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DIREITO PÚBLICO MÓDULO: DIREITOS FUNDAMENTAIS TEMA: TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Estudaremos uma pouco mais acerca dos direitos fundamentais em espécie previstos na nossa Constituição Federal de 1988, especialmente no artigo 5º. • Artigo 5º, inciso I, Constituição Federal Vejamos o que nos diz o artigo 5º, inciso I. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; Dispõe que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, de acordo com a Constituição. Historicamente muito se lutou para que homens e mulheres fossem iguais. Devemos lembrar que infelizmente mais da metade do mundo possui Estados que não constituem direitos iguais para homens e mulheres. Na história do Brasil, por séculos, as mulheres foram tuteladas e não eram sujeitos de direito em igualdade com os homens. Depois de muitas lutas e muitos movimentos, construíram a possiblidade ser serem iguais em direitos e deveres. Deve-se tratar os iguais como iguais e os desiguais como desiguais na medida de sua desigualdade. Assim, para que se possa promover a equidade, é necessário criar distinções, visto que existem circunstâncias na nossa legislação que colocam situações para as mulheres que os homens não possuem, como, por exemplo, na maternidade. • Artigo 5º, inciso II, Constituição Federal Vamos agora analisar o artigo 5º, inciso II da Constituição Federal. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: II - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; Trabalhamos aqui com o princípio da legalidade. Não podemos nos esquecer que o Brasil vive em um Estado de Direito, que significa dizer que todos estamos sob o império da lei, abaixo dela. O princípio da legalidade é extremamente importante para sabermos que estamos todos abaixo da lei. E uma proteção de sabermos que não seremos obrigados a fazer nada que não esteja descrito na lei. Existem os princípios da liberdade e da legalidade atuando sobre todos nós. Contudo, de forma inversa, existe a Administração Pública que não poderá fazer nada, senão aquilo que a lei determina ou o que ela autoriza. • Artigo 5º, inciso III, Constituição Federal O artigo 5º, inciso III, prevê que ninguém será submetido à tortura ou tratamento desumano. Nossa Constituição Federal de 1988 foi criada pós um período de ditadura no Brasil. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; A tortura é uma prática comum na história, pois era utilizada em prol da punição de crimes, cobrança de dívida e, ainda, em nome da Segurança Nacional. São consideradas práticas de tortura atos como: esquartejamento, decapitação, chibatas, apedrejamento, mutilações, dentre outros. Historicamente, podemos citar eventos importantes para o conceito de tortura. Rememorando o período da Idade Média, a tortura foi utilizada para obtenção de confissão nos Tribunais da Inquisição. Podemos lembrar ainda do período pré- Declaração de Direitos Humanos, onde se pode observar a prática usual de penas cruéis, como decapitação e fuzilamento. Importante pontuar que essas constantes práticas cruéis foram interrompidas pela assinatura da Declaração de Direitos em 1689. Evoluindo no contexto histórico, na Idade Contemporânea, no ano de 1917, a União Soviética reprimia a liberdade individual com a prática da tortura durante o regime socialista e, ainda neste período, tivemos o nascimento do nazismo, chefiado por Adolf Hitler. O nazismo teve sua origem na Alemanha em 1920, logo após a Primeira Guerra Mundial, em um momento de crise política e econômica e que possuía uma ideologia que cumulou no extermínio de milhões de judeus durante o Holocausto, incluindo-se ainda na matança minorias como ciganos, negros e homossexuais, que eram perseguidos, aprisionados em campos de concentração e mortos. Pregava-se, ainda, a superioridade biológica da raça ariana. Além disso, podemos pontuar como relevantes, dentro deste regresso histórico, ditaduras ocorrendo em países como França, Israel e Brasil. No nosso país, tivemos o Golpe Militar em 01 de abril de 1964, com a destituição do presidente João Goulart, pondo fim à República. Foi instituído o AI-5, marcando um período de censura e repressão no Brasil com suspensão do habeas corpus, fechamento do Congresso Nacional e cassação do mandato de deputados. Quando falamos de tortura, podemos ressaltar uma triste realidade, a de que o ser humano é o único capaz de provocar sofrimento na sua espécie de forma deliberada. Os demais animais ferem ou matam a caça. Devoram-na depois. O homem é diferente. O impulso de destruição o conduz à aflição de dores por prazer, por vingança ou para atender a objetivos situados mais adiante. • Artigo 5º, inciso IV, Constituição Federal Caminhando para o inciso IV, percebemos que é livre a manifestação de pensamento, sendo vedado o anonimato. Existe o direito de dizer o que se pensa, contudo, se causar dano a alguém, terá que indenizar. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; • Artigo 5º, inciso V, Constituição Federal De acordo com o artigo 5º, é assegurado o direito de resposta, além da indenização por dano material ou moral. Por exemplo, se houve uma ofensa na rádio da cidade, deve-se requerer o direito de resposta na mesma rádio, no mesmo horário, na mesma cidade. Lembramos que o dano material é aquele que diminui o patrimônio. As novas tecnologias de informação devem ser garantidas também na internet e nas redes sociais, contudo, o parâmetro se torna algo mais complexo visto que apresentam uma menor efetividade na garantia desse direito de resposta. Muitos países buscam normas claras para efetivar o direito de resposta pelas redes sociais. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; • Artigo 5º, inciso VI, Constituição Federal O inciso VI do artigo 5º dispõe de crença afirmando que é inviolável a liberdade de consciência, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos, garantindo a proteção dos locais de suas liturgias. O Estado deve atuar a fim de garantir que esse direito seja efetivado. O Brasil é um Estado laico ou leigo, o que significa que nosso país não professa uma religião oficial. Os brasileiros possuem liberdade para escolher qualquer crença, ou mesmo não escolher religião nenhuma. Lembramos que na história da humanidade, em diversosmomentos, ocorreram perseguições de conotação religiosa, inclusive na Segunda Guerra Mundial, com milhões de judeus mortos. O Estado Democrático de Direito Brasileiro toma o cuidado para acolher toda a diversidade religiosa, sendo garantida a liberdade de crença, de pensamento e de culto. No Brasil, rituais e solenidades de religiões são protegidos por meio da atuação do Estado. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; • Artigo 5º, inciso VII, Constituição Federal No inciso VII do artigo 5º da Constituição, o legislador assegurou a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva. O Estado garantirá à pessoa privada de liberdade o direito fundamental à liberdade de credo. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; • Artigo 5º, inciso VIII, Constituição Federal O inciso VIII do artigo 5º da Constituição Federal prevê que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa, convicção filosófica ou política, salvo para eximir-se de obrigação legal. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; • Artigo 5º, inciso IX, Constituição Federal No inciso IX do artigo 5º da Constituição Federal, o legislador garante a liberdade de expressão em atividades intelectuais, cientificas e de comunicação, independentemente de censura ou licença. A censura é utilizada para coação especialmente em Estados Ditatoriais, mas nosso país atua em um Estado Democrático de Direito possuindo como regra a liberdade. A liberdade de expressão não é um direito absoluto. Na legislação brasileira, não existem direitos absolutos, pois até mesmo o direito à vida pode ser relativizado. Como se sabe, o Brasil não possui pena de morte, mas, em caso de guerra declarada, poderá ser aplicada ao militar que se negar a combater. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; • Artigo 5º, inciso X, Constituição Federal No inciso X do artigo 5º da Constituição Federal, há previsão de que são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, sendo assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; • Artigo 5º, inciso XI, Constituição Federal O inciso XI prevê que a casa é inviolável, não podendo ninguém nela penetrar sem consentimento do morador, salvo em flagrante delito, em caso de desastre ou para prestar socorro, ainda durante o dia por determinação judicial. Casa é uma expressão genérica, visto que um quarto de hotel poderá ser considerado como “casa” e possuirá a mesma proteção constitucional. O conceito de “dia” será entre seis horas da manhã até seis horas da tarde. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; • Artigo 5º, inciso XII, Constituição Federal É inviolável o sigilo de correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo nas comunicações telefônicas por ordem judicial para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. Vejamos o que nos diz Rodrigo Padilha sobre o assunto: Sem sombra de dúvidas, este dispositivo trata do direito à privacidade e avisa que é necessário ordem judicial apenas para violar a comunicação telefônica, sendo mister a investigação criminal. As outras três (correspondência, telegráficas, dados) são igualmente invioláveis, mas podem ser relativizadas independentemente de decisão judicial, por determinação de outras autoridades (2020, p. 266). Existem investigações criminais que precisam da quebra de sigilo telefônico, que deve ser realizada por meio de ordem judicial fundamentada. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9296.htm • Artigo 5º, inciso XIII, Constituição Federal É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais estabelecidas por lei. Esse inciso conversa com os quatro primeiros artigos da nossa Constituição, que trazem a ideia de livre iniciativa. Os brasileiros podem exercer qualquer profissão, mas existem algumas profissões que exigem qualificação específica. No caso da advocacia, além da graduação em direito, é necessária a aprovação no exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; • Artigo 5º, inciso XIV, Constituição Federal No inciso XIV, fica assegurado o acesso à informação, sendo resguardado o sigilo da fonte, quando necessário. Hoje existe a Lei nº 12.527 de 2011, que é a Lei de Acesso à Informação,que regulamenta o direito de acesso às informações públicas. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; • Artigo 5º, inciso XV, Constituição Federal É livre a locomoção no território nacional e, em tempo de paz, poderá qualquer pessoa nele ingressar, permanecer ou sair com seus bens. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; • Artigo 5º, inciso XVI, Constituição Federal Todos poderão se reunir pacificamente sem armas, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anterior, sendo exigido prévio aviso à autoridade competente. Esse inciso dispõe da liberdade de manifestação sempre presente em democracias. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; • Artigo 5º, inciso XVII, Constituição Federal Conforme previsão do inciso XVII da Constituição Federal, percebemos a liberdade de associação para fins lícitos, vedadas a de caráter paramilitar. Qualquer associação de caráter paramilitar é vedada no Brasil. Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; • Artigo 5º, inciso XVIII, Constituição Federal Conforme previsão do artigo 5º, inciso XVIII, é possível perceber a ideia de que associações e cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento. As associações civis com finalidades lícitas são livres e independem de autorização do Estado, sendo proibida a intervenção estatal no funcionamento. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; • Artigo 5º, inciso XIX, Constituição Federal Conforme previsão do artigo 5º, as associações poderão ter sua atividade suspensa ou serem dissolvidas por decisão judicial, exigindo-se no último caso o trânsito em julgado. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; • Artigo 5º, inciso XX, Constituição Federal O inciso XX dispõe que ninguém poderá ser compelido a associar-se ou permanecer associado. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; • Artigo 5º, inciso XXI, Constituição Federal No inciso XXI, dispõe que poderão as entidades associativas representar seus filiados judicial ou extrajudicial. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; • Artigo 5º, inciso XXII, Constituição Federal O inciso XXII assegura o direito de propriedade. O foco da nossa Constituição é a pessoa humana, garantindo o direito fundamental à propriedade. É um direito fundamental garantido às pessoas físicas e jurídicas. Quando houve períodos de ditaduras, as pessoas tinham seus bens tomados pelo Estado. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXII - é garantido o direito de propriedade; • Artigo 5º, inciso XXIII, Constituição Federal A propriedade atenderá sua função social, conforme previsão expressa no inciso XXIII no artigo 5º da Constituição Federal. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; • Artigo 5º, inciso XXIV, Constituição Federal Conforme previsão do artigo 5º, inciso XXIV, a lei estabelecerá o procedimento de desapropriação que ocorrerá por necessidade, utilidade pública ou por interesse social, por meio de justa e prévia indenização em dinheiro. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; • Artigo 5º, inciso XXV, Constituição Federal Conforme previsão do inciso XXV do art. 5º da Constituição Federal, a autoridade competente poderá utilizar a propriedade particular, sendo assegurado ao proprietário indenização ulterior. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; • Artigo 5º, inciso XXVI, Constituição Federal Conforme previsão doartigo 5º, inciso XXVI, a pequena propriedade não será objeto de penhora para pagamentos de débitos proveniente de atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar seu desenvolvimento. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; • Artigo 5º, inciso XXVII, Constituição Federal O artigo 5º, inciso XXVII, estabelece que aos autores pertencem o direito de utilização, reprodução ou publicação de suas obras, sendo transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; • Artigo 5º, inciso XXVIII, Constituição Federal O inciso XXVIII vai assegurar a proteção às participações individuais coletivas e à reprodução da imagem e da voz humana, também em caso de atividades desportivas. Será assegurado, ainda, o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas; • Artigo 5º, inciso XIX, Constituição Federal O inciso XIX deverá assegurar aos autores de inventos industriais proteção para criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresa e a outros signos distintivos. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; • Artigo 5º, inciso XXX, Constituição Federal O inciso XXX do artigo 5º da Constituição Federal de 1988 diz que é assegurado o direito à herança. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXX - é garantido o direito de herança; • Artigo 5º, inciso XXXI, Constituição Federal De acordo com previsão do inciso XXXI da Constituição Federal, é assegurado o direito de sucessão de bens de estrangeiros situados no país. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; • Artigo 5º, inciso XXXII, Constituição Federal Conforme previsão expressa do inciso XXXII do artigo 5º da Constituição Federal, é assegurado o direito do consumidor. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; • Artigo 5º, inciso XXXIII, Constituição Federal Conforme dispõe o inciso XXXIII do art. 5º da Constituição Federal, todos possuem direito de receber dos órgãos públicos informações de seus interesses. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011) APLICABILIDADE O Artigo 5º, Parágrafo 1º, da Constituição Federal do Brasil é uma disposição fundamental que confere relevante status às normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais. Ao estabelecer que tais normas possuem aplicação imediata, o dispositivo constitucional busca assegurar a pronta eficácia e proteção dos direitos individuais, afastando qualquer obstáculo que possa retardar ou limitar sua efetivação. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11111.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12527.htm A expressão "normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais" engloba um conjunto de preceitos que asseguram direitos fundamentais, como liberdade, igualdade, dignidade da pessoa humana, entre outros. O legislador constituinte, ao atribuir aplicação imediata a essas normas, buscou conferir-lhes efetividade concreta, sem depender da edição de normas infraconstitucionais para sua implementação. É crucial destacar que o caráter imediato dessas normas não se confunde com normas de caráter programático. Enquanto as normas programáticas são diretrizes que demandam ações progressivas e desenvolvimento futuro por parte do Estado, as normas definidoras dos direitos fundamentais, nos termos do Artigo 5º, Parágrafo 1º, devem ser aplicadas de maneira direta e sem a necessidade de regulamentação posterior. Nesse contexto, a orientação de conferir a maior efetividade possível a tais normas ressalta a importância de garantir, na prática, a plena fruição dos direitos fundamentais consagrados na Constituição. Essa busca pela máxima efetividade implica, por exemplo, em evitar interpretações restritivas que possam mitigar o alcance desses direitos, promovendo, assim, uma proteção robusta e eficaz dos princípios fundamentais. Portanto, o Artigo 5º, Parágrafo 1º, da Constituição Federal representa uma salvaguarda essencial para a preservação dos direitos fundamentais, reforçando a ideia de que tais direitos não são meras promessas constitucionais, mas sim realidades concretas que devem ser respeitadas e implementadas de forma imediata, contribuindo para a consolidaçãode uma sociedade justa e equitativa. Nosso ordenamento pátrio classifica as normas enviesado em três estados de uma norma, sendo: • Eficácia Plena: Exemplos: Artigos 1º, 2º, 13 e 18, §1º da Constituição Federal de 1988. Normas de eficácia plena são aquelas que podem ser integralmente aplicadas desde a promulgação da Constituição, sem a necessidade de regulamentação. Elas possuem aplicação imediata e completa. Os dispositivos mencionados estabelecem princípios fundamentais, objetivos e direitos que são autoaplicáveis, não dependendo de normas infraconstitucionais para sua efetivação. • Eficácia Contida: Exemplo: Artigo 5º, XIII, da CF/88. Normas de eficácia contida são aquelas que possuem aplicação imediata, mas admitem restrições por meio de normas infraconstitucionais. No caso mencionado, o artigo 5º, XIII, assegura a liberdade de exercício do trabalho, mas admite limitações impostas pela legislação, como, por exemplo, restrições para o trabalho noturno, perigoso ou insalubre. • Eficácia Limitada: Exemplos: Artigos 88 e 102, §1º da CF/88. Normas de eficácia limitada dependem de regulamentação posterior para que sua aplicação seja plena. São disposições que estabelecem princípios ou diretrizes, deixando ao legislador ordinário a tarefa de detalhar as regras necessárias à sua implementação. Os dispositivos citados requerem a edição de leis complementares para que alcancem sua máxima efetividade. Tratados internacionais Recepção dos tratados internacionais no que tange aos direitos fundamentais tem previsão no Art. 5, § 3º, da CF: Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”. (Incluído pela EC nº 45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo: Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo) O Artigo 5º, § 4º, da Constituição Federal do Brasil representa um compromisso significativo do país com a justiça internacional e o respeito aos direitos humanos. Inserido pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004, esse dispositivo estabelece que o Brasil se submete à jurisdição do Tribunal Penal Internacional (TPI) ao qual tenha manifestado adesão em sua criação. Essa disposição reflete a postura do Brasil em relação à responsabilidade internacional em casos de crimes de grande magnitude, como genocídio, crimes de guerra, crimes contra a humanidade e agressão. Ao reconhecer a jurisdição do TPI, o país demonstra seu comprometimento com a promoção da justiça e a responsabilização daqueles que cometem os mais graves atentados contra a humanidade. A adesão a tribunais internacionais, como o TPI, fortalece a credibilidade do sistema internacional de justiça e reforça a ideia de que nenhum país deve permanecer imune à responsabilização por violações graves dos direitos humanos. Além disso, essa disposição da Constituição brasileira também ressalta o papel do país na construção de um ambiente global mais justo e solidário. No entanto, é importante ressaltar que o cumprimento efetivo desse compromisso requer não apenas a adesão formal, mas também a cooperação prática com o TPI em investigações e processos. O dispositivo, portanto, não apenas simboliza o comprometimento do Brasil com a justiça internacional, mas também destaca a necessidade contínua de colaboração e diálogo no âmbito global para a promoção da paz, segurança e respeito aos direitos fundamentais. É essencial, ao operador do direito, em especial ao operador do direito público o conhecimento de alguns dispositivos que fomentam e decodificam essa busca global em busca das liberdades fundamentais seja como conhecimento de causa bem como a utilização do conteúdo na sua argumentação jurídica. Abaixo, deixamos Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 Preâmbulo Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo, Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da humanidade e que o advento de um mundo em que mulheres e homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do ser humano comum, Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo império da lei, para que o ser humano não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão, Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações, Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos fundamentais do ser humano, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos do homem e da mulher e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla, Considerando que os Países-Membros se comprometeram a promover, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades fundamentais do ser humano e a observância desses direitos e liberdades, Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso, Agora portanto a Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade tendo sempre em mente esta Declaração, esforce-se, por meio do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Países-Membros quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição. Artigo 1 Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade. Artigo 2 1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. 2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania. Artigo 3 Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Artigo 4 Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas. Artigo 5 Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. Artigo 6 Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei. Artigo 7 Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação. Artigo 8 Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejamreconhecidos pela constituição ou pela lei. Artigo 9 Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado. Artigo 10 Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir seus direitos e deveres ou fundamento de qualquer acusação criminal contra ele. Artigo 11 1.Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa. 2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta pena mais forte de que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso. Artigo 12 Ninguém será sujeito à interferência na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataque à sua honra e reputação. Todo ser humano tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques. Artigo 13 1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado. 2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio e a esse regressar. Artigo 14 1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países. 2. Esse direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas. Artigo 15 1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade. 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade. Artigo 16 1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução. 2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes. 3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado. Artigo 17 1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros. 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade. Artigo 18 Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; esse direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela prática, pelo culto em público ou em particular. Artigo 19 Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras. Artigo 20 1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica. 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação. Artigo 21 1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos. 2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país. 3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; essa vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto. Artigo 22 Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança social, à realização pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade. Artigo 23 1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego. 2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho. 3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social. 4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus interesses. Artigo 24 Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas. Artigo 25 1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família saúde, bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis e direito à segurança em caso de desemprego, doença invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle. 2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social. Artigo 26 1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito. 2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do ser humano e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. 3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos. Artigo 27 1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do progresso científico e de seus benefícios. 2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica literária ou artística da qual seja autor. Artigo 28 Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados. Artigo 29 1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível. 2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará sujeito apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática. 3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas. Artigo 30 Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos. REFERÊNCIAS Oxford, University. Oxford Languages. Disponível em https://languages.oup.com/word-of-the-year/2022/ Acesso em 24 nov. 2023. MORAES, Alexandre de. Direitos Humanos Fundamentais. São Paulo: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9788597026825. Disponível em:https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597026825/. Acesso em: 24 nov. 2023. MARCELO Alexandrino, Direito Constitucional Descomplicado. São Paulo.Ed, Gen, 2023. CONJUR, Sergio Rodas; A Constituição alemã de Weimar disponível em Disponível em https://www.conjur.com.br/2019-ago-06/constituicao-weimar-inovou-estabelecer- direitos-sociais/ Acesso em 24 nov. 2023. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm Acesso em 24 nov. 2023 ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos Humanos. 1948. Disponível em: https://www.un.org/pt/about-us/universal-declaration-of-human- rights. Acesso em: 24 nov. 2023. https://languages.oup.com/word-of-the-year/2022/ https://www.conjur.com.br/2019-ago-06/constituicao-weimar-inovou-estabelecer-direitos-sociais/ https://www.conjur.com.br/2019-ago-06/constituicao-weimar-inovou-estabelecer-direitos-sociais/ https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm