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VALORAÇÃO 
AMBIENTAL DE 
SERVIÇOS 
ECOSSISTÊMICOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Reconhecer a biodiversidade.
 > Descrever as atividades humanas e os tipos de poluição.
 > Identificar os impactos negativos e positivos das atividades humanas na 
biodiversidade.
Introdução
Desde o final da década de 1960, tem havido debates mundiais acerca dos proble-
mas ambientais e da perda da diversidade biológica. Em meados dos anos 1980, a 
comunidade científica e outros setores da sociedade começaram a se preocupar 
com a intensidade do impacto que as ações humanas estavam exercendo sobre 
os sistemas biológicos do planeta.
A redução da biodiversidade é causada por destruição dos hábitats, introdução 
de espécies invasoras, exploração excessiva da natureza, entre outros aspectos. 
A derrubada de florestas e o uso de grandes porções de terra pelo agronegócio 
são as principais causas das extinções. A diminuição da diversidade biológica 
no mundo se reflete também na redução de serviços ecossistêmicos, tais como 
disponibilidade de água, alimentos e ar limpos, o que interfere diretamente na 
saúde do ser humano e na sustentabilidade econômica mundial. Além disso, 
Atividades 
humanas e a 
biodiversidade
Claudia Elisa Alves Ferreira
essa situação torna as populações humanas suscetíveis ao colapso da oferta de 
alimentos devido aos surtos de pragas agrícolas. Os ecossistemas empobrecidos 
aumentam a possibilidade de dispersão de hospedeiros e vetores de diversos 
tipos de doenças. 
A Política Nacional da Biodiversidade (BRASIL, 2002, documento on-line) des-
creve que:
[...] as nações são responsáveis pela conservação de sua biodiversidade e por 
assegurar que atividades sob sua jurisdição não causem dano ao meio ambiente 
e à biodiversidade de outras nações ou de áreas além dos limites da jurisdição 
nacional. 
Afirma, também, que a manutenção da diversidade biológica é fundamental 
para manter os sistemas necessários à vida da biosfera. A biodiversidade é um bem 
coletivo, de modo que é preciso conservar os seus recursos para não comprometer 
o bem-estar de gerações futuras.
Neste capítulo, você conhecerá o conceito de biodiversidade e sua importância 
para a manutenção da vida na Terra. Além disso, verá como as intervenções hu-
manas causam impactos no meio ambiente. Por fim, você verá que os efeitos das 
intervenções humanas podem ser positivos ou provocar desequilíbrios ambientais, 
com a consequente perda de espécies ao redor do mundo. 
A importância da biodiversidade 
para a preservação da vida
A biodiversidade, ou diversidade biológica, representa toda a variedade 
de vida no planeta, incluindo os genes, as espécies e os ecossistemas que 
sustentam a vida. O Brasil é um país megadiverso, ou seja, concentra grande 
parte das espécies do mundo e tem uma enorme variedade de paisagens 
entre os seus biomas (MOSSRI, 2012). A Figura 1, a seguir, apresenta quais são 
e onde estão concentrados os biomas brasileiros.
Atividades humanas e a biodiversidade2
Figura 1. Os biomas do Brasil. 
Fonte: Tereza Ferreira/Shutterstock.com.
A biodiversidade engloba os serviços ecossistêmicos que a natureza pro-
porciona, sendo, portanto, um bem coletivo que necessita ser conservado 
para a manutenção da própria vida no planeta e o bem-estar das gerações 
futuras. Um levantamento realizado em 2011 mostrou que existem cerca de 
8 milhões de espécies no mundo, distribuídas entre espécies terrestres e 
marinhas. Essa estimativa resulta de uma pesquisa em mais de 80 países, 
realizada por 10 anos, e evidencia que as taxas de extinção de espécies estão 
acelerando, de modo que muitas delas podem desaparecer antes mesmo 
que saibamos de sua existência, seu hábitat e sua função nos ecossistemas 
(CIENTISTAS..., 2011).
A riqueza da biodiversidade vem sendo superexplorada nas últimas déca-
das, devido ao processo civilizatório, à ocupação dos espaços e à urbanização, 
reflexos dos modelos econômicos empregados pelas nações.
Atividades humanas e a biodiversidade 3
A conservação da biodiversidade é fundamental para o bem-estar do 
ser humano e para o planeta. A destruição da diversidade biológica 
traz consequências, como crises socioeconômicas e ambientais. Há, também, 
problemas indiretos que resultam desse processo, como: retrocessos sociais, 
corrupção, intolerância, violência, doença e mortes. Atualmente, as crises que 
preocupam a economia mundial são ambientais e envolvem escassez de água, 
poluição, perda de biodiversidade, diminuição do solo arável, esgotamento de 
recursos naturais, bolsões de miséria, ameaça de pandemias e desigualdade. 
Assim, faz-se necessário perceber que todos esses problemas estão conectados, 
para que seja possível encontrar soluções.
A existência e a manutenção da biodiversidade estão relacionadas com 
a forma como gerenciamos esses recursos e protegemos os ecossistemas 
e suas espécies. Para que haja conciliação dos interesses e das demandas 
da sociedade com a necessidade de preservação ambiental, foram criadas 
políticas públicas, com diretrizes, objetivos e metas com o intuito de que a 
coletividade seja favorecida. O art. 2º da Política Nacional do Meio Ambiente 
(Lei nº 6.938/81), por exemplo, tem por objetivo:
[...] a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, 
visando a assegurar, no país, condições ao desenvolvimento socioeconômico, 
aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana 
(PEREIRA; BRITO, 2012, p. 25).
A promulgação da Convenção da Diversidade Biológica, em 1998, assi-
nada pelo Brasil e referendada por 180 nações, destacou a importância da 
diversidade biológica para a evolução e a manutenção dos sistemas neces-
sários à biosfera. Esse acordo propôs que os países se responsabilizassem 
pela utilização e o compartilhamento justo e equitativo dos benefícios 
derivados da utilização dos recursos da biodiversidade. O art. 13 da refe-
rida Convenção enfatiza a importância da divulgação e da inclusão desses 
temas em programas educacionais e a cooperação com outros estados e 
organizações internacionais para a “[...] conscientização pública referente 
à conservação e à utilização sustentável da diversidade biológica” (BRASIL, 
2000, documento on-line).
Houve outras políticas e acordos importantes, tais como a Política Na-
cional da Biodiversidade (BRASIL, 2002), o Protocolo de Cartagena (2000) e 
o Protocolo de Nagoia (2010), todos visando a ações contra a redução da 
diversidade biológica e a medidas de proteção aos recursos da biodiversidade 
Atividades humanas e a biodiversidade4
global (MOSSRI, 2012). Infelizmente, a adoção de tais medidas, na prática, 
depende de uma série de fatores, que nem sempre são cumpridos pelos 
países signatários, o que dificulta a sua execução e efetividade.
Desse modo, é preciso haver a utilização responsável da biodiversidade 
e o reconhecimento de seu valor inestimável para a humanidade, por meio 
da implementação de um novo modelo de desenvolvimento sustentável, que 
trará benefícios sociais e econômicos para toda a sociedade.
A Amazônia e a importância da biodiversidade 
brasileira
Assim como outras regiões do Brasil, a Amazônia tem sofrido impactos am-
bientais significativos, devido, principalmente, ao desmatamento. A retirada 
da floresta traz grandes consequências para o ecossistema local e influencia 
os processos ecológicos de outras regiões. 
A floresta amazônica preservada interfere, inclusive, no clima e no 
volume de chuvas do país. Os rios voadores são vapores atmosféri-
cos concentrados que sobrevoam as copas das árvores, formam massas de ar 
invisíveis e atravessam os céus do Brasil. 
Outra consequência do desmatamento e da falta de preservação am-
biental é o surgimento de doenças, uma vez que a transformação de 
paisagens naturais altera os hábitats de alguns animais e os coloca em 
contato com os seres humanos. Isso pode ser perigoso, pois pode haver 
patógenos no organismo desses animais que são inofensivos a eles, mas 
prejudiciaisàs pessoas. 
Os ecossistemas são essenciais para a vida humana e a saúde ambien-
tal, pois cumprem funções como: purificação do ar e da água, controle 
de fenômenos climáticos, manutenção de solos férteis, reprodução de 
espécies da flora pela dispersão de sementes e controle de erosões. 
Portanto, os serviços ambientais advindos da biodiversidade preservada 
permitem que sejam obtidos: água pura, regulação do clima, ciclagem 
de nutrientes, produção de alimentos, fibras e combustíveis, recursos 
genéticos e farmacêuticos, entre outros. A Figura 2, a seguir, exemplifica 
esses serviços ecossistêmicos.
Atividades humanas e a biodiversidade 5
Figura 2. As funções do solo. 
Fonte: Embrapa (2018, documento on-line). 
As atividades humanas e os tipos 
de poluição
Ao longo da história, a relação do homem com a natureza, que era essen-
cialmente rural, com a produção para o consumo próprio, teve alterações, 
devido a uma sociedade em expansão, com enormes demandas por recursos. 
A urbanização e o desenvolvimento das cidades trouxeram desequilíbrio 
à relação do ser humano com o meio ambiente, insalubridade, excesso de 
detritos e exploração excessiva de florestas e de outros recursos naturais 
(ROSA; FRACETO; MOSCHINI-CARLOS, 2012).
Os avanços tecnológicos propiciaram a criação de indústrias, culminando 
na Revolução Industrial. Esse evento revolucionou o modo de vida e de pro-
dução da sociedade, trazendo novas técnicas e produtos, medicamentos, 
saneamento ambiental e outras formas de uso dos territórios. Contudo, o 
consumo indiscriminado e o crescimento ilimitado, visando a lucros incessan-
tes e à acumulação de capital, acarretaram diversos problemas ambientais 
Atividades humanas e a biodiversidade6
e sociais. O modelo econômico de desenvolvimento praticado desde então, 
apesar de ter proporcionado mais conforto e melhorado a qualidade de vida 
em certa medida, ocasionou desigualdade, exclusão social e desarmonia entre 
a sociedade e o meio ambiente. De acordo com Pereira e Brito (2012, p. 9):
É importante ressaltar, por exemplo, que desmatamento para construção de edifi-
cações, produção de lixo e de resíduos sólidos geram grandes impactos ambientais. 
Algo de que não se pode fugir, mas que pode exigir posturas responsáveis em 
relação à conservação do meio ambiente.
A intensificação dos problemas socioambientais foi induzida por ativi-
dades humanas, tais como: desmatamento; atividade agrícola intensiva; 
má utilização e degradação do solo; e aumento de gases de efeito estufa 
lançados na atmosfera. Essas atividades influenciaram o destino da huma-
nidade em todos os territórios do planeta. Outras atividades causadoras de 
impactos ambientais negativos ao meio ambiente são: mineração; produção 
de energia; transportes; construções civis, como estradas e cidades; e in-
dústrias químicas e metalúrgicas. A seguir, são apresentados os principais 
tipos de poluição.
Poluição do ar
Atualmente, esse tipo de poluição traz grandes problemas de saúde pública e 
preocupações crescentes no âmbito mundial. O principal motivo é o aumento 
de gases de efeito estufa lançados na atmosfera por diversos processos, 
que contribuem com as mudanças climáticas e o aquecimento global. Esses 
gases são liberados pela queima de combustíveis fósseis, como o carvão 
mineral e o petróleo, por escapamentos de automóveis e nas indústrias. A 
queimada das florestas e as atividades agropecuárias também colaboram 
para a liberação de gases poluentes, pois geram resíduos contaminantes e 
vários tipos de poluição. 
Assim, faz-se necessário que sejam buscadas medidas para a mitigação 
desses efeitos negativos no ambiente e a redução progressiva de emissões 
de gases poluentes. Além disso, é preciso colocar em prática acordos in-
ternacionais, aplicar as leis existentes e intensificar a fiscalização dessas 
atividades, para que sejam evitados e reduzidos os prejuízos causados pelas 
alterações ambientais.
Atividades humanas e a biodiversidade 7
Poluição do solo
De modo geral, produtos como detergentes, solventes, componentes eletrô-
nicos, gasolina e óleos automotivos, lâmpadas fluorescentes, pneus, fluidos 
hidráulicos, hidrocarbonetos e chumbo são alguns dos principais agentes 
que poluem o solo.
Por muito tempo, foi utilizado o controle químico de pragas para a produção 
agrícola. Isso ajudou a reduzir o número de doenças nas plantações, porém 
esses agentes químicos — presentes também em fertilizantes e agrotóxicos — 
poluem o solo e afetam o ecossistema, pois permanecem no meio ambiente 
por longos períodos. Portanto, é preciso que haja um controle rígido, bem 
como o monitoramento da qualidade do solo, da água e do ar, para controlar 
esses efeitos. 
Os lixos domésticos e industriais contêm diversos produtos que preju-
dicam o meio ambiente (Figura 3). Quando esses lixos vão parar em lixões e 
aterros sanitários, eles eliminam um líquido escuro, chamado de chorume, 
que contamina o lençol freático e o solo. É importante ressaltar a questão do 
consumismo, isto é, o estímulo ao consumo inconsciente, que, incentivado 
pelo capitalismo, acaba gerando uma grande quantidade de resíduos sólidos 
descartados indevidamente, aumentando a poluição do solo. A eliminação de 
resíduos industriais, material radioativo ou lixo hospitalar no solo de maneira 
imprópria também causa uma enorme contaminação. A atividade mineradora 
deixa rastros irreversíveis de poluição e contamina, com rejeitos tóxicos e 
radioativos, o solo, as águas e o ar. 
Para minimizar a poluição do solo, é preciso obedecer à legislação, moder-
nizar os equipamentos, apostar em tecnologia e utilizar novas metodologias 
que permitam o gerenciamento ambiental adequado de resíduos.
Poluição da água
O descarte de resíduos sólidos pela população de forma inadequada nas 
margens dos rios e nos cursos d’água gera poluição e consequências negativas, 
tais como enchentes e outros transtornos. A falta de saneamento básico é 
outro fator responsável pela poluição das águas. Assim, é preciso investir em 
políticas públicas, projetos, parcerias e educação ambiental para minimizar 
esses problemas.
Atividades humanas e a biodiversidade8
As indústrias causam a poluição de hábitats, a contaminação química da 
água e a disposição de rejeitos sólidos e esgoto nas águas de entorno, afe-
tando córregos, rios e até mesmo bacias hidrográficas (Figura 3). No entanto, 
é possível dispor de processos mais sustentáveis e técnicas avançadas para 
evitar a poluição causada pelos processos industriais. Técnicas como recicla-
gem, reaproveitamento da água, colocação de filtros e tratamento do esgoto, 
por exemplo, podem colaborar para evitar os danos aos recursos naturais.
Outra atividade que polui as águas é a petrolífera, uma vez que episódios 
de acidentes e vazamento de óleo nas águas têm ocorrido nos últimos anos. 
Para minimizar as consequências dos vazamentos de petróleo e derivados 
ao meio ambiente, é preciso ter instalações adequadas, seguir a legislação e 
investir na prevenção e preparação para a resposta rápida no caso de ocor-
rências desse tipo. Além disso, faz-se essencial o treinamento de pessoal e 
aquisição de equipamentos apropriados para conter e recolher as manchas 
de óleo próximo à fonte poluidora, a fim de evitar que áreas sensíveis sejam 
contaminadas. 
O vazamento de óleo de motores ou petróleo no mar afeta plantas, 
peixes, mamíferos e toda a vida animal e vegetal de determinado 
ecossistema. O óleo derramado pode matar o plâncton, ou seja, os microrga-
nismos vegetais e animais dos quais os peixes se alimentam.
A mancha do óleo derramado bloqueia a luz do sol, de modo que as algas 
não conseguem realizar a fotossíntese, e os peixes morrem por falta de oxigênio 
ou intoxicados pelo óleo vazado. Além disso, tartarugas e peixes ficam com 
substâncias tóxicas acumuladas nos tecidos, assim como as penas das aves ficam 
impregnadas com o líquido tóxico. Os mangues da região são contaminados pelo 
petróleo, matando esse ecossistema e os seresque dependem dele.
Poluição radioativa
A poluição radioativa causa problemas respiratórios e circulatórios, defor-
midades, perturbações mentais, envenenamento, hemorragias, vários tipos 
de câncer, entre outras anomalias. Apesar de a energia gerada pela energia 
atômica e por materiais radioativos ser útil e ajudar a diagnosticar e tratar 
doenças, a sua utilização incorreta e irresponsável causa grandes problemas. 
Além disso, esse tipo de poluição afeta a fauna e a flora, causando desequilí-
Atividades humanas e a biodiversidade 9
brios permanentes ao meio ambiente. Outro fator agravante é que não existem 
métodos de remediação dos problemas, tampouco formas de limpeza dos 
ambientes afetados. Portanto, para prevenir a poluição radioativa, é preciso 
fazer um manuseio correto e consciente dos equipamentos, reduzir ao máximo 
os testes nucleares e monitorar o descarte dos resíduos. 
Poluições sonora e visual
A vida moderna trouxe as poluições sonora e visual para o cotidiano, de-
vido ao excesso de barulho das grandes cidades e aos estímulos visuais de 
propagandas, cartazes e painéis eletrônicos, que podem causar esses tipos 
de poluição, afetando a saúde física e mental da população. O barulho em 
demasia, por exemplo, atormenta a vida dos moradores nas metrópoles. 
Além de prejudicar a saúde humana, a poluição sonora causa desequilíbrios 
na natureza.
A poluição sonora afeta o ritmo biológico de animais e plantas. 
Os animais ficam estressados e têm afetados os seus instintos de 
caça, a sua reprodução e a sua comunicação. No mar, motores de barcos e 
navios, atividades de plataformas petrolíferas e até esportes realizados nesse 
meio afetam principalmente golfinhos e baleias, que sofrem alterações em sua 
comunicação por sonares. As ondas sonoras do volume excessivo de ruídos 
atrapalham também o crescimento das plantas, fazendo-as perder água.
Impactos negativos e positivos das 
atividades humanas na biodiversidade
De acordo com a Resolução nº 001 do Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(Conama) (1986), o impacto ambiental é definido como qualquer alteração das 
propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por 
matéria ou energia resultante das atividades humanas. Ainda, conforme o art. 
1º da referida Resolução, são consideradas as atividades humanas que, direta 
ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias 
do meio ambiente; e a qualidade dos recursos ambientais (CONAMA, 1986).
Atividades humanas e a biodiversidade10
É possível estimar o impacto ambiental das atividades humanas, porém 
não há como medir exatamente esses efeitos, uma vez que o meio ambiente 
é complexo e os impactos nem sempre são previsíveis. Pode ocorrer, tam-
bém, impacto ambiental positivo ou benéfico, quando a atividade desempe-
nhada resulta na melhoria da qualidade de um fator ou parâmetro ambiental. 
Alguns exemplos de impacto positivo são: recuperação de áreas degradadas 
e reflorestamento; criação de áreas de preservação ambiental; e reposição de 
matas ciliares. Além disso, a instalação de empreendimentos em uma região 
pode trazer obras de revitalização, gerar empregos e melhoria da qualidade 
de vida e saúde da população local, além de possibilitar projetos de educação 
ambiental e programas educativos em parceria com escolas ou organizações 
não governamentais (ONGs).
No entanto, os efeitos ambientais mais comuns e conhecidos são os im-
pactos ambientais negativos. O Quadro 1, a seguir, apresenta a relação das 
atividades humanas e seus principais impactos.
Quadro 1. Atividades humanas versus impactos ambientais
Atividade Impactos ambientais
Desmatamento � Alterações climáticas
 � Danos à flora e à fauna
 � Erosão do solo
 � Empobrecimento do solo
 � Assoreamento de recursos hídricos
 � Aumento do escoamento da água
 � Redução da infiltração da água
 � Inundações
Impermeabilização 
do solo
 � Aumento do escoamento das águas
 � Redução da infiltração da água
 � Problemas de drenagem
 � Inundações 
Aterramento de 
rios, riachos, 
lagoas, etc.
 � Problemas de drenagem
 � Assoreamentos
 � Inundações
 � Prejuízos sociais e econômicos
Escavações e 
aterros
 � Alterações nas drenagens das águas
 � Erosão do solo
 � Assoreamento dos recursos hídricos
(Continua)
Atividades humanas e a biodiversidade 11
Atividade Impactos ambientais
Destruição de 
ecossistemas
 � Danos à fauna e à flora
 � Desfiguração da paisagem
 � Problemas ecológicos
 � Prejuízos às atividades do homem
 � Danos sociais e econômicos
Emissão de 
resíduos
 � Poluição ambiental 
 � Prejuízos à saúde do homem
 � Danos à fauna e à flora
 � Prejuízos às atividades humanas
 � Danos materiais
Emissão de 
gás carbono, 
clorofluorcarbono, 
metano, etc.
 � Alterações de caráter global: efeito estufa — 
aumento da temperatura; elevação do nível dos 
oceanos; alterações na precipitação; inundações; 
desaparecimento de espécies animais e vegetais
 � Destruição da camada de ozônio: aumento da radiação 
ultravioleta; câncer de pele; riscos à diversidade 
genética; catarata, entre outras doenças
Fonte: Adaptado de Guss (2011).
Um dos maiores desafios que enfrentamos atualmente é a ameaça ao 
sistema climático global, devido ao aumento de gases de efeito estufa (GEE) 
na atmosfera. A elevação do nível atmosférico desses gases poluentes, princi-
palmente o CO2, causa o aquecimento do planeta e o aumento do nível do mar. 
O efeito estufa é um fenômeno natural que sempre ocorreu e serve para 
manter aquecida e possibilitar a vida na Terra. Entretanto, o excesso desses 
gases torna o planeta cada vez mais quente, afetando a biodiversidade e o 
meio ambiente como um todo. Outro aspecto preocupante, intensificado pelo 
aquecimento global, é a maior incidência de catástrofes, como inundações, 
enchentes, furacões, entre outras alterações ambientais. Atividades antró-
picas, tais como queima de combustíveis fósseis, atividades agropecuárias, 
desmatamento e queimadas, provocam esses efeitos adversos. A Figura 3, a 
seguir, relaciona o efeito estufa com o aquecimento global. 
(Continuação)
Atividades humanas e a biodiversidade12
Figura 3. O efeito estufa. 
Fonte: Eduarda (2016, documento on-line).
Uma ação humana que causa um impacto ambiental significativo é o 
excesso de consumo, que gera um grande volume de resíduos. A gestão 
inadequada desses materiais acarreta prejuízos ao solo, à água e ao ar, além 
de ter potencial para causar doenças para a população.
A construção civil representa uma das mais importantes atividades que 
colaboram com o desenvolvimento econômico e social do País, porém gera 
um enorme impacto ambiental, devido à demanda de recursos naturais e à 
modificação da paisagem. Estima-se que a construção civil gere, aproximada-
mente, 450 kg de resíduos por habitante anualmente (PEREIRA; BRITO, 2012). 
Os principais efeitos adversos que as atividades do setor de construção 
civil causam são: acúmulo de resíduos potencialmente perigosos; obstrução 
de sistemas de drenagem (piscinões, galerias, etc.); assoreamento de rios e 
córregos; degradação de áreas de manancial e de proteção permanente; e 
ocupação de logradouros públicos por resíduos, afetando a circulação de 
pessoas e alterando a paisagem. Portanto, essa atividade representa um 
desafio para a conciliação do setor produtivo com as condições necessárias 
ao desenvolvimento sustentável e menos agressivo ao meio ambiente. Para 
minimizar o problema, é preciso reduzir o desperdício e diminuir o volume 
Atividades humanas e a biodiversidade 13
residual, realizar coleta seletiva, reutilização de materiais, reciclagem e 
reaproveitamento dos resíduos para produzir novos materiais, entre outras 
medidas.
As atividades geradoras de energia, como as usinas hidrelétricas, também 
causam impactos ambientais, devido a: construção da usina e da barragem; 
desapropriação de terras; modificação da paisagem; derrubada de vegetaçãonativa; e desalojamento de pessoas e animais para a construção do lago. A 
esses efeitos, somam-se os impactos sociais, pois há um aumento do con-
tingente populacional da região em virtude da acomodação e das demandas 
dos trabalhadores do empreendimento. 
De acordo com a legislação brasileira, é preciso realizar o estudo de im-
pacto ambiental antes da instalação de novos projetos ou empreendimentos 
em uma determinada região. A realização desse estudo é exigida para que 
as empresas responsáveis obtenham o licenciamento ambiental. Grandes 
empreendimentos, como a construção de estradas, indústrias, aeroportos, 
aterros sanitários e projetos urbanísticos, se enquadram nessa categoria.
O estudo de impacto ambiental serve para o planejamento da implantação 
do projeto, e passa pela avaliação de equipe multidisciplinar para analisar os 
impactos socioambientais que a região irá sofrer. O relatório resultante desse 
estudo deve ser divulgado e submetido à consulta pública, com audiências 
das quais a população local pode participar (PHILIPPI JUNIOR; MAGLIO, 2005).
Se forem constatados danos ao meio ambiente pela instalação de obra 
ou atividade potencialmente causadora de degradação ambiental, devem ser 
apontadas medidas para evitar, minimizar ou eliminar o prejuízo. A avaliação de 
impacto ambiental foi estabelecida por meio da Lei nº 6938 (Política Nacional 
do Meio Ambiente) e pelo art. 225 da Constituição Federal (BRASIL, 1981, 1988).
A sociedade tem pressionado as empresas e os governos para que sejam 
criadas políticas públicas e adotados sistemas de gestão que otimizem a 
utilização dos recursos naturais, diminuam a emissão de poluentes e a geração 
de resíduos e outros impactos no meio ambiente. É importante destacar que 
empresas que dão prioridade à conservação e à gestão ambiental obtêm uma 
grande economia, gastam menos com matérias-primas e energia, evitam o 
pagamento de multas, além de conquistarem certificações ambientais, au-
mentarem a competitividade e melhorarem a imagem da empresa no mercado.
O progresso econômico das nações não terá validade se as pessoas e 
o planeta não tiverem saúde e qualidade de vida. A preservação da biodi-
versidade tem influência direta nessa questão. Desse modo, apenas o uso 
racional dos recursos naturais em prol do bem-estar social e a proteção ao 
meio ambiente proporcionarão o desenvolvimento sustentável.
Atividades humanas e a biodiversidade14
Referências
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: 
Senado Federal, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao.htm. Acesso em: 16 dez. 2020.
BRASIL. Decreto n. 4.339, de 22 de agosto de 2002. Institui princípios e diretrizes para 
a implementação da Política Nacional da Biodiversidade. Brasília: Presidência da 
República, 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/
D4339.htm. Acesso em: 16 dez. 2020.
BRASIL. Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio 
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. 
Brasília: Presidência da República, 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l6938.htm. Acesso em: 16 dez. 2020.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. A Convenção sobre Diversidade Biológica – CDB. 
Brasília: MMA, 2000. Disponível em: http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/static/pdf/do-
cumentos/Convencao_CDB_0.pdf. Acesso em: 16 dez. 2020.
CIENTISTAS calculam quantas espécies existem. In: AGÊNCIA FAPESP. São Paulo: FAPESP, 
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