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<p>Meu entendimento de Fundamentos e Métodos do Ensino de Biologia Animal ciclo 02</p><p>Nesse ciclo examinarei os seguintes conteúdos:</p><p>· Conhecer a classificação e biologia do filo Annelida.</p><p>· Conhecer a classificação e biologia do filo Mollusca.</p><p>Filo anelídeos</p><p>Os anelídeos são animais vermiformes, de simetria bilateral, caracterizados por apresentarem segmentação externa e interna. A seguir apresentaremos as características, reprodução e exemplos desses pequenos animais em um resumo completo.</p><p>Tipos de anelídeos – Exemplos</p><p>Esses pequenos animais podem ser segmentados em três grupos:</p><p>Oligoquetas: São animais hermafroditas, e podem ser encontradas na terra úmida ou na água, apresentando cerdas minúsculas. Exemplo: as minhocas;</p><p>Hirundíneos: São anelídeos que não possuem cerdas de locomoção. Assim como os oligoquetas, são hermafroditas e podem ser encontrados na terra úmida ou na água. Exemplo: as sanguessugas;</p><p>Poliquetas: São animais encontrados no meio aquático, apresentando grandes e numerosas cerdas de locomoção. Exemplo: os nereis.</p><p>Características dos anelídeos</p><p>A metamerização dos anelídeos possui características homônomas; apenas os dois primeiros e o último segmentos aparecem com estrutura diferenciada; os restantes são todos iguais.</p><p>Fazem exceção os poliquetas, onde a segmentação é heterônoma. Geralmente existe uma perfeita correspondência entre as segmentações externa e interna; nos hirudíneos, todavia, não ocorre tal correspondência desde que a segmentação obedece a uma condição secundária.</p><p>Como primitivas estruturas de locomoção aparecem as cerdas, eixos quitinosos inseridos na parede do corpo, ou então reunidos sobre expansões laterais não articuladas e denominadas parapódios.</p><p>Epiderme e sistema muscular</p><p>A epiderme dos anelídeos é constituída por um epitélio simples, cilíndrico contendo células glandulares e sensoriais. Recobrindo a epiderme, destaca-se uma cutícula delgada, permeável e não quitinosa.</p><p>Logo abaixo da epiderme aparecem duas camadas musculares: uma externa circular e outra interna longitudinal, constituindo-se o tubo musculodermático que forma a parede corpórea. Duas outras camadas da mesma orientação acompanham o trato digestivo. Feixes musculares especializados aparecem para movimentar cerdas, parapódios e ventosas.</p><p>Cavidades do corpo dos anelídeos</p><p>Os anelídeos são animais celomados e apresentam um vasto celoma, dividido por septos transversais e longitudinais. A cada metâmero corresponde internamente um par de sacos celomáticos, separados por septos transversais denominados dissepimentos.</p><p>Circundando o tubo digestivo, os sacos celômicos de cada segmento unem-se longitudinalmente, formando acima e abaixo do tubo os masentérios dorsal e ventral, membranas que sustentam o sistema digestivo. Nos hirudíneos (sanguessugas) o celoma é mais ou menos obliterado por um parênquima lacunar.</p><p>Sistema digestivo</p><p>Os anelídeos apresentam um sistema digestivo completo, tubuloso e retilíneo estendendo-se desde a boca até o ânus e podendo ser dividido em anterior, médio e posterior.</p><p>Sistema circulatório dos anelídeos</p><p>Nos anelídeos encontramos um sistema circulatório fechado e independente do celoma. Na sua organização mais típica, consta de dois vasos longitudinais: um dorsal, no qual o sangue corre em sentido póstero-anterior e outro, ventral onde o sangue circula em sentido inverso.</p><p>Em cada metâmero, tais vasos aparecem ligados por vasos transversais que rodeiam o sistema digestivo e formam redes capilares. Para impulsionar o sangue, existem Vasos de maior capacidade contráctil que funcionam como corações. O sangue é constituído por um plasma que contém amebócitos livres e hemoglobina dissolvida.</p><p>Respiração</p><p>A respiração dos anelídeos pode ser cutânea ou então branquial. A cutânea é feita através da intensa vascularização que se forma abaixo da epiderme. As brânquias mais primitivas são representadas pelos parapódios com rede capilar. Brânquias ramificadas e arborescentes são comuns em anelídeos tubícolas.</p><p>Excreção dos anelídeos</p><p>O sistema excretor dos anelídeos é constituído por unidades excretoras denominadas nefrídeos. A cada metâmero corresponde um par de nefrídeos, razão pela qual eles são designados como órgãos segmentares.</p><p>Metanefrídeos.</p><p>O metanefrídeo aparece na maioria dos anelídeos, nele distinguem-se três partes fundamentais: nefróstoma, nefrodusto e nefridióporo.</p><p>Sistema nervoso</p><p>Os anelídeos são portadores de um típico sistema nervoso ganglionar. Em cada metâmero aparece um par de gânglios, ligados entre si por uma comissura e com os dos metâmeros adjacentes, através de conectivos. De tais gânglios partem os nervos periféricos.</p><p>Reprodução dos anelídeos</p><p>Os anelídeos apresentam sexos separados e desenvolvimento indireto (arquianelídeos e poliquetos) ou hermafroditas com desenvolvimento direto (oligoquetos e hirudíneos). A evolução indireta é feita através da larva trocófora. Algumas espécies se reproduzem por via agâmica. A capacidade de regeneração é geralmente elevada.</p><p>Filo Mollusca</p><p>fazer essa parte</p><p>Quem não conhece os moluscos? São as lesmas, os caramujos, polvos, lulas etc. Existem cerca de 90 mil espécies catalogadas e mais de 70 mil espécies fósseis. O registro fóssil dos moluscos é muito grande, pois sua concha preserva-se relativamente fácil comparada a registros de outros animais. São muito importantes na alimentação, na fabricação de joias (pérolas), na produção de medicamentos, na agricultura e também como vetores de algumas doenças.</p><p>A maioria das espécies é marinha, mas invadiram também ambientes dulcícolas (água doce) e mesmo terrestres.</p><p>Como um dos maiores grupos de animais, os moluscos têm formas muito variadas. Veja a diferença entre um polvo e um caramujo de jardim, por exemplo. Assim também existem moluscos microscópicos e outros gigantescos, com mais de 20 metros, como é o caso da lula gigante. Apesar disso, todos os moluscos apresentam o mesmo plano corporal ou bauplan. São bilateralmente simétricos, provendo de três camadas germinativas (protostômios). Possuem celoma, mas este é restrito à cavidade pericárdica, às gônadas e aos nefrídeos (às vezes também envolvem o intestino).</p><p>O corpo de um molusco é dividido em cabeça, pé e massa visceral (Figura 9). A cabeça possui vários órgãos sensoriais: olhos, tentáculos e estatocistos (auxiliam na localização). O pé é muito grande, forte e musculoso, adaptado para deslizar, nadar e/ou escavar. Na massa visceral há os outros órgãos. Há ainda o manto trilobado, nome dado ao epitélio externo com várias funções, entre elas a secreção da concha (lobo externo), sensorial (lobo mediano) e muscular (lobo interno). Ele forma uma cavidade, chamada cavidade do manto, onde estão as estruturas respiratórias, o ânus, os nefridióporos e os gonóporos. Na cavidade do manto são eliminadas fezes, resíduo excretor e gametas (BRUSCA; BRUSCA, 2007).</p><p>Todos os moluscos apresentam concha, mesmo que às vezes não esteja visível externamente. A única exceção é o grupo Aplacophora. As conchas apresentam diversos tamanhos e formas, como você já deve ter percebido na natureza.</p><p>A epiderme produz um muco que ajuda no deslizamento do animal. Você já viu o rastro de uma lesma?</p><p>Figura 9 Corte longitudinal de um molusco.</p><p>O pé dos moluscos varia muito de espécie para espécie. Basicamente ele é feito para rastejar, mas muitos sofreram grandes adaptações. Os pés dos cefalópodes, por exemplo, são em forma de tentáculos e sifão, permitindo o movimento em jato. Já o de alguns bivalves é em forma de cunha, permitindo a escavação. Ainda há aqueles que conseguem fixar-se firmemente a rochas, e outros que se expandem para os lados formando nadadeiras que auxiliam na natação.</p><p>O sistema digestório é completo e há a rádula na boca (Figura 10): uma espécie de língua dentada que serve para raspar o substrato à procura de alimento. A digestão é extracelular no estômago e intracelular, com absorção na glândula digestiva e intestino (BARNES et al., 2008).</p><p>A respiração ocorre em brânquias ou ctenídeos bipectinados, ou seja, há um eixo central que possui lamelas dos</p><p>dois lados. As trocas gasosas são sempre em um mecanismo contracorrente, em que a água circula entre os filamentos branquiais graças ao batimento de cílios. A água entra debaixo para cima. Dentro das brânquias há um vaso aferente (que leva o sangue até os ctenídeos) e outro eferente (que o leva até o coração após as trocas gasosas). Entre esses dois vasos existem lacunas sanguíneas que estão exatamente na altura dos filamentos branquiais onde o sangue circula no sentido de cima para baixo até o vaso eferente que levará o sangue ao coração. A água, circulando de baixo para cima, e o sangue, de cima para baixo, formam um mecanismo de contracorrente, ocorrendo as trocas gasosas.</p><p>A respiração pode ocorrer em pulmões ou através da pele (RUPPERT et al., 2005).</p><p>O sistema circulatório do filo é aberto, isto é, a hemolinfa (o sangue) cai direto na hemocele ou lacuna sanguínea. Possui um coração e poucos vasos. Há um ou mais pares de átrios e um ventrículo. O sangue, vindo das brânquias, chega aos átrios, passando então para dentro do ventrículo. Este contrai-se bombeando o sangue pela aorta, que cai na lacuna sanguínea, banhando todos os órgãos. Devido aos movimentos corporais, o sangue chega ao vaso aferente que o leva novamente às brânquias (MOORE, 2006).</p><p>A excreção é feita através de metanefrídeos.</p><p>O sistema nervoso é bastante complexo. É composto por gânglios cerebrais, dois pares de cordões nervosos longitudinais em forma de escada. Um cordão é chamado pedioso (que enerva a musculatura do pé) e o outro visceral (que enerva as vísceras). Os órgãos sensoriais são tentáculos quimiorreceptores, olhos, estatocistos e osfrádios, cuja função é detectar as condições da água.</p><p>A reprodução pode ser direta ou indireta. Existem dois tipos de larvas: tipo trocófora e véliger (único grupo que possui esse estágio). A maioria dos moluscos é dioica, mas existem várias espécies hermafroditas.</p><p>Há sete classes de Mollusca, não existindo um consenso sobre qual é a mais primitiva e qual a mais derivada. Usaremos o modelo proposto por Brusca e Brusca (2007) (Figura 11).</p><p>Classe Aplacophora.</p><p>Acredita-se que os Aplacophora sejam os moluscos mais primitivos. Não possuem conchas e têm a aparência de um verme. Possuem espículas calcárias distribuídas pelo tegumento. Essas espículas darão origem às conchas em outros moluscos mais derivados. São encontrados exclusivamente no fundo do mar (Figura 12).</p><p>Classe Polyplacophora</p><p>Os Polyplacophora são animais pequenos, comuns nos costões rochosos. A concha desses animais é formada por oito placas, que podem ou não estar recobertas pelo manto. Possuem múltiplos pares de brânquias. Sua cabeça é pequena e não possuem olhos ou tentáculos. O pé é bastante grande, o que facilita a adesão ao substrato (Figura 13).</p><p>Figura 13 Polyplacophora.</p><p>Classe Monoplacophora</p><p>Como o próprio nome sugere, os monoplacóforos possuem apenas uma placa, ou melhor, concha, com formato achatado (Figura 14). A cavidade do manto é lateral e posterior. Possui múltiplos pares de brânquias, múltiplos músculos retratores do pé, átrios cardíacos, nefrídeos e gônadas. Esses animais são exclusivamente marinhos (RUPPERT et al., 2005)..</p><p>Classe Gastropoda</p><p>Os gastrópodes são os caramujos, as lesmas e os caracóis. São os únicos que conseguem viver em ambiente terrestre. Possuem apenas uma concha espiralada e corpos assimétricos. Alguns gastrópodes possuem a concha reduzida ou perdida, como é o caso das lesmas. A característica principal é a torção do corpo (Figura 15).</p><p>A cavidade do manto, que era posterior nos Monoplacophora, passa para a região anterior. Durante o desenvolvimento, a massa visceral e o manto sofrem uma torção de 90o a 180o. Todo o tubo digestivo é torcido, assim como o sistema nervoso. Possui um pé muscular rastejador (às vezes nadador ou escavador). A cabeça possui um estatocisto; e os olhos podem ser reduzidos ou mesmo perdidos. A rádula é complexa. O manto possui uma cavidade onde alojam-se as brânquias, osfrádios e glândulas hipobranquiais. A excreção é feita por metanefrídeos (Figura 16).</p><p>Figura 16 Anatomia interna de um Gastropoda.</p><p>Os membros dessa classe são hermafroditas, e a cópula ocorre com a transferência dos espermatozoides de dois animais ao mesmo tempo (HICKMAN; ROBERTS; LARSON, 2004).</p><p>Classe Cephalopoda</p><p>Lulas e polvos entre outros animais integram essa classe. Vivem apenas no mar. O número de espécies viventes é muito inferior ao de extintas. Essa informação é possível graças aos numerosos fósseis já encontrados.</p><p>Os cefalópodes possuem apenas uma concha espiralada, com diversas câmaras internas. O corpo do animal ocupa apenas a última câmara. As demais são utilizadas para flutuar ou afundar, esvaziando ou enchendo-as com água ou gás. A concha pode ser interna, externa ou ter desaparecido, como é o caso dos polvos. O pé é modificado em funil por onde sai água quando o animal contrai a cavidade do manto (Figura 17). Isso gera um jato, movimentando o animal por jato-propulsão (BARNES et al., 2008).</p><p>Os cefalópodes são predadores, seguram as presas com duas mandíbulas em forma de bico e as raspam com a rádula.</p><p>Em caso de perigo, esses animais soltam um jato de tinta por uma glândula localizada no ânus, que faz com que o inimigo os perca de vista.</p><p>A água circula pelo corpo por contrações musculares, diferentemente de outros gastrópodes que o fazem com movimento ciliar.</p><p>A circulação é fechada, e eles possuem mais de um coração: um grande, sistêmico, e outros em cada brânquia, aumentando a eficiência do bombeamento do sangue.</p><p>O sistema nervoso é muito complexo: possui fibras nervosas gigantes voltadas para o comportamento de fuga, uma ótima memória e olhos capazes de formar imagens, semelhantes aos dos mamíferos (BRUSCA; BRUSCA, 2007).</p><p>Quanto à reprodução, todos os cefalópodes são dioicos. O macho possui um tentáculo modificado chamado de hectocótilo que usa para transferir os espermatóforos para o interior da fêmea. Depois de pôr os ovos, a fêmea muitas vezes cuida deles (cuidado parental). Não há estágio larval, com desenvolvimento direto.</p><p>Classe Bivalvia</p><p>A classe dos bilvalves reúne os moluscos de duas conchas. São os gastrópodes representados pelas ostras, mexilhões, vongoles etc. As duas conchas encaixam-se perfeitamente pelas charneiras, que possuem dentes laterais e longitudinais, só abrindo-se pela resistência do ligamento da parte dorsal. Para fechá-las, existe um par de músculos adutores. A partir de uma região mais elevada chamada de umbo, podemos observar as linhas de crescimento conforme o animal desenvolve-se.</p><p>Os bivalves vivem em ambientes marinhos e dulcícolas.</p><p>O sistema nervoso, o sensorial e a cabeça são reduzidos. Podem possuir olhos, mas em outras partes do corpo (RUPPERT et al., 2005).</p><p>O pé é comprimido e não possui sola.</p><p>Possuem uma par de ctenídeos ou brânquias, que, além de serem responsáveis pela respiração, capturam sedimentos para filtração e alimentação (MOORE, 2006).</p><p>O manto funde-se na parte posterior, formando dois sifões (inalante e exalante). A água entra pelo sifão inalante, passa pelas brânquias e chega à boca. Como já dito anteriormente, as brânquias também filtram e levam o alimento até a boca, alcançando o estômago e tubo digestivo, onde os nutrientes são absorvidos. Os dejetos então saem pelo sifão exalante (Figura 18).</p><p>A maioria dos bivalves é dioica, mas alguns são hermafroditas. A fecundação é externa, e o desenvolvimento é indireto com dois estágios larvais: larva trocófora e véliger.</p><p>Classe Scaphopoda</p><p>Nesse grupo, as duas valvas fundem-se e adquirem uma forma tubular (Figura 19). Isso permite que os animais desse grupo sejam escavadores e vivam enterrados com a extremidade anterior para baixo. A água entra pela parte posterior (RUPPERT et al., 2005).</p>