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Professor Wagner Damazio 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo (Resolvidas e Comentadas) 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 1294 1436 Gabarito: alternativa E. 17. 2017/VUNESP/TJ-SP /Juiz de Direito Uma vez cumprida a avaliação a que se sujeita o servidor público em seu estágio probatório e verificando-se que não atendeu os seus deveres funcionais, deverá ele ser a) demitido, após sua oitiva sobre os resultados da avaliação, fundamentando-se o ato, acaso persista a conclusão sobre o não cumprimento dos deveres funcionais. b) exonerado, após sua oitiva sobre os resultados da avaliação, fundamentando-se o ato, acaso persista a conclusão sobre o não cumprimento dos deveres funcionais. c) exonerado sem necessidade de fundamentação do ato administrativo, uma vez que não se trata de servidor estável. d) demitido sem necessidade de fundamentação do ato administrativo, uma vez que não se trata de servidor estável. Comentários A demissão é hipótese de vacância que possui caráter punitivo, de sanção disciplinar. Destarte, a denominação correta é a exoneração, eliminando as assertivas “a” e “d”. A jurisprudência do Supremo Tribunal firmou-se no sentido de que a exoneração de servidor público, ainda que em estágio probatório, deve ser precedida de procedimento administrativo no qual lhe sejam garantidos a ampla defesa e o contraditório, sob pena de ofensa ao princípio constitucional do devido processo legal. Gabarito: alternativa B. 18. 2017/VUNESP/TJ-SP/Juiz de Direito O direito de greve reconhecido constitucionalmente aos servidores públicos implica que a) do seu exercício, todavia, poderá resultar o desconto de metade dos dias paralisados, de maneira a compatibilizar o direito constitucional à greve com o princípio da continuidade do serviço público. b) seu exercício imporá os descontos dos dias paralisados, não se admitindo a compensação, uma vez que adstrita a Administração Pública ao princípio da legalidade. c) do seu exercício, todavia, poderá resultar o desconto dos dias paralisados a ser efetuado pela Administração Pública, com possibilidade de compensação na hipótese de acordo. d) poderá ser exercido nos mesmos moldes dos trabalhadores da iniciativa privada, sem possibilidade de descontos dos dias paralisados. Comentários Segundo o Informativo 845 do STF: “A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre. É permitida a compensação em caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita do Poder Público.” Professor Wagner Damazio 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo (Resolvidas e Comentadas) 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 1295 1436 Desta feita, a alternativa que se coaduna com o posicionamento da jurisprudência do STF é a “c”. Gabarito: alternativa C. 19. 2017/QUADRIX/CFO-DF/Procurador Jurídico No que se refere a agentes públicos, julgue o item a seguir. Suponha-se que Pedro tenha tomado posse em seu primeiro cargo público em 5 de março de 2010. Em 6 de março de 2012, tomou posse em seu segundo cargo efetivo, requerendo vacância do primeiro. No entanto, Pedro foi reprovado no estágio probatório deste último cargo. Nessa hipótese, Pedro não preencherá os requisitos para ser reconduzido ao cargo público efetivo anterior. ( ) Certo ( ) Errado Comentários Pedro, à data da reprovação no estágio probatório do cargo mais recente, não possuía estabilidade e, portanto, seria exonerado, pois a recondução, neste caso, só é possível ao servidor estável, segundo o art. 29 da Lei 8812/90: Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de: I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; II - reintegração do anterior ocupante. Gabarito: Certo. 20. 2017/FCC/TJ-SC/Juiz de Direito Rafael Da Vinci foi nomeado Delegado de Polícia Federal e, ao fim do período de estágio probatório, foi reprovado na avaliação de desempenho e exonerado do cargo. Inconformado, ajuizou ação visando anular o processo administrativo que culminou em sua exoneração. Nesse ínterim, prestou concurso para Delegado de Polícia Estadual, sendo aprovado e empossado no referido cargo. Sobreveio, então, decisão definitiva na ação judicial por ele ajuizada, anulando o ato expulsório. Neste caso, a) por força de efeito ope judicis, a nomeação e posse no cargo de Delegado de Polícia Estadual tornam-se, automaticamente, insubsistentes. b) trata-se de situação em que haverá a recondução de Rafael no cargo de Delegado da Polícia Federal, gerando a vacância do cargo de Delegado de Polícia Estadual. c) a ação proposta deveria ter sido extinta, por falta de interesse de agir, pois ao assumir outro cargo público, Rafael violou o princípio nemo potest venire contra factum proprium. d) para ser reintegrado no cargo de Delegado de Polícia Federal, Rafael deverá requerer a exoneração do cargo de Delegado de Polícia Estadual. e) Rafael deverá ser reintegrado no cargo de Delegado de Polícia Federal, ainda que deseje permanecer no cargo estadual, por força do efeito vinculante da coisa julgada. Professor Wagner Damazio 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo (Resolvidas e Comentadas) 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 1296 1436 Comentários a) ERRADO. Não há qualquer influência da decisão judicial de reintegração de Rafael ao cargo de Delegado de Polícia Estadual, pois ele tomou posse após ser aprovado em concurso público, respeitando as regras constitucionais para tal. O que poderia vir a ocorrer seria a inacumulabilidade, à luz da Constituição Federal (art. 37, XVI), dos dois cargos: de Delegado da Polícia Estadual e Delegado da Polícia Federal, mas a decisão judicial de reintegração não tem o condão de tornar a nomeação e a posse no último cargo insubsistentes. b) ERRADO. Trata-se, no caso em tela, do instituto da reintegração, segundo a Lei 8112/90: Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens. A reintegração do servidor estável encontra respaldo constitucional, conforme o § 2º do artigo 41: § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço c)ERRADO. Não há qualquer influência da decisão judicial de reintegração de Rafael ao cargo de Delegado de Polícia Estadual, pois ele tomou posse após ser aprovado em concurso público, respeitando as regras constitucionais para tal. O que poderia vir a ocorrer seria a inacumulabilidade, à luz da Constituição Federal (art. 37, XVI), dos dois cargos. d)CERTO. Corrobora o que foi mencionado na explicação da alternativa “a”: os cargos são inacumuláveis, segundo a Carta Maior cargos (Constituição Federal, art. 37, XVI); portanto, há que se exonerar-se do cargo mais recente em tela para tornar viável a investidura no primeiro. e) ERRADO. Rafael poderá optar entre um dos dois cargos, pois são inacumuláveis; e, até mesmo, não é obrigado a assumir nenhum dois. Gabarito: alternativa D. 21. 2017/VUNESP/PREFEITURA DE PORTO FERREIRA-SP/Procurador Jurídico (ADAPTADA) Com base na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal a respeito dos servidores públicos, assinale a alternativacorreta. a) A previsão no Edital é suficiente para se exigir exame psicotécnico para a habilitação de candidato a cargo público. Professor Wagner Damazio 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo (Resolvidas e Comentadas) 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 1297 1436 b) O Poder Judiciário possui competência para, no controle de legalidade, avaliar as respostas dadas pelos candidatos e notas a elas atribuídas. c) É admitida a aplicação da teoria do fato consumado para legitimar a permanência em cargo público de candidato que o ocupe por longo período com base em decisão liminar. d) O servidor público desviado de suas funções, após a promulgação da Constituição, não pode ser reenquadrado. e) A candidata não possui o direito à remarcação do exame físico caso comprovado que a sua gravidez ocorreu após o início do certame, mesmo que o direito não esteja no Edital. Comentários a) ERRADA. De acordo com a Súmula Vinculante nº 44, há que se respeitar a previsão legal do exame psicotécnico: Súmula Vinculante 44: "Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público." b) ERRADA. Segundo jurisprudência da Corte Maior, o judiciário não pode usurpar a competência da banca no que tange ao critério de correção de provas e atribuição de notas: “CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. CORREÇÃO DE QUESTÃO. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. AUSÊNCIA DE CITAÇÃO DOS LITISCONSORTES. ILEGITIMIDADE PASSIVA. INCOMPETÊNCIA DO TJ. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. PRELIMINARES AFASTADAS. REAVALIAÇÃO DOS CRITÉRIOS UTILIZADOS NA CORREÇÃO DE PROVA. ATUAÇÃO QUE SE LIMITA AO EXAME DA LEGALIDADE DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. SEGURANÇA CONCEDIDA. (...) 5. É certo que não cabe ao Judiciário substituir a Banca Examinadora de concurso público nos critérios de correção de provas e atribuição de notas, cingindo-se sua atuação ao controle jurisdicional da legalidade do certame. c)ERRADA. Segundo jurisprudência do STF, o candidato aprovado para o cargo público deve possuir os requisitos exigidos pelo edital do certame, não conferindo direito subjetivo à nomeação e à posse caso não se mostre cumpridas as exigências para seu acesso ao serviço público: RE 608482 - Não é compatível com o regime constitucional de acesso aos cargos públicos a manutenção no cargo, sob fundamento de fato consumado, de candidato não aprovado que nele tomou posse em decorrência de execução provisória de medida liminar ou outro provimento judicial de natureza precária, supervenientemente revogado ou modificado. Professor Wagner Damazio 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo (Resolvidas e Comentadas) 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 1298 1436 d)CERTA. O servidor público desviado de suas funções, após a promulgação da Constituição, não pode ser reenquadrado, mas tem direito ao recebimento, como indenização, de diferenças remuneratórias entre os vencimentos do cargo efetivo e os daquele exercido de fato, sob pena de enriquecimento ilícito da Administração. Nesse sentido, transcrevo ementas de julgados do STF: “AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. DESVIO DE FUNÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE REENQUADRAMENTO. DIREITO AO RECEBIMENTO DAS DIFERENÇAS REMUNERATÓRIAS. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (AI 743.886-AgR/SE, Rel. Min. Cármen Lúcia, Primeira Turma). “AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. DESVIO DE FUNÇÃO. DIREITO À REMUNERAÇÃO. REEXAME DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. (...) 2. Desvio de função. Direito à percepção do valor da remuneração devida, como indenização, sob pena de enriquecimento sem causa do Estado. “Servidor público: firmou-se o entendimento do Supremo Tribunal, no sentido de que o desvio de função ocorrido em data posterior à Constituição de 1988 não pode dar ensejo ao reenquadramento. No entanto, tem o servidor direito de receber a diferença das remunerações, como indenização, sob pena de enriquecimento sem causa do Estado: precedentes” (AI 339.234- AgR/MG, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Primeira Turma). “DESVIO DE FUNÇÃO - CONSEQUÊNCIA REMUNERATÓRIA - ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA - AFASTAMENTO. O sistema da Constituição Federal obstaculiza o enriquecimento sem causa, especialmente o do Estado. Longe fica de vulnerar a Carta Política acórdão que, diante de desvio de função, implica o reconhecimento do direito à percepção, como verdadeira indenização, do valor maior, sem estampar enquadramento no cargo, para o que seria indispensável o concurso público” (RE 275.840/RS, Redator para o acórdão o Min. Marco Aurélio, Segunda Turma). “APELAÇÃO CÍVEL. CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CÍVEL. SERVIDOR PÚBLICO INATIVO. MUNICÍPIO DE PORTÃO. AÇÃO ORDIÁRIA. VERBAS SALARIAIS. HORAS EXTRAORDINÁRIAS. IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE CONVOCAÇÃO. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. INCIDÊNCIA SOBRE O MENOR PADRÃO DE VENCIMENTO DO CARGO OCUPADO. NÃO INTEGRAÇÃO À APOSENTADORIA. DESVIO DE FUNÇÃO, IMPROCEDÊNCIA NA ORIGEM. RECURSO IMPROVIDO EM GRAU RECURSAL. SENTENÇA QUE SE MANTÉM. PRECEDENTE DESTE COLEGIADO.] (...) 5. DESVIO DE FUNÇÃO. É entendimento reiterado desta Egrégia Quarta Câmara Cível de que o desvio de função não gera qualquer direito ao servidor que trabalha nessa condição. IMPROVIMENTO. e) ERRADA. O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) já reconheceu o direito de candidatas gestantes à remarcação de testes de aptidão física em concursos públicos, independentemente de haver previsão no edital. Professor Wagner Damazio 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo (Resolvidas e Comentadas) 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 1299 1436 Gabarito: alternativa D. 22. 2017/COVEST/UFPE/AUDITOR (ADAPTADA) Assinale a alternativa que não representa uma forma de provimento dos cargos públicos, conforme legislação: a) Nomeação. b) Promoção. c) Reaproveitamento. d) Reversão. e) Recondução. Comentários: Conforme estudado na lei 8.112/90, no rol citado acima apenas o reaproveitamento não é listado como forma de provimento. O correto seria aproveitamento, de acordo com o artigo 8º do Estatuto. Gabarito: alternativa C. 23. 2017/FGV/ALERJ/Procurador Antônio, servidor público estável ocupante de cargo efetivo da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, foi demitido após processo administrativo disciplinar. Passados seis meses da aplicação da sanção disciplinar, Antônio reuniu novas provas que firmaram de forma incontestável sua inocência em relação aos fatos que deram azo à sua condenação e levaram à invalidação de sua demissão, administrativamente. Instado a exarar parecer sobre a reintegração do servidor, o Procurador da ALERJ opina, de acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, pelo: a) indeferimento da reintegração, pois tal forma de provimento derivado de cargo público somente pode ser determinada por meio de decisão judicial. b) indeferimento da reintegração, diante da formação da coisa julgada material administrativa no momento em que o processo administrativo disciplinar originário transitou em julgado para as partes. c) deferimento da reintegração do servidor, mediante sua reinvestidura no cargo anteriormente ocupado, com ressarcimento de todas as vantagens. d) deferimento da reintegração do servidor, mediante sua reinvestidura no cargo anteriormente ocupado, com efeitos ex nunc, ou seja, sem ressarcimento de vantagens pretéritas. e) deferimento da reintegração do servidor, mediante sua colocação em disponibilidade para ser aproveitado no primeiro cargo que vagar com atribuições e remuneração compatíveiscom seu cargo originário, sem ressarcimento de vantagens pretéritas. Comentários Ao tratarmos do instituto da reintegração, primeiramente devemos ter em mente que é relacionada à demissão do servidor. Nesse caso, o servidor teve sua demissão invalidada por sentença judicial ou administrativa, o que o obriga a retornar ao cargo anteriormente ocupado, ou ao resultante de Professor Wagner Damazio 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo (Resolvidas e Comentadas) 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 1300 1436 sua transformação. Todas as vantagens a que o servidor teria direito a partir da data do afastamento do cargo devem ser ressarcidas (inclusive promoções). Vejamos como a lei 8.112/90 trata esse tema: Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens. § 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31. § 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade. Do que se depreende da questão, o processo administrativo disciplinar que ensejou a sua punição fora revisto, com fulcro no caput do art. 174 da Lei 8112/90: Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada. Considerando-se a retomada do processo administrativo que levou à invalidação de sua demissão, administrativamente, o Procurador deve opinar pelo deferimento da reintegração do servidor, mediante sua reinvestidura no cargo anteriormente ocupado de Auditor-Fiscal da Receita Federal, com ressarcimento de todas as vantagens, conforme preceitua o caput do art. 28 da Lei 8112/90. Ademais, urge trazer à baila entendimento estável do posicionamento do STJ sobre o tema, do qual se debruçou o Procurador no caso em tela, para deferir o parecer de reintegração de Antônio: AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.285.218 - CE (2018/0097199-5) RELATOR : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES AGRAVANTE : MUNICIPIO DE IPU ADVOGADO : RAIMUNDO AUGUSTO FERNANDES NETO - CE006615 AGRAVADO : ANA PAULA DE LIMA ADVOGADO : JOÃO PAULO JÚNIOR - CE011081 ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ENUNCIADO ADMINISTRATIVO 3/STJ. SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL. REINTEGRAÇÃO. DIREITO AO RESSARCIMENTO DE TODAS AS VANTAGENS. AGRAVO CONHECIDO PARA NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL. DECISÃO Trata-se de agravo de decisão que não admitiu recurso especial do MUNICÍPIO DE IPU fundado na alínea a do permissivo constitucional interposto contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, assim ementado: ADMINISTRATIVO. APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA NECESSÁRIA. AÇÃO DE COBRANÇA. SERVIDORA PÚBLICA MUNICIPAL. ANULAÇÃO DE ATO EXONERATÓRIO POR FORÇA DE DECISÃO JUDICIAL. REINTEGRAÇÃO AO CARGO. DIREITO AO PERCEBIMENTO DE VENCIMENTOS E VANTAGENS REFERENTES AO PERÍODO DO AFASTAMENTO INDEVIDO. PRECEDENTES DO STJ E DESTA CORTE DE JUSTIÇA. RECURSO VOLUNTÁRIO E REMESSA NECESSÁRIA CONHECIDOS E DESPROVIDOS. (...) Em sintonia, destaco que, o Superior Tribunal de Justiça possui jurisprudência iterativa, no sentido de que a anulação de exoneração, com a respectiva reintegração do Professor Wagner Damazio 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo (Resolvidas e Comentadas) 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 1301 1436 servidor público, tem como consectário lógico o pagamento das parcelas pretéritas relativas ao período que medeia exoneração e a reintegração, restabelecendo-se o status quo ante: [...] Realço que o fato de não ter havido efetiva prestação de serviço público no período questionado não possui o condão de afastar o ressarcimento das verbas pleiteadas, tendo em vista que a pretensão em enfoque não se reveste de natureza remuneratória, mas sim indenizatória, dispensando, portanto, a comprovação de contraprestação laboral. Dessarte, mostra-se devido o pagamento das verbas salariais referentes ao período em que a promovente esteve afastada ilegalmente de suas funções, abrangido pelo Regime Jurídico Único, qual seja, 17/03/2009 até sua reintegração no serviço público, a saber, saldo de salário, férias acrescidas do terço constitucional e 13º salário. Destarte, o entendimento perfilhado pelo Tribunal estadual está em consonância com a jurisprudência desta Corte Superior, firme no sentido de que "o servidor reintegrado deve ser ressarcido dos vencimentos a que faria jus desde o desligamento indevido, a fim de restabelecer a situação injustamente desconstituída" (AgRg no AREsp 165.575/RJ, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 21/11/2013, DJe 29/11/2013). Nesse sentido: ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. SERVIDOR PÚBLICO. REINTEGRAÇÃO. DIREITO AO RESSARCIMENTO DE TODAS AS VANTAGENS. ARTS. 28 E 68 DA LEI 8.112/90. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ART. 535, II, DO CPC. FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE. SÚMULA 284/STF. QUESTÕES JURÍDICAS ENFRENTADAS NO ACÓRDÃO RECORRIDO. REQUISITO DO PREQUESTIONAMENTO ATENDIDO. INCIDÊNCIA, CONTUDO, DA SÚMULA 83/STJ. ACÓRDÃO RECORRIDO CONSOANTE A JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. (...) III. ...a orientação do Tribunal de origem está em consonância com o entendimento firmado por esta Corte, segundo o qual é devido, ao servidor reintegrado, o pagamento de todas as vantagens devidas, durante o período de afastamento, como se em efetivo exercício estivesse, nos termos do art. 28 da Lei 8.112/90. Precedentes do STJ. IV. "A jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de que o servidor público reintegrado ao cargo, em virtude da declaração judicial de nulidade do ato de demissão, tem direito aos vencimentos e às vantagens que lhe seriam pagos durante o período de afastamento" (STJ, AgRg no REsp 1.372.643/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de 22/05/2013). V. Agravo Regimental improvido. (AgRg no AREsp 261.959/SE, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/05/2014, DJe 14/05/2014) ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. GRATIFICAÇÃO DE ATIVIDADE DE DESEMPENHO DE GESTÃO - GCG. REINTEGRAÇÃO AO SERVIÇO PÚBLICO EM RAZÃO DE DECISÃO JUDICIAL. RETORNO AO STATUS QUO ANTE. Gabarito: alternativa C. 24. 2017/FGV/ALERJ/Procurador Ricardo foi aprovado em 12º lugar no último concurso público para determinado cargo efetivo da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, sendo que, para tal cargo, foram oferecidas no edital apenas 10 vagas. Os 10 primeiros classificados foram convocados, nomeados e empossados. Ricardo obteve documentação que comprovou que a Casa Legislativa, após a homologação do resultado final do concurso público, contratou precariamente, como ocupantes de cargos em comissão, cinco servidores não concursados que, de fato, vêm exercendo as mesmas funções afetas ao cargo efetivo para o qual foi aprovado. Instado a se manifestar pelo Presidente do Parlamento Estadual em processo administrativo iniciado por requerimento de Ricardo que pleiteia sua imediata nomeação, Procurador da ALERJ emite parecer, baseado na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, no sentido do: a) deferimento parcial do pleito de Ricardo, pois o candidato aprovado em concurso público, ainda que fora do número de vagas, ostenta o direito público subjetivo de ser nomeado nos Professor Wagner Damazio 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo(Resolvidas e Comentadas) 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 1302 1436 mesmos moldes daqueles que lhe preteriram, de maneira que Ricardo deve ser nomeado para cargo em comissão. b) deferimento do pleito de Ricardo com a nomeação para o cargo efetivo, pois a mera expectativa de nomeação de candidato aprovado fora do número de vagas convolou-se em direito líquido e certo diante da contratação de pessoal de forma precária, dentro do prazo de validade do certame. c) indeferimento do pleito de Ricardo, pois não tem direito público subjetivo à nomeação o candidato aprovado fora do número de vagas, que mantém a mera expectativa de direito, ainda que haja contratação de pessoal sem concurso público no período. d) indeferimento do pleito de Ricardo, pois não tem direito líquido e certo à nomeação o candidato aprovado fora do número de vagas, ainda que haja a contratação de servidores temporários mediante processo seletivo especial. e) indeferimento do pleito de Ricardo, pois não tem direito líquido e certo à nomeação o candidato aprovado fora do número de vagas oferecidas no edital, ainda que novas vagas sejam posteriormente criadas. Comentários Segundo a Súmula 15 do STF: Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classificação. Nesta esteira, Conforme consignado, o Colegiado de origem concluiu pela legalidade da contratação, a título precário, mediante a adoção da ordem da lista de classificação em concurso público. Reconheceu estar no âmbito da discricionariedade administrativa a escolha da forma de admissão do prestador do serviço em caso, mesmo após a aprovação do agravado em concurso público para o respectivo cargo. Assim, o acórdão recorrido revelou dissonância com a jurisprudência do Supremo. Ambas as Turmas já se manifestaram sobre o tema. Entendeu o Tribunal que a contratação demonstra a necessidade do serviço, implicando, portanto, a preterição do candidato aprovado. [ARE 947.736 AgR, rel. min. Marco Aurélio, 1ª T, j. 7-3-2017, DJE 74 de 11-4-2017.] No caso em tela, a mão-de-obra contratada precariamente vem comprovadamente exercendo as mesmas funções afetas ao cargo efetivo para o qual Ricardo fora aprovado, o que demonstra a necessidade do serviço. Isto implica, portanto, a preterição de Ricardo, que fora aprovado no concurso, mesmo fora do número de vagas. Gabarito: alternativa B. 25. 2017/INSTITUTO EXCELÊNCIA/CÂMARA DE SANTA ROSA-RS/Procurador Sobre a Contratação Temporária podemos dizer que: Considera-se necessidade Temporária de excepcional interesse público: Assinale a alternativa CORRETA. Professor Wagner Damazio 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo (Resolvidas e Comentadas) 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 1303 1436 a) Admissão de professor para suprir demandas decorrentes da expansão de ensino instituições federais. b) Admissão de professores estrangeiros que tenham título de doutor por pelo menos 2 anos, ser docente ou pesquisador. c) Admissão de professor e pesquisador estrangeiro; professor substituto e professor visitante. d) Nenhuma das alternativas. Comentários Segundo o art. 37, IX da Carta Maior, “a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público”. No âmbito federal, trata-se da lei 8745/93. A lei em tela estabelece os casos em que se considera esta necessidade, em seu art. 2º: Art. 2º Considera-se necessidade temporária de excepcional interesse público: [...] IV - admissão de professor substituto e professor visitante; V - admissão de professor e pesquisador visitante estrangeiro; Gabarito: alternativa C. 26. 2016/IBADE/CÂMARA DE SANTA MARIA MADALENA-RJ/Procurador Ao servidor investido em mandato eletivo, aplica-se a seguinte disposição: a) investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe vedado optar pela sua remuneração. b) o servidor investido em mandato eletivo ou classista poderá ser removido ou redistribuído de ofício para localidade diversa daquela onde exerce o mandato. c) investido no mandato de vereador, havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo. d) no caso de afastamento do cargo, o servidor não contribuirá para a seguridade social como se em exercício estivesse. e) tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, não ficará afastado do cargo. Comentários Abaixo, segue quadro-resumo do art. 94 da Lei 8112/90, para facilitar a resolução: Professor Wagner Damazio 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo (Resolvidas e Comentadas) 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 1304 1436 a) ERRADA. Neste caso, será afastado do cargo, podendo optar pela remuneração. b) ERRADA. De acordo com o art. 94, § 2º da Lei 8112/90, caso o servidor seja investido em mandato eletivo ou classista não poderá ser removido ou redistribuído de ofício para localidade diversa daquela onde exerce o mandato. c) CERTA. No caso da investidura em mandato de Vereador, se houver compatibilidade de horários recebe as duas remunerações. Se não houver compatibilidade de horários é afastado do cargo, podendo optar pelas remunerações. d) ERRADA. De acordo com o art. 94, § 1º da Lei 8112/90, no caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá para a seguridade social como se em exercício estivesse. e) ERRADA. Tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo. Gabarito: alternativa C. 27. 2016/IDECAN/CÂMARA DE ARACRUZ-ES/Procurador Legislativo Considere que um servidor público efetivo da Câmara Municipal de Aracruz/ES receba remuneração mensal no valor de R$ 1.500,00 composta de: 1) R$ 1.000,00 (vencimento básico); 2) R$ 200,00 (relativos a dois quinquênios); 3) R$ 300,00 (adicional de produtividade). Baseado estritamente no que dispõe a Constituição Federal relativamente aos acréscimos pecuniários devidos aos servidores públicos, supondo que o servidor faça jus ao terceiro quinquênio, pode-se deduzir que a próxima remuneração do servidor será de: a) R$ 1.600,00. b) R$ 1.620,00. c) R$ 1.630,00. d) R$ 1.650,00.