</p><p>LÍBANO</p><p>JORDÂNIA</p><p>OMÃ</p><p>IÊMEN</p><p>EMIRADOS</p><p>ÁRABES UNIDOS</p><p>CATAR</p><p>BAHREIN</p><p>KUWAIT</p><p>EGITO</p><p>SUDÃO</p><p>SOMÁLIA</p><p>ETIÓPIA</p><p>DJIBUTI</p><p>QUÊNIA</p><p>TANZÂNIA</p><p>CHADE</p><p>NÍGER</p><p>NIGÉRIA</p><p>COMORES</p><p>MAURÍCIO</p><p>LÍBIAARGÉLIA</p><p>TUNÍSIA</p><p>MARROCOS</p><p>SAARA</p><p>OCIDENTAL</p><p>MAURITÂNIA</p><p>MALI</p><p>SENEGAL</p><p>GÂMBIA</p><p>GUINÉ</p><p>SERRA LEOACOSTA</p><p>DO</p><p>MARFIM</p><p>G</p><p>AN</p><p>A</p><p>BURKINA</p><p>FASSO</p><p>I N D O N É S I A</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>ÍNDICO</p><p>Mar de</p><p>Okhotsk</p><p>Golfo de</p><p>Bengala</p><p>Mar</p><p>Arábico</p><p>Mar</p><p>do</p><p>Japão</p><p>M</p><p>ar verm</p><p>elho</p><p>Mar M</p><p>editerrâneo</p><p>Países árabes</p><p>Países muçulmanos</p><p>Expressiva minoria muçulmana km</p><p>0 2 500</p><p>U</p><p>er</p><p>j/2</p><p>00</p><p>7.</p><p>F</p><p>ac</p><p>-s</p><p>ím</p><p>ile</p><p>: I</p><p>D</p><p>/B</p><p>R</p><p>A escolha do título do mapa se justifica por expres-</p><p>sar a diferença entre:</p><p>a) composição étnica e identidade cultural.</p><p>b) afinidade ideológica e fragmentação social.</p><p>c) estrutura institucional e complexidade social.</p><p>d) sistema de governo e configuração territorial.</p><p>177</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U3_C12_174a181.indd 177 02/06/16 15:59</p><p>Projeto</p><p>infográfico: povos apátridas, refugiados e</p><p>deslocados internos</p><p>O que você vai fazer</p><p>Neste projeto, você e os colegas vão elaborar um infográfico sobre a situação e</p><p>distribuição dos povos apátridas, dos refugiados e dos deslocados internos por</p><p>guerras e conflitos. Tais problemas atingem uma parte significativa da população</p><p>mundial e são motivados por conflitos internos e externos aos países onde</p><p>ocorrem. Entre suas causas, encontram-se questões étnicas, políticas, religiosas e</p><p>ambientais.</p><p>Vocês terão como objetivo pesquisar as causas e as consequências da apatridia e</p><p>dos deslocamentos forçados a fim de obter uma visão geral sobre esse tema por</p><p>meio do levantamento de dados e de um mapeamento.</p><p>A elaboração do projeto contará com as etapas descritas a seguir.</p><p>1. Levantamento de dados</p><p>Organizem-se em grupos. Cada grupo ficará responsável pela elaboração de um</p><p>infográfico que apresente uma breve descrição</p><p>um alcance ainda maior às potências econômicas da época.</p><p>A partir de meados do século XIX, o termo imperialismo passou a ser usado para identi-</p><p>ficar a expansão das grandes potências industriais em busca do controle político e do domí-</p><p>nio econômico sobre outros países. No século XX, a palavra foi empregada como expressão</p><p>da fase monopolista do capitalismo, na qual uma concentração sem precedentes do capital</p><p>industrial e financeiro criou grupos de grande controle sobre a economia mundial.</p><p>Diferentes dimensões</p><p>da globalização</p><p>Fonte de pesquisa: Le Monde Diplomatique. L’ Atlas histoire: histoire critique du XXe siècle. Paris: Le Monde Diplomatique, 2010. p. 10.</p><p>o que você</p><p>vai estuDar</p><p>O processo de</p><p>globalização e o</p><p>imperialismo.</p><p>A hegemonia dos</p><p>Estados Unidos.</p><p>Aspectos</p><p>controversos da</p><p>globalização.</p><p>Movimentos</p><p>antiglobalização.</p><p>Analise o mapa para responder às questões.</p><p>1. Quais áreas são representadas como regiões sob domínio do imperialismo europeu?</p><p>2. Descreva o processo de expansão da hegemonia estadunidense com base nas infor-</p><p>mações apresentadas.</p><p>3. Comente o destaque dado à costa leste dos Estados Unidos.</p><p>Mundo - Potências ocidentais e periferias dominadas</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>ÍNDICO</p><p>OCEANO GLACIAL ÁRTICO</p><p>CHINA</p><p>ÍNDIA</p><p>CANADÁ</p><p>Japão</p><p>Shangai</p><p>Cantão</p><p>Filipinas</p><p>Guam</p><p>Austrália</p><p>Nova</p><p>Zelândia</p><p>Fiji</p><p>Samoa Polinésia</p><p>Havaí</p><p>Alasca</p><p>New</p><p>Baranof</p><p>Oregon</p><p>Califórnia</p><p>Mazatlan</p><p>Texas</p><p>Flórida</p><p>Cuba</p><p>Porto Rico</p><p>Callao</p><p>Valparaiso</p><p>Falklands</p><p>África</p><p>do Oeste</p><p>Cidade</p><p>do Cabo</p><p>Sudão</p><p>Egito</p><p>Oriente</p><p>Médio</p><p>Turquia</p><p>Grã-Bretanha</p><p>Kamtchatka</p><p>Império europeu Império americano Um império nasce, outro desaparece</p><p>Centro ocidental europeu dominante</p><p>(séc. XVII-início do século XX)</p><p>Periferia europeia</p><p>Expansão e colonização britânica</p><p>(séculos XVII-XIX)</p><p>Periferias coloniais sob domínio dos</p><p>impérios europeus; soberanias limitadas</p><p>Extensão da potência europeia e centro histórico</p><p>do império americano (estadunidense) (século XVII-XVIII)</p><p>Expansão e anexações estadunidenses</p><p>Revolução Russa e nascimento da</p><p>União Soviética (início do século XX)</p><p>Império Otomano em decadência</p><p>(século XIX-início do século XX)Expedições e intervenções militares (século XIX)</p><p>0 3 480 6 960 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>A</p><p>llm</p><p>ap</p><p>s/</p><p>ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>84</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U2_C06_084a091.indd 84 6/3/16 12:17 PM</p><p>Não escreva no livro.</p><p>A ascensão dos EUA como potência hegemônica</p><p>Após a independência, em 1776, os Estados Unidos</p><p>empreenderam uma política expansionista, estenden-</p><p>do seu território do ocea no Atlântico em direção à costa</p><p>oeste, no oceano Pacífico, porção conquistada em mea-</p><p>dos do século XIX. No fim desse século e no início do sé-</p><p>culo XX, também compraram o Alasca da Rússia (1867)</p><p>e anexaram o arquipélago do Havaí (1900).</p><p>Os Estados Unidos exerciam grande influência sobre</p><p>a América Central e o Caribe, fazendo uso da chamada</p><p>Doutrina Monroe (1823), que pregava “a América pa-</p><p>ra os americanos”, e da política do big stick. Inspirados</p><p>nessa política, a partir do fim do século XIX, os Estados</p><p>Unidos empreenderam intervenções militares na região</p><p>do Caribe, expandindo o poder geopolítico do país.</p><p>O século dos Estados Unidos</p><p>No século XX, o rumo das relações internacionais fa-</p><p>voreceu muito os Estados Unidos. Inicialmente, o país</p><p>tinha poucas perspectivas de domínio fora de sua área</p><p>de influência mais imediata, ou seja, as porções centrais</p><p>e setentrionais da América. A eclosão da Primeira Guerra</p><p>Mundial (1914-1918) representou sua primeira oportu-</p><p>nidade de envolvimento em disputas no continente eu-</p><p>ropeu. O país ingressou no conflito em 1917 e teve pe-</p><p>so decisivo na vitória dos aliados britânicos e franceses.</p><p>Na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os Esta-</p><p>dos Unidos, inicialmente neutros, declararam guerra ao</p><p>Eixo (Alemanha, Itália e Japão) após o ataque da mari-</p><p>nha japonesa à base militar de Pearl Harbor, no Havaí.</p><p>A Segunda Guerra enfraqueceu a hegemonia mundial</p><p>das potências europeias, esgotadas após mais de seis</p><p>anos de luta. Aos poucos, as antigas colônias foram con-</p><p>quistando independência e abrindo caminho para a in-</p><p>fluência e para as empresas estadunidenses.</p><p>Durante a Guerra Fria, a União Soviética conteve as</p><p>pretensões estadunidenses no chamado Terceiro Mun-</p><p>do (conjunto de países considerados subdesenvolvidos).</p><p>Ainda assim, os Estados Unidos assumiram uma posição</p><p>imperialista sobre as relações internacionais, vista inter-</p><p>namente e por seus aliados como a ação de uma super-</p><p>potência benevolente.</p><p>Os críticos dos Estados Unidos enxergaram nessas</p><p>ações uma nova versão do antigo imperialismo euro-</p><p>peu. O capitalismo, sob essa perspectiva, conduziria à</p><p>concentração do capital e do poder. O que nem os críti-</p><p>cos nem os aliados contestaram é o fato de a supremacia</p><p>econômica dos Estados Unidos ter tido como suporte a</p><p>hegemonia militar.</p><p>A superpotência estadunidense envol veu-se em diver-</p><p>sas guerras após 1945, tanto para deter a expansão de re-</p><p>gimes socialistas quanto para impor seus interesses estra-</p><p>tégicos e econômicos. Entre as princi pais intervenções,</p><p>destacam-se a Guerra da Coreia (1950-1953); a Guerra</p><p>do Vietnã (1961-1975); a primeira Guerra do Golfo, con-</p><p>tra o Iraque (1991); a intervenção militar no Afeganistão</p><p>(2001); e a ocupação militar do Iraque (2003-2011).</p><p>O imperialismo estadunidense assumiu também uma</p><p>dimensão cultural, com a exportação de filmes, músi-</p><p>cas, livros, expressões de linguagem, roupas, calçados,</p><p>entre outros itens, para o mundo todo.</p><p>Big stick: política estadunidense lançada pelo presidente Theodore</p><p>Roosevelt, em 1904, que justificava a intervenção armada em países</p><p>da América quando fosse necessário “restabelecer a ordem” ou “manter</p><p>a democracia”. O nome (em português, “grande porrete”) refere-se a</p><p>uma frase atribuída ao presidente: “Fale macio e use um porrete”.</p><p>Globalização, cultura e identidade, de vários autores. Curitiba:</p><p>Ibpex, 2012.</p><p>O livro apresenta reflexões acerca dos conceitos de cultura e</p><p>identidade no contexto da globalização.</p><p>Leia</p><p>Leões e cordeiros. Direção de Robert Redford, EUA, 2007, 92 min.</p><p>O filme aborda a importância da imprensa no mundo globalizado e</p><p>as incoerências da estratégia político-militar dos Estados Unidos no</p><p>Afeganistão.</p><p>Assista</p><p>A influência cultural dos Estados Unidos no mundo é tão intensa, que</p><p>é possível falar da existência de uma verdadeira indústria cultural.</p><p>Na foto, pessoas se fantasiam, durante uma feira de quadrinhos em</p><p>Hong Kong, em 2015, de personagens criadas na cultura estadunidense.</p><p>S</p><p>tr</p><p>in</p><p>ge</p><p>r/</p><p>Im</p><p>ag</p><p>in</p><p>ec</p><p>hi</p><p>na</p><p>/A</p><p>FP</p><p>85</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U2_C06_084a091.indd 85 6/3/16 12:18 PM</p><p>C</p><p>ap</p><p>ít</p><p>ul</p><p>o</p><p>6</p><p>–</p><p>D</p><p>ife</p><p>re</p><p>nt</p><p>es</p><p>d</p><p>im</p><p>en</p><p>sõ</p><p>es</p><p>d</p><p>a</p><p>gl</p><p>ob</p><p>al</p><p>iz</p><p>aç</p><p>ão</p><p>Não escreva no livro.</p><p>O predomínio global do</p><p>capitalismo</p><p>Com o fracasso da economia socialista e o fim da União</p><p>Soviética, não restaram grandes alternativas à maioria dos</p><p>países, a não ser realizar reformas econômicas liberali-</p><p>zantes. As principais medidas adotadas pelos paí ses nesse</p><p>sentido foram:</p><p>• o ingresso na Organização Mundial do Comércio</p><p>(OMC) e a adoção de suas regras;</p><p>• a permissão de entrada de empresas e capitais estran-</p><p>geiros, sob o risco de boicote dos produtos nacionais</p><p>no mercado externo;</p><p>• a redução do protecionismo comercial, facilitando a en-</p><p>trada de produtos importados;</p><p>• a adoção de medidas sugeridas por organismos in-</p><p>ternacionais, como o Banco Mundial e o Fundo Mo-</p><p>netário Internacional (FMI), como contrapartida de</p><p>empréstimos que poderiam contribuir para o desen-</p><p>volvimento interno.</p><p>A liderança sobre os organismos financeiros interna-</p><p>cionais é desempenhada pelo Grupo dos Sete, conheci-</p><p>do como G-7. O grupo reúne os países mais industria-</p><p>lizados do mundo: Estados Unidos, Japão, Alemanha,</p><p>Reino Unido, França, Itália e Canadá.</p><p>O Fórum Econômico Mundial</p><p>de Davos</p><p>Anualmente, políticos dos países ricos e principais</p><p>líderes empresariais debatem sobre os rumos da eco-</p><p>nomia internacional no Fórum Econômico Mundial de</p><p>e dados sobre o tema escolhido.</p><p>Consultem sites, jornais, documentários, livros, artigos científicos e relatórios de</p><p>organizações internacionais. Publicações e sites de órgãos internacionais, como a</p><p>ONU, são os mais indicados.</p><p>2. escolha do tema</p><p>As causas que levam ao deslocamento forçado de pessoas de suas áreas de origem</p><p>são diversas. Para eleger o tema de trabalho, seu grupo deve optar por um dos</p><p>fenômenos apresentados a seguir e definir um recorte espacial: um continente,</p><p>uma região ou um país.</p><p>• Apatridia – condição do indivíduo que se vê sem proteção de um Estado nacional</p><p>por ter nascido sem nacionalidade, por ter sua nacionalidade retirada pelo</p><p>Estado, por não ter sua condição cidadã reconhecida quando há conflitos</p><p>entre Estados ou quando um Estado se torna independente.</p><p>• Refúgio – circunstância daquele que se desloca para outro país, ao qual solicita</p><p>proteção ao fugir de guerras ou por temer perseguições que têm a etnia,</p><p>a religião, a nacionalidade ou motivos políticos como fator de discriminação.</p><p>• Deslocamento interno – situação das pessoas que exigem auxílio e proteção ao</p><p>fugir de conflitos ou desastres naturais dentro das fronteiras de seu país.</p><p>Atlas dos conflitos mundiais, de Dan Smith. São Paulo:</p><p>Companhia Editora Nacional, 2007.</p><p>Tendências globais 2009: refugiados, solicitantes de refúgio,</p><p>repatriados, pessoas deslocadas, do Alto Comissariado das</p><p>Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Disponível em: <http://</p><p>linkte.me/tgacnur>. Acesso em: 23 fev. 2016.</p><p>Doze milhões de apátridas vivem em limbo geral, do Acnur.</p><p>Disponível em: <http://linkte.me/infacnur>. Acesso em:</p><p>23 fev. 2016.</p><p>Leia</p><p>Alto Comissariado das Nações Unidas</p><p>para Refugiados (Acnur)</p><p>O site traz documentos, relatórios e</p><p>estudos estatísticos relativos, com</p><p>dados e informações sobre refugiados</p><p>e apátridas no Brasil e no mundo.</p><p>Disponível em: <http://linkte.me/</p><p>acnurpt>. Acesso em: 23 fev. 2016.</p><p>Navegue</p><p>66</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C04_064a067.indd 66 02/06/16 10:14</p><p>3. elaboração do infográfico</p><p>Com os dados coletados, elaborem um mapa da região escolhida em um cartaz. Destaquem e</p><p>identifiquem os locais de origem do fenômeno pesquisado e criem uma legenda.</p><p>Elaborem pequenos textos descritivos sobre o tema estudado, posicionando-os corretamente</p><p>no cartograma. Linhas e setas podem ser úteis para evidenciar a correspondência entre textos</p><p>e a localização dos fenômenos. Os textos devem apresentar comentários acerca das causas e</p><p>consequências do caso abordado, além de apresentar datas e dados estatísticos que auxiliem a</p><p>compreender o tema.</p><p>Na parte superior do infográfico, adicionem um pequeno texto de apresentação que destaque a</p><p>relevância do fenômeno estudado no mundo atual. Na parte inferior, incluam gráficos, tabelas ou</p><p>mapas complementares. Fotos e ilustrações também são úteis para incrementar visualmente o</p><p>infográfico e podem ser aproveitadas na exploração de exemplos.</p><p>Não se esqueçam de inserir:</p><p>• um título para o infográfico;</p><p>• as fontes dos dados apresentados;</p><p>• as datas correspondentes aos dados e imagens;</p><p>• a rosa dos ventos;</p><p>• se possível, a escala do mapa.</p><p>4. exposição dos infográficos e análise dos resultados</p><p>Após a confecção dos infográficos, montem uma exposição agrupando os cartazes de acordo com a</p><p>região do mundo representada.</p><p>Examinem atentamente os dados apresentados nos infográficos. Utilizem seus conhecimentos para</p><p>refletir sobre as causas e consequências dos fenômenos abordados por cada grupo. Redijam um</p><p>texto analítico sobre os deslocamentos forçados no mundo, com base nas informações e nos dados</p><p>exibidos nos cartazes. Destaquem a distribuição espacial desses fenômenos, os principais casos e as</p><p>reflexões do grupo sobre o assunto.</p><p>Imigrações recentes para o Brasil</p><p>Os fluxos imigratórios atuais são menores, porém muito</p><p>mais diversos que os do século passado.</p><p>17 818</p><p>2 103</p><p>6 333</p><p>294</p><p>3 043</p><p>1 163</p><p>692</p><p>1 050</p><p>16 273</p><p>71 484</p><p>35 049</p><p>9 999</p><p>2 892</p><p>8 131</p><p>3 694</p><p>16 336</p><p>2 299</p><p>325</p><p>11 086</p><p>61 012</p><p>104 721</p><p>216 771</p><p>América do Norte</p><p>América Central</p><p>e Caribe</p><p>África Subsaariana</p><p>África Setentrional</p><p>Oriente Médio</p><p>Ásia Central, Ásia Meridional</p><p>e Sudeste Asiático</p><p>Oceania</p><p>Europa Oriental e Rússia</p><p>Leste Asiático</p><p>América do Sul</p><p>Europa Ocidental</p><p>27 817</p><p>4 995</p><p>14 464</p><p>3 988</p><p>19 379</p><p>3 462</p><p>1 017</p><p>12 136</p><p>77 285</p><p>176 205</p><p>251 820</p><p>Imigrantes internacionais no Brasil em 2010</p><p>Pessoas por região de origem</p><p>Refugiados</p><p>Refugiados internacionais são pessoas forçadas a deixar seu</p><p>país devido a situações que ameaçam vidas e direitos humanos,</p><p>como perseguições, guerras e catástrofes naturais.</p><p>Os fluxos de refugiados podem ser imprevisíveis, como</p><p>aqueles motivados pela ocorrência de terremotos e de furações</p><p>no Haiti, respectivamente em 2010 e 2012. A Polícia Federal</p><p>estima que cerca de 39 mil haitianos vieram para o Brasil de</p><p>2010 a 2014.</p><p>No Brasil, a legislação não menciona catástrofes ambientais na</p><p>definição de refugiados. Para legalizar a entrada dos chamados</p><p>“refugiados ambientais” no país, o governo brasileiro concede</p><p>vistos de caráter humanitário.</p><p>Concessões anuais de refúgio e de vistos humanitários</p><p>No Brasil, cerca de 4 mil pessoas foram reconhecidas como</p><p>refugiadas e 9 mil vistos de residência por razões humanitárias</p><p>foram concedidos entre 2011 e 2014.</p><p>Fontes de pesquisa: IBGE - Censo Demográfico. Disponível em: <www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?c=3192&z=cd&o=14>; Ministério da Justiça - CONARE. Disponível em: <pt.slideshare.net/justicagovbr/</p><p>refgio-no-brasil-51820929>; Ministério do Trabalho - CNIg. Disponível em: <portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A4F4D22E3014F88DBD8E23E59/Relat%C3%B3rio%20CGIg%20%20-%202014%20-%20</p><p>Final%20Completo.pdf>; ONU - Migrações internacionais. Disponível em: <esa.un.org/unmigration/TIMSO2013/data/subsheets/UN_MigrantStockByOriginAndDestination_2013T10.xls>. Acessos em: 23 set. 2015.</p><p>Mudanças em curso</p><p>Imigrantes por país de origem, em milhares, no Brasil (entre 1990 e 2010)</p><p>16</p><p>1990 2000 2010 1990 2000 2010 1990 2000 2010 1990 2000 2010 1990 2000 2010 1990 2000 2010</p><p>Bolívia Estados Unidos Paraguai Itália Espanha Portugal</p><p>+143% +99% +84% –47% –48% –50%</p><p>20</p><p>39</p><p>12 14</p><p>24 21</p><p>29</p><p>39</p><p>70</p><p>55</p><p>37</p><p>59</p><p>44</p><p>31</p><p>275</p><p>214</p><p>138</p><p>Variação percentual de 1990 a 2010</p><p>Cerca de</p><p>592 mil</p><p>imigrantes internacionais</p><p>viviam no Brasil em 2010,</p><p>segundo o IBGE.</p><p>Reconhecimento de solicitação por refúgio</p><p>Vistos humanitários</p><p>Tempo no Brasil</p><p>Menos de 10 anos</p><p>–</p><p>10 anos ou mais</p><p>Total</p><p>Os novos imigrantes — 2010</p><p>As 10 maiores populações imigrantes com</p><p>menos de 10 anos de residência no Brasil</p><p>Bolívia</p><p>Paraguai</p><p>Estados Unidos</p><p>Argentina</p><p>Portugal</p><p>Japão</p><p>Uruguai</p><p>Peru</p><p>China</p><p>Itália</p><p>Espanha</p><p>20 373</p><p>18 061</p><p>15 189</p><p>10 042</p><p>9 043</p><p>7 869</p><p>6 461</p><p>6 133</p><p>5 924</p><p>5 772</p><p>4 970</p><p>Estimativas que consideram</p><p>imigrações não declaradas indicam</p><p>que os fluxos recentes devem ser</p><p>muito maiores. Calcula-se, por</p><p>exemplo, que mais de 200 mil</p><p>bolivianos vivem em São Paulo. Os imigrantes portugueses</p><p>ainda são tantos que</p><p>parecem uma categoria à</p><p>parte. Sua redução, de</p><p>137 mil pessoas, equivale a</p><p>2</p><p>3</p><p>de toda redução da</p><p>populacão imigrante.</p><p>A maior parte da redução da população</p><p>de imigrantes entre 1990 e 2010 ocorreu</p><p>em nacionalidades que dominavam os</p><p>fluxos para o país há 100 anos, como a</p><p>italiana, a espanhola e a portuguesa.</p><p>Note como o ângulo destas</p><p>linhas aumentou depois de</p><p>2000 — isso indica que o</p><p>ritmo dessa imigração</p><p>aumentou desde então.</p><p>De 1990 a 2010, a população</p><p>imigrante no Brasil reduziu em</p><p>206 mil pessoas. No entanto,</p><p>algumas populações de</p><p>imigrantes aumentaram,</p><p>como as de bolivianos,</p><p>estadunidenses e paraguaios.</p><p>As maiores populações em 2014</p><p>eram da Síria (2 077 refugiados),</p><p>Angola (1 408) e Colômbia (1 093),</p><p>todos expulsos por graves conflitos.</p><p>Oito em cada nove</p><p>vistos humanitários</p><p>foram concedidos</p><p>para haitianos.</p><p>252 711</p><p>704</p><p>791</p><p>2 308 2 157</p><p>3 865</p><p>2011</p><p>2012 4 707</p><p>2013</p><p>2014</p><p>30 31</p><p>M</p><p>ár</p><p>io</p><p>K</p><p>an</p><p>no</p><p>/I</p><p>D</p><p>/B</p><p>R</p><p>Observe, neste exemplo, a variedade</p><p>e a disposição de elementos no infográfico. Sobre o mapa, estão dispostos</p><p>gráficos de diferentes tipos e textos que auxiliam a compreensão do tema pelo leitor.</p><p>67</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C04_064a067.indd 67 02/06/16 10:14</p><p>78</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Presença da África</p><p>Mulheres muçulmanas oram em Salé, Marrocos. Foto de 2015.</p><p>O islã na África</p><p>“Deus é grande!” Em árabe, Allah hu</p><p>akbar! É o que os muezins entoam nas</p><p>mesquitas, do alto dos minaretes – tor-</p><p>res construídas mostrando a direção da</p><p>cidade sagrada de Meca, para onde os</p><p>muçulmanos devem voltar-se durante a oração. Cinco ve-</p><p>zes ao dia, os fiéis são convocados para esse modo de orar.</p><p>A presença da religião islâmica na África é marcante,</p><p>especialmente nas regiões norte e central do continente.</p><p>O termo Islã significa “submissão a Deus”. Segundo</p><p>os muçulmanos, no século VII d.C., Maomé, um comer-</p><p>ciante que vivia na cidade de Meca, na península Arábi-</p><p>ca, recebeu a revelação da Palavra Divina. Para os mu-</p><p>çulmanos, como são chamados aqueles que creem nessa</p><p>revelação, Maomé passou a ser conhecido como o Men-</p><p>sageiro de Deus ou o Profeta de Alá. O conjunto das re-</p><p>velações ditadas pelo próprio profeta a seus seguidores,</p><p>que as registraram por escrito, constitui o livro sagrado</p><p>dos muçulmanos, o Corão ou Alcorão.</p><p>Os povos árabes, empolgados pela nova religião de</p><p>que eram portadores, não tardaram a empreender um</p><p>vasto movimento militar de conquistas territoriais e</p><p>conversões de populações inteiras ao Islã. A África Se-</p><p>tentrional foi uma das primeiras regiões quase inteira-</p><p>mente conquistadas e convertidas – do Egito, no leste,</p><p>ao Marrocos, no oeste do continente.</p><p>Em alguns países dessa região, não só o islamismo</p><p>tornou-se a religião majoritária, como seus povos se</p><p>arabizaram, ou seja, adotaram a língua árabe e vários</p><p>hábitos culturais dos conquistadores. No Egito, a cidade</p><p>do Cairo tornou-se um dos mais importantes centros de</p><p>reflexão religiosa do mundo muçulmano, condição que</p><p>mantém até hoje.</p><p>A expansão do Islã nas áreas da África Negra pou-</p><p>co dependeu da força das armas. Na verdade, o fenô-</p><p>meno teve como fio condutor a ação dos mercadores</p><p>muçulmanos e de missionários. A irradiação do islamis-</p><p>mo começou no norte da África ou se deu por meio de</p><p>mercadores árabes que cruzavam o mar Vermelho ou o</p><p>oceano Índico, instalando enclaves comerciais no litoral</p><p>oriental do continente.</p><p>Entre os séculos X e XVI, estabeleceu-se uma forte in-</p><p>fluência muçulmana entre as populações de áreas que cor-</p><p>respondem atualmente aos territórios do Sudão e Sudão</p><p>do Sul, Chade, Gana, Níger, Mali e Mauritânia. Na Tanzâ-</p><p>nia, os mercadores árabes fundaram o importante entre-</p><p>posto comercial de Zanzibar e foram os principais respon-</p><p>sáveis pelas conversões dos povos que habitam a Somália</p><p>e a Eritreia. No Mali, destaca-se a cidade de Tombuctu,</p><p>fundada por muçulmanos por volta do século XII, hoje</p><p>considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco.</p><p>Muezim:</p><p>muçulmano que</p><p>chama os fiéis</p><p>para a oração.</p><p>Fa</p><p>de</p><p>l S</p><p>en</p><p>na</p><p>/A</p><p>FP</p><p>78</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U2_C05_076a083.indd 78 01/06/16 19:39</p><p>Informe</p><p>Não escreva no livro.</p><p>A interdependência global</p><p>Hoje a globalização faz parte da estratégia de todas as so-</p><p>ciedades pela sobrevivência e pelo progresso. Enquanto ma-</p><p>nifestantes protestavam durante as reuniões de cúpula da</p><p>Organização Mundial do Comércio para tentar mudar as re-</p><p>gras do jogo, os pequenos produtores de açúcar e algodão</p><p>que diziam representar estavam preocupados em tocar seus</p><p>negócios, pois era o que tinham de fazer para sobreviver.</p><p>Nem mesmo os atentados terroristas de 11 de setembro de</p><p>2001 impediram a queda dos custos dos transportes, a li-</p><p>beralização do comércio e a explosão das tecnologias de co-</p><p>municação que impulsionam a globalização. A globalização</p><p>também gerou um mundo demograficamente misturado, o</p><p>que significa que o “inimigo” está ao mesmo tempo do lado</p><p>de fora e do lado de dentro. Os três impérios se misturam</p><p>cada vez mais profundamente com as populações de suas</p><p>periferias: os Estados Unidos com a América Latina, a Eu-</p><p>ropa com o mundo árabe e a China com o Sudeste Asiático.</p><p>A expressão “nós somos o mundo” nunca foi tão certa.</p><p>Os interesses econômicos que fomentam a interde-</p><p>pendência também poderiam evitar as tensões geopolí-</p><p>ticas que se prenunciam, transformando-as para sempre</p><p>em competição não violenta. Na verdade, a economia glo-</p><p>bal não poderá se acelerar nem ir muito longe com motor</p><p>único, e as economias das três superpotências encon-</p><p>tram-se tão profundamente interligadas que os custos do</p><p>conflito aumentaram consideravelmente. Esses impérios</p><p>comerciais abrigam corporações globais que controlam ca-</p><p>deias mundiais de abastecimento não raro sediadas em</p><p>domínios dos outros impérios, o que significa que a ma-</p><p>nutenção de sua prosperidade depende da força – e não</p><p>da fraqueza – dos outros. Quarenta por cento do comér-</p><p>cio da América se dá com a Ásia Oriental, e quase todo o</p><p>restante, com a Europa. A América [Estados Unidos] de-</p><p>pende dos produtos chineses baratos e do apetite da China</p><p>pelas Obrigações do Tesouro americano; a China depen-</p><p>de dos investimentos europeus e americanos, e atualmen-</p><p>te exporta mais para a Europa do que os Estados Unidos;</p><p>a Europa e a América reduzem custos e aumentam lucros</p><p>transferindo sua produção para a China. [...]</p><p>As ondas posteriores da globalização foram puramente</p><p>mercantilistas, com as potências europeias aprofundando</p><p>o controle de recursos estrangeiros – naturais e humanos –</p><p>a serviço do império. Toynbee escreveu em 1950 que “uma</p><p>civilização ocidental já agora onipresente tinha nas mãos</p><p>o destino de toda a Humanidade”. Ainda que o mundo se</p><p>tornasse plano – totalmente integrado, na linguagem de</p><p>Thomas Friedman –, não seriam apagados essa hierarquia</p><p>econômica e política e o sentimento de injustiça que dá ori-</p><p>gem aos conflitos, pois, em última análise, tanto a geopo-</p><p>lítica quanto a globalização são governadas pelas mesmas</p><p>forças: medo e cobiça. A interdependência de hoje é efetiva-</p><p>mente uma teia, mas são muitas as aranhas. [...]</p><p>Khanna, Parg. O segundo mundo: impérios e influência na nova ordem global. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2008. p. 25-26.</p><p>1. A globalização é um fenômeno que pode ser revertido no mundo atual? O que acontece com países cujas</p><p>economias estão pouco integradas à economia internacional?</p><p>2. Dada a intensa competição entre as potências do mundo globalizado, a possibilidade de conflitos</p><p>armados, e mesmo de uma guerra mundial, tornou-se mais ou menos provável? Com um grupo de</p><p>colegas, discuta as respostas que você deu, no caderno, a essas questões.</p><p>pArA dIscutIr</p><p>Marcha de abertura do Fórum</p><p>Social Mundial em Túnis, na</p><p>Tunísia. O Fórum, realizado</p><p>anualmente, tem ação mundial e</p><p>discute questões socioeconômicas,</p><p>étnicas e ambientais. Foto de 2013.</p><p>No cartaz, lê-se em francês a</p><p>mensagem: “globalizar a paz”.</p><p>G</p><p>od</p><p>on</p><p>g/</p><p>U</p><p>IG</p><p>/G</p><p>et</p><p>ty</p><p>Im</p><p>ag</p><p>es</p><p>80</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U2_C05_076a083.indd 80 6/3/16 12:05 PM</p><p>vestibular e enem</p><p>A seção apresenta questões</p><p>de vestibulares do país e de</p><p>vários Enem (Exame Nacional</p><p>do Ensino Médio) realizados</p><p>até hoje, de acordo com o que</p><p>foi estudado em cada unidade.</p><p>Atividades</p><p>Ao final dos capítulos, um</p><p>conjunto de atividades</p><p>possibilita a consolidação,</p><p>a retomada, a análise,</p><p>a síntese e a pesquisa</p><p>dos assuntos abordados.</p><p>Há três subseções nesse</p><p>conjunto: Revendo</p><p>conceitos, Lendo mapas,</p><p>gráficos e tabelas e</p><p>Interpretando textos</p><p>e imagens.</p><p>seções especiais</p><p>Atividades</p><p>informe e mundo Hoje</p><p>Seções destinadas ao desenvolvimento do</p><p>senso crítico a partir, respectivamente,</p><p>de textos científicos e textos jornalísticos,</p><p>geralmente no final dos capítulos.</p><p>Geografia e...</p><p>Relaciona a Geografia com outras</p><p>disciplinas do Ensino Médio, por meio</p><p>de textos, imagens e propostas de</p><p>atividades em comum.</p><p>Projeto</p><p>Propõe a resolução de uma</p><p>situação-problema, que</p><p>promove a iniciativa e o</p><p>compartilhamento de seus</p><p>estudos. São apresentados dois</p><p>projetos</p><p>por ano, estruturados</p><p>em páginas duplas.</p><p>Em análise</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Construir e interpretar anamorfoses</p><p>A cartografia pauta suas representações em padrões</p><p>geométricos, ou seja, as imagens retratadas em um ma-</p><p>pa são estruturadas em procedimentos matemáticos.</p><p>Todos os mapas apresentam distorções, que variam</p><p>de acordo com o objetivo para o qual ele foi feito. Um</p><p>bom exemplo de distorção são as projeções elaboradas</p><p>pelos cartógrafos Gerard Mercator (1512-1594) e Arno</p><p>Peters (1916-2002). Nas projeções de Mercator, as for-</p><p>mas foram privilegiadas, e a proporção das áreas foi dis-</p><p>torcida, enquanto, nas projeções de Peters, as propor-</p><p>ções entre os territórios foram resguardadas, ao passo</p><p>que as formas dos territórios foram distorcidas. O resul-</p><p>tado de qualquer projeção é uma transição do esférico</p><p>ao plano, buscando a coincidência entre as duas ima-</p><p>gens. A causa dessas distorções reside no fato de a Ter-</p><p>ra ser esférica e os mapas serem representações planas.</p><p>Podemos também alterar as formas de um mapa por</p><p>meio de um procedimento geométrico conhecido como</p><p>anamorfose. Há diversas aplicações das anamorfoses, por</p><p>exemplo, ao selecionar um fenômeno, como o tamanho</p><p>da população, e determinar a área a ser ocupada no mapa</p><p>por um país, não de acordo com a área, mas com o núme-</p><p>ro de habitantes. Assim, o Brasil, que possui pouco mais</p><p>de 200 milhões de habitantes, deve ocupar uma área seis</p><p>vezes menor que a da Índia, que possui mais de 1,2 bilhão</p><p>de habitantes.</p><p>Ao retratar a população mundial, por exemplo, Chi-</p><p>na e Índia ocupam áreas imensas na anamorfose, ao</p><p>passo que os países de pequena população ocupam pe-</p><p>quenas áreas. Veja as imagens abaixo. Na primeira, te-</p><p>mos a proporção real dos territórios e, na segunda, a</p><p>anamorfose.</p><p>Também é possível representar a população com figuras geométricas proporcionais, como na ima-</p><p>gem abaixo.</p><p>Fonte de pesquisa: Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.</p><p>p. 32.</p><p>Fonte de pesquisa: ONU. Disponível em: <http://esa.un.org/unpd/</p><p>wpp/Download/Standard/Population/>. Acesso em: 10 mar. 2016.</p><p>Fonte de</p><p>pesquisa:</p><p>ONU.</p><p>Disponível</p><p>em: <http://</p><p>esa.un.org/</p><p>unpd/wpp/</p><p>Download/</p><p>Standard/</p><p>Population/>.</p><p>Acesso em: 10</p><p>mar. 2016.</p><p>01_04_m_0015_SPG3_G18_LA</p><p>01_04_m_0016_SPG3_G18_LA</p><p>Mapa-múndi (2011)</p><p>Anamorfose geométrica da população mundial (2015)</p><p>Anamorfose da população mundial (2015)</p><p>CHINA</p><p>ÍNDIA</p><p>PAQUISTÃO</p><p>NIGÉRIA ETIÓPIA</p><p>EGITO</p><p>TURQUIA</p><p>IRÃ</p><p>RÚSSIA</p><p>ALEMANHA</p><p>FRANÇA</p><p>ITÁLIA</p><p>REINO</p><p>UNIDO</p><p>INDONÉSIA</p><p>BANGLADESH</p><p>FILIPINAS</p><p>JAPÃO</p><p>BRASIL</p><p>ARGENTINA</p><p>COLÔMBIA</p><p>MÉXICO</p><p>ESTADOS</p><p>UNIDOS</p><p>VIETNÃ</p><p>2 milhões de habitantes</p><p>Trópico de Capricórnio</p><p>Equador</p><p>Círculo Polar Ártico</p><p>Círculo Polar Antártico</p><p>OCEANO GLACIAL ÁRTICO</p><p>60ºS</p><p>30ºS</p><p>0º</p><p>30ºN</p><p>60ºN</p><p>60ºL 120ºL0º60ºO120ºO</p><p>Trópico de Câncer</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO</p><p>ATLÂNTICO</p><p>OCEANO</p><p>ÍNDICO</p><p>OCEANO</p><p>PACÍFICO</p><p>OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO</p><p>M</p><p>er</p><p>id</p><p>ia</p><p>n</p><p>o</p><p>d</p><p>e</p><p>G</p><p>re</p><p>en</p><p>w</p><p>ic</p><p>h</p><p>0 4 900 9 800 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>PROJEÇÃO DE ROBINSON</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>100 000 000</p><p>1000 000 000</p><p>1 376 048 943</p><p>Número de habitantes</p><p>A</p><p>llm</p><p>ap</p><p>s/</p><p>ID</p><p>B</p><p>R</p><p>Jo</p><p>ão</p><p>M</p><p>ig</p><p>ue</p><p>l A</p><p>. M</p><p>or</p><p>ei</p><p>ra</p><p>/ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>5858</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U1_C04_058a063.indd 58 04/06/16 12:12</p><p>Mundo Hoje</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Fonte de pesquisa: Geopolítica e ecologia dos mares fechados. Jornal Mundo Geografia e Política Internacional, ano 13, p. 12, set. 2005. Disponível em:</p><p><http://www.clubemundo.com.br/pages/pdf/2005/mundo0505.pdf>. Acesso em: 26 maio 2016.</p><p>1. Com base no texto, responda: Qual é a importância dos mares fechados para os países que possuem</p><p>fronteiras nessas áreas?</p><p>2. Converse com os colegas sobre soluções pacíficas de gestão compartilhada para cada um dos casos</p><p>apresentados no texto.</p><p>para elaborar</p><p>Geopolítica e ecologia dos mares fechados</p><p>Os mares fechados são superfícies líquidas que não</p><p>possuem ligações com um outro mar ou oceano. Por tra-</p><p>dição ou por sua dimensão, não são identificados como</p><p>lagos. Situados no interior dos continentes, são “regula-</p><p>dos” por rios que neles deságuam e, em alguns casos, por</p><p>águas de degelo que descem das vertentes circundantes.</p><p>Os mares Morto, Cáspio e de Aral são exemplos típicos</p><p>de mares fechados.</p><p>Situado entre Israel, a Cisjordânia e a Jordânia, o mar</p><p>Morto é famoso por estar localizado na maior depressão</p><p>continental do mundo e por seu alto índice de salinidade.</p><p>No último século, perdeu cerca de 300 km2 de superfície</p><p>e seu nível continua baixando, devido ao uso da água dos</p><p>rios que nele deságuam (especialmente o Jordão) e à eleva-</p><p>da evaporação [ver mapa do mar Morto].</p><p>Para evitar que o mar desapareça, as partes interessa-</p><p>das – Autoridade Palestina, Israel e Jordânia – assinaram</p><p>um acordo para “salvar” o mar. A ideia é desviar água do</p><p>mar Vermelho para o mar Morto por um canal de 80 qui-</p><p>lômetros. [...]</p><p>Já o mar Cáspio localiza-se na Ásia Central e é dividido</p><p>em três partes. Na parte norte, assenta-se sobre uma de-</p><p>pressão absoluta com altitude média de 28 metros nega-</p><p>tivos. As porções central e sul apresentam profundidades</p><p>bem maiores. Por conta do menor volume e profundidade,</p><p>e por estar junto a áreas continentais baixas, a porção nor-</p><p>te é a mais vulnerável às variações de nível. É lá que desá-</p><p>gua o rio Volga, o mais importante afluente. Tudo o que</p><p>acontece ao longo dessa bacia, onde estão as maiores con-</p><p>centrações urbano-industriais da Rússia, repercute sobre</p><p>o mar [ver mapa da região]. [...]</p><p>Ao longo do século XX, a soberania sobre o Cáspio foi</p><p>compartilhada entre a União Soviética e o Irã. Com a de-</p><p>sintegração da União Soviética, em 1991, o mar passou a</p><p>banhar, além do litoral do Irã, terras da Rússia, do Casa-</p><p>quistão, do Turcomenistão e do Azerbaijão. A descoberta</p><p>de petróleo e gás na área do Cáspio tornou mais complexo</p><p>o quadro geopolítico. [...] Hoje, há interesses conflitantes</p><p>entre os cinco países no que se refere à definição jurídica a</p><p>ser aplicada, especialmente em relação à exploração dos re-</p><p>cursos da rica plataforma continental. [...]</p><p>Contudo, as tensões que cercam o Cáspio pouco signi-</p><p>ficam se comparadas à crise que ameaça a própria existên-</p><p>cia do mar de Aral. Situado no coração da Ásia Central,</p><p>o Aral se estende sobre as terras áridas das antigas repú-</p><p>blicas soviéticas do Casaquistão e do Uzbequistão. [...] Ele</p><p>[mar de Aral] foi vítima do planejamento ecologicamente</p><p>irresponsável conduzido por Moscou [ver mapa do desas-</p><p>tre ambiental no Mar de Aral].</p><p>[...]</p><p>Olic, Nelson Bacic. Geopolítica e ecologia dos mares fechados. Jornal Mundo Geografia e Política Internacional, ano 13, n. 5, p. 12, set. 2005.</p><p>Disponível em: <http://www.clubemundo.com.br/pages/pdf/2005/>. Acesso em: 21 abr. 2016.</p><p>CISJORDÂNIA</p><p>JORDÂNIA</p><p>ISRAEL</p><p>EGITO</p><p>GAZA</p><p>LÍBANO</p><p>SÍRIA</p><p>Mar</p><p>Mediterrâneo</p><p>Mar</p><p>Morto</p><p>canal da</p><p>paz</p><p>35°L</p><p>30°NR</p><p>io</p><p>J</p><p>or</p><p>dã</p><p>o</p><p>0 63 126 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>40°L 60°L</p><p>40°N</p><p>20°N</p><p>Repúblicas que integravam</p><p>a antiga União Soviética.</p><p>Litoral russo do Cáspio.</p><p>TURQUIA</p><p>RÚSSIA</p><p>UCRÂNIA CASAQUISTÃO</p><p>ARÁBIA</p><p>SAUDITA</p><p>IRÃ</p><p>AZERBAIJÃO</p><p>AZE</p><p>OMÃ</p><p>EMIRADOS</p><p>ÁRABES</p><p>UNIDOS</p><p>CATAR</p><p>BAREIN</p><p>KUWAIT</p><p>IRAQUE</p><p>GEÓRGIA</p><p>ARMÊNIA</p><p>SÍRIACHIPRE</p><p>JORDÂNIA</p><p>ISRAEL</p><p>LÍBANO</p><p>PAQUISTÃO</p><p>AFEGANISTÃO</p><p>TURCOMENISTÃO</p><p>UZBEQUISTÃO</p><p>Mar</p><p>Cáspio</p><p>Mar da</p><p>Arábia</p><p>OCEANO ÍNDICO</p><p>Mar Negro</p><p>Mar</p><p>Vermelho</p><p>Golfo</p><p>Pérsico</p><p>Mar de Aral</p><p>Trópico de Câncer</p><p>0 610 1 220 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>C A S A Q U I S T à O</p><p>U Z B E Q U I S T à O</p><p>limite do mar</p><p>em 1960</p><p>limites atuais</p><p>do mar</p><p>leito seco</p><p>do mar</p><p>Mar</p><p>Aral</p><p>Rio Sir Dária</p><p>60°L</p><p>45°N</p><p>Rio Amu Dária</p><p>0 100 200 km</p><p>NENO</p><p>SESO</p><p>Mar Morto Mapa da região Desastre ambiental no mar de Aral</p><p>A</p><p>llm</p><p>ap</p><p>s/</p><p>ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>A</p><p>llm</p><p>ap</p><p>s/</p><p>ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>A</p><p>llm</p><p>ap</p><p>s/</p><p>ID</p><p>/B</p><p>R</p><p>193</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U4_C13_188a195.indd 193 04/06/16 15:23</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Geografia e Sociologia</p><p>1. No ano de 2014, foi incluído no Art. 121 do Decreto-Lei n. 2 848, de 7 de dezembro de 1940 (Código</p><p>Penal), o seguinte texto:</p><p>Feminicídio (incluído pela Lei n. 13 142, de 2015):</p><p>VI. contra a mulher por razões da condição</p><p>de sexo feminino:</p><p>[…]</p><p>§ 2o Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:</p><p>I. violência doméstica e familiar;</p><p>II. menosprezo ou discriminação à condição de mulher.</p><p>Em virtude desse novo decreto, estabeleceram o aumento da pena se o crime for cometido contra gestantes,</p><p>menores de 14 anos, pessoas com deficiência e na presença de parentes próximos.</p><p>Discuta com mais um colega quais os possíveis motivos para essa mudança na lei.</p><p>2. A brutalidade contra as mulheres, evidentemente, não é uma questão apenas do México e dos países menos</p><p>desenvolvidos. Pesquise sobre o assunto em jornais, revistas e na internet. Depois, em grupo, utilize um mapa-</p><p>-múndi para apontar a violência contra a mulher nos países considerados mais desenvolvidos do mundo.</p><p>para elaborar</p><p>SantoS, Boaventura de Sousa. As mulheres não são homens. [Mantida a grafia original.] Carta Maior, 9 mar. 2011.</p><p>Disponível em: <http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=4984>. Acesso em: 18 abr. 2016.</p><p>as mulheres não são homens</p><p>[…] Sob formas que variam consoante o tempo e o lu-</p><p>gar, as mulheres têm sido consideradas como seres cuja hu-</p><p>manidade é problemática (mais perigosa ou menos capaz)</p><p>quando comparada com a dos homens. À dominação se-</p><p>xual que este preconceito gera chamamos patriarcado e ao</p><p>senso comum que o alimenta e reproduz, cultura patriarcal.</p><p>A persistência histórica desta cultura é tão forte que</p><p>mesmo nas regiões do mundo em que ela foi oficialmen-</p><p>te superada pela consagração constitucional da igualdade</p><p>sexual, as práticas quotidianas das instituições e das rela-</p><p>ções sociais continuam a reproduzir o preconceito e a de-</p><p>sigualdade. Ser feminista hoje significa reconhecer que tal</p><p>discriminação existe e é injusta e desejar activamente que</p><p>ela seja eliminada. Nas actuais condições históricas, falar</p><p>de natureza humana como se ela fosse sexualmente indi-</p><p>ferente, seja no plano filosófico seja no plano político, é</p><p>pactuar com o patriarcado.</p><p>A cultura patriarcal vem de longe e atravessa tanto a cul-</p><p>tura ocidental como as culturas africanas, indígenas e islâmi-</p><p>cas. Para Aristóteles, a mulher é um homem mutilado e para</p><p>São Tomás de Aquino [...] o nascimento de uma mulher é si-</p><p>nal da debilidade do procriador. Esta cultura, ancorada por</p><p>vezes em textos sagrados (Bíblia e Corão), tem estado sem-</p><p>pre ao serviço da economia política dominante que, nos tem-</p><p>pos modernos, tem sido o capitalismo e o colonialismo. [...]</p><p>[…] Em Portugal, morreram 43 mulheres em 2010,</p><p>vítimas de violência doméstica. Na Cidade Juarez (Mé-</p><p>xico) foram assassinadas nos últimos anos 427 mulhe-</p><p>res, todas jovens e pobres, trabalhadoras nas fábricas do</p><p>capitalismo selvagem, as maquiladoras, um crime orga-</p><p>nizado hoje conhecido por feminicídio. Em vários paí-</p><p>ses de África, continua a praticar-se a mutilação genital.</p><p>Na Arábia Saudita, até há pouco, as mulheres nem</p><p>sequer tinham certificado de nascimento. [...]</p><p>Mas a cultura patriarcal tem, em certos contextos, uma</p><p>outra dimensão particularmente perversa: a de criar a</p><p>ideia na opinião pública de que as mulheres são oprimidas</p><p>e, como tal, vítimas indefesas e silenciosas.</p><p>Este estereótipo torna possível ignorar ou desvalorizar</p><p>as lutas de resistência e a capacidade de inovação política</p><p>das mulheres. É assim que se ignora o papel fundamen-</p><p>tal das mulheres na revolução do Egipto ou na luta contra</p><p>a pilhagem da terra na Índia; a acção política das mulhe-</p><p>res que lideram os municípios em tantas pequenas cida-</p><p>des africanas e a sua luta contra o machismo dos líderes</p><p>partidários que bloqueiam o acesso das mulheres ao po-</p><p>der político nacional; a luta incessante e cheia de riscos</p><p>pela punição dos criminosos levada a cabo pelas mães das</p><p>jovens assassinadas em Cidade Juarez; as conquistas</p><p>das mulheres indígenas e islâmicas na luta pela igualdade</p><p>e pelo respeito da diferença, transformando por dentro as</p><p>culturas a que pertencem […]</p><p>K</p><p>ha</p><p>lil</p><p>S</p><p>en</p><p>os</p><p>i/A</p><p>P</p><p>P</p><p>ho</p><p>to</p><p>/G</p><p>lo</p><p>w</p><p>Im</p><p>ag</p><p>es</p><p>Mulheres de vários países africanos participam da Marcha Mundial</p><p>das Mulheres em protesto contra todas as formas de violência e</p><p>discriminação por gênero, como a mutilação ou o casamento</p><p>precoce. Nairóbi, Quênia. Foto de 2015.</p><p>179</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U3_C12_174a181.indd 179 03/06/16 20:35</p><p>Síntese da Unidade</p><p>• Com base no esquema abaixo, escreva frases que sintetizem o conteúdo do capítulo.</p><p>• Com base nas fotos abaixo, escreva um texto sintetizando os principais assuntos desenvolvidos</p><p>ao longo do capítulo.</p><p>• Copie no caderno a tabela a seguir e, com base no que foi estudado no capítulo, preencha-a</p><p>com exemplos de blocos regionais que estejam atualmente nos estágios nela indicados.</p><p>Estágio Blocos regionais</p><p>I. Zonas de livre-comércio</p><p>II. União aduaneira</p><p>III. Mercado comum</p><p>IV. União monetária</p><p>• Utilizando as expressões abaixo, construa frases que sintetizem as informações do</p><p>capítulo.</p><p>• Superpotência global</p><p>• Poder militar</p><p>• Organismos internacionais</p><p>(ONU, OMC, FMI)</p><p>• Protecionismo comercial</p><p>• Inovação tecnológica</p><p>• Potências regionais</p><p>Protesto contrário à Organização Mundial do</p><p>Comércio, em Nairóbi, Quênia. Foto de 2015.</p><p>“Ação climática já, para o bem de todos”. Manifestação por medidas de</p><p>controle das mudanças climáticas, em Le Bourget, França. Foto de 2015.</p><p>Capítulo 5 Globalização</p><p>Capítulo 6 Diferentes dimensões da globalização</p><p>Capítulo 7 A formação dos blocos econômicos</p><p>Capítulo 8 As grandes potências globais</p><p>Ja</p><p>ck</p><p>y</p><p>N</p><p>ae</p><p>ge</p><p>le</p><p>n/</p><p>R</p><p>eu</p><p>te</p><p>rs</p><p>/L</p><p>at</p><p>in</p><p>st</p><p>oc</p><p>K</p><p>S</p><p>tr</p><p>in</p><p>ge</p><p>r/</p><p>A</p><p>FP</p><p>Desmantelamento do bloco socialista</p><p>Avanço da globalização</p><p>Novas tecnologias de informação</p><p>e avanço dos transportes</p><p>Formação e consolidação</p><p>de blocos regionais</p><p>122</p><p>SP_GEO3_LA_PNLD18_U2_C08_122a127.indd 122 01/06/16 20:44</p><p>em análise</p><p>Traz atividades sobre a</p><p>construção de procedimentos</p><p>e conhecimentos geográficos,</p><p>como a elaboração e</p><p>interpretação cartográfica, no</p><p>final de cada unidade.</p><p>Presença da África e</p><p>Presença indígena</p><p>Textos e atividades que</p><p>valorizam a diversidade e</p><p>combatem o preconceito</p><p>e a discriminação ao longo</p><p>dos capítulos.</p><p>síntese da unidade</p><p>Atividades esquemáticas que</p><p>retomam conceitos básicos de</p><p>cada capítulo.</p><p>A coleção conta com boxes para apresentar</p><p>assuntos complementares aos temas (Saiba mais);</p><p>sugerir filmes, livros e sites para ampliação dos</p><p>estudos (Assista, Leia e Navegue); e destacar no</p><p>texto didático glossários sobre termos que você</p><p>talvez não conheça.</p><p>Os boxes vinculados aos pilares contribuem</p><p>para articular o tema estudado ao cotidiano</p><p>(Conexão); refletir sobre a construção da</p><p>cidadania e o convívio social (Ação e cidadania);</p><p>e associar os estudos a outras áreas do</p><p>conhecimento (Geografia e...).</p><p>Não escreva no livro.</p><p>Angela Merkel, chanceler alemã, e Alexis Tsipras, primeiro-ministro</p><p>grego, após conferência em Berlim, Alemanha, onde discutiu-se um</p><p>programa de reformas econômicas para a Grécia. Foto de 2015.</p><p>O novo papel internacional da Alemanha</p><p>Do ponto de vista econômico, a Alemanha está entre</p><p>os países mais importantes da Europa. Suas grandes em-</p><p>presas multinacionais, seu papel destacado no comér-</p><p>cio mundial e seu desenvolvimento tecnológico trans-</p><p>formaram o país na primeira potência europeia e na</p><p>quarta potência mundial (após Estados Unidos, China e</p><p>Japão). Apesar da pouca expressividade na política in-</p><p>ternacional nas quatro décadas que sucederam a Se-</p><p>gunda Guerra Mundial, a Alemanha reunificada passou</p><p>gradativamente a reas sumir um papel geopolítico de</p><p>destaque. Neste início de século XXI, a Alemanha tem</p><p>participado mais frequentemente da Otan (Organização</p><p>do Tratado do Atlântico Norte) e, no contexto da União</p><p>Europeia, ocupou uma posição de protagonismo.</p><p>Durante a crise financeira grega, que colocou em</p><p>risco o equilíbrio do euro entre 2008 e 2015, foi de</p><p>Berlim que partiram as principais diretrizes de conten-</p><p>ção da crise, embora Bruxelas, na Bélgica, seja consi-</p><p>derada a capital da União Europeia, por abrigar</p>

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